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Lubrificação BÁSICA

Apostila de Lubrificação Básicamaterial-de-estudo.wreducacional.com.br/mecanica/troca-de-oleo-em... · INDÚSTRIA EM GERAL (metalúrgica ... ao contato de uma chama. 4. ... Número

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Lubrificação

BÁSICA

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Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga

www.ipiranga.com.br

LUBRIFICAÇÃO

Dados históricos confirmam que há mais de mil anos A.C. o homemjá utilizava processos de diminuição de atrito, sem conhecer estesprincípios, como hoje, são conhecidos por lubrificação.Embora não muito à vista, pois sua região de trabalho geralmente éescondida entre as engrenagens de um equipamento, a lubrificaçãodesenvolve uma importante função de qualquer máquina.É difícil deixar de relacionar a idéia de lubrificação ao petróleo, istoporque substâncias derivadas do mesmo são mais freqüentementeempregadas na formulação de óleos lubrificantes.

Petróleo

Petra Derivado doLatim

Oleum

A origem da palavra petróleo vem do latim petra (pedra) + oleum(óleo). O petróleo já era conhecido antes mesmo do seu realdescobrimento, pois inúmeras referências são encontradas,inclusive em textos bíblicos em que os povos antigos como osegípcios, gregos, fenícios, e astecas o utilizavam em diferentesaplicações, tais como:

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NA ANTIGUIDADE

OS EGÍPCIOSUTILIZAVAM OPETRÓLEO NO

EMBALSAMENTODAS PESSOAS.

MUITO ANTERIORAO DESCOBRIMENTO,

O PETRÓLEO ERACONHECIDO NA AMÉRICA.OS INCAS E OS ASTECASUTILIZAVAM O PETRÓLEO

PARA DIVESOS FINS.

OS ROMANOS EGREGOS UTILIZAVAMO PETRÓLEO PARAFINS BÉLICOS. OS

ASTECAS O UTILIZAVAMEM FLEXAS

INCENDIÁRIAS.

MUITO ANTERIORAO DESCOBRIMENTO,

O PETRÓLEO ERACONHECIDO NA AMÉRICA.OS INCAS E OS ASTECASUTILIZAVAM O PETRÓLEO

PARA DIVESOS FINS.

OS FENÍCIOSUTILIZAVAM OPETRÓLEO NA

CALAFETAÇÃO DASEMBARCAÇÕES.

NA ÍNDIA FORAMENCONTRADOS

INDÍCIOS DA UTILIZAÇÃODO PETRÓLEO NO

SÉCULO IV A.C. COMOMATERIAL DE LIGA NAS

CONSTRUÇÕES.

SEGUNDOO ANTIGO

TESTAMENTOO BETUME FOIUTILIZADO NA

TORRE DEBABEL.

Embalsamento Calafetação de embarcações Flexas incendiárias Material de liga para construções

DE QUE MANEIRA SURGIUA NECESSIDADE DE LUBRIFICAÇÃO?

Era necessário descobrir um meio de minimizar o atrito.O meio ambiente preferido da lubrificação geralmente é a área deatrito. Da mesma maneira que existem diferentes tipos de atrito,existem diferentes tipos de lubrificantes (óleo lubrificante, graxa,etc.). Os diferentes tipos de atrito são encontrados em qualquer tipode movimento entre sólidos, líquidos ou gases.

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O atrito pode ser definido como a resistência que se manifesta aose movimentar um corpo sobre uma superfície.Como o atrito é sempre menor que o atrito sólido, a lubrificaçãoconsiste na interposição de uma substância fluída entre duassuperfícies, evitando-se assim, o contato sólido com sólido,produzindo-se o atrito fluido.

Lubrificação em si, quer dizer menos esforço, menor atrito, menosdesgaste, enfim, diminuição no consumo de energia. Entre osdiferentes tipos de produtos usados na lubrificação, a partir deagora vamos concentrar nossas atenções nos óleos lubrificantes.Estes circundam as atividades do ser humano, pois são aplicadosnos mais variados segmentos de indústrias tais como:

AUTOMOTIVA (automóveis, ônibus, caminhões, empilhadeiras e etc.)MARÍTIMA (navios)FERROVIA (locomotivas)AGRÍCOLAS (tratores, colheitadeiras)INDÚSTRIA EM GERAL (metalúrgica, usinas, mineração, etc.)

Os óleos lubrificantes mais usuais são os seguintes:ÓLEOS AUTOMOTIVOSÓLEOS INDUSTRIAIS

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QUAL É A COMPOSIÇÃO DE UM ÓLEOLUBRIFICANTE?

O óleo lubrificante pode ser formulado somente com óleos básicos(óleo mineral puro) ou agregados e aditivos. Inicialmente alubrificação era feita com óleo mineral puro até a descoberta dosaditivos.

Esta palavra às vezes é confundida pelo usuário. Quando se falaem aditivo o consumidor associa-o tão somente com os produtoscomercializados em postos de serviço, e adicionados diretamentenos lubrificantes.

O aditivo que vamos citar aqui é utilizado na formulação do óleolubrificante. O tratamento percentual recomendado pelos supridoresde aditivos pode variar em média de 0,25 a 28% em volume. O óleobásico, por ser um dos principais componentes do lubrificante,apresenta elevado índice de influência na performance do mesmo. As características do óleo básiso utilizado no lubrificante sãoprovenientes, entre outros, de dois importantes fatores:

ESCOLHA DO CRUPROCESSO DE REFINAÇÃO

Podemos agrupar as características do óleo cru através dos tipos(estruturas) e propriedades. Assim sendo encontramos os tipossaturados com cadeias lineares, ramificadas, cíclicas e asaromáticas. Os óleos básicos do tipo saturado com cadeias linearesou ramificadas são denominados PARAFÍNICOS. Os de cadeiascíclicas são chamados NAFTÊNICOS.Os parafínicos predominam na formulação dos óleos lubrificantesdevido a sua maior estabilidade a oxidação. Já os naftênicos, são

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mais aplicados em condições de baixa temperatura. Os óleosbásicos naftênicos, além de possuir uma menor faixa de uso, secomparado com os parafínicos, vem apresentando ultimamentepequena e decrescente disponibilidade no mercado, devido aescassez no mundo, das fontes de origem (tipo de cru).

O óleo sintético começou a ser usado na composição delubrificantes, em aplicações nobres e específicas que exijam dolubrificante características especiais.Entre as propriedades dos óleos básicos destacam-se o índice deviscosidade e o ponto de fluidez. Existem também osheteroatômicos, cuja cadeia, além de apresentar o carbono ehidrogênio, apresentam outros tipos de átomos como o enxofre,nitrogênio são indesejáveis na composição dos óleos, ao contráriodos componentes de enxofre, que são benefícios por proporcionarresistência a oxidação.Para obtenção do óleo básico, o cru sofre uma série de tratamentosentre os quais destacam-se a destilação atmosférica, destilação avácuo, extração por solvente, desparafinização e hidroacabamento.A destilação atmosférica e a vácuo constam dos processos deseparação. A destilação atmosférica remove as frações leves e adestilação a vácuo separa as frações pesadas.

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A capacidade de oxidação e formação de depósitos de um óleolubrificante estão relacionados com a composição do óleo básico.As propriedades dos óleos básicos podem ser melhoradas atravésda aplicação de aditivos.Estes produtos são químicos produzidos para proporcionar e/oureforçar no óleo básico características físico-químicas desejáveis eeliminar e/ou diminuir os efeitos de algumas característicasindesejáveis a lubrificação. A adição de aditivos aos óleos básicos deve-se ao avançotecnológico dos equipamentos que passaram a requerer umaevolução também na lubrificação O óleo mineral puro tornou-seinsuficiente para lubrificar máquinas mais sofisticadas.Os aditivos proporcionaram aos lubrificantes características, taiscomo:

DispersânciaDetergência InibidoraAntidesgasteAntioxidanteAnticorrosivaAntiespumante

Modificar a ViscosidadeEmulsionarAbaixar o Ponto de FluidezAdesividadePassivadoresOutros

Os aditivos que proporcionam as características mencionadasacima, dependendo da necessidade, podem ser aplicadosindividualmente ou em conjunto ao óleo básico.

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PRINCIPAIS SEGMENTOS

No Brasil, por volta de 1920, revigorava-se o processo iniciado peloBarão de Mauá. Chaminés começaram a fazer parte da nossapaisagem: tecelagens, siderúrgicas, cerâmicas, serrarias, ferrovias,etc.

Inicialmente os lubrificantes eram simplesmente conhecidos comoóleo de motor e óleo de máquina. As graxas, por sua vez, comograxa patente e de rolimã (Roda Alemã-Rolamento).A próxima década caracterizou-se, então, pelo uso de uma grandevariedade de produtos para lubrificar uma determinada indústria.Esse critério levava a exageros, exigindo, muitas vezes, o empregode quatro ou mais lubrificantes diferentes em uma mesma máquina,quando se poderia possivelmente ter uma lubrificação adequadacom apenas dois produtos.

São os seguintes os segmentos industriais que tornaram-se maissignificativos no mercado de lubrificantes:

Indústrias TêxteisEmpresas de Transportes

Usinas SiderúrgicasPedreiras - Britagem

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Fábricas de PapelFábrica de CimentoIndústrias AutomobilistasFormuladores de Lubrificantes

Fábricas de Pneus e Art. deBorrachaConstrução CivilEmpresas de Mineração

FUNÇÕES DOS LUBRIFICANTES

Redução do atrito e do desgaste

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Controle da corrosãoTransmissão de forçaAmortecimento de choquesFluídos de corteÓleos de processosIsolante e refrigeranteRemoção de contaminantesVedação

LUBRIFICAÇÃO PLANEJADA

Surgia assim a filosofia de lubrificação industrial planejada: obteruma lubrificação eficaz usando um mínimo de produtos, controlandoconsumos e desempenho e, sobretudo, programando as paradaspara manutenção preventiva e preditiva.A base do programa de computador recomenda os lubrificantes,pontos de aplicação e periodicidade.A elaboração do plano necessita ser feita por técnico qualificado oqual, a partir do levantamento das máquinas existentes,características dos lubrificantes, carga de trabalho e distribuição dosequipamentos, preparará o plano de lubrificação, orientando em umdeterminado fluxo particular para cada indústria.Mas, para que essa evolução de processo se tornasse possível, osprodutos também precisaram evoluir.

CARACTERÍSTICAS DOS LUBRIFICANTESA qualidade de um produto é comprovada somente após aaplicação e avaliação do seu desempenho em serviço. Estaperformance está ligada à composição química do lubrificante,resultante do petróleo bruto, do refino, dos aditivos e dobalanceamento da formulação. Esta combinação de fatores dá aolubrificante certas características físicas e químicas que permitemum controle de uniformidade e nível de qualidade.Chamamos de ANÁLISE TÍPICA a um conjunto de valores querepresenta a média das medidas de cada característica.Consequentemente, a amostra de uma determinada fabricação,dificilmente apresenta resultados iguais aos da análise típica,entretanto situando-se dentro de uma faixa de tolerância aceitável.

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Ao conjunto de faixas de tolerância e limites de enquadramento decada fabricação, dá-se o nome de ESPECIFICAÇÃO.Convém mencionar que as especificações não são garantia de bomdesempenho do lubrificante, pois somente a aplicação demonstra aperformance.Os ENSAIOS DE LABORÁTORIO simulam condições de aplicaçãodo lubrificante sem, entretanto, garantir um bom desempenho deserviço.

ENSAIOS DE LABORATÓRIOSão as seguintes as principais análises que definem característicase especificações de óleos e graxas lubrificantes:

1. ViscosidadeÉ a principal propriedade física de óleos lubrificantes. A viscosidadeestá relacionada com o atrito entre as moléculas do fluido, podendoser definida como a resistência ao escoamento que os fluidosapresentam sob influência da gravidade (viscosidade cinemática).Viscosidade absoluta, ou viscosidade dinâmica é o produto daviscosidade cinemática pela densidade.

O viscosímetro mais utilizado é o Cinemático e suas temperaturasusuais são 40 e 100 °C e o resultado é em Centistokes (1 Stoke = 1mm² /segundo)

2. Índice de viscosidade (IV)

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É um número empírico que indica o grau de mudança daviscosidade de um óleo a uma dada temperatura. Alto IV significapequenas mudanças na viscosidade com a temperatura, enquantobaixo IV reflete grande mudança da viscosidade com a temperatura.

3. Ponto de Fulgor

Ponto de fulgor ou lampejo é a temperatura em que o óleo, quandoaquecido em aparelho adequado, desprende os primeiros vaporesque só inflamam momentaneamente (lampejo) ao contato de umachama.

4. Ponto de fluidez

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Ponto de fluidez é a menor temperatura, expressa em múltiplos de3°C, na qual a amostra ainda flui, quando resfriada e observada sobcondições determinadas.

5. Água por destilação

Determina a porcentagem de água presente em uma amostra deóleo.

6. Água e sedimentos por centrifugaçãoPor esse método, podemos determinar o teor de partículasinsolúveis contidas numa amostra de óleo, somadas com aquantidade de água presente nesta mesma amostra.

7. Número de neutralização (TAN e TBN).Este teste determina a quantidade e o caráter ácido ou básico dosóleos lubrificantes.

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As características ácidas ou básicas dependem da natureza doproduto, do conteúdo de aditivos, do processo de refinação e dadeterioração em serviço.

8. Demulsibilidade

Demulsibilidade é a capacidade que possuem os óleos de sesepararem da água. Os óleos hidráulicos e de turbinas têm acapacidade de separar d’água rapidamente.

9. DiluiçãoNos dá a percentagem de combustível que se apresenta comocontaminante numa amostra de óleo lubrificante.

10. Consistência

Consistência de uma graxa é a resistência que esta opõe àdeformação sob a aplicação de uma força.

11. Ponto de gota

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O ponto de gota de uma graxa é a temperatura em que se inicia amudança de estado pastoso para o estado líquido (primeira gota).

12. EspectrometriaTrata-se de uma técnica amplamente utilizada na determinaçãoqualitativa e quantitativa de metais em óleos lubrificantes.Os elementos metálicos podem ser provenientes da (aditivaçãomelhoradores de performance) e/ou de desgaste.

Atualmente há equipamentos que podem determinar aconcentração em parte por milhão (ppm) de 20 elementossimultaneamente.Os principais tipos de espectrometros usados são: absorçãoatômica, espectrometro de emissão atômica, plasma, raios-X efluorescência, todos apresentam vantagens e desvantagens na sua

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utilização, daí as empresas optarem por aquele que melhor atendeas expectativas definidas no atendimento de seus clientes.

13. Infravermelho

A espectroscopia de infravermelho é uma técnica aceita como ummétodo rápido que permite quantificar: oxidação, nitração, fuligem,sulfatação, água, diluição por combustível, contaminação por glicole depleção de aditivos.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES E EXIGÊNCIAS

1. Sistemas hidráulicos

Os sistemas hidráulicos transmitem e multiplicam forças, através deum fluido (óleo) sob pressão. Esses sistemas são usados paraoperar e controlar maquinários em praticamente todos ossegmentos da indústria.O óleo hidráulico, como é chamado, além de sua função principalcomo transmissor de força, deve lubrificar os componentes dosistema hidráulico, possuindo condições antidesgaste, antioxidante,antiferrugem e antiespumante.

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2. TurbinasTurbinas são mecanismos através dos quais a energia do vapor,água ou gás, é convertida em movimento para gerar trabalho.Os modernos óleos de turbina devem ter algumas propriedadesimportantes como viscosidade adequada, resistência à oxidação eformação de borra, prevenção contra ferrugem, proteção dosmancais contra corrosão, resistência à formação de espuma e fácilseparação da água, além de permanecer em uso por longosperíodos sem se degradar.

3. Redutores industriais (engrenagens)São elementos de máquinas, cuja função é transmitir movimentosde rotação e potência de uma parte da máquina para outra.

Os diversos tipos de engrenagens (helicoidais, cônicas, hipoidais,rosca sem fim, dentes retos, espinha de peixe, entre outras) estãosujeitas a grandes variações de cargas, sobretudo em função dasaplicações.Seus óleos são formulados com aditivos de extrema pressão a basede ésteres sulfurados e compostos orgânicos de enxofre e fósforo,particularmente eficazes na presença de superfícies de aço, ondeas temperaturas localizadas são altas o suficiente para originar umareação química. Apresentam estabilidade térmica, possuem inibidorde espuma, características antidesgastante e não corrosiva, alémde excelente capacidade de separação da água.

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4. Sistema de transferência de calor

Em muitas indústrias, entre elas a produção de plásticos, tintas,sabões, graxas, borrachas, cerras, vernizes, produtos químicos,alimentos e outras especialidades, é necessário prover e controlarcuidadosamente o fluxo de calor durante o processo de fabricação.O calor pode ser aplicado diretamente sobre o vasilhame, tacho oupeça apropriada, todavia há sempre o perigo de superaquecimentonas partes adjacentes à chama, e consequentemente explosão,dependendo dos tipos de materiais empregados.O fluido para transferência de calor deve possuir boa condutividadetérmica, adequado calor específico e resistência e oxidação. Issoreduz a tendência ao espaçamento e formação de depósitos, o quepermite operações de altas temperaturas por longos períodos.

5. Guias e barramentos

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As guias e mesas das máquinas operatrizes devem permitirdeslizamentos suaves dos carros e porta-ferramentas, mesmo apósparalisações noturnas ou prolongados finais de semana. Essesóleos são formulados a partir de básicos selecionados, enriquecidoscom agentes de oleosidade, extrema pressão e adesividade, o queassegura operações dos carros sem trepidação, característicaindispensável as usinagens de precisão.

6. Óleos para Mancais de Moenda de Cana.

São produtos desenvolvidos especificamente para a lubrificação demancais de deslizamento, operando a baixas velocidadesperiféricas e elevadas cargas, como é o caso dos mancais dos rolosde moendas em usinas de açúcar e álcool. São derivados depetróleo de acentuada capacidade de separação da água,aditivados com agentes de extrema pressão, inibidos contraoxidação e de alta resistência ao espessamento em serviço. Seuuso permite às usinas moer mais por período, sem paradas ouaquecimentos, minimizando assim os custos operacionais.

7. Usinagem de metais (Fluídos de corte).

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Os fluídos de corte apropriadamente selecionados, manuseados eaplicados, proporcionam maiores velocidades de corte, menosafiações de ferramentas, maior produção e outras vantagens nausinagem de peças de materiais ferrosos e não ferrosos.Essencialmente, cabe a tais fluidos as seguintes funções básicas:

Agir como refrigeranteAgir como lubrificanteProteger as partes contra ferrugem

Os fluidos de corte podem ser divididos convenientemente em doisgrandes grupos: os integrais e os emulsionáveis. Os primeiros sãomais efetivos como lubrificantes e os outros como refrigerantes.

8. Tratamento térmico

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Por tratamento térmico entende-se o conjunto de operações deaquecimento, equalização da temperatura e resfriamento das ligasmetálicas no estado sólido, com a finalidade de modificar aestrutura cristalina e alcançar as propriedades típicas e mecânicasdesejadas.A escolha adequada do óleo depende, para citar apenas algumasvariáveis, das características do aço a ser tratado, da durezadesejada, do tamanho da peça, da temperatura do banho e doprocesso empregado. Esses produtos devem ser excepcionalmenteestáveis em temperaturas elevadas, possuindo resistência natural aalterações químicas, possíveis de ocorrer durante o contato do meiorefrigerante como as superfícies metálicas quentes.

9. Óleos protetivos para metaisEstimativas indicam que, anualmente, cerca de 2% da produçãomundial de aço é destruída pela ferrugem. Além dos óbviosprejuízos diretos, as despesas decorrentes de reparos, substituiçãode peças, rejeito de produtos acabados, custos de paralisação emão-de-obra na manutenção alcançam vultuosas somas.Os óleos protetivos são utilizados para a pulverização de chassisautomotivos e equipamentos industriais, protegendo as superfíciesmetálicas dos processos de oxidação e ferrugem.

10. Máquinas têxteisA industria têxtil (fiação, tecelagem, malharia, entre outros) além deser uma das mais antigas, é altamente variada, existindocatalogados cerca de 300 processos diferentes.Este fato implica em grande diversidade de máquinas e,consequentemente, ampla faixa de exigências na lubrificação. Por

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outro lado, a evolução tecnológica neste tipo de indústria tem sidosignificativa nos últimos anos, exigindo dos industriais maciçosinvestimentos e constante aprimoramento em suas máquinas eprocessos.Óleos altamente refinados, com capacidade antioxidante e deadesividade são exigidos nessas aplicações.

11. Óleos de processoÓleos de processo são produtos acabados, puros ou misturados,cujo principal uso pode não ser exclusivamente a lubrificação.Incluem-se nestas séries produtos para processamento deborrachas, madeiras, tintas, amaciamento de couros, preservaçãode madeiras e muitos outros que podem ser desenvolvidos parasatisfazer exigências mais específicas.

12. Óleos isolantes

Os transformadores elétricos são máquinas estacionárias, utilizadasem corrente alternada para mudar a voltagem sem alteração defreqüência.Basicamente, são de funcionamento simples, sem peças móveis eutilizam um fluido que além de ser isolante, deve também permitirboa troca de calor com o ambiente.Além dessas características, os isolantes devem possuirestabilidade química, alto ponto de fluidez, ausência de ácidosorgânicos e enxofre corrosivo, ou outros contaminantes que possamafetar os materiais usados nos transformadores.

COMO O LUBRIFICANTE TRABALHA

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A vida de um óleo lubrificante dentro de uma máquina é ingrata:entra limpo, claro e, ao ser drenado, sai sujo, contendo impurezas,mas satisfeito pelo cumprimento do dever.O público consumidor se engana ao pensar que o óleo no períodode troca deve sair como entrou, isto é, limpo.A função do lubrificante é de sacrifício, pois ele deve arrastar todasas impurezas e desgaste, evitando que as mesmas se depositemno motor ou equipamento.Entre os diversos tipos de contaminantes, podem citar três grupos:os abrasivos (poeiras, partículas de metais), os produtosprovenientes da combustão (água, ácidos e fuligem) e os produtosprovenientes da oxidação do óleo (verniz).Nos motores a gasolina ocorrem a formação de depósitos, verniz eborra, e nos motores a diesel, além dos depósitos, temos ainda aformação de laca e fuligem.No caso de uma combustão parcial, os produtos parcialmenteoxidados na câmara de combustão (líquidos) escorrem pelasparedes dos cilindros e pelos pistões, convertendo-se em depósitospegajosos e em carbono. A presença de depósito é nociva, poisalém de reduzir a transferência de calor, provoca o agarramentodos anéis.No caso dos motores a diesel, encontramos outra variávelagravante. Trata-se do enxofre contido neste combustível. Este vaidar origem a óxidos de enxofre, que em contato com a água originao ácido sulfúrico.Para combater esta indesejada acidez (ação corrosiva) énecessário uma adequada reserva alcalina. O percentual do enxofreno diesel brasileiro é elevado, se comparado com a Europa e E.U.A.Em resumo, o óleo lubrificante, para sair vencedor neste vastocampo de combate, tem que possuir pelo menos as seguintesqualidades: reduzir a resistência por fricção; proteger contra acorrosão e desgaste; ajudar a vedação; ajudar no esfriamento;contribuir para a eliminação de produtos indesejáveis.Para isso, o óleo lubrificante recorreu a presença de aditivos.

FUNÇÃO DOS ADITIVOS

O ADITIVO

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Chamado popularmente no ramo de pacote (package), é umconjunto de aditivos componentes que são incorporados aos óleosbásicos. Este pacote seria formado principalmente dos seguintesaditivos componentes: dispersante, detergente, antidesgastante,anticorrosivo, antioxidante e modificador de viscosidade (em setratando somente de um óleo multiviscoso), além, se for necessário,da presença de abaixador do ponto de fluidez e antiespumante.Para uma melhor compreensão sobre os principais aditivoscomponentes aplicados em um óleo lubrificante e automotivo,acrescentamos os seguintes comentários:

1. Aditivo – Tipo dispersanteColoca em suspensão a fuligem, partículas de carbono (motores adiesel), inibe e dispersa a borra (motores a gasolina), como tambémreduz a formação de depósitos de verniz.Composições típicas: polisobutenil succinamidas; ésteres oupoliesteres.

2. Aditivo – Tipo Detergente inibidorNeutraliza os gases que se dirigem ao cárter, evita o agarramentodos anéis, como também reduz a formação de laca, carbono edepósitos de verniz. É o principal contribuidor para elevação do nºde neutralização de um óleo lubrificante.Composições típicas: sulfonatos ou fenatos de magnésio ou cálcio,salicilatos, acetatos ou misturas.As funções dos aditivos detergente-dispersantes são as seguintes:

A Atua como dispersante evitando depósito de baixatemperatura e alta temperatura, isto é, evita que os produtosde oxidação do óleo e outros componentes insolúveis, sedepositem nas superfícies metálicas.

B Atua como detergente, removendo depósitos.C Atua em reação química, visando eliminar a formação de

material insolúvel no óleo.D Atua como neutralizante dos produtos de oxidação ácida.

3. Aditivo – Tipo AntidesgasteReduz o desgaste do motor. Forma uma película protetora inativana superfície metálica.Composições típicas: diaquil ou diaril ditiofosfato de zinco.

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4. Aditivo – Tipo Modificador de ViscosidadeVisa transformar os óleos básicos de baixa viscosidade em óleosmais viscosos, melhorando a relação viscosidade versustemperatura, se comparando com os óleos de graus simples.Composições típicas: copolímeros de olefinas, polisobutilenos, etc.É fácil constatar a presença de alguns dos aditivos componentemencionados acima, pois na análise típica de um óleo lubrificante,podemos detectar os elementos nitrogênio proveniente do aditivotipo dispersante), zinco (proveniente do aditivo- tipoantidesgastante), fósforo (proveniente do aditivo- antidesgastante),magnésio ou cálcio (proveniente do aditivo - tipo detergente inibidore/ou inibidor de ferrugem), entre outros.Outros ensaios de laboratório revelam importantes informaçõessobre o lubrificante analisado, assim como ponto de fulgor, ponto defluidez, viscosidade, cinzas sulfatadas, nº de neutralização.

CLASSIFICAÇÃO DE LUBRIFICANTES PARAMOTORES E TRANSMISSÕES AUTOMOTIVAS

Classificação SAE

A classificação mais conhecida de óleos para motor, deve-se à SAE(Society Of Automotive Engineers- Sociedade de EngenheirosAutomotivos). Baseia-se única e exclusivamente na viscosidade,não considerando, fatores de qualidade ou desempenho.Os graus SAE são seguidos ou não da letra W, inicial de Winter(inverno). Para os graus SAE 0W até 25W são especificadas astemperaturas limites de bombeamento (Borderline Pumpig

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Temperature), visando garantir uma lubrificação adequada durantea partida e aquecimento do motor operando em regiões frias. Ométodo de medição das temperaturas limites de bombeamento estábaseado na ASTM D-4684, utilizando o Viscosímetro Mini-rotativo(Mini-Rotary Viscometer).Para óleo de motor, as viscosidades em centipoises (cP), emtemperaturas compreendidas entre –5°C e –30°C, são medidasutilizando um Simulador de Partidas a Frio (Cold CrankingSimulator), ASTM D-5293.As viscosidades cinemáticas em centistokes (cSt) a 100°C sãodeterminadas de acordo com o método ASTM D-445, utilizando oViscosímetro Cinemático.

CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE PARAÓLEOS DE MOTOR

SAE J300 de Dezembro de 1999

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Dentro da classificação SAE, o mesmo óleo de motor ou detransmissão pode atender a dois graus de viscosidade SAE. Nestecaso o óleo é denominado Multiviscoso.Em temperaturas baixas, um óleo multiviscoso 15W40 se comportacomo um óleo de grau SAE 15W e a 100°C é um óleo de grau SAE40.Para classificar o lubrificante de acordo com seu desempenho, sãofeitos testes em motores padronizados, sob condições operacionaiscontroladas, denominadas “Seqüência de Testes”. Em cada umadessas seqüências é avaliado o desempenho do óleo lubrificantenas várias partes de um motor sob condições variadas de

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funcionamento, como de temperatura, rotação, carga, tipo decombustível. Estas condições são rigidamente controladas dentrodos padrões estabelecidos para cada seqüência de teste.Na classificação API-SAE-ASTM foram estabelecidas categoriaspara os óleos de motores à gasolina, designadas pelas letrasA,B,C,D, E,F,G,H,J e L procedidas pela letra S, de Service (postosde gasolina, garagens, revendedores autorizados). Para os óleos demotores diesel, foram estabelecidas também, categoriasdesignadas pelas letras A,B,C,D,E,F,G,H e I precedidas pela letraC, de Commercial (veículos mais pesados, destinados ao transportede cargas ou coletivos).

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO API-SAE-ASTMPARA ÓLEOS AUTOMOTIVOS

Em 1969/70, foi elaborada uma classificação, conjuntamente pelaAPI (American Petroleum Institute - (Instituto de PetróleoAmericano), SAE e ASTM (American Society for testing andMaterials – Sociedade Americana Para Testes em Materiais). Talclassificação é a que se encontra em vigor.

Alguns, por uma questão de lógica, dizem que S provém de SparkIgnition (faísca de ignição) e a letra C de Compression Ignition(ignição por compressão). De fato, nos motores à gasolina, ainflamação do combustível é originada pela faísca da vela,enquanto nos motores a diesel pela injeção de combustível em umambiente de ar comprimido.

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A classificação SAE-API-ASTM não é estática. Novas categorias lhepoderão ser acrescentadas quando, comprovadamente,necessárias. A significação de cada categoria existente é aseguinte:

CATEGORIAS PARA MOTORES A GASOLINA

SA Óleo mineral puro sem aditivos, podendo ser antiespumante eabaixador do ponto de fluidez. Indicada para motorestrabalhando em condições muito suaves.

SB Óleo com aditivos que proporcionam certa proteção contradesgaste e contra a oxidação. Indicada para motoresoperando em condições suaves que requerem um óleo comcapacidade de evitar arranhaduras e corrosão dos mancais.Os óleos destinados para tais serviços são usados desde1930.

SC Óleo com aditivos que proporcionam bom desempenhoantidesgastante, antiferrugem, antioxidação, e anticorrosão,controlando depósitos de alta e baixa temperatura (função dodetergente-dispersante). Satisfaz a especificação da FordESE-M2C-101- A. Indicada para serviço típico de motores àgasolina dos motores fabricados entre 1964 e 1967.

SD Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que osóleos da classe SC, mas em maior grau. Satisfaz asespecificações da Ford ESE-M2C-101 B (1968) e da GeneralMotors GM-6041-M. Indicada para serviço típico de motores àgasolina, dos modelos fabricados entre 1968 e 1970. Pode serrecomendado para certos modelos de 1971, conformeindicação dos fabricantes destes veículos.

SE Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que osóleos de classe SD, mas em maior grau. Satisfaz asespecificações da Ford ESE-M2C-101-C e da General MotorsGM-6136-M. Indicada para motores à gasolina montados emcarros de passeio e em alguns tipos de caminhões fabricadosa partir de 1972. Pode ser recomendada também para algunsveículos fabricados em 1971.

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SF Óleo com aditivos antioxidante, antidesgastante, antiferrugem,anticorrosivo, proporcionando proteção contra a formação deferrugem. Esta categoria apresenta maior estabilidade quantoà oxidação e menor desgaste do motor em relação àscategorias anteriores. Os fabricantes europeus e americanosrecomendam óleos desta categoria para uso em motoresfabricados a partir de 1980.

SG Óleo com aditivos antioxidante, antidesgastante, antiferrugem,anticorrosivo, proporcionando maior proteção contra aformação de depósitos de alta e baixa temperatura, maiorestabilidade contra a oxidação e menor desgaste do motor,em relação às categorias anteriores. Homologado pela API-ASTM em 1988, é indicado para serviço típico de motores àgasolina em carros de passeio, furgões e caminhões leves,fabricados a partir de 1989.

SH Categoria introduzida a partir de 01/08/93. Lubrificanterecomendado para motores à gasolina, álcool e gás naturalveicular, para atender os requisitos dos fabricantes demotores a partir de 1994. Apresentam performance com maiorresistência a oxidação e melhor desempenho contra desgastedo que os de classificação anterior.

SJ Categoria introduzida a partir de 15/10/96. Lubrificanterecomendado para motores à gasolina, álcool e gás naturalveicular, para atender os requisitos dos fabricantes demotores a partir de 1997. Apresentam características dedesempenho com maior proteção contra ferrugem. Oxidaçãoe a formação de depósitos. Esta categoria pode substituir asanteriores.

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SL Categoria introduzida a partir de 2002 para atender os atuaisrequisitos dos fabricantes de motores à gasolina. Apresentamcaracterísticas de desempenho com maior proteção contra aoxidação, ferrugem e formação de borras e depósitos. Estacategoria substituiu as anteriores.

Lubrificantes para motores 4 tempos demotocicletas

A seguir, tabela com as atuais classificações da API, ILSAC, ACEAe CCMC de lubrificantes de motores 4 tempos de motocicletas:

ÓRGÃO NORMALIZADOR CLASSIFICAÇÕES

API SE, SF, SG, SH, SJ e SLILSAC GF-1 e GF-2ACEA A1, A2 e A3CCMC G-4 e G-5

F3 30, 40 ou 50 SE

SF

SL

F1 Super

F1 Master Sintético 5W30

F1 Master 502 10W40

F1 Master 4x4 15W50

F1 Master Plus 20W50

F1 Master 501 15W40

F1 Master 20W50

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CATEGORIAS PARA MOTORES A DIESEL

CA Óleo com aditivos que promovem uma proteção aos mancais,contra a corrosão, desgaste, evitando a formação dedepósitos de altas temperaturas. Óleo para uso em motores àgasolina e motores diesel não turbinados (com aspiraçãonormal), operando em condições suaves ou moderadas, comcombustível de baixo teor de enxofre (0,4%). Este tipo de óleofoi largamente usado nas décadas de 1940 e 1950.

CB Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que osóleos de Classe CA, mas em maior grau, devido à utilizaçãode um combustível de elevado teor de enxofre. Óleo para usoem motores diesel, operando em condições suaves oumoderadas, com combustível de elevado teor de enxofre(1%).

CC Os óleos da classe CC proporcionam proteção contradepósitos de altas temperaturas e formação de borra de baixatemperatura. Também possuem proteção contra ferrugem,desgaste e corrosão. Óleo para uso em motores à gasolinasob serviço severo e motores diesel turbinados com baixataxa de superalimentação, operando sob condições demoderadas a severas, com qualquer tipo de combustível.

CD Óleo com aditivos, proporcionando a mesma proteção que osóleos classe CC, mais em maior grau. Indicado para motoresdiesel turbinados com alta taxa de superalimentação,operando em condições severas e com qualquer tipo decombustível. Satisfaz a antiga especificação da Caterpillar,Série 3.

CD-2 Motores diesel 2 tempos, trabalhando em serviço severo.Atende os requisitos dos motores Detroit como, por exemplo,os da série 149 dos caminhões fora de estrada Haulpak.

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CE Óleo com aditivos, superando a categoria CD em ensaiosmais severos de desempenho. Satisfaz as exigências dosfabricantes americanos quanto ao consumo de óleolubrificante, combustível, controle de depósitos, dispersância,desgaste e corrosão. Homologada em abril de 1987. Indicadopara motores diesel turboalimentados em serviço severo.

CF Categoria introduzida a partir de 1994, podendo ser usada emsubstituição a API CE. Para serviços em motores diesel deinjeção indireta e outros, incluindo os que usam diesel comalto teor de enxofre (acima de 0.5%). Apresenta efetivocontrole dos depósitos nos pistões, corrosão em mancais edesgaste, sendo os motores superalimentados, turbinados oude aspiração natural. Atende aos testes de motor: CRCL-38 eCaterpillar 1M-PC.

CF-2 Para serviço em motores diesel de 2 tempos que requeremefetivo controle de desgaste e depósitos. Esta categoriademonstra superior performance em relação aos óleos daclassificação CD-2, podendo substituí-la. Atende aos testes demotor: CRL L-38, Caterpillar 1M-PC e Detroit Diesel 6 V92TA.

CF-4 Esta classificação foi criada em 1990 para uso em motores adiesel quatro tempos operando em altas velocidades. O CF-4excede os requisitos do API CE no que tange a um maiorcontrole de consumo de lubrificante e depósitos nos pistões:atende os requisitos da CRC L-38, MACK-T6, MACK-T7,CUMMINS NTC 400 e Caterpillar 1K.

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CG-4 Categoria introduzida em 1994, desenvolvida especialmentepara uso em motores projetados para atender aos níveis deemissão do EPA (Agência de Proteção Ambiental) podendoser usada nos motores diesel de alta rotação em usorodoviário, usando óleo diesel com teor com teor de enxofreinferior a 0,5%. Os óleos desta categoria destacam-se pelaproteção aos motores contra depósitos em pistões operandoem altas temperaturas, espuma, corrosão, desgaste,estabilidade a oxidação e acúmulo de fuligem. Atende aostestes de motor: CRC L-38, seqüência IIIE, GM 6.2L, MACKT-8 e Caterpillar 1N. Acompanhada da sigla “CF-4” podem serutilizadas em todos os veículos com percentual de enxofre noDiesel não superior a 0,5%.

CH-4 Categoria disponível a partir de dezembro de 1998. Aclassificação API CH-4 foi desenvolvida para entender àrigorosos níveis de emissão de poluentes, em motores de altarotação e esforço, que utilizam óleo diesel com até 0,5% deenxofre. Os óleos desta categoria proporcionam especialproteção contra desgaste nos cilindros e anéis de vedação,além de possuírem o adequado controle de volatilidade,oxidação, corrosão, espuma. A classificação CH-4 substitui asclassificações anteriores para motores de quatro tempos adiesel.

CI-4 Categoria disponível a partir de setembro de 2002desenvolvida para atender os novos motores diesel comrecirculação de ar das câmaras de combustão (EGR) paraatendimento dos atuais limites de emissões, utilizando dieselcom teor de enxofre até 0,5%. Possui maior resistência àoxidação. A classificação CI-4 substitui as anteriores.

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NOTAS:1. Motores turbinados ou superalimentados

Nos motores turbinados ou superalimentados, existe umcompressor ou turbo-compressor, acionado pelo próprio motor ouindependente, que força o ar para dentro do cilindro. Com esteartifício aumenta-se a quantidade de ar dentro do cilindro,possibilitando-se aumentar o volume injetado de combustível e,assim, a potência do motor.

Ultramo Turbo Plus

CI-4F1 Master 4X4 15W50

Brutus EGR 15W40

CH-4

CG-4Brutus T5

Brutus 25W50

Ultramo Turbo CF

Brutus Alta Performance

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2. Borra de baixa e alta temperatura

A Borra de baixa temperatura: a água de condensação, fuligem(carbono parcialmente queimado) e combustível seaglomeram formando um subproduto com aspectosemelhante à conhecida “maionese”.

B Borra de alta temperatura: os depósitos de alta temperaturasão provenientes da oxidação do lubrificante e dos resíduosde carbono.

CLASSIFICAÇÃO ACEA PARAÓLEOS DE MOTOR

A Associação dos Construtores Europeus de Automóveis tem umaclassificação de nível de desempenho, adotada pelos fabricantes deautomóveis, caminhões e motores do Mercado Comum Europeu.Esta classificação é bastante importante para o nosso mercado deveículos, pois fabricamos veículos Mercedes-Benz, Scania, Volvo,Volkswagen, Audi, Fiat, Citroen, Peugeot, Renaut e etc.Em 1996 o sistema CCMC foi substituído pelo Sistema ACEA(Associação dos Construtores Europeus de Automóveis). Nestesistema os lubrificantes são classificados por uma letra (A, B ou E)que define o tipo de motor / serviço, um algarismo que define aversão da norma, e dois algarismos que dizem respeito ao ano daclassificação.

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Assim foram classificados:Os lubrificantes para motores a gasolina como A1-96, A2-96 eA3-96 (a versão mais recente classifica-os como A1-98, A2-98 eA3-98.)Os lubrificantes para motores Diesel de veículos ligeiros comoB1-96, B2- 96 e B3-96 (a versão mais recente classifica-os comoB1-98, B2-98, B3-98 e B4-98.)Os lubrificantes para veículos comerciais Diesel como E1-96,E2-96 e E3-96 (a versão recente classifica estes lubrificantes comoE1-98, E2-98, E3-98, E4-98 e E5-99).Quando um lubrificante é classificado com a versão 1 do norma (porexemplo A1-98), significa que se trata de um lubrificante de baixaviscosidade e que proporciona uma economia comprovada doconsumo de combustível. Já as restantes versões (2, 3, etc.) estão diretamente relacionadascom a qualidade do produto (quanto mais elevada é a norma, maisexigentes são os ensaios que o lubrificante tem que superar.) A seguir, tabela com as seqüências de testes com as performancesdas categorias de testes para óleos de motores à gasolina e diesel:

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Requisitos de qualidade da ACEA e os respectivos lubrificantesIpiranga:

ESPECIFICAÇÕES ACEA LUBRIFICANTES IPIRANGA

A3-98, B3-98 e E5-99 Brutus EGR 15W40A3-98, B3-98 e E5-99 Brutus Alta Performance 15W40A3-98, B3-98 e E2-96 Brutus T5 15W40A3-98 e B3-98 F1 Master Sintético 5W30A3-02, B3-98 e B4-99 F1 Master 502 10W40A3-02 e B3-02 F1 Master 501 15W40

CLASSIFICAÇÃO DEÓLEOS PARA MOTORES 2T

A seleção do lubrificante adequado para motores 2T refrigerados aar, deve-se seguir as recomendações da API (American PetroleumInstitute), JASO (Japan Automobile Standards Organization), TISI(Thai Industrial Standart Institute) e ISO (International Organizationfor Standartization), conforme tabela comparativa a seguir:

API JASO TISI ISO- FA - -TA/TB FB - EGBTC FC

(Baixasemissões)

Pass(Baixasemissões)

EGC (Baixas emissões)

- - EGD (Baixas emissões ealta detergência)

- - - EGE (Baixas emissões ealta lubricidade)

A classificação de serviço mais importante para óleos de doistempos refrigerados à água é a TC-W3 desenvolvida pelo NNMA(National Marine Manufacturers Association) especificamente paramotores de popa de alta performance arrefecidos a água. Para seraprovado na classificação TC-W, um óleo deve passar por umasérie de testes, observando-se mínima formação de depósitos emáxima proteção ao motor.

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Um lubrificante tipo TC-W3 é largamente aceito para uso emmotores de popa de alta performance.

CLASSIFICAÇÃO SAE J306 PARAÓLEOS DE TRANSMISSÃO

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As temperaturas dos óleos de transmissão de grau SAE 70W, 75W,80W e 85W, para uma viscosidade de 150.000 Cp, sãodeterminadas de acordo com o método ASTM D-2983, utilizando oViscosímetro Brookfield.

CLASSIFICAÇÃO API PARAÓLEOS DE TRANSMISSÃO

Considerando a capacidade de carga como a principalcaracterística dos lubrificantes para engrenagens e como os óleoschamados EP não definem a que carga podem resistir, a API criouuma especificação GL (Gear Lubricants- Lubrificantes deEngrenagens) de acordo com os serviços a serem prestados:

GL-1 Serviço típico de engrenagens crônicas helicoidais e sem-fim,operando sob condições de baixa pressão e velocidade, taisque um óleo mineral puro pode ser usado satisfatoriamente.Os óleos podem possuir aditivos antiespumante, antioxidante,antiferrugem e abaixadores do ponto de fluidez. Não sãosatisfatórios para a maioria das caixas de mudança de 3 ou 4marchas dos automóveis, podendo satisfazer algumastransmissões de caminhões e tratores. Atualmente o GL-1 nãoé mais utilizado.

GL-2 Designa o serviço de engrenagens sem-fim, onde, devido àscondições de velocidade, carga temperatura, os lubrificantesda especificação anterior não satisfazem. Contém,normalmente, aditivos antidesgastante ou um ExtremaPressão suave. Atualmente o GL-2 não é mais utilizado.

GL-3 Serviço de engrenagens cônicas helicoidais sob condições demoderada severidade de velocidade e carga. Suportamcondições mais severas que o GL-2 e contém aditivosantidesgastante ou um Extrema Pressão suave.

GL-4 Serviço de engrenagens e particularmente das engrenagenshipoidais operando com alta velocidade e alto torque. Não se

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aplica, geralmente, aos diferenciais antiderrapantes. Contémaditivos de Extrema Pressão.

GL-5 Idem à GL-4, resistindo ainda a carga de choque.

GL-6 Idem à GL-5, sendo especialmente recomendada paraengrenagens hipoidais com grande distância entre os eixos econdições de alta performance. Atualmente o GL-6 não é maisutilizado.

MT-1 Especialmente recomendada para caixas de transmissãomanuais não sincronizadas de caminhões de serviço pesadoamericanos. Possui maior resistência à oxidação.

CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE ISSO

A classificação de viscosidade de ISO (International StandardsOrganization – Organização Internacional para Padronizações) éreferente aos óleos industriais. O sistema ISO não implica emavaliação de qualidade nem performance de produto, baseia-sesomente na viscosidade dos produtos. O sistema ISO estabelece

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uma série de 18 graus de viscosidade cinemática (centistokes) a40°C. Os números, que designam cada grau de viscosidade ISO,representam o ponto médio de uma faixa de viscosidade.

ESPECIFICAÇÕES AGMA

As especificações AGMA(American Gear ManufacturersAssociation) refere-se às engrenagens cilíndricas de dentes retosou helicoidais, espinha de peixe, hipoidais e sem fim, utilizadas emsistemas de transmissão industriais. A AGMA 250.04 (setembro de1981) é referente a engrenagens industriais fechadas e a AGMA251.02 (novembro de 1974) corresponde a engrenagens industriaisabertas.Estas recomendações geralmente se aplicam para engrenagenscom velocidades de operação inferiores a 3600 RPM, abrangendouma faixa de temperatura ambiente de –10°C a 50°C, cujastemperaturas de operação (temperatura do óleo) são inferiores a95°C.

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Segundo a AGMA, os lubrificantes para operarem em baixastemperaturas, devem possuir seu ponto de fluidezaproximadamente 12°C abaixo de temperatura ambiente.A faixa de viscosidade que identifica o número AGMA está naASTM D 2422. O sufixo R indica lubrificantes com diluentes voláteisnão inflamáveis. As faixas de viscosidade referem-se aos produtossem os solventes.

CLASSIFICAÇÃO AGMA PARA LUBRIFICANTESDE ENGRENAGENS FECHADAS

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CLASSIFICAÇÃO AGMA PARA LUBRIFICANTESDE ENGRENAGENS ABERTAS

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GRAXAS LUBRIFICANTES

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Na maioria das vezes, as graxas são usadas quando condições deprojetos requerem um lubrificante pastoso, com características dedesempenho similares ao dos óleos lubrificantes.

Para cada aplicação específica, uma combinação adequada deespessantes, óleos e aditivos, quimicamente estabilizados, permiteuma lubrificação eficaz, com menores custos de manutenção.São lubrificantes feitos à base de um sabão metálico, geralmente delítio, cálcio ou sódio enriquecido às vezes com aditivos de grafite,molibdênio, entre outras.As graxas devem possuir boa adesividade e resistência ao trabalho,além de suportarem bem ao calor e a ação da água e umidade.

Consistência de Graxas LubrificantesConsistência de uma graxa é a resistência que esta opõe àdeformação sob a aplicação de uma força. A consistência de umagraxa é medida pelo grau NLGI (National Lubricantng GreaseInstitute – Instituto Nacional de Graxas Lubrificantes).

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Diz-se que a penetração é trabalhada, quando a graxa écomprimida por um dispositivo especial 60 vezes a umatemperatura de 25°C, antes de medir a penetração.As graxas menos consistentes do que 0 (zero) são chamadassemifluidas e as mais resistentes do que 6 (seis) são chamadas degraxa de bloco.

Graxas de CálcioAplicações

Lubrificação de máquinas em locais úmidos, em virtude dagraxa de cálcio ser insolúvel em presença de água e umidade.Mancais de bucha. Os mancais devem ter velocidade etemperaturas moderadas.Não devem ser usadas em mancais de rolamento, devido àsaltas temperaturas.Não deve ser usada em temperaturas acima de 70°C, poishavendo evaporação da água, o sabão e o óleo se separam.

Graxas de LítioAplicações

São as graxas denominadas de múltiplas aplicações. Sãorecomendadas para temperaturas variáveis entre –10°C e150°C e em presença de umidade. Sua ótima bombeabilidadefacilita seu uso em pistolas Graxeiras e sistemas delubrificação.Quando formadas com óleos com baixo ponto de fluidez sãousadas para cabos e controle de aviões que estão sujeitos atemperaturas baixas. As graxas de lítio foram desenvolvidasparticularmente para a aviação. São usadas Tanto no campoautomotivo como industrial (lubrificação de mancais debuchas e rolamentos, pinos e chassis e em todas asmáquinas e veículos sujeitos à umidade, calor, poeira,choque).

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Graxas de Complexo de LítioAplicações

Substituem com vantagens as graxas à base de sabão de lítioe argila (bentonita), não deixando resíduos sólidos nalubrificação de mancais de rolamentos com temperaturas detrabalho até 180°C. Apresenta características de resistência àbaixas e altas temperaturas (Ponto de Gota superior a 250°C),propriedades de extrema-pressão, resistência à água,estabilidade química, resistência a solicitações mecânicas ecompatibilidade com elastômeros.

Graxas BetuminosasAplicações

Lubrificação de grandes engrenagens abertas esemifechadas, de correntes, de cabos de aço e de partes demáquinas expostas às intempéries.

CLASSIFICAÇÃO DE CONSISTÊNCIA DASGRAXAS LUBRIFICANTES

A seguir, a tabela de consistência NLGI das graxas lubrificantes:

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LINHA IPIRANGA DE GRAXAS LUBRIFICANTES:

IPIRANGA A SEU SERVIÇO

CUIDADOS GERAIS DE LUBRIFICAÇÃOUma lubrificação adequada, com óleos e graxas de alta qualidade,abrange muito mais do que uma simples seleção dos melhoreslubrificantes e sua aplicação correta: O SERVIÇO IPIRANGA DELUBRIFICAÇÂO significa dar completa assistência. A IPIRANGAestará sempre à sua disposição, toda vez que puder colaborar,oferecendo seus serviços técnicos, a fim de que sua empresaalcance uma lubrificação mais perfeita, o que irá significar menorcusto de manutenção e maior eficiência de cada máquina.

Mancais de Rolamento

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Antes de aplicar a graxa nos pinos graxeiros, os mesmos deverãoestar bem limpos, a fim de evitar a entrada de partículas abrasivasque danificam o mancal. Evitar excesso de graxa nos mancais derolamento, pois é extremamente prejudicial. A quantidade de graxaa ser colocada, em geral, deve ser suficiente para preencher 1/3(mínimo) a 2/3 (máximo) dos espaços vazios de rolamento. Umexcesso de graxa provoca um aumento de temperatura deoperação de mancal. que não deve ultrapassar a 90°C. Nasrelubrificações, a quantidade em gramas deve seraproximadamente igual a 0,005 x D x B, onde D é o diâmetroexterno em mm e B a largura do rolamento em mm.

Mancais de Rolamentos SeladosPor ocasião das revisões, os mancais deverão ser desmontados,bem limpos e examinados se as pistas, espaçador e elementosrolantes apresentam algum possível dano mecânico e se a folgaexistente não ultrapassou os limites permissíveis.

A operação de limpeza deverá ser feita em local totalmente isentode poeira, usando o querosene para remover a graxa velha doselementos do mancal, secando-o a seguir com ar comprimido.Em caso de não ser montado logo após a limpeza, devemosguardá-lo lubrificado e coberto, a fim de livrá-lo de qualquerimpureza.

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MANCAIS DE ROLAMENTOS EM BANHO DE ÓLEO

Para os mancais de rolamento em banho de óleo, recomenda-seum nível máximo até o centro do elemento rolante inferior e umnível mínimo de maneira que o elemento inferior fique ligeiramenteimerso no óleo.Os níveis devem ser verificados a cada 8 horas e completados senecessário. Em geral, o óleo deve ser trocado semestralmente.

Mancais de DeslizamentoOs mancais de deslizamento podem ser subdivididos em:1. Mancais Planos ou Radiais

Mancais de BuchaSemi-MancaisMancais Bi-PartidosMancais de 4 Partes

2. Mancais de Guia3. Mancais de Escora ou Axiais

MANCAIS DE DESLIZAMENTO COM PINOS GRAXEIROSAntes de aplicar a graxa nos pinos graxeiros, os mesmos deverãoestar bem limpos, a fim de evitar a entrada de partículas abrasivasque danificam o mancal. Diariamente deve-se lubrificar os pinos.

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MANCAIS DE DESLIZAMENTO COM COPOS GRAXEIROSPeriodicamente abastecer com graxa nova até sentir umaresistência maior ao girar pressor. Não colocar graxa em demasia,pois pode danificar os elementos de vedação. A seguir, retirarnovamente o pressor e encher de graxa. Diariamente dar uma aduas voltas no pressor.

MANCAIS DE DESLIZAMENTO LUBRIFICADOS A ÓLEOOs métodos encontrados para lubrificação a óleo dos mancaisplanos são:

FURO DE ÓLEOLubrificar com almotolia, diariamente.

PINO DE ÓLEOLubrificar com pistola para óleo, diariamente.

COPO COM AGULHA OU VARETAMantê-lo cheio de óleo.

COPO COM MECHAMantê-lo cheio de óleo.

COPO CONTA GOTASMantê-lo cheio de óleo.

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LUBRIFICAÇÃO POR ANEL OU COLARVerificar o nível semanalmente. Em geral, o óleo deve serdrenado semestralmente.

LUBRIFICAÇÃO POR ESTOPAManter a estopa embebida de óleo.

LUBRIFICAÇÃO POR CIRCULAÇÃOVerificar o óleo semanalmente. Em geral, o óleo deve serdrenado anualmente.

CAIXA DE ENGRENAGENS

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Nas caixas de engrenagens ou redutores de velocidade, podemosencontrar lubrificação por circulação, por banho de óleo e salpico.Quando as velocidades periféricas são elevadas (superior a18m/seg) a lubrificação por banho ou salpico não sãorecomendadas, pois devido à agitação violenta, ocorre a formaçãode espuma, aquecimento excessivo e uma conseqüente perda depotência e oxidação do óleo. Nestes casos, o óleo deve sercirculado por meio de bombas e injetado sobre as engrenagensantes do engrenamento.Nos redutores, cujo método de aplicação é por banho de óleo, onível máximo deve cobrir o dente da engrenagem que mergulha.Em geral, os fabricantes recomendam que os óleos de redutoresdevam ser drenados semestralmente.

Nos sistemas de circulação por banho, os redutores geralmentepossuem filtros, que aumentam consideravelmente a vida do óleo. Amaioria dos fabricantes recomenda que a drenagem do óleo em taissistemas deve ser feita anualmente.O nível de óleo, qualquer que seja o método de lubrificação doredutor, deve ser cuidadosamente observado à cada 8 horas ecompletado se necessário.A drenagem correta do óleo usado é da maior importância. Se formal feita, o óleo escoará deixando água e sedimentos retidos naspartes mais baixas e reentrâncias do sistema. O cárter deve serdrenado enquanto óleo estiver quente e agitado. De outro modo, apoeira e outros elementos produtores de borra, simplesmenteassentam nas partes mais fundas e permanecem no sistema. Écomo se deixássemos lama assentar em um balde, a fim deobtermos água limpa, e depois jogássemos fora tal água paraficarmos com a lama.

ENGRENAGENS ABERTASAs engrenagens abertas, normalmente lubrificadas a pincel ouespátula, devem receber uma leve camada de graxa.

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Em geral, devido ao baixo custo, é indicado para tais casos umlubrificante de base asfáltica, pois possuem um grande poder deaderência às superfícies metálicas.Para facilitar o manuseio, o lubrificante deve ser aquecido. No casode lubrificantes com solventes especiais, não inflamáveis não énecessário o aquecimento, o que facilita muito a aplicação. Apósser aplicada, o solvente evapora-se rapidamente, deixando umapelícula lubrificante e protetora sobre as superfícies. Recomenda-seuma inspeção semanal para verificação da permanência da películalubrificante. Em situações mais rigorosas de funcionamento, deve-se inspecionar duas vezes por semana. Periodicamente deve serfeita uma limpeza com querosene e uma nova camada delubrificante deve ser aplicada. Além do querosene, uma espátulaserve para remover dos dentes das engrenagens a graxa usada.

SISTEMAS HIDRÁULICOS

Em um sistema hidráulico, o óleo exerce três funções.a) Age primeiro como elemento transmissor de força.b) Preserva do desgaste as partes móveis do mecanismo.c) Funciona como selo à entrada de ar no sistema.

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Quanto ao sistema, três fatores influem preponderantemente naescolha do óleo. O primeiro e, mais importante, é o tipo da bomba,seguindo se a pressão e a temperatura de operação.Para um sistema hidráulico funcionar perfeitamente, é necessárioque as tubulações de descarga e de sucção estejam abaixo do nívelinferior do óleo no reservatório, mantendo-se sempre a sucção,abaixo e bem afastada da de descarga, para que se evite acirculação de bolha de ar. Constantemente deve ser observado onível e completado se necessário, não permitindo que o nívelmínimo permissível seja ultrapassado.Um período de mudança do óleo e troca ou limpeza dos filtros etelas deverá ser estabelecido para cada caso e operação emparticular, levando-se em consideração que o período de utilidadede um óleo depende das condições da máquina.

PRISMAS, BARRAMENTOS E GUIASPode ser à graxa ou óleo. Nos dois casos aplicar diariamente olubrificante IPIRANGA recomendado.

CABOS DE AÇO E CORRENTESPara os cabos de aço e concorrentes devem ser considerados osmesmos cuidados da lubrificação das engrenagens abertas.

LUBRIFICAÇÃO CENTRALIZADAConsiste em um reservatório, de onde o lubrificante (óleo ou graxa),é bombeado sob pressão, através de tubos, para os diversospontos de aplicação. Estes sistemas são aplicados em máquinasque possuem muitos pontos a lubrificar, ou pontos de difícil acesso,que utilizem o mesmo lubrificante.

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A lubrificação centralizada pode ser dois tipos, a saber:a) Com reaproveitamento de lubrificante.b) Sem reaproveitamento de lubrificante.

Para o primeiro caso deve-se verificar o nível semanalmente,completando se necessário. Em geral, recomenda-se drenar olubrificante anualmente. Nos casos de serviços mais perigosos, operíodo de troca pode ser reduzido.No segundo caso manter o depósito sempre com o nível acima domínimo permitido.

A verificação constante da regulagem do fluxo do lubrificante é degrande importância para que não sejam enviadas pequenasquantidades, nem excesso de lubrificantes.Quando a lubrificação centralizada por manual, é necessárioacionar o lubrificado antes do início do funcionamento da máquina e2 a 3 vezes durante o funcionamento da mesma, a cada período de8 horas.

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RECOMENDAÇÕES DE LUBRIFICAÇÃO

1 Use sempre óleos de primeira qualidade, recomendados pelofabricante do veículo.

2 Verifique se a classificação do serviço API e o grau deviscosidade SAE estão de acordo com o indicado no manualdo proprietário.

3 Troque o óleo nos períodos recomendados, ou maisfreqüentemente quando as condições operacionais assimexigirem.

4 Verifique sempre o nível do óleo do motor, mantendo-osempre entre as marcas MÍN e MÁX da vareta mediadora. Onível deve ser verificado com o veículo na posição horizontal,após estar parado um certo tempo, para o óleo poder escorrerpara o cárter.

5 Limpar o bujão antes de adicionar óleo ou verificar o nível deóleo, utilize sempre pano ou papel absorventes. Nunca utilizeestopa ou outros materiais que soltem fiapos.

6 Evite misturar óleos de tipos e especificações diferentes.7 Antes de trocar ou adicionar óleo no motor, câmbio ou

diferencial, verifique se os mesmos estão nas embalagensoriginais e se estes são recomendadas para o seu veículo.

8 Esteja sempre atento para a ocorrência de vazamentos deóleo, procurando sanar imediatamente a sua causa.

9 Troque o filtro de óleo nos períodos recomendados.10 Limpe regularmente o filtro do ar, trocando-o nos períodos

recomendados.11 Óleos usados devem ser armazenados para posterior

reaproveitamento. Nunca devem ser jogados em ralos,esgotos, ou em locais que possam entrar em contato com aágua e vegetação. Além de poluírem a natureza e terem umcerto grau de toxidade para o homem, constitui-se fator deeconomia para o País o seu reaproveitamento.

IMPORTANTEEstas recomendações servem como base para lubrificação e trocade óleo. Quando houver, entretanto, recomendação específica dofabricante referente a período de troca de cargas e/ourelubrificação, tal recomendação deverá ser seguida.

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CUIDADOS PARA ARMAZENAMENTO EMANUSEIO DE LUBRIFICANTES

Manuseio Descuidado dos TamboresQuedas bruscas, descidas de rampas sem proteção, rolar emterreno irregular, resultam em furos, amassamentos oudesaparecimento da identificação do produto.

O descarregamento de caminhões deverá ser feito por meio deempilhadeiras ou de rampas com pneus em sua extremidade enunca jogados sobre pneus.

Contaminação por águaA água prejudica qualquer tipo de lubrificante. Os óleos aditivadosou graxas podem ter seus aditivos deteriorados ou precipitados pelapresença de água.

Contaminação por ImpurezasA presença de materiais estranhos, como a poeira, areia, folhas,pregos e outros causam sempre sérios problemas.

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Misturas Acidentais de ProdutoSérios inconvenientes podem, surgir pela mistura de óleos ougraxas.Os produtos aditivados, muitas vezes, não se misturamnormalmente, podendo haver precipitação de aditivos.Para não haver trocas possíveis, os vasilhames devem estarclaramente identificados.

Armazenagem ao Ar LivreNão havendo possibilidade de se armazenar em recinto fechado,devemos observar os seguintes cuidados:a) Tambores deitados – evitar o contato com o chão colocando

os tambores sobre ripas de madeira, com os bujões numalinha aproximadamente horizontal.

b) Tambores em pé – neste caso cobrir os tambores com umencerado, e evitar o contato dos mesmos com o chão.

c) Embalagens pequenas – colocar sobre pranchas de maneira,para evitar o contato com o chão e cobrir com um encerado.

Armazenamento em Recinto FechadoEste tipo de armazenamento não requer grandes preocupações,exceto quanto à verificação periódica, para evitar a deterioração doproduto ou desaparecimento de marcas. Nunca deixar vasilhamesabertos.

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Almoxarifados de LubrificantesO almoxarifado deverá ficar afastado do processo de fabricação queproduzem poeira, podendo contaminar o produto. Afastado também,de fontes de calor como caldeiras, que podem deteriorar o produto.

Os tambores deverão ficar deitados em estrados de madeira, comtorneiras adaptadas aos bujões para a retirada do produto. Asmarcas dos tambores deverão estar sempre bem visíveis. Limparsempre em volta da torneira ou bujão antes de abrir.

Recipientes de DistribuiçãoEstes deverão estar marcados da mesma forma que o tambor, paraevitar troca na hora da aplicação.Todos os recipientes utilizados na distribuição (funis, almotolias,pistolas graxeiras), deverão estar sempre limpos e é convenientelavá-los com querosene e secá-los, antes de cada distribuição. Nãose deve usar para limpeza panos que deixem fiapos, principalmenteestopa.As graxas são mais difíceis de distribuir. É desaconselhável retirá-las do vasilhame com pedaços de madeira, em virtude do perigo decontaminação e aconselha-se a instalação de bombas manuais,ficando assim sempre fechados os recipientes.

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NOTA:

1. Extremos de TemperaturaAlém da contaminação, os lubrificantes podem ter suascaracterísticas alteradas, quando sujeitos aos extremos detemperatura; isto se aplica especialmente a certas graxas, quepodem apresentar separação de óleo da massa de graxa quandoestocados em condições de calor excessivo.

2. Graxas de Sabão de CálcioAs graxas de sabão de cálcio podem ter sua consistência alterada,endurecerem enquanto permanecem estocadas por um período detempo aproximadamente superior a seis meses. Por isso, devemosmanter uma rotatividade, o que, aliás, deve ser feito com todos oslubrificantes.

Tabela de Comparação de Viscosidades:

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