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FACULDADE MAURICIO DE NASSAU 3º PERÍODO DIREITO PENAL II Prof. Msc. Joel Venâncio da Silva Júnior CONCURSO DE AGENTES TIPOS DE CONCURSO DE PESSOAS CONCURSO NECESSÁRIO: o concurso de pessoas é descrito pelo preceito primário da norma penal incriminadora. Assim, não se aplica aos casos do artigo 29 do CP, ficando estes para o concurso eventual. CONCURSO EVENTUAL: não faz parte do tipo á quantidade de pessoas, podendo ser praticado por apenas um agente AUTORIA - Lembrar do nexo causal ....art. 13 CP - Autor é o sujeito quem executa a conduta expressa pelo verbo típico da figura delitiva. TEORIA RESTRITIVA DE AUTOR: é quem realiza a conduta típica. É quem pratica o verbo do tipo (matar, subtrair etc). Diferenciam-se partícipes de autores (art. 29 CP). 1

Apostila Direito Penal II

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FACULDADE MAURICIO DE NASSAU

3º PERÍODO

DIREITO PENAL II

Prof. Msc. Joel Venâncio da Silva Júnior

CONCURSO DE AGENTES

TIPOS DE CONCURSO DE PESSOAS

CONCURSO NECESSÁRIO: o concurso de pessoas é descrito pelo preceito primário

da norma penal incriminadora. Assim, não se aplica aos casos do artigo 29 do CP,

ficando estes para o concurso eventual.

CONCURSO EVENTUAL: não faz parte do tipo á quantidade de pessoas, podendo

ser praticado por apenas um agente

AUTORIA

- Lembrar do nexo causal ....art. 13 CP

- Autor é o sujeito quem executa a conduta expressa pelo verbo típico da figura

delitiva.

TEORIA RESTRITIVA DE AUTOR: é quem realiza a conduta típica. É quem

pratica o verbo do tipo (matar, subtrair etc). Diferenciam-se partícipes de autores

(art. 29 CP).

TEORIA EXTENSIVA DE AUTOR: fundamenta-se no resultado: é autor quem dá

causa ao evento (teoria da equivalência das condições – todas as participações são de

iguais valores);

TEORIA DO DOMÍNIO FINAL DO FATO: é autor quem tem o controle final do

fato. Não exclui a restritiva, mas complementa-a. Explica as questões de autoria

mediata, intelectual etc.

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¨É uma teoria que se assenta em princípios relacionados à conduta e não ao resultado

(equivalência das condições). Agindo no exercício desse controle, distingue-se do

partícipe, que não tem o domínio do fato, apenas cooperando, induzindo, incitando.

Não exclui da teoria restritiva, complementa-a. É uma teoria objetivo-subjetivo

(objetivo: prática de uma conduta relevante – Subjetivo: vontade de manter o

controle da situação até a eclosão do resultado)

FORMAS DE AUTORIA PELA TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

- AUTORIA PROPRIAMENTE DITA: realiza materialmente a conduta (executor

material individual – age sozinho, não havendo indutor, instigador – tem o domínio

final da conduta).

- AUTORIA INTELECTUAL: é quem planeja a ação delituosa – é o chefe da

quadrilha, que sem por a mão na massa (efetuar o comportamento típico) planeja e

decide a ação delituosa (agravante - art. 62, I).

- AUTORIA MEDIATA: é o “sujeito de traz”. Serve-se de outrem para praticar o fato

(servindo de instrumento). Todo o processo de realização da figura típica, deve

apresentar-se como obra da vontade reitora do “homem de traz”, o qual deve ter

absoluto controle sobre o executor do fato.

CO-AUTORIA - (reunião de autoria). Todos são autores. Um é co-autor do outro. É a

prática comunitária do crime. Enquanto um realiza o verbo do tipo (subtrair) o outro

fica de atalaia. Há uma divisão de tarefas para que se consiga realizar o crime. Cada

um dos integrantes possui o domínio da realização do fato conjuntamente com o outro

ou outros autores, com os quais tem plano comum de distribuição de atividades.

Nenhum deles é simples instrumento dos outros.

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- “Co-autoria é a própria autoria, praticada em conjunto. Nela há uma mera divisão

de trabalho. Mas, para ser co-autor, deve o agente possuir todos os caracteres do

autor”(CARVALHO, 2007, p.227).

- A forma de perceber esse concurso é que quando todos realizam a conduta descrita

no tipo todos são co-autores

PARTICIPAÇÃO

Ocorre a participação quando o agente não pratica a conduta descrita no tipo, mas

concorre de alguma maneira para o resultado- art. 29 CP

Espécies de participação

- MORAL:

a)instigação: quando já existe a vontade e o partícipe atua sobre esta vontade. A

instigação deve dirigir-se a um fato determinado, assim como a um autor ou autores

determinados.

b)Induzimento (determinação): suscitar uma idéia. Fazer surgir a vontade;

- MATERIAL- auxílio (cumplicidade)

¨o partícipe exterioriza sua contribuição através de um comportamento, de um

auxílio. Emprestar a arma.

- favorecimento pessoal

- promessa de ajuda depois do crime

REQUISITOS DA PARTICIPAÇÃO

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a) pluralidade de participantes e de condutas (dos partícipes e dos autores)

b) liame subjetivo;

c) identidade de infração para todos os participantes;

d) relevância causal de cada conduta

TEORIAS DO CONCURSO DE AGENTE

UNITÁRIA; todos cometem o mesmo crime (há unidade de crimes e pluralidade de

agentes). Essa teoria não faz qualquer distinção entre autor e partícipe. Embora o

crime seja praticado por diversas pessoas, permanece único e indivisível. O crime é

resultado de cada um e de todos, indistintamente. O fundamento maior dessa teoria é

político-criminal, que prefere punir igualmente a todos os participantes de uma

mesma infração penal. (Bitencourt). Adotada come regra pelo código penal

“...determinando que todos os participantes de uma infração penal incidem na sanções

de um único e mesmo crime”. É uma teoria objetiva

DUALISTA: há um delito entre autoria e outro entre o partícipe; adotada como

exceção a regra nos parágrafos do art. 29 do CP.

PLURALÍSTICA: pluralidade de pessoas e de crimes (teoria subjetiva).

¨Segundo esta teoria, a cada participante corresponde a uma conduta própria, um

elemento psicológico próprio e um resultado igualmente particular. (Bitencourt).

COOPERAÇÃO EM CRIMES CULPOSOS

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- Cooperação material – participação direta no crime – conduta descrita no tipo.

- Cooperação psicológica- ajuda psicológica para a realização do delito.

- Obs: cuidado com a autoria colateral – quando o agente ajuda sem saber, e realiza

conduta convergente.

- Multidão – art. 65 , II, e

JURISPRUDÊNCIA RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO

TAMG-002314) LATROCÍNIO - DESCLASSIFICAÇÃO PARA ROUBO

MAJORADO - INTELIGÊNCIA DO ART. 29, § 2º, DO CÓDIGO PENAL -

RESPONSABILIDADE PENAL PELO CRIME QUE O AGENTE QUIS COMETER

- PARTICIPAÇÃO - CONFRONTO COM O ART. 157 § 3º, DO CÓDIGO PENAL,

NA FORMA PRETERDOLOSA - INOCORRÊNCIA - SUPREMACIA DA NORMA

GENÉRICA MAIS BENÉFICA - DIMINUIÇÃO DA PENA - RECURSO PROVIDO.

I- Quando o agente ajusta com seus comparsas a execução de crime menos grave,

ocorrendo, todavia, resultado danoso acima do esperado, mas previsível, é de se

reconhecer a incidência do art. 29, § 2º, do Código Penal. II- Apesar de o latrocínio

admitir a figura preterdolosa, esta não predomina sobre a norma genérica de

participação dolosa diversa. III- Com o advento do novel texto da Parte Geral de

1984, é de se reconhecer que o art. 29, § 2º do Código Penal é norma posterior àquela

do art. 157, § 3º do mesmo Codex, pois este tipo penal preterdoloso tem origem na

redação de 1940, em que pese o aumento de pena instituído pela Lei 9.426/96. IV- Não

possuindo o partícipe o domínio final do fato, injusto seria aplicar-lhe a sanção do art.

157, § 3º do Código Penal, afastando-se a norma benéfica da participação dolosa

diversa. (Apelação Criminal nº 0300874-6/1999, 2ª Câmara Criminal do TAMG, Belo

Horizonte, Rel. Alexandre Victor de Carvalho. j. 23.05.2000, un.).

CONCURSO DE CRIMES

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Page 6: Apostila Direito Penal II

Conceito: ocorre quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de

comportamento, pratica dois ou mais crimes. Pode ocorrer entre crimes da mesma

espécie ou não (ex. comissivos ou omissivos, dolosos ou culposos, consumados ou

tentados, simples ou qualificados).

Espécies de concursos:

- Concurso material: ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,

pratica dois ou mais crimes idênticos ou não (art. 69, caput, CP). O agente por meio

de duas ou mais condutas comete dois ou mais crimes.

Aplicação da pena: as penas são cumuladas.

- Concurso formal: Ocorre quando o agente mediante uma só ação ou omissão,

pratica dois ou mais crimes (art. 70, caput, CP). O agente com uma só conduta realiza

dois crimes.

Espécies de concurso formal:

a) concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, caput, 1ª parte, CP): quando o agente

quiser realizar apenas um crime.

b) concurso formal impróprio ou imperfeito (art. 70, caput, 2ª parte, CP): quando o

agente quer realizar mais de um crime, tendo consciência e vontade em relação a cada

um deles.

Requisitos:

Tendo o Código Penal adotado a teoria objetiva, são requisitos do concurso formal:

a) Unidade de comportamento;

b) pluralidade de crimes.

Aplicação da pena:

a) P/ o concurso formal próprio ou perfeito adotou-se o sistema de exasperação da

pena:

- Se as penas são idênticas – aplica-se uma só aumentada de um sexto até metade.

- Se as penas não são idênticas – aplica-se a mais grave aumentada de um sexto até

metade.

b) P/ o concurso formal impróprio ou imperfeito adotou-se a teoria do cúmulo

material:

as penas aplicam-se cumulativamente.

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- Crime continuado

Conceito: ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica

dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de

execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes serem havidos como

continuação do primeiro.

Requisitos do crime continuado:

a) pluralidade de condutas – o mesmo agente deve praticar duas ou mais condutas.

b) pluralidade de crimes da mesma espécie – ocorre quando os crimes estão previstos

no mesmo tipo penal, abrangendo as formas simples, privilegiadas e qualificadas,

tentadas e consumadas.

c) nexo de continuidade delitiva

condições de tempo – deve haver uma conexão temporal entre as condutas praticadas.

Observação:

STF: “Quanto ao tempo previsto no art. 71 do Código Penal, a jurisprudência

sedimentada do Supremo Tribunal Federal é no sentido de observa-se o limite de

trinta dias que, uma vez extrapolado, afasta a possibilidade de se ter o segundo crime

como continuação do primeiro. Precedentes Habeas Corpus nº 64.451, relatado pelo

Ministro Aldir Passarinho perante a Segunda Turma, cujo acórdão foi publicado no

Diário de Justiça de 26 de abril de 1985, à página 5.889 e Habeas Corpus nº 69.451, do

qual foi relator o Ministro Sepúlveda Pertence, cujo acórdão, na primeira turma, foi

veiculado no Diário da Justiça do dia 05 de julho de 1992” (HC 69.896-SP-DJU de 2-4-

93 p. 5.620)

condições de lugar – deve haver entre os crimes da mesma espécie uma conexão

espacial.

maneira de execução – deve haver semelhança no modus operandi de praticar o

delito.

outras condições semelhantes – a doutrina aponta a mesma oportunidade e a mesma

situação propícias para a prática do crime.

Espécies de crime continuado:

crime continuado simples (art. 71, caput, CP)

crime continuado qualificado ou específico (art. 71, parágrafo único, CP).

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Requisitos para sua ocorrência:

contra vítimas diferentes.

com violência ou grave ameaça à pessoa.

somente em crimes dolosos.

Aplicação da pena:

a)P/ o crime continuado simples:

- Se as penas são idênticas – aplica-se uma só aumentada de um sexto a dois terços.

- Se as penas não são idênticas – aplica-se a mais grave aumentada de um sexto a dois

terços.

b)P/ o crime continuado qualificado – o aumento é de um sexto até o triplo.

DAS PENAS

INTRODUÇÃO – Contexto histórico.

TEORIAS ABSOLUTAS (de retribuição ou retribucionista) – trata a pena como uma

conseqüência jurídica do delito, verdadeira exigência de justiça. Hegel diz que a pena

é a razão do direito, anulando o crime, razão do delito, sem natureza ética, mas

simplesmente jurídica. Essa teoria recebeu críticas por não se preocupar com a pessoa

do delinqüente.

TEORIAS RELATIVAS (utilitárias ou utilitaristas) – para estas a finalidade da pena

tinha que ser útil à sociedade, o fim mesmo da pena seria a prevenção. “a pena é um

mal tanto para o indivíduo, que a ela é submetido, quanto para a sociedade, que se vê

privada de um elemento que lhe pertence, mas que se justifica pela utilidade”. A

finalidade da pena então é de prevenção geral, ao intimidar todos os membros da

sociedade e a prevenção particular, ao impedir que o individuo pratique novos delitos,

corrigindo-o.

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TEORIAS MISTAS (eclesiásticas) – procura emprestar a pena dupla finalidade, de

retribuição e de prevenção. Aproveita elementos das duas teorias anteriores.

Conceito: é a sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante ação penal, ao autor de

uma infração (penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de

um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos (Soler).

Finalidade:

Retribuição: o mal do crime pelo mal da pena

Prevenção: evitar a pratica de novas infrações

Geral: intimida a todos na sociedade para que não venham a cometer o delito

Especial: impedir que o autor pratique novos crimes procurando corrigi-lo

Na reforma de 1984 o CP passou a adotar a pena com natureza mista, retributiva e

preventiva (art. 59).

Características:

1 – Personalíssima.

2 – submete-se à disciplina da lei

3 – é inderrogável, no sentido da certeza de sua aplicação (exceção o direito penal

concensual – transação penal).

4 – é proporcional ao crime.

ESPÉCIES DE PENAS:

Pelo CP as penas se classificam em:

1 – privativas de liberdade

a – reclusão

b – detenção

2 – restritivas de direito

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a – prestação pecuniária

b – perda de bens e valores

c – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

d – interdição temporária de direitos

e – limitação de final de semana

A CF proíbe a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, a de caráter

perpétuo, a de trabalhos forçados, a de banimento e as cruéis (art. 5º XLII).

O Brasil adotou um sistema progressivo pois “as penas privativas de liberdade

deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado” (art.

33 § 2º do CP).

No caso do condenado iniciar o cumprimento da pena no regime fechado há os

seguintes estágios:

A – trabalho em comum no período diurno e isolamento noturno

B – transferência para os regimes semi-aberto e aberto, sucessivamente

C – livramento condicional

A lei de execuções penais adotou o sistema da remição pelo qual o condenado que

cumpre pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir pelo trabalho parte do

tempo de execução da pena. Para cada três dias trabalhados o condenado tem um dia

de desconto na pena.

PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

Regimes de cumprimento da pena

A – fechado. A ser cumprido em estabelecimento de segurança máxima

B – semi-aberto. A ser cumprido em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento

similar

C – aberto. A ser cumprido em casa de albergado ou estabelecimento adequado

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A pena de reclusão pode ser cumprida em qualquer um dos regimes

A pena de detenção deve ser cumprida em regime semi-aberto ou aberto, salvo

necessidade de regressão de regime.

OUTRAS DIFERENÇAS ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO:

- Concurso material (art. 69) – executa-se primeiro a pena de reclusão

- Perda do pátrio poder (art. 92, II) – somente ocorre como efeito da pena na reclusão

- Medida de segurança (art. 97) – se for crime punido com reclusão pode ser

determinada a internação, se for punido com detenção somente o tratamento

ambulatorial

- Fiança (art. 323) – nos casos de pena de reclusão só pode ser arbitrada pelo juiz.

- Prisão preventiva (art. 313, I e III) – só pode ser decretada nos crimes punidos com

reclusão, salvo quando o acusado for vadio ou não fornecer elementos para

identificação, ou ainda, se for reincidente de crime doloso.

TIPO DE REGIME TENDO EM VISTA O QUANTUM DA PENA IN CONCRETO

Se a pena for superior a 08 anos deverá iniciar no regime fechado

Se a pena for < 04 e > 08 anos o não reincidente pode iniciar no regime semi-aberto

Se a pena for < 04 anos o não reincidente pode iniciar no regime aberto

O § 1º, do art. 2º da lei 8.072/90 (crimes hediondos) que determinava o cumprimento

da pena integralmente em regime fechado foi considerado inconstitucional pelo STF

no dia 23/02/2006 quando do julgamento do HC 82959. O julgamento se deu no

controle difuso da constitucionalidade só gerando efeito no caso concreto em análise.

REGRAS PARA OS REGIMES

Fechado- exame criminológico, trabalho diurno (podendo ser externo para execução

de obras ou serviços públicos) e isolamento durante a noite

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Semi-aberto – exame criminológico facultativo, trabalho diurno podendo ser externo

com participação em cursos profissionalizantes e de instrução e isolamento durante a

noite.

Aberto – baseia-se na autodisciplina com recolhimento a noite e nos dias de folga.

Perde o direito se cometer fato definido como crime doloso, frustrar a execução ou,

podendo pagar a multa imposta não o faz.

DETRAÇÃO PENAL

Detrair significa abater o crédito de. Assim deve ser considerado o tempo de prisão

provisória ou internação no computo da pena. Se não houver conexão não ocorre a

detração. Damásio admite a detração no seguinte caso, independente de conexão: O

sujeito estava preso provisoriamente por um crime ocorrido em 1987, tendo passado

um ano recolhido, mas ao final foi absolvido, só que ele também estava sendo

processado por um outro crime ocorrido em 1986 e neste é condenado. Neste caso esse

ano deve ser computado na pena.

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO.

1 – Prestação Pecuniária – consiste no pagamento à vitima, seus dependentes ou a

entidade pública ou privada com destinação social de quantia fixada pelo juiz entre 01

e 360 salários mínimos (arts. 43, I e 45 §1º)

2 – Perda de bens e valores – em favor do Fundo Penitenciário Nacional, considerando

o prejuízo causado pela infração ou o provento obtido pelo agente ou por terceiro, o

que for maior (arts. 43, II e 45 § 3º).

3 – Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas – atribuição de tarefas

gratuitas ao condenado em entidades assistenciais, escolas, hospitais, etc.

INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS (4 –7)

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4 – Proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como, mandato

eletivo.

5 – Proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependa de habilitação

oficial, de licença ou autorização do Poder Público.

6 – Suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo

7 – Proibição de freqüentar determinados lugares

8 – Limitação de fim de semana

9 – Multa

10 – Prestação Inominada – havendo aceitação do condenado o juiz pode substituir a

prestação pecuniária por prestação de outra natureza

NATUREZA E CONDIÇÕES

São de natureza substitutiva, não podem ser aplicadas junto às privativas de

liberdade.

São autônomas e substituem as penas privativas de liberdade, atendidos os seguintes

requisitos:

A – Pena não superior a 04 anos e o crime cometido sem violência ou grave ameaça.

Se o crime for culposo qualquer que seja a pena.

B – O réu não for reincidente em crime doloso

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C – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,

bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição é suficiente.

* A reincidência que impede a concessão da pena alternativa é a especifica (mesmo

crime, mesma elementar, embora possa ser simples, privilegiado ou qualificado). Se

tratando de reincidência de outro crime doloso o juiz pode aplicar a pena alternativa

se for socialmente recomendável.

MODO DE SUBSTITUIÇÃO

Se a pena é igual ou inferior a 01 ano – multa ou uma restritiva de direitos

Se a pena é superior a 01 ano – restritiva de direitos e multa ou duas restritivas

CONVERSÃO EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

Obrigatória: descumprimento da restrição e impossibilidade de conversão em face de

nova condenação. Sobrevindo nova condenação a pena privativa de liberdade, por

outro crime, o juiz da execução decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplica-

la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.

Facultativa: na hipótese de possibilidade de conversão em face de condenação

posterior.

Havendo conversão ocorre detração do tempo em que foi cumprida a restrição,

respeitado o saldo de trinta dias.

PENA DE MULTA

Dia-multa: considera-se o rendimento do condenado durante o mês ou ano, dividindo-

se o montante por 30 ou 365 dias, obtendo-se o resultado do dia-multa.

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A pena será fixada entre 10 e 360 dias-multa. Esse valor será recolhido ao Fundo

Penitenciário.

O valor do dia-multa terá que oscilar entre um trigésimo de salário mínimo e cinco

vezes este valor, considerando o valor ao tempo da infração.

Por ocasião da execução a multa sofrerá correção monetária. O não pagamento da

multa implica em execução a ser promovida pela Fazenda Pública.

A multa passou a ser executada de maneira extrapenal, mas subsistem os efeitos da

condenação e por isso a obrigação não se transmite aos herdeiros.

Sobrevindo doença mental ao condenado é suspensa a execução da pena de multa (art.

52 CP).

Para fixação da pena de multa o juiz deve observar a seguinte operação: a quantidade

de dias-multa deve ser fixada de acordo com as circunstancias judiciais, de 10 a 360.

Depois se estipula o valor do dia multa considerando a situação econômica do

condenado, entre um trigésimo do salário mínimo vigente ao tempo da infração e

cinco vezes este valor.

Se o valor da multa ainda assim for insuficiente o juiz poderá triplicar este valor.

APLICAÇÃO DA PENA

Sistema trifásico: circunstancias judiciais, agravantes e atenuantes, causas de

aumento e diminuição de pena.

Elementos ou elementares: são partes integrantes do tipo penal, retirando-se ou a

conduta será atípica ou surgirá um novo tipo penal.

Exs. no caso do peculato, se retirarmos a qualidade de funcionário público do agente

teremos a apropriação indébita. Logo a qualidade de funcionário público é elemento

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do tipo penal. Já no furto se retirarmos a coisa alheia teremos a atipicidade da

conduta. Logo coisa alheia é elementar do tipo penal.

Circunstancias: são elementos que se colocam entre o crime e a pena, permitindo a

graduação desta. Os elementos são o tipo penal nu, as circunstancias são as

vestimentas do tipo penal. Mesmo que se retire as circunstancias, ainda assim o tipo

penal permanecerá com o mesmo nomem iuris.

Ex. Se retirarmos o motivo fútil de um crime de homicídio ainda assim permanecerá o

crime de homicídio simples.

CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS. O art. 59 estabelece diretrizes que devem ser

seguidas pelo juiz para a fixação da pena base. São elas a culpabilidade ( medida de

aplicação da pena pela reprovabilidade da conduta ), antecedentes ( de forma genérica

toda a vida pregressa ), conduta social ( convivência em família, trabalho e

sociedade ), personalidade ( retrato psíquico, periculosidade ), motivo ( sentimentos

tais como ódio, amor, cobiça ), circunstancias e conseqüências do crime ( excluídas as

já mencionadas em outros dispositivos ) e o comportamento da vitima ( em alguns

casos como crimes sexuais ou patrimoniais este pode provocar ou facilitar o que

resulta em diminuição da pena ).

Denomina-se de circunstancias judiciais porque devem ser analisadas segundo o

poder discricionário do juiz.

CIRCUNSTANCIAS AGRAVANTES. São as mencionadas nos arts. 61 e 62.

Art. 61. São circunstancias que sempre agravam o crime, quando não constituem ou

qualificam o crime:

1 - Reincidência

2 - Ter o agente cometido o crime:

A - por motivo fútil ou torpe;

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Page 17: Apostila Direito Penal II

B – para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de

outro crime;

C – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que

dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;

D – com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,

ou de que podia resultar perigo comum;

E – contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

F – com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domesticas, de

coabitação ou de hospitalidade;

G – com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, oficio, ministério ou

profissão;

H – contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida;

I – quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

J – em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou

de desgraça particular do ofendido;

L – em estado de embriaguez preordenada

Art. 62 ( em relação a concurso de pessoas )

I – promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais

agentes;

II – coage ou induz outrem à execução material do crime;

III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não

punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;

IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

As circunstancias agravantes não podem fazer a pena superar o máximo permitido

pelo tipo penal.

Estas circunstancias só tem incidência quando o agente as conhece, pois não vigora em

nosso Código a responsabilidade objetiva.

REINCIDÊNCIA

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Page 18: Apostila Direito Penal II

-somente quando comete o crime após outra condenação com transito em julgado;

- a LCP também fala em reincidência de contravenção, mas devido a redação do art.

63 se condenado com trânsito em julgado por contravenção e comete um crime, não é

reincidente;

- não se reconhece a reincidência se decorreu um período de cinco anos da data do

cumprimento ou extinção da pena, computado o período de provas do sursi, salvo se

houver revogação

- não se consideram na reincidência os crimes militares próprios e os políticos.

EFEITOS DA REINCIDÊNCIA

A – agrava a pena (art. 61, I )

B – no concurso de agravantes, constitui “circunstancia preponderante” (art. 67)

C – impede a concessão de suspensão condicional da execução da pena (art. 77, I)

D – aumenta o prazo de

cumprimento da pena para obtenção do livramento condicional (art. 83, II)

E – aumenta o prazo da prescrição da pretensão executória em 1/3 (art. 110)

F – interrompe a prescrição (art. 117, VI)

G – impede algumas causas de diminuição de pena (arts. 155, §2º, 170 e 171 §1º)

CIRCUNSTANCIAS ATENUANTES (ART. 65)

1 – Ser o agente menor de vinte e um, na data do fato, e maior de setenta na data da

senteça.

2 – o desconhecimento da lei

3 – ter o agente:

a – cometido o crime por relevante valor moral ou social;

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Page 19: Apostila Direito Penal II

b – procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-

lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano

c – cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de

autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato

injusto da vitima

c – confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime (não basta

a simples confissão é preciso que haja motivação relevante, tal como, o

arrependimento)

d – cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 Circunstancias atenuantes inominadas – São diretrizes ao juiz para aplicar a

redução da pena por outras circunstancias não previstas expressamente, mas que

sejam relevantes, quer ocorram antes ou depois do crime.

CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO DE PENA

Estão previstas na parte geral e especial do Código. Quando na parte geral são

denominadas de circunstancias legais genéricas e quando na parte especial

circunstancias legais especiais. Podem ser facultativas ou obrigatórias de acordo com

a descrição legal. Quando o legislador usa a expressão “pode” é porque é facultativa.

No concurso entre circunstancias agravantes e atenuantes devem ser consideradas as

preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes

do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

A menoridade prepondera sobre todas as outras circunstancias, inclusive sobre a

reincidência.

No concurso entre causas de aumento e diminuição de pena o juiz pode limitar-se a

uma só, a que mais aumente ou mais diminua (art. 68).

MEDIDAS DE SEGURANÇA

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Page 20: Apostila Direito Penal II

Ao contrário da pena, a medida de segurança tem caráter apenas preventivo em

relação ao individuo, impedindo que pratique novas condutas delituosas, pela sua

periculosidade. Substitui-se a culpabilidade pela periculosidade. A medida de

segurança é terapêutica e por tempo indeterminado, enquanto durar a periculosidade.

Periculosidade: é a potência, a capacidade, a aptidão ou a idoneidade que um homem

tem para converter-se em causa de ações danosas (Soler).

Pressupostos para aplicação da medida de segurança:

1º pratica de um fato definido como crime

2º periculosidade

A periculosidade pode ser:

Presumida: os inimputáveis

Real: dos semi-imputáveis

MODALIDADES DE MEDIDAS DE SEGURANÇA

1ª Internamento em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento

adequado. (aplicável quando o crime for punido com pena de reclusão)

2ª Tratamento ambulatorial (aplicável quando o crime for punido com pena de

detenção)

APLICAÇÃO

O inimputável: se houver causa de exclusão da antijuridicidade não se aplica; a

culpabilidade é substituída pela periculosidade. O juiz deve absolver o agente e

aplicar a medida de segurança.

20

Page 21: Apostila Direito Penal II

O semi-imputável: aplica-se o sistema VICARIANTE, a pena é reduzida ou aplicada

medida de segurança. Imposta esta, deverá ser cumprida como se o sujeito fosse

inimputável.

A medida de segurança não tem prazo determinado, devendo ser no mínimo de um a

três anos e após este primeiro período estabelecido o sujeito será submetido à perícia

anualmente ou quando o determinar o juiz da execução.

Extinta a punibilidade não se impõe medida de segurança.

SUSPENSÃO CONDICIONAL

Sursis quer dizer suspensão, derivando de surseoir, que significa suspender.

SUSPENSÃO DA PENA (Art. 77 e ss. do CP)

Requisitos:

Não ser a pena superior a dois anos ( se o condenado é maior de setenta ou existem

razões de saúde que justifiquem o prazo e de quatro anos )

I – não ser reincidente em crime doloso;

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem

como os motivos e as circunstancias autorizem a concessão do benefício;

III – não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 (restritiva de

direitos)

Tipos:

A – sursis simples previsto no art. 77 do CP

B –sursis especial previsto no art. 78 §2º do CP

Período de provas:

de dois a quatro anos

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Page 22: Apostila Direito Penal II

se maior de setenta ou existem razões de saúde que justifiquem o período de provas é

de quatro a seis anos

se é contravenção penal o período de provas é de um a três anos

Obrigações:

Legais – impostas pela lei

Judiciais – impostas pelo juiz na sentença

No simples o condenado deverá no primeiro ano: prestar serviço à comunidade ou

submeter-se à limitação de fim de semana; demais obrigações impostas pelo juiz de

acordo com o caso concreto.

No especial o condenado deverá no primeiro ano: ter a proibição de freqüentar

determinados lugares, de ausentar-se da comarca sem autorização judicial e deverá

comparecer mensalmente em juízo, pessoalmente, para informar e justificar suas

atividades e demais obrigações impostas pelo juiz de acordo com o caso concreto.

Revogação:

Causas obrigatórias:

I – condenação, em sentença irrecorrível, por crime doloso

II – frusta, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo

justificado a reparação do dano

III – não cumpre as obrigações impostas pela lei para o primeiro ano de sursis

Causas facultativas:

I – deixa de cumprir as obrigações judiciais

II – é condenado irrecorrivelmente, durante o período de prova, por crime culposo ou

contravenção, desde que imposta pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos,

com exclusão da multa

Prorrogação:

Se o condenado está sendo processado por outro crime ou contravenção durante o

período de prova considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento

definitivo.

SUSPENSÃO DO PROCESSO (Art. 89 da lei 9.099/95)

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Page 23: Apostila Direito Penal II

Requisitos:

A pena mínima deverá ser igual ou inferior a um ano e será oferecida pelo Ministério

Público ao propor a denúncia, desde que o denunciado não esteja respondendo por

outro crime, presentes os requisitos do art. 77 do CP.

Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor o juiz recebendo a denúncia, poderá

suspender o processo submetendo o acusado a período de provas de dois a quatro

anos, sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, salvo impossibilidade de faze-lo

II – proibição de freqüentar determinados lugares

III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz

IV – outras obrigações impostas pelo juiz adequadas ao caso concreto

A suspensão será revogada se o acusado não reparar o dano ou vier a ser processado

por outro crime.

Poderá ser revogada, a critério do juiz, se o acusado vier a ser processado por

contravenção ou descumprir as condições impostas na sentença pelo juiz.

Durante a suspensão não corre a prescrição.

LIVRAMENTO CONDICIONAL

Nas penas privativas de liberdade iguais ou superiores a dois anos observado o

seguinte:

I – Se não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes, após cumprir

mais de um terço da pena;

II – Se for reincidente em crime doloso após o cumprimento da metade da pena;

III – Comprovado bom desempenho na execução da pena e aptidão para prover sua

subsistência através de trabalho honesto;

IV – Tenha reparado o dano, salvo impossibilidade de faze-lo

V – Cumprido mais de dois terços da pena se a condenação foi por crime hediondo,

tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo, se não for reincidente nestes

mesmos crimes.

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Page 24: Apostila Direito Penal II

Se o crime foi cometido com violência ou grave a ameaça a pessoa a concessão do

beneficio fica condicionada a constatação de condições pessoais que façam presumir

que não voltará a delinqüir.

Para efeito do livramento as penas deverão ser somadas.

As condições constantes da sentença, entre elas, obrigatoriamente: obter em prazo

razoável ocupação lícita; comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação e não

mudar da comarca sem autorização prévia. Podem ser impostas ainda: não mudar de

residência sem comunicar ao juiz e à autoridade encarregada da observação cautelar

e proteção, recolher-se à habitação em horário determinado e não freqüentar

determinados lugares. (art. 132 da LEP)

Revogação:

Obrigatória: condenação à pena privativa de liberdade irrecorrível por crime

cometido na vigência no benefício e por crime anterior cuja soma das penas cause

impedimento a concessão do benefício (art. 84 do CP).

Facultativa: deixar de cumprir as obrigações impostas ou for condenado

irrecorrivelmente à pena que não seja privativa de liberdade.

Efeitos: uma vez revogado não poderá ser novamente concedido e não se desconta da

pena o tempo do benefício.

Prorrogação: enquanto não transitar em julgado a sentença em processo que

responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.

EFEITOS DA CONDENAÇÃO:

Incondicionais:

I – tornar certa a reparação do dano;

II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa fé

dos instrumentos do crime, desde que sua fabricação, alienação, uso, porte ou

detenção constituam ilícitos e do produto do crime ou valor que constitua proveito da

prática criminosa.

Condicionados (não são automáticos, devem ser fundamentados na sentença):

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Page 25: Apostila Direito Penal II

I – perda do cargo, função pública ou mandato eletivo

A – pena igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder

ou violação de dever para com a Administração;

B – pena superior a quatro anos nos demais casos.

II – incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes

dolosos, sujeitos a pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado;

III – inabilitação para dirigir veículo quando utilizado como meio para a prática do

crime doloso.

REABILITAÇÃO

Assegura o sigilo sobre o processo e a condenação e poderá atingir os efeitos da

condenação, vedada a reintegração dos casos de perda de cargo, função ou mandato

eletivo e pátrio poder, tutela ou curatela, previstos no art. 92, I e II, do CP.

Poderá ser requerida depois de dois anos de cumprida a pena ou extinta, de qualquer

modo, contados o período de prova da suspensão e do livramento, atendidos os

seguintes requisitos:

I – domicilio no país durante o prazo mencionado;

II – demonstrado durante este prazo bom comportamento;

III – ressarcido o dano, salvo na impossibilidade de faze-lo, até o dia do pedido, ou

exibir documento que comprove renuncia da vitima ou novação da dívida.

O pedido poderá ser renovado a qualquer tempo.

O benefício poderá ser revogado de oficio ou a requerimento do MP se houver

condenação como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.

DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Causas de Extinção da Punibilidade

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Page 26: Apostila Direito Penal II

a) Morte do agente;

- Morte Real X Morte presumida;

- Deve ser comprovada através de Certidão de Óbito;

- Certidão Falsa x Crime de Falsificação de Documento;

b) Renúncia

c) Perdão

d) Retratação

e) Decadência

f) Perempção

g) Prescrição

Teorias que justificam a prescrição

ESQUECIMENTO

EMENDA DO DELINQUENTE

PSICOLÓGICA

DISPERSÃO DAS PROVAS

g.1 prescrição da pretensão punitiva – prazos do art. 109 CP

g.2 prescrição da pretensão executória – mesmo prazo da pretensão punitiva

aumentando-se um terço se o condenado é reincidente

g.3 redução dos prazos – menos de 21 anos na data do fato e maior de 70 na data da

sentença

g.4 início do prazo – para pretensão punitiva: consumação do crime, se tentado, do

último ato de execução; nos crimes permanentes quando esta cessa; nos crimes de

falsificação ou alteração de registro civil e de bigamia, na data em que o fato se tornar

conhecido – para pretensão executória: dia do trânsito da sentença condenatória, para

a acusação ou dia em que se revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento

condicional

g.5 interrupção do prazo – recebimento da denúncia ou queixa, pronúncia, decisão

confirmatória da pronúncia, publicação da sentença ou acórdão condenatório

recorrível, início ou continuação do cumprimento da pena, reincidência.

g.6 suspensão do prazo – enquanto não resolvida, em outro processo, questão

prejudicial; enquanto cumpre pena no estrangeiro; no caso de suspensão do processo

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Page 27: Apostila Direito Penal II

nos termos do art. 366 do CPP, quando o réu não é encontrado (a suspensão só poderá

durar o prazo da prescrição da pretensão punitiva); quando a citação se dá por carta

rogatória, até que ela seja cumprida; quando decretada a suspensão do processo; nos

crimes contra a ordem tributária, de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A)

e de sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-A) enquanto durar o

parcelamento do débito; enquanto o condenado está preso por outro motivo; quando

suspensa a ação penal contra deputado ou senador pela respectiva Casa Legislativa.

g.7 prescrição intercorrente – quando transita em julgado para a acusação

g.8 EXTINÇÃO da prescrição retroativa (lei 12.234/2010) – esse tipo de prescrição

que se regulava pela pena concreta foi extinta a contar de 06 de maio de 2010

g.9 Prescrição da pena de multa

- Se aplicada isoladamente - 2 anos;

- Se alternativa ou cumulativamente com uma pena restritiva de liberdade - regra

daquela;

g.10 Crimes imprescritíveis: racismo, praticados por grupos armados;e praticados

contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

ATOS DE CLEMÊNCIA (outras formas de extinção da punibilidade)

FONTE INCIDÊNCIA EFEITOS MOMENTO

ANISTIA Legislativo Fatos/conduta Ex Tunc antes ou depois

da sentença

GRAÇA Executivo Pessoa

determinada

Ex Nunc Depois da

sentença

INDULTO Executivo Grupo de

condenados

Ex Nunc Depois da

sentença

PERDÃO

JUDICIAL

Judiciário Pessoa

determinada

Ex Tunc Na sentença

CLASSIFICAÇAO DOS CRIMES

- Instantâneo, permanente e habitual

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Page 28: Apostila Direito Penal II

- Próprio, impróprio e de mão-própria;

- Monossubjetivos e plurissubjetivos;

- Unissubsistentes e plurissubsistentes;

- Material, formal e de mera conduta;

- Comissivos e Omissivos;

- De dano e de perigo;

- Tentado, consumado e impossível

Crimes instantâneos: são aqueles em que a consumação se dá de modo imediato,

mesmo que a ação que leve ao resultado seja demorada. Exemplo: homicídio, furto,

lesões corporais, etc. Os efeitos dos crimes instantâneos podem ser permanentes ou

não.

Crimes permanentes: são aqueles em que a consumação se prolonga no tempo.

Exemplo: seqüestro e extorsão mediante seqüestro, violação de domicílio;

Crimes habituais: são aqueles cuja consumação exige a prática reiterada do ato

criminoso, mesmo que inconstante. Exemplo: curandeirismo, exercício ilegal da

medicina.

Crimes próprios: são os que só podem ser praticados por uma categoria especial de

pessoas. Exemplo: estupro, peculato, infanticídio, sedução...

Crimes impróprios: são os que podem ser praticados por qualquer pessoa. Exemplo:

homicídio, furto, roubo e atentado violento ao pudor;

Crimes de mão-própria: são aqueles que o agente tem de cometer pessoalmente, sem

que possa delegar sua execução. Não admitem co-autoria. Exemplo: falso testemunho,

prevaricação, etc.

Crimes monossubjetivos: são os delitos que podem ser praticados por uma única

pessoa, embora, eventualmente, sejam cometidos em concurso de agentes. Ex.:

homicídio, roubo e estupro;

Crimes plurissubjetivos: são os que necessariamente são praticados por mais de uma

pessoa. Exemplo: quadrilha ou bando (art. 288 CP), rixa (art. 137 do CP) e motim

(art. 354 CP).

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Page 29: Apostila Direito Penal II

Crimes plurissubsistentes: são os que só se perfazem com vários atos. Ex.: homicídio

(art. 121)

Crimes unissubsistentes: são os que se realizam com um só ato. Exemplo: injúria

verbal (art. 140).

Crimes materiais: a Lei descreve a ação e o resultado, exigindo que este se verifique.

Ex: homicídio, lesões corporais, etc.

Crimes formais: a lei descreve a ação e o resultado, mas não exige a sua verificação.

Exemplo: extorsão mediante seqüestro. Se existir o resultado, fala-se em crime

exaurido.

Crime de mera conduta: a lei descreve apenas uma conduta. Exemplos: violação de

domicílio e omissão de notificação de doença

ESQUEMA PRÁTICO

Material_Ação + resultado_Exige o resultado__Formal_Ação + resultado_Nâo exige o

resultado__Mera conduta_Ação _Sequer prevê o resultado__

Crimes comissivos: são aqueles praticados através de uma ação, um comportamento

positivo do criminoso. Exemplo: calúnia, infanticídio, latrocínio, etc.

Crimes omissivos: são os que se realizam pela omissão do agente, podendo ser:

a) Próprios: independe de resultado. Exemplo: omissão de socorro;

b) Impróprios (ou comissivo por omissão): depende de resultado: homicídio praticado

pela mãe que deixa de alimentar seu filho.

Crimes de dano: são os que pressupõem uma lesão real e efetiva do bem jurídico

protegido. Exemplos: homicídio, aborto, furto, constrangimento ilegal, etc.

Crimes de perigo: são os que se consumam com a mera possibilidade do dano, mesmo

que nenhuma lesão venha a ocorrer. Exemplo: incêndio, perigo de contágio venéreo,

perigo de contágio de moléstia grave. O perigo pode ser individual ou coletivo.

Crime consumado: quando o criminoso alcança o objetivo pretendido.

Consideram-se fases de um crime (ITER CRIMINIS):

Cogitação (sempre impunível;

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Page 30: Apostila Direito Penal II

Preparação (em regra, impunível.

Execução

Consumação

Crime tentado: quando iniciada a execução, o crime não se consuma por força alheia

a vontade do criminoso.

CRIMES CONTRA A VIDA

Tipos previstos no Código Penal

- Homicídio

- Induzimento, Instigação e Auxílio ao Suicídio

- Infanticídio

- Aborto

 

HOMICÍDIO

- Conceito

- Sujeito ativo e passivo:

Qualquer pessoa, tanto ativa quanto passiva;

- Classificação doutrinária: instantâneo, impróprio, monossubjetivo, material,

plurissubsistente, comissivo (regra) e de dano;

- Elemento subjetivo: dolo (intenção determinada de matar) ou culpa;

- Ação Penal Pública Incondicionada

 

- Espécies

Homicídio simples (art. 121, caput ).

Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º)

Homicídio qualificado (art. 121, § 2º)

Homicídio culposo (art. 121, § 3º)

Homicídio agravado (art. 121, § 4º)

Homicídio sem penalidade (Perdão Judicial)

 - Homicídio X Crime Hediondo

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Page 31: Apostila Direito Penal II

 - Homicídio simples:

Art. 121. “Matar alguém”.

Pena – reclusão de seis a vinte anos

 - Homicídio Privilegiado (-1/6 a -1/3)

Relevante valor moral

Relevante valor social

Sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vítima.

- Homicídio qualificado

Pelo motivo: por paga, promessa de recompensa, motivo fútil ou motivo torpe;

Pelo meio utilizado: veneno*, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio cruel ou

de que possa resultar perigo comum;

Pelo modo de agir: traição, emboscada, dissimulação, outro meio insidioso (traiçoeiro)

ou que torne difícil ou impossível a defesa;

Pela finalidade: conexão com outro crime

- Homicídio culposo

- Homicídio agravado (pena aumentada em +1/3)

- Culposo agravado

Inobservância de norma técnica, arte ou ofício;

Deixar de prestar imediato socorro a vítima ou foge para evitar prisão em flagrante

- Doloso agravado

Praticado contra menor de 14 anos de idade;

Praticado contra maior de 60 anos de idade;

 - Homicídio e Perdão Judicial (art. 121, §5º)

INDUZIMENTO AO SUICÍDIO

 

Conceito

Sujeito ativo e passivo*

Classificação doutrinária: Instantâneo, impróprio, monossubjetivo, plurissubsistente,

material, comissivo e de dano;

Elemento subjetivo

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Page 32: Apostila Direito Penal II

Consumação e tentativa (Lesão Corporal Grave)

Vítimas inimputáveis e semi-imputáveis

Ação Penal Pública Incondicionada

Espécies:

a) Forma simples (art. 122, caput )

Pena – Reclusão de 2 a 6 anos, se o suicídio se consuma; ou Reclusão de 1 a 3 anos,

se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave”

b) Formas qualificadas (a pena é duplicada):

Se o crime é praticado por motivo egoístico;

Se a vítima é menor ou tem diminuída a capacidade de resistência;

 

INFANTICIDIO

- Conceito: “Matar, sob influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o

parto ou logo após”

- Sujeito ativo e passivo

- Classificação doutrinária

- Elemento subjetivo

- Ação Penal Pública Incondicionada

 

ABORTO

-  Conceito

- Sujeito ativo* e passivo*

- Classificação doutrinária

- Elemento subjetivo

- Ação Penal Pública Incondicionada

 - Tipos legais

Auto-aborto (art. 124, 1ª parte);

Aborto consentido pela gestante (2ª parte);

Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (art. 125);

Aborto provocado por terceiro

- Espécies:

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Page 33: Apostila Direito Penal II

Aborto qualificado (só provado por terceiros):

Se a gestante sofrer lesão corporal grave (+1/3)

Se a gestante morre (duplica a penalidade)

Aborto Legal:

a) Aborto necessário;

b) Aborto sentimental;

Observação: Aborto de feto acéfalo;

LESÃO CORPORAL

Conceito: ofensa ao corpo ou saúde.

Sujeito ativo: qualquer pessoa

Sujeito passivo: qualquer pessoa, salvo na hipótese dos §§ 1º, IV e 2º, V.

Classificação doutrinária: instantâneo, impróprio, monossubjetivo, plurissubsistente,

material, comissivo e de dano;

Elemento subjetivo: dolo ou culpa.

Auto-Lesão X Crime de Fraude

Consentimento do Ofendido

Ação Penal

ESPÉCIES

Lesão dolosa simples (art. 129, caput)

Lesão dolosa qualificada

Lesão Corporal Grave (art. 129, §1º)

Lesão Corporal Gravíssima (art. 129, §2º)

Lesão Corporal Seguida de morte (art. 129, §3º)

Lesão dolosa privilegiada (art. 129, § 4º e 5º)

Lesão culposa (art. 129, §6º)

Lesão dolosa e culposa agravada (art. 129, § 7º)

Caso especial de Perdão Judicial (art. 129, § 8º)

Violência doméstica

Lesão Corporal Grave

Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias;

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Page 34: Apostila Direito Penal II

Perigo de vida;

Debilidade permanente de membro, sentido ou função;

Aceleração do parto

Lesão Corporal Gravíssima

Incapacidade permanente para o trabalho;

Enfermidade incurável

Perda ou inutilização de membro, sentido ou função;

Deformidade permanente;

Aborto (não confundir com art. 125)

Lesão Corporal Seguida de Morte

Lesão Corporal Privilegiada

Lesão Corporal Grave ou Gravíssima:

Relevante valor social

Relevante valor moral

Violenta emoção seguida de injusta provocação da vítima;

Lesões leves

Reciprocidade das lesões

Hipóteses anteriores

Lesão Corporal agravada

Se a lesão corporal é dolosa e o agente comete o crime contra menor de 14 anos ou

maior de 60 anos;

Se a lesão corporal é culposa e o agente:

Foge para evitar prisão em flagrante delito;

Deixa de prestar socorro imediato a vítima;

Comete o crime por imperícia.

Caso especial de perdão judicial

Se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a

sanção penal se torne desnecessária.

Violência doméstica

Lesão contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro ou quando o

criminoso se prevalece de relações domésticas (3 meses a 3 anos);

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Page 35: Apostila Direito Penal II

Lesão corporal gravada pela relação doméstica praticado contra pessoa deficiente: +

1/3 da penalidade.

PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO

Art. 130 – Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a

contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado.

Forma qualificada – se é intenção do agente transmitir a moléstia

Sujeito ativo – agente contaminado de moléstia venérea

Sujeitos passivo – qualquer pessoa

Classificação: depende da figura típica, na primeira (de que sabe) crime de perigo. Na

segunda (deve saber) também crime de perigo, mas com dolo eventual. Na terceira figura

(se é intenção) crime de dano, formal, comissivo e instantâneo. Em todas as modalidades é

próprio quanto ao sujeito ativo.

Admite tentativa em tese

Ação penal: pública condicionada à representação

PERIGO DE CONTÁRIO DE MOLÉSTIA GRAVE

Art. 131 – Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está

contaminado, ato capaz de produzir o contágio.

Sujeito ativo – agente contaminado de moléstia

Sujeitos passivo – qualquer pessoa

Classificação: formal, de dano, comissivo e instantâneo

Admite tentativa em tese

Ação penal: pública incondicionada

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Page 36: Apostila Direito Penal II

PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM

Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente

Forma qualificada – aumenta-se a pena de 1/6 a ½ se o perigo decorre do transporte de

pessoas para prestação de serviço, em desacordo com as normas legais.

Sujeito ativo e passivo – qualquer pessoa

Classificação – de perigo concreto, comissivo ou omissivo, instantâneo.

Admite em tese tentativa

Ação penal: pública incondicionada

Crime de menor potencial ofensivo

ABANDONO DE INCAPAZ

Art. 133 – Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e,

por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono.

Formas qualificadas

Se resulta lesão grave

Se resulta morte

Aumento da pena em 1/3 se o abandono se dá em local ermo, se o sujeito ativo é

ascendente, descendente, cônjuge, irmã, tutor ou curador da vitima.

Sujeito ativo – pessoa que tem dever de assistência com o sujeito passivo

Sujeito passivo – menor ou adulto incapaz

Classificação – próprio, de perigo concreto, instantâneo, comissivo ou omissivo,

preterdoloso no caso das figuras qualificadas

Admite tentativa

Ação penal pública incondicionada

EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM NASCIDO

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Page 37: Apostila Direito Penal II

Art. 134 – Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria

Formas qualificadas

Se resulta lesão grave

Se resulta morte

Sujeito ativo – a maioria dos autores entende que só pode ser a mãe, outros que o pai ou

outro parente também pode figurar

Sujeito passivo – o recém-nascido

Classificação – próprio, de perigo concreto, instantâneo, comissivo ou omissivo,

preterdoloso no caso das figurar qualificadas

Admite na forma comissiva

Ação penal pública incondicionada

OMISSÃO DE SOCORRO

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança

abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e

iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.

Formas qualificadas

Se resulta lesão grave

Se resulta morte

Sujeito ativo – qualquer pessoa

Sujeito passivo – criança abandonada ou extraviada, ou qualquer pessoa inválida, ferida ou

em iminente perigo

Classificação – impróprio, doloso, preterdoloso nas figuras qualificadas, de perigo

concreto, omissivo próprio ou puro, pode ser instantâneo ou permanente a depender da

situação fática.

Não admite tentativa

Ação penal pública incondicionada

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Page 38: Apostila Direito Penal II

MAUS-TRATOS

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou

vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de

alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo u

inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina.

Formas qualificadas

Se resulta lesão grave

Se resulta morte

Sujeito ativo – aquele que tem a vitima sob sua guarda

Sujeito passivo – a pessoa que se encontra em relação de subordinação com o agente

Classificação – próprio, doloso, preterdoloso nas figuras qualificadas, de perigo concreto,

comissivo ou omissivo, de perigo concreto, pode ser instantâneo ou permanente a depender

da situação fática.

Admite tentativa apenas na forma comissiva

Ação penal pública incondicionada

CRIMES CONTRA A HONRA

CALUNIA

INJÚRIA

DIFAMAÇÃO

Regras

Imunidades

Exceção da verdade

Diferenças

Ação penal

CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

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Page 39: Apostila Direito Penal II

CONSTRANGIMENTO ILEGAL

Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver

reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei

permite, ou a fazer o que ela não manda

Aumento de pena

Aplica-se em dobro se há mais de três agentes ou se há uso de arma

As penas da violência são aplicadas independentemente

Não se incluem a intervenção médica se há perigo de vida e a ação para evitar suicídio

Sujeito ativo – qualquer pessoa

Sujeito passivo – qualquer pessoa

Classificação – crime material, subsidiário (pode haver crime mais grave)

Admite tentativa

Ação penal pública incondicionada

AMEAÇA

Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer meio simbólico, de

causar-lhe mal injusto e grave.

Sujeito ativo – qualquer pessoa

Sujeito passivo – qualquer pessoa

Classificação – crime formal, instantâneo, subsidiário (pode haver crime mais grave)

Admite tentativa na forma escrita

Ação penal pública condicionada à representação

SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO

Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado.

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Page 40: Apostila Direito Penal II

Formas qualificadas

Vitima ascendente, descendente ou cônjuge do agente

Mediante internação em casa de saúde

Se resulta em grave sofrimento físico ou moral

Sujeito ativo – qualquer pessoa

Sujeito passivo – qualquer pessoa

Classificação – crime material, permanente, comissivo ou omissivo, subsidiário (pode

haver crime mais grave)

Admite tentativa

Ação penal pública incondicionada

REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANALOGA A DE ESCRAVO

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo.

Sujeito ativo – qualquer pessoa

Sujeito passivo – qualquer pessoa

Classificação – crime material, comissivo, permanente, impróprio

Admite tentativa

Ação penal pública incondicionada

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

FURTO

- Conceito: subtração de coisa alheia móvel.

- Objeto jurídico: coisa móvel (energias).

- Sujeito ativo: qualquer pessoa

- Sujeito passivo: dono, possuidor, detentor

- Tipo subjetivo: dolo

Furto culposo = ERRO DE TIPO ESSENCIAL

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Page 41: Apostila Direito Penal II

- Classificação:

Impróprio, material, monossubjetivo, plurissubsistente, de dano e instantâneo.

- Divisão Legal

Furto simples

Furto noturno: noite + repouso

Furto Privilegiado: réu primário + pequeno valor.

Furto Qualificado: art. 155, § 4º.

Destruição ou rompimento de obstáculo;

Abuso de confiança, fraude, escalada ou destreza;

Emprego de chave falsa

Mediante concurso de duas ou mais pessoas

Furto Qualificado pelo art. 155, § 5º.

Veículo automotor transportado para outro Estado ou para o Exterior

- Acréscimo doutrinário

Furto famélico;

Furto de uso

Furto de bagatela

- Confronto

Furto X Roubo

Furto qualificado pela destruição de obstáculo X Roubo

Furto X Fraude

Furto qualificado pela fraude X Fraude

Furto X Apropriação Indébita

Furto X Furto de coisa comum

Furto X Exercício arbitrário das próprias razões (art. 346);

Furto X Apropriação de coisa achada (art. 169, II);

FURTO DE COISA COMUM

- Conceito: subtração de coisa comum móvel.

- Sujeito ativo: condômino, co-herdeiro ou sócio*.

- Sujeito passivo: os mesmos;

- Tipo subjetivo: dolo

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Page 42: Apostila Direito Penal II

- Classificação:

Próprio, material, monossubjetivo, instantâneo, plurissubsistente e de dano.

- Ação Penal Pública condicionada representação

- Excludente de Ilicitude

Coisa comum fungível;

Valor não superior à quota do agente.

ROUBO

- Conceito:

Subtração de coisa alheia móvel mediante grave ameaça ou violência anterior ou

posterior à subtração.

- Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa

- Tipo subjetivo: dolo

- Classificação:

Impróprio, monossubjetivo, plurissubsistente, material, de dano e instantâneo.

- Ação Penal Pública Incondicionada

- Divisão

Roubo próprio (art. 157, caput)

Roubo impróprio (art. 157, § 1º)

Roubo qualificado pelas circunstâncias

Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave

Reclusão de 7 a 15 anos

Roubo qualificado pelo resultado morte (Latrocínio)

Reclusão de 20 a 30 anos

- Roubo qualificado pelas circunstâncias

A violência ou ameaça é exercida com arma;

Se há concurso de duas ou mais pessoas;

Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhecia tal

circunstância;

Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro

Estado ou para o exterior.

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Page 43: Apostila Direito Penal II

Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua

EXTORSÃO ( ART. 158 CP )

- Conceito

Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter

para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou

deixar de fazer alguma coisa.

- Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa

- Tipo subjetivo: dolo

- Consumação: violência ou grave ameaça.

- Ação Penal: Pública incondicionada

- Figuras qualificadas

Praticado por duas ou mais pessoas (+ 1/3)

Emprego de arma (+ 1/3)

Resultado lesão corporal grave

Pena: reclusão de 7 a 15 anos

Resultado morte (Crime Hediondo)

Pena: reclusão de 20 a 30 anos

- Confronto

Extorsão X Roubo

Extorsão X Exercício Ilegal das Próprias Razões

Extorsão X Estelionato

Extorsão X Seqüestro

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO ( ART. 159 CP )

- Tipo penal (art. 159):

Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,

como condição ou preço do resgate.

- Vantagem: qualquer vantagem X vantagem econômica

- Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa

- Classificação:

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Page 44: Apostila Direito Penal II

Impróprio, permanente, comissivo, plurissubsistente e formal

- Tipo subjetivo: dolo

- Crime hediondo: todas as formas desse crime.

- Consumação: com a privação da liberdade

- Delação no crime de Extorsão: pena - 1/3 a – 2/3

- Ação Penal Pública Incondicionada

- Figuras qualificadas (§ 1º do art. 159)

Se dura mais de 24 horas;

Se o seqüestrado é menor de 18 anos;

Se o seqüestrado é maior de 60 anos;

Se o crime é cometido por bando ou quadrilha

Pena: Reclusão de 12 a 20 anos

- Figuras qualificadas (§ 2º do art. 159)

Se resulta lesão corporal grave

Pena: Reclusão de 16 a 24 anos

- Figuras qualificadas (§ 1º do art. 159)

Se resulta morte

Pena: Reclusão de 24 a 30 anos.

EXTORSÃO INDIRETA

- Tipo Penal (art. 160):

Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,

documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra

terceiro.

- Sujeito ativo: o credor da dívida

- Sujeito passivo: o devedor

- Tipo subjetivo: dolo

- Classificação: próprio, formal, comissivo e instantâneo;

- Consumação: com a exigência ou recebimento.

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Page 45: Apostila Direito Penal II

DANO (art. 163, CP)

- Conceito

Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

- Sujeito ativo: qualquer pessoa

- Sujeito passivo: é o proprietário ou o possuidor da coisa alheia destruída, inutilizada

ou deteriorada.

- Tipo objetivo

Destruir = eliminar, desfazer.

Inutilizar = tornar inútil, imprestável.

Deteriorar = estragar, arruinar, adulterar.

- Tipo subjetivo: dolo

- Consumação: consuma-se com a destruição, inutilização ou deterioração da coisa

alheia ainda que parcialmente.

- Dano qualificado:

Com violência à pessoa ou grave ameaça;

Com emprego de substância inflamável ou explosiva;

Contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços

públicos ou sociedade de economia mista;

Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima.

- Ação Penal:

P/ o dano simples: ação penal privada.

P/ o dano qualificado por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a

vítima: ação penal privada.

P/ as demais hipóteses de dano qualificado: ação pena pública incondicionada.

INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA

(ART. 164, CP).

- Sujeito ativo: é aquele que introduz ou deixa animal em propriedade alheia.

- Sujeito passivo: é o proprietário ou legítimo possuidor.

- Tipo objetivo

Introduzir = fazer entrar, levar para dentro da propriedade alheia.

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Page 46: Apostila Direito Penal II

Abandonar = largar, não retirar os animais da propriedade alheia.

- Tipo subjetivo: dolo

- Consumação e tentativa: consuma-se o delito com o prejuízo do proprietário ou

possuidor e não com a simples introdução ou não retirada dos animais. Há

divergência quanto à possibilidade de tentativa.

- Ação Penal: privada.

DANO EM COISA DE VALOR ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO OU HISTÓRICO

(ART. 165,CP)

- Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive o proprietário.

- Sujeito passivo: é a pessoa jurídica de direito público (União, Estado ou Município) e

o proprietário, se este não for o autor do crime.

- Tipo objetivo

Destruir = eliminar, desfazer.

Inutilizar = tornar inútil, imprestável.

Deteriorar = estragar, arruinar, adulterar.

O objeto material é só a coisa imóvel ou móvel, que tenha sido tombado.

- Tipo subjetivo: dolo

- Consumação: consuma-se com a destruição, inutilização ou deterioração da coisa

tombada.

- Ação penal: pública incondicionada.

Observação! O art. 166 do Código Penal foi implicitamente revogado pelo art. 63 da

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

APROPRIAÇÃO INDÉBITA ( ART. 168 CP )

- Tipo penal (art. 168):

Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção.

Observações

Apropriação Indébita propriamente dita;

Apropriação Indébita por negativa de restituição.

- Causas de aumento da pena (+ 1/3):

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Page 47: Apostila Direito Penal II

Depósito necessário (depósito miserável.

Como tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou

depositário judicial;

Em razão de ofício, emprego ou profissão.

- Confronto e observações:

Apropriação indébita X Estelionato;

Apropriação indébita X Peculato;

Apropriação indébita de uso?

ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

- Tipo Penal (art. 171):

Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou

mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio

fraudulento.

- Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa capaz.

- Tipo subjetivo: dolo

- Tipo privilegiado: réu primário + pequeno valor

- Tipo qualificado (+1/3):

Em detrimento de entidade de direito público, instituto de economia popular,

assistência social ou beneficência

- Fraudes previstas no Código Penal

Disposição de coisa alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria inalienável, litigiosa ou gravada

de ônus;

Defraudação de penhor;

Fraude na entrega da coisa;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque;

Emitir cheque sem fundos;

Frustrar o pagamento do cheque;

- Fraude no pagamento por meio de cheque

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Page 48: Apostila Direito Penal II

Natureza jurídica do cheque e observações:

Cheque substituto de outro título;

Cheque pré-datado;

Cheque caução;

Cheque para pagamento de jogo ou prostituta;

Consumação: com a recusa do pagamento pelo sacado.

Competência: foro do lugar da consumação;

Cascas de banana jurídica:

Falsificação do cheque X Estelionato;

Encerramento da conta antes da emissão;

Arrependimento eficaz X Arrependimento posterior.

- Questões controversas

Trabalho espiritual

Torpeza bilateral (fraude bilateral);

Jogo de tampinhas;

Reparação do dano ( não afasta o crime.

- Confronto:

Estelionato X Crime contra a Economia Popular;

Estelionato X Exercício Ilegal das Próprias Razões;

Estelionato X Abuso de incapaz (art. 173);

RECEPTAÇÃO ( ART. 180 CP )

- Tipo Penal (art. 180):

Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,

coisa que sabe ser produto de crime ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,

receba ou oculte.

- Tipos objetivos:

Adquirir ( propriedade;

Receber ( posse;

Transportar ( deslocar de um canto para outro;

Influir ( instigar, convencer;

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Page 49: Apostila Direito Penal II

Conduzir ( dirigir, guiar, governar;

Ocultar ( esconder.

- Classificação:

Crime acessório, impróprio, material (receptação própria) e formal (receptação

imprópria, instantâneo (adquirir e receber) e permanente (transportar, conduzir e

ocultar);

- Sujeito ativo e passivo: qualquer pessoa;

- Tipo subjetivo: dolo ou culpa

- Espécies de receptação

Própria (primeira parte do dispositivo Legal);

Impróprio (derradeira parte do dispositivo Legal).

Receptação qualificada ( atividade comercial ou industrial;

Perdão Judicial;

Receptação privilegiada

- Consumação: varia conforme o tipo objetivo;

- Tentativa:

Receptação própria ( admite-se;

Receptação imprópria ( não se admite.

- Confronto

Receptação X Favorecimento Real;

- Observações

Produto de crime X produto de contravenção;

Concurso com o crime precedente ( inexiste receptação;

Objeto do crime X produto do crime;

Receptação da receptação;

Prova do crime anterior, não de sua autoria;

Punibilidade do autor do crime anterior;

Competência por conexão com o crime anterior

REGRAS PARA OS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

- Imunidades absolutas (ou escusas absolutórias):

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Page 50: Apostila Direito Penal II

Cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

Ascendente ou descendente;

- Imunidades relativas (ou processuais):

Cônjuge desquitado ou separado judicialmente;

Irmão, legítimo ou ilegítimo;

Tio ou sobrinho que coabita com a vítima;

- Exceções

Crime de roubo e extorsão (Violência / Grave Ameaça);

Ao estranho que participa do crime;

Quando a vítima é maior ou igual a 60 anos;

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:

BITENCOURT , Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2009.

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. São Paulo: Impetus, 2008. 

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. São Paulo: Revista dos

Tribunais, 2009.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:

ALVES, Roque de Brito. Ciúme e crime. crime e loucura. Rio de Janeiro: Forense,

2001.

BRANDÃO, Cláudio. Teoria jurídica do crime.  Rio de Janeiro:Forense. 2001

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 2009.

GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.

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Page 51: Apostila Direito Penal II

PRADO, Luiz Regis. Direito Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009.

INDICAÇÕES EXTRA DO PROFESSOR

SILVA SÁNCHEZ, JESÚS-MARIA. A Expansão do Direito Penal. São Paulo. RT,

2002

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