Apostila de Contabilidade Comercial I

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CONTABILIDADE COMERCIAL IMaterial de ApoioNeste material sintetizou-se o contedo programtico da disciplina Contabilidade Comercial I, o qual servir de apoio aos estudos da citada disciplina. Est devidamente atualizado segundo a legislao contbil, porm, no substitui pesquisas, leituras e concluses a serem efetuadas.

Manoel Martins do Carmo Filho, D.Sc Universidade Federal do Amazonas - UFAM Manaus - Amazonas

1.2.1. Legislao Comercial........................................................................................................5 1.2.2. Legislao Tributria.........................................................................................................5 1.2.3. Legislao Previdenciria..................................................................................................7 1.2.4. Legislao Profissional......................................................................................................7 1.2.5. Funes da Contabilidade ................................................................................................7 1.2.6. Utilidade Formal da Escriturao Contbil.......................................................................8 1.2.7. Objetivos da Contabilidade...............................................................................................9 1.2.8. A Escolha do Contador....................................................................................................10 1.3.1. Empresrio.......................................................................................................................12 1.3.2. A empresa........................................................................................................................12 1.3.3. Conceito de contabilidade comercial..............................................................................12 1.3.4. Tratamento societrio......................................................................................................12 1.3.5. O patrimnio....................................................................................................................13 1.4.1. Sociedade no personificada...........................................................................................15 1.4.2. Sociedade personificada..................................................................................................16 UNIDADE VI OPERAES FINANCEIRAS......................................................................130 Emprstimo Mediante Emisso de Notas Promissrias.........................................................130 Emprstimo com Cauo de Ttulos.......................................................................................131 Desconto de Ttulos de Crdito...............................................................................................131 Emprstimos Hipotecrio e Pignoratcio................................................................................133 Emprstimos Mediante Emisso de Debntures.....................................................................133 Cobranas Simples..................................................................................................................133 Aplicaes Financeiras............................................................................................................134 Conceito...................................................................................................................................154 Classificao............................................................................................................................154 Provises Retificadoras do Ativo............................................................................................154 Provises Passivas...................................................................................................................154 Quanto ao Aspecto Fiscal........................................................................................................154 Dedutveis ..................................................................................................................................................154 Indedutveis ..................................................................................................................................................154 Provises Retificadoras do Ativo............................................................................................154 Provises Passivas...................................................................................................................154 Contabilizao.........................................................................................................................155

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Introduo O objetivo deste guia sintetizar os principais tpicos pertinentes a assuntos contbeis e tributrios visando proporcionar aos alunos do curso de Cincias Contbeis ampla formao e o desenvolvimento de habilidades profissionais, que lhes permitam a elaborao das demonstraes contbeis com qualidade e confiabilidade. Seu contedo foi desenvolvido com as adequaes pertinentes, de acordo com a evoluo da profisso contbil e das legislaes fiscais, societrias e comerciais vigentes, conforme o surgimento dos diferentes temas que envolvem a Contabilidade, e est atualizada de acordo com a nova lei contbil. Devido importncia que a cincia contbil tem na sociedade, a presente obra vem fornecer elementos aos estudantes que, realmente, desejam aplicar a Contabilidade na sua mais completa essncia e aumentar a qualidade dos informes contbeis. Ressaltamos, porm, que este material no pretende esgotar o assunto e nem substituir pesquisas, leituras e concluses a serem efetuadas.

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UNIDADE I NOES PRELIMINARES 1.1. A Importncia da Informao

A informao aliada aos recursos da tecnologia uma necessidade primria e elementar para a funcionalidade, ttica, estratgica e operacional das empresas de hoje e ser tambm amanh. Em todo o mundo, organizaes surgem e ganham importncia no cmputo das economias, seja para suprir lacunas da ao governamental, seja para concretizar objetivos de solidariedade que no encontram espao de realizao em outros lugares. Ampliada a importncia do terceiro setor, aumentaram-se as verbas alocadas para ele, seja por instituies de financiamento custeadas por empresas ou pessoas, seja pelo apoio dos governos, ou pela gerao de receita atrelada prpria atuao deste setor. Dessa forma, desenvolveu-se tambm a necessidade de profissionalismo na gesto e operao das atividades destas instituies. Uma entidade, para ser competitiva e sobressair-se neste ambiente no qual esta inserida, precisa adotar uma nova postura com a busca da informao e do conhecimento para uma gesto eficaz. Atravs da utilizao da Contabilidade, que desenvolvida de forma integrada e adequada s necessidades das entidades, permite uma maior flexibilidade, eficincia, agilidade e segurana aos gestores, que passam a avaliar melhor as diversas decises a serem tomadas e o impacto delas decorrentes.

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1.2. Consideraes Iniciais sobre a Escriturao Contbil Qualquer tipo de empresa, independentemente de seu porte, natureza jurdica ou forma de constituio, necessita manter escriturao contbil completa, para controlar o seu patrimnio e gerenciar adequadamente os seus negcios. Os nmeros e demonstrativos gerados pela contabilidade so cada vez mais utilizados como ferramenta para tomadas de decises gerenciais. Entretanto, no se trata, exclusivamente, de uma necessidade administrativa e gerencial, o que j seria uma importante justificativa. Alm disso, a escriturao contbil trazida como exigncia expressa em diversas legislaes vigentes. 1.2.1. Legislao Comercial A obrigatoriedade da escriturao contbil respalda-se, inicialmente nos arts. 1.179 a 1.195 da Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Civil Brasileiro). No referido texto legal est previsto que o empresrio e a sociedade empresria so obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou no, com base na escriturao uniforme de seus livros, em correspondncia com a documentao respectiva, e a levantar anualmente o balano patrimonial e o de resultado econmico. Ainda existem outros textos legais que respaldam a escriturao contbil dos quais destacamos a Lei das Sociedades por Aes, aprovada pela Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976, e alteraes posteriores. O texto legal estabelece em seu Captulo XV as disposies aplicadas escriturao e que ao fim de cada exerccio social, a diretoria dever elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demonstraes financeiras: a) balano patrimonial; b) demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados; c) demonstrao do resultado do exerccio; d) demonstrao dos fluxos de caixa; e e) demonstrao do valor adicionado Em seu art. 177 a lei estabelece que a escriturao das empresas deve ser mantida em registros permanentes, com obedincia aos preceitos da legislao comercial e aos princpios de contabilidade, devendo observar mtodos ou critrios contbeis uniformes segundo o regime de competncia. 1.2.2. Legislao Tributria A Contabilidade sempre foi muito influenciada pelos limites e critrios fixados na legislao fiscal, especialmente pela legislao do Imposto de Renda. Este fato, ao mesmo tempo, trouxe contabilidade algumas contribuies importantes, mas um fator que dificulta a adoo prtica de princpios contbeis adequados. Desta forma, a contabilidade apresenta resultados distorcidos e as finalidades de controle e planejamento ficam prejudicadas.

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Assim, nasceu a contabilidade fiscal, cuja preocupao maior a apurao de um resultado dentro das normas da legislao fiscal, mediante registros auxiliares. Hoje, no Brasil, isso existe at certo ponto, j que o Livro de Apurao do Lucro Real acaba por se traduzir, dentro de certos limites, numa contabilidade fiscal. No entanto, em outros pases e at em algumas empresas no Brasil, essa escriturao, para efeitos tributrios, to desmembrada que h efetivamente uma "contabilidade fiscal" apenas para atendimento dos objetivos e das necessidades fiscais, existindo inclusive a figura do contador fiscal. O Cdigo Tributrio Nacional expressa no pargrafo nico do Art. 195 a importncia da manuteno da escriturao contbil, quando menciona que os livros obrigatrios de escriturao comercial e fiscal e os comprovantes dos lanamentos realizados, devem ser conservados at que ocorra a prescrio dos crditos tributrios a que se referem. O Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000 de maro de 1999 prev no Art. 251 que a pessoa jurdica sujeita tributao com base no lucro real deve manter escriturao com observncia das leis comerciais e fiscais. A escriturao deve abranger todas as operaes do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no territrio nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital no exterior. O Art. 268 dispe que a escriturao ficar sob a responsabilidade de profissional qualificado, exceto nas localidades em que no haja pessoa habilitada, quando ento, ficar a cargo do contribuinte ou de pessoa por ele escolhida. No entanto, a indicao de pessoa no habilitada profissionalmente no exime o contribuinte da responsabilidade pela escriturao. O prprio contribuinte pode assinar as demonstraes financeiras da empresa e assumir a responsabilidade pela escriturao, desde que legalmente habilitado para o exerccio profissional. Quando se trata de empresa tributada com base no lucro presumido, h de se observar, que existe dispensa para a escriturao contbil completa, porm ela produz efeitos unicamente para fins do Imposto de Renda, no se estendendo legislao comercial, societria e previdenciria, dentre outras. A Lei Complementar 123/2006 estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado s microempresas e empresas de pequeno porte no mbito dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. O referido texto legal substitui, integralmente, a partir de 01.07.2007, as normas do Simples Federal (Lei 9.317/1996), vigente desde 1997, e o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841/1999). O novo estatuto estabelece regras para tratamento diferenciado micro e pequenas empresas, no entanto no dispensa o cumprimento, por parte da microempresa e empresa de pequeno porte, das obrigaes acessrias previstas na legislao previdenciria e trabalhista. Considerando as dificuldades para escriturar o Livro Caixa, recomendvel que a empresa proceda escriturao completa, inclusive do Livro Dirio, de conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade, pois, assim, estar atendendo s exigncias societrias, comerciais, fiscais e previdencirias. Sistema Escritural em meio magntico disposio da Receita Federal

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As pessoas jurdicas que, de acordo com o balano encerrado no perodo de apurao imediatamente anterior, possurem patrimnio lquido superior a um milho seiscentos e trinta e trs mil, setenta e dois reais e quarenta e quatro centavos e utilizarem sistema de processamento eletrnico de dados para registrar negcios e atividades econmicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contbil ou fiscal ficaro obrigadas a manter, em meio magntico ou assemelhado, disposio da Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos e sistemas durante o prazo de cinco anos. (art. 265 e 266 RIR/99) 1.2.3. Legislao Previdenciria O Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999 que aprova o Regulamento da Previdncia Social e as Leis 8.212 e 8.213, ambas de 1991, ao tratar de escriturao contbil, determinam que as empresas devem lanar mensalmente em ttulos prprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuies, o valor dos descontos, as contribuies da empresa e os totais recolhidos. O art. 235 do Decreto 3.048 prev que a fiscalizao poder examinar a escriturao contbil e qualquer outro documento da empresa, a fim de validar se a contabilidade registra o movimento real da remunerao dos segurados a seu servio. O texto legal prev ainda multa para o contribuinte que deixar de cumprir as obrigaes previstas no decreto em questo. 1.2.4. Legislao Profissional O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resoluo CFC n 563, de 28/10/93, aprovou a NBC T 2, normatizando as formalidades da escriturao contbil que, entre outros procedimentos, estabelece: I - A escriturao ser executada em moeda corrente nacional, em forma contbil, em ordem cronolgica de dia, ms e ano, com ausncia de espaos em branco, entrelinhas, borres, rasuras, emendas ou transportes para as margens e, ainda, com base em documentos probantes. II - A terminologia adotada dever expressar o verdadeiro significado da transao efetuada, admitindo-se o uso de cdigos e/ou abreviaturas de histricos. III - O Dirio poder ser escriturado por partidas mensais ou de forma sintetizada, desde que apoiado em registros auxiliares que permitam a identificao individualizada dos registros. As formalidades inerentes s Demonstraes Contbeis esto contidas nas NBC T 2.7 e NBC T 3, que trazem esclarecimentos importantes sobre a elaborao do Balano Patrimonial e outros demonstrativos previstos em lei, definindo os seus conceitos, contedos e estruturas. 1.2.5. Funes da Contabilidade As principais funes da Contabilidade so: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificaes do patrimnio em virtude da atividade econmica ou social que a empresa exerce no contexto econmico: a) Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetrio;

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b) Organizar um sistema de controle adequado empresa; c) Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a situao econmica, patrimonial e financeira da empresa; d) Analisar os demonstrativos com a finalidade de apurao dos resultados obtidos; Acompanhar a execuo dos planos econmicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais problemas. A contabilidade indispensvel para que todas as categorias de empresrios possam saber com preciso a sua lucratividade por segmento de operao e at por produto fabricado ou revendido, alm de ter a rentabilidade do capital que ele investiu e a produtividade da mo-deobra e dos equipamentos que utiliza. A contabilidade possibilita ainda o perfeito conhecimento do montante dos ativos (bens) e dos passivos (obrigaes). Atravs da anlise das Demonstraes Financeiras so obtidos a situao lquida patrimonial da empresa nas diversas etapas do negcio e ainda diversos ndices de liquidez e de risco de crdito, por isso iremos estudar quais os cuidados e como elaborar informes contbeis que so cada vez mais importantes na completa gesto empresarial. 1.2.6. Utilidade Formal da Escriturao Contbil Uma empresa sem contabilidade uma entidade sem memria, sem identidade e sem as mnimas condies de sobreviver ou de planejar seu crescimento. Impossibilitada de elaborar demonstrativos contbeis por falta de lastro na escriturao, por certo encontrar grandes dificuldades em obter crdito em instituies financeiras ou de preencher uma simples informao cadastral. Assim, pode-se afirmar que a escriturao contbil til sob vrios aspectos: Quanto ao Aspecto Legal A escriturao contbil habilita a empresa para enfrentar diversas situaes, tais como: a) Concordata - Se a empresa enfrenta dificuldades financeiras, tem o direito de pedir concordata, porm, um dos principais requisitos para a obteno desse benefcio que apresente, em juzo, as demonstraes contbeis, a relao dos credores e o livro dirio escriturado at a data do requerimento, bem como um balano especialmente elaborado. b) Falncia - Para que a falncia no seja considerada fraudulenta, a empresa deve cumprir o mesmo ritual relativo concordata. c) Percias Judiciais - Principalmente em relao a questes trabalhistas, a empresa que no possui contabilidade fica em situao vulnervel, diante da necessidade de comprovar, formalmente, o cumprimento de obrigaes trabalhistas, pois o nus da prova cabe a empresa, que a faz, mediante a constatao do registro no livro dirio. d) Dissidncias Societrias - As divergncias que, porventura, surjam entre os scios de uma empresa podem ser objetos de uma percia para apurao de direitos ou responsabilidades. A [email protected] Pgina 8

ausncia da escriturao contbil inviabilizar a realizao desse procedimento tcnico esclarecedor. e) Fiscalizao da Previdncia Social - A legislao previdenciria exige expressamente a escriturao do livro dirio, conforme comentado anteriormente. Quanto ao Aspecto Gerencial O empresrio necessita de informaes para a tomada de decises e a contabilidade que oferece os dados formais, cientficos e universais, para atender essa necessidade. Com o fenmeno da globalizao da economia, a informao contbil, alm de ser utilizada dentro de todo o territrio nacional, poder ser utilizada, tambm, em outros pases. A deciso de investir, de reduzir custos, de modificar uma linha de produtos, ou de praticar outros atos gerenciais deve se basear em dados tcnicos extrados dos registros contbeis, sob pena de pr em risco o patrimnio da empresa e do prprio empresrio. Quanto ao Aspecto Social A falta da escriturao contbil uma das principais dificuldades para se avaliar a economia informal, que distorce tanto as estatsticas no Brasil. O desconhecimento da realidade econmica gera decises completamente dissociadas das necessidades das empresas e da sociedade em geral, o que tem causado prejuzos irrecuperveis ao Pas. O registro contbil importante para, entre outros aspectos, analisar as causas que levam um grande nmero de pequenas empresas a fecharem suas portas prematuramente. Conclui-se, ento, que a escriturao contbil completa incontestavelmente necessria empresa de qualquer porte, como principal instrumento de defesa, controle e gesto do seu patrimnio. 1.2.7. Objetivos da Contabilidade A Contabilidade , objetivamente, um sistema de informao e avaliao destinado a prover seus usurios com demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira, fsica e de produtividade, com relao entidade objeto de contabilizao. Compreendemos por sistema de informao um conjunto de dados, tcnicas especficas de acumulao, ajustes e elaborao de relatrios que permite: I - tratar as informaes de natureza repetitiva com o mximo possvel de relevncia e o mnimo de custo; II - dar condies para, atravs da utilizao de informaes primrias constantes do arquivo bsico, juntamente com tcnicas derivantes da prpria contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatrios de exceo para finalidades especficas. Conceitua-se como usurio toda pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse na avaliao da situao e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, [email protected] Pgina 9

Para a consecuo dos objetivos da contabilidade, e dentro principalmente do contexto companhia aberta/usurio externo, dois pontos importantssimos se destacam: a) As empresas precisam dar nfase evidenciao de todas as informaes que permitam a avaliao da sua situao patrimonial e das mutaes desse seu patrimnio e, alm disso, que possibilitem a realizao de inferncias perante o futuro. Essa evidenciao vital para a contabilidade, havendo hoje exigncias no sentido de se detalhar ainda mais as informaes (por segmento econmico, regio geogrfica, etc.). Tambm informaes de natureza social passam cada vez mais a ser requisitadas e supridas. b) A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurdicos que cercam o patrimnio, mas, a forma jurdica pode deixar de retratar a essncia econmica. Nessas situaes, deve a contabilidade guiar-se pelos seus objetivos de bem informar, seguindo, se for necessrio, para tanto, a essncia ao invs da forma. Por exemplo, a empresa efetua a cesso de crditos a terceiros, mas fica contratado que a cedente poder vir a ressarcir a cessionria pelas perdas decorrentes de eventuais nopagamentos por parte dos devedores. Ora, juridicamente, no h ainda dvida alguma na cedente, mas ela dever atentar para a essncia do fato e registrar a proviso para atender a tais possveis desembolsos. Uma forma prtica de verificar se a Contabilidade est alcanando seus objetivos, conforme enunciado pesquisar, periodicamente, qual o grau de utilizao das demonstraes financeiras por parte de grupos de usurios para os quais, elas devem ter grande utilidade. 1.2.8. A Escolha do Contador O proprietrio de uma empresa certamente sabe o quanto a figura do contador importante para que o seu negcio continue bem sucedido. De nada adianta fechar um grande nmero de contratos e alcanar excelentes resultados, se o contador da empresa no tem zelado pela eficincia na gesto contbil, societria e tributria do negcio. Com o grande volume de negcios fechados at pode ter entrado uma excelente quantia no caixa da empresa, contudo, se o valor que a empresa paga em impostos for excessiva, certamente o empresrio no ficar satisfeito com o lucro auferido. E exatamente a que entra o papel do contador. Contador investimento Como em todas as profisses, nem todos os contadores esto adequadamente capacitados para entender, interpretar e orientar seus clientes no que diz respeito legislao. A opinio do expresidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro e ex-secretrio da Fazenda do Estado, Nelson Rocha. Mas como identificar um bom profissional? Saber se ele realmente est preparado para atender as suas necessidades? So perguntas que at ento voc no saberia responder, mas poder ter uma "luz" ao prestar ateno a algumas dicas simples que podem fazer a diferena. Primeiramente, o empresrio deve "investir" em um contador, e no "gastar" com um.

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Pr-atividade Um bom contador aquele que identifica solues legais que permitam reduzir os custos fiscais e gerenciais da sua empresa. Ou seja, que ajuda no planejamento fiscal da empresa. Considerando a rapidez com que a legislao tributria muda no Brasil, esse profissional deve se reciclar constantemente. Alm de se manter atualizado sobre as mudanas na legislao, e responder pela gesto fiscal e tributria do negcio, o contador tambm deve conhecer administrao, marketing e informtica, atuando tambm como consultor. Muito para um contador? No. O contador que apenas se preocupa em colocar os livros em dia est ultrapassado. De contador a consultor Atualmente indispensvel que todos os servios de contabilidade sejam informatizados, pois s assim o contador tem condies de interpretar a legislao e oferecer uma boa orientao de forma rpida e clara. A lei modificada com muita freqncia, e ficar de fora das mudanas que esto acontecendo certamente no ser o melhor para qualquer negcio. Formalize o contrato de prestao de servios com o contador: os conselhos regionais de contabilidade exigem tal documento. No contrato devem constar os direitos e deveres de cada uma das partes e pelo menos uma clusula que preveja a resciso do mesmo por qualquer uma das partes envolvidas. O mesmo vale para o profissional, que deve ter seu registro junto ao conselho regional de contabilidade local em ordem. Obrigatrio esse registro to importante quanto o registro de mdico no CRM, e a sua empresa pode ser multada por contratar profissionais sem registro. Por ltimo, mas de igual importncia, est a relao comercial entre a empresa e o seu contador que deve ser de extrema confiana, ou todas as dicas mencionadas podem perder efeito. O contador a pessoa que tem acesso a informaes confidenciais e estratgicas do negcio e da famlia, o que significa que simplesmente no d para abrir este tipo de informao para qualquer pessoa.

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1.3. Sociedades Empresrias 1.3.1. Empresrio A definio de empresrio est conceituada no art. 966, do cdigo civil, da seguinte forma: Considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade economicamente organizada para a produo ou a circulao de bens ou de servios. Por outro lado, determina que no se considera empresrio quem exerce profisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exerccio da profisso constituir elemento de empresa. Desta forma, basta que se exera profissionalmente atividade economicamente organizada, com os equipamentos, ferramentas e tudo o mais que possa ser preciso para determinada atividade para se ter a caracterizao de empresrio. Para tanto determina o Art. 967 do CC, a obrigatoriedade de inscrio do empresrio no Registro Pblico de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do incio de sua atividade 1.3.2. A empresa A definio do conceito de empresa no foi contemplada pelo atual Cdigo Civil, to pouco pelo Cdigo anterior. Vamos encontrar a definio jurdica de empresa na Lei n. 4.137/62 art. 6, que a conceituou como sendo toda organizao de natureza civil ou mercantil destinada explorao por pessoa fsica ou jurdica de qualquer atividade com fins lucrativos. Corroborando essa definio, no entanto por outras palavras, temos outro conceito: empresa a organizao tcnico-econmica que se prope a produzir mediante combinao de diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens e servios destinados troca (venda), com esperana de realizar lucro, correndo o risco por conta do empresrio, insto , daquele que rene, coordena e dirige esses elementos sob sua responsabilidade. 1.3.3. Conceito de contabilidade comercial a parte da cincia contbil que se dedica s sociedade empresrias 1.3.4. Tratamento societrio A contabilidade tem como funo bsica estudar, controlar e interpretar os fenmenos ocorridos no patrimnio das entidades. E as entidades podem ter fins ideais ou lucrativos (empresas). O objeto do nosso estudo est ligado s empresas, que tm seu nascimento como unidade jurdica a partir do agrupamento humano organizado, estvel, objetivando fins de utilidade privada, inteiramente distinta dos indivduos que a compes, capaz de possuir e exercitar direitos e contrair obrigaes.

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O artigo 20 da Lei n 3.071, de 1 de janeiro de 1.916 (antigo Cdigo Civil) dispunha textualmente que as pessoas jurdicas tm existncia distinta da dos seus membros; tendo existncia distinta da dos seus membros foroso concluir que distintas tambm seriam suas obrigaes, bem como seus direitos. Por outras palavras, sob a tica desse dispositivo, as pessoas jurdicas so dotadas de direitos e obrigaes independentemente dos direitos e obrigaes dos scios. O patrimnio da sociedade requer controle isolado das pessoas que a integram, isto quer dizer que o patrimnio da empresa tem personalidade prpria. De modo geral, a dvida uma obrigao personalssima, ou seja, no pode passar da pessoa do devedor. Dessa forma, as dvidas da pessoa jurdica no poderiam ser cobradas dos scios, visto terem existncia distinta e capital prprio, exceto na hiptese em que o capital social no estivesse totalmente integralizado. O art. 50, do Cdigo Civil atual, passou a legislar sobre esse assunto de forma diferente, determinando que em caso de abuso da personalidade jurdica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confuso patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministrio Pblico quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relaes de obrigaes sejam estendidas aos bens particulares dos administradores ou scios da pessoa jurdica. Isto significa que sobre a cobrana de dvida, por exemplo, doravante poder ser afastada a figura da pessoa jurdica para fazer recair na pessoa fsica, scios ou administradores. Sob o ponto de vista contbil, em razo do Art. 50 caracterizar o abuso da personalidade jurdica tambm pela confuso patrimonial, por extenso cremos nada impedir que cotejemos tal expresso dentro dos princpios contbeis, especificamente com o princpio da entidade, o qual no permite que se misture o patrimnio da pessoa jurdica com o da pessoa fsica de seus scios. Essa norma traz ainda outra reflexo de suma importncia, o desvio de finalidade que tem como consequncia a despersonificao da pessoa jurdica. comum encontrarmos sociedades empresariais constitudas para explorar uma atividade e que ao longo do tempo a amplia sem que se proceda alterao contratual correspondente. Essa omisso, no mais das vezes, d-se em funo da atividade ampliada estar diretamente relacionada atividade principal da empresa. guia de exemplo: uma indstria constituda para fabricao e comercializao de determinado produto, que ao longo do tempo vislumbra a possibilidade de ampliar seu faturamento, aproveitando o tempo ocioso de suas mquinas e equipamentos para fabricao desses mesmos produtos para terceiros. Nesse momento houve o desvio de finalidade, pois a sociedade passou a prestar servios, e isto, em ltima anlise, poder ser a causa da despersonificao da pessoa jurdica.

1.3.5. O patrimnio O Patrimnio da empresa comea com a subscrio e posterior integralizao por parte se seus scios ou acionistas do capital social constante no Ato Constitutivo da empresa, ou seja, Estatuto Social para as Sociedades por Aes e Contrato Social para os demais tipos societrios. [email protected] Pgina 13

Cdigo Comercial Brasileiro (Lei n. 556, de 25 de junho de 1850), em seu artigo 287, dispe que essncia das sociedades que o objetivo e fim a que se propem seja lcito, e que cada um dos scios contribua para o seu capital com alguma quota, sendo esta contribuio geralmente feita atravs de dinheiro ou bens. Ao pr o Patrimnio da empresa em ao, espera-se que a mesma obtenha lucros, sendo que o art. 288 do Cdigo Comercial dispe que nula a sociedade ou companhia em que se estipular que a totalidade dos lucros pertena a um s dos associados, ou em que algum seja excludo. J nas sociedades civis, nula somente a clusula que assim dispuser no contrato, conforme artigo 1.008 do Cdigo Civil. O Art. 1.052 do Cdigo Civil dispe que na sociedade limitada a responsabilidade de cada scio restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralizao do capital social. Art. 8. Da Lei 6.404/76 permite que a integralizao do capital seja feita por meio de bens. Isto posto, dispe que a avaliao desses bens seja feita por trs peritos ou por empresa especializada, alertando o art. 9. A mesma lei dispe que na falta de declarao em contrrio, os bens, antes pertencentes pessoa fsica do subscritor, transferem-se companhia a ttulo de propriedade. O 1 do Art. 1.055, do Cdigo Civil dispe pela exata estimao de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os scios, at o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade.

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1.4. Classificao das Sociedades As sociedades, na rea privada, se dividem em duas categorias: a) As Sociedades Civis - so aquelas constitudas para praticar atividades no vinculadas a operaes mercantis (venda de mercadorias); assim como regra, so as que se predispem contratualmente a ter como objetivo social a prestao de servios. b) As Sociedades Comerciais - so as empresas que contratualmente se comprometem a exercer a atividade mercantil (venda de mercadorias) devendo obedecer, principalmente, s regras contidas no Cdigo Comercial - Lei n. 556, de 25 de junho de 1850. Doravante, passaremos a conviver com as chamadas sociedades no personificadas e sociedade personificadas, ambas as espcies do gnero sociedade empresria. Haver sociedade quando, no mnimo, duas ou mais pessoas unirem-se por contrato, com o mesmo objetivo, para criarem uma sociedade empresria para explorao de qualquer atividade lcita com o objetivo de lucro.

1.4.1. Sociedade no personificada Sociedade em comum Essa sociedade aquela cujos atos constitutivos ainda no foram submetidos a registro. Enquanto permanecer essa condio, a sociedade ser regida pelas normas da sociedade simples, subsidiariamente naquilo que for compatvel. Para essa sociedade, o patrimnio especial composto pelos bens e pelas dvidas sociais, sendo os scios titulares em comum. Os bens sociais respondem pelos atos de gesto de qualquer scio. aquela constituda sem as formalidades legais, ou seja, a sociedade de fato e no a sociedade de direito, aquela no submetida a registro no rgo competente por estar desobrigada ou pendente desta condio, como exemplo desse tipo de sociedade temos a sociedade em comum e a sociedade em conta de participao. Sociedade em conta de participao A sociedade em conta de participao, por si s e por sua natureza, dispensa registro de seus atos constitutivos, sendo suas operaes e atividade geridas unicamente pelo scio ostensivo, que uma sociedade empresria regularmente constituda e devidamente registrada. Surge quando duas ou mais pessoas, sendo ao menos um comerciante, se renem, sem firma social, com objetivo de apurar lucro comum, em uma ou mais operaes de comrcio, trabalhando um, alguns ou todos, em seu nome individual para o bem comum. Uma sociedade constituda neste molde se apia na percepo de duas ou mais pessoas de um negcio casual, ou seja: pode ser explorado em conjunto, sem a necessidade de todo o rol de formalizao e registro de uma sociedade, mas ser identificado um ou mais scios que exploram em seus [email protected] Pgina 15

prprios nomes individuais o destino da sociedade. Sua constituio acidental ou casual e sua durao momentnea, ou seja: a sociedade poder durar enquanto durar o negcio. So regidas pelos arts. 325 a 328 do Cdigo Comercial. Dessa forma, obriga-se perante terceiros apenas e to somente o scio ostensivo, desde que o scio participante (outrora scio oculto) no tome parte nas deliberaes sociais. Apesar disso, nada obsta a que o scio participante fiscalize a gesto dos negcios sociais. Natureza dos Scios - A sociedade se comportar de: Scio Ostensivo - a pessoa fsica ou jurdica em cujo nome so exercidas as operaes comerciais, dispondo o art. 326 do Cdigo Comercial que este o nico que se responsabiliza, de maneira ilimitada, para com terceiros e no caso de quebrar ou falir o scio ostensivo (scio-gerente), lcito ao terceiro com quem houver se comprometido exigir que se saldem todas as contas que com ele tiver pendentes, ainda que os outros scios (participantes) mostrem que os valores que sero utilizados lhes pertencem societariamente, uma vez que no h como provar que o dito terceiro tinha conhecimento do scio participante antes da quebra, afinal ele se oculta perante terceiros, transmitindo ao mercado ser um ente estranho sociedade at que se exponha. Scio Participante o scio investidor, que no tem qualquer obrigao perante terceiros e como tal est subordinado to somente s clusulas apontadas no contrato celebrado com o scio ostensivo. Este tem funo idntica do Scio Comanditrio na Sociedade em Comandita Simples, pois no pode exercer qualquer ato de scio-gerente, comprometendo-se unicamente para com o scio ostensivo, segundo clusulas estabelecidas entre as partes. 1.4.2. Sociedade personificada Esse gnero de sociedade, por sua prpria natureza, exige que seus atos constitutivos sejam submetidos a registro nos rgos competentes. Dessa forma, as espcies de sociedades tratadas a seguir, necessariamente, devero estar oficializadas mediante o competente registro. Espcies de sociedades personificadas Sociedade simples Essas espcies de sociedades somente sero constitudas mediante contrato escrito particular ou pblico, e de acordo com o Art. 997 do Cdigo Civil, devero conter: a) b) nome, nacionalidade, estado civil, profisso e residncia dos scios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominao, nacionalidade e sede dos scios, se jurdicas; denominao, objeto, sede e prazo da sociedade; c) capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espcie de bens, suscetveis de avaliao pecuniria (para as sociedade cooperativas o capital social poder ser dispensado); d) a quota de cada scio no capital social, e o modo de realiz-la; e) as prestaes a que se obriga o scio, cuja contribuio consista em servios; f) as pessoas naturais incumbidas da administrao da sociedade, e seus poderes e atribuies; g) a participao de cada scio nos lucros e nas perdas. h) Se os scios respondem, ou no, subsidiariamente pelas obrigaes sociais.

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O art. 998, do Cdigo Civil determina que nos trinta dias subseqentes sua constituio, a sociedade dever requerer a inscrio do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurdicas do local de sua sede. O art. 1008, do Cdigo Civil determina que nula a estipulao contratual que exclua qualquer scio de participar dos lucros e das perdas. Nas relaes com terceiros, a sociedade adquire direitos, assume obrigaes e procede judicialmente, por meio de administradores com poderes especiais, ou, no os havendo, por intermdio de qualquer administrador (Art. 1.022 do CC). Se os bens da sociedade no lhe cobrirem as dvidas, respondem os scios pelo saldo, na proporo em que participem das perdas sociais, salvo clusula de responsabilidade solidria (Art. 1.023 do CC). Sociedades em nome coletivo Somente pessoas fsicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos os scios, solidria e ilimitadamente, pelas obrigaes sociais (Art. 1.039 CC). Sem prejuzo da responsabilidade perante terceiros, podem os scios, no ato constitutivo, ou por unnime conveno posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. Responsabilidade dos Scios - No h estabelecimento de limite de responsabilidade: assim, a responsabilidade de todos os scios extrapola o valor do capital social subscrito. Responsabilidade Solidria dos Scios - Mesmo sabendo que a sua participao uma parte do capital social, o scio assume as obrigaes da sociedade juntamente com os demais scios, no importando o percentual que lhe cabe; assim, um scio tratado como uma pessoa responsvel, por inteiro, pelas dvidas sociais, no havendo diviso destas obrigaes segundo a participao de cada um, ou seja, a sociedade, ao assumir um passivo perante terceiro, diante do Cdigo Comercial, depreende-se que cada scio, mesmo que ele no seja scio-gerente, a assume por inteiro, respondendo com seus bens particulares, caso seja necessrio, com exceo somente nos casos em que a razo social foi empregada em transaes estranhas aos negcios designados no contrato, conforme artigo 316 do referido Cdigo. Responsabilidade Subsidiria dos Scios - O scio assume a responsabilidade com os seus pertences particulares aps esgotar os bens da sociedade. Assim, um terceiro no pode exigir que um scio pague a dvida da sociedade com um imvel particular, digamos, se ainda existirem bens da sociedade que comportem sald-la (art. 350 do Cdigo Comercial). Scios Comerciantes - No podem fazer parte da firma social nomes de pessoas que no sejam scios comerciantes, destacando que no havendo no contrato designao do scio ou scios que tenham a faculdade de usar privativamente a razo social, nem algum excludo, presume-se que todos os scios tm direito igual de fazer uso dela. Convm dizer que comerciante todo aquele que juridicamente capaz, de maneira habitual, de praticar atos de comrcio emprestando o seu nome a empresa, podendo ser individualmente (Firma Individual) ou coletivamente (Sociedade Solidria: - Sociedade em Comandita Simples; - Sociedade em nome Coletivo).

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Formalizao do Contrato Social - O Contrato Social de Constituio da Sociedade em Nome Coletivo similar ao de Comandita Simples, ressalvando-se as seguintes clusulas: Capital Social - No preciso referir, na composio societria, a personalidade dos scios, ou seja, comanditado ou comanditrio, pois todos so solidrios (comanditado) diante do Cdigo Comercial. Razo Social - A firma (ou razo social - vocbulo sinnimo) da sociedade em nome coletivo deve conter individualmente todos os scios (ex. Carvalho, Pereira) ou conter pelo menos o nome de um com o complemento por extenso ou abreviado - & Companhia (Carvalho & Companhia, ou Carvalho & Cia.). Administrao - permitido estabelecer que todos os scios sero gerentes ou pode-se designar ou mais scios para desempenhar a administrao dos negcios societrios, no querendo dizer que sero absolvidos os demais scios (no gerentes) da responsabilidade ilimitada, solidria e subsidiria. Ressalte-se que, no havendo no contrato designao do scio ou scios que iro gerir a empresa, nem algum excludo, conclui-se que todos os scios tm direito igual de exercer os negcios em nome da razo social da sociedade conforme o art. 316 do Cdigo Comercial. Sociedade em comandita simples constituda quando se quer que um ou mais scios sejam to-somente capitalistas, no sendo estes responsveis por qualquer obrigao, inclusive perante terceiros, restringindo-se a entregar sociedade o capital que se encarregou de integralizar. Art. 311 do Cdigo Comercial esclarece que quando duas ou mais pessoas, se associam para fim comercial, obrigando-se uns como scios solidariamente responsveis, e sendo outros simples prestadores de capitais, com a condio de no serem obrigados alm dos valores que forem declarados no contrato, esta associao tem a natureza de Sociedade em Comandita. Nesse tipo de sociedade haver duas categorias de scios: Scio Comanditado - aquele que se responsabiliza de maneira ilimitada e solidria pelos negcios da empresa; assim, ser o scio-gerente, e Scio Comanditrio - trata-se do capitalista, que por questes particulares acha por bem ser um scio oculto, no podendo praticar algum ato de gesto, nem ser envolvido nos negcios da sociedade, ainda mesmo que seja como procurador, nem fazer uso da firma social (nome da Sociedade Comercial), tendo como nico retorno financeiro o recebimento de distribuio de lucros. Caso o nome do comanditrio venha a compor a firma social, neste instante este scio passa a ser comanditado, sendo que no descaracteriza a personalidade de comanditrio, quando este participa nas reunies e deliberaes da sociedade, nem quando fiscaliza as suas operaes, pois pelo art. 290 do Cdigo Comercial claro em dizer que em nenhuma Sociedade Comercial se pode recusar aos scios o exame de todos os livros, documentos, escriturao e correspondncia, e do estado do caixa da empresa, sempre que o requerer, salvo tendo-se [email protected] Pgina 18

estabelecido no contrato de constituio da empresa, s pocas em que o mesmo exame unicamente poder ter lugar. Sociedade limitada Eis aqui a sociedade que predomina no sistema mercantil brasileiro, sendo que o prprio Departamento Nacional de Registro do Comrcio j atestou que mais de 95% das sociedades comerciais constitudas neste pas so de responsabilidade limitada, e no poderia ser diferente. Se olharmos para as sociedades comerciais at este momento j analisadas, onde sempre h um scio que responder de maneira ilimitada perante terceiros, podendo vir a envolver o seu patrimnio particular, e sabendo que existe um tipo de sociedade que restringe a responsabilidade dos scios at o valor total do capital social, claro que optar por esta ltima, desprezando at a possibilidade de se constituir uma sociedade annima, que a melhor forma de atender garantia de que o patrimnio prprio dos participantes no ser envolvido, pois a responsabilidade dos scios minimizada pelo artigo 1. da Lei n. 6404/76, ao dispor que a sociedade annima ter o capital dividido em aes, e a responsabilidade dos participantes ser limitada ao preo de emisso das aes subscritas ou adquiridas. Ora, por que ento no existem mais sociedades annimas do que as limitada? Resposta - O custo da operacionalizao de uma sociedade annima considervel, envolvendo inclusive publicidade de atos societrios e demonstraes financeiras, e a lista de formalidades para sua constituio se contrape simplicidade que circunda as limitadas. As sociedades limitadas esto reguladas nos arts. 1.052 a 1.087 do Cdigo Civil. Capital Social - O fundo social, como podemos cham-lo, constitudo com a participao em dinheiro ou demais bens expressos monetariamente at ento pertencentes pessoa fsica do scio, no se admitindo scio de indstria, conforme o 2, art. 1.055, do Cdigo Civil. Razo ou Denominao Social - permitido s sociedades limitada adotar como ttulo da sociedade uma Razo Social ou Denominao. O pargrafo unido do art. 1.053 do Cdigo Civil, faculta s sociedades limitadas escolher a regncia supletiva de suas atividades atravs da Lei das Sociedades Annimas. No exercendo essa opo no contrato, o caput co art. 1.053 determina que a sociedade limitada reger-se- pelas normas da sociedade simples na falta de normas a serem aplicadas. Ainda que opte pela regncia supletiva da Lei das Sociedades Annimas, a empresa poder estar dispensada das publicaes de suas demonstraes financeiras, eis que o Art. 294 dessa mesma Lei dispensa as empresas com capital social cujo valor no ultrapasse a um milho de reais. Sociedade annima A sociedade annima ou companhia rege-se por lei especial (6.404/76), sendo-lhes aplicadas, nos casos omissos, as disposies do cdigo civil. Seu capital divide-se em aes, ficando cada scio, ou acionista, obrigado apenas em relao ao preo de emisso das aes que subscrever ou adquirir [email protected] Pgina 19

Sociedade em comandita por aes Trata-se de sociedade cujo capital divide-se em aes, e so regidas por lei especial (6.404/76), ficando cada scio, ou acionista, obrigado apenas em relao ao preo de emisso das aes que subscrever ou adquirir Em relao comandita por aes, somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiria e ilimitadamente pelas obrigaes da sociedade. Tem sua personalidade jurdica idntica das Sociedades em Comandita Simples, com a diferena principal de que esta tem o direito de emitir aes (equiparando-se s Sociedades Annimas), o que no cabe Comandita Simples. O art. 280 da Lei 6.404/76 dispe que a sociedade ter o capital dividido em aes e reger-se- pelas normas relativas s Sociedades Annimas. A sociedade poder exercer os atos mercantis, sob um nome societrio do qual s faro parte os nomes dos acionistas-diretores, ficando estes limitados e solidariamente responsveis pelas obrigaes da sociedade por serem caracterizados como comanditados, sendo que a denominao social deve ser seguida das palavras Comandita por Aes, por extenso ou abreviadamente. Os diretores, ou seja, os comanditados, sero nomeados, sem limitao de tempo, no estatuto da sociedade, e somente podero ser destitudos por deliberao de acionistas que representem 2/3, no mnimo, do capital social, entretanto, o diretor que destitudo ou se exonerar, continuar responsvel pelas obrigaes sociais contradas sob sua administrao. Para preservar os comanditados, o art. 283 da Lei n. 6.404/76 dispe que a assemblia-geral no pode, sem o consentimento destes diretores: a) mudar o objetivo principal da empresa; b) prorrogar o prazo de durao da sociedade, caso esta seja por tempo determinado; c) criar parte beneficirias, sendo que citada no art. 283 a no permisso de se criar tambm obrigaes (debntures) ao portador, porm o artigo 2. da Lei 8.021/90 de 12/04/90, passou a vedar em qualquer circunstncia a emisso de ttulos ao portador; d) participar em outra sociedade. Estatuto Social de uma Sociedade em Comandita por Aes similar a uma Sociedade Annima, devendo constar as suas peculiaridades em clusulas, ou seja: Denominao ou Razo Social - dispor logo em seguida razo social a expresso Comandita por Aes - Ex. Andrade, Carvalho Comandita por Aes ou Andrade & Cia. Comandita por Aes. bom dizer que esta sociedade tem permisso legal - art. 281, Lei 6.404/76 - de utilizar Razo Social (colocando o nome de comanditados) ou de denominao social (colocando um nome comercial alheio aos acionistas. Ex.: Amazonas Comandita por Aes. Administrao - necessrio estabelecer que a sociedade ser gerida pelos comanditados, sem limitao de tempo, e somente podero ser destitudos por deliberao de acionistas que

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representem 2/3, no mnimo, do capital social, no cabendo ento na administrao a presena de pessoas estranhas sociedade. Restries Assemblia - cabe estabelecer que a assemblia geral no pode, sem a autorizao prvia dos diretores (Comanditados), realizar os atos prescritos no art. 283 da Lei n. 6.404/76, anteriormente relacionados. Submisso Legal Lei das S/A - a sociedade ser regida pelas normas constantes na Lei n. 6.404/76 (Lei das S/A), no aplicando Sociedade em Comandita por Aes o disposto na Lei das S/A, sobre Conselho de Administrao, autorizao estatutria de aumento de capital e emisso de bnus de subscrio, conforme artigo 284 da referida lei.

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UNIDADE II CONSTITUIO DE EMPRESAS COMERCIAIS 2.1. Parte Jurdica Empresa comercial uma entidade constituda para o exerccio da atividade mercantil e se caracteriza pelo seu objetivo de lucro. A funo da empresa comercial servir de intermediria ou mediadora entre o produtor e o consumidor de bens, para obteno de lucro. A empresa comercial poder ser constituda ou organizada por uma s pessoa fsica ou por um grupo de pessoas na forma de uma sociedade. A base para o registro de uma empresa comercial ser o contrato, estatuto ou a declarao de empresrio, os primeiros para as sociedades e o ltimo para as chamadas firmas individuais, constitudas por apenas uma pessoa fsica. A constituio do capital realiza-se com a transferncia que scios, acionistas ou titular da firma individual fazem de seus recursos particulares de bens e valores que constituiro o patrimnio inicial da empresa. Qualquer que seja a forma societria da empresa, admite-se que seu capital seja constitudo e realizado: totalmente em dinheiro e realizado integralmente no ato de sua constituio; totalmente em dinheiro, mas realizado parcialmente no ato e complementado em pocas futuras; em dinheiro e outros bens ativos; em dinheiro e outros bens ativos e valores passivos, quando ento o capital corresponder ao excesso dos valores ativos sobre os passivos. Abertura e Encerramento de Empresas Registro de Firma Individual O modelo para registro de firma individual, chamado Requerimento de Empresrio, pode ser obtido na pgina do Departamento Nacional de Registro de Comrcio (DNRC), no link: http://www.dnrc.gov.br/Legislacao/normativa/anexo1_in92.htm Preenchimento da Declarao de Firma Individual Requerimento de Empresrio 1 - Preencher o formulrio em quatro vias legveis, mquina ou mo, com letra de forma, sem rasura. 2 - No preencher os campos destinados a uso da Junta Comercial. 3 - Estado civil Declarar se solteiro, casado, vivo, separado judicialmente ou divorciado. [email protected] Pgina 22

4 - Regime de bens do empresrio Se o empresrio for casado, declarar o regime de bens (comunho parcial, comunho universal, participao final nos aqestos, separao de bens). A alterao do regime de bens depende de autorizao judicial em pedido motivado de ambos os cnjuges, a qual dever instruir o processo. 5 - Identidade Indicar o nmero, a sigla do rgo expedidor e a sigla da respectiva unidade da federao mencionados no documento de identidade. So aceitos como documento de identidade: cdula de identidade, certificado de reservista, carteira de identidade profissional, Carteira de Trabalho e Previdncia Social ou Carteira Nacional de Habilitao (modelo com base na Lei n 9.503, de 23/9/97). Se o titular for estrangeiro, exigida carteira de identidade de estrangeiro, com visto permanente. 6 - Emancipado por - Caso o titular seja menor de 18 e maior de 16 anos, emancipado, dever indicar a forma de emancipao e arquiv-la em separado. So hipteses de emancipao: casamento; ato judicial; concesso dos pais; colao de grau em curso de ensino superior; exerccio de emprego pblico efetivo; estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego, desde que em funo deles, o menor com 16 anos completos tenha economia prpria. 7 - Declarao (de desimpedimento para exercer atividade empresria e de que no possui outra inscrio de empresrio) e requerimento - Complementar o nome da Junta Comercial. 8 - Cdigo do ato e descrio do ato - Preencher com o cdigo e com a descrio do ato que est sendo praticado. 9 - Cdigo do evento e descrio do evento - Preencher com o cdigo e com a descrio do evento que est contido no ATO, conforme tabela abaixo. 10 - Nome empresarial Indicar o nome completo ou abreviado do empresrio, aditando, se quiser, designao mais precisa de sua pessoa (apelido ou nome como mais conhecido) ou gnero de negcio, que deve constar do objeto. No pode ser abreviado o ltimo sobrenome, nem ser excludo qualquer dos componentes do nome. No constituem sobrenome e no podem ser abreviados: FILHO, JNIOR, NETO, SOBRINHO etc., que indicam uma ordem ou relao de parentesco. 11 - Cdigo de atividade econmica - Preencher com o cdigo correspondente a cada atividade descrita no objeto, conforme a tabela de Classificao Nacional de Atividades Econmicas CNAE-Fiscal. Ordenar os cdigos das atividades indicando a principal e as secundrias. A atividade principal corresponde quela que proporciona maior receita esperada (quando da inscrio) ou realizada (quando da alterao). 12 - Descrio do objeto - Descrever o objeto (atividades a serem exercidas), de forma precisa e detalhada, indicando o gnero e a espcie do negcio. No podem ser inseridos termos estrangeiros na descrio das atividades, exceto quando no houver termo correspondente em portugus. O objeto no poder ser ilcito, contrrio aos bons costumes ou ordem pblica. No caso de filial, vide orientao no Manual de Atos de Registro Mercantil - Empresrio.

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13 - Data de incio das atividades - Preencher com a data prevista para o incio das atividades a qual no poder ser anterior data da assinatura do Requerimento de Empresrio. Se o Requerimento de Empresrio for protocolado na Junta Comercial aps 30 dias da data da sua assinatura pelo empresrio, a data da Inscrio ser considerada a data do deferimento do Requerimento pela Junta Comercial e, nesse caso, a data de incio de atividades no poder ser anterior a essa. No caso dos eventos 029, 037 e 039, vide orientao no Manual de Atos de Registro Mercantil Empresrio. 14 - Assinatura da firma pelo empresrio Dever ser aposta a assinatura da firma de acordo com o nome da empresa indicado no campo nome empresarial. 15 - Data da assinatura Indicar o dia, ms e ano em que o Requerimento foi assinado. 16 - Assinatura do empresrio A assinatura deve ser a que o empresrio, seu representante legal ou procurador usa normalmente para o nome civil. Arquivamento de Atos de Sociedades Empresrias A constituio de sociedades empresrias depende de arquivamento no Registro do Comrcio, salvo as sociedades simples (art 997 do Novo Cdigo Civil Brasileiro), que devero averbar seu contrato no Registro Civil das Pessoas Jurdicas do local de sua sede. Para detalhamentos sobre as exigncias de registros, pode-se consultar o site do DNRC: www.dnrc.gov.br .

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2.2. Parte Contbil Contabilidade comercial o ramo da contabilidade aplicado ao registro, resumo e interpretao dos fenmenos que afetam as situaes patrimoniais, financeiras e econmicas das empresas comerciais. A contabilidade geral abrange todo e qualquer patrimnio, seja ele de pessoa fsica, de entidades com fins no lucrativos ou lucrativos e de pessoas de direito pblico. Contabilidade aplicada o controle e estudo de determinados patrimnios especficos, com a utilizao dos mtodos e princpios da contabilidade geral. Quando os princpios da contabilidade geral so aplicados para os registros e demonstraes das empresas que desenvolvem a atividade de compra e venda de mercadorias, com objetivo de lucro, teremos a contabilidade comercial. Contabilidade comercial o ramo da contabilidade aplicado ao registro, resumo e interpretao dos fenmenos que afetam as situaes patrimoniais, financeiras e econmicas das empresas comerciais. As trs peas bsicas da contabilidade comercial, de final de exerccio so: Balano Patrimonial, Demonstrao de resultado e Demonstrao de Lucros Acumulados. Estudando os relatrios econmicos, financeiros e o estado patrimonial da empresa, os executivos podero tomar suas decises e organizar o planejamento futuro. Aos scios e acionistas, no ligados direo da empresa, os relatrios de final de exerccio devero responder a trs questes fundamentais: a taxa de lucratividade de seu investimento, as perspectivas de lucros a mdio ou a longo prazo e a segurana para as suas aplicaes. Bancos, fornecedores e outros investidores, tomaro os relatrios de final de exerccio para decidir sobre financiamentos, emprstimos, limites de crdito para a empresa comercial. As autoridades governamentais viro a utilizar-se dos relatrios finais para definir tributao e arrecadao de impostos e contribuies. A contabilidade comercial um instrumento da administrao da empresa.

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2.3. Subscrio e Integralizao de Capital Firma Individual As firmas individuais no possuem contrato de constituio que determine o capital subscrito e o compromisso de sua realizao, pois ele deve ser integralizado por apenas um indivduo. Geralmente o capital registrado na Junta Comercial e declarado nas Reparties Fiscais aquele j integralizado pelo titular da firma. Da fazer-se o registro direto da integralizao do capital, sem lanamento intermedirio de subscrio, que corresponderia ao compromisso assumido para com a prpria firma de que o indivduo o titular. Esse lanamento de subscrio indispensvel nas sociedades onde a subscrio representa um compromisso assumido para com terceiros. O lanamento de constituio do capital de uma firma individual, na qual a realizao do capital feita totalmente em dinheiro: Realizao do Capital de Firma Individual: D Caixa C Capital Subscrito 100.000,00 100.000,00

Subscrio e Realizao do Capital de Sociedade Para abertura dos livros da sociedade, devemos considerar a existncia das seguintes hipteses: a) em dinheiro; b) em bens; c) com a transferncia, para a sociedade, de valores ativos e passivos. Realizao do capital em dinheiro Quando a sociedade nova e seu capital realizado em dinheiro, no ato da subscrio. Lanamento de constituio do capital: Constituio do Capital: D Scio X com capital a realizar D Scio Y com capital a realizar C Capital Subscrito Realizao Integral do Capital D Caixa C Scio X capital a realizar C Scio Y capital a realizar [email protected] 250.000,00 250.000,00 500.000,00 500.000,00 250.000,00 250.000,00 Pgina 26

Com esses lanamentos iniciais a situao patrimonial da empresa fica sendo a seguinte: ATIVO Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . 500.000,00 PASSIVO Capital . . . . . . . . . . . . . . . . .500.000,00

Se os scios realizassem apenas parte de seu capital, a situao seria outra. O lanamento de subscrio seria igual ao anterior e o da realizao seria o seguinte: Realizao de Parte do Capital D Caixa C Scio X capital a realizar C Scio Y capital a realizar A situao patrimonial seria a seguinte: ATIVO Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . 250.000,00 Scio X . . . . . . . . . . . . . . 125.000,00 Scio Y . . . . . . . . . . . . . . 125.000,00 Total . . . . . . . . . . . . . . . . 500.000,00 Realizao do capital em bens O capital pode ainda ser realizado parte em bens e parte em dinheiro. Supondo-se que o scio X tenha concorrido para a sociedade com o seguinte: Dinheiro R$ 120.000,00; Mveis e Utenslios (mquinas de escritrio, mesas, etc.) R$ 120.000,00; Ttulos a Receber R$ 10.000,00. O scio Y realizou sua parte em dinheiro. O lanamento da subscrio igual ao primeiro e o da realizao o seguinte: Realizao do Capital, parte em bens, parte em dinheiro D Caixa D Mveis e utenslios D Ttulos a receber C Scio X capital a realizar D Caixa C Scio Y capital a realizar 120.000,00 120.000,00 10.000,00 250.000,00 250.000,00 250.000,00 PASSIVO Capital Realizado . . . . . . . . 250.000,00 A Realizar . . . . . . . . . . . . . . 250.000,00 Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . 500.000,00 250.000,00 125.000,00 125.000,00

Realizao do capital com a transferncia do patrimnio Supondo que o scio X transfira para a sociedade o seu patrimnio, formado por valores ativos e passivos, a firma em constituio faz os lanamentos de incorporao desses valores ao seu patrimnio, enquanto nos livros do scio X so feitos os lanamentos de encerramento de sua firma por transferncia para a nova. [email protected] Pgina 27

Na firma X e Cia. (em constituio), o lanamento de subscrio idntico aos anteriores e o de realizao do capital do scio Y igual aos j feitos. Vejamos o lanamento de realizao do capital do scio X, pela transferncia de seu patrimnio, que assim constitudo: ATIVO Ttulos a receber . . . . . . . . . . . 120.000,00 Contas a receber . . . . . . . . . . . 15.000,00 Mveis e utenslios . . . . . . . . 130.000,00 Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265.000,00 PASSIVO Ttulos a pagar . . . . . . . . . . . . . . 10.000,00 Contas a pagar . . . . . . . . . . . . . . 5.000,00 Capital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250.000,00 Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265.000,00

Transferncia do Patrimnio para a Sociedade D Mveis e utenslios D Contas a receber D Ttulos a receber C Scio X transferncia Transferncia de Valores Passivos D Scio X transferncia C Contas a pagar C Ttulos a pagar 15.000,00 5.000,00 10.000,00 130.000,00 15.000,00 120.000,00 265.000,00

Como se v, a conta do scio X - transferncia foi creditada por R$265.000,00 e debitada por R$15.000,00. A diferena de R$250.000,00 o seu capital e deve ser creditada a conta de Capital a Realizar. O lanamento o seguinte: Realizao de Quota Subscrita D Scio X transferncia C Scio X capital a realizar O patrimnio da sociedade seria o seguinte: ATIVO Caixa Contas a receber Ttulos a receber Mveis e utenslios Total 250.000,00 15.000,00 120.000,00 130.000,00 515.000,00 PASSIVO Ttulos a pagar Contas a pagar Capital Total 10.000,00 5.000,00 500.000,00 515.000,00 250.000,00 250.000,00

Nos livros do scio X so feitos os seguintes lanamentos de extino de sua firma individual: Transferncia de Valores Ativos D Scio X transferncia C Mveis e utenslios C Contas a receber C Ttulos a receber 265.000,00 130.000,00 15.000,00 120.000,00

[email protected]

Pgina 28

Transferncia de Passivo D Contas a pagar D Ttulos a pagar C Scio X transferncia 5.000,00 10.000,00 15.000,00

Como se v, a conta capital no foi encerrada. Seu encerramento feito transferindo-se o saldo para a conta scio X patrimnio: Encerramento da Conta Capital D Capital C Scio X patrimnio 250.000,00 250.000,00

A conta scio X transferncia foi debitada por R$250.000,00 a mais que seu crdito, diferena esta que corresponde ao capital. Aquela conta encerrada creditando-a pelo dbito da conta scio X patrimnio. Esta foi criada para por em evidncia o valor do patrimnio liquido transferido para a nova firma. O lanamento de encerramento das contas o seguinte: Transferncia do Patrimnio Lquido D Scio X patrimnio C Scio X e cia transferncia Constituio de Sociedade Annima Emisso das Aes: D Aes emitidas C Capital Subscrio das Aes: D Joo subscrio D Antnio subscrio D Pedro subscrio C Aes emitidas Realizao do Capital: D Caixa C Acionistas subscrio C Joo subscrio C Antnio subscrio C Pedro subscrio Efetivao do Depsito Exigido por Lei: D Depsito legal C Caixa [email protected] 500.000,00 Pgina 29 500.000,00 200.000,00 150.000,00 150.000,00 200.000,00 150.000,00 150.000,00 500.000,00 500.000,00 500.000,00 250.000,00 250.000,00

D Banco conta especial Cauo de Diretoria: D Aes em cauo C Cauo da diretoria D Joo cauo D Antnio cauo

500.000,00

20.000,00 10.000,00 10.000,00

Aps estar a sociedade annima perfeitamente legalizada, poder ser retirada do banco a importncia referente ao depsito legal. Teremos ento o seguinte lanamento: Retirada do Depsito Legal: D Bancos C Depsito legal D Banco X conta movimento C Banco X conta especial

500.000,00 500.000,00

Com este lanamento o banco fica debitado em conta movimento, podendo a importncia ser sacada a qualquer momento. Constituio de Sociedade em Comandita Simples Na sociedade em comandita simples, tomam parte scios de duas categorias: Os comanditados, pessoas fsicas, responsveis solidria e ilimitadamente pelas obrigaes sociais. Os comanditrios, obrigados somente pelo valor de sua quota. Supondo-se que quatro scios, Pedro, Paulo, Joo e Antnio contratem entre si uma sociedade em comandita simples com capital de R$300.000,00. Os dois primeiros so scios solidrios e concorrem para a sociedade com R$50.000,00 cada um; os dois ltimos so scios comanditrios, capitalistas, concorrendo para a sociedade com R$100.000,00 cada um. Os lanamentos referentes constituio, subscrio e realizao do capital desta sociedade so os seguintes: Constituio do Capital: C Capital D Capital solidrio D Capital em comandita Subscrio do Capital: C Capital solidrio D Pedro capital a realizar D Paulo capital a realizar C Capital em comandita [email protected] 100.000,00 50.000,00 50.000,00 200.000,00 Pgina 30 300.000,00 100.000,00 200.000,00

D Joo capital a realizar D Antnio capital a realizar Realizao do Capital: D Caixa C Pedro capital a realizar C Paulo capital a realizar C Joo capital a realizar C Antnio capital a realizar

100.000,00 100.000,00

300.000,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00 100.000,00

Constituio de Sociedade em Comandita por Aes: D Aes emitidas C Capital Distribuio do Capital: C Aes emitidas D Capital solidrio D Capital em comandita Subscrio do Capital: D Acionistas subscrio C Capital solidrio C Capital em comandita Integralizao do Capital: C Acionistas subscrio D Caixa C Jos subscrio C Joo subscrio C Francisco subscrio C Augusto subscrio Escriturao das Sociedades em Conta de Participao Na Sociedade em conta de participao, a atividade constitutiva do objeto social exercida unicamente pelo scio ostensivo, em seu nome individual e sob sua prpria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. H vrios processos para escriturao das operaes em participao, dos quais exemplificaremos trs: partilha final, partilha imediata e mtodo simplificado. Processo de partilha final Por este processo, cada scio participante faz nos seus livros o registro das mercadorias compradas e vendidas por ele e pelo outro scio, fazendo a partilha dos lucros e dos prejuzos no fim da participao. [email protected] Pgina 31 300.000,00 60.000,00 60.000,00 90.000,00 90.000,00 300.000,00 120.000,00 180.000,00 300.000,00 120.000,00 180.000,00 300.000,00 300.000,00

Supondo-se que Jos Santos e Antnio Castro formem uma sociedade em conta de participao para compra e venda de algodo. O primeiro criar em sua escriturao duas contas: a primeira que poder denominar-se Algodo em Participao, registrar as compras e vendas feitas, inclusive as despesas; a segunda que poder denominar-se A.Castro participao, registrar todos os dbitos e crditos de A.Castro, resultantes de suas compras e vendas de mercadorias em participao. O segundo scio far os registros em sua escriturao pelo mesmo critrio. Compra de Algodo em Participao: D Algodo em participao C Caixa Venda de Algodo em Participao: D Caixa C Algodo em Participao Compra Feita pelo Scio: D Algodo em participao C A.Castro participao Venda Feita pelo Scio: D A.Castro participao C Algodo em participao 24.000,00 24.000,00 20.150,00 20.150,00 42.000,00 42.000,00 35.250,00 35.250,00

Depois de concludas todas as transaes em participao, verificamos o resultado, para se realizar a partilha dos lucros ou prejuzos. A situao das contas no Razo: ALGODO EM PARTICIPAO A Caixa A A.Castro Total 35.250,00 20.150,00 55.400,00 De Caixa De A.Castro Total 42.000,00 24.000,00 66.000,00

Por esta conta verifica-se que houve um lucro de R$10.600,00, que deve ser dividido em partes iguais entre os scios, o que faremos pelo seguinte lanamento: Partilha Final do Lucro: D Algodo em participao C Lucros e perdas C A.Castro participao A situao na conta dos scios em participao fica assim: [email protected] Pgina 32 10.600,00 5.300,00 5.300,00

A.CASTRO PARTICIPAO A Algodo em participao 24.000,00 Total 24.000,00

De Algodo em participao 20.150,00 De algodo em participao 5.300,00 Total 25.450,00

Por a se verifica que o scio credor da importncia de R$1.450,00, cujo pagamento ser registrado pelo seguinte lanamento: Pagamento do Saldo ao Scio em Participao: D A.Castro participao C Caixa Processo da partilha imediata Pelo processo da partilha imediata, em cada operao realizada faremos a partilha entre o scio participante e a conta representativa da mercadoria em participao. Vejamos como lanaramos as quatro operaes anteriores por este processo: Compra de Algodo em Participao: C Caixa D Algodo em participao D A.Castro participao Venda de Algodo em Participao: D Caixa C Algodo em participao C A.Castro participao Compra Feita pelo Scio: D Algodo em participao C A.Castro participao Venda Feita pelo Scio: D A.Castro participao C Algodo em participao Vejamos a situao das contas no Razo: ALGODO EM PARTICIPAO A Caixa 17.625,00 A A.Castro 10.075,00 Total 27.700,00 De Caixa De A.Castro participao Total 21.000,00 12.000,00 33.000,00 12.000,00 12.000,00 10.075,00 10.075,00 42.000,00 21.000,00 21.000,00 35.250,00 17.625,00 17.625,00 1.450,00 1.450,00

Por esta conta verifica-se que houve um lucro de R$5.300,00, que transferimos para lucros e perdas, pelo seguinte lanamento: [email protected] Pgina 33

Registro do Lucro em Participao: D Algodo em participao D Lucros e perdas 5.300,00 5.300,00

A situao da conta do scio em participao a seguinte: A.CASTRO PARTICIPAO A Caixa 17.625,00 A Algodo em participao 12.000,00 Total 29.625,00 De Caixa De Algodo Total 10.075,00 21.000,00 31.075,00

Por esta conta verifica-se que o scio em participao tem um crdito de R$1.450,00, valor que lhe ser pago e registrado atravs do seguinte lanamento: Pagamento do Crdito do Scio em Participao: D A.Castro participao C Caixa Mtodo simplificado Pelo mtodo simplificado, cada um dos participantes registra apenas suas transaes, recebendo do outro a comunicao do resultado por ele obtido nas transaes que realiza. Para se registrar os exemplos anteriores por este mtodo faz-se da seguinte forma: Compra de Algodo em Participao: D Algodo em participao C Caixa Venda de Algodo em Participao: D Caixa C Algodo em participao A situao da conta no razo ser a seguinte: ALGODO EM PARTICIPAO A Caixa 35.250,00 Lucro 6.750,00 Total 42.000,00 De Caixa Total 42.000,00 42.000,00 42.000,00 42.000,00 35.250,00 35.250,00 1.450,00 1.450,00

O lucro de R$46.750,00 ser partilhado entre os scios, pelo seguinte lanamento: Partilha do Lucro em Participao: D Algodo em participao C Lucros e perdas [email protected] 6.750,00 3.375,00 Pgina 34

C A.Castro participao

3.375,00

No fim da participao, o outro scio, A.Castro, comunica o resultado obtido em suas transaes, que se registra atravs do seguinte lanamento: Lucro na Operaes do Scio: D A.Castro participao C Lucros e perdas A situao do scio passa a ser a seguinte: A.CASTRO PARTICIPAO A Lucros e perdas 1.925,00 De Algodo em participao 3.375,00 1.925,00 1.925,00

Por esta conta verifica-se que o saldo do scio o mesmo obtido pelos processos anteriores. Verifica-se que esse processo somente pode ser posto em prtica quando h extrema confiana entre os scios em participao, pois cada uma das partes ter de confiar nos resultados oferecidos pela outra, de vez que no possui controle contbil das operaes e do resultado. Abertura dos Livros de Sociedade em Andamento Quando a sociedade j se encontra em funcionamento e no h possibilidade de se fazer o registro de suas operaes desde a constituio, faz-se um levantamento de todo seu ativo e passivo, que registraremos na conta Balano de Abertura. A importncia pela qual o ativo supera o passivo ser o capital da empresa. Supondo-se que os inventrios acusem os seguintes valores ativos e passivos:

ATIVO Caixa Contas a receber Ttulos a receber Mercadorias Mquinas Mveis e utenslios Total PASSIVO Ttulos a pagar 27.000,00 Crditos de acionistas 9.000,00 Contas a pagar 7.000,00 Patrimnio liquido 90.000,00 Total 133.000,00 8.000,00 10.000,00 15.000,00 55.000,00 25.000,00 20.000,00 133.000,00

[email protected]

Pgina 35

A diferena de R$ 90.000,00 o patrimnio liquido. As contas ativas so debitadas, creditandose o Balano de Abertura; esta conta debitada pelo crdito das contas passivas. Conjuntamente com as contas passivas creditam-se tambm as de capital dos scios, por R$ 90.000,00, ficando assim encerrada a conta Balano de Abertura, que representou apenas o papel de conta intermediria. Antes de se fazer os lanamentos de registro de ativo e passivo, deve-se registrar os capitais de cada scio, a saber: Constituio do Capital Social D Capital C Jos de Souza capital C Joo Santos capital Constituio do Ativo C Balano de abertura D Mercadorias D Caixa D Mquinas D Mveis e utenslios D Ttulos a receber D Contas a receber Constituio do Passivo D Balano de abertura C Ttulos a pagar C Crditos de acionistas C Contas a pagar C Jos de Souza capital C Joo Santos capital 90.000,00 45.000,00 45.000,00 133.000,00 55.000,00 8.000,00 25.000,00 20.000,00 10.000,00 15.000,00 133.000,00 27.000,00 9.000,00 7.000,00 45.000,00 45.000,00

No obstante o patrimnio liquido da empresa de R$ 90.000,00, o capital registrado poder ser superior ou inferior a essa importncia. Se os scios resolvessem registrar o capital de R$80.000,000, haveria um saldo de R$10.000,00, que poderia ser mantido com reserva ou como crdito dos scios, em contas correntes ou conta especial. Se desejassem registrar o capital de R$ 100.000,00, a diferena de R$ 10.000,00 permaneceria com dbito dos scios em conta de Capital a Realizar

[email protected]

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UNIDADE III ALTERAES DE CAPITAL 3.1. Aumento e Diminuio de Capital As sociedades comerciais esto sujeitas a vrias alteraes, por: aumento ou diminuio de seu capital; transformao em outro tipo de sociedade; fuso, incorporao ou ciso; absoro por outra empresa; liquidao para encerramento de suas atividades.

Em alguns casos de alterao, a sociedade desaparece, surgindo uma nova, com denominao e capital diferentes. O aumento do capital nas sociedades pode dar-se por nova subscrio, feita pelos scios, por converso de reservas e lucros em capital, por correo monetria do capital ou por admisso de novos scios. A diminuio do capital pode dar-se com: reembolso de capital aos scios; amortizao de prejuzos; retirada dos scios; ciso da sociedade.

Variao do Capital das Sociedades Exemplos de aumento e diminuio de capital nas sociedades em nome coletivo e nas sociedades annimas, porquanto nas demais o processo de registro pouco difere destas duas sociedades. AUMENTO: Nova subscrio; Converso de reservas e lucros acumulados; Correo monetria do capital ou reavaliao de ativos; Admisso de novos scios. DIMINUIO: Reduo do capital, com reembolso aos scios; Amortizao de prejuzos; Retirada de scios; Ciso da sociedade. Aumento de Capital por Nova Subscrio Supondo-se que os scios da firma Castro e Soares, com o capital de R$100.000,00, fazem nova subscrio de capital, aumentando-o para R$150.000,00. Cada scio subscreve mais [email protected] Pgina 37

R$25.000,00. Aumento de Capital: D Primeiro aumento do capital C Capital Subscrio do Aumento de Capital: C Primeiro aumento do capital D Castro capital a realizar D Soares capital a realizar Integralizao do Aumento: D Caixa C Castro capital a realizar C Soares capital a realizar 50.000,00 25.000,00 25.000,00 50.000,00 25.000,00 25.000,00 50.000,00 50.000,00

Converso de Reservas e Lucros em Capital Supondo-se que o capital da Castro e Soares seja o seguinte: PATRIMNIO DE CASTRO E SOARES ATIVO Caixa Mercadorias Ttulos a receber Mveis e utenslios Total 70.000,00 200.000,00 30.000,00 50.000,00 350.000,00 PASSIVO Ttulos a pagar Capital Reservas Lucros e perdas Total 150.000,00 100.000,00 60.000,00 40.000,00 350.000,00

Supondo-se que a reserva e o lucro sejam convertidos em capital, havendo um aumento de R$100.000,00, divididos em partes iguais entre os scios. Aumento de Capital: D Aumento de capital C Capital Subscrio do Aumento de Capital: C Aumento de capital D Castro capital D Soares capital Realizao do Aumento: D Reservas C Castro capital C Soares capital [email protected] 60.000,00 30.000,00 30.000,00 Pgina 38 100.000,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00 100.000,00

D Lucros e perdas C Castro capital C Soares capital

40.000,00 20.000,00 20.000,00

A situao patrimonial da firma passa a ser a seguinte: PATRIMNIO DE CASTRO E SOARES ATIVO Caixa Mercadorias Ttulos a receber Mveis e utenslios Total 70.000,00 200.000,00 30.000,00 50.000,00 350.000,00 PASSIVO Ttulos a pagar Capital Total 150.000,00 200.000,00 350.000,00

Correo Monetria do Capital Apesar de extinta, a figura da Correo Monetria do Capital vigorou at 31.12.1995, e portanto, para fins de conhecimento contbil, importante relatarmos o histrico e exemplificar os lanamentos vigentes na poca em que vigorou. A Lei 6.404, art. 185, diz que nas demonstraes contbeis devero ser considerados os efeitos da modificao no poder de compra da moeda nacional sobre o valor dos elementos do patrimnio e dos resultados do exerccio, a saber: 1. Sero corrigidos, com base nos ndices de desvalorizao da moeda nacional reconhecidos pelas autoridades federais: o custo de aquisio dos elementos do ativo permanente, inclusive os recursos aplicados no ativo diferido, os saldos das contas de depreciao, amortizao e exausto, e as provises para perdas; os saldos nas contas do patrimnio lquido. 2. A variao nas contas do patrimnio lquido, decorrente de correo monetria, ser acrescida aos respectivos saldos, com exceo da correo do capital realizado, que constituir a reserva de capital de que trata o 2. do art. 182. 3. As contrapartidas dos ajustes de correo monetria sero registradas em conta cujo saldo ser computado no resultado do exerccio. O Decreto-lei 1.598, de 26/12/1977, arts. 139 e seguintes, estendeu a obrigatoriedade da correo monetria a todas as pessoas jurdicas, qualquer que seja o tipo de sociedade. Eis um exemplo prtico dessa contabilizao, em empresa com a seguinte situao patrimonial: PATRIMNIO DE CASTRO E SOARES ATIVO Caixa 10.000,00 PASSIVO Fornecedores 90.000,00 Pgina 39

[email protected]

Mercadorias 150.000,00 Duplicatas a receber 80.000,00 Mveis e utenslios 50.000,00 Mquinas 200.000,00 Total 490.000,00

Capital Reservas Total

300.000,00 100.000,00 490.000,00

Supondo-se que o ndice de desvalorizao da moeda foi, no exerccio, de 30%, teremos os seguintes lanamentos para registrar a correo monetria: Correo Monetria do Ativo Permanente: C Correo monetria do patrimnio D Mquinas e equipamentos D Mveis, utenslios e instalaes 75.000,00 60.000,00 15.000,00

O saldo da conta Correo Monetria do Patrimnio, debitada por R$120.000,00 e creditada por R$75.000,00, ser transferido para Lucros e Perdas e aparecer na Demonstrao do Resultado do Exerccio como custo ou despesa do exerccio. A conta Correo Monetria do Capital Realizado ser obrigatoriamente incorporada ao Capital, por autorizao da primeira assemblia geral ordinria que se realiza aps o balano. O lanamento de aumento do capital ser o seguinte: Aumento de Capital por Correo Monetria: D Correo monetria do capital realizado C Capital PATRIMNIO DE CASTRO E SOARES ATIVO Caixa 10.000,00 Mercadorias 150.000,00 Duplicatas a receber 80.000,00 Mveis e utenslios 65.000,00 Mquinas 260.000,00 Total 565.000,00 Reavaliao de Ativos A Lei n. 6.404, em seus artigos 182, 3. e 187, 2., admite nova avaliao de valores ativos, mediante constituio de reserva de Reavaliao, que poder ser, posteriormente, incorporada ao capital. A contabilizao da operao feita mediante dbito das contas dos ativos reavaliados e crdito da conta Reserva de Reavaliao, que poder ser transformada em capital: D Imobilizado (Permanente) C Reserva de Reavaliao (Patrimnio Lquido) Admisso de Novo Scio sem Alterao do Nome Empresarial [email protected] Pgina 40 PASSIVO Fornecedores Capital Reservas Lucros e perdas Total 90.000,00 390.000,00 130.000,00 (45.000,00) 565.000,00 90.000,00 90.000,00

Quando, com a admisso de novo scio, no h alterao do nome empresarial, os lanamentos que se fazem so apenas os de subscrio e de realizao do novo capital. Supondo-se que na firma Castro e Cia., com o capital de R$100.000,00, dividido em partes iguais entre os scios Castro e Soares, ingresse novo scio, Silva, com capital de R$50.000,00. Subscrio de Capital: D Silva capital a realizar C Capital Integralizao do Capital: D Caixa C Silva capital a realizar Admisso de Scio com Alterao do Nome Empresarial Quando a admisso de novo scio implica alterao do nome empresarial, necessrio que se encerre a atual, pela transferncia de todos os valores ativos e passivos para a nova firma. Fazem-se depois, nos livros desta, os lanamentos de constituio de seu capital e os de transferncia dos valores da antiga para a nova sociedade. Supondo-se que ingresse na firma Castro e Soares o scio Silva, passando a sociedade a denominar-se Castro e Cia. O Capital da sociedade, que de R$ 100.000,00, dividido em partes iguais entre os scios Castro e Soares, passa a ser de R$ 150.000,00, com a subscrio, pelo scio Silva, da importncia de R$ 50.000,00. Supondo-se que o patrimnio de Castro e Soares fosse o seguinte: CASTRO E SOARES ATIVO Caixa Ttulos a receber Mercadorias Mveis e utenslios Total 70.000,00 30.000,00 200.000,00 50.000,00 350.000,00 PASSIVO Contas a pagar Ttulos a pagar Capital Total 100.000,00 150.000,00 100.000,00 350.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00

Encerramento dos livros de Castro e Soares: Reverso do Capital aos Scios: D Capital C Castro capital C Soares capital Transferncia do Ativo: [email protected] Pgina 41 100.000,00 50.000,00 50.000,00

D Castro e Cia transferncia C Mveis e utenslios C Mercadorias C Caixa C Ttulos a receber Transferncia do Passivo: C Castro e Cia transferncia D Castro capital D Soares capital D Contas a pagar D Ttulos a pagar

350.000,00 50.000,00 200.000,00 70.000,00 30.000,00

350.000,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00 150.000,00

Ficam assim encerrados os livros de Castro e Soares. Vejamos agora a constituio da nova firma, Castro e Cia: Constituio do Capital: C Capital D Castro capital D Soares capital D Silva capital a realizar Transferncia do Ativo: C Castro e Soares transferncia D Mveis e utenslios D Mercadorias D Caixa D Ttulos a receber Transferncia de Valores Passivos: D Castro e Soares transferncia C Castro capital C Soares capital C Contas a pagar C Ttulos a pagar 350.000,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00 150.000,00 350.000,00 50.000,00 200.000,00 70.000,00 30.000,00 150.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00

Realizao da Quota de Silva: D Caixa C Silva capital a realizar CASTRO E CIA 50.000,00 50.000,00

[email protected]

Pgina 42

ATIVO Caixa Ttulos a receber Mercadorias Mveis e utenslios Total

120.000,00 30.000,00 200.000,00 50.000,00 400.000,00

PASSIVO Ttulos a pagar Contas a pagar Capital Total

100.000,00 150.000,00 150.000,00 400.000,00

Diminuio de Capital, com Reembolso aos Scios Quando o capital diminudo por reembolso aos scios, os lanamentos a serem feitos so inversos aos de constituio e realizao de capital. Supondo-se que os scios Castro e Soares desejam diminuir o capital de sua firma, ficando cada um apenas com R$25.000,00 na sociedade. Diminuio de Capital: D Capital C Castro capital C Soares capital Reembolso aos Scios: C Caixa D Castro capital D Soares capital 50.000,00 25.000,00 25.000,00 50.000,00 25.000,00 25.000,00

Diminuio de Capital pela Amortizao de Prejuzos Quando a sociedade acusa prejuzo, aparecendo a conta Lucros e Perdas com saldo devedor, podemos amortizar esse prejuzo com a diminuio do capital. Supondo-se que a situao patrimonial de Castro e Soares seja a seguinte: ATIVO Caixa Ttulos a receber Mercadorias Mveis e utenslios Total 70.000,00 30.000,00 160.000,00 50.000,00 310.000,00 PASSIVO Contas a pagar Ttulos a pagar Capital Lucros e perdas Total 100.000,00 150.000,00 100.000,00 (40.000,00) 310.000,00

Em primeiro lugar transferimos o dbito de Lucros e Perdas para os scios. Distribuio do Prejuzo: C Lucros e perdas D Castro Prejuzo D Soares prejuzo 40.000,00 20.000,00 20.000,00

Faz-se em seguida o lanamento de diminuio do capital.

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Reduo do Capital: D Capital C Castro capital C Soares capital 40.000,00 20.000,00 20.000,00

Transfere-se o crdito dos scios em conta Capital para suas contas de prejuzos, cobrindo assim o prejuzo com parte do capital. Cobertura dos Prejuzos com o Capital: D Castro capital C Castro prejuzo D Soares capital C Soares prejuzo 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00

Retirada de Scio sem Alterao de Nome Empresarial Quando um dos scios se retira sem que sua sada altere o nome empresarial, os lanamentos que se fazem so apenas os de diminuio de capital e de restituio do dinheiro ao scio. Supondo-se que da firma Castro e Cia., composta dos scios Castro, Soares e Silva, se retire o scio Silva. O capital, que era de R$150.000,00 divididos em partes iguais, fica reduzido a R$100.000,00. Reduo do Capital: D Capital C Silva capital Pagamento ao Scio: D Silva capital C Caixa 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00

Retirada de Scio com Alterao do Nome Empresarial Quando um dos scios se retira da sociedade causando modificao da razo social, necessrio que se encerre a firma atual, fazendo-se depois a constituio da nova sociedade. Supondo-se que da sociedade Castro, Soares e Cia., se retire o scio Silva, alterando assim a firma para Castro e Soares. Nos livros de Castro, Soares e Cia., faremos o encerramento de seu patrimnio revertendo aos scios seu capital e transferindo para a nova firma Castro e Soares os valores ativos e passivos que constituem seu patrimnio. Ao scio que se retira, credita-se em sua conta particular, no s o valor de seu capital como tambm sua parte na reserva e nos lucros. Nos livros de Castro e Soares faremos a constituio do novo capital e a transferncia dos valores ativos e passivos da firma Castro, Soares e Cia.

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Os lanamentos a serem feitos nos livros de Castro, Soares e Cia., supondo-se que seu patrimnio seja o seguinte: CASTRO, SOARES E CIA ATIVO Caixa Ttulos a receber Mercadorias Mveis e utenslios Total Reverso do Capital: D Capital C Castro capital C Soares capital C Silva capital 150.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 70.000,00 30.000,00 200.000,00 50.000,00 350.000,00 PASSIVO Ttulos a pagar Capital Reserva de capital Lucros e perdas Total 110.000,00 150.000,00 60.000,00 30.000,00 350.000,00

Crdito de Silva em Conta Particular: C Silva conta particular D Lucros e perdas D Reservas de capital D Silva capital 80.000,00 10.000,00 20.000,00 50.000,00

Sendo o crdito de Silva de R$80.000,00 e o saldo da conta Caixa R$70.000,00, no possvel pag-lo em dinheiro. Suponhamos que esse pagamento seja metade em