Apostila - Curso básico de manutenção em CCI 2010-11-19 v1

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APOSTILA

CURSO BSICO DE MANUTENO EM CARROS CONTRAINCNDIO (CCI)

2010

CURSO BSICO DE MANUTENO EM CARROS CONTRAINCNDIO (CCI)

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SUMRIOGLOSSRIO ............................................................................................................................................................... 6 SIGLRIO ................................................................................................................................................................. 11 INTRODUO ......................................................................................................................................................... 12 1. 2. LEGISLAO .................................................................................................................................................. 13 CONCEITOS BSICOS DE MANUTENO DE SISTEMAS MECNICOS ........................................ 14 2.1 MOTOR DIESEL ......................................................................................................................................... 14 2.1.1 Bloco de cilindros ................................................................................................................................. 14 2.1.2 Cabeotes .............................................................................................................................................. 14 2.1.3 Crter .................................................................................................................................................... 14 2.1.4 Seo dianteira ..................................................................................................................................... 15 2.1.5 Seo traseira. ...................................................................................................................................... 15 2.1.6 princpios de funcionamento ................................................................................................................. 15 2.2 MOTOR DE QUATRO TEMPOS .......................................................................................................................... 16 2.3 MOTOR DE DOIS TEMPOS ....................................................................................................................... 17 2.3.1 Efeito do turbocompressor .................................................................................................................... 18 2.3.2 Combusto no motor diesel................................................................................................................... 20 2.3.3 Tipos de injeo .................................................................................................................................... 20 2.3.4 Lubrificao do motor diesel ................................................................................................................ 26 2.3.5 Filtros ................................................................................................................................................... 26 2.3.6 TROCADOR DE CALOR ...................................................................................................................... 26 2.3.7 leo lubrificante ................................................................................................................................... 26 2.4 REFRIGERAO (OU ARREFECIMENTO) .......................................................................................................... 27 2.4.1 Sistema de partida................................................................................................................................. 28 2.4.2 Baterias ................................................................................................................................................. 29 2.4.3 Componentes eltricos .......................................................................................................................... 30 2.5 ELEMENTOS PARA ANLISE DE DESEMPENHO - COMPARAO DE MOTORES ....................... 31 VISO GERAL DOS CCI ............................................................................................................................... 32 TCNICAS DE MANUTENO PREDITIVA E GERENCIAMENTO DE PNEUS .............................. 33 4.1 CONTROLE E GERENCIAMENTO DE PNEUS ...................................................................................................... 33 4.1.1 Partes do pneu ...................................................................................................................................... 33 4.1.2 Abreviaturas.......................................................................................................................................... 34 4.2 ESPECIFICAES TCNICAS DOS PNEUS ......................................................................................................... 35 OPERAO E MANUTENO DE CRS E ACESSRIOS ...................................................................... 36 5.1 RESUMO TCNICO .......................................................................................................................................... 36 5.2 EQUIPAMENTOS DE RESGATE, ACESSRIOS E FERRAMENTAS ......................................................................... 37 5.2.1 Equipamentos de resgate ...................................................................................................................... 37 5.2.2 Acessrios ............................................................................................................................................. 38 5.2.3 Ferramentas .......................................................................................................................................... 38 5.3 INSTRUES TRABALHO DE MANUTENO .................................................................................................... 39 5.3.1 Check-list dirio.................................................................................................................................... 40 5.3.2 Procedimentos de manuteno preventiva ............................................................................................ 40 5.3.3 Esquema eltrico (auxiliar na identificao de falhas) ........................................................................ 41 OPERAO E MANUTENO DE CCI AC-3 ........................................................................................... 42 6.1 ILUSTRAO DO CCI ..................................................................................................................................... 42 6.2 ESPECIFICAES GERAIS ............................................................................................................................... 43 6.3 OPERAO DA BOMBA DE EXTINO DE INNDIO.......................................................................................... 43 6.4 BOMBA DE INCNDIO ..................................................................................................................................... 47 6.4.1 Manuteno do sistema de vedao ...................................................................................................... 49 6.5 SUCO DE GUA .......................................................................................................................................... 49 6.6 DIAGRAMA DE GUA E LGE .................................................................................................................... 53 6.7 TUBULAES DO SISTEMA CONTRA INCNDIO............................................................................... 54 6.8 SUPERESTRUTURA ......................................................................................................................................... 55 6.9 SISTEMA DE P QUMICO ................................................................................................................................ 56 6.10 SISTEMA DE TRAO DO VECULO ................................................................................................................. 58 6.11 TROCAS DE LEO EM INSTRUES DE TRABALHO .......................................................................................... 60

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OPERAO E MANUTENO DE CCI AC-4 ........................................................................................... 62 7.1 APRESENTAO............................................................................................................................................. 62 7.2 SUPERESTRUTURA CONTRAINCNDIO ............................................................................................................ 62 7.3 ESPECIFICAES GERAIS ............................................................................................................................... 63 7.4 PAINIS DE OPERAO................................................................................................................................... 64 7.5 OPERAO DA SUPERESTRUTURA .................................................................................................................. 65 7.5.1 Expedio de gua com canho monitor .............................................................................................. 65 7.5.2 Expedio de gua/espuma pelo canho monitor ................................................................................. 66 7.5.3 Limpeza do sistema ............................................................................................................................... 67 7.6 ENCHIMENTO DO TANQUE ............................................................................................................................. 67 7.6.1 Por suco ............................................................................................................................................ 67 7.6.2 Por gravidade ....................................................................................................................................... 69 7.6.3 Por presso ........................................................................................................................................... 69 7.7 EXPEDIO DE GUA OU ESPUMA PELO CANHO MONITOR COM O VECULO EM MOVIMENTO ....................... 69 7.8 OPERAO DO DISPOSITIVO BICO DE PATO .................................................................................................... 70 7.9 OPERAO DE GUA\ESPUMA PELO CANHO UTILIZANDO UM MANANCIAL .................................................. 70 7.10 SISTEMA DE P QUMICO................................................................................................................................ 70 7.10.1 Procedimento para lanamento do agente ........................................................................................... 71 7.10.2 Procedimento para limpeza .................................................................................................................. 72 7.11 BOMBA TRIGLAU BTF 500 ............................................................................................................................ 72 7.12 SISTEMA DE ESCORVA ................................................................................................................................... 73 7.13 DIAGRAMA DE GUA E LGE ........................................................................................................................... 74 OPERAO E MANUTENO DE CCI AP-2 CIMASA .......................................................................... 77 8.1 RESUMO TCNICO .......................................................................................................................................... 77 8.2 CARACTERSTICAS TCNICAS ......................................................................................................................... 77 8.2.1 Bomba de incndio ................................................................................................................................ 77 8.2.2 Canho monitor .................................................................................................................................... 79 8.2.3 Tanque de gua ..................................................................................................................................... 80 8.3 ESCORVA ....................................................................................................................................................... 81 8.4 SISTEMA PROPORCIONADOR DE ESPUMA ........................................................................................................ 82 8.5 SISTEMA DE P QUMICO SECO ....................................................................................................................... 82 8.5.1 Recipiente de P ................................................................................................................................... 83 8.5.2 Gs Propelente ..................................................................................................................................... 83 8.5.3 Limpeza ................................................................................................................................................. 84 8.5.4 Mangotinhos ......................................................................................................................................... 84 8.6 INSTRUES DE OPERAO............................................................................................................................ 84 8.6.1 Operao da bomba .............................................................................................................................. 84 8.6.2 Operao da escorva ............................................................................................................................ 88 8.6.3 Operao do canho monitor ............................................................................................................... 90 8.7 OPERAO DAS LINHAS PR-CONECTADAS .................................................................................................... 91 8.8 OPERAO DO CANHO DE P ....................................................................................................................... 91 8.9 OPERAO DOS MANGOTES DE P.................................................................................................................. 91 8.10 OPERAO DE ABASTECIMENTO DO TANQUE DE GUA .................................................................................. 92 8.11 RECOMENDAES .......................................................................................................................................... 93 8.12 INSTRUES TRABALHO DE MANUTENO ................................................ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 8.12.1 Check-list dirio....................................................................................... Erro! Indicador no definido. 8.12.1 Procedimentos de manuteno preventiva ............................................... Erro! Indicador no definido. 8.12.2 manuteno do sistema de vedao da bomba ........................................ Erro! Indicador no definido. 8.13 PROVA DE SUCO A SECO .........................................................................ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. OPERAO E MANUTENO DE CCI AP-2 IVECO-MAGIRUS ....................................................... 101 9.1 CARACTERSTICAS TCNICAS ....................................................................................................................... 101 9.2 ESTRUTURA SUPERIOR DO VECULO E COMPARTIMENTOS DA SUPERESTRUTURA......................................... 103 9.3 BOMBA CENTRFUGA DE ALTA PRESSO, TIPO MB 610................................................................................ 104 9.3.1 Dispositivos de segurana da bomba .................................................................................................. 104 9.4 UNIDADE DE COMANDO MAGIRUS ................................................................................................................ 105 9.5 BATERIA DE P QUMICO (PQ) MINIMAX MODELO P 250 ............................................................................... 107 9.6 ELEMENTOS DE COMANDO NO INTERIOR DA CABINA .................................................................................... 108 9.6.1 Controles dos sistemas de combate a incndio cabina. ...................................................................... 108 9.7 COMANDO PELO PAINEL LATERAL ESQUERDA DO CCI .................................................................................. 111 9.8 COMANDOS DA BATERIA DE P QUMICO ..................................................................................................... 113 9.9 COMANDOS INTERNOS NA CABINA ............................................................................................................... 114

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SISTEMA DE ARREFECIMENTO DO MOTOR .................................................................................................... 115 SISTEMA DE ALIMENTAO DE AR ............................................................................................................... 116 SISTEMA DA ALIMENTAO DIESEL DO MOTOR ............................................................................................ 117 SISTEMA DE LUBRIFICAO DO MOTOR ........................................................................................................ 118 TABELA E CONTROLE DE LUBRIFICANTES CCI IVECO .................................................................................... 119 SISTEMA AUTOMATICO DE BLOQUEIO (ADM)................................................................................................ 119 ACIONAMENTOS EM CASO DE EMERGNCIAS................................................................................................ 120 COMANDOS DE EMERGNCIA NO CORPO DE BOMBAS E BATERIA DE P QUMICO ......................................... 121

10. OPERAO E MANUTENO DE CCI AP-4 TITAN ............................................................................ 133 10.1 DESCRIO GERAL ...................................................................................................................................... 133 10.2 SISTEMAS DO VEICULO ................................................................................................................................. 133 10.2.1 Motor .................................................................................................................................................. 134 10.2.2 Divisor de potencia ............................................................................................................................. 134 10.2.3 Transmisso ........................................................................................................................................ 136 10.2.4 Caixa de transferncia ........................................................................................................................ 136 10.3 EIXOS DIANTEIRO E TRASEIROS .................................................................................................................... 137 10.4 ARVORES. E JUNTAS UNIVERSAIS ................................................................................................................. 137 10.5 SISTEMA DE DIREO ............................................................................................................................ 138 10.5.1 Sistema de suspenso .......................................................................................................................... 138 10.5.2 Sistema de freios ................................................................................................................................. 138 10.5.3 Freios de estacionamento ................................................................................................................... 139 10.5.4 Sistema de ar comprimido................................................................................................................... 140 10.5.5 Rodas e pneus ..................................................................................................................................... 142 10.5.6 Sistema de combustvel ....................................................................................................................... 142 10.5.7 Sistema de resfriamento do motor ...................................................................................................... 142 10.5.8 Sistema eltrico ................................................................................................................................... 143 10.5.9 Cabina e carroceria ............................................................................................................................ 143 10.5.10 Carregador de bateria ........................................................................................................................ 144 10.5.11 Sistema de inverno (opcional).................................................................. Erro! Indicador no definido. 10.5.12 Luzes ................................................................................................................................................... 145 10.5.13 Controles interiores ............................................................................................................................ 146 10.5.14 Sistema de gua .................................................................................................................................. 146 10.5.15 Sistema de espuma .............................................................................................................................. 147 10.5.16 Sistema de p qumico ........................................................................................................................ 148 10.5.17 Canho superior ................................................................................................................................. 149 10.5.18 Carretel frontal de mangueira ............................................................................................................ 150 10.5.19 Carretel lateral de mangueira ............................................................................................................ 151 10.5.20 Bicos aspersores sob o veiculo ........................................................................................................... 152 10.5.21 Mangueiras prconectadas ...................................................................... Erro! Indicador no definido. 10.5.22 Esguichos de varredura de piso .......................................................................................................... 152 10.5.23 Painis estruturais .............................................................................................................................. 153 10.5.24 Sistema de "flushing" (fluxo de limpeza) ............................................................................................ 154 10.5.25 Sistema eltrico ........................................................................................ Erro! Indicador no definido. 10.5.26 Sirene e facho luminoso ........................................................................... Erro! Indicador no definido. 10.6 OPERAO DO VECULO ............................................................................................................................... 154 10.6.1 Inspeo .............................................................................................................................................. 154 10.6.2 Instrumentos da cabina ....................................................................................................................... 156 10.6.3 Transmisso ........................................................................................................................................ 159 10.6.4 2.5. Partida do motor .......................................................................................................................... 160 10.6.5 Parada do motor ................................................................................................................................. 161 10.6.6 Partida de emergncia ........................................................................................................................ 161 10.6.7 Giro livre acelerado do motor ............................................................................................................ 162 10.6.8 Dirigindo o veiculo ............................................................................................................................. 163 10.7 OPERAO DO SISTEMA CONTRA INCNDIO ................................................................................................. 164 10.7.1 Instrues de operao ("bombeamento em movimento") .................................................................. 165 10.7.2 Canho superior ................................................................................................................................. 170 10.7.3 Operao manual do canho superior ............................................................................................... 172 10.7.4 Esguichos sob o veiculo ...................................................................................................................... 174 10.7.5 Esguichos de varredura de piso ............................................................... Erro! Indicador no definido. 10.7.6 Instrues de operao em modo estacionrio ................................................................................... 174 10.7.7 Bombeamento no modo estacionrio .................................................................................................. 175

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10.7.8 Carretel frontal de mangueira ................................................................. Erro! Indicador no definido. 10.7.9 Carretel de mangueira ............................................................................. Erro! Indicador no definido. 10.7.10 Mangueiras pr-conectadas..................................................................... Erro! Indicador no definido. 10.7.11 flushing" do sistema (fluxo de limpeza interno) ....................................... Erro! Indicador no definido. 10.7.12 Enchimento do tanque de gua ........................................................................................................... 176 10.7.13 Enchimento do tanque de espuma ............................................................ Erro! Indicador no definido. 10.7.14 Enchimento do tanque de p qumico ...................................................... Erro! Indicador no definido. 10.7.15 Cilindros de nitrognio ....................................................................................................................... 178 10.8 MANUTENO............................................................................................ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 10.8.1 Sistemas do veiculo ............................................................................................................................. 183 10.8.2 Sistema de combate a incndio ........................................................................................................... 186 10.8.3 Ajuste do giro livre acelerado ............................................................................................................. 187 11. SISTEMA DE CONTROLE DA MANUTENO SCOM ...................................................................... 193 11.1 CADASTRO DE EQUIPAMENTOS.................................................................................................................... 194 11.2 INSTRUO DE TRABALHO (PLANO DE TRABALHO) ...................................................................................... 194 11.3 TELA DA ORDEM DE SERVIO ..................................................................................................................... 195 11.4 INDICADORES DA MANUTENO ....................................................ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 11.5 PERSPECTIVA DOS PROCESSOS INTERNOS DE EXCELNCIA OPERACIONAL..ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 11.6 CONCEITOS ................................................................................................................................................. 197 11.1 FORMA DE MENSURAO E CLCULO ........................................................ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 12. INSTRUES DE TRABALHO PADRONIZADAS ................................................................................. 197 13. MANUTENO DE BOMBAS DE INCNDIO......................................................................................... 201 13.1 INTERVENO NA BOMBA DE INCNDIO DO CCI AP-2 IVECO MAGIRUS ................................................ 203 13.1.1 Desmontagem da bomba de incndio ................................................................................................. 204 13.1.1 Remontagem da bomba de incndio ................................................................................................... 212 13.1.2 Ferramentas necessrias .................................................................................................................... 217 13.1.3 Relao de materiais e servios .......................................................................................................... 218 13.2 INTERVENO NA BOMBA DE INCNDIO DO CCI AP-2 CIMASA OU AC-3 CIMASA ........................................ 218 13.3 INTERVENO NA BOMBA DE INCNDIO TRIGGLAU DO CCI AC-4 .............................................................. 223 13.4 BOMBA DE INCNDIO WATEROUS CHK-4 .................................................................................................... 224 14. REQUISITOS BSICOS DE INFRAESTRUTURA ................................................................................... 226 14.1 DEMARCAO DE PISO DA GARAGEM ........................................................................................................... 226 14.2 SISTEMAS AUXILIARES ................................................................................................................................. 226 14.2.1 Sistema pneumtico ............................................................................................................................ 226 14.2.2 Sistema auxiliar eltrico ..................................................................................................................... 226 14.2.3 Outras recomendaes........................................................................................................................ 227 14.3 SISTEMA DE ILUMINAO ............................................................................................................................ 227 14.4 ABASTECIMENTO DE GUA DOS CCI ............................................................................................................. 227 15. PRINCIPAIS PROBLEMAS DE MANUTENO .................................................................................... 228 16. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................. 229

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GLOSSRIOACESSRIOS - so os componentes do CCI, exceto o chassi e a superestrutura, necessrios para o funcionamento, manuteno e operao do veculo, nos servios de salvamento e combate a incndio em aeronaves, tais como: mangueiras, esguichos, etc., bem como o material relacionado no item 3 desta especificao tcnica. ALCANCE TIL - distncia eficaz de lanamento dos agentes extintores, para proteo e combate a incndio. ANLISE DE FALHAS - exame lgico e sistemtico de um item que falhou, para analisar e identificar o mecanismo, a causa e as conseqncias da falha. (NBR 5462-1994). NGULO DE ENTRADA - ngulo medido entre o plano do piso e a linha que parte do ponto frontal de contato no piso, do pneu dianteiro, at a mxima projeo frontal do veculo, adiante do eixo dianteiro. NGULO DE SADA - ngulo medido entre o plano do piso e a linha que parte do ponto mais a r em contato com o solo a partir do pneu traseiro, at a mxima projeo do veculo, atrs do eixo traseiro. BOMBA CONTRAINCNDIO - componente destinado a suco e expedio de gua. CANHO MONITOR (TORRE) - equipamento destinado a combater incndio distncia. CHASSI - toda a parte inferior responsvel pela locomoo do veculo, mais a cabina. DISPONIBILIDADE - capacidade de um item estar em condies de executar certa funo em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, manutenibilidade e suporte de manuteno, supondo que os recursos externos requeridos sejam assegurados. O termo disponibilidade usado como uma

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medida do desempenho de disponibilidade. (NBR 5462-1994). A disponibilidade intrnseca de um equipamento, ou sistema pode ser expressa em percentual do tempo de vida til, como funo do MTBF e do MTTR. A disponibilidade operacional um refinamento da disponibilidade intrnseca, quando se considera o MLDT. EQUIPAMENTO - Conjunto unitrio, completo e distinto, que exerce uma ou mais funes determinadas quando em funcionamento. (Dicionrio de Termos de Manuteno, Confiabilidade e Qualidade - ABRAMAN-1996). EQUIPAGEM - quantidade de pessoal necessrio para operao do veculo (salvamento e combate a incndio). EQUIPAMENTOS ESPECIAIS DE MANUTENO - so aqueles necessrios execuo de servios especficos e que seja necessria a sua disponibilidade, como por exemplo: plataformas de elevao, etc. ESCORVA - sistema destinado retirada do ar das tubulaes e bomba contra incndio. FALHA - Trmino da capacidade de um item desempenhar a funo requerida. Depois da falha o item tem uma pane. A falha diferente de pane que um estado. Este conceito, como definido, no se aplica aos itens compostos somente por software. (NBR 5462-1994). INOPERNCIA - interrupo temporria, programada ou no, da operao de um equipamento ou subsistema, por motivo de natureza tcnica (ocorrncia de falha ou execuo de manuteno). INDISPONIBILIDADE - perda da capacidade de um item estar em condies de executar certa funo, durante intervalo de tempo determinado. INSTRUO DE TRABALHO DE MANUTENO - um documento de padronizao da execuo dos trabalhos de manuteno, contendo a seqncia das atividades, periodicidade, recomendaes de segurana,

equipamentos, ferramentas e instrumentos, materiais tcnicos e de consumo, qualificao da mo de obra e tempo de trabalho aplicveis execuo do servio.

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MANUTENO - combinao de todas as aes tcnicas e administrativas, incluindo as de superviso, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma funo requerida. A manuteno pode incluir uma modificao de um item. (ABNT NBR 5462-1994). MANUTENO CORRETIVA - aes desenvolvidas com o objetivo de fazer retornar s condies especificadas um sistema, uma rea ou um equipamento aps a ocorrncia de defeito ou falha. Manuteno efetuada aps a ocorrncia de uma pane destinada a recolocar um item em condies de executar uma funo requerida. (ABNT NBR 5462-1994). MANUTENO CORRETIVA PROGRAMADA - caracteriza-se pelo atendimento a ocorrncias que, em mdio ou longo prazo, possam afetar a segurana e/ou a disponibilidade dos servios de infra-estrutura aeroporturia e/ou de trfego areo. MANUTENO CORRETIVA NO PROGRAMADA - caracteriza-se pelo atendimento a ocorrncias que, em curto prazo, possam afetar a segurana e/ou a disponibilidade dos servios de infra-estrutura aeroporturia e/ou de trfego areo. MANUTENO PREVENTIVA - conjunto de aes desenvolvidas em equipamento e sistema com programao antecipada e efetuada dentro de uma periodicidade atravs de inspees sistemticas, deteco e medidas necessrias para evitar falhas com o objetivo de mant-lo operando ou em condies de operar dentro das especificaes do fabricante. Manuteno efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critrios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradao do funcionamento de um item. (ABNT NBR 5462-1994). Dentre estas atividades incluem-se ensaios, ajustes e testes de rotina, limpeza geral, pintura, reconstituio de partes com caractersticas alteradas, substituio de peas ou componentes desgastados, reorganizao interna e externa de componentes e cablagem de equipamentos ou sistemas, adaptao de componentes, entre outras.

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MATERIAL TCNICO - o material (pea, componente ou subconjunto) utilizado em equipamento de qualquer sistema em razo dos servios de manuteno. PADRONIZAO - o conjunto de condies a serem satisfeitas com o objetivo de uniformizar formatos, dimenses, pesos, materiais e outras caractersticas dos equipamentos ou sistemas. PANE - estado de um item caracterizado pela incapacidade de desempenhar uma funo requerida, excluindo a incapacidade durante a manuteno preventiva ou outras aes planejadas, ou pela falta de recursos externos. (NBR 5462-1994). PEA - parte mais simples integrante de um componente. PLANEJAMENTO DA MANUTENO - todas as atividades desenvolvidas correspondentes s anlises e decises prvias s intervenes, tais como seqncias, mtodos de trabalho, materiais sobressalentes, dispositivos e ferramentas, mo de obra e tempo necessrio para a execuo das atividades de manuteno previstas no Plano de Manuteno. PLANO DE MANUTENO - documento que contm o conjunto de atividades necessrias para a manuteno de um item, pea, componente ou equipamento, conforme estabelecido pelo Planejamento da Manuteno. PLANO DE TRABALHO - documento que contm a descrio detalhada da metodologia que a licitante pretende adotar na execuo dos servios objeto deste termo de referncia. PRIORIDADE - expressa a agilidade com que a manuteno deve ser executada. Quanto maior a prioridade menor deve ser o intervalo de tempo que deve decorrer entre a constatao da necessidade de manuteno e o incio e o trmino dessa atividade. Ver nveis de prioridade e tempos de atendimento nas Instrues de Trabalho da Manuteno (documento da qualidade).

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PROGRAMAO DA MANUTENO - Documento que especifica quem executar, "quando" e "onde" sero realizadas as atividades contidas no Plano de Manuteno. REPARO - ao implementada sobre um produto no-conforme de modo que este passe a satisfazer os requisitos de uso previsto. (NBR ISO84021994). RESOLUO N 115 DA ANAC - Documento mandatrio que estabelece critrios regulatrios quanto a implantao, operao e manuteno do Servio de Preveno, Salvamento e Combate a Incndio em Aerdromos Civis (SESCINC). RESTABELECIMENTO - volta operao normal de um subsistema ou equipamento, eliminadas as causas que determinaram sua indisponibilidade ou suspenso. SERVIO PREVENTIVO - todo o servio que engloba as manutenes preventivas e preditivas. SISTEMA - um conjunto constitudo por um ou mais subsistemas. SCOM - Sistema Informatizado de Planejamento, Controle e histricos das atividades de Manuteno, incluindo procedimentos, recursos e outros fatores que impactam no desempenho da Gesto da Manuteno. SUBSISTEMA - conjunto de equipamentos, elementos ou materiais, ligados fisicamente ou no, os quais, atravs do desempenho de suas funes individuais, contribuem para uma mesma funo. SUPERESTRUTURA - todo complexo estrutural montado sobre o chassi, destinado ao salvamento e combate a incndio em aeronaves. TEMPO DE ATENDIMENTO - o tempo determinado para a mobilizao dos recursos necessrios, visando sanar o defeito ou falha.

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SIGLRIOABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABS - Antilock Brake System (Sistema de Freio Anti-travamento). AFFF - Concentrado de espuma para formao de filme aquoso ou o mesmo que LGE. ANAC - Agencia Nacional de Aviao Civil (Orgo regulador da Aviao Civil Brasileira). ARFF - Aircraft Rescue and Fire-Fighting Vehicles (Veculos de Resgate e Combate a Incndio em Aeronaves). ANSI - American National Standards Institute (Instituto Nacional Americano de Padronizao). CCI - Carro Contraincndio, compreendido por chassi, superestrutura e acessrios. LGE - Lquido Gerador de Espuma. BR - Normas Brasileiras NFPA - National Fire Protection Association. NFPA 414/2007 Norma aplicada aos ARFF, edio 2007. OTR - Off The Road, sigla do ingls para aplicaes fora de estrada. PQ - P Qumico. PTO - Power Takeoff (Ponto de Tomada de Fora). SESCINC - Servio de Preveno, Salvamento e Combate a Incndio. SCI - Seo Contraincndio.

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INTRODUOOs Carros Contra Incndio (CCI) so veculos/equipamentos

especialmente projetados para cumprir misses de preveno, salvamento e combate a incndio em emergncias aeronuticas e outras emergncias previstas e contempladas nos Planos Contra Incndio dos aerdromos ou aeroportos. Esses veculos so essenciais para garantir o nvel de proteo requerido para os aerdromos e na indisponibilidade de tais veculos, ficam comprometidas as operaes de pousos e decolagens nos aerdromos ou aeroportos. Assim, dada a destacada importncia desses equipamentos para a operacionalidade e segurana dos aerdromos/aeroportos, a necessidade de manter elevados os ndices de disponibilidade desses veculos, em atendimento ao planejamento estratgico da empresa, bem como a necessidade de capacitao dos empregados que atuam na manuteno dos Carros Contra Incndio, foi montado o Curso Bsico de Manuteno de Carros Contra Incndio (CCI), cujo pblico alvo so os Engenheiros, Tcnicos, e profissionais que atuam diretamente na manuteno ou fiscalizao de servios em Carros Contra Incndio. A carga horria do Curso Bsico de Manuteno de Carros Contra Incndio (CCI) de 40 (quarenta) horas aula, sendo 12 (doze) horas aula de treinamento prtico e 28 (vinte e oito) horas aula de treinamento terico. O objetivo do presente curso capacitar as equipes de manuteno a atender os objetivos estabelecidos pela rea de manuteno da Infraero, alinhados com o Planejamento Empresarial 2010-2014.

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1. LEGISLAO

Os profissionais que atuam na rea de Segurana, e especialmente na manuteno de Carros Contra Incndio, devem conhecer a legislao pertinente. O no atendimento dos requisitos tcnicos e operacionais estabelecidos pela legislao pode ocasionar notificaes e infraes dos rgos fiscalizadores competentes. Nesse sentido a ANAC publicou a resoluo N 58 de 24 de outubro de 2008, tratando especificamente da aplicao de multas, no caso de no atendimento de requisitos tcnicos e operacionais definidos, inclusive para SESCSINC (SCI e CCI). Seguem abaixo as duas principais legislaes pertinentes aos Carros Contra Incndio: a) NFPA 414/2007 National Fire Protection Association - Norma aplicada aos ARFF, edio 2007; b) RESOLUO N115/2009 DA ANAC - Implantao, operao e manuteno do Servio de Preveno, Salvamento e Combate a Incndio em Aerdromos Civis (SESCINC). Para um melhor detalhamento do assunto as duas legislaes supracitadas sero entreguem impressas para todos os participantes.

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2. CONCEITOS BSICOS DE MANUTENO DE SISTEMAS

MECNICOS2.1

MOTOR DIESEL

So mquinas trmicas alternativas, de combusto interna, destinadas ao suprimento de energia mecnica ou fora motriz de acionamento. O nome devido a Rudolf Diesel, engenheiro francs nascido em Paris, que desenvolveu o primeiro motor em Augsburg Alemanha, no perodo de 1893 a 1898. Oficialmente, o primeiro teste bem sucedido foi realizado no dia 17 de fevereiro de 1897, na Maschinenfabrik Augsburg. As diferenas bsicas entre os diversos tipos de motores Diesel residem, essencialmente, sobre os sistemas que os compem. Todos funcionam segundo s mesmas leis da termodinmica, porm as alteraes de projeto que se efetuam sobre os sistemas e seus componentes resultam em caractersticas de operao que os tornam adequados para aplicaes diferentes. O motor, propriamente dito, composto de um mecanismo capaz de transformar os movimentos alternativos dos pistes em movimento rotativo da rvore de manivelas, atravs da qual se transmite energia mecnica aos equipamentos acionados, como, por exemplo, um gerador de corrente alternada, que denominamos ALTERNADOR. Este mecanismo se subdivide nos seguintes componentes principais:

2.1.1 Bloco de cilindrosOnde se alojam os conjuntos de cilindros, compostos pelos pistes com anis de segmento, camisas, bielas, rvores de manivelas e de comando de vlvulas, com seus mancais e buchas. Na grande maioria dos motores, construdo em ferro fundido e usinado para receber a montagem dos componentes. Grandes motores navais tem bloco construdo em chapas de ao soldadas e alguns motores de pequeno porte tem bloco de liga de alumnio.

2.1.2 CabeotesFuncionam, essencialmente, como "tampes" para os cilindros e acomodam os mecanismos das vlvulas de admisso e escape, bicos injetores e canais de circulao do lquido de arrefecimento. Dependendo do tipo de construo do motor, os cabeotes podem ser individuais, quando existe um para cada cilindro, ou mltiplos, quando um mesmo cabeote cobre mais de um cilindro.

2.1.3 Crter o reservatrio do leo lubrificante utilizado pelo sistema de lubrificao. construdo em ferro fundido, liga de alumnio ou chapa de ao estampada. Em alguns motores o crter do tipo estrutural, formando com o bloco uma estrutura rgida que funciona como chassis da mquina, como se v em alguns tratores agrcolas.

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2.1.4 Seo dianteira a parte dianteira do bloco, onde se alojam as engrenagens de distribuio de movimentos para os acessrios externos, tais como bomba d'gua, ventilador, alternador de carga das baterias e para sincronismo da bomba de combustvel e da rvore de comando de vlvulas.

2.1.5 Seo traseira.Onde se encontra o volante e respectiva carcaa, para montagem do equipamento acionado. Todos os cuidados de manuteno preventiva se concentram sobre os sistemas do motor. O mecanismo principal s recebe manuteno direta por ocasio das revises gerais de recondicionamento ou reforma, quando totalmente desmontado, ou se, eventualmente, necessitar de interveno para manuteno corretiva, em decorrncia de defeito ou acidente. Os componentes internos esto sujeitos a desgastes inevitveis, porm sua durabilidade e performance dependem unicamente dos cuidados que forem dispensados aos sistemas.

Figura 1 Exemplo de Motor Diesel CUMMINS modelo 6CT8.3 visto em corte

2.1.6 princpios de funcionamentoOs motores de combusto interna, segundo o tipo de combustvel que utilizam, so classificados em motores do ciclo Otto e motores do ciclo Diesel, nomes devidos aos seus descobridores.

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Motores do ciclo Otto so aqueles que aspiram a mistura ar-combustvel preparada antes de ser comprimida no interior dos cilindros. A combusto da mistura provocada por centelha produzida numa vela de ignio. o caso de todos os motores a gasolina, lcool, gs, ou metanol, que so utilizados, em geral, nos automveis. Motores do ciclo Diesel so aqueles que aspiram ar, que aps ser comprimido no interior dos cilindros, recebe o combustvel sob presso superior quela em que o ar se encontra. A combusto ocorre por auto-ignio quando o combustvel entra em contato com o ar aquecido pela presso elevada. O combustvel que injetado ao final da compresso do ar, na maioria dos motores do ciclo Diesel o leo Diesel comercial, porm outros combustveis, tais como nafta, leos minerais mais pesados e leos vegetais podem ser utilizados em motores construdos especificamente para a utilizao destes combustveis. O processo Diesel no se limita a combustveis lquidos. Nos motores segundo o processo Diesel podem ser utilizados tambm carvo em p e produtos vegetais. Tambm possvel a utilizao de gs como combustvel no processo Diesel, nos motores conhecidos como de combustvel misto ou conversveis, que j so produzidos em escala considervel e vistos como os motores do futuro. Para os combustveis lquidos, as diferenas principais entre os motores do ciclo Otto e do Ciclo Diesel so:

Motores de Combusto Interna a PistoCaracterstica Ciclo Otto Ciclo Diesel Por centelha (Vela de Tipo de Ignio Auto-ignio ignio) Formao da mistura No carburador Injeo Relao de 6 at 8 : 1 16 at 20 : 1 Compresso (No motor Otto de injeo o combustvel injetado na vlvula de admisso, ou diretamente na tomada de ar do cilindro antes do trmino da compresso.) 2.2

MOTOR DE QUATRO TEMPOS

Um ciclo de trabalho estende-se por duas rotaes da rvore de manivelas, ou seja, quatro cursos do pisto. No primeiro tempo, com o pisto em movimento descendente, d-se a admisso, que se verifica, na maioria dos casos, por aspirao automtica da mistura ar-combustvel (nos motores Otto), ou apenas ar (motor Diesel). Na maioria dos motores Diesel modernos, uma ventoinha empurra a carga para o cilindro (turbocompresso). No segundo tempo, ocorre a compresso, com o pisto em movimento ascendente. Pouco antes do pisto completar o curso, ocorre a ignio por meio de dispositivo adequado (no motor Otto), ou a auto-ignio (no motor Diesel). No Terceiro tempo, com o pisto em movimento descendente, temos a ignio, com a expanso dos gases e transferncia de energia ao pisto (tempo motor).

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No quarto tempo, o pisto em movimento ascendente, empurra os gases de escape para a atmosfera. Durante os quatro tempos - ou duas rotaes - transmitiu-se trabalho ao pisto s uma vez. Para fazer com que as vlvulas de admisso e escapamento funcionem corretamente, abrindo e fechando as passagens nos momentos exatos, a rvore de comando de vlvulas (ou eixo de cames) gira a meia rotao do motor, completando uma volta a cada ciclo de quatro tempos.

1 Tempo Curso de Admisso

2 Tempo Curso de Compresso

3 Tempo Curso de PotnciaFigura 2 Ciclo Otto

4 Tempo Curso de Escapamento

Os 4 Tempos

2.3

MOTOR DE DOIS TEMPOS

O ciclo motor abrange apenas uma rotao da rvore de manivelas, ou seja, dois cursos do pisto. A exausto e a admisso no se verificam e so substitudas por: 1 - pela expanso dos gases residuais, atravs da abertura da vlvula de escape, ao fim do curso do pisto; 2 - Substituio da exausto pelo percurso com ar pouco comprimido. Os gases so expulsos pela ao da presso prpria.; 3 - Depois do fechamento da vlvula, o ar que ainda permanece no cilindro, servir combusto (a exausto tambm pode ser feita por vlvulas adicionais); 4 - O curso motor reduzido. O gs de exausto que permanece na cmara, introduzido no momento oportuno; nos motores de carburao (s usados em mquinas pequenas), o gs de exausto j apresenta a mistura em forma de neblina.

Figura 3 Ciclo do motor 2 tempos

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Vantagens: O motor de dois tempos, com o mesmo dimensionamento e rpm, d uma maior potncia que o motor de quatro tempos e o torque mais uniforme. Faltam os rgos de distribuio dos cilindros, substitudos pelos pistes, combinados com as fendas de escape e combusto, assim como as de carga. Desvantagens: Alm das bombas especiais de exausto e de carga, com menor poder calorfico e consumo de combustvel relativamente elevado; carga calorfica consideravelmente mais elevada que num motor de quatro tempos, de igual dimensionamento.

2.3.1 Efeito do turbocompressorNormalmente denominado por turbina, supercharger,turbocompressor, sobrealimentador, supercarregador, turboalimentador ou simplesmente turbo, o que mais importa so os seus efeitos sobre o desempenho do motor. No caso dos motores Diesel, tem a finalidade de elevar a presso do ar no coletor de admisso acima da presso atmosfrica, fazendo com que, no mesmo volume, seja possvel depositar mais massa de ar, e, conseqentemente,possibilitar que maior quantidade de combustvel seja injetada, resultando em mais potncia para o motor, alm de proporcionar maior presso de compresso no interior do cilindro, o que produz temperaturas de ignio mais altas e, por conseqncia, melhor aproveitamento do combustvel com reduo das emisses de poluentes. Para melhorar os efeitos do turbo-alimentador, adiciona-se ao sistema de admisso de ar, um processo de arrefecimento do ar admitido, normalmente denominado de aftercooler ou intercooler, dependendo da posio onde se encontra instalado, com a finalidade de reduzir a temperatura do ar, contribuindo para aumentar, ainda mais, a massa de ar no interior dos cilindros. A tendncia, para o futuro, que todos os motores Diesel sejam turbo-alimentados. Nos motores turbo-alimentados, o rendimento volumtrico, em geral, maior que1.

Figura 4 - Turbo-alimentador acionado por gs de escape para motor Diesel

Turbina de gs de escapamento com fluxo de fora para dentro.a= admisso do gs de escapamento;b= sada do gs de escapamento;c= admisso do ar;d=sada do ar;e= entrada do leo lubrificante;f= sada do leo lubrificante;g= roda motriz da turbina;h= rotor da turbina;i=rotor da ventoinha;k= bucha flutuante demancal.

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Figura 5 - Turbina

Constitudo por um conjunto de dois rotores montados nas extremidades do mesmo eixo, o turbocompressor acionado pela energia cintica dos gases de escape que impulsiona o rotor quente (ou turbina)fazendo com que o rotor frio (compressor radial) na outra extremidade impulsione o ar para os cilindros. O turbocompressor trabalha em rotaes elevadas (80.000 a 100.000 RPM), temperatura mxima do gs de escape at 790C,proporciona um ganho de potncia, nos motores Diesel, da ordem de 30 a 40% e reduo do consumo especfico de combustvel no entorno de 5%. Devido ao aumento da presso mxima de combusto, exige-se uma vedao slida e uma maior presso da injeo. O fluxo do leo para as guias das vlvulas deve ser garantido,devido a sobre presso do gs nos canais, e o primeiro anel de segmento do pisto motor deve ser instalado em canaleta reforada com suporte especial de ao ou ferro fundido. Os reparos no turbocompressor devem ser feitos, de preferncia, pelo fabricante. A maioria dos distribuidores autorizados disponibiliza para os usurios a opo de venda de remanufaturado a base de troca, que alm de ser rpida, tem a mesma garantia da pea nova. Em geral, as oficinas que se dizem especializadas, utilizam buchas de bronze (em substituio das buchas sinterizadas) e usinam as carcaas quando da realizao de recondicionamentos e, na maioria dos casos, no dispem do equipamento para balanceamento do conjunto rotativo, fazendo com que a durabilidade de um turbocompressor recondicionado nessas condies fique ainda mais reduzida. O defeito mais freqente o surgimento de vazamentos de leo lubrificante, que quando ocorre pelo lado do rotor frio(compressor), pode consumir o leo lubrificante do crter sem que seja percebido. Em geral, o mau funcionamento do turbocompressor percebido pela perda de potncia do motor sob plena carga e pela presena de leo lubrificante e fumaa preta na tubulao de escapamento. Em alguns casos, pode-se perceber rudo anormal. Filtro de ar obstrudo tambm uma causa freqente de defeito do turbocompressor. O efeito da suco do rotor do compressor no interior da carcaa puxa leo lubrificante atravs das vedaes do eixo, provocando deficincia de lubrificao e consumo excessivo de lubrificante.

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2.3.2 Combusto no motor dieselProcesso por injeo: O gs de combusto aspirado ou induzido sob presso to comprimido (temperatura entre 550 e 600 C), que se d a auto-ignio. Uma parte do combustvel, injetado em primeiro lugar, queima rapidamente e o que injetado em seguida, em maior quantidade, queima a presso aproximadamente constante. A combusto no ocorre inteiramente, caso no se sucedam no tempo certo o aquecimento do combustvel e a ignio. A injeo comea antes do pisto atingir o PMS, no tempo de compresso. S se consegue uma boa combusto, quando h a melhor mistura possvel entre as gotculas de combustvel e o ar necessrio combusto. Para tanto, faz-se necessrio, entre outras coisas, a adequao do jato de combustvel forma da cmara de combusto (com ou sem reparties). Outras possibilidades: um ou mais jatos; disposio dos jatos; comprimento dos jatos; sua fora; tamanho das gotculas, turbilhonamento mais intenso do ar de combusto. Forma do pisto; cmara de combusto repartida, com cmaras de ar, pr-cmaras, ou cmaras de turbilhonamento e tambm fluxo de ar tangencial. Ignio: Pode no se dar uma sensvel vaporizao do combustvel Diesel, de elevado ponto de ebulio, devido rapidez do processo. As gotculas de combustvel que so injetadas, inflamam-se aps terem sido levadas temperatura de auto-ignio, pelo ar pr-aquecido e comprimido, no cilindro. O intervalo de tempo entre a injeo e a ignio deve estar sincronizado com a calagem da rvore de manivelas, correspondente a elevao adequada de presso. O retardo da ignio deve ser o mnimo possvel; caso contrrio, chega cmara de combusto, uma quantidade excessiva de combustvel no queimado, que ir produzir aumento de presso no prximo tempo de compresso e reduzir a lubrificao entre as camisas dos cilindros e os anis de segmento, resultando, com a continuidade do processo, em desgaste, que num primeiro momento, conhecido como "espelhamento" das camisas dos cilindros. Combustveis Diesel com boa ignio, tem um pequeno retardo; proporcionam compresso uniforme para a combusto e operao suave do motor. O retardo da ignio, depende do tipo de combustvel, presso e temperatura na cmara de combusto. 2.3.3

Tipos de injeo

O ponto mais importante a formao da mistura mediante a injeo do combustvel diretamente antes e durante a auto-ignio e combusto na carga de ar fortemente comprimida. Durante seu desenvolvimento foram encontradas vrias solues que em parte coexistem ainda em nossos dias.

2.3.3.1 Injeo indireta:Uma pequena parte da cmara de combusto (antecmara) separada da parte principal mediante um estreitamento. O combustvel, que em sua totalidade injetado na antecmara mediante uma bomba dosificadora a mbolo com funcionamento de excntrico, com uma presso entre 80 e 120 at, dependendo do projeto do motor, inflama-se e queima parcialmente ali; a sobre-presso instantnea assim formada sopra a mistura inflamada com um

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efeito de pulverizao e turbulncia violentas atravs do "canal de disparo" at a cmara principal rica de ar. As paredes da antecmara, sobretudo o ponto de impacto do jato entrante, so mantidas com a temperatura mais elevada possvel, pois desta forma auxiliam na preparao e ignio do combustvel. Embora tenha a vantagem de produzir menos componentes de gs de escape prejudiciais sade, produz maiores perdas de calor, devido a multiplicao de superfcies de permutao, o que resulta em maior consumo especfico de combustvel e, atualmente, um processo pouco utilizado nos motores modernos.

Antecmara no cabeote de um motor Diesel de 4 tempos.

Antecmara tipo esfrica.

A cmara de turbulncia a contm quase A parte inferior da antecmara a quente, toda a carga de ar que, no percurso de compresso, penetra porque se encontra separada das paredes refrigeradas pelo tangencialmente pelo canal b comeando um movimento entreferro. Descontinuidade da presso na antecmara e circular; c = tubulao de combustvel. insuflao na parte principal da cmara de combusto mediante um canal injetor. b = tubulao de combustvel; c = ignio auxiliar para partidas a frio; d = passagem da gua de refrigerao para o cabeote.

2.3.3.2 Injeo direta:O combustvel injetado diretamente sobre a cabea do pisto mediante um bico injetor, com um ou vrios pequenos furos (dimetros de 0,1 a 0,3 mm) direcionados segundo um ngulo apropriado. Funciona com presses muito elevadas (at 400 at) para conseguir uma pulverizao muito fina e uma distribuio adequada do combustvel no ar de carburao. O jato nico forma uma neblina composta de gotas minsculas que costuma se inflamar em primeiro lugar na proximidade de entrada. A formao da mistura acelerada e melhorada quando o ar de carburao executa um movimento rpido em relao nvoa do combustvel. Com isto o movimento circular e turbulento do ar se produz de vrias formas j com o processo de suco ou com a compresso. A maioria dos motores modernos utilizam o processo de injeo direta de combustvel, em virtude do seu melhor rendimento trmico.

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Processos de injeo direta. a = injeo direta no ar parado (Cummins); b = jato sobre a cabea do pisto com cmara de mistura trmica (processo MAN-M).

Muitas pesquisas tm sido desenvolvidas sobre o processo da combusto em motores Diesel. Inicialmente, acreditava-se que ocorria uma exploso no interior do cilindro, razo pela qual, os motores de combusto interna eram tambm chamados de motor a exploso. Por meio de observaes, testes diversos, tentativas, erros e acertos, os componentes do sistema de injeo vm sendo aperfeioados nos seus desenhos, preservando, no entanto, o que de melhor se alcanou, em termos de resultados com o processo de injeo direta. Recentemente, descobriu-se mais detalhes do processo de combusto e isto, certamente, trar novos desenvolvimentos. Com o auxlio de um equipamento de raios-x de alta velocidade, foi possvel registrar os diversos instantes em que a combusto se processa. At ento, todas as observaes feitas eram por meio de iluminao estroboscpica, que permitia visualizar uma frao de cada tempo de combusto e, formando uma seqncia de imagens, tinha-se uma idia do processo.

2.3.3.3 COMPONENTES DO SISTEMA DE INJEO Bomba injetora A injeo do combustvel Diesel controlada por uma bomba de pistes responsvel pela presso e dosagem para cada cilindro, nos tempos corretos. Na maioria dos motores Diesel, utiliza-se uma bomba em linha dotada de um pisto para cada cilindro e acionada por uma rvore de cames que impulsiona o combustvel quando o mbolo motor (pisto) atinge o ponto de incio de injeo, no final do tempo de compresso. Alguns motores utilizam bombas individuais para cada cilindro e h outros que utilizam uma bomba de presso e vazo variveis, fazendo a injeo diretamente pelo bico injetor acionado pela rvore de comando de vlvulas. H ainda aqueles que utilizam bombas rotativas, que distribuem o combustvel para os cilindros num processo semelhante ao do distribuidor de corrente para as velas utilizado nos motores de automveis. As bombas injetoras, rotativas ou em linha, para que funcionem, so instaladas no motor sincronizadas com os movimentos da rvore de manivelas. Ao processo de instalao da bomba injetora no motor d-se o nome de calagem da bomba. Cada fabricante de motor adota, segundo o projeto de cada modelo que produz, um processo para a calagem da bomba injetora. Na maioria dos casos, a coincidncia de marcas existentes na engrenagem de acionamento da

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bomba com as marcas existentes na engrenagem acionadora suficiente para que a bomba funcione corretamente. Em qualquer caso, porm, absolutamente necessrio consultar a documentao tcnica fornecida pelo fabricante, sempre que se for instalar uma bomba injetora, pois os procedimentos so diferentes para cada caso.

Figura 6 - Bomba injetora Bosch

Bicos injetores: Normalmente instalados nos cabeotes, tem a finalidade de prover o suprimento de combustvel pulverizado em forma de nvoa. A agulha do injetor se levanta no comeo da injeo devido ao impacto da presso na linha de combustvel, suprida pela bomba injetora. Durante os intervalos de tempo entre as injees, se mantm fechado automaticamente pela ao de uma mola. Uma pequena quantidade de combustvel, utilizada para lubrificar e remover calor

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das partes mveis dos injetores retornada ao sistema de alimentao de combustvel. Os bicos injetores, assim como as bombas, so fabricados para aplicaes especficas e no so intercambiveis entre modelos diferentes de motores. Em muitos casos, um mesmo modelo de motor, em decorrncia de alguma evoluo introduzida na sua produo, utiliza um tipo de bico injetor at um determinado nmero de srie e outro a partir de ento, sem que sejam intercambiveis entre si. necessrio ter ateno especial quando for o caso de substituir bicos ou bombas injetoras, para que sejam utilizados os componentes corretos.

Porta-injetor e Bico injetor. A agulha do bico b que fecha com o auxlio de uma forte mola a, levantada pela elevada presso do combustvel bombeado em c. d = linha de presso; e = parafuso de ajuste para a regulao da presso de injeo; f = linha de retorno do combustvel utilizado para lubrificao e refrigerao do bico injetor.Figura 7 - Bico injetor

Injetor Common Rail BOSCH

2.3.3.4 Regulao da velocidadeA rotao de trabalho do motor Diesel depende da quantidade de combustvel injetada e da carga aplicada rvore de manivelas (potncia fornecida mquina acionada). Tambm necessrio limitar a rotao mxima de trabalho do motor, em funo da velocidade mdia do pisto (cm= s n / 30), que no deve induzir esforos que superem os limites de resistncia dos materiais, bem como da velocidade de abertura e fechamento das vlvulas de admisso e escapamento, que a partir de determinados valores de rotao do motor, comeam a produzir efeitos indesejveis. Nas altas velocidades, comea haver dificuldade no enchimento dos cilindros, devido ao aumento das perdas de carga e a inrcia da massa de ar, fazendo cair o rendimento volumtrico.

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Como a quantidade de combustvel injetada dosada pela bomba injetora, por meio da variao de dbito controlada pelo mecanismo de acelerao, limita-se a quantidade mxima de combustvel que pode ser injetada. Dependendo do tipo de motor, essa limitao feita por um batente do acelerador, que no permite acelerar o motor alm daquele ponto. O mecanismo de acelerao, por si s, no capaz de controlar a rotao do motor quando ela tende a cair com o aumento da carga ou a aumentar com a reduo da mesma carga. necessrio ento outro dispositivo que assegure controle da dosagem de combustvel em funo das solicitaes da carga. Na maioria dos motores, este dispositivo constitudo por um conjunto de contrapesos girantes, que por ao da fora centrfuga, atua no mecanismo de acelerao de modo a permitir o suprimento de combustvel sem variaes bruscas e respondendo de forma suave s solicitaes da carga. Conhecidos como reguladores ou governadores de rotaes, so utilizados em todos os motores Diesel e, dependendo da aplicao, como visto no incio deste trabalho, tem caractersticas distintas e bem definidas. No caso especfico dos motores para grupos Diesel-geradores, a regulao da velocidade um item particularmente crtico, uma vez que a freqncia da tenso gerada no alternador necessita ser mantida constante, ou seja, o motor Diesel deve operar em rotao constante, independente das solicitaes da carga. Isto significa que a cada aparelho eltrico que se liga ou desliga, o governador deve corrigir a quantidade de combustvel injetada, sem permitir variaes da RPM, o que quase impossvel, dado o tempo necessrio para que as correes se efetivem. Para solucionar o problema, existem trs tipos bsicos de governadores iscronos, que so:

Figura 8 - Governador Bosch

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2.3.4 Lubrificao do motor dieselO sistema de lubrificao do motor Diesel dimensionado para operar com um volume de leo lubrificante de 2 a 3 litros por litro de cilindrada do motor e vazo entre 10 e 40 litros por Cavalo-hora, conforme o projeto do fabricante. Os componentes bsicos do sistema de lubrificao, encontrados em todos os motores Diesel, so: - Crter de leo, montado sob o bloco, dotado de capacidade adequada potncia do motor; - Bomba de circulao forada, geralmente do tipo de engrenagem, acionada pela rvore de manivelas do motor; - Regulador de presso (geralmente uma vlvula na prpria bomba); - Trocador de calor do leo lubrificante; - Filtro(s) de fluxo integral e de desvio e - Acessrios, tais como sensores de presso, pressostatos e manmetro.

2.3.5 FiltrosOs filtros, na maioria dos casos, so do tipo cartucho de papel descartvel e devem ser substitudos a cada troca do leo lubrificante, nos perodos recomendados pelo fabricante do motor. Atualmente, o tipo mais utilizado o "spin-on", atarrachante. O filtro de fluxo integral dotado de uma vlvula acionada por presso diferencial que, em caso de entupimento do elemento, abre-se, deixando circular o leo sem filtrar, no permitindo que o motor trabalhe sem circulao de lubrificante. Nem sempre vantajoso utilizar o elemento de filtro mais barato. Aparentemente, todos os elementos de filtro disponveis no mercado (e so muitos) so iguais. Entretanto, h diferenas imperceptveis que devem ser consideradas. Como no possvel, para o consumidor fazer testes de qualidade dos filtros aplicados nos motores que utiliza, recomendvel que se adquiram somente elementos de filtro que sejam homologados pelos fabricantes de motores, os quais j efetuarem os testes de qualidade apropriados. So conhecidos como marcas de primeira linha e, em geral, equipam motores que saem da linha de montagem.

2.3.6 TROCADOR DE CALORO trocador de calor (ou radiador de leo) tem a finalidade de transferir calor do leo lubrificante, cuja temperatura no pode ser superior a 130C, para o meio refrigerante utilizado no motor. Nos motores refrigerados a ar o trocador de calor instalado na corrente de ar. A transferncia de calor para o refrigerante de aproximadamente 50 Kcal / CVh para os motores refrigerados a gua e de 100 Kcal / CVh nos motores com refrigerao a ar.

2.3.7 leo lubrificanteO leo lubrificante est para o motor assim como o sangue est para o homem. Graas ao desenvolvimento da tecnologia de produo de lubrificantes, possvel, atualmente, triplicar a vida til dos motores pela simples utilizao do lubrificante adequado para o tipo de servio. Os leos lubrificantes disponveis no mercado so classificados primeiro, pela classe de viscosidade SAE (Society Of Automotive Engineers) e a seguir, pela classe de potncia API (American Petroleum Institute).

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A caracterstica mais importante do leo lubrificante a sua viscosidade, que a resistncia interna oferecida pelas molculas de uma camada, quando esta deslocada em relao a outra; o resultado de um atrito interno do prprio lubrificante. Existem vrios aparelhos para medir a viscosidade. Para os leos lubrificantes utilizados em motores, adotado o Viscosmetro Saybolt Universal. O sistema Saybolt Universal consiste em medir o tempo, em segundos, do escoamento de 60 ml de leo, determinada temperatura. A indicao da viscosidade em SSU (Segundos Saybolt Universal). As temperaturas padronizadas para o teste so 70, 100, 130 ou 210F, que correspondem, respectivamente, a 21,1C, 37,8C, 54,4C e 89,9C. Em essncia, consiste de um tubo de 12,25 mm de comprimento e dimetro de 1,77 mm, por onde deve escoar os 60 ml de leo. 2.4

REFRIGERAO (OU ARREFECIMENTO)

O meio refrigerante na maioria dos casos gua com aditivos para rebaixar o ponto de congelamento (por exemplo: etileno-glicol, recomendado para utilizao em regies mais frias) e para proteger contra a corroso (leos emulsionveis ou compostos que, em contato com a gua, tendem a formar pelculas plsticas). A quantidade do meio refrigerante pequena (de 3 a 6 litros), para poder chegar rapidamente temperatura de servio; eventual reserva feita no radiador e tanque de expanso. O rebaixamento da temperatura da gua no radiador da ordem de 5C. As bolhas de vapor que se formam nos pontos de presso mais baixa (antes da bomba) devem ser eliminadas atravs da linha "i" e, chegando ao tanque de expanso "a",se condensam. A capacidade de presso da bomba centrfuga de 10 a 20 m de elevao e a quantidade de gua em circulao proporcional velocidade. O fluxo do meio de refrigerao controlado por vlvula(s) termosttica(s).

Figura 9 - Exemplo de bomba dgua

falsa a idia de que a eliminao da vlvula termosttica melhora as condies de refrigerao do motor. Muitos mecnicos, ao se verem diante de problemas de superaquecimento do motor, eliminam a vlvula termosttica, permitindo que o motor trabalhe abaixo das temperaturas ideais em condies de poucas solicitaes e, quando sob regime de maior rotao e carga, no disponha da quantidade suficiente de gua para troca de calor. A presso interna do sistema controlada pela vlvula existente na tampa do radiador (ou do tanque de expanso)

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que, em geral, menor que 1,0 at. Presses entre 0,5 e 1,0 at, permitem o dimensionamento do radiador com menor capacidade, entretanto, com presses nesta faixa, as juntas e vedaes ficam submetidas a solicitaes mais elevadas. necessrio manter a pressurizao adequada do sistema de refrigerao, de acordo com as recomendaes do fabricante do motor, pois baixas presses proporcionam a formao de bolhas e cavitao nas camisas dos cilindros. Os cabeotes devem receber um volume adequado de gua, mesmo com temperaturas baixas, para no comprometer o funcionamento das vlvulas de admisso e escapamento. Normalmente, a presso de trabalho do sistema de arrefecimento encontra-se estampada na tampa do radiador. Ao substituir a tampa, necessrio utilizar outra de mesma presso.

VLVULA TERMOSTTICA PARA REGULAO DO FLUXO DE GUA DE REFRIGERAO. a = afluxo; b = sada fria; c = sada quente; d = prato da vlvula do lado quente com frestas de vedao para deixar escapar o ar durante o abastecimento; e = prato da vlvula lado frio; f = enchimento de cera; g = vedao de borracha; o curso da vlvula depende da variao de volume do material elstico (cera) durante a fuso ou solidificao.

Figura 10 Vlvula termosttica

TAMPA DO RADIADOR COM VLVULAS DE SOBRE-PRESSO E DE DEPRESSO. a = vlvula de sobre-presso; b = molas de a; c = tubo de descarga; d = vlvula de depresso; e = tampa.Figura 11 Tampa do radiador

2.4.1 Sistema de partidaOs dispositivos de partida do motor Diesel podem ser eltricos, pneumticos ou a mola. A partida eltrica empregada na maioria dos casos. Utiliza-se se a partida pneumtica ou a mola, onde, por qualquer motivo, no seja vivel a utilizao de partida eltrica, que o meio de menor custo. A partida a mola s aplicvel em motores Diesel de menor porte, abaixo de 100 CV. Para motores Diesel de grande cilindrada, a partida a ar comprimido feita por meio da descarga de certa quantidade de ar sob alta presso em um cilindro predefinido, cujo mbolo posicionado prximo ao PMS para receber o primeiro impulso. Ao deslocar-se rapidamente em sentido descendente, faz com que em outros cilindros os mbolos atinjam o PMS do tempo de compresso e recebam injeo de combustvel, iniciando o funcionamento. Nos motores de menor porte, pode-se instalar um motor de partida a ar comprimido, que funciona de modo

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similar ao motor eltrico. Geralmente esta soluo adotada em ambientes onde, por motivo de segurana, no se permitam o uso de componentes eltricos que possam produzir fascas. A potncia do motor de partida para os motores Diesel varia de 0,6 a 1,2 CV por litro de cilindrada do motor Diesel. (Valores mais baixos para motores de maior cilindrada e viceversa). Devido ao consumo de energia durante as partidas, os motores Diesel, atualmente, at cerca de 200 CV, utilizam sistema eltrico de 12 Volts. Para os motores maiores, utiliza-se sistemas de 24 Volts. O motor de partida dotado de um pinho na extremidade do eixo (geralmente com 9, 10 ou 11 dentes), montado sobre ranhuras helicoidais que permitem o seu movimento no sentido axial. Este mecanismo normalmente denominado "Bendix". Quando o motor de partida acionado, o pinho avana sobre as ranhuras helicoidais e acopla-se uma engrenagem instalada na periferia do volante, conhecida como cremalheira do volante, que, na maioria dos motores, tem 132 dentes. (Existem motores com relao cremalheira / pinho de at 20 : 1). O movimento do pinho arrasta o volante fazendo com que a rvore de manivelas do motor comece a girar. Nos motores Diesel em boas condies, entre 80 e 120 rpm j h presso de compresso suficiente para a auto-ignio e o incio de funcionamento, embora existam motores que necessitam de at 350 rpm para partir. Ao iniciar o funcionamento, o motor aumenta a rotao por seus prprios meios e tende a arrastar o motor de partida, porm, como o pinho est encaixado nas ranhuras helicoidais, ele forado a recuar, desacoplando-se da cremalheira do volante e, at que o operador libere a chave de partida, o motor de partida ir girar em vazio.

Figura 12 - Modelo de motor de partida

2.4.2 BateriasA potncia e a capacidade dependem do motor de partida, da durao e freqncia das partidas e dos dispositivos auxiliares que permanecem ligados, tais como lmpadas de sinalizao, aparelhos de rdio, calefao, etc.. A capacidade das baterias para motores Diesel varia de 84 a 270 Ah com 12 V (1.000 a 3.000 Wh) referidos a um perodo de 20 horas com 27C. As baterias de chumbo tem um contedo de energia de 35 Wh/kg (30 kcal/kg ou 104 kpm/kg). A capacidade e a tenso de descarga diminuem rapidamente com a temperatura em declnio. A descarga espontnea de 0,5 at 1,0% da capacidade nominal por dia.

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A temperatura da bateria no deve ultrapassar a 60C. A bateria deve ser colocada o mais prximo possvel do motor de partida (os cabos custam caro); deve haver possibilidade de eliminao dos vapores cidos. A densidade do cido sulfrico diludo de 1,28 kg/dm3. As baterias de ao (alcalinas) so mecnica e eletricamente menos sensveis. Sua descarga espontnea menor. Tem a desvantagem de uma tenso de descarga inferior a 1,25 V (comparada a 2,0 V); sua tenso de carga de 1,7 at 1,75 V. Seu preo mais elevado. necessrio verificar periodicamente o nvel do eletrlito das baterias e, quando necessrio, completar com gua destilada. Em nenhuma hiptese adicionar gua comum ou cido para corrigir a densidade. Quando a bateria trabalha com nvel baixo de eletrlito ocorre o empenamento de uma ou mais placas, com perda total da mesma. Os terminais das baterias devem ser mantidos limpos e untados com vaselina neutra, para impedir a formao de crostas de xidos. Quando necessrio, limpar os terminais com uma soluo de bicarbonato de sdio para remover os depsitos de xidos. O controle da densidade do eletrlito, por meio de um densmetro, fornece indicaes quanto ao estado de carga das baterias. Quando um dos elementos apresentar densidade mais baixa que os outros, provavelmente este elemento est com uma placa empenada e a bateria trona-se incapaz de se manter carregada, devendo ser substituda.

2.4.3 Componentes eltricosAlguns motores Diesel, especialmente os aplicados em grupos Diesel-geradores, so dotados de um dispositivo de parada eltrico, em geral, uma solenide, que dependendo do fabricante e tipo do motor, trabalham com alimentao constante ou, em alguns casos, so alimentadas somente no momento de parar o motor Diesel. Este dispositivo, na maioria dos grupos geradores, est interligado a outros componentes de proteo, que sero vistos adiante. H tambm motores equipados com ventilador acionado por embreagem eletromagntica, que, controlada por um termostato, ligam quando a temperatura da gua aumenta. O alternador um gerador de corrente alternada trifsica dotado de uma ponte retificadora. O campo de excitao regulado pelo nvel de carga das baterias, devendo-se evitar sobrecarga do alternador ao recarregar baterias completamente descarregadas. A regulao de tenso feita por um regulador automtico transistorizado. A potncia do alternador determinada pelos receptores (iluminao, ventilador, parada, etc.) e tambm pelo tamanho da bateria, a freqncia de faixas desvantajosas de velocidades no programa de marcha do motor (no trnsito urbano mais que 50% do tempo pode ser em marcha em vazio) e ainda a freqncia de partidas. Nos motores de mdio porte, a potncia da alternador situa-se entre 800 e 1.300 W (35 e 55 A). Deve-se evitar o funcionamento do alternador em vazio, desconectado dos terminais das baterias, pois nessas situaes o regulador automtico de tenso no atua e o alternador poder gerar picos de tenso capazes de danificar os retificadores. Em alguns motores, o alternador funciona como esticador da correia que aciona tambm a bomba d'gua. Em outros casos o alternador acionado por uma correia independente. Em todos os casos, a tenso da correia deve ser verificada periodicamente e ajustada sempre que necessrio. Sua potncia mxima est diretamente relacionada com a temperatura das bobinas do estator, que no deve ser superior a 90C. A lmpada piloto indicadora de carga da(s) bateria(s) existente no painel de instrumentos, com o motor parado e a chave ligada, permanece acesa. Quando o alternador comea a gerar corrente, ela se apaga. Durante o perodo em que se encontra acesa, a pouca corrente eltrica que

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flui atravs do filamento alimenta o campo do alternador, para que seja possvel iniciar o processo de gerao de tenso, uma vez que o magnetismo remanente do alternador muito baixo. Portanto, com a lmpada queimada, o alternador no ter a fonte externa de excitao inicial e poder no funcionar. A seguir, esquemas do alternador Bosch tipo K1.

Figura 13 - Componentes do alternador

2.5

ELEMENTOS PARA ANLISE DE DESEMPENHO COMPARAO DE MOTORES

Para se comparar os desempenhos dos motores, os seguintes elementos so geralmente considerados: 1 - Consumo especfico de combustvel (lb./HP.h ou g/CV.h) 2 - Presso mdia efetiva (lb./in ou Kg/cm) 3 - Relao peso/potncia (peso do motor/BHP) 4 - Potncia por unidade de cilindrada (BHP/in ou BHP/cm) A comparao depende do fim a que se destina o motor. Para motores de aviao, por exemplo, os elementos 1 e 3 podem ser os mais significativos enquanto para um motor estacionrio, o consumo especfico de combustvel de importncia fundamental.

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3. VISO GERAL DOS CCI

Seguem no abaixo quadro contendo os carros contra incndio e de resgate e salvamento existentes nos aeroportos:VECULO AGENTE EXTINTOR GUA: 11.355L LGE: 1.514gk PQS: 227kg Titan 6x6 AP-4 MODELO CLASSE ANO / QUANT.

Carro Contra incndio Emergency One Titan 6x6

1994 25 unidades

Carro Contra Incndio Iveco Magirus Eurofire Impact FLF 60/57-8-250

GUA: 5.677L LGE: 750kg PQS: 250kg

Eurofire Impact FLF 60/57-8250

AP-2

1999, 2000, 2001 e 2002 123 unidades

Carro Contra Incndio AP-2 Cimasa Mitren-Cimasa

GUA: 6.000L LGE: 800kg PQS: 250kg CACI AP-2

2000, 2001 e 2002 31 unidades

Carro de Resgate e Salvamento CRS MitrenCimasa

2000, 2001 e 2002 CRS CRS 30 unidades

Carro Contra Incndio AC-4 TH Brasil

GUA: 2.000L LGE: 270kg PQS: 204kg AC-4 AC-4

1998 20 unidades

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VECULO

AGENTE EXTINTOR GUA: 1.200L LGE: 150kg PQS: 100kg

MODELO

CLASSE

ANO / QUANT.

Carro Contra Incndio AC-3 Mitren-Cimasa

Diversos AC-3 AC-3 50 unidades

4. TCNICAS DE MANUTENO PREDITIVA E

GERENCIAMENTO DE PNEUS4.1

CONTROLE E GERENCIAMENTO DE PNEUS

Alguns veculos especiais dos aeroportos administrados pela Infraero utilizam pneus do tipo fora de estrada (OTR), cujo regime de trabalho desenvolvido, bem como a sistemtica de manuteno empregada (inspees peridicas dos pneus, rotinas de calibrao, etc.). 4.1.1 Partes do pneu (1) Banda de rodagem: Parte do pneu que entra em contato com o solo. (2) Ombros: Partes do pneu entre a banda de rodagem e os flancos. (3) Escultura ou sulcos: Cavidades que recortam a superfcie da banda de rodagem longitudinal e/ou transversalmente, definindo o seu desenho. (4) Lona(s) ou cinta(s) de proteo: Parte exterior da estrutura resistente do pneu, que tem a finalidade de proteger as lonas/cintas de trabalho, que tem a finalidade de estabilizar o pneu. (5) Lonas ou cintas de trabalho: Parte exterior da estrutura resistente do pneu radial. (6) Revestimento interno: Toda a superfcie interna do pneu, constituda de componentes de borracha que tem a funo de proteo. (7) Lona carcaa: Parte interior da estrutura resistente do pneu cujos cordonis estendem-se de um talo ao outro.

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(8) Flancos ou costados: Partes do pneu compreendidas entre os limites da banda de rodagem e os tales. (9) cordo ou filete de centragem: Linha em relevo prxima da rea dos tales que tem a finalidade de indicar visualmente a correta centralizao do pneu no aro. (10) Tales: Partes do pneu que entram em contato com o aro, garantindo a sua fixao ao mesmo. (11) Aro do talo: Elemento metlico interno do talo.

Figura 14 - Corte esquemtico de um pneu do tipo XZL

4.1.2 Abreviaturas a) OTR Do ingls Off The Road ou pneus fora de estrada. b) TWI Do ingls Tread Wear Indicator ou indicador de desgaste da banda de rodagem do pneu. uma salincia disposta no fundo das cavidades da banda de rodagem, que permite, em exame visual, avaliar se o pneu atingiu limite de desgaste previsto por lei. c) DOT - Do ingls Departament Of Transportation um cdigo que traz, dentre outras informaes, a semana e o ano de fabricao, que so os dados necessrios a este trabalho. Exemplo 1: DOT: HE 2W BML 4101 HE: fabricante e n de cdigo da planta; 2W: n cdigo da dimenso;

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BML: simbolo de identificao opcional 4101: data de fabricao, 41 Semana do ano de 2001.

Exemplo 1: DOT: HE 2W BML 419 HE: fabricante e n de cdigo da planta; 2W: n cdigo da dimenso; BML: simbolo de identificao opcional 419: data de fabricao, 41 Semana do ano de 1999.

4.2

ESPECIFICAES TCNICAS DOS PNEUS ESPECIFICAES TCNICASa) Pneu radial sem cmara (tubeless), com desenho da banda de rodagem do pneu para trao e uso em qualquer terreno (classificao: OFFROAD) e ndice de carga, velocidade e presso: 176G AT 85 PSI; b) Resulcvel (REGROOVABLE); c) Carga mxima (MAX. LOAD SINGLE): 15700 LBS AT 85 PSI COLD; d) Velocidade mxima: 55 MPH; e) Banda de rodagem com 04 malhas de ao; f) Flanco do pneu com 01 malha de ao; g) Profundidade dos sulcos da banda de rodagem: 25 1 mm; h) Deve possuir indicador de desgaste da banda de rodagem no flanco do pneu (TWI); i) Distncia mdia dos sulcos da banda de rodagem no sentido de deslocamento do pneu: 14 mm; j) Distncia mdia dos sulcos no sentido lateral da banda de rodagem do pneu: 23 mm; k) Deve possuir