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1 UFAL Universidade Federal de Alagoas CURSO DE CONTABILIDADE TURMA – 1º Periodo HORÁRIO: 3ª FEIRA – 19:00 AS 21:40 - Noite APOSTILA DE CONTABILIDADE BÁSICA 1 Email: [email protected]

Apostila de Contabilidade Básica 1

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UFAL

Universidade Federal de Alagoas

CURSO DE CONTABILIDADE

TURMA – 1º Periodo

HORÁRIO: 3ª FEIRA – 19:00 AS 21:40 - Noite

APOSTILA DE CONTABILIDADE BÁSICA 1

Email: [email protected]

Profa. Ms. Marluce Alves de Almeida Salgueiro

2012-2Maceió- AL

PLANO DE ENSINO

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DISCIPLINA: CONTABILIDADE BÁSICA CARGA HORÁRIA: 60 hs

Ementa:. Noções Básicas de Contabilidade. Estudo do Patrimônio. Estudo das Variações. Elenco de Contas. Procedimentos Básicos de Escrituração. Elaboração de Balancetes. Demonstrativos Contábeis.

Objetivo da Disciplina: Proporcionar aos discentes do curso de ciências contábeis a compreensão dos fundamentos básicos para conhecimento da Contabilidade, apresentando seus conceitos e fundamentos para o entendimento das principais demonstrações contábeis.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Origem da Contabilidade1.1. Aspectos Gerais1.2. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade1.3. Princípios Contábeis2. Noções Básicas de Contabilidade2.1. Conceitos 2.2. Campo de Aplicação, Finalidade, Objeto e Objetivo da Contabilidade.2.3. Usuários da Contabilidade3. O Estudo do Patrimônio 3.1- Conceitos 3.2- Elementos e Aspectos Patrimoniais3.3- Origens e Aplicação de Recursos4. Estudo das Variações Patrimoniais4.1- Atos e Fatos Administrativos/Contábeis 4.2- Classificação dos Fatos Contábeis5. Contas Patrimoniais e de Resultado 5.1- Conceito de Contas5.2- Teoria das Contas5.2.1- Teoria Personalística5.2.2- Teoria Materialística5.2.3- Teoria Patrimonialista5.3- Plano de Contas6. Técnicas e Procedimentos de Escrituração6.1- Técnicas Contábeis6.2- Conceitos6.3- Métodos de Escrituração6.4- Livros de Escrituração7. Regime e Registros dos Fatos Contábeis7.1- Regimes Contábeis7.2- Lançamentos Contábeis7.3- Práticas de Lançamento7.4- Representação Gráfica dos lançamentos7.5- Erros de Escrituração e Técnicas de Correção de Erros8. Balancete de Verificação8.1- Aspectos Conceituais e Legais do Balancete de Verificação8.2- Como Elaborar um Balancete de Verificação9. Demonstrações Financeiras Obrigatórias.9.1- Demonstrativo do Resultado do Exercício9.2- Balanço Patrimonial

Bibliografia AtualizadaExercícios para praticar

1- ORIGEM DA CONTABILIDADE

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1.1. Aspectos Gerais

A história revela que a contabilidade se iniciou nos tempos do homem das cavernas. Pesquisas arqueológicas recentes feitas na Síria, Israel e no Iraque (antiga Mesopotâmia) localizaram fichas de barro que possivelmente foram usadas para controle de estoque e que remontam a aproximadamente 8.000 AC. Daí se conclui que, já naqueles tempos, o homem se preocupava em ter o controle dos estoques dos seus bens.

Na pré-história, quando a inteligência humana ainda era pouco desenvolvida, o Homem de Neandertal caçava, pescava e às vezes, chegava a disputar carniça com outros animais. Com o surgimento do Homo Sapiens, homem pensante, houve uma evolução. Este também caçava e pescava, mas tinha uma enorme diferença com relação ao homem de Neandertal. O homem percebeu que poderia acumular riqueza através da criação extensiva de animais e do cultivo de cereais.

Surgia então a necessidade de se fazer o controle dos excedentes da produção. À medida que o homem passou a acumular riqueza e esta a se transformar em patrimônio, a contabilidade apareceu como a técnica para o controle do seu patrimônio.

1.1.1 - Tipos de Controles

Controle Rudimentar: o homem controlava seus estoques com pedras, ossos de animais, folhas de árvores ou desenhos. Evolução do Controle: o homem passou a utilizar fichas de barro para controlar seus estoques com sinais pictográficos.

Com o excedente em seus estoques, o homem passou a realizar trocas de mercadorias conforme as suas necessidades. Os que tinham estoques de cereais em excesso, trocavam por outras mercadorias que necessitavam, como exemplo pode-se destacar a troca por armas, por animais para criação, por peixe seco ou ainda outros tipos de cereais. Através destas trocas é que finalmente surgiu o comércio. Com isso, o comercio veio se consolidando como uma atividade mercantil e com ele, a contabilidade se fazia presente, registrando as operações e controlando as variações que estavam ocorrendo nos patrimônios das pessoas.

Um detalhe deve ser destacado nesta evolução. Os registros contábeis foram evoluindo de acordo com as necessidades de controle dos registros das operações. Em outras palavras, quando mais intensificado ficou o comércio entre as pessoas, maiores ficaram as necessidades dos comerciantes em controlarem suas operações de forma eficiente. Os registros eram feitos de forma empírica (sem técnica) não existindo uma uniformidade. Não havia uma preocupação em se criar normas para uniformizar tais registros. Cada comerciante registrava de acordo com o seu conhecimento e conveniência.

1.1.2 - A Evolução do Pensamento Contábil

Segundo a literatura os primeiros indícios sobre as partidas dobradas que tem em sua essência a idéia de que, para cada débito(s), haverá um crédito(s) correspondente surgiram a partir do século XIII e XIV. Este método ficou conhecido na época como método de Veneza Pacioli, apud,Schmidt (2000,p.36). Na verdade, ele foi um dos primeiros divulgadores, pois, sua obra, La Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Porportionalitá, datada de 10 de novembro de 1494 trata de assuntos diversos, tais como aritmética, álgebra, geometria e comércio. O assunto Partidas Dobradas que na época era conhecido como Método de Veneza, é mencionado pelo autor da página 197 à 210 - Tratado XI De Computis et Scripturis, o qual afirma que neste capítulo, descreveu o melhor método para registro contábil.

Um dos primeiros manuscritos que tratam das partidas dobradas data de 1.458 e o autor foi Benedetto Cotrugli. Sua obra não se disseminou pela Europa porque foi manuscrita, um processo demorado e principalmente caro, ao passo que a obra de Pacioli foi impressa em quantidade considerável e disseminada por todo o continente.

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No século XV a Itália era praticamente o centro mercantil europeu. Em diversas cidades deste país o comercio fervilhava ardentemente, negociações de grande vulto eram realizadas entre os diversos comerciantes surgindo aí uma nova preocupação com os registros das operações. Os registros eram feitos através das partidas simples, um método vulnerável para as operações de vendas a prazo. Surge então a preocupação com a sistematização dos registros das operações.

1.2. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade

Estrutura significa a composição, o arcabouço, a intimidade do edifício contábil. Quando, no corpo humano, falamos em estrutura, queremos referir-nos aos componentes fundamentais da constituição óssea, dos órgãos vitais, bem como às medidas gerais, peso, altura etc. Se uma pessoa tem um nariz ligeiramente aquilino, não é problema de estrutura, mas talvez um problema de traços, acessório. Da mesma forma, em Contabilidade, estrutura é o fundamental. Ainda assim, é lícito perguntar-se se, dentro do fundamental, existem hierarquizações. No corpo humano, sem dúvida, ter os órgãos vitais funcionando bem, como os rins trabalhando sem problemas de filtração, é mais prioritário do que ter uma poderosa estrutura óssea. Assim, em Contabilidade, é importante procurar discutir a necessidade de priorizar Conceitos.

Os Princípios (Conceitos) Fundamentais de Contabilidade podem ser classificados em três categorias básicas, a saber:

Postulados ambientais da contabilidade. Princípios contábeis propriamente ditos Restrições aos princípios contábeis fundamentais – Convenções.

Numa enunciação axiomática da Teoria da Contabilidade, os postulados ambientais seriam os próprios Postulados ou Axiomas; os princípios seriam os Teoremas; e as convenções (restrições) seriam os Corolários.

1.2.1- Postulados Ambientais da Contabilidade

Os postulados são comumente chamados de "Pilares da Contabilidade", por serem a base de toda a teoria contábil e estão definidos pela teoria contábil em postulados da entidade e da continuidade. O Postulado da Entidade estabelece o Patrimônio como sendo o objeto da Contabilidade, e afirma a necessidade de diferenciação do patrimônio próprio com o patrimônio da entidade jurídica, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. É imprescindível distinguir corretamente a pessoa física da pessoa jurídica.O Postulado da Continuidade prevê que o processo contábil deve ser desenvolvido supondo-se que a entidade nunca terá um fim, ou seja, sem prazo estimado de duração. A suspensão das suas atividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados ativos, com a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode também provocar efeitos semelhantes.

1.2.2- Convenções Contábeis –

A Resolução CFC 750/93 não faz referência às Convenções Contábeis. Entretanto, é pertinente que conheçamos tais convenções, universalmente aceita dada a importância que elas representam para os registros contábeis como um todo.

Objetividade: Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir à Contabilidade nos registros dos fatos que envolvem a gestão do patrimônio das entidades.Os registros contábeis, sempre que possível, devem ser baseados em documentos que comprovem as respectivas transações. Assim, por exemplo, toda vez que um Contabilista tiver mais de uma opção de valores para atribuir a um dado bem, como um documento original de compra e um laudo pericial de avaliação do bem, deverá optar pelo mais objetivo – no caso, o documento.

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Materialidade: Tal convenção estabelece que não se deva perder tempo com registro irrelevantes do ponto de vista contábil; registros cujos controles pode se tornar mais onerosos que os próprios valores a serem registrados.A aplicação dessa convenção é relativa em relação à natureza da empresa e seus registros por isso exigem bom senso. Há situações em que, embora os valores sejam irrelevantes, a respectiva importância em relação a um todo exige o registro. Como exemplo, podemos citar os materiais de expediente utilizados no escritório, como lápis, papéis, etc. Esses materiais, embora consumidos diariamente, podem ser contabilizados apenas ao final do período por diferenças de estoques, dado os seus pequenos valores unitários.

Consistência: De acordo com essa Convenção Contábil, os critérios adotados no registro dos atos e fatos administrativos não devem mudar freqüentemente. No caso de necessidade de mudanças em tais critérios, tais devem ser informadas em notas explicativas.A quebra da consistência na escrituração provoca influências nos demonstrativos contábeis, o que prejudica a análise clara e eficiente em comparação com os demonstrativos de exercícios anteriores.Assim, a Convenção da Consistência nos diz que, uma vez adotado determinado processo, dentre os vários possíveis que podem atender a um mesmo principio geral, ele não devera ser mudado com demasiada freqüência, pois assim estaria sendo prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis

Conservadorismo: Esta Convenção consiste em que, por motivos de precaução, sempre que o contador se defrontar com alternativas igualmente válidas de atribuir valores diferentes a um elemento do ativo (ou do passivo), deverá optar pelo mais baixo para o ativo e pelo mais alto para o passivo. Se, por exemplo, o valor de mercado do inventário final de mercadorias for inferior ao valor de custo, devera ser escolhido o valor de mercado, por ser o mais baixo.

1.2.3- Princípios Contábeis Propriamente Ditos

O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano deve ser sempre os princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a ideologia de determinado sistema, seus postulados básicos e seus fins. Pode-se dizer que os princípios são eleitos como fundamentos e qualificações essenciais da ordem que institui.

Os princípios possuem o condão de declarar e consolidar os altos valores da vida humana e, por isso, são considerados pedras angulares e vigas-mestras do sistemaPrincípios Contábeis podem ser conceituados como sendo as premissas básicas acerca dos fenômenos econômicos contemplados pela contabilidade, premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade econômica.

Principio do custo como base de valor - O custo da aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições para gerar benefícios para entidade representa a base de valor para a contabilidade, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante.

Principio de denominador comum monetário - As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados de natureza qualitativos e física, serão expressas em termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do ultimo balanço patrimonial.

Principio da Realização da Receita - A receita é considerada realizada e, portanto, passível de registro pela contabilidade, quando produtos ou serviços produzidos ou prestados pela entidade são transferidos para outra entidade ou pessoa física com a anuência e mediante pagamento especificados perante a entidade produtora.Principio do confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis - Toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser confrontada; os consumos ou sacrifícios de ativo (atuais ou futuros), realizados em determinados períodos

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em que não puderam ser associados a receita do período nem dos períodos futuros, deverão ser descarregados como despesa do período que ocorrerem.

1.3. Princípios Contábeis Os princípios contábeis representam a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profissionais, com o intuito de normalizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle do patrimônio da entidade.

Os Princípios são os padrões técnicos e práticos aplicados. No caso da contabilidade são os princípios que regulamentam, ou certificam, a maneira como a contabilidade é aplicada, ou seja, feito os lançamentos.

Seria impossível controlar um patrimônio, que é o conjunto de bens e direitos e obrigações, sem que houvesse registros organizados sobre todas as mudanças ocorridas. Para isso faz-se necessário, então, que sejam obedecidos certos mandamentos, chamados de “ Princípios Fundamentais de Contabilidade-PFC”, aprovados através da Resolução CFC n.º 750/93, entretanto com o processo de mudança pelo qual vem passando a contabilidade motivado pela convergência as normas internacionais de contabilidade, os PFC foram reestruturados através da Res. CFC Nº 1.282 de 28 de maio de 2010, passando a denominar-se “Princípios de Contabilidade (PC)”, além de terem sido reduzidos de sete para seis com a revogação do princípio da Atualização Monetária.

RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993, alterada pela Resolução CFC nº 1.282/2010.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, CONSIDERANDO a necessidade de prover fundamentação apropriada para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) RESOLVE:

CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA Art. 1º. Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução. § 1º. A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º. Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

CAPÍTULO II DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º. Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) I) o da ENTIDADE; II) o da CONTINUIDADE; III) o da OPORTUNIDADE; IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1282/10) VI) o da COMPETÊNCIA; e VII) o da PRUDÊNCIA.

SEÇÃO I O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º. O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

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SEÇÃO II O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

SEÇÃO III O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10)

SEÇÃO IV O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º. São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) Nota: o artigo 8º, seu § único, e os incisos I, II e III, que tratavam do Princípio da Atualização Monetária foram revogados pela Resolução CFC nº. 1282/10.

SEÇÃO VI O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA Art. 9º. O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10).

SEÇÃO VII O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os

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do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) Art. 11. A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração nas alíneas “c”, “d” e “e” do art. 27 do Decreto-Lei n.º 9.295, de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10) Art. 12. Revogada a Resolução CFC n.º 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 1994.

Prática 11. Marque a alternativa que apresenta os dois postulados contábeis:a) Competência e Prudênciab) Objetividade e Materialidadec) Entidade e Continuidaded) Consistência e Conservadorismo2. Há situações em que os registros de certos fatos contábeis são irrelevantes, e não devem ser objeto de escrituração individual, por apresentarem valores irrisórios. Essa interpretação provém do (a):a) Princípio da Prudênciab) Princípio da Materialidadec) Convenção da Importânciad) Convenção da Materialidade3. O princípio contábil que atribui às entidades personalidade distinto da dos sócios, é o princípio da:a) Competênciab) Prudênciac) Entidaded) Materialidade4. A apropriação ao fim de um período, de despesas incorridas como depreciação, amortização, salários, etc. é um procedimento que corrobora com o princípio do (a):a) Competênciab) Prudênciac) Entidaded) Continuidade5. Os registros contábeis devem ser efetuados na ocasião em que ocorrem as respectivas transações. Isso é uma consequência clara do princípio contábil da:a) Continuidadeb) Oportunidadec) Atualização Monetáriad) Competência6. O princípio que considera a entidade como estando em constante movimento, gerando riquezas e direitos, e contraindo obrigações, é o princípio da:a) Entidadeb) Frequênciac) Existênciad) Continuidade7. A regra “adotar o menor valor para os componentes do Ativo, e maior valor os componentes do Passivo; bem como os maiores valores para as despesas e os menores para as receitas” corrobora com:a) O Princípio da Oportunidadeb) A Convenção da Prudênciac) O Princípio da Prudênciad) O Princípio da Avaliação

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8) Abaixo estão cinco assertivas relacionadas com os Princípios de Contabilidade. Assinale a opção que expressa uma afirmação verdadeira. a) A observância dos princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão, mas não constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade. b) O princípio da entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, exceto no caso de sociedade ou instituição, cujo patrimônio pode confundir-se com o dos sócios ou proprietários. c) Da observância do princípio da oportunidade resulta que o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado. d) A observância do princípio da continuidade não influencia a aplicação do princípio da competência, pois o valor econômico dos ativos e dos passivos já contabilizados não se altera em função do tempo.

9) Jorge Trapalhão é comerciante (revenda de produtos veterinários) e fazendeiro. Apesar de a fazenda não estar incorporada ao patrimônio da firma comercial, ele não faz distinção dos fatos decorrentes de sua dupla atividade, na escrituração do estabelecimento comercial, em que pese utilizar normalmente empregados e produtos de um em outro estabelecimento. O procedimento de Jorge Trapalhão, analisado sob o aspecto contábil, está: a) correto, porque Jorge Trapalhão é pessoa física, uma vez que, de acordo com o Código Civil, a pessoa jurídica não pode ser formada de um único indivíduo; b) correto, porque, qualquer que seja o seu sistema de escrituração, o resultado de suas atividades reverter-se-á totalmente em seu benefício; c) incorreto, porque contraria o princípio contábil da entidade; d) correto, porque, apesar de misturá-los, ele não omite nem adultera os fatos contábeis decorrentes de sua dupla atividade.

10. Há situações em que os registros de certos fatos contábeis são irrelevantes, e não devem ser objeto de escrituração individual, por apresentarem valores irrisórios. Essa interpretação provém do(a):a) Princípio da Prudênciab) Princípio da Materialidadec) Convenção da Importânciad) Convenção da Materialidade

11. Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade-PFC”, aprovados através da Resolução CFC n.º 750/93, foram modificados para:a) Princípios Propriamente Ditob) Princípio Geralmente Aceitoc) Princípios de Contabilidaded) Princípios Contábeis

12. Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade-PFC”, foram alterados pela Resolução CFC:a) Resolução CFC nº 12.249/2010b) Resolução CFC nº 1.282/2010c) Resolução CFC nº 1.111/2007d) Resolução CFC nº 1.268/2009

13. A Lei de Regência dos contabilistas é:a) Lei complementar 12.249/2010b) Decreto-Lei 9.295/1946c) Lei Complementar 101/2000d) Lei 4.320/1964

14. A obrigariedade do exame de suficiência para os contabilistas foi aprovado através da lei:a) Lei complementar 12.249/2010 b) Decreto-Lei 9.295/1946c) Lei Complementar 101/2000 d) Lei 4.320/1964

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2. Noções Básicas de Contabilidade

2.1. Conceito

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a controlar seus patrimônios e tomarem decisões. Todas as movimentações que houver no patrimônio de uma empresa são registradas pela Contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa. Esses interessados, através destes relatórios, analisam os resultados obtidos e tomam as decisões em relação aos fatos futuros. Segundo Gomes (2000,p.5), em resumo, podemos dizer que o conhecimento sobre os conceitos contábeis por parte das pessoas com formação em áreas não-relacionadas à Contabilidade é importante para: análise e interpretação de dados financeiros; planejamento e controle do patrimônio (pessoal ou empresarial); cooperação, coordenação e comunicação com outras áreas da empresa.

Dentro dos diversos conceitos dados à Contabilidade, podemos considerar a Contabilidade como Ciência Social que tem por objeto o patrimônio de qualquer entidade, estudando seus aspectos quantitativos e qualitativos, bem como as suas mutações patrimoniais.

É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza econômica (HILÁRIO FRANCO, 1999).

2.2. Campo de Aplicação, Finalidade, Objeto e Objetivo da Contabilidade

Dada a sua amplitude a Contabilidade pode ser aplicada nas entidades empresarias(contabilidade privada) e nas entidades governamentais(contabilidade pública/governamental). No setor empresarial a contabilidade abrange diversos ramos de atividade como, por exemplo: Atividades Comerciais(Contabilidade Comercial); Atividades Industriais( Contabilidade Industrial); Atividades Bancárias(Contabilidade Bancária); Atividades Hospitalares(Contabilidade Hospitalar); Atividades Agropecuárias( Contabilidade Rural); Atividades de Seguro( Contabilidade Securitária), quanto ao setor público podemos encontrar algumas especializações como a Contabilidade Pública/Governamental), Contabilidade Orçamentária, Contabilidade Financeira, Contabilidade de Sistemas, entre outras.

Seu campo de aplicação são as Aziendas, ou seja, é o patrimônio sofrendo constantes ações, de natureza econômica, do elemento humano. Os elementos constitutivos das aziendas são: pessoas e bens. Ou seja, Azienda é um complexo de obrigações, bens materiais e direitos que constituem um patrimônio, representado em valores ou que podem ser objeto de apreciação econômica, considerado juntamente com a pessoa natural ou jurídica que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade.

A Contabilidade é um instrumento da função administrativa que tem por finalidade controlar o patrimônio, apurar o resultado e prestar informações sobre o patrimônio das organizações. Seu objeto de estudo é o patrimônio das empresas(entidades) seja elas públicas ou privadas.

Desde os seus primórdios que a finalidade básica da Contabilidade tem sido o acompanhamento das atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável de controlar o comportamento de seus patrimônios, na função precípua de produção e comparação dos resultados obtidos entre períodos estabelecidos.

A contabilidade atua dentro das organizações públicas e privadas analisando o Patrimônio dessas entidades para auxiliar na tomada de decisão. O Patrimônio é reconhecido como sendo o objeto de estudo da contabilidade e seu objetivo consiste em estudar, analisar e interpretar as alterações ocorridas no patrimônio das organizações no sentido de gerar informações necessárias para prover seus usuários na tomada de decisões de forma tempestiva e confiável.

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2.3. Usuários da ContabilidadeSegundo o American Institute of Certified Public Accountants – AICPA, a função fundamental da Contabilidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações úteis que os ajudarão a tomar decisões.Este objetivo tem permanecido inalterado durante o tempo e não há muitas controvérsias a respeito, no entanto, o meio de cumpri-lo ainda não obteve um consenso tanto em termos práticos quanto acadêmicos.• acionistas minoritários e majoritários;• gestores da empresa;• banco de outros credores;• investidores potenciais;• órgãos governamentais federais, estaduais e municipais;• estudiosos do setor• empregados atuais e potenciais;• empresas concorrentes e parceiros comerciais;• clientes fornecedores atuais e potenciais;

Cada um desses grupos de usuários ou mesmos usuários individuais, dentro de um determinado grupo, necessitam de diferentes informações de acordo com as decisões que precisam tomar em dado período de tempo, demandado um conjunto próprio de informações. Esse usuários podem ser internos e externos:

a) Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como: Gerentes: para a tomada de decisões; Funcionários: com interesse em pleitear melhorias; Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais.

O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a alta-administração que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração de relatórios específicos para auxiliar-lhe na gestão do negócio.

Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber, aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo (semana, quinzena, mês, etc..), de acordo com as necessidades administrativas.

b) Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais como: Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a concessão de financiamentos

e medir a capacidade de retorno do capital emprestado; Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder atuar no mercado; Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas para poder atuar sobre o

resultado operacional no que concerne a sua parcela de tributação; Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder continuar ou não as

transações comerciais com a entidade, além de medir a garantia de recebimento futuro; Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que seu pedido será

atendido nas suas especificações e no tempo acordado.

Prática 21) Responda:a) Objeto da contabilidade?b) Objetivo?c) Finalidade?d) Campo de Aplicação?

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2) A Contabilidade registra: a) os fenômenos econômicos que afetam o patrimônio das aziendas, provocados, consentidos ou não pela administração; b) os fenômenos econômicos e não-econômicos que afetam o patrimônio das aziendas, provocados, consentidos ou não pela administração;c) os fenômenos econômicos e não-econômicos que afetam o patrimônio das aziendas provocados/consentidos pela administração; d) os aspectos financeiros que afetam o patrimônio das aziendas, provocados, consentidos ou não pela administração.

3) De acordo com a corrente doutrinária hoje dominante, o objeto e o campo de aplicação da contabilidade são, respectivamente: a) o crédito e as organizações; b) as contas da azienda e o seu patrimônio; c) o controle dos valores patrimoniais e a administração financeira das empresas; d) o patrimônio e a azienda; e) n.d.a.

4) De todas, a mais importante finalidade da contabilidade, ressalte-se, modernamente, a de: a) servir de base para a apuração e tributação do Imposto de Renda; b) possibilidade de cumprimento das exigências da Legislação Comercial; c) ter conseguido um refinamento na linguagem e nos procedimentos adotados; d) constituir instrumento essencial nas funções de planejamento e controle para a empresa; e) n.d.a.

5) O campo de aplicação e o objeto da contabilidade: a) confundem-se; b) são distintos, pois o primeiro é o patrimônio e o segundo é a azienda; c) podem ser dissociados, pois o primeiro independe da existência do segundo; d) são distintos, pois o primeiro é a azienda e o segundo é o patrimônio; e) n.d.a.

6) É função econômica da Contabilidade: a) apurar lucro ou prejuízo; b) controlar o patrimônio; c) efetuar o registro dos fatos contábeis; d) verificar a autenticidade das operações. 7) A palavra AZIENDA é comumente usada na Contabilidade como sinônimo de fazenda, na acepção de: a) conjunto de bens e haveres; b) mercadorias; c) finanças públicas, d) grande propriedade rural; e) patrimônio, considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade. 8. O patrimônio, que a Contabilidade estuda e controla, registrando todas as ocorrências nele verificadas. “... estudar e controlar o patrimônio, para fornecer informações sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.” As proposições indicam, respectivamente: a) o objeto e a finalidade da Contabilidade; b) a finalidade e o conceito da Contabilidade; c) o campo de aplicação e o objeto da Contabilidade; d) o campo de aplicação e o conceito de Contabilidade; e) a finalidade e as técnicas contábeis da Contabilidade.

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3. O ESTUDO DO PATRIMÔNIO

Nos últimos 150 anos de doutrina contábil, muitas foram às teorias que procuraram identificar o objeto de estudo e as finalidades da Contabilidade. Destas teorias, a que é hoje universal e quase unanimemente aceita, é a do patrimonialismo, exposta por Vicenzo Mazi, que elegeu como objeto da contabilidade o PATRIMÔNIO, com enfoque para os fenômenos nele ocorridos.Esta teoria possui princípios identificados e normas estabelecidas que constituem um conjunto estruturado de conhecimentos certos e universais, capazes de prever futuros fenômenos patrimoniais.Às vezes, quando paramos em frente a uma grande empresa e ficamos observando o tamanho dos prédios, os veículos que ela possui o estoque de mercadorias e tudo mais, ficamos a imaginar que o patrimônio daquela empresa é muito grande, consequentemente, que ela também é muito rica. A mesma coisa acontece quando olhamos uma pessoa que tenha um Jeep Cherokee do ano, um Jet-ski , uma Moto Kawasaki 1000 cc do ano, um apartamento na Av. Vieira Souto no Rio de Janeiro, uma casa na praia de Búzios, etc, Também imaginaremos que esta pessoa tem um tremendo patrimônio é muito rica. Nossas conclusões podem estar certas ou completamente erradas.Para a Contabilidade riqueza se mede de outra forma. Para se medir a riqueza de uma pessoa, seja ela física ou jurídica necessária se faz que suas dívidas também sejam incluídas nesta avaliação toda. Então, aquela empresa que vimos, primeiramente, com veículos, estoques e prédios imponentes, de repente pode estar passando por dificuldades financeiras porque possui muitas dívidas, ou ainda o pior, poderá estar a um passo da falência. A mesma coisa pode acontecer com aquela pessoa que tem o Jeep Cherokee, a moto Kawasaki e tudo mais. Ela poderá estar endividada até o pescoço, devendo até a alma para bancos, agiotas, lojas, e outros credores. Para a Contabilidade, as dívidas também fazem parte do patrimônio.O termo Patrimônio significa, a princípio, o conjunto de Bens pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa. Compõe-se de valores a receber. Para a Contabilidade esses valores a receber são denominados de Direitos. Em contabilidade, a palavra patrimônio tem sentido amplo: por um lado significa o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa; por outro lado inclui as obrigações a serem pagas.

PATRIMÔNIO DE UMA PESSOA OU DE UMA EMPRESABens e Direitos Obrigações(a receber) ( a serem pagas)

Relacionando-se apenas os Bens e os Direitos, não se pode identificar a verdadeira situação de uma pessoa ou empresa. Faz-se necessário evidenciar as Obrigações (dívidas) referentes aos bens e direitos.

3.1. Conceitos

Entende-se por Bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas e se subdividem em:Bens materiais, corpóreos, concretos ou tangíveis: Têm forma física, são palpáveis e podem ser classificados em:

Bens imóveis : são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos: edifícios, construções, terrenos, etc.

Bens móveis : são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: máquinas, equipamentos, veículos, estoques de mercadorias, moveis e utensílios, etc.

Bens imateriais, incorpóreos, abstratos ou intangíveis: São os não palpáveis, não constituídos de matéria. Ex: Marcas, Patentes, Ações ou Quotas de Capital, etc.Em Contabilidade entende-se por Direitos o poder de exigir alguma coisa de alguém. São denominados de valores a receber, títulos a receber, contas a receber etc. No que tange a empresa, o direito a receber mais comum decorre das vendas a prazo, quando a empresa vendedora emite uma duplicata como documento comprobatório da transação. Esse direito denomina-se duplicatas a receber. Como exemplo de outros direitos pode-se destacar aluguéis a receber, promissórias a receber, impostos a recuperar, etc.

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Obrigações são dívidas assumidas com outras pessoas. Em Contabilidade tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, compromissos que deverão ser pagos nas datas de vencimento. Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a prazo. Nesta operação a empresa compradora fica devendo ao fornecedor da mercadoria; por essa razão, essa dívida é conhecida como fornecedores, que também poderá ser chamada de duplicatas a pagar. Outras obrigações exigíveis são com o governo - impostos a recolher; com as instituições financeiras –empréstimos/financiamentos bancários a pagar; com o INSS e FGTS - encargos sociais a recolher; com o locador do prédio - aluguéis a pagar.

QUADRO 01 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO

BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES

BENSDinheiroEstoques de MercadoriasVeículosImóveisMáquinas, Móveis e UtensíliosFerramentasMarcas e PatentesObras de Arte

DIREITOS

Depósitos BancáriosDuplicatas a ReceberTítulos a ReceberAluguéis a ReceberImpostos a RecuperarInvestimentos Bancários

EmpréstimosFornecedoresFinanciamentos a pagarImpostos a RecolherEncargos Sociais a RecolherAluguéis a PagarTítulos a pagarPromissórias a PagarContas a Pagar

Nesta representação, colocam-se no lado esquerdo os Bens e Direitos e no lado direito as Obrigações. Isso ocorre por mera convenção. Na Inglaterra colocam-se primeiramente as obrigações e depois os bens e os direitos.

3.2. Elementos e Aspectos Patrimoniais

Na contabilidade os elementos patrimoniais devem ser analisados sob dois aspectos: Qualitativo e Quantitativo.Por Aspecto Qualitativo do Patrimônio entende-se a natureza de todos os elementos que o compõe, como Bens, Valores, Créditos e Obrigações, ou seja, um complexo de bens e meios econômicos heterogêneos e coordenados que, em determinado momento, se concentram à disposição de uma entidade que concorre para a realização de seus fins.

Sob o aspecto qualitativo ou funcional, o patrimônio deve ser apreciado: por um lado, quanto às suas origens, isto é, quanto às fontes de que provém e, por outro lado, quanto à forma pela qual estão aplicados os recursos. Do ponto de vista Quantitativo o Patrimônio pode ser conceituado como um fundo de valores à disposição de uma entidade, em determinado momento e cujos elementos são avaliados com a mesma unidade de medida, a fim de que possam ser reduzidos a uma única expressão numérica.

As classes de elementos que compõe o patrimônio das organizações estão classificadas em:Ativo: É o conjunto de bens e direitos da propriedade da empresa. São os itens positivos do patrimônio; trazem benefícios, proporcionam ganho para a empresa.Passivo: Significa as obrigações exigíveis da empresa, ou seja, as dívidas que serão cobradas, reclamadas a partir da data de seu vencimento.Patrimônio Líquido: Parte do patrimônio que efetivamente sobra para seu proprietário após somar bens e direitos e subtrair do total das obrigações; situação líquida, riqueza líquida; medida de riqueza da empresa.

3.2.1- Equação e Situações Patrimoniais:

Equação Patrimonial: PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO - PASSIVOPara se conhecer a riqueza líquida de uma pessoa física ou jurídica, precisamos aplicar a equação patrimonial, ou seja, somar os Bens com os Direitos e desse total, subtrair as Obrigações. O resultado obtido pela equação representa a riqueza líquida patrimonial do ente. Em alguns casos o somatório dos

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Bens mais os Direitos superam o valor das Obrigações. Nestes casos o Patrimônio Líquido destas empresas é positivo, ou seja, a verdadeira riqueza. Noutros, porém, quando as Obrigações superam os Bens e Direitos, o Patrimônio Líquido será negativo, não havendo riqueza.

Situações Patrimoniais

a) ATIVO > PASSIVO) → Patrimônio Líquido é POSITIVO/SUPERAVITÁRIO Situação Favorável→ PL + ou SL + Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) excedem o valor das obrigações com terceiros (Passivo

Exigível)b) ATIVO < PASSIVO → Patrimônio Líquido é NEGATIVO/DEFICITÁRIO

Situação Desfavorável → PL (-) ou SL (-) ou Passivo a Descoberto Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem menores que as obrigações com terceiros (Passivo

Exigível)c) ATIVO = PASSIVO → Patrimônio Líquido é NULO/EQUILIBRADO

Situação NULA, Equilíbrio Aparente → A = PE, logo PL = 0 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais às obrigações com terceiros (Passivo

Exigível); nessa hipótese o patrimônio líquido será nulo.d) ATIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Situação Plena ou Propriedade Total → A = PL, logo PE = 0 Ocorre quando os bens e direitos (Ativo) forem iguais ao patrimônio líquido; nessa hipótese, as

obrigações com terceiros (Passivo Exigível) serão nulas.

Exemplo Prático

ATIVO PASSIVO + PATRIMONIO LÍQUIDO

Aspecto Qualitativo/Conta Aspecto Quantitativo Aspecto Qualitativo/Conta Aspecto Quantitativo

Veículos (Bens Móveis) R$ 100.000,00 Fornecedores (Obrigações a Pagar) R$ 90.000,00

Clientes (Direitos a Receber) R$ 50.000,00 Capital Social(Patrimônio Líquido) R$ 60.000,00

TOTAL R$ 150.000,00 TOTAL R$ 150.000,00

Análise: Patrimônio Líquido = Ativo(Bens +Direitos) – Passivo(Obrigações) Patrimônio Líquido = (100.000,00 + 50.000) – (90.000) Patrimônio Líquido = R$ 60.000,00 positivo Neste caso significa que a empresa demonstra ter lastro para honrar seus compromissos e ainda resta uma quantia positiva de R$ 60.000,00. É uma situação confortável.

3.3. Origens e Aplicações de Recursos

3.3.1- Origens de RecursosNo desempenho de suas atividades, as pessoas jurídicas podem contar com recursos provenientes de duas origens ou fontes que são apresentadas no passivo do balanço patrimonial:Recursos Próprios:A constituição de uma sociedade se dá por meio de recursos fornecidos pelos sócios para a formação do patrimônio da pessoa jurídica. Trata-se do capital social inicial, que representa recursos próprios. Como a principal fonte de recursos próprios investido na empresa por seus proprietários é o Capital Social integrante do Patrimônio Líquido é importante conhecer algumas definições e particularidades dessa conta, como por exemplo:

Capital Social ou Capital Social Subscrito - é o capital social fixado no estatuto ou contrato social. Os sócios devem subscrever (assumir o compromisso de realizar) todas as ações ou cotas em que se divide o capital social, ainda que seja realizada apenas uma parte do capital subscrito.

Capital Nominal ou Capital Declarado - é o capital social fixado no estatuto ou contrato social. Também é conhecido como capital social ou capital social subscrito.

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Capital Realizado - é a parte do capital social subscrito que os sócios já realizaram, em dinheiro, outros bens ou créditos. É calculado pela diferença entre o capital social subscrito e o capital social a realizar: Capital Realizado = Capital Subscrito - Capital a Realizar.

Capital a Realizar - é a parte do capital social subscrito que os sócios ainda não realizaram. Subscrição - ato pelo qual os sócios assumem o compromisso de realizar determinado valor a

título de capital social. A subscrição pode ser relativa a compromisso de realização do capital social inicial ou a aumento do capital.

Igualmente, são recursos próprios os originários dos aumentos de capital mediante o ingresso de novos recursos.Os resultados positivos apurados nas atividades empresariais também representam recursos próprios, uma vez que não correspondem a obrigações. Portanto, são recursos próprios os decorrentes de receitas, lucros e ganhos obtidos pela sociedade em transações com terceiros, tais como os rendimentos auferidos com aplicações financeiras, aluguéis de imóveis próprios, lucro na venda de mercadorias e serviços.Parte dos lucros apurados pela pessoa jurídica é distribuída aos seus acionistas ou sócios, sendo o valor restante retido, na forma de reservas e lucros acumulados, para reinvestimento na empresa. A parcela não distribuída dos lucros permanece no patrimônio, como parte do capital próprio.

Recursos de Terceiros:No decorrer de suas operações, a empresa utiliza recursos de terceiros, oriundos de empréstimos e financiamentos, aceite ou emissão de títulos de crédito representativos de dívidas, salários a pagar, tributos e contribuições a pagar etc.Os recursos alheios (capital de terceiros) são representados pelo Passivo Exigível = Recursos de Terceiros = Capital Alheio.

Os recursos próprios da empresa(capital próprio) são representados pelo Patrimônio Líquido = Recursos Próprios = Passivo não Exigível.A soma dos Recursos de Terceiros com os Recursos Próprios forma o Capital Total também denominado Passivo Total que é = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido.Capital Total à Disposição = Recursos de Terceiros + Recursos Próprios.Capital Total à Disposição = Passivo Exigível + Passivo não Exigível.

A análise do patrimônio líquido e do passivo exigível nos permite identificar quais são as fontes ou origens de recursos que financiam as operações de uma empresa. Um passivo exigível de valor elevado, em comparação com o montante do patrimônio líquido, indica um elevado nível de endividamento e, por conseqüência, maior probabilidade de insolvência futura (passivo a descoberto). Por outro lado, um grau elevado de capital próprio, em relação ao capital alheio, transmite maior segurança para os credores, no que diz respeito à concessão de créditos e à realização destes.

3.3.2- Aplicações de RecursosO ativo representa as aplicações ou usos dos recursos obtidos.A análise do passivo exigível e do patrimônio líquido possibilita a identificação das origens ou fontes. Já a análise do ativo torna possível saber de que maneira os recursos obtidos estão sendo utilizados. Os recursos podem estar aplicados em estoques de mercadorias, bens de uso, disponibilidades financeiras, contas a receber etc.Desta forma, a pessoa jurídica obtém capital próprio e capital de terceiros e os aplica nos bens e direitos que constituem o ativo.

Exemplo:Certa pessoa jurídica apresenta a seguinte estrutura patrimonial:Ativo = 1.000Passivo Exigível = 300Patrimônio Líquido = 700

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Neste caso, o capital total à disposição é igual a 1.000 (300 do passivo exigível mais 700 do patrimônio líquido). Deste total, 30% são recursos de terceiros; 70% são recursos próprios.O capital total à disposição é equivalente ao valor do ativo:Ativo = Passivo Exigível + Patrimônio LíquidoAtivo = Capital de Terceiros + Capital PróprioAtivo = Capital Total à DisposiçãoAtivo = 300 + 700 = 1.000

Prática 31) Defina o que é Patrimônio?2) O que são Bens, e quais as suas subdivisões?3) O que são Direitos?4) Defina o que é Ativo?5) Defina o que é Passivo?6) Qual a formula da Equação Patrimonial? 7) Defina Patrimônio Líquido?8) Na maioria das empresas comerciais, o Ativo suplanta o Passivo (Obrigações). Assim, a representação mais comum do patrimônio de uma empresa comercial assume a forma: a) Passivo + Ativo = Patrimônio Líquido; b) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo; c) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido; d) Ativo Permanente + Ativo Circulante = Passivo; e) Ativo + Situação Líquida = Passivo. 9) Diz-se que o Passivo Total é: a) igual ao Passivo Exigível; b) a soma do Capital Próprio e do Capital de Terceiros; c) o Passivo Exigível menos o Passivo não Exigível; d) igual ao Capital de Terceiros; e) igual ao Capital Próprio. 10) Num balanço patrimonial, o capital próprio da empresa é representado pelo saldo:a) do grupo de contas do patrimônio líquidob) do grupo de contas do ativoc) da conta Caixad) das contas Caixa e Bancos Conta Movimentoe) da conta Capital Social11) Caso o Passivo Exigível de uma empresa seja de R$ 19.650,00 e o Patrimônio Líquido de R$ 9.850,00, o valor do seu Capital Próprio será de: a) R$ 29.500,00; b) R$ zero; c) R$ 9.800,00; d) R$ 9.850,00; e) R$ 19.650,00. 12) Um examinador, ao preparar uma questão para prova, não se deu conta de que colocara alternativas que, embora diferentemente redigidas, tinham a mesma significação conceitual. A questão estava assim formulada: "Surge o Passivo a Descoberto quando: 1) o valor do Ativo excede o valor do Passivo; 2) o valor do Passivo é menor que o valor do Ativo; 3) o valor do Ativo é menor que o valor do Passivo; 4) os bens e direitos superam as obrigações; 5) a Situação Líquida tem valor negativo." As alternativas com significação idêntica são as de n°s.:

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a) 1/2/4 e 3/5; b) 1/3 e 2/5; c) 1/2/3 e 4/5; d) 1/2 e 4/5; e) 1/3/5 e 2/4.

13) Dados: Empresa R$ Ativo R$ Passivo Exigível R$ A- 1.000,00 - 400,00 B - 800,00 - 600,00 C -500,00 - 600,00 Aplique a teoria das equações do Patrimônio e responda: a) a empresa A revela Situação Líquida negativa; b) a empresa B revela Situação Líquida negativa de R$ 200,00; c) a empresa C revela Situação Líquida negativa de R$ 100,00; d) a empresa C revela Situação Líquida positiva de R$ 200,00; e) a empresa A revela Situação Líquida Positiva igual a R$ 400,00.

14) O Patrimônio da Cia. SILPA, em determinado momento, está representado (em R$) por: Numerário - 100,00; Bens de Venda - 700,00; Bens de Uso 500,00; Dívidas para com terceiros - 400,00; Bens de Renda - 100,00; Direitos 200,00. Seu Patrimônio Líquido é de (em R$): a) 1.200,00; b) 1.300,00; c) 1.800,00; d) 2.000,00; e) n.d.a.

15) Assinale a alternativa incorreta: a) Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações; b) os bens se dividem em tangíveis e intangíveis; c) as alternativas A e B estão corretas; d) as receitas aumentam o Patrimônio Líquido e as despesas o diminuem; e) Patrimônio é um conjunto de bens e direitos.

16) Sabendo-se que, numa determinada sociedade, o capital alheio tem valor de 3.000 e representa 30% do total de recursos à disposição, qual é o total do ativo?

17. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira.( 1 ) Capital a Realizar ( ) Passivo Exigível( 2 ) Capital Próprio ( ) soma do capital próprio com o capital de terceiros ( 3 ) Capital Alheio ( ) Recursos Próprios( 4 ) Capital Total à Disposição ( ) capital fixado no estatuto ou contrato social. ( 5 ) Capital Social ( ) Parte do Capital subscritoAssinale a opção que contém a sequencia numérica correta para a segunda coluna.a) 4-5-2-3-1 b) 3-4-2-5-1c) 1-4-2-5-3 d) 5-1-2-4-3e) 1-2-5-4-3

4. ESTUDO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

4.1. Atos e Fatos Administrativos/ContábeisAtos Administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam alterações nos elementos do Patrimônio ou do Resultado. Por exemplo: admissão de empregado, assinatura de contratos de compra e venda, e de seguros, finanças em favor de terceiros, avais de títulos.

Fatos Administrativos/Contábeis são os acontecimentos que de alguma forma alteram o patrimônio das entidades, quer sob o aspecto qualitativo, quer sob o aspecto quantitativo. Ex.: emissão de cheques, depósitos bancários, compra de veículos, compra de materiais.

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4.2. Classificação dos Fatos ContábeisFatos Permutativos ou Compensativos: são fatos que alteram o patrimônio da entidade sem alterar o seu patrimônio líquido. Refletem trocas entre os elementos patrimoniais. Ex.: - compra de mercadorias à vista (bens por bens); compra de mercadorias a prazo (bens por obrigações); recebimento de valor pela quitação de uma duplicata; aumento do capital social com lucros acumulados;D - CaixaC - Estoque de MercadoriaCompra a vista de mercadoria 28.500

D - Contas a PagarC - Estoque de MercadoriaCompra a prazo de mercadoria 28.500

Fatos Modificativos: são aqueles que alteram o patrimônio da entidade e o patrimônio líquido, aumentando (fato modificativo aumentativo) ou diminuindo (fato modificativo diminutivo) a riqueza própria do patrimônio.

Fato Modificativo Diminutivo - Diminuição da situação líquida positiva do patrimônio, por diminuição do ativo D – Aluguéis 100C - CaixaPg de despesas com aluguel de imóvel 100

Fato Modificativo Aumentativo - Aumento da situação líquida positiva do patrimônio, por aumento do ativoD – Caixa 5.000C – Receita de AluguelRecebido de aluguel de imóvel da empresa. 5.000

Fatos Mistos ou Compostos: aqueles que combinam fatos contábeis permutativos e modificativos. Podem ser aumentativos ou diminutivos, conforme alterem para maior ou menor o patrimônio líquido.

Permutação no ativo, com aumento da situação líquidaExemplo: Pagamento de uma duplicata com valor nominal de R$1.000, com desconto de 10%. D - Duplicatas a Pagar (-P) 1.000C - Caixa (-A) 900 C - Receitas Financeiras (+PL) 100

Permutação no ativo, com diminuição da situação líquidaExemplo: Recebimento de uma duplicata com valor nominal de R$1.000, com desconto de 10%.D - Caixa (+A) 900D - Despesas Financeiras (-PL ) 100C - Duplicatas a Receber (-A) 1.000

Prática 4

1) Eventos que ocorrem no dia-a-dia das empresas e que não provocam modificações no Patrimônio são denominados:a) Atos Administrativos.b) Fatos Administrativos.c) Fatos Permutativos.d) Fatos Modificativos.2) Os eventos que ocorrem no dia-a-dia das empresas e que provocam modificações no patrimônio são:a) Atos Administrativos.b) Atos Contábeis.

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c) Fatos Administrativos.d) Fatos Administrativos que não devem ser contabilizados.3) Os eventos que provocam modificações entre elementos do Ativo, do Passivo e entre ambos ao mesmo tempo, sem provocar modificações no Patrimônio Líquido, denominam-se:a) Atos Administrativosb) Fatos Permutativos ou Compensativos.c) Fatos Modificativos.d) Fatos Mistos.4) Os eventos que ocorrem no dia-a-dia das empresas e que provocam modificações para mais ou para menos no Patrimônio Líquido são denominados:a) Atos Administrativos. b) Fatos Permutativos ou Compensativos.c) Fatos Modificativos. d) Fatos Mistos.

5) Relacione a primeira coluna com a segunda: 1. modificativo diminutivo ( ) recebimento de Aluguéis 2. permutativo ( ) venda de mercadoria com lucro 3. misto aumentativo ( ) pagamento de salários 4. modificativo aumentativo ( ) compra de mercadoria a prazo 5. misto diminutivo ( ) pagamento de duplicata com jurosO preenchimento correto, respectivamente, dos parênteses está contido na alternativa: a) 1 – 3 – 2 – 5 - 1; b) 4 – 3 – 1 – 2 - 5;c) 1 – 5 – 3 – 4 - 2; d) 4 – 1 – 5 – 3 – 2.

6) Numa empresa, o recebimento de juros é um fato contábil: a) misto aumentativo; b) modificativo aumentativo; c) permutativo; d) misto diminutivo; e) modificativo diminutivo. 7. O pagamento do aluguel registrado em “aluguel a pagar”, indica um fatoa) misto aumentativo; b) modificativo aumentativo; c) permutativo; d) misto diminutivo; e) modificativo diminutivo.

8) Relacione a primeira coluna com a segunda: 1. atos administrativos 2. fato modificativo diminutivo 3. fatos administrativos/contábeis 4. fatos mistos ou compostos5. fatos permutativos( ) diminuição da situação líquida positiva do patrimônio, por diminuição do ativo ( ) eventos que não provocam alterações nos elementos do Patrimônio ou do Resultado( ) eventos que de alguma forma alteram o patrimônio das entidades,( ) eventos que combinam fatos contábeis permutativos e modificativos.( ) são fatos que alteram o patrimônio da entidade sem alterar o seu patrimônio líquidoO preenchimento Correto, respectivamente, dos parênteses está contido na alternativa:a) 4-5-1-2 e 3; b) 3-2-1-5 e 1; c) 2- 1- 3- 4 e 5 d) 5-4-3-2 e 1; e) n.d.a. 9. Constitui fato administrativo composto ou mistoa) Pagamento de salário b) compra de mercadoria a vista e a prazoc) pagamento de imóvel com e veiculo d) pagamento de duplicata com desconto

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5. CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO

5.1. Conceitos de Contas“ Expressão qualitativa e quantitativa, estática e dinâmica, de fatos patrimoniais da mesma natureza, ocorridos ou por ocorrer, em uma empresa ou em uma entidade”.(Sá)

“ Conta é um conjunto de levantamentos, refletindo um elemento ou componente formado ou em formação, efetivo ou potencial, de um patrimônio aziendal ou de terceiros, do qual exprime, geralmente, a variável grandeza em uma dada medida, quase sempre monetária.” (Vincenzo Mais. Rilevazione patrimoniale. 2 ed. Padova: Cedam 1942. p.359)

“ Conta é o nome técnico que identifica um componente patrimonial ( Bem, Direito, Obrigação ou Patrimônio Líquido) ou um componente de Resultado (Despesa ou Receita) .” (Ribeiro, Osni Moura.3. ed., São Paulo: Saraiva, 2002. p. 61).

Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na vida da empresa, responsáveis pela gestão do patrimônio – como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc. -, são registrados pela Contabilidade em contas próprias. Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é registrada em uma Conta denominada Caixa; os objetivos comercializados pela entidade são registrados em uma Conta denominada Mercadorias, e assim por diante.

A conta tem sempre objeto distinto de outras contas porque reúne fatos de características próprias, iguais por sua natureza e que sucedem no patrimônio e se apresentam em sistemas de contas que representam o conjunto de todas as contas utilizadas nos registros contábeis da entidade. As contas de um sistema podem ser agrupadas de acordo com a natureza de cada uma delas conforme o plano de contas.

5.2. Teorias das ContasA origem do estudo da teoria das contas surgiu durante a evolução da Contabilidade como ciência, a saber: Teoria Personalista, Teoria Materialista e Teoria Patrimonialista.

5.2.1- Teoria Personalista - Esta teoria atribui às pessoas a responsabilidade para cada conta, de forma que o responsável pelo caixa deve à empresa o equivalente ao valor do mesmo. Os terceiros, que são direitos da empresa, também devem a esta e, por fim, os terceiros a quem a entidade deve, são credores da entidade. Desta forma, as contas representativas de bens e direitos são debitados, pois as pessoas responsáveis pelos bens e direitos da entidade devem a esta e as contas representativas de obrigações da entidade, representam créditos dos terceiros para com esta. Chama-se a atenção ao fato de quem é credor ou devedor são as contas que representam os bens, direitos e as obrigações, e não as pessoas ou a entidade. Esta teoria classifica as contas em: Contas dos Agentes Consignatários- Essas contas representam os bens da empresa. Existiam pessoas que recebiam em consignação os bens da entidade (eram os responsáveis). Contas dos Agentes correspondentes- Representam os direitos e as obrigações da entidade com terceiras pessoas (correspondentes). Contas dos Proprietários- São as contas do Patrimônio Líquido e suas variações, inclusive as receitas e despesas, por interferirem diretamente no mesmo.

5.2.2- Teoria Materialista - Conforme o próprio nome nos diz, essas contas representam uma relação com a materialidade, ou seja, estas contas só devem existir enquanto existirem também os elementos materiais por ela representados na entidade. As conta são classificadas em: Contas Integrais São aquelas representativas de bens, direitos e obrigações. Contas Diferenciais São as representativas de receitas, despesas e Patrimônio Líquido.

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5.2.3- Teoria Patrimonialista - É a teoria que atualmente tem repercussão e utilização mundial e entende que o patrimônio é o objeto da Contabilidade que tem por finalidade o controle patrimonial. Por essa teoria as contas são classificadas em dois grupos: Contas patrimoniais- São as contas que representam os componentes patrimoniais, dividindo-se em Ativas(bens, direitos), Passivas(obrigações e patrimônio líquido). Estas contas permanecem com o seu saldo no momento da apuração do resultado no Balanço Patrimonial.Ativo: São todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas do ativo têm saldos devedores, à exceção das contas retificadoras (como depreciação acumulada e provisões para ajuste ao valor de mercado). O Ativo se divide em Circulante e não Circulante. Exemplo: caixa, bancos, duplicatas a receber, estoque de mercadoria, móveis e utensílios, prédios, equipamentos, marcas, patentes, etc.Passivo: São obrigações ou exigibilidades que deverão ser pagas no prazo previstos. O Passivo se classifica em Circulante e não Circulante e tem saldo credor. Exemplos: duplicatas a pagar, contas a pagar, títulos a pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a pagar, salários a pagar.Patrimônio Líquido: Representa os valores que os proprietários têm aplicado na empresa. Contas do patrimônio líquido têm saldos credores, divide-se em: Capital social; Reservas de capital; Reservas de reavaliação, Reservas de lucros; e Lucros/Prejuízos acumulados.

Contas de resultadoSão as contas que representam as receitas e despesas. Estas contas devem ser sempre encerradas (tornar o saldo zero e transferi-lo a apuração do resultado) na apuração do resultado ou do exercício social, são incorporadas ao Balanço Patrimonial via PL.Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resultado do período contábil será positivo (lucro), que aumenta o Patrimônio Líquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, este fato ocasiona um prejuízo que diminuirá o Patrimônio Líquido.

Receita - Entende-se como Receita a entrada de elementos para o ativo, sob a forma de dinheiro ou direitos a receber, correspondentes, normalmente, à venda de mercadorias, de produtos ou à prestação de serviços. Uma receita também pode derivar de juros sobre depósitos bancários ou títulos e de outros ganhos eventuais. Há menos contas de receitas que de despesas; vejamos as mais comuns: Aluguéis Ativos; Descontos Obtidos; Juros Ativos; Vendas de Mercadorias; Receita de Serviços; Comissões Ativas.

Despesa - Entende-se, por Despesa, o consumo de bens ou serviços pela utilização de serviços, com o objetivo de obter receitas. Diminuindo o Ativo ou aumentando o Passivo, uma Despesa é realizada com a finalidade de se obter recursos. Como exemplo, podemos citar a energia elétrica consumida, o material de expediente, os salários pagos, etc. Vejamos algumas contas que representam despesas: Aluguéis Passivos; Descontos Concedidos; Despesas Bancárias; Fretes e Carretos; Impostos; Material de Limpeza; Juros Passivos; Prêmio de Seguros; Café e Lanches.Algumas contas podem provocar dúvidas no momento de seus registros, por isso faz-se necessário alguns esclarecimentos em relação a estes conceitos, que muitas vezes são utilizados de forma incorreta. É muito comum, por exemplo, as pessoas confundirem gastos com despesas ou custos com despesa. Vejamos então o conceito de cada uma dessas expressões:

Gasto – É todo sacrifício para aquisição de um bem ou serviço com pagamento no ato ou no futuro (cria uma divida). Assim, a empresa tem gasto na compra de Imobilizado, na compra de matéria-prima, na produção etc.

Custo – Quando uma matéria-prima é adquirida, denominamos este primeiro estagio de Gasto; em seguida, ela foi estocada no Ativo (ativada); no instante em que a matéria-prima entra em produção (produção em andamento), associando-se a outros gastos de fabricação, reconhecemos (a matéria-prima + outros gastos) como Custo.

Encerramento de Contas de Receita e Despesa

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Toda empresa necessita fazer a apuração de resultados pelo menos uma vez por ano. O lucro ou prejuízo de um exercício está na dependência do confronto das contas de receita e de despesa, e esse resultado líquido é apurado na conta denominada Resultado.Para efeito de apurar o Resultado da empresa, as contas de receita e despesa são periódicas, isto é, somente deverão conter registros para um ano ou período menor, conforme a duração do período contábil, o que significa que todas as contas de receita e de despesa devem possuir saldo zero no início dos períodos.Para que isto ocorra, no final de cada período deve-se proceder ao encerramento das contas de resultado, por meio dos lançamentos de encerramento. O encerramento das contas de receita é realizado pela transferência (débito) de seus saldos credores para crédito das contas Resultado. As contas de despesa são encerradas pela transferência (Crédito) de seus saldos devedores para débito da conta Resultado.

Distribuição de ResultadosPelo exposto no tópico anterior, a conta Resultado recebe por transferência a débito o valor dos saldos das contas de despesa e a crédito os saldos das contas de receita. Se o total dos créditos da conta Resultado for superior ao total dos débitos, teremos um lucro líquido, se, ao contrário, o total de débitos superar o total dos créditos, chegará a um prejuízo.Ocorrendo Lucro ou Prejuízo, o resultado apurado será transferido para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Após sua transferência para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, o Resultado do Exercício poderá ser distribuído para outras contas do Patrimônio Líquido e do Passivo.

As contas patrimoniais são apresentadas no Plano de Contas, da seguinte forma: Título; Função; Funcionamento; Classificação; Grupamentos e Códigos.Titulo: É a palavra ou designação que dá nome a uma conta. Ex: CaixaFunção das Contas: Pela função de uma conta se conhece perfeitamente qual o seu objeto, ou ainda, para que foi aberta. Ex: o que a conta representa: bem, direito ou obrigação.Funcionamento das Contas: Demonstra como se debita a conta, como se credita, qual a natureza de seu saldo, quais as outras contas que normalmente com ela estabelecem contato. Ex: natureza devedora ou credora. Classificação da Conta: Indica se ela é Conta Patrimonial ou de Resultado. Ex: Caixa - Ativo.Código e Grau da Conta: É composto por um ou mais algarismos utilizados para identificar cada uma das contas que compõem o Plano de Contas de uma entidade. Ex: 1 – Ativo.

Como forma inicial de exposição do mecanismo das contas, vamos conhecer a natureza (devedora ou credora) de cada uma das contas, de acordo com sua classificação patrimonial.Nesse aspecto, as contas do grupo Ativo e as contas de Despesa são classificadas em contas de saldo devedor (ou de natureza devedora). As contas do grupo do Passivo bem como as contas de Receitas, sãoclassificadas como contas de saldo credor (ou de natureza credora). Vejamos:

O funcionamento das contas pode ser resumido como consta no quadro a seguir:

CONTAS PARA AUMENTAR PARA DIMINUIR NATUREZA DO SALDO

ATIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDORA

PASSIVO CREDITAR DEBITAR CREDORA

PATRIMÔNIO LÍQUIDO CREDITAR DEBITAR CREDORA

DESPESAS DEBITAR CREDITAR DEVEDORA

RECEITAS CREDITAR DEBITAR CREDORA

RETIFICADORA DE ATIVO CREDITAR DEBITAR CREDORA

RETIFICADORA DE PASSIVO DEBITAR CREDITAR DEVEDORA

5.3. Plano de Contas

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Conceito de Plano de contas: “é uma peça na técnica contábil que estabelece previamente a conduta a ser adotada na escrituração, através da exposição das contas em seus títulos, funções, funcionamento, grupamentos, análises, derivações, dilatações e reduções”.

“É um conjunto de normas e intitulação de contas, previamente estabelecido, destinado a orientar os trabalhos da escrituração contábil”.

“É um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor de Contabilidade, objetivando a uniformização dos registros contábeis”.

O plano de Contas é uma peça básica de orientação, um roteiro de grande valor, hoje indispensável e de uso generalizado e a sua ausência nos trabalhos de escrituração contábil denota, efetivamente, conduta deficiente por parte do profissional, na execução de sua tarefa.

A principal utilidade do plano de contas é a de servir de meio de orientação na escrituração contábil, possibilitando a unidade de trabalho e protegendo a empresa contra os erros naturais motivados pela ausência de sistematização.

São três as partes principais que podem compor um plano de contas:

Elenco de Contas: é a relação das contas que serão utilizadas nos registros dos Fatos Administrativos decorrentes da gestão do patrimônio da entidade. Este Elenco de Contas envolve a intitulação (nome) e o código (número) de cada conta. Seja qual for o elenco de contas adotado pela entidade, a disposição e o agrupamento das contas devem obedecer às regras estabelecidas na Lei 6.404/76.

Manual de Contas: é um quadro explicativo para o uso adequado de cada conta constante do Elenco de Contas. Esse quadro apresenta a função de cada conta, o funcionamento de cada conta, e a natureza do saldo de cada conta. O Manual de Contas tem por função apresentar detalhes a respeito de cada conta, servindo de guia para o contabilista no registro de suas operações.

Lançamentos explicativos para registro de operações especiais: são modelos de partidas de diário, próprios para o registro de fatos que raramente ocorrem durante a gestão da entidade.

Prática 5.

1. Defina Conta.2. Defina Plano de Conta.3. Em Contabilidade, conta é:a) O nome técnico que identifica um ou mais componentes patrimoniais.b) O nome técnico que identifica um componente do Patrimônio Líquido, uma Despesa ou Receita.c) O nome técnico que identifica um componente patrimonial ( Bem, Direito, Obrigações e PatrimônioLíquido) ou um componente de resultado ( Despesa ou Receita).

4. Todas as contas utilizadas pela contabilidade podem ser classificadas em dois grupos:a) Patrimoniais e de Resultado.b) Patrimoniais e do Patrimônio Líquido.c) Patrimoniais e de Despesas.d) Patrimoniais e de Receitas.

5. Função da conta é:a) A razão da existência da conta.b) A situação em que ela será debitada ou creditada.c) O mesmo que código de conta.d) O mesmo que grau de conta.

6. Funcionamento da conta diz respeito:a) O grau da conta.

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b) Ao papel que ela desempenha na Contabilidade.c) À origem da conta.d) A natureza devedora ou credora da conta.7. Elenco de Contas é:a) O mesmo que plano de contas.b) É a relação dos títulos das contas.c) O mesmo que Manual de Contas.d) N.D.A.8. Manual de Contas é:a) O mesmo que Plano de Contas.b) O mesmo que Elenco de Contas.c) Um quadro explicativo contendo a função, o funcionamento e a natureza de cada conta.d) N.D.A.9.Código da conta é:a) Um ou mais algarismos utilizados para identificar a respectiva conta.b) O mesmo que grau.c) Um número secreto de conhecimento somente do contabilistad) A inicial de cada conta.10. Classifique as contas em:a) Pa(patrimonial) ou Re(resultado);b) A(ativo), P(passivo), D(despesa) ou R(receita);c) Dv(devedora) ou Cr(credora);

Nº CONTAS a b c1 Caixa2 Fornecedores3 Clientes4 Pagamento pelo consumo de água, energia5 Aluguéis recebidos(ativo)6 Bancos conta Movimento7 Promissórias a Pagar8 Capital Social9 Aluguéis pagos(passivo)10 Compra de material de limpeza11 Descontos Obtidos12 Impostos e Taxas a Recolher13 Descontos Concedidos14 Lucros ou Prejuízos Acumulados15 Contribuições de Previdência a Recolher16 FGTS a Recolher17 Salários a Pagar18 Veículos, Móveis e Utensílios19 Estoques de Mercadorias20 Recebimento pela Prestação de Serviços21 Pagamento de Extratos Bancários

11) Em relação ao texto abaixo, assinale a afirmativa falsa. O princípio basilar do Método das Partidas Dobradas - não há débito sem crédito correspondente - permite que se chegue às seguintes conclusões:a) a soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos;

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b) a soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores; c) a soma das despesas (débito) é sempre igual à soma das receitas (crédito); d) a um débito ou a mais de um débito, numa ou mais contas, deve corresponder um crédito equivalente em uma ou mais contas; e) o total do Ativo será igual à soma do Passivo Exigível com o Patrimônio Líquido.

12) Assinale a alternativa correta: a) as contas do Ativo aumentam por crédito; b) as contas do Patrimônio Líquido aumentam por débito; c) as contas de resultado diminuem por crédito; d) as contas do Ativo diminuem por débito; e) as contas do Passivo Exigível diminuem por débito.

13. Aumenta o Patrimônio Líquido: a) compra de mercadorias a prazo; b) compra, à vista, de móveis e utensílios. c) recebimento de duplicatas com juros; d) pagamento de obrigações em dinheiro;

6. TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE ESCRITURAÇÃO

6.1. Técnicas ContábeisSabendo-se que a Contabilidade é uma ciência e que a mesma é conceituada e estudada de forma abstrata, constata-se que a sua materialização ou concretização se dá através de suas técnicas, quais sejam:

Escrituração Contábil - que é a técnica contábil exercida com a finalidade de efetuar o registro, através do lançamento, dos fenômenos ou fatos que afetam o patrimônio de uma entidade. Saliente-se que estes fenômenos para se constituírem em objeto da escrituração devem ser passíveis de valoração monetária;

Demonstração Contábil - também chamada de evidenciação, é a técnica que se encarrega de informar aos usuários da informação contábil a situação do patrimônio e suas mutações. Através de demonstrações e outros relatórios, as pessoas que mantêm relação de interesse com a entidade, são providas com as informações contábeis indispensáveis ao processo decisório;

Auditoria Contábil - constitui-se num conjunto de procedimentos técnicos exercidos com o objetivo de emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, buscando a confirmação da veracidade das informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações e recursos de uma entidade. Esta técnica não se restringe apenas ao aspecto formal das demonstrações, sendo de competência do auditor, o aprofundamento do trabalho de modo a que fique evidenciada a fidedignidade das informações, isto é, se existem e quanto vale, efetivamente, os elementos patrimoniais representados por tais informações;

Análise Contábil - é a técnica que permite, através da utilização de instrumentos diversos, a decomposição, a comparação e a interpretação das demonstrações contábeis ou gerenciais e suas extensões, com vistas a avaliar o desempenho e as tendências da entidade, para atender determinado objetivo.

6.2. ConceitosEscrituração: É o registro dos fatos contábeis, segundo os princípios e normas técnicas-contábeis, tendo em vista demonstrar a situação econômico-patrimonial da entidade e os resultados econômicos per ela obtidos em um exercício.É também uma designação simples que se tem dado à escrita contábil. A denominação provém do fato de os registros contábeis, desde os primórdios, e por milênios, serem realizados manualmente, pelos “ escribas” ou os que dominavam a arte de escrever (que durante milênios foi praticada por poucos).

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A escrituração contábil é composta pelo registro de fatos administrativos que alteram de forma qualitativa ou quantitativa o patrimônio e estes registros devem ser expostos através de demonstrações contábeis.

Observe-se que o objetivo da contabilidade é o patrimônio, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações, as variações desses itens e sua mensuração. Controlar o patrimônio não pode ser considerado um luxo, mas uma necessidade. Há ainda aspectos cíveis, comerciais e tributários, pois a escrituração regular comprova em juízo fatos cujas provas dependam de perícia contábil.

Detalhe importante é que não deve se confundir a escrituração contábil com simples registros de livros específicos (como, por exemplo, o livro caixa). A contabilidade, como ciência, utiliza-se de informações advindas de todos os setores da empresa, e não só da tesouraria. Entre os setores que geram informações relevantes, poderíamos destacar o faturamento, a produção (geradora de custos), a administração de recursos humanos (folha de pagamento e encargos), o fiscal (apuração de impostos) e o financeiro (contas a pagar e a receber).

A contabilidade deve escriturar toda a movimentação financeira, inclusive bancária, contendo a movimentação das contas: caixa, bancos conta corrente, bancos conta aplicações, numerários em trânsito, entre outras. O livro que contém o movimento dessas contas é o Livro Razão. No Livro Diário, registram-se (como o próprio nome esclarece), todas as movimentações diárias relativas ao faturamento, recebimentos, pagamentos, aplicações e transações bancárias e outros fatos contábeis.

Lançamento é o registro de um fato contábil e o conjunto dos lançamentos, como vimos, chama-se Escrituração. Esse registro poderá ser feito de várias maneiras, de acordo com o método e o processo de escrituração adotado.

6.3. Métodos de EscrituraçãoMétodo de escrituração é a forma de registrar os fatos contábeis.Método das Partidas Dobradas é o método pelo qual cada débito efetuado em uma ou mais contas, deve corresponder um crédito em uma ou mais contas, de tal forma que o total debitado seja sempre igual ao total creditado.O Corolário das partidas dobradas são os seguintes:a) a soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos;b) a soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores;c) as aplicações de capital, registradas a débito das contas ativas, são sempre iguais à soma dos capitais fornecidos ao patrimônio, creditados nas contas passivas, mostrando ser o ATIVO sempre igual ao PASSIVO.d) A diferença entre a soma dos bens e dos direitos (parte positiva do patrimônio) e a soma das obrigações (parte negativa) indica a substância líquida patrimonial, que representa o crédito dos titulares, e se chama patrimônio líquido;e) As despesas, sempre debitadas, contribuem para redução do patrimônio liquido;f) As receitas, sempre creditadas, contribuem para o aumento do patrimônio líquido;g) A demonstração contábil da situação patrimonial (ativo e passivo), chamada balanço patrimonial, apresenta sempre a forma de equação, em virtude da contraposição de débitos e créditos, inerente a todos os registro contábeis;h) A diferença entre as despesas e as receitas (lucro ou prejuízo) complementará a equação patrimonial, e indica aumento ou diminuição do patrimônio líquidoFunção da Escrituração: Histórica = consiste no registro dos fatos na ordem cronológica (Livro Diário); Sistêmica = consiste na organização dos elementos contábeis de acordo com sua natureza e valores

respectivos (Livro Razão).Processo de Escrituração: Pode ser manual, mecanizado ou por processamento de dados;

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Todo lançamento deve estar apoiado em documentos hábeis e idôneos e adequado ao tipo de operação. Ex.: compra de mercadorias documento hábil é a nota fiscal;

Registro dos fatos no livro Diário; Transcrição dos registros para o livro Razão; Elaboração do Balancete de Verificação; Apuração do Resultado e elaboração das demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial e

Demonstração do Resultado do Exercício), transcrevendo-se estas demonstrações no livro Diário.

Classificação dos Bens para Registro na Contabilidade - Em regra, são demonstrados pela Contabilidade como integrante do patrimônio de uma determinada pessoa os bens de sua propriedade.Bens Corpóreos - Os bens corpóreos são materiais, quer dizer, têm existência física. Podem ser tocados e são visíveis. São exemplos de bens corpóreos, também denominados bens materiais ou tangíveis.Bens Incorpóreos - Os bens incorpóreos não existem fisicamente. Embora não sejam visíveis ou palpáveis, eles também podem ser traduzidos em moeda. No caso de um programa de computador, por exemplo, o relevante não é o disquete ou meio que o contém, e sim a produção intelectual de quem elaborou o programa.Transmissão de Bens Móveis - A aquisição da propriedade de bens móveis se dá pela tradição, ou seja, pela entrega feita pelo transmitente ao adquirente. Todavia, nem sempre a entrega do bem opera a transmissão da propriedade. Na locação, ainda que esteja servindo ao uso do locatário, o bem permanece no patrimônio do locador, por ser de sua propriedade.Transmissão de Bens Imóveis - No caso de imóveis, a propriedade depende do registro do documento de aquisição do bem (escritura de compra e venda, escritura de doação) no Registro de Imóveis.Direitos - Em sentido contábil, os direitos representam créditos. São valores a receber ou a recuperar nas transações com terceiros.Nota Fiscal-Fatura e Fatura-Duplicata - Um mesmo documento pode reunir os elementos necessários à emissão da nota fiscal e da fatura. É a nota fiscal-fatura. Também é admissível a emissão de fatura-duplicata.

Duplicata - Além da fatura, que é de emissão obrigatória nas vendas a prazo, o comerciante pode emitir a duplicata. Apesar de não ser exigida por lei, é comum a emissão de duplicata nas vendas a prazo. Ao contrário da fatura, a duplicata é um título de crédito. Por isso, a duplicata pode ser transferida por endosso e tem força executiva (serve como prova para instruir a ação judicial de execução contra o devedor).Quando o comerciante vende a prazo e emite duplicatas, elas representam direitos. São duplicatas a receber. Se ele compra a prazo e aceita duplicatas, elas representam obrigações. São duplicatas a pagar. As duplicatas de nossa emissão são contas a receber. As duplicatas de nosso aceite, contas a pagar.Nota Promissória – É uma promessa de pagamento feita pelo próprio devedor, que se obriga, dentro de certo prazo, ao pagamento de uma soma pré-fixada. Portanto, a nota promissória é um título pelo qual alguém se compromete a pagar a outrem, determinada quantia em dinheiro, num certo prazo.Nota Fiscal - A exigência de emissão de nota fiscal decorre da legislação tributária. Mesmo quando não há incidência de tributos, os contribuintes são obrigados a emitir nota fiscal para as operações que realizam, sob pena de apreensão das mercadorias e multa.Fatura - Se a venda for a prazo, haverá necessidade de um documento que sirva para provar a existência do valor a receber, para posterior cobrança. A nota fiscal não cumpre essas funções, uma vez que o seu objetivo é permitir ao Fisco a verificação do correto recolhimento dos tributos incidentes nas operações com as mercadorias. Dessa maneira, na venda a prazo, além da nota fiscal, o comerciante precisa emitir um documento que sirva especificamente para a cobrança de seu crédito: a fatura.Ordem de Emissão dos Documentos- Quando da venda a prazo, o vendedor emite a nota fiscal, a fatura e a duplicata, nesta ordem. Nota Fiscal Fatura DuplicataAceite - A duplicata é remetida ao comprador para que seu aceite.O aceite é o reconhecimento da dívida, representada pelo título de crédito, mediante a assinatura do devedor.

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Cheque Pré-Datado - Se a empresa recebe cheques pré-datados de terceiros, eles representam direitos. Os cheques pré-datados emitidos pela empresa representam obrigações.Obrigações - As obrigações patrimoniais são representadas por contas a pagar ou a compensar nas transações com terceiros.

6.4. Livros de EscrituraçãoSão muitos os livros utilizados pelas entidades; a quantidade e a espécie variam em função do porte, da forma jurídica e do ramo de atividade que essas entidades exercem.

Para registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio e atender as obrigações das legislações: comercial, tributária, trabalhista e/ou previdenciária, as empresas, seja qual for sua natureza jurídica, utilizam diversos livros de escrituração que podem ser classificados quanto a utilidade, natureza e finalidade:

Quanto à utilidadea) Principais – utilizados para o registro de todos os eventos do dia-a-dia da entidade, como ocorre com os Livros Diários e Razão.

Formalidades do Livro DiárioA adoção do livro Diário – o mais importante sob o ponto de vista legal – requer a observância de formalidades contidas no Código Comercial Brasileiro ( Lei nº 556 de 1850), considerando-se ainda as exigências contidas na legislação tributária atual (Regulamento do Imposto de Renda).Formalidades extrínsecas (ou externas): O livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas em sequencia, tipograficamente. Deve conter os termos de abertura e de encerramento e ser submetido à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio.Formalidades intrínsecas(ou internas): a escrituração do diário deve ser completa, em idioma e moedas nacionais, em forma mercantil, com individuação e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entrelinha, borraduras, rasuras, emendas e transportes para as margens.

b) Auxiliares – utilizados para o registro de eventos específicos, como os livros Caixa, Contas correntes, Registro de Duplicatas, além de todos os livros fiscais (são os exigidos pelo fisco Federal, Estadual ou Municipal) que podem servir de suporte para a escrituração do Diário.Os mais comuns são:1. Registro de Entradas2. Registro de Saídas3. Registro de Controle de Produção e de Estoque4. Registro de Selo especial de Controle5. Registro de Impressão de Documentos Fiscais6. Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorências7. Registro de Inventário8. Registro de Apuração de IPI9. Registro de Apuração do ICMS10. Livro de Apuração do Lucro Real LALUR

Quanto à Naturezaa) Cronológicos - Aqueles em que os registros são efetuados obedecendo à rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano. Há livros cuja escrituração obedece a uma ordem cronológica rigorosa, como livro Diário; outros obedecem a uma ordem cronológica secundária, como todos os demais livros que, embora sistemáticos, tem seus eventos registrados por ordem de data.b) Sistemáticos - Livros destinados ao registro de eventos da mesma natureza como todos os livros de escrituração, com exceção do livro Diário.

Quanto à Finalidadea) Obrigatórios – Exigidos pela legislação comercial, tributária e societária.

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b) Facultativos – Livros que as entidades utilizam sem que haja exigência legal.

Prática 61. Qual é a base do método das partidas dobradas?2. Dê exemplo de livros:a) Principais:b) Auxiliares:3. Cite dois corolários do método das partidas dobradas:4. O que é escrituração?5. As técnicas de que a contabilidade se utiliza para alcançar os seus objetivos são:a) Escrituração, planejamento, coordenação e controle.b) Escrituração, balanços, inventários e orçamentos.c) Contabilização, auditoria, controle e análise de balanços.d) Auditoria, análise de balanços, planejamento e controle.e) Auditoria, escrituração, análise de balanços e demonstração.

6. No balanço patrimonial, o que representam as Duplicatas a Receber?a) Representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados com o objetivo social da empresa.b) Representam deveres adquiridos por vendas a prazo de bens ou serviços relacionados com o objetivo social da empresa.c) Representam direitos adquiridos por compras a prazo de bens ou serviços relacionados com o objetivo social da empresa.d) Representam deveres adquiridos por vendas a vista de bens ou serviços relacionados com o objetivo social da empresa.e) Representam deveres adquiridos por fornecedores ou serviços relacionados com o objetivo social da empresa.

7. É uma promessa de pagamento feita pelo próprio devedor, que se obriga, dentro de certo prazo, ao pagamento de uma soma pré-fixadaa) Nota fiscalb) Nota promissorac) Duplicatasd) Fatura

8. O reconhecimento da dívida, representada pelo título de crédito, mediante a assinatura do devedor, éa) Nota fiscalb) Nota promissorac) Duplicatasd) Aceite

9. Os Livros Contábeis classificam-se em:a) Quanto a nutureza: ______________________________________________________b) Quanto a utilidade:_______________________________________________________c) Quanto a finalidade:______________________________________________________

10. A técnica que se encarrega de informar aos usuários da informação contábil a situação do patrimônio e suas mutações é chamada de:a) Auditoria contábilb) Análise contábilc) Escrituração contábild) Demonstração contábil

7. Regime e Registros dos Fatos Contábeis

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7.1- Regimes Contábeis

São normas que orientam o controle e o registro dos fatos patrimoniais. A contabilidade reconhece três espécies de regimes contábeis, a saber:

Regime de Caixa: Considere no registro contábil do pagamento ou recebimento no momento de sua efetivação, não importando a que período se refere o fato.

Regime de Competência: Determina que as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

Adoção do Regime de Competência Receitas do Exercício - São aquelas ganhas (geradas, realizadas) nesse período, não importando

se tenham sido recebidas ou não. Despesas do Exercício - São aquelas incorridas (materializadas, concretizadas, consumidas,

utilizadas) nesse período, não importando se tenham sido pagas ou não.

Fatos Geradores do Regime de Competência Despesas a Pagar - É aquela incorrida (o fato gerador ocorreu) dentro do período contábil, mas

ainda não paga. Receitas a Receber - São aquelas ganhas (o fato gerador ocorreu) dentro do período contábil, mas

ainda não recebidas. Despesas Antecipadas - São aquelas despesas pagas (ou a pagar) pela empresa e o fato gerador

ainda não ocorreu. São despesas pagas (ou a pagar) em um período e que correspondem a período(s) seguinte(s).

Despesas Diferidas - Despesas pagas (ou a pagar), incorridas, mas com benefícios ao longo do tempo.

Receitas Diferidas - Representam recebimentos adiantados que vão gerar um passivo para uma prestação de serviço futuro, ou a entrega posterior de bens.

Resultados de Exercícios Futuros - Representa uma apuração antecipada de resultados que deverão ocorrer futuramente. Poderão ser classificados, neste grupo, os recebimentos perfeitamente caracterizados como receita e em que não se exija, sob hipótese alguma, devolução da importância recebida antecipadamente, ou a obrigação de entregar bens ou serviços em exercícios futuros.

Consumo de Ativos Permanentes - Os ativos permanentes, constituindo-se em inversões permanentes, são adquiridos para servirem a empresa em vários períodos de sua existência, não sendo objeto de compra e venda.Como estas inversões permanentes irão servir a empresa por vários exercícios, não é correto apropriar como despesa a totalidade de seu valor no momento da aquisição.A distribuição da despesa por vários períodos contábeis, do valor do ativo fixo, é feita através do procedimento contábil denominado de depreciação, amortização e exaustão.

Estoque de Produtos e outros Materiais - Os estoques de produtos e mercadorias que figuram no ativo de uma empresa transformam-se em despesas quando aqueles bens forem vendidos, pois são componentes do custo das vendas.Os materiais adquiridos em quantidades suficientes pare serem utilizados as vezes em mas de um período contábil são registrados, por ocasião da compra, em conta de ativo tomando-se despesas ou custos, quando consumidos.

Regime Misto: Consiste no registro das despesas quando incorridas independentemente de estarem pagas ou não, e o registro das receitas somente quando efetivamente recebidas.

7.2. Lançamentos Contábeis

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Vimos que lançamento contábil é o registro de um fato contábil, e esse registro, pelo método das partidas dobradas é feito em ordem cronológica e obedecendo a determinada disposição técnica. O método das partidas dobradas exige o aparecimento do devedor e do credor, aos quais se seguem o histórico do fato ocorrido e o valor correspondente.

O lançamento é, pois, uma parcela da escrituração e apresenta duas funções: a primeira conta a historia dos fatos contábeis e a segunda faz a classificação e sua respectiva representação monetária.

O lançamento contábil não se resume a “débito e crédito”, mas deve possuir também:1. O valor (ou valores); expresso em moeda nacional. 2. Data do lançamento. 3. Histórico: é a descrição do fato contábil. A boa técnica exige que o histórico seja feito com a máxima

clareza, evidenciando de forma analítica o registro da operação. Assim, o histórico do fato contábil deve ser inteligível e objetivo.

Os lançamentos contábeis podem ser:a) lançamento de primeira fórmula;b) lançamento de segunda fórmula;c) lançamento de terceira fórmula;d) lançamento de quarta fórmula.

Lançamento de Primeira Fórmula:É o registro do fato contábil que envolve uma conta devedora e outra conta credora.Exemplo: Depósito bancário com recursos do caixa:Data do lançamento: 21.10.2007D – Banco Bradesco S/A (Ativo Circulante)

Histórico: N/depósito em dinheiro em 21/10/2007 R$ 10.000,00C – Caixa (Ativo Circulante)

Histórico: N/depósito em dinheiro no Bradesco S/A R$ 10.000,00

Lançamento de Segunda Fórmula:É o registro do fato contábil que envolve uma conta devedora e mais de uma conta credora.Exemplo: Depósito bancário, em parte com recursos do caixa (dinheiro) e parte de cheques pré-datados de clientes (conta cheques a cobrar):Data do lançamento: 22.10.2007D – Banco Bradesco S/A (Ativo Circulante)

Histórico: N/depósito em 22/10/2007 R$ 10.000,00C – Caixa (Ativo Circulante)

Histórico: Parte de n/depósito em 22/10/2007, em dinheiro, Bradesco S/A R$ 1.000,00C – Cheques a Cobrar (Ativo Circulante)

Histórico: Parte de n/depósito em 22/10/2007, em cheque, Bradesco S/A R$ 9.000,00

Lançamento de Terceira Fórmula:É o registro do fato contábil envolvendo mais de uma conta devedora e apenas uma conta credora.Exemplo: Venda de mercadoria, sendo uma parte à vista e outra a prazo.Data do lançamento: 26.10.2007D - Caixa (Ativo Circulante)

Histórico: Recebido parte da NF 00676, de J.Silva S/A. R$ 10.000,00D - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

Histórico: Parte da NF 00676, de J.Silva S/A. R$ 50.000,00C - Vendas de Mercadorias (Resultado)

Histórico: NF 00676, de J.Silva S/A. R$ 60.000,00

Lançamento de Quarta Fórmula

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É o registro do fato contábil que envolve mais de uma conta devedora e mais de uma conta credora.Exemplo: Compra, na mesma nota fiscal, de mercadorias e material de consumo, sendo parte pago no ato e o saldo a ser pago em 30 dias:Data do lançamento: 20.10.2007D – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante)

Histórico: Parte NF 9701 de Distribuidora Mercantil Ltda. R$ 10.000,00D – Estoque de Materiais de Consumo (Ativo Circulante)

Histórico: Parte NF 9701 de Distribuidora Mercantil Ltda. R$ 2.000,00C - Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante)

Histórico: Cheque 009766 – Distribuidora Mercantil Ltda. R$ 4.000,00C – Fornecedores (Passivo Circulante)

Histórico: Saldo NF 9701 de Distribuidora Mercantil Ltda. R$ 8.000,00

7.3. Práticas de Lançamentos.

A utilização do mecanismo de debito e crédito para o registro de fatos contábeis fica muito mais fácil se seguirmos alguns procedimentos práticos.Sempre que estivermos diante de um fato contábil, devemos:l° - Identificar quais as contas envolvidas (pelo menos duas contas);Exemplo: Integralização do capital social no valor de $100.000 em dinheiro pelos sócios.Este fato movimentará o elemento contábil dinheiro, pelo recebimento de $ 100.000 dos sócios. Portanto, uma das contas é a Caixa. Ainda por este fato, a empresa assume uma obrigação para com os seus sócios, obrigação esta representada pela conta Capital. Por isso, as contas envolvidas são: caixa e capital.

2° - Identificar a que grupo pertence cada conta. Uma conta só pode pertencer a um determinado grupo que, segundo a teoria patrimonialista são os seguintes:ATIVO - PASSIVO – PATRIMÔNIO LÍQUIDO - RECEITA - DESPESAA conta Caixa é conta do ativo, porque representa um bem (dinheiro). A conta Capital é conta do patrimônio líquido porque representa obrigação da empresa para com os seus sócios.

3° - Identificar qual é o efeito do fato sobre cada conta envolvida, ou seja, qual elemento contábil aumenta ou diminui devido a este fato;Devido a este fato o saldo da conta Caixa aumenta, porque a empresa recebe dinheiro e o saldo da contaCapital também aumenta porque aumentou a obrigação da empresa para com os seus sócios.

4° - Efetuar o lançamento contábil segundo o método das partidas dobradas, com a utilização do quadro-resumo do mecanismo do débito e crédito, da seguinte forma:

DÉBITO = APLICAÇÃO DE RECURSO; CRÉDITO = ORIGEM DO RECURSOD – Caixa 100.000C – Capital Pelo valor do capital social integralizado pelos sócios nesta data. 100.000

Vamos praticar este procedimento:

a) Compra de um veículo à vista em dinheiro no valor total de $ 1.000,001º passo – identificar as contas envolvidas no fato; Caixa (valor em dinheiro) – Origem e Veículo (bem) - Aplicação 2º passo – identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupos pertencem: Ativo (A); Passivo(PE); Patrimônio Líquido (PL); Receitas (R); ou Despesas (D). Caixa – conta do Ativo (A)Veículo – conta do Ativo (A) 3º passo – identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas, ou seja, se o saldo aumentará ou diminuirá; no caso:

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Caixa (A) o saldo diminuirá (-) pela saída do dinheiro;Veículos (A) o saldo aumentará (+) pela entrada (aquisição realizada) do bem patrimonial; 4º passo – efetuar o lançamento segundo o mecanismo de debito e credito:Veiculo - conta do ativo que aumenta devido a este fato. Portanto, debita-se.Caixa - conta do ativo que diminui devido a este fato. Portanto, credita-se. LançamentoD – Veiculo 1.000,00C - Caixa

Pelo valor da compra de um veiculo, conforme NF XXXXX 1.000,00

b) Compra de mercadorias a prazo por R$ 80.000, aceitando uma duplicata no valor correspondente.1 ° passo - quais as contas envolvidas?As contas são: Mercadorias (Aplicação) e Duplicatas a Pagar(origem).2° passo - a que grupo cada conta pertence?Mercadoria. é conta do ativo e Duplicatas a Pagar é conta do passivo.3° passo - qual o efeito deste fato sobre cada uma das contas envolvidas?Devido a este fato, aumenta o saldo da conta Mercadorias e também aumenta o saldo da conta Duplicatas a Pagar.4° passo - efetuar o lançamento segundo o mecanismo de debito e credito:Mercadoria - c o n t a d o a t i v o q u e a u m e n t a d e v i d o a e s t e f a t o . P o r t a n t o , d e b i t a - s e R$ 80.000.Duplicata a pagar - é conta do passivo e aumenta; portanto deve ser creditada em R$ 80.000.LançamentoD – Mercadoria 80.000C – Duplicatas a Pagar

Pelo valor da compra de mercadorias a prazo, conforme duplicata Nº....... 80.000

7.4- Representação Gráfica dos Lançamentos

Para estudos, explicações e resoluções de problemas usa-se o gráfico simplificado, denominado Conta T, razonete ou razonete em T, conforme demonstramos a seguir:

As contas podem apresentar os seguintes saldos:- Saldo devedor - quando o débito é maior que o crédito;- Saldo credor - quando o crédito é maior que o débito;- Saldo nulo - quando o débito é igual ao crédito.

As contas possuem duas colunas: a do débito e a do crédito, e dessa forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuições no outro. A natureza da conta é que irá determinar a coluna a ser utilizada para os aumentos e a coluna para as diminuições.Razonete é uma representação gráfica e resumida do Livro Razão, que mostra os valores lançados a débito e/ou a crédito da conta num determinado período, além do respectivo saldo.No razonete são identificados:a) o nome da conta com o respectivo grupo ou subgrupo;b) os lançamentos a débito e a crédito (em seu lado direito, são registradas as contas creditadas; no lado esquerdo, as contas debitadas);c) os totais de débitos e créditos;

Nome da Conta Conta Devedora-Aplicação Conta Credora-Origem

Saldo Devedor Saldo Credor

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d) o saldo da conta, que poderá ser devedor ou credor, dependendo da confrontação dos totais de débitos e créditos (se for devedor, ficará demonstrado do lado esquerdo; se for credor, será demonstrado do lado direito do razonete).As contas podem apresentar os seguintes saldos:- Saldo devedor - quando o débito é maior que o crédito;- Saldo credor - quando o crédito é maior que o débito;- Saldo nulo - quando o débito é igual ao crédito.

Praticando o lançamento em Conta T

a) Compra de um veículo à vista em dinheiro no valor total de $ 1.000.000

Veiculo Caixa

Débito Crédito Débito Crédito

1.000.000 1.000.000

Sldo = 1.000.000 Sldo = 1.000.000

b) Compra de mercadorias a prazo por R$ 80.000, aceitando uma duplicata no valor correspondente

Mercadorias Duplicatas a Pagar

Débito Crédito Débito Crédito

Sldo = 80.000 Sldo = 80.000

c) Venda de mercadoria no valor de 60.000, sendo 10.000 à vista e 50.000 a prazo. Caixa Duplicatas a Receber Vendas de Mercadorias

Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito 10.000.000 10.000.000 60.000.000

Sldo=10.000.000 Sldo=10.000.000 Sldo=60.000.000

Outras informações importantesDescontos Comerciais x Descontos Financeiros

a) Descontos Comerciais – ocorrem no momento da compra (obtidos) ou da venda (concedidos) e são destacados na própria Nota Fiscal. São também denominados Descontos Incondicionais. O termo mais adequado para seus registros é Descontos Incondicionais Obtidos (quando a empresa ganha do fornecedor) ou Descontos Incondicionais Concedidos (quando a empresa concede ao cliente).

b) Descontos Financeiros - ocorrem no momento da liquidação de uma dívida ou do recebimento de um direito, fato posterior ao da compra ou da venda. O termo mais adequado para esses descontos é Descontos Obtidos (quando a empresa ganha do fornecedor no momento da liquidação de uma obrigação) ou Descontos Concedidos (quando a empresa oferece ao cliente no momento da quitação de um direito).

Note que a palavra `` incondicional´´ é utilizada para indicar que não foi imposta ao cliente nenhuma condição para que tivesse direito ao referido desconto, que é um ato de espontânea vontade do fornecedor. O desconto financeiro, obtido ou concedido no momento da quitação de uma duplicata, só ocorre mediante condição imposta ao devedor; normalmente, quitação antes do vencimento.

Você poderá deparar-s com as seguintes contas: Descontos Incondicionais Obtidos, Descontos Incondicionais Concedidos, Descontos Obtidos e Descontos Concedidos.Saiba que:

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• A conta Descontos Incondicionais Obtidos é redutora do Custo das Mercadorias Adquiridas, integrando a fórmula do CMV.• A conta Descontos Incondicionais Concedidos é redutora da Receita Bruta de Vendas e integra a fórmula do RCM.• A conta Descontos Obtidos é conta de Receita Operacional, no grupo das Receitas Financeiras.• A conta Descontos Concedidos é conta de despesa Operacional e integra o grupo das Despesas Financeiras.

7.5. Erros de Escrituração e Técnicas de Correção de Erros

Os erros que ocorrem normalmente na escrituração do livro Diário são erros de redação, borrões, rasuras, escritos nas entrelinhas, saltos de linha ou de paginas erros de valores lançados a maior ou a menor troca de uma conta por outra, inversão de contas, omissão de lançamentos e lançamentos em duplicata.

Com a automação presente em quase todos os setores, a Contabilidade passou a ser feita por meio de processamento eletrônico de dados: assim, os erros com borrões, saltos de linhas ou de paginas, escritos nas entrelinhas e rasuras praticamente deixaram de ocorrer.

O processo técnico de correção de erros de escrituração é denominado de retificação de lançamento. Os erros de escrituração devem ser corrigidos mediante retificação de lançamento através de estorno, transferência, ressalva, transferência, lançamento retificativo e lançamento complementar.

Retificação no próprio histórico, quando se tratar de erro de redação observado antes mesmo do encerramento do respectivo lançamento;

Estorno: consiste em efetuar um lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o totalmente ou parcialmente, ou seja, o Estorno é utilizado quando ocorre a duplicidade de um mesmo lançamento contábil ou por erro de lançamento da conta debitada ou da conta creditada.

Transferência: é o lançamento que promove a regularização da conta indevidamente debitada ou creditada, através da transposição do valor para a conta adequada.

Lançamento complementar: é utilizado para complementar um lançamento feito com valor a menor, ou seja, a Complementação é efetuada para corrigir o valor anteriormente registrado, aumentando-o ou reduzindo-o.

Lançamento retificativo: feito no próprio histórico, quando se tratar de erro de redação observado antes mesmo do encerramento do respectivo lançamento;

Ressalva: consiste no lançamento de correção usando-se as expressões “digo, aliás, em tempo, ou melhor, isto é, etc.”

Conforme se pode observar no momento de registrar os fatos contábeis, pode acontecer de a pessoa responsável cometer alguns enganos ou erros. Caso isto aconteça a contabilidade oferece algumas alternativas para corrigir os erros ou enganos cometidos, conforme podemos ver na seqüência abaixo: 1- Erro: Valor lançado a maior/CORREÇÃO – lançamento inverso estornando a diferença.Se o erro for notado após encerrado o histórico, a solução será estornar o lançamento errado e efetuar o novo lançamento correto.A função do estorno e anular o lançamento errado.Exemplo:Impostosa CaixaPago imposto predial referente ao mês................... 785Suponha que o valor correto do imposto seja de R$ 758. nesse caso, a correção devera ser feita de duas maneiras.♦ Estornar o lançamento inteiro ( anulá-lo) e lançar novamente a importância correta.♦ Estornar apenas a diferença através do lançamento retificativo:Caixaa Impostos

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Estorno de parte do lancamneto efetuado a maior, em __/__/__, referente ao pagamento de imposto predial do 1º trimestre............................................. 27

2- Erro: Valor lançado a menor/CORREÇÂO – lançamento complementar.Exemplo: Pagamento de salários no valor de R$ 1.000,00, em dinheiro.Lançamento realizado:D – Salários a PagarC - Caixa R$ 100,00Regularização, mediante complemento:D – Salários a PagarC - Caixa R$ 900,003- Erro: Inversão de contas/CORREÇÃO – dois lançamentos; o 1º para cancelar o lançamento errado, e o 2º para efetuar o lançamento correto.Exemplo: Compra de matéria prima, à vista, por R$ 1.000,00Lançamento efetuado:D - CaixaC – Matéria Prima R$ 1.000,00Para regularização, primeiro estorna-se o lançamento, mediante lançamento inverso:D – Matéria PrimaC – Caixa R$ 1.000,00A seguir, faz-se o lançamento correto:D – Matéria PrimaC – Caixa R$ 1.000,004- Erro: Troca de contas/CORREÇÃO – Lançamento de acerto.Exemplo: Compra de matéria-prima, à vista, por R$ 10.000,00Lançamento realizado:D - Matéria-primaC – Fornecedores R$ 10.000,00A conta correta a crédito é “Caixa”. A regularização será feita mediante transferência entre contas, como segue:D - FornecedoresC - Caixa R$ 10.000,005- Erro: Erro no histórico/CORREÇÃO – Quando o erro é descoberto a tempo, usa-se uma palavra apropriada para a ressalva.Quando o erro for notado antes de encerrado o histórico, basta utilizar um termo adequado, como “digo”,” isto é “ , “ ou melhor” etc.Exemplo:Computadores a CaixaNF nº 32 ref. a compra de um automóvel,digo, microcomputador marca TK.............................. 1.2006- Erro: Omissão de Lançamento/CORREÇÃO – A omissão se dá por esquecimento: na época oportuna, o contabilista deixa de efetuar o registro de um fato, por um motivo qualquer. Passado algum tempo, o contabilista verifica a omissão. Neste caso, a correção e simples. Basta efetuar o registro do fato no dia em que se verificou a omissão, mencionando, no histórico, o motivo e data correta do evento.Quando a omissão implicar falta de recolhimento de impostos, a empresa devera providenciar os devidos recolhimentos, espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes.7- Erro: Inversão de ContasExemplo:Caixaa Veiculos

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Compra de um automóvel...................................................... 30.000Note que, se ocorreu compra de automóvel, a Conta Veículos teria de ser debitada e a Conta Caixa, creditada. Nesse caso a correção pode ser feita de duas maneiras:

1. Estornar e lançar corretamente2. Inverter as contas e lançar a importância duas vezes:

Veículosa CaixaEstorno do lançamento de __/__/__,Referente a compra de um automóvel.......................................... 30.000Compra de um automóvel.......................................... 30.000 60.0008. Erro: Duplicidade de lançamento/CORREÇÃO - Ocorre quando o contabilista registra, por qualquer motivo, duas vezes o mesmo fato contábil. Quando notada tal ocorrência, basta que se efetue o estorno do lançamento que estiver a mais.9. Erro: Borrões, Rasuras, Registros nas EntrelinhasOcorrendo um destes erros de escrituração o contabilista deverá ressalvar, datar e assinar a ressalva na própria escrituração.10. Erro: Saltos de Linha ou de PáginasHavendo saltos de linhas, estas deverão ser preenchidas com traços horizontais e com ressalva datada e assinada pelo contabilista.

Prática 71. Na apuração do resultado de um período contábil, de uma entidade privada, utiliza-se o regimea) Patrimonial b) De caixa c) Misto d) De competência 2. Na apuração de resultado utilizando o regime de caixaa) são computados todos os tipos de receitas do período e as receitas antecipadasb) as despesas antecipadas são atribuídas ao resultado de acordo com o período de vigência do contrato que lhes deu origem.c) são reconhecidas no resultado as depreciações e as receitas a vista.d) não são reconhecidas as despesas provisionadas e o resultado de equivalência patrimonial.e) será atribuído ao resultado do exercício as despesas efetivamente incorridas no período. 3 O Regime de Caixa é um regime oposto ao regime daa) materialidade.a) materialidade. b) entidadec) competência d) continuidade. 4. A utilização do regime contábil da competência, no preparo das demonstrações contábeis, determina que essas demonstrações apresentem aos seus usuários algumas informações sobre itens, tais como: I – operações passadas envolvendo o pagamento e o recebimento de caixa e outros recursos financeiros; II – obrigações de pagamento no futuro; III – recursos que serão recebidos no futuro. Atende(m) plenamente ao conceito apresentado o(s) item(ns)a) I, apenas. b) II, apenas.c) I e II, apenas. d) I, II e III apenas.5. Quando na apuração do crédito do exercício são considerados apenas os pagamentos e recebimentos realizados no período, essa apuração é reconhecida como:a) Regime de caixa b) Regime de competênciac) Autonomia patrimonial d) Fato administrativo6. Uma empresa que contabiliza suas operações pelo regime de caixa, quando as comparar com o princípio da competência, para fins de balanço, vai verificar que as despesas incorridas, mas não pagas no exercício, provocaram:a) um passivo menor que o real e um lucro maior que o realb) um passivo maior que o real e um lucro menor que o real

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c) um ativo maior que o real e um lucro maior que o reald) um ativo maior que o real e um lucro menor que o reale) um ativo maior que o real e um passivo menor que o real7. Assinale a alternativa correta:a)As contas do Ativo aumentam por crédito; b)As contas do Patrimônio Líquido aumentam por débito;c)As contas de receitas diminuem por crédito; d)As contas do Ativo diminuem por débito.e)As contas do Passivo Exigível diminuem por débito.8. Lançamento de Primeira Fórmula;a) É o registro do fato contábil que envolve mais de uma conta devedora e mais de uma conta credora;b) É o registro do fato contábil envolvendo mais de uma conta devedora e apenas uma conta credora;c) É o registro do fato contábil que envolve uma conta devedora e mais de uma conta credora;d) É o registro do fato contábil que envolve uma conta devedora e outra conta credora.9. Nos lançamentos contábeis, as partidas são denominadas de: a) terceira fórmula, quando são debitadas varias contas e creditada uma conta; b) primeira fórmula, quando são debitadas duas contas e creditada uma conta; c) segunda fórmula, quando são debitadas duas contas e creditadas duas contas; d) quarta fórmula, quando são creditadas duas contas e debitada uma conta; e) terceira fórmula, quando são debitadas e creditadas varias contas.10. O Método das Partidas Dobradas utiliza, nos lançamentos:a) uma fórmula; b) duas fórmulas;c) três fórmulas; d) quatro fórmulas;e) n.d.a.11. A compra de equipamento para uso da própria empresa, pagando-se uma entrada em dinheiro e aceitando-se duplicatas pelo valor restante, será contabilizada através de um único lançamento de:a) segunda fórmula b) primeira fórmula c) fórmula simples d) terceira fórmulae) quarta fórmula12. Toda conta do Ativo será:a) debitada pelo aumento e creditada pela diminuiçãob) debitada pela diminuição e creditada pelo aumentoc) debitada ou creditada, conforme se trate de bem tangível e intangíveld) debitada para registrar decréscimo patrimonial e creditada para registrar aumento patrimoniale) debitada para registrar aumento patrimonial e creditada para registrar decréscimo patrimonial13. Faça os seguintes lançamentos e identifique quanto as fórmula:a) Recebimento, em dinheiro, de duplicatas no valor de R$ 4.000,001ª Fórmula: uma conta debitada e outra creditadaD: CaixaC: Duplicatas a Receber 4.000,00 b) Pagamento de fornecedores, em dinheiro no valor de R$ 4.000,00 mais juros de 10% devido ao atraso no pagamento.3ª Fórmula: mais de uma conta debitada e uma conta creditadaD: Fornecedores 4.000,00D: Juros Passivos 400,00C: Caixa 4.400,00c) Compra de mercadorias no valor de R$ 2.000,00 e de móveis e utensílios no valor de R$ 3.000,00, com pagamento de 50% à vista e o restante à prazo.4ª Fórmula: mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditadaD: Mercadorias 2.000,00

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D: Móveis e Utensílios 3.000,00 5.000,00C: Caixa 2.500,00C: Duplicatas a Pagar 2.500,00 5.000,00d) Recebimento, em dinheiro, de duplicatas no valor de R$ 4.000,00, mais 10% de juros devido ao atraso no pagamento efetuado pelo cliente.2ª Fórmula: uma conta debitada e mais de uma conta creditadaD: Caixa 4.400,00C: Duplicatas a Receber 4.000,00 C: Juros Ativos 400,00

14. Considerando-se que uma empresa comercial atacadista de gêneros alimentícios tenha adquirido 300 Kg (trezentos quilos) de trigo e, pelo fato de ocorrer atraso na entrega do produto foi concedido um abatimento no valor de R$ 40, 00, no ato do pagamento.A Nota Fiscal referente à aquisição apresenta os seguintes dados:Valor unitário (kg)............R$ 2,00Valor total da NF..............R$ 600,00ICMS (18%)....................R$ 108,00Abatimento concedido.....R$ 40,00Efetue o lançamento contábil das seguintes transações:I - Na empresa adquirente do produto:a) pelo valor constante da Nota Fiscal:

b) pelo abatimento recebido:

II - Na empresa vendedora do produto:a) pela venda da mercadoria:

b) pelo valor do ICMS:

c) pelo abatimento sobre vendas:

15. Os encargos financeiros pagos sobre o atraso no pagamento de duplicatas será considerado: a) custo de produção; b) custo indireto; c) Despesa financeira; d) Margem de contribuição; e) Custo a apropriar. 16. Qual a diferença entre Descontos Obtidos e Descontos Concedidos:17. A Empresa GMW Ltda apresentou as seguintes transações: 1. Investimento inicial de capital social integralizado no valor total de R$ 10.000 em dinheiro;2. Compra a vista de móveis e utensílios, na importância de R$ 2.000;3. Compra de peças para reparos, nas seguintes condições: R$ 500 a vista e R$ 1.000 a prazo;4. Venda a prazo de R$ 500 de peças para reparos, pelo preço de custo e a prazo;5. Compra de um veiculo, a prazo, por R$ 600, mediante a emissão de uma nota promissória;6. Pagamento de 50% da dívida relativa à compra de peças para reparos;

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7. Obtenção de um empréstimos de R$ 5.000, no Banco do Sul S.A., mediante a emissão de uma nota promissória;8. Investimento, aumentando o capital social em mais de R$ 5.000, sendo R$ 2.500 em dinheiro e R$ 2.500 em peças para reparos;9. Venda a vista de R$ 200 em peças para reparos, pelo preço de custo;10. Recebimento do valor da venda a prazo referente ao item 4. Pede-se:

a) Indicar os efeitos das operações sobre o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido;b) Registrar as operações nos razonetes;c) Levantar um balancete de Verificação

18. Ao analisar os lançamentos do mês anterior no livro Diário, o contabilista verificou que o pagamento de impostos e taxas no valor de R$ 543,00 foi contabilizado com o valor de R$ 345,00.Proceda a correção desse erro contábil.19. Ao fazer o lançamento no livro diário da compra de um automóvel à vista no valor de R$ 20.000,00, o contabilista inverteu as contas. Corrija esse erro.20. Ao lançar no livro diário a compra de um computador para o escritório, a prazo, no valor de R$ 3.000,00, o contabilista debitou a conta Móveis e Utensílios ao invés de Computadores e Periféricos. Retifique esse erro de escrituração.

8. Balancete de Verificação

8.1- Aspectos Conceituais e Legais do Balancete de VerificaçãoÉ o demonstrativo que relaciona cada conta com o respectivo saldo devedor ou credor, de tal forma que se os lançamentos foram corretamente efetuados, de acordo com o Método das Partidas Dobradas, o total da coluna dos saldos devedores é igual ao total da coluna dos saldos credores.

O Objetivo do Balancete de Verificação é testar se o método das partidas dobradas foi respeitado, evidenciando as contas de acordo com seus respectivos saldos e verificando a igualdade entre a soma dos saldos devedores e credores. O balancete de verificação é uma demonstração parecida com o balanço, ou seja, apresenta o saldo de todas as contas patrimoniais, e ainda apresenta o saldo das contas de resultado, num único demonstrativo. O balancete pode ser elaborado nas seguintes formas:•Duas colunas - forma apresentada (Ativo e Passivo)

Contas SaldoDevedor Credor

•Quatro colunas – respectivos movimentos do período e saldos finais. Contas Débito Crédito Saldos

Devedor Credor

•Seis colunas - Maior detalhamento da informação Contas Balancete de Verificação Ajustes Balancete após Ajustes

Devedor Credor Devedor Credor Devedor Credor

Cada conta do Razão pode ser representada individualmente em razonetes.Se considerarmos agora o conjunto de todas essas contas, podemos agrupá-las ordenadamente num demonstrativo utilíssimo do ponto de vista contábil, o Balancete de Verificação ou, simplesmente, Balancete.O Balancete de verificação consiste na relação das contas (patrimoniais e de resultado) com seus respectivos saldos contábeis.

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Através do Balancete é possível se chegar a vários resultados importantes para a Contabilidade de uma empresa num dado período de tempo, bem como elaborar outros demonstrativos contábeis importantes.Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, na NBC T.2.7 – Do Balancete, observamos os seguintes critérios técnicos:

NBC T.2.7 – Do Balancete1. O Balancete de Verificação do Razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraídos do Razão em determinada data;2. O grau de detalhamento do Balancete deverá ser consentâneo com sua finalidade;3. Os elementos mínimos que devem constar do Balancete são:a) identificação da Entidade;b) data a que se refere;c) abrangência;d) identificação das contas e respectivos grupos;e) saldos das contas, indicando se devedores ou credores;f) soma dos saldos devedores e credores.4. O Balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e o número de registro no CRC.5. O Balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. Dado o exposto, cabem algumas considerações pertinentes acerca do Balancete:► No Balancete de Verificação são listadas todas as contas, sejam elas patrimoniais oude resultado;► O saldo de cada conta é representado de acordo com sua natureza, e não apenas de acordo com o grupo a que pertence;► O Balancete é uma ferramenta importantíssima para a apuração do resultado econômico, bem como para a elaboração do Balanço Patrimonial;► Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. É possível representá- lo com os saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor).

8.2- Como Elaborar um Balancete de Verificação.

A proposta é trabalhar o passo a passo baseado em um exemplo fictício. Conforme veremos a seguir a empresa Cia Y apresentou no balancete de verificação apurado em 31/07/2011 os seguintes saldos:

Contas SaldosDevedor Credor

Bancos 1.000Fornecedores 1.000Mercadorias 500Capital Social 2.500Clientes 2.000

3.500 3.500

Durante o mês de agosto/2011 ocorreram as seguintes transações:1 – Compra a prazo de R$ 500,00 de mercadoria a prazo.2 – Pagamento de R$ 900,00 de fornecedores com cheque.3 – Venda de R$ 400,00 de mercadorias por R$ 700,00 a vista.Baseado nos saldos apresentados e nas movimentações do mês de agosto vamos elaborar um novo balancete para verificar a situação atual da empresa.

O primeiro passo para elaborar o balancete de verificação é dispor de todos os razonetes com todas as operações contabilizadas.

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O objetivo disso é demonstrar que para fazermos o balancete de verificação temos que partir desse ponto.Vejamos os razonetes com todas as operações contabilizadas (antes do zeramento das contas de resultado). 

 O segundo passo é acharmos o saldo de cada conta, e indicar se ela é credora ou devedora. Achar o saldo da conta no momento, não é mais mistérios nenhum basta somarmos os lançamentos de cada lado do razonete e diminuir o maior saldo do menor. O saldo será devedor ou credor, se o resultado encontrado estiver no lado do débito ou do crédito.Por exemplo, o saldo da conta Bancos é de R$ 800,00 DEVEDOR, ou R$ 800,00 DV.Como achamos esse saldo, primeiro eu somei todos os lançamentos que estavam no lado do debito do razonete (1.000,00 de saldo inicial + 700,00 do lançamento n.º 3), totalizando R$ 1.700,00 DEVEDOR. Após eu somei todos os lançamentos a crédito na conta, que na verdade é só um lançamento, porem se fosse mais teríamos que somar, logo, chegamos ao saldo de R$ 900,00 CREDOR.Diminuindo o maior (R$ 1.700,00 DEVEDOR), do menor (R$ 900,00 CREDOR), temos um saldo de R$ 800,00 DEVEDOR.Entendido isso podemos apurar o saldo de todas as contas, por enquanto utilizaremos as siglas CR para indicar um saldo credor e a sigla DV para indicar um saldo devedor.

Vamos apurar o saldo de todas as contas.Contas Saldos

Devedor(DV) Credor(CR)Bancos 800Fornecedores 600Mercadorias 600Capital Social 2.500Clientes 2.000Receita de Vendas 700CMV 400

3.800 3.800

O primeiro ponto a ser reparado, é quanto à abrangência do balancete, que no geral apresenta contas patrimoniais: ativo, passivo e PL e contas de resultado: receita, despesa e custo.No exemplo de balancete utilizado temos uma parte das informações que aparecem no BP-Balanço Patrimonial, são as contas patrimoniais: Bancos, Mercadorias, Clientes, Fornecedores e Capital Social.Temos também uma boa parte das informações que aparecem na DRE-Demostração de Resultado do Exercício, que são as contas de resultado: Receita de Vendas e CMV-Custo das Mercadorias Vendidas. 

O segundo ponto é quanto à forma de apresentação, nesse caso as contas devem ser apresentadas sempre nessa ordem primeiro ativo e depois passivo e patrimônio líquido.

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Logo depois apresentamos as contas de Receita e Custo, se houvesse conta de DESPESA também seria apresentada, aqui não tem ordem para apresentação, porém é mais comum apresentarmos primeiro a Receita depois o Custo depois a Despesa, pois fica até parecido com a DRE, mais isso é caso a caso.

A soma dos saldo devedores: Bancos, Clientes, Mercadorias e CMV, dá um total de R$ 3.800,00. A soma dos saldos credores: Fornecedores, Capital Social e Receita de Vendas dá um total de R$ 3.800,00.Isso indica que se efetuarmos os lançamentos de apuração do resultado, nosso balanço fecharia.

Primeiro já vimos que as contas patrimoniais (BANCO, CLIENTES, MERCADORIAS, FORNECEDORES e CAPITAL SOCIAL), não são envolvidas na apuração do resultado, onde zeramos somente as contas de resultada (CUSTOS, DESPESAS e RECEITAS).

O primeiro ponto que faz diferença são as contas de RECEITA, CUSTOS e DESPESAS, se percebemos bem, a diferença do balanço para o balancete, é que no balancete essas contas são mostradas pelos seus saldos totais, e que no balanço essas contas não são mostradas pelos saldos totais e sim pela diferença entre elas, assim no balanço temos um único valor que mostra a diferença entre as contas de resultado, no balanço, mostramos a conta de Lucros do Exercício com o saldo de R$ 300,00 que é a diferença do saldo da conta de Receita de Vendas menos o saldo da conta de CMV (700,00 – 400 = 300).

Então se pegássemos no nosso balancete a soma de todos os valores devedores, teríamos R$ 3.800,00 diminuindo o saldo da conta de CMV que é de R$ 400,00 temos um total de R$ 3.400,00, isso porque na verdade o CMV vai ser apurado contra o saldo da conta de Receita de Vendas, e o resultado vai ser demonstrado numa conta dentro do PATRIMÔNIO LIQUIDO, no nosso caso Lucros do Exercício.

Vamos agora fazer o mesmo nos saldos credores, temos um total de R$ 3.800,00, diminuindo o saldo da conta de Receita de Vendas (700,00), temos um total de R$ 3.100,00, que não é igual ao total do nosso passivo, que é de R$ 3.400,00, ou seja, temos uma diferença de R$ 300,00.

Essa diferença é justamente o valor que sobrará se diminuirmos o valor da conta de RECEITA DE VENDAS, menos o valor da conta de CMV. Que resultará em R$ 300,00, que nada mais é do que o LUCRO DO EXERCICIO que apuramos acima, lembrando que esse valor apurado, é de natureza CREDORA, ou seja o seu saldo é CREDOR, voltamos agora aos R$ 3.100,00 CREDOR, se somássemos com mais os R$ 300,00 CREDOR, teríamos R$ 3.400,00 CREDOR, agora o nosso saldo CREDOR, fica igual ao nosso passivo.

Isso acontece por causa do mecanismo da contabilidade onde temos que ter sempre um débito e um crédito de igual valor.Resumindo o Balancete de Verificação mostra que temos R$ 3.800,00 em valores a débito independente se tais valores são de contas de ativo ou não, e o mesmo contas as contas credoras, independente se esses saldos são de contas do passivo e patrimônio liquido ou não.

Prática 8Em cada questão, marque a única alternativa correta:1. Gráfico em T ou Conta em T é:a) Balancete b) Razonetec) Balanço d) DRE2. O livro de escrituração mais importante sob o ponto de vista contábil é:a) O Diário b) O Livro Caixac) O Razão d) Razonetes3. A relação das contas extraídas do Livro Razão em uma determinada data, com os respectivos saldos é:a) um Balanceteb) O Balanço Patrimonialc) A DREd) um Razonete

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4. São características do Balancete:I. Apresenta todas as contas de receita e também de despesa;II. Não relaciona as contas que representam vendas ou custos;III. Fornece dados suficientes para apuração do resultado do período;IV. Deve ser levantado mensalmente.Estão corretas:a) todasb) III e IV apenasc) I, III e IV apenasd) II e IV apenase) nenhuma5. O Balancete de verificação do razão tem como principal finalidade:a) demonstrar o crédito apuradob) demonstrar a exatidão do método das partidas dobradasc) evidenciar o saldo do PLd) Apurar o lucro da Entidadee) relacionar as contas, com seus respectivos saldos, verificando assim a igualdade entre os totais de débitos e créditos.6. Num balancete a soma do débito; a) Somente será igual á do crédito no caso de a conta a que o balancete se refere ter saldo nulo. b) Nunca será igual á do crédito c) Somente será igual á do crédito quando for levado por soma e saldos d) Terá que ser igual á do crédito para que não haja erros na escrituração ou na extração dos saldos 7. Elaborar os razonetes e o balancete de verificação, baseado nas seguintes operações:1 – Integralização do Capital Social em dinheiro no valor de R$ 20.000,00.2 – Abertura de uma conta corrente com deposito inicial de R$ 19.000,00.3 – Compra de Moveis para o Escritório da Empresa no valor de R$ 3.000,00 a vista, com cheque.4 – Compra de um Veiculo no valor de R$ 10.000,00, sendo 30% a vista (em cheque) e o restante financiado em parcelas de R$ 500,00.5 – Compra de R$ 1.000,00 de mercadorias, a vista com dinheiro do caixa.6 – Compra de R$ 500,00 de mercadorias, a prazo.

8. Faça os lançamentos nos razonetes e depois elabore um balancete de verificação após cada uma das operações relacionadas.a) O acionista constituiu a companhia e integralizou seu capital social no valor de $ 13.000 com depósito no banco; b) Compra à vista (com cheque) de um terreno no valor de $ 4.500; c) Aquisição à prazo de mercadorias para estoque no valor de $ 6.000; d) Aquisição à vista (com cheque) de máquinas no valor de $ 5.000; e) Adquiriu um empréstimo bancário no valor de $ 7.000; f) Pagamento efetuado com cheque da obrigação com o fornecedor; 9. A Cia. Titanic operou no mês de janeiro de 2008: a) Iniciou atividade com um capital de R$ 200.000 totalmente depositado na conta bancária aberta pela empresa. b) Comprou Estoque de Mercadorias a prazo por R$ 100.000. c) Fez um empréstimo bancário no valor de R$ 150.000 vencendo a primeira parcela no ano de 2010. d) Comprou instalações para a loja, a vista, no valor de R$ 50.000 ch nº 000.524. e) Pagou R$ 50.000 da mercadoria adquirida a prazo na operação “b” ch º 000525. Tomando como base os dados anteriores, faça os lançamentos nos razonetes abaixo, considerando uma conta para cada razonete e apure os saldos das contas no balancete de verificação:10. José Maria e Maria José encerraram o ano de 2008 com os seguintes saldos em suas contas: Caixa – 50.000; Capital – 200.000; Móveis e Utensílios – 120.000; Estoque de Mercadorias – 50.000; Fornecedor – 58.000; Salários a Pagar – 12.000; Reservas – 40.000; Duplicatas a Receber – 90.000. No período de 2009 ocorreram as seguintes transações:

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1) Aumento de capital no valor de 150.000 em dinheiro. 2) Compraram mais alguns balcões e prateleiras à vista por R$ 60.000 3) Aquisição de mercadorias a prazo, no valor de R$ 80.000 4) Abertura de uma conta corrente no banco por meio de um depósito em dinheiro no valor de R$ 70.000 5) Pagamento de salários no valor de R$ 12.000 em cheque 6) Recebimento de duplicatas no valor de R$ 35.000. 7) Pagamento a Fornecedores de 50% da divida em dinheiro. Pede-se: a) Abrir os razonetes das contas existentes de 2008 e registrar nos razonetes a movimentação de 2009 b) Apurar os saldos das contas; c) Elaborar o balancete de verificação

9. Demonstrações Financeiras Obrigatórias

Relatório Contábil, também conhecido como informe contábil, é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos da contabilidade, com o objetivo de demonstrar aos usuários da contabilidade os principais fatos registrados por ela, em determinado período (MARION, 2009).

Dentre os relatórios contábeis, as demonstrações financeiras (pela Lei 6.404/76) ou demonstrações contábeis (terminologia preferida pelos autores), são as mais importantes.

As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e aceitável), a demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir quadros e informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Tais quadros e informações suplementares podem conter, por exemplo, informações financeiras sobre segmentos ou divisões industriais ou divisões situadas em diferentes locais e divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro (RESOLUÇÂO CFC 1121/2008).

As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração na gestão da entidade e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados (RESOLUÇÂO CFC 1185/2009).

As demonstrações contábeis, denominadas na Lei 6404/76 de demonstrações financeiras, são relatórios elaborados a partir da escrituração mercantil realizada pela empresa, objetivando apresentar informações aos diversos usuários da contabilidade, principalmente as de natureza econômica e financeira, relativas à gestão de um patrimônio, ocorrida durante um exercício social (RIBEIRO, 2009).

Para a Lei 6404/76 ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

Balanço patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); e

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Se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

Observações: Se a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) for feita a Demonstração de

Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) fica desobrigada. Vale ressaltar, que para a CVM a DMPL é obrigatória para as companhias de capital aberto;

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) – desobrigada para a Cia. Fechada com PL, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Ou seja, obrigada para todas de capital aberto e para algumas de capital fechado, anônima ou não.

Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – só para as sociedades anônimas de capital aberto;

A Lei 6404/76 estabelece também que: O exercício social terá a duração de 1 (um) ano e o seu término será definido no Estatuto da

empresa, podendo na constituição da empresa e nos casos de alteração societária ter duração diversa. Não há necessidade que o exercício social coincida com o ano civil (01-01 a 31-12), entretanto, para fins fiscais o imposto de renda sugere o encerramento em 31.12;

As demonstrações financeiras deverão ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes às demonstrações do ano anterior; As contas semelhantes poderão ser agrupadas e os saldos agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 1/10 (um décimo)- dez por cento- do respectivo grupo de contas, evitando-se a utilização de expressões genéricas como “diversas contas” ou “contas-correntes”; deverão registrar a destinação de lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, pressupondo a sua aprovação, podendo a CVM, a seu critério, disciplinar de forma diversa o registro; e, deverão ser completadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para o esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício (Art. 176, parágrafos 1 ao 4, Lei 6404);

As notas explicativas devem:

I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos

cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações(art. 182, § 3 o); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;  (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

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g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)i) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter,

efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

A escrituração será mantida em registros permanentes, obedecendo à legislação comercial, a Lei 6404/76 e aos princípios de contabilidade, observando métodos e critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência; quando houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, estes deverão ser indicados em notas com a explicação de seus efeitos; a companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, além dos que a Lei 6404 estabelece as disposições da lei tributária ou de legislação especial referente à atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou a elaboração de outras demonstrações financeiras; As empresas de capital aberto são obrigadas a terem suas demonstrações auditadas por auditores independentes registrados na CVM e que as mesmas observem as normas expedidas por ela, as quais deverão estar elaboradas de acordo com as normas internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores imobiliários; As Cias. fechadas poderão elaborar suas demonstrações de acordo com as normas da CVM para Cias. Abertas (Art. 177 , Lei 6404).

AS S.A. de capital aberto são obrigadas a publicar no Diário da União ou do Estado ou do DF, as demonstrações financeiras e em jornal de grande circulação no local onde esteja situada a sede da companhia e, caso não haja jornal, poderá ser feita a divulgação em órgão de grande circulação. A CVM, pode também, determinar que sejam publicadas em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da Cia. sejam negociados em bolsa ou em mercado de balcão ou disseminadas em outro meio. Além disso, as Cias. Abertas podem disponibilizar na internet as suas demonstrações financeiras além das publicações poderem ser feitas adotando-se como expressão monetária o milhar de reais (Art. 289 , Lei 6404);

9.1- Demonstração do Resultado do Exercício

A apuração do resultado do exercício é realizada através da Demonstração de Resultado do Exercício-DRE, relatório contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade (RESOLUÇÂO CFC 686/90 e suas alterações). Essa demonstração, observado o princípio da competência evidenciará a formação de vários níveis de resultados, mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas (NBC T 3.3).        Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:        I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;        II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;        III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;        IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)        V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;       VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)        VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.        § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:        a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda;

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        b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.As receitas e despesas de uma empresa representam, respectivamente, acréscimo e diminuição de seu patrimônio líquido. Essas receitas e despesas são controladas em contas específicas que, em geral, são de grande volume, chamadas contas de resultado. Ao final de cada exercício, é necessário que essas contas sejam encerradas para que:

possa ser conhecido o resultado do exercício; esse resultado possa ser apresentado de modo ordenado e de fácil entendimento.

O encerramento das contas de receitas e despesas consiste em fazer um lançamento em todas as contas envolvidas de modo a deixá-las com saldo igual a zero, cuja contrapartida seria dada em uma única conta, denominada “Resultado do exercício”. Conseqüentemente, as receitas serão creditadas e as despesas, debitadas na conta “Resultado do exercício”. A diferença entre os débitos e créditos da conta “Resultado do exercício” será:

lucro, se for credor; prejuízo, se for devedor. Naturalmente, se o total das receitas for igual ao das despesas, a empresa

não terá obtido nem lucro nem prejuízo, isto é, obterá resultado nulo.

A empresa deve informar aos leitores de seu balanço como foi obtido o resultado do exercício que foi transferido para a conta “Lucros ou prejuízos acumulados”. Essa informação sobre a formação do resultado do exercício é dada, em sua maior parte, através da demonstração do resultado do exercício, que nada mais é do que uma apresentação das contas de receitas e despesas feita de modo ordenado. Tal ordenação baseia-se, principalmente, na divisão de receitas e despesas entre operacionais e não operacionais e em sua apresentação na forma indicada pela legislação vigente.

Despesas - são grupos de contas que registram as operações que ocasionam uma redução no patrimônio, porém as despesas não estão diretamente associadas às vendas. Identicamente haverá uma diminuição de um ativo (geralmente dinheiro). Custos – são grupos de contas que registram as operações que ocasionam uma redução no patrimônio, porém os custos estão diretamente associados às vendas. Assim ocorre um custo quando há diminuição de um ativo (geralmente mercadorias). Para diferenciar melhor Custo de Despesa, temos que nos atentar ao seguinte: os custos estão diretamente associados às vendas e as despesas não.

Vejam como: Quando você faz uma venda de mercadoria, você entrega a mercadoria (DIMINUIÇÃO DO ATIVO MERCADORIAS) e em contrapartida você terá o recebimento de dinheiro pela venda. Nesse caso temos um custo, que é o custo de mercadorias vendidas, pois a saída da mercadoria esta associada a venda efetuada.

Já o pagamento (DIMINUIÇÃO DO ATIVO DINHEIRO) do aluguel é uma despesa, pois não esta associada à venda, ou seja, você pagará o aluguel independente de ter efetuado uma venda ou não. As despesas operacionais são todos os gastos desembolsados ou previstos, que se relacionam diretamente com o objeto social de uma empresa.Imaginemos uma empresa comercial que venda móveis. Os salários e encargos do pessoal da administração, do setor de vendas ou dos outros setores são diretamente relacionados com o objetivo do negócio, por isso são operacionais.Resumindo, são considerados custos e despesas operacionais todos os gastos realizados com o objetivo final de gerar receitas e diretamente relacionados com a natureza específica dos negócios de uma companhia.

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Já as contas de Despesas e Custos, serão debitadas nos aumentos e creditadas nas diminuições. Analogamente, as despesas não operacionais são aquelas não relacionadas diretamente com a natureza específica dos negócios de uma companhia, tais como, baixa de bens do ativo permanente e perdas com sinistros.

Receita – são grupos de contas que registram as operações que ocasionam um aumento no patrimônio (AUMENTO DE DINHEIRO, OU DE DIREITOS TAIS COMO CONTAS A RECEBER). Guardando bastante semelhança com as despesas, temos as receitas operacionais, que são todas aquelas realizadas e que estão diretamente relacionadas com a natureza do negócio de uma companhia.

Para melhor assimilar o conceito de receita pense assim: uma empresa quando vende algo, tem em mente, obter um lucro. Se você vendeu uma mercadoria que custou R$ 300,00 por R$ 500,00, você terá um aumento no seu patrimônio de R$ 200,00, (UM LUCRO DE R$ 200,00) em vista que R$ 300,00 referente ao custo, não foi aumento no patrimônio e sim uma troca, você trocou uma mercadoria que custou R$ 300,00, por dinheiro em igual valor monetário (R$ 300,00)

Por exemplo, se o negócio de uma empresa é vender mercadorias, o título receita de vendas já indica sua atividade. Ou, se nos referimos a uma companhia que presta serviços, o título receita de serviços já indica o fato.Inversamente às receitas operacionais, as não operacionais são aquelas que não se relacionam diretamente com a natureza do negócio de uma companhia, tais como, receita de dividendos e indenizações de seguros.Outro conceito muito importante é que as contas de Receitas serão creditadas nos aumentos e debitadas nas diminuições.

A DRE é um relatório contábil destinado a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da empresa. É o resultado econômico (lucro ou prejuízo) – Demonstração Dinâmica. (DRE conforme Art. 187 da Lei 6404/76). A deliberação CFC NBC T 3.1 estabelece que a DRE deve evidenciar vários níveis de resultado mediante confronto entre as receitas e os respectivos custos e despesas (serviços, produtos, mercadorias).

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)

Leis 6.404/74 alterada pelas Leis 11.638/08 e 11.941/09

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RESULTADOS FINANCEIROS

DESPESAS FINANCEIRAS RECEITAS FINANCEIRASJuros pagos ou incorridos Juros recebidos ou auferidosDescontos concedidos (no pgto) Descontos obtidos (no pgto)Comissões e Despesas bancárias Receitas de títulos vinculados ao mercado abertoCorreção monetária prefixada de obrigações Receitas sobre outros investimentos temporáriosJuros sobre o capital próprio (juros remuneratórios do capital próprio, pago aos acionistas). Pelo IR é despesa financeira. Para a CVM – Cia de capital aberto deve contabilizar os juros como despesa financeira para cumprir o que o fisco pede e deverá ajustar o resultado evidenciando o estorno da DRE (reversão). Para a CVM são distribuição de lucro.

Prêmio na emissão de debêntures – ágio na alienação de debêntures- (Lei 11.638/07 – receita financeira e não mais reserva de capital). Pode vir colocado em separado na DRE (em destaque).

Ajuste a valor presente – excluir do saldo da conta a longo prazo os acréscimos da inflação- exclusão da receita embutida nos direitos geram despesa.

Também ocorre com direitos e obrigações a curto prazo quando houver efeitos relevantes.

Os direitos e as obrigações a longo prazo são trazidos a valor presente (Arts. 183, inciso VII e 184, inciso III).

Ajuste a valor presente - excluir do saldo da conta a longo prazo os acréscimos da inflação- exclusão da despesa embutida na obrigação gera receita.

Também ocorre com direitos e obrigações a curto prazo quando houver efeitos relevantes.

Os direitos e as obrigações a longo prazo são trazidos a valor presente (Arts. 183, inciso VII e 184, inciso III).

VARIAÇÕES MONETÁRIAS DE OBRIGAÇÕES VARIAÇÕES MONETÁRIAS DE CRÉDITOSVariação cambial (empréstimo no estrangeiro) Variação cambial (perda ou ganho com indexadores –

câmbio de moeda estrangeira)

(=)RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Mercadorias e/ou prestação de serviços (-) Deduções e Abatimentos => Vendas Anuladas

Descontos Incondicionais ConcedidosImpostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas: ICMS s/ vendas, PIS e COFINS s/ faturamento.

(=)RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) Custo das Mercadorias Vendidas e dos serviços prestados (=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO(-) Despesas Operacionais => Despesas com Vendas,

Despesas Financeiras (-) Receitas FinanceirasDespesas Gerais e AdministrativasOutras Despesas Operacionais

(+) Outras Receitas Operacionais

(=) LUCRO(PREJUÍZO) OPERACIONAL LÍQUIDO

OUTRAS RECEITAS

OUTRAS DESPESAS

(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS DEDUÇÕES

(-) PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO

(-) Contribuição Social

(-) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA

(-) Provisão para o Imposto de Renda

(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS AS DEDUÇÕES

(-) PARTICIPAÇÕES(-) Participação nos lucros =>(Depois do I.R e C.S)

Debêntures

Empregados (desde 98 passou a ser obrigado)Participação= L.L – C.S – I.R – Prejuízo Acumulado = Base de Cálculo das Participações.

Administradores

1. BC das Debêntures (estatuto, geralmente é de até 15%) Partes beneficiárias

2. BC – Part. Das Debêntures = BC dos Empregados e assim sucessivamente.(-) REVERSÃO DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO

Doações (contrib. para fundos as. ou prev. Empr.)Só para Cia. Abertas, quando efetuarem crédito ou pagamento de juros sobre o capital próprio, incluso em despesas financeiras (Deliberação CVM nº 207/1996)

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Correção monetária passiva, exceto prefixada que é despesa financeira

Correção monetária ativa

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

LUCROS E PREJUÍZOS DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS SOCIEDADES

VENDAS DIVERSAS

Participação nos resultados de Coligadas e Controladas pelo método de equivalência patrimonial

Venda de sucatas (líquido de ICMS)

Dividendos e rendimentos de outros investimentosAmortização de ágio ou deságio de investimentos

RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS

GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NOS INVESTIMENTOS

GANHOS E PERDAS DE CAPITAL NO IMOBILIZADO

Ganhos e perdas na alienação de investimentos Ganhos e perdas na alienação ou baixa de imobilizado

Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos Valor líquido de bens baixados

Resultados não operacionais em investimentos pela equivalência patrimonial.

Doações e subvenções para investimento (receita) – (doações geralmente recebidas do poder público) - antes era reserva de capital – (Lei 11.638/07) . Contabilizar apenas os valores realizados – poderá, a cargo da Assembléia Geral, destinar a Reservas de Incentivos Fiscais (Art. 195, a, da Lei 6404/76)

9.2. Balanço Patrimonial

Conceitos - é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. (RESOLUÇÂO CFC 686/90 e suas alterações).“O balanço Patrimonial é um relatório integrante do Conjunto de Demonstrações Contábeis”, e tem por finalidade avaliar, na data do encerramento do exercício ou de um período regular a situação financeira e patrimonial da empresa.“É a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade” (Resolução 686/90)È constituído e apresentado em duas colunas: a Coluna do Lado Direito é Denominada de passivo e patrimônio líquido. A coluna do lado esquerdo é denominada ativo. A razão de se atribuir o lado esquerdo para o ativo e lado direito para o passivo e patrimônio líquido é uma mera convenção.        Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.        § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:        I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)        II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)        § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).

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III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)        § 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.

Ativo        Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:        I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;        II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;        III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;        IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007).        VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007).        Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo

Passivo Exigível               Art. 180.  As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).

Patrimônio LíquidoDe acordo com a Lei n° 6.404/76 : Capital Social, representa valores recebidos pela empresa, ou por ela gerados, e que estão formalmente incorporados ao Capital. O investimento efetuado na companhia pelos acionistas é representado pelo Capital Social. Este abrange não só as parcelas entregues pelos acionistas como também os valores obtidos pela sociedade e que, por decisões dos proprietários, se incorporam ao Capital Social, representando uma espécie de renúncia a sua distribuição na forma de dinheiro ou de outros bens.O Capital social só pode surgir pelo valor efetivamente realizado. O art. 182 da Lei n° 6.404/76 estabelece que “a conta do capital social discriminará o montante subscrito, e por dedução, a parcela ainda não realizada”.

Dessa forma, a empresa deve ter a conta de Capital Subscrito e a conta devedora de Capital a Integralizar, sendo que o líquido entre ambas representa o Capital Realizado.

Na Subscrição feita pelos acionistas.

Capital a Integralizar

A Capital Subscrito

Débito Crédito

100.000.000

100.000.000

Na integralização pelos acionistas, que pode ser em dinheiro ou em bens.

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Bancos, Imobilizado, etc.A Capital a Integralizar

Débito Crédito100.000.000

100.000.000

Nesse Exemplo, a classificação no Balanço é como segue:Capital Social 100.000.000Menos: A Integralizar 20.000.000Capital Realizado 80.000.000

        Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.        § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:        a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;        b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;        § 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.        § 3o  Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)        § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.        § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO (Leis 6.404/74, 11.638/08 e 11.941/09) PASSIVO (Leis 6.404/74, 11.638/08 e 11.941/09)

Ativo CirculanteSão classificadas as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte

Disponibilidades – caixa, banco (conta corrente e aplicações);

Direitos realizáveis – créditos com clientes (duplicatas a receber, direitos a receber de administradores de cartão de crédito), outros créditos, tributos a recuperar (federal, municipal ou estadual-impostos, taxas, contribuições antecipadas ou pagas indevidamente), investimentos temporários a curto prazo (aplicações em títulos e valores imobiliários do capital de outras empresas, investidos em caráter especulativo e que sejam compensados até 12 meses) e estoques (bens destinados à produção, à prestação de serviços, à venda ou ao consumo;

Despesas pagas antecipadamente – despesas do exercício seguinte, pagas no exercício.

Ativo Não Circulante Realizável a Longo Prazo

Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas - (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da

Passivo CirculanteAs obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte.

Obrigações a fornecedores – decorrentes de compra de mercadorias ou utilização do serviço;

Obrigações Tributárias; Obrigações trabalhistas e previdenciárias; Outras obrigações; e Participações e destinações do lucro líquido (debenturistas,

empregados, obrigações devidas aos proprietários na forma de juros e dividendos etc.).

Passivo Não Circulante - São as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior que o término de exercício seguinte, observado o disposto no parágrafo único do Art. 179 da Lei 6.404/74.

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companhia independente do prazo de vencimento, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia

InvestimentoAs participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. Ex.: obra de arte, bens que geram receita para a empresa independente da atividade operacional (imóveis de renda, aplicações em ouro etc.).

ImobilizadoOs direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.

- Operacional corpóreo (tangível) – móveis, utensílios, computadores, veículos etc.;- Operacional Recursos naturais – capitais aplicados em recursos naturais (minereis ou florestais) da exploração da empresa);-Objeto de arrendamento mercantil – bens que estão sendo utilizados pela empresa, mas, não são de sua propriedade. Estão sendo utilizados pela empresa e podem ser adquiridos no final;- Imobilizado em andamento (bens para futura operação) – construções ou aquisições em andamento.

IntangívelOs direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido

NOTA: Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo (parágrafo único do Art. 179).

CONTAS REDUTORAS DO ATIVO: Duplicatas descontadas (subgrupo de clientes -a

empresa transfere a posse e a propriedade dos títulos à instituição Financeira que entrega um numerário como adiantamento. É uma obrigação;

provisão para créditos de liquidação duvidosa- subgrupo de clientes – previsão de perda;

provisão para redução ao valor de mercado- em função da regra, custo ou mercado, dos dois o menor. Pode ocorrer como redutora de várias contas do Ativo no final do exercício;

Depreciação acumulada – imobilizado – bens de uso; Amortização acumulada – intangível – diminuição do capital aplicado; Exaustão acumulada – diminuição dos recursos minerais ou florestais.

Todas as obrigações classificadas no circulante, porém vencíveis após o término do exercício seguinte;

Receitas diferidas (receitas antecipadas - custos e despesas correspondentes às mesmas).

Patrimônio Líquido

São os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o Capital mais o seu rendimento: Lucros e Reservas.Representa as obrigações da empresa diante dos sócios, acionistas, ou titular, com as seguintes contas ou grupo de contas: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Capital Social – parcela do capital subscrito pelos sócios Reservas de Capital – contas representativas de receitas que não

devem transitar pelo resultado do exercício:a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal (ágio na

emissão de ações) e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; Ajustes de avaliação patrimonial - enquanto não computadas no

resultado do exercício, devido ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídas a elementos do Ativo e Passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos em Lei ou em normas expedidas pela CVM, conforme Art. 177 (parágrafo 3º, Art. 182, Lei 6.404/76).

Reservas de lucros – em decorrência de lei ou da vontade dos administradores;

Ações em tesouraria – ações da própria empresa adquirida por ela mesma;

Prejuízos Acumulados – apurado pela empresa no exercício atual ou em exercícios anteriores, até que sejam compensados com lucros, saldos de reservas ou assumidos pelos sócios.

CONTAS REDUTORAS DO PASSIVO (-) Custos/despesas ou encargos vinculados às receitas Encargos que decorrem de receitas recebidas antecipadamente (subgrupo

de receitas diferidas do passivo não circulante); (-) Capital a realizar – redutora do capital social. É a parcela do capital

ainda não integralizado; (-) Prejuízos acumulados – prejuízos apurados e ainda não de

compensados. Vale destacar que nas Cias. De capital aberto não há mais lucros acumulados no PL. Pode haver a conta razão, mas, deve ser totalmente distribuído;

(-) Ações em Tesouraria – ações representativas do capital da empresa, adquiridas por ela mesma. Para indicar a origem dos recursos aplicados na sua emissão.

Como exemplo prático utilizaremos os dados da empresa comercial “LM Ltda” que realiza transações de compra e venda de mercadorias e, a partir daí seguimos o passo a passo começando com a elaboração dos razonetes conforme as operações comerciais que forem sendo realizadas, chegando até a apuração do resultado para no final apresentar o novo balanço patrimonial.

Balanço Patrimonial da Empresa Comercial LM Ltda, encerrado em 31/12/2009

Ativo Passivo + PL

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Caixa 2.000 Fornecedores 1.000Mercadoria 3.000 Patrimônio Líquido

Capital Social 4.000Soma 5.000 Soma 5.000

Vamos a operação: A empresa vendeu todo o seu estoque de mercadorias, e recebeu a vista a quantia de R$ 5.000,00. E após a venda foi feita a apuração do resultado.

Vamos primeiro contabilizar a venda da mercadoria:

Primeiramente abriríamos todos os razonetes com os respectivos saldos. Ficaria assim: Caixa

 Capital Social

2.000,00 (S) 4.000,00 (S)

Mercadorias 

Fornecedores3.000,00 (S)   1.000,00 (S)

Agora teríamos que ir registrando passo a passo a operação. Primeiramente faríamos o registro do valor da VENDA, que foi de R$ 5.000,00. Vimos no enunciado que a venda foi feita à vista, assim entrou dinheiro no caixa da empresa, logo houve um débito na conta caixa.

Sabendo que fizemos um débito de R$ 5.000,00 temos que fazer um crédito de R$ 5.000,00 em alguma outra conta. Essa outra conta que registrará o crédito será uma conta de Receita, chamada de Receita de Vendas.

Logo nossos razonetes após os registros ficariam da seguinte forma: Caixa

 Capital Social

2.000,00 (S) 5.000,00 4.000,00 (S)

 Mercadorias

 Fornecedores

3.000,00 (S)   1.000,00 (S)  

Receita de Vendas 5.000,00

Feito o registro da venda, temos agora que fazer o registro da saída da mercadoria, tendo em vista que a empresa vendeu todo o seu estoque de mercadorias. Portanto deixou de ter as mercadorias.

Primeiro item importante a ser notado, e saber que a empresa vendeu TODO o seu estoque, logo, temos que saber quanto a empresa tinha de estoque de mercadorias, que pode rapidamente ser identificado olhando o saldo inicial no razonete ou mesmo a conta MERCADORIAS no balanço, assim identificamos que a empresa tinha R$ 3.000,00 de estoques de mercadorias.

Logo, temos que registrar uma diminuição na conta de estoque. Sendo ela uma conta de ativo, temos que fazer um registro de R$ 2.000,00 a crédito nessa conta. E se fizemos um registro a crédito, temos que ter um registro a débito também que será na conta que registrará o Custo da Mercadoria Vendida, abreviadamente chamaremos de CMV.

  Nossos razonetes agora ficariam da seguinte forma: Caixa   Capital Social

2.000,00 (S)

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5.000,00 4.000,00 (S)

Mercadorias 

Fornecedores3.000,00 (S) 3.000,00   1.000,00 (S)

Receita de Vendas  

Custo da Merc. Vendida (CMV)   5.000,00 3.000,00  

Feito isso contabilizamos a operação da venda.

Observem que a conta de Receita foi credita e a conta de Custo foi debitada.

Esse crédito na conta de Receita e o débito na conta de Custo tem um sentido, vamos tentar entende-lo.

Vendemos a R$ 5.000,00, porém custou R$ 3.000,00, temos então um lucro de R$ 2.000,00.

Esse valor (R$ 2.000,00) de lucro ficará registrado no Patrimônio Liquido, numa conta intitulada de Lucros Acumulados.

Mas porque esse lucro fica no Patrimônio Liquido da empresa?

Por exclusão podemos dizer que não é uma obrigação ou um dever, logo não pertence ao passivo. Não temos a obrigação de num prazo certo devolver esses R$ 2.000,00.

Nem é um direito e nem um bem da empresa, logo também não ficará no ativo. Bem não pode ser porque não é palpável, ou algo material, esse registro simplesmente é um valor.

Na verdade esse valor R$ 2.000,00, já está no caixa da empresa, tendo em vista que ela vendeu se estoque que era de R$ 3.000,00 e recebeu R$ 5.000,00, podemos dizer então que dos R$ 5.000,00 que ela recebeu, R$ 3.000,00 são da mercadoria, e os R$ 2.000,00 é o lucro obtido.

Logo também não pode haver o registro de um mesmo ativo 2 vezes. Não existe como você registrar R$ 1,00 duas vezes no ativo, se isso ocorrer você não terá um R$ 1,00 e sim R$ 2,00.

Sobra apenas o grupo do Patrimônio Liquido.

O lucro é um dinheiro que a empresa ganhou. Porém como a empresa tem dono, o lucro que ela gerou com essa operação será no futuro distribuído aos sócios. Como eu disse esse dinheiro não vai ser exigido dela tão cedo.

Nas contas do Patrimônio Liquido os aumentos não são registrados a créditos? Logo a conta de Receita também será registrada a crédito. E as diminuições não são registradas a débito? Logo as contas de despesas, por reduzirem o lucro, são registradas a débito.

Bom como a operação acima foi bem simples, já vimos que o lucro gerado nessa operação foi de R$ 2.000,00.

Mas vamos ver como a contabilidade chega a esse valor?

As contas de Receitas, Despesas e Custos são as contas transitórias ou temporárias, assim elas não aparecem no balanço, elas só possuem saldo até o momento em que queremos apurar o resultado, quando fazemos a apuração essas contas tem o seu saldo transferido para outra conta, é nesse momento que falamos que essas contas são zeradas.

Então para apurar o resultado faz-se o seguinte:

Primeiro abri-se uma conta chamada APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO, que abreviadamente é chamada de ARE.

Assim os razonetes ficariam da seguinte forma agora:

Caixa   Capital Social

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2.000,00 (S) 5.000,00 4.000,00 (S)

 Mercadorias

 Fornecedores

3.000,00 (S) 3.000,00   1.000,00 (S)  

Receita de Vendas  

Custo da Merc. Vendida (CMV)   5.000,00 3.000,00  

 Ap. Resultado do Exercício (ARE)

 O segundo passo agora é identificar quais das contas acima, são contas de RECEITA, DESPESA e CUSTO.

Sabendo-se que as contas, CAIXA. MERCADORIAS, CAPITAL e FORNECEDORES. São contas de ativo (as 2 primeiras), passivo e patrimônio liquido.

Logo, somente sobraram as contas RECEITA DE VENDAS e CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS (CMV). Estas são contas de RESULTADOS.

Identificadas às contas de resultado, o próximo passo é zerar elas, transferindo o seu saldo para a conta de ARE.

Nossos razonetes agora ficariam assim:

Caixa 

Capital Social2.000,00 (S)

5.000,00 4.000,00 (S)  

Mercadorias 

Fornecedores3.000,00 (S) 3.000,00   1.000,00 (S)

 Receita de Vendas

 Custo da Merc. Vendida (CMV)

5.000,00 (R) 5.000,00 3.000,00 3.000,00 (R)  

Ap. Resultado do Exercício (ARE)3.000,00 5.000,00

Percebe-se que para efetuar o zeramento na conta de RECEITA DE VENDAS, foi reliazado um débito no valor que constava de saldo nela (R$ 5.000,00 Credor). Assim se tínhamos R$ 5.000,00 CR para zerar essa conta teremos que fazer um lançamento de R$ 5.000,00 Devedor ou a débito. E o crédito correspondente foi feito na conta ARE. Coloca-se em parênteses um R de Resultado, para facilitar a identificação do lançamento na conta.

E para zerar o saldo da conta de Custo, neste caso, a conta de CMV, faz-se um crédito de R$ 3.000,00. Pois o saldo existente nela era de R$ 3.000,00 devedor.

Agora, tanto a conta de CMV como a conta de Receita de Vendas estão com o saldo zerado.

Para conferir, apura-se o saldo de todas as contas dos razonetes, ficando assim:

Caixa   Capital Social2.000,00 (S)

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5.000,007.000,00 (SF)

4.000,00 (S)

4.000,00 (SF)

Mercadorias 

Fornecedores

3.000,00 (S)

0,00

3.000,00

0,00  

1.000,00 (S)

1.000,00 (SF)  

Receita de Vendas

 

Custo da Merc. Vendida (CMV) 5.000,00 (R)

0,00

5.000,00

0,00

3.000,00

0,00

3.000,00 (R)

0,00 

Ap. Resultado do Exercício (ARE)

3.000,005.000,00

2.000,00 (SF)

Assim, a conta caixa ficou com um saldo final de R$ 7.000,00, referente ao saldo inicial de R$ 2.000,00 mais os R$ 5.000,00 recebidos referente à venda efetuada.

A conta Capital Social e Fornecedores, não tiveram os seus saldos alterados.

A conta Mercadorias tinha um saldo inicial de R$ 3.000,00, porém todo esse valor foi vendido, logo ficou com um saldo final de R$ 0,00.

A conta Receita de Vendas, tinha R$ 5.000,00 Credor, que era referente ao registro da venda efetuada, e foi zerada com um lançamento de R$ 5.000,00 a débito, que foi transportado para a conta ARE, para apuração do resultado. Nessa entrou como um crédito.

A conta CMV tinha R$ 3.000,00 Devedor, que era referente ao registro da baixa na conta de mercadorias, devido a venda efetuada, consequentemente para seu zeramento foi efetuado um lançamento a credito no mesmo valor, R$ 3.000,00. Que foi transferido para a conta ARE. Nessa entrou com um débito.

Assim as contas de Receita de Vendas e de CMV, também ficaram com o seu saldo zerado.

Todas as contas que estão com o saldo zerado não aparecerão no balanço.

A conta de APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO (ARE), esta com um saldo de R$ 2.000,00, que é referente ao registro de R$ 5.000,00 a crédito que veio transferido da conta de Receita de Vendas menos os R$ 3.000,00 a débito que veio transferido da conta de CMV.

Nesse exato momento, conclui-se os registros de apuração do resultado. Sendo o resultado, o valor de R$ 2.000,00 a crédito que consta na conta ARE.

Valor igual ao que foi apurado acima.

O resultado do período, fica dentro do grupo do patrimônio liquido, assim tem-se que identificar que, quando o saldo na conta ARE esta no lado do crédito, ou seja, um saldo credor, obtem-se um LUCRO, pois foi zerada a conta de ARE com um débito e creditada a conta de LUCRO DO EXERCICIO, lembrando que as contas de Patrimônio Liquido são aumentadas com Créditos, logo houve um aumento no patrimônio da empresa.

Assim abri-se uma conta intitulada de LUCRO DO EXERCICIO no grupo do Patrimônio Liquido.

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Essa conta receberá os R$ 2.000,00 que estão no saldo da conta ARE, logo, tem-se que fazer mais um registro de transferência, além de abrir um razonete para a conta LUCRO DO EXERCICIO.

Veja como fica. Caixa

 

Capital Social

2.000,00 (S) 5.000,00

7.000,00 (SF)

4.000,00 (S)

4.000,00 (SF)  

Mercadorias 

Fornecedores

3.000,00 (S)

0,00

3.000,00

0,00  

1.000,00 (S)

1.000,00 (SF)  

Receita de Vendas

 

Custo da Merc. Vendida (CMV) 5.000,00 (R)

0,00

5.000,00

0,00

3.000,00

0,00

3.000,00 (R)

0,00

Ap. Resultado do Exercício (ARE)

 

Lucro do Exercício

3.000,002.000,00 (T)

0,00

5.000,002.000,00 (SF)

0,00  2.000,00 (T)

Feito isso tem-se o resultado apurado, e pode-se agora levantar o balanço patrimonial da empresa, lembrando que as contas que estão com o saldo zerado não aparecerão no balanço, que ficará assim:

Ativo Passivo + PLCaixa 7.000 Fornecedores 1.000

Patrimônio Líquido Capital Social 4.000 Lucro do Exercício 2.000

Soma 7.000 Soma 7.000Na atualidade a contabilidade é feita através de computadores, assim o sistema se encarregará de efetuar o zeramento das contas de resultado e bem como da transferência para o Patrimônio Liquido, porém convém saber como é feito esses lançamentos.

Prática 91) Qual é o Conceito de Balanço Patrimonial:

2) De acordo com a Lei 6.404 de 1976, o Ativo Não Circulante é dividido em :_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3) De acordo com a Lei 6.404 de 1976, o Passivo Não Circulante é dividido em :______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4) De acordo com a Lei 6.404 de 1976, o Patrimônio Líquido é dividido em:_______________________

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_____________________________________________________________________________________5) Quais os grupos de contas que compõem o Ativo Circulante?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6) Quais os grupos de contas que compõem o Passivo Circulante?_____________________________________________________________________________________________________________________

7. Aponte a alternativa em que não há correlação entre os termos agrupados: a) Máquinas e equipamentos; veículos para entrega de mercadorias; imóvel da fábrica b) Caixa; Bancos conta Movimento; Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata c) Capital Social; Lucros ou Prejuízos Acumulados; Reservas de Lucro d) Duplicatas a Receber; Duplicatas a pagar; Empréstimos de longo prazo e) Salários a Pagar (mês seguinte), Impostos a Recolher (daqui a 30 dias); Fornecedores (curto prazo)

8. Com as contas a seguir, elabore o Balanço Patrimonial-BP e a Demonstração de Resultado do Exercício-DRE da Empresa Inicial.

Contas em mil R$Bens 5.000Obrigações 2.800Capital 2.000Lucro 200Receita Total 1.800Despesas 1.600

9. A situação patrimonial da Cia. Reparadora em 31/dez./x8 era a seguinte:

Em mil R$ Em mil R$Caixa 2.000 Fornecedores 7.000Móveis e Utensílios 3.500 Empréstimos Bancários 2.000Peças para Reparos 1.000 Lucros Acumulados 2.000Veículos 5.000 Contas a Pagar 500Clientes 9.000 Capital ?

Pede-se:• Calcular o valor do Capital e estruturar o Balanço Patrimonial.• Com base no Balanço Patrimonial, responda:a) Valor dos bens e direitos:b) Valor das obrigações:c) Valor da riqueza própria da empresa:d) Valor do Capital Próprio:e) Valor do Capital de Terceiros:f) Valor do Capital total à disposição da empresa:g) Valor dos Recursos aplicados na empresa:h) Valor das Origens e das Aplicações de recursos:10. Com os dados seguintes, pede-se:a) Elabore a DRE e o BP da Cia. Demonstrada em dez./x0.b) Responda:1. Valor do ativo:2. Valor do passivo:3. Valor do lucro bruto:4. Valor do Capital Próprio:5. Valor do Capital de Terceiros:6. Valor das aplicações de recursos:7. Valor das origens de recursos:

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Contas Em mil R$Caixa 100Estoques 1.200Máquinas 2.300Contas a Pagar 1.800Empréstimos a Pagar 2.300Capital 1.400Receitas de Vendas 8.000Despesas Administrativas 2.800Lucro do Período 1.300Contas a Receber 3.200Custo do Período 3.900

11. Elabore o Balancete de Verificação da Cia. Principiante em dez./00.As contas e os saldos finais são: Caixa $ 2.000, Clientes $ 8.000, Fornecedores $ 7.500, Estoques $ 2.800, B/C/M $ 1.100, Contas a Pagar $ 4.200, Despesas Administrativas $ 2.300, Receitas de Vendas $ 15.900,Veículos $ 15.500, Despesas com Vendas $ 1.300, Capital $..........

12. Os capitais próprios são classificados no Balanço Patrimonial, no grupo do: a) Ativo Circulante b) Patrimônio Líquido c) Passivo Circulante d) Passivo Exigível a Longo Prazo e) Ativo Permanente

13. Assinale as contas que devem ser apresentadas no Patrimônio Líquido: a)      Capital Social b)      Reservas de Lucro c)      Imóveis d)      Impostos a Recolher e)      Fornecedores f)      Lucros ou Prejuízos Acumulados g)     Duplicatas a Receber h)     Veículos

14. A Empresa Lucro Certo possui várias contas em seu sistema contábil.Pede-se: Classifique as contas de acordo com sua representação contábil de ativo, passivo, patrimônio líquido ou resultado.

Contas Classificação das ContasCaixa Estoques Contas a PagarEmpréstimos a PagarCapitalLucro AcumuladoReceitas de Vendas Despesas Administrativas ClientesContas a Receber Custo do Período Impostos a RecolherReceita de VendasInstalaçõesBanco Conta MovimentoSalários a Pagar

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15. As primeiras operações da empresa COMERCIAL FAKA LTDA foram: ! 12-01-X2: Integralização, em moeda corrente, do capital social de R$ 50.000,00; ! 13-01-X2: Pagamento de R$ 2.000,00 à vista referente à despesa com a constituição da empresa; ! 15-01-X2: Aquisição de uma loja por R$ 90.000,00 sendo R$ 20.000,00 em dinheiro e R$ 70.000,00 para pagamento em 15-04-X2; ! 24-01-X2: Compra de móveis e utensílios, à vista, por R$ 20.000,00; ! 29-01-X2: Compra, à prazo, de mercadorias para revenda, no montante de R$ 200.000,00. No balancete levantado após a última operação, o somatório dos saldos devedores das contas importou em: a) R$ 360.000,00; b) R$ 300.000,00; c) R$ 322.000,00; d) RS 318.000,00; e) R$ 320.000,00.

16. Assinale a alternativa que contém contas cujos saldos no Balanço Patrimonial são devedores:a) Fornecedores e Honorários a Pagar;b) Despesas de Aluguéis e ICMS a Recolher;c) Lucros Acumulados e Contas a Pagar;d) Duplicatas a Receber e Móveis e Utensílios;

e) Duplicatas a Pagar e Aluguéis a Pagar.

17. Observe o lançamento abaixo:Duplicatas a Pagara Diversosa Bancos...........................................98.000,00a Descontos Obtidos......................... 2.000,00 100.000,00O lançamento contábil acima representa:a) Alienação de bens a prazo;b) Alienação de bens a prazo, com desconto;c) Aquisição de bens a prazo;d) Aquisição de bens com desconto;e) Pagamento de dívidas com desconto.

18. Enunciado para responder as questões de a ...h.Ao levantar o seu patrimônio, uma empresa apurou os seguintes valores:Bens $ 23.000,00Direitos $ 31.000,00Obrigações $ 42.000,00a. O valor dos créditos da empresa é de:.............................b. O valor dos débitos da empresa é de:..............................c. O Ativo da empresa totaliza:.................................d. O Passivo Exigível da empresa totaliza:...........................e. O Patrimônio Líquido da empresa importa em:.............................f. O Passivo Total:.................................

19. No último dia do exercício social, a empresa Red Green Ltda. demonstrou um patrimônio com bens no valor de R$ 13.000,00, direitos no valor de R$ 7.000,00, dívidas no valor de R$ 9.000,00 e capital social no valor de R$ 10.000,00, devidamente registrado na Junta Comercial. Com base nessas informações pode-se afirmar que, do ponto de vista contábil, o patrimônio referido apresenta:a) Situação Líquida Nula ou Compensadab) Passivo a Descoberto no valor de R$ 1.000,00c) Prejuízos Acumulados no valor de R$ 1.000,00d) Patrimônio Líquido no valor de R$ 1.000,00e) Patrimônio Líquido no valor de R$ 11.000,00

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