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INTRODUÇÃO À TRANSFERÊNCIA DE CALOR Eduardo Emery Cunha Quites Luiz Renato Bastos Lia APRESENTAÇÃO Este trabalho fornece aos alunos de transferência de calor os conceitos fundamentais básicos da mesma forma que são ministrados em sala de aula. Esta abordagem tem por objetivo permitir que os alunos se concentrem nas explanações dadas em aula, livrando-os da tarefa de reproduzir o que for escrito no quadro negro. Também estão incluídos diversos exercícios resolvidos e propostos cujas respostas encontram-se em apêndice ao final deste trabalho. Os exercícios aqui apresentados, em sua grande maioria, fizeram partes das provas ministradas durante os últimos anos. Nesta primeira edição desta apostila certamente estarão presentes erros e imperfeições. Entretanto, estamos certos de que os alunos nos auxiliarão apontado os erros, comentado e sugerindo, de forma que nas próximas edições este trabalho possa ser aperfeiçoado. Aproveitamos também para agradecer a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. Eduardo Emery Cunha Quites Engenheiro Metalúrgico, M.Sc. Luiz Renato Bastos Lia Engenheiro Químico, M. Sc.

Apostila de Transferência de Calor

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Apostila de Transferência de Calor

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  • INTRODUO TRANSFERNCIA DE CALOR

    Eduardo Emery Cunha QuitesLuiz Renato Bastos Lia

    APRESENTAO

    Este trabalho fornece aos alunos de transferncia de calor os conceitos fundamentais bsicos da mesma forma que so ministrados em sala de aula. Esta abordagem tem por objetivo permitir que os alunos se concentrem nas explanaes dadas em aula, livrando-os da tarefa de reproduzir o que for escrito no quadro negro.Tambm esto includos diversos exerccios resolvidos e propostos cujas respostas encontram-se em apndice ao final deste trabalho. Os exerccios aqui apresentados, em sua grande maioria, fizeram partes das provas ministradas durante os ltimos anos.Nesta primeira edio desta apostila certamente estaro presentes erros e imperfeies. Entretanto, estamos certos de que os alunos nos auxiliaro apontado os erros, comentado e sugerindo, de forma que nas prximas edies este trabalho possa ser aperfeioado.Aproveitamos tambm para agradecer a todas as pessoas que de alguma forma contriburam para a realizao deste trabalho.

    Eduardo Emery Cunha Quites Engenheiro Metalrgico, M.Sc.

    Luiz Renato Bastos LiaEngenheiro Qumico, M. Sc.

  • TRANSFERNCIA DE CALOR

    EduardoEmeryCunhaQuites...................................................................................11. INTRODUO.............................................................................................4

    1.1. O QUE e COMO SE PROCESSA? ............................................41.2. RELAO ENTRE A TRANSFERNCIA DE CALOR E A TERMODINMICA..51.3. RELEVNCIA DA TRANSFERNCIA DE CALOR.........................61.4. METODOLOGIA DE RESOLUO DE PROBLEMAS EM TRANSFERNCIA DE CALOR ............................................................................................7

    2. MECANISMOS DE TRANSFERNCIA DE CALOR....................................72.1. CONDUO...................................................................................72.2. CONVECO.................................................................................82.3. RADIAO.....................................................................................92.4. MECANISMOS COMBINADOS......................................................102.5. REGIMES DE TRANSFERNCIA DE CALOR..............................112.6. SISTEMAS DE UNIDADES............................................................11

    .........................................................................................................................133. CONDUO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE 14

    3.1. LEI DE FOURIER...........................................................................143.2. CONDUO DE CALOR EM UMA PAREDE PLANA....................163.3. ANALOGIA ENTRE RESISTNCIA TRMICA E RESISTNCIA ELTRICA..203.4. ASSOCIAO DE PAREDES PLANAS EM SRIE.......................213.5. ASSOCIAO DE PAREDES PLANAS EM PARALELO...............233.6. CONDUO DE CALOR ATRAVS DE CONFIGURAES CILNDRICAS. 283.7. CONDUO DE CALOR ATRAVS DE UMA CONFIGURAO ESFRICA31

    4. FUNDAMENTOS DA CONVECO............................................................424.1. LEI BSICA PARA CONVECO..................................................424.2. CAMADA LIMITE............................................................................434.3. DETERMINAO DO COEFICIENTE DE PELCULA (h).............454.4. RESISTNCIA TRMICA NA CONVECO.................................474.5. MECANISMOS COMBINADOS DE TRANSFERNCIA DE CALOR (CONDUO E CONVECO)............................................................47

    5. PRINCPIOS DA RADIAO TRMICA.....................................................675.1. CORPO NEGRO e CORPO CINZENTO.......................................685.2. LEI DE STEFAN-BOLTZMANN......................................................695.3. FATOR FORMA..............................................................................705.5. EFEITO COMBINADO CONDUO - CONVECO - RADIAO726.1. DEFINIO....................................................................................806.2. CLCULO DO FLUXO DE CALOR EM ALETAS DE SEO UNIFORME.....816.3. TIPOS DE ALETAS.........................................................................846.4. EFICINCIA DE UMA ALETA.........................................................87

    7- TROCADORES DE CALOR......................................................................1047.1 TIPO DE TROCADORES................................................................1047.2. MDIA LOGARTMICA DAS DIFERENAS DE TEMPERATURAS1067.3. BALANO TRMICO EM TROCADORES DE CALOR.................1097.4. COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERNCIA DE CALOR.......1097.5. FATOR DE FULIGEM (INCRUSTAO).......................................1117.6. FLUXO DE CALOR PARA TROCADORES COM MAIS DE UM PASSE ......114

    8.- ISOLAMENTO TRMICO...........................................................................1298.1. DEFINIO....................................................................................1298.2. CARACTERSTICAS DE UM BOM ISOLANTE.............................129

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  • 8.3. MATERIAIS ISOLANTES BSICOS .............................................1308.4. FORMAS DOS ISOLANTES..........................................................1318.5. APLICAO DE ISOLANTES........................................................1328.6. CLCULO DE ESPESSURAS DE ISOLANTES............................1328.7. ISOLAMENTO DE TUBOS - CONCEITO DE RAIO CRTICO......135

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  • 1. INTRODUO

    1.1. O QUE e COMO SE PROCESSA?

    Transferncia de Calor (ou Calor) energia em trnsito devido a uma diferena de temperatura. Sempre que existir uma diferena de temperatura em um meio ou entre meios ocorrer transferncia de calor. Por exemplo, se dois corpos a diferentes temperaturas so colocados em contato direto, como mostra a figura 1.1, ocorrera uma transferncia de calor do corpo de temperatura mais elevada para o corpo de menor temperatura at que haja equivalncia de temperatura entre eles. Dizemos que o sistema tende a atingir o equilbrio trmico.

    T1 T2 T T

    Se T1 > T2 T1 > T > T2[ figura 1.1 ]

    Est implcito na definio acima que um corpo nunca contm calor, mas calor indentificado com tal quando cruza a fronteira de um sistema. O calor portanto um fenmeno transitrio, que cessa quando no existe mais uma diferena de temperatura.

    Os diferentes processos de transferncia de calor so referidos como mecanismos de transferncia de calor. Existem trs mecanismos, que podem ser reconhecidos assim :

    Quando a transferncia de energia ocorrer em um meio estacionrio, que pode ser um slido ou um fluido, em virtude de um gradiente de temperatura, usamos o termo transferncia de calor por conduo. A figura 1.2 ilustra a transferncia de calor por conduo atravs de uma parede slida submetida uma diferena de temperatura entre suas faces.

    [ figura 1.2 ]

    Quando a transferncia de energia ocorrer entre uma superfcie e um fluido em movimento em virtude da diferena de temperatura entre eles, usamos o termo transferncia de calor por conveco. A figura 1.3 ilustra a transferncia de calor de calor por conveco quando um fluido escoa sobre uma placa aquecida.

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  • Quando, na ausncia de um meio interveniente, existe uma troca lquida de energia (emitida na forma de ondas eletromagnticas) entre duas superfcies a diferentes temperaturas, usamos o termo radiao. A figura 1.4 ilustra a transferncia de calor por radiao entre duas superfcies a diferentes temperaturas.

    [ figura 1.3 ]

    [ figura 1.4 ]

    1.2. RELAO ENTRE A TRANSFERNCIA DE CALOR E A TERMODINMICA

    Termodinmica trata da relao entre o calor e as outras formas de energia. A energia pode ser transferida atravs de interaes entre o sistema e suas vizinhanas. Estas interaes so denominadas calor e trabalho.

    A 1 Lei da Termodinmica governa quantitativamente estas interaes

    2121 12 WQEE =

    A 1 Lei da Termodinmica pode ser enunciada assim :"A variao lquida de energia de um sistema sempre igual a transferncia lquida de energia na forma de calor e trabalho".

    A 2 Lei da Termodinmica aponta a direo destas interaes

    A 2 Lei da Termodinmica pode ser enunciada assim :" impossvel o processo cujo nico resultado seja a transferncia lquida de calor de um regio fria para uma regio quente".

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  • Porm existe uma diferena fundamental entre a transferncia de calor e a termodinmica.Embora a termodinmica trate das interaes do calor e o papel que ele desempenha na primeira e na segunda leis, ela no leva em conta nem o mecanismo de transferncia nem os mtodos de clculo da taxa de transferncia de calor.

    A termodinmica trata com estados de equilbrio da matria onde inexiste gradientes de temperatura. Embora a termodinmica possa ser usada para determinar a quantidade de energia requerida na forma de calor para um sistema passar de um estado de equilbrio para outro, ela no pode quantificar a taxa (velocidade) na qual a transferncia do calor ocorre.A disciplina de transferncia de calor procura fazer aquilo o que a termodinmica inerentemente incapaz de fazer.

    1.3. RELEVNCIA DA TRANSFERNCIA DE CALOR

    A transferncia de calor fundamental para todos os ramos da engenharia. Assim como o engenheiro mecnico enfrenta problemas de refrigerao de motores, de ventilao, ar condicionado, etc., o engenheiro metalrgico no pode dispensar a transferncia de calor nos problemas relacionados aos processos pirometalrgicos e hidrometalrgicos, ou no projeto de fornos, regeneradores, conversores, etc.

    Em nvel idntico, o engenheiro qumico ou nuclear necessita da mesma cincia em estudos sobre evaporao , condensao ou em trabalhos em refinarias e reatores, enquanto o eletricista e o eletrnico a utiliza no clculo de transformadores e geradores e dissipadores de calor em microeletrnica e o engenheiro naval aplica em profundidade a transferncia de calor em caldeiras, mquinas trmicas, etc. At mesmo o engenheiro civil e o arquiteto sentem a importncia de, em seus projetos, preverem o isolamento trmico adequado que garanta o conforto dos ambientes.Como visto, a transferncia de calor importante para a maioria de problemas industriais e ambientais. Como exemplo de aplicao, consideremos a vital rea de produo e converso de energia :

    na gerao de eletricidade (hidrulica, fuso nuclear, fssil, geotrmica, etc) existem numerosos problemas que envolvem conduo, conveco e radiao e esto relacionados com o projeto de caldeiras, condensadores e turbinas. existe tambm a necessidade de maximizar a transferncia de calor e manter a integridade dos materiais em altas temperaturas necessrio minimizar a descarga de calor no meio ambiente, evitando a poluio trmica atravs de torres de refrigerao e recirculao.

    Os processos de transferncia de calor afetam tambm a performance de sistemas de propulso (motores a combusto e foguetes). Outros campos que necessitam de uma anlise de transferncia de calor so sistemas de aquecimento, incineradores, armazenamento de produtos criognicos, refrigerao de equipamentos eletrnicos, sistemas de refrigerao e ar condicionado e muitos outros.

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  • 1.4. METODOLOGIA DE RESOLUO DE PROBLEMAS EM TRANSFERNCIA DE CALOR

    De modo a se obter maior produtividade, a resoluo de problemas de transferncia de calor deve seguir um procedimento sistemtico que evite a "tentativa-e-erro". Este procedimento pode ser resumido em 5 itens :

    1. Saber : Leia cuidadosamente o problema

    2. Achar : Descubra o que pedido

    3. Esquematizar : Desenhe um esquema do sistema. Anote o valor das propriedades

    4. Resolver : Desenvolver a resoluo mais completa possvel antes de substituir os valores numricos. Realizar os clculos necessrios para obteno dos resultados.

    5. Analisar : Analise seus resultados. So coerentes? Comente se necessrio

    2. MECANISMOS DE TRANSFERNCIA DE CALOR

    A transferncia de calor pode ser definida como a transferncia de energia de uma regio para outra como resultado de uma diferena de temperatura entre elas. necessrio o entendimento dos mecanismos fsicos que permitem a transferncia de calor de modo a poder quantificar a quantidade de energia transferida na unidade de tempo (taxa).

    Os mecanismos so:

    Conduo dependem somente de um T Radiao

    Conveco depende de um T e transporte de massa

    2.1. CONDUO

    A conduo pode se definida como o processo pelo qual a energia transferida de uma regio de alta temperatura para outra de temperatura mais baixa dentro de um meio (slido, lquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato direto. Este mecanismo pode ser visualizado como a transferncia de energia de partculas mais energticas para partculas menos energticas de uma substncia devido a interaes entre elas.

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    }

  • O mecanismo da conduo pode ser mais facilmente entendido considerando, como exemplo, um gs submetido a uma diferena de temperatura. A figura 2.1 mostra um gs entre duas placas a diferentes temperaturas :

    [ figura 2.1 ]

    1. O gs ocupa o espao entre 2 superfcies (1) e (2) mantidas a diferentes temperaturas de modo que T1 > T2 (o gs no tem movimento macroscpico);

    2. Como altas temperaturas esto associadas com energias moleculares mais elevadas, as molculas prximas superfcie so mais energticas (movimentam-se mais rpido);

    3. O plano hipottico X constantemente atravessado por molculas de cima e de baixo. Entretanto, as molculas de cima esto associadas com mais energia que as de baixo.

    Portanto existe uma transferncia lquida de energia de (1) para (2) por conduo

    Para os lquidos o processo basicamente o mesmo, embora as molculas estejam menos espaadas e as interaes sejam mais fortes e mais freqentes. Para os slidos existem basicamente dois processos ( ambos bastante complexos ) :

    slido mau condutor de calor : ondas de vibrao da estrutura cristalina slido bom condutor de calor: movimento dos eletrons livres e vibrao da estrutura cristalina.

    2.2. CONVECO

    A conveco pode ser definida como o processo pelo qual energia transferida das pores quentes para as pores frias de um fluido atravs da ao combinada de : conduo de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. O mecanismo da conveco pode ser mais facilmente entendido considerando, por exemplo, um circuito impresso (chip) sendo refrigerado (ar ventilado), como mostra a figura 2.2 :

    [ figura 2.2 ]1. A velocidade da camada de ar prxima superfcie muito baixa em razo das foras

    viscosas ( atrito ).

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  • 2. Nesta regio o calor transferido por conduo. Ocorre portanto um armazenamento de energia pelas partculas presentes nesta regio.

    3. Na medida que estas partculas passam para a regio de alta velocidade, elas so carreadas pelo fluxo transferindo calor para as partculas mais frias.

    No caso acima dizemos que a conveco foi forada, pois o movimento de mistura foi induzido por um agente externo, no caso um ventilador.

    Suponhamos que o ventilador seja retirado. Neste caso, as partculas que esto prximas superfcie continuam recebendo calor por conduo e armazenando a energia. Estas partculas tem sua temperatura elevada e, portanto a densidade reduzida. J que so mais leves elas sobem trocando calor com as partculas mais frias (e mais pesadas) que descem.

    Neste caso dizemos que a conveco natural ( bvio que no primeiro caso a quantidade de calor transferido maior). Um exemplo bastante conhecido de conveco natural o aquecimento de gua em uma panela domstica como mostrado na figura 2.3. Para este caso, o movimento das molculas de gua pode ser observado visualmente.

    [ figura 2.3 ]

    2.3. RADIAO

    A radiao pode se definida como o processo pelo qual calor transferido de um superfcie em alta temperatura para um superfcie em temperatura mais baixa quando tais superfcies esto separados no espao, ainda que exista vcuo entre elas. A energia assim transferida chamada radiao trmica e feita sob a forma de ondas eletromagnticas.

    O exemplo mais evidente que podemos dar o prprio calor que recebemos do sol. Neste caso, mesmo havendo vcuo entre a superfcie do sol ( cuja temperatura aproximadamente 5500 oC ) e a superfcie da terra, a vida na terra depende desta energia recebida. Esta energia chega at ns na forma de ondas eletromagnticas. As ondas eletromagnticas so comuns a muitos outros fenmenos: raio-X, ondas de rdio e TV, microondas e outros tipos de radiaes. As emisses de ondas eletromagnticas podem ser atribudas a variaes das configuraes eletrnicas dos constituintes de tomos e molculas, e ocorrem devido a vrios fenmenos, porm, para a transferncia de calor interessa apenas as ondas eletromagnticas

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  • resultantes de uma diferena de temperatura ( radiaes trmicas ). As suas caractersticas so: Todos corpos em temperatura acima do zero absoluto emitem continuamente radiao

    trmica As intensidades das emisses dependem somente da temperatura e da natureza da

    superfcie emitente A radiao trmica viaja na velocidade da luz (300.000 Km/s)

    2.4. MECANISMOS COMBINADOS

    Na maioria das situaes prticas ocorrem ao mesmo tempo dois ou mais mecanismos de transferncia de calor atuando ao mesmo tempo. Nos problemas da engenharia, quando um dos mecanismos domina quantitativamente, solues aproximadas podem ser obtidas desprezando-se todos, exceto o mecanismo dominante. Entretanto, deve ficar entendido que variaes nas condies do problema podem fazer com que um mecanismo desprezado se torne importante.

    Como exemplo de um sistema onde ocorrem ao mesmo tempo vrios mecanismo de transferncia de calor consideremos uma garrafa trmica. Neste caso, podemos ter a atuao conjunta dos seguintes mecanismos esquematizados na figura 2.4 :

    [ figura 2.4 ]q1 : conveco natural entre o caf e a parede do frasco plsticoq2 : conduo atravs da parede do frasco plsticoq3 : conveco natural do frasco para o arq4 : conveco natural do ar para a capa plsticaq5 : radiao entre as superfcies externa do frasco e interna da capa plsticaq6 : conduo atravs da capa plsticaq7 : conveco natural da capa plstica para o ar ambienteq8 : radiao entre a superfcie externa da capa e as vizinhanas

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  • Melhorias esto associadas com (1) uso de superfcies aluminizadas ( baixa emissividade ) para o frasco e a capa de modo a reduzir a radiao e (2) evacuao do espao com ar para reduzir a conveco natural.

    2.5. REGIMES DE TRANSFERNCIA DE CALOR

    O conceito de regime de transferncia de calor pode ser melhor entendido atravs de exemplos. Analisemos, por exemplo, a transferncia de calor atravs da parede de uma estufa qualquer. Consideremos duas situaes : operao normal e desligamento ou religamento.

    Durante a operao normal, enquanto a estufa estiver ligada a temperatura na superfcie interna da parede no varia. Se a temperatura ambiente externa no varia significativamente, a temperatura da superfcie externa tambm constante. Sob estas condies a quantidade de calor transferida para fora constante e o perfil de temperatura ao longo da parede, mostrado na figura 2.5.(a), no varia. Neste caso, dizemos que estamos no regime permanente.

    [ figura 2.5 ]Na outra situao consideremos, por exemplo, o desligamento. Quando a estufa desligada a temperatura na superfcie interna diminui gradativamente, de modo que o perfil de temperatura varia com o tempo, como pode ser visto da figura 2.5.(b). Como consequncia, a quantidade de calor transferida para fora cada vez menor. Portanto, a temperatura em cada ponto da parede varia. Neste caso, dizemos que estamos no regime transiente.

    Os problemas de fluxo de calor em regime transiente so mais complexos. Entretanto, a maioria dos problemas de transferncia de calor so ou podem ser tratados como regime permanente.

    2.6. SISTEMAS DE UNIDADES

    As dimenses fundamentais so quatro : tempo, comprimento, massa e temperatura. Unidades so meios de expressar numericamente as dimenses. Apesar de ter sido adotado internacionalmente o sistema mtrico de unidades denominado sistema internacional (S.I.), o sistema ingls e o sistema prtico mtrico ainda so amplamente utilizados em todo o mundo. Na tabela 2.1 esto as unidades fundamentais para os trs sistemas citados :

    Tabela 2.1 - Unidades fundamentais dos sistemas de unidades mais comuns

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  • SISTEMA TEMPO, t

    COMPRIMENTO,L

    MASSA ,m TEMPERATURA

    S.I. segundo,s metro,m quilograma,kg

    Kelvin,k

    INGLS segundo,s p,ft libra-massa,lb

    Farenheit,oF

    MTRICO segundo,s metro,m quilograma,kg

    celsius,oC

    Unidades derivadas mais importantes para a transferncia de calor, mostradas na tabela 2.2, so obtidas por meio de definies relacionadas a leis ou fenmenos fsicos :

    Lei de Newton : Fora igual ao produto de massa por acelerao ( F = m.a ), ento :

    1 Newton ( N ) a fora que acelera a massa de 1 Kg a 1 m/s2

    Trabalho ( Energia ) tem as dimenses do produto da fora pela distncia ( = F.x ), ento :

    1 Joule ( J ) a energia dispendida por uma fora de 1 N em 1 m

    Potncia tem dimenso de trabalho na unidade de tempo ( P = / t ), ento :

    1 Watt ( W ) a potncia dissipada por uma fora de 1 J em 1 s Tabela 2.2 - Unidades derivadas dos sistemas de unidades mais comuns

    SISTEMA FORA,F ENEGIA,E POTNCIA,PS.I. Newton,N Joule,J Watt,W

    INGLS libra-fora,lbf lbf-ft (Btu) Btu/hMTRICO kilograma-

    fora,kgfkgfm (kcal) kcal/h

    As unidades mais usuais de energia ( Btu e Kcal ) so baseadas em fenmenos trmicos, e definidas como :

    Btu a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de 1lb de gua de 67,5 oF a 68,5 oF

    Kcal a energia requerida na forma de calor para elevar a temperatura de 1kg de gua de 14,5 oF a 15,5 oF

    Em relao ao calor transferido, as seguintes unidades que so, em geral, utilizadas :

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  • &q - fluxo de calor transferido (potncia) : W, Btu/h, Kcal/h

    Q- quantidade de calor transferido (energia) : J, Btu, Kcal

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  • 3. CONDUO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EM REGIME PERMANENTE

    No tratamento unidimensional a temperatura funo de apenas uma coordenada. Este tipo de tratamento pode ser aplicado em muitos dos problemas industriais. Por exemplo, no caso da transferncia de calor em um sistema que consiste de um fluido que escoa ao longo de um tubo ( figura 3.1 ), a temperatura da parede do tubo pode ser considerada funo apenas do raio do tubo. Esta suposio vlida se o fluido escoa uniformemente ao longo de toda a superfcie interna e se o tubo no for longo o suficiente para que ocorram grandes variaes de temperatura do fluido devido transferncia de calor.

    [ figura 3.1 ]

    3.1. LEI DE FOURIER

    A lei de Fourier fenomenolgica, ou seja, foi desenvolvida a partir da observao dos fenmenos da natureza em experimentos. Imaginemos um experimento onde o fluxo de calor resultante medido aps a variao das condies experimentais. Consideremos, por exemplo, a transferncia de calor atravs de uma barra de ferro com uma das extremidades aquecidas e com a rea lateral isolada termicamente, como mostra a figura 3.2 :

    [ figura 3.2 ]

    Com base em experincias, variando a rea da seo da barra, a diferena de temperatura e a distncia entre as extremidades, chega-se a seguinte relao de proporcionalidade:

    xTAq

    . (3.1)

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  • A proporcionalidade pode se convertida para igualdade atravs de um coeficiente de proporcionalidade e a Lei de Fourier pode ser enunciada assim:"A quantidade de calor transferida por conduo, na unidade de tempo, em um material, igual ao produto das seguintes quantidades:

    . .q k A dTdx

    = ( 3.2 )

    onde, q , fluxo de calor por conduo ( Kcal/h no sistema mtrico); k, condutividade trmica do material; A, rea da seo atravs da qual o calor flui por conduo, medida perpendicularmente direo do fluxo ( m2); dT dx , gradiente de temperatura na seo, isto , a razo de variao da temperatura T com a distncia, na direo x do fluxo de calor ( oC/h ) ."

    A razo do sinal menos na equao de Fourier que a direo do aumento da distncia x deve ser a direo do fluxo de calor positivo ( figura 3.3 ). Como o calor flui do ponto de temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa (gradiente negativo), o fluxo s ser positivo quando o gradiente for positivo (multiplicado por -1).

    [ figura 3.3 ]

    O fator de proporcionalidade k ( condutividade trmica ) que surge da equao de Fourier uma propriedade de cada material e vem exprimir a maior ou menor facilidade que um material apresenta conduo de calor. Sua unidade facilmente obtida da prpria equao de Fourier ( equao 3.2 ), por exemplo no sistema prtico mtrico temos :

    ===

    CmhKcal

    mCm

    hKcal

    dxdTA

    qkdxdTAkq oo ...

    ..2

    (3.3 )

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  • No sistema ingls fica assim :

    No sistema internacional (SI), fica assim : Wm.K

    Btuh ft Fo. .

    Os valores numricos de k variam em extensa faixa dependendo da constituio qumica, estado fsico e temperatura dos materiais. Quando o valor de k elevado o material considerado condutor trmico e, caso contrrio, isolante trmico. Com relao temperatura, em alguns materiais como o alumnio e o cobre, o k varia muito pouco com a temperatura, porm em outros, como alguns aos, o k varia significativamente com a temperatura. Nestes casos, adota-se como soluo de engenharia um valor mdio de k em um intervalo de temperatura. A variao da condutividade trmica ( no S.I. ) com a temperatura mostrada na figura 3.4 para algumas substncias.

    [ figura 3.4 ]

    3.2. CONDUO DE CALOR EM UMA PAREDE PLANA

    Consideremos a transferncia de calor por conduo atravs de uma parede plana submetida a uma diferena de temperatura. Ou seja, submetida a uma fonte de calor , de temperatura constante e conhecida, de um lado, e a um sorvedouro de calor do outro lado, tambm de temperatura constante e conhecida. Um bom exemplo disto a transferncia de calor atravs da parede de um forno, como pode ser visto na figura 3.5, que tem espessura L, rea transversal A e foi construdo com material de condutividade trmica k. Do lado de dentro a fonte de calor mantm a temperatura na superfcie interna da parede constante e igual a T1 e externamente o sorvedouro de calor ( meio ambiente ) faz com que a superfcie externa permanea igual a T2.

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  • [ figura 3.5 ]Aplicado a equao de Fourier, tem-se:

    dxdTAkq ..=

    Fazendo a separao de variveis, obtemos :

    dTAkdxq ... = (3.4)

    Na figura 3.5 vemos que na face interna ( x = 0 ) a temperatura T1 e na face externa ( x = L ) a temperatura T2. Para a transferncia em regime permanente o calor transferido no varia com o tempo. Como a rea transversal da parede uniforme e a condutividade k um valor mdio, a integrao da equao 3.4, entre os limites que podem ser verificados na figura 3.5, fica assim :

    =L TT dTAkdxq 0 21...( ) ( )12..0. TTAkLq =

    ( )21... TTAkLq = (3.5)Considerando que ( T1 - T2 ) a diferena de temperatura entre as faces da parede ( DT ), o fluxo de calor a que atravessa a parede plana por conduo :

    TLAkq = .. (3.6)

    Para melhor entender o significado da equao 3.6 consideremos um exemplo prtico. Suponhamos que o engenheiro responsvel pela operao de um forno necessita reduzir as

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  • perdas trmicas pela parede de um forno por razes econmicas. Considerando a equao 3.6, o engenheiro tem, por exemplo, as opes listadas na tabela 3.1 :Tabela 3.1- Possibilidades para reduo de fluxo de calor em uma parede plana.

    OBJETIVO VARIVEL

    AO

    k trocar a parede por outra de menor condutividade trmicaq A reduzir a rea superficial do forno

    L aumentar a espessura da paredeT reduzir a temperatura interna do forno

    Trocar a parede ou reduzir a temperatura interna podem aes de difcil implementao; porm, a colocao de isolamento trmico sobre a parede cumpre ao mesmo tempo as aes de reduo da condutividade trmica e aumento de espessura da parede.

    Exerccio 3.1. Um equipamento condicionador de ar deve manter uma sala, de 15 m de comprimento, 6 m de largura e 3 m de altura a 22 oC. As paredes da sala, de 25 cm de espessura, so feitas de tijolos com condutividade trmica de 0,14 Kcal/h.m.oC e a rea das janelas podem ser consideradas desprezveis. A face externa das paredes pode estar at a 40 oC em um dia de vero. Desprezando a troca de calor pelo piso e pelo teto, que esto bem isolados, pede-se o calor a ser extrado da sala pelo condicionador ( em HP ).

    OBS : 1 HP = 641,2 Kcal/h

    Para o clculo da rea de transferncia de calor desprezamos as reas do teto e piso, onde a transferncia de calor desprezvel. Desconsiderando a influncia das janelas, a rea das paredes da sala :

    ( ) ( ) 21263152362 mA =+=Considerando que a rea das quinas das paredes, onde deve ser levada em conta a transferncia de calor bidimensional, pequena em relao ao resto, podemos utilizar a equao 3.6 :

    18

    mmcmL

    CmhKcalkCTCTo

    oo

    3156 : sala25,025

    ..14,02240 21

    ==

    =

    ==

  • ( ) ( ) ( ) hKcalCm

    mCmhKcalTTLAkq o

    o

    1270224025,0

    126..14,0..2

    21 =

    ==

    ,

    ,q Kcal hHP

    Kcalh

    HP= =1270 1641 2

    1 979

    Portanto a potncia requerida para o condicionador de ar manter a sala refrigerada :

    q HP2

    Exerccio 3.2. As superfcies internas de um grande edifcio so mantidas a 20 oC, enquanto que a temperatura na superfcie externa -20 oC. As paredes medem 25 cm de espessura , e foram construidas com tijolos de condutividade trmica de 0,6 kcal/h m oC.a) Calcular a perda de calor para cada metro quadrado de superfcie por hora.b) Sabendo-se que a rea total do edifcio 1000 m2 e que o poder calorfico do carvo de 5500 kcal/Kg, determinar a quantidade de carvo a ser utilizada em um sistema de aquecimento durante um perodo de 10 h. Supor o rendimento do sistema de aquecimento igual a 50%.

    mcmLCmhKcalkCTCT ooo 25,025 ..6,0 20 20 21 =====a) Desprezando o efeito do canto das paredes e a condutividade trmica da argamassa entre os tijolos, aplica-se a equao de Fourier para paredes planas

    ( )21.. TTLAkq =

    ( )[ ] Cm

    mCmhKcalqmA o

    o

    202025,0

    1)..(6,0 : temos,1 Para

    22

    ==

    Portanto, o fluxo de calor transferido por cada metro quadrado de parede :

    ( )rea dep/ 96 2mhKcalq =19

  • b) Esta perda de calor deve ser reposta pelo sistema de aquecimento, de modo a manter o interior a 20 oC. A perda pela rea total do edifcio :

    A m q Kcal ht= = =1000 96 1000 960002 ento,

    O tempo de utilizao do sistema de aquecimento 10 horas. Neste perodo a energia perdida para o exterior :

    KcalhhKcaltqQtQq 9600001096000. ====

    Com o rendimento do sistema 50% a quantidade de calor a ser fornecida pelo carvo :

    KcalQQ f 19200005,0960000

    ===

    Cada quilo de carvo pode fornecer 5500 Kcal, ento a quantidade de carvo :

    3.3. ANALOGIA ENTRE RESISTNCIA TRMICA E RESISTNCIA ELTRICA

    Dois sistemas so anlogos quando eles obedecem a equaes semelhantes. Isto significa que a equao de descrio de um sistema pode ser transformada em uma equao para outro sistema pela simples troca dos smbolos das variveis. Por exemplo, a equao 3.6 que fornece o fluxo de calor atravs de uma parede plana pode ser colocada na seguinte forma :

    AkLTq

    .

    =

    (3.7)

    O denominador e o numerador da equao 3.7 podem ser entendidos assim :

    ( T ) , a diferena entre a temperatura da face quente e da face fria, consiste no potencial que causa a transferncia de calor

    ( L / k.A ) equivalente a uma resistncia trmica (R) que a parede oferece transferncia de calor

    Portanto, o fluxo de calor atravs da parede pode ser expresso da seguinte forma :

    20

    KgKgKcal

    KcalQTcarvo 34955001920000

    ==

  • parede da trmicaaresistnci a

    e trmicopotencial o onde,

    R

    TRTq =

    (3.8)

    Se substituirmos na equao 3.8 o smbolo do potencial de temperatura T pelo de potencial eltrico, isto , a diferena de tenso U, e o smbolo da resistncia trmica R pelo da resistncia eltrica Re, obtemos a equao 3.9 ( lei de Ohm ) para i, a intensidade de corrente eltrica :

    eRUi = (3.9)

    Dada esta analogia, comum a utilizao de uma notao semelhante a usada em circuitos eltricos, quando representamos a resistncia trmica de uma parede ou associaes de paredes. Assim, uma parede de resistncia R, submetida a um potencial T e atravessada por um fluxo de calor q , pode ser representada assim :

    [ figura 3.6 ]

    3.4. ASSOCIAO DE PAREDES PLANAS EM SRIE

    Consideremos um sistema de paredes planas associadas em srie, submetidas a uma fonte de calor , de temperatura constante e conhecida, de um lado e a um sorvedouro de calor do outro lado, tambm de temperatura constante e conhecida. Assim, haver a transferncia de um fluxo de calor contnuo no regime permanente atravs da parede composta. Como exemplo, analisemos a transferncia de calor atravs da parede de um forno, que pode ser composta de uma camada interna de refratrio ( condutividade k1 e espessura L1), uma camada intermediria de isolante trmico ( condutividade k2 e espessura L2) e uma camada externa de chapa de ao ( condutividade k3 e espessura L3). A figura 3.7 ilustra o perfil de temperatura ao longo da espessura da parede composta :

    21

  • L L L

    1

    2 3

    k k k

    1

    2 3

    q.

    T

    TT

    12

    3

    4T

    [ figura 3.7 ]O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada uma das paredes planas individualmente :

    .

    .( ); .

    .( ); .

    .( )qk A

    LT T q

    k AL

    T T qk A

    LT T= = = 1 1

    11 2

    2 2

    22 3

    3 3

    33 4

    (3.10)

    Colocando em evidncia as diferenas de temperatura em cada uma das equaes 3.10 e somando membro a membro, obtemos:

    T Tq Lk A

    q Lk A

    q Lk A1 4

    1

    1 1

    2

    2 2

    3

    3 3

    = + + .

    . .

    . .

    . (3.11)

    Colocando em evidncia o fluxo de calor q e substituindo os valores das resistncias trmicas em cada parede na equao 3.1 , obtemos o fluxo de calor pela parede do forno :

    T T q R R R1 4 1 2 3 = + + .( )

    qT T

    R R R=

    + +1 4

    1 2 3 ( eq. 3.12 )

    22

    33

    3

    22

    2

    11

    1433221

    33

    343

    22

    232

    11

    121

    ..

    ..

    ....)(

    ..)(

    ..)(

    AkLq

    AkLq

    AkLqTTTTTT

    AkLqTT

    AkLqTT

    AkLqTT

    ++=++

    =

    =

    =

  • Portanto, para o caso geral em que temos uma associao de paredes n planas associadas em srie o fluxo de calor dado por :

    ( )n

    n

    iit

    t

    total RRRRRondeRT

    q +++==

    = =

    211

    , (3.13)

    3.5. ASSOCIAO DE PAREDES PLANAS EM PARALELO

    Consideremos um sistema de paredes planas associadas em paralelo, submetidas a uma fonte de calor , de temperatura constante e conhecida, de um lado e a um sorvedouro de calor do outro lado, tambm de temperatura constante e conhecida, do outro lado. Assim, haver a transferncia de um fluxo de calor contnuo no regime permanente atravs da parede composta. Como exemplo, analisemos a transferncia de calor atravs da parede de um forno, que pode ser composta de uma metade inferior de refratrio especial ( condutividade k2 ) e uma metade superior de refratrio comum ( condutividade k1 ), como mostra a figura 3.8. Faremos as seguintes consideraes :

    Todas as paredes esto sujeitas a mesma diferena de temperatura;

    As paredes podem ser de materiais e/ou dimenses diferentes;

    O fluxo de calor total a soma dos fluxos por cada parede individual.

    [ figura 3.8 ]

    O fluxo de calor que atravessa a parede composta pode ser obtido em cada uma das paredes planas individualmente :

    23

  • . .( ); . .( )q k AL

    T T q k AL

    T T1 1 11

    1 2 22 2

    21 2= = (3.14)

    O fluxo de calor total igual a soma dos fluxos da equao 3.14 :

    ).(..).(.).(. 212

    22

    1

    1121

    2

    2221

    1

    1121 TTL

    AkLAkTT

    LAkTT

    LAkqqq

    +=

    +

    =+= (3.15)

    A partir da definio de resistncia trmica para parede plana ( equao 3.7 ), temos que :

    R Lk A R

    k AL

    = =.

    .1 (3.16)

    Substituindo a equao 3.16 na equao 3.15, obtemos :

    21

    2121

    21

    111 onde, )(

    ).(11RRRR

    TTTT

    RRq

    tt

    +=

    =

    +=

    Portanto, para o caso geral em que temos uma associao de n paredes planas associadas em paralelo o fluxo de calor dado por :

    ( )n

    n

    i itt

    total

    RRRRRonde

    RT

    q 11111,211

    +++==

    = =

    (3.17)

    Em uma configurao em paralelo, embora se tenha transferncia de calor bidimensional, freqentemente razovel adotar condies unidimensionais. Nestas condies, admite-se que as superfcies paralelas direo x so isotrmicas. Entretanto, a medida que a diferena entre as condutividades trmicas das paredes ( k1 - k2 ) aumenta, os efeitos bidimensionais tornam-se cada vez mais importantes.

    Exerccio 3.3. Calcular o fluxo de calor na parede composta abaixo :

    24

  • onde,

    material a b c d e f gk (Btu/h.ft.oF) 100 40 10 60 30 40 20

    Usando a analogia eltrica, o circuito equivalente parede composta :

    Para uma rea unitria de transferncia de calor ( A = 1 ft2 ), as resistncias trmicas de cada parede individual so :

    ( )( )

    .401

    12240

    122

    .0025,01

    ..100

    123

    2

    BtuFhRBtuFhft

    FfthBtu

    ftR ob

    o

    o

    a =

    ==

    =

    .601

    12260

    122

    .401

    12810

    122

    BtuFhRBtuFhR odo

    c =

    ==

    =

    .601

    12640

    124

    .00833,0130

    123

    BtuFhRBtuFhR ofo

    e =

    ==

    =

    25

  • .301

    12620

    124

    BtuFhR og =

    =

    Para os circuitos paralelos :

    BtuFhRRRRR

    obcd

    dcbbcd

    .00714,01406040401111 ==++=++=

    BtuFhRRRR

    ofg

    gffg

    .01114,0903060111 ==+=+=

    Para os circuitos em srie :

    BtuFhRRRRR ofgebcdat .02907,00111,000833,000714,00025,0 =+++=+++=Portanto,

    ( ) ( ) hBtuBtuFhF

    RTq o

    o

    t

    total 30960.02907,0

    1001000=

    =

    =

    Exerccio 3.4. Uma parede de um forno constituda de duas camadas : 0,20 m de tijolo refratrio (k = 1,2 kcal/h.m.oC) e 0,13 m de tijolo isolante (k = 0,15 kcal/h.m.oC). A temperatura da superfcie interna do refratrio 1675 oC e a temperatura da superfcie externa do isolante 145 oC. Desprezando a resistncia trmica das juntas de argamassa, calcule :a) o calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede;b) a temperatura da interface refratrio/isolante.

    a) Considerando uma rea unitria da parede ( A=A1=A2=1 m2 ), temos :

    26

    CTCTCmhKcalkmL

    CmhKcalkmL

    oo

    o

    o

    145 1675

    ..15,0 13,0: isolante de parede

    ..2,1 20,0: refratrio de parede

    31

    22

    11

    ==

    ==

    ==

  • ( )115,0

    13,012,1

    20,01451675

    .. 22

    1

    1

    3131

    +

    =

    +

    =

    +

    =

    =

    AkL

    AkL

    TTRRTT

    RTq

    isoreft

    total

    ( ) 6,1480 2mphKcalq =b) O fluxo de calor tambm pode ser calculado em cada parede individual. Na parede de refratrio, obtemos :

    ( )211

    1

    1

    1

    2121 ..

    .

    TTL

    Ak

    AkL

    TTR

    TTqref

    =

    =

    =

    ( )2167520,012,16,1480 T=

    T Co2 1428 2= ,

    Exerccio 3.5. Obter a equao para o fluxo de calor em uma parede plana na qual a condutividade trmica ( k ) varia com a temperatura de acordo com a seguinte funo :k = a + b.T

    Partindo da equao de Fourier, temos :

    dxdTAkq ..=

    dTAkdxq ... =

    Agora k uma funo da temperatura, portanto no pode ser retirada para fora da integral. A integrao da equao acima, entre os limites que podem ser verificados na figura 3.5, fica assim :

    ( ) +=L TT dTTbaAdxq 0 21 ... +=L TT TT TdTbdTaAdxq 0 21 21..( ) ( ) ( )

    += 212

    212 .2..0. TTbTTaALq

    ( ) ( )

    += 22

    2121 .2

    ... TTbTTaALq

    27

  • ( ) ( )222121 ..2... TTLAbTT

    LAaq +=

    3.6. CONDUO DE CALOR ATRAVS DE CONFIGURAES CILNDRICAS

    Consideremos um cilindro vazado submetido uma diferena de temperatura entre a superfcie interna e a superfcie externa, como pode ser visto na figura 3.9. Se a temperatura da superfcie interna for constante e igual a T1, enquanto que a temperatura da superfcie externa se mantm constante e igual a T2, teremos uma transferncia de calor por conduo no regime permanente. Como exemplo analisemos a transferncia de calor em um tubo de comprimento L que conduz um fluido em alta temperatura :

    [ figura 3.9 ]

    O fluxo de calor que atravessa a parede cilndrica poder ser obtido atravs da equao de Fourier, ou seja :

    radial direo na ra temperatude gradiente o onde..drdT

    drdTAkq = (3.18)

    Para configuraes cilndricas a rea uma funo do raio :

    LrA ...2 pi= (3.19)

    Levando a equao 3.19 na equao 3.18, obtemos :

    ( )drdTLrkq ....2.

    .pi=

    28

  • Fazendo a separao de variveis e integrando entre T1 em r1 e T2 em r2, conforme mostrado na figura 3.9, chega-se a :

    = 21

    2

    1

    ...2..r

    r

    T

    TdTLk

    rdrq pi

    = 21

    2

    1

    ....2.. T

    T

    r

    rdTLk

    rdrq pi

    =

    Tr T

    T

    r

    rLkq

    2

    1

    2

    1

    ...2.. ln.

    pi

    [ ] ( )1212.

    ...2.lnln. TTLkrrq = pi

    Aplicando-se propriedades dos logaritmos, obtemos :

    ( )211

    2.

    ...2.ln. TTLkrrq =

    pi

    O fluxo de calor atravs de uma parede cilndrica ser ento :

    ( )211

    2

    .ln

    ..2. TT

    rr

    Lkq

    =

    pi

    (3.20)

    Para melhor entender o significado da equao 3.20 consideremos um exemplo prtico. Suponhamos que o engenheiro responsvel pela operao de uma caldeira necessita reduzir o consumo energtico atravs da reduo das perdas trmicas na tubulao que conduz vapor at uma turbina. Considerando a equao 3.20, o engenheiro tem as seguintes opes listadas na tabela 3.2 :

    Tabela 3.2 - Possibilidades para reduo de fluxo de calor em uma parede cilndrica.

    OBJETIVO

    VARIVEL

    AO

    k trocar a parede cilndrica por outra de menor condutividade trmica

    q L reduzir o comprimento da tubulao ( menor caminho )( 12 rr ) aumentar a espessura da parede cilndrica

    T reduzir a temperatura do vapor

    29

  • Trocar a parede ou reduzir a temperatura do vapor podem aes de difcil implementao; porm, a colocao de isolamento trmico sobre a parede cilndrica cumpre ao mesmo tempo as aes de reduo da condutividade trmica e aumento de espessura da parede.

    Resistncia trmica na parede cilndrica :

    O conceito de resistncia trmica tambm pode ser aplicado parede cilndrica. Devido analogia com a eletricidade, um fluxo de calor na parede cilndrica tambm pode ser representado como :

    parede da trmicaaresistnci a e trmico;potencial o onde, RTRTq =

    Ento para a parede cilndrica, obtemos :

    RTT

    rr

    Lkq =

    = .ln

    ..2.

    1

    2

    pi (3.21)

    Eliminado o T na equao 3.21, obtemos a resistncia trmica de uma parede cilndrica :

    Lkr

    r

    R..2.

    ln1

    2

    pi

    =

    (3.22)

    Para o caso geral em que temos uma associao de paredes n cilndricas associadas em paralelo, por analogia com paredes planas, o fluxo de calor dado por :

    ( )n

    n

    iit

    t

    total RRRRRRTq +++===

    =

    211

    onde,

    (3.23)

    Exerccio 3.6. Um tubo de ao (k=22 Btu/h.ft.oF) de 1/2" de espessura e 10" de dimetro externo utilizado para conduzir ar aquecido. O tubo isolado com 2 camadas de materiais isolantes : a primeira de isolante de alta temperatura (k=0,051 Btu/h.ft.oF) com espessura de 1" e a segunda com isolante base de magnsia (k=0,032 Btu/h.ft.oF) tambm com espessura de 1". Sabendo que estando a temperatura da superfcie interna do tubo a 1000 oF a temperatura da superfcie externa do segundo isolante fica em 32 oF, pede-se : a) Determine o fluxo de calor por unidade de comprimento do tubob) Determine a temperatura da interface entre os dois isolantesc) Compare os fluxos de calor se houver uma troca de posicionamento dos dois isolantes

    30

  • T1=1000 oF r1= 5" - 1/2" = 4,5" = 4,5/12 ftT4= 32 oF r2 = 5" = 5/12 ft r3 = 5" + 1" = 6" = 6/12 ftk1= 22 Btu/h.ft.oF r4 = 6" + 1" = 7" = 7/12 ftk2= 0,051 Btu/h.ft.oF

    k3= 0,032 Btu/h.ft.oF L= 1 ft

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )032,012

    67ln051,012

    56ln2212

    5,45ln321000

    ...2ln

    ...2ln

    ...2ln)

    3

    34

    2

    23

    1

    12

    41

    +

    +

    =

    ++

    =

    pipipipipipi kLrr

    kLrr

    kLrr

    TTqa

    ( )ftpq hBtu4,722=

    ( ) ( )032,012

    67ln325,724

    ...2ln)

    3

    3

    34

    43

    =

    =

    pipi

    T

    kLrr

    TTqb

    T Fo3 587 46= ,

    ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )051,012

    67ln032,012

    56ln2212

    5,45ln321000

    ...2ln

    ...2ln

    ...2ln)

    2

    34

    3

    23

    1

    12

    41

    +

    +

    =

    ++

    =

    pipipipipipi kLrr

    kLrr

    kLrr

    TTqc

    ,=q 697 09Btu h ( o fluxo diminui em relao ao caso anterior)

    3.7. CONDUO DE CALOR ATRAVS DE UMA CONFIGURAO ESFRICA

    Uma das utilizaes mais freqentes de configuraes esfricas na indstria na armazenagem de fluidos em baixa temperatura. Devido a uma maior relao volume/superfcie da esfera, os fluxos de calor so minimizados.Consideremos uma esfera oca submetida uma diferena de temperatura entre a superfcie interna e a superfcie externa, como pode ser visto na figura 3.10. Se a temperatura da superfcie interna for constante e igual a T1, enquanto que a temperatura da superfcie externa se mantm constante e igual a T2, teremos uma transferncia de calor por conduo no regime permanente. Como exemplo analisemos a transferncia de calor em um reservatrio esfrico de raio r que contm um fluido em alta temperatura :

    31

  • [ figura 3.10 ]O fluxo de calor que atravessa a parede esfrica poder ser obtido atravs da equao de Fourier, ou seja :

    . .q k A dTdr

    dTdr

    = onde o gradiente de temperatura na direo radial (3.24)

    Para configuraes cilndricas a rea uma funo do raio :

    2..4 rA pi= (3.25)

    Levando a equao 3.25 na equao 3.24, obtemos :

    ( )drdTrkq ...4. 2

    .pi=

    Fazendo a separao de variveis e integrando entre T1 em r1 e T2 em r2, conforme mostrado na figura 3.10, chega-se a :

    = 21

    2

    1

    ..4..q 2r

    r

    . T

    TdTk

    rdr

    pi

    = 21

    2

    1

    ....4.2. T

    T

    r

    rdTkdrrq pi

    =

    TrT

    T

    r

    r

    kq2

    1

    2

    1

    ...41..

    pi

    ( )1221

    ....411. TTk

    rrq =

    pi

    32

  • ( )2121

    ....411. TTk

    rrq =

    pi

    O fluxo de calor atravs de uma parede esfrica ser ento :

    ( )2121

    .11

    ..4 TT

    rr

    kq

    =

    pi

    (3.26)

    Para melhor entender o significado da equao 3.26 consideremos um exemplo prtico. Suponhamos que o engenheiro responsvel por um reservatrio esfrico necessita reduzir as perdas trmicas pela parede por razes econmicas. Considerando a equao 3.26, o engenheiro tem as seguintes opes listadas na tabela 3.3 :

    Tabela 3.3 - Possibilidades para reduo de fluxo de calor em uma parede esfrica.

    OBJETIVO

    VARIVEL

    AO

    k trocar a parede esfrica por outra de menor condutividade trmica

    q ( 1 11 2r r

    ) aumentar a espessura da parede cilndrica

    T reduzir a temperatura interna do reservatrio Trocar a parede ou reduzir a temperatura interna do reservatrio podem aes de difcil implementao; porm, a colocao de isolamento trmico sobre a parede esfrica cumpre ao mesmo tempo as aes de reduo da condutividade trmica e aumento de espessura da parede.

    Resistncia trmica na parede esfrica :O conceito de resistncia trmica tambm pode ser aplicado parede esfrica. Devido analogia com a eletricidade, um fluxo de calor na parede esfrica tambm pode ser representado como :

    q TR

    T R= onde, o potencial t rmico; e a resist ncia trmica da parede

    Ento para a parede esfrica, obtemos :

    33

  • RTT

    rr

    kq =

    = .11

    ..4

    21

    pi (3.27)

    Eliminado o T na equao 3.27, obtemos a resistncia trmica de uma parede esfrica :

    pi..4

    11

    21

    krr

    R

    =

    (3.28)

    Para o caso geral em que temos uma associao de paredes n esfricas associadas em paralelo, por analogia com paredes planas, o fluxo de calor dado por :

    ( )n

    n

    iit

    t

    total RRRRRRTq +++===

    =

    211

    onde,

    (3.29)

    Exerccio 3.7. Um tanque de ao ( k = 40 Kcal/h.m.oC ), de formato esfrico e raio interno de 0,5 m e espessura de 5 mm, isolado com 1" de l de rocha ( k = 0,04 Kcal/h.m.oC ). A temperatura da face interna do tanque 220 oC e a da face externa do isolante 30 oC. Aps alguns anos de utilizao, a l de rocha foi substituda por outro isolante, tambm de 1" de espessura, tendo sido notado ento um aumento de 10% no calor perdido para o ambiente ( mantiveram-se as demais condies ). Determinar :a) fluxo de calor pelo tanque isolado com l de rocha;b) o coeficiente de condutividade trmica do novo isolante;c) qual deveria ser a espessura ( em polegadas ) do novo isolante para que se tenha o mesmo fluxo de calor que era trocado com a l de rocha.

    a)( )

    t

    total

    RTq =

    34

    CTCTCmhKcalkCmhKcalk

    mxrmr

    mr

    oo

    oo

    30220../ 04,0 = ../ 40 =

    5431,0 = 0254,0 5,1 + 505,0 = 505,0 = 005,0 + 5,0 =

    5,0 =

    31

    21

    3

    2

    1

    ==

  • KcalChk

    rrk

    rrR ot .2764,0276364,0000039,0404,0

    5431,01

    505,01

    440505,01

    5,01

    4.

    11

    4.

    11

    2

    32

    1

    21=+=

    +

    =

    +

    =

    pipipipi

    ( ) hKcalRTq

    t

    total 41,6872764,0

    30220 ===

    b) Levando em conta a elevao do fluxo de calor :

    , , , , = = =q q Kcal h1 1 1 1 687 41 756 15

    Desprezando a resistncia trmica da parede de ao ( T2 = T1= 30 oC ), temos :

    pipi 45431,01

    505,01

    30220

    4.

    1115,756

    32

    32

    =

    ==

    isoisokk

    rr

    TTq

    k Kcal h m Cisoo

    =0 044, . .

    c) Para manter o fluxo de calor deve ser usada uma maior espessura isolante :

    mr

    rk

    rr

    TTq

    iso

    5472,0

    4044,0

    1505,01

    30220

    4.

    1141,687 3

    332

    32=

    =

    ==

    pipi

    e r r m cm= = = =3 2 0 5472 0 505 0 0422 4 22, , , ,

    e cm= = 4 22 1 66, ,

    Exerccio 3.8. Um tanque de oxignio lquido tem dimetro de 1,20 m, um comprimento de 6 m e as extremidades hemisfricas. O ponto de ebulio do oxignio -182,8 oC. Procura-se um isolante trmico que reduza a taxa de evaporao em regime permanente a no mais que 10 Kg/h. O calor de vaporizao do oxignio 51,82 Kcal/Kg. Sabendo que a temperatura ambiente varia entre 15 oC (inverno) e 40 oC (vero) e que a espessura do isolante no deve ultrapassar 75 mm, qual dever ser a condutividade trmica do isolante ? ( Obs : no considerar as resistncias devido conveco ).

    35

  • ( ) ( ) hKcalKgKcalhKgHmq vap 2,51882,5110. :ser deve tanquedointerior o paracalor de fluxo mximo O

    ===

    Este fluxo de calor atravessa a camada isolante por conduo, uma parte atravs da camada esfrica e outra atravs da camada cilndrica. Ento :( ) ( ) ( )[ ] ( )[ ]

    pipi

    pipi .4.

    675,01

    6,01

    8,18240

    8,4..2.6,0

    675,0ln

    8,18240

    .4.

    11

    ..2.

    ln

    kkkrr

    TT

    Lkr

    rTTq

    iso

    ie

    iso

    ie

    +

    =

    +

    =

    518 2 222 81 0 11830 16

    222 81 0 185

    12 6

    , ,,,

    ,,

    ,

    =

    +

    k k

    k Kcal h m Co=0 0072, . .

    Exerccio 3.9. A parede de um forno industrial composta com tijolos refratrios ( k = 0,3 Btu/h.ft.oF ) por dentro, e tijolos isolantes por fora ( k = 0,05 Btu/h.ft.oF ). A temperatura da face interna do refratrio 1600 oF e a da face externa do isolante 80 oF. O forno tem formato de prisma retangular ( 8,0 X 4,5 X 5,0 ft ) e a espessura total da parede 1,3 ft. Considerando uma perda de calor de 36000 Btu/h apenas pelas paredes laterais, pede-se :a) a espessura de cada um dos materiais que compem a parede;b) colocando-se uma janela de inspeo circular de 0,5 ft de dimetro, feita com vidro refratrio de 6" de espessura ( k = 0,65 Btu/h.ft.oF ) em uma das paredes do forno, determinar o novo fluxo de calorc) qual deveria ser a espessura dos tijolos isolantes, no caso do item anterior, para que o fluxo de calor fosse mantido em 36000 Btu/h.

    36

    ( )KgKcalHhKgmTmximoCTCT

    merrmmmemr

    vap

    oe

    oi

    iso

    82,51 1040 8,182

    675,0075,06,0075,075 6,0

    ====

    =+=+=

    ===

  • a) A resistncia trmica da parede composta a partir do fluxo de calor perdido pelas paredes e da diferena de temperatura total :

    ( ) ( )

    =

    =

    tt

    total

    RRT

    q 80160036000 R h C Kcalto

    = 0 042, .

    Em associao em srie a resistncia total igual soma das resistncias individuais :

    R R RL

    k AL

    k AL L L Lt ref iso

    ref

    ref

    iso

    iso

    ref isoref iso= + = + =

    +

    = +

    . . , ,, , ,

    0 3 125 0 05 1250 0422 0 0267 0 16

    Como existem 2 incgnitas, necessrio outra equao. Como a soma das espessuras das paredes individuais igual espessura da parede composta, temos o seguinte sistema de equaes :

    +=

    +=

    isoref

    isoref

    LLLL

    3,1

    16,00267,00422,0 donde,

    L ftL ft

    ref

    iso

    =

    =

    1 2430 057,,

    b) A janela de inspeo uma parede que est associada em paralelo com os tijolos. As reas de cada parede so :rea de vidro = =A ftvid 0 45 0 30 0 135

    2, , ,rea de tijolo = =A fttij 125 0 135 124 865

    2, ,DADOS : k Btu h ft C L ftvid o vid= = =0 65 0 4 0 0333, . . , ,

    A resistncia total equivalente esta associao :

    +

    +

    =

    ++=+=

    865,12405,0057,0

    865,1243,0243,1

    1

    135,065,00333,01

    ..

    1

    .

    1111

    tiji

    i

    tijr

    r

    vidvid

    vidtijvidt

    AkL

    AkL

    AkLRRR

    =R h F Btuto0 0381, .

    O fluxo de calor pela parede com janela de inspeo :

    37

    ( ) ( ) ( ) 221

    21

    12555.42582

    3,1

    ..05,0..3,0801600

    ftlateralAftLLL

    FfthBtukFfthBtukFTFT

    oref

    oiso

    oo

    =+=

    =+=

    ==

    ==

  • ( )

    =

    =

    0381,0801600

    t

    total

    RT

    q ,=q Btu h39928 8

    c) Para que o fluxo de calor seja o mesmo, aps a colocao da janela de inspeo, deve haver um aumento do isolamento. / , .q Btu h R h F Btut

    o= =36000 0 0422

    +

    +

    =

    ++=

    +=

    865,12405,0865,1243,0243,1

    1

    135,065,00333,01

    ..

    1

    .

    1111i

    tiji

    i

    tijr

    r

    vidvid

    vidtijvidtL

    AkL

    AkL

    AkLRRR

    10 0422

    2 63514 10 03318 0 16017,

    ,, ,

    = ++ Li

    L fti =0 089,

    Exerccio 3.10. Uma camada de material refratrio ( k=1,5 kcal/h.m.oC ) de 50 mm de espessura est localizada entre duas chapas de ao ( k = 45 kcal/h.moC ) de 6,3 mm de espessura. As faces da camada refratria adjacentes s placas so rugosas de modo que apenas 30 % da rea total est em contato com o ao. Os espaos vazios so ocupados por ar ( k=0,013 kcal/h.m.oC ) e a espessura mdia da rugosidade de 0,8 mm. Considerando que as temperaturas das superfcies externas da placa de ao so 430 oC e 90 oC, respectivamente; calcule o fluxo de calor que se estabelece na parede composta.

    OBS : Na rugosidade, o ar est parado (considerar apenas a conduo)

    O circuito equivalente para a parede composta :

    38

    ( )CTCT

    mmmLmmmLmmmL

    mmLCmhKcalk

    CmhKcalk

    CmhKcalk

    oo

    ref

    rugao

    ref

    oar

    oref

    oao

    90430

    0483,04,488,0250

    0008,08,00063,03,6

    50..013,0

    ..5,1

    ..45

    21 ==

    ===

    ====

    =

    =

    =

    =

  • Clculo das resistncias trmicas ( para uma rea unitria ) :

    ( ) KcalChAkL

    R

    KcalChAk

    LR

    o

    ar

    rug

    o

    ao

    ao

    .08791,017,0013,0

    0008,0.

    .00014,0145

    0063,0.

    2

    1

    =

    ==

    =

    ==

    ( )KcalCh

    AkL

    R

    KcalChAk

    LR

    o

    ref

    ref

    o

    ref

    rug

    .0323,015,1

    0484,0.

    .0018,013,05,1

    0008,0.

    1

    3

    =

    ==

    =

    ==

    A resistncia equivalente parede rugosa ( refratrio em paralelo com o ar ) :1 1 1 1

    0 087911

    0 00180 00176

    2 3 2 32 3R R R

    R h C Kcalo/ /

    / /, ,, .= + = + =

    A resistncia total, agora, obtida por meio de uma associao em srie :

    R R R R R R h C Kcalto

    = + + + + =1 2 3 4 2 3 1 0 0361/ / / / , .Um fluxo de calor sempre o (DT)total sobre a Rt , ento :( )

    0361,09043021

    =

    =

    =

    tt

    total

    RTT

    RTq q Kcal h=9418

    EXERCCIOS PROPOSTOS :

    Exerccio 3.11. Um tubo condutor de vapor de dimetro interno 160 mm e externo 170 mm coberto com duas camadas de isolante trmico. A espessura da primeira camada 30 mm e a da segunda camada 50 mm. As condutividades trmicas R1, R2, R3 do tubo e das camadas isolantes so 50, 0,15 e 0,08 kcal/h.m.oC, respectivamente. A temperatura da superfcie interna do tubo de vapor 300 oC e a da superfcie externa do segundo isolante 50 oC. Calcular :a) O fluxo de calor por unidade de comprimento do tubo.

    39

  • b) A temperatura nas interfaces das camadas.

    Exerccio 3.12. Um reservatrio esfrico destinado a encerrar oxignio lquido, tem raio interno igual a 1,5 m e feito de vidro com espessura igual a 0,03 m ( k = 0,6 kcal/h.m.oC ). O reservatrio revestido externamente por uma camada de l de vidro de espessura igual a 0,35 m ( k = 0,03 kcal/h.m.oC ). A temperatura na face interna do vidro -180 oC e na face externa do isolamento 10oC. Calcular :a) fluxo de calor atravs da paredeb) temperatura na interface vidro/isolante

    Exerccio 3.13. Em uma indstria farmacutica, pretende-se dimensionar uma estufa. Ela ter a forma cbica de 1 m de lado e ser construda de ao (k = 40 kcal/h.moC), com 10 mm de espessura, isolada com l de vidro (k= 0,08 kcal/h.moC) e revestida com plstico (k= 0,2 kcal/h.moC) de 10 mm de espessura. O calor ser inteiramente gerado por resistncias eltricas de 100 W, pelas quais passar uma corrente de 10 A . No pode ser permitida uma perda de calor superior a 10 % do calor gerado. Sabendo-se que as temperatura nas faces das paredes, interna e externa, so respectivamente 300 oC e 20 oC, pede-se :a) a resistncia trmica exigida;b) a espessura da l de vidro.

    Exerccio 3.14. Um forno de formato cbico, com altura de 5 ft, est isolado com 4" de um material isolante ( k=1 Btu/h.ftoF ). Nele so inseridas 1500 Ib/h de uma liga metlica, que se funde a 1100 oF, com calor latente de fuso da liga de 300 Btu/Ib. O forno se encontra em um ambiente onde a temperatura 75 oF e o coeficiente de pelcula 2 Btu/h.ft.oF. Desprezando-se a resistncia trmica do forno e admitindo-se que a liga j entre a 1100 oF, pede-se :a) o fluxo de calor pelas 6 faces do fornob) quantos HP so necessrios para fundir a liga e compensar as perdas ?

    Exerccio 3.15. Um forno de 6 m de comprimento, 5m de largura e 3 m de altura tem sua parede constituda de 3 camadas. A camada interna de 0,4 m de tijolos refratrios ( k=1,0 kcal/h.m.oC ). A camada intermediria de 0,30 m tem a metade inferior de tijolos especiais ( k=0,20 kcal/h.moC ) e a metade superior de tijolos comuns ( k=0,40 kcal/h.m.oC). A camada externa de 0,05m de ao ( k=30 kcal/hm C). Sabendo-se que a superfcie interna est a 1700 oC e a superfcie externa est a 60 oC . Pede-se :a) o fluxo de calor pela paredeb) considerando que aps, alguns anos o fluxo de calor aumentou 10 % devido ao desgaste da camada de refratrios. Calcular este desgaste supondo que o mesmo foi uniforme em todo o forno.

    Exerccio 3.16. Duas substancias so misturadas, reagindo entre si e liberando calor dentro de um tubo de dimetro interno 7,62 cm e espessura igual a 0,5 cm (k= 32 kcal/h.m.oC). O

    40

  • comprimento do tubo 10 m. Todo o calor gerado na reao cedido ao ambiente, de modo que a temperatura da mistura, 180 oC, permanece constante. Por motivo de segurana, ser necessrio isolar a tubulao, de modo que a temperatura na face externa do isolante ( k = 0,06 kcal/h.moC ) no ultrapasse 50 oC. O ar externo est a 25 oC, com coeficiente de pelcula 12 kcal/h.m2.oC. O coeficiente de pelcula da mistura 90 kcal/h.m2.oC. Pede-se a espessura mnima necessria do isolante, para atender a condio desejada.

    Exerccio 3.17. A parede de um forno constituda de uma camada de 30 cm de um refratrio cuja condutividade trmica uma funo da temperatura ( k = 0,15 + 0,0001T ) . A temperatura na face interna do refratrio 1050 oC e na face externa 250 oC. Calcular o fluxo de calor atravs da parede.

    41

  • 4. FUNDAMENTOS DA CONVECO

    4.1. LEI BSICA PARA CONVECO

    O calor transferido por conveco, na unidade de tempo, entre uma superfcie e um fluido, pode ser calculado atravs da relao proposta por Isaac Newton :

    TAhq = .. ( eq. 4.1 )

    onde, q. = fluxo de calor transferido por conveco ( kcal/h);

    A = rea de transferncia de calor (m2); T = diferena de temperatura entre a superfcie (Ts) e a do fluido em um local bastante afastado da superfcie (TT ) (oC). A figura 4.1 ilustra o perfil de temperatura e T para o caso de um fluido escoando sobre uma superfcie aquecida; h = coeficiente de transferncia de calor por conveco ou coeficiente de pelcula.

    [ figura 4.1 ]

    A simplicidade da equao de Newton ilusria, pois ela no explcita as dificuldades envolvidas no estudo da conveco, servindo apenas como uma definio do coeficiente de pelcula (h). O coeficiente de pelcula , na realidade, uma funo complexa do escoamento do fluido, das propriedades fsicas do meio fluido e da geometria do sistema. Seu valor numrico no , em geral, uniforme sobre a superfcie. Por isto utiliza-se um valor mdio para a superfcie. A partir da equao 4.1 , podem ser obtidas as unidades do coeficiente de pelcula. No sistema prtico mtrico, temos :

    h qA T

    Kcal hm C

    Kcalh m Co o

    = =FHG IKJ

    .

    ./

    . . . 2 2 (eq. 4.2)

    Analogamente, nos sistemas Ingls e Internacional, temos :

    42

  • Sistema Ingls Btuh.ft .2 oF

    Sistema Iinternacional Wm2

    .K

    A tabela 4.1 mostra, para diversos meios, ordens de grandeza do coeficiente de pelcula em unidade do sistema prtico mtrico :

    Tabela 4.1 - Ordens de grandeza do coeficiente de pelcula ( h )

    Meio kcal/h.m2.oCAr, conveco natural 5-25Vapor, conveco forada 25-250leo, conveco forada 50-1500gua, conveco forada 250-10000gua conveco em ebulio 2500-50000Vapor, em condensao 5000-100000

    4.2. CAMADA LIMITE

    Quando um fluido escoa ao longo de uma superfcie, seja o escoamento em regime laminar ou turbulento, as partculas na vizinhana da superfcie so desaceleradas em virtude das foras viscosas. A poro de fluido contida na regio de variao substancial de velocidade, ilustrada na figura 4.2, denominada de camada limite hidrodinmica.

    [ figura 4.2 ]

    Consideremos agora o escoamento de um fluido ao longo de uma superfcie quando existe uma diferena de temperatura entre o fluido e a superfcie. Neste caso, O fluido contido na regio de variao substancial de temperatura chamado de camada limite trmica. Por exemplo, analisemos a transferncia de calor para o caso de um fluido escoando sobre uma superfcie aquecida, como mostra a figura 4.3. Para que ocorra a transferncia de calor por conveco atravs do fluido necessrio um gradiente de temperatura ( camada limite trmica ) em uma regio de baixa velocidade ( camada limite hidrodinmica ).

    43

  • [ figura 4.3 ]

    O mecanismo da conveco pode ento ser entendido como a ao combinada de conduo de calor na regio de baixa velocidade onde existe um gradiente de temperatura e movimento de mistura na regio de alta velocidade. Portanto :

    regio de baixa velocidade a conduo mais importante regio de alta velocidade a mistura entre o fluido mais quente e o mais frio contribui

    substancialmente para a transferncia de calor

    Na camada limite trmica tem-se portanto elevados gradientes de temperatura e pode-se dizer que o estudo do fenmeno da conveco se reduz ao estudo da conduo atravs da mesma. Portanto, considerando a camada limite trmica como uma "parede" hipottica de espessura d t e condutividade trmica kt, temos :

    ( ) trmicalimite camada na conduopor calor de fluxo. =

    TTAkq st

    t

    ( eq. 4.3 )

    Pela equao de Newton temos que :

    ( ) convecopor calor de fluxo ..

    = TsTAhq ( eq. 4.4 )

    Igualando as equao 4.3 e 4.4, obtemos :

    ( ) ( )

    = TTAhTTAk sst

    t ...

    hkt

    t

    = ( eq. 4.5 )

    Embora essa imagem seja consideravelmente simplificada, a equao 4.5 mostra que o coeficiente de pelcula inversamente proporcional espessura da camada limite trmica. Desta forma, pode entendida, por exemplo, a ao de um ventilador. O aumento da

    44

  • velocidade do fluido causado pela rotao das ps resulta aumento da velocidade de escoamento e, como consequncia, em reduo da camada limite trmica sobre a nossa pele. A equao 4.5 mostra que isto resulta em uma elevao do coeficiente de pelcula. Esta elevao do coeficiente de pelcula responsvel pelo aumento da transferncia de calor por conveco ( equao 4.1 ) e pela conseqente sensao de alvio do calor.

    4.3. DETERMINAO DO COEFICIENTE DE PELCULA (h)

    Como visto anteriormente, o coeficiente h uma funo complexa de uma srie de variveis relacionadas com as seguintes caractersticas:

    1. Dimenso Caracterstica ( D ) D: a dimenso que domina o fenmeno da conveco. Ex: dimetro de um tubo, altura de uma placa, etc2. Propriedades Fsicas do Fluido ( , , , ,c kp )

    : viscosidade dinmica do fluido; : densidade do fluido; cp: calor especfico do fluido; k : condutividade trmica do fluido; : coeficiente de expanso volumtrica 3. Estado de Movimento do Fluido ( V,g,T )

    V : velocidade do fluido; g : acelerao da gravidade; T : diferena de temperatura entre a superfcie e o fluido

    Logo, h uma funo do tipo :

    ( )TgVkcDfh p = ,,,,,,,, ( eq. 4.6 )

    Uma frmula que levasse em conta todos estes parmetros seria extremamente complexa. O problema , ento, contornado dividindo-se o estudo em casos particulares. Por exemplo, o estudo da conveco em gases pode ser subdividido assim :

    {

    etcforada

    externaernain

    vertical

    horizontalcilndricaparede

    verticalhorizontal

    planaparede

    naturalgasesemconveco

    t

    45

  • Para cada caso particular so obtidas equaes empricas atravs da tcnica de anlise dimensional combinada com experincias, onde os coeficientes de pelcula so calculados a partir de equaes empricas obtidas correlacionando-se os dados experimentais com o auxlio da anlise dimensional. O desenvolvimento desta tcnica foge ao escopo deste curso, entretanto, podemos afirmar que os resultados so obtidos na forma de equaes dimensionais como mostrado nos exemplos a seguir :

    Para Conveco Forada a equao do tipo :

    ( )

    kpcVD

    kDhNu

    Nu

    .Pr..Re;.,onde

    PrRe,

    ===

    =

    ( eq. 4.7 )

    Exemplo : Escoamento de um fluido no interior de um tubo de dimetro D no regime de escoamento turbulento ( Re > 3300 ). Neste caso, usamos a seguinte equao :

    =

    =

    =

    aquecendofluidopnesfriandofluidopn

    Nu n

    /4,0/3,0

    onde,

    Pr.Re.023,0 8,0

    ( eq. 4.8 )

    Para Conveco Natural a equao do tipo :

    ( )2

    3 ...onde,

    Pr,

    TgDGr

    GrNu

    =

    =( eq. 4.9 )

    Exemplo : Conveco natural sobre placas verticais de altura D e e cilindros de grande dimetro e altura D ( p/ Gr.Pr < 108 ). Neste caso, usamos a seguinte equao :

    ( ) 25,0Pr.56,0 GrNu = ( eq. 4.10 ) Exerccio 4.1. Em uma placa plana de 150 X 100 mm, eletricamente aquecida, a mxima temperatura permissvel no centro da placa 135 oC. Para este caso especfico o nmero de Grashof 2,2 x 107 e o nmero de Prandt 0,7. Sabendo que a equao emprica, obtida com o auxlio da anlise dimensional, que descreve a conveco natural ( regime laminar ) em uma placa plana dada pela equao 4.11 :Nu = 0,555 Gr onde, Nu =

    14 Pr .

    14 h L

    k ( eq. 4.11 )

    Calcular o fluxo de calor por transferido por conveco, por ambos lados da placa, para o ar atmosfrico a 25 oC ( kar = 0,026 Kcal/h.m.oC ).

    46

  • A dimenso caracterstica ( L ) comprimento da placa : L =0,15 mO de coeficiente de pelcula do ar em volta da placa calculado a partir da equao 4.11 :

    Nu = = 0,555 Gr1

    4h Lkar. Pr

    14

    ( ) ( ) CmhKcalhh o..03,67,0102,20,555= 026,0

    15,0 241417 =

    O fluxo de calor por conveco dado pela equao de Newton ( equao 4.1 ) :

    ( )[ ] ( )2513515,010,0203,6.. == TAhq ,q Kcal h=19 86

    4.4. RESISTNCIA TRMICA NA CONVECO

    Como visto anteriormente, a expresso para o fluxo de calor transferido por conveco :

    TAhq = ... ( eq. 4.12 )

    Um fluxo de calor tambm uma relao entre um potencial trmico e uma resistncia :

    RTq =

    .

    ( eq. 4.13 )

    Igualando as equaes 4.11 e 4.12, obtemos a expresso para a resistncia trmica na conveco :

    Rh A

    =

    1. ( eq. 4.14 )

    4.5. MECANISMOS COMBINADOS DE TRANSFERNCIA DE CALOR (CONDUO E CONVECO)

    Consideremos uma parede plana situada entre dois fluidos a diferentes temperaturas. Se as temperaturas T1 e T4 dos fluidos so constantes, ser estabelecido um fluxo de calor nico e constante atravs da parede (regime permanente). Um bom exemplo desta situao o fluxo

    47

  • de calor gerado pela combusto dentro de um forno, que atravessa a parede por conduo e se dissipa no ar atmosfrico.

    Utilizando a equao de Newton ( equao 4.1 ) e a equao para o fluxo de calor em uma parede plana ( equao 3.6 ), podemos obter as seguintes equaes para o fluxo de calor transferido pelo forno :

    ( ) .. 211 TTAhq = ( eq. 4.15 )( ) . 32 TTL

    Akq = ( eq. 4.16 )

    ( ) .. 432 TTAhq = ( eq. 4.17 )Colocando as diferenas de temperatura nas equaes 4.14 a 4.16 em evidncia e somando membro a membro, obtemos :

    ++=++

    =

    =

    =

    AhAkL

    AhqTTTTTT

    AhqTT

    AkLqTT

    AhqTT

    .1

    ..1.

    .)(

    .

    .)(

    .)(

    21433221

    243

    32

    121

    48

  • Substituindo as expresses para as resistncias trmicas conveco e conduo em parede plana na equao acima, obtemos fluxo de calor transferido pelo forno :

    ( )tRtotalTq

    RRRTT

    AhAkL

    Ah

    TTq =

    ++

    =

    ++

    = 321

    41

    .2

    1..1

    141

    ( eq. 4.18 )

    Portanto, tambm quando ocorre a ao combinada dos mecanismos de conduo e conveco, a analogia com a eletricidade continua vlida; sendo que a resistncia total igual soma das resistncias que esto em srie, no importando se por conveco ou conduo.

    Exerccio 4.2. Uma parede de um forno constituda de duas camadas : 0,20 m de tijolo refratrio (k =1,2 kcal/h.m.oC) e 0,13 m de tijolo isolante (0,15 kcal/h.m.oC). A temperatura dos gases dentro do forno 1700oC e o coeficiente de pelcula na parede interna 58 kcal/h.m2.oC. A temperatura ambiente 27 oC e o coeficiente de pelcula na parede externa 12,5 kcal/h m2 oC. Desprezando a resistncia trmica das juntas de argamassa, calcular :a) o fluxo de calor por m2 de parede;b) a temperatura nas superfcies interna e externa da parede.

    a) Considerando uma rea unitria da parede ( A=A1=A2=1 m2 ), temos :

    ( )15,12

    1115,0

    13,012,1

    20,0158

    1271700

    .1

    ...1

    2

    2

    1

    1

    3151

    +

    +

    +

    =

    +++

    =

    +++

    =

    =

    AhAkL

    AkL

    Ah

    TTRRRR

    TTRTq

    ei

    eisorefit

    total

    q Kcal h m=1480 6 2, p / de prede

    b) O fluxo de calor tambm pode ser calculado atravs de cada resistncia individual. Na pelcula interna, obtemos :

    49

    parede de refratrio :

    parede de isolante :

    L m k Kcal h m C

    L m k Kcal h m Ch Kcal h m C h Kcal h m CT C T C

    o

    o

    io

    eo

    o o

    1 1

    2 22 2

    1 3

    0 20 1 2

    0 13 0 1558 12 51700 27

    = =

    = =

    = =

    = =

    , , . .

    , , . .. . , . .

  • ( )212121 ...1 TTAh

    Ah

    TTR

    TTq i

    i

    ref

    =

    =

    =

    ( )217001586,1480 T=T Co2 1675=

    Analogamente na pelcula externa, obtemos :

    ( )2715,126,1480 4 = TT Co4 145=

    Exerccio 4.3. A parede de um edifcio tem 30,5 cm de espessura e foi construda com um material de k = 1,31 W/m.K. Em dia de inverno as seguintes temperaturas foram medidas : temperatura do ar interior = 21,1 oC; temperatura do ar exterior = -9,4 oC; temperatura da face interna da parede = 13,3 oC; temperatura da face externa da parede = -6,9 oC. Calcular os coeficientes de pelcula interno e externo parede.

    O fluxo de calor pode ser obtido considerando a conduo atravs da parede :

    50

    T C k W m KT C A mT C L mT C

    10

    20 2

    30

    40

    21 1 1 3113 3 1

    6 9 0 3059 4

    = =

    = =

    = =

    =

    , , .,, ,,

  • ( )131,1

    305,09,63,13

    .

    32

    2

    .

    =

    =

    =

    AkL

    TTRTq

    , /q W p m= 86 76 2

    Considerando agora a conveco na pelcula externa :

    q T TR

    T T

    h A hi

    .

    .

    , , , = = =

    1 2

    1

    1 2

    1

    1 86 7621 1 13 3

    11

    h W m ki =11 122, .

    Agora, na pelcula externa :

    ( )1

    14,99,676,86

    =

    ehh W m Ke =34 72

    2, .

    Exerccio 4.4. Um forno de formato cbico, com altura de 6 ft, est isolado com 4" de um material isolante de condutividade trmica 1,0 Btu/h.ft.oF. Nele so inseridos 1000 Ib/h de uma liga que se funde a 1200 oF ( admite-se que a liga j entre a 1200 oC ). O coeficiente de conveco do ar externo 3 BTU/h.ft2.oF e a temperatura do ar externo de 77 oF. Desprezando-se a resistncia trmica da parede do forno e conhecendo-se o calor latente de fuso da liga de 300 BTU/lb, calcular :a) o fluxo de calor transferido pelas paredes do forno;b) quantos KW so necessrios para manter o forno em operao. DADO : 1 KW = 3413 Btu/h

    a) Clculo do fluxo de calor : ( )

    ari

    ari

    t

    total

    RRTT

    RTq

    +

    =

    =

    ( )( ) ( ) BtuFhftFfthBtu

    ftAk

    LR ooi

    ii .001543,0216..1

    333,0. 2

    =

    ==

    ( ) ( ) BtuFhftFfthBtuAhR ooarar .003086,0216..31

    .1

    22 ===

    51

    ( ) ( )

    hlbmlbBtuHFTT

    ftftLftFfthBtukFfthBtuh

    ligafuso

    oar

    oi

    i

    oi

    oar

    1000 300 77 F1200

    3333,01244 216666A

    ..05,0 ..32

    2

    ====

    =====

    ==

  • , ,

    q = +

    1200 770 001543 0 001543

    ,q Btu h=363901 5

    b) Para manter o forno em operao necessrio repor as perdas pelas paredes e fornecer o calor necessrio para a fuso da liga:

    q q qop f= +

    ( ) ( ) lbBtulbBtuhlbHmq fusoligaf 3000003001000. fuso paracalor === , ,q Btu hop = + =363901 5 300000 663901 5

    Como 1 KW = 3413 Btu/h , obtemos :

    ,qop =663901 5

    3413 ,q KWop =194 5 (potncia do forno )

    Exerccio 4.5. Um reator de paredes planas foi construdo em ao inox e tem formato cbico com 2 m de lado. A temperatura no interior do reator 600 oC e o coeficiente de pelcula interno 45 kcal/h.m2.oC. Tendo em vista o alto fluxo de calor, deseja-se isola-lo com l de rocha ( k= 0,05 kcal/h.m.oC) de modo a reduzir a transferncia de calor. Considerando desprezvel a resistncia trmica da parede de ao inox e que o ar ambiente est a 20oC com coeficiente de pelcula 5 kcal/h.m2.oC, calcular : a) O fluxo de calor antes da aplicao da isolamento;b) A espessura do isolamento a ser usado, sabendo-se que a temperatura do isolamento na face externa deve ser igual a 62 oC;c) A reduo ( em % ) do fluxo de calor aps a aplicao do isolamento.

    a) Desprezando a resistncia do inox e a variao da rea devido espessura do isolante, o fluxo antes do isolamento dado por :

    ( )24.51

    24.451

    20600

    .1

    .1

    +

    =

    +

    =

    =

    AhAh

    TTR

    q

    ari

    ari

    t

    total ,q Kcal h=62640 4

    b) Aps o isolamento o fluxo pode ser calculado na camada limite externa :

    52

    ( )CTCTCT

    mACmhKcalkCmhKcalhCmhKcalh

    os

    oar

    oi

    oiso

    oi

    oar

    62 20 600

    24226 ..05,0

    ..45 ..52

    22

    ===

    ===

    ==

  • =

    =

    =

    . .

    q T T

    h A

    Kcal hs ar

    ar

    162 20

    15 24

    5040

    A espessura do isolamento pode ser calculada levando em conta as resistncias trmicas da pelcula interna e do isolante :

    . . . , .

    q T T

    h AL

    k AL

    i s

    i iso

    =

    + =

    +1 5040

    600 621

    45 24 0 05 24

    L m cm= =0 1273 12 73, ,

    c) %

    ,Reduo = = q qq

    100 62640 4 504062640

    100 % , %Reduo =91 95

    Exerccio 4.6. No interior de uma estufa de alta temperatura os gases atingem 650 oC. A parede da estufa de ao, tem 6 mm de espessura e fica em um espao fechado em que h risco de incndio, sendo necessrio limitar a temperatura da superfcie em 38 oC. Para minimizar os custos de isolao, dois materiais sero usados: primeiro um isolante de alta temperatura (mais caro), aplicado sobre o ao e, depois, magnsia (menos caro) externamente. A temperatura mxima suportada pela magnsia 300 oC. Conhecendo os dados abaixo, pede-se:a) Especifique a espessura ( em cm ) de cada material isolante.b) Sabendo que o custo por cm de espessura colocado do isolante de alta temperatura duas vezes que o da magnsia, calcule a elevao percentual de custo se fosse utilizado apenas o isolante de alta temperatura.DADOS: temperatura ambiente : 20 oCcoeficiente de pelcula interno : 490 Kcal/h.m2.oCcoeficiente de pelcula interno : 20 Kcal/h.m2.oCcondutividade trmica do ao : 37,25 Kcal/h.m.oCcondutividade trmica do isolante de alta temperatura : 0,0894 Kcal/h.m.oC

    53

  • a) O fluxo de calor que atravessa a parede pode ser calculado na pelcula externa :

    .

    q T TR

    T T

    h A

    Kcal heconv

    e

    =

    =

    =

    =5 6 5 6

    138 20

    120 1

    360

    Clculo da espessura do isolante de magnsia :

    . ,

    , ,q T TR

    T TL

    k AL L m cm

    mcond

    m

    m

    mm= =

    =

    =

    = =360 300 38

    0 067 1

    0 0488 4 884 5 4 5

    Clculo da temperatura T3 :

    .

    ,q T TR

    T T

    h A

    T T Ciconv

    i

    o= =

    =

    =

    =360 1650

    1490 1

    649 261 2 1 2 2 2

    .

    ,,,

    ,q T TR

    T TL

    k A

    T T Cacond

    a

    a

    o= =

    =

    =

    =360 649 260 00637 25 1

    649 202 3 2 3 3 3

    Clculo da espessura do isolante de alta temperatura :

    .

    ,

    ,

    q T TR

    T TL

    k AL

    isocond

    iso

    iso

    iso= =

    =

    =

    360 649 2 300

    0 0894 1

    3 4 3 4

    L m cmiso = =0 0867 8 67, ,

    b) Se for usado apenas o isolante de alta temperatura, mantendo as demais condies, a nova espessura isolante pode ser calculada assim:

    54

    =

    = . .

    = . .

    = , . .

    = , . .

    = , . .

    = = =

    = = ,

    A m

    hi Kcal h mo C

    he Kcal h mo C

    ka Kcal h mo C

    kiso Kcal h mo C

    km Kcal h mo C

    T oC T oC T oC

    La mm m

    1 2

    490 2

    20 2

    37 25

    0 0894

    0 0670

    4 300 5 38 6 20

    6 0 006

  • .

    ,

    ,

    q T TLk A

    Lisoiso

    iso=

    =

    3 5 360 649 2 38

    0 0894 1

    = =L m cmiso 01518 1518, ,

    Clculo da elevao percentual de custo :

    Custo da isolante de magnsia = X

    Custo da isolante de alta temperatura = 2 X

    O custo de cada caso ser :

    ( ) ( ) ( )( ) ( ) XXbCusto

    XXXaCusto36,302.18,15

    22,222.67,8.88,4==

    =+=

    ( ) ( )( )

    ( ) 10022,22

    22,2236,30% ==X

    XaCusto

    aCustobCustocustodeelevaode

    % , %de elevao de custo =36 6

    Exerccio 4.7. Um recipiente esfrico usado para armazenar nitrognio lquido a 77 K (ponto de ebulio). O recipiente tem 0,5m de dimetro interno e isolado com uma camada de p de slica (k = 0,0017 W/m.K). A isolao tem 25 mm de espessura e sua superfcie externa est exposta ao ar a 300 K. O coeficiente de pelcula externo 20 W/m2.K. O calor latente de vaporizao e a densidade do nitrognio so 2x105 J/Kg e 804 Kg/m3, respectivamente. Desprezando as resistncias trmicas da pelcula interna e das paredes metlicas do recipiente, calcular :a) Fluxo de calor transferido para o nitrogniob) Taxa de evaporao do nitrognio em litros/dia (existe um respiro para a sada dos gases)

    55

  • a) O fluxo de calor transferido pode ser calculado assim :( )

    : temos,00 : oDesprezand2

    2

    2.

    +++

    =

    =

    convN

    condao

    convN

    condao

    condSi

    convar

    Nar

    t

    total

    ReR

    RRRRTT

    RT

    q

    +

    =

    212

    2

    .

    1114

    14

    12

    rrkrh

    TTq

    Siar

    Nar

    pipi

    q W.=13 06,

    b) A energia recebida pelo N2 , utilizada na evaporao, o produto da massa pelo calor latente de vaporizao :

    Conhecendo a taxa de transferncia de energia (calor), podemos obter a taxa de evaporao :

    sKgKgJsJ

    HqmHmq

    vv

    55

    ....

    1053,6102

    06,13. =

    =

    ==

    m Kgs

    sh

    hdia

    Kg dia.

    , ,= =6 53 10 3600 24 5 645

    V m Kg diaKg m

    m dia.

    ., ,= = =5 64804

    0 00733

    V litros dia.

    /=7

    Exerccio 4.8. A parede plana de um tanque para armazenagem de produtos qumicos constituda de uma camada interna base de carbono ( k = 10 Kcal/h.m.oC ) de 40 mm de

    56

    mrmr

    mKgKgJH

    KmWk

    KTKT

    N

    v

    si

    arN

    275,0025,025,025,0

    804

    102

    .0017,0

    30077

    2

    1

    3

    5

    2

    2

    2

    =+=

    =

    =

    ==

    ==

    vHmQ = .

  • espessura, uma camada intermediria de refratrio ( k = 0,14 Kcal/h.m.oC ) e um invlucro de ao ( k =45 Kcal/h.m.oC ) com 10 mm de espessura. Com a superfcie interna da camada carbono a 190 oC e o ar ambiente a 30 oC, a temperatura da superfcie externa do ao no deve ser maior que 60 oC por motivos de segurana do trabalhadores. Considerando que o coeficiente de pelcula no ar externo 12 Kcal/h.m2.oC, determine :a) a espessura mnima do refratrio;b) a temperatura da superfcie externa do ao se a camada de refratrio for trocada por uma de isolante ( k = 0,03 Kcal/h.m.oC ) de mesma espessura.

    a) A mnima espessura de refratrio ser obtida quando a temperatura externa do ao for a mxima permitida. Para uma rea unitria de parede ( A = 1 m2 ), o fluxo de calor poder ser calculado na pelcula externa :

    ( )254 360112

    13060

    .1 mphKcal

    Ah

    TTq =

    =

    =

    De posse do fluxo, e considerando as resistncias trmicas das trs camadas, podemos fazer :

    . . .,

    ,,q

    T TL

    k AL

    k AL

    k AL=

    + + =

    +

    +

    1 4

    1

    1

    2

    2

    3

    3

    2360 190 600 04

    10 1 0 14 10 0145 1

    L m mm2 0 05 50= =,

    b) O novo fluxo de calor, menor devido ao uso do isolante de baixa condutividade ( k = 0,03 Kcal/h.m.oC ), obtido considerando as duas nicas temperaturas que no variam :

    ( )23

    3

    2

    2

    1

    1

    51 2,91

    1121

    14501,0

    103,005,0

    11004,0

    30190

    .1

    ...

    mphKcal

    AhAkL

    AkL

    AkL

    TTq =

    +

    +

    +

    =

    ++

    +

    =

    Novamente, na pelcula externa, podemos obter a temperatura da superfcie do ao :

    57

    L mm mL mm mk Kcal h m Ck Kcal h m Ck Kcal h m Ch Kcal h m CT CT C

    o

    o

    o

    o

    o

    o

    1

    2

    1

    2

    32

    1

    5

    40 0 0410 0 01100 1445

    1219030

    = =

    = =

    =

    =

    =

    =

    =

    =

    ,,

    . ., . .

    . .. .

  • .

    , = =

    q T T

    h A

    T4 5 41 91 2

    301

    12 1=T Co4 37 6,

    Exerccio 4.9. Em uma regio fria, uma casa