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1 Apresentação Aluno A correspondência é uma forma importante de contato entre as pessoas. Sua importância é fundamental para os veículos de comunicação escrita que precisam ter o retorno do que fazem por meio da opinião do leitor. Vamos estudar, neste módulo, esse tipo de correspondência, que é a carta do leitor de jornal ou revista. Você assumirá o papel de leitor e escreverá sua carta. Verá, ainda, o uso dos pronomes relativos.

Apostila Ensino Fundamental CEESVO - Português 03

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Apresentação

Aluno A correspondência é uma forma importante de contato entre as pessoas. Sua importância é fundamental para os veículos de comunicação escrita que precisam ter o retorno do que fazem por meio da opinião do leitor. Vamos estudar, neste módulo, esse tipo de correspondência, que é a carta do leitor de jornal ou revista. Você assumirá o papel de leitor e escreverá sua carta. Verá, ainda, o uso dos pronomes relativos.

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Legenda

Exercício [faça no seu caderno]

Produção de texto [escreva no seu caderno]

Conceito [conceito importante que você deve gravar]

Aprenda mais [faça no seu caderno]

Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]

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Revista Veja - 29/10/97

Jornal Cruzeiro do Sul 08/05/98

Super Interessante Fevereiro/ 95

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Carta dos leitores Carta é uma forma de comunicação escrita que possui graus de formalidade, isto é, desde a mais informal, entre pessoas muito amigas ou familiares, até a mais formal, como uma carta comercial, por exemplo. A carta do leitor é um tipo específico de carta, pois seu remetente é sempre um leitor de jornal ou revista. Essa carta tem como intenção basicamente: elogiar, reivindicar, agradecer, querer saber algo, reclamar, etc.

Vamos ler atentamente as cinco cartas dos leitores? 1- Na resposta da revista “Manequim” por que “costurado” vem entre aspas? 2- Na resposta do jornal “Cruzeiro do Sul”, qual o significado de ênfase? 3- Qual é a diferença de intenção entre as duas cartas dos leitores da revista “Superinteressante”? 4- A carta do leitor da revista “Veja” tem uma intenção de reclamar, mas não é contra a revista. Contra quem é e como você descobre isso? 5- Qual das cinco cartas você gostaria de ter escrito? Por quê? 6- Recorte uma carta de leitor, cole em seu caderno e explique qual a intenção do leitor ao escrever essa carta. 7- Leia as cartas da revista “Veja” e “Superinteressante” e depois encontre sinônimos para as palavras abaixo. Ao final do exercício, você encontrará na vertical, o sinônimo da palavra extensa. 1- 2- 3- 4- 5-

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1- sofri as conseqüências 2- acrescentado 3- sem profundidade 4- alucinação 5- congratular

Como você observou, as pessoas costumam escrever cartas para jornais e revistas. Que tal você fazer o mesmo? Então, escreva: 1- uma carta reclamando de algum problema de sua rua ou bairro; 2- uma carta parabenizando por algo de bom que aconteceu no seu bairro ou cidade. Agora, vamos estudar os Pronomes Relativos.

Os pronomes relativos sempre se referem a um termo anterior.

Exemplo: “ . . . texto muito pouco acrescentou aos conhecimentos que tinha sobre esse tema.” O que está se referindo ao termo anterior conhecimentos. Os pronomes relativos, como os pronomes em geral, servem para evitar repetições e deixar a frase mais leve. Veja como ficaria a frase acima sem o pronome relativo: O texto muito pouco acrescentou aos conhecimentos. Eu tinha conhecimentos sobre esse tema. O pronome relativo que pode ser usado em relação a pessoas ou coisas e pode ser substituído por o qual, os quais, a qual, as quais, dependendo da concordância. Exemplo: Conheço a cidade que você visitou. Conheço a cidade a qual você visitou. Conheço as cidades as quais você visitou.

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O pronome relativo onde (indicando lugar) equivale a em que. Exemplo: Já está escolhido o restaurante em que jantaremos.

I- Reescreva as duas frases, numa só, substituindo a palavra grifada pelo pronome relativo que: 1- Quebrei o vaso. O vaso estava sobre a mesa. 2- Achei a blusa. Havia perdido a blusa. 3- Conheço o primo de Paulo. O primo de Paulo é estudante de Economia. 4- Ganhei uma cesta. A cesta veio repleta de bombons. II- Reescreva as duas frases, numa só, usando o qual, a qual, as quais: 1- O professor falou da árvore. A árvore era frutífera. 2- Convidei meus amigos. Encontrei meus amigos na palestra. 3- Compramos as bandeirolas. As bandeirolas estavam em promoção. 4- Este é o cantor. O cantor mora perto de minha tia. III- Releia as cartas dos leitores e responda: 1- Qual é o pronome relativo do texto da revista “Veja” que pode ser substituído por onde? 2- Na resposta da carta de “Manequim” o pronome relativo que refere-se a que termo anterior? 3- “. . . a primeira seção que olho ao recebê-la é a de perguntas”. Nesse trecho da carta da “Superinteressante”, o pronome relativo refere-se a que termo anterior? IV- O trecho abaixo, sem as repetições dos nomes, é de Carlos Drummond de Andrade. Tire as repetições usando o pronome relativo: João amava Teresa, Teresa amava Raimundo, Raimundo amava Maria, Maria amava Joaquim, Joaquim amava Lili, Lili não amava ninguém.

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PLANETA ÁGUA Água que nasce na fonte serena do mundo E que abre um profundo grotão Água que faz inocente riacho E deságua na corrente do ribeirão Águas escuras dos rios Que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias E matam a sede da população Águas que caem das pedras No véu das cascatas, ronco do trovão E depois dormem tranqüilas No leito dos lagos, no leito dos lagos Águas dos igarapés, onde Iara, mãe-d’água É misteriosa canção Água que o sol evapora,

Pro céu vai embora Virar nuvens de algodão Gotas de água da chuva, Alegre arco-íris sobre a plantação Gotas de água da chuva, tão tristes São lágrimas da inundação. Águas que movem moinhos São as mesmas águas que encharcam o chão E sempre voltam humildes

Pro fundo da terra Pro fundo da terra Terra, planeta água.

Arantes,Guilherme-Planeta Água. In: Ferreira, Luiz Antonio. Aulas de Português: 8ª Série, São Paulo, Ática, 1989.

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Qual é a função do pronome relativo que nessa letra de música?

Observe, agora, o pronome relativo cujo: O pronome relativo cujo (e suas variações: cuja, cujos, cujas) é mais usado num nível bastante formal de linguagem. Ele estabelece relação de posse com o termo referido anteriormente. Exemplo: A música, cujo autor é Guilherme Arantes, trata de Ecologia. Cujo estabelece relação de posse: o autor da música. Desmembrando a frase, temos: A música trata de Ecologia. O autor da música é Guilherme Arantes posse

I- Reescreva as frases abaixo estabelecendo a relação de posse com cujo e variações: 1- Meu filho tem um cachorro. As patas do cachorro são brancas. 2- Gostei daquela moto. O painel da moto é muito bonito. 3- Comprei um livro. A capa do livro possui estrelinhas brilhantes. 4- Moro em São Paulo. O trânsito de São Paulo me deixa com angústia. 5- Fizemos uma bateria de testes. Os resultados dos testes foram muito bons. APRENDA MAIS I- FALTA UM MINUTO. . . FALTAM DEZ MINUTOS. . . •••• Falta um minuto para o meio-dia. (sujeito: um minuto)

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•••• Faltam dez minutos para o meio-dia. (sujeito: dez minutos)

1- Escolha a forma verbal correta para completar as frases abaixo: a-_________ somente oito dias para o Carnaval. (Faltava – Faltavam) b- Oba! _____ somente um mês para concluirmos o curso. (Falta – Faltavam) c- ______ muitos dias para o início das férias? (Faltaria – Faltariam) d- ______ ainda algumas horas. (Falta – Faltam) II- TEM e TÊM Você tem boas idéias. – Vocês têm boas idéias.

Marca-se com acento circunflexo a 3ª pessoa do plural, diferenciando-a, assim, da 3ª pessoa do singular. 1- Complete com tem ou têm: a- Nossas atletas ainda ______ alguma chance? b- Esta mulher _____ uma reclamação a fazer. c- Quais alunos _____ mais de quinze anos? d- Este bairro já ______ água encanada. III- VEM e VÊM – Verbo Vir VÊ e VÊEM – Verbo Ver Minha amiga vem aqui hoje. - Minhas amigas vêm aqui hoje. Com o verbo VIR, acentuamos a 3ª pessoa do plural para diferenciar da 3ª pessoa do singular. ELA VÊ - ELAS VÊEM Agora ela vê tudo claramente. (vê – 3ª pessoa do singular do verbo ver) Agora elas vêem tudo claramente.

(vêem – 3ª pessoa do plural do verbo ver)

O verbo faltar, quando se refere a tempo, vem, normalmente, anteposto ao sujeito, com o qual concorda sempre.

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VÊM – 3ª pessoa do plural do verbo vir. VÊEM – 3ª pessoa do plural do verbo ver. Com o verbo VER, acentuamos a 3ª pessoa do singular e dobramos a

letra E para a 3ª pessoa do plural. 1-Complete com vem, vêm ou vêem: a- Por que você não _____ almoçar aqui? b- Será que vocês não ______ que isso não está correto? c- Os pais _____ aqui hoje para conversarmos. d- Hoje os trabalhadores ______ claramente que, sem luta, nada se modifica. e- As crianças ainda _____ brincar nesta praça?

Grafia da palavra “PORQUE” 1- Por que – separado e sem acento quando: a) inicia ou introduz uma oração interrogativa.

Ex.: Por que você foi embora? (interrogativa direta = por que razão) Não sei por que você foi embora. (interrogativa indireta = por que razão)

b) o que é pronome relativo. Ex.: Não sei o motivo por que me ofenderam. ( por que = pelo qual) c) o que é conjunção integrante. Ex.: Anseio por que me digas a verdade. 2- Por quê – separado e com acento quando aparece no final de uma

oração interrogativa. Ex.: Você foi embora por quê? 3- Porque – junto e sem acento quando for conjunção.

Ex.: Não veio à festa porque estava doente. 4- Porquê – junto e com acento quando for substantivo.

Ex.: Eis o porquê de sua atitude.

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EXERCÍCIOS Complete as lacunas das frases abaixo com por que, por quê, porque ou porquê: a- “ ________ nascemos para amar, se vamos morrer?

________ morrer, se amamos?” (Carlos Drummond de Andrade) b- “Eu te amo _________ não amo bastante ou demais a mim.

_________ amor não se troca, não se conjuga nem se ama.” (Carlos Drummond de Andrade)

c- “Estava inquieto. Não saberia dizer bem o ________ .” (Érico Veríssimo) d- “Mas a minha tristeza é sossego ________ é natural e justa.” (Fernando

Pessoa) e- Voltei àquela cidade _________ gostei muito do clima. f- Você sabe o _______ de tanta confusão? g- Está havendo toda essa confusão, _________ ?

DEUS É MENINO

Para as crianças, a vida não passa de uma grande (*) pantomima: brincam de soldados, de índios, de bombeiros, de banqueiros, com a maior seriedade, até que a mãe grita que o sorvete está sendo servido, momento em que todo o faz-de-contas se desfaz. O que é o oposto dos adultos, que levam tudo a sério, porque se levam a sério. E o resultado é que suas guerras matam, e os índios são dizimados, e os incêndios queimam, e os seus brinquedos levam países inteiros à miséria. . . Pois é, os adultos são entidades enrijecidas, incapazes de rir o riso que derrete as pedras, incapazes de novos começos. Criança é basicamente isto, a permanente disponibilidade para começar de novo porque elas não acreditam que a pantomima seja coisa séria. Mas eu não vejo nem que presidentes, nem que senadores, nem que professores ou pastores se pareçam com crianças. Na verdade, estão sempre pedindo que elas se calem. Precisaríamos, então, aprender as lições da infância:

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trepar nas jabuticabeiras, em qualquer dos sentidos. . . chupar sorvetes, sem pazinha. . . andar na chuva, sem guarda-chuvas. . . ir ao circo e comer algodão-doce. . . empinar pipas. . . chupar manga sem usar a faca. . . aprontar na maior estica, ir para frente do espelho e pintar uma bola

vermelha na ponta do nariz. . . fazer feito o Einstein, aprender a mostrar a língua. . . O riso é o início da oração.

Eu diria mais: que a oração acontece no espírito do brinquedo, tendo Deus como companheiro.

O demônio é sempre sério e nos puxa para baixo. Mas Deus é leve, menino, e nos convida a brincar.

ALVES, Rubem. Revista Tempo e Presença, nº 217, março de 1987.

(*) Pantomima representação teatral engraçada, em que os atores representam só por gestos (mímica).

O autor diz que o adulto é incapaz de novos começos. Você acha importante que o adulto seja sempre capaz de recomeçar? Por quê?

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Gabarito p. 05 1- “Costurado” tem a intenção de fazer uma comparação com a união do casal. 2- Ênfase – dar maior enfoque, maior destaque à importância da leitura. 3- Primeira Carta – crítica negativa a uma reportagem apresentada na revista (reclamação). Segunda Carta – parabenizar a revista pela ampliação da seção Perguntas Superintrigantes. 4- Contra o governo. Pela expressão: “Num país...”, “Nada que proteja o brasileiro depois dos 60 anos”. 5- Resposta pessoal. 6- Resposta pessoal. p. 06 7- 1- amarguei 2- aumentado 3- superficial 4- delírio 5- parabenizar O sinônimo para a palavra extensa é “ampla”. 1- Resposta pessoal. 2- Resposta pessoal. p. 07 I- 1- Quebrei o vaso que estava sobre a mesa. 2- Achei a blusa que havia perdido. 3- Conheço o primo de Paulo que é estudante de economia. 4- Ganhei uma cesta que veio repleta de bombons. II- 1- O professor falou da árvore a qual era frutífera. 2- Convidei meus amigos os quais encontrei na palestra. 3- Compramos as bandeirolas as quais estavam em promoção. 4- Este é o cantor o qual mora perto de minha tia. III- 1- em que 2- a palavra casamento 3- ao termo primeira seção. IV- João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. p. 09 Evitar a repetição do substantivo água, pois a função do pronome relativo “que” é referir-se à palavra “água”.

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p.10 I- 1- Meu filho tem um cachorro cujas patas são brancas. 2- Gostei daquela moto cujo painel é muito bonito. 3- Comprei um livro cuja capa possui estrelinhas brilhantes. 4- Moro em São Paulo cujo trânsito me deixa com angústia. 5- Fizemos uma bateria de testes cujos resultados foram muito bons. II- Resposta pessoal. p. 11 I- 1- a) Faltavam b) falta c) Faltariam d) Faltam II- 1- a) têm b) tem c) têm d) tem p. 12 III- 1- a) vem b) vêem c) vêm d) vêem e) vêm p. 13 a) Por que / Por que. b) porque / Porque c) porquê. d) porque e) porque f) porquê g) por quê p. 15 Resposta pessoal.

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Apresentação

Aluno Certamente você já riu bastante ao ver um certo tipo de “desenho” em jornais ou revistas. É a charge que, de forma divertida e cômica, encerra uma crítica a uma situação atual. Neste módulo, você vai estudar a charge, um pouco mais sobre verbos e aprenderá a redigir um texto dissertativo.

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Legenda

Exercício [faça no seu caderno]

Produção de texto [escreva no seu caderno]

Conceito [conceito importante que você deve gravar]

Aprenda mais [faça no seu caderno]

Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]

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Observe as figuras abaixo: Jornal Cruzeiro do Sul 13/05/98

Revista Veja 20/05/98

A charge é um tipo de texto que, geralmente, une o verbal (as palavras) e o não – verbal (desenho). Ela brinca com um acontecimento e, ao mesmo tempo, satiriza (faz “gozação”, crítica). Para entender essa crítica, o leitor precisa conhecer a situação e as pessoas envolvidas nela. Para que o leitor reconheça as pessoas, o chargista exagera nas características físicas. Pode ser um nariz muito comprido, a falta de queixo, um tipo determinado de óculos, etc.

Geralmente, nos jornais, a charge vem na página do editorial ou junto aos artigos de opinião, isto é, ocupa um lugar de destaque.

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I- O presidente Fernando Henrique Cardoso usou a palavra “vagabundo” para se referir às pessoas que se aposentavam com pouca idade. O assunto virou grande polêmica. Observe as duas charges da página anterior referentes a esse assunto e responda: 1- Apesar de captarem a mesma imagem do acontecimento (o ministro Sérgio Mota mandando Fernando Henrique Cardoso chamar os aposentados de vagabundos), qual dos chargistas é mais direto ao manifestar-se? Por quê? 2- Cada chargista tem seus traços particulares, mas observe que para apresentar a figura do presidente, há características físicas comuns. Quais são? 3- Qual é o recurso não – verbal utilizado nas duas charges para indicar que o presidente está falando? 4- Quem é o autor da charge do Jornal “Cruzeiro do Sul”? Como se sabe? 5- Você acha possível entender essas duas charges sem conhecer o que aconteceu? Explique. 6- Em termos de linguagem verbal e não – verbal, qual das duas charges você prefere? Por quê? 7- Recorte uma charge de jornal ou revista, cole em seu caderno e indique a que acontecimento ela se refere.

Estudo da Dissertação.

Fazer uma dissertação consiste em escrever um texto defendendo uma idéia, apresentando argumentos favoráveis e contrários. Ela possui três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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Leia o texto abaixo: A pena de morte Cogita-se, com muita freqüência, da implantação da pena de morte no Brasil. Muitos aspectos devem ser analisados na abordagem dessa questão. Os defensores da pena de morte argumentam que ela intimidaria os assassinos perigosos, impedindo-os de cometer crimes monstruosos, dos quais costumeiramente temos notícia. Além do mais aliviaria, em certa medida, a superlotação dos presídios. Isso sem contar que certos criminosos, considerados irrecuperáveis, deveriam pagar com a morte por seus crimes bárbaros. Outros, porém, não conseguem admitir a idéia de um ser humano tirar a vida de um semelhante, por mais terrível que tenha sido o delito cometido. Há registros históricos de pessoas executadas injustamente, pois as provas de sua inocência evidenciaram-se após o cumprimento da sentença. Por outro lado, a vigência da pena de morte não é capaz de, por si, desencorajar a prática de crimes: estes não deixaram de ocorrer nos países em que ela é ou foi implantada. Por todos esses aspectos, percebemos o quanto é difícil nos posicionarmos categoricamente contra ou a favor da implantação da pena de morte no Brasil. Enquanto esse problema é motivo de debates, só nos resta esperar que a lei consiga atingir os infratores com justiça e eficiência, independentemente de sua situação socioeconômica. Isso se faz necessário para defender os direitos de cada cidadão brasileiro das mais diversas formas de agressão das quais é, hoje, vítima constante.

Gramatic, Branca. Técnicas básicas de Redação. 4ª ed. São Paulo, Scipione, 1997. Observe:

o 1º parágrafo apresenta o tema: a pena de morte; o 2º parágrafo apresenta os argumentos favoráveis à pena de morte; o 3º parágrafo apresenta os argumentos contrários à pena de morte. Então, o 2º e 3º parágrafos desenvolveram o tema. 4º parágrafo apresenta a conclusão: retoma o tema, apresenta o

INTRODUÇÃO

CONCLUSÃO

DESENVOLVIMENTO

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posicionamento da pessoa, isto é, o que você pensa sobre o tema e uma observação final caso não se tenha uma posição definida como no texto lido. Esquematizando temos: Título

1º Apresentação do TEMA Introdução parágrafo 2º Análise dos aspectos favoráveis parágrafo Desenvolvimento

3º Análise dos aspectos contrários parágrafo 4º Expressão inicial + posicionamento parágrafo pessoal em relação ao TEMA + obser- Conclusão vação final.

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Vamos estudar, agora, os modos verbais: Em outros módulos, vimos que o verbo flexiona-se em número (singular e plural), em pessoa (1ª, 2ª e 3ª), tempo (presente, passado e futuro), e voz (ativa e passiva). Aqui vamos estudar como o verbo flexiona-se em modo. O modo indica a maneira como o fato é expresso pela pessoa que produz a mensagem. Temos: 1- Modo indicativo para expressar o fato como algo certo, real ou concreto. Ex.: Você estuda. Você estudou. 2- Modo subjuntivo para expressar o fato como algo incerto, como uma possibilidade apenas. Ex.: Se você lesse bastante, teria mais conhecimentos. 3- Modo imperativo para expressar o fato como uma ordem, um conselho, um pedido ou um convite. Ex.: Não corra demais!

1- Indique o modo dos verbos destacados: a) Não quero mostrar medo. b) Ele quer que eu lhe sirva um chá. c) Espere um pouco! d) Se eu pensasse melhor, não o teria convidado. e) Apanhe o chá, pegue a compota. f) Venha para mais perto de mim. g) Talvez ele volte para conversarmos. 2- Nas charges do Jornal “Cruzeiro do Sul” e da Revista “Veja”, aparece a forma verbal chama, mas uma está no modo indicativo e outra no modo imperativo. Identifique-as e explique como conseguimos saber a diferença.

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Observe o uso do modo imperativo: O modo imperativo deriva do presente do indicativo e do presente do subjuntivo. O imperativo afirmativo é derivado do presente do indicativo apenas na 2ª pessoa do singular e na 2ª pessoa do plural, eliminando-se o s final. Veja: Presente do indicativo Imperativo afirmativo tu cantas canta (tu) vós cantais cantai (vós) Nas demais pessoas, o imperativo é formado do presente do subjuntivo, sem o que: Presente do indicativo Imperativo afirmativo que nós cantemos cantemos (nós) que vocês cantem cantem (vocês) O imperativo negativo é formado do presente do subjuntivo, sem o que e acrescentando o não: Presente do subjuntivo Imperativo negativo que tu cantes não cantes (tu) que você cante não cante (você)

Veja o quadro de formação do imperativo: Presente do Imperativo Presente do Imperativo indicativo afirmativo subjuntivo negativo eu falo que eu fale tu falas fala (tu) que tu fales não fales você fala fale (você) que você fale não fale nós falamos falemos (nós) que nós falemos não falemos vós falais falai (vós) que vós faleis não faleis vocês falam falem (vocês) que vocês falem não falem

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1- Qual é o outro imperativo da charge da página 3? 2- Leia a receita abaixo e indique os verbos que aparecem no imperativo. O que uma receita expressa com o uso do imperativo?

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3- Caminhando pelas ruas, certamente você já deve ter visto uma placa dando alguma ordem (usando o imperativo). Escreva uma delas no seu caderno. 4- Nossa língua é rica em possibilidades e, por isso, a ordem não precisa ser dada apenas pelo imperativo. Verifique: Você poderia fechar a porta? Feche a porta Se você fechar a porta, eu agradeço. Que tal fechar a porta? etc. . . As formas à direita do imperativo suavizam a ordem, isto é, indicam polidez. Torne as ordens abaixo mais suaves. a) Façam o exercício! b) Parem de gritar! c) Coma devagar! d) Fique quieto! 5- Os verbos possuem formas nominais, isto é, que não expressam com exatidão o tempo ou modo em que se dá o fato. Uma dessas formas é o infinitivo. Ele aparece com a terminação: ar – er – ir e, às vezes, or. Retire da letra da canção Verbos do Amor, todos os verbos que estão no infinitivo.

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Verbos do Amor

E se eu te telefonar Se mandar te buscar

Der o braço a torcer Sei que irias ganhar

E eu não iria perder Da outra vez eu sofri

Te magoei, me feri Foi difícil aprender

Que, quando chega a paixão, Justamente a razão É a primeira a ceder

Mas as palavras vazias Rolaram na mesa, pesaram o ar

Eu não sabia pedir Tu não sabias perdoar

Mulher nascida pra amar Tenho que obedecer Ao que o destino quis E satisfeita dizer Que sofrer de amor Só me deixa feliz.

( Donato, João e Silva, Abel)

Nicola, José de & Infante, Infante

Palavras e Idéias – 7ª série. São Paulo, Ed. Scipione.

6- Agora, indique qual é o infinitivo das formas: irias, sofri, magoei, feri, quis e deixa.

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MEIO-DIA E MEIA ou MEIO-DIA E MEIO?

Poxa, já é meio-dia e meia! (correto) Poxa, já é meio-dia e meio (errado) O correto é dizer meio-dia e meia, pois meia se refere a hora (meio-dia e

meia hora). MUITO OBRIGADO / MUITO OBRIGADA

Muito obrigado, disse o escriturário. Muito obrigada, disse a escriturária. Obrigado (a) é um adjetivo e concorda com o sexo da pessoa a que se

refere. Use somente MENOS

• Há menos pessoas na reunião de hoje. (correto) • Há menas pessoas na reunião de hoje. (errado)

MENOS é uma palavra invariável. Não existe a forma MENAS. Veja outros exemplos:

a) Há menos neblina hoje. b) Fale com menos pressa.

EXERCÍCIO 1- Corrija as alternativas erradas:

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a) Ele saiu quando era meio-dia e meia. b) Muito obrigado, disse a secretária. c) Faltou menas gente hoje. d) Houve menos produção de vinho este ano. e) Parou menos horas aqui. f) Estão acontecendo menas falhas ultimamente.

AMOR

A pessoa que ama não tem necessidade de ser perfeita, apenas humana. A idéia de perfeição me assusta. Sempre temos medo de fazer alguma coisa por não podermos fazê-la perfeitamente. Maslow sempre diz que existem algumas maravilhosas experiências que deveríamos experimentar, como fazer um pote de cerâmica ou pintar um quadro e colocá-lo em algum lugar, dizendo: Isso é uma extensão de mim! Existe uma outra teoria existencialista que diz: “Devo ser porque fiz alguma coisa. Criei algo, portanto sou.” Mesmo que não desejemos fazer isso, temendo que não seja bem-feito, que não seja aprovado. Se você tem vontade de sujar uma parede de tinta, faça-o. Diga:

Isso veio de mim, é minha criação, eu fiz, e é bom. Mas temos medo porque queremos que as coisas sejam perfeitas. Queremos que nosso filhos sejam perfeitos.

De minha experiência pessoal, lembro-me de minhas aulas de educação física no primeiro grau. Se algum professor de educação física estiver lendo isso, quero que me ouça alto de forma clara. Lembro-me da busca incansável da perfeição. A educação física deveria ser o lugar no qual todos tivéssemos uma oportunidade igual, onde nossa própria competição deveria ser conosco. Se não sabemos atirar uma bola, aprendemos a jogar a bola da melhor forma que pudermos. Mas não era assim: estava sempre procurando a perfeição. Na frente sempre estavam os garotos que tinham os melhores músculos. Eles eram os astros. E lá estava eu, ossos e pele, com meu pequeno saco de alhos em volta do pescoço, shorts que eram maiores do que eu e cobriam minhas pequenas e magras pernas. Sempre estava lá quando éramos escolhidos para os jogos e costumava morrer todos os dias de minha vida. Vocês se lembram! Ficávamos todos enfileirados e lá estavam os atletas parrudos, dizendo:

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

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Escolho você. Escolho você. E você ia vendo a fila se dissolver até que finalmente só sobravam dois: um outro

garoto magro e você. E eles diziam: Está bem, fico com Buscaglia. Ou então: Está bem. Fico com o carcamano. E você saía da fila morrendo, porque não era a imagem do atleta, a imagem da

perfeição que procuravam. Tenho um aluno que é um ginasta. Quase participou das Olimpíadas no ano passado. Ele tem um pé deformado. Em todos os outros aspectos que possam imaginar, ele é tão perfeito quanto se imagina, um corpo que todos invejam, ótima mentalidade, um maravilhoso corte de cabelo, olhos alertas e vivos. Mas ele não se sente um garoto bonito tem um pé deformado. Alguém, certa ocasião, disse-lhe isso e tudo o que ouve quando caminha na rua é o som de um só pé, ainda que ninguém mais saiba disso. Mas ele sabe e isso é o que ele é. Portanto, a idéia da perfeição realmente me aflige. Mas o homem sempre tem capacidade de crescer e mudar. E se vocês não acreditam nisso, estão no processo da morte. A cada dia deveríamos ver o mundo de uma maneira pessoal diferente. A árvore na rua não é mais a mesma, portanto, olhe para ela! Seu marido, mulher, filho, mãe e pai, todos estão mudando a cada dia, portanto olhe para eles. Tudo está se modificando, inclusive você.

BUSCAGLIA, Leo. Amor. Rio de Janeiro, Record.

O autor diz que a idéia da perfeição o aflige, mas também não se pode parar. O que ele sugere que façamos? Por quê?

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Gabarito p. 04

1) Foi o chargista da revista “Veja”. A intenção de maldade do Sérgio Mota está muito clara com o chifre e o garfo do diabo. Há também o verbo “vai” no imperativo que torna a frase mais incisiva, direta.

2) Nariz e bochechas grandes, dente para fora. 3) O “desenho” do microfone. 4) Adriano; pois sua assinatura consta na charge. 5) Resposta pessoal

p. 05 6) Resposta pessoal 7) Resposta pessoal

p. 07 Resposta pessoal. p. 08

1) a- modo indicativo b- modo subjuntivo c- modo imperativo d- modo subjuntivo e- modo imperativo/ modo imperativo f- modo imperativo g- modo subjuntivo

2) 1- F.H.C. chama de “vagabundo” quem se aposenta cedo. Modo Indicativo porque é um fato certo, concreto. 2- Chama de vagabundo! Modo Imperativo porque expressa uma ordem dada pelo “diabinho”. p. 10

1) O outro imperativo é: Vai! 2) Misture, leve, retire, espalhe, leve, sirva.

Os verbos no imperativo indicam as etapas a serem seguidas no preparo de uma receita.

3) Resposta pessoal. 4) (Sugestões) a) Vocês poderiam fazer o exercício?

Se vocês fizerem o exercício, eu agradeço. Que tal fazerem o exercício? b) Vocês poderiam parar de gritar? Se vocês pararem de gritar, eu agradeço. Que tal pararem de gritar? c) Você poderia comer devagar? Se você comer devagar, eu agradeço. Que tal comer devagar? d) Você poderia ficar quieto? Se você ficar quieto, eu agradeço. Que tal ficar quieto?

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5) Texto: Verbos do amor Verbos no infinitivo: Telefonar, mandar, buscar, torcer, ganhar, perder, telefonar, ceder, pedir perdoar, amar, obedecer, dizer, sofrer. 6) irias – ir sofri – sofrer magoei – magoar quis – querer deixa – deixar p. 14

1) b) Muito obrigada, disse a secretária. c) Faltou menos gente hoje. f) Estão acontecendo menos falhas ultimamente.

p. 16 Resposta pessoal.

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Apresentação

Aluno Consultar uma enciclopédia é uma atividade que nos enriquece de conhecimentos, além de ser prazerosa, pois podemos “viajar” com ela. Neste módulo, você estudará um verbete de enciclopédia, verá o uso dos tempos verbais do modo indicativo e produzirá seu texto.

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Legenda

Exercício [faça no seu caderno]

Produção de texto [escreva no seu caderno]

Conceito [conceito importante que você deve gravar]

Aprenda mais [faça no seu caderno]

Ler é viver [leia e, depois, responda no seu caderno]

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Observe as explicações dos chamados Verbetes (Esmeralda e Esmirna), nos textos abaixo (página de enciclopédia).

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Verbete é uma palavra de enciclopédia ou dicionário com suas explicações e seus vários significados.

A enciclopédia é uma coleção de livros, geralmente bem encadernados, que abrange todos os ramos do conhecimento. Algumas enciclopédias abrangem os conhecimentos por áreas, outras por verbetes, como a que vamos estudar. Observe que os verbetes Esmeralda e Esmirna aparecem em colunas e em ordem alfabética acompanhados de ilustração. Constituem textos informativos.

Vamos estudar o verbete Esmeralda 1- Escreva novamente as frases, substituindo as palavras grifadas, após procurá-las em um dicionário: a) . . . a pedra que servia de monóculo a Nero e a que encima a tiara do papa. b) . . . a esmeralda cristaliza no sistema hexagonal. c) Muitas virtudes mágicas e terapêuticas foram atribuídas às esmeraldas. 2- As esmeraldas são comparáveis a que outra pedra? Por quê? 3- Como é possível saber se a esmeralda é natural ou sintética? 4- Segundo a mitologia antiga, a esmeralda tem poderes mágicos. Supondo que isso aconteça, com que finalidade você teria uma esmeralda?

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Agora você aprenderá os tempos do modo indicativo: Os três tempos do modo indicativo são: presente, pretérito (passado) e futuro. O pretérito e o futuro se subdividem. Veja o esquema: Presente Modo Pretérito 1. imperfeito Indicativo 2. perfeito 3. mais-que-perfeito

Futuro 1. do presente 2. do pretérito

Verifique os paradigmas (modelos) dos verbos abaixo no modo indicativo:

a) amar 1ª conjugação porque termina em ar b) beber 2ª conjugação porque termina em er c) partir 3ª conjugação porque termina em ir

Baseando-se no modelo acima, você pode conjugar os outros verbos regulares. Seguindo o modelo, conjugue nos tempos do indicativo: 1- verbo cantar: presente e pretérito imperfeito. 2- Verbo vender: futuro do presente e futuro do pretérito. 3- Verbo dividir: pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito.

Observe os usos dos tempos verbais:

1- Presente do indicativo

O presente do modo indicativo não é empregado apenas para coisas que ocorrem no momento em que se fala. Ele indica, entre outras coisas, ações e estados permanentes, como uma verdade científica que aparece num texto informativo como o verbete Esmeralda.

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Observe alguns trechos: as esmeraldas são também dotadas de conteúdo simbólico . . . entre as mais famosas delas estão a pedra . . . a esmeralda cristaliza . . . ocorre no granito . . .

Esses verbos, e vários outros do verbete, estão no presente, indicando uma verdade científica. Não é só quando o texto foi escrito que a esmeralda se mostrou assim, suas propriedades continuarão as mesmas. Um outro uso do presente do indicativo é para dar mais vida a fatos ocorridos no passado. Observe: Dia 22 de abril de 1500 Cabral chega em terra firme e vê que o lugar é habitado por silvícolas.

2- Pretérito imperfeito do indicativo

Esse tempo indica um fato passado, mas não concluído, isto é, imperfeito, não acabado, dando impressão de que algo mais precisa ser dito.

Ex.: Os convidados chegavam, conversavam e andavam pra lá e pra

cá. O pretérito imperfeito também pode indicar ação habitual no passado:

Ex.: “Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava cosendo. Meu irmão pequeno dormia.”

Andrade, C. Drummond. Poesia Completa e Prosa.

Rio de Janeiro, Aguilar – 1973.

O pretérito imperfeito ainda é usado em nosso cotidiano como uma forma de polidez para se afirmar ou pedir algo: Ex.: Eu queria pedir uma coisa a você. Posso?

3- Pretérito perfeito Esse tempo expressa um fato já ocorrido e terminado no passado.

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Ex.: Ontem dormi como um anjo.

4- Pretérito mais-que-perfeito

Esse tempo indica um fato ocorrido no passado, antes de outro também no passado. Ex.: Eu já almoçara, quando você chegou. 1º fato no passado 2º fato no passado Observação: equivale à forma coloquial “tinha almoçado”. 5- Futuro do presente Esse tempo indica que o fato ainda não ocorreu no momento em que se fala. Ex.: Passarei em sua casa amanhã. O futuro do presente também pode ser usado para exprimir incerteza sobre fatos atuais. Ex.: Quem está aí? Será você, João? 6- Futuro do pretérito Esse tempo expressa um fato futuro em relação a um fato passado. Ex.: Se eu tivesse comprado um carro, economizaria meu tempo. O futuro do pretérito também indica incerteza.

Ex.: Quem seria aquele sujeitinho metido a besta? E, ainda, pode indicar polidez. Ex.: Poderia me dizer que horas são?

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1- Por que nos dois primeiros quadrinhos o tempo verbal é o pretérito perfeito e no último, o presente? 2- Esse título de notícia é do dia 17/09 e o jogo aconteceu no dia 16/09. Por que o verbo vencer aparece com a forma vence, no presente? 3- Pesquise a primeira página de um jornal. Copie os títulos que possuem verbos. Verifique o tempo verbal que aparece mais e explique essa predominância.

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Agora você estudará a locução verbal:

Locução verbal constitui um grupo de dois verbos que equivalem a uma forma verbal simples. Ex.: Todos estavam comendo à vontade. locução verbal equivale à forma comiam A locução verbal é formada de um verbo auxiliar e um principal. Ex.: verbo auxiliar + verbo principal vamos sair estou estudando tinham investigado

Identifique as locuções verbais no quadrinho abaixo.

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Veja alguns usos das locuções verbais: 1- Normalmente, na fala e em textos informais, o pretérito mais-que-perfeito é substituído pela locução verbal. Ex.: Quando ele chegou, eu já tinha almoçado. em vez de almoçara 2- Para indicar futuro do presente Ex.: Vou viajar amanhã. viajarei 3- Para indicar uma ação iniciada no passado que continua no presente. Ex.: Tenho trabalhado bastante. 4- Para indicar uma ação que se desenvolve gradualmente. Ex.: Venho tratando disso faz tempo.

Pesquise em jornais ou revistas um exemplo de cada um dos usos de locução verbal citados acima. Você pode recortá-los para colar no caderno ou, então, copiá-los.

FUSÍVEL e FUZIL Muita gente não emprega corretamente as palavras fusível e fuzil. Não seja um deles!

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Veja a diferença: • Ana, as lâmpadas não estão acendendo. Deve ser fusível queimado. (fusível = condutor elétrico) • O pobre soldado não agüentava seu fuzil. (fuzil = arma de fogo)

1) Complete com fusível ou fuzil: a) Você atira bem com _______? b) Poxa, outro _______ queimado! c) Será que só eu tenho que trocar ______ nesta casa? d) Um velho ______ era sua única arma.

PRIVILÉGIO Observe: Cada dia uma tem o privilégio de ficar com o menino. Essa é a forma correta dessa palavra. Não existe previlégio.

Complete com palavras da mesma família de privilégio: a) Ele tem mania de ______ esse filho. b) Você pode se considerar um ________ por morar num lugar tão agradável. c) No testamento ele ________ um dos irmãos. d) Da forma como está, o projeto ________ apenas a classe empresarial.

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A Supremacia da TV

A televisão começou a se expandir rapidamente após o final da Segunda Guerra Mundial. Na época, o cinema monopolizava o público noturno e o rádio era um meio de comunicação de ampla penetração no cotidiano dos lares. A televisão poderia ser vista, em termos de comunicação, mais próxima do rádio que do cinema. Para se assistir a um filme era preciso organizar-se. Como no teatro, no balé, era preciso acompanhar o programa daquela semana, escolher uma noite para sair e vestir-se adequadamente. Cinema era um acontecimento social como o baile, pois mantinha o caráter de excepcionalidade: tratava-se de um programa diferente daquele que normalmente se fazia à noite. Com o rádio e mais tarde com a televisão, a relação com o meio de comunicação mudou. Primeiro, porque, além de distrair, são veículos (...) que informam as pessoas e funcionam como meio de atualização; segundo, porque vão até a casa das pessoas, em vez de as pessoas irem até eles; terceiro, porque tornam-se “da família”, são cotidianos e têm recepção regular e contínua. O rádio e a televisão funcionam de forma parecida à daqueles jornais que são entregues gratuitamente e regularmente nas casas. O que significam essas diferenças? São as relações distintas que as pessoas mantêm com os meios de comunicação. O fato de as pessoas se programarem para sair à noite e assistir a um concerto é bem diferente do fato de as pessoas estarem assistindo à televisão e depararem com um concerto transmitido por uma emissora. É o oposto, pois, no primeiro caso, o homem vai em busca de seu entretenimento, paga por ele, exige qualidade, julga, emite juízos e críticas. Em outras palavras, ele tem consciência de ser fundamental para a existência do espetáculo como produção cultural: é do seu dinheiro que o concerto sobrevive. Ficando em casa, nada disso acontece. Ele possui um aparelho de televisão e recebe “gratuitamente”, como brinde, como dádiva, tudo o que emitem, e isso já lhe tira o direito de criticar, pois nada paga no ato; pagará após, consumindo os produtos anunciados pela publicidade. Aqui, o homem já não é mais “agente de sobrevivência” do programa; este funciona perfeitamente sem ele. Atualmente, as emissoras têm um interesse real em saber se o telespectador permanece ou não em determinado canal, se mantém ou não o aparelho ligado, mas não é a mesma preocupação dos diretores de teatro ou cinema do passado com a bilheteria. Se naquela época o vazio das salas de

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espetáculo era motivo para o realizador melhorar a qualidade de seu produto, hoje a queda do nível de audiência é um meio que leva a TV a alterar sua programação, visando somente ao aumento do número de telespectadores. Antigamente, a crítica e a reação do público levavam a um investimento qualitativo maior, pois havia uma preocupação estética, uma busca de aprimoramento do gosto. Hoje, o fato de o telespectador receber gratuitamente o programa e não poder “exigir seu dinheiro de volta” leva a emissora a buscar somente o aumento numérico de público, rebaixando a qualidade dos programas aos níveis “da massa”, vulgarizando-os, padronizando-os, impondo o que se chama de valor mercadológico. Interessa apenas vender o programa, não importando a qualidade.

Filho, Ciro Marcondes. Televisão a vida pelo vídeo. 6. ed. São Paulo, Moderna, 1991. p.19-21

O autor afirma que o indivíduo que possui um televisor “recebe

gratuitamente, como brinde, como dádiva, tudo o que emitem...”. Mas logo em seguida ele explica que essa gratuidade é apenas aparente. Por quê?

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Gabarito

p. 04 1) a- Procurar no dicionário. b- Procurar no dicionário. c- Procurar no dicionário. 2) As esmeraldas são comparadas aos diamantes. São comparáveis em beleza e raridade e dotadas de conteúdo simbólico. 3) Pelo emprego da luz ultra-violeta ou de filtros. 4) Resposta pessoal. p. 06 1) Verbo cantar: Presente Pretérito Imperfeito Eu canto Eu cantava Tu cantas Tu cantavas Ele canta Ele cantava Nós cantamos Nós cantávamos Vós cantais Vós cantáveis Eles cantam Eles cantavam 2) Verbo Vender: Futuro do presente Futuro do pretérito Eu venderei Eu venderia Tu venderás Tu venderias Ele venderá Ele venderia Nós venderemos Nós venderíamos Vós vendereis Vós venderíeis Eles venderão Eles venderiam 3) Verbo dividir: Pretérito perfeito Pretérito mais-que-perfeito Eu dividi Eu dividira Tu dividiste Tu dividiras Ele dividiu Ele dividira Nós dividimos Nós dividíramos Vós dividistes Vós dividíreis Eles dividiram Eles dividiram p. 09

1) Verbos: foi e cansou. Porque eles estão se referindo a fatos ocorridos. (verbos no pretérito perfeito) Verbos: está comendo, é, tenho. Porque estão sendo empregados no momento em que se fala.

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2) O verbo vencer foi empregado no presente para dar mais ênfase à vitória do time no campeonato.

3) Pesquisa. p. 10 Locuções verbais: estão colocando, vão viajar, vamos ficar, podemos ficar vendo, está fazendo, vamos comprar. p. 11 Pesquisa p. 12 fusível/fuzil a) fuzil b) fusível c) fusível d) fuzil privilégio a) privilegiar b) privilegiado c) privilegia d) privilegia p. 14 A gratuidade é apenas aparente porque as pessoas são vistas como consumidoras, portanto, consumindo os produtos anunciados pela publicidade.

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Apresentação

Aluno Você é adolescente? Está saindo da adolescência? Já foi adolescente há algum tempo? Respondendo afirmativamente a qualquer pergunta acima, certamente você se identificará com os textos deste módulo. Com eles, você verá a importância dos conectores para um texto bem feito. Aquele em que você vai tecendo, ponto a ponto, como um tecido mesmo. Com esse estudo, fará o seu próprio texto, bem tecido.

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Legenda

Exercício [faça no seu caderno]

Produção de texto [escreva no seu caderno]

Conceito [conceito importante que você deve gravar]

Aprenda mais [faça no seu caderno]

Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]

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JUVENTUDE: A UTOPIA DA ONIPOTÊNCIA Para derrotar o medo, alguns jovens acreditam ser imunes a qualquer perigo. Vestem a couraça da onipotência e põem em risco seu futuro e sua vida.

Até que um dia descobrem por que não são “imortais”

A adolescência é uma fase extremamente difícil da vida. Talvez a mais difícil. Temos que nos comportar como adultos sem dispor de cacife para isso. Temos que ser fortes e independentes quando ainda nos sentimos inseguros e sem autonomia de vôo. Temos que mostrar autoconfiança sexual, mesmo sendo totalmente inexperientes. Temos que formar um juízo a nosso respeito se possível positivo , mas nos falta a vivência para aprofundar o autoconhecimento. Enfim, temos que ser ousados e corajosos, embora a cada passo surja o medo para nos inibir. O que fazer? Frente a tantas incertezas, acabamos seguindo os modelos sugeridos pela própria cultura. Passamos a imitar nossos heróis, “travestindo-nos” de super-homens e de mulheres maravilha. Assim, encobrimos nossas dúvidas e inseguranças. Elas que sejam reprimidas e enviadas para o porão do inconsciente. Nós seremos os fortes e destemidos, para nós nada de errado ou ruim irá acontecer. Construímos uma imagem de perfeição, de criaturas especiais, particularmente abençoadas pelos deuses. Resultado: nos sentimos onipotentes e, a partir daí, não há coisa no mundo que possa nos aterrorizar, uma vez que estamos revestidos de proteções extraordinárias. Esse “estado de graça” irá perdurar por um tempo variável. É um período bastante complicado para as pessoas que convivem com o jovem, pois ele sabe tudo, faz tudo melhor, acha todo o mundo “alienado” e “burro”. Só ele é competente e sábio. No entanto, para o próprio jovem, a fase parece muito positiva. Ele, finalmente, se sente bem, forte, seguro e não tem medo de experimentar situações novas. Pode montar o cavalo mais selvagem com a certeza absoluta de que não cairá em hipótese alguma. Mais tarde, quando não for mais tão ousado e confiante, se lembrará dessa época da vida como a mais feliz. Afinal de contas, a sensação de euforia é sempre inesquecível. Na verdade, ninguém teria nada contra a onipotência, se ela correspondesse à realidade. Porém, não é isso que os fatos nos ensinam. Sabemos que, entre os jovens, são exatamente os mais confiantes, aqueles que se envolvem em todo tipo de acidentes graves, quando não fatais. São estes jovens que dirigem seus carros na estrada, durante a madrugada, com o “pé na tábua”. Não sentem medo porque “é óbvio que os pneus não irão

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estourar” e “é lógico que não irão adormecer ao volante”. São estes jovens que saem de uma festa e, alcoolizados, vão a toda a velocidade para a praia. Sua “imortalidade” só é desmentida por um acidente fatal. Aliás, para ser sincero, parece incrível que não ocorra um maior número de acidentes. Alguns jovens, onipotentes e filhos diletos dos deuses, andam de motocicleta sem capacete. Desafiam a chuva e o asfalto molhado, depois de usar tóxicos ou ingerir álcool. Fazem curvas superperigosas. Não se intimidam porque “para eles nada de mau irá acontecer”. E morrem ou ficam paralíticos, interrompendo vidas que poderiam ser ricas e fascinantes. Estes mesmos jovens utilizam drogas em doses elevadas, porque se julgam imunes aos riscos da overdose e suas graves conseqüências. Chegam a compartilhar seringas, ao injetar tóxicos na veia, pois “é claro que não terão AIDS”. E, pela mesma razão, continuam a ter relações sexuais com parceiros desconhecidos, sem sequer tomar o cuidado de usar camisinha. Aqueles que não morrem ou não ficam gravemente doentes, um dia acordam desse sonho em que flutuavam em “estado de graça”. Acordam porque lhes aconteceu algo: aquele acidente considerado impossível. Caíram do cavalo. Eles também são mortais! Então, tomam consciência de toda a insegurança e de toda a fragilidade que os levaram a construir a falsa armadura da onipotência. Ao se tornarem criaturas normais, sentem-se fracos. Antes era muito melhor. Sim, mas era tudo mentira. Agora, o mundo perdeu as cores vibrantes da fantasia. Vestiu os meios-tons da realidade. Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão. Terão que aprender a cair e se levantar. Terão que aprender a respeitar mais os cavalos! Terão que saber que todas as doenças, todos os acidentes, todas as faltas de sorte poderão persegui-los. E o que é mais importante terão que enfrentar com serenidade a plena consciência de que são vulneráveis. Este é um dos ingredientes da maturidade: ter serenidade na viagem da vida, mesmo sabendo que tudo pode nos acontecer. Gikovate, Flávio. Revista Cláudia Fevereiro/92. Pág. 132.

Leia com atenção o texto “Juventude: a utopia da onipotência” 1- Com o auxílio de um dicionário, faça em seu caderno a relação das palavras

abaixo com os sinônimos das que aparecem no texto.

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1- 2- 3- 4- 5- 6- 1- que tem competência 2- confiar em sim mesmo 3- encantadores 4- poder absoluto e infinito 5- imortais 6- queridos 2- O autor expõe as incertezas da adolescência e os métodos usados para enfrentar essa fase e atingir um “estado de graça”. No que constitui esse estado? 3- A onipotência da adolescência é real? Explique. 4- O que o autor quer dizer sobre a adolescência com a frase: “Eles não conseguiram domar o cavalo selvagem e foram derrubados no chão”? 4- Qual é um dos ingredientes da maturidade? Você concorda com o autor?

Por quê?

Leia, agora, este poema: O ADOLESCENTE “A vida é tão bela que chega a dar medo. Não medo que paralisa e gela, estátua súbita, mas esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz o jovem felino seguir para a frente farejando o vento ao sair, a primeira vez, da gruta. Medo que ofusca: luz!

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Cumplicemente, as folhas contam-te um segredo

velho como o mundo: Adolescente, olha! A vida é nova. . . A vida é nova e anda nua

vestida apenas com o teu desejo!”

Quintana, Mário. Nariz de Vidro. São Paulo, Moderna, 1990.

O poema acima, de Mário Quintana, fala da adolescência, assim como o

texto de Flávio Gikovate. Porém, a maneira de abordar o tema é diferente. Observe: texto de Flávio Gikovate não literário; refere-se ao mundo real. texto de Mário Quintana literário; refere-se ao mundo possível, partindo de observações reais e está escrito em versos. O texto literário centra-se no trabalho com a língua. Compare a observação sobre o medo na adolescência nos dois textos: a) Gikovate “. . . temos que ser ousados e corajosos, embora a cada passo surja o medo para nos inibir. O que fazer? Frente a tantas incertezas acabamos seguindo os modelos sugeridos pela própria cultura. Passamos a imitar nossos heróis, “travestindo-nos” de super-homens e de mulheres-maravilha. Assim encobrimos nossas dúvidas e inseguranças. b) Quintana “A vida é tão bela que chega a dar medo. Não medo que paralisa e gela, estátua súbita, mas esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz o jovem felino seguir para a frente farejando o vento ao sair, a primeira vez, da gruta”. Ambos os textos falam do medo da adolescência e a coragem para enfrentá-lo, mas no texto “a” a adolescência é vista de modo real, enquanto que no “b” ela é do mundo possível, como o poeta a vê. Geralmente o poema

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expõe as idéias resumidamente e trabalhando a língua. Leia em voz alta e sinta o efeito das palavras com F.

1- No texto de Gikovate e no de Quintana, qual a característica principal da fase da adolescência?

2- Analise apenas o trecho a seguir, em que Quintana expõe resumidamente: “A vida é nova . . . A vida é nova e anda nua vestida apenas com o teu desejo”. Copie o trecho de Gikovate que expõe a mesma idéia.

Qual a função do elemento de conexão? Todo texto, para fazer sentido, para ser verdadeiramente um texto, precisa ir ligando uma parte a outra, uma frase a outra, uma palavra a outra. Às vezes, nos exercícios, para ficar mais fácil de se entender, as frases estão soltas. Porém, elas só se firmam enquanto texto se estiverem ligadas.

Vamos estudar a Conexão entre frases.

Observe:

a) Aquele aluno estudou muito. b) Aquele aluno não entendeu a lição. Transformando os períodos simples acima num período composto, obteremos: Aquele aluno estudou muito, mas não entendeu a lição. (idéia de oposição) Considerando-se outras conjunções (ou conectores) que também indicam oposição, poderíamos construir:

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Aquele aluno estudou muito, contudo não entendeu a lição. Aquele aluno estudou muito, porém não entendeu a lição. Embora tivesse estudado muito, aquele aluno não entendeu a lição. Da mesma forma, poderemos fazer com os conectores que indicam outras relações.

Veja no quadro abaixo alguns conectores (também chamados de conjunções) e a relação que indicam: condição se, caso, desde que, contanto que, a não ser que causa porque, já que, visto que, por isso, como, por, pois que R e mediação l ou para que, a fim de que, para a finalidade ç ã conformidade conforme, segundo, consoante, como o tempo quando, nem bem, logo que, assim que, enquanto, d e até que

oposição mas, embora, mesmo, apesar de, se bem que, no entanto, todavia

adição e, também, não só. . . mas também, além de, tanto . . . como

1- Escreva outras duas possibilidades para indicar as relações apontadas:

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a) Tempo Quando chegou em casa, começou a implicar com a mulher. b) Conformidade O farmacêutico preparou a receita conforme o médico determinara.

c) Finalidade Fiz o possível para que meu amigo se recuperasse da crise.

d) Condição Se fizer bom tempo, iremos à praia.

2- Encontre no texto de Gikovate e copie:

a) Uma frase com conector de causa. b) Uma frase com conector de oposição.

3- Leia as palavras de Josefa Maria de Jesus abaixo, observe a oração que está entre vírgulas e reescreva-a, substituindo o conector “quando” por um conector que dê a idéia de condição.

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4- A frase abaixo não tem um conector explícito, isto é, que esteja no texto, mas os dois pontos dão idéia de um conector. Escreva essa frase e encaixe o conector adequado.

5- Nas frases a seguir, há erros no emprego dos conectores. Corrija-os.

a) O rio transbordou mas choveu demais.

b) O grupo mantém dois dos cantores antigos porque o repertório continua o mesmo.

Observe os conectores de seqüência:

Os conectores servem também para dar seqüência a um texto, isto é, fazer o texto desenvolver-se .

Observe o primeiro parágrafo do texto de Gikovate. Ele está dando os vários tipos de comportamento que temos quando adolescentes. Para terminar essas citações sobre o comportamento e continuar outros tópicos ele escreve “Enfim, temos que ser ousados e corajosos. . .”

E o texto dele caminha com vários conectores: assim, no entanto, afinal de contas, na verdade, etc.

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Os conectores que dão seqüência aos textos são muitos. Além dos conectores do quadro anterior, você pode usar também: primeiro, depois, por fim, finalmente, por último, antes, ainda, em conclusão, em resumo, etc.

Agora você vai redigir uma dissertação que deverá conter, no mínimo, três parágrafos. Observe que para isso há necessidade de estruturá-la em: início, desenvolvimento e conclusão. Sugerimos que você utilize os conectores que você aprendeu neste módulo.

Tema: Ser jovem.

INFLAÇÃO e INFRAÇÃO

Veja a diferença:

• Com a inflação aumentando assim, meu dinheiro não compra mais nada.

(inflação = desvalorização do dinheiro)

• Senhores, espancar um menor é uma grave infração.

(infração = desrespeito a um regulamento, violação de uma lei)

APRENDA MAIS

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Complete com inflação ou infração a) A __________ já atingiu 240%? b) Dirigir sem habilitação é uma grave ________ às leis do trânsito. c) Nossa economia não pode suportar uma taxa de _____ tão alta. d) Você sabia que buzinar à noite é uma ________? DESCRIÇÃO e DISCRIÇÃO • Nesta reportagem, há uma ótima descrição da região. (descrição = ato de descrever) • Procure vestir-se com discrição. (discrição = simplicidade) • Foi uma pessoa que sempre agiu com discrição. (discrição = prudência, sensatez)

1- Complete com descrição ou discrição: a) Se agirmos com _______, tudo ficará mais fácil. b) Sua _____ do assaltante é muito precária. c) Já está muito escuro, por isso fica muito difícil fazer uma boa _______ do

local. d) Decorou a casa com bom gosto e ________. 2- Aponte a alternativa em que a palavra destacada está empregada erradamente.

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a) Se houvesse maior discrição, o problema não teria ido a público. b) Não conseguiu fazer a descrição do acidente, pois estava traumatizado. c) Quem mais sofre com a inflação são os trabalhadores. d) É importante que você faça uma boa discrição dos dois personagens.

SER BROTINHO Ser brotinho é sorrir dos homens e rir interminavelmente das mulheres, como se o ridículo, visível ou invisível, provocasse

tosse e riso. Ser brotinho é desdizer de enfeites e pinturas, e fazer uma cara lambida, arrumar os cabelos no vento, apagar o corpo dentro de um vestido sem graça de doer, mas ir por aí espalhando fagulhas pelos olhos. Ser brotinho é lançar fagulhas pelos olhos. É viver a eternidade de uma tarde em atitude esquemática, a compreender o teto. É passar o feriado descalça, no apartamento da amiga, comendo de lata, e cortar o dedo, e chupar o sangue. Ser brotinho é possuir vitrola própria. Perambular pelas ruas do bairro com um ar sonso-moderninho-vagarento, abraçada a uma porção de elepês esfuziantes. É dizer a palavra feia precisamente no instante em que essa palavra se faz imprescindível e tão elegante e superior. É poder usar óculos enormes como se fosse uma decoração, um adjetivo para o rosto e para o espírito. É esvaziar o sentido das coisas que os coroas levam a sério, mas é também dar sentido de repente ao vácuo absoluto. Aguardar na paciente geladeira o momento exato de ir à forra da falsa amiga. É telefonar muito, demais, revirando-se no chão como dançarina do deserto. É querer ser rapaz só para vaguear sozinho pelos astros da madrugada. Achar muito bonito um homenzarrão muito feio; mas achar tão legal uma senhora ilegal. Ser brotinho é comparar o amigo do pai a um pincel de barba a gente vai ver, está certo: o amigo do pai parece um pincel de barba. É sentir uma vontade adoidada de cair nua no mar noturno, completamente. É esvoaçar de euforia à vista de uma cascata. Falar inglês sem saber verbos irregulares. É ter uma vez bebido dois gins, quatro uísques, cinco taças de champanha e uma de cinzano sem sentir nada, mas ter outra vez bebido só um cálice de vinho-do-porto e ter dado um vexame modelo grande. Ser brotinho é atravessar de ponta a ponta o salão da festa com uma indiferença glacial pelas mulheres que deixaram de ser brotinhos. É ficar

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pasmada no escuro da varanda sem contar para ninguém a miserável traição. Amanhecer chorando, anoitecer dançando. Ter horror de gente morta. Ladrão dentro de casa. Fantasma. Barata. É policiar parentes, amigos, mestres, e mestras com ar songa-monga de quem nada vê, nada ouve, nada fala. Ser brotinho é adorar. Adorar o impossível. Ser brotinho é detestar o possível. É acordar ao meio-dia de domingo com uma cara horrenda, comer só e lentamente uma fruta meio verde, e ficar de pijama telefonando, até a hora do jantar, e mais telefonar, e ir devorar um sanduíche americano na esquina; tão estranha é a vida na terra, no mar e no ar.

CAMPOS, PAULO MENDES. Elenco de cronistas modernos, 2ª edição, Editora Sabiá, Rio de Janeiro, 1971, pp. 165-167.

Qual dos conceitos de “ser brotinho” você achou mais adequado a essa fase de vida? Por quê?

Gabarito p. 05

1) 1- competente 2- autoconfiança 3- fascinantes

4- onipotente 4- deuses 5- diletos 2) Em um sentimento de onipotência, pois os adolescentes se acham

revestidos de proteções extraordinárias. 3) Não é real, pois com o passar do tempo eles tomam consciência de

sua fragilidade. 4) Eles não conseguiram dominar a euforia e perceberam não ser

onipotentes e sim vulneráveis aos acontecimentos.

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p. 06 5) Levar a vida com serenidade. Resposta pessoal.

p.07 1) A ousadia perante a vida. 2) “Ele, finalmente, se sente bem, forte, seguro e não tem medo de

experimentar situações novas.” p. 09

1) a- Nem bem chegou em casa, começou a implicar com a mulher. Assim que chegou em casa, começou a implicar com a mulher. b- O farmacêutico preparou a receita segundo o médico determinara. O farmacêutico preparou a receita como o médico determinara. c- Fiz o possível para meu amigo se recuperar da crise. Fiz o possível a fim de que meu amigo se recuperasse da crise. d- Caso faça bom tempo, iremos à praia. Contanto que faça bom tempo, iremos à praia.

p. 10 2) a- Não sentem medo porque “é óbvio que os pneus não irão estourar”. . . b- “Este é um dos ingredientes da maturidade: ter serenidade na viagem da vida, mesmo sabendo que tudo pode nos acontecer.” 3) “ Se a pessoa sente muita fome, a fome acaba morrendo.” 4) “A liberdade não é dada pelos governos, mas deve ser exigida pelo povo.” p. 11 5) a- O rio transbordou, pois choveu demais. b- O grupo mantém dois dos cantores antigos e o repertório continua o mesmo. p.12 a) inflação b) infração c) inflação d) infração p.13 1) a) discrição b) descrição c) descrição d) discrição 2) Resposta d p.15 Resposta pessoal.

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Apresentação

Aluno, Seu coração, certamente, já se emocionou com a letra de uma música ou a leitura de um poema. Isso porque você e todos nós temos sentimentos e vivemos, portanto, repletos de emoção. Neste módulo, estudaremos a poesia e alguns de seus elementos. Com isso você poderá extravasar sua emoção e escrever um belo poema.

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Legenda

Exercício [faça no seu caderno]

Produção de texto [escreva no seu caderno]

Conceito [conceito importante que você deve gravar]

Aprenda mais [faça no seu caderno]

Ler é viver [leia e depois responda no seu caderno]

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Soneto 11: “AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER” Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Camões, Luís de. Lírica. São Paulo, EDUSP, 1982.

Interpretação do texto

1- O poema de Camões fala sobre o amor, conceituando-o por

oposições, como é fogo que arde em oposição a não se sente. Faça uma lista das outras oposições que aparecem sobre o amor. 2- Na sua opinião, qual das oposições do poema define melhor o amor? Por quê? 3- Usando suas palavras, qual a interrogação do poema? Você teria uma resposta para ela? Explique.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

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Curiosidade: Renato Russo, quando era integrante do grupo “Legião Urbana”, usou esse poema de Camões na música que fez muito sucesso com o título de “Monte Castelo”.

Estudaremos agora a denotação e a conotação Para expressar suas idéias, as pessoas empregam palavras objetivas, concretas, mostrando diretamente a realidade ou usam palavras subjetivas, com sentido figurado. No primeiro caso, o significado é convencional, igual para todos os falantes da língua, não permitindo mais de uma interpretação. É o sentido denotativo (denota, indica realidade). Ex. – Ao fazer o almoço, queimei minha mão no fogo.

Picada de borrachudo pode se transformar em ferida. Assim:

Denotação é o significado objetivo da palavra. No segundo caso, a palavra é utilizada com uma significação nova, simbólica, raramente encontrada nos dicionários. Descobre-se o significado dessas palavras ou expressões, observando o contexto em que aparecem. É o sentido conotativo (figurado, representativo, que sugere a idéia de forma indireta). Ex. – “Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente” O calor do fogo está associado ao calor do amor, à paixão. A ferida de um machucado está associada aos machucados e às dores que o amor provoca. Assim: Conotação é o significado subjetivo da palavra.

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O sentido denotativo aparece na linguagem informativa, científica ou técnica. O conotativo é apropriado à linguagem artística, literária, em que as palavras mais sugerem do que informam. No dia-a-dia também usamos palavras no sentido conotativo. Ex.: Você é uma página virada na história da minha vida. Meu chefe tem um coração de pedra.

1- Copie as frases e indique se as palavras destacadas foram empregadas no

sentido conotativo ou denotativo. a) Ele tem um coração de ouro. b) Compraram jóias e objetos de ouro. c) As ondas do mar quebravam o silêncio da madrugada. d) Os vidros da janela foram estilhaçados pela bola. e) Na fantasia das crianças habitam fantasmas, duendes, fadas. 2- Os textos publicitários também usam a conotação. Indique no texto abaixo qual é a palavra empregada em sentido conotativo.

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3- Indique as palavras em sentido conotativo dos trechos abaixo: a) “Minha vida, nossas vidas formam um só diamante” (Carlos Drummond de

Andrade). b) “Eu acho coisas é no meu sonho, no rico porão do sonho” (Adélia Prado). c) “E as mãos da noite quebrando os talos do pensamento” (Cecília Meireles). d) “A beleza é um mergulho vivo no infinito” (Affonso Romano de Sant’Anna) 4- Procure em jornais, revistas, nas ruas ou TV, um texto publicitário em que haja palavra empregada em sentido conotativo. Cole-o no caderno ou escreva-o, grifando a (s) palavra (s). Vamos estudar: verso, estrofe e rima. Anteriormente já vimos que os textos podem ser literários ou não. Os literários podem assumir duas formas: prosa e verso.

Os textos em verso constituem os poemas. Dentro do poema, há a poesia que, geralmente, transmite as emoções e os sentimentos do ser humano diante da vida. Observe: Amor é fogo que arde sem se ver, verso estrofe É ferida que dói e não se sente; verso É um contentamento descontente; verso

É dor que desatina sem doer, verso ver / doer rima sente / descontente rima Então: Poema é um agrupamento de estrofes; constitui um texto em versos. Verso é cada linha de um poema. Estrofe é o agrupamento de versos.

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Rima é a semelhança de sons no final ou no interior dos versos.

Observe a classificação das rimas. Quanto à distribuição nas estrofes, as rimas podem ser: 1- emparelhadas sucedem-se duas a duas, como mostra o exemplo (1º verso com 2º, 3º com 4º e assim sucessivamente). Usamos letras do alfabeto para visualizar melhor a distribuição das rimas na estrofe. Era ao cair do sol no viso das montanhas! (a) Era ao chegar da noite as legiões estranhas. . . (a) Ao farfalhar das sombras a tribo sussurrante (b) aves da escuridão que descem do levante. (b) Do vale no turíbulo embala-se a neblina. . . (c) Soam no bosque as harpas em trêmula surdina. (c) (Alves, Castro) 2- cruzadas ou alternadas o 1º verso rima com o 3º; o 2º com o 4º etc. “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo (a) Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, (b) Que, para ouvi-las, muita vez desperto (a) E abro as janelas, pálido de espanto. . . (b) (Bilac, Olavo) 3- interpoladas o 1º verso rima com o 4º; o 2º com o 3º, etc. Amo-te, ó minha Língua Portuguesa, (a) Doce, maviosa, rica e feiticeira, (b) De todas do Universo és a primeira, (b) Que nenhuma haverá de mais beleza. (a) (Gomes, Lindolfo)

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4- misturadas não seguem esquema regular. Em Josefina (a) Modos, linguagem, (b) Ar, expressão, (c) Olhos e risos, (d) Riso e sorriso, (d)

É tudo imagem (b)

Graciosa e fina (a) Do coração. (c) (Bandeira, Manuel) Observação: Não é a rima que faz um poema. É todo o conjunto de ritmo e sonoridade, emoção e expressão. Os poetas modernistas nem sempre usam a rima. Seus poemas são em versos brancos. Um dos nossos maiores poetas Carlos Drummond de Andrade (1902/1987) por vezes abandonou a rima. Nem por isso deixou de fazer poesia, e boa poesia: A morte desembestada com quatro patas de ferro a cavalo de galope foi levando minha vida. (Andrade, Carlos Drummond de)

1- Leia o poema de Gonçalves Dias, poeta brasileiro do século passado:

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a) Quantas estrofes existem no poema? b) Quantos versos há em cada estrofe? c) Indique as palavras que rimam em cada estrofe e classifique-as. 2- Muitas letras de música são belos poemas. Copie uma de sua preferência e indique se há rimas e quais são.

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3- A literatura brasileira possui excelentes poetas. Veja a lista de alguns abaixo. Encontre um poema de um deles, copie em seu caderno e explique do que mais gostou nele. Castro Alves Mário Quintana Casimiro de Abreu Carlos Drummond de Andrade Fagundes Varela João Cabral de Mello Neto Olavo Bilac Vinicius de Moraes Raimundo Correia Cecília Meireles Alberto de Oliveira Manuel Bandeira Cruz e Sousa Guilherme de Almeida Vicente de Carvalho Olegário Mariano Gonçalves Dias Murilo Araújo Jorge de Lima Tomás Antônio Gonzaga Murilo Mendes Menotti Del Picchia Emiliano Perneta Cassiano Ricardo, etc. . .

1- Dê uma rima para cada uma das palavras abaixo: a) desce b) morta c) carinho d) satisfeito e) formosa 2- Copie as frases abaixo no caderno e complete os pontilhados dos versos, de maneira que a estrofe tenha sentido, rimando ou não. a) Camponesa, camponesa

ah! Quem contigo . . . . . . . . . . . dia e noite e amanhecesse ao sol de tua . . . . . . . . .

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b) Simpatia é o . . . . . . . . .

Que nasce num só momento, Sincero, no . . . . . . . . . São dois olhares . . . . . . Bem juntos, unidos, . . . . . . . Numa mágica atração.

3- Use todas as palavras abaixo para fazer um pequeno poema. É como um quebra cabeça. Você vai juntando as palavras. Não pode tirar nem acrescentar. Você pode usar e duas vezes e no porque estão na lista. pedras – mim – alta – floreado – alto – ajuntei – vieram – que – todas – teci – sonho – perdi – levantei – escada – muito – tapete – sobre - as – e – e – no – no – me – um – uma – subi 4- Agora, bem livre, crie um poema, com rimas ou não. O importante é a emoção. Escolha um dos temas:

o canto dos pássaros a vida é o presente a tristeza da perda a alegria de vencer

Depois de pronto, dê um título ao seu poema. FAZ ou FAZEM duas semanas? FAZ hoje duas semanas que minha amiga partiu. (certo) FAZEM hoje duas semanas que minha amiga partiu. (errado)

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Quando o verbo fazer indicar passagem de tempo, deverá permanecer no singular. Exemplo: Faz trinta anos que trabalho aqui.

Escolha a forma correta entre parênteses: a) ______ amanhã quatro anos que retornei ao Brasil. (Farão - Fará) b) ______ oito meses que aqui chegamos. (Faz – Fazem) c) Ontem _______ oito dias. (fizeram – fez) d) Disse-me que _______ muitos anos que não vai ao cinema. (faz – fazem)

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

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Você notou que o poeta usou o recurso da rima dentro dos versos, por exemplo: poeta, reta, quieta, discreta, para deixar mais bonito o poema? Então responda: Qual é o trecho da rua imaginadaque chamou mais sua atenção? Por quê? Leia os poemas abaixo simplesmente por prazer:

As sem-razões do amor

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AMOR O guardador de rebanhos

O amor tem feito coisas II que até mesmo Deus duvida já curou desenganado O meu olhar é nítido como um girassol. já secou tanta ferida... Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, O amor junta os pedaços E de vez em quando olhando para trás... quando o coração se quebra, E o que vejo a cada momento mesmo que seja de aço É aquilo que nunca antes eu tinha visto, mesmo que seja de pedra... E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Fica tão cicatrizado Que tem uma criança se, ao nascer, que ninguém diz que é colado Reparasse que nascera deveras... foi assim que fez em mim Sinto-me nascido a cada momento foi assim que fez em nós Para a eterna novidade do Mundo... este amor iluminado.

Letra da Música de Ivan Lins e Vitor Martins. PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro, Aguilar, 1972.

Gabarito p. 04 1- ferida que dói e não se sente contentamento descontente dor que desatina sem doer não querer mais que bem querer solitário andar por entre a gente contentar-se de contente ganha em se perder preso por vontade servir a quem vence, o vencedor ter com quem nos mata lealdade

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2- Resposta pessoal 3- Resposta pessoal p. 05 1) a- conotativo b- denotativo c- conotativo d- denotativo e- conotativo p.06 2) embarque 3) a- diamante b- porão c- mãos, quebrando, talos d- mergulho 4) Resposta pessoal p. 09

1) a- 5 b- 1ª e 2ª e 4ª estrofes – 4 versos 3ª e 5ª estrofes – 6 versos c- 1ª estrofe – Sabiá – lá (cruzadas ou alternadas) 2ª estrofe – lá - sabiá (cruzadas ou alternadas) 3ª estrofe – lá - cá - sabiá (cruzadas ou alternadas) 4ª estrofe – flores – amores (cruzadas ou alternadas) 5ª estrofe – cá – lá – sabiá (cruzadas ou alternadas)

2) Resposta pessoal. p. 10 3) Resposta pessoal. p.10 1) a- Resposta pessoal. b- Resposta pessoal. c- Resposta pessoal. d- Resposta pessoal e- Resposta pessoal 2) a- Resposta pessoal p. 11 b- Resposta pessoal 3) Resposta pessoal 4) Resposta pessoal p. 12 a) Fará b) Faz c) fez d) faz p. 14 Resposta pessoal

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Bibliografia

• O Texto: Da Teoria À Prática – Subsídios à Proposta Curricular para o Ensino de Língua Portuguesa – Ensino Fundamental – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas – 2ª ed. – São Paulo – 1998. • Parâmetros Curriculares Nacionais – Português e Apresentação dos Temas Transversais – Ministério da Educação e do Desporto – Secretaria de Educação Fundamental – Brasília – 1997. • Proposta Curricular para o ensino de Língua Portuguesa – Ensino Fundamental – Secretaria de Estado da Educação – São Paulo - Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas - 4ª ed. – São Paulo – 1998. ALMEIDA, Maria Aparecida e FERREIRA, Givan - Falando a Mesma Língua. São Paulo: FTD, 1994. BASSI, Cristina M. e LEITE, Márcia - Leitura e Expressão. Atual Editora, 1992. CARDOSO, Eloisa G. e DONADIO, Miriam G. - Português – Projeto Alternativo. Ed. do Brasil, 1989. CARVALHO, Carmen Silvia C. Torres de; PANACHÃO, Déborah; KUTNIKAS, Sarina Bacellar; SALMASO, Silvia Maria de Almeida - Construindo a escrita: Gramática/ ortografia. São Paulo: Ática, 1997. CARVALHO, Carmen Silvia C. Torres de; PANACHÃO, Déborah; KUTNIKAS, Sarina Bacellar; SALMASO, Silvia Maria de Almeida - Construindo a escrita: Leitura e interpretação de textos. São Paulo: Ática, 1997. COLEÇÃO “PARA GOSTAR DE LER” : Ed. Ática, 1994. CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley - Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA DO BRASIL – Rio de Janeiro, 1997. FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto de - Gramática Nova. São Paulo: Ática, 1992. FARACO, Carlos Emílio e MOURA, Francisco Marto de - Linguagem Nova. São Paulo: Ática, 1997. FÁVERO, Leonor L. - Coesão e coerência textuais. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1995. FÁVERO, Leonor L. e KOCH, Ingedore G. V - Linguística textual: introdução. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1994.

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Equipe de Português • Antonia Gilmara Biazotto de Souza Rodrigues • Aparecida Ferreira Ladeira • Edna Gouvêa • Maria Alice Pacos Coordenação Cheila Fernanda Rodrigues Supervisão Terezinha Hashimoto Bertin Colaboração especial Neide Giamboni Lopes Direção Rita de Cássia Fraga Costa

Capa Criação: Lopes e Vilela

Observação Importante Este material foi elaborado pelos professores de Português/ Sorocaba, para uso exclusivo de CEES.

É proibida a sua comercialização.

Observação Estes Módulos foram feitos com base na nova L D B, Parâmetros Curriculares, Proposta CENP.