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Meteorologia Aeronaútica
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Carlos Cezar Lobo da Costa
2
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
NDICE
1. INTRODUO......................................................................................................................... 11
2. A TERRA NO ESPAO ............................................................................................................. 12
2.1. Movimentos da Terra ......................................................................................................... 13
2.2. Inclinao da Terra............................................................................................................ 14
2.3. Estaes do Ano................................................................................................................. 15
2.3.1. Solstcio de Inverno................................................................................................... 16
2.3.2. Solstcio de Vero ..................................................................................................... 17
2.3.3. Equincios .................................................................................................................. 17
2.4. Latitudes e Zonas Notveis ............................................................................................... 17
2.4.1. Equador (Latitude Zero) ........................................................................................... 17
2.4.2. Trpicos de Cncer e de Capricrnio .................................................................. 18
2.4.3. Crculo Polar .............................................................................................................. 18
2.4.4. Zona Equatorial ......................................................................................................... 18
2.4.5. Zona Tropical ............................................................................................................. 19
2.4.6. Zona Subtropical ....................................................................................................... 19
2.4.7. Zona Temperada ...................................................................................................... 19
2.4.8. Zona Polar .................................................................................................................. 19
3. A ATMOSFERA TERRESTRE ....................................................................................................... 21
3.1. Composio do Ar Atmosfrico ...................................................................................... 21
3.2. Vapor d'gua...................................................................................................................... 22
3.3. Impurezas............................................................................................................................. 22
3.4. Estrutura Vertical da Atmosfera ....................................................................................... 22
3.4.1. Troposfera................................................................................................................... 23
3.4.2. Tropopausa ................................................................................................................ 24
3.4.3. Estratosfera................................................................................................................. 24
3.4.4. Mesosfera................................................................................................................... 25
3.4.5. Ionosfera ou Termosfera .......................................................................................... 25
3.4.6. Exosfera ...................................................................................................................... 26
3.5. Funo da Atmosfera........................................................................................................ 26
3.5.1. Absoro ............................................................................................................... 26
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
3.5.2. Difuso.................................................................................................................... 27
3.5.3. Reflexo ................................................................................................................. 27
3.5.4. Albedo.................................................................................................................... 27
3.5.5. Efeito Estufa................................................................................................................27
4. TEMPERATURA DO AR ............................................................................................................. 30
4.1. Natureza do Calor e da Temperatura ............................................................................ 30
4.2. Termmetros ........................................................................................................................ 30
4.3. Propagao do Calor ....................................................................................................... 31
4.3.1. Conveco ........................................................................................................... 31
4.3.2. Adveco.............................................................................................................. 32
4.3.3. Conduo ............................................................................................................. 33
4.3.4. Radiao ................................................................ Erro! Indicador no definido.
4.4. Variao Vertical da Temperatura ................................................................................. 32
4.5. Processo
Adiabtico...............................................................................................................34
4.6.Outros Gradientes Trmicos...................................................................................................34
4.7. Variao Horizontal da Temperatura.............................................................................. 37
5. PRESSO ATMOSFRICA ........................................................................................................ 38
5.1. Medidas de Presso........................................................................................................... 38
5.1.1. Barmetro de Mercrio ....................................................................................... 39
5.1.2. Barmetro Aneride............................................................................................. 40
5.2. Unidades de Presso.......................................................................................................... 41
5.3. Variaes da Presso Atmosfrica.................................................................................. 41
5.3.1. Variao da Presso com a Altitude................................................................ 42
5.3.2. Variao Horizontal da Presso ......................................................................... 42
5.3.3. Variao Diuturna da Presso............................................................................ 42
5.3.4. Variao Dinmica da Presso ......................................................................... 43
5.4. Presso da Estao - QFE.................................................................................................. 43
5.5. Presso ao Nvel do Mar - QFF.......................................................................................... 43
5.6. Campos de Presso ........................................................................................................... 44
5.6.1. Superfcie Isobrica.............................................................................................. 44
5.6.2. Isbara.................................................................................................................... 44
5.7. Alta Presso (ou Anticiclone)............................................................................................ 45
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
5.8. Baixa Presso (ou Ciclone) ............................................................................................... 45
5.9. Crista ou Cunha.................................................................................................................. 46
5.10. Cavado.............................................................................................................................. 46
5.11. Colo .................................................................................................................................... 46
6. UMIDADE ATMOSFRICA........................................................................................................ 48
6.1. Medidas da Umidade ....................................................................................................... 48
6.1.1. Umidade Absoluta.................................................................................................... 48
6.1.2. Umidade Relativa ..................................................................................................... 49
6.1.3. Temperatura do Ponto de Orvalho ....................................................................... 50
6.2. Processos Fsicos de Saturao........................................................................................ 50
6.2.1. Acrscimo de Vapor dgua ................................................................................. 50
6.2.2. Por Resfriamento ....................................................................................................... 50
6.2.2.1 Radiao.................................................................................................................
51
6.2.2.2. Adveco.............................................................................................................. 51
6.2.2.3 Efeito Orogrfico................................................................................................... 52
6.2.2.4. Efeito Dinmico.................................................................................................... 52
6.2.2.5. Conveco.......................................................................................................... 52
6.3. Ciclo Hidrolgico................................................................................................................ 53
7. NEBULOSIDADE ....................................................................................................................... 55
7.1. Processos de Formao.................................................................................................... 55
7.2. Classificao das Nuvens ................................................................................................. 56
7.2.1. Nuvens do Estgio Alto ............................................................................................ 56
7.2.2. Nuvens do Estgio Mdio........................................................................................ 58
7.2.3. Nuvens do Estgio Baixo.......................................................................................... 60
7.2.4. Nuvens de Desenvolvimento Vertical......................................................................62
7.3. Miscelneas de Nuvens........................................................................................................... 64
8. NEVOEIRO............................................................................................................................... 70
8.1.Nevoeiro de Radiao....................................................................................................... 70
8.2 Nevoeiro de Adveco........................................................................................................ 70
8.3. Nevoeiro de Evaporao.................................................................................................... 71
8.4. Nevoeiro Frontal..................................................................................................................... 71
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
8.5. Nevoeiro Orogrfico...............................................................................................................
72
9. HIDROMETEOROS E LITOMETEOROS ...................................................................................... 73
9.1. Nvoa mida ...................................................................................................................... 73
9.2 Hidrometeoros que se Precipitam 73
9.2.1. Chuva ......................................................................................................................... 73
9.2.2. Chuvisco..................................................................................................................... 74
9.2.3. gua - Neve............................................................................................................... 74
9.2.4. Granizo........................................................................................................................ 74
9.2.5. Neve............................................................................................................................ 74
9.3. Hidrometeoros que se depositam ................................................................................... 75
9.3.1. Escarcha..................................................................................................................... 75
9.3.2. Orvalho ....................................................................................................................... 75
9.3.3. Geada ........................................................................................................................ 75
9.4. Litometeoros 76
9.4.1. Nvoa Seca ..76
9.4.2.Fumaa ..76
9.4.3. Poeira 77
10. ATMOSFERA PADRO........................................................................................................... 78
10.1. Caractersticas ................................................................................................................. 78
10.2 Superfcies Isobricas........................................................................................................ 79
10.3. Conceitos de Altitudes .................................................................................................... 79
11. ALTIMETRIA ............................................................................................................................ 81
11.1. Ajuste Padro.................................................................................................................... 82
11.2. Erro Altimtrico de Temperatura .................................................................................... 84
11. 3. Altitude Densidade ......................................................................................................... 84
12. VENTO ................................................................................................................................... 87
12.1. Relao entre Presso e Vento ..................................................................................... 88
12.2. Gradiente de Presso ...................................................................................................... 88
12.3. Fora Centrfuga............................................................................................................... 89
12.4. Efeito da Rotao da Terra ............................................................................................ 89
12.5. Circulao dos Ventos .................................................................................................... 90
12.6. Lei de Buys Ballot............................................................................................................... 91
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
12.7. Camada de Frico e Atmosfera Livre........................................................................ 92
12.7.1. Diviso da Camada de Frico .......................................................................... 92
13. CIRCULAO GERAL DOS VENTOS .................................................................................... 94
13.1. Circulao Inferior............................................................................................................ 94
13.2. Circulao Superior dita Predominante de Oeste..................................................... 95
13.3. Circulao Secundria ................................................................................................... 96
13.4. Cisalhamento do Vento.................................................................................................. 98
14. TROVOADAS........................................................................................................................100
14.1. Condies de Desenvolvimento das Trovoadas.........................................................100
14.2. Tipos de
Trovoadas..............................................................................................................10
1
14.3. Desenvolvimento de uma
Trovoada..............................................................................101
14.4. Ciclo de Vida de uma
Trovoada.....................................................................................103
14.4.1. Estgio de Cumulus.............................................................................................. 104
14.4.2. Estgio da
Maturidade.............................................................................................105
14.4.3. Estgio de Dissipao..............................................................................................
106
14.5. Variedades das Trovoadas...............................................................................................
107
14.5.1. Trovoadas Severas....................................................................................................
108
14.6. Perigos de Vo em uma Trovoada.................................................................................110
14.6.1.
Turbulncia..................................................................................................................110
14.6.2. Granizos.......................................................................................................................
111
14.6.3. Formao de Gelo...................................................................................................
111
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
14.6.4. Raios e Eletricidade Esttica...................................................................................
112
14.6.5. Precipitao, Visibilidade e Teto............................................................................112
14.6.6. Efeitos nos Altmetros................................................................................................
113
14.6.7. Ventos de Superfcie.................................................................................................113
14.7. Complexos Convectivos de Mesoescala......................................................................114
14.8. Micro-Exploses (Tesoura de Vento)...............................................................................115
14.9.
Relmpagos.........................................................................................................................116
14.9.1. Eletrizao das Nuvens........................................................................................... 118
14.9.2. Proteo Contra Relmpagos...............................................................................119
14.9.3.Proteo de Pessoas.................................................................................................120
Sprites, Elves e Jatos Azuis....................................................................................................
121
15. SISTEMAS FRONTAIS............................................................................................................ 123
15.1. Massas de Ar...........................................................................................................................
123
15.2. Regies de Origem...............................................................................................................
123
15.3. Classificao das Massas de Ar.........................................................................................
124
15.4. Caractersticas das Massas de Ar......................................................................................125
15.5. Frentes......................................................................................................................................
126
15.5.1.Frente Quente............................................................................................................
128
15.5.2. Frente
Fria....................................................................................................................130
15.5.3. Frente Estacionria...................................................................................................
132
15.5.4. Frente Oclusa.............................................................................................................
133
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
15.5.5. Linhas de Instabilidade............................................................................................134
15.5.6. Frente de Rajada......................................................................................................135
15.5.7. Frentes Frias no Brasil.................................................................................................136
15.5.8. Frentes Quentes no Brasil........................................................................................137
15.5.9. Frontognese e Frontlise.......................................................................................138
16. CONDIES METEOROLGICAS ADVERSAS AO VO................................................... 139
16.1. Restries Visibilidade ............................................................................................... 139
16.2. Fenmenos que Restringem a Visibilidade................................................................ 139
16.3. Tipos de Visibilidade....................................................................................................... 139
16.3.1. Visibilidade Horizontal...............................................................................................
139
16.3.2. Visibilidade Oblqua ............................................................................................. 140
16.4. Fatores Agravantes da Visibilidade............................................................................. 141
17. FORMAO DE GELO EM AERONAVES............................................................................ 141
17.1 Condies para a Formao de Gelo..........................................................................142
17.2. Condies Bsicas do Gelo: ........................................................................................ 142
17.3.Fatores Aerodinmicos para a Formao de Gelo....................................................143
17.4. Tipos de Formao de Gelo......................................................................................... 144
17.4.1. Gelo Claro.............................................................................................................. 144
17.4.2. Gelo Opaco (ou Escarcha) ................................................................................ 144
17.4.3. Geada.................................................................................................................... 144
17.5. Intensidade de Formao de Gelo ............................................................................ 145
17.5.1. Formao Leve..................................................................................................... 145
17.5.2. Formao Moderada.......................................................................................... 145
17.5.3. Formao Forte..................................................................................................... 145
17.6. Sistemas Antigelo............................................................................................................ 146
17.6.1. Sistema Mecnico................................................................................................ 146
17.6.2. Sistema Trmico .................................................................................................... 146
17.6.3. Sistema Qumico ................................................................................................... 146
17.7. reas Crticas de Formao de Gelo......................................................................... 146
17.7.1. Sistema de Carburao..........................................................................................
147
17.7.2. Asas e Empenagem............................................................................................. 147
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
17.7.3. Hlices..................................................................................................................... 148
17.7.4. Tubo de Pitot .......................................................................................................... 148
17.7.5. Antenas................................................................................................................... 148
17.8. Minimizando ou Evitando os Efeitos da Formao de Gelo................................... 148
18. TURBULNCIA ...................................................................................................................... 150
18.1. Causas da Turbulncia.................................................................................................. 150
18.1.1. Correntes Convectivas......................................................................................... 151
18.1.2. Obstrues ao Fluxo de Ar .................................................................................. 151
18.1.3. Ondas de Montanha............................................................................................ 152
18.1.4. Cortante do Vento................................................................................................ 153
18.1.5. Esteira de Grandes Aeronaves ........................................................................... 153
18.2. Helicptderos 154
18.3. Conselhos teis ............................................................................................................... 156
18.4. Graus de Intensidade da Turbulncia ........................................................................ 156
18.4.1. Turbulncia Leve ................................................................................................... 157
18.4.2. Turbulncia Moderada ........................................................................................ 157
18.4.3. Turbulncia Forte................................................................................................... 157
18.4.4. Turbulncia Severa ............................................................................................... 157
19. SERVIO DE METEOROLOGIA AERONUTICA.................................................................. 158
19.1. Rede de Coleta de Dados Bsicos ............................................................................. 158
19.1.1. Estao Meteorolgica de Superfcie (EMS).................................................... 159
19.1.2. Estao Meteorolgica de Altitude (EMA) ...................................................... 160
19.1.3. Estao de Rastreamento de Satlite Meteorolgico (ERS) ........................ .161
19.1.4. Estao de Radar Meteorolgico (ERM)............................................................ 161
19.2. Rede de Centros Meteorolgicos ................................................................................. 158
19.2.1. Centro Regional de Previso de rea (RAFC) ................................................... 158
19.2.2. Centro Meteorolgico de Vigilncia (CMV)...................................................... 159
19.2.3. Centro Meteorolgico de Aerdromo (CMA)................................................... 163
19.2.4. Centro Meteorolgico Militar (CMM) .................................................................. 164
20. INFORMAES METEOROLGICAS.................................................................................... 161
20.1. Mensagem METAR/SPECI ................................................................................................ 165
20.1.1. Estrutura da Mensagem METAR............................................................................ 165
20.2. Mensagem TAF ................................................................................................................. 184
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
20.2.1. Validade do TAF:.................................................................................................... 184
20.2.2. Estrutura da Mensagem TAF ................................................................................ 184
20.3 Elementos do Cdigo TAF................................................................................................ 184
20.4. Condio CAVOK............................................................................................................ 195
20.5. Condio NSC ........................................................................................................... 195
20.6. Condio NSW........................................................................................................... 195
20.7. Emenda na Mensagem TAF..................................................................................... 195
20.3. Mensagem AIREP ............................................................................................................. 196
20.3.1. Composio da Mensagem ................................................................................ 196
20.3.2. Airep Especial .......................................................................................................... 197
20.4. Mensagens de Vigilncia ............................................................................................... 198
20.4.1. Mensagem SIGMET................................................................................................. 199
20.4.2. Aviso de Aerdromo .............................................................................................. 201
20.4.3. GAMET ...................................................................................................................... 202
20.4.4. AIRMET ...................................................................................................................... 202
20.4.5. WS WRNG ................................................................................................................. 203
21. CARTAS METEOROLGICAS................................................................................................ 204
21.1. Sig Wx Prog Chart ............................................................................................................. 204
21.1.1 . Simbologia dos Fenmenos................................................................................. 205
21.1.2. Abreviaturas dos Fenmenos ............................................................................... 206
21.2. Wind Aloft Prog Chart ...................................................................................................... 208
22. CICLONES EXTRA-TROPICAIS .............................................................................................. 211
22.1. Furaces........................................................................................................................... 211
22.1.1. Desenvolvimento de um Furaco ..................................................................... 212
22.1.2. Estgios de Desenvolvimento............................................................................. 213
22.1.3. Condies de Dissipao.......................................................................................
215
22.1.4. Danos de Furaces...................................................................................................
212
22.1.5. Mars Baromtricas..................................................................................................
213
22.1.6. Danos de Ventos.......................................................................................................
214
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
22.1.7. Danos de Enchentes................................................................................................215
22.1.8. Previses de Furaces..............................................................................................220
22.1.9. Satlites Meteorolgicos.........................................................................................220
22.1.10. Reconhecimento de Aeronaves........................................................................
221
22.1.11. Radar e Bias de Dados.......................................................................................223
22.1.12. Alertas e Avisos de Furaces................................................................................224
23. TORNADOS...........................................................................................................................226
23.1. Variedades de Tornados...................................................................................................
228
23.2. Desenvolvimento dos Tornados......................................................................................
229
23.3. Climatologia dos Tornados...............................................................................................
231
23.4. Danos dos Tornados...........................................................................................................232
23.5. Previso de Tornados.........................................................................................................233
23.6. Alerta e Avisos de Tornados..............................................................................................
234
23.7. Radar Doppler.....................................................................................................................
235
24. EL NIO E LA NIA..............................................................................................................
237
25. COMO SE FORMA A AURORA............................................................................................
242
26. A POLUIO DO AR .......................................................................................................... 243
26.1. Conseqncias da Poluio............................................................................................
244
26.2. Camada de Oznio...........................................................................................................
248
26.3. Chuva cida........................................................................................................................
250
27. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..........................................................................................
254
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
METEOROLOGIA
1. Introduo
O tempo representa um fator que permanentemente interfere na vida do
homem e em todas as suas atividades.
Ao nos referirmos a to importante fator, a nossa mente, embora voltada para
o tempo propriamente dito, no lhe exclui o outro aspecto, o de clima. Assunto que,
de uma maneira ou de outra, em uma ou mais ocasies, j determinou mudanas de
atitudes em milhares de pessoas.
A Meteorologia o ramo da Geofsica que estuda os fenmenos que ocorrem
na atmosfera terrestre.
A Meteorologia, como cincia, no tem tido o progresso desejado, no se
desenvolvendo da mesma forma que os demais ramos da Geofsica. Forada pelas
necessidades profissionais imediatas, tem sido mais utilizada diretamente nos diversos
setores de atividades humanas, em detrimento da pesquisa e investigaes cientficas.
A atual evoluo do campo cientfico e o progresso geofsico em geral esto,
finalmente, fazendo a Meteorologia retornar a sua base puramente cientfica,
colocando-a no seu devido lugar como a verdadeira cincia da atmosfera.
Na Aeronutica, em funo da atmosfera terrestre ser o habitat natural das
operaes areas, a Meteorologia encontra sua principal utilidade e, desse modo,
todos os estudos e aplicaes feitas nessa rea devero ser, necessariamente, em
funo da economia e da segurana do vo, sendo, portanto a Meteorologia
Aeronutica, o estudo dos fenmenos que ocorrem na atmosfera, tendo em vista a
economia e a segurana do vo. Este trabalho destina-se a orientar aos alunos do
Curso de Pilotagem Area no estudo dessa cincia, como base de apoio para um
melhor desenvolvimento de suas atividades dentro do Sistema da Aviao Civil
Brasileira.
2. A TERRA NO ESPAO
A Terra o terceiro planeta do nosso sistema, por ordem de distncia do Sol,
com um dimetro aproximado de 12.500 km. Em virtude da forma elptica da rbita
terrestre, a distncia Terra-Sol varia ao longo do ano em torno de um valor mdio de
149.600.000 km. O ponto da trajetria da Terra que se acha mais prximo do Sol
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
chama-se "Perilio", e o mais distante, "Aflio". Logo, comparando a Terra com os
demais astros do universo, podemos concluir que o mundo que habitamos bem
pequeno.
2.1 Movimentos da Terra
Tendo como referncia o Sol, a Terra executa dois movimentos bsicos dentro
do sistema solar. Vamos estudar cada um deles e identificar sua influncia nas
condies de tempo.
a) Movimento de Rotao
Este movimento da Terra feito com velocidade constante em torno de um
eixo imaginrio, cuja direo so os plos terrestres. A rotao da Terra em torno do
seu eixo se faz no sentido Oeste para Este, num perodo de 24 horas. Assim, a Terra tem
sempre uma de suas faces voltadas para o Sol ( o dia), enquanto que a outra fica s
escuras ( noite). O fenmeno dos dias e noites, causado pelo do movimento de
rotao responsvel pelas variaes fsicas locais da atmosfera, resultantes do
aquecimento diurno e do resfriamento noturno.
Rotao da Terra
b) Movimento de Translao ou Revoluo
Neste movimento a Terra percorre uma trajetria elptica, de oeste para este
em torno do Sol, num perodo de 365 dias e de dia. Para se evitar erros na medida
do ano, introduziu-se a cada quatro anos, um Ano Bissexto de 366 dias.
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
Translao da Terra
A rbita elptica da Terra, no movimento de translao, faz com que ela
periodicamente se situe mais perto do Sol (Perilio) e mais afastada (Aflio). Estes dois
pontos, Perilio e Aflio, recebem o nome de Solstcios e ocorrem, respectivamente, nos
dias 22 de dezembro e 21 de junho (Inverno e Vero no Hemisfrio Norte).
2.2 Inclinao da Terra
O eixo polar da Terra apresenta uma pequena inclinao de 2327 em
relao perpendicular ao plano da rbita terrestre. Em conseqncia, o plano que
contm o Equador, mantm o mesmo ngulo com o plano da rbita terrestre.
Essa inclinao que provoca a diferena na durao do dia e da noite, e faz
com que os raios solares atinjam a Terra mais diretamente ou obliquamente, o que
causa as diferenas na forma de aquecimento das diversas regies da Terra. Na regio
equatorial, os raios so mais diretos e, por isso, os trpicos so mais aquecidos.
medida que caminhamos para os plos, os raios solares passam a incidir mais oblquos,
tambm pela curvatura da Terra, tornando essas regies polares mais frias.
As diferenas na forma de aquecimento das regies da Terra, associadas ao
movimento de translao, resultam nas estaes do ano.
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
Inclinao da Terra
2.3 Estaes do Ano
Para um observador fixo na Terra, o Sol se movimenta na esfera celeste. A
combinao da obliqidade do plano de rbita com o movimento de translao d
a esse observador a impresso de que o Sol se desloca na direo norte/sul ao longo
do ano. Analogamente, o movimento de rotao d a impresso que o Sol se move
no sentido leste/oeste ao longo do dia.
Climatologicamente, as condies atmosfricas se caracterizam de modo
muito especial durante o movimento de translao da Terra ao longo do ano. Se
considerarmos, inicialmente, a Terra partindo de um ponto espacial, determinado pelo
nosso calendrio oficial, verificaremos que, de modo cclico, essas condies se
repetem de maneira semelhante, surgindo, como conseqncia, as estaes do ano,
que se iniciam nos instantes denominados "Solstcios" e "Equincios".
Tendo o hemisfrio norte como referncia, o Solstcio de Vero, o de Inverno,
o Equincio de Primavera e o de Outono correspondem aos incios dessas estaes
naquele hemisfrio.
Como j foi visto, o eixo imaginrio em torno do qual a terra gira est
inclinada em relao ao plano de sua rbita. Esta inclinao determina a variao da
energia solar recebida pelas diferentes regies da Terra e, por conseguinte, as
estaes do Ano. Conforme esteja a Terra, de um lado ou outro do Sol, cada
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
hemisfrio estar recebendo mais ou menos energia, determinando maior ou menor
aquecimento das regies.
Estaes do ano
2.3.1 Solstcio de Inverno
Quando a Terra se encontra no Perilio (posio mais prxima do Sol), expe
diretamente o seu Hemisfrio Sul incidncia solar e isso resulta uma maior
concentrao de raios solares por unidade de rea da sua superfcie e,
conseqentemente, maior aquecimento. o vero no Hemisfrio Sul.
No hemisfrio Norte, com a Terra ainda no Perilio, ocorre exatamente o
oposto. A incidncia solar se faz indiretamente, acarretando menor concentrao de
raios solares por unidade de rea e, conseqentemente, menor aquecimento. Isso
provoca o Inverno no Hemisfrio Norte e esse Solstcio recebe o nome de Solstcio de
Inverno.
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2.3.2 Solstcio de Vero
Quando a Terra se encontra no Aflio (posio mais afastada do Sol), seu
Hemisfrio Norte acha-se diretamente exposto aos raios solares e, conseqentemente,
recebe maior aquecimento. o vero no Hemisfrio Norte.
O Hemisfrio Sul, com a Terra ainda no Aflio, recebe a incidncia solar
indiretamente, acarretando menor aquecimento. o inverno do Hemisfrio Sul. Este
o Solstcio de Vero, por coincidir com o vero do Hemisfrio Norte.
2.3.3 Equincios
Nos pontos equinociais, os dois hemisfrios recebem, praticante, a mesma
incidncia solar, porque a Terra apresenta a mesma posio relativa ao Sol.
a) Equincio Vernal
A 21 de maro ocorre o Equincio Vernal ou de Primavera porque, no
Hemisfrio Norte, est iniciando a primavera. Ao mesmo tempo, no Hemisfrio Sul, est
iniciando o Outono, que a estao de transio para o Inverno.
b) Equincio Outonal
A 23 de setembro ocorre o Equincio Outonal porque, no Hemisfrio Norte
est iniciando o Outono. Simultaneamente, no Hemisfrio Sul, tem incio primavera,
que a estao de transio para o Vero.
2.4 Latitudes e Zonas Notveis
As diversas posies da Terra no espao, em relao ao Sol, fazem surgir
zonas de caractersticas peculiares, bastante importantes no contexto meteorolgico.
Vejamos as principais latitudes terrestres:
2.4.1 Equador (Latitude Zero)
Maior circunferncia do globo terrestre, com aproximadamente 40.000 km,
divide a Terra em dois hemisfrios. Os raios solares se projetam perpendicularmente
sobre esta latitude, durante os Equincios de Primavera e Outono.
2.4.2 Trpicos de Cncer e de Capricrnio
Latitude de 23 graus e 27 minutos. Os raios solares se projetam
perpendicularmente sobre esta latitude, tanto no Hemisfrio Sul (Trpico de
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Capricrnio) quanto no Hemisfrio Norte (Trpico de Cncer), nos Solstcios de Inverno
e de Vero, respectivamente.
2.4.3 Crculo Polar
Latitude de 66 graus e 33 minutos. Os raios solares tangenciam esta latitude
tanto no Hemisfrio Sul (Crculo Polar Antrtico) quanto no Hemisfrio Norte (Crculo
Polar rtico), durante Inverno, formando as "longas noites" nas localidades acima
deste paralelo.
Crculo Polar Antrtico
2.4.4 Zona Equatorial
Geograficamente, a zona equatorial est situada imediatamente em torno do
Equador Terrestre, formando a regio mais aquecida e mida da Terra.
Meteorologicamente corresponde estreita faixa ocupada pelos ventos alsios do
Hemisfrio Norte e do Sul, tambm denominada "Zona de Convergncia Intertropical"
(ITCZ) ou "Equador Meteorolgico".
2.4.5 Zona Tropical
Geograficamente, a Zona ou Regio Tropical corresponde rea
compreendida entre os Trpicos de Cncer e Capricrnio. Meteorologicamente, a
regio tropical a principal rea de "exportao" de umidade para as demais regies
da Terra, responsvel, portanto, pelo equilbrio trmico das regies mais frias.
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2.4.6 Zona Subtropical
Corresponde estreita faixa formada entre o paralelo 30 (norte ou sul) e um
dos Trpicos (Cncer ou Capricrnio). uma zona de transio entre as regies frias e
quentes. Trata-se da regio climaticamente mais regular. As chuvas so bem
distribudas durante o ano inteiro, e as quatro estaes do ano so bem ntidas. O
calor do vero contrasta com as geadas do inverno, passando pelas temperaturas
mais amenas no Outono e na Primavera. No Brasil, a regio onde ocorre, embora
esporadicamente, precipitao de neve.
O paralelo 30 (tanto norte quanto sul) conhecido por "latitude de cavalo",
regio das grandes calmarias martimas, proporcionadas pelos anticiclones ali
formados.
2.4.7 Zona Temperada
Corresponde rea compreendida entre o paralelo 30 e o Crculo Polar
(rtico ou Antrtico). uma regio climaticamente bem definida, de ntidas estaes
do ano, embora o vero no seja to quente quanto o subtropical.
2.4.8 Zona Polar
Corresponde rea situada acima do Crculo Polar, onde as temperaturas
so, geralmente, muito baixas. uma regio de clima eminentemente oposto ao
tropical. , tambm, a regio onde existe a maior diferena entre a durao dos dias
e das noites. No vero, no escurece; no inverno, os raios solares praticamente no
aparecem, surgindo somente um leve claro no horizonte, nas reas prximas ao
paralelo 66. Na parte central, bem no plo, a longa noite de inverno dura seis meses.
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Zona Polar
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3. A ATMOSFERA TERRESTRE
O planeta Terra , provavelmente, o nico no qual a atmosfera sustenta a
vida como ns a conhecemos. O tempo, como um estado da atmosfera, em
qualquer hora e lugar, muita influncia exerce sobre as nossas atividades. Certamente,
pelo menos um importante compromisso j adiamos ou cancelamos por motivos
atmosfricos. Evidentemente, as condies do tempo tm muito a ver com o dia-a-dia
de todos, mas poucas atividades humanas so to dependentes das condies da
atmosfera quanto a navegao area.
A Terra, em sua rbita em torno do Sol, acha-se envolvida por uma camada
gasosa, chamada Atmosfera.
A atmosfera definida como sendo uma mistura mecnica, inodora e incolor
de gases, na qual, cada um dos seus componentes exerce uma funo definida. A
atmosfera tem ainda a propriedade termoreguladora, que no permite o
aquecimento exagerado durante o dia e, noite, evita as excessivas perdas desse
aquecimento. Na atmosfera iniciam e evoluem a totalidade dos fenmenos
meteorolgicos.
3.1 Composio do Ar Atmosfrico
O ar atmosfrico , como vimos, uma mistura de vrios gases, que, em
condies normais, se apresenta inodora, inspida e incolor. Presa a Terra por ao da
gravidade, acompanha a massa slida em todos os seus movimentos e, pela mesma
razo, mantm ntima relao com a massa lquida. Quando complemente seco, o ar
atmosfrico possui uma composio aproximada de 78% de Nitrognio e 21% de
Oxignio. O 1% restante composto de outros gases, tais como Argnio, Dixido de
Carbono, Nenio, Hlio, Oznio, Hidrognio, etc.
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3.2 Vapor d'gua
Em seu estado real, o ar atmosfrico nunca se apresenta complemente seco
(0%). Por menor que seja, considerando-se a grande massa lquida do planeta, ele
sempre contm alguma frao de vapor d'gua, cujo contedo pode chegar a
valores prximos a 4% do volume considerado, encontrados nas latitudes equatoriais
(quentes e midas). O acrscimo ocorrido no percentual do vapor d'gua, por
unidade de volume, acarreta, necessariamente, um decrscimo proporcional nos
demais gases.
A importncia da umidade do ar atmosfrico universalmente reconhecida
pela sua influncia na defesa dos tecidos vivos contra as radiaes solares e no
equilbrio trmico do meio ambiente.
3.3 Impurezas
Os gases da atmosfera mantm, em suspenso, um imenso nmero de
partculas de substncias no gasosas de vrias espcies, chamadas, no conjunto, de
poeira. Alm da poeira visvel, que algumas vezes satura o ar, toldando o Sol nas
regies secas, a atmosfera carrega pequenas partculas de origem orgnica, tais
como sementes, esporos e bactrias. Mais numerosas, ainda, so as partculas
inorgnicas microscpicas, que contribuem para a formao de nvoa e nuvens.
Algumas dessas partculas so provenientes do solo, de fumaas ou de sais de origem
ocenica, que so elevadas e dispersadas pelo vento e correntes de ar. Embora a
maior concentrao de partculas seja encontrada nas camadas inferiores, algumas
so transportadas a grandes alturas, quando so atiradas para o ar por meio de
exploses vulcnicas, enquanto outras so resultantes da queima de meteoritos na
atmosfera superior, fornecendo poeira ao ar nas altitudes extremas.
Muitas dessas partculas so pequenssimas, mas exercem dois efeitos
importantes sobre o tempo: primeiro absorvem gua e constituem os ncleos em torno
dos quais ocorre a condensao do vapor d'gua; segundo interceptam uma parte
do calor solar, diminuindo, sensivelmente, a temperatura mdia nas regies afetadas.
3.4 Estrutura Vertical da Atmosfera
A atmosfera terrestre possui uma estrutura vertical extremamente varivel
quanto aos aspectos composio, temperatura, umidade e movimentos. Para fins de
estudo, costuma-se dividir a atmosfera em vrias camadas, em cujas regies
encontramos peculiaridades relevantes.
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Foguetes a Lua
TROPOPAUSA
BALO TRIPULADO
AVIO A JATO
AVIO FOGUETE
MONTE EVEREST
PLANADOR
NVEL DO MAR
AURORA POLAR
Estrutura Vertical da Atmosfera
3.4.1 Troposfera
a camada que se encontra em contato com a superfcie, cuja espessura
varia segundo as estaes do ano e a latitude. Nas regies equatoriais, sua altitude
aproximada est entre 17 Km e 19 km; nas regies de latitudes mdias, entre 13 e 15
km e nas regies polares, no em torno de 7 a 9 km. Ela corresponde ao invlucro onde
ocorrem os fenmenos meteorolgicos mais importantes e que afetam diretamente a
vida sobre a superfcie.
Como caractersticas da Troposfera, temos as seguintes:
a) os movimentos atmosfricos horizontais e verticais so intensos;
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b) a temperatura diminui com a altitude, numa razo mdia de 6,5C/km;
c) cerca de 75% da massa total da atmosfera se encontram na Troposfera;
d) praticamente todo o vapor d'gua da atmosfera se encontra na
Troposfera, razo pela qual ali se desenvolvem os principais fenmenos, logo esta a
camada que apresenta maior densidade e;
e) o aquecimento da Troposfera se d, principalmente, por absoro da
radiao de ondas longas, emitidas pela superfcie terrestre, a qual, por sua vez, se
aquece pela absoro de ondas curtas emitidas pelo Sol. Por esta razo, a superfcie
considerada como fonte de calor para a Troposfera.
3.4.2 Tropopausa
Embora no seja propriamente uma camada, a Tropopausa uma regio
de transio entre a Troposfera e a Estratosfera. Para a aviao, a Tropopausa tem
grande significado em virtude da localizao dos fortes ventos de oeste e das reas
de intensa turbulncia.
Por ser considerada o topo da Troposfera, a altitude da Tropopausa se
altera segundo os mesmos critrios de variao daquela camada. Sua principal
caracterstica possuir um gradiente trmico vertical muito pequeno e, na maioria das
vezes, isotrmico, cuja espessura varia de 3 a 5 km.
3.4.3 Estratosfera
Camada que se estende at cerca de 60 a 70 Km acima da superfcie
terrestre, onde ocorre moderada penetrao de radiao ultravioleta, que
absorvida pelo oxignio molecular, o qual se decompe e forma uma zona de
concentrao de Oznio entre 25 e 35 Km. Este fato produz calor e torna a Ozonosfera
uma camada mais aquecida e com caractersticas prprias. Apresenta-se isotermal
do topo da Tropopausa at 20 Km; da, at 50 km, ela se aquece atingindo
temperaturas superiores a 0 C; a partir desse nvel, volta a esfriar at cerca de -30 C.
3.4.4 Mesosfera
Como a Troposfera, esta camada aquecida por baixo, em virtude do
aquecimento da camada de oznio pela radiao ultravioleta. Portanto, a
temperatura tambm decresce a uma razo mdia de 3,5 C/km, atingindo, no topo
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da camada, cerca de 80 km de altitude, -90 C, o valor mais baixo de toda a
atmosfera. Nessa camada so observados os fenmenos ticos conhecidos por
Aurora, vistos com maior freqncia nas latitudes mdias e polares. Trata-se de linhas
claras e faixas de luz, produzidas pela passagem de partculas ionizadas, atravs dos
gases raros da atmosfera.
Aurora Boreal
3.4.5 Ionosfera ou Termosfera
Ionizada pela ao fotoqumica da radiao solar de baixssimos
comprimentos de onda (Raios X, Gama e Ultravioleta), esta camada de grande
importncia pela sua propriedade de refletir ondas de rdio a grandes distncias. Sua
altitude mxima pode atingir 500 km.
Por ser de interesse para o estudo das comunicaes por rdio, a
Ionosfera foi subdividida pelos pesquisadores em trs faixas significativas denominadas:
a) Camada D. De baixa concentrao inica, surge durante o dia por
causa da presena dos raios solares. Compreende a faixa do topo da Mesopausa
altitude de 90 km. Nas latitudes temperadas surgem nuvens especiais, conhecidas por
Noctilucentes.
b) Camada E. Tambm conhecida por "Camada de Kennely e Heaviside",
situa-se na faixa entre 90 e 150 km. De alta concentrao inica durante o dia, surgem
ali, com freqncia, trilhas de meteoritos (estrelas cadentes).
c) Camada F. Tambm conhecida por "Camada de Appleton", situa-se na
faixa entre 150 e 500 km. a mais ionizada das trs e, por esta razo, a mais importante
para o estudo das comunicaes.
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3.4.6 Exosfera
A Exosfera caracteriza-se por representar a mudana gradativa da atmosfera
terrestre em espao interplanetrio. Sem topo definido, devido a sua baixssima
densidade, supe-se que chegue altitude de 1.000 km. Embora a noo de
temperatura se torne imprecisa em razo da rarefao das molculas do ar, a partir
do topo da Mesopausa (-90 C), a curva da temperatura se mantm, indicando
aumento gradativo at atingir valores prximos a 2.000 C, dependendo da atividade
solar.
3.5 Funo da Atmosfera
A funo bsica da atmosfera filtrar seletivamente a radiao solar,
deixando passar at a superfcie terrestre somente a radiao que esteja dentro dos
limites suportveis vida terrena. Essa filtragem seletiva que a atmosfera exerce sobre
a radiao solar processa-se atravs da absoro, difuso e reflexo.
3.5.1 Absoro
A absoro mais importante ocorre nas camadas superiores, quando as
formas de energia mais penetrantes e perigosas vida chocam-se com os tomos da
atmosfera, alterando-lhes as estruturas com a eliminao de eltrons causando, assim,
a absoro.
3.5.2 Difuso
A difuso ocorre quando a luz passa atravs de um meio cujas partculas
tenham o dimetro menor que o comprimento de onda da prpria luz. Quando isso
ocorre, parte da luz se espalha ou difundida em todas as direes. Este fenmeno
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inicia-se na Estratosfera. A luz de mais fcil difuso a de cor azul, motivo pelo qual o
cu apresenta, durante o dia, essa colorao. As partculas macroscpicas do tipo
poeira e areia em suspenso difundem a cor amarelada e as partculas microscpicas
dos dias de nvoa seca ou enfumaados difundem a cor avermelhada. A difuso ,
portanto, o processo responsvel pelas restries visibilidade.
3.5.3 Reflexo
Alm da absoro e da difuso, uma boa parte da radiao solar, de
natureza luminosa, refletida de volta para o espao, principalmente pelas nuvens e
pela superfcie da Terra.
3.5.4 Albedo
A capacidade de um corpo em refletir mais ou menos luz representada
pelo albedo, que uma relao entre a quantidade de luz refletida e a quantidade
de luz incidida sobre a superfcie desse corpo.
O albedo mdio da Terra, considerando-se uma cobertura mdia de
nebulosidade, de 0,35, ou seja, da luminosidade recebida, a Terra devolve ao
espao cerca de 35%.
Radiao Solar
3.5.5 Efeito Estufa
A atmosfera da Terra constituda de gases que permitem a passagem da
radiao solar, e absorvem grande parte do calor (a radiao infravermelha trmica),
emitido pela superfcie aquecida da Terra. Esta propriedade conhecida como efeito
estufa. Graas a ela, a temperatura mdia da superfcie do planeta mantm-se em
cerca de 15C. Sem o efeito estufa, a temperatura mdia da Terra seria de 18C abaixo
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
de zero, ou seja, ele responsvel por um aumento de 33C. Portanto, benefcio ao
planeta, pois cria condies para a existncia de vida.
Quando se alerta para riscos relacionados com o efeito estufa, o que est em
foco a sua possvel intensificao, causada pela ao do homem, e a conseqncia
dessa intensificao para o clima da Terra. A hiptese da intensificao do fenmeno
muito simples, do ponto de vista da fsica: quanto maior for a concentrao de gases,
maior ser o aprisionamento do calor, e conseqentemente mais alta a temperatura
mdia do globo terrestre.
A maioria dos cientistas envolvidos em pesquisas climticas est convencida
de que a intensificao do fenmeno em decorrncia das aes e atividades
humanas, provocar esse aquecimento. Uma minoria discorda disso e indaga em que
medida esse aquecimento, caso esteja ocorrendo, se deve ao efeito estufa,
intensificado pela ao do homem.
Sem dvida, que as descargas de gases na atmosfera por parte das indstrias
e das frotas de veculos, contribuem para aumentar o problema, e naturalmente ainda
continuaro a ser objeto de muita discusso entre os cientistas e a sociedade.
Efeito Estufa
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4. TEMPERATURA DO AR
Um parmetro meteorolgico de importncia fundamental a temperatura
do ar. Em muitas partes do mundo, est sujeita a grandes extremos e mudanas
sbitas, e a vida humana, as plantas e a vida dos animais so sensveis a ela. Constitui,
assim, um importante fator na determinao das condies de vida e na
produtividade do solo nas diferentes regies do mundo.
4.1 Natureza do Calor e da Temperatura
De acordo com a teoria da expanso molecular da constituio da matria,
todas as substncias so formadas de molculas de movimentos mais ou menos
rpidos. Quando a velocidade do movimento intermolecular de um corpo aumenta, a
temperatura desse corpo se eleva. A energia capaz de acelerar o movimento
molecular de um corpo chamada de calor, portanto, o calor cuja unidade de
medida se chama "caloria", a energia responsvel pelo aumento da temperatura de
um corpo.
Os conceitos de temperatura, por outro lado, so to imprecisos que no
existe uma definio satisfatria; todos eles partem para uma definio relacionada
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
sensao fisiolgica do corpo humano. Portanto, nos bastar saber apenas que a
temperatura um parmetro indicador do estado trmico dos corpos, o que no
deve ser confundido com calor. O calor uma manifestao de energia capaz de se
transformar em trabalho ou em outro tipo de energia, podendo passar de um corpo
para outro, quando suas temperaturas forem diferentes.
Embora o corpo humano possa reagir s variaes trmicas do meio
ambiente, no constitui um instrumento acurado capaz de medir a temperatura do ar.
Para tal propsito necessitamos dos termmetros.
4.2 Termmetros
Quando um corpo aquecido, ou seja, quando aumenta a sua temperatura,
o seu volume, na maioria dos casos, tambm aumenta. De maneira anloga, quando
se resfria, o seu volume diminui.
Aproveitando-se da propriedade que certas substncias possuem de se
dilatarem e se contrarem com as variaes trmicas, o fsico alemo Daniel
Fahrenheit criou, em 1710, um instrumento capaz de medir as variaes de
temperatura de um corpo e o denominou termmetro.
Os termmetros so, pois, instrumentos destinados a reagir, com preciso, s
variaes trmicas de um corpo. H vrios tipos e formas, utilizados segundo sua
destinao.
Termmetro de Mximas e de mnimas temperaturas
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
4.3 Propagao do Calor
O calor, como forma de energia, pode ser transferido de um corpo para
outro, quando h uma diferena de temperatura entre eles. O calor passa sempre de
um corpo mais aquecido para outro menos aquecido; da dizer-se que o sentido de
propagao do calor sempre no sentido das temperaturas mais baixas.
A transferncia ou propagao do calor na atmosfera se faz, basicamente,
por quatro processos: conveco, adveco, conduo e radiao.
4.3.1 Conveco
o processo de propagao mais comum na atmosfera, que se traduz pelo
movimento vertical do ar por meio das correntes ascendentes e descendentes, que
levam ar mais aquecido para os nveis mais elevados e trazem um volume
correspondente de ar mais frio para a superfcie. o mesmo processo pelo qual a
gua de uma panela exposta ao fogo se aquece igualmente em todos os nveis.
Podemos, ento, definir conveco como sendo o processo de transmisso de calor
de um ponto a outro de um fluido, pelo deslocamento de seus tomos e molculas
atravs de correntes convectivas.
Transporte Convectivo
4.3.2 Adveco
Processo pelo qual o ar transportado horizontalmente, na tentativa de trazer
um equilbrio entre as temperaturas. Como sabemos, o ar aquecido se expande e se
torna mais leve que o ar frio; isso gera uma diferena de presso entre as regies,
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
obrigando o deslocamento de grandes pores de ar no sentido horizontal a fim de
contrabalanar essas diferenas trmicas. Esse movimento horizontal do ar que
denominamos de correntes advectivas.
4.3.3 Conduo
Processo de transmisso do calor menos encontrado na atmosfera, visto que
esse processo s ocorre quando o ar bastante denso. a transferncia do calor se
processando de molcula a molcula, sem as mudanas relativas da posio de
cada molcula de um corpo. Esse processo mais comum aos slidos.
4.3.4. Radiao
a transferncia de calor pela converso da energia trmica em radiao
eletromagntica, de natureza semelhante da luz e a reconverso dessa radiao
em calor pelo corpo sobre o qual tenha incidido a radiao. O aquecimento da Terra,
pela radiao solar, ocorre quando a radiao infravermelha, ao atingir a superfcie,
faz vibrar suas molculas, dando origem ao calor. um processo pelo qual o calor
pode ser transferido de um corpo para outro, atravs de um meio quase desprovido
de matria.
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4.4 Variao Vertical da Temperatura
No captulo sobre "Atmosfera Terrestre", discutimos as divises da atmosfera
em camadas e verificamos o comportamento da variao trmica vertical, desde a
superfcie at o suposto "topo" da camada gasosa. Vimos que, inicialmente, a
temperatura decresce com a altitude, em razo de ser a superfcie da Terra, e no o
Sol, que aquece diretamente o ar. Mas esse comportamento trmico , como
dissemos, o "normal". Portanto, no nos devemos assustar se em algum momento tudo
ocorrer exatamente ao contrrio.
A variao trmica com a altitude conhecida por "gradiente trmico
vertical", que ser "positivo" quando a temperatura diminuir com a altitude e "negativo"
quando aumentar.
Na mdia, o gradiente trmico vertical, nos nveis mais baixos da atmosfera,
de 6,5C/km (cerca de 0,65C/100 m ou 2C/1.000 ps). Mas, desde que se trata de
"mdia", este valor raramente ocorre. No entanto, o valor mdio tem sua aplicao
prtica: serve como "base" para calibrao de instrumentos de aeronaves e
preparao de cartas de navegao.
O normal a temperatura decrescer com a altitude; todavia, em algumas
ocasies, ela aumenta, caracterizando a chamada "Inverso Trmica". A camada de
inverso pode ocorrer em diversos nveis, mas, na maioria das vezes, ela ocorre
"colada" ao solo. Sua causa principal o resfriamento excessivo da superfcie em noite
de cu claro, principalmente no inverno, ocasionando nevoeiros pela manh e, o pior,
altos ndices de poluio ambiental.
4.5. Processo Adiabtico
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Processo termodinmico que engloba as variaes de temperatura e presso
no considerando as variaes de volume. A densidade absoluta ou massa especfica
do ar diminui na vertical (altitude). Um volume de ar que sobe na atmosfera vai
penetrando em reas de presses cada vez menores e, em conseqncia vai se
expandindo, provocando resfriamento, ou seja, perda de temperatura por expanso,
sem troca com o meio ambiente.
Caso contrrio, um volume de ar que se afunda na atmosfera vai penetrando
em reas de presses cada vez maiores e, em conseqncia, vai se comprimindo,
provocando aquecimento, ou seja, ganho de temperatura por compresso, sem troca
de calor com o meio ambiente. A este processo d-se o nome de processo
adiabtico.
4.6. Outros Gradientes Trmicos
O gradiente da razo adiabtica seca cujo valor igual a 1C/100 m, significa
que, o ar seco ao se elevar na atmosfera se resfria neste valor constante. Da mesma
maneira, a razo adiabtica mida, cujo valor igual a 0,6C/100 m, significa que, o ar
saturado ao se elevar, dentro de nuvens, se resfriar neste valor constante.
O gradiente trmico isotrmico o gradiente cuja temperatura no varia com
a altitude (gradiente nulo).
O gradiente trmico negativo, ao contrrio, aquele em que a temperatura
aumenta com a altitude, gerando as inverses trmicas. Estes dois ltimos gradientes
geram estabilidade no ar.
O gradiente super-adiabtico, o gradiente cuja temperatura decresce em
valores maiores do que 1 C/100 m, e, ao chegar em valores iguais a 3,42C/100,
teremos o gradiente denominado auto-convectivo, tambm conhecido por
instabilidade absoluta, ocorre nas nuvens cumulunimbus.
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
O gradiente do ponto de orvalho, o gradiente que decresce em mdia
0,2C/100 m quando uma parcela de ar se eleva na atmosfera, convectivamente.
Nvel de condensao convectiva (NCC), o nvel onde o ar saturado se
condensa e d origem formao de nebulosidade convectiva, geralmente nuvens
cumulus. Para se obter a altura da base desta nuvem, recorre-se a seguinte frmula:
NCC = 125x (T PO)
Onde o NCC a altura da nuvem em metros.
Resumindo:
INSTABILIDADE
Instabilidade - Mau tempo
Sistema Brico Convergente
Nuvens Cumuliformes
(CU-TCU-CB-AC-CC)
TRV, RPG, GRZ, VNT RJD, Turbulncia
Frente Fria
>>>>1C Gelo Claro, Cristal, Vtreo, Transparente, Vidrado
ESTABILIDADE
18 de julho de 2006 6. Meteorologia Aeronutica
Estabilidade Bom Tempo
Nuvens Estratiformes
(ST-NS-AS-CS-CI)
PRP LEV CNT (AS)
NVO
ISC (ST)
Gelo Opaco, Escarcha, Amorfo, Granular
0,6C
CONDICIONAL
SC
Stratocumulus
Instvel (ar saturado)
Estvel (ar no saturado)
0,6C 1C
4.7. Variao Horizontal da Temperatura
A variao horizontal da temperatura determina diferenas nas mdias das
temperaturas verificadas de local para local da Terra, principalmente no sentido
longitudinal, nas diversas pocas do ano. As condies de temperatura em qualquer
ponto do globo terrestre dependem, de um modo geral, dos seguintes fatores:
latitude, intensidade e durao da radiao solar, insolao, albedo da superfcie e
aspectos fsicos da superfcie, se martima ou continental.
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A variao horizontal da temperatura ou campo termal da atmosfera constitui
um dos elementos mais importantes para a anlise e estudo do comportamento da
atmosfera. Na anlise meteorolgica, o campo termal representado pelo traado
de linhas que ligam pontos de iguais valores de temperatura, que so chamadas de
isotermas.
5. PRESSO ATMOSFRICA
O ar atmosfrico, por ser matria, tem peso. Este peso, num passado no
muito distante, era totalmente ignorado pelos homens de cincia. Somente aps a
experincia realizada por Evangelista Torricelli, em 1643, pde ser demonstrado o
quanto pesa a atmosfera sobre a superfcie do solo. A experincia de Torricelli deu
origem ao barmetro de mercrio, instrumento responsvel pela elevao do estudo
da atmosfera categoria de cincia.
A presso do ar atmosfrico o resultado da fora exercida em todas as
direes, por efeito do peso do ar. Como conseqncia dos diversos movimentos
constantes do ar, das variaes de sua temperatura e do teor de vapor d'gua, o
peso do ar atmosfrico, sobre um dado ponto, varia constantemente. A presso,
portanto, de maneira anloga temperatura, nunca se estabiliza.
Contrariamente s variaes trmicas, as variaes da presso no so, de
ordinrio, perceptveis aos sentidos humanos. Elas constituem, no entanto, um aspecto
importante do tempo, pelas relaes que apresentam com as mudanas das
condies meteorolgicas.
Para a aviao, a presso do ar atmosfrico tem um sentido todo especial,
pois, sem essa informao, a navegao area teria um srio problema de
segurana.
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5.1 Medidas de Presso
Como a presso do ar varia constantemente, necessrio que os seus valores
sejam devidamente medidos.
5.1.1 Barmetro de Mercrio
O instrumento usado para medir, de maneira acurada, a presso atmosfrica
o barmetro de mercrio.
Quando se mergulha a extremidade aberta de um tubo de vidro, com cerca
de 90 cm de comprimento, cheio de mercrio, num recipiente tambm contendo
mercrio, o contedo do tubo tende a escoar-se para o recipiente, at que a coluna
de mercrio dentro do tubo seja equilibrada pela presso do ar, exercida sobre a
superfcie livre do recipiente. O comprimento da coluna do mercrio torna-se, pois,
uma medida de presso do ar. Esta foi a experincia realizada por Torricelli em 1643.
Os instrumentos usados hoje para medir a presso atmosfrica nada mais so
que refinamentos mecnicos do barmetro original.
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Barmetros de Mercrio
5.1.2 Barmetro Aneride
Funcionando como altmetros e bargrafos, o barmetro aneride
consiste, essencialmente, de uma caixa metlica flexvel, complemente fechada,
dentro da qual feito vcuo parcial. Uma pequena mola no seu interior impede que
ela seja esmagada pela presso externa. A cmara flexvel reage s variaes de
presso, cujos movimentos resultantes so transmitidos a um ponteiro que se desloca
sobre um mostrador.
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Bargrafo
5.2 Unidades de Presso
As unidades de presso de interesse aeronutico so aquelas de uso nos
boletins meteorolgicos, nos altmetros das aeronaves e das torres de controle de vo.
No abordaremos, neste estudo, outras unidades, como, por exemplo, as utilizadas nas
indstrias.
a) Hectopascal (hPa). Esta unidade utilizada internacionalmente, tanto nos
boletins meteorolgicos quanto nos altmetros dos avies. Corresponde a 1.000
dinas/cm, no sistema CGS de unidades.
Algumas publicaes aeronuticas ainda utilizam o milibar (mb), unidade
numericamente equivalente ao hectopascal (hPa). Todavia, a Organizao de
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Aviao Civil Internacional (OACI) recomendou, por meio da Emenda 14 ao Anexo 5,
substituir a mb pelo hPa como unidade de medida de presso para fins aeronuticos,
a partir de 01.01.86.
b) Polegada de mercrio (pol Hg). a medida da altura da coluna de
mercrio do barmetro em polegadas. Esta unidade ainda muito utilizada nos pases
de lngua inglesa. 1 pol Hg = 33,86 hPa (aproximadamente). No Brasil, muitos altmetros
ainda utilizam essa escala.
c) Centmetro de mercrio (cm Hg). Analogamente, a medida da altura da
coluna de mercrio do barmetro, em centmetros. 1 cm Hg = 13,33 hPa
(aproximadamente).
d) Milmetro de mercrio (mm Hg). a medida da altura da coluna de
mercrio do barmetro, em milmetros. 1 mm Hg = 1,33 hPa (aproximadamente).
5.3 Variaes da Presso Atmosfrica
Como vimos, a presso do ar num dado ponto uma fora exercida em
todas as direes, pelo total do ar acima desse ponto. Por efeito de movimentos
constantes do ar, variaes de sua temperatura e teor de vapor de gua, o peso do
ar sobre um dado ponto sofre variaes constantes. A presso, da mesma forma que
a temperatura, nunca se estabiliza por um perodo de tempo e. conjuntamente, esses
dois parmetros determinam a maior parte das mudanas nas condies
meteorolgicas.
5.3.1 Variao da Presso com a Altitude
medida que nos elevamos acima do nvel do mar, diminumos o ar acima
de ns e a presso cai, rapidamente nos nveis inferiores e mais densos, e mais
lentamente medida que o ar se torna mais rarefeito. Estudos tm mostrado que
cerca de 50% do peso da atmosfera acha-se concentrado abaixo dos primeiros 5.500
metros, ou seja, at o nvel isobrico de 500 hPa. O restante de seu peso se encontra
espalhado at os limites superiores da atmosfera.
A densidade e o peso do ar dependem da sua temperatura e, em menor
proporo, do seu teor de umidade e da fora de gravidade. Assim sendo, nenhuma
correo de altitude poder ser feita com perfeio se no considerarmos,
principalmente, a temperatura.
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A variao vertical da presso do ar, em realidade, no ocorre de modo
constante. Para a navegao area, no entanto, utilizam-se valores padronizados de
altura em relao a valores de presso, cujos resultados so satisfatrios,
principalmente nos nveis inferiores da Troposfera. Consideremos, para clculos
prticos, a seguinte relao: 1 hPa = 30 ps (aproximadamente).
5.3.2 Variao Horizontal da Presso
Se a atmosfera estivesse em repouso, predominariam sobre os continentes,
durante o vero, altas temperaturas e baixas presses e, sobre os oceanos, baixas
temperaturas e altas presses. No inverno, as configuraes se inverteriam.
Em realidade, a situao no to simples assim. Alm da periodicidade da
radiao solar, os ventos, associados topografia, desempenham importante papel
na distribuio dos campos de presso. A barlavento das grandes elevaes, o ar em
escoamento tende a represar-se, criando situaes de alta presso, enquanto, a
sotavento, ocorre a formao de baixas presses. Alm disso, as perturbaes da
atmosfera esto em permanentes alteraes, ora se intensificando, ora se
enfraquecendo, e, quase sempre, deslocando-se horizontalmente. Assim, torna-se
clara a grande complexidade das variaes horizontais do campo de presso,
residindo a o grande desafio da previso do tempo.
5.3.3 Variao Diuturna da Presso
A atmosfera oscila para cima e para baixo, como se fosse uma mola, sob o
efeito da atrao solar. Oscila para cima, por efeito direto da atrao do Sol e, para
baixo, pela fora da gravidade e seu prprio peso. Esse movimento da atmosfera
apresenta dois mximos e dois mnimos durante as 24 horas do dia. As presses
mximas ocorrem por volta de 10:00 e 22:00 horas local e as mnimas ocorrem s 04:00
e 16:00 horas local.
Esse fenmeno denominado de Mar Baromtrica e mais acentuada nas
regies tropicais, diminuindo gradativamente na direo dos plos.
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5.3.4 Variao Dinmica da Presso
Ocorre em funo dos deslocamentos horizontais dos grandes sistemas de
presso e da redistribuio das massas de ar. ela muito mais definida nas latitudes
temperadas, onde ocorrem os maiores contrastes entre as massas de ar.
5.4 Presso da Estao - QFE
O valor de presso obtido a partir da leitura do Barmetro, num dado ponto
superfcie da Terra representa a presso que a atmosfera est exercendo sobre o
referido ponto. A esse valor de presso d-se o nome de Presso da Estao ou QFE.
5.5 Presso ao Nvel do Mar - QFF
Sabemos que a presso decresce com a altitude. Assim sendo, estaes
situadas em altitudes diferentes tero presses diferentes, no sendo possvel uma
comparao entre elas, para anlise do campo brico.
Para se fazer uma anlise do campo brico das vrias estaes
meteorolgicas situadas em regies, com diversas altitudes, numa mesma hora,
necessrio que todas essas localidades reduzam suas presses para um nvel de
referncia comum. O nvel mdio do mar a referncia utilizada e a presso at a
reduzida denominada Valor QFF, obtida atravs de clculos e uso de tabelas, tendo
como ponto de partida o QFE, presso ao nvel da estao.
Para as estaes situadas acima do nvel do mar, reduzir a presso da
estao a esse nvel, significa adicionar presso da estao, um valor que
represente o peso de uma coluna de ar hipottica, que se estenderia do nvel da
estao ao nvel do mar. Assim, a coluna hipottica de ar representa a distncia
vertical que separa o nvel da estao, do nvel do mar, ou seja, a prpria altitude
da estao: Altitude da Estao = QFF - QFE.
5.6 Campos de Presso
Para compreendermos o significado de "campo de presso" e sua
importncia para a navegao area, imperativo o entendimento de outros dois
conceitos meteorolgicos.