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EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Cláudio Vianney Malzoni Escola Dominicana de Teologia Apresentação do curso. Objetivos: Fazer uma leitura contínua do evangelho de Mateus em comparação com o evangelho de Marcos. Mostrar os principais temas da teologia de Mateus. Programa do curso. 04/08 – apresentação do curso; introdução ao evangelho de Mateus. 11/08 – capítulos 1—2 – O evangelho da infância. 18/08 – capítulos 3—4 – A chegada do Reino. 25/08 – capítulos 5—7 – O Sermão da Montanha. 01/09 – leitura e debate: O Sermão da Montanha. 15/09 – capítulos 8—9 – Os sinais do Reino. 22/09 – capítulo 10 – O discurso missionário. 29/09 – capítulos 11—12 – A prática de Jesus inaugura o Reino. 06/10 – capítulo 13 – As parábolas de Jesus. 20/10 – capítulos 14—17 – O compromisso com Jesus. 27/10 – capítulo 18 – O discurso eclesial. 03/11 – capítulos 19—22 – Viver sob o reinado de Deus. 10/11 – capítulo 23—25 – Cuidado com os falsos discursos; o discurso escatológico. 17/11 – capítulo 26-27 – A paixão de Jesus segundo Mateus. 24/11 – capítulo 28 – A ressurreição de Jesus; avaliação do curso. Metodologia do curso. - fazer a leitura do texto correspondente do evangelho de Mateus em uma edição bíblica com notas (Bíblia de Jerusalém, TEB, Bíblia do Peregrino). - comparar o evangelho de Mateus com o evangelho de Marcos. - ler um comentário ao evangelho. Bibliografia básica. BARBAGLIO, G. O Evangelho de Mateus, in G. BARBAGLIO, R. FABRIS e B. MAGGIONI Os Evangelhos (I). São Paulo: Loyola, 1990; 33-420. CARTER, W. O Evangelho de são Mateus. São Paulo: Paulus, 2002. KONINGS, J. Sinopse dos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da Fonte Q . São Paulo: Loyola, 2005. PIKAZA, J. A Teologia de Mateus. São Paulo: Paulinas, 1978. STORNIOLO, I. Como ler o evangelho de Mateus: o caminho da justiça. São Paulo: Paulus, 1997.

Apostila Evangelho Segundo Mateus

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Escola Dominicana de Teologia

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EVANGELHO SEGUNDO MATEUSCludio Vianney Malzoni

Escola Dominicana de Teologia

Apresentao do curso.Objetivos:Fazer uma leitura contnua do evangelho de Mateus em comparao com o evangelho de Marcos.

Mostrar os principais temas da teologia de Mateus.

Programa do curso.04/08 apresentao do curso; introduo ao evangelho de Mateus.11/08 captulos 12 O evangelho da infncia.18/08 captulos 34 A chegada do Reino.25/08 captulos 57 O Sermo da Montanha.01/09 leitura e debate: O Sermo da Montanha.15/09 captulos 89 Os sinais do Reino.22/09 captulo 10 O discurso missionrio.29/09 captulos 1112 A prtica de Jesus inaugura o Reino.06/10 captulo 13 As parbolas de Jesus.20/10 captulos 1417 O compromisso com Jesus.27/10 captulo 18 O discurso eclesial.03/11 captulos 1922 Viver sob o reinado de Deus.10/11 captulo 2325 Cuidado com os falsos discursos; o discurso escatolgico.17/11 captulo 26-27 A paixo de Jesus segundo Mateus.24/11 captulo 28 A ressurreio de Jesus; avaliao do curso.Metodologia do curso. fazer a leitura do texto correspondente do evangelho de Mateus em uma edio bblica com notas (Bblia de Jerusalm, TEB, Bblia do Peregrino).

comparar o evangelho de Mateus com o evangelho de Marcos.

ler um comentrio ao evangelho.

Bibliografia bsica.Barbaglio, G. O Evangelho de Mateus, in G. Barbaglio, R. Fabris e B. Maggioni Os Evangelhos (I). So Paulo: Loyola, 1990; 33-420.

Carter, W. O Evangelho de so Mateus. So Paulo: Paulus, 2002.

Konings, J. Sinopse dos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas e da Fonte Q. So Paulo: Loyola, 2005.

Pikaza, J. A Teologia de Mateus. So Paulo: Paulinas, 1978.

Storniolo, I. Como ler o evangelho de Mateus: o caminho da justia. So Paulo: Paulus, 1997.

Avaliaes.01/09 leitura do texto de Carlos Mesters. O Sermo da Montanha: conselho, lei ou ideal, in Deus, onde ests?. Petrpolis: Vozes, 1987; 167-188. (H uma edio anterior feita pela Editora Vega de Belo Horizonte que pode ser igualmente usada. Mas ateno: a numerao das pginas destas duas edies no se correspondem. Procure pelo captulo 12 do livro.) Debate em sala de aula e entrega, na sala seguinte, de uma sntese da leitura.

20/10 trabalho escrito: fazer um comentrio a uma percope do evangelho de Mateus, escolhida pelo aluno, a partir da leitura de um comentrio indicado na bibliografia do curso.

24/11 entrega de uma sntese pessoal do curso.

Informaes gerais a respeito do evangelho de Mateus

1. Quem escreveu, quando escreveu, onde escreveu.A tradio crist, desde tempos remotos atribui este evangelho a Mateus, um do grupo dos Doze, que tambm teria sido conhecido pelo nome de Levi. A tradio mais antiga, porm, a este respeito refere-se a um evangelho escrito em aramaico. Ora, o evangelho de Mateus que conhecemos hoje foi escrito originalmente em grego. Esta contradio colocaria em risco a atribuio do evangelho de Mateus ao apstolo Mateus?

De fato, esta contradio no coloca em risco esta atribuio. Ela, no entanto, nos leva a situar o evangelho de Mateus numa corrente mais ampla que tem, como referncia bsica, o apstolo Mateus. Mas outros tambm estiveram trabalhando nesta corrente. Eles fazem parte da comunidade mateana, qual devemos este evangelho.

possvel que a redao principal deste evangelho tenha ocorrido por volta dos anos 80. H um detalhe interessante em 4,23. Ali, o evangelista se refere sinagoga deles, isto , dos judeus (cf. 10,17; 12,9; 23,34). Isto significa que quando este versculo foi redigido j havia ocorrido a separao entre o cristianismo e o judasmo, que se deu por volta dos anos 80.

Vejamos um outro detalhe deste evangelho. Em 4,24, diz-se que a fama de Jesus tinha se espalhado por toda a Sria. Ora, esta meno da Sria levou alguns estudiosos a propor que a comunidade mateana localizava-se nesta regio: na Sria, pelos seus arredores, ou na alta Galilia.

2. As fontes utilizadas para a redao deste evangelho.A questo das fontes utilizadas para a redao deste evangelho uma questo que continua aberta, de modo especial quando esta questo toca aquela das relaes deste evangelho com os evangelhos de Marcos e Lucas. A posio que seguimos esta:

a) As notcias antigas sobre a origem deste evangelho se referem a Mateus, um do grupo dos Doze, e a um escrito seu em aramaico. No vemos por que razo estas notcias devam ser inteiramente descartadas. Ao que ela se refere chamaremos de tradio antiga. Ao que nos parece, esta tradio antiga provm de ambiente galileano, de inspirao judeo-crist.

b) A esta tradio temos que acrescentar duas outras tradies. A primeira seria uma releitura do evangelho segundo Marcos, o qual, por sua vez ainda no tinha chegado a seu estgio atual. por esta razo que preferimos nos referir a um proto-Marcos. A segunda uma fonte comum com Lucas, comumente chamada de fonte Q.

O trabalho do evangelista foi o de realizar uma nova sntese com estas trs fontes: a tradio antiga, o proto-Marcos e a fonte Q.

Depois deste trabalho, umas poucas revises ainda podem ter sido feitas aqui e acol no evangelho.

3. A estrutura do evangelho de Mateus.O evangelho de Mateus aquele que aparece melhor estruturado. Disso se pode perceber que seu autor escreveu com cuidado, organizando bem sua obra. A estrutura deste evangelho a seguinte:

Captulosgnero literriotema

1(2narraoA infncia de Jesus

3(4narraoA chegada do Reino

5(7discursoO sermo da montanha

8(9narraoOs sinais do Reino

10discursoO discurso missionrio

11(12narraoA prtica de Jesus inaugura o Reino

13,1-52discursoAs parbolas do Reino

13,53(17narraoO compromisso com Jesus

18discursoA vida na Igreja

19(22narraoViver sob o reinado de Deus

23discursoO cuidado com os falsos discursos

24(25discursoA vinda definitiva do Reino

26(28narraoA morte e a ressurreio de Jesus

4. Temas principais do evangelho de Mateus.A) O Reino dos Cus e a sua justia.O Reino dos Cus o centro da pregao de Jesus. impossvel compreender quem Jesus sem uma referncia a sua pregao da vinda do Reino. O tema central dos discursos de Jesus o Reino dos Cus, e tudo o que Jesus fez adquire pleno sentido em relao a este Reino que ele pregou. Vejamos alguns exemplos: as bem-aventuranas so a proclamao daqueles que so felizes no Reino (cf. 5,1-12); a misso dos discpulos proclamar que o Reino est prximo (cf. 10,7); as parbolas de Jesus falam dos mistrios do Reino (cf. 13,11); o discurso sobre a Igreja comea com uma pergunta a respeito do Reino (cf. 18,1), e o cap. 25 traz trs parbolas sobre a consumao do Reino. Nos atos de Jesus, sua prpria maneira de agir, mostra que o Reino j comeou (cf. 11,2-6). O anncio do Reino, no entanto, segundo o evangelista Mateus no foi inaugurado por Jesus, mas j fazia parte da pregao de Joo Batista (cf. 3,1-2).

Junto com o Reino, vem o anncio da justia do Reino. O substantivo justia ocorre neste evangelho 7x (3,15; 5,6.10.20; 6,1.33; 21,32); o adjetivo justo ocorre 17x (1,19; 5,45; 9,13; 10,41.41.41; 13,17.43.49; 20,4; 23,28.29.35.35; 25,37.46; 27,19), e o verbo justificar ocorre 2x (11,19; 12,37). Trata-se de um conceito central no evangelho. O discpulo de Jesus convidado a buscar o Reino dos Cus e sua justia; tudo o mais lhe ser acrescentado (6,33). A justia que Jesus pede, no entanto, deve ultrapassar a justia dos escribas e fariseus (cf. 5,20). A compreenso do que vem a ser esta justia de Jesus aparece, passo a passo, na leitura deste evangelho.

B) Jesus o novo Moiss os relatos da infncia de Jesus.Assim como Moiss, Jesus quando criana tem que escapar da morte. Ele se refugia com seus pais no Egito, e fica no Egito at a morte daquele que o perseguiu, depois volta para sua ptria, refazendo o itinerrio do deserto (cf. 2,13-16). Assim como Moiss, Jesus recebe a misso de reunir o novo povo de Deus e de gui-lo para a nova terra prometida, que o Reino dos Cus. Este episdio tambm tem um carter proftico. A perseguio far parte da vida de Jesus, no s em sua infncia, mas at sua morte.

C) Jesus o Emanuel o Deus conosco.O nome de Emanuel aparece no anncio do nascimento de Jesus, na citao da profecia de Isaas (cf. 1,23). Ele reaparece de forma velada quando Jesus ressuscitado envia seus discpulos por todo o mundo, dizendo-lhes: Eu estarei convosco todos os dias at a consumao dos sculos (28,20). Assim, a idia de que, em Jesus, Deus se compromete a estar definitivamente conosco abre e fecha este evangelho.

De que maneira Deus est sempre conosco em Jesus, segundo o evangelho de Mateus? Ele est presente na comunidade daqueles que o seguem, que a Igreja (cf. 18,18-20), e est presente nos pequeninos (cf. 25,31-36).

D) O cumprimento das Escrituras.A frase para que se cumprissem as Escrituras tpica do evangelho de Mateus, mais que dos outros evangelhos. Isso significa que Mateus , dentre os evangelistas, aquele que mais cita o Antigo Testamento (A.T).

O cumprimento das Escrituras quer dizer, em primeiro lugar, que a vida de Jesus segue um plano querido por Deus e j anunciado de antemo no AT. Mesmo as adversidades que Jesus encontra no escapam ao plano traado por Deus. Somente no relato da infncia aparecem quatro referncias explcitas ao AT, sem contar as referncias implcitas. E esta a situao para todo o evangelho.

Mas o cumprimento das Escrituras no quer dizer apenas isso. Ele significa, sobretudo, que Jesus vem para levar as Escrituras a sua plenitude. Em outras palavras: o A.T j anunciava o caminho que Deus tinha traado para a salvao da humanidade. Em Jesus, este caminho chega a seu destino e se completa.

Roteiros de estudo

O evangelho da infncia: 12.O assim chamado evangelho da infncia de Jesus em Mateus ocupa os captulos 1 e 2. Ele se divide em cinco quadros principais.

Genealogia de Jesus: 1,1-17 (SQE 1.6; 109).Paralelo temtico: Lc 3,23-38. Cf. Mt 9,27.

O gnero literrio genealgico aqui utilizado um gnero comum no AT, e entre outros povos antigos. Como de seu estilo, Mateus o utiliza de maneira bem estruturada, organizando a genealogia de Jesus em trs partes, cada uma com quatorze geraes. O objetivo desta passagem mostrar os antepassados de Jesus como representantes de toda humanidade, cuja histria assumida na encarnao do Filho de Deus tanto em suas glrias quanto em suas misrias.

Questes:

1. Na genealogia de Jesus, Mateus emprega a frmula x gerou y. Quais as vezes em que o evangelista se desvia desta frmula?

2. Quem so as cinco mulheres citadas na genealogia: Tamar, Raab, Rute, aquela que foi mulher de Urias, e Maria?

3. Compare a maneira como cada evangelista comea seu evangelho: Mc 1,1; Mt 1,1-17; Lc 1,1-4; Jo 1,1-18.

O anncio do nascimento de Jesus a Jos: 1,18-25 (SQE 7; 110)

Paralelos temticos: Lc 1,26-38 e 2,1-20. Cf. Sl 130,8.

O gnero literrio o narrativo e o relato um anncio de nascimento. As personagens do relato so: Maria, Jos e o Anjo do Senhor.

Questes:

1. Quais os costumes culturais ligados ao casamento que o texto deixa transparecer?2. H diversas reminiscncias do A.T presentes neste texto:

a) a qual figura do A.T Jos se assemelha?

b) quem o Anjo do Senhor?

c) de qual contexto histrico foi tirada a profecia de Is 7,14?

3. Como o texto explica o nome que ser dado ao menino? Quem que lhe d o nome?

4. Em que consiste a justia de Jos? Ele age de acordo com a lei? Cf. Dt 22,13-21.

A visita dos magos: 2,1-12 (SQE 8; 111).Paralelo temtico: Lc 2,8-20 (visita dos pastores).

A histria relatada se passa no tempo do rei Herodes, e so mencionadas as localidades de Belm da Judia e Jerusalm. As personagens do relato so: Jesus, magos do Oriente, o rei Herodes, toda Jerusalm, todos os sumos sacerdotes, os escribas do povo, e Maria, a me do menino. de se notar que o menino Jesus desprezado pelos representantes mais ilustres de seu povo, mas acolhido e procurado por pagos.

Questes:

1. Como Mateus situa historicamente o nascimento de Jesus?

2. Qual a profecia citada neste relato?

3. Como agem as personagens do relato, quem representam?

4. A casa do v. 11 pressupe que a Jos e Maria moravam em Belm?

5. Que significam os trs presentes que os magos trazem para o menino?

A fuga para o Egito: 2,13-18 (SQE 10; 112).Trata-se de um relato prprio de Mateus. As personagens do relato so: o Anjo de Senhor, Jos, o menino e sua me, Herodes, os meninos de Belm. As localidades indicadas so o Egito e Belm. A primeira parte do relato se passa em uma noite. H outras duas anotaes de tempo importantes: a meno da morte de Herodes e os meninos de at dois anos que ele manda matar. de se notar, no entanto, como o relato joga com o tempo, mencionando a morte de Herodes antes da morte dos meninos provocada por ele.Questes:

1. H diversas reminiscncias do A.T neste relato:

a) quem a figura do A.T que serve de pano-de-fundo para o relato?

b) quais as duas profecias mencionadas?

c) qual a figura feminina do A.T que tambm mencionada? Que papel ela representa?

Infncia em Nazar: 2,19-23 (SQE 10-11; 112).Paralelo temtico: Lc 2,39-40.

As personagens so: Herodes, o Anjo do Senhor, Jos, o menino e sua me, Arquelau. A anotao de tempo dada com a meno da morte de Herodes. H vrios lugares mencionados: Egito, o pas de Israel, o distrito da Galilia, uma cidade chamada Nazar. Depois da morte de Herodes, seu reino foi dividido entre seus filhos. A Judia ficou para Arquelau; a Galilia e a Peria foram para Herodes Antipas. Nazar nesta poca seria to somente um pequeno arraial da Galilia.

Questes:

1. A que poro do A.T reenvia a referncia aos profetas do v. 23?

2. Em todo relato da infncia de Jesus em Mateus, vimos que Jos aquele que age. Como poderamos caracterizar Jos a partir destes relatos?

A chegada do Reino: 34.Trata-se de uma poro narrativa do evangelho. Ela nos apresenta a passagem da pregao de Joo Batista pregao de Jesus.

Apresentao de Joo Batista: 3,1-6 (SQE 13; 201).Paralelos sinticos: Mc 1,2-6; Lc 3,1-6 (cf. Jo 1,19-23).

Trata-se de um texto narrativo, que introduz a figura de Joo Batista no evangelho. prprio de Mateus a referncia ao deserto da Judia, no v. 1, e a pregao do Reino de Deus feita por Joo Batista, no v. 2.Questes:

1. A partir de quais referncias ao AT Joo Batista apresentado?

2. O anncio do Reino de Deus teria sido feito primeiramente por Jesus ou por Joo?

Joo Batista prega a converso: 3,7-10 (SQE 14; 202).Paralelo sintico: Lc 3,7-9.

Esta passagem retrata a pregao de Joo Batista.

Questes:

1. Qual a figura do AT mencionada nesta passagem?

2. Na comparao com o paralelo lucano, a quem Joo Batista dirige esta pregao?

3. O que significa converter-se? Qual a diferena entre arrepender-se e converter-se?

Joo Batista anuncia o Messias: 3,11-12 (SQE 16; 204).Paralelos sinticos: Mc 1,7-8; Lc 3,15-18; Jo 1,24-28.

Trata-se da continuao da pregao de Joo. O tema especfico, porm, desta poro o anncio da vinda do Messias. No v. 11, prprio de Mateus a referncia ao batismo com gua para a converso.

Questo: Como seria o Messias da expectativa de Joo Batista?

O batismo de Jesus: 3,13-17 (SQE 18; 206).Paralelos sinticos: Mc 1,9-11; Lc 3,21-22 (cf. Jo 1,29-34).

Esta passagem narrativa pode ser dividida em duas partes. Na primeira parte, as personagens so Jesus e Joo; h um dilogo entre eles. Na segunda parte, as personagens so Jesus, o Esprito de Deus e uma voz vinda dos Cus. O dilogo entre Joo e Jesus, nos vv. 14-15, prprio de Mateus. No v. 17, prprio de Mateus que a voz vinda dos cus diga: Este meu Filho Amado....

Questes:

1. No dilogo entre Jesus e Joo Batista, qual a justia que convm cumprir?

2. A quem se manifesta a voz vinda do cus?

A tentao de Jesus: 4,1-11 (SQE 20; 208).Paralelos sinticos: Mc 1,12-13; Lc 4,1-13.

As personagens deste texto narrativo so: Jesus, o Esprito, o diabo e os anjos de Deus. O texto de Marcos para esta passagem breve, as tentaes no so especificadas. J Mateus e Lucas especificam as tentaes, certamente a partir de uma fonte comum, embora haja certos detalhes diferentes em cada um e a ordem da segunda e terceira tentaes seja inversa. H vrias referncias ao AT: alm dos quarenta dias e quarenta noites em que Jesus esteve no deserto, h as diversas citaes textuais da Escritura feitas por Jesus ou pelo diabo. A maior parte delas tirada do Deuteronmio.

Questes:

1. Procure identificar o cenrio (local fsico) de cada uma das trs tentaes?

2. Jesus realmente o Filho de Deus? Compare 3,17 com 4,3.6.

3. As tentaes so paradigmticas. Que elas querem dizer? Elas poderiam estar propondo outros projetos messinicos a Jesus?

Incio do ministrio de Jesus em Cafarnaum: 4,12-17 (SQE 30 e 32; 301).Paralelos sinticos e temticos:

Mt 4,12 Mc 1,14; Lc 4,14 (cf. Jo 4,3).

Mt 4,17 Mc 1,14-15 (cf. Lc 4,14-15).

So prprios de Mateus os vv. 13-16, de modo especial a citao de Is 8,239,1. A vinda de Jesus para Cafarnaum mencionada pelos outros evangelistas em outros contextos (cf. Mc 1,21; Lc 4,31; Jo 1,12). Mateus, porm, o mais explcito em notar que Jesus veio morar em Cafarnaum.

Questo: O que a citao de Isaas diz em termos de esperana? quais suas palavras-chaves? O que ela fala da misso de Jesus em termos de seu universalismo?

O chamado dos primeiros discpulos: 4,18-22 (SQE 34).Paralelo sintico: Mc 1,16-20 (cf. Lc 5,1-11).

As personagens so Jesus; Simo, chamado Pedro, e seu irmo Andr; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmo Joo, e Zebedeu. O relato se passa junto ao mar da Galilia.

Questo: A tradio do chamado dos primeiros discpulos muito prxima em Mateus e Marcos. Ela se distancia em Lucas, mas continuamos s margens do Lago da Galilia, e se distancia ainda mais em Joo (cf., Jo 1,35-51). O que caracteriza a perspectiva de Mateus e Marcos?

Jesus percorre a Galilia: 4,23-25 (SQE 40 e incio do 50).Paralelos sinticos: Mc 1,39; Lc 4,4 (cf. Mc 3,7-13; Lc 6,17-20).

O gnero literrio o de sumrio. Nos sumrios no se narra uma ao puntual, mas aes habituais.

Questo: Como este sumrio prepara o discurso de Jesus que vem a seguir?

O Sermo da Montanha: 57.Introduo ao Sermo da Montanha: 5,1-2 (SQE 50).Paralelo sintico: Lc 6,20a.

O que temos aqui uma introduo para o primeiro discurso de Jesus neste evangelho.

Questes:

1. Quem so as personagens mencionadas? Qual o cenrio? Qual a postura de Jesus?

2. Como se apresenta a cena criada pelo evangelista para o incio deste discurso?

As bem-aventuranas: 5,3-12 (SQE 51).Paralelo sintico: Lc 6,20b-23 (24-26).

Referncia ao A.T: a frmula bem-aventurado... bastante usada no A.T. Podemos, encontr-la, por exemplo, no Sl 112 (111).

Elementos literrios: a partir de uma frmula Bem-aventurado x porque y Mateus apresenta as bem-aventuranas proclamadas por Jesus. Em Mateus, elas so em nmero de nove.

Questes:

1. O que so as bem-aventuranas? um programa de vida ou uma felicitao a quem no tem outra alternativa?

2. Cada bem-aventurana pressupe uma categoria de pessoa, ou todas se referem a mesma categoria de pessoas?

3. As bem-aventuranas pressupem um atitude interior ou exterior?

4. Quais as diferenas entre as bem-aventuranas apresentadas por Mateus e as bem-aventuranas apresentadas por Lucas?

O sal da terra e a luz do mundo: 5,13-16 (SQE 52-53).Paralelos sinticos: Mc 9,49-50; Lc 14,34-35 (sal da terra); Mc 4,21-23; Lc 8,16-17; 11,33 (luz do mundo).

Elementos literrios: trata-se de sentenas de Jesus. Foi, certamente, Mateus quem as inseriu neste contexto.

Questes:

1. Qual o significado da sentena sobre o sal da terra?

2. Quem a luz do mundo, o Cristo ou os cristos? Como podemos conciliar Jo 8,12 com Mt 5,14?

A lei e os profetas: 5,17-19 (SQE 54).Paralelo: Lc 16,16-17.

Questo: como este texto nos ajuda a compreender a maneira como Mateus l o AT?

A justia do Reino: 5,20-48 (SQE 54-59).Podemos dividir esta passagem nos seguintes quadros:

a) introduo: 5,20.

b) respeitar a vida do irmo (No matars): 5,21-26.

Paralelo sintico: Lc 12,58-59 (// vv. 25-26).

c) respeitar o casamento (No cometers adultrio): 5,27-32.

Paralelos sinticos: Mc 9,43-48; Lc 16,18.

d) fidelidade palavra dada (No jurars): 5,33-37.

e) renncia vingana: 5,38-42.

Paralelo sintico: Lc 6,29-30.

f) o amor ao prximo: 5,43-48.

Paralelos: Lc 6,27-28.32-36

Questes:

1. Como reaparece a palavra justia nesta passagem?

2. As exigncias enunciadas por Jesus em relao aos preceitos da Lei no so severas demais?

3. Para o v. 32, a clusula da fornicao permanece prpria de Mt, e causa de debate. Que ela pode significar?

4. Compare os sentenas de Mt 5,48 e Lc 6,36. Que podemos tirar desta comparao?

As obras de caridade: 6,1-18 (SQE 60-63).A poro a seguir trata das obras de caridade ou piedade. Com exceo da orao do Pai-Nosso, tudo mais prprio de Mateus. Vejamos:

a) introduo: 6,1.

b) a esmola: 6,2-4.

c) a orao: 6,5-6.

a orao do Pai-Nosso: 6,7-15.

Paralelo sintico: Lc 11,1-4; Mc 11,25.

d) o jejum: 6,16-18.

Questes:

1. Como reaparece a palavra justia nesta passagem?

2. Como se contrape a maneira de dar esmola, de orar e de jejuar dos hipcritas e dos discpulos de Jesus? Quem so estes hipcritas? (cf. vv. 2.5.16).

3. Na introduo ao Pai-Nosso, h conselhos de Jesus sobre como no se deve orar. Que conselhos so esses? Quem que reza desta maneira?

4. Compare a verso do Pai-Nosso em Lucas e em Mateus. Qual das duas mais longa? Quantos pedidos h na verso mateana do Pai-Nosso?

5. Qual a advertncia dada por Jesus logo aps a orao do Pai-Nosso?

6. O Pai-Nosso uma frmula de orao? Sim ou no?

Ensinamentos sapienciais sobre o sentido da vida: 6,197,27.Na seqncia, temos diversas sentenas de Jesus reunidas neste contexto por Mateus. de se notar o carter sapiencial destas sentenas, que fazem de Jesus um sbio moda dos sbios do A.T. Esta sabedoria aquela que conduz autntica felicidade. Vejamos estes ensinamentos:

a) Os tesouros nos cus: 6,19-21 (SQE 64). Paralelo sintico: Lc 12,33-34.

b) A lmpada do corpo: 6,22-23 (SQE 65). Paralelo sintico: Lc 11,34-36.

c) Os dois senhores: 6,24 (SQE 66). Paralelo sintico: Lc 16,13.

d) No vos preocupeis: 6,25-34 (SQE 67). Paralelo sintico: Lc 12,22-32.

e) No julgueis: 7,1-5 (SQE 68). Paralelos sinticos: Mc 4,24; Lc 6,37-38.41-42.

f) Prolas aos porcos: 7,6 (SQE 69).

g) Pedi e vos ser dado: 7,7-11 (SQE 70). Paralelo sintico: Lc 11,9-13.

h) A regra de ouro: 7,12 (SQE 71). Paralelo sintico: Lc 6,31 (cf. Tb 4,15).

i) Os dois caminhos: 7,13-14 (SQE 72). Paralelo sintico: Lc 13,23-24.

j) Uma rvore boa d bons frutos: 7,15-20 (SQE 73). Paralelo sintico: Lc 6,43-44 (cf. Mt 12,33).

l) Nem todo que diz Senhor, Senhor: 7,21-23 (SQE 74). Paralelo sintico: Lc 6,46 (cf. Lc 13,25-27).

m) A casa sobre a rocha: 7,24-27 (SQE 75) paralelo sintico: Lc 6,47-49.

Questes:

1. Como a sabedoria de vida que Jesus ensina?

2. Compare Tb 4,15 com Mt 7,12.

3. Segundo Mt 7,21, quem entrar no Reino dos Cus? Qual o tipo de critrio apresentado?Concluso narrativa do discurso: 7,28-29 (SQE 76).Paralelo temtico: Mc 1,21-22; Lc 4,31-32; Jo 7,45-46.Os sinais do Reino: 89.Trata-se de uma nova parte narrativa. Seria importante prestar ateno nos vnculos desta parte narrativa com o que precede e com o que segue. Esta seo tambm chamada de Narrativa dos dez milagres.

Cura de um leproso: 8,1-4 (SQE 84).Paralelos sinticos: Mc 1,40-45; Lc 5,12-16.

Elementos literrios: as personagens so Jesus, as multides numerosas e um leproso. H um breve dilogo entre Jesus e o leproso.

Questo: h vrios detalhes presentes nos paralelos de Marcos e Lucas que no aparecem no relato de Mateus. Compare os relatos de Mateus e Marcos. Qual dos dois apresenta mais detalhes? Quais os elementos que Mateus traz em seu relato?

Cura do servo do centurio romano: 8,5-13 (SQE 85).Paralelos sinticos: a) para 8,5-10.13 Lc 7,1-10 (cf. Jo 4,46-54).

b) para 8,11-12 Lc 13,28-29.

Elementos literrios: como personagens temos Jesus, um centurio que tinham um criado acamado, e aqueles que seguiam Jesus. O cenrio a cidade de Cafarnaum.

Reminiscncias do A.T: so citados os patriarcas Abrao, Isaac e Jac.

Questes:

1. Qual a polmica que aparece neste relato?

2. Qual a imagem que Jesus utiliza para falar do Reino dos Cus?

Cura da sogra de Pedro: 8,14-15 (SQE 87).Paralelos sinticos: Mc 1,29-31; Lc 4,38-39.

Curas no final da tarde: 8,16-17 (SQE 88)

Paralelos sinticos: Mc 1,32-34; Lc 4,40-41.

Citao do A.T: Is 53,4, tomado do cntico do Servo de Jav.

Questes:

1. Compare o relato de Mateus com os paralelos de Marcos e Lucas. Quais os elementos tpicos de Mateus?

2. Como Mateus compreende a atividade teraputica de Jesus? Como ele a explica a partir da citao de Isaas?

Condies para seguir Jesus: 8,18-22 (SQE 89).Paralelo sintico: Lc 9,57-62.

Questes:

1. Quem so as duas pessoas que interpelam Jesus? O que elas pedem? Como Jesus as responde?

2. Quais as duas renncias que Jesus exige de seus discpulos expressas simbolicamente nesta passagem?

Jesus conjura os ventos e o mar: 8,23-27 (SQE 90).Paralelos sinticos: Mc 4,35-51; Lc 8,22-25.

Os endemoninhados de Gadara: 8,28-34 (SQE 91).Paralelos sinticos: Mc 5,1-20; Lc 8,26-39.

Elementos literrios: o relato se passa no pas dos gadarenos, do outro lado do Lago da Galilia. As personagens mencionadas so Jesus, dois endemoninhados, aqueles que apascentavam a vara de porcos, e a cidade inteira.

Questo: comparado com o paralelo de Marcos, percebemos como em Mateus o foco do relato est colocado em Jesus (em Marcos est colocado sobre o possesso). Qual a mensagem que o texto transmite sobre Jesus?

Cura do paraltico: 9,1-8 (SQE 92).Paralelos sinticos: Mc 2,1-12; Lc 5,17-26.

Elementos narrativos: a cena se passa novamente em Cafarnaum, a cidade de Jesus. As personagens so Jesus, um paraltico, aqueles que trazem o paraltico, alguns dos escribas e a multido. Em Mateus, no h nenhuma referncia de que este episdio tenha ocorrido em uma casa, como se d em Marcos e Lucas.

Questo: compare a maneira como este relato termina em Marcos, Lucas e Mateus. O que Mateus tem de especfico?

Vocao de Mateus: 9,9-13 (SQE 93).Paralelos sinticos: Mc 2,13-17; Lc 5,27-32.

Elementos narrativos: este relato se d em dois tempos marcados por dois ambientes: a mesa de coletoria de Mateus e sua casa. Jesus o chama e ele oferece uma refeio a Jesus na qual tambm esto presentes muitos publicanos e pecadores. Esta refeio choca os fariseus que fazem, aos discpulos, uma crtica a Jesus. o prprio Jesus que a responde.

Citao do AT: citado Os 6,6.

Questes:

1. Qual o nome do coletor de impostos chamado por Jesus segundo Marcos e Lucas? Qual seu nome no evangelho de Mateus?

2. Qual a funo de mais esta citao do AT?

Questes sobre o jejum e sobre a abertura para o novo: 9,14-17 (SQE 94).Paralelos sinticos: Mc 2,18-22; Lc 5,33-39.

A ressurreio da filha de um chefe e a cura da hemorrossa: 9,18-26 (SQE 95)

Paralelos sinticos: Mc 5,21-43; Lc 8,40-56.

Questo: novamente, comparado com o paralelo de Marcos, podemos dizer que o relato de Mateus quase desprovido de detalhes. As atitudes de f do pai da menina e de ousadia da mulher hemorrossa presentes em Marcos praticamente desaparecem. Qual, ento, o sentido do relato de Mateus?

Os dois cegos: 9,27-31 (SQE 96).Paralelo temtico: a cura dos dois cegos sada de Jeric: Mt 20,29-34 e seus paralelos.

Elementos literrios: as personagens so dois cegos e Jesus. O episdio se passa antes de Jesus chegar em casa e depois dele ter entrado em casa. j em casa que Jesus lhes abre os olhos.

O endemoninhado mudo: 9,32-34 (SQE 97)

Paralelo temtico: Mt 12,22-24 e seus paralelos.

Elementos literrios: as personagens so: Jesus, um endemoninhado mudo, o demnio, aqueles que trouxeram o endemoninhado, a multido e os fariseus.

Questo: como a multido reage diante do sinal realizado por Jesus? Como os fariseus interpretam o sinal que Jesus realiza?

Preparao ao discurso missionrio: 9,35-38 (SQE 98).Paralelos sinticos: Mc 6,6.34; Lc 8,1; 10,2 (cf. Mt 4,23).

Elementos literrios: o v. 35 um sumrio das atividades de Jesus (notar os verbos no imperfeito). J os versculos seguintes narram uma ao puntual. Juntos, estes versculos contam como era a atividade de Jesus e preparam o discurso que vem a seguir.

Questo: com base no que Jesus fazia, o que deve fazer um missionrio?

O discurso missionrio: 10.O cap. 10 rene discursos de Jesus dirigidos, primeiramente, a seus apstolos (= enviados), como tambm a todos seus seguidores (a todos os cristos). O captulo comea com o chamado dos Doze e segue com um discurso de Jesus com vrios ensinamentos sobre a misso.

A autoridade que Jesus confere aos Doze: 10,1 (SQE 99).Paralelos sinticos: Mc 3,13-15; 6,7; Lc 9,1.

Os nomes dos Doze: 10,2-4 (SQE 99).Paralelos sinticos: Mc 3,16-19; Lc 6,12-16; cf. At 1,13.

Questo: compare a lista dos Doze de Marcos e Mateus. Quais as diferenas entre estas duas listas?

Primeiras instrues: 10,5-16 (SQE 99).Paralelos: Mc 6,7-13; Lc 9,1-6; 10,1-12.

Elementos literrios: trata-se de um discurso direto de Jesus, com instrues, no qual predominam os verbos no imperativo.

Comentrio: Estas instrues dizem respeito primeiramente misso imediata dos Doze, em relao s ovelhas perdidas da casa de Israel. Elas serviro, contudo, como uma carta de princpios para a misso aps a ascenso de Jesus, seja dos Doze, seja de todo cristo missionrio.

Prprio de Mateus:a) a misso voltada casa de Israel. Cf. os vv. 5-6.

b) a misso inclui o mandato de ressuscitar os mortos (v. 8).

c) o adgio que justifica a gratuidade da misso: de graa recebestes, de graa dai (v. 8).

d) de se notar que, no final, os doze no partem em misso, como acontece em Marcos e em Lucas.

Anncio das perseguies: 10,17-25 (SQE 100).Paralelos sinticos: Mc 13,9-13; Lc 12,11-12; 21,12-19; 6,40 (cf. Jo 13,16; 15,20).

Elementos literrios: trata-se da continuao do discurso precedente. A passagem do tema da misso para o tema dos perigos da misso feita pelo v. 16.

Questo: o v. 23, prprio de Mateus, pressupe a mesma perspectiva da misso para a casa de Israel do princpio do discurso (vv. 5-6). Isso significaria que Jesus no chegou a pensar a misso numa perspectiva universal?

A misso sem medo: 10,26-33 (SQE 101).Paralelo sintico: Lc 12,2-9.

Questo: Jesus exorta seus enviados a no temer. De quem ele no devem ter medo? Por que eles no devem ter medo?

Jesus provoca divises: 10,34-36 (SQE 102).Paralelo sintico: Lc 12,51-53.

Citao do A.T: Mq 7,6.

Questo: o que significa esta diviso que Jesus provoca nas famlias?

Condies para seguir Jesus: 10,37-39 (SQE 103).Paralelos sinticos: Mc 8,34-35; Lc 14,26-27; 17,33; Jo 12,25.

Questes: quais as condies aqui enunciadas para quem deseja seguir Jesus?

Palavras a quem recebe um apstolo: 10,40-42 (SQE 104).Paralelos sinticos: Mc 9,41; Lc 10,16; Jo 13,20.

Questo: depois de dar instrues aos missionrios, Jesus se dirige queles que recebem um enviado. Quais as trs categorias de enviados s quais Jesus se refere?

A prtica de Jesus inaugura o Reino: 11-12.Ligao entre o discurso e a parte narrativa: 11,1 (SQE 105).Comentrio: Jesus acaba de dar instrues missionrias, mas ele prprio que parte em misso, demonstrando que o tempo de misso dos Doze, de fato, ainda no chegou.

Dilogo de Jesus com os emissrios de Joo: 11,2-6 (SQE 106).Paralelo sintico: Lc 7,18-23.

Elementos literrios: as personagens so Joo, Jesus e os discpulos de Joo. Joo est na priso de onde envia seus discpulos a Jesus com uma pergunta. Jesus responde a pergunta.

Questes:

1. O que pode ter provocado a dvida em Joo se Jesus era ou no Aquele que h de vir? Qual a expectativa de Joo em relao ao Messias? Cf. Mt 3,10-12.

2. Quanto a Jesus, quais os sinais que ele apresenta que o credenciam como o Messias?

3. Confira os sinais apresentados por Jesus com as seguintes passagens do livro de Isaas: 26,19; 29,18-19; 35,5-6. A qual concluso esta comparao nos conduz?

Testemunho de Jesus sobre Joo: 11,7-15 (SQE 107).Paralelos sinticos: Lc 7,24-30; 16,16 (cf. Mc 1,2; 9,13).

Elementos literrios: quando partem os emissrios de Joo, Jesus comea a falar s multides a respeito dele.

Citao do A.T: Ml 3,1.

Questes:

1. Qual o testemunho que Jesus d a respeito de Joo?

2. Como Joo faz a ponte entre o AT e o NT?

Jesus denuncia a indiferena de seus contemporneos: 11,16-19 (SQE 107).Paralelo sintico: Lc 7,31-35.

Elementos literrios: continua o mesmo discurso direto de Jesus.

Questes:

1. Qual o testemunho que Jesus d de seus contemporneos?

2. Como compreender a afirmao a Sabedoria justificada por suas obras? Notar a importncia desta afirmao na perspectiva mateana que sempre coloca em destaque a necessidade das obras daqueles que crem.

Jesus censura Corazim, Betsaida e Cafarnaum: 11,20-24 (SQE 108).Paralelo sintico: Lc 10,12-15.

Elementos literrios: o discurso direto de Jesus interrompido por uma introduo da parte do narrador para continuar logo em seguida.

Questes:

1. Localize no mapa as cidades mencionadas nesta passagem?

2. Por que Jesus censura os habitantes destas cidades?

Jesus louva o Pai: 11,25-27 (SQE 109).Paralelo sintico: Lc 10,21-22.

Elementos literrios: novamente o discurso de Jesus continua aps uma breve interrupo pelo narrador. Desta vez, porm, ele no se dirige diretamente s multides, mas ao Pai.

Comentrio: h aqui duas sentenas que so conectadas, uma sobre os pequeninos, outra sobre o Filho. Juntas elas querem dizer que o Pai revela as coisas do Reino aos pequeninos por intermdio de Jesus.

Questo: o que Jesus diz a respeito dos pequeninos?

O jugo suave e o fardo leve: 11,28-30 (SQE 110).Comentrio: trata-se de uma passagem prpria de Mateus.

Elementos literrios: continua o discurso direto de Jesus.

Questo: o que Jesus quer dizer com a palavra fardo? a observncia da lei? so as enfermidades? a fragilidade humana? Existe um fardo de seguir Jesus?

As espigas no sbado: 12,1-8 (SQE 111).Paralelos sinticos: Mc 2,23-28; Lc 6,1-5. Mas prprio de Mateus a informao que os discpulos estavam com fome (v. 1), e os vv. 5-7.

Elementos literrios: a seqncia de discursos diretos de Jesus termina e comea uma seo narrativa na qual predominam relatos de situaes conflitivas. Aqui temos Jesus, seus discpulos e os fariseus, com quem se d o conflito. Notar como Jesus justifica a ao de seus discpulos a partir de exemplos tomados da Sagrada Escritura.

Citao do A.T: Os 6,6, que citado pela segunda vez (cf. Mt 9,3).

Questes: notar a ligao que Mateus faz deste episdio com outros elementos que fazem parte da teologia do templo: o sacerdcio, o sacrifcio. Notar a repetio da citao de Osias. Que sentido tm estas ligaes de Mateus?

Uma cura no sbado: 12,9-14 (SQE 112).Paralelos sinticos: Mc 3,1-6; Lc 6,6-11. prprio de Mateus a argumentao do v. 11 e a concluso do v. 12.

Elementos literrios: trata-se do relato de mais uma situao conflitiva. O relato se passa numa sinagoga, em dia de sbado. So mencionados Jesus, uma pessoa com a mo atrofiada e os fariseus.

Questo: Notar como desta vez Jesus argumenta a partir de um exemplo do cotidiano. Qual a reao dos fariseus diante da prtica e das palavras de Jesus? Por que a prtica de Jesus os incomoda a ponto deles passarem a tramar contra Jesus?

Jesus cumpre a profecia de Isaas: 12,15-21 (SQE 113).Comentrio: o tema desta passagem aparece em Mc 3,7-12 e em Lc 6,17-19. Mateus, no entanto, d um tratamento prprio ao tema.

Elementos literrios: trata-se de uma poro tomada inteiramente pelo evangelista ou narrador.

Citao do A.T: Is 42,1-4

Questes:

1. Como Jesus reage ao saber que os fariseus tramavam contra ele?

2. O que a longa citao de Isaas nos revela sobre a prtica de Jesus?

Discusso a respeito dos exorcismos praticados por Jesus: 12,22-30 (SQE 117).Paralelos sinticos: Mc 3,22-27; Lc 11,14-23.

Elementos literrios: o texto comea com uma ao: a narrao de um exorcismo. Depois, a multido e os fariseus se pronunciam sobre o exorcismo. Enfim, o prprio Jesus se explica. Prprio de Mateus a questo colocada pela multido no v. 23.

Questes: notar como no a atividade exorcista de Jesus que est em jogo, uma vez que, de per se, ela evidente, mas seu significado.

1. Como a multido reage ao gesto realizado por Jesus?

2. Como os fariseus reagem questo levantada pela multido?

3. No v. 28, como Jesus interpreta seu gesto?

O pecado contra o Esprito Santo: 12,31-32 (SQE 118).Paralelos sinticos: Mc 3,28-30; Lc 12,10.

Elementos literrios: continua o discurso direto de Jesus.

Questo: o que pode significar o pecado contra o Esprito Santo?

As palavras revelam o corao: 12,33-37 (SQE 118).Paralelos: Lc 6,43-45. Os vv. 36-37, contudo, so prprios de Mateus.

Elementos literrios: ainda continua o discurso direto de Jesus.

Questes:

1. A quem se dirigem estas palavras de Jesus? Quem ele chama de raa de vboras? So os fariseus?

2. Que tipo de atitude Jesus est censurando com estas palavras?

O sinal de Jonas: 12,38-42 (SQE 119)

Paralelos sinticos: Mt 16,1.4; Mc 8,11-12; Lc 11,16.29-32 (cf. Jo 6,30).

Elementos literrios: Jesus interpelado por alguns escribas e fariseus que lhe pedem um sinal.

Reminiscncias do AT: so citados: Jonas e os habitantes de Nnive, a Rainha do Sul e Salomo.

Questo: notar como a interpretao do sinal de Jonas diferente em Mateus e em Lucas. Qual esta diferena?

O retorno do esprito mau: 12,43-45 (SQE 120)

Paralelo sintico: Lc 11,24-26. Prprio de Mateus o final do v. 45.

Elementos literrios: continua o discurso direto de Jesus que volta ao tema dos exorcismos.

Questo: qual a advertncia contida nestas palavras de Jesus?

A famlia de Jesus: 12,46-50 (SQE 121)

Paralelos sinticos: Mc 3,31-35; Lc 8,19-21.

Elementos literrios: aqui aparecem Jesus, sua me, seus irmos e seus discpulos.

Questo: o que necessrio para se fazer parte da famlia de Jesus?

As parbolas: 13

Contextualizao do discurso das parbolas: 13,1-3 (SQE 122)

Paralelos sinticos: Mc 4,1-2; Lc 8,4.

Elementos literrios: nestes primeiros versculos, Mateus monta o cenrio do discurso das parbolas: Jesus sentado em um barco e uma grande multido em p na praia. Adiante, porm, nem sempre ele vai se situar exatamente neste cenrio. Ou seja: a que Jesus conta as parbolas, mas no a que ele as explica.

A parbola do semeador: 13,4-9 (SQE 122)

Paralelos sinticos: Mc 4,3-9; Lc 8,5-8.

Elementos literrios: trata-se da primeira desta srie de parbolas que Jesus conta. O semeador o ponto central da parbola.

Explicao de por que Jesus fala em parbolas: 13,10-17 (SQE 123)

Paralelos sinticos: Mc 4,10-12.25; Lc 8,9-10.18 (cf. Jo 12,39-40).

Citao do AT: Is 6,9-10.

Prprio de Mateus: Mateus o evangelista que mais se alonga na citao de Isaas. Os vv. 16-17, so encontrados somente em Mateus.

Elementos literrios: aqui interagem Jesus e seus discpulos e preciso supor que a multido no est presente. A cena de Jesus beira-mar contando parbolas foi interrompida. Antes de Jesus contar uma segunda parbola, Mateus insere um dilogo dele com seus discpulos.

Questes:

1. Como explicar que Jesus fale em parbolas sem ser compreendido pela multido? O que a citao de Isaas quer explicar?

2. Qual a bem-aventurana que Jesus proclama no final desta passagem? A quem ela se dirige?

Explicao da parbola do semeador: 13,18-23 (SQE 124)

Paralelos sinticos: Mc 4,13-20; Lc 8,11-15.

Elementos literrios: a passagem traz a explicao da parbola feita pelo prprio Jesus. Na explicao, porm, o foco se deslocada do semeador para os tipos de terreno.

A parbola do joio e do trigo: 13,24-30 (SQE 127)

Esta parbola prpria de Mateus, ela inicia uma srie de seis parbolas todas elas comeando com a frase: O Reino dos Cus semelhante a... H ainda uma stima parbola que se refere ao Reino dos Cus. Podemos, pois, dizer que este discurso apresentao dos mistrios do Reino dos Cus (cf. v. 11) atravs de sete parbolas precedidas de uma parbola sobre o anunciar (semeador) e o ouvir (os tipos de terreno).

Parbola do gro de mostarda: 13,31-32 (SQE 128)

Paralelos sinticos: Mc 4,30-32; Lc 13,18-19.

Questo: qual o mistrio do Reino dos Cus que esta parbola revela?

Parbola do fermento: 13,33 (SQE 129)

Paralelo sintico: Lc 13,20-21.

Questo: qual o mistrio do Reino dos Cus que esta parbola revela?

Jesus fala em parbolas: 13,34-35 (SQE 130)

Paralelo sintico: Mc 4,33-34.

Citao do AT: apesar de se referir ao profeta, Mateus cita o Sl 78,2.

Questo: comparar com o paralelo de Marcos. Qual a perspectiva de Marcos? Qual a perspectiva de Mateus?

Explicao da parbola do joio e do trigo: 13,36-43 (SQE 131)

Tal como a parbola, sua explicao tambm prpria de Mateus.

Elementos literrios: muda-se novamente a cena e, desta vez, isso dito expressamente. Estamos em casa, e Jesus com os discpulos, que lhe pedem que explique a parbola do joio e do trigo. A explicao feita de modo alegrico no qual os diversos elementos da parbola adquirem significado.

Questes:

1. Qual a recompensa prometida aos justos nesta parbola?

2. Qual a mensagem que a parbola transmite diante das tribulaes do mundo?

Parbola do tesouro escondido num campo: 13,44 (SQE 132)

A seguir, h trs parbolas, todas elas so prprias de Mateus. No h uma introduo que situe estas parbolas num cenrio.

Questo: qual o mistrio do Reino dos Cus que esta parbola revela?

Parbola do negociante em busca de prolas finas: 13,45-46 (SQE 132)

Questo: qual o mistrio do Reino dos Cus que esta parbola revela?

Parbola da rede lanada ao mar: 13,47-50 (SQE 133)

Questo: qual o mistrio do Reino dos Cus que esta parbola revela?

Concluso do discurso das parbolas: 13,51-52 (SQE 134)

Esta concluso tambm prpria de Mateus. H um dilogo que se supe entre Jesus e seus discpulos.

Questo: qual a comparao que Jesus faz para concluir este discurso? O que ela significa?

Jesus em Nazar: 13,53-58 (SQE 139)

Paralelo sintico: Mc 6,1-6a (cf. Lc 4,16-30; Jo 4,43-45).

Elementos literrios: depois da finalizao tpica de Mateus para um discurso de Jesus, narrada uma visita de Jesus a Nazar. L, ele vai a sinagoga e no encontra boa acolhida. As pessoas conhecem Jesus e sua famlia e se admiram de sua sabedoria e dos milagres que realiza. de se notar que, segundo Mateus, as pessoas reconhecem Jesus como o filho do carpinteiro.

Compromisso com Jesus: 1417

Herodes e Jesus: 14,1-2 (SQE 143)

Paralelos sinticos: Mc 6,14-16; Lc 9,7-9.

Elementos literrios: as personagens que interagem so Herodes e seus cortesos.

Observao: podemos dizer que a partir desta percope, Mateus utiliza o mesmo esquema narrativo que temos no evangelho de Marcos. Na comparao entre os dois evangelistas, porm, quase sempre Mateus aquele que traz o relato mais simples.

Execuo de Joo Batista: 14,3-12 (SQE 144)

Paralelo sintico: Mc 6,17-29 (cf. Lc 3,19-20; Jo 3,24).

Comparao sintica: no relato de Marcos, Herodades que quer matar Joo; em Mateus o prprio Herodes. Ele no o faz por medo da multido, que considerava Joo um profeta. No relato da decapitao de Joo, Mateus mais breve que Marcos. Somente ele, contudo, traz a informao de que os discpulos de Joo foram anunciar a Jesus o que tinha se passado.

Jesus sacia uma multido de cinco mil homens: 14,13-21 (SQE 146)

Paralelos sinticos: Mc 6,30-44; Lc 9,10-17; Jo 6,1-15.

Comparao sintica: todos os evangelistas trazem este relato. Mateus e Marcos traro ainda um outro relato semelhante: cf. Mt 15,32-39 e Mc 8,1-10. Quanto ao relato de Mateus, o que ele tem de prprio a circunstncia inicial: Jesus dirige-se a um lugar afastado e a multido o segue. Em Mateus, por que Jesus vai para este lugar afastado?

Jesus caminha sobre as guas: 14,22-33 (SQE 147)

Paralelos sinticos: Mc 6,45-52; Jo 6,16-21.

Comparao sintica: apenas Lucas no traz esta passagem que os outros evangelistas trazem sempre aps o relato de Jesus saciando a multido. Prprio de Mateus o episdio a respeito de Pedro nos vv. 28-31. Tambm prprio de Mateus o final da percope em que os discpulos se prostram diante de Jesus e o reconhecem como o Filho de Deus.

Questes: Por que Pedro comea a afundar? Como Jesus o repreendeu? Qual a mensagem desta passagem?

Curas em Genesar: 14,34-36 (SQE 148)

Paralelo sintico: Mc 6,53-56.

Discusso sobre as tradies dos fariseus: 15,1-20 (SQE 150)

Paralelos sinticos: Mc 7,1-23; Lc 6,39.

Citao do AT: Is 29,13.

Comparao sintica: Este relato encontra paralelo sobretudo em Marcos. O paralelo com Lucas de apenas um versculo (Mt 15,14 e Lc 6,39) referente a uma sentena de Jesus que Mateus deve ter inserido neste contexto. Na comparao, pois, com o relato de Marcos, o que teramos como prprio de Mateus : (a) no v. 4 a frase Deus disse; (b) os vv. 12-13, a respeito do escndalo que Jesus provoca entre os fariseus. O catlogo de sete vcios no v. 19, se no prprio, tpico de Mateus.

Questes:

1. Onde Mateus tem Deus disse, o que traz o evangelho de Marcos? O que este detalhe poderia significar?

2. Por que os fariseus teriam se escandalizado com o ensinamento de Jesus? certo provocar escndalos?

3. Quais os sete vcios elencados por Mateus que tornam uma pessoa impura?

Jesus e a mulher canania: 15,21-28 (SQE 151)

Paralelo sintico: Mc 7,24-30.

Comparao sintica: toda regra tem exceo. Desta vez Mateus que tem, em relao a Marcos, o relato mais detalhado.

Questo: conferir em anexo a disposio desta passagem em colunas em Marcos e em Mateus. O que prprio de cada evangelista? O que estes detalhes mostram de significativo para a compreenso da perspectiva de cada um destes evangelistas?

Novamente Jesus sacia a multido: 15,29-39 (SQE 152-153)

Paralelo sintico: Mc 8,1-10.

Comparao sintica: desde o incio do cap. 14, o evangelho de Mateus segue o mesmo esquema presente em Marcos. Aqui, houve uma interrupo. Antes de narrar a segunda multiplicao dos pes, Marcos narra o episdio de Jesus abrindo os ouvidos de um surdo gago (cf. Mc 7,31-37). J em Mateus, temos uma ambientao que prepara o segundo relato de Jesus saciando a multido.

Questo: quem a multido que Jesus sacia com o po?

Fariseus e saduceus pedem um sinal do cu: 16,1-4 (SQE 154)

Paralelos sinticos: Mc 8,11-13; Lc 12,54-57 (cf. Mt 12,38-42; Lc 11,16.29).

Comparao sintica: ao que parece, Mateus comps este relato com material que ele tem em comum com Marcos e com material comum com Lucas. A perspectiva de Mateus, ora lhe prpria: o sinal aquele de Jonas (ressurreio), ora lhe comum com Lucas: preciso saber interpretar os sinais que j existem. No incio do relato, prprio de Mateus mencionar os saduceus com os fariseus.

Questo: que significa a expresso sinais dos tempos?

O fermento de fariseus e saduceus: 16,5-12 (SQE 155)

Paralelos sinticos: Mc 8,14-21; Lc 12,1.

Comparao sintica: como na passagem anterior, continua sendo prpria de Mateus a meno dos saduceus (em Marcos, temos a meno a Herodes). Tambm prprio de Mateus a explicao que dada no final do relato.

Questo: na perspectiva mateana, de qual fermento Jesus quer prevenir seus discpulos?

A profisso de f de Pedro: 16,13-20 (SQE 158)

Paralelos sinticos: Mc 8,27-30; Lc 9,18-21 (cf. Jo 6,67-71).

Comparao sintica: comparando a seqncia de Mateus com a seqncia de Marcos, novamente h uma passagem que no entra em Mateus. Trata-se de Mc 8,22-26, que narra Jesus abrindo os olhos de um cego em Betsaida. Quanto a este relato, comumente chamado de Confisso de Pedro, temos como prprio de Mateus:

a) a expresso Filho do Homem na pergunta que Jesus faz a seus discpulos;

b) entre as respostas das pessoas, a meno de Jeremias;

c) na resposta de Pedro, a expresso o Filho do Deus vivo;

d) as palavras de Jesus dirigidas a Pedro: vv. 17-19.

Questes:

1. o que em Jesus Cristo faz lembrar a figura do profeta Jeremias?

2. quem Jesus na resposta de Pedro? De acordo com as palavras de Jesus, como Pedro chegou a esta resposta?

3. qual a misso que Jesus confia a Pedro? Qual a relao entre esta misso e seu nome?

Primeiro anncio da pscoa de Jesus: 16,21-23 (SQE 159)

Paralelos sinticos: Mc 8,31-33; Lc 9,22.

Comparao sintica: os elementos prprios de Mateus so:

a) a referncia a Jerusalm: v. 21;

b) o discurso direto atribudo a Pedro: v. 22;

c) as palavras de Jesus de que Pedro lhe serve de escndalo: v. 23.

Condies para seguir Jesus: 16,24-28 (SQE 160)

Paralelos sinticos: Mc 8,349,1; Lc 9,23-27; Jo 12,25.

Comparao sintica: de se notar que esta exortao de Jesus, em Mateus, dirigida aos discpulos (v. 24), e no multido (Marcos) ou a todos (Lucas). Tambm tpico de Mateus a maneira como apresenta as ltimas palavras de Jesus (v. 27), com a meno da retribuio a cada um de acordo com seu comportamento (ou obras).

Questo: como compreender a perspectiva teolgica de Mateus que pe as obras e a prxis em destaque? Ela contrria perspectiva paulina? Onde encontrar um elemento de sntese das teologias de Mateus e de Paulo?

A transfigurao: 17,1-8 (SQE 161)

Paralelos sinticos: Mc 9,2-10; Lc 9,28-36.

Citao do AT: Is 42,1.

Comparao sintica: prprio de Mateus a frase em quem me comprazo que completa a referncia a Is 42,1. Tambm prprio de Mateus o que narrado nos vv. 6-7.

Questes: quais elementos do relato so tpicos de uma teofania?

Pergunta a respeito de Elias: 17,9-13 (SQE 162)

Paralelo sintico: Mc 9,11-13.

Comparao sintica: em relao ao relato de Marcos, prprio de Mateus a explicitao do v. 13.

O menino possesso: 17,14-21 (SQE 163)

Paralelos sinticos: Mc 9,14-29; Lc 9,37-43a.

Comparao sintica: prprio de Mateus a atitude do homem que vem at Jesus, que se pe de joelhos (v. 14). Tambm prprio de Mateus a resposta de Jesus aos discpulos no v. 20, que, contudo, remete a Mc 11,22-23; Lc 17,6.

Questo: qual o aspecto da f que este relato desvela?

Segundo anncio da pscoa de Jesus: 17,22-23 (SQE 164)

Paralelos sinticos: Mc 9,30-32; Lc 9,43b-45.

Comparao sintica: prprio de Mateus a reao de tristeza dos discpulos.

O tributo para o Templo: 17,24-27 (SQE 165)

Comentrio: trata-se de uma passagem prpria de Mateus.

Elementos literrios: trata-se de um relato que se passa em Cafarnaum, s margens do lago da Galilia. As personagens so os coletores da didracma, um imposto recolhido para o Templo de Jerusalm, Simo Pedro e Jesus. O relato se passa em dois tempos: no primeiro, esto Pedro e os coletores da didracma; no segundo, esto Simo e Jesus.

Questes:

1. qual a questo que Jesus prope a Pedro?

2. a partir da resposta de Pedro, a qual concluso chega Jesus?

3. a partir de qual princpio Jesus age?

Discurso eclesial: 18

O maior o pequenino: 18,1-5 (SQE 166)

Paralelos sinticos: Mc 9,33-37; Lc 9,46-48 (cf. Mc 10,15; Lc 18,17).

Comparao sintica: prprio de Mateus a maneira como ele insere este relato em seu evangelho, que se torna o motivo para o discurso de Jesus que vem a seguir.

Questes:

1. Qual a questo que os discpulos colocam a Jesus? Como Jesus a responde?

2. Qual a condio que Jesus apresenta para se entrar no Reino dos Cus?

3. Que pode significar o termo pequenino neste evangelho?

Afastar os escndalos: 18,6-10 (SQE 168-169)

Paralelos sinticos: Mc 9,42-48; Lc 17,1-2.

Comparao sintica: prprio de Mateus o v. 10.

Questes:

1. que significa a expresso entrar para a vida (vv. 8.9)?

2. como a Igreja que o v. 10 pressupe?

Analogia do pastor: 18,12-14 (SQE 169)

Paralelo sintico: Lc 15,3-7.

Comparao sintica: esta parbola aparece nos evangelhos de Mateus e Lucas. Cada um destes evangelistas, no entanto, a trabalhou a seu modo. Em Mateus, o v. 14 lhe prprio.

Questo: como Mateus trabalha esta parbola? Como ele a relaciona com o discurso eclesiolgico?

Correo fraterna: 18,15-18 (SQE 170)

Paralelos sinticos: Lc 17,3; Jo 20,23.

Comparao sintica: prprios de Mateus so os vv. 16-17; o v. 15 tem um paralelo no evangelho de Lucas, e o v. 18 tem um paralelo no evangelho de Joo. Isso tambm significa que foi provavelmente Mateus que montou esta seqncia.

Questo: qual a receita que este relato evanglico prope Igreja? Como tratar as pessoas que erram?

Orao comum: 18,19-20 (SQE 171)

Estes versculos so prprios de Mateus.

Questo: qual a imagem de Igreja que aparece nestes versculos?

O perdo das ofensas: 18,21-35 (SQE 172-173)

Paralelo sintico: Lc 17,4.

Exceto pela sentena do v. 22, em paralelo com Lucas, tudo o mais prprio de Mateus. de se notar, mais uma vez, a presena de Pedro em material que prprio de Mateus. Logo aps o dilogo com Pedro, vem a parbola, tambm ela, prpria de Mateus.

Questes:

1. Qual o ensinamento central da parbola contada por Jesus? O que este ensinamento tem a ver com o Reino de Deus?

2. Em todo este discurso, h quatro menes do Reino do Cus (vv. 1.3.4.23) e duas ocorrncia da palavra igreja (v.17). Qual a relao entre estas duas realidades?

Viver sob o reinado de Deus: 19-22

Partida para a Judia: 19,1-2 (SQE 251)

Paralelo sintico: Mc 10,1 (cf. Lc 9,51).

Elementos literrios: a primeira frase desta poro a mesma frase tpica com a qual Mateus termina um discurso de Jesus. Em seguida, temos o anncio da partida da Galilia rumo Judia. Isto quer dizer que comea aqui, em Mateus, o itinerrio de Jesus rumo a Jerusalm onde acontecer sua pscoa.

Questo sobre o divrcio: 19,3-9 (SQE 252)

Paralelos sinticos: Mc 10,2-12; Lc 16,18 (cf. Mt 5,32)

Comparao sintica: so prprias de Mateus as seguintes frase:

a) por qualquer motivo que seja, no v. 3;

b) e se unir a sua mulher, no v. 5;

c) exceto por motivo de fornicao, no v. 9.

Comentrio: esta passagem em Mateus tem uma caracterstica bem peculiar. Esta caracterstica aparece na chamada clusula mateana que permitiria o repdio da mulher. Esta perspectiva j aparece na frase prpria de Mateus no v. 3, quando os fariseus perguntam a Jesus se era lcito repudiar a mulher por qualquer motivo que seja. Na perspectiva mateana no lcito ao homem repudiar a mulher a no ser em um caso. Este caso mencionado no v. 9, na frase: . Em grego, temos aqui a palavra pornia. Como compreend-la? Damos trs possibilidades:

a) no sentido literal de pornia: prostituio, adultrio;

b) no sentido derivado de unio sexual ilegtima por consanginidade ou casamento misto;

c) no sentido figurado de idolatria.Os eunucos pelo Reino dos Cus: 19,10-12 (SQE 252)

Esta passagem prpria de Mateus. Ela completa a passagem anterior. Na vida crist, a sexualidade pode ser vivida no casamento e no celibato.

Questo: como se pode compreender a afirmao de Jesus que h eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Cus?

Jesus acolhe as crianas: 19,13-15 (SQE 253)

Paralelos sinticos: Mc 10,13-16; Lc 18,15-17.

Comparao sintica: prprio de Mateus a meno da orao no v. 13.

O jovem rico: 19,16-22 (SQE 254)

Paralelos sinticos: Mc 10,17-22; Lc 18,18-23.

Comparao sintica: prprio de Mateus:

a) a maneira como colocada a questo sobre o bom, nos vv. 16-17;

b) o uso da expresso entrar para a vida, no v. 17;

c) a meno do mandamento do amor ao prximo, no v. 19;

d) a informao de que esta pessoa um jovem, no v. 20;

e) a sentena: se queres ser perfeito, no v. 21.

Questo: notar como todos os mandamentos mencionados por Jesus se referem ao amor ao prximo. Como se comea o caminho do amor ao prximo? Como se chega perfeio neste amor?

O perigo das riquezas: 19,23-26 (SQE 255)

Paralelos sinticos: Mc 10,23-27; Lc 18,24-27.

A recompensa aos discpulos: 19,27-30 (SQE 255)

Paralelos sinticos: Mc 10,28-31; Lc 18,28-30 (cf. Lc 22,28-30).

Comparao sintica: prprio de Mateus a maneira como as sentenas do v. 28 so inseridas nesta seqncia.

Parbola dos trabalhadores na vinha: 20,1-16 (SQE 256)

Se inclumos nesta mesma seqncia 19,30, podemos dizer que ela comea e termina com uma sentena a respeito dos primeiros e dos ltimos. Esta sentena tem seu paralelo em Mc 10,31 e Lc 13,30. J a parbola que est entre estes versculos prpria de Mateus. de se notar que se trata de mais uma parbola do Reino.

Questes: a parbola pode ter duas aplicaes:

a) Ela se refere justia de Deus. Como a justia de Deus?

b) Ela se refere ao Reino de Deus. Qual o ensinamento sobre o Reino desta parbola?

Terceiro anncio da pscoa de Jesus: 20,17-19 (SQE 262)

Paralelos sinticos: Mc 10,32-34; Lc 18,31-34.

Comparao sintica: neste anncio, mas somente em Mateus, Jesus prediz sua morte por crucifixo.

O pedido da me dos filhos de Zebedeu: 20,20-23 (SQE 263)

Paralelo sintico: Mc 10,35-40.

Comparao sintica: prprio de Mateus:

a) que o pedido seja feito pela me;

b) que ela se prostre para fazer o pedido;

c) que ela se refira ao Reino.

A questo do poder: 20,24-28 (SQE 263)

Paralelos sinticos: Mc 10,41-45 (cf. Lc 22,24-27).

Os cegos de Jeric: 20,29-34 (SQE 264)

Paralelos sinticos: Mc 10,46-52; Lc 18,35-43.

Comparao sintica: prprio de Mateus que sejam dois cegos. No final, Mateus o nico a mencionar a misericrdia de Jesus e seu gesto taumaturgo (v. 34).

Entrada em Jerusalm: 21,1-11 (SQE 269.271)

Paralelos sinticos: Mc 11,1-11; Lc 19,28-40; Jo 12,12-19.

Comparao sintica: caracterstico de Mateus a importncia dada jumenta, o que deve ser visto em relao com a profecia de Zacarias que ele cita. So prprios de Mateus os dois ltimos versculos: 10-11.

Questes:

1. O que a meno da profecia de Zacarias esclarece sobre este episdio?

2. A partir da informao dada nos vv. 10-11, quem a multido que aclama Jesus quando ele entra em Jerusalm? Quem Jesus para esta multido?

Expulso dos vendedores do templo: 21,12-17 (SQE 271)

Paralelos sinticos: Mc 11,15-19; Lc 19,45-46; Jo 2,13-22.

Questes: este episdio narrado pelos quatro evangelistas. Mas cada um o narra a seu modo.

1. Quando situar o episdio da expulso dos vendedores do templo? Notar o esquema temporal seguido por Mateus e compar-lo com os outros evangelistas.

2. Onde encaixar os vv. 14-16? Compar-los com Lc 19,39-40 e Jo 12,19.

3. Comparar Mt 21,14 com 2Sm 5,8. Quem Jesus expulsa do Templo? Quem Jesus acolhe no Templo?

O sinal da figueira: 21,18-22 (SQE 272.275)

Paralelo sintico: Mc 11,12-14.20-24.

Comparao sintica: diferente de Marcos, Mateus narra este episdio de uma s vez, insistindo na questo da f.

Questo sobre a autoridade de Jesus: 21,23-27 (SQE 276)

Paralelos sinticos: Mc 11,27-33; Lc 20,1-8.

Questes: onde se passa este episdio? qual a questo colocada a Jesus? quem so aqueles que colocam a questo a Jesus?

Parbola dos dois filhos: 21,28-32 (SQE 277)

Esta parbola com sua aplicao so prprias de Mateus. H nelas vrios temas caros ao evangelista. Mateus a inseriu entre a questo sobre a autoridade de Jesus e a parbola dos vinhateiros homicidas, duas passagens que se encontram em seqncia nos evangelhos de Marcos e de Lucas.

Questes:

1. Qual o tema caro a Mateus que a parbola dos dois filhos aborda?

2. Diante do Reino de Deus como esto os publicanos, as prostitutas e as autoridades religiosas judaicas?

Parbola da vinha: 21,33-46 (SQE 278)

Paralelos sinticos: Mc 12,1-12; Lc 20,9-19.

Comparao sintica: caracterstico de Mateus:

a) o castigo dos vinhateiros, no v. 41, ainda mais severo em Mateus;

b) o acrscimo, tambm no v. 41, de que a vinha ser arrendada a outros que entregaro os frutos no tempo devido, o que prepara o v. 43, tambm prprio de Mateus;

c) a meno de que o povo considerava Jesus como um profeta (v. 46).

Questes:

1. A que acontecimentos da histria da salvao esta parbola se refere?

2. Qual a interpretao que Jesus d ao Salmo 118,22-23 (A pedra que os construtores rejeitaram...)?

Parbola das bodas: 22,1-14 (SQE 279)

Paralelo temtico: Lc 14,15-24.

Comentrio: h aqui uma ou duas parbolas de Mateus. Se consideramos que h duas parbolas, a primeira vai de 2-10 e a segunda vai de 11-13. O v. 14 pode ser uma concluso vlida para as duas parbolas. Estas duas parbolas foram juntadas e transformadas numa s parbola ou alegoria. Ela retrata diversos tipos de atitude diante do Reino de Deus anunciado por Jesus.

Questes:

1. A que o Reino dos Cus comparado nesta parbola?

2. Quem que convida para o Reino?

3. Como as pessoas se comportam diante do convite? (h trs tipos de comportamento)

O tributo a Csar: 22,15-22 (SQE 280)

Paralelos sinticos: Mc 12,13-17; Lc 20,20-26.

A ressurreio dos mortos: 22,23-33 (SQE 281)

Paralelos sinticos: Mc 12,18-27; Lc 20,27-40.

Comentrio: notar como Jesus se sai bem nestes debates e como vai aumentando a admirao por ele.

O maior mandamento: 22,34-40 (SQE 282)

Paralelos sinticos: Mc 12,28-34; Lc 10,25-28.

Comparao sintica: no h em Mateus o clima quase cordial deste relato em Marcos. Tpico de Mateus o a maneira como este relato termina: cf. o v. 40.

Questo: A afirmao do v. 40 revela uma maneira de se interpretar o AT (a Lei e os Profetas). O que a caracteriza?

O Cristo e Davi: 22,41-46 (SQE 283)

Paralelos sinticos: Mc 12,35-37; Lc 20,40-44.

Comparao sintica: em Mateus, o relato mais longo que em Marcos e Lucas, e se d num dilogo direto entre Jesus e os fariseus.

Cuidado com os falsos discursos; o discurso escatolgico: 2325.Discurso contra os escribas e fariseus: 23,1-36 (SQE 284).Paralelos sinticos: Mc 12,37-40; Lc 11,37-54; 14,11; 16,14-15; 20,45-47.

Este primeiro discurso se divide em trs partes:

a) 23,1-12 discurso dirigido s multides e discpulos, a respeito dos escribas e fariseus

eles dizem mas no fazem, ou fazem para serem vistos pelas pessoas

no aceitar os ttulos de rabi, pai, guia.

sentena sobre a humildade

b) 23,13-32 sete ais dirigidos aos escribas e fariseus

1) bloqueiam a entrada para o Reino dos Cus

2) fazem proslitos piores do que eles prprios

3) so condutores de cegos: questes de juramento

4) importam-se com pequenas coisas e se omitem nas coisas mais importantes

5) preocupam-se com uma pureza exterior e no do importncia pureza interior

6) tm aparncia de justos mas, por dentro, esto cheios de hipocrisia e iniqidade

7) constrem os tmulos dos profetas que foram assassinados por seus pais

c) 23,33-36 concluso: palavras finais de condenao.

Questo: mais do que a condenao de pessoas, podemos pensar que Jesus condena determinados tipos de atitude que podem pr a perder qualquer comunidade religiosa. Entre as advertncias de Jesus, saliente algumas que para voc seriam mais importantes para as comunidades crists de hoje.

Discurso sobre Jerusalm: 23,37-39 (SQE 285).Paralelo sintico: Lc 13,34-35.

Comparao sintica: Esta passagem em Mateus e em Lucas est colocada em pores bem distintas destes evangelhos. Em Lucas, ela aparece antes da entrada de Jesus em Jerusalm e as palavras finais desta passagem (Bendito aquele que vem em nome do Senhor) podem enviar a este episdio. J em Mateus, esta passagem est depois da entrada de Jesus em Jerusalm de modo que as palavras finais somente podem enviar parusia.

Discurso escatolgico: 24,1-51 (SQE 287-293.296-297).Partes e paralelos:

v. 1-2 introduo no Templo (Mc 13,1-2; Lc 21,5-6).

v. 3-8 sinais antes do fim (Mc 13,3-8; Lc 21,7-11).

v. 9-14 perseguies futuras (Mc 13,9-13; Lc 21,12-19).

v. 15-22 destruio de Jerusalm (Mc 13,14-20; Lc 21,20-24).

v. 23-28 falsos messias e falsos profetas (Mc 13,21-23; Lc 17,23-24.37).

v. 29-31 a vinda do Filho do Homem (Mc 13,24-27; Lc 21,25-28).

v. 32-36 parbola da figueira (Mc 13,24-27; Lc 21,25-28).

v. 37-41 apelo vigilncia: o exemplo de No (Lc 17,26-27).

v. 42-51 apelo vigilncia e a parbola do intendente (Mc 13,33-37; Lc 12,39-46).

Parbola das dez virgens: 25,1-13 (SQE 298).Esta parbola prpria de Mateus. Ela abre uma seqncia de trs parbolas, das quais a nica que comea com a frase tpica: o Reino dos Cus semelhante a... No centro da parbola est o encontro com o noivo que vem sem que se saiba exatamente quando, da a necessidade de prevenir-se com um excedente de azeite para as lmpadas.

Questes:

1. O motivo central da parbola uma festa de casamento. Quem o noivo?

2. O que representa o azeite? Por que ele no pode ser partilhado?

3. Que significa o momento da chegada do noivo?

Parbola dos talentos: 25,14-30 (SQE 299).Paralelo: Lc 19,11-27.

O paralelo desta parbola dado pela parbola das minas no evangelho de Lucas. O tema das duas parbolas o mesmo, mas h uma boa diferena de detalhes entre elas.

Questes:

1. O que um talento? O que ele representa?

2. Que representam os servos que duplicaram os talentos recebidos?

3. Que representa o servo que devolveu o talento recebido? Por que ele no o fez render?

Parbola do juzo final: 25,31-46 (SQE 300).Tambm esta parbola prpria de Mateus. com ela que Mateus encerra a pregao de Jesus. Na percope seguinte, comea o relato da paixo de Jesus. Ocupando esta posio no evangelho, esta parbola apresenta uma sntese da pregao de Jesus recolhida por Mateus.

Questes:

1. Segundo esta parbola, quem bendito? quem maldito?

2. Por que os justos se espantam quando so acolhidos para o Reino?

3. Qual a ligao que podemos estabelecer entre esta parbola e o discurso das bem-aventuranas, entre a abertura e o encerramento dos discursos de Jesus?

A paixo de Jesus: 2627.Fim do discurso, Jesus anuncia sua morte na Pscoa: 26,1-2 (SQE 305).Estes versculos so prprios de Mateus. Trata-se de uma dobradia redacional para concluir o discurso precedente e abrir o relato da paixo.

Deciso de matar Jesus: 26,3-5 (SQE 305).Paralelos sinticos: Mc 14,1-2; Lc 22,1-2 (cf. Jo 11,47-53).

Comparao sintica: Mateus tem de prprio a meno dos ancios (v. 3). Sua referncia casa de Caifs tem paralelo no relato joanino do conluio armado para condenar Jesus (cf. Jo 11,49-50).

Uno em Betnia: 26,6-13 (SQE 306).Paralelos sinticos: Mc 14,3-9. Jo 12,1-8 (cf. Lc 7,36-50).

Comparao sintica: os relatos de Mateus e o de Marcos podem ser comparados. Nesta comparao, o detalhe mais importante do relato de Mateus a identificao dos discpulos como sendo aqueles que ficaram indignados com a atitude da mulher e a censuraram.

Traio de Judas: 26,14-16 (SQE 307).Paralelos sinticos: Mc 14,10-11; Lc 22,3-6.

Comparao sintica: Mateus transforma em dilogo o encontro de Judas com os chefes dos sacerdotes e, ao invs de falar apenas de dinheiro, especifica que o preo combinado por Jesus foi o de trinta moedas de prata, numa possvel referncia a Ex 21,32 e a Zc 11,12.

Questo: a que se refere o valor de trinta moedas de prata? trata-se de uma soma elevada ou pequena?

Preparativos para a ceia pascal: 26,17-19 (SQE 308).Paralelos sinticos: Mc 14,12-16; Lc 22,7-13.

Na ceia, o anncio da traio de Judas: 26,20-25 (SQE 308.310).Paralelos sinticos: Mc 14,17-21; Lc 22,21-23 (cf. Jo 13,18-30).

Comparao sintica: o v. 25 prprio de Mateus.

O memorial da ceia: 26,26-29 (SQE 311).Paralelos sinticos: Mc 14,22-25; Lc 22,15-20.

Comparao sintica: prprio de Mateus so as palavras para remisso dos pecados (v. 28), que do um significado para a morte de Jesus.

Aps a ceia, o anncio da disperso dos discpulos e da negao de Pedro: 26,30-35 (SQE 315).Paralelos sinticos: Mc 14,26-31; Lc 22,31-34; Jo 13,36-38.

Questo: por que os discpulos se escandalizam por causa de Jesus?

Orao de Jesus no Getsmani: 26,36-46 (SQE 330).Paralelos sinticos: Mc 14,32-42; Lc 22,39-46 (cf. Jo 18,1).

Priso de Jesus: 26,47-56 (SQE 331).Paralelos sinticos: Mc 14,43-52; Lc 22,47-53; Jo 18,2-12.

Comparao sintica: prprio de Mateus so os vv. 52-54, que conduzem o relato para o cumprimento das Escrituras.

Jesus perante o sindrio: 26,57-68 (SQE 332).Paralelos sinticos: Mc 14,53-68; Lc 22,54-71; Jo 18,13-24.

Questo: no julgamento perante o sindrio, quais as acusaes levantadas contra Jesus?

Negao de Pedro: 26,69-75 (SQE 333).Paralelos sinticos: Mc 14,66-72; Lc 22,56-62; Jo 18,15-18.25-27.

Jesus conduzido a Pilatos: 27,1-2 (SQE 334).Paralelo sintico: Mc 15,1 (cf. Lc 23,1 e Jo 18,28).

Comentrio: estes versculos fazem pensar que alm da reunio do sindrio durante a noite, teria havido uma outra reunio durante a manh.

Questo: porque Jesus conduzido a Pilatos amarrado?

Morte de Judas: 27,3-10 (SQE 335)

Paralelo temtico: At 1,15-20.

Comentrio: a descrio da morte de Judas no coincide inteiramente em Mateus e nos Atos dos Apstolos, mas nos dois relatos mencionado o campo de sangue.

Questes:

1. Como reagem os sumos sacerdotes e ancios diante da confisso de Judas de que tinha entregue sangue inocente?

2. Afinal, que feito do dinheiro que Judas recebeu pela traio de Jesus?

Jesus diante de Pilatos, o incio do julgamento: 27,11-14 (SQE 336).Paralelo: Mc 15,2-5; Lc 23,2-5; Jo 18,29-38

Jesus ou Barrabs: 27,15-21 (SQE 339).Paralelos: Mc 15,6-14; Lc 23,17-23; Jo 18,39-40

Observaes: (1) alguns testemunhos antigos trazem a leitura: Jesus Barrabs ou Jesus chamado Cristo. (2) No v. 19, notar o testemunho da esposa de Pilatos da inocncia de Jesus.

A condenao morte: 27,22-26 (SQE 339.341).Paralelos: Mc 15,15; Lc 23,24-25; Jo 19,16

Observao: prprio de Mateus: vv. 24-25

As zombarias dos soldados: 27,27-31 (SQE 342)

Paralelos: Mc 15, 16-20; Jo 19,1-3

A crucifixo: 27,32-38 (SQE 343-345)

Paralelos: Mc 15,21-28; Lc 23,26-34; Jo 19,17-24

Observao: o v. 36 prprio de Mateus.

As zombarias na cruz: 27,39-44 (SQE 345-346).Paralelos: Mc 15,29-32; Lc 23,35-38

Observao: o v. 43 prprio de Mateus. Ele combina Sl 22,9 e Sb 2,18

Morte de Jesus: 27,45-54 (SQE 347).Paralelos: Mc 15,33-39; Lc 23,44-48; Jo 19,28-30

Observaes: prprio de Mateus:

(1) o terremoto no v. 51;

(2) os tmulos que se abrem, etc., nos vv. 52-53

(3) a maneira como apresentado o testemunho do centurio: v. 54

As mulheres junto cruz: 27,55-56 (SQE 348).Paralelos: Mc 15,40-41; Lc 23,49; Jo 19,25-27

Observao: prprio de Mateus a referncia me dos filhos de Zebedeu.

O sepultamento de Jesus: 27,57-61 (SQE 350).Paralelos: Mc 15,42-47; Lc 23,50-56; Jo 19,38-42

Observao: notar a meno unnime de Jos de Arimatia

A guarda do sepulcro: 27,62-66 (SQE 351).Observao: prprio de Mateus.

A ressurreio: 28.O sepulcro vazio: 28,1-8 (SQE 352).Paralelos sinticos: Mc 16,1-8; Lc 24,1-12; Jo 20,1-13.

Comparao sintica: prprio de Mateus:

(1) o momento em que as mulheres vo ao sepulcro: ao raiar do novo dia (v. 1).

(2) o porqu da ida ao sepulcro: para ver (v. 1).

(3) o terremoto e os sinais que o seguem (v. 2).

(4) a descrio do Anjo (Anjo do Senhor) (v. 3).

(5) a meno dos guardas (v. 4).

Questo: qual o momento do raiar de um novo dia?

Apario s mulheres: 28,9-10 (SQE 353).Paralelos temticos: Mc 16,9-11; Lc 24,10-11; Jo 20,14-18.

Comparao sintica: apesar dos paralelos, podemos dizer que este relato prprio de Mateus.

O estratagema com os guardas: 28,11-15 (SQE 354).Trata-se de uma passagem prpria de Mateus.

Apario de Jesus na Galilia: 28,16-20 (SQE 364).Observao: prprio de Mateus.

Anexo 1: Jesus e a mulher pag.Mateus 15,21-28Mc 7,24-30

21 Jesus, partindo dali, retirou-se para a regio de Tiro e de Sidnia.24 Saindo dali, foi para o territrio de Tiro.

Entrou numa casa e no queria que ningum soubesse onde se achava. Mas no conseguiu ficar oculto.

22 E eis que uma mulher canania, daquela regio, veio gritando: Senhor, filho de Davi, tem compaixo de mim: a minha filha est horrivelmente endemoninhada..25 Logo em seguida, uma mulher cuja filha tinha um esprito impuro ouviu falar dele, veio e atirou-se a seus ps.

26 A mulher era grega, siro-fencia de nascimento, e lhe rogou que expulsasse o demnio de sua filha.

23 Ele, porm, nada lhe respondeu.

Ento seus discpulos se chegaram a ele e pediram-lhe: Despede-a, porque vem gritando atrs de ns.

24 Jesus respondeu: Eu no fui enviado seno s ovelhas perdidas da casa de Israel.

25 Mas ela, aproximando-se, prostrou-se diante dele e ps-se a rogar: Senhor, socorre-me!

26 Ele tornou a responder: No fica bem tirar o po dos filhos e atir-lo aos cachorrinhos.27 Ele disse: Deixa que primeiro os filhos se saciem porque no bom tirar o po dos filhos e atir-lo aos cachorrinhos.

27 Ela insistiu: Isso verdade, Senhor, mas tambm os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos!28 Ela, porm, lhe respondeu: verdade, Senhor, mas tambm os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas das crianas!

28 Diante disso, Jesus lhe disse: Mulher, grande a tua f! Seja feito como queres!29 E ele respondeu: Pelo que disseste, vai: o demnio j saiu de tua filha.

E a partir daquele momento sua filha ficou curada.30 Ela voltou para casa e encontrou a criana atirada sobre o leito. E o demnio tinha ido embora.

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