Apostila de Contabilidade

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  • 1. BREVE HISTRICO DA CONTABILIDADE

    A histria da Contabilidade to antiga quanto prpria Histria da Civilizao, estando presa s primeiras manifestaes humanas da necessidade social de proteo posse, alm de perpetuao e interpretao dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre disps para alcanar os fins propostos. Essa histria est revestida de fatos que demonstram uma evoluo muito lenta no tempo, prendendo-se em suas manifestaes primeiras, exclusivamente, prpria histria das Contas, ou seja, fazer daquilo que se tem ou daquilo que dever ser entregue a terceiros. Foi o pensamento do futuro que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produo, etc. Com o surgimento das primeiras administraes particulares aparecia a necessidade de controle que no poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada. medida que o homem comeava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informaes no eram de fcil memorizao quando j em maior volume, requerendo registros.

    1.1. Para que serve a Contabilidade? A Contabilidade surgiu na pr-histria. Provavelmente desde o primeiro momento em que o Homem se tornou proprietrio de alguma coisa, j utilizou algum sistema de controle. O primeiro contador foi um Pithecantrophus Erectus. Comeou no dia em que um pastor da pr-histria ficou na dvida se tinha conseguido trazer de volta todas as suas ovelhas de volta para o curral. Ento, ele teve uma idia. Toda manh quando elas iam saindo, ele ia colocando uma pedrinha num buraquinho. Quando elas iam voltando, ele ia tirando pedrinha. Se sobrasse pedrinha, porque tinha faltado ovelha e ele ento voltava para procurar. Assim, de uma forma bem genrica, podemos dizer que a contabilidade tem por finalidade controlar o patrimnio de algum a fim de auxiliar as tomadas de decises. Isto contabilidade. Comeou na pr-histria, mas no parou por a. Na bblia, no evangelho de So Lucas (14:28-29), se fala de contabilidade como uma forma de bom senso: Pois qual de vs, pretendendo construir uma torre, no se assenta primeiro para calcular a despesa?. muito importante que saibamos que a contabilidade est presente em nosso dia a dia, mesmo entre aqueles que dizem no se utilizar dela. Desde uma pessoa fsica at uma grande empresa, na hora de tomarmos decises que envolvam dinheiro sempre recorremos contabilidade. Por exemplo, sempre calculamos nossos gastos mensais quando planejamos comprar algo. O dono de uma pequena mercearia pode no utilizar a contabilidade formal, ensinada nas escolas, porm certamente ele tambm possui seus controles, mesmo que em um pedao de papel qualquer, ele tem tudo anotado, quanto ele vendeu e quanto recebeu. Assim percebemos que a contabilidade nada mais do que um sistema de informaes que serve para auxiliar a tomada de deciso. A comunicao de qualquer informao segue, necessariamente, o seguinte esquema: EMISSO TRANSMISSO INTERPRETAO necessrio codificar a informao, transmiti-la e interpret-la adequadamente. Se qualquer uma das etapas da comunicao no se realizar, no ter havido comunicao. Por exemplo, se uma carta corretamente escrita, adequadamente transportada e no entendida, no houve a transmisso da informao. O mesmo ocorre se ela no for escrita ou se for extraviada pelo correio. Podemos entender isso em relao contabilidade. Digamos que o emissor seja o contador, o receptor o administrador e que a mensagem so os relatrios contbeis. Se o

    UNIDADE I - INTRODUO

  • contador simplesmente entregar a mensagem para o administrador sem interpret-la, ele provavelmente no poder utiliz-la. Perde-se o sentido gerencial da contabilidade. Como principal conseqncia dessa falta de comunicao entre as partes tem-se a desvalorizao do trabalho do contador, pois medida que o administrador no entende o que o contador diz, ele no consegue ver utilidade em suas informaes. A empresa contrata um contador somente por que a lei manda, porm suas informaes gerenciais so fornecidas por consultores que, s vezes apenas com uma noo de contabilidade, repassam as informaes contbeis j traduzidas. Ao invs de nmeros, de um balano extenso, o contador poderia fazer grficos da situao real da empresa. Um efeito visual bem mais fcil de ser captado. H caractersticas do profissional de contabilidade que devem ser repensadas, caso ele deseje modificar esta situao. Por exemplo, o contador trabalha sempre muito isolado, tendo pouco contato com outras pessoas, s vezes nem conhece o diretor da empresa a que presta servios, fazendo somente a parte burocrtica. Muitas vezes o contador no sabe se comunicar bem, usa uma linguagem de difcil entendimento, criando uma imagem distorcida da contabilidade, de dificuldade e complicao. Alguns contadores se prendem a conceitos antigos, priorizando somente os registros dos fatos contbeis. Fazem uma contabilidade voltada para o passado, como se o nico objetivo desta fosse calcular impostos. Para se ter uma idia do tamanho deste equvoco, observe-se que a utilizao dos relatrios contbeis para clculo do imposto veio a surgir no sculo XX, a partir da dcada de 20 nos Estados Unidos. A empresa fazia a contabilidade para ela, para a prpria empresa utilizar os nmeros para controle, para se gerenciar. E o fisco americano comeou a ver que aquele sistema era interessante e que dava uma boa dica de como calcular qual o imposto mximo que a empresa poderia pagar. E a comeou a usar aqueles relatrios. O contador deve se conscientizar do seu papel na empresa, no se prendendo apenas a registros e relatrios, tendo uma viso ampla, visando o aprimoramento, buscando sempre projetar o que acontecer na empresa em um futuro prximo, a fim de que se possa ter um planejamento eficiente de atividades de acordo com os objetivos da empresa.

    2. CONCEITO, OBJETO E USURIOS DA CONTABILIDADE

    2.1 Conceito

    A palavra contabilidade deriva do latim computare (contar, computar, calcular).

    A Contabilidade...

    l Controla o patrimnio das entidades.

    l Apura o resultado das entidades.

    l Presta informaes sobre o patrimnio.

    a cincia que estuda e pratica as funes de orientao, controle, registro e interpretao relativas administrao econmica.

    Contabilidade cincia social Objeto patrimnio da entidade Objetivo fornecer aos usurios informaes sobre aspectos de natureza econmica, financeira e fsica do patrimnio e suas mutaes, como suporte tomada de decises.

  • Objeto = Assunto do qual Finalidade = Objetivo

    trata a contabilidade

    A Contabilidade o instrumento que fornece o mximo de informaes teis para a tomada de decises dentro e fora da empresa. Ela muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decises. Com o passar do tempo o governo comea a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatria para a maioria das empresas. Ressaltamos, entretanto que a Contabilidade no deve ser feita visando basicamente a atender s exigncias do governo, mas, em auxiliar a tomada de deciso. Todas as movimentaes possveis de mensurao monetria so registradas pela Contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatrios e os entrega aos interessados em conhecer a situao da empresa. Esses interessados, atravs de relatrios contbeis, recordam os fatos acontecidos, analisam os resultados obtidos, as causas que levaram queles resultados e tomam decises em relao ao futuro. Veja alguns conceitos de Contabilidade: Contabilidade a cincia que estuda e pratica as funes de orientao, de controle e de registro relativas administrao econmica. Conceito oficial formulado no 1 Congresso Brasileiro de Contabilistas, realizado no Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924. A Contabilidade , objetivamente, um sistema de informao e avaliao destinado a prover seus usurios com demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira, fsica e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao. Pronunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON), aprovado pela Comisso de Valores Mobilirios atravs da Deliberao CVM n 29/86. A contabilidade uma cincia que permite, atravs de suas tcnicas, manter um controle permanente do Patrimnio da empresa. Osni Moura Ribeiro, Livro de Contabilidade Bsica. a cincia (ou tcnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimnio das entidades, mediante o registro, a demonstrao expositiva e a revelao desses fatos, com o fim de oferecer informaes sobre a composio do patrimnio, suas variaes e o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza patrimonial. Hilrio Franco, Livro de Contabilidade geral.

    CONTABILIDADE (CINCIA)

    OBJETO (MATRIA)

    OBJETIVO (MEIO)

    FINALIDADE (FIM)

    CONTROLAR O PATRIMNIO

    FORNECER INFORMAES

    PATRIMNIO

  • Outras informaes importantes

    Azienda uma palavra italiana que deriva de agenda, e etimologicamente significa coisa a fazer, em geral, negcios, ocupaes, afazeres: complexo de obrigaes, bens materiais e direitos que constituem um patrimnio, representado em valores ou como objeto de apreciao econmica, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurdica que sobre ele poderes de administrao e disponibilidade.

    2.2 Objeto, objetivo e finalidade da Contabilidade O objeto da Contabilidade o Patrimnio das entidades econmico-administrativas. O objetivo da Contabilidade permitir o estudo e controle dos fatos, decorrentes da gesto do patrimnio das entidades econmico-administrativas. A principal finalidade da Contabilidade permitir a obteno de informaes econmicas e financeiras acerca da entidade. As informaes de natureza econmica compreendem, principalmente, os fluxos de receitas e de despesas, que geram lucros ou prejuzos, e as variaes no patrimnio da entidade. As informaes de natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e do capital de giro.

    2.3 Aplicao da Contabilidade A Contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas), que pode ser aplicada a diversos ramos de atividades, tais como: comerciais, industriais, pblicas, bancrias, hospitales, agropecurias etc.

    2.4 Usurios da Contabilidade

    Os usurios so as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situao da empresa e buscam na Contabilidade as suas respostas.

    Pblico Interno

    l Administradores / Analistas l Scios / Investidores l Empregados / Prestadores de servios

    Pblico Externo

    l Bancos / Financiadores l Governo / Setor Pblico l Concorrentes l Fornecedores / Consultores l Sindicatos / Clientes

    O administrador, como um dos principais usurios internos, utiliza a contabilidade para fins de controle e planejamento da entidade.

    l Controle verificar se a organizao est agindo de acordo com os planos e polticas

    previamente traadas (medir desempenho); l Planejamento definio de planos e polticas futuras com base nas informaes

    contbeis.

  • Atravs da Contabilidade o administrador pode:

    Gerenciar melhor os recursos disponveis; Obter informaes teis ao planejamento de suas atividades; Saber o custo do que produzido ou consumido; Apurar o resultado da entidade; Controlar e reduzir despesas; Aumentar as receitas; Prevenir e identificar erros e fraudes.

    nAdministradores

    nInvestidores

    nBancos

    nGoverno

    nOutros

    Investidores

    Coleta de Dados

    Registro dos Dados e

    ProcedimentosRelatrios

    Usurios (tomada de

    deciso)

    2.5 Para quem mantida a Contabilidade A Contabilidade pode ser feita para Pessoa Fsica ou Pessoa Jurdica. Considera-se pessoa, juridicamente falando, todo ser capaz de direitos e obrigaes. Pessoa Fsica a pessoa natural, todo ser humano, todo indivduo (sem qualquer exceo). A existncia da pessoa fsica termina com a morte. Pessoa Jurdica a unio de indivduos que, atravs de um contrato reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros. As pessoas jurdicas podem ter fins lucrativos (empresas industriais, comerciais etc.) ou no (cooperativas associaes culturais, religiosas etc.). Normalmente, as pessoas jurdicas denominam-se empresas. Quando se faz Contabilidade para a pessoa fsica (embora no seja comum) ou pessoa jurdica, essa pessoa denominada entidade contbil. Dessa forma, qualquer pessoa que tenha necessidade de contabilidade chamada entidade contbil. 2.6 O profissional contbil Denomina-se tcnico em Contabilidade aquele que cursou Contabilidade em nvel de 2 grau. Aps o trmino do curso superior de Contabilidade, o profissional chamado Contador ou bacharel em Cincias Contbeis.

  • Tanto o tcnico em Contabilidade quanto o Contador so chamados Contabilistas, e ambos podem, legalmente, ser responsveis pela contabilidade das empresas, analistas de balanos, pesquisadores contbeis etc. O Contador, porm, est habilitado a exercer outras atividades no cabveis ao tcnico em Contabilidade. Essas atividades so:

    Auditoria: exame e verificao da exatido dos procedimentos contbeis. Percia contbil: investigao contbil de empresas motivada por uma questo judicial

    (solicitada pela justia).

    2.7 Funes da Contabilidade

    Entre as funes da Contabilidade, temos:

    l FUNO ADMINISTRATIVA Controlar o patrimnio da entidade, tanto sob o aspecto esttico (controlar a posio do patrimnio em dado momento), quanto o dinmico (controlar suas mutaes qualitativas e quantitativas).

    l FUNO ECONMICA Apurar o resultado, isto , apurar o lucro ou prejuzo da entidade.

    2.8 Tcnicas contbeis

    So procedimentos adotados pelo contabilista na execuo de servios relacionados contabilidade.

    Ordem cronolgica:

    So elas:

    l Escriturao registro de todos os fatos contbeis que envolvem o patrimnio. feita por meio de lanamentos em livros destinados ao registro das operaes.

    l Demonstraes Contbeis Tcnica que consiste na exposio da situao do patrimnio em determinada data e de suas variaes durante certo perodo. Quadros tcnicos que evidenciam a situao patrimonial, financeira ou econmica da entidade.

    Art. 176 da Lei 6.404/76:

    Balano Patrimonial (BP)

    Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE)

    l Auditoria Verifica a fidelidade das informaes contbeis, detectando erros ou fraudes e, por fim, emitindo um parecer ou relatrio sobre as informaes fornecidas pelo sistema contbil e controles internos da entidade auditada.

    l Anlise de Balanos Interpretao das demonstraes contbeis, atravs de ndices e quocientes calculados a partir de itens extrados dessas demonstraes. Decorre da necessidade de informaes mais adequadas sobre o patrimnio.

    2.9 Campo de Aplicao da Contabilidade Estudar o campo de aplicao da Contabilidade significa saber em que a Contabilidade PE utilizada, ou seja, em que os Contabilistas trabalham. Assim, o campo de aplicao da Contabilidade abrange todas as entidades econmico-administrativas. Entidades econmico-administrativas: so organizaes que renem os seguintes elementos: pessoas, patrimnio, titular, capital, ao administrativa e fim determinado.

    Fato contbil Escriturao Elaborao

    das demonstraes

    Auditoria e

    Anlise

  • Quanto ao fim a que se destinam, as entidades econmico-administrativas podem ser assim classificadas: 1. Entidades com fins econmicos chamadas empresas, viso ao lucro para preservar e/ou

    aumentar o patrimnio lquido. Exemplo: empresas comerciais, industriais, agrcolas etc. 2. Entidades com fim socioeconmico intituladas instituies, visam supervit que reverter

    em benefcio de seus integrantes. Exemplo: Associaes de classe, clubes sociais etc. 3. Entidades com fins sociais tambm chamadas de instituies, tm por obrigao atender

    as necessidades da coletividade a que pertencem. Exemplo: a Unio, os Estados e os Municpios.

    3. O PAPEL DA CONTABILIDADE COMO FORNECEDORA DE INFORMAES PARA A

    TOMADA DE DECISES 3.1 Viso sistmica da empresa

    Relaes de interdependncia e interao entre todas as partes. Auxlio na gesto estratgica do negcio. Foco Cliente. Abrangncia :

    mbito interno; mbito externo.

    A vantagem de se trabalhar com uma viso sistmica obter maior facilidade para definir

    objetivos e propsitos.

    3.2 Contabilidade como sistema de informao

    Contabilidade: objetivamente um sistema de informao e avaliao, destinado a prover

    seus usurios com demonstraes e anlise de natureza econmica financeira.

    3.3 Importncia da tomada de deciso

    3.3.1 mbito interno da empresa

    Dentro de uma empresa, freqentemente, os responsveis pela administrao esto tomando decises vitais para o sucesso do negcio. Por isso h a necessidade de dados, de informaes corretas que contribuam para uma boa tomada de deciso. Decises tais como comprar ou alugar uma mquina, preo de um produto, contrair uma dvida a longo ou curto prazos, que quantidade de material para estoque deveremos comprar e etc. A Contabilidade o grande instrumento que auxilia a administrao a tomar decises. Na verdade ela coleta os dados econmicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatrios que contribuem para a tomada de decises.

    3.3.2 M gerncia

    Observamos com certa freqncia que vrias empresas, principalmente as pequenas, tem falido ou enfrentam srios problemas de sobrevivncia. Ouvimos empresrios que criticam a carga tributria, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, etc., fatores estes que, sem dvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, constatamos que, muitas vezes, que o

  • problema est na m gerncia. Nas decises tomadas sem respaldo, sem dados confiveis. Por fim observamos, nesses casos, uma contabilidade irreal, distorcida, em conseqncia de ter sido elaborada nica e exclusivamente para atender s exigncias fiscais. Vivemos um momento em que aplicar os recursos escassos disponveis com a mxima eficincia tornou-se, dadas as dificuldades econmicas (concorrncia, inflao etc.), uma tarefa nada fcil. A experincia e o feeling do administrador no so mais fatores decisivos n o quadro atual; exige-se um elenco de informaes reais, que norteiam tais decises. E essas informaes esto contidas nos relatrios elaborados pela Contabilidade

    3.3.3 mbito externo da empresa Evidentemente, o processo decisrio decorrente das informaes apuradas pela Contabilidade no se restringe apenas aos limites da empresa, aos administradores e gerentes. Possui relao estreita com o universo no qual est inserido. Exemplos:

    Investidores Fornecedores Bancos Governo Outros

    4. CARACTERSTICAS DA INFORMAO CONTBIL

    As informaes contbeis se revestem dos seguintes atributos:

    Confiabilidade Para ser til, a informao deve ser confivel, ou seja, deve estar livre de

    erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se prope a representar.

    l Tempestividade a informao deve chegar ao conhecimento do usurio em tempo hbil, a fim de que este possa utiliz-la para seus fins.

    l Compreensibilidade Uma qualidade essencial das informaes apresentadas nas demonstraes contbeis que elas sejam prontamente entendidas pelos usurios. Para esse fim, presume-se que os usurios tenham um conhecimento razovel dos negcios, atividades econmicas e contabilidade e a disposio de estudar as informaes com razovel diligncia.

    l Comparabilidade Os usurios devem poder comparar as demonstraes contbeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendncias na sua posio patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usurios devem tambm ser capazes de comparar as demonstraes contbeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posio patrimonial e financeira, o desempenho e as mutaes na posio financeira. Conseqentemente, a mensurao e apresentao dos efeitos financeiros de transaes semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos perodos, e tambm por entidades diferentes.

    l Relevncia - Para serem teis, as informaes devem ser relevantes s necessidades dos usurios na tomada de decises. As informaes so relevantes quando podem influenciar as decises econmicas dos usurios, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas avaliaes anteriores

    5. PRINCPIOS DE CONTABILIDADE Os princpios da Contabilidade so regras geralmente aceitas que orientam a atividade do

  • contabilista. Na sequencia sero apresentados os principais princpios da contabilidade de forma conjunta, sem se preocupar com hierarquizaes, conforme as atuais disposies previstas na Resoluo 1.282/10 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

    Princpio da Entidade Toda pessoa fsica ou jurdica, que movimente recursos econmicos, pode ser considerada uma entidade. Didaticamente podemos dizer que o Princpio da Entidade consiste em no misturar as coisas. Ou seja, patrimnio da pessoa fsica uma coisa, patrimnio da pessoa jurdica, outra coisa, completamente distinta.

    Princpio da Continuidade Em qualquer entidade os registros contbeis devem ser feitos levando sempre em considerao a presuno de continuidade. Isto quer dizer que as empresas so criadas para existirem por tempo indeterminado.

    Princpio da Oportunidade Esse princpio refere-se ao processo de mensurao e apresentao das informaes da empresa (entidade) de forma integra e tempestiva, possibilitando estabelecer uma base atualizada, oportuna e confivel ao entendimento dos atos de gesto das empresas.

    Princpio do Registro pelo Valor Original Todos os elementos do ativo devem ser registrados na Contabilidade pelo custo original de aquisio (expresso na nota fiscal de compra) ou pelo custo ocorrido no processo de fabricao (no caso de uma empresa industrial).

    Princpio da Competncia Determina que os efeitos das transaes e outros eventos econmicos/financeiros, sejam reconhecidos nos perodos a que se referem, independentemente do seu efetivo recebimento ou pagamento.

    Princpio da Prudncia Consiste em superestimar a possibilidade de prejuzos e subestimar as promessas de lucros.

    Essncia Econmica sobre a Forma Jurdica J estava prevista no Brasil, tanto na Estrutura Conceitual Bsica da Contabilidade como nos Princpios Fundamentais da Contabilidade, mas na prtica no vinha sendo observada. O fato que algumas transaes monetrias apresentam, em sua forma jurdica, abordagens que diferem da sua essncia econmica. Nesse sentido, o princpio orienta que ao haver discrepncia entre a FORMA de uma operao a ser contabilizada e a sua ESSNCIA, a contabilidade dever registrar a essncia sobre a forma.

  • UNIDADE II PATRIMNIO

    1. CONCEITO

    O termo patrimnio significa, a princpio, o conjunto de bens pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa. Compe-se tambm de valores a receber (ou dinheiro a receber). Por isso, em Contabilidade esses valores a receber so denominados direitos a receber ou, simplesmente, direitos.

    Relacionando-se, todavia, apenas bens e direitos, no se pode identificar a verdadeira situao de uma pessoa ou empresa. necessrio evidenciar as obrigaes (dvidas) referentes aos bens ou direitos. Por exemplo, se voc disser que tem como patrimnio um apartamento e no fizer referncia dvida com o banco financiador (em caso de ter sido adquirido atravs desse sistema de crdito), sua informao incompleta e pouco esclarecedora.

    Em Contabilidade, portanto, a palavra patrimnio tem sentido amplo: por uma lado significa o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa; por outro lado inclui as obrigaes a serem pagas. Podemos representar o patrimnio por um grfico em forma de T. No lado esquerdo, denominado lado do Ativo, so classificados os elementos positivos (Bens e Direitos). No lado direito, denominado lado do Passivo, so classificados os elementos negativos (Obrigaes).

    Conjunto de bens, direitos e obrigaes pertencente a pessoa fsica e jurdica, com ou sem fins lucrativos.

    2. COMPONENTES PATRIMONIAIS

    2.1 BENS

    So todas as coisas que satisfazem as necessidades humanas. Possuem utilidade e podem ser quantificadas monetariamente.

    So itens de propriedade da entidade, ou seja, a entidade possui domnio sobre eles e so possveis de avaliao monetria.

    Bens = domnio + avaliao monetria

    PATRIMNIO DE UMA PESSOA OU DE UMA EMPRESA

    BENS +

    DIREITOS (a receber)

    OBRIGAES (a serem pagas)

    BENS TANGVEIS OU CORPREOS

    So aqueles que tm existncia concreta, material, so palpveis.

    Ex: mveis, veculos, dinheiro, estoques de mercadorias.

    BENS INTANGVEIS OU INCORPREOS

    So aqueles que tm existncia abstrata, imaterial.

    Ex: marcas e patentes.

    ATIVO PASSIVO

  • O cdigo Civil brasileiro distingue os bens em: Bens imveis: so aqueles vinculados ao solo, que no podem ser retirados sem destruio ou danos: edifcios, construes, rvores etc. Bens mveis: so aqueles que podem ser removidos por si prprios ou por outras pessoas: animais, mquinas, equipamentos, estoques de mercadorias. Suponha-se que a Cia. Terespolis tenha os seguintes bens:

    BENS VALOR (R$)

    Edifcios 180.000,00 Mveis e Utenslios 90.000,00 Veculos 110.000,00 Mquinas 400.000,00 Terrenos 900.000,00 Marcas e Patentes 150.000,00 Total 1.830.000

    Esses bens podem ser classificados da seguinte maneira:

    Bens Tangveis Intangveis Mveis Imveis

    Edifcios 180.000,00 180.000,00 Mveis e Utenslios 90.000,00 90.000,00 Veculos 110.000,00 110.000,00 Mquinas 400.000,00 400.000,00 Terrenos 900.000,00 900.000,00 Marcas e Patentes 150.000,00 150.000,00 Total 1.680.000 150.000,00 750.000,00 1.080.000.00

    1.830.000 1.830.000 2.2 DIREITOS

    Em Contabilidade entende-se por Direito ou Direito a Receber o poder de exigir alguma coisa. So valores a receber, ttulos a receber, contas a receber, etc. Aps um ms de trabalho, desde que o pagamento estabelecido seja mensal, voc tem direito de receber o seu salrio. Assim, salrios a receber um direito. Depositando determinada quantia num banco, voc tem o direito de sacar esse depsito a qualquer momento. Assim, dinheiro depositado em bancos um direito. Em relao empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo, ou seja, quando se vendem mercadorias a outras empresas, o pagamento no efetuado no ato, mas no futuro; a empresa vendedora emite uma duplicata com um documento comprobatrio. Esse direito denomina-se duplicatas a receber. So todos os crditos (valores a receber) de uma empresa contra terceiros mais as despesas pagas antecipadamente.

    Ex.: Aluguis a receber, Adiantamentos a fornecedores, Impostos a recuperar, Seguros a vencer.

  • 2.3 OBRIGAES So dvidas com outras pessoas. Em Contabilidade tais dvidas so denominadas obrigaes exigveis isto , compromissos que sero reclamados exigidos: pagamento na data do vencimento. Em caso de um emprstimo bancrio, voc fica devendo ao banco (emprstimos a pagar). Se a dvida no for liquidada na data do vencimento, o banco exigir o pagamento. Uma obrigao exigvel bastante comum nas empresas a compra de mercadorias a prazo (exatamente o contrrio de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo para o fornecedor da mercadoria; por essa razo, essa dvida conhecida como fornecedores, embora tambm possa ser denominada duplicatas a pagar. So todos os dbitos (valores a pagar) da empresa com terceiros mais as receitas recebidas antecipadamente.

    Ex.: Salrios a pagar, Impostos a recolher, Adiantamento de clientes, Emprstimos bancrios, Aluguis a pagar. 2.4 ASPECTOS QUALITATIVO E QUANTITATIVO Todos os relatrios elaborados a partir da escrita contbil devero ressaltar esses dois aspectos: Qualitativo consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do respectivo relatrio, permitindo que se conhea a natureza de cada um; Quantitativo consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda. 2.5 PATRIMNIO LQUIDO Ao passar por uma autoestrada e avistar uma empresa imponente, com letreiros luminosos, jardins ao redor, uma pessoa pode imaginar: Como grande o patrimnio desta empresa! H possibilidade, no entanto, de essa pessoa estar errada, pois patrimnio envolve tambm obrigaes. A empresa poder estar a um passo da falncia ou totalmente endividada, embora os nmeros de seu patrimnio sejam elevados. Disso se conclui que patrimnio por si s no mede efetiva riqueza de uma empresa. Na verdade, necessrio conhecer a riqueza lquida da pessoa ou empresa: somam-se os bens e os direitos e, desse total, subtraem-se as obrigaes; o resultado a riqueza lquida, ou seja, a parte que sobra do patrimnio para a pessoa ou empresa. Ela denominada patrimnio lquido ou situao lquida. Situao lquida a diferena entre o Ativo e o Passivo (SL = A P).

    PATRIMNIO LQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAES Riqueza prpria de uma empresa representa a sua GRANDEZA PATRIMONIAL. Ex. Capital Social, Reservas, Prejuzos Acumulados.

  • PATRIMNIO

    Bens + Direitos

    Obrigaes

    ATIVO

    PASSIVO ou ou

    PATRIMNIO BRUTO CAPITAL ALHEIO ou ou

    CAPITAL APLICADO CAPITAL DE TERCEIROS ou ou

    RECURSOS APLICADOS PASSIVO EXIGVEL ou ou

    CAPITAL INVESTIDO

    RECURSOS DE TERCEIROS ou

    PASSIVO REAL Patrimnio Lquido = A - P

    SITUAO LIQUIDA ou

    CAPITAL PRPRIO ou

    PASSIVO NO EXIGIVEL ou

    PASSIVO FICTCIO ou

    RECURSOS PRPRIOS

    APLICAO DE RECURSO = ORIGEM DE RECURSO FONTE DE INVESTIMENTO = FONTE DE FINANCIAMENTO

    2.6 COMPONENTES DO PL

    PARTES POSITIVAS Capital Social Valor subscrito na constituio de uma sociedade. Reservas So valores acumulados no PL para uso posterior. Reserva de lucro e Reserva de Capital. PARTES NEGATIVAS Prejuzos Acumulados Se a empresa ao invs de lucro tiver prejuzo, este entrar no PL diminuindo-o. Despesas > Receita. Aes em tesouraria utilizada quando a empresa adquire suas prprias aes e as mantm em tesouraria, com o fim de venda futura. Capital a Realizar Corresponde aos valores subscritos e no realizados pelos acionistas, ou seja, o valor do capital que no foi colocado disposio da empresa.

  • 2.7 EQUAO FUNDAMENTAL DO PATRIMNIO LQUIDO

    PL = BENS + DIREITOS OBRIGAES

    ou

    PL = A P OU A = P + PL

    ATIVO Fonte de investimento da entidade PASSIVO Fonte de financiamento da entidade PATRIMNIO LQUIDO Valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. A figura apresentada a seguir fornece a noo de equilbrio do patrimnio da entidade, e importante ressaltar que o equilbrio sempre ocorre porque o lucro ou prejuzo obtido pela entidade incorporado ao patrimnio lquido.

    2.8 ESTADOS PATRIMONIAIS 2.8.1. Quando a Ativo > Passivo Exigvel: A > P SL > 0 Situao lquida maior que zero.

    Situao Lquida POSITIVA, Situao Lquida ATIVA, Situao Lquida SUPERAVITRIA, Situao Lquida FAVORVEL= GRANDEZA PATRIMONIAL

    A = P + SL SL = A P Ativo maior que zero e Passivo maior que zero: Situao lquida maior que zero.

    B + D O + PL

    B + D = O + PL Noo de equilbrio

    ATIVO PASSIVO

  • 2.8.2. Quando o Ativo = Passivo Exigvel: A = P SL = 0 Situao Lquida igual a zero.

    Situao Lquida NULA ou COMPENSADA.

    A = P P = A SL = 0

    2.8.3. Quando o Ativo < Passivo Exigvel: A < P SL < 0 Situao Lquida menor que zero.

    Situao Lquida NEGATIVA; Situao Lquida PASSIVA; Situao Lquida DEFICITRIA; Situao Lquida DESFAVORVEL; PASSIVO A DESCOBERTO.

    A= P - SL P = A + SL SL = P A

    3. PATRIMNIO X CAPITAL

    Capital social ou nominal investimento inicial efetuado pelos scios ou acionistas de uma empresa; abrangendo tambm valores obtidos pela empresa (LUCRO) que por deciso dos scios podero compor o Capital Social. Capital subscrito valor do capital pelo qual os scios se obrigam no ato da assinatura do contrato. Capital a realizar aes subscritas e no realizadas pelos scios ou acionistas. Capital realizado parcela do capital efetivamente entregue.

    4. ORIGENS E APLICAES DE RECURSOS

    Ao observar um Balano Patrimonial, voc pode visualizar o total de recursos que a empresa obteve e que esto sua disposio. O lado do Passivo mostra onde a empresa conseguiu esses recursos; o lado do Ativo, onde ela aplicou os referidos recursos.

    ATIVO PASSIVO

    ATIVO PASSIVO

    PASSIVO A

    DESCOBERTO

  • 4.1 PASSIVO - ORIGENS DE RECURSOS

    No desempenho de suas atividades, as pessoas jurdicas podem contar com recursos provenientes de duas origens ou fontes de financiamento:

    a) Recursos prprios ou Capital prprio podem provir de duas fontes: Proprietrios ou scios parcela do capital que foi investida na empresa pelo

    titular ou pelos scios; Giro normal acrscimos ocorridos no Patrimnio Lquido em decorrncia da

    gesto normal da empresa. Esses acrscimos so obtidos pelos lucros, que podero estar representados na conta Lucros Acumulados ou em contas de Reservas.

    Recursos prprios Passivo no exigvel

    b) Recursos de terceiros ou Capital de terceiros correspondem s obrigaes, isto , so

    recursos de terceiros que a empresa utiliza no seu giro normal. Esses recursos, por sua vez, provm de 2 fontes:

    Dbitos de funcionamento (dbito no sentido da dvida) obrigaes que surgem em decorrncia da gesto normal da empresa, como as obrigaes a fornecedores, obrigaes fiscais, obrigaes trabalhistas e outras.

    Dbitos de financiamento recursos obtidos pela empresa junto a terceiros em forma de emprstimos.

    Recursos de terceiros Passivo exigvel

    A anlise do PL e do passivo exigvel nos permite identificar quais so as fontes ou origens de recursos financiadoras das operaes de uma empresa.

    4.2 ATIVO - APLICAES DE RECURSOS

    O lado do Ativo mostra onde a empresa aplicou os recursos que tem sua disposio.

    A anlise do Ativo evidencia de que maneira os recursos obtidos esto sendo utilizados. Assim, as aplicaes podem ser em estoque de mercadorias, bens de uso, disponibilidades financeiras, contas a receber etc. Em resumo, a pessoa jurdica obtm capitais prprios e de terceiros e os aplica nos bens e direitos que constituem o ativo.

    5. TERMINOLOGIA CONTBIL

    l Capital Nominal o capital social fixado no estatuto ou no contrato social; l Subscrio ato pelo qual os scios assumem o compromisso de realizar determinado

    valor a ttulo de capital social; l Capital a Realizar a parte do capital social subscrito que os scios ainda no

    realizaram; l Capital Realizado a parte do capital social subscrito que os scios j realizaram; l Capital Fixo o ativo no circulante; l Bens numerrios so as disponibilidades financeiras, como: dinheiro no caixa, depsito

    bancrio, aplicaes; l Bens de venda so os bens destinados comercializao; l Bens de uso so os bens utilizados na operao da entidade; l Patrimnio bruto o ativo total.

  • Veja o seguinte Balano Patrimonial:

    Circulante 103.000 Circulante 31.000 Caixa 23.000 Fornecedores 18.000 Clientes 30.000 Impostos a Recolher 5.000 Estoques 50.000 Salrios a Pagar 8.000

    No Circulante 50.000 No Circulante 17.000 Veculos 10.000 Financiamentos a pagar 15.000 Mveis 6.000 Promissrias a pagar 2.000 Imveis 34.000

    Patrimnio Lquido 105.000 Capital 70.000 Reservas 20.000 Lucros Acumulados 15.000

    TOTAL 153.000 TOTAL 153.000

    BALANO PATRIMONIALATIVO PASSIVO

    Veja, agora, alguns termos tcnicos (sinnimos de contas, grupos e subgrupos) envolvendo o Balano Patrimonial: Recursos totais = R$ 153.000 Capital Total = R$ 153.000 (o mesmo que Recursos Totais) Capital = R$ 70.000 Capital Subscrito = R$ 70.000 (o mesmo que Capital) Capital Nominal = R$ 70.000 (o mesmo que Capital) Capital Inicial = R$ 70.000 (o mesmo que Capital) Capital Social = R$ 70.000 (o mesmo que Capital) Capital Integralizado = R$ 70.000 (neste caso, o mesmo que Capital). Se houvesse Capital a Integralizar, o Capital Integralizado seria igual ao valor do Capital Subscrito diminudo do Capital a Integralizar. Capital Realizado = R$ 70.000 (o mesmo que Capital) Patrimnio = R$ 153.000 (o mesmo que Recursos Totais) Patrimnio Lquido = R$ 105.000 Situao Lquida = R$ 105.000 (o mesmo que Patrimnio Lquido, podendo ser apurada ainda pela diferena entre o Ativo e as Obrigaes) Recursos Prprios = R$ 105.000 (o mesmo que o PL) Capitais Prprios = R$ 105.000 (o mesmo que o PL) Recursos de Terceiros = R$ 48.000 (passivo circulante + passivo no circulante) Capitais de Terceiros = R$ 48.000 (o mesmo que Recursos de Terceiros) Capitais alheios = R$ 48.000 (o mesmo que Recursos de Terceiros) Passivo = Origens dos Recursos ou dos Capitais Ativo = Aplicaes de Recursos ou dos Capitais

  • 6. FORMAO DO PATRIMNIO E SUAS VARIAES

    Vamos acompanhar a formao do Patrimnio de uma empresa comercial e alguns exemplos de sua movimentao, representando, a cada acontecimento, a Situao Patrimonial respectiva.

    a) Luana Barros inicia suas atividades comerciais com um Capital de R$ 80.000 em dinheiro:

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Caixa 80.000 Capital 80.000 TOTAL 80.000 TOTAL 80.000

    b) Compras vista (em dinheiro): Mveis e Utenslios = R$ 3.000 Um automvel = R$ 25.000 Mercadorias = R$ 20.000

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO Caixa 32.000 Capital 80.000 Mveis e Utenslios 3.000 Veculos 25.000 Estoque de Mercadorias 20.000 TOTAL 80.000 TOTAL 80.000

    c) Compras de Mercadorias a prazo, mediante aceite de Duplicatas, no valor de R$ 30.000:

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO Caixa 32.000 Duplicatas a Pagar 50.000 Mveis e Utenslios 3.000 Capital 80.000 Veculos 25.000 Estoque de Mercadorias 50.000 TOTAL 110.000 TOTAL 110.000

    d) Compra a prazo de uma casa no valor de R$ 100.000, mediante emisso de Notas

    Promissrias:

    BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

    Caixa 32.000 Duplicatas a Pagar 50.000 Mveis e Utenslios 3.000 Promissrias a Pagar 100.000 Veculos 25.000 Capital 80.000 Estoque de Mercadorias 50.000 Imveis 100.000 TOTAL 210.000 TOTAL 210.000

  • e) Venda de mercadorias (Obs.: No levamos em conta o possvel lucro nas vendas, pois ser efetuado posteriormente. Consideramos os valores como esto.): vista: R$ 10.000; A prazo, mediante aceite de Duplicatas: R$ 8.000.

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO Caixa 42.000 Duplicatas a Pagar 50.000 Mveis e Utenslios 3.000 Promissrias a Pagar 100.000 Veculos 25.000 Capital 80.000 Estoque de Mercadorias 32.000 Duplicatas a Receber 8.000 Imveis 100.000 TOTAL 210.000 TOTAL 210.000

    f) Pagamento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 10.000:

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO Caixa 32.000 Duplicatas a Pagar 40.000 Mveis e Utenslios 3.000 Promissrias a Pagar 100.000 Veculos 25.000 Capital 80.000 Estoque de Mercadorias 32.000 Duplicatas a Receber 8.000 Imveis 100.000 TOTAL 200.000 TOTAL 200.000

    g) Recebimento de uma Duplicata, em dinheiro, no valor de R$ 2.000:

    BALANO PATRIMONIAL

    ATIVO PASSIVO Caixa 34.000 Duplicatas a Pagar 40.000 Mveis e Utenslios 3.000 Promissrias a Pagar 100.000 Veculos 25.000 Capital 80.000 Estoque de Mercadorias 32.000 Duplicatas a Receber 6.000 Imveis 100.000 TOTAL 200.000 TOTAL 200.000

  • UNIDADE III - CONTAS 1. CONTAS 1.1. CONCEITO

    o nome tcnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigaes) e aos elementos de resultado (receitas e despesas). Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na vida da empresa, responsveis pela gesto do patrimnio como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc. so registrados pela Contabilidade em contas prprias. Subdividi-se em:

    a) Contas Sintticas ou Genricas

    Indicam um conjunto de contas analticas ao mesmo tempo. Assim o valor patrimonial de uma conta sinttica igual a soma dos valores patrimoniais das contas analticas que a compem.

    b) Contas Analticas ou Especficas

    Demandam controle e acompanhamento individual. Assim, para cada evento ocorrido, sero alterados os valores patrimoniais das respectivas contas analticas envolvidas

    1.2. CONTAS PATRIMONIAIS

    So utilizadas para controle e apurao do patrimnio, registram os bens, direitos, obrigaes e situao lquida. So consideradas permanentes, acumulam-se de um perodo para outro.

    1.2.1. Contas do Ativo = bens + direitos. So organizadas em ordem decrescente do grau de liquidez. Divididas em Ativo Circulante e Ativo No Circulante, composto por: ativo realizvel a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangvel.

    1.2.2. Contas do Passivo So obrigaes da entidade para com terceiros ou da mesma para com os scios. Organizadas em ordem decrescente do grau de exigibilidade.

    Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefcios econmicos

    para a entidade;

    Passivo uma obrigao presente da entidade, derivada de eventos j ocorridos, cuja liquidao se espera que resulte em sada de recursos

    capazes de gerar benefcios econmicos;

  • 1.2.3. Contas do Patrimnio Lquido (PL):

    a riqueza prpria da entidade, obtida pela diferena entre o Ativo e o Passivo.

    Ex. capital social, reserva de capital, reserva de lucro, ajuste de avaliao patrimonial, prejuzos acumulados e aes em tesouraria.

    1.2.4. Contas Redutoras ou Retificadoras

    Tem a funo de reduzir o saldo de outra conta. Possui a natureza inversa, a natureza do grupo ao qual pertencem. Ex. depreciao acumulada, capital a integralizar, proviso de devedores duvidosos.

    Patrimnio Lquido o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

  • 1.3. CONTAS DE RESULTADO

    1.3.1. Conceito

    s nos benefcios econmicos durante o So utilizadas para a apurao do resultado do exerccio. Representam os ganhos (receitas) e as perdas (despesas). So as que representam as variaes patrimoniais. Consideradas transitrias, visto que, seu tempo de vida limitado a um exerccio social, pois, ao final de cada exerccio tero seus saldos zerados (encerrados) a fim de que se

  • possa apurar o resultado do perodo. 1.3.2. Receitas

    So variaes positivas (aumento) do Patrimnio Lquido. Decorrem da venda de bens ou prestao de servios. Ex. Venda de mercadorias, receita de prestao de servios, aluguis ativos, descontos obtidos, juros ativos, receitas eventuais.

    N s benefcios econmicos durante o 1.3.3. Despesas

    So variaes negativas (redues) do Patrimnio Lquido. Caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilizao de servios, objetivando a obteno de receita. Ex. Impostos, gua e esgoto, energia eltrica, aluguis passivos, juros passivos, descontos concedidos, salrios, despesas bancrias, fretes etc .

    Receitas so aumentos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou

    diminuio de passivos, que resultam em aumentos do patrimnio lquido e que no sejam provenientes de aporte dos proprietrios da entidade;

    Despesas so decrscimos nos benefcios econmicos durante o perodo contbil sob a forma de sada de recursos ou reduo de ativos ou

    incrementos em passivos, que resultam em decrscimo do patrimnio lquido e que no sejam provenientes de distribuio aos proprietrios da

    entidade.

  • 2. PLANO DE CONTAS 2.1. CONCEITO

    o conjunto composto pela relao ordenada e codificada das contas utilizadas pela entidade, objetivando servir como guia e meio de padronizao, a fim de facilitar a analise e elaborao dos registros e demonstraes contbeis. Desta forma, Plano de Contas um conjunto de conta, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor de Contabilidade, objetivando a uniformizao dos registros contbeis, sendo, portanto, um instrumento de grande importncia no desenvolvimento do processo contbil de uma empresa. Um plano de contas deve registrar as contas que sero movimentadas pela contabilidade em decorrncia das operaes da empresa ou, ainda, contas que, embora no movimentadas no presente, podero ser utilizadas no futuro. Na sua elaborao devero ser observados os princpios de contabilidade, as normas determinadas na Lei n 6.404/76, a legislao especfica do ramo de atividade da empresa e ainda deve adaptar-se tanto quanto possvel s exigncias dos agentes externos empresa (fornecedores, bancos, fisco).

  • 2.2. COMPOSIO

    2.2.1. Elenco de Contas

    Relao ordenada e codificada de todas as contas utilizadas pela entidade, conforme disposto na Lei 6.404/76.

    1. ATIVO - Grupo 1.1. Ativo Circulante - Subgrupo 1.1.1. Disponibilidades - Subgrupo 1.1.1.0001. Caixa - Conta

    2.2.2. Manual de Contas

    Evidencia o uso adequado de cada conta, definindo os seguintes elementos: Funo razo de sua existncia Funcionamento quando a conta ser debitada ou creditada, bem como seu saldo. Natureza do saldo devedor ou credor.

    Abaixo, segue um exemplo bem simples de uma estrutura de plano de contas em 4 nveis:

    1 ATIVO 1.1 ATIVO CIRCULANTE 1.1.1 Caixa 1.1.1.01 Caixa Geral 1.1.2 Bancos C/Movimento 1.1.2.01 Banco Alfa 1.1.3 Contas a Receber 1.1.3.01 Clientes 1.1.3.02 Outras Contas a Receber 1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 1.1.4 Estoques 1.1.4.01 Mercadorias 1.1.4.02 Produtos Acabados 1.1.4.03 Insumos 1.1.4.04 Outros 1.2 NO CIRCULANTE 1.2.1 Contas a Receber 1.2.1.01 Clientes 1.2.1.02 Outras Contas 1.2.2 INVESTIMENTOS 1.2.2.01 Participaes Societrias 1.2.3 IMOBILIZADO 1.2.3.01 Terrenos 1.2.3.02 Construes e Benfeitorias 1.2.3.03 Mquinas e Ferramentas 1.2.3.04 Veculos 1.2.3.05 Mveis 1.2.3.98 (-) Depreciao Acumulada 1.2.3.99 (-) Amortizao Acumulada 1.2.4 INTANGVEL 1.2.4.01 Marcas 1.2.4.02 Softwares 1.2.4.99 (-) Amortizao Acumulada 2 PASSIVO

    2.1 CIRCULANTE 2.1.1 Impostos e Contribuies a Recolher 2.1.1.01 Simples a Recolher 2.1.1.02 INSS 2.1.1.03 FGTS 2.1.2 Contas a Pagar 2.1.2.01 Fornecedores 2.1.2.02 Outras Contas 2.1.3 Emprstimos Bancrios 2.1.3.01 Banco A - Operao X 2.2 NO CIRCULANTE 2.2.1 Emprstimos Bancrios 2.2.1.01 Banco A - Operao X 2.3 PATRIMNIO LQUIDO 2.3.1 Capital Social 2.3.2.01 Capital Social Subscrito 2.3.2.02 Capital Social a Realizar 2.3.2. Reservas 2.3.2.01 Reservas de Capital 2.3.2.02 Reservas de Lucros 2.3.3 Prejuzos Acumulados 2.3.3.01 Prejuzos Acumulados de Exerccios Anteriores 2.3.3.02 Prejuzos do Exerccio Atual 3 CUSTOS E DESPESAS 3.1 Custos dos Produtos Vendidos 3.1.1 Custos dos Materiais 3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 3.1.2 Custos da Mo-de-Obra 3.1.2.01 Salrios 3.1.2.02 Encargos Sociais

  • 3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 3.2.1 Custo das Mercadorias 3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.3 Custo dos Servios Prestados 3.3.1 Custo dos Servios 3.3.1.01 Materiais Aplicados 3.3.1.02 Mo-de-Obra 3.3.1.03 Encargos Sociais 3.4 Despesas Operacionais 3.4.1 Despesas Gerais 3. 4.1.01 Mo-de-Obra 3.4.1.02 Encargos Sociais 3.4.1.03 Aluguis 3.5 Perdas de Capital 3.5.1 Baixa de Bens do Ativo No Circulante 3.5.1.01 Custos de Alienao de Investimentos

    3.5.1.02 Custos de Alienao do Imobilizado 4 RECEITAS 4.1 Receita Lquida 4.1.1 Receita Bruta de Vendas 4.1.1.01 De Mercadorias 4.1.1.02 De Produtos 4.1.1.03 De Servios Prestados 4.1.2 Dedues da Receita Bruta 4.1.2.01 Devolues 4.1.2.02 Servios Cancelados 4.2 Outras Receitas Operacionais 4.2.1 Vendas de Ativos No Circulantes 4.2.1.01 Receitas de Alienao de Investimentos 4.2.1.02 Receitas de Alienao do Imobilizado

    Observaes:

    No Ativo Circulante e no Passivo Circulante, classificam-se as contas que representam direitos e obrigaes, respectivamente, e cujos vencimentos ocorram durante o exerccio social seguinte ao do Balano que estiver sendo elaborado.

    No Ativo No Circulante (Realizvel a Longo Prazo) e Passivo No Circulante (Exigvel a Longo Prazo), classificam-se as contas que representam direitos e obrigaes, respectivamente, cujos vencimentos ocorram aps o trmino do exerccio social seguinte ao do Balano que estiver sendo elaborado.

    Exerccio social um perodo de 12 meses, normalmente coincidente com o ano civil (de 1 de janeiro a 31 de dezembro).

    O critrio para ordenamento das Contas do Ativo a ordem decrescente do grau de liquidez (possibilidade dos componentes de se transformarem ou realizarem-se em dinheiro. A conta Caixa a que possui o maior grau de liquidez) enquanto para as contas do Passivo a ordem decrescente do grau de exigibilidade (quanto menor for o prazo de pagamento, maior ser o grau de exigibilidade da conta).

    3. NOES DE DBITO E CRDITO

    Obs: No confundir dbito de uma conta com dbito da empresa. O primeiro representa uma dvida da conta (direito da empresa), o segundo uma dvida da empresa (passivo exigvel). O mesmo para crdito de uma conta e crdito da empresa, este representa um direito da empresa (ativo) e aquele um direito da conta, portanto uma obrigao da empresa.

    Na identificao dos dbitos e crditos nas contas, aplicaremos o seguinte raciocnio:

    DBITO Situao de dvida da conta

    CRDITO Situao de direito da conta

  • ATIVO - natureza devedora (saldo devedor): Toda vez que aumentar o Ativo, DEBITAR a respectiva conta. Toda vez que diminuir o Ativo, CREDITAR a respectiva conta. PASSIVO e PATRIMNIO LQUIDO natureza credora (saldo credor): Toda vez que aumentar o Passivo, CREDITAR a respectiva conta. Toda vez que diminuir o Passivo, DEBITAR a respectiva conta.

    DESPESAS natureza devedora (saldo devedor): Toda vez que ocorrer uma Despesa, DEBITAR a respectiva conta. Creditadas para efeito de apurao do resultado do perodo. RECEITAS - natureza credora (saldo credor): Toda vez que ocorrer uma Receita, CREDITAR a respectiva conta. Debitadas para efeito de apurao do resultado do perodo.

  • 3.1 Saldo das contas

    Diferena entre os valores lanados a Dbito e a Crdito. Dependendo da natureza das contas, estas tero saldo devedor ou credor. - Saldo Credor: total dos crditos > total dos dbitos - Saldo Devedor: total dos crditos < total dos dbitos - Saldo Nulo: total dos crditos = total dos dbitos

    3.2 Razonete

    uma representao grfica de uma conta em forma de T. um instrumento didtico para desenvolver o raciocnio contbil. Atravs do razonete so feitos os registros individuais por conta.

    Na prtica da escriturao em uma empresa, o razonete funciona como uma espcie de rascunho a fim de que se possa controlar o que est sendo lanado e evitar lanamentos incorretos. Saldo da conta a diferena entre o total dos valores lanados a dbito e o total de valores lanados a crdito na referida conta.

    Escriturao contbil a tcnica contbil para registro das mutaes patrimoniais ocorridos em uma entidade. Registro de cada mutao Lanamento

    A empresa constituda para praticar atos mercantis, financeiros, trabalhistas e fiscais, e isto feito de maneira documentada. Para que um documento seja hbil, necessrio que o mesmo seja: a) Idneo; b) Devidamente preenchido com a atividade da empresa; c) Vinculado com a atividade da empresa.

    D CONTA C

    SALDO DEVEDOR (DBITO)

    SALDO CREDOR (CRDITO)

  • UNIDADE IV CONTABILIDADE POR BALANOS SUCESSIVOS ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS OU CONTBIS 1. Atos Administrativos: acontecimentos que ocorrem na entidade e que no alteram o patrimnio. Ex. assinatura de um contrato de seguro da loja, admisso de funcionrio, elaborao de parecer, advertncia a funcionrio. 2. Fatos Administrativos ou Contbeis: acontecimentos que ocorrem na entidade provocando variaes no patrimnio: qualitativas (troca de valores entre elementos do patrimnio bens, direitos ou obrigaes) ou quantitativas (alterao do valor global do patrimnio). Ex.: pagamento do seguro da loja, pagamento dos funcionrios. Os fatos contbeis so classificados em: a) Fatos Permutativo, Compensativos ou Qualitativos: so fatos que no produzem alterao no valor do patrimnio lquido. Permuta entre os elementos patrimoniais ATIVOS e/ou PASSIVOS, ou seja, h troca de valores entre os bens, os direitos e as obrigaes, sem alterao do valor do Patrimnio Lquido. Ex1. aumento do capital com utilizao de reservas ou lucros acumulados.

    D- Reserva de Lucros C- Capital Social

    - Aumenta o saldo da conta Capital Social = aumenta o PL - Diminui o saldo da conta de Reserva de Lucros = diminui PL Permuta no PL Ex2. compra de mercadoria a prazo.

    D- Mercadoria C- Fornecedor

    - Aumenta o saldo da conta Mercadorias = aumenta o Ativo - Aumenta o saldo da conta Fornecedores = aumenta o Passivo Permuta entre contas do Ativo e Passivo Ex3. recebimento de duplicata relativa venda a prazo de mercadoria.

    D- Caixa C- Duplicata a Receber

    - Aumenta o saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - Diminui o saldo da conta Duplicata a Receber = diminui o Ativo Permuta entre contas do Ativo

    Obs1. - Fato Administrativo: decorre da gesto administrativa. Ex. Concesso de desconto. - Fato Contbil: pode ou no decorrer de negcio realizado pela administrao. Ex. um incndio provoca a perda de mercadorias, o patrimnio sofre reduo. Este fato no decorrente da gesto, mas produz variao patrimonial.

  • b) Fatos Modificativos: so fatos que provocam alteraes no valor do PL, para mais ou para menos. b.1) Aumentativos ou Positivos: aumentam a situao lquida patrimonial Ex1. Prescrio de dvida.

    D- Obrigao C- Receita

    - Diminui o saldo da conta de obrigao = diminui o Passivo - H uma receita = aumenta o lucro = aumenta o PL Ex2. Recebimento de aluguel relativo imvel da entidade.

    D- Caixa C- Receita de Aluguel

    - Aumenta o saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - H uma receita = aumenta o lucro = aumenta o PL Ex3. Aumento do capital com recursos dos scios.

    D- Caixa C- Capital Social

    - Aumenta o saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - Aumenta o saldo da conta capital Social = aumenta o PL b.2) Diminutivos ou Negativos: diminui a situao lquida patrimonial. Ex1. Pagamento de despesa.

    D- Despesa Geral C- Caixa

    - Diminui saldo da conta Caixa = diminui o Ativo - H uma despesa = Diminui o lucro = diminui o PL Ex2. Despesa de Salrio, incorrida e no paga no perodo.

    D- Salrios C- Salrios a pagar

    - Aumenta o saldo da conta Salrios a Pagar = aumenta o Passivo - H uma Despesa = Diminui o lucro = diminui o PL Ex3. Distribuio de lucros ao scio.

    D- Lucros Acumulados C- Dividendo a Pagar

    - Aumenta o saldo da conta Dividendos a Pagar = aumenta o Passivo - Diminui o saldo da conta Lucros Acumulados = diminui o PL c) Fatos Mistos ou Composto: ao mesmo tempo, so permutativos e modificativos , ou seja, h troca de elemento patrimonial com lucro ou prejuzo. c.1) Aumentativo ou Positivo: fato permutativo + modificativo aumentativo.

  • Ex. recebimento de duplicata com juros D- Caixa

    C- Duplicata a Receber C- Receita de juros

    - Diminui o saldo da conta Duplicatas a Receber = diminui o Ativo - Aumenta o saldo da conta Caixa = aumenta o Ativo - H uma Receita = aumenta o lucro = aumenta o PL Permuta entre contas do ativo + aumento do PL c.2) Diminutivo ou Negativo: fato permutativo + modificativo diminutivo Ex. pagamento de duplicata com juros

    D- Duplicata a pagar D- Despesa com juros

    C- Caixa

    - Diminui o saldo da conta Duplicatas a Pagar = diminui o Passivo - Diminui o saldo da conta Caixa = diminui o Ativo - H uma Despesa = Diminui o lucro = diminui o PL Permuta entre contas do Ativo e Passivo + reduo do PL ASPECTOS DA CONSTITUIO DE UMA EMPRESA

    2.1 Operaes de abertura de capital

    a) Constituio ou Subscrio do Capital

    o momento em que o titular ou scios decidem sobre a fundao da entidade, valor do capital e sua composio e a forma com que esse capital ser entregue para a entidade (1 vez ou parcelado).

    Compreende o momento em que os scios reunidos assumem o compromisso de investir, na

    entidade, o valor da parte do capital que cabe a cada um deles.

    Ocorre na assinatura do contrato ou do estatuto. O registro contbil desse momento feito debitando-se uma conta que represente o direito que a

    entidade tem de receber o valor do seu titular. Em contrapartida ser creditada a conta capital, que tambm poder figurar com outras denominaes, como Capital Inicial, Capital Subscrito, Capital Social, Capital Nominal.

    D- Capital a Realizar

    C- Capital Social b) Realizao ou Integralizao do Capital

    Corresponde ao momento em que o titular ou os scios entregam para a entidade os valores em

    dinheiro, ou em outros bens, pelos quais se comprometeram no momento da subscrio do Capital.

    D- Caixa C- Capital a Realizar

    D- Veculo C- Capital a Realizar

  • c) Exemplos

    Capital realizado em dinheiro

    Em 10 de fevereiro, Carlos constituiu uma empresa individual para explorar o comrcio de material de construo, nesta cidade. Seu capital de $ 80.000, realizado em dinheiro no ato da constituio.

    ELEMENTOS CONTAS VALOR D/C

    Dinheiro Caixa 80.000 D

    Capital Capital Social 80.000 C

    Capital realizado em bens

    Em 17 de outubro, Rita constituiu uma empresa individual para explorar o comrcio de flores, nesta cidade. Seu capital de $ 30.000, realizado no ato da constituio com os seguintes bens: I. Em dinheiro = $ 10.000 II. Diversos mveis = $ 5.000 III. Veculo = $ 15.000

    ELEMENTOS CONTAS VALOR D/C

    Dinheiro Caixa 10.000 D

    Mveis Mveis e utenslios 5.000 D

    Veculo Veculos 15.000 D

    Capital Capital Social 30.000 C

    Capital realizado em parcelas

    Em 15 de julho, Alexandre constituiu uma empresa para explorar o comrcio de artigos esportivos, com Capital no valor de $ 150.000 a ser realizado da seguinte maneira: 50% no ato da constituio e o restante em 60 dias.

    ELEMENTOS CONTAS VALOR D/C

    Direito Capital a realizar 150.000 D

    Capital Capital Social 150.000 C

    Pela realizao de parte do Capital em 15 de julho.

    ELEMENTOS CONTAS VALOR D/C

    Dinheiro caixa 75.000 D

    Direito Capital a realizar 75.000 C

  • UNIDADE V ESCRITURAO CONTBIL

    1. LANAMENTOS

    1.1 Conceito o meio pelo qual se processa a escriturao contbil. a forma mercantil de se processar o registro dos fatos no livro Dirio. 1.2 Funes dos Lanamentos

    O lanamento tem duas funes: 1. Funo histrica pelo fato de a escriturao registrar as variaes patrimoniais em ordem cronolgica, est-se registrando a histria do patrimnio da sociedade. 2. Funo esttica ao registrar as variaes pelos valores respectivos, a escrita fornece, a qualquer momento, uma viso esttica do patrimnio com os saldos numricos que esto registrados em cada conta.

    1.3 Elementos essenciais do lanamento

    Os lanamentos so constitudos de cinco elementos a saber:

    1. Data 2. Conta devedora 3. Conta credora 4. Histrico 5. Valor

    1.4 Frmulas de lanamento

    1 Frmula Envolve um dbito e um crdito; 2 Frmula Envolve um dbito e dois ou mais crditos; 3 Frmula Envolve dois ou mais dbitos e um crdito; 4 Frmula Envolve dois ou mais dbitos e dois ou mais crditos.

    1.5 Correo de erros de escriturao

    Qualquer erro de redao ocorrido nos histricos pode ser corrigido se for encontrado antes do encerramento do lanamento. Em caso contrrio, isto , quando se der pelo erro depois de encerrado o lanamento, no resta outra soluo seno a de estornar o lanamento onde h o erro.

    Existem trs tipos de correo: 1. Estorno total esse tipo de correo anula o lanamento errado por meio de um lanamento inverso e depois faz a retificao atravs do lanamento correto. 2. Estorno parcial com esse tipo de correo, anula-se apenas a conta lanada indevidamente, em contrapartida da conta julgada certa. 3. Lanamento complementar ocorre quando cometido um erro de algarismo e

  • consiste em fazer um lanamento acertando para mais ou para menos.

    1.6 Livros de escriturao Os livros obrigatrios exigidos pela legislao comercial, tributria e societria so:

    Por leis comerciais: Livro Dirio Por leis tributrias: Livro de Apurao do Lucro Real LALUR, Livro Caixa, Livro

    Razo, Livro Registro de Entradas, Livro Registro de Sadas, Livro Registro de Inventrio e Livro Registro de Apurao do ICMS, entre outros.

    2. MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

    Escrito pelo Frei Luca Pacioli, a Contabilidade utiliza-se do Mtodo das Partidas Dobradas. Este enuncia que:

    a cada dbito, corresponder um crdito de igual valor.

    l Digrafia escriturao bilateral

    l Mtodo contabilmente perfeito. Todo crdito que lanado numa conta faz surgir outra ou outras contas em que registrada a

    mesma importncia a dbito. Desta forma, no haver devedor sem credor.

    BALANCETE DE VERIFICAO

    elaborado com base nos saldos de todas as contas dispostas nos razonetes. Assim a soma dos saldos devedores tem que ser igual a soma dos saldos credores. Esse relatrio utilizado como ferramenta de verificao dos saldos, antes do inicio da elaborao das Demonstraes Contbeis. Dessa forma o contabilista pode verificar possveis erros antes de dar continuidade em seus trabalhos.

    Um Balancete de Verificao deve conter os seguintes itens:

    Identificao da empresa a qual corresponde; Data; Identificao das contas; Saldo das contas (devedoras e credoras); Soma dos saldos das contas (devedoras e credoras).

    BALANCETE DE VERIFICAO

    um relatrio elaborado antes das Demonstraes Contbeis, que confronta os saldos de todas as contas dispostas em razonetes, objetivando verificar se os saldos credores

    correspondem aos saldos devedores.

  • BALANCETE DE VERIFICAO

    Nome da empresa: ____________________________

    Data: _____/______/______

    Conta

    Saldo

    Devedor Credor

    O Balancete de verificao demonstra que os lanamentos foram realizados corretamente, sendo que a partir de agora se pode partir para a quantificao do Resultado, atravs da Apurao do resultado do Exerccio (ARE).

  • UNIDADE VI BALANO PATRIMONIAL E DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO

    1. APURAO DO RESULTADO DO EXERCCIO

    Imagine que ao final do ano uma pessoa fsica resolveu fazer uma lista de Receitas e Despesas. Ao termin-la, logicamente, ela ir procurar saber se suas Receitas so menores que suas Despesas, para visualizar se obteve Lucro ou Prejuzo. Da mesma forma, apurar o resultado de uma empresa consiste na simples organizao das contas de Resultado, de forma que as contas de Despesas sejam colocadas em confronto com as contas de Receitas. A cada exerccio social (normalmente, um ano) a empresa deve apurar o resultado dos seus negcios: para saber se obteve lucro ou prejuzo, a contabilidade confronta a receita com as despesas. Se a receita for maior que a despesa, a empresa teve lucro. Se a receita foi menor que a despesa, teve prejuzo.

    Como podemos observar, a ARE envolve somente as contas de Resultado (Receitas e Despesas). Ela estruturada em um razonete, onde so realizadas as contrapartidas dos saldos de Receitas e Despesas do perodo.Dessa forma, ao trmino da elaborao da ARE, as contas de Receitas e Despesas do perodo sero transferidas para o razonete da ARE. As contas de Despesas devero ser creditadas e lanadas a dbito na ARE. J as contas de receitas devero ser debitadas e lanadas a crdito na ARE. Observe a seguir:

    ARE

    Despesa Receita

    Despesa Receita

    Despesa Receita

    Despesa Receita

    Lucro ou Prejuzo

    Sempre que as Receitas forem maiores que as Despesas, temos um Lucro.

    Receitas > Despesas = Lucro

    Sempre que as Despesas forem maiores que as receitas, temos um Prejuzo.

    Receitas < Despesas = Prejuzo

    APURAO DO RESULTADO DO EXERCCIO - ARE

    A ARE tem o objetivo de confrontar as Despesas com as Receitas, para chegar a um resultado final, que pode ser Lucro ou Prejuzo.

  • Contabilizao de Juros e Descontos

    muito comum serem efetuados pagamentos de duplicatas com obteno de desconto

    ou juros por atraso. Do lado dos direitos so igualmente comuns recebimentos de duplicatas com juros por

    atraso ou concesso de descontos.

    Obs: Eventos financeiros posteriores obrigam a empresa, ou ela pode fazer a opo de pagar/receber com juros ou descontos.

    JUROS

    JURO => Preo do uso do dinheiro.

    Receita Receita de juros ou Juros Ativos (Para quem empresta) Despesa Despesa de juros ou Juros Passivos (Para quem toma emprestado)

    Quando pagamos juros (Despesa) Pagamento de duplicatas, em dinheiro, no valor de $ 1.000, com 10% de juros pelo

    atraso.

    D Duplicatas a pagar 1.000 D Juros Passivos 100 C Caixa 1.100

    Quando recebemos os juros (Receitas) Recebimento de duplicata, no valor de $ 1.000 com 5% de juros pelo atraso.

    D Caixa 1.050

    C Duplicata a receber 1.000 C Juros Ativos 50

    DESCONTOS

    Os descontos podem ser obtidos (ganho = receita) ou concedidos (perda = despesa).

    Quando ganhamos o desconto Pagamento da duplicata, no valor de $ 5.000, com desconto de 10%.

    D- Duplicata a pagar 5.000

    C Descontos obtidos 500 (Receita) C Caixa 4.500

    JUROS E DESCONTOS => NATUREZA FINANCEIRA => NO VINCULADOS AOS VALORES DAS MERCADORIAS

    JUROS ATIVOS => JUROS POSITIVOS => ATIVOS = POSITIVOS JUROS PASSIVOS => JUROS NEGATIVOS => PASSIVOS = NEGATIVOS

  • Quando oferecemos o desconto Recebemos em dinheiro, a importncia correspondente duplicata, no valor de $ 5.000

    com 10% de desconto.

    D Descontos concedidos 500 (Despesa) D Caixa 4.500 C Duplicata a receber 5.000 2. BALANO PATRIMONIAL

    2.1. Conceito

    a demonstrao financeira ou contbil que evidencia, resumidamente, a situao patrimonial e financeira da entidade, quantitativa e qualitativamente.

    As empresas em geral, principalmente as de grande porte , por vrias razes, tem necessidade de apresentar graficamente os seus patrimnios. A representao grfica do patrimnio de uma empresa, em determinado momento, chamamos de BALANO PATRIMONIAL. O balano patrimonial dividido em ativo e passivo, cujo totais so sempre iguais. O ativo e o passivo so divididos em grupos, subgrupos, contas e sub contas.

    A = P + PL Bens + Direitos = Obrigaes + PL Total do ativo = Total do passivo

    De acordo com o art. 178 da Lei 6.404/76, no balano patrimonial, as contas devem ser dispostas segundo os elementos do patrimnio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a anlise da situao financeira da entidade.

    2.2. Diviso do Ativo

    Ativo um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefcios econmicos para a entidade. O ativo composto por dois grupos:

    a) Ativo Circulante - Disponibilidades - Direitos realizveis no curto prazo - Despesas antecipadas Ordem decrescente de liquidez b) Ativo no Circulante - Direitos realizveis de longo prazo - Investimentos - Imobilizado - Intangvel

    l Liquidez a facilidade de se realizar um bem ou direito.

  • 2.3. Diviso do passivo

    Passivo uma obrigao presente da entidade derivada de eventos j ocorridos, cuja liquidao se espera que resulte uma sada de recursos capazes de gerar benefcios econmicos. O passivo composto por trs grupos:

    a) Passivo circulante Ordem decrescente de exigibilidade b) Passivo no circulante c) Patrimnio Lquido.

    l Exigibilidade a rapidez de se pagar uma dvida. Quanto mais prximo o prazo de vencimento da obrigao, maior seu grau de exigibilidade.

    3. DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO DRE

    3.1. Conceito

    A Demonstrao do Resultado do Exerccio DRE um demonstrativo contbil de carter obrigatrio que relaciona as contas de resultado, diminuindo as despesas das receitas, chegando ao lucro ou prejuzo do exerccio (12 meses). Trata-se de um resumo das receitas e despesas da empresa durante o perodo de 12 meses. Desta forma, as despesas e custos so subtradas das receitas, chegando a um resultado final positivo (lucro) ou negativo (prejuzo).

    3.2. Estrutura da DRE A DRE apresentada por meio de uma estrutura vertical, que possibilita a percepo de vrias informaes gerenciais. Observe a seguir a estrutura completa.

    (+) RECEITAS (-) CUSTOS

    (-) DESPESAS (=) LUCRO OU PREJUZO DO EXERCCIO

  • 4. REGIMES DE CONTABILIZAO

    4.1 Regime de Caixa

    As receitas e as despesas s so registradas na Contabilidade quando h o efetivo pagamento ou recebimento. O regime de Caixa uma forma simplificada de contabilidade, aplicado basicamente s microempresas ou s entidades sem fins lucrativos, tais como igrejas, clubes, sociedades filantrpicas etc. As regras bsicas para a contabilidade por esse regime so:

    1) A receita ser contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando entrar dinheiro no caixa.

    2) A despesa ser contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa.

    4.1 Regime de Competncia As receitas e as despesas so registradas na Contabilidade independentemente do pagamento ou recebimento. Cada resultado registrado no perodo que lhe compete Este regime universalmente adotado, aceito e recomendado pela legislao do Imposto de renda. Evidencia o resultado (lucro ou prejuzo) de forma mais adequada e completa. As regras bsicas para a contabilidade pelo regime de competncia so:

    1) A receita ser contabilizada no perodo em que for gerada, independentemente do seu recebimento.

    2) A despesa ser contabilizada como tal no perodo em que for consumida, incorrida, utilizada, independentemente do pagamento.

    DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO DRE

    1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA ROB (1.1 + 1.2) 1.1. Receita de venda de mercadorias 1.2. Receita de servios

    2. (-) DEDUES (2.1 + 2.2 ) 2.1. Devolues de vendas 2.2. Tributos sobre vendas

    3. (=) RECEITA OPERACIONAL LQUIDA ROL (1 2) 4. (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS CMV 5. (=) LUCRO BRUTO (3 4) 6. (-) DESPESAS OPERACIONAIS (6.1 + 6.2 + 6.3)

    6.1. Despesas com vendas 6.2. Despesas Financeiras 6.3. Despesas Administrativas

    7. (=) LUCRO OPERACIONAL (5 6) 8. (+) OUTRAS RECEITAS 9. (-) OUTRAS DESPESAS 10. (=) LUCRO LQUIDO DANTES DO IR E DA CSLL (7 + 8 9) 11. (-) IR E CSLL 12. (=) LUCRO OU PREJUZO LQUIDO DO EXERCCIO (10 11)

  • LISTA DE EXERCCIOS

  • LISTA DE EXERCCIOS 01

    1) O que Contabilidade? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    2) De acordo com a corrente doutrinria hoje dominante, o objeto e o campo de aplicao da Contabilidade so respectivamente:

    a) o crdito e as organizaes. b) as contas da entidade e o seu patrimnio. c) o controle dos valores patrimoniais e a administrao financeira das empresas. d) o patrimnio e a entidade. e) N.R.A.

    3) A finalidade da Contabilidade : a) Determinar o resultado das entidades; b) Atender a legislao comercial e fiscal, que exige das empresas a elaborao das

    chamadas demonstraes financeiras; c) Controlar o patrimnio das entidades, apurar o resultado e prestar informaes sobre a

    situao patrimonial e o resultado das entidades aos usurios da informao contbil; d) Registrar os custos, as despesas, as receitas e apurar o resultado da entidade; e) N.R. A

    4) Cite cinco usurios da Contabilidade. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    5) Com relao s finalidades para as quais se usa a informao contbil, marque a

    alternativa incorreta. a) Controle. b) Planejamento. c) Como meio de verificao. d) Como meio de comunicao. e) Para apurao do rdito (exclusivamente).

    6) funo econmica da Contabilidade:

    a) Apurar lucro ou prejuzo. b) Controlar o patrimnio. c) Evitar fraudes e erros. d) Efetuar o registro dos fatos contbeis. e) Verificar a autenticidade das operaes.

    7) Cite as tcnicas contbeis. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 8) O patrimnio, que a Contabilidade estuda e controla, registrando todas as ocorrncias nele verificadas. Estudar e controlar o patrimnio, para fornecer informaes sobre sua composio e variaes, bem como sobre o resultado econmico decorrente da gesto da riqueza patrimonial.

    As proposies indicam, respectivamente,

    a) O campo de aplicao e o conceito da Contabilidade. b) A finalidade e as tcnicas contbeis. c) O Objeto e a finalidade da Contabilidade. d) A finalidade e o conceito da Contabilidade. e) O campo de aplicao e o objeto da Contabilidade.

    9) Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa: ( ) So pblicas as empresas constitudas com Capital de particulares.

    ( ) So pblicas as empresas constitudas com Capital do Governo.

    ( ) So pblicas as empresas constitudas com Capital do Governo e de particulares.

    ( ) No se pode escriturar nada nos livros contbeis sem que haja documentos idneos que comprovem a veracidade do registro.

    10) Complete: a) A principal finalidade da Contabilidade fornecer __________________ sobre o

    ________________, informaes essas de ordem econmica e __________________, que facilitam assim as tomadas de _______________, tanto por parte dos administradores ou ____________________como tambm por daqueles que pretendem ______________________na empresa.

    b) O campo de aplicao da Contabilidade abrange todas as _____________________ econmico-administrativas, at mesmo as ________________ de direito pblico, como a _____________, os _______________, os _____________________, as ______________ etc.

    11) Quais so os princpios de Contabilidade? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    12) A Contabilidade aplica-se: a) Somente a pessoa jurdica e nunca a pessoa fsica; b) A pessoa fsica ou jurdica com finalidade lucrativa; c) A qualquer pessoa fsica ou jurdica com finalidade lucrativa ou no; d) Somente a pessoa jurdica com finalidade lucrativa; e) As entidades econmico-administrativas, desde que com fins lucrativos.

    13) Normalmente, o interesse nas informaes contbeis menor para: a) O governo federal, estadual e municipal; b) O fornecedor; c) O banco; d) O investidor; e) O cliente.

  • 14) A Contabilidade : a) Sistema de informao de produo; b) Sistema de informao que retrata a situao financeira e patrimonial de uma entidade; c) Vrios sistemas integrados do controle financeiro da empresa; d) Controle organizacional de uma empresa.

    15) O processo contbil resume-se em:

    a) Registrar informaes e interpretar essas informaes; b) Captar, registrar, acumular, resumir e interpretar as informaes; c) Captar, registrar e interpretar as informaes; d) Registrar, acumular, resumir e interpretar as informaes.

    16) O objetivo da Contabilidade : a) A moeda corrente; b) A azienda; c) O resultado; d) O patrimnio; e) O controle e o planejamento.

    17) O objeto da Contabilidade :

    a) O controle do patrimnio; b) O fornecimento de informaes a seus usurios; c) O patrimnio; d) A entidade que possui um patrimnio; e) Apurao do lucro ou prejuzo da entidade.

    18) Entre as finalidades da Contabilidade podemos destacar:

    a) O controle, a informao e o planejamento; b) O confronto entre as receitas e despesas; c) O planejamento contbil; d) A atualizao patrimonial; e) A elaborao do Balano Patrimonial.

    19) O campo de aplicao e o objeto da contabilidade:

    a) Confundem-se; b) So distintos, pois o primeiro o patrimnio e o segundo a azienda; c) Podem ser dissociados, pois o primeiro independe da existncia do segundo; d) So distintos, pois o primeiro a azienda e o segundo o patrimnio; e) Todas esto erradas.

    20) A Contabilidade registra: a) Os fenmenos econmicos que afetam o patrimnio das entidades, provocados ou consentidos pela administrao; b) Os fenmenos econmicos e no-econmicos que afetam o patrimnio das entidades, provocados, consentidos ou no pela administrao; c) Os fenmenos econmicos e no-econmicos que afetam o patrimnio das entidades, provocados, consentidos pela administrao; d) Os fenmenos econmicos que afetam o patrimnio das entidades, provocados, consentidos ou no pela administrao.

  • 21) A informao contbil bem utilizada : a) Um excelente instrumento para a tomada de decises; b) Um orientador para o planejamento; c) Um sinalizador para o investidor; d) Uma ferramenta de tomada de deciso; e) As alternativas acima esto corretas.

    22) Tcnica Contbil que verifica a autenticidade dos registros e demonstraes contbeis:

    a) Escriturao b) Auditoria c) Demonstraes Contbeis d) Anlise de Balanos e) Planejamento

    23) Em que consiste o Princpio da Competncia?

    ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    24) Qual a recomendao fundamental do Principio da Prudncia? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    25) O Princpio de Contabilidade que se refere simultaneamente tempestividade e integridade do registro do patrimnio e de suas mutaes, determinando que este seja feito de imediato e com a extenso correta independente mente das causas que as originaram, o Princpio da:

    a) Continuidade; b) Entidade; c) Oportunidade; d) Atualizao Monetria.

  • LISTA DE EXERCCIOS 02

    1) Coloque V se a alternativa for verdadeira ou F se for falsa: ( ) Elementos positivos so as obrigaes. ( ) Elementos positivos so os Bens e as Obrigaes. ( ) Elementos positivos so os Bens e os Direitos. ( ) O Ativo composto por Bens e Obrigaes. ( ) O Passivo composto por elementos negativos. ( ) O Ativo e o Passivo compem o Patrimnio da empresa. 2) O que Patrimnio? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) D a diferena entre bens tangveis e intangveis. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4) O que voc entende por Direitos a Receber? Cite exemplos. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5) Cite algumas Obrigaes comuns s empresas. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6) Escolha a alternativa que contm apenas Bens mveis: a) Dinheiro, terrenos, duplicatas. b) Fornecedores, computadores, armrios. c) Computadores, utenslios, prateleiras. d) Duplicatas, fornecedores e dinheiro. 7) Duplicatas a receber e Duplicatas a pagar constituem, respectivamente: a) Direito e Obrigaes. b) Direito e Bens. c) Obrigaes e Direito. d) Bens e Obrigaes. 8) Enquanto o aspecto qualitativo do patrimnio refere-se a espcie de cada elemento que o compe, o aspecto quantitativo refere-se a: a) Quantidade fsica dos bens e dos direitos. b) Valores em moeda dos componentes do patrimnio. c) Quantidade dos estoques existentes. d) Total dos valores existentes em caixa. 9) O grfico T utilizado para representar a situao patrimonial de uma empresa evidenciando os bens, direitos e obrigaes devidamente agrupados em Ativo e Passivo, denomina-se: a) Balana. b) Balano. c) Ativo e Passivo. d) Balano Patrimonial.

  • 10) Classifique os elementos constantes do quadro abaixo em: A Bens ou direitos ou obrigaes B Positivo ou negativo C Ativo ou Passivo

    N ELEMENTOS A B C

    1 Dinheiro Bem Positivo Ativo

    2 Estoque de Mercadorias

    3 Duplicatas a Receber

    4 Duplicatas a Pagar

    5 Imveis

    6 Biblioteca

    7 Calculadoras Eletrnicas

    8 Terrenos

    9 Veculos

    10 Impostos a Pagar

    11 Promissrias a Receber

    12 Promissrias a Pagar

    13 Instalaes

    14 Ferramentas

    15 Aluguis a Pagar

    16 Mesas

    17 Prateleiras

    18 Computadores

    19 Ar Condicionado

    20 Contas a Receber

    11) A Cia. Revoluo apresentava em 31.12.X1 o seguinte conjunto de bens, direitos e

    obrigaes: - Dinheiro em caixa R$ 60.000 - Duplicatas a receber R$ 48.900 - Contas a pagar R$ 20.000 - Estoque R$ 91.100 - Mquinas R$ 120.000 - Emprstimos a pagar R$ 80.000 - Imveis R$ 800.000 - Fornecedores R$ 120.000 - Encargos a pagar R$ 90.000 - Marcas e Patentes R$ 150.000 Pede-se: a) O total de Bens. b) O total de Direitos. c) O total de Obrigaes. d) O total do Patrimnio Lquido. e) O total dos bens tangveis. f) O total dos bens Intangveis.

  • g) O total dos bens Mveis. h) O total dos bens Imveis. 12) Considere os seguintes valores: Bens R$ 43.000 Direitos R$ 12.000 Obrigaes R$ 26.000 Assim, pode-se afirmar que o patrimnio bruto e o patrimnio lquido valem respectivamente: a) R$ 43.000 e R$ 26.000 b) R$ 43.000 e R$ 29.000 c) R$ 55.000 e R$ 29.000 d) R$ 55.000 e R$ 26.000 e) R$ 81.000 e R$ 26.000

    13) Se o passivo exigvel de uma empresa de R$ 19.650,00 e o PL de R$ 9.850,00, o valor

    so seu capital prprio ser de: a) R$ 29.500,00 b) ZERO c) R$ 9.800,00 d) R$ 9.850,00 e) R$ 19.650,00

    14) Escolha a alternativa que contem apenas obrigaes: a) Clientes, capital e duplicatas a pagar. b) Veculos, caixa e mveis. c) Fornecedores, duplicatas a pagar e clientes. d) Fornecedores, duplicatas a pagar e aluguis a receber. e) Fornecedores, duplicatas a pagar e salrios a pagar.

    15) Representa um direito a conta: a) Frias a pagar. b) Adiantamento de clientes. c) Fornecedores. d) Adiantamento a fornecedores. e) Mveis e utenslios.

    16) Uma empresa transferiu seus ativo e passivo por 165.000, importncia recebida em

    dinheiro. Sabendo-se que o seu patrimnio lquido era de 145.000, pode-se afirmar que a operao gerou:

    a) Lucro de 310.000 b) Lucro de 20.000 c) Resultado nulo d) Prejuzo de 310.000 e) Prejuzo de 20.000

    17) Diz-se que a situao lquida negativa quando o ativo total : a) Maior que o passivo total b) Maior que o passivo exigvel c) Igual soma do passivo circulante com o passivo exigvel a longo prazo d) Igual ao passivo exigvel e) Menor que o passivo exigvel

  • 18) Indique se as afirmativas abaixo esto certas ou erradas. a) O ativo total no pode ter valor negativo. b) O passivo exigvel total no pode ter valor negativo. c) O total da situao liquida no pode ser negativo. d) O ativo total no pode ter valor igual a zero. e) O passivo exigvel total no pode ter valor igual a zero. f) O total da situao lquida no pode ser igual a zero. g) O ativo total pode ter valor positivo h) O passivo exigvel total pode ter valor positivo. i) O total da situao lquida pode ser positivo. j) A situao lquida no pode ser maior que o ativo. k) A situao lquida no pode ser menor que o ativo. l) O ativo formando por bens e direitos. m) O passivo exigvel representa os dbitos com terceiros. n) O patrimnio formado por bens, crditos, obrigaes e situao lquida. o) Os crditos so classificados no ativo. p) O patrimnio formado apenas por valores positivos. q) O ativo no pode ser maior que o passivo exigvel. r) O ativo no pode ser menor que o passivo exigvel. s) O passivo exigvel no pode ser maior que a situao lquida. t) O passivo exigvel no pode ser menor que a situao liquida.

    19) A empresa ter patrimnio lquido positivo quando: a) O ativo tiver valor inferior ao do passivo; b) O ativo tiver valor igual ao do passivo; c) O passivo tiver valor superior ao do ativo; d) O ativo tiver valor superior ao do passivo.

    20) Empresa que possui $ 10.000 de bens, $ 50.000 de direitos e $ 20.000 de obrigaes com terceiros ter a seguinte situao lquida: a) $ 80.000 positiva b) $ 40.000 positiva c) $ 80.000 negativa d) $ 40.000 negativa

    21) Assinale a alternativa que contm uma situao lquida negativa:

    a) Bens 100; Obrigaes 150 e Direitos 50; b) Bens 150; Obrigaes 50 e Direitos 0; c) Bens + Direitos 150 e Obrigaes 200; d) Bens e direitos maiores que as obrigaes.

    22) Com base nos dados abaixo, apure o valor CORRETO da situao lquida. Caixa $ 830,00 Salrios a pagar $ 1.200,00 Duplicatas a receber $ 450,00 Mercadorias $ 350,00 Duplicatas a pagar $ 600,00 Impostos a recolher $ 230,00 Mveis e Utenslios $ 400,00

  • 23) Represente graficamente e apure a Situao Lquida das situaes abaixo.

    Situao 1 (EXEMPLO) R$ Caixa 200 Mveis e utenslios 300 Duplicatas a Pagar 170 Veculos 30 Salrios a Pagar 20 Duplicatas a Receber 70

    Balano Patrimonial

    Ativo Passivo

    Caixa

    Mveis e Utenslios

    Veculos

    Duplicatas a receber

    TOTAL

    200

    300

    30

    70

    600

    Duplicatas a Pagar

    Salrios a Pagar

    Soma

    Situao Liquida

    TOTAL

    170

    20

    190

    410

    600

    A situao lquida positiva em R$ 410.

    Desenvolva da mesma forma, as situaes 2, 3 e 4.

    Situao 2 R$

    Veculos 4.000

    Moveis e utenslios 2.000

    Mquinas 1.000

    Caixa 1.000

    Promissrias a Pagar 2.000

    Impostos a Pagar 5.000

    Dupl