apostila ecossistemas terrestres

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INTRODUO ECOLOGIA

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BIOMAS E ECOSSISTEMAS

O clima, a topografia e o solo determinam o carter de mudana da vida animal e vegetal sobre a superfcie da Terra.

Embora no haja lugares que abriguem exatamente o mesmo conjunto de espcies, podemos agrupar unidades biolgicas em categorias baseadas em suas formas vegetais dominantes ( Biomas.

Os biomas constituem um sistema de classificao das comunidades e ecossistemas com base em semelhanas de suas caractersticas vegetais (convergncia).

Convergncia: semelhana entre organismos que pertencem a grupos taxonmicos diferentes, resultante da adaptao a ambientes semelhantes.

Ecossistema: Sistemas ecolgicos grandes e complexos. Odum (1988): Qualquer unidade que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto (comunidade bitica) numa determinada rea, interagindo com o ambiente fsico de tal forma que um fluxo de energia produza estruturas biticas claramente definidas e uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e no-vivas. Ecossistema de savana, de floresta, de esturio ( poucas trocas de energia e substncia entre si quando comparados s transformaes que ocorrem dentro de cada um.

Biosfera: todos os ambientes e organismos da terra. Todos os ecossistemas esto interligados atravs da energia e dos nutrientes transportados pelas correntes de vento e de gua e pelos movimentos dos organismos.

A importncia da troca de matria entre os ecossistemas dentro da biosfera acentuada pelas conseqncias globais das atividades humanas

Abiticos: que em conjunto constituem o bitopo: ambiente fsico e fatores qumicos e fsicos. A radiao solar um dos principais fatores fsicos dos ecossistemas terrestres, pois atravs dela que as plantas realizam fotossntese, liberando oxignio para a atmosfera e transformando a energia luminosa em qumica. Biticos: representados pelos seres vivos que compem a comunidade bitica.

H diferentes sistemas de classificao dos biomas.

As distribuies geogrficas desses biomas correspondem aproximadamente s grandes zonas climticas ( distines mais ou menos definidas entre os biomas, entretanto as caractersticas de um bioma normalmente interpenetram gradualmente no bioma adjacente.

Possibilidade de distino ( nenhum tipo de planta pode resistir a todo o intervalo de condies na superfcie da Terra ( distribuio limitada dos organismos

Biogeografia ( a distribuio dos organismos na Terra.

Alm das condies fsicas do ambiente, dois outros tipos de fatores influenciam a distribuio das espcies: as interaes entre as espcies (competio, predao, mutualismo...) e os fatores histricos: os biomas atuais desenvolveram-se durante longos perodos, durante os quais as distribuies dos continentes, bacias ocenicas e zonas climticas tm mudado continuamente ( Barreiras disperso (todo elemento ou fator que impede a disperso dos organismos):

Barreiras abiticas geogrficas: oceanos, cordilheiras, continentes.

Barreiras abiticas climticas: clima que excede o limite de tolerncia de alguma espcie.

Barreiras abiticas edficas: solo ( diferena de pH, granulosidade, umidade; principalmente para as plantas.

Barreiras biticas: competio (nicho ocupado), predador, parasita ( presena ou ausncia de alguma vida que impossibilita a sua disperso.

Fatores que influenciam a disperso:

Local de origem;

Capacidade de disperso;

Barreiras.

Quanto distribuio podemos classificar as espcies em:

Cosmopolitas: espcies que tm capacidade de sobreviver em vrias partes da Terra (ampla distribuio). Possuem alta valncia ecolgica, ou seja, suportam grandes variaes. Amplos limites de tolerncia. Ex.: girassol (Asteraceae).

Endmicas: espcies restritas a um determinado ambiente:

Com distribuio ampla: naturalmente numa rea geogrfica grande. Ex.: Hevea brasiliensis (seringueira) tpica da Amaznia e Araucaria angustifolia (araucria) ocorre do RG, SC e PR, pouco de SP (+ de 800m), pouco do RJ e MG.

Com distribuio restrita: rea geogrfica pequena: ilha, colina. Ex.: Welwitchia mirabilis deserto da Nambia, Ginkgo biloba ( oeste da China.

O clima o grande determinante da distribuio da vegetao. Clima: interao da temperatura e das chuvas que prevalecem por perodos longos de tempo.

(As correntes dos oceanos e os ventos carregam o calor e a umidade que definem os climas em cada ponto da Terra, que governam as distribuies de organismos, as dinmicas das populaes, a composio das comunidades e a produtividade dos ecossistemas.

Em ambientes terrestres a temperatura e a umidade so as variveis mais predominantes na distribuio dos organismos ( as distribuies dos organismos refletem a sua tolerncia ecolgica: o intervalo de condies nas quais cada organismo consegue sobreviver.

A temperatura est diretamente associada latitude.

Grandes padres de ventos so os responsveis em larga escala pela distribuio das precipitaes.

O Ambiente Fsico e suas variaes

O ambiente fsico varia amplamente ao longo da superfcie terrestre.

As condies de temperatura, luz, substrato, umidade, salinidade, nutrientes do solo e outros fatores moldaram as distribuies e adaptaes dos organismos.

As zonas climticas da Terra ( so determinadas principalmente pela intensidade da radiao solar e pela redistribuio do calor e da umidade pelo vento e pelas correntes de gua.

Ainda fatores geolgicos, como a topografia e a composio do solo, diferenciam o ambiente numa escala menor.

A superfcie da Terra, suas guas e a atmosfera ( transformao de calor.

A superfcie terrestre possui diferentes capacidades de absorver a luz solar, conforme sua variao (solo florestado, oceano, lago congelado...) ( criando um aquecimento e resfriamento diferenciado nos diferentes pontos da Terra ( grande variao de condies fsicas ( diversificao dos ecossistemas, dos biomas.

Os padres globais de temperatura e precipitao so estabelecidos pela energia da radiao solar.

O clima da Terra tende a ser frio e seco na direo dos plos e quente e mido na direo do equador.

A causa fundamental da variao global no clima a intensidade de luz do Sol no Equador maior do que nas latitudes mais altas ( conseqncia do ngulo do Sol em relao superfcie da Terra em diferentes latitudes. O Sol aquece mais a atmosfera, os oceanos e a terra quando est posicionado diretamente acima, na vertical, assim o efeito do aquecimento do sol diminui do Equador para os plos.

A variao sazonal na temperatura aumenta com a distncia aumenta a partir do Equador, especialmente no Hemisfrio Norte, onde existe menos rea de oceano para moderar as mudanas de temperatura.

Clulas de Hadley: O ar aquecido se expande, torna-se menos denso e tende a subir. medida que o ar se aquece, sua capacidade de reter vapor de gua aumenta e a evaporao se acelera. O calor do Sol aquece uma massa de ar nos trpicos que sobe e finalmente se espalha para o norte e para o sul nas camadas superiores da atmosfera. Este ar substitudo por ar ao nvel da superfcie vindo de latitudes subtropicais. A massa de ar tropical ascendente se refresca medida que irradia o calor de volta para o espao. No momento em que esse ar se desloca para cerca de 30 ao norte e ao sul do equador, ele j se tornou denso o suficiente para descer de volta para a superfcie, completando desse modo uma reciclagem de ar na atmosfera. Esse tipo de padro de circulao chamado de clula de Hadley.

A regio dentro da qual as correntes superficiais de ar dos subtrpicos norte e sul se encontram, perto do Equador, e iniciam a subida sob o aquecimento do Sol chamada de rea de convergncia intertropical.

medida que o ar tropical carregado de umidade sobe e comea a resfriar dentro da rea de convergncia, a umidade se condensa para formar nuvens e precipitao. Desse modo, os trpicos so mais midos porque a gua circula mais rapidamente atravs da atmosfera tropical. O efeito do aquecimento do Sol faz com que a gua evapore e as massas de ar aquecidas subam; o resfriamento do ar, medida que ele sobe e se expande, causa precipitao, porque o ar frio possui uma capacidade menor de reter gua.

A massa de ar que se movimenta no alto da atmosfera para o norte e para o sul, afastando-se da convergncia intertropical j perdeu grande parte de sua gua, atravs da precipitao nos trpicos. Por ter-se resfriado, esse ar torna-se mais denso e comea a descer. Essa massa descendente de ar pesado cria uma alta presso atmosfrica, razo por que essas regies ao norte e ao sul do Equador so conhecidas como cintures subtropicais de alta presso.

Quando o ar desce e comea a se aquecer novamente nas latitudes subtropicais, sua capacidade de evaporar e reter gua aumenta. Quando o ar desce ao nvel do solo e se espalha para o norte e para o sul, ele retira umidade da Terra, criando zonas de clima rido centradas nas latitudes de cerca de 30 norte e sul do equador. Os grandes desertos do mundo o Arbico, Saara, Kalahari e Nambia, na frica; o Atacama, na Amrica do Sul; o Mojave, o Sonoran e Chihuahua, na Amrica do Norte; e Australiano todos recaem dentro dos cintures tropicais de alta presso.

Ventos de superfcie: a velocidade de rotao da Terra perto do Equador mais alta do que nas latitudes superiores ( os fluxos de superfcie so deslocados para oeste nos Trpicos, onde o ar se move para longe do Equador, e para leste nas latitudes intermedirias, onde o ar se move na direo do Equador. Os padres de vento resultantes, conhecidos como ventos alseos e correntes de jato, respectivamente, ajudam a distribuir o vapor de gua atravs da atmosfera.

Padres de precipitao: A chuva cai mais abundantemente no Hemisfrio Sul porque os oceanos e lagos cobrem uma proporo maior de sua superfcie (81% em comparao a 61% no Hemisfrio Norte) ( a gua se evapora mais rapidamente de superfcies expostas de gua do que de solo e da vegetao ( a capacidade de armazenamento de calor das guas do oceano reduz as flutuaes de temperatura.

Os padres globais de ventos interagem com outros fatores da paisagem para criar precipitao. As montanhas foram o ar para cima, fazendo com que ele resfrie e perca sua umidade como precipitao antes de chegar ao pico da montanha. medida que o ar desce as encostas do outro lado, ele retira a umidade e cria ambientes ridos denominados sombras de chuva.

As correntes ocenicas redistribuem o calor e a umidade: a variao nas condies marinhas causada pelos ventos que impulsionam as grandes correntes de superfcie dos oceanos e pela topografia da bacia ocenica, alm de variaes na temperatura e na salinidade da gua que influencia a densidade da gua.

A gua fria circula na direo dos trpicos ao longo das costas ocidentais dos continentes e a gua quente circula na direo das latitudes temperadas ao longo das costas orientais dos continentes.

Qualquer movimento para cima da gua no oceano chamado de ressurgncia. Quando as correntes superficiais se movem para longe uma da outra, elas tendem a puxar a gua para cima a partir das camadas inferiores. Como as guas profundas tendem a ser ricas em nutrientes, as zonas de ressurgncia so freqentemente regies de alta produtividade biolgica.

Caractersticas topogrficas e geolgicas provocam variaes locais no clima ( em reas montanhosas, os solos em encostas ngremes tm boa drenagem causando estresse de seca para a vegetao da encosta, j o solo nas terras baixas saturado por gua. Em regies ridas os crregos das terras baixas ou os leitos de rios sazonais podem sustentar florestas riprias. A temperatura do ar diminui com a altitude ( causada pela expanso do ar nas presses atmosfricas mais baixas em altitudes superiores. O clima e a rocha matriz subjacente determinam a diversificao dos solos ( O clima afeta as distribuies de plantas e animais indiretamente atravs de sua influncia no desenvolvimento do solo. Solo: camada de material alterado quimicamente e biologicamente que recobre a rocha ou outros materiais inalterados na superfcie terrestre. Ele inclui minerais derivados da rocha matriz, minerais modificados recm-formados, matria orgnica, ar, gua, razes, microorganismos e invertebrados (vermes, artrpodes). As camadas distintas do solo: horizontes.

As caractersticas do solo determinam sua capacidade para reter gua e para tornar disponveis os minerais necessrios para o crescimento das plantas.

Cinco fatores determinam as caractersticas dos solos: clima, material parental (rocha subjacente), vegetao, topografia local e idade. Os horizontes do solo revelam uma diminuio na influncia dos fatores climticos e biticos com o aumento da profundidade.

Os solos existem em um estado dinmico, modificando-se medida que se desenvolvem sobre rochas recentemente expostas. E mesmo depois que atingem propriedades estveis, permanecem num fluxo constante.

Em ambientes com pouca chuva, a rocha matriz se decompe vagarosamente e a produo vegetal acrescenta poucos detritos orgnicos ao solo: regies ridas ( solo raso; trpicos midos ( alteraes qumicas podem se estender a profundidades de at 100m; zonas temperadas ( profundidades intermedirias, mdia de 1 m.

Intemperismo: a alterao fsica e qumica do material rochoso prximo superfcie da Terra.

Alteraes qumicas iniciais da rocha ocorrem quando a gua dissolve alguns de seus minerais mais solveis (cloreto de sdio e sulfato de clcio).

O intemperismo mais severo sob condies tropicais de alta temperatura e precipitao.

Sob condies amenas e temperadas de temperatura e precipitao, os gros de areia e partculas de argila resistem ao intemperismo e formam componentes estveis do solo. Em solos cidos, no entanto, as partculas de argila que retm nutrientes no solo se decompem e seus ons solveis so transportados para baixo e depositados em horizontes inferiores ( podzolizao: reduz a fertilidade das camadas superiores do solo.

A formao do solo enfatiza o papel do ambiente fsico, particularmente o clima, a geologia e as formas de relevo na criao da variedade de ambientes para a vida que existe na superfcie terrestre.

PRINCIPAIS BIOMAS GLOBAIS

FLORESTAS TROPICAIS PLUVIAIS (Rain Forest)

Biogeografia: ocorrem a 10 ou mais ao norte e ao sul do equador (baixas latitudes) e em latitudes mdias ( nos grandes continentes a leste. Amrica Central e do Sul, frica central e oriental, sudeste asitico, leste indiano e nordeste australiano, alm de ilhas ocenicas nestas latitudes. Exs.: Bacia Amaznica, Bacia do Congo, Malsia, Indochina, leste do Brasil, Ilha de Madagascar. Ocupam 7% da rea da superfcie da Terra. Clima: Temperatura e pluviosidade constantes e elevadas. Precipitao excede os 200 cm e T mdia de 25C. Solo: antigos e intemperizados. Pobres em argila e hmus: cor avermelhada dos xidos de ferro e alumnio e com pouca capacidade para reter nutrientes. Sujeitos lixiviao ( cidos e pobres ( compensado pela capacidade tima das plantas em captar os nutrientes: Rpida reciclagem de nutrientes Razes superficiais e areas e grande biomassa

Simbiose razes e fungos

Decomposio rpida ( na seca em torno de 216 dias (7 meses) perde metade do seu peso seco e na chuva, em 32 dias. Atividades biolgicas: cupins e razes finas. Falta de fsforo no solo. gua da chuva: lavagem das copas ( fsforo, magnsio...

Vegetao: densa e estratificada (muitos estratos) e alta diversidade. Dossel contnuo de rvores de 25 a 40 m de altura, com rvores emergentes ocasionais que se elevam acima de 50m, essas esto mais expostas e enfrentam uma falta de gua sazonal, assim so freqentemente decduas. Vegetao higrfila: adaptada a alta pluviosidade ( folhas de limbo amplo, membranosas, afuniladas e perenefolias (perenes = sempre verdes).

Flora: orqudeas, epfitas e bromeliceas, trepadeiras (lianas), samambaias e palmeiras.

Fauna: grande diversidade ( 20.000 insetos foram encontrados em uma rea de 15km2 no Panam. A maior parte habita as camadas superiores da vegetao.

Consideraes ecolgicas:

100 vezes mais espcies animais que vegetais;

5000 vezes mais biomassa vegetal que animal (Kreicher, 1989).

Tendncia especializao: muitas plantas so impalatveis, para escapar da herbivoria; coevoluo entre plantas e animais (herbivoria, polinizao, disperso de sementes).

rvores de diferentes tamanhos, justapostas e sobrepostas ( pouca luz solar atinge o solo.

Caules recobertos por musgos e liquens devido umidade.

Estrato herbceo no muito denso.

Serrapilheira (ou liteira: litter) com fungos e bactrias.

25% da umidade da regio proveniente da evapotranspirao da floresta.

Alta diversidade: mais da metade de todas as espcies.

Recursos so abundantes porm de difcil obteno ( principalmente no dossel ( dificuldade de obteno para grupos no-arborcolas: grupos humanos.

Significncia ecolgica:

Influncia sobre o clima;

Balano de carbono e de poluentes atmosfricos;

Biodiversidade: fontes de alimentos, de fibras, produtos medicinas e industriais (recursos naturais).

FLORESTAS TEMPERADAS DECDUAS (Floresta de folhas caducas da regio Temperada)

Biogeografia: quase ausentes no hemisfrio sul, porm so representadas em todas as grandes massas terrestres do norte. Ocorrem entre 30 N e 45 N na Amrica do Norte e entre 40N e 60 N na Europa, que aquecida pela corrente do Golfo ( Centro-leste dos EUA, sudeste do Canad, praticamente toda a Europa, leste da China e Japo, regio sudeste da Austrlia. Clima: Embora o clima do bioma varie consideravelmente de norte a sul e de leste a oeste, ele geralmente moderado, com veres frios a quentes, com um perodo definido de inverno, caracterizado pela neve e congelamento no norte e pelo frio nas pores mais ao sul. A estao livre de gelo denominada estao de crescimento, e sua durao varia de 130 dias nas latitudes mais altas a 180 dias nas latitudes mais baixas. Precipitao mdia anual de 80 a 150 cm e T mdia anual entre 5 a 20C em baixas altitudes. Estaes bem definidas; Inverno frio e seco; Vero quente e mido Fotoperodo ( inverno: dia curto; vero: dia longo. Solo: Os solos so podzolizados, ligeiramente cidos e moderadamente lixiviados, so de cor marrom devido ao hmus orgnico. Usualmente pobres, sendo facilmente esgotados de nutrientes depois que as florestas so derrubadas. As temperaturas mais quentes do vero resultam em uma decomposio mais rpida e o solo mais rico em nutrientes do que nos biomas de floresta boreal e rtico.

Vegetao: principal caracterstica a caducifolia obrigatria (queda das folhas) ( economia de energia ( perodo de pouca produo ( pouca luz.

Primavera: brotamento para produo e sntese de energia.

Vero: vegetao verde; folhagem exposta e exuberante. Produo tima.

Outono: a cor das folhas muda ( degradao da clorofila ( caducifolia (absciso foliar).

Inverno: plantas desprovidas de folhagem, brotos e gemas ficam protegidos por brcteas. Vegetao arbustiva e rasteira tende a diminuir a parte area.

*A caducifolia, fisiologicamente, pode estar associada perda de gua durante gde parte do inverno (congelamento) ou s baixas temperaturas, pode ocorrer calose na seiva elaborada, ou seja, ela se solidifica e no deixa os nutrientes passar para a folha.

Devido grande variao de temperatura, alta sazonalidade, as plantas que ocorrem ali so adaptadas e conseguem suportar essa variao ( assim temos um maior nmero de caractersticas semelhantes entre as espcies ( menor biodiversidade.

A Valncia ecolgica e os limites de tolerncia so maiores (mais amplos) para umidade e temperatura, enquanto que nas florestas tropicais maior para herbivoria e outras relaes ecolgicas (maior biodiversidade).

Anemocoria e anemofilia (disperso pelo vento) so mais comuns, em funo da menor diversidade de animais.

A vegetao inclui freqentemente uma camada de rvores menores e arbustos abaixo das rvores dominantes, assim como plantas herbceas no solo da floresta, muitas das quais completam seu crescimento e florescem no incio da primavera, antes que as rvores estejam completamente cobertas de folhas.

O estrato arbreo menos denso, sem lianas e trepadeiras e as rvores mais espaadas.

Flora: bordo, faia, carvalho, algodo, olmo, salgueiro, sempre-verdes como pinheiros, cicutas e cedros. Abundncia de ervas e arbustos.

Fauna: Substitudos pelos humanos e restritos a pores do bioma, so encontrados grandes mamferos: urso negro, alce americano, leo da montanha, lobo. Outros incluem cervos, raposas brancas e vermelhas, os opossum (nico marsupial norte-americano), os raccoons, ratos, esquilos e os tmias.

Consideraes ecolgicas:

o bioma mais afetado pela habitao humana, porque possui a maior parte das populaes humanas pelo clima mais favorvel.

No bioma: agricultura intensiva e economia industrializada.

FLORESTAS DE CONFERAS (Floresta Boreal/Taiga)

Biogeografia: Entre 45 N e 57 N (Altas latitudes) As grandes florestas do Norte.

Norte do Canad, pouco do Alasca, pouco do norte dos EUA, norte da Europa, norte da sia (grande parte da Sibria).

Clima:

Grandes variaes de fotoperodo e de temperatura.

De frio a gelado, com invernos longos e veres curtos;

T mdia mensal varia de 10C no inverno a 15C no vero;

Variao de T pode chegar a 100C (de 70C no inverno a 30C no vero).

T mdia anual abaixo de 5C.

Estaes de crescimento no chegam a 100 dias.

Precipitao entre 400 e 1000 mm/ano, mdia anual cerca de 600 mm.

Baixa evaporao ( solos midos durante a maior parte da estao de crescimento.Solos:

Solos pobres e cidos, porm mais ricos que na tundra. Os nutrientes so carregados pelas guas (chuva ou neve e no ocorre uma movimentao compensatria de evaporao) ( distantes das razes; Serrapilheira de acculas produz altos nveis de cidos orgnicos ( solos cidos. Baixa taxa de decomposio; camada profunda de serrapilheira. O solo congela-se em at 85 cm de espessura; No h penetrao de gua; O congelamento mais acentuado no solo sob as florestas, pois no h neve para proteo (isolante trmico).Vegetao:

Bosques densos de 10-20 m de altura, com rvores aciculares perenes;

Conferas (ordem de Gimnosperma: Coniferales);

Folhas aciculares ( limbo reduzido (no-latifoliadas), escleromorfa (dura) e altamente resistente decomposio ( suporta grandes variaes. Folhas muito resistentes: rea de transpirao reduzida, com cera para no reter a neve e sempre pronta para produzir ( sempre verde. No ocorre caducifolia ( rvores tm pouco tempo para produzir e armazenar (menos de 5 meses), para depois ficarem sem folhas (7 meses); Outra adaptao: resina nos canais: canais resinferos ( para a seiva no congelar. Problema: altamente inflamvel; no Canad existem torres de vigilncia com voluntrios.Flora:

Pinus sp.; Larix sp.; Abies sp.; Pseudotsuga menziesii (abeto); Sequoia sempervirens, spruces (Bazzabia sp.), cicutas.

Fauna:

Alces americanos, ursos, lobos, marta (Mustelidae), linces, lebres, toupeiras, morcegos, aves. Anfbios ainda so encontrados ao sul, porm rpteis so raros.

Consideraes ecolgicas:

Diversidade de espcies muito baixa.

Grupos humanos que residem em Florestas Boreais, como os pescadores rticos, no podem utilizar agricultura e precisam lidar com mudanas sazonais marcantes.

Normalmente so caadores-coletores ou vivem do pastoralismo: renas.

H gde acmulo de neve o que dificulta a locomoo: atualmente carros de neve.

Recursos mais ricos do que no bioma rtico.

Ecossistemas nesse bioma tendem a ser fragmentados: rios, lagos, reas de liquens, florestas.

TUNDRAS

TUNDRA RTICA (plancie pantanosa):

Biogeografia:

Acima de 60 N;

Cerca de 20% da Amrica do Norte;

Grande parte do Canad, da Groelndia e do Alasca, extremo norte da Europa e sia.

Clima:

T mdia baixa, no vero T mdia superior a 0C ( menos de 3 meses; T mdia mxima: 4C; T mdia anual: -12C.

8 meses do ano, T abaixo de 0C.

Fotoperodo: Vero ( sempre sol Inverno ( sempre escuro.

Precipitao tb baixa: mdia anual 208 mm.

Solo:

Permanentemente congelado: permafrost ( a uma profundidade de alguns cms at muitos metros. Exs.: Alasca: 500-600 m; Alto rtico: 400-650 m; O permafrost pode ser mais seco: solos mais porosos (granulosos) ou mais cheio de gelo: em solos pouco porosos. A linha do permafrost o principal limite de crescimento para as razes. Camada superior do solo, muito poroso e distinto ( congelamentos e drenagens. Solos cidos e pobres em nutrientes; Taxa muito baixa de decomposio; Nas reas baixas onde a drenagem impedida pelo permafrost ( solos saturados com gua na estao de crescimento.Vegetao:

Ausncia de rvores;

Predominncia de plantas ans (5-20 cm de altura): arbustos lenhosos, que se desenvolvem prximo ao solo para obter proteo sob o cobertor de neve e gelo, e gramneas.

Capacidade de germinar, florescer, frutificar, crescer, dispersar ( em menos de 3 meses. Plantas extremamente especializadas. Relao entre biomassa vegetativa e reprodutiva baixa, ou seja, o tamanho da parte vegetativa (folhas) pequeno em relao ao tamanho da parte reprodutiva (flor). Fenofases sincronizadas ( espcies florescem, frutificam na mesma poca. Liquens, musgos, fanergamas que respondem a 2 processos reprodutivos:1. Plantas anuais: ciclo reprodutivo na estao de crescimento e no inverno fica como semente dormente sob a neve.

2. Plantas perenes: sobrevivem no inverno atravs de uma parte subterrnea, pode ser um rizoma, e na primavera essa estrutura emite a parte area.

Flora:

Gramneas e herbceas; liquens e musgos.

Uma espcie caracterstica do rtico a reinder moss, um lquen.

Fauna:

Principais animais herbvoros: Caribu (ou rena), alguns roedores e os lemmings.

Carnvoros: raposa do rtico, os lobos e a coruja-das-neves.

Aves migratrias: plovers Charadrius sp.; horned larks Alaudidae (semelhantes a cotovias).

Rpteis e anfbios raros e poucos insetos, entretanto moscas e mosquitos abundantes no vero.

Consideraes ecolgicas: Base pobre de recursos para uso humano.

Caa e pesca so as principais atividades de subsistncia: os inuit (esquims).

Explorao por pases industrializados de petrleo.

TUNDRA ALPINA:

reas de montanhas altas (mesmo nos trpicos);

Amplamente nas montanhas rochosas da Amrica do Norte e plat tibetano (sia central);

Estaes de crescimento mais quentes e mais longas, precipitao mais alta, invernos menos severos, maior produtividade, solos melhor drenados e diversidade de espcies maior do que na tundra rtica.

Ausncia do permafrost;

rvores pequenas e gramneas mais comuns; liquens menos abundantes.

Alces, veados e ovelhas, cabras da montanha, pikas (Ochotona sp.)- pequenos roedores e marmotas.

Pessoas que habitam em grandes altitudes: estresse de frio, hipxia, altos nveis de radiao ultravioleta e poeira.

Problemas de recursos: baixo crescimento de plantas, eroso do solo, aridez e isolamento fsico.

Pastoralismo: lhamas, alpacas, ovelhas nos Andes; yaks no Himalaia.

Zonao vertical: mudanas abruptas.

CAMPOS

Biogeografia: Ocupam uma poro significativa da superfcie terrestre. Basicamente dois tipos: campos temperados e tropicais:

Pradarias de gramneas baixas no oeste americano;

Pradarias de gramneas altas ao leste dos EUA;

Estepes da Europa e sia;

Llanos/ pampas da Amrica do Sul;

veldt/ savanas do leste da frica.

Austrlia, EUA, parte do Canad, sia, poro sul da frica, sul da Amrica do Sul.

Clima:

Mais seco que as florestas decduas e boreais, e mais mido que os desertos;

Variao sazonal caracterizada por um perodo mido e outro mais seco (com variaes dependendo da localidade).

A maior parte da precipitao: final da primavera, vero e incio do outono;

Precipitao entre 350 e 450 mm/ano.

Ts baixas no inverno (geralmente menores que 0C) e altas no vero;

Estao de crescimento aumenta do norte para o sul de cerca de 120 para 300 dias.

Estao seca dura de 2,5 a 7,5 meses.

Solos:

So os solos mais ricos de todos os biomas. Baixa acidez, baixa lixiviao ( ricos em nutrientes; Decomposio rpida; Alta taxa de evaporao ( traz os nutrientes para prximo da superfcie. Entretanto algumas savanas associadas a solos empobrecidos.Vegetao:

Predomnio de gramneas baixas ou altas: mais de 2m nas partes mais midas e menos de 0,2 nas regies mais ridas;

Arbustivas e rvores, particularmente em vales de rios;

rvores no cobrem mais que 30% do ambiente: pequenas e espaadas. Fogo: influncia dominante nos campos, na poca seca ( a maioria das espcies tem caules resistentes ao fogo, e parte subterrnea resistente ao fogo (caule, rizomas e sementes). Herbceas com sistema radicular denso e no profundo. Em savanas rvores com sistema radicular profundo.Flora:

Principalmente gramneas.

Fauna:

Pequenos e mdios mamferos (se abrigam em tocas): ces da pradaria, coelhos e toupeiras.

Herbvoros maiores: bises, antlopes e o alce na Amrica do Norte; yak e o antlope na sia, o antlope e a gazela na frica; tamandu, tatus e a capivara na Amrica do Sul.

Grandes carnvoros: coiote, lobo e os pumas na Am. do Norte, leopardos e lees na frica.

A ausncia de estratificao vertical ( menos espcies de aves. Gavies e outros. Insetos so limitados, mas gafanhotos em gde nmero ( pragas.Consideraes ecolgicas:

Evoluo humana ( provavelmente ocorreu em tais ambientes. Campos eram os biomas mais comuns dos primeiros homindeos. Consideraes cruciais so a durao da estao seca e a quantidade de chuva: nos locais onde a chuva suficiente ( criao de gado e agricultura. Qdo no : pessoas semi-nmades.

Campos temperados: principais gros so plantados (trigo, arroz, aveia).

DESERTOS

Biogeografia: Ocupam cerca de 1/3 da superfcie terrestre.

Encontrados em todos os continentes.

Grandes desertos nas latitudes 30 N e S.

Desertos frios: deserto da Grande Bacia norte-americana e as pores ao norte do deserto de Gobi.

Desertos quentes: Saara, Negev e o deserto arbico do Oriente Mdio, deserto da Austrlia e os de Mojave e Sonora, na Am. do norte.

Clima:

rido ( precipitao menor que 25 cm (250 mm)/ano (inverno); Saara ( menor que 15 cm (150 mm)/ano Ts do ar e do solo (superfcie) ( diferenas substanciais.

T ar: 15C noite e 40C ao meio-dia.

T superfcie: 0C noite e 65C ao meio-dia.

Solo:

Arenosos e secos; Embora a decomposio seja rpida, h pouca matria orgnica. Como a vegetao esparsa, os nutrientes da decomposio so levados com o vento. Ainda assim so relativamente ricos, embora s vezes repletos de sal.Vegetao:

Arbustos e rvores dispersos;

Adaptaes: reduo do tamanho foliar e queda das folhas ( reduz a perda de gua por evaporao.

Sistema de razes prximo superfcie ( acesso gua das chuvas. Ciclos de vida das plantas anuais variveis ( se acomodam ao perodo mido curto. Armazenamento de gua por plantas como cactos. Algas e liquens ( secam e reduzem sua atividade ( recuperao rpida qdo a gua disponvel.Flora:

Arbustivas, poucas rvores.

Cactceas.

Fauna:

Enfrentam estresse de T e aridez ( adaptaes: Proteo contra a desidratao: atravs de um tegumento impermevel ( cobras, lagartos e tartarugas; excreo de cido rico, com pouca gua ao invs de uria; reduo da necessidade de ingesto de gua atravs da maximizao do aproveitamento da gua produzida no metabolismo (ex.: camelos podem perder cerca de 27% de gua sem danos). Maioria dos mamferos noturna ( tocas durante o dia; alguns grandes animais ( plos espessos que isolam o corpo do calor do sol. Aves mais tolerantes: mais ativas no incio e final do dia. Insetos noturnos.Consideraes ecolgicas: A escassez de gua constitui o maior fator limitante para as populaes biolgicas: comunidades tendem a ser pequenas, tanto na densidade quanto na diversidade.

Adaptao humana se baseia na capacidade de localizar e utilizar a gua: aprendizado dos locais de fontes ou guas naturais de superfcie, locais onde a gua subterrnea pode ser obtida; construo de aquedutos ou tubulaes que levam a gua para outras reas.

Figura copiada de Ricklefs (2003)

Figura copiada de Ricklefs (2003)

OS GRANDES DOMNIOS PAISAGSTICOS BRASILEIROS

O Brasil tem uma rea de 8,5 milhes km, ocupando quase a metade da Amrica do Sul. Essa rea possui vrias zonas climticas que incluem o trpico mido no norte, o semi-rido no nordeste e reas temperadas no sul. As diferenas climticas contribuem para as diferenas ecolgicas, formando zonas biogeogrficas distintas chamadas biomas. O Brasil possui a maior floresta tropical mida (Floresta Amaznica) e a maior plancie inundvel (o Pantanal) do mundo, alm do Cerrado (savanas e bosques), da Caatinga (florestas semi-ridas) e da Mata Atlntica (floresta tropical pluvial). Alm de uma costa marinha de 3,5 milhes km com uma variedade de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, esturios e pntanos. O Brasil o pas que apresenta a maior biodiversidade do mundo, e rene, juntamente com outros 17 pases, 70% das espcies animais e vegetais do planeta. Apresenta o maior nmero de espcies em plantas superiores, peixes de gua doce e mamferos, o segundo em anfbios, o terceiro em aves e o quinto em rpteis. (Relatrio da Conservation International 1997).

Os estudos sobre as potencialidades paisagsticas regionais brasileiras tiveram maior avano a partir de 1940, e, sobretudo a partir da dcada de 1950. Antes disso, existiam apenas avaliaes simplistas e genricas dos domnios de natureza do Brasil, ou dos biomas brasileiros.

Domnio morfoclimtico e fitogeogrfico ( um conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial (de centenas de milhares a milhes de quilmetros quadrados de rea), onde haja um esquema coerente de feies de relevo, tipos de solos, formas de vegetao e condies climticos-hidrolgicas.

Tais domnios espaciais, de feies paisagsticas e ecolgicas integradas, ocorrem em uma espcie de rea principal, formando um complexo relativamente homogneo e extensivo (paisagem contnua) ( rea core ou rea nuclear.

Entre o corpo espacial nuclear de um domnio paisagstico e ecolgico e as reas nucleares de outros domnios vizinhos totalmente diversos existe sempre um interespao de transio e de contato, que afeta os componentes da vegetao, os tipos de solo, e sua forma de distribuio.

As faixas de transio e contato apresentam uma combinao diferente de vegetao, solos e forma de relevo ( representam uma combinao sub-regional de distinta de fatos ecolgicos, que podem se repetir ou no em reas vizinhas e que, na maioria das vezes, no se repetem em quadrantes mais distantes.

Em alguns casos raros de reas de transio, as combinaes ecolgicas so multiplicadas e comportam contatos e mosaico e subtransies locais, com uma paisagem central, mais ou menos individualizada.

Dessa forma, alm de representaes de elementos morfoclimticos e fitogeogrficos aparentados com fatos de A, B e C, so detectados subncleos paisagsticos e faixas de vegetao concentrada, muito diferentes das paisagens e ecologia predominantes em A, B ou C. Como nesses casos, as faixas de transio possuem maior instabilidade (variao) nas condies ecolgicas, algumas espcies, principalmente da flora, domina essa regio. Ex.: cocais, mata de cip, matas secas.

Relictos ( qualquer espcie vegetal encontrada em uma localidade especfica e circundada por vrios trechos de outro ecossistema.

Enclaves (ou encraves) ( manchas de ecossistema tpicos de outras provncias, encravadas no interior de um domnio de natureza totalmente diferente ( refletem a dinmica das mudanas climticas e paleoecolgicas do perodo quaternrio (2 m.a.a. perodo das glaciaes).

Teoria dos refgios ( perodos de seca alternados : expanso e retrao de domnios e florestais.

So reconhecidos seis grandes domnios paisagsticos e macroecolgicos no Brasil (rea total de 8,5 milhes de quilmetros quadrados):

Quatro ( intertropicais ( sete milhes de quilmetros quadrados.

Dois ( subtropicais ( 500 mil de quilmetros quadrados

Faixas de transio ( aproximadamente 1 milho de quilmetros quadrados.

reas-core:

1. Terras baixas florestadas da Amaznia;

2. chapades centrais recobertos por cerrados, cerrades e campestres;

3. depresses interplanlticas semi-ridas do nordeste;

4. mares de morros florestados;

5. planaltos de araucrias;

6. pradarias subtropicais (campos sulinos).

FLORESTA EQUATORIAL: FLORESTA AMAZNICA

Floresta equatorial: floresta de baixa latitude, localizada prxima linha do Equador.

Biogeografia: ocupa 5,5 milhes de km2 dos quais 60% (aproximadamente 3,3 milhes de km2) esto em territrio brasileiro; o restante se reparte entre as duas Guianas, Suriname, Venezuela, Colmbia, Equador, Peru e Bolvia. a maior formao vegetal brasileira, ocupando quase 40% do territrio nacional.

Estados: Amazonas, Par, Amap, Acre, Roraima, Rondnia, norte de Mato Grosso e noroeste de Maranho e parte do Tocantins.

Topografia: domnio de terras baixas florestadas, entre os planaltos do central brasileiro e das Guianas e as terras andinas. Fora das terras baixas ocorrem encostas florestadas dos blocos montanhosos da Serra dos Carajs.

Clima: temperatura mdia e umidade relativa elevadas e pouco variveis. Apesar disso, h alguma variao sazonal, principalmente em relao precipitao:

Sul da Amaznia ( chove mais no vero austral: de janeiro a maro

Norte ( chove mais no vero boreal: de maio a julho. Na rea nuclear do domnio fitogeogrfico da Amaznia ( Ts mdias de 24 a 27C e a precipitao mdia varia de 1600 mm a 3600 mm, em um espao de 4,2 milhes de km2. Destacam-se trs ncleos de alta pluviosidade:

Na fachada atlntica: entre o nordeste do Par, golfo Marajoara e o Amap ( 2000 a 3500 mm;

Norte do MT, entre a fronteira sudoeste do Par e sudeste do Amazonas e extremo nordeste de Rondnia ( 2500 a 2800 mm; Faixa oeste-noroeste do Amazonas ( 2500 a 3600. T mdia ( 25C; nos meses mais secos as ts podem chegar de 40 a 42C. Bacia hidrogrfica: Possui mais de 6 milhes de km2 , onde circulam 20% de toda a gua doce do mundo.

Depende de um regime hidrolgico predominante pluvial;

Rio Amazonas nasce nos Andes a mais de 4 mil m de altitude; com 20 mil km de cursos navegveis, comprimento total de 6.850 km e profundidades entre 30 e 120 m. o maior rio do mundo, o rio que forma o Amazonas o rio Ucayali. Quando desgua no mar, empurra as guas do oceano.

Diferentes cursos dgua: Furo (canal fluvial) da ona, Paran dos ramos, baa das bocas, canal perigoso... ( o povo amaznico reconhece tipos de rios pela cor das guas, pela largura, volume, pelo sentido, continuidade e duplicidade da correnteza. Esses nomes tm carter cientfico, ex.: Rio Branco ( gde carga de sedimentos finos (argila e silte) e arrasta areia na coluna dgua. Igaraps: cursos de gua que cortam vrzeas florestadas. So autctones, ou seja, nascem e correm dentro de um espao homogeneamente florestado e possuem baixa incidncia de luminosidade. Solo: pobre, cido e arenoso, com alto grau de lixiviao. Fertilidade devido rpida ciclagem de nutrientes: a camada de serrapilheira, com alta umidade e temperatura, compem uma ambiente timo para fungos e bactrias decompositoras, tornando a decomposio da matria orgnica rpida e ao alcance das razes. Algumas partes do solo da Amaznia so um pouco mais frteis, entretanto com pouca profundidade (no mais que 30 cm). Vegetao: predomina Floresta Tropical Pluvial, mas a vegetao sofre variaes em relao proximidade dos rios e tipos de solo:

Mata de terra firme: regies mais elevadas, que no sofre a ao direta dos rios. Possu uma vegetao densa e alta.

Mata de vrzea: mata inundada periodicamente. Espcies vegetais tm que suportar a inundao temporria. Menor nmero de espcies que na mata de terra firme.

Mata de igap: mata menos densa, inundada permanentemente. Espcies vegetais possuem lenticelas, aberturas no caule para a entrada de gases.

Campinarana: vegetao em areal formada nas margens dos rios e inundada esporadicamente.

Flora: A flora fanerogmica amaznica de cerca de 21.000 sps.

Bertholletia excelsa: castanheira-do-Par, chega a 50-60 m de altura, fruto picsdio.

Theobroma cacau: cacau, s vive na sombra de outra rvore.

T. grandiflorum: cupuau.

Euterpe oleracea: aa; o meristema apical um tipo de palmito.

Paullinia cupana: guaran

Hevea brasiliensis: seringueira; de terra firme.

Ceiba pentandra: sumama; mata de vrzea, presena de saponemas (razes tabulares)

Victoria amaznica: vitria-rgia; de igaps

Fauna: o Brasil abriga cerca de 13% das espcies de fauna do mundo, e a maior parte delas est na Amaznia.

Estima-se que somente 10% das espcies seja conhecida.

Invertebrados constituem mais de 95% dos animais ( 3.000 sps. de abelhas; 1.800 borboletas; 3.000 de formigas e 500 de aracndeos. Em uma nica rvore da Amaznia foram encontradas 95 sps. de formigas. Mais de 2.000 espcies de peixes descritas; a mdia de descobertas de uma nova espcie de peixe de gua doce por semana.

Pirarucu: maior peixe de gua doce do mundo (2,86 metros e 189 quilos), vem superfcie a cada 25 min. para respirar, j que em rios, como o Solimes, falta oxignio e h muito metano resultante da decomposio da matria orgnica. uma espcie ameaada, e sua pesca proibida com exceo 2 RDS, entre elas Mamirau.

Em RDS, s podem ser pescados peixes adultos com mais de 1,50 m. Outros peixes de interesse: pacu, piranha, sulamba. Pescam principalmente com arpo e rede.

Na RDS Mamirau em 2006, pescaram 138 pirarucus ( 20 mil / 10 famlias, em 2007 o n subiu para 366. H 80 contadores treinados e monitorados por 42 agentes ambientais p/ 11.240 km2: 44.367 adultos em 2004; 103.004 em 2005; 117.555 em 2006 e 72.733 em 2007. Aes: em lagos que esto diminuindo o n, baixar a cota de 30% para 15% dos adultos e a punio para as comunidades que no seguem as regras a suspenso no podendo vender o peixe legalmente por 1 ou 2 anos. 250 sps. de anfbios.

600 de rpteis, 62% endmicas: 110 lagartos, 300 cobras, 20 tartarugas e 5 jacars.

1.200 espcies de aves ( 283 de distribuio restrita, 32 endmicas e 26 ameaadas.

311 de mamferos; dessas 44 em categorias de ameaa: 70 de macacos, 122 de morcegos, 57 roedores, 18 carnvoros e 19 marsupiais.

Foram descritas 70 espcies novas nos ltimos seis anos: vespas, aranhas, peixes, macacos, cobras e plantas.

At 70% das coletas ( entornos de Manaus e Belm (Inpa, Museu Goeldi...). N de espcies conhecidas no Brasil: entre 168 e 212 mil. Estima-se um total entre 1,4 e 2,4 milhes ( com base no ritmo atual de 700 espcies novas descritas/ano, sero necessrios 1.200 anos para se conhecer a biodiversidade brasileira.Quantas espcies existem na regio?

Como elas esto distribudas?

Qual o papel de cada uma na natureza?

Consideraes ecolgicas:

Ventos carregados de umidade do Oceano Atlntico, entram pela costa do Par, ao passar por cima da Amaznia, os vapores ocenico e da floresta se misturam, formando uma gigantesca carga de ar mido. Metade aproximadamente cai na forma de chuva, e a outra segue, ao encontrar os Andes, a corrente se volta para o sul, em direo Bacia do Prata.

O Brasil lana por ano na atm ( 1,5 bilho de toneladas de CO2 (cerca de 75% tem origem no desmatamento); a Amaznia pode retirar por ano da atm, entre 1 e 2 bilhes; estima-se que haja 366 bilhes de toneladas de CO2 estocados na sua vegetao. Emisso de 22 mil toneladas de CO2 /km2 desmatado e queimado. Em 3 anos de desmatamento foram emitidas as mesmas concentraes que a cidade de SP emite em 80 anos (1,3 bilho de toneladas). Conservao:

Cerca de 17% da Amaznia j foram desmatados ( 700 mil km2 de floresta destrudos em 50 anos. Estima-se que apenas 43% do bioma permanece intacto. 58 espcies da fauna Amaznica esto ameaadas (cerca de 9% do total) ( muitas outras esto ameaadas ou j foram extintas. Mato Grosso e Par so os estados que mais desmatam, Rondnia, Maranho e Tocantins quase no tm mais floresta fora de UC.

At 40% da Amaznia poder desaparecer at 2050.

Mais de 70% do desmatamento para a criao de pastos.

17 das 21 fitofisionomias tm menos de 10% de sua rea resguardados por Ucs de proteo integral ( 30 Ucs federais. ( somente 2% da rea. Apenas 6 tem alto grau de proteo e nenhuma tem grau mximo em termos de implantao. 1/3 das florestas tropicais remanescentes esto no Brasil.FLORESTA OMBRFILA: MATA ATLNTICA/DOMNIO TROPICAL ATLNTICO

Mapa de vegetao do Brasil do domnio Mata Atlntica (IBGE, 1988):

Floresta Ombrfila Densa;

F. O. Mista;

F. O. Aberta;

F. Estacional Semi-decidual;

F. E. Decidual;

Manguezais;

Restingas;

Campos de altitude;

Brejos interioranos;

Encraves florestais do nordeste.

Biogeografia: Matas tropicais de posio azonal marcante. Contnuo florestal original (incio da colnia portuguesa) de largura entre 40 e 50 km para o interior e no interior de Minas e Fluminense, vai de 500 a 600 km adentro: desde o sudeste do Rio Grande do Norte at o sudeste de Santa Catarina; alm de dois enclaves de floresta: um na serra gacha e outro na regio do Iguau (extremo oeste do planalto paranaense). Nesses dois ltimos casos, so florestas associadas solos ricos e alta taxa de umidade proveniente da massa de ar polar atlntica Originalmente cobria entre 1 e 1,5 milho de km2 (aproximadamente 18% do territrio brasileiro). Fazem transies ou contatos com todos os grandes domnios Brasil atlntico: com caatingas, cerrados, cerrades, planaltos de araucrias e campos.

Topografia: Sub-reas topogrficas muito diferenciadas entre si, desde os tabuleiros da Zona da Mata nordestina Costa do Descobrimento at as escarpas tropicais das Serras do Mar e da Mantiqueira, e mares de morros florestados no sudeste.

No interior do estado de SP, ocorrem nos planaltos interioranos, com fortes irregularidades na depresso perifrica central, onde ocorre um mosaico de cerrados, matas em faixas de calcreos e terras roxas. Ainda minirreductos de cactceas bromlias: Serra do Jardim em Valinhos-Vinhedo, altos da Serra do Japi, Serra de So Francisco, em Rio Claro, cuestas interiores de SP.

Clima: ventos do oceano ( umidade ( serras ( condensam e chove (geralmente chuva fina ou serrao) ( UMIDADE CONSTANTE. Faixa leste da Zona da Mata precipitao anual entre 1800 a 2200 mm;

Nos agrestes entre 850 a 1000 mm/ano;

Mata seca: 1100 a 1500 mm/ano.

Nas bordas do planalto paulista: stios de mais elevada precipitao mdia de todo o pas, na Serra de Itapanha, ao fundo do canal de Bertioga ( 4500 mm/ano. Paleoclimatologia e paleoecologia: Teoria dos Redutos Florestais (AbSber) e Teoria dos Refgios de Fauna (Haffer e Vanzolini).

Histria vegetacional das matas atlnticas: entre o Pleistoceno e o Holoceno (Quaternrio) cerca de 1 a 2 m.a.a., durante a ltima glaciao ( enormes geleiras nos plos e em cordilheiras e montanhas: nvel do mar abaixou at cem metros do seu nvel atual; Ts mdias abaixaram de 3 a 4C ( clima mais frio e seco em regies subtropicais e temperadas.

Deslocamentos das correntes martimas frias ao longo da face leste dos continentes, sujeitos at ento apenas aos efeitos de correntes quentes, propiciadoras de umidade. Projeo de correntes frias ( norte (altura da Bahia) ( contriburam para barrar a entrada de umidade do mar ( expanso dos climas semi-ridos sobretudo no interior de depresses interplanlticas e vales intermontanos (at 23.000 anos e 12.700 anos antes do presente).

Recuo e fragmentao dos espaos anteriormente florestados (redutos) ( refgio para as espcies da fauna estritamente florestais: densificao em espaos restritos ( surgimento de subespcies e espcies ( clima mais quente e mido ( no coalescncia integral e homognea dos redutos e refgios em expanso ( necessidade de conservao todas as reas remanescentes.

Solo: devido intensa precipitao em um relevo acidentado ( camada superficial do solo levada para a plancie litornea ( solo DELGADO E ROCHOSO. Rochas cristalinas. Nas florestas da regio sul fora do contnuo solos ricos (sobre basalto e terras roxas). Vegetao:

Floresta Ombrfila Densa: floresta na escarpa do mar. Flora: Tibouchina mutabilis manac-da-serra (quaresmeira- Melastomataceae).

Euterpe edulis palmito: ameaado de extino.

Bromlias;

Samambaiau Cyathea sp.; Alsophila sp.;

Cedrela fissilis cedro;

Ficus enormis figueira; mata-pau.

Floresta Ombrfila Semidecdua: Matas interioranas, mais distantes do mar; perdem parcialmente as folhas; ocorrem no interior de SP, PR, MG, SC, BA. Flora: Cariniana estrellensis jequitib

Aspidosperma polyneurum peroba-rosa;

Chorisia speciosa paineira

Mares de morros: pes-de-acar, penedos e pontes rochosos, inseridos na linha da costa ( rupestrebiomas: minirredutos ou refgios de cactos e bromlias.

Manguezais: ecossistemas mais presentes e homogneos da costa atlntica tropical brasileira. So helobiomas salinos, em plainos, visitados duas vezes por dia pelas guas de mars.

Restingas: Ocorrem maiores variaes de ecossistemas. Campos de dunas com vegetao arbustiva fixadora at matas de restinga.

Cabo frio/Maca: plancie de restingas ocupada por caatingas espinhentas (redutos).

Diversidade vegetal:

A grande extenso geogrfica e diversidade de clima, solos e relevo proporcionam a existncia de uma incomparvel diversidade biolgica. 20.000 espcies de plantas (27% do total de espcies do mundo), sendo 8.000 endmicas. Esse bioma o recordista mundial de diversidade de plantas lenhosas, com 458 espcies encontradas em um nico hectare no sul da Bahia. Fauna:

Abriga 7% de todas as sps. de vertebrados do planeta.

Segundo Mittermeier et al. (1999): 251 espcies de mamferos com 160 endmicas. Exs.: Leonthopitecus caissara (mico-leo-da-cara-preta), Callicebus coimbrai (sau). 1050 espcies de aves (incluindo campos sulinos) com 200 endmicas e 104 ameaadas de extino. Exs.:

Endmica: Amazona vinacea (papagaio-da-cara-roxa)

200 rpteis (42% das sps. do Brasil) com 60 endmicos. Exs.:

Endmicas: Hydromedusa maximiliani (quelnio), Caiman latirostris (jacar-do-papo-amarelo);

Ameaadas: Liolaemus lutzae (lagartixa-da-areia), Lachesis muta rhombeata (surucucu).

340 anfbios (65% das espcies brasileiras), dos quais 253 so endmicos; p. ex.: Famlia Brachycephalidae.

2,1% do total mundial de espcies desses quatro grupos de vertebrados s ocorrem na Mata Atlntica brasileira.

E dois teros das espcies de primatas do mundo so endmicas da Mata Atlntica. Consideraes ecolgicas: Mata Atlntica e campos sulinos abrigam 70% da populao: maiores cidades e plos industriais. Regio sujeita aos mais fortes processos de eroso e de movimentos coletivos de solo.

O desconhecimento por parte de engenheiros e supervisores de obras no meio tropical mido brasileiro ( prejuzos incalculveis para o pas.

A diversificada economia da regio e as zonas industriais concentradas em torno das grandes cidades e dos eixos de desenvolvimento ( presses sobre a biodiversidade medida que requerem recursos naturais e energia.

Conservao: Reduzida a menos de 8%. Em regies do Nordeste brasileiro ( menos de 1%. Causas: desenvolvimento agropecurio, minerao e a explorao imobiliria, aliado falta de uma poltica especfica de ocupao e uso do solo. Maioria das espcies ameaadas de extino brasileiras neste bioma; inclusive as espcies consideradas extintas recentemente, no pas (duas aves, quatro borboletas, uma liblula e uma espcie de Peripatus)( todas na Mata Atlntica. No grupo das aves, 10% das espcies encontradas no bioma enquadram-se em alguma categoria de ameaa. No caso dos mamferos o nmero de espcies ameaadas chega a 15% (Conservation International do Brasil et al., 2000). Altos nveis de endemismos e biodiversidade ( hotspot mundial (entre 24) ( ocupa a quarta posio no ranking das reas mais ricas e mais ameaadas, de acordo com o grau de endemismo de plantas e vertebrados, e porcentagem de vegetao primria remanescente em relao rea original (Mittermeier et al., 1999).

Sua importncia para a biodiversidade mundial e a ameaa que incide sobre os remanescentes de vegetao justificam a adoo de medidas urgentes para sua proteo.

Menos de 1% das reas das ecoregies so ocupadas por Ucs.FLORESTA OMBRFILA MISTA: FLORESTA DE ARAUCRIAS

(FLORESTA SUB-TROPICAL)

Biogeografia: planaltos do PR, SC RS. Em SP, MG e RJ reas com mais de 1.000 m de altitude. Ainda hoje, observa-se alguns prados e bosques de araucrias nos arredores de Curitiba e Lajes, com interrupes fora dos planaltos at enclaves distantes como os altos de Campos de Jordo, a regio de Monte Verde ou pequenos setores do macio da Bocaina e do municpio de Barbacena, em Minas Gerais.

Setor meridional do pas: 578 mil km2 PR (199.554 km2), SC (95.985 km2), RS (282.184 km2). Aproximadamente 7% da rea total do territrio nacional.

Topografia: As araucrias esto restritas, essencialmente, aos planaltos.

PR: predominantemente planltico: aps as escarpas da serra do mar, atinge-se o primeiro planalto paranaense (Bacia de Curitiba e colinas), segue-se a escarpada Serrinha (arenitos da Formao Ponta Grossa), aps observa-se o segundo planalto regional, chapades marcados por mosaicos de campos e pequenos bosques de araucrias. E o terceiro planalto: Serra Geral, mantida por antigos derrames baslticos, que originaram solos frteis, em uma rea desde a fronteira de SP at SC.

SC: derrames de laves, no sudeste de SC ( deformaram a bacia sedimentar do PR; da a presena de uma ou duas camadas de carvo mineral (explorveis) e chegam at 500 m de profundidade. Este estado possui um litoral muito diversificado (cerca de 500 km). A partir do extremo sul do litoral de SC, no existem mais condies climticas para a ocorrncia de manguezais.

RS: a poro de maior diversificao topogrfica e geolgica do Brasil meridional. Em sua metade norte: altiplanos baslticos (Aparados da Serra com 1000 e 1200 m de altitude) e na metade sul: bem mais baixa (pampas gachos).

Estudos paleoclimticos: entre 23 mil e 13 mil anos atrs predominavam estepes geradas em condies muito secas e bem frias (correntes frias ocenicas), solos sub-rochosos e pedregosos, com ausncia de bosques sub-tropicais e reduzida presena de araucrias ( vegetao com cactceas e espcies adaptadas aos estepes.

Clima: Temperado mido, de altitude. Vero quente e mido e inverno mais rigoroso (Ts abaixo de 18C). Principal caracterstica: diminuio das temperaturas. Vegetao: domnio de natureza extratropical, constitudo por araucrias emergentes acima do dossel de uma mata sub-tropical. A vegetao baixa e relativamente descontnua, com pinhais altos e uma biodiversidade marcante dos sub-bosques. H pequenos mosaicos de campos entremeados por bosques de pinhais.

Araucaria angustifolia pinheiro-do-paran; araucria;

Podocarpus lambertii Ilex paraguariensis erva-mate. Ambas endmicas

Dicksonia sellowiana samambaiau;

Fauna:

Uma rea considerada de extrema importncia biolgica para o grupo de peixes, com altos nveis de diversidade e endemismos, alm de esp. raras e ameaadas, a regio de cabeceiras do rio Iguau. Aves: merecem destaque Leptasthenura setaria, L. striolata e Syndactyla rufosuperciliata, espcies fortemente associadas s florestas de araucrias.

Duas reas so consideradas no mais alto nvel de prioridade: o planalto das araucrias e o vale de Camaqu, por serem reas de invernagem e de reproduo de Amazona petrei (papagaio-charo).

Vale destacar duas reas: Parque Nacional da Lagoa do Peixe e a Estao Ecolgica do Taim, compostas por dunas, lagunas e campos arenosos ( ocorre o roedor endmico ao RS: Ctenomys flamarioni, rato-do-banhado. A lagoa dos patos tambm constitui uma importante rea para aves e animais migratrios. Conservao: Com o desenvolvimento do setor madeireiro, as florestas de araucrias foram praticamente totalmente dizimadas ( diminuio de sua rea de distribuio a menos de 5% da superfcie originalmente ocupada. Plantaes de arroz nas depresses, principalmente do RS e de soja, em reas de pradarias, devastam e descaracterizam a vegetao. Alm de processos erosivos e de desgaste do solo por aes antrpicas e manejo agrcola inadequado, que levaram ao abandono da terra para atividades agropecurias.

Uma regio industrial difusa: txtil, metalrgica, confeco, malhas, camisas e indstrias alimentcias.

Algumas unidades de conservao: Parque Nacional do Iguau (PR), Parque Estadual Vila Velha (PR), Parque Nacional da Serra do Tabuleiro (SC).

CAMPOS SULINOS E CAMPOS DE ALTITUDE

Biogeografia: Campos de altitude: a partir de 2000m ( Serra da Bocaina, Serra da Mantiqueira (SP e MG), Serra do Espinhao (MG), Chapada Diamantina (Ba) e Serra Dourada e Geral (Go).

Topografia: reas de serras e montanhas.

Solo: substrato pouco desenvolvido, rochas expostas (litossolo) ( solos litlicos ou rochosos, originados da decomposio de arenito e quartzito, depsito de areia (quartzo), pobres em nutrientes, cidos e com baixo teor de matria orgnica. Afloramentos rochosos e/ou calcreos ( permitem o crescimento das razes das plantas nos espaos existentes de solo. Clima: Temperado mido, de altitude. Vero quente e mido e inverno mais rigoroso (Ts abaixo de 18C). Principal caracterstica: diminuio das temperaturas. Vegetao: Estrato herbceo e arbustivo denso. ENORME TAXA DE ENDEMISMO (isolamento topogrfico e adaptativo). Cerrado-rupestre: localiza-se em geral, nas encostas de morros acima dos campos sujos e midos. Com cobertura arbrea de 5 a 20%, altura mdia de 2 a 4m e estrato herbceo-arbustivo dominante.

Flora:

Araticum Annona crassiflora Binco de princesa Loudetiopsis chrysothix Douradinha Syngonanthus nitens Flor de pau Wunderlichia crulsiana Jazida dourada Paepalanthus flacidus Palipal do brejo Paepalanthus elongatus Sombreiro Paepalanthus speciosus Candomb Vellozia variabilis Flor de santa rita Kielmeyera rubriflora Capim arroz Lagenocarpus rigidus Fauna:

Campos sulinos: pouco conhecidos em relao sua biodiversidade. 102 espcies de mamferos: 5 endmicas;

476 sps. de aves ( 2 endmicas: Scytalopus iraiensis e Cinclodes pabsti;

50 esp. de peixes ( 12 endmicas; Conservao: O estado atual de conservao do bioma Campos Sulinos pouco conhecido ( pouca avaliao da cobertura dos remanescentes. Por ser uma formao campestre necessrio o aperfeioamento da tecnologia de reconhecimetno dos diferentes usos da terra na regio.

Pouca representatividade no sistema de unidades de conservao.

Forte presso antrpica: incidncia de fogo, introduo de espcies forrageiras e a atividade pecuria ( reas em processo de desertificao. Unidades de conservao: PE do Espinilho (campos sulinos), PN da Serra do Cip, PN da Serra da Canastra (MG)CERRADO

Biogeografia: ocupa cerca de 25% do territrio brasileiro (18 a 20 milhes de km2).

rea nuclear: Planalto Central Brasileiro TO, GO, DF, oeste de MG e BA, leste de MT e MS.

Expande-se para: MA, PI, sul de RO, Centro-oeste de MT, sudoeste de MS.

Distribuio disjunta (reas de cerrado no ligadas rea central): AM, AP, RR, AL, BA, CE, PB, PE, SP e PR.

Clima: essencialmente tropical. Geralmente com duas estaes bem definidas de seca e chuva.

Cerrado P-de-Gigante: 17,6C (julho) a 23,5C (fevereiro)

Precipitao mdia anual: 1.478 mm

ndice de umidade relativa de 49%.

Solos: em geral arenosos profundos, com pH cido, altos teores de alumnio, pouca disponibilidade de nutrientes nitrogenados. Solos distrficos.

Em 90% das amostras de solos de cerrado ( nveis de alumnio freqentemente txicos para plantas cultivadas.

Algumas espcies caractersticas de cerrado, como as das famlias Rubiaceae e Vochysiaceae ( acumuladoras de alumnio.

Vegetao: o Cerrado uma formao do tipo savana tropical.

rvores pequenas, espaadas, tortuosas, sber-desenvolvidas (com casca grossa);

Folhas cartceas e coriceas (escleromorfas: duras);

Estrato herbceo e arbustivo denso;

Poro subterrnea das rvores bem desenvolvida, s vezes maior que a area;

Relao fatores edficos e vegetao:

Aspecto xeromrfico ressaltado pelos 1s pesquisadores: Lund (1835) e Warming (1908).

Na dcada de 1940 ( questionramos fatores responsveis por esse aspecto, como queimadas e no a um dficit hdrico.

Em 1952, Alvim e Arajo ( o solo, especialmente em relao ao pH e concentraes de clcio, como o fator ecolgico mais importante.

Arens (1963) ( escleromorfismo oligotrfico.

Efeito do alumnio ( promove o empobrecimento pela competio com outros ons ( oligotrofismo aluminotxico (Goodland, 1971).

Alumnio no solo ( efeito txico ( inibe a absoro dos ons nitrogenados na planta (protenas) ( o alumnio diminui a diviso celular ( o pH cido do solo diminui a solubilidade de outros ons ( planta recebe gua e sol ( produtividade ( mas sem os nutrientes a planta no cresce muito (sem protena) ( produo de carboidratos ( cutcula espessa.

* no xeromorfismo (adaptao seca)

* fatores interagindo ( caractersticas da vegetao.

Em diferentes trabalhos a importncia relativa de cada nutriente para a vegetao variou.

Alguns autores concluem que a toxicidade por alumnio no parece ser o fator limitante para o desenvolvimento de floresta em reas de ocorrncia de cerrado.

Outros fatores destacados por outros autores: regime hdrico do solo e as variaes do lenol fretico, fogo e aspectos antrpicos.

Vegetao vai desde uma formao campestre at uma florestal:

A vegetao dominante do bioma Cerrado de savanas, que cobrem cerca de 72% do bioma, 24% de transio savana-floresta e 4% de florestas estacionais deciduais e semideciduais (Silva e Bates, 2002), denominadas tambm de matas secas. A vegetao muito varivel em fisionomias e composio, mas as principais fitofisionomias so o cerrado, cerrado (sentido restrito), campo cerrado, campo sujo e campo limpo (Eiten, 1972). Campo sujo: gramneas (0,5 cm de alt.) e arbustivas esparsas (at 2m de alt.) e solo exposto.

Campo-cerrado: estrato herbceo-subarbustivo. Arbustos de at 2 m e rvores esparsas com 7 a 10 m.

Cerrado sentido restrito (sensu stricto): arbustos e rvores com cerca de 5m de alt. Adensadas e algumas rvores emergentes com 7 a 10 m.

Cerrado: rvores com cerca de 10 m, componente herbceo pouco desenvolvido, com a presena de plntulas do componente dominante e uma camada contnua de serrapilheira.

Floresta estacional semidecidual: rvores superiores a 15 m ( Crton floribundus, Tabebuia serratifolia...Anadenanthera macrocarpa atinge 20 m. Componente herbceo-arbustivo pouco denso. Lianas e epfitas mais freqentes. Serrapilheira contnua e densa.

Floresta estacional decidual: associado a solos calcrios frteis.

Campo mido: solo mido ou periodicamente inundado. Gramneas e ciperceas que podem atingir 1 m de altura. Espcies invasoras.

Veredas: em depresses, nascentes. Buritis.

Como as lenhosas tm razes mais profundas, a absoro dos nutrientes liberados pela decomposio da serrapilheira feita pelo estrato herbceo ( as formigas savas que possibilitam a ciclagem de nutrientes para as lenhosas.

Flora: mais de 6.000 sps. de rvores; espcies tpicas:

Qualea grandiflora pau-terra;

Copaifera langsdorffii copaba;

Caryocar brasiliensi pequi;

Kielmeyera coriacea pau-santo;

Myracrodruon urundeuva aroeira.

Fauna: O Cerrado conhecido como um bioma com altos ndices de endemismo para grupos de plantas e insetos.

Compartilhamento de espcies da fauna com biomas adjacentes (flor. Amaznica e fl. Atlntica).

Estudos tm demonstrado taxas de endemismo maiores do que se acreditava: 12% das sps. de mamferos endmicas.

Invertebrados: 14.425 sps. (47% da fauna estimada para o Brasil) ( Lepidptera, Hymenoptera e Isoptera. ( concentrao de informao do DF e Serra do Cip/MG.

Rpteis: 180 sps.; 20 endmicas e 15 ameaadas.

Anfbios: 113 sps.; 32 endmicas e 3 ameaadas.

Aves: 837 sps., 759 se reproduzem no cerrado, 33 ameaadas, 29 endmicas; 14 endmicas ameaadas.

Rhea americana ema;Cariama cristata siriema;

Rhamphastos toco tucano-a;

Ara ararauna arara-canind;

Sarcoramphas papa urubu-rei.

Mamferos: 195 sps., 18 endmicas. As mais vulnerveis so as sps. de topo de cadeias trficas, os carnvoros, bastante sensveis reduo e fragmentao do habitat.

Crysocyon brachyurus lobo-guar;

Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro;

Priodontes giganteus (maximus) tatu-canastra;

Tolypentes tricintus tatu-bola;

Myrmecophaga tridactila tamandu-bandeira;

Callithrix penicillata - sagui

Conservao: 1 dos hotspots mundiais ( um dos biomas mais ricos e ameaados do planeta.

Calcula-se que mais de 40% das sps. de plantas lenhosas e 50% das sps. de abelhas sejam endmicas.

Estimativas recentes indicam que cerca de 55% do bioma tenha sido desmatado ou alterado para usos humanos (Machado et al., 2004). A principal causa de destruio da biodiversidade do Cerrado a remoo da vegetao nativa para a implantao de empreendimentos agrcolas e pecurios (MMA, 2002). No Cerrado a economia principal a produo de gros ( at 1990 cresceu 62% em 9 anos; a pecuria 33% no mesmo perodo.

As Ucs do Cerrado so mal distribudas quanto s categorias de manejo, representao geogrfica das regies e dos estados, quanto ao tamanho das unidades e representatividade da heterogeneidade regional do bioma.

PANTANAL

Biogeografia: sudoeste do MT e noroeste do MS ( MT 35%; MS 65%.

O pantanal matogrossense uma depresso na crosta terrestre formada h milhes de anos. Altitude mdia em torno de 100 m, a mais de 4.000 km do oceano.

a maior plancie inundvel do mundo, com 365.000 Km2, incluindo o cinturo de planalto no entorno da plancie. Oitenta por cento da rea encontra-se em territrio brasileiro, e o restante estende-se para a Bolvia e o Paraguai. O ecossistema pantaneiro pode ser dividido em at dez sub-regies com caractersticas que resultam de uma interao nica dos fatores edficos, hidrolgicos e biogeogrficos (Lourival et al., 2000). Fronteiras:

Norte Serra dos Parecis, Azul e do Roncador;

Leste Serra de Maracaju;

Sul Serra da Bodoquena;

Oeste charcos paraguaio e boliviano.

Topografia e solo:

Solo: sedimento dos rios plancie aluvionar

Aluvio: cascalho, areia e argila

Eroso das guas do Rio Paraguai: acmulo de sedimentos e formao de cavernas em afloramentos rochosos.

Clima: T mdia anual entre 23 e 25 C;

Chuvas entre outubro e abril. A regio recebe aproximadamente 1.500 milmetros de chuva por ano, que provocam a alta sedimentao do Pantanal. A mdia da precipitao anual da plancie alagvel normalmente entre 1.000 e 1.400 milmetros. Mais do que no planalto, a precipitao na plancie varia durante o ano, causando um ciclo regular de secas e cheias, o que torna o Pantanal um ecossistema nico (Lourival et al. 2000). Dinmica: o Pantanal cortado pelo rio Paraguai, que o nico rio que drena o Pantanal. Todos os rios que chegam so afluentes do rio Paraguai, que percorre 4.000 km para desaguar na bacia do Prata, no Oceano Atlntico. um rio tranqilo. O rio Paraguai tem regime de perodo de cheia (4 a 5m do seu leito normal) e perodo vazante ( chuvas nos leitos dos afluentes. Nas cheias ( animais em ilhas pequenas elevaes. No perodo vazante ( lagoas ( densidade relativa populacional aumenta ( peixes e outros como alimentos para aves, jacars.

Conseqentemente temos ambientes:

Nunca inundados;

Sempre inundados;

Parcialmente inundados;

Lagoas que secam;

Lagoas que nunca secam;

Matas prximas aos rios (mata ripria);

Afloramento calcreo;

Regies de cerrado.

As cheias anuais permitem que alguns habitats lticos se misturem regularmente, enquanto certos microhabitats permanecem isolados por at 50 ou 100 anos e desenvolvem caractersticas distintas at que uma grande cheia os conecte ao restante do sistema. Nas ltimas dcadas o desmatamento nas cabeceiras tem causado um aumento significativo na sedimentao, o que resultou na diminuio da produtividade do solo e da pastagem, e no aumento da freqncia e nvel das enchentes (Lourival et al., 2000).Vegetao: o Pantanal considerado uma extenso do Cerrado. Ambiente extremamente diversificado com vegetao aqutica, de brejo, mata ripria, floreta densa, cerrado, caatinga, carandazais (carand plameira). Flora bastante diversa.

Flora: pelo menos 3.500 sps. de plantas:

Buritis;

Carand;

Cambars Gochnatia polymorpha;

250 sps. de plantas aquticas.

Fauna: A fauna , em grande parte, derivada do Cerrado, com influncias amaznicas. Um dos aspectos mais interessantes a alta densidade de muitas espcies dos grandes vertebrados brasileiros, no encontrada em nenhum outro lugar do continente. 1.100 sps. de borboletas.

780 sps. de peixes:

Paulicea luetkeni ja

Salminus maxillosus dourado

177 sps. de rpteis (Lourival et al., 2000); 5 endmicas e 15 ameaadas.

Eunectes murios sucuri.

40 sps. de anfbios segundo Lourival et al. (2000).

652 sps. de aves:

Jabiru mycteria tuiui;Ardea cocoi maguari;

Ajaia ajaia colhereiro;

Anodorhynchus hyacinthinus arara-azul;

132 sps. de mamferos; 2 endmicas.

Hydrochaeris hydrochaeris capivara;

Panthera onca ona-pintada;

Pteronura brasiliensis ariranha;

Lontra longicaudis - lontra

Tayassu pecari queixada;

Tayassu tajacu cateto

Alouatta caraya bugio-preto

Mazama americana veado-mateiro

M. gouazoubira veado-pororoca

Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro

A grande biodiversidade do Pantanal est associada ao regime das inundaes. Muitos vertebrados invadem a plancie durante a estao seca para explorar a abundncia de alimento depositada e/ou criada pelas enchentes. Animais migratrios chegam ao Pantanal durante a poca das cheias para reproduo e procura de abrigo. O ciclo das inundaes determina a disponibilidade de reas secas e inundadas que, por sua vez, influencia a distribuio sazonal das diversas espcies. Com a dinmica de subida e descida do nvel das guas, espcies generalistas so favorecidas em detrimento daquelas muito especializadas. Isto possivelmente explica os baixos nmeros de grupos endmicos e indica a possibilidade da existncia de uma grande quantidade de endemismo associada ao nico habitat estvel da plancie: a gua

Conservao:

At 1993, apenas 2% do Mato Grosso do Sul era devotado agricultura. Essa produo est concentrada na regio de planalto, porm, um pouco de arroz (5.841ha) plantado no Pantanal. A produo de soja tem crescido constantemente (374.164 ha), e o caf, palmito e pequi, entre outros produtos, tambm so cultivados.

A atividade econmica mais expressiva da regio a pecuria, presente nesta rea h sculos. A parte baixa do Mato Grosso do Sul comporta aproximadamente 9,8 milhes de cabeas de gado (dados de 1993) (Lourival et al., 2000).

O frgil equilbrio dos ecossistemas pantaneiros, definidos por dinmicas de inundaes peridicas, est sendo ameaado pelas novas tendncias de desenvolvimento econmico.

Muito pouco encontra-se oficialmente protegido, principalmente ao longo das plancies midas centrais. O Pantanal tambm tem enfrentado problemas concernentes, principalmente, a grandes projetos de ocupao, tais como instalao de hidrovias, abertura de estradas (MMA, 2000), ou projetos de produo de soja em larga escala. Modelos tradicionais de pesca e de pecuria esto rapidamente sendo substitudos pela explorao intensiva, acompanhada de desmatamentos e de alterao de reas naturais.

Imprescindvel a utilizao das bacias hidrogrficas no planejamento das Unidades de Conservao ( a degradao dos rios e das nascentes do planalto central poder, tambm, afetar toda a rea do Pantanal.

A estratgia de conservao para o Pantanal deve considerar a regio de maneira integral, em que as reas protegidas devem estar conectadas e as aes levem em conta as interdependncias de seus diversos ecossistemas. Conservar no apenas reas representativas dos diversos subecossistemas regionais, mas assegurar o papel do Pantanal como corredor de disperso de espcies e de integrao dos biomas adjacentes.

CAATINGA

O domnio das caatingas brasileiras um dos trs espaos semi-ridos da Amrica do Sul. Um contraste em um pas com 92% do seu espao dominado por climas midos e submidos intertropicais e subtropicais. Explicaes para essa rea semi-rida: complexas ( clulas de alta presso atmosfrica, topografia (Chapada do Araripe 800 a 1000 m de altitude e Planalto da Borborema 670 a 1100 m) e histria biogeogrfica.Biogeografia: A regio da Caatinga compreende uma rea aproximada de 735.000 Km2, cerca de 11% do territrio nacional. BA, SE, AL, PE, PB, RN, CE. Piau e Maranho tambm com caatinga, mas em uma rea de transio com buritizais (Mauritia flexuosa).

Este bioma dominado por um dos poucos tipos de vegetao cuja distribuio totalmente restrita ao Brasil (Ferri, 1979).Clima: semi-rido, muito quente e sazonalmente seco (6 a 7 meses); irregularidade na pluviosidade.

Ts mdias entre 25 e 29C.

Precipitao mdia anual entre 260 e 800 mm.

Variaes climticas regionais: faixas semi-ridas acentuadas ou subdesrticas (serto bravo) ( interior nordestino; faixas semi-ridas rsticas ou tpicas (altos sertes) ( depresses colinosas de todos os ambientes sertanejos; semi-ridos moderados (caatingas agrestadas ou agrestes regionais) ( reas com melhores condies de solo e maior quantidade de chuvas de vero (inverno) e reas de transio (agrestes a mata secas) ( faixas de transio entre os sertes secos e a Zona da Mata nordestina.Topografia e Solos:

Aproximadamente 50% das terras na Caatinga so de origem sedimentar, rica em guas subterrneas. Os rios, em sua maioria, so intermitentes e o volume de gua, em geral, limitado, sendo insuficiente para a irrigao. Em geral um dos solos mais frteis porque chove pouco e no h lixiviao; e rochoso porque no h intemperismo intenso.

Vegetao: constitui-se, especialmente, por espcies lenhosas e herbceas, de pequeno porte, rvores retorcidas, geralmente espinhentas, com cascas rugosas, razes grossas e penetrantes, que se caracterizam pela perda das folhas na poca da estiagem.

Dominada por cactceas e bromeliceas. A densidade, freqncia e dominncia das espcies so determinadas pelas variaes topogrficas, tipo de solo e pluviosidade (Drumond et al., 2000). Caatinga arbrea e arbustiva.Adaptaes:

Sistema de reserva de gua ( caule. Ex.: Bombacaceae.

Sistema radicular bem desenvolvido para absoro mxima da gua da chuva.

Caducifolia ( diminuir perda de gua.

Cactceas: caule cilndrico com reserva de gua, folhas aciculadas (proteo e reduo da rea de transpirao), sistema radicular bem desenvolvido.

Flora: 932 sps. vegetais ( 380 endmicas.

Espcies tpicas:

Cactceas

Cereus jamacuru mandacaru;

Facheiroa pubiflora facheiro;

Pithecoseris gounellei xique-xique;

rboreas

Zizyphus joazeiro juazeiro ( tpica onde h mais umidade, perto de rios perenes ou temporrios, espcie indicadora de umidade;

Anadenanthera macrocarpa angico.

Fauna: 185 sps. de peixes para o bioma Caatinga 57% endmica. Ex.: famlia Rivulidae ( somente no mdio So Francisco.

Cerca de 156 sps. de anfbios e rpteis ( 15% endmica.

Tropidurus sp. lagarto-das-rochas;

Lygodactylus klugei lagartixa-de-kluge

348 sps. de aves ( 15 sps. endmicas ( 20 ameaadas.

Icterus jamaicai corrupio

Cacicus cela xexu

Anodorhynchus leari arara-azul-de-lear

Cyanopsitta spixii ararinha-azul

148 sps. de mamferos ( 10 endmicas e 10 ameaadas.

Caractersticos:

Kerodon rupestris moc;Wiedomys pirrhorhinus rato-de-fava;

Consideraes ecolgicas: De modo geral, a biota da Caatinga tem sido descrita como pobre e com poucas espcies endmicas e, portanto, de baixa prioridade para conservao. Vrias novas espcies de animais e plantas endmicas tm sido descritas recentemente, indicando um conhecimento zoolgico e botnico bastante precrio. nico bioma exclusivamente brasileiro ( grande parte do patrimnio biolgico dessa regio, s encontrada ali.

Possu diferentes tipos de paisagens; extremamente heterognea.

Em relao s condies climticas bastante rica em espcies e endemismos.

Est entre os biomas mais degradados pelo Homem: explorao de madeira e agricultura.

A densidade demogrfica dos municpios da Caatinga , geralmente, bastante baixa. Nos estados do Maranho e Piau to baixa que essas reas eram chamadas de Vazio Demogrfico, em passado recente. No Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe a densidade mais elevada. Possui uma populao estimada em mais de 25 milhes de habitantes, com grandes problemas estruturais quanto a sustentabilidade dos sistemas de produo de alimentos. Os constantes efeitos negativos do clima, como as secas peridicas, dificultam a manuteno e desenvolvimento desses sistemas de produo, levando deteriorao do solo, depleo da gua, diminuio da biodiversidade e incio do processo de desertificao (Drumond et al., 2000). Maiores reas com processos de desertificao: Os solos nordestinos esto sofrendo um processo intenso de desertificao devido substituio da vegetao natural por cultura, principalmente por meio de queimadas. O desmatamento e as culturas irrigadas esto levando salinizao dos solos, uma das ameaas mais graves da Caatinga. Em regies como o vale do rio So Francisco, a irrigao sem o uso de tcnica apropriada, agravado pelas caractersticas de solos rasos e intensa evaporao da gua, provocada pelo forte calor, tornou a agricultura nessas reas impraticvel. Somente a presena da vegetao adaptada das Caatingas tem impedido a transformao do Nordeste brasileiro num imenso deserto (Garda 1996 in Drumond et al., 2000). Aproximadamente 40.000 Km2 de Caatinga se transformaram em deserto devido interferncia do Homem sobre o meio ambiente. As siderrgicas e olarias contribuem para esse processo pelo corte da vegetao nativa para a produo de lenha e carvo vegetal. Falta de incluso do componente ambiental nos planos regionais de desenvolvimento.

Populaes humanas que vivem na caatinga apresentam os piores indicadores de qualidade de vida do Brasil. A Caatinga comporta a populao mais pobre do Nordeste e uma das mais pobres do Brasil. o bioma com menor nmero de reas protegidas proporcionalmente. Cerca de 1% da rea.

O PARNA Serra da Capivara o nico parque situado inteiramente dentro do bioma Caatinga.

No existem dados concretos quanto ao ndice de perda da cobertura vegetal da Caatinga. Mapas gerados pelo Projeto Radambrasil (IGBE, 1993) mostram que a rea coberta por atividades agrcolas no bioma era de 201.786 Km2, o que correspondia a 27,5%. Uma simulao dos efeitos das estradas como eixos de alterao ambiental, considerando uma largura de sete quilmetros como rea de impacto decorrente da estrada, resultou em uma rea alterada de 131.044 Km2. Combinando essas estimativas, a rea total alterada pelo homem na regio seria de 332.830 Km2, ou seja, 45,3% do bioma. Este valor coloca a Caatinga como um dos ambientes mais modificados pelo homem no Brasil, sendo ultrapassado apenas pela Floresta Atlntica e Cerrado (Casteleti et al., 2000).