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3 o EEMED-1996 ENCONTRO ESPÍRITA DE MEDIUNIDADE 3º Encontro Espírita Sobre a Mediunidade Tema Central: A Influência Moral dos Médiuns “Todo homem pode tornar–se médium mas, a questão, não é ser médium, é ser bom médium, o que depende das qualidades morais.” (Kardec em R. E., 1863, pág. 213) Centro Espírita Léon Denis

Apostila do 3º Encontro Espírita sobre Mediunidade - Tema

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3o E E M E D - 1 9 9 6 ENCONTRO ESPÍRITA DE MEDIUNIDADE

3º Encontro Espírita Sobre a Mediunidade

Tema Central: A Influência Moral dos Médiuns

“Todo homem pode tornar–se médium mas, a

questão, não é ser médium, é ser bom médium, o

que depende das qualidades morais.”

(Kardec em R. E., 1863, pág. 213)

Centro Espírita Léon Denis

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

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Índice Espelho Mental ................................................................................................................................... 3

Influência do Médium sobre o Espírito ............................................................................................. 5

Muito se pedirá àquele que muito recebeu ........................................................................................ 6

Exposições de Altivo Pamphiro – Exposição de 29.08.95 ................................................................. 7 Tema Central: A Influência Moral do Médium ..............................................................................................7

Perguntas relativas à exposição do dia 29.08.95 ............................................................................. 11

Introdução ......................................................................................................................................... 21

Roteiros evangélicos para o servidor da Seara de Jesus ................................................................. 28

Aula de 19.09.95 ................................................................................................................................ 33 Correlações entre Pensamento, Oração e Mediunidade..............................................................................33

Perguntas sobre a exposição de 19.09.95 ....................................................................................................40

Aula do dia 03.10.95 ......................................................................................................................... 44 A Atração de Espíritos na Mediunidade.......................................................................................................44

Resumo das respostas às perguntas da exposição de 03.10.95........................................................ 52

Mensagem para o dia do 3o. Encontro de Mediunidade ................................................................. 53

Mensagem para o 3o. Encontro Espírita sobre a Mediunidade ...................................................... 55

1a. Vibração em 05 de junho de 1996 ............................................................................................... 56

3a Vibração em 19 de junho de 1996 ................................................................................................ 57

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

3

Espelho Mental

“6. O espírito que se comunica por um médium transmite diretamente seu

pensamento, ou esse pensamento tem por intermediário o espírito encarnado do médium?

É o espírito do médium que o interpreta, porque está ligado ao corpo que serve

para falar, e é preciso um laço entre vós e os espíritos estranhos que se comunicam, como

é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia ao longe, e no fim do fio uma

pessoa inteligente a recebe e a transmite”. (L.M – Cap. XIX, Segunda Parte, item 223)

Os Espíritos foram claros ao dizer que o espírito do médium é o intérprete de seus

pensamentos.

Sendo intérprete dos pensamentos dos espíritos comunicantes, é natural que a mensagem

transmitida contenha algo do médium, assim como o espelho que reflete uma imagem o faça de

acordo com as suas possibilidades.

Um espelho embaçado ou partido evidentemente refletirá imagem com tais distorções,

embora o objeto refletido se mantenha íntegro.

O espelho mental do médium, portanto, é de fundamental importância no processo das

comunicações intelectuais.

Semelhante às águas de um lago, o médium necessita zelar pela sua serenidade mental, para

que a mensagem dos espíritos se reflita com a fidelidade possível.

É importante que o medianeiro, principalmente nas horas que antecedem uma reunião

mediúnica, se preserve de abalos emocionais, de conversas desgastantes, de leituras exaustivas, de

programas televisivos ou radiofônicos.

O ideal seria que o médium, preparando–s e para uma tarefa, pudesse ouvir alguma música

suave, de preferência orquestrada.

É lógico que a preparação maior do médium deve acontecer no dia– a– dia; mas, como sobre

a Terra ninguém consegue fugir às lutas, poucas horas em que ele consiga se isolar dos problemas

serão de grande valia para que os espíritos não encontrem tantos obstáculos mentais ...

Compararíamos, ainda, a mente do médium a uma janela do tipo veneziana. Não raro, os

nossos pensamentos conseguem alcançá–lo somente através de algumas poucas frestas... E devemos

nos contentar com essa reduzida possibilidade, como igualmente o médium.

Muitos medianeiros manifestam a sua contrariedade por não lograrem resultados mais

positivos com as suas faculdades; ora, se eles não nos oferecem melhores condições de trabalho,

com que direito esperariam mais de nossa parte?! ...

Diremos mesmo, sem qualquer preocupação com a modéstia, que nós, os desencarnados, até

temos feito muito, em face das condições de trabalho que nos são oferecidos.

Às vezes, para conseguirmos escrever algumas linhas por dia através de um médium

psicógrafo, precisamos postar– nos junto a ele quase que dia inteiro, à espera que encontre tempo

para nós e nos ofereça sintonia.

Os confrades espíritas reclamam da pequena produção de romances mediúnicos, mas onde

estarão os médiuns que, além de predisposição natural para Literatura, tenham paciência suficiente

para recebê–los?! ...

Para muitos espíritos, tem sido desanimadora a tarefa de tutelar um médium.

Além destes obstáculos apontados por nós, existem aqueles outros que se encarregam de

criar os espíritos interessados em conturbar o intercâmbio positivo entre os dois mundos.

A facilidade com que os médiuns refletem os pensamentos dos espíritos infelizes é

impressionante! Acontece, inclusive, que pelas “frestas da veneziana” a que nos referimos o

médium, oscilando na sintonia, capte, ao mesmo tempo, idéias que lhe são sugeridas pelos espíritos

amigos e idéias que lhe vêm dos espíritos perturbadores. Por isto, numa mensagem podemos

encontrar um pensamento de grande conteúdo filosófico e outro constituído de banalidades.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

4

Para entendermos melhor o fenômeno a que acabamos de nos referir, recorramos à imagem

do rádio em que uma emissora vê–se “invadida” por outra em sua própria freqüência ...

A freqüência mental em que o médium procura manter–se em sintonia, estável em suas

emoções, tem significado fundamental na mediunidade.

Como percebemos, o assunto é complexo, mas não devemos nos entregar ao desalento.

A mente vige na base de tudo, e, se queremos êxito em nossos empreendimentos, busquemos

o equilíbrio.

Só de os médiuns tomarem consciência do que expomos será de grande proveito, porque,

assim, poderão manter–se vigilantes e aprender a “selecionar” as idéias que captam.

Creiam que nós, espíritos comunicantes, também estamos sujeitos a essas oscilações mentais

e não é igualmente sem grande esforço que conseguimos sustentar a sintonia na transmissão que

desejamos.

Livro: SOMOS TODOS MÉDIUNS

Carlos A. Bacelli/ Odilon Fernandes

1a. Edição 1993

Capítulo 18 – Espelho Mental, pg. 77

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

5

Influência do Médium sobre o Espírito

(Médium, Sra. SCHMIDT)

Só os Espíritos superiores podem comunicar–se indistintamente por todos os médiuns e

manter com todos a mesma linguagem. Mas eu não sou um Espírito superior, e, por isso, às vezes

sou um pouco material. Contudo, sou mais adiantado do que pensais.

Quando nos comunicamos por um médium, a emanação de sua natureza se reflete mais ou

menos sobre nós. Por exemplo, se o médium é dessas naturezas em que predomina o coração,

desses seres mais adiantados, capazes de sofrer por seus irmãos; enfim, dessas almas devotadas,

grandes que a infelicidade tornou fortes e que ficaram puras no meio da tormenta, então o reflexo

faz bem, no sentido de nos corrigirmos espontaneamente e nossa linguagem se ressentir. Mas no

caso contrário, se nos comunicamos por um médium de outra natureza, menos elevada, pura e

simplesmente nos servimos de sua faculdade como de um instrumento. É então que nos tornamos o

que chamas de um pouco material. Dizemos coisas espirituais, se quiseres, mas pomos de lado o

coração.

Pergunta – Os médiuns instruídos, de espírito culto, são mais aptos a receber comunicações

elevadas que os não instruídos?

Resposta – Não; repito. Só a essência da alma se reflete sobre os Espíritos; mas os Espíritos

superiores são os únicos invulneráveis.

ALFREDO DE MUSSET

(Revista Espírita de l860, pg. 200)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

6

Muito se pedirá àquele que muito recebeu

10. O servo que souber da vontade do seu amo e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que dele

queira o amo, será rudemente castigado. – Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas

dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá a quem muito se houver dado e maiores contas serão

tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado. (S. LUCAS, cap. XII, vv. 47 a 48.)

11. Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não vêem vejam e os que vêem se tornem

cegos.

– Alguns fariseus que estavam com ele, ouvindo essas palavras, lhe perguntaram: Também nós, então,

somos cegos?

– Respondeu–lhe Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecados; mas, agora, dizeis que vedes e é por isso

que em vós permanece o vosso pecado.

(S. JOÃO, cap. IX, vv. 39 a 41)

12. Principalmente no ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que

conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o

Evangelho, que os contém, achar–se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro

destas quantos há que não o lêem, e, entre os que o lêem, quantos os que não o compreendem!

Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.

O ensino dos Espíritos, reproduzindo essas máximas sob diferentes formas, desenvolvendo–

as e comentando– as, para pô–las ao alcance de todos, tem isto de particular: não é circunscrito;

todos, letrados ou iletrados, crentes ou incrédulos, cristãos ou não, o podem receber, pois que os

Espíritos se comunicam por toda parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio

de outrem, pode pretextar ignorância; não se pode desculpar nem com a falta de instrução, nem com

a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para

melhorar–se , que as admira como coisas interessantes e curiosas, sem que lhe toquem o coração,

que não se torna nem menos vão, nem menos orgulhoso, nem menos egoísta, nem menos apegado

aos bens materiais, nem melhor para seu próximo, mais culpado é, porque mais meios tem de

conhecer a verdade.

Os médiuns que obtém boas comunicações ainda mais censuráveis são, se persistem no mal,

porque muitas vezes escrevem sua própria condenação e porque, se não os cegasse o orgulho,

reconheceriam que a ele é que se dirigem os Espíritos. Mas, em vez de tomarem para si as lições

que escrevem, ou que lêem escritas por outros, tem por única preocupação aplicá–las aos demais,

confirmando assim estas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do vosso próximo e não

vedes a trave que está no vosso.” (Cap. X, no. 9.)

Por esta sentença: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecados”, quis Jesus significar que a

culpabilidade está na razão das luzes que a criatura possua. Ora, os fariseus, que tinham a pretensão

de ser, e eram, com efeito, os mais esclarecidos da sua nação, mais culposos se mostravam aos

olhos de Deus, do que o povo ignorante. O mesmo se dá hoje.

Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que

houverem aproveitado, muito será dado.

O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos

que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito.

O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados. Pela fé que faculta, multiplicará

também o número dos escolhidos.

(E.S.E – Cap. XVII – Muitos os chamados. Muito se pedirá àquele que muito recebeu – itens 10, 11 e 12 –

Allan Kardec – Ed. FEB)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

7

Exposições de Altivo Pamphiro – Exposição de 29.08.95

Tema Central: A Influência Moral do Médium

“Quando se fala em INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM (distinguem–se ) dois aspectos

principais:

1o — A moral propriamente dita, que é aquela vibração que você (possui), que atrai os Bons

Espíritos (para junto do médium). (Isto é) a INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM atraindo os

Bons Espíritos para junto (dele).

2o — A INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM (exercendo) uma ação saneadora no seu

próprio organismo, de modo que, moralizado, (tenha) um organismo sadio e “puro” para que os

Espíritos Benfeitores (se aproximem) do médium sem se “sentir mal”, ao aproximar–se dele.

Resumindo: Há então dois aspectos a observar no tema da INFLUÊNCIA MORAL: a moral

atraindo Bons Espíritos e a moral tornando nosso organismo bastante equilibrado a ponto de um

Espírito Benfeitor (aproximar–se ) de nós e não sentir (qualquer) mal estar.

3o — O terceiro aspecto da INFLUÊNCIA MORAL (diz respeito) ao poder de irradiação.

Quanto mais o médium for moralizado, tanto mais elevação ele terá. Quanto mais elevado ele for

tanto maior será o seu poder de irradiação.

Então a moralização precede a capacidade de irradiação que um médium possa ter:

irradiação do ponto de vista de vibração superior.

Observemos a seqüência: eu me moralizo, eu me torno um homem de bem, por isso eu vou

me elevando espiritualmente. Me elevando espiritualmente eu vou sendo capaz de irradiar mais

ainda, ter uma potência mediúnica maior; ter uma maior penetração fluídica, até mesmo, a

penetração fluídica nos doentes. Maior será meu poder de radiação, em função da minha elevação e,

a minha elevação é função da minha moralidade.

Por isso eu posso influir decisivamente sobre os outros.

MORALIDADE ELEVAÇÃO PODER DE RADIAÇÃO

Quanto ao aspecto de FENÔMENO não nos esqueçamos da informação de Allan Kardec e

que Emmanuel, no livro Seara dos Médiuns, também fala de maneira muito concludente. Emmanuel

faz distinção entre o fenômeno mediúnico propriamente dito praticado com a intenção de despertar

uma criatura e fenômeno mediúnico (aí já dito por Kardec) com o sentido de tornar uma criatura

mais elevada. Emmanuel diz assim: “Para despertar uma pedra (é preciso usar) dinamite; para

despertar um pássaro basta o leve sol da manhã.”

Em O L. M. (Livro dos Médiuns) Kardec diz que a mediunidade de efeitos físicos, quando

praticada por Espíritos superiores tem assim uma outra conotação. São fenômenos de elevação,

fenômenos mais delicados; (enquanto que) os Espíritos inferiores provocam fenômenos menos

delicados, mais grosseiros, fenômenos que, até mesmo, possam agredir a sensibilidade da gente.

Por exemplo: queima de roupas. Há Espíritos inferiores que nos fenômenos de efeito físico

eles queimam as roupas. (outro exemplo) Atirar pedras para despertar a atenção das pessoas. Que

tipo de Espírito é esse? Com toda a certeza um Espírito sem grande potencial moral, sem grande

elevação, portanto, sem grande amor.

Kardec continua: “Já os Espíritos superiores produzem fenômenos mais delicados como por

exemplo, o perfume. O perfume é uma forma de delicadeza. A transformação de uma coisa delicada

para a criatura provando que um Espírito Superior moralmente, um Espírito Elevado, um Espírito

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

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Bondoso NUNCA iria chamar a sua atenção através de um ato tão grosseiro. O Espírito superior

teria a delicadeza de chamar a sua atenção por um gesto menos grosseiro.

A I.M.M. ((Influência Moral do Médium) se vê aí, nessa hora, porque geralmente os

médiuns dessa categoria de fenômeno são médiuns inferiores ou médiuns devedores diante da Lei.

Há casos em que os médiuns são convocados ao trabalho por intermédio de um espírito

bastante grosseiro que o derruba, que o faz sofrer, que o faz passar mal. Com isso o médium procura

uma Casa Espírita com o objetivo de se livrar do problema. Com o tempo ele vem a saber que

aquele problema é um problema mediúnico e ele até passa a ser Espírita, a se renovar, a trabalhar.

Então diríamos: que categoria de Espírito foi essa, que fez esse tipo de fenômeno tão

grosseiro assim? Poderíamos até dizer que foi um Espírito bom (que fez aquilo com boa finalidade)

mas não um Espírito superior. Porque é assim como uma pessoa que para chamar atenção gritasse

ou, para chamar alguém desse um berro que fosse ouvido daqui ... um grito estentórico. E aquele

outro que para chamar alguém pedisse: “Fulano, vai chamar Beltrano.” Esse demonstraria uma certa

dose de educação. Ele não precisaria gritar tanto porque ele demonstraria um pouco de falta de

delicadeza.

Então a moral do médium é testada e analisada em todos esses momentos: nos momentos de

atração dos Espíritos, nos momentos em que os Espíritos comparecem fazendo exercícios

mediúnicos grosseiros ou exercícios mediúnicos suaves.

E o médium por sua vez saberá que tal Espírito que se apresenta para ele, tal será a sua

natureza (do médium). O médium que se vê a braços com Espíritos dessa categoria dirá assim: “Ou

eu sou muito inferior ou então eu sou tão insensível que foi preciso um Espírito inferior que

atingisse o meu físico antes de atingir o meu senso moral, ou senso de observação. Eu tive que ser

atraído por um aspecto inteiramente físico ao invés de ser atraído por um aspecto moral”.

É uma análise que a própria criatura faz de si mesma. Então se ela faz essa análise, ela vai

dizer assim: “Gente, eu tenho que me encaminhar com maior determinação na direção do Bem para

que eu fuja desse assédio ou dessa companhia espiritual”.

A moral do médium portanto nessa fase inicial da mediunidade é vista nesta hora. Você pode

sentir isso.

À medida que o médium vai progredindo no seu trabalho ele por sua vez também vai

observando que categoria de Espíritos está se apresentando através dele. Se são Espíritos bons, se

são Espíritos Superiores, se são trabalhadores ou se são perseguidores. Nós temos de fazer a

distinção.

Você começa o seu trabalho (mediúnico). Vê, desde o início, Espíritos Superiores. Você dirá

assim: “Será que foi a minha moral que atraiu estes Espíritos ou será que eu estou tendo uma

oportunidade para não me desviar?” É um questionamento. Às vezes a gente pode ser tolo o

bastante para se achar superior.

Mas, às vezes, aquilo é só uma forma de apoio para a gente não se desvirtuar. É apoio. Puro

apoio.

Por outro lado você tem um Espírito claramente, notoriamente inferior ao seu lado, mesmo

no desenvolvimento mediúnico. Então você dirá assim: “Gente, eu ainda não consegui me livrar

desse tipo de Espírito. Devo estar precisando trabalhar mais ainda. Devo precisar de uma cota maior

de doação.” É outra análise.

(Tudo) isso já no exercício da mediunidade. Já estamos passando para a fase do médium em

pleno exercício.

Se o médium sente continuamente a presença do Espírito inferior ou sente que não consegue se

livrar da presença daquele Espírito ele diz assim: “Ou a minha moral ainda não está elevada ou

então eu ainda preciso desse tipo de companhia”. Para chamar atenção sobre o que? Sobre a minha

vigilância? Sobre a necessidade de ser humilde? Sobre a necessidade de ser coerente com o Bem?

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

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Há uma indagação a ser feita e deve partir não do fenômeno em si e sim da presença dos

Espíritos. Porque aí a gente sente aonde está a nossa moralização.

Então o médium à medida que vai avançando no seu exercício, na sua prática mediúnica,

deve ver se já houve uma mudança vibracional em torno dele e, se já houve uma mudança de

presença espiritual, junto a ele. Se o seu “guia” está melhorando ou não. É uma avaliação que a

gente procura fazer.

Há uma outra fase. Isso se passa já com o tempo. Não se passa com 1 – 2 anos, não. É o

exercício para onde nos conduz a nossa mediunidade.

Há médiuns que passam um bom período de tempo num determinado gênero de

mediunidade e não conseguem sair daquele gênero de atividade.

Por exemplo: Você começa a dar passe e não consegue sair do serviço de passe. Aí você diz

assim: “Será que isso é uma tarefa minha? Ou será que é falta de progresso do meu Espírito?”

Isso se fala em MEDIUNIDADE, tá? Quem não é MÉDIUM não tem muito mais o que

fazer: é palestra, é dar passe e olhe lá. Eu estou falando em MÉDIUM, hein!...

Aí a gente diz assim: “Gente, não é possível! Fulano começou a dar passes há 30 anos atrás.

30 anos depois ele não fez nada além do passe. Só continua no passe (em termos de TAREFA

MEDIÚNICA).

Se ele tem MEDIUNIDADE e continua só na tarefa do passe é legítimo perguntar: “Porque?

Porque isso?” Será que é um compromisso ou será que a pessoa não se corrigiu, não se modificou

em nada ...

Quando você tem um compromisso você não consegue ter outro gênero de sensibilidade.

Sua mediunidade não lhe arrasta para gênero de ..... atividade nenhuma. É como se a mediunidade

fosse apenas encaminhada para aquele gênero de tarefa. Uma vez o Dr. Hermann escrevendo para

uma pessoa disse assim: “ – Minha filha (era uma senhora) você dê passes a sua vida inteira. Você

vai desencarnar dando passes. Não faça outro gênero de atividade mediúnica. Seu compromisso é

só com o passe. Não faça mais nada. Só passe”.

E eu fiquei me perguntando: – “Que tipo de compromisso essa pessoa teria que a

Espiritualidade “tenha decretado” que ela só poderia fazer ou utilizar a mediunidade de passes? Que

tipo de compromisso seria esse?”. – “Não sei”. Mas era uma espécie de “decretação”: – “Você

não faça mais nada na sua vida a não ser dar passes”.

Então aí já é um compromisso. Você não cresce é porque pura e simplesmente não há outro

serviço a fazer.

Mas as vezes o espírito indica assim para você: “Você é médium de passes, você é médium

de desobsessão, você é médium da palavra” e, a pessoa passa uma temporada e não entrou em outra

faixa de serviço. Porque ela não quis ou por que ela não foi atraída moralmente, ou não sentiu

atraída para aquele gênero de atividades.

Se ela não se sentiu atraída por aqueles gêneros de mediunidades nós temos que verificar se

aquilo é um falta de atração mesmo ou se ela mesma, a criatura, se sente perfeitamente incompatível

com aquele gênero de atividade.

Esse é o aspecto MORAL. Porque a moral não é só de um ponto de vista. Moral é de um

ponto de vista amplo.

Você diz que não trabalha porque não tem moral. A gente interpreta: “Não sou elevado o

bastante.” Mas às vezes há uma conceituação. – “Não sou elevado o bastante para o trabalho.” Há

pessoas que tem medo de determinados trabalhos: – “Desobsessão, não! Isso eu não faço!”

Porque? – “Porque não!” A gente sente que a pessoa tem medo de enfrentar a Espíritos obsessores,

a Espíritos sofredores. – “Faço qualquer serviço, menos desobsessão. Tenho medo desse trabalho.”

É um aspecto moral isso também!

E, finalmente há um aspecto da moral que atrai os Bons Espíritos que é a moral calcada no

desejo de servir. O seu sentimento é de servir. É um sentimento moral, totalmente moral esse desejo

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

10

de servir. – “Vou fazer todo bem que estiver ao meu alcance.” é meu desejo de servir. Há uma

espécie de candidatura prévia ao serviço do bem, E os Espíritos se sentem atraídos por nós quando

declaramos que desejamos servir.

Ou então eles sentem que nós não somos pessoas assim que tem o sentimento de servir. –

“Ah! Fulano de Tal é muito bom médium. Infelizmente não posso contar com ele.”– “Porque?” –

“Ele não tem nenhum desejo de servir. Falta a ele sentimento enobrecido. Ele vai ficar à mercê das

forças exteriores até que resolva adquirir o desejo ou valorize o desejo de servir.”

Então nesta hora nós podemos ver que a moral tem a ver muito com o homem. Porque só

tem desejo de servir quem tem sentimento no coração, entre outras coisas. Há humildade mas há o

sentimento de amor que nos diz assim: “Posso e devo fazer alguma coisa. Vou fazer.” É o desejo de

servir. Os Guias Espirituais observam a todos nós e vêem se nós estamos realmente com esse

sentimento no coração.

Quando nós vamos sentindo que esse sentimento está crescendo na nossa almas nós vamos

dizendo o que? Nós vamos sentindo sem que a gente perceba, uma obrigatoriedade de melhorar. É

uma obrigação. – “Eu vou adquirindo a obrigação de melhorar.” “Eu sei que eu tenho de

melhorar.” “O que é que eu vou dizer diante dos Espíritos que se servem de mim, se eu não

melhoro?”

E há ocasiões em que as pessoas por causa desse desejo moral de melhorarem para trabalhar,

até evitam certas práticas no dia de seu trabalho mediúnico: alimentação, certas companhias, certas

brincadeiras, certos assuntos. Porque intimamente elas procuram se preservar para os seus Guias

Espirituais. É como se fosse um compromisso da gente para com o Espírito. É como se a pessoa

dissesse assim: – “Gente, eu não posso me apresentar desse modo para o meu Guia.” É um

compromisso moral. É um compromisso isso.

Quando o médium tem esse sentimento no coração ele adianta muito os seus passos porque

ele já está, antecipadamente, se colocando em condições íntimas de convivência com aquele

Benfeitor Espiritual. A gente sabe que aquele Benfeitor não tem certas necessidades, certas atitudes,

não convive mais com certos problemas. Então a gente se preserva para ele.

Esta cautela vocês observam que está inteiramente no campo moral.

— “Vou para o trabalho mediúnico. Mas não tem nada demais eu assistir isso ou aquilo ...”

Não! Tem sim! A minha mente vai ficar cheia daquelas imagens e eu não posso fazer isso. Até o

cuidado em andar em certos lugares!... Porque nós não sabemos o que nós vamos observar. Porque

o cuidado moral da gente vai até esse ponto.

Apresentando nosso organismo para os Guias para que eles possam encontrar em nós

perfeitos trabalhadores do Bem, amparados na própria renovação, sustentados pelo próprio

sentimento de crescimento espiritual e portanto com o sentimento moral mais elevado.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

11

Perguntas relativas à exposição do dia 29.08.95

P – 01 (A respeito do medo, por parte do médium, de enfrentar certas tarefas mediúnicas).

R – 01 Porque você tem medo de enfrentar aquele gênero de atividades.

P – 02 ....

R – 02 Você tem medo de enfrentar aquele tipo de Espírito, aquele tipo de serviço, aquele tipo de

convivência. Problema moral.

Não é problema físico não, entendeu?

Porque nós temos o medo físico. Mas, na obsessão, você não tem o medo físico, você tem o

medo moral, mesmo. Você, por exemplo, não vai se meter num ambiente de bandidos. Porque

aquilo é um medo físico que você tem. É um medo físico. Você não tem nem medo moral porque

você é capaz até de enfrenta–los, no papo. Mas o medo físico você teria porque ninguém vai se

meter num covil.

Mas na obsessão você tem o medo moral.

– “Gente, o que será que esses camaradas vão fazer comigo depois?”

– “Que conseqüências poderão advir da minha convivência com esses Espíritos?”

– “Espírito perverso! Será que ele vai atrás de mim, vai me perseguir depois?”

É o medo moral!

– “Será que ele vai depois olhar minha vida pessoal e ele vai descobrir isso ou aquilo?”

– “Como é que eu fico?”

É o medo moral!

Então há pessoas que tem medo de enfrentar a desobsessão. Não é pelo trabalho em si não.

(Você pode não ter isso e portanto você não conhece esse medo, mas conheço muita gente que tem

esse medo).

P – 03 .....

R – 03 Mas há esse medo moral.

P – 04 ....

R – 04 A nossa natureza íntima.

P – 05

R – 05 Com pessoas com as quais a gente vai ter que conversar e ela bota o dedo no nosso nariz: –

“Escuta, quem é você?”.

P – 06 ....

R – 06 Com os médiuns em geral.

P – 07...

R – 07 Está ligado às pessoas que vão movimentar suas forças mediúnicas e não ao Guia.

P – 08

R – 08 É.

P – 09 ...

R – 09 Não nos esqueçamos que o Benfeitor é aquele que nos acompanha de mais perto, que pode

ser chamado de Guia.

Mas nós temos os controladores da nossa mediunidade. Esses conduzem a nossa força

mediúnica. Esses necessariamente não precisam ser elevados. Agora quem conduz todo o processo,

esse há de ser elevado para saber o que está fazendo contigo e para saber aonde te leva.

P – 10 ...

R – 10 Outros núcleos.

P – 11

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

12

R – 11 Hum, hum..

P – 12 ...

R – 12 É moralmente também.

P – 13 ...

R – 13 É do controlador?

P – 14 ...

R – 14 O Guia não se liga diretamente ao médium. A não ser quando o médium esteja na altura

dele.

Você não considere isso nem como um sinal de inferioridade. Considere isso como um sinal

de caminhada. (É como se você estivesse no 1o. ano de um curso. Você vai encontrar o instrutor,

que até pode saber muito, mas que vai ter que falar ao nível do seu conhecimento. E já aquele que

está no último ano do curso, teoricamente, ele já vai falar com (o instrutor) como um igual.

No 1o ano o instrutor vai tratar você com uma certa distância, como quem diz: – “Você

chegou agora. Não sabe muita coisa”.

Mas já no último ano (você será tratado) quase como um igual. Você é quase igual ao

instrutor.)

Então num dado momento os Benfeitores deixam você aprendendo: aprendendo a

mediunidade, aprendendo a conviver com o fluído, aprendendo a conviver com o Mundo Invisível.

Ele (coloca) você junto a um Espírito que está assim te ensinando as primeira letras. Ou vai falar

com você como se você estivesse aprendendo as primeiras letras.

P – 15 ...

R– 15 Mesmo na mediunidade conturbada. Só que aí, na mediunidade conturbada é um Espírito

um pouco pior.

P – 16 ...

R – 16 Espírito pior.

P – 17 ...

R – 17 Estariam amaciando o instrumento, tornando o instrumento mais dúctil.

P – 18 ...

R – 18 É como um carro novo.

P – 19 ...

R – 19 É.

P – 20 ...

R – 20 É preparando a sua própria sensibilidade.

Você presta atenção numa coisa: você renasce.

No momento de seu renascimento você está começando a crescer, se preparar para a vida.

No se preparar para a vida você também esta melhorando a sua sensibilidade.

O corpo de um garoto novo é um corpo mais sadio mas sem muita sensibilidade. Até pelo

fato de comer em quantidades enormíssimas. Parece que o organismo ainda está com seu

metabolismo desajeitado. Depois de um certo tempo você vai sentido menos necessidades

orgânicas. Parece que a sua vida mental se acentua. É natural que as necessidades vão sendo

trocadas. Você já chegou a um nível diferenciado de vida.

Isso todo mundo conhece.

Imagine agora o corpo perispiritual.

Num primeiro momento (ele) renasceu para sustentar a massa física. A partir do momento

que a massa física se acomodou ele como “diz” assim: – “Não preciso ficar tão preso a essa massa

física”. “Já eu posso começar a voltar a minha origem que é a origem plena do Espírito.” “Já posso

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

13

começar a “esquecer” essa pressão enorme (do) organismo ao qual estou preso.” “Já posso começar

a pensar em termos já da sensibilidade que eu tenho.”

Aí chega o Espírito. Você é médium. Chega o Espírito e diz assim para você:

– “Está na hora de trabalharmos juntos.”

O que é trabalhar juntos?

– “Fazer este retorno à Espiritualidade acompanhado. Agora você vai ter um

acompanhamento, o meu acompanhamento.”

É o seu guia que está falando isso. Guia é o Espírito que está junto dele (do médium).

– “Você terá meu próprio acompanhamento”.

Ele vai dizer assim para você:

– “Olhe, você está percebendo o que que é o Mundo Invisível?”

– “Não, estou percebendo uma forma de sensibilização em torno de mim.”

Aí ele lhe retira do corpo, se seu organismo ... (Isso tudo partindo do princípio que você é

médium para isso...)

– “Olhe só como é o Mundo Invisível.” (Aí ele tira você do corpo).

O seu perispírito por enquanto está muito apegado à matéria. Você esqueceu “o Mundo

Espiritual”. Aí quando ele tira você do corpo ele mostra a você o seu mundo de origem. Aí você se

encanta!

– “Deus do Céu!” Mas é tudo isso?”

A gente se encanta porque o perispírito ainda está muito preso ao corpo. Mas em realidade é

aquele mundo de onde você veio. É aquele mundo de onde você veio.

Aí você diz:

– Deus! É tudo isso?”

– “É, é tudo isso.”

É o mundo de onde você veio.

Ou então (o Espírito) “pega você” e diz assim:

– “Presta atenção numa outra forma de inteligência além da sua.”

Aí ele atua sobre a sua mente. Dois choques de personalidades: a sua personalidade e

personalidade dele. Ele “entra” no seu mecanismo mental. Você sente aquele choque. A sua força

contra a força dele. Ele terá que ser mais forte para poder te dominar ...............você.

Naquele momento você dirá:

– “Gente, tem alguém que pensa de modo diferente do que eu penso.”

Aí você diz assim:

– “Como é que eu tive essa percepção quando o guia estava junto de mim?

E como é que eu não percebi isso antes? Tão claro agora.”

Mas foi o convívio das inteligências: a dele, superior a sua. No fundo aquele Guia está , sem

palavras, dizendo a você:

– “Olha, este é o teu mundo, só que você está aí nessa carne.”

O que é que os Espíritos dizem a todos os médiuns de trabalho?

– “Persevera, luta. Um dia tudo isto passa.” (Principalmente quando o médium esta em

prova ...)

– “Tudo isso passa. Um dia você volta para um mundo melhor.”

A gente até exclama:

– “Poxa”, mas esta volta está demorada ...

Mas porque? Porque além da prova em si, existe uma coisa que o médium ignora que é o

processo de moralização para a convivência com esses Espíritos.

– “Olha, se você não for igual a mim você não vai conviver com esse Plano.”

Como (se fosse) em qualquer profissão. O “camarada” dissesse:

– “Você vai ter que estudar tudo isso senão você não vai poder sentar ali no banco que eu

sento, na cadeira que ocupo.”

Então você diz:

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

14

– “Tá”, então “tá bom”.

Você vai começar a estudar, a estudar, a estudar ... No fundo você está vendo aonde é que

você vai chegar, porque é como se você visse o Guia ou visse o seu mundo. Mas só que você tem

que chegar lá.

Então quando um Espírito faz assim com a gente, ele coloca a mão dele e diz assim:

– “O mundo é esse, a mensagem é essa.”

Ele está dizendo a você:

– “Você veio dessa região e você tem que reaprender.

P – 21 ...

R – 21 No corpo.

Aí o médium diz assim para o Guia:

– “Como é que pode o Guia exigir isso de mim? Eu não tenho capacidade (para isso!)”.

A gente olha para o Guia. Vê que o Guia pode, tem condição, é um bom Guia. Vê a altura

espiritual dele, vê que ele pode.

– “Você deixa de ser preguiçoso. Vai atrás da conquista, que você (consegue).”

Pode. Porque se ele está mostrando isso a você é porque você é desse local. Por qualquer

razão você perdeu ele. Não vamos nem discutir se veio em missão, ou se perdeu porque fez

bobagem, isso não entra na nossa discussão. Por qualquer razão você perdeu esse local. Então trata

de trabalhar para ver se você volta para ele quando desencarnar. Por qualquer razão você foi

exilado. Para voltar vai ter que dar muito sacrifício. Muita cota de sacrifício.

Por isso que o médium sempre terá que trabalhar. A função dele é essa porque ele está

sempre no débito.

P – 22 ...

R – 22 Mas às vezes essa lembrança da gente é para reavivar a nossa memória espiritual.

P – 23 ...

R – 23 É.

P – 24 ...

R – 24 Aí você vê quanto tem que se esforçar moralmente para voltar para aquele mundo de luz. É

isso que nós temos entender como MORAL. Não é só moral de comportamento. “Bonzinho”, não

fazer nada de errado, não. É moral também no processo de aprendizado, de crescimento.

Tem muita gente que confunde. Pensa que moral é só o comportamento, se isola.

Não se esqueçam daquela história de Humberto de Campos, a respeito do cavalo branco.

“Havia um homem santo (Ele disse que queria ser santo).. Então a primeira coisa que ele

fez foi não se alimentar de carne. Ele só ia comer vegetais. Ia ter a comida mais pura possível.

Como passo seguinte para a sua moralização ele resolveu só andar de branco. A imagem da

pureza. Só vestir branco.

A fase seguinte foi o isolamento do mundo. Foi para o campo, no meio do mato. Tudo puro.

Ambiente puro.

Ao morrer pensou que fosse ser recebido com fanfarras, do outro lado. Não apareceu

ninguém para saudá–lo. E ele se viu numa situação de extremo sofrimento. Rezou muito pedindo a

um bom Espírito que o viesse socorrer porque, em realidade, ele estava perdido naquela situação.

– “Mas porque isso? Fiz tudo!”

O Guia depois de muito tempo apareceu.

Ele contou:

– “Olha, eu fiz tudo isso: alimentação sadia, roupas claras, me isolei do mundo.”

Havia ao longe, no campo um cavalo pastando. O cavalo era branco.

O Guia disse:

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

15

– “Aquele ali só come capim, vive no campo e está vestido de branco e no entanto, é só um

cavalo.”

Moral da história: Há que se acrescentar alguma coisa. Há que acrescentar o serviço. Senão a

gente fica como o cavalo.

(Está razoavelmente entendido o que é moral na mediunidade?).

(L.M., item 162) “Os seres invisíveis, que revelam sua presença por efeitos sensíveis, são,

em geral, Espíritos de ordem inferior e que podem se dominados pelo ascendente moral. A

aquisição desse ascendente é o que se deve procurar.”

“Para alcançá–lo preciso é que o médium passe do estado de médium natural ao de

voluntário.”

Pergunta–se : A moralização é que vai fazer o desenvolvimento do médium passando de um estado

para o outro?

R – Quando nós estamos naquela categoria de médium natural significa que nós não estamos

dominando o fenômeno. Se nós não estamos dominando o fenômeno nós estamos sujeitos a um

Espírito.

Quando a gente domina o fenômeno significa que nós estamos ou de parceria com o Espírito

ou então superiores ao Espírito que movimenta o fenômeno.

Então é uma conseqüência do desenvolvimento moral da gente.

Médium natural é aquele médium em que o fenômeno ocorre independente de qualquer

coisa: Eu estou aqui, o fenômeno se dá ali. A cadeira se movimenta, eu jogo uma pedra nela. Eu

sou um médium natural.

Eu passo para médium voluntário. Mesmo que eu tenha a vontade ou que eu sinta que das

minhas mãos pode sair uma pedra que a atinja eu vou dizer assim:

– “Porque é que eu vou fazer isso?”

Então eu passei a ser um médium que controla o fenômeno. Eu sou um médium voluntário.

Para eu fazer isso eu tive que crescer espiritualizando– me ao ponto de poder dominar o

fenômeno ou ao Espírito.

Então foi um crescimento moral.

P – Para alcançar o estado de médium voluntário a etapa ou hiato que gente tem de alcançar é a

moralização...

R – É a moralização. Porque se não houver essa moralização você não consegue se impor ao

Espírito. Só isso.

P – Então a passagem do estado de médium natural a médium voluntário resulta do crescimento

moral, de um desenvolvimento moral?

R – Claro! Só isso!

(L.M., item 209) “No médium aprendiz a fé não é condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os

esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam.”

Pergunta–se : Qual o papel da fé na continuidade do desenvolvimento mediúnico?

R – A fé não é a condição rigorosa no médium aprendiz, isto é, nos fenômenos iniciais da

mediunidade.

Se você tem um bom sentimento você começa a desenvolver os seus dons mediúnicos ... Se

vocês prestarem atenção a quem começou na Doutrina Espírita pelo fenômeno e associou o

conhecimento o desenvolvimento é bem mais rápido.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

16

Quem começou só pelo fenômeno, se não tiver essa boa vontade, o desenvolvimento é

................................. porque é um conhecimento que não tem razão de ser. A pessoa diz:

– “Porque eu estou fazendo esse negócio? Não me interessa isso. Não tenho nada a ver com

a mediunidade. O que é isso? Não me interessa coisa nenhuma. Isso não tem nenhum valor para

mim. Porque é que eu estou tendo isso aí?”

Se você tem a boa vontade você diz:

– “Não. Esse sentimento objetiva uma tarefa em si mesma. Então eu vou fazer esta tarefa

muito bem feita. Vou dar o máximo de mim nessa tarefa.”

E o médium moralizado.

Então a fé não é indispensável mas é conseqüência. Ela virá como conseqüência do seu

sentimento íntimo de boa vontade. Aí você tem sentimento íntimo de boa vontade para com o

fenômeno; a sua convicção, a sua determinação, o seu espírito de convivência com o fato mediúnico

cresce.

É o que acontece com a maioria de nós que tem mediunidade. Começou indo a Centro

Espírita por causa da mediunidade, ingressou no estudo doutrinário e seguiu à frente paralelamente.

É difícil desenvolver mediunidade sem desenvolver sentimento.

(Você mesma que dirige um grupo de desobsessão). Você vê como é difícil algumas pessoas

terem perseverança no trabalho, porque elas não tem sentimento de auxílio. Então elas vêm à

sessão, não vêm a sessão, faltam à sessão, vêm quando querem; tem sempre uma justificativa.

Porque? São todas justificativas do ponto de vista assim humano, perfeitas. De um ponto de vista,

de um auxílio totalmente inconsistentes. É um médium imaturo.

P – 25 ...

R – 25 Todas às vezes que um Espírito superior nos informa alguma coisa é justamente para nos

estimular.

P – 26...

R – 26 Mas aí tem fé e não tem amor.

P – 27

R – 27 É difícil entender, mas existe.

Você vê por exemplo uma pessoa com objeto de culto inferior. Ela não está cheia de fé?

Aonde é que está o sentimento superior aí?

Quando a gente amava lá um pedaço de pedra que a gente botava num altar qualquer... A

gente não era cheio de fé? Mas o sentimento era simples demais! Ao ponto de botar na pedra toda a

nossa convicção. Compreendeu?

É um estágio, é uma mudança que a gente vai fazendo ...

“Erich Fromm (livro: Eram os Deuses Astronautas?) relata que um piloto perdido na

Oceania aterrissou em uma das ilhas, habitada por tribos selvagens que jamais tinham visto um

avião. Para aqueles selvagens aquele homem era um ser que veio do Céu. Então foi entronizado

como um deus.

O piloto aproveitou–se da situação porque era melhor do que ser morto.

Num dado momento ele conseguiu fazer uma canoa e se mandou.”

Os nativos disseram assim:

– “Deus do Céu! O nosso deus foi embora.”

Mas o piloto não pôde levar o avião.

Então eles fizeram um altar para o avião.

Passado o tempo outros viajantes chegaram à ilha e perguntaram:

– “O que é aquilo?”

– “Isto foi um instrumento em que um dos nossos deuses veio à Terra.”

– “Um deus?”

– “É. Foi um deus que veio aqui.”

– “E aonde está este deus?”

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

17

– “Ah! um dia ele pegou o barco e foi embora.”

Esses índios estavam cheio de fé, mas era só um teco– teco (o objeto de veneração).

P – 28 ...

R – 28 A gente tem que ter fé. Por isso que Kardec diz assim: a fé não é condição rigorosa do

fenômeno. Porque ele teve pureza de intenção. Teve desejos. Teve boa vontade. A fé no ponto de

vista que ele põe aqui já é uma fé religiosa, já é uma fé de sentimento. Já é uma fé superior.

Nessa fase de fé tem que fazer estas distinções, estes períodos em que a gente entra ......... É

o progresso da alma da gente.

P – Então, de uma maneira muito simplificada a gente pode dizer que no desenvolvimento da

mediunidade:

a) existe o desenvolvimento da faculdade que é automático;

b) existe o progresso da mediunidade que está diretamente relacionado ao progresso moral

do médium?

Quais seriam as virtudes a serem desenvolvidas para o médium acompanhar o

desenvolvimento mecânico da faculdade com o progresso moral?

Que virtudes o médium deve se esforçar para cultivar para, a par do desenvolvimento da

faculdade, ou seja, habilidade, na produção do fenômeno mediúnico, haver crescimento no teor dos

fenômenos?

R – Resumindo:

Eu quero crescer no meu fenômeno mediúnico. O que eu tenho que fazer para crescer? Para

junto do fenômeno crescer a moralização e ganhar a presença de um Bom Espírito? O que você tem

que fazer?

Eu começo meu trabalho mediúnico:

– “Desejo servir a Deus.”

O que você entende como servir a Deus?

– Você vai começar a procurar crescer no conhecimento, no sentimento e no entendimento.

Você conhece e você tem que entender os outros. Além de você melhorar o sentimento

pessoal, sentimento em relação à vida, sentimento em relação a tudo.

Então nestes 3 degraus você começa a buscar a figura daqueles Espíritos que conhecem, que

amam e que compreendem.

Eles conhecem. Repare bem um Dr. Bezerra de Menezes: ele conhece as nossas almas, as

nossa fraquezas, conhece as nossas possibilidades de progresso, de atuação.

Ele não dá tarefa que a gente não possa cumprir.

Ele entende as nossas limitações. Tem que entender. Tem que ter bastante entendimento.

E simultaneamente nós temos que crescer em que? É nos sentimentos. Porque se eu não

puser o sentimento de sempre alcançar regiões mais elevadas ele (o Bom Espírito) vai dizer para

mim assim:

– “Você é um limitado!”

Porque você conhece. Compreende. Mas não está alcançando região mais elevada . Você

ficou parado no tempo.

E o amor dá o crescimento para a alma da gente. Se você não tiver amor você não cresce.

Você está sempre limitado.

P – 29 ...

R – 29 Só vai depender de nós. Não vai depender de mais ninguém. Porque o amor é uma coisa

que só vai depender de você. Ninguém pode ter por você. Nem ninguém pode te dar.

Conhecimento uma pessoa pode te dar. Pode passar, não te dar. Mas o amor não passa, amor você

constrói.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

18

P – 30 ...

R – 30 Seria o produto disto tudo não: Amor é conseqüência de todo um processo evolutivo. Isso

faz parte. Esses 2 itens fazem parte do processo.

Porque amor (você tem que botar na cabeça o seguinte) ... Ninguém progride às custas dos

outros. Você progride por você mesmo. No conhecimento você é ajudado. No amor a ajuda é

menor. Porque o amor ou você tem ou você não tem. Alguém tem que chegar, dizer para você e

você dizer assim:

– “Eu sinto! eu sinto amor.”

P – 31 ...

R – 31 Ele é estimulado mas você só vai ter aquele amor no momento em que você sentir.

Olha a figura de Judas, olha a figura de Pedro, olha a figura dos outros apóstolos todos.

Dizem assim: “João Evangelista era o discípulo amado.”

Os exegetas, hoje em dia, dizem que João não era o mais amado, mais o discípulo que mais

amava. Por isso Jesus gostava tanto dele. Era o que mais O amava.

P – 32 ...

R – 32 Não podia ter preferência.

P – 33 ...

R – 33 A “turma” que interpreta o Evangelho diz: João não era o discípulo que Jesus mais amava.

Era o que mais amava a Jesus. Totalmente diferente.

P – 34 ...

R – 34 Você pega Simão Pedro.

Era um espírito decidido. Claro que era amoroso. Tanto era amoroso que Jesus confiou–lhe a

Igreja. Mas vejam: porque Jesus não confiou a João a Igreja? Porque provavelmente junto ao amor

que Simão Pedro tinha, Simão Pedro deveria ter outras coisas, um das quais chamada bom senso,

que João não deveria ter esse bom senso, provavelmente. (A gente aí já está querendo interpretar a

História). Porque Simão Pedro era um pessoa sólida. Ele tinha os pés na terra.

P – 35 ...

R – 35 Ele tinha os pés na terra. Tanto é que na luta entre Paulo e os demais discípulos o que é que

ele diz que viu? Ele viu uma cruz. Quando ele viu a cruz ele interpretou a disputa entre Paulo e os

discípulos que iam de Jerusalém para a Igreja onde Paulo estava...

Ele entendeu que aquilo era uma luta que estaria ocorrendo entre as 2 correntes do

Cristianismo e ele entendeu que dependendo ............................... Todo mundo cobrava dele.

É quando Simão Pedro tem a visão (Isto é relatado em Ato dos Apóstolos e também no livro

PAULO E ESTEVÃO). Ele relata isso muito mais tarde. Então ele conta que quando ele viu a cruz,

ele não viu a cruz, ele viu um símbolo, o símbolo do equilíbrio. Um travessão, outro travessão.

Ele viu o símbolo do equilíbrio. Então ele teve que ter uma atitude de equilíbrio. Ele

virou–se para os irmãos e disse:

– “Se eu tive um atitude errada para qualquer um de vocês peço desculpas. Porque não foi a

minha intenção passar noção de preferência para ninguém. Eu peço desculpa a vocês dois. Vamos

pegar o texto do Evangelho. Vamos continuar a ler ...”

P – 36 ...

R – 36 Era a cabeça do equilíbrio. Talvez João Evangelista não fosse esse equilíbrio. Por muito

amar ele poderia dizer:

– “Ah! deixa dessa bobagem! Para que circuncisão?”

E iria acabar com a festa lá de Jerusalém.

(Pedro) era a cabeça. Era a cabeça do equilíbrio. É o sentimento do amor que a gente

adquire. Ele não teria esse equilíbrio se não fosse o sentimento do amor.

Nota.: Ver o livro PAULO E ESTEVÃO, cap. “As lutas do Evangelho”, pg. 374 a 382 e 385 a 396.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

19

(LM, item 227) “Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento,

exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral.”

Pergunta–se : Isto é do ponto de vista fluídico ou moral?

R – É moral com repercussão no fluídico.

Porque não nos esqueçamos, o fluído tem a ver com a nossa moral.

Então você diz assim: – “Eu sintonizo com Jerônimo de Praga. É o caso de Léon Denis.

O Guia dele era Jerônimo de Praga. Era um ser liberto. Enfrentou a Igreja Católica e era um

demolidor. Ele era um espírito que enfrentava. Ele não temeu enfrentar a fogueira. Mas manteve

seus pontos de vista. Léon Denis não temeu perder a amizade de grandes amigos na defesa de um

ponto de vista. Tinha que ter um guia desse. Nesse sentimento de amor o crescimento espiritual fez

com que seu próprio fluído fosse transformado. O fluído dele, Léon Denis, (foi) ficando aproximado

do fluído de Jerônimo.

Então a ação é fluída e é moral. É moral e é fluídica.

O fluído será o resultado dessa moralização.

Então quando Kardec diz assim: “Não exerce modificação... não passa de um instrumento...

exerce entretanto a influência sob o ponto e vista moral.

E vocês vão dizer assim:

– “Como é que um médium de desobsessão sintoniza com determinados Espíritos ?”

Das mais variadas formas. Duas explicações:

1o — O sentimento de socorro: Médium de desobsessão que não tiver o sentimento de

socorrer ao próximo não trabalha. Aquilo que ele (A.) disse: Ele tem medo. De um ponto de vista

moral e fluídico. Ele não trabalha. Ele tem que ter sentimento para ele poder atrair aquela variedade

de vibrações.

2o — Por outro lado, quando ele não é médium de desobsessão: quando a gente observa os

chamados médiuns flexíveis. Estes se adaptam a vários gêneros de comunicação.

O caso do Chico que “pega “aquele “bando “de Espíritos, lá de tudo que é jeito. É porque ele

tem um sentimento muito grande que abriga no seu coração as variedades de inteligências a sua

volta.

E aí você vai entender agora porque há médiuns que são limitados. Eles não conseguem

“abrir” muito a mediunidade. A mediunidade é para determinadas tarefas. Isso às vezes é uma

limitação mediúnica.

A gente diz: E uma limitação mediúnica. Mas, o que é uma limitação mediúnica? É sinal de

que o médium não tem grande abertura. É o que faz o médium às vezes dizer: “Eu não consigo

perceber exatamente o que, o Espírito quis dizer”... Não tem (o Espírito) nenhuma afinidade com

ele, médium. Não tem afinidade e ainda não tem aquele poder de absorção tão grande que aquele

Espírito carrega consigo. Também pode não ter desenvolvido o sentimento de amor.

P – 37 ...

R – 37 Num universo maior.

P – 38 ...

R – 38 É.

Pergunta: A partir daí a gente pode fazer sempre a correlação que a flexibilidade da faculdade vai

ser dependente da moralidade?

R – A partir daí nós vamos entender que a flexibilidade da mediunidade vai depender da

moralidade, do espírito de serviço e das condições físicas do médium. Porque, no tempo, o médium

vai perdendo seu fluído. Então ele vai se limitando. Mas ele limita a comunicação, não limita a

percepção.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

20

Então vamos explicar mais um pouco isso aí. O médium aumenta na medida de seu amor, o

seu poder de percepção, mas, ele limita o poder da comunicação. A velhice, por exemplo, limita o

poder das comunicações, mas ele percebe muito mais.

Vamos voltar a falar do Chico. Ainda hoje se vocês presenciarem o Chico psicografando

uma mensagem ... Aquilo que nós vimos, ele escrever 20 – 30 páginas de papel ofício em 2

minutos, agora ele demora 3 – 4 horas. É uma limitação do ponto de vista físico, fluídico. Mas a

percepção dele está cada vez mais aberta:

– “Olha, Fulano está aí do teu lado fazendo isso, fazendo aquilo, fazendo aquilo outro.”

Mas Fulano já não consegue escrever por ele... Então ele está aumentando cada vez mais o

poder mediúnico dele porque está se libertando do corpo, está cada vez mais vivendo a vida de

Espírito, mas, em compensação, os neurônios, o braço, tudo aquilo já não está mais funcionando.

(Neurônio não deixa de funcionar, mas a gente está falando assim ........). O braço dele fica assim.

Para escrever a letra A o braço fica assim exatamente nesta dificuldade que eu estou fazendo para

vocês.

Então do ponto de vista de comunicação o médium perde a flexibilidade mais do ponto de

vista da ampliação de sensibilidade não tem limite.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

21

Introdução

1. O tema “Influência Moral do Médium” (I.M.M.) sugere a você: (Preencha com as primeiras idéias que o tema lhe sugerir)

2. Qual a correlação entre as idéias acima e a PRÁTICA MEDIÚNICA?

3. Para estabelecer as correlações DOUTRINÁRIAS entre o tema e a PRÁTICA

MEDIÚNICA estudemos os textos:

3.1 Textos do Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE)

O que é um médium?

O que é a mediunidade?

Cap. XXVI – DAI GRATUITAMENTE

Mediunidade gratuita – item 9

A MEDIUNIDADE

Natureza / Mecanismo

“Faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode

contar.

...

A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar–se uma

profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade.

Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula.”.

Cap. XXVIII – PRECES ESPÍRITAS

Para os médiuns, item 9 Prefácio

a) Cumprimento da promessa evangélica

VULGARIZAÇÃO da mediunidade

INICIAÇÃO do Povo

Doutrina Secreta (Depois da Morte, Léon Denis)

Atos II: 17 e 18 ...”vosso filhos e filhas profetizarão”...

b) – [Cada um pudesse obter ] a PROVA DA IMORTALIDADE Com esse objetivo é que os

Espíritos se manifestam hoje em todos os pontos da Terra e a mediunidade se revela em pessoas de

todas as idades e de todas as condições.

Comentários:

1. LM, item 1: “Tomamos, conseguintemente, por ponto de partida, a existência, a sobrevivência e a

individualidade da alma, existência, sobrevivência e individualidade que tem no Espiritualismo a

sua demonstração teórica e dogmática e, no Espiritismo, a demonstração positiva.”

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

22

2. LM, item 2: CONSEQUÊNCIAS da existência da alma e sua individualidade após a morte:

1o – sua natureza difere da do corpo;

2o – goza da consciência de si mesma;

3o – a alma vai para alguma parte;

4o – pluralidade dos mundos habitados;

5o – o mundo Espiritual tem uma população intermundos (?):

6o – impossibilidade da realização das penas e recompensas futuras, de acordo com a Teologia,

sem lugar circunscrito.

CONSEQUÊNCIAS da existência de um mundo Invisível habitado pelas almas dos homens que já

não estão ligados a corpos carnais, isto é, ESPÍRITOS!

Observação do seu “funcionamento”

Conhecer as leis que regem este Mundo

Finalidade deste Mundo Invisível

Correlação deste com o mundo corpóreo.

Conclusão:

1. LM, item 292 22a : “Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos espera, tanto menos

saudosos vos sentireis desse onde agora estais. Eis, em suma, o fim da revelação”.

2. ESE, cap. XXVIII item 9: “Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da

Natureza material, outorgou Deus ao homem a vista corpórea, os sentidos especiais. ... Para

penetrar no mundo invisível, deu–lhe a mediunidade”.

OS MÉDIUNS

ESE, cap. XXVIII, item 9: “Os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os

ensinos dos Espíritos: ou melhor, são os órgãos materiais de que se servem os Espíritos para se

expressarem aos homens por maneira inteligível.

... a missão que desempenham visto ter por fim rasgar os horizontes da vida eterna.

Os Espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos, a fim de o reconduzirem à senda do bem.

Aí têm os médiuns o de que devem compenetrar–se bem, para não fazerem mau uso de suas

faculdades. Aquele que, médium, compreende a gravidade do mandato de que se acha investido,

religiosamente o desempenha. Sua consciência lhe profligaria, como ato sacrílego, utilizar por

divertimento e distração, para si e para os outros, faculdades que lhe são concedidas para fins

sobremaneira sérios e que o põem em comunicação com os seres além– túmulo. Como intérpretes

do ensino dos Espíritos, têm os médiuns de desempenhar importante papel na transformação que se

opera.”

serviços boa diretriz que imprimem às suas faculdades

dar contas do uso que hajam feito de um dom que lhes foi concedido para o bem

de seus semelhantes

LM, item 226 3a : Os médiuns que fazem mau uso das faculdades, que não se servem delas para o

bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as conseqüências dessa falta.

“Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio de mais se

esclarecerem e o não aproveitam”.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

23

4. Revelações da literatura mediúnica sobre médiuns e mediunidade

4.1 Textos de MISSIONÁRIOS DA LUZ (24a edição FEB)

Cap. 1 – O PSICÓGRAFO

pg. 13: “Temos seis comunicantes prováveis, mas, na presente reunião, apenas compareceu um

médium em condições de atender. .... Portanto .... o grupo de aprendizes e de obreiros terrestres

somente receberá o que se relacione com o interesse coletivo”.

“Julguei que o médium fosse a máquina, acima de tudo”.

“A máquina também gasta, ... e estamos diante de mecanismo demasiadamente delicado”.

... “nos serviços mediúnicos, preponderam os fatores morais. ... O médium, para ser fiel ao mandato

superior, necessita clareza e serenidade, como o espelho cristalino dum lago.”

pg. 14: “Este irmão não é um simples aparelho. É um espírito que deve ser tão livre quanto o nosso

e que, a fim de se prestar ao intercâmbio desejado, precisa renunciar a si mesmo, com abnegação e

humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as regiões mais elevadas.

Necessita calar, para que outros falem; dar de si próprio, para que outros recebam. Em suma, deve

servir de ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Sem essa compreensão consciente do

espírito de serviço, não poderia atender aos propósitos edificantes. Naturalmente, ele é responsável

pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna,

a paciência e o amor cristão; ...”

Comentários:

1. Numa reunião mediúnica regular os resultados obtidos podem ser aquém das expectativas da

Espiritualidade, devido ao despreparo do elemento humano.

2. O Espírito do médium é o intérprete do pensamento da Espiritualidade.

Sua inquietude perturba a projeção do pensamento da Espiritualidade sobre sua mente.

3. O Espírito do médium é tão livre quanto o do comunicante e não simples máquina de produção

de fenômenos/comunicações.

4. Participa conscientemente do intercâmbio mediúnico ao manter as condições de acesso à permuta

com as regiões mais elevadas: renúncia, abnegação, humildade, tolerância, disposição fraterna,

paciência e o amor cristão.

4.2 Textos de OS MENSAGEIROS (24a Edição FEB)

Cap. 3 – NO CENTRO DO MENSAGEIROS

pg. 22: “O Centro prepara entidades afim de que se transformem em cartas vivas de socorro e

auxílio aos que sofrem no Umbral, na Crosta e nas Trevas... Este serviço é a cópia de quantos se

vêm fazendo nas mais diversas cidades espirituais dos planos superiores. Preparam–se aqui

inúmeros companheiros para a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos

setores da evolução planetária. ... Organizamos turmas compactas de aprendizes para a

reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas... Tarefeiros do conforto espiritual

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

24

encaminham–se para os círculos carnais, em quantidade considerável, habilitados pelo nosso

Centro de Mensageiros”.

pg. 22 e 23: “... essa preparação não constitui, ainda, a realização propriamente dita. Saem milhares

de mensageiros aptos para o serviço, mas são muito raros os que triunfam. Alguns conseguem

execução parcial da tarefa, outros muitos fracassam de todo. O serviço legítimo não é fantasia. É

esforço sem o qual a obra não pode aparecer nem prevalecer. Longas fileiras de médiuns e

doutrinadores para o mundo carnal partem daqui, com as necessárias instruções, porque os

benfeitores da Espiritualidade Superior, para intensificarem a redenção humana, precisam de

renúncia e de altruísmo. Quando os mensageiros se esquecem do espírito missionário e da dedicação

aos semelhantes, costumam transformar–se em instrumentos inúteis. Há médiuns e mediunidade,

doutrinadores e doutrina, como existem a enxada e os trabalhadores. Pode a enxada ser excelente,

mas, se falta espírito de serviço no cultivador, o ganho da enxada será inevitavelmente a ferrugem.

Assim acontece com as faculdades psíquicas e com os grandes conhecimentos. A expressão

mediúnica pode ser riquíssima: entretanto, se o dono não consegue olhar além dos interesses

próprios, fracassará fatalmente na tarefa que lhe foi conferida. Acredite, meu caro, que todo trabalho

construtivo tem as batalhas que lhe dizem respeito. São muito escassos os servidores que toleram as

dificuldades e reveses das linhas de frente. Esmagadora percentagem permanece a distância do fogo

forte. Trabalhadores em conta recuam quando a tarefa abre oportunidades valiosas.”

pg. 23: “... é imprescindível considerar que a manutenção do vaso, para recolher (as bênçãos do

Senhor) é dever que nos assiste.”

pg. 24: “O programa de nossa administração espiritual: preparo de espíritos que se transformem em

cartas vivas de Jesus para a Humanidade encarnada”

[ Epístola de Paulo, pg. 425 a 427 do livro PAULO E ESTEVÃO].

Comentários:

1. O preparo do trabalhador da mediunidade obedece a planejamento meticuloso no Plano

Espiritual.

2. A assistência do Cristo aos homens se faz através dos “poderes do Espírito” (PAULO E

ESTEVÃO, pg. 425 “Não te atormentes com as necessidades de serviço.”)

3. As tendências superiores da personalidade são causas de fracasso de vasto contingente de

aprendizes do trabalho espiritual que “interpretam dificuldades como punições” quando TODO

OBSTÁCULO TRADUZ OPORTUNIDADE VERDADEIRAMENTE PRECIOSA aos que já tem

“olhos de ver”.

4. Estudar no livro PAULO E ESTEVÃO 2a Parte:

Cap. VII As Epístolas

Cap. VIII O martírio em Jerusalém

5. Conseqüência da PROVA DA IMORTALIDADE que a mediunidade

proporciona

5.1 A CERTEZA da existência, sobrevivência e individualidade da alma modifica o seu modo

de viver atual?

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

25

5.2 Em que aspectos?

5.3 Qual a repercussão da certeza da imortalidade da alma sobre a prática mediúnica?

5.4 Para estabelecermos as correlações doutrinárias entre o Tema e a Prática Mediúnica

estudemos os textos:

5.4.1 Texto do ESE, cap. XVIII MUITOS OS CHAMADOS

Muito se pedirá àquele que muito recebeu, itens 10, 11 e 12.

“Principalmente ao Ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam.

...

Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outrem, pode pretextar ignorância;

não se pode desculpar nem com a falta de instrução, nem com a obscuridade do sentido alegórico.

Aquele, portanto, que não aproveita essas máximas para melhorar–se , que as admira como coisas

interessantes e curiosas, sem que lhe toquem o coração, que não se torna nem menos vão, nem

menos orgulhoso, nem menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem menos melhor

para seu próximo, mais culpado é, porque mais meios tem de conhecer a verdade.

Os médiuns que obtêm boas comunicações ainda mais censuráveis são, se persistem no mal, porque

muitas vezes escrevem sua própria condenação e porque, se não os cegasse o orgulho,

reconheceriam que a eles é que se dirigem os Espíritos.

...

Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas, também, aos que houverem

aproveitado, muito será dado”.

5.4.2 Texto do LM, item 292 22a

“Não esqueçais que o fim essencial, exclusivo, do Espiritismo é a vossa melhora e que, para o

alcançardes, é que os Espíritos têm a permissão de vos iniciarem na vida futura, oferecendo– vos

dela exemplos de que podeis aproveitar. Quanto mais vos identificardes com o mundo que vos

espera, tanto menos saudosos vos sentireis desse onde agora estais. Eis, em suma, o fim atual da

revelação.”

5.4.3 Texto do ESE, cap. II , item 1, item 2 – A Vida futura

“Meu reino não é deste mundo.

...

“... e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade.” (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33,

36 e 37) (item 1)

...

...

“Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as

circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das

maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande

princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seu preceitos

morais, donde vem os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava da vida

presente, não os compreendem, ou consideram pueris.

Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, ... É que ele tem de ser o

ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de

acordo com a justiça de Deus.” (item 2)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

26

Comentários:

1. A ressurreição de Cristo alicerça as promessa das Bem aventuranças no Reino de Deus.

“Ora, se se prega que o Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não

há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também o Cristo não ressuscitou. E,

se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a nossa fé.” (I Coríntios, cap.

15; vv. 12, 13, 14).

2. A mediunidade renovando a prova da imortalidade dada pelo Cristo alicerça o eixo do seu ensino:

a vida futura.

3. Os testemunhos das almas dos mortos solapam os dogmas espiritualistas sobre a vida futura: Céu,

Inferno, Purgatório, Ressurreição da carne, Impossibilidade de comunicação com os mortos,

Manifestação demoníacas.

4. A clareza com que a mediunidade apresenta as condições da vida futura obrigam a reconsiderar

os dogmas espiritualistas sobre a justiça e a bondade de Deus.

5. Os testemunhos espirituais reintroduzem o conceito de vidas sucessivas e pluralidade dos mundos

habitados que as crenças espiritualistas haviam excluídos dos ensinos do Cristo.

6. ESE, cap. II item 5

“A idéia clara e precisa que faça da vida futura proporciona inabalável fé no porvir, fé que acarreta

enormes conseqüências sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de

vista sob o qual encaram a vida terrena.”

6. A fé inabalável na vida futura proporcionada pela mediunidade e suas

conseqüências sobre a atividade mediúnica

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem.” (Hebreus,

11:1)

Textos do ESE:

6.1 cap. XIX A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS

“Entende–se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir a

determinado fim.” (item 3)

...

“Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre–lhe velar atentamente pelo

desenvolvimento dos filhos que gerou.

A esperança e a caridade são colorários da fé e formam com esta um trindade inseparável.

...

A fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da

regeneração.” (item 11)

...

“... é o sentimento inato de seus destinos futuros; ...

...

Com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.” (item 12)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

27

6.2 cap. XI AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO

“... a caridade, sem a fé, não basta para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar

felizes. Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Na verdade, impulsos generosos se vos

depararão, mesmo entre os que nenhuma religião têm; porém, essa caridade austera, que só com

abnegação se pratica, com um constante sacrifício de todo interesse egoístico, somente a fé pode

inspirá–la, porquanto só ela dá se possa carregar com coragem e perseverança a cruz da vida

eterna.” (item 13)

Comentários:

1. LM, item 209: “No médium aprendiz, a fé não é condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os

esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam”

mas

a continuidade do trabalho, a construção do ESPÍRITO DE SERVIÇO CONSCIENTE EXIGE A

“fé que remove montanhas.”

ESE, cap. XIX, item 2:

“As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má– vontade, em suma, com

que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da

rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras

tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade.”

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

28

Roteiros evangélicos para o servidor da Seara de Jesus

Textos extraídos dos livros:

PALAVRA DA VIDA ETERNA

Chico Xavier/Emmanuel – 1a Edição CEC

JESUS NO LAR

Chico Xavier/ Néio Lúcio – 20a Edição FEB

PALAVRAS DA VIDA ETERNA JESUS NO LAR

Lição Título Lição Título

1 Recomecemos 3 Explicações do Mestre

21 Compreendendo 4 A lição da semente

22 Na Palavra e na Ação 38 O argumento justo

23 Adoração e Fraternidade 41 O incentivo santo

24 Liberdade em Cristo 43 A glória do esforço

25 Ouvirás decerto 45 O imperativo da ação

27 Liberdade em Jesus 49 A jornada redentora

28 Na conquista da Liberdade

42 No serviço mediúnico

43 Na mediunidade

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

29

PALAVRAS DE VIDA ETERNA (Emmanuel)

Lição 1 – Recomecemos

Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho.” – JESUS.

(MATEUS, 9:16)

Esquecimento do mal – recomeço do esforço de progresso e elevação – perda real: a

oportunidade desprezada (passada e atual).

Lição 21 – Compreendendo

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro para que a excelência do poder seja de Deus e não

de nós.” – PAULO.

(II Corintíos, 4:7)

Não te espantes, assim, à frente do conflito da luz e da treva em ti mesmo...

Segue a luz e acertará o caminho.

Lição 22 – Na Palavra e na Ação

“E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei– o em nome do Senhor Jesus, dando

por ele graças a Deus Pai.” – PAULO.

(Colossenses, 3:17).

Dizes– te cristão ...

Isso quer dizer que o nome do Senhor se encontra empenhado em tuas mãos.

Lição 23 – Adoração e Fraternidade

“Ora, temos da parte dele, este mandamento, que aquele que ama a Deus, ame também a seu

irmão.” – JOÃO

(I JOÃO, 4:21.)

Exibirás dons mediúnicos dos mais excelentes de modo a falares d’Ele, com eficiência e segurança,

às criaturas irmãs ...

Contudo, se não amas a teu irmão, por amor a Ele, Pai Amoroso e Justo, de que te vale o culto filial,

estéril e egoísta?

Lição 24 – Liberdade em Cristo

“Estais pois firmes na liberdade com que o Cristo nos libertou e não vos submetais de novo ao jugo

da escravidão.” – PAULO.

(Gálatas, 5:1).

A liberdade do Cristo é a submissão à Lei de Deus, ainda mesmo com o nosso próprio sacrifício.

Lição 25 – Ouvirás decerto

“Salva– te a ti mesmo e desce da cruz.”

(MARCOS, 15:30).

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

30

Farás da mediunidade um instrumento para a lavoura do bem, ainda mesmo que te custe

imensuráveis sacrifícios.

Lição 27 – Liberdade em Jesus

“Para a liberdade Cristo nos libertou: permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um

jugo de escravidão.” – PAULO.

(Gálatas, 5:1).

“Se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito pautemos também nossa conduta.” – PAULO.

(Gálatas, 5:25).

liberdade das paixões indomesticadas X cativeiro consciente às nossas obrigações,

perante o Pai Excelso

faço o que quero

X

devo servir

Assimilemos do Mestre o senso da disciplina

Se quisermos ser livres, aprendamos a obedecer

Dever retamente cumprido firmeza

Lição 28 – Na conquista da Liberdade

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade, porém, não useis da liberdade para dar ocasião

à carne; sede, antes, servos uns dos outros pelo amor.” – PAULO.

(Gálatas, 5:13)

Renúncia consciente à nossa própria emancipação serviço espontâneo aos outros

voluntária rendição ao dever por amor aos nossos próprios deveres Liberdade vitoriosa.

Lição 42 – No serviço mediúnico

“Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.” – PAULO.

(I Coríntios, 12:4).

A mediunidade é concedida a cada um para o que for útil, para a nossa própria edificação e segundo

as nossa necessidades.

Lição 43 – Na mediunidade

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não

de nós.” – PAULO.

(II Coríntios, 4:7).

Tribulações e esperanças do ministério (II Coríntios, 4: 7, 8, 9, 16, 17).

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

31

JESUS NO LAR – (Néio Lúcio)

Lição 3 – Explicações do Mestre

“Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as

sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que

poderíamos recolher.”

Lição 4 – A lição da semente

“... ainda que o discípulo guarde os pés encarcerados no lodo da Terra, o trabalho infatigável no

bem, no lugar em que se encontra, é o traço indiscutível de sua elevação. Conheceremos as árvores

pelos frutos e identificaremos o operário do Céu pelos serviços em que se exprime.

...

“ – Senhor: que dizer, então, daqueles que conhecem os sagrados princípios da caridade e não os

praticam?

...

“... representam sementes que dormem, apesar de projetadas no seio dadivoso da terra. Guardarão

consigo preciosos valores do Céu, mas jazem inúteis por muito tempo. Estejamos, porém, convictos

de que os aguaceiros e furacões passarão por elas, renovando–lhes a posição no solo, e elas

germinarão, vitoriosas, um dia. Nos campos de Nosso Pai, há milhões de almas assim, aguardando

as tempestades renovadoras da experiência, para que se dirijam à gloria do futuro. Auxiliemo–las

com amor e prossigamos, por nossa vez, mirando a frente!”

Lição 38 – O argumento justo

“... se vocês se declaram fracos, devedores, endurecidos e maus e não são os primeiros a

trabalharem para se fazerem fortes, redimidos, dedicados e bons em favor da obra da salvação, não

me parece que os anjos devam descer da glória dos Cimos para substituir– nos no campo de lições

da Terra.”

Lição 41 – O incentivo santo

“... se te não é possível, por agora, servir a Nosso Pai Supremo na condição de um homem

purificado, atende aos teus deveres, espalhando reconforto e bom ânimo, na posição do animal

valioso e útil. Nas bênçãos do serviço, serás mais facilmente encontrado pelos mensageiros de Deus,

...

....

O trabalho no bem é o incentivo santo da perfeição.”

Lição 43 – A glória do esforço

“A aquisição de qualidades nobres é a glória infalível do esforço.

...

Quando a criatura, porém, somente trabalha na cota de tempo que lhe é paga pelas mordomias da

Terra, sem qualquer aproveitamento das largas concessões de horas que a Divina Bondade lhe

concede, nada mais receberá, além da remuneração transitória do mundo.”

Lição 45 – O imperativo da ação

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

32

“O Reino Divino guarda o imperativo da ação por ordem fundamental. ... propaguemos a verdade

salvadora, através dos pensamentos, das palavras, das obras e de nossas próprias vidas. ... Amar

servindo, é venerar o Pai, acima de todas as coisas; e servir, amando, é amparar o próximo como a

nós mesmos. ... é praticar a Lei.”

Lição 49 – A jornada redentora

“Assim é a caminhada do homem para o Reino Celestial.

... é preciso reconhecer a sua condição de cego e aplicar a si mesmo os remédios indicados nos

mandamentos divinos. Alcançado o conhecimento, apesar da zombaria de quantos o rodeiam em

posição de ignorância, é compelido a marchar por si mesmo, e sozinho quase sempre, do escuro vale

terrestre para o monte da claridade divina, aproveitando todas as oportunidades de servir,

indistintamente, ainda mesmo aos próprios inimigos e perseguidores. Quando o servidor do bem

compreende o dever de mobilizar todos os recursos da jornada, em silêncio, sem perda de tempo

com reclamações e censuras, que somente denunciam inferioridade, então estará em condições de

alcançar o Reino dentro do menor prazo, porque viverá plasmando as próprias asas para o vôo

divino, usando para isso a disciplina de si mesmo e o trabalho incessante pela paz e alegria de

todos.”

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

33

Aula de 19.09.95

Correlações entre Pensamento, Oração e Mediunidade.

O que é que nós chamamos de Desenvolvimento Mediúnico (D.M.)?

Já nos entendemos que desenvolver mediunidade nada mais é do que aprimorar um dom que

se chama um dom de relação ou de relacionamento entre os Espíritos e nós. Se nós entendermos que

a nossa mente é uma fonte de energia em busca de uma outra fonte de energia iremos entender que o

exercício da mediunidade nada mais é do que a junção dessas duas forças. Então no momento em

que a minha mente, com o meu potencial de pensamento, com o meu potencial de energia está

associado à mente e ao potencial de energia de uma outra inteligência. Ora, o desenvolvimento da

mediunidade é justamente a aproximação desses dois níveis ou desses dois pólos, ou se vocês

quiserem dizer, dessas duas inteligências.

Diz–se que um médium é desenvolvido na medida em que ele próprio vai crescendo,

melhorando o seu padrão, melhorando o seu entendimento, até atingir o máximo que sua mente é

capaz de atingir.

Há pessoa que não conseguem desenvolver a sua mediunidade muito além de alguns pontos

básicos do exercício mediúnico. Não conseguem, apenas para exemplificar, ir além do passe. Não

conseguem ir além da desobsessão. Não são capazes de desenvolver mais nenhum outro dom. E

quando eu falo num desses dois dons eu não estou querendo dizer, estabelecer uma linha de

comparação: este é melhor do que outro. Só estou querendo dizer que as pessoas não conseguem ir

além de uma única fonte de ação.

Isso porque? Isso porque ela não consegue acelerar a sua mente para a procura de outros

dons.

Como é que essa procura é feita?

Como é que a gente busca esses outros dons mediúnicos?

Nós temos como eu disse duas vertentes: a primeira é o Pensamento e a segunda é a Oração.

O Pensamento é uma busca dos dons partidos de nós mesmos, ou seja, dos dons anímicos,

ou seja, dos dons da própria alma. Aqueles dons como: do fluido, do passe (que nada mais é do que

fluido), da sensibilidade, a busca da percepção através do fenômenos da dupla vista, a própria

sensibilidade mediúnica aplicada à cura e, principalmente, quando nos dedicamos, ao convívio com

o Plano Espiritual, através da intuição. Nessa hora, o pensamento é um elemento básico. Ele é um

elemento de apoio de um ponto de vista exclusivamente de percepção, mas é um elemento básico.

Você não é uma pessoa com boa intuição se não se habituar a pensar. Você não é uma

pessoa com uma boa percepção se não tiver o hábito de pensar.

É difícil um Espírito passar um conceito doutrinário a você, através de sua mente, se você

não tiver capacidade de pensar por si mesmo (a).

Então, é preciso que a gente ponha na nossa mente que um bom desenvolvimento da

mediunidade exige também uma boa capacidade de pensar.

Como é que pensamos bem?

Nós pensamos bem na medida em que estudamos, maturamos, colocamos para fora, isto é,

executamos aquilo que estudamos e amadurecemos.

Então vamos analisar por partes:

ESTUDAR

É preciso estudar para conhecer.

Ninguém fala de uma coisa que não estude. Ninguém pode falar de nada que não sabe.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

34

É preciso amadurecer , ou seja, é preciso que a gente desenvolva raciocínios em torno do

assunto, tenha experiências em torno do assunto, conviva com o assunto, perceba o assunto, sinta

que o assunto é palpitante, sinta que o assunto é palpável, sinta que o assunto é possível existir em

você.

Há pessoas que não acreditam que o assunto possa existir nela; então ela não vai desenvolver

a mediunidade dela. É como um médium que diz assim:

– “Eu nunca vou alcançar esse trabalho. Nunca conseguirei fazer isso.”

Se ela não amadurece esse sentimento, se ela não amadurece essa capacidade de pensar que

é capaz de construir aquilo dentro dela realmente, ela nunca vai alcançar aquilo. Então o médium

precisa sentir, palpitar, perceber aquele dom dentro de si como uma conquista por executar.

Nenhum médium nasce feito. Isso é uma coisa por conquistar, um coisa a ser executada.

E finalmente nós temos o amadurecimento, temos aquilo, que eu disse para você: “por para

fora”, ou seja, executar aquilo que nós aprendemos e aquilo que nós amadurecemos, ou seja, ter a

prática daquele sentimento, daquele aprendizado.

Então veja bem: nós estudamos o Livro do Médiuns (L.M.). Entendemos o que é o L.M.

Amadurecemos a idéia. Mas se nós não começarmos a executar a mediunidade nós não teremos

concluído o aprendizado.

O Pensamento e a Mediunidade, a Mediunidade e o Pensamento é isso: é estudar, é

amadurecer e é executar. Ou seja, “por para fora”.

Então vejamos agora um outro aspecto interessante.

Quando nós vamos estudando, vamos amadurecendo e vamos pondo para fora todo aquele

conhecimento nós também encontramos outras vertentes interessantes.

E o estudo? Selecionar o estudo.

Selecionar o estudo que interessa àquele desenvolvimento. A Doutrina Espírita tem tanta

expansão, tem tanto material para a gente ler, conhecer, se nós formos estudar todos os livros que

existem, nós não vamos conseguir ler tudo e pensar em tudo.

É preciso que numa fase do nosso desenvolvimento a gente selecione a leitura para ficarmos

dentro daquilo que está nos interessando naquela faixa de aprendizado. Ler aquilo. Conhecer aquilo.

Aquilo o que? Mediunidade de cura? Mediunidade de passe? Mediunidade de incorporação? O que

for! Vamos trabalhar aquelas idéias que estão ali.

Então, selecionar a leitura para selecionar o nosso conhecimento. Depois de selecionar a

leitura ir atrás de bons autores. E nós temos que ter também junto da seleção o conhecimento de

bons autores. Tem muito autor que você lê, lê, espreme e não sai nada. Então vocês não

esqueçam dos autores clássicos que dão boa conceituação filosófica. Não esqueçam do próprio

André Luiz, já recentemente, de Emannuel e não esqueçam também de Herculano Pires que tem um

material muito interessante para as nossas idéias. Não esqueçam de Deolindo Amorim que também

tem muito material para a nossa conceituação.

Então a gente vai selecionar (o estudo, o tema) e vai escolher os autores que possam falar

sobre isso. Já não estou nem falando dos clássicos: Kardec, Denis, Delanne. A gente estuda “essa

turminha aí”, depois a gente passa para a turma “mais abaixo”. Se vocês começaram por André Luiz

e por Herculano Pires vocês podem voltar para Kardec porque vocês vão ver que não entenderam

nada de André Luiz, porque vocês não têm base. Senão realmente vocês não vão conhecer nada. Vai

ficar com conhecimento de superfície. Essa é a pura realidade. Não tenham a menor dúvida disso.

Após a seleção da leitura (tema) e dos autores dediquem–se ao estudo. Porque se vocês não

tirarem 15 minutos, meia hora ou uma hora que seja; vocês têm que ter um tempo disciplinar para a

leitura e aprendizado) se não fizerem isso o conhecimento não chega.

Então tem que ter tempo determinado.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

35

Nós sabemos que a vida de todo mundo é difícil, que os problemas aumentam a cada dia,

que a casa da gente está cada vez mais complicado...

...........................................................................................................................................

Então nós temos que “arrancar” esse tempo.

Para essa leitura, para essa fixação de conceitos. E depois dessa fixação de conceitos virá a

fase do AMADURECIMENTO.

E como é a fase do amadurecimento? A fase do amadurecimento envolve alguns detalhes

interessantes:

(1o) É o raciocinar através do pensamento dos outros.

Inicialmente nós não temos raciocínio próprio. Nós “ouvimos” o raciocínio dos outros. Então,

novamente os autores vão passar para agente, conceitos, aprendizado, idéias até que a gente consiga

estabelecer o nosso próprio critério, ou seja, a nossa própria opinião.

(2o) Depois com o poder de fixação das idéias e com a percepção que vai se aumentando

em nós, vamos sentindo pelo nosso próprio raciocínio acerca do assunto. Vamos ver se quando um

Espírito diz assim: “Basta que você estique as suas mãos para que o fluido saia”, vamos ver se é isso

mesmo que acontece.

E porque é que pode acontecer? Porque é que pode não acontecer?

Temos que pensar no assunto. Temos que amadurecer o assunto. Temos que compreender

bastante o assunto.

Depois dessa fase de amadurecimento nós vamos fazer aquilo que se chama de exercício de

introspeção.

É a capacidade que nós devemos ter de parar, não sentir nada à nossa volta, nos isolarmos

dentro de nós mesmos e sentirmos se aquele conhecimento que nós pretensamente colocamos

dentro do nosso espírito está aflorando ou não. Se ele não estiver aflorando vocês ainda não

acrescentaram nada em vocês.

Vocês estudaram. Vocês amadureceram. Como é que vocês vão saber se vocês

amadureceram ou não? Vai ser o exercício de introspeção. Ou seja, vão ficar quietos num canto, vão

ler o assunto, vão se concentrar e verão se aquilo está saindo de dentro de vocês, se aquele conceito

está realmente impregnado em vocês, se aquilo já passou a ser imanente, ou seja, se vocês estão

vivenciando aquilo que vocês aprenderam.

Se vocês não tiverem essa capacidade vocês vão ser sempre bons executores e péssimos

introspectadores ou introspecsores (?). Vocês não terão o assunto dentro de vocês. É preciso que

vocês se avaliem. Pensamento em Mediunidade é isso. É a gente se isolar. É sentar “aqui”. Esquecer

todo mundo à volta de vocês.

[Vocês pensam que eu sento aqui e quando eu recebo uma mensagem eu estou prestando

atenção em vocês? Eu não estou nem querendo saber se vocês estão presentes ou não. Eu só vou

olhar para vocês depois que a sessão acabar. Eu não estou nem querendo saber o que estão falando

de mim]

Eu estou me introspectando, eu estou colocando o conhecimento que ouvi do espírito dentro

de mim mesmo e estou tirando de dentro de mim mesmo aquilo que ele está me passando. Então

aquilo sai aos borbotões de dentro de mim. Aí sai!

Enquanto vocês não sentirem esse conhecimento, essa introspeção dentro de vocês, vocês

vão tratar de meditar porque vocês ainda não botaram isso dentro de vocês. Vocês têm que aprender

a sentar, a ficar quietos e ver o que é que sai de vocês quando vocês estiverem sozinhos. Se sair um

coisa agressiva, se sair uma coisa incompreenssiva vocês ainda vão ter que rezar muito.

Agora se vocês sentem que sai aquele estado de alma superior aí vocês dizem: “A doutrina

está entrando em mim”.

É diferente daquilo da explosão momentânea.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

36

A explosão que acontece quando alguém, faz alguma coisa por fora e você tem aquela

“reação humana” de brigar com ela.

Mas no momento em que você se introspecta, no momento que você entra para dentro de si

mesmo, passa a ter pena da pessoa você diz assim: “Já sou cristão”, ou então: “Sou mais prá cristão

que prá não– cristão”.

Isso chama–se INTROSPECÇÃO.

E em conhecimento doutrinário isso se chama o que? Conhecimento do que está dentro de

vocês. Conhecimento dentro de vocês vai significar que vocês estudaram, que vocês meditaram e

incorporaram aquele conhecimento realmente.

Aí não há ninguém que tire aquilo de dentro de vocês! Vocês são realmente Espíritas!

Mas para fazer isso é preciso que vocês realmente pensem.

E é nessa hora é que a gente realmente vê que a gente conhece alguma coisa ou não, ou se a

gente é bondoso ou não. Ou quando a gente está em vias de sê–lo.

Porque falar, explodir isso é coisa de educação ou de deseducação. Mas ser, ter dentro de si é

coisa de meditação. Então vocês vão tratar de fazer essa meditação se vocês querem saber se vocês

conhecem esse conteúdo (do L.M., por exemplo) ou não. A hora que você se sentar e disser: “Isso

aqui (o conteúdo de um tema) entrou dentro de mim. Eu sei falar sobre isso”. (Não é falar bonito,

não é falar ordenado, não é falar no português perfeito) Mas sim falar exatamente o conceito que

está aqui (no livro). Isso só é possível depois que vocês meditarem. Depois que vocês entenderem

que esses conceitos aqui são corretos.

..................................................................................................................................

O que vai prevalecer é a meditação em torno do assunto para ver se esse material está dentro

de vocês. Isso chama–se meditação .

E essa a análise da meditação é a hora que a gente sente e sem que ninguém nos veja a gente

faz a nossa análise se aquilo que está saindo de dentro de nós é positivo, é conquista ou está apenas

na superfície.

Passada a fase da meditação nós vamos para a fase do crescimento espiritual.

Você sentiu que conhece, avançou na meditação. Você então parte para o exercício daquele

dom.

Você diz assim: “Vou exercer a minha intuição. Vou exercer a minha percepção ou vou

exercer qualquer dom da minha alma”.

Você então começa a exercitar este dom lentamente. Em alguns casos, quando nós nos

conhecermos e sentirmos que vamos ficar ou destemperados da cabeça ... [Porque tem gente que

pensa muito e destempera a cabeça, então não deve fazer estes exercícios plenos. Ela tem que ter

senso das coisas] E, tem gente que não pode ir muito depressa por causa da sua tolice, da sua

vaidade, que é uma outra forma de queda espiritual. Quando vocês virem uma pessoa vaidosa

principalmente de seus dons mediúnicos, dos dons de sua alma vocês podem pensar: “Será que é

queda ou não é queda?” É queda! Está definido: É queda d’alma mesmo!

Vocês vão partir para a verificação da potencialidade de vocês. Como?

– “Vou dar um passe”. Irei ver se no exercício daquele passe eu estou pondo todo o

conhecimento teórico que eu tenho, se eu estou realmente me envolvendo com o clima da

Espiritualidade

........................................................................................................................................

Se eu estiver realmente sintonizado com o Bem eu vou sentir que o meu fluido é

EXPANSIVO. Ele sai, com facilidade, ao encontro da pessoa junto a qual eu aplico o passe. Eu

sinto que estou progredindo porque a minha energia se expande.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

37

Mas, se ao chegar junto da pessoa que vai receber o passe eu exerço um juízo crítico (É feia!

É bonita! É simpática! É antipática), se eu começo a “interpretar” a pessoa que vai receber o passe,

eu já começo a diminuir o meu grau de expansibilidade.

Nenhum Espírito vai dizer que eu estou errado mas ele vai observar que eu tenho limitações,

que eu não sou capaz de ver tudo de coração limpo, de coração livre. Ele sente que eu tenho

restrições.

– “Tem ainda um grau relativo de expansão fluídica. Ele ainda não pode tudo. Ele até pode

ser bom doador de energia mas tem alguma coisa “que prende”. É o juízo que ele faz dos outros”.

Eu ainda não tenho amor. Então a minha expansão sofre a limitação do meu juízo crítico. Eu

limito o trabalho em si mesmo.

Por outro lado se a pessoa que vai receber o passe encontra–se tão envolvida por suas

próprias vibrações de angústia, de ansiedade, eu sinto que o meu fluido se expande, mas não a

atinge. Eu reconheço a diferença de estado entre a pessoa e eu. Nesse caso eu fui capaz de doar mas

a pessoa não foi capaz de receber. O meu pensamento foi atuante mas a dificuldade da pessoa não

permitiu a plena recepção dos recursos.

Em relação a ORAÇÃO e MEDIUNIDADE:

Após essa fase de estudo e crescimento espiritual, isto é, exercício de expansão do

Pensamento, passamos a fase da oração.

Há pessoas que fazem o contrário. Inicialmente se dedicam à oração antes do aprendizado da

expansão do pensamento. Cada um vai observar o que é melhor para si mesmo.

A oração é a maneira pelo qual à medida que eu vou dando expansão às minhas energias eu

a canalizo para o mais Alto, em busca de um valor superior ao meu Eu. Ao meu Eu imediato (que

sou eu), e ao meu Eu bem próximo de mim.

Porque a oração não pode ser dirigida ao meu Eu próximo de mim não. A oração tem que ser

dirigida ao meu Eu longínquo, ao Guia, aquele Espírito que sabe n vezes mais do que eu, aquele

Espírito que pode realmente interferir muito além de mim.

Ao iniciar esta exposição meu pensamento buscou 2 ou 3 Espíritos que fazem este gênero de

aula. Meu pensamento “bateu à porta” deles:

– “Dentro de alguns minutos eu vou fazer uma exposição. Me socorra”.

Não é apelar para Deus para que me proteja. É apelar para esses Espíritos. Porque apelar

para Deus eu tenho que fazer esta prece toda hora, todo dia. Mas para pedir este tipo de ajuda eu

tenho que apelar especificamente para esses Espíritos.

É aquilo que Kardec chama de EVOCAÇÃO. Evocação é buscar o Eu longínquo. É buscar

aquele Espírito que está lá, sabe–se Deus aonde, e fazer que ele venha até nós para nos ajudar.

No momento em que eu faço essa oração dirigida aquele como sendo o meu Eu mais

longínquo mas que eu conheço como sendo o meu amigo, ou aquele a quem eu pedi para me

socorrer, ou como sendo aquele que eu sei que pode me ensinar, é como se eu dissesse assim:

– “Professor Bozzano, vou falar de MEDIUNIDADE; vem aqui com o seu conhecimento,

aquele que o Senhor já acumulou em décadas de ensino”.

Então ele vem ou envia alguém que me cerca de modo que eu posso falar do assunto e

concluir como ele fala.

Isso é a oração. É a busca do GUIA pela oração.

Mas para você buscar um Benfeitor desses pela oração você tem que conhecê–lo e ele tem de

conhecer você, você tem que merecer a presença dele quando mais não seja, merecer portanto,

chamá–lo, merecer apelar para ele.

A gente precisa “eleger” um Guia Superior e “ir atrás” dele. Com critério e bom senso.

Não é “bater à porta” do Guia e perguntar:

– “O que é um médium”?

Ele vai responder:

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

38

– “Está no livro. Vai estudar”.

Nesta oração além de pedir a ele o amparo, o apoio, você tem que se colocar sob a guarda

dele.

É como se eu dissesse:

– “Professor Bozzano vem me ajudar”.

E ao mesmo tempo:

– “Mas o que é que André Luiz disse sobre o tema, mesmo...”

O Benfeitor então “diz” assim:

– “Bem, então fica lá com o raciocínio de André Luiz, que também é correto. Sai da minha

faixa”.

Porque aí eu estou em outra faixa, já. Eu apelei prá um e estou em outra faixa. Eu apelei para

um e estou pensando em outro.

Quando se faz a oração significa que eu estou pedindo aquele Espírito que nos ampare,

sustente e dê a sua linha de ação para nós.

No momento da oração, que apelo para esses Guias Espirituais, eu vou ficar dentro da faixa

de pensamento deles, embora eles não rejeitem outros autores. Eu é que não devo sair da faixa de

imantação deles. Porque a minha cabeça não dá para “pegar” muita coisa.

A gente não é antena de radio amador que vira prá lá e prá cá e pega qualquer sinal não.

Nossa mente não dá para isso não. Nossa mente tem limitações. Eu apelei para o Professor

Bozzano, eu vou ouvir o raciocínio do Professor Bozzano. Eu apelei para André Luiz, eu vou ouvir

o raciocínio de André Luiz.

Tem muita gente que não entende isso e faz uma confusão “danada” nas suas preces porque

elas não se colocam sob uma linha diretiva.

Você pode ler tudo mas em certos trabalhos você só pode ter uma linha diretiva. E que

pensem que a gente é limitado é problema de quem quiser pensar. Nós temos que fazer isso. Nosso

cérebro não é antena que “pega” várias estações a qualquer hora, não. Nosso cérebro tem limites.

Nosso Espírito também.

Quando nós conseguimos colocar nosso pensamento e nossa oração em direção aquele

Benfeitor nós recebemos a sua influência e a de toda a sua corte espiritual, ou seja, de todos aqueles

que seguem a sua linha de ação.

Tomando o Professor Bozzano como exemplo, ao evocá–lo, nós estamos também recebendo

os recursos de todos aqueles Espíritos que pensam como ele. De Espíritos que a gente nem sabe o

nome deles mas que estão dentro daquela diretriz.

Aí nós dizemos:

– “Parece que hoje o trabalho foi feito de um modo diferente de ontem”.

É porque hoje você pensou no Professor Bozzano, ontem você pensou num outro qualquer.

............................................................................................................................................

Na oração há o aspecto da força de atração e há também o aspecto importantíssimo que é o

clima de Humildade. A oração requer humildade. A oração sem humildade é vaidade, é jactância de

nossa parte.

A oração é humilde. E quando eu faço uma oração não dirigida poderá haver Espíritos de

ordem diferente, bondosos, que nos socorrerão naquela linha de ação que nós estamos pedindo.

Por exemplo: na rua numa situação de emergência, ao orarmos é como se estivéssemos

dizendo:

– “O Bom Espírito que puder me auxiliar, venha até mim”.

É uma evocação direta mas, sem nominação, porque eu não sei a quem eu vou apelar, a

quem eu vou orar.

São os casos dos acidentes, dos fatos gerais, os momentos de luta fora do seu ambiente

normal de trabalho. É o caso de um acidente num ônibus, por exemplo.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

39

...............................................................................................................................................

Uma outra finalidade da oração é socorrer o indivíduo quando ele é o chamado CARENTE.

Há muita gente que faz as preces de um modo geral e a gente diz assim: “São carentes. Eles

não sabem a quem se dirigir.”

Aparentemente são Espíritos bondosos mas eles não tem uma diretriz.

É diferente daquela prece que eu faço para Léon Denis, por exemplo. Eu “o conheço”; é a

ele que estou solicitando auxílio. Não estou orando na expectativa de que qualquer Espírito me

auxilie.

....................................................................

É diferente daquelas pessoas que fazem preces sinceras porém não dirigidas. Afirmam orar

aos Bons Espíritos. Ora, os ocupados Bons Espíritos tem tanto trabalho, tanta gente ligando–se a

eles, diretamente, solicitando suas intervenções que não tem “tempo” para atender a quem não os

solicite “normalmente”.

Na oração, principalmente na oração para desenvolvimento da mediunidade vocês tem que

aprender a orar para alguém, a pedir especificamente a alguém, sua proteção.

Não existe isso de “rezar que Deus manda”. Vocês é que tem que “ir atrás”.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

40

Perguntas sobre a exposição de 19.09.95

P – 01 Em relação a correlação entre a introspeção e a prática mediúnica? É possível iniciar a

prática e depois realizar o processo de introspeção?

R – 01 É. Mas o desenvolvimento mediúnico será mais demorado. É o caso daquele médium que

trabalha, trabalha, trabalha e nunca meditou a cerca do papel dele na Mediunidade. Nunca meditou.

O dia que medita:

– ”Puxa, quanto tempo eu perdi. Quanta coisa eu poderia ter realizado melhor se eu tivesse

estudado um pouquinho mais”.

P – 02 Qual o papel dos Espíritos que cercam o médium nessa introspeção?

R – 02 Sugestões de leitura, forma– pensamento, envolvimento de pacificação, sugestões de

palestras, sugestões de livros e até mesmo o convite à reflexão.

Muitas vezes ao chegar a minha casa, cansado, eu tive vontade de ver a TV, ouvir uma

música, mas escutei Espíritos que me diziam:

– “Não, não faça isso não. Com isso você só vai se distrair, não vai melhorar em nada.

Pegue tal livro. Vamos ler juntos tal capítulo.”

Não que eu não tivesse vontade de ver a TV. Mas existia uma proposta de aprendizado, de

continuidade de aprendizado, através da leitura que os Espíritos estavam sugerindo.

P – 03 De que forma esses Espíritos são atraídos para o médium? Já há uma proposta anterior de

trabalho ou é o esforço de evolução do médium que atrai esses Espíritos?

R – 03 Uma e outra coisa

Há Espíritos que já são previamente programados para o trabalho conosco e há outros que

são atraídos.

Mas nenhum Espírito vai à presença de um médium mesmo que já haja um trabalho

programado se ele não ver nesses médium um esforço de aprendizado. Nenhum Espírito faz isso.

Ficamos sempre na promessa. Poderia ser um bom médium mas, não estamos dando os passos.

P – 04 O estudo, o esforço de aprendizado pode acrescentar outros dons mediúnicos aqueles que já

trazemos no perispírito?

R – 04 Sim, podem ser acrescidos outros dons mediúnicos aos inicialmente radicados em nós,

mas, de uma maneira geral, são dons que dão continuidade aos dons iniciais.

Por exemplo: você pode ser um bom médium para passes. Se você desenvolver muito bem a

manipulação de fluidos e crescer em bondade você pode se tornar um médium de cura, pode servir

de doutrinador uma reunião de desobsessão.

São dons que dão continuidade ao meu trabalho inicial.

É isso que muitas vezes as pessoas não compreendem nas orientações espirituais. Elas

perguntam aos Espíritos:

– “Qual é o meu dom mediúnico?”

– “Cura”.

Após um tempo elas voltam a perguntar:

– “Qual é o meu dom mediúnico?”.

– “Desobsessão”.

– “Ué, deixei de ser médium de cura?”

Não; é você mesmo que está dirigindo seu pensamento, seu potencial energético para outra

linha de trabalho.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

41

Não é engano “mediúnico”, isto é, do médium.

P – 05 O mesmo se dá quando as pessoas recebem orientações no receituário nos seguintes termos:

– “Qual o tipo da minha mediunidade?

– “Passes, mais tarde cura”.

É o mesmo raciocínio?

R – 05 É exatamente isso.

P – 06 A oração dirigida. A escolha do Benfeitor que evocamos é nossa?

R – 06 Inicialmente parte de uma escolha que é nossa.

Depois nós vamos aprendendo a conhecer os Espíritos que nos cercam.

Quando a gente inicia um processo de desenvolvimento mediúnico ou você está pelas

primeiras vezes num Centro Espírita você ainda não conhece o que está programado para você.

Depois de desenvolver o seu trabalho você vai observando que um determinado Espírito, que pode

ser um pai, um protetor, um amigo Espiritual vai se aproximando de você.

Aí então você vai deixando de orar aquele que você tinha “escolhido” como seu Benfeitor e

vai passando a orar aquele Espirito que se apresentar mais próximo de você.

P – 07 Em que condições a pessoa que recebe o passe não consegue absorver o fluído?

R – 07 A pessoa é incrédula, se fecha, impede a ação do fluido.

Outras vezes a pessoa está em prova. Os próprios problemas que ela tem que passar como

que formam uma barreira ao redor dela, encapsulando– a. Ela não consegue receber aquela energia.

Em outras circunstâncias o médium está enfraquecido ante a realidade da pessoa e você não

apela para que um bom Espírito venha em seu socorro; você estende as mãos em direção ao doente

e diz assim:

– “Não sou capaz de perceber (a necessidade da criatura). Um Bom Espírito me ajude na

doação desse fluido. Não vejo– a com condições de abrir o coração. Meu fluido não atinge a ela”.

P – 08 As referências de Léon Denis ao desenvolvimento mediúnico: “Os médiuns iniciantes

guardem a certeza que alguém vela por vós” e “A boa mediunidade se forma lentamente longe do

tumulto das paixões”. Essas referências dizem respeito à introspeção?

R – 08 Dizem respeito à introspeção por um aspecto. A boa mediunidade se forma lentamente para

mostrar a gente que ninguém sai “ganhando” mediunidade. É feito de um trabalho perseverante. A

mediunidade é uma conquista. É a introspeção e a perseverança.

Às vezes as pessoas apontam médiuns que nunca fizeram introspeção e no entanto são bons

médiuns. Ou eles já são muito elevados e já exercem a mediunidade de forma natural ou então só

estão servindo de instrumentos. Quer dizer, não estão amadurecendo em si mesmos a capacidade de

servir.

P – 09 As pessoas de bom sentimento podem sem conhecimento doutrinário ter dificuldades no

desenvolvimento mediúnico?

R – 09 Não, porque elas tem a bondade natural e naturalmente atraem os Espíritos. Elas já tem a

maturação.

Por isso você vê médiuns iniciantes de bom sentimento desenvolverem rapidamente um

trabalho, ao contrário de outros que não tem ainda amadurecimento espiritual.

Isso é questão de amadurecimento do Espírito.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

42

P – 10 De que forma o conhecimento doutrinário estimula o progresso do sentimento?

R – 10 Em termos de leitura:

1o – Fazer a leitura diária do Evangelho;

2o – A série “evangélica” de Emmanuel (“Pão Nosso”, “Fonte Viva”, “Vinha de Luz”,

“Caminho, Verdade e Vida”) também trazem bastante material para nossa meditação.

Qualquer leitura que sirva para dulcificar o nosso coração é importante.

A seguir exercitar a .prática do Bem, no nível que for possível.

Visitar um doente, ir a um hospital, exercitar a paciência. Enfim, fazer qualquer coisa que

domine aquilo que existe naturalmente em nós: a impaciência, a intolerância com o

desconhecimento.

É preciso descobrir o que nos faz falta nesse campo (de sentimento) e ir atrás.

P – 11 Quais as primeiras qualidades a conquistar para alcançar o progresso do sentimento?

R – 11 Em primeiro lugar o conhecimento.

É preciso perseguir o conhecimento das coisas do Espírito. LEIAM!

Em segundo lugar procurar combater o que se vê em nós: impaciência, orgulho, ... o que for.

Aprender a conhecer as coisas que são bonitas e belas. É preciso dulcificar nosso coração

pelo contato com a Beleza (a contemplação da Natureza; ouvir uma música elevada).

Não esquecer o convívio com o ser humano. Não se isolar. A pior coisa que pode ocorrer

com alguém, dificultando a identificação dos valores do coração é o isolamento. O isolamento acaba

mostrando que nós estamos dando muita importância a nós mesmos.

Descobrir o que faz falta ao nosso sentimento.

Aprendam a serem solicitadores. A chegar perto de alguém e perguntar: “Você pode me

ajudar nisso?”.

Um exemplo de convivência “desarmada”: o Culto no Lar, realizado pelo Centro. Os

Espíritos nos disseram: “Instituam o Culto no Lar. Vocês vivem dentro do Centro, trabalhando. É

preciso conviver”.

Quando eu vejo alguém recusar–se à participação no Culto, alegando: “Não gosto de

Fulano, etc.”, eu chego à conclusão que a pessoa não entendeu nada sobre a finalidade do Culto.

Isso é aprendizado de convivência.

P – 12 Sugestões par Leitura:

LM, cap. XXXI – DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS

– Sobre os médiuns:

– Channing

– Pascal ( a de no 13, importantíssima)

– Delfina de Girardin

– O Espírito de Verdade

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

43

P – 13 Qual a linha diretriz do trabalho de desobsessão?

R – 13 A linha geral de diretriz da Casa é servir

A linha geral do trabalho é aprender a trabalhar no Bem, aprender a trabalhar com Espírito

sofredor, aprender a se doar junto ao sofredor. E principalmente desenvolver a capacidade de ser

bom.

P – 14 ..........

R – 14 A Jesus, ao Guia Espiritual do médium, ao Guia da Casa Espírita, ao Diretor Espiritual da

sala de trabalho.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

44

Aula do dia 03.10.95

A Atração de Espíritos na Mediunidade

A atração dos Espíritos é uma das questões mais importantes no exercício da mediunidade:

como fazer? o que fazer? e, quando fazer?

COMO FAZER?

Dizem todos os manuais de literatura mediúnica que para atrair um Bom Espírito nós temos

apenas que nos concentrar nele.

Entretanto a prática demonstra que para atrair um Espírito não basta você se concentrar nele.

Há um fator importante, também estudado nos manuais de mediunidade, que é o fator SIMPATIA,

ou seja, você não atrai um Espírito apenas porque você o chama. Ele tem que ser simpático a você

ou à causa que você está abraçando.

Há Espíritos que se recusam a vir quando não conhecem uma pessoa. Exatamente como nós

nos recusaríamos a atender, por exemplo, um telefonema de uma pessoa desconhecida, quando

estamos muito ocupados. Nós solicitamos então que a pessoa deixe seu recado, seu telefone e, mais

tarde, nós retornamos a ligação.

Há Espíritos que fazem isso também. Eles nem sempre atendem ao nosso apelo, por falta

daquilo que genericamente nós chamamos de SIMPATIA. Não adianta a gente alegar que isso é

falta de caridade. Não é falta de caridade não. Isso é disciplina de trabalho.

Os Benfeitores Espirituais são normalmente muito ocupados. Se eles não tiverem uma

disciplina de trabalho, eles não conseguem dar conta do “excesso” de tarefas pelas quais são

responsáveis.

Ora, para nós atrairmos um Bom Espírito então, nós também temos que ser simpáticos ao

Espírito.

Muitas das vezes nós atraímos um Espírito pela simpatia que devemos a ele. Quantos de nós

já não fizemos uma prece ao Dr. Bezerra de Menezes? A gente nem leva em conta se o Dr. Bezerra

de Menezes é nosso conhecido ou não. Mas a gente tem por hábito a prece ao Dr. Bezerra de

Menezes.

Por que?

Porque ele é um Espírito simpático a todos nós. Vamos dizer assim, ele é um Espírito que

por sua extrema doação em favor do próximo, acaba sendo convocado por muita gente.

Mas isso não significa que ele seja obrigado a atender a todos os apelos.

O que eu estou dizendo se aplica muito aos casos particulares.

– “Gostaria muito que o Dr. Bezerra de Menezes viesse me falar do meu problema

particular.”

Ele pode se recusar. Ele pode dizer assim:

– “Eu nem conheço essa moça, eu nem conheço esse rapaz, como é que eu vou falar sobre

isso? Como é que eu vou tocar nesse assunto com ele, com ela. Eu nem conheço como eles são!”

Ele virá na dependência de sua própria vontade.

Humberto de Campos relata em um de seus livros que estando numa reunião no Plano

Espiritual com outras pessoas, de repente, a reunião é interrompida pela chegada de um mensageiro,

que avisa a um dos participantes, que ele está sendo chamado da Terra.

O interpelado pergunta ao mensageiro:

– “Quem está me chamando?”

O mensageiro responde:

– “Fulano de Tal. Seu parente.”

O interpelado diz:

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

45

– “Não vou.”

Humberto de Campos estranha a decisão do outro e pergunta:

– “Não vai por que?”

O Espírito responde:

– “Eles jamais me deram a menor importância quando eu estava encarnado.” “Por que é

que estão me chamando agora quando eu estou desencarnado? Não vou! E ninguém vai me obrigar

a ir!”

E, sorrindo, Humberto de Campos conclui que, realmente você não pode obrigar ninguém a

ir somente porque você chama.

Evidentemente o Espírito tinha um propósito.

Mas, quando você faz evocação por causa da Causa Espírita o parâmetro é outro. Há

Espíritos que vem atender porque eles defendem a Causa Espírita. Dispõe às vezes de tempo,

defendem a Causa, então eles podem vir nos atender. Não porque a gente mereça ou lhes sejamos

simpáticos, mas, porque nós estamos trabalhando pela Causa. É o caso dos Guias das Casas

Espirituais.

Vocês já imaginaram aqui, no CELD, como Dr. Hermann deve ser convocado por gente que

ele não deve nem conhecer? Por que? As pessoas o conhecem. Vem aqui, este é um local de

atendimento, por assim dizer “público”. As pessoas o conhecem e apelam para ele. Isso acontece em

todas as Casas Espíritas. E, por isso, ele atenderá a diversas pessoas pelas quais ele sequer terá

simpatia. Não tem antipatia. (As pessoas acham às vezes que não ter simpatia implica em ter

antipatia. Não é isso. Ter simpatia é ter um laço de ligação. Ter antipatia é ter ligação para o ódio,

para a dor, a tristeza, etc. É diferente.)

Os Espíritos podem ser atraídos devido à Causa ou ainda por serem misericordiosos. Eles

tem essa capacidade de amparar as pessoas. Então eles atendem ao nosso chamado.

Como é que nós atraímos um Bom Espírito, um Espírito misericordioso?

Pedindo com humildade, que é uma outra faixa de atendimento. Muitas vezes os Espíritos se

recusam a atender certos apelos porque nós não conversamos com eles previamente. Não falamos

com humildade. Não é que eles nos queiram humildes para falar com eles não. É que muitas vezes

nós não conhecemos a pessoa e nos dirigimos a ela como se ela tivesse a obrigação de vir. E eles

então não tem porque atender a este tipo de solicitação.

– “Porque eu vou atender? Eu não o conheço e além do mais ele não está demonstrando

uma razão para que eu vá até ele.”

Isso se dá de outro modo quando se trata da desobsessão.

Na desobsessão você evoca aquele Espírito e ele vem chamado por você. Mas, nem sempre

ele está ali porque você o chama, mas sim porque um Guia, ou seja, um Espírito mais poderoso,

superior, capacitado, melhor do que você, faz essa evocação.

Então, nesse caso, a I.M.M. é no sentido de passar para o Espírito evocado uma noção assim:

– ‘Venha porque eu posso te ajudar.”

A evocação é o meio, é o modo pelo qual todo diretor de trabalho mediúnico deve agir.

Quando ele lê um nome para desobsessão ele tem que ler com aquele sentimento: “Venha que eu

vou te ajudar.” Como todo médium de desobsessão também deve agir assim: “Venha que eu vou

poder te ajudar.

Agora, se ele diz assim para o Espírito: “Venha que você precisa e eu vou fazer isso por

você”, o Espírito se retrai, mesmo sendo sofredor.

Vocês não vêem Guia Espiritual agir com autoritarismo com esses Espíritos sofredores. Eles

não fazem isso. Eles convocam, evocam, às vezes até com muito amor, mas a maior parte das vezes

eles chamam os Espíritos mostrando aspectos da vida deles que podem ser solucionados. Coisas que

eles podem fazer por esses Espíritos. [Nesse caso a evocação, para nós, médiuns, funciona assim:

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

46

Alguém do Plano Espiritual evocou, e o meu papel é atender esse Espírito que sofre.] Nesse caso,

se o médium, moralmente está abaixo do Espírito, pode até ter dificuldade de receber aquele

Espírito, porque o Espírito o identifica como a um igual. E, às vezes, há Espíritos que são

rebelados(?) e até dizem: “Quem é você para falar isso comigo? Quem é você para dizer isso para

mim?” Uma razão a mais para que a gente tenha muita humildade.

– “Fulano, eu não sou ninguém mas posso te ajudar.”

Há muitos anos, participando do trabalho de desobsessão, observamos que o doutrinador

encarnado não conseguiu convencer o Espírito. O Dr. Hermann assumiu a doutrinação e também

não conseguiu convencer o Espírito. Nem o doutrinador encarnado nem o doutrinador espiritual

conseguiram demover o Espírito de seus propósitos.

Foi quando o Dr. Hermann me falou assim: – “Eu vou trazer um Espírito igual a ele para

incorporar em você (Altivo). Você deixa ele incorporar. Deixe ele falar o que quiser. Não tenha

medo de repetir o que ele falar. Não interfira.”

O Espírito chegou, sentou–se (o que não é hábito meu, trabalhar sentado) e começou a

dialogar com o sofredor. O Espírito sofredor começou a falar com ele nestes termos: – “Quem é

você para falar comigo? Eu vejo em você as mesmas marcas que eu tenho. Eu tenho orgulho e vejo

em você as marcas de orgulho. Eu tenho dureza no coração e vejo em você as marcas de dureza do

coração. Eu vejo em mim as marcas da autoridade excessiva e vejo em você esse mesmo estigma.

Quem é você para falar comigo?”

E o Espírito que era relativamente simples, mas bastante evangelizado já virou–se para o

outro Espírito e disse assim: – “Eu sou tudo isso que você diz só que há uma diferença: Eu já estou

do lado do Bem e você continua do lado do Mal.”

O Espírito foi pego de surpresa com aquela resposta e ficou parado. Não conseguiu falar

mais nada. O Espírito doutrinador teve o bom senso de não acusar mas mostrou a realidade. Na

verdade ele não fez doutrinação moral mas mostrou pelo bom senso, a diferença entre eles. – “Eu

já estou do lado do Bem e você continua do lado do Mal.”

Neste momento em que o Espírito calou–se Dr. Hermann pôde atingi–lo: – “Meu filho,

agora vamos embora.” E ele então quedou–se .

A I.M.M. é assim. Às vezes uma atitude de boa vontade ou um gesto assim “diferente” tem

um poder moral muito grande.

Há muitos anos, numa outra sessão de desobsessão, uma irmã encarnada, pessoa

extremamente simples, que não era conhecida pelo seu brilho intelectual e/ou por qualquer outra

característica que a fizesse sobressair (tinha apenas a boa vontade para o trabalho de desobsessão),

essa irmã foi a intermediária do socorro para um caso de dureza por parte de um Espírito.

O doutrinador encarnado já tinha falado. O Dr. Hermann já tinha falado e o Espírito se

mantinha irredutível. Então Dr. Hermann disse assim: – “Agora está na hora de mandar Fulana

fazer a prece.” Eu (Altivo) estranhei e respondi assim: – “Mas Dr. Hermann que ascendente moral

tem Fulana para fazer a prece? Eu não vejo nela nenhum ascendente para fazer a prece”... E o Dr.

Hermann respondeu assim: – “Manda ela fazer a prece.”

Na hora que ela começou a fazer a prece essa nossa irmã se sentiu tão envolvida de pena por

aqueles Espíritos que na sua prece colocou todo aquele sentimento para fora. A prece durou quase

cinco minutos. No final todos os Espíritos estavam chorando. Ela conseguiu pelo amor, pela boa

vontade, “domar” aqueles Espíritos que, nem doutrinador encarnado, nem o próprio Dr. Hermann

haviam conseguido dobrar.

Isso chama–se também atração moral. Naquele momento a médium deve ter atraído um

Bom Espírito pelo seu sentimento (de piedade). Somaram–se o valor moral da médium com a

intervenção de um Bom Espírito.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

47

No caso da incorporação, quando você vai trabalhar na desobsessão, você tem que atrair um

Espírito com o desejo de socorrer. Atração para socorrer.

Mas, no campo de mensagens, como essas que se fazem aos sábados você não domina este

tipo de fenômeno. São os Espíritos que fazem o fenômeno. Não adianta chegar e dizer assim: –

“Eu vou atrair o Espírito de Fulano de Tal.” Porque existem valores diferenciados numa mesma

reunião pública.

Numa reunião particular eu até posso dizer: – “Fulano, vem ajudar a ele.” Eu posso evocar

e ser ouvido. Mas, numa reunião pública nós não podemos evocar porque valores maiores

prevalecem, por exemplo, os valores da necessidade coletiva, que estarão sempre acima dos das

necessidades particulares.

Há Espíritos (dirigentes) que são excessivamente disciplinados e que não permitem mesmo

(que isso ocorra). Esses Espíritos Amigos, desencarnados, quase sempre só dão detalhes particulares

e/ou se dirigem de forma particular aos amigos e parentes na primeira comunicação depois do

desencarne. Na segunda ou terceira oportunidade de comunicação Dr. Hermann vai lembrando a

eles: – “Não esqueça que você está falando para o povo. Você não está falando para sua mulher

nem para suas filhas.”

Assim, você como médium, numa reunião pública atrai os Espíritos mas nem sempre

consegue que eles se comuniquem. Você pode até dizer: – “Puxa Dr. Hermann, deixa Fulano vir

falar. Fulano, hoje é dia de seu aniversário, venha dizer alguma coisa para os seus”...

Quantas vezes eu vejo o Espírito. Eu vou fazendo a prece o dia inteiro, eu vou lá para o

receituário, o Espírito me acompanha, eu desço as escadas, ele vem comigo e quando eu me assento

à mesa e penso que é Fulano que vai dar a mensagem da noite, o Dr. Hermann se apresenta e diz:

– “Você não vai falar mesmo. Quem vai falar é Sicrano.”

É um poder mais alto. É a autoridade do dirigente espiritual. O Espírito até se sentiu atraído

por minha evocação mas um valor mais alto impediu a sua comunicação.

Na correlação autoridade moral x evocação, o médium tem que compreender que há

valores maiores que o seu.

Nesse caso o dirigente espiritual, com maior autoridade moral que o médium é que

determina o comunicado. E o médium se submete porque compreende que não tem condições de

interferir.

(Vejamos agora) como se dá a evocação de um Bom Espírito para o trabalho de cura. Na

cura você pode evocar o Espírito de um médico. “Dr. Fulano de Tal foi um grande especialista nesta

área. Será que ele viria atender Beltrano neste problema?”

O princípio é o mesmo. Você pode fazer a prece, você pode evocá–lo; se o Espírito poderá

conduzir o processo de cura ou não é outro departamento. Evocar você pode mas a solução depende

de muitos fatores.

Em que se baseia tudo isso?

Vamos supor que J. aqui neste ambiente, boa pessoa, tenha um processo de inferioridade em

relação a E. A presença de E. é que irá atrair o Espírito, que será superior a J., embora ele

pontifique aqui há muitos anos.

Algumas vezes ao visitar outras Casas Espíritas observamos que os Guias que nos

acompanham tem mais autoridade do que os Guias das Casas que estamos visitando. Aí as pessoas,

ao término dos trabalhos dizem assim: – “Hoje parece que a casa esteve sendo visitada. Parece que

a Casa teve mais Paz, mais Luz, mais Calma, mais Elevação.” É porque às vezes nós levamos Guias

maiores, melhores, mais capazes.

O Guia trabalha com a gente, a gente foi a outro local, ele nos acompanha para nos atender e

socorrer. Só que o Guia, quando faz isso, vai nos acompanhar para atender o trabalho que nós

vamos desenvolver, de modo algum ele vai interferir naquela Casa, se ele é Bom Guia. De modo

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

48

algum o Guia que nos acompanha interfere na rotina da Casa que estamos visitando porque ele sabe

que o problema é local.

E médium nenhum tem o direito de dizer: “Mas o meu Guia fala isso, e meu Guia manda

aquilo.” Médium nenhum tem esse direito. Vocês não façam isso não. Vocês não cometam essa

impropriedade. Porque isso será colocar o próprio Guia de vocês nessa situação difícil. Vocês estão

obrigando– o a falar isso, a dizer aquilo, a fazer o que você quer dizer ou fazer.

Quando vocês forem visitar qualquer lugar e perceberem que o Guia de vocês é superior ao

Guia do ambiente, vocês “fiquem na sua”, deixem. Se eles quiserem pedir alguma coisa vocês dêem

passividade ao Guia de vocês. Se eles nada disserem ou pedirem vocês não façam nada.

É uma questão de discrição, só isso. Você atraiu alguém mas a sua simplicidade, o seu

equilíbrio, a sua singeleza faz com que você aprenda a não ser uma pessoa autoritária. Você atraiu

alguém mas o limite do outro é aquele. Então a gente “fica na nossa”. Não se diz que as coisas

estão erradas.

Outro detalhe:

Às vezes você está num lugar que não é o seu lugar habitual de trabalho. Mas é

obrigado/solicitado a atender uma necessidade qualquer: uma prece, uma palestra, um apoio. Você

então evoca um Benfeitor. Primeiramente um Benfeitor conhecido, mas o Benfeitor conhecido está

longe. Você continua na sua prece e aí você vê ou ouve um Benfeitor do lugar.

Se você identificar os mesmo laços vibracionais, você não precisa temer e pode ceder o corpo a ele.

Mas, se você não identificar a mesma qualidade vibracional você não ceda o corpo para a

mensagem. Porque você está colocando o trabalho do seu Guia em risco. O seu Guia vem cuidando

de você, de repente você entrega o campo espiritual a um Espírito que não esteja na mesma faixa

dele, você corre o risco de “desmantelar” o aparelho mediúnico ou pelo menos perturbar.

Às vezes quando nós vamos a determinados lugares, atraímos Espíritos.

Há alguns anos fui chamado a tender um rapaz, médium, nas seguintes circunstâncias:

Fulano era um rapaz muito falante, simpático, cheio de fluido, muito “cheguei” e foi visitar

uma cidade do Nordeste onde é intensa a prática mediúnica. Ao retornar da viagem, após visitar

locais de prática mediúnica, não mais se levantou da cama. A própria mãe, espírita, solicitou nossa

presença ao reconhecer a obsessão franca e aguda. Encontramo–lo caído na cama, rodeado de

Espíritos, que ele arrastou consigo, ao visitar aqueles locais de prática mediúnica.

Dr. Hermann veio e me disse:

– “Não faça nada. Faça apenas uma oração.”

Ao fazer a prece eu saí do corpo e ouvi do Dr. Hermann:

– “Aprende a trabalhar.”

Dr. Hermann chamou todos aqueles Espíritos que estavam junto a Fulano. Era um bando de

senhoras. E disse–lhes assim:

– “Minhas filhas eu agradeço a presença de vocês aqui. Mas agora já acabou a necessidade

da presença de vocês aqui. Agora podem deixá–lo comigo. Vocês podem ir embora.”

(Ele falou com muito cuidado).

Aí elas todas fizeram um sinal característico e perguntaram:

– “Quer dizer que podemos ir embora?”

Ele respondeu:

– “Podem sim. Podem deixá–lo aqui comigo agora. Eu tomo conta dele. Vocês são de lá

daquela região. Podem voltar.”

Elas responderam:

– “Mas nós gostamos dele.”

E, Dr. Hermann:

– “Eu sei. Mas acontece que ele é daqui do Rio. Ele tem a ver com os Espíritos daqui.

Vocês são de lá (da tal região).”

Elas repetiram a saudação de bater palmas e se retiraram. Foram embora.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

49

Fulano não via ou percebia nada disso. Para todos os efeitos eu continuava apenas fazendo

uma oração. Quando acabou a oração ele disse:

– “Acabou a perturbação. Cessou aquele peso na cabeça, acabou todo mal estar.”

Mais tarde eu perguntei a Dr. Hermann o que é que houve com ele.

– “Muito simples”, disse ele. “Bom médium, mas deseducado. Cheio de fluido que não

gasta. Gosta de impressionar: “Olha só como eu sou o tal.” “Assim como você atrai na Terra, você

atrai no Espaço.”

Ele só fez isso. Ele só atraiu aquele “bando” de Espíritos, que o seguiram, e o estavam

esgotando. Eis aí uma imantação que ninguém quer ter: SIMPATIA PURA!.

Passado o problema ao visitar Fulano novamente eu perguntei:

– “Escuta Fulano, aonde é que você andou?”

– “Ah! eu fui aqui, eu fui acolá, etc.”

E eu perguntei:

– “Mas você não se deu conta do que poderia acontecer em relação à atuação de Espíritos?”

Resposta dele:

– “Ah! mas o que tem isso demais? Então a gente não pode ser simpático? É tão bom a

gente ser simpático.”

Eu lhe disse:

– “Está bem. Mas depois não vai me chamar e gastar o meu fluido não.”

É um atração realizada de forma inconsiderada, por pura atração.

Isso não quer dizer que nós não podemos ser simpáticos. Ao ir a qualquer ambiente é preciso

avaliar com bom senso e ver o que se vai fazer, quem está no ambiente, o que acontece conosco.

Outro tipo de atração muito comum, nestes processos de evocação “espontânea” é o

momento da briga. É o estouro, a vontade de que você tem de sair e “soltar os cachorros”, como se

diz. Você atrai um tipo de Espírito: voluntarioso, briguento.

Façam um exercício mental. Experimentem pensar demoradamente sobre um assunto e em

breve a cabeça de vocês só está girando em torno daquele tema. É uma forma de evocação. E a

simpatia decorre da própria força que você emite naquele momento de evocação.

Você “solta” aquela evocação, cheia de ódio. Imediatamente você atrai a simpatia de um fervoroso

“fervedor”(não é servidor, não). Um daqueles Espíritos que gostam de “botar lenha na fogueira.”

Por isso a VIGILÂNCIA.

Vocês partam disso para todas as outras coisas: a INTEMPERANÇA. a intemperança até

mesmo nos gestos, nas atitudes bruscas, nas grosserias. Você está sempre atraindo Espíritos que tem

esse mesmo padrão (de comportamento). É preciso ter cuidado porque a todo momento a gente está

atraindo a “turma”.

E quando a gente está nesse processo, mas atingindo as pessoas amorosamente(?)

Podemos fazer assim um exercício de atração de Bons Espíritos. Qual? Como?

“Não vou falar mal de ninguém.” “Só vou pensar no Bem, na Caridade.” A gente põe tudo

“lá prá cima.” Parece que a gente fica assim “angélico.” Não dá para manter a angelitude por muito

tempo mas é um bom exercício, é bom experimentar.

Concluindo: A SIMPATIA está na relação daquilo que nós pensamos: para o Bem, para o

Mal: quanto mais a gente pensar, mais nós convocamos.

A pergunta seguinte é: PARA QUE você evoca um Espírito?

Você pode evocar um Espírito para te ajudar, para ajudar aos outros e também para te

socorrer.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

50

Há momentos de socorro puro. Às vezes você evoca um Espírito porque você está num

momento de risco imediato.

Às vezes a nossa prece é só de ajuda: “Puxa vida, será que não tem nenhum Espírito Bom

para me ajudar?” Aí é o guia de plantão.

Mas o pedido de socorro não, o pedido de socorro é feito diretamente a alguém, nosso

conhecido. E para que!

Às vezes você pede a um Espírito para te socorrer numa palestra. Isso é muito comum.

– “Por favor, com esse grupo todo aí na minha frente, hoje , o Sr. me dá um socorro. Eu

não agüento sozinho não.”

É o apelo. Às vezes os Espíritos vem porque você está diante de uma necessidade. E para

que eu vou evocar um Espírito?.

Essa responsabilidade vai crescendo à medida que a sua compreensão do trabalho dos

Espíritos aumenta. Paralelamente, à medida que a sua visão da necessidade das pessoas e da

importância da intervenção dos Espíritos fica mais clara você não evoca o auxílio deles, de forma

inconsiderada.

Por exemplo: V. se aproxima de mim dizendo estar doente. Eu olho para V. Ela está morta

de dor de barriga. Mas eu percebo que V. está passando mal porque é uma glutona, comeu demais.

Então eu penso assim: “Ah, eu não vou pedir a um Espírito para vir até aqui não. Eu tenho até

vergonha.” Porque ele vai chegar para mim e vai dizer assim: “Você está me evocando para socorrer

V., quando você sabe que ela é uma abusada. É isso que você está fazendo comigo?”

Então às vezes a gente fica até “sem jeito” de evocar os Espíritos. Às vezes a prece de uma

pessoa que ignora isso tudo até tem um efeito maior. O camarada não sabe, fala qualquer coisa.

Quem sabe tem mais cuidado ao dizer as coisas.

Mas às vezes eu penso: “Eu vou chamar Dr. Hermann para vir socorrer V. quando eu sei que

V. está passando mal por livre arbítrio? Porque quis?” Não!! A hora que ele chegar eu até peço:

“Por favor Dr. Hermann, já que o Sr. veio, atende a V.. Ela está se torcendo de dor, veja como é

possível aliviá–la.”

É que o excesso de conhecimento obriga a certos cuidados. É quando a gente percebendo a

presença de um Espírito bondoso por perto, solicitamos a sua ajuda para a pessoa. O espírito já está

ali, no ambiente, no trabalho. Ele não se importa de estender o socorro.

Mas chamar o Espírito lá do alto, para vir aqui embaixo, auxiliar no tratamento da dor de

barriga que ela mesma procurou, é preciso que ela esteja muito doente mesmo.

Nessas circunstâncias a gente não evoca. A pessoa fica por lá, sofrendo um pouquinho até

valorizar o auxílio, a intercessão.

É por isso que a SIMPATIA é sempre relativa.

Outro aspecto moral para atrair os Espíritos é o desejo de servir. Os Espíritos observam o

nosso desejo de servir e são atraídos por nós. “Olha ele é de auxiliar os outros, deixa eu auxiliá–lo

também.” “Ele é de socorrer os outros, vamos socorre–lo também.” Nesse momento é um

atendimento feito em função do desejo que você tem de auxiliar os outros. É um bom sentimento

que você tem.

Em resumo, nós já vimos os seguintes tipos de atração:

os naturais

os por evocação

os por simpatia pura.

Agora, COMO FAZER essa evocação?

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

51

Nós costumamos pensar que para atrair um Espírito basta que a gente se sente, faça uma

prece e o Espírito vem. Isso é um aspecto do trabalho.

A evocação é mais profunda. Eu vou me concentrar, vou por para fora o que eu sou e nesse

momento é como se eu mandasse uma credencial para o Plano Espiritual: “Olha, quem está

chamando você, sou eu, que estou precisando do seu auxílio.” É como se eu dissesse o motivo, a

razão, a determinante da evocação. “Olha, vem porque eu estou precisando, necessitando: vem

porque eu estou emitindo essa vibração de simpatia. Quando você dirige esse apelo . . .

É preciso ter também merecimento e humildade para evocar (senão você evocava todo

mundo achando que todo mundo tem a obrigação de estar presente... E não é assim....)

Você faz essa oração cheia de carinho, pondo para fora (o que você é) mas você também tem

que se preparar para receber aquele Espírito. Se você não se preparar para receber é como se você

convidasse alguém para sua casa e quando a pessoa chegasse você não oferecesse um lanche, não

estivesse com a casa limpa e até estivesse com outras ocupações. “Olha, fica por aí que eu agora

estou cuidando de outra coisa. Depois eu falo contigo”.

Qualquer pessoa iria se sentir no mínimo ofendida: “Ora me chamou, agora que eu estou

aqui, me manda ficar de lado”. Isso é um sentimento humano mas é um sentimento que prevalece do

outro lado também, essa RESPEITABILIDADE AO GUIA ESPIRITUAL, ao que ele representa.

Nós temos que ter em conta a qualidade, o valor do Espírito que nós evocamos. Há Espíritos

que tem um valor moral muito grande e nós temos que ter cuidados ao evocá–los e nos prepararmos

para recebe–los.

Chico Xavier conta em um de seus livros (Vozes do Grande Além ?) que quando foi avisado

por Emmanuel que iria receber uma mensagem de Teresa D’Ávila ele falou:

– “Mas como é que vai ser? Eu não tenho muitas condições para isso. Na verdade eu não

tenho condição nenhuma”.

E Emannuel disse:

– “Você vá fazendo sua preces, elevando seu padrão vibratório, meditando. No dia eu levo

você o mais alto que você possa alcançar e ela também vai descer o mais baixo que ela puder

chegar. O que faltar eu completo.”

E assim foi. O Chico se aproximou o máximo de Teresa D’Ávila, recebeu a mensagem e

analisando–a nós até podemos pensar: “Mas a mensagem não diz nada demais.” Mas está na

mensagem o caráter de Teresa D’Ávila: uma pessoa amorosa, sincera, dedicada, severa, que diz em

linguagem simples o que precisa ser dito.

O problema ali não foi a mensagem. O problema era a presença dela. A mensagem não tinha

muito mais a acrescentar ao que já foi dito. O problema era a presença dela, que tinha um peso.

É a mesma coisa que acontece aqui (na reunião pública). O problema não é o que o Espírito

diz, que pode já ter sido dito; o problema é “o peso moral que a presença do Espírito tem.” Aquele

componente de elevação prevalece na hora.

Assim nós podemos atrair os Espíritos com o nosso sentimento, mas a presença deles, com

as suas características de elevação nos obriga a agir como o Chico: a gente se eleva, o Espírito se

aproxima de nós e o Guia faz o resto, tentando completar as condições necessárias para o trabalho.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

52

Resumo das respostas às perguntas da exposição de 03.10.95

1. A evocação é feita pela prece e pelo pensamento.

2. Mesmo você sendo bom, um Espírito bom não fica 24 horas por dia junto a você. O

trabalho no Bem é que é o fator de atração dos Espíritos. Você pode ser bom mas “desligado” do

Plano Espiritual, e, aí, mesmo que um Espírito bom queira te auxiliar, nem sempre ele consegue.

Do ponto de vista de companhia espiritual pode se dizer que Fulano, que é bondoso, deve

estar bem acompanhado mas, nem sempre isso significa que isso esteja ocorrendo.

3. O que se tem de levar em conta na atração de Espíritos , do ponto de vista moral:

o mérito pessoal, o merecimento, o mérito do serviço, da atividade

(porque)

o mérito do próprio serviço (o que é necessário se fazer).

4. Humildade, desejo de aprender, desejo de servir são fatores de atração também.

4.(?) O efeito moral ocorre sempre com propósito de elevação.

Ao evocar o Espírito nós solicitamos o seu auxílio dentro da sua faixa de atividade.

5. Tal espírito, tal médium.

Tal vibração, tal presença espiritual.

Muitas vezes o médium deseducado mantém ao redor de si uma vibração desequilibrada que

atrai determinados Espíritos. é inútil esperar mensagens de Bons Espíritos através desse médium.

Eles não vem

A produção mediúnica se faz então sob a influência das companhias espirituais habituais do

médium.

6. Esforço pessoal.

Melhoria vibracional.

Determinação de alcançar propósitos de elevação.

São etapas a desenvolver no processo de atração dos Bons Espíritos.

7. A permanência junto a Espíritos que excedem a qualidade moral do médium prova em

algumas pessoas um choque vibracional.

8. Sempre atraímos Espíritos por questões puramente morais.

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

53

Mensagem para o dia do 3o. Encontro de Mediunidade

As luzes dos céus se abram sobre aqueles que aqui estão, com toda a sinceridade de seus

espíritos, desenvolvendo uma tarefa profícua em torno do bem.

O médium é uma antena psíquica, dizemos assim repetindo o falar de muitos prestigiosos

expositores da Doutrina.. Mas existem médiuns que esquecem o valor acendrado de que a

mediunidade deve ser portadora. Ah!... alguns não se dão conta de suas responsabilidades nesse

campo.

Há almas imperfeitas que trazem para um instrumento perfeito a falta de qualidade de que

são portadoras. Há médiuns que têm um valor excepcional em termos de obtenção e transmissão de

mensagens do Além; mas a falta de critério, de humildade e, às vezes, até mesmo a falta de elevação

moral, impedem que a mediunidade seja usada beneficamente.

Espécie de instrumento portentoso nas mãos de criminosos, a mediunidade também pode ser

usada para o mal, com a obtenção de resultados relativos, mas capazes de prejudicar a muitos,

embora momentaneamente.

Quando um homem se destaca pelo seu esforço no bem: trabalha, enobrece o seu caráter,

luta e vence as provas iniciais que a mediunidade proporciona. E quais são as provas iniciais? A

vaidade, a intolerância, a idéia de um falso conhecimento ou de um conhecimento que não é bem

alicerçado em bases de estudo e de prática no Bem; às vezes, o médium também passa por um tipo

de teste muito comum que é o teste do amor ao ganho: seja do dinheiro ou da notoriedade!

Vencidas as fases iniciais, o homem– médium passa por um outro tipo de luta que forjará o

seu caráter na iniciação de valores maiores: ele é testado nos sentimentos, no caráter, na integridade

moral, e, em alguns casos específicos, na integridade física.

Ele é testado na integridade moral pelos testemunhos que há de dar diante da vida. Como ele

é um fulcro transformador de consciências, ele é testado nas outras dificuldades assinaladas

justamente porque deverá propor uma transformação a muitos que o vêem e o acompanham; como

ele passa a ser o espelho, as criaturas jogam nele, nesse médium, nesse espelho vivo, todas as suas

dúvidas, suas incompreensões e intranqüilidades.

Se o médium consegue vencer essas barreiras iniciais, ele ultrapassa obstáculos tais que,

naturalmente, é candidato a uma outra faixa de trabalho: ele é candidato a ser o servidor. Nessa

condição de servidor, a antena dele se amplia, valores mais altos são–lhe apresentados, perspectivas

maiores são–lhe mostradas, e visões mais amplas de um apostolado, ainda que incipiente, e que irão

caracterizar a alma dele, também lhe são mostradas.

Então ele passa por um novo tipo de luta: ele passa a ter que vencer a si mesmo. Até aqui ele

venceu a vaidade, a intolerância, os testes da integridade moral, isso com vistas mais ao exterior.

Porém, no momento em que ele passa a ser o condutor, ele passa a ser um exemplo, e aí está um

teste muito mais severo: o teste da sua posição moral e mental diante do que está fazendo. Como ele

encara a mediunidade? Como ele encara as criaturas que o vêem? Como ele encara o trabalho que

lhe está nas mãos? É–lhe deferido um trabalho por seus méritos pessoais?... Há médiuns que assim

julgam e dizem intimamente: “Se me foi dada essa tarefa é porque eu devo desenvolvê–la; é porque

ela me é necessária ao progresso”, esquecidos de dizer ou pensar que, quando uma grande tarefa lhe

é dada é porque ele tem testemunhos a dar naquele campo, e precisa desenvolver condições morais

interiores mais acendradas ainda; acima de tudo ele é, mais uma vez, o exemplo vivo em que terá

que cuidar do modelo apresentado.

O médium passa então para um outra atividade no seu campo de progresso: ele deverá

demonstrar pelo exemplo da simplicidade, da humildade, da compreensão, que ele é um modelo

digno de ser seguido. Neste momento outro tipo de valor lhe é exigido: o da determinação; porque

todos os homens que são itinerantes do progresso, podem ter noção dos deveres a cumprir, mas nem

todos sabem cumprir os seus deveres com lealdade íntima, e é então que ele deverá ter muita cautela

no modelo a ser apresentado: ele será visto, e nele criaturas irão espelhar comportamentos e cada

comportamento inadequado que essas criaturas tomem em função do modelo visto, repercutirá nele,

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

54

neste modelo, de uma forma angustiosa, de um modo sofrido, de uma maneira muito inquietante...

E, quando ele vencer essa expectativa, quando ele entender todas essas necessidades, então ele terá

uma última prova a vencer: é a prova da humildade cristã.

A humildade cristã exigirá que ele seja um homem de bem, uma criatura transformada, mas

exigirá que ele traga em si as qualidades distintivas do Cristo, ou seja, o Amor ao próximo, o

profundo e arraigado sentimento da Caridade e um grande Amor a Deus; aí o médium terá em si

condições de se lançar a um trabalho apostolar. Essa tarefa não se faz senão depois de múltiplas

reencarnações e múltiplos testemunhos!

Na Terra, já encontramos criaturas que passaram por esses testes; encontramos, atualmente,

mesmo entre vós, aqui nesta Casa, inúmeros médiuns que já estão nesta fase terceira. Com que

objetivo? O objetivo tão somente de conquistarem um galardão: o galardão de se sentirem Médiuns

Cristãos!

Que todos os que aqui estão guardem no espírito a visão elevada, superior da mediunidade, a

mediunidade que não signifique somente a antena psíquica, mas a mediunidade que signifique a

antena psíquica sintonizada com os dons de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Que Deus nos ajude, abençoe e conduza sempre.

Amália Domingo Soler

(Mensagem psicofônica obtida em 16.04.1993, através do médium Altivo C. Pamphiro)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

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Mensagem para o 3o. Encontro Espírita sobre a Mediunidade

Meus Irmãos.

Mediunidade é força em constante desenvolvimento.

A capacidade de sentir, perceber, ver o mundo espiritual e atuar junto aos espíritos

encarnados também se desenvolve.

Através dos séculos, o homem vem buscando aprimorar as possibilidades de comunicar–se

com o plano espiritual. Entretanto, como os sentimentos dos encarnados não se encontram

moralmente bem desenvolvidos, buscam, alguns, fazer desse intercâmbio um instrumento de poder

pessoal. Outros colocam o dom mediúnico a serviço de forças mais poderosas, com vista ao

domínio dos seres. Tal estado de coisas apenas reflete o estado de espírito dos homens.

Com o advento da Doutrina Espírita, impulsionados pela força da mesma, os homens deram

um passo poderoso e qualitativo em favor de sua libertação pessoal. Isto porque, com o

conhecimento da Lei de Causa e Efeito, passou–se a entender as conseqüências, perniciosas ou

não, dos atos praticados.

Resultou, daí, a necessidade de se moralizar a convivência entre os seres dos dois mundos: o

visível e o invisível. Assim, o homem de bem vê que se o fenômeno em si mesmo tem

características de natureza mecânica, não se descura do ser moral. O fenômeno, sob o ponto de vista

moral, é complexo, em razão da necessidade de sintonia que deve existir entre espíritos e médium.

Estes deverão estar amparados pela Lei de Amor e de Solidariedade, com o objetivo de servir,

produzindo a elevação moral, engrandecendo, por fim, o intercâmbio mediúnico e a humanidade em

si mesma.

Com isso, passa–se a valorizar o efeito moralizador dos fenômenos mediúnicos.

Allan Kardec, no Cap. XX de “O Livros dos Médiuns”, ensina– nos, em princípio, como

deve o homem se comportar diante do fenômeno mediúnico iniciante, terminando por mostrar a

todos os médiuns, através do mensageiro do Bem Erasto, que o problema de sintonia mediúnica

exige de todos um constante aperfeiçoamento moral.

LUIZ

(Mensagem recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, em 08.05.96.)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

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1a. Vibração em 05 de junho de 1996

Pela graça infinita de Deus, Paz!

Baltazar pela graça de Deus.

Meus irmãos, aprestamo–nos para a realização de um Encontro por todos os motivos: sério,

importante e abençoado.

Tratar de Mediunidade, é assim a mesma coisa do que falar dos valores altos que dirigem a

vida de um ser na carne.

Quando se reencarna com a tarefa da Mediunidade, se reencarna com um objetivo definido,

com um objetivo superior que com toda certeza permitirá elevação daquele Espírito e fará com que

o aperfeiçoamento da alma se efetue de modo mais rápido, criando condições para ascensão de

serviço, proporcionado à Mediunidade no campo de vida espiritual.

Assim, a seriedade com que deve ser tratado o assunto Mediunidade, está na razão direta do

conhecimento desta fase de evolução do ser e da seriedade da importância que se dá ao assunto.

É importante justamente porque quanto mais se conhecer sobre Mediunidade, mais o

médium poderá produzir, mas quanto mais se conhecer sobre a razão porque se traduz a

Mediunidade em sua encarnação, porque se é moralmente responsável pelo tipo de comunicação,

porque devemos valorizar a Mediunidade, esta análise torna o serviço mediúnico bem mais

importante do que um grande maioria atribui.

E abençoado aquele que sai vencedor de uma tarefa, como a da Mediunidade, será

abençoado pelas forças do bem, pelos seus guias, por Jesus.

Assim, este Encontro deverá ser analisado, pelos dinamizadores, colocando–se toda a força,

todo o valor moral, ressaltando–se MUITO o valor moral, claro que se ressaltando a técnica

mediúnica, mas ressaltando–se BASTANTE os objetivos elevados da reencarnação como médium.

Assim, que todos irão dinamizar o Encontro, entendam: que deve ser ressaltado como se

fosse um verdadeiro Encontro de muitíssima importância, ressaltando que a Mediunidade é um

meio de se evoluir espiritualmente.

E que aqueles que não estão valorizando devidamente a força da Mediunidade, certamente,

um dia irão dar conta a Deus desta não valorização dos serviços.

Que Deus assim ilumine a todos para esta visão objetiva do trabalho mediúnico, que Deus,

também, esteja com todos. Agora e sempre.

Muita paz!

BALTAZAR

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro em 05.06.96)

3o EENCONTRO ESPÍRITA SOBRE A MEDIUNIDADE

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3a Vibração em 19 de junho de 1996

Pela graça infinita de Deus, Paz!

Baltazar, pela graça de Deus.

Meus amigos, estamos, de nossa parte, preparados para o Encontro, o feliz Encontro onde

falaremos das virtudes que devem ornar (a)os médiuns cristãos, (a)os Médiuns Espíritas.

Em momento algum esqueçais de falar da Mediunidade sob o ponto de vista moral. Não

fiqueis encantados com a Mediunidade em si mesma falando somente da mesma, de suas

possibilidades, de suas forças, aquilo que se pode tirar da mediunidade não. O Encontro é para

valorizar o aspecto moral, do médium, que assim, transformado, poderá fazer uso da mediunidade

de modo bastante equilibrado.

Desse modo começar a meditar em torno do Tema propriamente dito: Sou médium? Que

valor dou a mediunidade?

Possuo o dom da cura? Como encaro este dom diante de Deus?

Incorporo a Espíritos? O que aproveito em favor do semelhante? ou que proveito dou a esse

dom em favor do semelhante?

Vejo? Ouço? Falo? ou permito que Espíritos falem por mim? Qual o objetivo destas

possibilidades em mim?

Assim se o fizerdes ireis despertar nas criaturas o valor que a mediunidade tem ou seja, um

instrumento de progresso para o Espírito que a possui.

Por que até agora o erro de todos aqueles que usavam a mediunidade, se nós podemos assim

dizer erro, foi o de fazer da Mediunidade um instrumento de progresso de seu próprio Espírito.

Estão chegados os tempos em que o Homem Moral aproveita também para ajudar ao próximo.

Se até agora a mediunidade serviu de apoio para que homens pudessem progredir pode–se dizer que

são chegados momentos em que o homem de progresso se utiliza do dom mediúnico para ajudar ao

semelhante.

Assim, que ninguém se esqueça que o dom mediúnico, útil, bom, instrumento de elevação é acima

de tudo uma ferramenta que Deus põe nas mãos do homem bom para fazer com que a bondade

aumente, potencialize o dom de bondade que o homem possui.

Se vocês todos souberem manter o equilíbrio do raciocínio mostrando aos Encontristas que

em verdade a Mediunidade Moral é a mediunidade que ajudará o Homem a progredir; se vocês

souberem fazer isso, o Encontro terá surtido o efeito que a Espiritualidade desta Casa quer ver

atingir.

Que Deus ajude a todos, faça todos se dedicarem de agora até o dia do Encontro

integralmente à tarefa propriamente dita do Encontro.

Que faça com que vocês policiem pensamentos, gestos, atos, palavras.

E que permita que todos possam ser bastante dedicados ao progresso, ao bem do próximo.

Que Deus nos ajude a todos.

Muita Paz para seus corações.

BALTAZAR

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro em 19.06.96)