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DIREITOS HUMANOS

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DIREITOS HUMANOS

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL FUNDAÇÃO ESCOLA DE GOVERNO DE MATO GROSSO DO SUL

ESCOLAGOV

DIREITOS HUMANOS

CAMPO GRANDE – MS 2017

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SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO E DESBUROCRATIZAÇÃO

FUNDAÇÃO ESCOLA DE GOVERNO DE MATO GROSSO DO SUL

Av. Mato Grosso, 5778, Bloco 2, Parque dos Poderes. CEP: 79.031-001 • Campo Grande - MS

Fone/fax: (67) 3321- 6104

REINALDO AZAMBUJA SILVA Governador do Estado de Mato Grosso do Sul

CARLOS ALBERTO DE ASSIS

Secretário de Estado de Administração e Desburocratização

WILTON PAULINO JÚNIOR Diretor-Presidente da Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul

SILVANA MARIA MARCHINI COELHO

Gerente de Qualificação e Formação de Recursos Humanos da Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul

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Permitida a reprodução total ou parcial desde que não se destine para fins comerciais e que seja citada a fonte

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. ORIENTAÇÕES PARA OS(AS) PARTICIPANTES

Prezado (a) participante,

É com muita satisfação que recebemos você na Fundação Escola de Governo de

Mato Grosso do Sul – ESCOLAGOV. A seguir apresentamos algumas informações básicas de como proceder em algumas

situações do seu dia-a-dia. O período em que você estiver conosco será marcado pela troca de experiências e

aprendizagens. Assim como você, outras pessoas estarão frequentando os cursos oferecidos nesta

Instituição. Nossa equipe estará a sua disposição para quaisquer outros esclarecimentos quanto

ao funcionamento da ESCOLAGOV. Seja bem-vindo! Estamos torcendo pelo seu sucesso.

1.1. Quem pode fazer os cursos da Escola de Governo? Os cursos do catálogo da Escolagov-MS são destinados prioritariamente aos (às) servidores (as) públicos (as) estaduais, podendo, no entanto, caso a atividade esteja prevista em algum programa de parceria, ter suas vagas destinadas também aos (às) servidores (as) municipais e aos (às) federais ou a indicações da sociedade civil. 1.2. Qual é o custo dos cursos do Catálogo da ESCOLAGOV-MS para os (as) servidores (as)? Os cursos geralmente são gratuitos, tanto para servidores (as) efetivos (as) e comissionados (as), podendo, no entanto, ocorrer algum tipo de cobrança caso se verifique a necessidade de complementação de seus custos devido à insuficiência orçamentária. 1.3. Qual é a carga horária dos cursos? A carga horária dos cursos será de acordo com a área (turmas abertas) e a demanda das instituições (turmas fechadas). Os (As) instrutores (as) convocados (as) serão comunicados (as) com antecedência para adequar a carga horária de acordo com a demanda. 1.4. Onde encontrar informações sobre a programação de cursos e inscrições? No site da Escola de Governo www.escolagov.ms.gov.br clique no banner Cursos Escolagov, ao abrir a nova janela aparecerá uma lista com os cursos e respectivas turmas disponíveis. Para ter acesso as informações e inscrição crie um cadastro, caso ainda não possua, preencha com as informações de identificação e dados funcionais, então faça a inscrição no curso pretendido com a devida justificativa. 1.5. Quais são as regras para a participação nos cursos? Para a participação nos cursos, devem ser observadas as seguintes regras:

A frequência mínima exigida para certificação é de 75% da carga horária total dos cursos.

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Somente as faltas nas disciplinas transversais podem ser justificadas e o (a) servidor (a) será orientado (a) para fazer a disciplina em outro curso. O cumprimento da carga horária destinada aos temas transversais é obrigatório para a certificação.

Caso o (a) servidor (a) já tenha participado de alguma disciplina transversal, deverá informar a coordenação do curso, por escrito, quando e em qual curso cumpriu a carga horária.

Em caso de desistência do curso, o (a) servidor (a) deverá imprimir o Formulário de Justificativa da Desistência, encontrado no site www.escolagov.ms.gov.br, preenchê-lo, solicitar a assinatura da chefia imediata e entregar na Fundação Escola de Governo. Sem esse procedimento o (a) servidor (a) só será selecionado quando houver vagas não preenchidas.

Em caso de desistência em até 03 (três dias) antes do início do curso, o (a) servidor(a) NÃO precisa apresentar uma justificativa formal, MAS deverá entrar em contato com a coordenação do curso para informar a desistência. Caso não faça a comunicação, incidirá as penalidades de desistente sem justificativa.

O certificado será expedido em até 30 dias após a conclusão do curso e o (a) servidor (a) poderá retirá-lo na sede da ESCOLAGOV-MS.

A avaliação da aprendizagem será processual e definida pelo(a) instrutor (a) no plano de curso. Em alguns cursos o aproveitamento dos (as) participantes será avaliado mediante uma média final.

Os dirigentes dos órgãos públicos serão informados a respeito do aproveitamento que seus respectivos servidores obtiverem nos cursos.

1.6. Como obter o material didático (apostilas, livros, textos) utilizados nos cursos? As apostilas e textos ficam disponibilizados no site www.escolagov.ms.gov.br, acessando o link “Download”, “Apostilas” para os (as) servidores (as) matriculados (as) nos cursos. Os (As) mesmos (as) deverão imprimir o seu material e encaderná-los se achar necessário.

Em alguns casos, o instrutor poderá indicar o material didático que deverá ser adquirido pelo aluno.

Outra maneira de obter o material é pelo seu cadastro no site www.escolagov.ms.gov.br acessando o banner Cursos Escolagov, faça o login com o seu CPF e senha, na guia cursos Cursos, acesse o link Visualizar Matrícula, onde encontrará o link para baixar o material do curso.

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DIREITOS HUMANOS

Instrutor : Dr. Rodrigo Zoccal Rosa

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• O direito não exprime a verdade absoluta: a sua verdade é apenas relativa e mede-se pelo seu fim. E assim é que o direito não só pode mas deve mesmo ser infinitamente variado.”(Rudolf Von Jhering – A Evolução do Direito)

• Moisés (séc. XIII a.C.) subiu ao alto do Sinai para elevar o espírito e trazer consigo a palavra inscrita no Decálogo, seguindo-se o

• Pentateuco, cujo quinto livro, o Deuteronômio, é uma consolidação das antigas leis imemoriais acrescidas da sua experiência como estadista, resultando no estabelecimento do ordenamento jurídico dos hebreus.

• Com a Lei das XII Tábuas, considerada como a origem dos textos escritos, a lei deixa de possuir uma condição essencialmente sagrada, exprimindo-se através de um código sucinto e extremamente autoritário, ao menos no mundo romano, o seu caráter de universalidade.

• “Não se fará coisa alguma sem a prévia consulta aos Áugures.” (1); “0 povo deve acreditar nos Magistrados. “ (IV); “As leis são imparciais.” (V); “A guerra não será feita sem previa consulta aos comícios.” (VI); “Aquele que matar o pai ou a mãe, terá a cabeça cortada.” (IX); “Não se deve dizer coisas desonestas na presença das senhoras. “ (X); “Deve-se andar na cidade com a túnica até os calcanhares.” (XI); “É lícito matar os que nascem monstruosos” (XII); “Compartilhe a mulher, com o marido, das coisas existentes no seu lar.” (XV); “É lícito ao marido e aos irmãos castigar convenientemente a mulher adúltera” (XVII); “Se uma mulher se embriaga em sua casa, será punida como se tivesse sido encontrada em adultério.” (XVIII); “Seja lícito ao pai e a mãe banir , vender e matar os próprios filhos.” (XIX) etc.

• (Lei das XII TábuaS)

• A “Magna Carta” (Magna Charta Libertatum) constituiu num importante avanço, uma vez inegável a sua influência em todas as constituições modernas.

• Entre as mais importantes estão as consignadas nos Artigos 48 e 49:

• “48) Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado dos seus bens, costumes e liberdades, senão em virtude de julgamento de seus Pares segundo as leis do país.

• 49) Não venderemos, nem recusaremos, nem dilataremos a quem quer que seja, a administração da justiça. ”

AULA 1: EVOLUÇÃO E CONCEITO DOS DIREITOS HUMANOS

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• Entre outras garantias, a Magna Carta estabelecia a proporcionalidade entre delito e sanção, a previsão do devido processo legal, o livre acesso à Justiça.

• A partir desse divisor de águas na relação de poder entre governantes e governados, que ensejaria a derrocada do absolutismo, a burguesia europeia, então emergente, assumiu posições cada vez mais exigentes para com seus dirigentes.

• “Petition of Right”, de 1628, elencava diversas proteções tributárias que garantiam a liberdade do indivíduo em hipótese de inadimplência.

• O Habeas Corpus Amendment Act, de 1679, regulamentava esse instituto jurídico de garantia pessoal anteriormente previsto na Common Law.

• Em 1689 surgiu a “Declaração de Direitos” (BilI of Rights), dotada de 13 artigos que cristalizavam e consolidavam os ideais políticos do povo inglês, expressando significativas restrições ao poder estatal, regulamentando o principio da legalidade.

• A “Declaração de Virgínia”, de 1716, proclamava, entre outros direitos, o direito à vida , à liberdade e à propriedade, prevendo o princípio da legalidade, o devido processo lega[, o Tribunal de Júri, o principio do juiz natural e imparcial, a liberdade religiosa e de imprensa, antecipando-se em pouco mais de um mês à “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”, esta última redigida por Thomas Jefferson a partir de trabalho conjunto com Benjamin Franklin e John Adams, tendo como diapasão a limitação do poder estatal, sendo proclamada em reunião do Congresso de 4 de julho de 1776, ambas antecedendo em alguns anos a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” editada na França.

• Constitui a primeira declaração de direitos fundamentais, em sentido moderno.

• Inspirada nos pensamentos dos iluministas, bem como na Revolução Americana (1776), a Assembleia Nacional Constituinte da França revolucionária aprovou em 26 de agosto de 1789 e votou definitivamente a 2 de outubro a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sintetizado em dezessete artigos e um preâmbulo dos ideais libertários e liberais da primeira fase da Revolução Francesa (1789-1799). Pela primeira vez são proclamados as liberdades e os direitos fundamentais do homem de forma econômica, visando abarcar toda a humanidade. Ela foi reformulada no contexto do processo revolucionário numa segunda versão, de 1793. Serviu de inspiração para as constituições francesas de 1848 (Segunda República Francesa) e para a atual, e também foi a base da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pelas Nações Unidas.

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PRECEDENTES HISTÓRICOS MAIS MODERNOS

1- DIREITO HUMANITÁRIO- Séc XIX- Conj. de normas internacionais que são aplicados com a

finalidade de estabelecer limites à atuação dos Estados em caso de conflito armado.Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Essencialmente regido pelas Conv. De Genebra e Protocolos Adicionais.

2- LIGA DAS NAÇÕES- 1920-Sua Convenção continha previsões genéricas de Ds. Humanos.

3-OIT- Organização Internacional do Trabalho1919- Sua criação, no pós guerra, teve como objetivo a formação de um D. internacional dos Ds. Humanos de proteção ao trabalhador. 4- HOLOCAUSTO (1939-1945)- Finda a 2ª. Guerra e em decorrência de seus horrores, a sociedade internacional viu-se obrigada a iniciar a construção normativa de tutela dos Ds. Humanos.

O genocídio do Holocausto (cerca de 11 milhões de pessoas) foi o fato gerador do moderno sistema internac. de proteção dos Ds. Humanos.

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ONU E A ESTRUTURA NORMATIVA DO SISTEMA DE PROTEÇÃO

5- ONU- ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS-1945. Criação e proclamação da Declaração Universal dos Ds. Humanos- 1948.

A FALTA DE SOLUÇÃO PARA UM CASO CONCRETO NO SISTEMA REGIONAL NÃO OBSTA OU IMPEDE A VÍTIMA DE SE DIRIGIR ÀS NAÇÕES UNIDAS PARA VINDICAR O MESMO DIREITO, QUANDO PREVISTO NO SISTEMA GLOBAL.

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DS. HUMANOS- NOÇÕES GERAIS O termo Ds. Humanos está ligado ao Direito Internacional Público; São Ds. Garantidos por normas de internacionais, através de declarações, convenções ou tratados celebrados entre Estados (civis e políticos; econômicos, sociais e culturais, etc. ) Tais normas podem ser do sistema global ou “ousiano” (ONU) ou dos sistemas regionais de proteção (europeu, africano, interamericano).

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FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA Em se tratando de proteção de Ds. Humanos não importa a nacionalidade da vítima, mas a violação do direito. Assim:

EXEMPLOS: Bolivianos com direito humanos violados no Brasil- Sistema Interamericano de Ds. Humanos- Competência da Comissão e Corte Interamericanas de Direitos Humanos; Violação de Direitos humanos de brasileiro na Guiana Francesa- Sistema Europeu de Direitos Humanos- Competência da Corte Europeia de Direitos Humanos. CONCEITOS DS. HUMANOS: direitos previstos em normas internacionais, em tratados, declarações e Convenções; DIREITOS FUNDAMENTAIS: Direitos Humanos positivados nas Constituições Federais. DIREITOS DO HOMEM: expressão jusnaturalista que compreende os direitos inerentes aos seres humanos e não escritos. CONCLUSÃO “Os direitos dos homens, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, nascidos em circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas” (Norberto Bobbio – A era dos Direitos). “Do ponto de vista teórico, sempre defendi - e continuo a defender, fortalecido por novos argumentos - que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas.” (Norberto Bobbio - A Era dos Direitos).

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Art. 3º CF: Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º CF: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: (...) II - prevalência dos direitos humanos; TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

AULA 2: STATUS DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL E SUA PROTEÇÃO

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EMENDA CONSTITUCIONAL NO. 45 incorpora o parágrafo 3º. Na CF: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Com a Emenda Constitucional nº 45 e com a decisão do STF, em 2008, nos RE 466.343-SP e RE 349.703-RS, a controvérsia sobre a hierarquia dos tratados, que se estendia há décadas, chegou a uma solução. Os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos, ou terão status constitucional, se aprovados por quorum qualificado, igual ao exigido para emenda constitucional e em dois turnos, ou terão status supralegal, se a incorporação ocorreu antes da referida emenda. São duas as possibilidades atualmente reconhecidas pelo STF:

a) hierarquia (equivalente) de emenda constitucional, no caso dos tratados de direitos humanos incorporados mediante observância do rito estabelecido pelo parágrafo 3º do artigo 5º da CF;

b) hierarquia supralegal, aplicável aos tratados de direitos humanos ratificados pelo sistema convencional, por meio de Decreto Legislativo aprovado com maioria simples;

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RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL NATUREZA JURÍDICA:

1- doutrina subjetiva: culpa ou dolo do Estado violador.

2- doutrina objetiva: independe da vontade do Estado violador. Basta o fato e o nexo causal entre a violação do Estado e o dano.

Prevalência do doutrina objetiva. Artigo 44- PACTO SAN JOSE DA COSTA RICA Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade nãogovernamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado Parte. Artigo 45.2 As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por um Estado Parte que haja feito uma declaração pela qual reconheça a referida competência da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma comunicação contra um Estado Parte que não haja feito tal declaração. Artigo 46 1.Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário: que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos; que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva; que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional; e que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição. 2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando: não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados; não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; e Houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.

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A

proteção dos direitos humanos, com um sistema global de proteção. Os esforços globais, sem sombra de dúvidas, foram bem vindos nesta causa, mas, as peculiaridades de cada região do globo exigiam que, para assegurar a tutela destes direitos, era preciso que se conhecesse, em âmbito regional, a realidade sociopolítica e cultural destas regiões, para criar um sistema eficaz para assegurar a tutela destes direitos. A princípio, o primeiro sistema regional de proteção aos direitos humanos a existir, foi o europeu, que nasce com a Convenção Europeia dos Direitos Humanos de 1950, que instituiu o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. A Organização dos Estados Americanos foi fundada em 30 de abril de 1948, constituindo-se como um dos organismos regionais mais antigos do mundo, sendo fundada três anos após a criação da ONU. Com 21 países signatários, entre eles o Brasil, reunidos em Bogotá, Colômbia, assinaram a Carta da Organização dos Estados Americanos, onde a organização definia-se como um organismo regional dentro das Nações Unidas. Os países-membros se comprometiam a defender os interesses do continente americano, buscando soluções pacíficas para o desenvolvimento econômico, social e cultural. O Sistema Interamericano, nasce por força da Convenção Interamericana dos Direitos Humanos de 1992, também chamada de Pacto de San José de Costa Rica.

AULA 3: SISTEMA REGIONAL DA CONVENÇÃO AMERICANA DOS DIREITOS HUMANOS

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O Pacto de San José da Costa Rica, é fruto de uma evolução histórica do subcontinente latino-americano, com o ideal de modificar o cenário de miséria e regimes instáveis, que sempre marcaram a região. Este anseio do pacto torna-se bastante evidente quando a Convenção Interamericana preocupa-se com as condições sociais dos indivíduos. Também conhecida como Convenção Americana de Direitos Humanos, traz, em seu texto, um acervo de 81 artigos, incluindo disposições transitórias, tendo por base a declaração universal dos direitos do homem (1948), dispondo sobre direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, meios de proteção, funcionamento da corte interamericana de direitos humanos, dentre outros assuntos. Foi assinado no ano de 1969, na cidade de San Jose, Costa Rica, por inicialmente 11 integrantes. O Brasil apenas o aprovou, pelo Congresso Nacional, em 26 de maio de 1992, por meio do Decreto legislativo nº 27, e o ratificou, também em 1992, por meio do Decreto nº 678, passando a cumpri-lo no seu ordenamento interno. A alegação para a demora residia na argumentação de que éramos soberanos e estaríamos sendo regidos por normas internacionais. No entanto, com a incorporação, a questão passou a ser o status conferido ao pacto de san Jose da Costa Rica, se este teria ou não caráter constitucional. Como a jurisprudência consolidada do STF conferia o status de lei ordinária aos tratados internacionais, logo, para a corte, disposições da convenção não poderiam derrubar normas constitucionais. O Pacto de San José de Costa Rica, possui eficácia em território nacional, como norma supralegal, pela forma em que foi aprovado, e acordo com as decisões mais modernas do STF sobre o assunto.

Para aqueles que entendem que o Pacto de San Jose ingressa no Ordenamento pátrio pelo artigo 5º., parágrafo 2º. da CF, seu status é constitucional e não supralegal.

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1919 – Convenção da OIT 1924 – Carta da Liga das Nações: Obj. de proteção 1948 – Declaração Universal dos Direitos do Homem 1959 – Declaração dos Direitos da Criança: Suj. de Ds. 1985 – Regras Mínimas das Nações para a Administração da Justiça da Infância e Juventude – Regras de Beijing: 1 – Prisão do adolescente como último recurso 2 – excepcionalidade e brevidade 1989 – Convenção dos Direitos da Criança

NO BRASIL:

1988 – Constituição Federal – art. 227 e 228 1990: ECA – Princípios: Da Proteção Integral

Da absoluta prioridade

Do Superior Interesse

AULA 4: DIREITOS DA INFÂNCIA E O DIREITO FUNDAMENTAL À EDUCAÇÃO

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EIXOS DO ECA:

SISTEMA PRIMÁRIO DE GARANTIAS UNIVERSAIS

SISTEMA SECUNDÁRIO DE PROTEÇÃO ESPECIAL: ARTS. 98 A 101

SISTEMA DE GARANTIAS A ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI

BREVE BREVE RETROSPECTO HISTÓRICO Nas escolas alemãs os professores foram treinados para transmitir a ideologia nazista. A Lei do Funcionalismo Civil de 1937 dizia que os professores deviam defender as ideias nazistas e todos os professores juraram fidelidade a Adolf Hitler. Os professores eram instruídos a ensinar as crianças de modo que elas estivessem de acordo com os princípios educacionais, culturais e morais nazistas O ensino das "ciências raciais" (em alemão Rassenkunde) dizia que a raça ariana era a raça superior- os judeus, ditos inferiores, deveriam ser tratados com desprezo. Na Itália de Mussolini, o Programa Nacional Fascista definia os objetivos da escola: econômico e histórico para da nação; elevar o nível moral e cultural da massa e principalmente, “preparar física e moralmente os futuros soldados da Itália. No Brasil, diversos estudos de especialistas que se debruçam sobre o tema apontam que a Ditadura Civil-Militar (1964-1988) deixou marcas profundas na educação brasileira entre elas, a prática de expandir sem qualificar No período, houve um aumento significativo do número de matrículas na educação básica, mas com poucos recursos e pouca formação docente, ou seja, sem se preocupar com a qualidade ofertada. Na década de 60 a Lei previa 12% do PIB com educação. Em 1970, esse percentual foi de 7,6%, caindo para 4,31% em 1975 e recuperando um pouco em 1978, quando foram gastos 5% do PIB na área Esse quadro demonstra que, “embora significativos contingentes das camadas populares tenham tido acesso à escola, foi ofertada a esse público uma educação de baixa qualidade e de segunda categoria. Isso manteve as taxas de evasão e repetência em níveis elevados

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Outra herança importante da ditadura civil-militar no Brasil é o recorrente uso de livros didáticos que serviam a um duplo proposito: uniformizar o discurso dos professores na sala de aula, evitando que saíssem do discurso imposto pelo regime militar e servir como guia para os professores que foram levados à sala de aula com pouca formação O ex-ministro do planejamento, Roberto Campos (1964-1967) afirmou durante o seminário “A educação que nos convém”, realizado em 1968, que a intenção do governo era formar os filhos dos pobres até o ensino médio, apenas para qualificar a mão-de-obra. A universidade era um local destinado para as elites. PRINCIPAIS ASPECTOS DA CONVEÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Para efeitos da Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes.

Os Estados Parte assegurarão ao máximo a sobrevivência e o desenvolvimento da criança. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus próprios

juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos relacionados com a criança, levando-se devidamente em consideração essas opiniões, em função da idade e maturidade da criança.

Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de ser ouvida em todo processo judicial ou administrativo que afete a mesma, quer diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado, em conformidade com as regras processuais da legislação nacional.

A criança terá direito à liberdade de expressão. Os Estados respeitarão o direito da criança à liberdade de pensamento, de consciência e

de crença. Nenhuma criança será objeto de interferências arbitrárias ou ilegais em sua vida particular,

sua família, seu domicílio ou sua correspondência, nem de atentados ilegais a sua honra e a sua reputação.

A criança tem direito à proteção da lei contra essas interferências ou atentados. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à educação. Nos Estados Partes onde existam minorias étnicas, religiosas ou linguísticas, ou pessoas

de origem indígena, não será negado a uma criança que pertença a tais minorias ou que seja indígena o direito de, em comunidade com os demais membros de seu grupo, ter sua própria cultura, professar e praticar sua própria religião ou utilizar seu próprio idioma.

Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra a exploração econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social.

Os Estados Partes se comprometem a proteger a criança contra todas as formas de exploração e abuso sexual.

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Os Estados Partes adotarão todas as medidas apropriadas, inclusive medidas legislativas, administrativas, sociais e educacionais, para proteger a criança contra o uso ilícito de drogas e substâncias psicotrópicas.

Nenhuma criança seja submetida a tortura nem a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes;

Nenhuma criança seja privada de sua liberdade de forma ilegal ou arbitrária. A detenção, a reclusão ou a prisão de uma criança será efetuada em conformidade com a lei e apenas como último recurso, e durante o mais breve período de tempo que for apropriado;

Toda criança privada de sua liberdade tenha direito a rápido acesso a assistência jurídica e a qualquer outra assistência adequada;

Toda criança privada de liberdade seja tratada com a humanidade e o respeito que merece a dignidade inerente à pessoa humana e, levando-se em consideração as necessidades de uma pessoa de sua idade. Em especial, toda criança privada de sua liberdade ficará separada dos adultos.

Art. 61 (LDB) – trata da formação de profissionais da educação. A MP trouxe, entre outras:

III - trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim; e

IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação para atender o disposto no inciso V do caput do art. 36.

educação física e artes, sociologia e filosofia devem ser incluídos somente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que vai orientar os currículos da educação básica no país, não compondo o Art. 36

O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos específicos, a serem definidos pelos sistemas de ensino, com ênfase nas seguintes áreas de conhecimento ou de atuação profissional: I - linguagens; II matemática; III - ciências da natureza; IV ciências humanas; e V - formação técnica e profissional

OFICINA: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/03/28/historica-cultura-do-descaso-com-educacao-no-brasil/

Fazer análise crítica

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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, assinala o princípio da humanidade e da dignidade já no seu preâmbulo: Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo (…). Considerando que as Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e valor da pessoa humana (…). A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969, estabelece, em seu art. 11, § 1º, que “Toda pessoa humana tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade”. Ingo Sarlet define da seguinte forma:

(…) por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humano (…).

A noção de “mínimo existencial”, que resulta, por implicitude, de determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção sumário 19 Art. 1º, III integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança. Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948 (Artigo XXV). [ARE 639.337 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 23-8-2011, 2ª T, DJE de 15-9-2011.] • Reconhecimento e qualificação da união homoafetiva como entidade familiar.

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA COMO DIREITO FUNDAMENTAL

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OFICINA:

Direitos à autonomia para a morte