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ENAP Apostila Elaboração de Editais Brasília - 2013

Apostila Elaboração de Editais

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Aprenda a elaborar editais

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  • 1ENAPApostila

    Elaborao deEditais

    Braslia - 2013

  • 2ENAP Fundao Escola Nacional de Administrao Pblica

    PresidentePaulo Sergio de Carvalho

    Diretor de Desenvolvimento GerencialPaulo Marques

    Diretora de Formao ProfissionalMaria Stela Reis

    Diretor de Comunicao e PesquisaPedro Luiz Costa Cavalcante

    Diretora de Gesto InternaAla Vanessa de Oliveira Canado

    ENAP, 2013

    ENAP Escola Nacional de Administrao Pblica

    Diretoria de Comunicao e Pesquisa

    SAIS rea 2-A 70610-900 Braslia, DF

    Telefone: (61) 2020 3096 Fax: (61) 2020 3178

    Coordenadora-Geral de Programas de Capacitao: Marcia Seroa da Motta Brando

    Editor: Pedro Luiz Costa Cavalcante; Coordenador-Geral de Comunicao e Editorao:Luis Fernando de Lara Resende; Reviso: Renata Fernandes Mouro e Roberto Carlos R.Arajo; Capa: Ana Carla Gualberto Cardoso; Editorao eletrnica: Vinicius AragoLoureiro.

    Ficha catalogrfica: Equipe da Biblioteca Graciliano Ramos/ENAP

    S4988e SEVERO, Ana Paula Passos

    Elaborao de editais / Ana Paula Passos Severo e Michelle Marry Marquesda Silva. _ Braslia: ENAP/DDG, 2013.

    95p.

    Programa de Capacitao em Gesto da Logstica Pblica.

    1. Edital. 2. Licitaes. 3. Contrato Administrativo. I. Ttulo.

    CDU 658.715

  • 3ENAPSumrio

    Primeira Parte: Noes Gerais de Licitao ------------------------------------------------------ 7

    1.1. Conceito ---------------------------------------------------------------------------------------------- 7

    1.2. Finalidade da Licitao --------------------------------------------------------------------------- 7

    1.3.Obrigatoriedade de licitar ------------------------------------------------------------------------ 7

    1.4. Competncia legislativa da Unio ------------------------------------------------------------- 8

    1.5. Principios Gerais da Licitao ------------------------------------------------------------------- 8

    1.6. Princpios Especficos da Licitao ------------------------------------------------------------- 10

    1.7. Obrigatoriedade de licitar: sempre preciso licitar? ------------------------------------ 12

    1.8. Licitao Dispensada, Dispensvel e Inexigvel ------------------------------------------- 12

    1.9. Como licitar? ---------------------------------------------------------------------------------------- 14

    1.10. Responsvel pela Licitao -------------------------------------------------------------------- 15

    1.11. Quem no pode participar da Licitao ---------------------------------------------------- 15

    1.12. Modalidades de Licitao ---------------------------------------------------------------------- 16

    1.13. Tipos de Licitao --------------------------------------------------------------------------------- 19

    1.14. Fases do procedimento licitatrio ----------------------------------------------------------- 22

    Segunda Parte: Elaborao de Editais -------------------------------------------------------------- 25

    2.1. Conceito ---------------------------------------------------------------------------------------------- 25

    2.2. Tipos de editais mais comuns ------------------------------------------------------------------ 26

    2.2.1. Compras ------------------------------------------------------------------------------------ 26

    2.2.2. Servios continuados com mo de obra exclusiva e

    sem mo de obra exclusiva --------------------------------------------------------------------- 26

    2.2.3. Servios no continuados --------------------------------------------------------------- 28

    2.2.4. Servios de Engenharia

    (empreitada por preo unitrio ou global) ------------------------------------------------ 28

    2.2.5. Sistema de Registro de Preos --------------------------------------------------------- 29

  • 4ENAP 2.3 Projeto AGU: padronizao de minutas de editais e contratos ------------------------ 30

    2.4 Contedo do edital --------------------------------------------------------------------------------- 33

    2.4.1 Prembulo ----------------------------------------------------------------------------------- 35

    2.4.2 Do objeto ------------------------------------------------------------------------------------ 36

    2.4.3 Das condies de participao --------------------------------------------------------- 39

    2.4.4 Do credenciamento no sistema eletrnico ------------------------------------------ 41

    2.4.5Do envio da proposta de preos -------------------------------------------------------- 41

    2.4.6 Da abertura da sesso ------------------------------------------------------------------- 42

    2.4.7 Da classificao das propostas --------------------------------------------------------- 43

    2.4.8 Da formulao dos lances --------------------------------------------------------------- 43

    2.4.9 Da aceitao e julgamento das propostas ------------------------------------------ 44

    2.4.10 Da habiliato ----------------------------------------------------------------------------- 45

    2.4.11 Do encaminhamento da proposta vencedora------------------------------------ 53

    2.4.12 Dos recursos ------------------------------------------------------------------------------- 53

    2.4.13 Da adjudicao e homologao ----------------------------------------------------- 54

    Terceira Parte: Do Contrato --------------------------------------------------------------------------- 55

    3.1 Conceito ----------------------------------------------------------------------------------------------- 55

    3.2 Tipos de contratos ---------------------------------------------------------------------------------- 55

    3.3 Da formalizao do contrato --------------------------------------------------------------------- 56

    3.4 Clusulas necessrias ou essenciais ----------------------------------------------------------- 58

    3.4.1 Da garantia ---------------------------------------------------------------------------------- 61

    3.4.2 Da vigncia e prorrogao do contrato ---------------------------------------------- 62

    3.4.3 Das obrigaes da contratante e da contratada---------------------------------- 63

    3.4.4 Do pagamento ------------------------------------------------------------------------------ 63

    3.4.5 Reajuste de preos ------------------------------------------------------------------------- 63

    3.4.6 Da dotao oramentria --------------------------------------------------------------- 67

    3.4.7 Reciso do contrato ----------------------------------------------------------------------- 67

    3.4.8 Das infraes e sanes administrativas -------------------------------------------- 67

    Referncias e recomendaes para leitura e pesquisa --------------------------------------- 71

  • 5ENAPGlossrio de Siglas

    Indica discurso do narrador.

    Indica contedos adicionais.

    Indica um tpico ou assunto para o qual o leitor deve reservar especial

    ateno.

    Indica uma atividade prtica ou exerccio a ser realizado em sala de aula

    mediante o comando do facilitador.

    Indica uma observao que merece destaque ou advertncia.

    Indica a sugesto de fontes para consultas, tendo em vista a situao de

    dvida ou de interesse por aprofundamento em tpicos ou temas

    especficos.

  • 7ENAPPrimeira Parte:Noes Gerais de Licitao

    1.1. Conceito

    Licitao o procedimento administrativo formal em que a Administrao Publica

    convoca, por meio de condies estabelecidas em ato prprio (edital ou convite), empresas

    interessadas na apresentao de propostas para o oferecimento de bens e servios.

    (Licitaes e Contratos orientaes e jurisprudncia do TCU).

    1.2. Finalidade da licitao

    Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administrao (que no significa

    necessariamente a de valor mais baixo), e assegurar igual oportunidade a todos os

    interessados (princpio da isonomia).

    1.3. Obrigatoriedade de licitar

    A obrigatoriedade de a Administrao Pblica realizar licitao decorre de um

    mandamento constitucional. A Constituio Federal estabelece em seu art. 37, XXI, o

    seguinte:

    Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da

    Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos

    princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia

    e, tambm, ao seguinte:

    XXI - ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios,

    compras e alienaes sero contratados mediante processo de licitao pblica

    que assegure igualdade de condies a todos os concorrentes, com clusulas

    que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas as condies efetivas

    da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias de

    qualificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento

    das obrigaes.

  • 8ENAPTCU j decidiu:

    A realizao de procedimento licitatrio para aquisio de bens e servios obrigatria,

    se ficar configurada a viabilidade de competio entre fornecedores. Acrdo n 88/

    2008 Plenrio (Sumrio).

    1.4. Competncia legislativa da Unio

    A Lei n 8.666, de 21 de junho 1993, regulamenta o art. 37, XXI, da Constituio e estabelece

    normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios,

    inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio,

    dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios (art. 1).

    A competncia legislativa para edio de normas gerais sobre licitaes e contratos

    administrativos da Unio (art. 22, inciso XXXVIII, da CF). Estados, Distrito Federal e

    Municpios podem editar apenas normas especficas.

    1.5. Princpios Gerais da Licitao

    Durante todo o procedimento licitatrio, seja na fase interna, seja na fase externa,

    devero ser observados os Princpios Gerais que disciplinam a Administrao Pblica. Esses

    princpios esto estabelecidos na Constituio Federal e na Lei de Processo Administrativo

    (Lei n 9.784/99).

    Princpios constitucionais:

    Isonomia (art. 5, caput)

    Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-

    se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito

    vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: (...)

    Legalidade (art. 5, inciso II, e art. 37, caput)

    Art. 5...

    II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei;

    Ampla defesa e contraditrio (art. 5, LV)

    Art. 5 ...

    LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so

    assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

    Impessoalidade (art. 37, caput)

    Significa que a Administrao no pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar

    pessoas determinadas, uma vez que sempre o interesse pblico que tem que nortear

    o seu comportamento. (Di Pietro, 2010)

    os atos e provimentos administrativos so imputveis no ao funcionrio que os

    pratica, mas ao rgo ou entidade administrativa em nome do qual age o funcionrio

    (Jos Afonso da Silva, 1992)

    A Administrao tem que tratar a todos os administrados sem discriminaes,

    benficas ou detrimentosas (Celso Antonio Bandeira de Mello, 1992)

  • 9ENAP Moralidade (art. 37, caput)

    Segundo esse princpio, no basta que o ato administrativo seja conforme a lei.

    preciso que haja conformidade com a moral, com a tica, bons costumes, princpios de

    justia e idia comum de honestidade.

    Publicidade (art. 37, caput)

    Determina a ampla divulgao dos atos praticados pela Administrao Pblica.

    Eficincia (art. 37, caput)

    A Administrao deve atuar de modo clere e preciso, de forma a obter o resultado

    esperado, que atenda necessidade pblica. Esse princpio foi introduzido pela

    Emenda Constitucional n 19/98, denominada emenda da reforma administrativa.

    Economicidade (art. 70)

    Obteno dos resultados esperados com o menor custo possvel. Relaciona-se ao

    princpio da eficincia.

    A Lei n 9.784/99 (Lei do processo administrativo) estabelece mais alguns princpios, que

    j eram previstos pela doutrina:

    Art. 2o A Administrao Pblica obedecer, dentre outros, aos princpios da

    legalidade, finalidade, motivao, razoabilidade, proporcionalidade,

    moralidade, ampla defesa, contraditrio, segurana jurdica, interesse pblico

    e eficincia.

    Finalidade: a finalidade deve condicionar a interpretao e aplicao da lei para que

    se alcance da melhor forma o fim pblico a que se dirige, sob pena de descumprimento da

    prpria lei (Ferreira, 2004)

    Interesse pblico: a finalidade da lei sempre ser a satisfao do interesse pblico. Ao

    aplicar a lei, o administrador deve sempre ter em mente essa finalidade.

    Motivao: esse princpio impe limites claros arbitrariedade, pois exige que todos

    os atos administrativos sejam acompanhados de justificativa prvia, clara e lgica. A deciso

    que for tomada sem motivao, ou com motivao insuficiente, ser nula. (Ferreira, 2004)

    Razoabilidade/proporcionalidade: deve haver adequao entre meios e fins. Alm

    disso, a medida deve ser necessria (inexistncia de outra medida menos gravosa que

    possa atingir o mesmo objetivo). Por fim, deve ser ponderado o nus imposto e o benefcio

    trazido para que se verifique se a medida legtima.

    Segurana jurdica: relaciona-se idia de respeito boa-f dos administrados.

    Se a Administrao adotou determinada interpretao como correta e a aplicou a casos

    concretos, no pode depois vir a anular atos anteriores, sob o pretexto de que os mesmos

    foram praticados com base em errnea interpretao. (Di Pietro, 2010)

  • 10

    ENAPTCU j decidiu:

    A violao de princpios bsicos da razoabilidade, da economicidade, da legalidade e da

    moralidade administrativa, e a desobedincia s diretrizes fundamentais da licitao

    pblica, no caso, a isonomia entre licitantes, o julgamento objetivo, a vinculao ao

    instrumento convocatrio, bem como o carter competitivo do certame constituem

    vcios insanveis que ensejam a fixao de prazo para exato cumprimento da lei, no

    sentido de declarar a nulidade do certame. Acrdo 6198/2009 Primeira Cmara

    (Sumrio).

    1.6. Princpios Especficos da Licitao

    Alm dos princpios gerais apresentados acima, a Lei n 8.666/93, em seu artigo 3,

    estabelece um rol de princpios especficos, que tambm devem ser observados por todos

    os que lidam com o procedimento licitatrio:

    Art. 3o A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional

    da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para a administrao e a

    promoo do desenvolvimento nacional sustentvel e ser processada e

    julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da

    impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade

    administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento

    objetivo e dos que lhes so correlatos.

    Probidade administrativa: relaciona-se ao princpio da moralidade. A no observncia

    desse princpio especfico pode configurar o que se chama de ato de improbidade. Os atos

    de improbidade esto definidos na Lei n 8.429/92:

    Art. 9 Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento

    ilcito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do

    exerccio de cargo, mandato, funo, emprego ou atividade nas entidades

    mencionadas no art. 1 desta lei, e notadamente:

    (...)

    Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errio

    qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,

    desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres das

    entidades referidas no art. 1 desta lei, e notadamente:

    (...)

    Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os

    princpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os

    deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies,

    e notadamente:

    I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele

    previsto, na regra de competncia;

    II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio;

  • 11

    ENAPIII - revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e

    que deva permanecer em segredo;

    IV - negar publicidade aos atos oficiais;

    V - frustrar a licitude de concurso pblico;

    VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo;

    VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da

    respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de

    afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

    Vinculao ao instrumento convocatrio: a licitao deve observar as regras

    estabelecidas no instrumento convocatrio. O edital a lei da licitao. Aps a definio

    das regras e a divulgao do edital, com a sua publicao, no possvel alterar o que foi

    definido, pois as regras vinculam no apenas a Administrao, como os prprios licitantes.

    Mas e se o edital for divulgado com erro? possvel corrigir o erro, mas dever ser

    refeito o procedimento, e o edital dever ser publicado novamente, com a observncia dos

    prazos fixados pela lei.

    Julgamento objetivo: esse princpio estabelece que o julgamento da licitao deve

    ocorrer segundo critrios objetivos. No possvel escolher a empresa a ser contratada

    com base em critrios subjetivos. Por essa razo, o ato de convocao da licitao (edital ou

    convite) deve indicar de forma clara e precisa o critrio que ser adotado no julgamento

    das propostas, e os fatores de avaliao.

    Da adjudicao compulsria: uma vez atendidas as exigncias do edital, o licitante que

    oferecer a melhor proposta tem direito subjetivo a no ser preterido na celebrao do

    contrato. A Administrao pode at no celebrar o contrato se demonstrar razes de

    interesse pblico, decorrentes de fato superveniente. Contudo, se for celebrar o contrato,

    obrigada a faz-lo com o vencedor da licitao. o que dispe o art. 50 da Lei n 8.666/93:

    Art. 50. A Administrao no poder celebrar o contrato com preterio da

    ordem de classificao das propostas ou com terceiros estranhos ao

    procedimento licitatrio, sob pena de nulidade.

    O Decreto n 5.450/05, que regulamenta o Prego Eletrnico, institudo pela Lei n 10.520,

    de 2002, tambm determina a observncia de alguns princpios:

    Art. 5o A licitao na modalidade de prego condicionada aos princpios

    bsicos da legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade,

    eficincia, probidade administrativa, vinculao ao instrumento convocatrio

    e do julgamento objetivo, bem como aos princpios correlatos da razoabilidade,

    competitividade e proporcionalidade.

    Pargrafo nico. As normas disciplinadoras da licitao sero sempre

    interpretadas em favor da ampliao da disputa entre os interessados, desde

    que no comprometam o interesse da administrao, o princpio da isonomia,

    a finalidade e a segurana da contratao.

  • 12

    ENAP Competitividade: a licitao deve ser conduzida de modo a favorecer a competitividade

    dos licitantes. Deve-se evitar qualquer exigncia irrelevante e destituda de interesse

    pblico, que restrinja a competio.

    1.7. Obrigatoriedade de Licitar: sempre preciso licitar?

    Traadas as premissas bsicas relacionadas ao procedimento licitatrio fica a pergunta:

    sempre preciso licitar?

    A Constituio Federal, no art. 37, inciso XXI, estabelece que, ressalvados os casos

    especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaes sero contratados

    mediante processo de licitao pblica (...)

    Tambm em seu art. 175, h determinao no sentido de que as concesses ou

    permisses sejam sempre realizadas atravs de licitao.

    A Lei n 8.666/93, por sua vez, no art. 2 dispe que: as obras, servios, inclusive de

    publicidade, compras, alienaes, concesses, permisses e locaes da Administrao

    Pblica, quando contratadas com terceiros, sero necessariamente precedidas de licitao,

    ressalvadas as hipteses previstas nesta Lei.

    1.8. Licitao Dispensada, Dispensvel e Inexigvel

    Considerando os dispositivos normativos citados acima, podemos facilmente concluir

    que a regra licitar. Contudo, existem excees previstas na prpria Lei de Licitaes (Lei

    n 8.666/93).

    A regra licitar e a exceo a contratao direta, realizada sem licitao.

    Quais so essas excees?

    Licitao dispensada (art. 17): na alienao de bens mveis e imveis, a Lei n 8.666/93

    desobriga a Administrao de realizar a licitao nas hipteses l previstas (rol taxativo).

    Na licitao dispensada o administrador no pode licitar, visto que j se tem a definio

    da pessoa com quem firmar o contrato.

    Licitao dispensvel (art. 24): embora a licitao seja possvel, a lei autoriza a sua

    dispensa.

    A hiptese mais comum dispensa em razo do valor da contratao. Obras e servios

    de engenharia no valor de at R$ 15.000,00 (inciso I) e compras e outros servios no valor

    de at R$ 8.000,00 (inciso II) podem ser contratados diretamente, sem licitao.

    A licitao tambm dispensvel para a aquisio, por pessoa jurdica de direito pblico

    interno, de bens produzidos ou servios prestados por rgo ou entidade que integre a

    Administrao Pblica e que tenha sido criado para esse fim especfico em data anterior

    vigncia da Lei de Licitaes (21/06/93), desde que o preo contratado seja compatvel

    com o praticado no mercado (inciso VIII). Nesse inciso enquadram-se as contrataes da

    ENAP para prestao de servios de aperfeioamento ou treinamento de pessoal.

    O rol apresentado no art. 24 taxativo, ou seja, a dispensa somente permitida nas

    hipteses previstas na lei.

  • 13

    ENAP Licitao inexigvel (art. 25): quando for invivel a competio. Ex. fornecedor exclusivo;

    servios tcnicos de natureza singular com profissionais ou empresas de notria

    especializao (inciso II); contratao de artista (inciso III), etc.

    Nesse caso, o rol apresentado no art. 25 apenas exemplificativo. Se a competio for

    impossvel/invivel e a situao no puder ser enquadrada em nenhum dos incisos do

    artigo, o fundamento legal ser o caput do artigo.

    Art. 25. inexigvel a licitao quando houver inviabilidade de competio, em

    especial: (...)

    TCU j decidiu:Relativamente s falhas detectadas nas reas de licitaes e contratos,

    cabe ressaltar que a regra estatuda na Constituio Federal a da obrigatoriedade de

    licitar (art. 37, inciso XX I, da Carta Magna), devendo as hipteses de dispensa e de

    inexigibilidade de certame ser tratadas como excees. Isso decorre dos princpios da

    legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, tambm insculpidos

    no caput do art. 37 da Constituio Federal, alm de outros elencados pela doutrina

    para a licitao. Nesse contexto, licitao , por definio, o procedimento

    administrativo mediante o qual os rgos pblicos e entidades selecionam a proposta

    mais vantajosa para a avena de seu interesse. Surge, assim, um princpio basilar ao

    direito administrativo, qual seja, o da indispensabilidade da licitao para se adquirir,

    alienar ou locar bens, contratar a execuo de obras ou servios, o qual tem assento

    constitucional (art. 37, inciso XX I, da Carta Poltica) e infraconstitucional (art. 2 da Lei

    n 8.666/1993).Acrdo 1768/2008 Primeira Cmara (Voto do Ministro Relator)

    Orientao Normativa da AGU n 17, de 13 de dezembro de 2011

    A razoabilidade do valor das contrataes decorrentes de inexigibilidade de licitao

    poder ser aferida por meio da comparao da proposta apresentada com os preos

    praticados pela futura contratada junto a outros entes pblicos e/ou privados, ou outros

    meios igualmente idneos.

    Orientao Normativa da AGU n 18, de 1 de abril de 2009

    Contrata-se por inexigibilidade de licitao com fundamento no art. 25, inc. Ii, da lei n

    8.666, de 1993, conferencistas para ministrar cursos para treinamento e aperfeioamento

    de pessoal, ou a inscrio em cursos abertos, desde que caracterizada a singularidade do

    objeto e verificado tratar-se de notrio especialista.

    Orientao Normativa da AGU n 33, de 13 de dezembro de 2011

    O ato administrativo que autoriza a contratao direta (art. 17, 2 e 4, art. 24, inc. Iii

    e seguintes, e art. 25 da lei n 8.666, de 1993) deve ser publicado na imprensa oficial, sendo

    desnecessria a publicao do extrato contratual.

  • 14

    ENAP Orientao Normativa da AGU n 34, de 13 de dezembro de 2011

    As hipteses de inexigibilidade (art. 25) e dispensa de licitao (incisos iii e seguintes

    do art. 24) da lei n 8.666, de 1993, cujos valores no ultrapassem aqueles fixados nos

    incisos i e ii do art. 24 da mesma lei, dispensam a publicao na imprensa oficial do ato que

    autoriza a contratao direta, em virtude dos princpios da economicidade e eficincia,

    sem prejuzo da utilizao de meios eletrnicos de publicidade dos atos e da observncia

    dos demais requisitos do art. 26 e de seu pargrafo nico, respeitando-se o fundamento

    jurdico que amparou a dispensa e a inexigibilidade.

    Orientao Normativa AGU N 16, de 01 de abril de 2009

    Compete administrao averiguar a veracidade do atestado de exclusividade

    apresentado nos termos do art. 25, inc. I, da lei n 8.666, de 1993

    Orientao Normativa AGU N 15, de 01 de abril de 2009

    A contratao direta com fundamento na inexigibilidade prevista no art. 25, inc. I, da lei

    n 8.666, de 1993, restrita aos casos de compras, no podendo abranger servios

    Orientao Normativa AGU N 14, de 01 de abril de 2009

    Os contratos firmados com as fundaes de apoio com base na dispensa de licitao

    prevista no inc. Xiii do art. 24 da lei n 8.666, de 1993, devem estar diretamente vinculados

    a projetos com definio clara do objeto e com prazo determinado, sendo vedadas a

    subcontratao; a contratao de servios contnuos ou de manuteno; e a contratao de

    servios destinados a atender as necessidades permanentes da instituio.

    Orientao Normativa AGU N 13, de 01 de abril de 2009

    Empresa pblica ou sociedade de economia mista que exera atividade econmica no

    se enquadra como rgo ou entidade que integra a administrao pblica, para os fins de

    dispensa de licitao com fundamento no inc. Viii do art. 24 da lei no 8.666, de 1993

    Orientao Normativa AGU N 12, de 01 de abril de 2009

    No se dispensa licitao, com fundamento nos incs. V e vii do art. 24 da lei no 8.666, de

    1993, caso a licitao fracassada ou deserta tenha sido realizada na modalidade convite.

    Orientao Normativa AGU N 11, de 01 de abril de 2009

    A contratao direta com fundamento no inc. Iv do art. 24 da lei n 8.666, de 1993, exige

    que, concomitantemente, seja apurado se a situao emergencial foi gerada por falta de

    planejamento, desdia ou m gesto, hiptese que, quem lhe deu causa ser

    responsabilizado na forma da lei.

    1.9. Como licitar?

    Uma vez definido o objeto que se quer contratar, preciso estimar o valor da contratao

    mediante pesquisa de mercado.

    TCU diz que um parmetro seguro para obteno do valor estimado ter pelo menos

    trs propostas para comparao.

  • 15

    ENAP necessrio, tambm, verificar se h disponibilidade oramentria para o pagamento

    da despesa e se h conformidade da despesa com a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei

    Complementar n 101/00).

    A Administrao deve, ento, definir a modalidade de licitao adequada ao caso. O

    valor estimado da contratao o principal fator para a escolha da modalidade de licitao

    a ser adotada. A exceo o prego, que pode ser utilizado independentemente do valor

    a ser contratado, mas apenas para bens e servios comuns.

    Tambm deve ser definido o tipo de licitao, ou seja, o critrio de julgamento.

    Aps a elaborao do edital, o processo deve ser enviado para parecer da Assessoria

    Jurdica, conforme estabelece o art. 38, pargrafo nico da Lei n 8.666/93.

    1.10. Responsvel pela Licitao

    So responsveis pela licitao os agentes pblicos designados pela autoridade

    competente, mediante ato administrativo prprio (portaria), para integrar comisso de

    licitao, ser pregoeiro ou para realizar licitao na modalidade convite. A comisso de

    licitao pode ser permanente ou especial, conforme dispe o art. 6, XVI, da Lei 8.666/93.

    1.11. Quem no pode participar da licitao?

    Est disposto no art. 9 da Lei 8.666/93 que:

    Art. 9o No poder participar, direta ou indiretamente, da licitao ou da

    execuo de obra ou servio e do fornecimento de bens a eles necessrios:

    I - o autor do projeto, bsico ou executivo, pessoa fsica ou jurdica;

    II - empresa, isoladamente ou em consrcio, responsvel pela elaborao do

    projeto bsico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,

    gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com

    direito a voto ou controlador, responsvel tcnico ou subcontratado;

    III - servidor ou dirigente de rgo ou entidade contratante ou responsvel

    pela licitao.

    (exceo) 1o permitida a participao do autor do projeto ou da empresa a

    que se refere o inciso II deste artigo, na licitao de obra ou servio, ou na

    execuo, como consultor ou tcnico, nas funes de fiscalizao, superviso

    ou gerenciamento, exclusivamente a servio da Administrao interessada.

    (exceo) 2o O disposto neste artigo no impede a licitao ou contratao

    de obra ou servio que inclua a elaborao de projeto executivo como encargo

    do contratado ou pelo preo previamente fixado pela Administrao.

    3o Considera-se participao indireta, para fins do disposto neste artigo, a

    existncia de qualquer vnculo de natureza tcnica, comercial, econmica,

    financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa fsica ou jurdica, e o

    licitante ou responsvel pelos servios, fornecimentos e obras, incluindo-se

    os fornecimentos de bens e servios a estes necessrios.

    4o O disposto no pargrafo anterior aplica-se aos membros da comisso de

    licitao.

  • 16

    ENAPTCU j decidiu: Abstenha de realizar licitaes nas quais haja quaisquer relaes entre

    os participantes e aqueles que detenham o poder de deciso no processo licitatrio, ou

    qualquer outra situao em que se verifique prejuzo ao atendimento dos princpios da

    igualdade e da moralidade administrativa. Acrdo 5276/2009 Segunda Cmara

    1.12. Modalidades de licitao

    O art. 22 da Lei n 8.666/93, estabelece as seguintes modalidades de licitao:

    Concorrncia: a modalidade mais abrangente. Na concorrncia so realizadas todas

    as fases previstas na lei para uma licitao, inclusive a habilitao dos licitantes como

    fase intermediria tpica do procedimento licitatrio.

    1o Concorrncia a modalidade de licitao entre quaisquer interessados que, na

    fase inicial de habilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de

    qualificao exigidos no edital para execuo de seu objeto.

    Obras e servios de engenharia acima de R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil

    reais).

    Compras e servios (exceto de engenharia) acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e

    cinqenta mil reais).

    Tomada de Preos: a diferena aqui est na eliminao da fase de habilitao durante

    o procedimento licitatrio. O licitante deve se cadastrar at o terceiro dia anterior

    data do recebimento das propostas. Enquanto na concorrncia qualquer interessado

    pode participar, na tomada de preos s podem participar os interessados previamente

    habilitados.

    2o Tomada de preos a modalidade de licitao entre interessados devidamente

    cadastrados ou que atenderem a todas as condies exigidas para cadastramento at o

    terceiro dia anterior data do recebimento das propostas, observada a necessria

    qualificao.

    Obras e servios de engenharia at R$ 1.500.000,00 (um milho e quinhentos mil reais).

    Compras e servios (exceto de engenharia) at R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqenta

    mil reais).

    Convite: nessa modalidade de licitao o edital substitudo pela carta-convite, enviada

    a no mnimo trs interessados.

    3o Convite a modalidade de licitao entre interessados do ramo pertinente ao seu

    objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados em nmero mnimo de 3 (trs) pela

    unidade administrativa, a qual afixar, em local apropriado, cpia do instrumento

    convocatrio e o estender aos demais cadastrados na correspondente especialidade

    que manifestarem seu interesse com antecedncia de at 24 (vinte e quatro) horas da

    apresentao das propostas.

    Obras e servios de engenharia at R$ 150.000,00 (cento e cinqenta mil reais);

    Compras e servios (exceto de engenharia) at R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

  • 17

    ENAP Concurso: utilizado para escolha de trabalho tcnico, cientfico ou artstico.

    Diferentemente do que ocorre nas demais modalidades, aqui a lei no estabelece como

    ser o procedimento o edital que estabelecer.

    4o Concurso a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha de

    trabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmios ou

    remunerao aos vencedores, conforme critrios constantes de edital publicado na

    imprensa oficial com antecedncia mnima de 45 (quarenta e cinco) dias.

    Leilo: finalidade especfica. Aplica-se para a venda de bens mveis inservveis para a

    administrao ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a

    alienao de bens imveis prevista no art. 19. No h oferecimento de propostas,

    habilitao prvia, classificao e julgamento como nas demais modalidades. O que

    ocorre uma avaliao prvia e a fixao do preo mnimo. Oferecido o lance mais

    vantajoso para a Administrao e depositado o valor ou o mnimo estabelecido no edital,

    o bem ser entregue ao vencedor, nas condies previstas no edital.

    5o Leilo a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para a venda de

    bens mveis inservveis para a administrao ou de produtos legalmente apreendidos

    ou penhorados, ou para a alienao de bens imveis prevista no art. 19, a quem oferecer

    o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliao.

    Alm dessas modalidades previstas na Lei n 8.666/93, a Lei n 10.520/02 instituiu a

    modalidade do prego.

    Prego: h uma inverso de fases. Primeiro ocorre a classificao e julgamento e

    depois a habilitao. A principal inovao do prego que aps a apresentao das

    propostas, no decorrer da sesso, os licitantes podem oferecer novos lances verbais e

    sucessivos.

    O prego utilizado para a aquisio de bens e servios comuns, assim considerados

    aqueles cujos padres de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos

    pelo edital, por meio de especificaes usuais no mercado (art. 1).

    O prego ser obrigatrio nas licitaes para aquisio de bens e servios comuns, sendo

    preferencial a utilizao de sua forma eletrnica (art. 4 do Decreto n 5.450/05).

    O prego deve ser utilizado na forma eletrnica, salvo nos casos de comprovada

    inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente (1 do art. 4 do Decreto n

    5.450/05).

  • 18

    ENAP TCU j decidiu:

    No prego presencial, quando no houver pelo menos trs licitantes classificados na

    primeira etapa, o pregoeiro deve classificar para os lances verbais o autor do menor

    preo e os autores dos dois menores preos subseqentes, independentemente dos

    valores por eles propostos.

    Acrdo 1633/2007 Plenrio (Sumrio)

    A Lei n 8.666/1993 somente aplicvel aos preges de forma subsidiaria.

    Acrdo 114/2007 Plenrio (Sumrio)

    Pode-se adotar a modalidade prego para aquisio de servios de informtica quando

    consistirem em servios padronizveis e normalmente disponveis no mercado de

    informtica.

    Acrdo 58/2007 Plenrio (Sumrio)

    Adote a forma eletrnica nos preges, salvo nos casos de comprovada inviabilidade, a

    ser justificada nos autos pela autoridade competente (...).

    Acrdo 2340/2009 Plenrio

    Quanto ao prego ser processado presencial ou eletronicamente, julgo que a representante

    est outra vez com a interpretao mais correta, ao defender a segunda forma.

    (...)

    Sendo classificados como comuns os servios licitados, no se pe em debate a

    obrigatoriedade do prego; apenas sua forma. Com relao a esta, h uma aparente

    ambigidade no texto do Decreto n 5.450/2005. O caput do seu art. 4 menciona ser

    preferencial a utilizao da (...) forma eletrnica. Logo em seguida, o 1 do mesmo

    artigo prescreve que o prego deve ser utilizado na forma eletrnica, salvo nos casos

    de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente. O que a

    primeira vista um aconselhamento converte-se numa exigncia.

    Acrdo 1700/2007 Plenrio (Voto do Ministro Relator)

    Realize o planejamento prvio dos gastos anuais, de modo a evitar o fracionamento de

    despesas de mesma natureza, observando que o valor limite para as modalidades

    licitatrias cumulativo ao longo do exerccio financeiro, a fim de no extrapolar os

    limites estabelecidos nos artigos 23, 2, e 24, inciso II, da Lei n 8.666/1993.

    Adote a modalidade adequada de acordo com os arts. 23 e 24 da Lei n 8.666/1993, c/c o

    art. 57, inciso II, da Lei n 8.666/1993, de modo a evitar que a eventual prorrogao do

    contrato administrativo dela decorrente resulte em valor total superior ao permitido

    para a modalidade utilizada, tendo em vista a jurisprudncia do Tribunal (vide tambm

    Acrdos 842/2002 e 1725/2003, da Primeira Cmara e Acrdos 260/2002, 1521/2003,

    1808/2004 e 1878/2004, do Plenrio).

    Acrdo 1084/2007 Plenrio

  • 19

    ENAPPor fim, no ano de 2011 foi publicada a Lei n 12.462, de 04 de agosto, que instituiu mais

    uma modalidade de licitao: o Regime Diferenciado de Contratao Pblica - RDC.

    Regime Diferenciado de Contratao Pblica RDC: a grande inovao dessa

    modalidade o fato de que no h procedimentos rgidos, definidos pela lei. A lei

    estabelece apenas os parmetros. A Administrao que define como ser a licitao.

    O valor estimado do contrato no determina o procedimento. H novos critrios de

    julgamento, como o maior retorno econmico.

    O RDC aplicvel exclusivamente s licitaes e contratos necessrios realizao:

    I - dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos

    Olmpicos a ser definida pela Autoridade Pblica Olmpica (APO); e

    II - da Copa das Confederaes da Federao Internacional de Futebol Associao - Fifa

    2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do

    Comit Gestor institudo para definir, aprovar e supervisionar as aes previstas no

    Plano Estratgico das Aes do Governo Brasileiro para a realizao da Copa do Mundo

    Fifa 2014 - CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso de obras pblicas, s constantes da

    matriz de responsabilidades celebrada entre a Unio, Estados, Distrito Federal e

    Municpios;

    III - de obras de infraestrutura e de contratao de servios para os aeroportos das

    capitais dos Estados da Federao distantes at 350 km (trezentos e cinquenta

    quilmetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II.

    IV - das aes integrantes do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) (Includo

    pela Lei n 12.688, de 2012)

    V - das obras e servios de engenharia no mbito do Sistema nico de Sade - SUS.

    1.13. Tipos de licitao

    O tipo de licitao no deve ser confundido com a modalidade de licitao.

    Modalidade o procedimento, j o tipo de licitao o critrio de julgamento utilizado

    pela Administrao para a seleo da proposta mais vantajosa.

    A Lei n 8.666/1993 dispe sobre os tipos de licitao em seu artigo 45:

    Art. 45. O julgamento das propostas ser objetivo, devendo a Comisso de

    licitao ou o responsvel pelo convite realiz-lo em conformidade com os

    tipos de licitao, os critrios previamente estabelecidos no ato convocatrio

    e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a

    possibilitar sua aferio pelos licitantes e pelos rgos de controle.

    1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitao, exceto na

    modalidade concurso:

    I - a de menor preo - quando o critrio de seleo da proposta mais vantajosa

    para a Administrao determinar que ser vencedor o licitante que apresentar

    a proposta de acordo com as especificaes do edital ou convite e ofertar o

    menor preo;

    II - a de melhor tcnica;

  • 20

    ENAP III - a de tcnica e preo.

    IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienao de bens ou concesso

    de direito real de uso.

    (...)

    5o vedada a utilizao de outros tipos de licitao no previstos neste artigo.

    Menor preo: o tipo mais utilizado e ocorre quando o critrio de seleo da proposta

    mais vantajosa para a administrao o menor preo ofertado, observadas as

    especificaes estabelecidas no edital.

    Melhor tcnica: aplicvel nas licitaes para contratao de servios de natureza

    predominantemente intelectual (elaborao de projetos, estudos tcnicos preliminares,

    projetos bsicos e executivos, etc). O procedimento diferenciado e est estabelecido

    no 1o do art. 46 da Lei 8.666/93.

    Tcnica e preo: utilizado nas mesmas situaes da licitao do tipo melhor tcnica. A

    diferena que aqui a classificao dos licitantes ocorre pela aplicao de uma mdia

    ponderada das pontuaes obtidas nas propostas tcnica e de preo, conforme critrios

    estabelecidos no edital. O procedimento diferenciado e est estabelecido no 2o do

    art. 46 da Lei 8.666/93.

    Maior lance ou oferta: o critrio de julgamento o maior lance ou oferta. Aplica-se nos

    casos de alienao de bens ou concesso de direito real de uso.

  • 21

    ENAPTCU j decidiu:

    Os tipos de licitao melhor tcnica ou tcnica e preo sero utilizados

    exclusivamente para servios de natureza predominantemente intelectual, em especial

    na elaborao de projetos, clculos, fiscalizao, superviso e gerenciamento e de

    engenharia consultiva em geral.

    Acrdo 2118/2008 Plenrio (Sumrio)

    vedada a incluso em editais de licitao de quesitos de pontuao tcnica para cujo

    atendimento as empresas licitantes tenham de incorrer em despesas que sejam

    desnecessrias e anteriores prpria celebrao do contrato ou frustrem o carter

    competitivo do certame. Os fatores de pontuao tcnica, em licitaes do tipo tcnica

    e preo, devem ser adequados e compatveis com as caractersticas do objeto licitado,

    de modo a no prejudicar a competitividade do certame.

    Acrdo 165/2009 Plenrio (Sumrio)

    A pontuao a ser concedida s propostas tcnicas deve ser proporcional relevncia e

    contribuio individual e conjunta de cada quesito para a execuo contratual.

    Acrdo 1287/2008 Plenrio (Sumrio)

    Fixe com clareza e preciso as regras para o julgamento de propostas tcnicas, a fim de

    que os licitantes tenham conhecimento prvio e completo de como sero avaliadas

    suas propostas.

    Faa constar em documento, de forma expressa, as razes e os critrios observados nos

    exames tcnicos produzidos em apoio a aferio valorativa das propostas tcnicas

    apresentadas em certame licitatrio, de modo a evitar ou, ao menos minimizar, a

    avaliao de carter subjetivo, em conformidade com o princpio da publicidade e do

    julgamento objetivo das propostas, previstos no art. 3, caput, bem como no art. 44,

    1, ambos da Lei n 8.666/1993.

    Abstenha-se de prever, em caso de licitao do tipo tcnica e preo, excessiva valorao

    atribuda proposta tcnica, em detrimento da proposta de preos, sem amparo em

    justificativas tcnicas suficientes que demonstrem a sua necessidade, uma vez que a

    adoo de critrio desproporcional pode acarretar prejuzo a competitividade do

    certame e a obteno da proposta mais vantajosa pela Administrao, observado o art.

    3 da Lei n 8.666/1993 e a jurisprudncia deste Tribunal.

    Acrdo 1488/2009 Plenrio

  • 22

    ENAP 1.14. Fases do procedimento licitatrio

    Fase interna ou preparatria:

    abertura do procedimento licitatrio;

    identificao da demanda (solicitao do setor);

    definio precisa do objeto a ser contratado;

    elaborao do Projeto Bsico/Projeto Executivo/Termo de Referncia, conforme o

    caso;

    aprovao da autoridade competente para o incio do processo licitatrio;

    estimativa do valor da contratao, com pesquisa de mercado;

    indicao dos recursos oramentrios;

    elaborao do edital;

    encaminhamento ao rgo jurdico para aprovao das minutas.

    Fase externa ou executria:

    inicia-se com a publicao do edital ou com a entrega do convite;

    habilitao dos licitantes, classificao, julgamento, homologao e adjudicao.

    Ateno! No prego h inverso da ordem na fase externa: primeiro ocorre a classificao

    e julgamento e depois a habilitao. O mesmo ocorre no RDC.

    TCU j decidiu:

    Verifica-se, assim, inobservncia direta dos dispositivos legais aplicveis s contrataes

    em geral, e mais ainda, s contrataes diretas que requerem do administrador cuidados

    especficos. propsito, Maral Justen Filho, em sua obra Comentrios a Lei de Licitaes e

    Contratos Administrativos, Ed. Dialtica, 10 edio, pg. 109, ao discorrer sobre os tramites

    internos da licitao, que se aplicam as dispensas e inexigibilidades de licitao, ensina:

    Como regra, toda e qualquer licitao exige que a Administrao estabelea, de modo

    preciso e satisfatrio, as condies da disputa. Mais precisamente, a Administrao

    tem de licitar aquilo que contratar o que significa dominar com tranqilidade, todas

    as condies pertinentes ao objeto licitado e estabelecer de modo preciso as clusulas

    da futura contratao. Por isso, o procedimento interno se inicia com a identificao da

    necessidade a ser atendida, a apurao das solues tcnica e economicamente viveis,

    a configurao do futuro contrato e, por fim, a conformao do procedimento destinado

    contratao. (...) imperioso insistir sobre a relevncia dessa etapa interna,

    antecedente elaborao do ato convocatrio. (...) A mens legis consiste precisamente

    em impor Administrao o dever de abster-se de licitar impensadamente,

    descuidadamente. Caracteriza-se infrao sria aos deveres inerentes atividade

    administrativa a ausncia da adoo das providncias indispensveis avaliao precisa

    e profunda das necessidades e das solues que sero implementadas posteriormente.

    (...) Caracteriza-se srio vcio quando se evidencia que a Administrao desencadeou a

    licitao sem ter cumprido essas providncias prvias, assumindo o risco de insucesso,

    controvrsias e litgios.

  • 23

    ENAPAssim, esse conjunto de informaes que deve estar disponvel antes da deciso de contratar

    compe o projeto bsico, que pea fundamental para a demonstrao da viabilidade e

    convenincia da contratao. Conforme preleciona Maral Justen Filho, mesmo nas

    contrataes diretas, exigido um procedimento prvio, em que a observncia de etapas

    e formalidades imprescindvel (...). Nas etapas internas iniciais, a atividade administrativa

    ser idntica, seja ou no a futura contratao antecedida de licitao.

    Acrdo 2684/2008 Plenrio (Voto do Ministro Relator)

    A ausncia de cumprimento da fase de interna da licitao inviabiliza o conhecimento

    integral do objeto que se pretende contratar e as estimativas de custos a ele inerentes.

    A realizao da fase interna da licitao condio previa essencial contratao,

    inclusive nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitao.

    Acrdo 2684/2008 Plenrio (Sumrio)

    De fato, a licitao se inicia com a abertura de processo administrativo sob autorizao

    do agente publico que designa a comisso de licitao para atuar em certame especifico

    ou por perodos determinados (arts. 38, caput, e inciso III, e 51, 3, da Lei n 8.666/93).

    Por sua vez, referida abertura de processo e precedida por um conjunto de decises

    discricionrias que envolvem a poltica de gerenciamento da Administrao (fase

    interna), em especial a captao e alocao de recursos financeiros, o tipo de objeto a

    ser desenvolvido e o cronograma de execuo, entre outros fatores. Assim, vcios que

    so identificados no decurso das providncias a cargo da comisso de licitao e que

    possam prejudicar fases inteiras ou a licitao toda, invariavelmente implicam por

    decidir a continuidade do certame, com aproveitamento dos atos regulares e renovao

    dos procedimentos viciados, ou a reabertura de outro processo, aes que nos afiguram,

    paralelamente aos aspectos jurdicos envolvidos, vinculadas a objetivos institucionais,

    extrapolando a fase externa da licitao.

    Acrdo 1904/2008 Plenrio (Relatrio do Ministro Relator)

  • 25

    ENAPSegunda Parte:Elaborao de editais

    2.1. Conceito

    Segundo Hely Lopes Meirelles, o edital a lei interna da licitao, visto que ele

    subordina a administrao e os licitantes s regras nele previstas. Por essa razo, o edital

    pode ser considerado o documento mais importante do procedimento licitatrio. Nele a

    administrao indica:

    O que deseja (objeto do futuro contrato);

    Os requisitos e critrios de avaliao dos interessados e de suas propostas; e

    As condies da contratao.

    De acordo com o art. 41 da Lei de Licitaes, o edital um ato vinculado, pois a

    administrao no pode descumprir as normas e condies previstas.

    Caso seja necessria a modificao do edital, de acordo com o art. 21, 4o da Lei 8.666/93,

    a administrao dever:

    Divulgar a modificao pela mesma forma que se deu com o texto original; e

    Reabrir o prazo que foi estabelecido no incio, salvo se a alterao no tiver afetado a

    formulao das propostas dos licitantes.

    Importante: a situao acima descrita deve ser excepcional, pois cabe administrao,

    por meio de um planejamento adequado do procedimento, externar o ato de forma

    que ele resulte na sua real inteno.

    Ateno: Na modalidade convite o edital ser substitudo pela carta-convite.

  • 26

    ENAP 2.2. Tipos de editais mais comuns

    2.2.1 Compras

    De acordo com o art. 6o da Lei 8.666/93, compra toda aquisio remunerada de bens

    para fornecimento de uma s vez ou parceladamente.

    O art. 14 da Lei de Licitaes estabelece que nenhuma compra ser feita sem a adequada

    caracterizao do objeto e a indicao dos recursos oramentrios para seu pagamento,

    sob pena de nulidade do ato e apurao de responsabilidade de quem lhe tiver dado

    causa.

    Alm disso, o art. 15 da Lei de Licitaes estabelece que as compras, sempre que possvel,

    devero:

    atender ao princpio da padronizao;

    ser processadas atravs de Sistema de Registro de Preos;

    submeter-se s condies de aquisio e pagamento semelhantes s do setor privado;

    ser subdivididas em parcelas visando economicidade;

    balizar-se pelos preos praticados no mbito dos rgos e entidades;

    observar a especificao completa do bem sem a indicao de marca; e

    definir as unidades e as quantidades a serem adquiridas, assim como a definio de

    guarda e armazenamento de modo a no permitir a deteriorao do material a ser adquirido.

    2.2.2 Servios continuados com mo de obra exclusiva e sem mo de obraexclusiva

    Servios continuados so aqueles imprescindveis ao funcionamento das atividades

    institucionais e que, se interrompidos, podem causar soluo de continuidade (ex.: limpeza

    e vigilncia).

    O conceito apresentado no Anexo I da Instruo Normativa n o 02, de 30 de abril de

    2008, alterada pela Instruo Normativa n o 03, de 16 de outubro de 2009, que trata da

    contratao de servios, continuados ou no, por rgos ou entidades integrantes do Sistema

    de Servios Gerais SISG:

    SERVIOS CONTINUADOS so aqueles cuja interrupo possa comprometer a

    continuidade das atividades da administrao e cuja necessidade de contratao deva

    estender-se por mais de um exerccio financeiro e continuamente.

    TCU j decidiu quanto aos servios continuados:

    (...) A jurisprudncia desta Corte de Contas tambm se alinha a este entendimento:

    O Exmo. Sr. Ministro Relator Marcos Vilaa, em seu relatrio para a Deciso n 466/1999

    - Plenrio, traz o entendimento do jurista Carlos Pinto Coelho Motta sobre o assunto:

    servios contnuos so aqueles que no podem ser interrompidos; fazem-se

    sucessivamente, sem soluo de continuidade, at seu exaurimento ou concluso do

  • 27

    ENAPobjetivo. A exemplo, teramos: limpeza, conservao, manuteno, vigilncia,

    segurana, transporte de valores, carga ou passageiros. (Eficcia nas Licitaes e

    Contratos, 7.ed. ,1998). O Exmo. Sr. Ministro Walton Alencar utilizou-se da mesma

    doutrina em seu relatrio para o Acrdo 128/1999 - Plenrio.

    No relatrio para a Deciso n 1098/2001 - Plenrio, o Ministro Adylson Motta afirma

    que: De natureza continuada so os servios que no podem ser interrompidos, por

    imprescindveis ao funcionamento da entidade pblica que deles se vale. Enquadram-

    se nessa categoria os servios de limpeza e de vigilncia, o fornecimento de gua e de

    energia eltrica, a manuteno de elevadores.

    (Acrdo 1382/2003 - 1 Cmara. Ministro Relator: Augusto Sherman Cavalcanti, grifos

    acrescidos)

    Servios Continuados Servios que Necessitam de Reparos Constantes

    (...) Por fim, h que se fazer a distino entre servios de natureza continuada e servios

    que necessitam de reparos constantes. Os servios de recapeamento asfltico e

    pavimentao em placas de concreto armado esto englobados na segunda categoria.

    Neste caso, para que haja uma manuteno constante faz-se necessria a observncia

    do requisito formal, qual seja, a celebrao de novos contratos sob pena de infringncia

    do art. 57, inc. II, da Lei n 8.666/1993 j que no devem ser considerados como servios.

    Acrdo 1240/2005 Plenrio (relatrio do Ministro Relator)

    Os servios continuados COM MO DE OBRA EXCLUSIVA so aqueles em que os

    empregados da contratada so alocados para trabalhar continuamente nas dependncias

    do rgo, muitas vezes com dedicao exclusiva. A execuo dos servios segue uma rotina

    especfica estabelecida e supervisionada pelo rgo. So os contratos tpicos de

    terceirizao (limpeza, vigilncia, recepo, portaria etc.).

    J os servios continuados SEM MO DE OBRA EXCLUSIVA so aqueles em que no h

    alocao contnua de empregados da contratada nas dependncias do rgo, nem dedicao

    exclusiva. So exemplos comuns os servios de lavanderia, manuteno preventiva ou

    corretiva de equipamentos, locao de mquinas etc. (desde que, claro, as necessidades

    do rgo no pressuponham a disponibilizao contnua ou permanente do empregado).

    A distino entre as duas modalidades essencial. Nos servios COM MO DE OBRA

    EXCLUSIVA, o Estado pode ser responsabilizado pelo descumprimento das obrigaes

    trabalhistas e previdencirias referentes aos empregados da contratada; da a necessidade

    de rgidos mecanismos de fiscalizao da atuao da empresa, a fim de inibir a ocorrncia

    de irregularidades que possam resultar na responsabilizao futura da administrao.

    J nos servios SEM MO DE OBRA EXCLUSIVA, justamente por no haver empregados

    continuamente alocados execuo contratual, no se verifica a possibilidade de

    responsabilizao do Estado pelo descumprimento das obrigaes trabalhistas e

    previdencirias dos empregados da contratada. Em razo disso, h uma reduo dos

    mecanismos de fiscalizao contratual, que ficam restritos ao cumprimento das obrigaes

    relacionadas diretamente prestao dos servios.

  • 28

    ENAP No mbito federal, o Decreto n 2.271, de 7 de julho de 1997, dispe sobre a execuo

    indireta de servios a serem prestados para administrao pblica (terceirizao). O art. 1

    dispe:

    Art . 1 No mbito da Administrao Pblica Federal direta, autrquica e

    fundacional podero ser objeto de execuo indireta as atividades materiais

    acessrias, instrumentais ou complementares aos assuntos que constituem

    rea de competncia legal do rgo ou entidade.

    1 As atividades de conservao, limpeza, segurana, vigilncia, transportes,

    informtica, copeiragem, recepo, reprografia, telecomunicaes e

    manuteno de prdios, equipamentos e instalaes sero, de preferncia,

    objeto de execuo indireta.

    2 No podero ser objeto de execuo indireta as atividades inerentes s

    categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do rgo ou entidade,

    salvo expressa disposio legal em contrrio ou quando se tratar de cargo

    extinto, total ou parcialmente, no mbito do quadro geral de pessoal.

    2.2.3 Servios no continuados

    O Anexo I da Instruo Normativa n o 02, de 30 de abril de 2008, alterada pela Instruo

    Normativa n o 03, de 16 de outubro de 2009, apresenta o conceito de servio no continuado:

    SERVIOS NO CONTINUADOS so aqueles que tm como escopo a obteno de

    produtos especficos em um perodo predeterminado.

    2.2.4 Servios de engenharia (empreitada por preo unitrio ou global)

    De acordo com o art. 6 da Lei de Licitaes, servio toda atividade destinada a obter

    determinada utilidade de interesse para a administrao, tais como: demolio, conserto,

    instalao, montagem, operao, conservao, reparao, adaptao, manuteno,

    transporte, locao de bens, publicidade, seguro ou trabalhos tcnico-profissionais.

    Utiliza-se o regime de empreitada quando a administrao contrata terceiros para

    execuo das obras e servios de engenharia considerados necessrios pelo rgo.

    A empreitada no uma modalidade de contrato, mas sim um regime de execuo do

    contrato.

    Utiliza-se esse regime de execuo quando o projeto bsico complexo quando a

    quantidade do servio e dos materiais que sero utilizados na parcela considerada mais

    relevante da obra ou servio de engenharia, e com valor significativo, no puder ser definida

    precisamente no instrumento convocatrio ou no oramento que acompanha a proposta

    da empresa.

    Dessa forma, opta-se por fazer o pagamento de acordo com as unidades que so

    entregues (segundo o cronograma fsico e financeiro da obra), como, por exemplo, colocao

    de piso e pintura.

    Portanto, s na execuo do objeto que ser definido o preo total.

  • 29

    ENAPPor isso, importante que o projeto bsico1 apresente, da maneira mais fiel possvel, as

    quantidades necessrias da obra ou servio de engenharia que ser contratado para que

    no surjam, na fase de execuo, aditivos para acrscimo sem fundamentao adequada.

    Ademais, no pode ser esquecido o fato de que o contratado assume as obrigaes

    definidas no projeto que o ente elabora.

    Conforme prev o art. 6 da Lei de Licitaes, empreitada por preo unitrio utilizada

    quando se contrata a execuo da obra ou do servio por preo certo de unidades

    determinadas.

    J a empreitada por preo global utilizada quando se contrata a execuo da obra ou

    do servio por preo certo e total.

    Isso quer dizer que nesse tipo de regime deve existir desde o incio do planejamento da

    contratao a definio certa e total do objeto e do preo. No possvel o fracionamento

    do objeto que se quer contratar.

    Ento, o projeto bsico para esse tipo de contratao deve estimar precisamente tanto

    o aspecto quantitativo, quanto o qualitativo do objeto.

    Diante disso, conclui-se que esse tipo de regime (empreitada por preo global)

    recomendado para obras de menor complexidade e com uma padronizao maior.

    Dessa forma, a distino entre a empreitada por preo global e a por preo unitrio

    reside na forma de remunerao do contratado. A empreitada por preo global ser utilizada

    sempre que o objeto puder ser estimado com preciso, tanto em seu aspecto quantitativo,

    quanto no qualitativo. J a empreitada por preo unitrio ser utilizada quando no houver

    possibilidade de definio precisa da quantidade, por isso a contratao ser feita por

    unidades determinadas. Nesse caso, o objeto poder ser fracionado em cada unidade

    necessria execuo do fim pretendido pela administrao.

    Orientao Normativa AGU N 5, de 01 de abril de 2009

    Na contratao de obra ou servio de engenharia, o instrumento convocatrio deve

    estabelecer critrios de aceitabilidade dos preos unitrios e global.

    Recomenda-se para esse ponto a leitura do Decreto n 7.983, de 08 de abril de 2013, o

    qual estabelece regras e critrios para elaborao do oramento de referncia de obras e

    servios de engenharia, contratados e executados com recursos dos oramentos da Unio.

    2.2.5 Sistema de Registro de Preos

    O Sistema de Registro de Preos est previsto no art. 15 da Lei de Licitaes e foi

    regulamentado pelo Decreto n 3.931, de 19 de setembro de 2001, revogado, recentemente

    pelo Decreto n 7.892, de 23 de janeiro de 2013.

    Segundo o art. 2 , inciso I, do Decreto n 7.892/13, Sistema de Registro de Preos o

    conjunto de procedimentos para registro formal de preos relativos prestao de servios

    e aquisio de bens, para contrataes futuras. As hipteses para sua utilizao esto

    descritas no art. 3 do referido Decreto.

    1 Utiliza-se para definio do preo as unidades necessrias execuo da obra ou servio, porexemplo, metros quadrados, metro cbicos, Km etc, de acordo com o objeto a ser contratado

  • 30

    ENAP Orientao Normativa AGU N 21, de 01 de abril de 2009

    vedada aos rgos pblicos federais a adeso ata de registro de preos quando a

    licitao tiver sido realizada pela administrao pblica estadual, municipal ou do distrito

    federal, bem como por entidades paraestatais.

    Orientao Normativa AGU N 20, de 01 de abril de 2009

    Na licitao para registro de preos, a indicao da dotao oramentria exigvel

    apenas antes da assinatura do contrato.

    Orientao Normativa AGU N 19, de 01 de abril de 2009

    O prazo de validade da ata de registro de preos de no mximo um ano, nos termos do

    art. 15, 3, inc.iii, da lei n 8.666, de 1993, razo porque eventual prorrogao da sua vigncia,

    com fundamento no 2 do art. 4 do decreto n 3.931, de 2001, somente ser admitida at

    o referido limite, e desde que devidamente justificada, mediante autorizao da autoridade

    superior e que a proposta continue se mostrando mais vantajosa.

    Por ser longo, o edital divulgado atravs de aviso, que ser confeccionado de forma

    resumida e publicado no Dirio Oficial.

    Importante: Deve ser indicado o local onde o licitante poder retirar uma cpia (princpio

    da publicidade).

    Importante: Qualquer cidado pode impugnar o edital que seja eivado de irregularidade,

    desde que ele protocole seu pedido at cinco dias antes da data designada para a

    abertura do envelope que contem os documentos de habilitao. A administrao dever

    julgar e responder em at trs dias teis (art. 41, pargrafo primeiro da Lei 8.666/93).

    Isso no exclui a possibilidade de que seja feita representao ao TCU, j que cabe a

    esse rgo realizar o controle financeiro da administrao (art. 113, 1, da Lei de

    Licitaes).

    O edital poder tambm ser impugnado pelos licitantes nos termos do art. 41, 2, da

    Lei de Licitaes. Mas nada impede que a administrao venha a rever de ofcio eventual

    ilegalidade presente no edital. A administrao est vinculada ao princpio da legalidade

    e tem o chamado poder de autotutela.

    2.3 Projeto AGU: padronizao de minutas de editais e contratos.

    As minutas padronizadas esto disponveis no site www.agu.gov.br (Pareceres, Smulas

    e Orientaes Modelos para licitaes e contratos).

    Existe, tambm, o projeto Minuta Legal da Consultoria Jurdica da Unio no estado de

    So Paulo CJU/SP. As minutas foram atualizadas at abril de 2012 (Site da AGU - Institucional

    Consultoria-Geral da Unio institucional CJUs nos estados Consultoria Jurdica da

    Unio no estado de So Paulo internet Modelos abril 2012).

    Em linhas gerais, o objetivo do projeto otimizar e trazer maior eficincia aos processos

    de licitao e contratos administrativos.

  • 31

    ENAPAlmeja-se, ainda, a melhora da qualidade do trabalho, tanto das assessorias jurdicas,

    quanto dos rgos assessorados, visto que haver a reduo de prazos em determinadas

    etapas da tramitao processual.

    O projeto tem como fundamento o art. 7 da Lei n 9.784, de 1999 (Lei do Processo

    Administrativo), que estabelece que Os rgos e entidades administrativas devero

    elaborar modelos ou formulrios padronizados para assuntos que importem pretenses

    equivalentes.

    A esse respeito, o Tribunal de Contas da Unio, em seu Manual de Licitaes e Contratos

    Orientaes e Jurisprudncia do TCU - 4 Edio pgina 270, entendeu que:

    permitida a utilizao de modelos padronizados de editais e de contratos

    previamente submetidos a analise da rea jurdica do rgo ou entidade contratante.

    Nesses modelos, o gestor limita-se a preencher dados especficos da contratao, sem

    alterar quaisquer condies ou clausulas anteriormente examinadas.

    Alm disso, no Acrdo n 1504/2005 TCU Plenrio, o Ministro Relator assim se

    manifestou sobre o assunto:

    A padronizao de procedimentos que se repetem rotineiramente um meio salutar

    de a Administrao desincumbir-se de tarefas que, numericamente significativas, na

    essncia referem-se sempre aos mesmos atos administrativos.Sua adoo desejvel

    na medida em que libera recursos humanos e materiais para serem utilizados naquelas

    aes que impem atuao individualizada.A repetio de procedimentos licitatrios

    que tenham o mesmo objeto e que guardem proporo em relao s quantidades

    enquadra-se nessa hiptese.Assim, admitindo-se a existncia de procedimentos

    licitatrios idnticos tanto em relao ao objeto quanto em relao s quantidades ou,

    ento, quanto modalidade licitatria, a utilizao de minutas-padro no fere o

    dispositivo legal que impe a prvia manifestao da assessoria jurdica sobre a

    regularidade das minutas dos editais e dos contratos. Alis, sobre esse aspecto -

    responsabilidade da assessoria jurdica -, Maral Justen Filho in Comentrios a lei de

    licitaes e contratos administrativos. 6a ed. So Paulo: Dialtica, 1999. p. 370 - afirma,

    in verbis:Ao examinar e aprovar os atos da licitao, a assessoria jurdica assume

    responsabilidade pessoal solidria pelo que foi praticado. Ou seja, a manifestao acerca

    da validade do edital e dos instrumentos de contratao associa o emitente do parecer

    ao autor dos atos. H dever de ofcio de manifestar-se pela invalidade, quando os atos

    contenham defeitos. No possvel os integrantes da assessoria jurdica pretenderem

    escapar aos efeitos da responsabilizao pessoal quando tiverem atuado

    defeituosamente no cumprimento de seus deveres: se havia defeito jurdico, tinham o

    dever de apont-lo.A afirmativa se mantm inclusive em face de questes duvidosas

    ou controvertidas. Havendo discordncia doutrinria ou jurisprudencial acerca de certos

    temas, a assessoria jurdica tem o dever de consignar essas variaes, para possibilitar

    s autoridades executivas pleno conhecimento dos riscos de determinadas aes.Dessa

    forma, ao aprovar minutas-padro de editais e/ou contratos, a assessoria jurdica

    mantm sua responsabilidade normativa sobre procedimentos licitatrios em que

  • 32

    ENAPtenham sido utilizadas. Ao gestor caber a responsabilidade da verificao da

    conformidade entre a licitao que pretende realizar e a minuta-padro previamente

    examinada e aprovada pela assessoria jurdica.Por prudncia, havendo dvida da

    perfeita identidade, deve-se requerer a manifestao da assessoria jurdica, em vista

    das peculiaridades de cada caso concreto.A despeito de haver decises do TCU que

    determinam a atuao da assessoria jurdica em cada procedimento licitatrio, o texto

    legal - pargrafo nico do art. 38 da Lei no 8.666/1993 - no expresso quanto a essa

    obrigatoriedade. Assim, a utilizao de minutas-padro, guardadas as necessrias

    cautelas, em que, como assevera o recorrente, limita-se ao preenchimento das

    quantidades de bens e servios, unidades favorecidas, local de entrega dos bens ou

    prestao dos servios, sem alterar quaisquer das clusulas desses instrumentos

    previamente examinados pela assessoria jurdica, atende aos princpios da legalidade

    e tambm da eficincia e da proporcionalidade.

    (Acrdo 1504/2005 - Plenrio - Voto do Ministro Relator, grifou-se)

    Uma sugesto de modelo a ser adotado para utilizao do projeto de padronizao das

    minutas de editais e contratos no mbito dos rgos da administrao a que se segue:

    Compartilhamento das minutas padronizadas (modelos adotados pela CJU/SP

    atualizados at abril de 2012) com o rgo, para que haja participao no projeto de

    padronizao das minutas de edital e contratos;

    Anlise das minutas, das sugestes e impresses trazidas pelo rgo e pela Assessoria

    Jurdica do rgo;

    Definio do documento que dar incio ao processo fsico;

    Edio de uma Portaria, como instrumento que estabelece as regras e condies da

    adoo do procedimento de padronizao das minutas de edital e contratos assinada pela

    autoridade competente no mbito do rgo (as consultorias jurdicas da Unio nos estados

    tem utilizado termo de compromisso como instrumento).

    Caber unidade assessorada certificar a utilizao da minuta padronizada pela

    Assessoria Jurdica, para tanto, a unidade assessorada dever inserir cabealho nas minutas

    enviadas Assessoria Jurdica, no qual dever constar texto fazendo referncia expressa

    ao Projeto Edital Eficiente e Portaria ou Termo de Compromisso N xxxx de 2013, alm

    de ser necessria rubrica do servidor responsvel em cada folha da minuta enviada;

    A unidade assessorada dever, tambm, atestar eventuais alteraes ou divergncias

    entre a minuta em anlise e o modelo padronizado destacando-as, o que ser feito atravs

    da alterao da cor da fonte, sendo a cor vermelha a nica que poder ser utilizada;

    As alteraes ou divergncias, eventualmente existentes, devem ser justificadas,

    antes do envio para a Assessoria Jurdica, em expediente/documento aprovado por

    despacho(Adm.) a deciso proferida pela Autoridade administrativa sobre questo de

    sua competncia e submetida sua apreciao, seja ela favorvel ou no pretenso do

    Administrado, ou seja, a Autoridade administrativa defere ou indefere uma petio que

    lhe foi encaminhada. Refere-se tambm ao Ofcio ou Carta relativa a negcio pblico enviado

  • 33

    ENAPpor um ministro a outro / (Dir.) No Direito Processual Civil, a manifestao judicial

    ordenando o prosseguimento de um processo, ou resolvendo uma questo incidental /

    (Port.) Ato de despachar, enviar algo a algum da autoridade competente para a contratao.

    Dar cincia do que est sendo alterado aos chefes das unidades;

    Levando em considerao o fato de que a minuta de edital ou de contrato padronizadas

    j estaro previamente aprovadas pela Assessoria Jurdica, seu exame, em regra, estar

    restrito s alteraes destacadas pelo rgo assessorado quando do envio da minuta;

    Caso sejam enviados os autos sem justificativa para a alterao poder haver o retorno

    do processo unidade assessorada, para as manifestaes cabveis;

    Eventual identificao de trecho alterado, cujo destaque seja omitido, ser

    imediatamente comunicada ao dirigente do rgo consulente, que dever abrir, caso julgue

    necessrio, processo para apurao de responsabilidades dos agentes envolvidos. Essa

    medida visa a direcionar para um comprometimento maior de quem lida com essa tarefa

    de elaborao de editais e minutas de contrato. Sem contar o fato de que um local de

    grande rotatividade de servidores. Ademais, o dirigente do rgo que verificar a

    necessidade ou no de abertura de processo para apurao de responsabilidade.

    No h dvida, ante o at aqui exposto, que haver um novo grau de qualidade na

    prestao do servio de assessoria jurdica(Dir. Processual) Aquele que, em Juzo, demanda

    alguma obrigao de dar, no dar, fazer ou no fazer - ou que demandado, ou chamado

    a participar do Processo, por Outrem com algum desses objetivos / poro de um todo /

    (tomar parte) participar / (Gram.) da parte de, por parte de = por iniciativa de, a mando de,

    recomendado po, o que materializa um alcance de eficincia na atuao administrativa,

    consequentemente, uma melhora constante nas minutas de editais e contratos.

    2.4. Contedo do edital

    Vrias so as informaes que o edital deve trazer, tais como: o objeto da licitao, o

    preo, as condies de reajuste, o prazo, o critrio de julgamento etc. Todas as informaes

    necessrias constam no art. 40 da Lei n 8.666/93:

    Art. 40. O edital conter no prembulo o nmero de ordem em srie anual, o nome da

    repartio interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execuo e o tipo da

    licitao, a meno de que ser regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento

    da documentao e proposta, bem como para incio da abertura dos envelopes, e

    indicar, obrigatoriamente, o seguinte:

    I - objeto da licitao, em descrio sucinta e clara;

    II - prazo e condies para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como

    previsto no art. 64 desta Lei, para execuo do contrato e para entrega do objeto da

    licitao;

    III - sanes para o caso de inadimplemento;

    IV - local onde poder ser examinado e adquirido o projeto bsico;

    V - se h projeto executivo disponvel na data da publicao do edital de licitao e o

    local onde possa ser examinado e adquirido;

  • 34

    ENAPVI - condies para participao na licitao, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta

    Lei, e forma de apresentao das propostas;

    VII - critrio para julgamento, com disposies claras e parmetros objetivos;

    VIII - locais, horrios e cdigos de acesso dos meios de comunicao distncia em que

    sero fornecidos elementos, informaes e esclarecimentos relativos licitao e s

    condies para atendimento das obrigaes necessrias ao cumprimento de seu objeto;

    IX - condies equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras,

    no caso de licitaes internacionais;

    X - o critrio de aceitabilidade dos preos unitrio e global, conforme o caso, permitida

    a fixao de preos mximos e vedados a fixao de preos mnimos, critrios estatsticos

    ou faixas de variao em relao a preos de referncia, ressalvado o disposto nos

    pargrafos 1 e 2 do art. 48; (Redao dada pela Lei n 9.648, de 1998)

    XI - critrio de reajuste, que dever retratar a variao efetiva do custo de produo,

    admitida a adoo de ndices especficos ou setoriais, desde a data prevista para

    apresentao da proposta, ou do oramento a que essa proposta se referir, at a data

    do adimplemento de cada parcela; (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    XII - (Vetado). (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    XIII - limites para pagamento de instalao e mobilizao para execuo de obras ou

    servios que sero obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas

    ou tarefas;

    XIV - condies de pagamento, prevendo:

    a) prazo de pagamento no superior a trinta dias, contado a partir da data final do

    perodo de adimplemento de cada parcela; (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    b) cronograma de desembolso mximo por perodo, em conformidade com a

    disponibilidade de recursos financeiros;

    c) critrio de atualizao financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do

    perodo de adimplemento de cada parcela at a data do efetivo pagamento; (Redao

    dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    d) compensaes financeiras e penalizaes, por eventuais atrasos, e descontos, por

    eventuais antecipaes de pagamentos;

    e) exigncia de seguros, quando for o caso;

    XV - instrues e normas para os recursos previstos nesta Lei;

    XVI - condies de recebimento do objeto da licitao;

    XVII - outras indicaes especficas ou peculiares da licitao.

    1o O original do edital dever ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela

    autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitao, e dele extraindo-se

    cpias integrais ou resumidas, para sua divulgao e fornecimento aos interessados.

    2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

    I - o projeto bsico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificaes

    e outros complementos;

    II - oramento estimado em planilhas de quantitativos e preos unitrios; (Redao

    dada pela Lei n 8.883, de 1994)

    III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administrao e o licitante vencedor;

  • 35

    ENAPIV - as especificaes complementares e as normas de execuo pertinentes licitao.

    3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigao

    contratual a prestao do servio, a realizao da obra, a entrega do bem ou de parcela

    destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrncia esteja vinculada

    a emisso de documento de cobrana.

    4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega

    at trinta dias da data prevista para apresentao da proposta, podero ser dispensadas:

    (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Includo pela Lei n 8.883, de 1994)

    II - a atualizao financeira a que se refere a alnea c do inciso XIV deste artigo,

    correspondente ao perodo compreendido entre as datas do adimplemento e a

    prevista para o pagamento, desde que no superior a quinze dias. (Includo pela Lei

    n 8.883, de 1994)

    vedado aos agentes pblicos estabelecer condies que comprometam, restrinjam

    ou frustrem o carter competitivo da licitao; ou ainda, preferncias ou distines em

    razo da naturalidade, da sede ou domiclio dos licitantes ou de qualquer exigncia

    impertinente ou irrelevante para o objeto do contrato. (Manual de Licitaes e Contratos

    do TCU 4 edio- pgina 254)

    *Minutas que sero examinadas no curso: compras e servios continuados com dedicao

    exclusiva de mo de obra (prego eletrnico) modelos CJU/SP.

    ** a ordem dos itens segue a minuta padro (anexa) e no a ordem dos incisos do art. 40

    da lei geral de licitaes.

    2.4.1. Prembulo

    De acordo com art. 40 da lei geral de licitaes: O edital conter no prembulo o nmero

    de ordem em srie anual, o nome da repartio interessada e de seu setor, a modalidade,

    o regime de execuo e o tipo da licitao, a meno de que ser regida por esta Lei, o local,

    dia e hora para recebimento da documentao e proposta, bem como para incio da abertura

    dos envelopes (...)

    Deve ser destacado no prembulo, tambm, que o ato ser regido pela Lei n 8.666/93,

    quando da utilizao das modalidades concorrncia, tomada de preos ou convite, ou pela

    Lei n 10.520/02 se for utilizado o prego.

    Alm disso, preciso indicar o local, dia e hora que ser recebida a documentao e as

    propostas, bem como dia e horrio para o incio de abertura dos envelopes.

    A data de incio para encaminhamento das propostas deve observar o prazo mnimo de

    oito dias, contados da data de publicao do aviso do edital, de acordo com o 4 do artigo

    17 do Decreto n 5.450/05 e no inciso V do artigo 4 da Lei n 10.520/02.

  • 36

    ENAP 2.4.2. Do Objeto

    Modelo Compras

    O objeto desta licitao a aquisio de XXXX, visando atender s necessidades do

    (NOME DO RGO LICITANTE), conforme especificaes e quantidades estabelecidas

    no Termo de Referncia e neste Edital e seus Anexos.

    Modelo Servios

    O objeto desta licitao a contratao do servio continuado de XXXX, com execuo

    mediante o regime de XXXX, visando atender s necessidades do (NOME DO RGO

    LICITANTE), conforme especificaes e quantitativos estabelecidos no Termo de Referncia

    e neste Edital e seus Anexos.

    Posso licitar compra de bens, execuo de obras, prestao de servios, alienaes e

    locaes.

    O objeto deve ser bem identificado, contendo todos os elementos caracterizadores

    necessrios, de forma a possibilitar aos interessados apresentar as ofertas. Todavia preciso

    ter cuidado para que o detalhamento do objeto no ocasione um direcionamento da

    contratao, de forma a causar prejuzo para a competitividade.

    Para verificar se uma exigncia ser considerada excessiva ou impertinente necessrio

    ser fazer uma anlise caso a caso. preciso verificar se h razoabilidade na exigncia, com

    base no atendimento ao interesse pblico e se houve prejuzo para a competitividade.

    A marca pode ser indicada no edital, desde que: (I) seja justificada tecnicamente ou (II)

    seja utilizada para indicar a qualidade do material, devendo, nesse caso, ser seguida das

    expresses ou equivalente, ou similar e ou de melhor qualidade (Acrdo TCU 2300/

    2007 Plenrio).

    Ateno! Preciso Planejamento!

    Economia de escala significa dizer tambm que, quanto maior a quantidade licitada,

    menor poder ser o custo do produto. Atrela preo quantidade at o chamado custo

    zero. A partir desse custo, a quantidade no importa. (Manual de Licitaes e Contratos

    do TCU 4 edio- pgina 238)

    O artigo 23, 1, da Lei n 8.666/1993 dispe que:

    Art. 23. As modalidades de licitao a que se referem os incisos I a III do artigo anterior

    sero determinadas em funo dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado

    da contratao:

    (...)

    1o As obras, servios e compras efetuadas pela Administrao sero divididas em

    tantas parcelas quantas se comprovarem tcnica e economicamente viveis,

    procedendo-se licitao com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos

    disponveis no mercado e ampliao da competitividade sem perda da economia de

    escala. (Redao dada pela Lei n 8.883, de 1994)

  • 37

    ENAPCaso a licitao seja dividida em itens, o critrio de julgamento ser menor preo por

    item, ou seja, haver julgamento por item, como se fosse uma licitao em separado.

    Sobre o assunto, vide Acrdo TCU n 531/2007. Ex.: uma construo pode ser dividida em

    limpeza do terreno, terraplenagem, fundaes, instalaes hidrulica e eltrica, alvenaria,

    acabamento, paisagismo.

    Para fins de definio da modalidade licitatria, contudo, dever ser considerado o

    valor total (somatrio dos itens).

    A habilitao, nesse caso, dever ser adequada e proporcional a cada item.

    Por outro lado, se ela for divida em grupos, o critrio de julgamento a ser adotado ser

    o menor preo global por grupo.

    Obs.: Parcelamento refere-se diviso do objeto em parcelas (itens ou etapas), ou

    seja, em partes menores e independentes. Difere-se de fracionamento, que se relaciona

    diviso da despesa para adoo de dispensa ou modalidade de licitao menos rigorosa

    que a determinada para a totalidade do valor do objeto a ser licitado. (Manual de

    Licitaes e Contratos do TCU 4 edio pgina 227)

    Pode ser que a administrao tenha necessidade de revogar ou anular a licitao.

    Para Jos dos Santos Carvalho Filho2:

    A anulao da licitao decretada quando existe no procedimento vcio de legalidade.

    (...)

    A revogao o desfazimento dos efeitos da licitao j concluda, em virtude de critrios

    de ordem administrativa, ou por razes de interesse pblico.

    TCU j decidiu:

    indevida a realizao de licitaes distintas para a contratao de servios de igual

    natureza, ainda que em locais diversos, quando os potenciais interessados so os

    mesmos, por contrariar o art. 23, 5, da Lei n 8.666/1993.

    Acrdo 1780/2007 Plenrio (Sumario)

    No caso do 1 do art. 23 da Lei de Licitaes, evidente que haver casos em que ser

    impossvel definir, com a preciso necessria, se a situao ou no tcnica e

    economicamente vivel. Para esses casos, no h como cobrar da Administrao uma

    providencia especifica. Estar ela, indubitavelmente, respaldada a agir em uma ou

    outra direo. diferente, no entanto, quando existem elementos objetivos que

    permitam Administrao, com boa dose de certeza, pender para um ou outro lado.

    Para esses casos os dizeres tcnica e economicamente viveis perdem o carter de

    vaguidade e tornam-se objetivos.

    Acrdo 159/2003 Plenrio (Voto do Ministro Relator)

    2 FILHO, Jos dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Editora Lumen Juris. 17 edio. SoPaulo. p. 257-258.

  • 38

    ENAPVerifique a possibilidade de se utilizar a adjudicao por itens, bem como que, na

    eventualidade de diviso do objeto em lotes, estes sejam compostos de bens com

    caractersticas que permitam a maior competitividade ao certame, consoante previsto

    nos arts. 15, inciso IV, e 23, 1, da Lei n 8.666/93, bem como o entendimento firmado

    pelo Tribunal de Contas da Unio na Deciso n 393/94.

    Acrdo 808/2003 Plenrio

    Falhas formais no edital no tm o condo de macular todo o ato, podendo ser corrigidas

    mediante expedio de determinaes.

    Acrdo 479/2007 Plenrio (Sumrio)

    Abstenha-se de incluir, nos instrumentos convocatrios, excessivo detalhamento do

    objeto, de modo a evitar o direcionamento da licitao ou a restrio de seu carter

    competitivo, devendo justificar e fundamentar tecnicamente quaisquer especificaes

    ou condies que restrinjam o universo de possveis fornecedores do bem a ser

    adquirido ou prestadores do servio objeto do certame.

    Acrdo 1547/2008 Plenrio

    Documentos que integram o Edital: Projeto Bsico e/ou Executivo ou Termo de

    Referncia (Anexo I), Modelo de Planilha de Custos e Formao de Preos (Anexo II), Minuta

    de Contrato (Anexo III) e outras especificaes julgadas necessrias.

    Art. 40...

    2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

    I - o projeto bsico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,

    especificaes e outros complementos;

    II - oramento estimado em planilhas de quantitativos e preos unitrios;

    III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administrao e o licitante

    vencedor;

    IV - as especificaes complementares e as normas de execuo pertinentes

    licitao.

  • 39

    ENAP2.4.3. Das condies de participao

    Modelo (Compras e Servios)

    2.1. Podero participar deste Prego os interessados pertencentes ao ramo de atividade

    relacionado ao objeto da licitao, conforme disposto nos respectivos atos constitutivos,

    que atenderem a todas as exigncias, inclusive quanto documentao, constantes

    deste Edital e seus Anexos, e estiverem previamente credenciados perante o sistema

    eletrnico, em situao regular, por meio do Portal Comprasnet, para participao de

    Prego Eletrnico.

    2.2. No ser admitida nesta licitao a participao de pessoas jurdicas:

    2.2.1. Com falncia, recuperao judicial, concordata ou insolvncia judicialmente

    decretadas, ou em processo de recuperao extrajudicial;

    2.2.2. Em dissoluo ou em liquidao;

    2.2.3. Que estejam suspensas de licitar e impedidas de contratar com qualquer rgo ou

    entidade da Administrao Pblica, seja na esfera federal, estadual, do Distrito Federal

    ou municipal, nos termos do artigo 87, inciso III, da Lei n 8.666, de 1993;

    (...)

    necessrio verificar se o ramo da ativ