Apostila Doenças feijão

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RHIZOCTONIOSE -Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk (Rhizoctonia solani Khn)

A rhizoctoniose, tambm conhecida como podrido de colo, tombamento e mal do colo, assume uma grande importncia econmica em viveiros e sementeiras, reduzindo o nmero e o vigor das plantas. No campo, em local de plantio definitivo, pode afetar mudas at um ano aps o plantio, atrasando o desenvolvimento normal das plantas.

Sintomas - O ataque, quando em pr-emergncia, causa a morte da plntula antes desta atingir a superfcie do solo. No canteiro, observam-se falhas, em reboleiras, evidenciando o desenvolvimento anormal da germinao. Em ps-emergncia, os principais sintomas aparecem na regio do caule prximo ao solo onde so formadas leses com 1 a 3 cm de extenso, que circundam o caule, promovendo um estrangulamento e paralisao da circulao de seiva, ocasionando a murcha e posterior morte da muda. Em condies de alta umidade, pode-se observar um bolor cinzento sobre a leso, formado pelo miclio do fungo. A partir do segundo par de folhas, o caule torna-se lenhoso, sendo menos suscetvel infeco. O ataque pode ocorrer tambm em mudas no campo, principalmente em mudas nas quais as leses haviam regredido no viveiro. Nessas mudas, durante a estao das chuvas, a leso volta a se desenvolver, abrangendo uma extenso 5 a 10 cm, afetando a casca, formando uma cicatriz na parte superior, como um calo, o que leva a muda a quebrar-se faci1mente sob a ao do vento. Essas mudas podem apresentar sintomas reflexos na parte area, com seca dos ponteiros, ramos e folhas e, at mesmo, morte da planta at a idade de 2 a 3 anos.

Etiologia - A rhizoctoniose causada pelo deuteromiceto Rizoctonia solani, que tem como estdio perfeito o basidiomiceto Thanatephorus cucumeris. um habitante do solo, com grande capacidade saproftica, podendo sobreviver durante longos perodos em restos de cultura ou de um ano para outro na forma de esclerdios. O aparecimento da doena favorecido por solos infestados, pela reutilizao de sementeiras, pelo excesso de umidade (chuvas contnuas, irrigao excessiva ou local mal drenado) e pelo excesso de sombra no viveiro, No campo, o ataque severo durante a primavera e vero, devido abundncia de chuvas e s altas temperaturas.

Controle - Como medidas auxiliares de controle deve-se eliminar as condies favorveis doena, evitando excesso de umidade e sombra nas sementeiras. Quando aparecerem problemas de tombamento, deve-se imediatamente suspender a irrigao, isolar as reboleiras e, no caso de sementeiras, eliminar toda a rea afetada. Deve-se iniciar as pulverizaes nas reboleiras e, se necessrio, em todos os canteiros, com fungicidas dicarboximidas repetindo-se as pulverizaes aps quinze dias. Os tratamentos normais, com fungicidas cpricos e ditiocarbamatos, usados contra

cercosporiose, tambm ajudam no controle desta doena. O controle feito no viveiro atravs de certas prticas: desinfeco da areia do germinador (no reutiliz-la) e da terra do substrato; evitar excesso de umidade e sombra; facilitar a drenagem do germinador; suspender a irrigao ao aparecimento dos primeiros sintomas; eliminar a rea afetada no caso de sementeiras; efetuar imerso de plntulas em soluo fungicida antes do transplante. No h controle quando a doena se manifesta no campo. NEMATIDES

O cafeeiro atacado por vrias espcies de nematides. As mais freqentes so Meloidogyne incognita, M. exigua, M. coffeicola e Pratylenchus. A espcie mais importante no Brasil M. incognita, que ocorre com maior gravidade em regies de solos arenoso, em So Paulo, no Paran e algumas reas do Sul de Minas. Esse nematide afeta drasticamente o sistema radicular do cafeeiro, causando necrose e rachaduras, com aspecto de cortia, reduzindo a absoro de gua e nutrientes pela planta. Causam acentuada reduo e o enfraquecimento das plantas tornando-as antieconmicas; muitas plantas chegam a morrer. M. incognita tem muitas plantas hospedeiras, como algodo, batata, fumo, feijo, soja, girassol, sorgo, milho, beldroega, guanxuma, mentrasto, maria pretinha, falsa serralha e capim p-de-galinha, o que dificulta o emprego de rotao de culturas. M. exigua uma espcie menos agressiva, que causa pequenas galhas nas razes do cafeeiro, reduzindo a produo, sem contudo causar depauperamento acentuado da lavoura. Os nematides se disseminam principalmente pelo uso de mudas de caf atacadas, pelas enxurradas que levam o solo infestado de uma rea para outra e pelos implementos agrcolas que podem espalhar o solo contaminado com ovos e larvas.

Controle - O uso de mudas sadias obtidas com a desinfeco de substrato com brometo de metila. Quanto aos viveiros, alm do expurgo do substrato, deve-se localiz-los longe de lavouras ou guas infestadas, protegendo-os contra as enxurradas, evitando-se o trnsito de pessoas vindas de reas infestadas e usando-se sempre terras de reas no contaminadas. Em reas infestadas por M. exigua, dependendo do grau de ataque, a convivncia pode ser tolerada, a curto e mdio prazo, atravs do uso de melhores adubaes, principalmente com adubo orgnico, e de tratos na lavoura. Em reas na qual o caf foi arrancado, o solo deve ser revolvido para a sua maior exposio ao sol e mantido de seis meses a um ano sem plantio de caf ou de culturas hospedeiras. O uso de matria orgnica em solos carentes, para promover condies favorveis multiplicao de inimigos naturais; utilizar prticas agrcolas que movimentem pouco o

solo como o uso de herbicidas ao invs de capinas e evitar o trnsito na rea em dias chuvosos. O uso de nematicidas, embora custoso, para proteger plantios novos pode ser feito, usando-se granulados sistmicos como o Aldicarb, Carbofuran, Terracur e Nemacur. Os conhecimentos especficos das propriedades desses nematicidas devem ser observadas. Os nematicidas, no campo, devem ser aplicados no incio da estao chuvosa, quando o sistema radicular entra em franca absoro de gua e nutrientes pela emisso de radicelas. A eficincia do produto aumentar, coincidindo tambm, com as melhores condies de temperatura e umidade para a ecloso de larvas de segundo estdio no solo, j que estas so as mais sensveis ao nematicida que aquelas no interior de razes ou dos ovos. No que se refere a lavouras adultas, impraticvel, sob o ponto de vista econmico, realizar aplicaes de nematicidas, por ser preciso tratar grande volume de solo e, ainda, por j estarem as razes primrias do cafeeiro, na maioria dos casos, bastante comprometidas, com difcil recuperao.

ASCOCHYTA (Ascochyta coffeae)

Doena que era praticamente desconhecida na cafeicultura, vem aumentando sua importncia econmica nos ltimos anos em razo dos prejuzos que causa a produo. Geralmente encontra-se associada a outras enfermidades do cafeeiro, particularmente Phoma. Os sintomas so mais evidentes nas folhas mais velhas, caracterizando-se por leses escuras e com anis concntricos; causa a queda prematura de folhas, frutos e seca dos ramos. As condies de ambiente favorveis infeco so semelhantes quelas descritas para Phoma, assim como o controle qumico e medidas preventivas.

MANCHA AUREOLADA - Pseudomonas syringae pv. garcae (Amaral, Teixeira & Pinheiro) Young, Dye & Wilkie

A mancha aureolada uma doena bacteriana constatada pela primeira vez em 1955 na regio de Gara, no Estado de So Paulo. Ocorre principalmente nas regies mais frias, no Paran, em So Paulo, no sul de Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul, sem causar problemas nas demais regies cafeeiras.

Sintomas - A doena incide sobre folhas, rosetas, frutos novos e ramos do cafeeiro, atingindo mudas no viveiro e plantas no campo. Nas folhas, a bactria causa sintomas necrticos do tipo mancha, de colorao pardo-escura, com 0,5-2,0 cm de dimetro e centro necrtico, circundada por um halo amarelado. As leses distribuem-se por toda a superfcie foliar, sendo mais freqentes nas bordas das folhas, por onde a bactria encontra maior facilidade de penetrao, atravs de ferimentos causados por danos mecnicos. A mancha constituda de tecido seco e quebradio, que freqentemente se dilacera e cai, deixando uma perfurao no seu lugar. Com a coalescncia dos halos amarelados, formam-se grandes reas necrosadas, que resultam na queda prematura das folhas. A doena incide tambm sobre ramos, causando requeima, e sobre frutos novos na fase de chumbinho, causando necrose. As lavouras novas, com at 3-4 anos de idade, so mais atingidas, ocorrendo desfolha, seca de ponteiros, superbrotamento e retardamento no desenvolvimento das plantas. Em viveiros, as mudas atingidas sofrem desfolha e o ponteiro morre, chegando a causar a morte das plantas.

Etiologia - A bactria Pseudomonas syringae pv. garcae afeta, principalmente, folhas em desenvolvimento, motivo pelo qual os sintomas aparecem com maior freqncia em plantas jovens e em folhas novas de plantas adultas. A bactria penetra por ferimentos causados por danos mecnicos atravs da agitao das folhas pelo vento, leses causadas por insetos ou por outras doenas. A mancha aureolada ocorre em perodos frios, quando a queda de temperatura vem associada chuva fina, sendo maior o ataque no perodo de julho a setembro. Em viveiros, ocorre no final do inverno e na primavera, quando tem incio a retirada da cobertura das mudas, ficando estas muito sujeitas variao de temperatura.

Controle - O controle da mancha aureolada deve iniciar na fase de viveiro, com a escolha do local de instalao, que deve estar protegido de ventos frios. Quando a doena se manifestar, recomenda-se duas aplicaes de fungicidas cpricos (0,3%) a cada duas semanas, associados ou no a antibiticos, como Distreptine 20 e Agrimicina 20, na concentrao de 0,2%. Em caso de ataque severo nas mudas, recomenda-se efetuar a poda altura do terceiro par de folhas, eliminando-se assim as pontas danificadas e os focos principais. Nas condies de campo, o controle deve ser preventivo, atravs da instalao de quebra ventos na fase de formao do cafezal e adotando-se pulverizaes adicionais de fungicidas cpricos quando ocorrer o aparecimento da bacteriose.

CERCOSPORIOSE -

provavelmente, a mais importante doena da regio de Vitria da Conquista. O agente causal Cercospora coffeicola (Berk. & Cooke).

Sintomas - Os principais sintomas so manchas circulares, de colorao parda com centro branco ("olho de pombo"), circundado por um halo amarelado. Nos frutos as manchas so amarronzadas e aparecem durante a fase de maturao na parte exposta ao sol, estendendo-se no sentido polar do fruto. Os gros tornam-se chochos e caem antes da colheita. Ocorre ainda o apressamento da maturao dos frutos. Cercospora coffeicola ocasiona perdas de produo devido ao chochamento dos gros, alm de provocar a sua queda. A doena predispe, ainda, o cafeeiro "Seca dos Ponteiros".

Condies Ambientais de Ocorrncia - Temperaturas baixas (noturnas), excesso de radiao solar, alta umidade, ventos frios.

Disseminao do Patgeno - Cercospora coffeicola disseminado de folha para folha pelo vento. A doena perpetuada atravs de condios (esporos assexuados) vivendo no solo e em plantas atacadas. Na regio de Vitria da Conquista a doena se manifesta durante os meses novembro - fevereiro. As infeces so favorecidas por fatores nutricionais. Em algumas outras cercosporioses, a aplicao de nitrognio e fsforo aumentam a incidncia da doena, enquanto o potssio diminui levemente. Plantas com deficincia de magnsio favorecem o desenvolvimento do patgeno. Faltam, entretanto, mais experimentos que correlacionem estes fatores doena, no cafeeiro. Pode-se afirmar, contudo, que plantas bem nutridas em NPK, resistem mais doena, como indica a Tabela 1.

Tabela 1- Intensidade da Cercosporiose em mudas de caf, submetidas a diferentes nveis de adubao, 30 dias aps a inoculao com Cercospora coffeicola (Fernandes, 1988).

Mdias seguidas pela mesma letra nas colunas no diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P>0,01).

O controle da doena se verifica em viveiros e em campo. No primeiro caso, como se pode depreender da Tabela, substratos ricos diminuem a incidncia da enfermidade. A utilizao do Benomyl, na dosagem de 100 g /100 l, em aplicaes quinzenais controla a doena. Adubos foliares podem ser adicionados. A aplicao de cobre em viveiro, parece reduzir o tamanho das mudas que vo para o campo em comparao com as que no recebem o cobre. No campo, em cafezais adultos, pode-se aplicar o Benomyl em mistura com fungicidas cpricos, nas dosagens de 0,1-0,2% do produto comercial Benlate e de 1,0 -1,5% dos cpricos. O controle deve coincidir com a fase de pr-maturao dos frutos.

PHOMA OU REQUEIMA (Phoma spp.)

uma doena fngica que ataca folhas, flores, frutos novos, extremidades de ramos e botes florais, sendo que a penetrao do fungo pode ocorrer no ponto de absciso das folhas no cinco primeiros ns. Em desfolhas causadas por outras doenas ou pragas, nas folhas do primeiro ou segundo par ocorrem as leses tpicas, que tm forma irregular e cor escura, localizando-se geralmente nas margens das folhas, impedindo o crescimento nessa rea, fazendo com que fiquem retorcidas, com reduo da rea foliar. Paralelamente podem ocorrer outras infeces, como Pseudomonas, resultando em forte seca de ramos laterais (ponteiros). Nas flores, no pednculo dos frutos e nos frutinhos, a Phoma causa leses escuras, mumificaes e queda de chumbinhos, superbrotamento causado pela morte das extremidades dos ramos e formao de grande nmero de ramos laterais. Nos frutos novos, as leses so escuras, deprimidas e de aspecto mido. uma doena que ocasiona problemas nas regies de altitude elevada e inverno mido. As condies favorveis doena, so temperaturas baixas, umidade elevada e ferimentos a planta. Na poca do florescimento, a presena de vento sul e sudeste, com a entrada de frentes frias, favorece o ataque. A incidncia maior nas reas expostas a ventos, granizo e ao frio intenso. A enfermidade pode ser controlada com Folicur 250 PM, Benlate, Rovral, Aliette, Brestan PM, Hokko Su Zu 200. A formao racional de lavoura com quebra-vento e adubaes equilibradas so medidas preventivas para evitar essa enfermidade.

Fusariose

A fusariose ou murcha vascular do cafeeiro causada pelo fungo Fusarium spp e ataca o sistema vascular (vasos condutores de seiva do cafeeiro). Era uma doena secundria, mas ultimamente tem causado prejuzos principalmente em viveiros. Sintomas No viveiro, as plntulas ficam com manchas escuras no hipoctilo (caule inicial), a extremidade deste pode morrer e ficar escura com a aparncia de um palito de fsforo queimado. Nas mudas, os sintomas so leses necrticas claras ou escuras que circundam o caule a partir do nvel do solo e evoluem em direo ao pice, s vezes, secando e matando a muda. No campo, o sintoma caracterstico o murchamento e a morte do tero superior das plantas, ficando a parte inferior ainda verde. Pode ocorre seca de ponteiros e engrossamento do caule na regio do colo (prximo ao solo). Geralmente os sintomas aparecem em plantas isoladas. Disseminao e condies favorveis Fusarium spp um fungo habitante natural do solo e pode estar na areia do germinador, na terra do substrato e no solo da lavoura. Geralmente transmitido por mudas aparentemente sadias, cujos sintomas s aparecero futuramente no campo. Tambm transmitido pela semente. Em plantas adultas tambm possvel a entrada do fungo atravs de leses nas razes, como as provocadas por nematides, podendo at haver associao entre estes dois patgenos. Contudo, a falta de cuidados na produo de mudas se constitui na principal forma de disseminao da doena. O fungo tambm prefere solos cidos. Muitas vezes o solo da lavoura no est cido na mdia (demostrado na anlise de solo), mas apresenta manchas de solo cido, onde podem aparecer plantas com o sintoma. Prejuzos O prejuzo maior ocorre no viveiro pelo retardamento no crescimento e eliminao de mudas. Se a infestao for muito grande, o lote todo de mudas pode ser perdido. No campo pode ocorrer morte de plantas adultas, reduzindo o stand. Controle No viveiro as prticas de controle so: - Utilizar areia fina e lavada nos germinadores. Esteriliza-la com gua quente a 70C. No reutiliz-la; - As sementes devem ser sadias, oriundas de campos de sementes fiscalizadas, isentos de plantas com murcha vascular; - Tratar a gua com hipoclorito de sdio quando a mesma for proveniente de rios;

- Efetuar tratamento de semente com fungicidas sistmicos; - Corrigir o pH do substrato com calcrio; - Desinfectar a terra do substrato; - Arrancar e queimar do germinador as plntulas com suspeita da doena. Aps esta operao, o operador deve esterilizar as mos com soluo de gua e hipoclorito de sdio; - Antes do transplante, mergulhar as plntulas durante trs minutos em soluo com Tecto 600 a 0,1 %. Havendo a presena da doena nos canteiros, pulverizar com Tecto 600 a 0,1 %, dirigir o jato na direo do caule. O controle da doena pode ser observado pela eliminao dos tecidos necrosados do caule, que secam e se desprendem, aparecendo por baixo tecido sadio; - Mudas que no responderem ao controle qumico devem ser queimadas ou enterradas. Na lavoura pode-se fazer o tratamento qumico somente das plantas atacadas, utilizando Tecto 600 a 0,3%, dirigindo o jato na direo do caule. Efetuar anlise e correo do solo com calcrio separadamente nas manchas onde maior o nmero de plantas com sintomas. As plantas que no tiverem chance de recuperao devem ser arrancadas, colocando-se cal virgem no local das mesmas. Posteriormente, se efetua o replantio, caso haja condies de luminosidade

FERRUGEM DO CAF (Hemileia vastatrix Berk. & Br).

A Ferrugem (Hemileia vastatrix), importante em regies de altitudes mdias entre 400600m, onde provoca considerveis perdas de produo, tem assumido relevncia no distrito de Inhobim (altitudes pouco superiores a 600m). A Cercosporiose (Cercospora coffeicola), pode ser considerada hoje, a principal doena da regio, haja vista os ataques aos frutos, especialmente naqueles na fase de pr-maturao. A Phoma (Phoma spp.), vem em seguida, tendo maior importncia, principalmente, em cafezais bem cuidados e com altas perspectivas de produo, no qual o controle da doena torna-se imprescindvel. Em relao aos nematides, cabe ao cafeicultor, nos novos plantios, adotar a desinfeco do substrato como norma sistemtica, j que a ameaa potencial da espcie mais destrutiva, ainda no constatada na regio, Meloidogyne incognita, uma possibilidade real. A enxertia hipocotiledonar (Coffea canephora sobre Coffea arabica), na produo de mudas, uma importante medida contra os nematides, ainda inexiste na regio.

Hemileia vastatrix, agente causal da ferrugem do caf, literalmente correu o mundo. Em 1868 foi descoberta no Ceilo, em 1869 em Sumatra, nas ilhas Fidji em 1878, em Java 1879, nas Ilhas Maurcio em 1882, no Vietn em 1888, Filipinas e Bornu em 1890, Tanznia em 1894 e em Nova Calednia, 1910. Por volta de 1913 chegou ao Qunia, e mais tarde na Etipia. Na Costa Ocidental da frica foi encontrada, na dcada de 30, na Costa do Marfim, Angola e Nigria. No Brasil foi encontrada em Itabuna - Ba, em 1970, provavelmente vinda da frica atravs de correntes areas. No ano seguinte j era constatada em todos os estados cafeicultores do Brasil e, mais tarde no Paraguai.

Sintomas - Os sintomas aparecem nas folhas na forma de pstulas, de cor alaranjada, na face inferior; essas pstulas so formadas de uredsporos do fungo. Nas faces superiores ocorrem manchas clorticas, de formato coincidente com as pstulas da pgina inferior. O cafeeiro sofre, ento, desfolhas precoces, precisando de at dois ciclos de cultivos para a recuperao, perodo acompanhado de baixa produo.

Etiologia -Hemileia vastatrix um fungo denominado de parasita obrigatrio, isto quer dizer que sua sobrevivncia se d somente em tecidos vivos, no havendo vida saproftica de solo. Produz dois tipos de esporos chamados de uredsporos e telisporos. A principal via de disseminao, principalmente de rea para outra o vento; de planta para planta, a gua o agente mais eficiente. Uma gota caindo numa leso, libera imediatamente os uredsporos que podem se elevar at 30 cm da leso. A germinao do uredsporo desenvolve-se tanto em ar mido quanto em gua, sendo a presena de gua na forma lquida, uma condio muito favorvel ao processo. A temperatura de 24C tima para esta fase. A germinao e penetrao devem se processar imediatamente aps a inoculao, porque, uma vez molhado, o esporo perde sua viabilidade se for novamente seco. H produo de um ou mais pr-miclios, atravs de poros situados geralmente na extremidade do uredsporo. O pr-miclio incapaz de penetrar diretamente pela cutcula; desenvolve-se sobre a folha, ramificandose at encontrar um estmato, por onde penetra para a cmara subestomtica, atravs da formao de um rgo especial chamado apressrio. Os sintomas aparecem de 7 a 15 dias aps a penetrao, surgindo na pgina inferior da folha uma semana mais tarde. A durao do ciclo de Hemileia vastatrix muito importante. Locais onde as condies predisponentes so desfavorveis doena, o ciclo longo, superior a 30 dias. A doena mais severa em altitudes mdias de 400-600m, onde o ciclo da doena se reduz para 20 ou menos dias. Temperaturas baixas inibe o desenvolvimento do patgeno, prolongando o tempo de germinao dos uredsporos, formao dos apressrios, penetrao e colonizao do hospedeiro. Dessa forma o ciclo da ferrugem tem a sua durao aumentada, o que de importncia muito grande, visto que quando

o ciclo longo as epidemias no ocorrem por haverem poucos ciclos no ano, mantendo sempre baixo o potencial de inculo. Como regra podemos dizer que as leses so formadas entre temperaturas de 18,5 a 26,5C, com boas condies entre 21 e 25C. A otimizao da doena ocorre quando a temperatura atua com o fator umidade. A germinao dos esporos ocorre melhor temperatura na faixa 21 a 23, devendo haver presena de gua no estado lquido e ausncia de luz. Devido a isto, o sistema adensado apresenta condies mais favorveis ferrugem em relao ao plantio tradicional. Devido ao clima, tambm h grande diferena de suscetibilidade conforme a regio cafeeira. Durante o ciclo produtivo anual do caf, h perodos mais ou menos favorveis ferrugem. No inverno e primavera, devido s condies climticas e a menor suscetibilidade das folhas penetrao do fungo, a doena se mantm sobre controle. A partir de dezembro este quadro se inverte e a ferrugem inicia a infestao nas folhas novas. Em janeiro a infeco evolui geometricamente atingindo a infestao mxima no outono (se no for feito o controle). Este quadro pode variar de acordo com o ano e a regio cafeeira. A maior presena de inculo do safra anterior poder aumentar a infestao no ciclo produtivo seguinte. H diferentes nveis de suscetibilidade entre as variedades de caf. O Mundo Novo mais suscetvel que o Catua . H tambm as variedades resistentes ferrugem, produzidas atravs do melhoramento gentico (cruzamentos), como algumas linhagens de Icatu e as variedades do germoplasma Sarchimor. Os cafeeiros tambm ficam muito mais suscetveis ferrugem em anos de alta produo. Isto se deve ao deslocamento das reservas da planta (carboidratos) para a frutificao. Com isto, a infestao de ferrugem tende a acompanhar o ciclo bianual do cafeeiro, embora o intensifique.

Prejuzos O prejuzo causado pela ferrugem ocorre pela reduo da rea foliar provocada pelas leses e principalmente pela queda de folhas, o que reduzir a produtividade. O prejuzo maior na safra seguinte pelo reduzido pegamento de flores e frutos. Na mesma safra podem ocorrer perdas (principalmente se o ataque for precoce e intenso) pela reduo do tamanho dos frutos e aumento dos frutos chochos e mal granados, o que tambm trs prejuzos qualidade do caf. Por trazer maiores perdas na safra seguinte, a ferrugem intensifica o ciclo bianual do cafeeiro. Entretanto, ao longo dos anos, o ciclo bianual compensa em parte a perda de produtividade. Com um forte ataque da doena, as plantas sofrem grande desfolha produzindo pouco na safra seguinte. Nesta safra, devido pouca carga pendente e ao baixo potencial de inculo, a desfolha pequena e as plantas podem ser recuperar para produzir razoavelmente no ano seguinte. A queda de folhas intensifica o esgotamento das reservas da planta (carboidratos), gerando seca de ponteiros e morte de razes. Isto ir diminuir a longevidade da lavoura. A desfolha tambm deixa as plantas muito mais suscetveis ao dano da geada, pois os ramos, onde se localizam as gemas que daro origem aos frutos, ficam mais desprotegidos.

Controle - Em qualquer plano de controle da ferrugem do cafeeiro, o efeito da carga pendente sobre o grau de ataque de Hemileia vastatrix, deve ser observado. Isto

acontece porque a desfolha provocada pelo patgeno repercute de maneira direta na produo do ano seguinte, reduzindo a nveis baixos ou muito baixos os rendimentos na produo. Em outras palavras, nos anos de alta produo (maior enfolhamento), a doena evolui rapidamente, podendo atingir nveis superiores a 50% de infeco. J nos anos de baixa safra (baixo enfolhamento), a doena atinge nveis mais baixos. Diversos experimentos mostram que nos anos de alta produo, mesmo controlando-se a doena, ocorre reflexos negativos na produo da prxima safra. Este fato relevante porque implica numa reviso das medidas de controle em muitas literaturas. Numa delas h a recomendao de se efetuar uma pulverizao quando a infeco tiver atingido 20 ou 30%. Fica claro que em anos de elevada produo, observar estes ndices acarretar um efeito negativo direto na produo do ciclo seguinte, pois o efeito da carga pendente fator de grande influncia na evoluo da ferrugem e deve ser levada em considerao nos programas de controle. A explicao do efeito da carga pendente o seguinte: uma vez que o tecido do hospedeiro infectado por um patgeno, h incremento na taxa respiratria e, como conseqncia, h um aumento na atividade biossinttica, incrementando o fluxo de carbono e da pentose fosfatada. Dessa forma, ocorre diviso de metablitos secundrios, formando compostos tais como ligninas, isoflavonides e outros como fitoalexinas, conferindo resistncia planta. Quando o patgeno ataca a planta nos anos de alta produo, ocorre um dreno dos produtos fotoassimilados para os frutos e como conseqncia a planta passa a no dispor de energia suficiente para impedir o crescimento do patgeno. O controle da ferrugem, na regio de Vitria da Conquista diferente do usado em outros lugares. Para a ocorrncia preciso que a temperatura esteja amena e que chuvas abundantes ocorram. Os meses de novembro - maro (meses crticos da doena) devem ser observados nesse aspecto. Quando apenas algumas folhas so afetadas, a produo no comprometida, no sendo necessrias pulverizaes ou quaisquer outras medidas de controle. A produtividade e a carga pendente devem igualmente ser observadas. O controle da ferrugem pode ser feito pela utilizao de variedades resistentes como a Icatu, ou atravs de fungicidas protetores e/ou sistmicos. O tratamento com fungicidas protetores feito, utilizando-se fungicidas cpricos, como o oxicloreto de cobre (3 a 4 Kg/ha) no perodo de novembro/dezembro a maro/abril, com 4 a 5 pulverizaes a cada 25 dias. Pode-se usar tambm o hidrxido de cobre (1,7 Kg/ha), iniciando-se em dezembro/janeiro. Demais pulverizaes com intervalos de 20 a 30 dias, em 3 a 4 aplicaes. Fungicidas sistmicos como o Bayleton (1kg/ha) e o Bayfidan CE (1l/ha) tambm podem ser usados. O uso de formulaes granuladas, via solo empregando-se os granulados sistmicos: Dissulfoton + tridimenol (Baysiston): 40 a 50 Kg/ha em espaamento convencional e 60 a 80 Kg/ha para plantios adensados, devem ser precedidas de uma anlise de custos, considerando a produtividade e a existncia ou no de carga pendente, alm, claro, dos fatores discutidos acima. O uso do fungicida sistmico deve ser feito baseado na incidncia da doena; quando no mximo 20%(ficando claro que neste percentual, principalmente nos anos de carga pendente, haver sempre perdas na produo) das folhas apresentarem sintomas, deve ser feita a primeira pulverizao e 30 a 45 dias depois a segunda aplicao. Lavouras com baixa carga pendente, normalmente uma aplicao suficiente(no mximo duas). Para ampliar a ao do fungicida sistmico, pode-se tambm mistur-lo com um fungicida cprico, o que refora ainda mais o efeito de uma nica aplicao. Para as condies de altitude elevada, da regio de Vitria da Conquista, esse esquema de uma

nica aplicao de uma mistura sistmico + cprico, talvez, seja a mais adequada, tanto do ponto de vista do controle como do ponto de vista econmico. O controle mais eficiente e econmico da ferrugem atravs do uso de variedades resistentes. Contudo, esta prtica s pode ser aplicada em plantios novos. As variedades do germoplasma Sarchimor (IAC-Tupi, IAC-Obat e IAPAR-59) so resistentes e bem adaptadas ao sistema adensado, embora sejam mais exigentes em adubao. O Icatu amarelo 2944 resistente, porm, pouco adaptado ao plantio adensado. H diversos materiais em desenvolvimento, os quais devem ser lanados futuramente (por exemplo, o Catuca). O controle qumico da ferrugem altamente eficiente, contudo deve ser bem planejado, evitando aplicaes fora de poca. Alguns fatores devem ser analisados para efetuar recomendaes de controle: o perodo mais favorvel doena, que geralmente vai de dezembro a abril; a carga pendente, que afetar significativamente a suscetibilidade da planta; o clima, que poder mudar o perodo crtico de infestao; o percentual de infestao; a densidade de plantio; o nvel tecnolgico do produtor; entre outros. Os fungicidas para controle da ferrugem podem ser classificados em trs classes: os preventivos, os sistmicos foliares e os granulados sistmicos. Os fungicidas preventivos so quase sempre a base de cobre. Existem diversas formulaes comerciais, alm de caldas que podem ser preparadas na propriedade. Exemplo disto a calda bordalesa, o fungicida mais antigo. Os fungicidas cpricos devem ser aplicados a partir de novembro-dezembro at maro-abril, com intervalo de 30 a 45 dias. O incio das aplicaes deve ser feito logo no incio do ataque, com no mximo 5% de folhas atingidas (amostrar 12 pl/ha). O nmero de aplicaes depende da carga da lavoura, podendo ser quatro em lavouras de carga alta at duas quando a carga baixa. No se deve exceder o nmero de 4 aplicaes, pois pode haver desequilbrios com caros e bicho mineiro. A vantagem destes fungicidas seu baixo preo. A desvantagem a necessidade de maior nmero de aplicaes, o que pode ser mais difcil se a lavoura for adensada. Alm disto, eles no podem ser usados se a doena j se encontra instalada (mais de 5% de folhas atacadas). Os fungicidas sistmicos foliares pertencem ao grupo dos triazis e tem a capacidade de serem absorvidos pelas folhas, translocar e eliminar o fungo (tambm atuam preventivamente), podendo ser aplicados mesmo quando a doena se encontra instalada. A pulverizao deve ocorrer quando no mximo 20 % das folhas esto atacadas (amostrar 12 pl/ha), o que ocorre por volta de janeiro-fevereiro. Uma segunda aplicao pode ser necessria cerca de 45 a 60 dias aps a primeira. A vantagem dos sistmicos que eles permitem esperar mais antes de se fazer o controle da ferrugem, alm de necessitar menor nmero de aplicaes. Apresentam uma alternativa ao controle com fungicidas cpricos, quando o controle preventivo da doena no puder ser feito com estes. Isto pode ocorrer devido ocorrncia de perodos chuvosos, resultando em alto ndice de doenas nas plantas. Sua desvantagem o maior custo do controle em relao aos cpricos. Os fungicidas granulados sistmicos pertencem ao mesmo grupo dos sistmicos foliares (triazis), podendo inclusive terem o mesmo princpio ativo. Contudo,

apresentam-se em uma formulao granulada para aplicao via solo. So aplicados geralmente atravs de matracas prximos s razes do cafeeiro. No solo so absorvidos pelas razes e se translocam por toda a planta, protegendo-a do ataque da ferrugem. Devem ser aplicados preventivamente em novembro-dezembro para que possa haver tempo para o produto translocar, estando ativo no perodo mais favorvel a ferrugem. Tm como vantagens o longo perodo residual e a facilidade de aplicao, principalmente em lavouras muito fechadas. Suas desvantagens so o alto custo e a necessidade de umidade no solo para serem absorvidos e translocados. Outro aspecto que, devido ao seu uso preventivo, eles no permitem o manejo da doena, sendo aplicados mesmo naqueles anos em que a doena poderia no ser problemtica. Conforme as condies climticas do ano pode ser necessria uma pulverizao suplementar com sistmicos foliares para complementar o efeito dos fungicidas granulados. Para saber o momento certo de se efetuar a aplicao foliar, (CARDOSO, 1992) desenvolveu uma nova metodologia de amostragem, diferente do mtodo tradicional de percentagem de folhas doentes. Nesta metodologia deve-se amostrar 8% de plantas por talho e 5 folhas por planta, as folhas devem ser do 3 ou 4 par a partir do pice do ramo, o qual deve ser do tero inferior da planta. Nas folhas doentes, deve-se anotar tambm o nmero de leses ativas. Em seguida, faz-se um clculo, dividindo-se o total de leses pelo total de folhas doentes, estabelecendo o nmero de leses por folha doente (LFD). Para se decidir pelo controle e por qual tratamento usar, usa-se a tabela 9.1 . Este mtodo funciona muito bem a partir de janeiro, quando o mtodo da percentagem de folhas doentes no eficiente. Sua grande desvantagem o alto nmero de plantas a amostrar, o que o inviabiliza seu uso em lavouras adensadas.

Intervalos de segurana (LFD) 0,0-1,5 1,6-3,0 3,1-4,5 4,6-6,4 >6,5

Opo de Tratamento Nenhum tratamento Cpricos Sistmicos e cpricos Sistmicos Nenhum tratamento

Custo comparativo dos produtos para o controle da ferrugem:

DOENAS DO FEIJOEIRO

DOENA Mancha angular

Patgeno

Sobrevivncia Dissemin Restos cultura Sementes

Cond. Fav.

Controle 22- Variedades resistentes Tratamento de sementes Pulverizaes com fungicidas Enterrio de restos de cultura 15- Variedades resistentes Sementes sadias Tratamento de sementes 17- Variedades

Phaeoisari opsis griseola

de Respingos de chuva Vento

Temp. 26 oC Alta Umidade

Antracnose

Colletotrichum Sementes lindemuthianum Restos cultura

Respingos de chuva de Sementes

Temp. 20oC Alta umidade

Ferrugem

Uromyces

Restos

de Respingos

Temp.

appendiculatus cultura

de chuva

22oC

resistentes Pulverizaes com fungicidas 15- Tratamento de sementes Pulverizaes com fungicidas

Mofo branco

Sclerotinia sclerotiorum

Esclerdios Restos cultura

Sementes de Respingos de chuva

Temp. 22oC Alta umidade

gua de enxurrada Irrigaes gua irrigao

Aumento do de excessivas espaamento Enterrio restos cultura de de

Variedades de porte ereto Controle da irrigao 24- Sementes sadias e tratadas com fungicidas Variedades resistentes Rotao culturas de

Murcha

Fusarium oxysporum de Fusarium sp. phaseoli

Clamidosporos Sementes f. Restos cultura

Temp. 28oC

de Implementos agrcolas Solos arenosos gua de irrigao Solos cidos gua de enxurrada Estresse hdrico

Eliminao Presena de restos de cultura de nematides- contaminados das-galhas Thanatephorus Esclerdios Vento Umidade Sementes cucumeris relativa alta sadias e tratadas com Restos de Chuva cultura Temp. > fungicidas Implementos 23oC Rotao de agrcolas culturas Chuvas Sementes

Mela

intensas Irrigaes excessivas

Eliminao de restos de cultura contaminados Controle irrigao Arao profunda Variedades resistentes Fungicidas erradicantes da

Odio

Erysiphe polygoni

Perodo curto Vento em folhas Chuva

Baixa umidade

Temperatura Plantio em Insetos moderada pocas desfavorveis Macrofomina Macrophomina Saprfita no Sementes Alta Sementes phaseolina solo temperatura sadias e tratadas Vento Ampla gama Estresse de hospedeiros gua Rotao de de hdrico culturas irrigao Esclerdios Enterrio de gua de Restos de enxurrada restos de cultura cultura Implementos Variedades agrcolas resistentes PodridoSclerotium Esclerdios Sementes Temp. 25- Sementes rolfsii 30oC isentas do patgeno do-colo Ampla gama gua de de hospedeiros enxurrada Umidade alta Eliminao Implementos de outros hospedeiros agrcolas gua irrigao de Arao profunda visando ao enterrio de esclerdios Rotao culturas de

Manchade-alternria

Alternaria spp

Sementes Restos cultura

Vento de gua irrigao Sementes de

Temp. 20oC Alta umidade

16- Sementes sadias tratadas Rotao culturas Variedades resistentes Controle qumico 18- Sementes sadias tratadas Rotao culturas Controle qumico

e

de

Manchade-ascoquita

Ascochyta boltshauseri

Sementes de

Respingos de chuva Sementes

Temp. 25oC Alta umidade

e

Restos Phoma exigua cultura

de

Aumento de espaamento PodridoRhizoctonia Esclerdios gua de Temp. 18oC Sementes radicular de solani enxurrada sadias e Rhizoctonia tratadas Restos de Alta cultura Implementos umidade Rotao de culturas agrcolas Enterrio de Sementes restos de cultura PodridoFusarium Clamidosporos gua de Temp. 22o Sementes radicular seca solani enxurrada C sadias e tratadas Sementes Solos bem Implementos Alta drenados agrcolas umidade Enterrio de restos de gua de cultura irrigao Crestamento- Xanthomonas Sementes Chuva Alta Sementes bacteriano campestris pv. Restos de Vento temperatura sadias phaseoli cultura Insetos Rotao de Solo Implementos Alta culturas Hospedeiros agrcolas Enterrio de umidade alternativos restos de cultura Mosaico Vrus do Sementes, at Afdeos Temp. 20- Sementes

-comum

Mosaicodourado

mosaicocomum feijoeiro (BCMV) Vrus mosaicodourado feijoeiro (BGMV)

30 anos do

(vrias espcies

30oC

sadias Variedades resistentes

do Hospedeiros alternativos do

Nematides- Meloidogyne das-galhas spp.

Nematides- Pratylenchus das-leses brachyurus

Temp. alta Zoneamento favorece agrcola Alterar data de plantio B. tabaci Plantio em pocas de temperaturas mais amenas Hospedeiros Implementos Solos Rotao de alternativos agrcolas arenosos culturas gua de Revolvimento Restos de enxurrada Alta do solo gua de umidade Uso de cultura irrigao plantas antagonistas Hospedeiros Implementos Solos Rotao de alternativos agrcolas arenosos culturas gua de Revolvimento irrigao do solo Alta gua de umidade Uso de enxurrada plantas antagonistas

Moscabranca (Bemisia tabaci

Fonte: Agridata DOENAS DO FEIJOEIRO DOENAS VIRTICAS: a)Mosaico Comum - BCMV - Importncia Econmica -O mosaico comum do feijoeiro, uma das primeiras fitoviroses descritas na literatura, ocorre mundialmente. Antes do aparecimento de cultivares resistentes, o mosaico comum era a doena virtica mais danosa para a cultura do feijo. Com o plantio de cultivares suscetveis e o uso ex-cessivo de sementes infectadas, a incidncia tem variado de 50 at prximo de 100%. Perdas na produo variam dependendo do estdio da planta na poca da infeco. Quando a infeco se d no incio do desenvolvimento das plantas ou quando a doena causada por vrus vindo da se-mente, podem ocorrer perdas superiores a 90 %. -SINTOMAS:a)Mosaico; b)Leses locais

-Etiologia: BCMV pertence ao gnero Potyvirus com partculas alongadas e flexuosas, medindo 12-15 nm de dimetro e 720-770 nm de comprimento.

Transmisso: sementes(variando de 3% a 95%), afdeos(vetoras no- persistentes do vrus), principalmente Myzus persicae Sulz e M. nicotianae. CONTROLE Cultivares hipersensveis, com o gene dominante I. Detalhe: Nos cultivares hipersensveis o vrus no se propaga via sementes. Caso no se disponha de Cultivares com o gene I, deve-se usar sementes livres do vrus e o uso de inseticidas contra os vetores. ANEXO: CONHEA A ESTRUTURA DE UM VRUS RNA

insect virus FHV -Flock House Virus - solved by a combination of cryo-electron microscopy and X-ray crystallography. Fonte: Timothy S. Baker Laboratory Purdue University Camada de Protenas - Cor azul RNA - Cor Vermelha Peptdios Cilindros vermelhos, cyano e verdesEsses peptdios interagem com o RNA para formar novos capsdeos.Verbete: peptdio [De pept(o)- + -dio.] S. m. Qum. 1. Qualquer substncia com dois ou mais aminocidos conjugados e que se renem por uma ligao -CO-NH-, exercendo funes especficas no organismo; peptdeo. CRESTAMENTO BACTERIANO COMUM ( Xanthomonas campestris pv phaseoli) IMPORTNCIA ECONMICA - No Brasil, o crestamento considerado de importncia

econmica, devido a sua ampla distribuio, a reduo significativa de produo em cultivares susceptveis, principalmente em regies midas, com temperaturas moderada a alta, e dificuldade de controle. SINTOMAS Sintomas na folha

Photo by D. J. Hagedorn

Detalhes de leses na folha

Fonte: Universidade do Colorado

Sintomas na Vagem

Photo by R. L. Gilbertson

Detalhe das leses

Danos no campo

Fonte: Universidade do Colorado

Etiologia: Xanthomonas campestris pv phaseoli pode sobreviver na semente por perodos variveis de 2 a 15 anos, podendo estar localizada externa e internamente semente, sem perder a sua patogenicidade. a bactria sobrevive, tambm, em restos culturais sendo que a sobrevivncia maior em restos culturais de superfcie do que em restos enterrados a profundidade de 15 a 20 cm. As sementes so as fontes primrias de inculo. A gua de chuva ou de irrigao so disseminadores secundrios desta bactria assim como tambm insetos como Bemisia tabaci, Emposaca sp e Diaprepes abreviata, dentre outros. ATENO! Incidncia de 0,5% de sementes infectadas so suficientes para iniciar uma epidemia.

Fonte: Neal Chamberlain -Xanthomonas - bactria baciliforme, gram-negativa com

flagelo polar. CONTROLE A principal medida de controle dessa doena o uso de sementes certificadas, obtidas em campos indenes.Deve-se levar em conta que o conceito de tolerncia zero para essa bacteriose aceito mundialmente. O grande problema que enfrenta o Brasil a ausncia de testes rotineiros de anlise de sementes para esta bactria. A produo de sementes deve ser feita sob condies climticas desfavorveis doena. De qualquer forma a limitao dos testes de deteco da bactria funciona como um grande obstculo para o controle dessa doena. Examine com ateno a tabela

abaixo. Variedades resistentes podem, tambm, ser empregadas contra Xanthomonas campestris pv phaseoli, embora no existam muitas variedades disponveis. As existentes hoje so: IAPAR 14, IAPAR 16, IAPAR 31 e Diamante Negro. O controle qumico atravs de formulaes mistas de oxicloreto de cobre + ditiocarbamatos(maneb e zineb) + sulfato de estreptomicina + oxitetraciclina, recomendado com alarde h algum tempo, so, atualmente, comprovadamente ineficaz, conforme demonstraram diversos experimentos desenvolvidos no estado do Paran. Leitura Recomendada: Menten, Jos Otvio Machado. Patgeno em Sementes. So Paulo: Ciba Agro, 1995. 321 p. Nesse livro sugere-se a leitura do artigo de Pedro Jos Valarini, intitulado: Deteco do agente causal do crestamento bacteriano comum em sementes de feijo, de onde foi extrada a tabela acima.

ANTRACNOSE - Colletotrichum lindemuthianum

IMPORTNCIA ECONMICA - A antracnose uma das doenas de maior importncia da cultura do feijoeiro, podendo causar perdas de at 100%, principalmente em locais de temperatura baixa a moderada com alta umidade. SINTOMATOLOGIA

LESES NAS NERVURAS -

Leses nas folhas

SINTOMAS NAS VAGENS ETIOLOGIA A antracnose tem como agente causal o fungo Colletotrichum lindemuthianum patognico tambm a outras espcies de leguminosas como Vigna unguiculata e Vicia faba. Colletotrichum lindemuthianum apresenta grande variabilidade patognica, com mais de 30 raas j identificadas na Amrica Latina. O fungo sobrevive em restos de cultura mas sementes contaminadas constituem sua via de disseminao mais importante. Sementes na fase de enchimento so mais susceptveis que aquelas em maturao. respingos de chuva, homem e insetos tambm disseminam o patgeno. A doena favorecida por temperaturas entre 13 e 27 graus centgrados, com timo a 21 e umidade relativa de 91%. Os condios germinam em 6 a 9 h sob condies favorveis, formam tubo germinativo, apressrio e penetram mecanicamente pela cutcula e epiderme do hospedeiro. O aparecimento dos sintomas ocorre a partir de 6 dias aps o incio da infeco.

Penetrao de Colletotrichum na clula da planta hospedeira.

Acrvulos, setas e condios de

Colletotrichum lindemuthianum CONTROLE Uso de sementes sadias tratadas com benomyl + thiram. Rotao de cultura, por no mnimo 1 ano, deve ser feita para evitar a ocorr6encia da doena no plantio seguinte e a perpetuao do fungo na rea. O uso de cultivares resistentes; observa-se no entanto que devido a grande variabilidade patognica apresentada por C. lindemuthianum dificulta a obteno de cultivares de resistncia durvel. O IAPAR 31,IAC-UNA, APOR, IAC-Maravilha, IAPAR-44 E IAPAR-14, apresentam bom nvel de resistncia a algumas raas do fungo. O uso de fungicidas deve ser precedido de algumas consideraes: o nvel tecnolgico adotado, a finalidade do plantio, o potencial de produo da lavoura, o retorno

econmico, as condies da lavoura no momento da aplicao, condies climticas favorveis doena. Os fungicidas recomendados so benomyl, tiofanato metlico, chloratalonil PODRIDO RADICULAR - Fusarium solani (Mart.) Sacc. f. sp. phaseoli (Burk.) Snyder & Hansen Esta doena ocorre na Europa, Amrica Latina e Estados Unidos, onde j foram constatadas redues de 86% na produo. A podrido radicular dificilmente causa grandes danos em plantas no estressadas, mas pode comprometer a produo em situaes de reduzido crescimento radi-cular devido seca ou encharcamento particularmente importante em reas de cultivo intensivo do feijoeiro e de solo compactado. SINTOMAS

Podrido Vermelha de Raiz - Fusarium solani Etiologia - Fusarium solani f. sp. phaseoli um fungo da subdiviso Deuteromycotina. Produz macrocondios de 5,1-5,3 x 44-55 mm com 3 a 4 septos, raramente 5, pouco curvos e com as pontas arredondadas ou ligeiramente afiladas microcondios so ovais e difceis do serem obser-vados. Os clamidsporos, com 6 a 16 mm de dimetro, so globosos, terminais ou intercalares, isolados ou em cadeias curtas. Os clamidsporos germinam estimulados por exsudatos do hospe-deiro. O fungo sobrevive prximo s razes e sobre matria orgnica. J constatou-se a sobrevi-vncia do patgeno, em solos cultivados com espcies no hospedeiras, por um perodo acima de 30 anos. Nveis de inculo suficientes para causar danos parecem ser alcanados somente aps o plantio sucessivo de feijoeiro. As hifas penetram diretamente ou atravs de ferimentos e abertu-ras naturais. O fungo pode ser disseminado pelo vento, gua e implementos agrcolas, atravs de partculas de solo e restos de cultura infestados. Sementes contaminadas fazem a disseminao do patgeno a longas distncias. Condies favorveis para o desenvolvimento da doena so temperaturas amenas e solos com excesso de umidade, mas a ocorrncia de perodos de seca prejudicam a planta que est com o sistema radicular danificado, reduzindo bastante a produo. A severidade da doena agravada por condies ambientais, como solos compactados e cidos.

Condios de Fusarium solani MURCHA DE FUSARIUM - - Fusarium oxysporum Schlecht. f. sp. phaseoli Kendrick & Snyder IMPORTNCIA - Esta doena, tambm denominada murcha de fusarium, tem se tornado mais importante em algumas regies do Brasil devido ao plantio sucessivo do feijoeiro. Foi constatada pela primeira vez na Califrnia, em 1928, sendo considerada uma doena importante em parte dos Estados Unidos. O fungo ocorre tambm em outros pases da Amrica Latina. Esta doena predomina em regies de temperaturas mais altas e perodos de seca.

SINTOMAS -

ETIOLOGIA - - Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli pertence subdiviso Deuteromycotina. Produz macrocondios fusides, ligeiramente curvos, com mais de dois septos, medindo 3-6 x 25-35 mm. Os microcondios so elpticos e os clamidsporos hialinos, intercalares ou terminais, medindo 2-4 x 6-15 mm. A penetrao do patgeno ocorre geralmente prxima ponta das razes, mas pode ocorrer tambm por ferimentos e aberturas naturais. Temperaturas ao redor de 20C favorecem a doena. O fungo disseminado de um campo para outro principalmente atravs de sementes contaminadas, como esporo aderido superfcie da mesma. A disseminao pode ser feita tambm por vento e gua de irrigao, que transportam partculas de solo infestado e condios produzidos sobre a planta morta. O patgeno sobrevive no solo como saprfita em restos de cultura. A produo de clamidsporos garante sua sobrevivn-cia por vrios anos. Foram determinadas, at o momento, 3 raas fisiolgicas do fungo proce-dentes dos Estados Unidos, Brasil e Co1mbia. No foi detectada, at agora, outra raa que no a brasileira em nossas condies.

Arranjo de clamidsporos em cachos

Clamidsporos em clumps

Forma canoada, multiseptada de Fusarium.

Distino de Fusarium solani de F. oxisporum pelo tamanho das filides. CONTROLE - Recomenda-se evitar a introduo do patgeno na rea atravs de tratamento das sementes com benomyl + thiram, alm de evitar a utilizao de mquinas e implementos que venham de reas infestadas. Em reas onde a doena j ocorre, a rotao de cultura com plantas no hospedeiras ajuda a diminuir a quantidade de inculo e a severidade da doena. Deve-se tambm queimar os restos de cultura quando houver presena do patgeno. Em solos cidos, a calagem, aliada a uma adubao equilibrada tem reduzido os danos causados pelo patgeno, j que a calagem eleva o pH do solo e aumenta a utilizao de nutrientes pelas plantas alm de estimular o desenvolvimento de microrganismos antagnicos ao patgeno. As variedades Rio Tibagi, FT-Tarum, IAPAR-20, IAPAR-44, IAPAR-31, IAPAR-14, Apor, Negrito 897, Rico 1735 e Milionrio 1732 apresentam bom nvel de resistncia.

MOFO BRANCO -Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary

Esta doena ocorre em grande nmero de pases, principalmente nas regies de clima tempe-rado e subtropical. bastante destrutiva e pode ser problema srio em reas com histrico da doena na safra irrigada de inverno. O patgeno possui mais de 300 espcies hospedeiras. Sintomas - O fungo pode afetar toda parte area da planta, causando leses inicialmente pe-quenas e aquosas. Estas leses rapidamente aumentam de tamanho, tomando todo o rgo afeta-do. Com o desenvolvimento da doena, as partes afetadas perdem a cor, tornando-se amareladas e depois marrons, produzindo uma podrido mole nos tecidos. Sob condies de umidade, des-envolve-se, sobre as leses, miclio branco e cotonoso do fungo (Prancha 34.12). A podrido mole provoca morte de ramos. Nesta fase, observa-se que o miclio branco apresenta engrossa-mentos, que so os esclerdios em formao. Estes so inicialmente brancos e tornam-se negros quando maduros. Vagens afetadas podem conter esclerdios e as sementes infectadas so descoloridas ou recobertas pelo miclio branco, podendo ser menores que o normal.

CONTROLE - A rotao de cultura com gramneas pode ajudar a reduzir o inculo inicial. Recomenda-se ainda o plantio de sementes sadias. Uma vez que a doena favorecida por alta umidade, deve-se ter especial ateno ao controle da gua de irrigao, evitando o encharcamento. Recomenda-se procurar condies que aumentem aerao da lavoura, facilitando a circulao do ar e a penetrao dos raios solares. Assim espaamentos maiores, menor densidade de semeadura e cultivares com porte ereto e arquitetura aberta so medidas importantes. O uso de fertilizantes nitrogenados deve ser feito com moderao para evitar crescimento excessivo e entrelaamento das plantas, o que aumenta a umidade. Os fungicidas benomyl, vinclozolin e procimidone tm sido eficientes no controle da doena. FERRUGEM - Uromyces appendiculatus (Pers.) Unger IMPORTNCIA - A ferrugem do feijoeiro pode causar danos tanto mais severos quanto mais cedo ocorrer no ciclo da cultura. uma doena de ampla distribuio, sendo mais

comum em regies tropicais midas e subtropicais. Epidemias severas so favorecidas por ocorrncia regular de orvalho e temperaturas moderadas.

SINTOMAS -

Sintomas na folha

Pstulas na vagem. Controle - Recomenda-se a rotao de cultura, remoo de restos culturais e eliminao de plantas voluntrias hospedeiras visando a reduo de inculo inicial. O ajuste da poca de plantio de modo a evitar ocorrncia de longos perodos de umidade e temperaturas favorveis infeco durante o pr-florescimento ou florescimento tem reduzido os danos causados pela doena em algumas regies. O controle da ferrugem atravs da resistncia gentica prejudicado devido a grande variabilidade patognica do agente causal. No entanto, algumas variedades como IAPAR-14, IAC-Maravilha, IAC-Una, Ouro Negro, Vermelho-2157, Ouro, Meia Noite, Rud e Apor apresentam resistncia. O controle qumico deve ser realizado com o aparecimento das primeiras pstulas, em regies de alta incidncia. Produtos como oxicarboxin, bitertanol,

tebuconazole e triforine so eficientes no controle da doena. O inseticida cartap tambm eficiente, mostrando ao erradicante sobre o patgeno.