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Sumário TRABALHO CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES SINDICAIS Atualização – Portaria 268 MTE........................................118 Procedimentos para Atualização – Portaria 2 SRT ...........119 FÉRIAS Normas Gerais – Orientação.............................................133 SINDICATO Registro – Portaria 268 MTE .............................................118 PREVIDÊNCIA SOCIAL CONTRIBUIÇÃO Isenção – Instrução Normativa 1.335 RFB .......................117 FÉRIAS Normas Gerais – Orientação.............................................133 FOLHA DE PAGAMENTO Desoneração – Solução de Consulta 10 SRRF 7ª RF ......115 REFIS – PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FISCAL Parcelamento – Parecer 92 PGFN-CRJ ...........................118 FGTS FÉRIAS Normas Gerais – Orientação.............................................133 Fascículo Semanal nº 09 Ano XLVII 2013 FECHAMENTO: 28/02/2013 EXPEDIÇÃO: 03/03/2013 PÁGINAS: 134/115 INFORMATIVO DINÂMICO 134 ÚLTIMO DIÁRIO PESQUISADO 28/02/2013

Apostila Do Juarez de Departamento Pessoal

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Sumário

TRABALHO

CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES SINDICAIS

Atualização – Portaria 268 MTE........................................118Procedimentos para Atualização – Portaria 2 SRT...........119

FÉRIAS

Normas Gerais – Orientação.............................................133

SINDICATO

Registro – Portaria 268 MTE.............................................118

PREVIDÊNCIA SOCIAL

CONTRIBUIÇÃO

Isenção – Instrução Normativa 1.335 RFB .......................117

FÉRIAS

Normas Gerais – Orientação.............................................133

FOLHA DE PAGAMENTO

Desoneração – Solução de Consulta 10 SRRF 7ª RF......115

REFIS – PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FISCAL

Parcelamento – Parecer 92 PGFN-CRJ ...........................118

FGTS

FÉRIAS

Normas Gerais – Orientação.............................................133

Fascículo Semanal nº 09 Ano XLVII 2013FECHAMENTO: 28/02/2013 EXPEDIÇÃO: 03/03/2013 PÁGINAS: 134/115

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ÚLTIMODIÁRIO

PESQUISADO28/02/2013

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TRABALHO

ORIENTAÇÃO FÉRIASNormas Gerais

Confira os procedimentos para concessão e o pagamento das férias

Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de tra-balho (período aquisitivo), o empregado tem direito ao gozo de umperíodo de férias, sem prejuízo do salário e independentementeda duração da jornada de trabalho.O período de férias é computado, para todos os efeitos, comotempo de serviço, ainda que o trabalhador não esteja exercendosuas atividades laborais.Abordaremos nesta Orientação os procedimentos trabalhistas etributários relativos à concessão das férias, inclusive como exem-plos de cálculos.

1. DURAÇÃO DAS FÉRIASO período de férias do empregado é fixado pela legislação, sendoconsideradas para tanto a jornada de trabalho semanal para a qualele foi contratado e a proporção das faltas injustificadas ao serviço,ocorridas durante o período aquisitivo.

1.1. TEMPO PARCIALA legislação considera trabalho em regime de tempo parcialaquele cuja duração não exceda a 25 horas semanais.No regime de tempo parcial, os empregados têm seu período deférias fixado da seguinte forma:

JORNADA DE TRABALHOSEMANAL

DIASCORRIDOSDE FÉRIAS

DIAS CORRIDOSDE FÉRIAS

HAVENDO MAISDE 7 FALTAS

INJUSTIFICADAS

MAIS DE 22 ATÉ 25 HORAS 18 9

MAIS DE 20 ATÉ 22 HORAS 16 8

MAIS DE 15 ATÉ 20 HORAS 14 7

MAIS DE 10 ATÉ 15 HORAS 12 6

MAIS DE 5 ATÉ 10 HORAS 10 5

IGUAL OU INFERIOR A 5 HORAS 8 4

1.2. TEMPO INTEGRALTempo integral de trabalho é aquele em que o empregado é contra-tado para prestar serviços por mais de 25 até 44 horas semanais.Para o empregado que trabalha em tempo integral, as férias serãofixadas considerando-se somente as faltas injustificadas, nãosendo relevante a sua jornada de trabalho contratual.A seguir, relacionamos a quantidade de dias corridos de fériasconsiderando o número de faltas injustificadas:

Nº DE FALTAS INJUSTIFICADAS DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS

0 a 5 30

6 a 14 24

15 a 23 18

Nº DE FALTAS INJUSTIFICADAS DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS

24 a 32 12

Mais de 32 0

Durante o período de férias, o empregado não pode prestar servi-ços a outro empregador, salvo se já possuir contrato de trabalhoregularmente mantido com aquele.

1.3. FALTAS INJUSTIFICADASCaracterizam-se como faltas não justificadas aquelas ocorridasdentro do período aquisitivo e que acarretaram o desconto daremuneração que seria devida no respectivo dia.

1.4. DESCONTO DE FALTASPara definir o período de férias do empregado, o empregador nãopode considerar as faltas justificadas, mas tão somente as injustifi-cadas.As faltas injustificadas reduzem a quantidade de dias de des-canso, isto porque elas servem para determinar o número de diasde gozo das férias.Assim, por exemplo, se o empregado teve 20 faltas injustificadas du-rante o período aquisitivo, a empresa não vai diminuir 20 faltas de 30dias de férias, e conceder somente 10 dias de férias ao empregado.Neste caso, o empregador vai enquadrar os 20 dias de faltas na tabelado item 1.2 e conceder ao empregado 18 dias corridos de férias.Tendo em vista ausência de dispositivo legal, a empresa tambémnão poderá somar as horas ou os minutos de atrasos paracomputar 1 dia de falta.

1.5. FALTAS JUSTIFICADASNão são consideradas como faltas ao serviço, para fins de fixaçãodo período de gozo de férias, a ausência do empregado nosseguintes casos:a) até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge,ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada naCTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado,viva sob sua dependência econômica;b) até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;c) por 5 dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer daprimeira semana;d) por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doaçãovoluntária de sangue, devidamente comprovada;e) até 2 dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor,nos termos da lei respectiva;f) durante o licenciamento compulsório da empregada, por motivode maternidade ou aborto, bem como nos casos de adoção ouguarda judicial de criança, observados os requisitos para per-cepção do salário-maternidade custeado pela Previdência Social;g) justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que nãotiver determinado o desconto do correspondente salário;

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h) durante a suspensão preventiva do empregado para respondera inquérito administrativo, ou em caso de prisão preventiva, quan-do ele for impronunciado ou absolvido;i) durante a paralisação do serviço nos dias que, por conveniênciado empregador, não tenha havido trabalho;j) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências doServiço Militar (apresentação anual do reservista);k) decorrentes das atividades dos representantes dos trabalha-dores no Conselho Curador do FGTS;l) para servir como jurado;m) para comparecimento necessário, como parte, à Justiça doTrabalho;n) comparecimento para depor como testemunha, quando devida-mente arrolado ou convocado;o) até 9 dias, para professor, em consequência de casamento oufalecimento de cônjuge, pai, mãe ou filho;p) nas ausências ao trabalho dos representantes dos trabalha-dores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho Na-cional de Previdência Social;q) pelo dobro dos dias de prestação de serviço, os eleitores no-meados para compor as Mesas Receptoras ou Juntas Eleitorais eos requisitados para auxiliar seus trabalhos serão dispensados doserviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral;r) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas deexame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensinosuperior;s) durante os primeiros 15 dias consecutivos de afastamento daatividade por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade ates-tada pelo INSS;t) pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que compa-recer a juízo;u) durante a gravidez, a mulher está dispensada do horário detrabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, 6consultas médicas e demais exames complementares;v) pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de re-presentante de entidade sindical, estiver participando de reuniãooficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.w) nos dias de atividade do Conselho Nacional, Estadual ou Muni-cipal de Previdência Social.

1.6. SUSPENSÃO DISCIPLINARA legislação não disciplina o reflexo dos dias de suspensão disci-plinar para fins de fixação dos dias de gozo de férias. Contudo, háDoutrinadores que entendem que os dias de suspensão reper-cutem na proporcionalidade das férias.Considerando que o assunto é polêmico, o empregador deve tercautela caso adote esse critério de desconto.

1.7. SERVIÇO MILITARO tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para oserviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo deférias, desde que o mesmo compareça ao estabelecimento doempregador dentro de 90 dias da data em que se verificar arespectiva baixa no serviço militar.Isto significa dizer que se o empregado retornar no prazo de 90dias terá somente que trabalhar o tempo que falta para completaros 12 meses do período aquisitivo.

ExemploSe o empregado foi admitido em 1-8-2011, trabalhou até 29-2-2012,se afastando pelo serviço militar obrigatório de 1-3-2012 a 31-12-2012,

retornando ao trabalho em 1-1-2013, ele terá que trabalhar até31-5-2013 para completar seu período aquisitivo e conquistar odireito às férias.Neste caso, seu novo período aquisitivo se iniciará em 1-6-2013.

2. PERDA DO DIREITOConforme analisado no item 1.2, perderá o direito às férias oempregado que, trabalhando em tempo integral, durante o períodoaquisitivo, tiver faltado mais de 32 vezes, sem justificativa.Além disso, os empregados que trabalham em tempo integral ouparcial perderão o direito às férias se:a) deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 dias subse-quentes à sua saída;b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salário pormais de 30 dias;c) deixar de trabalhar, com percepção de salário, por mais de 30dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços daempresa;d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente detrabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, emboradescontínuos.Relativamente à letra “c” anterior, a empresa deverá comunicar aoórgão local do MTE – Ministério do Trabalho e Emprego e ao sin-dicato da categoria profissional, com antecedência mínima de 15dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dosserviços da empresa, bem como afixar aviso nos locais de trabalho.A interrupção da prestação de serviços deve ser anotada naCTPS, iniciando-se o decurso de novo período aquisitivo, quandoo empregado, após a ocorrência dos motivos mencionados nasletras “a” a “d” anteriores, retornar ao serviço.

ExemploUm empregado admitido em 2-4-2012, que trabalhou até o dia8-8-2012, considerando, nesta data, os 15 primeiros dias de afas-tamento, e que a partir de 9-8-2012 se afastou em benefício pordoença, ficando nessa condição até o dia 28-2-2013.Neste caso, o empregado perdeu o direito ao gozo das férias rela-tivas ao período aquisitivo de 2-4-2012 a 1-4-2013, tendo em vistaque ficou em auxílio-doença por mais de 6 meses dentro do refe-rido período.

PeríodoAquisitivo

PeríodoAquisitivoTrabalhado

Período doBenefício

NovoPeríodo

Aquisitivo

2-4-2012a 1-4-2013

2-4-2012a 8-8-2012

9-8-2012a 28-2-2013

1-3-2013a 28-2-2014

Assim, em virtude desse afastamento, o empregado começará acontagem de um novo período aquisitivo a partir do seu retorno em1-3-2013.

2.1. LICENÇA REMUNERADA E O ADICIONAL CONSTITUCIO-NALComo vimos no item anterior, o empregado que gozar de licençaremunerada por mais de 30 dias perderá o direito ao gozo dasférias, tendo em vista que já repousou durante este período,podendo retornar ao trabalho em plena condição física e mental.É objeto de discussão o pagamento do adicional de 1/3 previsto naConstituição Federal, por ocasião da concessão de licença remu-nerada superior a 30 dias.

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Há entendimento de que, com a concessão da licença, o empre-gado não terá direito às férias e, consequentemente, perderá odireito ao acréscimo do adicional de 1/3 constitucional, pois estese origina das férias.Entretanto, já há decisão da Justiça do Trabalho no sentido de quea concessão de mais de 30 dias a título de licença remunerada, porato unilateral do empregador, retira do empregado o direito dogozo às férias. Nesse caso, o terço constitucional deve ser pagoao empregado, porque tal licença é substitutiva das férias.A seguir, transcrevemos decisão sobre o assunto:“TERÇO CONSTITUCIONAL – CONCESSÃO DE LICENÇA RE-MUNERADA – APLICABILIDADEA previsão, na CRFB/88, do terço constitucional, é norma deordem pública, sendo de aplicação cogente quando da fruição dasférias anuais, a qual, na presente hipótese, efetivou-se pela con-cessão, superior a 30 dias, da licença remunerada. Interpretar oartigo 133, II, da CLT, de maneira diversa, para fins de obstar odireito ao terço de férias, seria postura avessa aos cânones dainterpretação constitucional e ao caráter tuitivo ínsito ao ramojustrabalhista. Raciocínio contrário daria ensejo a manobras ardi-losas no intuito de o empregador, mediante a concessão delicença remunerada durante sugestivos 31 dias, por exemplo,eximir-se do pagamento do terço constitucional, o que, por certo,encontra óbice no artigo 9º da CLT.” (TRT 12ª Região – RecursoOrdinário 6421-09.2010.5.12.0030 – Relator Juiz José ErnestoManzi – Decisão –Publicada em 2-9-2011).

3. PRAZO PARA CONCESSÃOAs férias devem ser concedidas, por ato exclusivo do empregador,independente da vontade do empregado, desde que para isto,exista o prévio comunicado com antecedência mínima de 30 dias.A concessão deve ser realizada em um só período, nos 12 mesessubsequentes à data em que o empregado tiver adquirido orespectivo direito. Esse período de 12 meses subsequentes cons-titui o período concessivo, isto é, período em que o empregadordeve conceder as férias ao empregado, para que não ocorra opagamento em dobro.O empregado não pode iniciar o gozo das férias sem que apre-sente ao empregador sua CTPS para que nela seja anotada arespectiva concessão.A concessão das férias deve ser, também, anotada no registro doempregado.De acordo com a Lei Complementar 123/2006, que instituiu oSimples Nacional, as Microempresas e Empresas de PequenoPorte estão dispensadas de anotar no livro ou ficha de registro aconcessão das férias ao empregado, mas estão obrigadas a fazera devida anotação na CTPS do mesmo.

3.1. CONCESSÃO EM DOIS PERÍODOSSomente em casos excepcionais, as férias serão concedidas em doisperíodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos.Segundo Doutrinadores, esta concessão carece de regulamen-tação, pois não existe previsão legal. Portanto, os casos excepcio-nais, segundo eles, ficam condicionados à necessidade impe-riosa, força maior ou a autorizações do MTE.

3.1.1. Impossibilidade de FracionamentoAs férias dos empregados menores de 18 e dos maiores de 50anos de idade terão de ser concedidas de uma só vez.Isto não significa dizer que os referidos empregados não possamusufruir o direito ao abono pecuniário de férias, caso queiram. A in-

tenção do legislador foi assegurar o gozo ininterrupto das férias,ou seja, sem possibilidade de fracionamento.

3.1.2. Início do Período de GozoO início das férias, coletivas ou individuais, não poderá coincidircom sábado, domingo, feriado ou dia de compensação de repousosemanal remunerado.Sendo assim, as férias devem ter início em dia de efetivo trabalhodo empregado para que se evite problemas trabalhistas no futuro.

3.2. SIMULTANEIDADE COM AVISO-PRÉVIOO aviso-prévio é a notificação que, na relação de emprego, umadas partes confere à outra, comunicando a cessação do contratode trabalho de prazo indeterminado.A duração do aviso-prévio é de no mínimo 30 dias, independente-mente da forma de pagamento dos salários do empregado e deseu tempo de serviço na empresa.Para o empregado, o aviso-prévio possibilita a tentativa de novacolocação no mercado de trabalho.Ao empregador dá a oportunidade de preencher o cargo ou funçãovaga.A empresa que rescindir o contrato de trabalho de empregado,sem justa causa, não pode fazer coincidir o período do aviso-pré-vio com as férias não gozadas em época anterior.Isto porque o empregado tem direito a descansar nas férias, e oaviso-prévio é o prazo que o empregador tem que conceder aoempregado para que o mesmo possa procurar outro emprego.Concluindo, as férias e o aviso-prévio são direitos distintos, isto é,incompatíveis, a que o empregado faz jus. Assim sendo, estesdireitos não podem ser concedidos simultaneamente.

3.3. AUXÍLIO-DOENÇA E LICENÇA-MATERNIDADEEmbora a legislação não faça expressa menção sobre a ocor-rência de doença ou a concessão do benefício do salário-mater-nidade no curso das férias, o entendimento doutrinário sobre oassunto é o seguinte:a) auxílo-doençaNo caso de doença que impossibilite o retorno do empregado aotrabalho, a empresa deve pagar os primeiros 15 dias de afasta-mento contados do dia em que o empregado deveria voltar dasférias, pois não há interrupção destas.b) licença-maternidadeNesse caso, a licença-maternidade interrompe as férias, tendo emvista que o fato gerador do benefício é a ocorrência do parto,devendo as férias serem retomadas após o término do benefício.Com a interrupção das férias, a empregada passa a perceber osalário-maternidade.

Exemplo– data de início das férias: 2-1-2013– data do parto: 18-1-2013Nesse caso, a empregada terá gozado 16 dias de férias (de 2 a17-1), iniciando-se a contagem dos 120 dias de licença-mater-nidade a partir de 18-1-2013 até 17-5-2013. Os 14 dias de fériaspendentes serão gozados a partir de 18-5-2013, data do retornoda licença-maternidade.

4. COMUNICAÇÃO DAS FÉRIASA concessão das férias deve ser participada ao empregado, porescrito, com a antecedência de, no mínimo, 30 dias, cabendo aoempregado assinar a notificação.

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4.1. MODELO DO AVISO DE FÉRIASA concessão das férias pode ser notificada ao empregado através do seguinte formulário:

5. ÉPOCA DA CONCESSÃOA época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. Portanto, o empregado não tem direito de esco-lher a época em que irá gozar suas férias, devendo acatar o que for determinado pelo empregador.

5.1. MEMBROS DE UMA MESMA FAMÍLIAOs membros de uma família que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa terão direito a gozar férias no mesmo período, seassim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.

5.2. EMPREGADO ESTUDANTEO empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

6. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIASA Constituição Federal assegura a todos os empregados remuneração das férias com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal.Entende-se por salário normal o salário base acrescido das verbas de caráter salarial, tais como adicionais, gratificações fixas ou variáveis, diáriaspara viagem, desde que excedentes a 50% do salário, prêmios, utilidades fornecidas com habitualidade e gratuitamente, dentre outras.Para efeito de integração, dependendo do tipo de provento, leva-se em conta a média das horas, no caso das horas extras, ou dos valores,no caso de comissões.Se após o pagamento das férias ocorrer reajuste salarial que venha a refletir sobre a remuneração correspondente ao período de fruição,será necessário complementar o valor inicialmente pago, na proporção dos dias de gozo, sujeitos ao reajuste.

7. ABONO PECUNIÁRIOO abono pecuniário de férias consiste em uma quantia em dinheiro correspondente a 1/3 do período de férias a que o empregado fizer jus.Essa quantia será devida quando o empregado solicitar ao empregador a conversão daquele período de férias em valor monetário. Emoutras palavras, são os dias conhecidos como de “venda das férias”.Isto porque essa conversão é uma faculdade atribuída apenas ao empregado, devendo ser concedida obrigatoriamente pela empresa,quando requerida no prazo legal previsto no subitem 7.3.Segundo entendimento doutrinário, o abono pecuniário não deve ser contado como tempo de serviço. Por conseguinte, não deve ser consi-derado nem antes nem depois das férias, tendo em vista que se trata de dinheiro, ou melhor, o empregado percebe mais e descansa menos.Dessa forma, o abono pecuniário significa a venda de um direito, que se configura em reduzir 1/3 da duração original das férias.O abono de férias ora mencionado, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, deconvenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitosda legislação do trabalho.

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7.1. REGIME DE TEMPO PARCIALO abono pecuniário de férias não se aplica aos empregados que trabalham em regime de tempo parcial.

7.2. PERÍODO DE FÉRIAS INCOMPLETOQuando o empregado não fizer jus ao período completo de férias, em virtude de faltas injustificadas ocorridas dentro do período aquisitivo,também poderá requerer o abono pecuniário, considerando os dias de férias a que fizer jus.

ExemploUm empregado que tenha 17 faltas injustificadas, com direito a 18 dias de férias, terá seu abono pecuniário de 6 dias (1/3 de 18 dias de férias).

7.3. PRAZO DE REQUERIMENTOO empregado que optar por converter 1/3 de suas férias em abono pecuniário deve requerê-lo ao empregador até 15 dias antes do términodo período aquisitivo.O requerimento pode ser feito através de carta endereçada à empresa, não podendo ser recusada a solicitação.Por medida de segurança, é recomendável que o requerimento do abono seja elaborado em duas vias, ficando uma em poder do empre-gado, assinada pelo empregador.Para evitar a solicitação de abono pecuniário após o vencimento dos períodos aquisitivos, é aconselhável que a empresa expeça circularmensal, alertando aos empregados cujos períodos aquisitivos se completarão nos meses subsequentes.Para solicitar o abono, os empregados poderão utilizar o seguinte formulário:

8. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO NAS FÉRIASA 1ª parcela do 13º Salário pode ser paga ao empregado por ocasião de suas férias, sempre que este a requerer ao empregador no mês dejaneiro do correspondente ano.A obrigatoriedade do pagamento da 1ª parcela será em relação às férias concedidas a partir do mês de fevereiro, desde que requerida noprazo previsto.Relativamente às férias gozadas em fevereiro, alertamos que a antecipação da parcela deve ser atendida mesmo que a remuneração dasférias seja paga no mês de janeiro.Nas férias gozadas no mês de janeiro, ainda que requeridas pelo empregado, o empregador não está obrigado ao pagamento da 1ª parcelado 13º Salário.

9. PRAZO DE PAGAMENTOO pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, do abono pecuniário, deve ser efetuado até 2 dias antes do início do respectivoperíodo.

9.1. UTILIZAÇÃO DE VIA BANCÁRIAAs empresas situadas em perímetro urbano podem efetuar o pagamento da remuneração das férias e dos salários de seus empregadosatravés de depósito em conta bancária, aberta em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho, ou, ainda, através de chequeemitido diretamente em favor do empregado.A conta bancária deve ser aberta para esse fim em nome de cada empregado e com o consentimento deste.Entretanto, se o empregado não for alfabetizado, o pagamento dos salários e da remuneração das férias deverá ser efetuado em dinheiro.

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O pagamento de salários efetuado através de via bancária obriga o empregador a proporcionar ao empregado:a) horário que permita o desconto imediato do cheque;b) transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crédito exija a utilização do mesmo;c) condição que impeça qualquer atraso no recebimento das férias.

9.2. QUITAÇÃO DO VALOR DAS FÉRIASO empregado pode dar quitação ao empregador dos valores recebidos a título de férias e abono pecuniário, utilizando recibo único, deacordo com o seguinte modelo:

10. FÉRIAS EM DOBROSempre que as férias forem concedidas após o período concessivo, assim considerados os 12 meses subsequentes à data de aquisição dodireito, o empregador deve efetuar em dobro o pagamento da remuneração devida.Vencido o referido prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, porsentença, da época de gozo das mesmas.

ExemploSuponhamos um empregado com direito a férias de 30 dias relativas ao período aquisitivo de 18-1-2011 a 17-1-2012, as quais deveriam serconcedidas no período de 18-1-2012 a 17-1-2013.Para que não existisse o pagamento em dobro, o gozo das férias relativas àquele período teria que se iniciar, no máximo, em 19-12-2012,visto que, nessa hipótese, o período de fruição terminaria em 17-1-2013, antes do início do segundo período de férias.Assim, considerando que àquelas férias serão gozadas após 17-1-2013, o empregador terá que efetuar o pagamento dobrado.

10.1. CÁLCULO DAS FÉRIAS EM DOBROA remuneração bruta das férias em dobro, relativas ao período de 2011/2012, do empregado com remuneração mensal de R$ 1.200,00,deve ser calculada da seguinte forma:– Remuneração Normal (30 dias do mês comercial) R$ 1.200,00– Adicional de 1/3 R$ 400,00– Remuneração Bruta das Férias R$ 1.600,00– Remuneração Bruta das Férias em Dobro (R$ 1.600,00 x 2) R$ 3.200,00

10.2. DOBRA PARCIALPode acontecer, também, de as férias se tornarem dobradas de forma parcial. Isto ocorre quando algum ou alguns dos dias do período degozo das férias recaem além do período concessivo, hipótese em que será devida em dobro a remuneração sobre os mesmos.Desta forma, considerando o mesmo período aquisitivo do item 10 (de 18-1-2011 a 17-1-2012), porém com o período de gozo entre 2 a31-1-2013, somente os dias de 18 a 31-1-2013 (14 dias) devem ser remunerados em dobro, uma vez que os primeiros 16 dias (de 2 a17-1-2013) recaíram dentro do período concessivo.

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Nesse caso, a remuneração bruta das férias deve ser apurada do seguinte modo:

BASE DE CÁLCULO– Remuneração mensal (30 dias do mês comercial) ...............................................................................................................R$ 1.200,00

– Remuneração diária ............................................................................................................................................................R$ 40,00– Adicional de 1/3 sobre a remuneração diária ........................................................................................................................R$ 13,33– Remuneração diária c/mais 1/3 ...........................................................................................................................................R$ 53,33

CÁLCULO DAS FÉRIAS– 16 dias de férias normais (R$ 53,33 x 16) .............................................................................................................................R$ 853,28– 14 dias de férias dobradas (R$ 53,33 x 14 x 2) ......................................................................................................................R$ 1.493,24– Total Bruto a Receber ..........................................................................................................................................................R$ 2.346,52

10.3. DOBRA DO ABONO PECUNIÁRIOComo já esclarecidos anteriormente, o abono significa a conversão em dinheiro de 1/3 da duração original das férias, equivalendo à metadedo valor do descanso, ou seja, o valor do abono deve corresponder à metade do valor das férias de fato gozadas.Assim, quando ocorrer a dobra das férias e o empregado tiver solicitado o abono pecuniário, este também será pago de forma dobrada.Considerando a remuneração do item anterior, as férias serão apuradas da seguinte forma:– Remuneração das Férias em Dobro (R$ 1.200,00 ÷ 30 dias x 20 dias x 2) ............................................................................R$ 1.600,00– Adicional de 1/3 sobre as Férias ..........................................................................................................................................R$ 533,33– Remuneração Bruta das Férias em Dobro ...........................................................................................................................R$ 2.133,33– Abono Pecuniário de Férias em Dobro e Adicional de 1/3 (R$ 40,00 x 10 dias + 1/3 x 2) ........................................................R$ 1.066,67– Total Bruto a receber ...........................................................................................................................................................R$ 3.200,00

11. CÁLCULO DA REMUNERAÇÃOO valor devido ao empregado, durante o seu período de férias, será determinado de acordo com a duração deste e a remuneração que lhefor devida na data de sua concessão, acrescido sempre do adicional de 1/3.

11.1. EMPREGADO COMISSIONISTAQuando o salário for calculado por percentagem, comissão ou viagem, a remuneração-base a ser utilizada para o cálculo das férias éapurada calculando-se a média dos valores percebidos nos 12 últimos meses de trabalho que antecederem a concessão das férias, ouperíodo inferior, conforme conste de acordo, convenção ou sentença normativa.

11.1.1. Salário Fixo Mais ComissõesQuando o empregado perceber salário fixo mais comissões, além do item 11.1, o empregador deve adicionar a média encontrada ao saláriofixo do empregado, apurando, assim, a remuneração-base para cálculo do valor das férias.

ExemploAdmitamos um empregado que perceba, além das comissões, o salário fixo de R$ 1.200,00 e que, nos 12 meses anteriores à concessão desuas férias de 30 dias, gozadas no mês de janeiro/2013, tenha percebido as seguintes comissões + repouso semanal remunerado:– Janeiro/2012 .......................................................................................................................................................................R$ 1.132,69– Fevereiro/2012 ....................................................................................................................................................................R$ 1.046,52– Março/2012 .........................................................................................................................................................................R$ 1.056,30– Abril/2012 ............................................................................................................................................................................R$ 1.134,78– Maio/2012 ...........................................................................................................................................................................R$ 1.013,46– Junho/2012 .........................................................................................................................................................................R$ 1.080,00– Julho/2012 ..........................................................................................................................................................................R$ 965,77– Agosto/2012 ........................................................................................................................................................................R$ 1.125,19– Setembro/2012 ...................................................................................................................................................................R$ 1.187,50– Outubro/2012 ......................................................................................................................................................................R$ 1.108,85– Novembro/2012 ..................................................................................................................................................................R$ 1.375,00– Dezembro/2012 ..................................................................................................................................................................R$ 1.140,80– Total ....................................................................................................................................................................................R$ 13.366,86

– Média das comissões = R$ 13.366,86 = R$ 1.113,9112

REMUNERAÇÃO NORMAL– Salário fixo ..........................................................................................................................................................................R$ 1.200,00– Média das comissões ..........................................................................................................................................................R$ 1.113,91– Total ....................................................................................................................................................................................R$ 2.313,91

REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS– Férias ..................................................................................................................................................................................R$ 2.313,91– Adicional de 1/3 ...................................................................................................................................................................R$ 771,30– Total Bruto ...........................................................................................................................................................................R$ 3.085,21

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11.2. EMPREGADO TAREFEIROSe o salário for pago por tarefa, para a determinação da remuneração das férias, tomar-se-á por base a média da quantidade produzida noperíodo aquisitivo, aplicando-se sobre esta o valor do salário/tarefa devido na época da concessão das férias.

11.2.1. Salário Fixo Mais TarefasQuando o empregado perceber salário fixo mais tarefas, além do item 11.2, o empregador deve adicionar a média encontrada ao salário fixodo empregado, apurando, assim, a remuneração-base para cálculo do valor das férias.

ExemploSupondo-se um empregado que perceba, por ocasião das férias vencidas em 30-11-2012 e concedidas a partir de 1-12-2012, o valor deR$ 4,50, por peça confeccionada, e que tenha realizado a seguinte produção durante o período aquisitivo:– Dezembro/2011 ...........................................................................................................................................................................570 peças– Janeiro/2012 ................................................................................................................................................................................730 peças– Fevereiro/2012 ............................................................................................................................................................................850 peças– Março/2012 .................................................................................................................................................................................300 peças– Abril/2012 ....................................................................................................................................................................................540 peças– Maio/2012 ....................................................................................................................................................................................750 peças– Junho/2012 ..................................................................................................................................................................................570 peças– Julho/2012 ...................................................................................................................................................................................750 peças– Agosto/2012 ................................................................................................................................................................................910 peças– Setembro/2012 ............................................................................................................................................................................590 peças– Outubro/2012 ..............................................................................................................................................................................550 peças– Novembro/2012 ...........................................................................................................................................................................450 peças– Total .........................................................................................................................................................................................7.560 peças

– Média da produção no período aquisitivo = 7.560 = 630 peças12

– Remuneração Normal (30 dias):630 peças x R$ 4,50 = R$ 2.835,00– Repouso Remunerado:R$ 2.835,00 x 1/6 = R$ 472,50– Adicional de 1/3 sobre o Total da Remuneração:R$ 2.835,00 + R$ 472,50 = R$ 3.307,50R$ 3.307,50 x 1/3 = R$ 1.102,50– Remuneração Total das Férias:R$ 2.835,00 + R$ 472,50 + R$ 1.102,50 = R$ 4.410,00

11.3. EMPREGADO QUE PERCEBE HORAS EXTRASAs horas extras realizadas pelo empregado também são computadas para o cálculo das férias. Essa parcela é obtida mediante apuração damédia da quantidade de horas extras realizadas no período aquisitivo correspondente, cujo resultado é multiplicado pelo salário-hora atuali-zado, incluído o adicional de horas extras a que o empregado fizer jus na época da respectiva concessão.

11.4. CÔMPUTO DOS ADICIONAISCaracterizam-se como adicionais os valores pagos ao empregado, independentemente do salário estabelecido no seu contrato detrabalho, tais como horas extras, adicional noturno, de insalubridade e periculosidade, dentre outros. Por ocasião da concessão das férias,a média dessas parcelas adicionais, quando variáveis, ou o seu valor fixo, será considerado para fins de determinação da remunera-ção-base a ser utilizada para o cálculo das férias.Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste nãotiver sido uniforme, será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, medianteincidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes.

11.5. EMPREGADO QUE PERCEBE SALÁRIO-UTILIDADEAlém do pagamento em dinheiro, compreendem-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, ou outras prestaçõesin natura que a empresa, por força do contrato ou costume, fornecer habitualmente.Nestes casos, ou seja, quando parte do salário do empregado for paga em utilidades, o valor correspondente às utilidades será computadopara efeito de cálculo das férias, de acordo com a anotação efetuada na CTPS.

11.6. EMPREGADO HORISTA COM JORNADA VARIÁVELCaso o salário seja pago por hora, sendo a jornada de trabalho variável, deve ser apurada a média das horas trabalhadas no período aquisi-tivo, aplicando-se sobre a mesma o valor do salário/hora percebido pelo empregado na data da concessão das férias.Exemplificamos o cálculo da remuneração das férias de empregados horistas com jornada de trabalho fixa e variável durante o períodoaquisitivo:

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a) Jornada FixaSuponhamos que o período de férias de determinado empregado corresponda a 30 dias e que o mesmo trabalhe, normalmente, 220 horasmensais, com o salário-hora de R$ 6,40. A remuneração bruta de seu período de férias será determinada do seguinte modo:– Remuneração normalR$ 6,40 x 220 horas = R$ 1.408,00– Adicional de 1/3R$ 1.408,00 x 1/3 = R$ 469,33– Remuneração das FériasR$ 1.408,00 + R$ 469,33 = R$ 1.877,33

b) Jornada VariávelImaginemos agora que um empregado horista com jornada variável durante o período aquisitivo de férias, de 2-1-2012 a 1-1-2013, tenhatrabalhado um total de 2.940 horas e que perceba o salário-hora de R$ 7,30 por ocasião da concessão de suas férias de 30 dias, emabril/2013.O valor da sua remuneração bruta será determinado da seguinte forma:– Média das horas trabalhadas no período aquisitivo:2.940 = 245 horas12

– Salário-hora: R$ 7,30– Remuneração normalR$ 7,30 x 245 horas = R$ 1.788,50– Adicional de 1/3R$ 1.788,50 x 1/3 = R$ 596,17– Remuneração das FériasR$ 1.788,50 + R$ 596,17 = R$ 2.384,67

11.7. MENSALISTAS, QUINZENALISTAS, SEMANALISTAS OU DIARISTASQuando o empregado perceber salário fixo, sendo a forma de pagamento mensal, quinzenal, semanal ou diária, o valor de suas férias serádeterminado tomando-se por base o salário vigente na data da concessão, devendo o valor correspondente à jornada diária de trabalho sermultiplicado pelo número de dias de duração do período das férias.

11.8. FÉRIAS NOS MESES DE 28 E 31 DIASA legislação não dá tratamento específico a determinadas situações que ocorrem quando as férias são concedidas nos meses de 28 ou31 dias.Entretanto, há posicionamentos doutrinários no sentido de solucionar estas questões, conforme segue:I – O empregado com remuneração mensal de R$ 868,00 tendo direito a 30 dias de férias gozadas no período de 1-2-2013 a 2-3-2013.A forma de apurar a remuneração dessas férias, considerando que as mesmas encerram-se no segundo dia do mês de março, sem quehaja redução salarial no mês de fevereiro, é a seguinte:a) R$ 868,00 (salário de fevereiro) ÷ 28 dias x 28 dias = R$ 868,00b) R$ 868,00 (salário de março) ÷ 31 dias x 2 dias = R$ 56,00c) Total dos 30 dias de férias + adicional de 1/3 = R$ 924,00 (R$ 868,00 + R$ 56,00) + R$ 308,00 (1/3 de R$ 924,00) = R$ 1.232,00Assim, respeitando o princípio da irredutibilidade salarial, a remuneração das férias correspondente ao mês de fevereiro será equivalente aum salário mensal que o empregado receberia se não estivesse de férias.O mesmo ocorrerá no mês de março, ou seja, 2 dias de férias de março (R$ 56,00) mais o saldo de salário deste mês (29 dias x R$ 28,00 =R$ 812,00) equivalerá a uma remuneração mensal (R$ 56,00 + R$ 812,00 = R$ 868,00).

II – Suponhamos um empregado que vai iniciar as suas férias no dia 1-7-2013 e seu salário neste mês será de R$ 992,00.Considerando que o empregado irá gozar 30 dias e para que a empresa se resguarde na hipótese de ele faltar no dia 31, sua remuneraçãode férias será calculada da seguinte forma:R$ 992,00 ÷ 31 (número de dias do mês) = R$ 32,00R$ 32,00 x 30 (duração das férias) = R$ 960,00A remuneração das férias mais o adicional de 1/3, que incidirá sobre o salário bruto do mês, será de:R$ 960,00 + (1/3 de R$ 992,00, que é o salário mensal) =R$ 960,00 + R$ 330,67 = R$ 1.290,67Assim, caso o empregado falte no dia 31-7-2013, considerando que seja dia de trabalho para ele, deixará de receber o saldo restante deR$ 32,00.

12. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIAO recolhimento da contribuição previdenciária incide sobre o valor das férias acrescido do terço constitucional.Entretanto, o valor recebido a título de abono pecuniário não sofre incidência da contribuição previdenciária.

12.1. ALÍQUOTA APLICÁVELOs percentuais de 8%, 9% ou 11%, das contribuições previdenciárias dos empregados, são estabelecidos em função das faixas salariaisem que se situem as remunerações recebidas no respectivo mês.Assim, por ocasião do pagamento das férias, o empregador deve observar a remuneração relativa a cada mês ou período de competência,para efeito de aplicação da alíquota correspondente.

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Ao final do mês, por ocasião do pagamento do saldo de salários, o empregador também deverá observar se a remuneração total naquelemês (férias mais saldo de salários), se enquadra em alíquota previdenciária maior do que a que foi aplicada, quando do pagamento daremuneração das férias. Se for o caso, a contribuição do INSS deverá ser recalculada sobre o total da remuneração no mês (com a alíquotamaior) e, do resultado encontrado, o empregador deduzirá o INSS já descontado sobre a remuneração das férias. A diferença do valor doINSS encontrada será descontada quando o empregador efetuar o pagamento do saldo de salários ao empregado.

12.2. PRAZO DE RECOLHIMENTOO prazo de recolhimento da contribuição previdenciária incidente sobre o valor das férias acrescido do terço constitucional será até o dia 20do mês seguinte àquele a que se referirem às férias, ainda que, por força da legislação trabalhista, elas sejam pagas antecipadamente.Se não houver expediente bancário no dia do pagamento, o recolhimento deve ser até o dia útil imediatamente anterior.

13. RECOLHIMENTO DO FGTSSobre a remuneração das férias há incidência do FGTS, cujo depósito deve ser efetuado até o dia 7 do mês subsequente ao de sua compe-tência.Contudo, o valor pago a título de abono pecuniário não sofre a incidência do FGTS.Cabe ressaltar que se considera competência para efeito de recolhimento do FGTS o mês de gozo das férias.

14. IMPOSTO DE RENDA NA FONTEAs férias serão tributadas por ocasião do efetivo pagamento, independentemente do período em que serão gozadas.Dessa forma, no cálculo do imposto, deve ser considerada a Tabela Progressiva vigente no mês em que as remunerações das férias forempagas. Isso porque, atualmente, os rendimentos do trabalho assalariado são tributados segundo o regime de caixa.Além do valor pago a título de férias, deve ser considerado, no cálculo do imposto, o adicional de 1/3 assegurado pela Constituição Federal.A retenção na fonte sobre a remuneração das férias abrange, inclusive, as importâncias pagas a título de férias não gozadas dentro doprazo legal e, por isso, pagas em dobro pelo empregador na vigência do contrato de trabalho.

Abono PecuniárioRessaltamos que segundo o entendimento da Cosit – Coordenação-Geral de Tributação, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, pormeio da Solução de Divergência 1/2009 (Fascículo 02/2009), a fonte pagadora está desobrigada de reter Imposto de Renda sobre o paga-mento do abono pecuniário de férias acrescido de 1/3.

14.1. TRIBUTAÇÃO EM SEPARADO DOS SALÁRIOSAs férias devem sofrer tributação em separado de qualquer outro rendimento pago no mês.Isso significa que no cálculo do imposto incidente sobre as férias pagas num determinado mês não devem ser somados os salários porven-tura pagos naquele mesmo mês.

14.2. PAGAMENTO NO MÊS ANTERIOR À CONCESSÃONas férias cujo início de fruição coincida com os dois primeiros dias do mês, o pagamento deve ser feito no mês anterior, para atender àantecipação prevista na legislação trabalhista.Desta forma, naquele mês, o empregado recebe duas remunerações: uma referente às férias a serem gozadas no mês seguinte e outrarelativa ao salário.Nesta hipótese, devem ser feitos cálculos separados das retenções sobre os dois valores pagos (férias e salários).Havendo saldo de salário a pagar no mês de fruição, o IR/Fonte será calculado normalmente sobre o valor correspondente ao saldo a que oempregado fizer jus.Assim, por exemplo, se no mês de janeiro a empresa pagou a um empregado salário e férias, gozadas a partir de 1º de fevereiro, foi obri-gada a reter o imposto sobre as duas remunerações, mas de forma separada, aplicando sobre cada uma os percentuais da Tabela vigenteno mês do pagamento.

14.3. PAGAMENTO NO MÊS DA CONCESSÃOSendo as férias inferiores a 30 dias, pode ocorrer que o empregado receba a remuneração correspondente às mesmas dentro do própriomês em que irá gozá-las.Nesse caso, tendo em vista que os salários e férias, remunerados num mesmo período, são tributados separadamente, o cálculo do imposto nafonte incidente sobre o saldo de salários será efetuado em separado do cálculo do IR/Fonte incidente sobre a remuneração das férias.

14.4. PAGAMENTO NO MÊS DO INÍCIO DA CONCESSÃO PARCIALQuando as férias a serem gozadas tiverem início em um mês e terminarem no mês seguinte, a retenção do IR/Fonte deve ser feita separa-damente para o valor correspondente às férias e para os respectivos saldos de salário. Isto é, o IR/Fonte é calculado de forma separada emrelação a cada uma das seguintes parcelas, quais sejam:a) remuneração das férias;b) saldo de salário correspondente ao mês de início das férias;c) saldo de salário correspondente ao mês de término das férias.

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14.5. DIFERENÇA DE REAJUSTESA diferença de férias decorrente de reajuste salarial deve ser tributada em separado do salário, no mês do efetivo pagamento da diferença.No entanto, se o pagamento da diferença de férias ocorrer no próprio mês em que o principal foi pago, o IR/Fonte deverá ser calculado sobreo total pago a título de férias, podendo ser deduzido o IR/Fonte porventura retido no primeiro pagamento.

14.6. DEDUÇÕES ADMITIDASEmbora o valor das férias seja considerado isoladamente, no cálculo do imposto incidente sobre as mesmas também são admitidas asdeduções relativas aos dependentes, pensões alimentícias e as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios, bem como para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte,destinadas a custear benefícios complementares assemelhados ao da Previdência Social.

14.7. DISPENSA DE RETENÇÃOEstá dispensada a retenção do imposto de valor igual ou inferior a R$ 10,00.

14.8. PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO IMPOSTOO IR/Fonte sobre a remuneração das férias deve ser recolhido até o último dia útil do 2º (segundo) decêndio do mês subsequente ao mês deocorrência dos fatos geradores.

15. EXEMPLO PRÁTICOA seguir, elaboramos um exemplo prático de cálculo de férias de um empregado com 2 dependentes, que goza parte do período de fériasem um mês e parte em outro mês. Este exemplo visa demonstrar como é feito o desconto da contribuição previdenciária, pois como já escla-recemos no item 12, o desconto da contribuição deve ser feito com base na remuneração relativa a cada mês ou período de competência enão com base no mês do pagamento.Para o desconto do IR/Fonte não há maiores problemas, pois o mesmo é feito pelo pagamento e não pela competência. Assim, o descontovai sendo feito à medida que os valores vão sendo pagos.Supondo-se um empregado com direito a 30 dias de férias, que tenha requerido abono pecuniário, com a seguinte situação:– período aquisitivo: 2-7-2011 a 1-7-2012– período de concessão: 20-4-2013 a 9-5-2013 (20 dias)– salário no período de concessão:

a) no mês de abril – R$ 4.200,00b) no mês de maio – R$ 4.200,00

– 2 dependentes para fins do IR/Fonte

CÁLCULO DOS DESCONTOS EM 16-4-2013 (DATA DO PAGAMENTO DAS FÉRIAS)Valor das férias:– R$ 4.200,00 ÷ 30 x 11 (dias de férias de abril) .......................................................................................................................R$ 1.540,00– R$ 4.200,00 ÷ 31 x 9 (dias de férias de maio) ........................................................................................................................R$ 1.219,35– Valor Total ...........................................................................................................................................................................R$ 2.759,35– Adicional de 1/3 (R$ 2.759,35 x 1/3) .....................................................................................................................................R$ 919,78– Total das Férias de 20 dias + 1/3...........................................................................................................................................R$ 3.679,13– Abono Pecuniário (R$ 3.679,13 ¸ 2)......................................................................................................................................R$ 1.839,57– Total Bruto (R$ 3.679,13 + R$ 1.839,57) ..............................................................................................................................R$ 5.518,70

INSS–11% sobre R$ 3.679,13 (Valor das férias sem o abono pecuniário) R$ 404,70

IR/Fonte– Dedução dos dependentes = R$ 343,94 (2 x R$ 171,97)– Dedução do INSS = R$ 404,70– Renda Líquida = R$ 2.930,49 (R$ 3.679,13 – R$ 343,94 – R$ 404,70)– Alíquota – 15%– Parcela a deduzir do imposto – R$ 320,60– Cálculo do ImpostoR$ 2.930,49 x 15 = R$ 439,57 – R$ 320,60 = R$ 118,97

100– Total líquido a receber (R$ 5.518,70 – R$ 404,70 – R$ 118,97) R$ 4.995,03

CÁLCULO DOS DESCONTOS EM 7-5-2013 (PAGAMENTO DO SALÁRIO DE ABRIL)No dia 7-5-2013, por ocasião do pagamento do saldo de salário do mês de abril/2013, a empresa calcula o IR/Fonte com base na TabelaProgressiva de maio/2013 e recalcula o INSS:– Saldo de Salário (R$ 4.200,00 ÷ 30 x 19 dias) R$ 2.660,00– 11 dias de férias (R$ 4.200,00 ÷ 30 x 11 dias + 1/3) R$ 2.053,33– Abono pecuniário R$ 1.839,57 (R$ 3.679,13 ¸ 2)– Total Recebido R$ 6.552,90 (R$ 2.660,00 + R$ 2.053,33 + R$ 1.839,57)

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Como o valor das férias referente ao mês abril/2013 não atingiu o limite máximo previdenciário, haverá diferença de INSS a ser retida sobreo saldo de salário de abril/2013.Assim, a contribuição descontada no recibo de férias no valor de R$ 404,70 corresponde aos 11 dias de férias de abril e a 9 dias de férias demaio.A contribuição deve ser rateada entre os dois meses, de forma que se possa apurar a contribuição correspondente aos dias de abril e aos demaio.

Rateio do INSS– R$ 404,70 ¸ 20 (dias de férias de abril e maio) = R$ 20,24– INSS das férias de abril – R$ 20,24 x 11 = R$ 222,64– INSS das férias de maio – R$ 20,24 x 9 = R$ 182,16– INSS sobre o saldo de salário de abril:Considerando que o valor do saldo de salário mais os dias de férias do mês de abril são superiores ao limite máximo previdenciário(R$ 2.660,00 + R$ 2.053,33 = R$ 4.713,33), a contribuição neste mês será de R$ 457,49 (R$ 4.159,00 x 11%). Como nas férias já foiretido o valor de R$ 222,64, sobre o saldo de salário será retido R$ 234,85 (R$ 457,49 – R$ 222,64).

IR/Fonte sobre o saldo de salário de abril– Dedução dos dependentes – R$ 343,94– Dedução do INSS – R$ 234,85– Renda líquida – R$ 2.081,21 (R$ 2.660,00 – R$ 343,94 – R$ 234,85)– Alíquota – 7,5%– Parcela a deduzir do imposto – R$ 128,31– Cálculo do ImpostoR$ 2.081,21 x 7,5 = R$ 156,09 – R$ 128,31 = R$ 27,78

100– Saldo de salário devido em 7-5-2011R$ 2.397,37 (R$ 2.660,00 – R$ 234,85 – R$ 27,78)

CÁLCULO DOS DESCONTOS EM 5-6-2013 (PAGAMENTO DO SALÁRIO DE MAIO)No dia 5-6-2013, por ocasião do pagamento do saldo de salário do mês de maio/2013, a empresa calcula o IR/Fonte com base na TabelaProgressiva de junho/2013 e recalcula o INSS.– Saldo de Salário (R$ 4.200,00 ¸ 31 x 22 dias) R$ 2.980,65– 9 dias de Férias (R$ 4.200,00 ¸ 31 x 9 dias + 1/3) R$ 1.625,80– Total recebido R$ 4.606,45 (R$ 2.980,65 + R$ 1.625,80)– INSS (11% sobre R$ 4.159,00 (limite máximo previdenciário maio/2013)) R$ 457,49Como houve rateio da contribuição do INSS entre os dias de férias nos meses de abril e maio, sobre o saldo de salário de maio será efetuadoo desconto da contribuição que resta sobre o saldo de salário.– Desconto do INSSR$ 457,49 – R$ 182,16 (INSS sobre as férias de maio) = R$ 275,33

IR/Fonte sobre o saldo de salário de maio– Dedução do dependente = R$ 343,94– Dedução do INSS: R$ 275,33– Renda Líquida = R$ 2.361,38 (R$ 2.980,65 – R$ 343,94 – R$ 275,33)– Alíquota – 7,5%– Parcela a deduzir do imposto: R$ 128,31– Cálculo do ImpostoR$ 2.361,38 x 7,5 = R$ 177,10 – R$ 128,31 = R$ 48,79

100– Saldo de salário devido em 5-6-2013R$ 2.656,53 (R$ 2.980,65 – R$ 275,33 – 48,79)

15.1. PREENCHIMENTO DO RECIBO DE FÉRIASAs empresas que preferirem poderão adotar um único formulário onde constem a notificação das férias, a solicitação de abono pecuniário eo recibo de férias. O formulário único de férias, que pode ser adquirido nas papelarias, será preenchido, nas épocas próprias, da formaexemplificada a seguir.

15.1.1. ExemploAdmitamos um empregado com direito a 30 dias de férias, que tenha requerido abono pecuniário, com a seguinte situação:– período aquisitivo: 19-1-2012 a 18-1-2013– período de gozo: 1-4-2013 a 20-4-2013– remuneração no período de gozo = R$ 1.230,00– sem dependentes

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16. EMPREGADO DOMÉSTICOA Lei 11.324/2006, que ampliou as férias do empregado doméstico, determinou que o empregado doméstico terá direito a férias anuaisremuneradas de 30 dias com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 meses de trabalho, prestado à mesmapessoa ou família.Essa alteração dos dias de duração de férias do empregado doméstico de 20 dias úteis para 30 dias corridos, somente se aplica aosperíodos aquisitivos iniciados após 20-7-2006.

17. PENALIDADEAs infrações ao disposto no Capítulo da CLT, correspondente às férias, serão punidas com multa de valor igual a R$ 170,26 por empregadoem situação irregular.

17.1. APLICAÇÃO DA MULTA PELO VALOR MÁXIMOEm caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com objetivo de fraudar a lei, a multaserá aplicada em dobro.

17.2. EMENTÁRIOO Ministério do Trabalho e Emprego, na sua página oficial na internet, disponibiliza um Ementário que traz, por ementa, uma situação deinfração a dispositivos constantes da legislação trabalhista.Este Ementário constitui instrumento de efetivo apoio às ações de inspeção, cujo objetivo maior é a proteção ao trabalhador por meio dagarantia dos seus direitos.A seguir, relacionamos os elementos que constituem a lavratura de auto de infração relativos à concessão das férias:– manter empregado trabalhando no período destinado ao gozo de férias;– deixar de conceder ao empregado férias anuais a que fez jus;– conceder férias em proporção inferior a que fez jus o empregado;– descontar do período de férias as faltas do empregado ao serviço;– conceder férias em proporção inferior a que fez jus o empregado contratado na modalidade do regime de tempo parcial;– deixar de computar no período aquisitivo de férias o tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para o serviço militar obri-gatório;– deixar de conceder férias nos 12 meses seguintes ao período aquisitivo;– deixar de comunicar a concessão de férias ao empregado, por escrito, e com antecedência de, no mínimo, 30 dias;– deixar de conceder férias, no mesmo período, aos membros de uma família que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, seassim o desejarem e não resultar prejuízo para o serviço;– deixar de fazer coincidir com as férias escolares as férias de empregado estudante com idade inferior a 18 anos, quando assim solicitadas;– deixar de pagar em dobro a remuneração, quando as férias forem concedidas após o prazo de 12 meses subsequentes à data em que oempregado tiver adquirido o direito;– deixar de assegurar ao empregado, durante as férias, a remuneração devida na data da sua concessão, acrescida de 1/3;– deixar de incluir na remuneração das férias a parte do salário paga em utilidades;– deixar de computar no salário-base, para cálculo da remuneração de férias, os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubreou perigoso;– deixar de conceder o abono pecuniário de férias, requerido tempestivamente, acrescido de 1/3;– deixar de efetuar o pagamento da remuneração ou do abono de férias, mediante recibo, até 2 (dois) dias antes do início do período degozo.

18. PRESCRIÇÃOA Constituição Federal dispõe que a ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescrevem em 5 anos para os trabalha-dores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato.A contagem da prescrição para fins de férias se dará a partir do término do período concessivo, tendo o empregado, a partir deste, o prazode 5 anos para reclamar o gozo e o pagamento das mesmas. Enquanto o empregado for menor, não correrá nenhum prazo de prescrição.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Constituição Federal de 1988 – artigo 7º, incisos XVII e XXIX (Portal COAD); Lei Complementar 123, de14-12-2006 (Portal COAD); Lei 4.749, de 12-8-65 – artigo 2º, § 2º (Portal COAD); Lei 8.036, de 11-5-90 (Portal COAD); Lei 8.212, de24-7-91 (Portal COAD); Lei 11.324, de 19-7-2006 (Informativo 29/2006); Lei 11.482, de 31-5-2007 (Informativo 23/2007); Lei 11.933, de28-4-2009 (Fascículo 18/2009); Lei 12.469, de 26-8-2011 (Fascículo 35/2011); Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 – CLT – Consolidação dasLeis do Trabalho – artigos 129 ao 138, 142, 143, caput e § 1º; 144, 145, 153, 473 e 940 (Portal COAD); Medida Provisória 2.164-41, de24-8-2001 (Informativo 35/2001); Decreto 3.048, de 6-5-99 – RPS – Regulamento da Previdência Social (Portal COAD); Decreto 57.155,de 3-11-65 – artigo 4º (Portal COAD); Decreto 99.684, de 8-11-90 – artigo 27 (Portal COAD); Portaria Interministerial 15 MPS-MF, de10-1-2013 (Fascículo 03/2013); Portaria 290 MTb, de 11-4-97 (Informativo 16/97); Portaria 3.281 MTb, de 7-12-84 (DO-U de 12-12-84);Instrução Normativa 15 SRF, de 6-2-2001 (Informativo 06/2001); Instrução Normativa 99 SIT, de 23-8-2012 (Fascículo 35/212); Reso-lução Administrativa 37 TST, de 25-6-92 – Precedente Normativo 100 (Informativo 40/92); Resolução 121 TST, de 28-10-2003 –Súmulas 7, 46, 60, 81, 89, 149, 151, 171, 253, 261, 347 (Informativos 47 e 48/2003); Solução de Divergência 1 COSIT, de 2-1-2009(Fascículo 02/2009).

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COAD FASCÍCULO 09/2013 TRABALHO

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PORTARIA 2 SRT, DE 22-2-2013(DO-U DE 25-2-2013)

CADASTRO NACIONAL DE ENTIDADES SINDICAISProcedimentos para Atualização

SRT define novos procedimentos para atualização dos dados das entidades sindicais no CNESPara emissão do formulário de solicitação de atualização sindical, a entidade deve acessar o

sistema do CNES – Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, por intermédio de sua certificação

digital, de uso obrigatório a partir de 2-4-2013. O requerimento eletrônico emitido por meio do

CNES, deverá ser protocolado na SRTE – Superintendência Regional do Trabalho e Emprego

ou Gerências da UF – Unidade da Federação onde se localiza a sede da entidade ou no protocolo

da sede do Ministério em Brasília, acompanhado dos documentos listados neste ato, que serão

apresentados em originais, cópias autenticadas ou cópias simples, estas últimas apresentadas

juntamente com os originais. Fica revogada a Portaria 1 SRT, de 19-4-2005 (Informativo 17/2005).

O SECRETÁRIO DE RELAÇÕES DO TRABALHO, no usodas atribuições que lhe conferem o art. 1º, inciso VI, do Anexo VII,da Portaria nº 483, de 15 de setembro de 2004, e o art. 3º da Porta-ria nº. 197, de 18 de abril de 2005, ambas do Ministro de Estado doTrabalho e Emprego, RESOLVE:

Art. 1º – Disciplinar os procedimentos para a atualizaçãodos dados das entidades sindicais no Cadastro Nacional de Enti-dades Sindicais – CNES, do Ministério do Trabalho e Emprego –MTE.

Art. 2º – A atualização dos dados relativos às entidadessindicais registradas no MTE tem o objetivo de dotar o Ministériode instrumentos eficazes de coleta, tratamento, gestão, distribui-ção e publicidade de informações.

§ 1º – A atualização das informações sindicais não modifi-cará a situação jurídica da entidade sindical perante o MTE.

§ 2º – As entidades com pedido de alteração estatutária emtramitação no MTE deverão solicitar a atualização das informa-ções sindicais de acordo com a última representação deferida peloMTE.

Art. 3º – A entidade sindical deverá acessar o sistema doCNES, disponível no endereço eletrônico www.mte.gov.br, utili-zando-se de certificação digital, e fornecer as informações neces-sárias para a emissão do formulário de solicitação de atualizaçãosindical (SR).

§ 1º – O requerimento eletrônico emitido por meio do CNES,assinado pelo representante legal da entidade ou por procuradorlegalmente constituído, deverá ser protocolado na Superintendên-cia Regional do Trabalho e Emprego – SRTE ou Gerências daUnidade da Federação – UF onde se localiza a sede da entidade(em se tratando de abrangência municipal, intermunicipal ou esta-dual) ou no protocolo da sede do Ministério em Brasília (quando setratar de entidade interestadual ou nacional), acompanhado dosseguintes documentos:

I – estatuto social da entidade, registrado em cartório, noqual conste a atual representação de seu registro ou de alteraçãoestatutária deferidos pelo MTE;

II – ata de eleição e apuração de votos da diretoria, regis-trada em cartório, com a indicação da forma de eleição, o númerode sindicalizados, o número de sindicalizados aptos a votar, onúmero de votantes, as chapas concorrentes com a respectivavotação, os votos brancos, os nulos e o resultado do processo elei-toral, acompanhada da lista de presença contendo finalidade,data, horário e local da realização e, ainda, o nome completo,

número do CPF, razão social do empregador, se for o caso, e assi-natura dos presentes;

III – ata de posse da diretoria, registrada em cartório, com aindicação de data do início e término do mandato, devendo cons-tar, sobre os dirigentes eleitos:

b) nome completo;b) número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa

Física – CPF;c) função dos dirigentes;d) número de inscrição no Programa de Integração So-

cial/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público –PIS/PASEP, quando de entidades laborais;

e) número de inscrição no Cadastro Nacional da PessoaJurídica – CNPJ da empresa representada, quando de entidadespatronais;

f) número de inscrição no conselho profissional, quando deentidades de profissionais liberais; e

g) número de inscrição na Prefeitura Municipal, quando setratar de entidades de trabalhadores autônomos, ou de profissio-nais liberais, na inexistência do respectivo conselho profissional.

IV – no caso de entidade laboral, cópia das páginas daCarteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS onde conste:

a) nome e foto do empregado;b) razão social e CNPJ do atual ou último empregador; ec) contrato de trabalho vigente ou o último.V – documento comprobatório de registro sindical ou de

alteração estatutária deferido pelo MTE (cópia da carta sindical oupublicação do deferimento do registro no Diário Oficial da União);

VI – comprovante de endereço em nome da entidade sindi-cal;

VII – recibos de entrega da Relação Anual de InformaçõesSociais – RAIS entregue pela entidade sindical, relativos aos últi-mos cinco anos-base anteriores ao do pedido de atualização sindi-cal, assim como os referentes às RAIS retificadoras, quandohouver; e

VIII – comprovante de inscrição e de situação cadastral dosolicitante no CNPJ, no qual deverá constar a data de abertura e anatureza jurídica de Entidade Sindical.

§ 2º – No caso de entidades rurais, os documentos listadosno inciso III, alíneas “d” e “e”, poderão ser substituídos pelonúmero da Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP expedida peloMinistério do Desenvolvimento Agrário – MDS, pelo número deinscrição no Cadastro de Segurados Especiais do Instituto Nacio-

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COAD FASCÍCULO 09/2013 TRABALHO

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nal de Seguridade Social – INSS ou de inscrição no Cadastro doInstituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA.

§ 3º – Não atendido o disposto no inciso I do § 1º destaPortaria, a entidade deverá apresentar estatuto social ratificadopela categoria, registrado em cartório, nos termos da representa-ção deferida pelo MTE.

§ 4º – A ata de eleição e apuração de votos do últimoprocesso eleitoral e a ata de posse da atual diretoria podem, even-tualmente, ser apresentados em um único documento.

§ 5º – Os documentos relacionados nesta Portaria serãoapresentados em originais, cópias autenticadas ou cópias sim-ples, estas últimas apresentadas juntamente com os originais paraconferência e visto do servidor.

§ 6º – A utilização da certificação digital a que se refere ocaput deste artigo, será de uso obrigatório para as solicitaçõesiniciadas no sistema CNES a partir de 2 de abril de 2013.

Art. 4º – Os pedidos de atualização das informações sindi-cais assim como os documentos apresentados serão analisadospelas Seções de Relações do Trabalho das SRTEs ou pela SRT,quando for o caso.

§ 1º – A SRTE ou a SRT decidirão fundamentadamente pormeio de Nota Técnica pela validação ou não da solicitação, deacordo com a documentação protocolada pela entidade e tambémno mérito, nos termos desta Portaria, sendo anotado tal ato nosistema CNES.

§ 2º – Após a decisão de que trata o parágrafo anterior, osautos do processo deverão ser remetidos à SRT, para fins dearquivamento.

Art. 5º – Revoga-se a Portaria nº 1, de 19 de abril de 2005.Art. 6º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publi-

cação. (Manoel Messias Nascimento Melo)

PORTARIA 268 MTE, DE 21-2-2013(DO-U DE 22-2-2013)

SINDICATORegistro

Entidades sindicais devem utilizar certificado digital para registrar solicitações no CNESA partir de 2-4-2013, as solicitações de registro sindical e de alteração das informaçõesno cadastro da entidade, junto ao CNES – Cadastro Nacional de Entidades Sindicais,devem ser realizadas exclusivamente por meio de certificado digital, padrão ICP-Brasil.

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO,no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único,inciso II, da Constituição e tendo em vista o disposto no Título V daConsolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943, RESOLVE:

Art. 1º – A partir de 2 de abril de 2013, todas as solicitaçõeselaboradas pelas entidades sindicais no Cadastro Nacional deEntidades Sindicais – CNES, no sítio do Ministério do Trabalho eEmprego, deverão ser feitas exclusivamente com o uso da Certifi-

cação Digital, emitida de acordo com a Infraestrutura de ChavesPúblicas Brasileira (ICP-Brasil).

Art. 2º – É dispensável a assinatura manuscrita nos reque-rimentos emitidos nas solicitações, quando o titular ou o responsá-vel pelo certificado digital for a pessoa indicada pela entidadesindical como seu representante no CNES.

Art. 3º – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publi-cação. (Carlos Daudt Brizola)

PREVIDÊNCIA SOCIAL

PARECER 92 PGFN-CRJ, DE 21-1-2013(DO-U DE 27-2-2013)

REFIS – PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FISCALParcelamento

PGFN dispensa contestação de ações sobre migração para o Paes de dívidas inscritas no Refis

O MF – Ministério da Fazenda, através de Despacho, em20-2-2013, aprovou o Parecer 92 PGFN-CRJ, de 21-1-2013, queconcluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de inter-posição de recursos, bem como pela desistência dos já interpos-tos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas açõesjudiciais que visam à declaração de que é admissível a migraçãopara o Paes – Parcelamento Especial de dívidas relativas à contri-buição previdenciária descontada dos empregados e que tenhamsido inscritas no Refis – anteriormente ao advento da vedação

prevista no artigo 7º da Lei 10.666, de 8-5-2003 (Informativo19/2003), independentemente da existência de eventual exclusãodo débito do Refis.

O artigo 7 º da Lei 10.666/2003 estabelece que não poderãoser objeto de parcelamento as contribuições descontadas dosempregados, inclusive dos domésticos, dos trabalhadores avul-sos, dos contribuintes individuais, as decorrentes da sub-rogaçãoe as demais importâncias descontadas na forma da legislaçãoprevidenciária.

INFORMATIVO DINÂMICO 118

COAD FASCÍCULO 09/2013 TRABALHO/PREVIDÊNCIA SOCIAL

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INSTRUÇÃO NORMATIVA 1.335 RFB, DE 26-2-2013(DO-U DE 27-2-2013)

CONTRIBUIÇÃOIsenção

Definidos os procedimentos para habilitação da isençãoprevidenciária nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016

* Neste ato podemos destacar:

– a habilitação ao gozo dos benefícios fiscais pelos interessados está condicionada ao estabele-cimento no Brasil, para organização ou realização dos Jogos, caso efetuem uma das seguintesatividades:

a) comercialização de produtos e serviços; ou

b) contratação de pessoas físicas, com ou sem vínculo empregatício;

– não poderão habilitar-se à fruição dos benefícios fiscais, dentre outras, as pessoas jurídicasoptantes pelo Simples Nacional e as com situação fiscal irregular perante a Receita Federal;

– o CIO – Comité International Olympique ou o Comitê Rio 2016 deverá requerer à ReceitaFederal a habilitação das pessoas físicas ou jurídicas para gozo dos benefícios fiscais, encami-nhando requerimento à DRF – Delegacia da Receita Federal do Brasil do domicílio tributário darequerente;

– havendo indeferimento do pedido de habilitação, caberá, no prazo de 10 dias, contado da datada ciência ao interessado, a apresentação de recurso na unidade da RFB à qual foi apresentadoo requerimento para habilitação, em instância única, ao Superintendente da RFB da região fis-cal do domicílio do requerente;

– a relação das pessoas físicas e jurídicas habilitadas ao gozo dos benefícios fiscais de que trataa Lei 12.780, de 9-1-2013 (Fascículo 02/2013) será divulgada no site da RFB.

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, nouso das atribuições que lhe conferem os incisos III e XVI do art.280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal doBrasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, etendo em vista o disposto na Lei nº 12.780, de 9 de janeiro de 2013,RESOLVE:

Art. 1º – Os procedimentos necessários à habilitação deque trata o art. 19 da Lei nº 12.780, de 9 de janeiro de 2013, parafins de gozo dos benefícios fiscais nela previstos, relativos à reali-zação, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Parao-límpicos de 2016, são os estabelecidos nesta Instrução Norma-tiva.

Remissão COAD: Lei 12.780/2013“Art. 19 – O CIO ou o RIO 2016 indicará à Secretaria daReceita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda aspessoas físicas ou jurídicas passíveis de habilitação aogozo dos benefícios instituídos por esta Lei.§ 1º – As pessoas indicadas pelo CIO ou pelo RIO 2016que atenderem aos requisitos estabelecidos pela Secre-taria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fa-zenda serão habilitadas nos termos do caput.§ 2º – Na impossibilidade de o CIO ou o RIO 2016 indi-carem as pessoas de que trata o caput, caberá à APOindicá-las.§ 3º – As pessoas físicas e jurídicas habilitadas na formado caput deverão apresentar documentação comproba-tória que as vincule às atividades intrínsecas à reali-zação e à organização dos Eventos, sem prejuízo documprimento dos requisitos a serem estabelecidos pe-los órgãos oficiais referidos no § 1º.

Parágrafo único – A habilitação de que trata o caput:I – não dispensa a habilitação de importadores, exportado-

res e internadores da Zona Franca de Manaus para operação noSistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) nem o cre-denciamento de seus representantes para a prática de atividadesrelacionadas ao despacho aduaneiro, disciplinada na InstruçãoNormativa RFB nº 1.288, de 31 de agosto de 2012; e

II – não gera direito automático ao usufruto dos benefíciosfiscais pendentes de regulamentação, nos termos da Lei nº 12.780,de 2013.

CAPÍTULO IDAS CONDIÇÕES PARA HABILITAÇÃO

Art. 2º – Poderão usufruir dos benefícios fiscais de quetrata a Lei nº 12.780, de 2013, somente as pessoas físicas e jurídi-cas habilitadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil(RFB), na forma desta Instrução Normativa.

Parágrafo único – Não poderão habilitar-se à fruição dosbenefícios fiscais, as pessoas jurídicas:

I – optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecada-ção de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas eEmpresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata aLei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;

II – de que trata o inciso I do art. 8º da Lei nº 10.637, de 30 dedezembro de 2002; e

Esclarecimento COAD: As pessoas jurídicas previstas

no inciso I do artigo 8º da Lei 10.637/2002 (Portal COAD)

são as seguintes:

a) bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos

de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de

crédito, financiamento e investimento, sociedades de

crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras

de títulos e valores mobiliários, empresas de arrenda-

mento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de

seguros privados e de capitalização, agentes autôno-

mos de seguros privados e de crédito e entidades de

previdência privada abertas e fechadas;

b) que tenham por objeto a securitização de créditos

imobiliários, financeiros e agrícolas;

c) operadoras de planos de assistência à saúde;

d) empresas particulares que exploram serviços de vigi-

lância e de transporte de valores.

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COAD FASCÍCULO 09/2013 PREVIDÊNCIA SOCIAL

Page 19: Apostila Do Juarez de Departamento Pessoal

III – com situação fiscal irregular perante a RFB.Art. 3º – A habilitação do Comité International Olympique

(CIO) e das empresas a ele vinculadas, do Court of Arbitration forSport (CAS), da World Anti-Doping Agency (WADA), dos ComitêsOlímpicos Nacionais, das federações desportivas internacionais,das empresas de mídia e transmissores credenciados, dos patro-cinadores dos Jogos, dos prestadores de serviços do CIO e dosprestadores de serviços do Comitê Organizador dos Jogos Olímpi-cos (RIO 2016) está condicionada ao respectivo estabelecimentono Brasil, nos termos da legislação, caso efetuem, ainda quesomente para organização ou realização dos Jogos, uma dasseguintes atividades:

I – comercialização, realizada no Brasil, de produtos e servi-ços; ou

II – contratação de pessoas físicas, com ou sem vínculoempregatício.

Art. 4º – A habilitação de pessoas jurídicas domiciliadas noexterior para gozo dos benefícios fiscais previstos na Lei nº12.780, de 2013, nos casos em que não seja prevista a obrigatorie-dade de estabelecimento no País nos termos do art. 3º, será condi-cionada:

I – à indicação de representante, inscrito no Cadastro dePessoas Físicas (CPF), para resolver quaisquer questões e rece-ber comunicações oficiais; e

II – à inscrição, da pessoa jurídica a ser habilitada, noCadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

§ 1º – O representante a que se refere o inciso I do caputdeverá ser domiciliado no Brasil e ter sua indicação efetuada pormeio de procuração, cuja cópia autenticada deverá ser anexadaao requerimento de habilitação, observado ainda que:

I – a procuração particular outorgada no Brasil deverá terreconhecimento de firma do signatário;

II – a procuração outorgada em outro país deverá ser auten-ticada por repartição consular brasileira e estar acompanhada desua tradução juramentada, caso não esteja em língua portuguesa.

§ 2º – Em relação aos Comitês Olímpicos Nacionais e Fede-rações Desportivas Internacionais, a indicação do representante,a que se refere o inciso I do caput, poderá recair sobre o dirigenteda entidade, informado pelo COI ou RIO 2016, hipótese em que ainscrição dele, de ofício no CPF, caso já não esteja inscrito, seráefetuada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) dodomicílio tributário do COI ou do RIO 2016 no Brasil.

§ 3º – A inscrição do CNPJ a que se refere o inciso II docaput será realizada de ofício pela DRF do domicílio tributário darequerente, observando-se o seguinte:

I – o nome empresarial deverá corresponder ao nome daentidade no seu país de origem acrescido da expressão “Lei nº12.780/2013";

II – a natureza jurídica deverá ser 221-6 (Empresa Domici-liada no Exterior);

III – o endereço deverá corresponder àquele constante dorequerimento de habilitação;

IV – o representante da entidade no CNPJ deverá seraquele de que trata o inciso I do caput, observado o disposto nos§§ 1º e 2º.

Art. 5º – Todos os contratos firmados pelos habilitados quetenham relação com a organização e a realização dos Eventosdeverão ser apresentados à DRF do domicílio tributário da reque-rente até o último dia útil do mês de março do ano seguinte ao dasua assinatura.

Parágrafo único – A obrigação disposta no caput aplica-se àapresentação pelos habilitados dos demais documentos compro-batórios que os vincule às atividades intrínsecas à realização e àorganização dos Eventos.

CAPÍTULO IIDA HABILITAÇÃO

Art. 6º – O CIO ou o RIO 2016 deverá requerer à RFB ahabilitação das pessoas físicas ou jurídicas para gozo dos benefí-cios previstas na Lei nº 12.780, de 2013.

§ 1º – A habilitação prevista no caput será requerida,conforme o caso, por meio dos formulários constantes dos AnexosI ou II a esta Instrução Normativa.

§ 2º – A solicitação de habilitação de mais de uma pessoafísica poderá ser efetuada por meio de um único formulário.

§ 3º – Na impossibilidade de o CIO ou o RIO 2016 requerera habilitação das pessoas de que trata o caput, a AutoridadePública Olímpica (APO) poderá requerer.

CAPÍTULO IIIDA APRESENTAÇÃO E DA ANÁLISE

DO REQUERIMENTO

Art. 7º – O requerimento de habilitação deverá ser encami-nhado à DRF do domicílio tributário da requerente.

Art. 8º – Para a concessão da habilitação, a DRF deveráverificar o cumprimento das condições estabelecidas no parágrafoúnico do art. 2º.

§ 1º – A regularidade fiscal será verificada em procedimentointerno da RFB, ficando dispensada a juntada de documentoscomprobatórios.

§ 2º – Na hipótese de ser constatada insuficiência na instru-ção do pedido, a requerente deverá ser intimada a regularizar aspendências no prazo de 20 (vinte) dias, contado da ciência da inti-mação.

Art. 9º – A decisão sobre o requerimento de habilitaçãoserá formalizada por meio de Ato Declatório Executivo (ADE) dotitular da unidade da RFB, de que trata o art. 7º, no prazo de até 30(trinta) dias, contado da data de apresentação do requerimento oudo atendimento à intimação prevista no § 2º do art. 8º.

§ 1º – Na hipótese de ser constatada insuficiência na instru-ção do pedido, o prazo de 30 (trinta) dias será contado a partir doatendimento à intimação prevista no § 2º do art. 8º.

§ 2º – O ADE referente à habilitação de que trata o caput:I – será emitido para o número de inscrição no CNPJ cons-

tante do requerimento;II – será aplicado à matriz e a todos os seus estabelecimentos;III – poderá abranger mais de um habilitado; eIV – deverá conter os seguintes elementos informativos:a) número do processo de habilitação;b) nome da pessoa, física ou jurídica, habilitada;c) número de inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa habi-

litada;d) data de expiração da habilitação, caso a habilitação

tenha sido requerida a termo; ee) enquadramento do habilitado nos incisos do caput do art.

2º da Lei nº 12.780, de 2013.

Esclarecimento COAD: Os incisos do caput do artigo

2º da Lei 12.780/2013 dão a definição de: CIO – Comité

International Olympique; empresas vinculadas ao CIO;

APO – Autoridade Pública Olímpica; Rio 2016 – Comitê

Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016; jogos; even-

tos; Comitês Olímpicos Nacionais; federações despor-

tivas internacionais; entidades nacionais e regionais de

administração do desporto olímpico; WADA – World

Anti-Doping Agency; CAS – Court of Arbitration for Sport;

empresas de mídia e transmissores credenciados; pa-

trocinadores dos Jogos; prestadores de serviços do

CIO; prestadores de serviços do Rio 2016; voluntários

dos Jogos; e bens duráveis.

INFORMATIVO DINÂMICO 116

COAD FASCÍCULO 09/2013 PREVIDÊNCIA SOCIAL

Page 20: Apostila Do Juarez de Departamento Pessoal

§ 3º – O chefe da unidade da RFB de que trata o caput en-caminhará, via caixa corporativa eletrônica, os dados do ADE re-ferente à habilitação ao setor responsável pela sua publicaçãono sítio da RFB na Internet, no endereço <http://receita.fazen-da.gov.br>.

Art. 10 – Na hipótese de indeferimento do pedido de habili-tação, caberá, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da ciên-cia ao interessado, a apresentação de recurso, em instância única,ao Superintendente da Receita Federal do Brasil da região fiscaldo domicílio do requerente.

§ 1º – O recurso de que trata o caput deverá ser protocoli-zado na unidade da RFB à qual foi apresentado o requerimentopara habilitação.

§ 2º – Proferida a decisão sobre o recurso, a unidade de quetrata o § 1º adotará as providências cabíveis e dará ciência ao inte-ressado.

Art. 11 – A RFB divulgará, em seu sítio na Internet, noendereço mencionado no § 3º do art. 9º, a relação das pessoasfísicas e jurídicas habilitadas na forma desta Instrução Normativa.

CAPÍTULO IVDO CANCELAMENTO DA HABILITAÇÃO

Art. 12 – O cancelamento da habilitação ocorrerá:I – a pedido; ouII – de ofício, sempre que se apure que o beneficiário não

satisfazia ou deixou de satisfazer, ou não cumpria ou deixou decumprir os requisitos para habilitação ao Regime.

§ 1º – O pedido de cancelamento da habilitação deverá serprotocolizado na unidade da RFB à qual foi apresentado o requeri-mento para habilitação.

§ 2º – O cancelamento da habilitação será formalizado pormeio de ADE emitido pelo Delegado da Receita Federal do Brasildo domicílio tributário do requerente.

§ 3º – O cancelamento de ofício, previsto no inciso II docaput, ocorrerá também nos casos de descumprimento do pre-visto no art. 5º.

§ 4º – No caso de cancelamento de ofício, caberá, no prazo de10 (dez) dias, contado da data da ciência ao interessado, a apresenta-ção de recurso, em instância única, ao Superintendente da ReceitaFederal do Brasil da região fiscal do domicílio tributário do requerente.

§ 5º – O recurso de que trata o § 3º deverá ser protocolizadona unidade da RFB à qual foi apresentado o requerimento parahabilitação.

§ 6º – O chefe da unidade da RFB de que trata o § 2º enca-minhará, via caixa corporativa eletrônica, os dados do ADE refe-rente ao cancelamento da habilitação ao setor responsável pelasua publicação no sítio da RFB, na Internet, no endereço mencio-nado no § 3º do art. 9º.

Art. 13 – A Coordenação-Geral de Gestão de Cadastros(Cocad) poderá editar ato complementar relativo aos procedimen-tos para inscrição no CPF e no CNPJ de que tratam os §§ 2º e 3º doart. 4º.

Art. 14 – Esta Instrução Normativa entra em vigor na datade sua publicação. (Carlos Alberto Freitas Barreto)

NOTA COAD: A íntegra da Instrução Normativa 1.335 RFB/2013 e seus Anexos podem ser obtidos noPortal COAD.

SOLUÇÃO DE CONSULTA 10 SRRF 7ª RF, DE 28-1-2013(DO-U DE 22-2-2013)

FOLHA DE PAGAMENTODesoneração

SRRF esclarece contribuição previdenciária dasempresas distribuidoras de programas de computador

A Superintendência Regional da Receita Federal, 7ª Re-gião Fiscal, aprovou a seguinte ementa através da Solução deConsulta em referência:

“A pessoa jurídica devotada à atividade de distribuição deprogramas de computador, que, por força do § 2º do art. 7º da Leinº 12.546, de 2011, não está sujeita à contribuição prevista nocaput do artigo, permanece obrigada ao recolhimento das contri-buições previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24de julho de 1991.

Remissão COAD: Lei 12..546/2011 (Fascículo 50/2011

e Portal COAD)

“Art. 7º – Até 31 de dezembro de 2014, contribuirão

sobre o valor da receita bruta, excluídas as vendas

canceladas e os descontos incondicionais concedidos,

em substituição às contribuições previstas nos incisos I

e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, à

alíquota de 2% (dois por cento):

.......................................................................................

§ 2º – O disposto neste artigo não se aplica a empresas

que exerçam as atividades de representante, distribui-

dor ou revendedor de programas de computador, cuja

receita bruta decorrente dessas atividades seja igual ou

superior a 95% (noventa e cinco por cento) da receita

bruta total.

......................................................................................”

Esclarecimento COAD: Os incisos I e III do artigo 22,

da Lei 8.212/91 (Portal COAD), determinam que a contri-

buição a cargo da empresa, destinada à Seguridade

Social, é de 20% calculada sobre as remunerações pa-

gas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer

do mês, aos segurados empregados, trabalhadores avul-

sos e contribuintes individuais que lhe prestem serviço.

DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 12.546, de 2011, art. 7º, § 2º.”

NOTA COAD: O § 2º do artigo 7º da Lei 12.546/2011, antes da redação dada, a partir de 1-8-2012, pela Lei

12.715/2012 (Fascículo 38/2012), determinava que não se aplicava a contribuição previdenciária sobre a

receita bruta às empresas que exerciam exclusivamente as atividades de representante, distribuidor ou reven-

dedor de programas de computador.

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