Apostila Direito Penal Especial Cristiano Rodrigues

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  • DIREITO PENAL

    Parte Especial Prof. Cristiano Rodrigues

    - CRIMES CONTRA A PESSOA 1. DOS CRIMES CONTRA A VIDA - Homicdio simples (art.121, caput) Bem jurdico: vida, bem indisponvel. ( no admite consentimento do ofendido) Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). Sujeito passivo: qualquer pessoa (ser humano vivo) - A partir dos procedimentos de parto. Tipo subjetivo: dolo (animus necandi ou occidendi) Consumao: com a morte de algum.( morte enceflica.) - Homicdio privilegiado (art. 121, 1 - 1/6 a 1/3.) a) Relevante valor social. Interesse da coletividade. b) Relevante valor moral. princpios morais da sociedade. Ex.: eutansia. c) Homicdio emocional (crime de mpeto). 1) injusta provocao da vtima. 2) domnio de violenta emoo. 3) logo em seguida. (imediatidade) entre a injusta provocao e a reao. OBS: diferente da atenuante genrica sob a influncia de violenta emoo, provocada por ato injusto da vtima (CP, art.65, III, c), Homicdio qualificado (art.121, 2 - 12 a 30 anos) I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

    II - por motivo ftil;

    III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,

    ou de que possa resultar perigo comum;

    IV - traio, de emboscada, ou mediante dissimulao ou outro recurso que dificulte ou torne

    impossivel a defesa do ofendido;

    V - para assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou vantagem de outro crime:

    OBS: possvel o homicdio privilegiado-qualificado, desde que as qualificadoras sejam de natureza objetiva (incisos III e IV). - No crime hediondo Homicdio culposo (art.121, 3) OBS: o homicdio culposo na direo de veculo automotor (Art.302 da Lei 9.503/97). Causas de aumento de pena (art.121, 4 - 1/3) No homicdio culposo (4, 1 parte): a) se o crime resulta de inobservncia de regra tcnica de profisso, arte ou ofcio; b) se o agente deixa de prestar imediato socorro vtima; c) no procura diminuir as consequncias do seu ato; d) foge para evitar priso em flagrante. No homicdio doloso:

    a) menor de 14 (quatorze)

  • b) maior de 60 (sessenta) anos. Perdo judicial (art.121, 5) - Somente para homicdio culposo - o juiz poder deixar de aplicar a pena, se as conseqncias da infrao atingirem o prprio agente de forma to grave que a sano penal se torne desnecessria. - Natureza Jurdica: a sentena declaratria da extino da punibilidade, no subsistindo qualquer efeito condenatrio (Smula 18 STJ).

    - Crime Hediondo: - o homicdio simples (art.121, caput), quando praticado em atividade tpica de grupo de extermnio,

    - o homicdio qualificado (art. 121, 2). - Homicdio e Latrocnio (art.157, 3): - No crime de latrocnio a finalidade do agente a subtrao da coisa, mas para isso acaba matando. - A morte no latrocnio pode ser por dolo (direito ou eventual) ou por culpa.

    - Transmisso da AIDS: para o STF no configura tentativa de homicdio a prtica de relao sexual, sem preservativo, por pessoa portadora do vrus HIV. (h divergncia no STJ) - Induzimento, instigao ou auxlio a suicdio (Art. 122) - Tipo objetivo: a) induzir algum a suicidar-se (fazer surgir a vontade de suicidar-se b) instigar algum a suicidar-se (reforar ou estimular ideia peexistente) c) prestar auxlio ao suicdio (ajudar a vtima) - Consumao: com o ato de induzir, instigar ou auxiliar (crime formal h divergncia para crime material) - Tentativa: no se admite. - a lei exige a produo do resultado morte ou leso corporal de natureza grave para punir o fato (condio objetiva de punibilidade) - Forma qualificada (par. nico pena em dobro) - crime praticado por motivo egostico - se a vtima menor - tem diminuda sua capacidade de resistncia. - Infanticdio (Art. 123) - Sujeito Ativo: a me (crime prprio), mas pode haver concurso de pessoas. - Sujeito Passivo: o filho nascente (durante o parto) ou neonato (logo aps o parto). - Tipo objetivo: - Estado puerperal: conjunto de sintomas fisiolgicos, que se inicia com o parto e que permanece algum tempo aps o mesmo gerando perturbaes emocionais na mulher. - Tipo subjetivo: dolo direto ou eventual. - Consumao e tentativa: consuma-se com a morte. A tentativa admissvel. - Concurso de pessoas: possvel, a qualidade de me e estado puerperal so elementares do crime (Art.30 CP).

  • Modalidade culposa: No h. Mas pode responder por homicdio culposo comum - Aborto (Art. 124 / 125 / 126) - Sujeitos Ativo: - No Art. 124: a prpria gestante - No Art. 125 e 126: qualquer pessoa no aborto - Sujeito passivo: o produto da concepo (ovo, embrio ou feto) - Aps a nidao (14 dias depois da fecundao) e antes dos procedimentos de parto. - Art. 125 Feto e tambm a Me. - Tipo Objetivo:

    - Art. 124 aquele (co-autor) que pratica aborto junto com a me (consentir que outrem lho provoque) responder pelo Art. 126 e a me pelo Art. 124. (exceo a teoria monista) - Art.125 - aborto provocado mediante violncia, grave ameaa ou fraude - Aplica-se a pena do Art. 125 se a gestante no maior de 14 (quatorze) anos, ou alienada ou dbil mental, ou se o consentimento obtido mediante fraude, grave ameaa ou violncia.

    - Art.126: aborto com o consentimento para quem pratica o aborto autorizado pela me. - Tipo subjetivo: dolo, vontade de interromper a gravidez, - No h previso da modalidade culposa. - Consumao: se consuma com a interrupo da gravidez e a destruio do produto da concepo. - Tentativa: admissvel. - Causas de Aumento (Art.127): - Art. 125 e 126 so aumentadas de 1/3 se do aborto ou dos meios empregados para provoc-lo, se gera leso corporal de natureza grave - so duplicadas, se gera a morte da gestante. - no se aplica a causa de aumento ao Art.124 (auto-aborto). - Aborto Autorizado ou legal (Art.128): - I - se no h outro meio de salvar a vida da gestante; - II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto precedido de consentimento da gestante ou,

    quando incapaz, de seu representante legal.

    - Natureza jurdica

    - Inc. I - causa de excluso da ilicitude. - Inc. II causa de excluso da culpabilidade

    - Aborto eugnico ou eugensico: de aplicao divergente (STF anencefalia) - Quando mo h viabilidade para vida extrauterina - no h previso no Cdigo Penal. - DAS LESES CORPORAIS - Leso corporal leve (Art. 129, caput 3 meses a 1 ano) - Leso corporal grave ( 1 - 1 a 5 anos) - Se resulta: I - incapacidade para as ocupaes habituais, por mais de 30 dias; II- perigo de vida; III- debilidade permanente de membro, sentido ou funo; IV- acelerao de parto (o agente deve conhecer a gravidez). - Leso corporal gravssima ( 2 - 2 a 8 anos) - Se resulta:

  • I - incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurvel; III - perda ou inutilizao de membro, sentido ou funo; IV - deformidade permanente; V - aborto. ( a titulo de culpa) Obs.: Os 1 e 2 s se aplicam leso corporal dolosa. - Leso corporal seguida de morte ( 3 - 4 a 12 anos). - crime preterintencional ou preterdoloso. - dolo em relao ao crime de leso corporal e culpa no que se refere morte. - quando se quer a morte ou se assume o risco de produzi-la h homicdio doloso. - Resultado decorrente de caso fortuito, fora maior ou imprevisvel: no haver culpa e no se pode responsabilizar o agente pela morte. - Tentativa: inadmissvel. - Leso corporal privilegiada ( 4 - 1/6 a 1/3). - motivo de relevante valor social ou moral - sob o domnio de violenta emoo, logo em seguida a injusta provocao da vtima - Substituio da pena (multa) na leso corporal leve ( 5). - I - se ocorre qualquer das hipteses do pargrafo anterior; - II - se as leses so recprocas. - Leso corporal culposa ( 6 - 2 meses a 1 ano). - no h graduao da leso culposa em leve, grave e gravssima, - Delitos de trnsito: art. 303 da Lei 9.503/97 (Cdigo de Trnsito Brasileiro). - Ao penal pblica condicionada representao (Lei 9.099/95, art. 88). - Leso corporal leve qualificada pela violncia domstica e familiar ( 9). - Qualificadora ( 3 meses a 3 anos) - leses corporais leves nos casos de violncia domstica. - no necessariamente ser s contra a mulher - Leso corporal grave ou seguida de morte majorada pela violncia domstica e familiar ( 10). - Nos casos previstos nos 1o a 3o do art. 129, se as circunstncias so as indicadas no 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um tero). - Leso corporal no mbito domstico ou familiar majorado pela vulnerabilidade da vtima (11). - Na hiptese do 9o do art. 129, a pena ser aumentada de um tero se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficincia. - Ao penal: - Publica condicionada a representao - nos 1 a 3, a Ao pblica incondicionada. - Ao penal na hiptese do 9 no caso especfico de incidir a Lei Maria da Penha Ao Penal Publica condicionada a representao (STJ Maj.) DA PERICLITAO DA VIDA E DA SADE - Perigo de contgio venreo (art. 130).

  • - Basta a vontade de praticar a conduta, independente da vontade de causar o resultado (contgio). - Se inteno do agente transmitir a molstia (dolo direto) , o crime ser qualificado. (par. 1 - 1 a 4 anos) - Ao Penal: Pblica Condicionada a Representao. - Perigo de contgio de molstia grave (art. 131). - Tipo subjetivo: especial fim de transmitir a outrem molstia grave de que est contaminado - Consumao: com a conduta independentemente da produo do resultado (transmisso da molstia grave). - Perigo para a vida ou sade de outrem (art. 132). - proibido expor a vida ou a sade de outrem a perigo direto e iminente. - Trata-se de crime subsidirio, que s incide se no houver crime mais grave. - Aumento de Pena ( par. nico 1/6 a 1/3): - a exposio da vida ou da sade de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestao de servios em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. - Abandono de incapaz (art. 133). - abandona pessoa que est sob seu cuidado, guarda, vigilncia ou autoridade, - incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. - Trata-se de crime prprio (o dever de cuidado, guarda, vigilncia ou possui autoridade em relao vtima.) - No se pune a modalidade culposa. - Consumao: o abandono deve gerar um perigo de dano. - Exposio ou abandono de recm-nascido (art. 134). - Expor ou abandonar recm-nascido, para ocultar desonra prpria ( especial fim de agir). - a me esconde a gravidez, por ser fruto de relaes extraconjugais (crime prprio). - Omisso de socorro (art. 135). - Crime Omissivo prprio e de mera conduta. - no h tentativa - Dever geral de assistncia e solidariedade - atuao sem risco pessoal, ou subsidiariamente chamar autoridade competente - Hipteses: - criana abandonada ou extraviada, - pessoa invlida ou ferida. - ao desamparo ou em grave e iminente perigo - Aumento de Pena ( par. nico): - se resulta leses graves ( 1/2) - se resulta morte (3x) Maus-tratos (art. 136). - Tipo objetivo: expor a perigo a vida ou a sade - Sujeito Passivo:

  • - pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilncia, para fim de educao, ensino, tratamento ou custdia. - Meios de execuo especficos: - privar de alimentao ou cuidados indispensveis - sujeitar a trabalho excessivo ou inadequado - abusar de meios de correo ou disciplina. - Sujeito Ativo: Crime prprio - deve existir uma relao especfica entre os sujeitos ativo e passivo. - RIXA (Art. 137) - Tipo Objetivo: - Rixa a briga desordenada de pelo menos 3 pessoas - agresses fsicas recprocas entre os participantes. OBS: no h rixa entre grupos rivais definidos.

    - Consumao: com qualquer ato de agresso. - Tentativa: inadmissvel

    - Sujeito ativo: qualquer pessoa no mnimo 3 (crime de concurso necessrio). - Forma qualificada ( par. nico 6 meses a 2 anos): - Morte ou leso corporal de natureza grave que pode ser de um dos rixosos ou de terceiro. - identificada a autoria da morte ou das leses corporais graves, haver concurso material com rixa. - os demais rixosos respondem apenas por rixa qualificada. DOS CRIMES CONTRA A HONRA - Calnia Art. 138 CP (mentira) - Objeto jurdico: honra objetiva (reputao) - Sujeito Ativo e Passivo: qualquer pessoa (crime comum). 2- punvel a calnia contra os mortos. - Tipo objetivo: fato definido como crime (contraveno = difamao) - Tipo subjetivo: - dolo direto ou eventual - especifico propsito de ofender a honra (elemento subjetivo especial ). - Consumao: terceira pessoa toma conhecimento. - Tentativa: admissvel na forma escrita. - Exceo da verdade: possibilidade de o agente provar que o fato verdadeiro. - afasta o crime. - No se admite em alguns casos (3). - Difamao Art. 139 CP (fofoca) - Objeto jurdico: a honra objetiva. - Sujeito Ativo e Passivo: qualquer pessoa. -Tipo objetivo: atribuir a algum fato ofensivo sua reputao. - No necessrio que o fato ofensivo seja falso.

  • - Consumao: terceiro toma conhecimento do fato ofensivo. - Tentativa: admissvel na forma escrita. - Exceo da verdade: somente se o ofendido funcionrio pblico e a ofensa relativa ao exerccio de suas funes. - Injria - Art. 140 (xingamento) - Objeto Jurdico: a honra subjetiva.(sua prpria dignidade e decoro) - Consumao: vtima toma conhecimento do conceito negativo. - No necessrio que a vtima se sinta ofendida.(crime formal) - No se admite exceo da verdade. - Tentativa: admissvel na forma escrita. - Perdo judicial ( 1): a) o ofendido provocou diretamente a injria; b) no caso de retorso imediata, que consista em outra injria. - Injria real ( 2- 3 meses a 1 ano): - a injria consiste em violncia ou vias de fato que se considerem aviltantes. - Injria preconceituosa ( 3- 1 a 3 anos): - a injria consiste na utilizao de elementos referentes a raa, cor, etnia, religio, origem ou a condio de pessoa idosa ou portadora de deficincia. - No confundir com crimes de preconceito de raa, ou de cor.(Racismo - Lei 7.716/89) - Disposies gerais - Causas de aumento (Art. 141 - 1/3) I - contra o Presidente da Repblica, ou chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionrio pblico, em razo de suas funes; III - na presena de vrias pessoas, ou por meio que facilite a divulgao. IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficincia, exceto no caso de injria. - Par. nico (pena em dobro): se o crime cometido mediante paga ou promessa de recompensa. - Excluso do crime (Art. 142) I - a ofensa em juzo, na discusso da causa, pela parte ou por seu procurador; II - opinio desfavorvel da crtica salvo quando inequvoca a inteno de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorvel emitido por funcionrio pblico, em apreciao ou informao que preste no cumprimento de dever do ofcio. Obs: Incisos I e III, responde pela injria ou pela difamao quem lhe d publicidade. - Retratao (Art. 143 iseno de pena) - o querelado que antes da sentena, se retrata (retira o que disse) cabalmente da calnia ou da difamao. - Pedido de explicaes (Art. 144) medida previa e facultativa. - Ao Penal (Art. 145) - somente se procede mediante queixa.(Ao penal privada) Excees:

  • 1) Ao penal pblica condicionada requisio do Ministro da Justia: crimes cometidos contra o Presidente da Repblica, ou contra chefe de governo estrangeiro (art.141, I); 2) Ao penal pblica condicionada representao do ofendido: crimes cometidos contra funcionrio pblico, em razo de suas funes (art.141, II). 3) Ao penal pblica condicionada representao do ofendido: no caso de crime de injria preconceituosa ( 3o do art. 140) 4) Ao penal pblica incondicionada: na Injria real, se da violncia resulta leso corporal (art. 140, 2). DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL - Constrangimento Ilegal (Art. 146) - Crime subsidirio s para casos em que no incide o crime mais grave (Ex.: Art. 158). - se a pretenso for legtima (Exerccio arbitrrio das prprias razes - Art. 345 CP) - Consumao: quando a vitima se demostra constrangida fazendo, ou deixando de fazer algo. - Exclui-se o crime (paragr. 3): - a interveno mdica ou cirrgica, sem o consentimento do paciente justificada por iminente perigo de vida; - a coao exercida para impedir suicdio. - Ameaa (Art. 147) - Meio de execuo: por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simblico, de causar-lhe mal injusto e grave. - Consumao: momento em que a vtima vem conhecer a ameaa (crime formal) -Tentativa: admitida porm difcil (p.ex: escrito). - Ao Penal: somente se procede mediante representao. - Sequestro e crcere privado (art. 148). - Tipo objetivo: - privao da liberdade sem qualquer fim especfico. - crcere privado: privao da liberdade dentro de recinto fechado - sequestro: privao da liberdade fora de ambiente fechado - Consumao: com a efetiva privao por tempo relevante - Trata-se de crime permanente. - Tentativa: admitida - Forma Qualificada (par. 1 - 2 a 5 anos) - vitima ascendente, descendente, cnjuge e companheiro ou maior de 60 anos. - em hospital, casa de sade ou clinica - se dura mais de 15 dias - contra menor de 18 anos - fins libidinosos ( antigo crime de rapto Art. 219) - Forma qualificada (par. 2 - 2 a 8 anos) - resulta grave sofrimento fsico ou moral -Violao de domiclio (Art. 150).

    - Tipo objetivo: Entrar (ao) ou permanecer (omisso) - Entrar em casa desabitada no configura o delito. - no h crime quando em hospedaria, taverna(bar), etc. - Consumao: com a entrada ou permanncia (crime de mera conduta).

  • - Entrar o crime instantneo e permanecer o crime permanente. - Tentativa: somente na forma comissiva. - Forma qualificada (par. 1 - 6 meses a 2 anos): - durante a noite ou em lugar ermo - emprego de violncia ou arma - 2 ou mais agentes - Forma Majorada (par. 2 + 1/3) - funcionrio pblico fora dos casos legais - Excluso do crime (CF, art.5, XI): Entrar sem consentimento do morador, em caso: - de flagrante delito ou desastre, - para prestar socorro - durante o dia, por determinao judicial. - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMNIO - Furto simples (art. 155, caput) - Tipo Objetivo Coisa: aquilo que possui existncia de natureza corprea e que possua valor econmico. Alheia: pertencente a outrem. OBS: No configura Furto: a subtrao de coisa prpria, de coisa abandonada e coisa perdida. (Art.169, pargrafo nico, II, do CP). Mvel: passvel de ser removida ou deslocada. -Tipo subjetivo. Geral: Dolo, vontade de subtrair coisa alheia mvel; Especial: "para si ou para outrem", fim de assenhoreamento (animus furandi). Furto de uso: Atpico, por ausncia do elemento subjetivo especial - Consumao: Teoria majoritria: Amotio ou apprehensio: inverso da posse - Tentativa: possvel, a conduta plurissubisistente - Furto majorado ( 1): repouso noturno (+1/3) OBS: No se aplica a causa de aumento se o furto for qualificado ( 4 e 5). - Furto privilegiado ( 2): - criminoso primrio e de pequeno valor a coisa furtada. - substituir a pena de recluso pela de deteno ou diminu-la (1/3 a 2/3), ou aplicar somente a pena de multa. - Furto privilegiado-qualificado: o STF e o STJ admitem. - Furto qualificado ( 4 e 5). I - com destruio ou rompimento de obstculo subtrao da coisa; II - com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas. 5 - subtrao de veculo automotor transportado para outro Estado ou para o exterior. - Furto de coisa comum (art. 156) - Ao penal Publica Cond. mediante representao. - ROUBO Art. 157 CP - Crime Complexo: Art. 155 (Furto) + Art. 146 (Constr. Ilegal)

  • - Roubo prprio e imprprio (art. 157, caput, e 1) - Roubo prprio (caput) Violncia anterior ou concomitante subtrao. - Roubo imprprio ou por aproximao (1) Violncia posterior a subtrao - Violncia ou grave ameaa: - Violncia fsica (prpria ou vis absoluta) agresso com ou sem leso corporal. - Violncia moral (vis compulsiva) a grave ameaa, - Violncia imprpria: reduo por qualquer outro meio da capacidade de resistncia (ex.: ingesto de drogas). - Tipo subjetivo: Dolo + elemento subjetivo especial do tipo ("para si ou para outrem") - Roubo imprprio: elemento subjetivo especial ("a fim de assegurar a impunidade do crime ou deteno da coisa para si ou para terceiro") - Consumao: em regra da mesma forma que no crime de furto (Amotio) a) Roubo prprio: mediante violncia (fsica, moral ou imprpria) subtrai a coisa. b) roubo imprprio: logo depois da subtrao da coisa, quando emprega violncia contra pessoa ou grave ameaa. - Tentativa. - Roubo prprio admissvel. - Roubo imprprio: inadmissvel (Majoritria) - Roubo majorado ou circunstanciado (Art.157, 2 - 1/3 a 1/2) I - com emprego de arma; II - concurso de duas ou mais pessoas; III - vtima est em servio de transporte de valores e o agente conhece isto; IV - subtrao de veculo automotor transportado para outro Estado ou exterior; V - mantm a vtima em seu poder, restringindo sua liberdade. Observaes: - Arma. Arma desmuniciada ou de brinquedo no gera aumento - Restrio da liberdade.

    a) por poucos instantes: no incide a majorante; b) por tempo juridicamente relevante: incide a majorante; c) por tempo relevante, sem relao com a execuo ou garantia de fuga: no incide a majorante, haver o sequestro (art.148) em concurso com o roubo. - Roubo qualificado (3) a) se da violncia resulta leso corporal grave (3, 1 parte). Apenas nas hipteses do Art.129, 1 e 2, do CP. b) se resulta morte (3, 2 parte) latrocnio. Por dolo ou culpa. - Consumao: consuma-se com a morte da vtima. (STF Smula 610): - Crime hediondo (art.1, II, da Lei 8.072/90). EXTORSO Art. 158 CP Extorso simples (art. 158, caput). - Extorso e roubo (semelhana e distino): 1) na extorso, a vtima deve atuar concedendo a vantagem, no roubo o agente vai subtrair a coisa. 2) no roubo, a subtrao no momento da violncia ou grave ameaa e na extorso o mal anunciado futuro.

  • Consumao: Smula 96 do STJ: "O crime de extorso consuma-se independentemente da obteno da vantagem indevida" (crime formal); Obs: se a vantagem for devida h Exerccio arbitrrio das prprias razes (CP, art. 345). - Extorso majorada ( 1 - 1/3 a 1/2 ) - por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma. - Extorso qualificada (2). - extorso mediante violncia aplica o Art 157 3 - qualificada pela morte crime hediondo (Lei n. 8.072, art.1, III). - Extorso mediante restrio da liberdade da vtima ( 3o 6 a 12 anos e multa). - mediante a restrio da liberdade da vtima, como condio necessria para a obteno da vantagem econmica.(sequestro relmpago) - com leso corporal grave ou morte, aplica o Art. 159, 2o e 3o. - EXTORO MEDIANTE SEQUESTRO (Art. 159) - Simples (art. 159, caput) - Sequestro (Art. 148 CP) com especial fim de agir. Elemento subjetivo especial: obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condio ou preo do resgate. - Crime hediondo, independentemente do resultado morte (Lei 8.072/90, art.1, inciso IV). - Consumao: - com a privao da liberdade da vtima por tempo relevante. - Independente do pagamento do resgate (crime formal). -Tentativa: admitida. - Qualificadoras ( 1o a 3). - dura mais de 24 (vinte e quatro) horas - vitima menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos - o crime cometido por bando ou quadrilha (1) - se do fato resulta leso corporal de natureza grave (2) - se resulta a morte (3). - Delao premiada ( 4 - 1/3 a 2/3) - crime cometido em concurso e o concorrente o denuncia facilitando a libertao do seqestrado. - Extorso indireta (Art. 160). - Exigir ou receber, como garantia de dvida, abusando da situao de algum, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vtima ou contra terceiro. - DANO Art. 163 CP - Consumao: destruio, deteriorao ou inutilizao (crime material). - Tentativa: admissvel. - Forma Qualificada: - com violncia pessoa ou grave ameaa; - com emprego de substncia inflamvel ou explosiva, - contra o patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia mista - por motivo egostico ou com prejuzo considervel para a vtima.

  • - Ao Penal (art. 167). Privada nos casos do art. 163 par. nico Inc. IV -APROPRIAO INDBITA (Art. 168) - Sujeito ativo: possuidor ou detentor da coisa - Consumao: quando passa a comportar-se como dono - Tentativa: possvel porem difcil de ocorrer. Espcies:

    a) apropriao indbita propriamente dita: o agente revela que inverteu o ttulo da posse, como no caso de venda da coisa b) negativa de restituio: o agente recusa a devolver a coisa. Tipo subjetivo: dolo (animus rem sibi habendi). -A inteno de apropriar deve existir aps o agente ter a posse ou a deteno da coisa. - Apropriao indbita previdenciria (art. 168-A). Tipo objetivo: - deixar de repassar (recolher) previdncia social as contribuies arrecadadas (recolhidas) dos contribuintes. - deve ter havido o arrecadamento da contribuio dos contribuintes. - 1, III : deixar de pagar benefcio devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores j tiverem sido reembolsados empresa pela previdncia social. - Consumao e Tentativa: - so condutas omissivas (crimes omissivo prprio) - no cabvel tentativa, pois no h fracionamento da conduta (crimes unissubsistente). - Extino da punibilidade (2): - se antes do incio da ao fiscal o agente, espontaneamente, declara e efetua o pagamento das contribuies ou valores. - Perdo judicial ou aplicao da pena de multa ( 3) - se o agente for primrio e de bons antecedentes, desde que: I - tenha promovido, aps o incio da ao fiscal e antes de oferecida a denncia, o pagamento da contribuio social previdenciria; II - o valor das contribuies seja igual ou inferior quele estabelecido pela previdncia social, administrativamente, como mnimo para o ajuizamento de suas execues fiscais. - Apropriao de coisa achada (art. 169, II) - coisa alheia perdida e se apropria, total ou parcialmente, deixando de restitu-la ao dono ou de entreg-la autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. - Forma privilegiada (art. 170). Em todos os crimes de apropriao, aplica-se o disposto no art. 155, 2. Estelionato (Art. 171, caput): Tipo Objetivo:

    Fraude: emprego de artifcio (Ex.: disfarce), ardil (Ex.: conversa enganosa), ou qualquer outro meio fraudulento. - Consumao: - Com o prejuzo alheio, obteno da vantagem. (crime material) - Tentativa: admitida.

  • - Estelionato e apropriao indbita: no estelionato o agente possui o dolo ab initio, antes de auferir a vantagem. - Estelionato e furto mediante fraude: no estelionato a fraude utilizada para que a vtima entregue a coisa ao agente. No furto, a fraude para diminuir a vigilncia sobre a coisa (subtrao) - Estelionato e extorso: no estelionato a vtima entrega voluntariamente a coisa. Na extorso, a vtima faz ou deixa de fazer em razo da violncia ou grave ameaa. - Falso (crime anterior) e estelionato (crime posterior): -Smula 17 do STJ: O crime meio (falso) absorvido pelo crime fim (estelionato) quando o falso foi o meio necessrio para se obter o estelionato (consuno). - Forma privilegiada ( 1).

    - criminoso primrio, e de pequeno valor o prejuzo, aplica o art. 155, 2. - Formas especiais de estelionato a) Disposio de coisa alheia como prpria (2, I): - vende, permuta, d em pagamento, em locao ou em garantia coisa alheia como prpria. b) Alienao ou onerao fraudulenta de coisa prpria (2, II): vende, permuta, d em pagamento ou em garantia coisa prpria inalienvel, gravada de nus ou litigiosa, ou imvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestaes, silenciando sobre qualquer dessas circunstncias. c) Defraudao de penhor (2, III): defrauda, mediante alienao no consentida pelo credor ou por outro modo, quando tem a posse do objeto empenhado. d) Fraude na entrega de coisa (2, IV): defrauda substncia, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a algum. e) Fraude para recebimento de indenizao ou valor de seguro (2, V): destri, total ou parcialmente, ou oculta coisa prpria, ou lesa o prprio corpo ou a sade, ou agrava as consequncias da leso ou doena, com o intuito de haver indenizao ou valor de seguro. f) Fraude no pagamento por meio de cheque (2, VI): emite cheque, sem suficiente proviso de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Obs: - Estelionato simples (art.171, caput) e emisso de cheque

    a) pagamento com cheque roubado; b) emisso de cheque de conta cancelada; c) emisso de cheque sem fundos com nome falso ou assinatura falsa; d) emisso de cheque de conta aberta com caractersticas falsas do correntista. - Smula 554 do STF: Contrario senso, o pagamento do cheque at o recebimento da denuncia impede que haja processo. (extingue a punibilidade)

    - Forma majorada (3 - 1/3) - crime cometido em detrimento de entidade de direito pblico ou de instituto de economia popular, assistncia social ou beneficncia. - Outras fraudes (art. 176). - Dia do Pendura: tomar refeio em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento. - juiz pode, conforme as circunstncias, deixar de aplicar a pena. RECEPTAO (art.180, caput, 1 parte). - Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum) desde que no seja coautor ou partcipe do crime anterior. - Sujeito passivo: o proprietrio da coisa do crime anterior.

  • - OBS: - Se a infrao anterior for contraveno no haver receptao. - Receptao imprpria (art.180, caput, 2 parte): - influir para que terceiro de boa-f, a adquira, receba ou oculte. - Receptao qualificada (1). - Objeto Juridico: coisa que deve saber ser produto de crime no exerccio de atividade comercial ou industrial. ( 2, equipara-se comrcio irregular ou clandestino) - Receptao culposa ( 3). - coisa que por sua natureza ou pela desproporo entre o valor e o preo, ou pela condio de quem oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso. - Autonomia da receptao ( 4). - A receptao punvel, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. - Perdo judicial e receptao privilegiada ( 5). - perdo judicial somente na receptao culposa - receptao dolosa aplica-se o disposto no 2 do art. 155. - Receptao qualificada ( 6 - pena em dobro). - bens e instalaes do patrimnio da Unio, Estado, Municpio, empresa concessionria de servios pblicos ou sociedade de economia mista. - IMUNIDADES PENAIS - Art. 181 Imunidade Absoluta - - isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste ttulo, em prejuzo do cnjuge, de ascendente ou descendente. - Escusa absolutria - haver extino da punibilidade. - Art. 182 Condio de Procedibilidade Imun. Relativa - - ao publica condicionada a representao, se o crime previsto neste ttulo cometido em prejuzo do cnjuge judicialmente separado; de irmo; de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. - Art.183 - Excluso das imunidades- I - se o crime de roubo ou de extorso, ou quando haja emprego de grave ameaa ou violncia pessoa; II - ao estranho que participa do crime; III se o crime praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL - Estupro (Art. 213) - Sujeito Ativo e Passivo: qualquer pessoa. - Passou a ser crime comum (antes era crime prprio) -Lei 12015/09 - Consumao: - com a introduo do pnis na vagina, mesmo que a introduo seja parcial - Na nova modalidade de estupro com ato libidinoso basta qualquer ato libidinoso para consumao.

  • - Tentativa: possvel porem atualmente de difcil caracterizao - Forma qualificada: - 1(8 a 12 anos) - leso corporal de natureza grave ou se a vtima menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos - 2(12 a 30 anos) - Se da conduta resulta morte. OBS: as formas qualificadas so preterdolosas (dolo em relao ao estupro e culpa em relao morte ou leso grave) - Crime hediondo: o crime de estupro mesmo na sua forma simples (art. 213, caput) - Violao sexual mediante fraude (art. 215). - conjuno carnal ou praticar outro ato libidinoso com algum, mediante fraude ou outro meio que impea ou dificulte a livre manifestao de vontade da vtima. - Assdio sexual (art. 216-A). - constranger algum com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual - Sujeito ativo: superior hierrquico ou ascendncia inerentes ao exerccio de emprego, cargo ou funo. Consumao: crime formal, basta o constrangimento independente da obteno da vantagem - Aumento de pena (par. 2 - 1/3): a vtima menor de 18 (dezoito) anos. - Estupro de vulnervel (art. 217-A) - Tipo Objetivo: - Vulnervel: a) menor de 14 (catorze) anos; b) algum que por enfermidade ou deficincia mental, no tem o necessrio discernimento para a prtica do ato. c) algum que, por qualquer outra causa, no pode oferecer resistncia - Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa. (crime comum) - Consumao: com a prtica da conjuno carnal ou de outro ato libidinoso. - Tentativa: admissvel em qualquer modalidade do crime. - Forma Qualificada: - Se da conduta resulta leso corporal de natureza grave. (10 a 20 anos) - Se da conduta resulta morte, (12 a 30 anos) - Crime hediondo: na sua forma simples e qualificada. Corrupo de menores (art. 218). - Tipo Objetivo: - induzir algum menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascvia de outrem. - Consumao: com a simples pratica d e qualquer ato pelo menor (crime material - divergente) - Satisfao de lascvia mediante presena de criana ou adolescente (art. 218-A). - Tipo objetivo: a) praticar, na presena de menor de 14 anos, conjuno carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascvia prpria ou de outrem; b) induzir menor de 14 anos, a presenciar conjuno carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascvia prpria ou de outrem.

  • - Tipo subjetivo: Dolo e tambm o especial fim de agir. -Favorecimento da prostituio ou outra forma de explorao sexual de vulnervel (art. 218-B). - Tipo objetivo: submeter, induzir ou atrair prostituio ou outra forma de explorao sexual algum menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficincia mental, no tem o necessrio discernimento para a prtica do ato, facilit-la, impedir ou dificultar que a abandone. - Ao penal (art. 225). - Ao penal pblica condicionada representao. (regra) - Ao penal pblica incondicionada se a vtima menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnervel. - Aumento de pena (Art. 226) - aumentada de quarta parte, se o crime cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; - aumentada de metade, se o agente ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmo, cnjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vtima ou por qualquer outro ttulo tem autoridade sobre ela. - Aumento de pena (Art. 234-A) - aumentada de metade, se do crime resultar gravidez; - de um sexto at a metade, se o agente transmite vtima doena sexualmente transmissvel de que sabe ou deveria saber ser portador. - Casa de prostituio (Art. 229). - A pessoa que est sendo explorada sexualmente (ex.: prostituta) no comete crime. - Consumao: com a habitualidade do estabelecimento (crime habitual) - Crime Permanente - Rufianismo (Art. 230). - Tipo Objetivo: tirar proveito da prostituio alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exera. - Forma qualificada (par. 1 - 3 a 6 anos) - vtima menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos - o crime cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmo, enteado, cnjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vtima - por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigao de cuidado, proteo ou vigilncia, - Forma qualificada (par. 2 - 2 a 8 anos) - cometido mediante violncia, grave ameaa, fraude ou outro meio que impea ou dificulte a manifestao de vontade da vtima (sem prejuzo da pena correspondente violncia) - Ato obsceno (Art. 233).

  • - Tipo objetivo: Ato obsceno o que se refere sexualidade e ofensivo ao pudor pblico. ( ex: expor as partes intimas) 1) em lugar pblico; 2) em lugar aberto ao pblico; 3) em lugar exposto ao pblico (lugar que pode ser visto pelo pblico). - Consumao: com a efetiva pratica do ato - Tentativa: possvel mas de difcil caracterizao. - APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO (Art. 287)

    - A conduta tpica consiste elogiar ou enaltecer, em local pblico ou acessvel ao pblico:

    a) fato criminoso: fato previsto em algum tipo penal como crime. b) autor de crime: trata-se de autor de crime praticado antes da apologia.

    - A defesa (elogio) no se refere aos atributos do autor, mas sim em relao sua conduta criminosa.

    - Tipo Subjetivo: Dolo de elogiar a prtica de crime determinado. - QUADRILHA OU BANDO (Art. 288)

    - Tipo Objetivo:

    a) concurso necessrio de pelo menos quatro pessoas.(delito de concurso necessrio ou plurisubjetivo)

    - os inimputveis so computados para o numero de integrantes, b) finalidade especifica voltada ao cometimento de crimes.

    - No configura o crime se for para cometer contravenes penais e crimes culposos. - no caracteriza crime a associao para o cometimento de apenas um nico delito.

    - Tipo subjetivo: Dolo e especial fim de agir ( fim de praticar crimes) - Consumao: - independe da realizao do fim (crimes) visado. (crime formal) - Tentativa: no admissvel. Forma majorada (pargrafo nico 2x): - se a quadrilha ou bando armado. - Quadrilha para o fim de cometer crimes hediondos:

    - se os crimes visados forem crimes hediondos, prtica da tortura ou terrorismo, aplica-se o art. 8 da Lei n. 8.072/90. (3 a 6 anos de recluso)

    - Quadrilha para Trfico: - incide o tipo especfico (art. 35 da Lei 11.343/06).

    DOS CRIMES CONTRA A F PBLICA - Moeda Falsa (art. 289)

    - OBS: falsificao por alterao, moeda ou papel j existe, mas o agente aumenta o seu valor.

    - Crime Impossvel: - falso grosseiro na absoluta impossibilidade de ser aceita a moeda

    - A utilizao de papel moeda grosseiramente falsificado configura crime de estelionato (Sum. 73 STJ)

    - majoritrio o entendimento (STF/STJ) que no incide o princpio da insignificncia.

  • - Forma Privilegiada ( par. 2 - 6 meses a 2 anos):

    - aquele que recebeu de boa-f, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, e a restitui circulao, depois de conhecer a falsidade.

    - Forma Qualificada ( par. 3 - 3 a 15 anos) - o funcionrio pblico ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emisso. - que fabrica, emite ou autoriza a fabricao ou emisso: de moeda com ttulo ou peso inferior ao determinado em lei; de papel-moeda em quantidade superior autorizada. - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulao no

    estava ainda autorizada. - Falsidade ideolgica (Art. 299)

    - Pena:

    - se o documento pblico: 1 a 5 anos e multa - se o documento particular: 1 a 3 anos e multa

    - Diferena entre falsidade material e ideolgica.

    - Falsidade ideolgica : - o documento no possui vcio em sua forma, ou seja, formalmente perfeito (no envolve a forma do documento). - seu contedo falso, de modo que provada pela apurao dos fatos.

    - Falsidade material: - o documento possui vcio em sua forma, (rasuras, introduo de novos dizeres, supresso de palavras).

    - Tipo subjetivo. - dolo ( vontade de falsificar) e o elemento subjetivo especial do tipo (fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade.)

    - Consumao: - com a simples conduta de falsificar, desde que o falso possua potencialidade do dano objetivado pelo agente ( crime formal).

    - Tentativa: - possvel na forma inserir e fazer inserir. - No possvel na forma omitir (omissivo prprio)

    Forma majorada (pargrafo nico 1/6)

    - funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo - se a falsificao ou alterao de assentamento de registro civil.

    - CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONRIO PBLICO CONTRA A ADMINISTRAO EM GERAL - Peculato (art. 312)

    - Espcies de Peculato:

    - Peculato-apropriao: - funcionrio pblico apropria-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo. - delito de apropriao indbita (CP, art.168), com o sujeito ativo especfico.

  • - Peculato-desvio: - funcionrio pblico desvia dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, em proveito prprio ou alheio. - se o desvio for em favor da prpria administrao(Art. 315 do CP Emprego irregular de verbas pblicas). - Peculato-furto (peculato imprprio): - funcionrio subtrai ou concorre para subtrao do dinheiro, valor ou bem. - no tem a posse e se vale da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionrio. (necessrio o nexo causal entre a facilidade e o crime) - Peculato culposo: - funcionrio concorre culposamente para o crime de outrem - para existir depende da existncia de outro crime. (crime parasitrio) - Reparao do dano no peculato culposo (3): - se precede sentena irrecorrvel, extingue a punibilidade; - se posterior a sentena irrecorrvel reduz de metade a pena imposta - Sendo doloso o peculato, a reparao do dano poder gerar Arrependimento Posterior (Art.16 do CP) - Peculato de uso: - no configura o crime pela ausncia do animus de apropriao. - Peculato mediante erro de outrem (art. 313) - funcionrio pblico que apropria-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exerccio do cargo, recebeu por erro de outrem. - deve receber por erro espontneo de outrem, ou seja, no induz a pessoa a erro. - Se induzir a erro, responder por estelionato (art. 171). - O dolo de apropriar posterior ao recebimento. - Insero de dados falsos em sistema de informaes: Peculato eletrnico(art. 313-A) - Sujeito ativo: - funcionrio que esteja autorizado a inserir dados nos sistemas informatizados ou bancos de dados. a) Inserir dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administrao Pblica; b) facilitar a insero de dados falsos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administrao Pblica; c) alterar indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administrao Pblica; d) excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administrao Pblica. - Tipo Subjetivo: - Dolo e o elemento subjetivo especial do tipo ( com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano)

  • - Consumao: com a insero de dados falsos, ou com a alterao ou excluso de dados corretos, - Tentativa: possvel. - Concusso (Art. 316) - Tipo Objetivo: - exigir vantagem indevida, para si ou para outrem, direta ou indiretamente. - em razo da funo, ainda que fora dela, ou antes de assumi-la - h ameaa de represlias, incutindo temor na vtima. - Tipo subjetivo: - Dolo e o elemento subjetivo especial do tipo(para si ou para outrem). - Consumao: - com a simples exigncia (crime formal). - O recebimento da vantagem indevida mero exaurimento. - Tentativa: admissvel.(p.ex. por escrito) - Excesso de exao (art. 316, 1) - Tipo objetivo: - 1) exige tributo ou contribuio social que sabe ou deveria saber indevido; - 2) emprega na cobrana do tributo, embora devido, meio vexatrio ou gravoso, que

    a lei no autoriza. - Consumao: com a simples conduta, independente do recebimento do tributo (crime formal). - Tentativa : se admite. - Forma Qualificada (par. 2 - 2 a 12 anos): - A forma qualificada ocorre aps a prtica do crime previsto no 1, ou seja, o exaurimento funciona como qualificadora. - o funcionrio recebe indevidamente para recolher aos cofres pblicos, mas no recolhe. - Corrupo passiva (art. 317) - Tipo objetivo: - solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem. a) Solicitar: significa pedir. A iniciativa do funcionrio. - O particular que der a vantagem indevida no pratica crime b) Receber: obter a vantagem. A iniciativa do particular (extraneus) que oferece para .... - O funcionrio responde pelo art. 317 e o particular por corrupo ativa (art. 333)

    c) Aceitar promessa: concordar em receber. A iniciativa do particular. - O funcionrio responde pelo art.317 e o particular pelo art.333 (prometer vantagem para...). - Consumao:

  • a) solicitar: no momento em que a solicitao chega ao terceiro; b) receber: com o recebimento da vantagem; c) aceitar promessa: consuma-se com a simples aceitao. OBS: o delito se consuma independentemente do funcionrio retardar ou deixar de praticar qualquer ato de ofcio ou o praticar infringindo dever funcional.(crime formal). - Tentativa: a) solicitar: admite-se se o meio utilizado for o escrito. b) receber: inadmissvel; c) aceitar promessa: admite-se. (escrito) - Forma majorada ( 1 - 1/3). - se o funcionrio efetivamente retardar ou deixar de praticar ato de ofcio, ou infringir dever funcional. - Forma privilegiada (2 - 3 meses a 1 ano) - ceder a pedido ou influncia de outrem. - o agente no visa receber nenhuma vantagem, mas apenas atender a pedidos - - Facilitao de contrabando ou descaminho (art. 318): - Conduta: funcionrio pblico facilita, com infrao de dever funcional, a prtica de contrabando ou descaminho (art. 334). - Sujeito ativo: - somente o funcionrio pblico que possui como atribuio o dever de evitar o contrabando ou descaminho..

    - Tipo Objetivo: - Contrabando: importar ou exportar mercadoria proibida. - Descaminho: iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela sada ou pelo consumo de mercadoria. - Consumao: - independe da ocorrncia do contrabando ou descaminho.(crime formal) - Prevaricao (art. 319 e 319-A) - Tipo Objetivo: - retardar ou deixar de praticar ato de ofcio, ou pratic-lo contra disposio expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. - Tipo Subjetivo: - Dolo e o elemento subjetivo especial do tipo ( fim especfico de satisfazer interesse ou sentimento pessoal) - Consumao: - quando o funcionrio retarda, omite ou pratica o ato ilegal. (crime formal) - Tentativa: - admitida na conduta comissiva praticar ato ilegal. - Inadmissvel nas condutas omissivas retardar ou deixar de praticar. Art. 319-A Prevaricao especfica - Sujeito Ativo: - Diretor de Penitenciria e/ou agente pblico responsvel - Tipo Objetivo: - deixar de vedar ao preso o acesso a aparelho telefnico, de rdio ou similar, que permita a comunicao com outros presos ou com o ambiente externo.

  • - Tipo Subjetivo: - Dolo - No h especial fim de agir (independe de interesse pessoal) - Consumao: - com a efetiva entrada do aparelho. - Condescendncia criminosa (art. 320) - Tipo Objetivo: a) o funcionrio que, por indulgncia, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo; b) o funcionrio que, por indulgncia, no leva o fato ao conhecimento da autoridade competente, quando lhe falte competncia para responsabilizar o infrator. - Sujeito Ativo: - somente o funcionrio pblico superior hierrquico. - Consumao: - Com a mera conduta de no responsabilizar - Tentativa: - inadmissvel (crime omissivo prprio). - Advocacia administrativa (art. 321) - Tipo Objetivo: - patrocinar (defender), direta ou indiretamente, interesse privado (alheio) perante a administrao pblica - deve valer-se da qualidade de funcionrio. -Forma Qualificada ( par. nico 3 meses a 1 ano e multa): - se o interesse for ilegtimo - Consumao: - com a mera pratica do patrocnio, - no precisa ocorrer a obteno de vantagem.(crime formal) - Tentativa: possvel. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAO EM GERAL - Usurpao de funo pblica (Art. 328). - Tipo Objetivo: - assumir funo pblica de forma indevida. - Sujeito Ativo: - Qualquer pessoa inclusive o prprio funcionrio (quando assumir funo que no lhe compete. ) - Consumao: - quando o agente realizar pelo menos um ato relativo funo. - Tipo Subjetivo: - Dolo - No necessrio o especial fim de auferir vantagem - se o agente vier a auferir vantagem aplica-se a qualificadora (par. nico). - Resistncia (Art. 329) - Tipo Objetivo: - opor-se execuo de ato legal

  • - mediante violncia ou ameaa a funcionrio . Obs: - A simples ofensa verbal pode caracterizar desacato. - Consumao: - com a prtica da violncia ou ameaa,

    - independentemente do agente conseguir impedir a execuo do ato legal (crime formal).

    -Tentativa: se admite. - Forma Qualificada(1): - se o ato, em razo da resistncia, no se executa - Desobedincia (Art. 330) - Tipo Objetivo: - desobedecer a ordem legal de funcionrio pblico. - pode ser crime omissivo ou comissivo, dependendo natureza da ordem - A fuga sem violncia no considerada desobedincia, por se tratar de manifestao do instinto de liberdade. - Sujeito ativo: - qualquer pessoa, inclusive um funcionrio pblico. - Consumao: - no momento em que o agente no cumpre a ordem. - Tentativa: admitida na forma comissiva (ordem de no fazer), - Desacato (art. 331) - Tipo Objetivo: - desacatar (humilhar, ofender) funcionrio pblico no exerccio da funo ou em razo dela (fora do execicio). Sujeito ativo: qualquer pessoa inclusive um funcionrio pblico - Tipo Subjetivo: - Dolo e o especial fim de ofender o funcionrio pblico. - Consumao: - com a prtica da ofensa, independente do funcionrio se sentir ofendido (crime formal). - o funcionrio deve estar presente -Tentativa: - possvel, salvo se for oral, pois neste caso ser crime unissubsistente. - Trfico de influncia (Art. 332) - Tipo Objetivo: - solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionrio pblico no exerccio da funo. - Consumao: - solicitar e exigir : com a prtica da prpria conduta, independente do resultado (crime formal). - obter: com a obteno da vantagem (crime material). - Tentativa: possvel - Corrupo ativa (Art. 333)

  • - Tipo Objetivo: - oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionrio pblico. - A iniciativa particular. - Se o funcionrio receber ou aceitar a promessa praticar o crime de corrupo passiva - Tipo subjetivo: - Dolo e o especial fim de determinar a prtica, omisso ou a retardar ato de ofcio. - Consumao: - com a simples oferta ou promessa de vantagem, independentemente do funcionrio aceitar a oferta ou promessa (crime formal). - Tentativa: admitida. - Aumento de Pena ( par. nico 1/3 ) : - se em razo da vantagem ou promessa, o funcionrio retarda ou omite ato de ofcio, ou o pratica infringindo dever funcional. - Contrabando ou descaminho (art. 334) - Tipo Objetivo: - Contrabando: Importar ou exportar mercadoria proibida - Descaminho: Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela sada ou pelo consumo de mercadoria. - Consumao: a) alfndega: consuma-se no momento em que a mercadoria liberada. Se no ocorre a liberao, haver a tentativa; b) local diverso da alfndega: consuma-se no momento em que a mercadoria entra ou sai de nosso territrio. - Tentativa: - possvel se a mercadoria no entrar ou sair de territrio. Princpio da insignificncia e descaminho. - aplica-se o princpio da insignificncia se o valor sonegado no ultrapassa o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) de acordo com o art. 20 da Lei n.10.522/02. (STF) Figuras especiais ( 1) Mesma Pena: a) pratica navegao de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho, c) vende, expe venda, mantm em depsito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedncia estrangeira que introduziu clandestinamente no Pas ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introduo clandestina no territrio nacional ou de importao fraudulenta por parte de outrem; d) adquire, recebe ou oculta, em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedncia estrangeira, desacompanhada de documentao legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos. - Forma Qualificada ( par. 3 - 2x) - quando praticado em transporte areo.