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Faculdade São Lucas Logística Empresarial 6º Período de Administração Geral Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto 7 Logística Empresarial Adm.Prof.: Marcelo Augusto

Apostila de Logística.2008

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  7 

 

 

 

 

 

 

 

Logística Empresarial

Adm.Prof.: Marcelo Augusto

 

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Introdução à Logística

Poucas são as áreas de estudo que apresentam impactos significativos no padrão de vida das pessoas – A LOGÍSTICA é uma dessas áreas.

Todas as áreas da atividade humana são afetadas, direta e indiretamente pelo processo logístico.

 

Introdução à LogísticaTentem imaginar uma campanha publicitária de vários milhões de dólares e quando o comprador vai procurar o produto ele não o encontra?

Como seria comprar uma camisa de seda feita na China em uma loja em São Paulo?

Porque um Kg. de tomate, é tão barato no campo e custa tão caro no supermercado?

Porque o transporte de carga aérea é muito mais caro que os outros modais, está tendo um crescimento tão grande

no Brasil e no mundo?

Qual deve ser a embalagem ideal para um iogurte? Jóias...?

 

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Introdução à LogísticaAs dúvidas as perguntas mostram exatamente a influência da logística no dia-a-dia da vida das pessoas.Quando pensamos pela primeira vez em Logística, imaginamos operações industriais – esquecemos a relação que existem entre as operações comerciais –tornando-os pouco importante na área de operações de serviços.Operações de um Banco Tradicional – Geralmente concentramos nossa atenção para as operações de serviços em si e esquecemos que:

• Equipamentos e instalações tem que ser armazenados e transportados;• Os formulários, talões de cheques, documentos, dinheiro ...

 

Introdução à LogísticaCustos Logísticos: é o fator chave para influenciar e estimular o mercado e a busca pela competitividade existente entre as empresas.

O comércio existente entre países e regiões de um mesmo país é frequentemente determinado pelo fato de que diferenças nos custos de produção podem mais do que compensar os custos logísticos necessários para o transporte entre regiões.

Quanto mais sofisticado for o desenvolvimento de um país e quanto mais baratas forem suas movimentações e armazenagens, mais livre será a troca de mercadorias e maior será a especialização do trabalho.

 

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Introdução à Logística

Exemplo: Se analisarmos a malha rodoviária brasileira que cobre precariamente apenas parte da região central e ao norte, verificamos diferenças de padrão de vida entre as regiões – que são melhores supridas em termos logísticos.

Malha Rodoviária Brasileira

 

Logística: Definição e Conceitos

Muitas são as versões para a origem da palavra logística

Originada do Francês: LOGER - que significa: ACOMODAR, ALOJAR.

Originada do Grego: LOGOS (Razão) que significa ARTE DE CALCULAR ou

MANUTENÇÃO DE DETALHES DE UMA OPERAÇÃO

 

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Logística: Definição e Conceitos

Sobre a origem MILITAR significa: TRANSPORTE, SUPRIMENTO,

MANUTENÇÃO, FACILIDADES E PESSOAL

Na área COMERCIAL: é usada para exprimir: O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DOS SERVIÇOS RELATIVOS À DOCUMENTAÇÃO, MANUSEIO, ARMAZENAGEM E TRANSFERÊNCIA DOS BENS DE UMA OPERAÇÃO DE COMÉRCIO.

 

Logística: Definição e ConceitosO Comércio e a Literatura dos Negócios deram a Logística uma grande variedade de nomes:• Distribuição Física• Engenharia de Distribuição• Logística Empresarial• Logística de Distribuição• Logística de Marketing• Gerenciamento de Materiais• Gerenciamento Logístico de Materiais• Gerenciamento de Cadeia de Distribuição• Logística Industrial• Logística de Transporte• ...

Todos os nomes significam a mesma coisa: Gerenciamento do fluxo de materiais do ponto de origem ao ponto de consumo

 

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Logística: Definição e ConceitosDefinições:CLM - Counsil of Logistics Management (entidade que agrega milhares de associados no EUA e outros milhares no mundo)

Logística é: O processo de planejar, implementar e controlar eficientemente o custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos acabados, e as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos do cliente (NOVAES, 2001, p. 36).

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças o produtos

acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder

maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo do custo.

 

Logística: Evolução dos Conceitos

As empresas vem desenvolvendo processos logísticos a vários séculos.

Fenícios sabiam que em determinados lugares um mesmo produto poderia ser vendido por preços diferenciados em outros mercados – lugares onde esses seriam escasso – eles conheciam empiricamente o conceito de valor agregado de tempo e de lugar.

 

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Leitura e Discussão

Para Próxima aula

Leitura e Discussão do Texto de Paulo Fernando Fleury:

A logística brasileira em perspectivas-

 

A LOGÍSTICA BRASILEIRA EM PERSPECTIVA  Paulo Fernando Fleury 

 

Durante a década de 90, a logística, no Brasil, passou por extraordinárias mudanças. Pode‐se mesmo  afirmar  que  passamos  por  um  processo  revolucionário,  tanto  em  termos  das  práticas empresariais, quanto da eficiência, qualidade e disponibilidade da  infra‐estrutura de  transportes e comunicações,  elementos  fundamentais  para  a  existência  de  uma  logística  moderna.  Para  as empresas  que  aqui  operam,  é  um  período  de  riscos  e  oportunidades.  Riscos  devido  às  enormes mudanças  que  precisam  ser  implementadas  e  oportunidades  devido  aos  enormes  espaços  para melhorias de qualidade do serviço e aumento de produtividade,  fundamentais para o aumento da competitividade empresarial. 

Apesar de amplo, o movimento de mudanças é ainda recente. Até meados da década de 90, a  logística  era  o  elo  perdido  da  modernização  empresarial  no  Brasil.  A  explosão  do  comércio internacional,  a  estabilização  econômica produzida pelo Real  e  as privatizações da  infra‐estrutura foram  os  fatores  que  mais  impulsionaram  esse  processo  de  mudanças.  Entre  1994  e  1997,  o comércio exterior brasileiro pulou de um volume de aproximadamente US$ 77 bilhões para cerca de US$  115  bilhões,  ou  seja,  um  crescimento  de  50%  em  3  anos.  Por  outro  lado,  o  processo  de privatização da infra‐estrutura foi concluído, com todas as empresas de telecomunicações, ferrovias e vários terminais portuários já em mãos privadas. 

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O rápido crescimento do comércio  internacional e, principalmente, das  importações, gerou enorme demanda por logística internacional, uma área para a qual o país nunca havia se preparado adequadamente,  tanto em  termos burocráticos, quanto de  infra‐estrutura e práticas empresariais. Além disso, o fim do processo inflacionário induziu a uma das mais importantes mudanças na prática da  logística  empresarial,  ou  seja;  o  crescente  movimento  de  cooperação  entre  clientes  e fornecedores  na  cadeia  de  suprimentos,  no  conceito  de  Supply  Chain  Management.  Antes  da estabilização econômica, as contínuas mudanças de preço causadas pela  inflação criavam enormes incentivos  para  práticas  especulativas  no  processo  de  compras,  e  tornavam  impossível  qualquer tentativa de integração na cadeia de suprimentos. O processo especulativo gerava também enormes ineficiências  na  utilização  de  ativos,  pela  necessidade  de  dimensionar  os  recursos  para  o  pico  da demanda mensal, decorrente do processo de concentração das compras no final do mês. 

Apenas como exemplo, podemos citar o caso de um dos maiores atacadistas distribuidores do país, cujo número de caminhões que chegava para descarregar na primeira semana do mês era duas vezes maior do que a média ao longo do mês, causando longos tempos de espera no começo do mês e forte ociosidade nas outras três semanas. 

No nível empresarial, o processo de modernização vem sendo  liderado por dois segmentos industriais,  o  automobilístico  e  o  grande  varejo.  Nos  últimos  anos,  todas  as  montadoras  de automóveis aqui  instaladas fizeram mudanças radicais em suas políticas de suprimento, passando a combinar compras  internacionais com as  locais, com base no sistema  just  in  time. Essas mudanças implicaram forte demanda por uma logística mais eficiente e sofisticada. Para tanto, as montadoras vêm atraindo para o país empresas internacionais de prestação de serviços logísticos, conhecidas por sua  excelência  operacional.  Como  consequência,  verifica‐se  um  crescente movimento  de  alianças entre  empresas  de  logística  locais  e  internacionais,  com  evidente  efeito modernizante  sobre  as primeiras. Um bom exemplo desse processo foi a constituição da CRTS, uma joint venture criada para servir  a  Volkswagen  em  suas  operações  de  logística  internacional,  formada  por  duas  empresas nacionais, a Colúmbia e a Translor, e duas empresas internacionais, a Schnelecker e a Ryder. 

No caso do setor varejista, a Associação Brasileira de Supermercados  (Abras) deu  início ao Movimento  ECR Brasil,  juntamente  com  empresas produtoras de bens de  consumo não duráveis, cujo objetivo é aumentar a cooperação nos canais de suprimento, visando reduzir custos e melhorar a qualidade de serviços. As primeiras análises estimam que existe o potencial de redução de custos num  montante  estimado  entre  US$  3  bilhões  e  US$  5  bilhões,  mediante  melhor  coordenação logística entre clientes e fornecedores. Grandes empresas multinacionais, como Coca‐Cola, Nestlé e Gessy Lever, estão participando desse esforço. 

Uma pesquisa com 60 grandes empresas da cadeia de suprimentos de produtos de consumo não  duráveis  indicou  que  87%  dos  entrevistados  mostravam‐se  bastante  entusiasmados  com  o movimento ECR Brasil. A entrada de grandes grupos varejistas  internacionais no país, como o Wal‐Mart, contribuiu fortemente para o movimento de modernização. 

Grandes  investimentos  foram  realizados, com o objetivo de aprimoramento das operações logísticas.  A  cadeia  de  supermercados  Pão  de  Açúcar  investiu  fortemente  em  processos  de automação  e  comunicações,  que  lhe  permitiram  co‐nectar‐se  eletronicamente  com  seus fornecedores. As  Lojas Americanas, que  até  1995  não possuíam nenhuma  ligação  Electronic Data Interchange  (EDI)  partiram  para  um  agressivo  programa  de  interligação  com  seus  principais fornecedores. O número de produtos que já chegam ao varejo com código de barras aumentou 40% 

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entre  1996  e  1997,  pulando  de  250.000  para  350.000.  Essa  onda  de  investimentos  indica  a importância vital da infra‐estrutura de comunicações para uma logística moderna. 

No  entanto,  todo  esse  esforço  empresarial  esbarra  nas  enormes  deficiências  ainda  hoje encontradas na  infra‐estrutura de  transportes e  comunicações. Existem aí enormes oportunidades para aumento de produtividade e melhoria da qualidade de serviços. 

Com  gastos  equivalentes  a  10%  do  PIB,  o  transporte  brasileiro  possui  uma  dependência exagerada do modal rodoviário, o segundo mais caro, atrás apenas do aéreo. Enquanto no Brasil o transporte rodoviário é responsável por 61% da carga transportada (em toneladas‐km), na Austrália, EUA e China os números  são 30%, 28% e 19%,  respectivamente. Considerando os padrões nor‐te‐americanos, pelos quais o custo do transporte rodoviário é três vezes e meia maior que o ferroviário, seis vezes maior que o dutoviário e nove vezes maior que o hidroviário, percebe‐se o potencial para redução  de  custos,  caso  a  participação  do  rodoviário  venha  a  seguir  os  padrões  internacionais, abrindo espaço para o crescimento de modais mais baratos. Considerando apenas as oportunidades de migração do  rodoviário para o  ferroviário, podemos estimar uma economia de mais de US$ 1 bilhão por ano. 

Os  longos  anos  de  estatização  dos  portos,  ferrovias  e  dutos  no  Brasil,  assim  como  os subsídios  implícitos  que  existiam  no  passado  e  que  ainda  perduram,  com menor  ênfase,  para  o modal  rodoviário  (subsídio  ao  diesel  e  falta  de  regulamentação  adequada  sobre  condições  de trabalho dos motoristas  e  idade dos  veículos),  explicam  em  grande parte  as distorções da matriz brasileira de transportes e as enormes ineficiências observadas até hoje. 

Residem  nos  portos  as  maiores  oportunidades  para  redução  dos  custos  de  transporte. Segundo  estudos  do  Banco  Mundial,  somente  suas  ineficiências  acrescentam  7%  ao  custo  dos produtos  exportados  pelo  país.  Apenas  como  exemplo  dos  inúmeros  indicadores  de  ineficiência, basta  verificar  que  a  produtividade  de  mão‐de‐obra  portuária  era,  até  1996,  apenas  20%  da europeia. Não era  incomum, no Brasil, navios esperarem até duas semanas para atracar, quando o padrão  internacional é de menos de 24 horas. Enquanto a produtividade dos guindastes nos portos do Rio de Janeiro e Santos era respectivamente de 9 e 12 contêineres por hora, em Buenos Aires, de 22, e em Hamburgo, de 28. 

Até  o  início  do  processo  de  privatização,  nossas  ferrovias  apresentavam  desempenho lamentável,  caracterizado  por  baixa  disponibilidade,  serviços  claudicantes  e  produtividade alarmante. Enquanto a produtividade média nas ferrovias norte‐americanas, medida por toneladas‐km por empregado, era de 8 milhões, na antiga Rede Ferroviária Federal o valor era de 1 milhão, e na Fepasa, de 500 mil. Somemos a isso as enormes diferenças na qualidade de serviços, representados por alta disponibilidade, entrega rápida e confiabilidade de prazos que se observa nos EUA. A rede. de dutos no Brasil é extremamente modesta (50 vezes menor), quando comparada com a dos EUA. Por outro lado, devido à pequena escala ainda existente, o preço cobrado é substancialmente maior. 

O processo de privatização dos portos e ferrovias, assim como a nova  legislação dutoviária, criaram grandes oportunidades para aumento de produtividade,  redução de  custos e melhoria de serviços. Embora muito recentes, os resultados dessas mudanças já começam a aparecer, ainda que de forma bastante lenta. 

Nos  portos,  vêm  ocorrendo  substanciais  reduções  de  preços  e melhoria  dos  serviços.  Por outro lado, pressentindo o aumento da competição por parte dos outros modais e pressionadas pela 

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crescente  exigência  por  qualidade  de  serviços  por  parte  dos  embarcadores,  as  transportadoras rodoviárias estão passando por um processo de modernização que  implica adoção de  sofisticadas tecnologias de informação, como roteirizadores, sistemas de rastreamento por satélite e Intercâmbio Eletrônico de Dados  (Eletronic Data  Interchange  ‐ EDI). Perce‐be‐se também um grande esforço na direção da ampliação da gama de serviços oferecidos, com o objetivo de migrarem de uma visão de transportes para uma  visão de operadores  logísticos. Dessa maneira,  estão‐se preparando para o novo ambiente competitivo que começa a ser formado no setor de transportes e logística no Brasil. 

As mudanças são muitas, mas ainda existem grandes barreiras a serem vencidas. Entre elas, destaca‐se a pequena oferta de profissionais com  formação adequada para  implementar os novos conceitos e tecnologias que caracterizam a moderna logística integrada. 

 

Fonte:  FLEURY,  Paulo  Fernando.WANKE,  Peter.  FIGUEREDO,  Kleber  Fossati.  Logística  Empresarial: Perspectiva Brasileira. Atlas/Coppead/UFRJ, São Paulo: 2007 

 

Logística EmpresarialA logística empresarial evoluiu muito desde seus primórdios. Passa a agregar valores que anteriormente não se pensava que fossem fazer parte do conceito atual de logística.

Agrega valor de lugar – ex: um brincante do carnaval fora de época ao pedir a cerveja do vendedor ambulante pode reclamar do preço – por sua vez o vendedor pode pedir que o brincante vá até o supermercado comprar pois lá é bem mais barato.Agrega valor de tempo – ex: o jornal que lhe é entregue no dia que determinada notícia foi veiculada – sua edição é feita a mais tarde possível e entregue a mais cedo possível.

 

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Logística EmpresarialAgrega valor de qualidade – ex: um carregamento de carnes, frangos e demais congelados é transportado do fabricante até o varejista – suponhamos que o sistema de refrigeração do transporte é desligado pelo motorista para que seu caminhão economize diesel – os produtos chegaram no tempo certo, no lugar certo e com os prazos de validades dos produtos OK, entretanto quando o cliente for consumidor determinados produtos esses estarão comprometidos.Ex 2: você compra uma bike pela internet na cor preta, e no entanto a empresa despachou para você uma de cor vermelha – o preço é o mesmo, as condições de pagamentos idem e o produto também, entretanto o valor de qualidade agregado ao produto, na ótica do cliente, não será o mesmo.  

Logística Empresarial

Agrega valor de informação – ex: os correios e demais empresas que transportam cargas permitem que os clientes rastreiem suas compras realizadas pela internet ou por telefone, de certa forma a informação é agregada ao produto adquirido – esse acompanhamento da remessas podem dar mais segurança para quem realiza suas compras.

  

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Logística EmpresarialInterfaces da Logística com as Demais Áreas da Empresa

 

Logística: Atividades Primárias

Atividades que são de importância primária para o atingimento dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço – essas atividades são:

1) Transporte

2) Manutenção de Estoques

3) Processamento de pedidos 

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Logística: Atividades Primárias1)Transporte

Para maioria das empresas transporte é a atividade mais importante, simplesmente por que ela é a mais visível e também por que é a essencial.

Transporte – refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos.

A atividade do gerenciamento de transporte envolve decidir quanto ao método de transporte mais eficiente, eficaz e efetivo, bem como os melhores roteiros e a utilização da capacidade dos veículos.

Leitura e Discussão do Texto de Paulo Nazário: Papel do Transporte na estratégia logística

 

PAPEL DO TRANSPORTE NA ESTRATÉGIA LOGÍSTICA  Paulo Nazário  

O  transporte é uma das principais  funções  logísticas. Além de  representar a maior parcela dos  custos  logísticos  na  maioria  das  organizações,  tem  papel  fundamental  no  desempenho  de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que, em alguns casos, pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis. 

As principais funções do transporte na Logística estão  ligadas basicamente às dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios, o transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do  comprador. Mesmo  com  o  avanço  de  tecnologias  que  permitem  a  troca  de  informações  em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível. 

Muitas empresas brasileiras vêm buscando atingir tal objetivo em suas operações. Com isso, vislumbram  na  Logística,  e  mais  especificamente  na  função  transporte,  uma  forma  de  obter diferencial competitivo. Entre as iniciativas para aprimorar as atividades de transporte, destacam‐se os  investimentos realizados em tecnologia de  informação, os quais objetívam fornecer às empresas melhor planejamento  e  controle da operação,  assim  como  a busca por  soluções  intermodais que possibilitem  uma  redução  significativa  nos  custos.  São  inumeros  os  exemplos  de  empresas  com iniciativas desse  tipo, destacando‐se entre elas Souza Cruz, Coca‐Cola, Alcoa, OPP‐Trikem, Brahma, Martins, Dow Química, entre outras. 

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Ao  longo desta  seção,  a  função  transporte  será  tratada  inicialmente  sob  a perspectiva de integração  às  demais  funções  logísticas.  Em  seguida,  os  cinco  diferentes  tipos  de modais  serão classificados  sob  a óptica de  custos  e  serviço.  Também  serão  tratadas  as questões que  tornam  a matriz  de  transporte  brasileira  desbalanceada.  O  artigo  encerra‐se  com  uma  discussão  sobre  os impactos que a tecnologia de informação, mais especificamente a Internet, vêm causando na gestão do transporte. 

Integração com outras funções logísticas 

Um  dos  principais  pilares  da  Logística  Empresarial  moderna  é  o  conceito  de  Logística Integrada, que está  representado na Figura abaixo. Por meio desse  conceito, as  funções  logísticas deixam de ser vistas de forma isolada e passam a ser percebidas como um componente operacional da  estratégia  de  Marketing.  Com  isso,  o  transporte  passa  a  ter  papel  fundamental  em  várias estratégias  na  rede  logística,  tornando  necessária  a  geração  de  soluções  que  possibilitem flexibilidade  e  velocidade  na  resposta  ao  cliente,  ao menor  custo  possível,  gerando  assim maior competitividade para a empresa. 

Entre os principais trade‐offs que afetam a função transporte, destacam‐se os relacionados ao Estoque e ao Serviço ao Cliente. 

 

Transporte x Estoque 

O ponto central deste trade‐off é a relação entre políticas de transporte e de estoque. Dentro de uma  visão não  integrada, o gestor de estoques possui  comumente o objetivo de minimizar os custos com estoque, sem analisar todos os custos  logísticos. Esse tipo de procedimento  impacta de forma negativa outras funções logísticas, como, por exemplo, a produção, que passa a necessitar de maior  flexibilidade  (com  lotes menores e mais  frequentes, o que ocasiona um custo maior) e uma gestão de transporte caracterizada pelo transporte mais fracionado, que aumenta, de forma geral, o custo unitário de transporte. É  importante deixar claro que essa política pode ser a mais adequada em situações onde se utilizam estratégias baseadas no tempo, como JIT, ECR, QR. Essas estratégias visam  reduzir  o  estoque  baseadas  em  uma  visão  integrada  da  Logística,  exigindo  da  função 

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transporte a  rapidez e consistência necessária para atender aos  tamanhos de  lote e aos prazos de entrega. Além disso, em muitos casos, a entrega deve  ser  realizada em uma  janela de  tempo que pode ser de um turno ou até de uma hora. 

Outra  questão  importante  ligada  a  esse  trade‐off  está  associada  à  escolha  de  modais. Dependendo do modal escolhido, o transit time poderá variar em dias. Por exemplo, um transporte típico  de  São  Paulo  para  Recife  pelo modal  rodoviário  demora  em  torno  de  5  dias,  enquanto  o ferroviário pode ser realizado em cerca de 18 dias. A escolha dependerá evidentemente do nível de serviço desejado pelo cliente, e dos custos associados a cada opção. O custo  total dessa operação deve  contemplar  todos  os  custos  referentes  a  um  transporte  porta  a  porta  mais  os  custos  do estoque,  incluindo  o  estoque  em  trânsito.  Para  produtos  de  maior  valor  agregado,  pode  ser interessante o uso de modais mais caros e de maior velocidade. 

Transporte x Serviço ao Cliente 

O Serviço ao Cliente é um componente fundamental da Logística Integrada. Todas as funções logísticas vistas na Figura acima contribuem para o nível de serviço que uma empresa presta a seus clientes. O  impacto do transporte no Serviço ao Cliente é um dos mais significativos, e as principais exigências do mercado geralmente estão  ligadas à pontualidade do serviço (além do próprio tempo de viagem), à capacidade de prover um serviço porta a porta, à flexibilidade, no que diz respeito ao manuseio de uma grande variedade de produtos, ao gerenciamento dos riscos associados a roubos, danos  e  avarias  e  à  capacidade  de  o  transportador  oferecer  mais  que  um  serviço  básico  de transporte,  tor‐nando‐se  capaz de executar outras  funções  logísticas. As  respostas para  cada uma dessas exigências estão vinculadas ao desempenho e às características de cada modal de transporte, tanto no que diz respeito a suas dimensões estruturais, quanto a sua estrutura de custos. 

Classificação dos modais de transporte 

Os  cinco  modais  de  transporte  básicos  são  o  ferroviário,  o  rodoviário,  o  aquaviário,  o dutoviário  e  o  aéreo.  A  importância  relativa  de  cada  modal  pode  ser  medida  em  termos  da quilometragem  do  sistema,  volume  de  tráfego,  receita  e  natureza  da  composição  do  tráfego.  A Tabela 4.1  resume a estrutura de custos  fíxos‐variáveis de cada modal, ao passo que a Tabela 4.2 classifica  as  características  operacionais  de  cada  modal  quanto  à  velocidade,  disponibilidade, confiabilidade, capacidade e frequência. Essas características serão discutidas a seguir. 

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Tabela  4.2  Características  operacionais  relativas  por modal  de  transporte  (a menor pontuação indica a melhor classificação). 

 

A  velocidade  refere‐se  ao  tempo  decorrido  de  movimentação  em  dada  rota,  também conhecido como transit time, sendo o modal aéreo o mais rápido de todos. 

A  disponibilidade  é  a  capacidade  que  um modal  tem  de  atender  a  qualquer  par  origem‐destino de  localidades. As  transportadoras  rodoviárias apresentam a maior disponibilidade,  já que conseguem dirigir‐se diretamente para os pontos de origem e destino,  caracterizando um  serviço porta a porta. 

A confiabilidade refere‐se à variabilidade potencial das programações de entrega esperadas ou divulgadas. Os dutos, devido  a  seu  serviço  contínuo  e  à possibilidade  restrita de  interferência pelas  condições  de  tempo  e  de  congestionamento,  ocupam  lugar  de  destaque  no  item confiabilidade. 

A  capacidade  refere‐se  à possibilidade de um modal de  transporte de  lidar  com qualquer requisito  de  transporte,  como  tamanho  e  tipo  de  carga.  O  transporte  realizado  pela  via marítima/fluvial é o mais  indicado para essa tarefa. A classificação final refere‐se à frequência, que 

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está relacionada à quantidade de movimentações programadas. Novamente, os dutos lideram o item frequência devido a seu contínuo serviço realizado entre dois pontos. 

Conforme  é  ilustrado  na  Tabela  4.2,  a  preferência  pelo  transporte  rodoviário  é  em  parte explicada  por  sua  classificação  de  destaque  em  todas  as  cinco  características.  Transportadoras rodoviárias que operam  sistemas  rodoviários de  classe mundial ocupam o primeiro ou o  segundo lugar em todas as categorias, exceto no item capacidade. 

No Brasil, ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas modais, multimodais e  intermodais sejam utilizadas da forma mais racional.  Isso é reflexo do baixo nível de investimentos verificado nos últimos anos com  relação à conservação, ampliação e  integração dos sistemas  de  transporte.  Apesar  de  iniciativas  como  o  plano  Brasil  em  Ação  e  o  processo  de privatização de portos e ferrovias, pouca coisa mudou na matriz brasileira, conforme pode ser visto na Tabela 4.3. A forte predominância no modal rodoviário preju‐dica a competitividade em termos de custo de diversos produtos, como é o caso das commodities para exportação. 

4.3 Participação (%) dos modais na Matriz de Transporte 

 

Impactos da Internet sobre o transporte 

A  Internet,  bem  como  outras  tecnologias  de  informação,  tem  não  apenas  gerado necessidades específicas, mas também criado novas oportunidades para o planejamento, o controle e a operação das atividades de  transporte. Entre essas necessidades e oportunidades, poderíamos citar a crescente demanda por entregas mais pulverizadas, o surgimento de portais de transporte e o potencial para rastreamento de veículos em tempo real. 

Pulverização das entregas 

• Entrega direta pelos fabricantes 

Por meio  da  Internet,  tornou‐se  possível  para  fabricantes  de  produtos  de  elevado  valor agregado,  como os  computadores,  a  comercialização direta para os  consumidores,  eliminando da cadeia  de  suprimentos  a  necessidade  de  intermediários  como  distribuidores  e  varejistas. Anteriormente, o transporte de produtos entre fabricantes e seus principais clientes era marcado por maior  concentração  e  estabilidade  nos  embarques,  visto  que  os  destinos  dos  clientes  eram conhecidos e eles procuravam renovar seus estoques periodicamente. Nos EUA, a Gateway e a Dell dominam  o mercado  de  vendas  diretas  de  computadores  pessoais  pela  Internet.  A  distribuição desses  computadores  é  feita  por  transportadoras  que  possuem  elevado  grau  de  penetração  em diversos  mercados.  Na  gestão  do  transporte,  cada  vez  mais  as  empresas  que  realizam  uma distribuição  altamente  pulverizada  buscam  sistemas,  como  roteirizadores,  para  auxiliá‐las  na estruturação de rotas. O  transporte é marcado por um curto  transit  time e grande  flexibilidade na entrega, feita normalmente entre um e dois dias. 

Surgimento de portais de transporte 

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A  Internet também está proporcionando o surgimento de novos negócios virtuais  ligados à compra e venda de fretes. Na realidade, estão sendo estruturados portais na  Internet que fazem a intermediação  entre  transportadores  e  embarcadores.  Esse  tipo  de  modelo  de  negócio  é caracterizado pela contratação de transporte spot. Com isso, o portal permite articular a necessidade de transporte de um embarcador, caracterizado pela origem, destino e tipo de carregamento, com a oferta  disponível.  Em  outras  palavras,  o  portal  busca  um  transportador  que  se  interessa  pelo transporte da carga, que tenta ao mesmo tempo obter as melhores condições para o embarcador. 

Rastreabilidade de carregamentos 

Uma das grandes vantagens que a Internet oferece na melhoria da qualidade de serviço é a possibilidade de rastrear carregamentos. Empresas de courier, agências marítimas, transportadores rodoviários,  ferroviários  e  operadores  logísticos  estão  utilizando  cada  vez  mais  a  Internet  para disponibilizar  o  status  dos  carregamentos  para  seus  clientes.  A  FedEx,  um  dos maiores  couriers americanos, com  faturamento superior a US$ 13 bilhões, estruturou no  início da década de 90 um sistema  de  acompanhamento  do  pedido  altamente  sofisticado,  recentemente  beneficiado  pela facilidade que a  Internet propicia. De modo semelhante, empresas brasileiras, como a Varig Cargo, também estão disponibilizando informações sobre o status da carga via Internet. 

Conclusão 

Este artigo abordou os impactos da função transporte nas empresas e na economia de países com relativo grau de desenvolvimento. Especificamente no ambiente empresarial, foram exploradas as relações do transporte com outras funções  logísticas: estoques e serviço ao cliente. Em seguida, foram  exploradas,  em  termos  de  custos  fixos  e  variáveis  e  de  dimensões  de  serviço  logístico,  as características dos cinco principais modais de transporte: rodoviário, ferroviário, aéreo, dutoviário e aquaviário.  No  Brasil,  apesar  de  iniciativas  como  a  privatização  de  portos  e  ferrovias,  o  modal rodoviário ainda é dominante na matriz de transporte. Esse fato, dependendo das características do produto,  pode  ser  impeditivo  para  o  atingimento  de  maior  nível  de  competitividade  de  custo. Finalmente,  foram comentados os principais  impactos gerados pelo advento das novas  tecnologias de informação, sobretudo a Interntet, sobre o gerenciamento, planejamento e operacionalização do transporte. 

Fonte original do artigo FLEURY,  Paulo  Fernando.WANKE,  Peter.  FIGUEREDO,  Kleber  Fossati.  Logística  Empresarial: Perspectiva Brasileira. Atlas/Coppead/UFRJ, São Paulo: 2007 

 

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Logística: Atividades Primárias

2) Manutenção de Estoques

Na maioria das vezes não é possível entregar o produto ao cliente assim que acaba sua fabricação. Da mesma forma, não é possível receber todos os suprimentos no exato momento em que eles são necessários na produção

Armazenagem torna-se necessário quando por alguma razão temos que guardar uma matéria prima, componente ou produto acabado até a sua utilização –estoque age como amortecedores entre a oferta e a demanda.

 

Logística: Atividades Primárias

2) Manutenção de Estoques

Manutenção de Estoques pode atingir de um dois terços dos custos logísticos, o que torna a manutenção de estoques uma atividade chave da logística.

Enquanto o transporte adiciona valor de lugar ao produto, o estoque agrega valor de tempo. Para agregar essa variável o estoque deve estar posicionado próximo aos clientes ou pontos de manufatura.

Administrar estoque envolve manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo que provê a disponibilidade desejada pelos clientes.

 

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Logística: Atividades Primárias

3) Processamento de Pedidos

Custos de processamento de pedidos tendem a ser pequenos quando comparados aos custos de transporte e ou manutenção de estoques, entretanto o processamento de pedidos é uma atividade logística primária.

Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.

É a atividade que inicia a movimentação de produtos e a entrega de serviços.

 

Logística: Atividades Primárias

 

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Logística: Atividades de ApóioApesar de transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem os principais ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, há uma série de atividades que apóiam essas atividades primárias são elas:

Armazenagem Movimentação de materiais

Embalagens de transporteSuprimentos

Programação da Produção

Manuseio de Informação 

Logística: Atividades de ApóioRelação das Atividades de Apóio com Primárias

 

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Logística: Conceitos BásicosPrimeiros estudos consideram a divisão da logística, em relação a uma unidade de produção, em três áreas, ou seja:

Suprimento Físico: atende as necessidades das fábricas em termos de matérias primas, materiais de consumo, sub itens fabricados por terceiros etc.

Movimentação Interna: movimentação dos componentes do produto e o próprio produto durante as fases de fabricação.

Distribuição Física: Atende as necessidades da fábrica em fazer o seu produto chegar aos clientes.

 

Logística: Conceitos Básicos

 

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Logística- Distribuição Física

É um ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos.

Tem como objetivo levar os produtos certo, para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço desejado, pelo menor custo possível (Novaes, 2001, p. 145).

A Distribuição Física cobre os segmentos que vão desde a saída do produto na fábrica, até sua entrega final ao consumidor (Novaes, 2001, p.146)

 

Logística- Distribuição FísicaComponentes do Sistema de Distribuição

A Distribuição Física é realizada com a participação de alguns componentes, físicos ou informacionais que são:

Informações Diversas

Instalações fixas (centros de distribuição, armazéns.

Estoque de Produtos Veículos

Custos

Pessoal

Hardware, Software e Diversos

 

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Logística- Distribuição Física

Fornecem espaço destinados a abrigar as mercadorias até que sejam transferidas para as lojas ou entregues aos clientes. São provindas de facilidades para a descarga dos produtos, transporte interno, e carregamento dos veículos de distribuição (plataformas de cargas/descargas, carrinhos, empilhadeiras, transelevadores etc...)

Leitura e Discussão do Texto de Leonardo Lacerda: Considerações sobre o estudo de localização de instalações.

Instalações fixas (centros de distribuição, armazéns.

 

CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTUDO DE LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES 

Leonardo Lacerda 

 

A  definição  da  localização  de  instalações  em  uma  rede  logística,  sejam  elas  fábricas, depósitos  ou  terminais  de  transporte,  é  um  problema  comum  e  dos mais  importantes  para  os profissionais  de  Logística.  Sua  importância  decorre  dos  altos  investimentos  envolvidos  e  dos profundos impactos que as decisões de localização têm sobre os custos logísticos. Caracterizados por um alto nível de complexidade e pelo intensivo uso de dados, os estudos de localização atualmente dispõem de novas tecnologias de  informação, que permitem  tratar os sistemas  logísticos de  forma efetivamente integrada. 

A  seguir  são  apresentados  alguns  dos  vários  exemplos  de  empresas  brasileiras  que recentemente  realizaram  estudos  de  localização  de  instalações. Motivadas  pela  busca  de maior competitividade, seja pelo aumento da eficiência em sua operação, seja pelo aumento do nível de serviço oferecido, essas empresas têm em comum o fato de terem utilizado modelos computacionais de sua rede logística para auxiliar os estudos de localização de suas instalações. 

•  Uma  indústria  de  bebidas  estava  elaborando  seu  plano  de  expansão  para  os próximos anos. As previsões  indicavam crescimento de demanda e uma mudança clara no perfil de consumo: em algumas regiões do país, certos produtos deveriam ter sua demanda aquecida, enquanto outras regiões apresentavam uma tendência de  estabilização.  Esse  comportamento,  no  entanto,  era  bastante  distinto  em diferentes regiões do país. A empresa possuía uma rede  logística com fábricas em vários  estados,  cada  uma  sendo  capaz  de  produzir  um  determinado  mix  de 

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produtos. A direção da empresa precisava decidir como expandir a capacidade de suas  fábricas:  se  instalaria  novas  linhas  de  produção  nas  fábricas  atuais,  ou  se abriria  novas  fábricas  para  instalar  as  novas  linhas.  Precisava  ainda  decidir  em quais  das  fábricas  existentes  deveriam  ser  feitas  as  expansões,  ou  em  que municípios abrir as novas unidades de produção. 

•  A  recente  desregulamentação  do  setor  de  distribuição  de  combustíveis  deu liberdade para que as empresas do setor definissem suas cadeias de abastecimento anteriormente  era  o  próprio  governo,  por meio  de  agências  regulamentadoras, quem definia. Em umas dessas empresas, a primeira reação foi a revisão do número e a localização de suas bases de distribuição, da escolha sobre quais modais utilizar no transporte entre bases e a revisão da própria alocação dos pontos de demanda os postos às bases. 

• Uma empresa que trabalha com vendas por catálogo e entregas em domicílio, em face  da  crescente  concorrência,  decidiu  aumentar  o  nível  de  serviço  oferecido, reduzindo o tempo de entrega de seus produtos até os consumidores finais. Além de uma  revisão  de  seus  sistemas  de  informação,  a  empresa  iniciou  um  estudo  de reestruturação  de  sua  rede  de  distribuição,  para  avaliar  quais  seriam  as modificações  necessárias  de  forma  a  atender  ao  nível  de  serviço  desejado:  seria preciso abrir novos  centros de distribuição mais próximos às  zonas de mercado? Nesse caso, onde deveriam ser  localizados? E qual seria o  impacto sobre os custos de estoque e transporte? De quanto seria a redução em tempo de entrega? Valeria a pena? 

Estrutura dos problemas de localização 

De forma geral, os estudos de localização tratam do problema de minimizar os custos de uma rede logística, estando esta sujeita às restrições de capacidade das instalações, tendo que atender a determinada demanda e devendo satisfazer a certos limites de nível de serviço. Os dados de entrada para análise são as previsões de demanda para cada produto, as limitações de capacidade e as taxas de  produção,  as  prováveis  localizações  das  instalações,  as  possíveis  ligações  entre  elas  e  os respectivos custos de transporte de cada modal. 

A  Figura  5.3  a  seguir mostra  de  forma  esquemática  uma  rede  logística  genérica,  em  que estão  representados  seus  vários  elos:  fornecedores,  fábricas,  centros  de  distribuição  primários, centros de distribuição  secundários  (ou  terminais) e  zonas de demanda. As  linhas  representam as possíveis ligações entre esses elos, ou seja, os possíveis fluxos físicos entre cada elemento da rede. O que comumente queremos determinar é: 

• Onde as fábricas devem ser localizadas? • Quais fornecedores deverão ser utilizados? • Quantos centros de distribuição a empresa deve operar? • Onde eles devem estar localizados? • Que clientes ou zonas de mercado devem ser supridos de cada centro de distribuição? • Que linhas de produto devem ser produzidas ou estocadas em cada fábrica ou centro de 

distribuição? • Que modalidades de transporte devem ser usadas para suprimento e para distribuição? 

5.3 Rede Lógica Genérica e principais componentes de custo. 

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Essas  questões  possuem  forte  interdependência  entre  si  e  não  devem,  portanto,  ser analisadas de  forma  sequencial ou  segmentada. Em  sua análise, é preciso considerar os  trade‐offs existentes entre as decisões relacionadas ao transporte, ao posicionamento do estoque na rede e ao número e localização das instalações. O que se pretende é obter uma solução ótima, que atenda ao nível de serviço desejado, ao menor custo total da operação (Figura 5.4). 

5.4 Trade‐offs entre as decisões de transporte, estoque e localização 

 

Complexidade e dimensão dos problemas 

Os  problemas  de  localização,  tipicamente,  possuem  uma  complexidade  bastante  alta  e envolvem um volume de dados muito grande. A complexidade é devida ao fato de a análise ter que lidar com um conjunto extenso de variáveis de decisão que se influenciam mutuamente. Além disso, o  número  de  possíveis  alternativas  a  serem  analisadas  e  comparadas  é muito  alto, mesmo  para problemas de pequeno porte. Não é incomum ter que trabalhar com centenas de produtos, centenas de potenciais  locais para  terminais,  centros de distribuição ou  fábricas, dezenas de  fornecedores, múltiplos modais de transporte e milhares de clientes. 

Esses números dão uma ideia do volume de dados a ser manuseado, já que a analise requer informações  detalhadas  sobre  a  demanda,  custos  de  transporte,  custos  e  taxas  de  produção, localização dos clientes, localização dos atuais e prováveis pontos de estocagem e suprimento etc. E aqui começa uma das principais dificuldades na realização destes estudos: na maioria das empresas os  dados  existem,  mas  não  estão  estruturados,  pois  normalmente  não  existem  sistemas  de informação voltados para sua geração. Como consequência, cerca de 2/3 do  tempo de estudos de localização de instalações são gastos na aquisição e preparação dos dados! 

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Embora as dificuldades pareçam grandes, atualmente estão disponíveis um grande número de  ferramentas  computacionais  que  tornam mais  fácil  as  tarefas  de modelagem  e  otimização  do problema  e  de  tratamento  da  grande  massa  de  dados  tipicamente  presente  nos  estudos  de localização. É o que abordaremos a seguir. 

Ferramentas para análise 

Desde a década de 70, já estavam desenvolvidas as bases para as aplicações computacionais de  estudos  de  localização  de  instalações.  Todavia,  os  problemas  de  dimensões  práticas,  de  larga escala, estavam basicamente restritos à comunidade académica ou aos órgãos governamentais, pela utilização  de  computadores mainframes.  Foi muito  recentemente,  depois  da  ampla  utilização  de computadores  pessoais  dotados  de  processadores  de  alta  velocidade,  que  se  expandiu  o  uso comercial de ferramentas computacionais aplicadas ao problema de localização. 

No Brasil, a oferta ainda é limitada, mas já se fazem presentes os representantes de algumas das  principais  empresas  fornecedoras  de  softwares  nesta  área.  No  entanto,  como  as  barreiras geográficas não  são, nesse  caso,  limitadores  tão  sérios, pode‐se  ter  acesso  aos mesmos produtos disponíveis no mercado internacional. 

As opções  são muitas, e as diferenças  começam pelo preço, que varia aparentemente em função da inclusão ou não de consultoria para realização do estudo de localização propriamente dito, do treinamento para operação do sistema ou de suporte pós‐venda. 

Os  softwares  em  sua maioria  possuem modelos  predeterminados  de  redes  logísticas.  São modelos genéricos que representam grande parte dos sistemas reais. A diferença entre eles está na capacidade  de  representar  os  custos  e  restrições  operacionais  envolvidos.  Praticamente,  todos consideram  os  custos  de  transporte  (suprimento,  distribuição  e  transferência),  os  custos  de armazenagem  e  os  custos  de  compra  ou  produção.  O mesmo  não  acontece  com  os  custos  de estoque, que estão mais relacionados à dimensão temporal, ainda não bem tratada pelos softwares de localização, mais voltados para a dimensão espacial ou geográfica. 

As  restrições  básicas  são  as  restrições  de  capacidade,  que  limitam  os  fluxos  de  produtos mediante as instalações, as restrições de demanda e, menos básicas em função de maior dificuldade de modelagem, as restrições em termo de serviço. Estas últimas são geralmente de dois tipos: 

• As  que  limitam  o  tempo máximo  de  atendimento  pela  limitação  da  distância máxima entre uma zona de demanda e a instalação mais próxima; 

• As  que  limitam  o  número máximo  de  instalações  que  podem  atender  a  determinada zona de demanda, garantido assim exclusividade de suprimento. 

Os softwares de  localização, em sua maioria, utilizam  interfaces gráficas para, por meio de menus, controlar e variar parâmetros, rodar o modelo,  inspecionar os resultados e gerar relatórios. Outra  caraterística  bastante  comum  é  a  possibilidade  de  visualização  dos  resultados  mediante mapas, permitindo assim uma análise mais qualitativa dos resultados, conforme mostrado na Figura 5.5. Oferecem  também  capacidade de  comunicação  com  sistemas de bases de dados usualmente utilizados,  como  os  gerenciadores  de  bancos  de  dados,  planilhas  eletrônicas,  o  que  facilita  o manuseio,  a  preparação  e  a  checagem  de  grandes massas  de  dados.  O  Quadro  5.1  resume  as características desejáveis nos softwares de localização. 

5.5 Software Supply Chain Designer – Caps Logistics 

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Os  métodos  de  solução  mais  utilizados  são  os  métodos  heurísticos,  a  simulação  e  a otimização, mais  especificamente  a  programação  inteira mista  (MIP),  sendo  esta última  a  técnica predominante na grande maioria dos softwares. Uma de suas vantagens principais é a capacidade de modelar adequadamente os custos fixos e variáveis de uma rede  logística. Além disso, por ser uma técnica  otimízante,  garante  que  as  soluções  encontradas  são  as  melhores  possíveis  dentro  do conjunto  de  premissas  adotadas.  Sua  principal  desvantagem  é  que,  dependendo  do  tamanho  do problema,  são  necessários  longos  tempos  de  processamento,  podendo  até  tornar  inviável  sua resolução.  Os  métodos  heurísticos,  ao  contrário,  exigem  menos  recursos  computacionais,  mas também são menos rigorosos na identificação das melhores alternativas. 

Organização dos estudos de localização 

As possíveis aplicações para os estudos de localização são muito amplas. Se as olharmos em função do nível das decisões, em  termos de  serem mais estratégicas ou mais operacionais,  temos alguns exemplos: 

• nível  estratégico  ‐  determinação  do  número,  tamanho  e  localização  de  fábricas  e depósitos; 

• nível tá tico ‐ definição da alocação dos clientes aos centros de distribuição e dos centros de distribuição às fábricas; 

• nível operacional ‐ elaboração de planos de contingência, em que se pretende realocar de forma ótima os clientes em caso, por exemplo, da parada de uma  linha de produção em uma fábrica. 

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Por  outro  lado,  os  estudos  de  localização  podem  ser  usados  com  objetivos  mais exploratórios,  quando  se  deseja  avaliar  o  impacto  de  mudanças  no  ambiente  de  negócios  da empresa sobre sua estrutura de suprimento e distribuição. E o que chamamos de análise de cenários.  

Um exemplo: Privatização de ferrovias e portos: caso estejam sendo esperadas mudanças no preço  praticado  e  na  disponibilidade  dos  serviços,  essas  suposições  podem  ser  adaptadas  aos modelos  por  meio  de  mudanças  nos  parâmetros  de  custo,  da  adição  de  novas  ligações  entre instalações, ou de novas possibilidades de escolha de modais de transporte. Pode‐se então rodar o modelo modificado e observar os resultados, comparando‐se com a situação atual. 

As análises paramétricas são também aplicações interessantes, em que se estuda o impacto da variação sistemática de um único fator sobre as variáveis de interesse: por exemplo, pode‐se estar interessado no efeito da variação do número de centros de distribuição sobre o custo total. Ou no efeito do aumento da capacidade de produção sobre o custo de transporte. O objetivo das análises paramétricas  é  o  de  quantificar  relações  relevantes  para  tomada  de  decisão,  pela  construção  de curvas paramétricas, obtidas mediante várias corridas com o modelo. 

As ferramentas para realização dos estudos de localização estão disponíveis já há alguns anos e estão cada vez mais acessíveis. Utilizadas com criatividade e  inteligência, podem  revelar grandes oportunidades de redução de custo e melhoria de nível de serviço. 

  

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Logística- Distribuição Física

Segundo Victor Fung o estoque de produtos é considerado atualmente a raiz de todo do mal da empresa – O custo do capital dos produtos acabados que permanecem estocados no depósito da fábrica, nos centros de distribuição dos atacadistas, distribuidores e varejistas, nas lojas de varejo, e nos veículos de transporte, passou a ser um encargo elevado para as empresas – isso em face a grande oferta de produtos que vem tendo que ter variedade de tipos, capacidade, acabamento e cores nunca vistos, ocasionando um acréscimo expressivo nos níveis de estoque.

Estoque de Produtos

 

Logística- Distribuição Física

Na transferência dos produtos do fabricante até o centro de distribuição do varejista, ou depósito do atacadista, são geralmente empregados veículos maiores com capacidade plena – já o abastecimento das lojas é realizado em veículos pequenos

Veículos

 

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Logística- Distribuição FísicaPara operar o sistema de distribuição é necessário dispor de informações variadas – no caso da distribuição para vários pontos de varejo, como é caso de bebidas, cigarros, biscoitos e outros produtos, é fundamental dispor de um cadastro de clientes, compostos pela razão social da empresa, endereço, coordenadas geográficas e demais elementos que forem importantes para a correta distribuição dos produtos. –outros tipos de informações são importantes para a empresa: quantidade de produtos a serem entregues; horários, tipo de acondicionamento, roteiros e outras informações pertinentes.

Informações Diversas

  

Logística- Distribuição Física

Grande parte das atividades de distribuição é planejada, programada e controlada por meio de softwares aplicativos, que ajudam na preparação dos romaneios de entregas, roteirizarão dos veículos, controle dos pedidos, devoluções, monitoramento da frota, além de outros.

Esses softwares funcionam em hardwares especificadamente instalados para a referida finalidade e outras como gerenciamento mais amplo.

Hardware, Software e Diversos

 

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Logística- Distribuição Física

Os custos são considerados o sexto elemento para que uma empresa possa operar de forma competitiva em um sistema de distribuição física.

Leitura e Discussão do Texto Maurício Pimenta Lima: Custos Logísticos: Uma visão gerencial

Custos

 

CUSTOS LOGÍSTICOS: UMA VISÃO GERENCIAL  

Maurício Pimenta Lima 

Um dos principais desafios da logística moderna é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível  de  serviço  (trade‐off).  O  maior  obstáculo  é  que  cada  vez  mais  os  clientes  estão  exigindo melhores níveis de serviço, mas ao mesmo tempo não estão dispostos a pagar mais por isso. O preço está  passando  a  ser  um  qualificador,  e  o  nível  de  serviço,  um  diferenciador,  perante  o mercado. Assim, a Logística ganha a responsabilidade de agregar valor ao produto por meio do serviço por ela oferecido. Entre essas exigências por serviço, poderíamos destacar: 

• redução do prazo de entrega; • maior disponibilidade de produtos; • entrega com hora determinada; • maior cumprimento dos prazos de entrega; • maior facilidade de colocação do pedido. 

A  importância de cada dimensão do serviço  também varia de acordo com o perfil de cada cliente,  uma  vez  que  suas  necessidades  são  diferenciadas.  Dessa  maneira,  as  empresas,  para manterem  sua  competitividade  estão  segmentando  seus  canais  de  atendimento  e  de  distribuição (ver Figura 8.1). Diante dessa  sofisticação da estrutura  logística,  surge uma grande dúvida: Qual o impacto  da melhoria  do  nível  de  serviço  nos  custos  da  empresa?  E  qual  o  efeito  em  sua  ren‐tabilidade? 

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Não  há  dúvidas  de  que  os  problemas  que  afetam  a  rentabilidade  se  agravam  quando demoramos a percebê‐los e quando desconhecemos suas causas. 

Informação de custos 

Conforme já mencionado, cada vez mais as empresas estão segmentando seu atendimento, com o objetivo de melhorar o nível de serviço na direção das necessidades de seus clientes. Em casos extremos,  sistemas  são  desenvolvidos,  para  atender  clientes  específicos.  Nessa  corrida  pela diferenciação, muitas  vezes  as  empresas  acabam  deparando‐se  com  a  seguinte  dúvida:  Será  que todos  os  clientes  são  rentáveis  para  a  organização?  Frequentemente,  o  executivo  necessita responder  essa  pergunta  dispondo  somente  de  dados  agregados  sobre  os  custos  de  transporte, armazenagem,  estoque  etc.  Nessa  hora,  sem muita  opção,  acaba  respondendo:  na média, meus clientes  oferecem  uma  rentabilidade  desejável.  No  entanto,  dessa  forma,  um  cliente  pode  estar subsidiando outro, e no  longo prazo a  rentabilidade da empresa pode estar ameaçada  (ver Figura 8.2). 

A má qualidade da informação de custos pode trazer uma série de distorções no processo de tomada de decisão. Usualmente, são utilizadas  informações da contabilidade da empresa para  fins gerenciais. No entanto, o fato de estas estarem direcionadas para um objetivo sobretudo fiscal e com foco  na  produção,  pode  prejudicar,  ou mesmo  inviabilizar,  algumas  análises  gerenciais.  Entre  as principais críticas à utilização da informação contábil para fins gerenciais, podemos citar: 

• os critérios de rateio de custos utilizados; • a não consideração do custo de oportunidade; • os critérios legais de depreciação. 

Outra evidência da falta de comprometimento dos dados contábeis com os custos logísticos são os planos de conta. Por exemplo: os custos de transporte de suprimento compõem o custo do produto  vendido,  como  se  fossem  custo  de material;  os  custos  de  distribuição  aparecem  como despesas  de  vendas,  os  demais  custos  aparecem  como  despesas  administrativas. Dessa maneira, nenhuma informação referente às atividades logísticas é evidenciada. 

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Gerenciamento de custos logísticos 

A carência de informações de custos que sejam úteis ao processo decisório e ao controle das atividades torna necessário o desenvolvimento de ferramentas gerenciais com objetivos específicos. Esses objetivos podem ser traçados com base em duas perguntas básicas: 

• qual o tipo de análise desejada: de curto prazo ou de  longo prazo? (a diferença básica, nesse caso, refere‐se à possibilidade ou não de alteração da capacidade, só possível no longo prazo); 

• o  que  se  pretende  custear:  produtos,  canais  de  distribuição,  regiões  de  atendimento, clientes? 

Embora a definição de objetivos seja necessária, um mesmo sistema pode ser desenvolvido para atender a diversas  finalidades. Além disso, essas  ferramentas podem ser  implementadas com diferentes  graus  de  sofisticação,  utilizando‐se  sistemas  apropriados,  ou  utilizando‐se  planilhas eletrônicas,  como o Excel®. O mais  importante é o  conhecimento do  tomador de decisão  sobre a 

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informação disponibilizada.  É preciso  saber o que  está  sendo  considerado no modelo  e  conhecer suas limitações. 

O  gerenciamento  de  custos  logísticos  pode  ser mais  ou menos  focado  de  acordo  com  o objetivo desejado. Dessa maneira, é possível desenvolver um  sistema para atender apenas a uma atividade, a um conjunto de atividades, ou até mesmo a todas as atividades  logísticas da empresa. No entanto, é importante perceber que o aumento do escopo pode repercutir na falta de foco. Daí a necessidade de direcionar o sistema para o tipo de controle ou decisão que se pretende apoiar. 

 

O sistema de gerenciamento de custos pode extrapolar o  limite da empresa, considerando também outras atividades desenvolvidas pelos demais componentes da cadeia de  suprimento. No caso de serviços subcontratados, esse gerenciamento pode ser ainda mais importante. Por exemplo, é comum as grandes empresas trabalharem com mais de uma transportadora, serem remuneradas em função dos custos de transportes. No entanto, frequentemente, esses custos não são calculados adequadamente,  seja  pela  falta  de  uma  estrutura  conceituai  adequada,  seja  pela  qualidade  dos parâmetros utilizados. Dessa  forma, é  frequente a existência de  rotas mais ou menos  rentáveis, o que acaba criando um  impasse na alocação das rotas entre os transportadores, uma vez que todos querem operar nas  rotas mais  rentáveis. Uma  ferramenta de  custeio de  frete  simples, desde que com parâmetros bem calibrados, já resolveria esse problema. 

A seguir serão  ilustradas algumas das potencialidades do gerenciamento de custos nos três macroprocessos logísticos: suprimento, apoio a manufatura e distribuição física. 

No  suprimento,  uma  ferramenta  de  custeio  pode  auxiliar  o  critério  de  seleção  de fornecedores, na definição dos  tamanhos dos  lotes de  compras e na determinação da política de estoques. No passado, a função Compras era avaliada em função do preço de compra dos insumos, sendo que sua principal preocupação estava voltada para a obtenção do menor preço, e o serviço prestado por esses  fornecedores era colocado em  segundo plano. Dessa maneira, muitas vezes as 

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empresas eram obrigadas a trabalhar com elevado nível de estoque de materiais, a fim de garantir o suprimento da linha de produção diante do risco da não disponibilidade, de atrasos ou de devoluções desses materiais. A própria política de barganha de preço, em função do tamanho de lote de compra, por si mesma prejudica a eficiência do processo produtivo. 

Hoje, existe uma transformação conceituai nesse processo, uma vez que o preço de compra passa a ser visto apenas como um dos custos de aquisição, que considera os custos de colocação do pedido,  transporte,  recebimento  e  estoque  de  materiais.  Dessa  maneira,  é  possível  identificar fornecedores que, mesmo não sendo líderes em preço, consigam oferecer produto a um custo mais baixo,  por  oferecer  um  sistema  com maior  frequência  de  entregas,  com  alta  disponibilidade  de produtos e menor índice de devoluções. 

Na produção, mesmo com custeio tradicional sendo voltado para essa atividade, ele apenas mensura o  custo dos produtos, diante do que  foi produzido num período de  tempo. Ainda assim, aloca os custos  indiretos aos produtos de maneira distorcida, supercusteando produtos de elevado volume de produção e subcusteando os de baixo volume. Para a Logística, a ferramenta de custos de produção  deve  estar  voltada  às  necessidades  do  planejamento  e  controle  da  produção,  a  fim  de apoiar decisões referentes aos tamanhos de lote e alocação da produção entre as plantas e as linhas de produção. 

Para  isso, o sistema deve possibilitar a simulação de diferentes políticas de produção, para perceber como se comportam os custos, diante dessas modificações. Além disso, esse sistema deve alocar os custos indiretos de maneira não distorcida, para que se possa custear os produtos e assim mensurar a rentabilidade não só dos produtos, como também dos clientes. 

Para  ilustrar o papel desses sistemas, vejamos o que aconteceu com uma grande empresa nacional produtora de bens de consumo não duráveis, que era líder em seu setor de mercado. 

Sua vantagem competitiva estava baseada na economia de escala, dada por seu alto volume de produção. Buscando manter a liderança de mercado, a empresa começou a aumentar a variedade de produtos. Como não tinha um sistema de custeio eficaz, os custos eram alocados de acordo com o volume  de  produção,  de  maneira  que  produtos  com  alto  volume  de  produção  subsidiavam  os produtos  de  baixo  volume.  Como  resultado  do  aumento  de  custos,  os  preços  foram  aos  poucos sendo reajustados. 

O problema é que seu maior cliente, que consumia uma variedade pequena de itens, passou a pagar o custo da grande variedade. Como  resultado,  resolveu mudar de  fornecedor,  indo buscar alguém altamente focado, capaz de oferecer um preço mais competitivo. A perda desse importante cliente fez com que a companhia perdesse escala, aumentando ainda mais seus custos, o que a levou a rever seu sistema de custos e sua política de preços, para se manter no mercado. 

Na distribuição  física, pode  ser desenvolvido um  sistema que abranja  todas as atividades, desde a saída da linha de produção até a entrega. O importante nesse tipo de sistema é conseguir o rastreamento  dos  custos  por meio  da  estrutura  logística,  evitando‐se  o  rateio  indiscriminado  de custos. Assim, é possível mensurar os custos dos canais de distribuição dos clientes e até mesmo das entregas. 

Essa  informação  é  primordial  para  análises  de  rentabilidade,  que,  por  sua  vez,  deve  ser utilizada pelo pessoal da área comercial no processo de segmentação da carteira de clientes. Dessa 

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forma, o nível de serviço pode ser estabelecido não só em função da necessidade dos clientes, mas também da rentabilidade que propiciam para a organização. 

Uma empresa benchmarking em distribuição física no Brasil desenvolveu um sistema piloto, o qual permite observar como os custos de atendimento venda, processamento de pedido, estoque, armazenagem e entrega variam em função da região geográfica, do canal de atendimento e também do  tamanho da encomenda. Dessa maneira,  foi possível estabelecer volumes mínimos de entrega para cada região e canal de atendimento. Essa ferramenta também possibilitou observar que parte dos clientes atendidos por um sistema diferenciado muitas vezes não era rentável para a companhia. Além disso, permitiu selecionar quais clientes deveriam ser atendidos diretamente e quais deveriam ser atendidos por distribuidores. 

A  relevância de uma atividade no processo  logístico e  sua necessidade de controle podem fazer com que seja desenvolvida uma ferramenta de custos focada numa função específica. No caso da  distribuição  física,  muitas  vezes  o  transporte  tem  esse  destaque,  principalmente  quando  é necessário remunerar os transportadores e cobrar a conta do cliente. 

Outras  considerações  importantes  com  relação  a  custos  referem‐se  a  determinação  de preço, simulação de cenários e controle de custos. 

Os  preços  não  são  formados  com  base  direta  nos  custos,  no  entanto,  os  custos  sempre influenciam a  formação de preços, principalmente no  longo prazo. No caso de  relações comerciais mais  estáveis  e  parcerias,  os  custos  têm maior  influência  na  formação  de  preços.  O  caso mais característico do preço formado com base em custo é o do frete de entrega. 

Outra vantagem das  ferramentas de custeio é permitir a simulação de diferentes cenários. Por exemplo, qual o impacto no custo de distribuição mediante: 

• fechamento de um centro de distribuição? • variação do preço de determinado insumo? • aumento da produtividade de determinada atividade? 

Assim,  por  meio  de  simulações,  é  possível  melhorar  o  processo  decisório,  assim  como desenvolver planos orçamentários. 

O  sistema  de  custos  também  pode  ter  a  função  de  controle.  Problemas  como  a  baixa utilização dos ativos, que pode afetar a rentabilidade das empresas, podem ser identificados por esse tipo de ferramenta. No caso de um transporte de entrega, por exemplo, o tempo de fila para carga e descarga,  quando  exagerado,  faz  com  que  seja  baixa  a  utilização  do  veículo,  afetando  assim  a rentabilidade. 

Vale destacar que o sistema de custos por si só não reduzirá nenhum tipo de custo, porém pode identificar oportunidades de redução. Nesse exemplo, a oportunidade seria reduzir o tempo de fila,  e  por  conseguinte  diminuir  o  tamanho  da  frota,  que  seria  de  fato  a  ação  responsável  pela redução de custos. 

Conforme observado, a grande dificuldade de  custear as atividades  logísticas está  ligada à alta proporção de  custos  indiretos e à grande  segmentação de produtos e  serviços. A  filosofia do custeio baseado em atividades, o Custeio Baseado em Atividades  (ABC), é uma alternativa que  se tem mostrado eficiente diante dessas necessidades. 

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O ABC teve origem nos EUA, em 1984, com o objetivo básico de fornecer uma visão de custos mais  voltada  às  necessidades  gerenciais.  Sua  implementação  pode  ser  trabalhosa,  em  função  da necessidade do mapeamento das atividades e do levantamento de dados, mas seu funcionamento é relativamente  simples. Esse  sistema  (ver  Figura 8.3), em uma primeira etapa,  aloca os  custos dos recursos às atividades, e em uma segunda etapa aloca os custos das atividades aos objetos de custos (produtos, clientes, canais etc). 

 

Uma vantagem primordial desse sistema é ter uma visão de processos e estar orientado para as atividades da empresa. Entre outras vantagens, também se podem destacar: 

• a  alocação  dos  custos  indiretos  e  despesas  de  overhead  de maneira mais  criteriosa, evitando os subsídios cruzados de custo; 

• o controle e monitoramento voltado para as atividades, permitindo um gerenciamento mais eficiente dos processos da empresa; 

• a flexibilidade para trabalhar com diferentes objetos de custos, permitindo mensurar os custos de produtos, serviços, canais de distribuição, clientes etc. 

Além das vantagens mencionadas, o ABC aplicado às atividades logísticas permite a extensão do  sistema  por  toda  a  cadeia  de  suprimento,  possibilitando  a  propagação  desses  benefícios  para todas as empresas que a compõem. Nesse caso, seria também um facilitador para minimizar o Custo Total da Cadeia de Suprimento, não analisando os custos de maneira fragmentada por empresa. 

No Brasil, esse sistema vem sendo aplicado em uma série de empresas; contudo, são poucas as aplicações focadas nas atividades logísticas. 

Em  contrapartida a essa  tendência, o movimento ECR Brasil  criou um  sub‐comitê, do qual participam  18  empresas  dos  setores  da  indústria  e  do  varejo,  cujos  primeiros  resultados  foram apresentados  no  Congresso  ECR  Brasil,  realizado  em  novembro  de  1998.  Numa  das  seções  do congresso,  foi  apresentado  um  pro‐jeto  piloto  realizado  pelas  empresas  Sonae/Cândia,  Coca‐Cola/Panamco‐Spal  e  Copersucar‐União.  Esse  projeto  piloto  foi  baseado  na  metodologia  ABC  e 

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considera o processo desde a  saída da  linha de produção até a disponibilização dos produtos nas gôndolas dos varejistas. Esse pode ser o início de uma conscientização da importância do tema para as empresas que operam no Brasil. 

 

Fonte original do artigo 

FLEURY,  Paulo  Fernando.WANKE,  Peter.  FIGUEREDO,  Kleber  Fossati.  Logística  Empresarial: Perspectiva Brasileira. Atlas/Coppead/UFRJ, São Paulo: 2007 

 

APRESENTAÇÃO EM GRUPO SOBRE CUSTOS LOGÍSTICOS 

TEMAS: 

1) CONCEITOS INERENTES A GESTÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS 

2) CUSTOS DE ARMAZENAGEM E MOVIMENTAÇÃO 

3) CUSTOS DE TRANSPORTE 

4) CUSTOS DE EMBALAGENS 

5) CUSTOS DE MANUTENÇÃO DE INVENTÁRIO 

6) CUSTOS TRIBUTÁRIOS 

7) CUSTOS DECORRENTES DE LOTES 

8) CUSTOS DECORRENTES DO NÍVEL DE SERVIÇOS 

9) CUSTOS ASSOCIADOS A PROCESSO LOGÍSTICO 

10) APURAÇÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS 

 

 

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1‐ Conceitos Inerentes à Gestão dos Custos Logísticos 

 Ana Maria Cristina de Faria 

Maria de Fátima Gameiro da Costa 

 Diante de um contexto de intensa competição, na maioria dos segmentos da economia, a gestão dos 

Custos  Logísticos  tem  como  objetivo  principal  estabelecer  políticas  que  possibilitem  às  empresas, simultaneamente, uma redução nos custos e a melhoria do nível de serviço oferecido ao cliente. Para  isso, é preciso conhecer quais são os custos inerentes a todo o processo logístico. 

6.1 Conceitos básicos 

Parece  primário  voltar  em  alguns  conceitos, mas  percebemos  que  algumas  obras  de  Logística  não deixam claro do que estão tratando quando vão falar sobre os Custos Logísticos. Para viabilizar a compreensão das  informações extraídas das demonstrações contábeis para a análise das alternativas de decisões por parte do  gestor,  apresentaremos,  na  sequência,  alguns  conceitos  básicos,  que  são  relevantes  para  o  bom entendimento dos Custos Logísticos: 

• Gastos:  envolvem  sacrifícios  financeiros  (desembolsos)  para  uma  empresa,  que  podem  ser representados, segundo Martins  (2003, p. 24), "pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente  dinheiro)". O  desembolso,  segundo  este  autor,  é  "um  pagamento  resultante  da obtenção de um bem ou serviço", que não coincide necessariamente com o momento do gasto. Quando  entramos nessa  esfera,  envolvemo‐nos  com o  grande dilema para os não‐contadores, que é a diferença entre o Regime de Competência e o Regime de Caixa.  

O Regime de Competência está associado à ocorrência dos fatos e o Regime de Caixa, aos pagamentos ou recebimentos. Por exemplo, podemos contratar um operador logístico que prestará seus serviços no mês de janeiro, mas só iremos pagar‐lhe no mês subsequente, fevereiro. Em termos contábeis, ou seja, para apuração do resultado de uma operação e seus reflexos patrimoniais, esse gasto é de competência do mês de  janeiro, mas  em  termos de  Fluxo de Caixa  será um  componente da movimentação do mês de  fevereiro. Os  gastos desembolsáveis são aqueles que  irão afetar o caixa da empresa quando consumidos, como, por exemplo, os custos de transportes, enquanto os não desembolsáveis são aqueles considerados econômicos, ou seja, afetam o  resultado econômico da empresa mas não afetam o  caixa no  curto prazo,  tal  como a depreciação de um veículo; 

• Investimentos: contemplam os  recursos comprometidos para  funcionamento específico. São os gastos ativados, ou seja, que fazem parte do ativo da empresa, compostos por bens e direitos, de propriedade da empresa e que beneficiarão os exercícios, presente e futuro. De acordo com nosso foco, todos os ativos logísticos, tais como equipamentos de movimentação, veículos, instalações, prateleiras, os próprios estoques etc, podem ser considerados como  Investimentos. A tendência atual,  aliás,  é  terceirizar  algumas  atividades  como,  por  exemplo,  serviços  de  transportes  de operadoras  logísticas  que  são  especializadas  nesta  área,  otimizando,  de  forma  eficiente,  os investimentos envolvidos nos processos logísticos. Por outro lado, as empresas, geralmente, têm como  objetivo  produzir  e  vender,  sem  muita  habilidade  para  distribuir  seus  produtos,  não otimizando de forma eficiente os investimentos aplicados em Logística; e 

• Perdas:  estão  associadas,  segundo Martins  (2003),  aos bens ou  serviços  consumidos de  forma anormal  ou  involuntária,  ou  seja,  algo  inesperado,  tal  como  a  obsolescência  dos  estoques. Podemos,  também, associar as perdas às  falhas e aos desperdícios  incorridos no processo, por exemplo, com atividades que não agregam valor e precisam ser minimizadas ou eliminadas. 

Continuando  o  raciocínio  e  focando,  efetivamente,  no  que  nos  interessa  nesta  obra,  cabe‐nos ressaltar, como contadoras que somos, que a Teoria da Contabilidade segrega os gastos em despesas e custos: 

• Despesas:  são  todos os gastos  incorridos no esforço de obter  receitas. Por exemplo, um gasto com  propaganda  e  publicidade  realizado  pela  área  de marketing  para  obtenção  de  clientes  e, consequentemente, obter receita, assim como o gasto com frete da distribuição, é contemplado 

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contabilmente, na Demonstração de Resultados Societária, como Despesas Comerciais. Os gastos com a Controladoria, normalmente, são Despesas Administrativas; 

*  custos:  são  gastos  relacionados  aos  sacrifícios  dos  recursos  ocorridos  no  processo  produtivo. Poderíamos considerar como custo a depreciação das empilhadeiras (ativos  logísticos) assim como a mão‐de‐obra do pessoal envolvido na função de armazenagem de matéria‐prima. 

Martins  (2003)  comenta  que  inúmeras  empresas  prestadoras  de  serviços  passaram  a  utilizar  os princípios e técnicas de Contabilidade de Custos, em razão da similaridade da situação, tratando seus gastos como custos. Como a atividade de Logística é, eminentemente, prestadora de serviços para outras atividades da  empresa,  os  consumos  dos  recursos  associados  a  esta  atividade  serão  tratados  aqui  corno  custos,  de maneira similar à tratada pelos autores e profissionais ligados à atividade de Logística. 

Os custos são elementos essenciais, considerados nas estratégias competitivas de uma empresa. Sink e  Tuttle  (1993,  p.  67)  afirmam  que  "em  algumas  linhas  de  produtos  ou  serviços,  o  custo  é  o  principal determinante do sucesso competitivo" e a competitividade continuará a forçar uma grande preocupação com custos  em  todos  os  processos  de  negócios  e  segmentos  da  economia.  Isso  vale  para  o  estratégico macroprocesso de Logística. 

A  partir  deste  ponto,  então,  só  falaremos  em  Custos  Logísticos,  sobre  os  quais  o  Instituto  dos Contadores Gerenciais ‐ IMA (1992), em um documento sobre seu gerenciamento, expressa: 

"Os  Custos  Logísticos  são  os  custos  de  planejar,  implementar  e  controlar  todo  o inventário de entrada (inbound), em processo e de saída (outbound), desde o ponto de origem até o ponto de consumo." 

Esta conceituação está em linha com o que foi discutido na Parte I, ao considerar os Custos Logísticos como aqueles em que a empresa incorre ao longo do fluxo de materiais e bens, dos fornecedores à fabricação (Logística  de  Abastecimento),  nos  processos  de  produção  (Logística  de  Planta)  e  na  entrega  ao  cliente, incluindo  o  serviço  pós‐venda  (Logística  de Distribuição),  buscando  a minimização  dos  custos  envolvidos  e garantindo a melhoria dos níveis de serviço aos clientes. 

De acordo com o conceito de Logística  Integrada, visando a obter o menor custo total possível, para que uma organização de natureza industrial, comercial ou prestadora de serviços possa gerenciar seus custos, é essencial que se tenha conhecimento de alguns conceitos aplicáveis à gestão da Logística, que serão utilizados no decorrer desta obra. 

6.2 Conceitos de custos aplicáveis à logística 

Neste  tópico,  serão descritos alguns  conceitos de  custos aplicáveis à gestão da  Logística, que  serão inseridos  no  contexto  do  estudo  dos  Custos  Logísticos.  É  importante  que  os  gestores  do  sistema  logístico compreendam e utilizem uma série de informações de custos, bem como o comportamento de cada um deles. 

Bloomberg  et  ai.  (2002)  sugerem  que  os  custos  sejam  segregados  em:  di‐retos  e  indiretos,  fixos, variáveis  e  semivariáveis,  irrecuperáveis  (sunk  costs)  e  incrementais  ou marginais.  Cada  um  desses  custos revela uma importância única para a tomada de decisões em Logística e, dessa maneira, os classificaremos da forma que se pode observar no Quadro 6.1. 

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6.2.1  Quanto ao relacionamento com o objeto 

No que diz respeito ao relacionamento com o objeto (fornecedor, cliente, produto, regiões ou canais de distribuição), os Custos Logísticos podem ser classificados em: 

• Custos Diretos: aqueles que podem ser diretamente apropriados a cada tipo de objeto, pela sua fácil  identificação  e mensuração no momento de  sua ocorrência,  tal  como, por  exemplo, os custos de  transportes na distribuição, que podem  ser  identificados  em  função dos produtos faturados e entregues a cada cliente; e 

• Custos Indiretos: são aqueles que não se podem apropriar diretamente a cada tipo de objeto, no momento de sua ocorrência, por não estarem diretamente relacionados ao mesmo. Como exemplo, podemos citar os custos com a tecnologia de  informação utilizada em um processo logístico que atenda a diversos clientes. Os Custos Logísticos  indiretos são os mais difíceis de mensurar e alocar a cada objeto de análise. Este aspecto será tratado no Capítulo 19, quando formos abordar o Custeio Baseado em Atividades (ABC) na Logística. 

Existem elementos de Custos Logísticos, que serão comentados posteriormente, tais como os custos de  transporte,  que  podem  ser  alocados  diretamente  ao  objeto  cliente.  Por  exemplo,  os  custos  de armazenagem,  assim  como  os  custos  com  a  administração  da  Logística,  que  podem  ser  considerados, tipicamente, indiretos, não podem ser alocados diretamente ao cliente, a não ser que exista para cada cliente um sistema de armazenagem ou local específico que identifique os produtos faturados para o mesmo. 

6.2.2 Quanto ao comportamento diante do volume de atividade 

Outra  análise  relevante  aos  custos  do  macroprocesso  de  Logística  ocorre  em  função  de  seu comportamento diante do volume de atividade. No caso da Logística, volume é um fator preponderante, pois se  trabalha  muito  com  volumes  produzidos,  movimentados,  transportados,  vendidos,  distribuídos  etc.  Os custos podem ser segregados em fixos, variáveis e semivariáveis ou semifixos: 

• Custos Fixos: são os custos estruturais que ocorrem período após período, sem alterações, ou cujas alterações não se verificam como consequência de variação no volume de atividade em iguais  períodos.  Na  Logística,  podem  ser  citados  os  custos  com  armazenagem  própria, contemplando a depreciação dos ativos  logísticos, os gastos com a mão‐de‐obra mensalista e outros gastos gerais; 

• Custos Variáveis: são custos que variam em função do volume da atividade. Conhecer os custos variáveis auxilia em muitas decisões de  curto prazo,  como, por exemplo, o ajuste do mix de produtos em face dos fatores limitantes de condições operacionais e de mercado existentes. 

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O mesmo exemplo apresentado nos Custos Diretos pode ser tratado como Custo Variável, pois o frete varia  em  função  do  volume  a  ser  entregue  a  determinado  cliente,  se  este  for  contratado  com  base  nas unidades físicas a serem transportadas; e 

• Custos Semivariáveis ou Semifixos: são custos que  têm uma parcela variável e outra  fixa; por exemplo,  um  vendedor  que  recebe  um  salário  fixo  e  mais  comissão  sobre  vendas,  que  é variável. Outro exemplo é o da energia elétrica, em que a empresa negocia com a companhia de energia uma parcela fixa para determinado nível de produção e acima deste nível a cobrança será  variável.  Atualmente,  os  termos  semivariáveis  e  semifixos  não  são  muito  utilizados  ‐ costuma‐se dizer que o custo tem parcela fixa e parcela variável. 

A  flexibilidade  requerida  nos  sistemas  logísticos  é  enorme;  muitas  vezes,  os  volumes  oscilam acentuadamente,  sendo este um dos elementos  impulsionadores do processo de  terceirização  (outsourcing) em Logística, por parte de empresas preocupadas em tornar variáveis seus custos fixos ("variabilização"). 

6.2.3 Quanto ao relacionamento com o processo de gestão 

Quando  falamos em gestão, estamos nos preocupando com o processo de  tomada de decisões em Logística, sejam elas de natureza estratégica, tática ou operacional, como visto no Capítulo 5. Existem vários conceitos de custos que são praticados e relevantes à gestão, tais como: controláveis e não controláveis; custos de  oportunidade;  custos  relevantes;  custos  irrecuperáveis  (sunk);  incrementais,  marginais  ou  diferenciais; custos ocultos (hidden); custo‐padrão; custo meta, custo kaizen e custo do ciclo de vida, que serão descritos na sequência: 

• Custos Controláveis e Não Controláveis:  inicialmente, quando  se  fala em  tomada de decisão, devemos analisar o que  faz parte, efetivamente, da gestão de cada processo. Lambert  (1994) comentou sobre os custos controláveis e incontroláveis, dizendo que os primeiros variam com o  volume  de  esforço  de  um  processo/atividade  e  devem  estar  relacionados  a  um  objeto  e identificados  separadamente.  Contabilmente  falando,  dizemos  que  o  Custo  Controlável  é aquele que é influenciado pela decisão e ação de um gestor e pode ser identificado ao objeto ou  rastreado  em  determinado  processo/atividade.  O  Custo  Não  Controlável  não  pode  ser influenciado pela decisão de um gestor, por exemplo, o gestor de Logística pode controlar os custos de transporte e armazena‐gem, mas não pode controlar os gastos com a segurança ou a limpeza  do  prédio,  que  também  são  utilizados  por  outras  áreas  da  empresa  e  poderão  ser "alocados" ao processo/atividade por diversos critérios questionáveis, ou seja, não diretamente identificados. Voltaremos a tratar disso no Capítulo 18, quando formos falar sobre a Logística como  uma  Unidade  de  Negócio.  *  Custo  de  Oportunidade:  é  um  conceito  de  custo imprescindível  à  gestão  da  Logística,  sobretudo  no  que  tange  aos  investimentos  em  ativos logísticos.  É  um  tipo  de  custo  imputado,  um  custo  de  capital1,  que  não  é  registrado contabilmente (nos livros contábeis tradicionais) e não implica desembolsos de caixa, pois tem natureza  econômica,  mas  deve  ser  contemplado  nos  relatórios  gerenciais.  O  custo  de oportunidade, de acordo com Martins (2003, p. 234), "representa quanto a empresa sacrificou em  termos de  remuneração por  ter aplicado  seus  recursos numa alternativa ao  invés de em outra". 

Na opinião de Nascimento (1998), a ocorrência desse custo  implica desembolsos futuros ou redução do  resultado  econômico  líquido.  É  um  elemento  relevante  no  processo  decisório,  pelo  fato  de  as  decisões sempre envolverem um processo de escolha, que por sua vez envolve um tipo de sacrifício. 

Para ilustrar este conceito, um exemplo pode ser o de uma empresa que poderia aplicar seus recursos em operações no mercado  financeiro e "ganhar" 1% ao mês, em vez de  investir em estoques ou em outros ativos  logísticos;  portanto,  a  decisão  de manter  esses  ativos  deveria  render,  no mínimo,  o  que  a  empresa poderia obter no mercado  financeiro, ou seja, 1% ao mês. Este é o custo de oportunidade desses ativos. No caso da Logística, ocorrem  investimentos em Ativos  Imobilizados  (veículos, empilhadeiras,  instalações etc.) e Estoques ao longo da cadeia de suprimentos, sendo imprescindível considerar o custo de oportunidade sobre os ativos  logísticos como um Custo Logístico, a  ser contemplado no  resultado económico da empresa. Cabe ressaltar  ser  necessário  que,  nas  tomadas  de  decisões  de  manter  ou  não  os  estoques  ou  outros  ativos logísticos, os gestores estejam conscientes da existência desses custos financeiros.                                                             1 Conforme afirma Assaf (2001, p. 237), o Custo de Capital "equivale aos retornos exigidos pelos credores da empresa e por seus proprietários 

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Para que seja aplicado este conceito, segundo Nascimento (1998), deve‐se reconhecer a existência dos juros sobre o capital empregado (ativos) nas operações. A contabilização desses juros é defendida por Anthony (1973), que ressalta que "os  juros são elementos de custos e, comotal, devendo ser tratados como os outros fatores de produção". Pensando desta forma, este autor desenvolveu uma metodologia para a mensuração e contabilização do custo do capital próprio, que se baseia na estimativa de um custo ponderado de capital, que será  a  base  para  a  mensuração  do  custo  do  capital,  a  ser  agregado  ao  valor  dos  Ativos  (Estoques  ou Imobilizados) ou, no caso dos Custos Logísticos, tendo como contrapartida uma conta no Patrimônio Líquido. Voltaremos a  tratar  sobre o Custo de Oportunidade e  sobre o  referido Custo Médio Ponderado de Capital, quando formos discutir sobre o Custo de Manutenção do Inventário, no Capítulo 10; 

• Custo Relevante: é um conceito,  como comentado por Lambert  (1994),  importante à gestão logística. Custos Relevantes são custos futuros, que diferem entre as diversas alternativas. Para ser  relevante,  um  custo  não  deve  ser  apenas  um  custo  futuro, mas,  também,  precisa  ser diferente  de  uma  alternativa  para  outra.  Na  escolha  entre  alternativas,  por  exemplo,  dos modais de transporte, apenas alguns custos serão relevantes na análise, tais como os custos de embalagem ou os  custos de manutenção de  inventário, pois  irão ocorrer  como  resultado da tomada  de  decisão  de  qual modal  de  transporte  utilizar  e  afetam  o  fluxo  de  caixa.  "Custo Relevante não  é necessariamente o que  foi  incorrido no passado, mas aquele que  se  espera incorrer  no  futuro  para  um  determinado  nível  de  serviço.  Os  trade‐offs  enquadram‐se  na categoria de  custos  relevantes"  (CEL, 2000). Nos projetos  logísticos, devem  ser  considerados todos os custos relevantes; 

• Custos Irrecuperáveis (sunk costs): são custos  incorridos no passado e que não são relevantes para decisões no presente, pois não se alteram em função das decisões. A depreciação de um ativo  já existente, por exemplo, não deve ser considerada como um custo relevante, pois não afeta  o  fluxo  de  caixa;  em  compensação,  os  custos  de  capital  sobre  esse  ativo  devem  ser considerados.  Adaptando  o  exemplo  de  Jiambalvo  (2002),  se  você  comprou  ingresso  para assistir a um filme no cinema e gastou R$ 12,00, e um amigo o convida para ir a um churrasco, sem custo nenhum, e você aceita, os R$ 12,00 gastos pelo ingresso não serão recuperados. 

• Custo Incrementai, Marginal ou Diferencial: este conceito é importante na análise dos Custos Logísticos  e  normalmente  é  considerado  como  um  custo  extra,  associado  a  uma  unidade adicional.  Em  uma  tomada de  decisão,  devemos  analisar  os  aumentos  (ou  diminuições)  nas receitas  e  nos  custos,  que  ocorrerão  em  cada  decisão,  ou  seja,  incluem  custos  que  se modificam,  como  conseqüência  da  escolha  entre  as  diversas  alternativas.  Em  uma  análise incrementai, devemos observar qual o resultado econômico que será apurado, pela diferença entre  a  receita  e  o  custo  incrementai.  Podemos  citar  como  exemplo  a  questão, descrita  no Custo Relevante, da escolha do modal de transporte, em que a alternativa que tiver o melhor resultado econômico, ou seja, a melhor solução  logística, deverá ser a escolhida. Novamente, isso  remete  para  o  conceito  de  trade‐off,  que  concluímos  que  envolve  custos  relevantes  e incrementais, marginais ou diferenciais; 

• Custos Ocultos (Hidden Costs): são custos que não são visíveis aos gestores, mas que afetam o resultado  econômico  da  empresa,  pois  ocorrem  em  condições  anormais  de  operação, associados ao conceito de Perdas, tais como falhas e desperdícios nos processos logísticos. Este é  um  dos  maiores  problemas  de  identificação  de  custos,  pois  muitas  falhas  não  são perceptíveis.  No  decorrer  das  atividades,  por  exemplo,  os  gestores,  muitas  vezes,  não percebem  o  quanto  estão  desperdiçando  de  recursos  ou  de  tempo,  em  atividades  que  não agregam valor à empresa, ou que não produzem nenhum produto ou serviço, o que  impacta, diretamente, o resultado econômico das empresas, de forma negativa. McNair (2000) chama os desperdícios  de  "ladrões  de  lucro",  incluindo  questões  como  complexidade  excessiva, redundâncias,  "re22‐qualquer  coisa",  treinamento  inadequado,  comunicação  deficiente, funcionários  sem poder e  imperícias,  além da questão da  capacidade humana, que  também pode  vir  a  causar  perdas.  Entre  outros  exemplos  de  Custos  Logísticos  ocultos,  baseados  no Toyota Production  System  comentado por  Shingo  (1981), podem  ser  citados:  superprodução (quando  existe  a  geração  de  estoques  desnecessários);  defeitos  (erros  que  necessitam  de mensuração); esperas e atrasos  (que podem  causar ociosidade em determinado momento e 

                                                            2 Os "res" são as repetições de processos, tais como: re‐trabalhos, re‐engenharias, re‐negociação etc. 

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horas extras em outros); acúmulos de material em processo, transportes internos e ações, que podem gerar movimentações desnecessárias, e processos  (que, muitas vezes, necessitam  ser modificados para serem eficientes). 

Mesmo  que  a  empresa  consiga  repassar  para  seus  clientes,  por  meio  de  seu  preço,  todos  os desperdícios ou custos ocultos, seu lucro só será obtido pelo diferencial entre suas receitas e seus custos totais, que estarão "inchados" pelos referidos itens, que não agregam valor. Qualquer atividade que gere desperdício (perda) apenas aumenta o custo  total, não agregando nenhum valor, e um cliente não vai querer pagar por isso; 

• Custo‐padrão:  pode  ser  considerado  como  um  custo  "elaborado",  que  contempla  aspectos físicos e monetários, em que são considerados, dentro da normalidade, os materiais, mão‐de‐obra, equipamentos e outros custos, aplicados ao produto/serviço ou à atividade. É o custo que se deseja alcançar, em termos físicos e monetários, se tudo ocorrer de acordo com o normal da atividade.  Por  exemplo,  se  formos  apurar  o  custo‐padrão  de  um  serviço  a  ser  prestado, devemos avaliar quanto tempo iremos gastar para realizá‐lo (padrão físico) e qual é o custo da mão‐de‐obra  envolvida,  bem  como  outros  custos  associados  (padrão  monetário).  Após  o serviço  ter  sido prestado, é necessário  realizar o acompanhamento das variações dos  custos reais em relação aos padrões,  justificando as causas dos desvios, para que sejam  tomadas as devidas ações corretivas; 

• Custo‐Meta  ou  Alvo  (Target  Cost):  É  aquele  em  que,  a  partir  do  preço  de  mercado  do produto/serviço e tendo definida a margem de lucro desejada, a diferença é o custo‐meta. Para ilustrar, vamos imaginar que o serviço a ser prestado tenha um preço de mercado de R$ 200,00 e que a empresa espera ter uma margem de lucro de 20%, ou seja, R$ 40,00. Portanto, o custo a ser atingido (meta) é de R$ 160,00. Normalmente, é apurado na etapa de desenvolvimento do produto/serviço; 

• Custo  no  Ciclo  de  "Vida:  atualmente,  em  função  de,  em  muitos  segmentos,  os  produtos estarem com ciclos de vida cada vez mais curtos, o tempo é a base para a competitividade, é um  elemento  de  diferenciação,  e  a  tendência  é  que  cada  vez  mais  os  tempos  sejam comprimidos.  Quando  se  fala  em  compressão  do  tempo,  estamos  nos  atendo  às  diversas etapas do ciclo de vida de um produto, sendo que o  tempo de vida de um produto varia de acordo  com  a  atividade  econômica da  empresa  e  independe desta  atividade. O  conceito do Ciclo  de  Vida  do  Produto  abrange  todos  os  estágios  de  evolução  dos  produtos,  desde  sua concepção, desenvolvimento,  crescimento, maturidade  até  sua  saturação  e declínio, quando será  descontinuado. Desde  sua  concepção  até  a  descontinuidade  de  um  produto,  os  custos devem  ser  acompanhados  pelo  custeio  do  ciclo  de  vida.  O  Custeio  do  Ciclo  de  Vida  é  um sistema que fornece informação para que sejam entendidos e gerenciados os custos existentes nos  vários  estágios  ou  ciclos  de  projetos,  desenvolvimento,  fabricação,  comercialização, distribuição,  manutenção,  serviços,  até  a  entrega  do  produto.  Um  fator  extremamente relevante  é  a  gestão  dos materiais/produtos  a  serem  descontinuados  (stock‐outs),  quando chegam  em  sua  etapa  de  declínio.  Se  não  são  bem  administrados,  podem  gerar  perdas irrecuperáveis para a empresa; 

• Custo Kaizen: está relacionado à melhoria contínua dos processos, visando à redução constante dos custos em todas as fases do ciclo de vida de um produto/serviço. O Custo Kaizen é similar ao custo‐meta em sua missão de reduzir custo, exceto que enfoca a redução dos custos durante as  outras  fases  do  ciclo  de  vida,  além  do  desenvolvimento.  Por  exemplo,  se  em  um determinado mês o custo de transporte incorrido foi de R$ 1 milhão, de acordo com a filosofia do kaizen, os gestores deverão encontrar um meio de reduzi‐lo. 

Vimos, até este ponto, alguns  conceitos básicos de  custos e outros específicos a  serem aplicados à gestão  logística. No  sentido de ordenar  esta discussão  sobre Custos  Logísticos, procuramos  estabelecer um framework  uma estrutura de raciocínio que, de um lado, permitisse uma discussão dos custos relativos a cada elemento de  custo em  si mesmo  (Capítulos 7 a 14) e, de outro  lado, os associasse aos processos  logísticos (Capítulo 15).  

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FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

 

2‐ Custos de Armazenagem e Movimentação 

Ana Cristina de Faria 

Maria de Fatima Gameiro da Costa 

 

O subprocesso de Armazenagem constitui um elo entre o fornecedor, a produção e o cliente, formando um sistema do abastecimento à demanda e proporcionando, assim, um serviço eficiente ao  cliente.  Neste  subprocesso  são  consideradas  as  atividades  de  Movimentação  dos  materiais, embalagens  e  produtos  e  Acondicionamento  dos  estoques  (estocagem),  que  estão  intimamente ligadas ao espaço físico, ao manuseio e à movimentação dos materiais e produtos. 

E  importante  destacar,  para  que  se  tenha  um  raciocínio  lógico  do  subprocesso  de Armazenagem,  qual  o  entendimento  do  termo  estocagem  e  qual  a  correlação  existente  com  a armazenagem.  No  entendimento  de  alguns  autores,  há  uma  segregação  de  armazenagem  e estocagem; neste  estudo,  será  adotado o  entendimento de que  a  estocagem  é uma  atividade da Armazenagem,  na  qual  os  materiais/embalagens  e  produtos  são  acondicionados  durante  um determinado  período,  até  o momento  de  serem  utilizados  no  processo  de  produção  ou  de  sua comercialização. 

Assim, destaca‐se a contribuição de Moura (1989, p. 4), que diz que a estocagem 

"É  uma  das  atividades  do  fluxo  de materiais  no  armazém  e  o  ponto  destinado  à  locação estática  dos  materiais.  Dentro  de  um  armazém,  podem  existir  vários  pontos  de  estocagem.  A estocagem é parte integrante da armazenagem." 

As decisões operacionais de armazenagem, no tocante ao acondicionamento dos estoques, contemplam questões relativas ao  layout envolvendo as embalagens e as estruturas  (porta pallets, cantilever,  roletes,  drive‐in,  mezaninos,  estantes,  flowracks  etc.)  para  acondicionamento  dos estoques  e  movimentação  dos  materiais/embalagens/produtos,  como  por  exemplo:  a  ocupação volumétrica e acessibilidade; volumes; pesos; tempo de permanência; condições para  itens críticos; tipos e padronização de pallets; os níveis de estoque; o sistema de registro e controle. Além disso, requerem, também que sejam solucionadas questões referentes à localização, dimensionamento da área,  arranjo  físico,  projeto  de  docas  e  configuração  dos  armazéns,  tecnologia  de movimentação interna, estocagem e sistemas. 

Há  um  grande  esforço  por  parte  das  empresas  para  minimizar  o  uso  dos  locais  de armazenagem, com o objetivo de sincronizar a produção com a demanda do consumidor, visando a evitar  o  acúmulo  dos  estoques  ao  longo  da  cadeia  para  que  obtenham  menores  custos, carregamentos e descarregamentos mais freqüentes e giro mais rápido dos estoques. 

No que diz  respeito ao manuseio  (handling) e à movimentação de materiais,  são  incluídos todos os movimentos associados ao recebimento na aquisição de materiais e produtos até o ponto de  estocagem,  como  também  a  retirada  destes materiais  até  o  local  onde  serão  utilizados  ou  os produtos  expedidos  para  distribuição,  como,  por  exemplo,  movimentar  os  itens  necessários  às submontagens de motores de um caminhão ou painéis de carros, realizadas no processo produtivo da indústria automobilística. 

Estabelecer  o  fluxo de movimentação dos materiais/produtos  é o objetivo  principal desta atividade. Assim, os problemas dela decorrentes  implicam organizar as quantidades agregadas que 

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devem  ser  produzidas,  quando  e  onde  devem  ser  fabricadas.  As  decisões  operacionais  de movimentação  (deslocamento  interno)  dos materiais  e produtos, de  acordo  com o  IMAM  (2000), estão relacionadas às seguintes questões, entre outras: 

• Áreas, condições e equipamentos e métodos operativos; 

• Inspeção e devolução de materiais; 

• Rotas de movimentação e manuseio; 

• Tempo de ciclo; e 

• Ativos logísticos envolvidos. 

E  imprescindível verificar  se a movimentação de materiais e produtos é necessária. Se  for, deve‐se  verificar  se a distância entre as operações é mínima,  se o  layout existente proporciona o melhor  fluxo,  se os materiais  são estocados no ponto de uso, entre outros  fatores. Normalmente, considera‐se que esta atividade não agrega valor ao produto, portanto essas operações devem ser mantidas em nível mínimo. Para itens de baixo valor unitário, a proporção dos custos de manuseio e movimentação, em relação ao custo total, pode ser significativa e deve ser minimizada, para evitar desperdícios (custos ocultos). 

O  que  ajuda  a  aperfeiçoar  a  movimentação  é  a  redução  dos  movimentos  normais  dos materiais, a eliminação de retrocessos, a manutenção de controle visual dos materiais estocados, a localização  do  almoxarifado  próximo  à  montagem,  o  uso  de  acessórios  nas  empilhadeiras  para melhorar a produtividade etc. 

Segundo Bailou (1993), uma empresa que necessita de espaço físico para acondicionar seus estoques de materiais e produtos tem opções de possuir prédio próprio, alugar espaço físico, alugar um prédio para a operação ou estocar em trânsito. Nas três primeiras opções, estará realizando uma operação de armazenagem própria e, se estiver alugando espaço físico temporário, diretamente ou via operador logístico, estará realizando operação em armazém público/geral. 

De acordo  com o  Instituto dos Contadores Gerenciais  ‐  IMA  (1989), há numerosos  fatores que contribuem para a determinação dos custos de armazenagem, tais como: 

• Características de recebimento: contemplando volumes por grupo de produto, modo de transporte, características da carga etc.; 

• Características de acondicionamento (estocagem ‐ quantidade por pallet, empilhamento de pallet, temperatura requerida etc.); 

• Características  de  seleção  de  pedido  ou  embarque  ‐  volume  por  grupo  de  produto, quantidade de  lote de pedido, modo de  transporte,  taxa de atendimento de pedido e tempo de atendimento; 

• Necessidades de etiquetagem; 

• Características de re‐embalagem (bens danificados e especiais); 

• Necessidade de mão‐de‐obra direta e de equipamentos; e 

• Necessidade de recursos  indiretos  (supervisão, manutenção de equipamentos,  limpeza, segurança, suprimento etc.). 

Todos os  fatores supracitados afetam os custos de Armazenagem. Na Figura 7.1, podemos observar os referidos custos. 

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Os  custos  do  espaço  de  armazenagem,  para  acondicionar  os  estoques  de  materiais  e produtos, podem estar relacionados a diferentes instalações, como armazéns próprios ou armazéns públicos/gerais. Dependendo da forma como os estoques estão sendo acondicionados, esses custos podem ser fixos ou variáveis. Fixos, quando se tratar de armazenagem própria e quando ocorrer em armazéns públicos. Esses custos, geralmente, variam com o nível de estoque. 

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Esses custos  fixos podem  ser  reduzidos pela eliminação de movimentos desnecessários na operação,  acompanhados  pelo  aumento  da  rotatividade  por meio  do  sistema  todo,  reduzindo  o número  de  movimentos  pelo  aumento  de  quantidade  movimentada  (lote)  em  cada  operação. Segundo  Freese  (1999),  as  principais  reduções  ocorrem,  quando  se  tentam  reduzir  o  número  de movimentações de materiais e distâncias (questões de layout), o espaço e os custos de mão‐de‐obra e níveis de inventário por tipo de material. 

Os  custos de  armazenagem pública/geral, que  são  gerados pelas  taxas de  armazenagem, conforme  pode  ser  visto  na  Figura  7.1,  podem  ser  reduzidos  por meio  da  redução  de  tarifas,  de aluguel de  contêineres, do planejamento de desova de  contêineres e da  integridade de dados de inventário,  entre  outros  fatores.  São  exemplos  de  armazenagem  pública/geral  em  fluxos  de importação/exportação  os  Terminais  Retroalfandegados  (TRA)  (na  zona  portuária  primária)  e  as Estações  Aduaneiras  do  Interior  (EADI)  ou  Depósitos  Alfandegados  Privados  (DAP)  (fora  da  zona primária), estes últimos  chamados de portos  secos  (dry ports), que  foram  criados para diminuir o fluxo nas zonas primárias. 

Quando uma empresa utiliza os serviços de um armazém público/geral, tais como os TRA ou EADI,  assim  como  quando  decide  terceirizar  sua  atividade  de  armazenagem  para  um  operador logístico, sabe com precisão seus custos de armazenagem, bem como pode prever custos para níveis diferentes  de  atividade,  pois  os  custos  são  conhecidos  de  antemão,  por  unidade  estocada  ou movimentada,  dependendo  da  negociação.  Muitas  empresas  estão,  inclusive,  terceirizando  os serviços  de  armazenagem  para  operadores  logísticos,  visando  a  reduzir  seus  custos,  procurando "transformar" seus custos fixos em variáveis. 

Outra decisão logística que deve encontrar um trade‐off ótimo entre custos de transporte e de  armazenagem  é  a  opção  de  manter  armazenagem  própria  utilizando‐se  de  Centros  de Distribuição, que estão muito em voga no momento, por poder proporcionar redução nos custos de manutenção de  inventário e transportes, entre outros custos. A decisão de concentrar os produtos 

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acabados em único centro de distribuição, por exemplo, envolve a análise de alguns  trade‐offs: os custos condominiais são reduzidos e pode, também, ser possível reduzir  inventários; o volume para distribuição é menor, mas podem ser aumentados os custos de transporte e os decorrentes do nível de serviço comprometido com o cliente. 

Alvarenga e Novaes (2000) ressaltam que os materiais e produtos chegam, muitas vezes, aos armazéns  em  pequenas  quantidades,  vindas  de  diversos  fornecedores  ou  pontos  geográficos variados.  Uma  vez  que  exista  um  único  armazém,  torna‐se  necessário  preparar  carregamentos completos  para  outros  pontos  da  rede  logística,  que  são  chamados  de  centros  de  distribuição avançados. Segundo Lacerda (2000), o estoque é posicionado em vários elos de determinada cadeia de suprimentos e permite atender rapidamente às necessidades dos clientes de regiões distantes dos centros produtores. Estes poderiam ser considerados centros de distribuição regionais. 

Desta  forma  está  implícito  o  conceito  de  Consolidação,  que  corresponde  ao  processo  de juntar cargas de origens diversas, para formar carregamentos maiores, que também apresenta seus custos  específicos.  Quando  esse  carregamento  chega  ao  centro  de  distribuição  ocorre  a desconsolidação da carga o processo  inverso da consolidação, em que carregamentos maiores são desmembrados  em  pequenos  lotes  para  serem  encaminhados  a  destinos  diferentes  pelo  sistema (cross docking). 

Outra consideração a ser feita no que diz respeito ao trade‐off com os custos de transporte e custos de manutenção de inventários está relacionada à estocagem em trânsito, que, segundo Bailou (2001),  refere‐se ao  tempo em que os materiais/produtos permanecem em um veículo durante a entrega  e  é  uma  forma  especial  de  armazenagem  que  requer  integração  com  algum modo  de transporte.  Lacerda  (2000)  comentou  sobre  novas  estratégias  de  armazenagem,  que  envolvem  o conceito do trânsito, no  intuito de reduzir os níveis de estoques, tais como: centros de distribuição avançados, instalações do tipo transit point, cross docking e merge in transit. 

Nas instalações tipo transh point, que podem ser consideradas instalações de passagem, não existem  estoques  físicos,  mas  são  recebidas  cargas  consolidadas  de  único  fornecedor,  que  são separadas  e  entregues,  individualmente,  aos  clientes  locais.  A  diferença  entre  as  instalações anteriores e as do tipo cross docking é que esta última envolve cargas de diversos fornecedores que atendem a clientes comuns, reduzindo inclusive os custos de transporte. O merge in transit, por sua vez, conforme Lacerda (2000), é semelhante ao cross docking, mas combinado com o sistema Just in Time  (JIT)  requer maior necessidade de coordenação e utilização de sistemas de  informações para eficiência das operações. 

Um desafio nos custos de armazenagem é assegurar que as estratégias de armazenagem e gerenciamento  de  custos  sejam  consistentes  com  todas  as  estratégias  de  nível  de  serviço  da empresa,  o  que  inclui  novas  tecnologias,  com  alto  nível  de  atendimento  completo  de  pedidos  e separação por clientes. Para isso, existe, também, a função de separação (picking), que é responsável pela coleta de mix correto de produtos da área de armazenagem para satisfazer às necessidades de cada cliente. Dependendo do segmento, dos tipos de produtos, do tempo de ciclo de pedido, pode ser uma das atividades mais críticas da armazenagem. 

Tornou‐se  necessário,  também,  que  ocorram  investimentos  em  novas  tecnologias  de gerenciamento,  movimentação  e  separação  de  materiais/produtos,  tais  como  Warehouse Management  Systems  (WMS)  voltados  ao  gerenciamento  do  armazenamento,  transelevadores  e sistemas automáticos ou semiautomáticos de separação de pedidos (picking). 

Os Custos da Atividade de Armazenagem, normalmente, são tratados, contabilmente, como custos  indiretos  de  fabricação,  quando  mantêm  estoques  de  matérias‐primas  ou  produtos  em processo em empresas industriais (associados à Logística de Planta). Portanto, são contabilizados nos Estoques, aparecendo no Balanço Patrimonial enquanto não são consumidos. Quando os Estoques de Produtos Acabados são vendidos, aparecem na DRE como Custo dos Produtos Vendidos (CPV) ou como Custos de Distribuição; quando estocam produtos acabados ou peças de reposição (associados 

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à  logística  de  distribuição),  em muitas  empresas  são  tratados  como  Despesas  Comerciais.  Estes custos  são,  predominantemente,  de  natureza  fixa,  quando  se  trata  da  armazenagem  própria,  e variáveis, quando dizem respeito à armazenagem pública/geral. 

Um fator que aumenta os custos de Armazenagem é a quantidade mantida em estoque, que só poderá  ser movimentada  com  a utilização de mais mão‐de‐obra ou,  então,  com maior uso de equipamentos, tendo como conseqüência a elevação desses custos. No caso de um menor volume em estoque, o efeito é contrário. 

Conforme Pagotto et ai. (2000), citando um exemplo da Toyota, para a redução dos custos de armazenagem,  é  necessária  a  redução  do  lead  time  de  abastecimento  e  produção,  bem  como  a sincronização  das  entregas  dos  materiais  com  a  necessidade  de  produção,  a  definição  das necessidades de estoque, a maior rapidez no processamento de pedidos e melhoria no sistema de informação,  a  redução  dos  tempos  de  planejamento  de  produção  e  a  efetivação  dos  planos  de distribuição, a partir das bases de distribuição existentes. 

Os  principais  trade‐offs  de  custos  que  ocorrem  nas  atividades  de  Armazenagem  e Movimentação de Materiais estão relacionados à Estocagem dos materiais/ produtos entre os Custos de Manutenção  de  Inventário  e  Custos  de  Transporte,  podendo  ocorrer  em  função  de  decisões estratégicas e operacionais de armazenagem,  inclusive  sobre que produtos manter em  cada  local. Há, também, os custos com Tecnologia de  Informação e Custos Tributários, mas que, também, são sensíveis às alternativas possíveis de uma rede logística com muitos armazéns. Para reduzir os custos de  transporte na  entrega do pedido  ao  cliente, pode‐se buscar  a  solução  em depósitos  regionais (CDs).  Em  contrapartida  a  essa  decisão,  os  custos  de manutenção  de  inventários  e  os  custos  de armazenagem tendem a aumentar. 

Percebe‐se que os custos de armazenagem  interagem ou são  influenciados pelos custos de transporte  (em  função  da  localização  e  das  quantidades  movimentadas),  pois  dependem  da necessidade por tipo e modo de movimento. Movimentos de transporte primários, por exemplo, são os  transportes da  fábrica para armazéns, aumentam com armazéns adicionais, mas podem  reduzir custos de transporte de armazéns para clientes. Daí a necessidade de se conhecerem os custos de transporte,  para melhor  análise  de  custo  total,  focalizada  na  Logística  Integrada,  para  equilibrar todos os Custos Logísticos. 

 

FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

3‐ Custos de Transporte Ana Cristina de Faria 

Maria de Fatima Gameiro da Costa  

O transporte, no plano nacional ou internacional, é considerado como um dos subprocessos mais relevantes da Logística. Envolve o deslocamento externo do fornecedor para a empresa, entre plantas  e  da  empresa  para  o  cliente,  estando  eles  em  forma  de  materiais,  componentes, subconjuntos, produtos  semi‐acabados, produtos  acabados ou peças de  reposição.  É um  fator na utilidade de tempo e determina com que rapidez e consistência um produto move‐se de um ponto a outro. 

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Segundo  Gurgel  (2000,  p.  398),  os  principais  objetivos  da  qualidade  do  transporte  estão associados aos objetivos finais da empresa; portanto, devem ser tratados de modo a corresponder às expectativas previstas em termos de qualidade: 

• Fazer com que o produto chegue ao seu destino final sem qualquer tipo de avarias; • Cumprir os prazos previstos, evitando, assim, transtornos ao cliente; • Entregar a mercadoria no local certo, bem como facilitar o processo de descarga para o cliente; • Investir no  aprimoramento dos processos, possibilitando,  assim,  executar o processo de  forma 

mais ágil; e • Reduzir os custos de entrega, levando‐se em consideração a satisfação do cliente e os benefícios 

gerados para a organização. 

Muitas empresas conseguem um diferencial competitivo no mercado mediante uma correta utilização dos modos de  transporte; como o elo entre o  fabricante e o consumidor  final, portanto, precisa ser visto e analisado cuidado samente, tendo em vista o seu  impacto na apuração final dos Custos Logísticos Totais; portanto, as empresas devem sempre estar atentas ao gerenciamento dessa função, visto que sua eficiência está ligada à satisfação do cliente e à minimizarão dos custos. 

Os custos de transporte deveriam ser observados sob duas óticas: a do usuário (contratante) e a da empresa operadora  (que possui  frota própria). Na ótica do usuário  (contratante), quando a empresa terceiriza as operações de transporte (ou parte dela), os custos de transporte são variáveis. Na ótica da empresa operadora (com frota própria), os custos de transporte têm uma parcela fixa e uma parcela variável. Isso será melhor detalhado quando tratarmos de cada modo de transporte. 

A  decisão  de  manter  frota  própria  ou  terceirizada,  de  acordo  com  Fleury  (2004),  deve considerar os aspectos custo, qualidade do serviço e a rentabilidade financeira das alternativas, ou seja, deve dar  retorno  ao  acionista.  Segundo  esse  autor,  algumas  características  contribuem para essa  decisão,  tais  como  o  tamanho  da  operação,  a  capacitação  interna,  a  competência  do  setor, captação de cargas de retorno e o modal utilizado, pois se houver necessidade de um  investimento muito alto, tal como em uma ferrovia ou dutovia, é preferível terceirizar a operação. 

Independentemente  de  uma  operação  ser  própria  ou  terceirizada,  deve‐se  buscar  a otimização  do  transporte,  por meio  de  economias  de  custos,  por  exemplo,  utilizando  o  frete  de retorno  (back  hauling),  ferramentas  de  otimização  (pesquisa  operacional  e  computação), desenvolvendo rotas por meio de ciclos fechados  (continuous moving), "casando" carga e descarga entre os membros de uma cadeia de suprimentos. 

Os custos de transporte, segundo Bowersox e Closs (2001), são  influenciados, basicamente, pelos seguintes fatores econômicos: 

• Distância: é o que tem maior influência no custo, pois afeta os custos variáveis. Embora a relação custo/distância seja considerada linear, ou seja, quanto maior a distância, maior o custo total, mas o custo de frete por quilômetro rodado diminui, gradualmente, com a distância, em função de os custos fixos permanecerem os mesmos; 

• Volume: segue o princípio da economia de escala, ou seja, o custo do transporte unitário diminui à medida  que  o  volume  da  carga  aumenta.  Com  carga  consolidada  e  ocupação  completa  da capacidade do veículo, tem‐se uma diluição dos custos por unidade transportada; 

• Densidade: é a relação entre peso e volume e incorpora considerações de peso a ser transportado e  espaço  a  ser  ocupado. Um  veículo,  norma mente,  é mais  restrito  quanto  ao  espaço  do que quanto  ao peso.  Em  termos  logísticos, para melhor  aproveitamento da  capacidade do  veículo, 

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deve‐se aumentar a densidade da carga. Esses custos devem ser balanceados com os custos dos sistemas de carga/descarga, no intuito de minimizar o custo total; 

• Facilidade de acondicionamento: refere‐se às dimensões da carga e de como estas possam afetar o aproveitamento do espaço do veículo (carreta, contêiner, vagão etc). Produtos com tamanhos ou formas não padronizadas levam ao desperdício de espaço, o que gera custos desnecessários; 

• Facilidade  de  manuseio:  para  agilizar  e  facilitar  a  carga/descarga,  podem  ser  utilizados equipamentos especiais que, também, afetam o custo de manuseio/movimentação; 

• Responsabilidade: o grau de responsabilidade está relacionado à questão do risco e incidência de reclamações,  contemplando  as  características  da  carga  a  ser  transportada,  tais  como: suscetibilidade  de  avarias,  de  roubo,  de  combustão  ou  explosão  espontânea,  riscos  de deterioração e produtos com alto valor agregado (seguro da carga); e 

• Mercado: os custos de frete são influenciados por fatores de mercado, tais como sazonalidade das movimentações  dos  produtos,  intensidade  e  facilidade  de  tráfego,  nacional  ou  internacional, entre outros. A existência de carga em  rotas de  retorno, por exemplo, pode  reduzir o custo do frete por unidade de peso. Se isso não ocorre e o veículo volta vazio, o custo de retorno irá onerar o custo da viagem inicial. 

Por sua vez, a escolha do modo de transporte é  influenciada pelos fatores custo, tempo de trânsito da origem ao destino, risco (envolvendo a  integridade da carga) e freqüência (regularidade do  transporte).  Normalmente,  o  fator  custo  é  o  mais  importante,  em  termos  econômicos  e financeiros, mas os outros fatores também podem comprometer a definição do modo de transporte, estando relacionados ao atendimento do nível de serviço exigido. 

O  transporte,  nacional  ou  internacional,  pode  ser  realizado  pelos  seguintes  modais  (ou modos): rodoviário, ferroviário, aeroviário, dutoviário e aquaviário (marítimo, fluvial e lacustre). 

  Na Tabela 8.1, percebemos que, no Brasil, o modo  rodoviário ainda é o mais  significativo, 

sendo  que  a matriz  de  transportes  está  sendo  recomposta,  e  o modo  ferroviário  vem  ganhando espaço, em conjunto com o aquaviário, por meio da utilização da cabotagem. No Quadro 8.1,  são apresentadas algumas características dos modos de transporte. 

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  Observando‐se o Quadro 8.1, verifica‐se que os preços são  inversamente proporcionais aos 

custos de  inventários, com exceção do rodoviário,  identificando  trade‐offs diretamente associados, em  função  da  decisão  de  seleção  do modo  de  transporte.  Na  busca  da  redução  dos  custos  de transporte, pode‐se optar pelo transporte lento em vez do mais veloz. Por exemplo, pode utilizar‐se o  ferroviário  (preço menor) em  vez do aéreo  (preço maior);  conseqüentemente, o giro do  capital investido  é menor,  pois  o  inventário  irá  ficar mais  tempo  em  trânsito,  o  que  resulta  em  custos maiores para o sistema logístico. 

Na busca  pela  excelência  no  transporte,  a determinação do  tipo de modal  a  ser utilizado pode contribuir para a redução dos Custos Logísticos,  fator de grande relevância para o sistema. A escolha do modal de  transporte utilizado pode assegurar para a empresa economias significativas, como elevar o nível de desempenho no que se refere aos serviços prestados aos clientes. 

Diante da relevância da atividade de transporte, serão comentados, na seqüência, os tipos de modais utilizados. 

8.1 Modo rodoviário 

Esse  tipo  de modalidade  de  transporte  é  utilizado  para  cargas  pequenas  e médias,  para curtas e médias distâncias, com coleta e entrega ponto a ponto. O transporte rodoviário oferece uma ampla cobertura, podendo ser caracterizado como flexível e versátil, sendo mais compatível com as necessidades de serviço ao cliente do que outros modos de transporte. 

Segundo Fleury (2000), este modo é amplamente utilizado devido a sua praticidade, no que se refere à movimentação de diversos tipos de carga (completa ou fracionada) do ponto de origem a 

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um destino. E como no Brasil as rodovias são construídas com fundos públicos, mesmo com algumas concessões a empresas privadas, deparamos com custos  fixos baixos, mas médios custos variáveis (combustível, pedágios, manutenções etc). 

Ainda de acordo com esse autor, muito embora pareça óbvio que, ao executar a operação com  recursos  próprios  a  empresa  tenha maior  controle  sobre  qualidade,  prazos,  disponibilidade, flexibilidade, devido à proximidade, exclusividade e  facilidade de  coordenação, nem  sempre esses argumentos se efetivam na prática. 

 

Deve‐se levar em conta que a classificação supracitada entre custos fixos e variáveis depende tanto da operação da empresa quanto da ocorrência do fato gerador. Como exemplo, se o motorista tiver  um  rendimento  mensal,  esse  custo  será  fixo;  se  esse  profissional  for  remunerado  por quilometragem, o custo passara a ser variável. Podemos concluir que um veículo parado gera custo 

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de tempo (custos fixos) e, quando em movimento, gera custo de tempo e custo de distância (custos fixos e custos variáveis). 

Diante  do  processo  de  modernização  por  que  passam  as  empresas,  em  decorrência  de competitividade, tanto no que se refere à capacitação tecnológica quanto à qualidade dos produtos e serviços oferecidos, surgiu à figura dos operadores logísticos, que podem vir a responsabilizar‐se pela operação  de  transporte  de  uma  empresa  (terceirizado). O  custo  do  transporte  terceirizado,  que pode  existir  no  modo  rodoviário  ou  em  qualquer  outro  modo,  englobando  todas  as  taxas pertinentes,  além  dos  custos  com  a  infra‐estrutura  do  operador,  comumente,  é  calculado  pela multiplicação entre peso da carga e a distância a ser percorrida, levando em consideração, também, a  densidade  (relação  peso/  volume),  dependendo  do  tipo  de  carga  a  ser  transportada. Utiliza‐se sempre o que der o maior valor, e este é um custo variável para o usuário (empresa contratante). 

8.2 Modo ferroviário 

O transporte ferroviário é mais apropriado para grandes massas, e torna‐se pouco eficiente e muito oneroso para o deslocamento de pequenas quantidades. Normalmente, é utilizado para itens de baixo valor agregado, mas com grandes volumes de movimentação (graneis, minérios, produtos agrícolas etc.) e para longas ou pequenas distâncias, com baixas velocidades. 

Lambert  et  ai.  (1998,  p.  170)  comparam  o  transporte  ferroviário  com  o  rodoviário, argumentando:  "o  transporte  ferroviário  não  tem  a  versatilidade  e  flexibilidade  dos  transportes rodoviários,  porque  está  limitado  a  instalações  fixas  de  trilhos".  Essa  característica  passa  a  ser relevante  diante  da  crescente  necessidade  de  agregar  valor  ao  serviço  do  cliente,  mediante  a prestação de um serviço rápido e eficaz. 

Segundo os  referidos autores, um dos principais problemas apresentados por esse  tipo de modal é que o  transporte  ferroviário opera de acordo com horários previamente determinados, o que dificulta a rapidez na entrega e a satisfação do cliente. Outro problema apresentado, também, é que, muitas vezes, o vagão não está disponível na hora e no lugar necessário. 

O  modo  ferroviário,  conforme  comenta  Bailou  (2001),  apresenta  altos  custos  fixos, provenientes da manutenção  e depreciação de  terminais,  equipamentos,  estradas de  ferro  etc,  e custo variável baixo, dependente da distância a ser percorrida. 

 

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8.3 Modo aeroviário 

O  transporte  aéreo,  tendo  em  vista  seus  custos  elevados,  é  utilizado  somente  em circunstâncias especiais, que podem justificar‐se por apresentar um nível de perdas baixo tal como, por exemplo, para produtos de alto valor. Conforme explica Lambert et al.  (1998, p. 173), "o  frete aéreo  não  se  justifica,  em  custo,  para  artigos  de  baixo  valor,  porque  o  alto  preço  do  frete  aéreo representaria muito do custo do produto". 

Deve  ser  escolhido  para médias  e  longas  distâncias,  em  caso  de  produtos  de  alto  valor agregado,  como  já mencionado  e  com  alto  grau  de  exigência  quanto  aos  níveis  de  serviço  aos clientes. Neste modo, são menores os custos com seguro e embalagem, em função do menor tempo de trânsito. 

 

Uma das principais vantagens apresentadas por esse meio de transporte refere‐se ao tempo‐em‐trânsito. O produto é disponibilizado com maior rapidez e confiabilidade ao seu destinatário, em se tratando dos níveis de segurança do produto transportado. 

8.4 Modo dutoviário 

Essa modalidade  refere‐se aos  transportes de produtos por meio de dutos  subterrâneos e ainda não é amplamente utilizada em todos os segmentos da economia, pois sua utilização é restrita a produtos em estado gasoso, líquido ou pastoso. Segundo Lambert et al. (1998, p. 175), "as dutovias transportam apenas um número  limitado de produtos,  incluindo‐se aí o gás natural, petróleo  cru, produtos  de  petróleo,  água,  produtos  químicos  e  pastas  fluidas".  Estes  autores  ainda  abordam  o prazo  de  entrega  dos  produtos,  salientando  que  os  produtos  têm  condições  de  serem  entregues dentro de um determinado tempo, tal como se pode observar na seguinte afirmação: 

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Os  fluxos  de  produtos  dentro  do  duto  são  monitorados  e  controlados  pelo computador;  Perdas  e  danos  devido  a  vazamentos  ou  danos  no  duto  são extremamente  raros; Condições climáticas têm efeitos mínimos sobre os produtos movimentados nos dutos; As dutovias não  exigem muita mão‐de‐obra, portanto, greves ou ausências de funcionários têm pouco efeito nas operações (LAMBERT et. al., 1998, p. 175‐176). 

O modo  dutoviário,  que  é  utilizado  para  o  transporte  de  graneis,  gasosos  ou  líquidos  e combustíveis, segundo Fleury (2000) e Bailou (2001), apresenta custo fixo elevado, que eqüivale aos da  ferrovia,  em  função  do  direito  de  acesso,  construção,  requisitos  para  controle  das  estações  e capacidade de bombeamento. 

Algumas  empresas  possuem  a  tubulação  (oleodutos,  minerodutos  ou  gasodutos),  os terminais  e  o  equipamento  para  o  bombeamento,  o  que  aumenta  seus  custos  fixos significativamente. É vantajoso caso movimentem grandes volumes, no  intuito de diluir esses altos custos fixos. 

Este modo, também, apresenta custo variável mais baixo, que diz respeito à energia utilizada para movimentar  o  produto,  bem  como  os  custos  associados  com  a  operação  das  estações  de bombeamento  (mão‐de‐obra e outros). E utilizado para grandes volumes, grandes distâncias,  com baixas velocidades e fluxo contínuo, normalmente, de itens de baixo valor agregado. 

8.5 Modo aquaviário 

Para que este modo seja utilizado, é preciso que se tenha condição geográfica favorável, de maneira que o deslocamento seja concretizado com êxito. Pode ser desmembrado, segundo Lambert et al.  (1998, p.173‐174), em diversas categorias, como: "(1)  fluvial para o  interior,  tais como  rios e canais; (2) lagos; (3) oceanos litorâneos e interlitorâneo; e (4) marítimo internacional". A maioria dos produtos transportados por essa modalidade é de semi‐acabados ou matérias‐primas a granel, como minérios, grãos, produtos de polpa de madeira, carvão, calcário e petróleo. 

O modo aquaviário não apresenta flexibilidade de rotas e terminais e depende, portanto, de soluções  com  intermodalidade  e  de  legislação  pertinente  ao  processamento  em  armazéns alfandegados. Normalmente, é utilizado para grandes distâncias, mas apresenta baixas velocidades. Este  modo  possui  algumas  restrições,  pois,  se  tratando  da  sua  utilização  no  transporte  para  o interior,  é  preciso  levar  em  consideração  a  existência  de mares,  rios,  lagos  e  canais  que  sejam navegáveis. Está associado à expansão do uso de contêineres, que foi um grande evento ocorrido na Logística nos últimos anos. 

 

 

 

 

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           Bailou  (2001)  complementa  essa  questão  afirmando  que  existem  tarifas  relacionadas  ao 

volume, à distância e à demanda (sazonalidade), bem como podem existir tarifas especiais, tais como as  supracitadas,  que  estejam  relacionadas,  especificamente,  ao  tipo  de  produto,  ao  tamanho  de embarque,  por  rota  ou  taxas  diversas  (por  cubagem,  para  importação  e  exportação  etc.)  e  para cobrança de serviços especiais, tais como desvio referente à mudança do destino enquanto em rota, privilégios de trânsito, proteção e interligação. 

O  conceito  de multimodalidade  (ou  intermodalidade)  envolve  o  transporte  combinado  de cargas, por meio de dois ou mais modos, sob um único conhecimento de transporte, o qual pode ser emitido  por  um  Operador  de  Transporte  Multimodal  (OTM),  que  coordena  o  fluxo  físico  e  da informação. Isso reduz, significativamente, os custos de transporte. 

Um exemplo que pode ser citado é o do piggiback (trailer on flatcar), que é uma combinação do modo  ferroviário com o rodoviário, em que carretas padronizadas são colocadas em um vagão‐plataforma, visando a eliminar o transbordo, unindo a flexibilidade do modo rodoviário com o baixo custo do modo ferroviário. Outro exemplo é o da combinação do modo aquaviário com o rodoviário, no roll‐on‐roll‐off, em que, no  intuito de aproveitar a flexibilidade do modo rodoviário com o baixo custo do hidroviário, diretamente, em balsas ou navios, são embarcados veículos, visando a evitar, também, o transbordo. 

Entre  as  decisões  de  transporte,  não  se  pode  deixar  de  comentar  da  consolidação  do transporte, fundamental para o planejamento das decisões de embarque e reduções de custos. No sistema logístico, os embarques podem ser roteirizados e agendados no intuito de gerar economias de escala. Há várias maneiras de consolidar o transporte: roteirizando veículos, criando um pool (Um pool é um  conjunto de empresas visando ao  lucro,  tipo uma  cooperativa)  com vários embarques, 

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utilizando  intermodalidade  ou  estruturando  tabelas  de  embarques,  que  podem  ser  ajustadas  a outros embarques, evitando várias idas e vindas. 

Para que haja a otimização dos transportes, devem ser reconhecidas as restrições existentes em cada origem, destino, modo etc. Por exemplo,  se houver 10 origens e 100 destinos, existe um trilhão de combinações a serem realizadas. Para isso, atualmente, são utilizadas diversas ferramentas de otimização, que levam em consideração a pesquisa operacional. 

Ao adotar um programa de  consolidação de  transportes, a empresa pode beneficiar‐se de economias  de  escala  significativas,  maior  competitividade  e  redução  dos  preços,  caso  esteja integrada a um sistema eficiente de processamento de pedidos (tecnologia de informação), ou seja, possa minimizar seus Custos Logísticos. O esforço para reduzir os custos de transporte pode, ainda, resultar no aumento dos custos de armazenagem, de manutenção de  inventário e de tecnologia de informação  que  pode  superar  a  economia  feita  no  transporte  (trade‐offs).  Deve‐se  levar  em consideração,  também, a questão da embalagem a  ser usada em  cada modal, pois este elemento pode afetar os custos de transporte, bem como os de armazenagem. 

Cabe ressaltar que, ainda, devem ser contemplados nos custos do transporte, em qualquer modo,  os  gastos  relacionados  ao  processo  de  documentação,  que  envolve  os  conhecimentos  de transporte, a nota de frete, recibos de doca, as declarações de importação e exportação, liberações de frete, bem como outros documentos exigidos pela legislação de cada país. 

8.6 Intermodalidade ou multimodalidade 

O sistema de transporte pode ainda ocorrer pela integração entre duas ou mais espécies de modos,  formando  sistemas  logísticos denominados  transportes  intermodais para deslocamento da forma mais econômica possível, considerando o nível de qualidade pretendido, que é uma tendência em  transportes,  com  o  objetivo  principal  de  obter  ganho  de  eficiência  e  redução  de  custos.  Por exemplo,  para  uma  empresa  enviar materiais  de  São  Paulo  para Manaus  (AM),  há muitos  anos empresas  vêm  utilizando‐se  dos  modos  rodofluvial  (rodoviário  mais  aquaviário  por  rios)  e, atualmente, estão combinando, também, com o modo ferroviário. 

Na condição FOB (Free On Board), segundo Reis (2001), o comprador deve assumir todos os custos e riscos de perda ou avaria das mercadorias a partir do costado do navio (da transposição da amurada). 

O  impacto dos custos de  transporte pode ser compensado,  também, pela pontualidade do serviço na entrega dos pedidos, na flexibilidade de manuseio de uma grande variedade de produtos, no gerenciamento dos  riscos associados a  roubos, danos e avarias. A  resposta a  cada uma dessas exigências está vinculada ao desempenho e tipo de modo de transporte utilizado. Em contrapartida, este subprocesso contribui para o nível de serviço que a empresa presta a seus clientes, evitando o custo de vendas perdidas (stockout).  

FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

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4‐ Custos de embalagens Ana Cristina de Faria 

Maria de Fatima Gameiro da Costa 

 

Um dos objetivos da Logística é movimentar bens sem danificá‐los. As embalagens e os  dispositivos  de  movimentação  (pallets,  racks  etc),  na  Logística,  têm  como  principais objetivos  facilitar  o manuseio  e  a movimentação,  bem  como  a  armazenagem,  garantir  a utilização adequada do equipamento/veículo de transporte, proteger o produto e prover o valor de reutilização para o usuário. 

Conforme  Bowersox  e  Closs  (2001),  esse  elemento  de  custo,  geralmente,  é classificado em dois tipos: (1) embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing, e (2) embalagem voltada às operações logísticas (transporte e armazenagem). Para a Logística, o manuseio/movimentação, de forma eficiente, dos materiais e produtos, que garanta a sua integridade e qualidade, depende da embalagem. 

Há três tipos principais de embalagem, segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 125): (a)  invólucros diversificados, como caixas de madeira ou papelão, sacas, tambores etc, que são os mais comuns, onde são movimentados sem outro  invólucro especial; (b) pallets, são estrados de madeira, plástico (slip sheets) ou metal (shrink), necessitando de empilhadeiras para  mover  a  carga  para  o  transporte;  (c)  contêineres,  caixas  grandes  fechadas, normalmente de aço ou alumínio, utilizadas, principalmente, na importação e exportação de produtos. 

Na  opinião  de  Bowersox  e  Closs  (2001),  essas  embalagens  são  chamadas  de embalagens secundárias, por agrupar produtos em unidades ou cargas maiores para formar um  só volume. Para  facilitar o manuseio ou  transporte,  tem‐se a unitização da carga, que pode  ocorrer  em  contêineres,  transportados  em  vagões  ferroviários  abertos,  em  chassis rodoviários,  em  navios  ou  grandes  aeronaves  Esses  equipamentos  podem  acondicionar embalagens  secundárias  ou  produtos  soltos,  durante  a  armazenagem  e  o  transporte, protegendo e facilitando o manuseio, reduzindo avarias e roubos dos produtos, protegendo contra fatores ambientais, ou reutilizando os contêineres para outros transportes. 

Para otimizar a cadeia logística, é importante padronizar a embalagem para reduzir o custo de transporte, manuseio, movimentação e armazenagem. O contêiner é uma forma de padronizar a embalagem, visando a aumentar a eficiência do manuseio e movimentação dos materiais. Como o investimento em contêineres é alto, o armador cobra um aluguel e, se é ultrapassado o tempo contratado, existe multa pelo atraso na devolução3. 

As embalagens e dispositivos de movimentação podem ser de uma única utilização (descartáveis ‐ one way) ou retornáveis, que são reutilizáveis. O capital investido na compra de embalagens retornáveis, aquelas que voltam à empresa após a entrega dos produtos aos clientes, bem como sua manutenção e administração (follow up), está associado aos custos de embalagem. Para uma decisão de qual embalagem utilizar em uma operação  logística, 

                                                            3 1 A multa pelo atraso na devolução do contêiner na importação é chamada de demurrage e na exportação de detention. A multa pode ser considerada como uma perda no sistema logístico, causada por uma falha. 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  68 

deverá  ser  levado  em  consideração  o  investimento  que  deverá  ser  feito  na  embalagem retornável, bem como o número de vezes em que  será utilizada, verificando  se existe um retorno positivo, frente ao custo das embalagens descartáveis. 

Em  relação  aos  pallets,  de  acordo  com  Alvarenga  e Novaes  (2000,  p.  125‐126),  a maioria dessas embalagens é reutilizável, ou seja, retorna à sua origem ao final do processo, mas pode haver alguns problemas como o custo do transporte do estrado vazio e, também, a  dificuldade  de  controlar  a  sua  devolução,  quando  estes  são  entregues  junto  com  a mercadoria a terceiros, como transportadoras ou clientes. Deve ser considerada, também, a manutenção dos pallets, a alocação da mão‐de‐obra, dos materiais e  recursos  financeiros, criando assim um custo adicional. Segundo os autores, uma  forma alternativa de eliminar esses problemas é a utilização de pallets descartáveis, que são estrados leves de baixo custo e com uma certa resistência para serem utilizados em uma única operação. 

A  embalagem,  de  qual  tipo  for,  impacta  o  custo  de  diversas  atividades  logísticas, conforme mencionam Bowersox e Closs (2001): 

• O controle de estoque depende da identificação que, normalmente, é afixada na embalagem do produto; • Viabiliza a rapidez na separação dos pedidos pela identificação e facilidade no manuseio; • O custo de manuseio e movimentação do produto depende da capacidade de unitização e das técnicas aplicadas; • Os custos de transporte e de armazenagem são influenciados pelas dimensões e densidade das unidades embaladas; e • A  qualidade  do  serviço  ao  cliente,  também,  depende  da  embalagem,  para manter especificações de qualidade durante a distribuição, e atender às legislações ambientais vigentes. 

 

Os  custos  de  embalagens  e  dispositivos  de  movimentação,  para  o  fabricante  das embalagens, englobam custos variáveis, com materiais,  tais como: madeira, papelão, plástico, aço, ferro, entre outros, e os custos tributários inerentes (não recuperáveis). Os custos fixos, no fabricante, são relacionados à mão‐de‐obra envolvida na produção das referidas embalagens, os custos com pesquisa e desenvolvimento destas, devendo contemplar,  ainda,  os  custos  com  a  depreciação  e manutenção  dos  equipamentos utilizados na produção das embalagens.  

Na  empresa  usuária  da  embalagem,  esses  custos  são  incorporados  ao  estoque  de matéria‐prima  quando  estão  associados  à  obtenção  de  materiais  pela  Logística  de Abastecimento;  e  considerados  custos  indiretos  de  fabricação  quando  associados  às operações  de  produção  (suporte  da  Logística  de  Planta);  ou  custos  de  distribuição,  na Logística  de  Distribuição.  As  embalagens  retornáveis,  que  requerem  investimentos significativos, muitas vezes são contabilizadas no Ativo  Imobilizado e aparecem no Balanço Patrimonial, gerando custos de oportunidade sem esses ativos. 

Os  usuários  da  embalagem  no  sistema  logístico  podem  considerá‐la  como  custo variável  nas  cadeias  de  abastecimento  ou  distribuição,  pois  dependem  do  volume movimentado/transportado; ou, também, ser considerada como custo direto aos objetos de custeio a serem analisados, tais como, por exemplo, cadeia, cliente ou canal de distribuição, quando é possível identificá‐la ao referido objeto. 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  69 

Para ilustrar os conceitos aplicados, no Quadro 9.1 apresenta‐se, como exemplo, uma cadeia  de  exportação  de  peças  e  componentes  referentes  à  indústria  automobilística. Evidenciam‐se  algumas  conseqüências  que  auxiliam  na  tomada  de  decisões  de  custos  ao longo das etapas provocadas pelo projeto da embalagem, movimentação e utilização dos materiais  e  peças,  podendo‐se  perceber  que  o  que  pareceria  a  um  leigo  uma  "simples embalagem" apresenta o impacto das embalagens nos custos ao longo da cadeia logística. 

 

Um dos trade‐offs mais relevantes entre o custo unitário da embalagem dá‐se com o transporte, em  função da otimização cúbica, conforme  foi  indicado em negrito no Quadro 9.1. Pode‐se  imaginar uma economia de custos no  transporte  internacional proporcionada por 20% a mais de peças na mesma área cúbica, com embalagens que possibilitem, também, como é óbvio, uma utilização ótima do contêiner. Outro trade‐off do custo de embalagem pode  ocorrer  com  os  custos  de  armazenagem,  em  função  da  alocação  física  dos materiais/produtos a serem acondicionados. 

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Quanto  maior  o  grau  de  proteção  dado  às  embalagens  usadas  no  manuseio  e transporte dos produtos, maior será o seu custo. Em compensação, o aumento do custo de embalagens  pode  resultar  em  diminuição  nos  custos  de  avarias,  perdas  e  danos  nos produtos.  Se  ocorrer  o  contrário,  reduzindo  os  custos  de  embalagens  pode  diminuir  a proteção  do  produto  e,  conseqüentemente,  aumentar  os  custos  em  perdas  e  danos  dos produtos. 

A  Logística  pode  não  dominar,  completamente,  o  projeto  das  embalagens, mas  é importante  que  suas  necessidades  sejam  avaliadas,  juntamente  com  as  necessidades  de Produção e Marketing, quando da padronização de embalagens secundárias. O desenho e o material  da  embalagem  devem  ser  combinados,  de  forma  a  garantir  o  nível  de  proteção desejada, mas sem incorrer em custos superdimensionados. 

A  embalagem  deve  ser  analisada  e  projetada  em  função  de  sua movimentação  e utilização na cadeia  logística e não, como  freqüentemente ocorre, condicionando a cadeia aos tipos de embalagem preexistentes. Significa que, eventualmente, o maior custo de uma embalagem pode  resultar em  importante  redução do  custo  total da  cadeia em que ela é utilizada. 

 FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

 

5‐ Custos de manutenção de inventário  

Ana Maria Cristina de Faria Maria de Fátima Gameiro da Costa 

 Os Estoques (ou inventários) são ativos tangíveis, adquiridos ou produzidos por uma 

empresa, visando a sua comercialização ou utilização própria em suas operações. O nível de inventário a ser mantido depende do nível de serviço objetivado e da política a ser adotada pela empresa, e essa decisão está relacionada à incerteza na demanda ou no fornecimento. 

Na Logística, existem algumas visões funcionais diferenciadas, em que os inventários são  lembrados  com  freqüência.  Cada  atividade  da  empresa  tem  uma  intenção  e  um comportamento  diferente  em  relação  à  manutenção  dos  estoques.  A  atividade  de Marketing,  por meio  de  seus  canais  de  distribuição,  gostaria  de  atender  a  seus  clientes, disponibilizando  estoques  diversificados  e  estando  o  mais  próximo  possível  destes.  A Produção pretende atender ao volume programado, dispondo de todo o material necessário para sua viabilização aos custos unitários previstos. Compras, por sua vez, quer realizar bem sua  atividade,  ao  menor  custo  possível  por  unidade  comprada.  Nenhum  dos  agentes supracitados  quer  comprometer  suas  operações  e  ser  cobrado  pelo  fato  de  ter  decidido manter inventário, para não prejudicar a avaliação de seu desempenho. 

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O fato de reduzir os níveis de estoque, sem uma análise preliminar sobre o grau de eficiência  do  transporte,  do  armazém  e  do  processamento  de  pedidos,  pode  gerar  um aumento  no  Custo  Logístico  Total.  Por  outro  lado,  se  nenhum  dos membros  da  cadeia assumir  os  estoques,  o  consumidor  terá  de  fazê‐lo,  ou  pela  espera  de  outro  produto  no ponto‐de‐venda, ou pelo incremento nos preços em razão do aumento dos custos em algum outro  elemento  da  distribuição  (por  exemplo,  nos  fretes,  por  causa  do  aumento  da freqüência  de  embarque).  Ao  diminuir  um  custo,  na  esperança  de  obter  alguma melhoria  no 

processo da rentabilidade da empresa, o efeito pode ocorrer na direção contrária ao esperado. 

Quanto  ao  momento  de  considerar  a  obtenção  de  materiais  e  insumos  como investimento (contabilização), ludícibus et al. (2003, p. 101), no Manual de contabilidade das sociedades por ações, afirmam que o momento de  contabilização da  compra de um  item como  Estoque,  assim  como  de  sua  venda,  deve  ser  o  da  transmissão  do  direito  da propriedade do mesmo, não  sendo  relevante o momento da posse  física. Dessa maneira, segundo estes autores, os Estoques são representados por itens: 

(1) Físicos existentes; (2) Adquiridos pela empresa, mas que estão em  trânsito, a caminho da sociedade, na data do 

balanço, quando sob condições de compra FOB4, ponto de embarque (fábrica ou depósito do vendedor); ou 

(3) De  propriedade  da  empresa,  mas  que  estão  em  posse  de  terceiros  para  consignação, armazenagem, beneficiamento etc. 

No que diz respeito ao Estoque em Trânsito, cabe ressaltar ainda que, segundo  ludícibus et ai. (2003, p. 101‐102), 

Não devem ser incluídas as compras em trânsito, quando suas condições de negociação são de sua segurança na  fábrica ou em outro  lugar designado pela  empresa  (FOB‐destino),  bem  como  as  mercadorias  recebidas  de terceiros (quando a empresa é consignatária ou depositária) e os materiais comprados, mas sujeitos a aprovação. 

Reiterando  essa  questão,  consideramos  que  quando  o  fornecedor  nacional  irá entregar  a  mercadoria  diretamente  na  empresa  compradora,  não  há  necessidade  de contabilizar o Estoque em Trânsito. Já no caso de materiais  importados, quando existe um tempo  (lead  time) maior  de  trânsito,  responsabilidades  e  riscos  envolvidos,  se  os  custos estão sob a responsabilidade do comprador no processo  logístico deve ser contabilizado o Estoque em Trânsito. 

O capital "empatado" em estoque, que podemos considerar como o capital investido que está "parado", financeiramente falando, segundo Magee (1977), 

Não é o valor contábil em estoque e sim, deve ser determinado calculando‐se  o  impacto  da modificação  do  investimento  em  estoque,  de  grandeza 

                                                            4 1 O Incoterm FOB (Free on Board) está associado à colocação da mercadoria no navio. 

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geral,  como a que, provavelmente,  resultará das modificações do  sistema logístico em estudo, sobre o fluxo de caixa da empresa. 

Para o cálculo do valor em Estoque (global, por família de produto ou por item, dependendo do objeto analisado) a  ser  considerado no  cálculo do Custo de Manutenção de  Inventário, deve‐se utilizar o saldo médio da parcela variável dos estoques em determinado período, e não o  saldo  final do Balanço Patrimonial, que pode não  refletir o  volume  gerenciado pelo sistema logístico no período como um todo. 

Reiterando  essa  posição,  Lambert  et  al.  (1998,  p.  372)  afirmam  que  "o  custo  de capital deve ser aplicado ao investimento de desembolso em estoques. Embora a maioria dos fabricantes utilize alguma  forma de custo de absorção para estoques, só são relevantes os custos diretos de fabricação (variáveis)". 

Em uma empresa comercial, os valores dos estoques são, basicamente, formados por custos variáveis  (valor da mercadoria,  frete  sobre  compras,  seguro, desembaraços  etc), mas na  empresa industrial  existe maior  complexidade,  em  função  da  existência  dos  custos  fixos,  que,  conforme  a legislação societária (e fiscal) brasileira, devem ser absorvidos pelos produtos acabados (Método do Custeio por Absorção).5 

Quando  estivermos  calculando  os  Custos  de Manutenção  de  Inventário  sobre  o  Estoque  de Matérias‐Primas, fica mais simples pensar em calcular os referidos custos apenas sobre os Custos Variáveis do saldo do Estoque, mas, quando nos deparamos com o cálculo sobre o Estoque de Produtos Acabados, surge uma situação mais difícil. Considera‐se que calcular o Custo de Capital dos estoques de Produtos Acabados apenas sobre os Custos Variáveis irá requerer que as empresas definam, inclusive, se a Mão‐de‐Obra Direta será considerada como um custo variável ou fixo no custeio do produto acabado. Outro fator relevante de ser considerado é que é necessário que se controlem os custos variáveis e fixos por item de estoque (Stock Keeping Unit‐SKU), pois é interessante analisar a Rentabilidade dos Produtos por item, família ou linha de produto. 

Os  Custos  de  Manutenção  de  Inventário  são  os  custos  incorridos  para  que  os materiais e produtos estejam disponíveis para o sistema logístico. Ocorrem com as decisões de  manter  estoques  de  matérias‐primas,  produtos  em  processo,  produtos  acabados  ou peças de reposição e representam uma das principais parcelas do Custo Logístico Total. Cabe ressaltar  que  não  são  registrados  contabilmente  pelas  empresas  e,  também,  não  geram desembolsos, pois são custos imputados gerencialmente (custos de capital). 

A magnitude desses custos e o fato de os estoques estarem sob influência do sistema logístico  demonstram  a  real  necessidade  de  obtenção  de  dados  precisos  sobre  custos  de estocagem,  caso  se  pretenda,  de  fato,  entender  as  trocas  compensatórias  de  custos  no desenvolvimento de determinada solução para um sistema logístico. 

Para Lambert et ai.  (1998), cada empresa deve determinar seus próprios custos de inventário e procurar minimizar a totalidade desses custos, em razão dos níveis de serviço exigidos pelo cliente. Os custos para manter o estoque devem  incluir somente aqueles que 

                                                            5 Por esse Método de Custeio, que é o único aceito fisicamente no Brasil, todos os custos, diretos e indiretos, fixos e variáveis são absorvidos pelos produtos, assim como no Custeio Baseado em Atividades, que é um método estratégico (gerencial) 

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variam  com  os  níveis  de  estoque  e  que  podem  ser  agrupados  em:  (1)  custo  de  capital (oportunidade);  (2)  custos  de  serviços  de  inventário  (impostos  e  seguros);  (3)  custo  de espaço de armazenagem (estocagem); e (4) custos de risco de estoques. 

Custo de oportunidade dos estoques 

O  Estoque  exige  capital  que  pode  ser  utilizado  para  outros  investimentos.  Para estabelecer o  custo de oportunidade do  capital empatado nos estoques, no  caso de uma indústria,  deve‐se  buscar  apenas  o montante  correspondente  ao  desembolso  feito  pela empresa na aquisição de materiais, mão‐de‐obra direta e outros que variam em relação ao volume de produção. Outros custos de fabricação que são absorvidos no custo do produto, e não variam em relação ao produto, não devem ser considerados como base de cálculo do custo  de  oportunidade  do  capital  investido  em  estoques,  por  não  considerarem  um desembolso direto de estoques. 

Ao  investir em estoques, a empresa  renuncia à  taxa de  retorno que poderia obter com  tais  investimentos, em outras alternativas. A determinação da  taxa de oportunidade mais  adequada  ao  custo  de  oportunidade  de  manter  estoques  é  inerente  ao  tipo  de investimento que se faria, caso os recursos não fossem aplicados em estoques. Para ilustrar, vamos considerar o exemplo de Lambert et ai. (1998, p. 369), em que diz que "se o dinheiro fosse destinado a uma conta bancária ou utilizado para abater dívidas, então se aplica a taxa de juros adequada". 

No que tange à determinação da taxa de oportunidade mais adequada ao custo de oportunidade  de manter  inventários,  devemos  considerar  o  tipo  de  investimento  que  se faria, caso os recursos não  fossem aplicados nesses ativos  (estoques), mas sim em outros. No dia‐a‐dia das empresas, na ausência da taxa de oportunidade da alternativa desprezada, pode‐se obter outra  forma de  calculá‐la,  como, por exemplo, a apuração do Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC)6 

Para a apuração do CMPC, Martinez et ai.  (2001)  sugerem que  seja  reconhecido o custo de capital de cada  fonte específica de  financiamento  (capital próprio e de terceiros), levando  em  conta determinada estrutura de  capital  ideal  ou  possível. Assim,  "os  custos  das 

fontes específicas seriam ponderados por participações determinadas no total de financiamentos". 

O  processo  para  a  apuração  do  CMPC,  segundo Martinez  et  ai.  (2001,  p.  217),  é realizado da seguinte maneira: 

1. Cálculo do custo de cada fonte financeira específica; 2. Determinação da porcentagem de cada fonte financeira no total do financiamento; e 3. Soma dos produtos dos itens 1 e 2. 

Para  entender melhor  essa  colocação,  é  preciso  identificar  quais  são  as  fontes  de recursos da empresa, que são registradas contabilmente no Balanço Patrimonial no Passivo: 

                                                            6O  conceito  do  Custo  Médio  Ponderado  de  Capital  foi  desenvolvido  por  Anthony  (1973)  em  sua  obra Accounting for cost ofequity. Este conceito é intrínseco ao EVA®. 

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Capital Próprio (PL) e Capital de Terceiros (PC+ELP). Estes recursos são investidos no Ativo da empresa,  que  contempla  todos  os  seus  bens  e  direitos,  tais  como  duplicatas  a  receber, estoques, máquinas, equipamentos etc, conforme pode ser observado na Figura 10.1. 

 

Figura 10.1   Balanço patrimonial ‐ segregação das fontes de recursos. 

O  Capital  de  Terceiros  é  proveniente  das  dívidas  de  curto  e  longo  prazo  que  a empresa  tenha  contraído  para  investir  em  suas  operações  e  que  constam  no  Balanço Patrimonial  no  Passivo  Circulante  e  no  Exigível  a  Longo  Prazo,  envolve  do  Capital  de Terceiros  é  apurado  conforme  as  taxas  de  remuneração  contratadas  com  as  instituições financeiras, fornecedores e outros credores. 

O  Capital  Próprio,  registrado  contabilmente  no  Patrimônio  Líquido  da  empresa (Capital  Social,  Reservas  e  Lucros  Acumulados),  representa  o  montante  investido  pelo sócio/acionista que tem determinada expectativa de retorno sobre esse  investimento (taxa de remuneração desejada). 

Cada  uma  dessas  fontes  de  recursos  apresenta  um  custo  próprio,  como  já comentado. Por exemplo, um empréstimo pode custar 4% ao mês, um financiamento pode custar  3%  ao  mês,  dependendo  da  contratação  com  a  instituição  financeira;  o sócio/acionista espera ter um retorno de 1,2% ao mês, pois é o que teria caso investisse em uma  aplicação  financeira,  em  vez  de  na  empresa  (custo  de  oportunidade  da  alternativa desprezada). 

Vamos  imaginar, para efeitos didáticos, que o Passivo da empresa tenha apenas um Financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ‐ BNDES, que lhe custe 3% ao mês, no valor de R$ 900.000  (Capital de Terceiros) e que o Patrimônio Líquido  (Capital Próprio) seja de R$ 3.000.000, e que o sócio/acionista,  por  investir  na  empresa,  deseje  um  retomo  de  2%  ao mês  (custo  de  oportunidade  da alternativa de investir na referida empresa ‐ retorno do acionista). 

O Passivo Total da Empresa é de R$ 3.900.000, sendo que 30%  (terceiros) custam para a empresa 3% ao mês, e 70% custam 2% ao mês; qual é o Custo Médio Ponderado de Capital dessa empresa? 

CMPC = (30% * 3%) + (70% * 2%) CMPC ‐ 0,9% +  1,4% => CMPC = 2,3% 

 

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Tendo apurado o CMPC (taxa de oportunidade) de 2,3% ao mês, vamos supor que o saldo médio do produto Y seja de R$ 150.000. O custo de oportunidade dos estoques será calculado, simplesmente, mediante a multiplicação desses valores: 

 

Saldo Médio da Parcela Variável dos Estoques * Taxa de Oportunidade R$ 150.000*2,3% =   R$ 3.450 

 

Um dos principais fatores que estão motivando as cadeias de suprimentos a reduzir, continuamente,  seus níveis de estoque é o elevado  custo de oportunidade de  capital e o crescente foco gerencial no controle do capital de giro. 

Raedels (1995) afirmou que, embora os níveis de inventário possam ser reduzidos em meio a controles mais rígidos, os ganhos reais virão por uma melhoria no gerenciamento dos processos  de  abastecimento.  O  envolvimento  dos  fornecedores  no  gerenciamento  dos inventários,  a  preocupação  com  a  redução  de  lead  times,  a melhoria  nos  processos  de transferências de  informação e  acessibilidade podem  trazer muitos  ganhos para  todos os envolvidos. 

Pode‐se  concluir que os  inventários  são um dos maiores  focos  atuais da  Logística, pois  há  diversos  potenciais  de  redução  para  esses  custos  nas  empresas.  Sugere‐se  que  o gerenciamento de inventário seja uma das prioridades essenciais dos próximos anos, pois o investimento em inventário, na maioria dos casos, representa dinheiro parado, cujo objetivo seria o giro desse ativo, visando ao aumento do fluxo de caixa. 

Custos de serviços de inventário (impostos e seguros) 

Os custos de serviços de  inventário  incluem os custos com  impostos e seguros. No Brasil,  ao menos  até  o  lançamento  deste  livro,  não  existem  tributos  incidentes  sobre  os estoques. Alguns autores comentam que nos EUA, por exemplo, há tributos incidentes sobre o inventário. 

No que diz  respeito  aos  seguros,  segundo Bowersox  e Closs  (2001),  estes  incidem sobre o valor dos estoques, por um determinado período de tempo, em função do risco ou exposição  ao  risco  a  que  o material  ou  produto  está  exposto.  Produtos  com maior  valor agregado ou materiais perigosos têm custos de seguros mais elevados. 

Custos de espaço para armazenagem (estocagem) 

Se houver custos variáveis em relação ao espaço de armazenagem, como no caso de armazéns  públicos/gerais  ou  alugados,  onde  o  custo  é  calculado  em  função  do  volume estocado, devem ser considerados como custo de manutenção dos estoques. 

Segundo  Lambert et  al.  (1998, p.  374),  "apenas  as  cobranças do  armazém público devem  ser  incluídas  nos  custos  de  manutenção  de  estoques,  uma  vez  que  trata‐se  de cobranças de armazenagem pública que variarão com o nível de estoques". 

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Todos  os  custos  de  armazenagem  própria  ou  terceirizada  e  que  não  variam  em função  do  volume  de  estoque  são  considerados  fixos  e  não  devem  compor  os  custos  de manutenção dos estoques, pois,  conforme  já mencionado,  somente os  custos que variam com o volume de estoques pertencem aos custos para manter estoques. 

Custos de riscos de estoques 

Os custos de riscos de estoques dependem do tipo de materiais e produto estocados e, de acordo com Lambert et ai. (1998, p. 375‐376), incluem: obsolescência, avarias, perdas e custos de realocação. 

Os custos de deterioração e obsolescência costumam  relacionar‐se ao ciclo de vida do  produto  e  podem  tomar  várias  formas:  o  estoque  pode  deteriorar‐se,  enquanto armazenado  (perecibilidade,  incêndio  etc);  pode  tornar‐se  tecnicamente  obsoleto  (se  o projeto original for modificado) ou "sair de moda" (mudança de estação, sazonalidade etc). 

As  avarias  (quebras,  produtos  danificados  etc.)  nos  estoques  podem  ocorrer  nos subprocessos/atividades  de  transporte  e  armazenagem,  enquanto  as  perdas  envolvem possíveis roubos que requerem segurança. Os custos de realocação, por sua vez, envolvem as  transferências de materiais/produtos entre armazéns, visando a evitar excessos em um armazém e obsolescência em outro. Em nossa visão, estes custos podem ser considerados como  perdas  efetivas  para  a  empresa  e  não  deveriam  ser  tratados  como  Custos  de Manutenção de Inventários, pois são custos irrecuperáveis (sunk). 

Custo total de manutenção de inventário 

Para  se obter o custo  total para manter o estoque,  faz‐se a  somatória de  todos os custos  inerentes  ao mesmo,  sendo:  custos  de  capital  sobre  investimentos  em  estoques (custo  de  oportunidade),  custos  de  serviços  de  inventário,  custos  de  espaço  para armazenagem  (variável)  e  custos  de  riscos  de  estoques, mas  devem  ser  considerados  os trade‐offs entre outros elementos de custos, tais como transporte e armazenagem. 

A  relação  entre  custos  de  transporte  pode  ocorrer  quando  o  transporte  tem  seus custos  reduzidos  em  função  do  aumento  do  nível  de  consolidação,  pois,  quanto maior  a ocupação do caminhão ou outro modo, menor é o custo unitário de transporte. Porém, com o aumento da consolidação da carga, os  lotes de  transferências aumentam e, com  isso, o custo de manutenção dos  inventários também aumenta, necessitando de maior espaço de armazenagem,  recursos  financeiros  para manter  ativos, maior  controle  etc.  Em  situação inversa,  para  reduzir‐se  os  custos  de  manutenção  dos  inventários,  torna‐se  necessário reduzir os lotes; isto poderá impossibilitar a consolidação da carga, aumentando‐se os custos de transporte. 

Os  trade‐offs dos  custos de manutenção do  inventário, armazenagem e  transporta podem  significar menores  lotes  para  embarque,  custos  de  inventário  baixos  e  custos  de transporte altos. Por outro lado, se houver menos viagens com embarques grandes, haverá 

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maiores  custos  de  inventário  e menores  custos  de  transporte. O  ideal  é  que  se  definam níveis de inventário e estratégias de transporte, pois afetam os custos de armazenagem.  

FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

 

6‐ Custos de Tecnologia de Informação (TI)  

Ana Maria Cristina de Faria Maria de Fátima Gameiro da Costa 

 

A Tecnologia de Informação (TI) vem sendo considerada por muitos estudiosos como uma  importante fonte de melhoria da produtividade e competitividade e a utilização desse recurso  pelas  empresas  tem  aumentado  significativamente,  visando  à  minimização  dos custos operacionais e à otimização dos resultados econômicos. Uma contribuição expressiva proporcionada pelo atual ambiente informatizado é a maior disponibilidade de informações sobre  os  processos  e  a  possibilidade  de  analisar‐se  tais  informações  com  o  auxílio  de diversas ferramentas. 

Os  sistemas de  informações  logísticas  funcionam  como um elo entre  as  atividades logísticas  a  um  processo  integrado  (que  envolve  todas  as  áreas),  combinando  hardware (computadores,  coletores  de  dados,  separadores  automáticos,  transelevadores  etc.)  e software  (sistemas  em  si)  para medir,  controlar  e  gerenciar  as  operações  logísticas  que ocorrem em uma empresa específica, bem como ao  longo de toda cadeia de suprimentos. Na concepção de Bailou (2001, p. 286): 

O  fluxo  de  informações  é  um  elemento  de  grande  importância  nas operações logísticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento, necessidade de estoque,  movimentações  nos  armazéns,  documentação  de  transporte  e faturas são algumas das formas mais comuns de informações logísticas. 

A ineficiência na troca de informações entre as empresas pode vir a comprometer o resultado de suas operações; os dados do gerador de informações devem ser os mesmos dos usuários. 

Podemos  ressaltar,  inclusive,  que  as  informações  contábil‐gerenciais,  para  serem úteis e oportunas, dependem da utilização de TI. Nos últimos anos, houve um grande avanço da  TI,  pois  as  empresas  estão  cada  vez mais  preocupadas  em  aperfeiçoar  todos  os  seus processos, buscando a excelência em suas atividades e em seus resultados econômicos. 

As empresas estão em busca de sistemas/soluções específicas que possam monitorar todas as transações diárias realizadas na empresa individual ou entre os membros da cadeia de suprimentos. Em  função do volume de  transações ocorridas, da complexidade destas e 

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das práticas para gerenciamento das  informações, são agregados custos e tempos à Cadeia de  Suprimentos,  associados  ao  preenchimento,  coleta,  envio  e  redigitação  dos  dados, relacionados  ao  fluxo  de  materiais/produtos  e  de  informações  que  ocorrem.  Essas informações  podem  comprometer  o  processo  decisório  se  não  houver  um  bom acompanhamento.  Um  dos  grandes  desafios  das  empresas  com  sistemas  de  informação integrados na cadeia de suprimentos é a decisão de como processar e utilizar as informações disponíveis aos usuários na cadeia. 

Existem diversas dificuldades em  resolver problemas de  Logística no mundo  real e algumas  empresas  já  optam  por  utilizar  sofisticados  sistemas  de  suporte  à  decisão  para otimizar  suas operações  logísticas,  como, por exemplo, no processamento de pedidos, no relacionamento  com  fornecedores e  clientes, na movimentação de materiais/produtos no transporte etc. Nesses sistemas, são alimentados os dados que são processados e validados, executando  alguns  algoritmos  (etapas  bem  definidas  para  se  chegar  à  solução)  e, posteriormente, apresentando sugestões de solução. 

Saliby (2000) comentou que a simulação, por exemplo, é uma ferramenta para buscar uma solução  logística e  teve suas primeiras aplicações na Logística, no Brasil, em  torno de 1950,  em  empresas  de  siderurgia  e  de  transporte  aquaviário.  A  simulação,  atualmente bastante utilizada em Logística, envolve modelos voltados para o estudo de situações reais, de natureza complexa, com diversas alternativas de ação possíveis, por meio de experiências computacionais que podem prever os diversos impactos das referidas alternativas. 

No que diz respeito à automação na armazenagem, por exemplo, Lacerda  (2000, p. 170)  ressaltou  a  questão  dos  investimentos  a  serem  efetivados  na  implementação  de tecnologia de informação: 

Os altos  investimentos envolvidos e o enorme esforço necessário para sua implementação  exigem  uma  abordagem  extremamente  disciplinada  no desenvolvimento e execução do projeto. Embora  isto  seja  claro, é  comum haver  uma  desproporção  entre  os  gastos  realizados  em  equipamentos  e softwares e os gastos em tempo e pessoal dedicado às etapas anteriores de planejamento em vários projetos que têm sido realizados. 

Para que o retorno esperado sobre os altos investimentos realizados seja otimizado, a  empresa  deve  seguir  um  estruturado  planejamento  de  implementação,  em  que:  os objetivos  devem  estar  bem  definidos;  o  pessoal  envolvido  no  projeto  de  implementação bem  selecionado;  e  os  processos  operacionais  determinados  e  analisados,  para  que  os softwares  possam  ser  desenvolvidos  para  apoiar  esses  processos.  Após  todos  esses procedimentos, processos operacionais determinados e o pessoal  treinado, pode‐se então iniciar o processo de  implementação no qual os equipamentos e softwares são  testados e operacionalizados. 

Lavalle  (1995)  realizou  uma  pesquisa  de  campo  em  dez  empresas  brasileiras  de diversos segmentos, em que evidenciou que os sistemas de  informação eram  importantes, principalmente  para  auxiliar  nas  seguintes  atividades:  controle  de  estoques,  compras, 

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previsão de  vendas, processamento e  recebimento de pedidos;  transmissão eletrônica de pedidos; suporte financeiro; fretes; roteamento e programação de transporte; rentabilidade; monitoramento do desempenho e  recepção de pedidos on Une. Por mais que  tenham  se passado dez anos, desde a pesquisa de Lavalle, as necessidades, praticamente, continuam as mesmas,  mas  existem  ferramentas  de  Tecnologia  de  Informação  ou  habilitadores tecnológicos bastante eficazes que podem auxiliar no processo de gestão da Logística. 

Entre  as  ferramentas  de  Tecnologia  de  Informação  que  podem  ser  utilizadas  no processo de gestão da Logística, podem ser citadas: 

• Sistemas de gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, que podem  incluir vários módulos, voltados  ao  planejamento,  tais  como:  Planejamento  de  Demanda,  Estratégia  da  Rede Logística, de Produção, de Distribuição, de Gerenciamento de Inventários etc. A tendência atual  é  a  estratégia  de  utilização  de  softwares  voltados  à  colaboração  dos  diversos membros  da  cadeia  de  suprimentos,  tais  como  o  Extended  Relationship  Management (XRM),  que  tem  por  objetivo  a  integração  e  sincronização  dos  dados  de  seus múltiplos usuários; 

• Sistemas voltados à gestão da Armazenagem ‐ Warehouse Management Systems (WMS); • Sistemas voltados para o Transporte ‐ Transportation Management System (TMS),  incluindo 

softwares  simuladores  de  rotas  de  transporte  e  controle  de  frota,  simuladores  de dimensionamento de carga e descarga; 

• Softwares  de  localização  e  rastreamento,  tais  como:  Geografic  Information  System  (GIS), Global Positioning Systems (GPS) e Spatial Decision Support Systems (SDSS); 

• Sistemas de controle de inventários; • Simuladores de dimensionamento do estoque; • Sistemas utilizados no processamento de pedidos/faturamento; • E‐Procurement ‐ focalizado em operações de suprimentos; • Sistemas integrados ‐ Enterprise Resources Planning (ERP); • Leitores óticos para Códigos de Barras, bem como a tendência atual, que é o Radio‐Frequency 

Identification  (RFID) voltado para o  rastreamento e o controle das Etiquetas  Inteligentes (Electronic Product Code ‐ EPC); 

• Intercâmbio Eletrônico de Dados (Electronic Data Interchange ‐ EDI); • Internet ‐ Comércio Eletrônico; e • Business Intelligence (BI), voltada para a geração de relatórios gerenciais etc. 

Além das  ferramentas  supracitadas,  cabe  ressaltar que existem, atualmente, novas práticas  de  gerenciamento  da  Cadeia  de  Suprimentos,  que  visam  a  obter  vantagens competitivas por meio do melhor gerenciamento do  fluxo de produtos, da demanda e do relacionamento  com os  clientes, que  têm  como base o uso de Tecnologia de  Informação, para melhorar a utilidade do produto, tais como: 

• Continuous Replenishment Programme (CRP), que inclui o Vendor Managed Inventory (VMI) e o  Co‐Managed  Inventory  (CMÍ),  voltados  para  a  redução  do  tempo  de  resposta  de ressuprimento dos inventários, associado às variações da demanda; 

• Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment  (CPFR), voltado para a  redução dos inventários e dos custos de processamento de pedidos; e 

• Efficient Consumer Response (ECR), que visa à resposta rápida ao cliente, mas considerando, inclusive, as categorias de produtos em todo o seu ciclo de vida. 

Não  é  o  foco  deste  livro  tratar  sobre  a  utilidade  de  cada  uma  destas  práticas  ou ferramentas, pois existe literatura específica para isto, mas, sim, cabe ressaltar que existem 

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custos, muitas vezes significativos, para a amortização da licença de uso dos softwares e da manutenção dos mesmos, entre outros. O que é mais relevante na decisão de uma empresa investir ou não em tecnologias de ponta é a questão do benefício da informação. A famosa relação de custo versus benefício. 

Os custos de Tecnologia de Informação incluem os custos de emissão e atendimento dos pedidos, os de comunicação, além dos custos de transmissão de pedidos, entradas, processamentos, bem como todos os relativos às comunicações internas e externas, acompanhamentos etc, que envolvem o grau de  informatização  dos  sistemas  utilizados,  bem  como  o  tempo  de  execução  das  atividades, englobando: 

• Mão‐de‐obra  ‐  incluindo  os  salários‐base,  encargos  sociais  e  benefícios  do  pessoal  envolvido  na operação dos sistemas, tais como: digitadores, analistas, programadores, supervisores etc; 

• Depreciação  ou  leasing/aluguel  de  equipamentos,  instalações  e  hardware  e  amortização  do software (licença de uso); 

• Manutenção do hardware e do software, 

• Materiais de consumo/serviços aplicados; e 

• Seguros, treinamentos etc. 

Esses custos, normalmente, são tratados na maioria das empresas como custos  indiretos e fixos (ou, contabilmente, em algumas empresas, como despesas administrativas), apresentando dificuldade de alocação direta aos produtos, por exemplo. Em algumas situações, ter um determinado sistema é uma exigência de nível de serviço de determinado cliente, sendo possível de ser alocado diretamente ao cliente. 

Ainda  no  que  diz  respeito  à  Tecnologia  de  Informação  na  cadeia  de  suprimentos, podemos,  também,  considerar  que  podem  existir  alguns  custos  ocultos  (hidden  costs), segundo IBM (2004): 

• Custos de informação imprecisos às empresas; 

• Informações incorretas; • Sistemas redundantes; • Perda de produtividade; • Falha na leitura; • Correções no recebimento; e • Lentidão para novos produtos. 

Esses  custos  podem  estar  sendo  incorridos, mas,  na maioria  das  vezes,  não  são considerados pelos parceiros na cadeia de suprimentos, quando não existe integração entre os sistemas ou sincronização dos dados. Quanto maior for o número de parceiros com dados sincronizados  e  sistemas  integrados,  maiores  serão  os  benefícios  para  a  cadeia  de suprimentos, no que diz respeito à redução de custos. Para que isso seja implementado, as empresas  podem  deparar‐se  com  diversos  obstáculos,  tais  como:  resistência  interna  aos novos  processos;  incompatibilidade  de  padrões;  falta  de  confiança  nos  parceiros  e  dados internos não disponíveis. 

Com  o  emprego  dos  sistemas  de  informações  logísticas,  que,  por  um  lado,  geram aumento  dos  Custos  com  Tecnologia  de  Informação,  por meio  de  trade‐offs,  podem  ser reduzidos vários outros elementos de Custos Logísticos, trazendo os seguintes benefícios: 

• A padronização e redução na quantidade de documentos, melhorando,  inclusive, o  fluxo de materiais/produtos como, por exemplo, a leitura dos dados por código de barras; 

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• Abastecimento uniforme das necessidades das diversas plantas; 

• Controle do inventário em trânsito; 

• Redução do float (estoque de segurança) com menor lead time de importação; e 

• Maior integridade de dados etc. 

Um  dos  benefícios  dos  investimentos  em  Tecnologia  de  Informação  é  que  podem levar a ganhos significativos em produtividade, com melhoria do nível de serviço ao cliente, redução de tempo de ciclo e dos custos das  falhas pela eliminação de erros e retrabalhos, bem como aumentam o nível de confiança nas  informações, podendo  integrar  informações entre  fornecedores  e  clientes,  oferecendo  melhorias  de  resultados  para  a  cadeia  de suprimentos envolvida. Atualmente, muitas empresas  já se encontram  informatizadas e as aplicações  na  empresa  individual  ou  no  relacionamento  com  a  cadeia  de  suprimentos aumentam  o  nível  de  conhecimento  entre  os membros  e  integram  a  cadeia,  visando  a otimizar seus resultados. 

A relação entre os Custos de Tecnologia de  Informação e os Custos de Manutenção de  Inventários,  por  exemplo,  ocorre  quando  aumenta  a  freqüência  no  recebimento  dos pedidos,  aumentando,  assim,  os  custos  do  recebimento  do  pedido,  beneficiando  a diminuição dos custos de manutenção dos estoques pela diminuição do  intervalo dos  lotes de reposição. Também, pode‐se verificar o  inverso: se diminuir a freqüência dos pedidos, o intervalo de reposição dos lotes pode aumentar e, conseqüentemente, aumentam os custos de manutenção dos inventários, por ficarem mais tempo armazenados. 

 

FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005. 

 

7‐ Custos tributários  

Ana Maria Cristina de Faria Maria de Fátima Gameiro da Costa 

 Neste  capítulo,  trataremos  sobre  os  custos  tributários,  que  no  Brasil  são  extremamente 

relevantes em alguns segmentos da Economia. 

Segundo  o  Portal  Tributário7  (2004),  o  conceito  de  tributo  engloba  impostos,  taxas  de serviços públicos e contribuições de melhoria (decorrentes de obras públicas), contribuições sociais e econômicas, encargos e tarifas tributárias (com características fiscais) e emolumentos, a serem pagos ao Poder Público em função de obtenção/transferência de bens e/ou serviços, diretos, específicos ou de concessão. 

                                                            7 Disponível em: <www.portaltributario.com.br> 

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Na China, Coréia e França, entre outros países, existe apenas um  tipo de  imposto  sobre o valor agregado, mas, no Brasil, até março de 2005, há, segundo o Portal Tributário (2004), 74 tipos de tributos, entre os quais alguns podemos considerar que estão, direta ou  indiretamente, associados aos  processos  logísticos  (variando  em  função  dos  segmentos  e  tipos  de  materiais/produtos movimentados, bem como dos serviços executados) e que, obviamente, afetam os Custos Logísticos, caso não sejam recuperáveis, tais como: 

1. Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante ‐ AFRMM ‐ Lei nº 10.893/2004; 2. Contribuição à Direção de Portos e Costas (DPC) ‐ Lei nº 5.461/1968; 3. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT); 4. Contribuição  ao  Serviço  Nacional  de  Aprendizado  dos  Transportes  (SENAT)  ‐  Lei  nº 

8.706/1993; 5. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP); 6. Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) ‐ Lei nº 8.706/ 1993; 7. Contribuição Confederativa Laborai (dos empregados); 8. Contribuição Confederativa Patronal (das empresas); 9. Contribuição  de  Intervenção  do  Domínio  Econômico  (CIDE  Combustíveis)  ‐  Lei  nº 

10.336/2001; 10. Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF); 11. Contribuição  Sindical  Laborai  (não  se  confunde  com  a  Contribuição  Confederativa 

Laborai, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal); 12. Contribuição  Sindical  Patronal  (não  se  confunde  com  a  Contribuição  Confederativa 

Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a  Confederativa  foi  instituída  pelo  artigo  8º,  inciso  IV,  da  Constituição  Federal  e  é obrigatória em  função da assembléia do sindicato que a  instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT); 

13. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 14. Contribuições aos órgãos de fiscalização profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE etc); 15. Contribuições de melhoria: asfalto, calçamento, rede de água e de esgoto etc; 16. Fundo Aeroviário (FAER) ‐ Decreto‐lei nº 1.305/1974; 17. Fundo de  Fiscalização das  Telecomunicações  (FISTEL)  ‐  Lei nº  5.070/  1966  com novas 

disposições da Lei na 9.472/1997; 18. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); 19. Impostos/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); 20. Imposto sobre a Exportação (IE); 21. Imposto sobre a Importação (II); 22. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); 23. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU); 24. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR ‐ pessoa física e jurídica); 25. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF); 26. Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS); 27. INSS Autônomos e Empresários; 28. INSS Empregados; 29. INSS Patronal; 30. IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); 

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31. Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP); 

32. Taxa de Coleta de Lixo; 33. Taxa de Combate aos Incêndios; 34. Taxa de Conservação e Limpeza Pública; 35. Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) ‐ Lei nº 10.165/ 2000; 36. Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos ‐ Lei nº 10.357/ 2001, art. 16; 37. Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipal, estadual e federal); 38. Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária ‐ Lei nº 9.782/1999, art. 23; 39. Taxa de  Fiscalização dos  Produtos Controlados pelo  Exército Brasileiro  (TFPC)  ‐  Lei nº 

10.834/2003; 40. Taxa de Licenciamento Anual de Veículo; 41. Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal; 42. Taxa de Serviços Administrativos (TSA) ‐ Zona Franca de Manaus ‐Lei nº 9960/2000; 43. Taxa de Serviços Metrológicos ‐ art. 11 da Lei nº 9.933/1999; 44. Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP); 45. Taxas de outorgas  (radiodifusão,  telecomunicações,  transporte  rodoviário e  ferroviário 

etc); e 46. Taxa de Utilização do MERCANTE ‐ Decreto nº 5.324/2004. 

Diante dessa quantidade de tributos, pode‐se constatar que o sistema tributário incide sobre, praticamente,  todos os agregados econômicos:  renda,  trabalho, propriedade,  fluxos de produtos e serviços. É muito trabalhoso e extremamente útil analisar todo o  impacto  fiscal em alternativas de determinadas operações logísticas. 

As empresas deveriam focar seus estudos nos tributos sobre o fluxo de bens e serviços, que são os mais significativos, concentrando‐se: 

• Nos  tributos  sobre  o  produto/serviço  propriamente  dito,  tais  como  o  Imposto  sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Importação (II), que variam em função do tipo de material/produto.  Estes  tributos  necessitam  serem  analisados  isoladamente,  já  que são mais  voláteis  e  sensíveis  às  variáveis  ambientais  (guerra  fiscal  interna  e  barreiras protecionistas), mas não serão focalizados neste trabalho; 

• Nos  tributos das operações  logísticas, que podem  ser modeladas em  função do  trajeto (transporte), do contratante (industrialização por encomenda), do local de origem, do tipo 

de modo de  transporte utilizado, do  local do desembaraço etc, tal como o  Imposto sobre Circulação de Mercadorias e  sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);  

• No  fluxo  de  informações,  papéis  e  obrigações  acessórias,  tais  como  as  taxas incidentes sobre operações alfandegárias. 

Segundo Ribeiro  (1999), os  tributos podem  incidir sobre operações entre estabelecimentos da organização,  tais  como  remessas dos bens produzidos para um armazém, a partir do qual  tais bens não são distribuídos. Por outro  lado, segundo esse autor, os chamados tributos transacionais, que são os incidentes sobre as operações logísticas, não agem sobre operações realizadas dentro de um  determinado  estabelecimento,  tais  como:  a  movimentação  de  materiais  de  uma  linha  de produção para outra, dentro da mesma fábrica, desde que os materiais não ultrapassem os limites de 

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um estabelecimento da  fábrica ou outro estabelecimento da mesma empresa. Esses tributos estão relacionados, basicamente, às operações realizadas entre a empresa e seus fornecedores e clientes, mas,  se  houver  transferências  entre  plantas  ou  Centros  de Distribuição  (CD)  da mesma  empresa (mesmo Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas ‐ CNPJ), também existe a incidência do ICMS. 

Nos sistemas logísticos, o Custo Tributário é formado por tributos de vários tipos, tais como: impostos  sobre  a  propriedade,  sobre  as  vendas,  circulação,  taxas,  contribuições  etc. Os  impostos sobre as vendas ou circulação variam entre as regiões e sobre os tipos de produtos sobre os quais incidem  (no  Brasil,  em  termos  de  Logística,  nos  referimos  ao  Imposto  sobre  Circulação  de Mercadorias  e  sobre  a  Prestação  de  Serviços  de  Transporte  Interestadual  e  Intermunicipal  e  de Comunicação ‐ ICMS, Imposto de Importação ‐ II, Programa de Integração Social ‐ PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social ‐ COFINS, Imposto sobre Serviços ‐ ISS, taxas alfandegárias etc). Os  impostos  sobre a propriedade podem  ser aplicados às  instalações e veículos utilizados no sistema logístico, tais como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), imposto sobre Produtos e Veículos Automotores (IPVA), taxas etc. 

Ribeiro  (1999)  fez  um  levantamento  das  operações  logísticas  sujeitas  aos  tributos transacionais, que foi adaptado no Quadro 12.1. Cabe ressaltar que quando falarmos sobre débito de certo  tributo  estaremos  nos  referindo  ao  desembolso  que  deverá  ocorrer  e  o  crédito  está relacionado à recuperação do tributo a ser compensada com o valor a ser recolhido por ocasião de um débito gerado por ocasião de uma operação de venda. 

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 * O crédito de PIS e COFINS sobre a aquisição de imobilizado ocorre sobre o valor da depreciação do bem 

adquirido. Fonte: Adaptado de Ribeiro (1999, p. 49‐55). 

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Para que os  tributos possam ser calculados, é  imprescindível que seja verificada a maneira como o tributo incide sobre o valor do bem. Por exemplo, o II e o IPI são incidentes sobre o valor do produto e calculados por meio da multiplicação do referido valor pela alíquota do imposto (por fora). O  ICMS,  por  sua  vez,  é  embutido  no  valor  do  bem,  sendo  calculado  pela  divisão  do  preço  pela unidade decrescida da alíquota (por dentro). Por exemplo, caso a alíquota seja de 7%, o cálculo deve ser feito da seguinte maneira: (1 ‐ 0,07 = 0,93). 

A  preocupação  com  os  custos  tributários  justifica‐se  não  só  pelas  alíquotas  relativamente elevadas no Brasil, mas também por sua interferência, às vezes decisiva, na localização de unidades industriais  ou  centros  de  distribuição,  quando  da  oferta  (ou  não)  de  incentivos  por  governos estaduais ou municipais. 

Mesmo os impostos incidentes nas operações logísticas, considerados recuperáveis, que são os  impostos não cumulativos  (ICMS, PIS, COFINS),  têm o custo do capital  investido em pagamento antecipado, como afirma Carvalho (1992), independentemente do momento de suas realizações; ou seja,  nos  impostos  recuperáveis  a  empresa  desembolsa  dinheiro  na  compra  e  este  valor  é compensado,  posteriormente,  com  o  valor  do  imposto  a  recolher  (proveniente  das  vendas).  Os tributos  recuperáveis  incidentes  sobre  o  transporte  não  são  efetivamente  custos,  pois  serão compensados fiscalmente com os incidentes sobre as vendas. 

As  decisões  de  transporte,  por  exemplo,  envolvendo  rotas,  podem  ser  influenciadas  pelo aspecto tributário, pois no Brasil existem alíquotas diferenciadas de  ICMS para cada região ou para diversos tipos de produtos, bem como alíquotas diferenciadas para os diversos tipos de modais. 

Ainda no que diz respeito ao transporte, por exemplo, quanto ao aspecto jurídico‐tributário, segundo Coffani (2004), não havia tributação dos serviços de transporte pelo hoje conhecido ICMS; a tributação  se dava pelo  Imposto  sobre  Serviços de Transporte Rodoviário  (ISTR)  (artigo 21, VII da CF/69 e Decre‐to‐Lei nº 1.438/75), exceto as prestações intramunicipais, que já eram de competência tributária  dos Municípios  (Decreto‐Lei  nº  406/68).  Com  o  advento  do  "novo"  Sistema  Tributário Nacional  (artigos  145  a  162  da  CF/88),  o  ISTR  deixou  de  existir,  passando  os  referidos  serviços  a serem  tributados  pelo  ICMS. No  Estado  de  São  Paulo,  o  ICMS  é  regulamentado  pelo Decreto  nº 45.490/00, ou, como é mais conhecido, Regulamento de ICMS ‐ RICMS/SP. 

A  prestação  de  serviço  de  transporte,  conforme  a  Resposta  à  Consulta  da  Secretaria  da Fazenda  do  Estado  de  São  Paulo  nº  713/2000,  comentada  por  Coffani  (2004),  pressupõe, necessariamente, o deslocamento de mercadoria entre dois pontos: origem da carga e destino da carga. Estes pontos podem ser dentro do Estado, entre Municípios, ou entre Estados: 

No caso de prestação de serviço de transporte, a alíquota aplicável em cada caso, interna ou  interestadual, depende, necessariamente, de quem  seja o destinatário da mercadoria  ou  prestação,  contribuinte  do  ICMS  ou  não,  e  do  Estado  de  sua localização, final da prestação de serviço. 

Na prestação de serviço de transporte rodoviário por empresa transportadora estabelecida em  território paulista, exceto microempresa ou empresa de pequeno porte, o  tomador do  serviço (responsável  pelo  pagamento  do  frete),  remetente  ou  destinatário,  desde  que  contribuinte  do imposto, fica responsável pelo pagamento do imposto. 

A  prestação  intramunicipal  (início  e  término  do  trajeto  itinerário  dentro  do  mesmo Município) é de  competência  tributária dos Municípios e a prestação  intermunicipal/interestadual 

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(início e término do trajeto  itinerário em Municípios/Estados diversos) é de competência tributária dos  Estados  e  do  Distrito  Federal,  nos  termos  do  artigo  155,  II,  da  Constituição  Federal.  O  fato gerador ocorre no início da prestação de serviços, isto é, onde as mercadorias, bens ou pessoas são colocadas a bordo. 

É responsável pelo pagamento do  imposto devido o transportador  (artigo 11,II, do Decreto nº 45.490/00), quando:  (a) em  relação  à mercadoria proveniente de outro Estado para entrega  a destinatário  incerto em  território paulista;  (b)  solidariamente, em  relação à mercadoria negociada durante  o  transporte;  (c)  solidariamente,  em  relação  à  mercadoria  aceita  para  despacho  ou transporte  sem  documentação  fiscal;  e  (d)  solidariamente,  em  relação  à mercadoria  entregue  a destinatário  diverso  do  indicado  na  documentação  fiscal.  Na  legislação  do  ICMS  paulista,  ainda segundo Coffani (2004), por exemplo, as alíquotas estão definidas da seguinte forma: 

a)  Interna: 12% (artigo 54, I do RICMS/SP). b)  Interestadual (artigos 52, II e III, IV e 56 do RICMS/SP): 

b.1 Destinatário da prestação contribuinte do  ICMS estabelecido nas Regiões Norte, Nordeste, Centro‐Oeste e Espírito Santo: 7%; Regiões Sul e Sudeste, exceto Espírito Santo: 12%; 

b.2 Destinatário da prestação não  contribuinte do  ICMS estabelecido em qualquer unidade da federação: 12%; 

b.3 Destinatário da prestação de serviços de transporte aéreo de passageiro, carga e mala postal contribuinte do  ICMS estabelecido em qualquer unidade da  federação: 12%. 

Está previsto no artigo 37, VIII, do Decreto nº 45.490/00, o preço do serviço. Vale ressaltar que o ICMS integra sua própria base de cálculo, ou seja, o imposto deve estar "embutido" no valor do serviço,  independentemente de a prestação estar sujeita à substituição tributária ou não (artigo 49 do Decreto nº 45.490/00). 

Vamos supor, como exemplo, que temos um serviço cujo preço sem ICMS seja R$ 100,00 e a alíquota desse imposto seja 7%. Para conhecer a base de cálculo do ICMS de determinada prestação, temos a seguinte operação: 

  

 

Para  entender  melhor  essa  questão  tributária,  a  Tabela  12.1  apresenta  um  exemplo adaptado de Carvalho (1992), que contempla as seguintes premissas: 

• O preço do bem sem impostos é de R$ 100,00; • As alíquotas de  ICMS, PIS, COFINS e  IPI  são,  respectivamente, 18%, 1,65%, 7,6% e 15% 

(base fev./2005); 

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• O  custo  de  transporte  da  Fábrica  ao  Distribuidor  é  de  R$  5,00  e  do  Distribuidor  ao Varejista é de R$ 10,00; e 

• O lucro do distribuidor é de 20% e o do varejista de 30% sobre o preço de venda. 

Observa‐se na Tabela 12.1 que, na cadeia  logística de distribuição, um bem cujo custo é de R$ 100,00 está disponível para o consumidor final pelo preço de R$ 419,29, sendo 319,29% a maior, compostos,  basicamente,  por  Custos  Logísticos  de  transporte  e  tributários,  além  da  margem desejada pelos membros da cadeia: fábrica, distribuidor e varejista. Na seqüência, podemos observar a memória dos cálculos realizados para obtermos os números que constam na Tabela 12.1: 

  

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  89 

 * Frete Incluso na Nota Fiscal (ICMS 18%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%) ** Frete Contratado (conhecimento frete) ‐ (ICMS 12%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%) Fonte: Adaptada de Carvalho (1992). 

O valor apurado de R$ 158,08 envolve: o Preço de Venda  sem  Impostos  (R$ 100) mais os impostos  sobre  vendas  ao  distribuidor  (58,08).  Partindo  deste  preço,  iremos  ter  a  apuração  dos outros custos, preços e tributos incidentes na cadeia logística. 

Assumindo que o Custo de Transporte seja igual a R$ 5,00, compostos por R$ 1,36 de tributos sobre o frete (ICMS, PIS e COFINS), serão apurados os demais custos e tributos que serão base para a formação dos preços a serem praticados na cadeia logística, como se pode observar a seguir: 

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 Deixando um pouco de  lado  as operações domésticas brasileiras  e  focalizando  a  Logística 

Internacional,  Januário  (2001)  comentou  que  existe  uma  série  de  análises  a  respeito  dos  custos 

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tributários  que  pode  ser  realizada  na  busca  da minimização  dos  Custos  Logísticos,  tais  como:  a utilização  das  zonas  primárias  (portos  ou  aeroportos)  ou  das  zonas  secundárias  (a mais  de  cinco quilômetros dos portos ou aeroportos), a seleção do modal de transporte, a análise dos benefícios fiscais  e  utilização  de  regimes  fiscais  especiais  (Regime  Aduaneiro  de  Entreposto  Industrial  sob Controle  Informatizado  ‐  RECOF,  drawback  etc),  seguros,  lotes  de  compras,  terceirização  de atividades  para  despachantes  aduaneiros  e  agentes  de  cargas,  uso  de  portos  alternativos,  sem esquecer o controle do lead time que pode causar impactos em todo o fluxo logístico, associado aos Custos de Manutenção do Inventário. 

O RECOF, um regime em que o desembaraço é realizado próximo ao local de produção e está associado  às  exportações  de  valores  relevantes,  segundo  Brito  Jr.  (2004),  visa  a  proporcionar reduções de custos e tempos no processo aduaneiro, por meio da suspensão ou isenção de tributos, aliados à agilidade no processo logístico, permitindo que a empresa compradora realize processos de liberação  aduaneira  sem  a  inspeção  da  Receita  Federal8  nas  áreas  de  desembaraço  e  pague  os tributos incidentes sobre as mercadorias armazenadas no momento da venda do produto final. 

A Admissão Temporária, segundo Ferreira (2003, p. 53), "é o regime aduaneiro que permite a entrada no país, de bens que devam permanecer, por prazo  fixado com suspensão dos  tributos". O Drawback, por sua vez, pode ser definido como um incentivo fiscal à exportação, compreendendo a isenção, suspensão ou restituição de tributos incidentes na importação de uma mercadoria que será utilizada na industrialização de um produto que será exportado, tais como: ICMS, II, IPI e o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). 

Por exemplo, a Estação Aduaneira do Interior (EADI), já comentada no Capítulo 8, quando se falou  de  Armazenagem  Pública,  é  também  chamada  de  Porto  Seco  (Dry  Port),  um  regime  que permite,  na  importação  e  na  exportação,  o  depósito  de mercadorias,  em  local  alfandegado,  com suspensão do pagamento de tributos sob controle fiscal e aduaneiro, tendo como premissa a consig‐nação de materiais/produtos. Apresenta as seguintes vantagens: redução de custos, importação sem cobertura  cambial  (hedging),  armazenagem,  compatibilidade  com  regimes  especiais,  retiradas parciais de mercadoria, redução de prazo de importação e de custo/giro de inventário. 

Cabe ressaltar que outra questão relevante a ser analisada é a incidência dos tributos sobre o valor acrescido dos impostos (imposto sobre imposto), pois na importação o IPI, por exemplo, incide sobre o valor aduaneiro mais  II, e o  ICMS, por sua vez, deve ser calculado sobre o valor aduaneiro acrescido do II e IPI. A Lei nº 10.865/2004 instituiu a incidência de PIS e COFINS sobre a Importação, contemplando  em  sua  base  de  cálculo  os  outros  tributos  já  incidentes  na  Importação  (II,  IPI  e ICMS).9O  AFRMM,  existente  no  modo  de  transporte,  incide  percentualmente  sobre  o  frete  da importação. No Quadro 12.2, veremos a forma de como calcular alguns tributos em uma importação: 

 

 

                                                            8 A Receita Federal realiza auditoria remota de todo o fluxo das mercadorias importadas sob o regime RECOF, por meio de controle informatizado, integrado aos sistemas corporativos da empresa compradora. 9  Uma  fórmula  matemática  para  a  apuração  do  PIS  e  COFINS  na  Importação  encontra‐se  disponível  no  site <www.receita.fazenda.gov.br> na Instrução Normativa SRF nº 552, de 28/06/ 2005. 

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Quadro 12.2 Cálculo dos tributos incidentes em uma importação10. 

II = Valor do Produto ‐ Alíquota Específica IPI =  (Valor do Produto + II) * Alíquota Específica ICMS = (Valor do Produto + II + IPI). [Alíquota Específica / (I ‐ alíquota)] AFRMM =  Valor do Frete • Alíquota Específica 

Fonte: Brito Jr. (2004, p. 64). 

Os  custos  tributários,  relevantes  na  realidade  brasileira,  seja  nas  operações  nacionais  ou internacionais, são  impactados pelas diversas decisões  logísticas, tais como: decisões de  localização de fábricas ou centros de distribuição, modos de transporte etc. Mesmo que alguns tributos sejam recuperáveis,  não  onerando,  efetivamente,  o  resultado  econômico  da  empresa,  merecem  uma atenção especial, visando à sua minimização, o que pode ser atingido por meio das diversas soluções logísticas que podem existir em cada processo. 

 FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

  

7- Custos decorrentes de lotes Ana Maria Cristina de Faria 

Maria de Fátima Gameiro da Costa  

O conceito de Lote, no processo produtivo, está associado à atividade de setup, que consiste no trabalho requerido para preparar uma máquina específica, recurso, centro de trabalho ou  linha, entre o término da fabricação de um item e o início da produção do próximo item na programação. O tempo gasto na preparação é uma das perdas principais  (desperdícios) que devem ser evitadas no processo de produção e a redução nesse tempo permite desenvolver lotes de produção com custos menores, ter flexibilidade na resposta às necessidades dos clientes, minimizar estoque de produtos em processo, aumentar qualidade ‐menos sobras (falhas) ‐, e reduzir lead time da manufatura.

Segundo  Lambert  (1994),  os  custos  associados  ao  tamanho  do  lote  de produção/compra/venda mudam  à medida  que muda  o  sistema  de  distribuição  e,  normalmente, incluem:

• Custos de preparação de produção (tempo de setup de máquina, inspeção, refugo de setup e ineficiência do início da operação);

• Capacidade perdida devido à troca de ferramentas ou mudança de máquinas; e • Planejamento, manuseio e movimentação de materiais.

Os  custos  de  preparação  na  produção  e  de  perdas  na  capacidade  são  provenientes  das entradas no Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP). Podem, também, conforme afirmam  Lambert et ai.  (1998),  ser obtidos outros  custos,  tomando‐se  como base os  custos  totais incrementais  contraídos  para  dois  diferentes  níveis  de  atividade,  divididos  pelo  incremento  no                                                             10 Sobre o cálculo do PIS e COFINS na Importação, ver nota anterior. 

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volume. Este raciocínio, também, vale para os lotes de compra na Logística de Abastecimento ou os lotes de venda, na Logística de Distribuição. O aumento do custo no lote de produção, por exemplo, pode  ser  provocado  por  ineficiência  da  Logística  de  Distribuição.  Assim,  o  custo  inerente  a  esse aumento deve ser agregado aos demais Custos Logísticos. 

Para o  fornecedor, quanto maior  for o  lote, melhor, pois otimiza seu processo produtivo e pode diluir os seus custos fixos; por outro lado, para o cliente, quanto menor for seu lote de compra, menos  inventário  estará  sendo  mantido,  portanto,  menor  será  seu  custo  de  manutenção  de inventário. Na opinião de Magee (1977, p. 39), "os pedidos de reposição feitos pelo sistema de distribuição física, quando  erráticos,  instáveis  ou  descoordenados,  onerarão  desnecessariamente  a  produção".  Este autor enfatiza que o sistema  logístico pode criar problemas à produção, se  for administrado como atividade independente e que, se a produção tivesse conhecimento da necessidade unitária de cada armazém, poderia saber, antecipadamente, quando os armazéns precisariam ser abastecidos, tendo condições de programar a produção de maneira ordenada. É a tão falada questão da integração das atividades. 

Os custos excessivos na produção podem, também, ser provocados não só pela  ineficiência do processo  logístico de distribuição, mas, também, pela capacidade da produção, em responder a pedidos  especiais  ou  incomuns  dos  clientes.  Nesse  caso,  conforme  Magee  (1977),  a  produção depende não  só da  sua  capacidade de operação,  como  também do  sistema de abastecimento de materiais para atender às condições exigidas pelos clientes. 

Um benefício  importante dos  lotes deve ocorrer,  também, na  Logística de Abastecimento, onde a matéria‐prima pode ser comprada em lotes menores, minimizando custos de manutenção de inventário  e  de  armazenagem  e  movimentação  de  materiais.  A  decisão  de  utilizar  lotes  para abastecer, produzir ou distribuir materiais/produtos tem, também, como objetivo, uma redução nos custos: 

• Desenvolvendo lotes otimizados; • Permitindo flexibilidade na resposta às necessidades dos clientes; • Minimizando estoques em processo; • Aumentando a qualidade; e • Reduzindo o lead time logístico. 

Dessa maneira, os gestores de Logística devem estar cientes do impacto de suas decisões na eficiência das operações de  compras, produção e distribuição,  considerando mudanças associadas aos custos de produção ao estabelecer as políticas logísticas. O  aumento  no  Custo  dos  Lotes  ocorre  como  já  comentado,  pela  falta  de  integração  entre  os macroprocessos  envolvidos,  tais  como  Compras,  Produção,  Logística  e  Marketing,  entre  outros, necessários à otimização do sistema logístico. 

Para  que  ocorra  essa  otimização,  há  necessidade  de  controlar  todas  as  operações,  os elementos de custos  individuais, os Custos Logísticos associados aos processos  logísticos (que serão estudados no Capítulo 16) ou analisar seus custos totais, em função do nível de serviço contratado, e, para  isso, é relevante que haja uma área responsável pela Logística dentro da empresa e  isso gera alguns custos com sua administração. 

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Já que falamos em custos totais que só devem ser minimizados na gestão logística, o grande paradigma está em como atender às necessidades dos clientes (nível de serviço desejado) ao mínimo Custo Total possível. 

 FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

8- Custos decorrentes de nível de serviços  

Ana Maria Cristina de Faria Maria de Fátima Gameiro da Costa 

 

O Nível de Serviço ao Cliente está associado ao que se deseja de resposta no próximo elo da cadeia,  em  termos  de  disponibilidade  do  produto/serviço  (inventário),  confiabilidade  do  serviço (qualidade) e desempenho (velocidade e consistência de entregas). É algo que está sendo acordado entre  comprador  e  vendedor,  onde  o  comprador  faz  suas  exigências  e  o  vendedor  irá  verificar  a viabilidade de atendê‐las, criando valor para ambos.

As maiores exigências de níveis de serviço podem requerer maior nível de estoques, pessoal envolvido, sistemas de  informação, enfim, determinar maiores Custos Logísticos, com serviços cada vez mais diferenciados. Podemos considerar que o nível de serviço é a maior restrição existente na Logística.

Vamos  supor  que  a  empresa  decida  definir  o  nível  de  serviço  que  pretende  oferecer  aos clientes. Para  isso deverá definir,  inicialmente, o  limite aceitável de possíveis  rupturas  (ou vendas perdidas), que vamos supor, por exemplo, seja de 3% (três por cento). O nível de serviço será, então: 

 

A empresa pretende atender a no mínimo 97% (noventa e sete por cento) das necessidades de  seus  clientes  e,  para  isso,  deveria  estar  criando  indicadores  para  controlar  esse  nível  de atendimento. Essa questão será tratada no Capítulo 20, quando estudarmos o Balanced Scorecard na Logística. 

Um planejamento inadequado na Logística, que acarrete, por exemplo, falta de produto para atender à demanda, pode  resultar em vendas perdidas, comprometendo a  imagem da empresa, a fidelidade  de  seus  clientes,  além  de  seu  resultado  econômico. A mensuração  do  custo  da  venda perdida  (custo  da  falta  ou  ruptura/stockout),  em  um  determinado  serviço,  é  considerada  difícil, pois,  conforme  afirmam  Lambert  et  al.  (1998,  p.  47),  não  se  deve  considerar  apenas  a margem perdida pelo não‐cumprimento da demanda atual das vendas, mas,  também, "o valor presente de todas as contribuições futuras ao lucro não realizado, devido à perda do cliente pela falta do produto ou pelo não‐atendimento às suas exigências". 

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Lima  (2004)  desconsidera  a  questão  da  perda  no  futuro,  pois,  realmente,  existe  uma dificuldade  de  mensuração  dessa  perda  e  sugere  uma  simplificação  à  proposta  de  Lambert, considerando que o "custo de oportunidade unitário da venda perdida devido à falta de um produto é igual à sua Margem de Contribuição Unitária"11 

Os  custos  de  vendas  perdidas  (custos  de  faltas/rupturas  ou  stockouts)  que  não  se concretizaram,  em  razão de  falhas  logísticas, podem  ter ocorrido  em  função de um  problema na gestão dos estoques, tal como uma falta de mercadorias; nos desembaraços aduaneiros; nos modos de transportes; na entrega atrasada de produtos devido às falhas na distribuição; em cancelamentos de  pedidos  devido  a  atendimento  insatisfatório;  em  devoluções  devido  a  erros  de  pedidos  ou quaisquer outros problemas de ordem operacional que comprometam o nível de serviço ao cliente ou, eventualmente, uma receita em potencial a ser realizada pela empresa. 

As  falhas  relacionam‐se  ao  fato  de  a  empresa  incorrer  em  perdas  anormais  efetivas, decorrentes  do  mau  funcionamento  dos  elos  da  cadeia  de  suprimentos  ou  de  algum  processo logístico  que  afete  a  qualidade  do  produto/serviço.  Uma  falha  é  qualquer  evento  que  afete  a qualidade do produto/serviço ou a sua rentabilidade, tal como uma má administração de compras ou vendas, de estoques de materiais, de prazos de estocagem, recebimentos e pagamentos, assim como atraso na entrega de produtos e quaisquer outros problemas operacionais. 

Não se pode deixar de reconhecer a característica de anormalidade e involuntariedade, que, conforme  cita Martins  (2003),  é  peculiar  do  conceito  de  perda,  implícito  na  falha. Muitas  vezes, torna‐se  difícil  identificar  a  falha  nos  processos,  e  ainda mais mensurar  seus  custos  que  podem, também, ser considerados como custos de não‐qualidade.12 Mas é  imprescindível que se focalize a identificação dos pontos de falha, a fim de que sejam tomadas ações corretivas, no intuito de evitá‐las no futuro, pois se trata, nitidamente, de uma perda econômica à empresa. 

Uma vez que a  falha  tenha, efetivamente, ocorrido, existem duas situações para corrigi‐la: em uma incorre‐se em custos para a solução dessa falha, evitando, por exemplo, perder uma venda, e a outra  refere‐se à perda efetivada, na qual os esforços  são despendidos para  reversão ou para amenizar as conseqüências da falha ocorrida. A gravidade da falha pode ser mensurada em termos monetários,  representando  o  somatório  de  todos  os  custos  das  atividades  adicionais  que  foram necessárias  para  que  o  bem  ou  serviço  fosse  disponibilizado  ao  usuário  final.  Por  exemplo,  toda empresa necessita planejar adequadamente  suas vendas, produção e  compras, para que não haja nem  excesso nem  falta de  inventários, pois  ambos os  casos  geram  custos desnecessários, muitas vezes ocultos (Hidden costs) e não mensurados. 

O custo do excesso, segundo Lima  (2004), é equivalente ao custo de manutenção de cada unidade em estoque, enquanto que o  custo da  falta é equivalente ao  custo da  venda perdida,  já citada. O ideal é que ocorra o equilíbrio e, para isso, as empresas necessitam estabelecer um estoque de segurança (mínimo), para que não ocorra a falta, bem como coordenem seus planejamentos de vendas, produção e compras, para que não ocorra o excesso. 

                                                            11 A Margem de Contribuição Unitária é apurada por meio da diferença entre a Receita Líquida Unitária  (preço unitário menos  os  impostos  incidentes  sobre  vendas,  devoluções,  cancelamentos  e  abatimentos)  menos  os  Custos  Variáveis Unitários (materiais, mão‐de‐obra direta, fretes sobre vendas, comissões etc).  

12 Os Custos de Não‐Qualidade, segundo Robles  Jr.  (2003), envolvem os custos relacionados à Prevenção  (treinamento e manutenção), à Avaliação  (inspeção de condições) e às Falhas  Internas  (refugos,  retrabalhos, erros nos processos etc.) e Externas (reclamações/devoluções etc.) 

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O estabelecimento do estoque de segurança, ou estoque mínimo, é o risco que a empresa está disposta a assumir com respeito à ocorrência de falta de estoque. O estoque de segurança deve ser menor quanto maior  for o custo do excesso em  relação ao custo da  falta e o  inverso, ou seja, deve  ser maior quanto maior  for o  custo da  falta em  relação ao  custo do excesso. Para que essa definição ocorra de maneira adequada, a empresa necessita utilizar algumas técnicas para um bom gerenciamento  dos  níveis  de  estoque,  tais  como  o  Programa  de  Reposição  Contínua  (Continuous Replenishment Programme ‐ CRP), que visa à reposição eficiente de produtos, de forma a atender à demanda do  cliente  sem  criar estoques excessivos ou  causar  faltas dos  referidos produtos. O CRP envolve dois modelos: o Vendor Managed Inventory (VMI) e o Co‐Managed Inventory (CMI), em que no primeiro o estoque é gerenciado pelo  fornecedor e o  segundo  tem o  inventário  co‐gerenciado pelos parceiros na cadeia de suprimentos. 

E  já que  falamos em Cadeia de Suprimentos, podemos  citar vários exemplos de  falhas, na Cadeia de Suprimentos, citados por Rago (2004): 

• Fornecedores com pouca integração, alto lead time, baixa confiabilidade, dificuldade de reprogramação e altos custos; 

• Suprimentos: altos níveis de rejeição, estoques altos (gerando altos custos de manutenção de inventários), falta de materiais (incorrendo no custo da falta), processos inadequados; 

• Produção: alto lead time, baixa utilização da capacidade, horas extras, estoques altos (que geram altos custos de manutenção de inventários), baixa disponibilidade; 

• Marketing: falta ou excesso de produtos, produtos obsoletos, erros de previsão de vendas, processamento lento de pedidos, desconhecimento das margens; 

• Distribuição: necessidade de transparência de estoques, baixa ocupação de carga, pouca otimização logística, danos à carga e alto lead time de entrega; e 

• Consumidor: baixo nível de satisfação, comunicação deficiente, baixo esclarecimento, perda de mercado e imagem "manchada". 

É questão difícil e controversa determinar e atribuir responsabilidade pelo custo da falha em Logística, que são os custos decorrentes do nível de serviço. Não é fácil compreender o impacto de, por  exemplo,  uma  fábrica  parar  por  um  dia  ou  um  lote  inteiro  exportado  chegar  ao  destino danificado. Esses custos podem ser de responsabilidade de mais de uma atividade da empresa, assim como de agentes externos, mas devem ser contemplados nos Custos Logísticos da empresa como um todo. Para medir a ocorrência dessas  falhas, podem  ser utilizados os  indicadores de desempenho, que serão comentados no Capítulo 20. 

E mais fácil buscar a eficiência na gestão dos Custos Logísticos, minimizando os custos que a envolvem e, ao mesmo tempo, satisfazer ao cliente, do que perder uma venda, que seria um bom exemplo de falha incorrida no processo. A difícil mensuração desses custos faz com que as empresas busquem  soluções alternativas de avaliar essas perdas. Tomaremos como exemplo o caso da Ford Motor Company, bastante divulgado na mídia brasileira, a partir de 2002, que concedeu um bônus de R$ 100,00 para quem  fizesse um  test drive em alguns de seus carros e efetivasse sua compra com algum de seus concorrentes. Esta atitude denotava que o nível de serviço do cliente não havia sido atendido e o valor supracitado foi considerado como o custo da venda perdida (não necessariamente pela falta). Óbvio que  imaginamos que a margem na venda de um carro seja maior do que o valor supracitado, mas foi a forma que a empresa definiu para mensurar a perda. 

Outro exemplo é a possibilidade de as vendas serem perdidas em função da escolha do modo de  transporte ou da  forma de armazenagem, que estão  relacionadas à questão da substituição de 

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produtos. Na Figura 14.1 (a), poderão ser observados alguns trade‐offs que o gestor da Logística deve considerar na distribuição de produtos em diferentes graus. 

 

A  Figura  14.1  (a) mostra  que melhorias  nos  transportes  podem  ser  usadas  para  reduzir vendas  perdidas,  evitando  atrasos.  Para  um  dado  nível médio  de  estoque,  um  fornecedor  pode aumentar a velocidade e a confiabilidade da entrega de produtos e  reduzir a  incidência de  falhas. Assim,  o  produto  torna‐se mais  disponível  para  os  clientes  e,  provavelmente,  ocorrerão  poucas devoluções. Na maioria das vezes, o custo mais alto de transporte (CT) compensa o custo das vendas perdidas (VP). 

 

  

A Figura 14.1 (b), por sua vez, demonstra o mesmo tipo de compensação de custos, exceto pela disponibilidade de estoques para o cliente, que é controlada por meio de níveis de estoques, com a escolha do modo de  transporte permanecendo  constante. De qualquer  forma, o gestor da Logística deve controlar o impacto da substituição do produto (pelo do concorrente) nos resultados econômicos da empresa. 

De acordo com o conceito de Custo Logístico Total, visto no Capítulo 4, quando se tratou da Logística Integrada, os custos do macroprocesso logístico devem ser analisados no conjunto de todos os elementos  integrantes dos processos  logísticos, e não  individualmente, visando à busca de uma solução para o processo em que todas as atividades das cadeias logísticas sejam otimizadas. Podem, também, ser observados no Quadro 14.1 alguns exemplos de trade‐offs entre alguns elementos de 

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Custos  Logísticos  que  devem  ser  considerados  sob  a  ótica  do  Custo  Logístico  Total,  objetivando atender ao nível de serviço determinado pelos clientes. Qualquer nível de serviço é possível de ser atingido, mas deve‐se priorizar o equilíbrio com os custos totais, que é o grande "dilema" da gestão logística. 

Observando o Quadro 14.1, podem ser percebidas algumas características de alterações no nível de serviço comprometido com o cliente por meio de: entregas mais freqüentes, diminuição do tempo  de  ciclo  (lead  time),  confiabilidade  e  continuidade  de  suprimentos  e  esses  fatores  podem acarretar maiores ou menores custos totais para a empresa. 

O  nível  de  serviço  ao  cliente  é  um  dos  focos  da  Logística  e,  portanto,  constata‐se  ser necessário que seja contemplado o  impacto das exigências de cada cliente no resultado econômico da empresa. Qualquer nível de serviço é possível de ser atingido, mas deve‐se priorizar o equilíbrio com os custos totais, que é o grande "dilema ou paradigma" da gestão logística. 

 

                         FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

 

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9- Custos associados aos processos logísticos 

 

Ana Cristina de Faria 

Maria de Fatima Gameiro da Costa 

 E possível correlacionar os elementos de Custos Logísticos vistos entre os Capítulos 7 e 14 a 

cada um dos processos  logísticos, pois, por exemplo:  (1) os  inventários ocorrem ao  longo de  toda cadeia; (2) os custos das falhas mais significativos, quando em âmbito de abastecimento/planta, são relativos  às paradas/perdas de produção  e, quando  em  âmbito da distribuição,  significam  vendas perdidas; e (3) os níveis de serviço  impõem exigências do cliente/consumidor sobre a distribuição e das fábricas sobre a Logística de Abastecimento. 

 

Custos da Logística de Abastecimento 

Conforme cita o Instituto dos Contadores Gerenciais (IMA, 1989), via de ; regra, os chamados custos de obtenção, que estão associados ao processo de compra, tais como: custos de transportes, seguros  e  embalagens,  entre  outros,  são  incorporados  aos materiais  adquiridos. Usualmente,  no Brasil,  a  maioria  dos  fornecedores  embute  em  seu  preço  os  Custos  Logísticos  associados  aos subprocessos de Armazenagem/Movimentação de materiais e Transporte. 

O custo de transporte, por exemplo, é um dos maiores problemas na identificação dos Custos Logísticos de Abastecimento, no Brasil. A maioria das empresas não  tem a  informação do  frete de compra segregada do valor do material (que é contabilizado no Estoque ‐ Ativo), pois a maioria dos fornecedores  de materiais  nacionais  não  destaca  essa  informação  na  nota  fiscal  e,  quando  esta informação existe, encontra‐se na área de Compras, pois muitos materiais são adquiridos com preços negociados,  incluindo  o  valor  de  frete  e  seguros,  dependendo  dos  termos  da  negociação.  Se estivéssemos analisando os custos da cadeia de suprimentos como um todo, haveria a necessidade de o fornecedor compartilhar esses custos, para que pudessem ser adequadamente gerenciados. 

Nos  EUA,  conforme  afirmam  Bowersox  e  Closs  (2001),  os  fretes  de  compra  são  tratados como despesas dedutíveis no resultado do período, e não no Estoque ‐ Ativo. Se existe a intenção de apurar  os  Custos  Logísticos  Totais,  o  frete  incidente  sobre  as  operações  de  obtenção  deve  ser identificado. 

Uma  das  alternativas  para  a  identificação  do  valor  do  frete  de  compra,  na  ausência  da informação  por  parte  do  fornecedor,  é  a  implantação  do Milk  Run  na  obtenção  dos materiais, podendo indicar que haja desconto no custo do material a ser compensado por aumento no custo de transporte (trade‐off), mas pode‐se economizar na consolidação da carga e na redução de inventário. O Milk Run é um sistema de coleta e entrega de materiais que os clientes, no intuito de reduzir seus custos,  negociam  com  os  fornecedores  seus  preços,  assumindo  que,  ao  invés  de  o  fornecedor entregar o material ao cliente, que, por sua vez, responsabilizar‐se‐á pelo frete e seguro, irá buscar o material  no  fornecedor,  passando  a  gerenciar  seus  custos.  Suas  vantagens  são:  redução  de inventário, redução na movimentação do material, eliminação de desperdícios, aumento no controle e na disciplina dos processos, aumento na flexibilidade e velocidade de reação (resposta rápida). 

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De  posse  da  informação  do  frete  do  abastecimento,  ao  invés  de  contabilizar  o  valor  dos materiais, incluindo todos os Custos Logísticos, diretamente em uma conta contábil apenas (Estoque de  Matéria‐Prima),  poderiam  ser  criadas  contas  contábeis  específicas  no  Plano  de  Contas  da empresa,  onde  sejam  segregados  os  valores  referentes  aos  Custos  Logísticos,  tratando‐os, preferencialmente, como Custos Variáveis. 

Isso deveria ser realizado para que os gestores da Logística de Abastecimento possam avaliar seus desempenhos, destacando os  custos mais  relevantes,  tais  como:  Frete do  Trânsito Nacional, Frete do Trânsito  Internacional, Seguros, Armazenagem, Honorários dos Despachantes Aduaneiros, Agentes de Carga, Taxas de Uso dos Terminais Portuários e Aeroportuários, Movimentação Interna, Imposto de Importação, Taxas Diversas (para liberação, desconsolidação, entre outras) etc. 

Os  impostos  incidentes  nas  operações  de  compras,  quando  recuperáveis  (ICMS,  IPI,  PIS  e COFINS), não  são contabilizados no Estoque dos materiais/ componentes e,  sim, como  Impostos a Recuperar  (no Ativo),  compensados  fiscalmente  com os  Impostos  a Recolher  (incidentes  sobre  as vendas).  Contudo,  apesar  de,  em  termos  tributários,  serem  tratados  de  forma  diferenciada  dos outros gastos, a Logística deve receber  informações sobre os custos  tributários  incidentes em suas operações,  sejam  de  abastecimento  ou  de  distribuição,  para  poder  tomar  as  devidas  ações  de reduções,  tais  como:  os  impostos  incidentes  nos  processos  de  importação  e  exportação,  nas circulações de mercadorias etc. 

Tendo a intenção de segregar os Custos Logísticos do abastecimento por item de materiais e componentes,  haveria  uma  maior  dificuldade  de  identificação,  pois,  muitas  vezes,  as  empresas negociam  suas  compras  por  lotes  de materiais,  para mínimização  de  custos  com  otimização  de espaços de contêineres, veículos etc. Uma proposta de solução seria a de definir direcionadores de custos13  para  alocar  os  Custos  Logísticos  a  cada  um  dos  itens  de materiais  ou  componentes. Um exemplo de direcionador de custo seria a densidade (relação peso/ volume) de cada item, em relação ao total transportado. Comentaremos mais a respeito dos direcionadores de custos e de atividades no Capítulo 19, quando tratarmos do Custeio Baseado em Atividades (ABC) na Logística. No caso dos materiais importados, a cadeia envolve todas as atividades logísticas, do fornecedor no exterior até a fábrica no país importador, como pode ser visualizado na Figura 15.1. 

 

 

 

 

 

 

 

                                                            13  O  Direcionador  de  Custo  é  um  fator  aplicado  ao  custo,  como:  horas  de  mão‐de‐obra,  quantidades movimentadas, toneladas, metros cúbicos etc, no intuito de alocar, por exemplo, os recursos a uma atividade ou os custos de uma atividade a um objeto. 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  101 

 

 

Os  fornecedores em seu país de origem, dependendo dos  Incoterms  ‐ Termos de Comércio Internacional, podem ou não  "embutir" em  seus preços, além dos materiais, os Custos  Logísticos, englobando  os  custos  de  transportes  e  desembaraços,  até  a  chegada  do  material  à  empresa compradora e posterior agregação no valor dos materiais no estoque. Segundo Reis (2001), [,,.]  a  transferência  de mercadorias  entre  países  é  uma  atividade  de  risco,  exigindo  conhecimento abrangente  das  fases  envolvidas  no  processo  e  cuidados  especiais  na  sua  realização.  Uma  das dificuldades encontra‐se na fixação das bases dos contratos internacionais de venda de mercadorias, principalmente no tocante à divisão de responsabilidades, quanto a riscos e Custos Logísticos, entre o vendedor (exportador) e o comprador (importador), [grifo nosso] 

Como se observa nesse comentário, a definição do Incoterm a ser utilizado impacta os Custos Logísticos. Os  termos  de  comércio  internacional  são  os  que  definem  os  direitos  e  as  obrigações mínimas  do  vendedor  e  do  comprador  no  que  diz  respeito  ao  frete,  seguros, movimentação  em terminais,  desembaraço,  liberação  em  alfândegas  e  obtenção  de  documentos  de  um  contrato internacional de venda de mercadorias, definindo todos os Custos Logísticos da operação. Envolvem: Custos com Transporte e Seguro Interno, Importação e Exportação, Taxas de Embarque, Transporte e Seguro Internacional, Custos com Carga/Descarga, Documentações etc. Uma empresa pode comprar, globalmente, sob várias condições, a serem observadas na Figura 15.2. Na seqüência, serão descritos apenas os termos mais utilizados por empresas brasileiras. 

 

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  102 

 

No Incoterm Ex‐Works (EXW), conforme se observa na Figura 15.2, o exportador encerra sua participação  no  negócio  quando  acondiciona  a  mercadoria  na  embalagem  de  transporte  (caixa, engradado, pallet etc.) e a disponibiliza, no prazo estabelecido, no seu próprio estabelecimento. O comprador assume  todos os  custos e  riscos envolvidos, desde o  local de produção  (fornecedor) à transferência  das  mercadorias  até  o  destino  desejado  e  toda  a  cadeia  de  abastecimento  é  de responsabilidade da empresa compradora. 

Na condição Free On Board (FOB), segundo Reis (2001), o comprador deve assumir todos os custos e riscos de perda ou avaria das mercadorias a partir do costado do navio (da transposição da amurada). No  Incoterm  Free  Carrier  (FCA),  o  vendedor  conclui  suas  obrigações  quando  entrega  a mercadoria,  pronta  para  exportação,  aos  cuidados  do  transportador  internacional  indicado  pelo comprador, no  local designado do país de origem. No  Incoterm Cost,  Insurance and Freight (CIF), o vendedor  tem a responsabilidade de assumir os custos associados à  transferência das mercadorias ao  porto  de  destino  designado,  desembaraçando  as  mercadorias  para  exportação,  mais  a contratação e pagamento do prêmio do seguro de transporte marítimo. 

Esses custos de obtenção dos materiais/produtos no Brasil normalmente são contabilizados no ativo como Estoque em Trânsito, enquanto os referidos materiais/produtos não estão na posse do comprador e, posteriormente, quando da sua chegada na empresa (posse) são transferidos para a conta de Estoque de Matéria‐Prima, englobando todos os custos supracitados. 

Visando a reduzir os custos de obtenção dos materiais nacionais ou  importados, podem ser implantados Centros de Consolidação,  já comentados no Capítulo 8, que tratou sobre os Custos de Armazenagem e Movimentação de Materiais, ou ser terceirizadas as operações para Consolidadores, que administrarão a consolidação e o embarque de materiais, no intuito de maximizar embarques e otimizar o transporte, assegurando total controle da cadeia de abastecimento pela melhora no fluxo de envio de materiais. 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  103 

A  otimização  do  transporte,  por  exemplo,  do  fornecedor  para  o  consolidador,  do consolidador para o porto de embarque,  se no modo marítimo ou aéreo  (melhor planejamento e negociação de espaço), do porto de chegada para o desconsolidador e deste para a fábrica também pode auxiliar na diminuição dos custos de obtenção. 

A  partir  da  chegada  do  material/componente  na  empresa,  iniciam‐se  as  operações  de Recebimento, que consistem na aceitação física do material entregue, descarregamento do material, preparação do material para estocagem ou redespacho, verificação e documentação da quantidade e das condições do material entregue, de acordo com os procedimentos adotados pela empresa, e têm sido bastante utilizadas pela indústria automobilística no Brasil. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma estratégia usada,  atualmente, para otimizar os  custos de Recebimento é  a  Janela de Entrega  (Time Windows) que,  associada  ao Milk Run  e  JIT,  assegura o  recebimento das peças em horários  predeterminados,  possibilitando  a  redução  do  inventário.  Esta  estratégia  consiste  no estabelecimento  de  horários  para  que  os  fornecedores  possam  entregar  os materiais  negociados com a empresa e tem sido bastante utilizada, por exemplo, pela indústria automobilística no Brasil. 

O Quadro 15.1 apresenta exemplos de  custos associados à  Logística de Abastecimento de uma  empresa  industrial  que,  dependendo  da  decisão  a  ser  tomada,  deveriam  ser  identificados, classificados e acumulados em  função do objeto ou em relação ao tipo de aplicação do esforço de suprimentos  (custos  das  "n"  cadeias  de  fornecimento,  por  rotas,  por  fornecedor,  por  item,  Stock Keeping Unit ‐ SKU, por família de materiais/produto etc). 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  104 

Um dos desafios existentes é alocar os  custos que  são  comuns a  todos os  itens  (SKU) em determinado  lote ou processo de  importação  comprado,  tais  como: honorários dos despachantes, taxas alfandegárias etc. Para  isso, necessitamos definir qual o melhor direcionador para alocar os custos  dos  referidos  objetos. No  intuito  de  ilustrar,  veremos,  na  seqüência,  um  exemplo  de  uma importação: 

 

Na  Tabela  15.1  foram  evidenciados  os  elementos  de  custos  e  premissas  existentes, reconhecendo‐se a possibilidade de realizar‐se a importação de 1.000 peças do Produto Y, tanto pelo modo aquaviário (marítimo) quanto pelo aéreo.  

Conforme se pode observar na Tabela 15.2, neste exemplo os Custos Logísticos Totais pelo modo aquaviário são menores que pelo modo aéreo, basicamente pelo custo do frete internacional no segundo modo. Como o produto é de baixo valor agregado, parece vantajoso optar pelo modo aquaviário. 

A intenção de destacar este exemplo é a de evidenciar que, quando da decisão de obter um material nacional ou importado, por um ou outro modo de transporte, devem ser considerados dois fatores: (1) o quanto será efetivamente desembolsado (saída do fluxo de caixa); e (2) o custo efetivo, a ser contabilizado no Estoque, e que desconsiderará os impostos a serem recuperados. Cabe  ressaltar, no que  tange aos Custos Logísticos  relacionados à Logística de Abastecimento, que devem ser levadas em consideração algumas questões: 

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  105 

 

1. Os níveis de inventários desejados nas decisões de nacionalizar ou importar um certo insumo devem  ser  planejados,  por  exemplo,  reconhecendo,  além  dos  Custos  Logísticos,  os  lead times, que irão impactar diretamente os Custos de Manutenção de Inventário; 

2. Os  Custos  de  Transporte  requerem  especial  atenção,  exigindo  decisões  de  modais  que impactam, também, os Custos de Manutenção de Inventários; 

3. As ações de Logística devem  ser mensuradas, bem  como  contempladas as possíveis  falhas nos  processos,  requerendo  o  desenvolvimento  de  controles,  a  partir  de  evidências freqüentes dos desvios ocorridos em relação ao que foi planejado na tomada de decisão; e 

4. Devem ser desenvolvidos comparativos econômicos das fontes de abastecimento, ou seja, os efeitos de obter‐se um insumo da Europa ou da China, tanto em termos de manutenção do inventário quanto de ocorrência de outros custos (custo da cadeia versus giro). 

Depois de  armazenados,  a partir do momento  em que os materiais  são  requisitados para serem utilizados no processo produtivo, passam a incorrer os custos associados à Logística de Planta.  Custos da Logística de Planta 

Os  elementos  de  Custos  Logísticos  que  devem  estar  contemplados  à  Logística  de  Planta (Quadro  15.2)  incluem,  também,  os  Custos  decorrentes  de  Lotes  e  os  custos  com  Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP). 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  106 

Em termos de redução dos Custos Logísticos, uma alternativa é o JIT (Just in Time), técnica bastante utilizada por empresas  industriais, que é  constituída por um  sistema que  sincroniza a entrega das peças  pelo  fornecedor,  conforme  a  programação  e  seqüenciamento  da  produção,  assegurando  o fornecimento com inventário minimizado. 

Os custos com Planejamento, Programação e Controle da Produção  são gastos  inerentes à sincronização  das  entradas  (materiais)  para  que  as  necessidades  de  saídas  (produtos)  sejam atendidas. Devem considerar os gastos com a mão‐de‐obra do pessoal responsável por exercer esta atividade, bem como os gastos com os sistemas utilizados  (tecnologia de  informação). O problema destas  atividades  é  determinar  "quando",  "onde"  e  "quanto"  deve  ser  produzido,  observadas  a capacidade  instalada  de  produção,  assim  como  a  de  vendas,  níveis  de  inventário,  armazenagem, modos de transporte, suas restrições etc. 

Os principais custos associados à Logística de Planta, que podem ser visualizados no Quadro 15.2, são: (1) os custos de manutenção dos  inventários de produtos em processo; (2) os relativos à armazenagem,  manuseio  e  movimentação  dos  produtos  em  processo  na  planta  (mão‐de‐obra, depreciação de equipamentos, tais como: empilhadeiras, carrinhos, esteiras etc); e (3) embalagens e dispositivos  de  movimentação.  Basicamente,  estes  custos  ocorrem  ao  longo  dos  processos mostrados  no Quadro  15.2  e,  dependendo  da  decisão  a  ser  tomada,  deveriam  ser  identificados, classificados  e  acumulados  em  função do objeto  relacionado  à  aplicação do  esforço de produção (produtos, roteiros de produção, por unidade fabril etc.). Lambert et al. (1998) afirmam que os níveis de estoque podem ser  influenciados pelos sistemas de produção, bem como o  inverso  também pode ocorrer. Em muitos casos, as mudanças de sistemas logísticos  ‐  sobretudo  aquelas  que  diminuem  os  níveis  de  estoque  ‐  podem  criar  aumentos significativos nos custos totais de produção, que estão além do controle dos gestores de produção. Por exemplo, se houver um atraso na entrega de uma peça crítica, ocorrendo uma parada na linha de produção para atender aos pedidos dos  clientes, a  fábrica poderá  ter que  fazer hora extra  (custo adicional) para compensar o tempo perdido. 

Para que seja realizada a atividade de planejar, programar, bem como controlar a produção, é relevante que sejam revisados o planejamento da demanda, as políticas de inventário, as restrições de  recursos e capacidades,  levando em consideração,  inclusive, mix de produtos, seqüenciamento, visando a que não ocorram falhas ou desperdícios no sistema logístico (custos ocultos). 

Após o processo produtivo, no caso de uma empresa  industrial, quando o produto acabado está disponível para a comercialização, começam a incorrer os custos da Logística de Distribuição.  

 

 

 

 

 

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  Custos da Logística de Distribuição De  forma  bastante  ampla,  todos  os  gastos  incorridos  após  a  fabricação  podem  ser  considerados como custos de distribuição. Os bens e serviços movimentam‐se ao longo dos canais de distribuição. Assim, é considerado o quarto "P" do composto de Marketing, ao lado do Produto, Preço e   

Promoção, conforme citado na Parte I, quando se tratou da Logística Integrada. Willson  (1995),  ao  tratar  dos  Custos  de  Distribuição,  comentou  que  a  maioria  das  empresas preocupa‐se em classificá‐los em Custos Diretos de vendas, despesas com promoção e propaganda, custos  de  transportes,  estocagem  e  armazenagem  e  outros  custos  gerais  de  distribuição,  pois  os consideram como custos relevantes.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  108 

Não  estamos  considerando  os  custos  relacionados  à  atividade  de Marketing  como  Custos Logísticos,  mas  no  Capítulo  20,  quando  formos  abordar  a  Análise  da  Rentabilidade  do  Cliente, trataremos, também, desses gastos. 

Os  custos  das  operações  logísticas,  que  ocorrem  em  um  processo  de  distribuição, evidenciados  no  Quadro  15.3,  estão  representados  pelos  Custos  de  Embalagens,  Custos  de Armazenagem e Movimentação, Custos de Estocagem, Custos de Transporte e Custos de Tecnologia da Informação, que decorrem das funções relacionadas às 2‐ e 3 fases do processamento do pedido (ver Figura 2.3). 

Os Custos de Distribuição, dependendo da decisão a ser tomada, deveriam ser identificados, classificados e acumulados em função dos objetos de custeio relacionados à aplicação do esforço de distribuição (clientes, canais de distribuição, regiões ou produtos). Na  seqüência, desenvolveremos um exemplo de uma exportação para avaliar os Custos  Logísticos que deveriam estar  sendo  identificados e mensurados nessa operação. O produto é uma cesta de vime, feita artesanalmente em Itanhaém (SP) e que será exportada para a Alemanha, o que pode ser observado na Tabela 15.3.  

  

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  109 

Está  sendo  considerada  uma  exportação  para  a  Alemanha  de  1.000  cestas  de  vime,  cujo preço unitário no mercado interno (sem IPI) é de R$ 12,75 e, sendo excluídos os tributos incidentes no mercado  interno  (ICMS e PIS/ COFINS), e não  incidentes  sobre exportações, apresentando um custo unitário de R$ 7,36‐ Como alguns Custos Logísticos são incidentes sobre o valor da mercadoria e outros pela quantidade precisamos do valor total da exportação, que é de R$ 9.203,91 e contempla uma margem desejada de 20%. 

Neste exemplo, que pode  ser observado na Tabela 15.3, optamos por considerar, além da decisão do modo de transporte, a decisão do Jncoterm (termo de negociação internacional) já citada na seção 15.1, que afeta os custos do vendedor. Observa‐se que a melhor opção, neste caso, é optar pelo modo aquaviário  (marítimo) e pelo  Incoterm FCA, em que os custos com  frete e seguro  ficam por conta do comprador. Percebemos  que  cada  um  dos  processos  logísticos  comentados  (abastecimento,  planta  e distribuição) constitui‐se, na prática, em toda a cadeia logística, Uma cadeia logística, no sentido aqui empregado, é uma seqüência de eventos, tais como operações físicas que cumprem com uma tarefa logística completa; por exemplo, uma  importação de componentes eletrônicos da Ásia até entrega na fábrica em São Paulo ou uma exportação para a França, com entrega na fábrica do cliente. 

Esses  processos  logísticos  em  funcionamento,  por  sua  vez,  envolvem  diferentes  tipos  de tributos (custos tributários), implicam custos de manutenção de inventários e têm que satisfazer aos níveis  de  serviço  comprometidos  com  os  clientes,  podendo  ou  não  ocasionar  falhas,  tais  como paradas de produção por falta de materiais, entregas erradas ou com atrasos etc. Na Figura 15.3, no intuito de sintetizar o que foi tratado até o momento, podemos visualizar os Custos Logísticos Totais inerentes a cada processo.  

  

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  110 

Pode‐se observar na Figura 153 que os elementos de Custos Logísticos supracitados podem incorrer  nos  processos  logísticos  de  Abastecimento,  Planta  e  Distribuição;  e,  posteriormente,  ser acumulados  a  diversos  objetos,  tais  como:  itens  (SKU's),  fornecedores,  plantas,  produtos,  canais, clientes etc. 

Os gestores de Logística, responsáveis pelas decisões, têm como objetivo principal que seus benefícios sejam maiores que seus custos, assim como necessitam que as  informações, disponíveis para  a  tomada  das  referidas  decisões,  sejam  compreensíveis,  úteis,  relevantes,  confiáveis  e oportunas.  Para  isso,  a  atividade  de  Logística  necessita  de  informações  de  Custos  Logísticos  para poder melhor direcionar sua tomada de decisões.  FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005.  

 

10- Apuração do Custo Logístico Total  

Ana Maria Cristina de Faria Maria de Fátima Gameiro da Costa 

 Conforme visto no Capítulo 4, quando  tratamos de Logística  Integrada, comentamos que a 

empresa  deve  atender  ao  nível  de  serviço  exigido  pelo  cliente  ao  menor  Custo  Logístico  Total possível. 

Cálculo do Custo Logístico Total 

Visando a otimizar a Gestão dos Custos Logísticos, bem como  facilitar a apuração do Custo Logístico  Total,  sugerimos  que,  além  de  serem  controlados,  individualmente,  como  visto  nos Capítulos  7  a  14,  cabe  ressaltar  que  os  Custos  Logísticos  devem  ser  gerenciados,  conforme  os preceitos da Logística Integrada, de forma global, observando seus impactos no resultado econômico da organização e atendendo ao nível de serviço estabelecido pelos clientes. Para isso, necessitamos apurar o Custo Logístico Total (CLT). 

O Custo Logístico Total  (CLT) pode ser apurado da seguinte maneira, a partir da somatória dos elementos de Custos Logísticos individuais: 

CLT = CAM + CTRA + CE + CMI + CTI + CTR1 + CDL + CDNS + CAD

Sendo que: CAM ‐   Custos de Armazenagem e Movimentação de Materiais CTRA =   Custos de Transporte (incluindo todos os modais ou operações intermodais) CE =  Custos de Embalagens (utilizadas no sistema logístico) 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  111 

CMI —  Custos de Manutenção de Inventários (matérias‐primas, produtos em processo e produtos acabados) CTI =  Custos de Tecnologia de informação CDL =  Custos Decorrentes de Lotes CTRI ‐   Custos Tributários (tributos não recuperáveis) CDNS =   Custos Decorrentes do Nível de Serviço CAD =   Custos da Administração Logística 

Os  Custos  da  Administração  Logística  (CAD)  não  haviam  sido  comentados  anteriormente, mas, se houver um gestor que se responsabilize por todos os processos logísticos, seus custos devem ser  considerados.  Esses  custos  envolvem  os  gastos  com  Tecnologia  de  Informação, mão‐de‐obra, depreciação de equipamentos etc, na realização de serviços de apoio à Logística dentro da empresa. Geralmente, são considerados fixos e indiretos (quando relacionados a um objeto), pois independem de quantidades estocadas e movimentadas, e são comuns a todos os processos/atividades. 

Além dos custos com o gestor, existe a atividade de Planejamento, Programação e Controle da  Produção,  que  também  apresenta  custos  de  mão‐de‐obra,  Tecnologia  de  Informação, equipamentos etc, que são fixos e diretos em relação ao processo de Logística de Planta. 

O Custo Logístico Total  (CLT) pode ser apurado,  também, a partir do somatório dos custos dos processos logísticos: 

CLT =  CLOGAba  +  CLOGPIa  +  CLOGDis Em que:  CLOGAba = Custos Logísticos do Abastecimento CLOGPIa — Custos Logísticos da Planta  CLOGDis — Custos Logísticos da Distribuição 

Para apurar os custos relacionados a cada processo logístico, que serão tratados no Capítulo 17,  deveriam  ser  considerados  todos  os  elementos  individuais  envolvidos.  Em  termos  de gerenciamento global, ou seja, da empresa como um todo, já existe uma dificuldade de visualizar os Custos  Logísticos,  em  função  da  dispersão  das  informações  nas  Demonstrações  Contábeis  e, também, não podemos nos esquecer dos trade‐offs, que podem ocorrer entre os elementos em cada decisão  logística, pois não basta analisar os elementos  isoladamente e, sim, avaliar seus efeitos no Custo Logístico Total. O que é efetivamente relevante, como já foi comentado anteriormente, é que seja apurado o Custo Logístico Total. 

O Custo Logístico Total (CLT) não é, apenas, um somatório dos elementos de Custos Logísticos individuais, mas, sim, um montante apurado, considerando os possíveis aumentos ou diminuições de custos existentes entre esses elementos (trade-offs)

Na  seqüência,  apresentamos  um  modelo  que  identifica  alguns  elementos  de  Custos Logísticos da empresa individual e dos membros da cadeia de abastecimento e distribuição, além das despesas comerciais e administrativas e custos de produção, considerando os fatores que agregam valor ao cliente final. 

 

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Modelo de hierarquia de custo total para competitividade na cadeia de suprimentos 

O modelo  que  comentaremos  nesta  seção,  para  complementar  o  assunto  Custo  Logístico Total, foi desenvolvido por Cavinato (1992), que considera que, "para satisfação do cliente, todos os custos  e  fatores  que  afetam  custos  e  criam  valor  devem  ser  capturados  em  um modelo  de  custo total". 

O modelo de Cavinato  (1992) parte do  raciocínio de que  tudo  inicia‐se no Custo Básico na Entrada  ‐  que  é  o  preço  primário  pago  pela  empresa  na  aquisição  de materiais/produtos,  que envolve  um  possível  leilão,  negociação  ou  pedidos  de  lotes.  É  facilmente mensurado  e  deve  ser considerado no processo de obtenção. Além deste, existem os Custos Diretos de Transação  ‐ que envolvem  os  custos  do  desenvolvimento  do  fornecedor  e  transmissão,  necessários  ao processamento  do  pedido  dos  materiais.  Incluem  os  custos  do  processo  de  detecção  das necessidades de compra de materiais/produtos, requisição, preparação e transmissão do pedido ao fornecedor,  aprovação,  documentação  para  movimentação  e  embarque  e  recebimento  da informação para entrada no inventário. 

Outro  fator  relevante e muitas vezes desconsiderado em modelos de  custos, podendo  ser considerado como custos ocultos, são os Custos no Relacionamento com Fornecedores ‐ que são os custos referentes ao desenvolvimento e manutenção do relacionamento com os fornecedores. Estes custos  incluem  os  gastos  com  viagens,  treinamentos,  estabelecimento  de  planos  de  operações, envolvendo  decisões  de  trânsito,  pesquisa  e  desenvolvimento,  engenharia  etc.  nas  empresas envolvidas,  bem  como  a  avaliação  e  certificação  dos  fornecedores,  caso  haja  essa  prática  para manutenção da qualidade nos materiais por parte da empresa. 

Quando  se  inicia  o  fluxo  físico  da  operação,  surgem  os  Custos  de  Descarregamento, associados ao fluxo do transporte no abastecimento, que incluem dois elementos relevantes: o custo de  transporte  e  os  termos  de  negociação  (Incoterms),  já  comentados  no  Capítulo  15,  quando  se tratou dos Custos da Logística de Abastecimento. Considera‐se que há quatro opções diferentes para o transporte no abastecimento: o custo da transportadora terceirizada selecionada pelo fornecedor, o  custo  da  frota  própria  do  fornecedor,  o  custo  da  transportadora  terceirizada  selecionada  pelo comprador e o custo da frota própria do comprador. Os Custos e Fatores de Qualidade, por sua vez, são  elementos  que  estão  relacionados  à  garantia  da  qualidade  e  conformidade  dos  materiais/ produtos, de acordo com as especificações exigidas, que poderão causar  impacto na produção, no nível  de  serviço  exigido  pelo  cliente,  nos  gastos  mercadológicos,  bem  como  no  goodwill14  da empresa. 

No modelo de Cavinato  (1992), os Custos  Logísticos, que  são o  foco desta obra, e os que foram tratados pelo referido autor como Custos de Operações foram segregados em quatro custos básicos: (1) custos de recebimento e preparação dos materiais (disponibilidade para a produção ou outros processos);  (2) custos decorrentes de  lotes, que afetam a necessidade de espaço e  fluxo de movimentação;  (3)  custos  de  produção,  que  podem  ser  impactados  pelos  fornecedores, principalmente se houver atrasos; e (4) custos da Cadeia Logística, que também consideram fatores importantes,  tanto no abastecimento quanto na distribuição,  tais  como:  tamanho dos  lotes, peso, 

                                                            14  1 Goodwill  é o  "fundo  de  comércio"  da  empresa,  que  envolve  fatores  intangíveis,  tais  como:  o  valor  da marca, do ponto‐de‐venda, da carteira de clientes, mas que podem comprometer a imagem da empresa. 

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cubagem  e  condições  estabelecidas,  que  afetam  os  custos  de  transporte, armazenagem/movimentação  etc.  ou  geram  desperdícios,  caso mal  planejados.  Com  exceção  dos custos de produção, estes custos já foram tratados nos Capítulos 7 a 14. 

Algo que não deve ser desconsiderado são os Custos Financeiros ‐ relacionados aos termos de pagamento ao fornecedor que causam impacto no custo total. Um pagamento antecipado reduz a disponibilidade  de  caixa  da  empresa  no  curto  prazo,  mas  diminui  os  juros  a  serem  pagos futuramente. Por outro lado, um pagamento no longo prazo pode aumentar o preço do fornecedor. 

Alguns  fatores  que  foram  contemplados  pelo  modelo  foram:  fatores  táticos  no abastecimento,  na  intermediação  com  cliente  e  estratégicos  nos  negócios. Os  Fatores  Táticos  no Abastecimento envolvem o  reconhecimento de que a qualidade do  fornecedor é o  fator que mais impacta  o  custo  na  cadeia  de  suprimentos.  Os  custos  do  comprometimento  e  desempenho  do fornecedor também devem ser considerados. Se houver colaboração e cooperação no processo de pesquisa e desenvolvimento e engenharia por parte de comprador e  fornecedor, os custos podem ser reduzidos. Os Fatores na Intermediação com Cliente contemplam a informação sobre exigências de nível de serviço e qualidade, transporte e inventário, que afetam os custos da distribuição, e, por sua vez, os Fatores Estratégicos nos Negócios são os fatores que afetam, efetivamente, a decisão do consumidor  final  em  adquirir  o  produto  de  um  fornecedor  ao  invés  de  outro,  relacionados  aos aspectos físicos dos produtos, seu preço ou serviços percebidos. 

 

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Sintetizando, observou‐se que o modelo de Cavinato (1992), que pode ser observado neste fluxo, reconhece que o custo/valor de um produto  inicia com o atendimento das especificações na obtenção  das matérias‐primas  e  termina  quando  o  produto  acabado  de  um  é  entregue  ao  outro membro da cadeia e, assim, sucessivamente, até o consumidor  final. Reconhece que  fornecedor e cliente não são adversários e, sim, parceiros. O que é extremamente significativo neste modelo é que rivalidade só deve existir entre as cadeias de suprimentos e não na própria cadeia. Um fator comum a  todos  é  a  Logística  e  uma  sugestão  do  modelo  é  que  cada  empresa  tenha  um  fornecedor (parceiro/aliado) específico em cada nível. 

O modelo  identifica  alguns  elementos  de  Custos  Logísticos  da  empresa  individual  e  dos membros da cadeia de abastecimento e distribuição, que foram grifados no fluxo além das despesas comerciais e administrativas e custos de produção, considerando os  fatores que agregam valor ao cliente final. Um ponto forte deste modelo é que ele ignora as fronteiras entre as empresas na cadeia inteira,  ou  seja,  observa‐a  como  um  todo,  deixando  de  lado  quem  são  seus  participantes,  pois  o objetivo é reduzir o Custo Total da Cadeia de Suprimentos e não o custo das empresas individuais. FARIA, Ana Cristina. COSTA, Maria de Fatima Gameiro. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agregado (EVA). Atlas, São Paulo: 2005. 

 

Logística- Distribuição Física

Por fim para que um sistema de distribuição Física Funcione a contento e de forma competitiva, é necessário dispor de PESSOAL devidamente capacitado. Com a sofisticação dos equipamentos e do tratamento da informação nas atividades logísticas nos dias de hoje, torna-se necessário capacitar as pessoasEx: o motorista e seu ajudante ao fazer e entrega de um produtos, têm contato direto com o cliente e, se mal orientados ou mal capacitados, podem transmitir imagem negativa sobre a empresa para o qual trabalham.

Pessoal

 

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Logística- Distribuição Física

Ex (2): Os funcionários que trabalham no centro de distribuição e noutras atividades correlatas precisam estar a par dos conceitos básicos de logística, de forma a desempenhar suas tarefas em sintonia com os objetivos estratégicos da empresa.

Pessoal

 

Logística- Distribuição Física

 

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Logística- Distribuição FísicaSuprimento Físico – Para o ponto de vista do cliente/comprador, existeum suprimento físico, do ponto de vista do fornecedor é uma distribuiçãofísica.

 

LogísticaA Logística apresenta quatro fases distintas1ª Fase conhecida como ATUAÇÃO SEGMENTADA da logística.

Os produtos eram geralmente padronizados: geladeira de um único tipo e uma única cor.

Nessa época não havia ainda os atuais sistemas de comunicação e de informática.

EX: Quanto um consumidor buscava uma geladeira em uma loja o vendedor estava informado da disponibilidade daquele produto no estoque do depósito. Ao vendê-lo, preenchia manualmente uma nota ou pedido – esse documento era enviado ao depósito, que separava a geladeira do estoque e programava sua entrega – o nível de estoque era periodicamente revisto para não haver problemas na venda de produtos que não existiam no depósito.

  

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Logística1ª Fase conhecida como ATUAÇÃO SEGMENTADA da logística.

Manufatura Centro de Distribuição Varejista

Estoque Estoque Estoque

Subsistemas otimizados separadamente, com estoques

servindo de pulmão

 

Logística2ª Fase conhecida como INTEGRADA RÍGIDA da logística.

Especialistas de MKT foram incutindo na cabeça dos clientes aspirações por produtos diferenciados – geladeiras agora podiam ser encontradas em várias cores e de vários modelos. Novos produtos foram sendo inseridos nos lares – e isso só foi possível face aos aumentos da produção e de pesquisa no mercado consumidor – essa foi uma época (1970) em que a crise do petróleo foi o grande vilão para as empresas de logística.

MANUFATURA

TRANSPORTE

DISTRIBUIÇÃO VAREJISTA

TRANSPORTE TRANSPORTE TRANSPORTE

INTEGRAÇÃO FORMANDO UM DUTO RÍGIDO, COM OTIMIZAÇÃO DOIS A DOIS

  

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Logística- Integrada

3ª Fase da Logística conhecida como INTEGRADA FLEXÍVEL. É uma fase caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os componentes da cadeia de suprimento, em dois níveis: dentro da empresa e nas relações da empresa com seus fornecedores e clientes.

 

Logística- IntegradaO conceito surgiu da compreensão de que as áreas devem ser integradas. Dessa maneira se pode ter um melhor aproveitamento do transporte, redução dos custos administrativos etc.

Em muitas empresas este conceito ainda não esta implantado e pode-se ver uma área de suprimentos, muitas vezes subordinada à diretoria financeira, que compra uma grande quantidade de matéria prima e componentes, totalmente separada da distribuição física, que muitas vezes está subordinada à área comercial da empresa.

Se pensarmos que com exceção de alguns tipos de produtos, a quantidade de matéria prima que entra é igual à quantidade de matéria prima que sai, pode-se imaginar os benefícios que podem ser obtidos de uma administração integrada da logística.

 

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Logística- Integrada

 

Logística- SCMA 4ª Fase da Logística SUPPLY CHAIN MANAGEMENTNas três fases anteriores a integração existente entre os vários agentes da cadeia de suprimento de dava basicamente em termos puramente físicos e operacionais: troca de informações, fluxo de produtos e de dinheiro, acertos de preços e de responsabilidade.

Na 4ª fase ocorre um salto qualitativo: as empresas da cadeia de suprimento passam a tratar a questão logística de forma estratégica – em lugar de otimizar pontualmente as operações, focando os procedimentos logísticos como meros geradores de custo, as empresas participantes da cadeia de suprimento passaram a trabalhar mais próximas, trocando informações, antes considerados confidenciais e formando parcerias.

 

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Logística- SCM

 

 

SUPPLY CHAIN MANAGEMENT 

Paulo Fernando Fleury 

O  período  entre  1980  e  2000  foi  marcado  por  grandes  transformações  nos  conceitos gerenciais, especialmente no que toca à função de operações. O movimento da qualidade total e o conceito de produção enxuta trouxeram consigo um conjunto de técnicas e procedimentos como o JIT  (Just  in  time)  CEP  (Controle  Estatístico  do  Processo)  QFD  (Quality  Function  Deployment Desdobramento da Função Qualidade), Kanban e engenharia simultânea. Amplamente adotadas em quase  todos  os  países  industrializados  de  economia  de mercado,  essas  técnicas  e  procedimentos contribuíram  para  um  grande  avanço  da  qualidade  e  produtividade. Na  trilha  desse  turbilhão  de mudanças, dois outros conceitos surgiram e vêm empolgando as organizações produtivas. 

O  primeiro  deles,  a  logística  integrada,  despontou  no  começo  da  década  de  80  e  evoluiu rapidamente  nos  15  anos  que  se  seguiram,  impulsionada  principalmente  pela  revolução  da tecnologia de informação e pelas exigências crescentes de desempenho em serviços de distribuição, consequência  principalmente  dos  movimentos  da  produção  enxuta  e  do  JIT.  Embora  ainda  em evolução, o conceito de logística integrada já está bastante consolidado nas organizações produtivas dos  países  mais  desenvolvidos,  tanto  em  nível  conceituai  quanto  de  aplicação.  O  segundo  dos conceitos,  o  Supply  Chain  Management  (SCM),  ou  Gerenciamento  da  Cadeia  de  Suprimentos, começou a se desenvolver apenas no início dos anos 90. Mesmo em nível internacional, são poucas as  empresas  que  já  conseguiram  implementá‐lo  com  sucesso,  e,  em  nível  acadêmico,  o  conceito 

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ainda pode ser considerado em construção. Existem inclusive alguns profissionais que consideram o SCM como apenas um novo nome, uma simples extensão do conceito de logística integrada, ou seja, uma ampliação da atividade logística para além das fronteiras organizacionais, na direção de cliente e fornecedores na cadeia de suprimentos. 

Em contraposição a essa visão restrita, existe uma crescente percepção de que o conceito de Supply Chain Management é mais do que uma simples extensão da logística integrada, pois inclui um conjunto de processos de negócios que em muito ultrapassa as atividades diretamente relacionadas com  a  logística  integrada.  Além  disso,  há  uma  clara  e  definitiva  necessidade  de  integração  de processos na cadeia de  suprimentos. O desenvolvimento de novos produtos é  talvez o mais óbvio deles, pois vários aspectos do negócio deveriam ser incluídos nessa atividade, tais como: o marketing para estabelecer o conceito; pesquisa e desenvolvimento para a formulação do produto; fabricação e logística para executar as operações; e  finanças para a estruturação do  financiamento. Compras e desenvolvimento de fornecedores são outras duas atividades que extrapolam funções tradicionais da logística, e que são críticas para a implementação do SCM. 

O que parece claro é que esse novo conceito chegou para ficar. Os extraordinários resultados obtidos pelas empresas que  já  conseguiram  implementá‐lo  com  sucesso  são uma garantia de que este não é apenas um modismo gerencial, mas algo que vem crescentemente despertando a atenção da  alta  cúpula  gerencial  nas  grandes  e  mais  modernas  empresas  internacionais.  Pesquisas preliminares sobre os ganhos que podem ser obtidos pela utilização correta do conceito indicam que as empresas  têm obtido  reduções  substanciais nos  custos operacionais da  cadeia de  suprimentos. Também  os movimentos  setoriais  organizados  com  o  objetivo  de  tirar  proveito  do  SCM,  como  o Efficient Cohsumer Response (ECR) nos setores de produtos de consumo e varejo alimentar, e o Quick Response  (QR) nos  setores de  confecções  e  têxteis,  têm demonstrado o potencial de  redução de custos e melhoria dos serviços na cadeia. No caso do ECR, por exemplo, as economias estimadas nos EUA foram da ordem de US$ 30 bilhões. 

No Brasil, a onda do SCM começou a espalhar‐se no final da década de 90, impulsionada pelo movimento da logística integrada que vem‐se acelerando no país. Maior prova disso é o movimento ECR Brasil,  iniciado em meados de 1997, e que só em novembro de 1998 apresentou os primeiros resultados  da  fase  de  projetos‐pilotos,  que  apontaram  para  um  grande  potencial  de  redução  de custos. 

Embora muito se tenha falado, pouco ainda se conhece sobre o verdadeiro significado desse novo  conceito,  e  principalmente  sobre  as  barreiras  e  oportunidades  para  sua  implementação. O objetivo deste  texto é contribuir para um melhor entendimento dessa poderosa, mas ainda pouco conhecida, ferramenta gerencial. 

Conceito de Supply Chain Management (SCM) 

Para melhor compreender o conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, ou SCM do  inglês,  é  fundamental  entender  primeiro  o  conceito  de  canal  de  distribuição  já  bastante consolidado  e  há  muito  utilizado  por  marketing.  Instrumento  fundamental  para  a  eficiência  do processo de comercialização e distribuição de bens e  serviços, o conceito de  canal de distribuição pode ser definido como o conjunto de unidades organizacionais,  instituições e agentes,  internos e externos,  que  executam  as  funções  que  dão  apoio  ao  marketing  de  produtos  e  serviços  de determinada empresa. 

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Entre  as  funções  de  suporte  ao  marketing  incluem‐se  compras,  vendas,  informações, transporte, armazenagem, estoque, programação da produção, e financiamento. Qualquer unidade organizacional,  instituição ou agente que execute uma ou mais  funções de suporte ao marketing é considerado um membro do canal de distribuição. Os diversos membros participantes de um canal de  distribuição  podem  ser  classificados  em  dois  grupos:  membros  primários  e  membros especializados. Membros primários são os que participam diretamente, assumindo o risco pela posse do produto, e incluem fabricantes, atacadistas, distribuidores e varejistas. Membros secundários são os  que  participam  indiretamente,  basicamente  por meio  da  prestação  de  serviços  aos membros primários, não assumindo o risco da posse do produto. Exemplos mais comuns são as empresas de transporte, armazenagem, processamento de dados e prestadoras de serviços logísticos integrados. 

As estruturas dos canais de distribuição vêm‐se tornando mais complexas ao longo dos anos. A  Figura  2.2  mostra  uma  estrutura  de  canal  de  distribuição  bastante  simples,  característica  do período anterior à década de 50, quando o conceito de marketing era pouco desenvolvido e a ideia de  segmentação  de mercado  era  pouco  utilizada.  Anteriormente  a  esse  período,  a  presença  de membros especializados era pouco difundida. As relações entre os membros primários do canal eram distantes  e  conflituosas.  Existia uma  forte  tendência  à  integração  vertical  como  forma de manter controle e coordenação no canal. 

Com  a  evolução  do  conceito  de  marketing  e,  mais  especificamente,  das  práticas  de segmentação  de  mercado  e  do  lançamento  contínuo  de  novos  produtos,  juntamente  com  o surgimento de novos e variados formatos de varejo, os canais de distribuição vêm‐se tornando cada vez mais complexos. Por outro lado, o aumento da competição e a cada vez maior instabilidade dos mercados  levaram  a  uma  crescente  tendência  à  especialização,  por  meio  da desverticalização/terceirização. O  que muitas  empresas  buscam  nesse  processo  é  o  foco  em  sua competência  central,  repassando  para  prestadores  de  serviços  especializados  a  maioria  das operações  produtivas.  Uma  das  principais  consequências  desse movimento  foi  o  crescimento  da importância dos prestadores de serviços logísticos. 

 

A  combinação  de  maior  complexidade  com  menor  controle,  conseqüência  da desverticalização,  tem  levado  ao  aumento  dos  custos  operacionais  nos  canais  de  distribuição.  O crescente número de participantes trabalhando num ambiente competitivo e de pouca coordenação é  a  principal  razão  para  o  crescimento  dos  custos.  A  solução  para  esse  problema  passa 

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necessariamente  pela  busca  de  maior  coordenação  e  sincronização,  mediante  um  processo  de cooperação  e  troca  de  informações.  O  avanço  da  informática,  combinado  com  a  revolução  nas telecomunicações, criou as condições ideais para implementar processos eficientes de coordenação. E exatamente esse esforço de  coordenação nos  canais de distribuição, por meio da  integração de processos de negócios que  interligam  seus diversos participantes, que está  sendo denominado de Supply  Chain Management.  Em  outras  palavras,  o  SCM  representa  o  esforço  de  integração  dos diversos  participantes  do  canal  de  distribuição  por  meio  da  administração  compartilhada  de processos‐chave  de  negócios  que  interligam  as  diversas  unidades  organizacionais  e membros  do canal, desde o consumidor final até o fornecedor  inicial de matérias‐primas. A Figura 2.3  ilustra um canal de distribuição sofisticado. 

 

Em  suma, o  SCM é uma  abordagem  sistêmica de  razoável  complexidade, que  implica  alta interação entre os participantes, exigindo a consideração simultânea de diversos trade‐offs. O SCM vai  além  das  fronteiras  organizacionais  e  considera  tanto  os  trade‐offs  internos  quanto  os interorganizacionais, relativamente a quem se deve responsabilizar pelos estoques e em que estágio do canal as diversas atividades deveriam ser realizadas. Apenas como exemplo, podemos comparar os  trade‐offs existentes entre as opções de distribuição direta ou  indireta por um dado  fabricante. Numa estrutura de canal em que o fabricante distribui diretamente para o consumidor final, como faz  a  Dell  Computer,  a  empresa  tem muito maior  controle  sobre  as  funções  de marketing.  No entanto, o custo da distribuição tende a ser muito maior, exigindo do fabricante um alto volume de vendas ou uma saturação geográfica em um mercado regional. No caso da distribuição  indireta, as instituições externas ou agentes (transportadores, armazenadores, atacadistas e varejistas) assumem grande  parte  do  controle  e  risco,  e  por  essa  razão  o  fabricante  recebe  um menor  valor  por  seu produto. 

Por outro  lado, um  fabricante que oferece uma baixa disponibilidade e  tempos de entrega inconsistentes tende a forçar o atacadista a manter mais estoques de segurança a fim de ser capaz de oferecer um nível aceitável de serviço para o varejista. Nesse caso, um menor custo logístico para 

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o fabricante seria alcançado às custas de outros membros do canal, resultando provavelmente numa cadeia  de  suprimento menos  eficiente  e  eficaz. Uma maneira  de  evitar  esse  trade‐off  indesejado entre os membros do  canal  seria por meio da mudança da estrutura, ou por meio da  adoção de novos procedimentos ou  tecnologias. Por exemplo, a adoção de um sistema de processamento de pedidos  automatizado  em  substituição  a um  sistema  tecnologicamente defasado poderia permitir uma  melhoria  do  nível  de  serviço,  redução  de  estoque,  redução  dos  custos  de  transporte  e armazenagem, aceleração do ciclo de caixa e aumento do retorno sobre o investimento. A adoção do conceito  de  SCM  incentiva,  mediante  o  processo  de  coordenação  e  colaboração,  a  busca  e identificação de oportunidades desse tipo e sua implementação conjunta. 

Oportunidades oferecidas pelo SCM 

Embora seja um conceito em evolução, cuja utilização ainda se restringe a um conjunto de empresas mais avançadas, o SCM  já está na agenda da maioria dos gerentes das grandes empresas internacionais. Artigos na imprensa especializada, como a Fortune, estão anunciando o SCM como a nova  fonte de vantagens competitivas. Nos encontros de profissionais, o conceito passou a ter um destaque  especial.  Das  mais  de  200  seções  do  Congresso  do  CLM  de  1997,  cerca  de  25%  das apresentações  incorporavam as palavras Supply Chain Management. O enorme  interesse pelo tema é totalmente justificado em função tanto dos exemplos de sucesso já conhecidos, quanto do nível de complexidade e descoordenação da grande maioria dos canais de distribuição hoje existentes. 

A Miliken, maior produtora de  tecidos dos EUA e uma das primeiras empresas a adotar o conceito  de  SCM  ainda  nos  anos  80,  conseguiu  extraordinários  resultados  em  seu  projeto  com  a Seminal, fabricante de confecções, e a Wal‐Mart, maior rede varejista americana. Em pouco mais de seis meses  do  início  do  processo  de  colaboração,  baseado  na  troca  de  informações  de  vendas  e estoque entre os membros do canal, a Miliken conseguiu aumentar suas vendas em 31%, ao mesmo tempo em que aumentava em 30% o giro de estoques dos produtos comercializados naquele canal. A  troca de  informações permitiu eliminar as previsões de  longo prazo, os excessos de estoque e o cancelamento de pedidos. 

A Wal‐Mart, por seu  turno,  tem obtido excelentes  resultados em  termos de crescimento e rentabilidade,  em  grande  parte  devido  à  alavancagem  que  tem  conseguido  com  sua  estrutura diferenciada de relacionamento na cadeia de suprimentos. A Dell Computers é outra empresa que, por  meio  da  reconfiguração  de  sua  cadeia  de  suprimentos,  vem  conseguindo  responder  quase imediatamente aos pedidos customizados de seus clientes. O resultado tem sido um crescimento e lucratívidade extraordinários. Em 12 anos, a empresa cresceu de um empreendimento de fundo de quintal para uma corporação de $ 12 bilhões de faturamento. Em 1998, suas vendas cresceram de $ 7,7  bilhões  para  $  12  bilhões,  enquanto  o  lucro  saltou  de  $  518 milhões  para  $  944 milhões. O sucesso da Dell é tão grande que a empresa foi classificada como a de melhor desempenho no setor de  tecnologia  de  informação  pela  revista Business Week  em  1998. A Dell  é  certamente  uma  das empresas  que mais  avançaram  no  conceito  de  SCM,  ao  estabelecer  um  esquema  de  distribuição direta, oferecendo customização em massa e um grau  tão avançado de parceria nas  terceirizações que pode ser chamado de integração virtual. 

Uma série de estudos realizados nos EUA nos últimos anos tem confirmado as oportunidades de ganho com a adoção do SCM. Um estudo da Mercer Consulting mostrou que as empresas que conseguem  implementar as melhores práticas de SCM tendem a destacar‐se em relação à redução dos custos operacionais, melhoria da produtividade dos ativos e  redução dos  tempos de ciclo. Um 

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outro estudo recente realizado pelo MIT identificou como principais benefícios do SCM a redução de custos de estoque, o transporte e a armazenagem, a melhoria dos serviços em termos de entregas mais rápidas e produção personalizada, e o crescimento da receita devido à maior disponibilidade e personalização. As empresas  analisadas no estudo  indicaram  ganhos  impressionantes:  redução de 50% nos estoques; aumento de 40% nas entregas no prazo; redução de 27% nos prazos de entrega; redução de 80% na falta de estoques; aumento de 17% na receita. 

Implementando o conceito de SCM: barreiras e alternativas de solução 

Considerando  os  enormes  benefícios  que  podem  ser  obtidos  com  a  correta  utilização  do conceito de SCM, surpreende verificar que tão poucas empresas o tenham implementado. As razões para  tanto  são  basicamente  duas.  A  primeira  deriva  da  relativa  novidade  do  conceito,  ainda  em formação e pouco difundido entre os profissionais; e a segunda, da complexidade e da dificuldade de implementação  do  conceito.  SCM  é  uma  abordagem  que  exige mudanças  profundas  em  práticas arraigadas, tanto no nível dos procedimentos internos, quanto no nível externo, no que diz respeito ao relacionamento entre os diversos participantes da cadeia. 

Em  nível  interno,  torna‐se  necessário  quebrar  as  barreiras  organizacionais  resultantes  da prática  do  gerenciamento  por  silos,  que  se  caracteriza  pela  perseguição  simultânea  de  diversos objetivos  funcionais  conflitantes,  em  detrimento  de  uma  visão  sistêmica  em  que  o  resultado  do conjunto é mais importante que o resultado das partes. Quebrar essa cultura arraigada e convencer os gerentes de que deverão estar preparados para sacrificar seus objetivos funcionais individuais em benefício  do  conjunto  tem‐se  mostrado  uma  tarefa  desafiante.  Alcançá‐la  implica  abandonar  o gerenciamento de funções individuais e buscar a integração das atividades por meio da estruturação de processos‐chaves na cadeia de suprimentos.  

Entre os processos de negócios  considerados  chave para o  sucesso de  implementação do SCM, os sete mais citados encontram‐se listados no Quadro 2.1. 

 

Resumidamente, estes sete processos‐chaves têm como objetivos principais: 

1. Desenvolver  equipes  focadas  nos  clientes  estratégicos,  que  busquem  um  entendimento comum sobre características de produtos e serviços, a fim de torná‐los atrativos para aquela classe de clientes; Fornecer um ponto de contato único para todos os clientes, atendendo de forma eficiente a suas consultas e requisições; 

2. Captar, compilar e continuamente atualizar dados de demanda, com o objetivo de equilibrar a oferta com a demanda; 

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3. Atender aos pedidos dos clientes sem erros e dentro do prazo de entrega combinado; 

Embora  a montagem  de  equipes  seja  importante,  a  utilização  de  todo  o  potencial  só  irá ocorrer  se  a  empresa  conseguir  interligar‐se  aos participantes  externos na  cadeia de  suprimento. Esses participantes  incluem fornecedores, distribuidores, prestadores de serviço e clientes. A Figura 2.4  apresenta  um  modelo  esquemático  do  conceito  de  SCM  com  base  no  gerenciamento  de processos, adaptado de Lambert et ai., 1998. 

 

Dada  a  natureza  colaborativa  que  deve  possuir  a  cadeia  de  suprimento,  torna‐se  crucial selecionar os parceiros corretos. O que se deseja são empresas que não apenas sejam excelentes em termos de seus produtos e serviços, mas que  também sejam sólidas e estáveis  financeiramente. A relação de parceria na cadeia ampliada deve ser vista como um acordo de longo prazo. 

Muito  importante  também  é  lembrar que  a  cadeia de  suprimento  ampliada necessita um canal de informações que conecte todos os participantes. A maioria das grandes empresas possui os requisitos tecnológicos para fazer a integração. O problema é que elas os estão utilizando de forma incorreta. Idealmente, a informação que se torna disponível quando o consumidor efetiva a compra deveria  ser  imediatamente  compartilhada  com  os  demais  participantes  da  cadeia,  ou  seja, transportadoras, fabricantes, fornecedores de componentes e de matéria‐prima. Dar visibilidade às informações do ponto‐de‐venda  (PDV), em  tempo  real, ajuda  todos os participantes a gerenciar a verdadeira demanda de mercado de forma mais precisa, o que permite reduzir o estoque na cadeia de suprimento de forma substancial. 

Pelo que  foi visto anteriormente,  fica evidente que a  implementação do  conceito de  SCM exige mudanças significativas tanto nos procedimentos internos quanto nos externos, principalmente no que diz respeito ao relacionamento com clientes e fornecedores. 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  127 

No Brasil, o principal esforço para implementação do conceito está sendo feito no âmbito do movimento ECR Brasil. Liderando o processo estão os fabricantes de produtos alimentícios e bebidas, por um lado, e os supermercados do outro. Embora seja enorme o potencial para redução de custos na cadeia, um conjunto de mudanças profundas precisa ser efetuado. No caso dos supermercados, por exemplo, existe um amplo conjunto de antigas práticas que estão muito arraigadas e que podem ser  consideradas  como barreiras  ao bom  andamento de projetos de  SCM.  Entre essas práticas  se destacam:  o  relacionamento  com  os  fornecedores,  ainda  fortemente  dominado  pela  política  de queda  de  braço  mensal  com  relação  aos  preços  dos  produtos;  a  grande  maioria  dos  produtos recebida  diretamente  nas  lojas,  o  que  dificulta  o  controle  do  recebimento  e  a  avaliação  de desempenho dos fornecedores; as empresas organizadas em silos funcionais, com compras, logística e  administração  das  lojas  sendo  gerenciadas  de  forma  independente  e  isolada;  a  mão‐de‐obra atualmente disponível não possui a formação ou capacitação necessária para operar com base nos novos  requisitos  do  SCM;  a  tecnologia  de  informação  ainda  apresenta  fortes  deficiências, principalmente  no  que  diz  respeito  aos  softwares  de  análises  de  dados,  e  também  aos procedimentos para manutenção dos cadastros de produtos e fornecedores. 

São muitos os desafios, mas enormes as oportunidades da  implementação do conceito de SCM no Brasil. O momento é extremamente favorável para esta nova oportunidade, que certamente irá aumentar a competitividade e lucratividade das empresas que ousarem e saírem na frente. 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 

LAMBERT,  D. M.,  COOPER, M.,  PAGH,  J.  Supply  chain management:  implementation  issues  and research oportunities. International Journal ofLogis‐tics Management, v. 9, ne 2, 1998. 

 

Fonte original do artigo 

FLEURY,  Paulo  Fernando.WANKE,  Peter.  FIGUEREDO,  Kleber  Fossati.  Logística  Empresarial: Perspectiva Brasileira. Atlas/Coppead/UFRJ, São Paulo: 2007 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  128 

Logística Empresarial

Professor: Marcelo Augusto

Parte 2

Comércio

Origem do ComércioComércio envolve troca de bens e serviços por moeda ou alguns caso a troca de uma mercadoria por outra (escambo).

O objetivo supremo desse processo é o cliente – que muitas vezes se reabastece a partir do varejo (negócio final em um canal de comercialização de produtos)

Fabricantes adquirem matéria prima e componentes dos fornecedores – que vendem seus produtos prontos e acabados a atacadistas ou varejistas.

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  129 

Comércio

Surgimento dos Canais de Entrega de Produtos aos Clientes.

• Armazéns Gerais• Comercialização por Catálogos• Especialização do Varejo• Surgimento do Supermercado• Os Shopping Centers e Lojas de Descontos• Varejo sem Lojas

 

Comércio

Armazéns GeraisOs armazéns surgiram na fase colonial do oeste norte

americano, os colonos necessitavam de um sem-número de mercadorias para suas atividades colonizadoras. Foi nessa época que apareceram o conceito de armazéns gerais (general stores) – operando de acordo com algumas práticas que são:

a) A comercialização era efetuada basicamente a dinheiro;b) A oferta de mercadorias era extensiva, com produtos

alimentícios não perecíveis, ferramentas, roupas, sapatos...c) O comerciante encomendava os itens que achava ser

interessante para seus clientes. A mercadoria permanecia na prateleira até ser comercializada. Não havia retorno dos produtos encalhados aos fornecedores tampouco promoções especiais para liquidação de estoques;

d) Não havia variedade de produtos, traduzida em qualidade e tamanhos diferentes, marcas diversas etc.

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  130 

Comércio

Armazéns GeraisSituavam-se em pontos nevrálgicos da rede de transporte, como entroncamentos no caminho das caravanas e estações ferroviárias.

Consequentemente os postos/pontos transformavam-se no futuro em vilas e posteriormente em cidades.

O suporte logístico era realizado através dos caixeiros viajantes, que iam visitando os pontos-de-vendas em uma longa seqüência de espera.

As mercadorias eram encaixotadas e despachadas pela estrada de ferro.

Nessa fase de comercialização imperava a falta de competitividade e o pioneirismo dessa fase possibilitava a absorção dos custos por parte dos consumidores.

Comércio

CatálogosO estilo de suprir os produtos através dos armazéns atendeu satisfatoriamente os clientes de áreas rurais e mais distantes –entretanto com o passar dos tempos os consumidores queriam maior variedade e estilo – sapatos e roupas mais sofisticadas, tocadores de músicas e demais objetos de decoração para casa.

Diante dessa nova tendência os consumidores passaram a exigir mais dos armazéns que por sua vez não souberam acompanhar o novo modelo de comercialização e distribuição dos produtos – surge a venda por catálogo, tendo forte ajuda dos correios que assim como o armazém que tinha no seu público o cliente rural passou a ser ameaçado por esse novo modelo/conceito de negócio.

Surgiu as primeiras empresas com o conceito de comercialização por catálogo – Ward, Sears... Avon, Natura, Am Way...

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  131 

Comércio

CatálogosEm termos logísticos nota-se uma evolução nesse conceito de comercialização. De um modo geral para atender a demandapor novos produtos e com uma gama muito maior de variedadeas empresas tinham que ter um depósito central para que esses servissem de ponto central de separação dos produtos (logística interna) embalagem e distribuição aos pontos de entrega.

Essa centralização possibilitava:• Maior rapidez da distribuição dos produtos ao consumidor final;• Maior variedade de tipos, marcas, cores e tamanho dos produtos;• Eliminação de alguns intermediários que tornavam o produto um pouco mais encarecido ao consumidor;• E a possibilidade de redução de preços e a conseqüente aumento de uma parcela mais significativa do mercado.

Comércio

Especialização do VarejoA aquisição por catálogo não substituía plenamente a compra pessoal – visualização do produto (toque), as fotos nos catálogos por mais bem definidas que fossem não eram o produto (compra no cego) – um exemplo é uma roupa, muitas vezes uma compra é efetuada quando o cliente experimenta, calça o sapato – na venda por catálogo isso é impossível.

A Sears Rebuck idealizou uma forma de contornar esse problema – criou a devolução incondicional dentro de um prazo estimado, com devolução total do dinheiro ao consumidor – a Sears é a criadora de um slogan muito conhecido de nós “satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”

Surgem as:Lojas especializadasLojas de Departamento

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  132 

Comércio

Lojas especializadas: Calçados, Roupas para senhoras, Jovens, Artigos esportivos, pesca, caça... – surgiu em paralelo com a venda por catalogo, e em face a maior sofisticação da demandaconsumidora, tendo uma linha específica de produtos para atender um segmento estreito de clientes – necessidade de especialista para conhecer determinados produtos, a localização das lojas que comercializavam esse tipo de produto situavam-se mais nos grande centros comerciais, eram pontos caros para locação e consequentemente os produtos idem.

Lojas de Departamento (único prédio) – Eletrodomésticos, sapataria, camisaria, brinquedos... Tudo era comercializado em um único ambiente. Em cada setor da loja são inseridos vendedores especializados em determinado tipo de produto. A idéia por trás desse tipo de modelo é incorporar às vantagens da especialização as economias de escala obtidas com o expressivo volume de negócios trazidos por pelos referidos investimentos realizados no modelo de comercialização de produtos.  

Comércio

Surgimento dos Supermercados

Pequenas vendas/empórios, açougues e as padarias, em nível de bairro, eram os estabelecimentos típicos de varejo de produtos de primeira necessidade até a década de 1940/1950.

Três fatores contribuíram para isso – 1º haviam hábitos domésticos tradicionais, destaque para compras a prazo (fiado) em que o consumidor anotava na caderneta suas compras e acertava com o dono da venda uma vez por mês. 2º uso restrito das geladeiras no uso doméstico, era artigo de luxo somente as famílias ricas tinham o referido objeto em seus lares, dessa forma demais pessoas menos abastadas não tinham como conservar os alimentos por isso adquiriam conforme suas necessidades diárias. 3º o baixo acesso ao automóvel –novamente as famílias de maior poder aquisitivo tinham o referido objeto que era facilitador do manuseio de produtos advindos dos estabelecimentos de varejo.

 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  133 

ComércioSurgimento dos SupermercadosO conceito de supermercado se diferenciava do armazém em função do próprio consumidor.

Em lugar de ser atendido nas suas necessidades pelo atendente do armazém era ele mesmo que fazia suas compras, escolhendo seus próprios produtos e os pagando na saída.

O Conceito surgiu nos EUA, durante o período da grande depressão (1929/1930). Objetivava reduzir os preços dos produtos de primeira necessidade numa época de grandes dificuldades econômicas.

As vantagens logísticas levaram a um crescimento vertiginoso desse tipo de operação comercial.

Menores preços atraíram maior clientela, dando melhores condições de suprimentos ao comerciante, que passou a exigir ter maior poder de barganha junto aos fornecedores; em lugar de obter margens expressivas de lucro, esse tipo de varejista procurou reduzi-las buscando ganhar com maior giro nas vendas.

ComércioSurgimento dos SupermercadosLocalização: Centros Urbanos e suburbanos;

Idéia Inicial: Expandir as instalações a medida que fossem crescendo em vendas e em demanda do crescimento geográfico – surgindo as cadeias varejistas

Surgiu em função da fase de expansão na direção dos bairros e dos subúrbios. As lojas especializadas geograficamente ficavam muito dispersas na malha urbana, dificultando as compras de : roupas, sapatos, jóias, livros, cd’s... Que na sua maioria apresentam problemas de estacionamento e de acesso para os transeuntes.

A idéia era reunir tudo o que fosse possível para os clientes em um único lugar, lojas especializadas com a coalizão disso a outros atrativos: ambiente climatizado, segurança, restaurantes, cinemas, bares etc.

Os Shopping Centers e as Lojas de Descontos

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  134 

ComércioVarejo sem LojaCom o recente surgimento da internet e dos sistema de comunicação, foi dado um novo impulso para um novo modelo de comércio: o varejo sem loja. Com idéia básica advinda da venda por catálogo e da distribuição física por empresas de logísticas o comércio eletrônico mostra que veio ser o novo modelo de negócio.

Antes quando os produtos eram produtos lançados em qualquer parte do mundo demorava uma eternidade para que os lugares mais longínquos pudesse saber de suas existência – a internet é prova de que qualquer produto lançado em qualquer parte do mundo hoje poderá em menos de 10 dias ser parte integrante de sua vida – um livro, um filme, um programa de computador...

Muitas lojas extirparam suas paredes formais e trabalham no intermédio de produtos diretos dos fabricantes – ex: Dell Computers, Mercado Livre (milhares de lojas virtuais), Submarino. com, Americanas. com, Magazine Luiza...  

Varejo

Varejo vem assumindo uma importância crescente no panorama empresarial no Brasil – Com o acelerado ritmo de consolidação que vem caracterizando as atividades varejistas brasileiras, um número crescente de varejistas aparece na relação das maiores empresas do Brasil.

A medida que as empresas varejistas se expandem, passam a adotar avançadas tecnologias de informação e de gestão, e consequentemente desempenham um papel cada vez mais importante na modernização do sistema de distribuição e da economia brasileira.

 

Page 129: Apostila de Logística.2008

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  135 

Varejo

Tendências Varejistas para as Próximas DécadasO que se pode esperar certamente é que muitos formatos de lojas deixarão de existir, milhares de empresas deixaram de existir, outros modelos surgiram

O impacto do varejo virtual nos atuais modelos de negócios é uma questão que vem absorvendo a atenção de estudiosos no mundo inteiro.

O varejo é uma das atividades comerciais que vem atravessando maior ritmo de alteração – se fossemos fazer uma viagem no túnel do tempo verificaríamos que no início da década de 60 ficaríamos surpreso – não haviam: shopping, hipermercado, lojas de conveniência, lanchonete e restaurantes fast food, franquias, vídeos locadoras, pet shop, lojas de informática

 

Varejo

Tendências Varejistas para as Próximas Décadas

1. Aumento da Globalização2. Aumento da Consolidação3. Aumento do Poder do varejo4. Parceria e Alianças com fornecedores5. Polarização: massificação versus especialização6. Aumento da Concorrência de Formatos Substitutos 7. Tecnologia da Informação8. Capital humano e profissionalização9. Novos formatos e composição varejistas

 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  136 

Varejo

Tendências Varejistas para as Próximas Décadas1. Expansão do varejo sem lojas2. Varejo Virtual3. Aumento do varejo de serviços4. Maior foco no cliente5. Mudanças no comportamento do consumidor6. Aumento do sistema de auto-serviço7. Mudanças nas características do mercado brasileiro8. Migração das classes A, B, C para os centros de

compras planejadas

 

Varejo

O que é varejo?Toda atividade que engloba o processo de venda de produtos e serviços que atenda uma necessidade pessoal do consumidor final.

Papel do varejista e Níveis do Canal de Distribuição

O varejista faz parte do sistema de distribuição entre o produtor e o consumidor – desempenha um papel intermediário, funcionando como um elo de ligação entre a fábrica e o consumidor.

Varejistas compram, recebem e estocam produtos de fabricantes ou atacadistas para oferecer aos consumidores

 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  137 

Varejo

Estrutura e Níveis do Canal

 

Varejo

Sistema de Marketing e Fluxos no Varejo

 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  138 

Varejo

Classificação e Formatos Varejistas

Varejo

Classificação e Formatos Varejistas

As instituições varejistas podem ser classificadas segundo vários critérios (conforme figura anterior)

(1) Instituições de Varejo por tipo de Propriedade

Independentes – Há apenas uma loja – são empresas pequenas com administração familiar – utilizam baixo nível de recursos tecnológicos.Vantagem – (1) por ter concentração nas operações em uma única unidade permite que esse tipo de varejista exerça maior controle na gestão do negócio; (2) Permite sintonia e relacionamento mais estreito com o consumidor.Desvantagens – (1) Limitação de recursos e de poder de barganha com os fornecedores

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  139 

Classificação e Formatos Varejistas

(1) Instituições de Varejo por tipo de PropriedadeRedes – Ex: Carrefour, C&A, Wal Mart, Casas Bahia, magazine Luiza –operam com mais de uma loja – a medida que o número de unidades vai aumentando a rede vai se estendendo e se tornando mais fortalecida perante fornecedores – com a obtenção de escalas essa pratica é uma vantagem competitiva desse tipo de varejo. Franquias – São atividades varejistas que estão tendo expansão no mundo todo – consiste em um sistema contínuo e integração de relacionamentos entre franqueador e franqueado – a franquia representa uma forma de organização de varejo que pode ser caracterizada pelos seguintes aspectos: (1) franqueador possuí uma atividades registrada e licencia essa marca para franqueados que lhes pagam royalties; (2) franqueado paga o dinheiro para fazer parte do sistema, custos iniciais da montagem das instalações e uma taxa mensal; (3) o franqueador proporciona ao franqueado o sistema operacional e de marketing para desempenhar as atividades, e uma exclusividade para operar em certa região.

Classificação e Formatos Varejistas

(1) Instituições de Varejo por tipo de PropriedadeDepartamentos Alugados – São departamentos dentro de uma loja de varejo que são operados e gerenciados por uma outra empresa – isso é utilizado quando o varejista não competência de gerir adequadamente departamentos que exigem um alto grau de especialização.

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  140 

Classificação e Formatos Varejistas

(1) Instituições de Varejo por tipo de PropriedadeSistema de Marketing Vertical (SVM) – é uma das novas tendências do mercado, surgiu em virtude dos desperdícios existentes nos canais de marketing convencionais – são compostos por empresas independentes, cada uma desenhando suas funções de produtor, atacadista e varejista, em que cada membro do canal procura maximizar seus respectivos lucros. É uma espécie de integração de comunicação para divulgação dos produtos que doravante saem da fabrica e chegam até o varejista para o cliente final.

Classificação e Formatos Varejistas

BARES

MERCEARIAS/EMPÓRIOS

PADARIASMINI

MERCADOS

LOJAS DE CONVENIÊNCIAS

SUPERMERCADOS E HIPER MERCADOS

(2) Instituições de Varejo por tipo de LojaSe dividem em três: Varejo alimentício, não alimentício e Varejo de ServiçosVarejo Alimentício

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  141 

Classificação e Formatos Varejistas

(2) Instituições de Varejo por tipo de LojaSe dividem em três: Varejo alimentício, não alimentício e Varejo de ServiçosVarejo Não Alimentício

LOJAS DE DEPARTAMENTO

LOJAS ESPECIALIZADAS

MINILOJAS DE DEPARTAMENTOS OU MAGAZINES

LOJAS DE DESCONTOS

LOJAS DA FÁBRICA

Classificação e Formatos Varejistas

(2) Instituições de Varejo por tipo de LojaSe dividem em três: Varejo alimentício, não alimentício e Varejo de ServiçosLojas de Serviços

Quando pensamos em varejo temos em mente que somente produtos tangíveis fazem parte do entendimento de varejo, entretanto boa parte dos serviços são enquadrados como serviços de varejo.

Ex: Salão de beleza, Consultórios Médicos, Academias de Ginásticas

Uma características do varejo de serviços é que o consumidor não adquire o bem (tangível) o serviços apresentam quatro características básicas:

1) Intangibilidade2) Perecibilidade3) Inseparabilidade4) Variabilidade

 

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Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  142 

Classificação e Formatos Varejistas

(3) Instituições de Varejo sem LojaMuitos especialistas e pesquisadores do varejo sustentam a tese de que o varejo sem loja será a próxima revolução do Varejo – para esses o varejo sem loja é o tão elementar Marketing Direto

A maior parte das vendas varejistas ainda são efetuadas pelas lojas e pela presença de uma pessoa interagindo no processo de comercialização. Entretanto, pela enorme expansão das compras virtuais, o varejo sem loja vem crescendo mais do que o varejo com loja.

O varejo sem loja utiliza-se de quatro estratégias de marketing: (1) Marketing Direto, (2) Vendas Diretas, (3) Máquinas de venda, (4) Varejo Virtual. (1) Marketing Direto: é um sistema de marketing interativo entre vendedores e compradores que utiliza mais o veículo de comunicação para produzir contato com cliente – mala direta, revista, jornal, televisão ou internet.

(2) Venda Direta: sistema de venda ao consumidor que envolve explicações pessoais e demonstrações sobre os produtos e serviços.

Classificação e Formatos Varejistas

(3) Instituições de Varejo sem Loja

(3) Máquinas automáticas de venda: é um sistema de vendas de varejo realizado por meio de máquinas, nas quais os consumidores podem comprar produtos (coca-cola, brinquedos etc.) e serviços (jogos) – em geral o consumidor efetua o pagamento e recebe uma ficha.

(4) Varejo Virtual: sistema de vendas virtual, onde o cliente acessa um site da internet e adquire seus produtos, um exemplo desse surgimento de varejo foi a AMAZON.COM, e outras tantas como: submarino.com.br, americanas, magazine luiza, shoptime...

  

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  143 

ANEXO – DICIONÁRIO DE LOGÍSTICA  

 

DICIONÁRIO DA LOGÍSTICA 

Esta seção tem como finalidade ajudar aos usuários, quanto a nomes, siglas e expressões usadas normalmente nas diversas áreas da logística.  Será frequentemente complementada. É importante a participação dos especialistas/profissionais de cada segmento da logística com sugestões. 

5S ‐ Programa de gerenciamento participativo que objetiva criar condições de trabalho adequadas a todas as 

pessoas em todos os níveis hierárquicos da organização. A sigla 5"S" deriva das iniciais de cinco palavras 

japonesas: SEIRI, senso de classificação; SEITON, senso de ordenação/organização; SEISO, senso de limpeza; 

SEIKETSU, senso de padronização; e SHITSUKE, senso de disciplina. 

ABC ‐ Activity Based Costing ou Custeio Baseado em Atividades. Método contábil que permite que a empresa 

adquira um melhor entendimento sobre como e onde realiza seus lucros. 

ABC Classification ou Classificação ABC ‐ Utilização da Curva de Pareto para classificar produtos em três 

categorias, usando critérios de demanda e valor. Itens do grupo "A" ‐ pouca quantidade, mas representam 

grande valor. 

Itens do grupo "B" ‐ quantidade e valores intermediários. 

Itens do grupo "C" ‐ muita quantidade, mas representam pouco valor. 

ACF ‐ Attainable Cubic Feet ou Espaço Cúbico Permitido. 

Acknowledgement of Receipt ou Confirmação de Recebimento ‐ Notificação relacionada a algo recebido. 

Acuracidade ‐ Grau de ausência de erro ou grau de conformidade com o padrão.  

Acuracidade do inventário (como indicador de eficácia) ‐ É a quantidade de itens com saldo correto, dividida 

pela quantidade de itens verificados, vezes 100. 

ADR ‐ Articles Dangereux de Route ou Transporte de Artigos Perigosos. 

AD Valorem ‐ Taxa de seguro cobrada sobre certas tarifas de frete ou alfandegárias proporcionais ao valor 

total dos produtos da operação (Nota Fiscal da carga). 

AFRMM ‐ Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante. 

Aftermarket ‐ Pós‐venda. 

AGVS ‐ Automated Guided Vehicle System ou Sistema de Veículo Guiado Automaticamente. 

Aileron ‐ Dispositivo existente no bordo de fuga das asas dos aviões, próximo as pontas das mesmas, que 

funciona somente em vôo para fazer as curvas, quando girado o manche para os lados. 

Aircraft ULD ‐ Paletes e Containers que fazem parte da aeronave. 

Airway Bill ‐ Conhecimento de carga aérea, emitido pela companhia aérea para cargas únicas, não‐

consolidadas. 

AIS ‐ Automated Information System ou Sistema Automatizado de Informações. 

All Cargo ‐ Avião cargueiro. Tipo de aeronave própria para o transporte exclusivo de cargas. 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  144 

Alternate Feedstock ‐ Estoque de Abastecimento Alternativo. 

Análise estatística ‐ Serve de subsídio gerencial para analisar a frequência e intensidade de qualquer item 

durante determinado período estabelecido. 

ANP ‐ Automated Negotiation Protocol ou Protocolo de Negociações Automatizadas. 

ANSI X12 ‐ Um conjunto de normas promulgadas pelo American National Standards Institute, para uso na 

formatação e manuseio de documentos relacionados a compra transmitidos via EDI. 

APS ‐ Advanced Planning Scheduling ou Planejamento da demanda do suprimento, programação, execução 

avançada e otimização. 

Área de expedição ‐ É a área demarcada nos armazéns, próxima das rampas/plataformas de carregamento, 

onde os materiais que serão embarcados/carregados são pré‐separados e conferidos, a fim de agilizar a 

operação de carregamento.  

Área de quebra ‐ É a área demarcada nos armazéns, geralmente próxima da entrada, onde as embalagens, 

produtos e materiais recebidos são desembalados, separados, classificados e até reembalados de acordo 

com o sistema ou interesse de armazenamento do armazém/empresa.  

Armazém ou Warehouse ‐ Lugar coberto, onde os materiais/produtos são recebidos, classificados, estocados 

e expedidos. 

Armazenagem ‐ É a parte da logística responsável pela guarda temporária de produtos em geral (acabados, 

matérias‐primas, insumos, componentes, etc.). Pode ter uma variação de tipo de local físico, conforme 

característica e necessidade do produto, como por exemplo, local coberto, local descoberto, local com 

temperatura controlada, etc. Pode ter variação de tipo de estocagem, conforme característica e necessidade 

do produto, como por exemplo prateleira, gaveta, cantilever, baia, etc. 

ASN ‐ Advanced Shipment Notification ou Aviso Antecipado de Embarque, que é o aviso aos clientes 

informando quando seus produtos irão chegar. 

Assemble to order ‐ Só é fabricado por encomenda. 

Atendimento de Pedidos (como indicador de eficácia) ‐ É a quantidade de pedidos atendidos prontamente, 

dividida pelo total de pedidos recebidos, vezes 100. 

Auto Id ‐ Identificação Automática. 

Automação – Está relacionado a automatização de procesos e sistemas, tornando‐os independente da 

atuação manual e repetitiva do ser humano. 

AWB ‐ Air Waybill ou Conhecimento de Transporte Aéreo. 

B2 ‐ A mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo é chamada de B2 e assim sucessivamente, até o 

biodiesel puro, denominado B100.  

B2Bi ‐ Business‐to‐Business integration, que permitem integração ponto a ponto entre duas empresas. 

Backflushing ou Baixa por Explosão ‐ Baixa no estoque do grupo de peças e componentes utilizados na 

montagem ou fabricação de determinado equipamento ou produto. 

Back Order ‐ Pedido em atraso. 

Back Scheduling ‐ Programação Retrocendente. 

Back to Back ‐ Consolidação de uma única expedição em um MAWB (Master Air Waybill ‐ Conhecimento 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  145 

Principal de Transporte Aéreo) abrangendo um HAWB (House Air Waybill ‐ Guia de Transporte Aéreo emitida 

por um expedidor). 

Backlog ‐ Pedido pendente. 

Baia ‐ Denominação utilizada nas indústrias para áreas geralmente abertas, destinadas ao armazenamento 

de insumos, geralmente a granel. São numeradas para localização, identificação e controle. 

Balsa ‐ Embarcação utilizada em rios e canais para o transporte de veículos e pessoas, geralmente para 

pequenas distâncias. 

Banguela ‐ Expressão utilizada no transporte rodoviário, que significa andar sem estar engrenado, ou seja, no 

ponto morto da marcha. 

Barbeiro ‐ Nome utilizado no transporte rodoviário para motoristas não hábeis na condução de veículos. 

Bar Code ‐ Código de barras.  

Bareboat Charter ‐ Afretamento a casco nú. Modalidade de afretamento de navio. 

Barge ou Barcaça ‐ Embarcação de baixo calado, utilizada em rios e canais com ou sem propulsão com a 

finalidade de transportar produtos. 

Barra ‐ Local próximo ao porto, onde os navios ficam ancourados aguardando autorização para atracarem no 

caís. 

Batch Pick ‐ Separação em Lote. 

Batch Processing ‐ Processamento por Lotes. 

Batendo lata ‐ Expressão utilizada no transporte rodoviário, quando o caminhão volta vazio (não tem carga 

de retorno). 

Benchmarking ou Marcos Referenciais ‐ Processo sistemático usado para estabelecer metas para melhorias 

no processo, nas funções, nos produtos etc., comparando uma empresa com outras. As medidas de 

benchmark derivam, em geral, de outras empresas que apresentam o desempenho “Melhor da classe”, não 

sendo necessariamente  concorrentes. A empresa tem que adaptar o modelo, de acordo com o seu dia a dia 

(próprias características).  

Big‐Bag ‐ Expressão popular de se chamar os contentores ou contenedores flexíveis, geralmente feito de 

polietileno. 

Bill of Lading ‐ B/L ‐ Conhecimento de Embarque, Conhecimento Marítimo, documento do armador, 

preenchido pelo embarcador e assinado pelo comandante ou o agente do navio, confirmando o recebimento 

de determinada carga a bordo (ou para embarque) e especificando, entre outros vários detalhes, o frete 

pago ou a ser pago no destino. É, ao mesmo tempo, um recibo de bordo, um título de posse e uma evidência 

de contrato de transporte, cujas cláusulas estão incorporadas no mesmo. 

Biodiesel ‐ É um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por 

diferentes processos tais como o craqueamento, a esterificação ou pela transesterificação. Pode ser 

produzido a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil 

que podem ser utilizadas, tais como mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e 

soja, dentre outras. 

Bi‐trem, Reboque ou VCC (Veículo Combinado de Cargas) ‐ É o conjunto monolítico formado pela carroceria 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  146 

com o conjunto de dois eixos e pelo menos quatro rodas. É engatado na carroceria do caminhão para o 

transporte, formando um conjunto de duas carrocerias puxadas por um só caminhão. É muito utilizado no 

transporte de cana de açúcar. 

B/L ‐ Bill of Lading ou Conhecimento de Embarque. 

Blocagem ou Block Stacking ‐ Empilhamento simples sem uso de porta‐paletes, no qual os paletes são 

empilhados diretamente no chão.  

Block Scheduling ‐ Programação por Blocos. 

Block Stacking ‐ Empilhamento dos paletes diretamente no chão. 

Bluetooth ‐ Comunicação sem fio entre aparelhos. 

Boards ‐ Primeiro nível da escala administrativa, tem a missão de proteger e valorizar o patrimônio, bem 

como maximizar o retorno do investimento. 

Bombordo ‐ Lado esquerdo do navio. 

Bonded Warehousing ‐ Armazém Alfandegado, onde as mercadorias importadas ficam guardadas até que 

haja o desembaraço das mesmas. 

BPF ‐ Boas Práticas de Fabricação. 

Brainstorming (tempestade de idéias) ‐ Técnica de reunião em que os participantes expõem livremente suas 

idéias, sem censura, em busca de solução criativa para um determinado assunto ou problema, uma 

campanha publicitária, etc., com alguém estimulando a todos e anotando tudo falado. 

Break‐Bulk ‐ Expressão utilizada no transporte marítimo, que significa o transporte de carga geral, solta ou 

fracionadas, não conteinerizada e sem homogeneidade. 

Break‐Bulk (2) ‐ Sistema convencional de transporte marítimo de carga geral, transportada solta e em 

volumes individuais, diferenciando‐se, principalmente, de quando é transportada em contêineres. 

Break‐Even Point ‐ É o ponto de equíbrio ou nível de produção ou nível de volume de vendas a partir do qual 

o empreendimento ou negócio se torna rentável. Qualquer valor abaixo do Ponto de Equilíbrio significa 

prejuízo.  

Broker ‐ Pessoa que intermedia a compra e venda de serviços e produtos em troca de comissão. 

Brokerage Houses ‐ Empresas especializadas em intermediar afretamento marítimo. 

BSC ‐ Balanced ScoreCard ou Indicadores de Desempenho Organizacional. 

BTB ou B2B ‐ Business‐to‐Business ou comércio eletrônico entre empresas. 

BTC ou B2C ‐ Business‐to‐Consumer ou comércio eletrônico de empresas para o consumidor. 

Budgets ‐ Orçamento.  

Bulk Cargo ‐ Carga à granel, ou seja, sem embalagem.  

Bulk Carrier ‐ Navio graneleiro, ou seja, próprio para o transporte de cargas à granel.  

Bulk Container ‐ Contêiner graneleiro, ou seja, próprio para o transporte de cargas à granel. 

Bulk Storage ‐ Estocagem à granel.   

Bunker ‐ Combustível para navios. No caso de navios a motor, inclui o óleo combustível e o diesel marítimo. 

Business Intelligence ‐ Conjunto de softwares que ajudam em decisões estratégicas. 

Cabotagem ‐ Navegação costeira que tem lugar entre portos de um mesmo país ou região. 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  147 

Cábrea ‐ Equipamento usado em portos para levantar grandes cargas pesadas ou materiais em obras, e que 

consta de 3 pontaletes unidos no topo onde recebem uma roldana por onde passa o cabo. 

Cábrea flutuante ‐ Embarcação sobre o qual se instala uma cábrea, para embarcar ou desembarcar grandes 

pesos de navios e de outras embarcações. 

Calado ‐ Expressão do transporte marítimo, que significa profundidade em que cada navio está submerso na 

água. Tecnicamente é a distância da lâmina d'água até a quilha do navio.  

Calado 2 ‐ Expressão do transporte marítimo, que significa profundidade dos canais dos portos. 

Cálculo de Necessidades ‐ É o método de programação da produção, baseado na demanda derivada, ou seja, 

todas as peças, componentes, materiais e suprimentos que vão no produto ou serviço final. 

Caminhões na prateleira ‐ Expressão utilizada no transporte rodoviário, que significa quando há ociosidade 

na utilização de caminhões, ficando parados à disposição de uma eventual utilização.   

Capatazia ‐ É o serviço utilizado geralmente em portos e estações/terminais ferroviários, onde profissionais 

autônomos, ligados a sindicatos ou de empresas particulares, executam o trabalho de carregamento/ 

descarregamento, movimentação e armazenagem de cargas. 

Carreta baú ‐ É uma carreta fechada. 

Carreta isotérmica ‐ É uma carreta fechada, com isolamento térmico em suas paredes, que conserva a 

temperatura da carga.  

Carreteiro ‐ É o motorista que conduz o seu próprio veículo (caminhão) no caso do transporte rodoviário. 

Cascading Yield Loss ou Acúmulo de Perdas de Rendimento ‐ É quando ocorre perda de rendimento em 

muitas operações e/ou tarefas. 

Cavalo mecânico ‐ É o conjunto monolítico formado pela cabine, motor e  rodas de tração do caminhão. Pode 

ser engatado em vários tipos de carretas e semi‐reboques, para o transporte.  

Cavername ‐ É o conjunto de cavernas de um navio. 

CEO ‐ Chief Executive Operation ou Officer. 

CEP ‐ Controle Estatístico do Processo. Metodologia usada para o controle de dados de forma estatística para 

o aprimoramento contínuo da qualidade.  

CFR ‐ Cost and Freight ou Custo e Frete.  

Chamber of Commerce ‐ Câmara de Comércio, associação de importadores e exportadores com o objetivo 

principal de desenvolver o comércio entre si. 

Chapa ‐ É a denominação dada ao profissional autônomo que é contratado pelo motorista de caminhão para 

fazer o carregamento ou descarregamento da carga, na origem ou destino.  

Chata ‐ Barcaça larga e pouco funda; Embarcação de estrutura resistente, fundo chato e pequeno calado, em 

geral sem propulsão própria, para o transporte de carga pesada. 

Chicotes ‐ São os cabos que fazem a ligação entre o cavalo mecânico e a carreta para a passagem de fios 

elétricos (luz da lanterna, luz de freios/ré e luz da placa do veículo) e para os fluídos (óleo) de acionamento 

dos freios. 

CIF ‐ Cost, Insurance and Freight ou Custo, Seguro e Frete. Neste caso, o material cotado já tem tudo 

embutido no preço, ou seja, é posto no destino. 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  148 

CIM ‐ Computer Integrated Manufacturing ou Manufatura Integrada com Computadores.  

CIP ‐ Cariage and Insurance Paid To ou Transporte e Seguro Pagos Até.  

Clearance‐ Liberação, desembaraço aduaneiro. 

Cluster ‐ São concentrações geográficas de empresas interligadas entre si, que atuam em um mesmo setor 

com fornecedores especializados, provedores de serviços e instituições associadas. 

Coach ‐ Facilitador; instrutor; entidade (pessoa, equipe, departamento, empresa, etc.) que atue como 

agregador das capacidades de cada elemento da cadeia (equipe, departamento, empresa, etc.). 

Cobertura Média ou CM ‐ É a indicação de quantas vezes o estoque se renovou durante o período (n). CM = 

12/Cr ou sejam os 12 meses do ano divididos pelo coeficiente de rotação. 

Code Stitching ‐ Tecnologia que permite decifrar e reconstruir os códigos de barras danificados ou truncados. 

Coeficiente de Rotação ‐ É a relação entre as retiradas de um estoque e o seu próprio estoque médio: Cr =  

saídas/estoque médio.  

Comboio ‐ Conjunto de veículos que seguem juntos para um mesmo destino. Utilizado principalmente por 

motivo de segurança; carros de munições e mantimentos que acompanham forças militares; composição 

ferroviária (em Portugal). 

Comitê Draft ‐ Comitê de Planejamento.  

Compra especulativa ‐ É quando mesmo não havendo  necessidade da aquisição, poderá ser feita, baseada 

em fatores como contratos, previsões de aumento de preços, incertezas da disponibilidade do material em 

um futuro próximo e políticas estratégicas. 

Conair ‐ Tipo de container frigorífico, sem maquinário de refrigeração e que só pode ser utilizado com clip on 

ou em navios apropriados. 

Conhecimento de Transporte ‐ Documento emitido pela transportadora, baseado nos dados da Nota Fiscal, 

que informa o valor do frete e acompanha a carga. O destinatário assina o recebimento em uma das vias. 

Consignação ‐ Prática utilizada no comércio, onde o comerciante coloca a disposição no ponto de venda para 

pronta entrega, produtos de fabricantes / terceiros, sem que faça a aquisição dos mesmos. Só irá adquirir, se 

vender. Com isto, não precisa desembolsar antecipadamente na aquisição dos mesmos. 

Consolidação de cargas ‐ Consiste em criar grandes carregamentos a partir de vários outros pequenos. 

Resulta em economia de escala no custo dos fretes. É preciso um bom gerenciamento para utilizar este 

método, pois é necessário analisar quais cargas podem esperar um pouco mais e serem consolidadas. Se mal 

executado, compromete a qualidade do serviço de transportes, pois gerará atrasos. 

Consolidação de Exportação ‐ Um agrupamento de empresas com o objetivo de juntar sinergias e aumentar a 

sua competitividade, reduzindo os riscos e os custos de internacionalização. 

Conteiner ‐ Equipamento de metal no formato de uma grande caixa, que serve para o transporte de diversos 

materiais, fazendo assim uma unitização de cargas, que ao estarem acondicionados no seu interior, não 

sofrem danos durante o percurso e nem em caso de transbordo para outros modais. São reutilizáveis e 

possuem quatro tamanhos principais de 30, 25, 20 e 10 toneladas. 

Continuous Improvement (melhoria contínua) ‐ Componente essencial no just‐in‐Time e na Qualidade Total 

que reflete uma determinação inabalável para eliminar as causas dos problemas. É o oposto da mentalidade 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  149 

de “apagar  incêndios”.  

Contract logistic ‐ Logística contratada. Operação delegada ao operador logístico. 

Convés ‐ Área da primeira coberta do navio, ou seja, o piso do andar principal do navio. 

Core Business ‐ Relativo ao próprio negócio ou especialidade no negócio que faz. 

Costado ‐ Chapas que revestem exteriormente as cavernas do navio. 

Cost Drivers ‐ Fatores Direcionadores de Custos. 

Cota ‐ Quantidade especificada e limitada para produção, aquisição, importação ou exportação. Os fatores 

para limitação são os mais variados. 

CPC ‐ Commerce Planning Colaboration. 

CPFR ‐ Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment ou Planejamento Colaborativo de Previsão e 

Reabastecimento. 

CPM ‐ Critical Path Method ou Método do Caminho Crítico. 

CPT ‐ Cariage Paid To ou Transporte Pago Até.  

CRM ‐ Customer Relationship Management ou Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente ou 

Marketing One to One. 

Cronograma ‐ É estabelecer sequencialmente as tarefas/trabalhos a serem executados, de acordo com datas 

estipuladas para cada tarefa/trabalho desta sequência. 

Cross Docking ‐ É uma operação de rápida movimentação de produtos acabados para expedição, entre 

fornecedores e clientes. Chegou e já sai (transbordo sem estocagem). 

CRP ‐ Continuous Replenishment Process ou Programa de Reabastecimento Contínuo. 

CTD ‐ Combined Transport Document ou Documento de Transporte Combinado. 

CTI ‐ Computer Telephony Integrated ou Sistema Integrado de Telefonia e Computação. 

Cubagem ou Cubage ‐ Volume cúbico disponível para estocar ou transportar. Calcula‐se o metro cúbico 

multiplicando‐se o comprimento pela largura e pela altura. 

Curva ABC ‐ Demonstração gráfica com eixos de valores e quantidades, que considera os materiais divididos 

em três grandes grupos, de acordo com seus valores de preço/custo e quantidades, onde materiais classe 

"A" representam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total, classe "C" a maioria da quantidade 

total e a minoria do valor total e "B" valores e quantidades intermediários. 

Custo de Falta ou Stockout Cost ‐ É o custo considerado pela falta de um item, por falta de estoque, quando 

se recebe um pedido. Este custo pode ser variado, devido a se perder um pedido total ou parcial, pelo custo 

de se repor de forma urgente ou pelo custo de se alterar toda a programação de produção para fabricá‐lo.  

Custo de Obsolescência ou Obsolescence Cost ‐ É o custo de se manter em estoque itens obsoletos ou 

sucateados. Geralmente os itens obsoletos são componentes de equipamentos ou máquinas fora de linha de 

fabricação. 

Custo de Oportunidade ou Opportunity Cost ‐ É a taxa de retorno do capital investido que uma empresa ou 

pessoa espera ter, referente a um investimento diferente dos habituais ou normais que utiliza. 

Custo do Capital em Estoque (materiais em processo) ‐ É o valor médio do estoque em processo, vezes custo 

do capital, dividido pela receita operacional líquida vezes 100%. 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  150 

Custo do Capital em Estoque (matérias‐primas) ‐ É o valor médio do estoque de matérias‐primas, vezes custo 

do capital, dividido pela receita operacional líquida, vezes 100%. 

Custo do Capital em Estoque (produtos acabados) ‐ É o valor médio do estoque de produtos acabados, vezes 

custo do capital, dividido pela receita operacional líquida vezes 100%. 

Custo do Pedido ou Order Cost ‐ É o custo considerado somando basicamente as operações de fazer a 

solicitação a Compras, acompanhar seu atendimento, fazer o recebimento, inspecionar quando da chegada, 

movimentá‐lo internamente e fazer seu pagamento. 

Custo Logístico ‐ É a somatória do custo do transporte, do custo de armazenagem e do custo de manutenção 

de estoque. 

DAF ‐ Delivered At Frontier ou Entregue na Fronteira. 

Data mining ‐ Mineração de dados. 

Data Warehouse ‐ Armazenamento de dados. 

Deck ‐ Convés ou o piso principal dos navios. 

DDP ou Door to Door ‐ Delivered Duty Paid ou Entregue com Taxas Pagas.  

DDU ‐ Delivered Duty Unpaid ou Entregue sem Taxas Pagas.  

Demanda ‐ Em busca ou em procura de um produto ou serviço no mercado. 

Demand Chain Management ‐ Gerenciamento da Cadeia de Demanda. 

Demurrage ou Sobreestadia ‐ Multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de um navio, 

quando este demora mais do que o acordado nos portos de embarque ou de descarga. 

DEQ ‐ Delivered Ex QUAY ou entrega no cais. O vendedor entrega a mercadoria no cais do porto de destino. 

DES ‐ Delivered Ex SHIP ou Entrega no Navio.  

Despatch ou Presteza ‐ Prêmio determinado em contrato, a que faz jus o contratante de um navio, quando 

este permanece menos tempo do que o acordado nos portos de embarque ou de descarga. 

DFM  ‐ Design for Manufacturing ou Projeto para Manufatura.  

Diagrama de Fluxo ‐ Representação gráfica das variações ou fluxo de materiais. 

Distribuição ‐ É a parte da logística responsável pelo transporte de cargas  

de forma pulverizada, para cada cliente ou ponto de venda. 

Docas ou Docks ‐ É o local intermediário que as mercadorias ficam entre a expedição e os transportes (vários 

modais), a fim de facilitar e agilizar a operação de carregamento e descarregamento. 

Dolly ou Romeu e Julieta ‐ Um reboque com uma quinta roda, usada para converter um semi‐reboque em 

reboque. É muito utilizado para o transporte de cana de açúcar.  

Dormente ‐ Nome dado às travessas, geralmente de madeira, em que assentam os carris da linha ferroviária. 

Downsizing ‐ Redução dos níveis hierárquicos em uma organização com o objetivo de aproximar os níveis 

operacionais da alta direção.  

DPS ‐ Digital Picking System. 

Dragagem ‐ Serviço de escavação nos canais de acesso e áreas de atracação dos portos para manutenção ou 

aumento da profundidade. 

Draw‐back ‐ Envolve a importação de componentes, sem pagamento de impostos (IPI, ICMS, Adicional ao 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  151 

Frete para Renovação da Marinha Mercante e Imposto sobre Prestações de Serviços de Transporte Estadual), 

vinculada a um compromisso de exportação.  

DRP ‐ Distribution Resource Planning ou Planejamento dos Recursos de Distribuição.  

DSE ‐ Declaração Simplificada de Exportação. 

Dumping ‐ É quando há subsídios e produtos a um custo menor do que o real de fabricação. 

 

EADI ‐ Estação Aduaneira Interior. 

EAI ‐ Enterprise Application Integration, que faz a integração de sistemas internos. 

EAV ‐ Engenharia e Análise do Valor. 

ECR ‐ Efficient Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Consumidor. 

EDI ‐ Electronic Data Interchange ou Intercâmbio Eletrônico de Dados. 

ELQ ‐ Economic Logistic Quantity ou Quantidade Logística Econômica. É a quantidade que minimiza o custo 

logístico. 

Embalagem ou Package ‐ Envoltório apropriado, aplicado diretamente ao produto para sua proteção e 

preservação até o consumo/utilização final.  

Empilhadeira ou Fork Lift Truck ‐ Equipamento utilizado com a finalidade de empilhar e mover cargas em 

diversos ambientes.  

Empowerment ‐ Dar poder ao grupo/equipe ou estabelecimento de autonomia e responsabilidade às 

pessoas na tomada de decisões e ações.  

Ending Inventory ‐ Inventário Final.  

Endomarketing ‐ Marketing interno realizado por meio de um conjunto de ações desenvolvidas para 

conscientizar, informar  e motivar o indivíduo. 

EOM ‐ Electric Overhead Monorail ou Monotrole Aéreo Eletrificado. 

EOQ ‐ Economic Order Quantity ou Lote Econômico.  

EPI ‐ Equipamento de Proteção Individual. 

Ergonomia ‐ Ciência que estuda a adaptação do ambiente às medidas do corpo humano, considerando assim 

a interação perfeita entre os funcionários e o ambiente de trabalho, como luz, calor, ruídos, odores e os 

equipamentos e ferramentas utilizados. 

ERP ‐ Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos do Negócio.  

Estampado ‐ Termo utilizado em Produção, são peças feitas, geralmente de chapas, que sofrem a pressão 

(impacto) de uma prensa, ficando definidas suas formas, de acordo com o molde da ferramenta utilizada.  

Estibordo ‐ Lado direito do navio. 

Estivador ‐ Empregado das Docas que trabalha na carga e decarga dos navios. 

Estoque ‐ É a parte da logística responsável pela guarda de produtos e uma das atividades da armazenagem. 

Geralmente este termo é utilizado para produtos acabados. Pode ter uma variação de tipo de local físico, 

conforme característica e necessidade do produto, como por exemplo, local coberto, local descoberto, local 

com temperatura controlada, etc. Pode ter variação de tipo de estocagem, conforme característica e 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  152 

necessidade do produto, como por exemplo prateleira, gaveta, cantilever, baia, etc. 

Estoque de Proteção ou Hedge Inventory ‐ É feito quando excepcionalmente está previsto um acontecimento 

que pode colocar em risco o abastecimento normal de estoque e gerar uma quebra na produção e/ou 

vendas. Normalmente são greves, problemas de novas legislações, período de negociação de nova tabela de 

preços, etc. 

Estoque de Segurança ou Safety Stock ‐ Quantidade mantida em estoque para suprir nas ocasiões em que a 

demanda é maior do que a esperada e/ou quando a oferta para repor estoque ou de matéria‐prima para 

fabricá‐la é menor do que a esperada e/ou quando o tempo de ressuprimento é maior que o esperado e/ou 

quando houver erros de controle de estoque que levam o sistema de controle a indicar mais material do que 

a existência efetiva. 

Estoque em trânsito ‐ Refere‐se ao tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos de transporte 

durante sua entrega. 

Estoque Inativo ‐ Refere‐se a itens que estão obsoletos ou que não tiveram saída nos últimos tempos. Este 

tempo pode variar, conforme determinação do próprio administrador do estoque. 

Estoque Máximo ‐ Refere‐se a quantidade determinada previamente para que ocorra o acionamento da 

parada de novos pedidos, por motivos de espaço ou financeiro. 

Estoque Médio ‐ Refere‐se a quantidade determinada previamente, que considera a metade do lote normal 

mais o estoque de segurança. 

Estoque Mínimo ‐ Refere‐se a quantidade determinada previamente para que ocorra o acionamento da 

solicitação do pedido de compra. Às vezes é confundido com "Estoque de Segurança". Também denominado 

"Ponto de Ressuprimento". 

Estoque Pulmão ‐ Refere‐se a quantidade determinada previamente e de forma estratégica, que ainda não 

foi processada. Pode ser de matéria‐prima ou de produtos semi‐acabados. 

Estoque Regulador ‐ É normalmente utilizado em empresas com várias unidades/filiais, onde uma das 

unidades tem um estoque maior para suprir possíveis faltas em outras unidades. 

Estoque Sazonal ‐ Refere‐se a quantidade determinada previamente para se antecipar a uma demanda maior 

que é prevista de ocorrer no futuro, fazendo com que a produção ou consumo não sejam prejudicados e 

tenham uma regularidade. 

E‐Procurement ‐ Processo de cotação de preços, compra e venda on‐line. 

ETA (Estimated Time of Arrival) ‐ Expressão do transporte marítimo, que significa dia da atracação (chegada) 

do navio no porto.  

ETD (Estimated Time of Departure) ‐ Expressão do transporte marítimo, que significa data estimada ou 

prevista da saída (zarpar) do navio no porto. 

ETS ‐ Expressão do transporte marítimo, que significa dia da saída (zarpar) do navio do porto.  

EVA ‐ Economic Value Added ou Valor Econômico Agregado. 

FAS ‐ Free Alongside Ship ou Livre no Costado do Navio. O vendedor entrega a mercadoria ao comprador no 

costado do navio no porto de embarque. 

FCA ‐ Free Carrier ou Transportador livre. O vendedor está isento de responsabilidades, no momento que 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  153 

entrega a mercadoria para o agente indicado pelo comprador ou para o transportador. 

FCL ‐ Full Container Load ou Contêiner Completo. 

FCR ‐ Forwarder Certificate of Receipt ou Certificado de Recebimento do Agente de Transportes. 

FCS ‐ Finite Capacity Schedule ou Programação de Capacidade Finita. 

Feeder ‐ Serviço marítimo de alimentação do porto hub ou de distribuição das cargas nele concentradas. O 

termo feeder também pode se referir a um porto secundário (alimentador ou distribuidor) em determinada 

rota. Cabe salientar que um porto pode ser hub para determinadas rotas de navegação e feeder para outras.  

Feeder Ship ‐ Navios de abastecimento. 

FEFO ‐ First‐Expire, First‐Out ou Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai. Serve para gerenciar a arrumação e 

expedição das mercadorias do estoque de acordo com o prazo de validade. 

FIFO ‐ First‐In, First‐Out ou Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS). 

FIO ‐ Free In and Out ou isento de taxas no embarque e no desembarque. Despesas de embarque são do 

exportador e as de desembarque do importador. Nada de responsabilidade do Armador. 

Flape ‐ Dispositivo hipersustentador existente no bordo de fuga das asas dos aviões, próximo ao corpo da 

aeronave, que serve para aumentar a curvatura média do aerofólio, por meio de deslocamento do bordo de 

fuga para baixo. É utilizado nos pousos e decolagens, através de acionamento por alavanca. Existem 3 

posições de inclinação. 

Flat Rack ‐ Tipo de container aberto, possuindo apenas paredes frontais, usado para cargas compridas ou de 

forma irregular as quais, de outro modo, teriam de ser transportadas soltas em navios convencionais. 

FMEA ‐ Análise do Modo de Falha e Efeito. 

FOB ‐ Free On Board ou Preço sem Frete Incluso (posto a bordo). Denominação da cláusula de contrato 

segundo a qual o frete não está incluído no custo da mercadoria. Tem algumas variações de FOB. Pode ser 

FOB Fábrica, quando o material tem que ser retirado e FOB Cidade, quando o fornecedor coloca o material 

em uma transportadora escolhida pelo cliente.  

Food Town ‐ local que reúne vários fornecedores de um mesmo cliente em comum. 

Forecasting ‐ previsões de tempo.    

Forjar ‐ Termo utilizado em Produção, que significa aquecer uma peça de metal através do calor de maçarico 

ou brasa até ficar avermelhada, e depois utilizar uma marreta e bigorna como instrumentos, para dar a 

forma desejada. 

Freight Forwarder ou Expedidor de Frete ‐ Empresa ou profissional autônomo que são responsáveis por toda 

a operação que consiste em preparar a consolidação de cargas e seu transporte, da origem até o destino 

final. Esta preparação engloba todo o acerto da documentação necessária. 

Freighter ‐ Navio cargueiro. 

FTS ‐ Fold, Tale, Seal ou Dobra, Fita, Selo. É a sigla de um método de fechamento de sacaria, criado no final 

dos anos 80, pela Doboy na Alemanha. 

Fulfillment ‐ atender no tempo e no prazo. É o conjunto de operações e atividades desde o recebimento de 

um pedido até sua entrega. 

Fundição ‐ Termo utilizado em Produção, que significa derreter metais com o calor e colocá‐los em formas 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  154 

para a confecção de peças, que na maioria das vezes ainda passarão por outros processos até ser um produto 

final. 

Gargalo ou Bottleneck ‐ Instalação, função, departamento ou recurso que impede a produção, pois sua 

capacidade é inferior ou idêntica à demanda. 

GED ‐ Gerenciamento Eletrônico de Documentos. 

Giro de estoque ‐ demanda anual dividida pelo estoque médio mensal. 

Giro de inventário ‐ receita operacional líquida dividida pelo saldo médio do inventário (vezes). 

GPS ‐ Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global. Foi desenvolvido pelas forças 

armadas norte‐americanas e é composto por um conjunto de 24 satélites que percorrem a órbita da Terra a 

cada 12 horas. Esse sistema permite que através de dispositivos eletrônicos, chamados GPS Receivers 

(Receptores GPS), possam ser convertidos os sinais de satélites em posicionamentos, permitindo assim a 

localização geográfica de qualquer objeto no globo terrestre com uma precisão em torno de 10 metros. 

Grade ‐ Conjunto de trilhos e dormentes pré‐reunidos.  

Gráfico de Barras ou de Gantt ‐ É um gráfico com todas as atividades sequenciais de uma operação / projeto 

/ produção, onde para cada operação tem uma barra com o tamanho de sua duração. Foi desenvolvido por 

H. L. Gantt em 1917. 

Gross weight ‐ Peso bruto da carga. Inclui a carga mais a embalagem (ou invólucro). 

GSM ‐ Global System for Mobile communications ou Sistema Global para Comunicações Móveis. 

Handling charge ‐ Despesas de manuseio ou movimentação de carga. 

Hinterland ‐ É o potencial gerador de cargas do porto ou sua área de influência terrestre. O Hinterland 

depende, basicamente, do potencial de desenvolvimento da região em que o porto está localizado e dos 

custos de transporte terrestre e feeder. 

Housekeeping ‐ técnica para iniciar e manter os processos de Qualidade e Produtividade Total em uma 

empresa. 

HTML ‐ Hypertext Markup Language.  

Hub ‐ Ponto central para coletar, separar e distribuir para uma determinada área ou região específica 

 

IBC ‐ Intermediate Bulk Container ou Contenedor Intermediário para Granel. 

ICO ‐ Inventory Chain Optimization ou Otimização da Cadeia dos Estoques. 

IFR ‐ Sigla usada na aviação para designar as regras de vôo por instrumentos. 

Inbound ‐ Dos fornecedores para as fábricas. 

Incoterms ‐ sigla que identifica os 13 termos que padronizam a linguagem usada no mercado de exportação e 

importação. 

Índice de flexibilidade ‐ representa a relação entre a média do lote de produção e a média do lote de 

entrega. 

ISO ‐ International Standards Organization. 

Joint venture ‐ Associação de empresas, não definitiva, para explorar determinado negócio, sem que 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  155 

nenhuma delas perca sua personalidade jurídica.  

Just‐in‐Time ou JIT ‐ é atender ao cliente interno ou externo no momento exato de sua necessidade, com as 

quantidades necessárias para a operação/produção, evitando‐se assim a manutenção de maiores estoques. 

Kaizen ‐ Palavra japonesa que significa processo de melhorias contínuas, com bom senso e baixos 

investimentos. 

Kanban ‐ técnica japonesa com cartões, que proporciona uma redução de estoque, otimização do fluxo de 

produção, redução das perdas e aumento da flexibilidade. 

KLT ‐ Klein Lagerung und Transport ou Acondicionamento e Transporte de Pequenos Componentes.  

Lastro ‐ expressão do transporte marítimo, que significa água que é posta nos porões para dar pêso e 

equilíbrio ao navio, quando está sem carga; no transporte ferroviário significa camada de substâncias 

permeáveis como areia, saibro ou pedra britada, posta no leito das estradas de ferro e sobre a qual 

repousam os dormentes.  

Layday ou Laytime ‐ estadia do navio no porto, que significa período previsto para acontecer a operação 

(atracar, carregar e zarpar).  

Lead Time ‐ Tempo compreendido entre a primeira atividade até a última de um processo de várias 

atividades. 

Lean Manufacturing ‐ Produção Enxuta ou manufatura enxuta. 

Leilão Reverso on‐line ‐ Consiste em marcar com os fornecedores, um horário em determinado endereço na 

Internet, para que os mesmos façam lances para fornecerem produtos previamente informados pelo 

requisitante. Quem tiver as melhores condições comerciais ganhará o pedido.  

Leitura Omnidirecional ‐ Tecnologia que possibilita a leitura do código de barras em qualquer posição, 

mesmo os de difícil leitura. 

Limpa‐trilhos ou Saca‐boi ou Grelha ‐ Peça que fica à frente e na parte inferior das locomotivas para retirar 

da via os animais colhidos por elas e evitar descarrilamento. 

LLP ‐ Leading Logistics Provider ou Principal Fornecedor de Serviços Logísticos. 

Localização logística ‐ É a forma de identificar geograficamente armazéns, depósitos, filiais, veículos, clientes, 

etc. As formas mais comuns são por coordenadas de latitude‐longitude, códigos postais (CEP no Brasil) e 

coordenadas lineares simples ou malha, que nada mais são do que se colocar um papel vegetal quadriculado 

sobreposto a um mapa, com numeração das linhas horizontais e verticais. 

Logística (1) ‐ É o sistema de administrar qualquer tipo de negócio de forma integrada e estratégica, 

planejando e coordenando todas as atividades,    otimizando todos os recursos disponíveis, visando o ganho 

global no processo no sentido operacional e financeiro. (definição de Marcos Valle Verlangieri, diretor do 

Guia Log). 

Logística (2) ‐ É o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e 

armazenagem de matérias‐primas e estoque durante a produção e produtos acabados, e as informações 

relativas a estas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, visando atender aos 

requisitos do cliente. (definição do Council of Logistics Management). 

Logística (3) ‐ Entre os gregos, arte de calcular ou aritmética aplicada. Parte da arte militar relativa ao 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  156 

transporte e suprimento das tropas em operações. Lógica simbólica, cujos princípios são os da lógica formal, 

e que emprega métodos e símbolos algébricos. (definições do Dicionário Contemporâneo da Língua 

Portuguesa Caldas Aulete). 

Logística (4) ‐ do francês Logistique, Parte da arte da guerra que trata do Planejamento e da realização de 

projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e 

evacuação de material ( para fins operativos e administrativos ); Recrutamento, incorporação, instrução e 

adestramento, designação, transporte, bem estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal; 

Aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e acessórios destinados a ajudar 

o desempenho de qualquer função militar; Contrato ou prestação de serviços.  

(in, Ferreira, Aurélio Buarque de Hollanda, Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2ª edição, Rio de Janeiro, 

Nova Fronteira, 1986, p. 1045).  

Logística (5) ‐ O transporte; armazenamento e abastecimento de tropas; organização de qualquer projeto; 

operação (definições do American English Dictionary Collins Gem Webster's). 

Logística Empresarial ‐ Trata‐se de todas as atividades de movimentação e  armazenagem, que facilitam o 

fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria‐prima até o ponto de consumo final, assim como 

dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis 

de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.    (definição de Ronald H. Ballou no seu livro 

"Logística Empresarial"). 

Logística Reversa ou Inversa ‐ No mercado é considerada como o caminho que a embalagem toma após a 

entrega dos materiais, no sentido da reciclagem das mesmas. Nunca voltando para a origem. Muitos 

profissionais também utilizam esta expressão para considerar o caminho inverso feito para a entrega, 

voltando para a origem, só que agora somente com as embalagens. Neste caso, tratam‐se de embalagens 

reutilizáveis ou retornáveis, que são mais caras e específicas / próprias para acondicionar determinados 

materiais. Ocorre muito no setor automotivo para o transporte, por exemplo de pára‐choques, painéis, etc. 

Logística Reversa ‐ O processo de movimentação de produtos de seu típico destino final para um outro local 

para fins de elevar o valor ora indisponível, ou para a adequada disposição dos produtos.   (definição do RLEC 

‐ Reverse Logistics Executive Council). 

Lote econômico ou lote de mínimo custo ‐ Considerando que para avaliar o gasto total de compra de 

determinado produto ou grupo de produtos é necessário verificar o custo de aquisição, custo de transporte, 

e custo de manutenção de estoque, e que quanto maior a quantidade adquirida menor o preço do produto e 

do transporte e maior o custo de manutenção do estoque, consiste em verificar através de arranjos de 

simulação, qual é o lote de compra que tem o menor custo total. 

 

Make or Buy (Fazer ou Comprar) ‐ Processo de decisão da empresa em produzir um determinado item ou 

adquiri‐lo de um fornecedor externo.  

Make to order ‐ fabricação conforme pedido.  

Make to stock ‐ fabricação contra previsão de demanda.  

Page 151: Apostila de Logística.2008

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  157 

Manicaca ‐ Nome utilizado no transporte aéreo para pilotos não hábeis na condução de aeronaves. 

Manutenção Corretiva ‐ Termo utilizado em Produção, que siginifica o conjunto de medidas operacionais 

técnicas de vistoria, visando reparar efetivos problemas dos componentes das máquinas e equipamentos, 

que comprometam a performance e desempenho dos mesmos, para que possam executar sua função 

normal. 

Manutenção Preditiva ‐ Termo utilizado em Produção, que siginifica   o conjunto de medidas operacionais 

técnicas de vistoria, que indica as condições reais de funcionamento das máquinas com base em dados que 

informam o seu desgaste ou processo de degradação. Trata‐se da manutenção que prediz o tempo de vida 

útil dos componentes das máquinas e equipamentos e as condições para que esse tempo de vida seja melhor 

aproveitado. 

Manutenção Preventiva ‐ Termo utilizado em Produção, que significa o conjunto de medidas operacionais 

técnicas de vistoria, visando evitar possíveis problemas dos componentes das máquinas e equipamentos, 

que comprometam a performance e desempenho dos mesmos, para que possam executar sua função 

normal. 

Margem de Contribuição ‐ É igual ao valor das Vendas menos o valor dos Custos Variáveis e das Despesas 

Variáveis. 

Marketing de Relacionamento ‐ É um conjunto de estratégias que visam o entendimento e a gestão do 

relacionamento entre uma empresa e seus clientes, atuais e potenciais, com o objetivo de aumentar a 

percepção de valor da marca e a rentabilidade da empresa ao longo do tempo.  

Marketplaces ‐ Possibilitam que múltiplas empresas se comuniquem simultaneamente.  

Market Share ‐ Parcela do mercado abocanhada ou participação no mercado. 

MBA – Máster Business Administration. 

Maxambomba ‐ Trole usado nos portos fluviais para o serviço de carga / descarga dos vapores; carruagem de 

estrada de ferro, com mais de um pavimento. 

Medidas de desempenho ‐ São instrumentos utilizados para avaliar a performance de qualquer atividade 

logística. Podem ser relatórios, auditorias, etc. Não se pode melhorar aquilo que não mensuramos. 

Memory Card ‐ Cartão destinado a armazenar informações como se fosse a memória do equipamento. 

MES ‐ Manufacturing Execution Systems ou Sistemas Integrados de Controle da Produção. 

Milk Run ‐ consiste na busca do(s) produto(s) diretamente junto ao(s) fornecedor(es), de forma programada, 

para atender sua necessidade de abastecimento. 

ML ‐ Milha Terrestre. 

Modais ‐ são os tipos/meios de transporte existentes. São eles ferroviário (feito por ferrovias), rodoviário 

(feito por rodovias), hidroviário (feito pela água), dutoviário (feito pelos dutos) e aeroviário (feito de forma 

aérea). 

Movimentação ‐ É a parte da logística responsável pelo deslocamento interno de produtos em geral 

(acabados, matérias‐primas, insumos, componentes, etc.). São utilizados vários tipos de equipamentos nesta 

operação, como empilhadeiras, tratores, veículos auto‐guiados, carrinhos em geral, guindastes, etc. 

MPS ‐ Planejamento‐Mestre da Produção. 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  158 

MPT ou TPM ‐ Manutenção Produtiva Total. 

MRO ‐ Manutenção, Reparo e Operação. 

MRP ‐ Material Requirements Planning ou Planejamento das Necessidades de Materiais. 

MRP II  ‐ Manufacturing Resources Planning ou Planejamento dos Recursos da Manufatura.   

MRP III ‐ é o MRP II em conjunto com o Kanban. 

MTM ‐ Method Time Measurement ou Redutor do Tempo de Execução do Trabalho.  

Multimodalidade ‐ é a operação de realizar o deslocamento de mercadorias entre a origem e o destino final, 

utilizando diversos modais de transporte, sob a responsabilidade legal e contratual de um único operador. 

Nível de Serviço Logístico ‐ Refere‐se especificamente à cadeia de atividades que atendem as vendas, 

geralmente se iniciando na recepção do pedido e terminando na entrega do produto ao cliente e, em alguns 

casos, continuando com serviços ou manutenção do equipamento ou outros tipos de apoio técnico. 

(definição de Warren Blanding). 

NM ‐ Milha Marítima. 

NVOCC ‐ Operador de Transporte Marítimo Sem Embarcação. 

Obsolecência de Inventário (como indicador de eficácia) ‐ é a quantidade de itens obsoletos, dividida pela 

quantidade total de itens, vezes 100%. 

OCR ‐ Reconhecimento Óptico de Caracteres. 

Odômetro ‐ Instrumento usado para indicar o total de quilômetros percorridos.  

Ombudsman – Palavra de origem sueca que significa “o homem que representa os interesses” ouvidor, 

profissional que tem como missão intermediar a comunicação entre o público e a empresa. 

Operador Logístico ‐ Empresa especializada em movimentar, armazenar, transportar, processar pedidos e 

controlar estoques, entre outras coisas. Fornece seus serviços com profissionais treinados. O serviço pode 

ser no próprio OL ou nas dependências do cliente. Tudo dependerá do acordo firmado.  

Organograma ‐ Gráfico da disposição estrutural e hierárquica de uma organização / empresa.  

OTM ‐ Operador de Transporte Multimodal. 

Outbound ‐ Fluxos da fábrica para o concessionário. 

Outsourcing ‐ Provedores de serviços ou terceirização. Tendência de comprar fora (de terceiros) tudo o que 

não fizer parte do negócio principal de uma empresa. 

Pantógrafo ‐ Dispositivo de locomotiva elétrica, que fica em contato com a rede aérea e transmite a corrente 

aos motores da máquina. 

Parcerização ‐ Processo de conhecimento mútuo e aceitação, pelo qual duas empresas devem passar para 

estarem realmente integradas, visando mesmos objetivos. 

PCM ‐ Planejamento e Controle de Materiais. 

PCP ‐ Planejamento e Controle da Produção. 

PDCA ‐ Plan, Do, Check e Action, ou Planejar, Executar, Verificar e Agir, ferramenta que implica na melhoria 

de todos os processos de fabricação ou de negócios. 

PDM ou Product Data Management ‐ É o gerenciamento de todas as informações e processos relativos ao 

ciclo de vida de um produto, sendo o período compreendido desde a concepção de um produto (projeto e 

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  159 

produção) até sua obsolescência.  

PDM ‐ Padrão Descritivo de Materiais. 

Pedido Mínimo ‐ muitas empresas estabelecem um lote mínimo para aceitar uma ordem de compra, visando 

economias de escala para o atendimento. Desta maneira fazem baixar os custos do processamento de 

pedidos, já que para atender a um mesmo volume de negócios seria necessário um número maior de 

pedidos. 

Pé‐direito ‐ Altura de um pavimento de imóvel (galpão, armazém, edifício, casa). 

Pélago ‐ Profundidade do mar; mar alto. 

PEPS ‐ é a nomenclatura para o método de armazenagem, em que o produto que é o Primeiro a Entrar no 

estoque é o Primeiro a Sair ou First‐In, First‐Out (FIFO).  

PERT ‐ Project Evaluation and Review Technique ou Técnica de Avaliação e Revisão de Projetos. 

Pick and Pack ‐ separar os materiais e etiquetar, embalar, etc. 

Planejamento para contingências ‐ É planejar para alguma circunstância extraordinária que paralise a 

operação normal do sistema logístico. Estas contingências podem ser acidentes, greves, produtos 

defeituosos, paradas no suprimento, etc. Para toda a ocorrência prevista deverá ter um plano de ação 

emergencial previsto para ser colocado em prática. 

Poka‐Yoke ‐ Palavra japonesa que significa métodos simples, que servem como a prova de falhas no 

processo. 

Ponto de Ressuprimento ‐ Quantidade determinada para que ocorra o acionamento da solicitação do Pedido 

de Compra. Também determinado "Estoque Mínimo". 

Popa ‐ parte posterior do navio. 

Postponement ‐ retardamento da finalização do produto até receber de fato o pedido customizado. 

PPCP ‐ Planejamento, Programação e Controle da Produção. 

Prancha de carregamento ‐ Faz parte das normas de operação dos portos, e significa a tonelagem mínima 

estabelecida que será operada num período de seis horas. 

Proa ‐ parte anterior do navio. 

Produto Logístico ‐ O que uma empresa oferece ao cliente com seu produto é satisfação. Se o produto for 

algum tipo de serviço, ele será composto de intangíveis como conveniência, distinção e qualidade. 

Entretanto, se o produto for um bem físico, ele também tem atributos físicos, tais como peso, volume e 

forma, os quais tem influência no custo logístico. (definição de Ronald H. Ballou). 

Project team ‐ Força tarefa. 

Proposta ‐ É o documento pelo qual o fornecedor torna oficial a sua oferta comercial e técnica de serviços 

e/ou produtos ao requisitante. 

Provedor Logístico ‐ Fornece serviços baseados nas áreas da logística. 

Pulmão ‐ Utilizado geralmente em fábricas, serve para proteger  as atividades de produção, baseado em 

tempos e quantidades suficientes para não interromper o fluxo contínuo, considerando variáveis de 

estatísticas e de demandas, ou mesmo de gargalos operacionais. 

Push Back ‐ Empurrar para trás o avião no pátio do aeroporto, através de veículos industriais, do tipo trator. 

Page 154: Apostila de Logística.2008

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  160 

QAV ‐ Querosene de Aviação. 

QFD ou Quality Funcion Deployment ‐ Literalmente, Desdobramento da Função Qualidade. Metodologia com 

base nas pessoas para determinar rigorosamente as necessidades e desejos dos clientes.  

QR ‐ Resposta Rápida. 

QS 9000 ‐ Quality System Requirements. Norma criada pelas três maiores empresas automobilísticas 

americanas: Ford, General Motors e Chrysler. Seu objetivo é a redução de sistemas paralelos  de 

desenvolvimento de fornecedores pelas montadoras, com vistas a uma conseqüente redução substancial de 

custos. Exige‐se a melhoria contínua.  

Quike Step ‐ Em português significa passo acelerado.  

Rampas de escape ‐ Utilizadas principalmente no transporte rodoviário, são dispositivos especiais, 

posicionados em determinados pontos das rodovias, projetados para permitir uma saída de emergência para 

veículos que apresentem falhas ou perdas de freios em declives íngremes, retirando‐os do fluxo de tráfego e 

dissipando as suas energias pela aplicação de resistência ao rolamento, desaceleração gravitacional ou 

ambas. 

Rebocador ‐ Pequeno vapor utilizado para rebocar navios ou manobrá‐los com segurança em áreas dos 

portos. 

Reboque ou bi‐trem ‐ É o conjunto monolítico formado pela carroceria com o conjunto de dois eixos e pelo 

menos quatro rodas. É engatado na carroceria do caminhão para o transporte, formando um conjunto de 

duas carrocerias puxadas por um só caminhão. É muito utilizado no transporte de cana de açúcar. 

Rechego ‐ expressão utilizada em portos, que caracteriza a movimentação de cargas entre pátios, feita por 

tratores e/ou outros equipamentos de movimentação.  

REDEX ‐ Recinto Especial para Despacho aduaneiro de Exportação. 

Reengenharia ‐ Método usado para reprojetar e reformar sistematicamente toda uma empresa, função e 

processo. 

RFDC ‐ Radiofrequency Data Collection ou Coleta de Dados por Radiofrequência. 

RFID ‐ Radiofrequency Identification Data ou Identificação via radiofreqüência. 

RNTRC ‐ Registro Nacional de Transportadores de Carga. 

Road railer ‐ carreta bimodal, que ao ser desengatada do cavalo mecânico, é acoplada sobre um bogie 

ferroviário e viaja sobre os trilhos. 

Rota ou Plano de Viagem ‐ É o percurso escolhido para o transporte, por veículos, através de vias terrestres, 

rios, corredores marítimos e/ou corredores aéreos, considerando a menor distância, menor tempo, menor 

custo ou uma combinação destes. Tudo isto, podendo estar conjugado com múltiplas origens e destinos. 

Rotatividade ‐ É a indicação do número de vezes que um estoque se renovou. (Ra = Ca/Em) onde Ca é o 

consumo total anual e Em é a média aritmética dos 12 estoques mensais.  

Rough Cut ‐ corte bruto.  

SAC ou Customer Service ‐ Serviço de Atendimento ao Consumidor ou Cliente. 

Saldo disponível ‐ É a quantidade física em estoque, já abatendo as quantidades em estoque que estão 

reservadas. 

Page 155: Apostila de Logística.2008

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  161 

Scanner ‐ Aparelho ou sistema eletrônico que converte através de leitura ótica, informações codificadas em 

numeração alfanumérica ou simbolização em barras. 

SCE ‐ Supply Chain Execution ou Execução da Cadeia de Abastecimento. 

SCM ‐ Supply Chain Management ou Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 

SCOR ‐ Supply Chain Operation Model ou Modelo de Referência das Operações na Cadeia de Abastecimento. 

Foi crido pelo Supply Chain Council (USA) visando padronizar a descrição dos processos na cadeia de 

abastecimento. 

Semi‐reboque ‐ é o conjunto monolítico formado pela carroceria com um eixo e rodas. É engatado no cavalo 

mecânico ou trator para o transporte, ou ainda   passa a ser utilizado como reboque, quando é engatado em 

um dolly. É muito utilizado no transporte de cana de açúcar. 

Set‐up ‐ tempo compreendido entre a paralisação de produção de uma máquina, a troca do seu ferramental 

e a volta de sua produção. 

Ship Broker ‐ Agente Marítimo. 

Shipping ou Expedição ‐ Departamento de uma empresa que de posse da Nota Fiscal ou uma pré‐Nota Fiscal 

identifica, separa, embala, pesa (se necessário) e carrega os materiais nos veículos de transporte. 

Shipping Area ‐ Área de Expedição. 

Sidelifter ‐ É uma carreta com guindaste próprio para auto‐embarque ou desembarque de conteineres. 

Sidetrack ou caminho alternativo ‐ É quando se utiliza um percurso diferente do habitual ou previsto, por 

variados motivos (trânsito ruim, segurança, etc.). 

Sider ‐ tipo de carroceria de caminhão, que tem lonas retráteis em suas laterais. 

SIL ‐ Sistema de Informações Logísticas, providencia a informação especificamente necessária para subsídio 

da administração logística em todos os seus níveis hierárquicos. Para a alta administração serve para 

planejamentos, políticas e decisões estratégicas; Para a média gerência serve para planejamentos e decisões 

táticos; Para a supervisão serve para planejamentos, decisões e controles operacionais; Para o operacional 

serve para processamentos de transações e resposta a consultas.  

Silo ‐ Depósito impermeável para armazenamento de granéis com aparelhamento para carga por cima e 

descarga por baixo. 

SKU ‐ Stock Keeping Unit ou Unidade de Manutenção de Estoque. Designa os diferentes itens de um estoque. 

SLA  ‐ Service Level Agreement ou Acordo sobre o Nível de Serviço. 

SLM  ‐ Service Level Management ou Gerenciamento do Nível de Serviço. 

SLM  ‐ Strategic Logistics Management ou Gestão Logística Estratégica.  

Smart tag ou e‐tag ‐ Etiqueta inteligente que possui um microchip capaz de armazenar várias informações, 

como data de validade, lote de fabricação, descrição do produto, etc. Os dados são transmitidos por meio de 

radiofrequência a um equipamento de leitura. 

SMS  ‐ Short Mensaging System. 

Sobretaxa ou Surcharge ‐ Taxa adicional cobrada além do frete normal. 

Stakeholders ‐ Palavra, que significa depositários. Pessoa ou grupo com interesse na performance de 

organização e no meio ambiente na qual opera.  

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6º Período de Administração Geral 

Elaborado pelo: Prof.Adm. Marcelo Augusto  162 

Stock options ‐ Programa de Ações ‐ um incentivo que permite aos funcionários comprar ações da empresa 

onde trabalham por um preço abaixo do mercado. 

STV ‐ Veículo de Transferência Ordenado. 

Supply Chain Management ‐ Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 

 

Tacógrafo ‐ Instrumento destinado a registrar movimentos ou velocidades; tacômetro registrador.  

Tacômetro ‐ Aparelho que serve para medir o número de rotações por minuto do motor e, portanto, a 

velocidade de máquinas ou veículos; o mesmo que taquímetro. 

Taquímetro ‐ O mesmo que tacômetro. 

Tara ‐ Peso de uma unidade de transporte intermodal ou veículo sem carga. Ao se pesar o total subtrai‐se a 

tara, chegando‐se assim ao peso da carga. 

Taxa de Valor Liberado ou Released‐Value Rates ‐ Taxa baseada sobre o valor do transporte. 

Team Building ‐ dinâmica de grupo em área externa, onde os participantes serão expostos a várias tarefas 

físicas desafiadoras, que são exemplos comparativos dos problemas do dia‐a‐dia da empresa. Tem como 

finalidade tornar uma equipe integrada. 

Têmpera ‐ Palavra utilizada no setor de Produção, que significa o processo de tratamento térmico nos aços, 

para que obtenha maior dureza e resistência  

mecânica. Consiste no aquecimento do mesmo até ficar avermelhado e em  

seguida é resfriado bruscamente colocando‐o na água ou no óleo. Esta  

operação faz com que haja uma aglutinação das moléculas do aço, tornando‐o mais rígido e resistente. 

Geralmente é feito em setores das  

peças/ferramentas que sofrerão forte impacto durante sua vida útil, ou ação constante em outras peças ou 

mesmo de outras peças. 

Tempo de Compra ‐ É o período compreendido entre a data de recebimento, pelo Departamento de 

Compras, do Pedido de Compra (via papel ou sistema) até a data do fechamento do pedido. 

Tempo de Fornecimento ‐ É o período compreendido entre o fechamento do pedido de compras junto ao 

fornecedor, até a data de entrega dos materiais no local combinado. 

Tempo do Pedido de Compra ‐ É o período compreendido entre a requisição (via papel ou sistema) do 

usuário, até a aprovação final dos seus superiores, formalizando assim o documento (via papel ou via 

sistema), que seguirá para o Departamento de Compras. 

Tempo de Recebimento ‐ É o tempo compreendido entre a chegada do material, até a liberação do mesmo 

para estoque, após ter sido feita toda a conferência de quantidades, documentos, material (quebras, testes, 

se é o mesmo que foi solicitado, etc.). 

Tempo de Ressuprimento ‐ É a somatória de todos os Tempos, ou seja, o Tempo do Pedido de Compra mais o 

Tempo de Compra, mais o Tempo de Fornecimento, mais o Tempo de Transporte, mais o Tempo 

de Recebimento. Compreende o fechamento do círculo, entre a requisição por parte do usuário final, até o 

material estar disponível para utilização. 

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Tempo de Transporte ‐ É o período compreendido entre a data de entrega do material no local combinado, 

até a chegada do mesmo no local de destino. 

TEU ‐ Twenty Foot Equivalent Unit. Tamanho padrão de contêiner intermodal de 20 pés. 

Time to Market ou Tempo até o Mercado ‐ É o tempo necessário para projetar, aprovar, construir e entregar 

um produto. 

TKU ‐ Toneladas transportadas por quilômetro útil. 

TMS ‐ Transportation Management Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Transporte. 

Toco ‐ Caminhão que tem o eixo simples na carroceria, ou seja, não é duplo. 

Touch Screen ‐ Tela sensível ao toque. 

TQC ou Total Quality Control ‐ Literalmente, Controle da Qualidade Total. Sistema criado em todas as fases 

de uma empresa de manufatura, da engenharia de projeto à distribuição, que busca assegurar “defeito zero”  

na produção.  

TQM  ‐ Total Quality Management ou Gestão da Qualidade Total. Foi criado em 1985 pela Naval Air Systems 

Comand para descrever o seu enfoque de gerenciamento ao estilo japonês para o aperfeiçoamento da 

qualidade. 

TPA  ‐ Trabalhadores Portuários Avulsos. 

Trackstar ‐ Veículo utilizado no setor ferroviário para verificação e manutenção dos trilhos, dormentes e 

geometria. 

Trade‐off ou Compensação ‐ Na sua forma básica, o resultado incorre em um aumento de custos em uma 

determinada área com o intuito de obter uma grande vantagem em relação as outras (em termos de 

aumento de rendimento e lucro).  

Transbordo ou Transhipment ‐ Transferir mercadorias/produtos de um para outro meio de transporte ou 

veículo, no decorrer do percurso da operação de entrega. 

Transporte ‐ É a parte da logística responsável pelo deslocamento de cargas  

em geral e pessoas, através dos vários modais existentes. 

Transporte Intermodal ‐ é a integração dos serviços de mais de um modo de transporte, com emissão de 

documentos independentes, onde cada transportador assume responsabilidade por seu transporte. São 

utilizados para que determinada carga percorra o caminho entre o remetente e seu destinatário, entre os 

diversos modais existentes, com a responsabilidade do embarcador. 

Transporte Multimodal ‐ é a integração dos serviços de mais de um modo de transporte, utilizados para que 

determinada carga percorra o caminho entre o remetente e seu destinatário, entre os diversos modais 

existentes, sendo emitido apenas um único conhecimento de transporte pelo único responsável pelo 

transporte, que é o OTM ‐ Operador de Transporte Multimodal.  

Trapiche ‐ Armazém de mercadorias junto ao cais. 

Treminhões ‐ é o conjunto formado por um caminhão normal ou cavalo mecânico mais semi‐reboque, 

engatado em 2 reboques, formando assim um conjunto de três carrocerias puxadas por um só caminhão. É 

muito utilizado no transporte de cana de açúcar. 

Trick ‐ é uma asa‐delta motorizada que vem equipada com rodas e/ou flutuadores e assentos de fibra de 

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6º Período de Administração Geral 

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vidro. 

Truck ‐ Caminhão que tem o eixo duplo na carroceria, ou seja, são 2 eixos juntos. O objetivo é aguentar mais 

peso e propiciar melhor desempenho ao veículo.  

Turnover ‐ Palavra em inglês, que na tradução quer dizer: rotatividade; movimentação; giro; circulação; 

medida da atividade empresarial relativa ao realizável a curto prazo; vendas.     

UEPS ‐ é a nomenclatura para o método de armazenagem, em que o produto que é o Último a Entrar no 

estoque é o Primeiro a Sair.  

Umland ‐ Entende‐se pelo ambiente físico portuário, ou seja, o porto em si, suas instalações, tarifas e a 

qualidade dos serviços que presta. 

Uniqueness ‐ expressão utilizada sobre a organização / empresa que é muito difícil de ser copiada. 

Unitização ‐ é agregar diversos pacotes ou embalagens menores numa carga unitária maior.  

UPC ‐ Universal Product Code ou Código Universal de Produto. 

VAN ‐ Value Added Network. 

Vento de calda ‐ Expressão utilizada no transporte aéreo, que significa quando o vento está no sentido de 

direção da rota da aeronave. 

Vento de proa ‐ Expressão utilizada no transporte aéreo, que significa quando o vento está no sentido 

oposto de direção da rota da aeronave. 

Vento de través ‐ Expressão utilizada no transporte aéreo, que significa quando o vento está no sentido de 

direção para a lateral da aeronave, tanto em vôo de cruzeiro como para pouso/decolagem. 

VFR ‐ Sigla usada na aviação para designar as regras de vôo visual. 

Vídeo Superstitial ‐ São filmes publicitários (comerciais) feitos para serem  

exibidos pela Internet. Possuem maior tecnologia e recursos de maior  

interação com o usuário. 

VLC ‐ Veículo Leve de Carga. 

VMC ‐ Veículo Médio de Carga. 

VMI ‐ Vendor Managed Inventory ou Estoque Gerenciado pelo Fornecedor, que é quando o fornecedor em 

parceria com o cliente, repõe de forma contínua o estoque do cliente, baseado em informações eletrônicas 

recebidas. 

Vorland ‐ Significa o maior ou menor afastamento de um porto em relação às principais rotas de navegação 

ou sua área de abrangência marítima e, igualmente, influência a escolha do armador. 

VU ‐ Sigla utilizada no transporte aéreo, que significa a velocidade que a aeronave atinge e não pode mais 

desistir de decolar. A partir desta velocidade, que varia de acordo com cada tipo de aeronave, a desistência 

de alçar vôo, poderá significar acidentes ou maiores riscos, pois os comandos (freios, reversos, flape) podem 

não serem suficientes para parar com segurança. 

VUC  ‐ Veículo Urbano de Carga. 

XML  ‐ Extensible Markup Language, protocolo de comunicação. 

WCS ‐ Warehouse Control Systems ou Sistemas de Controle de Armazém. 

Wharfage ou Taxa de atracação ‐ É a taxa cobrada pela administração de um porto para utilização do mesmo, 

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nas operações que envolvem atracação, carga, descarga e estocagem nas docas e armazéns ligados ao porto.  

Wireless ‐ Sistema de acesso sem fio. 

WMS ‐ Warehouse Management Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Armazém. 

Workflow ‐ Processo no qual a informação flui por toda organização, de maneira rápida e organizada, 

seguindo a sequência pré‐estabelecida de tramitação. 

WWW ‐ World Wide Web. 

Zona de Livre Comércio ou Zona Franca ‐ é uma zona (local ou região de um estado ou país) onde os produtos 

ou materiais são considerados isentos de taxas e tarifas de importação, com anuência das autoridades fiscais 

governamentais.