117
WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR 1 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!! Após 11 de setembro, o nome de Bin Laden ganhou fama mundial, inspirando militantes jihadistas no Iraque e em diversos lugares do mundo. Vários grupos começaram a se denominar como Al Qaeda, ou agindo em nome de seus objetivos, passaram a organizar atentados de impacto na Europa (Madri em 2004 e Londres em 2005), no norte da África, no Oriente Médio e em outras partes da Ásia. Sua atividade consolidou a transformação da Al Qaeda, idealizada por Bin Laden, numa organização com estrutura descentralizada e difusa, que opera em braços autônomos. Nessa organização em rede, os grupos afiliados contavam principalmente com a liderança ideológica de Bin Laden e da Al Qaeda central, hoje, comandada pelo o egípcio Ayman al- Zawahiri, baseada no Afeganistão e no Paquistão. Apesar de subordinados a um comando central. Os grupos possuem autonomia para conduzir as operações – arrecadar fundos, recrutar militantes e realizar ataques. De acordo com a Intel Center, o instituto que monitora grupos terroristas, a Al Qaeda possui atualmente ao menos 14 grupos afiliados, que mantêm operações em quase 30 países. A maioria dos especialistas acredita que a morte de Bin Laden terá um impacto limitado no potencial da Al Qaeda de prosseguir com ações terroristas, uma vez que os grupos afiliados atuam com independência. Além disso, Bin Laden estava distante do dia a dia da Al Qaeda, exercendo pouca influência direta sobre os efetivos. Esse papel estava com o seu número 2, o médico egípcio Ayman AL Zawahri, agora o novo líder do grupo. Embora a Al Qaeda supostamente não dependesse mais de seu mentor, a saída de cena do maior símbolo do Jihad islâmico priva o movimento de sua fonte principal de inspiração e coesão. O QUE É TERRORISMO? Afinal de contas o que é o terrorismo? A resposta não é simples, nem consensual. Pode-se dizer que é o uso sistemático da violência contra uma população para criar um ambiente de medo e assim alcançar um objetivo político. Historicamente, atos que seriam tidos como terroristas foram considerados legítimos quando correspondiam à luta contra a opressão de um Estado, à ocupação ou ao domínio colonial. É o caso da Resistência francesa, que lutou contra a ocupação nazista na II Guerra Mundial. Por causa dessas considerações políticas, é difícil que, em fóruns como a ONU, haja consenso para designar um grupo como terrorista. O terrorismo é um traço marcante da política contemporânea, em geral associado às lutas de grupos nacionalistas. A novidade da rede Al Qaeda é que ela não reconhece fronteiras e possui um objetivo internacional: atacar a influência ocidental no mundo atual A MODERNA CONCEPÇÃO POLÍTICA DE TERRORISMO O terrorismo, hoje, é considerado um instrumento de violência com fins estratégicos e políticos, patrocinado por ideologias, inclusive religiosas. No século XIX, surgiu essa acepção de ação política, sendo creditada ao alemão Karl Heinzen (1809-1880), que a descreve na sua obra Das Mord. Nela, Heinzen pregava o uso da violência e de métodos que tragam pânico e terror, como bombas e envenenamento, para atingir determinados objetivos considerados fundamentais para uma causa. Além disso, sempre em nome da causa, admitia alianças com a escória social e o recrutamento de pessoas para morrerem por ela. As idéias de Heinzen tiveram eco significativo no século XIX, influenciando Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin, que criaram o anarquismo. O termo anarquismo, ao qual frequentemente é associado o de “anarquia” tem uma origem precisa do grego, que significa “sem Governo”. Através deste vocábulo se indicou sempre uma sociedade livre de todo o domínio político autoritário, na qual o homem se afirmaria apenas através da própria ação exercida livremente num contexto sociopolítico em que todos deveriam ser livres. Anarquismo significou, portanto, a libertação de todo o poder superior, fosse ele de ordem ideológica (religião, doutrinas, políticas, etc.), fosse C. GERAIS & ATUALIDADES PEDRO ISRAEL TERRORISMO

Apostila de Atualidades

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

1 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Após 11 de setembro, o nome de Bin Laden ganhou fama mundial, inspirando militantes jihadistas no Iraque e em diversos lugares do mundo. Vários grupos começaram a se denominar como Al Qaeda, ou agindo em nome de seus objetivos, passaram a organizar atentados de impacto na Europa (Madri em 2004 e Londres em 2005), no norte da África, no Oriente Médio e em outras partes da Ásia.

Sua atividade consolidou a transformação da Al Qaeda, idealizada por Bin Laden, numa organização com estrutura descentralizada e difusa, que opera em braços autônomos. Nessa organização em rede, os grupos afiliados contavam principalmente com a liderança ideológica de Bin Laden e da Al Qaeda central, hoje, comandada pelo o egípcio Ayman al-Zawahiri, baseada no Afeganistão e no Paquistão. Apesar de subordinados a um comando central. Os grupos possuem autonomia para conduzir as operações – arrecadar fundos, recrutar militantes e realizar ataques. De acordo com a Intel Center, o instituto que monitora grupos terroristas, a Al Qaeda possui atualmente ao menos 14 grupos afiliados, que mantêm operações em quase 30 países.

A maioria dos especialistas acredita que a

morte de Bin Laden terá um impacto limitado no potencial da Al Qaeda de prosseguir com ações terroristas, uma vez que os grupos afiliados atuam com independência. Além disso, Bin Laden estava distante do dia a dia da Al Qaeda, exercendo pouca influência direta sobre os efetivos. Esse papel estava com o seu número 2, o médico egípcio Ayman AL Zawahri, agora o novo líder do grupo.

Embora a Al Qaeda supostamente não dependesse mais de seu mentor, a saída de cena do maior símbolo do Jihad islâmico priva o movimento de sua fonte principal de inspiração e coesão.

O QUE É TERRORISMO?

Afinal de contas o que é o terrorismo? A

resposta não é simples, nem consensual. Pode-se dizer que é o uso sistemático da violência contra uma população para criar um ambiente de medo e assim alcançar um objetivo político.

Historicamente, atos que seriam tidos como terroristas foram considerados legítimos quando correspondiam à luta contra a opressão de um Estado, à ocupação ou ao domínio colonial. É o caso da Resistência francesa, que lutou contra a ocupação nazista na II Guerra Mundial.

Por causa dessas considerações políticas, é difícil que, em fóruns como a ONU, haja consenso para designar um grupo como terrorista. O terrorismo é um traço marcante da política contemporânea, em geral associado às lutas de grupos nacionalistas. A novidade da rede Al Qaeda é que ela não reconhece fronteiras e possui um objetivo internacional: atacar a influência ocidental no mundo atual

A MODERNA CONCEPÇÃO POLÍTICA DE TERRORISMO

O terrorismo, hoje, é considerado um

instrumento de violência com fins estratégicos e políticos, patrocinado por ideologias, inclusive religiosas.

No século XIX, surgiu essa acepção de ação política, sendo creditada ao alemão Karl Heinzen (1809-1880), que a descreve na sua obra Das Mord. Nela, Heinzen pregava o uso da violência e de métodos que tragam pânico e terror, como bombas e envenenamento, para atingir determinados objetivos considerados fundamentais para uma causa. Além disso, sempre em nome da causa, admitia alianças com a escória social e o recrutamento de pessoas para morrerem por ela. As idéias de Heinzen tiveram eco significativo no século XIX, influenciando Mikhail Bakunin e Piotr Kropotkin, que criaram o anarquismo.

O termo anarquismo, ao qual frequentemente é associado o de “anarquia” tem uma origem precisa do grego, que significa “sem Governo”. Através deste vocábulo se indicou sempre uma sociedade livre de todo o domínio político autoritário, na qual o homem se afirmaria apenas através da própria ação exercida livremente num contexto sociopolítico em que todos deveriam ser livres.

Anarquismo significou, portanto, a libertação de todo o poder superior, fosse ele de ordem ideológica (religião, doutrinas, políticas, etc.), fosse

C. GERAIS & ATUALIDADES PEDRO ISRAEL

TERRORISMO

Page 2: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

2 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

de ordem política (estrutura administrativa hierarquizada), de ordem econômica (propriedades dos meios de produção), de ordem social (integração numa classe ou num grupo determinado) ou até de ordem jurídica (a lei). A estes motivos se junta o impulso geral para a liberdade.

(...) Precisados os termos, pode concluir então que Anarquismo se entende o movimento que atribui, ao homem como indivíduo e à coletividade, o direito de usufruir toda a liberdade, sem limitação de normas, de espaço e de tempo, fora dos limites existenciais do próprio indivíduo. Liberdade de agir sem ser oprimido por qualquer tipo de autoridade, admitindo unicamente os obstáculos da natureza, da “opinião”, do “senso comum” e da vontade da comunidade geral – ao qual o indivíduo se adapta sem constrangimento, por um ato livre de vontade.

Característico do Anarquismo é o fenômeno da rebeldia, por seu lado exterior violento ou, pelo menos, não pacífico vizinho, mas não necessariamente conexo com o fenômeno paralelo do insurreicionismo. A rebeldia ou rebeldismo é a exteriorização violenta e de improviso, a maior parte das vezes manifestando-se irracionalmente, de uma ação eversiva contra a ordem constituída.

Voltando ao Terrorismo, fica claro, portanto, a dificuldade de se conseguir uma definição suficientemente ampla e consensual para terrorismo, pois ela envolve conceitos políticos, ideológicos, militares, religiosos. No início do século XX, por exemplo, o termo terrorismo era definido, em dicionários, com uma conotação bem diferente da que temos hoje em dia: “pessoa que espalha boatos assustadores; que prediz catástrofes ou acontecimentos funestos; pessimista”.

Vejamos algumas definições do que é terrorismo:

� “Terrorismo é o uso de violência política como

forma de pressionar um governo e/ou sociedade para que aceitem uma mudança política ou social radical.”

(ROBERTSON, D. A Dictionary of Modern Politics. New York: Oxford, 1993)

� “Prática do terror como instrumento de ação

política, procurando alcançar, pelo uso da violência, objetivos que poderiam ou deveriam cometer-se ao exercício legal da vontade política. O terrorismo caracteriza-se, antes de qualquer coisa, pela indiscriminação das vítimas a atingir, pela generalização da violência, visando, em última análise, a liquidação, desativação ou retração da vontade de combater do inimigo predeterminado, ao mesmo tempo em que procura paralisar também a disponibilidade de reação da população.”

(Enciclopédia Verbo do Direito e do Estado. Lisboa: Pólis-Portucalense, 1997. v. V)

� “O terrorismo assenta, pois, no recurso

sistemático à violência como forma de intimidação da comunidade no seu todo. No entanto, a prática do ‘terror’ pode visar finalidades políticas muito distintas: a subversão do sistema político (como sucedeu com as

Brigadas Vermelhas na Itália ou com o Baader-Meinhof na Alemanha), a destruição de movimentos cívicos ou democráticos (como sucedeu com a Aliança Anticomunista da Argentina e, em certa medida, com os Esquadrões da Morte do Brasil), o separatismo (como sucede com a ETA) ou a afirmação de convicções religiosas (como sucede com alguns movimentos fundamentalistas)”

(BOBBIO, N)

AS FORMAS DE TERRORISMO

Ao longo do século XX e início do século XXI, o sentido de terrorismo não ficou preso ao seu sentido original, ligado às ações de execução e de extermínio do Estado, sendo hoje muito mais identificado com ações violentas e de objetivos políticos de grupos ou de pessoas que se opõem a governos.

No intrincado e complexo século XX, o terrorismo esteve presente em diferentes formas: � de Estado – em que governos utilizaram

genocídios, extermínios, prisões, torturas e deportações, invocando razões de Estado (ou a sua segurança), voltando-se contra minorias étnicas, religiosas ou políticas.

� de Pessoas ou Grupos – com o mesmo objetivo se reúnem para praticar atos que levem temor aos governos ou populações.

� de um único indivíduo – agindo sozinho, usando da prática do terror para conseguir seus objetivos.

CURIOSIDADES!

Faria tudo de novo, e melhor...

Entre os anos de 1973 até 1994, o venezuelano Ilitch Ramirez Sanchez foi tido como o maior terrorista em atividade, pois praticou diversos atentados (seqüestros, atentados a bomba, assassinatos), encomendados e remunerados por serviços secretos de países como os da Europa do Leste, da URSS e os do mundo árabe. Ele é acusado de ter provocado a morte de 93 pessoas e de ferir centenas de outras.

Foi caçado por policiais de todo o mundo. Passou a ser chamado Carlos, o Chacal, como o personagem central da ficção de Frederick Forsyth, O Dia do Chacal, um homem misterioso que praticaria atentados pagos por organizações clandestinas ou serviços secretos, inclusive um frustrado atentado contra o ex-presidente francês, Charles de Gaulle.

Nascido na Venezuela, o Chacal sofreu grande influência de seu pai, que era comunista. Na sua juventude, recebeu treinamento militar em Cuba e estudou na URSS. Em 1973, com 24 anos, ingressou na Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).

Page 3: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

3 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

A POLÍTICA NORTE-AMERICANA

Desde o fatídico 11 de setembro de 2001, o combate ao terrorismo global tornou-se a peça-chave da política eterna dos Estados Unidos, a única superpotência mundial após o fim da Guerra Fria.

Nestes 10 anos, o país envolveu-se em duas guerras e gasto enorme quantia com o orçamento militar. As invasões do Afeganistão (2001) e do Iraque (2003) consumiram quase 1,3 trilhão de dólares, resultaram em ocupações militares ainda em curso e deslocaram mais de 300 mil soldados para os países da região, dos quais 6 mil perderam a vida. O alto custo financeiro e humano desses conflitos ofusca os ganhos na luta contra o terrorismo, em especial depois da crise econômica, mudando as prioridades internas dos EUA.

Osama Bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo, está morto. Na noite de 1º de maio de 2011, um grupo de elite da Marinha norte-americana invadiu o espaço aéreo do Paquistão, sob as ordens do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ao chegar à cidade de Abbottabad, executou a tiros o líder máximo da rede terrorista Al Qaeda, no complexo residencial em que vivia escondido.

A bem-sucedida missão ocorreu quase dez anos depois do atentado sofrido pelos americanos ao World Trade Center pelos militantes da Al Qaeda.

A morte de Bin Laden, porém, causou euforia nos Estados Unidos. Em plena madrugada, uma multidão se aglomerou em frente à Casa Branca e ocupou a Times Square, em Nova York, para comemorar. Obama deu ao acontecimento relevo histórico ao afirmar, em cadeia nacional, que representa “a conquista mais significativa até o momento no esforço dos EUA em derrotar a Al Qaeda”. O apoio popular ao presidente saltou 10 pontos nas pesquisas após o anuncio do fim da caçada ao líder terrorista. Nos EUA, o feito é considerado a maior vitória de seu governo no front externo e esvaziou o discurso da oposição republicana de que o presidente seria “fraco” na questão da segurança nacional.

No entanto, a morte de Bin Laden tem um efeito, sobretudo simbólico na guerra contra o terrorismo, uma vez que o mentor do 11 de setembro estava aparentemente afastado do comando direto das operações da Al Qaeda. Além disso, acredita-se que a principal ameaça à segurança nacional não mais das bases da Al Qaeda central, sediada no Afeganistão e no Paquistão, pois foram muito debilitadas pelos ataques norte-americanos nos últimos anos.

Hoje, o maior perigo estaria no norte da África e no Oriente Médio, onde grupos ligados à Al Qaeda estão ativos e planejando novos atentados.

Por esse motivo, Obama salientou em seu discurso que a morte de Bin Laden “não marca o fim do nosso esforço”. “Devemos e iremos continuar vigilantes no país e no exterior”. Doutrina Bush

A resposta dos EUA aos atentados de 11 de setembro não se limitou à guerra no Afeganistão. O governo do ex-presidente George W. Bush (2001-2008), então no poder, considerou o terrorismo a principal ameaça à segurança mundial e inaugurou um novo cenário geopolítico.

Em 2002, Bush definiu a novo estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos chamada de Doutrina Bush.

Nela, os EUA resumiram as relações internacionais ao embate entre “forças do bem” (sociedades livres) e “forças do mal” (sociedades ou organizações que patrocinam o terrorismo).

Como na lista de inimigos divulgada e redefinida periodicamente por Washington existiam vários países e organizações muçulmanas, a Doutrina Bush acabou criando uma polarização entre os países ocidentais e o mundo islâmico.

A Doutrina Bush defendia, centralmente:

� O Unilateralismo – a possibilidade de os EUA

agirem no mundo de modo unilateral (sem a preocupação de consulta aos organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas – ONU – e a Aliança Militar Ocidental – OTAN.

� Os ataques preventivos – o uso da força de forma preventiva (antes de um ataque inimigo) contra qualquer país que os Estados Unidos considerassem ameaçador à sua segurança.

Em 1975, praticou um dos seus atentados mais espetaculares, seqüestrando 11 ministros, de países-membros da OPEP, reunidos em Viena, matando, nessa ocasião, três pessoas.

Nos anos seguintes, continuou com suas atividades terroristas, tornando-se o homem mais procurado pelas polícias secretas do Ocidente. Mesmo assim, suas ações espetaculares não deixavam rastro, criando-se uma aura de mistério em torno desse terrorista mercenário.

Em 1994, com o fim da Guerra Fria, eram

poucos os refúgios para o Chacal. Nesse ano ele foi preso no Sudão, onde morava, e extraditado para a França, onde foi julgado e condenado à prisão perpétua.

Page 4: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

4 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Com base nela, os norte-americanos reforçaram

a presença de suas tropas em todos os continentes e ampliaram seu orçamento militar, já muito maior do que o de qualquer outro país.

Em seguida, Bush definiu o novo alvo da guerra ao terror: o Iraque de Saddam Hussein. Em 2003, os EUA invadiram o país, sem a aprovação da ONU e com o auxílio do Reino Unido. Diferentemente do ataque ao Afeganistão, a guerra no Iraque provocou enorme polêmica e foi reprovada por boa parte da comunidade internacional.

A Casa Branca afirmava que Saddam, o ditador iraquiano, desenvolvia armas de destruição em massa e tinha ligações com a Al Qaeda. Depois da invasão, porém, ficou comprovado que as alegações eram falsas.

Bush é acusado de ter ocupado o Iraque com outros objetivos: garantir o acesso às enormes reservas de petróleo do país e abrir caminho para que as multinacionais norte-americanas investissem na reconstrução, obtendo ganhos significativos.

A intervenção no Iraque tomou um rumo complexo.

Após a derrubada de Saddam, o país mergulhou

numa guerra civil entre sunitas, xiitas e curdos, e os EUA fazem uma longa ocupação militar. E pior: se o Iraque de Saddam estava aparentemente livre de grupos terroristas, o país ocupado viu-os se multiplicar, principalmente após a criação da Al Qaeda local em 2004. Nos anos seguintes, o grupo promoveu uma brutal campanha de atentados contra alvos ocidentais.

Page 5: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

5 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

INVASÃO NO IRAQUE

No dia 16 de Dezembro de 2011, Os Estados Unidos entregaram às forças armadas iraquianas a última das 505 bases militares de que dispunham no país, um dia após a cerimônia formal de retirada dos americanos do Iraque realizada em Bagdá.

O representante do primeiro-ministro, Hussein al-Assadi, e um coronel americano assinaram os documentos em uma sala da base Camp Adder, conhecida pelos iraquianos como base Imam Ali, situada a sudoeste de Nasiriya, 305 km ao sul de Bagdá.

Tudo o que resta das forças armadas americanas no Iraque são cerca de 4.000 soldados de um total que chegou a quase 170 mil soldados durante o pico da guerra em 505 bases em todo o país.

Após o final do ano, a embaixada dos EUA vai manter apenas 157 soldados para o treinamento das forças iraquianas, e um grupo de fuzileiros navais para proteger a missão diplomática.

Retirada

Militares desceram a bandeira dos Estados Unidos da haste e a enrolaram em um tecido, fechando o quartel-general do Exército americano em Bagdá. Assim foi encerrada oficialmente a guerra no Iraque, após quase nove anos de presença das tropas americanas no país.

Secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, discursa em evento que encerra guerra no Iraque

Com a participação do secretário de Defesa dos

Estados Unidos, Leon Panetta, o encerramento aconteceu duas semanas antes do prazo programado no acordo de segurança assinado entre os governos dos EUA e do Iraque em 2008.

O documento estipulava que as tropas estrangeiras deveriam deixar o país do Oriente Médio até o dia 31 de dezembro de 2011. Os soldados chegaram no país no dia 19 de março de 2003. A data da cerimônia foi mantida em segredo durante semanas para evitar que insurgentes ou milícias pudessem planejar um ataque.

Em seu discurso na cerimônia no aeroporto internacional de Bagdá, Panetta afirmou que os veteranos que fizeram parte dos quase nove anos de conflito poderiam estar certos de que o "sacrifício que fizeram ajudou o povo iraquiano a colocar a tirania de lado".

"Depois de muito sangue derramado por iraquianos e americanos, a missão de um Iraque que pudesse se governar e garantir a própria segurança se concretizou", ressaltou. "Certamente, o custo foi alto – em mortes e em dinheiro para os Estados Unidos e para o povo iraquiano. Essas vidas não se perderam em vão". Presença Militar

Com o fechamento do quartel-general do Exército americano em Bagdá, é colocado um fim definitivo na presença militar americana no país. As últimas tropas já estão sendo retiradas.

Os EUA queriam inicialmente que 40 mil

americanos continuassem em território iraquiano trabalhando no treinamento de forças nacionais e ajudando na segurança local, plano que não se concretizará pela ausência de acordo entre os governos sobre o tema.

Dar fim à guerra foi uma das promessas que ajudaram Barack Obama a chegar à Presidência em 2008, e permite que a Casa Branca foque no Afeganistão e na crise econômica doméstica. No entanto, críticos acusam Obama de usar o fim da guerra para dar força à sua campanha para a reeleição em 2012. Iraque e os efeitos da guerra

O Iraque é um país arrasado e com muitas dificuldades de se restabelecer como um Estado normal. A sucessão de barreiras militares e controles, necessários num ambiente de guerra civil, impedem que haja o conceito básico de cidadania: não se pode ir e vir.

A economia quase inexiste na prática, enquanto o desemprego e a informalidade campeiam. O parque petrolífero está se reorganizando, atraindo empresas de segurança privada, que estão sendo instaladas na região de Basra, no sul iraquiano.

A Guerra definitivamente acabou?

Apesar de a guerra do Iraque ter sido

oficialmente encerrada, uma análise do "Índice Iraque" da Brookings Institution, que rastreia desde 2003 variáveis de reconstrução e segurança

Page 6: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

6 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

no Iraque pós-Saddam Hussein, apresenta um retrato bem diferente.

Desde 2003, foram 4.802 soldados da coalizão e cerca de 120 mil civis iraquianos mortos. Aproximadamente US$ 1 trilhão foi gasto pelos Estados Unidos na guerra.

E mesmo assim, depois de nove anos, o Iraque está longe de ser um país seguro. Segundo o levantamento de Michael O'Hanlon no índice Iraque, ainda há mil integrantes da Al Qaeda ativos no país. O número de civis mortos chegou a um pico de 34.500 em 2006. Em 2011, foi de 1.215. Uma redução marcante, mas 1215 não é exatamente um número de civis mortos condizente com um país onde supostamente a guerra acabou.

Em julho de 2007, houve 1800 ataques de insurgentes, incluindo bombas de estrada, trocas de tiro, homens bomba. O número caiu para menos de 200 em agosto de 2011. De novo, não se pode falar em "normalidade" com 200 ataques por mês.

O índice acompanha uma série de indicadores políticos: orçamento, nível de inclusão no governo, lei de aposentadoria, legislação eleitoral de províncias, saída de extremistas do governo. Aqui também o resultado é preocupante: a pontuação caiu de 6,5 de 12 em 2008 para 05 de 12 em 2011. Quando os últimos soldados americanos deixarem o Iraque, no dia 31 de dezembro, eles deixarão para trás "um país soberano, estável e auto-sustentável", disse o presidente Barack Obama. Não exatamente. É tudo uma questão de ponto de vista e necessidade de achar um ângulo positivo em plena campanha eleitoral.

PRINCIPAIS ATENTADOS TERRORISTAS APÓS

O 11 DE SETEMBRO � PAQUISTÃO, KARACHI (2002)

Diversos ataques terroristas ocorreram nos últimos anos em Karachi, a maior cidade do Paquistão. Em junho de 2002, um homem-bomba explodiu um caminhão em frente ao consulado dos EUA em Karachi, matando 14 paquistaneses. O ataque ocorreu um mês depois de outro atentado suicida na cidade, que deixou 11 engenheiros franceses mortos.

Em setembro de 2003, uma bomba, escondida em uma cesta de lixo, explodiu no décimo andar de um prédio comercial na cidade de Karachi, quebrando janelas e jogando destroços nas ruas sem deixar vítimas. A explosão foi tão grande que pode ser ouvida pela cidade de 14 milhões de habitantes.

Em maio de 2011, uma base aérea paquistanesa em Karachi foi alvo de um "ataque terrorista”. Os talibãs paquistaneses aliados à Al-Qaeda, que realiza uma campanha de atentados suicidas e ataques que já deixaram cerca de 4.400 mortos em quase quatro anos em todo o país, juraram vingar a morte de Osama bin Laden, morto no dia 2 de maio no norte do país por um comando americano.

� INDONÉSIA, BALI (2002)

No dia 12 de outubro de 2002, em Bali (Indonésia), o terrorismo islâmico atacou jovens turistas e surfistas estrangeiros, arrasando boates, lojas, cafés e bares na ilha. Entre os mortos estavam cidadãos de vinte nacionalidades diferentes. Foi o maior atentado recente contra turistas estrangeiros no exterior. Bin Laden, por carta, se disse feliz.

Mais de 200 pessoas morreram e cerca de 330

ficaram feridas. Os radicais muçulmanos da facção Jemaah Islamiah, ligados à rede Al Qaeda assumiram a responsabilidade dos atentados. � RÚSSIA, MOSCOU (2002)

No dia 23 de outubro de 2002, em Moscou (Rússia). No segundo ato da peça em cartaz no Palácio da Cultura, os fuzis dos chechenos renderam público e atores. O governo russo se viu diante do eterno dilema apresentado pelo terror: ceder e negociar ou apenas atacar? Vladimir Putin ordenou a sangrenta invasão do teatro. Sua população o apoiou.

O total de mortos foram: 118 inocentes e 54 terroristas. Além de 146 pessoas feridas. Os muçulmanos separatistas da Chechênia foram os responsáveis pelo atentado.

Page 7: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

7 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Entenda o conflito na Chechênia

A Chechênia declarou independência da Rússia em 1991, mas o ex-presidente russo Boris Yeltsin esperou até 1994 para enviar tropas à região, para restaurar a autoridade de Moscou. A primeira guerra da Chechênia terminou com uma humilhante derrota para as forças russas em 1996.

Em 1º de outubro de 1999, o então primeiro-ministro russo (e depois presidente) Vladimir Putin deu início a uma nova ofensiva, uma "operação antiterrorista" parcialmente desencadeada por uma onda de atentados contra apartamentos em Moscou e em outras partes da Rússia. Putin atribuiu os ataques a rebeldes chechenos.

Ainda no início de 1999, forças chechenas tentaram estabelecer um Estado islâmico na república autônoma russa do Daguestão, que faz fronteira com a Chechênia. O que querem os chechenos?

A população média busca paz e tranqüilidade. Os combatentes rebeldes querem independência ou, pelo menos, um governo autônomo, que eles quase obtiveram após 1996.

Assim que as forças militares deixaram o país, em 1997, os chechenos elegeram o seu próprio presidente - Aslan Maskhadov, um ex-oficial da artilharia soviética que havia sido o principal comandante militar dos rebeldes chechenos.

A decisão sobre o status político da Chechênia foi adiada por cinco anos, após um acordo de paz ter sido negociado pelo governo checheno com Moscou. Mas, durante o período de paz, Maskhadov foi incapaz de controlar seus comandantes mais radicais e a república rebelde mergulhou na anarquia, tornando-se uma das "capitais mundiais" no ato de tomar reféns. No que se transformou a política de Putin?

Em outubro de 2003, o líder checheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov foi eleito presidente, após

a realização de um controvertido referendo em março daquele ano. Os principais rivais de Kadyrov se retiraram da disputa antes da eleição.

O referendo aprovou uma nova Constituição que dava à Chechênia maior autonomia, mas estipulava que a república continuaria integrando a Rússia. A eleição presidencial e o referendo puderam ser realizadas apesar da crescente violência e da presença de milhares de soldados russos na Chechênia.

Se o presidente Putin imaginou que um líder pró-Moscou poderia resolver o problema, o líder russo subestimou a determinação e a brutalidade dos rebeldes chechenos.

Kadyrov já havia escapado de uma série de tentativas de assassinato até ter sido morto na capital chechena, Grozni, em um mega-atentado a bomba num estádio de futebol, realizado em maio deste ano. E os rebeldes seguiram atacando outros alvos na Rússia.

Diversos atentados suicidas a bomba contra alvos russos têm sido realizados desde o cerco de um teatro de Moscou em 2002, quando militantes chechenos tomaram centenas de reféns.

Um ataque atribuído aos separatistas chechenos em fevereiro e realizado no metrô moscovita matou dezenas de pessoas. Continuam acontecendo ataques diários contra tropas russas na Chechênia e civis chechenos seguem desaparecendo em decorrência das operações de segurança das forças russas. Existem perspectivas para a paz?

Não. O plano da Rússia de normalização da região está desordenado, após a morte de Kadyrov. Novas eleições presidenciais serão realizadas na Chechênia no dia 29 de agosto. O ministro do Interior checheno, Alu Alkhanov, deve ser o provável vencedor. Mas críticos e observadores internacionais afirmam que eleições limpas são impossíveis, já que a violência continua a atingir a sofrida república.

Diferentemente de seu predecessor, Alkhanov não conta com uma forte base de apoio. Os rebeldes não deram qualquer sinal de que pretendem interromper seus ataques esporádicos, mas destrutivos - que agora vêm se intensificando através de atentados suicidas.

Autoridades russas disseram que 250 rebeldes, disfarçados de policiais, lançaram um ataque coordenado em Grozni, no dia 21 de agosto, pouco antes de uma visita do presidente Putin.

Moscou não está disposta a realizar negociações de paz com os rebeldes e desde os atentados de 11 de setembro de 2001 tem havido pouca pressão internacional por uma solução negociada por um conflito. Os rebeldes têm ligações com a Al-Qaeda?

Parece provável. Sabe-se que há anos voluntários islâmicos viajaram para a Chechênia para se aliar à luta pela independência. Segundo relatos, eles aderiram aos rebeldes após terem feito

Page 8: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

8 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

treinamentos em campos do Afeganistão e do Paquistão.

Em outubro de 2002, um dos suspeitos de realizar de realizar os atentados de 11 de setembro disse a um tribunal alemão que o suposto líder dos seqüestradores dos aviões, Mohammed Atta, pretendia combater na Chechênia.

Um dos principais militantes que combateu no conflito foi um árabe conhecido como Khattab - um veterano da guerra do Afeganistão contra a então União Soviética. Khattab teria supostamente mantido ligações telefônicas com Osama Bin Laden. Telefonemas interceptados também fizeram com que autoridades americanas alegassem que combatentes chechenos estabelecidos na Geórgia, perto da fronteira com a Chechênia, estavam em contato com a Al-Qaeda. � MARROCOS, CASABLANCA (2003)

Três espanhóis morreram, um ficou gravemente ferido e mais quatro ou cinco sofreram ferimentos menos sérios no atentado terrorista em Casablanca. O Ministério das Relações Exteriores da Itália e da França confirmaram que havia um italiano e dois franceses entre as vítimas dos atentados. Cinco atentados simultâneos foram realizados por terroristas suicidas na capital econômica de Marrocos. Segundo fontes do escritório da Generalitat (governo regional) da Catalunha em Casablanca, um dos falecidos é o empresário catalão Manuel Albiach, e um dos feridos, foi o vice-presidente da Casa da Catalunha na cidade marroquina, Joan Alie.

Hassan Aourid, porta-voz do rei de Marrocos Mohammed, disse que os ataques foram responsabilidade de uma rede internacional de terrorismo, acrescentando que os culpados seriam punidos "sem misericórdia". Já o ministro marroquino do Interior, Mustafá Sahelos, sustenta que os atentados terroristas foram praticados por uma célula composta por 14 membros, pertencentes a cinco grupos, segundo a agência AFP.

O último balanço divulgado pelas autoridades

do Marrocos informa que 41 pessoas morreram e

cem ficaram feridas na série de atentados suicidas contra a Casa da Espanha, o hotel Safir, Círculo da Aliança Israelense, um antigo cemitério judeu e em frente ao consulado da Bélgica. A prefeitura de Casablanca afirma que, entre os feridos, 55 já abandonaram o hospital. Hoje a polícia marroquinha identificou mais um corpo, do espanhol Domingos Mateus. Com isso, sobe para três o número de espanhóis mortos na ação.

� TURQUIA, ISTAMBUL (2003)

No dia 15 e 20 de novembro de 2003, em Istambul (Turquia), terroristas suicidas se auto-explodiram diante de duas sinagogas, matando 25 pessoas.

Cinco dias depois, carros-bombas explodiram

na agência central do banco inglês HSBC na capital turca pela manhã, deixando 27 mortos. No total foram 52 mortos, mais de 450 feridos. O grupo terrorista Al Qaeda assumiu a autoria das duas ações. � ARÁBIA SAUDITA, RIAD (2003)

Os atentados terroristas ocorridos na cidade saudita na noite desta segunda têm a marca da organização Al Qaeda, de Osama Bin Laden. Pelo menos três bombas explodiram em complexos residenciais habitados por estrangeiros, matando dezenas de pessoas. John Burgess, funcionário da embaixada dos Estados Unidos na capital saudita, disse que 91 pessoas haviam morrido no atentado, entre eles dez cidadãos americanos. Depois, porém, os EUA corrigiram a informação e confirmaram o cálculo das próprias autoridades sauditas, que falavam em 29 mortos. Outras 160 pessoas teriam ficado feridas durante o atentado terrorista contra Riad.

Os líderes dos EUA e da Arábia Saudita condenaram os atentados e prometeram punir os culpados. O ex-presidente americano George W. Bush disse que os autores da ação são "assassinos cuja única fé é o ódio", e prometeu que os responsáveis "aprenderão o significado da Justiça dos EUA". Para Bush, os assassinatos em Riad mostram que a guerra ao terror continua. Em Riad, o príncipe saudita Abdullah afirmou, em discurso transmitido em rede nacional de TV, que seu país irá destruir os grupos terroristas responsáveis pelos

Page 9: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

9 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

atentados. Em referência ao Corão, livro sagrado dos muçulmanos, Abdullah afirmou que os criminosos enfrentarão o "fogo do inferno". "Se eles acreditam que seus crimes sangrentos irão perturbar esta nação, eles estão enganados."

� ESPANHA (MADRI/2004) E INGLATERRA

(LONDES/2005) Os ataques do 11 de Setembro popularizaram

a imagem do terrorista à semelhança da figura hirsuta e fora de moda de Osama Bin Laden, como se a guerra santa promovida pelo Islã fosse um fenômeno de grotões que, ocasionalmente, transbordava para o coração da civilização ocidental.

Madri, 2004.

Porém de lá para cá, a Europa foi vítima de

atentados terríveis - o de Madri, em 2004, que deixou mais de 190 mortos, e o de Londres, em 2005, que matou ao menos 50 pessoas - e passou a ver o terrorismo islâmico com outros olhos. Perceberam que ele também era parte da realidade européia. E mais: descobriram que o inimigo, que parecia morar em regiões longínquas do Oriente, muitas vezes morava ao lado e era cidadão europeu, alguém que nasceu e cresceu sob os princípios ocidentais, que freqüentou as escolas gerenciadas pelo estado laico.

Tanto os atentados de Madri quanto os de Londres foram realizados por células de terroristas locais. Os autores do massacre em Madri eram, na maioria, marroquinos radicados na Espanha. Os autores das explosões no metrô londrino eram jovens cidadãos ingleses de classe média com boa escolaridade - três deles nascidos na própria Inglaterra, em famílias de imigrantes paquistaneses. Essa nova geração do terror comprovou o crescimento da mentalidade de jihad entre os muçulmanos que vivem no Ocidente e colocou uma nova questão para a Europa. Até a Alemanha, que se sentia menos ameaçada pelo terror por não ter enviado tropas ao Iraque, se viu diante desse mal "que vem dentro". Em 2007, três cidadãos convertidos ao islamismo foram presos porque planejavam uma série de atentados no país. Eles armazenavam 700 quilos de peróxido de hidrogênio, a matéria-prima dos explosivos usados

em Madri e Londres. O fenômeno atingiu também a Dinamarca. Um dia antes da prisão dos alemães, a polícia de Copenhague evitou um ataque terrorista prendendo oito jovens muçulmanos nos subúrbios da cidade.

Londres, 2005.

Fechando o cerco - O problema, no entanto,

parece ser anterior aos atentados, pelo menos em Londres. No início de 2004, nove jovens muçulmanos - do mesmo perfil daqueles que, no ano seguinte, planejariam e executariam as explosões assassinas - foram presos pela polícia inglesa com meia tonelada de nitrato de amônia, produto químico com o qual se podem fabricar explosivos. Naquele tempo, a conversão dos jovens ingleses à guerra santa islâmica e a forma metódica como se preparavam para chacinar seus concidadãos já prenunciavam a tragédia de depois. O governo, porém, ainda não tinha se dado conta do perigo que esses grupos fundamentalistas representavam. Para conter o avanço do extremismo, alguns países europeus estão fechando o cerco aos clérigos acusados de incitar o ódio ou de fomentar o terrorismo. Os governos da Espanha e da Alemanha estudam meios de monitorar os sermões nas mesquitas. A Itália e a França deportaram clérigos raivosos. A vigilância sobre grupos terroristas que agem ao estilo da Máfia, controlando atividades ilegais, como a venda de vistos falsificados, foi intensificada.

Dilema ocidental - O problema, contudo, parece ser mais complexo e exigir mais do que soluções exclusivas. A geração de filhos de imigrantes nascida em solo europeu, os beurs, como são popularmente conhecidos na França, têm promovido um movimento de volta às origens que rechaça e se indigna com o tratamento que seus pais receberam na Europa. É também uma forma de se afirmarem diante das dificuldades que encontram para se adaptar à vida em terras alheias tão hostis. Um sentimento digno como esse, pode, no entanto, se aliado a uma visão mitificada do Islã, levar o jovem muçulmano a ser seduzido por movimentos islâmicos integristas que pregam o ódio à civilização ocidental. Combater o terrorismo sem violar os direitos civis dos muçulmanos ainda é um dilema para as democracias ocidentais, ainda mais para as européias, nas quais as populações islâmicas já chegam a 15 milhões de pessoas.

Page 10: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

10 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Page 11: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

11 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Page 12: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

12 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

A onda de revoltas em países da África do Norte e do Ocidente Médio, iniciada em janeiro de 2011 na Tunísia, prosseguiu durante todo primeiro semestre do ano. No entanto, após a queda relativamente rápida dos ditadores da Tunísia e no Egito, a Primavera Árabe ingressou numa fase mais difícil e muito violenta.

As revoluções populares espalharam-se pela região e expressaram-se de diferentes formas em países como a Líbia, Síria, Barein e Iêmen. No entanto, em vez de deixarem o poder ou promoverem reformas para melhorar a situação em seus países, os governantes usaram a força, com intensidades variadas, para dispersar a multidão nas ruas e abafar os protestos. Como resultado, alguns desses países estão imersos em conflitos, enquanto outros se encontram em graves crises políticas, que se prolongaram há meses. Tunísia e Egito, por seu lado, vivem um processo tumultuado e ainda incerto de transição de regimes autocráticos para democracia.

O quadro de instabilidade inaugurado com a Primavera Árabe provoca inquietação nas potências ocidentais, que assistem à derrubada ou ao enfraquecimento de regimes que foram historicamente seus aliados. No contexto da guerra ao terror, com o objetivo de barrar a influência de grupos fundamentalistas islâmicos, os Estados Unidos firmaram aliança com os governantes do Egito, Arábia Saudita, Barein, Marrocos e Iêmen, entre outros. Com as mudanças rápidas e imprevistas que estão ocorrendo, temem-se o alastramento de choques étnicos e o avanço de movimentos extremistas islâmicos nessa área de predomínio muçulmano.

TUNÍSIA E EGITO

A derrubada dos ditadores Zine Al-Abidine Bem Ali, na Tunísia, e Hosni Mubarak, no Egito, ainda no início de 2011, inaugurou um novo período na história dos dois países. Sob pressão dos protestos, vários ministros caíram na Tunísia, até que, em março, o governo civil se firmou. Uma junta militar está no comando do Egito. Ambos prometem eleições para 2011, mas ativistas pró-democracia estão insatisfeitos. Grupos seculares (não religiosos) e liberais pedem mais tempo para estruturar partidos políticos que possam competir em pé de igualdade com as tradicionais agremiações islâmicas. Embora banidas durante a ditadura, a Irmandade Muçulmana (Egito) e o Ennahda (Tunísia) possuem décadas de existência, sedes espalhadas pelo território e enorme quantidade de membros. Por isso, estariam em posição vantajosa para disputar as eleições para um Parlamento no Egito (em setembro) e uma Assembléia Constituinte na Tunísia (em outubro).

Os representantes eleitos vão comandar o processo de elaboração das novas constituições. Uma questão importante é se o Egito e a Tunísia serão Estados seculares, pluralistas e democráticos,

ou Estados religiosos, regidos pela sharia, a lei islâmica. A Irmandade Muçulmana é hoje um grupo heterogêneo, que reúne de fundamentalistas a liberais. O Ennahda afirma que é adepto da moderação e do pluralismo, embora a elite secular tunisiana afirme que sua real intenção seja um Estado islâmico. No Egito, choques sectários entre a minoria cristã e um grupo radical islâmico, os salafistas, aumentam os temores de que os fundamentalistas possam ampliar seu espaço político. Como não existem pesquisas de opinião, a resposta virá com as eleições, desde que elas sejam de fato democráticas.

“PRIMAVERA ÁRABE”

Julgamento do ex-ditador Mubarak

O julgamento do ditador deposto do Egito, Hosni Mubarak, acusado pelo assassinato de manifestantes e por abuso de poder, foi retomado após um atraso de quase dois meses, em virtude da solicitação dos advogados de Mubarak por um novo juiz.

Mubarak, seus dois filhos, o ex-ministro do Interior e altos funcionários da polícia enfrentam uma série de acusações, incluindo o envolvimento na morte de centenas de manifestantes e corrupção durante suas três décadas no cargo. Mubarak, que está sendo mantido sob prisão em um hospital onde médicos dizem que ele enfrenta um problema cardíaco, foi levado para o tribunal em uma maca hospitalar, cobrindo seus olhos com um braço e cercado pela polícia.

Sessões anteriores foram marcadas por confrontos diante do edifício do tribunal do Cairo entre partidários de Mubarak e egípcios exigindo a pena de morte para o ex-líder.

Cerca de 850 pessoas morreram no levante de 18 dias que derrubou Mubarak em fevereiro, dentro do contexto das chamadas revoltas árabes.

Os advogados que representam as famílias dos mortos tinham arquivado um pedido para a substituição do juíz que preside o caso, Ahmed Refaat, e de outros dois juízes. O pedido foi rejeitado.

Eles reclamaram que os juízes não conseguiram lhes dar tempo suficiente para questionar o marechal Mohamed Hussein Tantawi, que dirige o conselho militar que governa o Egito, durante sua aparição no tribunal.

O ex-ministro do Interior, Habib al-Adli e seis oficiais de polícia também aguardam julgamento. O empresário Hussein Salem, um colaborador próximo de Mubarak, está sendo julgado à revelia.

Novembro/2011

Page 13: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

13 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

INTERVENÇÃO MILITAR NA LÍBIA

Algumas semanas depois da revolução na Tunísia, a vizinha Líbia viu surgir protestos contra o mais antigo ditador do mundo árabe, o coronel Muammar Kadafi, no poder desde 1969. A situação evoluiu rapidamente para uma guerra civil, com a disputa armada pelo controle de territórios. A costa leste é área de influência do movimento rebelde. A costa oeste é dominada pelo regime de Kadafi, com sede em Trípoli, a capital de Benghazi.

O conflito é marcado por avanços e recuos das duas forças sobre cidades estratégicas da faixa litorânea. Num primeiro momento, a insurgência

Ex-ditador da Tunísia, Bem Ali, é

condenado à revelia

O ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali foi

condenado à revelia a cinco anos de prisão por

um tribunal militar da Tunísia, informou nesta

quarta-feira uma fonte judicial.

Em seu primeiro julgamento no Tribunal

Militar Permanente de primeira instância de Túnis,

Ben Ali foi condenado por tortura contra oficiais

do Exército acusados de tentativa de golpe de

Estado contra seu regime no movimento

conhecido como "Baraket Essahel", em 1991.

No total, 17 oficiais foram acusados na época

de manter reuniões secretas em Baraket Essahel,

na região de Hamamet (50 km de Túnis), para

preparar um suposto golpe de Estado contra o

regime de Ben Ali.

O ex-ditador será julgado ainda por

homicídio doloso, complô contra a segurança do

Estado e tráfico de drogas, entre outras

acusações.

Ben Ali já foi condenado a 66 anos de prisão

e ao lado da mulher, Leila Trabelsi, é alvo de uma

ordem de captura internacional. O casal está

refugiado na Arábia Saudita. Novembro/2011

Page 14: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

14 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

rumou para o oeste e conquistou uma vasta fatia do território. Porém, no início de março, as forças de Kadafi, apoiadas por bombardeios aéreos, realizaram uma contra-ofensiva, chegando às portas de Benghazi. A situação levou a uma intervenção militar externa contra Kadafi. Em 17 de março, o Conselho de Segurança da ONU – com o voto contrário do Brasil – autorizou o uso da força contra o governo líbio, com o mandato de proteger a população civil. Dias depois, uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, França e Reino Unido, entrou em ação.

A campanha de ataques aéreos passou para o comando da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar ocidental) e enfraqueceu a capacidade militar de Kadafi. Com isso, os rebeldes retomaram o controle do leste e da maior parte da cidade de Misrata, no oeste.

No fim de abril, a Otan ampliou os bombardeios para instalações não militares do governo em Trípoli, atingindo a população civil. O conflito, porém, mergulhou num impasse. Nenhum dos lados teve recursos militares para realizar um ataque decisivo contra o inimigo. O pêndulo começou a oscilar em favor da insurgência no fim de junho. Enquanto o regime de Kadafi dava sinais de esgotamento, a insurgência avançava lentamente. Segundo os rebeldes, a ofensiva contra Trípoli dependia do fornecimento de mais armas – o que tem sido feito pela França – e do maior empenho da Otan.

AMEAÇA À DITADURA SÍRIA

O levante popular na Síria começou em março, no sul, e, em junho, havia se espalhado pelo território: todas as sextas-feiras, após as orações, mais de 100 mil pessoas protestavam em cerca de 150 cidades e vilarejos sírios. O movimento avançou apesar da violenta resposta do regime do ditador Bashar Al-Assad. No pior incidente até agora, 10 mil pessoas cruzaram a fronteira com a Turquia, fugindo dos bombardeios do governo Jisr al-Shoghour. O regime sírio é considerado um dos mais repressores do mundo árabe. Bashar é filho do ex-ditador Hafiz al-Assad, que comandou o país com mão de ferro por 30 anos (1970-2000). A família Assad pertence à seita alauíta, do ramo xiita, um grupo minoritário no país, junto com os cristãos – ambos perfazem cerca de 10% da população. Para se manter no poder, Hafiz selou uma aliança com os ricos negociantes da maioria sunita (75% da população). O ditador garantiu a prosperidade dessa elite e recebeu apoio político. Ergueu assim um Estado secular na Síria, amparado por um círculo leal e temido de militares alauítas.

O símbolo da brutalidade do regime é a cidade de Hamah, onde, em 1982, Hafiz esmagou um levante sunita liderado pelo grupo Irmandade Muçulmana: 20 mil pessoas foram mortas.

É ali que, três décadas depois, o movimento por democracia ganhou uma dimensão inédita. Em 1° de julho de 2011, quase meio milhões de sírios tomaram o centro de Hamah na maior manifestação que já ocorreu contra o ditador.

A ONU já aprovou sanções contra a Síria, embora Al-Assad esteja reprimido violentamente os opositores.

A comunidade internacional reluta em intervir

no país, pois teme que o agravamento da crise poderia ter conseqüências imprevisíveis para toda a região, causando instabilidade.

A Síria é um dos protagonistas centrais das tensões no Oriente Médio e tem um conflito com Israel, país vizinho que ocupa parte de seu território, as Colinas de Golã, desde 1967.

Juntamente com o Irã, seu grande aliado, o regime de Al-Assad apóia grupos terroristas que combatem o Estado judeu – o Hamas palestino e o Hezbollah (pró-palestinos que atuam no sul do

Page 15: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

15 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Líbano). A Síria ocupou o Líbano durante décadas e ainda exerce enorme influência no país.

Por causa dessas considerações, as potências ocidentais parecem preferir uma saída negociada com o regime. Nesse cenário, a Turquia exerceria importante papel mediador, pois se aproximou da Síria na última década e mantém um diálogo com seu governo. Bashar vem fazendo promessas vagas de reformas, enquanto envia tanques para reprimir os protestos.

No início, os manifestantes pediam democracia e liberdade, mas a multidão que agora se aglomera em Hamah exige a queda do regime.

GUERRA CIVIL NO IÊMEN

Os jovens iemenistas que paralisaram Sanaa, a capital do Iêmen, pedindo a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, acreditavam na viabilidade da democracia nesta nação pobre e tumultuada do mundo árabe. Os protestos, iniciados em janeiro, desestabilizaram o governo, mas ele resistiu e, em junho, o Iêmen caminhava para uma guerra civil.

Saleh liderou um golpe militar no Iêmen do Norte em 1978. Com a unificação entre norte e sul, em 1990, tornou-se presidente e se manteve no cargo costurando alianças com líderes tribais, que formam a base do poder nacional.

O regime de Saleh enfrenta um movimento separatista no sul e levantes xiitas no norte. Nos últimos anos, passou a combater a presença de militantes islâmicos da Al-Qaeda na península Arábica em operações conjunta com os EUA.

O frágil equilíbrio político interno rompeu-se com a revolta popular de 2011: poderosos chefes tribais deixaram o governo em meio à crise e o Conselho de Cooperação do Golfo, liderado pela Arábia Saudita, passou a negociar com Saleh a transferência de poder para um governo de unidade nacional. Mas o presidente adiou várias vezes a assinatura de um acordo.

No fim de maio, o impasse deu lugar a intensas batalhas em Sanaa entre forças leais ao clã de Saleh e milícias da influência tribo Ahmar, que controla o principal partido de oposição, o islâmico

Al Islah. Um atentado ao palácio presidencial feriu Saleh e ele deixou o Iêmen para se tratar na Arábia Saudita.

A disputa pelo poder entre dois clãs vem sendo acompanhada pela Arábia Saudita, que pressiona Saleh a não retornar ao Iêmen.

Enquanto isso, militantes fundamentalistas islâmicos aproveitam-se do caos e expandem sua influência.

No fim de maio, eles assumiram o controle de Zinjibar e avançaram para as imediações de Áden, porto estratégico na entrada do mar Vermelho. Autoridades locais afirmam que a região poderá se tornar um novo “Afeganistão da época do Taliban” se não houver uma ofensiva militar do governo. Os EUA afirmam que a Al Qaeda – que tem presença no país – pode estar transformando essa região do Iêmen em um novo centro de operações e treinamento, e a desagregação do Estado iemenita favorece o grupo.

REVOLTA XIITA NO BAREIN

O Barein abriga uma maioria xiita descontente com a dinastia sunita que governa o território desde o século XVIII, com mão de ferro. Na esteira das revoltas na região, os xiitas fizeram grandes protestos pedindo democracia e o fim da discriminação.

O levante xiita no Barein, iniciado em fevereiro, provocou preocupação no governo dos Estados Unidos: ali está baseada a 5ª Frota Naval dos EUA. O reinado sunita da Arábia Saudita também está em alerta, pois possui uma minoria xiita no leste que pode seguir o exemplo Barein. Além disso, a Arábia Saudita disputa a hegemonia regional com a teocracia xiita do Irã.

O rei reprimiu os protestos com ajuda militar da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Dezenas de pessoas morreram, centenas foram presas e milhares de xiitas perderam o emprego. O monumento da praça da Pérola, o palco central das manifestações, na capital Manama, foi destruído. Em junho, a maior parte das tropas estrangeiras deixou o país. A ordem foi restaurada, mas a raiz do problema persiste. O diálogo iniciado em julho é visto com ceticismo pelos xiitas, que não acreditam em mudanças no regime.

O CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE

Em maio de 2011, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um pronunciamento histórico sobre o conflito que opõe o Estado de Israel à população árabe da região, defendendo a criação de um Estado palestino desmilitarizado ao lado de Israel, com base nas fronteiras da região antes de 1967. Isso porque, em 1967, Israel ocupou territórios antes controlados por árabes: � A Cisjordânia, território palestino então sob o

controle da Jordânia, incluindo Jerusalém Oriental;

� A Faixa de Gaza, território palestino, então sob o controle do Egito;

� A península do Sinai, território egípcio devolvido em 1982;

� As colinas de Golã, território da Síria e anexado até hoje.

Em seu discurso, Obama ressalvou que

qualquer alteração territorial deveria ser acertada de comum acordo, e poderia haver uma “troca” de territórios entre as duas partes, tendo-se as fronteiras de 1967 como parâmetro. A posição de Obama sobre a questão é diferente da de seu antecessor, George W. Bush, pois busca entabular um diálogo com os palestinos e põe pressão sobre Israel para negociar algum acordo que coloque fim a décadas de conflitos.

A reação israelense ao discurso, porém, não tardou, e o premiê Benyamin Netanyahu disse considerar as fronteiras pré 1967 “indefensáveis, deixando uma grande população de israelenses residentes em Judeia e Samaria fora das fronteiras de Israel”. Judeia e Samaria são os nomes bíblicos da Cisjordânia – onde existem hoje quase 500 mil

Page 16: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

16 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

judeus morando, em mais de 120 assentamentos espalhados pelo território. Desde 1967, mesmo com a condenação da comunidade internacional, Israel constrói colônias no território, onde vivem 2,5 milhões de palestinos. Como resultado, a Cisjordânia é picotada e governada em fatias: 17% da região é controlada pelos palestinos; 24% do território tem administração compartilhada entre judeus e palestinos; e 59% possuem controle exclusivo de Israel.

A proposta de Obama tampouco é de apoio à posição dos árabes palestinos, pois não resolve várias questões. em primeiro lugar, há o problema dos 4,7 milhões de refugiados, que vivem em campos espalhados pela região e reivindicam voltar para suas terras e casas, hoje dentro do Estado de Israel. Os líderes do Estado judeu rejeitam negociar esse ponto, pois consideram que a volta desse contingente questiona as próprias bases de existência do país. Com relação à constituição de um Estado palestino, qual seria sua capital? Para os palestinos, Jerusalém Oriental, mas os israelenses consideram a cidade toda sua capital. Além disso, não seria viável a existência de um Estado de fato soberano se ele for desmilitarizado (quer dizer, sem Exército), ao lado de outro país com modernas e equipadas Forças Armadas. Como se vê, a solução do conflito é complicada, pois as dificuldades acumularam-se em décadas de disputa.

O marco do conflito foi a fundação do Estado de Israel, 1948, que provocou a expulsão de milhares de palestinos das terras nas quais viviam. No ano anterior, a Organização das Nações Unidas havia aprovado a divisão da região da Palestina em um Estado judeu e outro árabe, e esse último nunca se constituiu. A nova situação desestabilizou o Oriente Médio, e, durante décadas, houve várias guerras entre Israel e nações árabes vizinhas, com sucessivas mudanças na situação de Israel e dos território palestinos.

Em 1993, o líder palestino Yasser Arafat e o primeiro ministro israelense Yitzhak Rabin assinaram o Acordo de Oslo, dando início a negociações inéditas de paz. Nos anos seguintes, os palestinos instalaram um governo com autonomia limitada na maioria da Faixa de Gaza e em partes da Cisjordânia, sob comando da incipiente Autoridade Nacional Palestina (ANP). Mas o processo de paz estancou na virada da década de 2000, quando os dois lados debatiam o status final do futuro Estado palestino. A etapa era considerada a prova de fogo, por tratar de questões difíceis, como a devolução aos palestinos da Cisjordânia e a situação de Jerusalém. O impasse no diálogo provocou um levante palestino contra a ocupação, em 2000, chamado de “segunda intifada”. Desde então, a situação não parou de se complicar. Em Israel, o primeiro ministro Ariel Sharon (2001-2006) praticamente congelou as negociações de paz e consolidou o domínio sobre a Cisjordânia.

Após lançar uma arrasadora ofensiva militar contra cidades palestinas em 2002, Sharon ordenou o início da construção de um muro de concreto na Cisjordânia para separar as populações judaicas das árabes. A justificativa era impedir a entrada de terroristas em Israel, que venham promovendo

atentados suicidas. Na prática, o muro segregou os territórios palestinos e limita a circulação de pessoas e mercadores pela região, e permitiu a Israel consolidar o controle sobre as áreas que deveriam ser entregues aos palestinos pelo acordo de Oslo.

Ao mesmo tempo, em 2005, Israel abandonou a Faixa de Gaza. Além de ser bem menor e menos próspera do que a Cisjordânia, ali os colonos judeus vivam em tensão constante com a esmagadora maioria de palestinos. Após a retirada, ANP alertou para o risco de que a Faixa de Gaza ficasse asfixiada pelo isolamento, pois Israel ainda controlava as fronteiras terrestres (exceto o limite com o Egito) e marítimas e o espaço aéreo.

As aspirações por um Estado palestino independente sofreram outro revés com a divisão dos palestinos em organizações hostis. Desde 2007, a Faixa de Gaza é governada pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas, ao passo que o grupo laico Fatah, que dirige a ANP, direige a Cisjordânia. A ruptura ocorreu depois que o Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas, em 2006, adquirindo o direito de nomear o primeiro ministro da ANP. A chegada iminente do Hamas ao poder teve conseqüências, pois o grupo prega a destruição de Israel para criar um Estado teocrático islâmico em toda a Palestina. Israel, Estados Unidos e União Européia reagiram com um boicote aos territórios palestinos, cortando a ajuda financeira e o repasse de taxas e impostos, até que o Hamas reconhecesse o Estado de Israel e renunciasse à luta armada.

Sob pressão externa, o Hamas e o Fatah entraram em conflito enquanto tentavam formar um governo. Uma guerra aberta, em 2007, levou à expulsão do Fatah da Faixa de Gaza. Na Cisjordânia, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, nomeou um novo governo, logo reconhecido por Israel e pelas potências ocidentais. Assim que o Hamas assumiu o poder na Faixa de Gaza, Israel decretou o bloqueio do território. Passou a proibir a circulação de bens e de pessoas para dentro e fora de lá, por terra e por mar, e teve o apoio do aliado Egito, que também fechou a fronteira. Assim, 1,3 milhões de palestinos ficaram presos numa minúscula faixa de terra.

No fim de 2008, Israel atacou a Faixa de Gaza, afirmando que foguetes haviam sido lançados do território contra vilas israelenses próximas, causando prejuízos e deixando feridos. Os bombardeios, seguidos ataques por terra, mataram 1,3 mil palestinos, em sua enorme maioria civis, homens, mulheres e crianças, arrasando a infra-estrutura local. A Faixa de Gaza voltou as manchetes, em 2010, quando a Marinha de Israel matou nove pessoas ao atacar uma pequena frota de navios que tentavam furar o bloqueio para levar ao território 10 mil toneladas de suprimentos em ajuda humanitária. Atualmente, após quatro anos de bloqueio, o Hamas continua no poder. Embora Israel permita o ingresso de 15 mil toneladas de ajuda humanitária por semana (alimentos, medicamentos e outros bens de primeira necessidade). A ONU afirma que essa quantidade não é suficiente.

Page 17: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

17 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

A situação na Faixa de Gaza chegou a um ponto crítico. Agências da ONU afirmam que 70% das famílias vivem com menos de 1 dólar per capita ao dia e que 80% das moradias dependem de auxílio alimentar.

As revoltas árabes, a partir do início de 2001, trouxeram importantes modificações no cenário da região. A queda do ditador Hosni Mubarak abalou o regime egípcio, mesmo que o país tenha continuado sob o controle dos militares.

No início de maio de 2011, em uma reunião no Cairo intermediada pelo governo do Egito, o Hamas assinou um acordo de reconciliação com o Fatah. A perspectiva de união entre os dois grupos palestinos desagradou ao governo israelense, que considera o Hamas terrorista, e aumentou o poder de negociação dos palestinos. No mesmo mês, o governo do Egito decidiu abrir a fronteira com Gaza, permitindo a circulação de pessoas e mercadorias. Na prática, a decisão alivia a pressão do bloqueio.

UNESCO RECONHECE ESTADO PALESTINO COMO MEMBRO PLENO

É primeira votação sobre o assunto de uma agência da ONU; EUA foram contra Unesco: 173 países participam da votação.

A Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou no dia 31 de outubro de 2011 a admissão da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como membro de pleno direito em votação na sua sede, em Paris. Esta é a primeira votação sobre o assunto de uma agência da ONU, aprovada por 107 votos a favor (20 a mais que o mínimo necessário), 52 abtenções e 14 votos contra.

Estados Unidos, Alemanha e Canadá votaram contra, enquanto Itália e Grã-Bretanha se abstiveram. Quase todos os países árabes, africanos e latino-americanos votaram pela adesão. O representante americano manifestou posição contrária à do governo de seu país. "Não podemos tomar atalhos. Esforços como os de hoje são contraprodutivos", disse, garantindo que, apesar do resultado, os EUA continuarão a apoiar os trabalhos da Unesco. Israel, por sua vez, avaliou a decisão como um "freio para a paz". "A Conferência Geral decidiu pela admissão da Palestina como membro da Unesco", afirmou a Unesco em um comunicado emitido imediatamente após a votação. "A entrada

da Palestina leva o número de estados-membros da Unesco a 195", completa a resolução. O resultado foi recebido com uma salva de palmas na sede da Unesco e comemorado pelos palestinos. "Esta votação vai apagar uma pequena parte da injustiça cometida contra o povo palestino", afirmou o ministro das Relações Exteriores palestino, Riyad al-Malki.

Próximos passos - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, fez o pedido oficial de reconhecimento à ONU no dia 23 de setembro. "Basta! É hora de os palestinos finalmente terem sua liberdade. A hora da independência chegou", declarou, em seu discurso na 66ª Assembleia Geral. Doze dias depois, a mesma solicitação em prol do estado palestino foi encaminhada à Unesco, que decidiu favoravelmente nesta segunda. Contudo, para se tornar membro pleno das Nações Unidas - seu grande objetivo - a Palestina precisa do apoio do Conselho de Segurança da ONU, que dará seu parecer em novembro.

Entenda o processo: O que está em votação na ONU?

A criação de um estado palestino nas fronteiras anteriores a 1967: anexado aos territórios de Cisjordânia e Gaza, tendo Jerusalém Oriental como capital. A proposta busca o reconhecimento como membro da organização internacional - hoje com o status de “entidade observadora” e sem direito a voto nas Nações Unidas. Quais as chances de aprovação da proposta palestina?

São quase nulas. A decisão precisa passar pelos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha têm o poder de veto. E o presidente americano, Barack Obama, já adiantou que seu país usará o recurso que tem para impedir a decisão, embora admita que o melhor seria evitar essa medida drástica - que pode causar um descontentamento ainda maior no Oriente Médio, região de constantes conflitos. Se a proposta passar pelo Conselho de Segurança, qual será o passo seguinte?

Ela deverá ser votada na Assembleia Geral da ONU pelos 193 integrantes da organização e ter apoio de pelo menos dois terços deles. Historicamente, o bloco de países islâmicos e seus aliados têm votos suficientes para impor seguidas derrotas diplomáticas a Israel na Assembleia Geral. Os líderes palestinos dizem já ter confirmados cerca de 140 votos para a eleição. O embaixador israelense na ONU, Ron Prosor, já alertou a chancelaria de seu país sobre a falta de opções para frear o reconhecimento do estado palestino nesse caso. O máximo que Israel pode esperar é que um grupo de países se abstenha ou esteja ausente na hora de votar.

Page 18: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

18 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

O que argumentam os opositores à criação do novo estado?

Os Estados Unidos argumentam que os palestinos apenas conquistarão um estado significativo por meio de negociações. Para o presidente Barack Obama, a votação sobre a criação do novo estado na ONU seria uma "distração" no caminho para a paz com Israel. Já o estado judeu considera tal possibilidade "perigosa e desestabilizadora". "Os palestinos ficarão satisfeitos com a votação a seu favor, mas depois vão se dar conta de que nada vai mudar na prática. Com a frustração, e inspirados na Primavera Árabe, podem partir para a violência", alertou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor. Israel é contra a criação de um estado palestino?

Israel se diz a favor, mas não sem antes ter garantias de segurança em seu território, já que a Faixa de Gaza é controlada desde 2007 pelo Hamas, grupo palestino fundamentalista que assumiu o controle da região por meio de um golpe e que prega abertamente a destruição do estado judeu. Se de fato ocorrer, a criação do estado palestino faria com que suas lideranças tivessem acesso a agências e convenções da ONU, o que poderia lhes dar o poder, por exemplo, de denunciar Israel ao Tribunal Penal Internacional. Qual a posição do Brasil nessa questão?

O Brasil já afirmou que votará a favor da resolução. Em um de seus últimos atos no governo, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o reconhecimento do estado palestino nas fronteiras pré-1967 - posição mantida pela gestão Dilma Rousseff. Qual seria o impacto da aprovação do estado palestino na Assembleia?

Israel alega que a iniciativa palestina representa uma atitude unilateral diante das negociações iniciadas no ano passado, e sua aprovação significaria o fim do diálogo. Os israelenses ressaltam que os palestinos já conquistaram uma autonomia governamental em parte das áreas que almejam. Segundo o estado judeu, foram os palestinos que abandonaram as negociações em 2010 e a proposta levada à ONU torna o estado palestino uma realidade ainda mais distante.

DILMA DEFENDE A CRIAÇÃO DE UM ESTADO PALESTINO NA ONU

Primeira mulher a abrir a Assembleia Geral,

a presidente brasileira repudiou a violência nos conflitos da Primavera Árabe e falou da crise econômica mundial. A presidente Dilma Rousseff, abriu os debates da 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, perpetuando a tradição que vigora

desde 1947 de o Brasil inaugurar os debates anuais da assembleia.

É a primeira vez que uma mulher dá início aos

debates da organização internacional - na verdade, porque se trata da primeira mulher a assumir o cargo no Brasil que, por tradição, é responsável pelo discurso inicial do evento há 64 anos. "Vivo este momento histórico com orgulho de mulher. Tenho certeza que este será o século da mulher", disse Dilma, no início de sua fala, após ser apresentada pelo presidente da 66ª Assembleia Geral da ONU, o diplomata do Qatar Nassir Abdulaziz Nasser, que falou sobre a manutenção da paz, a crise alimentar mundial, a reforma da ONU e uma maior velocidade na resposta a desastres naturais. "É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nessa tribuna, que tem compromisso de ser a mais representativa do mundo", enfatizou.

Em um dos temas principais de seu discurso, Dilma defendeu abertamente o reconhecimento do estado palestino como membro pleno das Nações Unidas, sob aplausos da maioria da plateia formada por líderes internacionais. "Apenas uma Palestina livre e soberana poderá trazer a paz duradoura no Oriente Médio", defendeu, completando: "Venho de um país onde árabes e judeus são compatriotas". A posição de Dilma já era esperada, uma vez que ela apenas deu continuidade a uma posição histórica do governo brasileiro, que defende a autodeterminação dos palestinos. Afinal, desde 1975 o Brasil reconhece a Autoridade Palestina (na época, Organização para Libertação da Palestina) e, em 1993, deu status diplomático à Delegação Especial Palestina. Mas foi a partir do governo antecessor, de Luiz Inácio Lula da Silva, que o Brasil se aproximou mais dos palestinos, com a criação do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, capital política da Cisjordânia, em 2004. Além disso, Lula reconheceu o estado palestino em 2010, e se mostrou um forte apoiador do ditador iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que apoia a destruição de Israel e não reconhece o Holocausto.

O que está em discussão, na verdade, não é a importância da criação de um estado palestino - há um consenso internacional em relação a isso, inclusive com o aval de Israel. Entretanto, essa decisão não pode ser impositiva, como querem os árabes, e só começará a ganhar forma a partir da

Page 19: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

19 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

retomada das negociações de paz, como defendem os judeus com apoio dos Estados Unidos.

A postura invariavelmente assumida pelo Brasil de ficar sempre em cima do muro em polêmicas internacionais poderia ser mais acertada neste caso do que o apoio imediato à proposta palestina, já que é preciso considerar com mais cautela as consequências catastróficas que a criação de um novo estado pode levar àquela região - já fervilhante de conflitos. "Se o Brasil se negou a condenar o regime sírio de Bashar Assad, em um primeiro momento, porque deveria haver mais 'negociação', como agora pode apoiar a criação de um estado palestino sem uma negociação prévia com Israel?", destaca a socióloga Maria Lúcia Victor Barbosa.

Primavera árabe - Dilma ainda falou da primavera árabe, ressaltando que o Brasil é pátria de refugiados e imigrantes da região. "Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis", disse. "O recurso da força deve ser sempre a última alternativa." A presidente criticou a intervenção militar internacional em países em crise, afirmando que "o mundo sofre hoje as dolorosas consequências de intervenções, que permitiram o avanço do terrorismo onde ele não existia antes".

O sociólogo Demétrio Magnoli observa que a posição passiva do Brasil em relação às revoltas do mundo islâmico foi desastrosa, a exemplo da "diplomacia companheira" de seu antecessor, Lula, que chamava o ex-ditador líbio Muamar Kadafi de "amigo e irmão". Em março, o governo brasileiro se recusou a apoiar a intervenção da Otan na Líbia e foi um dos últimos países a reconhecer o Conselho Nacional de Transição (CNT) como representante legítimo dos líbios. "E o Brasil errou mais vergonhosamente ainda ao atuar quase como um porta-voz informal do ditador Bashar Assad na Síria", acrescentou Magnoli. "A diplomacia brasileira se move desastrosamente pelo impulso do antiamericanismo."

Emergentes - Também como era esperado, Dilma insistiu na necessidade de uma ampla reforma no Conselho de Segurança, com participação do Brasil. "O Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho de Segurança." E reivindicou mudanças também nas instituições financeiras multilaterais, para que permitam uma atuação maior dos países emergentes, "principais responsáveis pelo crescimento na economia global". Sobre a crise ecônomica, a presidente brasileira observou que o mundo vive um momento delicado, mas de grande oportunidade histórica, e que depende de união para não se tornar uma ruptura sem precedentes. "Ou nos unimos todos e saímos vencedores, ou sairemos todos derrotados", salientou, lembrando que mais importante do que procurar os culpados é encontrar soluções coletivas, rápidas e verdadeiras. "Essa crise é séria demais para que seja administrada por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam na responsabilidade da condução do processo, mas sofrem as consequências da crise, todos os países. Portanto, têm direito de participar das soluções."

Secretário-geral - O evento começou na manhã desta sexta-feira com o discurso do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que aproveitou para apresentar o relatório anual da organização.

Dilma Rousseff e Ban Ki-moon se cumprimentam na

chegada à Assembleia

"O desenvolvimento sustentável é o imperativo do século 21", declarou, falando ainda sobre as metas do milênio, destacando a importância do desenvolvimento sustentável, o combate à pobreza, às mudanças climáticas e à crise alimentar global. Da mesma forma que Dilma, e como já havia demonstrado anteriormente, Ban também se posicionou a favor da criação de um estado palestino. "No Oriente Médio é preciso sair do ponto morto. Os palestinos merecem um estado. Israel precisa de segurança", afirmou, enfatizando que ambas as partes querem a paz.

O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos. Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum, onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe.

O governo do presidente sudanês, Omar

Bashir, reconheceu formalmente a independência da parte sul de seu país. O presidente participou

Sudão reconhece a República do Sudão do Sul

Page 20: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

20 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

em Juba da festa, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que foi recepcionado pelo presidente interino do Sudão do Sul, Salva Kiir Mayardit.

Apesar de possuir grandes reservas de petróleo, o Sudão do Sul nasce como um dos países mais pobres do mundo, com a maior taxa de mortalidade materna, a maioria das crianças fora da escola e um índice de analfabetismo que chega em 84% entre as mulheres. Embora não haja estatísticas oficiais, a ONU estima que a população do país varie entre 7,5 e 9,5 milhões. O Sudão do Sul também nasce sendo um dos maiores do continente, superando as áreas de Quênia, Uganda e Ruanda juntas.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 2011 foi um ano de crise humanitária "sem precedentes na história recente". O panorama para as vítimas de desastres naturais, crise de fome, guerras e epidemias é sombrio. O agravamento do quadro está ligado ao surgimento de diversos novos conflitos que não foram solucionados ao longo do ano. Confira os locais que enfrentam cenário mais preocupante:

SOMÁLIA

O conflito civil que se arrasta desde 2009, somado à pior seca em mais de 50 anos, provocou uma crise alimentar gravíssima no país. A guerra e a fome fizeram com que mais de 920.000 pessoas se refugiassem em países vizinhos.

Dadaab, no Quênia, é o "maior campo de refugiados do planeta". Acolhe cerca de 500.000 pessoas - o que supera em cinco vezes sua capacidade original. Essa situação emergencial faz parte de um contexto maior que atinge todo o chifre da África e ameaça mais de 13 milhões de pessoas.

COSTA DO MARFIM

A recusa do ditador Laurente Gbagbo em

aceitar a derrota eleitoral em novembro de 2010 provocou uma onda de violência no país que estendeu por seis meses - período no qual 3.000 pessoas morreram e mais de 150 mulheres foram estupradas. Além disso, entre 2002 e 2007, uma guerra civil colocou em confronto o norte muçulmano e o sul cristão, onde se encontram os principais seguidores de Dbagbo. Agora, cerca de 5.000 refugiados que vivem no Togo poderão retornar à Costa do Marfim de forma voluntária.

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO

Há 12 anos, a ONU enviou os primeiros capacetes azuis à Kinshasa. Eram 500 militares. Hoje, o número de soldados chega a 20.000 - uma das maiores e mais caras missões militares da ONU, que custa 1,4 bilhões de dólares ao ano.

CRISE HUMANITÁRIA

Page 21: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

21 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Mesmo com todo o investimento, a guerra no

leste do país não dá trégua e o essencial apoio da população é barrado pelo medo constante e a falta de confiança: soldados das Nações Unidas já exigiram sexo em troca de alimentos e se abstiveram quando a população foi estuprada em massa pelas milícias.

SUDÃO DO SUL

Em 08 de julho de 2011, o ditador sudanês

Omar Bashir reconheceu a República do Sudão do Sul como estado independente - definição simbólica na prática, visto o histórico de conflitos entre o Norte e o Sul, que já se enfrentaram em duas guerras civis. A nova nação já nasceu com grandes desafios políticos, econômicos e sociais. As décadas de conflitos na região arrasaram toda a infra-estrutura local, exigindo uma reconstrução urgente do país, que ainda tem taxa de mortalidade e índice de HIV altíssimos.

LÍBIA A revolta popular teve início em fevereiro,

quando 2.000 pessoas organizaram um protesto em Bengasi, cidade que se tornou reduto da oposição.

No dia 27 de março, a OTAN passa a controlar

as operações no país, servindo de apoio às tropas insurgentes no confronto contra as formas de Muamar Kadafi, no poder havia 42 anos. Em março, a situação nas fronteiras fugia do controle: 140.000 pessoas deixaram o país para fugir da repressão e o número poderia chegar a 77.000 refugiados no Egito, e 90.000, na Tunísia.

SÍRIA

Os sírios saíram às ruas em 15 de março para

protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos. Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 5.000 pessoas, segundo a ONU, que investiga denúncias de crimes contra a humanidade. Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira com a Turquia. Além disso, dos cerca de 4,7 milhões de iraquianos que buscaram refúgio fora de seu país, 215.000 vivem de forma precária na Síria.

IÊMEN

A revolta do país começou em 27 de janeiro, mas ganhou força em 21 de fevereiro, quando os jovens da Revolução montaram um acampamento

Page 22: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

22 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

na capital Sanaa, exigindo a queda do regime de Ali Abdullah Saleh, no poder há 33 anos.

Em agosto de 2011, o grupo armado Al Houthi e as forças de segurança do ditador entraram em violento confronto em Saada, província do norte, determinando o deslocamento de pelo menos 150.000 pessoas - que se somam às 100.000 outras que já haviam sido deslocadas em guerras anteriores.

PAQUISTÃO

O grupo de extremistas islâmicos que pegam em armas e se explodem para defender a doutrina de Alá é uma criação do serviço secreto do Paquistão (ISI) dos anos 80. Conhecido pela forte inclinação fundamentalista dee alguns de seus altos membros, o ISI reuniu a milícia de estudantes fanáticos do Corão que depois fugiria de seu controle. Desde 2009, há uma rápida escalada da violência em todo o país. Mais de 2 milhões de pessoas foram deslocadas e calcula-se que mais de 1.200 insurgentes tenham sido mortos.

AFEGANISTÃO

As necessidades humanitárias cresceram desde

2010, quando a guerra se espalhou para quase

todas as províncias, que ainda enfretam a falta de equipes médicas e remédios básicos.

Para buscar atendimento, é preciso arrriscar a vida em longas viagens por estradas perigosas. Assim, doenças relativamente simples acabam se tornando fatais.

O presidente Hamid Karzai pediu em vão que os talibãs nociassem a paz nos últimos anos e o tempoor geral é que, com a saída total das tropas da OTAN - marcada para 2014 -, o grupo volte ao poder.

HAITI

Após o violento terremoto registrado em 12 de

janeiro de 2010 e suas réplicas que deixaram mais de 200.000 mortos e 2 milhões de desabrigados, o Haiti sofreu danos em cerca de 200.000 residências e perda financeira no valor de 7,8 bilhões de dólares (120% do PIB).

Para piorar, uma epidemia de cólera criou novas necessidades. A doença já matou 6.600 pessoas e infectou 475.000 no país. Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até o final de 2011, o país terá 500.000 casos de cólera.

Page 23: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

23 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Desde o século XIX, o mundo conheceu uma intensificação das trocas comerciais, da produção e mesmo do trânsito de pessoas. Para se ter uma idéia, o comércio mundial entre 1800 e meados da década de 1910, cresceu aproximadamente vinte e cinco vezes.

Depois da Segunda Guerra Mundial, essas trocas e a produção global aumentaram ainda mais, em um ritmo jamais registrado, os números apontando para um incremento em volume e valor 50 vezes maior do que o registrado na primeira metade do século XX.

Nessa nova perspectiva, a economia deixou de ser local, espalhando-se pelo mundo, sendo movida pelo intenso comércio internacional. Em 1970, 14% da produção econômica mundial assentava-se nas trocas; em 2000, o fluxo internacional de comércio representava 28% di total de bens e serviços produzidos no globo. Houve uma sensível modificação na qualidade dessas trocas, registrando-se o predomínio de produtos manufaturados nas exportações em detrimento dos produtos primários.

Nos últimos 25 anos, o valor das exportações

de manufaturados saltou de 45,2% para 62,4% do valor total. Em termos da produção global, observamos que as exportações passaram de 17% para 32% do PIB mundial, no período compreendido entre 1970 e 2008.

O aumento das transações foi acompanhado por mudanças significativas na distribuição espacial da produção, com a internacionalização desta.

A economia mundial passou por grandes transformações nos últimos anos. Nessa configuração contemporânea, os paradigmas sofreram grande transmutação. A revolução tecnológica adquiriu um papel preponderante não só nas relações humanas, como também nas de produção, sendo responsável pela aceleração na divulgação e propagação das informações, o que alterou as noções “tempo” e “espaço”.

A economia globalizada tem nas empresas multinacionais um de seus principais agentes. Essas empresas atuam de modo global, deixando de individualizar mercados, sendo o faturamento de algumas delas superiores ao PIB de muitos países.

Podemos definir globalização como a intensificação das trocas e da circulação de pessoas e do conhecimento, a integração cada vez mais

GLOBALIZAÇÃO

Page 24: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

24 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

intensa dos mercados, dos meios de transporte e das telecomunicações, o que gera a interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre.

Na globalização, a produção foi fragmentada espacialmente, buscando-se sempre a maior eficiência e o aumento da produtividade em um mercado mundial cada vez mais competitivo.

A globalização, antes de qualquer coisa, é um fenômeno fundamentalmente geográfico que tem como base e inegável valor o território.

A globalização pode ser compreendida a partir de um tripé, caracterizado da seguinte forma:

� Fábrica Global: Hoje as etapas do processo

produtivo estão mundializadas. Um único produto pode ter suas partes fabricadas em diversos países.

� Economia Mundo: O novo sistema produtivo mundial se caracteriza por mais concorrência e ao mesmo tempo por mais cooperação. As empresas estabelecem alianças para viabilizar investimentos gigantescos e enfrentar a concorrência. É a interdependência econômica.

� Aldeia Global: O avanço no sistema de

comunicações possibilitou a simultaneidade das informações. Todos em qualquer parte e no mesmo momento vêem a mesma imagem. Esta integração da informação nos faz pensar que estamos diante de uma verdadeira Aldeia, no qual o mundo todo está inserido.

A exclusão na Globalização

Em toda a história da humanidade nunca se

produziu tanta riqueza como nos tempos de hoje. O grande problema é que o crescimento que a globalização trouxe, apenas aprofundou as desigualdades.

Estudos da ONU, neste começo de século,

mostram que 1% dos mais ricos possuem o mesmo que 57% da população mundial mais pobre. Para piorar, cerca de 1,8 bilhão de pessoas no mundo vivem com menos de dois dólares por dia.

O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade

Vivemos num mundo confuso e confusamente

percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que cria, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mundo físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido.

De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: Uma Outra Globalização.

(SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Do pensamento único à consciência universal).

Indústria Cultural

Em 1940, o filósofo alemão Theodor Adorno,

exilado nos Estados Unidos, realizou a primeira crítica sistemática dos produtos veiculados pelos novos meios de comunicação de massas. Adorno criou o conceito da Indústria Cultural para se contrapor as noções usuais de “cultura de massas” e “cultura popular”, que transmitiam a idéia de que as massas e o povo eram os criadores das mercadorias culturais que consumiam.

Segundo Adorno, a produção, a distribuição e a recepção dos produtos veiculados pelo rádio, pela televisão e mesmo pelas grandes editoras de revistas e de Best-sellers eram organizadas de maneira industrial. As mercadorias vendidas pela indústria cultural seguiam os mesmos processos (padronização, escolha de público-alvo, simplificação e obsolência) que aquelas produzidas pelos demais segmentos da indústria. As conseqüências dessa submissão do consumidor ao poder das grandes indústrias do entretenimento afetavam tanto a política das sociedades quanto a psicologia das pessoas.

A Terceira Revolução Industrial e a

Globalização Contemporânea

Nas últimas três décadas do século XX, a produção em série do modelo fordista já se mostrava rígida e ineficiente para atender as demandas dos novos tempos. Por causa da inflexibilidade desse processo, que adota a divisão da produção em tarefas especializadas, o resultado era uma produção padronizada e em massa. Esse modelo não acompanhava as constantes e aceleradas mudanças tecnológicas. Para oferecer

Page 25: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

25 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

novos produtos, eram necessárias novas máquinas e a reestruturação da linha de montagem.

Nos anos de 1970, iniciou-se o que viria a ser conhecido como a Terceira Revolução Industrial ou Informacional. Embora, essa revolução tenha ficado visível para todos nos anos 90, com o surgimento do computador e da internet, as mudanças nos processos produtivos começaram muito antes. A robótica, as máquinas programáveis com controles digitais e as novas invenções, como os aparelhos de fax, permitiram uma revolução nos processos produtivos e gerenciais e tornaram o processo produtivo mais flexível. Esses avanços tecnológicos trouxeram ainda maior rapidez não informações, acelerando o ritmo dos transportes e diminuindo tempo e distâncias em uma escala jamais alcançada.

Na última década do século XX, o mundo estava sob o predomínio do ciclo da informática, As novas tecnologias de informação permitiram a formação de redes digitais e a programação por computador da produção e dos serviços, provocando transformações no sistema capitalista e na organização do trabalho. Os custos e os preços caíram, tornando acessíveis produtos anteriormente difíceis de serem adquiridos por uma parcela da população.

A Política Neoliberal

Desde 1980, tanto os EUA como o Reino Unido

vinham adotando um estilo de política econômica que fiou conhecido como neoliberalismo. Os impostos sobre as empresas e sobre os mais ricos foram reduzidos alegando-se que isso seria um fator de incentivo ao investimento e ao progresso econômico.

As regulamentações sobre as atividades econômicas e financeiras foram reduzidas ao mínimo. Empresas públicas foram privatizadas e os gastos públicos reduzidos.

O neoliberalismo tornou-se um modelo de política econômica para ser seguido, inclusive pelos ex-países socialistas e países menos desenvolvidos que buscavam integra-se à economia mundial. Propunha-se que os Estados realizassem reformas estruturais e estabelecessem a mais ampla liberalização possível de seus mercados tanto de bens como financeiros.

Muitas dessas regras básicas, formuladas em 1989 por economistas de instituições financeiras, ficaram conhecidas como Consenso de Washington. Essas normas passaram a ser recomendadas para o estabelecimento de uma agenda neoliberal de reformas nos países em desenvolvimento.

Algumas das mudanças do papel do Estado nessa fase foram: � Restringir sua ação sobre a economia, só

intervindo em grau mínimo e em setores essenciais. Esse modelo é conhecido como Estado Mínimo.

� Promover a desregulamentação da economia, ou seja, eliminar regulamentos que pudessem

impedir a liberdade de ação das empresas e dos bancos.

� Fazer reformas econômicas, como o ajuste

fiscal (gastar menos do que o que se arrecada), o controle da inflação, a redução dos gastos públicos e a liberação das importações.

� Privatizar empresas estatais (venda para

grupos privados) com a finalidade de garantir ingresso de capital a curto prazo.

Desregulamentação e expansão dos mercados financeiros

Desde a década de 1970, o setor financeiro

vem se expandindo. A desregulamentação promovida pela política neoliberal e as novas tecnologias que facilitaram as comunicações foram os fatores que permitiram essa expansão. Novos produtos financeiros foram criados, aumentando a segurança e a lucratividade das operações. Tudo isso permitiu grande expansão da produção e do comércio na economia mundial.

Grande parte do capital produtivo destinado a ampliação, melhoria ou instalação de unidades produtoras, à compra de equipamentos e ao aumento da capacidade de produção passou a ser destinada à especulação financeira. O capital especulativo, capitais voláteis ou de curto prazo são aplicados em bolsas de valores buscando lucros rápidos. O capital apenas se acumula e, portanto, não gera empregos como o capital produtivo.

Os avanços na informática facilitaram muito as transações financeiras, permitindo investimentos globalmente. Por outro lado, também permitem que enormes somas, ao menos sinal de instabilidade ou falta de confiança, sejam transferidas (fuga de dólares), provocando pânico nos mercados e desequilíbrios mundiais. Em poucas horas, moedas, papéis e ações perdem valor e a economia é abalada.

Foi o que aconteceu, por exemplo, em 1992 com a Inglaterra e outros países europeus,; em 1995 com o México; em 1997, numa crise iniciada nos países asiáticos; em 1998, com a Federação Russa; em 1999, com o Brasil; em 2001, com a Argentina; e, em 2007, com os Estados Unidos.

Crise Imobiliária dos EUA

Em 2007-2008 estourou a principal crise econômica e financeira internacional desde 1929. crise financeira nos Estados Unidos que começou no setor imobiliário e espalhou-se rapidamente para os setores financeiro e automobilístico, e daí para toda a economia. Em 2008, essa crise tomou proporções globais, e o fantasma da Grande Depressão de 1929 voltou a assombrar a economia mundial.

Se não fosse a intervenção massiva e concertada dos poderes públicos, que se tornaram o seguro dos bancos ladrões, a atual crise teria já proporções muito mais amplas. Também aqui, a interligação é impressionante. Entre 31 de

Page 26: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

26 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Dezembro de 2007 e fins de setembro de 2008, todas as bolsas do mundo sofreram uma baixa muito significativa, entre 25 a 35% - por vezes mais - para as bolsas dos países mais industrializados, até 60% para a China, passando por 50% para a Rússia e a Turquia. A montagem colossal de dívidas privadas, criação pura de capital fictício, acabou por explodir de país em país industrializado, começando pelos EUA, a economia mais endividada do mundo. Com efeito, a soma das suas dívidas pública e privada elevou-se, em 2008, a 50 trilhões de dólares, ou seja, 350% do PIB.

Esta crise econômica e financeira que já afetou todo o planeta afetará ainda mais os países em desenvolvimento que se crêem ainda protegidos. A mundialização capitalista não soltou ou não desligou as economias. Pelo contrário, países como China, Brasil, Índia ou Rússia não estão ao abrigo da crise e isto é só o início.

No primeiro momento, a desvalorização dos imóveis arrasou os bancos americanos. Em seguida, com a decisão de reduzir os juros, o dólar começou a derreter nos mercados mundiais – e como a moeda americana é referência para o petróleo, o barril disparou e estava cotado a US$ 110 na semana passada.

Com uma moeda fraca, uma política monetária frouxa e uma conta de energia cada vez mais pesada, o grande risco que paira sobre os Estados Unidos é a volta da inflação.

Desemprego Estrutural e Conjuntural

O desemprego é um dos principais problemas

que assola o mundo atual. Na Europa, o problema é muito grave. O desemprego na zona do euro atingiu 10,3% da população ativa em outubro de 2011, com a Espanha apresentando a maior taxa (22,8%), segundo os números divulgados no 30 de novembro pela agência de estatísticas Eurostat.

Em setembro, a taxa ficara em 10,2% e, em outubro de 2010, em 10,1%. Na União Europeia, em outubro deste ano, o desemprego ficou em 9,8%. O resultado supera as previsões dos analistas, que projetavam um índice de 10,2%.

Eurostat estima que 16,294 milhões de desempregados estavam na zona do euro em outubro deste ano. Em relação a setembro, o número de pessoas desempregadas aumentou 130.000 na União Europeia e 126.000 na zona do euro.

Os Estados Unidos criaram 120 mil postos de trabalho em novembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira 2 de dezembro pelo Departamento do Trabalho do país. Com isso, a taxa de desemprego recuou 0,4 ponto percentual em relação ao mês anterior, para 8,6%.

A taxa de novembro é a menor desde março

de 2009, quando também ficara em 8,6%. De abril a outubro deste ano, a taxa de

desemprego se manteve entre 9% e 9,2%. A criação de vagas foi puxada por contrações

no varejo, com 50 mil novos postos, entretenimento e serviços de hospitalidade (mais 22 mil vagas). Já o emprego no setor público voltou

Page 27: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

27 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

a mostrar queda, com o corte de 5 mil postos de trabalho nos Correios do país. Entre os grupos, a taxa de desemprego para homens adultos recuou para 8,3%, enquanto para as mulheres adultas se manteve praticamente estável, em 7,8%.

No Japão, atualmente observa-se a diminuição do número de vagas no mercado de trabalho; a Coréia do Sul enfrenta a mesma situação. Nos países subdesenvolvidos, a situação não é diferente.

No Brasil, é grande a preocupação dos trabalhadores, dos sindicatos, das autoridades e dos estudiosos de problemas sociais, a despeito de não possuirmos dados precisos sobre o desemprego, isto porque, enquanto o IBGE fala em taxa de 12%, a Fundação Seade/Dieese fala em 18% na região metropolitana da Grande São Paulo.

A verdade é que temos, hoje, em qualquer

família alguém desempregado. Essa é uma realidade que está muito próxima de cada um de nós.

O desemprego causa vários problemas: para o desempregado, para a família e para o Estado. Para o cidadão desempregado e sua família, o desemprego provoca insegurança, a indignidade, aquela sensação de inutilidade para o mundo social.

Com a globalização, a informatização, as novas tecnologias, nós temos efetivamente um problema de desemprego estrutural. Vejam o exemplo do banco já citado, onde diminuem em menos da metade os postos de trabalho.

Tudo é informatizado, as pessoas não precisam do caixa humano, elas vão direto ao caixa eletrônico.

Esses funcionários perdem o emprego e não têm outra oportunidade, porque todos os ramos de atividade estão se modernizando, não só os bancos, mas as indústrias estão sendo robotizadas. É o chamado Desemprego Estrutural.

A recente crise econômica dos Estados Unidos atingiu os mais diversos segmentos e setores da sociedade, gerando um dos mais elevados índices de Desemprego.

Diferentemente do Desemprego Estrutural, esse tipo é classificado como Desemprego conjuntural. Reflexo de uma instabilidade temporária, como a crise econômica mencionada,

que, mesmo momentaneamente, interfere diretamente no funcionamento de toda a sociedade.

Crise do Liberalismo

A doutrina econômica do século XVIII foi o liberalismo, segundo a qual o Estado não deveria intervir, de maneira alguma, na economia, ficando à mercê da livre concorrência que por sua própria dinâmica regularia o mercado. O liberalismo econômico foi preconizado por economistas ingleses como Adam Smith e David Ricardo. Essa mudança atendia aos interesses da burguesia industrial, que se mostrava forte o suficiente para renegar a interferência do Estado, inversamente ao que aconteceu com os burgueses durante o capitalismo comercial.

As condições de trabalho eram desumanas, precárias, com homens, mulheres e crianças trabalhando incessantemente, em instalações insalubres, chegando à exaustão física causada pelas horas a fio junto às máquinas. A terrível situação de milhões de operários fabris não passou despercebida, provocando o surgimento de movimentos, no decorrer do século XIX, em defesa do operariado e uma doutrina que propunha a socialização dos meios de produção, a preponderância do Estado na condução da economia e da sociedade, conhecida como socialismo.

As primeiras décadas do século XX marcaram a expansão do capitalismo, com aumento da demanda e da produção industrial em larga escala. Porém, a oferta crescente de mercadorias não conseguia ser absorvida pelo mercado interno em expansão dos países já industrializados, em especial os Estados Unidos, ou mesmo pela exportação para países que ainda não tinham passado pelo processo de industrialização. Nos Estados Unidos, o excesso de oferta, aliado às especulações financeiras, resultou em uma gravíssima crise econômica.

Grandes companhias e bancos tiveram suas ações desvalorizadas e, em outubro de 1929, a Bolsa de valores de Nova York “quebrou”, levando milhares de empresas à falência e provocando desemprego e recessão que afetaram a nação norte-americana e o mundo.

Com o Crash da bolsa de Nova York, percebeu-se que a livre-concorrência não suportava mais a dinâmica imposta até então pelo capitalismo “liberal”, que pregava a não intervenção do Estado como regulador da sociedade, das ações do capital privado e das relações de produção. Nesse contexto, um plano contra a crise, o New Deal, foi posto em prática pelo presidente Roosevelt.

O Estado passou a intervir na economia, nas relações estruturais, direcionando e elaborando planos econômicos, investindo pesado em serviços de infra-estrutura e obras públicas, além de assistir a população com programas educacionais, de saúde e de previdência e seguridade social. O mentor dessa intervenção estatal que ajudou efetivamente a reerguer a economia norte-americana foi John

Page 28: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

28 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Maynard Keynes, postulando seu princípio em sua obra Teoria Geral.

O intervencionismo estatal funcionou bem para a economia capitalista até o início da década de 1970, quando uma nova crise econômica colocou em xeque a legitimidade do papel econômico do Estado, questionado pelos pensadores e ativistas “neoliberais”.

Capitalismo Monopolista

O capitalismo vem sofrendo modificações

desde a Revolução Industrial até hoje. No início do século XX, quando já era o sistema predominante na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, apresentou uma tendência à concentração de empresas e capitais. Nesse período iniciou-se a prática monopolista, quando uma empresa domina sozinha o mercado. E também as práticas de oligopólios, quando poucas empresas se unem, praticando uma política de preços e de controle de matérias-primas que impede que outras companhias pratiquem preços competitivos dentro de um mercado concorrência, assegurando o mercado para si.

Também foi uma época de grandes fusões e incorporações de empresas e de integração do capital bancário com o industrial, dando origem ao capital financeiro. Esses grandes conglomerados evoluíram e deram origem às empresas multinacionais, atualmente conhecidas como transnacionais, pois operam em diferentes partes do globo, como as gigantes do petróleo (Exxon, Texaco), as de informática (IBM, Microsoft) e mesmo a potentíssima Nike, fabricante de artigos esportivos, entre milhares de outras.

Existem formas monopolistas que persistem, embora não de forma explícita. Entre elas, temos: � Truste – um conjunto de empresas se une ou

se funde e faz acordos e combinações financeiras, controlando o capital conjunto e centralizando as decisões, embora muitas vezes as identidades das empresas sejam preservadas. A prática mais comum é o estabelecimento de uma política de preços elevados que assegure altas margens de lucro e vise sempre ao controle do mercado.

� Cartel – um grupo de empresas independentes,

normalmente de um mesmo setor já oligopolizado, age de comum acordo, seguindo uma mesma orientação quanto a práticas comerciais, controle de matérias-primas, divisão de mercado e cotas de produção.

� Holding – dentro de um agrupamento de

empresas, uma delas controla as outras, suas subsidiárias, por meio do controle acionário. Normalmente a holding não tem nenhuma atividade produtiva, mas centraliza a administração e dita a política do grupo, controlando o capital das empresas integrantes. As holdings são consideradas o estágio mais avançado de concentração do capital.

A intensificação do comércio mundial acentuou

a junção dos mercados mundiais e provocou enorme integração regional. Com a internacionalização, apesar de persistirem as fronteiras e as diferenças nacionais, muitos países uniram-se a outros para formar grandes grupos econômicos, comerciais e políticos.

A disputa pelo mercado global regionalizou-se a partir da formação dos grandes blocos econômicos.

CELAC No dia 2 de dezembro de 2011, presidentes e

representantes dos 33 países da América Latina se reuniram, em Caracas, para formalizar a criação da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).

Pela primeira vez, os países do continente se articularam em uma mesma plataforma política - com a tarefa de tentar aprofundar a integração regional - sem a presença dos Estados Unidos e do Canadá.

Segundo analistas, a CELAC nasce com o desafio de criar uma organização capaz de gerar consenso entre os países e cuja institucionalidade seja capaz de implementar políticas de integração autônomas em relação aos Estados Unidos.

Entre as contradições a serem enfrentadas pelo bloco está a de construir políticas comuns em uma região ainda marcada por diferentes níveis de desenvolvimento econômico, pobreza, crime organizado e, em especial, antagonismos no campo político-ideológico.

O presidente venezuelano Hugo Chávez, conhecido pelas críticas ao governo de Washington, e pelo discurso anti-imperialista em encontros regionais, adotou um tom moderado ao falar sobre a nova organização regional e reconheceu que ela deverá respeitar a heterogeneidade dos países e de seus projetos, estejam eles à esquerda ou à direita do campo político.

O primeiro debate do grupo, realizado na noite da última quinta-feira, já mostrou como deve ser difícil conseguir o consenso entre os países do novo bloco. Os países não chegaram a um acordo sobre como será o mecanismo para a tomada de decisões - por unanimidade ou por maioria qualificada.

Uma das propostas do documento constitutivo da Celac é um protocolo de defesa da democracia e direitos humanos, aos moldes da cláusula anti-golpe de Estado estabelecido pela Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

Entre as divergências iniciais está a posição do novo bloco a respeito do futuro da Organização de Estados Americanos (OEA), cujo papel passou a ser questionado durante a crise boliviana, em 2008 e depois do golpe de Estado em Honduras, em 2009. Venezuela, Equador e Bolívia defendem que a OEA já teria cumprido seu papel histórico no hemisfério e deve ser substituída.

"Não é possível que os conflitos latino-americanos tenham que ser tratados em

BLOCOS ECONÔMICOS

Page 29: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

29 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Washington", defendeu o presidente equatoriano Rafael Correa, dias antes da Cúpula.

Especialistas concordam que o Brasil tende a assumir um papel de "liderança natural" na CELAC.

UNIÃO EUROPEIA

Em 1950, diante das restrições impostas pelo consumo reduzido de países europeus individualmente, foi traçado o Plano Shuman, que propunha a criação de mercado comum, unificando e centralizando a produção de aço e carvão da Alemanha e da França, com perspectiva de abrir esse acordo para outras nações européias. Em 1951, pelo Tratado de Paris, foi criada a CECA (Comunidade Européia do Carvão e do Aço), formada por Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo (Benelux).

O sucesso conseguido pelo Benelux e pela CECA fez com que esses embriões de zonas de livre-comércio se expandissem e se transformassem no Mercado Comum Europeu, ou Comunidade Econômica Européia, por meio do Tratado de Roma de 1957.

Em 1992, foi assinado o Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em 1993, mudando o nome da CEE para União Européia.

Os objetivos da União Européia são:

� Livre circulação entre os países integrantes. O estabelecimento de uma cidadania comum a todos.

� Integração econômica. Criação de uma moeda única, desenvolvimento de um mercado interno e de outras políticas econômicas que facilitem o processo.

� Colaboração em determinadas questões de segurança e política.

� Manutenção do papel europeu no cenário mundial mediante uma política comum de segurança e de assuntos internacionais.

� Integração de assuntos sociais. Em 2004, houve a maior ampliação da história

do bloco, com o ingresso de mais dez nações. Em 2007, Romênia e Bulgária completaram o conjunto, hoje, formado por 27 países, das 53 nações européias. Do ponto de vista econômico, as expansões de 2004 e 2007 não trouxeram grandes mudanças à EU. Politicamente, porém a transformação foi bastante significativa, pois dez dos 12 novos membros são ex-repúblicas comunistas do Leste Europeu, ex-integrantes da Antiga “Cortina de Ferro” da época da Guerra Fria. Na prática, a União Européia está avançando em uma região que há séculos é área de influência direta do Estado russo. Mas, como nesses países há desemprego e salários baixos, as nações ocidentais vêem crescer a migração vinda do leste. Em 2009, foi aprovado o Tratado de Lisboa. A primeira vez em que se falou em aprofundar as instituições

européias foi em 2001, quando se criou um grupo para discutir as medidas. Em outubro de 2004, chegou-se à formulação da Constituição Européia que precisaria de aprovação de todos os países-membros para entrar em vigor, Mas, em referendo na França e na Holanda, a população derrubou a proposição, em 2005. Em 2007, a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, lançou a Declaração de Berlim, com diretrizes semelhantes às da Constituição européia, e manifestava a intenção dos líderes de criar uma nova base comum para o bloco até 2009.

Atualmente, são candidatos a países-membros da União Européia: Turquia, Croácia, Macedônia e Islândia. Porém, para a admissão de novos integrantes do bloco, as condições são cada vez mais rígidas. A Turquia enfrenta muitos obstáculos para ser admitida na UE. Entre eles, está o fato de 70% dos 70 milhões de habitantes do país serem muçulmanos, o que abriria a Europa para um contato mais estreito com o mundo islâmico. Além do fato de dominar militarmente o norte do Chipre, país já integrante da UE, e por não reconhecer o genocídio dos armênios em 1915, ponto em que se mostram inflexíveis.

Suécia é 'ilha de prosperidade' em meio à

crise na União Europeia

País foi o que mais cresceu na UE em 2010 e tem uma das dívidas mais baixas; juros dos títulos suecos são os mais baixos do bloco.

Assim como a Grã-Bretanha, a Suécia decidiu não adotar o euro como moeda, apesar de fazer parte da União Europeia. As semelhanças entre os dois países, porém, param por aí.

Enquanto a economia britânica patina, a Suécia aparece como uma verdadeira "ilha de prosperidade" em meio às perspectivas negativas na região.

Os juros pagos pelos títulos da dívida sueca (com classificação de segurança máxima pelas agências de risco) são atualmente os mais baixos em toda a União Europeia, até mesmo que os da Alemanha, normalmente tidos como referência por serem os mais baixos.

A economia sueca foi a que mais cresceu no ano passado na União Europeia (5,6%) e tem previsão de crescimento de 4% neste ano. A relação entre a dívida pública e o PIB está em queda acentuada, de 50,3% em 2004 para estimados 36,3% neste ano (maior apenas que as de Estônia, Bulgária e Luxemburgo na UE).

A taxa de desemprego, que chegou a 9% após a crise global de 2008, caiu a 7,2% em setembro deste ano, segundo o último dado disponível.

Apesar do quadro favorável, um relatório da Comissão Europeia (o braço executivo da UE) divulgado no início do mês adverte que o país não passará totalmente incólume à crise na zona do euro.

Page 30: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

30 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Parlamento grego aprova plano de austeridade e resgate financeiro

O Parlamento grego aprovou no dia 12 de

fevereiro de 2012 o plano econômico de austeridade solicitado pelos credores do país com o qual se ativará o resgate financeiro e sua manutenção na Zona Euro.

Pouco antes da votação crucial para o país e a Zona Euro, o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, disse que os deputados gregos "assumirão sua responsabilidade" e "definirão a escolha mais importante" para a Grécia, que é "avançar com a Europa e a moeda única". "A violência e a destruição não têm lugar em uma democracia", completou o premiê.

Cerca de 100.000 pessoas, segundo a polícia, protestaram neste domingo em Atenas (80.000) e Tessalônica (20.000) contra o novo plano de ajuste ditado por UE e FMI.

O plano aprovado pelos deputados prevê um pacote de medidas de austeridade em troca de um novo resgate financeiro do país por parte de seus credores institucionais e uma operação de eliminação da dívida por parte dos credores privados.

Na capital seis pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas durante confrontos entre forças de segurança e grupos de jovens nas ruas adjacentes à praça Sintagma, em frente ao Parlamento, segundo fontes do Ministério da Saúde. Os incidentes ocorreram quando um grupo de manifestantes pressionou para romper um cordão policial colocado em torno da Assembleia Nacional, e a polícia respondeu imediatamente lançando bombas de gás.

Os manifestantes se dirigiram então para as ruas adjacentes, rapidamente convertidas em campos de batalha, e lançaram pedras e bombas de coquetéis molotov contra as forças de segurança. Os confrontos se prolongaram durante mais de

Novo tratado do euro tem participação de 23 países da UE

O presidente da França, Nicolas Sarkozy,

anunciou na madrugada desta sexta-feira (9) que pelo menos 23 países da União Europeia (UE) farão parte do tratado intergovernamental para reforçar o euro. Reino Unido e Hungria, porém, informaram que não estão interessados no acordo, enquanto Suécia e República Tcheca disseram que deverão consultar seus Parlamentos.

Após mais de 10 horas de reunião, em Bruxelas, os líderes europeus se comprometeram a adotar um novo pacto fiscal com regras mais rígidas. Além disso, ficou acertado adiantar em um ano a entrada em vigor do fundo de resgate permanente e a adição de 200 bilhões de euros às reservas do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar as nações em crise. 'Elementos chave'

Para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, os países da zona do euro deram uma resposta a três "elementos chave" da crise da dívida europeia. "Os países-membros que farão parte do novo tratado decidiram sobre três componentes principais: a união fiscal, a aceleração da implementação do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês) e a adição de US$ 270 bilhões às reservas do FMI, recursos a serem confirmados dentro de dez dias", afirmou Lagarde. O ESM é o mecanismo de resgate permanente.

O tratado intergovernamental deve estar concluído em março, informou o presidente francês. "Preferíamos um tratado com os 27 países do bloco, mas não foi possível devido a nossos amigos ingleses", disse Sarkozy. Sem Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, surgiu como protagonista - acompanhado pela Hungria -, ao exigir a inclusão de um protocolo para exonerar o Reino Unido de algumas normas sobre a regulação dos serviços financeiros. "Cameron pediu o que todos considerávamos inaceitável", disse Sarkozy. "Aceitar essa reivindicação do Reino Unido seria duvidar de uma grande parte do trabalho feito (na UE) para a regulação deste setor", insistiu. "Se não podemos obter salvaguardas, é melhor ficar de fora", afirmou Cameron, pressionado pela ala mais eurocética de seu partido. "Foi uma decisão difícil, mas boa", declarou Cameron, que responsabiliza a zona do euro, principal sócio comercial de Londres, pelos males da economia britânica.

O líder francês rejeitou, porém, que esteja havendo uma divisão na UE. "Estamos tentando salvar nossa moeda e nos acusam de fazer uma Europa de duas velocidades'.

Governo da zona do euro

A chanceler alemã, Angela Merkel, celebrou o "bom resultado" do encontro, que segundo ela permitirá ao euro restaurar sua "credibilidade", bem como o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, considerou que o acordo "se aproxima bastante de um bom pacto fiscal e certamente ajudará na situação atual".

Entre outros detalhes, o tratado expressará de forma "clara e definitiva" o fim da participação privada nas eventuais reestruturações da dívida soberana.

Além disso, haverá um governo da zona do euro, integrado por chefes de Estado e de governo, que se reunirá todos os meses durante a crise.

Page 31: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

31 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

duas horas no centro da capital. Um imóvel de um andar, sede de uma loja de cristais de luxo, foi incendiado no centro de Atenas. Outros 10 edifícios vazios estavam em chamas por conta do lançamento de coquetéis molotov, segundo os bombeiros.

Os manifestantes se dirigiram à Praça Sintagma pela tarde, convocados pelas duas grandes centrais sindicais do país, a GSEE para o setor privado, e Adedy, do público, assim como pela esquerda radical, para protestar contra o plano de ajuste.

"Não é fácil viver nestas condições. De agora até 2020 seremos escravos dos alemães", disse à AFP Andréas Maragoudakis, engenheiro de 49 anos. Mais cedo, o ministro de Finanças grego, Evangelos Venizelos, disse que a Grécia espera lançar "antes de 17 de fevereiro" a oferta pública a seus credores privados para a reestruturação de sua dívida, caso contrário ficaria exposta à quebra.

"Antes do domingo à noite, o parlamento deve ter adotado o novo programa de austeridade" ditado pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para que o país possa receber o visto positivo do Eurogrupo na quarta-feira para o desbloqueio do segundo plano de resgate, afirmou o ministro no início do debate parlamentar sobre este plano de medidas.

"Caso isso não aconteça antes de 17 de fevereiro, não poderemos lançar oficialmente a operação de troca de títulos" para que haja o perdão de 100 bilhões da dívida grega. "E não poderemos solucionar o problema do reembolso das obrigações que serão finalizadas entre 14 e 20 de março", em um montante total de 14,5 bilhões de euros, completou. O descumprimento dos prazos e a consequente quebra do país geraria uma Grécia sem sistema bancário, afirmou Venizelos com a voz tensa antes de ser interrompido pelas vaias da oposição comunista, a qual o ministro acusou de levar o país à "catástrofe".

CRESCE NA ESPANHA A REVOLUÇÃO DOS

INDIGNADOS

O movimento que iniciou no dia 15 de maio, chamado 15-M ou a “revolução espanhola”, cresceu às vésperas do dia 20 de maio, com enorme participação popular com panelas e colheres nas mãos. Multidões se reuniram em dezenas de cidades de todo o país para exigir a mudança de um sistema que consideram injusto. A revolta crescia a cada hora. Começou com uma convocatória nas redes sociais e internet para repudiar a corrupção endêmica do sistema e a falta de oportunidades para os mais jovens.

A Revolução dos Indignados acusa, pela situação atual, o FMI, a OTAN, a União Europeia, as agências de classificação de risco, o Banco Mundial e, no caso da Espanha, os dois grandes partidos: PP e PSOE.

A Junta Eleitoral Central da Espanha proibiu em todo o país qualquer manifestação desde a zero hora do dia 20 de maio até às 24 horas do dia 21 do mesmo mês, dia das eleições municipais, em uma clara alusão às mobilizações do movimento cidadão Democracia Real Já que, desde o dia 15 de maio promovem os repúdios ao modelo político e econômico vigente, que já se espalharam em escala nacional.

Alfredo Peréz Rubalcaba, ministro do Interior, declarou que o governo só esperava o pronunciamento da junta eleitoral para decidir se ordena à polícia dispersar os manifestantes. Enquanto isso, milhares de cidadãos indignados na Porta do Sol, em Madri, na Praça da Catalunha, em

União Europeia: Croácia entra em 2013, mas

Suécia corre risco de sair

A Croácia será o 28º membro da União

Europeia. O país assinou, nesta sexta-feira, o tratado de adesão ao bloco econômico em cerimônia realizada em Bruxelas, Bélgica.

Antigo estado da ex-Iugoslávia, a Croácia tem sofrido reformas econômicas e democráticas que vão possibilitar sua aceitação no grupo em 2013. A esperança é que a adesão estimule outros países dos Bálcãs a acelerarem o processo de democratização nas regiões marcadas por conflitos étnicos desde a década de 90. Segundo o presidente da União Europeia, Herman Von Rompuy, a Croácia é "pioneira" e o "futuro dos Bálcãs ocidentais está na União Europeia”.

A adesão foi assinada no mesmo dia em que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou novo tratado para participação de, no mínimo, 23 países da UE com o objetivo de reforçar o euro. Fora do tratado, estão Reino Unido e Hungria, que não se interessam pelo acordo, além da República Tcheca e Suécia, que ficaram de consultar os Parlamentos.

O premiê sueco, Fredrik Reinfeldt, porém, não descartou a possibilidade do país abandonar o bloco.

Page 32: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

32 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Barcelona, na Praça do Pilar, em Zaragoza, e no Parasol da Encarnação, em Sevilla, entre outras, voltaram a romper o cerco policial e, uma vez mais, repudiaram a política, banqueiros e empresários.

No quinto dia de mobilizações a afluência aumentou sensivelmente, sobretudo em Madri e Barcelona, onde dezenas de milhares entoaram palavras de ordem durante horas. Uma delas advertia: se vocês não nos deixam sonhar, nós não os deixaremos dormir.

Os manifestantes desenvolveram métodos de organização através de comissões por setores – saúde, alimentação, meios de comunicação, etc. -, que decidem cada atividade. Nas assembleias gerais decidia-se a estratégia e buscava-se uma mensagem política unificada que mostrassem as principais razões de descontentamento e protesto.

Apesar das proibições feiras pela Justiça, as mobilizações foram mantidas até o dia das eleições. Após observar que as manifestações não cessariam, a Junta Eleitoral Central declarou ilegais as concentrações, ao considerar que elas não se ajustam à lei eleitoral e excedem o direito de manifestação garantido constitucionalmente. De fato, desde o início da semana, todas as mobilizações, concentrações e marchas da “revolução espanhola” foram declaradas ilegais pela Junta Eleitoral de Madri. Em resposta, o número de indignados se multiplicou.

Depois de conhecer a decisão da Junta Eleitoral Central, o movimento cidadão decidiu simplesmente manter o acampamento, ao mesmo tempo em que ecoou um grito unânime: não nos tirarão daqui, vamos ganhar esta revolução. Em seguida, foi lido o manifesto original do movimento em uma dezena de idiomas. O texto aponta a classe política e os meios de comunicação eletrônicos como os grandes aliados dos agentes financeiros, os causadores e grandes beneficiários da crise. Advertem que é preciso um discurso político capaz de reconstruir o tecido social, sistematicamente enfraquecido por anos de mentiras e corrupção. “Nós, cidadãos, perdemos o respeito pelos partidos políticos majoritários, mas isso não equivale a perder nosso sentido crítico. Não tememos a política. Tomar a palavra é política. Buscar alternativas de participação cidadã é política”.

A reação da direita

O líder do governo, José Luis Rodríguez

Zapatero, disse que é preciso escutar e ter sensibilidade porque há razões para a expressão desse descontentamento e dessa crítica. O líder da Esquerda Unida, Cayo Lara, defendeu o fim da submissão e do bipartidarismo, propiciado pela atual lei eleitoral.

Mas o setor duro da direita política e midiática reclamou com insistência a atuação policial para acabar com todas as mobilizações, sobretudo na Porta do Sul, e pediu inclusive ao Ministério do Interior para que adotasse meios violentos para assegurar esse fim. Uma das imagens do dia foi a do ex-ministro da Defesa durante o governo de José María Aznar, Federico Trillo, insultando com o

dedo um grupo de cidadãos da revolução dos indignados.

As desqualificações mais fortes vieram, porém, dos meios de comunicação conservadores e da televisão pública de Madri, que acusaram o movimento de ser comunista, socialista, antissistema e de ter relação com o ETA. Um dos ideólogos da direita, César Vidal, foi mais além e depois de chamar, depreciativamente os manifestantes de “perroflautas” (tribo urbana também conhecida como ‘pés pretos’, formada por punks, anarquistas, hippies e ‘gente desocupada’), assegurou que estes jovens mantém contato regular com o Batasuna-ETA e que receberam cursos de guerrilha urbana, da Segi (organização de juventude da esquerda basca).

NAFTA

Em 1993, foi ratificado um acordo de livre-

comércio que une os três países da América do Norte – Estados Unidos, Canadá e México.

Os desníveis das economias desses integrantes do Nafta são significativos. A economia norte-americana é a mais poderosa do mundo; o Canadá, embora apresente uma economia diversificada e desenvolvida, depende muito dos investimentos e do capital dos EUA.

Por mais estranho que pareça, a explicação para a presença mexicana nesse bloco econômico é simples: além de mercado ativo, o México é grande produtor de petróleo, fonte de energia vital para as duas economias, e fornece mão de obra barata e abundante para a qualificada economia americana.

Acordos comerciais têm incentivado investimentos americanos em território mexicano. Essa ação visa a geração de empregos para tentar barrar o intenso fluxo migratório ilegal mexicano e facilitar a instalação de unidades fabris americanas do outro da fronteira, com a finalidade de obter produções a custos menos, que serão totalmente absorvidas pelo mercado dos Estados Unidos.

Os EUA pretendia implementar a ALCA (Área de Livre comércio das Américas), que englobaria todos os países americanos, exceção feita a CUBA, por viver sob uma ditadura. A ALCA alargaria o

Page 33: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

33 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

comércio dos EUA para toda a América, concorrendo diretamente com os produtos nacionais. Brasil e Argentina não concordaram com a proposta norte-americana, e a ALCA não vingou. O resultado foi a intensificação de acordos bilaterais com diversos países centro e sul-americanos, como Chile, Nicarágua, Guatemala, Costa Rica, etc.

ALTENATIVAS LATINO-AMERICANA

Em meio às dificuldades da ALCA, projeto estratégico de Washington, avançam o Mercosul expandido e a ALBA (Alternativa Bolivariana para a América) - possíveis embriões de um comércio internacional de novo tipo. Configurou-se um enfrentamento entre a integração latino-americano e a ALCA, na verdade ferramenta para consolidação da hegemonia norte-americana.

Entre as regiões do mundo vítimas das políticas neoliberais, a América Latina ocupa um lugar de destaque. Nenhum dos projetos de integração regional escapou de seus efeitos destrutivos. As medidas de liberalização comercial e financeira aceleraram o controle do mercado interno de cada país pelas multinacionais norte-americanas e européias. Estas medidas também acentuaram a dependência das economias regionais em relação aos mercados externos.

No entanto, ao mesmo tempo em que os países da Europa e da América do Norte perseguiam seu processo de integração, projetos similares se desenvolviam, particularmente na América do Sul. Eles procuravam proteger, ainda que de maneira mínima, as economias da região das conseqüências negativas da globalização. Nas décadas de 1980 e 90, sugiram dois projetos antagônicos: o Mercosul, integrado inicialmente pelo Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai; e o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que reuniu EUA, Canadá e México.

Washington tinha a ambição de estender o Nafta ao resto do continente. Quase no momento em que o bloco foi formalizado, e em que o Chile foi apresentado como o primeiro candidato a se integrar a ele, a crise mexicana de 1994 levou o Congresso dos EUA a não oferecer à Casa Branca o chamado "fast track" ("via rápida). Ela dá ao Executivo o direito de negociar acordos comerciais com outras nações, limitando os poderes do Legistivo a aceitar ou rejeitar, em bloco, eventuais tratados.

Com o ingresso da Venezuela e Bolívia no Mercosul, começa a se dissipar a dualidade entre este bloco e a Comunidade Sul-americana de Nações.

Nascimento e declínio da ALCA

O governo norte-americano teve, então que apelar para um projeto que havia ficado na gaveta: a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Configurou-se assim um campo de enfrentamento entre um projeto de integração latino-americano e outro do conjunto do continente, em que a diferença - substancial - era a participação dos EUA nesta última. Representando 70% do PIB do total

dos países, eles transformavam a ALCA em ferramenta de consolidação de sua hegemonia, jamais em processo de integração.

Eram tempos de extensão quase que ilimitada dos modelos neoliberais, dos quais a ALCA seria o complemento funcional. Essa tendência foi fortalecida com a crise brasileira de 1999, em que a brusca e grande desvalorização da moeda brasileira afetou diretamente a balança comercial com a Argentina, golpeando diretamente os graus de integração logrados no Mercosul.

No entanto, paralelamente foi se intensificando uma tendência nova: a vitória e evolução ideológica de Hugo Chavez na Venezuela, a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, de Nestor Kirchner, em Buenos Aires, e, mais tarde, de Tabaré Vázquez, em Montevidéu.

A Venezuela, especialmente depois da vitória de Chávez sobre a oposição, no referendo revogatório de 15 de agosto de 2004, conquistou um espaço importante e se aproveitou para oxigenar o processo de integração. Este se deu, por um lado, através da constituição de uma espécie de coordenação da integração, entre os presidentes do Brasil, da Argentina e da Venezuela - as três principais economias da América do Sul. Esta coordenação promoveu reuniões setoriais entre ministros do setor energético, do de políticas sociais e da área econômica. Diversos acordos form firmados, sobre temas de comécio, energia e defesa. Para ficar apenas num exemplo, Chávez anunciou, em 2004, que a Venezuela, que importa, para sua indústria petroleira, 5 bilhões de dólares de bens e serviços nos Estados Unidos, realizaria, a partir de então, 25% destas compras no Brasil e Argentina. Ao fazê-lo, conquistou aliados de circunstância nestes dois países, ainda que as opções destes difiram sensivelmente de sua perspectiva radical.

A ALBA baseia-se na montagem de mecanismos para criar vantagens cooperativas - ao invés das supostas "vantagens competitivas", paradigma das teorias neoliberais Mercosul ampliado e Comunidade Sul-americana Ao final de 2005, a Venezuela ingressou como membro pleno do Mercosul. Após a vitória eleitoral de Evo Morales em La Paz, o coordenador geral do bloco, o argentino Chacho Alvarez, anunciou que proporia o ingresso da Bolívia, na mesma condição. Começava assim a se dissipar a dualidade entre o Mercosul e a Comunidade Sul-americana de Nações. Nascida por iniciativa do Brasil, em 8 de dezembro de 2004, em Cuzco (Peru), esta era vista com reservas pelo governo de Kirchner, que se inclina pela expansão do Mercosul como prioridade. Foi em Cuzco, durante o encontro, que Chávez, em seu linguajar cheio de imagens, sugeriu uma consigna: "A política como locomotiva, o social como bandeira, o econômico como trilho e a cultura como combustível".

Ao mesmo tempo, o governo venezuelano multiplicou iniciativas setoriais - como a Petrosul, a TVSul, a PetroCaribe, entre outros - e desenvolveu uma iniciativa estratégica de alianças com Cuba - a chamada Aliança Bolivariana para as Américas. Em documento assinado em abril de 2005, em Havana,

Page 34: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

34 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

os governos de Cuba e da Venezuela lançam uma modalidade superior de integração, entre economias que podem partir de um nível superior de identificação, sobretudo a partir do momento - em janeiro de 2005, no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, em que Hugo Chavez anunciou a adesão de seu governo ao que chama de "socialismo do século XXI".

A ALBA é uma proposta de integração que se fundamenta na montagem de mecanismos para criar vantagens cooperativas - no lugar das supostas "vantagens competitivas", paradigma das teorias neoliberais de comércio internacional. Já as vantagens cooperativas procuram reduzir as assimetrias existentes entre os países do continente. Elas apóiam-se em mecanismos de compensação, a fim de corrigir as disparidades de níveis de desenvolvimento entre os países da região. Têm na Venezuela e em Cuba seus grandes motores: a primeira com os recursos do petróleo, a segunda principalmente com os recursos de educação, saúde e esportes.

Cada país oferece o que pode produzir em boas condições, e recebe, em contrapartida, aquilo que precisa, independentemente dos preços no mercado mundial.

ALBA, contraponto ao "livre" comércio

A ALBA pretende ser o contraponto da ALCA. Pretende integrar economias dissímiles desde baixo, envolvendo a todos os atores econômicos e sociais - como cooperativas, pequenas empresas, empresas públicas, empresas privadas grandes, médias e pequenas -, priorizando o atendimento de problemas essenciais para a massa da população, como alimentação, moradia, indústria e meio ambiente. Enquanto que a ALCA não diferencia entre países grandes e pequenos, entre países com grandes recursos naturais, financeiros, energéticos e os outros, acentuando mecanismos em que ganham os mais fortes - neste caso, os EUA. Além disso, a ALCA pretende impor aos paises critérios de segurança jurídica que favorecem as grandes corporações multinacionais, não se dispondo a atender aos paises mais fracos.

A ALBA não subsidia, mas fomenta créditos, máquinas e tecnologias para empresas recuperadas, fábricas abandonadas em mãos dos seus trabalhadores, cooperativas, comunidades de pequenos produtores - industriais, de comércio ou de servicios -, empresas públicas. A ALBA recebe o apoio dos Estados em créditos, assistência técnica e jurídica, marketing e comércio internacional, enquanto a ALCA deixa tudo entregue às forças que dominam o mercado e as possibilidades financeiras dos grandes agentes econômicos.

Em abril de 2005, dezenas de acordos foram firmados entre Caracas e Havana. Neste momento, decidiu-se criar, na Venezuela, 600 centros de diagnóstico integral de saúde, 600 creches e 35 centros de alta tecnologia, para assegurar ao conjunto da população o acesso gratuito à medicina e saúde. Também se decidiu a formação, por Cuba, de 40 mil médicos e 5 mil especialistas em tecnologias da saúde latino-americanos - além de

10 mil médicos e enfermeiros venezuelanos. Prosseguiu a operação "Milagre", que já permitiu a milhares de venezuelanos recuperar plenamente a visão, graças a uma intervenção cirúrgica (operação de catarata) realizada em Cuba. Ampliada para toda América latina, esta operação poderia ter até 100 mil beneficiários - 800 uruguaios foram os primeiros.

Pela primeira vez, um chefe de Estado chileno foi convidado à posse de um presidente boliviano - e aceitou comparecer ·. Uma seqüência de acordos latino-americanos

De sua parte, a Venezuela decidiu abrir em Havana uma agência da empresa petroleira nacional (PDVSA) e uma sucursal do Banco Industrial da Venezuela. Os dois governos concederam preferências aduaneiras recíprocas para suas trocas comerciais. Cuba decidiu adquirir 412 milhões de dólares em produtos venezuelanos, o que poderia suscitar a criação de dezenas de milhares de empregos no país parceiro. Se o "eixo estratégico" Caracas-Havana é alvo de críticas entre setores conservadores, inconformados por ver Cuba sair de seu isolamento, o desenvolvimento destas políticas de saúde é acompanhado com grande interesse pelo conjunto dos movimentos sociais do continente. Estas trocas constituem bons exemplos de comércio "justo": cada país oferece o que está pode produzir em boas condições, e recebe, em contrapartida, aquilo que precisa, independentemente dos preços no mercado mundial.

Trata-se de uma visão radicalmente diferente da que prevalece nos acordos bilaterais firmados por Washington com os países do continente - América Central, Chile, Uruguai, Peru e, em breve, Colômbia -, cujo resultado é acentuar as desigualdades, e graças aos quais os EUA, por seu peso determinante, consolidam posições que já lhes são estruturalmente favoráveis.

Antes mesmo de sua posse em La Paz, no último 22 de janeiro, o novo presidente da Bolívia, Evo Morales, começou por Havana e Caracas uma viagem ao exterior que poderia abrir caminha a uma integração da Bolívia à ALBA. Algum tempo antes, havia sido criada a Petrocaribe, empresa destinada a oferecer a onze países da região petróleo a preços reduzidos e com facilidades de pagamento. Esta iniciativa do governo de Chávez procurava permitir aos países da região precaver-se contra a volatilidade e a escalada de preços do petróleo no mercado internacional, livrando-os parcialmente da pressão exercida por Washington para impor acordos bilaterais.

Ainda em estado embrionário, e sem prejulgar seu sucesso, a ALBA é uma tentativa ambiciosa de integração regional que escapa às lógicas de mercado. Não faltarão dificuldades, porque o objetivo é envolver países como Argentina, Brasil e Uruguai; provavelmente o México e talvez o Peru. As economias destes países são dominadas por empresas multinacionais, muito mais interessadas em manter sua fatia no mercado norte-americano e

Page 35: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

35 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

europeu que em um tipo de integração que pode privá-las deste privilégio.

Os presidentes destas nações já enfrentam grandes dificuldades para avançar nos marcos bem menos ambiciosos do Mercosul. São prova os conflitos entre setores patronais do Brasil e Argentina, que sabotam o processo de integração. Na verdade, a ALBA só pode se realizar entre governos decididos a desenvolver um projeto estratégico de grandes transformações estruturais internas, de maneira que as decisões que tomam envolvam efetivamente a economia de seus países. Reconciliar "irmãos inimigos"?

Ainda assim, algumas iniciativas emergem, preliminares de uma aliança entre países do continente. Como exemplos (não exaustivos), Chávez confirmou o investimento de 600 milhões de dólares da PDVSA no Uruguai, onde a empresa petroleira venezuelana trabalhará com sua homóloga, ANCAP, especializada em refino de óleo. Um acordo entre Caracas e Brasília permitirá a construção de uma importante refinaria no Nordeste brasileiro. Reunidos em 18 de janeiro, os presidentes Kirchner e Lula examinaram o projeto de construção de um oleoduto que, partindo da Venezuela, chegaria até a Argentina, passando pelo território brasileiro. A criação de uma grande companhia petroleira sul-americana, Petrosul, talvez não seja apenas um sonho.

A Telesur já funciona. Tendo como acionistas Argentina, Cuba, Uruguai e Venezuela, esta cadeia de televisão procura fornecer informação lationo-americana fora dos padrões das TVs privadas e da influência midiática vinda do Norte.

Quem sabe se esta esquerda, em sua multiplicidade e diferenças, não é capaz de conciliar "irmãos inimigos"? Brasília tem excelentes relações com Santiago, mas também com Caracas - cujo presidente, Chávez, mantém laços estreitos com Evo Morales. Nos últimos dias de seu mandato, o presidente do Chile, Ricardo Lagos, aceitou participar da posse de Morales, em 22 de janeiro. Os dois países são protagonistas de uma das mais antigas disputas territoriais da América do Sul. Foi a primeira vez em que um chefe de Estado chileno foi convidado à posse de um presidente boliviano.

Emir Sader, Le Monde Diplomatique, Edição brasileira, ano 7 número 73

APEC Em 1993, surgiu a Cooperação da Ásia e do

Pacífico, um bloco econômico regional, com o intuito de criar uma zona de livre=comércio entre os 21 países que a compõem até o ano de 2020.

Reúne cerca de 60% do PIB mundial. Conta com cerca de 2,7 bilhões de pessoas e um PIB de 31,7 trilhões de dólares. O volume das exportações move uma receita de aproximadamente 5,3 trilhões de dólares e nas importações o volume atinge cifras de cerca de 3,1 trilhões de dólares. APEC é um bloco econômico regional que pretende implantar a

livre-circulação de mercadorias, capitais e serviços entre os estados-membros e poder concorrer com a União Européia.

ASEAN A Associação das Nações do Sudeste Asiático foi criada em 1967 para fortalecer o desenvolvimento e a estabilidade dos países da região, área onde se desenvolvia a Guerra do Vietnã; A ASEAN é formada por 10 países, sendo a maior parte pertencente aos Tigres Asiáticos. Segundo o banco mundial, em 2004 esses países cresceram 5,7%, e junto com a China, que cresceu 9,0%, formam o motor econômico do planeta. Os líderes respeitaram o principio da ASEAN de não interferir em assuntos internos e evitaram falar dos conflitos do Sudeste Asiático, apesar de reconhecerem que sem estabilidade política não há desenvolvimento.

TIGRES ASIÁTICOS

Mais de uma década depois de seu modelo de

crescimento inspirado pelo Japão naufragar, os Tigres Asiáticos se engatam à locomotiva chinesa para trilhar um novo caminho de crescimento, sustentado, desta vez, pelo comércio com outros grandes mercados emergentes. Coreia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan se descolaram dos japoneses, que enfrentam anos a fio de estagnação, para se atrelar à segunda maior economia do mundo.

Esse grupo de nações ainda promissoras apresenta expansão média de 4%, menos da metade das taxas de China e da Índia. A volta aos espetaculares índices de expansão registrados no fim do século passado continua limitada a uma histórica dependência das vendas externas, prejudicadas após a crise global.

Além de se beneficiar das trocas comerciais com a China, os tigres começaram a repetir seu comportamento controverso na arena mundial. “A novidade é que os Tigres Asiáticos passaram a adotar, nos últimos anos, as práticas de comércio desleais largamente usadas pela China”, comenta Josefina Guedes, consultora de comércio internacional.

Ela explica que os quatro têm peculiaridades, a exemplo da agressividade das marcas próprias de Coreia e Taiwan no mercado externo. Apesar disso, “todos reagiram juntos à onda protecionista pós-crise de 2008 e estão sintonizados com o dragão chinês”.

Os tigres ampliaram as trocas comerciais e a articulação produtiva com a China. O objetivo é manter a atividade das fábricas em nível elevado e aproveitar a ascensão dos novos consumidores. “Tal qual os norte-americanos e diferentemente dos japoneses, os chineses não têm compromissos com a economia mundial.

Para atingir seus alvos, lançam mão de fraudes e dumping”, afirma Josefina. Ela lembra que, como gigantescos entrepostos, Cingapura e outros países asiáticos ajudam Pequim a driblar barreiras erigidas pelos competidores.

Page 36: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

36 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Crise asiática Somadas, as economias dos quatro

correspondem ao tamanho da brasileira, com um Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas geradas) de US$ 2,2 trilhões. Mas as semelhanças com o líder da América do Sul acabam aí. Os tempos mudaram. Até os anos 1990, os tigres representavam o melhor exemplo de economias emergentes. Os frutos de seu espetacular desempenho comercial, influenciado pelo sucesso japonês, acabaram sucumbindo à crise asiática, de julho de 1997, que derrubou bolsas de valores mundo afora. Em menos de um ano, investidores sacaram US$ 200 bilhões aplicados na Ásia, levando à quebradeira generalizada de empresas e à recessão.

A China foi a única a passar ilesa ao primeiro grande abalo da globalização, quando se acelerava a maior abertura econômica da história. Apesar do colapso, a renda per capita na Ásia pulou de US$ 424 para mais de US$ 1 mil entre 1990 e 2004. Guiados hoje pelo farol chinês, esses territórios e países tentam ampliar presença no comércio global com venda crescente de artigos industrializados baratos e de alta tecnologia. Dois deles têm laços históricos com a China: depois de um período de domínio inglês, Hong Kong é hoje parte do gigante asiático, mas mantém instituições políticas e econômicas capitalistas. Taiwan é tida pelo governo chinês como uma província rebelde.

A expressão “tigre” já foi sinônimo de economia regional com crescimento acelerado e voltada à exportação. Com mão de obra qualificada e barata, excelente infraestrutura logística de portos e capacidade de produzir quase todo tipo de artigo industrializado para exportar, sua força é proporcional à demanda externa. Os integrantes da grife oferecem incentivos fiscais a multinacionais, mas ainda deixam de apostar no consumo doméstico. Outro ponto em comum está na prioridade à educação como meio de aumentar a produtividade, fato sempre destacado em estudos e fóruns internacionais.

MERCOSUL

O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) foi

criado em 1991 por meio do Tratado de Assunção, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela que aderiu, em 2006, ao Protocolo de Adesão da República Bolivariana da Venezuela ao MERCOSUL.

Esse bloco econômico tem por objetivo principal o estabelecimento de um mercado comum, o que significa, na prática, a construção de um espaço econômico comum entre os países que o compõem.

O MERCOSUL é hoje uma realidade econômica de dimensões continentais. As origens do MERCOSUL remontam à crise das economias argentina e brasileira de meados da década de 1980, quando elas encontravam-se altamente endividadas, estagnadas e com dificuldades de atrair capitais produtivos internacionais, correndo o risco de ver o sucateamento de seus parques

industriais, principalmente na questão da renovação tecnológica e, assim, perder competitividade nas exportações. Nesse quadro, os países iniciaram políticas de abertura e aproximação econômica e comercial, com o objetivo de juntar forças em um mercado internacional altamente concorrencial. A incorporação do Uruguai e do Paraguai ampliou possibilidade de cooperação econômica, embora a sustentação dessa relação estivesse com Brasil e Argentina, as economias, mais fortes do bloco.

A união entre os países prevê a instauração de uma política de alíquotas para importação comum de não membros, ou seja, a união alfandegária que se baseia na TEC – tarifa externa comum – e a isenção de tarifas alfandegárias entre os países membros.

Outros países sul-americanos manifestaram interesse em integrar o bloco. Chile e Bolívia assinaram tratados e tornaram-se membros associados ao MERCOSUL, mas ainda não foi estendida a eles a política aduaneira re as relações comerciais entre os países membros.

No Uruguai, Chávez volta a pleitear entrada da Venezuela no Mercosul

Entrada da Venezuela no bloco está emperrada no Parlamento paraguaio.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, voltou a insistir, em Montevidéu, na entrada de seu país no Mercosul como membro pleno do bloco, algo que já está em negociação desde 2006 e que depende da aprovação do Parlamento paraguaio.

O tema é um dos assuntos centrais da Cúpula de Presidentes do Mercosul, que ocorre na capital uruguaia.

Já de manhã, antes mesmo da abertura oficial da cúpula, Chávez disse aos jornalistas que "unir o Rio da Prata ao Orinoco é o que queremos".

"Já somos quase 30 milhões de habitantes (na Venezuela), e é aos países pequenos que mais vai beneficiar a entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul. Nosso norte é o sul", disse o venezuelano.

O Mercosul tem como Estados plenos Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru são membros associados. O Peru também estuda a entrada plena ao bloco. A adesão venezuelana ao Mercosul foi autorizada há cinco anos, mas permanece emperrada no Legislativo paraguaio. O presidente do Uruguai, José Mujica, pede que a entrada de Caracas seja acelerada por uma "revisão dos critérios" do bloco. Mas a declaração foi vista por críticos como um atropelamento do tratado original do Mercosul, que prevê a adesão de novos membros somente após decisão unânime dos Executivos e Legislativos dos membros atuais.

Page 37: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

37 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

AMÉRICA DO SUL E INTEGRAÇÃO REGIONAL UNASUL

A União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) é formada pelos doze países da América do Sul. O tratado constitutivo da organização foi aprovado durante Reunião Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Brasília, em 23 de maio de 2008. Dez países já depositaram seus instrumentos de ratificação (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela), completando o número mínimo de ratificações necessárias para a entrada em vigor do Tratado no dia 11 de março de 2011 CALC

Desde meados do século XX, a integração regional consolida-se como importante fenômeno internacional. O estreitamento dos laços políticos e econômicos entre povos que compartilham herança

histórica e vizinhança geográfica permite enfrentar melhor os desafios do mundo globalizado. CELAC

A Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos – CELAC foi criada na “Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe”, realizada na Riviera Maya (México), em fevereiro de 2010, em histórica decisão dos Chefes de Estado e de Governo da região. A Cúpula da Unidade compreendeu a II Cúpula da América Latina e o Caribe sobre Integração e Desenvolvimento – CALC e a XXI Cúpula do Grupo do Rio. MERCOSUL

A Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de Assunção, com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). O objetivo primordial do Tratado de Assunção é a integração dos quatro Estados Partes por meio da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes. Em dezembro de 1994, foi aprovado o Protocolo de Ouro Preto, que estabelece a estrutura institucional do MERCOSUL e o dota de personalidade jurídica internacional. ALADI

A ALADI é o maior mecanismo latino-americano de integração, composto por 12 países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Esse conjunto de países totaliza 20 milhões de quilômetros quadrados e mais de 500 milhões de habitantes. Atualmente, a ALADI passa por um processo de expansão para a América Central, com a Adesão de Nicarágua e Panamá.

BRICS (Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul)

A idéia dos BRICS foi formulada pelo

economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil,

Defesa comercial

Durante a reunião foram discutidos mecanismos de defesa comercial a serem adotados dentro do bloco para enfrentar a crise financeira internacional - como adiantou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O bloco deve negociar a ampliação da lista de produtos importados que podem ser sobretaxados, além de discutir divergências sobre práticas consideradas protecionistas por alguns membros.

Os países menores - Uruguai e Paraguai – frequentemente reclamam de supostas barreiras comerciais a seus produtos nos mercados maiores, Brasil e Argentina.

Os Estados-parte também assinarão um acordo de livre comércio com a Palestina. O instrumento segue os mesmos moldes de acordos semelhantes assinados entre o Mercosul e Israel, e entre o bloco sul-americano e o Egito, em 2011.

O acordo, para abertura de mercados para bens, também inclui capítulos sobre medidas sanitárias e fitossanitárias (destinadas ao controle de pragas agrícolas), cooperação técnica e tecnológica, e solução de controvérsias.

A presidente Dilma Rousseff chegou à capital uruguaia acompanhada dos ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Marco Aurélio Garcia (assessor especial para assuntos internacionais).

Mantega e o chanceler Antonio Patriota já estão na capital uruguaia. Participam do encontro de mandatários também Cristina Kircher, da Argentina; Fernando Lugo, do Paraguai; e Rafael Correa, do Equador.

20/12/2011

Page 38: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

38 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla BRICS.

O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Européia. Para dar uma idéia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%.

Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembléia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs” passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. Em 2011, após o ingresso da África do Sul, o mecanismo tornou-se o BRICS (com "s" maiúsculo ao final).

Como agrupamento, o BRICS tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades. Em última análise, o que sustenta o mecanismo é a vontade política de seus membros. Ainda assim, o BRICS tem um grau de institucionalização que se vai definindo, à medida que os cinco países intensificam sua interação.

Etapa importante para aprofundar a institucionalização vertical do BRICS foi a elevação do nível de interação política que, desde junho 2009, com a Cúpula de Ecaterimburgo, alcançou o nível de Chefes de Estado/Governo. A II Cúpula, realizada em Brasília, em 15 de abril de 2010, levou adiante esse processo. A III Cúpula ocorreu em Sanya, na China, em 14 de abril de 2011, e demonstrou que a vontade política de dar seguimento à interlocução dos países continua presente até o nível decisório mais alto. A III Cúpula reforçou a posição do BRICS como espaço de diálogo e concertação no cenário internacional. Ademais, ampliou a voz dos cinco países sobre temas da agenda global, em particular os econômico-financeiros, e deu impulso político para a identificação e o desenvolvimento de projetos

conjuntos específicos, em setores estratégicos como o agrícola, o de energia e o científico-tecnológico. A IV Cúpula será realizada em 29 de março próximo, em Nova Delhi.

Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a econômico-financeira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se reunido com freqüência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do agrupamento, em nível ministerial. As Cortes Supremas assinaram documento de cooperação e, com base nele, foi realizado, no Brasil, curso para magistrados dos BRICS. Já realizaram-se, ademais, eventos buscando a aproximação entre acadêmicos, empresários, representantes de cooperativas. Foi, ainda, assinado acordo entre bancos de desenvolvimento. Os institutos estatísticos também se encontraram em preparação para a II e a III Cúpulas e publicaram uma coletânea de dados, disponível nesse site. Versão atualizada da coletânea foi lançada por ocasião da Cúpula de Sanya.

Em síntese, o BRICS abre para seus cinco membros espaço para (a) diálogo, identificação de convergências e concertação em relação a diversos temas; e (b) ampliação de contatos e cooperação em setores específicos.

VENEZUELA

O Hugo Chávez começou sua trajetória política

em 1992, quando era coronel, e comandou uma

POLÍTICA INTERNACIONAL

Page 39: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

39 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

tentativa de golpe de Estado contra o então presidente Carlos Andrés Pérez. O movimento foi derrotado, e seus líderes, presos. Contudo, o prestígio de Chávez passou a crescer, identificado como defensor da independência nacional e dos interesses dos pobres.

Solto em 1994, conseguiu se eleger presidente em 1998, com 56% dos votos. Ao tomar posse, encaminhou a adoção de uma nova Constituição, que reforçou os poderes do presidente, cujo mandato passou de cinco para seis anos, com direito a reeleição. Com as mudanças, Chávez submeteu-se novamente as eleições, em 2000, e recebeu 60% dos votos. O presidente adotou então uma política de esquerda, entrando em choque com setores conservadores. Iniciou-se uma disputa com a oposição, que, entre 2001 e 2002, promoveu três paralisações nacionais. Em 2002, uma tentativa frustrada de golpe chegou a afastar Chávez, mas a mobilização de setores das Forças Armadas e das camadas mais pobres da população o reconduziu ao poder. A oposição então buscou milhões de assinaturas para forçar a convocação de um referendo, em 2004, para decidir se o presidente deveria ou não continuar. Depois de uma campanha acirrada, sua permanência foi aprovada por quase 60% dos eleitores. Socialismo do Século XXI

Respaldado pelo apoio popular, o presidente viu seus poderes aumentar nas eleições legislativas de dezembro de 2005. Os principais líderes da oposição, com base em acusações de falta de democracia no processo eleitoral, decidiram boicotar o pleito. Com resultado, os partidos de apoio a Chávez ocuparam todas as cadeiras do Parlamento. Ao ser reeleito com 63% doso votos, em dezembro de 2006, conquistou o direito de governar o país até 2011.

Para Chávez, a Venezuela vive a Revolução Bolivariana – em referência a Simón Bolívar (veja a História, ao lado) – e vai implantar o “socialismo do século XXI”. Durante o seu governo, realizou a reforma agrária, restringiu a participação de multinacionais na exploração de petróleo e autorizou o regime de co-gestão entre o Estado e funcionários para reerguer empresas falidas, além de estatizar os setores considerados estratégicos pelo governo, como de telecomunicações, energia elétrica e indústrias básicas de minerais.

No caso do petróleo, a estatal Petróleo de Venezuela S.A. (PDVSA) tem pelo menos 60% das ações e o controle das operações feitas em colaboração com as multinacionais do setor. Chávez anunciou também a ampliação dos Conselhos Comunais, organizações similares a associações de bairro, que poderão substituir as prefeituras no futuro. Petrodólares

Nas últimas décadas, a economia venezuelana se baseia na exploração das reservas de petróleo. Dona da segunda maior reserva mundial de petróleo e integrante da Organização dos Países

Exportadores de Petróleo (Opep), a Venezuela tem no “ouro negro” cerca de um terço de seu PIB e 90% de suas receitas com exportações.

Apesar da retórica anti-Estados Unidos de Chávez, a Venezuela depende das volumosas compras de petróleo feitas pelos norte-americanos. Ano a ano, porém, a quantia importada pelos Estados Unidos da Venezuela vem caindo: 16,1% do total importado pelos norte-americanos em 1998, inicio da era Chávez, para 9,1%, em 2009. Chávez vem tentando diminuir essa dependência e busca achar novos países para exportar sua produção.

Em razão de queda do preço do petróleo no mercado internacional desde 2009, a Venezuela enfrenta sérios problemas econômicos. A redução de receitas afeta diretamente os programas sociais de Chávez. A queda atinge também as relações externas, que se apóiam na oferta de petróleo barato a países aliados. Em abril de 2010, a Venezuela obteve um empréstimo de 20 bilhões de dólares da China, em troca de fornecimento de petróleo. O contrato é estratégico, porque o mercado chinês pode absorver parte do petróleo atualmente vendido aos EUA. Nacionalismo

Com freqüência, a imprensa refere-se a Hugo Chávez como um “populista”, palavra que pode ter vários sentidos. Em sua origem, populista costumava ser o governante carismático, que exercia o poder numa relação direta com a população, quase sem intermediação de partidos políticos.

Chávez também pode ser considerado um “nacionalista”. O termo identifica uma posição política de defesa de soberania nacional, contra a influência de potências estrangeiras ou de empresas multinacionais. No caso venezuelano, desde o inicio de seu mandato, em 1998, Chávez é um crítico contundente da política norte-americana e da interferência de organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), nos países latino-americanos. Em seus discursos inflamados, o presidente aponta os Estados Unidos como um inimigo a ser combatido.

No fim da década de 1990, num momento de auge do neoliberalismo e de privatizações na América Latina, Chávez colocou-se do lado oposto e passou a liderar um bloco político com outros países, depois de ajudar nas eleições e nos governos de Evo Morales, na Bolívia; Daniel Ortega, na Nicarágua; e Rafael Correa, no Equador. É o bloco dos governantes mais à esquerda na região. Além disso, a Venezuela é hoje o país que mais ajuda economicamente Cuba. Poderes Concentrados

Após perder, em dezembro de 2007, um referendo de proposta constitucional, que abrangia a possibilidade de reeleições presidenciais por tempo indefinido, a Assembléia Nacional aprovou, pouco mais de um ano depois, a convocação de um novo pleito sobre essa mesma questão.

Page 40: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

40 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Manifestações oposicionistas, que denunciavam que a proposta já havia sido derrotada antes, foram reprimidas pelo governo. Em fevereiro de 2009, a reeleição por tempo indeterminado foi aprovada por 54,8% dos votantes. As pressões contra líderes da oposição se aprofundam e, desde então, várias emissoras de TV e de rádio foram tiradas do ar. A relação com a Colômbia também piorou, por causa do acordo de cooperação militar do país com os EUA, que mantém bases militares na nação vizinha. Nas eleições de 2010, a oposição elegeu 64 dos 165 parlamentares, o que foi considerado uma derrota para Chávez, já que, embora ainda majoritário, seu partido não mais terá os dois terços de votos necessários para bloquear iniciativas da oposição. Um novo fato tem aplicada instabilidade política no país: em junho de 2011, o presidente anunciou que está com câncer. Em tratamento em Cuba, Chávez se recusou a passar o poder ao vice. Entre os chavistas, uma possível sucessão poderia causar conflitos, uma vez que não há consenso sobre quem poderia substituir o coronel.

BOLÍVIA

O presidente boliviano Evo Morales foi reeleito

em dezembro de 2009, com 65% dos votos – crescimento significativo em comparação com os cerca de 54% que obtivera na eleição de 2005. Além disso, o partido de Morales, o Movimento ao Socialismo manteve a maioria na Câmara dos Deputados e conquistou-a também no Senado. Esses resultados prolongaram a vitória obtida no início de 2009 por Morales, quando a nova Constituição boliviana foi aprovada em referendo popular por 61% dos eleitores.

A consolidação do poder de Morales pode levar a uma diminuição dos conflitos ocorridos nos últimos anos, que colocaram a unidade do país sob ameaça. As lutas opõem o governo central aos prefeitos (como são chamados os governadores) dos quatro departamentos (estados) mais ricos do país – Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni -, que formam a região da Meia Lua.

O governo de Morales é marcado pela estatização da exploração do gás e do petróleo no país, decidida em 2006. Por trás dessa decisão, está a pressão de um forte movimento popular, que reúne sindicatos, associações de bairros, estudantes e associações de cocaleiros (plantadores de coca, cultura tradicional no país). Esses setores iniciaram uma mobilização, em 2003, que já exigia a estatização das reservas de gás e petróleo. Sua ação foi a responsável pela queda de dois presidentes e pela própria eleição de Morales, que concorreu com esse compromisso.

A partir de então, as relações com os Estados Unidos são conflituosas. A Bolívia expulsou o embaixador norte-americano, em 2008, acusando-o de conspirar contra o governo. Pelo mesmo motivo, Morales suspendeu as atividades no país da agência antidrogas norte-americana, a DEA.

Em retaliação, o governo norte-americano iniciou o processo para excluir a Bolívia de um programa que isenta de tarifas as exportações provenientes de países andinos. Em julho de 2009,

Obama confirmou a eliminação da |Bolívia desse programa. A decisão levou Morales a criticar duramente Obama, comparando-o ao ex-presidente Bush.

CUBA

Até a revolução, Cuba era um país inteiramente subordinador a política norte-americana, fornecedor de produtos como o tabaco e derivados da cana-de-açúcar.

Após alguns meses de revolução, marcados por

forte mobilização popular, Castro adotou medidas como a reforma agrária e a expropriação de empresas multinacionais norte-americanas. O governo dos EUA reagiu com força crescente contra o regime “castrista”.

A radicalização das posições levou o governo cubano a expropriar empresas e fazendas, tomar a propriedade coletiva e erguer um Estado comunista inspirado no modelo da então União Soviética (URSS).

O regime passou a ser uma ditadura de partido único, que controla a vida política, censura, reprimem e prende os opositores. Porém, o apoio soviético permitiu que avanços em áreas sociais, como a saúde e a educação, garantissem algum respaldo popular ao regime.

Atualmente, Cuba enfrenta graves dificuldades, sobretudo por causa da queda no preço de seus produtos de exportação e da diminuição das remessas financeiras dos cubanos que vivem nos Estados Unidos, como decorrência da crise econômica global deflagrada em 2008.

Em reação, o presidente Raul Castro, que assumiu o cargo no lugar de seu irmão, Fidel, há três anos, chegou a anunciar planos para demitir até meio milhão de funcionários, medida drástica permanece apenas como uma possibilidade grave. Uma das mudanças do regime cubano foi incentivar o trabalho autônomo, reconhecer a existência de empresas privadas e incentivar o trabalho em cooperativas e empresas familiares.

Page 41: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

41 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Outra medida liberalizante adotada pelo Congresso do Partido Comunista Cubana foi autorizar a compra e venda de casas e carros por particulares (antes proíbidas), dar maior autonomia administrativa às estatais e acabar gradualmente com as “cadernetas de racionamento”, chamadas libretas, uma lista de alimentos e produtos de higiene subsidiada pelo governo. Por ano, o país investe cerca de 1 bilhão de dólares na compra de alimentos para essas cadernetas, que existem desde 1962 e eram consideradas uma das grandes conquistas da revolução, juntamente com os serviços de saúde e educação. Cuba tem a população mais alfabetizada do mundo, segundo ranking das Nações Unidas, e a segunda menor taxa de mortalidade infantil do continente, atrás apenas do Canadá.

Na última década, Cuba vem estreitando laços com a China. Não apenas por necessidade econômica, pois os dirigentes cubanos buscam inspiração no modelo chinês: um país comunista que acelerou sua economia permitindo a presença de multinacionais em zonas especiais.

Há uma década, a ilha também conta com a Venezuela como aliada. O governo de Hugo Chávez ajuda a ilha com programas de intercâmbio em saúde e fornece 100 mil barris de petróleo ao dia por preços inferiores aos de mercado. Como Cuba produz dois terços dos 120 mil barris que consome diariamente, pode exportar o excedente.

A relação com a Organização dos Estados Americanos (OEA) permanece rompida e não há um prazo para o reingresso do país. Em junho de 2009, os 34 países membros da instituição decidiram anular o ato que suspendia Cuba da entidade. O reingresso à OEA traria vantagens ao país, como o acesso aos recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mas essa votação teve, sobretudo, caráter simbólico, pois a reintegração de Cuba depende da adequação do país aos princípios da organização, ou seja, do fim do regime comunista ou de amplas negociações com a organização.

CHINA

Em 2010, economia da China totalizou o segundo maior volume de riqueza (Produto Interno

Bruto) mundial, e superou a do Japão que se mantinha nessa posição há quatro décadas, Trata-se de um novo patamar que em parte foi provado pela crise financeira iniciada em 2008 que resultou em baixa atividade econômica do Japão e também dos Estados Unidos e da União Européia. Porém, é inegável que o crescimento da economia chinesa impressiona, e se mantém em ritmo acelerado há mais de três décadas.

O país é um dos geradores globais de crescimento, ao lado de Bangladesh, Egito, Indonésia, Índia, Iraque, Mongólia, Nigéria, Filipinas, Sri Lanka e Vietnã. São países que atraem investimentos estrangeiros em razão, principalmente, do grande número de habitantes em idade produtiva.

A China tem a maior população do mundo, mais de 1,3 bilhão de pessoas, 73% em idade economicamente ativa, entre 15 e 64 anos. Há pelo menos 30 anos, a indústria é a grande responsável pelo forte ritmo de crescimento econômico chinês. Neste período, a partir de 1978, o país criou zonas econômicas especiais para multinacionais que produzem principalmente para exportar. Elas são atraídas por impostos baixos, subsídios diretos do governo e abundância de mão de obra a ser paga em iuan, moeda de baixo valor.

Hoje, a China é o maior exportador mundial, sobretudo de bens industrializados – os manufaturados –, e seu principal comprador é o mercado dos Estados Unidos.

As reservas internacionais da China também não param de crescer: bateram a marca dos 3 trilhões de dólares em março de 2011, o maior estoque de moeda estrangeira do mundo. Isso acontece graças aos investimentos estrangeiros na economia local e aos seguidos superávits na balança comercial (quando o valor total das exportações é maior que o das importações), dois fatores que enchem o mercado chinês de dólares.

Além de manter o cofre cheio de dólares norte-americanos, o governo chinês mantém o controle do câmbio de sua moeda, o iuan, em relação ao dólar. Nesse controle, o iuan tem sempre um valor bem baixo em relação ao dólar, o que garante ótimos preços, em dólares, para os produtos que os chineses exportam. Essa é a principal queixa dos parceiros comerciais da China, pois o iuan desvalorizado em relação ao dólar dificulta as vendas de outros países. Outro aspecto importante dessa política econômica é que o governo chinês consegue manter um bom valor e poder de compra para o iuan em sua economia interna, o que é importante quando o país tem milhões de trabalhadores com salários baixos. Mas, como o valor baixo do iuan em relação ao dólar torna mais caras as importações de alimentos e matérias-primas, o governo administra a economia de forma a evitar uma escalada inflacionária.

Tanto vigor faz com que a China pareça um país rico. De fato, desde a abertura parcial da economia ao capitalismo em 1978, a China retirou 500 milhões de pessoas da pobreza absoluta, segundo o Banco Mundial. Mesmo assim, ainda há 57 milhões vivendo com menos de 125 dólares por ano (ou 34 centavos de dólar por dia). A situação

Page 42: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

42 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

mais grave é nas áreas rurais, onde está concentrada a população mais carente.

Um dos resultados ruins dessa política econômica é o crescimento lento, mas constante da desigualdade de renda. A renda média dos 10% mais ricos do país é 12 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Na década de 1990, essa proporção era de apenas quatro vezes.

O Partido Comunista Chinês (PCCh) governa o país há seis décadas, e a cada cinco anos elabora diretrizes e metas de desenvolvimento econômico e social para o qüinqüênio seguinte, o que são aprovadas em congresso. O último Plano Quinquenal, referendado em março de 2011, no congresso anual do Partido Comunista, revela uma mudança de rumos na política econômica chinesa. A idéia é basear o crescimento do país no consumo interno e na melhoria de vida dos chineses. Ditadura A China é um país comunista desde 1949, mas desde o inicio das reformas econômicas, em 1978, o país vive uma situação paradoxal, pois os donos de empresas e fazendas foram expropriados, e a propriedade passou a ser coletiva na revolução, mas nas zonas econômicas especiais criadas nessas reformas empresas multinacionais têm livre acesso para produzir em moldes de uma economia de mercado, com relações capitalistas. Esse tem sido o motor da economia chinesa. Nessa política, o PCCh deu início, em 1997, a um processo de privatizações. Politicamente a China vive uma ditadura de partido único – o Partido Comunista Chinês, que reprime as oposições e viola direitos humanos. Na China não liberdade de imprensa, e endereços de internet são bloqueados como medida de controle de informações. Em 2010, o site Google fechou as portas na China, acusando o governo de espionar as contas de e-mail de ativistas de oposição. Em 2011, o governo chinês ampliou a repressão política depois que começaram a circular pela internet convocações para protestos inspirados nos levantes em países árabes. Pelo menos 26 pessoas ligadas a movimentos políticos foram presas ou desapareceram, segundo entidades de defesa dos direitos humanos. O regime é duro também contra os criminosos comuns. A anistia internacional afirma que o número de execuções na China a cada ano é superior ao total registrado no resto do mundo. Aproximação com o Brasil

A China passou a ver o Brasil como um parceiro estratégico, sobretudo por que suas indústrias precisam de matérias-primas que nosso país exporta. Companhias chinesas investem aqui em setores como produção de aço, petróleo, minérios e eletricidade.

Ela também está concedendo empréstimos bilionários à Petrobrás, para explorar o óleo da camada do pré-sal no mar, em troca da garantia no fornecimento de petróleo.

A China também está comprando terras para produzir alimentos, no Brasil, na América Latina e na África. Em abril, a presidente Dilma Rousseff viajou para Pequim. Além de conseguir o apoio forma chinês à campanha brasileira por uma vaga no Conselho de Segurança das Nações Unidas (a China é um dos cinco membros permanentes do órgão), o Brasil fez 22 acordos, que representam 120 milhões de dólares em trocas comerciais e 13 bilhões de dólares em investimentos.

Um dos mais expressivos será a construção de

um grande complexo da empresa Foxconn, que prevê criar 100 mil empregos. A empresa de eletrônicos de origem taiwanesa e com fábricas na China já possui cinco fábricas no Brasil, e a nova unidade será responsável pela produção de telas para tablets e telefones celulares da multinacional norte-americana Apple.

O Brasil fecha a primeira década do século XXI

com um resultado positivo no combate à pobreza e na melhoria da distribuição de renda. O país, porém, ainda continua com boa parte de sua renda muito concentra nas mãos de uma pequena minoria.

Uma distribuição mais equitativa da renda pela população é um fator básico para promover justiça social e o desenvolvimento do país. Isso porque, com a elevação progressiva da renda, os mais pobres conseguem melhorar suas condições de vida. Pelo estudo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a situação é a seguinte: � Os 10% de brasileiros mais ricos detém 43%

de toda a renda nacional.

� Os 10% mais pobres vivem com apenas 1% da renda nacional.

BRASIL

Page 43: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

43 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

É um quadro muito grave de concentração, com raízes históricas. Felizmente, essa situação começou a mudar nas últimas décadas. De acordo com o Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número de pobres no Brasil diminuiu 67% de 1994 até 2010. Em nove anos, de 2001 a 2009, a renda dos 10% mais pobres cresceu 69%, enquanto a dos 10% mais ricos cresceu bem menos, 12,5%.

O aumento maior na renda dos mais pobres indica que está havendo redistribuição de renda e redução na concentração. Essa redistribuição é uniforme quando se avança dos segmentos mais pobres para os mais ricos.

Outro indicador usado para mostrar a situação do rendimento dos brasileiros é o da evolução da renda per capita familiar (a renda das famílias dividida por seu número de membros). Se dividirmos a sociedade em cinco grupos conforme a renda – as chamadas classes econômicas, desde a A (a mais rica) até a E (a mais pobre) –, a renda em reais cresceu mais nas famílias dos grupos C, D e E, em relação as dos grupos A e B, de acordo com a FGV.

Mesmo com essas mudanças, os indicadores referentes à concentração de renda ainda são insatisfatórios. Segundo dados preliminares do Censo de 2010, divulgados pelo IBG, 56% das famílias brasileiras vivem com uma renda per capita de até um salário mínimo.

A concentração de renda brasileira também pode ser observada pelo índice de Gini. Esse indicador é adotado internacionalmente para medir a concentração de renda. Ele varia de 0 a 1: quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade. No Brasil, o índice de Gini evoluiu de 0,567, 1999, para 0,518, em 2010.

A má distribuição de renda no Brasil tem causas históricas, tais como: � Concentração Fundiária – quase metade das

terras cultivadas no país são grandes propriedades (cima de mil hectares).

� Industrialização – aconteceu tardiamente no Brasil e ficou quase todo o século XX no Sudeste e no Sul, concentrando a riqueza.

� Urbanização acelerada – a rápida urbanização

decorrente do êxodo rural e da industrialização atraiu muito gente para as cidades, que estavam despreparadas: o resultado são favelas e as carências urbanas, como falta de escolas, hospitais, moradias e transporte.

� Analfabetismo – A falta de instrução mantém o

trabalhador mal remunerado, com dificuldade para ascender profissionalmente. O acesso ao ensino para parcelas maiores da população é uma das causas da melhoria de renda.

� Discriminação racial – Ao final da escravidão, o Estado brasileiro lavou as mãos sem políticas de apoio à população negra para que pudesse ter acesso à terra, à educação e à ascensão social. As gerações seguintes enfrentaram um

ciclo vicioso de pobreza. Hoje, sete em cada dez brasileiros entre os 10% mais pobres são negros.

� Estrutura Fundiária – A distribuição dos impostos no Brasil é injusta. Segundo o IPEA, pessoas que ganham até dois salários mínimos gastam 54% da renda com impostos, diretos e indiretos. Já as famílias com renda superior a 30 salários mínimos desembolsam.

O acesso dos brasileiros à educação melhorou

muito, segundo dados até 2010. Quase todas as crianças a partir dos 7 anos estão matriculadas, e a taxa de alfabetização continuou a subir, chegando a quase 92% das pessoas com mais de 15 anos, pelo último censo. Esses resultados acompanharam as diretrizes da Constituição de 1988 e o esforço para alcançar as metas do Plano Nacional da Educação (PNE) de combate ao analfabetismo e de universalização do Ensino Fundamental e Médio. Houve, porém, uma queda na qualidade do ensino no país. O acesso à Educação Superior cresceu, mas ainda é pequeno.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), no relatório de 2010, elogia as ações do Brasil para universalizar a educação básica, bem como os programas de inclusão e acompanhamento escolar das crianças beneficiadas pelo Bolsa Família, mas ressalva que os indicadores do país continuam muito ruins. Em 2011, Além do valor usado tradicionalmente para indicar o desenvolvimento humano de cada país, o relatório deste ano apresenta novos índices: IDH Ajustado à Desigualdade, Índice de Desigualdade de Gênero e Índice de Pobreza Multidimensional.

Em 2000, éramos 169,6 milhões de habitantes. Até 2007, o número de brasileiros foi sendo calculado por projeção com base nas taxas de crescimento populacional apuradas em 2000, tendo como base principal a estimativa média de filhos por mulher. Descobriu-se, então, que o número de filhos por mulher vem caindo bem mais rápido do que se calculava. Assim, as projeções estavam superestimando o crescimento populacional, e, em sete anos, o erro acumulado era de cerca de 6 milhões de pessoas a mais. Agora, segundo os dados do novo Censo, divulgados em novembro de 2010, sabemos que somos aproximadamente 193 milhões de brasileiros. O aumento de 12% da população nos últimos dez anos ficou bem abaixo dos 15,6% registrados na década anterior (1991-2000), o que comprova que o ritmo de crescimento populacional vem caindo. A principal razão para essa redução é a queda na taxa de fecundidade das brasileiras.

Os resultados preliminares do Censo de 2010 ainda não atualizaram esse dado. Mas as projeções e estimativas feitas pelo IBGE nos últimos anos mostram que a taxa que era de 6,3 filhos por mulher em 1960, atingira apenas dois filhos em 2006 e 1,8 filhos por mulher em 2010. Isso também se reflete na redução do tamanho das famílias: a média nacional de moradores em cada domicílio caiu de 3,75 em 2000 para 3,3 agora.

Page 44: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

44 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

A queda da taxa de fecundidade altera também

a pirâmide etária. Com menos nascimentos, a proporção de crianças em relação à população adulta fica menor. De outro lado, o brasileiro vive cada vez mais.

Segundo o IBGE, a expectativa de vida de uma

criança nascida em 2009 era de 73,1 anos. Para os idosos, era melhor ainda: uma pessoa que completasse 60 anos em 2009, tinha expectativa de viver outros 21,2 anos.

Page 45: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

45 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Outra constatação extraída do Censo de 2010 é que a população brasileira hoje é mais feminina. Nascem mais homens, mas sobrevivem mais mulheres, Elas representam 51% da população, superando os homens em 3,9 milhões de pessoas.

ECONOMIA BRASILEIRA Política Agrícola

Um conjunto de ações voltadas para o planejamento, o financiamento e o seguro da produção constitui a base da Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Por meio de estudos na área de gestão de risco, linhas de créditos, subvenções econômicas e levantamentos de dados, o apoio do estado acompanha todas as fases do ciclo produtivo. Essas ações se dividem em três grandes linhas de atuação: gestão do risco rural, crédito e comercialização.

A gestão do risco rural realiza-se em duas frentes. Antes de iniciar o cultivo, o agricultor conta com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Essa ferramenta tecnológica indica o melhor período para se plantar em cada município do País, conforme a análise histórica do comportamento do clima. E, para se proteger dos prejuízos causados por eventos climáticos adversos, o produtor pode contratar o Seguro Rural com parte do prêmio subsidiado pelo ministério.

As políticas de mobilização de recursos viabilizam os ciclos do plantio. O homem do campo tem acesso a linhas de crédito para custeio, investimento e comercialização. Vários programas financiam diversas necessidades dos produtores, desde a compra de insumos até a construção de armazéns. Café

O Brasil é o maior produtor mundial de café e o segundo maior consumidor da bebida. Os principais grãos são das variedades Arábica e Conilon. A cafeicultura se fixou, inicialmente, no Sudeste e depois se expandiu para o Paraná e Bahia. Atualmente, é produzido em 14 estados, com área plantada de 2,3 milhões de hectares, o equivalente a cerca de seis bilhões de pés. O setor emprega direta e indiretamente oito milhões de trabalhadores.

O País é um dos principais exportadores de café solúvel e torrado. O crescimento do consumo de cafés especiais vem estimulando produtores nacionais a aprimorar a qualidade para atender às demandas do mercados mundial, com valorização de características como aroma, sabor, corpo, acidez e sabor residual.

Responsável pela geração e transferência de conhecimentos e tecnologias para o setor, a Embrapa coordena o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. As pesquisas promovem o desenvolvimento de variedades de alta qualidade bem como novas tecnologias de mecanização, irrigação, armazenamento, correção de solo, rotação de culturas, adubação, produção e distribuição de sementes.

Um dos trabalhos de maior relevância para a cultura cafeeira é o Projeto Genoma Café, que busca a identificação dos genes do cafeeiro, para obter rapidez e eficiência no desenvolvimento de variedades mais produtivas, tolerantes à seca e resistentes a pragas. Com o projeto, já é possível gerar novas cultivares com qualidade superior em aroma e sabor e com melhores características nutritivas e farmacêuticas.

O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) torna disponíveis recursos para custeio, colheita, estocagem e aquisição de café, bem como para a recuperação de cafezais. Somente em 2009, o fundo repassou R$ 1,66 bilhão para o financiamento de linhas de crédito.

Cana-de-açúcar

Introduzida no período colonial, a cana-de-açúcar se transformou em uma das principais culturas da economia brasileira. O Brasil não é apenas o maior produtor de cana. É também o primeiro do mundo na produção de açúcar e etanol e conquista, cada vez mais, o mercado externo com o uso do biocombustível como alternativa energética.

Responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo, o País deve alcançar taxa média de aumento da produção de 3,25%, até 2018/19, e colher 47,34 milhões de toneladas do produto, o que corresponde a um acréscimo de 14,6 milhões de toneladas em relação ao período 2007/2008. Para as exportações, o volume previsto para 2019 é de 32,6 milhões de toneladas.

O etanol, produzido no Brasil, a partir da cana-de-açúcar, também conta com projeções positivas para os próximos anos, devidas principalmente, ao crescimento do consumo interno. A produção projetada para 2019 é de 58,8 bilhões de litros, mais que o dobro da registrada em 2008. O consumo interno está projetado em 50 bilhões de litros e as exportações em 8,8 bilhões.

A política nacional para a produção da cana-de-açúcar se orienta na expansão sustentável da cultura, com base em critérios econômicos, ambientais e sociais. O programa Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar (ZAEcana) regula o plantio da cana, levando em consideração o meio ambiente e a aptidão econômica da região. A partir de um estudo minucioso, são estipuladas as áreas propícias ao plantio com base nos tipos de clima, solo, biomas e necessidades de irrigação.

Está previsto, ainda, um calendário para redução gradual, até 2017, da queimada da cana-de-açúcar em áreas onde a colheita é mecanizada, proibindo o plantio na Amazônia, no Pantanal, na Bacia do Alto Paraguai (BAP) e em áreas com cobertura vegetal nativa. Soja

A soja é a cultura agrícola brasileira que mais cresceu nas últimas três décadas e corresponde a 49% da área plantada em grãos do país. O aumento da produtividade está associado aos

Page 46: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

46 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

avanços tecnológicos, ao manejo e eficiência dos produtores. O grão é componente essencial na fabricação de rações animais e com uso crescente na alimentação humana encontra-se em franco crescimento.

Cultivada especialmente nas regiões Centro Oeste e Sul do país, a soja se firmou como um dos produtos mais destacados da agricultura nacional e na balança comercial.

No cerrado, o cultivo da soja tornou-se possível graças aos resultados obtidos pelas pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com produtores, industriais e centros privados de pesquisa. Os avanços nessa área possibilitaram também o incremento da produtividade média por hectare, atingindo os maiores índices mundiais.

O cultivo de soja no Brasil se orienta por um padrão ambientalmente responsável, ou seja, com o uso de práticas de agricultura sustentável, como o sistema integração-lavoura-pecuária e a utilização da técnica do plantio direto. São técnicas que permitem o uso intensivo da terra e com menor impacto ambiental, o que reduz a pressão pela abertura de novas áreas e contribui para a preservação do meio ambiente. Trigo

O trigo é o segundo cereal mais produzido no mundo, com significativo peso na economia agrícola global. No Brasil, o trigo é cultivado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A produção recebe reforço sistemático dos órgãos de governo, uma vez que as condições climáticas são desfavoráveis à cultura.

O Ministério da Agricultura tem como desafio estimular a produção do trigo minimizando os efeitos climáticos. Estudos de zoneamento de risco climático para os principais estados produtores, reajuste dos preços mínimos em níveis que sustentem a formação da renda da atividade e ampliação do limite de financiamento para custeio das lavouras são algumas das ações desenvolvidas para aumentar a produção de trigo e diminuir a dependência externa do País em relação ao cereal.

Estimativas do ministério prevêem uma taxa de aumento de consumo do trigo de 1,31% ao ano. Ainda assim, acredita-se na possibilidade de redução das importações, uma vez que o Brasil vem investindo na autossuficiência da produção interna do cereal. Em 2009, a política de incentivos lançada pelo ministério propiciou aumento de 50% em relação à safra do ano anterior. Uva

A viticultura brasileira ocupa, atualmente, área de 81 mil hectares, com vinhedos desde o extremo Sul até regiões próximas à Linha do Equador. Duas regiões se destacam: o Rio Grande do Sul por contribuir, em média, com 777 milhões de quilos de uva por ano, e os polos de frutas de Petrolina/ PE e de Juazeiro/BA, no Submédio do Vale do São Francisco, responsável por 95% das exportações nacionais de uvas finas de mesa.

Embora a produção de vinhos, suco de uva e derivados da uva e do vinho também ocorra em outras regiões, a maior concentração está no Rio Grande do Sul, onde são elaborados, em média anual, 330 milhões de litros de vinhos e mostos (sumo de uvas frescas que ainda não tenham passado pelo processo de fermentação).

Além dos fatores naturais da Serra Gaúcha, que permitem a obtenção de uvas com elevado teor de acidez, a estrutura agroindustrial existente também é favorável para a produção de destilados de vinho, como o conhaque. Apenas uma pequena parte das uvas cultivadas no sul do País é destinada ao consumo in natura. A fruta é utilizada, em sua maioria, na elaboração de vinhos concentrando mais de 90% da produção nacional.

Já no semiárido brasileiro, o cultivo de vinhas teve início, na segunda metade da década de 1980, com o plantio de variedades adaptadas à região. A intenção, no entanto, é buscar outras cultivares para assegurar novas opções de vinho. Para isso, a Embrapa faz testes com variedades de uvas para a produção da bebida com origens portuguesa, espanhola, italiana, francesa e alemã, em um total de 28 tipos. Milho

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de

milho, totalizando 53,2 milhões de toneladas na safra 2009/2010. A primeira ideia é o cultivo do grão para atender ao consumo na mesa dos brasileiros, mas essa é a parte menor da produção. O principal destino da safra são as indústrias de rações para animais.

Cultivado em diferentes sistemas produtivos, o milho é plantado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O grão é transformado em óleo, farinha, amido, margarina, xarope de glicose e flocos para cereais matinais.

O estudo das projeções de produção do cereal, realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, indica aumento de 19,11 milhões de toneladas entre a safra de 2008/2009 e 2019/2020. Em 2019/2020, a produção deverá ficar em 70,12 milhões de toneladas e o consumo em 56,20 milhões de toneladas. Esses resultados indicam que o Brasil deverá fazer ajustes no seu quadro de suprimentos para garantir o abastecimento do mercado interno e obter excedente para exportação, estimado em 12,6 milhões de toneladas em 2019/2020. Número que poderá chegar a 19,2 milhões de toneladas.

O Brasil está entre os países que terão aumento significativo das exportações de milho, ao lado da Argentina. O crescimento será obtido por meio de ganhos de produtividade. Enquanto a produção de milho está projetada para crescer 2,67% ao ano nos próximos anos, a área plantada deverá aumentar 0,73%.

Citrus

Setor altamente organizado e competitivo, a citricultura é uma das mais destacadas agroindústrias do país. Responsável por 60% da

Page 47: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

47 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

produção mundial de suco de laranja, o Brasil é também o campeão de exportações do produto.

O cultivo de laranja no Brasil se dividide em dois períodos distintos. O primeiro, de 1990 a 1999, se caracteriza pelo aumento da produção e conquista da posição de líder do setor. O segundo, a partir de 1999, é o período de consolidação da capacidade e desempenho produtivo. São colhidas, anualmente no País, mais de 18 milhões de toneladas de laranja ou cerca de 30% da safra mundial da fruta.

Para manter a liderança do setor, o Ministério da Agricultura investe no apoio a adoção de sistemas mais eficientes, como a produção integrada, com medidas para reduzir os custos, aperfeiçoar e ampliar a comercialização do produto. O ministério tem, ainda, ação efetiva na fiscalização e prevenção ao aparecimento de pragas e doenças. Feijão

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5 milhões de toneladas. Típico produto da alimentação brasileira é cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões. Os maiores são Paraná, que colheu 298 mil toneladas na safra 2009/2010, e Minas Gerais, com a produção de 214 mil toneladas no mesmo período.

A safra tem taxa anual de aumento projetada de 1,77%, de acordo com estudo da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura. Os dados também mostram crescimento no consumo, cerca de 1,22% ao ano, no período 2009/2010 a 2019/2020, passando de 3,7 milhões de toneladas para 4,31 milhões de toneladas. As projeções indicam também a possibilidade de importação de feijão nos próximos anos. Porém, a taxa equivaleria a 161,3 mil toneladas em 2019/2020, quantidade pouco expressiva. Arroz

O arroz está entre os cereais mais consumidos do mundo. O Brasil é o nono maior produtor mundial e colheu 11,26 milhões de toneladas na safra 2009/2010. A produção está distribuída nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso.

O cultivo de arroz irrigado, praticado na região Sul do Brasil contribui, em média, com 54% da produção nacional, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro. Em Santa Catarina, o plantio por meio do sistema pré-germinado responde pelo segundo lugar na produção do grão irrigado, com 800 mil toneladas anuais.

As projeções de produção e consumo de arroz, avaliadas pela Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, mostram que o Brasil vai colher 14,12 milhões de toneladas de arroz na safra 2019/2020. Equivale ao aumento anual da produção de 1,15% nos próximos dez anos. O consumo deverá crescer a uma taxa média anual de 0,86%, alcançando 14,37 milhões de toneladas em 2019/2020. Assim, a importação projetada para o final do período é de 652,85 mil toneladas. A taxa anual projetada para o

consumo de arroz nos próximos anos, de 0,86%, está pouco abaixo da expectativa de crescimento da população brasileira. Algodão

O avanço da tecnologia e o aumento da produtividade permitiram ao Brasil passar de maior importador mundial de algodão para o terceiro maior exportador do produto em 12 anos. A produção nacional de algodão é, prioritariamente, destinada à indústria têxtil.

A principal preocupação da cotonicultura é com a qualidade da fibra, para atender às exigências das indústrias nacionais e clientes externos. Técnicas avançadas de plantio, aliadas à utilização de cultivares melhor adaptadas ao tipo de solo e clima das regiões produtoras contribuíram para o avanço da produção. Com índice de produtividade 60% superior aos Estados Unidos, a cotonicultura brasileira mudou radicalmente, passando, em uma década, de lavoura manual para totalmente mecanizada no plantio, nos tratos culturais e na colheita. Mato Grosso e Bahia são responsáveis por 82% da produção nacional e se destacam pelo investimento em biotecnologia, gerenciamento do setor e novas técnicas de manejo. Bovinos

A bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário mundial. O Brasil é dono do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças. Além disso, desde 2004, assumiu a liderança nas exportações, com um quinto da carne comercializada internacionalmente e vendas em mais de 180 países.

O rebanho bovino brasileiro proporciona o desenvolvimento de dois segmentos lucrativos. As cadeias produtivas da carne e leite. O valor bruto da produção desses dois segmentos, estimado em R$ 67 bilhões, aliado a presença da atividade em todos os estados brasileiros, evidenciam a importância econômica e social da bovinocultura em nosso país.

O clima tropical a extensão territorial do Brasil contribuem para esse resultado, uma vez que permitem a criação da maioria do gado em pastagens. Além disso, o investimento em

Page 48: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

48 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

tecnologia e capacitação profissional; o desenvolvimento de políticas públicas, que permitem que o animal seja rastreado do seu nascimento até o abate; o controle da sanidade animal e segurança alimentar, contribuíram para que o País atendesse às exigências dos mercados rigorosos e conquistasse espaço no cenário mundial.

Bubalinos

Embora ainda mais tímida, a bubalinocultura está se desenvolvendo no país como uma alternativa rentável e saudável. Isso porque o búfalo se adapta facilmente em qualquer ambiente. A produção e o consumo de leite de búfalo vêm crescendo em função da demanda por alimentos como queijos e manteiga. Os elevados teores de gordura e sólidos totais no leite de búfala aumentam o rendimento na fabricação dos derivados em relação ao leite de vaca. A carne desses animais também é apreciada, contém menores índices de gordura, colesterol, calorias e contém mais proteína e minerais que a dos bovinos. O rebanho brasileiro está estimado em torno de 1,15 milhão de bubalinos, sendo a região Norte, com 720 mil animais, a maior produtora do País, com destaque para o Pará, que responde por 39% do rebanho nacional. Em seguida aparecem o Nordeste e o Sudeste, com 135 e 104 mil cabeças, respectivamente. Aves

Nas últimas três décadas, a avicultura brasileira tem apresentado altos índices de crescimento. Seu bem principal, o frango, conquistou os mais exigentes mercados. O País se tornou o terceiro produtor mundial e líder em exportação. Atualmente, a carne nacional chega a 142 países. Outras aves, como peru e avestruz,

também têm se destacado nos últimos anos, contribuindo para diversificar a pauta de exportação do agronegócio brasileiro. Presente em todo território nacional, a carne de frango tem destaque na região Sul, sendo os estados do Paraná e Rio Grande do Sul os principais fornecedores. A região Centro-Oeste, por ser grande produtora de grãos, vem crescendo no setor e recebendo novos investimentos. Fatores como qualidade, sanidade e preço contribuíram para aperfeiçoar a produtividade no setor. O Brasil buscou modernização e empregou instrumentos como o manejo adequado do aviário, sanidade, alimentação balanceada, melhoramento genético e produção integrada. A parceria entre indústria e avicultores também contribuiu para a excelência técnica em todas as etapas da cadeia produtiva, resultando em reduzidos custos de transação e na qualidade, que atende às demandas de todo o mundo.

A taxa de crescimento de produção da carne de frango, por exemplo, deve alcançar 4,22%, anualmente, nas exportações, com expansão prevista em 5,62% ao ano, o Brasil deverá continuar na liderança mundial. Suinos

Estudos e investimentos na suinocultura posicionaram o Brasil em quarto lugar no ranking de produção e exportação mundial de carne suína. Alguns elementos como sanidade, nutrição, bom manejo da granja, produção integrada e, principalmente, aprimoramento gerencial dos produtores, contribuíram para aumentar a oferta interna e colocar o País em destaque no cenário mundial.

Especialistas brasileiros também investiram na evolução genética da espécie por 20 anos, o que reduziu em 31% a gordura da carne, 10% do colesterol e 14% de calorias, tornando a carne suína brasileira mais magra e nutritiva, além de saborosa.

Consequência de investimento, a produção vem crescendo em torno de 4% ao ano, sendo os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul os principais produtores de suínos do País. Atualmente, o Brasil representa 10% do volume exportado de carne suína no mundo, chegando a lucrar mais de US$ 1 bilhão por ano.

Esses fatores apontam para um crescimento ainda mais satisfatório: estima-se que a produção de carne suína atinja média anual de 2,84%, no período de 2008/2009 a 2018/2019, e o seu

Page 49: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

49 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

consumo, 1,79%. Em relação às exportações, a representatividade do mercado brasileiro de carne suína saltará de 10,1%, em 2008, para 21% em 2018/2019 Caprinos e Ovinos

A caprinocultura e a ovinocultura têm se destacado no agronegócio brasileiro. A criação de caprinos, com rebanho estimado em 14 milhões de animais, distribuído em 436 mil estabelecimentos agropecuários, colocou o Brasil em 18º lugar do ranking mundial de exportações. Grande parte do rebanho caprino encontra-se no Nordeste, com ênfase para Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará. A ovinocultura tem representatividade na região Nordeste e no estado do Rio Grande do Sul.

Carne, pele e lã estão entre os principais produtos. A produção de leite de cabra é de cerca de 21 milhões de litros e envolve, em grande parte, empresas de pequeno porte.

Ovinocultura

A ovinocultura tem maior representatividade nos estados da Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco, Rio grande do Norte, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A produção anual alcança 11 milhões de toneladas de lã, principalmente no Rio Grande do Sul, com cadeia produtiva formada por 35 mil estabelecimentos agropecuários. A ovinocultura leiteira no País apresenta potencial para a produção de queijos finos, muito valorizados no mercado.

O Setor de Serviços Brasileiro

A relevância do setor terciário (que envolve as atividades de comércio e de serviços) vem ganhando a atenção de investidores e governos no

Brasil e no mundo. A título de ilustração, em 2009 o setor de serviços correspondeu a 68,5% do PIB brasileiro (quando medido pelo valor adicionado).

Apenas entre as empresas cuja atividade principal estava no âmbito dos serviços empresariais não financeiros, o IBGE estimou em 2008 a existência de 879.691 empresas, que tiveram uma receita operacional líquida de mais de 680 bilhões de reais e empregaram 9,2 milhões de pessoas (Pesquisa Anual de Serviços - PAS 2008, do IBGE). O setor foi também o principal destino dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil: 14,1 bilhões de dólares, ou 44,9% do total de IED no País, foram investidos no setor em 2009.

Além disso, em 2008 o setor terciário respondeu por 77,3% dos empregos formais do País, com as atividades de serviços, comércio e construção civil representando 54,6% da População Economicamente Ativa. Destes empregos, 52% foram gerados por microempresas e empresas de pequeno porte – que representam 98% dos estabelecimentos comerciais do setor terciário brasileiro (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 do IBGE e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) 2009 do Ministério do Trabalho e Emprego).

Ciente da importância do setor de serviços para a economia brasileira, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 5.532, de 6 de setembro de 2005, criou a Secretaria de Comércio e Serviços (SCS) no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Como órgão específico e singular do Ministério, compete à SCS, por exemplo, a formulação, coordenação, implementação e avaliação das políticas públicas e dos programas e ações para o desenvolvimento dos setores de comércio e de serviços; a análise e acompanhamento das tendências dos setores de comércio e serviços no País e no exterior; a formulação, implementação e divulgação de sistemáticas de coleta de informações sobre os setores; e a supervisão dos registros de comércio e atividades afins, em todo o território nacional. Produção industrial cresce em 9 de 14 locais

em 2011, aponta IBGE

A produção industrial regional cresceu em nove dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), durante todo o ano de 2011.

As altas mais acentuadas, com taxas acima da média nacional de 0,3%, foram verificadas em seis locais: Paraná (7%), Espírito Santo (6,8%), Goiás (6,2%), Amazonas (4%), Pará (2,7%) e Rio Grande do Sul (2%). Minas Gerais (0,3%), Rio de Janeiro (0,3%) e São Paulo (0,2%) também tiveram taxas positivas em 2011. Pernambuco registrou estabilidade e repetiu o patamar do ano de 2010.

Tiveram recuo na produção a Bahia (-4,4%), região Nordeste (-4,7%), Santa Catarina (-5,1%) e Ceará (-11,7%).

Na comparação de dezembro de 2011 com o mesmo mês de 2010, o setor industrial nacional mostrou queda de 1,2%, com recuo na produção

Page 50: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

50 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

em sete de 14 locais. A taxa negativa mais intensa foi registrada em Santa Catarina (-10,9%), pressionada pela queda na maior parte dos setores investigados no local, seguida por Ceará (-7,4%), Bahia (-4,9%), região Nordeste (-3,7%), São Paulo (-3,2%), Minas Gerais (-2,8%) e Rio de Janeiro (-2,1%).

Entre os locais que apontaram avanço na produção, Paraná (23,5%) assinalou a expansão mais elevada, impulsionado em grande parte pelos setores de veículos automotores e de edição e impressão. Os demais resultados positivos foram verificados no Espírito Santo (7,4%), Goiás (6,6%), Pará (5,2%), Pernambuco (3,8%), Amazonas (3,6%) e Rio Grande do Sul (3,2%).

Na análise trimestral (outubro, novembro, dezembro), o setor industrial recuou 2% e deu sequência a trajetória de queda iniciada no primeiro trimestre de 2010 (18,2%) --ambas comparações são ante igual período do ano anterior. No último trimestre de 2011, o total da indústria mostrou o primeiro resultado negativo desde o terceiro trimestre de 2009 (8,2%).

Em nível regional, ainda no confronto com igual período do ano anterior, sete locais assinalaram taxas negativas no quarto trimestre de 2011, com Santa Catarina (-8,8%) e Ceará (-6,8%) apontando as perdas mais intensas. Agroindústria

Já a agroindústria brasileira recuou 2,3% em 2011, ante alta de 4,7% em 2010. Os setores vinculados à agricultura (-1,6%), de maior peso na agroindústria, apresentaram desempenho abaixo dos setores associados à pecuária (-0,6%). O grupo inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário decresceu 16,9% em 2011, impactado negativamente pelo aumento das importações, enquanto o segmento de madeira avançou 4,9%.

No resultados trimestrais, a agroindústria apresentou resultados negativos nos quatro trimestres do ano: -3,9% no primeiro, -2,8% no segundo, -0,7% no terceiro e -2,5% no quarto trimestre. As comparações trimestrais são relativas a igual período do ano anterior.

China deve investir cerca de R$ 7 bi em alta

tecnologia no Brasil neste ano

A China investiu no ano de 2011 quase 9 bilhões de dólares (R$ 15 bilhões) no Brasil, metade desta quantia na indústria de alta tecnologia.

O Brasil vende sobretudo matérias-primas para a China, principal sócio comercial do país e maior investidor estrangeiro em 2010, e quer diversificar suas exportações para produtos com alto valor agregado.

No fim de 2009, 95% dos investimentos chineses acumulados no Brasil, que chegavam a 12,67 bilhões de dólares, foram feitos nas áreas de energia (45%), agricultura (20%), minas (20%) e siderurgia (10%), segundo o banco Bradesco, em

dados citados pelo jornal chinês. Em 2010, os investimentos aumentaram a US$ 17 bilhões, de acordo com o China Daily, que não apresenta detalhes dos gastos.

O Brasil pediu às empresas chinesas que iniciem investimentos em setores diferentes para reequilibrar a balança. Teixeira afirmou ao jornal de Pequim que para investir em agricultura a partir de agora as empresas estrangeiras terão que encontrar sócios locais.

Durante uma visita ao Brasil em maio, o ministro do Comércio chinês, Chen Deming, afirmou estar interessado em investimentos na modernização das infraestruturas do país.

A China se tornou em 2010 o principal parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. "As matérias-primas constituem 70% do comércio bilateral".

As empresas chinesas de telecomunicação Huawei e ZTE fizeram investimentos importantes no Brasil nos últimos anos, afirma o China Daily, que lembra que a ZTE criou um parque industrial em Hortolândia, interior de São Paulo. Luiz Inácio Lula da Silva (Lula)

Aos sete anos de idade, Luiz Inácio Lula da Silva mudou-se com a família para Santos (SP), deixando o interior de Pernambuco em busca de melhores oportunidades de vida. Quatro anos mais tarde, em 1956, foi para a capital do Estado de São Paulo. Lá, ainda criança, trabalhou como vendedor ambulante, engraxate e office-boy. Aos 15 anos, tornou-se aprendiz de torneiro mecânico.

Em 1970, depois de perder a esposa grávida do primeiro filho, Lula passou a se dedicar intensamente à atividade sindical. Em 1973, casou-se com Marisa, sua atual mulher. Em 1975, chegou à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Liderou a primeira greve de operários do ABC paulista em 1978, durante o regime militar.

Em 1980, aliou-se a intelectuais e a outros líderes sindicais, para fundar o PT (Partido dos Trabalhadores), do qual se tornou presidente. No ano seguinte, liderou nova greve de metalúrgicos, foi preso e teve seu mandato sindical cassado.

Participou da fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e, em junho de 1983, integrou a frente suprapartidária pró-eleições diretas para a presidência da República com os governadores de São Paulo, Franco Montoro (PMDB), e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola (PDT).

Lula foi eleito, em 1986, deputado federal constituinte com a maior votação do país. Concorreu à presidência da República em 1989, quando foi derrotado no segundo turno por Fernando Collor de Mello, e em 1994 e 1998, quando perdeu para Fernando Henrique Cardoso.

Em 1995, deixou a presidência do PT e tornou-se presidente de honra do partido. Em 2002, foi eleito presidente do Brasil com votação recorde de 50 milhões de votos. Reelegeu-se em 2006, vencendo, em segundo turno, o candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Geraldo Alckmin.

Page 51: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

51 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Na presidência, a gestão de Lula seguiu a política econômica de seu antecessor, conseguindo com isso colocar o país no rumo do desenvolvimento econômico.

Lula também surpreendeu os observadores da cena política por conseguir manter altos índices de aprovação e popularidade, descolando-se das denúncias de corrupção que atingiram seus auxiliares mais próximos.

É inédito na história do Brasil o fato de um presidente concluir seu segundo mandato com um índice de popularidade de 87% (pesquisa CNT/Sensus). Trata-se de um recorde mundial. Fiel ao estilo que marcou seu governo, Lula se despediu da Presidência com choro e nos braços da multidão, tendo sido o centro das atenções na cerimônia de entrega da faixa à sucessora Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, em 1 de janeiro de 2011. Dilma Rousseff

Filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado brasileiro como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva, Dilma Vana Rousseff, em 1969, já vivendo na clandestinidade, usa vários codinomes para não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime militar.

No mesmo ano, o Colina e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) se unem, formando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Em julho, a VAR-Palmares rouba o "cofre do Adhemar", que teria pertencido ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros.

A ação ocorreu no Rio de Janeiro e teria rendido à guerrilha US$ 2,4 milhões. Dilma nega ter participado dessa operação, mas há quem afirme que ela teria, pelo menos, ajudado a planejar o assalto.

Presa em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, o promotor militar responsável pela acusação a qualificou de "papisa da subversão". Fica detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde é torturada. Depois, é enviada ao Dops. Condenada em 3 Estados, em 1973 já está livre, depois de ter conseguido redução de pena no STM (Superior Tribunal Militar). Muda-se, então, para Porto Alegre, onde cursa a Faculdade de Ciências Econômicas, na Universidade Federal do RS. Do PDT ao PT

Filia-se, então, ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), fundado por Leonel Brizola em 1979, depois que o governo militar concedeu anistia política a todos os envolvidos nos anos duros da ditadura.

Dilma Rousseff ocupou os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (1986-89), presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93) e secretária de estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT). Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001, coordenou a equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição

entre o último mandato de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro de Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-se membro do grupo responsável pelo programa de Energia do governo petista. Ministérios

Dilma Rousseff foi ministra da pasta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005, passando a ocupar o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil desde a demissão de José Dirceu de Oliveira e Silva, em 16 de junho de 2005, acusado de corrupção.

Em 2008, a Casa Civil foi envolvida em duas denúncias. Primeiro, a da montagem de um provável dossiê contendo gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O dossiê seria uma suposta tentativa de silenciar a oposição, que, diante do escândalo dos gastos com cartões de créditos corporativos realizados por membros do governo federal, exigia a divulgação dos gastos pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa. Depois, em junho, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, acusou a Casa Civil de ter pressionado a agência durante o processo de venda da empresa Varig ao fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson e seus três sócios brasileiros. Dilma Rousseff negou enfaticamente todas as acusações.

Em 9 de agosto de 2009, a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, disse ao jornal Folha de S. Paulo que, num encontro com Dilma, a ministra teria pedido que uma investigação realizada em empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Dilma negou a declaração de Lina, que, por sua vez, reafirmou a acusação em depoimento no Senado Federal, mas não apresentou provas.

De guerrilheira na década de 1970 a participante da administração pública em diferentes governos, Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura pragmática, de importância central no governo Lula. No dia 20 de fevereiro de 2010, durante o 4º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, Dilma foi aclamada pré-candidata do PT à presidência da República. Em 31 de março, obedecendo à lei eleitoral, afastou-se do cargo de ministra-chefe da Casa Civil. Durante a cerimônia de transferência do cargo, assumido por Erenice Guerra, Dilma afirmou, referindo-se ao governo Lula: "Com o senhor nós vencemos. Vencemos a miséria, a pobreza ou parte dela, vencemos a submissão, a estagnação, o pessimismo, o conformismo e a indignidade".

Dilma Rousseff venceu as eleições presidenciais de 2010, no segundo turno, com 56,05% dos votos válidos (derrotou o candidato José Serra, que obteve 43,95% dos votos válidos), tornando-se a primeira mulher na presidência da República Federativa do Brasil. Ao tomar posse, no dia 1º de janeiro de 2011, discursando no Congresso Nacional, Dilma afirmou: “Meu compromisso supremo [...] é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos! [...] A luta mais obstinada do meu governo será

Page 52: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

52 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos”.

Crise nos Ministérios

Ao todo, sete ministérios já foram alvos de denúncias de irregularidades nos últimos meses. No Turismo, pasta comandada pelo peemedebista Pedro Novais, a Polícia Federal investiga desvios relacionados a convênios de capacitação profissional no Amapá. Na ação, com cerca de 200 policiais federais, divididos em São Paulo, Brasília e Macapá, a PF cumpriu 19 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de prisão temporária-também foram expedidos sete mandados de busca e apreensão.

A operação investiga o desvio de recursos públicos destinados ao Ministério do Turismo por meio de emendas parlamentares. Além dos presos, estão envolvidos funcionários do Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), foco da fraude, e empresários, de acordo com a PF.

A devassa no Ministério do Turismo acontece

pouco após Dilma comandar uma espécie de "faxina" no Ministério dos Transportes, alvo de suspeitas de corrupção e de superfaturamento de obras envolvendo também o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a Valec (estatal de ferrovias). Reportagem da revista "Veja" revelou um suposto esquema de cobrança de propinas em obras federais da pasta e mencionou o envolvimento de assessores diretos do ex-ministro

dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), que pediu demissão do cargo no mês passado.

Após as denúncias, mais de 20 pessoas deixaram os cargos, entre servidores do ministério, do Dnit e da Valec. A "faxina" no ministério, comandado pelo PR, estremeceu a relação do governo com o partido da base aliada. O governo também enfrenta suspeita de irregularidades no Ministério da Agriculutra desde que ex-diretor financeiro da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Oscar Jucá Neto, irmão do líder no governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), afirmar que "há bandidos" no órgão e sugerir que o ministro Wagner Rossi participava de esquemas de corrupção.

Reportagem da revista "Isto É" mostrou que o Ministério das Cidades libera recursos para obras classificadas como irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e que age a favor de empresas que, juntas, doaram cerca de R$ 15 milhões em 2010 para campanhas eleitorais do PP, partido que comanda o ministério.

A revista "Época" revelou a existência de um esquema de cobrança de propinas dentro da ANP (Agência Nacional do Petróleo), ligada ao Ministério de Minas e Energia. Segundo a revista, a advogada Vanusa Sampaio, que representa companhias do ramo, foi procurada por dois assessores do órgão em 2008. Os dois, Antonio José Moreira e Daniel Carvalho de Lima, disseram falar em nome do então superintendente Edson Silva, ex-deputado federal pelo PC do B, e explicaram que cobravam propina em troca de facilidades na agência. O encontro foi gravado. Em nota, a ANP rejeitou as acusações, que classificou como "falsidades", e afirmou que os dois assessores nunca foram do quadro de servidores permanentes da agência.

No último domingo, 4 de dezembro de 2011, O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, renunciou neste domingo, tornando-se o sexto ministro do governo de Dilma Rousseff a deixar o cargo após denúncias de corrupção. Lupi foi alvo de diversas denúncias nas últimas semanas, como a de se beneficiar de convênios irrelugares do seu ministério com ONGs, a de ter trabalhado como "funcionário fantasma" na Câmara de Deputados e a de ter viajado em um jatinho de propriedade de Adair Meira, dirigente da ONG Pró-Cerrado, que possui convênios com o ministério.

Perto de completar 12 meses de governo, a presidente Dilma Rousseff (PT) mantém um nível de avaliação estável, segundo nova pesquisa Datafolha. O levantamento mostra que as medidas recentes para conter a atividade econômica e o crédito ao consumidor, além de denúncias de corrupção em seu ministério, não afetaram a percepção dos brasileiros sobre o desempenho da presidente. Segundo a pesquisa, realizada entre os dias 2 e 5 de agosto, o governo da petista é considerado ótimo ou bom por 48% dos brasileiros com 16 anos ou mais. É um índice similar ao verificado em levantamentos feitos em junho (49%) e março (47%) passados.

Nem mesmo a demissão de diversos colaboradores suspeitos de atos de corrupção e tráfico de influência em seu governo afetaram,

Page 53: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

53 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

positivamente ou negativamente, a avaliação da presidente. A fatia dos que consideram a gestão de Dilma regular é de 39%, variação positiva de um ponto sobre a marca de julho (38%). Em março, foi de 34%. Consideram o governo Dilma Rousseff ruim ou péssimo 11% dos brasileiros, ante 10% em junho e 7% em março. Na pesquisa atual, 3% não souberam avaliar a presidência da petista. O Datafolha ouviu 5.254 pessoas com 16 anos ou mais em todo o Brasil. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Estabilidade

Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, Dilma

tem um nível de ótimo e bom menor (43%) do que a média (48%) e do que entre as demais faixas de idade. No grupo formado pelos menos escolarizados, que estudaram até o ensino fundamental (52%), o índice dos que avaliam o governo da petista como ótimo ou bom é, proporcionalmente, maior do que entre aqueles que possuem ensino médio (45%) e superior (44%).

Na análise por renda, ela também é melhor avaliada por aqueles que têm renda mensal de até cinco salários mínimos (49%) do que entre os brasileiros que têm renda familiar de mais de 10 salários mínimos por mês (44%).

No interior, 51% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa, fatia proporcionalmente maior do que nas regiões metropolitanas (44%).

A nota atribuída ao governo de Dilma também se mantém estável: era de 6,9 em março, foi a 6,8 em julho e agora fica em 6,7.

AQUÍFERO ALTER DO CHÃO

Debaixo da terra existem lagos gigantes, de

água potável, chamados aquíferos. Aquífero é uma formação ou grupo de formações geológicas que pode armazenar água subterrânea. Até agora, o maior do planeta era o Guarani, que se espalha pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Porém, recentemente, pesquisadores do Pará e do Ceará descobriram que a Amazônia tem o maior reservatório subterrâneo de água do planeta.

A reserva subterrânea está localizada sob os estados do Amazonas, Pará e Amapá e tem volume de 86 mil km³ de água doce, o que seria suficiente para abastecer a população mundial em cerca de 300 a 400 anos. Em termos comparativos, a reserva Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani - com 45 mil km³ de volume. Para Marco Antonio Oliveira, superintendente do Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, a revelação de que o Aquífero Alter do Chão é o maior do mundo comprova que esse tipo de reserva segue a proporção de tamanho da Bacia Hidrográfica que fica acima dela. "Cerca de 40% do abastecimento de água de Manaus é originário do Aquífero Alter do Chão.

As demais cidades do Amazonas têm 100% do abastecimento tirado da reserva subterrânea. São Paulo, por exemplo, tem seu abastecimento em torno de 30% vindo do Aquífero Guarani."

O Superintendente disse, ainda, que a reserva, na área que corresponde a Manaus, já está muito contaminada. "É onde o aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de emissão de esgoto 'in natura' nos igarapés da região." Marcos Antônio Oliveira faz um alerta para a exploração comercial da água no Aquífero Alter do Chão. "A água dessa reserva é potável, o que demanda menos tratamento químico. Por outro lado, a médio e longo prazo, a exploração mais interessante é da água dos rios, pois a recuperação da reserva é mais rápida. A vazão do Rio Amazonas é de 200 mil m³/segundo. Já nas reservas subterrâneas, a recarga é muito mais lenta.

Segundo o superintendente a qualidade da água que pode ser explorada no Alter do Chão é incomparável ao do aquífero Guarani. "A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente.

No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea".

ÁGUA, UMA ESCASSEZ ANUNCIADA!

O volume de água na Terra está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de quilômetros cúbicos (Km3). Apesar de aparentemente abundante, a maior parte da água é salgada. A cada ano, a energia do Sol faz com que um volume de aproximadamente 500.000 Km3 de água se evapore especialmente dos oceanos, embora também de lagos e rios. Essa água retorna para os continentes e ilhas, ou para os oceanos, sob a forma de precipitações: chuva ou neve. Os continentes e ilhas têm um saldo positivo

ENERGIA E MEIO AMBIENTE

Page 54: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

54 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

nesse processo. Estima-se que eles “retirem” dos oceanos perto de 40.000 Km3 por ano. É esse saldo que alimenta as nascentes dos rios, recarrega os depósitos subterrâneos, e depois retorna aos oceanos pelo deságüe dos rios.

Toda vez que é discutida a falta de água em muitas regiões do mundo, o bom senso pergunta: com tantos oceanos, por que não transformar a água do mar em água potável em grande escala por meio da dessalinização? É uma solução interessante, mas não tão simples nem tão viável quanto parece. Será a dessalinização da água do mar a resposta aos problemas de escassez de água no mundo? Muitos acham que sim, sendo esta uma opinião bastante difundida na opinião pública.

Muitos consideram a dessalinização como uma solução de alta tecnologia de custos proibitivos, não é adequada para resolver um problema global de abastecimento em água causado, principalmente, pelo desperdício. Para eles, no melhor dos casos ela pode representar apenas uma das soluções possíveis para resolver problemas pontuais de abastecimento, relativos a uma demanda específica.

BIOCOMBUSTÍVEIS: HERÓIS OU VILÕES? Diante da fome e da escassez de água potável,

o que significa plantar energia? A utilização de parcela crescente das terras agriculturáveis do

mundo para o plantio de matéria prima de biocombustívies levanta questão sobre os problemas da fome e da falta d’água que atingem cerca de um bilhão de pessoas.

O etanol, combustível muito em voga depois da recente divulgação das perspectivas sombrias do aquecimento global, há tempos tem jogado um papel importante no cenário agrícola mundial, uma vez que se trata de energia produzida, basicamente, a partir da cana de açúcar, do milho e de madeira.

Para o mercado internacional, é fato que o etanol é muito mais uma alternativa aos altos preços do petróleo do que uma preocupação ambiental, o que alimenta todo tipo de especulações sobre o seu potencial de crescimento.

Segundo o consultor ambiental e editor da revista inglesa New Scientist, Fred Pearce, “a cana é uma das culturas mais sedentas do planeta. Na maior parte do mundo, utilizam-se caros sistemas de irrigação que têm atingido grandes rios e lençóis freáticos. A medida de consumo da cana é de 600 toneladas de água para uma tonelada de produto”. Atualmente, adenda, 1 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável.

Segundo o pesquisador da Embrapa, José Maria Ferraz, os gastos de água embutidos tanto na produção de cana quanto na do próprio etanol – na produção de um litro de álcool gasta-se 13 litros de água, e ainda sobram 12 litros de vinhoto, sub-produto extremamente poluente normalmente utilizado na adubação dos canaviais – não é considerada no preço de venda, o que, do ponto de vista econômico, é uma grande desvantagem para o produtor, uma vez que a água está se tornando um bem altamente valorizado.

Em um mundo onde, de acordo com as Nações Unidas, 1 bilhão de pessoas sofre de fome crônica e má nutrição, e 24 mil morrem diariamente de causas relacionadas a esses problemas, entre estes, 18 mil são crianças.

A situação é mais grave na Somália, onde 29 mil crianças morreram de julho a setembro – uma média de 300 por dia – e 640 mil estão subnutridas, podendo morrer nos próximos meses. Cerca de 3,2 milhões de somalianos (quase metade da população) dependem de doações de alimentos para sobreviver. A ONU (Organização das Nações Unidas) decretou crise de fome no país em 20 de julho. O estado de emergência é declarado quando a fome atinge 20% das famílias e o índice de subnutrição ultrapassa 30% da população infantil. Na região de Bay, uma das seis em estado crítico na Somália, a taxa de desnutrição entre crianças é de 58%, a mais alta no país.

Desde os anos 1980, foi a primeira vez que a ONU declarou crise de fome no continente africano. Todos os dias, centenas de pessoas partem de suas cidades em direção a acampamentos improvisados na capital, Mogadíscio, e nos arredores. As barracas já abrigam mais de 400 mil somalianos. Campos de refugiados mantidos pela ONU como o de Dadaab, na fronteira com o Quênia, tornaram-se refúgio para os exilados. O campo foi criado em 1991 para receber refugiados da guerra civil da Somália e hoje é o maior do mundo, com 440 mil

Page 55: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

55 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

pessoas. Desde o começo do ano, recebeu mais 170 mil refugiados por conta da fome, e o número aumenta a cada dia. Faz-se necessário questionar se as terras do planeta se destinarão preferencialmente a atender aos cerca de 800 milhões de proprietários de automóveis, ou à garantia da segurança alimentar mundial. E mais, se o Sul continuará a desempenhar o papel de fornecedor da matéria prima necessária para possibilitar ao Norte manter seu padrão de consumo. O caso mais conhecido de impactos da demanda por etanol sobre a segurança alimentar vem ocorrendo no México, atualmente grande fornecedor de milho para fabricação de biocombustível para os EUA. Nos últimos anos, a exportação do grão levou a um aumento exponencial (em algumas regiões chegou a 100%) do preço da tortilla de milho, base da alimentação de mais de 50% da população mexicana. Em proporção parecida, também houve aumento da ração animal (gado, aves, suínos e outros) e das sementes para plantio.

CRISE MUNDIAL DE ALIMENTOS

Os alimentos estão mais caros e, no mundo todo, o tema deixa autoridades em alerta e esquenta debates em torno das possíveis causas para a escassez de comida.

Para explicar a crise atual, no entanto, não é possível eleger um “vilão” específico. Segundo

especialistas, são muitos os fatores que culminaram no cenário de inflação agravado desde 2008.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO) os principais fatores que influenciam a alta dos preços dos alimentos relacionam-se ao(s): 1ª - O aumento da demanda. 2ª - Biocombustíveis. 3ª - Condições climáticas desfavoráveis. 4ª - A alta do petróleo.

Durante seu segundo mandato, o ex-presidente Lula transcreveu o slogan “O Petróleo é Nosso” da era Vargas para “O Biodiesel é Nosso”. Começam a aparecer propostas que representam um consenso mundial em tornar as políticas públicas ambientalmente mais sustentáveis. Mas até onde vai a vontade política?

Em que medida os governos e o mercado têm direito de transformar a agricultura produtora de alimentos em produtora de combustível? É um debate ético urgente. Ou, mais que ética, quando esta em jogo a sobrevivência mais básica da população mundial e seu direito fundamental à comida e à água.

HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE

O Projeto de construção da usina de Belo Monte

tem cerca de 30 anos. Ela nasceu de estudos feitos pela estatal Central Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), empresa que fornece energia elétrica aos nove estados da Amazônia Legal. A previsão é que, em janeiro de 2015, a concessionária que venceu o leilão ligará a primeira máquina da usina e começará a gerar energia.

Apesar de o projeto prever a capacidade instalada de 11.233 MW, a oferta média de energia não passará de 4.500 MW médios.

A relação entre potência instalada e geração firme que poderá ser extraída da usina será de 40% do poder das turbinas que receberão as águas do Rio Xingu. É uma das piores relações potência/energia firme do sistema elétrico brasileiro.

Além disso, existem inúmeros impactos ambientais, socioeconômicos e histórico-culturais

Page 56: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

56 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

que serão gerados com a construção da usina. Mais de 600 km2 serão inundados, forçando a retirada de populações ribeirinhas e de várias reservas indígenas. Nas áreas inundadas, muitas plantas sofrerão processos de apodrecimento, decorrentes da não adaptação as inundações, gerando a emissão de gases do efeito estufa.

VAZAMENTO NA BACIA DE CAMPOS (RJ) O vazamento de milhares de litros de petróleo

na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, evidenciou o quanto o governo brasileiro está despreparado para lidar com acidentes dessa natureza.

O acidente aconteceu no Campo do Frade, localizado a 120 km do litoral fluminense, no dia 8 de novembro. Ainda não se sabe ao certo a extensão do desastre e nem o impacto à biodiversidade marinha e à pesca na região.

A multinacional Chevron do Brasil, que explora o campo, assumiu a responsabilidade pelo derramamento de óleo. No dia 23 de novembro, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) determinou a suspensão das atividades da empresa no país até

que sejam explicadas as causas e identificados os responsáveis pelo acidente.

A ANP também negou o pedido de abertura de

um novo poço no Campo do Frade, que teria como objetivo atingir a camada pré-sal. A empresa americana explora 12 poços na Bacia de Campos e produz 79 mil barris diários.

A Chevron já recebeu multas de R$ 50 milhões

e de R$ 100 milhões, aplicadas, respectivamente, pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e pela ANP. O Estado do Rio de Janeiro também entrou com uma ação civil pública para pedir indenizações de R$ 100 milhões.

A mancha de óleo se estendeu por uma área de 163 quilômetros quadrados, o equivalente a 16,3 mil campos de futebol. No último dia 22, a ANP informou que a mancha havia sido reduzida a dois quilômetros quadrados.

O volume vazado seria o correspondente a 2,4 mil barris (381,6 mil litros), de acordo com a Chevron. Dezenas de espécies de baleias, golfinhos e pequenos cetáceos que usam a Bacia de Campos como rota de migração podem ser afetados pelo óleo.

Page 57: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

57 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Em janeiro de 2000, 1,3 milhão de litros de

óleo vazaram na Refinaria Duque de Caxias, da Petrobras, na Baía de Guanabara. Em julho do mesmo ano, outros 4 milhões de litros de óleo cru foram derramados da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária (PR).

A Bacia de Campos possui as maiores reservas de petróleo do Brasil e responde por 80% de toda a produção nacional do minério. Há quatro anos foi anunciada as descoberta de uma imensa reserva na camada pré-sal, o que tornaria o Brasil um dos principais produtores e exportadores mundiais de petróleo e derivados.

Há hoje 140 plataformas marítimas em

atividades nas bacias de Campos, Santos e Espírito Santo, a maioria pertencente à Petrobras.

O vazamento no Campo do Frade serviu de alerta para a falta de fiscalização e de preparo do Estado em prevenir e conter desastres ambientais provocados por derramamento de óleo, na exploração de petróleo na camada pré-sal. Como o pré-sal fica distante da costa, medidas de segurança envolvem custos mais altos e complexa logística na sua adoção.

No ano passado, após o desastre ocorrido no Golfo do México, um dos maiores vazamentos do mundo, o governo brasileiro se comprometeu em criar um Plano Nacional de Contingência para Derramamento de Óleo.

O objetivo do plano seria preparar uma estratégia de contenção de vazamentos de grandes proporções, evitando a degradação ambiental, contaminação da fauna e da flora marinhas e prejuízos à pesca e turismo. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o projeto está em fase de conclusão e será enviado ao Congresso para ser votado.

PRODUÇÃO NUCLEAR BRASILEIRA

Em setembro de 2011, o Ministro de Minas e

Energia, Edison Lobão, anunciou que o Brasil deve manter os planos para concluir a terceira usina nuclear do país e construir outras quatro após ter revisado de maneira satisfatória a segurança das duas usinas que estão atualmente em operação.

Após o acidente nuclear em Fukushima, no dia 11 de março deste ano, vários países decidiram revisar seus programas nucleares em diferentes setores.

O Brasil opera duas usinas nucleares com tecnologia alemã em Angra dos Reis, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro. Angra I, com capacidade de 657 megawatts, entrou em operação plena em 1982 e Angra II, com uma potência de 1.350 megawatts, em 2001.

A terceira usina, Angra III, já está em construção e deve começar a funcionar, com uma capacidade de geração de 1.300 megawatts, em 2015.

O Governo definirá somente em 2012 os locais nos quais serão construídas as outras quatro usinas, embora o ministro tenha admitido que duas delas vão estar localizadas no sudeste do país e as outras duas no nordeste.

A reserva conhecida de Urânio no Brasil é de 309.000 toneladas, sendo a 6ª reserva mundial.

Essa reserva corresponde a apenas 30% do território prospectado, apenas até 100 m de profundidade e seria suficiente para operar Angra I, II e III por mais 520 anos.

Fukushima não foi o primeiro acidente nuclear da história, nem tão pouco o pior.

Em 1986, O desastre em Chernobyl, na Ucrânia, foi o mais grave da história. Uma falha no resfriamento causou a explosão do reator, mas as autoridades levaram 30 horas para orientar a população a sair, tarde demais: o então governo soviético admitiu 15 mil mortes, mas, pelas contas de organizações não governamentais foram pelo menos 80 mil vítimas.

Um exército de operários, sem equipamento apropriado, passou seis meses construindo uma estrutura de isolamento sobre o reator. Nenhum trabalhador sobreviveu.

Após 25 anos, os níveis de radiação baixaram e o governo da Ucrânia abriu a área para a visitação. Na cidade abandonada, a cena é fantasmagórica: as construções ainda guardam os símbolos do

Page 58: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

58 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

regime soviético, que controlava a vida e a morte das pessoas.

No Brasil, em 1987, o acidente com o césio-137

atingiu Goiânia, quando uma cápsula com 19 gramas do elemento radioativo foi aberta em um ferro-velho.

Quatro pessoas morreram no mês seguinte devido à exposição aguda à radiação. Este é o número oficial de mortes considerado pela Secretaria da Saúde do Estado de Goiás, que tem hoje 943 vítimas cadastradas para receber acompanhamento no Centro de Assistência aos Radioacidentados Leide das Neves Ferreira (fundado no ano seguinte para atender a população afetada). Apesar dos acidentes citados, ressalta-se que a produção nuclear é considerada uma das mais seguras do mundo, porém passível de desastres, como os que foram mencionados.

Aspectos Positivos - Não há emissões de gases de efeito estufa - Poucas limitações de recursos

- Alta densidade energética Aspectos Negativos

- Sem solução para eliminação dos resíduos - Operação arriscada e perigosa - Muito intensivo em capital

IRÃ E A QUESTÃO NUCLEAR O Conselho de Diretores da Agência

Internacional de Energia Atômica (AIEA) adotou, no dia 18 de novembro de 2011, uma nova resolução contra o Irã, expressando sua profunda preocupação quanto à suspeita dimensão militar de seu programa nuclear. Como resposta a essa resolução, dezenas de manifestantes invadiram, no último dia 29 de novembro, o prédio da embaixada do Reino Unido em Teerã, capital do Irã.

Os manifestantes, que protestavam contra as sanções de Londres a Teerã por causa de seu programa nuclear, também quebraram as janelas com pedras e queimaram bandeiras britânicas e israelenses. O Parlamento iraniano aprovou uma lei que reduz as relações diplomáticas ao nível de encarregado de negócios e prevê a expulsão do embaixador britânico em um prazo de duas semanas. A decisão foi adotada em represália às novas sanções econômicas contra o Irã anunciadas pelo Reino Unido, em conjunto com Estados Unidos e Canadá, depois da publicação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que evidencia as suspeitas dos ocidentais de que o Irã tenta produzir armamento nuclear.

O embaixador do Irã na AIEA, Ali Asghar

Soltanieh, disse, após a resolução, que a decisão apenas fortalece a determinação iraniana de prosseguir com suas atividades nucleares. O presidente Barack Obama "ressaltou em diversas ocasiões que estamos decididos a evitar que o Irã adquira bombas nucleares" porque isso "representaria um grave atentado à paz regional e à segurança mundial".

Page 59: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

59 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

O governo americano indicou que a AIEA aprovou a resolução "porque trabalhamos com outros (países) para construir uma extensa coalizão internacional para pressionar e isolar o regime iraniano, incluindo sanções sem precedentes contra o regime".

O Reino Unido e a Alemanha afirmaram, no dia 1º de dezembro, em Bruxelas, que pretendem isolar financeiramente o governo iraniano, em um momento em que se intensifica a crise diplomática entre Teerã e Londres após os ataques e saques da sede da representação britânica na capital iraniana.

No mesmo dia, os senadores norte-americanos votaram a favor de incluir a medida, que visa a isolar o Banco Central do Irã do sistema financeiro mundial, no projeto de lei de financiamento do Pentágono para 2012.

A medida, incluída através de emenda, autoriza o presidente Barack Obama a congelar os ativos de qualquer instituição financeira estrangeira que negocie com o Banco Central iraniano no setor petroleiro, e também impede o trabalho destas entidades nos Estados Unidos.

O presidente tem autoridade para suspender as sanções em caso de força maior ou por razões humanitárias, e sua adoção também depende do fornecimento de petróleo suficiente por parte de outros países para não perturbar o mercado mundial do produto. PERSPECTIVAS NUCLEARES APÓS DESASTRE

EM FUKUSHIMA

O desastre na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi no nordeste do Japão chamou mais uma vez a atenção sobre a segurança da energia nuclear. O desastre irá criar reações em diferentes graus, de critérios mais severos de segurança (que subirão os preços de construção e diminuirão a aprovação de usinas) até mais resistência política e pública para o uso da energia nuclear. Mesmo assim, a energia nuclear aparenta continuar como uma parte significante do total global de produção energética, uma vez que as alternativas com maior viabilidade fazem com que a dependência em relação a combustíveis fósseis poluentes cresça. A China, em particular, está preparada para expandir sua indústria nuclear de forma massiva na próxima década. Ainda que a escala desses planos não pareça realista, em termos do conjunto global, o crescimento do poder nuclear na China irá, parcial ou integralmente, equivaler aos fechamentos e suspensões de usinas nos outros lugares.

Antes de acontecer o desastre japonês, a energia nuclear parecia prestes a um renascimento cauteloso. O setor é responsável por perto de 14% da geração global de energia. Suas principais vantagens são que esse tipo de usina possibilita uma energia mais barata quando estão construídas e funcionando (tirando os altos custos iniciais) e

Page 60: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

60 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

não produz emissões de carbono. A energia nuclear é atraente também para países altamente dependentes da importação de hidrocarbonetos, e para aqueles com demanda de potência com crescimento acelerado e que não são inteiramente abastecidas com a energia fóssil, apenas. Japão e Coreia do Sul, ambas consumidores entusiastas da energia nuclear, caíram na primeira categoria. Antes do desastre de 11 de março invalidar os reatores de Fukushima Daiichi e forçar o desligamento de tantos outros, o Japão tinha 54 usinas operáveis de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), atrás somente dos Estados Unidos (com 104) e da França, com 58.

Esse tipo de energia foi responsável por 27% do total da energia gerada pelo Japão em 2010. A Coreia do Sul tem menos usinas em operação – 21 no total – mas isso gerou 33% da eletricidade do país ano passado.

A segunda categoria de países para os quais a energia nuclear manteve sua atratividade é daqueles de crescimento e desenvolvimento acelerado como China e Índia. Em ambos, a combinação de fatores, como uma população massiva, crescimento econômico acelerado e uma grande dependência em carvão, fez com que as autoridades encarassem a energia nuclear como uma maneira de elevar a segurança energética e combater a poluição do ar. O carvão continua sendo o principal combustível em ambos os países, mas reduzir sua parcela na geração de potência surgiu como um elemento-chave para políticas energéticas. Ambos os países tem planos ambiciosos para construção de usinas nas próximas décadas. O que exatamente os recentes eventos no Japão significarão para a indústria global permanece sem clareza. O esperado era que aumentasse a visibilidade e foco na questão da segurança, mas no mundo em desenvolvimento em particular a necessidade causada pela crescente demanda de energia ultimamente parece superar tais preocupações. A China, por exemplo, foi rápida em fazer simbólicas manifestações sobre a sua necessidade de se aproximar devagar e cuidadosamente da aprovação e construção de suas estações nucleares.

Em outras partes do mundo, o impacto do incidente de Fukushima Daiichi nas perspectivas da indústria nuclear parecem estar misturados. O Japão está, seguramente, na posição mais difícil. Isso não só porque o desastre desligou usinas térmicas e nucleares que significavam uma porcentagem grande ta capacidade de geração total. Também foi porque as opções de energia não nuclear são muito limitadas. Maior importação de carvão e óleo, em particular, será necessária para acertar a questão energética até que a situação nuclear se torne mais clara.

A maioria dos grandes usuários da energia nuclear – Estados Unidos, França, Rússia e Reino Unido – estão se agarrando, de diferentes maneiras, com o mesmo problema essencial de possuir reatores velhos que precisam ser substituídos. A extensão de quais precauções com

segurança representarão um obstáculo para o processo de melhoramento parece variar.

A França anunciou uma revisão da segurança, mas o país seguramente está muito comprometido com a energia nuclear, que representa 77% da geração, para mudar de curso dramaticamente. Também há um consenso antigo de todos partidos políticos em apoiar a energia nuclear.

COP-17: DURBAN, ÁFRICA DO SUL.

A COP-17 (17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), na cidade sul-africana de Durban, enfrenta grandes desafios para manter viva a luta contra a mudança climática.

O acordo de cooperação entre países foi firmado em 1992 durante a Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro.

A 17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas teve início dia 28 de novembro e irá até o dia 9 de dezembro. É um fórum multilateral mais amplo (com 195 países) para discutir e adotar medidas contra o aquecimento global.

O texto aprovado reconhece que há uma lacuna entre a redução de emissões proposta pelos países e os cortes necessários para conter o aquecimento médio do planeta em 2 graus acima da era pré-industrial, objetivo acordado na última cúpula climática, em Cancún, no final do ano passado.

Cita-se a formação de um grupo de trabalho para conduzir a criação desse instrumento, que deve ser concluída em 2015. A implementação deve acontecer a partir de 2020. O processo é denominado "Plataforma de Durban para Ação Aumentada".

Segundo o texto, ele deve levar em conta recomendações do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), ainda por ser lançado.

Page 61: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

61 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Estima-se que as avaliações científicas sobre as medidas para conter o aquecimento global devam ser mais severas.

Protocolo de Kyoto

Além do texto que prevê a criação de um novo instrumento internacional para que os países reduzam suas emissões de carbono, foi aprovado também um segundo período do Protocolo de Kyoto, único acordo legalmente vinculante de redução de gases causadores de efeito estufa atualmente em vigor e que expira em 2012. O novo período vai, pelo menos, até 2017.

O texto pretende "garantir" que até 2020 as reduções de emissões dos países envolvidos (basicamente os da União Europeia e a Austrália) sejam de, pelo menos, 25 a 40% em relação aos níveis de 1990. Como anexo, o acordo tem uma tabela com metas de redução para os países.

Fundo verde

Aprovou-se ainda, neste sábado, um texto que aprofunda o funcionamento do "fundo verde" climático. A Coreia do Sul, de acordo com o texto, ofereceu recursos para dar início a seu funcionamento.

Mas um outro artigo "convida" as partes a contribuírem para o fundo. Um dos temores na COP 17 era que se estabelecesse o funcionamento desse mecanismo, mas que ele virasse uma "casca vazia", sem dinheiro suficiente para ser efetivo. Esse risco, diante da pouca disponibilidade de contribuição mostrada pelas partes em Durban, é iminente.

Centro Tecnológico

Outros itens acordados na última conferência do clima, em Cancún, como a criação de um Centro de Tecnologia do Clima, foram aprovados. Definiu-se que ele deve ser estabelecido no próximo ano Negociação

O acordo foi discutido durante duas semanas.

A conferência terminaria nesta sexta-feira, mas impasses nas negociações fizeram com que demorasse um dia a mais. A aprovação veio na madrugada do sábado, ministros e delegados já exaustos, vários deles cochilando no plenário.

Boa parte das negociações aconteceram em "indabas", reuniões que a presidência sul-africana da conferência convocou nos moldes das tradicionais reuniões de anciãos zulus.

A metodologia sul-africana preza pela transparência para evitar que o processo se corroesse por haver conversas paralelas, deixando algumas partes de fora - o que prejudicou, por exemplo, a conferência do Clima de Copenhague, em 2009.

Em 2010, a cúpula de Cancún (COP-16), no

México, devolveu a esperança de se obter um acordo internacional para a luta contra a mudança climática depois do fracasso da edição de Copenhague (COP-15).

Apesar de não ter apresentado solução à questão mais complexa – a renovação de um

Page 62: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

62 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto –, a reunião mexicana conseguiu despertar a vontade dos países emergentes de se comprometer com a redução das emissões, uma das principais exigências das economias ocidentais.

Além disso, foi criado o Fundo Verde para o Clima, que disponibilizará aos países em desenvolvimento US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 voltados para energias mais "limpas" e ao combate das alterações climáticas.

Cancún designou um Comitê Transitório para traçar os mecanismos do fundo, que canalizará as contribuições dos países ricos aos em desenvolvimento, cujo objetivo é criar um novo marco econômico em que todos concorram em igualdade de condições.

O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que entrou em vigor em 2005, estabeleceu compromissos legalmente vinculativos de redução de emissões de gases do efeito estufa para 37 países desenvolvidos e a União Europeia. O acordo não foi ratificado pelos Estados Unidos e não obriga que China, Índia e Brasil o cumpram por serem economias emergentes.

O protocolo expira em 2012 e os negociadores estudam um segundo período de compromisso que sirva de transição para um novo acordo internacional juridicamente vinculativo.

Os países em desenvolvimento consideram

imprescindível que as economias ocidentais ratifiquem esse segundo período de compromisso do Protocolo, enquanto Rússia, Japão e Canadá anunciaram que não renovarão o tratado enquanto seus concorrentes comerciais, China, Índia e Estados Unidos não assumirem compromissos similares. Os países voltarão a se reunir no Catar (COP-18) ao final de 2012. No entanto, caso não se acerte em Durban um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, ele expirará em 2012, invalidando o único acordo de vínculo legal para a redução de emissões de gases de efeito estufa.Em 2012, será comemorado 40 anos da primeira conferência realizadas pelas Nações Unidas, em Estocolmo (ECO-72), na Suécia.

AÇÃO DA CHINA E DA ÍNDIA CONTRA A MUDANÇA CLIMÁTICA

É MAIOR DO QUE SE IMAGINA

No ano passado, David Wheeler, um pesquisador do Centro para o Desenvolvimento Global em Washington, D.C., calculou que, se nada mudasse, em 2075 as emissões de gases de efeito estufa da Índia e da China combinadas equivaleriam a todas as emissões atuais e do passado dos países mais ricos do mundo. Em outras palavras, mesmo que pudéssemos fazer desaparecer num passe de mágica os impactos climáticos de todas as revoluções industriais que aconteceram antes dos anos 90, isso faria pouca diferença. Sem uma mudança dramática na forma como a Índia e a China fazem negócios, apenas postergaríamos o acerto de contas em algumas décadas; em 2060, estaríamos novamente no mesmo ponto em que estamos agora, correndo contra o relógio para evitar a catástrofe.

Quando o Protocolo de Kyoto estava sendo negociado no começo dos anos 90, a Índia e a China mal haviam começado seu estonteante desenvolvimento das duas últimas décadas. O momento que foi um marco, há 18 meses, quando a China ultrapassou os EUA como o maior emissora de dióxido de carbono do mundo, mal podia ser imaginado na época. Ambas as nações haviam sido agrupadas juntamente com outros países em desenvolvimento.

Até três anos atrás, a mudança climática não era um tema presente no debate público da China, embora na época a nação mais populosa do mundo tivesse apresentado a maior e mais rápida revolução industrial da história.

Isso só mudou quando os líderes chineses começaram a perceber que sua situação de maior emissor do mundo não poderia mais ser ignorada.

Os líderes também tiveram de lidar com o fato de que o modelo econômico sobre o qual se baseavam - de produtos baratos voltados para a exportação, com pouco valor agregado - estava perdendo força.

Especialistas das universidades do país foram convocados para informar aos líderes sobre os efeitos que a mudança climática poderia ter para o futuro da China.

Sua mensagem foi severa: a prosperidade que o Partido Comunista havia prometido, e da qual depende sua contínua reivindicação do monopólio do poder político, estaria ameaçada. As reservas de água do país estavam vulneráveis; sua segurança alimentar não poderia ser garantida; as cidades recém-construídas no litoral seriam inundadas pelo aumento do nível dos oceanos. Partes do sul e do leste do país estavam vulneráveis a tempestades tropicais.

O tema da mudança climática, que antes era tabu, logo se transformou numa aula obrigatória de cidadania.

Page 63: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

63 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO

O buraco na camada de ozônio é causado por

reações químicas na estratosfera, a camada superior da atmosfera, provocadas por substâncias como os clorofluorcarbonos (CFC), cujo uso em produtos industrializados foi restringido pelo Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1989.

Apesar do tratado, o efeito dessas substâncias ainda deve se fazer sentir na atmosfera por décadas. Acredita-se que a o buraco sobre a Antártida esteja recuperado até 2060. O ozônio bloqueia raios ultravioletas do Sol, que podem causar câncer de pele e outras doenças.

Um estudo da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) revelou, em 2010, que a camada de ozônio ficou estável na última década, com o buraco em sua superfície mantendo o mesmo diâmetro, sem diminuir, nem aumentar.

Esses estudos foram divulgados no Dia Internacional pela Preservação da Camada de Ozônio, o trabalho foi feito e revisado por 300 cientistas ligados ao órgão da ONU.

O Protocolo de Montreal é apontado como um dos responsáveis pela preservação da camada pelos especialistas. O montante de substâncias degradadoras de ozônio, lançadas na atmosfera em 2010, foi cinco vezes menor do que o previsto pelo acordo de Kyoto para o período entre 2008 e 2012. O índice que leva em conta a diminuição das emissões expressas em CO2.

A expectativa é que a camada de ozônio volte a ser restaurada nas próximas décadas. Com a interrupção nos aumentos dos buracos na Antártida e no Ártico, o nível da película protetora da Terra deve retornar durante o meio do século 21 ao padrão anterior a 1980, época da criação do Protocolo de Montreal.

Cientistas anunciaram em outubro de 2011 que foi aberto um buraco na camada de ozônio sobre o Ártico de dimensão equivalente a cinco vezes o tamanho da Alemanha, igualando-se ao que existe sobre a região da Antártida.

Provocado por um frio excepcional no Pólo Norte, este buraco se moveu durante 15 dias sobre o leste europeu, Rússia e Mongólia, expondo as populações em alguns casos a níveis elevados de radiação ultravioleta. Os cientistas afirmaram ainda que, a cerca de 20 quilômetros acima da superfície terrestre, 80% do ozônio tinha desaparecido.

O frio intenso continua a ser o fator principal da destruição do ozônio. Pelo efeito do frio, o vapor da água e as moléculas de ácido nítrico se condensam e formam nuvens nas camadas inferiores da atmosfera. Nessas nuvens o cloro é formado e finalmente provoca a destruição do ozônio.

Observações de satélites feitas entre o inverno de 2010 e a primavera de 2011 mostraram que a camada de ozônio foi afetada entre 15 e 23 km de altura. As perdas mais importantes - mais de 80% - foram registradas entre os 18 e 20 km.

Além das emissões liberadas na queima de combustíveis fósseis, o problema do derretimento do gelo nos solos ártico e antártico pode ser um sério problema futuro. A quantidade de gases-

O carvão continua o principal motor da economia, mas a China agora também tem as maiores instalações de energia solar e eólica.

A Índia poderia ser vista como um problema maior. O desenvolvimento da Índia foi mais lento, o que significa que suas necessidades futuras serão maiores. E enquanto Pequim compreende que só a política não salvará o país de um clima em mudança, para o governo da Índia e para a maior parte de sua sociedade civil altamente ativa, falar de atenuação continua sendo uma conspiração contra o interesse nacional.

Como a China, a Índia empreendeu uma corrida tardia em direção a um futuro de baixas emissões, anunciando planos ambíguos para energia solar e outros projetos de desenvolvimento, incluindo uma estratégia nacional para a água, planos para agricultura sustentável e a substituição das estações de energia ineficientes a base de carvão. Quase todas as noites em Nova Déli, há reuniões públicas lotadas para discutir a mudança climática, e as empresas indianas são bem mais eficientes do que as empresas públicas da China em se responsabilizar pelas emissões e reduzí-las.

Nas semanas antes de Copenhague, a Índia começou a sinalizar uma nova flexibilidade - ansiosa, talvez, para se livrar de sua imagem obstrutiva. A China anunciou que irá obrigar as empresas locais a responderem por suas emissões e a reduzí-las. Essas são ofertas sérias que demandam uma resposta séria. Mas nenhum país acredita que é possível um acordo forte em Copenhague.

Isabel Hilton (22 de novembro de 2009)

Page 64: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

64 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

estufa liberados até 2100 pelo derretimento do permafrost (o solo congelado do Ártico e da Antártida) poderá ser até cinco vezes maior do que se imaginava. Para piorar, esses gases serão ricos em metano, que tem um alto poder de "multiplicar" o aquecimento global.

A afirmação é de mais de 40 cientistas da Rede de Carbono do Permafrost, liderados por Edward Schuur e Benjamin Abbott, em artigo na revista científica "Nature".

De acordo com a equipe de cientistas, a falta de estudos fez com que, até agora, a quantidade certa de carbono contido no permafrost fosse subestimada, assim como seus potenciais efeitos sobre o clima global.

NOVO CÓDIGO FLORESTAL

Criado em 1965, o Código Florestal regulamenta a exploração da terra no Brasil, baseado no fato de que ela é bem de interesse comum a toda a população.

Ele estabelece parâmetros e limites para preservar a vegetação nativa e determina o tipo de compensação que deve ser feito por setores que usem matérias-primas, como reflorestamento, assim como as penas para responsáveis por desmate e outros crimes ambientais relacionado. Sua elaboração durou mais de dois anos e foi feita por uma equipe de técnicos. A lei que está em vigor tem 46 anos. Agora, o Congresso Nacional prepara um novo texto. O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados em maio e desde então tramita no Senado. No dia 23 de novembro, o relatório foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado.

A área destinada à Reserva Legal continua a mesma do texto aprovado pela Câmara de Deputados. Na Amazônia Legal, ela deve corresponder a 80% da propriedade; no cerrado, a 35%; e nas outras regiões país, a 20%.

Uma mudança foi abrir exceção para as pequenas propriedades. Aquelas com até quatro módulos fiscais ficariam isentas de recompor a Reserva Legal. O módulo fiscal varia de estado para estado. Quatro módulos podem ir de 20 a 440 hectares. Outra mudança é que mesmo nas propriedades com menos de quatro módulos, as matas ciliares, nas margens de rios, devem ser recuperadas. Os rios com até dez metros de largura devem ter uma faixa de mata com no mínimo 15 metros em cada margem. Nos rios com mais de dez metros, a faixa pode variar de um mínimo de 30 a um máximo de cem metros.

As chamadas Áreas de Preservação Permamente (APPs) são os terrenos mais vulneráveis em propriedades particulares rurais ou urbanas. Como têm uma maior probabilidade de serem palco de deslizamento, erosão ou enchente, devem ser protegidas. É o caso das margens de rios e reservatórios, topos de morros, encostas em declive ou matas localizadas em leitos de rios e nascentes. A polêmica se dá porque o projeto de Rebelo flexibiliza a extensão e o uso dessas áreas, especialmente nas margens de rios já ocupadas.

As regras agradaram ao Ministério do Meio Ambiente. “Está no equilíbrio entre o que é possível permitir de ocupação e o que é o mínimo necessário de recuperação para manter as funções ecológicas das florestas”, justifica Bráulio Dias, secretário da Biodiversidade do ministério. Uma das mudanças no texto foi o artigo 11, que proibia o uso do solo para atividades agrícolas em encostas com inclinação entre 25 e 45 graus. Por pressão da bancada ruralista, uma nova emenda modificou esse item. O novo código passaria a permitir o uso dessas áreas. Só seria proibida a utilização das encostas e morros com inclinação acima de 45 graus.

Um dos pontos de maior discussão foi o das multas por retirada de vegetação em Reserva Legal e APP, Área de Preservação Permanente. Elas não seriam cobradas pelas infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008. A partir dessa data, o pagamento em dinheiro seria convertido em serviços de preservação e recuperação do meio ambiente. O biólogo Ricardo Rodrigues integrou o grupo técnico da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, e da ABC, Academia Brasileira de Ciências, na discussão sobre o novo Código Florestal.

“A negociação política foi mais forte do que a sustentação técnica. Os pontos positivos são a exigência da restauração de algumas áreas, a política diferenciada ambiental e agrícola para a propriedade familiar e reforçar a possibilidade de pagamento por serviços ambientais. Já os principais pontos negativos são considerar que a áreas que já foram degradadas são áreas consolidadas até 2008 e as matas ciliares só serão recuperadas parcialmente”.

ETANOL E O PROBLEMA DA ENTRESSAFRA Preço do álcool dispara e chega a custar R$

2,40 em algumas cidades.

Page 65: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

65 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

O preço do álcool está mais de 20% mais caro do que em 2010 e a situação deve piorar, pois a entressafra da cana está só começando. Os motoristas que têm carro flex estão preferindo abastecer com gasolina. Para os representantes do setor, o problema está no campo, já que a colheita da cana diminuiu por causa do clima mais seco e frio e também por falta de renovação dos canaviais.

No Acre, o litro do etanol já passou de R$ 2,40 e custa em média R$ 2,52, o preço mais alto do país. Em quase todos os estados, o preço do álcool passa de R$ 2,00. As únicas exceções são Goiás (preço médio: R$ 1,98) e São Paulo (preço médio R$ 1,91), que é o maior produtor do país. Mesmo assim, no litoral do estado os motoristas têm reclamado do aumento.

A produção de álcool caiu 20%, enquanto a frota de carros flex aumentou. Diante da disparada no preço, o motorista só tem uma opção: abastecer com gasolina. O rendimento do álcool é bem menor e para compensar, o litro tem que custar 30% a menos que a gasolina.

O governo de Ernesto Geisel foi o responsável

por criar o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, em 1975, com o intuito de substituir combustíveis derivados do petróleo, como a gasolina, por uma fonte alternativa e renovável.

Foi desenvolvido para evitar o aumento da dependência externa de divisas quando dos choques de preço de petróleo.

O alto preço do barril estimulou o governo brasileiro a criar regras para que, num primeiro

momento, o álcool anidro fosse adicionado à gasolina como forma de diminuir a importação dos barris em meio às crises no Oriente Médio.

O consumidor responde à disparada dos preços do álcool. Na semana passada, as vendas pelas distribuidoras caíram 40% no país, em relação à média semanal de Novembro e Dezembro de 2010, de cerca de 160 milhões de litros.

Os dados, referentes a 60% do mercado, são do Sindicom (sindicato dos distribuidores de combustíveis). Do início da entressafra, em novembro, até as últimas semanas, os preços do etanol subiram 22% no país.

O fato é que desde a crise de 2008 houve

poucos investimentos em aumento de capacidade e a oferta de álcool não acompanha o ritmo de crescimento da demanda.

Na última safra, a oferta aumentou 2,7 bilhões de litros. "Mas isso ficou muito aquém, não conseguimos responder à velocidade da demanda com a mesma agilidade", completa o secretário de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone.

GÁS NATURAL

Hoje, o gás natural é um combustível largamente utilizado no mundo todo, respondendo por cerca de 20% do total da produção de energia. Algumas projeções apontam que em 2020 haverá um aumento no consumo da ordem de 86%. Pode ser usado na forma liquida ou gasosa e há grandes reservas de gás no planeta. Outra vantagem do seu uso está na menor quantidade de poluição que provoca na atmosfera, comparativamente ao petróleo e ao carvão.

Nos EUA, o gás natural vem sendo cada vez mais utilizado como fonte energética, embora sua exploração seja mais difícil e requeira altos investimentos, mesmo para o transporte por meio de gasodutos. Por outro lado, nem sempre a construção de gasodutos que tenham, por exemplo, de atravessar mais de um país ou caminhos extremamente longos, pode viabilizar os projetos.

Page 66: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

66 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

As maiores reservas do mundo estão na região do Mar Cáspio, norte da África e Rússia, bastante distantes das principais economias mundiais, o que dificulta e encarece o uso dessa fonte de energia. No Brasil cresce também o uso de gás natural, representando atualmente 8% do consumo total de energia. A maior parte do gás natural brasileiro é retirada da Bacia de Campos, onde se encontra a nossa maior reserva dessa fonte de energia.

O funcionamento do gasoduto Bolívia-Brasil foi muito importante para o setor energético brasileiro, gerando um considerável aumento na oferta de gás natural no país.

Esse gasoduto tem 2.593 km de extensão em território nacional e 557 km na Bolívia, e custou aproximadamente 2 bilhões de dólares. A rede de dutos atravessa os Estados de Mato grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e beneficia indiretamente Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O município de Corumbá é a porta de entrada do Gasoduto Bolívia-Brasil no país.

O Estado de São Paulo recebe 75% do gás natural boliviano. Os principais setores beneficiados diretamente pelo gás são os de química e petroquímica, papel e celulose, metalurgia e de alimentos e bebidas, além de ser o combustível também utilizado em veículos, em diversas regiões do estado. O presidente da Bolívia, Evo Morales, quando foi eleito em 2005, afirmou, em La Paz, que pretende estreitar as relações do governo boliviano com empresas estatais que exploram e produzem petróleo e gás natural. “Vamos fortalecer as relações com petrolíferas de Estado”, disse Morales. “É importante que as empresas de Estado façam um grande consórcio.” Apesar de não ser exatamente uma estatal, a Petrobras foi citada pelo presidente eleito como uma das empresas que poderiam ajudar a estatal boliviana YPFB a se fortalecer. A Petrobras é, segundo a definição do próprio governo, uma sociedade de economia mista orientada pelo governo brasileiro, que ainda detém a maioria das ações ordinárias da empresa com direito a voto. Há alguns meses, uma mudança na legislação boliviana determinou que a estatal YPFB

volte a atuar no mercado de exploração de gás e petróleo. De acordo com Morales, o novo governo boliviano vê com bons olhos iniciativas como a Petrosul, a associação entre Brasil, Argentina e Venezuela para cooperação no setor de petróleo e gás.

Evo Morales também reafirmou que pretende renegociar os contratos com empresas estrangeiras que exploram recursos naturais no país, mas procurou tranqüilizar as companhias que investiram nas reservas bolivianas.

“Tem que haver o diálogo entre os governos e as empresas correspondentes”, afirmou Morales. “Aos sócios, vamos garantir que eles tenham todo o direito de recuperar seus investimentos. Não somente recuperar seus investimentos, mas tenham também o direito de lucro quando investem. Mas lucro com base no princípio de equilíbrio.”

Uma das empresas que mais investiram na Bolívia nos últimos dez anos foi a Petrobras – mais de US$ 1 bilhão.

Além disso, os recursos arrecadados pelo governo boliviano com impostos e investimentos da companhia brasileira representam cerca de 20% do PIB do país.

O uso dos combustíveis fósseis ocorre da seguinte forma:

CARVÃO MINERAL

Embora o petróleo tenha superado o carvão

mineral como principal fonte de energia ainda no século XIX, ele ainda é a segunda fonte de energia mais usada no planeta, representando 26% do total da produção mundial.

O carvão apesar dos problemas ambientais que acarreta, é um combustível muito eficiente, pois tem alto poder calorífico e, ao queimar, libera grande quantidade de energia. Assim, é usado até

Page 67: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

67 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

hoje em siderúrgicas e em usinas termelétricas (para produzir vapor usado em geradores de energia elétrica), para aquecimento de caldeiras e de ambientes em países com invernos rigorosos, como também na indústria de fertilizantes.

Assim como o Petróleo e o Gás Natural, o Carvão Mineral é extraído de bacias sedimentares. O carvão é o resultado de um processo de milhões de anos que teve início no Paleozoico, quando formações florestais foram soterradas. O carvão mineral terá maior qualidade quanto mais carbono tiver.

No Brasil, além de poucas, o carvão energético brasileiro não é de boa qualidade.

As bacias carboníferas ou cinturão carbonífero estão concentrados em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e no Paraná.

As jazidas de Santa Catarina são as que apresentam melhor qualidade e, portanto, maior aproveitamento industrial. Apesar disso, esse carvão precisa passar por um processo de purificação e ser misturado ao carvão importado, antes que as usinas siderúrgicas o possam utilizar.

ENERGIAS RENOVÁVEIS

Energia Eólica

A energia eólica tem aumentado sua

participação entre as alternativas não-poluentes de geração energética. Uma das zonas preferenciais para o aproveitamento da energia eólica são as áreas costeiras (litorâneas).

O elevado potencial de energia eólica na

interface “oceano-continente” se deve aos ventos regulares e constantes resultantes das diferenças térmicas e barométricas entre terra e mar.

Atualmente, existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação no mundo. Em 1991, a Associação Européia de Energia Eólica estabeleceu como metas a instalação de 4.000 MW de energia eólica na Europa até o ano 2000 e 11.500 MW até o ano 2005. Essas e outras metas estão sendo cumpridas muito antes do esperado (4.000 MW em 1996, 11.500 MW em 2001). As metas atuais são de 40.000 MW na Europa até 2010. Nos Estados Unidos, o parque eólico existente é da ordem de 4.600 MW instalados e com um crescimento anual

em torno de 10%. Estima-se que em 2020 o mundo terá 12% da energia gerada pelo vento.

No Brasil, os primeiros anemógrafos computadorizados e sensores especiais para energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha (PE), no início dos anos 1990. Os resultados dessas medições possibilitaram a determinação do potencial eólico local e a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil.

Embora ainda haja divergências entre especialistas e instituições na estimativa do potencial eólico brasileiro, vários estudos indicam valores extremamente consideráveis. Até poucos anos, as estimativas eram da ordem de 20.000 MW. Hoje a maioria dos estudos indica valores maiores que 60.000 MW.

De qualquer forma, os diversos levantamentos e estudos realizados e em andamento (locais, regionais e nacionais) têm dado suporte e motivado a exploração comercial da energia eólica no País. Os primeiros estudos foram feitos na região Nordeste, principalmente no Ceará e em Pernambuco. Com o apoio da ANEEL e do Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT, o Centro Brasileiro de Energia Eólica – CBEE, da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, publicou em 1998 a primeira versão do Atlas Eólico da Região Nordeste. A continuidade desse trabalho resultou no Panorama do Potencial Eólico no Brasil.

No Brasil, a participação da energia eólica na geração de energia elétrica ainda é pequena. Em setembro de 2003 havia apenas 6 centrais eólicas em operação no País, perfazendo uma capacidade instalada de 22.075 kW. Entre essas centrais, destacam-se Taíba e Prainha, no Estado do Ceará, que representam 68% do parque eólico nacional. Energia Solar

A Petrobras vai instalar no Rio Grande do Norte o maior parque de placas fotovoltaicas (energia solar) do Brasil. A instalação será feita em Guamaré; e o parque terá ao todo 956 placas. A instalação dos painéis deve estar concluída até o final do ano. O investimento nessa estrutura é de R$ 710.400,00. Quando estiver funcionando, o maior parque solar do Brasil gerará 80MWh. Toda essa energia será usada na Unidade Experimental de Biodiesel I.

Quem informou foi o coordenador do Núcleo de Energias Renováveis da Petrobras, Henrique Landa. A energia fotovoltaica tem sido utilizada cada vez mais pela Petrobras em diversas unidades pelo Brasil. Em algumas plataformas desabitadas, a energia solar substituiu o diesel na alimentação dos dispositivos de medição e monitoramento. No RN, um exemplo está em Mossoró, onde uma unidade de bombeamento é alimentada pela eletricidade obtida através de painéis solares.

O coordenador do Núcleo de Energias Renováveis da Petrobras, Henrique Landa, declara que o projeto de Guamaré se destaca porque serão utilizados 900 painéis que estarão sendo verificados operacionalmente. “Em uma fase seguinte, vamos utilizar também a energia térmica para aquecer o

Page 68: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

68 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

fluido utilizado na produção da UTPF, economizando o gás que hoje é queimado”.

Por serem coletores solares de alto rendimento, Landa explica que a temperatura chega a até 200 graus, utilizando toda a potencialidade. A expectativa é que até o final do ano o projeto esteja totalmente implantado em Guamaré. Os painéis já estão disponíveis no Pólo de Guamaré e aguardam apenas a montagem.

Com o andamento deste projeto, a expectativa é que a tecnologia possa servir para as indústrias potiguares interessadas na produção de energia elétrica a partir do calor do sol. “Visamos, em uma fase seguinte, o uso dessa tecnologia para a indústria. É a possibilidade de produzir energia elétrica sem queimar um combustível fóssil”.

O gerente executivo de Desenvolvimento

Energético, Mozart Schmitt, enfatiza o interesse da Petrobras em investir nestes estudos de energia renovável. “Nós temos olhado com atenção os potenciais da energia solar, a gente sabe que temos altos índices de insolação. A gente tem estudado alguns projetos para termossolares, isso é viável hoje economicamente, porém a competitividade de projetos de geração de energia elétrica a partir do aquecimento solar, hoje ainda não existe por aqui”.

Não é á toa que a Petrobras vai instalar este projeto piloto de energia solar no Rio Grande do Norte. O Estado tem cerca de 300 dias (ou mais) de sol, cada um deles com aproximadamente 10 horas de sol visível. Apesar da abundância, este tipo de energia não é explorada em larga escala no Estado (nem no Brasil). Em Natal, o uso mais comum da energia que vem do sol é feito por hotéis e pousadas como forma de reduzir os custos relativos a energia elétrica.

Em geral, as placas são usadas para aquecimento da água usada pelos hospedes. A economia gira em torno de 30%. O sistema de captação de energia solar é composto por painéis que captam a luz e transferem seu calor para a água armazenada num reservatório chamado “boiler”. E época de chuva, esse tipo de

aquecimento tem de ser auxiliado com energia elétrica. Para aquecer água usada numa residência com quatro moradores, são necessários cerca de 4 metros quadrados de painéis. Energia das Marés

É o modo de geração de eletricidade através da utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às marés. Dois tipos de energia maremotriz podem ser obtidas: energia cinética das correntes devido às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa.

Em qualquer local a superfície do oceano oscila entre pontos altos e baixo, chamados marés, a cada 12h e 25m. Em certas baías e estuários, como junto ao Monte Saint-Michel , no estuário do rio Rance, na França, ou em São Luís, no Brasil, essas marés são bastante amplificadas, podendo atingir alturas da ordem de 15 metros. As gigantescas massas de água que cobrem dois terços do planeta constituem o maior coletor de energia solar imaginável.

As marés, originadas pela atração lunar, também representam uma tentadora fonte energética.

Em conjunto, a temperatura dos oceanos, as ondas e as marés poderiam proporcionar muito mais energia do que a humanidade seria capaz de gastar , hoje ou no futuro, mesmo considerando que o consumo global simplesmente dobra de dez em dez anos. A energia das marés é obtida de modo semelhante ao da energia hidrelétrica.

Constrói-se uma barragem, formando-se um

reservatório junto ao mar. Quando a maré é alta, a água enche o reservatório, passando através da turbina hidráulica, tipo bulbo, e produzindo energia elétrica. Na maré baixa, o reservatório é esvaziado e a água que sai do reservatório passa novamente através da turbina, em sentido contrário, produzindo energia elétrica.

Este tipo de fonte é também usado no Japão, na França e na Inglaterra. A primeira usina maremotriz construída no mundo para geração de eletrecidade foi a de La Rance, em 1963 capaz de gerar 240 MW. A usina possui 24 turbinas de 5,3

Page 69: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

69 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

metros de diâmetro, 470 toneladas e uma potência unitária de 10 MW. Energia Geotérmica

Energia geotérmica é a energia adquirida a

partir do calor que provêm do interior da Terra. O potencial da energia geotérmica como uma fonte limpa de energia levantou grandes esperanças. É importante ressaltar que o calor utilizado para gerar energia, vem repleto de inúmeros gases dentre eles o enxofre. Portanto, considerá-la plenamente limpa é arriscado. Seus defensores acreditam que ela pode afetar significativamente a dependência americana de combustíveis fósseis – potencialmente suprindo aproximadamente 15% da eletricidade do país até 2030.

O calor da Terra está sempre ali, esperando para ser extraído, ao contrário das energias eólica e solar, que são intermitentes e, portanto, mais inconstantes. Segundo um relatório geotérmico de 2007, financiado pelo Departamento de Energia, a energia geotérmica avançada poderia, em teoria, produzir 60 mil vezes mais a que é usada anualmente pelo país.

Frente aos resultados estimulantes obtidos por experiências como a Central Geotérmica de Soultz-sous-Forêt, a revista britânica The Economist não hesitou em apontar a energia geotérmica, em um relatório publicado em junho, como uma das cinco fontes de energia do futuro. Embora o custo de exploração seja um problema, o maior entrave à viabilidade comercial é outro: geólogos e engenheiros ainda não sabem como dominar os terremotos, um de seus potenciais "efeitos colaterais".

Nas experiências realizadas na Alsácia, o risco

de micro-sismos revelou-se o maior empecilho técnico. O desafio é encontrar um meio de impedir que as injeções de água em baixa temperatura não causem rachaduras na camada de rochas aquecidas. O choque térmico, apontaram os testes no subsolo, podem provocar reacomodação e abalos sísmicos. A prova disso ocorreu em 2003, quando um terremoto de 2,9 graus na escala Richter foi sentido na região de Soultz-sous-Forêt.

"Há risco de que zonas geológicas estáveis enfrentem mudanças de sismicidade. Ainda não conseguimos responder a essa questão”, reconhece

Philippe Duma, delegado do Conselho Europeu de Energia Geotérmica. Esse obstáculo é o desafio dos próximos anos. Em Soultz, a solução foi a "estimulação química": injeção de ácido clorídrico, que reage nas rochas dissolvendo os carbonetos. Resta saber qual será o impacto a longo termo da solução. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL

Uma disputa está em curso no norte de Roraima, em torno da criação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, caracterizada por um complexo conflito de interesses entre arrozeiros, indígenas, políticos locais, federais e ONGs. Tal contenda envolve aspectos econômicos, políticos, geográficos, antropológicos e ambientais.

No local, fronteira com a Guiana e a Venezuela, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu uma operação da Polícia Federal que retirava os rizicultores (plantadores de arroz) da área. A decisão tomada pelo STF atende a uma reivindicação do governo estadual, que defende uma solução consensual para pôr fim ao conflito.

Em sua defesa, os rizicultores alegam que

chegaram à área antes de a reserva ser criada e que a atividade representa 40% da produção agrícola do Estado. Considerada a última grande terra indígena da Amazônia, a reserva foi estabelecida pelo governo federal em uma área onde havia assentamentos de não-índios. Para evitar o conflito, o governo de Roraima sugeriu que a reserva fosse delimitada por "ilhas" e não em terras contínuas, para permitir a manutenção da atividade agrícola. Esta proposta, porém, não foi aceita pelo governo federal, o que remeteu a questão ao STF. Outra grande reserva em conflito permanente é a Ianomâmi, que fica entre o norte do Amazonas e Roraima. Com 9,7 milhões de

POLÍTICAS SÓCIOECONÔMICAS E TERRITORIAS

Page 70: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

70 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

hectares (o equivalente a todo o Estado de Santa Catarina), a reserva foi invadida por garimpeiros e fazendeiros.

Um levantamento realizado pela Funai

(Fundação Nacional do Índio) mostra que a regularização da terra não significa tranqüilidade para os indígenas. Em todo o país, existem aproximadamente 107 milhões de hectares destinados aos índios, sendo que desse total, 97 milhões (o equivalente a 90,6%) estão homologados.

Em 1910 foi criado no Brasil o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), órgão que inaugurou a política indigenista no país. O serviço foi pioneiro na demarcação de terras, o que garantiu a sobrevivência das tribos. O SPI foi substituído, em 1967, pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

DIVISÃO DO PARÁ

A divisão do Pará, que acontecerá caso a decisão seja aprovada em plebiscito estadual marcado para o dia 11 de dezembro, daria origem a três estados muito desiguais tanto em tamanho quanto em extensão territorial: Pará, Carajás e Tapajós.

Atualmente, as principais forças da economia do Pará são a extração de minério e de madeira, com destaque para o ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro e estanho; além da agricultura, pecuária, indústria e turismo.

Os eleitores paraenses rejeitaram no dia 11 de dezembro a divisão do Estado. O resultado mostrou que 69,68% disseram não à criação do Tapajós, no sudeste do Pará, e 70,2%% disseram não à criação do Carajás, no oeste.

A decisão foi considerada um revés para os partidários do sim à separação. A população do que seria o novo Pará, majoritariamente antidivisão, é muito superior à soma dos moradores das áreas separatistas: 4,6 milhões, ante 2,9 milhões.

Mesmo que a divisão fosse aprovada, ainda precisaria ser submetida ao crivo do Congresso, por meio de uma lei complementar, conforme rege a Constituição.

Agora, uma nova proposta de consulta pela divisão do Estado só poderá ser apresentada na próxima legislatura, a partir de 2015.

Page 71: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

71 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Estudo realizado pelo Instituto de

Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) aponta que, caso a divisão se tornasse realidade, Tapajós teria mais de três vezes o tamanho do Pará já dividido, e apenas um quinto do seu Produto Interno Bruto (PIB).

Para o economista Célio Costa, descentralizar a administração é fundamental em estados que ele classifica como “superdimensionado”, como o Pará. Segundo ele, o Pará tem quatro vezes o tamanho da média dos territórios dos estados brasileiros e “não arrecada o suficiente para cuidar dos seus milhões de habitantes”. Números levantados por Costa apontam que, em 2010, o estado gastou R$ 110 milhões a mais do que arrecadou em 2010.

"Do ponto de vista das finanças e da dimensão territorial, que é enorme, o Pará é inadministrável”, afirma Costa. "Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que têm os cinco orçamentos mais ricos do país, cabem dentro da área do Pará, que tem um orçamento para toda a região.

O presidente americano é até o momento o único nome entre os democratas e a expectativa é de que seja confirmado como o candidato do seu partido na disputa.

Em um sistema político dominado por duas siglas – Democrata e Republicano -, a eleição presidencial nos Estados Unidos é um processo longo e complexo.

Veja as principais etapas do caminho rumo à Casa Branca: Como são escolhidos os candidatos que vão concorrer à Presidência?

Uma candidatura à Presidência dos Estados Unidos começa mais de um ano antes da data da eleição, quando os políticos que pretendem concorrer formam comitês para analisar suas chances na disputa e arrecadar fundos para a campanha.

Campanha nos Estados começa com um ano de antecedência

O segundo passo é declarar oficialmente sua

candidatura à indicação do partido para concorrer à Presidência. A partir de então, os pré-candidatos democratas e republicanos (os dois partidos que dominam a política americana) começam a fazer campanha nos diferentes Estados, em uma disputa quase tão competitiva quanto a própria corrida presidencial.

De janeiro a junho do ano eleitoral ocorre a temporada de primárias e caucus dos dois partidos, nos quais os eleitores de cada um dos 50 Estados americanos e alguns territórios escolhem delegados partidários, que prometem apoiar determinado pré-candidato.

São esses delegados eleitos durante a temporada de prévias que irão participar da convenção nacional de cada partido, realizada por volta de agosto ou setembro, na qual o candidato de cada partido é oficialmente escolhido. Qual a diferença entre caucus e primária?

Os procedimentos nos caucus e primárias variam de acordo com o partido e também com a lei de cada Estado.

Nos caucus a escolha dos delegados é feita em reuniões políticas realizadas em residências, escolas

ELEIÇÕES NOS EUA

Page 72: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

72 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

e outros prédios públicos, nas quais os eleitores debatem sobre seus candidatos e temas eleitorais.

No caso do caucus republicano de Iowa, após as discussões é realizada uma votação para escolher o candidato e eleger os delegados, que prometem apoiar aquele candidato nas convenções.

Os delegados eleitos no caucus participam de convenções nos condados, nas quais são eleitos os delegados que irão às convenções estaduais que, por fim, definem os delegados a serem enviados à convenção nacional. Nas primárias, a votação segue o formato tradicional, no qual os eleitores votam em seu candidato por meio de cédulas. O pré-candidato que vencer a primária ganha os delegados daquele Estado, que irão apoiá-lo na convenção nacional. As primárias podem ser de três tipos. Nas fechadas, os eleitores só podem escolher o candidato do partido em que forem registrados. Nas abertas, geralmente os eleitores podem votar em apenas uma das primárias, mas independentemente do partido - ou seja, um democrata pode votar na primária republicana. Há ainda casos de primárias em que os eleitores podem votar nos candidatos dos dois partidos. Como é definido o calendário de prévias?

Historicamente, Iowa realiza o primeiro caucus e New Hampshire a primeira primária. Críticos reclamam do fato de esses Estados serem pequenos (3 milhões e 1,3 milhão de habitantes, respectivamente), rurais e com população majoritariamente branca, pouco representativos da população geral do país. Ambos, porém, defendem o lugar privilegiado no calendário eleitoral e têm leis estaduais que determinam que suas votações devem ocorrer antes das de outros Estados.

Geralmente, há uma briga entre os Estados para realizar suas votações antes dos outros e, assim, receber maior atenção dos candidatos, o que também ajuda a colocar em evidência questões importantes para seus eleitores e aumenta as chances de que os problemas locais ganhem mais atenção pelo futuro presidente.

Além disso, a economia dos Estados que abrem o calendário eleitoral lucra com os recursos extras decorrentes das propagandas eleitorais, das visitas frequentes dos candidatos e do assédio da imprensa. Para os candidatos, vencer um grande número de prévias já no início do calendário eleitoral representa um estímulo à campanha, e depois de muitas vitórias, as disputas nos últimos Estados podem se tornar irrelevantes. Diante dessa briga por influência, a cada ano eleitoral, novos Estados desafiam as regras de seus partidos e antecipam suas prévias, fazendo com que outros Estados também realizem a votação mais cedo, e alterando o calendário eleitoral. Neste ano, o caucus de Iowa será realizado nesta terça-feira, e a primária de New Hampshire no dia 10, cerca de um mês antes do previsto inicialmente. Qual a importância da Super Terça-Feira

A Super Terça-Feira é dia em que diversos Estados realizam prévias simultâneas. O termo

começou a ser usado na década de 80, quando três Estados realizaram prévias simultâneas na segunda terça-feira de março. Neste ano, está marcada para 6 de março e ocorre em mais de 10 Estados.

A data é considerada crucial, já que um candidato com bom desempenho nessas votações simultâneas pode assumir a liderança da corrida e, em alguns casos, dependendo do número de delegados conquistados, já garantir a indicação do partido antes mesmo da convenção nacional. O que são os Estados decisivos?

Militante de Mitt Romney hasteia bandeira de Iowa antes do

caucus no país

Os Estados chamados de "swing states" são

aqueles em que nenhum dos dois partidos possui uma maioria clara na preferência dos eleitores. Portanto, esses Estados podem pender para um lado ou para o outro e serem decisivos na eleição. Flórida, Ohio, Virgínia, Colorado e Nevada são exemplos desses Estados. Quem são os principais pré-candidatos?

Até então, do lado democrata, o presidente Barack Obama parece não ter adversários com chance de desafiar sua candidatura.

Entre os republicanos, os principais pré-candidatos são Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts que já tentou a candidatura em 2008, Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara dos Representantes (deputados federais) que galgou posições nas pesquisas de intenção de voto mais recentes, os congressitas Ron Paul e Michelle Bachmann, o governador do Texas, Rick Perry, o ex-senador Rick Santorum e o ex-governador de Utah Jon Huntsman. Há candidatos de outros partidos além do Democrata e do Republicano?

Sim. Mais de 300 americanos já se inscreveram para concorrer à presidência na eleição de 2012, tanto pelos dois principais partidos quanto por agremiações menores ou mesmo como independentes. A Constituição determina que qualquer cidadão americano nascido nos Estados Unidos que tenha no mínimo 35 anos de idade e tenha vivido no país por pelo menos 14 anos pode concorrer à Presidência. No entanto, esses candidatos não têm chances reais de chegar à etapa final da disputa e terem seus nomes inscritos

Page 73: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

73 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

na cédula de votação. As regras para que um candidato que não seja o indicado democrata ou republicano tenha seu nome na cédula variam em cada Estado. Geralmente é exigida a apresentação de uma petição com um número determinado de assinaturas de eleitores registrados, que pode chegar a dezenas de milhares, dependendo do Estado. Quando os candidatos oficiais são formalmente anunciados?

O anúncio oficial do candidato que vai concorrer à Presidência por determinado partido é realizado na convenção nacional, quando os delegados selecionados nas prévias votam no nome escolhido pelos eleitores de seus Estados.

Nesse sistema, o pré-candidato que vencer o maior número de prévias ganha a promessa de apoio do maior número de delegados. O pré-candidato com o apoio do maior número de delegados na convenção nacional ganha a nomeação do partido.

Na disputa republicana deste ano, os pré-candidatos precisarão do apoio de 1.144 delegados (ou seja, metade mais um do total de 2.286 delegados) para ganhar a indicação do partido.

Presidente Barack Obama deve concorrer a um segundo mandato

Geralmente, quando a convenção nacional é

realizada já se sabe quem será o indicado do partido, e o evento funciona mais como uma oportunidade de promover o nomeado e a agenda política do partido.No entanto, também é possível que dois ou mais pré-candidatos cheguem à convenção praticamente empatados, fazendo com que a votação seja competitiva, e não apenas uma coroação do candidato mais bem-sucedido.

Além dos delegados escolhidos nas prévias, também participam das convenções nacionais os chamados "superdelegados". Esses "superdelegados" não são definidos nas prévias e não tem alinhamento definido com os pré-candidatos, e podem escolher seu indicado na própria convenção. A convenção nacional também costuma ser a ocasião em que o indicado oficial do partido escolhe o vice de sua chapa, muitas vezes entre os pré-candidatos derrotados.

Como é a votação final?

A reta final da eleição presidencial americana começa após as convenções nacionais dos partidos,

quando o candidato democrata e o republicano reforçam o investimento em prograganda e campanhas nos Estados e se enfrentam em debates.

A votação final é realizada sempre na terça-feira após a primeira segunda-feira de novembro, que neste ano cai no dia 6. Tecnicamente, os americanos não participam de uma eleição direta. Eles escolhem "eleitores" que se comprometem com determinado candidato e formam um Colégio Eleitoral que vai eleger o presidente. O número desses "eleitores" varia em cada Estado, de acordo com o tamanho da população.

Geralmente o candidato vencedor do voto popular leva todos os votos do colégio eleitoral daquele Estado, mesmo que a vitória seja por uma margem pequena. Esse sistema permite que um candidato chegue à Casa Branca sem necessariamente ter o maior número de votos populares no âmbito nacional. Isso ocorreu em 2000, quando George W. Bush venceu Al Grore.

Além de escolher o presidente, a eleição de 6 de novembro também vai renovar a Câmara dos Representantes (deputados federais) e um terço do Senado, além de eleger governadores em 11 Estados e dois territórios. O novo presidente americano, conforme a Constituição, deve tomar posse no dia 20 de janeiro do ano seguinte à eleição.

A INFLUÊNCIA DO ORIENTE MÉDIO NA CAMPANHA PRESIDENCIAL DOS EUA.

Nos últimos dias, uma série de reportagens da

mídia americana e europeia analisou as possibilidades e os efeitos de uma ofensiva aérea israelense contra as instalações nucleares iranianas. O New York Times avaliou que um ataque maciço, utilizando cerca 100 aviões de combate mais aeronaves de reabastecimento no ar – visto que os caças israelenses teriam de cruzar 3.200 km de ida e volta, e enfrentar a defesa antiaérea do inimigo para completar a operação – não garantia a destruição da ameaça nuclear do Irã.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o

país não vai ceder a pressões

Na circunstância, Israel precisaria bombardear

simultaneamente quatro instalações nucleares bem defendidas no sul de Teerã, sendo que duas delas, a de Natanz e a de Fordo, são subterrâneas.

Page 74: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

74 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Segundo o jornal americano, a ofensiva poderia seguir a rota mais curta, que atravessa o espaço aéreo da Jordânia e em seguida o do Iraque, que não possui defesa antiaérea.

Respondendo ao New York Times num artigo publicado no Jerusalem Post, Yaakov Katz, comentarista militar do jornal israelense, acusou o jornal nova-iorquino e o governo americano de “tentar minar a confiança de Israel em suas próprias capacidades militares” ao sublinhar os limites estratégicos da eventual ofensiva contra o Irã. Katz argumenta que um entendimento prévio entre Israel e os Estados Unidos será necessário para garantir que, após um ataque israelense, o Irã não possa reconstruir suas instalações militares. Na mesma ordem de ideias, citando o jornal israelense Haaretz, o francês Le Monde reproduz declarações de oficiais da força aérea de Israel, segundo os quais os projetos nucleares de Teerã só sofrerão uma interrupção “de dois ou três anos no máximo”, depois de um primeiro ataque. Consequentemente, uma segunda ofensiva deverá ser realizada em seguida, segundo o diário.

Tais perspectivas, anunciando um conflito durável e de grandes proporções no Oriente Médio e na Ásia Central, levam a reativação das negociações diplomáticas. Um novo encontro terá lugar em breve entre o governo de Teerã e o chamado Grupo dos Seis que reúne os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), mais a Alemanha.

De todo modo, as tensões entre Israel e Irã já aumentaram o preço do petróleo e provocaram uma mudança no debate presidencial americano. Na verdade, nas primárias para disputar a eleição contra Barack Obama, os pré-candidatos republicanos haviam abandonado as críticas à política econômica da Casa Branca depois do anúncio surpreendentemente favorável do mês de janeiro, quando a taxa de desemprego americana caiu para 8,3%, no seu nível mais baixo dos últimos três anos.

Reiniciou-se então a chamada “guerra cultural”, na qual os republicanos atacavam o presidente Obama a respeito de questões ligadas ao aborto, à religião e à escola pública. Porém, a radicalização desses debates deu lugar a excessos – de novo voltaram as acusações de que Obama seria um muçulmano disfarçado – prejudicais aos pré-candidatos republicanos e em particular a Mitt Romney, o oponente mais ameaçador do atual presidente, segundo a maioria das sondagens.

Agora, com a alta do barril do petróleo e o aumento nos postos de gasolina americanos, os republicanos podem retomar os ataques à Casa Branca num terreno mais banal e menos controverso: a alta do custo de vida durante a presidência de Barack Obama.

SEMELHANÇAS ENTRE AS CAMPANHAS PRESIDENCIAIS NA FRANÇA E NOS EUA.

Quem viaja da França para os Estados Unidos,

onde as campanhas presidenciais estão em pleno vapor, não pode deixar de comparar o debate

eleitoral nos dois países. Embora a eleição presidencial francesa, com os dois turnos fixados em abril e maio, esteja mais próxima que a presidencial americana, as primárias do partido republicano mergulham os Estados Unidos num longo período pré-eleitoral. Às vezes a cultura política dos dois países parece bastante próxima. Outras vezes, as diferenças são marcantes.

Mitt Romney admite que fala francês e conhece a França, mas

nem por isso deixou de atacar o "europeismo" de Obama

Residindo há muito tempo em Paris e

colaborador regular da revista Time, o jornalista americano Donald Morrison publicou no Le Monde um artigo sobre as presidenciais nos dois países. Intitulado “Uma boa escolha para o Palácio [presidencial] do Eliseu: Barack Obama”, o texto alinha num tom irônico as qualidades de Obama – sua calma, sua formação nas grandes universidades e sua expressão verbal bem articulada – que o aproximariam do perfil tradicional dos presidentes franceses anteriores a Sarkozy e o tornariam um perfeito candidato à presidência da França.

Em seu primeiro grande comício dentro da campanha de reeleição - realizado na cidade de Marselha -, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que os franceses escaparam de uma grande "catástrofe" econômica e que suas propostas seguem centradas na unidade do país.

Diante de aproximadamente 11 mil pessoas, Sarkozy apresentou um discurso moderado. "Não pretendo dizer que tivemos êxito em tudo, mas escapamos de uma grande catástrofe", disse o presidente em seu discurso de quase uma hora. Neste, o atual Chefe de Estado francês afirmou que não quer ser "um candidato da elite contra o povo".

O candidato conservador, que aspira seu segundo mandato, exaltou valores como o trabalho, responsabilidade e autoridade, os mesmos que

ELEIÇÕES NA FRANÇA

Page 75: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

75 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

transformaram Sarkozy em presidente no ano de 2007 e que seguirão fazendo parte de sua atual campanha.

Vestido com terno e gravata preto e tendo a bandeira francesa como pano de fundo, Sarkozy defendeu as conquistas de sua gestão diante da "tempestade" econômica e financeira "mais grave e perigosa que o mundo conheceu desde os anos 30".

"Os que dizem que não enfrentaram nada grave estão mentindo", acrescentou o candidato da UMP diante dos olhares de sua esposa, Carla Bruni; do primeiro-ministro francês, François Fillon, e do ministro de Relações Exteriores, Alain Juppé, entre outros que estavam nas primeiras filas.

Além de usar em várias ocasiões seu slogan de campanha, "França forte", Sarkozy chegou a desafiar os presentes para mostrar os avanços de seu Governo.

"Se um francês duvidar do que acabo digo, que pergunte aos operários gregos, aos aposentados italianos, aos funcionários portugueses e aos desempregados espanhóis, onde o índice de desemprego aparece três vezes mais alto que na França", prosseguiu.

Segundo uma pesquisa publicada pela "LH2-Yahoo!" antes do comício, Sarkozy reduziu ligeiramente sua desvantagem ao aspirante socialista, François Hollande, e teria 26% dos votos no primeiro turno das eleições do próximo dia 22 de abril. No entanto, a mesma pesquisa aponta para uma derrota de Sarkozy no segundo turno, previsto para o dia 6 de maio.

Quatro dias depois de confirmar sua intenção de reeleição, o candidato conservador também abordou assuntos relacionados com a imigração ilegal, presente em suas propostas sobre a "identidade nacional".

"Uma imigração não controlada acarreta muito sofrimento e pode provocar uma tensão social, já que a taxa de desemprego na França já alcança 10%", alertou Sarkozy, que exaltou os "valores republicanos" contra aqueles que querem "separar os homens das mulheres nas piscinas municipais".

"Não queremos que nossa identidade seja sacrificada diante da moda do momento", ressaltou o presidente francês, que não citou expressamente o casamento homossexual.

Entre bandeiras da França e gritos de incentivo, o candidato se mostrou contra Hollande no campo econômico, já que o opositor foi acusado de manter um discurso duplo e parecer "Margareth Thatcher em Londres e Mitterrand em Paris", em referência a uma entrevista concedida recentemente por seu rival à imprensa britânica.

No âmbito energético, Sarkozy criticou o acordo alcançado entre socialistas e ecologistas para reduzir o peso da eletricidade de origem atômica na França, de 75% para 50% até o ano de 2025.

O Estreito de Ormuz, no Irã, é uma importante rota de trânsito de petróleo e gás mundial. A tensão

internacional entre o Irã e os Estados Unidos, agora focalizada no estreito de Ormuz, que fecha o golfo Pérsico, mostra a importância desta região e, de maneira mais geral, do golfo de Omã e do Mar Arábico (parte norte do Oceano Índico). Situada na convergência das vias marítimas e terrestres que ligam o Mediterrâneo ao Índico, e conectam a Europa à África Oriental e à Ásia, esta parte do mundo sempre teve grande peso geopolítico. A entrada dos europeus foi inaugurada pelas incursões do almirante português Afonso de Albuquerque, que conquistou a ilha de Ormuz em 1515, depois de ter conquistado Malaca em 1511, controlando assim os dois principais estreitos do Oriente Médio e da Ásia.

No volume 2 de suas "Décadas da Ásia"

(1553), o historiador João de Barros, que foi também donatário (falido) das capitanias hereditárias do Pará e do Ceará, escreveu sobre Ormuz: “A cidade em si é muito magnífica em edifícios, grossa em trato por ser uma escala onde concorrem todas as mercadorias orientais e ocidentais... de maneira que não tendo a ilha em si coisa própria, por carreto tem todas as estimadas do mundo”.

Os portugueses ficaram em Ormuz até 1622, quando sua fortaleza foi tomada por uma frota de guerra anglo-persa, armada numa dessas inesperadas alianças militares que sacodem periodicamente o golfo Pérsico. A partir de então o golfo Pérsico ficou sob a dupla influência da Pérsia (atual Irã) e da Inglaterra.

Com a descolonização inglesa, a independência dos países da região e suas imensas reservas de petróleo, o golfo Pérsico ganhou de novo destaque estratégico nas relações internacionais. As três guerras das últimas décadas ilustram a redistribuição das cartas no Golfo.

A primeira, a guerra entre o Irã e o Iraque (1980-1988), mostrou, mais uma vez, o antagonismo entre persas e árabes. Enfraquecido pela guerra, o Iraque foi descontar a fatura nas costas do Kuwait, invadindo o rico país vizinho e desencadeando a segunda guerra do Golfo (1990-1991). A terceira guerra do Golfo (2003-2011) termina com a destruição do Iraque e a instalação

CRISE NO ESTREITO DE ORMUZ

Page 76: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

76 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

de um governo pró-ocidental em Bagdad. No meio tempo, a presença militar e econômica americana na região se reforçou, aumentando a pressão sobre o regime dos aitolás que dirige o Irã com mão de ferro. Dotado de um programa nuclear que intimida Israel e os países ocidentais, majoritariamente de religião muçulmana xiita, o Irã aparece também como uma ameaça às monarquias árabes do golfo Pérsico, sunitas em sua maioria. Já existe uma disputa de fronteiras no Golfo: três ilhas ocupadas pelos iranianos em 1971 são reinvidicadas pelos Emirados Árabes Unidos.

Reagindo às últimas sanções financeiras impostas pelos Estados Unidos, o regime de Teerã iniciou manobras militares no golfo Pérsico e, mais uma vez, ameaçou bloquear o estreito de Ormuz, por onde passam 40% do petróleo comercializado no mundo. Tanto a Rússia como a China veem a possibilidade de uma intervenção americana na região como um ato hostil aos seus interesses econômicos e geopolíticos. Assim, Pequim e Moscou bloquearão, no Conselho de Segurança da ONU, qualquer iniciativa militar dos Estados Unidos e da Europa contra o Irã.

Neste enfrentamento entre velhas rivalidades (ocidentais versus orientais, persas versus árabes, xiitas versus sunitas) pouco tem se falado de um novo ator: a Índia.

Em novembro de 2010, a presidente da Índia, Pratibha Patil, visitou Abu Dhabi, o principal emirado do golfo Pérsico, onde trabalham centenas de milhares de imigrantes indianos. Na mesma semana, concluiam-se os principais trabalhos do oleduto de 400 km de Abu Dhabi que contorna o estreito de Ormuz e transportará, por dia, 1,5 milhão de barris de petróleo até o golfo de Omã. Ora, o golfo de Omã é uma área onde a presença naval e econômica indiana se faz sentir pesadamente. Nos comunicados oficiais, não houve alusão à coincidência das datas da visita da presidente indiana e da conclusão do oleoduto de Abu Dhabi. Mas é evidente que a Índia age discretamente para evitar qualquer conflagração no golfo Pérsico.

O líder norte-coreano Kim Jong-Il morreu no dia 17 de dezembro de 2011 vítima de um ataque cardíaco, aos 69 anos. A informação foi confirmada pela televisão estatal do país, um dos mais fechados do mundo.

Ele havia sofrido em agosto de 2008 um derrame cerebral, mas, segundo a agência estatal de notícias do país, faleceu em consequência de um "infarto do miocárdio severo e de uma crise cardíaca" quando viajava de trem em um de seus deslocamentos habituais para fora da capital.

Desde 2008, as aparições públicas de Kim foram contadas e nelas mostrou uma figura cada vez mais frágil e cansada, embora sempre com seus inseparáveis óculos de sol e o uniforme militar que se transformaram em sua marca

registrada. Um analista japonês, Toshimitsu Shigemura, chegou a defender que Jong-il teria morrido de diabete em 2003 e seria interpretado por sósias em eventos públicos – um deles, inclusive, teria se submetido a cirurgias plásticas para ficar mais parecido com o líder.

O filho mais novo do ditador Kim Jong-Un, de apenas 30 anos e general de quatro estrelas do Exército, foi designado como sucessor, disse entre lágrimas uma apresentadora do canal de televisão estatal. Dinastia comunista

Kim Jong-Il herdou o poder após a morte, em 1994, do pai, Kim Il-Sung, fundador da República Democrática da Coreia do Norte, instaurando assim a primeira dinastia comunista da história. Durante seu regime ditatorial, baseado na glorificação de sua pessoa e na de seu pai, o "amado líder" se consolidou como um estrategista desafiante e anacrônico que, apesar de uma economia destroçada, erigiu seu país em uma potência atômica.

O MISTERIOSO DITADOR

Kim Jong-Il é considerado um dos chefes de Estado mais misteriosos do mundo. Ao redor dele, há muita especulação e poucas certezas. A começar da data de seu nascimento: a história oficial afirma que ele nasceu em 1942, em uma cabana na sagrada montanha norte-coreana de Paektu, acompanhado de um duplo arco-íris e uma nova estrela no céu, enquanto seu pai dedicava-se à luta de guerrilha contra a ocupação japonesa. Mas documentos da ex-União Soviética deslocam seu nascimento para a Sibéria, no ano de 1941, enquanto seu pai estava no exílio. Nesses registros, aparece com o nome de Yuri Ilsungyevichi Kim.

Com ele, a Coreia do Norte também viveu alguns breves períodos de distensão com Coreia do Sul e Estados Unidos, mas sempre truncados por repentinos testes nucleares ou lançamentos de mísseis.

Após sua graduação assumiu os departamentos de cultura e propaganda do Partido dos Trabalhadores, onde foi escalando postos conforme recebia formação política. Em 1980, foi designado oficialmente o sucessor de seu pai e

SUCESSÃO NA CORÉIA DO NORTE

Page 77: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

77 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

membro do Comitê Central e do Comitê Militar da formação. Mas o primeiro posto de poder real lhe chegaria em 1991, quando assumiu as Forças Armadas como Comandante Supremo.

Considerado impaciente e excêntrico, amante da boa mesa e do álcool, Kim Jong-il também ganhou fama de mulherengo, embora sua vida particular tenha transcorrido envolvida em mistério. Com 1,57 metros de altura, sempre aparecia em público com sapatos de plataforma e cabelos arrepiados, para parecer mais alto. Fã de cinema, especula-se que esteve por trás do sequestro do cineasta sul-coreano Shin Sang-ok e sua mulher, em 1978, para que fizesse filmes para “melhorar a imagem da Coreia”. O cineasta produziu sete filmes na Coreia do Norte antes de fugir, em 1986, durante uma visita a Vienna.

Também especula-se que Kim possua mais de 20 mil filmes de Hollywood em sua estante e seja fã de James Bond. Outro boato sobre Kim Jong-il diz respeito a sua apreciação alcoólica, em especial por conhaque Hennessey, vendido por US$630 na Coreia.

Sucessão

O filho mais novo agora é chamado a encarnar a terceira geração a liderar um país que continua fiel a um sistema totalitário comunista desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O primogênito, de cerca de 40 anos, caiu em desgraça após ser descoberto ao tentar entrar ao Japão com passaporte falso para visitar a Disneylândia em Tóquio. O segundo na linha sucessória, Kim Jong-chul, que se acredita tenha uma idade similar a Kim Jong-un, foi considerado por seu pai, segundo alguns testemunhos, afeminado demais para liderar o país.

Os meios de imprensa sul-coreanos descreveram Kim Jong-un como um jovem muito parecido com seu pai tanto fisicamente, com seus 1,68 metros e 87 quilos, como em sua personalidade, o que lhe teria transformado na pessoa ideal para sucedê-lo nos olhos do ditador. O jovem começou a ganhar mais protagonismo na política nacional depois que seu pai sofreu a apoplexia, em 2008, fato que acelerou o processo de escolha de um sucessor que pudesse dar continuidade ao sistema comunista norte-coreano. Fruto do casamento de Kim Jong-Il com sua terceira mulher, Ko-Young-hee, uma ex-dançarina que morreu de câncer em 2004, Kim Jong-un viveu em sua adolescência em colégios de Berna (Suíça), oculto atrás de um pseudônimo. Acredita-se que após sua etapa na Suíça retornou em 2000 para a Coreia do Norte, onde se graduou, em 2007, na Universidade Militar Kim Il-sung.

Segundo as fontes, Kim Jong-un estaria casado desde 2010 com uma jovem estudante norte-coreana de 20 anos e teria tido uma filha com ela nesse mesmo ano. Embora apenas se tenha detalhes de sua vida, a maioria de sua etapa na Suíça, acredita-se que fale inglês, alemão e francês, e é amante do basquete e dos filmes de ação. Sua designação em setembro de 2010 como vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido

dos Trabalhadores, e as aparições públicas ao lado de seu pai em atos oficiais nos últimos meses o consolidaram na frente da linha de sucessão com relação ao primogênito do líder, Kim Jong-nam.

Depois do anúncio, a Agência Central de Imprensa Coreana (KCNA), canal privilegiado do regime, pediu à população que reconheça o filho mais novo de Kim Jong-Il como sucessor na chefia do Estado norte-coreano. "Todos os membros do Partido (dos Trabalhadores), os militares e o povo devem seguir fielmente a autoridade do camarada Kim Jong-Un e proteger e reforçar a frente unida do partido, do Exército e da cidadania", afirma uma nota da KCNA.

CHINA TEME COLAPSO DA “MONARQUIA COMUNISTA” DA CORÉIA DO NORTE

A morte de Kim Jong-il traz de novo ao

noticiário os absurdos e a rudeza da sinistra ditadura norte-coreana, regime comunista que segue um processo sucessório semelhante ao regime monárquico. Kim Jong-un, - filho de Kim Jong-il e neto do fundador do regime Kim Sung-il – será o próximo ditador de um país meio flagelado que assusta meio mundo. E a China pode ter papel fundamental na pacificação da região.

A morte de Kim Jong-il traz de novo ao noticiário os absurdos e a rudeza da sinistra ditadura norte-coreana, regime comunista que segue um processo sucessório semelhante ao regime monárquico. Kim Jong-un, - filho de Kim Jong-il e neto do fundador do regime Kim Sung-il – será o próximo ditador de um país meio flagelado que assusta meio mundo. E a China pode ter papel fundamental na pacificação da região.

Segundo os especialistas, na crise alimentar que devastou a Coreia do Norte entre 1995 e 1998, morreram perto de 600 mil, ou seja, 4 % dos habitantes. Com sua indústria estagnada e uma agricultura deficiente, o país depende até hoje da

Page 78: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

78 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

ajuda alimentar internacional para diminuir a penúria em que vive sua população.

Ainda assim, a Coreia do Norte constitui uma verdadeira ameaça para todo o Extremo Oriente, possuindo plutônio suficiente para construir seis ou sete bombas atômicas e contando ainda com cerca de 1.000 mísseis, incluindo alguns com alcance de 2900 km.

Conforme escreve o jornal britânico "The Telegraph", o governo norte coreano tem ainda entre 2.500 e 5.000 toneladas de armas químicas. A revista “Economist” classificou a Coreia do Norte como a “única monarquia comunista do mundo”. Na realidade, o poder é exercido pelo Exército norte-coreano que conta com 1,2 milhão de militares, representando um soldado em cada 25 habitantes. Tais circunstâncias explicam a inquietação com que o resto do mundo acompanha a subida ao poder do balofo Kim Jong-un após a morte de seu pai. À exceção das suas relações com a China, a Coreia do Norte sente-se ameaçada pelo mundo inteiro. Colônia japonesa entre 1905 e 1945, a Coreia do Norte (que na época estava ligada à Coreia do Sul) é particularmente hostil ao Japão e à Coreia do Sul, considerada como lacaia dos japoneses e dos ocidentais.

Depois de vários períodos de tensão, um acordo de desnuclerização do país foi assinado em 2007, no âmbito do Grupo dos Seis, formado pelas duas Coreias, China, Estados Unidos, Japão e Rússia. A doença de Kim Jong-il perturbou o andamento do acordo, mas uma nova reunião do grupo deverá ser realizada no final do mês de dezembro.

Grande parte da solução do problema norte-coreano e da pacificação da região repousa nas mãos da China. Segundo a imprensa britânica, Pequim impôs nos últimos anos mais moderação a Kim Jong-ill, restringindo sua ajuda alimentar, energética e militar aos norte-coreanos.

Embora se sirva do regime norte-coreano como um escudo contra a Coreia do Sul, o Japão e as forças militares americanas estacionadas na região, a China teme o colapso da “monarquia comunista”. De fato, dividindo 1.400 km de fronteira com a Coreia do Norte, a China sabe que o desabamento do regime dos Kim poderá provocar um êxodo de milhões de norte-coreanos para as terras chinesas.

Como escreve a “Economist”, “a China pode estar tão preocupada com a Coreia do Norte quanto os Estados Unidos”.

Desde o dia 3 de janeiro a Polícia Militar realiza uma operação para combater o tráfico de drogas e dispersar viciados da região conhecida como cracolândia, no centro da cidade de São Paulo.

O objetivo do Estado é dificultar o acesso às drogas pelos dependentes, forçando-os a procurar ajuda especializada para deixarem o vício. A estratégia, chamada “dor e sofrimento”, consiste em impedir a venda e o uso de drogas, por meio da

ocupação policial, e, com isso, obrigar os usuários a buscarem apoio junto à rede municipal de saúde e assistência social. A eficácia do cerco, entretanto, vem sendo questionada por especialistas em segurança pública e saúde. Um dos pontos criticados é que a “limpeza” não resolveria o problema. Os frequentadores do local estariam apenas sendo deslocados para outros bairros da região. O Ministério Público também investiga possíveis abusos por parte da PM. Em dez dias de operação, 69 pessoas foram presas (a maioria, pequenos traficantes), 152 usuários foram encaminhados para unidades de tratamento e 3.607 pessoas revistadas, de acordo com o balanço da PM. A maior apreensão ocorreu no dia 12, quando uma mulher foi detida com 16 mil pedras de crack.

Nesse mesmo período, 50 crianças foram recolhidas das ruas, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social. Elas foram encaminhadas ao serviço de saúde pública, para tratamento, ou a abrigos, conselhos tutelares e suas famílias. A ocupação é por tempo indeterminado.

Euforia

O crack é uma droga de alto poder viciante, composta de pasta de cocaína e bicarbonato de sódio. Vendida em forma de pedra e fumado em cachimbo, a substância produz um efeito de euforia que dura alguns minutos, ao fim dos quais o usuário sofre depressão e é levado a consumir mais. A droga surgiu nos Estados Unidos nos anos 1980. Em 1990 o prefeito de Washington, Marion Barry, foi preso por uso e porte de crack. Desde então, o país conseguiu reverter os índices de criminalidade associados ao entorpecente, com medidas policiais, de saúde e campanhas educativas.

No Brasil, o crack se popularizou nos anos 1990 (a primeira apreensão ocorreu em 1991). Ele se espalhou rapidamente por ser mais barato que a cocaína, ter uma produção doméstica e por ser consumido mais facilmente, dispensando o uso de seringas. O país tem hoje estimados 1,2 milhão de usuários.

Uma pesquisa recente da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Governo Federal, apontou a existência de 29 cracolândias em 17 capitais brasileiras, que se movem de acordo com as investidas da polícia e o confronto entre traficantes. Nenhuma delas, contudo, possui as dimensões da existente em São Paulo. Boca do lixo

A cracolândia existe há 20 anos no bairro da Luz e imediações, no centro da capital. O local é frequentado diariamente por cerca de 400 pessoas, mas a população flutuante chega a mais de 2 mil.

A “boca do lixo” ficou conhecida nos anos 1960 por concentrar produções de cinema brasileiro. Era um lugar de boemia, casas de jogos, prostituição e tráfico, que proliferou com a conivência do Estado.

Nos anos 1990 houve um pico de violência urbana em São Paulo, com chacinas em bairros de

OPERAÇÃO NA CRACOLÂNDIA

Page 79: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

79 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

periferia. Entre as vítimas dessas matanças estavam os “noias”, como são chamados os viciados em crack. Eles eram mortos por furtarem objetos nas comunidades em que viviam (para sustentar o vício), por delatarem traficantes ou acumularem dívida junto ao tráfico.

Os “noias” então buscaram refúgio no centro, que acabou se tornando um território livre para o consumo e a venda ilegal de drogas. Diferente das periferias, onde a venda de drogas é controlada por facções criminosas, na cracolândia o comércio ocorre de forma indiscriminada. Essa facilidade de acesso, combinada com o uso “liberado” em imóveis abandonados ou nas ruas, fez surgir a cracolândia.

Soluções

Nos últimos anos, houve uma tentativa mais sistemática de resolver o problema. A Prefeitura de São Paulo lançou o programa Nova Luz, para revigorar a região central e atrair investimentos imobiliários. Entre as medidas adotadas estão a isenção de IPTU, para estimular a reforma de fachadas, e a desapropriação de imóveis.

Outras providências do governo incluem o fechamento de bares e hotéis ligados ao tráfico, o encaminhamento de moradores de rua para programas assistenciais e o reforço do policiamento nos bairros.

Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff (PT) lançou um programa “Crack, é possível vencer”, com investimentos de R$ 4 bilhões, aplicados até 2014, em ações de prevenção, tratamento médico e ações de repressão ao tráfico.

Estão previstas a ampliação da oferta de tratamento aos usuários e a criação de enfermarias especializadas em hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde), com leitos exclusivos para usuários. Além disso, serão oferecidos cursos de qualificação profissional e feitas campanhas preventivas nas escolas.

Reis e rainhas fazem parte do imaginário popular como símbolos de poder absoluto no continente europeu. Na maior parte das monarquias remanescentes, entretanto, a nobreza exerce mais uma função cerimonial do que política. É este o caso da rainha Elizabeth 2a, que no dia 6 de janeiro de 2012 completou seis décadas no trono do Reino Unido.

Monarquia é uma forma de governo em que o poder é concentrado em uma pessoa, o rei ou a rainha, que se mantém no cargo até morrer ou abdicar ao trono. A sucessão, na maioria dos casos, é hereditária, ou seja, a coroa passa de pais para filhos. Na Europa, essa tradição predominou desde a queda do Império Romano até por volta do século 18. Após esse período, as monarquias foram substituídas por repúblicas ou por uma versão mais moderna, chamada monarquia constitucional, em

que o monarca é limitado pela Constituição ou restrito a um papel simbólico.

Atualmente, 44 países preservam o regime monárquico. Na Europa, todas as monarquias são constitucionais (com exceção da cidade do Vaticano) e plenas democracias, como Dinamarca, Bélgica, Espanha, Suíça e Reino Unido. Países asiáticos, como Japão e Tailândia, também conservam esse antigo modelo de governo.

Já no Oriente Médio, reis ainda detêm poderes absolutos, como em Brunei, Omar e Arábia Saudita. Desde o final de 2010, os reinados árabes são confrontados por protestos inéditos na região, mas nenhum rei até agora foi deposto, apenas presidentes. O maior reino do mundo é o Commonwealth Realm (Comunidade do Reino Unido). Ele é formado por 16 nações independentes que reconhecem a rainha Elizabeth 2a como chefe de Estado: Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Ilhas Salomão, Jamaica, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, São Cristóvão e Névis, Santa Lucia, São Vicente e Granadinas, Tuvalu e Reino Unido (Inglaterra Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte). No total, 135 milhões de pessoas vivem no Commonwealth Realm. Jubileu de Diamante

A rainha Elizabeth 2a, 85 anos, é a mais longeva da história da Inglaterra e a segunda em tempo de reinado, superada apenas pela rainha Vitória, que ficou 63 anos no trono (1837-1901). Ela é também a monarca há mais tempo no poder na Europa e a segunda no mundo, atrás apenas do rei Bhumibol Adulyadej, da Tailândia, que ocupa o cargo desde 1946.

Elizabeth Alexandra Mary foi coroada em 6 de fevereiro de 1952, há 60 anos, após a morte do pai, o rei Jorge 6o. Desde então, superou escândalos familiares, crises políticas e tendências antimonarquistas na Grã-Bretanha.

Na prática, a função da rainha é restrita a cerimoniais e outras formalidades, como nomeação do premiê e concessão de títulos a cidadãos ingleses. Para isso, recebe salários que somam R$ 20 milhões ao ano. O poder político, de fato, é exercido pelo Parlamento, composto pela Câmara dos Lordes e pela Câmara dos Comuns, e pelo Primeiro-Ministro e seu gabinete.

A rainha é casada desde 1947 com o príncipe Philip, com quem teve quatro filhos: Charles, Anne, Andrew e Edward. O Príncipe Charles é o primeiro na linha de sucessão, seguido pelo neto da rainha, o Príncipe William.

No Jubileu de Diamante, Elizabeth 2a reafirmou seus compromissos com a realeza britânica, afastando a hipótese que poderia abdicar em favor do Príncipe Charles. Os ingleses, no entanto, preferem que o trono britânico seja ocupado pelo príncipe William, que em 29 de abril do ano passado se casou com Catherine Middleton, numa cerimônia acompanhada por dois bilhões de pessoas em todo o mundo.

A razão da impopularidade do Príncipe Charles foram os escândalos que cercaram o casamento

RAINHA ELIZABETH COMPLETA 60 ANOS NO TRONO

Page 80: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

80 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

com a princesa Diana, em um dos períodos mais difíceis do reinado de Elizabeth 2a. A crise atingiu o auge quando a princesa Diana, muito querida entre os ingleses, morreu em um acidente de carro em 31 de agosto de 1997.

Na ocasião, a rainha estava de férias na Escócia, com o filho e os netos. A ausência da família real em Londres e o silêncio da rainha – que relutou em emitir um comunicado oficial sobre a morte da ex-nora – motivaram críticas da opinião pública (situação retratada no filme “A Rainha”).

Hoje, ela recuperou a boa reputação entre os ingleses, amparada pela complacência da imprensa britânica e a repercussão positiva do casamento do neto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no último dia 16 de fevereiro de 2012, que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e que valerá para as eleições municipais deste ano. O resultado do julgamento pôs fim a quase dois anos de batalhas jurídicas para que a lei pudesse vigorar no país.

A Ficha Limpa tornou mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem. Por sete votos a quatro, o Supremo aprovou a aplicação integral da nova legislação, que terá, inclusive, alcance para condenações anteriores a 4 de julho de 2010, data em que foi sancionada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Diferente da maioria das leis – que são elaboradas pelos próprios congressistas – a Ficha Limpa surgiu por iniciativa popular. O projeto contou com a assinatura de mais de 1,6 milhão de brasileiros, e foi a pressão do povo que fez com que fosse votado e aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Na ocasião, a proposta de mudança na legislação eleitoral foi comemorada como uma vitória da democracia. A Ficha Limpa era vista como um mecanismo de combate à corrupção política no Brasil.

Na prática, porém, nem tudo estava resolvido. Alguns pontos da nova lei se chocavam com a Constituição Federal, como o princípio de anuidade e o princípio da inocência presumida. Em casos assim, cabe ao STF julgar a legitimidade.

Mas enquanto o STF não se pronunciava, permaneciam incertezas. Em 2010 foram eleitos presidente, governadores, deputados e senadores. Ao todo, 149 candidatos foram impedidos de tomar posse devido a condenações judiciais, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em 23 de março do ano passado, o STF se pronunciou quanto ao princípio da anuidade. De acordo com a Constituição, qualquer mudança na legislação eleitoral só é válida se for promulgada um ano antes das eleições. Como a Ficha Limpa havia sido sancionada naquele mesmo ano, os ministros do Supremo decidiram que a lei só valeria para 2012.

Como resultado, os candidatos barrados tiveram o direito de assumir as vagas. Isso alterou as bancadas no Congresso Nacional e em Assembleias Legislativas dos Estados. No Senado, por exemplo, Jader Barbalho (PMDB-PA), que havia renunciado em 2001 para evitar a cassação, pode tomar posse no lugar de Marinor Brito (Psol-PA).

Faltava ainda a palavra final do Supremo a respeito de recursos que questionavam outros aspectos da constitucionalidade da lei.

Moral

Os ministros do STF primeiro discutiram se a Ficha Limpa não contrariava o princípio da inocência, previsto do artigo 5o da Constituição e aplicado ao direito penal. Este artigo afirma que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Trânsito em julgado é uma expressão judicial que se aplica a uma sentença definitiva, da qual não se pode mais recorrer. Em geral, ocorre quando já se esgotaram todos os recursos de apelação.

Um processo cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde acontece a decisão de primeira instância, que é a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes do Tribunal de Justiça dos Estados. Há ainda a possibilidade de apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o STF.

Antes de a Ficha Limpa entrar em vigor, de acordo com a Lei Complementar no 64, de 1990, somente quando esgotados todos esses recursos o político que responde a processo poderia ser impedido de se candidatar. A lentidão do andamento de processos, que levam até uma década para serem concluídos, acabava beneficiando políticos corruptos.

Já a Ficha Limpa impede a candidatura por oito anos de políticos condenados por um órgão colegiado (com mais de um juiz, como o Tribunal de Justiça), que tiverem mandato cassado ou que tiverem renunciado para evitar a cassação (como no caso do senador Jader Barbalho). Os ministros do Supremo entenderam que a inocência presumida se restringe ao direito penal, ou seja, ela não se aplica às leis eleitorais.

Em geral, os ministros do STF basearam a decisão no princípio constitucional da moralidade administrativa. Eles consideraram que o histórico ético de um candidato é fundamental para evitar casos de corrupção na política brasileira. O consenso sobre isso é que, independente da lei, a melhor forma de excluir maus políticos, num regime democrático, ainda é a consciência do cidadão.

Os dois militares mortos em um incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártica, foram

LEI DA FICHA LIMPA

ACIDENTE NA ANTÁRTIDA

Page 81: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

81 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

homenageados no dia 28 de fevereiro de 2012 no Rio de Janeiro.

O suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos foram promovidos ao posto de segundo-tenente, admitidos na Ordem do Mérito da Defesa, no grau Cavaleiro, honraria concedida pela presidente Dilma Rousseff, e agraciados com a Medalha Naval de Serviços Distintos, da Marinha.

Os dois morreram na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012 enquanto combatiam um incêndio que começou na área dos geradores de energia da estação.

Uma pessoa ficou ferida. A base que abrigava 45 pesquisadores de diversas áreas ficou destruída e o governo anunciou que ela deve ser reconstruída em dois anos. Heroísmo

Durante a cerimônia, o vice-presidente da República, Michel Temer, lamentou as mortes. “Esses homens que se foram agora não têm medo, se temessem, não teriam tido o gesto de heroísmo que tiveram na Antártida. Que o exemplo deles sirva para seus filhos, para a Marinha e para todos os brasileiros. Em nome do povo brasileiro, que está acompanhando tudo isso, quero prestar solidariedade à família e à Marinha do Brasil”, disse o vice-presidente.

De acordo com o ministro da Defesa, Celso Amorim, os militares são exemplo de heroísmo e profissionalismo e serão lembrados sempre pela Marinha e pelas Forças Armadas do Brasil. “Reconstruiremos a estação da Antártica também em homenagem a esses homens que tombaram no cumprimento do dever”, ressaltou o ministro.

Também participaram da cerimônia os comandantes das três Forças Armadas: almirante-de-esquadra Julio Soares Moura Neto, da Marinha; tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito, da Aeronáutica, e general Enzo Martins Peri, do Exército. "Por mais que tentemos externar nossos sentimentos, nunca será o suficiente. Nossos dois heróis realizaram esse último sacrifício e ofereceram suas vidas no cumprimento do dever", afirmou o almirante Julio Neto.

Peritos investigam incêndio

Os peritos que vão investigar as causas do incêndio que destruiu a base de pesquisas científicas da Marinha brasileira já estão na Antártica. O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que foi para a base chilena Eduardo Frei resgatar o corpos dos dois militares que morreram na estação levou o embaixador brasileiro no Chile, integrantes da diplomacia e militares. Eles dividem espaço com suprimentos, caixas, roupas, equipamentos de comunicação e comida para os 12 militares que estavam na estação na hora do incêndio e que foram levados para a base chilena.

O capitão Fernando Coimbra, chefe da estação brasileira na Antártica, diz que não houve explosão antes do incêndio. Ele contou que o suboficial Carlos Figueiredo e o primeiro sargento Roberto dos

Santos, que morreram no incêndio, tentavam fechar a válvula do reservatório de etanol para evitar que o fogo se espalhasse pela mangueira e chegasse ao tanque, que ficava atrás do gerador.

Segundo o capitão, a equipe tentou usar água do mar para controlar o incêndio, mas a água congelou na mangueira.

Os corpos dos dois foram encontrados a dez metros do compartimento dos geradores a óleo, onde o fogo teria começado. “Mais do que perda material, mais do que da nossa casa durante um ano é a perda dos nossos amigos”, afirmou o chefe da estação antártica brasileira, Fernando Coimbra.

Quarenta e cinco militares e pesquisadores, que estavam na base brasileira na Antártica, chegaram ao Brasil na madrugada do dia 27 de fevereiro.

A maior parte do grupo desembarcou na Base Aérea do Galeão. Cansados e abalados com o acidente, traziam apenas as roupas do corpo. Contaram que o fogo se espalhou rapidamente e não puderam salvar objetos pessoais.

Entre os que chegaram estava o primeiro sargento Luciano Gomes Medeiros, que sofreu queimaduras nas mãos. Ao sair do avião, ele foi colocado numa cadeira de rodas e levado para o hospital da Marinha, onde permanece em observação.

Page 82: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

82 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

01ª. Após os ataques de 11 de setembro, os Estados Unidos adotaram em sua política externa uma estratégia unilateral para consolidarem sua supremacia político-militar. Essa política ficou conhecida como “Doutrina Bush”. Sobre os atentados aos EUA e a política desenvolvida para combater o terrorismo, julgue os itens abaixo I - Sob o pretexto de liderar uma luta sem tréguas ao terrorismo, em âmbito internacional, a “Doutrina Bush” impulsionou e justificou a postura intervencionista da política externa dos Estados Unidos. II - Inicialmente as ações mais incisivas dirigiram-se contra o governo do Talibã, do Afeganistão e contra o regime autoritário de Saddam Hussein, no Iraque, logo, essas se estenderam a outros países que não necessariamente opunham-se a Washington, como a Coréia do Norte e o Irã. III - A partir da defesa do mundo contra o terrorismo os Estados Unidos afirmaram seus interesses econômicos, expandiram sua dominação cultural e redesenharam um novo cenário de dominação político-militar em áreas hostis. É correto inferir que a) I, apenas está correto. b) II, apenas está correto. c) III, apenas está correto. d) I e II estão corretos. e) todos estão corretos. 02ª. Com os atentados de 2001 e o impacto psicológico provocado sobre a população norte-americana e mundial, o governo Bush desenvolveu um discurso no qual a nação norte-americana seria a defensora dos valores do Ocidente diante do terrorismo. Tendo o texto acima como ponto de partida e utilizando seus conhecimentos, julgue os itens seguintes I - a ação dos Estados Unidos no mundo islâmico – Afeganistão e Iraque – modificada pela luta contra o terrorismo, constituiu numa ação de violência extrema, que violou direitos internacionais, provocou a morte de civis, além de desencadear uma série reações e resistências a essa intervenção, tornando essas regiões ainda mais instáveis. II - Antes dos atentados em setembro de 2001, os Estados Unidos já haviam se constituído como maior poder econômico, cultural e militar. III - O mundo, na verdade, não mudou, pois continua-se a assistir a supremacia dos Estados Unidos nos âmbitos econômicos, culturais e militares.

É correto inferir que o objetivo geopolítico estadunidense ironizado na charge está na opção a) I, apenas está correto. b) II, apenas está correto. c) III, apenas está correto. d) I e II estão corretos. e) todos estão corretos. 03ª. Após os acontecimentos no World Trade Center, que fizeram do 11 de setembro de 2001 o pior atentado terrorista já realizado em solo americano, os Estados Unidos passaram a dar sinais cada vez mais fortes de que o Iraque, após o Afeganistão, seria a próxima vítima do que Washington chama de "guerra contra o terrorismo". Num famoso discurso, George W. Bush incluiu, além do Iraque, outros países integrantes do "eixo do mal". Sobre os países integrantes o “Eixo do Mal”, é correto inferir que a) Venezuela, que possui grande parte de seu território controlado por narcotraficantes associados à guerrilha, conhecidos como as FARC. b) Rússia, que tem graves conflitos separatistas internos e é detentora do segundo maior arsenal bélico mundial. c) Espanha, por não respeitar acordos internacionais como os da OMC e violar as normas da ONU para os direitos humanos. d) Paquistão, por seu apoio financeiro a organizações terroristas internacionais, como o Hamas e o Al Qaeda. e) Irã, país de regime fechado que possui capacidade de produzir e exportar armas nucleares. 04ª. Leia atentamente o texto abaixo: “As grandes organizações criminosas não podem assegurar a lavagem e a reciclagem dos fabulosos lucros extraídos de suas atividades a não ser com a cumplicidade dos meios de negócios e (...) do poder político. Esse concluio de interesses constitui um componente essencial da economia mundial, o lubrificante indispensável ao “bom” funcionamento do capitalismo. (...) Um fantástica pilhagem da qual nunca uma contabilidade global será feita. (...) Bancos e grandes empresas são ávidos em captar, depois de feita a lavagem, os lucros dos negócios do crime organizado. (..) Cada país acoberta seus meios criminosos. Centenas de grupos rivais dividem os mercados nacionais e internacionais do crime.”

“Máfia Global”, Le Monde Diplomatique, ed. Brasileira, in: Caros Amigos, abr. 2000, p. 10

A partir do texto pode-se afirmar que: a) o crime organizado age atualmente em escala mundial, tendo os bancos instalados nos paraísos fiscais como forte concorrente nos lucros obtidos. b) os bancos que operam em paraísos fiscais não aceitam os recursos obtidos através das atividades criminosas, devido à ameaça de represálias por parte da ONU.

EXERCÍCIOS

Page 83: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

83 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

c) os paraísos fiscais vivem, sobretudo dos recursos gerados pelas atividades criminosas e pela corrupção, pois lhes garante total sigilo bancário fiscal, impedindo a identificação da lavagem de dinheiro e favorecendo o crime organizado em escala mundial. d) todos os países estão empenhados em combater o narcotráfico, impedindo através da criação de leis específicas e rigorosas, sua disseminação. e) o narcotráfico não constitui um problema global, apenas alguns países, geralmente subdesenvolvidos, enfrentam esse problema. 05ª. A foto abaixo retrata a derrubada de uma estátua representando Saddam Hussein em Bagdá, quando da invasão do Iraque pelas tropas dos EUA. Em relação ao recente conflito naquele país, é CORRETO afirmar que:

a) Representa uma das iniciativas do atual governo estadunidense na chamada “Guerra contra o Terror”, ofensiva militar e política que abalou a importância da ONU e do direito internacional. b) O Iraque era governado por um regime fundamentalista, cujas lideranças políticas confundiam-se com as religiosas e tinham em Hussein seu guia espiritual. c) A invasão do Iraque ocorreu após deliberação da ONU, que assim procedeu em represália ao uso de armas de destruição em massa pelo regime iraquiano contra o Ocidente. d) Os EUA invadiram o Iraque ao seu tradicional aliado no Oriente Médio, o Irã, país que mantém uma disputa territorial com seu vizinho (Guerra Irã-Iraque) desde o início da década de 80 do século XX. e) Teve pouco impacto interno nos EUA, uma vez que não foi e não tem sido debatido pelas lideranças políticas daquele país. 06ª. Transformações políticas marcaram o “Mundo Árabe” nos últimos meses. Estimulados por desigualdades sociais e autoritarismos políticos, os movimentos redefiniram os rumos dos governos em países como Tunísia, Egito e Líbia e evidenciaram o

desejo da população por políticas mais justas e pacíficas. Com relação às consequências dessas alterações é correto afirmar-se que a) o conjunto de mudanças influenciou praticamente a todos os países árabes a democratizarem os seus governos. b) a escalada da violência contra manifestantes pró-democracia foi uma reação aos movimentos políticos, com destaque para a repressão popular na Síria e no Bahrein. c) o Egito foi o único país árabe onde as transformações políticas não foram tão significativas, especialmente em função do carisma e da liderança do presidente Hosni Mubarak. d) houve uma ação rápida e objetiva de tomada de poder na Líbia, onde as forças rebeldes ao governo do Ditador Muammar Kaddafi, apoiadas pelos Estados Unidos e outros países da Europa Ocidental, conseguiram implantar um governo pacífico de coalizão, envolvendo líbios e estrangeiros. e) Os primeiros protestos que aconteceram na Tunísia foram inspirados pela “Revolução de Jasmim” no Egito, primeiro país a iniciar o processo de deposição do então presidente Bem Ali. Em 25 de janeiro, policiais e manifestantes entraram em choque nas ruas da capital Cairo. Eles pediam a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no comando. 07ª. Pela primeira vez na história, um líder árabe foi deposto por força de movimentos populares. Isso aconteceu na Tunísia, país mulçumano localizado ao norte da África. O presidente Zine Al-Abdine Bem Ali renunciou em 14 de janeiro após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23 anos no poder. A África é, entre todos os continentes, aquele onde se encontram as mais típicas manifestações do subdesenvolvimento, cuja compreensão requer o reconhecimento não só da pesada herança colonial européia como também das especificidades e características diversas de sua população. Com relação às características políticas e econômicas da África e os constantes conflitos iniciados na Tunísia e já presentes na maioria dos países árabes no norte da África. Não podemos afirmar corretamente que a) O novo ativismo no mundo árabe é explicado pela instabilidade econômica e pelo surgimento de uma juventude bem educada e insatisfeita com as restrições à liberdade. b) Na Tunísia, os protestos começaram depois da morte de um desempregado em 17 de dezembro do ano passado. Mohamed Bouazizi, 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid. Ele se autoimolou depois que a polícia o impediu de vender frutas e vegetais em uma barraca de rua. c) Os primeiros protestos que aconteceram na Tunísia foram inspirados pela “Revolução de Jasmim” no Egito, primeiro país a iniciar o processo

Page 84: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

84 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

de deposição do então presidente Bem Ali. Em 25 de janeiro, policiais e manifestantes entraram em choque nas ruas da capital Cairo. Eles pediam a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no comando. d) Os recentes protestos começaram com a "revolução do jasmim", que derrubou o presidente Zine El Abidine Ben Ali, na Tunísia, em 14 de janeiro deste ano. Ben Ali estava há 23 anos na Presidência. Foi à primeira vez na história que um líder árabe foi deposto por um movimento popular. e) Sociedades árabes conhecem apenas duas formas de governo: monarquias absolutistas ou ditaduras sejam elas militares ou religiosas. Assim, nessas nações não existem partidos que possam disputar eleições após a queda de um tirano. 08ª. Há vários anos, a região, acima representada, vem sendo atingida por sérios conflitos políticos, sociais e étnicos, com fortes enfrentamentos bélicos.

Acerca das dinâmicas socioespaciais em curso nessa região e considerando os aspectos significativos da Atualidade, julgue os itens abaixo I. Os protestos começaram, na Tunísia, depois da

morte de um desempregado em dezembro de 2010. Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo depois que a polícia o impediu de vender frutas e vegetais em uma praça na capital Tunis.

II. O novo ativismo no mundo árabe é explicado pela instabilidade econômica e pelo surgimento de uma juventude bem educada e insatisfeita com as restrições à liberdade.

III. A "revolução do jasmim", que derrubou o presidente Ben Áli, na Tunísia, em janeiro de 2011, representou pela primeira vez na história a queda de um líder árabe, deposto por um movimento popular.

IV. Houve uma ação rápida e objetiva de tomada de poder na Líbia, onde as forças rebeldes ao governo do Ditador Muammar Kaddafi, apoiadas pelos Estados Unidos e outros países da Europa Ocidental, conseguiram implantar um governo pacífico de coalizão, envolvendo líbios e estrangeiros.

V. O Egito foi o único país árabe onde as transformações políticas não foram tão

significativas, especialmente em função do carisma e da liderança do presidente Hosni Mubarak.

VI. O significado do termo "Primavera Árabe" está relacionado ao florescimento de movimentos sociais em alguns países norte-africanos e do Oriente Médio, visando principalmente, à destituição do poder de ditaduras instaladas há décadas, como, por exemplo, Tunísia, Egito e Líbia.

VII. Em 2011, na área assinalada com o circulo, ocorreu a criação de um novo país, o Sudão do Sul. Tal fato deveu-se, principalmente, ao predomínio na região do cristianismo e do animismo, o que diferencia a referida região do restante do país.

É correto o que se afirma em a) I, III e V. b) II, IV, V e VI c) I, II, III, VI e VII d) IV, V, VI e VII e) I, II, IV e VII 09ª. O Terrorismo tem sido apontado como o grande fenômeno global deste início de século XXI, fenômeno que teria começado, simbolicamente, com os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. O mapa a seguir apresenta uma série de atos terroristas que evidenciam a insegurança provocada por essas ações em grande parte do mundo. Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os próximos ítens. I. O terrorismo hoje é um fenômeno do mundo

islâmico, com grupos atuantes na Europa, como o ETA (na Espanha), o IRA (na Irlanda) e os movimentos dos guerrilheiros esquerdistas na América, FARC e ELN (na Colômbia).

II. Movimentos extremados não são recentes, haja vista que já a 1ª Guerra Mundial teve início com um ato terrorista: o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, por um estudante sérvio, em Serajevo, atual capital da Bósnia-Herzegovina.

III. A Al-Qaeda é uma organização que reúne de 20 a 30 grupos terroristas islâmicos que operam por conta própria, no mundo todo. Dos atentados identificados no mapa, grande parte atribuídos a essa organização ou nela inspirados, apenas o continente americano não foi alvo desses atos.

IV. O sentimento de ódio contra os EUA e seus aliados tem colocado em alerta países como Inglaterra e Itália. Sobretudo entre os italianos, por causa de sua participação na Guerra do Iraque, tem crescido o temor de um atentado, motivo que fez o governo aumentar a segurança naquele país peninsular.

É correto o que se afirma em a) I apenas. b) II e IV.

Page 85: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

85 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

c) III apenas. d) III e IV. 10ª. A Agência Internacional de Energia Atômica censurou o Irã por ter iniciado clandestinamente a construção de uma usina de enriquecimento de urânio. Teerã reagiu anunciando mais dez usinas e a busca de tecnologia própria para enriquecer urânio até o teor de 20%, usado na produção de isótopos para medicina e pesquisa – para reatores, bastam 3% a 5%; para bombas atômicas, necessita-se de 80% ou mais. Revista Carta Capital, ano XV, nº 575, 09/12/2009, p. 22.

A análise da notícia acima conduz à conclusão sobre o Irã de que: (BNDES / 2010) a).O enriquecimento do urânio é incompatível com essa região do planeta. b).O país é considerado por essa Agência a mais forte potência nuclear regional. c).O governo atual se empenha para recuperar o status de potência nuclear. d).O programa nuclear iraniano está paralisado devido aos Estados Unidos. e).A sua capacidade nuclear é insuficiente para produzir bombas atômicas. 11ª. A recente intermediação brasileira junto ao Irã, buscando uma solução para a polêmica questão nuclear que envolve esse último e boa parte das grandes potências ocidentais, em especial os EUA, é um dos fenômenos mais emblemáticos da Política Internacional atual. Sobre o passado, presente e principais aspectos desse confronto entre o Irã e seus adversários é correto afirmar, exceto: (ENEM?) a).Os iranianos alegam que seu programa nuclear é pacífico e seu país é vítima da agressividade e interferência do Ocidente na região. Alegam também que Israel, seu principal inimigo na região, foi armado e é apoiado pelo Ocidente, em particular pelos EUA. b).O Irã é visto com desconfiança pelos países ocidentais desde a Revolução Iraniana de 1979, que colocou no poder um regime de marcada orientação

religiosa, visto pelo ocidente como hostil, fanático e conflituoso. c).O Brasil solucionou a crise através da assinatura de um protocolo que prevê a transferência de tecnologia nuclear brasileira, que o Brasil adquiriu da Alemanha Ocidental nos anos 70 do século XX. Esta tecnologia impede a fabricação de armas nucleares e resolve a crise entre o país do Oriente Médio e o Ocidente. d).Após a negociação entre o presidente brasileiro e o governo iraniano, várias potências ocidentais elogiaram a iniciativa brasileira, mas questionaram a eficácia da solução negociada, alegando que os iranianos não cumprirão o acordo ou que o mesmo é insuficiente para impedir a criação de armas nucleares por esse país. “A estrutura etária da população mundial mudou nos últimos anos. Entre as causas desta mudança, podemos apontar a expectativa de vida, as taxas de natalidade, as taxas de mortalidade e a taxa de fecundidade, entre outros indicadores. Um fenômeno demográfico apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) faz estimativas de aumento dos grupos etários mais avançados (80, 90 e 100 anos), que tem apresentado crescimento de 60% entre 1970 e 1998. Países como o Japão, Itália e Suíça já apresentam um elevado número de idosos. Este fenômeno resultou na criação de um ‘Plano Internacional de Ação para o Envelhecimento’ pela ONU.” 12ª. Este “envelhecimento” da população poderá trazer como conseqüência geral, sobretudo para os países em desenvolvimento: (Geógrafo – IFET-RS / 2010) a) Aumento do IDH da população em geral e das taxas de fecundidade devido ao gradativo aumento da longevidade. b) A sobrecarga do sistema de previdência social pela diminuição da PEA, que notadamente contribui para este sistema. c) Maior longevidade da população masculina devido aos programas governamentais que se preocupam com a saúde do homem. d) Ociosidade total da população velha e a criação de centros gerontológicos estatais que onerarão, ainda mais, o Estado. e) Que os velhos representarão em torno de 1% da população total, provocando um alargamento da base da pirâmide etária da maioria dos países. 13ª. A Geopolítica mundial do início do século XXI foi significativamente influenciada pela crise dos EUA. Neste contexto, a economia norte-americana abalada pela catástrofe de 11 de setembro, passa a ser orientada por uma política “megalomaníaca” de força militar que destrói quase que por completo as bases políticas e ideológicas do país. Dessa forma, a geopolítica mundial durante a primeira década do século XXI pode ser caracterizada da seguinte forma:

Page 86: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

86 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

I..É possível afirmar que no contexto da última década assistimos a um progressivo crescimento da economia mundial em função dos dinâmicos asiáticos, fundamentalmente através do crescimento Chinês. Contudo, o peso das economias dos países do velho atlântico norte (união européia e EUA) ainda representam a maior parte do produto mundial. II..É possível afirmar que no contexto da última década assistimos a um expressivo crescimento da economia mundial em função dos dinâmicos asiáticos, fundamentalmente através do crescimento Chinês. Nesse sentido, houve uma transformação no cenário da economia mundial, transferindo o centro econômico do velho atlântico norte para o continente asiático. III..Embora a fragilidade da economia norte americana no início do século XXI, o governo norte-americano conseguiu recuperar sua economia e retomar a posição hegemônica no contexto mundial. Assinale a alternativa que melhor descreve a geopolítica mundial no contexto da primeira década do século XXI. (Geógrafo – IFET-RS / 2010) a) Apenas o item I está correto. b) Apenas o item II está correto. c) Apenas o item III está correto. d) Apenas os itens I e III estão corretos. e) Apenas os itens II e III estão corretos. 14ª. Os tigres asiáticos são países que desenvolveram a sua indústria, a partir da década de 1970. E, enquanto muitos países viviam nos anos de 1980 a década perdida, estes apresentam os maiores índices de crescimento econômico. Hoje constituem as economias que mais rapidamente incorporam novas tecnologias ao processo produtivo. Assinale a alternativa que contempla os três países denominados tigres asiáticos: (PMQ-CE / 2010) a).Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan. b).Canadá, Japão e Austrália. c).Hungria, Polônia e Ucrânia. d).Filipinas, Iraque e Sri Lanka. “Por meio do Tratado de Assunção, em 1991, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai constituíram o Mercosul. Em 1995, instalou-se uma zona de livre-comércio, onde as mercadorias produzidas nos quatro países poderiam ser comercializadas internamente, sem a cobrança de tarifas de importação. Em 1996, a Bolívia e o Chile aderiram como associados do Mercosul. Após a aprovação da Argentina e do Uruguai, foi a vez do Senado brasileiro, em sessão polêmica do dia 16 de dezembro de 2009, ratificar o ingresso de um novo país, como componente no bloco Mercosul. Assim, fica faltando apenas a confirmação do Congresso paraguaio, para que esse país seja legitimado como membro pleno do Mercosul.”

15ª. De acordo com o texto, assinale a alternativa que contempla o país em questão e seu presidente: (PMQ-CE / 2010) a).Honduras, de Manuel Zelaya. b).Venezuela, de Hugo Chávez. c).África do Sul, de Jacob Zuma. d).Colômbia, de Álvaro Uribe. “Após a 2ª Guerra Mundial, vários países subdesenvolvidos conseguiram chegar à industrialização, graças à forte participação do capital estrangeiro, aos baixos salários dos trabalhadores, à isenção de certos impostos, além de outros estímulos fiscais, e à importante participação do Estado na indústria de base. Atualmente, esses países modernizaram sua economia, ampliaram o poder de compra do seu mercado consumidor e ainda começaram a exportar produtos industrializados, passando a ser denominados países emergentes.” 16ª. Assinale a alternativa que apresenta somente países emergentes: (PMQ-CE / 2010) a).Argélia, Etiópia, Quênia e Somália. b).Alemanha, Canadá, Inglaterra e Japão. c).África do Sul, Brasil, Coréia do Sul e México. d).Cuba, Haiti, Guatemala e Honduras. 17ª. No mundo atual, a procura por fonte de energia limpa, ou seja, não-poluidora, é prioridade, tendo em vista as seguintes características: I..Produz energia limpa. II..A sua instalação não causa impacto ambiental. III..Não apresenta riscos de grandes acidentes. IV..Utiliza um recurso natural renovável. V..As condições mais favoráveis de instalação dessa usina, no Brasil, apresentam-se no litoral nordestino. Assinale a alternativa que identifica a fonte de energia que apresenta essas características. (PMQ-CE / 2010) a) Usina Termelétrica, com a queima de carvão mineral ou de petróleo. b) Usina Termonuclear, com a fissão do urânio enriquecido (minério atômico). c) Usina Hidroelétrica, que aproveita a força da água da chuva e do mar. d) Usina Eólica, que usa a força dos ventos. 18ª. Seguindo uma tendência mundial de formação de blocos, em 1991, o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai estruturaram o MERCOSUL enquanto que os Estados Unidos, o México e o Canadá estabeleceram o NAFTA em 1994. Em relação aos blocos econômicos, assinale a alternativa correta: (Analista Administrativo – FESF-BA / 2010) a).Tanto o MERCOSUL quanto o NAFTA, são contrários ao neoliberalismo porque propõem economias nacionais e proteção aos pequenos agricultores e micro e pequenas empresas.

Page 87: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

87 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

b).A formação desses grupos, apesar das contradições, significou um grande avanço porque deram inicio à defesa de um comércio mais intenso entre os países. c).Os presidentes dos países da América Latina e do Caribe aprovaram, em 23 de maio de 2008, a criação de um novo bloco econômico que incluirá todos os países latino-americanos – a UNASUL. d).A formação do MERCOSUL foi prejudicial para as relações diplomáticas entre Brasil e Paraguai, impedindo que mantivessem, por questões políticas, a parceria da Usina Hidrelétrica de Itaipu. e).O MERCOSUL está consolidado no atual formato, de forma que não aceita mais a entrada de outros países, sendo que sua formação atual é: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. 19ª. Quais são as práticas de comércio consideradas como desleais? (Gestão e Comércio Exterior – IFET-RS / 2010) a) Dumping e subsídio. b) Cartel e dumping. c) Subsídio e abonos comerciais. d) Subsídio e acordos compensatórios. e) Cartel e subsídio. 20ª. O termo globalização, muito propalado atualmente, possui suas origens a partir de contextos históricos que nos remontam a séculos passados, como por exemplo: o processo das grandes navegações que estabeleceram conexões socioeconômicas entre diferentes continentes. No entanto, nas últimas décadas a crescente integração econômica entre as regiões sob diversos aspectos: comercial, produtivo e financeiro, tem acelerado tal processo. Atualmente a globalização pode ser percebida fundamentalmente através da produção e distribuição de bens e serviços dentro de redes em escala mundial, que podem levar a redução de barreiras no comércio mundial e a conseqüente formação de blocos econômicos. Desde 1980, quando esse processo se acelerou, a economia mundial passou a crescer 4% ao ano, o que teoricamente deveria contribuir para a melhoria do padrão de vida das sociedades em escala mundial. Entretanto, historicamente, a globalização tem contribuído para o desequilíbrio econômico entre as sociedades, esse processo pode ser percebido através de aspectos como: (Geógrafo – IFET-RS / 2010) a) A quebra das barreiras fiscais, onde as economias nacionais se aglutinam formando os chamados trustes. Neste contexto, a livre concorrência é incentivada, a fim de que as leis do mercado possam encaminhar as economias ao desenvolvimento. b) O declínio dos Estados nacionais modernos que hoje não mais controlam de forma hegemônica a economia mundial. Dessa forma, a formação de grandes blocos econômicos supranacionais suprime o imperialismo e possibilita o acesso de toda a

população mundial aos mais diversos benefícios tecnológicos. c) O aumento do desemprego estrutural em muitos países, pois o novo paradigma tecnológico requer mão de obra mais qualificada, marginalizando parcela significativa de trabalhadores. Observa-se também a concentração da produção em grandes empresas multinacionais, o que tem levado a desnacionalização de grande parte do setor produtivo, principalmente nos países menos desenvolvidos ou emergentes. d) O expansionismo territorial dos países mais desenvolvidos que, através da coerção militar, estabeleceram domínios sobre regiões economicamente estratégicas. Nesse sentido, o acesso aos benefícios ficou restrito a classes favorecidas da estrutura social, que na maioria das vezes representam a maioria da população. e) O aumento do desemprego estrutural em muitos países, em função do monopólio tecnológico exercido pelos grandes centros. Dessa maneira, economias periféricas passam a atrair investimentos, devido a grande oferta de mão de obra especializada, pois os governos destes países enfatizam por principio o incentivo a políticas públicas, de cunho social. 21ª. A intensificação da globalização econômica acirrou a concorrência na economia mundial durante as últimas décadas, trazendo para o debate das relações de mercado a chamada economia policêntrica. A partir deste novo contexto temos por característica fundamental a formação de blocos econômicos, os quais a União Européia foi o pioneiro, ainda na conjuntura da Guerra Fria. Para Demétrio Magnoli, existem tipos característicos de blocos econômicos. Dentre estes: I..Zona Livre de Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum. II..Zona Livre de Comércio, União Econômica, Legislação Única. III..União Econômica, Mercado Comum, Áreas de integração por Investimentos. Qual das alternativas descreve de forma incorreta, os tipos característicos de blocos econômicos. (Geógrafo – IFET-RS / 2010) a) Apenas o item I. b) Apenas o item II. c) Apenas o item III. d) Apenas os itens I e II. e) Apenas os itens II e III. 22ª. “Uma das características da história do capitalismo tem sido a intensa mobilidade espacial da população. Dentro dos próprios países e mesmo para fora destes, a migração é uma característica atual da demografia mundial. Um tipo de migração seletiva vem ocorrendo nos últimos tempos: profissionais bem preparados intelectualmente e de excelente qualificação profissional dirigem-se

Page 88: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

88 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

para os mais importantes centros de pesquisa do mundo, ao que se convencionou chamar de ‘fuga de cérebros’.” São, respectivamente, grupos de países de emigração e de imigração de “cérebros”: (Geógrafo – IFET-RS / 2010) I..Índia, Brasil e México. II..Estados Unidos, Japão e Alemanha. III..África do Sul, Nova Zelândia e Grécia. IV..Canadá, Argentina e França. a).I e II. b).I e III. c).II e III. d).II e IV. e).III e IV. 23ª. Cumprindo um caráter social, a produção do biodiesel pretende, também, gerar trabalho e agregar valores à produção de pequenos agricultores de determinadas matérias-primas. Quanto ao biodiesel, assinale a alternativa incorreta: (Assistente Administrativo – FESF-BA / 2010) a) A produção do biodiesel tem a finalidade única de utilização no mercado automotivo. b) O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis. c) O uso do biodiesel deverá colaborar para diminuir a agressão à camada de ozônio. d) A mamona é a melhor opção para o semi-árido nordestino produzir o biodiesel. e) Canola, soja, pinhão manso, entre outros, são apropriados para produção do biodiesel. 24ª. Assinale a alternativa correta. A história da humanidade é repleta de narrativas sobre epidemias e pandemias que, muitas vezes, limitaram o crescimento demográfico ou ainda, dizimaram populações. (Assistente Administrativo – FESF-BA / 2010) a) O vírus da “gripe suína” é o “H1N1”, doença da atualidade, para a qual ainda não existe vacina. b) A “Peste negra” é uma epidemia que no século VI dizimou um terço da população européia. c) Os índios sucumbiram ao vírus da gripe dos brancos porque não possuíam anticorpos para ela. d) A “malária” está totalmente erradicada no Brasil graças à campanhas de vacinação nacional. e) A tuberculose foi o grande mal da Idade Média, matando milhares de pessoas na Europa. 25ª. A celeuma em torno de duas hidroelétricas a serem construídas em Rondônia envolveu desde preocupações ambientais até o modelo das linhas de transmissão de energia a ser utilizado, passando por disputa empresarial entre grupos interessados nas obras. Essas usinas, de Jirau e Santo Antônio, irão integrar o complexo hidroelétrico do rio: (PRF / 2008) a).Madeira.

b).Negro. c).Solimões. d).Tocantins. e).Branco. 26ª..O governo brasileiro anunciou sua intenção de, em 2009, licitar e conceder a exploração de 4 milhões de hectares de florestas públicas situadas, principalmente, em Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e Acre. Ao afirmar que esse modelo de gestão de florestas públicas viabiliza a conservação das áreas licitadas e torna a exploração ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável, o poder público brasileiro pretende aproximar-se de um modelo de desenvolvimento entendido atualmente como: (PRF / 2008) a).Integrado à economia de mercado globalizada, que enfatiza os resultados econômicos. b).Monitorado por ONGs e submetido às leis do mercado. c).Pragmático, segundo o qual a necessidade e a viabilidade do progresso devem ser defendidas a qualquer custo. d).Sustentável, em que a geração de riquezas está associada à preservação da vida no presente e no futuro. e).Refratário à ingerência externa e às teses ambientalistas mais difundidas no mundo. “O cultivo de grãos na Amazônia – entre eles a soja, apontada como uma das vilãs do desmatamento – pode ser uma alternativa para a recuperação de áreas já degradadas da floresta. Uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa, que consiste na integração de culturas como o cultivo de grãos, a pecuária e o reflorestamento, começa a ser implantada em fazendas experimentais na região Norte do país. É o chamado sistema integrado de produção.” Folha de S. Paulo, 03/02/2008, p. A18 (com adaptações).

27ª. Tendo o texto acima como referência inicial e considerando as diversas implicações do tema por ele focalizado, assinale a opção incorreta. (PRF / 2008) a).O Brasil tem no agronegócio, que faz da soja uma de suas estrelas, um de seus mais fortes instrumentos para inserção no mercado mundial. b).A empresa estatal mencionada no texto torna o Brasil uma referência internacional no campo da pesquisa científica vinculada ao campo. c).O comércio de grãos, no atual estágio da economia mundial globalizada, adquire importância capital devido ao montante de recursos que movimenta. d).Áreas já degradadas da floresta, conforme se afirma no texto, podem ser utilizadas pela pecuária ou ainda para a produção de cultivos de exportação.

Page 89: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

89 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

e).Infere-se do texto que os lucros da ampliação de áreas de plantio na Amazônia compensam os efeitos ambientais do desmatamento na região. 28ª. Em geral, a região Norte do Brasil tem sua economia baseada no extrativismo vegetal, a exemplo do látex, do açaí e da castanha. Não obstante, a região é muito rica em minérios. Exemplos disso são a Serra do Navio, no Amapá, rica em manganês, e a Serra dos Carajás, no Pará, de onde se extrai: (PRF / 2008) a).A maior concentração de diamantes do país. b).Grande parte do minério de ferro que o Brasil exporta. c).A maior parte da produção aurífera brasileira. d).A totalidade da bauxita existente na América do Sul. e).O combustível que impulsiona as usinas de Angra dos Reis. “Portaria publicada no Diário Oficial da União – que obriga todas as entidades autorizadas a trabalhar em áreas indígenas e de proteção ao meio ambiente a se recadastrarem em um prazo de 120 dias permitirá a expulsão do país das ONGs em situação irregular. Oficialmente, o governo não revela, mas já tem uma lista com cerca de 20 ONGs estrangeiras sob ameaça de expulsão. Principalmente aquelas ligadas a grupos externos que pregam a internacionalização da Amazônia.”

Jornal do Brasil, 05/07/2008, capa (com adaptações). 29..Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos aspectos do tema que ele aborda, assinale a opção correta. (PRF / 2008) a).As ONGs expandiram-se no mundo contemporâneo, especialmente na primeira metade do século XX, tendo por foco principal a luta pelo desarmamento e pelo fim dos conflitos regionais. b).Infere-se do texto que a exigência de recadastramento das ONGs é mera formalidade, já que não se tem notícia, até o momento, de indícios de irregularidade no funcionamento dessas organizações. c).A tese de internacionalização da Amazônia, mencionada no texto, é inédita, tendo surgido no início do século XXI em alguns dos principais centros dirigentes da economia mundial. d).No Congresso Nacional, parlamentares de diferentes correntes partidárias, sobretudo da região Norte, têm-se manifestado criticamente quanto à ação de ONGs que atuam junto a comunidades indígenas. e).Temeroso diante de eventual reação da comunidade internacional, o Estado brasileiro silencia-se diante da presença de organismos e instituições estrangeiras com atuação no território nacional. 30..Surgida em 1969, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) impulsionou a economia amazonense,

sobretudo a de Manaus, que hoje responde por mais de 50% do PIB do estado do Amazonas. A Zona Franca está em transformação; desde os anos 80 do século XX, vêm sendo reduzidos os incentivos presentes na sua origem. Isso se deve, entre outras razões, à contestação feita por outros estados às vantagens fiscais concedidas ao Amazonas. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta. (PRF / 2008) a).O pólo industrial de Manaus tradicionalmente concentra-se na produção de bens primários, como os alimentícios. b).A contestação citada no texto pode ser entendida como parte da chamada guerra fiscal entre estados brasileiros. c).A maior vantagem obtida pela Zona Franca de Manaus sempre foi a isenção de impostos para a exportação de seus produtos. d).A proliferação de hidroelétricas na bacia amazônica estimula a industrialização não só em Manaus, mas também em outras cidades do Amazonas. e).Em geral, tal como ocorre no Amazonas, a população da região Norte é desconcentrada, disseminada pelo interior. “Os três religiosos paraenses ameaçados de morte, segundo denúncia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) à Anistia Internacional, estão na linha de frente da luta pelos direitos humanos. Um deles, o bispo de Xingu, se destaca na luta pelos direitos indígenas e contra os grileiros que agem no sudeste do Pará, principalmente em Altamira. As ameaças ao bispo de Abaetetuba vieram após o religioso ter denunciado o caso da menina de 16 anos mantida em um cárcere masculino. Outro religioso ameaçado é um frei, advogado da Comissão Pastoral da Terra em Xinguara, no sul do Pará, há décadas engajado na luta dos trabalhadores rurais sem terra por reforma agrária.”

O Globo, 12/04/2008, p. 12 (com adaptações). 31ª..Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema por ele tratado, julgue os itens a seguir. I..A questão da terra sempre foi tema explosivo no Brasil e ganhou maior intensidade a partir de meados do século passado, quando o tema da reforma agrária entrou na agenda política do país. II..Deduz-se do texto que os três religiosos ora ameaçados defendem uma solução conciliatória, de modo que posseiros e grileiros possam ser atendidos e respeitados em seus direitos. III..O incidente de Abaetetuba ganhou visibilidade ao ser amplamente noticiado, e o fato de uma adolescente ter sido encarcerada junto a homens, que a violentaram no cárcere, gerou repulsa em amplos setores da sociedade. IV..A inexistência de assentamentos rurais na região amazônica funciona como estopim que

Page 90: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

90 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

incendeia o cenário de tensão existente em várias localidades, entre as quais estão o sul e o sudeste do Pará. V..Há consenso entre os especialistas de que o enfrentamento adequado do problema fundiário na região Norte e no país exige a criação de órgão específico da administração federal para tratar da reforma agrária. Estão corretas: (PRF / 2008 – adapt.) a).II e V. b).I e III. c).III e V. d).I e IV. e).III e IV. 32ª..O exercício da cidadania, no Brasil, vem sendo favorecido pela criação de leis que regulamentam diretrizes da Constituição Federal de 1988. Uma lei criada em 2001, visando a amparar o ordenamento territorial do país, por meio de Planos Diretores e outros instrumentos, é denominada de Estatuto da(o): (CEF / 2008) a).Terra. b).Idoso. c).Cidade. d).Desarmamento. e).Criança e do Adolescente. 33ª..Observe a tabela:

Os gastos sociais do governo brasileiro cresceram, nos setores acima indicados. Uma explicação para esse crescimento vincula-se, explicitamente, ao seguinte fator demográfico: (CEF / 2008) a).Aumento da expectativa de vida. b).Estabilização da taxa de natalidade. c).Redução da taxa de mortalidade infantil. d).Incremento do índice de fecundidade. e).Diminuição da população adulta. 34ª..A política brasileira nas áreas rurais é caracterizada por enfrentamentos que se expressam, dentre outros, por organizações da sociedade civil, em associações, sindicatos, movimentos sociais etc. O par de entidades da sociedade civil que representam distintas classes sociais e interesses conflitantes quanto à questão da terra é: (CEF / 2008) a).Liga Camponesa / Via Campesina. b).Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra / Via Campesina. c).Movimento dos Atingidos por Barragens / Liga Camponesa. d).União Democrática Ruralista / Sindicato dos Proprietários Rurais.

e).União Democrática Ruralista / Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. 35ª..Fidel Castro, como figura política latino-americana, chamou a atenção da opinião pública internacional, no início de 2008, por ter tomado a decisão de: (CEF / 2008) a).Comandar a resistência dos guerrilheiros colombianos. b).Deixar o posto de chefe de Estado da República de Cuba. c).Pressionar o governo equatoriano a ceder espaço às FARC. d).Anistiar os dissidentes da Revolução Cubana residentes no exterior. e).Negociar com os governos da Venezuela e da Colômbia contra as FARC. 36ª..As energias eólica e solar são consideradas fontes alternativas por serem renováveis, contrapondo-se aos tipos de energia produzidos a partir da queima de combustíveis fósseis. No Brasil atual, o uso dessas energias alternativas indicadas pode ser, adequadamente, classificado como: (CEF / 2008) a).Restritivo, em função das condições naturais gerais do país. b).Predominante, quanto às unidades produtivas atendidas. c).Inexistente, tendo em vista os obstáculos jurídicos. d).Inviável, haja vista os históricos impasses tecnológicos. e).Incipiente, quanto a sua efetiva produtividade.

A PESSOA COMO EXISTÊNCIA POTENCIAL Qual o estatuto humano do embrião? Que tipo de ser é o embrião humano? É pessoa? É coisa? É material biológico? O embrião é pessoa potencial, um ser pertencente à nossa espécie. Mas este fato biológico significa que ele já é pessoa humana com iguais direitos de uma criança, de um adulto ou de um ancião? (...) Centralizando a questão: quando começa a pessoa humana?

Pegoraro, O. In: Araújo, L. e Barbosa, R. (orgs). Filosofia prática e modernidade. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2003:83.

37ª..Em 2008, as questões acima freqüentaram o debate público brasileiro, devido ao julgamento da constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias, no país, realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Quanto ao problema julgado, a posição final do STF foi: (CEF / 2008) a).Suspender esse tipo de pesquisa laboratorial, temporariamente. b).Restringir as pesquisas à manipulação de embriões não humanos. c).Aprovar a continuidade dessa categoria de pesquisa laboratorial.

Page 91: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

91 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

d).Impedir definitivamente o uso de embriões humanos congelados. e).Definir a equivalência entre embrião, criança, adulto e ancião. 38ª..No Brasil, é recorrente a problemática da demarcação de terras indígenas, tal é o caso atual da Reserva Raposa/Serra do Sol, na Amazônia. Com relação a esse tipo de área protegida, são feitas as afirmativas a seguir: I..A área indígena demarcada continua sendo propriedade da União. II..Os índios têm direito ao usufruto da superfície, mas não à exploração do subsolo de uma reserva demarcada. III..As Forças Armadas não podem atuar nessas áreas demarcadas. Estão corretas: (CEF / 2008) a).I, apenas. b).I e II, apenas. c).I e III, apenas. d).II e III, apenas. e).I, II e III. 39ª..Analise a definição de sustentabilidade ambiental e as situações de ameaça à Amazônia Brasileira:

Definição Sustentabilidade ambiental está relacionada à capacidade da natureza para absorver e recuperar-se das agressões do homem.

Becker, B. e Miranda, M. (orgs). A geografia política do desenvolvimento sustentável. EDUFRJ, 1995:33.

Situações

I..Índios: a alta concentração de terras indígenas e as unidades de conservação em certos estados da região restringem espaço para se alavancar a economia. II..Madeireiras: o crescimento da indústria ilegal madeireira está destruindo rapidamente a fauna e a flora. III..Arrozeiros: o agrotóxico da agricultura vai para os rios e parte da floresta é derrubada para a agricultura. IV..ONGs: estima-se que existam 100 mil ONGs operando na região e que muitas se envolvem com biopirataria e lavagem de dinheiro. V..Pasto: pecuaristas compram terrenos na região e utilizam-nos para pastagem até que se tornem inférteis.

Revista Isto é, 28 maio de 2008. O tipo de sustentabilidade definido está diretamente comprometido com as ameaças descritas nas situações numeradas de I a V, com exceção da ameaça: (CEF / 2008) a).I. b).II. c).III. d).IV.

e).V. “O conceito de hotspots foi criado em 1988 pelo ecólogo inglês Norman Myers, ao observar que a biodiversidade não está distribuída no planeta de forma homogênea, com isso procurou identificar quais as regiões que concentram os mais altos níveis de biodiversidade e que eram ameaçadas. Hotspots são áreas prioritárias para a conservação, com pelo menos 1500 espécies endêmicas de plantas e que tenham perdido mais de 3/4 de sua vegetação original.”

CEDERJ, 2009 (com adaptações). 40ª..A partir das características enunciadas, pode-se afirmar que, no Brasil, são considerados(as) como hotspots: (IBGE / 2009) a).A floresta amazônica e a caatinga. b).O cerrado e a floresta amazônica. c).A mata atlântica e o cerrado. d).O cerrado e a caatinga. e).A mata atlântica e a floresta amazônica. “Há um paradoxo de difícil equacionamento para a superação da crise global. A maioria está de acordo que um passo indispensável é a recuperação americana (...).”

José Carlos de Assis. In: Jornal do Brasil, 13/02/2009. 41ª..A atual crise da economia mundial se tornou evidente a partir do segundo semestre de 2008, nos Estados Unidos. O episódio mais marcante dessa evidência foi o momento em que o governo federal dos Estados Unidos ofereceu: (IBGE-SP / 2009) a).Apoio aos soldados americanos no Iraque. b).Ajuda financeira aos bancos norte-americanos. c).Doação internacional aos refugiados da fome. d).Solidariedade aos presos políticos em Cuba. e).Oportunidade aos que buscam o primeiro emprego. 42ª..No período de outubro a fevereiro, como de costume, o governo brasileiro adota em quase todo o território nacional o horário de verão. Esse horário alternativo é adotado no Brasil porque: (IBGE-SP / 2009) a).O governo atende a uma orientação internacional. b).O país é tropical, condição para adotar esse horário. c).O governo se promove frente a outros países latino-americanos. d).O país economiza energia e dinheiro no período. e).As regiões do país gastam a mesma cota de energia no período. 43ª..A agricultura brasileira vem crescendo e se modernizando com base em alguns cultivos voltados para o mercado externo. Atualmente, em direção à Amazônia, sobretudo no estado do Mato Grosso, se expande um desses

Page 92: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

92 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

cultivos agrícolas voltados para a exportação. O cultivo agrícola em expansão na área em foco é o de: (IBGE-SP / 2009) a).Café. b).Soja. c).Trigo. d).Cana. e).Erva-Mate. 44ª..De acordo com o IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou nos últimos anos. Isso implica uma atenção maior com o funcionamento da previdência social e com a expansão de uma faixa etária específica da população, exigindo-se uma legislação adequada. Na área da legislação brasileira, a faixa etária em questão foi especificamente contemplada com o Estatuto do(da): (IBGE-SP / 2009) a).Desarmamento. b).Idoso. c).Igualdade Racial. d).Cidade. e).Criança e do Adolescente. 45ª..No campo das relações internacionais, o governo brasileiro incrementou negociações diplomáticas com o governo boliviano, em função do fornecimento de um recurso natural estratégico importado, daquele país, pelo Brasil. O recurso natural estratégico em pauta, importado da Bolívia pelo Brasil, é o(a): (IBGE-SP / 2009) a).Petróleo. b).Carvão Mineral. c).Biomassa. d).Gás Natural. e).Xisto Betuminoso.

“A rua 25 de março, no centro de São Paulo, é um dos principais pontos de redistribuição de mercadorias do país.”

Le Monde Diplomatique Brasil, mar./2009, p. 8. 46ª..A fotografia acima registra o movimento cotidiano da economia de uma metrópole como São Paulo. O movimento registrado tem como foco uma parte da economia nacional vinculada diretamente ao setor: (IBGE-SP / 2009) a).Financeiro global. b).Industrial moderno. c).Bancário nacional.

d).Informal popular. e).Institucional local. 47ª..Integrado ao mercado global e recebendo as influências do capitalismo neoliberal, um dos principais problemas do Brasil é o desemprego. São consideradas causas de desemprego no país: I..A abertura comercial e a concorrência com produtos estrangeiros, o que diminuiu o poder de venda de vários ramos industriais brasileiros. II..Eliminação de postos de trabalho nas indústrias devido à modernização. III..Competição internacional, a qual é responsável pelo desemprego de trabalhadores altamente qualificados no país. Estão corretas: (IBGE / 2008) a).Todas. b).I e II. c).I e III. d).II e III. e).Nenhuma. “Mas nesta nova época dita de globalização não há propriamente um mercado global, embora o vejamos assim nomeado nos jornais. A inteligência dita global fica com as instituições internacionais – Nações Unidas, FMI, Banco Mundial –, mas que tampouco são completamente globais. O exercício do trabalho global é feito por firmas que chamamos globais, mas que não o são realmente. Elas escolhem as frações em que desejam atuar e as fragmentam ainda mais. Isso pouco lhes importa. O que significa que os atores que movem o chamado mundo globalizado, de um lado, não são globais, e, de outro lado, são cegos. Cegos para o que está em torno deles, porque a ação das firmas multinacionais e internacionais é indiferente aos contextos em que se inserem, pouco se incomodando com o resultado da sua presença para o que está ao redor. Só pensam em si próprias.”

Santos, M. Território & Sociedade. Entrevista com Milton Santos. Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000, p. 29.

48ª..Com relação ao texto e ao atual processo de globalização em curso, pode-se afirmar que, exceto: (IBGE / 2008) a).Os atores que movem o mundo global são, notadamente, beneficiados pelo neoliberalismo, o qual reduz as barreiras e permite uma maior interferência nos países subdesenvolvidos. b).De acordo com o texto, o conceito de globalização empregado por muitos é inadequado, pois exprime a idéia de crescimento e desenvolvimento dentro de uma ótica de totalidade e igualdade. c).O mercado global a que se refere o texto não existe porque não são todos os países do mundo que possuem acesso ao desenvolvimento tecnológico e informacional.

Page 93: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

93 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

d).Como as firmas internacionais são cegas às realidades do países subdesenvolvidos, passa a existir uma tendência à ampliação da capacidade das nações subdesenvolvidas de realizar investimentos públicos e solucionar problemas sociais. e).O texto faz cair por terra o conceito de globalização enquanto fenômeno econômico, cultural e social que atinge a todos em escala mundial. “A partir do desastre em Chernobyl, na Ucrânia, na década de 80 do século XX, diversos países como Inglaterra e Alemanha reduziram investimentos, cancelando projetos que envolviam a mesma fonte de energia gerada pela Usina de Chernobyl antes do referido acidente. Atualmente, passados mais de 20 anos, esta energia é considerada, por vários especialistas, como limpa e barata.” 49ª..O texto se refere à energia: (IBGE / 2008) a).Fóssil. b).Eólica. c).Hidráulica. d).Nuclear. e).Solar. “Um país como o Brasil não se interessa em ser apenas um país grande, economicamente forte, com um monte de gente pobre do seu lado. É preciso que todos cresçam, que tenham condições de se desenvolver.” 50ª..Com esta afirmação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falava, após reunião em julho de 2008, com o presidente da Colômbia Álvaro Uribe, sobre: (IBGE / 2008) a).A participação do Brasil no Conselho de Segurança permanente da ONU. b).A importância do Mercosul para os países-membros. c).O apoio que o Brasil vem prestando aos países pobres da África. d).A responsabilidade do Brasil na integração da América do Sul. e).A necessidade de união de todos os países pobres do planeta no combate à miséria. “O Ministério do Meio Ambiente lançou, no segundo semestre de 2008, um programa que possui como principal novidade a estipulação de um prazo de até 13 meses para que processos de licenciamento sejam concluídos, já que não havia prazo legal e as licenças demoravam até 37 meses.” 51ª..O programa lançado pelo Governo e tratado pelo texto é o: (IBGE / 2008) a).Destrava Ibama. b).Licenciamento Já. c).Desburocratização no Meio Ambiente. d).PAC Ambiental. e).Brasil Licenciado.

52ª..Na foto acima observa-se a atividade de um garimpeiro de ouro, no rio Tapajós, Amazônia. Um problema ambiental provocado diretamente pela atividade do garimpo, na região em foco, é a(o): (IBGE / 2007) a).Ocorrência de chuvas ácidas em áreas rurais isoladas. b).Agravamento das conseqüências do efeito estufa regional. c).Contaminação do meio natural e das pessoas pelo mercúrio. d).Desmatamento em larga escala na área da bacia hidrográfica. e).Avanço das áreas atingidas pelo fenômeno da pororoca. 53ª..Na década de 90, a economia brasileira foi caracterizada por um fenômeno denominado “guerra fiscal”. Esse fenômeno corresponde à competição entre estados e municípios para atrair empresas, o que provocou uma desconcentração industrial no país. Essa desconcentração é claramente exemplificada pelo(a): (IBGE / 2007) a).Desmantelamento da indústria de base no país. b).Aumento do emprego de mão-de-obra familiar. c).Redução do consumo de eletrodomésticos. d).Descentralização da produção de automóveis. e).Descapitalização dos principais setores exportadores. 54ª. A produção de biocombustíveis vem despertando interesses e aplicações em diversos países. No Brasil, tem sido muito discutida atualmente a produção de um biocombustível que tem como fonte um produto agrícola. Trata-se da(o): (IBGE / 2007) a).Gasolina. b).Acetona. c).Paracetamol. d).Etanol. e).Propanol. 55ª. Analise a foto e o trecho da matéria jornalística: (...) Falo na operação militar no Rio de Janeiro, que talvez venha a ser conhecida, pelos historiadores futuros, como a batalha inicial de uma guerra que já vinha em curso, mas somente agora ganha pinta de guerra

Page 94: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

94 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

mesmo, com blindados, canhões e tudo mais. Já não temos que passar muita vergonha, diante do Iraque ou do Afeganistão. Ou do próprio Haiti.(...)

João Ubaldo Ribeiro, “O sonho do Urutu próprio”. In: O Globo, 12/03/06.

Canhão aponta para a casa de um morador, na Mangueira

In: O Globo, 12/03/06 O conteúdo da foto e a reflexão crítica expressa no trecho acima referem-se ao seguinte aspecto do cotidiano brasileiro, no exemplo do Rio de Janeiro: (IBGE / 2006) a).Crise das Forças Armadas. b).Crise da segurança pública. c).Avanço das ações terroristas. d).Consolidação de nova ditadura militar. e).Reconhecimento oficial de uma guerra civil.

Sene & Moreira, 1999, p. 296.

56..O produto agrícola cuja evolução está representada nos mapas acima e a destinação principal de sua produção, respectivamente, são: (IBGE / 2006) a).Soja/Mercado Interno. b).Café/Exportação. c).Milho/Mercado Interno.

d).Café/Mercado Interno. e).Soja/Exportação.

Revista JB Ecológico, ago./2006. As perspectivas para a evolução do clima no planeta não são animadoras. Segundo os meteorologistas, as massas de ar frio que deveriam amenizar o verão no Hemisfério Norte e esfriar o inverno no Brasil foram bloqueadas.

Revista Veja, 02 ago./2006. 57ª..De acordo com estudos atuais, há grande probabilidade de esse tipo de bloqueio ser causado pela(o): (IBGE / 2006) a).Concentração de terras emersas no hemisfério norte. b).Multiplicação das ilhas de calor nas metrópoles. c).Expansão das áreas cobertas por desertos. d).Agravamento do efeito estufa planetário. e).Avanço da industrialização no hemisfério sul. 58ª..Com relação à atual crise energética atravessada pela sociedade brasileira, são feitas as afirmativas abaixo. I..Avançam as pesquisas e a exploração de fontes alternativas, tais como o biodiesel e a energia eólica. II..Expande-se a produção de energia hidroelétrica, através da construção de novas usinas e ampliação da capacidade geradora de antigas unidades. III..Discutem-se projetos de lei para exigir da indústria de eletrodomésticos a fabricação de produtos de menor consumo energético.

Page 95: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

95 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Estão corretas: (IBGE / 2006) a).I, apenas. b).I e II. c).I e III. d).II e III. e).I, II e III.

Revista Veja, 20 set./2006. 59ª..Há seis anos, o governo norte-americano ameaçou o Brasil com a exclusão das exportações de produtos brasileiros para os EUA, devido à pirataria de DVDs e softwares. Em fevereiro deste ano, a ameaça foi suspensa. Essa suspensão teve como principal motivo a(o): (IBGE / 2006) a).Intensificação das importações brasileiras de produtos de origem norte-americana. b).Eliminação de produção e comercialização de mercadorias falsas no país. c).Apreensão pela Polícia Federal de produtos ilegais de procedência dos EUA. d).Proibição do comércio de eletroeletrônicos na fronteira Brasil-Paraguai. e).Reforço de ações do governo brasileiro no combate a produtos falsificados. 60ª..Crises periódicas podem afetar os setores produtivos, como nos exemplos da doença da vaca louca, da gripe aviária e do vírus da febre aftosa. No caso do último exemplo, a pecuária brasileira foi recentemente afetada, tendo como conseqüência direta o(a): (IBGE / 2006) a).Sacrifício de milhares de cabeças de gado em todas as regiões do país. b).Interrupção das importações de carne de origem argentina. c).Colapso dos órgãos de segurança sanitária em todo o Brasil. d).Suspensão da compra de carne bovina brasileira no exterior. e).Reequilíbrio dos rebanhos bovinos entre as regiões brasileiras. 61ª..Analise o gráfico da matriz de transportes de carga brasileira, no ano de 2006.

Assinale a alternativa que associa corretamente as modalidades listadas a seguir com os percentuais apresentados no gráfico acima: (ANTT / 2008) I..Rodoviária. II..Ferroviária. III..Dutoviária. IV..Aquaviária. a).I-a, II-c, III-d e IV-b. b).I-b, II-a, III-c e IV-d. c).I-d, II-a, III-b e IV-c. d).I-d, II-b, III-c e IV-a. e).I-a, II-d, III-c e IV-b. 62ª..Avalie as afirmativas a seguir: I..A privatização das malhas ferroviárias criou condições para o aumento de investimentos, aumentando a competitividade deste subsetor. II..Os investimentos do Governo Federal no subsetor hidroviário melhoraram as condições de navegabilidade dos rios. III..Os arrendamentos de áreas portuárias reduziram os custos portuários, viabilizando a navegação de cabotagem. Assinale a alternativa que faz a análise correta dessas afirmativas: (ANTT / 2008) a).Apesar dos investimentos nas modalidades aquaviária e ferroviária, a matriz de transporte brasileira deverá permanecer inalterada. b).Os investimentos do setor privado na modalidade ferroviária e do setor público no subsetor hidroviário não devem aumentar a participação destas modalidades na matriz de transporte. c).Apesar dos investimentos nas modalidades aquaviária e ferroviária, a participação destas modalidades na matriz de transporte brasileira deverá diminuir devido à melhoria da qualidade das rodovias após as privatizações. d).A participação das modalidades aquaviária e ferroviária na matriz de transportes brasileira deverá aumentar. e).A participação das modalidades aquaviária e ferroviária na matriz de transportes brasileira deverá diminuir devido à alta competitividade da modalidade rodoviária. “Diga-me o que compras e te direi quem és”.

Page 96: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

96 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

63ª..Esta afirmativa usa um ditado popular para fazer uma ironia ao consumismo que caracteriza a nossa sociedade. Assinale a alternativa que representa o melhor sentido da expressão: (ANAC / 2008) a).O consumo joga um papel decisivo na definição das identidades. b).O conhecimento define a posição ocupada na sociedade. c).O valor do indivíduo é determinado por sua origem social. d).Os produtos são fabricados a partir do gosto das pessoas. e).Os gastos excessivos trazem desorganização econômica individual. “A construção da União Européia não é o resultado da força ou da dominação. Ela resultou da livre vontade dos governos e dos povos, decididos a colocar sua união a serviço da paz e do direito. Em 1º de maio de 2004, a União Européia realizou o alargamento mais importante da sua história: entraram dez novos países. Em 1º de janeiro de 2007, dando continuidade ao processo, Romênia e Bulgária foram admitidos como membros.” 64ª..Sobre os países admitidos em 2004, avalie as afirmativas a seguir: I..Os países do leste europeu que, após vários decênios sob regime socialista, realizaram, rapidamente, a conversão para uma economia de mercado. II..Os países escandinavos que, após um longo período de estagnação econômica, viam na integração a possibilidade de retomada do crescimento. III..Os países ibéricos que, após um longo período autoritário, efetuaram em apenas 20 anos a transição para o estado democrático. Assinale o item correspondente: (ANAC / 2008) a).Apenas a afirmativa I está correta. b).Apenas a afirmativa III está correta. c).Apenas as afirmativas I e II estão corretas. d).Apenas as afirmativas II e III estão corretas. e).As afirmativas I, II e III estão corretas. 65ª..A soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos dentro do território econômico de um país, independentemente da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras, é denominada: (ANAC / 2008) a).Renda Per Capita (RPC). b).Produto Interno Bruto (PIB). c).Fundo Mercantil Interno (FMI). d).Divisão Internacional do Trabalho (DIT). e).Processo de Substituição das Importações (PSI). “Ser negro no Brasil não é fácil. Talvez não seja tão difícil quanto foi antes, mas não é fácil. E não o é porque o negro teve aqui uma história iníqua, que o marcou e nos marca a todos, fez da cor da sua pele um sinal de desigualdade.”

Ferreira Gullar. In: Folha de São Paulo, 2007.

66ª..Numerosos pronunciamentos sobre racismo vêm mobilizando a opinião pública brasileira. Sobre esse tema, avalie as afirmativas a seguir: I..O conceito de raça é ultrapassado e as diferenças étnicas não implicam em diferenças essenciais. II..Os homens resultaram de imprevisíveis combinações de uns mesmos elementos genéticos e que, guardando sua inconfundível individualidade, pertencem todos a uma única espécie. III..O racismo mantém-se na contramão da evolução cultural do homem em direção à fraternidade e à solidariedade. Estão corretas as afirmativas: (ANAC / 2008) a).I, apenas. b).II, apenas. c).I e II. d).II e III. e).I, II e III. “O capitalismo tende a conquistar o planeta inteiro como um mercado e, por outro lado, tende a anular o espaço por meio do tempo, isto é, a reduzir a um mínimo o tempo tomado pelo movimento de um lugar a outro.”

Karl Marx. 67ª. .A previsão de Karl Marx parece se concretizar nas últimas décadas do século XX graças à: (ANAC / 2008) a).Intensificação dos meios de comunicação informatizados. b).Valorização do papel do Estado na economia neoliberal. c).Formação de corporações nacionais nos países em desenvolvimento. d).Introdução das máquinas automatizadas no mundo do trabalho. e).Retração dos mecanismos de competição e de consumo. 68ª. Desde a década de 1980 a economia chinesa cresce a taxas anuais médias superiores a 9%. A China é um verdadeiro “país-fábrica”. Em relação à China é incorreto afirmar: (ANAC / 2008) a).As fábricas instaladas na China, nacionais ou transnacionais, fornecem equipamentos de telecomunicações, produtos pessoais e domésticos para os Estados Unidos, a Europa e o Japão. b).A China realiza importações cada vez maiores de matérias-primas minerais e de combustíveis, o que provoca um aquecimento dos preços desses produtos no mercado internacional. c).A China investe maciçamente na produção de bens de consumo duráveis e não-duráveis e negligencia os setores de alta tecnologia e militar que lhe permitiriam disputar o papel de futura potência hegemônica. d).Os preços dos produtos exportados pela China são competitivos no mercado internacional graças,

Page 97: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

97 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

em grande parte, aos baixíssimos salários pagos a uma mão-de-obra sem poder de reivindicação. e).A economia chinesa importa manufaturados, sobretudo máquinas, insumos industriais e componentes principalmente do Japão e dos Tigres Asiáticos, e exporta produtos finais para os mercados ocidentais. 69ª. Observe o gráfico do IBGE a seguir:

A partir dos dados apresentados no gráfico, analise as seguintes afirmativas: I..Nos últimos 50 anos, as populações branca e negra vão reduzindo seu peso relativo e abrindo espaço para os pardos. II..No período 1940/1980, as altas taxas de fecundidade e a elevada mestiçagem respondem pelo crescimento sistemático dos pardos. III..A partir de 1960, a redução do peso relativo da população branca pode ser explicada, entre outros fatores, pelo acesso mais precoce a métodos mais modernos de contracepção. Estão corretas as afirmativas: (ANAC / 2008) a).I, apenas. b).II, apenas. c).I e III. d).II e III. e).I, II e III. 70ª..Embora não haja, nos dias atuais, os conflitos do contexto bipolar da Guerra Fria, vários conflitos e estados de tensão cobrem o espaço geográfico mundial. Sobre esses conflitos e situações de tensão não está correto afirmar que: (ANAC / 2008) a).A Rússia enfrenta, desde os anos 90, movimentos separatistas, como o da Chechênia, localizada no Cáucaso, uma das regiões mais conflituosas do mundo por causa da enorme diversidade étnico-religiosa. b).O Iraque, em conseqüência da invasão liderada por tropas norte-americanas, em 2003, vive um clima de guerra civil que levou à dissolução do exército iraquiano e ao atual colapso da capacidade administrativa do Estado. c).Os palestinos lutam pela formação de um Estado nacional enfrentando o Estado de Israel em disputas por territórios, como o da faixa de Gaza.

d).O Irã desenvolve um programa nuclear para conquistar uma posição de potência regional, apesar das ameaças do Ocidente e das sansões econômicas que lhe foram impostas pela ONU. e).O Afeganistão enfrenta uma guerra civil tentando se libertar do grupo radical Talibã, que se mantém no poder desde o fim do longo período de domínio do país pela ex-União Soviética. 71ª..Tem crescido significativamente a participação da população maior de 60 anos no total da população brasileira – o chamado envelhecimento populacional. O crescimento relativo do contingente de idosos não está diretamente relacionado com: (ANAC / 2008) a).A queda da mortalidade. b).A queda da natalidade. c).A queda da fecundidade. d).O crescimento da longevidade. e).O crescimento demográfico. 72ª..Sobre a questão do potencial brasileiro de liderar o setor da agroenergia, encontram-se as seguintes posições:

Posição I “Em seu planejamento estratégico, a Petrobrás não deixou de lado a inclusão social. Cerca de 70 mil famílias de agricultores poderão ter emprego e renda para o fornecimento de insumos para as três primeiras usinas de produção de biodiesel da companhia (...) Utilizando óleo vegetal e gordura animal como matérias-primas, as três usinas deverão entrar em operação no segundo trimestre de 2008.”

Informe Petrobrás, Revista Carta Capital, 05/12/2007.

Posição II “[A questão], no Brasil, passa por nossa capacidade política de realizar uma reforma agrária ecológica que atinja o poder oligárquico dos agronegociantes, democratizando o acesso à terra e garantindo a descentralização do abastecimento energético e alimentar, respeitando a diversidade de biomas do país e a criatividade das culturas de nosso povo. O que passa longe das grandes monoculturas empresariais de cana, dendê ou eucalipto...” Porto-Gonçalves, C. W., Revista Caros Amigos, set./2007.

A análise das duas posições permite concluir, corretamente, que a(s): (BNDES / 2008) a).Posição I responde à Posição II, referindo-se a outras matérias-primas. b).Posição I despolitiza a Posição II, secundarizando a dimensão social. c).Posição II nega a possibilidade de realização apresentada na Posição I. d).Posição II expande o ponto de vista da Posição I, criticamente.

Page 98: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

98 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

e).Recentes descobertas de petróleo no país descartam ambas as posições em foco. 73ª..“O Brasil alcançou, segundo a ONU, o grupo dos países com elevado índice de desenvolvimento humano. A taxa de alfabetização brasileira, por exemplo, é de 89,6%, o que contribui para o resultado alcançado.” Assinale, entre as opções abaixo, a que apresenta um mecanismo já adotado pelo governo brasileiro para reduzir o número de analfabetos no país. (BNDES / 2008 – adapt.) a).SAEB. b).ENEM. c).ENADE. d).PROUNI. e).MOBRAL. 74ª. Os conflitos mundiais da atualidade ocorrem, também, em função do domínio dos fluxos do comércio internacional, onde o intercâmbio entre países do capitalismo central e periférico são extremamente desiguais. Tomando por base o texto é INCORRETO afirmar que: a) A formação dos blocos econômicos mundiais não proporcionou um crescimento eqüitativo para todos os países membros. b) A divisão internacional do trabalho influencia no intercâmbio do comércio mundial. c) Os países do capitalismo central estabelecem trocas desiguais com o mundo periférico, principalmente, pelo domínio científico-tecnológico. d) Os centros de poder, que compõem a nova ordem mundial, possuem um ator hegemônico, qual seja: os Estados Unidos, que controlam e comandam todos os demais países, evidenciando a monopolaridade da nova ordem mundial. 75ª. As principais Bolsas do mundo tiveram, a partir de julho, sucessivas quedas atribuídas à Crise Imobiliária nos Estados Unidos. Sobre essa crise, é correto afirmar que: a) O setor imobiliário e a construção civil nos Estados Unidos, que teve um grande boom nos últimos anos, não foram afetados pela crise. As ações desse segmento continuam a ser as mais indicadas pelos bancos e gestores de investimento. b) A crise imobiliária foi encerrada com a quebra do Banco francês BNP Paribas que tinha vários fundos de investimento com recursos aplicados em créditos gerados a partir de operações hipotecárias nos Estados Unidos, arrastando outros bancos. c) A crise encerrou-se em julho quando o Banco Central Europeu, o Federal Reserve (Estados Unidos) e o Banco do Japão anunciaram o investimento de 94,8 bilhões de dólares no mercado imobiliário americano, salvando várias empresas do setor e aumentando a oferta de crédito.

d) O principal temor diz respeito à oferta de crédito disponível, já que foi detectada uma alta inadimplência do segmento imobiliário americano, com um número grande de americanos que estão atrasando ou deixando de pagar a hipoteca da casa própria. e) O Brasil foi atingido parcialmente pela crise na medida em que grandes corporações americanas e japonesas também investiram no mercado imobiliário brasileiro que vivia uma grande expansão nos últimos anos, com o grande crescimento da construção civil. 76ª. Uma das características do mundo atual é a criação de blocos econômicos, mercados comuns entre grupos de nações, com a finalidade de ampliar as relações entre os países membros e também com outros povos do mundo. Com relação a esse assunto, aponte as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F): ( ) São parceiros do acordo do livre comércio da América do Norte, conhecido como NAFTA, Estados Unidos, Canadá, México e Venezuela. ( ) México e Venezuela integram o acordo conhecido como NAFTA, porque dispõem de petróleo em abundância para negociar favoravelmente os produtos industrializados de que necessitam. ( ) A ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) é uma proposta de integração nacional, com o intuito de abranger todos os países das Américas, exceto Cuba. ( ) Entre os bons resultados alcançados pela União Européia (bloco constituído pela maioria das nações da Europa) estão a integração econômico-monetária ou a criação da moeda única e o livre trânsito das pessoas residentes nos países membros. ( ) Na América do Sul, a criação do Pacto Andino, constituído pelo Chile, Peru e Bolívia, e o Mercosul, pelo Brasil e Argentina, propiciou áreas de livre comércio entre esses países, oportunizando a negociação com blocos econômicos. Assinale a alternativa correta: a) F-F-V-V-F d) V-F-V-F-V b) V-V-F-F-V e) F-V-F-F-V c) F-V-F-V-F 77ª. Os mercados mundiais de produtos agrícolas são muito instáveis pois as variações de preços representam um risco para países a) como a China que, dependendo de importações de cereais, acabam criando grandes déficits na balança comercial pelo que desembolsam na compra dos produtos. b) tradicionalmente produtores como o Canadá e a Austrália que, exercendo grande domínio sobre os mercados, sentem-se ameaçados de perder a posição frente aos baixos preços. c) tradicionalmente exportadores como a Argentina ou o México que, recebendo menor quantidade de

Page 99: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

99 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

divisas pelas exportações, têm dificuldades de investir em outros setores econômicos. d) considerados subdesenvolvidos que, dependendo da exportação de alguns poucos produtos agrícolas, são prejudicados pelos baixos preços do mercado e pelas políticas protecionistas de alguns países desenvolvidos. e) grandes importadores como os países da Europa Ocidental que, mesmo exercendo pressões sobre os produtores, são obrigados a pagar preços elevados pelos produtos e gerar crises de abastecimento. 78ª. Os investimentos diretos da China no Brasil aumentaram vertiginosamente nos últimos anos, conforme pode ser observado no gráfico acima.

Sobre esses investimentos, é correto afirmar: a) Destinam-se, principalmente, à produção de matéria-prima no Brasil, destacando-se minério de ferro e soja. b) Originam-se, principalmente, da falta de qualificação da mão de obra no setor agrícola, na China, nos últimos anos. c) Devem-se à necessidade de a China diversificar e expandir sua indústria pesqueira para além do Sudeste asiático. d) Concentram-se na produção pecuária, visando atender à crescente demanda de sua carteira de negócios no mercado norte-americano. e) Relacionam-se à flexibilização da legislação trabalhista brasileira, que tem atraído investimentos chineses, sobretudo para o setor de biotecnologia. 79ª. A partir de 1989, a América Latina incorpora o neoliberalismo. Este modelo, contestado por diferentes grupos e movimentos sociais, caracterizou-se, neste continente, por a) atenuar as diferenças sociais e a dependência em relação ao capital internacional, ofertando o pleno emprego. b) estimular o desenvolvimento do campo social e político e implementar uma sociedade mais justa e igualitária. c) diminuir o poder da iniciativa privada transnacional, mediante a intervenção do Estado a favor da burguesia nacional.

d) ter uma base econômica formada por empresas públicas que regularam a oferta e a demanda, assim como o mercado de trabalho. e) instaurar um conjunto de idéias políticas e econômicas capitalistas que defendeu a diminuição da ingerência do Estado na economia. 80a. Leia a matéria:

Crise já faz governo temer freada no crescimento

Análises de economistas do governo indicam que, se houver recessão nos Estados Unidos, a meta de crescimento de 5% do PIB para o ano que vem ficará comprometida.

(O Estado de São Paulo, 19/08/07) O impacto da crise financeira internacional, deste segundo semestre de 2007 na economia brasileira, se explica pelo fato de: a) Não ser o Brasil um global trader e depender exclusivamente do mercado norte-americano para alocar suas exportações. b) Ser o mercado americano o maior destino das commodities brasileiras e o recuo das exportações pode diminuir os superávits alcançados nos últimos anos. c) A descapitalização afetar os investimentos estrangeiros no país, gerando um conseqüente superávit nas contas correntes. d) O Brasil não conseguir manter as médias de crescimento em torno de 5% que obteve nos últimos quatro anos, uma vez que as exportações para o mercado norte-americano contribuem decisivamente para o aumento do PIB nacional. e) Que o Brasil vem se retirando da globalização, devido ao modelo econômico implementado no atual governo. 81ª. Os acontecimentos manifestados com a aguda crise financeira no setor dos empréstimos hipotecários nos Estados Unidos fizeram crescer uma ansiedade dos responsáveis econômicos pelo setor privado face à sua incapacidade de prever o conteúdo, a abrangência e a amplitude das instabilidades econômicas neste começo de século XXI. Sobre esse tema, assinale a opção que contém uma afirmativa FALSA. a) A potencialidade da crise em propagar seus efeitos sobre o sistema financeiro mundial surpreendeu a comunidade de investidores e operadores, e o resultado foi uma grande divulgação dos acontecimentos na mídia internacional, perplexa diante das falências de importantes bancos de investimentos e das maiores seguradoras do mundo. b) As concordatas fraudulentas, a manipulação dos balanços das empresas e as revelações sobre as remunerações de dirigentes cujas competências se mostraram duvidosas aumentaram a desconfiança

Page 100: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

100 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

dos grandes operadores e investidores do mercado financeiro. c) A necessidade de encontrar novas saídas de ampliação para os lucros fez com que investidores cada vez mais recorressem a especulações financeiras, como aquelas que caracterizam os mercados de ações e negócios fraudulentos e as hipotecas subprime. d) Após a crise econômica, um forte sistema de regulação por parte dos Estados passou a exigir mais responsabilidade de bancos e instituições financeiras e as atividades mais lucrativas começaram a respeitar rigorosamente um conjunto de regras que protege o “mundo financeiro” de novas fraudes. e) Uma característica da crise atual são as bolhas produtivas que estouram, levando a crises repentinas. No ano passado a bolha do setor imobiliário nos EUA estourou, afetando o sistema financeiro em todo o mundo. Isso afetou a vida de milhões de pessoas que perderam ou corre risco de perder suas casas. 82ª. Os economistas chamam de recessão um período em que a economia de uma determinada região ou país deixa de crescer. Ocorre uma redução das atividades comerciais e industriais. Assim, diminui o ritmo da produção e do trabalho. É uma época em que o desemprego aumenta e os salários caem, pois os empresários precisam produzir menos e reduzir os custos que têm com a manutenção de suas empresas. Analise as seguintes afirmações sobre recessão: I. A economia do mundo atual baseia-se em relações de interdependência. Grande parte das exportações mundiais, por exemplo, vai justamente para os Estados Unidos que, com a recessão, pode reduzir suas importações. II. Uma recessão nos Estados Unidos não interfere na economia mundial. Na verdade, uma crise econômica localizada em um país não teria influências na economia de outros países. III. Com a globalização, a crise econômica mundial contaminou o sistema financeiro internacional, gerando graves consequências e muitos países entraram em recessão, reduzindo o lucro das empresas e provocando desemprego. Sobre o tema, é correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) II, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 83ª. Um dos grandes desafios do século XXI para tornar o mundo melhor é o de aprender a conviver com os outros, aceitar e respeitar os que são diferentes na cultura, na religião, nos costumes, na sexualidade etc. A intolerância, os preconceitos, as discriminações e o racismo, no entanto, vêm crescendo. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar:

a) o princípio de que todos os seres humanos são iguais, independentemente de sexo, cor da pele, orientação sexual, local de nascimento, valores culturais, existe de direito e de fato nas sociedades democráticas. b) o racismo consiste numa tendência a desvalorizar certos grupos étnicos, sociais ou culturais, atribuindo-lhes características inferiores e manifesta-se na segregação e rejeição de valores culturais. c) os neonazistas, os carecas, os arianos, entre outros, são grupos organizados que visam combater os preconceitos, sobretudo contra migrantes pobres. d) a xenofobia e a homofobia atingem em maior grau os indígenas, os negros e a mulher, considerados inferiores em determinadas sociedades. 84ª. Observe o mapa abaixo:

Os dados expostos sobre a era atômica revelam que: a) Apesar de muitos países ficarem à margem da corrida nuclear, os arsenais atômicos são, ainda, uma fonte de poder no mundo atual. b) Países como Índia, Paquistão, França, Rússia e China ainda realizam testes nucleares porque estão diretamente envolvidos em guerras. c) Os testes e as experiências nucleares são realizados hoje para fins pacíficos, restringindo-se à pesquisa científica e à produção energética. d) Mesmo com as restrições atuais, países emergentes vêm investindo em programas de armas nucleares, casos de Brasil, Irã e África do Sul. 85ª. Considere a seguinte afirmação: “A democracia no Brasil é algo muito recente e ainda está se consolidando. Ela continuará crescendo se as regras institucionais para as eleições e o exercício do poder forem ampliadas, para possibilitar a participação da população, e se os movimentos sociais tiverem mais liberdade para lutar pela manutenção dos direitos fundamentais e a criação de novos direitos. Somente quando a

Page 101: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

101 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

maioria da população tiver educação de qualidade, condições de se alimentar adequadamente e condições de vida social decente poderemos ter democracia no Brasil. Enquanto isso, temos uma democracia ‘capenga’”.

(TOMAZI, Nelson. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2007, p. 124).

Sobre a análise exposta, assinale o que for correto. I - Podemos deduzir do texto que, para o autor, a qualidade de um regime democrático pode variar no tempo e no espaço. Ele nos sugere que a presença e a estabilidade do sistema eleitoral são apenas indicadores mínimos para definir o grau de democracia que existe em uma determinada sociedade. II - Podemos concluir do texto que, em uma democracia, os partidos políticos não são tão importantes. Assim, a democracia brasileira seria melhor se as regras eleitorais reconhecessem os movimentos sociais como instituições de representação, e não os partidos políticos. III - Podemos concluir do texto que as deficiências da democracia brasileira têm relação com o fato de que tivemos, ao longo da história republicana, a vigência de longos períodos de regimes autoritários. IV - De acordo com o texto, a consolidação da democracia brasileira não depende de mudanças na estrutura jurídica do Estado. V - Para o autor, a qualidade de uma democracia pode ser medida observando-se os seguintes indicadores: as regras institucionais vigentes, as condições dadas para a construção de ações coletivas e a maneira como os recursos materiais estão distribuídos. a) I, apenas é verdadeiro. b) III, apenas é verdadeiro. c) II e IV são verdadeiras. d) I, III e V são verdadeiros. e) IV, apenas é verdadeiro. 86ª. "Em alguns países, produzem-se alimentos suficientes para toda a população nacional e para a exportação. Então a questão não é o tamanho da população, mas a tecnologia que está sendo usada e o investimento que está sendo feito”.

(Jacques Diouf, diretor geral da FAO, em entrevista concedida à Revista Veja, edição 2057 -23 de abril de

2008) Segundo o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), a alta do preço dos alimentos assusta, mas não condena o mundo à fome, como afirmam aqueles que ressuscitam o fantasma de Malthus, título da matéria da revista. Em relação à escalada dos preços dos alimentos, considere as afirmações abaixo. I. Aumento de preço, devido à redução da oferta de alimentos em decorrência das alterações climáticas e doenças nos rebanhos do planeta, que tem provocado graves quebras de safras.

II. O incentivo dos governos dos países emergentes e do Japão aos produtores de etanol, derivado do milho ou do arroz, fez aumentar a cotação desses grãos, estimulando agricultores de alimentos a migrarem para a produção de biocombustíveis. III. O preço do barril de petróleo tem aumentado sucessivamente desde o início de 2007, o que elevou o preço dos transportes e insumos agrícolas. IV. O dinamismo da economia mundial que vem crescendo nos últimos anos tem aumentado o consumo de alimentos em países emergentes, onde vivem mais de 1/3 da população mundial. Estão corretas, a) apenas, I e II. d) apenas, I e III. b) apenas, III e IV. e) I, II, III e IV. c) apenas, I, III e IV. 87ª. O perfil racial da Fundação Unipalmares é único na América do Sul e há poucas como ela no mundo. O projeto excita e atrai muita gente, como Jairo Abud, professor titular da Fundação Getúlio Vargas, que se apresentou à Unipalmares no início de 2005. A diretora, acanhada, disse que não teria como pagá-lo. Ele respondeu: “Não estou perguntando quanto ou como a senhora vai me pagar, estou dizendo que vou dar aula aqui”. Inevitável provocar a diretora sobre o tema da democracia racial: “Minhas opiniões sobre isso se aprofundaram. Hoje eu posso falar a partir de um conhecimento empírico. Eu discordava da democracia racial de Gilberto Freyre, sacava as dificuldades do negro. A importância disto aqui é que nossos alunos têm uma melhoria macro: observo mudanças no modo de eles falarem, de se comportar, a postura, as roupas, o padrão de consumo. Eles começam a ler e selecionar o que lêem. Não importa o que aconteça daqui pra frente, nós já conseguimos fazer nosso aluno entender que aqui ele pode, e alguém da família dele pode também. Olha, estou vivendo a democracia racial pela primeira vez”. (ZIBORDI, 2007, p. 8). A questão racial no Brasil tem suas origens históricas na escravidão e na situação do negro após a Abolição. Ações políticas, como a da Unipalmares, representam, no contexto da sociedade brasileira, a) uma comprovação da existência da democracia racial no país, fruto da miscigenação étnica que deu origem ao povo brasileiro. b) uma política de ação afirmativa, que, através de mecanismos compensatórios, busca corrigir uma injustiça social no país c) o reforço do preconceito racial, pois prova a incapacidade intelectual dos negros para ingressarem na universidade sem mecanismos facilitadores. d) a tese de que a diferenciação ocorre por critérios sociais e não de cor, na medida em que não existem manifestações de racismo na sociedade brasileira.

Page 102: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

102 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

88ª. Ao longo do século XIX, uma das discussões mais importantes foi sobre a composição racial do povo brasileiro. Visitantes estrangeiros e boa parte da elite nacional viam na elevada dose de “sangue” não-branco em nosso povo o grande problema do Brasil. Ainda nas primeiras décadas do século XX, para muitos, a salvação viria pelo “embranquecimento” através de práticas eugênicas e da imigração européia. Isso nos redimiria do pecado da mistura. (CASTRO, 2006, p. 98). A análise do texto e os conhecimentos relativos à discussão atual sobre as relações étnicas na sociedade brasileira permitem afirmar: I - A “elevada dose de ‘sangue’ não-branco”, mencionada no texto, influía pouco nas hierarquias sociais e nos critérios de participação política do Brasil no Período Monárquico. II - A cordialidade que marcou a convivência cotidiana entre senhores e escravos domésticos ao longo da história da escravidão no Brasil, explica a ausência de preconceito, racismo e outros conflitos entre esses segmentos da sociedade, no Período Colonial. III - A mestiçagem entre negros, brancos e índios registrada na História do Brasil gerou uma sociedade integrada, harmônica, na qual as diferenças de cor estão diluídas, a ponto de não interferirem nas relações sociais. IV - A crença sobre a existência de uma “democracia racial”, na qual índios, brancos, negros e mestiços alcançam iguais oportunidades de realização social, tem contribuído para desviar a atenção da sociedade das práticas de preconceito e de discriminação existentes no Brasil. V - A busca do “embranquecimento” pelos segmentos negros ou mestiços relaciona-se diretamente com a pobreza, com a exclusão e com o preconceito enfrentados por eles no mercado de trabalho, na educação e na ocupação dos espaços sociais. VI - As desigualdades sociais resultantes de fatores econômicos, habitacionais e educacionais, dentre outros, aprofundam as diferenças étnicas e dificultam a tomada de consciência e de cidadania por parte de grandes contingentes da população afro-descendente no Brasil. Está correto o que se afirma em a) I e II c) II, III e IV b) I, II, IV e V d) IV, V e VI. 89ª. A idéia de “fome” vem há algum tempo sendo re-significada, politicamente, sob a luz do conceito de “segurança alimentar”. No Fórum Mundial Social de Mumbai (Índia), em 2004, as discussões foram focadas na necessidade de emancipação dos povos dependentes das políticas internacionais que regulam a produção, estocagem, distribuição e comercialização alimentar no mundo. Sobre o conceito de “segurança alimentar”, pode-se afirmar que:

I – ele representa uma mudança de concepção que poderá transformar a qualidade de vida de inúmeras sociedades historicamente dependentes dos padrões de consumo alimentar de países e regiões possuidores de índices de desenvolvimento humano (IDH) bastante elevados. II – ele é o caminho para a construção de outro conceito, ainda mais expressivo, voltado para a erradicação da miséria no mundo: o da “sustentabilidade alimentar”. Este conceito, que incorpora programas ligados à preservação do meio ambiente e à não utilização de agrotóxicos nas monoculturas extensivas, concebe o enfrentamento da pobreza a partir de programas locais voltados para o mercado de trabalho. III – se as populações em estado de “pobreza absoluta” forem os principais atores de sua própria emancipação social – isto é, se o controle da “fome” apoiar-se sobre suas atividades econômicas e não fundamentalmente na ajuda alimentar dos outros – então há chances de que espaços diversos onde há “insegurança alimentar” sejam menos afetados por processos de marginalização socioespacial. IV – a sustentabilidade das atividades agrícolas nos países mais pobres deve ser delegada às suas tecnologias e tradições produtivas, para que seja possível a erradicação da fome. O conceito relaciona a autonomia alimentar dos países com a geração de novos empregos e a menor dependência das importações e flutuações dos preços no mercado internacional. Está correto o que se afirma em a) todas as afirmações. c) I, II e III. b) I, II e IV. d) II e III. 90ª. "(...) precisamos compreender a realidade que se encontra por trás da elaborada mitologia da Guerra Fria. Não é muito difícil, se atentarmos aos fatos. O fato básico e crucial, que nunca é demais repetir, é que o sistema da Guerra Fria é altamente funcional para as superpotências, e é por isso que ele persiste, apesar da probabilidade de mútua aniquilação no caso de uma falha acidental, que ocorrerá mais cedo ou mais tarde. A Guerra Fria fornece um arcabouço onde cada uma das superpotências pode usar a força e a violência para controlar seus próprios domínios contra os que buscam um grau de independência no interior dos blocos – apelando à ameaça da superpotência inimiga, para mobilizar sua própria população e a de seus aliados." (Chomski, Noam. Armas Estratégicas, Guerra Fria e Terceiro Mundo. In: Thompson, Edward. Extremismo e Guerra Fria. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 189-192) Tendo como referência o texto acima, assinale a alternativa que corretamente interpreta a transcrição. a) Os discursos ideológicos da Guerra Fria elaboraram um acervo literário, de natureza mitológica, só superado pelo acervo mitológico da antiguidade clássica greco-romana.

Page 103: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

103 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

b) A eclosão de um conflito nuclear entre EUA e URSS durante a Guerra Fria só não ocorreu graças à eficiência técnica de ambos ao evitarem qualquer falha acidental. c) O conteúdo ideológico da Guerra Fria forneceu aos países do Terceiro Mundo a condição de perceberem os interesses velados no discurso de todos aqueles que buscavam deles se aproximar. d) A proposição do uso da força e da violência foi amplamente usado pelos países do Terceiro Mundo para evitar a interferência dos interesses das superpotências nos seus limites territoriais. e) A Guerra Fria foi utilizada pelas duas superpotências para manter a dominação sobre o Terceiro Mundo, para evitar que algum país de sua área de influência escapasse ao seu controle. 91ª. O Brasil ainda não conseguiu extinguir o trabalho em condições de escravidão, pois ainda existem muitos trabalhadores nessa situação. Com relação a tal modalidade de exploração do ser humano, analise as afirmações abaixo. I - As relações entre os trabalhadores e seus empregadores marcam-se pela informalidade e pelas crescentes dívidas feitas pelos trabalhadores nos armazéns dos empregadores, aumentando a dependência financeira para com eles. II - Geralmente, os trabalhadores são atraídos de regiões distantes do local de trabalho, com a promessa de bons salários, mas as situações de trabalho envolvem condições insalubres e extenuantes. III - A persistência do trabalho escravo ou semi-escravo no Brasil, não obstante a legislação que o proíbe, explica-se pela intensa competitividade do mercado globalizado. Está correto o que se afirma em a) I b) II c) I e II d) I, II e III. 92ª.

As figuras confirmam cada vez mais a presença do trabalho infantil no mercado de trabalho. Seus conhecimentos sobre o tema levam à reflexão de que: I - O trabalho infantil é uma das maiores agressões à sociedade brasileira. De acordo com o IBGE, dos 2,7 milhões de crianças na idade de 06 a 14 anos, cerca de 50% trabalham até 40 horas semanais. Essa forma de trabalho está atrelada à pobreza da família, pois crianças que deveriam estar na escola estão na luta para completar a renda familiar.

II - O trabalho infantil, marca já registrada na cultura econômica brasileira, gera lucro para quem explora e pobreza para quem é explorado. Na zona rural de muitas regiões brasileiras são muitas crianças trabalhando no sisal, nas carvoarias, nas pedreiras, nos canaviais e na agricultura. A miséria amedronta, ao ponto de uma criança perguntar numa carvoaria em Goiás: “Pra existir um rico quantos pobres têm que existir?” III - Na maioria das cidades brasileiras as ruas são tomadas de crianças que ficam nos semáforos, muitas vendendo balas para sobreviver, pedindo esmola, expostas ao tráfico de drogas, à prostituição infantil, aos pedófilos e a agenciadores da prostituição. IV - A falta de oportunidades de trabalho, a renda baixíssima, a não alfabetização, também são fatores que contribuem para a pobreza e para a degradação dos fatores em pauta. Estão corretas as proposições a) I e IV c) I e II b) I e III d) Todas as proposições 93ª. O trabalho escravo contemporâneo ainda é um grande drama social em vários países. Examine o mapa a seguir, com os principais luxos migratórios de trabalhadores que se tornam escravos no Brasil atual.

De acordo com o mapa, é correto afirmar sobre os luxos desses trabalhadores que: a) as principais áreas receptoras encontram-se na fronteira agrícola amazônica, em especial nos cultivos e criação de gado no Pará e Mato Grosso. b) os estados do Sudeste são o seu destino principal, especialmente para trabalhar em indústrias clandestinas em grandes cidades como São Paulo. c) entre as áreas emissoras mais importantes estão os estados com a maior produção industrial do Nordeste, como Ceará, Pernambuco e Bahia.

Page 104: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

104 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

d) estados com baixo Índice de Desenvolvimento Humano como Maranhão e Piauí estão entre os principais emissores e receptores desses trabalhadores. 94ª. No gráfico abaixo, estão representadas mudanças no perfil socioeconômico da população brasileira entre 2002 e 2009.

Adaptado de Folha de S. Paulo, 18/04/2010 Um dos principais fatores que possibilitaram as mudanças representadas no gráfico é: a) elevação do poder aquisitivo b) ampliação da expectativa de vida c) estabilização da oferta de emprego d) diminuição da taxa de analfabetismo 95ª. As últimas décadas do século XX assistiram a uma revolução nos sistemas de produção e de trabalho. As opções abaixo apresentam algumas das conseqüências dessas mudanças, À EXCEÇÃO: a) da substituição do trabalho humano por robôs flexíveis e programados. b) da substituição, na ocupação da mão-de-obra, do setor de serviços pelo setor industrial. c) do comando de sistemas de produção por computadores e programas sofisticados. d) da produção altamente concentrada combinada com uma flexível integração de empresas subcontratadas. E) do redimensionamento da escala de produção em função de mega-mercados ou mercados mundiais. 96ª. “A divisão sexual do trabalho assume formas conjunturais e históricas, constrói-se como prática social, ora conservando tradições que ordenam tarefas masculinas e tarefas femininas na indústria, ora criando modalidades da divisão sexual das tarefas. A subordinação de gênero, a assimetria nas relações de trabalho masculinas e femininas se manifesta não apenas na divisão de tarefas, mas nos critérios que definem a qualificação das tarefas, nos salários, na disciplina do trabalho.”

(CARLOTTO, C. M. O Conceito de gênero e sua importância para a análise das relações sociais. Serv. Soc.

Rev., Londrina, v. 3, n. 2, p. 205, jan./jun. 2001). Sobre o trabalho feminino, é correto afirmar: A) Mesmo no mundo globalizado, o trabalho feminino é muito utilizado em formas de emprego precárias, como contratos de curta duração e empregos em tempo parcial. B) Os rendimentos das mulheres trabalhadoras mais escolarizadas tendem a ser superiores aos dos homens em igual posição. C) Observa-se uma diminuição da presença das mulheres em atividades de maior prestígio e rendimentos devido à melhoria da qualificação da mão-de-obra masculina. D) O trabalho doméstico é exercido predominantemente pelas mulheres em razão da baixa qualificação da mão-de-obra feminina. 97ª.

A NOVA CLASSE MÉDIA DO BRASIL Analise os dados apresentados no quadro, a seguir:

Revista Galileu /Vestibular 2009.p. 48

A) nos últimos anos, uma parcela significativa da população brasileira deslocou-se do miolo para a base da pirâmide. B) a classe média passou a ser maioria no Brasil; entretanto, o número de pobres vem aumentando significativamente. C) a pirâmide atual usou, como critérios, além da renda familiar, a taxa de analfabetismo e a expectativa de vida. D) o crescimento do miolo da pirâmide gera impactos no consumo, pois reflete o aumento do poder aquisitivo da classe média. 98ª. Atualmente, o surgimento de novas atividades profissionais com diversos graus de qualificação favorecem o desaparecimento de outras profissões, provocando inúmeros desempregos.

Page 105: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

105 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

I. O desemprego em larga escala, na atualidade um processo novo e recente, sendo o resultado exclusivo das inovações do mundo globalizado. II. Ao longo da história, as crises econômicas motivadas por fatores internos e externos e mudanças na atividade produtiva ainda provocam o desemprego conjuntural. III. Na fase atual, as inovações tecnológicas e a concorrência mundial, motivada por corte nos custos de produção, principalmente o emprego conjuntural. IV. O desemprego estrutural é tanto quantitativo como qualitativo, pois, respectivamente, reduz o número de postos de trabalho e exclui mão obra desqualificada. Com base na análise do texto e das proposições, pode-se afirmar que estão corretas apenas: A) I e III C) II e III E) II e IV B) I e II D) III e IV 99ª. Em meados da década de 1990, em um artigo intitulado "Globalização: as oportunidades e os riscos", publicado no jornal Gazeta Mercantil, o economista Gilberto Dupas apontava a automação e o desemprego estrutural como "uma mancha escura pairando no coração do capitalismo vitorioso". Sobre essa questão, analise as alternativas a seguir, assinalando a que estiver INCORRETA: A) A globalização diz respeito a uma mudança estrutural que atinge, indistintamente, as diferentes regiões do planeta e que pode ser exemplificada pela formação de blocos econômicos e associações regionais de livre mercado. B) Na origem da globalização está o que alguns chamam de "Terceira Revolução Industrial", cujas bases são a microeletrônica, a biotecnologia e a química fina. C) As condições favoráveis ao Neoliberalismo, feição política da globalização, deram-se a partir dos governos de Margareth Thatcher, na Inglaterra, Ronald Reagan, nos Estados Unidos e Helmut Kohl na Alemanha. D) O desemprego estrutural, ao qual Dupas se refere, diz respeito à ausência de recursos tecnológicos na agricultura, o que favorece, no mundo globalizado, um preocupante êxodo rural que resulta na segregação de uma camada social de miseráveis nas grandes cidades em todo o mundo. E) No âmbito das gestões públicas, a globalização é marcada pela busca de um "Estado Mínimo", redimensionando o tamanho e o papel dos Estados especialmente através das privatizações. 100ª. A usina hidrelétrica de Belo Monte será construída no rio Xingu, no Pará. A usina será a terceira maior do mundo e a maior totalmente brasileira, com capacidade de 11,2 mil megawatts. Os índios do Xingu tomam a paisagem com seus cocares, arcos e flechas. Em Altamira, no Pará, agricultores fecharam estradas de uma região que será inundada pelas águas da usina.

BACOCCINA, D.; QUEIROZ, G.; BORGES, R. Fim Do Leilão, Começo Da Confusão. Isto é Dinheiro. Ano

13, no 655, 28 abr. 2010 (adaptado) Os impasses, resistências e desafios associados à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte estão associados a) Ao potencial hidrelétrico dos rios do norte e nordeste quando comparados às bacias hidrográficas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. b) À necessidade de equilibrar e compatibilizar o investimento no crescimento do país com os esforços para a conservação ambiental. c) À grande quantidade de recursos disponíveis para as obras e à escassez dos recursos direcionados para o pagamento pela desapropriação das terras. d) Ao direito histórico dos indígenas à posse dessas terras e à ausência de reconhecimento desse direito por parte das empreiteiras. e) Ao aproveitamento da mão-de-obra especializada disponível na região Norte e o interesse das construtoras na vinda de profissionais do Sudeste do país. 101ª. Em Copenhague na Dinamarca, a COP15 foi realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009 um dos encontros mais importantes da história – a 15 a Conferência das Partes (COP15) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança de Clima. São esperados representantes de cerca de 200 países. Sua realização é aguardada com expectativa e esperança por todos os que se preocupam com as mudanças climáticas e seus impactos no planeta.

(Correio Brasiliense, 30/08/2009) Quanto ao assunto tratado no texto, é correto afirmar: a) Países industrializados e países em desenvolvimento alcançaram em reuniões preparatórias, como Bali e Bonn, acordo definitivo sobre as metas globais a serem alcançadas em matéria de redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera; b) EUA e União Europeia concordaram que Brasil, Índia e China continuem dispensados de cumprir metas de redução da emissão dos gases de efeito estufa; c) O representante dos EUA Johnnatam Pershing sustenta que seria necessário reduzir os níveis de emissões de dióxido de carbono (CO 2) entre 25% e 40% até 2020, tendo 1990 como referência; d) Os EUA, um dos países que mais emite gases na atmosfera, não assinaram o protocolo de Kyoto de 1997 (ratificado por 184 países em 2005) que acordava a redução de 5% de CO 2 em relação aos índices de emissão registrados em 1990; e) Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), é preciso reduzir em 16% a emissão de dióxido de carbono na atmosfera, caso contrário até o fim do século a temperatura média global pode sofrer elevação de até 8ºC provocando uma catástrofe ambiental.

Page 106: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

106 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

102ª. Lula defende biocombustíveis das críticas crescentes BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a produção de biocombustíveis pelo Brasil, rejeitando as críticas de que ela acelera o aumento dos preços dos alimentos em todo o mundo e prejudica o meio ambiente. As crescentes críticas são um desafio à diplomacia brasileira e ao auge das exportações agrícolas, que transformaram o Brasil no maior exportador mundial de etanol derivado da cana de açúcar. Competidores e críticos tentaram relacionar várias das exportações agrícolas do país, da carne à soja, com a destruição do meio ambiente e com más condições de trabalho.

(RAYMOND COLITT, em 16/04/2008. Adaptado de www.estadao.com.br)

O debate a respeito do uso de biocombustíveis não envolve apenas questões ambientais, mas também diferentes interesses econômicos. Neste último caso, encontram-se países e empresas que lucram com a utilização em larga escala dos combustíveis fósseis e produtores de biocombustíveis. Nesse campo de lutas, o Brasil emerge como um potencial ator de primeira grandeza, posicionando-se no centro dessa polêmica. Um alegado risco ambiental decorrente da maior produção de biocombustíveis no Brasil e uma vantagem territorial que fundamenta a defesa desta política de Estado, respectivamente, são: a) desertificação - abundância de recursos hídricos. b) degradação dos solos - predomínio de solos férteis. c) desmatamento - disponibilidade de terras não cultivadas. d) disseminação de pragas - ocorrência de climas temperados. e) destruição da biodiversidade – inexistência de espaços disponíveis. 103ª. ENTENDA O QUE É A CAMADA PRÉ–SAL!

A chamada camada pré-sal é uma faixa que se estende por cerca de 800 quilômetros abaixo

do leito do mar, entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, e engloba três bacias (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo localizado nesta área encontra-se em profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo os geólogos, conservam a qualidade do produto.

Trecho Adaptado- Folha Online – 10/08/2008 Sabe-se que a formação do petróleo ocorre através da alteração de matéria orgânica vegetal ou animal, de origem oceânica, retida no subsolo. Baseando-se nessas informações, é CORRETO afirmar que a área propícia à produção do petróleo localiza-se a) nos terrenos cristalinos, em locais que estiveram cobertos por mares. b) nos subsolos oceânicos, em áreas de terrenos cristalinos da era Mesozóica. c) nos subsolos oceânicos, em áreas de bacias sedimentares. d) nos terrenos sedimentares, em subsolos oceânicos da era Pré-Cambriana. e) nos terrenos oceânicos cristalinos datados da Era atual. 104ª. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi criado em 1975, como uma forma encontrada pelo governo brasileiro para enfrentar as crises do petróleo, iniciadas em 1973. Sobre o Proálcool, assinale a alternativa INCORRETA: a) Baseou-se em uma forte política de subsídios e financiamento a juros baixos aos grandes usineiros, agravando ainda mais o problema fundiário no país. b) Contribuiu para atenuar a crise do setor açucareiro brasileiro na década de 70, devido aos baixos preços internacionais do açúcar. c) Possibilitou a abertura de novas fronteiras agrícolas, evitando investimentos em plantações e usinas já existentes. d) Representou uma fonte de desenvolvimento de tecnologias "limpas" por aproveitar a cana-de-açúcar como fonte de energia renovável. e) Ocasionou uma série de problemas ambientais pela dificuldade de aproveitamento e armazenamento dos resíduos da produção de álcool. 105ª. O petróleo não é uma matéria-prima renovável e precisou de milhões de anos para sua criação. A maioria dos poços encontra-se no Oriente Médio, na antiga União Soviética e nos EUA. Sua importância aumentou desde meados do século XIX, quando era usado na indústria e hoje é um dos grandes fatores de conflitos no Oriente Médio. Aponte as três grandes crises do petróleo nos últimos anos. a) A primeira foi em 1973, quando os EUA tentaram invadir Israel para dominar os poços petrolíferos desse país; a segunda foi em 1979, quando foi criado o Estado da Palestina e eclodiu o conflito

Page 107: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

107 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

com a Arábia Saudita; a terceira foi em 1991, quando começou a guerra do Iraque. b) A primeira foi em 1973, quando houve uma crise de produção no Oriente Médio, levando ao aumento do preço dos barris de petróleo no mundo todo; a segunda foi em 1979, quando o Kuwait se recusou a vender petróleo para os EUA; a terceira foi em 1991, quando começou a guerra dos EUA contra o Afeganistão. c) A primeira foi em 1973, devido ao conflito árabe-israelense; a segunda em 1979, quando os árabes diminuíram a produção de barris; a terceira em 1991, que acabou gerando a Guerra do Golfo, quando o Iraque invadiu o Kuwait. d) A primeira foi em 1973, quando o Iraque invadiu a Palestina; a segunda foi em 1979, período de baixa produção de petróleo no Oriente Médio; a terceira foi em 1991, devido à Guerra do Golfo. e) A primeira foi em 1973, quando vários países do mundo exigiram a fundação da OPEP para controlar os preços dos barris de petróleo; a segunda foi em 1979, quando se deu o conflito árabe-israelense; a terceira foi em 1991, quando teve início a guerra da Palestina. 106ª. Observe atentamente o texto abaixo: MERCOSUL descobre mar potável sob a terra

Empresários e políticos descobriram recentemente o que os geólogos já sabiam há muito tempo: o maior reservatório de água doce do mundo estende-se por 1,6 milhão de km2, território maior que o da Inglaterra, França e Espanha juntas. É o manancial subterrâneo conhecido como Botucatu e apelidado de “aqüífero gigante do Mercosul” pois dois terços estão espalhados por muitos estados brasileiros, e o restante está debaixo da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Também conhecido como “Guarany”, o aqüífero possui volume total estimado em aproximadamente 50 bilhões de m3. Se toda a água fosse extraída abasteceria 150 milhões de pessoas por 2.500 anos. A preocupação agora é com o controle dos vários poços

espalhados pela região. Além do desperdício, poços desativados são abandonados sem serem fechados, aumentando o risco de contaminação por acidente ou sabotagem. Adaptado de BIANCARELLI, Aureliano para o jornal Folha

de S. Paulo, 19 de maio 1996. Levando em consideração o texto acima e seus conhecimentos, assinale a alternativa correta: a) O termo “aqüífero gigante do Mercosul” se deve ao fato de dois terços dele estarem localizados em três países vizinhos do Brasil e o restante em apenas cinco estados brasileiros. b) O termo “aqüífero gigante do Mercosul” indica que é preciso controlar os poços abandonados nessa região porque, como recebem apenas água da chuva, estão sujeitos a contaminações. c) O termo aqüífero – que designa uma grande quantidade de água doce confinada entre camadas permeáveis – é referido no texto como “um lençol gigante” por sua extensão e por ficar escondido sob a terra. d) O “aqüífero gigante do Mercosul” chama atenção de outros blocos internacionais, por representar uma fonte de água potável importante só para o Rio Grande do Sul. e) O termo aqüífero – que designa uma pequena quantidade de água salgada confinada entre as camadas impermeáveis – é referido no texto como “um lençol gigante” por sua extensão e por ficar escondido sob a terra. 107ª. A apropriação antrópica dos recursos naturais renováveis e não renováveis como fontes energéticas tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, trazendo consequências socioambientais desastrosas para grande parte das populações da Terra. Neste contexto, é correto afirmar que (o) (a)(s): a) biocombustíveis obtidos do aproveitamento de matérias primas diversas têm sido a esperança de uma obtenção mais limpa de energia oriunda de recursos naturais renováveis. O Brasil é um dos países que tem investido na tecnologia de sua fabricação com aproveitamento de vegetais como a cana-de-açúcar para fabricação do etanol e da mamona e outros para o biodiesel. b) hidroeletricidade constitui a matriz energética da maioria dos países desenvolvidos industrializados, sendo considerada uma forma de energia não poluente, de baixo custo de aquisição e renovável, por estes motivos é largamente utilizada. c) carvão mineral é um dos combustíveis fósseis de recente utilização pelo setor fabril com um aproveitamento energético expressivo, em razão das insignificantes consequências ambientais que sua exploração acarreta, quase sempre pouco danosas no que diz respeito ao meio ambiente. d) petróleo é a principal fonte energética do planeta, sendo matéria prima fundamental para vários tipos de indústrias, é um combustível bastante nocivo para a saúde humana. Nos últimos anos, sua utilização tem diminuído de forma

Page 108: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

108 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

significativa em função do aumento do uso dos biocombustíveis. e) gás natural é pouco utilizado como fonte energética devido aos elevados custos de exploração e comercialização, pois seu transporte é extremamente difícil e dispendioso, além de apresentar uma forma de aproveitamento bastante poluente se comparada à de outros recursos energéticos como o petróleo e o carvão. 108ª. “Todas as atividades humanas, desde o surgimento da humanidade na Terra, implicam no chamado ‘consumo’ de energia. Isto porque para produzir bens necessários à vida, produzir alimentos, prazer e bem-estar, não há como não consumir energia, ou melhor, não converter energia. Vida humana e conversão de energia são sinônimos e não existe qualquer possibilidade de separar um do outro.” Apesar de toda importância do consumo de energia para a vida moderna, podemos afirmar que sua forma de utilização no mundo contemporâneo continua a ser insustentável porque a) o consumo de energia é desigual entre ricos e pobres, sendo que os pobres continuam a utilizar fontes arcaicas que são muito mais danosas ao meio. b) as chamadas fontes alternativas que são não-poluentes são de custos elevadíssimos e só podem ser produzidas em pequena escala para consumo muito reduzido. c) a energia hidroelétrica que assumiu a liderança no consumo mundial necessita da construção de grandes represas que causam grandes impactos ambientais. d) as principais matrizes energéticas do mundo continuam a ser o petróleo e o carvão, que são fontes não-renováveis e muito poluentes. e) a energia nuclear, que é a solução mais viável para a questão energética do mundo, depende do enriquecimento do urânio, cuja tecnologia é controlada por poucos países e inacessível para a grande maioria. 109ª. Nos últimos anos, no Brasil, tem chamado a atenção a expansão do plantio de cana-de-açúcar para produção do etanol, utilizado como combustível. No dia 17/09/2009, o governo lançou um programa denominado Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, que visa ordenar o avanço dessa cultura sobre o território, proibindo sua expansão sobre alguns biomas, haja vista que isso poderá trazer impactos negativos no meio ambiente. Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta. a) O bioma Amazônia, por sua grande extensão geográfica e vastas áreas ainda não usadas para agricultura, é considerado um espaço adequado para a expansão da cana-de-açúcar. b) O bioma Pantanal, devido à abundância de recursos hídricos necessários ao desenvolvimento

da cana-de-açúcar, é tido como área ideal para seu plantio. c) Existem, em território brasileiro, milhões de hectares de terra subutilizados que podem ser revertidos ao plantio de cana-de-açúcar, sendo desnecessário o avanço sobre biomas ainda conservados. d) Remanescentes florestais não utilizados na região Sudeste podem ser incorporados como áreas de plantio, evitando assim sua expansão sobre biomas ambientalmente mais suscetíveis. e) No Centro-Sul brasileiro não haverá expansão da cana-de-açúcar, porque as áreas agrícolas já estão incorporadas à dinâmica produtiva. 110ª. Sobre a crise mundial de alimentos analise as proposições sobre os principais fatores que influenciaram a alta dos preços dos alimentos e MARQUE A OPÇÃO ERRADA. a) Mais demanda menos oferta. A população mundial está comendo mais. Especialmente nas economias que tem registrado maior expansão, como a da China, que tem 1,3 bilhões de habitantes. Com mais gente comprando, vale a lei da oferta e da procura. b) Alta do petróleo. O aumento nos preços do petróleo fez também com que o preço final dos alimentos ficasse mais caro. O preço do barril influi diretamente nas commodities agrícolas em duas pontas: na produção e na distribuição. c) Especulação. Muitos fundos usaram as bolsas de mercadorias para especular com a antecipação da compra de safras futuras em busca de melhor rentabilidade, o que também contribui para valorizar o preço de comodities como o trigo e o arroz. d) Condições climáticas. O clima desfavorável devastou culturas na Austrália e reduziu as colheitas em muitos outros países, em particular na Europa, segundo a FAO. e) Biocombustíveis. São os grandes responsáveis pela escassez mundial e aumento nos preços dos alimentos. Porque as áreas cultivadas influenciam diretamente na produção agrícola. 111ª. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico de um dado país que leva em conta, simultaneamente, diversos aspectos, tais como expectativa de vida, índice de mortalidade infantil, grau de escolaridade e poder de compra da população. A relação entre o consumo anual de energia per capita (TEP) e o IDH, em vários países, está indicada no gráfico abaixo, no qual cada ponto representa um país.

Page 109: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

109 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

Com base nesse conjunto de dados, pode-se afirmar que a) o IDH cresce linearmente com o consumo anual de energia per capita. b) o IDH aumenta, quando se reduz o consumo anual de energia per capita. c) a variação do IDH entre dois países é inferior a 0,2, dentre aqueles, cujo consumo anual de energia per capita é maior que 4 TEP. d) a obtenção de IDH superior a 0,8 requer consumo anual de energia per capita superior a 4 TEP. e) o IDH é inferior a 0,5 para todos os países com consumo anual de energia per capita menor que 4 TEP. 111ª. Além do mau uso, a demanda por esse recurso tem sido cada vez maior, devido ao crescimento populacional e à ampliação de atividades econômicas. Quanto à renovação desse importante recurso, não há comprovações sobre o seu aumento, pelo contrário, sua escassez em algumas regiões do mundo já é uma realidade. Portanto, apesar de renovável, muitos povos sofrem com a sua diminuição e futuramente terão sua sobrevivência ameaçada. A afirmação revela a preocupação com a escassez a) do petróleo. b) da vegetação. c) da água. d) do carvão mineral. e) de alimentos. 112ª. Observe o gráfico da distribuição da água doce na superfície do planeta.

Com base nos conhecimentos sobre o tema e o auxílio do gráfico, podemos afirmar: I - A distribuição desigual dos recursos hídricos é apenas uma face da problemática escassez de água potável no mundo; o desequilíbrio entre sua oferta e demanda passa também pela poluição dos grandes mananciais e pelas possibilidades das populações pobres terem acesso à água tratada. II - A América do Sul, que sozinha detém quase 1/3 da água doce do planeta, se configura como área estratégica. Mas também enfrenta problema, com a ambiguidade entre o desperdício e a escassez de abastecimento de água potável entre as camadas de suas populações. III - Os recursos hídricos estão equitativamente bem distribuídos por todos os continentes e dentro deles a carência de acesso a esse bem renovável se dá não por escassez, mas simplesmente por questões políticas, tais como no Nordeste brasileiro e no Saara, onde o subsolo guarda grandes reservas de água doce que poderiam abastecer as populações e desenvolver a agricultura irrigada sem problema. IV - As estatísticas da distribuição da água pelo planeta por si não revelam toda a realidade de acesso, ou não, das populações a esse líquido, tal como ocorre com a Ásia, que, embora detenha um dos maiores percentuais da água doce do planeta, também detém a maior população, parte vivendo em pobreza absoluta e alguns povos em áreas de escassez, onde o acesso à água é causa de conflitos. Estão corretas apenas as proposições a) I, II e III d) I, II e IV b) II, III e IV e) I, III e IV c) II e III 113ª. A água constitui um elemento fundamental para o desenvolvimento da vida no nosso planeta. Com relação a esse elemento, assinale a alternativa correta. a) A água do planeta está sendo comprometida pela poluição doméstica, industrial e agrícola, e pelos desequilíbrios ambientais resultantes dos desmatamentos e do uso indevido do solo.

Page 110: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

110 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

b) Desvios de água para projetos de irrigação, construção de hidrelétricas, consumo excessivo, desmatamento e poluição, têm contribuído para a redução de conflitos entre usuários. c) A água tem sido utilizada para a geração de energia elétrica assegurando a sustentabilidade do meio ambiente local. d) O Brasil possui pouca quantidade de água superficial e subterrânea devido às suas características geológicas dominantes. e) A diminuição da chuva no Brasil tem sido o maior problema ligado à falta de água para abastecer as cidades. 114ª. A cidade de São Paulo comemorou 456 anos. Cortada pelos rios Tamanduateí, Pinheiros, Tietê e afluentes, vem apresentando problemas estruturais que agravam as enchentes que ocorrem em seus leitos. Há relatos desses períodos de cheias, em 1820, escritos por José Bonifácio: “miserável estado em que se acham os rios Tietê e Tamanduateí, sem margens nem leitos fixos, sangrados em toda parte por sarjetas, que formam lagos que inundam esta bela planície”, indicando preocupação com o transbordamento de suas margens.

(O Estado de S.Paulo, 24.01.2010. Adaptado.) A partir da leitura do texto, identifique os problemas estruturais, que poderiam acentuar as enchentes. I. Despejo desordenado do lixo urbano. II. Impermeabilização do solo urbano. III. Ampliação de áreas verdes. IV. Crescimento de loteamentos junto aos cursos fluviais. V. Expansão da rede de circulação viária em avenidas de fundo de vale. Assinale a alternativa que indica todos os reais problemas estruturais apresentados que acentuam as enchentes da cidade de São Paulo no século XXI. a) I, IV e V. d) II, III, IV e V. b) I, II, IV e V. e) II, III e IV. c) I, III e V. 115ª. A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada por alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto aumentar a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que dispomos hoje. A ação humana tem provocado algumas alterações quantitativas e qualitativas da água: I. Contaminação de lençóis freáticos. II. Diminuição da umidade do solo. III. Enchentes e inundações.

Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são, respectivamente, a) uso de fertilizantes e aterros sanitários / lançamento de gases poluentes / canalização de córregos e rios. b) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários. c) uso de fertilizantes e aterros sanitários / desmatamento/impermeabilização do solo urbano. d) lançamento de lixo nas ruas / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários. e) construção de barragens / uso de fertilizantes / construção de aterros sanitários. 116ª. Algumas medidas podem ser propostas com relação aos problemas da água: I. Represamento de rios e córregos próximo às cidades de maior porte. II. Controle da ocupação urbana, especialmente em torno dos mananciais. III. Proibição do despejo de esgoto industrial e doméstico sem tratamento nos rios e represas. IV. Transferência de volume de água entre bacias hidrográficas para atender as cidades que já apresentam alto grau de poluição em seus mananciais. As duas ações que devem ser tratadas como prioridades para a preservação da qualidade dos recursos hídricos são a) I e II. d) I e IV b) II e III. e) II e IV c) III e IV 117ª. Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, "duas de cada três pessoas viverão situações de carência de água, caso não haja mudanças no padrão atual de consumo do produto". Uma alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global, seria: a) desenvolver processos de reutilização da água. b) explorar leitos de água subterrânea. c) ampliar a oferta de água, captando-a em outros rios. d) captar águas pluviais. e) importar água doce de outros estados. 118ª. À medida que crescem a população e as cidades, ocorre também uma crescente demanda pela água, que é utilizada de diversas formas como, por exemplo, no uso doméstico, nas indústrias, na agricultura e pecuária. Com relação à demanda de água, assinale a alternativa que mostra onde a água é requerida em maior quantidade. a) No uso doméstico, pelas atividades cotidianas como as de limpeza e lazer. b) Na agricultura, principalmente na irrigação de lavouras.

Page 111: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

111 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

c) Na pecuária, na dessedentação de animais. d) Na indústria, principalmente nos parques industriais para, por exemplo, mover máquinas, resfriar peças e gerar energia. 119ª. BRIC é um termo utilizado para referenciar um grupo de países que, embora distintos, possuem características comuns e têm a cada ano uma importância estratégica cada vez maior, como se pode comprovar no excerto a seguir: “O ministro Guido Mantega (Fazenda) defendeu nesta terça-feira uma maior participação dos países do chamado Bric no FMI (Fundo Monetário Internacional). Segundo o ministro, a meta é passar 7% da cota de países avançados para os emergentes, para aumentar o poder de decisão. Hoje a proporção é 40% de ações dos emergentes e 60% de avançados.” (Folha Online, em Brasília - 08/09/2009 - Mantega defende maior participação de emergentes no FMI. http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u621009.shtml) Assinale a opção que traz informações corretas sobre países componentes do BRIC: a) Brasil, Rússia, Iugoslávia e Canadá são os países que compõem o bloco econômico chamado BRIC, onde segundo estimativas ultrapassarão o G7 em menos de 20 anos. b) O bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia e China, constitui-se de países que possuem idêntica situação econômica e política, mas índices de desenvolvimento diferentes. c) Esses países têm economias estabilizadas recentemente; situação política estável; diminuição, embora lenta, das desigualdades sociais e níveis de produção e exportação em crescimento. d) Segundo previsão do banco de investimentos Goldman Sachs, até o ano de 2050, as economias dos países membros do BRIC, juntas, superarão as economias dos sete países mais ricos do mundo atualmente, (Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália). e) BRIC é um acrônimo criado em novembro de 2001 pelo economista Jim O´Neill, para designar os 4 (quatro) principais países emergentes do mundo, a saber: Brasil, Rússia, Indonésia e China. 120ª. Sobre a formação sócio-econômica dos países denominados “emergentes” e suas diferenças regionais, assinale o correto. a) Os países emergentes localizam-se na periferia da economia capitalista, sendo excluídos totalmente do processo desenvolvimentista e, por não possuírem nenhuma vantagem comercial, classificam-se, também, como subdesenvolvidos. b) Entre os países emergentes é comum a inexistência de diferenças, principalmente no que se refere ao processo de industrialização, à economia, ao desenvolvimento tecnológico e às condições sociais.

c) A Índia e a África do Sul, países emergentes, diferentemente do Brasil e da Argentina, vivenciaram processo de industrialização anterior à Primeira Guerra Mundial. d) Os países considerados emergentes caracterizam-se, por exemplo, por seus atrativos, como parques industriais e vantagens competitivas (redução de impostos, baixos salários etc.), que produzem transformações significativas nas paisagens urbanas e condições de vida, com a intensificação do processo de industrialização, ampliando os mercados consumidores e o processo de urbanização desordenada, que origina numerosas favelas. e) As economias emergentes na era da globalização apresentam desenvolvimento industrial intimamente ligado às exportações de produtos manufaturados para o mercado global, o que representa sua total independência dos países ricos. 121ª. “A China é agora a segunda economia do mundo, superando o Japão. Nesse inacreditável laboratório da modernidade, há muitos perigos à espreita, quer eles venham da ecologia, do sistema político ou do próprio crescimento vertiginoso da economia. Mas a China é hoje um lugar onde acontecem coisas surpreendentes....”

HORTA, Luiz Paulo. “O Império do Meio manda chamar Confúcio”. O Globo. Caderno Opinião, 1º caderno,

22/08/2010, p.06. Com as reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping, a partir de 1979 e do início da década de 80, a China deixou de ser um país atrasado e agrícola para se converter numa potência industrial, ingressando, já no início do século XXI, na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ao combinar uma economia de mercado com a ditadura de um partido único, a China ainda possui desafios para se sustentar e se integrar ao cenário da economia mundial. Com base nos conhecimentos das mudanças geoeconômicas atuais, afirma-se que a(o) a) China se tornou um centro produtor e exportador mundial de produtos têxteis e manufaturados de baixo valor, a partir do crescente uso de mão de obra barata, do amplo mercado consumidor e de altos investimentos, vindos dos países asiáticos. b) manutenção das Zonas Econômicas Especiais é uma das metas do novo modelo de desenvolvimento econômico, cujo principal objetivo é a aproximação da China com países africanos, como Angola e Nigéria, fornecedores de petróleo, produto essencial ao crescimento industrial. c) início do processo de abertura da China ao comércio exterior se deu com a implantação do socialismo, logo após o término da Guerra do Ópio, mas retroagiu com a eclosão do movimento xenófobo conhecido como Guerra dos Boxers. d) novo modelo de desenvolvimento chinês para o século XXI aponta para a diminuição da desigualdade social com o aumento do consumo

Page 112: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

112 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

interno e investimentos em setores estratégicos de produção, como os de alta tecnologia e serviços, apesar da recente expansão de sua economia e dependência em relação ao comércio exterior. e) rompimento das relações sino-soviéticas na década de 70, a partir da desestalinização promovida na União Soviética, favoreceu a autonomia chinesa e ampliou os investimentos na produção, até então, controlados exclusivamente pelos russos. 122ª. A sigla BRIC é um acrônimo que se refere ao Brasil, à Rússia, à índia e à China, países que se destacaram no cenário mundial pelo rápido crescimento de suas economias. A respeito desses países, é correto afirmar que: a) o PIB da China, atualmente, é o segundo do mundo, tendo superado o Japão recentemente. b) os quatro países, em conjunto, possuem atualmente 25% da população mundial. c) Brasil e China são membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. d) a índia terá a menor média de crescimento econômico entre os países que compõem o BRIC, devido à sua grande população. e) o Brasil será uma das grandes potências militares, dado seu engajamento na corrida armamentista. 123ª. A estrutura etária da população tem reflexos importantes na economia de um país. Logo, a tendência dos grupos etários representados no gráfico nos leva à reflexão de que:

I - Em 1980, 38% da população tinham entre 0 a 14 anos de idade, em 2000 esse percentual cai para 29%, e, de acordo com as projeções do IBGE, em 2020 as crianças e jovens menores de 14 anos serão apenas 23% da população do país. II - A participação relativa de idosos na população total vem aumentando significativamente. Em 1980, as pessoas com mais de 60 anos de idade representavam apenas 6%; em 2000 já perfaziam 7% e em 2020 totalizarão 13%.

III - As estatísticas oficiais afirmam que em 2006, 97% das população entre 7 a 14 anos frequentavam a escola. Como a população, nessa faixa etária, tende a diminuir em termos relativos e a permanecer estável em termos absolutos, não será necessário ampliar o número de vagas já existentes nas escolas fundamentais e sim melhorar a universalização do ensino médio e a qualidade das escolas, em todos os níveis. IV - A projeção nos mostra que nas próximas décadas haverá um acelerado crescimento da população de idosos, resultante do aumento da expectativa de vida. Essas alterações no padrão demográfico brasileiro agravam a crise estrutural do sistema de previdência social no Brasil, mas, por outro lado, aumentam de maneira significativa a importância dos idosos no mercado de consumo (casas de repouso, atividades recreativas, educação continuada na área de informática, ensino de línguas estrangeiras e uma boa pedida para a indústria do turismo. Estão corretas: a) Apenas as proposições II e III b) Apenas as proposições I e II c) Todas as proposições d) Apenas as proposições II e IV e) Apenas as proposições I e IV 124ª. A competição econômica dos países capitalistas, por áreas de influência, cria uma nova ordem mundial com a formação de blocos econômicos.Com relação aos blocos econômicos e às organizações regionais da nova ordem mundial ,é correto afirmar que a) o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) é integrado, exclusivamente, por Brasil e Argentina, países que, por sua importância, controlam o comércio nas Américas. b) o bloco econômico asiático surge a partir do sucesso do Japão na Segunda Guerra Mundial e exclui, completamente, os Estados Unidos que não integram a APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico). c) a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) é o acordo econômico mais importante da América do Norte e congrega, além de Estados Unidos e Canadá, também o México. d) se estabeleceu uma ordem tripolar, com o primeiro bloco liderado pelos Estados Unidos, o segundo, a partir da União Europeia e o terceiro, a partir do fortalecimento de um bloco oriental liderado pelo Japão. e) a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) reúne ex-repúblicas socialistas que se uniram a fim de se contraporem ao poderio militar russo. 125ª. O espantoso crescimento econômico da China no último decênio revela-se com nitidez no aumento da participação do país no comércio mundial. A esse respeito, assinale a alternativa correta.

Page 113: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

113 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

a) Os preços das commodities no mercado mundial vêm sendo profundamente afetados pelas oscilações da demanda chinesa. b) A China não pertence à Organização Mundial do Comércio (OMC), fato que limita seu intercâmbio comercial com os Estados Unidos. c) Os investimentos chineses nos países africanos concentram-se no setor de serviços, especialmente transporte e comunicações. d) O aumento da penetração de produtos chineses na América Latina não afeta de maneira significativa as exportações brasileiras para a região. e) O incremento do fluxo de comércio bilateral Brasil-China não vem sendo acompanhado por investimentos produtivos chineses. 126ª. “A mundialização da economia capitalista gerou a segmentação do espaço econômico mundial. Esta característica geográfica se expressa no final do século XX na formação de blocos econômicos em todo o mundo”.

OLIVEIRA, A. A mundialização do capitalismo e a geopolítica mundial no fim do século XX. In: ROSS, J. L. Sanches (org.).

Geografia do Brasil, v. 3. São Paulo: EDUSP, 1996. p. 255.

Sobre a formação dos blocos econômicos, assinale a afirmativa INCORRETA. a) A Comunidade Comum Européia (CEE) constitui-se no exemplo mais avançado desse processo de formação e unificação econômica. b) A CEE, também conhecida como União Européia, está gerando um dos maiores mercados mundiais. c) Os blocos econômicos têm como objetivo estabelecer regulamentos alfandegários e protecionistas, limitando o livre trânsito de mercadorias entre os países membros. d) O MERCOSUL surgiu de um acordo entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e pretendeu implantar a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre seus membros. 127ª. Entre os temas mais polêmicos das reuniões da Organização Mundial do Comércio (OMC), estão as reivindicações dos países subdesenvolvidos, que pedem a redução de subsídios para a produção agrícola e o fim da proteção dos mercados internos nos países desenvolvidos. Tais países aplicam elevadas tarifas de importação de produtos agrícolas prejudicando as exportações do mundo subdesenvolvido. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar: a) as barreiras zoossanitárias e fitossanitárias eliminam a necessidade das elevadas tarifas sobre produtos importados, diminuindo assim o custo dos gêneros alimentícios. b) as barreiras zoossanitárias e fitossanitárias consideradas não tarifárias são necessárias aos países subdesenvolvidos e pobres, já que são obrigados a importar grande volume de produtos agrícolas.

c) o dumping, comercialização de uma mercadoria com preço muito baixo para eliminar a concorrência, é uma forma de defesa dos países subdesenvolvidos contra a importação. d) os países ricos, para reduzirem ainda mais a importação de produtos agrícolas, utilizam também as barreiras zoo e fitossanitárias, já que protegem a saúde humana de risco de contaminação. 128ª. As afirmativas a seguir se referem aos aspectos do processo de integração nas diferentes fases de formação de um bloco econômico. Analise-as. I - A Zona de Livre Comércio corresponde à fase em que as tarifas alfandegárias são reduzidas ou mesmo eliminadas, e as mercadorias produzidas no âmbito dos países que compõem essa Zona circulam livremente de um país para outro e para o exterior. II - Na fase da União Aduaneira, além das mercadorias produzidas no âmbito do bloco circularem livremente de um país para outro, é estabelecida uma tarifa externa comum (TEC), para o comércio com os países que não formam o bloco. Essa fase é caracterizada, também, pela livre circulação de pessoas. III - No Mercado Comum, além do livre comércio de mercadorias entre os países membros do bloco e da existência de uma TEC para o comércio com países de fora, ocorre a existência, no bloco, da livre circulação de pessoas, de serviços e de capitais. IV - Na fase da União Monetária, o bloco tem características da fase de Mercado Comum, somando-se a essas uma unificação institucional do controle do fluxo monetário, e é estabelecida uma moeda única. Assinale: a) Se as afirmativas I e II estiverem certas. b) Se as afirmativas II e III estiverem certas. c) Se as afirmativas I e IV estiverem certas. d) Se as afirmativas III e IV estiverem certas. e) Se as afirmativas I, II e IV estiverem certas. 129ª. Ao longo da História, a situação econômica dos países subdesenvolvidos sempre foi altamente desvantajosa em comparação com os países desenvolvidos e o resultado direto disso é o endividamento crescente dos países mais pobres, sendo causas determinantes para o agravamento desse problema: I - Uma balança comercial de um modo geral mais favorável aos países ricos, em função da diversidade de produtos que têm a oferecer. II - A tendência de queda nos preços internacionais dos produtos primários, oferecidos ao mercado pelos países subdesenvolvidos. III - A não participação dos países subdesenvolvidos em órgãos internacionais como a ONU, que, em tese, poderiam defender melhor a aplicação de políticas de preço mais justas. Assinale:

Page 114: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

114 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

a) Se apenas a afirmativa I for correta. b) Se apenas a afirmativa II for correta. c) Se apenas a afirmativa III for correta. d) Se as afirmativas I e II forem corretas. e) Se todas as afirmativas forem corretas. 130ª. A nova divisão internacional do trabalho, em conjunto com a nova economia política, trouxe importantes mudanças para o sistema interestatal, que se configura como a forma política do sistema mundial moderno. Sobre esse assunto, é correto afirmar que: a) se acentuou consideravelmente a tendência para os acordos políticos interestatais, como, por exemplo, a União Européia e o Mercosul. b) os Estados periféricos e semiperiféricos passaram a exercer um controle absoluto sobre a soberania efetiva dos Estados hegemônicos. c) se reduziu, aceleradamente, a privatização das indústrias e dos serviços. d) os novos sistemas de produção flexível foram substituídos pelo sistema de produção fordista. e) aumentou o modelo de estatização dos serviços de bem-estar social e diminuiu a expansão do terceiro setor. “Falar de globalização é evocar o processo de dominação do sistema capitalista sobre o espaço mundial, fenômeno que se inscreve em uma tendência de submissão progressiva de todos os espaços físicos e sociais à lei do capital, à lei da acumulação contínua, que é a finalidade suprema do sistema capitalista.” 131ª..A respeito desse processo, assinale a opção correta. (SEDUC-MT / 2007) a).A globalização diz respeito ao desenvolvimento de relações econômicas em nível mundial, que, portanto, excluem processos sociais e culturais. b).Pressupõe a retração no desenvolvimento de mercados financeiros mundiais, uma vez que eles são estimulados pela internacionalização do capital e das empresas. c).O desenvolvimento tecnológico faz parte desse processo e, em grande parte, o capitaneia. d).O pleno emprego, o desenvolvimento social e a melhoria das condições de vida das populações são o resultado concreto do processo de globalização em curso. “O deslocamento da população do campo para as cidades não ocorreu de forma igualmente acelerada nas diversas regiões do mundo. A partir de meados do século XX, também o contingente populacional dos países do então chamado Terceiro Mundo cresceu mais depressa que a dos países industrializados.” 132ª..No que concerne às tendências de crescimento das cidades e da população mundial, assinale a opção correta: (SEDUC-MT / 2007) a).Os países pobres, por apresentarem menor taxa de mortalidade que os países ricos, crescem a um ritmo maior.

b).Enquanto países ricos evidenciam uma crescente urbanização, os países pobres permanecem com a maioria da sua população residindo no campo. c).O contingente populacional mundial continua crescendo. d).A metropolização é um processo exclusivo dos países ricos com elevado grau de industrialização. 133ª..A economia chinesa é considerada a de maior crescimento no mundo. As características que destacam a China no cenário político mundial incluem: (SEDUC-MT / 2007) a).A introdução progressiva do capitalismo aliada a uma política de abertura democrática. b).O fato de esse país ser considerado, além de uma potência econômica, uma potência militar. c).O rompimento de suas relações comerciais com os chamados Tigres Asiáticos. d).A formação de um bloco econômico regional desse país com a Rússia. 134ª..A questão dos direitos humanos no mundo está na ordem do dia. A tendência é colocar a garantia dos direitos humanos acima da soberania dos Estados. Assinale a alternativa que apresenta o Brasil e a mulher no contexto atual: (PMSM-RS / 2008) a).A mulher entrou num processo contínuo e acentuado de retorno à condição de mãe e dona-de-casa em detrimento de uma profissão remunerada. b).A maioria dos postos-chaves, como cargos executivos, são ocupadas por mulheres. c).A Constituição de 1988 estabeleceu – pela primeira vez – que, na sociedade conjugal, direitos e deveres são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. d).A Constituição proíbe a eleição de mulheres à presidência da República e a todas as instâncias do Judiciário. e).Durante o regime militar, as mulheres gozaram de determinados privilégios em relação aos homens. 135ª..Todos os elementos abaixo caracterizam a ocupação do espaço brasileiro, exceto: (PMSM-RS / 2008) a).Superpovoamento territorial. b).Faixa litorânea povoada. c).País populoso. d).Existência de vazios demográficos. e).Baixa densidade demográfica. 136ª.As ilhas de calor correspondem ao aumento da temperatura urbana, principalmente nas áreas mais centrais. Tal aumento de temperatura é ocasionado pelos seguintes fatores, exceto: (PMSM-RS / 2008) a).Presença de muitos prédios de concreto e vidro, os quais retêm o calor e dificultam a circulação atmosférica. b).Presença de calor emitido por diversos motores e equipamentos, tanto de fábricas como de automóveis. c).Presença de asfalto, o qual retém muito calor.

Page 115: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

115 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

d).Presença de indústrias que emitem fuligens e gases tóxicos à atmosfera. e).Presença de uma grande quantidade de veículos movidos à combustão, os quais ajudam a dissipar o calor atmosférico para a ionosfera, por meio da emissão dos gases poluentes. 137ª..Analise as afirmativas a seguir sobre a população brasileira: I..Dois fatores, dentre outros, contribuíram para a redução da taxa de natalidade brasileira: o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho e o processo de urbanização. II..A redução das taxas de mortalidade do Brasil se deveram a revolução médico-sanitária, ou seja, resultam da popularização da medicina, da difusão das práticas de higiene social e das campanhas de saúde pública. III..A difusão do planejamento familiar no Brasil possibilitou, à maior parte da população, o acesso às práticas contraceptivas, aos dispositivos intra-uterinos, à laqueadura e à vasectomia, os quais contribuíram para a diminuição nas taxas de mortalidade. Estão corretas: (PMSM-RS / 2008) a).Todas. b).I e II. c).I e III. d).II e III. e).Nenhuma. 138ª..Os índices de mortalidade infantil, no Brasil, têm caído expressivamente nas últimas décadas. Em 1940 era de 163,4‰, enquanto em 1980 era de 87,9‰. Atualmente, seguindo a tendência, a taxa é 25,1‰. Essa queda nos índices de mortalidade deve-se principalmente à: (SEAD-MT / 2006 – adapt.) a).Possibilidade de acesso, por todas as classes sociais, de melhorias das condições de vida. b).Diminuição dos índices de poluição nas grandes cidades. c).Melhora das condições sanitárias e higiênicas. d).Disseminação do uso de fertilizantes, nas áreas rurais. e).Descoberta da vacina contra malária. “Com o surgimento do Mercosul, a América do Sul partilhou de maior integração econômica, visualizada nesse bloco regional em que o Brasil busca ocupar o papel de líder. Porém, ainda há muitas diferenças entre os países que integram esse bloco, o que gera dificuldades de operacionalização entre eles.” 139ª..Pode-se afirmar que uma das causas para essas dificuldades operacionais é: (SEAD-MT / 2006) a).Diferença da língua falada e escrita entre os países integrantes do Mercosul. b).Os diferentes tipos de moeda adotados pelos países integrantes do Mercosul, que dificultam a troca de mercadorias e serviços.

c).Existência de 7 tipos de bitolas diferentes nos trilhos ferroviários dos países que integram o Mercosul. d).O clima severo imposto pelas latitudes elevadas que países como o Chile e Argentina enfrentam, o que impede o cumprimento de compromissos de exportação agrícola. e).A intolerância de modelos econômicos e políticos de alguns países ao Mercosul, com constantes manifestações contrárias aos seus governos. “Um país como o Brasil não se interessa em ser apenas um país grande, economicamente forte, com um monte de gente pobre do seu lado. É preciso que todos cresçam, que tenham condições de se desenvolver.” 140ª..Com esta afirmação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falava, após reunião em julho de 2008, com o presidente da Colômbia Álvaro Uribe, sobre: (IBGE / 2008) a).A participação do Brasil no Conselho de Segurança permanente da ONU. b).A importância do Mercosul para os países-membros. c).O apoio que o Brasil vem prestando aos países pobres da África. d).A responsabilidade do Brasil na integração da América do Sul. e).A necessidade de união de todos os países pobres do planeta no combate à miséria. 141ª..As relações e estruturas familiares no Brasil e em várias partes do mundo vêm se transformando a passos rápidos. A respeito desse tema, assinale a opção incorreta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2007) a).No Brasil, a taxa de separação e divórcio aumenta gradualmente, embora isso não signifique que os casamentos perderam seu sentido social. b).O ingresso da mulher no mercado de trabalho alterou, de forma geral, práticas familiares tradicionais no Brasil, como a imagem da mulher associada à de dona-de-casa. c).Mesmo nos países hegemonicamente islâmicos, as estruturas familiares estão mudando com a mesma rapidez e na mesma direção de sociedades culturalmente ocidentais e laicas. d).Na comparação com o passado remoto, a família brasileira de hoje tende a ser constituída por um número menor de filhos. e).O decréscimo da quantidade de casamentos no Brasil está fortemente associado a novos fatores culturais e econômicos. 142ª..O mundo contemporâneo vem sendo marcado por fatos significativos no que se refere ao tema energético no Brasil e no mundo. A respeito desse assunto, assinale a opção correta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2007) a).A nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia gerou um debate nacional restrito aos aspectos puramente econômicos acerca do tema energia. b).O petróleo e seu preço internacional têm impedido que países como a Venezuela possam agir de forma mais autônoma no cenário internacional.

Page 116: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

116 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

c).A dimensão energética e o crescimento econômico robusto não têm relação entre si. d).A Rússia, potência energética da Eurásia, amplia sua presença no cenário internacional depois da Guerra Fria, por meio, entre outros fatores, da sua força no campo energético. e).O gasoduto que integra a Venezuela à Argentina tem como grande beneficiário o Brasil, mais especificamente as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 143ª..A Amazônia é amplamente marcada por enorme diversidade cultural, geográfica e econômica. Atualmente, cresce a atenção governamental e da sociedade civil no Brasil para que: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2007) a).Seu aproveitamento se faça em favor da preservação intacta do meio ambiente e por meio do privilégio da floresta em detrimento do homem. b).As conexões com os vizinhos sejam as mais profícuas, não interessando os produtos do intercâmbio. c).O caminho a ser trilhado pela Amazônia seja o mesmo, do ponto de vista agrícola, que predomina no Centro-Oeste brasileiro. d).O aproveitamento de suas potencialidades seja feito respeitando o meio ambiente e seus habitantes, bem como os interesses estratégicos nacionais. e).As notícias de infiltração do tráfico global que passam pela região não sejam divulgadas. 144ª..Processos eleitorais recentes consagraram uma certa onda de governos com caráter mais à esquerda no espectro político na América Latina. A respeito desse tema, assinale a opção incorreta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2007) a).A eleição de Rafael Correa, no Equador, evidencia a tendência do eleitorado na direção de apoio a políticos com projetos sociais reformistas e visões voltadas mais para a integração na região sul-americana. b).A reeleição de Hugo Chávez, na Venezuela, sugere a continuação e mesmo o aprofundamento de seus programas de inclusão das camadas mais baixas como as “missões sociais”. c).Embalado pela reeleição, o presidente Chávez quer retirar do papel projetos de integração sul-americana, como o projeto do gasoduto que uniria a Amazônia à Patagônia. d).Os referidos governos têm a mesma matriz ideológica e a mesma gestão político-econômica, caindo todos eles em tentação populista e de explícita irresponsabilidade fiscal e comercial. e).Uma das bases de sustentação social dos mencionados governos advém de maiorias populacionais de baixa renda, embora estejam, vários deles, legitimados por parcelas importantes de várias faixas de renda. 145ª..No momento em que o Brasil discute os meios para acelerar o crescimento econômico, são divulgados relatórios internacionais que baixam a posição do país, no campo da competitividade, em relação aos países

emergentes. A respeito desse tema, assinale a opção correta: (Técnico Judiciário – TRE-PA / 2007) a).Os juros altos têm pouca incidência na baixa competitividade brasileira em relação aos seus concorrentes internacionais. b).O peso dos gastos públicos é insignificante no Brasil. c).As falhas na infra-estrutura nacional diminuem a competitividade internacional do Brasil em relação a seus pares emergentes. d).O estabelecimento de uma empresa no Brasil é fácil e ocorre em tempo recorde. e).A força do real, moeda forte, é fator que auxilia a competitividade do comércio externo do Brasil. O G4 (Grupo dos 4), formado por Brasil, Alemanha, Índia e Japão, vai tentar mudar a posição dos países africanos de não apoiar sua proposta de reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A África detém 53 dos 191 votos da Assembléia Geral da ONU e, sem o aval do continente, o projeto do G4 fica praticamente inviabilizado, já que são necessários dois terços dos votos para sua aprovação. A proposta já enfrenta oposição dos Estados Unidos, da China e dos 11 países reunidos no grupo “Unidos pelo Consenso”, que têm sua própria sugestão de reforma do Conselho.

Folha de São Paulo, 06/08/2005, p. A14. 146ª..Referido no texto, o Conselho de Segurança da ONU é um órgão decisivo na estrutura da ONU, justamente por tratar de questões que afetam a segurança e a paz internacionais. Desde 1965, o Conselho é formado por 5 permanentes e por 10 membros temporários, que não têm direito a veto. Assinale a opção que identifica corretamente os membros permanentes do referido conselho. (Analista Judiciário – TRE-PA / 2005) a).EUA, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão. b).Rússia, EUA, França, Japão e Reino Unido. c).Argentina, EUA, Rússia, Alemanha e Dinamarca. d).Canadá, México, EUA, Rússia e Noruega. e).EUA, Rússia, China, Reino Unido e França. 147ª..Com base nas informações contidas no texto anterior e relativamente à proposta de reforma do Conselho de Segurança da ONU apresentada pelo G4, no qual se inclui o Brasil, assinale a opção correta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2005) a).Os EUA apóiam a proposta por acreditarem que, com ela, a ONU se fragiliza, o que amplia o poder mundial norte-americano. b).O interesse da China em ver o Conselho de Segurança modificado atende à sua estratégia de conquistar novos mercados para sua crescente produção industrial. c).A crônica pobreza da África, que submete o continente à necessidade de ajuda constante dos países ricos, retira de seus Estados qualquer força eleitoral nas votações ocorridas na ONU.

Page 117: Apostila de Atualidades

WWW.TIRADENTESCONCURSOS.COM.BR

117 SEMPRE O MELHOR EM CONCURSOS!!!

d).Para o Brasil, ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU significa, entre outros aspectos, maior visibilidade e reconhecimento internacional para o país. e).O pleito brasileiro de ocupar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança é apoiado coletivamente pela América Latina, a começar pelos seus parceiros do Mercosul. 148ª..Personagem central do texto, a África é um continente marcado por graves problemas estruturais agravados por crises periódicas. Com referência a esse cenário dramático vivido pela África contemporânea, assinale a opção incorreta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2005) a).Fenômenos naturais, como secas devastadoras e ataques de pragas, destroem plantações, inflacionam os preços dos alimentos e fazem da fome presença constante na região. b).Elevados níveis de corrupção entre elites governantes africanas contribuem para a manutenção do dramático quadro social e, muitas vezes, subtraem dos realmente necessitados a ajuda internacional que chega ao continente. c).A inexistência de riquezas minerais em solo africano potencializa a fragilidade econômica do continente, tornando-o pouco atrativo aos capitais internacionais. d).Estudiosos da questão africana afirmam que a ajuda financeira externa será infrutífera para resolver o problema estrutural da África se não for acompanhada de projetos emergenciais de desenvolvimento sustentável. e).Entre as dificuldades encontradas pelos países africanos para a superação do atraso e da miséria estão os interesses locais e nacionais exacerbados, que dificultam, inclusive, o desenvolvimento do comércio regional. 149ª..A morte do rei Fahd, da Arábia Saudita, teve efeito relâmpago no mercado de petróleo. Em uma primeira reação – porque Fahd era aliado dos EUA, para desgosto de muitos países árabes –, os contratos futuros da commodity atingiram recordes durante os pregões em Nova Iorque e Londres.

Carta Capital, 10/08/2005, p. 20 (com adaptações). A partir das informações contidas no texto acima e considerando os mecanismos de funcionamento da economia de mercado, assinale a opção correta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2005) a).A morte do rei Fahd põe em risco a sobrevivência da democracia nos moldes ocidentais que a Arábia Saudita pratica há décadas. b).Os EUA estão isolados no tenso Oriente Médio, solitariamente atrelados a uma histórica aliança com Israel. c).Na defesa de seus interesses, os Estados árabes agem coletiva e solidariamente, o que lhes confere maior poder no cenário político internacional. d).A cotação internacional de um produto estratégico como o petróleo não está imune à ação

dos especuladores, que puxam os preços para auferirem mais lucros. e).Cada vez mais o petróleo perde sua importância na economia contemporânea, substituído por fontes de energia menos danosas ao meio ambiente. 150ª..Sabe-se que, além dos múltiplos fatores que alimentam a violência no Brasil, ela também se nutre da dificuldade do Estado em prevenir e combater a criminalidade. Relativamente a esse aspecto, assinale a opção incorreta: (Analista Judiciário – TRE-PA / 2005) a).Além do número insuficiente de seus efetivos, a polícia brasileira, em geral, é mal treinada, recebendo formação precária. b).O poder de fogo do armamento usado pelos policiais é, não raro, inferior ao que é utilizado pelos criminosos. c).Apesar das deficiências, a polícia brasileira consegue fazer investigação científica na maioria dos casos, elucidando-os com rigor e celeridade. d).Entre os problemas existentes no sistema penitenciário brasileiro, destaca-se a falta de programas de ressocialização. e).A aprovação do Estatuto do Desarmamento se constitui como uma tentativa para a redução da violência e da criminalidade no país.

Prof. Pedro IsraelProf. Pedro IsraelProf. Pedro IsraelProf. Pedro Israel

[email protected]