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CURSO SUPERIOR DE SECRETARIADO
NOES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
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INTRODUO
O direito penal divide-se em direito material e direito processual.
O direito material relaciona-se com as regras de conduta dos
indivduos, estipulando os direitos e deveres em sociedade. Por exemplo, o art.
121 do CP, que trata do crime de homicdio, dirige-se proteo do bem jurdico
vida. Podemos, assim, dizer que o direito material cria, modifica ou limita algum
direito.
O direito processual, por sua vez, liga-se ao modo pelo qual se
exercer o direito material, ao procedimento estabelecido para a manuteno
desse direito.Falamos, ento, que o direito processual penal o conjunto de
princpios e normas que regulam a aplicao do direito penal, inclusive regulando
as atividades dos rgos envolvidos na apurao do ilcito penal.
PRINCPIOS GERAIS DO PROCESSO PENAL
PRINCPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Tambm conhecido pela expresso inglesa due processo of law, est
previsto no art. 5, LIV da CF, e baseia-se na idia de que o processo deve seguir
os ritos legais previstos. Podemos dizer que subdivide-se em outros quatro
princpios:
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a) Contraditrio art. 5, LV, da CF significa que tudo o que for alegado pela
acusao dever ser contraditado pelo ru, que tem o direito de expor sua
verso dos fatos.
b) Igualdade entre as partes no basta que o ru tenha o direito de se
expressar, mas dever ter condies de defender-se em condies de
igualdade com a acusao.
c) Ampla defesa prevista no art. 5, LV, consubstancia-se na possibilidade
de o acusado utilizar todos os instrumentos ao seu alcance, desde que no
configurem prova ilcita, a fim de provar a veracidade de suas alegaes.
d) Direito ao silncio ou a no autoincriminao o acusado tem o direito
constitucional de permanecer calado, bem como de no produzir prova
contra si mesmo.
PRINCPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS
Previsto no art. 5, LX da CF, destaca-se que, em regra, os atos
processuais so pblicos, ou seja, as audincias podem ser assistidas por
qualquer pessoa. Todavia, h casos em que pode ser decretado o segredo de
justia, por exemplo, para resguardar a defesa da intimidade ou em razo do
interesse social.
Destaque-se que a lei 12.015/2009, que alterou artigos do Cdigo
Penal, estabeleceu que os crimes contra a dignidade sexual, como o estupro,
correro sob segredo de justia.
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PRINCPIO DO JUIZ NATURAL
Previsto no art. 5, LIII, significa que a competncia j deve estar
previamente definida antes do cometimento da infrao. Visa impedir a
constituio de tribunais de exceo, isto , aqueles criados especificamente para
o caso concreto. Repare que esse princpio no vale para a polcia judiciria.
PRINCPIO DE MOTIVAO DAS DECISES
Estabelece que todas as decises judiciais precisam ser motivadas,
ou seja, fundamentadas na lei. A finalidade do referido princpio garantir a
imparcialidade do julgador.
PRINCPIO DA PRESUNO DE INOCNCIA OU NO CULPABILIDADE
Tambm previsto na CF, art. 5, LVII, estipula que, enquanto no
houver sentena judicial transitada em julgado (da qual no caiba mais recurso),
ningum poder ser culpado. No o acusado quem dever provar sua inocncia,
mas a acusao quem dever provar a sua culpabilidade. Por esse motivo,
havendo dvida quanto culpabilidade do acusado, dever decidir-se em seu
favor, ou seja, pro reo.
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PRINCPIO DA VERDADE REAL
Diferentemente do processo civil, em que o juiz somente pode decidir
com o que est provado nos autos, no processo penal diz-se que o juiz deve
buscar a verdade real, ou seja, no deve se conformar com o que foi includo nos
autos (processo), devendo buscar os fatos como realmente aconteceram. Ainda
que muitos doutrinadores venham criticando a nomenclatura, tal princpio
permanece aplicvel para a doutrina e jurisprudncia dominantes.
PRINCPIO DA IDENTIDADE FSICA DO JUIZ
Para esse princpio, o mesmo juiz que participou da coleta de provas que dever proferir sentena. Havia dvidas se esse princpio era adotado pela
legislao brasileira, dvida essa que cessou com a lei 11.719, que no 2 do art.
399, expressamente o previu.
PRINCPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIO.
Entende-se por duplo grau de jurisdio a possibilidade de reviso
das decises judiciais por um outro rgo jurisdicional. Embora seja a regra, h
excees, por exemplo, quando o Supremo Tribunal Federal julga os senadores,
casos que, havendo condenao, no o duplo grau.
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PRINCPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS
ILCITOS.
As provas ilcitas diferenciam-se entre ilegais (as que violam o direito
material) e ilegtimas (as que violam o direito processual). Provas ilegais so, por
exemplo, a confisso obtidas mediante tortura. Provas ilegtimas, por sua vez, a
ordem judicial de quebra de sigilo telefnico sem a devida fundamentao do juiz.
Concordamos, ento, que as provas ilcitas devero ser
desentranhadas do processo, ou seja, retirada. Pergunta-se ento: E se uma
prova ilcita d origem a outra prova ilcita, dever tambm ser desconsiderada? A
resposta positiva, pois adotamos a famosa Teoria dos Frutos da rvore
Envenenada (fruits of the poisonous tree), para a qual a prova contaminada afetaas que dela se originarem, nos termos do art. 157, 1 do CPP.
Todavia, a lei ressalvou duas situaes em que no ocorre a
contaminao. Est na parte final do referido 1 do art. 157: quando no houver
nexo de causalidade entre as provas ou quando as derivadas puderem ser obtidas
por uma fonte independente das primeiras. Como fonte independente, devemos
entender aquelas que seriam obtidas normalmente por outros meios de
investigao.
Vamos trabalhar com o seguinte exemplo. Uma quadrilha mantm o
filho de um gerente de banco seqestrado e pedem um resgate em dinheiro para
libertar a vtima, configurando o crime de extorso mediante seqestro.
Suponhamos que a polcia consegue prender um dos membros da quadrilha que,
mediante tortura, confessa e crime e informa a localizao do cativeiro onde est a
vtima. A priso dos demais membros do bando ser considerada ilegal em
decorrncia da tortura (confisso decorrente de ato ilcito).
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Todavia, digamos que, mesmo apesar da tortura, a polcia tenha
recebido uma denncia annima, informando a localizao do cativeiro. Mesmo
que a primeira prova, a confisso, tenha sido ilcita, a segunda poder ser
considerada vlida em virtude da fonte independente (a denncia annima).
Por ltimo, registre-se que o STF admite a utilizao, para fins de
incriminao, de interceptao ou escuta telefnica, feita sem autorizao judicial,
quando o agente estiver cometendo ilcito. Por exemplo, se uma pessoa est
sendo vtima de extorso, poder grava-la para e essa prova poder ser
considerada vlida. Da mesma forma, aceita-se esse tipo de prova para
comprovar a inocncia de algum.
APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Com relao lei processual no tempo, dizemos que aplica-se o
princpio da aplicao imediata, quer dizer, vale a regra de que o ato processual
ser disciplinado pela lei que estiver em vigor no momento do ato ( tempus regit
actum).
Desta forma, a lei processual no retroage, diferentemente da lei
penal, no importando se ela mais benfica ao acusado.
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APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAO
A lei processual penal nacional se aplica exclusivamente aos
processos e aos julgamentos ocorridos no territrio brasileiro, da falarmos que
adotamos o princpio da territorialidade absoluta.
APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL EM RELAO A DETERMINADAS
PESSOAS
DIPLOMATAS
As imunidade diplomticas se referem a qualquer delito e abrangem
os agentes diplomticos, os membros de sua famlia, pessoal tcnico e
administrativo das representaes, os funcionrios de organizaes internacionais
quando em servio, alm dos chefes de estado e suas comitivas quando em visita
a outros pases.
Os diplomatas, portanto, no podem ser presos
Veja que os cnsules so agentes administrativos que representam
interesses de pessoas fsicas ou jurdicas estrangeiras e, por isso, no gozam
dessas imunidade.
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IMUNIDADES PARLAMENTARES
O art. 53 da CF estabelece que os parlamentares federais
(deputados e senadores) dispem de imunidade material e processual. A
imunidade material assegura que os parlamentares so inviolveis, civil e
penalmente, por quaisquer de suas palavras, opinies e votos (POVO). Exige-se,
apenas, que haja um nexo entre a manifestao e o exerccio do mandato quando
a manifestao ocorrer fora do parlamento, entendendo o STF que se o fato
ocorrer dentro do plenrio no h o que discutir.
A imunidade formal estabelece que deputados e senadores sero
julgados, nos crimes comuns, pelo Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, os
parlamentares somente podero ser presos em flagrante de crime inafianvel ecpia do flagrante dever ser enviada respectiva casa dentro de vinte e quatro
horas para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priso.
Entende o STF que somente essa priso e a priso decorrente de sentena
condenatria transitada em julgado so cabveis para os parlamentares. Todas as
demais no so, portanto, cabveis.
Repare, ainda, que, de acordo com o 3 do art. 53 da CF, se o STF
aceitar denncia contra um parlamentar, dever notificar a respectiva casa, que
poder suspender o andamento do processo durante o mandato, tempo em
tambm permanecer suspensa a prescrio. Caso o parlamentar j responda a
processo anterior ao exerccio do mandato, assim que ocorra a diplomao, o
processo ser transferido para o STF, que dar prosseguimento sem possibilidade
de suspender o andamento da ao.
Os parlamentares tambm no so obrigados a servirem como
testemunha sobre informaes que tenham recebido em razo do exerccio do
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mandato. Os deputados estaduais gozam da mesma prerrogativa dos
parlamentares federais no que se refere imunidades material e processual. J os
vereadores somente possuem a imunidade material referentes a sua rea de
atuao, ou seja, somente so imunes com relao a palavra, voto e opinio no
municpio em que desempenham seu mandato.
IMUNIDADE DO PRESIDENTE DA REPBLICA
O presidente da repblica ser julgado pelo Supremo Tribunal
Federal, nos crimes comuns, e pelo Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade, aps a prvia autorizao da Cmara dos Deputados pelo voto
de dois teros de seus membros (art. 51 da CF).Repare, todavia, que o presidente s pode ser processado por
crimes cometidos no exerccio da funo. Caso o crime no tenha relao com o
exerccio do mandato, o presidente no poder ser processado, pois goza de
imunidade penal temporria e somente poder ser processado no trmino de seu
mandato.
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INQURITO POLICIAL
o conjunto de diligncias realizadas pela polcia judiciria com o
objetivo de reunir provas de autoria e materialidade de algum delito para, ao final,
encaminhar esses elementos ao titular da ao penal (ministrio pblico ou
ofendido).
Diferenas entre Polcia Administrativa e Polcia Judiciria
Polcia Administrativa Polcia Judiciria
Rege-se basicamente pelas regras de
direito administrativo
Rege-se basicamente pelas normas
de direito penal e direito processualpenal
Sua finalidade preponderantemente
preventiva e excepcionalmente
repressiva
preponderantemente repressiva e
excepcionalmente preventiva
Atua basicamente sobre bens e
direitos e, eventualmente, pessoas
Seu foco de atuao principal so as
pessoas e, eventualmente, os bens e
direitosPolcia Militar, Polcia Rodoviria
Federal, Guardas Municipais etc.
Polcia Civil e Polcia Federal
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FINALIDADE
Alm de reunir provas de autoria e materialidade, podemos
acrescentar outras trs finalidades do inqurito policial:
a) Formar a opinio delictido titular da Ao Penal;
b) Fornecer a chamada justa causa para a ao penal;
c) Reunir cautelarmente as provas que correm risco de deteriorao.
CARACTERSTICAS
Trata-se de procedimento administrativo, sigiloso, inquisitivo,
discricionrio e no obrigatrio. Vamos pontuar cada uma dessascaractersticas.
No se confunde com o processo, que tem carter judicial. Por isso,
eventuais vcios do inqurito no contaminam a ao penal ou o processo que
dele se originar.
Tambm podemos afirmar que o inqurito um procedimento escrito
(formal) e sigiloso. A necessidade de sigilo cabe ao delegado de polcia, pois
quem est frente das investigaes, embora tal sigilo no se aplique ao juiz, aos
membros do Ministrio Pblico e, conforme recente posicionamento do STF, aos
advogados.
Outra caracterstica marcante do inqurito seu carter inquisitivo,
ou seja, que no requer o contraditrio como no processo judicial. Uma exceo
muito lembrada em concursos no caso de inqurito sobre expulso de
estrangeiros, a cargo da Polcia Federal (Lei 6.815), em que o contraditrio
obrigatrio.
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Como se disse, no contraditrio no inqurito, razo pela qual o
delegado tem discricionariedade para conduzir as investigaes da forma que
entender, respeitados os limites legais evidentemente.
Lembre-se, ainda, que o inqurito no obrigatrio. Se o Ministrio
Pblico dispuser de provas e elementos de convico, poder desde j propor a
ao penal independente de inqurito.
Alm disso, entende o STF que a condenao apoiada
exclusivamente nas provas do inqurito policial nula, pois nesse caso haveria
violao ao princpio constitucional do contraditrio.
NOTCIA DO CRIME (NOTITIA CRIMINIS)
a forma pela qual a autoridade policial toma conhecimento da
ocorrncia de um crime. No correto dizermos que prestamos queixa, conforme
se ouve cotidianamente, pois, como veremos adiante, queixa nome da pea
inicial nos crimes de ao penal privada.
A notitia criminis pode ser classificada em:
a) Direta/imediata/espontnea quando o delegado toma conhecimento por
meio de suas atividades regulares. Ex: notcia de jornal, recebimento de
denncia annima, descoberta de corpo de delito;
b) Indireta/mediata/provocada quando o delegado toma conhecimento por
meio de um ato formal. Ex: Requisio do juiz ou MP, requerimento do
ofendido.
c) Coercitiva/obrigatria quando o delegado toma conhecimento por meio da
apresentao de pessoa presa em flagrante.
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FORMAS DE INSTAURAO DO IP
Como veremos adiante, os crimes so processados por meio de
ao penal. A ao penal divide-se em pblica e privada. As aes penais
pblicas so subdivididas em incondicionadas e condicionadas a representao.
Quando a infrao for processada por ao penal pblica
incondicionada, o IP ter incio da seguinte forma:
a) De ofcio pelo delegado (portaria);
b) Por meio de requerimento de qualquer do povo;
c) Mediante ofcio requisitrio do juiz/promotor (nesse caso obrigado a
instaurar);d) Por meio do Auto de Priso em Flagrante (APF).
Quando a infrao for processada por ao penal privada, preciso
haver uma prvia manifestao do ofendido preliminar instaurao do IP que
ter incio:
a) Pelo delegado (portaria);
b) Mediante ofcio requisitrio do juiz/promotor;
c) Por meio do APF.
INCOMUNICABILIDADE DA PRISO
Embora o art. 21 do CPP trate da incomunicabilidade do preso, a
Constituio derrogou tacitamente este dispositivo, de modo que no se pode falar
em incomunicabilidade da priso aps a promulgao da CF/88.
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DIFERENAS E SEMELHANAS ENTRE DENNICA E QUEIXA
DENNCIA QUEIXA
Ao pblica Ao privada
Elaborada pelo ministrio pblico Elaborada pela vtima ou pelo seu
representante legal (por intermdio de
advogado)
Prazo: em regra ser de 5 dias
(acusado preso) e 15 dias ( acusado
solto)
Prazo: em geral de 6 meses
contados do conhecimento da autoria
do crime.
No caso de concurso de pessoas, adenncia deve especificar a conduta
de cada um.
Exige-se que a procurao tenhapoderes especficos para
oferecimento de queixa.
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REQUISITOS DA DENNICA OU QUEIXA art. 41 do CPP
1. exposio do fato criminoso com todas as suas circunstncias.
2. qualificao do acusado, ou sinais pelos quais se possa identific-lo.
3. classificao do crime.
4. o rol de testemunhas, quando necessrio.
5. endereamento correto da denncia ou da queixa.
6. pedido de condenao, ainda que implcito.
7. assinatura da pessoa que elaborou a denncia ou a queixa.
CAUSAS DE REJEIO DA DENNCIA OU QUEIXA art. 395 CPP
A denncia ou queixa sero rejeitadas quando:
a) for manifestamente inepta;
b) faltar pressuposto processual ou condio para o exerccio da ao penal.
c) faltar justa causa para o exerccio da ao penal.
PRAZO PARA CONCLUSO DO IP
Art. 10. O inqurito dever terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hiptese, a partir do dia em
que se executar a ordem de priso, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiana
ou sem ela.
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Justia estadual Ru preso 10 dias improrrogveis em regra
Ru solto 30 dias pode haver sucessivas
prorrogaes
Justia federal
Lei 5.010/1966
Ru preso 15 dias prorrogvel uma nica vez
por igual perodo
Ru solto 30 dias pode haver sucessivas
prorrogaes
Drogas
Lei 11.34
Ru preso 30 dias prorrogveis em dobro
Ru solto 90 dias prorrogveis em dobro
Crimes contra a
economia popular
Lei 1.521/1951
Ru preso 10 dias - improrrogveis
Ru solto 10 dias prorrogveis
IDENTIFICAO CRIMINAL art. 5, LVIII da CF e Lei 12.037/2009
Com a entrada em vigor da lei 12.037/2009, o civilmente identificado
no ser submetido identificao criminal, salvo nos casos previstos nessa lei.
Vejamos abaixo.
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A identificao criminal, nos termos do art. 5 da referida lei, feita
de duas formas: fotogrfica e datiloscpica (impresses digitais).
O art. 3 elenca as situaes em que poder ocorrer a identificao
criminal, ainda que apresentado o documento civil. So elas:
a) o documento apresentar rasura ou indcio de falsificao.
b) o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o
indiciado.
c) O indiciado portar documentos de identidade distintos, com informaes
conflitantes.
d) A identificao criminal for essencial s investigaes policiais, segundo
despacho da autoridade judiciria competente.
e) Constar de registros policiais o uso de outros nomes e qualificaes.f) O estado de conservao ou a distncia temporal ou da localidade da
expedio do documento apresentado impossibilite a completa identificao
do sujeito.
Conforme o art. 6, vedado mencionar a identificao criminal do
indiciado em atestados de antecedentes ou em informaes no destinadas ao
juzo criminal antes do trnsito em julgado da sentena condenatria.
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DILIGNCIAS MAIS COMUNS NO IP (art. 6 CPP)
I. Resguardo do local da infrao, de modo que no se altere o estado das
coisas, at a chegada dos peritos.
II. Apreenso de objetos e colheita de provas.
III. Exames, avaliaes e percias.
IV. Reconhecimento de pessoas e de coisas e acareaes.
V. Interrogatrio do indiciado.
VI. Declaraes da vtima.
VII. Depoimento ou oitiva de testemunhas.
VIII. Ordenamento da identificao criminal nos casos em que a lei autoriza.IX. Reconstituio da infrao.
ARQUIVAMENTO
Somente a autoridade judicial pode arquivar o inqurito, no o
podendo fazer nem o delegado, nem o promotor. Alm disso, o juiz no pode
arquivar o inqurito de ofcio, ou seja, s poder faz-lo se houver pedido do
Ministrio Pblico.
A deciso que determinar o arquivamento do inqurito , pela regra,
irrecorrvel. Excees: Crimes contra a sade pblica e a economia popular (art.
7 lei 1.521); inqurito sobre jogo do bicho (arts. 58 e 60 da lei 6.259).
Se o inqurito j estiver arquivado, poder ser desarquivado se
surgirem novas provas no futuro. H casos, todavia, nos quais o inqurito no
poder ser desarquivado segundo o STF. So eles: quando o arquivamento
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ocorrer em virtude de o fato ser atpico ou em razo de ter sido extinta a
punibilidade(art. 107 do CP).
Terminadas as investigaes, a autoridade policial dever elaborar
um relatrio final com o resumo de todas as diligncias realizadas. Aps a
concluso do relatrio, o IP ser enviado ao juiz que abrir vistas ao Ministrio
Pblico conforme o esquema abaixo:
RELATRIO
FINAL IP
JUIZ MP Oferecer
denncia
- 5 dias ru preso
- 15 dias ru solto
Devolve IP e pede novas diligncias
Requer ao juiz arquivamento
Por sua vez, o juiz, ao receber o pedido de arquivamento do MP
poder;
JUIZ
Concordar com o
pedido
Arquivamento
Discordar do
pedido
Encaminha
procurador geral
Oferecer
denncia
Denncia
Designa outropromotor para
oferecer
denncia
Denncia
Insiste no
pedido de
arquivamento
Arquivamento
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. 102 .
A ao penal o instrumento que a acusao tem de provocar o Estado,
dentro do devido processo legal, a julgar as condutas dos indivduos diante do
direito penal.
No Brasil, a ao penal poder ser pblica ou privada.
A ao penal pblica promovida pelo Ministrio Pblico por isso se diz
que o MP o titular da ao penal pblica e se divide em dois tipos:
a) Ao Penal Pblica Incondicionada no precisa de requisio, queixa, da
participao ou provocao de ningum.
b) Ao Penal Pblica Condicionada Representao nesse caso, o MP s
poder agir se houver a representao da vtima do crime ou por requisio
do ministro da justia.
A ao penal privada, por sua vez, promovida pela prpria vtima, que
deve constituir advogado e ingressar por si prpria com ao na respectiva varacriminal. O nome da pea da ao penal privada chama-se queixa-crime e tem as
seguintes modalidades:
a) Ao penal exclusivamente privada admite sucesso no caso de
falecimento da vtima pelo cnjuge, ascendente, descendente e irmo, ou
seja, se a vtima morrer durante o processo, esses parentes podem
prosseguir com a ao. Ex: crimes contra a honra, crimes de violao de
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direito autoral art. 184 do CP,crime de exerccio arbitrrio das prprias
razes sem violncia art. 345 do CP.
b) Ao penal personalssima nesse caso, os sucessores no podem
prosseguir com a ao no caso de falecimento da vtima. S ocorre no
crime de Ocultao de impedimento matrimonial ou induzimento a erro
essencial art. 236 do CP.
c) Ao penal subsidiria da pblica essa modalidade permitida para o
caso de o MP no ingressar a ao pblica competente, facultando vtima
agir diante da inrcia daquele.
Para sabermos se um crime processado por meio de ao penal pblica
ou privada, de acordo com o artigo 100 do Cdigo Penal, preciso observar oartigo do CP que prev o crime. A regra de que os crimes so processados por
meio de ao penal pblica incondicionada, a no ser que na previso do tipo
penal esteja previsto de outra forma. Assim, por exemplo, no crime de omisso de
socorro, temos o seguinte comando:
. 135 , ,
, ,
, , :
, , .
,
, , .
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Repare que no crime de omisso de socorro no h nenhuma regra
determinado qual tipo de ao deva ser utilizada para o processamento deste
crime. Logo, conclui-se, pela regra geral, que o crime do art. 135 do CP processa-
se mediante ao penal pblica incondicionada.
Por outro lado, vejamos o art. 147 do CP:
. 147 , , , ,
:
, , .
.
O crime de ameaa, conforme vemos destacado em negrito, determina que
o seu processamento ocorra mediante ao penal pblica condicionada
representao.
Veja, ao final, um exemplo de crime processado por meio de queixa-crime:
. 345 , , ,
:
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, , ,
.
, .
Smula 714/STF: concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do
ministrio pblico, condicionada representao do ofendido, para a ao penal
por crime contra a honra de servidor pblico em razo do exerccio de suas
funes.
Smula 594/STF: Os direitos de queixa e de representao podem ser exercidos,
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.
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DIFERENAS ENTRE PRESCRIO, DECADNCIA E PEREMPO
PRESCRIO DECADNCIA PEREMPO
Perda do direito de punir
do Estado em razo de
seu no exerccio no
prazo legal
Perda do direito de se
iniciar a ao penal
condicionada
representao e ao
penal privada
Perda do direito de
prosseguir na ao penal
privada em razo da
inrcia ou da negligncia
processual
Aplica-se a crimes de
ao penal pblica e
privada
S se aplica nos crimes
de ao penal pblica
condicionada arepresentao e ao
penal privada
S se aplica na ao
penal privada, exceto na
subsidiria da pblica
Segundo a CF, somente
os crimes de racismo e
ao de grupos armados
contra a ordem
constitucional e o estadodemocrtico
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Renncia expressa ou tcita do direito de queixa
Art. 104 - O direito de queixa no pode ser exercido quando renunciado
expressa ou tacitamente.
Pargrafo nico - Importa renncia tcita ao direito de queixa a prtica de ato
incompatvel com a vontade de exerc-lo; no a implica, todavia, o fato de receber
o ofendido a indenizao do dano causado pelo crime.
Decadncia a perda do direito de ao penal pelo transcurso do
tempo previsto em lei para o oferecimento da queixa-crime (ao penal privada)ou da representao (ao penal pblica condicionada). Quer dizer, a lei
determina um limite de tempo, que de 6 meses, para a vtima demonstrar que
quer processar o autor do crime. Esgotado esse prazo, fica extinta a punibilidade
para o Estado.
Smula 594/STF: Os direitos de queixa e de representao podem ser exercidos,independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.
A renncia a manifestao de vontade da vtima em no dar
prosseguimento ao processo. Ela pode ser expressa quando a lei prev a
situao, por exemplo, como acabamos de ver, no caso de passados mais de seis
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meses do fato. Ou pode ser tcita quando a vtima possui alguma conduta que
seja incompatvel com a vontade de processar algum. Por exemplo, a namorada
registra uma ocorrncia de ameaa contra o namorado, porm em trs meses
casa-se com o mesmo. Repare, contudo, que o fato de receber indenizao pelo
dano causado pelo crime no constitui causa de renncia tcita.
Perdo do ofendido
Art. 105 - O perdo do ofendido, nos crimes em que somente se procede
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ao.
Art. 106 - O perdo, no processo ou fora dele, expresso ou tcito:
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
II - se concedido por um dos ofendidos, no prejudica o direito dos outros;
III - se o querelado o recusa, no produz efeito.
1 - Perdo tcito o que resulta da prtica de ato incompatvel com a
vontade de prosseguir na ao.
2 - No admissvel o perdo depois que passa em julgado a sentena
condenatria.
O perdo tambm extingue a punibilidade, todavia, diferente da
renncia, o perdo deve ser aceito pelo ru e pode ser concedido at o trnsito
em julgado da sentena condenatria aps o recebimento da denncia.
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Veja abaixo outras diferenas entre o perdo e a renncia:
Renncia Perdo do ofendido
Ato unilateral Ato bilateral
Impede o incio do processo penal Pode ocorrer com o processo emandamento
, portanto, extraprocessual Pode ser extraprocessual ou
processual
PRISO E LIBERDADE PROVISRIA
De acordo com o art. 5, LXI, da Constituio Federal, ningum ser
preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime
propriamente militar, definido em lei.
Por isso, a priso medida de exceo. A regra o acusado
responder ao processo em liberdade, s devendo ser preso caso se mostre
realmente necessrio.
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TIPOS DE PRISO
PRISO DEFINITIVA
a que ocorre aps o trnsito em julgado da sentena penal
condenatria, vista como sano penal.
PRISO CAUTELAR
a que ocorre antes do trnsito em julgado da sentena penal
condenatria.So modalidades de priso cautelar: priso em flagrante, priso
preventiva, priso temporria, priso decorrente de sentena de pronncia, priso
decorrente de sentena condenatria recorrvel.
A priso cautelar exige a presena de dois requisitos essenciais:
a) fumus comissi delicti (fumus boni iuris) s se deve prender algum antes
da sentena transitar em julgado caso haja uma grande probabilidade de
essa pessoa ser condenada ao final do processo. necessrio constatar se
h provas de autoria e materialidade.
b) Periculum libertatis (periculum in mora) quando, havendo perigo de que
a demora cause um mal maior ou a priso se torne intil porque o ru fugiu,
destruiu provas etc, torna-se imprescindvel a priso do sujeito.
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Se no momento da priso a autoridade policial no estiver com o
mandado em mos, poder ocorrer a priso desde que o crime seja inafianvel,
devendo a autoridade informar imediatamente a autoridade judiciria que expediu
o mandado, nos termos do art. 284 do CPP.
Art. 287. Se a infrao for inafianvel, a falta de exibio do mandado no obstar priso,
e o preso, em tal caso, ser imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado.
Se o acusado estiver sendo perseguido e passar para o territrio de
outro municpio ou comarca, a autoridade que o estiver perseguindo poder
efetuar a priso no lugar onde o alcanar no outro municpio. Nesse caso, o presodeve ser imediatamente apresentado autoridade local, que, depois de lavrado o
flagrante, o remover (art. 290 do CPP).
Nos termos do art. 5, LXVII da CF, admite-se a priso civil do
devedor de alimentos e depositrio infiel. Todavia, registre-se que a priso do
depositrio infiel no vem sendo mais admitida em virtude de o Brasil ter assinado
o Pacto de So Jos da Costa Rica.
Art. 295. Sero recolhidos a quartis ou a priso especial, disposio da
autoridade competente, quando sujeitos a priso antes de condenao definitiva:
I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territrios, o prefeito do Distrito Federal,
seus respectivos secretrios, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polcia;
(Redao dada pela Lei n 3.181, de 11.6.1957)
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III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das
Assemblias Legislativas dos Estados;
IV - os cidados inscritos no "Livro de Mrito";
V - os oficiais das Foras Armadas e do Corpo de Bombeiros;
V os oficiais das Foras Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territrios;(Redao dada pela Lei n 10.258, de 11.7.2001)
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da Repblica;
VIII - os ministros de confisso religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidados que j tiverem exercido efetivamente a funo de jurado, salvo quando
excludos da lista por motivo de incapacidade para o exerccio daquela funo;
XI - os guardas-civis dos Estados e Territrios, ativos ou inativos. (Includo pela Lei n 4.760,
de 1965)
XI - os delegados de polcia e os guardas-civis dos Estados e Territrios, ativos e inativos. (Redao dada pela Lei n 5.126, de 20.9.1966)
1oA priso especial, prevista neste Cdigo ou em outras leis, consiste exclusivamente no
recolhimento em local distinto da priso comum. (Includo pela Lei n 10.258, de 11.7.2001)
2oNo havendo estabelecimento especfico para o preso especial, este ser recolhido em
cela distinta do mesmo estabelecimento. (Includo pela Lei n 10.258, de 11.7.2001)
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3o A cela especial poder consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de
salubridade do ambiente, pela concorrncia dos fatores de aerao, insolao e condicionamento
trmico adequados existncia humana. (Includo pela Lei n 10.258, de 11.7.2001)
4oO preso especial no ser transportado juntamente com o preso comum. (Includo pela
Lei n 10.258, de 11.7.2001)
5oOs demais direitos e deveres do preso especial sero os mesmos do preso comum.
A priso especial, de que trata o art. 295 do CPP nada mais do que
separar esse grupo de presos dos presos comuns, alm da exigncia de que
sejam transportados separadamente.
Note que essa priso especial s se justifica tratando-se de priso
cautelar, provisria. Aps a sentena transitada em julgado, o preso poder se
colocado junto com os presos comuns. H casos em que, mesmo aps a sentena
transitada em julgado, continua a haver a separao, por exemplo no caso de ex-
policiais, juzes ou servidores que atuaram na justia criminal.
A priso pode ser realizada em qualquer dia e hora, seja feriado ou
durante a noite (art. 283, CPP). Existem duas excees a essa regra:
a) perodo eleitoral vedada a priso de qualquer eleitor cinco dias antes e
48 horas aps a eleio, salvo nas hipteses de flagrante delito, ou
sentena penal condenatria por crime inafianvel. No poder, por
exemplo, haver cumprimento de mandado de priso preventiva ou
temporria nesse perodo.
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5/4/2010; HC 139.412-SC, DJe 22/3/2010, e RHC 24.349-MG, DJe 1/12/2008. HC
170.005-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 30/6/2010.
Sexta Turma
Informativo 441
A lei 9.034/95, que trata das organizaes criminosas estabelece em
sue art. 7 a vedao da concesso da liberdade provisria aos acusados de
envolvimento nessas organizaes.
Art. 7 No ser concedida liberdade provisria, com ou sem fiana, aos agentes que tenham tido
intensa e efetiva participao na organizao criminosa.
PRISES EM ESPCIE
PRISO EM FLAGRANTE
DA PRISO EM FLAGRANTE
Art. 301. Qualquer do povo poder e as autoridades policiais e seus agentes devero prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - est cometendo a infrao penal;
II - acaba de comet-la;
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III - perseguido, logo aps, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situao que faa presumir ser autor da infrao;
IV - encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papis que faam
presumir ser ele autor da infrao.
Art. 303. Nas infraes permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto no
cessar a permanncia.
Art. 304. Apresentado o preso autoridade competente, ouvir esta o condutor e colher,
desde logo, sua assinatura, entregando a este cpia do termo e recibo de entrega do preso. Em
seguida, proceder oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatrio do acusado
sobre a imputao que lhe feita, colhendo, aps cada oitiva suas respectivas assinaturas,
lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redao dada pela Lei n 11.113, de 2005)
1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandar
recolh-lo priso, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiana, e prosseguir nos atos
do inqurito ou processo, se para isso for competente; se no o for, enviar os autos autoridade
que o seja.
2o A falta de testemunhas da infrao no impedir o auto de priso em flagrante; mas,
nesse caso, com o condutor, devero assin-lo pelo menos duas pessoas que hajam
testemunhado a apresentao do preso autoridade.
3oQuando o acusado se recusar a assinar, no souber ou no puder faz-lo, o auto de
priso em flagrante ser assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na
presena deste. (Redao dada pela Lei n 11.113, de 2005)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivo, qualquer pessoa designada pela
autoridade lavrar o auto, depois de prestado o compromisso legal.
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Art. 306. A priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados
imediatamente ao juiz competente, ao Ministrio Pblico e famlia do preso ou pessoa por ele
indicada. (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
1o Em at 24 (vinte e quatro) horas aps a realizao da priso, ser encaminhado ao juiz
competente o auto de priso em flagrante e, caso o autuado no informe o nome de seu advogado,
cpia integral para a Defensoria Pblica. (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
2o No mesmo prazo, ser entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada
pela autoridade, com o motivo da priso, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redao
dada pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presena da autoridade, ou contra esta, no exerccio
de suas funes, constaro do auto a narrao deste fato, a voz de priso, as declaraes que
fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso
e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato
delituoso, se no o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. No havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a priso, o preso ser
logo apresentado do lugar mais prximo.
Art. 309. Se o ru se livrar solto, dever ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de
priso em flagrante.
Art. 310. Ao receber o auto de priso em flagrante, o juiz dever
fundamentadamente: (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
I - relaxar a priso ilegal; ou (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
II - converter a priso em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes
do art. 312 deste Cdigo, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da priso; ou (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
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III - conceder liberdade provisria, com ou sem fiana. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
Pargrafo nico. Se o juiz verificar, pelo auto de priso em flagrante, que o agente praticou o
fato nas condies constantes dos incisos I a III do caputdo art. 23 do Decreto-Lei no2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Cdigo Penal, poder, fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisria, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogao. (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
O art. 302 do CPP indica as circunstncias em que uma pessoa
poder ser presa em flagrante, sendo bastante utilizada a seguinte classificao a
seguir.
ESPCIES DE FLAGRANTE
OBRIGATRIO
aquele que existe para as autoridades policiais e seus agentes.Estes devero prender aquele que estiver em situao de flagrante. Conforme
doutrina e jurisprudncia majoritria, mesmo o policial de folga est sujeito ao
flagrante obrigatrio.
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FACULTATIVO
Conforme o art. 301 do CPP, qualquer do povo poder efetuar a
priso daquele que estiver em situao de flagrante.
PRPRIO/ REAL
Diz-se daquele est cometendo a infrao ou acaba de comete-la.
IMPRPRIO / QUASE FLAGRANTE
Esse tipo de flagrante ocorre quando o autor perseguido, logo apsa infrao, pela autoridade ou qualquer pessoa em situao que faa presumir ser
o autor da infrao. Veja que essa perseguio pode durar vrios dias, desde que,
havendo rodzio de policiais, no seja interrompida. No necessrio que, durante
toda a perseguio, o suspeito esteja sendo visualizado a todo momento.
FICTO / PRESUMIDO
Ocorre quando o agente encontrado, logo depois do crime, com
armas, objetos ou sinais que faam presumir ser ele o autor da infrao.
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PREPARADO OU PROVOCADO
Ocorre quando existe a figura do agente provocador. Tambm
chamado de delito putativo por obra de agente provocador. Nesse caso, o agente
induzido a cometer uma infrao que no cometeria espontaneamente, e que
no tem a mnima chance de se consumar. Trata-se de flagrante ilegal e a priso
deve ser relaxada. A smula 145 do STF classifica essa modalidade de flagrante
como uma modalidade de crime impossvel.
ESPERADO
Nessa situao no h a figura do agente provocador. No flagranteesperado, a polcia, sabendo da provvel ocorrncia do crime em determinado
local, dirige-se para tal e toma todas as cautelas para evitar que o crime se
consuma.
FABRICADO / FORJADO
O flagrante forjado outra modalidade de flagrante ilegal. Nessa
situao, ocorre quando se atribui a algum determinada conduta criminosa,
fabricando-se toda a situao.
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RETARDADO / PRORROGADO
Ocorre nas organizaes criminosas (Lei 9.034-95) e em matria de
drogas (Lei 11.343/2006). Essas leis autorizam que o agente infiltrado em uma
organizao criminosa, ao se deparar com uma situao de flagrante, no efetue a
priso naquele primeiro momento, podendo prorroga-la ou retarda-la no tempo,
esperando o melhor momento para efetuar a priso.
AUTO DE PRISO EM FLAGRANTE (APF)
O auto de priso em flagrante o documento que substancializa apriso de uma pessoa, dando legitimidade para a coero liberdade de
locomoo do agente do delito. Algumas providncias devem ser adotadas no
momento de confeco do APF:
1. comunicao famlia do conduzido (CF, art. 5, LXII);
2. oitiva do condutor;
3. oitiva das testemunhas no mnimo duas, mas o condutor pode ser
testemunha. Na falta de testemunhas do fato, admite-se a priso, sendo o
auto assinado por duas testemunhas de apresentao do preso
Delegacia;
4. sendo crime de ao penal privada ou pblica condicionada
representao, deve ser ouvida a vtima, para dar autorizao para a
instaurao do inqurito, sob pena de relaxamento da priso por ausncia
de condio de procedibilidade;
5. oitiva do conduzido;
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6. todos devem assinar o APF. Se o preso se recusar a assinar ou no puder
faze-lo, deve tal fato ser consignado, sendo o auto assinado por duas
testemunhas que tenham presenciado sua leitura ao conduzido;
7. entrega da nota de culpa ao preso no prazo de 24 horas.
8. comunicao da priso autoridade judicial e ao Ministrio Pblico (CF, art.
5, LXII) a ausncia de comunicao ou sua realizao tardia no
constituem nulidade do auto de priso, mas pode constituir crime de abuso
de autoridade.
9. comunicao defensoria pblica caso o autuado no informe o nome de
seu advogado
A incompetncia da autoridade policial que lavrou o auto de prisoem flagrante no causa de nulidade da priso, por tratar-se de ato
administrativo.
RELAXAMENTO DA PRISO EM FLAGRANTE
O relaxamento ocorrer quando for constatada alguma ilegalidade no
APF. Tais ilegalidades anulam apenas o auto. As peas constantes dele, como as
declaraes do condutor ou das vtimas, continuam vlidas e podero ser
utilizadas posteriormente na fase judicial. Ex: Lavrou-se o APF por crime cometido
h mais de trs dias em que no houve qualquer perseguio.
Caso o APF esteja regular, ou seja, no sendo o caso de seu
relaxamento, dever o juiz ento verificar se esto presentes os requisitos da
priso preventiva. No estando presentes os requisitos da priso preventiva, o
magistrado dever conceder a liberdade provisria com ou sem fiana.
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PRISO PREVENTIVA
DA PRISO PREVENTIVA
(Redao dada pela Lei n 5.349, de 3.11.1967)
Art. 311. Em qualquer fase da investigao policial ou do processo penal, caber a priso
preventiva decretada pelo juiz, de ofcio, se no curso da ao penal, ou a requerimento do
Ministrio Pblico, do querelante ou do assistente, ou por representao da autoridade policial.
(Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 312. A priso preventiva poder ser decretada como garantia da ordem pblica, da
ordem econmica, por convenincia da instruo criminal, ou para assegurar a aplicao da lei
penal, quando houver prova da existncia do crime e indcio suficiente de autoria. (Redao dadapela Lei n 12.403, de 2011).
Pargrafo nico. A priso preventiva tambm poder ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigaes impostas por fora de outras medidas cautelares (art.
282, 4o). (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Cdigo, ser admitida a decretao da priso
preventiva: (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade mxima superior a 4 (quatro)
anos; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentena transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de
1940 - Cdigo Penal; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
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a) Garantia da ordem pblica/econmica evitar que o agente continue
praticando outros crimes, considerando que sua personalidade voltada
para a prtica delituosa. Podem ser considerados a reincidncia, maus
antecedentes ou a extrema crueldade na prtica do crime. Segundo o STF,
entretanto, a repercusso ou o clamor social no so causas justificativas
da priso preventiva.
b) Convenincia da instruo criminal impedir que o agente destrua provas
do crime, ameace ou elimine testemunhas etc.
c) Assegurar a aplicao da lei penal evitar que o acusado fuja. Simples
revelia decorrente de citao por edital no justifica a priso preventiva,
exceto no jri onde se admite. Para o STF, a sucessiva mudana de
endereos pelo ru indicativa da inteno de furtar-se justia e justificaa decretao da priso preventiva.
Com a nova redao dada pela lei 12.403, a priso preventiva
cabvel:
a) nos crimes dolosos com pena privativa de liberdade mxima acima de 4
anos.
b) Nos casos de rus reincidentes em crimes dolosos.
c) Se o crime envolver violncia domstica e familiar, para garantir a eficcia
das medidas protetivas de urgncia.
d) Se houver dvidas quanto a identidade do acusado. Nesse casos, aps a
identificao, o acusado dever ser solto.
A priso preventiva poder ser decretada tanto na fase do inqurito
quanto na fase judicial por tempo indeterminado. Alm disso, o juiz poder
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decreta-la de ofcio, mediante requerimento do Ministrio Pblico ou
representao do delegado de polcia.
Note, ainda, que somente ser decretada a priso preventiva caso as
medidas cautelares ou a priso domiciliar no se mostrem suficientes para a
situao.
DA PRISO DOMICILIAR
(Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 317. A priso domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua
residncia, s podendo dela ausentar-se com autorizao judicial. (Redao dada pela Lei n
12.403, de 2011).
Art. 318. Poder o juiz substituir a priso preventiva pela domiciliar quando o agente
for: (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doena grave; (Includo pela Lei n 12.403, de
2011).
III - imprescindvel aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade oucom deficincia; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
IV - gestante a partir do 7o (stimo) ms de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
Pargrafo nico. Para a substituio, o juiz exigir prova idnea dos requisitos estabelecidos
neste artigo. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
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CAPTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 319. So medidas cautelares diversas da priso: (Redao dada pela Lei n 12.403, de
2011).
I - comparecimento peridico em juzo, no prazo e nas condies fixadas pelo juiz, para
informar e justificar atividades; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
II - proibio de acesso ou frequncia a determinados lugares quando, por circunstncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o
risco de novas infraes; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
III - proibio de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstnciasrelacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redao dada pela
Lei n 12.403, de 2011).
IV - proibio de ausentar-se da Comarca quando a permanncia seja conveniente ou
necessria para a investigao ou instruo; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no perodo noturno e nos dias de folga quando o investigado ou
acusado tenha residncia e trabalho fixos; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
VI - suspenso do exerccio de funo pblica ou de atividade de natureza econmica ou
financeira quando houver justo receio de sua utilizao para a prtica de infraes penais; (Includo
pela Lei n 12.403, de 2011).
VII - internao provisria do acusado nas hipteses de crimes praticados com violncia ou
grave ameaa, quando os peritos conclurem ser inimputvel ou semi-imputvel (art. 26 do Cdigo
Penal) e houver risco de reiterao; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
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VIII - fiana, nas infraes que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do
processo, evitar a obstruo do seu andamento ou em caso de resistncia injustificada ordem
judicial; (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
IX - monitorao eletrnica. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
1o (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
2o (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
3o (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
4o A fiana ser aplicada de acordo com as disposies do Captulo VI deste Ttulo,
podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibio de ausentar-se do Pas ser comunicada pelo juiz s autoridades
encarregadas de fiscalizar as sadas do territrio nacional, intimando-se o indiciado ou acusado
para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redao dada pela Lei n
12.403, de 2011).
FIANA
A fiana tambm foi alterada pela lei 12.403. O delegado de polcia
poder arbitrar fiana para os crimes cuja pena mxima seja de at 4 anos. Acima
disso, somente o juiz poder arbitrar fiana, que dever decidir em at 48 horas do
pedido.
Alguns crimes no admitem a fiana. So eles:
a) racismo;
b) tortura;
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c) trfico ilcito de entorpecente e drogas afins;
d) terrorismo;
e) hediondos.
f) Cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrtico.
A lei estipula ainda outros casos que no admitem fiana:
Art. 324. No ser, igualmente, concedida fiana: (Redao dada pela Lei n 12.403, de
2011).
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiana anteriormente concedida ou
infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigaes a que se referem os arts. 327 e 328 desteCdigo; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
II - em caso de priso civil ou militar; (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
III - (Revogado pela Lei n 12.403, de 2011).
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretao da priso preventiva (art. 312).
(Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiana ser fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes
limites: (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redao dada pela Lei n 12.403, de 2011).
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I - de 1 (um) a 100 (cem) salrios mnimos, quando se tratar de infrao cuja pena privativa
de liberdade, no grau mximo, no for superior a 4 (quatro) anos; (Includo pela Lei n 12.403, de
2011).
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salrios mnimos, quando o mximo da pena privativa de
liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
1o Se assim recomendar a situao econmica do preso, a fiana poder ser: (Redao
dada pela Lei n 12.403, de 2011).
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Cdigo; (Redao dada pela Lei n 12.403, de
2011).
II - reduzida at o mximo de 2/3 (dois teros); ou (Redao dada pela Lei n 12.403, de
2011).
III - aumentada em at 1.000 (mil) vezes. (Includo pela Lei n 12.403, de 2011).
PRISO TEMPORRIA
Trata-se de nova modalidade de priso cautelar por perodo
determinado, diferentemente da priso preventiva. Est prevista na lei 7.960/89.
Art. 1 Caber priso temporria:
I - quando imprescindvel para as investigaes do inqurito policial;
II - quando o indicado no tiver residncia fixa ou no fornecer elementos
necessrios ao esclarecimento de sua identidade;
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III - quando houver fundadas razes, de acordo com qualquer prova admitida na
legislao penal, de autoria ou participao do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicdio doloso (art. 121, caput, e seu 2);
b) seqestro ou crcere privado (art. 148, caput, e seus 1 e 2);
c) roubo (art. 157, caput, e seus 1, 2 e 3);
d) extorso (art. 158, caput, e seus 1 e 2);
e) extorso mediante seqestro (art. 159, caput, e seus 1, 2e 3);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinao com o art. 223, caput, e pargrafo
nico);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinao com o art. 223,
caput, e pargrafo nico);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinao com o art. 223 caput, e pargrafo
nico);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, 1);
j) envenenamento de gua potvel ou substncia alimentcia ou medicinalqualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Cdigo Penal;
m) genocdio (arts. 1, 2 e 3 da Lei n 2.889, de 1 de outubro de 1956), em
qualquer de sua formas tpicas;
n) trfico de drogas (art. 12 da Lei n 6.368, de 21 de outubro de 1976);
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Art. 4 O art. 4 da Lei n 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acrescido da
alnea i, com a seguinte redao:
"Art. 4 ...............................................................
i) prolongar a execuo de priso temporria, de pena ou de
medida de segurana, deixando de expedir em tempo oportuno ou
de cumprir imediatamente ordem de liberdade;"
Art. 5 Em todas as comarcas e sees judicirias haver um planto permanente
de vinte e quatro horas do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico para apreciao
dos pedidos de priso temporria.
Art. 6 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.
Art. 7 Revogam-se as disposies em contrrio.
Braslia, 21 de dezembro de 1989; 168 da Independncia e 101 da Repblica.
Podem requerer a priso temporria o MP e o delegado. O juiz no
pode decreta-la de ofcio. A priso temporria s cabvel na fase do inqurito
policial. O juiz deve decidir dentro do prazo de 24 horas a contar do recebimento
do requerimento ou representao.
Entende-se que deve-se combinar os requisitos dos incisos I ou II do
art. 1 com algum crime estipulado no inciso III.
O prazo de sua durao de 5 dias prorrogveis por mais 5.
Tratando-se de crimes hediondos (lei 8.072), o prazo de 30 dias prorrogveis por
mais 30.
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Lei 8072/90
Art. 1oSo considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Cdigo Penal, consumados ou tentados:
I - homicdio (art. 121), quando praticado em atividade tpica de grupo de extermnio, ainda
que cometido por um s agente, e homicdio qualificado (art. 121, 2o, I, II, III, IV e V); II - latrocnio
(art. 157, 3o, in fine); III - extorso qualificada pela morte (art. 158, 2o);
IV - extorso mediante seqestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e lo, 2oe 3o);
V - estupro (art. 213, capute 1oe 2o); VI - estupro de vulnervel (art. 217-A, capute
1o, 2o, 3oe 4o); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, 1o). VII-A (VETADO)
VII-B - falsificao, corrupo, adulterao ou alterao de produto destinado a finsteraputicos ou medicinais (art. 273, capute 1o, 1o-A e 1o-B, com a redao dada pela Lei no
9.677, de 2 de julho de 1998).
Pargrafo nico. Considera-se tambm hediondo o crime de genocdio previsto nos arts. 1o,
2oe 3oda Lei no2.889, de 1ode outubro de 1956, tentado ou consumado.
Art. 2 Os crimes hediondos, a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas
afins e o terrorismo so insuscetveis de:
I - anistia, graa e indulto;
II - fiana.
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JUSTIA FEDERAL
Art. 109. Aos juzes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a Unio, entidade autrquica ou empresa pblica federal forem
interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes, exceto as de falncia, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Municpio ou pessoa
domiciliada ou residente no Pas;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da Unio com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
IV - os crimes polticos e as infraes penais praticadas em detrimento de bens, servios ou
interesse da Unio ou de suas entidades autrquicas ou empresas pblicas, excludas as
contravenes e ressalvada a competncia da Justia Militar e da Justia Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou conveno internacional, quando, iniciada a execuo no
Pas, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o 5 deste artigo; (Includo pela
Emenda Constitucional n 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organizao do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econmico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matria criminal de sua competncia ou quando o
constrangimento provier de autoridade cujos atos no estejam diretamente sujeitos a outra
jurisdio;
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VIII - os mandados de segurana e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competncia dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competncia da
Justia Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanncia irregular de estrangeiro, a execuo de carta
rogatria, aps o "exequatur", e de sentena estrangeira, aps a homologao, as causas
referentes nacionalidade, inclusive a respectiva opo, e naturalizao;
XI - a disputa sobre direitos indgenas.
1 - As causas em que a Unio for autora sero aforadas na seo judiciria onde tiver
domiclio a outra parte.
2 - As causas intentadas contra a Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou
onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
3 - Sero processadas e julgadas na justia estadual, no foro do domiclio dos segurados ou
beneficirios, as causas em que forem parte instituio de previdncia social e segurado, sempre
que a comarca no seja sede de vara do juzo federal, e, se verificada essa condio, a lei poder
permitir que outras causas sejam tambm processadas e julgadas pela justia estadual.
4 - Na hiptese do pargrafo anterior, o recurso cabvel ser sempre para o Tribunal
Regional Federal na rea de jurisdio do juiz de primeiro grau.
5 Nas hipteses de grave violao de direitos humanos, o Procurador-Geral da Repblica,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigaes decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poder suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justia, em qualquer fase do inqurito ou processo, incidente de deslocamento de competncia
para a Justia Federal.(Includo pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)
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Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituir uma seo judiciria que ter
por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
Pargrafo nico. Nos Territrios Federais, a jurisdio e as atribuies cometidas aos juzes
federais cabero aos juzes da justia local, na forma da lei.
Em linhas gerais, no mbito penal, a Justia Federal competente
para julgar os crimes polticos e as infraes penais praticadas em detrimento de
bens, servios ou interesses da Unio, suas Autarquias, Empresas Pblicas
Federais ou Fundaes Pblicas Federais, excludas as contravenes e
ressalvada a competncia da Justia Militar e da Justia Eleitoral.
Casos especiais
a) infraes penais que ofendam Sociedades de Economia Mista sero
julgadas pela Justia Comum Estadual.
b) Contravenes penais sempre sero julgadas pela justia comum.
c) Crime que figure como autor ou vtima indgena competncia da justia
comum (Smula 140 do STJ). Apenas crimes envolvendo direitos indgenas
so da competncia da Justia Federal.
d) Compete justia federal processar e julgar os crime praticados contra
funcionrio pblico federal quando relacionados com o exerccio da funo
Smula 147 do STJ.
e) Smula 522/STF: SALVO OCORRNCIA DE TRFICO PARA O
EXTERIOR, QUANDO, ENTO, A COMPETNCIA SER DA JUSTIA
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FEDERAL, COMPETE JUSTIA DOS ESTADOS O PROCESSO E
JULGAMENTO DOS CRIMES RELATIVOS A ENTORPECENTES
f) Crime de falsificao de certificado de concluso de estabelecimento
particular de ensino: i) para o STJ justia comum estadual (smula 104);
ii) para o STF, se a entidade particular for de ensino superior justia
federal.
g) Desvio de verbas federais: i) se a verba, ao ser desviada, j tinha se
incorporado definitivamente ao patrimnio do Estado ou do Municpio
justia estadual (smula 209 STJ); ii) se a verba, ao ser desviada, ainda
no tinha se incorporado definitivamente ao patrimnio do Estado ou do
Municpio justia federal (Smula 208 STJ).
LUGAR DA INFRAO
Nos crimes de ao penal pblica, o art. 70 do CPP estipula que a
competncia ser determinada, em regra, pelo lugar onde a infrao se
consumou. Nos casos de tentativa, a competncia ser determinada pelo lugar
em for praticado o ltimo ato de execuo.
Nos crimes de exclusiva ao privada, o querelante poder preferir o
foro de domiclio ou da residncia do ru.
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CASOS ESPECIAIS
a) crimes permanentes e continuados a competncia ser determinada pela
preveno.
b) Incerteza de limites preveno.
c) Estelionato cheque sem fundo praa do cheque (smula 244 STJ).
d) Estelionato falsificao de assinatura local onde obteve a vantagem
(smula 48 STJ).
e) Execuo no Brasil e consumao no exterior Brasil ltimo ato de
execuo.
f) Execuo no exterior e consumao no Brasil lugar no Brasil onde
ocorreu o resultado.g) Execuo e consumao no exterior ao na capital do estado onde
houver residido por ltimo no Brasil ou , se nunca houver residido no Brasil,
na capital federal.
h) Crime em aeronaves e navios
a. Chegando ao Brasil primeiro porto.
b. Saindo do Brasil ltimo porto.
c. Havendo duvido preveno.
i) Homicdio e aborto lugar da ao ou omisso criminosa e no da
consumao.
j) Infrao de menor potencial ofensivo competncia do local da infrao e
no da consumao (lei 9.099/95).
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DOMICLIO OU RESIDNCIA DO RU
Nos crimes de ao pblica, no sendo conhecido o lugar da
infrao, a competncia ser determinada pelo domiclio ou residncia do ru.
DISTRIBUIO
PREVENO
Quando dois ou mais juzes forem igualmente competentes para
julgar determinada causa, a competncia ser determinada pela preveno, isto ,aquele que primeiro tomar conhecimento do processo que ser o competente.
Ex: distribuio de inqurito, decretao de priso preventiva, concesso de fiana
ou determinao de diligncia. Exceo: hbeas corpus.
PRERROGATIVA DE FUNO
Determinadas pessoas, em razo do cargo ou da funo pblica,
possuem foro especial ou por prerrogativa de funo.
RGO CRIMES COMUNS CRIMES COMUNS E DE
RESPONSABILIDADE
STF Presidente da repblica Ministros de Estado
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Membros do congresso
nacional
Ministros do STF
PGR
AGU
Comandantes FA
Ministros tribunais superiores
Ministros TCU
Chefes de misses diplomricas
RGO CRIMES COMUNS CRIMES COMUNS E DE
RESPONSABILIDADE
STJ Governadores de estados e
DF
Desembargadores dos TJs e DF
Membros dos TRFs, TERs,
TRTs
Membros TCEs e DFMembros TC de municpios
Membros do MPU
DEPUTADOS
ESTADUAIS EDISTRITAIS
Crimes de competncia
estadual
TJ
Crimes de competncia
federal
TRF
Crimes eleitorais TER
Crimes de
responsabilidade
Assemblia Legislativa
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PREFEITOS Crimes de competncia
estadual
TJ
Crimes de competncia
federal
TRF
Crimes eleitorais TER
Crimes de
responsabilidade
Cmara de Vereadores
JUZES Julgados pelos Tribunais
a que estiverem
vinculados.
Exceo Crimes eleitorais TER
MPDFT
Promotores TRF
Procuradores - STJ
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CONEXO
Quando uma causa estiver relacionada a outra os processos sero
reunidos.
CONTINNCIA
Ocorre quando uma causa est contida em outra, como por exemplo,
quando o acusado comete mais de um crime numa mesma situao (concurso
formal).
REGRAS DE ATRAO
JUSTIA COMUM X JUSTIA ESPECIAL JUSTIA ESPECIAL
JUSTIA ESTADUAL X JUSTIA FEDERAL JUSTIA FEDERAL
JUSTIA COMUM X JRI JRI.
SEPARAO OBRIGATRIA
JUSTIA COMUM X JUSTIA MILITAR
JUSTIA COMUM X JUSTIA DA INFNCIA E DA JUVENTUDE
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DAS PROVAS
Provas so todos aqueles elementos que se destinam a formar a
convico do juiz acerca de um fato considerado relevante para o processo.
Podem ser objeto de prova os fatos, as circunstncias e as
alegaes referentes ao litgio que se mostram importantes para o deslinde da
causa.
No dependem de prova:
a) Fatos axiomticos (evidentes)
b) Fatos notrios (de conhecimento amplo e geral da nao)
c) Fatos inteis (no influenciam na deciso da causa)
d) Presunes legais: no dependem de prova. No confunda com as
presunes humanas, pois estas precisam ser provadas.
e) As presunes legais se subdividem em: i) absolutas ou iure ET de iure
(no admitem prova em contrrio. Ex: a inimputabilidade de menores de 18
anos); ii) relativa ou iuris tantu (admitem prova em contrrio). Ex: comprovar
a falsidade de uma certido emitida por um funcionrio pblico.
f) No processo penal, diferentemente do processo civil, at mesmo os fatos
incontroversos precisam ser provados.
O nus (a responsabilidade) da prova incumbe a quem alega. No
processo penal cabe acusao fazer prova da conduta criminosa que se imputa
ao acusado. Entretanto, a defesa dever provar as alegaes que fizer acerca da
conduta do acusado, como a legtima defesa por exemplo.
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SISTEMAS DE APRECIAO DE PROVAS
SISTEMA DAS PROVAS LEGAIS OU TARIFADO OU DA CERTEZA MORAL DO
LEGISLADOR
Para esse sistema, que existiu na idade mdia, s se admitiam as
provas que estivessem expressamente previstas em lei. Alm disso, cada prova
possua um valor, sendo que a confisso era a rainha das provas.
SISTEMA DA NTIMA CONVICO OU DA CERTEZA MORAL DO JULGADOR
Surgiu no sculo XVIII para afirmar que o juiz deveria julgar combase na sua ntima convico, ainda que isso contrariasse todas as provas. Nesse
sistema, o juiz no precisa nem fundamentar suas decises. Ex: os jurados no
Tribunal do Jri.
SISTEMA DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO OU DA PERSUASO
RACIONAL
o sistema adotado como regra no Brasil. Nesse sistema, o juiz
livre para julgar de acordo com as provas que constam do processo. Disso
decorrem trs conseqncias:
a) O juiz s pode levar em considerao as provas que esto no processo.
b) No existe hierarquia entre as provas.
c) Todas as decises do juiz devem ser fundamentadas.
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SISTEMA DAS ORDLIAS
Foi predominante durante a antiguidade. Por esse sistema, o juiz no
faria valorao das provas, apenas declarava seu resultado. Ex: jogava-se o
acusado no rio com um peso amarrado em seu corpo. Se afundasse era culpado.
PROVAS EM ESPCIE
EXAME DE CORPO DE DELITO
Significa o conjunto de vestgios deixados pelo crime, ou seja,aquelas alteraes no mundo exterior provocadas pelo delito, como sangue,
leses,livros contbeis, estilhaos de vidro, projtil, arma etc.), referindo-se,
portanto, materialidade do delito. Caractersticas principais:
a) obrigatria sua realizao quando a infrao deixar vestgios, sob pena
de nulidade (art. 158 do CPP);
b) A sua falta no poder ser suprida pela confisso do acusado.
c) Caso os vestgios j tenham desaparecido, a falta desse exame poder ser
suprida pela prova testemunhal.
d) O exame de corpo de delito classifica-se em
a. Direto quando realizado diretamente pelos peritos sobre o prprio
objeto de prova.
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b. Indireto a prova testemunhal, realizada nas hipteses em que os
vestgios j desapareceram.
e) Poder ser feito em qualquer dia e horrio art. 161 do CPP.
A partir de 2008, o exame de corpo de delito, assim como as outras
percias, ser realizado por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
Isso significa que no mais se exigem 2 (dois) peritos oficiais para realizao das
percias no processo penal, mas apenas 1 (um) nos termos do art. 159 do CPP.
PERITOS
A regra consiste em nomear 1 (um) perito oficial. Em sua falta,admitem-se os chamados peritos no oficiais ou louvados, que sero duas
pessoas idneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de
preferncia, dentre as que tiverem habilitao tcnica relacionada com a natureza
do exame..
O laudo pericial deve ser elaborado no prazo mximo de 10 (dez)
dias, podendo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos
(art. 160 CPP).
Nos termos do art. 159, o MP, o assistente de acusao, o ofendido,
o querelante e o acusado podero, alm de formular quesitos, indicar assistentes
tcnicos.
Como regra, as percias realizadas durante a fase do inqurito
policial no sero refeitas em juzo, possuindo valor judicial. O contraditrio,
entretanto, ser realizado posteriormente, durante a fase processual.
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AUTOPSIA OU NECROPSIA
o exame realizado no cadver e visa descobrir a causa da morte.
D origem ao laudo de exame cadavrico ou laudo necroscpico.
Dever ser feito pelo menos seis horas depois do bito, salvo se os
peritos julgarem que poder ser feito antes daquele prazo.
Em caso de morte violenta, bastar o simples exame externo do
cadver, quando no houver infrao penal que apurar, ou quando as leses
externas permitirem precisar a causa da morte.
EXUMAO
Significa desenterrar o cadver. Exige-se que se lavre o auto de
exumao. Pode ser determinada tanto pela autoridade policial quanto pela
autoridade judicial.
Havendo dvida quanto identificao do cadver exumado, far-se-
o reconhecimento pelo Instituto de Identificao.
LESES CORPORAIS
No caso de leses corporais, tendo em vista que se trata de um
crime que deixa vestgios, dever ser realizado o exame de corpo de delito. Caso
o primeiro exame pericial tenha sido incompleto, deve-se realizar um exame
complementar (art. 168 do CPP). Ex: no caso do art. 129 do Cdigo Penal (leso
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corporal grave na qual resulta incapacidade para as atividades habituais por mais
de trinta dias).
A falta do exame complementar poder ser suprida pela prova
testemunhal.
EXAME PARA RECONHECIMENTO DE ESCRITOS OU GRAFOTCNICOS ART.
174 DO CPP
Tem por finalidade descobrir a autenticidade de escritos ou
documentos.
Ressalte-se que o indiciado no est obrigado a escrever qualquer
coisa para fornecer elementos para o exame.
OBSERVAES
O juiz no est adstrito ao laudo pericial, podendo aceit-lo ou
rejeit-lo no todo ou em parte.
Com exceo do exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial poder negar a percia requerida pelas partes quando esta no for
necessria ao esclarecimento da verdade.
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INTERROGATRIO
o conjunto de perguntas dirigidas pelo juiz ao acusado sobre a
imputao que lhe feita.
composto de duas partes: i) perguntas sobre a pessoa; ii)
perguntas sobre o fato. ainda tanto meio de prova quanto de defesa.
Caractersticas
a) Ato personalssimo dirigido ao acusado somente o acusado pode ser
interrogado.
b) Terceiros podem assistir ao interrogatrio, exceto nos casos de segredo de
justia.
c) As partes tm direito a reperguntas, devendo estar presentes.d) A exigncia de contraditrio s vale para a fase judicial, para a policial no.
e) Trata-se em regra de ato oral com duas excees: i) surdos: as perguntas
so feitas por escrito, a resposta oral; ii) mudos: as perguntas so orais e
as respostas escritas; iii) surdos-mudos: perguntas e respostas por escrito.
f) A qualquer tempo o juiz poder realizar novo interrogatrio art. 196.
g) O acusado poder permanecer em silncio durante seu interrogatrio,
sendo que seu silncio no poder ser interpretado em seu prejuzo art.
186.
h) O acusado tem o direito de entrevista reservada com seu defensor.
i) O interrogatrio do preso ser realizado em sala prpria, no
estabelecimento em que estiver recolhido o acusado, garantida a
segurana de todos. Essa a regra do art. 185.
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PROVA TESTEMUNHAL
Toda pessoa, em regra, pode ser testemunha no processo penal.
Isso quer dizer que, em princpio, a testemunha no pode se eximir da obrigao
de depor.
O art. 206, porm, explicita que o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cnjuge, ainda que separado judicialmente, o irmo, pai, me,
filho adotivo do acusado podem recusar-se a depor.
No art. 207 esto as pessoas proibidas de depor:
a) As que, em razo de sua funo, ministrio, ofcio ou profisso devam
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
dar seu testemunho.As perguntas so feitas pelas partes diretamente s testemunhas,
podendo, entretanto, o magistrado intervir para indeferir perguntas que possam
induzir resposta que no tiverem relao com a causa ou importarem na repetio
de outra j respondida.
possvel a realizao de interrogatrio por videoconferncia
excepcionalmente, aps deciso fundamentada do juiz para atender a uma das
seguintes finalidades:
I prevenir risco segurana pblica, quando exista fundada suspeita de que o
preso integre organizao criminosa ou de que possa fugir durante o
deslocamento.
II viabilizar a participao do ru no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em juzo, por outra razo, por
enfermidade ou outra circunstncia pessoal.
III - Impedir a influncia do ru no nimo de testemunha ou da vtima.
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IV responder gravssima questo de ordem pblica.
DOS PROCEDIMENTOS
O processo um conjunto de atos logicamente ligados e dirigidos a
uma sentena. J o procedimento a forma como os atos processuais sero
praticados.
No processo penal, temos os procedimentos comuns, no qual esto
includos os procedimentos ordinrio, sumrio ou sumarssimo, e os
procedimentos especiais, que decorrem de crimes especficos.
Procedimentos Modalidades CabimentoComum Ordinrio Crimes cuja pena
mxima seja = ou > 4
anos
Sumrio Crimes cuja pena seja