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CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS e UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL E E D D U U C C A A Ç Ç Ã Ã O O E E N N O O V V A A S S T T E E C C N N O O L L O O G G I I A A S S D D A A I I N N F F O O R R M M A A Ç Ç Ã Ã O O E E D D A A C C O O M M U U N N I I C C A A Ç Ç Ã Ã O O Professor Gonzalo Abio (Centro de Educação, UFAL) [email protected] Maceió 2009 (1ª edic. 2007)

Apostila Educacao e Ntics Prof Gonzalo 2009

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Professor Gonzalo Abio (Centro de Educação, UFAL) [email protected]

Maceió

2009 (1ª edic. 2007)

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SUMÁRIO

Orientações iniciais .......................................................................................... 3 Antes do início das aulas ............................................................................... 3 Durante o curso .............................................................................................. 6 Livro base do nosso módulo .......................................................................... 6 Algumas recomendações para as participações ........................................... 8 Introdução (semana 1) ....................................................................................... 10 Dicas # 1 .............................................................................................................. 11 UNIDADE 1 (semana 1) PEDAGOGIA E TICs. UMA INTRODUÇÃO ............... 13 O que são tecnologias e por que elas são essenciais ................................... 17 Tecnologia é poder ........................................................................................ 17 Uma definição de "educação a distância"? .................................................... 19 Breve nota sobre o telefone (1876) ................................................................ 19 Texto – Introdução e Capítulo 1 (KENSKI, 2007) .......................................... 19 UNIDADE 2 (semana 2) Evolução da TICs e EaD ............................................ 28 Evolução histórica da EaD ............................................................................. 30 Panorama atual da EaD no Brasil .................................................................. 31 Uma conceitualização necessária .................................................................. 46 As diferenças entre "EaD", "E-learning" e "Educação on-line" ...................... 47 As diferenças entre "hipertexto" e "hipermídia" ............................................. 48 O que são "ambientes virtuais de aprendizagem" (AVA) ............................... 51 As diferenças entre "cooperação" e "colaboração" ........................................ 53 O conceito de "distância transacional" ........................................................... 54 Já sou capaz de... (lista de comprovação) .................................................... 56 UNIDADE 3 (semana 3) Novas formas de viver e de aprender ....................... 57 Pesquisa sobre utilização das NTICs nas escolas ........................................ 57 Texto – As etapas da aprendizagem tecnológica (MORAN, 2007) ............... 58 As gerações atuais e as novas formas de ensinar, aprender e viver ........... 61 Uma viagem pela web ................................................................................... 66 UNIDADE 4 (semana 4) Diferentes metodologias e TICs nas práticas docentes .............................................................................................................

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Weblogs para escrever, aprender e criar ....................................................... 69 Texto - Quer aprender? Crie um blog ............................................................ 71 WebQuests – Estímulo e orientação na pesquisa ......................................... 74 MiniQuests e Caças ao Tesouro ..................................................................... 77 Wiki - Que nome estranho! ............................................................................. 78 Concluindo nossa conversa ............................................................................. 80

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ORIENTAÇÕES INICIAIS

INTRODUÇÃO

Olá,

Este material instrucional foi preparado para ajudar os alunos que iniciam seus estudos na modalidade a distância. Aqui você encontrará informações, procedimentos e dicas de como se preparar e participar do curso.

O conteúdo deste texto está dividido em diversas recomendações para: - Antes do início das aulas - Durante o curso - Recomendações na hora de participar de: · Chats · Para obter ajuda

Leia este Manual com atenção e mantenha-o sempre à mão para consultá-lo quando tiver alguma dúvida acerca do funcionamento e dinâmica do curso.

ANTES DO INÍCIO DAS AULAS

Como se cadastrar e entrar no ambiente virtual Moodle?

Nossa disciplina “Educação e Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação” será feita fundamentalmente a distância, através de um ambiente virtual que servirá para a realização das diversas atividades propostas.

Para poder ter acesso à nossa disciplina no ambiente virtual Moodle, que servirá de plataforma para o curso, primeiro temos que fazer o cadastramento. Seguem instruções para você se cadastrar no Moodle.

1- Já você tem uma conta de e-mail em funcionamento? Caso contrário faça uma em algum servidor de e-mail. Se for necessário, peça ajuda para algum familiar ou amigo que já tiver e-mail para você fazer um e-mail próprio.

2- Num computador com acesso à Internet, digite na janela do navegador (que pode ser o Internet Explorer, Firefox ou Ópera) o seguinte endereço:

http://www.moodleufal.com.br

3- Você verá que existem muitos cursos em funcionamento nesse site. Em “Cursos da Universidade Aberta do Brasil”, procure os cursos de “Pedagogia –Licenciatura” e, depois, clique no curso com o nome de “Educação e Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação” > Turma 2009.1 > Primeiro Semestre.

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ATENCÃO: Existem vários cursos com nomes mais ou menos similares. Observe que o código do nosso curso “Educação e Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação” é EDUTIC 2009-1.

4. Coloque seu nome de usuário (login) e sua senha nas janelas correspondentes da tela que aparece na Figura 1.

Figura 1. Tela para cadastramento no curso. Você deve clicar no botão “cadastramento de

usuários” ou no link “Formulário de Cadastramento” (presentes no lado direito da tela).

5- Preencha os dados pedidos nos diversos campos do formulário de cadastramento de novos usuários. Lembre-se que esse nome e senha são só seus, e você deve memorizá-los, ou seja, você deve tentar não esquecê-los. Se for necessário, anote-os num papel à parte até que lembre deles sem problema.

6- Aguarde o recebimento de um e-mail com o assunto seguinte: “Moodle UFAL: confirmação de cadastramento de novo usuário” e nele, você deverá clicar no link que aparecerá.

ATENÇÃO: Para poder ter acesso a esse e-mail, você deverá revisar sua caixa de entrada de mensagens de e-mails no endereço que foi cadastrado. Se não aparecer o e-mail na caixa de entrada, revise se ele não foi desviado para uma pasta chamada “lixeira” (ou caixa de “lixo eletrônico” ou “spam”).

Uma vez localizado o e-mail você deverá clicar no link que aparece nessa mensagem para poder confirmar o cadastro realizado em nosso curso.

Muito bem! Já estamos prontos para iniciar a nossa disciplina, que tem o privilégio e a importância de ser a primeira do curso de Pedagogia a Distância.

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Seguem outras recomendações:

Faça algumas leituras prévias

Enquanto aguarda o início das aulas, você pode preparar-se lendo e refletindo sobre este texto bem curto que trata sobre a administração do tempo, elemento crítico em educação a distância - e na vida em geral. Bastante prático e objetivo, esse texto resume o conteúdo de um livro do prof. Eduardo Chaves intitulado: “Administrar o tempo é planejar a vida”, acessível desde <http://www.chaves.com.br/TEXTSELF/MISC/timemgt2.htm>

Programe seu tempo e organize sua agenda para as próximas semanas

O curso tem uma carga horária de 80 horas e uma duração de 4 semanas, o que equivale a 20 horas semanais nesse período. Certamente você deve ter levado esta informação em consideração ao efetuar sua matrícula e dispõe deste tempo.

Antes do início do curso, organize sua agenda diária e semanal de modo a reservar o tempo necessário para fazer o curso. Ao fazer isso, procure aproximar-se ao máximo da situação ideal: 2-3 horas por dia útil. No entanto, se sua agenda semanal não lhe permite separar esse tempo nos dias úteis, pense na possibilidade de utilizar algumas horas nos finais de semana.

Talvez haja algum dia em que você não disponha de 4 horas, mas consiga reservar pelo menos 1 hora: nesse caso, distribua as outras 2 horas ao longo dos demais dias. Evite, porém, concentrar as 20 horas de cada semana em 2 ou 3 dias apenas. A natureza assíncrona da interação na sua turma virtual exigirá um acompanhamento frequente, se possível diário.

Prepare seu caderno de anotações

Tal como em qualquer curso presencial, é sempre bom dispor de um caderno para fazer anotações. Nele, você poderá registrar as descobertas que for fazendo com a leitura dos textos e o acompanhamento das discussões, as dúvidas que forem aparecendo, seus questionamentos etc. Você pode usar um caderno comum, de papel, ou um caderno digital – um documento Word, por exemplo. Isto fica a seu critério. O importante é que você possa contar com um instrumento que lhe permita organizar e sintetizar o que você aprenderá neste curso e rever sempre que precisar ou quiser.

Explore o site do curso

Assim que você receber o endereço e a senha para acesso ao site do curso ou concluir o processo de cadastramento antes do início das aulas, programe-se para fazer uma visita exploratória inicial. Reserve um tempo para ler o plano de trabalho da disciplina. Experimente alguns dos links e veja como funciona o acesso ao material ali disponibilizado. Se você é daqueles que têm preferência por ler textos impressos em papel, carregue as páginas ou arquivos que compõem o material do curso e providencie sua impressão. Se quiser adiantar, poderá ir lendo alguns dos textos ali indicados.

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DURANTE O CURSO

Leia os textos-base

A cada unidade do programa da disciplina, você encontrará a indicação de textos que servirão de base para o estudo. Estes textos, todos disponíveis on-line ou no livro impresso, deverão ser lidos por todos os alunos. Até o início de cada unidade, faça uma leitura atenta e cuidadosa destes textos, procurando identificar suas ideias centrais. Nesta leitura, anote as dúvidas e questionamentos que lhe surgirem e destaque as ideias que mais lhe chamarem a atenção. Você pode imprimir estes textos ou lê-los no monitor de seu computador - como preferir.

LIVRO IMPRESSO BASE DO NOSSO MÓDULO

Vani Moreira KENSKI. Educação e Tecnologias. O novo ritmo da informação. São Paulo: Papirus, 2007.ISBN 978-85-308-0828-0

Este livro servirá de base para muitas das leituras do nosso módulo, além desta apostila. Já foi indicado para a compra pelos responsáveis por cada polo. Exija que fique disponível na biblioteca do polo.

Você também pode fazer sua compra através do site da editora Papirus: http://www.papirus.com.br

Acompanhe a discussão dos textos

Pressupondo que cada aluno tenha feito a leitura pelo menos do(s) texto(s)-base da unidade, o professor fará comentários e levantará para a turma algumas questões para reflexão e debate, procurando dinamizar a discussão de idéias e a troca de informações e opiniões no contexto de uma comunidade virtual de aprendizagem colaborativa. Isto acontecerá principalmente por meio dos Fóruns específicos na plataforma Moodle ou através de outras ferramentas. Acompanhe atentamente esta discussão, lendo as mensagens enviadas pelo professor e pelos seus colegas. Você pode fazer esta leitura em tela ou imprimir algumas ou todas as mensagens para lê-las no papel. Isto fica a seu critério.

As mensagens geradas no próprio Fórum podem ser recebidas também via e-mail. Por isso, é recomendável consultar o correio eletrônico todos os dias. A discussão poderá gerar uma média de 20 mensagens por dia útil. Isto significa que se você deixar de consultar seu e-mail por 3 dias úteis consecutivos, poderá encontrar cerca de 60 mensagens acumuladas. Isso certamente dificultará o acompanhamento da discussão, além do fato de que algumas pessoas já têm dificuldades para administrar esse volume de 20 mensagens diárias.

Você, em qualquer momento, também pode deter o envio automático dos e-mails com comentários produzidos nos Fóruns.

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Uma outra sugestão é usar ou abrir um endereço de correio eletrônico exclusivamente para o acompanhamento deste curso. Muitos provedores oferecem gratuitamente este serviço, como: Hotmail (agora chamado de Windows Live Hotmail), Yahoo, BOL, Zipmail, etc. Outro webmail muito utilizado e que recomendamos é GMail (http://www.gmail.com). Uma sugestão é que tenha um e-mail com seu nome e sobrenome (ex. [email protected]) pois e-mails como loirinha.bonitinha o joao.gladiator não dizem muito sobre sua pessoa.

Contribua para a discussão

Seja um participante ativo e não passivo. A reciprocidade é fundamental para a aprendizagem colaborativa. Se desejamos receber, precisamos estar dispostos a contribuir. Por isto, além de ler as mensagens distribuídas pelo sistema, procure participar ativamente da discussão enviando dúvidas, questionamentos, opiniões ou informações que você julgar relevantes. Sua dúvida pode ser a dúvida de outros colegas e, ao formulá-la e enviá-la para a discussão, você estará permitindo seu esclarecimento diante de todos. O questionamento e o confronto de ideias e opiniões reforçam a necessidade de buscar fundamentos e aprofundar a discussão. Informações alimentam o debate e contribuem para o aprendizado coletivo.

Ao contribuir para a discussão, evite a redundância: se uma pergunta ou dúvida já foi colocada, não é preciso colocá-la novamente. Sinta que a discussão deve fluir como um bordado a várias mãos, em que cada um recebe do outro pano, linha e agulha, acrescenta mais um ponto e passa o bordado ao companheiro seguinte. Perceba que, aos poucos, um hipertexto vai sendo coletivamente redigido através da contribuição de cada aluno, de cada professor.

Observe também que cada unidade tem tema e objetivos definidos. Evite fugir do tema ou sair dos objetivos da discussão

Leituras complementares: uma outra oportunidade para contribuir

Em cada unidade do programa, além do(s) texto(s)-base, são encontradas recomendações de leituras complementares. Algumas delas estão disponíveis on-line. Outras correspondem a artigos de revistas ou livros que estão disponíveis ou podem ser adquiridos via Internet. São textos que, embora não sejam fundamentais para a discussão, são muito úteis para aprofundá-la. O aluno não está obrigado a fazer estas leituras. Mas ganhará muito se dispuser de tempo para fazer algumas delas.

Por outro lado, mesmo quem dispuser de tempo adicional não conseguirá fazer todas as leituras complementares. Por isso mesmo, uma outra forma de contribuir para a discussão é fazer para a turma um breve relato das principais teses ou informações contidas num destes textos, ou ainda trazer para a discussão posições ou opiniões neles calcados.

Aqueles que são mais tímidos ou que percebem que aquilo que teriam a colocar a respeito do(s) texto(s)-base já foi posto por outros, podem se utilizar desse recurso para contribuir para o aprendizado colaborativo da turma.

Inclua sua bagagem pessoal

Cada aluno traz para o curso sua bagagem de experiências e conhecimentos vividos em seu contexto de atuação. Isto também é relevante e pode somar à bagagem trazida por outros e às leituras feitas por todos para ajudar todos a

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aprenderem mais. Recorra a experiências anteriores em contextos diversos, leituras feitas noutros cursos, a tudo o que constitui sua bagagem e que forma um conjunto que somente você possui e assim contribua também para a discussão em cada unidade e, consequentemente, contribuindo para a aprendizagem de todos.

Tenha sempre à mão seu caderno de anotações

Acostume-se a ter seu caderno por perto, de papel ou digital, sempre que for ler textos e mensagens do curso e consulte-o periodicamente para rever tópicos e avaliar seu progresso.

ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA AS PARTICIPAÇÕES

CHATS

Eventualmente haverá um encontro de chat, um conhecido serviço de conversa digitada relativamente popular na Internet. Estes encontros dependem de hora marcada para acontecer. E é praticamente impossível que haja um horário em que todos possam participar. Por isso, a participação nos chats é facultativa. No entanto, todos poderão ter acesso ao conteúdo desses encontros. Uma cópia do registro dos chats (o chamado log) será disponibilizada através do sistema de conferência eletrônica logo após o encerramento de cada encontro.

Nossos chats serão do tipo moderado, um pouco diferente daqueles que acontecem mais informalmente nas chamadas "salas de bate-papo". Nos nossos chats teremos um responsável por conduzir o debate (moderador) concedendo a palavra aos que a solicitarem. Antes do início e após o encerramento desse período mais formal haverá momentos informais de confraternização. Durante um chat, procure seguir estas orientações:

· Os momentos iniciais do encontro, quando os participantes ainda estão se conectando ao sistema, podem ser de conversa informal, de bate-papo. Mas esteja atento à orientação do moderador para perceber quando esse momento de conversa informal se encerra.

· Aguarde com paciência sua vez e acompanhe com atenção a participação dos demais.

· Evite monopolizar a palavra. Procure ser breve e objetivo.

Ao escrever sua participação, quando a palavra lhe for concedida, evite o constrangimento do "silêncio", isto é, da demora na digitação de várias frases

enviadas de uma só vez. Pressione a tecla "Enter" depois de cada frase, utilize reticências quando ainda for prosseguir e indique claramente quando tiver concluído sua intervenção.

PARA OBTER AJUDA

Sempre que você se defrontar com algum problema, dúvida ou dificuldade de natureza pedagógica, você pode escrever para seu professor e tutores. Para isso, use as ferramentas de comunicação disponíveis no ambiente do curso, caso você sinta que o assunto pode ser do interesse de outros colegas, ou use o e-mail pessoal do professor ou tutores, caso você perceba que a questão diz respeito somente a você. No polo também deve ficar por perto um tutor presencial.

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Caso você enfrente problemas com acesso à Internet, com acesso ao seu e-mail ou com acesso à web em geral, recorra aos serviços de suporte, de seu provedor de acesso (se você acessa de casa) ou da rede local (se você acessa do trabalho). E não se esqueça que vizinhos, amigos, parentes e colegas de trabalho podem constituir uma ótima estrutura informal de apoio e suporte a que podemos sempre recorrer!

Em caso de necessidade, também pode consultar os tutoriais presentes na seção “Recursos” do nosso curso. Neles encontrará dicas sobre o funcionamento de alguns dos programas utilizados, assim como outros assuntos de interesse.

A partir daqui, você verá neste material impresso, os mesmos conteúdos que se encontram no site do nosso curso.

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INTRODUÇÃO (Semana 1)

Olá, caro aluno (ou aluna) do Curso de Pedagogia, seja bem-vindo(a) ao nosso módulo de Educação e Novas Tecnologias da Informação e Comunicação.

Se você chegou até aqui, é porque, felizmente, já cumpriu a etapa de cadastramento no site de nosso curso.

Já preencheu o questionário sobre conhecimentos básicos de informática? Ótimo! Se ainda não o fez, pode ir para ele agora, clicando aqui.

Ânimo! Nas primeiras visitas, esta plataforma Moodle pode parecer um pouco complexa e desafiadora, mas logo, logo você irá conhecendo melhor como trabalhar nela. No final, então, faremos as tarefas, as interações entre a turma e todo nosso curso, pois o Moodle é um Ambiente Virtual de Aprendizagem (A.V.A.) que permite tudo isso.

Ah, se tiver dúvida com alguma palavrinha técnica, consulte o glossário do módulo, ou peça para colocar lá esse termo. Lembre-se que uma das vantagens das plataformas desse tipo é que entre todos podemos contribuir para melhorar os conteúdos e processos do curso.

Segue a descrição das primeiras atividades que faremos. Leia-as com atenção:

TAREFA 1 (introdução)- Construir perfil do aluno - Clique em "participantes" do curso (na parte superior da coluna esquerda), clique depois no seu nome (deve ser o primeiro da lista) e, depois, na aba "modificar perfil". Você verá aí seus dados. Mais ou menos na metade dessa página, você verá um espaço que disse "descrição". Nesse espaço fale brevemente sobre sua vida, sua família, coisas que gosta de fazer no seu tempo livre, outros estudos e formação que tiver, suas expectativas em relação a este curso, etc. Por último, para salvar esse texto que acabou de escrever, clique em "atualizar perfil", que está imediatamente abaixo desse espaço "descrição".

É muito importante o preenchimento correto desse seu perfil. Por exemplo, apenas uma frase como "Olá, eu sou muito legal", não diz muito sobre sua pessoa. O que mais poderia dizer de você para que seus colegas e professor possam conhecê-lo(a) melhor?

Lembre-se que sempre pode voltar e mudar ou complementar as informações apresentadas. Dessa forma, não é imprescindível que fique nesse primeiro momento uma versão "perfeita" do seu perfil.

TAREFA 2 (introdução)- Explore o ambiente da nossa plataforma (Moodle) e conheça as funções das diversas ferramentas presentes nele. Não tenha medo, elas não “mordem” nem você vai quebrar nada.

Qualquer coisa errada volte para trás com o botão Voltar (<<) do navegador ou, mais preferivelmente, utilize a barra horizontal com os links azuis que aparece sob o logo da UFAL (na parte superior da página), onde diz moodle > Cursos da Universidade ... > EduTIC-2009-1 > ... como pode ser visto nesta Figura 1.

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Figura 1. Barra superior de navegação no ambiente Moodle do nosso curso.

TAREFA 3 (introdução)- Por último, no Fórum "primeiras impressões" (aqui embaixo), escreva suas primeiras impressões, dúvidas e expectativas sobre o ambiente Moodle e a realização de um curso virtual como este.

Ah, quase esqueci. Não deixe de dar uma olhada nas dicas, que talvez possam ser úteis para você e, por favor, tente fazer todo o possível para cumprir o cronograma do nosso módulo.

Abraços e sucesso.

Professor Gonzalo Abio (CEDU-UFAL) e equipe de tutores.

DICAS # 1

Algumas dicas e recomendações sobre coisas que você deve saber ou prestar atenção.

1- Lembre-se de anotar ou memorizar as senhas e IDs para entrar no seu e-mail e na plataforma Moodle. É bom que sejam senhas diferentes.

2- Quando terminar seu trabalho no Moodle, sempre clique em "sair" (no lado superior direito ou no extremo inferior da página do Moodle). Com frequência, as pessoas simplesmente fecham a janela do navegador de Internet, mas isso não está certo e pode ser perigoso.

Observe na figura seguinte qual é o lugar para sair com segurança do sistema Moodle.

3- Existem umas "teclas mágicas", muito úteis para copiar e colar textos e figuras, por exemplo, de uma página web para um documento de Word. São as combinações de teclas Ctrl + C = copiar a informação selecionada previamente, para depois, com Ctrl + V = colar essa informação ou imagem selecionada em um

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outro programa. Essas combinações de teclas serão muito, mas muito utilizadas aqui.

4- Em vez de utilizar o navegador (browser) Internet Explorer (do Windows), prefira

utilizar o navegador Firefox.

5- Se houver alguma dúvida técnica sobre como gerenciar e-mails, navegar pela Internet, abrir, editar e fechar documentos, etc., você terá sempre disponível os tutores presentes no polo em que estuda e também os tutores e professores a distância, para o qual deverá utilizar o “Fórum para dúvidas técnicas” que se encontra na parte inicial do curso ou até pelo envio de mensagens diretas pelo próprio sistema Moodle. Além da ajuda pessoal que pode ser dada, recomendamos também uma visita aos Cadernos Eletrônicos, do programa “Acessa São Paulo”, escritos especificamente para orientar de uma forma agradável sobre diversas questões técnicas da informática.

O endereço dos Cadernos Eletrônicos é:

http://www.acessasp.sp.gov.br/cadernos

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UNIDADE 1 (Semana 1)

PEDAGOGIA E TICS – UMA INTRODUÇÃO

A Educação a Distância (EAD) é, atualmente, um campo em evidente expansão no Brasil, como forma de atender à crescente e diversificada demanda por educação, sobretudo na formação continuada de professores. Se, um dia, essa modalidade educacional foi vista com desconfiança, hoje, o desenvolvimento das tecnologias de informação e de comunicação impulsiona seu crescimento. Contudo, a introdução de sofisticados recursos tecnológicos em velhas práticas educacionais não representa, por si só, uma inovação pedagógica. Assim, os critérios para analisar as propostas de EAD não devem estar voltados para a mediação tecnológica, mas para a concepção didático-pedagógica subjacente ao suporte tecnológico e à sua utilização. Elsa Guimarães Oliveira. Educação a distância na transição paradigmática, Papirus Editora, 2003.

TAREFA 1 (semana 1)- O que você achou da citação anterior? Gostou? Podemos dizer que essa citação está dividida em duas partes. Qual das duas partes ou metades você achou mais relevante: a primeira ou a segunda metade?

Coloque sua resposta no Fórum "Comentários sobre citação de Oliveira".

Cada unidade será iniciada assim, com citações que, de alguma forma, têm que ver com o tema tratado. É importante pensar nisso.

Nesta primeira semana, começamos as reflexões conjuntas sobre o que é estudar a distância. Seremos alunos nesta modalidade, mas também não podemos esquecer que nos formaremos como futuros professores (se não é que já exercemos essa profissão).

Nesta primeira unidade, faremos uma reflexão, ainda inicial, sobre quais são os novos papeis do aluno que estuda a distância e as novas tecnologias da informação e da comunicação (TICs ou NTICs).

Com esse objetivo em mente, na realização das atividades propostas, também teremos oportunidade de colocar em prática algumas habilidades básicas necessárias para trabalhar e estudar mediados pelo computador e outras TICs.

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TAREFA 2A (semana 1)- Leia pelo menos duas (2) das notícias seguintes divulgadas em diversos meios. 1- Encore produzirá laptop educacional no Brasil (01/02/2007)

3- Os tais laptops de U$ 100 (04/08/2007)

2- Brasil fará 1ª compra de laptop educacional em licitação para 150 mil unidades (02/06/2007)

laptop Mobilis

4- Governo pretende informatizar todas as escolas públicas até 2010 (29/04/2007)

Os textos são reproduzidos aqui:

QUATRO TEXTOS SOBRE INFORMATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

TEXTO 1 - Encore produzirá laptop educacional no Brasil (1 de fevereiro de 2007) SÃO PAULO – A indiana Encore anunciou que produzirá seu laptop de baixo custo Mobilis no Brasil. O computador é uma das opções avaliadas pelo Governo Federal para implementar projetos de inclusão digital nas escolas públicas do país. A produção nacional do Mobilis será feita São José dos Campos, interior paulista, usando parte da planta industrial da RF Telavo. O Mobilis suporta conexão Wi-Fi, tem tela LCD de 7.4 polegadas e usa bateria com autonomia para seis horas. Na Índia, o produto é vendido por US$ 277. Além do Mobilis, o Governo avalia o laptop de US$ 100, da OLPC e o ClassMate PC, da Intel. A Intel já anunciou que produzirá no Brasil seu laptop educacional usando as instalações da Positivo. Inicialmente, a Encore planeja produzir mil unidades do Mobilis no país. Os computadores serão usados em testes do Governo e em parcerias com instituições públicas. Disponível em: <http://info.abril.com.br/aberto/infonews/022007/01022007-16.shl> Acesso em: 27 julho 2007. TEXTO 2- Brasil fará 1ª compra de laptop educacional em licitação para 150 mil unidades Expectativa é que os modelos cheguem ao País no início do ano letivo de 2008, depois de licitação que pode envolver até 30 milhões de dólares.

Por Taís Fuoco, do COMPUTERWORLD, 02 de junho de 2007 O governo federal prepara uma licitação internacional, que deve ser lançada no início do segundo semestre, para adquirir 150 mil laptops de uso educacional, dentro do projeto batizado no Brasil de Um Computador por Criança (UCA), mas que mundialmente é conhecido por One Laptop per Child (OLPC). Segundo o assessor especial da Presidência da República, Cezar Alvarez, que recentemente passou a coordenar os projetos de inclusão digital do governo, a

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ideia de promover uma licitação internacional surgiu para dar oportunidade para que qualquer companhia participe. O governo admite, inclusive, que as máquinas sejam importadas porque sabe que não haverá tempo hábil para produção local. Alvarez, que participa do 51º Painel Telebrasil, afirmou que tanto o modelo idealizado pelo pesquisador Nicholas Negroponte, do MIT, assim como o Classmate da Intel e o modelo que nascerá da parceria entre a brasileira RF Telavo e a indiana Encore já manifestaram interesse de participar. O governo pretende pagar "cerca de 200 dólares" por máquina, de acordo com Alvarez, o que vai levar a licitação a um total em torno de 30 milhões de dólares. O assunto começou a ser discutido no Fórum Mundial de Davos, no início do ano passado, quando o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi apresentado ao projeto idealizado por Negroponte. Hoje, algumas escolas já testam o equipamento, como um colégio estadual de Porto Alegre que recebeu 100 máquinas e as distribuiu entre alunos da 4ª e da 8ª séries, trabalho coordenado pela Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC), ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O governo admite que, apesar de se tratar da primeira compra efetiva, "vai ser um grande piloto" porque é a partir da experiência com essas 150 mil máquinas que o País vai avaliar a viabilidade de estender os equipamentos ao total de 52 milhões de alunos existentes na rede pública hoje, entre nível fundamental e médio. Disponível em: <http://computerworld.uol.com.br/governo/2007/06/02/idgnoticia.2007-06-02.8323813097> Acesso em: 27 julho 2007.

TEXTO 3- Os tais laptops de U$ 100 Renata Cafardo, repórter do jornal “Estado de São Paulo” (04 de agosto de 2007). Nesta semana conheci as primeiras crianças de São Paulo que utilizam os laptops feitos pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. As máquinas - que pesam 1,5 quilo, são coloridas e medem cerca de 20 centímetros - ficaram conhecidas como laptop de US$ 100, apesar de o custo chegar a US$ 135. Idealizadas pelos pesquisadores do MIT como uma ferramenta de educação, foram apresentadas ao governo federal, que estuda a implementação em todas as escolas do País. As teclas do computador são minúsculas, sob medida para crianças e talvez pequenas demais para adolescentes. Há internet sem fio e editor de texto, ferramentas mais usadas nas escolas para pesquisas e exercícios de leitura e escrita. Mas as crianças gostam mesmo da webcam e da facilidade de virar em 180 graus a tela do computador para fazer fotos ou filmes. Entre os depoimentos dos alunos, todos entre 11 e 12 anos, o mais interessante foi notar a maneira como eles percebem a escola, depois da chegada dos computadores. Eles estudam numa escola municipal, em Parada de Taipas, e dizem que "ninguém mais falta às aulas", "faz bagunça" ou deixa de prestar atenção ao professor. "A escola ficou muito mais legal", disse Tainara Lacerda, de 11 anos. Os coordenadores do projeto ainda avaliam se os alunos poderão levar os laptops para casa - o que é essencial, segundo pesquisadores do MIT, para promover a inclusão digital também das famílias. Aqui no Brasil, no entanto, há o medo de roubos, perdas ou danos aos computadores. Em uma das reuniões com pais e responsáveis pelos alunos, uma avó disse que preferia que o laptop não fosse com o neto para a casa. Isso porque o menino passou a acordar sozinho, sem reclamações, para ir a escola, depois que os laptops chegaram. "Se o computador tiver em casa, ele vai querer ficar por lá com ele", disse ela, segundo relatos da coordenadora do projeto Roseli de Deus, pesquisadora da USP. Disponível em: <http://blog.estadao.com.br/blog/renata/?title=os_tais_laptops_de_u_100> Acesso em: 05 ago. 2007. TEXTO 4- Governo pretende informatizar todas as escolas públicas até 2010

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Irene Lôbo e Juliana Andrade, repórteres da Agência Brasil (29 de abril de 2007). Brasília - Até 2010, o governo pretende instalar laboratórios de informática em todas as 130 mil instituições de ensino público do país, um investimento avaliado em R$ 650 milhões. As primeiras escolas beneficiadas serão as do ensino médio. Todas vão ter pelo menos um laboratório de informática até o mês de dezembro, o que equivale a 15.700 escolas desse nível em todo o país. A informatização das escolas públicas é uma das metas previstas no Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado na semana passada pelo governo federal. O programa responsável pela informatização das escolas é o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo), que existe desde 1997. Segundo o gerente do Proinfo, José Guilherme Ribeiro, depois de informatizados as instituições de ensino médio, o foco serão as escolas que atendem a 5ª e a 8ª séries e os estabelecimentos urbanos e rurais, que deverão ser equipadas em 2008. Em seguida, virão as escolas de 1ª à 4ª séries, que deverão ser atendidas em 2009 e 2010. “Em 2007, vamos atender em torno de 12 mil escolas - cinco mil escolas rurais e sete mil urbanas. Em 2008, tentaremos atender, no total das escolas rurais e urbanas, em torno de 14 a 15 mil escolas. E, nos anos de 2009 e 2010, em torno de 30 mil escolas por ano”, informa o gerente do Proinfo. Segundo ele, a universalização da informática nas escolas deverá atingir cerca de 55 milhões de alunos do ensino básico até 2010. Neste ano, o governo deverá investir R$ 128 milhões na parte de infra-estrutura do Proinfo, ou seja, na aquisição de computadores e outros equipamentos. Outros R$ 75 milhões vão ser gastos com a criação de conteúdos digitais. “O governo está investindo em três pilares: o da infra-estrutura, o da capacitação continuada de todos os gestores educacionais e professores, e na criação de conteúdos livres para que os professores possam utilizar sem ter que gastar dinheiro para isso”, explica. A contrapartida dos estados será adequar a infra-estrutura da salas onde vão funcionar os laboratórios de informática. Segundo o gerente do Proinfo, a ideia de instalar laboratórios de informática nas escolas não é apenas ensinar os alunos a mexer no computador, mas também preparar os jovens para o mercado de trabalho. “Hoje, quando você sai da escola e vai para o mercado de trabalho, um dos requisitos é ser incluído digitalmente, ou seja, saber mexer com uma planilha eletrônica, saber mexer com computador, saber mexer com uma internet, são requisitos básicos se você for trabalhar no comércio, nos escritórios de administração, ou coisa desse gênero”. Todos os computadores doados pelo Ministério da Educação são entregues com alguns conteúdos digitais, como os livros que entraram em domínio público e já estão na página eletrônica do Ministério da Educação (www.mec.gov.br), e o conteúdo produzido pela TV Escola. José Guilherme Ribeiro reconhece que ainda há alguns falhas no Proinfo, como algumas escolas que dispõem de laboratório de informática, mas não o utilizam. “A gente não pode esconder o problema, mas trabalha para que isso fique cada vez menor”. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/04/28/materia.2007-04-28.7464325520> Acesso em: 27 julho 2007.

Como poderá ver nas notícias anteriores, logo, logo pode vir a acontecer que você tenha uma turma de alunos com computadores portáteis (laptops) prontos para serem utilizados na escola e na casa.

TAREFA 2B (semana 1)- Comente brevemente no Fórum "Um laptop na escola", quais tipos de atividades você acha que melhor poderia fazer na escola, na sua disciplina, se todos seus alunos tivessem aparelhos desse tipo.

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Na realização desta tarefa 2B, você já deve ter imaginado algumas possibilidades de utilização pedagógica dessas tecnologias.

Neste curso, além de pensar nessas possibilidades, iniciaremos nossa caminhada como efetivos utilizadores (como alunos e professores que somos ou seremos) das tecnologias e pedagogias possíveis mediadas pelas TICs.

TAREFA 3 (semana 1)- Leia e escolha só um (1) destes dois textos (presentes no site do curso):

a- “Universidade aberta leva ensino gratuito a locais remotos” ou

b- “Educação a distância: cadê o professor? Está longe...”

Copie todo o texto do artigo selecionado (“a” ou “b”) e cole-o num editor de texto (Word, presente no Office da Microsoft ou Writer, do BrOffice.org).

Edite (formate) o artigo para que fique com as características seguintes: fonte Times News Roman, tamanho 12, espaço duplo, cor da fonte preta (observe que a cor que tem no artigo original é cinza e não preta).

Acrescente um comentário, no final desse texto, se você teve alguma dificuldade para fazer esta tarefa, ou seja, se foi fácil ou difícil para você. Obrigado!

Salve o arquivo como: "seu nome + tarefa 3 + semana 1" (exemplo: "João Dias" - tarefa 3 - semana 1" ou "João Dias - t. 3- s. 1).

Depois, coloque esse texto já salvo e editado por você, na tarefa correspondente “Tarefa 3 semana 1”.

ATENÇÃO: Como copiar e colar um texto ou imagem? Você lembra da Dica 1? Utilize as teclas Ctrl + C = copiar e Ctrl + V = colar. Se tiver dúvidas peça ajuda para o tutor que deve estar presente em seu polo ou para algum colega ou até os outros tutores e professores a distância.

O QUE SÃO TECNOLOGIAS E POR QUE ELAS SÃO ESSENCIAIS

Carruagem de guerra sumério - 2.100 a.C.

TECNOLOGIA É PODER. Desde que surgiu a roda, - a primeira grande invenção tecnológica da humanidade -, a grande maioria dos avanços tecnológicos são impulsionados ou estão associados às guerras e poderio militar. Vale lembrar, como exemplo, o caso dos aviões, que poucos anos depois das primeiras experiências e voos de Santos Dumont, foram aperfeiçoados e

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utilizados na Primeira Guerra Mundial. Temos outro exemplo com as bombas voadoras V1 e V2 alemãs, cuja tecnologia serviu e base para o desenvolvimento dos primeiros aviões a jato e foguetes espaciais.

Não entanto, quando pensamos em tecnologia nem tudo tem fins bélicos. Ver mais

adiante uma nota curiosa sobre o primeiro telefone do mundo. ☺☺☺☺

Novas tecnologias ao se disseminarem na sociedade, levam a novas experiências e a novas formas de relação com o outro, com o conhecimento e com o processo de ensino-aprendizagem. Foi assim, no passado, com a disseminação da escrita, que é também uma tecnologia. A própria origem da educação e da escola depende muito desta tecnologia de recuperação de informação.

TAREFA 4 (semana 1)- Leia a introdução e primeiro capítulo do livro de Kenski (2007) e depois responda:

Você acha que a situação descrita na introdução do livro é pura ficção científica, já é realidade ou pode vir a ser realidade no futuro distante ou próximo?

Sobre o capítulo 1, faça também o seguinte (pode ser em uma ou mais de uma mensagem nesse mesmo fórum):

1- Pense e elabore uma pequena descrição sobre como as tecnologias estão presentes no seu cotidiano. E possível para você viver sem a mediação tecnológica? Por quê?

2- Argumente sobre a relação existente entre tecnologia e poder.

Coloque no Fórum "Introdução e capítulo 1 de Kenski" seu texto e comente os outros textos preparados por seus colegas.

ATENÇÃO: - Sugerimos encarecidamente que, antes de escrever o texto definitivo, você faça um rascunho, ou seja, prepare uma primeira versão em papel ou no computador, antes de fazer e colocar a versão definitiva no Fórum. - Não copie longos trechos desse texto do livro. Utilize suas próprias palavras e interpretações sobre a leitura realizada. - Uma vez colocado o texto na sua versão final na janela do Fórum, antes de apertar o botão “enviar mensagem ao fórum”, faça uma cópia do texto final (ctrl C + ctrl V). Assim, não perderá o trabalho em caso de qualquer dificuldade ou falha na hora de enviar a informação.

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UMA DEFINIÇÃO DE "EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA"?

Você está iniciando um curso na modalidade conhecida como "educação a distância". É interessante que pense como podemos definir o que é EaD.

TAREFA 5 (semana 1)- A partir das diversas definições de EaD presentes no texto "Conceitos de EaD", construa uma definição a mais completa possível do que pode ser a "Educação a distância".

Copie e cole seu texto preparado com a definição de "EaD" construída por você na janela da tarefa correspondente "Tarefa 5 -semana 1".

Breve nota sobre o telefone (1876)

Um homem de cerca de 46 anos de idade, dizendo chamar-se Joshua Coppersmith, foi preso em Nova York por tentar extorquir dinheiro de várias pessoas ignorantes e supersticiosas, exibindo um aparelho que, segundo ele diz, poderá transmitir a voz humana a qualquer distância, através de fios metálicos, de forma que ela será ouvida por qualquer pessoa na outra extremidade da linha. Ele chama o aparelho de "telefone", com a evidente finalidade de imitar a palavra "telégrafo" e ganhar a confiança dos que sabem do sucesso deste último aparelho, sem conhecerem, contudo, os princípios em que se baseia. As pessoas mais esclarecidas sabem que é impossível transmitir a voz humana sobre fios, conforme pode ser feito com pontos e traços do código Morse. E, mesmo que fosse possível tal feito do modo indicado, a coisa não teria o mínimo valor prático.

Nota policial aparecida em 1876 no jornal norte-americano Boston Post

REFLEXÃO: Você acha que essa opinião inicial sobre a inutilidade do

telefone é verdadeira? Não a acha engraçada? ☺☺☺☺

TEXTO

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias. O novo ritmo da informação. Campinas: Papirus Editora, 2007.

Observações: - A reprodução de uma parte deste livro com fins educacionais não afeta os direitos autorais e editorais porque não supera o 10% do total do livro. Esperamos que na segunda semana de curso sejam providenciados os exemplares completos dessa obra e dispostos nas bibliotecas dos polos para continuar com seu estudo. - Os números entre parênteses correspondem à página do original. - No final, existem várias questões que deverão ser respondidas. Algumas delas serão debatidas no Fórum “Capítulo 1 – livro de Kenski”. - Se vai fazer a leitura na tela do computador, lembre que pode aumentar ou diminuir o tamanho da página, utilizando os botões de Zoom existentes no seu programa leitor de

arquivos pdf. escolhendo o tamanho da fonte que fique melhor para você poder realizar a leitura sem cansar a vista.

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TAREFA 4 (semana 1): Pense nas seguintes perguntas e tarefas. Depois da leitura do texto, tente respondê-las no Fórum "Introdução e capítulo 1 de Kenski": 1- Você acha que a situação descrita na introdução do livro é pura ficção científica, já é realidade ou pode vir a ser realidade num futuro distante ou próximo? Sobre o capítulo 1: 2- Pense e elabore uma pequena descrição sobre como as tecnologias estão presentes no seu cotidiano. E possível para você viver sem a mediação tecnológica? Justifique sua resposta. 3- Noutro pequeno texto, argumente sobre a relação existente entre tecnologia e poder.

INTRODUÇÃO

Ligo meu computador e já acesso a Internet. Entro no endereço da minha universidade no mundo virtual. Uma tela se abre diante dos meus olhos. Identifico-me, utilizando minha webcam e minha senha de acesso. No mesmo instante, sou transportada para o ambiente tridimensional interativo em que estudo. Uma tela me pergunta qual será a identidade que irei utilizar. Escolho o nome, o sexo e a figura que irá me representar na tela, o meu avatar. Comando os seus ângulos de visão, suas emoções e a forma como vou fazer o controle de suas ações, por comandos de voz, pelo mouse ou pelo teclado. Encarnada na figura que me representa no mundo virtual, passo pela avenida principal e subo as escadas para entrar no laboratório de projetos. Deixo para trás os sons dos carros e o barulho dos pássaros virtuais.

Dentro do ambiente, ouço as vozes das outras alunas que fazem parte de meu grupo de trabalho (Cinthya, do Canadá, Vichy. da França, Mayte, da Venezuela e Shizlan, da Finlândia) e que me cumprimentam. Converso com elas sobre o que temos de fazer hoje. Logo chegam Lioness, o professor dinamarquês, e Marita, a assistente espanhola. Convencionamos usar o inglês operacional da rede, já padronizado e com múltiplas formas de expressão (oral, escrita, gráfica etc.), para atender a todos da equipe, principalmente Vichy, que não escuta.

A nossa atividade nesse momento é terminar a construção do espaço virtual para apresentação de nossas pesquisas sobre "educação e tecnologias". Trabalhamos em colaboração na definição do layout e no dimensionamento das peças que vamos utilizar. Debatemos e experimentamos a reutilização de modelos anteriores, já disponíveis. Com o uso de programas específicos, aproveitamos alguns desses materiais e nos distribuímos para criar as peças que faltam no novo ambiente. Definimos que faremos um grande jardim em que as pesquisas serão apresentadas em paineis imersivos. As pessoas poderão caminhar peio jardim e escolher como interagir com cada uma das apresentações. Cada painel convidará gentilmente as pessoas para imergir no tema tratado. Dentro do painel, uma grande rede, distribuída em camadas hipertextuais, levará o convidado para diversos tipos de apresentações e interações (sons, vídeos, estruturas técnicas, blogs, espaços de bate-papo com a presença do autor do trabalho, fóruns de debates, atalhos para textos mais densos e literaturas mais leves, muitas animações e jogos, muitos jogos). Trabalhamos duro, trocamos ideias e nos dividimos em duplas para montar os paineis e todo o espaço a nossa volta. Comandando os nossos avatares, podemos correr, pular, voar, carregar paineis e expressar nossas emoções. Interagimos em tempo real e criamos rapidamente os últimos detalhes do espaço das apresentações. Terminamos o projeto em pouco tempo e já podemos

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convidar todos os que tiverem acesso ao mundo virtual para visitar nossas instalações e interagir com nossos projetos.

Idealizamos um caminho amplo e agradável em meio a um jardim, cheio de plantas, flores e canto de pássaros. Se o visitante quiser olhar em outra direção, irá encontrar o mar com o movimento e o barulho das ondas quebrando na areia da praia. Passeando por esse jardim, os visitantes poderão ver, em outdoors, as apresentações tridimensionais de nossos projetos. Poderão penetrar em cada projeto - casa, fábrica, escritório, museu e biblioteca -, vivenciar suas instalações e as respostas oferecidas em cada um deles aos novos desafios que o tema "educação e tecnologia" está apresentando. Terão acesso também a todas as referências teóricas utilizadas para elaboração de cada estudo. Poderão conversar com os autores em salas de bate-papo que constam da programação do evento virtual. Será possível também debater as propostas nos fóruns especialmente criados em cada apresentação. Poderão interagir com as propostas e alterá-las como lhes convier. Essas alterações serão salvas como novas opções e servirão para o aprofundamento dos estudos realizados. A ideia é de que todos, professores, alunos e visitantes, explorem novos conceitos e novas propostas de aprendizagem. Baseados na interação permanente, na comunicação e na ação, todos aprofundam seus conhecimentos de forma criativa e agradável.

Antes que imaginem que tudo o que descrevi é ficção científica, é bom saber que experiências como essa e outras mais incríveis ainda ocorrem diariamente nos espaços educacionais existentes nos mundos virtuais. São aulas que podem ser realizadas na Lua, em Marte, em laboratórios de medicina, veterinária ou educação. Disciplinas em que os alunos exploram os ambientes do fundo do mar ou de reuniões de difícil acesso, como um deserto ou o Everest. Tudo isso sem sair da frente da telinha do computador.

Centenas de universidades e colégios do mundo inteiro já possuem seus espaços de estudos em ambientes virtuais tridimensionais. Não se trata de simples projetos de educação a distância, mas de novas concepções de educação, em que são utilizadas as mais atuais tecnologias digitais, para se aprender mais e melhor.

Um longo caminho, no entanto, o homem teve de percorrer para chegar nesse estágio da relação entre educação e tecnologias. Este livro trata desse caminho e dessas relações. Convido o leitor a caminhar comigo e ver como tudo isso começou e foi se transformando. Quero lhe mostrar como a tecnologia tornou possível a experiência de ser aluno no mundo virtual, escolher avatares e interagir com pessoas de todo o mundo, para aprender.

CAPÍTULO l O QUE SÃO TECNOLOGIAS E POR QUE ELAS SÃO ESSENCIAIS

Tecnologias: Isso serve para fazer a guerra

As tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana. Na verdade, foi a

engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às mais diferenciadas tecnologias. O uso do raciocínio tem garantido ao homem um processo crescente de inovações. Os conhecimentos daí derivados, quando colocados em prática, dão origem a diferentes equipamentos, instrumentos, recursos, produtos, processos, ferramentas, enfim, a tecnologias. Desde o início dos tempos, o domínio de determinados tipos de tecnologias, assim como o domínio de certas informações, distinguem os seres humanos. Tecnologia é poder. Na Idade da Pedra, os homens – que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das manifestações da natureza - conseguiram garantir a sobrevivência da espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que dominavam o uso de elementos da natureza. A água, o fogo, um pedaço de pau ou o osso de um animal eram utilizados para matar, dominar ou afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos conhecimentos e habilidades.

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A ação bem-sucedida de grupos "armados" desencadeou novos sentimentos e ambições em nossos ancestrais. Novas tecnologias foram sendo criadas, não mais para a defesa, mas para o ataque e a dominação.

A posse de equipamentos mais potentes abriu espaço para a organização de exércitos que subjugaram outros povos por meio de guerras de conquista ou pelo domínio cultural. Um momento revolucionário deve ter ocorrido quando alguns grupos primitivos deixaram de lado os machados de madeira e pedra e passaram a utilizar lanças e setas de metal para guerrear. O uso de animais adestrados - cavalos principalmente - mudou a forma de realizar um combate. Canoas e barcos a remo eram frágeis diante de caravelas e navios. Assim, sucessivamente, com o uso de inovações tecnológicas cada vez mais poderosas, os homens buscavam ampliar seus domínios e acumular cada vez mais riquezas.

Essa relação não mudou até hoje. As grandes potências - sejam países ou grandes corporações multinacionais- preocupam-se em manter e ampliar seus poderes políticos e econômicos. Gastam grande parte de seus orçamentos na pesquisa de inovações que garantam a manutenção dessa supremacia. Em muitos casos, é na pesquisa e produção de novos armamentos e equipamentos militares que os órgãos de defesa dos países desenvolvidos descobrem (algumas vezes acidentalmente, mas nem sempre) usos domésticos para os mesmos produtos. Dos centros de pesquisa, essas invenções migram para o uso ampliado em nossas casas e alteram nossas vidas.

A Guerra Fria - iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial e que durante quase 50 anos dividiu o mundo em dois grandes blocos de poder - impulsionou a ciência e a tecnologia de forma jamais vista na história da humanidade. Muitos equipamentos, serviços e processos foram descobertos durante a tensão que existiu entre Estados Unidos e União Soviética pela ameaça, de ambos os lados, de ações bélicas, sobretudo com o uso da bomba atômica. A corrida espacial, resultante do avanço científico proporcionado por essa tensão, trouxe inúmeras inovações: o isopor, o forno de microondas, o relógio digital e o computador.

O jornalista Fábio Reynol (2004) informa que

os aparelhos automáticos para medir pressão arterial encontrados nas portas das farmácias são a evolução de equipamentos desenvolvidos para astronautas, que precisavam de sistemas práticos para avaliar a saúde no espaço. A válvula de um novo tipo de coração artificial foi inspirada em uma bomba de combustível de foguetes. Marca-passos são monitorados graças à mesma tecnologia utilizada em satélites. E até a Fórmula l. famosa por ser uma grande fonte de tecnologia, copiou dos trajes espaciais os macacões antichamas de seus pilotos. Detectores de fumaça e de vazamento de gás, tão comuns em construções hoje em dia, vieram de pesquisas de similares que equipam veículos espaciais. Também é graças ao espaço que os ortodontistas contam hoje com o Nitinol, uma liga que, por ser maleável e resistente, é muito empregada na fabricação de satélites e que agora também compõe os "araminhos" de muitos aparelhos ortodônticos. E até a asa-delta. quem diria, não foi invenção de esportistas, mas de Francis Rogallo. projetista da Nasa, que desenvolveu o aparato para guiar espaçonaves depois da reentrada na atmosfera. O inventor não imaginava que sua obra iria fazer muito mais sucesso como esporte, modalidade inaugurada na década de 70.

Conhecimento, poder e tecnologias

Os vínculos entre conhecimento, poder e tecnologias estão presentes em todas

as épocas e em todos os tipos de relações sociais. Enciclopédias. dicionários, livros, revistas e jornais, por exemplo, são criados em contextos definidos e apresentam informações da ótica de seus autores e editores, ou seja, a informação veiculada em jornal, revista ou livro não envolve a totalidade de informações sobre determinado assunto nem pode ser considerada totalmente isenta e imparcial. O autor apresenta sua versão do fato. Um exemplo bem fácil: é só notar como diferentes jornais, revistas e

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outras publicações tratam a mesma notícia. O aumento de impostos, por exemplo, pode ser criticado por jornais e revistas de grande circulação e que olham a notícia pela ótica de seus leitores. Já as mídias que apoiam o governo tratam do mesmo assunto como oportunidade de obtenção de verbas para a melhoria de serviços públicos etc. Da mesma forma, assuntos científicos polêmicos como os transgênicos, a clonagem e o genoma são vistos de forma positiva ou negativa, conforme o posicionamento dos que apresentam a informação.

A concepção de guerra e as relações de poder que envolvem conhecimento e inovações tecnológicas ampliaram-se tremendamente na atualidade. A facilidade de interação e comunicação facilitou a globalização da economia. Com o fim da Guerra Fria, o colapso do socialismo e o início da era tecnológica, no início dos anos 1990, o mundo começou a sentir a crescente hegemonia do pensamento neoliberal. Esse movimento foi acompanhado pela evolução de novos conceitos no mundo do trabalho (qualidade, produtividade, terceirização, reengenharia etc.), como resultado do desenvolvimento e da introdução de novas tecnologias na produção e na administração empresarial, com o agravamento da exclusão social.

As grandes corporações transnacionais assumem poderes (quanto ao domínio de tecnologias, de capital financeiro, de mercados, de distribuição, etc.) superiores aos poderes políticos dos países e exercem influência sobre o futuro dos povos em todo o mundo. A globalização da economia e das finanças redefine o mundo e cria uma nova divisão social. O mundo desenvolvido e rico é o espaço em que predominam as mais novas tecnologias e seus desdobramentos na economia, na cultura, na sociedade. Os que não têm a "senha de acesso" para ingresso nessa nova realidade são os excluídos, os "subdesenvolvidos". Em todos os países, ricos ou pobres, em alguns mais noutros menos, esses dois grupos - incluídos e excluídos - se apresentam de forma muito semelhante. Desenha-se uma nova geografia, em que já não importa o lugar onde cada um habita, mas as suas condições de acesso às novas realidades tecnológicas. Para Lyotard (1988 e 1993), um grande filósofo francês, o grande desafio da espécie humana na atualidade é a tecnologia. Segundo ele, a única chance que o homem tem para conseguir acompanhar o movimento do mundo é adaptar-se à complexidade que os avanços tecnológicos impõem a todos, indistintamente. Este é também o duplo desafio para a educação: adaptar-se aos avanços das tecnologias e orientar o caminho de todos para o domínio e a apropriação crítica desses novos meios. Educação, poder e tecnologias

A educação também é um mecanismo poderoso de articulação das relações entre poder, conhecimento e tecnologias. Desde pequena, a criança é educada em um determinado meio cultural familiar, onde adquire conhecimentos, hábitos, atitudes, habilidades e valores que definem a sua identidade social. A forma como se expressa oralmente, como se alimenta e se veste, como se comporta dentro e fora de casa são resultado do poder educacional da família e do meio em que vive. Da mesma forma, a escola também exerce o seu poder em relação aos conhecimentos e ao uso das tecnologias que farão a mediação entre professores, alunos e os conteúdos a serem aprendidos.

A escola representa na sociedade moderna o espaço de formação não apenas das gerações jovens, mas de todas as pessoas. Em um momento caracterizado por mudanças velozes, as pessoas procuram na educação escolar a garantia de formação que lhes possibilite o domínio de conhecimentos e melhor qualidade de vida. Essa educação escolar, no entanto, aliada ao poder governamental, detém para si o poder de definir e organizar os conteúdos que considera socialmente válidos para que as pessoas possam exercer determinadas profissões ou alcançar maior aprofundamento em determinada área do saber. Assim, a definição dos currículos dos cursos em todos os níveis e modalidades de ensino é uma forma de poder em relação à informação e aos conhecimentos válidos para que uma pessoa possa exercer função ativa na sociedade. Por sua vez, na ação do professor na sala de aula e no uso que ele faz dos suportes tecnológicos que se encontram à sua disposição, são novamente definidas as relações

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entre o conhecimento a ser ensinado, o poder do professor e a forma de exploração das tecnologias disponíveis para garantir melhor aprendizagem pelos alunos.

Evolução das tecnologias

As tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa memória, garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as capacidades naturais do ser humano. Somos muito diferentes dos nossos antepassados e nos acostumamos com alguns confortos tecnológicos - água encanada, luz elétrica, fogão, sapatos, telefone - que nem podemos imaginar como seria viver sem eles. Mas nem sempre foi assim.

Na origem da espécie, o homem contava simplesmente com as capacidade naturais de seu corpo: pernas, braços, músculos, cérebro. Na realidade, podemos considerar o corpo humano, e sobretudo o cérebro, a mais diferenciada e aperfeiçoada das tecnologias, pela sua capacidade de armazenar informações, raciocinar e usar os conhecimentos de acordo com as necessidades do momento. Um grande salto evolutivo para a espécie humana ocorreu quando, diferenciando-se dos outros primatas, o homem começou a andar ereto, liberando as mãos para a realização de atividades úteis à sua sobrevivência. Com a capacidade de raciocinar e as mãos livres para criar, o homem inventou e produziu ferramentas e processos para sua sobre vi vencia em qualquer tipo de meio ambiente. Essa competência, porém, seria inútil se o homem vivesse isolado. A reunião em grupos e bandos garantiu maior poder diante dos desafios impostos pela natureza. A fragilidade do homem, diante das outras espécies, era superada por sua inventividade e pela capacidade de agregação social. As ferramentas eram criadas e utilizadas em grupo. Técnicas de construção, utilização e aperfeiçoamento delas constituiriam acervos preciosos na composição da cultura de um determinado povo e seriam transmitidas e aperfeiçoadas pelas gerações seguintes.

Na relação com a natureza, a espécie humana modificou-se e criou formas de adaptação aos ambientes mais inóspitos. Para garantir a sobrevivência, roupas, habitações, alimentos e armas foram sendo criados, descobertos, utilizados e transformados. Organizados em tribos nômades, os homens primitivos dominavam as técnicas de caça e de criação de objetos de pedra. Dominaram a obtenção e o uso do fogo. Mais tarde, já assentados, reunidos em aldeias, desenvolveram tecnologias para a construção de ferramentas utilizando metais e cerâmicas diversas. Quando se tornaram agricultores, inventaram a metalurgia, o uso amplo da roda, o arado, os moinhos, os sistemas de irrigação, o uso da energia dos animais domesticados. Construíram grandes obras públicas e meios de transporte coletivos por terra e por mar. Fundaram cidades e criaram fábricas e máquinas. Desenvolveram formas diferenciadas para obtenção de energia: carvão, vapor, gás, eletricidade, etc. O desenvolvimento tecnológico de cada época da civilização marcou a cultura e a forma de compreender a sua história. Todas essas descobertas serviram para o crescimento e desenvolvimento do acervo cultural da espécie humana. As diferentes etapas da evolução social resultam de muitas variáveis interdependentes, mas. Na maioria das vexes, decorrem do descobrimento e da aplicação de novos conhecimentos e técnicas de trabalho e produção.

A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes períodos da história da humanidade são historicamente reconhecidos pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo, correspondem ao momento histórico-social em que foram criadas "novas tecnologias" para o aproveitamento desses recursos da natureza. de forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos e cria permanentemente "novas tecnologias", cada vez mais sofisticadas.

A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia impõem-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento individual., mas o de todo o grupo social. A

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descoberta da roda, por exemplo, transformou radicalmente as formas de deslocamento, redefiniu a produção, a comercialização e a estocagem de produtos e deu origem a inúmeras outras descobertas.

A economia, a política e a divisão social do trabalho refletem os usos que os homens fazem das tecnologias que estão na base do sistema produtivo em diferentes épocas. O homem transita culturalmente mediado pelas tecnologias que lhe são contemporâneas. Elas transformam sua maneira de pensar, sentir, agir.

Essa é também a maneira como pensa um grande escritor. Umberto Eco. Em um artigo, publicado no editorial do jornal O Estado de S. Paulo, Eco (2003) diz:

Cada inovação tecnológica, cada passo adiante em direção ao progresso, sempre produziu desemprego e essa história começou com os tecelões do século 18, que quebravam as máquinas de tecer com medo de ficar sem trabalho. Imagino que o advento dos taxis tenha arruinado os cocheiros. Quando eu era criança e íamos para o campo, lembro-me de que o velho Pietro era chamado com sua carroça para levar a minha família e as bagagens à estação. Em pouco tempo, apareceram os carros de praça e ele não tinha mais idade para tirar a carteira de motorista e se reciclar como taxista. Mas, naquela época, as inovações demoravam razoavelmente a chegar e Pietro só ficou desempregado quando estava perto de se aposentar. Hoje, as coisas estão mais rápidas. Imagino que o aumento da expectativa de vida poderia ter posto em crise os donos de funerárias e os coveiros, não fosse a lentidão do fenômeno e, quando se percebeu que havia menos pessoas de 60 anos para sepultar, já se deviam enterrar as pessoas de 80 anos que não haviam morrido aos 60. Portanto, o trabalho dessa categoria (por obra da premissa da mãe de todos os silogismos, "todos os homens são mortais") nunca deve faltar. Mas se um dia desses se descobrir, não digo a fonte da imortalidade, mas uma droga que aumente a expectativa de vida para 120 anos. certamente veremos os donos de funerárias saírem na rua pedindo subsídios ao governo. O problema é que a aceleração dos processos inovadores cada vez mais deixará na miséria categorias inteiras. Basta pensar na crise que se abateu sobre os técnicos de máquinas de escrever no arco dos anos 80. Ou eram jovens e espertos o bastante para se tornar especialistas em computadores ou estavam logo em maus lençois.

Na atualidade, o surgimento de um novo tipo de sociedade tecnológica é

determinado principalmente pêlos avanços das tecnologias digitais de comunicação e informação e pela microeletrônica. Essas novas tecnologias -assim consideradas em relação às tecnologias anteriormente existentes -, quando disseminadas socialmente, alteram as qualificações profissionais e a maneira como as pessoas vivem cotidianamente, trabalham, informam-se e se comunicam com outras pessoas e com todo o inundo. Tecnologias não são só "máquinas"

Estamos muito acostumados a nos referir a tecnologias como equipamentos e

aparelhos. Na verdade, a expressão "tecnologia" diz respeito a muitas outras coisas além de máquinas. O conceito de tecnologias engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas aplicações. Mais adiante, vou me dedicar a conceituar tecnologia. Neste momento, quero apenas mostrar que existem muitas tecnologias ao nosso redor que não são máquinas. Os exemplos mais próximos são as próteses - óculos e dentaduras - e os medicamentos. Fruto de descobertas para as quais contribuem os estudos de muitos cientistas das mais diversas áreas, são tecnologias que ajudam a espécie humana a viver mais e melhor.

Da mesma forma, existem outras tecnologias que não estão ligadas diretamente a equipamentos e que são muito utilizadas pela raça humana desde o início da civilização. A linguagem, por exemplo, é um tipo específico de tecnologia que não necessariamente se apresenta através de máquinas e equipamentos. A linguagem é uma construção criada pela inteligência humana para possibilitar a comunicação entre os membros de determinado grupo social. Estruturada pelo uso, por inúmeras gerações, e

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transformada pelas múltiplas interações entre grupos diferentes, a linguagem deu origem aos diferentes idiomas existentes e que são característicos da identidade de um determinado povo, de uma cultura. Conceitos de tecnologias Relação entre tecnologias, técnicas, equipamentos

E comum ouvirmos dizer que "na atualidade, as tecnologias invadem o nosso

cotidiano". Alguns autores contemporâneos falam até que estamos vivendo em plena "sociedade tecnológica". Nos filmes de ficção científica, as chamadas civilizações tecnológicas são povoadas por robôs e outros equipamentos sofisticados, dotados de um alto grau de inteligência, em muito superior a do "homem comum". Na maioria das vezes, esses super-homens são criados por cientistas inescrupulosos que procuram de todas as maneiras dominar a raça humana e, para isso, contam com seus conhecimentos tecnológicos na criação de exércitos de ciborgs ou outras figuras semelhantes.

Essa visão literária e redutora do conceito de tecnologia - como algo negativo, ameaçador e perigoso - deixa aflorar um sentimento de medo. As pessoas se assustam com a possibilidade de que se tornem realidade as tramas ficcionais sobre o domínio do homem e da Terra pelas "novas e inteligentes tecnologias". Tecnologia, no entanto, não significa exatamente isso. Ao contrário, ela está em todo lugar, já faz parte das nossas vidas. As nossas atividades cotidianas mais comuns - como dormir, comer, trabalhar, nos deslocarmos para diferentes lugares, ler, conversar e nos divertirmos - são possíveis graças às tecnologias a que temos acesso. As tecnologias estão tão próximas e presentes que nem percebemos mais que não são coisas naturais. Tecnologias que resultaram, por exemplo, em lápis, cadernos, canetas, lousas, giz e muitos outros produtos, equipamentos e processos que foram planejados e construídos para que possamos ler. escrever, ensinar e aprender.

Da mesma forma, para todas as demais atividades que realizamos, precisamos de produtos e equipamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções específicas, na busca de melhores formas de viver. Ao conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade, chamamos de "tecnologia". Para construir qualquer equipamento - uma caneta esferográfica ou um computador -, os homens precisam pesquisar, planejar e criar o produto, o serviço, o processo. Ao conjunto de tudo isso. chamamos de tecnologias.

Nas atividades cotidianas, lidamos com vários tipos de tecnologias. As maneiras, jeitos ou habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia, para executar ou fazer algo, chamamos de técnicas. Algumas técnicas são muito simples e de fácil aprendizado. São transmitidas de geração em geração e se incorporam aos costumes e hábitos sociais de um determinado grupo de pessoas. As técnicas ligadas a algumas atividades profissionais, por exemplo, a pesca, a produção de alimentos ou a elaboração de alguns tipos de atividades artesanais, variam muito entre os povos e identificam uma determinada cultura.

Segundo o Dicionário de filosofia de Nicola Abbagnano (1982, p. 906), a tecnologia é "o estudo dos processos técnicos de um determinado ramo de produção industrial ou de mais ramos". Já a técnica, no mesmo dicionário, "compreende todo conjunto de regras aptas a dirigir eficazmente uma atividade qualquer. A técnica, neste sentido, não se distingue nem da arte nem da ciência nem de qualquer processo ou operação para conseguir um efeito qualquer: o seu campo estende-se tanto quanto o das atividades humanas".

O conceito de novas tecnologias é variável e contextual. Em muitos casos, confunde-se com o conceito de inovação. Com a rapidez do desenvolvimento tecnológico atual, ficou difícil estabelecer o limite de tempo que devemos considerar para

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designar como "novos" os conhecimentos, instrumentos e procedimentos que vão aparecendo. O critério para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso. Nesse sentido, segundo Busato (1999, p. 135), o radio, "mais ouvido hoje nos walkmans ou nos carros do que em casa", é uma tecnologia rejuvenescida, mas não tão nova. Ao se falar em novas tecnologias, na atualidade, estamos nos referindo, principalmente, aos processos e produtos relacionados com os conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das tele-comunicações. Essas tecnologias caracterizam-se por serem evolutivas, ou seja, estão em permanente transformação. Caracterizam-se também por terem uma base imaterial, ou seja, não são tecnologias materializadas em máquinas e equipamentos. Seu principal espaço de ação é virtual e sua principal matéria-prima é a informação.

Pense como seria a sua vida - e a de qualquer pessoa - se não tivéssemos as tecnologias nos ajudando a realizar as nossas atividades diárias. Eu não poderia agora, por exemplo, estar me comunicando com você, contando essa longa história de relacionamentos bem-sucedidos entre os homens e as tecnologias.

Referências bibliográficas

ABBAGNANO, N. (1982). Dicionário de filosofia. 2a ed. São Paulo: Mestre Jou. BUSATO, L.R. (1999). "O binómio comunicação e educação: Coexistência e competição". In:

Cadernos de Pesquisa, n. 106. São Paulo: Fundação Carlos Chagas. CASTELLS, M. (1999). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra. COLETIVO NTC (1996). Pensar-pulsar: Cultura comunicacional, tecnologias, velocidade. São

Paulo: Edições NTC. ECO, U. (2003). "Alguns mortos a menos". O Estado de S. Paulo. Editorial, 10/8. ILHARCO, F, (março de 2004). "A galáxia de Castells". In:

http://jornal.publico.pt/publico/2004/02/09/EspacoPublico/001.html. LYOTARD, J.R (1988). O inumano. Considerações sobre o tempo. Lisboa: Estampa. ______ (1993). Moralités postmodernes. Paris: Galilée. MOREIRA, R. (março de 2004). "Globalização e neoliberalismo". In: www.terravista.pt/meco/

2673 /pagl.htm. REYNOL, F. (março de 2004). "Guerra fria promoveu a corrida tecnológica". In: Guerra e ciência,

www.comciencia.br/reportagens/guerra/guerra07.htm. QUESTÕES PARA REFLEXÃO E DEBATES 1- Você acha que a situação descrita na introdução do livro é pura ficção científica, já é realidade ou pode vir a ser realidade em um futuro distante ou próximo? Sobre o capítulo 1: 2- Pense e elabore uma pequena descrição sobre como as tecnologias estão presentes no seu cotidiano. E possível para você viver sem a mediação tecnológica? Justifique sua resposta. 3- Noutro pequeno texto, argumente sobre a relação existente entre tecnologia e poder.

Coloque no Fórum "Introdução e capítulo 1 de Kenski" seus comentários sobre estas questões e converse com seus colegas sobre os outros textos preparados por eles.

ATENÇÃO: - Sugerimos fortemente que, antes de escrever o texto definitivo, você faça um rascunho, ou seja, prepare uma primeira versão em papel ou no computador, antes de colocar a versão definitiva no Fórum. - Não copie longos trechos do livro. Utilize suas próprias palavras e interpretações sobre a leitura realizada desse texto. - Uma vez colocado o texto na sua versão final na janela do Fórum, antes de apertar o botão “enviar mensagem ao fórum”, faça uma cópia do texto final (ctrl C + ctrl V). Assim, não perderá o trabalho em caso de qualquer dificuldade ou falha na hora de enviar a informação.

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UNIDADE 2 (Semana 2)

EVOLUÇÃO DAS TICs E EaD O que chamamos agora de NTICs representam uma evolução e não uma revolução com respeito às tecnologias mais antigas da educação a distância (DANIEL, 2003, p. 167). DANIEL, John. Educação e tecnologia num mundo globalizado. Brasília: UNESCO, 2003.

Na segunda parte da unidade anterior, conversamos um pouco sobre a evolução das tecnologias em geral, verdade? Já nesta, de forma mais específica, nos aprofundaremos na história e evolução das tecnologias e sua influência na sociedade, cultura e educação. Também, entraremos em contato com os tipos de ensino a distância, sua evolução no tempo, propiciado pela aparição e desenvolvimento dessas tecnologias, assim como pesquisaremos sobre algumas instituições e experiências nessa modalidade de ensino.

No final desta segunda unidade, você vai poder explicar o porquê dessa afirmação de Daniel (2003) que está no começo da unidade. Tudo isso lhe dará uma boa bagagem para fazer debates sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação e suas possibilidades na sua instituição ou comunidade. Conhecendo sua história, pode-se perceber melhor sua utilidade.

Lembremo-nos da última parte do capítulo estudado na unidade anterior, do livro da Vani Kenski (p. 25):

O conceito de novas tecnologias é variável e contextual. Em muitos casos, confunde-se com o conceito de inovação. Com a rapidez do desenvolvimento tecnológico atual, ficou difícil estabelecer o limite de tempo que devemos considerar para designar como "novos" os conhecimentos, instrumentos e procedimentos que vão aparecendo. O critério para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua natureza técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso. Nesse sentido, segundo Busato (1999, p. 135), o radio, "mais ouvido hoje nos walkmans ou nos carros do que em casa", é uma tecnologia rejuvenescida, mas não tão nova. Ao se falar em novas tecnologias, na atualidade, estamos nos referindo, principalmente, aos processos e produtos relacionados com os conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das tele-comunicações. Essas tecnologias caracterizam-se por serem evolutivas, ou seja, estão em permanente transformação. Caracterizam-se também por terem uma base imaterial, ou seja, não são tecnologias materializadas em máquinas e equipamentos. Seu principal espaço de ação é virtual e sua principal matéria-prima é a informação.

NTICs > conceito variável e contextual > em constante evolução > com base imaterial (no virtual, trabalha principalmente com informação).

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Veja um aparelho de rádio antigo e sobre ele um Ipod.

Até que ponto o rádio é uma nova tecnologia?

E o rádio digital?

ATENÇÃO: Estamos na segunda semana do curso e já é uma boa hora para começar a construir seu blog do curso. O que é blog? Veja no glossário e pesquise no Google (http://www.google.com) escrevendo na janela de busca o conjunto define:blog. Posso dizer que "blog" é um dos conceitos mais atuais de uso das TICs, com grandes possibilidades pedagógicas, por sua facilidade para promover uma reflexão sobre os processos ou tarefas em que estamos trabalhando. Além disso, é agradável e fácil de usar. PERGUNTA: Você conhece ou segue regularmente os comentários em algum blog, seja de um jornalista, de uma instituição ou um blog pessoal? Existem ferramentas externas para fazer blogs; mas, neste momento, utilizaremos principalmente o blog presente no mesmo Moodle. Você chega no seu blog pelo seguinte caminho: No ambiente Moodle clique em "participantes" (no lado superior da coluna esquerda) > depois clique em seu nome > "blog" > "acrescente novo texto"). Ver figura 3. Aí poderá escrever suas reflexões ou comentários e depois, formatar o texto (tamanho, cor), acrescentar imagens, links, etc. Pode, também, colocar a(s) etiqueta(s) ou palavras-chave que melhor definam seu texto e, por último, clique em "acrescentar", para que apareça publicado.

Figura 3. Caminho para chegar no blog pessoal a partir do menu “Participantes” .

Uma vez publicado seu comentário, você pode retornar a ele a qualquer momento para acrescentar outros textos ou mudá-los. Nesse blog, você deverá escrever pelo menos um comentário semanal, com suas impressões e avaliações sobre o processo do curso, outras leituras realizadas, sites visitados, opiniões sobre eles e qualquer outra informação de

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interesse para os participantes e que tenha a ver com os conteúdos do nosso módulo ou curso em geral. A quantidade e qualidade de participações suas no seu blog serão também levadas em consideração na hora de avaliar seu desempenho geral no curso.

TAREFA 1A (semana 2)- Elabore e coloque sua definição pessoal do que é um blog em forma de comentário no seu próprio blog aqui no Moodle (ou em um blog externo que já você tenha).

TAREFA 1B (semana 2)- Comece a postar comentários no seu blog pessoal no curso pelo menos uma vez por semana, com reflexões ou opiniões sobre o curso e o processo de aprendizagem que está acontecendo aqui. Acrescente qualquer outro comentário ou notícia que achar interessante.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EaD

Hoje em dia parece que EaD é só através da Internet e computadores, mas nem sempre foi assim. No seguinte esquema temos a representação de três gerações de EaD, segundo a forma em que é veiculada preferencialmente a informação.

Embora possamos pensar que uma geração só aparece depois da outra, no esquema você verá que elas não ficam totalmente separadas. Elas têm áreas de contato porque, por exemplo, os tele-cursos só depois de vários anos de percurso é que tiveram a capacidade de ser interativos (pelo avanço das tecnologias de comunicação e aumento na velocidade do fluxo de dados).

Por outro lado, veremos que, mesmo já existindo cursos pela televisão, ainda hoje eles co-existem com cursos por correspondência, com envio de material impresso, áudio, CD-Roms ou vários deles juntos.

Também, no mesmo tempo, podem ser utilizados canais diferentes no envio de conteúdos e na recepção das atividades ou dúvidas (por exemplo: tele-aulas com recepção de trabalhos via correios e dúvidas pelo telefone 0800 ou outras combinações).

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Por último, a educação pode ser presencial, a distância ou mista (leia o conceito de blended learning)

TAREFA 2 (semana 2)- A partir das informações apresentadas no texto "Histórico da EaD" (fundamentalmente no anexo 1), selecione três (3) exemplos de experiências de ensino brasileiras, representativas de cada geração de EaD (correspondência, tele-cursos e ambientes interativos) para reunir um total de nove (9) exemplos).

Envie sua pesquisa num texto identificado com seu "nome + histórico EaD" numa mensagem colocada no Fórum "Histórico EaD".

TAREFA 3 (semana 2)- O que é a “Universidade Aberta do Brasil” (UAB)? Quando foi criada?

Para responder a esta pergunta, pesquise também no site da UAB, na parte de perguntas e respostas mais frequentes.

http://uab.capes.gov.br/index.php

Envie sua pesquisa num texto identificado com seu "nome + Universidades Abertas" na Tarefa 3 – semana "Universidade Aberta do Brasil” (“UAB").

PANORAMA ATUAL DA EaD NO BRASIL

Com as leituras e trabalhos realizados até aqui, já temos uma ideia das diversas formas que podem ter os cursos da modalidade a distância e como eles evoluíram. Agora vamos ver melhor essas características através de exemplos atuais de cursos a distância no Brasil, que você pesquisará e descreverá.

TAREFA 4 (semana 2)- Você deverá encontrar e descrever três (3) cursos de EaD existentes na atualidade no Brasil.

Um bom ponto de partida para encontrar essas instituições é a lista contida no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (ABRAEAD)

http://www.abraead.com.br

Uma vez identificadas as instituições e cursos de seu interesse, descreva-os utilizando os seguintes itens: Nome da instituição, link, tipo de cursos oferecidos (graduação ou pós-graduação: especialização, mestrado ou doutorado, curso abertos à comunidade), duração do curso, procedimentos ou ferramentas de comunicação utilizadas, assim como qualquer outro dado de interesse.

Os dados encontrados serão colocados num glossário específico intitulado "Panorama da EaD no Brasil". Nele você observará todas as postagens ou envios dos colegas e também poderá avaliá-los. Por isso, desta vez, você copiará e colará seu texto diretamente na janela que aparecerá.

TEXTO

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Histórico da Modalidade a Distância

• A EaD no mundo • A EaD nas universidades • Três gerações no desenvolvimento da EaD • E no Brasil... Você conhece a história? • A EaD nas universidades brasileiras

Neste capítulo, você verá o quanto a história da EaD no Brasil e no mundo é interessante. Isto tudo lhe dará uma boa bagagem para fazer debates sobre o uso das tecnologias da informação e da comunicação. Conhecendo sua história, pode-se também perceber melhor a sua utilidade. Veja abaixo:

No mundo atual, em que muito se fala de globalização, não só econômica, mas também cultural e educacional, a educação a distância na sua dupla vertente tradicional e virtual, apresenta-se como o ensino do futuro e para um futuro que se perspectiva de grande investimento na educação ao longo da vida, centrado no aprendiz, e em que o docente é mais um orientador de percursos de aprendizagens autogeridas por cada um dos estudantes do que um professor ex cathedra perante uma turma de estudantes que o seguem. É por isto que a educação a distância se distingue do ensino presencial: pela sua flexibilidade curricular, pela existência de unidades creditáveis – quer estejam integradas num curso de graduação ou de pós-graduação, quer disponibilizadas em disciplinas regulares (Maria José Ferro Tavares – Universidade Aberta do Portugal).

A Educação a Distância (EaD), também chamada de Teleducação, em sua forma

embrionária e empírica, é conhecida desde o século XIX. Entretanto, somente nas últimas décadas passou a fazer parte das atenções pedagógicas. A EaD surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais influenciam o ambiente educativo e a sociedade.

Segundo Lobo Neto (1995), um primeiro marco da educação a distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de 1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston".]

Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por

correspondência, e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetizou os princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos. No entanto, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada de educação a distância teve início a partir da metade do século XIX.

Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt fundaram a primeira escola por correspondência destinada ao ensino de línguas. Posteriormente, em 1873, em Boston, Anna Eliot Ticknor criou a Society to Encourage Study at Home. Em 1891, Thomas J. Foster, em Scarnton (Pennsylvania), iniciou o International Correspondence Institute com um curso sobre medidas de segurança no trabalho de mineração.

Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aceitou a proposta de seus professores para organizar cursos por correspondência nos serviços de extensão universitária.

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Um ano depois, em 1892, o reitor da Universidade de Chicago, William R. Harper, que já havia experimentado a utilização da correspondência na formação de docentes para as escolas dominicais, criou uma Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela Universidade.

Por volta de 1895, em Oxford, Joseph W. Knipe, após experiência bem-sucedida preparando por correspondência duas turmas de estudantes, a primeira com seis e a segunda com trinta alunos, para o Certificated Teacher’s Examination, iniciou os cursos de Wolsey Hall utilizando o mesmo método de ensino.

Em 1898, em Malmoe, na Suécia, Hans Hermod, diretor de uma escola que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais, ofereceu o primeiro curso por correspondência, dando início ao famoso Instituto Hermod.

No final da Primeira Guerra Mundial, surgiram novas iniciativas de ensino a distância, em virtude de um considerável aumento da demanda social por educação, confirmando, de certo modo, as palavras de William Harper, escritas em 1886:

Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o transmitido nas aulas de nossas academias e escolas; em que o número dos estudantes por correspondência ultrapassará o dos presenciais.

O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de transporte

e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da educação a distância. Em 1922, a antiga União Soviética organizou um sistema de ensino por correspondência que em dois anos passou a atender 350.000 usuários. A França criou em 1939 um serviço de ensino por via postal para a clientela de estudantes deslocados pelo êxodo.

A partir daí, começou a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, que penetrou também no ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais, tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas de educação a distância do Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros.

Após as décadas de 1960 e 1970, a educação a distância, embora mantendo os materiais escritos como base, passou a incorporar articulada e integradamente o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão, o videotexto, o computador e, mais recentemente, a tecnologia de multimeios, que combina textos, sons, imagens, assim como mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem (hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais informatizados) etc.

Atualmente, o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas quanto em países em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de treinamento profissional. Podem-se ver inúmeros exemplos visitando-se os sites de universidades.

A educação a distância é uma das soluções para os tempos atuais. As novas tecnologias de comunicação e informação, como a televisão, o vídeo, a informática – com a Internet ganhando espaços cada vez maiores–, sem desprezar os meios tradicionais de correio, telefone e postos pedagógicos organizacionais, convidam a um aproveitamento amplo de suas possibilidades em benefício da educação.

De fato, em função de fatores como o modelo de EaD seguido, os apoios

políticos e sociais disponíveis, as necessidades educativas da população e o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, há grande diversidade de formas metodológicas, estruturais e projetos de aplicação para essa modalidade de educação.

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A educação a distância foi utilizada inicialmente como recurso para superação de

deficiências educacionais, para a qualificação profissional e aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos. Hoje, cada vez mais, foi também usada em programas que complementam outras formas tradicionais, face a face, de interação, e é vista por muitos como uma modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do sistema regular de ensino presencial. A Open University, por exemplo, oferece comercialmente somente cursos a distância, sejam cursos regulares ou profissionalizantes. A Virtual University oferece cursos gratuitos. Fonte: Revista Nexus Ciência & Tecnologia – UFSC, Florianópolis, n. 7, ano IV, 2002. (Material cedido pela editora da UFSC). A EaD no mundo Abaixo, segue um apanhado da EaD no mundo, destacando-se alguns países que implantaram projetos de educação a distância:

Suécia Registrou sua primeira experiência em 1833, com um curso de Contabilidade.

Inglaterra Iniciou em 1840, e, em 1843, foi criada a Phonografic Corresponding Society. A Open University, fundada em 1962, mantém um sistema de consultoria, auxiliando outras nações a “fazer” uma educação a distância de qualidade.

Alemanha Em 1856, fundou o primeiro instituto de ensino de línguas por correspondência.

Estados Unidos da América Iniciou em 1874, com a Illinois Weeleyan University.

Paquistão Em 1974, a Universidade Aberta Allma Iqbal iniciou a formação de docentes via EaD.

Sri Lanka A partir de 1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka passou a atender setores importantes para o desenvolvimento do país: profissões tecnológicas e formação docente.

Tailândia A Universidade Aberta Sukhothiai Thommathirat tem cerca de 400.000 estudantes em diferentes setores e modalidades.

Indonésia Criada em 1984, a Universidade de Terbuka surgiu para atender forte demanda de estudos superiores, e prevê chegar a cinco milhões de estudantes.

Índia Criada em 1985, a Universidade Nacional Aberta Indira Gandhi tem objetivo de atender a demanda de ensino superior.

Austrália É um dos países que mais investem em EaD, mas não tem nenhuma universidade especializada nesta modalidade. Nas universidades de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e Deakin, a proporção de estudantes a distância é maior ou igual à de estudantes presenciais.

México Programa Universidade Aberta, inserido na Universidade Autônoma do México, em 1972.

Costa Rica Universidade Estatal a Distância da Costa Rica, criada em 1977.

Venezuela Universidade Nacional Aberta da Venezuela, criada em 1977.

Colômbia Universidade Estatal Aberta e a Distância da Colômbia, criada em 1983.

A EaD nas universidades

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As Universidades Europeias a Distância têm incorporado em seu desenvolvimento histórico as novas tecnologias de informática e de telecomunicação. Um exemplo foi o desenvolvimento da Universidade a Distância de Hagen, que iniciou seu programa com material escrito em 1975. Hoje, oferece material didático em áudio e videocassetes, videotexto interativo, e videoconferências. Tendências similares podem ser observadas nas Universidades Abertas da Inglaterra, da Holanda e na Espanha.

Hoje, mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a educação a distância em todos os níveis de ensino, em programas formais e não-formais, atendendo a milhões de estudantes. A educação a distância tem sido usada para treinamento e aperfeiçoamento de professores em serviço. Programas não-formais de ensino têm sido largamente utilizados para adultos nas áreas da saúde, agricultura e previdência social,, tanto pela iniciativa privada como pela governamental. No momento, é crescente o número de instituições e empresas que desenvolvem programas de treinamento de recursos humanos através da modalidade da educação a distância. Para saber mais: http://portal.mec.gov.br/seed http://www.virtual.epm.br/home/resenha.htm Vejamos de novo a figura com as três gerações no desenvolvimento da EaD

1ª geração - Correspondência ���� 1728 – Curso de taquigrafia, Boston 1833 – Suécia 1840 – Taquigrafia, Inglaterra 1856 – Primeiro curso de línguas, Langensheidt, Berlin. 1873 – Criou-se uma das primeiras escolas de estudo em casa, a Society to Encourage Studies at Home, com a finalidade de ajudar às mulheres, a quem era negado em grande parte o acesso às instituições educacionais formais. 1892 – O reitor da University of Chicago criou a Divisão de Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão dessa universidade, constituindo o primeiro programa formal de EaD no mundo. 1930 – 39 universidades norte-americanas oferecem cursos a distância por correspondência. 1941- É fundado o United States Armed Forces Institute (USAFI) que, em 1966 oferecia mais de 200 cursos por correspondência, abarcando cerca de 500 mil alunos.

2ª geração - Teleducação / Telecursos Com o surgimento da rádio, muitos educadores reagiram com otimismo e entusiasmo. 1921 – Foi dada a primeira autorização para uma emissora educacional nos Estados Unidos da University of Salt Lake.

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1925 – A State University of Iowa oferecia seus primeiros cursos de cinco créditos via rádio. 1934 – A mesma universidade realizava as primeiras transmissões educacionais através da televisão. 1956 – As escolas públicas de Washington County foram unidas em um serviço de televisão em circuito fechado. 1967 – O congresso aprovou a lei para instalação da Televisão Educativa nos Estados Unidos. 1952 – A primeira televisão a cabo começou a operar. 1964- Surge o projeto AIM (Articulated Instructional Media Project), na universidade de Wisconsin, para agrupar várias tecnologias com o propósito de oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido a alunos não-universitários. Muitas das ideias e experiências obtidas neste projeto ajudaram na criação de outras instituições de ensino como a Universidade Aberta britânica em 1969, que têm, na atualidade, matrículas anuais superiores a 200 mil alunos adultos e cerca de 2 mil diplomas a cada ano, admitindo mais de um terço de todos os alunos em período parcial no Reino Unido. Nos anos 70 e 80 surgiram muitas outras universidades abertas no mundo, por exemplo: 1978, Sukhotai Thammatirat em Tailândia (com 216.800 alunos); 1972, Universidad Nacional de Educación a Distancia em Espanha (110.000 alunos); 1979, China TV University System, (530.000 alunos); 1982, Turquia, Anadolu University (577.804); 1984. Indonésia, Universitas Terbuka (353.000); 1985, Índia, Indira Gandhi National Opne University (242.000) e outras. 1972- A Federal Communications Commission (FCC) exigiu que todas as operadoras a cabo tivessem um canal educativo. 1980 – Em meados da década de 1980, existiam cerca de 200 telecursos de nível universitário nos Estados Unidos.

3ª geração – Ambientes interativos ���� ���� Com o desenvolvimento tecnológico acontecido nessas mesmas décadas dos anos 80 e 90, como a chegada dos primeiros satélites de comunicação e envio de dados por fibra óptica, os próprios sistemas de áudio e teleconferência foram ficando mais velozes, eficientes e com capacidade de transmitir dados de forma bidirecional. Além disso, a ampliação do uso de microcomputadores e softwares (a partir da década de 1970), assim como a chegada da Internet (nos anos 90), facilitou a disseminação dos sistemas interativos que permitem a troca de informações, de forma síncrona (teleconferências, chats) ou assíncrona (fóruns, correio eletrônico, weblogs, etc.). E no Brasil... Você conhece a história?

No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio-Técnico Monitor, em 1939, o hoje Instituto Monitor, depois do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, e o Instituto Padre Reus em 1974, várias experiências de educação a distância foram iniciadas e levadas a termo com relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamentais e privadas, foram muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes contingentes de recursos. Os resultados do passado não foram suficientes para gerar um processo de aceitação governamental e social da modalidade de educação a distância no Brasil. Porém, a realidade brasileira já mudou e nosso governo criou leis e estabeleceu normas para a modalidade de educação a distância em nosso país.

Abaixo, destacamos vários projetos que contribuíram para disseminação da Educação a Distância:

� Em 1904: escolas internacionais, que eram instituições privadas, ofereciam cursos pagos, por correspondência;

� Em 1934: Edgard Roquete-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio. Estudantes tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas. Utilizava também correspondência para contato com estudantes;

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� Em 1939: surgiu o Instituto Monitor, em São Paulo; � Em 1941: primeira Universidade do Ar, que durou dois anos; � Em 1947: Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC, SESC e

emissoras associadas; � Em 1961/65: Movimento de Educação de Base (MEB) – Igreja Católica e

Governo Federal utilizavam um sistema radio--educativo: educação, conscientização, politização, educação sindicalista etc.

� Em 1970: Projeto Minerva – convênio entre Fundação Padre Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta para produção de textos e programas;

� Em 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores, tendo à frente o conselheiro Newton Sucupira: o relatório final marcou uma posição reacionária às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil;

� Na década de 70: Fundação Roberto Marinho – programa de educação supletiva a distância, para 1º e 2º graus;

� Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei 403/92), podendo atingir três campos distintos:

• Ampliação do conhecimento cultural: organização de cursos específicos de acesso a todos;

• Educação continuada: reciclagem profissional às diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já passaram pela universidade;

• Ensino superior: englobando tanto a graduação como a pós-graduação.

Ver mais em anexo I (pág. 39). A EaD nas universidades brasileiras

A história da educação brasileira mostra que, até o final do século XX, a grande maioria das Instituições de Ensino Superior não tinha envolvimento com educação a distância. A primeira iniciativa de EaD, como vimos anteriormente, surgiu no país em 1904, com o ensino por correspondência: instituições privadas ofertando iniciação profissional em áreas técnicas, sem exigência de escolarização anterior. Esse modelo consagrou-se na metade do século, com a criação do Instituto Monitor (1939), do Instituto Universal Brasileiro (1941) e de outras organizações similares, responsáveis pelo atendimento de mais de três milhões de estudantes em cursos abertos de iniciação profissionalizante pela modalidade de ensino por correspondência.

Nas décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações não-governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a distância, no modelo de teleducação, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos, demarcando a chegada da segunda geração de EaD no país. A maior parte das Instituições de Ensino Superior brasileiras mobiliou-se para a EaD com o uso de novas tecnologias da comunicação e da informação somente na década de 1990. Em 1994, teve início a expansão da Internet no ambiente universitário. Dois anos depois, surgiu a primeira legislação específica para educação a distância no ensino superior. Do ponto de vista legal, teve-se em 1996, a consolidação da última reforma educacional brasileira, instaurada pela Lei 9.394/96, que oficializou na política nacional a era normativa da educação a distância no país como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Pela primeira vez na história da legislação ordinária, o tema da EaD se converteu em objeto formal, consubstanciado em quatro artigos que compõem um capítulo específico, o primeiro determina a necessidade de credenciamento das instituições. O segundo, define que cabe à União a regulamentação dos requisitos para registro de diplomas; o terceiro disciplina a produção, o controle e avaliação de programas de educação a

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distância; e o quarto faz referência a uma política de facilitação de condições operacionais para apoiar a sua implementação, conforme a transcrição a seguir. Artigo 80 da Lei 9.394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. § 1º. A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. § 2º. A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância. § 3º. As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. § 4º. A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens; II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de canais comerciais.

A mesma Lei 9.394/96 estabelecia ainda a exigência de que, a partir de 2006, todos os professores que viessem a ser contratados para ministrar aulas no ensino fundamental e médio deveriam estar habilitados, com o terceiro grau concluídos. Esta exigência criou um movimento em direção à qualificação dos professores leigos que já estavam no exercício da profissão, apontando para o uso da educação a distância como ferramenta para a oferta das licenciaturas então necessárias.

O Ministério da Educação forma, em 1997, um grupo de especialistas para criar a regulamentação do artigo 80 da LDB. Como resultado deste trabalho, surgem os Decretos 2.494 e 2.561, em fevereiro e abril de 1998, respectivamente, e a portaria 301, de 7 de abril de 1998, formando o conjunto de instrumentos que indicaram os procedimentos que deveriam ser adotados pelas instituições para obter o credenciamento do MEC para a oferta de cursos de graduação a distância.

Em abril de 2001 o Conselho Nacional de Educação edita a Resolução 01, que

disciplina a oferta dos cursos de pós-graduação a distância no país, fixa limites e estabelece exigências para o reconhecimento de cursos a distância ofertados por instituições estrangeiras.

Ainda em 2001 o Ministério da Educação publica a portaria 2.253, que permite às universidades, centros universitários, faculdades e centros tecnológicos oferecer até 20% da carga horária de cursos já reconhecidos na modalidade a distância. Uma nova portaria, a 4.059, em 10 de dezembro de 2004 mantém essa possibilidade de oferecimento de até 20% da carga horária total do curso na modalidade semi-presencial.

O Decreto Federal n. 5.622, em 20 de dezembro de 2005, é o mais recente que

regulamenta dito artigo 80 da LDB.

Para saber mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Educação_a_distância http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001398/139898por.pdf

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Anexo I Cronologia da EAD no Brasil 1932 - Ginástica via rádio, Oswaldo Diniz Magalhães Aulas de ginástica via rádio, com suporte de mapas impressos para orientar as posições dos exercícios. Cidade do Rio de Janeiro. 1932 - Manifesto “Pioneiros da Escola Nova” Lançamento do manifesto “Pioneiros da Escola Nova”, em que educadores propõem o uso dos recursos tecnológicos do rádio, cinema e impressos para a educação brasileira. 1934 - Rádio Escola Municipal, Edgard Roquete Pinto Criação da Rádio-Escola Municipal – Rio de Janeiro. Emissões radiofônicas consorciadas com folhetos e esquemas de aula. Interação com os alunos através de correspondência. Programas diários com três seções distintas: Hora Infantil, com 402 irradiações em 34, Jornal dos Professores, com 288 irradiações, e Suplemento Musical (Discotheca Municipal). 1936 - Rádio Ministério da Educação, Edgard Roquete Pinto/MEC Doação da Rádio Sociedade ao Ministério da Educação e Saúde, sob a condição de ser utilizada somente com finalidade educativa. Surge assim a Rádio Ministério da Educação. 1937 - Radiodifusão Educativa, Ministério da Educação Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação 1939 - Instituto Monitor, Cursos Profissionalizantes Criação do primeiro instituto brasileiro para a oferta sistemática de cursos de iniciação profissionalizante a distância. Modalidade de ensino por correspondência. Os primeiros cursos oferecidos foram no ramo da eletrônica, formando radiotécnicos. 1941 - Instituto Universal Brasileiro, Cursos Profissionalizantes Criação do Instituto que viria a ser o maior difusor de cursos profissionalizantes a distância no Brasil no século XX, pela modalidade de ensino por correspondência. 1941 - Universidade do Ar – RJ Emissões radiofônicas para a formação de professores leigos. 1957 - Radioeducação, SIRENA, Instituição do SIRENA – Sistema Radioeducativo Nacional. Produção de programas veiculados por emissoras espalhadas em todo o país. 1957 - Escola Líder – SP, Criação da instituição. Oferta de cursos profissionalizantes. Ensino por correspondência. 1961 - Alfabetização de Adultos, Fundação João Batista do Amaral Programa de alfabetização de adultos, com veiculação pela TV Rio até 1965. 1961 - Movimento de Educação de Base, MEC/CNBB Início efetivo do serviço radiofônico com apoio de material impresso e grupos de apoio locais, para programas de alfabetização, conscientização, politização, educação sindicalista, instrumentalização das comunidades e animação popular, fundado numa “pedagogia popular”. Até 1965, último ano de operação do MEB, desativado oficialmente por conflito com a orientação política do governo militar instaurado em 1964, 4.522 grupos de alunos estavam organizados em “escolas radiofônicas”. 1962 - Aperfeiçoamento de Professores Primários, Fundação João Batista do Amaral Programa veiculado pela TV Rio com conteúdos para o aperfeiçoamento de professores primários.

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1962 - Universidade de Cultura Popular, Gilson Amado Um dos grandes incentivadores e criadores de programação televisiva para suporte à educação, Gilson Amado lança a ideia de se criar uma Universidade de Cultura Popular. A ideia ganha corpo em 1966, através de programa veiculado pela TV Continental. 1967 - Instituto Brasileiro de Administração Municipal, RJ Criação de programas a distância para atender demandas de funcionários de prefeituras municipais. Ensino por correspondência (fascículos). 1968 - Dom Bosco Escolas Reunidas – SP Oferta de cursos profissionalizantes. Ensino por correspondência. Matrículas de 6.900 alunos em 1970, e de 5.200 alunos em 1971. 1969- TVE do Maranhão, Governo do Estado do MA Criada a Fundação Maranhense de TV Educativa – Centro Educativo do Maranhão, oferecendo teleducação em circuito fechado para a 5a série, e, a partir de 1970, em sinal aberto, para as demais séries do então 1o Grau. Sistema de recepção organizada em telesalas de escolas da rede oficial. Dados de 1995 indicavam 1.104 telesalas em todo o estado, com 41.500 alunos atendidos. 1969 - Projeto SACI, MEC/CNPq/Instituto de Pesquisas Espaciais Projeto SACI – Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares. Planejamento do projeto durante os anos de 1967 e 1968, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com know how e consultoria da Universidade de Stanford (EUA). Início das atividades educacionais do projeto em 72, com o treinamento de supervisores e professores. Em 1973 têm início a oferta de aulas pré-gravadas transmitidas via satélite e suporte em material impresso, para alunos das séries iniciais e professores leigos do então ensino primário no estado do Rio Grande do Norte. Experiência piloto no estado até 1974. Relatório final em 1976, registrando um total de 1.241 programas de rádio e TV realizados, com recepção em 510 escolas de 71 municípios. Entre as causas de fracasso do programa estavam as diferenças culturais entre o perfil dos programas produzidos no interior de São Paulo e a clientela preferencial - alunos e professores do interior do estado do Rio Grande do Norte, na região Nordeste. 1970 - Projeto MINERVA, MEC / Fundação Padre Anchieta / Fundação Padre Landell de Moura Criado em setembro de 1970, com base na Lei 5692, com ênfase na educação de adultos. Projeto MINERVA – Transmissão em rede nacional de 1.200 emissoras de rádio e 63 emissoras de televisão, dos conteúdos para preparação dos exames supletivos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial, produzidos pela Fundação Padre Landell de Moura e pela Fundação Padre Anchieta. Atendeu 17.246 alunos de outubro de 1970 a dezembro de 1971. 1970 - Sistema Nacional de Ensino por Correspondência, Ministério da Fazenda Início da oferta de cursos a distância pelo setor de formação de recursos humanos do Ministério da Fazenda. Programas administrados pela Escola de Administração Fazendária (ESAF), nas áreas de Português, Redação Oficial, Introdução à Administração, Administração por Objetivos, Computação e Contabilidade Pública. 1971- João da Silva - Telenovela Educativa, TVE – Rio de Janeiro Gilson Amado, presidente da FCBTVE lança a primeira novela educativa da TV brasileira, João da Silva, dirigida por Jacy Campos e que receberia Menção Honrosa do Júri do Prêmio Japonês de melhor programa didático de 1973. Programas no ar em 1973 e 74, com a veiculação de 100 capítulos, 25 aulas retrospectivas, 10 programas complementares e 5 livros de apoio. 1971- Supletivo 1o Grau – Fase I, Ministério da Educação Transmissão em âmbito nacional, durante três anos (72, 73 e 74) com programas radiofônicos de ensino supletivo.

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1971- Criação da ABT - Associação Brasileira de Tecnologia e Educação Criada inicialmente com o nome de Associação Brasileira de Tele-Educação, já produzia Seminários Brasileiros de Tele-Educação a partir de 1969. Criou programas de capacitação de professores por ensino através de correspondência. 1974- Telescola, TV Cultura – Fundação Padre Anchieta De 1974 a 1976, realização do projeto Telescola, em parceria com a Secretaria de Educação do Município de São Paulo, para apoio às disciplinas de Ciências e Matemática do curso ginasial, em 50 escolas. As aulas pela tevê eram precedidas de um pré-teste e sucedidas de um pós-teste o que ensejava a avaliação do aprendizado. A aula de matemática, "Introdução aos números inteiros” foi premiada em 1975 com o Special Prize, no Japão. Direção e roteiro: José Castellar / Produção: Nádia Hatori. 1976- Projeto Logos II, CETEB – FUBRAE – MEC Projeto Logos II Com o Ministério da Educação, o CETEB lança o projeto Logos II, para habilitar professores leigos sem afastá-los da docência. Projeto com atuação em 19 estados brasileiros. Ensino com uso de módulos impressos e tutoria local ou por interação com uma central de atendimento por carta ou telefone. 1978 - Telecurso 2o Grau, Fundação Roberto Marinho-RJ / Fundação Padre Anchieta – SP Lançamento em janeiro/78 do convênio entre a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Padre Anchieta, originando o Telecurso 2o Grau. Programas televisivos com uso de atores do elenco comercial da Rede Globo, produção de fascículos semanais vendidos em bancas de revista, e programação de chamadas de audiência durante programação regular da Rede Globo e da TV Cultura, e um pool nacional de mais 38 emissoras comerciais e outros oito canais educativos. Visava dar suporte à preparação dos alunos para os exames oficiais de supletivo, ao estilo do antigo Madureza Colegial. 1979 - Projeto Conquista, Ministério da Educação – TVE Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa (futura FUNTEVÊ). Produz o projeto Conquista, uma telenovela para o ensino supletivo de 5a a 8a série, e programas para a alfabetização com o uso da televisão, dentro do projeto MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização. O projeto tinha como objetivo o ensino supletivo de 5a a 8a série do 1o grau. Seguindo o formato telenovela do projeto João da Silva, a série tinha 200 capítulos distribuídos da seguinte forma: 4 de apresentação, 148 instrucionais, 37 retrospectivos, 10 complementares e um de encerramento. Sete livros de apoio completavam o material. Lançamento nos estados do Rio de Janeiro e Ceará. 1979 - Programa de Alfabetização Funcional – PAF/TV, Mobral / FCBTVE / Prontel Programa especial visando à alfabetização de adultos com o uso de multimeios.. Implantação em 1979 através de 60 tele-aulas dramatizadas e fascículos de apoio para alunos e monitores, com distribuição por TVs educativas nos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Ceará, Paraná e Rio de Janeiro. 1979 - Projeto Hapronte, Depto. De Ensino Fundamental/MEC Produção de 64 programas de rádio para o ensino da língua francesa, para professores não-titulados em exercício de 1a a 4a série. Abrangência para os Estados do Paraná, Espírito Santo e Alagoas. 1980- Projeto Seringueiro, SUDHEVEA Produção de 230 programas educativos para veiculação pela rádio nacional de Brasília, em convênio com a rádio Cruzeiro do Sul, no Acre. Ênfase nas áreas de comunicação e expressão, matemática e ciências físicas e biológicas. 1980 - Universidade Aberta, Universidade de Brasília – UnB Lançamento de convênio da UnB com a Open University, para a implementação de programas de educação a distância no Brasil. Início dos cursos nas áreas de ciências políticas, relações internacionais e pensamento político brasileiro em 1980. Cursos de

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extensão com seis meses de duração, com o uso de fascículos e de sessões presenciais de tutoria em capitais de estado. Programas coordenados na época pelo Decanato de Extensão da UnB. Total de 4 mil inscritos nos três primeiros cursos. Em 1981 a UnB lança parcerias com jornais de grande circulação para a publicação de fascículos de auto-aprendizagem. Os alunos que encaminhavam trabalhos de avaliação recebiam certificado de programa de extensão. Nesta modalidade, até o ano de 1983, estes programas tinham alcançado 30 mil matrículas. Conclusão do programa Universidade Aberta em 1984. 1980 - Série Curumim, TV Cultura – Fundação Padre Anchieta De 1980 a 1984 houve a produção e veiculação da série Curumim, projeto de educação infantil em parceria com a prefeitura de São Paulo. Programas com conteúdo pedagógico e orientação de utilização pelo professor em sala de aula. Todas as EMEI - Escola Municipal de Educação Infantil estavam sintonizadas na TV Cultura na hora dos programas, de acordo com registros da produtora Nadia Hatori. 1981- Telecurso 1o Grau, Fundação Roberto Marinho Lançamento do Telecurso 1o Grau, em parceria com o Ministério da Educação e a Universidade de Brasília, voltado para o supletivo de 5a a 8a série. 1984- Projeto Ipê, Fundação Padre Anchieta De 1984 a 1990. Realização da TV Cultura em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, na gestão do prof. Paulo Renato. Cursos de atualização a aperfeiçoamento de professores de 1o e de 2o Graus. Projeto que deu origem ao canal TV Escola, quando Paulo Renato de Souza assumiu o Ministério da Educação. No início o Ipê utilizava recursos multimeios. Além do programa de TV, havia o de rádio, apostilas, textos complementares, telepostos para discussões mediadas por monitores e relatórios de avaliação. 1985 - Fundação Demócrito Rocha, Jornal O Povo O projeto Universidade Aberta do Nordeste encerra o convênio com a UnB, e o Jornal O Povo (Fortaleza – CE) cria a Fundação Demócrito Rocha. Em convênio com universidades da região Nordeste, inicia a produção própria de cursos por EAD, mantendo o perfil de publicações em jornais. 1985 - Novo Telecurso 2o Grau, Fundação Roberto Marinho A Fundação Roberto Marinho lança o Novo Telecurso 2o Grau, em parceria com o Banco Bradesco S/A. Produção de 900 tele-aulas e de 500 programas de rádio, com veiculação diária pelas redes que já vinham exibindo os telecursos anteriores elaborados pela Fundação Roberto Marinho. 1988 - Verso e Reverso - Educando o Educador, Rede Manchete / MEC A Rede Manchete de Televisão e a Fundação Educar apresentam a série Verso e Reverso – Educando o Educador. Ao todo, foram 24 programas de televisão com 30 minutos cada, veiculados aos domingos, 12 publicações de apoio e um manual de orientação, num mix de teleducação e ensino por correspondência. Design pedagógico da Fundação Nacional para a Educação de Jovens e Adultos (Fundação EDUCAR), para capacitação de professores de Educação Básica de Jovens e Adultos. O educador Paulo Freire participou como consultor especial da implantação do programa na Arquidiocese de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). 1988 - Projeto Novo Saber, ASOEC A Universidade Salgado Oliveira (ASOEC) cria o programa de Novo Saber (Parecer CFE 630/89), oferecendo especialização a distância num modelo semidireto de EAD, nas áreas Administração Educacional, Supervisão Educacional, Planejamento Educacional e Língua Portuguesa, para os estados de Goiás, Maranhão, Espírito Santo e Ceará. Em 1996, com atuação também nas áreas de Administração, Biologia, Educação Física, Letras, História e Direito, alcançava 8.626 alunos, em 83 municípios de 17 Estados brasileiros.

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1989 – CEAD, Universidade de Brasília A UnB cria mais um grupo de trabalho em EaD, o Centro de Educação Aberta e Continuada (CEAD). Já na década de 90, o Centro foi responsável pela produção dos cursos Política de Ciência e Tecnologia para a década de 90, Introdução Crítica ao Direito do Trabalho, e O Microcomputador Sem Mistérios. Ensino por correspondência, e início da utilização de produção multimídia, com atividades de aprendizagem encaminhadas aos alunos através de disquetes. 1991 - Jornal da Educação: Edição do Professor, Ministério da Educação – MEC O Ministério da Educação lança o Projeto Piloto de Utilização do Satélite na Educação. Programa estruturado para veicular programas de televisão com recepção organizada em telepostos equipados com aparelhos de televisão e videocassete para recepção, com fax e telefone para interação dos cursistas com o núcleo de geração, e distribuição de material impresso aos cursistas. A receptividade do programa, com 600 alunos da 3a série de cursos de magistério em seis estados brasileiros, forneceu os subsídios para o lançamento da série Um Salto Para o Futuro, no mesmo ano. 1993- MULTIRIO, Secretaria Municipal de Educação – cidade do Rio de Janeiro Criação de uma central de produção multimídia para criar produtos audiovisuais de suporte ao ensino na rede municipal de educação da cidade do Rio de Janeiro. Produção de programas de televisão com veiculação local, e de cursos a distância com suporte de material impresso. Até 1998 produção acumulada superior a 500 programas. 1994 - Telecurso 2000, Fundação Roberto Marinho Telecurso 2000 1o e 2o Graus, e Telecurso Profissionalizante de Mecânica. Programas em parceria entre a Fundação Roberto Marinho e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Programas de televisão e coleções de fascículos para preparação de alunos candidatos a realização de exames supletivos e de certificação profissionalizante. Veiculação pela Rede Globo e canais educativos a partir de 1995.Nesta série houve uma revisão da metodologia de tele-aulas até então utilizada. Um núcleo de personagens problematizava situações cuja solução de conflitos dependia da apropriação de um conteúdo específico. Em parceria com empresas e instituições de ensino as fitas e os impressos do Telecurso 2000 também foram colocados como material de consulta e de apoio ao ensino em salas para atendimento presencial a alunos, assistidos por monitor especializado. 1994 - Licenciatura a distância, Universidade Federal do Mato Grosso O Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT cria o curso de Licenciatura em Educação Básica, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, a Universidade do Estado do Mato Grosso e com apoio da Tele-Université du Québèc (Canadá). O curso da UFMT foi autorizado pela Resolução 88 do Conselho Diretor da UFMT em 2 de agosto de 1994, iniciado em 1995, e reconhecido pelo Conselho Nacional de Educação em 1999. 1994 - TV SENAC, SENAC-SP Início das atividades que resultaram no projeto TV SENAC, com a realização de sessões de teleconferência e videoconferência. A TV SENAC surge como canal de TV Cabo por acesso codificado em banda digital do satélite Brasilsat. Em seguida expande-se para formar parcerias com canais comunitários e universitários para ampliar a rede de cobertura em sistemas de TV por cabo. Distribuição de programação cultural, reciclagem profissional e de interesse de aprendizagem na área do comércio, com interatividade mediada por fax/telefone/e-mail. 1995 - TV Escola, MEC/SEED O Governo Federal lança o Programa TV Escola em setembro de 1995, visando equipar escolas públicas de todo o Brasil com kits tecnológicos para recepção e gravação de sinal de TV por antena parabólica, e, em seguida, veicular programação educativa. O canal entra em operação em março de 1996. Até junho de 1999, 56 mil escolas públicas já tinham instalados os seus kits tecnológicos.

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1995 - Ensino Interativo a Distância, Universidade Anhembi-Morumbi – SP O Departamento de Ensino Interativo a Distância lança em agosto de 1995 atividades de aprendizagem por Internet no Brasil, com cursos de extensão universitária na área de Moda. Em outubro de 1995 lança um curso de Empregabilidade, para alunos do Ensino Médio, utilizando a Internet para acesso a conteúdos e atividades de aprendizagem. 1995- Biologia Molecular; Introdução à Genética UNIFESP – Escola Paulista de Medicina. Início das atividades de educação a distância on-line pela Escola Paulista de Medicina. Publicação na Internet de material suplementar aos cursos regulares de graduação. Material de livre acesso, sem restrição de uso por senhas, e auto-avaliação on-line. 1996- UNIVIR, Faculdade Carioca A Faculdade Carioca institui o núcleo Universidade Virtual (UNIVIR), para a promoção de cursos abertos de educação a distância, com o uso de ambientes Internet. 1996- Pós-Graduação a Distância, UFSC – SIEMENS Primeira experiência brasileira do uso de videoconferência na educação. A UFSC oferece um programa de pós-graduação em engenharia de produção para funcionários da fábrica do grupo Siemens em Curitiba. Aulas ao vivo e interativas direto do Campus da UFSC para a empresa. 1996- Projeto Atue Online, Universidade Anhembi-Morumbi Criação de ambientes virtuais de aprendizagem Internet, para qualificar professores a utilizar redes de computadores como ferramentas de ensino. No mesmo ano lança o programa de extensão online Vivência Universitária, para alunos do Ensino Médio. 1996 - PROINFO, MEC Criação do Programa Nacional de Informática na Educação, para introduzir a tecnologia de informática na rede pública de ensino. Capacitação de professores e técnicos, e distribuição de equipamentos de informática. 1997- Projeto Aulanet, PUC – Rio de Janeiro Laboratórios da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro desenvolvem o software AulaNet, ambiente para a realização de cursos por educação a distância via Internet. 1997 - Open-School – Centro Virtual de Convivência, Informática e Gestão LTDA – BA Em junho de 1997 a empresa Informática e Gestão, de Salvador (BA), registra o domínio www.open-school.com.br e cria ambiente virtual de aprendizagem a distância. Oferece acesso a links de cursos on-line em toda e rede. 1997- Institucionalização do Projeto VIRTUS, Universidade Federal de Pernambuco – PE Em março de 1997 a Universidade Federal de Pernambuco institucionaliza o Projeto Virtus. Criação de ambientes virtuais de estudo com soluções tecnológicas e abordagem pedagógica própria da UFPE. Oferta de sites de apoio às aulas presenciais. Ao final do ano já oferecem disciplinas realizadas 100% pela rede. 1997- Especialização em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública – Fundação Osvaldo Cruz – CEAD-UnB Programa de educação a distância estruturado a partir de conteúdos fornecidos pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), e metodologia do Centro de Educação Aberta, Continuada e a Distância (UnB). Modalidade mista de ensino por correspondência, com a estruturação básica em cinco módulos impressos, e início de interações por correio eletrônico (e-mail) no processo de tutoria feito pela ENSP. 1997- TV Futura, FRM

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Criação do canal FUTURA pela Fundação Roberto Marinho em setembro de 1997. Programação educativa e profissionalizante. Início de operações como canal de assinatura (Net/Multicanal/Sky), e a partir de 98 também como canal aberto. Ao contrário das séries Telecurso produzidas pela Fundação Roberto Marinho, o canal Futura não surge como proposta de escolarização, mas como uma estratégia de programação de complementação cultural. O slogan utilizado para lançar o Futura foi “O canal do conhecimento”. 1997- Mestrado a distância, UFSC – PETROBRÁS, Mestrado em Logística Primeiro mestrado a distância por sistema de videoconferência multiponto do mundo. UFSC lança o ambiente LED de aprendizagem por Internet. Alunos interagem com os professores no Campus da UFSC em tempo real e simultaneamente por videoconferência nas cidades de Natal, Salvador, Rio de Janeiro, Macaé e Belém. Atividades off line por Internet, e seminários presenciais para avaliação. 1998- Projeto ‘Sala de Aula’, Extensão por Internet, Faculdade de Comunicação – UFBA A Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM – UFBA) lança um projeto de utilização do ciberespaço como instrumento pedagógico, oferecendo como primeiro curso Introdução à Cibercultura. Em seguida oferece cursos de Hipertexto e Ficção Literária, Marketing, Novas Tecnologias, Arte e Cultura, e Jornalismo On-line. Módulos de atividades de aprendizagem por Internet, divididos em semanas temáticas. Conteúdos próprios no site do curso, e links de interesse para comentários dos alunos. Tutoria de orientação das atividades por lista de discussão via Internet. 1999- Credenciamento de IES para EAD pelo Ministério da Educação Tem início o processo de autorização e credenciamento de cursos superiores a distância pelo MEC. O procedimento segue a regulamentação do Decreto 2.494, de fevereiro de 1998, e da Portaria MEC 301, de abril do mesmo ano. As primeiras instituições credenciadas foram a Universidade Federal do Pará e a Universidade Federal do Ceará. 1999- Expansão da oferta de cursos por Internet e videoconferência O ano de 1999 tem como principal característica o crescimento do número de instituições de ensino superior e de institutos em direção ao uso da Internet como mídia preferencial de interação para cursos em todos os níveis. O uso da videoconferência continua restrito a programas de pós-graduação desenvolvidos em parcerias interuniversitárias ou entre universidades e empresas. Os seminários e congressos de EAD realizados no Brasil têm como destaque as estratégias de uso e as ferramentas de gerenciamento administrativo e da aprendizagem orientadas para a Internet. 1999- Jornalismo On-line, e outros, FACOM – UFBA O projeto Sala de Aula, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia oferece novamente o curso de extensão Jornalismo On-line. Programa baseado no uso da mídia Internet. 1999- Universidade Virtual, UnB – Universidade de Brasília A Universidade de Brasília oficializa com o nome Universidade Virtual suas atividades por educação a distância. Oferta em 99 de 07 cursos de extensão, dois de aperfeiçoamento e um de especialização. Utilização crescente da mídia Internet, sinalizando uma transição do modelo de ensino por correspondência, até então característico da UnB, para estratégias pedagógicas e recursos tecnológicos de 3a geração em educação a distância. A Especialização em Educação Continuada e a Distância utiliza como ambiente Internet o software canadense Virtual U. 1999- Estágio de Convergência de Mídias; Programa Engenheiro Empreendedor, Laboratório de Ensino a Distância, Universidade Federal de Santa Catarina Com o aumento do número de usuários de Internet permitindo ganhos em capilaridade em escala nacional, o LED/UFSC adota o uso da rede também para os programas de capacitação a distância para grandes contingentes, que até então utilizavam estratégias de mídias integradas (teleconferência, material impresso, vídeo-aulas, sistemas DDG). O

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uso da rede ocorre em paralelo aos recursos anteriores, estimulando a clientela a migrar para o uso da Internet. Realização de 08 programas de extensão no ano, com quase dez mil matrículas. Nos programas de pós-graduação a distância com o uso da videoconferência os professores são orientados a aumentar a intensidade de interações e de atividades de aprendizagem pela Internet. Assim, a Internet deixa de ser mídia acessória e passa à condição de mídia complementar nestes programas. Início de treze novos cursos de pós-graduação em 99. Engenheiro Empreendedor: Realização de um programa integrado de educação a distância patrocinado pela FINEP, atendendo a todas as faculdades de engenharia no Brasil. Acesso gratuito para sessões de teleconferência, Programa de Aprendizagem a Distância em Plano de Negócio, e Concurso Nacional de Planos de negócio, via Internet, com o objetivo de estimular o comportamento empreendedor em estudantes de engenharia. Especialização para professores de engenharia em Empreendedorismo. 1999- UNIREDE – Universidade Virtual Pública do Brasil Em dezembro de 1999, 18 universidades públicas reúnem-se em Brasília e lançam documento pela criação da Universidade Virtual Pública do Brasil. O movimento recebe adesão de praticamente todas as IES federais e estaduais, superando 50 instituições signatárias do projeto em três meses. Em abril de 2000 os ministérios da Educação e de Ciência e Tecnologia baixam portaria nomeando comissões de trabalho para analisar a viabilidade de criação da instituição. 2000 – Universidade Virtual Brasileira Um consórcio de 10 universidades particulares e comunitárias, cria a marca Universidade Virtual Brasileira, para cooperação em desenvolvimento de plataformas tecnológicas comuns, produção de conteúdos para EAD, definição de metodologias de trabalho, formação de recursos humanos e oferta de cursos por EAD. O primeiro curso, Preparação de Professores Autores e Tutores para Educação a Distância tem início em agosto, com 157 matrículas. 2000 - PUC-Virtual – PUC Minas Gerais e PUC Porto Alegre As universidades católicas em Belo Horizonte (MG) e em Porto Alegre (RS) lançam programas próprios de educação a distância. Ambos os projetos caracterizam-se pelo uso consorciado de mídias, utilizando-se de canais universitários, links de satélite para videoconferência, Internet, suporte em materiais impressos e produção multimídia. 2000 - Onlineuniversity, Univ. Estácio de Sá Em julho, a Universidade Estácio de Sá coloca na Internet o portal onlineuniversity.com.br, anunciando serviços de apoio a estudantes do ensino médio, a alunos do ensino superior e oferecendo cursos a distância.

Fonte: Adaptado de VIANNEY, João; TORRES, Patrícia; SILVA, Elizabeth. A Universidade Virtual no Brasil. Os números do ensino superior a distância no país em 2002. In: Seminário Internacional sobre Universidades Virtuais na América Latina e Caribe.Quito – Equador, 13 e 14 de fevereiro de 2003. Disponível em: <http://www.portaldeensino.com.br/ead_historico.pdf> Acesso em: 17 jul. 2007.

UMA CONCEITUALIZAÇÃO NECESSÁRIA

Depois de conhecer a história da EaD, para seguir avançando no nosso curso, é necessário conhecer e entender alguns conceitos. Entre eles estão:

- As diferenças de matizes existentes entre os conceitos de "EaD", "E-learning" e "Educação on-line".

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- As diferenças entre "hipertexto" e "hipermídia".

- O que são "ambientes virtuais de aprendizagem" (AVA).

- As diferenças entre "cooperação" e "colaboração".

- O conceito de "distância transacional".

Poderemos encontrar os conceitos de cooperação e colaboração no glossário geral sobre EaD e daí observar suas diferenças. Já os outros termos, os encontraremos em diversas partes do livro da Kenski (2007): EaD x Educação on-line x E-learning (págs. 79 a 82); hipertexto e hipermídia (págs. 31 a 33); ambientes virtuais de aprendizagem (págs. 94 a 100), e o conceito de "distância transacional" (Moore) será encontrado nas páginas 89 e 90; mas para este último termo, convém fazer a leitura completa do capítulo 5 do livro.

Você pode ler também sobre esses conceitos no texto "Uma conceitualização necessária".

TEXTO - UMA CONCEITUALIZAÇÃO NECESSÁRIA • As diferenças entre "EaD", "E-learning" e "Educação on-line". • As diferenças entre "hipertexto" e "hipermídia". • O que são "ambientes virtuais de aprendizagem" (AVA). • As diferenças entre "cooperação" e "colaboração". • O conceito de "distância transacional".

I - AS DIFERENÇAS ENTRE "EAD", "E-LEARNING" E "EDUCAÇÃO ON-LINE"

ATIVIDADE 1 (semana 2) - Na tarefa 5 da semana anterior você já estudou um texto com várias definições do que era a educação a distância (EaD), e também, tentou elaborar uma definição a mais completa possível desse conceito. Lembra disso? Agora, gostaria de perguntar o seguinte: Educação a distância (EaD) será a mesma coisa que Educação on-line? Pense um pouquinho nisso e observe com atenção os nomes desses dois termos. Na realidade um deles é mais amplo que o outro.

Qual será o termo mais abrangente: EaD ou Educação on-line?

Se você pensou que a Educação a distância (EaD) é mais geral ou abrangente que Educação on-line, está certíssimo. A Educação a Distância, efetivamente, é mais geral que a Educação on-line. Ela se realiza através do uso de diversos meios (correspondência postal ou eletrônica, rádio, televisão, telefone, computador, internet, etc.) Baseia-se tanto na noção de distância física entre alunos e professores, como na flexibilidade do tempo e na localização do aluno em qualquer espaço. Lembrando algumas características já vistas no capítulo de “Conceitos de EaD”:

- Existência de distância física entre professores (tutores) e alunos;

- São utilizadas tecnologias, como meio de comunicação principal;

- É um processo de ensino-aprendizagem intencional, planejado;

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- Estudo individualizado e independente; - Existe comunicação bi-direcional.

Pelo contrário, Educação on-line é uma modalidade da educação a distância realizada via Internet, cuja comunicação ocorre de forma síncrona ou assíncrona. Nesse tipo de ensino, usa-se a Internet para distribuir as informações e para concretizar a interação entre as pessoas. A interação pode ser através de formas diferenciadas de comunicação como: (a) comunicação entre uma e outra pessoa; (b) comunicação de uma pessoa para muitas pessoas, e (c) comunicação de muitas pessoas para muitas pessoas.

Alunos de Educação Física em cursos de NTICs a distância (UFAL).

Já o e-learning surgiu como opção das empresas para o treinamento de seus funcionários. Normalmente são cursos curtos e específicos para treinamento e aquisição de determinadas habilidades ou conhecimentos. Para saber mais: - ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de. Educação a distância na internet:

abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, 2003, v.29, n. 2. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022003000200010> Acesso em: 27 jul. 2007

- “Educação a distância ou web learning?” (páginas 79 a 82 do livro de Kenski, 2007). - Ver definição de “EaD” no glossário geral do nosso curso. - Ver sobre E-learning: KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. E-Learning na contabilidade, Gestiopolis, 03-2005

<http://www.gestiopolis.com/Canales4/fin/learning.htm> Acesso em: 22 março 2009. CARVALHO, Alexandre. Investimento que dá certo. Revista TI, 19 de abril de 2002.

<http://www.timaster.com.br/revista/materias/main_materia.asp?codigo=548> Acesso em: 22 março 2009.

II- AS DIFERENÇAS ENTRE "HIPERTEXTO" E "HIPERMÍDIA". Hipertexto é o texto eletrônico utilizado em alguns ambientes de educação a distância, como na Internet e CD-ROMs, caracterizado por permitir sub-entradas, re-envios e múltiplas conexões. Não se trata, portanto, de um texto “fechado”. O hipertexto é caracterizado por possuir links incorporados, os chamados hyperlinks. Esses links são ativados, por exemplo, clicando na palavra sublinhada ou num gráfico realçado em uma página da Web. Ao clicar em um hyperlink, segue-se para outro documento que pode ser outra página de informações, outro site da Internet, filmes, figuras ou sons (MENEZES e SANTOS, 2002).

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O termo hipertexto (hipertext) foi criado pelo norte-americano Ted Nelson em 1965. Diferente de um livro ou revista, cuja leitura é linear (uma página depois da outra), no hipertexto o conceito de “página seguinte” é ultrapassado.

ATIVIDADE 2 (semana 2)- Se digitamos no buscador Google: “define:hipertexto” encontraremos várias definições para esse termo. Qual é a definição mais completa ou de qual (quais) você mais gosta?

COMENTÁRIOS - Provavelmente você clicará em alguns desses links e também terá que fazer um apanhado de várias dessas definições anteriores, selecionando e focalizando as características que mais lhe interessam delas, não é verdade? Isso formaria parte de uma leitura hipertextual (não linear) e crítica por sua parte.

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA LEITURA HIPERTEXTUAL (XAVIER, 2004)

- Natureza não linear do texto (como principio básico de sua construção): Nos textos em papel também podemos procurar informações que estão em outros lugares (por exemplo: os sinônimos em um dicionário; as obras dos autores que aparecem numa bibliografia, etc., porém normalmente não é seu objetivo principal, realizar uma leitura não linear);

- Leitura self-service (pelo consumidor); - Leitura multissensorial; - Elevado envolvimento; - Dessacralização do autor; - “Fim” dos direitos autorais; - Perigo de “afogamento” do leitor no oceano

de informação.

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COMENTÁRIOS – Quando se fala em hipertexto, é muito comum utilizar a metáfora de “encontrar uma agulha num palheiro”, e os sites de pesquisa podem ajudar muito para encontrar essas informações. Não entanto, se pensarmos nas habilidades necessárias para selecionar a informação adequada, seria mais exato dizer que “é como procurar uma agulha, dentro de uma sacola que tem muitas outras agulhas”.

EXEMPLO DE HIPERTEXTO – Jornal Folha Online

ATIVIDADE 3 (semana 2) – a) Observe neste fragmento de página web (tomada do caderno Ambiente do jornal Folha de São Paulo, em 14/08/2007), as diversas notícias e elementos textuais e icônicos que as rodeiam. Observe, também, que existem vários links para notícias do mesmo tema. b) Entre na página web atual desse mesmo jornal http://www.folha.uol.com.br e observe a estrutura e outros elementos hipertextuais presentes em alguma das seções desse jornal.

Hipermídia: Quando existem hipertextos com outras mídias (fotos, vídeos, sons, etc.), fala-se em documentos multimídia ou uma hipermídia. Um exemplo está na imagem de acima, em que vemos um vídeo sobre pinguins na seção de “galerias”. Para saber mais: - “A linguagem digital” (páginas 31 a 33 do livro de Kenski, 2007). - HEINE, Palmeira. Considerações sobre o hipertexto e os gêneros virtuais emergentes

no seio da tecnologia digital. Revista Inventário, n. 4, jul/2005. Disponível em <http://www.inventario.ufba.br/04/04pheine.htm>. Acesso em 14 julho 2007.

- OLIVEIRA, Neide. Entrevista Ted Nelson. O computador ainda imita o papel. Veja, (ed. esp. "Natal Digital"), novembro de 2005. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/natal_digital_2005/sumario.html> Acesso em: 17 julho 2007.

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- XAVIER, Antonio Carlos. Leitura, texto e hipertexto. In: Marcushi, L.A.; Xavier, A.C. (Orgs.) Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, pp. 170-180, 2004.

III - O QUE SÃO "AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM" (AVA).

Ambientes virtuais de aprendizagem são sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados objetivos. As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no andamento da atividade (ALMEIDA, 2003, p. 331)

Num AVA visto sob uma perspectiva construtivista, serão focalizadas mais as relações que nele ocorrem, e não existirão fronteiras rígidas do que é meio, objeto e sujeito. Assim, segundo Maçada (2001) um ambiente virtual de aprendizagem será “um sistema cognitivo que se constroi na interação entre sujeitos-sujeitos e sujeitos-objetos, e que se transformam na medida em que as interações vão ocorrendo, e que os sujeitos entram em atividade cognitiva.” (Maçada 2001, p. 44). O Moodle é um sistema de gerenciamento de aprendizagem (LMS – Learning Management System) ou ambiente virtual de aprendizagem de código aberto, livre e gratuito. Outros exemplos são: os brasileiros Teleduc e Aulanet ou o estrangeiro WebCT (pago), entre muitos outros. O que será um LMS? Os Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (LMS ou Learning Management Systems, em inglês) são sistemas, em geral, baseados na WEB, que se destinam ao gerenciamento eletrônico de cursos a distância. São variados os recursos que oferecem, que podem ir de uma simples apresentação de páginas de conteúdos a completos sistemas de gestão, incluindo serviços de secretaria e e-commerce. Os principais recursos comumente encontrados em LMS são: - Gerenciamento do curso: criação de cursos, disciplinas, matrícula de alunos, gerenciamento de senhas, registro das atividades e de acessos realizados pelos usuários, cálculo e publicação de notas etc. - Gerenciamento de Conteúdo: armazenamento, gerenciamento, edição e exibição de conteúdo multimídia; - Disco Virtual: área de trabalho, que pode ser individual ou compartilhada, na qual o usuário pode fazer downloads, uploads e visualização de conteúdos; - Correio Eletrônico (e-mail): serviço de correio convencional; alguns permitem o envio e o recebimento de mensagens apenas dentro do próprio sistema, outros possibilitam trocas de mensagem também com o exterior; - Mensagem Instantânea: serviço de mensagem que possibilita a comunicação síncrona e troca de documentos entre usuários que estejam conectados ao sistema; - Sala de bate-papo (chat room): sala virtual para encontros e trocas de mensagens síncronas, podendo ser de texto, voz ou vídeo; - Fórum de Discussão: recurso de comunicação assíncrono que possibilita a organização das discussões por assunto, por disciplina, por curso, por turma, por grupo etc.;

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- Quadro de avisos: área para publicação de informes de interesse geral; - Lousa Virtual (White board): recurso de comunicação síncrono no qual os usuários compartilham uma tela que pode receber desenhos, textos e outras mídias; o instrutor pode liberar a lousa virtual apenas para visualização ou permitir o compartilhamento para escrita com um ou mais dos participantes; - Compartilhamento de recursos: permite que um ou mais usuários compartilhem a tela, um documento ou recursos de seus computadores; - Avaliação: recursos para gerenciamento da aplicação e correção de avaliações (testes de múltipla escolha ou dissertativas), com possibilidade de sorteio de questões e de alternativas, programação de horário para publicação, controle de tempos de realização, correção automática, cálculo e publicação de médias, geração de estatísticas e até mesmo feedback automático personalizado ao aluno, em função de seu desempenho. - Área de Apresentação do aluno: oferece ao aluno, ou grupo de alunos, recursos similares aos disponíveis ao professor para publicação de conteúdo multimídia. (TORI, 2003) COMENTÁRIOS – Em nosso caso, Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e LMS serão considerados como sinônimos [ AVA = LMS ]. Como já sabemos, o Moodle é um ambiente virtual de aprendizagem utilizado por diversas instituições públicas e privadas de ensino superior no Brasil e no exterior, incorporando-se às ações de educação à distância, e adaptando-se às necessidades particulares de cada instituição. Ferramentas de interação do Moodle:

Chat: Permite a realização de discussão textual, na modalidade síncrona, podendo ser utilizado para estimular o estabelecimento de vínculos entre os participantes do curso. Além disso, o Chat é uma atividade em que, alunos, tutores e professores estabelecem uma comunicação por escrito, on-line, com dia e hora previamente determinados. É semelhante, em tudo, às ferramentas disponíveis na internet com este mesmo nome. É recomendável que, antes de iniciar um bate-papo real, o aluno experimente a ferramenta com os colegas. A configuração de um Bate-papo é auto-explicativa.

Glossário: A atividade Glossário é uma forma flexível de apresentar definições que podem ser relacionadas com todas as informações do conteúdo global do curso. Por exemplo, se o termo “soneto” é definido no Glossário e a palavra “soneto” aparece em um fórum de discussão, ela aparecerá como um link que conduz o usuário à definição anteriormente dada.

Questionário: Esta ferramenta é utilizada para a composição de questões e de configuração de questionários, onde o professor poderá definir o período de disponibilidade, apresentação de feedback automático, diversos sistemas de avaliação e a possibilidade de diversas tentativas de respostas.

Fórum: O Fórum é uma ferramenta com diversas perspectivas pedagógicas, pois além de apresentar o encadeamento das discussões, identificar os autores das mensagens por meio de suas fotos inserida no perfil de cada aluno, gerando também assim como o chat, um maior sentimento de vínculo entre os alunos cursistas e diminuindo a sensação de estar conversando com a máquina. Esta ferramenta também pode ser utilizada como um portfólio, um repositório de atividades, um relatório de atividades de campo.

Blog: É uma página web atualizada frequentemente, composta por pequenos parágrafos apresentados de forma cronológica. É como uma página de notícias ou um jornal que segue uma linha de tempo com um fato após o outro. O conteúdo e tema dos blogs abrangem uma infinidade de assuntos que vão desde diários, piadas, links, notícias, poesia, ideias, fotografias, enfim, tudo que a imaginação do autor permitir. Blog é um diário on-line no qual você publica histórias, ideias ou imagens.

Wiki: É uma coleção de muitas páginas interligadas e cada uma delas pode ser visitada e editada por qualquer pessoa. O que torna bastante prático, a reedição e futuras visitas. Você pode editar esta página, clicando no separador

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no início da página (ou no link do fim da página, dependendo do modelo que estiver usando).

ATIVIDADE 4 (semana 2) - Síncrono ou sincrônico, significa algo que se faz ao mesmo tempo. Uma ferramenta síncrona em um AVA é uma ferramenta de interação online que possibilita a conversa imediata entre os participantes.

PERGUNTA: Das ferramentas acima mencionadas existentes no Moodle,, embora muitas sejam assíncronas, algumas poderiam ser também utilizadas pelos alunos trabalhando ao mesmo tempo (de forma síncrona), mas uma delas é uma ferramenta de comunicação considerada tipicamente síncrona (ou seja que só pode ser utilizada dessa forma). Qual é essa ferramenta? Consulte a ferramenta de interação do Moodle para responder essa pergunta. Para saber mais: - ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Educação a distância na internet:

abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, 2003, vol.29, n. 2. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022003000200010> Acesso em: 27 jul. 2007

- “Ambientes virtuais de aprendizagem” (páginas 94 a 100 do livro de Kenski, 2007). - MAÇADA, D. L. Rede virtual de aprendizagem : interação em uma ecologia digital.

Tese (Doutorado) -- Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre - RS - Brasil, 2001.

- Plataformas para EaD e Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Disponível em: <http://amadis.lec.ufrgs.br/index.php/Plataformas_para_EAD_e_Ambientes_Virtuais_de_Aprendizagem>

- TORI, Romero. O Virtual que Marca Presença. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, v. 2, n. 1, 2003. Disponível em: <http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=1por&infoid=725&sid=135>

- Ver definições de “Ferramenta síncrona”, “LMS” (Learning Management System) e “Moodle” no glossário geral do nosso curso.

IV - AS DIFERENÇAS ENTRE "COOPERAÇÃO" E "COLABORAÇÃO". A cooperação e colaboração entre alunos são estratégias didáticas muito utilizadas nos paradigmas educacionais baseados no construtivismo e interação social. Nas salas de aulas presenciais é comum observar trabalhos realizados em pequenos grupos, os quais são exemplos desse tipo de estratégia. Nos sistemas de ensino que utilizam as TICs, também é muito fácil estabelecer a colaboração e cooperação entre os alunos e até pode ser uma característica nesse tipo de trabalho virtual.

PERGUNTA - Mas, será que cooperação e colaboração são as mesmas coisas, ou significam estratégias didáticas diferentes? Observemos suas características diferenciais.

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Cooperação: Na cooperação, existe uma divisão de tarefas entre os membros de um grupo. Cada um é responsável por parte da solução do problema e ao finalizar a sua tarefa, existe um agrupamento das soluções, formando a base unificada do grupo (Costa, Paraguaçu e Mercado, 2006, p. 28).

Colaboração: Diferentemente, na colaboração, o esforço mútuo é privilegiado, existindo uma divisão de tarefas. Cada um faz a sua parte. No entanto, cada um visualiza e pode participar ativamente da resolução da tarefa de seu parceiro com o objetivo de resolver o problema em conjunto. Há um compromisso global, responsabilizando a todos pelo término da tarefa (Costa, Paraguaçu e Mercado, 2006, p. 29).

ATIVIDADE 5 (semana 2)- Pense em alguma tarefa cooperativa ou colaborativa feita no entorno escolar que você lembre ter realizado ou participado.

PERGUNTA: Poderia descrever essa tarefa ou atividade?

Para saber mais: - COSTA, Cleide Jane de Sá Araújo; PARAGUAÇU, Fábio; MERCADO, Luís Paulo

Leopoldo. Ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet. In: Luís Paulo Leopoldo Mercado (org.) Experiências com Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação. Maceió: EDUFAL, 2006, p. 23-46.

- Ver definições de “cooperação” e “colaboração” no glossário geral do nosso curso. V - O CONCEITO DE "DISTÂNCIA TRANSACIONAL" Distância transacional: É a distância cognitiva que separa professores, alunos e conteúdos na educação a distância. Proposta por Michael G. Moore em 1980, a distância transacional é uma função entre o diálogo e a estrutura para aprendizagem. A distância é menor quando existe diálogo e uma alta interação, assim como formatos menos rígidos que contribuem para uma maior participação dos estudantes. O conceito de transação tem origem em Dewey (1949). Ele "denota a interação entre o ambiente, os indivíduos e os padrões de comportamento numa dada situação". A transação a que denominamos Educação a Distância ocorre entre professores e alunos num ambiente que possui como característica especial a separação entre alunos e professores. Esta separação conduz a padrões especiais de comportamento de alunos e professores. A separação entre alunos e professores afeta profundamente tanto o ensino quanto a aprendizagem. Com a separação surge um espaço psicológico e comunicacional a ser transposto, um espaço de potenciais mal-entendidos entre as intervenções do instrutor e as do aluno. Este espaço psicológico e comunicacional é a distância transacional (Moore, 1993). Espaços psicológicos e comunicacionais entre um aluno qualquer e seu instrutor nunca são exatamente os mesmos. Noutras palavras, a distância transacional é uma variável

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contínua e não-discreta, um termo relativo e não-absoluto. Em qualquer programa educacional, até mesmo na educação presencial, existe alguma distância transacional. A Educação a Distância é um subconjunto do universo da educação, mas na situação à qual normalmente nos referimos como educação a distância, a separação entre professor e aluno é suficientemente significativa para que as estratégias e técnicas especiais de ensino-aprendizagem por eles utilizadas possam ser identificadas como características distintivas desta linhagem de prática educacional (MOORE, 1993). Duas perguntas para serem realizadas na hora de determinar a distância transacional: - O aluno pode dialogar com os professores ou tutores? - A estrutura do curso é fechada, rígida ou mais aberta?

ATIVIDADE 6 (semana 2)- Quanto mais estruturado e fechado é o curso, menores oportunidades de diálogo existirão e maior será a distância transacional.

PERGUNTA: O que é mais desejável em um curso? Ter uma maior ou uma menor distância transacional? Para saber mais: - “Das salas de aula aos ambientes virtuais de aprendizagem” (páginas 85 a 94 do livro

de Kenski, 2007). - Ver definição de “distância transacional” no glossário geral do nosso curso. - MOORE, Michael G. Teoria da Distância Transacional, 1993.

<http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=23&sid=69&UserActiveTemplate=1por>

TAREFA 5 (semana 2)- Como uma forma de comprovar se você chegou a entender os diversos conceitos apresentados nesta unidade, complete o pequeno questionário que está no site da disciplina.

Por último, se quiser, podemos discutir eventuais dúvidas sobre os diversos termos aqui estudados, no Fórum "Alguns conceitos".

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Já sou capaz de... (lista de comprovação) Vamos relembrar todas as coisas que já foram feitas ao longo destas duas primeiras semanas?

Marque para cada item a opção que você achar que melhor corresponde ao seu grau de conhecimento do assunto ou se teve alguma dificuldade na hora de fazer:

Bem ☺ ; Mais ou menos � ; Pouco ou nada �

Estátua "O pensador", do francês Auguste Rodin (1902)

JÁ FIZ /SOU CAPAZ DE/ MEU GRAU DE ENTENDIMENTO SOBRE ESSE ASUNTO É:

☺ � �

UNIDADE 1 (semana 1) 1- Posso falar sobre a importância da mediação pedagógica na EaD (citação de Oliveira)?

2- Pude participar no Fórum “Um laptop na escola” e comentar sobre o que é possível fazer com laptops nas escolas?

3- Pude copiar, colar e editar um texto (tarefa 3)? 4- Pesquisei e construí uma definição de “EaD”? 5- Posso comentar sobre como as tecnologias estão presentes em nosso cotidiano?

6- Posso argumentar sobre a relação existente entre tecnologia e poder?

UNIDADE 2 (semana 2) 7- Posso dizer o que são as NTICs? 8- Pesquisei e construí uma definição de blog? 9- Participei no meu blog pessoal no Moodle? 10- Posso falar das três gerações da EaD? 11- Pude mencionar nove exemplos de experiências de EaD brasileiras?

12- Posso citar três exemplos de Universidades Abertas fora do Brasil?

13- Posso comentar as diferenças existentes entre os conceitos de "EaD", "E-learning" e "Educação on-line"?

14- Posso falar do que é "hipertexto" e também de "hipermídia"? 15- Posso comentar as diferenças entre “cooperação" e "colaboração"?

16- Posso falar sobre o que é o conceito de "distância transacional"?

17 – A partir de todos os conhecimentos reunidos até agora, posso falar sobre as diferenças existentes entre as modalidades de ensino presencial e virtual?

O preenchimento desta tabela ajudará você a focalizar algum possível problema na realização das tarefas deste curso até este momento.

Em caso de existir dificuldades, entre em contato com seus tutores para procurar juntos a melhor maneira de resolver o problema. Pode utilizar também o Fórum “Alguns conceitos” para comentar qualquer dúvida.

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UNIDADE 3 (Semana 3)

NOVAS FORMAS DE VIVER E DE APRENDER

É importante educar para a autonomia, para que cada um encontre o seu próprio ritmo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, é importante educar para a cooperação, para aprender em grupo, para o intercâmbio de ideias, participar de projetos, realizar pesquisas em conjunto. MORAN COSTAS, José Manuel. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias. Interações - Estudos e Pesquisas em Psicologia, São Paulo, v. V, n. 9, p. 57-72, 2000. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/uber.htm>

Gostou da frase desta semana?

Certamente, educar para a autonomia e para o trabalho cooperativo ou colaborativo são dois aspectos muito importantes que devemos desenvolver com nosso trabalho pedagógico diário.

Como você pode ver, já estamos iniciando a terceira semana do nosso curso, que deve ter uma duração de apenas cinco semanas. Lembre-se que no final desta disciplina, teremos uma avaliação final presencial sobre os diversos conteúdos estudados e discutidos aqui.

Nesta terceira semana, vamos propor a realização de um projeto de pesquisa nas escolas, para ver como nelas estão sendo utilizadas as NTICs. Também, vamos pensar um pouco em quais são as características dos jovens acostumados às NTICs e como o entendimento dessas características podem nos ajudar a fazer uma escola mais produtiva e eficaz. Por último, conheceremos algumas das possibilidades de atuação pedagógica mediadas pelas novas tecnologias da informação e da comunicação.

Essas possibilidades pedagógicas das NTICs serão as que nortearão nosso trabalho até o final desta disciplina, visando à preparação necessária para um melhor aproveitamento deste curso. Procuramos também uma melhor compreensão das complexidades e possíveis utilidades dessas ferramentas que serão extremamente úteis para nós, que somos estudantes a distância e futuros profissionais da educação ou professores já em exercício.

TAREFA 1- PESQUISA SOBRE UTILIZAÇÃO DAS NTICs NAS ESCOLAS

Como são utilizadas as NTICs pelas pessoas nas escolas? Esse será o propósito do projeto de pesquisa que realizaremos nestas duas semanas.

Seguem os detalhes dessa pesquisa.

TAREFA 1A (semana 3)- Visite uma ou várias escolas da sua localidade e faça uma pesquisa sobre como são utilizados os computadores lá.

- Existe laboratório de informática? Faça uma descrição do ambiente (número de computadores, suas características técnicas, se existe acesso a Internet, velocidade desse acesso, horário de funcionamento do laboratório.

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- Como são utilizados os computadores nesse laboratório? Programas mais utilizados (editores de texto, planilhas, preparação de apresentações, ferramentas de desenho, etc.); tipos de atividades que são realizadas (pesquisa, chat, digitação de trabalhos, etc.); objetivo dessas atividades, as disciplinas que mais utilizam o laboratório, frequência de utilização, etc.

TAREFA 1B (semana 3)- Entreviste duas ou três pessoas que utilizem os computadores e pergunte o que fazem nele e quanto tempo gastam com essas atividades (por exemplo: consultar e-mail, jogos, chatear (conversar no MSN), estudar, assistir vídeos ou ouvir músicas, cuidar de suas redes sociais (Orkut ou similares). Também, se participam de algum tipo de atividade educativa ou rede social, blogs, wikis, etc., com propósitos educacionais, etc.

Se nas escolas visitadas não existem laboratórios de informática, tente perguntar para vários estudantes se gostariam de ter um laboratório com computadores na escola e o que fariam nele. Indague se eles acham que seria possível utilizar os computadores como apoio das diversas disciplinas escolares (e não só para os propósitos de servir como meio de comunicação: e-mail, chat, Orkut, etc.).

TAREFA 1C (semana 3)- Classifique a escola visitada na etapa de utilização das tecnologias em que ela se encontra [na primeira etapa de "tecnologias para fazer melhor o mesmo", na segunda etapa de "tecnologias para mudanças parciais" ou na terceira etapa de "tecnologias para mudanças inovadoras", segundo Moran (2007, p. 90-93)]. Ver texto de Moran abaixo.

Nosso principal objetivo é focalizar o ambiente escolar e os objetivos educacionais. Por isso, primeiro tentaremos fazer essa pesquisa nas escolas (sejam públicas ou privadas). Se a escola não tiver laboratório de informática, pode fazer a pesquisa olhando sua utilização na secretaria da escola, biblioteca, etc.

Além disso, nesta pesquisa, você é livre para fazer qualquer outra pergunta que achar interessante sobre a utilização dos computadores.

Se desejar, para ilustrar sua pesquisa, pode acrescentar fotografias, tabelas, gráficos ou qualquer outro material.

Para a realização desta pesquisa, você tem quinze dias e deverá apresentar um documento de texto com os resultados de suas observações e devidamente identificado.

Tanto os comentários prévios informais sobre esta atividade, quanto a entrega do trabalho final num segundo momento (porém sem ultrapassar os quinze dias) serão realizados no Fórum "NTICs nas escolas". O relatório da pesquisa será entregue em forma de documento de texto anexo.

Tomamos de Moran (2007, p. 90-93) o seguinte texto:

TEXTO - AS ETAPAS DA APRENDIZAGEM TECNOLÓGICA

As tecnologias são meios, apoios, mas, com o avanço das redes, da comunicação em tempo real e dos portais de pesquisa, transformaram-se em instrumentos

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fundamentais para a mudança na educação. Há uma primeira etapa, que é a definição de quais tecnologias são adequadas para o projeto de cada instituição. Depois, vem a aquisição delas. É preciso definir quanto gastar e que modelo adotar, se baseado em software livre ou proprietário, bem como o grau de sofisticação necessário para cada momento, curso e instituição. Em seguida, vem o domínio técnico-pedagógico, saber usar cada ferramenta do ponto de vista gerencial e didático, isto é, na melhoria de processos administrativos e financeiros e no processo de ensino e aprendizagem.

O domínio pedagógico das tecnologias na escola é complexo e demorado. Os educadores costumam começar utilizando-as para melhorar o desempenho dentro dos padrões existentes. Mais tarde, animam-se a realizar algumas mudanças pontuais e, só depois de alguns anos, é que educadores e instituições são capazes de propor inovações, mudanças mais profundas em relação ao que vinham fazendo até então. Não basta ter acesso à tecnologia para ter o domínio pedagógico. Há um tempo grande entre conhecer, utilizar e modificar processos.

Para que uma instituição avance na utilização inovadora das tecnologias na educação, é fundamental a capacitação de docentes, funcionários e alunos no domínio técnico e pedagógico. A capacitação técnica os torna mais competentes no uso de cada programa. A capacitação pedagógica os ajuda a encontrar pontes entre as áreas de conhecimento em que atuam e as diversas ferramentas disponíveis, tanto presenciais como virtuais. Essa capacitação não pode ser pontual, tem de ser contínua, realizada semi-presencialmente, para que se aprenda, na prática, a utilizar os recursos a distância.

Em relação aos alunos, hoje, é importante que eles tenham ambientação tecnológica e pedagógica nos ambientes virtuais. Costuma haver uma grande desigualdade no acesso e domínio das tecnologias. Por isso, os que têm mais dificuldades precisam de maior atenção, principalmente no primeiro contato com a instituição escolar. Escolas e universidades precisam de equipe de apoio técnico-pedagógico a professores e alunos, para avançar mais rapidamente no conhecimento de todas as possibilidades em cada área do conhecimento.

Depois de implantar as tecnologias, as escolas costumam seguir algumas etapas na sua apropriação pedagógica. É o que discutiremos adiante.

Primeira etapa: Tecnologias para fazer melhor o mesmo

As tecnologias começaram a ser utilizadas para melhorar o desempenho do que já existia: melhorar a gestão administrativa; automatizar rotinas de matrícula, boletos, notas, folha de pagamento, receitas. Depois, passaram a ajudar o professor a "dar aula", na organização de textos (conteúdo), nos programas de apresentação, na ilustração de aulas (vídeos, softwares de conteúdos específicos), na avaliação (planilhas, bancos de dados), na pesquisa (bases de dados e internet). Ao mesmo tempo, os alunos encontram nas tecnologias ferramentas de apoio e aprendizagem: programas de texto, de multimídia, de navegação em bases de dados e internet, de comunicação, até chegar aos ambientes virtuais de aprendizagem.

Segunda etapa: Tecnologias para mudanças parciais

Numa segunda etapa, o avanço das tecnologias e o seu domínio técnico-pedagógico propiciam a criação de espaços e atividades novos dentro da escola, que convivem com os tradicionais: utiliza-se mais o vídeo, para tornar as aulas mais interessantes; desenvolvem-se alguns projetos na internet, nos laboratórios de informática. Professores e alunos criam páginas web e divulgam seus trabalhos. Professores propõem atividades virtuais de grupos, listas de discussão, fóruns e, mais recentemente, blogs e podcasts, produção de vídeos. Esses programas se sofisticaram com a utilização de plataformas integradas de ensino, que permitem

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atividades a distância. Mas o importante, o que vale de verdade, continua sendo o currículo, as aulas presenciais, as notas. Típica desta segunda etapa é a divisão entre a grade curricular obrigatória (disciplinas) e as atividades virtuais (projetos, webquests), que costumam ser voluntárias ou consideradas atividades complementares.

A escola continua a mesma, no essencial, mas há algumas inovações pontuais, periféricas, que começam a pressionar por uma mudança mais estrutural. Muitas escolas e universidades não fazem mudanças profundas, ao contrário, massificam com as tecnologias o modelo centrado no professor (por exemplo, por meio de tele-aulas), focando mais a transmissão do que a interação e a pesquisa.

Terceira etapa: Tecnologias para mudanças inovadoras

Numa terceira etapa, as tecnologias começam a ser utilizadas para modificar a própria escola e a universidade: para flexibilizar a organização curricular, a forma de gestão do ensino-aprendizagem. Trabalha-se mais com projetos integrados de pesquisa e há mais atividades semi-presenciais ou quase totalmente on-line. O currículo universitário permite atividades a distância complementares às presenciais. As escolas de ensino fundamental e médio ainda se sentem fortemente pressionadas pelas secretarias de educação, pelo vestibular das universidades, pelas expectativas tradicionais das famílias e pela força da cultura escolar tradicional. Por isso. ainda não estão conseguindo quebrar o modelo padrão de aulas presenciais e presença obrigatória. Mesmo os colégios mais avançados tecnologicamente continuam amarrados, presos à tradição e às expectativas sociais convencionais.

Um dos problemas mais sérios é a demora das universidades em assumir novos modelos pedagógicos inovadores. Mais séria ainda é a defasagem das escolas de educação básica: estacionaram na mesmice. Mesmo com grandes portais de serviços virtuais e franquias, não mexem no essencial, que é o processo de ensino-aprendizagem. O virtual, até agora, é um complemento - só - do presencial, que é o que realmente conta e que continua acontecendo da mesma forma.

As redes, principalmente a internet, estão começando a provocar mudanças profundas na educação presencial e a distância. Na presencial, desenraizam o conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporal. Podemos aprender de vários lugares, ao mesmo tempo, on e off-line, juntos e separados. Como nos bancos, temos nossa agência, a escola, que é nosso ponto de referência; só que já não precisamos ir até lá continuamente, pessoalmente, para aprender.

As redes também estão provocando mudanças profundas na educação a distância (EAD). Antes, a EAD era uma atividade muito solitária e exigia bastante autodisciplina. Agora, com as redes, continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de comunicação instantânea, de criação de grupos de aprendizagem, integrando aprendizagem pessoal e grupal.

A educação presencial está incorporando tecnologias, funções e atividades que eram típicas da EAD, que, por sua vez, está descobrindo que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.

1 A lista de discussão permite que grupos de pessoas se comuniquem continuamente: a mensagem que uma envia chega a todas as outras, e todos podem responder, comentar ou colocar novas mensagens, que chegam por correio eletrônico e que também podem ficar disponíveis numa página na internet (como em www.grupos.com.br ou em http://br.groups.yahoo.com ).

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2 O fórum é uma ferramenta que roda numa página na internet e que permite a professores e alunos discutir alguns tópicos do curso por meio de mensagens colocadas na página a qualquer momento, que podem ser acessadas também a qualquer tempo e de qualquer lugar, por quem entra naquela página. 3 Blogs são páginas interativas na internet, utilizadas principalmente para contar experiências pessoais, de grupo e que também podem ser utilizadas por professores e alunos para aprender. Quando predominam as imagens, chamam-se videologs, vlogs, fotologs, etc. 4 Podcasts são programas de rádio feitos na internet e que podem também ser baixados e ouvidos em aparelhos tocadores de música MP3. 5 Webquest é uma metodologia de pesquisa em grupo colaborativa, que utiliza principalmente a internet para buscar informações. Duas páginas interessantes sobre essa metodologia podem ser consultadas em: http://wwww.webquest.futuro.usp.br e http://webquest.sp.senac.br. MORAN, José Manuel. A educação que desejamos. Novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus editora, 2007.

TAREFA 2 - AS GERAÇÕES ATUAIS E AS NOVAS FORMAS DE ENSINAR, APRENDER E VIVER

O que terá a ver a saga do jovem bruxo Harry Potter com a forma de pensar dos jovens de hoje e suas possíveis implicações na educação?

A leitura das páginas 45 a 52 do livro de Kenski (2007), assim como destes dois textos: (a) "Comunidade traduz Harry Potter 7 na web" (2007) e (b) "A Complexidade de educar no nosso tempo: um conflito de gerações" (NUNES, 2004), nos ajudará a ter uma ideia melhor sobre esse assunto.

Depois, você comentará suas descobertas e opiniões no Fórum "Geração Net".

O que terá a ver as traduções não-autorizadas dos livros de Harry Potter e as novas gerações de jovens digitais?

Para tentar descobrir isso, leia primeiro a seguinte notícia publicada em 24/07/2007: Comunidade traduz Harry Potter 7 na web Sem mágica: comunidade se antecipa às editoras SÃO PAULO - Um trabalho colaborativo liderado por uma jovem de 14 anos traduziu as 784 páginas do novo livro de Harry Potter.

Trocando arquivos no MSN e publicando links no Orkut, o grupo conseguiu traduzir toda a obra em menos de 10 dias.

Inicialmente, o grupo chamado de “Máfia dos Livros” usou fotos das páginas da versão em inglês da obra que vazaram na internet. Depois, alguns tradutores passaram a usar como referência também algumas páginas da edição em inglês, que começou a ser vendida em todo o mundo no dia 21 de julho.

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A estudante Zita Mello, 18 anos, conta que participou da tradução e revisão de alguns dos 36 capítulos.

Zita mora em Fortaleza e descobriu a comunidade fazendo pesquisas sobre Harry Potter no Orkut. “Os fãs querem saber tudo já e decidimos traduzir para dar oportunidade às pessoas que não entendem muito bem inglês de ler o livro”, diz Zita.

A jovem conta que atravessou “várias madrugadas” trabalhando na tradução de capítulos e, depois, ajudando na revisão. Ao todo, Zita estima que 400 pessoas colaboraram para traduzir a obra, o que dá menos de duas páginas por pessoa.

Zita conta que estuda inglês há 5 anos e traduzir Harry Potter a ajudou a descobrir novas palavras e melhorar sua fluência em inglês.

A editora que explora as edições brasileiras da obra prevê que o lançamento da edição de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” em português só chegue às livrarias em novembro.

Luís Eduardo Ferreira, estudante de 15 anos, conta que já traduzia textos para amigos que não compreendem muito bem o idioma inglês quando descobriu a comunidade Máfia dos Livros, no Orkut. “Ninguém conhece ninguém pessoalmente. A gente foi fazendo tudo pela internet e os moderadores organizando o trabalho”,diz.

Luiz conta que o trabalho teve momentos tensos, com membros da comunidade substituindo os créditos de tradutores e revisores, em busca de reconhecimento. “Mesmo assim, conseguimos seguir no trabalho e concluir toda tradução”, diz.

A fundadora da Máfia dos Livros e coordenadora de todos os trabalhos é Isadora, uma estudante de 14 anos. Isadora usa o nome da bruxinha Fleur na comunidade e diz que a iniciativa é uma forma de permitir a quem não fala inglês ter acesso ao conteúdo do livro sem precisar esperar uma tradução original.

Além da comunidade no Orkut, o grupo publicou o site Harry Potter Vai lá, que disponibiliza PDF de páginas e inglês e tradução completa em português. O site traz ainda entrevistas com fãs do bruxo. O sucesso da tradução já faz a comunidade discutir trabalhar em outras obras.

COMENTÁRIOS: Esses jovens não acham normal ter que aguardar sete ou oito meses para poder ter em suas mãos a versão do livro traduzida por um só tradutor "oficial". Dessa forma, em um eficiente trabalho, um grupo deles fez a tradução de 864 páginas em apenas seis dias!!!

Não vou falar da qualidade das traduções. Evidentemente, existem alguns erros ou faltas de revisão no resultado final desse trabalho, mas o que se evidencia é que quando esses jovens gostam do que estão fazendo e acham que são úteis, são capazes de se organizar e realizar grandes trabalhos em muito pouco tempo.

Contrários às opiniões de muitos adultos, eles não fazem isso por dinheiro. É simplesmente pelo gosto da leitura dessa obras. Até recomendam que seja lido o livro original quando sair publicado.

Leia também este outro texto:

A Complexidade de educar no nosso tempo: um conflito de gerações Terça-feira, 26 de outubro de 2004

O distanciamento entre a visão do processo de ensino/aprendizagem dos pais e mestres em relação aos jovens, acostumados com o crescente uso de tecnologias, pode prejudicar o uso das novas ferramentas tecnológicas que permitem à nova geração não só ouvir, mas também interagir com o objeto em estudo

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Prof. Tcheilly Nunes

Pais e mestres têm se imobilizado perante o desafio de educar os jovens da nova geração. Este fato é percebido por diálogos informais, onde estes externam em suas falas um distanciamento crescente. Mas, há um fator comum a todas as falas: o computador. Esta ferramenta e outras mídias tecnológicas tem tido papel decisivo neste distanciamento. Porquanto, frases como: "Ele não sai da frente do computador" ou "O que você vê tanto nesta máquina! Vá brincar um pouco; jogar bola, sei lá!", são comuns dentro deste contexto.

De forma a tornar clara a diferença que, possivelmente poderá estar causando este distanciamento, do ponto de vista dos pais e mestres, os jovens aprendizes dos quais falamos, pertencem a uma nova geração, denominada por Don Tapscott (1999, p.1) como Geração Net ou N-Gen.

O autor identifica esta geração como produto de uma convivência cercada por tecnologia, mídias tecnológicas diversas, bem como outros tantos aparatos tecnológicos, que possibilitam uma outra forma de aprender, ou simplesmente, ver a vida. Estes equipamentos têm mudado a forma do aluno apreender as informações e permitem-lhes o desenvolvimento de uma outra forma de transformá-las em conhecimento.

Num sentido mais amplo, conforme Marco Silva (2000, p.14) pode-se dizer que as novas mídias permitem aos seus usuários mais do que simplesmente ouvir, ler ou falar, elas permitem que os usuários atuem, operem e escolham a sua forma de participação. Assim, avançando da simples difusão passiva de informações para a possibilidade de interação, ou melhor, interatividade.

Esta que, segundo o mesmo autor, nasce da hipertextualidade*, a qual permite ao seu interlocutor "viajar" através de conexões pelo conteúdo, indo além do simples "abrir" janelas, para escolher qual janela (conexão) abrir.

No tocante a aprendizagem, vale ressaltar que estes novos alunos não aprendem de forma linear como seus pais foram ensinados; eles têm esta possibilidade nos diversos livros, revistas e demais publicações que se tornam mais acessíveis a cada dia, seja em casa, na escola ou ainda via Internet**. Assim pode-se entender que:

O novo espectador vem aprendendo a não seguir de modo unitário e contínuo uma transmissão de tv, fazendo uso do controle remoto. Mas agora, ele aprende com a não-linearidade, com a complexidade do hipertexto. A juventude em particular vem passando por uma "mutação perceptiva". Ela transita da "percepção tradicional" estática, linear, à percepção baseada na "colagem de fragmentos" - vejam-se os clipes musicais por exemplo, que dão lugar a um "crescimento de destreza perceptiva e de velocidade gestáltica. Essa juventude encontra nas tecnologias hipertextuais um ambiente complexo que traz a nova dimensão da sua "mutação perceptiva" em curso.(ibidem.,15)

Silva prossegue dizendo que o "novo espectador"*** aprende com a máxima concentração de informação num mínimo espaço de tempo. E ainda descobre que neste espaço, do abrir janelas, é possível explorar múltiplas imagens, vozes e textos, adentrando no diálogo com seus conteúdos que são igualmente móveis e mutáveis.

Mas os pais ainda persistem em questionar acerca do que se passa "na cabeça dos jovens". Nesse sentido, penso que este questionamento ocorre por não entenderem qual a lógica de relação com o mundo, ou apenas desconhecerem o processo de interatividade proporcionado pelas Novas Tecnologias de Informação e Comunicação - NTIC.

Acredito que você também pretende entender o que acontece com esta juventude, pois já deve ter ouvido diversas questões como: "A nova geração está

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muito egocêntrica, não sai mais de casa para brincar, namorar, viver a vida, não são sociáveis, ou são muito pouco"; além dos inúmeros casos relatados (verídicos ou inventados) sobre crimes via computador arquitetado por adolescentes de 14 anos.

Tapscott (1999, p.7) afirma que o efeito que a televisão ocasionou décadas atrás, vem sendo o mesmo que o computador hoje, e aponta para que "embora haja muito ainda a ser aprendido e inúmeros perigos reais que exigem uma boa administração por parte de empresários, educadores, pais e legisladores, nossa investigação mostra que os misantropos****, "tecnófobos" e moralistas estão redondamente enganados".

E continua dizendo: Acalmem-se todos. As crianças estão bem. Elas estão aprendendo,

desenvolvendo-se e prosperando no mundo digital. Elas precisam de melhores ferramentas melhor acesso, mais serviços, mais liberdade para explorar e não ao contrário. Em vez de hostilidade e desconfiança por parte dos adultos, precisamos de mudanças na maneira de pensar e no comportamento dos pais, educadores, legisladores e empresários. (1999, p.7)

Assim, Tapscott sugere que os pais, mestres, legisladores e empresários devem buscar estabelecer contato mais próximo, pois algumas questões precisam de intervenção e o jovem aprendiz precisa desta orientação, porque se sente fascinado pelos novos mundos que podem ser criados, fascinados pelo poder da escolha, não só de uma simples ferramenta, mas escolha de uma oportunidade de aprender em detrimento de outras. São decisões importantes e merecem atenção, principalmente por se tratarem de questões que repercutirão no futuro da sociedade. Complexidade: ao caminho do confronto entre gerações

Os pais e mestres sempre têm o desejo de impor-se sobre as novas gerações, de inculcar seus valores, crenças e atitudes e os jovens sempre se rebelam. Isto é histórico. Mas o que se pretende aqui, não é o embate, mas a possibilidade de integração entre as gerações, mediadas pela inserção da tecnologia no processo de aquisição de conhecimento, que se faz importante a ambos, porém acontecendo de forma diferente.

Corroborando o que dito anteriormente, cada geração vivenciou uma forma de aprender, qual seja, uma linear, sistematizada, cadenciada (para os adultos) e para os N-Gen, de forma participativa, coletiva, e acima de tudo interativa, sem se esquecer do suporte das ferramentas tecnológicas para promover esta interação. Bem diferente de seus pais e mestres.

Cabe lembrar ainda que a tecnologia responde a necessidades de um tempo histórico muito específico e que hoje, permite rápido acesso às informações, possibilidades inúmeras de comunicação, que não existiam há poucas décadas atrás quando os adultos estavam sendo formados. Dessa forma, a tecnologia responde a esta demanda histórica.

Vale ressaltar também que a televisão tem pouco mais de 50 anos, a Internet não chegam aos 10 anos, a telefonia celular 5 anos, portanto, percebemos neste processo de evolução tecnológica, que os processos educacionais não contemplaram um acompanhamento similar, criando uma lacuna cognitiva entre a forma como nossos pais e professores aprenderam (sem o suporte tecnológico) e como os nossos jovens vem sendo educados.

Acredito que estamos defrontes a uma grande oportunidade de aprendizagem, para os pais e para os filhos, os jovens da N-Gen, sendo que ambos necessitam de apoio. Diversos problemas estão advindo deste distanciamento, sejam tradicionais pelas divergências de geração, sejam pelo acesso a tecnologias, ou outros quaisquer, mas que certamente estão impactando no cenário social.

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Faz-se necessário que os pais queiram participar da aprendizagem e inserção social dos seus filhos; que os mestres sejam humildes em perceber suas limitações em relação às novas formas de aprender mediadas pela tecnologia; e que os jovens permitam serem escutados, permitam e incentivem a participação destes. Assim poderemos caminhar em direção a complementaridade das gerações e não ao confronto como tem ocorrido. Notas * Entendo por hipertextualidade as diversas conexões não-lineares estabelecidas entre palavras-chave do texto que se esteja lendo como outras possíveis referências da mesma em outros diferentes porém convergentes contextos. ** Rede de computadores interligados. Nesta rede é possível obter diversas informações sobre os mais distintos assuntos. A Internet tem se tornado, a cada dia que passa, uma outra fonte de acesso a informações, lineares ou não. Vale ressaltar que a base comunicacional da Internet é o hipertexto. *** Este conceito está aproximado também em Tapscott, (1999:03) quando ele se refere aos baby boomers que são apenas espectadores do aparelho de televisão, onde só ocorre a difusão pública das informações. Já os N-Gen necessitam da interatividade, tornando-o um "novo espectador", do qual exigi-se mais do que simplesmente assistir, mas tomar decisões, participar da escolha do conteúdo. **** Misantropos: melancólicos. N.A Referências Bibliográficas SILVA, Marco. Sala de aula interativa - Rio de Janeiro: Quartet, 2000. 232p. TAPSCOTT, Don. Geração Digital: A crescente e Irreversível Ascenção da Geração Net. trad. Ruth Gabriela Bahr; revisão técnica Luiz Ricardo Figueiredo - São Paulo: Makron Books, 1999. 321p. Fonte: http://www.webAula.com.br <http://portal.webaula.com.br/noticia.aspx?sm=noticias&codnoticia=283>

PERGUNTAS: Depois de ler os dois textos anteriores, e as páginas 45 a 52 do livro de Kenski (2007), responda estas duas perguntas:

1- Como aprendem os jovens da Geração Net?

2- O que poderemos fazer para pôr em prática o seguinte comentário: "Em vez de hostilidade e desconfiança por parte dos adultos, precisamos de mudanças na maneira de pensar e no comportamento dos pais, educadores, legisladores e empresários?" (Tapscott, 1999)

Noutras palavras, como educadores, o que poderíamos fazer para aproveitar o potencial das TICs na criação de aulas e conteúdos mais de acordo com as características e exigências dos novos alunos?

Faça seus comentários e debata com os colegas sobre estas questões no Fórum "Geração Net".

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TAREFA 3- Uma viagem pela Web

No site www.aomestre.com.br existem muitos conteúdos interessantes para professores. Navegue pelo site e, depois, descreva no seu blog, aqui no Moodle, duas (2) notícias ou conteúdos conhecidos a partir desse site que foram do seu interesse.

www.aomestre.com.br

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UNIDADE 4 (Semana 4)

DIFERENTES METODOLOGIAS E TICs NAS PRÁTICAS DOCENTES

Só os idiotas acham que a máquina deixa o professor menos importante. É justamente o contrário. Um professor apaixonado pela vida estimula a curiosidade, e a curiosidade é fonte do "saber.

Paulo Freire

Quem pensa por si mesmo é livre, e ser livre, é coisa muito séria!

Renato Russo.

Como podemos ver nos comentários das crianças sobre as diferenças entre TV e computador, elas entendem que o computador é útil porque elas podem ter um controle maior sobre a máquina e também podem associá-la com aprendizagem.

Além do fascínio natural das crianças e jovens pelos computadores, devemos converter essas tecnologias em algo aproveitável para ensinar. Porém, para isso, temos primeiro que motivar e explicar o porquê das nossas ações. Fazer tarefas triviais, ou seja, sem objetivos ou significados explícitos não vale na educação presencial nem na virtual.

Você conhece um artigo de Rubem Alves chamado "A arte de produzir fome"? Acho que a leitura desse texto pode ser de interesse e motivador neste momento. Procure-o na Internet, pois ele é facilmente accessível e de leitura fácil.

Os jovens de hoje estão acostumados a utilizar as tecnologias para ter acesso a uma quantidade cada vez maior de informações. Mas, numerosos estudos mostram que, como regra geral, esses jovens não sabem como utilizar de forma eficiente essas informações. Por exemplo, uma avaliação realizada sobre

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habilidades na manipulação de informação, em 64 centros universitários e de ensino médio nos Estados Unidos, revelou que apenas 49% dos estudantes souberam julgar se um site proporcionava informações objetivas sobre um tema; só 40% dos estudantes foram capazes de realizar uma busca adequada de informações e 80% dos estudantes incluíram informações totalmente irrelevantes na hora de apresentar um tema (ETS, 2006).

Por isso, as TICs, contrário ao que muitos pensam, não tiram a importância do papel dos professores, muito ao contrário. Nós devemos ensinar aos alunos como trabalhar efetivamente com todas essas informações e sua transformação em conhecimentos, através da realização de atividades e projetos significativos e interdisciplinares.

Dessa forma, é de supor que pelo mero fato de dispor de computadores na escola nem tudo será maravilhoso e ideal. O trabalho com TICs não está isento de dificuldades e é necessária uma preparação consciente e adequada para uma utilização eficiente dessas ferramentas.

Nesta semana, vamos conhecer algumas metodologias e possibilidades de trabalho com TICs (através de blogs e webquests). Por último, além de ver possíveis desvios e exemplos de utilização inadequada das TICs, tentaremos refletir sobre o que é necessário para promover um uso pedagógico efetivo dessas ferramentas e metodologias.

Antes de iniciar o nosso passeio e estudo virtual, gostaria de discutir com vocês alguns dos temas propostos, mas tendo como base algumas leituras prévias do livro de Kenski (2007).

PERGUNTA PRÉVIA

- Quais são os possíveis problemas ou dificuldades que você acha que podem existir na utilização das TICs nas escolas?

TAREFA 1 (semana 4)- Depois de ler as duas partes seguintes do livro de Kenski (2007): (a) “Nem tudo são maravilhas no uso das tecnologias na educação” (págs. 53 a 61) e (b) “Das salas de aulas aos ambientes virtuais de aprendizagem ” (págs. 85 a 94), converse com seus colegas sobre as situações abaixo.

1- Você já vivenciou ou conhece algum caso de utilização deficiente ou inadequada de tecnologias como Internet, vídeo ou DVD, retroprojetor, rádio, projetos interdisciplinares, etc., nos ambientes escolares? Pode comentá-lo?

2- Como poderíamos solucionar esses problemas e oferecer atividades

pedagógicas plenas mediadas pelas TICs, pensando fundamentalmente no uso de computadores e Internet?

3- Pode comentar o que você achou do vídeo “Tecnologia ou

Metodologia? [Ver vídeo no site do curso]. Escreva seus comentários sobre estes assuntos no Fórum “Dificuldades e possibilidades pedagógicas das TICs”.

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WEBLOGS PARA ESCREVER, APRENDER E CRIAR

ATENÇÃO: Já temos pedido no curso que você registre os nomes, endereços e comentários sobre os lugares visitados. Como nesta semana visitaremos muitos outros locais, é fundamental que você não deixe de registrar e comentar sobre as novas descobertas.

Para os registros, recomendamos que construa uma tabela.

Se você já costuma fazer esses registros no blog pessoal, não precisa fazer necessariamente essa tabela. Poderá continuar com seu trabalho no blog, mas deverá comunicar o fato para tutores e colegas do curso.

Passos para fazer um documento de texto com tabela:

a) Abra o editor de textos (Word ou Writer) e escreva, na primeira linha, um título como este: “Blogs e WebQuests visitadas”, seguido (na segunda linha) de seu nome.

b) Ainda sem concluir, salve o documento como “seu nome + blogs e webquests visitados”.

c) Depois, insira uma tabela que pode ser de três colunas e várias linhas, como é sugerido na imagem.

Salve seu documento da forma seguinte: “seu nome + blogs e webquests visitados”.

Muito bem! Já estamos prontos para registrar os sites que visitaremos. Sempre que seja necessário, você pode acrescentar novas linhas ou colunas, e também, formatar os textos, bordas da tabela, etc.

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Como você provavelmente já sabe, os weblogs ou blogs (e suas variantes, como os fotoblogs) são diários pessoais virtuais organizados cronologicamente, onde os visitantes podem comentar sobre os conteúdos colocados pelo autor. São muito utilizados tanto por adolescentes quanto por adultos e com os mais variados interesses. Podemos dizer que três das características que fazem com que os blogs sejam muito populares, são:

• interatividade (pela possibilidade de acrescentar avaliações e comentários pelos visitantes que, dessa forma, podem “dialogar” com o autor do blog);

• facilidade de uso e configuração (não são necessários conhecimentos profundos de informática para mexer com eles);

• facilidade para acrescentar diversos recursos e serviços externos adicionais (inserir vídeos, áudios, enquetes, imagens, links, etc.).

Os blogs podem ser classificados de diversas formas: pela participação (pessoais, institucionais, individuais ou coletivos, públicos ou privados); pelo tipo de mídia principal (fotoblogs, videoblogs, podcasts para escutar, etc.); pelos objetivos (comentários ou reflexões pessoais, reprodução de notícias interessantes divulgadas por outras fontes, motivos artísticos, acadêmicos, etc.). Podem ter também vários desses objetivos ou características ao mesmo tempo. Por exemplo: jornalistas que escrevem comentários de forma mais coloquial em blogs alojados na web do próprio jornal, como pode ser visto no caso da “Folha de São Paulo”:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/blogs

Como já você sabe, os blogs não são novos neste curso; pois, a partir da segunda semana, já tínhamos pedido para construir e manter seu weblog ou blog pessoal com reflexões, registros e comentários sobre os locais visitados e o processo de aprendizagem neste curso. Não é verdade?

Também já conhecemos nas primeiras semanas do curso, algumas notícias existentes em blogs, como a do uso dos laptops nas escolas de Rio Grande do Sul. Por outro lado, no glossário do nosso curso, no termo “blog”, vimos um blog de uma professora dedicada à informática educativa.

http://jmzimmer.blog.uol.com.br

Um outro exemplo, desta vez feito para registrar as atividades de uma escola, é o blog da escola municipal Mariano Costa, de Joinville, SC. Vamos dar uma olhada nele?

http://caicmariano.blogspot.com

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ATIVIDADE – É muito interessante que você conheça também, nesse mesmo blog, alguns dos outros projetos colaborativos que estão reunidos na seção “Nossos projetos na Rede” (no lado direito do blog).

Por exemplo:

- “O lugar onde moro”

http://docs.google.com/View.aspx?docid=ajsf9jqhtnv_bdcxstcd6m9qx - “Os nossos carnavais”

http://docs.google.com/View.aspx?docid=a2c97f77mdh_bbvvdzmn4bhr COMENTÁRIO: Estes projetos têm a característica de ser realizados de forma colaborativa, com documentos elaborados totalmente on-line através das possibilidades que o “Google Docs” nos brinda (um dos serviços de Google). Interessante, não é?

Se você visitar diversos blogs, poderá ver que eles, geralmente, têm uma estrutura bastante semelhante. As notícias enviadas ficam em blocos na coluna principal. Nessa parte, além do texto, é possível inserir vídeos ou apresentações de slides. Para isso, só é necessário copiar e colar umas linhas de código oferecidas pelos sites geradores dessas apresentações.

Continuando a nossa viagem pelos blogs, veremos que quase sempre os visitantes têm a possibilidade de comentar as notícias publicadas pelos autores. Ainda, se olhamos para as laterais dos blogs poderemos encontrar outros elementos, tais como: o perfil, a biografia ou outros dados do autor; o histórico das mensagens anteriores, links para outros blogs, assim como às vezes estão presentes diversos recursos oferecidos por serviços externos, tais como: contadores de visitas, espaços para deixar comentários gerais escritos ou gravados em áudio, avatares do autor, etc.

Fique tranquilo, que nada disso é impossível para as pessoas comuns. A grande maioria desses recursos e formas de construir e manter os blogs foi feita pensando

na sua utilização por pessoas que não precisam ser gênios da informática. ☺

ATIVIDADE - Analise e observe a estrutura e os diversos elementos presentes nos blogs que você visite.

PERGUNTA: Os blogs podem servir para propósitos educativos?

TAREFA 2A (semana 4)- Leia o artigo “Quer aprender? Crie um blog” (COTES, 2007) e tente responder a seguinte pergunta:

Por que os blogs podem facilitar um ensino diferente daquele tradicionalmente realizado em sala de aula?

TAREFA 2B (semana 4)- Visite e descreva, como mínimo, dois (2) blogs do mundo da educação. Diga o nome do blog, autor, endereço na web (URL), e algumas das atividades ou notícias nele

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O OVO OU A GALINHA? Mayara criou um blog para descobrir quem veio primeiro

veiculadas que tenham chamado a sua atenção.

Comente suas opiniões e descobertas no Fórum “Blogs e WebQuests visitados”.

Lembre também de registrar suas visitas e comentários na tabela “Blog e WebQuests visitados”.

TEXTO

Quer aprender? Crie um blog

Como alunos e professores estão usando os diários na Internet para partilhar dúvidas, estimular pesquisas e incentivar a troca de informações.

Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? O enigma levou Mayara Ferreira Ciriaco, de 14 anos, aluna de uma escola pública da periferia de Araxá, em Minas Gerais, a melhorar seu desempenho escolar. Como? Depois de pesquisar em sites, entrevistar especialistas por e-mail e participar de listas de discussão, ela montou um diário on-line - ou blog - sobre o assunto com a ajuda dos professores e do Instituto Ayrton Senna. Suas notas melhoraram e seu interesse pela escola aumentou. Mayara e outros milhares de alunos e professores descobriram que os blogs são um poderoso instrumento para o ensino.

Com os blogs, os alunos veem que o resultado de seu trabalho não fica guardado em pastas. "Adorei o fato de outras pessoas terem visto o que fiz", diz Mayara. Segundo Marlene das Dores, que implementou o projeto de blogs quando era diretora da escola em Araxá, a frequência dos alunos aumentou. Os que participaram, segundo avaliação feita pelo Instituto Ayrton Senna, melhoraram sua expressão escrita e verbal, venceram a timidez e hoje mostram mais vontade de pesquisar, têm mais interesse em estudar e apresentam uma visão crítica do mundo. "Alguns chegam a discordar do professor sobre assuntos expostos em aula", diz Marlene.

Com linguagem coloquial, os blogs viraram uma ferramenta pedagógica valiosa. "Eles são capazes de aproximar alunos e professores, ainda distantes na escola tradicional", afirma Betina von Staa, coordenadora de pesquisa da divisão de portais educacionais da Positivo Informática. Na escola tradicional, com lousa, giz, mesa e carteira, o professor costuma ser o único detentor do conhecimento. Com os blogs, esse modelo muda. "A sala de aula tradicional se consolidou num modelo em que um sabe mais e, por isso, ensina, fala, transmite a mensagem, e outro sabe menos. Ou não sabe nada. Por isso, copia, repete, decora", afirma Andrea Ramal, autora do livro Educação na Cibercultura. "Esse modelo não é condizente com a realidade, por isso, não se sustenta mais."

Plugados, crianças e adolescentes de hoje acabam se identificando com o professor blogueiro, pois o mestre que está ali para ensiná-los também está disposto a aprender no mesmo universo virtual em que eles adoram navegar. Nos 1.351 blogs de professores hospedados no Portal Educacional, os docentes colocam exercícios, gabaritos de provas, desafios, mapas e ilustrações. Com isso, não precisam mais perder horas corrigindo provas ou carregando pastas e mais pastas. O professor de Química Telson Melentino Júnior, do Colégio Max, em Cuiabá, Mato Grosso,

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aposentou o site que mantinha desde 2000 para aderir ao blog. "Eu pagava a um técnico para fazer as atualizações. Com o blog, não dependo de ninguém", diz.

Além da praticidade para os professores, os alunos acessam as páginas também para fazer comentários. "A aula não fica mais restrita aos 45 minutos. Ao acessar o blog, o professor aumenta o interesse dos alunos", afirma Betina. Conectados, os professores passam a colocar em seus blogs links para páginas interessantes. Isso aguça a curiosidade dos alunos e contribui para a constante reciclagem do educador.

Tal necessidade levou a professora de Português Gládis Leal dos Santos a montar mais de seis blogs na escola pública onde dá aulas, em Joinville, Santa Catarina. Além dos recursos de texto, ela costuma colocar nos blogs fotos de atividades e até vídeos. "Como o tema agora é o aquecimento global, vou buscar no YouTube vídeos sobre o assunto", diz ela.

Embora sejam uma ferramenta eficaz, os blogs ainda estão distantes da maioria dos alunos. Dados do Censo Escolar de 2005 mostram que apenas 30% dos alunos do ensino fundamental têm acesso a computadores. No ensino médio, é pouco mais da metade. O país está em penúltimo lugar em um ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico em número de computadores por aluno. Aqui, a média é de uma máquina para cada 50 alunos. O recomendável é uma máquina para cada cinco estudantes. Exemplos como o de Araxá mostram que a curiosidade dos alunos e o empenho dos professores podem dar resultado. Depois da criação dos blogs, a repetência dos alunos da rede pública municipal praticamente zerou. Nas outras escolas da cidade, 20% dos alunos são reprovados ao fim de cada ano letivo. O Instituto Ayrton Senna atribui esse resultado à disseminação dos computadores e dos blogs.

AS VANTAGENS DOS BLOGS Os principais benefícios para professores e alunos

- Aproximar professores e alunos Os estudantes tendem a se identificar com o professor blogueiro. Se o aluno cria um blog, os professores têm um espaço a mais para orientar o aluno.

- Permitir maior reflexão sobre o conteúdo Quando o professor blogueiro expõe sua opinião, está sujeito a críticas e elogios. Com isso, reflete sobre seu trabalho e faz os alunos pensar mais sobre o tema proposto.

- Manter o professor atualizado O professor blogueiro busca em outros sites e blogs informações para compartilhar com os alunos. Isso o coloca em permanente reciclagem.

- Criar uma atividade fora do horário de aula O estudo não fica restrito aos 45 minutos de sala de aula. Com o blog, o professor instiga os alunos a estudar mais. Eles buscam no blog desafios, exercícios e gabaritos.

- Trazer experiências de fora da escola O blog abre as atividades da escola para pessoas de outros colégios, cidades e até países colaborarem. Isso amplia a visão de mundo da turma.

- Divulgar o trabalho do aluno e do professor As produções do aluno ou do professor podem ser vistas, comentadas e conhecidas por qualquer internauta do mundo. Isso é um incentivo para alunos e professores se dedicarem.

ESTÍMULO A professora Renata (à dir.) na sala de informática com seus alunos. Ela usa blogs para ensinar português.

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- Permitir o acompanhamento Com os blogs, os pais podem monitorar as atividades escolares dos filhos. E também ter acesso ao que o professor está ensinando. Isso não é possível com as aulas.

- Ensinar linguagem digital Ao montar blogs, alunos e professores passam por um processo de "alfabetização digital". Aprendem a fazer downloads e outros recursos para navegar com facilidade.

Para saber mais: - COTES, Paloma. Quer aprender? Crie um blog. Revista Época, ed. 456, 12 de fev. de

2007. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR76347-6014,00.html> - Blogs como ferramentas pedagógicas. Universo EaD, SENAC/SP, agosto 2005.

Disponível em: <http://www.ead.sp.senac.br/newsletter/agosto05/destaque/destaque.htm> - Mantovani, Ana Margô. Blogs na Educação: Construindo Novos Espaços de Autoria na

Prática Pedagógica. Prisma.com. Revista de Ciências da Informação e da Comunicação do CETAC. Edição 3, Outubro 2006. Disponível em: <http://prisma.cetac.up.pt/artigospdf/18_ana_margo_mantovani_prisma.pdf>

- POMBO, Teresa. Weblogs na Educação. Uma experiência no ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa e das TIC. In: Weblogs na Educação: 3 Experiências, 3 Testemunhos, Escola Superior de Educação de Setúbal, 3 de março de 2007. Disponível em:

<http://arquivostese.no.sapo.pt/Com_WeblogsEduc_TPombo.pdf> - 3º Encontro Nacional e 1º Encontro Luso-Galaico sobre Weblogs (Outubro de 2006).

Prisma.com, n. 3, edição especial. Disponível em: <http://prisma.cetac.up.pt/edicao_n3_outubro_de_2006> - Tutorial do Programa “Acessa São Paulo”. Como fazer um blog. Cadernos Eletrônicos

n. 5. Disponível em: <http://www.acessasp.sp.gov.br/cadernos/caderno_05_02_p2.htm>

WEBQUESTS – ESTÍMULO E ORIENTAÇÃO NA PESQUISA

WebQuests – Tarefas na Internet

Utilizar, de forma criativa, a riqueza de informações que cresce dia a dia na internet. Esta é uma das propostas da Webquest, um conceito criado em 1995, por Bernie Dodge, professor da San Diego State University, nos Estados Unidos. Dodge define WebQuest como uma atividade investigativa guiada e cooperativa, em que alguma – ou toda – a informação com que os alunos trabalham provém da Internet. Trata-se de um modelo extremamente simples e rico para dimensionar usos educacionais da Web, com fundamento em aprendizagem cooperativa e processos investigativos na construção do saber.

Na proposta de Dodge, o importante é acessar, entender e transformar as informações existentes, tendo em vista uma necessidade, problema ou meta significativa, proposto pelo professor.

Por que optar pela metodologia WebQuest?

Com a WebQuest, trabalha-se em forma de projetos de pesquisa, utilizando a ideia de aprendizagem colaborativa. É um espaço na WEB que irá facilitar e enriquecer o uso da Internet por professores e alunos.

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Nos últimos anos, uma das preocupações tem sido a baixa qualidade dos trabalhos acadêmicos, principalmente no que se refere a pesquisas realizadas na Internet. As pesquisas são realizadas desprovidas de apoio e suporte dos educadores, onde a prática do “copiar-colar” acontece sem nenhuma leitura previa.

Partes de uma WebQuest

Uma WebQuest completa é constituída de sete seções:

• Introdução, • Tarefa, • Processo, • Fontes de informação, • Avaliação, • Conclusão e • Créditos.

A Introdução apresenta o tema e as atividades que serão realizadas. Se a WebQuest exigir um cenário ou a representação de papeis, isso deve ser mencionado nesta fase.

Já a Tarefa descreve o “produto” final esperado e as ferramentas utilizadas. Uma tarefa pode ser o desenvolvimento de um texto, a criação de um programa de rádio, um projeto, a solução de um problema, ou qualquer produto final que exija dos alunos processar e transformar as informações coletadas.

Os passos necessários para a realização da Tarefa compõem a etapa denominada Processo. Quanto mais detalhado, melhor. Neste ponto também cabe sugerir de que forma os alunos deverão organizar as informações reunidas, usando fluxogramas, tabelas, etc.

As fontes de informação (também chamadas de recursos) são as páginas Web que o professor escolhe para consulta. "Este item é muito importante porque a imensa quantidade de informações que existe na internet exige que o aluno esteja preparado para que não perca o foco.”

Após essas etapas, o aluno é avaliado coletiva ou individualmente. É o momento de fazer uma conclusão, com resumos sobre os assuntos explorados na WebQuest e os objetivos supostamente atingidos. A Conclusão é também o espaço para incentivar o aluno a continuar refletindo sobre o assunto, através de questões retóricas e links adicionais.

Por fim, a seção de Créditos deve apresentar as fontes dos materiais utilizados, como imagens, músicas, textos, livros, sites etc. Também é possível utilizar o espaço para agradecimentos especiais para profissionais ou instituições que tenham colaborado com a elaboração da WebQuest.

As WebQuests fornecem possibilidades de uma aprendizagem ativa em que o objetivo é a aquisição e integração do conhecimento. Através das atividades nas WebQuests o aluno lidará com uma quantidade significativa de novas informações, interpretando-as por síntese e análise e finalmente, transformando-as em conhecimentos.

As WebQuests tornam-se atraentes quando se podem compartilhar entre professores, são atualizadas constantemente e pode ser usada de um ano para outro, o tempo não irá interferir nas atividades oferecidas pelos educadores.

Segundo Mercado e Viana (2004) o uso da metodologia de Webquest permite:

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• Garantir acesso a informações autênticas e atualizadas; • Promover aprendizagem cooperativa; • Desenvolver habilidades cognitivas; • Transformar ativamente informações (em vez de apenas reproduzi-las); • Incentivar criatividade; • Favorecer o trabalho de autoria dos professores; • Favorecer o compartilhar de saberes pedagógicos; • Analisar os novos desafios com os quais se defrontará o trabalho do

professor com a utilização das novas tecnologias; • Investigar novas estratégias na utilização dos recursos oferecidos pela

web no meio educacional; • Analisar novas modalidades de ação e intervenção, em termos de

participação nas consultas a diversos níveis: Fórum de discussão, lista de discussão, correio eletrônicos, chats, etc.;

• Propor modalidade de intervenção, via a tentativa de criar um espaço de aprendizagem colaborativa entre os alunos no seu cotidiano;

• Promover a formação de recursos humanos e geração de conhecimentos, considerando que vários estudantes participarão ativamente da pesquisa;

• Promover os educandos a tornarem-se aprendizes ativos, solucionadores de problemas, pesquisadores e projetistas;

• Apresentar projetos utilizando a Internet, onde os alunos são responsáveis pela construção do conhecimento;

• Analisar dados num maior número de sites envolvendo os alunos eletronicamente, emitindo uma pesquisa, coletando respostas, analisando resultados, finalizando com a socialização dos resultados;

• Compartilhar observações e experiências vivenciadas por outros alunos que utilizam a Internet como ferramenta didática em suas pesquisas, experimentando o poder da multimídia da web.

Que softwares devemos usar na criação de uma WebQuest?

WebQuest não exige software específicos além dos utilizados comumente para navegar na rede, produzir páginas, textos e imagens. Isso faz com que seja muito fácil usar a capacidade instalada em cada escola, sem restrição de plataforma ou soluções, centrando a produção de WebQuests na metodologia pedagógica e na formação de docentes.

Existem diversos sites com gabaritos prontos que permitem introduzir os dados e gerar automaticamente as páginas web com os WebQuest criados e produzidos pelos próprios docentes.

Duração

Uma webquest pode ser definida como sendo de curto prazo (até uma semana) ou de longo prazo (até um mês ou mais).

ATIVIDADE - Para ver na prática a estrutura das WebQuests, sugerimos começar com a visita de dois exemplos delas: “Tutankhamon”, dirigido para o terceiro ciclo de ensino em Portugal ( correspondente à nossa sétima e oitava séries) e "Uma visita ao Planeta da Alimentação" (para alunos da terceira série).

Observe nas WebQuests abaixo as diversas partes (início, introdução, tarefa, processo, fontes, avaliação, conclusão e créditos).

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http://www.iep.uminho.pt/aac/Tutankhamon/Aventura%20na%20Web.htm

http://www2.fpce.ul.pt/pessoal/ulfpcost/alunos/dieta/pagina1.htm Pelo fato das WebQuests exigirem um processamento da informação encontrada nas fontes de pesquisa indicadas, limita-se muito o famoso “copiar e colar” de informações existentes na Internet. Outra vantagem da metodologia WebQuest é que os alunos sempre têm visível e clara, desde um primeiro momento, a forma em que serão avaliados ou auto-avaliados pelo trabalho realizado. ATIVIDADE - Visite pelo menos três (3) das seguintes WebQuests e observe também a forma de avaliação: - “WebSurf Pitágoras” http://www.prof2000.pt/users/folhalcino/tec_educ/websurf/index.htm - Alguma das WebQuests presentes em NetKids.com.br http://www.netkids.com.br/v4.0/arquivos/webquest/galeria.asp - Coleção de WebQuests no SECAC São Paulo http://webquest.sp.senac.br - “Alimentação: erros e correções” http://www.iep.uminho.pt/aac/sm/a2003/alimentacao/

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- “Uma aventura com o Diabo dos números” http://www.iep.uminho.pt/aac/sm/a2005/diabo_dos%20_n%C2%BAs/ TAREFA 3 (semana 4)- Depois de comparar diversas formas de avaliação, quais das WebQuests visitadas você considera que têm melhores formas de avaliar? Justifique sua resposta. Você pode escrever sua resposta no mesmo Fórum “Blogs e WebQuests visitados”. Não importa que já tenha postado lá outra(s) mensagem(s). Pode escrever todas as mensagens que precisar. MINIQUESTS E CAÇAS AO TESOURO O modelo de WebQuest não é rígido, ele permite variações. Por exemplo, nas MiniQuests pode ser diminuído o número de passos até a apenas três (cenário, tarefa e produto). Isso permite reduzir as dificuldades tanto para professores quanto para alunos, quando não existe suficiente prática ou quando o tema é complexo. Por esse motivo, são muito utilizadas, por exemplo, nas práticas de línguas estrangeiras. Por outro lado, as Caças ao tesouro, não são mais que uma folha de trabalho ou página web com uma série de perguntas e um listado de páginas web em que é possível procurar as respostas. No final, é bastante comum incluir uma “pergunta final” que exige integrar e avaliar o aprendido na pesquisa realizada. As caças ao tesouro são estratégias úteis para adquirir informação sobre um tema específico junto com a prática de conhecimentos e habilidades relacionados com o acesso à informação. Suas principais aspectos positivos são: (a) promover a aquisição de conhecimentos sobre um tema específico, (b) desenvolver habilidades para busca de informações na web e (c) melhorar a capacidade de leitura e compreensão de textos.

ATIVIDADE - Observe as diferenças entre uma Webquest simples “Chuva ácida” http://www.coljxxiii.com.br/webquest/chuvaacida.htm

e uma Caça ao Tesouro “As equações na história da matemática”

http://www.minerva.uevora.pt/of/equacoes/

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Para saber mais: - ADELL, J. Internet en el aula: A la caza del tesoro. Edutec. Revista Electrónica de Tecnología Educativa, n. 16, abril de 2003. Disponible en: <http://www.uib.es/depart/gte/edutec-e/revelec16/adell.htm> - MERCADO, Luis Paulo L.; VIANA, Maria Aparecida P. (orgs.). Projetos utilizando Internet: A metodologia WebQuest na prática. Maceió: Q Gráfica/Marista, 2004. - SESC. "WebQuest: a Internet na Aprendizagem Cooperativa" Universo EaD. Revista eletrônica do SESC-SP, novembro de 2004. Disponível em: <http://www.ead.sp.senac.br/newsletter/novembro04/tecnologias/tecnologias.htm> - Encontro sobre WebQuest, Universidade do Minho, Braga, 20 de outubro de 2006. Disponível em: <http://www.iep.uminho.pt/encontro.webquest/CB.HTM> Gabaritos para gerar Webquests: http://livre.escolabr.com/ferramentas/wq/ http://www.aula21.net/Wqfacil/webquest.htm http://webquest.sp.senac.br/textos/como http://umbu.ied.dcc.ufmg.br/moodle/file.php/11/gabarito_sem_frame.doc

WIKI – QUE NOME ESTRANHO! Concluindo a exposição das ferramentas e metodologias colaborativas, vamos falar um pouco das Wikis. O que são Wikis? Wiki é um site ou coleção de páginas web de hipertexto que podem ser visitadas e editadas por qualquer pessoa, ou seja, de forma colaborativa. O termo Wiki refere-se tanto ao site quanto ao software para sua criação e edição. Wiki wiki significa "rápido" em hawaiano. A primeira wiki foi criada por Ward Cunnigham em 1995. Sem dúvidas, a Wikipedia é o melhor exemplo de sucesso que mostra o poder do saber compartilhado. No ano 2005 a revista norte-americana Nature comparou a Wikipedia com a Enciclopédia Britânica, uma reconhecida e tradicional enciclopédia também on-line, e ficaram praticamente iguais. Inclusive o editor da revista recomendou que as pessoas contribuíssem para melhorar ainda mais a Wikipedia.

COMENTÁRIO: Você lembra dos exemplos de projetos colaborativos “Nossos carnavais” e “O lugar onde moro”, da escola CAIC Mariano Costa, que foram mencionados na seção de blogs? Esses projetos realizados por meio de documentos do Google Docs, de alguma forma podem ser considerados muito próximos às wikis.

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Wikimapia.org é outro sistema wiki que permite que as pessoas acrescentem locais a partir dos mapas de Googlemaps. Você pode navegar pelo mundo e ampliar ou reduzir a imagem (com o zoom). Nesta figura, aparece a foto da cidade de Maceió e os locais indicados pelos visitantes. Poderiam ser desenvolvidas atividades escolares com esta ferramenta?

Consulte o termo Wiki no glossário do nosso curso para conhecer outros exemplos de wikis. TAREFA 4 (semana 4)- Você poderia completar uma tabela como esta? WebQuest Caça ao Tesouro Wiki O que é Características Estrutura Aplicações Exemplos Para saber mais: - FAGUNDES, Luís Henrique. Wiki e educação: Segunda etapa. Disponível em:

<http://conhecimento.incubadora.fapesp.br/portal/trabalhos/2005/WikiEEduca_c3_a7_c3_a3oSegundaEtapa>

- SANTOS, Gládis Leal dos. Projeto O lugar onde moro. Disponível em: <http://saladeaula.wikispaces.com/Projeto+O+Lugar+onde+Moro>

- Wiki da EscolaBR. Disponível em: <http://www.escolabr.com/virtual/wiki/index.php> - Wikipedia em português. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal>

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CONCLUINDO NOSSA CONVERSA

[...] O bom educador é um administrador de curiosidades. Disposto a criar um aprendiz permanente. Diante da abundância de dados acessíveis via bancos eletrônicos, o bom professor é aquele que guia as curiosidades, transformando-se num facilitador, auxiliando a reflexão para que o aluno não se perca na floresta de informações. Ele deixa de ser o único provedor de informação, auxiliado por alguns livros, para ser o administrador da curiosidade da criança ou do jovem. Há uma diferença vital entre encantamento e deslumbramento com as possibilidades tecnológicas para a transmissão do conhecimento. Ninguém aprende nada apenas exposto à informação. A Informação não significa entendimento; pelo contrário, os guardas das bibliotecas seriam intelectuais e os vigias dos museus, críticos de arte. O erro primário de jogar o computador em sala de aula é, primeiro, não treinar o professor para uma nova linguagem. Segundo, não preparar um currículo adequado às novas tecnologias. Resumindo o óbvio: o essencial é o que ensinar. Depois, como ensinar.

DIMENSTEIN, Gilberto. O Aprendiz do Futuro - como as novas tecnologias viraram a educação de pernas para o ar. Folha de São Paulo, 1998. Disponível em:

<http://www.grobo.com.br/rogeriobarreto/mesuneb/O_Aprendiz_do_Futuro.doc>

Bom. Já chegamos no final desta disciplina e provavelmente nem percebemos que já temos que nos preparar para a prova final. Já vimos, pelo menos brevemente, que blogs, WebQuests, documentos compartilhados on-line, wikis, fóruns, etc., são exemplos de recursos e metodologias que podem ser utilizados na realização de tarefas e projetos colaborativos. Entrar em contato com alunos de outros locais e desenhar, pintar, escrever textos diversos, acrescentar tabelas e

figuras, fazer cartazes, ler e enviar e-mails ou notícias, construir blogs, fazer pesquisas diversas por meio de WebQuests, MiniQuests e Caças ao Tesouro; fazer tabelas, gráficos e diagramas, preparar apresentações, ou seja, construir coisas e aprender, podem são facilitados pelas TICs. Enfim, as propostas de trabalho com TICs podem ser muitas. As que sua imaginação permitir! Desejo-lhes muito sucesso no curso de Pedagogia que recém começa e espero que o que aprendeu aqui seja de utilidade na continuação do curso. Até logo, Prof. Gonzalo Abio

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