Apostila de Metodos Científicos

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  • 8/8/2019 Apostila de Metodos Cientficos

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    Prof. Luiz Paulo Neves

    Met odolog ia Cient f ic a

    Seguran a do Trabalho

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    LUIS PAULO NEVES

    Metodologia do Trabalho CientficoFundamentos metodolgicos e normas para

    apresentao de trabalhos acadmicos

    Ensino a Distncia E a D

    Reviso 07/2008

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    SUMRIO

    APRESENTAO 1

    1 DEFINIO 2

    2 O CONHECIMENTO 5

    3 A CINCIA 7

    4 A PESQUISA 9

    5 CLASSIFICAO DA PESQUISA 12

    5.1 PESQUISA PRELIMINAR 12

    5.2 PESQUISA TERICA 125.3 PESQUISA APLICADA 12

    5.4 PESQUISA DE CAMPO 13

    5.5 FASES DA PESQUISA 13

    5.6 COLETA DE DADOS 13

    6 ANTEPROJETO DE PESQUISA 14

    7 PROJETO DE PESQUISA 15

    7.1 PARTES DO PROJETO DE PESQUISA 158 NOES DE TEXTUALIDADE 20

    9 CONCEITUAO DE TRABALHOS MONOGRFICOS 23

    10 PRODUO DO TRABALHO MONOGRFICO 24

    10.1 DETERMINAO DO TEMA-PROBLEMA DO TRABALHO 24

    10.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO 25

    10.3 LEITURA E DOCUMENTAO 26

    10.4 A CONSTRUO LGICA DO TRABALHO DISSERTATIVO 27

    10.5 A REDAO DO TRABALHO 28

    11 ELEMENTOS E ESTRUTURA DE TRABALHO DECONCLUSO DE CURSO, MONOGRAFIA, DISSERTAO ETESE 29

    11.1 ELEMENTOS PR-TEXTUAIS 30

    11.1.1 Capa 30

    11.1.2 Lombada 30

    11.1.3 Folha de rosto 30

    11.1.3.1 Modelos de notas explicativas para Folha de Rosto 31

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    11.1.4 Errata 32

    11.1.5 Folha de aprovao 32

    11.1.6

    Dedicatria, agradecimento e epgrafe 3211.1.7 Resumo 33

    11.1.8 Lista de ilustraes, lista de tabelas, lista de abreviaturas esmbolos 33

    11.1.9 Sumrio 34

    11.2 ELEMENTOS TEXTUAIS 35

    11.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS 36

    11.3.1 Referncia 36

    11.3.2 Glossrio (opcional) 36

    11.3.3 Apndices (opcional) 36

    11.3.4 Anexos 37

    11.3.5 ndice (opcional) 37

    11.4 REGRAS DE APRESENTAO 37

    11.4.1 Formato 37

    12 ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO 40

    12.1 CITAES 40

    12.1.1 Sistema numrico 40

    12.1.2 Sistema autor-data 40

    12.1.3 Citao direta ou textual 42

    12.1.4 Citao indireta 43

    13 NORMAS PARA REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ABNT 44

    13.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS 44

    13.2 ELEMENTOS COMPLEMENTARES 44

    13.3 LOCALIZAO 45

    13.4 MODELOS DE REFERNCIAS 45

    13.4.1 Monografia no todo 45

    13.4.2 Monografia considerada em parte 47

    13.4.3 Dissertaes e teses 47

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    13.4.4 Publicaes peridicas 48

    13.4.4.1 Publicaes peridicas como todo 48

    13.4.4.2 Parte de publicaes peridicas 48

    13.4.5 Eventos (congressos, seminrios, simpsios, etc.) 49

    13.4.6 Vdeos, DVDs, filmes, fitas de vdeo 49

    13.4.7 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrnico 50

    14 OUTROS TRABALHOS: CONCEITUAO EESTRUTURA 51

    14.1 RESENHA 51

    14.1.1 Tipos de resenhas 51

    14.1.2 Estrutura de uma resenha 52

    14.2 RESUMO 52

    14.2.1 Definio 52

    14.2.2 Tipos de resumo cientfico 53

    14.2.3 Redao do resumo 53

    14.2.4 Modelos 53

    14.2.4.1 Resumo em monografias 5314.2.2.2 Resumo em artigos cientficos 54

    14.3 RELATRIOS 54

    14.3.1 Relatrio tcnico-cientfico 55

    14.3.2 Relatrio de estgio 57

    14.4 ARTIGOS CIENTFICOS 57

    14.4.1 O que pode ser contedo de um artigo? 58

    14.4.2 Estrutura 58

    14.5 COMUNICAO CIENTFICA 59

    14.6 PAINEL 59

    14.6.1 Estrutura 59

    REFERNCIAS 62

    ANEXOS 65

    ANEXO A - CAPA 65 ANEXO B FOLHA DE ROSTO 66

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    APRESENTAO

    Este manual pretende oferecer ao aluno subsdios para os diversos aspectos e

    elementos caractersticos do trabalho acadmico e cientfico. Contm contedos referentes

    fundamentao e aplicao da Metodologia Cientfica, bem como os que descrevem a

    normalizao e padronizao para referncia e apresentao dos trabalhos acadmicos.

    Como se trata de um curso de Educao a Distncia, o critrio para seleo e

    apresentao dos contedos foi o de possibilitar ao aluno a consulta, a pesquisa e o

    aprofundamento de forma independente. Nesse sentido, buscou-se uma linguagem adequada e

    uma estrutura que facilitasse o uso e a assimilao desses contedos. Ao final, oferecida ao

    aluno a relao da referncia consultada e outras que podem ajud-lo a aprofundar os

    contedos aqui apresentados.

    Esta uma disciplina que tem por objetivo oferecer instrumentos para o trabalho de

    estudo e pesquisa. Nesse sentido, de fundamental importncia, pois atravs dessas

    ferramentas que podemos nos empenhar na construo do conhecimento e na sua divulgao e

    partilha para os demais interessados.

    Em geral, os alunos no do a devida importncia a essa disciplina. Alm disso,

    preciso reconhecer que ela rdua e exigente. Decorre ento que muitos no se dedicam a ela

    como deveriam. S depois, quando precisam dos ensinamentos da Metodologia Cientfica,

    que se ressentem por no ter dado o devido valor e ter aprendido os instrumentos necessrios

    para uma desenvolver bem suas atividades acadmicas e profissionais.

    O fundamental em uma disciplina como essa a compreenso dos diversos

    instrumentos que propiciam o trabalho de pesquisa e o entendimento dos mecanismos de

    referncia das produes acadmicas decorrentes dessa pesquisa. De posse dessa

    compreenso e entendimento, torna-se fcil a consulta e a utilizao desse manual. Em outraspalavras, no se pede decorar esses contedos, mas compreend-los e saber consult-los para

    bem utiliz-los.

    Com a esperana de que esse objetivo tenha sido atingido com a apresentao deste

    material, desejamos bom trabalho, empenho e muito estudo. De um bom profissional espera-

    se que tenha bom domnio das suas ferramentas de trabalho. o propsito deste manual.

    Prof. Ms. Lus Paulo Neves

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    1. DEFINIO

    Mas afinal o que Metodologia Cientfica? A palavra metodologia vem de mtodo: o

    estudo e a pesquisa acerca dos mtodos para as diferentes formas de trabalho cientfico. Neste

    caso, o aprendizado dos diversos mtodos e possibilidades para bem conduzir a pesquisa e

    alcanar os resultados pretendidos.

    E mtodo, o que ? Trata-se de uma palavra grega que, etimologicamente, pode ser

    assim dividida: a) meta = atravs de; b) hodos = caminho, vias. Em outras palavras, mtodo

    quer significar caminho atravs do qual possvel atingir um dado objetivo, um termo, um

    determinado fim, proposto de antemo.

    A essa definio devemos ainda acrescentar que mtodo contrape-se ao acaso e

    sorte, pois possui uma ordem manifesta num conjunto de regras que so explcitas, como

    tambm so explcitas as razes pelas quais tais regras so adotadas. Tais regras ou normas

    oferecem garantias de facilidade, rapidez, eficcia. No apenas um caminho, mas um

    caminho que pode abrir outros que melhor possibilitem alcanar os objetivos buscados ou

    mesmo objetivos no propostos.

    Nesse sentido, o leitor j percebeu que sempre se utiliza de mtodos nas mais variadas

    atividades do seu dia-a-dia. E isso por que h meios, modos, caminhos para se chegar a um

    dado lugar, para se preparar um caf, para tratar de um assunto delicado e mesmo para

    divertir-se.

    O que acontece que nem sempre nos perguntamos se essa forma de proceder, nessas

    e em outras atividades, o melhor modo de fazer. A menos que algo d errado ou quetenhamos um objetivo muito especfico, no paramos para avaliar o como fazemos o que

    fazemos.

    E justamente nesse ponto que entra a Metodologia Cientfica, para apresentar e

    discutir o como fazer. Porque ao fazermos uma pesquisa e construirmos conhecimento, todos

    seguimos modos, caminhos consagrados pela experincia de todos os que nos antecederam.

    So mtodos que j mostraram seu valor, sua fecundidade na resoluo de problemas. Alm

    disso, a crtica e a avaliao sempre esto presentes, por isso muitos mtodos e procedimentosforam abandonados e substitudos por outros melhores.

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    Por exemplo, at pouco tempo era comum a extrao de dentes. Hoje esse

    procedimento s utilizado em ltimo caso. Tudo o que for possvel fazer para recuperar um

    dente feito antes de adotar um procedimento mais radical. E o mesmo poderamos dizer de

    outras reas de conhecimento.

    Em outras palavras, trata-se do aprendizado das diversas formas de se fazer uma

    pesquisa, alcanar os resultados buscados e public-los, torn-los conhecidos, pois s assim

    sero vlidos.

    E aqui entramos em outro ponto: o que significa dizer que a metodologia cientfica?

    Tambm nesse momento o leitor pode se adiantar e dizer que por se tratar de fazer cincia.

    Em sentido geral, podemos dizer que sim. Porm h muitas formas de produo de

    conhecimento que cabem nesse qualificativo de cincia. No a mesma coisa uma pesquisana rea de medicina, que na rea de astronomia e na de literatura. So mtodos muito

    diferentes. Alm disso, estamos falando de metodologia cientfica. Ou seja, dos instrumentos

    que iro embasar a prtica dessas e de outras reas de conhecimento.

    Ento o que propriamente significa cientfico no caso da metodologia?

    Segundo Umberto Eco (1977), um estudo cientfico quando atende alguns quesitos.

    Em primeiro lugar, deve tratar de um objeto reconhecvel e definido de tal maneira que possa

    ser reconhecido por outros. Claro que no se trata apenas de algo fsico. Quando falamos denmeros matemticos, termos de economia como a inflao , e de questes morais, no se

    trata de objetos palpveis mas perfeitamente reconhecveis por qualquer pessoa.

    Porm e me permito utilizar o prprio exemplo de Umberto Eco (1977, p. 21) se

    me proponho a estudar centauros eu devo torn-lo identificvel. Uma possibilidade dizer em

    qual literatura mitolgica estarei me baseando (neste caso, a grega); ou ento aventarei a

    hiptese de que tal criatura venha existir num mundo possvel e deixar bem clara essa

    condio hipottica e os limites que ela impe; agora, se pretendo afirmar que centaurosexistem, terei ento de apresentar provas cabveis dessa tese que quero defender: fsseis,

    fotografias, hbitos como, por exemplo, onde e em que momento ele costuma beber gua etc.

    Enfim, deverei apresentar todos os dados necessrios para que meu objeto de pesquisa possa

    ser identificado por outros pesquisadores. Percebe-se ento que a ltima alternativa no

    cientificamente vlida para centauros.

    Um segundo quesito implica dizer do objeto de estudo algo que ainda no foi dito ou

    rever sob uma tica diferente o que j se disse. Tambm cientificamente vlida, e muito til,

    uma compilao das opinies e afirmaes j ditas acerca de um dado objeto de estudo.

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    claro que durante o curso de graduao no se espera que o aluno diga algo

    absolutamente original. Mesmo por que ele est aprendendo a estudar com mais eficincia e a

    fazer pesquisa. Espera-se dele que demonstre o aprendizado das habilidades requeridas para

    sua rea de estudos. Nesse sentido, no h problema em no produzir algo que seja diferente

    do que j foi dito. Aos poucos, e isso deve acontecer j na graduao, o aluno ir se interessar

    por uma dada rea de pesquisa e ir ento comear a produzir um conhecimento prprio.

    Comear ento a estar apto para oferecer uma contribuio original.

    Um terceiro quesito apresentado por Eco (1977, p. 22) afirma que a pesquisa deve ser

    til aos demais, e o ser se os trabalhos cientficos posteriores sobre o mesmo tema tiverem de

    lev-lo em conta.

    E por fim, quarto quesito, a pesquisa deve fornecer elementos para a verificao e acontestao das hipteses apresentadas. Ou seja, devo proceder de forma a permitir que outros

    continuem a pesquisa, para contest-la ou confirm-la.

    Com isso esclarecemos o que significa qualificar um mtodo de cientfico. Trata-se de

    caminhos rigorosos, sistematizados, ordenados com o intuito de atingir determinados fins que

    dizem respeito nossa busca por conhecimentos vlidos. Deve-se, alm do rigor, tornar o

    objeto de estudo reconhecvel e passvel de verificao pelos demais. Nesse sentido, so

    contrrios postura cientfica conhecimentos fechados, reservados a uns poucos ditosiniciados, saberes obscuros que no possam ser divulgados, partilhados e questionados.

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    2. O CONHECIMENTO

    Esta palavra j apareceu diversas vezes neste texto: mtodos so caminhos buscados

    para alcanar conhecimentos de forma objetiva, eficaz e eficiente. Mas e o conhecimento,

    como podemos defini-lo?

    A palavra conhecimento bastante conhecida. Mas como outras palavras familiares,

    nem sempre temos dela uma noo mais apropriada. Tentemos ento aprofund-la.

    Como os demais animais, o ser humano sabe coisas. Ao longo de sua experincia de

    vida, vai adquirindo uma srie de saberes que utiliza em seu dia-a-dia, com o intuito de

    garantir sua sobrevivncia e de resolver as pequenas tarefas necessrias para o seu viver.

    Todo ser humano tem ento saberes, fruto da sua capacidade para conhecer. Um

    lavrador adquiriu conhecimentos que o capacitam para cultivar a terra. Da mesma forma, uma

    me aprendeu como cuidar de uma criana, de forma a garantir-lhe o crescimento.

    Percebe-se ento que conhecimento est estreitamente relacionado com a vida, com a

    garantia das condies para a existncia, seja nos seus aspectos materiais, seja em outras

    questes que dizem respeito ao bem-estar. Por exemplo, tambm se aprende com a

    experincia a se relacionar com os demais, qualquer que seja o nvel do relacionamento.

    Logo, podemos afirmar que o conhecimento se d quando vamos alm das

    experincias vividas e pensamos sobre elas, relacionamos umas com as outras e delas

    extramos informaes relevantes para nossa vida, saberes de que necessitamos para viver

    melhor.

    Sendo assim, todos aprendemos a buscar conhecimentos e a utiliz-los conforme delesnecessitamos. A prpria busca de conhecimentos nos torna mais aptos para conhecer e para

    melhor utiliz-los.

    preciso destacar que esse processo de conhecimento pode se dar de forma

    espontnea, como acontece em nossa vida diria, ou de forma mais organizada, como algum

    que aprende um ofcio.

    Mas, se alm disso, esse conhecimento for buscado de forma mais sistematizada, com

    mtodos especficos e mais eficientes, com rigor cada vez maior, ento temos um tipo deconhecimento que denominamos de cientfico. O conhecimento ensinado pelas diferentes

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    graduaes so formas de conhecimento cientfico, com mtodos e prticas prprias, com o

    intuito de atingir os objetivos especficos de uma dada rea de conhecimento.

    At aqui falamos de conhecimento em geral e de conhecimento cientfico. costume

    denominar de senso comum a isso que aqui foi chamado de conhecimento geral, ou seja, essa

    busca de conhecimento inerente a todo ser humano, com o objetivo de organizar e garantir sua

    subsistncia.

    O senso comum um tipo de conhecimento que resulta do uso espontneo da razo,

    mas que tambm fruto dos sentidos, da memria, do hbito, dos desejos, da imaginao, das

    crenas e tradies. Como interpretao do mundo, o senso comum nos orienta na busca do

    sentido da existncia, ao mesmo tempo em que nos d condies de operar sobre ele.

    Mesmo sendo racional, nem sempre o senso comum faz uso refletido da razo. Por setratar de um conjunto de concepes fragmentadas, muitas vezes incoerentes, condiciona a

    aceitao mecnica e passiva de valores no-questionados e se impe sem crticas ao grupo

    social. s vezes se torna fonte de preconceitos, quando desconsidera opinies divergentes.

    Porm no deve ser visto como algo desqualificado de valor. um erro sobreestimar o

    conhecimento cientfico em detrimento do chamado senso comum. Qualquer pessoa que vai a

    uma feira fazer compras possui conhecimentos e habilidades que a capacitam para analisar e

    selecionar os produtos, bem como para fazer contas e escolher o que vai levar e o que vaideixar de comprar.

    O que acontece que o conhecimento cientfico busca mtodos e sistematicidade que

    superem dificuldades e preconceitos na busca de conhecimentos objetivamente vlidos. Nem

    sempre no dia-a-dia fazemos isso. Ao contrrio, na maioria das vezes o conhecimento

    cotidiano se d de forma espontnea, sem o rigor e o controle que se busca na produo de

    conhecimentos cientficos. Pode-se afirmar ento que o conhecimento cientfico vai alm do

    senso comum e o acomoda s suas investigaes.

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    3. A CINCIA

    O que hoje se conhece com o trabalho das diferentes cincias fruto dos esforos de

    vrios pensadores ao longo da histria da humanidade. Se lanarmos um olhar para o passado,

    veremos que na antiguidade os seres humanos eram marcados pelas diferentes experincias

    religiosas. No que isso no ocorra agora, mas era uma experincia que extrapolava o mbito

    das necessidades subjetivas, determinando as formas de relao e organizao social. Isso

    ainda acontece hoje, mas de um modo menos marcante, dada a pluralidade cultural em que

    vivemos hoje.

    No passado, as religies determinavam a forma como eram compreendidos os

    fenmenos da vida. Nesse sentido, eram oferecidas explicaes para o porqu dos

    acontecimentos e at mesmo acerca da origem do ser humano e do prprio universo.

    Em seguida, o ser humano, por uma srie de motivos que no cabe aqui discutir,

    passou a fundamentar-se mais na sua capacidade racional de compreenso do que nas suas

    crenas. Num primeiro momento conciliando conhecimentos racionais e os oriundos de suas

    crenas religiosas e, depois, pautando-se cada vez mais pelas respostas que conseguia obter

    apenas pelo uso de suas faculdades racionais.

    Mesmo assim, as primeiras respostas que conseguiu elaborar eram ainda muito

    pautadas pelas questes de origem religiosa. S depois foi focando-se em questes e

    problemas que traziam a caracterstica de serem investigados empiricamente.

    Dessa forma, se no incio buscava-se a essncia do ser humano, depois essa questo

    passou a ser vista como metafsica. Ou seja, especulaes que no encontram seu fundamentona experincia sensvel, no que nossos rgos dos sentidos podem comprovar empiricamente.

    E esse o paradigma que ainda hoje fundamenta a prtica cientfica.

    Auguste Comte, grande pensador do Sculo XIX, ao discutir essas questes props

    uma curiosa interpretao do desenvolvimento da racionalidade humana. Pode parecer um

    tanto simplista, mas muito influenciou o modo de ver de vrias geraes de entusiastas da

    cincia e ainda o faz at hoje.

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    Para fundamentar seu pensamento, Comte (MORA, 2001, p. 609) prope que se pode

    entender a histria da humanidade como dividida em trs estgios ou estados: o estado

    religioso, o metafsico e o positivo.

    Comte os compara s fases pelas quais passa o ser humano. Na primeira fase da nossa

    vida somos marcados pela religio, acreditamos em deus e pautamos nossa conduta por aquilo

    que nos ensina a doutrina religiosa. Na adolescncia e juventude passamos a acreditar em

    formas ocultas e/ou de energias, essncias do mundo e foras metafsicas que interfeririam na

    realidade das coisas. E por fim, na idade adulta, passamos a crer apenas naquilo que vemos e

    tocamos e j no estamos to dispostos a prestar nossa adeso a qualquer doutrina que se

    coloque como verdadeira. Precisamos avaliar sua relevncia.

    Da mesma forma, a humanidade passou tambm por essas trs fases. No estadoreligioso, predominaram instituies e formas de organizao e explicao religiosas. Em

    seguida a humanidade passou para o estado metafsico, em que as explicaes religiosas

    foram substitudas por explicaes racionais que se propunham buscar a essncia das coisas,

    baseando-se em foras e/ou elementos invisveis que responderiam pela ordem de tudo que

    existe.

    Por fim, a humanidade teria atingido um estado maior de maturidade e entrado na fase

    do estado positivo. Positivo pode-se ser entendido como o que no admite dvidas, o que se baseia em fatos e na experincia, algo afirmativo, decisivo, certo, real. Com isso a

    humanidade teria atingido o ponto mais alto de sua capacidade de conhecer, por ter chegado

    ao desenvolvimento do conhecimento cientfico que o sculo XIX conheceu. Todas as outras

    especulaes religiosas e filosficas, Comte as viu como um estgio anterior de

    desenvolvimento, uma fase necessria para que a humanidade pudesse crescer na sua busca

    por conhecimento.

    Concordando ou no com Comte, essa viso predominou na histria do conhecimentoe deu origem distino entre cincias humanas e cincias naturais, sendo estas as dotadas de

    maior objetividade e validade. Isso j foi bastante questionado e discutido mas sua influncia,

    s vezes, ainda se faz notar. No caso do Brasil, apenas por curiosidade, a influncia do

    Positivismo de Comte foi to grande no final do sculo XIX, cujos adeptos participaram

    intensamente da Proclamao da Repblica, que o lema positivista foi estampado na bandeira

    brasileira: ordem e progresso.

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    4. A PESQUISA

    Mas tudo isso que at agora foi discutido diz respeito a uma nica atividade: a

    pesquisa. Pesquisa todos fazemos sempre que temos uma problema para resolver: seja uma

    pesquisa de preo, entender os porqus de determinada situao, os sintomas de uma doena,

    o fim de um relacionamento e por que o arroz saiu grudado. Ou seja, do mais banal ao mais

    importante.

    Trata-se daquela investigao que empreendemos em busca de uma resposta, de uma

    compreenso que nos traga luz, conforto, controle... Enfim, nos possibilite tomar decises de

    forma mais segura.

    Em cincia fundamental! Algo que costuma passar despercebido que atribumos

    demasiada confiana ao que as cincias so capazes de nos ensinar. A tal ponto que

    extrapolamos o que os mtodos cientficos podem nos oferecer quanto a certezas e garantias.

    Mas como assim? No h garantias ou confiabilidade no que o conhecimento cientfico pode

    produzir? Bem, a questo mais complexa. O que acontece que se atribui cincia algo que

    no lhe cabe.

    Depois de termos abandonado as respostas religiosas e filosficas de explicao do

    mundo, nos agarramos cincia como a nica capaz de nos ajudar a resolver nossos

    problemas de sade, de relacionamento, de organizao social, de relao com a natureza etc.

    E fizemos isso de tal modo que deixamos a verdade religiosa mas em seu lugar

    colocamos a verdade cientfica. E o fizemos de forma to dogmtica que passamos a nos

    apoiar religiosamente no conhecimento cientfico. Resultado disso aquela famosa pergunta:isso cientfico? Se a resposta for afirmativa, ento nos tranqilizamos, ficamos confiantes e

    seguros.

    Isso corresponde ao que a cincia? Ou ser que corresponde mais ao modelo de

    colocar algum num programa de televiso, ou numa revista, para opinar cientificamente

    sobre alguma coisa, como se fosse um sacerdote transmitindo a verdade de um deus?

    Parece-me que a cincia no bem isso!

    A cincia tem um mtodo rigoroso e sistemtico que lhe garante confiabilidade, pois algo que pode ser controlado, repetido, questionado, revisado e, se no houver contradies,

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    confirmado. Mas dvidas o que no falta nas discusses da cincia. Dogmas no fazem

    parte do mtodo cientfico.

    Tanto assim que constantemente estamos revendo o que j sabemos. Se o

    conhecimento cientfico fosse dogmtico, no seria mais preciso fazer pesquisas. preciso

    ento rever o conceito de verdade na cincia.

    Quando se encontra uma verdade na cincia, isso significa que uma dada concepo de

    mundo, ou seja, uma teoria, foi confirmada empiricamente. Mas isso no significa que essa

    teoria provou que o mundo seja assim ou assado. No podemos saber de como as coisas so

    exatamente. S podemos discuti-las a partir dos parmetros de nossa capacidade racional.

    Quando uma teoria cientfica testada e comprovada empiricamente, significa que se

    as coisas no forem exatamente daquele jeito, devem ser de uma forma muito prxima, umavez que os experimentos deram certo.

    Bom, se o conceito de verdade da cincia no pode ser entendido de forma absoluta, se

    os testes empricos no provam que o mundo seja de uma dada maneira, o que se prope

    ento com o trabalho cientfico?

    A cincia de fato no pretende provar que as coisas sejam da forma como

    cientificamente afirmamos. Fosse assim e ento encerraramos as pesquisas e no reveramos

    constantemente o que j sabemos em busca de modelos tericos melhores. Muito do que j foichamado de cincia, hoje no assim considerado. Alm de que muitos procedimentos

    adotados no passado foram abandonados por outros melhores. Devemos ento ser muito mais

    modestos quanto nossa capacidade para conhecer. Temos muito mais dvidas que certezas.

    Porm, apesar desses limites, muito pode ser feito e o fazemos.

    O objetivo da cincia o de melhorar a posio em que nos encontramos no mundo

    onde vivemos. E para isso, buscamos meios eficazes para tentar controlar os acontecimentos e

    prev-los, para disso retirar proveito em favor do nosso conforto e melhor sobrevivncia.Dessa forma, as teorias e leis cientficas, se no provam que o mundo tenha esta ou

    aquela estrutura, permitem que se faam explicaes e previses ainda que com toda a

    provisoriedade que lhes inerente.

    Muito bem! Mas o que se pretende dizer com todo esse discurso? Pretende-se

    ressaltar, valorizar, destacar o valor das pesquisas cientficas. Esse o sentido de todo esse

    texto e do trabalho dessa disciplina.

    Em uma graduao no se formam profissionais apenas para reproduzir um

    conhecimento que repassado mecanicamente. Deve-se formar tambm o pesquisador, aquele

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    que deve questionar sua prpria prtica e os conhecimentos adquiridos em busca de outros

    melhores e mais eficazes.

    Nesse sentido, a pesquisa fundamental! Logo, esta disciplina no visa apenas ensinar

    meros instrumentos a serem repetidos pelos graduandos. Muito mais que isso, visa formar

    aqueles que continuaro a produzir conhecimento em sua rea especfica de atuao.

    Esse todo o sentido, essa a beleza do que fazemos!

    Lamentvel considerar esses e outros conhecimentos como mais uma obrigao a

    cumprir em busca de um diploma. O que fazer com um diploma num mundo em que se exige

    conhecimento?

    Antes, devem ser vistos como instrumentos eficazes para resolver problemas,

    aumentar nossa capacidade de conhecer e melhorar nossa condio de vida, para ajudarpessoas a terem qualidade de vida, para nos ajudar a ter uma melhor relao com os demais

    seres vivos e com o planeta.

    Sendo assim, ainda mais lamentvel com o intuito de cumprir uma obrigao

    escolar, a atitude de apenas copiar um trabalho feito por outra pessoa. Alm da falsidade

    ideolgica, engana-se a si mesmo por no ter o domnio de um saber que lhe ser exigido a

    todo momento.

    Apesar de esse discurso soar moralizante, seu objetivo o de despertar para o prazerda descoberta, da construo de conhecimento, para a aquisio daquilo que nunca ser tirado:

    o saber.

    Feitas essas consideraes, que pretenderam situar e fundamentar a importncia do

    estudo dos mtodos para a produo do conhecimento, passemos ento parte prtica,

    descrio dos mtodos que propiciam atingir os objetivos buscados nas diferentes reas do

    conhecimento.

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    5. CLASSIFICAO DA PESQUISA

    5.1 PESQUISA PRELIMINAR

    Toda pesquisa tem como ponto de partida o conhecimento e a identificao doselementos que compem a problemtica a ser esclarecida.

    Mas todo pesquisador encontra dificuldades na formulao de hipteses de trabalho. Por isso a necessidade de uma pesquisa preliminar como ponto de partida para a

    definio do problema, das hipteses e do roteiro da pesquisa.

    preciso ainda conhecer disponibilidade de recursos: tempo, recursos financeiros,acessibilidade s informaes, recursos tcnicos e tecnolgicos.

    5.2 PESQUISA TERICA

    O objetivo desenvolver novas teorias, novos modelos ou estabelecer novas hiptesesde trabalho.

    No tem por objetivo uma utilidade prtica dos resultados, mas o enriquecimento doconhecimento cientfico.

    O embasamento terico fundamental para o desenvolvimento de qualquer tipo depesquisa.

    O trabalho de Darwin, acerca da origem das espcies, um bom exemplo de pesquisaterica que contribuiu para a evoluo de novas idias.

    5.3 PESQUISA APLICADA

    A maioria das pesquisas feita a partir de objetivos que visam a sua utilizao prtica,por causa da gama de interesses que envolve principalmente interesses econmicos.

    Valem-se das contribuies de teorias e leis j existentes.

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    So definidas como aplicadas por seu objetivo ser mais imediatista, pela pressa, porexemplo, do retorno dos recursos aplicados.

    Por exemplo: to importante quanto o conforto que um carro oferece, o nmero dequilmetros que ele percorre com um litro de combustvel.

    5.4 PESQUISA DE CAMPO

    Tem como base observar os fatos tal como ocorrem. necessria uma pesquisa preliminar de outros trabalhos e publicaes para que se

    possa acrescentar algo ao que j se conhece. Por exemplo: para conhecer os efeitos da distribuio de renda sobre a criminalidade,

    preciso conhecer os dados e estabelecer uma correlao entre as variveis.

    5.5 FASES DA PESQUISA

    Antes de iniciar qualquer pesquisa, necessrio conhecer o estgio em que se encontrao assunto a ser trabalhado.

    atravs da pesquisa bibliogrfica que se pode obter tais informaes. Como no possvel trabalhar com todo o universo a ser estudado, necessrio

    determinar cientificamente a amostra a partir da qual sero tiradas as concluses.

    Definida a amostra, cabe ao pesquisador estabelecer os critrios da coleta e do registrodas informaes, com o objetivo de tirar as devidas concluses.

    5.6 COLETA DE DADOS

    Tendo em vista a pesquisa a ser realizada, as informaes podem ser obtidas devariadas formas, segundo o critrio ideal a ser estabelecido pelo pesquisador.

    Exemplos: entrevista, questionrio, formulrio. Mas preciso estar atento aos limites,implicaes e dificuldades que cada estratgia apresenta.

    Por isso, antes de aplicar qualquer forma de coleta de dados, preciso estudo,planejamento, questionamento e preparao adequada.

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    6. ANTEPROJETO DE PESQUISA

    Um anteprojeto de pesquisa se caracteriza como uma elaborao prvia de um projeto

    a ser desenvolvido. Trata-se de um texto que possui carter provisrio, que assim se

    caracteriza por permitir alteraes no seu processo de reelaborao. Sua importncia se deve a

    que nem sempre fcil determinar com bastante clareza, logo de incio, o que e como se

    pretende investigar.

    O anteprojeto serve ento como uma primeira verso e se constitui em ponto de

    partida para discusso entre os pares. No caso de uma graduao, entre o professor orientador

    da pesquisa e o aluno.

    redigido aps um conhecimento prvio do assunto, adquirido por meio de leituras

    com base em uma bibliografia selecionada. Essa atividade de elaborao do anteprojeto

    colabora para o exerccio do caminho da investigao: reflexo, delimitao e tomada de

    deciso.

    Para sua elaborao, um anteprojeto deve apresentar alguns dos elementos bsicos de

    um projeto de pesquisa:

    introduo com sntese do referencial terico embasada na literatura formulao do problema objetivos hipteses quando houver.

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    7. PROJETO DE PESQUISA

    O Projeto de Pesquisa o meio utilizado para se comunicar ou explicitar os caminhos

    de uma pesquisa a ser desenvolvida. No possvel pesquisar sem antes projetar. Ou seja, o

    que transforma uma investigao em cincia exatamente o seu carter de planejamento, de

    orientao, de reflexo e sistematizao considerando uma base terica.

    A importncia do projeto de pesquisa est em evitar imprevistos e em garantir a

    objetividade necessria. Para tanto, preciso explicitar os passos a serem seguidos e o que se

    pretende alcanar com tal pesquisa.

    Um Projeto de pesquisa tem as seguintes funes:

    Define e planeja para o orientando o caminho a ser seguido, as etapas e estratgias. Facilita a discusso do projeto em seminrios. Facilita o trabalho de orientao: possibilidades, perspectivas, desvios. Subsidia discusso e avaliao da pesquisa. Base para solicitao de recursos financeiros. Base para avaliao e seleo em programas de ps-graduao.

    7.1 PARTES DO PROJETO DE PESQUISA

    preciso esclarecer que a ordem de apresentao dos elementos, exposta a seguir,

    pode variar segundo as diferentes reas de estudo e mesmo instituies. Por exemplo, hmodelos de projetos que no inserem a formulao do problema na introduo como o faz a

    proposta aqui apresentada. Nada disso apresenta maior dificuldade. O importante que esses

    diversos elementos, necessrios para a compreenso da pesquisa a ser empreendida, estejam

    bem delimitados e explicitados.

    Ttulo

    Indica e sintetiza o contedo a ser trabalhado. Pode ser:

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    - geral: indica de forma genrica o teor do trabalho- tcnico: como um subttulo que especifica a temtica

    Introduo

    Tem a funo de introduzir o leitor no assunto. Deve explicitar os pressupostos

    tericos, descrevendo o que conhecido sobre o tema e quais as questes j respondidas por

    outras pesquisas. O referencial terico tem ainda a funo de fornecer subsdios para a

    problematizao do tema. Deve-se esclarecer que o conhecimento acumulado no suficiente

    para a soluo do problema em foco.

    o momento da caracterizao e delimitao do tema e do problema. Diante de um

    tema mais geral, necessrio realizar escolhas, fazer um recorte e selecionar um aspecto, umdado da questo para realizar o estudo de aprofundamento: o problema da pesquisa. Trata-se

    da pergunta a ser respondida, da razo de ser do trabalho.

    Aps a indicao dos pressupostos tericos, definio e delimitao do tema e

    formulao do problema de pesquisa, este dever ser enunciado de forma interrogativa. A

    pergunta deve ser clara e objetiva, indicando os aspectos e/ou variveis a serem trabalhados.

    Nesse sentido, em relao ao tema e ao problema, preciso estar atento aos seguintes

    aspectos: caracterizao, de maneira mais desdobrada, do contedo da problemtica a pesquisar; Definio dos vrios aspectos da dificuldade a ser estudada; esclarecimento dos limites da pesquisa e do raciocnio demonstrativo (delimitao do

    tema e do problema);

    dar-se conta de que quanto mais abrangente for, menor a profundidade; ter gosto do assunto a ser desenvolvido fundamental, mas tambm no esquecer as

    condies para execut-lo em termos de tempo, acesso a informaes e recursos; pode-se inserir apresentao que indique a gnese do problema (como o autor chegou

    a ele), como tambm a explicitao dos motivos mais relevantes que conduziram a

    essa abordagem;

    pode-se fazer contraposio com trabalhos que j versaram sobre o mesmo problema.

    Justificativa

    Trata-se do porqu, da importncia de se realizar a pesquisa. Deve abranger os

    seguintes aspectos:

    razo da escolha;

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    relevncia do estudo; significao social; contribuio para o crescimento e aperfeioamento da rea; ressaltar a importncia da pesquisa num contexto mais amplo; contexto tambm pode justificar pesquisa que contenha abrangncia mais restrita. Ex.

    de professor que trabalha com comunidades no serto do Nordeste.

    Formulao de hipteses

    So formuladas principalmente para projetos de pesquisa das cincias naturais e da

    sade. As hipteses so formulaes de solues provisrias a respeito de determinado

    problema em estudo. Portanto, so formulaes que sero confirmadas ou no, considerando apesquisa feita. A hiptese deve ser enunciada de forma clara, indicando a relao entre as

    variveis que deram origem ao problema de pesquisa. Deve, tambm, ser formulada com

    fundamento em conhecimento terico e raciocnio lgico, sendo, por isso,

    denominada hiptese cientfica. Faz-se necessrio atentar para o fato de que existem hipteses

    de partida (as iniciais) e as de chegada (finais); e cuidar para que, na tentativa de

    demonstrar as hipteses, o trabalho no fique tendencioso.

    Em suma, ter em conta que: so proposies provisrias para a soluo do problema; em funo das hipteses estabelecidas que se estrutura todo o caminho a ser

    percorrido;

    hiptese poder no se confirmar no decorrer da pesquisa, de a a importncia daperseverana do cientista na busca da verdade;

    pode haver hiptese geral (idia central que se prope demonstrar) e hiptesesparticulares (complementares);

    no confundir hiptese geral com pressuposto, que uma evidncia prvia (o que jest demonstrado como ponto de partida).

    Objetivos

    Os objetivos devem ser centrados na busca de respostas para as questes relevantes,

    identificadas no problema de pesquisa e que ainda no foram respondidas por outras

    pesquisas. Devem ser bem definidos, claros e realistas, mantendo coerncia com o problema

    que deu origem ao projeto.

    Os objetivos podem ser:

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    gerais: indicar propsitos mais gerais, relacionando a importncia do trabalho com odesenvolvimento do conhecimento em geral.

    especficos: no mbito da idia e dos objetivos gerais, ressaltar as idias especificas aserem desenvolvida. Nesse sentido, a amplitude dos objetivos gerais tem sua

    delimitao definida, indicando sua profundidade. Definem, ainda, as etapas que

    devem ser cumpridas para alcanar o objetivo geral, aes que devem ser

    desenvolvidas.

    Procedimentos metodolgicos

    Deve-se apresentar o tipo de pesquisa quanto natureza, aos objetivos, aos

    procedimentos e ao(s) objeto(s). Neste ltimo caso, explicitar se a pesquisa confirma-se comode campo, bibliogrfica ou laboratorial. Deve-se informar a respeito dos mtodos de

    procedimento, de abordagem e das tcnicas utilizadas.

    preciso apresentar quais procedimentos sero empregados na busca das respostas s

    indagaes formuladas. Para tanto, conforme os tipos de pesquisa, deve-se apresentar uma

    definio da amostra e quais tcnicas sero utilizadas na coleta de dados (entrevista,

    observao, formulrio, consulta a arquivos e outros).

    De forma esquemtica, no esquecer que: Trata-se do como? com qu? onde? quando? quanto? mtodo o caminho a ser percorrido pra se atingir os objetivos propostos; existem mtodos gerais, aplicados a todo tipo de pesquisa, e especficos de cada rea

    de trabalho;

    em coerncia com o tema, os objetivos, o problema e a hiptese, ser definido o tipode pesquisa: terica, emprica, histrica etc;

    no confundir mtodo, que so procedimentos mais amplos de raciocnio, comtcnicas, que so procedimentos mais restritos que operacionalizam o mtodo com

    auxlio de instrumentos adequados. Exemplo: pesquisa de campo e entrevista com

    questionrio.

    Referncias:

    Textos fundamentais em que se aborda a problemtica em questo. As referncias do projeto sero enriquecidas durante a pesquisa.

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    Plano de Trabalho

    O projeto deve apresentar um plano de trabalho contendo, de forma sucinta e objetiva,

    as principais etapas (atividades) a serem desenvolvidas durante sua execuo em funo do

    tempo (ms, semana). Deve, tambm, compatibilizar as etapas com a metodologia a ser

    aplicada no desenvolvimento do projeto.

    Oramento

    Este item estar presente nos projetos que pleiteiam financiamento para sua realizao. Deve

    prever: gastos com pessoal, material de consumo, material permanente entre outros.

    Observaes So includos anexos e apndices, se for o caso. O projeto pode ser alterado no decorrer da pesquisa, como conseqncia do

    aprofundamento, desde que devidamente justificado.

    No confundir projeto de pesquisa com plano de trabalho da monografia um no temnecessariamente de espelhar o outro.

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    8. NOES DE TEXTUALIDADE

    Texto uma palavra bastante e conhecida. Seu sentido etimolgico muito

    interessante: vem de tessitura, de tecido. Como os fios entrelaados que compem um tecido,

    assim o texto: um entrelaamento de idias, sentimentos, repertrios culturais, contextos e

    intencionalidades. Uma tessitura tal que produz muitos e variados significados.

    Nesse sentido, a palavra texto mais abrangente do que um documento escrito ou oral.

    Entendido dessa forma, toda tessitura que transmite um significado um texto para quem o

    sabe ler.

    Um sinal de trnsito, um som, um aviso na parede, um gesto, um olhar, um silncio...

    Dependendo do contexto, todos esses sinais podem ser um texto para algum. Mas se no

    puder entender os sinais, ento no haver texto. Logo o texto est no entrelaamento entre os

    sinais e o meu repertrio, que pode me capacitar ou mesmo atrapalhar a compreenso dos

    sentidos dos textos que esto minha volta.

    Portanto, para ler um texto preciso saber: saber a lngua, linguagem, ter

    conhecimentos que capacitem para tanto. Por exemplo, o problema das bulas dos

    medicamentos, escritas para quem conhecimento mdico-farmacutico. A maioria das pessoas

    no consegue entender a linguagem em que so escritas.

    Logo, Leitura aqui entendida como meio de conhecimento e de iniciao ao

    pensamento, como produo textual, porque s possvel pensar o que se conhece. Ler um

    texto repens-lo e repensar pensar. Todos fazemos isso muitas vezes com os textos do

    nosso cotidiano.Mas no campo da pesquisa cientfica, somos treinados para ler com muito mais rigor,

    preciso e eficcia, os textos que fazem parte da nossa rea de atuao. A leitura cientfica

    uma leitura aprofundada que implica anlise, explicao, explicitao, comentrio e

    interpretao de idias. Tais conceitos so definidos e ilustrados a seguir.

    Anlise

    a decomposio dos vrios nveis de pensamento que constituam sentido. Analisar examinar parte por parte de um todo. A anlise se ope sntese, que supe a conjugao do

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    que estava separado. A compreenso das partes constituintes de um texto o primeiro passo

    rumo desmontagem dos seus vrios planos expressivos e dos diversos elementos que o

    compem.

    Ao analisar um problema financeiro, uma conta de telefone muito alta, por exemplo,

    decompomos todas as possibilidades e elementos implicados nessa situao, com o intuito de

    saber como agir para que o valor dessa despesa seja compatvel com o oramento de que se

    dispe.

    Explicao

    enunciar o que h num texto: desdobrar, mostrar o que est exposto, pressuposto,

    implicado, subentendido, suas articulaes, os termos-chave. Envolve momentos deexplicitaoque revelao, desvendamento do conhecimento: traduzir o que no texto est

    apresentado de forma simblica ou implcita.

    Quando um professor solicita a um aluno, ou a um grupo de alunos, que d uma aula

    sobre determinado assunto, est pedindo que faa uma explicao: que diga tudo o que est

    enunciado, implicado, implcito no tema a ser abordado.

    Para fazer esse trabalho de explicao e explicitao de determinado tema ou

    problema, preciso um bom trabalho de anlise que propicie uma adequada compreenso, para que seja capaz de fazer uma exposio. Trocando em midos, no se pode falar ou

    escrever do que no se sabe.

    Interpretao

    a busca da sntese ou da reintegrao das partes no todo. A interpretao encontra-se

    intimamente vinculada ao ponto de vista, que varia segundo variam os interesses e os

    contextos formativos, culturais, geogrficos etc. Com isso, um determinado texto podeproduzir uma multiplicidade de interpretaes.

    Para dar um exemplo cultural, considere como so interpretados os diferentes papis

    sociais ocupados por mulheres, segundo as diferentes culturas. E at no interior de uma

    mesma cultura, como a nossa. Como no caso do aborto, que tratado como um problema de

    mulher. Nem no campo jurdico, nas leis, aparece a responsabilidade do homem que

    contribuiu para a situao de gravidez.

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    Comentrio

    um dilogo com o texto, procurando situ-lo em relao ao autor e sua obra ou

    contribuio. No comentrio, so introduzidos acrscimos exteriores ao texto, buscando

    estabelecer juzos de valor acerca da sua produo.

    Para dar um exemplo muito simples, considere os comentrios de ambas torcidas

    acerca de um lance de futebol, que nem precisa ser muito polmico. Como se percebe, o

    comentrio est intrinsecamente relacionado interpretao, ao ponto de vista de quem o

    profere.

    Ao serem considerados todos esses procedimentos na leitura de um texto, na anlise de

    um fato, de uma situao profissional etc., esta produzir o(s) sentido(s) em nome do(s)qual(quais) tudo isso realizado. A produo de sentido no encerra o texto. Todo o

    contrrio. Deixa em aberto suas possibilidades.

    Todos esses procedimentos fazem parte do trabalho cientfico. Ora so requisitados

    um ou outro, separadamente, ora todos so exigidos por alguma atividade complexa, como o

    caso da monografia. Numa monografia, h momentos que explicamos e explicitamos, em

    outros interpretamos o sentido de algo e fazemos comentrios, avaliando aquilo acerca de que

    estamos discorrendo. Por isso, todas essas habilidades necessitam ser desenvolvidas ao longoda formao profissional.

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    9. CONCEITUAO DE TRABALHOS MONOGRFICOS

    Definio

    O trabalho monogrfico um documento escrito que visa aferio do trabalho

    escolar em uma ou mais disciplinas, solicitado e orientado por professor(es) de uma ou mais

    disciplinas. Segundo o grau de complexidade envolvido, tais trabalhos so classificados

    como:

    Trabalho de Concluso de Curso: resultado de um estudo visando concluso deum Curso de Graduao.

    Monografia: resultado de um estudo visando obteno do ttulo de Especialista. Dissertao: documento escrito visando obteno do ttulo de Mestre, que

    representa o resultado de um trabalho experimental, de tema nico, com o objetivo de

    reunir, analisar e interpretar informaes ou a exposio de um estudo cientifico

    retrospectivo (trabalho de reviso de literatura). Deve evidenciar o conhecimento de

    literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematizao do candidato.

    Tese: documento escrito visando obteno do ttulo de Doutor, que representa umestudo cientfico de tema nico, bem delimitado e original. Deve ser elaborado com

    base em investigao original, constituindo-se em real contribuio para a

    especialidade em questo.

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    10. PRODUO DO TRABALHO MONOGRFICO

    10.1 DETERMINAO DO TEMA-PROBLEMA DO TRABALHO

    Em primeiro lugar preciso delimitar com preciso o tema: no o mesmo tratar da

    liberdade em geral e da liberdade psicolgica ou poltica. Trata-se da perspectiva do tema.

    Para trabalhos com finalidade didtica, escolher temas j abordados por outros, para que haja

    obras a respeito nas quais pesquisar.

    A delimitao do tema a maior dificuldade apresentada pelos estudantes. A tentao

    fazer uma tese panormica e dizer muita coisa. Por exemplo, a literatura hoje; a literatura

    brasileira do ps-guerra aos anos 60. Umberto Eco (1977, p. 07) discute bem essa questo e

    apresenta algumas indicaes acerca de como superar essa dificuldade:

    tese panormica no pode fazer anlises crticas que soam como presuno. Taisanlises supem muito trabalho e delimitao;

    com tese panormica, o pesquisador expe-se a muitas contestaes, como omissesde temas e autores;

    se for bem preciso, o pesquisador ter um material bem conhecido e ignorado pelosexaminadores: torna-se um experto nesse assunto;

    monografia pode ser tambm a abordagem de um tema e no apenas de um autor.Neste caso, analisam-se alguns autores do ponto de pista de um tema especfico: ex. o

    mundo s avessas nos poetas carolngios;

    tratar de um tema especificamente monogrfico no significa fazer algo aborrecido, preciso ter em conta o panorama em que est inserido e estud-lo;

    mas o panorama pano de fundo, no se pode confundir as relaes: uma coisa pintar o retrato de um cavalheiro sobre o fundo de um campo, e outra coisa pintar

    campos e regatos: alteram-se tcnicas, focos, perspectivas;

    quanto mais se restringe, melhor e com mais segurana se trabalha.A perspectiva atravs da qual se aborda um tema completada com o problema: qual

    questo vai ser discutida ou para a qual solues sero buscadas. Colocao do problema em

    relao ao tema desencadeia formulao da hiptese geral a ser comprovada. E, de acordo

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    com a perspectiva adotada, especifica o mtodo a ser utilizado. Quando o autor se define por

    uma soluo a ser demonstrada no curso do trabalho, pode-se ento falar de tese a ser

    demonstrada pelo raciocnio.

    O trabalho deve:

    Demonstrar uma nica idia Defender uma nica tese Assumir uma nica posio frente ao problema especfico: o seu ponto de vista, sua

    tese.

    Normalmente uma atividade de pesquisa perpassa trs fases de amadurecimento, que

    so concomitantes nas vrias etapas do trabalho:

    1. momento da intuio, da descoberta, da formulao de hipteses;

    2. momento da pesquisa:

    confrontar primeiras intuies cotejar com outras posies rever posies iniciais;

    3. momento de amadurecimento da primeira posio:

    abandonam-se algumas idias acrescentam-se outras reformulam-se alguns problemas domnio de uma posio definitiva.

    10.2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO

    Trata-se da pesquisa em busca da documentao existente sobre o assunto. Coloca-seem ao uma srie de procedimentos para localizao e busca metdica de documentos que

    possam interessar ao tema discutido, que dependem da natureza do tema a ser estudado.

    So feitas consultas em:

    catlogos boletins especializados enciclopdias e dicionrios especializados monografias e tratados sobre o assunto textos didticos

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    peridicos impressos e on-line bases de dados

    10.3 LEITURA E DOCUMENTAO

    Plano provisrio do trabalho

    um roteiro do trabalho a ser realizado, uma primeira estruturao baseada em idias

    gerais que se tem do tema:

    uma idia diretriz (linhas gerais, colunas mestras), sem a qual o trabalho se perdenuma superficialidade.

    so idias percebidas intuitivamente pelo aluno, fruto da sugesto do prprio problemae de estudos anteriores.

    Trata-se de um roteiro provisrio, pois o plano definitivo s ser estabelecido no finalda pesquisa.

    Leitura

    Realizar uma primeira triagem para ver o que realmente ser lido e interessante para apesquisa.

    Para tanto:- recorrer a resenhas das obras- opinio de especialistas- tomar contato com a obra:

    sumrio

    prefcio introduopassagens do texto.

    Critrios para a leitura:- atualidade: dos textos mais recentes para os mais antigos as obras recentes

    retomam contribuies do passado, vindo a dispensar algumas leituras. Porm,

    os clssicos so indispensveis;

    - generalidade: das obras mais gerais (enciclopdias, dicionrios, tratados) paraas monografias especializadas e artigos cientficos.

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    No uma mera leitura analtica de toda obra, nem reconstituir raciocnio analtico doautor.

    Ser feita tendo em vista o aproveitamento direto apenas dos elementos que sirvampara a pesquisa.

    s vezes, necessrio leitura de todo o texto, mesmo assim no se deve perder a idiamestra que direciona o trabalho.

    Documentao

    Tomar nota de todos os elementos que sero utilizados na elaborao do trabalho. Usar citao livre (indireta) e textual (direta), indicando a fonte. Documentar as idias pessoais que forem surgindo durante a leitura para no se

    perderem.

    Elaborar fichas, arquivos de documentao ou outra forma de anotao das idias queiro compor o trabalho.

    10.4 A CONSTRUO LGICA DO TRABALHO DISSERTATIVO

    Coordenao inteligente das idias conforme as exigncias de sistematizao. Pode ocorrer reformulao do roteiro provisrio. A ordem lgica do trabalho dissertativo pode no coincidir com a ordem da

    descoberta: no se pode perder de vista a finalidade de comunicar ao leitor, que no

    precisa passar por todos os percalos vividos pesquisador durante sua atividade de

    pesquisa.

    Deve formar uma unidade, com sentido intrnseco, autnomo, para que o leitor queno participou da pesquisa possa apreend-la.

    Portanto as partes do trabalho pargrafos, captulos etc. devem ter seqncia lgicarigorosa.

    No basta que proposies tenham sentido em si mesmas: necessrio que o sentidoesteja logicamente inserido no contexto do discurso e da redao.

    Da as trs partes da estrutura formal do trabalho: introduo, desenvolvimento econcluso.

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    10.5 A REDAO DO TRABALHO

    A linguagem do texto

    Ter estilo sbrio e preciso. Adjetivos suprfluos, rodeios e repeties ou explicaesinteis devem ser evitadas

    Tambm deve ser evitada a forma excessivamente compacta, que pode prejudicar acompreenso do texto.

    O que importa a clareza, mais que outras caractersticas estilsticas. Usar a terceira pessoa do singular. Usar terminologia tcnica na medida do necessrio. Evite-se pomposidade pretensiosa, verbalismo vazio, frmulas feitas e linguagem

    sentimental.

    No cabe linguagem comum, expresses corriqueiras e grias. Infelizmente comumdeparar com o uso de expresses e frmulas da oralidade em trabalhos que requerem

    frmulas prprias da linguagem e escrita e formal.

    Quanto ao estilo, depende da natureza do raciocnio e das reas do saber.

    Os pargrafos Parte do texto que tem por finalidade expressar as etapas do raciocnio. Seqncia, tamanho e complexidade dependem da natureza do raciocnio. Reproduz a estrutura do texto: apresenta uma introduo, um corpo e uma concluso. Como determina a articulao do texto, tendo em vista a construo lgica do

    trabalho, so iniciados por conjunes que indicam as formas de passar de uma etapa

    lgica outra. So os conectivos e devem ser muito bem trabalhados.

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    11. ELEMENTOS E ESTRUTURA DE TRABALHO DE CONCLUSODE CURSO, MONOGRAFIA, DISSERTAO E TESE

    Para compor a apresentao e redao dos trabalhos monogrficos h uma srie de

    elementos j consagrados pela prtica acadmica.

    Existem elementos que so obrigatrios e outros que podem constar conforme o

    desenvolvimento do trabalho. A tabela abaixo apresenta todos os itens que compem o

    trabalho acadmico, inclusive na ordem em que devem ser apresentados.

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    11.1 - ELEMENTOS PR-TEXTUAIS

    11.1.1 Capa

    A capa um elemento obrigatrio. Deve conter as informaes seguintes, na mesmaordem (cf. ANEXO A):

    a- nome da instituio (opcional)

    b- o nome do autor deve ser colocado no alto da pgina;

    c- o ttulo e o subttulo (este se houver) ficam no centro da folha;

    d- o nmero do volume, se houver mais de um, tambm precisa ser colocado;

    e- o nome da cidade em que se situa a instituio a qual o trabalho est vinculado;

    f- e o ano de entrega.O nome do autor, colocado no alto da pgina, significa que ele o responsvel

    intelectual pelo trabalho. Por isso, no se justifica colocar o nome da instituio nessa posio

    em trabalhos, cuja responsabilidade intelectual e direitos autorais no so dela.

    11.1.2 Lombada

    Lombada a parte que rene as margens internas do lado esquerdo, mantendo-as

    juntas quer por cola, costura ou grampos, formando um caderno. Ela constitui um elementoopcional, pois quando as folhas se renem por espiral ou em nmero bastante reduzido, por

    exemplo, a juno das mesmas no forma lombada.

    A lombada de trabalhos acadmicos deve trazer o nome do autor, ou dos autores, e o

    ttulo; a de livros, alm disso, precisa apresentar a logomarca da editora; e a de peridicos

    deve conter os elementos alfanumricos que permitem identificar o volume, o fascculo e a

    data de publicao.

    11.1.3 Folha de rosto

    A folha de rosto elemento obrigatrio. Ela precisa conter as informaes que seguem

    abaixo, na mesma ordem (cf. ANEXO B):

    a- nome do autor, pois o responsvel intelectual pelo trabalho;

    b- ttulo principal do trabalho, acompanhado de subttulo, se houver, que defina

    claramente o contedo do trabalho, constituindo um resumo de, no mximo 12

    vocbulos, como sugere a CAPES (apud DOMINGOS, 1999), devendo o subttulo

    ser introduzido, aps o ttulo, por dois pontos;

    c- o nmero do volume, havendo mais de um, deve ser impresso na folha de rosto;

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    d- a natureza do trabalho (tese, TCC e outros), sua finalidade, isto , motivo que

    determinou sua elaborao, dentre outros, por exemplo, a aprovao em dada

    disciplina;

    e- o nome da instituio a que o trabalho est vinculado deve ser colocado aqui;

    f- o nome do orientador e sua titulao, o da cidade, o da instituio e o ano de

    entrega devem tambm estar registrados na folha de rosto.

    O verso da folha de rosto deve conter tambm a ficha catalogrfica, feita segundo o

    Cdigo de Catalogao Anglo-Americano em vigor. Este cdigo de competncia da FEBAB

    Federao Brasileira de Associaes de Bibliotecrios, Cientistas e Instituies. A ABNT

    assume o que esse rgo dispe.

    11.1.3.1 Modelos de notas explicativas para Folha de Rosto

    Trabalho Curricular

    Trabalho apresentado para avaliao do rendimento escolar da disciplina Introduo

    Filosofia do curso de Pedagogia da Universidade de Santo Amaro, ministrada pelo Prof. Dr.

    Carlos Fontes Fonseca.

    Trabalho de Concluso de Curso

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Histria da Universidade de Santo

    Amaro, orientado pela Prof Carla Carlota, como requisito parcial para obteno do ttulo de

    Licenciado em Histria.

    Monografia

    Monografia apresentada ao Curso de Especializao em Biologia Vegetal da Universidade de

    santo Amaro, orientada pela Prof Dr Olvia Gomes, como requisito parcial para obteno dottulo de especialista em Biologia Vegetal.

    Projeto de Pesquisa

    Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Especializao em Gesto Ambiental do Curso

    de Especializao Lato Sensu da Universidade de Santo Amaro, orientado pelo Prof. Mrio

    Mariano, como requisito parcial para avaliao.

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    11.1.4 Errata

    A errata opcional; se colocada, porm, tem lugar aps a folha de rosto e seus dados

    so apresentados do seguinte modo:

    ERRATAFolha Linha Onde se l Leia-se28 2 aprovacao aprovao

    11.1.5 Folha de aprovao

    A folha de aprovao um elemento obrigatrio a trabalhos que sero submetidos

    aprovao, por exemplo, tese, TCC, pois nela ser registrado o resultado da avaliao dotrabalho feita pelos examinadores. Por isso deve conter:

    a- nome do autor;

    b- ttulo do trabalho (e subttulo, se houver);

    c- natureza e objetivo, ou seja, tipo e por que foi elaborado, por exemplo: dissertao

    elaborada como parte dos requisitos do [...] para a obteno do ttulo de [...];

    d- nome da instituio a que ser submetido;

    e- nome dos componentes da banca examinadora, titulao, instituio a quepertencem e, aps o resultado da avaliao, a data e a assinatura do examinador ou dos

    examinadores;

    f- data da aprovao.

    A data de aprovao e as assinaturas dos componentes da banca examinadora so

    colocadas, nessa ordem, aps o resultado da avaliao. A folha de aprovao no numerada;

    contada apenas. No leva ttulo.

    11.1.6 Dedicatria, agradecimento e epgrafe

    Dedicatria, agradecimento e epgrafe so elementos opcionais (NBR 14724: 2005);

    so colocados no trabalho, segundo o desejo do autor; devem, porm, ser postos na seqncia

    aqui apresentada.

    A dedicatria a folha em que o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho a

    algum. colocada aps a folha de aprovao; no leva ttulo; no numerada, mas

    contada.

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    Aps a dedicatria, so colocados os agradecimentos que devem ser feitos s pessoas

    que efetivamente contriburam para a elaborao do trabalho. elemento opcional.

    Aos agradecimentos, segue a epgrafe, tambm opcional. A epgrafe, excerto retirado

    de alguma obra, alusivo ao assunto que ser tratado, pode ser colocada tanto no incio do

    trabalho como tambm na abertura de cada seo primria (captulo). Colocada no incio do

    trabalho, a folha da epgrafe ser contada, mas no ser numerada, nem conter ttulo, tal qual

    a folha de aprovao.

    11.1.7 Resumo

    Aps a epgrafe, vem o resumo. Os trabalhos acadmicos, alm do resumo na lngua

    verncula, devem apresent-lo tambm em uma lngua estrangeira (graduao, mestrado) ou

    duas (doutorado), por exemplo:Abstract(ingls),Resumen (espanhol) eRsum(francs).

    O resumo deve conter de 150 a 500 palavras e ser seguido da expresso Palavras-

    chave, colocando-se aps estas, descritores ou palavras que sejam representativas do contedo

    que o trabalho oferece.

    O resumo deve pr em evidncia o objetivo, o mtodo, os resultados e as concluses

    do trabalho; da introduo retira-se o contedo necessrio para contextualizar a questo

    analisada. necessrio que ele seja elaborado na forma de texto discursivo, usando-se o verbona 3. pessoa, na voz ativa, formando frases concisas e afirmativas, compondo,

    preferentemente, um pargrafo apenas. Deve-se evitar smbolos e contraes que no so de

    uso corrente, bem como frmulas, equaes, diagramas que no so absolutamente

    necessrios. Se forem includos, na primeira vez em que aparecerem, precisam estar

    acompanhados da devida explicao.

    O resumo de um trabalho, que vem inserido nele prprio, no se faz acompanhar da respectiva

    referncia; se, porm, for colocado em outro contexto, ela deve preced-lo.

    11.1.8 Lista de ilustraes, lista de tabelas, lista de abreviaturas e smbolos

    As listas de ilustraes, tabelas, abreviaturas, siglas e de smbolos so opcionais; so,

    porm, bastante teis quando o trabalho acadmico apresenta esses elementos em quantidade,

    pois facilitam a consulta ao leitor.

    As listas devem figurar no trabalho na ordem acima mencionada e podem ser

    especficas de cada um desses elementos. Desse modo, pode haver uma lista s de ilustraes,outra de tabelas, assim por diante, cada uma seguindo ordenao prpria.

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    Uma s lista de ilustraes pode mencionar todos os tipos: mapa, fotografia, desenho e outros.

    Quando h vrias ilustraes do mesmo tipo, pode-se fazer uma lista para cada tipo, por

    exemplo: lista de mapas, lista de fotografias etc. Se, porm, a quantidade desses elementos

    no justificar listas especficas, todas as figuras podem ser relacionadas numa s, havendo,

    entretanto, para cada tipo de ilustrao uma ordenao numrica.

    Exemplo:

    LISTA DE ILUSTRAES

    Fotografia 1 - Equipe de operao 20

    Grfico 1 - Desenvolvimento urbano 23

    Fotografia 2 - Assemblia Geral Ordinria ABNT 25

    Mapa 1 - Regio Sudeste do Brasil 30

    Desenho 1 - Programa das Naes Unidas para o meio ambiente 33

    11.1.9 Sumrio

    O sumrio um elemento obrigatrio que deve proporcionar viso de conjunto do

    contedo do trabalho, trazendo relacionadas as sees que o compem, acompanhadas do

    nmero da pgina em que se acham o que facilita sua localizao no texto. , quase sempre, o

    ltimo elemento pr-textual; no o ser se for includo prefcio no trabalho.

    Os elementos pr-textuais no so includos no sumrio; os ttulos das sees do texto

    so nele colocados, utilizando-se a tipologia grfica com que aparecem no texto. Os

    indicativos de seo do texto devem ser alinhados esquerda: sugere-se que sejam alinhados

    pela margem do indicativo de ttulo mais extenso. A paginao faz-se alinhando, direita, o

    nmero das pginas em que se acham os ttulos referidos.

    Modelo de Sumrio

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURASLISTA DE TABELASRESUMO1 INTRODUO ................................................................... 15

    2 MATERIAIS E MTODOS ................................................ 332.1 Tipo de pesquisa ............................................................... 33

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    11.2 ELEMENTOS TEXTUAIS

    Os elementos textuais so a introduo, o desenvolvimento e a concluso, que

    constituem as partes essenciais da monografia. Trata-se de uma diviso lgica. Cada um

    desses elementos atende a uma finalidade prpria e a relao que entre eles se estabelece

    configura uma estrutura orgnica, pois juntos compem um todo, ou seja, a estrutura

    monogrfica.

    A introduo

    Delimita o assunto, situa o problema a ser tratado, isto , mostra em que contexto ele

    est inserido e que h conhecimento acumulado, disponvel para isso. chamadoconhecimento partilhado por se entender que ele de domnio dos que atuam na rea:

    constitui a fundamentao terica, pois possibilita a definio e delimitao dos objetivos da

    pesquisa. O nvel de teorizao e interpretao do conhecimento partilhado deve ser limitado

    em funo do problema a ser tratado e da abrangncia que se deseja alcanar. A introduo

    tem como funo nortear as tarefas de investigao e sustentar a interpretao dos dados

    levantados, relacionando-se desse modo com o elemento que a segue, ou seja, o

    desenvolvimento. Por isso, se a seleo do contedo do quadro terico e sua anlise noforem criteriosas, todo o trabalho poder ficar comprometido.

    O desenvolvimento

    a principal parte do texto, apresenta o assunto pormenorizado, de modo explicativo;

    dividido em sees e subsees, de acordo com a amplitude e a profundidade definidas para

    o tratamento de dados: aconselhvel que o autor se limite quarta seo. Aqui so expostos

    os argumentos selecionados para defender a tese proposta, ou seja, atingir os objetivosfixados. Os argumentos precisam ser explicitados logicamente; ou melhor, necessrio

    demonstrar como as provas foram alcanadas e, na falta de consenso, discuti-las.

    A concluso

    Deve apresentar de forma sintetizada um resumo da argumentao e das provas

    explicitadas no desenvolvimento. Alm disso, deve demonstrar logicamente a relao

    existente entre os argumentos e as provas levantadas; apresenta as inferncias extradas dos

    resultados com base na fundamentao terica. Por isso, muitas vezes se diz que a concluso

    um retorno introduo.

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    Constata-se, desse modo, que introduo, desenvolvimento e concluso esto

    interligados, configuram uma estrutura orgnica: no constituem partes independentes, mas

    complementares.

    Infere-se, ainda, que os elementos idias, propostas, conceitos, ilustraes etc. ,no obstante o valor cientfico, quando no se atrelam na formao da estrutura monogrfica,

    devem ser dela despojados de modo a resguardar o encadeamento lgico das idias e das

    propostas, garantindo ao trabalho boa qualidade.

    11.3 ELEMENTOS PS-TEXTUAIS

    11.3.1 Referncia

    Relao das obras efetivamente utilizadas como base na elaborao do trabalho. Por

    ser um elemento obrigatrio no texto, a seo Referncias deve ser numerada e seu ttulo

    alinhado esquerda. As fontes mencionadas em notas de rodap, ou pelo sistema autor-data,

    devem ser includas na seo de referncias, exceto as que indicam os dados obtidos por

    informao verbal.

    Considerando que a produo de um trabalho acadmico, independentemente de sua

    tipologia, demanda a leitura de outras fontes que vo alm daquelas indicadas na seo

    Referncias, sugere-se a elaborao de uma lista dessas obras, se houver mais de cinco itens

    a serem informados. Essa lista deve ser includa na estrutura do trabalho como apndice,

    ficando seu ttulo a critrio do autor, podendo ser: Sugestes de Leitura sobre o Tema,

    Leitura Complementar Sobre o Tema, etc.

    11.3.2 Glossrio (opcional)Elaborado em ordem alfabtica.

    11.3.3 Apndices (opcional)

    De acordo com a NBR 14724:2005, o apndice material ou texto elaborado pelo

    prprio autor do trabalho com objetivo de complementar sua argumentao. Identificados pela

    palavra APNDICE e letras maisculas consecutivas, travesso e ttulo, alinhados esquerda.

    A paginao deve ser contnua do texto principal.

    Exemplo:

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    APNDICE A

    APNDICE B

    11.3.4 Anexos

    Segundo a NBR 14724:2005, anexo texto ou documento, no elaborado pelo autor

    do trabalho, que contribui para fundamentao, comprovao e ilustrao do trabalho.

    Identificado pela palavra ANEXO e letras maisculas consecutivas, travesso e ttulo,

    alinhado esquerda. A paginao deve ser contnua do texto principal.

    Exemplo:

    ANEXO A

    ANEXO B

    11.3.5 ndice (opcional)

    Segundo a NBR 6034:2004, a relao de palavras e/ou frases, que ordenadas

    segundo determinado critrio, remetem para informaes inseridas no texto. Para a elaborao

    de ndice e estabelecimento de critrio de ordenao, consulte a NBR 6034:2004.

    11.4 REGRAS DE APRESENTAO

    11.4.1 Formato

    PAPEL

    O texto deve ser digitado em papel branco, no anverso de folhas A4 (21 cm por

    29,7cm), na cor preta; as ilustraes, contudo, podem apresentar outras cores (NBR

    14724:2005).

    TIPOLOGIA DA FONTE

    A fonte a ser utilizada a Times New Roman ouArial, do seguinte modo:

    a- fonte 12 para o texto;

    b- fonte 11 para ttulos colocados abaixo de figuras, ilustraes e outros;

    c- fonte 10 para notas de rodap;

    d- fonte 11, nas citaes de trs linhas ou mais;

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    e- fonte 12, 14, 16, em caixa alta, negrito, itlico e outros para diferenciar ttulos de

    subttulos, ou seja, sees e subdivises.

    f fonte 16 para ttulo e autor, 14 para subttulo e 12 para demais elementos, na capa e

    folha de rosto.

    ESPACEJAMENTO

    O texto dever ser digitado com espao entrelinhas 1,5 (um e meio); os ttulos e

    subttulos de sees e subsees ficam separados do texto que os precede e do que os sucede

    por dois espaos de mesma medida.

    MARGENSObservam-se as seguintes medidas para as margens: para as margens superior e

    esquerda so deixados 3 cm, para a direita e a inferior, 2 cm.

    PAGINAO

    Da folha de rosto em diante, todas as demais so contadas; devendo-se, porm, colocar

    algarismos arbicos para numer-las somente a partir da Introduo. A posio do nmero a

    2 cm da borda superior e 2 cm da borda lateral direita da folha, portanto no alto da folha, direita. Havendo anexos e apndice, a numerao das folhas continuar normalmente at a

    ltima.

    NOTA DE RODAP

    As notas de rodap so digitadas dentro da margem inferior, em fonte 10, ficando

    separadas do texto por um espao simples de entrelinha e por um filete de trs centmetros.

    Deve-se evitar o uso desnecessrio de nota de rodap, pois sua leitura implicainterrupo da leitura do texto e, conseqentemente, do raciocnio que o leitor vem

    desenvolvendo a partir das idias expostas.

    INDICATIVOS DE SEO

    Os nmeros indicativos de seo, ou seja, das partes que estruturam um documento

    (monografia) seguem ordem progressiva e so colocados esquerda, precedendo o respectivo

    ttulo ou subttulo, de acordo com a NBR 6024: 2003.

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    Os elementos sem ttulo (epgrafe) ou os elementos com ttulo, mas sem inmero

    indicativo de seo, so sempre colocados no centro da linha, por exemplo: agradecimentos,

    anexos e referncias e outros.

    NUMERAO PROGRESSIVA

    A NBR 6024: 2003 normaliza a numerao progressiva; mostra como indicar as

    subdivises do texto, por exemplo: primria, secundria, terciria e outras, ficando assim: 2.3

    Elementos ps-textuais em que 2 representa uma seo primria e 3 a secundria (subseo,

    subdiviso).

    Os elementos textuais introduo, desenvolvimento e concluso compem, cada

    um, uma seo primria; o desenvolvimento, porm, poder estar estruturado em vriassees primrias (anteriormente denominadas captulos), divididas ou no em subsees

    (ttulos e subttulos), dependendo do enfoque e da abrangncia do tema.

    A numerao progressiva deve mostrar essa diviso juntamente com a tipologia

    grfica utilizada, por exemplo, as letras usadas nos ttulos das sees primrias sero sempre

    iguais e mais chamativas do que as das demais sees. O mesmo tipo de seo ter sempre o

    mesmo tipo de letra, tamanho e forma, tanto no texto quanto no sumrio.

    A diviso em sees e subsees deve ser feita de forma lgica e de acordo com aestrutura do trabalho. A numerao progressiva deve demonstrar a seqncia das sees e

    subsees e o nvel de insero, primeira, segunda, terceira seo etc. que deve, tambm, ser

    marcado pelo uso de tipologia grfica diferente, conforme o exemplo a seguir mostra.

    Exemplo:

    1 SEO PRIMRIA(caixa alta, fonte 14, negrito)

    1.1 SEO SECUNDRIA (parte da primria: caixa alta, fonte 12, negrito)

    1.1.1 Seo terciria(inserida na primria e na secundria; caixa baixa, fonte 14,negrito)

    1.1.1.1 seo quaternria (inserida na primria, na secundria e na terciria: caixa

    baixa, fonte 12, negrito).

    Alm disso, abre-se pgina nova sempre que se inicia uma seo primria, ficando,

    assim, evidente a diviso do trabalho acadmico em sees e subsees.

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    12. ELEMENTOS DE APOIO AO TEXTO

    12.1 CITAES

    a meno, no texto, de uma informao obtida de outra fonte. Pode ser uma

    transcrio ou parfrase, direta ou indireta, de fonte escrita ou oral.

    As citaes podem figurar includas no texto, em nota de rodap ou remetendo s

    referncias no final do texto. As citaes podem ser representadas pelos sistemas numrico ou

    autor-data, devendo, o sistema escolhido, ser mantido ao longo de todo o trabalho.

    12.1.1 Sistema numrico

    Neste sistema os documentos citados so representados por nmeros arbicos e em

    ordem crescente na medida em que aparecem no texto. A indicao numrica no texto deve

    ser feita situando-a de forma sobrescrita linha do texto.

    Exemplo:

    [...] era mesmo muito feliz1

    A ordem das referncias no sistema numrico tambm numrica de acordo com o

    nmero que foi atribudo a cada documento.

    12.1.2 Sistema autor-data

    Neste sistema as citaes devem incluir o autor, a data de publicao e a(s) pgina(s)

    do documento referenciado. No caso da indicao de autoria aparecer no decorrer do texto,

    apenas a inicial do nome deve aparecer em maiscula, e quando a citao se apresentar entre

    parnteses, todas as letras do nome devem ser maisculas. Tem sido mais utilizado nos

    trabalhos acadmicos do que o sistema numrico.

    Exemplos:

    Segundo Xavier (2004, p. 243) o aquecimento global est s comeando.

    O aquecimento global est s comeando. (XAVIER, 2004, p. 243).

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    Citao de at 03 autores

    Quando a obra for de autoria de at 3 pessoas, estas sero citadas pelos respectivos

    sobrenomes.

    Exemplos:

    Resultado semelhante foi obtido por Santos e Barbosa (1995)...

    ou

    A delimitao da rea do projeto de assentamento rural e a distribuio dos lotes

    devem garantir as condies mnimas de vida. (PINHEIRO; MARIAN, 1997).

    E ainda:

    Conforme Moran, Masetto e Behrens (2002, p.37) ...ou

    O ver est, na maior parte das vezes, apoiando o falar, narrar, o contar histrias.

    (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2002, p.37)

    Citao com mais de 03 autores

    Quando a obra for de autoria mltipla, deve ser citada pelo sobrenome do primeiro

    autor, seguido da expresso et al., o ano e pgina(s).Exemplo:

    Conforme notam Rodrigues et al. (1990), a redundncia, ao contrrio do que

    geralmente se acredita, nem sempre representa desperdcio ou ineficincia.

    ou

    .... (RODRIGUES et al., 1990)

    Citao de vrios trabalhos do mesmo autor publicados em anos diferentesTrabalhos diferentes de um mesmo autor devem ser citados pelo sobrenome, e os

    vrios anos de publicao, em ordem cronolgica, separados por vrgula (,).

    Exemplo:

    Os modelos por meio dos quais foram feitas as comparaes denominadas por ns, de

    modelos I e II, foram as genticas estatsticas de cruzamento, [...].(CONSTACK,

    1948, 1952).

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    Citao de vrios autores com a mesma opinio

    Para fazer citaes de autores e trabalhos diferentes sobre uma mesma opinio, deve-

    se obedecer ordem alfabtica seguida de ordem cronolgica.

    Exemplo:

    ... enquanto Crocomo e Parra (1979), Crocomo e Parra (1985), Evendramin et al.

    (1983) e Silva (1981), verificaram uma oscilao de valores...

    ou

    ... (CROCOMO; PARRA, 1979, 1985; EVENDRAMIN et al., 1983; SILVA, 1981).

    Citao de citao

    a transcrio de palavras textuais ou conceitos de um autor a cuja obra no se teveacesso direto. A citao de citao indicada pelas expresses apud ou citado por. A

    citao de citao deve ser evitada, uma vez que a obra original no foi consultada e h risco

    de falsa interpretao e incorrees.

    Exemplos:

    Marinho, citado por Markoni e Lakatos (1982, p.150), apresenta a formulao do

    problema como a fase da pesquisa, que, sendo bem delimitada, simplifica e facilita a

    maneira de conduzir a investigao.ou

    Marinho (apud MARKONI; LAKATOS, 1982, p.150) ...

    Importante: A entrada da citao deve ser idntica entrada estabelecida para a referncia

    bibliogrfica do referido documento.

    12.1.3 Citao direta ou textual a transcrio fiel de grafia, redao e pontuao do documento consultado. Deve ser

    apresentada entre aspas e trazer a indicao da pgina consultada.

    Citao direta at 3 linhas

    inserida no texto, em fonte normal (Arial 12), entre aspas.

    Exemplo:

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    [...] a tcnica a maneira mais adequada de se vencer as etapas indicadas pelo

    mtodo. Por isso diz-se que o mtodo equivale a estratgia, enquanto a tcnica equivale a

    ttica [...] (GALIANO, 1986, p.14)

    Citao direta com mais de 3 linhas

    A citao direta com mais de 3 linhas deve ser destacada do texto, recuada a 4 cm da

    margem esquerda, digitada em tamanho menor (fonte 11) que o texto principal (fonte 12), em

    espao simples e sem aspas

    Exemplo:

    A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) o Frum Nacionalde Normalizao. As Normas Brasileiras, cujo contedo deresponsabilidade dos Comits Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de

    Normalizao Setorial (ABNT/NOS), so elaboradas por Comisses deEstudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos (NBR6029: set. 2002, p.1).

    As supresses [...] e os acrscimos [ ] devem ser indicados por colchetes.

    12.1.4 Citao indireta

    Usada quando so reproduzidas as idias e informaes do documento, semtranscrio das palavras do autor. No usar aspas. Mas deve ser indicada a fonte da referncia.

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    13. NORMAS PARA REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ABNT

    Referncia bibliogrfica o conjunto de elementos que permitem a identificao de

    documentos no todo ou em parte, utilizados como fonte de consulta e citados nos trabalhos

    elaborados.

    As referncias bibliogrficas devem ser alinhadas esquerda e digitadas utilizando se

    espao simples entre suas linhas. Entre uma referncia e outra deve-se adotar espao simples

    duplo.

    Todas as regras estabelecidas neste item seguem o preconizado pela NBR 6023:2002.

    13.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS

    So aqueles elementos indispensveis identificao de um documento: autor(es),

    ttulo, edio, local, editora e data de publicao.

    13.2 ELEMENTOS COMPLEMENTARES

    So aqueles opcionais que, acrescentados aos essenciais, permitem melhor

    caracterizar, localizar ou obter publicaes:

    Indicaes de responsabilidade (tradutor, revisor etc) Descrio fsica ou notas bibliogrficas (n de pginas ou volumes) Ilustraes, dimenses Srie ou coleo Notas especiais ISBN.

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    13.3 LOCALIZAO

    As referncias podem aparecer em notas de rodap, mas devem compor uma lista

    alfabtica ou numrica, que estar localizada ao fim do trabalho, respeitando-se a ordemestabelecida em 11.3.1.

    13.4 MODELOS DE REFERNCIAS

    A seguir, so apresentados exemplos de referncias bibliogrficas comumente

    utilizadas em trabalhos acadmicos.

    13.4.1 Monografia no todo

    Inclui livro, folheto, entre outros.

    Com um autor:

    Com 2 at 3 autores:

    Com mais de 3 autores:

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    Com indicao explcita de responsabilidade pelo conjunto da obra (Coordenador,

    Organizador, etc.):

    Referenciadas pelo ttulo:

    Autores com nomes que indicam parentesco:

    Em formato eletrnico:

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    13.4.2 Monografia considerada em parte

    Quando o autor da parte for o mesmo da obra no todo:

    Em formato eletrnico:

    13.4.3 Dissertaes e teses

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    Em formato eletrnico:

    13.4.4 Publicaes peridicas

    13.4.4.1 Publicaes peridicas como todo

    Em formato eletrnico:

    13.4.4.2 Parte de publicaes peridicas

    Artigos de publicaes peridicas:

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    Em formato eletrnico:

    13.4.5 Eventos (congressos, seminrios, simpsios, etc.)

    Em formato eletrnico:

    13.4.6 Vdeos, DVDs, filmes, fitas de vdeo

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    13.4.7 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrnico

    Bases de dados:

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    14. OUTROS TRABALHOS: CONCEITUAO E ESTRUTURA

    14.1 RESENHA

    Resenhar significa fazer um levantamento das caractersticas de um texto, enumerando

    seus aspectos relevantes, descrevendo as circunstncias que o envolvem, as condies de

    produo e de recepo do discurso. O texto pode ser de linguagem oral, visual ou digital

    (palestra, filme, artigo). A resenha est includa no rol dos textos tcnico-cientficos pela sua

    natureza objetiva e linguagem tcnica.

    14.1.1 Tipos de resenhas

    Resenha informativa

    Um tipo de resenha mais completa e abrangente que apresenta um resumo detalhadodo texto original, ressaltando os diferentes aspectos vlidos, sem entrar em

    pormenores, pois o objetivo da resenha no entrar em detalhes, mas, sim, informar o

    leitor.

    Deve ser seletiva e no mera repetio das idias do autor. Nela devem ser usadas asprprias palavras do resenhista. Deve seguir a seqncia lgica do assunto.

    Pode dispensar a leitura do texto original pela abrangncia do contedo resenhado. Ex: resenhas universitrias, resenhas de textos no traduzidos para o vernculo.

    Resenha crtica ou simplesmente recenso

    Um tipo de resenha em que se formula um julgamento sobre o texto original. Deve-se apresentar primeiramente o resumo do contedo do texto original para depois

    proceder-se ao comentrio ou apreciao crtica de seus vrios aspectos: relevncia do

    assunto, forma de apresentao do assunto, seqncia lgica, correo e adequao da

    linguagem, etc.

    A crtica pode ser feita tambm ao longo do resumo, sendo esta uma opo doresenhista.

    Ex: resenhas publicadas em revistas especializadas e peridicos.

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    14.1.2 Estrutura de uma resenha

    Introduo

    Inicia-se o texto, contextualizando o assunto exposto na obra. Faz-se necessrio

    levantar a importncia dos temas tratados na obra. Na introduo, devem-se apresentar os

    objetivos da obra resenhada.

    Desenvolvimento

    Iniciar a resenha apresentando a estrutura da obra:

    O artigo divide-se em ... Primeiramente... No item seguinte... Na abordagem das partes do texto, o resenhista deve deter especial ateno

    importncia de traduzir o efeito que o autor do texto quis causar no leitor, o que pode ser

    realizado por meio do emprego de verbos que demonstrem os atos do autor, tais como:

    sustentar, contrapor, confrontar, opor, justificar, defender a tese, debruar-se, dedicar-se ao

    estudo, eleger, propor-se a, demonstrar.

    Em um segundo momento, expe-se o contedo apresentado na obra. Esta etapa o

    momento em que o resenhista deve expor as principais idias defendidas pelo autor, na

    mesma seqncia lgica em que se apresentam. Vale relembrar que o autor da resenha no

    deve depreciar a obra, mas informar o leitor, de maneira polida, sobre o assunto nela tratado,evidenciando, em primeiro lugar, a contribuio do autor no que concerne produo de

    novos conhecimentos.

    Concluso

    Na concluso da resenha, deve-se ordenar os conhecimentos adquiridos com a leitura,

    apresentando as concluses do autor. Pode-se abordar a relevncia dessas concluses, de

    modo a evidenciar os resultados obtidos com a leitura do texto.

    14.2 RESUMO

    14.2.1 Definio

    O resumo a apresentao concisa, porm globalizada, dos pontos relevantes de um texto.

    A elaborao formal do resumo varia de acordo com sua natureza.

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    14.2.2 Tipos de resumo cientfico

    Resumo indicativo indica apenas os pontos principais do text