APOSTILA DE MANUTENÇÃO MECÂNICA I

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Curso Tcnico em MecnicaMdulo I Mecnico Industrial

MANUTENO MECNICA I

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SUMRIO

1 ORGANIZAO DA MANUTENO 1.1 INTRODUO 2 HISTRICO DA MANUTENO 2.1 CONCEITOS E OBJETIVOS 2.2 SERVIOS DE ROTINA E SERVIOS PERIDICOS 3 A ORGANIZAO DA MANUTENO 3.1 TIPOS DE ORGANIZAES DA MANUTENO 3.2 ETAPAS INICIAIS PARA ORGANIZAO DA MANUTENO EM UMA EMPRESA 4 ESTRATGIAS DE MANUTENO 4.1 MANUTENO CORRETIVA 4.2 MANUTENO PREVENTIVA 5 FERRAMENTAS MANUAIS 5.1 INTRODUO 5.2 CHAVE DE BOCA E ESTRELA 5.3 CHAVES DE FENDA E PHILIPS 5.4 CHAVE EXAGONAL ALLEN 5.5 CHAVE DE BOCA REGULVEL OU INGLESA 5.6 - SACA POLIAS 5.7 - TALHADEIRA E BEDAME 5.8 - SACA PINOS CNICO E PARALELO 5.9 - CHAVE PARA TUBOS 5.10 - ESPTULAS 5.11 - VERIFICADORES E CALIBRADORES 5.12 - TORQUMETRO 5.13 - MULTIPLICADORES DE TORQUE 6 FERRAMENTAS PNEUMTICAS 6.1 DESCRIO E INSTALAO 6.2 TIPOS 6.3 CUIDADOS GERAIS 7 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAO DE CARGAS 7.1 INTRODUO 7.2 TIPOS DE EQUIPAMENTOS

04 04 05 06 07 09 10 14

17 17 22 36 36 38 41 42 43 44 45 46 46 47 47 48 57 62 62 63 64 65 65 65

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8 MOVIMENTAO DE CARGAS 8.1 INTRODUO 8.2 SEGURANA 8.3 - COMUNICAO ENTRE OPERADOR E MOVIMENTADOR 8.4 - SINAIS VISUAIS 8.5 - ACESSRIOS DO MOVIMENTADOR 8.6 - ISPEO EM CABOS DE AO E ACESSRIOS 9 - ELEMENTOS MECNICOS 9.1 - ACOPLAMENTOS 9.2 - CLASSIFICAO DOS ACOPLAMENTOS 9.3 - TIPOS DE ACOPLAMENTOS FEXVEIS 9.4 - EMBREAGENS 10 - FREIOS 10.1- FREIOS DE DUAS SAPATAS 10.2- FREIO DE DISCO 10.3- FREIO DE SAPATA E TAMBOR 10.4- FREIO DE SAPATAS INTERNAS OU FREIO A TAMBOR 10.5- FREIO MULTIDISCO 10.6- FREIO CENTRFUGO 11 - POLIAS E CORREIAS 11.1- RELAO DE TRANSMISSO 11.2 - POLIAS 12 - CORRENTES 12.1- TIPOS DE CORRENTES 13 - EIXOS 13.1-CONSTITUIO DOS EIXOS 13.2- CLASSIFICAO DOS EIXOS 14 - TRAVAS 14.1 - CHAVETAS 14.2 - ANEL ELSTICO 14.3 - PINOS 15- MANCAIS DE ROLAMENTO E DE DESLIZAMENTO 15.1 MANCAIS DE ROLAMENTO 15.2 MANCAIS DE DESLIZAMENTO 16- ELEMENTOS DE VEDAO

80 80 80 83 84 88 116 121 121 121 123 126 130 130 131 131 131 132 132 132 133 133 144 145 149 149 150 153 154 158 160 164 165 173 176

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17- PARAFUSOS, PORCAS E ARRUELAS 17.1 PARAFUSOS 17.2 PORCAS 17.3 ARRUELAS 18- EMBREAGEM 18.1 NOMENCLATURA 18.2 TIPOS DE ENGRENAGENS ANEXO I BIBLIOGRAFIA

181 181 183 185 186 187 187 190 192

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1 - ORGANIZAO DA MANUTENO1.1 INTRODUO No basta uma empresa ter mquinas modernas, planos de expanso, mercado cativo, tecnologia de ponta, produtos de qualidade, preos competitivos, timos funcionrios e programa de qualidade se ela no contar com um eficiente programa de manuteno mecnica. A manuteno mecnica a alma dos setores produtivos empresariais. De fato, sem a manuteno mecnica das mquinas e equipamentos no ser possvel: Cumprir os cronogramas de fabricao; Obter produtos de qualidade; Diminuir os custos de produo; Aumentar a competitividade; Manter a fidelidade dos clientes; Conquistar novos clientes; Reduzir as perdas de matria-prima e energia; Competir em igualdade de condies no mercado interno e externo.

Com a globalizao da economia, a busca da qualidade total em servios, produtos e gerenciamento ambiental passaram a ser a meta de todas as empresas. - O que a manuteno tem a ver com a qualidade total? Disponibilidade de mquina, aumento da competitividade, aumento da lucratividade, satisfao dos clientes, produtos com defeito zero... - No entendi! Vamos comparar. Imagine que eu seja um fabricante de rolamentos e que tenha concorrentes no mercado. Pois bem, para que eu venha a manter meus clientes e conquistar outros, precisarei tirar o mximo rendimento de minhas mquinas para oferecer rolamentos com defeito zero e preo competitivos. Deverei, tambm, estabelecer um rigoroso cronograma de fabricao e de entrega de meus rolamentos. Imagine voc que eu no faa manuteno de minhas mquinas... - Estou comeando a compreender. Se eu no tiver um bom programa de manuteno, os prejuzos sero inevitveis, pois mquinas com defeitos ou quebradas causaro: Diminuio ou interrupo da produo; Atrasos nas entregas; Perdas financeiras; Aumentos dos custos; Rolamentos com possibilidades de apresentar defeitos de fabricao; Insatisfao dos clientes; Perda de mercado.

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2 - HISTRICO DA MANUTENOA manuteno embora despercebida, sempre existiu, mesmo nas pocas mais remotas. Comeou a ser conhecida com o nome de manuteno por volta do sculo XVI na Europa Central, juntamente com o surgimento do relgio mecnico, quando surgiram os primeiros tcnicos em montagem e assistncia. Uma das primeiras aes que poderamos chamar de manuteno organizada foi desenvolvida pelos Vickings, que dependiam do estado operacional de seus barcos para obterem sucesso em suas incurses martimas. Para tanto, possuam em suas aldeias, na Escandinvia, uma srie de diques, onde os barcos (de at 15 toneladas) eram postos a seco e reparados com ferramentas especiais ao retorno da viagem. Com a mecanizao da indstria, que marcou a 1 revoluo industrial, a manuteno foi intensificada, porm, no passando ainda, de meros consertos. A manuteno teve outro incremento com a 2 revoluo industrial, marcada pela linha de montagem, onde a produo programada impedia as paradas freqentes para reparos. Novos mtodos foram introduzidos. At esse momento, considerando a primeira gerao da manuteno tivemos: Equipamentos simples, superdimensionados, confiveis e de fcil reparao.

Manuteno executada somente aps a quebra (corretiva). Tomou corpo ao longo da Revoluo Industrial e firmou-se como necessidade absoluta, na Segunda Guerra Mundial. No princpio da reconstruo ps-guerra, Inglaterra, Alemanha, Itlia e principalmente o Japo aliceraram seu desempenho industrial nas bases da engenharia e manuteno. O grande impulso da manuteno organizada e cientfica deu-se, principalmente, com a 2 guerra mundial, que culminou com o desenvolvimento tecnolgico acelerado e a necessidade de se manter tudo funcionando perfeitamente, onde a quantidade e a qualidade dos equipamentos blicos eram fundamentais para a vitria desejada. Os efeitos da guerra puderam ser sentidos muitos anos depois com uma nova ordem mundial que pode ser caracterizada por: Elevado consumo / aumento da produo. Mquinas mais complexas. Custos elevados.

Tais caractersticas geraram conseqncias como: Maior preocupao com as falhas e paradas de produo. (preventiva) Evoluo dos procedimentos administrativos sistemas de planejamento, organizao e controle geral da manuteno.

Essa fase ficou denominada como 2 gerao da manuteno e vigorou at incio dos anos 70. A partir de meados dos anos 70, novas pesquisas, novas tcnicas e expectativas criaram a 3 gerao da manuteno. Exigncias como: produtividade, qualidade, segurana, reduo de cursos e meio ambiente, intensa concorrncia, os prazos de entrega dos produtos passaram a ser relevantes para todas as empresas, tornando a manuteno inerente ao processo produtivo. Novas tcnicas de manuteno e gerenciamento da manuteno foram introduzidas para que se obtenha maior disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos.

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Com isso, surgiu a motivao para se prevenir contra as falhas de mquinas e equipamentos. Essa motivao deu origem manuteno preventiva. Em suma, nos ltimos vinte anos que tem havido preocupao de tcnicos e empresrios para o desenvolvimento de tcnicas especficas para melhorar o complexo sistema Homem / Mquina / Servio.

2.1 - CONCEITOS E OBJETIVOS

Definio da Manuteno: Segundo norma NBR 5462- combinao de todas as aes tcnicas e administrativas, incluindo as de superviso, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma funo requerida. A manuteno pode incluir uma modificao de um item. Para facilitar o entendimento da Norma podemos entender manuteno como o conjunto de cuidados tcnicos indispensveis ao funcionamento regular e permanente de mquinas, equipamentos, ferramentas e instalaes. Esses cuidados envolvem a conservao, a adequao, a restaurao, a substituio e a preveno. Por exemplo, quando mantemos as engrenagens lubrificadas, estamos conservando-as. Se estivermos retificando uma mesa de desempeno, estaremos restaurando-a. Se estivermos trocando o plugue de um cabo eltrico, estaremos substituindo-o. De modo geral, a manuteno em uma empresa tem como objetivos: manter equipamentos e mquinas em condies de pleno funcionamento para garantir a produo normal e a qualidade dos produtos; prevenir provveis falhas ou quebras dos elementos das mquinas. Alcanar esses objetivos requer manuteno diria em servios de rotina e de reparos peridicos programados. A manuteno ideal de uma mquina a que permite alta disponibilidade para a produo durante todo o tempo que ela estiver em servio e a um custo adequado.

Tabela 1.1 EVOLUO DO CONCEITO DE MANUTENOPERODOS AT DCADA DE DECDA DE 1950 1950 Manuteno Corretiva Manuteno Preventiva DCADA DE 1960 DCADA DE 1980

Estgio Conceitos

Manuteno Sistema Produo

do Manuteno de Produtiva (TPM)

Total

Reparo Corretivo Gesto Mecnica da Manuteno Manutenes Preventivas

X

X X X

X X X

X X X6

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Viso Sistemtica Manuteno Corretiva com incorporao de Melhorias Preveno Manuteno Manuteno Preditiva Abordagem Participativa Manuteno Autnoma de

X X

X X

X

X X X X

2.2 SERVIOS DE ROTINA E SERVIOS PERIDICOS Os servios de rotina constam de inspeo e verificao das condies tcnicas das unidades das mquinas. A deteco e a identificao de pequenos defeitos dos elementos das mquinas, a verificao dos sistemas de lubrificao e a constatao de falhas de ajustes so exemplos dos servios da manuteno de rotina dentro da manuteno. A responsabilidade pelos servios de rotina no somente do pessoal da manuteno, mas tambm de todos os operadores de mquinas. Salientemos que h, tambm, manuteno de emergncia ou corretiva, que ser estudada logo adiante. Os servios peridicos de manuteno consistem de vrios procedimentos que visam manter a mquina e os equipamentos em perfeito estado de funcionamento. Esses procedimentos envolvem vrias operaes, como: Monitorar as partes da mquina sujeitas a maiores desgastes; Ajustar ou trocar componentes em perodos predeterminados; Exame dos componentes antes do trmino de suas garantias; Replanejar, se necessrio, o programa de preveno; Testar os componentes eltricos, etc.

Os servios peridicos de manuteno podem ser feitos durante paradas longas das mquinas por motivos de quebra de peas (o que deve ser evitado) ou outras falhas, ou durante o planejamento de novo servio ou, ainda, no horrio de mudana de turno. As paradas programadas visam a desmontagem completa da mquina para exame de suas partes e conjuntos. As partes danificadas, aps exame, so testadas para assegurar a qualidade exigida em seu desempenho. Reparos no programados tambm ocorrem e esto inseridos na categoria conhecida pelo nome de manuteno corretiva. Por exemplo, se uma furadeira de bancada estiver em funcionamento e a correia partir, ela dever ser substituda de imediato, para que a mquina no fique parada. O acompanhamento e o registro do estado da mquina, bem como dos reparos feitos, so fatores importantes, em qualquer programa de manuteno. Educao Profissional 7

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Para um melhor entendimento da manuteno necessrio que alguns termos e definies estejam bem claras:

Definies bsicas de alguns termos usados na linguagem da manuteno. (Conforme ABNT NBR 5462/94) ITEM - Qualquer parte, componente, dispositivo, subsistema, unidade funcional, equipamento ou sistema que possa ser considerado individualmente DEFEITO - Qualquer desvio de uma caracterstica de um item em relao aos seus requisitos. FALHA - Trmino da capacidade de um item desempenhar a funo requerida. PANE - Estado de um item caracterizado pela incapacidade de desempenhar sua funo requerida. DISPONIBILIDADE - Capacidade de um item estar em condies de executar uma certa funo em um dado instante ou durante um intervalo tempo determinado, levando-se em conta os aspectos combinados de sua confiabilidade, mantenabilidade e suporte de manuteno, supondo que os recursos externos requeridos estejam assegurados. CONFIABILIDADE - Capacidade de um item desempenhar uma funo requerida sob condies especficas, durante um dado intervalo de tempo. MANTENABILIDADE - Capacidade de um item ser mantido ou recolocado em condies de executar suas funes requeridas, sob condies de uso especificadas, quando a manuteno executada sob condies determinadas e mediante procedimentos e meios prescritos.

LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABRAMAN - Associao Brasileira de Manuteno ABCE - Associao Brasileira de Consultores de Engenharia CDMEC - Centro Capixaba de desenvolvimento Metalmecnico CEQUAL - Centro de Certificao da Mo-de-Obra Especializado dos Setores Mecnico e Eltrico CIPA - Comisso Interna para Preveno de Acidentes DDS - Dilogo Direto de Segurana EPI - Equipamento de Proteo Individual EPC - Engineering, Procurement and Construction - Contrato pelo qual uma empresa assume a responsabilidade pelos servios de engenharia, fornecimento de materiais e construo FMEA - Failure Mode and Effect Analysis - Anlise do Modo e Efeito da Falha MASP - Mtodo de Anlise e Soluo de Problemas OMS - Organizao Mundial de Sade 8

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PCMSO - Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional PPCM - Planejamento, Programao e Controle da Manuteno PPRA - Programa de Preveno contra Riscos Ambientais PPT - Permisso Para Trabalho RCFA - Root Cause Failure Analysis - Anlise da Causa Raiz da Falha RCM - Reliability Centered Maintenance (Manuteno Centrada na Confiabilidade) SINDCON - Sindicato da Indstria de Construo Civil SINDIMETAL - Sindicato dos Trabalhadores das Indstrias Metalrgicas, Mecnicas e Material Eltrico SPC - Special Purpose Company - SPE (Sociedade de Propsito Especfico) a configurao legal mais comumente utilizada em uma sociedade comercial constituda para abrigar um empreendimento, por se constituir em exigncia por parte das instituies financiadoras do projeto (so empresas formalmente constitudas para a execuo especifica daquele empreendimento, com personalidade jurdica prpria, sendo os parceiros seus scios ou acionistas) SIPAT - Semana Interna de Preveno de Acidentes do Trabalho MTBF - Tempo Mdio Entre Falhas TPM - Manuteno Produtiva Total MTTR- Tempo Mdio Entre Reparos

3 - A ORGANIZAO DA MANUTENOA tarefa principal da organizao da manuteno associar recursos (humanos, tecnolgicos, sobressalentes, ferramentas, informaes) para a execuo das suas atividades, desta forma, o objetivo da manuteno, segundo Kelly, : - Sustentar a custo total mnimo, a planta para que a capacidade de produo desejada, em quantidade e qualidade de sada, possa ser atingida. Com o objetivo de alcanar isto, a organizao precisa ser projetada para que a performance das equipes (em funo da sua utilizao e motivao; disponibilidade e sobressalentes, ferramentas e informao; e eficincia do plano de trabalho) seja maximizada. O projeto de uma organizao da manuteno, entretanto, envolve muitas decises inter-relacionadas (onde se localizar a fora de trabalho; como estender a flexibilidade da equipe; a quem se destinar a responsabilidade da informao da manuteno e dos sobressalentes), cada deciso ser influenciada por muitos outros fatores. Estas decises sero classificadas, de acordo com os principais elementos da organizao listados a seguir: Estrutura de recursos: localizao, tamanho, funo e logstica dos recursos de manuteno, principalmente a fora de trabalho; Estrutura administrativa: a definio das responsabilidades gerenciais e inter-relacionais; Plano de trabalho a longo e curto prazo e o controle das atividades: custo da manuteno, etc.

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Modelo da Organizao importante entender como a inter-relao dos elementos permite a organizao funcionar. A organizao toda muito maior que o somatrio das suas partes elementares devido a sinergia. Kelly apresenta uma forma de visualizar isto, atravs da pirmide Recursos da Estrutura e o gerenciamento que permite isto sobreviver Estrutura Administrativa. Todas estas posies na estrutura tm o seu papel. O planejamento das atividades pode ser representado como uma informao e um sistema de tomada de deciso funcionando atravs da estrutura.

MODELO DE ORGANIZAO

Figura 1 Modelo da Organizao Figura 3.1 - Modelo da Organizao No projeto ou na modificao da organizao da manuteno necessrio entender que a carga de trabalho tem uma maior influncia no recurso da estrutura, que por sua vez, influencia os sistemas e a estrutura administrativa. Esta influncia interna (do nvel operacional para o gerencial) no projeto da organizao freqentemente acompanhado por influncias externas (do nvel gerencial para o operacional), gerenciamento de recursos humanos, envolvendo vrios problemas como a integrao manuteno operao, adoo de times auto gerenciveis, etc. O ltimo ponto introdutrio que a organizao deve ser dinmica, e para isso precisa estar sintonizado com as mudanas (internas e externas) do cenrio. Cada mudana pode ser uma revoluo ou, na maioria dos casos, uma evoluo.

Escolha Do Tipo De Organizao A deciso da escolha entre um tipo ou outro evidente, em funo das condies operacionais, administrativas e da concepo fsica de cada empresa e que so totalmente particulares, divergindo at entre duas empresas irms de um mesmo grupo financeiro. De uma maneira geral, as pequenas empresas (dono frente de tudo) o tipo de organizao da manuteno mais usada a centralizada. As mdias empresas utilizam a centralizada ou a mista de acordo com o lay-out fabril. As grandes empresas adotam a estrutura descentralizada ou mista, tambm em funo da sua concepo fsica. A seguir, detalharemos os tipos e as formas de organizaes em que a manuteno pode estar inserida:

3.1 - TIPOS DE ORGANIZAES DA MANUTENO Centralizada.

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Descentralizada. Mista. Por terceiros.

3.1.1 - Centralizada Todas as atividades de manuteno so executadas por um rgo central autnomo em sua especialidade, totalmente independente das unidades de produo. A organizao e controle so centralizados, assim como as oficinas, depsitos, almoxarifados, etc... Os recursos humanos so agrupados por especialidade atendendo as solicitaes de todas as reas de produo.

Figura 3.2 VANTAGENS: Otimizao dos recursos, equipamentos, ferramentas e pessoal. Maior flexibilidade no remanejamento de mo-de-obra, em casos de emergncia ou de grandes obras prolongadas. Facilita a implantao e gerenciamento de mtodos de organizao da manuteno (planejamento, programas de qualidade, confiabilidade, entre outros). Controle e aumento tcnico-administrativo mais uniforme e imediato, com melhor controle das despesas. Estoque de peas sobressalentes mais reduzido. Maior profissionalizao e especializao com o pessoal podendo conhecer todos os equipamentos das diversas reas de produo.

DESVANTAGENS: Diminui o entrosamento entre produo e manuteno, dificultando a comunicao. Maior distanciamento entre a oficina e o local de interveno. Maior tempo para deslocamento de pessoal, ferramentas, equipamentos, etc. H maior dificuldade para o atendimento imediato em todas as reas de produo, dificultando o estabelecimento de prioridades (principalmente nas grandes empresa).

3.1.2 Descentralizada Cada rea de produo possui sua equipe de manuteno diretamente subordinada ao chefe imediato de produo da prpria rea, mantendo condies prprias de organizao e controle. Toda rea possui sua mini-oficina, ferramentas, depsito, almoxarifado, etc. 11

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Figura 3.3

VANTAGENS: Comunicao entre entrosamento. manuteno e produo mais eficiente, melhorando o

Equipes conhecendo melhor os equipamentos da rea. Rapidez e flexibilidade no atendimento. Localizao ideal do grupo de manuteno em relao rea de atuao.

DESVANTAGENS: Maior efetivo de pessoal de manuteno necessrio. Necessidades de um maior nmero de especialistas ou poliespecialistas (mecnica + eltrica + hidrulica + instrumentao, etc.). Maior quantidade de ferramentas, instrumentos e equipamentos. Dificuldade de remanejamento de pessoal, em casos de emergncia ou grandes obras programadas (difcil coordenao entre as reas) ou ainda, servios em rea de interferncia. reas sobrecarregadas e outras ociosas. Controle e orientao tcnico-administrativa mais difcil e no uniforme entre as reas, gerando dificuldade na implantao e execuo de mtodos gerais e novas tcnicas gerenciais. Controle das despesas de manuteno mais difcil, podendo ser confundidos com as de produo.

3.1.3 - Mista Organizao e controle centralizados, com agrupamentos especficos de manuteno, distribudos pelas reas de produo, sem contudo estarem subordinados diretamente ao chefe de produo da rea. Os rgos de apoio como depsitos, almoxarifado, oficina, ferramentaria, etc. so centralizados, existindo nas reas pequenas oficinas para pequenos e rpidos reparos.

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Figura 3.4 H uma somatria de vantagens e desvantagens vistas no sistema centralizado e descentralizado, porm com algumas melhorias. Os problemas relacionados falta de entrosamento entre as reas de produo e manuteno so menores. As equipes de rea executam os servios de rotina, ficando os servios mais especializados e de grande porte realizados pela equipe central. As equipes de rea esto ligadas hierarquicamente produo, porm tendo as orientaes tcnicas e gerenciais repassadas pela chefia central de manuteno (coordenadores, engenheiros).

3.1.4 - Por Terceiros As atividades de manuteno so executadas, total ou parcialmente, por firmas externas contratadas.

VANTAGENS: Servios especializados, no contnuos como a manuteno de equipamentos de controle e medio, radiografia industrial, rdio-comunicaes, montagens mecnicas e eltricas, fundaes civis, etc, que exigem a utilizao de aparelhos e instrumentos especiais (caros) mais vantajosa a contratao de firmas externas. Diminuem consideravelmente os custos com administrao de pessoal. Garantia dos servios contratados por um perodo determinado aps execuo dos mesmos. Melhor aproveitamento de mo-de-obra prpria em servios que visam melhorias operacionais. Reduo dos custos com a diminuio do efetivo prprio, tais como: transporte, alimentao, assistncia mdica, treinamento, rescises contratuais, frias, abonos, etc. Educao Profissional 13

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DESVANTAGENS: Controle e orientao tcnico-administrativo mais difcil, j que o grupo adicional externo no possui a mesma motivao que o interno. A manuteno de um grupo adicional externo pode ser antieconmico se a programao das atividades no contemplar a totalidade da mo-de-obra disponvel.

3.2 - ETAPAS INICIAIS PARA ORGANIZAO DA MANUTENO EM UMA EMPRESA.

3.2.1 - Cadastramento dos Equipamentos Para qualquer nvel de organizao da manuteno em uma empresa o essencial um bom cadastro geral dos equipamentos com dados importantes sobre tais, devidamente apontados em fichrio prprio. Para uma micro-empresa que exerce apenas a manuteno corretiva, e que possui poucos equipamentos, todos localizados em um mesmo ambiente, o cadastro dos equipamentos acompanhado de um relatrio com o histrico de intervenes de manuteno j suficiente, porm, na medida do aumento do porte das empresas, outros complicadores aparecero, tais como: nmero maior de equipamentos (inclusive repetidos), reas de produo (ex: fundio, usinagem, acabamento, controle de qualidade, embalagem, etc.), maior nmero de efetivos de manuteno, predominncia da manuteno preventiva, entre outros, estes determinaro diferentes nveis de organizao da manuteno, pois, at a localizao de um determinado item se torna difcil. A execuo da manuteno de forma preventiva exige programao, que estabelecer o que fazer, quando fazer, como fazer um determinado servio de manuteno ou ainda uma inspeo. Essas informaes tramitam por um sistema de fichas que devem ser compactas, de fcil entendimento e preenchimento pelo executor do servio.

3.2.2 - Codificao a atribuio de cdigos numricos, alfabticos ou alfanumricos a cada um dos elementos constituintes de um cadastro (unidade industrial, setor, equipamento, porte do equipamento, etc.) de tal forma que agrupados convenientemente, substituem com vantagens os nomes originais de um item e seus constituintes. Exemplo de um item e sua localizao: - Rolamento 6205. Lado da frente do eixo do motor eltrico de acionamento do eixo portaferramenta e mesa porta-pea da geradora de engrenagens do tipo rennia localizada no setor de fresagem do curso de mecnica do CEDTEC. Seria muito mais fcil utilizar um cdigo para referncia ao item mencionado, com vantagens no preenchimento das fichas de inspeo, relatrios, ordens de servio, pedidos de compra, etc., tendo sua decodificao oportuna.

3.2.3 - Cdigo do equipamento Para efeito de correlao das posies operacionais dos equipamentos com os respectivos registros histricos, comum, a utilizao do conceito de CDIGO DE EQUIPAMENTO, composto de vrias partes, que ser identificado como clulas, e associa cada Equipamento aos Sistemas Operacional e Produtivo aos quais est ligado, entendendo-se por Sistema Produtivo a Educao Profissional 14

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estao, planta, fbrica ou qualquer outro tipo de instalao industrial ou de servios, e por Sistema Operacional, ou conjunto de equipamentos que realizam uma funo de uma instalao. Eventualmente, em funo das caractersticas do sistema produtivo, o cdigo de equipamentos pode caracterizar tambm os subsistemas, para os Sistemas Operacionais de grande porte e Componentes de alguns de seus equipamentos prioritrios, quando se desejar isolar o histrico desses componentes dos respectivos equipamentos. Para as instalaes que ocupam vasta rea, o cdigo pode tambm conter, em uma de suas clulas, a Localizao Fsica do equipamento em relao ao Sistema Operacional ou sua Posio Geogrfica na rea de produo. A figura a seguir ilustra um exemplo de cdigo de equipamentos, com as caractersticas acima assinaladas, composto de sete clulas com critrio misto de identificao, uma vez que algumas clulas usam sistema numrico de identificao, outras alfabtico, outras alfanumrico.

Figura 3.5 Alm do Cdigo de Equipamento podero ser atribudos cdigos para componentes (peas de reposio), cdigo para manuteno, etc. como exemplo: Cdigo de avarias - Indica a origem ou a causa da avaria (especificao errada, montagem incorreta, desalinhamento, curto-circuito, desgaste, ruptura, deformao, etc.). Cdigo de servio - indica o tipo de servio (troca de rolamento, soldagem, troca de redutor, etc.). Pode-se, ainda atribuir cdigos para: prioridade de servio (emergncia, urgente, normal) causa do servio (avaria normal, anormal, construo, mudanas, alteraes, etc.), natureza do servio (acidente de operao, no programado, programado turno a turno, reparo peridico, etc.). Visando permitir uma seqncia hierrquica do cdigo do equipamento, que possibilite a obteno e relatrios em diversos nveis gerenciais, recomendamos que tenha a seguinte composio: 15

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1) Sistema Produtivo 2) Sistema Operacional 3) Equipamento 4) Classe Observa-se que nessa seqncia inclumos a CLASSE do equipamento no Cdigo, que ir indicar sua importncia operacional no processo produtivo. A identificao das CLASSES, facilita o estabelecimento de prioridades de execuo da manuteno e serve como referncia anlise de listagens histricas, pois a incidncia de ocorrncias em equipamentos com maior grau de classificao, dever receber ateno especial do analista de controle e da superviso de execuo de manuteno em relao aos de menor classificao, podendo servir tambm como elemento orientativo de formatao de relatrios para anlise de ocorrncias. Por essa razo recomendvel evitar o desmembramento excessivo das CLASSES, visando facilitar a seleo analtica dos resultados (listagens ou telas) e, como sugesto so apresentadas as seguintes caracterizaes: Classe A- Equipamento cuja parada interrompe o processo produtivo e por esta razo sua programao de manuteno preventiva deve ser rigorosamente cumprida. Classe B- Equipamento que participa do processo produtivo, porm sua parada por algum tempo no interrompe a produo e assim, sua programao de manuteno preventiva deve ser executada dentro de uma determinada faixa de tempo. Classe C- Equipamento que no interfere no processo produtivo e, em conseqncia sua programao preventiva pode deixar de ser executada, se impactarem nos custos previstos da manuteno (mo-de-obra, materiais, etc.).

ALGORITMO DE CLASSIFICAO

Figura 3.6

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S Q P F M

LEGENDA Segurana Qualidade Produo Falha Manutenabilidade (custos e tempos)

4 - ESTRATGIAS DE MANUTENO CORRETIVA PREVENTIVA TRADICIONAL PREDITIVA PERIDICA MONITORAMENTO

4.1 - MANUTENO CORRETIVA Consideremos uma linha de produo de uma fbrica de calados e que a mquina que faz as costuras no solado pare de funcionar por um motivo qualquer. Se as providncias no forem tomadas imediatamente, toda a produo de calados com costura no solado ficar comprometida. Diante de situaes como esta, a manuteno corretiva dever entrar em ao. Mas, o que manuteno corretiva? a manuteno efetuada aps a ocorrncia de uma pane, destinada a recolocar um item em condies de executar uma funo requerida. (NBR 5462/94). Esse tipo de manuteno baseia-se na seguinte filosofia: equipamento parou, manuteno conserta imediatamente. O tempo para reparao geralmente longo, pois no se tem definido o problema. No se sabe o nmero exato de pessoal necessrio ao reparo, no se sabe da existncia de peas de reposio e, alm disso, a correria para reparao de um equipamento vital produo da empresa traz improvisaes, tentativas frustrantes de acerto, impensveis solues que podero determinar um dano ainda maior mquina ou instalao, com a possibilidade de ocorrncia de acidentes de trabalho. Embora, seja um mtodo dispendioso de execuo da manuteno, no h indstrias que possam dispens-lo, j que os equipamentos no possuem confiabilidade total contra quebras. Nos dias atuais, para equipamentos no vitais produo de uma empresa, ou ainda, linhas de produo que possuam equipamentos de reserva (tipo stand by) a manuteno corretiva a mais econmica e vivel. No existe filosofia, teoria ou frmula para dimensionar uma equipe de manuteno corretiva, pois nunca se sabe quando algum vai ser solicitado para atender aos eventos que requerem a presena dos mantenedores. Por esse motivo, as empresas que no tm essa manuteno programada e bem administrada convivem com o caos, pois nunca haver pessoal de manuteno suficiente para atender s solicitaes. Mesmo que venham a contar com o pessoal de manuteno em quantidade suficiente, no sabero o que fazer com os mantenedores em poca em que tudo caminha tranqilamente. Educao Profissional 17

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por esse motivo que, normalmente, a manuteno aceita servios de montagem para executar e nunca cumprem os prazos estabelecidos, pois h ocasies em que ter de decidir se atente s emergncias ou continua montando o que estava programado. Como as ocorrncias de emergncias so inevitveis, sempre haver necessidade de uma equipe para esses atendimentos, mesmo porque, no se deve se ter 100% de manuteno preventiva. Dependendo do equipamento, s vezes mais conveniente, por motivos econmicos, deix-lo para resolver o problema por atendimento de emergncia. Mesmo em empresas que no podem ter emergncias, s vezes elas ocorrem com resultados geralmente catastrficos. Exemplo: empresas areas. Nas empresas que convivem com emergncias que podem redundar em desastres, deve haver uma equipe muito especial de manuteno, cuja funo eliminar ou minimizar essas emergncias. A filosofia que deve ser adotada : Emergncias no ocorrem, so causadas. Elimine a causa e voc no ter novamente a mesma emergncia. Atendimento A equipe de manuteno corretiva deve estar sempre em um local especfico para ser encontrada facilmente e atender produo de imediato. Como a equipe no sabe o local onde vai atuar, o usurio com problemas dever solicitar o atendimento por telefone, porm, para os efeitos de registro e estatstica, ele dever emitir um documento, atualmente so utilizados softwares de manuteno, todavia algumas empresas ainda utilizam fichrios conforme modelo a seguir: Equipamento ................................. da seo ................................. parou s ............... horas do dia .............. Um analista de equipe de manuteno corretiva atende ao chamado, verifica o que deve ser feito e emite uma ficha de execuo para sanar o problema. Um modelo de ficha de execuo dado a seguir. FRENTEFicha de Execuo Unidade............................................................................. Data ...................................... Equipamento.................................. Conjunto ............................ Subconjunto ............ Inspeo ...................................................................................... Parada de ........................................................................................................ Produo ........................................................................................................ Trabalho a realizar ................................................................... Natureza de ......................................................................................................... Avaria ........................................................................................................ Trabalho realizado .................................................................... Causa de ........................................................................................................ Avaria ........................................................................................................ Prevista Realizada Parada de Produo; Visto

Figura 4.1

VERSO

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Figura 4.2

O preenchimento da frente da ficha de execuo deve seguir os passos:

Preencher o campo unidade ou rea onde o equipamento est localizado; Preencher o campo data; Preencher o campo equipamento citando o nome do equipamento; Preencher os campos conjunto e subconjunto; Preencher o campo trabalho a realizar especificando exatamente o que fazer e onde fazer; Preencher o campo trabalho realizado; Preencher o campo parada da produo colocando o cdigo 00 quando for emergncia (servio no programado) e cdigo 11 quando for preventiva (servios programados); Preencher o campo natureza da avaria e causas da avaria citado nas tabelas 4..1 e 4..2: Tabela 4..2 NATUREZA DA AVARIA Deslocamento do equipamento Ruptura Cisalhamento Trinca Esmagamento Entalhe Perfurao Corroso Eroso Oxidao Engripamento Estrangulamento Entupimento Descarrilhamento Aquecimento Desregulagem Desaperto Curto-circuito Colamento CDIGO 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 30 31 19

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Perda de Perda de Perda de Perda de

propriedades fsicas propriedades qumicas propriedades trmicas propriedades eltricas

32 33 34 35

Tabela 4.3 CAUSAS DA AVARIA Introduo de lquidos gordurosos exteriores ao equipamento Introduo de lquidos no gordurosos exteriores ao equipamento Introduo de p qumico na mquina Incrustao Introduo de corpo slido exterior mquina Falta de filtragem Introduo de ar no sistema Introduo de lquidos gordurosos procedentes da mquina Introduo de lquidos no gordurosos procedentes da mquina Introduo de p procedente da mquina Introduo de corpo slido Influncia da umidade Influncia de temperatura baixa Influncia de temperatura elevada Atmosfera corrosiva Desgaste excessivo Falta de isolamento trmico Abaixamento do solo Modificaes geomtricas dos suportes Ligao errada Defeito de material Erro de fabricao Pea de reposio no adequada Erro de concepo Defeito de montagem M ajustagem Manobra errada da operao Falta de limpeza Excesso de carga Desaperto Falta de lubrificao Choques Vibrao anormal Atrito CDIGO 11 12 15 16 17 18 19 21 22 25 27 31 32 33 35 41 42 43 44 49 50 51 52 53 54 55 56 60 61 62 72 73 74 75

As relaes de natureza e causas das tabelas 4.2 e 4.3 no so definitivas. Elas podem e devem ser ampliadas. Salientemos que, para se colocar o cdigo de natureza e causa de avaria necessrio analisar profundamente o problema, pois existe sempre uma causa para outro tipo de natureza que varia. Exemplo: desgaste de um eixo. 20

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Nesse exemplo, temos como natureza, o desgaste do eixo e como causa do desgaste a falta de lubrificao, porm, o que causou a falta de lubrificao? O preenchimento do verso da ficha de execuo deve seguir os passos: Preencher o campo chapa com a identificao do funcionrio; Preencher o campo data; Preencher o campo incio, trmino e durao do trabalho.

Os campos data, incio, trmino e durao do trabalho na primeira linha do verso apresentaro apenas eventos previstos. Somente a partir da segunda linha que apresentaro eventos realizados, de acordo com o desenvolvimento do trabalho. Quando o trabalho tiver sido executado, fecha-se a coluna durao e transfere-se o resultado obtido (horas, dias) para o campo realizada, existente na frente da ficha. Aps isso, pede-se para a chefia colocar o visto no respectivo campo para liberao do equipamento. A equipe de manuteno, evidentemente, dever eliminar as emergncias; porm, sempre se preocupando em deixar o equipamento trabalhando dentro de suas caractersticas originais, de acordo com seu projeto de fabricao. Aps o conserto e a liberao do equipamento para a produo, o analista de manuteno corretiva obrigado a enviar para o setor de Engenharia da Manuteno um relatrio de avaria. Nesse relatrio o analista pode e deve sugerir alguma providncia ou modificao no projeto da mquina para que o tipo de avaria ocorrida e solucionada no venha a se repetir.

Modelo de relatrio de avaria Abaixo ser apresentado um modelo de relatrio de avaria e onde ser mostrado como preenchlo.RELATRIO DE AVARIA Unidade ............................................................................................................. Equipamento ..................................... Conjunto ............................................ Subconjunto ......................................................... Data ................................ Natureza da Avaria ....................................................................................... ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. Causa da Avaria............................................................................................... ............................................................................................................................. ............................................................................................................................. . ........................................................................................................................... Sugesto............................................................................................................ ............................................................................................................................. .............................................................................................................................

Figura 4.9

O preenchimento do relatrio de avaria deve seguir os passos: Preencher o campo unidade com nome e cdigo de onde o equipamento est localizado; Preencher o campo equipamento com nome e cdigo; Preencher o campo subconjunto com cdigo; Educao Profissional 21

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Preencher o campo data com a data da ocorrncia; Preencher o campo natureza da avaria com cdigo (tabela 1.2) e relatar a ocorrncia; Preencher o campo causa da varia com cdigo (tabela 1.3) e relatar a causa fundamental; Preencher o campo sugesto indicando alguma providncia ou modificao no projeto;

Observao: conveniente ressaltar que os modelos de ficha de execuo e os modelos de relatrio de avaria mudam de empresa para empresa, bem como os cdigos de natureza da avaria e suas causas. No h, infelizmente, uma norma a respeito do assunto.

4.2 - MANUTENO PREVENTIVA Considere um motor de automvel. De tempos em tempos o usurio dever trocar o leo do crter. No realizando essa operao peridica, estaria correndo o risco de danificar os elementos que constituem o motor. Como o usurio faria para poder controlar essa troca peridica do leo do motor? Para realizar esse controle, o usurio dever acompanhar a quilometragem do carro e, baseado nela, fazer a previso da troca do leo. Essa previso nada mais do que uma simples manuteno preventiva.

Objetivos Os principais objetivos das empresas so, normalmente, reduo de custos, qualidade do produto, aumento de produo, preservao do meio ambiente, aumento da vida til dos equipamentos e reduo de acidentes do trabalho. a) Reduo de custos Em sua grande maioria, as empresas buscam reduzir os custos incidentes nos produtos que fabricam. A manuteno preventiva pode colaborar atuando nas peas sobressalentes, nas paradas de emergncia etc., aplicando o mnimo necessrio, ou seja, sobressalente X compra direta; horas ociosas X horas planejadas; material novo X material recuperado. b) Qualidade do produto A concorrncia no mercado nem sempre ganha com o menor custo. Muitas vezes ele ganha com um produto de melhor qualidade. Para atingir a meta qualidade do produto, a manuteno preventiva dever ser aplicada com maior rigor, ou seja: mquinas deficientes X mquinas eficientes; abastecimento deficiente X abastecimento otimizado. c) Aumento de produo O aumento de produo de uma empresa se resume em atender demanda crescente do mercado. preciso manter a fidelidade dos clientes j cadastrados e conquistar outros, mantendo os prazos de entrega dos produtos em dia. A manuteno preventiva colabora para o alcance desta meta atuando no binmio produo atrasada X produo em dia. d) Efeitos no meio ambiente Em determinadas empresas, o ponto mais crtico a poluio causada pelo processo industrial. Se a meta da empresa for a diminuio ou eliminao da poluio, a manuteno preventiva, como primeiro passo, dever estar voltada para os equipamentos antipoluio, ou seja, equipamentos sem acompanhamento X equipamentos revisados; poluio X ambiente normal.

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e) Aumento da vida til dos equipamentos O aumento da vida til dos equipamentos um fator que, na maioria das vezes, no pode ser considerado de forma isolada. Esse fator, geralmente, conseqncia de: Reduo de custos; Qualidade do produto; Aumento de produo; Efeitos do meio ambiente.

A manuteno preventiva, atuando nesses itens, contribui para o aumento da vida til dos equipamentos. f) Reduo de acidentes de trabalho No so raros os casos de empresas cujo maior problema a grande quantidade de acidentes. Os acidentes no trabalho causam: Aumento de custos; Diminuio do fator qualidade; Efeitos prejudiciais ao meio ambiente; Diminuio de produo; Diminuio da vida til dos equipamentos.

A manuteno preventiva pode colaborar para a melhoria dos programas de segurana e preveno de acidentes.

Desenvolvimento Considere uma indstria ainda sem nenhuma manuteno preventiva, onde no haja controle de custos e nem registros ou dados histricos dos equipamentos. Se essa indstria desejar adotar a manuteno preventiva, deve-se percorrer as seguintes fases iniciais do desenvolvimento: a) Decidir qual o tipo de equipamento que dever marcar a instalao da manuteno preventiva com base no feeling da superviso de manuteno e de operao; b) Efetuar o levantamento e posterior cadastramento de todos os equipamentos que sero escolhidos para iniciar a instalao da manuteno preventiva (plano piloto); c) Redigir o histrico dos equipamentos, relacionando os custos de manuteno (mo-deobra, materiais e, se possvel, lucro cessante nas emergncias), tempo de parada para os diverso tipos de manuteno, tempo de disponibilidade dos equipamentos para produzirem, causas das falhas etc; d) Elaborar os manuais de procedimentos para manuteno preventiva, indicando as freqncias de inspeo com mquinas operando, com mquinas paradas e as intervenes; e) Enumerar os recursos humanos e materiais que sero necessrios instalao da manuteno preventiva; f) Apresentar o plano para aprovao da gerncia e da diretoria; g) Treinar e preparar a equipe de manuteno.

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Execuo da manuteno preventiva a) Ferramenta e pessoal Se uma empresa contar com um modelo organizacional timo, com material sobressalente adequado e racionalizado, com bons recursos humanos, com bom ferramental e instrumental e no tiver quem saiba manuse-los, essa empresa estar perdendo tempo no mercado. A escolha do ferramental e instrumental importante, porm, mais importante o treinamento da equipe que ir utiliz-los. b) Controle da manuteno Em manuteno preventiva preciso manter o controle de todas as mquinas com o auxlio de fichas individuais. por meio das fichas individuais que se faz o registro da inspeo mecnica da mquina e, com base nessas informaes, a programao de sua manuteno. Quanto forma de operao do controle, h quatro sistemas: manual, semi-automatizado, automatizado e por microcomputador. Controle manual o sistema no qual a manuteno preventiva e corretiva so controladas e analisadas por meio de formulrios e mapas, preenchidos manualmente e guardados em pastas de arquivo. Esquematicamente:

Figura 4.10 Controle semi-automatizado o sistema no qual a interveno preventiva controlada com o auxlio do computador, e a interveno corretiva obedece ao controle manual. Esquematicamente:

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Figura 4.11 A fonte de dados desse sistema deve fornecer todas as informaes necessrias para serem feitas as requisies de servio, incluindo as rotinas de inspeo e execuo. O principal relatrio emitido pelo computador deve conter, no mnimo: O tempo previsto e gasto; Os servios realizados; Os servios reprogramados (adiados); Os servios cancelados.

Esses dados so fundamentais para a tomada de providncias por parte da superviso. Controle automatizado o sistema em que todas as intervenes da manuteno tm seus dados armazenados pelo computador, para que se tenha listagens, grficos e tabelas para anlise e tomada de decises, conforme a necessidade e convenincia dos vrios setores da manuteno. Esquematicamente:

Figura 4.12

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Controle por microcomputador o sistema no qual todos os dados sobre as intervenes da manuteno ficam armazenados no microcomputador. Esses dados so de rpido acesso atravs de monitor de vdeo ou impressora. Esquematicamente:

Figura 4.13 A manuteno preventiva obedece a um padro previamente esquematizado, que estabelece paradas peridicas com a finalidade de permitir a troca de peas gastas por novas, assegurando assim o funcionamento perfeito da mquina por um perodo predeterminado. O mtodo preventivo proporciona um determinado ritmo de trabalho, assegurando o equilbrio necessrio ao bom andamento das atividades. Os controles das peas de reposio um problema que atinge todos os tipos de indstria. Uma das metas a que se prope o rgo de manuteno preventiva a diminuio sensvel dos estoques. Isso se consegue com a organizao dos prazos para reposio de peas. Assim, ajustam-se os investimentos para o setor. Se uma pea de conjunto que constitui em mecanismo estiver executando seu trabalho de forma irregular, ela estabelecer, fatalmente, uma sobrecarga nas demais peas que esto interagindo com ela. Como conseqncia, a sobrecarga provocar a diminuio da vida til das demais peas do conjunto. O problema s pode ser resolvido com a troca da pea problemtica, com antecedncia, para preservar as demais peas. Em qualquer sistema industrial, a improvisao um dos focos de prejuzo. verdade que quando se improvisa pode-se evitar a paralisao da produo, mas perde-se em eficincia. A improvisao pode e deve ser evitada por meio de mtodos preventivos estabelecidos pelos tcnicos de manuteno preventiva. A aplicao de mtodos preventivos assegura um trabalho uniforme e seguro. O planejamento e a organizao, fornecidos pelo mtodo preventivo, so uma garantia aos homens da produo que podem controlar, dentro de uma faixa de erro mnimo, a entrada de novas encomendas. Com o tempo, os industriais foram se conscientizando de que a mquina que funcionava ininterruptamente at quebrar acarretava vrios problemas que poderiam ser evitados com simples paradas preventivas para lubrificao, troca de peas gastas e ajustes. Com o auxlio dos relatrios escritos sobre os trabalhos realizados, so suprimidas as inconvenincias das quebras inesperadas. Isso evita a difcil tarefa de trocas rpidas de mquinas e improvisaes que causam o desespero do pessoal da manuteno corretiva. 26

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A manuteno preventiva um mtodo aprovado e adotado atualmente em todos os setores industriais, pois abrange desde uma simples reviso com paradas que no obedecem a uma rotina at a utilizao de sistemas de alto ndice tcnico. A manuteno preventiva abrange cronogramas nas quais so traados planos e revises peridicas completas para todos os tipos de materiais utilizados nas oficinas. Ela inclui, tambm, levantamento que visam facilitar sua prpria introduo em futuras ampliaes do corpo da fbrica. A aplicao do sistema de manuteno preventiva no deve se restringir a setores, mquinas ou equipamentos. O sistema deve abranger todos os setores da indstria para garantir um perfeito entrosamento entre eles, de modo tal que, ao se constatar uma anomalia, as providncias independam de qualquer outra regra que por ventura venha a existir em uma oficina. Essa liberdade, dentro da indstria, fundamental para o bom funcionamento do sistema preventivo. O aparecimento de focos que ocasionam descontinuidade no programa deve ser encarado de maneira sria, organizando-se estudos que tomem por base os relatrios preenchidos por tcnicos da manuteno. Estes devero relatar, em linguagem simples e clara, todos os detalhes do problema em questo. A manuteno preventiva nunca dever ser confundida com o rgo de comando, apesar dela ditar algumas regras de conduta a serem seguidas pelo pessoal da fbrica. manuteno preventiva cabe apenas o lugar de apoio ao sistema fabril. O segredo para o sucesso da manuteno preventiva est na perfeita compreenso de seus conceitos por parte de todo o pessoal da fbrica, desde os operrios presidncia. A manuteno preventiva, por ter um alcance externo e profundo, deve ser organizada. Se a organizao da manuteno preventiva carecer da devida solidez, ela provocar desordens e confuses. Por outro lado, a capacidade e o esprito de cooperao dos tcnicos so fatores importantes para a manuteno preventiva. A manuteno preventiva deve, tambm, ser sistematizada para que o fluxo dos trabalhos se processem de modo correto e rpido. Sob esse aspecto, necessrio estabelecer qual dever ser o sistema de informaes empregado e os procedimentos adotados. O desenvolvimento de um sistema de informaes deve apresentar definies claras e objetivas e conter a delegao das responsabilidades de todos os elementos participantes. O fluxo das informaes dever fluir rapidamente entre todos os envolvidos na manuteno preventiva. A manuteno preventiva exige, tambm, um plano para sua prpria melhoria. Isto conseguido por meio do planejamento, execuo e verificao dos trabalhos que so indicadores para se buscar a melhoria dos mtodos de manuteno, das tcnicas de manuteno e da elevao dos nveis de controle. Esta a dinmica de uma instalao industrial. Finalmente, para se efetivar a manuteno preventiva e alcanar os objetivos pretendidos com sua adoo, necessrio dispor de um perodo de tempo relativamente longo para contar com o concurso dos tcnicos e dos dirigentes de alto gabarito. Isso vale a pena, pois a instalao do mtodo de manuteno preventiva, pela maioria das grandes empresas industriais, a prova concreta da pouca eficincia do mtodo de manuteno corretiva.

4.2.1 - Manuteno Preventiva Tradicional A Manuteno Preventiva Tradicional, de acordo com a NBR 5462/94, a manuteno efetuada em intervalos pr-determinados ou de acordo com critrios prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradao do funcionamento de um item.

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A manuteno preventiva funciona por programao, com isso evita os atropelos da corretiva, distribuem melhor a mo-de-obra existente, evitando ociosidades ou acmulo de servios. A manuteno preventiva tradicional centraliza suas aes na substituio programada de itens (componentes) de equipamentos, baseando-se na vida til estimada, tomando-se como parmetro: horas trabalhadas, quilmetros rodados, milhes de rotaes, etc.). um mtodo que traz bons resultados quando bem programado, porm, de custo elevado, pois o estoque de sobressalentes grande e variado, as paradas de produo so mais freqentes, como tambm, a troca de certos itens pode ser prematura.

4.2.2 - Manuteno Preventiva Preditiva De acordo com a NBR 5462/94, Manuteno Preventiva Preditiva, a manuteno que permite garantir uma qualidade de servio desejada, com base na aplicao sistemtica de tcnicas de anlise, utilizando-se de meios de superviso centralizados ou de amostragem para reduzir ao mnimo a manuteno preventiva e diminuir a manuteno corretiva.

Conceito de manuteno preditiva Manuteno preditiva aquela que indica as condies reais de funcionamento das mquinas com base em dados que informam o seu desgaste ou processo de degradao. Trata-se da manuteno que prediz tempo de vida til dos componentes das mquinas e equipamentos e as condies para que esse tempo de vida seja bem aproveitado. Na Europa, a manuteno preditiva conhecida pelo nome de manuteno condicional e nos Estados Unidos recebe o nome de preditiva ou previsional. A execuo da manuteno preditiva baseia-se nas inspees1 peridicas (visual ou com aparelhos) do funcionamento dos equipamentos. A idia principal a de manter o funcionamento do componente at o limite operacional (vida til total), isto : detectar defeitos antes que se concretizem, apontar falhas ainda controlveis e, determinar o que deve ser substitudo, reparado, testado, durante a manuteno. A manuteno preditiva exige investimentos iniciais elevados, j que so necessrios aparelhos e instrumentos confiveis, bem como, pessoal (inspetores) qualificados. Tais investimentos podero ser diludos com um menor estoque de peas sobressalentes, maior disponibilidade do equipamento para a produo, fornecimento de dados mais precisos sobre a qualidade das peas e componentes, assim como, a qualidade dos servios executados pelas equipes de manuteno. Inspees para verificao do estado funcional sempre foram realizadas em qualquer equipamento, em qualquer tempo de nossa histria e por qualquer pessoa ligada direta ou indiretamente quela mquina (operadores, supervisores, mantenedores e at visitantes). Os sentidos humanos como: audio, olfato, tato e viso, aliados s experincias de determinadas pessoas com o funcionamento dos equipamentos, foram durante muitos anos os principais instrumentos para a inspeo. Atualmente somam-se os antigos instrumentos aos novos aparelhos condicionados a uma prvia programao e teremos uma inspeo mais criteriosa com condies de analisar as causas e os efeitos dos problemas funcionais dos equipamentos.

1

Inspeo: So verificaes, previamente estabelecidas, do estado em que se encontram as peas ou componentes dos equipamentos.

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A inspeo poder ser realizada das seguintes maneiras:

Com o equipamento funcionando podero ser verificados: Vazamentos de leo, graxa ou produto do processo; Vibraes; Rudos estranhos; Fixao de peas; Limpeza; Temperatura; Nvel e presso do leo; Faiscamentos de escovas; Deficincia de ventiladores; Funcionamento de lmpadas de sinalizao, etc.

Com equipamento parado, sem desmontagem, podero ser verificados: Apertos de parafusos e porcas; Vazamentos; Alinhamento de acoplamentos; Trincas superficiais; Corroso; Desgaste (com medio); Limpeza; Estado geral de peas, etc.

Com o equipamento parado e desmontagem parcial (retiradas tampas de proteo e tampas de visita), podero ser inspecionados: Desgastes internos; Lubrificao; Estado das chavetas; Parafusos soltos; Trincas; Teste de isolamento de motores eltricos; Verificao de contadores, etc.

NOTA: A inspeo poder ser realizada com o equipamento desmontado, parcial ou totalmente, o que poder ocorrer em caso de paradas programadas.

4.2.2.1 - Objetivos da manuteno preditiva Os objetivos da manuteno preditiva so: Determinar, antecipadamente, a necessidade de servios de manuteno numa pea especfica de um equipamento; Eliminar desmontagens desnecessrias para inspeo; Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos; Reduzir o trabalho de emergncia no planejado; Impedir o aumento dos danos; Educao Profissional 29

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Aproveitar a vida til total dos componentes e de um equipamento; Aumentar o grau de confiana no desempenho de um equipamento ou linha de produo; Determinar previamente as interrupes de fabricao para cuidar dos equipamentos que precisam de manuteno.

Por meio desses objetivos, pode-se deduzir que eles esto direcionados a uma finalidade maior e importante: reduo de custos de manuteno e aumento da produtividade.

4.2.2.2 - Execuo da manuteno preditiva Para ser executada, a manuteno preditiva exige a utilizao de aparelhos adequados, capazes de registrar vrios fenmenos, tais como: Vibraes das mquinas; Presso; Temperatura; Desempenho; Acelerao.

Com base no conhecimento e anlise dos fenmenos, torna-se possvel indicar, com antecedncia, eventuais defeitos ou falhas nas mquinas e equipamentos.

Figura 4.14

A manuteno preditiva, aps a anlise do fenmeno, adota dois procedimentos para atacar os problemas detectados: estabelece um diagnstico e efetua uma anlise de tendncias.

4.2.2.3 - Diagnstico Detectada a irregularidade, o responsvel ter o encargo de estabelecer, na medida do possvel, um diagnstico referente origem e gravidade do defeito constatado. Este diagnstico deve ser feito antes de se programar o reparo.

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4.2.2.4 - Anlise da tendncia da falha A anlise consiste em prever com antecedncia a avaria ou a quebra, por meio de aparelhos que exercem vigilncia constante predizendo a necessidade do reparo. Graficamente temos:

Figura 4.15

O esquema a seguir, resume o que foi discutido at o momento.

Figura 4.16

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A manuteno preditiva, geralmente, adota vrios mtodos de investigao para poder intervir nas mquinas e equipamentos. Entre os vrios mtodos destacam-se os seguintes: estudo das vibraes; anlise dos leos; anlise do estado das superfcies e anlises estruturais de peas.

4.2.2.5 - Mtodos de investigao da Manuteno Preditiva - Estudo das vibraes Todas as mquinas em funcionamento produzem vibraes que, aos poucos, levam-nas a um processo de deteriorizao. Essa deteriorizao caracterizada por uma modificao da distribuio de energia vibratria pelo conjunto dos elementos que constituem a mquina. Observando a evoluo do nvel de vibraes, possvel obter informaes sobre o estado da mquina. O princpio de anlise das vibraes baseia-se na idia de que a estrutura das mquinas excitadas pelos esforos dinmicos (ao de foras) do sinais vibratrios, cuja freqncia igual freqncia dos agentes excitadores. Se captadores de vibraes forem colocados em pontos definidos da mquina, eles captaro as vibraes recebidas por toda a estrutura. O registro das vibraes e sua anlise permitem identificar a origem dos esforos presentes em uma mquina operando. Por meio da medio e anlise das vibraes de uma mquina em servio normal de produo detecta-se, com antecipao, a presena de falhas que devem ser corrigidas: Rolamentos deteriorados; Engrenagens defeituosas; Acoplamentos desalinhados; Rotores desbalanceados; Vnculos desajustados; Eixos deformados; Lubrificao deficiente; Folga excessiva em buchas; Falta de rigidez; Problemas aerodinmicos; Problemas hidrulicos; Cavitao.

O aparelho empregado para anlise de vibraes conhecido como analisador de vibraes. No mercado h vrios modelos de analisadores de vibraes, dos mais simples aos mais complexos; dos portteis que podem ser transportados manualmente de um lado para outro at aqueles que so instalados definitivamente nas mquinas com a misso de executar monitorao constante. Abaixo, um operador usando um analisador de vibraes porttil e, em destaque, o aparelho.

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Figura 4.17 - Anlise dos leos

Figura 4.18

Os objetivos da anlise dos leos so dois: economizar lubrificantes e sanar os defeitos. Os modernos equipamentos permitem anlises exatas e rpidas dos leos utilizados em mquinas. por meio das anlises que o servio de manuteno pode determinar o momento adequado para sua troca ou renovao, tanto em componentes mecnicos quanto hidrulicos. A economia obtida regulando-se o grau de degradao ou de contaminao dos leos. Essa regulagem permite a otimizao dos intervalos das trocas. A anlise dos leos permite, tambm, identificar os primeiros sintomas de desgaste de um componente. A identificao feita a partir do estudo das partculas slidas que ficam misturadas com os leos. Tais partculas slidas so geradas pelo atrito dinmico entre peas em contato. A anlise dos leos feita por meio de tcnicas laboratoriais que envolvem vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos. Entre os instrumentos e equipamentos utilizados temos viscosmetros, centrfugas, fotmetros de chama, peagmetros, espectrmetros, microscpios, etc. O laboratorista usando tcnicas adequadas, determina as propriedades dos leos e o grau de contaminantes neles presentes. As principais propriedades dos leos que interessam em uma anlise so: ndice de viscosidade; ndice de acidez; ndice de alcalinidade; Ponto de fulgor; Ponto de congelamento;

Em termos de contaminao dos leos, interessa saber quanto existe de: Resduos de carbono; Partculas metlicas; gua.

Assim, como no estudo das vibraes, a anlise dos leos muito importante na manuteno preditiva. a anlise que vai dizer se o leo de uma mquina ou equipamento precisa ou no ser substitudo e quando isso dever ser feito. Educao Profissional 33

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- Anlise do estado das superfcies A anlise das superfcies das peas, sujeitas aos desgastes provocados pelo atrito, tambm importante para se controlar o grau de deteriorizao das mquinas e equipamentos. A anlise superficial abrange, alm do simples exame visual com ou sem lupa vrias tcnicas analticas, tais como: Endoscopia; Holografia; Estroboscopia; Molde e impresso.

- Anlise estrutural A anlise estrutural de peas que compem as mquinas e equipamentos tambm importante para a manuteno preditiva. por meio da anlise estrutural que se detecta, por exemplo, a existncia de fissuras, trincas e bolhas nas peas das mquinas e equipamentos. Em unies soldadas, a anlise estrutural de extrema importncia. As tcnicas utilizadas na anlise estrutural so: Interferometria hologrfica; Ultra-sonografia; Radiografia (raios X); Gamagrafia (raios gama); Ecografia; Magnetoscopia; Correntes de Foucault; Infiltrao com lquidos penetrantes.

4.2.2.6 - Periodicidade dos controles A coleta de dados efetuada periodicamente por um tcnico que utiliza sistemas portteis de monitoramento. As informaes recolhidas so registradas numa ficha, possibilitando ao responsvel pela manuteno preditiva t-las em mos para as providncias cabveis. A periodicidade dos controles determinada de acordo com os seguintes fatores: Nmero de mquinas a serem controladas; Nmero de pontos de medio estabelecidos; Durao da utilizao da instalao; Carter estratgico das mquinas instaladas; Meios materiais colocados disposio para a execuo dos servios.

A tabela a seguir, mostra um exemplo de um programa bsico de vigilncia de acordo com a experincia e histrico de uma determinada mquina.

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Tabela 4.4 Mtodos Utilizados Medio de vibrao PROGRAMA BSICO DE VIGILNCIA Equipamentos Vigiados Equipamentos Necessrios Todas as mquinas Medidor de vibrao giratrias de potncia mdia ou mxima e / ou Analisador equipamentos crticos: motores; Sistemas de vigilncia redutores; permanente compressores; bombas; ventiladores. Todos os rolamentos Medidor especial ou analisador Todos os lugares onde se quiser estudar um movimento, controlar a velocidade ou medir os planos Redutores e circuitos hidrulicos Motores Equipamentos de alta-tenso Distribuio de baixa-tenso Componentes eletrnicos Equipamentos com componentes refratrios Cilindros de compressores Aletas Engrenagens danificadas Estroboscpio do analisador de vibraes Periodicidade da Verificao 3.000 a 1.500 horas

Medio das falhas de rolamentos Anlise estroboscpica

500 horas

Segundo a necessidade

Anlise dos leos

Feita pelo fabricante

6 meses

Termografia

Subcontratao (terceirizao)

12 meses

Exame endoscpico

Endoscopia + fotos

Todos os meses

As vantagens da manuteno preditiva so: Aumento da vida til do equipamento; Controle dos materiais (peas, componentes, partes, etc.) e melhor gerenciamento; Diminuio dos custos nos reparos; Melhoria da produtividade da empresa; Diminuio dos estoques de produo; Limitao da quantidade de peas de reposio; 35

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Melhoria da segurana; Credibilidade do servio oferecido; Motivao do pessoal de manuteno; Boa imagem do servio aps a venda, assegurando o renome do fornecedor.

4.2.2.7 - Limites tcnicos da manuteno preditiva A eficcia da manuteno preditiva est subordinada eficcia e confiabilidade dos parmetros de medida que a caracterizam. Exemplo de alguns parmetros a serem inspecionados e os aparelhos / instrumentos utilizados: Dimenso Paqumetro / Micrmetro. Temperatura Termmetros. Vibrao Medidores de vibrao. Densidade Densmetros. Viscosidade Viscosmetros. Trincas superficiais Lquidos penetrantes, lupas. Trincas internas Ultra-som. Desbalanceamento Balanceadores. Desalinhamento Relgio comparador, laser. Dureza superficial Durmetros. Rudos Decibelmetro.

Cada um dos parmetros a ser inspecionado pode ter critrios diferentes, o que determinar a escolha de mtodos e aparelhos / instrumentos com elevados graus de sofisticao e resoluo. Exemplo: A temperatura pode ser verificada pelo tato do inspetor (at +- 50C), por um termmetro de mercrio, por termmetro digital de contato, por um termmetro digital sem contato, por termopares, pirmetros, tintas de colorao variveis, termoviso, fotografia com pelculas sensveis raios infravermelhos, e outros. A aplicao do instrumento / aparelho correto depende de vrios fatores inerentes ao equipamento que se deseja controlar, do seu funcionamento, da sua periculosidade e acessibilidade, conduzindo mtodos de medidas direta, indireta ou a distncia. Para cada um dos mtodos e instrumentos aparelhos usados, levam-se em conta o conhecimento tcnico e cientfico envolvido, bem como o preparo ou treinamento de inspetor / analista.

4.2.3 - Monitoramento uma ramificao preditiva, num grau de inspeo mximo ou seja, um acompanhamento constante da situao funcional do equipamento atravs de aparelhos / instrumentos. A exemplo da frmula 1, os carros so monitorados dos boxes, tendo parmetros principais do funcionamento do motor avaliado constantemente. um mtodo de acompanhamento de custo elevado e que s tem uma boa relao custo x benefcio em equipamentos vitais para a produo de uma empresa.

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5 FERRAMENTAS MANUAIS5.1 INTRODUO Pode-se considerar como extenso das mos que multiplicam sua fora e habilidade sendo empregadas nos mais variados campos de atividade. Inicialmente, voc ir agrupar ferramentas de seu conhecimento, mesmo que voc no as tenha utilizado, em o que se pode chamar de famlias, segundo sua aplicao e que apresentem o mesmo risco. Medio; Verificao ; Traagem; Impacto; Corte; Fora; Sujeio.

A seguir, sero apresentadas as ferramentas mais comuns e utilizadas nas oficinas mecnicas, sua especificao, aplicao e os meios corretos de como utiliz-las. Para isso foi relacionado, primeiramente, os cuidados de rotina para com as ferramentas: Ao serem apanhadas.

Especial cuidado deve ser tomado com as ferramentas pontiagudas e cortantes. Devem ser apanhadas somente as ferramentas estritamente necessrias. Ao serem transportadas.

O transporte deve ser feito de preferncia em caixas adequadas. Deve ser evitado o transporte no bolso, a no ser, as tipicamente de bolso. Ao subir ou descer escadas verticais, nunca se levam ferramentas na mo. Quando transportadas em cinto porta-ferramentas, deve-se ter o cuidado de no derrub-las sobre outras pessoas. Durante o trabalho.

As ferramentas devem ser dispostas em lugares seguros, onde no possam cair e ferir algum. No colocar sobre parte mveis de mquinas ou estruturas sujeitas a vibraes. No colocar sobre peitoris, corrimo, etc. Antes de serem guardadas.

Sejam limpas. Inspecionadas, especialmente cabos e partes submetidas a esforos. Lubrificadas quando tiverem partes mveis, como alicates, chaves inglesas, etc. Ao serem guardadas.

As ferramentas de corte de preciso devem ser guardadas com os cortes protegidos. Cada ferramenta deve ser guardada nos locais que lhe so determinadas. 37

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5.2- CHAVES DE BOCA E ESTRELA

a) Material: geralmente forjadas em ao cromo-vandio. b) Tipos, especificao e aplicao: Chave estrela 45 de 21 x 23mm So leve e resistentes e possuem a qualidade de mltiplo posicionamento, que facilita o trabalho tornando-o mais seguro, pois mais difcil a porca ou a cabea do parafuso escapar. A elevao da haste em um ngulo de 45 permite que a mo passe livre sobre pequenos obstculos, evitando escoriaes nos dedos.

Chave de boca fixa 1 1/16 x 1 1/4" Tem boca inclinada em 15, sendo aplicadas sobre as porcas ou cabeas de parafusos a fim de aperta-las ou solt-los, sendo necessrio um setor livre com ngulo maior de 30.

Figura 5.1

Figura 5.2 A chave de boca fixa simples compreende dois tipos, tais como: de uma boca e de duas bocas.

Figura 5.3

Figura 5.4 Utiliza o princpio da alavanca para apertar ou desapertar parafusos e porcas.

Chave combinada Neste modelo combina-se os dois tipos bsicos existentes: de boca e de estrias. A de estrias mais usada para quebrar o aperto e a de boca para extrair por completo a porca ou parafuso.

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Figura 5.5

c) Utilizao e cuidados: A boca deve ser justa porca e bem encaixada para que o trabalho seja seguro. Boca folgada no permite bom aperto, podendo escapar.

Figura 5.6

Usar calos para compensar a folga outra coisa condenvel, tanto sob o ponto de vista tcnico como de segurana.

Figura 5.7

Figura 5.8

Se o esforo deve ser grande no convm aumentar o brao da alavanca para exercer maior torque; prejudicial chave, no h controle do esforo e perigoso.

Figura 5.9

Exercer esforo com o peso do corpo outro erro, as chaves devem ser foradas somente com a fora dos braos.

Figura 5.10

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De preferncia deve-se puxar a chave.

Figura 5.11

Ao empurrar, se a chave se quebrar, escapar ou se quebrar o parafuso, a mo ir contra o obstculo que estiver na frente. Em casos especiais deve-se empurr-la com a mo espalmada, a fim de prevenir qualquer surpresa desagradvel.

Figura 5.12

Figura 5.13

Cuidado especial deve-se ter em lugares altos: o escape da chave poder acarretar o desequilbrio e queda do usurio. Usar chaves como alavanca ou martelo to condenvel que dispensa ilustrao. Valendo ressaltar que no devem ser atingidas por martelos.

Figura 5.14

Figura 5.15

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5.3 - CHAVES DE FENDA E PHILLIPS. a) Material: sua haste feita em ao carbono e seu cabo em resina ou plstico, sendo inclusive mais seguros e eficientes, especialmente quanto isolao.

Figura 5.16 b) Tipos, especificao e aplicao: Chave de fenda 1/4" x 8 utilizada para girar parafusos com fenda de aproximadamente 1/4", devendo preencher toda a fenda atingindo, inclusive o fundo. Chave phillips cotoco de 1/4" x 1.1/2 uma variao da chave comum, pois s a ponta que varia, tenda esta uma forma cruzada, o que oferece mais segurana proporcionando trabalhos mais satisfatrios.

Figura 5.17

Chave de Fenda - A chave de parafuso de fenda uma ferramenta de aperto constituda de uma haste cilndrica de ao carbono, com uma de suas extremidades forjada em forma de cunha e a outra em forma de espiga prismtica ou cilndrica estriada, onde acopla-se um cabo de madeira ou plstico.

empregada para apertar e desapertar parafusos cujas cabeas tenham fendas ou ranhuras que permitam a entrada da cunha.

Figura 5.18

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c) Utilizao e cuidados:

Figura 5.19

1- Como alavanca um erro prejudicial;

Figura 5.20

2- Como talhadeira um erro imperdovel; 3- Pressionando-a contra a mo um erro perigoso.

Figura 5.21

5.4 - CHAVE HEXAGONAL ALLEN a) Material: Ao carbono b) Especificao e aplicao: Chave hexagonal 3/8 x 1.375 x 4.250 Utilizada em parafusos com encaixe interno sextavado de 3/8. encontrada em jogo de seis ou sete chaves.

c) Utilizao e cuidados: Pode ser considerada um tipo especial de chave de fenda, desde que se introduza na fenda hexagonal da cabea do parafuso, se exerce esforo atravs do brao de alavanca da haste o que d certa semelhana com as chaves de boca. Merece, pois, cuidados semelhantes aos das chaves de boca e de fenda.

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Figura 5.22

5.5 - CHAVE DE BOCA REGULVEL OU CHAVE INGLESA.

Figura 5.23

a) Material: Ao carbono b) Especificao e aplicao: Chave de boca regulvel de 12x 1 5/16 Utilizada em porcas ou cabeas de parafusos para aperta-los ou solt-los. Sendo estas chaves mais versteis, exigem mais cuidados.

Permite abrir ou fechar a mandbula mvel da chave, por meio de um parafuso regulador ou porca. Existem dois tipos: chave inglesa e chave de grifo. A limpeza e lubrificao so fatores importantes para conservao dessas ferramentas e para segurana de seus usurios. A boca deve ser sempre regulada, bem justa, ao tamanho da porca. O esforo deve ser feito somente no sentido de forar contra a parte fixa da chave.

Figura 5.24

Figura 5.25

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Figura 5.26 5.6 - SACA POLIAS a) Material: Geralmente em ao carbono. b) Tipos, especificao e aplicaes.

Duas Garras:

Fixas

Articuladas

Garra deslizante

Figura 5.27

Figura 5.28

Figura 5.29

So utilizados em tarefas de desmontagem de polias, engrenagens, rolamentos, acoplamentos sobre eixos. Dados para especificao: Caractersticas gerais, material, acabamento, abertura mxima, profundidade mxima.

Trs Garras Fixas Articuladas

Figura 5.30 Educao Profissional

Figura 5.31 44

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Mesmas condies de utilizao de saca-polias de duas garras, porm, em servios um pouco mais pesados. Estes centralizam melhor. Dados para especificao: Os mesmos da saca-polias de duas garras.

c) Utilizao em cuidados Durante ou aps o seu uso deve-se ter alguns cuidados: Evitar esforo desnecessrio de danificao dos filetes de rosca do parafuso (tirante) principal; Certificar-se que as garras esto bem fixadas, apoiadas na pea a ser removida, para evitar possveis acidentes e garantir uma agilidade na tarefa; Deve ser verificado a capacidade de torque do saca polias antes de sua utilizao para evitar sua quebra. Em alguns casos, ser necessrio utilizar dispositivos a quente (chuveiros), para aquecer a pea a ser retificada atravs do processo de aquecimento, dilatao.

5.7 - TALHADEIRA E BEDAME a) Material - Ao b) Tipos, especificao e aplicao - A Talhadeira e o Bedame so ferramentas de corte feitas de um corpo de ao, de seco circular, retangular, hexagonal ou octogonal, com um extremo forjado, provido de cunha, temperada e afiada convenientemente, e outro chanfrado denominado cabea.

Figura 5.32

Figura 5.33

Figura 5.34 Utilizao Servem para cortar chapas, retirar excesso de material e abrir rasgos.

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Caractersticas 1. O bisel da cunha simtrico ou assimtrico 2. A aresta de corte deve ser convexa e o ngulo de cunha Varia com o material a ser talhado, conforme, tabela abaixo: Tabela 5.1 CUNHA 50 60 65 70 3. Os tamanhos so entre 150 e 180mm 4. A cabea chanfrada e temperada. A cabea do bedame e da talhadeira chanfrada e temperada brandamente para evitar formao de rebarbas ou quebras. As ferramentas de talhar devem ter ngulos de cunha convenientes, estar bem temperadas e afiadas, para que cortem bem. MATERIAL Cobre Ao Doce Ao Duro Ferro fundido e bronze fundido duro

5.8 - SACA PINOS CNICO E PARALELO a) Material - Ao cromo vanadium fosfatizado Figura 5.35

b) Tipos e especificaes - So utilizados para retirar pinos ou fixar peas mecnicas, em geral. Dados para especificao: Os mesmos do puno de centro. Paralelo: Figura 5.36

So utilizados para retirar pinos, em geral. Dados para especificao: Os mesmos do puno de centro.

5.9 - CHAVES PARA TUBOS

Figura 5.37

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a) Material Cabo e cabea fabricados em ao cromo vanadium. b) Tipos, especificao e aplicao - Caractersticas gerais, comprimento,capacidade de abertura ou dimetro do tubo (mximo). material, acabamento,

c) Utilizao e cuidados - So utilizados em aperto de tubulao rosqueadas.

5.10 - ESPTULAS Figura 5.38

Figura 5.39 a) Material Fabricado em ao fundido niquelado. b) Tipos, especificao e aplicao - Caractersticas gerais, material, acabamento, comprimento. c) Utilizao e cuidados - So utilizadas para remoo de tampas, rotores, flanges, etc. que estejam sujeitos a apertos leves.

5.11 - VERIFICADORES E CALIBRADORES So instrumentos geralmente fabricados de ao, temperado ou no. Apresentam formas e perfis variados. utilizado para verificar e controlar raios, ngulos, folgas, roscas, dimetros e espessuras. Os verificadores e calibradores classificam-se em vrios tipos:

5.11.1 - Verificador de raio Serve para verificar raios internos e externos. Em cada lminas estampada a medida do raio. Suas dimenses variam, geralmente, de 1 a 15mm ou de 1/32 a 1/2.

Figura 5.40 5.11.2 - Verificador de ngulos

Figura 5.41 Educao Profissional

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5.11.3 - Verificador de rosca Usa-se para verificar roscas em todos os sistemas. Em suas lminas est gravado o nmero de fios por polegada ou o passo da rosca em milmetros.

Figura 5.42

5.11.4 - Calibrador de folgas (Apalpador) Usa-se na verificao de folgas, sendo fabricado em vrios tipos. Em cada lmina vem gravada sua medida, que varia de 0,04 a 5mm, ou de 0,0015 a 0,2000.

Figura 5.43

5.12 - TORQUMETRO Para um melhor entendimento sobre torqumetro, necessrio de faz termos bem definido o conceito de torque.

TORQUE A importncia de controlar o aperto aplicado em um parafuso O que torque? De uma forma bem simplificada, torque a resultante de uma fora aplicada em um determinado brao de alavanca. Sua frmula : (T = F X L) sendo, T = torque, F = fora e L = comprimento da alavanca.

Figura 5.44 TORQUE (T) = FORA (F) X DISTNCIA (L) Educao Profissional 48

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Unidades de torques mais usadas: N.m (Newton metro) Kgf. M (Kigrama fora metro) Lbf. Fl (libra fora p)

Onde se aplica o torque? Em parafusos e prisioneiros que fixam peas, componentes, conjuntos, etc. Que efeito produz o torque num parafuso? A aplicao de torque no parafuso produz uma tenso linear (esticamento) e, conseqentemente, um alongamento do mesmo (deformao elstica). A elasticidade do material do parafuso faz com que esse pretenda voltar a sua forma original fixado, assim, o conjunto. A que tenso podemos sujeitar um parafuso? Vrios fatores so levados em considerao na fabricao de um parafuso. So eles: 1. Matria prima (lato, alumnio, ao carbono, ao ligado, ao inoxidvel, etc.);

2. Tratamento trmico aplicado no parafuso. Exemplo: tmpera, revenimento; 3. Tipo e passo da rosca; 4. Acabamento superficial; 5. Coeficiente de atrito. Todos estes fatores iro determinar a classificao de resistncia a que pertence o parafuso, conforme normas internacionais. Veja abaixo o exemplo para um parafuso sextavado M10 conforme DIN 267. Classes de Qualidade Conforme DIN 267 Nominal Sextavado Como determinar o tamanho do parafuso a ser utilizado? O tamanho do parafuso deve ser determinado pelo total de tenso necessria para fixar o conjunto de peas, dentro dos limites seguros de tenso para dado parafuso, conforme especificao do projeto. Porque devemos controlar o torque a ser aplicado num parafuso?

O torque quando excessivo pode: 1. Espanar os fios de rosca do parafuso;

2. Quebrar o parafuso; 3. Empenar um conjunto fixado por parafusos, impedindo seu funcionamento normal; 4. Esmagar juntas ou gaxetas, provocando assim vazamento de gases e lquidos; 5. Trincar o parafuso, fazendo-o falhar mais tarde, pondo em risco vidas humanas e patrimnio.

O torque quando insuficiente pode: 1. Fazer cair o parafuso devido a vibraes da mquina ou do equipamento;

2. Alterar a vedao (junta), o que provoca o vazamento de gases e lquidos entre componentes de mquinas, etc; 49

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3. Comprometer o desempenho da mquina ou equipamento em funo da falta de alinhamento e suporte dos seus componentes entre si; 4. Causar acidentes e danos ao patrimnio. Somente atravs de uma ferramenta denominada torqumetro que conseguiremos aplicar o torque especificado. Os torqumetros devem ser construdos conforme prescries rigorosas de usinagem e montagem. So fabricados com maquinrio especfico e mo-de-obra especializada que asseguram a qualidade do instrumento. A escolha correta da ferramenta para aperto significa segurana, rapidez, facilidade e qualidade para seu trabalho. Cada torqumetro foi desenvolvido para uma diferente aplicao. Segue alguns tipos de torqumetros: torqumetro de estalo com escala / sem escala; torqumetro de relgio; torqumetro de relgio com ponteiro de arraste; torqumetro de escape ou giro livre; torqumetro com cabea intercambivel; torqumetro axial; torqumetro de vareta; torqumetro tipo T; torqumetro digital; torqumetro pneumtico; torqumetros especiais para reas mdicas (esterelizveis); torqumetros para tampas de embalagens; transdutores de torque estticos e rotativos.

JUNTA MECNICA

Figura 5.45

Figura 5.46

Uma junta mecnica roscada oferece a vantagem de desmontagem rpida para inspeo ou reparo de componentes: fixadores podem ser reutilizados. Inspees e reparos podem ser efetuados no campo com um mnimo de ferramentas.

FORA DE FIXAO

Figura 5.47

Figura 5.48

A fora de fixao obtida pelo tensionamento do parafuso e a conseqente compresso dos componentes da junta roscada.

a) A qualidade mais importante da junta a sua resistncia s cargas de trabalho (trao, compresso, cisalhamento e vibrao). Essas cargas, que tendem a provocar a soltura dos componentes da junta, devem ser absorvidas pela fora de fixao induzida na junta durante a 50

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sua montagem. A fora de fixao deve ser maior do que a soma das cargas de trabalho que agem sobre ela.

Figura 5.49

Figura 5.50

b) Como gerar fora de fixao nos componentes da junta? Apertando os componentes da junta uns contra os outros por meio de fixadores roscados, fazendo com que o conjunto se comporte como uma nica pea, resistindo a trao e compresso. O aperto tambm aumenta a frico entre os componentes, que assim resiste melhor a cisalhamento e vibrao. Na junta, a frico, que em muitas outras aplicaes nos rouba parte do nosso esforo, aparece aqui como coadjuvante, pois dificulta o movimento dos componentes entre si, evitando a soltura.

c) Como se v, a fora de fixao da junta muito importante para assegurar um perfeito funcionamento do produto em que se encontra instalada. Se aplicar um aperto pequeno demais, os componentes da junta podem comear a soltar-se debaixo das cargas de trabalho, resultando numa falha catastrfica. Se aplicar um aperto em excesso, pode-se espanar a rosca do fixador, gerando uma tenso que ultrapassa o limite de resistncia do fixador ou envergar os componentes da junta, condies estas que prejudicariam o bom desempenho do produto.

d) H meios prticos de medir a pr-carga num fixador? No. Pode-se recorrer medio do alongamento do fixador que est intimamente ligado a prcarga nele aplicada. Esta medio seria feita por meio de extensmetros ou ondas de ultra-som. S possvel, quando se utiliza parafuso com porca, permitindo acesso s duas extremidades do parafuso. Alm de ser um processo demorado, vale dizer ainda que os equipamentos necessrios para fazer a medio so muito caros, por isso, proibitivo na maioria dos processos de montagem. Poderamos tentar medir a compresso a que sujeitamos os componentes da junta, utilizando transdutores de presso ou sensores de presso instalados na prpria junta. Aps aperto da junta no possvel remover os sensores, tornando-se assim um processo impraticvel.

GERANDO FORA DE FIXAO PELO TORQUE Qual a soluo que resta para aplicar a precarga correta a um fixador? controlar o torque que se aplica ao fixador utilizando um TORQUMETRO ou uma apertadeira motorizada com CONTROLE DE TORQUE, pois estes so os meios mais confiveis.

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AS VARIVEIS NA RELAO TORQUE / TENSO (Fora de fixao) Na poca da elaborao do projeto do produto necessrio estabelecer empiricamente uma relao entre um torque aplicado e a precarga resultante no fixador e a fora de fixao obtida na junta. Esta correlao depende de vrios fatores como: Tipo de junta: junta elstica ou junta rgida; Tipo de rosca (rosca grossa ou rosca fina); Tolerncias da rosca do fixador / parafuso; Folga do furo; Formato da cabea; Existncia de arruelas lisas ou de presso; Acabamento e lubrificao de faces contactantes; Perpendicularidade ou paralelismo dos fixadores e componentes da junta; Tratamento trmico; Componentes de material diferente; Local de aplicao de torque (porca ou cabea do parafuso).

Os ensaios devem sempre ser feitos nas condies mais prximas realidade da montagem. Aps definio da fora de fixao necessria em determinada junta e do relaxamento que deve o