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    NOES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DA POLCIA FEDERALfocada no cespe/unb

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    NOES DE DIREITO PENAL PARA CONCURSO DE AGENTE DE POLCIA FEDERAL 2012

    Autor: Professor Alison Rocha www.beabadoconcurso.com.br todos os direitos reservados 2

    DIREITO PENAL POLCIA FEDERAL 2012 FOCADO NO CESPE/UnB

    SUMRIO

    UNIDADE 1 Aplicao da Lei Penal

    1.1 Princpios da legalidade e da anterioridade

    Questes de provas anteriores

    1.2 Lei penal no tempo e no espao

    Questes de provas anteriores1.3 Tempo e lugar do crime

    Questes de provas anteriores1.4 Lei penal excepcional, especial e temporria

    Questes de provas anteriores1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal

    Questes de provas anteriores1.6 Pena cumprida no estrangeiro

    Questes de provas anteriores1.7 Eficcia da sentena estrangeira

    Questes de provas anteriores1.8 Contagem de prazo; fraes no computveis da pena

    Questes de provas anteriores1.9 Interpretao da lei penal e analogia

    Questes de provas anteriores

    1.10 Irretroatividade da lei penal

    Questes de provas anteriores

    1.11 Conflito aparente de normas penais

    Questo de prova anterior

    UNIDADE 2 Infrao penal

    2.1 Elementos2.2 Espcies

    UNIDADE 3 Sujeitos da infrao penal

    3.1 Sujeito ativo

    3.2 Sujeito passivo

    Questes de provas anteriores

    UNIDADE 4 Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade

    Questes de provas anteriores

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    UNIDADE 5 Imputabilidade penal

    Questes de provas anteriores

    UNIDADE 6 Concurso de pessoas

    Questes de provas anteriores

    UNIDADE 7 Crimes contra a vida

    Questes de provas anteriores

    UNIDADE 8 Crimes contra a pessoa

    Questes de provas anteriores

    UNIDADE 9 Crimes contra a honra

    Questes de provas anteriores

    UNIDADE 10 Crimes contra a f pblicaQuestes de provas anteriores

    UNIDADE 11 Referncias bibliogrficas

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    UNIDADE 1

    Aplicao da Lei Penal

    1.1 Princpios da legalidade e da anterioridade

    PRINCPIO DA LEGALIDADE

    O princpio da legalidade encontrado na Constituio Federal em seu artigo 5, inciso XXXIX; como de talforma tambm podemos encontrar no Cdigo Penal no seu artigo 1: no h crime sem lei que o defina;no h pena sem cominao legal.

    MUITO IMPORTANTE: O princpio da legalidade probe a analogia para prejudicar o ru - analogia inmalam partem -, e a criao de crimes e penas pelos costumes.

    ATENO: O dispositivo acima alcana tanto as medidas de segurana como as contravenes penais.

    IMPORTANTE: No Direito penal, o princpio da legalidade se desdobra em outros dois: princpio daanterioridade da lei penal e princpio da reserva legal. Por anterioridade da lei penal, entende-se que nose pode impor uma pena a um fato praticado antes da edio desta lei, exceto se em benefcio do ru. J areserva legal, estabelece no existir delito fora da definio da norma escrita (no pode ser por medidaprovisria ou lei delegada).

    CUIDADO: A norma penal em branco no fere o princpio da reserva legal.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    1. As principais garantias constitucionais de carter no-penal esto consubstanciadas, precipuamente,segundo a doutrina tradicional, nas garantias da inexistncia de crime sem lei anterior que o defina(anterioridade), bem como na inexistncia de pena sem prvia cominao legal (legalidade ou tipicidadepenal).

    2. O princpio da legalidade veda o uso da analogia in malam partem, e a criao de crimes e penas peloscostumes.

    3. O princpio da legalidade, que desdobrado nos princpios da reserva legal e da anterioridade, no seaplica s medidas de segurana, que no possuem natureza de pena, pois a parte geral do Cdigo Penalapenas se refere aos crimes e contravenes penais.

    4. Segundo o princpio da reserva legal, apenas a lei em sentido formal pode criar tipos penais. Dessamaneira, a norma penal em branco, que exige complementao de outras fontes normativas, fere omencionado princpio e, consequentemente, inconstitucional.

    5. O princpio da estrita legalidade ou da reserva legal e o da irretroatividade da lei penal controlam oexerccio do direito estatal de punir, ao afirmarem que no h crime sem lei anterior que o defina, nem

    pena sem prvia cominao legal.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_penalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Delitohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Delitohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_penal
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    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    1. C

    2. C

    3. E

    4. E

    5. C

    1.2 Lei penal no tempo e no espao

    LEI PENAL NO TEMPO

    O conceito de lei penal no tempo encontra-se no artigo 2 do Cdigo Penal que diz: Art. 2 - Ningumpode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuoe os efeitos penais da sentena condenatria.

    MUITO IMPORTANTE: Conforme reza o Pargrafo nico do art. 2 do CP- A lei posterior, que de qualquermodo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentena condenatriatransitada em julgado.

    O QUE EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL?A extra-atividade pode se desdobrar no tempo para frente ou para trs, dando origem, respectivamente ultratividade ou retroatividade.

    QUAIS SO AS SUAS ESPCIES?Ultratividade ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridosdurante a sua vigncia;

    Retroatividade possibilidade conferida lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatosocorridos anteriormente sua entrada em vigor.

    A ultratividade e a retroatividade da lei penal sero realizadas, em regra, em benefcio do agente

    (novatio legis in mellius), e no em seu prejuzo (novatio legis in pejus), e pressupem, necessariamente, asucesso de leis no tempo (trataremos das excees em seguida).

    A lei nova, editada posteriormente conduta do agente, pode conter dispositivos que beneficiem ou queprejudiquem o mesmo. Se benefici-lo, ser considerada uma novatio legis in mellius. Se prejudic-lo serconsiderada uma novatio legis in pejus.

    A novatio legis in melliuster sempre efeito retroativo, sendo aplicada aos fatos ocorridos anteriormente sua vigncia, ainda que j tenha havido sentena com trnsito em julgado.

    A novatio legis in pejus em regra no se aplica, ou seja, no pode a lei mais grave retroagir para prejudicar

    o ru.

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    Exceo na aplicao danovatio legis in pejusnos crimes permanentes e continuados:

    Smula 711 STF -A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a suavigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia.

    ATENO: luz da smula n 611 do STF - Transitada em julgado a sentena condenatria, compete ao

    juzo das execues a aplicao de lei mais benigna.

    CUIDADO:No direito processo penal no se aplica retroatividade da lei penal mais benfica, porquanto ele regido pelo princpio do Tempus regit actum que significa literalmente o tempo rege o ato(a lei processual penal tem aplicao IMEDIATA), no sentido de que os atos jurdicos se regempelalei da poca em que ocorreram.

    Exemplo retirado de uma questo de prova do CESPE:Pelo princpio da retroatividade da lei mais benigna, a norma processual penal tem efeito retroativo,anulando os atos processuais anteriores, no caso de a lei nova de natureza exclusivamente processual vir abeneficiar o ru.

    Comentrio: O item est errado, pois no direito processo penal no se aplica retroatividade da lei penalmais benfica, porquanto ele regido pelo princpio do Tempus regit actum que significa literalmente otempo rege o ato (a lei processual penal tem aplicao IMEDIATA).

    ABOLITIO CRIMINIS

    o fenmeno pelo qual o legislador, atento s mutaes sociais, resolve no mais incriminar determinadaconduta, retirando do ordenamento jurdico-penal a infrao que a previa. No CP: Art. 2. Ningum podeser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execuo e os

    efeitos penais da sentena condenatria.

    O efeito da descriminalizao de uma conduta a extino de sua punibilidade. A extino da punibilidadepode ocorrer na fase de inqurito ou j no processo.

    Se durante o inqurito, a autoridade policial deve remet-lo ao Ministrio Pblico, que solicitar seuarquivamento.

    Se a denncia j tiver sido recebida, o juiz, com base no artigo 61, do CPP, dever declarar a extino dapunibilidade de ofcio. Art. 61 do CP - Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta apunibilidade, dever declar-lo de ofcio.

    EFEITOS DAABOLITIO CRIMINIS

    A abolitio criminis faz cessar todos os efeitos PENAIS da sentena condenatria, subsistindo os efeitoscivis.Quando existe uma sentena penal condenatria, ela serve de ttulo executivo judicial para que a vtima ouseu representante ajuze ao de execuo contra o ru para a reparao dos prejuzos por ela (a vtima)experimentados em decorrncia do crime. Esse ttulo ser mantido vlido e eficaz mesmo se ocorrer adescriminalizao da conduta.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Leihttp://pt.wikipedia.org/wiki/Leihttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89pocahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89pocahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei
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    SUCESSO DE LEIS NO TEMPOEntre a data do fato praticado e o trmino do cumprimento da pena pelo ru podem surgir vrias leispenais que, de alguma maneira, tenham aplicao ao fato praticado pelo agente. Se a lei nova for benfica,ser retroativa. Se a lei anterior for mais benfica, ser ultrativa.

    LEI INTERMEDIRIA

    A lei intermediria aquela que no era vigente (no existia) data do fato nem data da prolao dasentena. Deve ser aplicada sempre que, comparativamente a ambas, for mais benfica, o que faz surgiruma retroatividade em relao lei anterior e uma ultratividade em relao a uma lei mais nova.

    LEI PENAL NO ESPAO

    Quadri Padova no seu livro Diritto penal e internacional e de 1943 (traduzido por Paulo Jos da CostaJnior e Alberto Silva Franco), entende que a lei penal elaborada para viger dentro dos limites em que o

    Estado exerce a sua soberania. Como cada Estado possui sua prpria soberania, surge o problema dadelimitao espacial do mbito de eficcia da legislao penal. Observando assim o estudo em face dodenominado Direito Penal Internacional, que se refere ao estudo do modo pelo qual um determinadoordenamento jurdico interno prove com referncia matria penal, a resoluo dos problemas impostosao Estado, do qual emana este ordenamento, em virtude de sua coexistncia com outros Estados dacomunidade internacional superior.

    ATENO: Em regra, em relao aplicao da lei no espao, vigora o princpio da absoluta territorialidadeda lei processual penal.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    6 As normas processuais tm aplicao imediata, ainda que o fato que deu origem ao processo sejaanterior entrada em vigor dessas normas.

    7 Considere que um indivduo seja preso pela prtica de determinado crime e, j na fase da execuopenal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situao, o indivduo cumprir apena imposta na legislao anterior, em face do princpio da irretroatividade da lei penal.

    8 Quando lei nova que muda a natureza da pena, cominando pena pecuniria para o mesmo fato que, navigncia da lei anterior, era punido por meio de pena de deteno, no se aplica o princpio daretroatividade da lei mais benigna.

    9 Considere a seguinte situao hipottica. Um indivduo respondia a processo judicial por ter sido presoem flagrante delito, quando transportava em seu veculo, caixas contendo cloreto de etila (lana-perfume).Posteriormente sua priso, ato normativo retirou a referida substncia do rol dos entorpecentes ou dosque causam dependncia fsica ou psquica. Nessa situao, em face da abolitio criminis, extinguiu-se apunibilidade.

    10 Ningum pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtudedela a execuo e os efeitos penais e civis da sentena condenatria.

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    11 Roberval foi definitivamente condenado pela prtica de crime punido com recluso de um a trs anos.Aps o cumprimento de metade da pena a ele aplicada, adveio nova lei, que passou a punir o crime por elepraticado com deteno de dois a quatro anos. Nessa situao, a lei nova no se aplicar a Roberval, tendoem vista que sua condenao j havia transitado em julgado.

    12 O dispositivo constitucional que estabelece que a lei no retroagir, salvo para beneficiar o ru, aplica-se lei penal e lei processual penal.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    6. C

    7. E

    8. E

    9. C

    10. E

    11. E

    12. E

    1.3 Tempo e lugar do crime

    TEMPO DO CRIME = momento de sua prtica do crime

    Tempo do crime o momento em que se considera o crime praticado. Essa noo necessria pararesolver problemas de confronto de leis que se sucedem no tempo.

    1. TEORIA DA ATIVIDADE tempo do crime o da ao ou da omisso, ainda que outro seja o momentodo resultado (adotada pelo cdigo penal para o Tempo do crime);

    2. TEORIA DO RESULTADO o tempo do crime o da ocorrncia do resultado, no importando o tempoda conduta comissiva ou omissiva (adotada pelo cdigo processual penal);

    3. TEORIA MISTA OU DA UBIQUIDADE considera os dois fatores. O tempo do crime ser o da ao ouimisso, bem como o do momento do resultado.

    luz do cdigo penal, tempo do crime, art. 4 do CP: Art. 4 - Considera-se praticado o crime nomomentoda ao ou omisso, ainda que outro seja o momento do resultado.

    MUITO IMPORTANTE: Vamos supor que depois de realizada a atividade executria do delito e antes deproduzido o resultado (consumao), surge nova lei Y (lex mitior) alterando a legislao X de forma mais

    gravosa (lex graviorou lex severior)sobre a conduta punvel.- Qual lei ser aplicada, a em vigor (lei X) ou a lei mais gravosa (Y)?

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    1 Situao: Se for um crime de homicdio (crime material), ainda que a vtima esteja em coma, ao entrarem vigor a lei nova mais gravosa (Y), e a vtima venha a morrer logo depois, aplicar-se- a lei do tempo docrime, o momento em que ocorreu a ao ou omisso, onde ser considerado praticado, ou seja, seraplicada a lei X.

    2 situao: Se for um delito permanente, continuado ou habitual*, ser aplicada a lei do momento emque a conduta criminosa parar, terminar, cessar (lei Y), em decorrncia da smula n 711 do STF(A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou da permanncia).

    *Ainda que no esteja expresso o crime habitual na referida sumulada do STF, pode-se estender esse entendimento, consoantea doutrina majoritria moderna.

    LUGAR DO CRIME

    Conceito de lugar do crime, art. 6 do CP: Art. 6 Considera-se praticado o crime no lugar em que

    ocorreu a ao ou omisso, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se oresultadoQuanto ao lugar do crime no Brasil foi adotado a teoria da Ubiquidade, tambm conhecida como mista eda unidade, lugar do crime aquele em que se praticou qualquer dos atos executrios, como observamosno art. 6 do Cdigo Penal j citado.

    MACETE: Lembre-se de L U T A:L ugar do crimeU biquidade

    T empo do crime = momento da prtica do crimeA tividade

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    13 Considere a seguinte situao hipottica. Bira, auxiliado por Giovane, sequestrou sua prpria vizinha.Ocorreu que, em virtude de a famlia da vtima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de 15 diasdesde o incio do cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o perodo em que a vtima esteve sob a custdiados rus, foi publicada lei nova (com vigncia e eficcia imediata), aumentando a pena do crime emquesto. Nessa situao, de acordo com a posio sumulada do STF, no ser aplicada a lei nova em

    virtude da obrigatria aplicao da lei mais benfica.14 Com relao ao lugar em que o crime considerado praticado, a lei penal brasileira adotouexpressamente a teoria da atividade, desprezando a teoria da ubiquidade.

    15 Considera-se praticado o crime no momento da produo do resultado.

    16 Quanto ao momento em que o crime considerado praticado, a lei penal brasileira adotouexpressamente a teoria da ubiquidade, desprezando a teoria da atividade.

    17 Em relao ao tempo do crime, o Cdigo Penal brasileiro adotou, em regra, a teoria do resultado.

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    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    13. E

    14. E

    15. E

    16. E

    17. E

    1.4 Lei penal excepcional, especial e temporria

    O conceito sobre Lei Penal Excepcional e Temporria encontra-se no artigo 3 do Cdigo Penal que diz:Art. 3 - A lei excepcional ou temporria, embora decorrido o perodo de sua durao ou cessadas ascircunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigncia.

    Conceito de legislao Especial, art. 12 do Cdigo Penal: Art. 12 - As regras gerais deste Cdigo aplicam-seaos fatos incriminados por lei especial, se esta no dispuser de modo diverso.

    - Leis penais temporrias so aquelas que possuem vigncia previamente fixada pelo legislador. Estedetermina que a lei tenha vigncia at certa data.

    - Leis penais excepcionais no tm prazo determinado, perduraram at o momento de calamidade

    pblica, guerras, revolues, cataclismos, epidemias etc.

    IMPORTANTE: A lei temporria exceo ao princpio da irretroatividade da lei penal, em decorrncia daultratividade, ou seja, uma lei posterior pune mais gravemente ou severamente um fato criminoso (lexgraviorou lex severior), revogando de forma tcita ou implcita a lei anterior que o punia maisbrandamente (lex mitior), prevalecer a lei mais benfica. Deste modo diz-se que a lei anterior ultrativa,mas somente para os fatos ocorridos durante sua vigncia. Do contrrio, se a lei anterior for a maisgravosa, ela no ser ultrativa, ao contrrio, a lei posterior que retroagir.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    18. Considere a seguinte situao hipottica. Entrou em vigor, no dia 1./1/2008, lei temporria quevigoraria at o dia 1./2/2008, na qual se preceituou que o aborto, em qualquer de suas modalidades,nesse perodo, no seria crime.

    19. As leis penais excepcional e temporria so ultrativas, pois se aplicam a fatos ocorridos antes e duranteas respectivas vigncias.

    20. A lei excepcional ou temporria, embora tenha decorrido o perodo de sua durao ou cessadas ascircunstncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigncia.

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    21. A lei temporria, aps decorrido o perodo de sua durao, no se aplica mais nem aos fatos praticadosdurante sua vigncia nem aos posteriores.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    18 E

    19 E

    20 C

    21 E

    1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal

    O princpio adotado pelo Brasil o da territorialidade temperada, permitindo-se a aplicao da lei penalestrangeira a delitos total ou parcialmente praticados em nosso territrio, quando assim determinaremtratados ou convenes celebrados entre o Brasil e outros Estados, ou cnones de direito internacional.

    O territrio se compe das seguintes partes:

    a) solo ocupado pela corporao poltica, sem soluo de continuidade e com limites reconhecidos;

    b)regies separadas do solo principal;

    c) rios, lagos e mares interiores;

    d)golfos, baas e portos;e)partes que o Direito Internacional atribui a cada Estado, sobre os mares, lagos e rios contguos;f) a faixa de mar exterior, que corre ao longo da costa e constitui o mar territorial;

    g) espao areo; e

    h)navios e aeronaves, conforme circunstncias a seguir indicadas.

    Art. 5 - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuzo de convenes, tratados e regras de direito internacional, aocrime cometido no territrio nacional.

    1 - Para os efeitos penais, consideram-se como extenso do territrio nacional as embarcaes eaeronaves brasileiras, de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro onde quer que se encontrem,bem como as aeronaves e as embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que seachem, respectivamente, no espao areo correspondente ou em alto-mar.

    2 - tambm aplicvel a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaesestrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no territrio nacional ou em voo noespao areo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

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    EXTRATERRITORIALIDADE

    Extraterritorialidade incondicionada

    Art. 7 - Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

    I - os crimes:a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repblica;b) contra o patrimnio ou a f pblica da Unio, do Distrito Federal, de Estado, de Territrio, de Municpio,

    de empresa pblica, sociedade de economia mista, autarquia ou fundao instituda pelo PoderPblico;

    c) contra a administrao pblica, por quem est a seu servio;d) de genocdio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.

    ATENO: Nos casos acima, de extraterritorialidade incondicionada, ainda que o agente sofra condenaoou cumpra pena no estrangeiro responder pelas leis brasileiras.

    CUIDADO: Nos crimes contra a honra (calnia, difamao e injria) contra o Presidente da Repblica nose aplica a regra acima ( art. 7, inciso I, alnea a), ou seja, se for cometido no estrangeiro, ser processadoe julgado l.

    Extraterritorialidade condicionada

    II - os crimes:a) que, por tratado ou conveno, o Brasil se obrigou a reprimir;b) praticados por brasileiro;c) praticados em aeronaves ou embarcaes brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em

    territrio estrangeiro e a no sejam julgados.

    1. Nos casos do inciso I, o agente punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenadono estrangeiro.

    2. Nos casos do inciso II, a aplicao da lei brasileira depende do concurso das seguintes condies:a) entrar o agente no territrio nacional;

    b) ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticado;

    MUITO IMPORTANTE: b) ser o fato punvel tambm no pas em que foi praticado (art. 7, 2, b). O

    fato deve preencher, no Brasil e no pas estrangeiro, todos os requisitos para a imposio da pena, ou seja,deve ser tpico, ilcito, culpvel e punvel.

    Extraterritorialidade hipercondicionada

    3 - A lei brasileira aplica-se tambm ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,se, reunidas as condies previstas no pargrafo anterior:a) no foi pedida ou foi negada a extradio;b) houve requisio do Ministro da Justia.

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    Princpios aplicados ao Cdigo Penal Brasileiro:

    1. No art. 7, I, a, b, c, d, adota-se o princpio da defesa real ou proteo;

    2. No art. 7, II, a, adota-se o princpio da justia universal;

    3. No art. 7, II, b, adota-se o princpio da nacionalidade ativa;

    4. No art. 7, 3 adota-se o princpio da nacionalidade passiva;

    5. No art. 7, II, c, adota-se o princpio da representao ou da bandeira ou do pavilho.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    22 De acordo com a lei penal brasileira, o territrio nacional estende-se a aeronaves e embarcaesbrasileiras, mercantes ou de propriedade privada, onde quer que se encontrem.

    23 Se, no interior de uma embarcao no-mercante brasileira que esteja navegando em alto-mar, umcidado russo praticar leso corporal em um dos tripulantes, aplicar-se-, obrigatoriamente, hiptese, alei penal brasileira, em face do princpio da territorialidade.

    24 Aplica-se a lei penal brasileira a crimes praticados contra a vida ou a liberdade do presidente daRepblica, mesmo que o crime tenha ocorrido em outro pas.

    25 Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a vida do presidenteda Repblica, exceto se o agente tiver sido condenado no estrangeiro.

    26 O princpio bsico que norteia a aplicao da lei penal brasileira o da territorialidade temperada.

    27 Ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes de genocdio praticados porbrasileiros natos, mas no os praticados por estrangeiros, ainda que residentes no Brasil.

    28 Em alto-mar, a bordo de uma embarcao de recreio que ostentava a bandeira do Brasil, Jlio praticou

    um crime de latrocnio contra Lauro. Nessa situao, aplicar-se- a lei penal brasileira.29 Os crimes cometidos no exterior por agente estrangeiro contra o patrimnio de sociedade de economiamista instituda pelo poder pblico federal brasileiro no se sujeitam lei brasileira.

    30 Um cidado sueco tentou matar o presidente do Brasil, que se encontrava em visita oficial Sucia.Nessa hiptese, o crime praticado no ficar sujeito lei brasileira.

    31 Laura, funcionria pblica a servio do Brasil na Inglaterra, cometeu, naquele pas, crime de peculato.Nessa situao, o crime praticado por Laura ficar sujeito lei brasileira, em face do princpio daextraterritorialidade.

    32 De acordo com a lei penal brasileira, o territrio nacional estende-se a embarcaes e aeronavesbrasileiras de natureza pblica ou a servio do governo brasileiro, onde quer que se encontrem.

    33 Caso um cidado alemo, dentro de uma embarcao da Marinha Mercante Brasileira, ancorada emporto holands (local onde, em tese, no se pune o aborto), contribua para que sua esposa, francesa,pratique o abortamento, o territrio brasileiro no ser considerado local de ocorrncia da conduta, pois onavio estava ancorado em guas estrangeiras.

    34 aplicado o princpio real ou o princpio da proteo aos crimes praticados em pas estrangeiro contra aadministrao pblica por quem estiver a seu servio. A lei brasileira, no entanto, deixar de ser aplicadaquando o agente for absolvido ou condenado no exterior.

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    35 Em guas territoriais do Brasil, abordo de um navio mercante que ostentava a bandeira da Argentina,um brasileiro praticou um homicdio contra um argentino, ambos tripulantes da embarcao. Nessasituao, aplicar-se- a lei penal argentina.

    36 Considere a seguinte situao hipottica. Peter, de nacionalidade norte-americana, desferiu cinco tirosem direo a John, tambm norte-americano, matando-o. O crime aconteceu no interior de uma

    embarcao estrangeira de propriedade privada em mar territorial do Brasil. Nessa situao, no se aplicaa lei brasileira ao crime praticado por Peter.

    37 Aplica-se a lei penal brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcaes estrangeirasde propriedade privada que estejam em territrio nacional.

    38 Conforme o art. 7, inciso I, a, do Cdigo Penal, ficam sujeitos lei brasileira, embora cometidos noestrangeiro, os crimes contra a honra do Presidente da Repblica Federativa do Brasil.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    22. E

    23. C

    24. C

    25. E

    26. C

    27. E

    28. C

    29. E

    30. E

    31. C

    32. C

    33. C

    34. E

    35. E

    36. E

    37. E

    38. E

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    1.6 Pena cumprida no estrangeiro

    1. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil.2. O crime deve ser o mesmo e as penas diversas.3. Quando as penas forem IDENTIDAS, nela computada a pena imposta no Brasil.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    39. aplicado o princpio real ou o princpio da proteo aos crimes praticados em pas estrangeiro contraa administrao pblica por quem estiver a seu servio. A lei brasileira, no entanto, deixar de ser aplicadaquando o agente for absolvido ou condenado no exterior.

    40. A pena cumprida no estrangeiro no pode atenuar a pena importa pelo Brasil, visto que so Estadosindependentes e um no se subordina nenhuma imposio de outro.

    41. Um condenado a um crime em pas estrangeiro e pela mesma conduta no Brasil, sero descontados osanos j cumpridos, lhe restando cumprir apenas o restante da pena no Brasil.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    39. E

    40. E

    41. C

    1.7 Eficcia da sentena estrangeira

    No Brasil, a competncia para a homologao de sentena estrangeira doSuperior Tribunal de Justia,em acordo com o que estabelece o artigo 105, I, i, da Constituio Federal, com as modificaesdecorrentes da Emenda Constitucional n 45, de 2004.

    O que um processo de homologao de sentena estrangeira?

    um processo que visa conferir eficcia a um ato judicial estrangeiro. Qualquer provimento, inclusive no

    judicial, proveniente de uma autoridade estrangeira s ter eficcia no Brasil aps sua homologao peloSuperior Tribunal de Justia (art. 4 da Resoluo n. 9/STJ de 4/5/2005).

    Quais so os requisitos indispensveis para a homologao de uma sentena estrangeira no Brasil?

    a) Haver sido proferida por autoridade competente.

    b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia.

    c) Ter transitado em julgado.

    d) Estar autenticada pelo cnsul brasileiro e acompanhada de traduo por tradutor oficial ou juramentado

    no Brasil.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Superior_Tribunal_de_Justi%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Superior_Tribunal_de_Justi%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Superior_Tribunal_de_Justi%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_Federalhttp://www.stj.jus.br/SCON/legislacao/doc.jsp?livre=cartas+rogat%F3rias&&b=LEGI&p=true&t=&l=20&i=1http://www.stj.jus.br/SCON/legislacao/doc.jsp?livre=cartas+rogat%F3rias&&b=LEGI&p=true&t=&l=20&i=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_Federalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Superior_Tribunal_de_Justi%C3%A7a
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    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    42 A homologao da sentena estrangeira depende da existncia de estar autenticada pelo cnsul

    brasileiro e acompanhada de traduo por tradutor oficial ou juramentado no Brasil.

    43 No Brasil, a competncia para a homologao de sentena estrangeira do Superior Tribunal de Justia.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    42. C

    43. C

    1.8 Contagem de prazo; fraes no computveis da pena

    Conforme o art. 10 - O dia do comeo inclui-se no cmputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e osanos pelo calendrio comum.

    Fraes no computveis da penaArt. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as fraes de dia, e,na pena de multa, as fraes de cruzeiro

    Contagem de prazo

    Incluso do dia do comeo: no interessa a que horas do dia o prazo comeou a correr; considera-se o diatodo para efeito de contagem de prazo. Assim, se a pena comeou a ser cumprida s 23h50min, os 10minutos so contados como um dia inteiro. Do mesmo modo, no importa se o prazo comeou emdomingo ou feriado, computando-se um ou outro como primeiro dia. Prescrio e decadncia: os prazosso contados de acordo com a regra do art. 10 do Cdigo Penal.

    Prazos processuais: contam-se de acordo com a regra do art. 798, 1 do CPP. Exclui-se o dia do comeo.De acordo com a Smula 310 do STF, se o dia do comeo for domingo ou feriado, o incio do prazo ser odia til imediatamente subsequente.

    Contagem de ms e ano: so contados como perodos que compreendem um nmero determinado dedias, pouco importando quantos sejam os dias de cada ms.

    Exemplo: 6 meses a partir de abril; terminar o prazo em setembro, no importando se o ms tem 30 ou31 dias. (Fernando Capez)

    JURISPRUDNCIA: TJPR: 8104763 PR 810476-3 (Acrdo) Fraes no computveis da pena: STJ -RECURSO ESPECIAL: REsp 188681 SC 1998/0068464-6 PENAL. PRESCRIO. CONTAGEM EM ANOS. TERMOSINICIAL E FINAL. CP, ART. 10.CP10- O prazo de prescrio prazo de natureza penal, expresso em

    anos,contando-se na forma preconizada no art. 10, do Cdigo Penal, na linha do calendrio comum, o quesignifica dizer que o prazo de uma no tem incio em determinado dia e termina na vspera do mesmo diado ms e ano subsequentes.10Cdigo Penal- Os meses e anos so contados no ex nmero, mas ex

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Superior_Tribunal_de_Justi%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Superior_Tribunal_de_Justi%C3%A7a
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    numerationedierum, seja, no se atribui 30 dias para o ms, nem 365 dias para o ano, sendo irrelevante onmero de dias do ms - 28, 29, 30 e 31-, mas o espao entre duas datas idnticas de meses consecutivos.-Recurso especial no conhecido. (188681 SC 1998/0068464-6, Relator: Ministro VICENTE LEAL, Data deJulgamento: 05/09/2000, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicao: DJ 25/09/2000 p. 146)

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    44 O incio do prazo recursal para as partes ser a partir da publicao em Dirio Oficial.

    45 Na contagem de prazo, de acordo com o CP, no inclui-se o dia do comeo, somente o dia do fim.

    46 Desprezam-se as fraes de dia, apenas nas penas privativas de liberdade.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    44. C

    45. E

    46. E

    1.9 Interpretao da lei penal e analogia

    INTERPRETAR: inter pretare, que deriva de inter press, corretor, intermedirio, mediador. Intrprete omediador entre o texto da lei e a realidade. (Asa, em seu Tratado de derecho penal).

    A interpretao consiste em extrair o significado e a extenso da norma em relao realidade. umaoperao lgico-jurdica que se dirige a descobrir a vontade da lei, em funo de todo o ordenamento

    jurdico e das normas superiores de cultura, a fim de aplic-las aos casos concretos da vida real.

    ANALOGIA: S pode ser aplicada, a uma hiptese no prevista em lei, a disposio relativa a um casosemelhante. (s pode em normas no incriminadoras e em beneficio do ru), pois no se admite aanalogia in malan patem (para prejudicar o ru)

    REQUISITOS:1. Fato considerado no pode ter sido regulado pelo legislador;

    2. Existir uma situao regulada que oferece relao de identidade/coincidncia com o caso concreto;

    3. O ponto comum a ambas situaes um ponto determinante na aplicao do principio da analogia.

    POSSIBILIDADE DE APLICAO DA INTERPRETAO EXTENSIVA EM LEI PENAL INCRIMINADORA

    H tipicidade caso a coisa seja, ao invs de produto de crime, venha ser produto de ato infracional, quanto

    ao crime de receptao art. 180 CP?

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    Quanto ao crime de extorso mediante sequestro - art. 159, CP-, se, ao invs de sequestro (cerceamento

    da liberdade, com possibilidade de locomoo dentro do ambiente), haveria tipicidade com o crcere

    privado (cerceamento da liberdade, com imobilizao da vtima), ou seja extorso mediante crcere

    privado ?

    A hermenutica privilegia a "mens legis" (vontade da lei) em detrimento da "mens legislatoris" (vontade dolegislador), justificvel, sobretudo, pela dificuldade da lngua portuguesa em simbolizar por palavras aquilo

    que realmente se quer significar. Assim, no fere o princpio da reserva legal o uso da interpretao

    extensiva em lei penal incriminadora, para se buscar o preciso e exato alcance e significado do texto legal.

    JURISPRUDNCIA: Pratica infrao grave, na forma prevista no art. 50, VII, da Lei 7.210/84, com asalteraes introduzidas pela Lei 11.466/2007, o condenado pena privativa de liberdade que flagrado na

    posse de acessrios de aparelhos celulares em unidade prisional. A interpretao extensiva no direitopenal vedada apenas naquelas situaes em que se identifica um desvirtuamento na mens legis. No se

    criou um novo tipo penal, mas apenas deu ao existente o seu verdadeiro dimensionamento.(RHC 106481, Relator (a): Min. CRMEN LCIA, Primeira Turma, julgado em 08/02/2011).

    Essa extenso admitida no acrdo atacado no acrescenta norma elemento no existentes. Ela apenasrevela a inteno do legislador, que no se expressou adequadamente, o que perfeitamente admissvelem Direito penal.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    47 A analogia s pode ser aplicada, a uma hiptese no prevista em lei, a disposio relativa a um caso

    semelhante.

    48 A interpretao extensiva no direito penal vedada apenas naquelas situaes em que se identifica umdesvirtuamento na mens legis.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    47. C

    48. C

    1.10 Irretroatividade da lei penal

    O princpio da irretroatividade da lei tambm tem aplicao pacfica tratando-se da definio de novashipteses para a caracterizao de crime ou contraveno, ou mesmo aumento da pena ounova agravante.

    Dessa forma, no momento que o agente realiza um ato que possa ser moral ou socialmente condenvel,ele tem condies de saber de antemo se a lei penal caracteriza aquela ao como crime ou no, se

    haveria algum agravante e qual a pena mxima prevista.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Crimehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Contraven%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Penahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agravantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_penalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_penalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Agravantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Penahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Contraven%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crime
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    Aplica-se aqui o princpio universalmente aceito do nullum crimennulla poena sine lege(princpioda Legalidade ou Reserva Legal) , que o Cdigo Penalbrasileiro colocou no seu artigo primeiro nos

    seguintes termos: "Art.1. No h crime sem lei anterior que o defina. No h pena sem prvia cominaolegal".

    IMPORTANTE: No Direito Penal, a irretroatividadeno tem aplicao se a lei estabelecer pena maisbranda ou deixar de considerar alguma ao como crime. a chamada retroatividade benigna.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    49. A irretroatividade da lei penal deve ser sempre obedecida.

    50 Em regra,a irretroatividade da lei penal no pode ocorrer quando mais gravosa ao agente.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    49. E

    50. C

    1.11 Conflito aparente de normas penais

    Ocorre um Conflito Aparente de Normas, tambm conhecido como Antinomia Aparente de Normas Penais,quando temos um crime, e aparentemente duas ou mais leis aplicveis. Dessa forma, para resolver umconflito aparente entre as normas penais preciso considerar quatro princpios: Especialidade,Subsidiariedade, Consuno e Alternatividade.

    MACETE: S E C A

    S = S ubsidiariedade;E = E specialidade;C = C onsuo;A=A lternatividade.

    Segue uma breve explanao sobre os Princpios:

    Princpio da Especificidade: lei geral ser aplicada to-somente quando uma norma de carter maisespecfico sobre determinada matria no se verificar no ordenamento jurdico.

    EXEMPLO1: Se houver privao da criana ou do adolescente de sua liberdade, procedendo suaapreenso sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciriacompetente, a autoridade que realiza esse ato responder pelo ECA e no pela lei de abuso de autoridade,em decorrncia do princpio da especialidade.

    EXEMPLO2: Se um menor de idade for torturado, o agente delitivo responder pelo inciso II, pargrafo 4,

    art.1 da lei 9.455/97(tortura), pois o art.4 da lei de Tortura(9.455/97)revogou o art.233 do ECA. Assim,tal conduta s pode ser tipificada na lei de tortura.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Legalidadehttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Reserva_Legal&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Penalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Penalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_Penalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_Penalhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Reserva_Legal&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Legalidade
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    EXEMPLO3: Se uma gente, capaz, oferecer droga a um menor de idade, ele responder pelas regras doart.243doECA ,uma vez que o componente que cause dependncia fsica ou psquica no ilcito, como porexemplo, cola de sapato. Agora, se for droga ilcita, o agente ser responsabilizado pela lei 11.343/06(lei de drogas).

    Principio da Subsidiariedade: No caso da subsidiariedade tcita, a norma nada diz, mas, diante do casoconcreto, verifica-se seu carter secundrio.

    EXEMPLO: No crime de roubo, em que a vtima, mediante emprego de violncia, constrangida a entregara sua bolsa ao agente. Aparentemente, incidem o tipo definidor do roubo (norma primria) e o doconstrangimento ilegal (norma subsidiria), sendo que o constrangimento ilegal, no caso, foi apenas umafase do roubo, alm do fato de este ser mais grave.

    Princpio da Consuno: quando um crime mais grave absorve o menos grave.

    EXEMPLO: Um indivduo, sem porte de arma ou com arma ilegal, utiliza-se da mesma para ceifar a vida deterceiro, praticando homicdio. A primeira conduta de portar arma de fogo de maneira ilegal, est descritacomo crime no Estatuto do Desarmamento, art. 14 da Lei 10.826/03, porm, no exemplo, absorvida pelaconduta tipificada no art. 121 do Cdigo Penal.

    Princpio da Alternatividade: quando o tipo penal prev mais de uma conduta em seus variados ncleos.

    EXEMPLO: O art. 33 da lei n 11.343/06: Importar, exportar (...).

    QUESTO DE PROVA ANTERIOR RELACIONADA AO TEMA EXPOSTO

    51 Considere a seguinte situao hipottica. O comerciante Ronaldo mantm em estoque efrequentemente vende para menores em situao de risco (meninos de rua) produto industrial conhecidocomo cola de sapateiro. Flagrado pela polcia ao vender uma lata do produto para um adolescente, ocomerciante foi apresentado autoridade policial competente. Nessa situao hipottica, caber aodelegado de polcia a autuao em flagrante de Ronaldo, por conduta definida como trfico de substnciaentorpecente.

    GABARITO RELACIONADO AO TEMA EXPOSTO

    51. E

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    UNIDADE 2

    Infrao Penal

    Conceito formal: infrao penal um comportamento previsto em uma norma penal incriminadora (tipopenal incriminador), sob ameaa de sano penal;

    Conceito material: um comportamento humano indesejado que causa uma relevante leso ou perigo deleso a um bem jurdico penalmente tutelado (protegido) e portanto uma conduta passvel de sanopenal;

    Conceito analtico: Para a teoria finalista, adotada pelo CP ptrio, crime igual a fato tpico + ilicitude +culpabilidade (para essa teoria dolo e culpa esto no fato tpico).

    2.1 Elementos

    Qualquer delito possui os seguintes elementos:Tipicidade: enquadramento do fato ao modelo (tipo) descrito na lei penal;Ilicitude: contrariedade entre o fato e o ordenamento jurdico;Culpvel: praticado de forma reprovvel pelo seu agente.A punibilidade, embora deva existir para que seja aplicada a pena, no considerada elemento do delito.

    2.2 Espcies

    ATENO:O CP adotou a teoria dicotmica ou bipartida. No adotou a Tripartida.

    DIFERENA

    Crime / Delito

    a infrao penal cuja lei comina pena de reclusoou deteno.

    + GRAVE

    Contraveno Penal

    a infrao penal a que a lei comina pena de prisosimples ou multa, ou seja, o segredo est na pena.

    - GRAVE

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    UNIDADE 3

    Sujeitos da infrao penal

    Sujeitos doCrime

    Ativo o autor do crime,

    isoladamente ou emconcurso.

    Autor ou agente - oexecutor direto

    Co-autoria - quando hmais de um autor

    Partcipe - o executorindireto

    Co-participao - quandoh mais de um partcipe

    Autor mediato

    Passivo

    Constante, mediato,formal, geral, genrico ouindireto - o Estado, poiso Estado o titular do ius

    puniendi

    Eventual, imediato,material, particular,

    acidental e direto - oparticular, titualr do bemjuridicamente protegido

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    3.1 Sujeito Ativo

    a pessoa que pratica infrao penal isoladamente ou em concurso com outra ou outras pessoas. Oconceito de sujeito ativo abrange o autor, o co-autor e o partcipe.

    Quem pode ser sujeito ativo da infrao penal? Pessoa Fsica e Pessoa Jurdica (crimes ambientais art.225, 3, CF e que foi regulamentado pela lei 9.605/98 que a lei dos crimes ambientais, em seu art. 3),de acordo com o STJ a pessoa jurdica s pode ser processada, por crime ambiental, juntamente com apessoa fsica que executou a infrao penal. O STJ no admite denncia e processo somente contra apessoa jurdica, tem que denunciar a pessoa fsica e a pessoa jurdica conjuntamente.

    Para parte da doutrina, minoritria, pessoa jurdica no pode ser sujeito ativo de crime ambiental, podeapenas sofrer responsabilidade penal pelo crime ambiental cometido pela pessoa fsica.

    IMPORTANTE: O art. 173, 5, CF (esta norma constitucional ainda no foi regulamentada, portanto

    no possvel considerar pessoa jurdica sujeito ativo de crime econmico e financeiro) tambm prev apossibilidade de responsabilidade penal da pessoa jurdica nos crimes econmicos e financeiros, porm,esse dispositivo constitucional at hoje no foi regulamentado por lei infraconstitucional, portantoatualmente pessoa jurdica no pode ser processada criminalmente por crimes econmicos e financeiros,pois, no existe a regulamentao devida.

    CAPACIDADE DO SUJEITO ATIVO

    Em regra os crimes podem ser praticados por qualquer pessoa, ou seja, no se exige uma qualidade, umacondio especial do sujeito ativo. Em regra o crime comum.

    CRIME COMUM: aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa, o que significa dizer que no seexige uma condio ou uma qualidade especial do sujeito ativo. A esmagadora maioria dos crimes socomuns, ex.: furto, roubo, homicdio, estelionato etc. Em alguns casos de crime o tipo penal exige umacondio especfica, uma condio especial do sujeito ativo e a ento temos: crime prprio.

    CRIME PRPRIO: o crime que no pode ser praticado por qualquer pessoa, o tipo penal ou a lei exigeuma condio especial do sujeito ativo, ex.: os crime funcionais que so os crimes praticados porfuncionrio pblico contra a Administrao (art. 312 a 326 do CP), o sujeito ativo precisa sustentar umacondio especial ser funcionrio pblico. Outro exemplo: deputado e seu assessor solicitam propina,

    ambos so co-autores de corrupo passiva.

    ATENO:O crime prprio admite tanto a co-autoria quanto a participao de terceiros, ex.: os crimesfuncionais admitem tanto a co-autoria quanto a participao de terceiro sendo ele funcionrio pblico ouno.

    Crimes de mo prpria (ou crime de atuao pessoal, ou ainda, crime de conduta infungvel): Crime queno pode ser praticado por qualquer pessoa, ou seja, a lei exige uma qualidade especial do sujeito ativo,ex.; falso testemunho (art. 342, CP). Esse crime admite participao de terceiro (no admite co-autoria),ex.: somente a testemunha que pode mentir diante do juiz, mas ela pode ser induzida ou instigada pelo

    advogado que ser partcipe do crime.

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    QUAL A DIFERENA ENTRE CRIME PRPRIO E CRIME DE MO PRPRIA?

    A diferena que o crime prprio admite co-autoria e participao e o crime de mo prpria s admiteparticipao

    3.2 Sujeito Passivo

    a pessoa fsica ou jurdica que sofre as consequncias diretas da infrao penal. Exemplo de pessoajurdica vtima de crime: furto contra pessoa jurdica, vtima de dano, vitima de estelionato.

    Pergunta: pessoa jurdica pode ser vtima do crime de extorso mediante sequestro (art. 159, CP)? Sim. Elano pode ser sequestrada, mas ela pode ser vtima do prejuzo patrimonial causado pelo crime. Ex.: osinfratores sequestram o gerente do banco em troca de resgate, em troca de dinheiro do banco, e o bancopaga o sequestro do gerente (sendo assim o dinheiro do banco). A liberdade cerceada do gerente dobanco, agora o prejuzo patrimonial suportado foi do banco. Portanto ele pode ser vtima de crime contra o

    patrimnio;

    PESSOA JURDICA PODE SER VTIMA DE CRIME CONTRA A HONRA?

    Existem duas correntes que se manifestam sobre esse caso: 1 corrente: pessoa jurdica pode ser vtima decalunia se for acusada falsamente de crime ambiental. Essa pessoa jurdica s pode ser acusada de crimeambiental e por isso poder ser falsamente acusada de crime ambiental. A pessoa jurdica pode ser vtima,tambm, de difamao. Justificativa dessa 1 corrente a pessoa jurdica tem honra objetiva, temreputao social (nome da empresa est em jogo); 2 corrente: pessoa jurdica s pode ser vtima dedifamao (essa segunda corrente aquela que entende que pessoa jurdica no pratica crime ambiental).

    Para o concurso da PF o que vale a 1 corrente. Agora, com absoluta certeza, pessoa jurdica no podeser vtima de injria, isso porque pessoa jurdica no tem honra subjetiva, no tem sentimento ntimo epessoal.

    SUJEITO PASSIVO FORMAL - tambm chamado de constante: que o Estado (ele vtima de todo crime),isso porque, o crime uma violao da lei penal elaborada pelo Estado. O crime atinge sempre a seguranapblica, cujo dever de proteo sempre do Estado.

    SUJEITO PASSIVO MATERIAL OU EVENTUAL - a pessoa fsica ou a pessoa jurdica que sofre a condutacriminosa (pode inclusive ser o Estado pessoa jurdica de direito pblico. Portanto o Estado pode ser em

    alguns crimes sujeito formal e matria ao mesmo tempo, simultaneamente. Ex.: dano a uma viaturamilitar).

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    52 Pode algum, simultaneamente, ser sujeito ativo e passivo do mesmo crime.

    53 O incapaz, a exemplo do recm-nascido, pode ser sujeito passivo de crimes, porque titular de direitose interesses jurdicos que o delito pode lesar ou expor a perigo.54 Doentes mentais, desde que maiores de dezoito anos de idade, tm capacidade penal ativa.

    55 Com relao ao sujeito ativo e passivo do crime, correto afirmar que a pessoa jurdica, como titular debens jurdicos protegidos pela lei penal, pode ser sujeito passivo de determinados crimes.

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    56 A pessoa jurdica no pode ser sujeito ativo de infrao penal.

    57 Sujeito ativo do crime aquele que realiza total ou parcialmente a conduta descrita na norma penalincriminadora, tendo de realizar materialmente o ato correspondente ao tipo para ser considerado autorou partcipe.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    52. C

    53. C

    54. C

    55. C

    56. E

    57. E

    UNIDADE 4

    Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade

    TIPICIDADE

    Tipicidade a relao de enquadramento entre o fato delituoso (concreto) e o modelo (abstrato) contidona lei penal. preciso que todos os elementos presentes no tipo se reproduzam na situao de fato. Ex.: otipo de furto consiste em subtrair uma coisa mvel alheia, com o intuito de apoderamento. Se a pessoasubtrai a coisa com a inteno de devolv-la, o fato no ser tpico.

    Os elementos do fato tpico so: a) conduta; b) resultado; e c) nexo de causalidade.

    CONDUTA - DOLO E CULPA EM SENTIDO ESTRITO

    Conduta o agir humano consciente e voluntrio, dirigido a uma finalidade. A conduta compreende duasformas: o agir e o omitir-se (desde que voluntrios). O termo ao, em sentido amplo, as abarca, emboraseja mais interessante seguir os exemplos do Cdigo, e usar a palavra ao como sinnimo de aopositiva, e o termo omisso para designar a ao negativa. Conduta seria a palavra mais apropriada comodenominador comum.

    CRIME COMISSIVO - praticado por ao - o mais fcil de conceituar. Corresponde a um movimentocorpreo do indivduo. Uma alterao da posio dos msculos, determinada pelo crebro de acordo com

    a vontade do indivduo. Faz-se o que no se poderia fazer.

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    A vontade no se confunde com a inteno (finalidade), sendo esta o direcionamento ao fim almejado. Avontade a fora psicolgica que determina o movimento; a inteno o contedo da vontade, aquilo quese deseja.

    Os atos meramente reflexos no so atos voluntrios, logo no se enquadram no conceito de ao. Nosatos tomados por impulso (uma reao brusca a uma agresso, por exemplo), existe ao, pois sempre ha concorrncia da vontade.

    CRIMES OMISSIVOS - por sua vez, apresentam maior dificuldade, eis que no a atuao do indivduo quecausa o dano. Pune-se o agente por ter deixado de agir conforme a norma penal no fez o que tinhaobrigao de fazer. Logo, a omisso s verificvel confrontando-se a conduta praticada com a condutaexigvel, o que implica, necessariamente, uma valorao por parte do juiz.H duas espcies de crimes omissivos. Os omissivos prprios e os omissivos imprprios.

    OMISSIVOS PRPRIOS - contm, na definio do tipo penal, um verbo que indica a falta de ao,normalmente o verbo deixar. A descrio tpica alude a um no-fazer (omisso de socorro, abandonointelectual, omisso de notificao de doena etc.).

    OMISSIVOS IMPRPRIOS - so crimes comissivos praticados mediante uma omisso. Um exemplo: quemdeixa de alimentar uma criana, e causa-lhe a morte, pratica um homicdio por omisso. O tipo penaldescreve uma ao, mas o resultado obtido por uma inao.

    A diferena bsica entre um e outro consiste em que, no primeiro, o resultado produzido por conta daomisso, enquanto, no segundo, outra causa produz o resultado, mas se exigia do agente uma aopositiva no sentido de evit-lo, rompendo o nexo de causalidade.

    O art. 13 do Cdigo Penal, ao tratar do nexo de causalidade, esclarece que a omisso relevante quando oagente podia agir e devia agir. O dever de ao incumbe a quem:

    Por lei, tivesse a obrigao de agir, como os policiais, bombeiros, mdicos etc.;

    Por disposio contratual ou qualquer outro meio houvesse se comprometido a impedir o resultado, comoo guia de excurso, o lder dos escoteiros, o nadador experiente que se compromete a ajudar seuacompanhante; ou

    Por sua ao anterior, criou o risco de produzir o resultado, como algum que ateia fogo a uma casa, para

    receber o seguro, sem atentar para a presena de uma pessoa dentro do recinto; ou quem, porbrincadeira, empurra uma pessoa que no sabe nadar dentro de uma piscina; em ambos os casos, porterem ocasionado o perigo, devem impedir a ocorrncia do resultado lesivo.A conduta, comissiva ou omissiva, pode ser dolosa ou culposa. Ser dolosa se houver coincidncia entre afinalidade desejada pelo agente e o resultado alcanado. Haver culpa, em sentido estrito, quando oresultado, embora no desejado pelo agente, foi produzido em razo de sua imprudncia, negligncia ouimpercia:

    IMPRUDNCIA: Corresponde ao positiva, que no devia ser praticada ou o sem os cuidadosnecessrios. Por exemplo: dirigir em alta velocidade, manusear uma arma de fogo sem descarreg-la etc.

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    NEGLIGNCIA: Significa desleixo, falta de cuidado. Ocorre quando o agente deixa de realizar atosnecessrios a impedir que o resultado lesivo ocorra. Se deixa uma arma ao alcance de crianas, se noprocede correta manuteno do automvel, e assim por diante.

    IMPERCIA: Implica descumprimento de regra tcnica, que pode vir expressa em lei, regulamento, ousimplesmente pertencer ao domnio de alguma cincia, arte ou profisso. A impercia normalmente vemacompanhada da imprudncia ou da negligncia. Exemplo: o mdico que, sem saber utilizar oequipamento, dele faz uso, produzindo leses no paciente; ou o motorista profissional que no procede manuteno de seu veculo e por isso provoca acidente.

    H que se diferenciar o dolo eventual da culpa consciente. Nesta, embora haja previso, o agente temcerteza de que o resultado no ocorrer. Do contrrio, no persistiria na conduta. Naquele, a ocorrnciaou no do resultado lhe indiferente. A assuno do risco implica assentimento ao resultado.

    Esboamos a seguir um quadro onde diferenciamos, a partir dos elementos previsibilidade, previso,assuno de risco e inteno as duas espcies de dolo e culpa mais importantes:

    ELEMENTOCULPA

    INCONSCIENTECULPA

    CONSCIENTEDOLO

    EVENTUALDOLO

    DIRETO

    Previsibilidade Sim Sim Sim Sim

    Previso No Sim Sim Sim

    Assuno do risco No No Sim Sim

    Inteno No No No Sim

    O dolo pode ser direto ou indireto. Este, alternativo ou eventual

    Direito: quando o agente deseja o resultado.

    Alternativo: quando h mais de um resultado possvel e ao agente interessa qualquerdeles.

    Eventual: quando o agente no deseja o resultado, mas assume o risco de produzi-lo.

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    RESULTADO

    Resultado uma modificao no mundo exterior que se segue, como consequncia, primeiramodificao, que a conduta.O resultado , dentre os efeitos da prtica da conduta, o que a lei penal entende como suficiente configurao do crime. H, no entanto, delitos sem resultado, nos quais o legislador procurou antecipar apunio, recaindo esta, unicamente, sobre a prtica da conduta.

    NEXO DE CAUSALIDADE

    a relao de causa e efeito entre a conduta e o resultado. Adotou o CP a teoria da equivalncia dosantecedentes, que considera causa a ao ou omisso sem a qual o resultado no teria ocorrido.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    58 Ana e Bruna desentenderam-se em uma festividade na cidade onde moram Bruna e Ana, sem intenode matar, mas apenas de lesionar, atingiu levemente, com uma faca, o brao esquerdo de Bruna, a qual, aoser conduzida ao hospital para tratar o ferimento, foi vtima de acidente de automvel, vindo a falecerexclusivamente em razo de traumatismo craniano.Acerca dessa situao hipottica, correto afirmar, luz do CP, que Anaa) no deve responder por delito algum, uma vez que no deu causa morte de Bruna.b) deve responder apenas pelo delito de leso corporal.c) deve responder pelo delito de homicdio consumado.d) deve responder pelo delito de homicdio na modalidade tentada.

    Materiais

    Tambm chamados crimes de ao e resultado, pois o tipo penal descreve tanto a condutaquanto seu efeito. Se este no ocorrer, por circunstncias alheias vontade do agente, havertentativa.

    Ex.: homicdio (o resultado a morte); furto (subtrao); peculato (apropriao); estupro(conjuno carnal).

    Formais

    Existe um resultado possvel e desejado pelo agente, mas o tipo penal no exige sua ocorrncia,punindo a simples prtica da conduta.

    Ex.: corrupo ativa (basta prometer a vantagem, ainda que esta no seja aceita); extorso(consuma-se somente com a prtica da violncia ou grave ameaa); calnia (no necessriocomprovar que a honra foi lesionada, bastando o ato de ofender).

    De meraconduta

    o tipo descreve apenas a conduta, sem se referir a qualquer resultado.

    Ex.: violao de domiclio, desobedincia, porte de arma etc.

    Quanto ao resultado, classificam-se os delitos em:

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    59 Considere que, durante a formao de uma tempestade, Lino tenha convencido Jorge a visitardeterminada floresta na esperana de que um raio o atingisse de forma letal. Considere, ainda, que, defato, Jorge tenha sido, na ocasio, atingido por um raio e falecido como consequncia. Nesse caso, Linodeve responder pelo delito de homicdio na modalidade dolo eventual.

    60 Nos crimes preterdolosos,a) o agente prev o resultado, mas espera que este no acontea.b) o dolo do agente subsequente ao resultado culposo.c) h maior intensidade de dolo por parte do agente.d) o agente punido a ttulo de dolo e tambm de culpa.e) o agente aceita, conscientemente, o risco de produzir o resultado.

    61 No dolo eventual,a) o agente, conscientemente, admite e aceita o risco de produzir o resultado.b) a vontade do agente visa a um ou outro resultado.c) o sujeito prev o resultado, mas espera que este no acontea.d) o sujeito no prev o resultado, embora este seja previsvel.e) o agente quer determinado resultado.

    62 Excetuadas as excees legais, o autor de fato previsto como crime s poder ser punido se o praticardolosamente.

    63 Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime, no quer diretamente o resultado, mas assume o riscode produzi-lo, o crime ser culposo, na modalidade culpa consciente.

    64 Joo, dirigindo um automvel, com pressa de chegar ao seu destino, avanou com o veculo contra uma

    multido, consciente do risco de ocasionar a morte de um ou mais pedestres, mas sem se importar comessa possibilidade. Joo agiu coma) dolo direto.b) culpa.c) dolo indireto.d) culpa consciente.e) dolo eventual.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    58. B

    59. E

    60. D

    61. A

    62. C

    63. E

    64. E

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    EXCLUSO DA TIPICIDADE

    O fato atpico quando no h conduta, nexo de causalidade, dolo ou culpa.

    No existe conduta se no h manifestao de vontade. Isso ocorre quando:

    O agente se encontra em estado de inconscincia (ex.: o indivduo, dormindo, mexe-se na cama e cai porsobre uma pessoa que estava no cho, provocando-lhe leses);

    A movimentao do agente resulta de atos reflexos (ex.: algum leva um susto e, movimentando osbraos, termina derrubando da escada outra pessoa, que quebra a perna na queda);

    O agente sofre coao fsica irresistvel (ex.: uma pessoa leva um soco violento e cai por cima de objetosvaliosos, quebrando-os).

    Inexiste nexo de causalidade quando, sem a ao ou omisso, o resultado seria o mesmo. Rompe-se o nexode causalidade, na hiptese do art. 13, 1, quando uma causa superveniente relativamente independenteleva o fato a um desdobramento fora do que ordinariamente ocorre, e por isso se considera que essacausa por si s produziu o resultado.

    O dolo est ausente quando o autor do fato no desejou nem assumiu o risco de produzir o resultado. Ouquando agiu mediante erro de tipo

    No h culpa se o resultado era imprevisvel, o que tambm ocorre na hiptese de erro de tipo escusvel.

    Pode existir conduta sem que o agente tenha dolo ou culpa, mas, nesse caso, a conduta ser atpica, pois alei penal apenas descreve condutas dolosas ou culposas.

    CRIME CONSUMADO

    Diz-se consumado o crime quando o tipo est inteiramente realizado , ou seja, quando o fato concreto sesubsume no tipo abstrato descrito na lei penal (art. 14, I, CP).

    ATENO: No se confunde o crime consumado com o crime exaurido. Neste, aps a consumao, outrosresultados lesivos ocorrem. Ex.: O recebimento do resgate por parte do autor exaure o crime de extorsomediante sequestro, art. 159, CP. A consumao ir variar de acordo com o tipo de crime, assim:

    Crime material - somente com a ocorrncia de um resultado que existir consumao. Exemplos:homicdio (com a morte- art. 121), furto (com a subtrao- art. 155), leso corporal (com a ocorrncia daleso- art. 129).

    Crime formal - a consumao no depende de um resultado natural como no homicdio. O resultado dispensvel. Exemplo: ameaa (basta somente proferir a ameaa para que o crime j esteja consumado,no preciso cumprir com a ameaa- art. 147); corrupo passiva (basta solicitar vantagem que o crime

    j est consumado, no necessrio que receba o dinheiro pedido art. 317).

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    Crime de mera conduta - a consumao ocorre com a simples conduta, no h nenhum resultado naturaldescrito no tipo penal. Exemplos: violao de domiclio (basta entrar nas dependncias do imvel e o crime

    j est consumado- art. 150).Crime permanente - a consumao se prolonga no tempo, durando enquanto no cessar a atividade doautor. Exemplos: seqestro e crcere privado (a consumao ir existir enquanto a vtima estiver sob o

    julgo do autor art. 148). Conatus, ou crime imperfeito, a realizao incompleta da conduta tpica, queno punida como crime autnomo (art. 14, II, CP).

    CRIME TENTADO

    A tentativa situa-se no iter criminis a partir da prtica de um ato de execuo, desde que no hajaconsumao por circunstncias alheias vontade do agente, ou seja, a tentativa ocorre quando o agente(autor) no chega consumao. Ex.: Eu quero, mas no posso.

    O CP no faz previso para cada tipo da figura da tentativa. H, na verdade, uma frmula de extenso(ampliao temporal da conduta) para caracterizar um crime tentado, aplica-se a figura do crimeconsumado em associao com o disposto no art. 14, II, CP. A teoria adotada pelo CP, como regra, aTeoria Objetiva Temperada, Realstica ou Dualstica que confere punio em face do perigo provocado pelaconduta do agente. H exceo com aplicao da Teoria Subjetiva, Monista, nos crimes de atentado ou deempreendimento onde h punio em face do perigo.

    CUIDADO: O elemento subjetivo da tentativa o dolo. No h tentativa de crime culposo, exceto a culpaimprpria que trataremos com propriedade logo frente! So elementos da tentativa: Incio da execuo;No-consumao do crime por circunstncias alheias vontade do agente; Dolo de consumao.

    ESPCIES DE TENTATIVA

    Tentativa perfeita (acabada, frustrada, crime falho) quando a consumao no ocorre apesar de ter oagente praticado os atos necessrios produo do evento (Ex.: vtima de envenenamento salva porinterveno de mdicos).

    Tentativa imperfeita (inacabada) o agente no consegue praticar todos os atos necessrios consumao por interferncia externa (Ex.: agressor segurado no momento que est desferindo os

    primeiros golpes contra a vtima).

    Tentativa Branca (incruenta, sem sangue) quando o objeto material no atingido.

    Tentativa Vermelha (cruenta, com sangue) quando o objeto material atingido. Crimes que noadmitem tentativa: A admissibilidade da tentativa de um dado crime relaciona-se com o carterplurissubsistente do delito.

    SO CRIMES QUE NO ADMITEM O CONATUS:

    1. Culposo - resultado involuntrio,

    2. Preterdoloso ilgico;

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    3. De perigo abstrato;

    4. Unissubsistentes constitudos de nico ato;

    5. Omissivos prprios;

    6. Habituais prprios;

    7. De atentado;

    8. Contravenes penais, fora do art. 4 da LCP.

    CRITRIOS PARA DIMINUIO DA PENA

    Tentativa causa obrigatria de diminuio de pena. O critrio decisivo para a diminuio da pena distncia percorrida do iter criminis pelo autor do fato. Quanto menor a proximidade da consumao,maior ser a diminuio da pena mxima. Quanto maior a proximidade da consumao, menor ser adiminuio da pena.

    DESISTNCIA VOLUNTRIA

    Desistncia no prosseguimento dos atos executrios do crime, feita de modo voluntrio, respondendo oagente somente pelo que j praticou (art. 15, CP), tambm chamada de tentativa abandonada ouqualificada.

    Ex.: A desejando matar sua sogra B coloca veneno para rato no ch dela, mas quando esta vai beber o ch,A desiste de sua vontade e retira a xcara de ch das mos da sogra antes que ela tome. Neste exemplo,no restou nenhum ato anterior que seja considerado crime, pois, colocar veneno no ch no crime,

    assim, A no responder por crime algum.

    ARREPENDIMENTO EFICAZ

    Trata-se da desistncia que ocorre entre o trmino dos atos executrios e a consumao. O agente, nessecaso, j fez tudo o que podia para atingir o resultado, mas resolve interferir para evitar a sua concretizao,adotando providncias aptas a impedir a produo do resultado (art. 15, CP). Cabvel somente aos crimesmateriais.

    Desistncia voluntria e Arrependimento eficaz so Formas de Tentativa Abandonada e constituem Causas

    de Excluso da Tipicidade. A consumao no ocorre em razo da vontade do agente. Ex.: Eu posso, masno quero.

    Ambos tm como requisitos: 1 Incio de execuo; 2 no-consumao; 3 interferncia da vontade doprprio agente. Sendo os motivos irrelevantes, bastando voluntariedade. O agente responde apenaspelos atos j praticados.

    ARREPENDIMENTO POSTERIOR

    Trata-se da reparao do dano causado ou da restituio da coisa subtrada nos delitos cometidos sem

    violncia ou grave ameaa, desde que por ato voluntrio (sem necessidade de espontaneidade) do agente,at o recebimento da denncia ou queixa. Constitui causa pessoal e obrigatria de diminuio da pena(art. 16, CP).

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    REQUISITOS:1 Natureza do crime sem violncia ou grave ameaa,

    2 Reparao do dano ou restituio da coisa voluntria, pessoal, integral ou parcial;

    3 Limite temporal at o recebimento da denncia ou queixa.

    IMPORTANTE: Informativo 608 do STF (20.11.2010), a norma penal (art. 16, do Cdigo Penal) noestabelece como requisito a reparao integral do dano, podendo o mesmo ser reparado parcialmente. Asua razo de ser de poltica criminal visando proteo da vtima e o fomento do arrependimento doautor do fato.

    Havendo recusa do ofendido, mas presentes os requisitos aplica-se a diminuio do arrependimentoposterior.

    Sendo voluntria, no ocorrer se ocorrer reparao por coao fsica ou moral. A reparao feita por um

    dos acusados aproveita aos demais, por se tratar de circunstncia objetiva. Caso a reparao for posterior denncia e anteceder o julgamento, constituir apenas circunstncia atenuante genrica (65, III, b, ltimaparte).

    CRIME IMPOSSVEL

    Tambm conhecido por tentativa inidnea, impossvel, intil, inadequada ou quase-crime.

    O prprio CP no seu art. 17 determina quando h incidncia de crime impossvel.

    Deste dispositivo extrai-se que h 02 espcies de crime impossvel, em que de nenhuma forma o sujeito

    ativo conseguiria chegar consumao do delito, a saber:Por ineficcia absoluta do meio empregado pelo agente para alcanar o resultado. O meio incapaz deproduzir o resultado. Ex.: tentativa de homicdio por envenenamento com substncia incua.

    ATENO:Para que haja crime impossvel imprescindvel que o meio seja inteiramente ineficaz. Assim,se o meio for to somente relativamente inidneo, ou seja, quando h perigo, ainda que mnimo, para obem jurdico ser atingido pela ao do agente, no se excluir a tentativa. A inidoneidade do meio h deser verificada in concreto (Ex.: tentativa de homicdio por envenenamento atravs de dose insuficientepara causar a morte do sujeito passivo).

    Por absoluta impropriedade do objeto material do crime, que no existe ou, nas circunstncias em que seencontra, torna impossvel a consumao. O objeto material inexiste antes do incio da execuo. Ex:manobras abortivas em mulher que no est grvida. Como tambm, disparar arma de fogo em cadver.

    ATENO: Em que pese o art. 17 determinar no se pune a tentativa, indicando caso de iseno depena, no crime impossvel h verdadeira excluso da prpria tipicidade.

    No caso de roubo praticado mediante uso de arma de brinquedo, a jurisprudncia ptria est dividida.Todavia, h entendimento consolidado no STJ, que cancelou a Smula 174, de que tal fato exclui aqualificadora do 2, inciso I do art. 157, mas no exclui o crime de roubo.

    No caso de flagrante provocado ou preparado, tambm chamado de crime de ensaio, h hiptese de crimeimpossvel. O STF tem sedimentado tal entendimento atravs da Smula N 145, que diz No h crimequando a preparao do flagrante pela polcia torna impossvel a sua consumao.

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    IMPORTANTE: No se confunde flagrante preparado com flagrante esperado. Neste ltimo caso, no hagente provocador. A polcia tendo cincia da prtica delituosa simplesmente aguarda a sua realizao,que, inclusive, poderia acontecer de modo totalmente diverso do esperado.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    65 De acordo com o art. 14, inciso II, do CP, diz-se tentado o crime quando, iniciada a execuo, este nose consuma por circunstncias alheias vontade do agente. Em relao ao instituto da tentativa (conatus)no ordenamento jurdico brasileiro, assinale a opo correta.a) O crime de homicdio no admite tentativa branca.b) Considera-se perfeita ou acabada a tentativa quando o agente atinge a vtima, vindo a lesion-la.c) A tentativa determina a reduo da pena, obrigatoriamente, em dois teros.d) As contravenes penais no admitem punio por tentativa.

    66 Acerca da conduta do agente, assinale a opo correta.a) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execuo responde pelo crime pretendido namodalidade tentada.b) O agente que, depois de esgotar todos os meios de que dispunha para consumar a infrao penal, searrepende e impede que o resultado ocorra, s responde pelos atos praticados.c) O agente que, voluntariamente, repara o dano decorrente de crime apenado com deteno, at orecebimento da denncia ou queixa, ter sua pena atenuada.d) Segundo entendimento do STF, h crime de latrocnio tentado quando o homicdio se consuma, aindaque no realize o agente a subtrao de bens da vtima.e) As contravenes penais e os crimes preterdolosos admitem a modalidade tentada, uma vez que possvel fracionar o iter criminis.

    67 Na tentativa perfeita, tambm denominada quase-crime, o agente realiza todos os atos executrios,mas no atinge a consumao por circunstncias alheias sua vontade.

    68 Na tentativa perfeita, ou tentativa propriamente dita, o agente no consegue praticar todos os atosexecutrios necessrios consumao do crime, sendo o processo executrio interrompido porinterferncias externas, alheias vontade do agente.

    69 Considere a seguinte situao hipottica. Silas, com inteno homicida, desferiu cinco tiros de pistolacontra Matias, que ficou gravemente ferido. Por sugesto de Laura, Silas arrependeu-se e levou Matias aum hospital, sendo certo que essa atitude foi decisiva para salvar-lhe a vida. Nessa situao, como a

    desistncia no foi espontnea, pois decorreu de sugesto de terceiro, no h que se falar em desistnciavoluntria.

    70 A presena de sistema eletrnico de vigilncia em estabelecimento comercial torna crime impossvel atentativa de furto de um produto desse estabelecimento, por absoluta ineficcia do meio, conformeentendimento consolidado do STJ.

    71 A natureza jurdica do arrependimento posterior de causa facultativa de reduo de pena, pois, noscrimes cometidos sem violncia ou grave ameaa pessoa, reparado o dano ou restituda a coisa, at orecebimento da denncia ou da queixa, por ato voluntrio do agente, a pena poder ser reduzida de um a

    dois teros.

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    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    65. D

    66. B

    67. E

    68. E

    69. E

    70. E

    71. E

    ERRO DE TIPO

    o que incide sobre as elementares ou circunstncias da figura tpica, sobre os pressupostos de fato deuma causa de justificao ou dados secundrios da norma penal incriminadora; o que faz o sujeito supora ausncia de elemento ou circunstncia da figura tpica incriminadora ou a presena de requisitos danorma permissiva;

    Ex: Sujeito dispara um tiro de revlver no que supe seja uma animal bravio, vindo a matar um homem; oerro de tipo pode ser essencial e acidental.

    O erro de tipo exclui sempre o dolo, seja evitvel ou inevitvel ; como o dolo elemento do tipo, a suapresena exclui a tipicidade do fato doloso, podendo o sujeito responder por crime culposo, desde que sejatpica a modalidade culposa.

    O erro de tipo essencial ocorre quando a falsa percepo impede o sujeito de compreender a naturezacriminosa do fato; recai sobre os elementos ou circunstncias do tipo penal ou sobre os pressupostos defato de uma excludente da ilicitude; apresenta-se sobe 2 formas:

    1. INEVITVEL: exclui o dolo e a culpa;

    2. EVITVEL: exclui o dolo, mas poderser punido na modalidade culposa se houver previso legal.

    ERRO DE PROIBIO

    O erro de proibio tratado no art. 21 do Cdigo Penal. No se trata de desconhecimento da norma (que inescusvel), mas de falta de compreenso, por parte do agente, da antijuridicidade do fato.

    Diverge o erro de proibio do erro de tipo porque neste o agente tem uma falsa representao do fato,no conseguindo perceber que esto reproduzidas na situao concreta os elementos da figura tpica. Umexemplo j mencionado: algum que, supondo estar atirando em um animal, no meio de uma caada,

    termina por atingir uma pessoa. No sabia ele que a elementar algum, do tipo penal descrito no art.121, caput, estava presente no fato; logo, sua conduta no foi dolosa.

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    DIFERENA ENTRE ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIO

    No erro de tipo o agente no sabe o que faz; j no erro de proibio ele sabe o que faz, pormdesconhece ser proibido.

    QUESTES DE PROVAS ANTERIORES RELACIONADAS AO TEMA EXPOSTO

    72. No que diz respeito ao erro de proibio indireto, ou erro de permisso, o agente atua com a convicode que a ao que pratica no est proibida pela ordem normativa, seja por desconhecer a norma penal,seja por interpret-la mal, supondo ser permitida a conduta.

    73. Incorrendo o agente em erro de tipo essencial escusvel ou inescusvel, excluir-se- o dolo, maspermanecer a culpa caso haja previso culposa para o delito.

    74. O erro de proibio escusvel exclui o dolo e a culpa; o inescusvel exclui o dolo, permanecendo,contudo, a modalidade culposa.

    75. Com relao disciplina das descriminantes putativas, isento de pena quem, por erro plenamente

    justificado pelas circunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima, mas essaiseno de pena no ocorre se o erro derivar de culpa e o fato for punvel como crime culposo.

    76. Na ocorrncia de erro de proibio inevitvel, deste deve-se excluir a culpabilidade, em razo da faltade potencial conscincia da ilicitude, e, na ocorrncia de erro evitvel, deve-se, obrigatoriamente, atenuara pena.

    77. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; e, se evitvel, poder diminu-la, de umsexto a um tero. Tal modalidade de erro, segundo a doutrina penal brasileira, pode ser classificadaadequadamente como erro de tipo e pode, em circunstncias excepcionais, excluir a culpabilidade pela

    prtica da conduta.

    GABARITOS RELACIONADOS AO TEMA EXPOSTO

    72. E

    73. E

    74. E

    75. C

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    76. C

    77. E

    ILICITUDE

    Ilicitude e antijuridicidade so palavras sinnimas, que expressam uma relao de contrariedade entre ofato e o ordenamento jurdico.

    Predomina a concepo de que a tipicidade serve como indcio da antijuridicidade. Sendo tpico o fato, regra seja tambm ilcito. As excees seriam os fatos acobertados por alguma excludente deantijuridicidade.

    ESTADO DE NECESSIDADE

    Para o Cdigo, em seu art. 24, age em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigoatual, que no provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito prprio ou alheiro, cujosacrifcio, nas circunstncias, no era razovel exigir-se.

    Art. 23,CP

    Estado denecessidade

    Legtimadefesa

    Estritocumprimentodo dever legal

    Exerccioregular dedireito

    O art. 23 cuida das causas de excluso da ilicitude

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    REQUISITOS:

    O requisito da inexigibilidades do sacrifcio do bem jurdico ameaado refere-se ponderao entre osbens jurdicos em jogo. O cdigo penal adotou a teoria unitria: O bem sacrificado tem que ser de menorvalor do bem salvo, porquanto a teoria adotada pelo cdigo penal a unitria e no a diferenciadora.

    IMPORTANTE: 1 - No pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o

    perigo.

    EXEMPLOS DE OCORRNCIA DO ESTADO DE NECESSIDADE:

    1. As leses corporais causadas por uma pessoa em outra fugindo de um incndio;2. O atropelamento de um pedestre quando o motorista est sendo perseguido por assaltantes;3. A atitude dos passageiros do avio que caiu nos Andes, alimentando-se dos restos mortais das vtimasdo desastre;4. E o clssico exemplo dos dois nufragos que lutam para ficar sobre a tbua boiando.

    TIPOSESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO: A agresso direcionada para quem (inocente) NO gerou o perigoatual;

    ESTADO DE NECESSIDADE DEFENSIVO: A agresso direcionada diretamente para o agente que gerou operigo atual.

    Bem jurdico do agente ou de terceiro ameaadoInexegibilidade de sacrifcio do bem jurdico

    ameaado (o bem jurdico ameaado de valor

    igual ou superior ao bem jurdico a ser sacrificado)

    Inexistncia de dever legal de enfrentar o perigo

    Conhecimento da situao de perigo (elemento

    subjetivo da excludente)

    REQUISITOS

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    LEGTIMA DEFESA

    Diz o art. 25 do CP: Encontra-se em legtima defesa quem, usando moderadamente dos meiosnecessrios, repele injusta agresso, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. So, portanto, seusrequisitos:

    1. Agresso injusta, que esteja em curso ou na iminncia de ocorrer;2. A repulsa, utilizando-se os meios necessrios;3. A moderao no uso dos meios de defesa;4. O conhecimento da agresso e a conscincia de sua atualidade ou iminncia e de seu carter injusto(elemento subjetivo).

    IMPORTANTE: A agresso no precisa ser criminosa. O termo injusta indica contrariedade com oordenamento jurdico. Mas ter de ser atual ou iminente. Se passada, ou remota, a atitude serconsiderada criminosa. Alm disso, o agente agredido no obrigado a fugir para deixar de repelir ainjusta agresso, ainda que tenha oportunidade, pois ningum obrigado a ser covarde. Agora tenha

    cuidado, porque no estado de necessidade essa regra no se aplica.

    ATENO: Ao contrrio do estado de necessidade, no se comparam os bens jurdicos confrontados, masno pode haver grande desproporcionalidade. Atenta-se para os meios empregados na defesa: devem seros estritamente necessrios, e usados com moderao. O pargrafo nico do art. 23 diz que o agenteresponder pelo excesso, doloso ou culposo.

    MUITO IMPORTANTE: O rol do art. 23 do CP que preve as excludentes de ilicitude no TAXATIVO, pois exemplificativo, por exemplo, o art. 37 da lei n 9.605/98 (crimes ambientais) preve outras formas.

    CLASSIFICAO

    Prpria: quando a pessoa que se defende o titular do bem jurdico ameaado.

    De terceiro: quando o bem jurdico pertence a outrem.

    Real: quando no h erro sobre a situao de fato.

    Putativa: quando o agente pensa ou supe (imagina) estar em legtima defesa, por erro de tipo (art. 20,

    1, ou erro de proibio, art. 21, todos do CP).

    Sucessiva: quando o agente, inicialmente agredido, exagera na repulsa; neste caso, o primeiro agressorestar em legtima defesa, se reagir contra o excesso.

    Subjetiva: quando o agente inicia a defesa, mas, mesmo cessada a agresso, ainda a considera presente,persistindo no uso dos meios de repulsa. Haver excesso, mas este ser culposo, ou mesmo no haverculpa, se o agente no tinha como saber que a conduta agressiva havia terminado.

    MUITO IMPORTANTE: A prov