Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    1/109

    OMISSO TRIP RTITE PERM NENTE DE NEGO I O DO SETOR ELTRI O NO EST DO DE SPCOMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELTRICO NO ESTADO DE SP

    Norma regulamentadora N 10

    Segurana em instalaes e

    servios em eletricidade

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    2/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    3/109

    Curso bsico deSEGURANA EM INSTALAES E

    SERVIOS EM ELETRICIDADEManual de treinamento - CPNSP

    Fundao Comit de Gesto Empresarial Fundao COGE

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    4/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DENEGOCIAO DO SETOR ELTRICO NO ESTADO DE SOPAULO - CPN

    Manual de treinamentocurso bsico segurana em instalaes e servios com eletricidade - NR 10

    COORDENAO CPN - GESTO 2004/ 2005 - Luiz Carlos de Miranda Junior CPFL Energia

    COORDENAO DO PROJETO - Dhbora de Abreu Alves Poloto AES Eletropaulo

    ELABORAO E REVISO TCNICA/ PEDAGGICA

    Cludio Sergio Denipotti ELEKTRO Eletricidade e Servios S.A.

    Daniel Calesco AES Tiet

    Dhbora de Abreu Alves Poloto AES Eletropaulo

    Edson Muniz de Carvalho AES Eletropaulo

    Fabio Lellis Polezzi CTEEP Companhia de Transmisso Energia Eltrica Paulista

    Frederico Prestupa Neto CPFL Energia

    Jorge Santos Reis - Fundacentro

    Luiz Roberto Xisto Bandeirante Energia

    Maria Cndida de Sousa CTEEP Companhia de Transmisso Energia Eltrica Paulista

    COLABORAO

    Carlos Alberto Ruzzon AES TietHelenice Ticianelli AES Tiet

    Ivan Gomes Cortez AES Eletropaulo

    Jos Carlos Porto Zitto CPFL Energia

    Marcelo Serra Lacerda da Silva - SABESP

    Nicola Francelli CPFL Energia

    Paulo Roberto Coelho - SABESP

    Robert Werner Dallmann - SABESP

    Valdir Lopes da Silva AES Eletropaulo

    Comit de segurana e sade do trabalho Fundao COGE

    CRIAO GRFICA E DIAGRAMAO

    Michel Lucas de Oliveira AES Eletropaulo

    Rodolfo Dala Justino AES Eletropaulo

    Daniel Di Prinzio AES Eletropaulo

    ISBN 85-9960-01-2

    Editora FundaoCOGE

    Av. Marechal Floriano, 19 sala 1102 - Centro

    CEP 20080-003 Rio de Janeiro RJ

    Tel.: (21) 2283-1884 Fax.: (21) 2516-1476

    e-mail: [email protected]/ home page: www.funcoge.org.br

    mailto:[email protected]:[email protected]
  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    5/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP -3

    APRESENTAO

    A constante atualizao da legislao brasileira referente preveno de aci-

    dentes do trabalho uma das principais ferramentas disposio de trabalha-dores e empregadores para garantir ambientes de trabalho seguros e saudveis.

    A Conveno Coletiva de Segurana e Sade no Trabalho do Setor Eltrico doEstado de So Paulo, aprovada aps amplo debate e negociao entre repre-sentantes do Governo, Empresas e Trabalhadores, estabeleceu diretrizes paramelhoria e modernizao das atividades de gerao, transmisso e distribuiode energia eltrica, visando prioritariamente valorizar a proteo do trabalhadordiretamente em contato com instalaes e servios eltricos.

    O novo texto da Norma Regulamentadora N 10, instituda originalmente pelaPortaria 3214/1978 do Ministrio do Trabalho, atual Ministrio do Trabalho e

    Emprego, em vigor desde dezembro de 2004, reflete em grande parte as pro-postas emanadas do Grupo responsvel pela implantao da citada Conveno.

    A principal novidade estabelecida na Conveno Coletiva foi a criao de trei-namento especfico em aspectos de Engenharia de Segurana e Sade no Tra-balho, definindo tpicos e durao mnima, cujo teor foi reforado no texto daNR 10.

    Para dar seqncia aos trabalhos previstos na Conveno, um grupo de profis-sionais das entidades partcipes desenvolveu o presente material didtico deapoio para atender demanda da populao eletricitria, que dever ser atuali-zado e ampliado permanentemente.

    A equipe responsvel pelo trabalho efetuou um acurado levantamento de do-cumentao tcnica existente nas empresas, em entidades de pesquisa e aindaem livros e publicaes editados e disponibilizados sociedade, consolidandotextos para atender aos objetivos especficos da legislao, elaborando outrospara preencher as lacunas existentes, sempre preservando as fontes de consultana Bibliografia.

    A equipe, ainda, recomenda enfaticamente que antes da utilizao do presentemanual para o treinamento bsico da NR-10, as empresas o adaptem s suasparticularidades no descritas ou previstas neste documento.

    Que o presente trabalho possa auxiliar os esforos de trabalhadores, emprega-dores e governo na melhoria das condies de trabalho e na preservao da vi-

    da humana o desejo do Grupo Tripartite de profissionais que o elaborou.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    6/109

    4- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    INTRODUO

    A eletricidade a forma de energia mais utilizada na sociedade atual; a facili-

    dade em ser transportada dos locais de gerao para os pontos de consumo esua transformao normalmente simples em outros tipos de energia, como me-cnica, luminosa, trmica, muito contribui para o desenvolvimento industrial.

    Com caractersticas adequadas moderna economia, facilmente disponibilizadaaos consumidores, a eletricidade sob certas circunstncias, pode comprometera segurana e a sade das pessoas.

    A eletricidade no vista, um fenmeno que escapa aos nossos sentidos, sse percebem suas manifestaes exteriores, como a iluminao, sistemas decalefao, entre outros.

    Em conseqncia dessa invisibilidade, a pessoa , muitas vezes, exposta a si-

    tuaes de risco ignoradas ou mesmo subestimadas.

    No se trata simplesmente de atividades de treinamento, mas desenvolvimentode capacidades especiais que o habilitem a analisar o contexto da funo e a-plicar a melhor tcnica de execuo em funo das caractersticas de local, deambiente e do prprio processo de trabalho.

    O objetivo bsico deste material permitir ao treinando o conhecimento bsicodos riscos a que se expe uma pessoa que trabalha com instalaes ou equi-pamentos eltricos, incentivar o desenvolvimento de um esprito crtico que lhepermita valorar tais riscos e apresentar de forma abrangente sistemas de prote-o coletiva e individual que devero ser utilizados na execuo de suas ativi-

    dades.Desta forma, portanto, o treinamento dirigido preveno de acidentes em ne-nhuma hiptese vai substituir treinamentos voltados execuo de tarefas es-pecficas dos eletricistas, permitindo, isto sim, ampliar a viso do trabalhadorpara garantir sua segurana e sade.

    Neste material sero apresentados de forma sucinta, entre outros, os conceitosbsicos da eletricidade, o comportamento do corpo humano quando exposto auma corrente eltrica, as diversas formas de interao e possveis leses nospontos de contato e no interior do organismo, bem como informaes sobreprimeiros socorros e atendimento em emergncias.

    A passagem de corrente eltrica, em funo do efeito Joule, fonte de calorque, nas proximidades de material combustvel na presena do ar, pode gerarum princpio de incndio, e informaes gerais sobre o assunto devem ser a-bordadas, sempre visando melhor preparar o trabalhador para analisar os pos-sveis riscos da sua atividade.

    Os trabalhos nas reas de gerao, transmisso e distribuio de energia eltri-ca apresentam riscos diferenciados em relao ao consumidor final, e um co-nhecimento geral das diversas metodologias de anlise de riscos fundamentalpara permitir a esperada avaliao crtica das condies de trabalho, sem aqual praticamente impossvel garantir a aplicao dos meios de controle colo-cados disposio dos trabalhadores.

    Pode-se afirmar que a evoluo das tecnologias colocadas disposio da soci-edade no garante de imediato a aplicaes de sistemas de controle dos riscosa que podero estar sujeitos os trabalhadores que iro interagir com esses no-

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    7/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP -5

    vos equipamentos e processos, cabendo a cada pessoa que atua no Setor ob-servar os procedimentos relativos preveno de acidentes, pois, como se diznormalmente no ambiente laboral, A Segurana DEVER de Todos.

    Destaca-se que o ferramental, EPIs, EPCs, componentes para sinalizao e ou-tros citados neste trabalho so apenas alguns dos necessrios para a execuodas atividades, bem como, os exemplos de passo a passo ou procedimentos detrabalho, anlise preliminar de risco e seus controles exemplificados so orien-tativos e no representam a nica forma para a realizao das atividades comeletricidade, devendo cada empresa ou entidade educacional valid-los e adap-t-los de acordo com suas particularidades.

    ot : Enfatizamos que as informaes contidas neste manual tm carter orientativo eno de sobreposio a acordos firmados e validados externamente nas empresas ouainda legislao vigente.

    Enfatizamos ainda que as figuras apresentadas so de carter ilustrativo.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    8/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    9/109

    Seguranacom eletricidade

    1

    2 34

    5

    6

    INTRODUO SEGURANA COM ELETRICIDADE

    RISCOS EM INSTALAES E SERVIOS COM ELETRICIDADE

    MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELTRICO

    NORMAS TCNICAS BRASILEIRAS NBR DA ABNT

    ROTINAS DE TRABALHO PROCEDIMENTOS

    DOCUMENTAO DE INSTALAES ELTRICAS

    p.09

    p.17

    p.25

    p.45

    p.51

    p.67

    Segurana com eletricidade1

    2 Segurana no trabalho

    3 Primeiros socorros

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    10/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    11/109

    1Segurana com eletricidade

    INTRODUO SEGURANA COM ELETRICIDADE

    ENERGIA ELTRICA: GERAO, TRANSMISSO E DISTRIBUIO p.11

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    12/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    13/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 11

    ENERGIA ELTRICA:GERAO, TRANSMISSO E DISTRIBUIO.

    IntroduoA energia eltrica que alimenta as inds-trias, comrcio e nossos lares geradaprincipalmente em usinas hidreltricas,onde a passagem da gua por turbinasgeradoras transformam a energia mec-nica, originada pela queda dagua, emenergia eltrica.

    No Brasil a GERAO de energia eltrica 80% produzida a partir de hidreltri-

    cas, 11% por termoeltricas e o restantepor outros processos. A partir da usina a energia transformada, em subesta-es eltricas, e elevada a nveis de tenso (69/88/138/240/440 kV) e trans-portada em corrente alternada (60 Hertz) atravs de cabos eltricos, at assubestaes rebaixadoras, delimitando a fase de Transmisso.

    J na fase de Distribuio (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades dos centrosde consumo, a energia eltrica tratada nas subestaes, com seu nvel detenso rebaixado e sua qualidade controlada, sendo transportada por redes el-tricas areas ou subterrneas, constitudas por estruturas (postes, torres, dutos

    subterrneos e seus acessrios), cabos eltricos e transformadores para novosrebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente entregue aos clientesindustriais, comerciais, de servios e residenciais em nveis de tenso variveis,de acordo com a capacidade de consumo instalada de cada cliente.

    Quando falamos em setor eltrico, referimo-nos normalmente ao Sistema Eltri-co de Potncia (SEP), definido como o conjunto de todas as instalaes e equi-pamentos destinados gerao, transmisso e distribuio de energia eltricaat a medio inclusive.

    Com o objetivo de uniformizar o entendimento importante informar que o SEPtrabalha com vrios nveis de tenso, classificadas em alta e baixa tenso enormalmente com corrente eltrica alternada (60 Hz).

    Conforme definio dada pela ABNT atravs das NBR (Normas Brasileiras Re-gulamentadoras), considera-se baixa tenso, a tenso superior a 50 volts emcorrente alternada ou 120 volts em corrente contnua e igual ou inferior a 1000volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contnua, entre fases ouentre fase e terra. Da mesma forma considera-se alta tenso, a tenso superi-or a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente contnua, en-tre fases ou entre fase e terra.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    14/109

    12- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Gerao de Energia Eltrica

    anuteno

    So atividades de interveno realizadas nas unidades geradoras, para restabe-lecer ou manter suas condies adequadas de funcionamento.

    Essas atividades so realizadas nas salas de mquinas, salas de comando, jun-to a painis eltricos energizados ou no, junto a barramentos eltricos, instala-es de servio auxiliar, tais como: transformadores de potencial, de corrente,

    de aterramento, banco de baterias, retificadores, geradores de emergncia, etc.Os riscos na fase de gerao (turbinas/geradores) de energia eltrica so simila-res e comuns a todos os sistemas de produo de energia e esto presentes emdiversas atividades, destacando:

    Instalao e manuteno de equipamentos e maquinrios (turbinas, ge-rado-res, transformadores, disjuntores, capacitores, chaves, sistemas demedio,etc.);

    Manuteno das instalaes industriais aps a gerao; Operao de painis de controle eltrico; Acompanhamento e superviso dos processos;

    Transformao e elevao da energia eltrica; Processos de medio da energia eltrica.

    As atividades caractersticas da gerao se encerram nos sistemas de medioda energia usualmente em tenses de 138 a 500 kV, interface com a transmis-so de energia eltrica.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    15/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 13

    Transmisso de Energia EltricaBasicamente est constituda por linhas de condutores destinados a transportar

    a energia eltrica desde a fase de gerao at a fase de distribuio, abrangen-do processos de elevao e rebaixamento de tenso eltrica, realizados em sub-estaes prximas aos centros de consumo. Essa energia transmitida emcorrente alternada (60 Hz) em elevadas tenses (138 a 500 kV). Os elevadospotenciais de transmisso se justificam para evitar as perdas por aquecimento ereduo no custo de condutores e mtodos de transmisso da energia, com oemprego de cabos com menor bitola ao longo das imensas extenses a seremtranspostas, que ligam os geradores aos centros consumidores.

    Atividades caractersticas do setor de transmisso:

    Inspeo de Linhas de Transmisso

    Neste processo so verificados: o estado da estrutura e seus elementos, a alturados cabos eltricos, condies da faixa de servido e a rea ao longo da exten-so da linha de domnio. As inspees so realizadas periodicamente por terraou por helicptero.

    Manuteno de Linhas de Transmisso

    Substituio e manuteno de isoladores (dispositivo constitudo de umasrie de discos, cujo objetivo isolar a energia eltrica da estrutura);

    Limpeza de isoladores; Substituio de elementos pra-raios; Substituio e manuteno de elementos das torres e estruturas;

    Manuteno dos elementos sinalizadores dos cabos; Desmatamento e limpeza de faixa de servido, etc.

    Construo de Linhas de Transmisso

    Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, relatrios de im-pacto do meio ambiente e projetos;

    Desmatamentos e desflorestamentos; Escavaes e fundaes civis; Montagem das estruturas metlicas; Distribuio e posicionamento de bobinas em campo; Lanamento de cabos (condutores eltricos);

    Instalao de acessrios (isoladores, pra-raios); Tensionamento e fixao de cabos; Ensaios e testes eltricos.

    Salientamos que essas atividades de construo so sempre realizadas com oscircuitos desenergizados, via de regra, destinadas ampliao ou em substitui-o a linhas j existentes, que normalmente esto energizadas. Dessa forma muito importante a adoo de procedimentos e medidas adequadas de segu-rana, tais como: seccionamento, aterramento eltrico, equipotencializao detodos os equipamentos e cabos, dentre outros que assegurem a execuo doservio com a linha desenergizada (energizada).

    Comercializao de energia

    Grandes clientes abastecidos por tenso de 67 kV a 88 kV.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    16/109

    14- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Distribuio de Energia Eltrica o segmento do setor eltrico que compreende os potenciais aps a transmis-so, indo das subestaes de distribuio entregando energia eltrica aos clien-

    tes. A distribuio de energia eltrica aos clientes realizada nos potenciais: Mdios clientes abastecidos por tenso de 11,9 kV / 13,8 kV / 23 kV; Clientes residenciais, comerciais e industriais at a potncia de 75 kVA (o

    abastecimento de energia realizado no potencial de 110, 127, 220 e380 Volts);

    Distribuio subterrnea no potencial de 24 kV.

    A distribuio de energia eltrica possui diversas etapas de trabalho, conformedescrio abaixo:

    Recebimento e medio de energia eltrica nas subestaes;

    Rebaixamento ao potencial de distribuio da energia eltrica; Construo de redes de distribuio; Construo de estruturas e obras civis; Montagens de subestaes de distribuio; Montagens de transformadores e acessrios em estruturas nas redes de

    distribuio; Manuteno das redes de distribuio area; Manuteno das redes de distribuio subterrnea; Poda de rvores; Montagem de cabinas primrias de transformao; Limpeza e desmatamento das faixas de servido; Medio do consumo de energia eltrica; Operao dos centros de controle e superviso da distribuio.

    Na histria do setor eltrico o entendimento dos trabalhos executados em linhaviva esto associados s atividades realizadas na rede de alta teno energizadapelos mtodos: ao contato, ao potencial e distncia e devero ser executadospor profissionais capacitados especificamente em curso de linha viva.

    Manuteno com a linha desenergizada linha morta

    Todas as atividades envolvendo manuteno no setor eltrico devem priorizaros trabalhos com circuitos desenergizados. Apesar de desenergizadas devemobedecer a procedimentos e medidas de segurana adequado.

    Somente sero consideradas desenergizadas as instalaes eltricas liberadaspara servios mediante os procedimentos apropriados: seccionamento, impedi-mento de reenergizao, constatao da ausncia de tenso, instalao de ater-ramento temporrio com equipotencializao dos condutores dos circuitos,proteo dos elementos energizados existentes, instalao da sinalizao deimpedimento de energizao.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    17/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 15

    Manuteno com a linha energizada linha viva

    Esta atividade deve ser realizada mediante a adoo de procedimentos e meto-

    dologias que garantam a segurana dos trabalhadores. Nesta condio de tra-balho as atividades devem ser realizadas mediante os mtodos abaixo descritos:

    Mtodo ao contato

    O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas no fica no mesmo po-tencial da rede eltrica, pois est devidamente isolado desta, utilizando equi-pamentos de proteo individual e equipamentos de proteo coletivaadequados a tenso da rede.

    Mtodo ao potencial

    o mtodo onde o trabalhador fica em contato direto com a tenso da rede, no

    mesmo potencial. Nesse mtodo necessrio o emprego de medidas de segu-rana que garantam o mesmo potencial eltrico no corpo inteiro do trabalhador,devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvase botas), ligadas atravs de cabo condutor eltrico e cinto rede objeto da ati-vidade.

    Mtodo distncia

    o mtodo onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distn-cia segura, atravs do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos,ferramentas e dispositivos isolantes apropriados.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    18/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    19/109

    2Segurana com eletricidade

    RISCOS EM INSTALAES ESERVIOS EM ELETRICIDADE

    CHOQUE ELTRICO QUEIMADURAS

    CAMPOS ELETROMAGNTICOS

    p.19p.23

    p.24

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    20/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    21/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 19

    CHOQUE ELTRICO

    O choque eltrico um estmulo rpido no corpo humano, ocasionado pela pas-

    sagem da corrente eltrica. Essa corrente circular pelo corpo onde ele tornar-separte do circuito eltrico, onde h uma diferena de potencial suficiente para ven-cer a resistncia eltrica oferecida pelo corpo.

    Embora tenhamos dito, no pargrafo acima, que o circuito eltrico deva apre-sentar uma diferena de potencial capaz de vencer a resistncia eltrica ofere-cida pelo corpo humano, o que determina a gravidade do choque eltrico aintensidade da corrente circulante pelo corpo.

    O caminho percorrido pela corrente eltrica no corpo humano outro fator quedetermina a gravidade do choque, sendo os choques eltricos de maior gravi-dade aqueles em que a corrente eltrica passa pelo corao.

    EfeitosO choque eltrico pode ocasionar contraes violentas dos msculos, a fibrila-o ventricular do corao, leses trmicas e no trmicas, podendo levar a bi-to como efeito indireto as quedas e batidas, etc.

    A morte por asfixia ocorrer, se a intensidade da corrente eltrica for de valorelevado, normalmente acima de 30 mA e circular por um perodo de tempo re-lativamente pequeno, normalmente por alguns minutos. Da a necessidade deuma ao rpida, no sentido de interromper a passagem da corrente eltricapelo corpo. A morte por asfixia advm do fato do diafragma da respirao secontrair tetanicamente, cessando assim, a respirao. Se no for aplicada a

    respirao artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a trs minutos, o-correr srias leses cerebrais e possvel morte.

    A fibrilao ventricular do corao ocorrer se houver intensidades de correnteda ordem de 15mA que circulem por perodos de tempo superiores a um quartode segundo. A fibrilao ventricular a contrao disritimada do corao que,no possibilitando desta forma a circulao do sangue pelo corpo, resulta nafalta de oxignio nos tecidos do corpo e no crebro. O corao raramente se re-cupera por si s da fibrilao ventricular. No entanto, se aplicarmos um desfri-bilador, a fibrilao pode ser interrompida e o ritmo normal do corao pode serrestabelecido. No possuindo tal aparelho, a aplicao da massagem cardacapermitir que o sangue circule pelo corpo, dando tempo para que se providen-

    cie o desfribilador, na ausncia do desfribilador deve ser aplicada a tcnica demassagem cardaca at que a vtima receba socorro especializado.

    Alm da ocorrncia destes efeitos, podemos ter queimaduras tanto superficiais,na pele, como profundas, inclusive nos rgos internos.

    Por ltimo, o choque eltrico poder causar simples contraes muscularesque, muito embora no acarretem de uma forma direta leses, fatais ou no,como vimos nos pargrafos anteriores, podero origin-las, contudo, de umamaneira indireta: a contrao do msculo poder levar a pessoa a, involuntari-amente, chocar-se com alguma superfcie, sofrendo, assim, contuses, oumesmo, uma queda, quando a vitima estiver em local elevado. Uma grande

    parcela dos acidentes por choque eltrico conduz a leses provenientes de bati-das e quedas.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    22/109

    20- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Fatores determinantes da gravidadeAnalisaremos, a seguir, os seguintes fatores que determinam a gravidade dochoque eltrico:

    percurso da corrente eltrica; caractersticas da corrente eltrica; resistncia eltrica do corpo humano.

    Percurso da corrente eltricaTem grande influncia na gravidade do choque eltrico o percurso seguido pelacorrente no corpo. A figura abaixo demonstra os caminhos que podem ser per-corridos pela corrente no corpo humano.

    Caractersticas da corrente eltricaOutros fatores que determinam a gravidade do choque eltrico so as caracte-

    rsticas da corrente eltrica. Nos pargrafos anteriores vimos que a intensidadeda corrente era um fator determinante na gravidade da leso por choque eltri-co; no entanto, observa-se que, para a Corrente Contnua (CC), as intensidadesda corrente devero ser mais elevadas para ocasionar as sensaes do choqueeltrico, a fibrilao ventricular e a morte. No caso da fibrilao ventricular, estas ocorrer se a corrente continua for aplicada durante um instante curto e es-pecifico do ciclo cardaco.

    As correntes alternadas de freqncia entre 20 e 100 Hertz so as que ofere-cem maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas de for-necimento de energia eltrica, so especialmente perigosas, uma vez que elasse situam prximas freqncia na qual a possibilidade de ocorrncia da fibri-

    lao ventricular maior.Ocorrem tambm diferenas nos valores da intensidade da corrente para umadeterminada sensao do choque eltrico, se a vtima for do sexo feminino oumasculino. A tabela abaixo ilustra o que acabamos de dizer.

    Efeitos Corrente eltrica (mA)- 60Hz

    Homens Mulheres

    Limiar de percepo. 1,1 0,7

    Choque no doloroso, sem perda do controle muscular. 1,8 1,2

    Choque doloroso, limiar de largar. 16,0 10,5

    Choque doloroso e grave contraes musculares, dificul-dade de respirao.

    23,0 15,0

    Diferenas de sensaes para pessoas do sexo feminino e masculino.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    23/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 21

    Resistncia eltrica do corpo humanoA intensidade da corrente que circular pelo corpo da vtima depender, em muito,da resistncia eltrica que esta oferecer passagem da corrente, e tambm de

    qualquer outra resistncia adicional entre a vtima e a terra. A resistncia que ocorpo humano oferece passagem da corrente quase que exclusivamente devida camada externa da pele, a qual constituda de clulas mortas. Esta resistnciaest situada entre 100.000 e 600.000 ohms, quando a pele encontra-se seca eno apresenta cortes, e a variao apresentada funo da sua espessura.

    Quando a pele encontra-se mida, condio mais facilmente encontrada na prtica,a resistncia eltrica do corpo diminui. Cortes tambm oferecem uma baixa resistn-cia. Pelo mesmo motivo, ambientes que contenham muita umidade fazem com quea pele no oferea uma elevada resistncia eltrica passagem da corrente.

    A pele seca, relativamente difcil de ser encontrado durante a execuo do trabalho,

    oferece maior resistncia a passagem da corrente eltrica. A resistncia oferecidapela parte interna do corpo, constituda, pelo sangue msculos e demais tecidos,comparativamente da pele bem baixa, medindo normalmente 300 ohms emmdia e apresentando um valor mximo de 500 ohms.

    As diferenas da resistncia eltrica apresentadas pela pele passagem da corren-te, ao estar seca ou molhada, podem ser grande, considerando que o contato foifeito em um ponto do circuito eltrico que apresente uma diferena de potencial de120 volts, teremos:

    mAV

    MolhadaQuando

    mAV

    SecaQuando

    8000.15

    120;

    .3,0000.400

    120;

    =

    =

    =

    =

    Causas determinantesVeremos a seguir os meios atravs dos quais so criadas condies para queuma pessoa venha a sofrer um choque eltrico.

    Contato com um condutor n energizadoUma das causas mais comuns desses acidentes o contato com condutores a-reos energizados. Normalmente o que ocorre que equipamentos tais como guin-

    dastes, caminhes basculantes tocam nos condutores, tornando-se parte docircuito eltrico; ao serem tocados por uma pessoa localizada fora dos mesmos, oumesmo pelo motorista, se este, ao sair do veculo, mantiver contato simultneocom a terra e o mesmo, causam um acidente fatal.

    Com freqncia, pessoas sofrem choque eltrico em circuitos com banca de capa-citores, os quais, embora desligados do circuito que os alimenta, conservam pordeterminado intervalo de tempo sua carga eltrica. Da a importncia de se seguiras normativas referentes a estes dispositivos.

    Grande cuidado deve ser observado, ao desligar-se o primrio de transformadores,nos quais se pretende executar algum servio. O risco que se corre que do ladodo secundrio pode ter sido ligado algum aparelho, o que poder induzir no prim-rio uma tenso elevadssima. Da a importncia de, ao se desligarem os condutoresdo primrio de um transformador, estes serem aterrados.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    24/109

    22- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Falha na isolao eltricaOs condutores quer sejam empregados isoladamente, como nas instalaes el-tricas, quer como partes de equipamentos, so usualmente recobertos por uma

    pelcula isolante. No entanto, a deteriorao por agentes agressivos, o envelhe-cimento natural ou forado ou mesmo o uso inadequado do equipamento po-dem comprometer a eficcia da pelcula, como isolante eltrico.

    Veremos, a seguir, os vrios meios pelos quais o isolamento eltrico pode ficarcomprometido:

    Calor e Temperaturas ElevadasA circulao da corrente em um condutor sempre gera calor e, por conseguinte,aumento da temperatura do mesmo. Este aumento pode causar a ruptura dealguns polmeros, de que so feitos alguns materiais isolantes, dos condutoreseltricos.

    UmidadeAlguns materiais isolantes que revestem condutores absolvem umidade, como o caso do nylon. Isto faz com que a resistncia isolante do material diminua.

    OxidaoEsta pode ser atribuda presena de oxignio, oznio ou outros oxidantes naatmosfera. O oznio torna-se um problema especial em ambientes fechados,nos quais operem motores, geradores. Estes produzem em seu funcionamentoarcos eltricos, que por sua vez geram o oznio. O oznio o oxignio em sua

    forma mais instvel e reativa. Embora esteja presente na atmosfera em um graumuito menor do que o oxignio, por suas caractersticas, ele cria muito maiordano ao isolamento do que aquele.

    RadiaoAs radiaes ultravioleta tm a capacidade de degradar as propriedades do iso-lamento, especialmente de polmeros. Os processos fotoqumicos iniciados pelaradiao solar provocam a ruptura de polmeros, tais como, o cloreto de vinila,a borracha sinttica e natural, a partir dos quais o cloreto de hidrognio pro-duzido. Esta substncia causa, ento, reaes e rupturas adicionais, compro-metendo, desta forma, as propriedades fsicas e eltricas do isolamento.

    Produtos QumicosOs materiais normalmente utilizados como isolantes eltricos degradam-se napresena de substncias como cidos, lubrificantes e sais.

    Desgaste MecnicoAs grandes causas de danos mecnicos ao isolamento eltrico so a abraso, ocorte, a flexo e toro do recobrimento dos condutores. O corte do isolamentod-se quando o condutor puxado atravs de uma superfcie cortante. A abra-so tanto pode ser devida puxada de condutores por sobre superfcies abrasi-vas, por orifcios por demais pequenos, quanto sua colocao em superfcies

    que vibrem, as quais consomem o isolamento do condutor. As linhas de pipascom cerol (material cortante) tambm agridem o isolamento dos condutores.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    25/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 23

    Fatores BiolgicosRoedores e insetos podem comer os materiais orgnicos de que so constitu-dos os isolamentos eltricos, comprometendo a isolao dos condutores. Outra

    forma de degradao das caractersticas do isolamento eltrico a presena defungos, que se desenvolvem na presena da umidade.

    Altas TensesAltas tenses podem dar origem arcos eltricos ou efeitos corona, os quaiscriam buracos na isolao ou degradao qumica, reduzindo, assim, a resis-tncia eltrica do isolamento.

    PressoO vcuo pode causar o desprendimento de materiais volteis dos isolantes org-nicos, causando vazios internos e conseqente variao nas suas dimenses,perda de peso e conseqentemente, reduo de sua resistividade.

    QUEIMADURAS

    A corrente eltrica atinge o organismo atravs do revestimento cutneo. Por es-se motivo, as vitimas de acidente com eletricidade apresentam, na maioria doscasos queimaduras.

    Devido alta resistncia da pele, a passagem de corrente eltrica produz altera-es estruturais conhecidas como marcas de corrente.

    As caractersticas, portanto, das queimaduras provocadas pela eletricidade dife-rem daquelas causadas por efeitos qumicos, trmicos e biolgicos.

    Em relao s queimaduras por efeito trmico, aquelas causadas pela eletrici-dade so geralmente menos dolorosas, pois a passagem da corrente poderdestruir as terminaes nervosas. No significa, porm que sejam menos peri-gosas, pois elas tendem a progredir em profundidade, mesmo depois de desfei-to o contato eltrico ou a descarga.

    A passagem de corrente eltrica atravs de um condutor cria o chamado efeitojoule, ou seja, uma certa quantidade de energia eltrica transformada em ca-lor.

    Essa energia (Watts) varia de acordo com a resistncia que o corpo oferece passagem da corrente eltrica, com a intensidade da corrente eltrica e com otempo de exposio, podendo ser calculada pela expresso:

    constante)comdtR.(WtxxRW 2t

    t

    2

    2

    1

    ==

    onde: W-energia dissipadaR -resistnciaI -intensidade da correntet -tempo

    importante destacar que no h necessidade de contato direto da pessoa compartes energizadas. A passagem da corrente poder ser devida a uma descarga el-trica em caso de proximidade do individuo com partes eletricamente carregadas.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    26/109

    24- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    A eletricidade pode produzir queimaduras por diversas formas, o que resulta naseguinte classificao;

    queimaduras por contato; queimaduras por arco voltaico; queimaduras por radiao (em arcos produzidos por curtos-circuitos); queimaduras por vapor metlico.

    Queimaduras por contatoQuando se toca uma superfcie condutora energizada, as queimaduras podemser locais e profundas atingindo at a parte ssea, ou por outro lado muito pe-quenas, deixando apenas uma pequena mancha branca na pela. Em caso desobrevir morte, esse ltimo caso bastante importante, e deve ser verificadono exame necrolgico, para possibilitar a reconstruo, mais exata possvel, docaminho percorrido pela corrente.

    Queimaduras por arco voltaicoO arco eltrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente eltrica atravs do ar, e ge-ralmente produzido quando da conexo e desconexo de dispositivos eltricose tambm em caso de curto-circuito, provocando queimaduras de segundo outerceiro grau. O arco eltrico possui energia suficiente para queimar as roupas eprovocar incndios, emitindo vapores de material ionizado e raios ultravioletas.

    Queimaduras por vapor metlicoNa fuso de um elo fusvel ou condutor, h a emisso de vapores e derrama-

    mento de metais derretidos (em alguns casos prata ou estanho) podendo atingiras pessoas localizadas nas proximidades.

    CAMPOS ELETROMAGNTICOS

    gerado quando da passagem da corrente eltrica nos meios condutores. Ocampo eletromagntico est presente em inmeras atividades humanas, taiscomo trabalhos com circuitos ou linhas energizadas, solda eltrica, utilizao detelefonia celular e fornos de microondas.

    Os trabalhadores que interagem com Sistema Eltrico Potncia esto expostos

    ao campo eletromagntico, quando da execuo de servios em linhas detransmisso area e subestaes de distribuio de energia eltrica, nas quaisempregam-se elevados nveis de tenso e corrente.

    Os efeitos possveis no organismo humano decorrente da exposio ao campoeletromagntico so de natureza eltrica e magntica. Onde o empregado ficaexposto ao campo onde seu corpo sofre uma induo, estabelecendo um dife-rencial de potencial entre o empregado e outros objetos inerentes s atividades.

    A unidade de medida do campo magntico o Ampre por Volt, Gaus ou Teslacujo smbolo representado pela letra T.

    Cuidados especiais devem ser tomados por trabalhadores ou pessoas que pos-

    suem em seu corpo aparelhos eletrnicos, tais como marca passo, aparelhosauditivos, dentre outros, pois seu funcionamento pode ser comprometido napresena de campos magnticos intenso.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    27/109

    3Segurana com eletricidade

    MEDIDAS DECONTROLE DO RISCO ELTRICO

    DESENERGIZAO

    ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN/TT/IT), DE PROTEO E TEMPORRIO

    EQUIPOTENCIALIZAO

    SECCIONAMENTO AUTOMTICO DA ALIMENTAO

    DISPOSITIVOS A CORRENTE DE FUGA

    EXTRA BAIXA TENSO: SELV E PELV

    BARREIRAS E INVLUCROS

    BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS

    OBSTCULOS E ANTEPAROS

    ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS

    ISOLAO DUPLA OU REFORADA COLOCAO FORA DE ALCANCE

    SEPARAO ELTRICA

    p.27

    p.29

    p.34

    p.35

    p.36

    p.39

    p.39

    p.40

    p.40

    p.41

    p.42p.43

    p.44

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    28/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    29/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 27

    DESENERGIZAO

    A desenergizao um conjunto de aes coordenadas, seqenciadas e contro-

    ladas, destinadas a garantir a efetiva ausncia de tenso no circuito, trecho ouponto de trabalho, durante todo o tempo de interveno e sob controle dos tra-balhadores envolvidos.

    Somente sero consideradas desenergizadas as instalaes eltricas liberadaspara trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida a seqnciaa seguir:

    Seccionamento o ato de promover a descontinuidade eltrica total, com afastamento adequa-do entre um circuito ou dispositivo e outro, obtida mediante o acionamento dedispositivo apropriado (chave seccionadora, interruptor, disjuntor), acionado pormeios manuais ou automticos, ou ainda atravs de ferramental apropriado esegundo procedimentos especficos.

    Impedimento de reenergizao o estabelecimento de condies que impedem, de modo reconhecidamentegarantido, a reenergizao do circuito ou equipamento desenergizado, assegu-rando ao trabalhador o controle do seccionamento. Na prtica trata-se da apli-cao de travamentos mecnicos, por meio de fechaduras, cadeados edispositivos auxiliares de travamento ou com sistemas informatizados equiva-lentes.

    Deve-se utilizar um sistema de travamento do dispositivo de seccionamento,para o quadro, painel ou caixa de energia eltrica e garantir o efetivo impedi-mento de reenergizao involuntria ou acidental do circuito ou equipamentodurante a execuo da atividade que originou o seccionamento. Deve-se tam-bm fixar placas de sinalizao alertando sobre a proibio da ligao da chavee indicando que o circuito est em manuteno.

    O risco de energizar inadvertidamente o circuito grande em atividades que en-volvam equipes diferentes, onde mais de um empregado estiver trabalhando.Nesse caso a eliminao do risco obtida pelo emprego de tantos bloqueiosquantos forem necessrios para execuo da atividade.

    Dessa forma, o circuito ser novamente energizado quando o ltimo empregadoconcluir seu servio e destravar os bloqueios. Aps a concluso dos serviosdevero ser adotados os procedimentos de liberao especficos.

    A desenergizao de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa instalaodeve ser sempre programada e amplamente divulgada para que a interrupoda energia eltrica reduza os transtornos e a possibilidade de acidentes. A ree-nergizao dever ser autorizada mediante a divulgao a todos os envolvidos.

    Constatao da ausncia de tenso a verificao da efetiva ausncia de tenso nos condutores do circuito eltri-co. Deve ser feita com detectores testados antes e aps a verificao da ausn-

    cia de tenso, sendo realizada por contato ou por aproximao e de acordo comprocedimentos especficos.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    30/109

    28- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Instalao de aterramento temporrio comequipotencializao dos condutores dos circuitosConstatada a inexistncia de tenso, um condutor do conjunto de aterramentotemporrio dever ser ligado a uma haste conectada terra. Na seqncia, de-vero ser conectadas as garras de aterramento aos condutores fase, previamen-te desligados.

    O S.: Trabalhar entre dois pontos devidamente aterrados.

    Proteo doselementos energizados existentes na zona controladaDefine-se zona controlada como, rea em torno da parte condutora energizada,segregada, acessvel, de dimenses estabelecidas de acordo com nvel de ten-

    so, cuja aproximao s permitida a profissionais autorizados, como dispostono anexo II da Norma Regulamentadora N10. Podendo ser feito com antepa-ros, dupla isolao invlucros, etc.

    Instalao dasinalizao de impedimento de reenergizaoDever ser adotada sinalizao adequada de segurana, destinada advertn-cia e identificao da razo de desenergizao e informaes do responsvel.

    Os cartes, avisos, placas ou etiquetas de sinalizao do travamento ou blo-queio devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de mtodo alternati-vo, procedimentos especficos devero assegurar a comunicao da condio

    impeditiva de energizao a todos os possveis usurios do sistema.Somente aps a concluso dos servios e verificao de ausncia de anormali-dades, o trabalhador providenciar a retirada de ferramentas, equipamentos eutenslios e por fim o dispositivo individual de travamento e etiqueta correspon-dente.

    Os responsveis pelos servios, aps inspeo geral e certificao da retirada detodos os travamentos, cartes e bloqueios, providenciar a remoo dos conjun-tos de aterramento, e adotar os procedimentos de liberao do sistema eltricopara operao.

    A retirada dos conjuntos de aterramento temporrio dever ocorrer em ordem

    inversa de sua instalao.Os servios a serem executados em instalaes eltricas desenergizadas, mascom possibilidade de energizao, por qualquer meio ou razo, devem atenderao que estabelece o disposto no item 10.6. da NR 10, que diz respeito a segu-rana em instalaes eltricas desenergizadas.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    31/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 29

    ATERRAMENTO FUNCIONAL (TN / TT / IT);DE PROTEO, TEMPORRIO.

    Aterramento

    Definio

    Ligao intencional terra atravs da qual correntes eltricas podem fluir.

    O aterramento pode ser:

    Funcional: ligao atravs de um dos condutores do sistema neutro. Proteo: ligao terra das massas e dos elementos condutores estra-

    nhos instalao. Temporrio: ligao eltrica efetiva com baixa impedncia intencional

    terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamentedurante a interveno na instalao eltrica.

    Esquema de aterramento

    Conforme a NBR-5410/2004 so considerados os esquemas de aterramentoTN / TT / IT, cabendo as seguintes observaes sobre as ilustraes e smbolosutilizados:

    A

    . As figuras na seqncia, que ilustram os esquemas de aterramento, devemser interpretadas de forma genrica. Elas utilizam como exemplo sistemastrifsicos. As massas indicadas no simbolizam um nico, mas sim qualquernmero de equipamentos eltricos. Alm disso, as figuras no devem ser

    vistas com conotao espacial restrita. Deve-se notar, neste particular, quecomo uma mesma instalao pode eventualmente abranger mais de umaedificao, as massas devem necessariamente compartilhar o mesmo eletro-do de aterramento, se pertencentes a uma mesma edificao, mas podem,em princpio, estar ligadas a eletrodos de aterramento distintos, se situadasem diferentes edificaes, com cada grupo de massas associado ao eletrodode aterramento da edificao respectiva. Nas figuras so utilizados os se-guintes smbolos:

    B

    . Na classificao dos esquemas de aterramento utilizada a seguinte simbologia:

    primeira letra

    Situao da alimentao em relao terra:

    T= um ponto diretamente aterrado; I = isolao de todas as partes vivas em relao terra ou aterramento

    de um ponto atravs de impedncia;

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    32/109

    30- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    segunda letra

    Situao das massas da instalao eltrica em relao terra:

    T= massas diretamente aterradas, independentemente do aterramentoeventual de um ponto da alimentao;

    N= massas ligadas ao ponto da alimentao aterrado (em corrente al-ternada, o ponto aterrado normalmente o ponto neutro);

    outras letras eventuais)

    Disposio do condutor neutro e do condutor deproteo:

    S= funes de neutro e de proteo asseguradas por condutores distin-tos;

    C= funes de neutro e de proteo combinadas em um nico condutor(condutor PEN).

    Esquema TNO esquema TN possui um ponto da alimentao diretamente aterrado, sendo asmassas ligadas a esse ponto atravs de condutores de proteo. So considera-das trs variantes de esquema TN, de acordo com a disposio do condutorneutro e do condutor de proteo, a saber:

    A

    . Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de proteo so dis-tintos, figura abaixo;

    ESQUENA TN-S

    B.

    Esquema TN-C, no qual as funes de neutro e de proteo so combi-nadas em um nico condutor, na totalidade do esquema, figura abaixo;

    ESQUEMA TN-C

    NOT : As funes de neutro e de condutor de proteo so combinadas num nicocondutor, na totalidade do esquema.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    33/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 31

    C

    . Esquema TN-C-S, em parte do qual as funes de neutro e de proteo socombinadas em um nico condutor,figura abaixo;

    ESQUEMA TN-C-S

    NOT : As funes de neutro e de condutor de proteo so combinadas num nicocondutor em parte dos esquemas.

    Esquema TTO esquema TT possui um ponto da alimentao diretamente aterrado, estandoas massas da instalao ligadas a eletrodo(s) de aterramento eletricamente dis-tinto(s) do eletrodo de aterramento da alimentao, figura abaixo.

    ESQUEMA TT

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    34/109

    32- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Esquema ITNo esquema IT todas as partes vivas so isoladas da terra ou um ponto da ali-mentao aterrado atravs de impedncia, figura abaixo. As massas da insta-

    lao so aterradas, verificando-se as seguintes possibilidades: massas aterradas no mesmo eletrodo de aterramento da alimentao, se

    existente; massas aterradas em eletrodo(s) de aterramento prprio(s), seja porque

    no h eletrodo de aterramento da alimentao, seja porque o eletrodo deaterramento das massas independente do eletrodo de aterramento daalimentao

    (A)

    (B)

    (B1)

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    35/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 33

    1

    . O neutro pode ser ou no distribudo;

    A

    = sem aterramento da alimentao;

    B = alimentao aterrada atravs de impedncia;

    B.1

    = massas aterradas em eletrodos separados e independentes do eletrodode aterramento da alimentao;

    B.2

    = massas coletivamente aterradas em eletrodo independente do eletrodode aterramento da alimentao;

    B.3

    = massas coletivamente aterradas no mesmo eletrodo da alimentao.

    ESQUEMA IT

    Aterramento temporrioO aterramento eltrico de uma instalao tem por funo evitar acidentes gera-dos pela energizao acidental da rede, propiciando rpida atuao do sistemaautomtico de seccionamento ou proteo. Tambm tem o objetivo de promo-ver proteo aos trabalhadores contra descargas atmosfricas que possam inte-ragir ao longo do circuito em interveno.

    Esse procedimento dever ser adotado a montante (antes) e a jusante (depois)do ponto de interveno do circuito e derivaes se houver, salvo quando a in-terveno ocorrer no final do trecho. Deve ser retirado ao final dos servios.

    A energizao acidental pode ser causada por:

    Erros na manobra; Fechamento de chave seccionadora;

    (B2)

    (B3)

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    36/109

    34- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Contato acidental com outros circuitos energizados, situados ao longo docircuito;

    Tenses induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede;

    Fontes de alimentao de terceiros (geradores); Linhas de distribuio para operaes de manuteno e instalao e co-

    locao de transformador; Torres e cabos de transmisso nas operaes de construo de linhas de

    transmisso; Linhas de transmisso nas operaes de substituio de torres ou manu-

    teno de componentes da linha; Descargas atmosfricas.

    Para cada classe de tenso existe um tipo de aterramento temporrio. O maisusado em trabalhos de manuteno ou instalao nas linhas de distribuio um conjunto ou Kit padro composto pelos seguintes elementos:

    vara ou basto de manobra em material isolante, com cabeotes de ma-nobra;

    grampos condutores para conexo do conjunto de aterramento com oscondutores e a terra;

    trapzio de suspenso - para elevao do conjunto de grampos linha econexo dos cabos de interligao das fases, de material leve e bom con-dutor, permitindo perfeita conexo eltrica e mecnica dos cabos de inter-ligao das fases e descida para terra;

    grampos para conexo aos condutores e ao ponto de terra; cabos de aterramento de cobre, extraflexvel e isolado; trado ou haste de aterramento para ligao do conjunto de aterramento

    com o solo, deve ser dimensionado para propiciar baixa resistncia deterra e boa rea de contato com o solo.

    Nas subestaes, por ocasio da manuteno dos componentes, se conecta oscomponentes do aterramento temporrio malha de aterramento fixa, j exis-tente.

    EQUIPOTENCIALIZAO

    o procedimento que consiste na interligao de elementos especificados, vi-

    sando obter a equipotencialidade necessria para os fins desejados.Todas as massas de uma instalao devem estar ligadas a condutores de prote-o.

    Em cada edificao deve ser realizada uma equipotencializao principal, emcondies especificadas, e tantas eqipotencializaes suplementares quantasforem necessrias.

    Todas as massas da instalao situadas em uma mesma edificao devem es-tar vinculadas equipotencializao principal da edificao e, dessa forma, aum mesmo e nico eletrodo de aterramento. Isso sem prejuzo de eqipotencia-lizaes adicionais que se faam necessrias, para fins de proteo contra cho-

    ques e/ou de compatibilidade eletromagntica.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    37/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 35

    Massas simultaneamente acessveis devem estar vinculadas a um mesmo eletrodode aterramento, sem prejuzo de eqipotencializaes adicionais que se faam ne-cessrias, para fins de proteo contra choques e/ou de compatibilidade eletro-

    magntica.Massas protegidas contra choques eltricos por um mesmo dispositivo, dentro dasregras da proteo por seccionamento automtico da alimentao, devem estarvinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuzo de eqipotenciali-zaes adicionais que se faam necessrias, para fins de proteo contra choquese/ou de compatibilidade eletromagntica.

    Todo circuito deve dispor de condutor de proteo, em toda sua extenso.

    NOT

    Um condutor de proteo pode ser comum a mais de um circuito, observado o disposto noitem 6.4.3.1.5. da NBR 5410/2004, um condutor de proteo pode ser comum a dois ou

    mais circuitos, desde que esteja instalado no mesmo conduto que os respectivos conduto-res de fase e sua seo seja dimensionada para a mais severa corrente de falta presumidae o mais longo tempo de atuao do dispositivo de seccionamento automtico verificadosnesses circuitos; ou em funo da maior seo do condutor da fase desses circuitos con-forme tabela abaixo.

    Admite-se que os seguintes elementos sejam excludos das eqipotencializaes:

    A. suportes metlicos de isoladores de linhas areas fixados edificao que esti-verem fora da zona de alcance normal;

    B. postes de concreto armado em que a armadura no acessvel;C. massas que, por suas reduzidas dimenses (at aproximadamente 50 mm x 50

    mm) ou por sua disposio, no possam ser agarradas ou estabelecer contatosignificativo com parte do corpo humano, desde que a ligao a um condutorde proteo seja difcil ou pouco confivel.

    SECCIONAMENTO AUTOMTICO DA ALIMENTAO

    O princpio do seccionamento automtico da alimentao, sua relao com os dife-rentes esquemas de aterramento e aspectos gerais referentes sua aplicao e ascondies em que se torna necessria proteo adicional.

    O seccionamento automtico possui um dispositivo de proteo que dever seccio-nar automaticamente a alimentao do circuito ou equipamento por ele protegidosempre que uma falta (contato entre parte viva e massa, entre parte viva e condu-tor de proteo e ainda entre partes vivas) no circuito ou equipamento der origem auma corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteo, levando-se emconta o tempo de exposio tenso de contato. Cabe salientar que estas medidasde proteo requer a coordenao entre o esquema de aterramento adotado e ascaractersticas dos condutores e dispositivos de proteo.

    O seccionamento automtico de suma importncia em relao a:

    proteo de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais; proteo do sistema com altas temperaturas e arcos eltricos; quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para o circuito; proteo contra correntes de curto-circuito; proteo contra sobre tenses.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    38/109

    36- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    DISPOSITIVOS A CORRENTE DE FUGA

    Dispositivo de proteo operado por correnteEsse dispositivo tem por finalidade desligar da rede de fornecimento de energiaeltrica, o equipamento ou instalao que ele protege, na ocorrncia de umacorrente de fuga que exceda determinado valor, sua atuao deve ser rpida,menor do que 0,2 segundos (Ex.: DDR), e deve desligar da rede de fornecimen-to de energia o equipamento ou instalao eltrica que protege.

    necessrio que tanto o dispositivo quanto o equipamento ou instalao eltri-ca estejam ligados a um sistema de terra. O dispositivo constitudo por umtransformador de corrente, um disparador e o mecanismo liga-desliga. Todos oscondutores necessrios para levar a corrente ao equipamento, inclusive o con-dutor terra, passam pelo transformador de corrente. Este transformador de cor-

    rente que detecta o aparecimento da corrente de fuga. Numa instalao semdefeitos, a somatria das correntes no primrio do transformador de corrente nula, conforme mostra a figura abaixo.

    Esquema de ligaes do dispositivo de proteo- DDR

    Em caso de uma fuga de corrente terra, como mostrado na figura abaixo asomatria das correntes no primrio do transformador de corrente passa a serdiferente de zero, induzindo, desta forma, uma tenso no secundrio que estalimentando o disparador e que, num tempo inferior a 0,2 segundos, acionaro interruptor.

    No balanceamento devido corrente de fuga-DDR

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    39/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 37

    Os dispositivos fabricados normalmente tm capacidade de interromper o forne-cimento de energia eltrica a equipamentos ou a circuitos eltricos que operemcom correntes at 160A. A sensibilidade exigida do dispositivo, para detectar

    correntes de fuga, depender das caractersticas do circuito em ser instalado(rels de sobre corrente de fase e neutro, rels de alta impedncia,etc).

    A tabela abaixo apresenta a sensibilidade de vrios dispositivos de proteo pa-ra diversas capacidades de interrupo de corrente.

    Valores das correntes de fuga detectados plos

    vrios tipos de dispositivo de proteo.

    Corrente Nominal A) Corrente Nominal de fuga m A)

    40 30

    63 30

    40 500

    100 500

    160 500

    O valor requerido da resistncia de terra nos sistemas de aterramento eltrico, afim de que tais dispositivos operem, bem pequeno. Admitindo que a mximatenso de contato permitida seja de 50 volts, temos, para as vrias sensibilida-des de corrente de fuga dada na tabela acima, os seguintes valores requeridosde resistncia de terra:

    A figura a seguir apresenta a curva caracterstica de disparo do dispositivo DDRcom sensibilidade para 30 mA. As curvas "a" e "b", no grfico, limitam as faixasde correntes perigosas para o ser humano. Temos, ento, a formao de trsregies:

    Regio l

    - Os valores de corrente de fuga versus tempo de circulao pelo corpono tm influncia no ritmo cardaco e no sistema nervoso;

    Regio II

    - A intensidade de corrente insuportvel, inconveniente, passando

    de 50 m A aproximadamente;Regio III

    Alm de causar inconvenincia, causam a fibrilao ventricular,podendo levar a morte. Observamos, portanto, que a curva caracterstica dodispositivo fica situada totalmente fora da Regio III, que a regio perigosa, eque a atuao extremamente rpida, menor do que 30 mS.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    40/109

    38- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    A faixa hachurada existente entre 15 e 30 mA, identifica a faixa de corrente emque o dispositivo dever operar.

    Curva caracterstica de disparo do dispositivo de corrente fuga DDR = 30mA

    Como observamos, o dispositivo para deteco da corrente de fuga de 30 mA, nosomente desliga com a ocorrncia de contato com as partes condutoras do apare-lho, no pertencentes aos seus circuitos eltricos, ligados terra, como tambm o-ferece uma proteo a pessoas em caso de contato involuntrio com partescondutoras pertencentes aos circuitos eltricos dos aparelhos, ou mesmo, em casode alguma pessoa tocar um aparelho com falha de isolamento.

    Os dispositivos tambm apresentam em sua construo um elemento que permiteque os mesmos sejam testados de tal modo que podem certificar-nos de que seencontram dentro das especificaes de operao.

    A limitao no emprego de tais dispositivos reside no fato de que no podem serempregados para proteger instalaes ou equipamentos eltricos, que apresentem,sob condies normais de operao, correntes de fuga de valor superior aquele deoperao do dispositivo, como ocorre com equipamentos, tais como, aquecedoreseltricos de gua (chuveiros, torneiras de gua quente, etc.).

    Para aplicao de dois ou mais destes dispositivos numa dada instalao eltrica, necessrio que cada um disponha de um barramento neutro independente, docontrrio, um interferir no funcionamento do outro.

    Esquema de ligaes quando se empregam dois dispositivos DDR

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    41/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 39

    oportuno ressaltar que o dispositivo no proteger contra os riscos de choque el-trico uma pessoa que tocar simultanemente dois condutores, pois neste caso ascorrentes permanecem equilibradas no primrio do transformador, e nenhuma ten-

    so ser induzida no seu secundrio.O dispositivo oferece no somente uma proteo contra os riscos do choque eltri-co, mas tambm contra os riscos de incndios causados por falhas de isolao doscondutores.

    EXTRA BAIXA TENSO: SELV E PELV

    Defini-se como:

    A

    . SELV (do ingls separated extra-low voltage): Sistema de extra baixa tensoque eletricamente separada da terra de outros sistemas e de tal modo que

    a ocorrncia de uma nica falta no resulta em risco de choque eltrico.B

    . PELV (do ingls protected extra-low voltage): Sistema de extra baixa tensoque no eletricamente separado da terra mas que preenche, de modo e-quivalente, todos os requisitos de um SELV.

    Os circuitos SELV no tm qualquer ponto aterrado nem massas aterradas. Oscircuitos PELV podem ser aterrados ou ter massas aterradas.

    Dependendo da tenso nominal do sistema SELV ou PELV e das condies deuso, a proteo bsica proporcionada por:

    Limitao da tenso; ou

    Isolao bsica ou uso de barreiras ou invlucros;

    Condies ambientais e construtivas em o equipamento esta inserido.

    Assim, as partes vivas de um sistema SELV ou PELV no precisam necessaria-mente ser inacessveis, podendo dispensar isolao bsica, barreira ou invlu-cro, no entanto para atendimento a este item deve atender as exignciasmnimas da norma NBR 5410/2004.

    BARREIRAS E INVLUCROS

    So dispositivos que impedem qualquer contato com partes energizadas das insta-laes eltricas. So componentes que visam impedir que pessoas ou animais to-

    quem acidentalmente as partes energizadas, garantindo assim que as pessoassejam advertidas de que as partes acessveis atravs das aberturas esto energiza-das e no devem ser tocadas.

    As barreiras tero que ser robustas, fixadas de forma segura e tenham durabilidade,tendo como fator de referncia o ambiente em que est inserido. S podero ser re-tirados com chaves ou ferramentas apropriadas e tambm como predisposiouma segunda barreira ou isolao que no possa ser retirada sem ajuda de chavesou ferramentas apropriadas.

    Ex.: Telas de proteo com parafusos de fixao e tampas de painis, etc.

    O uso de barreiras ou invlucros, como meio de proteo bsica, destina-se a im-

    pedir qualquer contato com partes vivas.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    42/109

    40- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    As partes vivas devem ser confinadas no interior de invlucros ou atrs de barreirasque garantam grau de proteo.

    Quando o invlucro ou barreira compreender superfcies superiores, horizontais,

    que sejam diretamente acessveis, elas devem garantir grau de proteo mnimo.

    BLOQUEIOS E IMPEDIMENTOS

    Bloqueio a ao destinada a manter, por meios mecnicos um dispositivo demanobra fixo numa determinada posio, de forma a impedir uma ao noautorizada, em geral utilizam cadeados.

    Dispositivos de bloqueio so aqueles que impedem o acionamento ou religa-mento de dispositivos de manobra. (chaves, interruptores), importante quetais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a insero de maisde um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultneos de mais de uma e-quipe de manuteno.

    Toda ao de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalizao,com o nome do profissional responsvel, data, setor de trabalho e forma decomunicao.

    As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de blo-queio, documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores, alm de e-tiquetas, formulrios e ordens documentais prprias.

    Cuidado especial deve ser dado ao termo Bloqueio, que no SEP (Sistema El-trico de Potncia) tambm consiste na ao de impedimento de religamento au-tomtico do equipamento de proteo do circuito, sistema ou equipamentoeltrico. Isto , quando h algum problema na rede, devido a acidentes ou des-funes, existem equipamentos destinados ao religamento automtico dos cir-cuitos, que religam automaticamente tantas vezes quanto estiver programado e,conseqentemente, podem colocar em perigo os trabalhadores.

    Quando se trabalha em linha viva, obrigatrio o bloqueio deste equipamento,pois se eventualmente houver algum acidente ou um contato ou uma descargaindesejada o circuito se desliga atravs da abertura do equipamento de prote-o, desenergizando-o e no religando automaticamente.

    Essa ao tambm denominada bloqueio do sistema de religamento auto-

    mtico e possui um procedimento especial para sua execuo.

    OBSTCULOS E ANTEPAROS

    Os obstculos so destinados a impedir o contato involuntrio com partes vivas,mas no o contato que pode resultar de uma ao deliberada e voluntria deignorar ou contornar o obstculo.

    Os obstculos devem impedir:

    A. Uma aproximao fsica no intencional das partes energizadas;

    B. Contatos no intencionais com partes energizadas durante atuaes sobre oequipamento, estando o equipamento em servio normal.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    43/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 41

    Os obstculos podem ser removveis sem auxlio de ferramenta ou chave, masdevem ser fixados de forma a impedir qualquer remoo involuntria.

    As distncias mnimas a serem observadas nas passagens destinadas operao

    e/ou manuteno so aquelas indicadas na tabela abaixo e ilustradas na figura.Em circunstancias particulares, pode ser desejvel a adoo de valores maiores,visando a segurana.

    Distncias mnimas a serem obedecidas nas

    passagens destinadas operao e/ou manuteno quando for

    assegurada proteo parcial por meio de obstculos

    Situao Distncia

    1. Distncia entre obstculos, entre manpulos de dispositivos eltricos(punhos, volantes, alavancas etc.), entre obstculos e parede ou en-

    tre manpulos e parede

    700 mm

    2. Altura da passagem sob tela ou painel 2.000 mm

    NOTA: As distncias indicadas so vlidas considerando-se todas as partes dos painis devi-damente montadas e fechadas

    Passagens com proteo parcial por meio de obstculos.

    ISOLAMENTO DAS PARTES VIVAS

    So elementos construdos com materiais dieltricos (no condutores de eletri-cidade) que tm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura queesta energizadas, para que os servios possam ser executados com efetivo con-trole dos riscos pelo trabalhador.

    O isolamento deve ser compatveis com os nveis de tenso do servio.

    Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar acumulo de sujei-ra e umidade, que comprometam a isolao e possam torn-los condutivos.Tambm devem ser inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes el-tricos anualmente.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    44/109

    42- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Exemplos:

    Coberturas circular isolante (em geral so de polietileno, polipropileno e

    polidracon); Mantas ou lenol de isolante; Tapetes isolantes; Coberturas isolantes para dispositivos especficos (Ex. postes).

    ISOLAO DUPLA OU REFORADA

    Este tipo de proteo normalmente aplicado a equipamentos portteis, taiscomo furadeiras eltricas manuais, os quais por serem empregados nos maisvariados locais e condies de trabalho, e mesmo por suas prprias caractersti-cas, requerem outro sistema de proteo, que permita uma confiabilidade maior

    do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento eltrico.A proteo por isolao dupla ou reforada realizada, quando utilizamos umasegunda isolao, para suplementar aquela normalmente utilizada, e para sepa-rar as partes vivas do aparelho de suas partes metlicas.

    Para a proteo da isolao geralmente so prescritos requisitos mais severosdo que aqueles estabelecidos para a isolao funcional.

    Entre a isolao funcional e a de proteo, pode ser usada uma camada de me-tal, que as separe, totalmente ou em parte. Ambas as isolaes, porm, podemser diretamente sobrepostas uma outra. Neste caso as isolaes devem apre-sentar caractersticas tais, que a falha em uma delas no comprometa a prote-

    o e no estenda outra.Como a grande maioria das causas de acidentes so devidas aos defeitos noscabos de alimentao e suas ligaes ao aparelho, um cuidado especial deveser tomado com relao a este ponto no caso da isolao dupla ou reforada.Deve ser realizada de tal forma que a probabilidade de transferncia de tensesperigosas a partes metlicas susceptveis de serem tocadas, seja a menor pos-svel.

    O smbolo utilizado para identificar o tipo de proteo por isolao dupla ou re-forada em equipamentos o mostrado na figura ao lado, normalmente im-presso de forma visvel na superfcie externa do equipamento.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    45/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 43

    COLOCAO FORA DE ALCANCE

    Neste item estaremos tratando das distncias mnimas a serem obedecidas nas

    passagens destinadas a operao e/ou manuteno, quando for assegurada aproteo parcial por meio de obstculos.

    Partes simultaneamente acessveis que apresentem potenciais diferentes devemse situar fora da zona de alcance normal.

    1. Considera-se que duas partes so simultaneamente acessveis quando oafastamento entre elas no ultrapassa 2,50 m.

    2. Define-se como zona de alcance normal o volume indicado na figura abai-xo.

    Onde: S = superfcie sobre a qual se postam ou circulam pessoas.

    Zona de alcance normal

    Se, em espaos nos quais for prevista normalmente a presena ou circulaode pessoas houver obstculo (por exemplo, tela), limitando a mobilidade noplano horizontal, a demarcao da zona de alcance normal deve ser feita a par-tir deste obstculo.

    No plano vertical, a delimitao da zona de alcance normal deve observar os

    2,50 m da superfcie S, tal como indicado na figura acima, independentementeda existncia de qualquer obstculo com grau de proteo das partes vivas.

    Em locais onde objetos condutivos compridos ou volumosos forem manipuladoshabitualmente, os afastamentos exigidos como acima descritos devem ser au-mentados levando-se em conta as dimenses de tais objetos.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    46/109

    44- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    SEPARAO ELTRICA

    Uma das medidas de proteo contra choques eltricos previstas na NBR

    5410/2004, a chamada "separao eltrica." Ao contrrio da proteo porseccionamento automtico da alimentao, ela no se presta a uso generaliza-do. Pela prpria natureza, uma medida de aplicao mais pontual. Isso noimpediu que ela despertasse, uma certa confuso entre os profissionais de ins-talaes. Alegam-se conflitos entre as disposies da medida e a prtica de ins-talaes.

    O questionamento comea com a lembrana de que a medida "proteo porseparao eltrica", tal como apresentada pela NBR 5410/2004, se traduz pelouso de um transformador de separao cujo circuito secundrio isolado (ne-nhum condutor vivo aterrado, inclusive neutro).

    Lembra ainda que pelas disposies da norma a(s) massa(s) do(s) equipamen-to(s) alimentado(s) no deve(m) ser aterrada(s) e nem ligada(s) a massas deoutros circuitos e/ou a elementos condutivos estranhos instalao - embora odocumento exija que as massas do circuito separado (portanto, quando a fontede separao alimenta mais de um equipamento) sejam interligadas por umcondutor PE prprio, de equipotencializao.

    Exemplo de instalaes que possuem separao eltrica so salas cirrgicas dehospitais, em que o sistema tambm isolado, usando-se igualmente umtransformador de separao, mas todos os equipamentos por ele alimentadostm suas massas aterradas.

    A separao eltrica, como mencionado, uma medida de aplicao limitada.

    A proteo contra choques (contra contatos indiretos) que ela proporciona re-pousa:

    numa separao, entre o circuito separado e outros circuitos, incluindo ocircuito primrio que o alimenta, equivalente na prtica dupla isolao;

    na isolao entre o circuito separado e a terra; e, ainda, na ausncia de contato entre a(s) massa(s) do circuito separado, de um

    lado, e a terra, outras massas (de outros circuitos) e/ou elementos condu-tivos, de outro.

    O circuito separado constitui um sistema eltrico "ilhado". A segurana contrachoques que ele oferece baseia-se na preservao dessas condies.

    Os transformadores de separao utilizados na alimentao de salas cirrgicastambm se destinam a criar um sistema isolado. Mas no por ser o transfor-mador de separao que seu emprego significa necessariamente proteo porseparao eltrica.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    47/109

    4Segurana com eletricidade

    NORMAS TCNICAS BRASILEIRASNBR DA ABNT

    NBR 5410 INSTALAES ELTRICAS DE BAIXA TENSO

    NBR 14039 INSTALAES ELTRICAS DE MDIA TENSO DE 1,0kV A 36,2kV

    p.47

    p.48

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    48/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    49/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 47

    NBR 5410INSTALAES ELTRICAS DE BAIXA TENSO

    ObjetivoEsta Norma estabelece as condies que as instalaes eltricas de baixa ten-so devem satisfazer a fim de garantir a segurana de pessoas e animais, ofuncionamento adequado da instalao e a conservao dos bens.

    Esta Norma aplica-se principalmente s instalaes eltricas de edificao, re-sidencial, comercial, pblico, industrial, de servios, agropecurio, hortigranjei-ro, etc.

    Esta Norma aplica-se s instalaes eltricas:

    . em reas descobertas das propriedades, externas s edificaes;

    . reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings),marinas e instalaes anlogas;

    C

    . canteiros de obra, feiras, exposies e outras instalaes temporrias.

    D

    . aos circuitos eltricos alimentados sob tenso nominal igual ou inferior a1 000 V em corrente alternada, com freqncias inferiores a 400 Hz, ou a 1500 V em corrente continua;

    E. aos circuitos eltricos, que no os internos aos equipamentos, funcionandosob uma tenso superior a 1 000 V e alimentados atravs de uma instalaode tenso igual ou inferior a 1 000 V em corrente alternada (por exemplo,circuitos de lmpadas a descarga, precpitadores eletrostticos etc.);

    F. a toda fiao e a toda linha eltrica que no sejam cobertas pelas normas re-lativas aos equipamentos de utilizao;

    G. s linhas eltricas fixas de sinal (com exceo dos circuitos internos dos e-quipamentos).

    NOTA: A aplicao s linhas de sinal concentra-se na preveno dos riscos decorren-tes das influncias mtuas entre essas linhas e as demais linhas eltricas da instala-o, sobretudo sob os pontos de vista da segurana contra choques eltricos, da

    segurana contra incndios e efeitos trmicos prejudiciais e da compatibilidade ele-tromagntica.

    Esta Norma aplica-se s instalaes novas e a reformas em instalaes existentes.

    NOTA Modificaes destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos eltri-cos, inclusive de sinal, ou substituir equipamentos existentes, no caracterizam neces-

    sariamente uma reforma geral da instalao.

    Esta Norma no se aplica a:

    . instalaes de trao eltrica;

    . instalaes eltricas de veculos automotores;

    C

    . instalaes eltricas de embarcaes e aeronaves;

    D

    . equipamentos para supresso de perturbaes radioeltricas, na medida emque no comprometam a segurana das instalaes;

    E

    . instalaes de iluminao pblica;

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    50/109

    48- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    F

    . redes pblicas de distribuio de energia eltrica;

    G

    . instalaes de proteo contra quedas diretas de raios. No entanto, estaNorma considera as conseqncias dos fenmenos atmosfricos sobre as

    instalaes (por exemplo, seleo dos dispositivos de proteo contra sobre-tenses);

    H

    . instalaes em minas;

    I. instalaes de cercas eletrificadas.

    Os componentes da instalao so considerados apenas no que concerne suaseleo e condies de instalao. Isto igualmente vlido para conjuntos emconformidade com as normas a eles aplicveis.

    A aplicao desta Norma no dispensa o atendimento a outras normas com-plementares, aplicveis as instalaes e locais especficos.

    NOTA: So exemplos de normas complementares a esta Norma as ABNT NBR 13534,ABNT NBR 13570 e ABNT NBR 5418.

    A aplicao desta Norma no dispensa o respeito aos regulamentos de rgospblicos aos quais a instalao deva satisfazer.

    As instalaes eltricas cobertas por esta Norma esto sujeitas tambm, naquiloque for pertinente, s normas para fornecimento de energia estabelecida pelasautoridades reguladoras e pelas empresas distribuidoras de eletricidade.

    NBR 14039

    INSTALAES ELTRICAS DEMDIA TENSO DE 1,0KV A 36,2KV

    ObjetivoEsta Norma estabelece um sistema para o projeto e execuo de instalaes e-ltricas de mdia tenso, com tenso nominal de 1,0kV a 36,2 kV, freqn-cia industrial, de modo a garantir segurana e continuidade de servio.

    Esta Norma aplica-se a partir de instalaes alimentadas pelo concessionrio, oque corresponde ao ponto de entrega definido atravs da legislao vigente ema-nada da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL). Esta Norma tambm se

    aplica as instalaes alimentadas por fonte prpria de energia em mdia tenso.Esta Norma abrange as instalaes de gerao, distribuio e utilizao de e-nergia eltrica, sem prejuzo das disposies particulares relativas aos locais econdies especiais de utilizao constantes nas respectivas normas. As insta-laes especiais tais como martimas, de trao eltrica, de usinas, pedreiras,luminosas com gases (nenio e semelhantes), devem obedecer, alm destaNorma, s normas especificas aplicveis em cada caso.

    As prescries desta Norma constituem as exigncias mnimas a que devemobedecer as instalaes eltricas s quais se refere, para que no venham, porsuas deficincias, prejudicar e perturbar as instalaes vizinhas ou causar da-

    nos a pessoas e animais e conservao dos bens e do meio ambiente.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    51/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 49

    Esta Norma aplica-se s instalaes novas, s reformas em instalaes existen-tes e s instalaes de carter permanente ou temporrio.

    NOTA: Modificaes destinadas a, por exemplo, acomodar novos equipamentos ou subs-tituir os existentes no implicam necessariamente reforma total da instalao.

    Os componentes da instalao so considerados apenas no que concerne suaseleo e s suas condies de instalao. Isto igualmente vlido para con-

    juntos pr-fabricados de componentes que tenham sido submetidos aos ensaiosde tipo aplicveis.

    A aplicao desta Norma no dispensa o respeito aos regulamentos de rgospblicos aos quais a instalao deva satisfazer. Em particular, no trecho entre oponto de entrega e a origem da instalao, pode ser necessrio, alm das pres-cries desta Norma, o atendimento das normas e/ou padres do concession-

    rio quanto conformidade dos valores de graduao (sobrecorrentestemporizadas e instantneas de fase/neutro) e capacidade de interrupo da po-tncia de curto-circuito.

    NOTA: A Resoluo 456:2000 da ANEEL define que ponto de entrega ponto de co-nexo do sistema eltrico da concessionria com as instalaes eltricas da unidadeconsumidora, caracterizando-se como o limite de responsabilidade do fornecimento.

    Esta norma aplica-se:

    Na construo e manuteno das instalaes eltricas de mdia tenso de 1,0a 36,2 kV a partir do ponto de entrega definido pela legislao vigente incluindo

    as instalaes de gerao, distribuio de energia eltrica. Devem considerar arelao com as instalaes vizinhas a fim de evitar danos s pessoas, animais emeio ambiente.

    Esta norma no se aplica:

    s instalaes eltricas de concessionrios dos servios de gerao,transmisso e distribuio de energia eltrica, no exerccio de suas fun-es em servio de utilidade pblica;

    s instalaes de cercas eletrificadas; Trabalhos com circuitos energizados.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    52/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    53/109

    5Segurana com eletricidade

    PROCEDIMENTOS

    ROTINAS DE TRABALHO

    INSTALAES DESENERGIZADAS

    LIBERAO PARA SERVIOS SINALIZAO DE SEGURANA

    INSPEES DE REAS, SERVIOS, FERRAMENTAL E EQUIPAMENTO

    p.53

    p.57p.59

    p.63

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    54/109

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    55/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 53

    INSTALAES DESENERGIZADAS

    ObjetivoDefinir procedimentos bsicos para execuo de atividades/trabalhos em siste-ma e instalaes eltricas desenergizadas.

    mbito de aplicaoAplica-se s reas envolvidas direta ou indiretamente no planejamento, pro-gramao, coordenao e execuo das atividades, no sistema ou instalaeseltricas desenergizadas.

    Conceitos bsicos

    Impedimento de equipamentoIsolamentos eltricos do equipamento ou instalao, eliminando a possibilidadede energizao indesejada, indisponibilizando operao enquanto permanecera condio de impedimento.

    Responsvel pelo servioEmpregado da empresa ou de terceirizada que assume a coordenao e super-viso efetiva dos trabalhos.

    responsvel pela viabilidade da execuo da atividade e por todas as medidasnecessrias segurana dos envolvidos na execuo das atividades, de tercei-

    ros, e das instalaes, bem como por todos os contatos em tempo real com area funcional responsvel pelo sistema ou instalao.

    PES Pedido para Execuo de ServioDocumento emitido para solicitar a rea funcional responsvel pelo sistema ouinstalao, o impedimento de equipamento, sistema ou instalao, visando arealizao de servios.

    Deve conter as informaes necessrias realizao dos servios, tais como:descrio do servio, nmero do projeto, local, trecho/equipamento isolado, da-ta, horrio, condies de isolamento, responsvel, observaes, emitente, entreoutros.

    AES Autorizao para Execuo de Servio a autorizao fornecida pela rea funcional, ao responsvel pelo servio, libe-rando e autorizando a execuo dos servios. A AES parte integrante do docu-mento PES.

    Desligamento ProgramadoToda interrupo programada do fornecimento de energia eltrica, deve ser co-municada aos clientes afetados formalmente com antecedncia contendo data,horrio e durao pr-determinados do desligamento.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    56/109

    54- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Desligamento de EmergnciaInterrupo do fornecimento de energia eltrica sem aviso prvio aos clientes afe-

    tados, se justifica por motivo de fora maior, caso fortuito ou pela existncia derisco iminente integridade fsica de pessoas, instalaes ou equipamentos.

    Interrupo MomentneaToda interrupo provocada pela atuao de equipamentos de proteo com re-ligamento automtico.

    Procedimentos gerais de seguranaTodo servio deve ser planejado antecipadamente e executado por equipes de-vidamente treinadas e autorizadas de acordo com a NR-10 da portaria3214/MTB/78 e com a utilizao de equipamentos aprovados pela empresa e

    em boas condies de uso.O responsvel pelo servio, dever estar devidamente equipado com um siste-ma que garanta a comunicao confivel e imediata rea funcional responsvelpelo sistema ou instalao durante todo o perodo de execuo da atividade.

    Procedimentos gerais para servios programadosO empregado que coordenar a execuo das atividades/trabalhos em sistema einstalaes eltricas desenergizadas, ter como responsabilidades:

    Apresentar os projetos a serem analisados, com os respectivos estudos deviabilidade, tempo necessrio para execuo das atividades/trabalhos;

    Definir os recursos materiais e humanos para cumprimento do planejado; Entregar os projetos que envolverem alterao de configurao do sistema

    e instalaes eltricas rea funcional responsvel.

    Avaliao dos DesligamentosA rea funcional responsvel pelo sistema ou instalao ter como atribuio ava-liar as manobras, de forma a minimizar os desligamentos necessrios com a m-xima segurana, analisando o impacto (produo, indicadores, segurana dostrabalhadores, custos, etc.) do desligamento.

    Execuo dos Servios

    A equipe responsvel pela execuo dos servios dever providenciar: Os levantamentos de campo necessrios execuo do servio; Os estudos de viabilidade de execuo dos projetos; Todos os materiais, recursos humanos e equipamentos necessrios para

    execuo dos servios nos prazos estabelecidos; Documentao para Solicitao de Impedimento de Equipamento;

    Todo impedimento de equipamento deve ser oficializado junto rea fun-cional responsvel, atravs do documento PES, ou similar.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    57/109

    COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP - 55

    NOT S

    Servios que no se enquadrarem dentro dos prazos de programao e que no sejamde emergncia, devem ser solicitados rea funcional responsvel pelo sistema ou

    instalao, com justificativa por escrito e se aprovados so de responsabilidade da reaexecutante, o aviso da interrupo a todos os envolvidos. Qualquer impacto do nocumprimento dos prazos e do no aviso aos envolvidos de responsabilidade da reaexecutante.

    Quando da liberao do sistema ou instalao com a necessidade de manobras, deve-se observar os prazos mnimos exigidos.

    A interveno no sistema ou instalao eltrica que envolver outras reas ou empresas(concessionrias) deve ter sua programao efetuada em conformidade com os crit-rios e normas estabelecidos no Acordo Operativo existente, envolvendo no planejamen-to todas as equipes responsveis pela execuo dos servios.

    Emisso de PES.O PES dever ser emitido para cada servio, quando de impedimentos distintos.

    Quando houver dois ou mais servios que envolvam o mesmo impedimento, soba coordenao do mesmo responsvel, ser emitido apenas um PES.

    Nos casos em que, para um mesmo impedimento, houver dois ou mais respon-sveis, obrigatoriamente ser emitido um PES para cada responsvel, mesmoque pertenam a mesma rea.

    Quando na programao de impedimento existir alterao de configurao dosistema ou instalao, dever ser encaminhado rea funcional responsvel

    pela atividade, o projeto atualizado. Caso no exista a possibilidade de envio doprojeto atualizado, de responsabilidade do rgo executante elaborar um cro-qui contendo todos os detalhes necessrios que garantam a correta visualiza-o dos pontos de servio e das alteraes de rede a serem executadas.

    Etapas da programao

    Elaborao da Manobra ProgramadaInformaes que devero constar na Programao da Manobra:

    Data, horrio previsto para inicio e fim do servio; Descrio sucinta da atividade; Nome do responsvel pelo servio; Dados dos clientes interrompidos, rea ou linha de produo; Trecho eltrico a ser desligado, identificado por pontos significativos; Seqncia das manobras necessrias para garantir a ausncia de tenso

    no trecho do servio e a segurana nas operaes; Seqncia de manobras para retorno situao inicial; Divulgao do desligamento programado, aos envolvidos; As reas/clientes afetados pelo desligamento programado devem ser in-

    formadas com antecedncia da data do desligamento.

  • 7/25/2019 Apostila Curso Nr-10 Modulos 01

    58/109

    56- COMISSO TRIPARTITE PERMANENTE DE NEGOCIAO DO SETOR ELETRICO NO ESTADO DE SP

    Aprovao do PESDepois de efetuada a programao e o planejamento da execuo da atividade,

    a rea funcional responsvel, deixar o documento PES, disponvel no sistemapara consulta e utilizao dos rgos envolvidos.

    Ficar a cargo do gestor da rea executante, a entrega da via impressa do PESaprovado, ao responsvel pelo servio, que dever estar de posse do documen-to no local de trabalho.

    Procedimentos GeraisCaso o responsvel pelo servio no esteja de posse do PES/AES, a rea fun-cional responsvel no autorizar a execuo do desligamento.

    O impedimento do equipamento/instalao depende da solicitao direta doresponsvel pelo servio rea funcional responsvel, devendo este j se en-contrar no local onde sero executados os servios.

    Havendo necessidade de substituio do responsvel pelo servio, a rea exe-cutante dever informar rea funcional responsvel o nome do novo respon-svel pelo servio, com maior antecedncia, justificando formalmente aalterao.

    Para todo PES dever ser gerada uma Ordem de Servio - OS ou Pedido deTurma de Emergncia - PTE (ou documento similar).

    A rea funcional responsvel autorizar o incio da execuo da atividade apsconfirmar com o responsvel pelo servio, os dados constantes no documentoem campo, certificando-se de sua igualdade.

    Aps a concluso das atividades e liberao do responsvel pelo servio, a reafuncional responsvel, coordenar o retorno configurao normal de opera-o, retirando toda a documentao vinculada execuo do servio.

    Para garantir a segurana de todos envolvidos na execuo das atividades casohaja mais de uma equipe trabalhando em um mesmo trecho, a normal