Apostila ezequiel traduzido

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1. PUBLICAÇÕES INTERAMERICANAS Pacific Press Publishing Association Mountain View, Califórnia EE. UU. do N.A. -------------------------------------------------------------------- VERSÃO ESPANHOLA Tradutor Chefe: Victor E. AMPUERO MATTA Tradutora Associada: NANCY W. DO VYHMEISTER Redatores: Sergio V. COLLINS Fernando CHAIJ TULIO N. PEVERINI LEÃO GAMBETTA Juan J. SUÁREZ Reeditado por: Ministério JesusVoltara http://www.jesusvoltara.com.br Igreja Adventista dou Sétimo Dia --------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------------------- O livro do Profeta Ezequiel INTRODUÇÃO 1. Título.- Em hebreu o livro recebe seu título do nome de seu autor, Yejezqe'l, que significa: "A quem Deus fortalecerá". Este nome, como o de muitos outros de os Santos da antigüidade, correspondia muito bem com a vida e obra de quem levava-o. Na RVR; assim como em hebreu, o livro ocupa o terceiro lugar entre os escritos dos quatro profetas maiores. Esta é certamente sua localização cronológica verdadeira, porque coloca o livro entre dois grandes contemporâneos do Ezequiel. Entre esses profetas, Jeremías começou suas profecias muito antes, e Daniel seguiu com suas profecias muito depois. 2. Paternidade literária.- Até anos recentes a autenticidade e canonicidad do livro do Ezequiel não tinha sido objeto de sérios ataques. Entretanto, os eruditos conservadores, assim como muitos da escola mais rigorosamente crítica, ainda mantêm a posição tradicional de que Ezequiel mesmo foi o autor da compilação de os pronunciamentos proféticos que agora leva seu nome. Não se conhece nada da história pessoal do profeta, salvo o que pode conhecer-se pelo mesmo livro e pelas circunstâncias dos tempos em que viveu o autor. Não o menciona em nenhum outro livro do AT, e seus escritos nunca são citados diretamente no NT a exceção, possivelmente, de (2 Cor. 6: 17), embora existam muitas alusões a seus símbolos, especialmente no Apocalipse. Fora da Bíblia só é mencionado pelo Josefo (Antiguidades X. 5. 1; 6. 3; 7. 2; 8. 2), e pelo Jesus filho do Sirac (Ecco. 49: 8), embora nenhum dos dois acrescenta nenhum detalhe de importância. 2. Ezequiel se chama a si mesmo "sacerdote, Ezequiel filho do Buz" (cap. 1: 3). Nada se sabe do Buz. O fato de que Ezequiel fora incluído entre "todos os príncipes, Y.. todos os homens valentes" (2 Rei. 24: 14) que foram levados ao cativeiro junto com o Joaquín (597 a.C.; ver com. Eze. 1: 2), indica que possivelmente foi membro da aristocracia de Jerusalém. Não se sabe com exatidão a idade do Ezequiel quando foi levado cativo. Alguns sugerem que "o ano trinta" do cap. 1: 1 poderia referir-se ao trigésimo ano de sua vida. De ser assim, teria tido 25 anos no tempo de seu exílio. Segundo Josefo, o profeta era então jovem (Op. cit. X. 6. 3). Parece deduzir-se que era pelo menos 598 relativamente jovem nesse tempo, porque tina de suas profecias data de 27 anos mais tarde, ou seja em 570 ou 571 (ver com. cap. 29:17), e indubitavelmente exerceu seu ofício por algum tempo mais. Ver o quadro cronológico das profecias do Ezequiel na P. 602. A diferença do Jeremías, que ficou solteiro (Jer. 16: 2), Ezequiel teve uma algema a quem queria como o deleite de seus olhos (Eze. 24: 16). Ela morreu repentinamente no nono ano do cativeiro (cap. 24: 1; ver com. cap. 1: 2), e deixou ao profeta só ante as grandes prova de seu ofício profético. 3. Marco histórico.- Ezequiel começou sua profecia em 5.11 ano do cativeiro do Joaquín (cap. 1:2), 593/92 A. C. (ver T. III, PP. 95-96). O reino norte do Israel havia desaparecido fazia mais de 100 anos, e se aproximava rapidamente a queda de Judá. Já tinha começado o cativeiro babilônico quando, no 3er ano de Joacim (605 A. C.), Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio contra Jerusalém (Dão. 1: 1). Não se sabe quantos cativos foram levados nessa ocasião. Entre eles havia alguns "da linhagem dos príncipes" (Dão. 1: 3; cf. 2 Rei. 24: 1). depois de 11 anos de reinado, Joacim chegou a um fim ignominioso, e o aconteceu no trono seu filho Joaquín (597 A. C., ver com. 2 Rei, 24: 1). depois de um reinado de só três meses, foi levado cativo a Babilônia, junto com 10.000 dos principais de seu povo, inclusive Ezequiel (2 Rei. 24:12-16; Eze. 1: 1-2; 33: 21). O sucessor do Joaquín, Sedequías, não foi melhor que seus predecessores. No 11.º ano de seu reinado (586 A. C.) ocorreu a queda final do Judá (2 Rei. 25: 1-11). O resíduo do povo foi levado cativo, o templo foi queimado e, Jerusalém destruída. Só uns poucos de "os pobres da terra" foram deixados para que lavrassem as vinhas e a terra (2 Rei. 25: 12). Tais foram os tempos turbulentos em que Ezequiel, sendo ainda jovem, foi chamado ao ofício profético. A perspectiva não era nada aduladora. O castigo que já tinha cansado sobre Jerusalém, em vez de fazer que repensassem os habitantes do Judá, pareceu só inundá-los mais profundamente na apostasia e o vício. Tampouco quiseram submeter-se à "disciplina" (Heb. 12: 11) os exilados junto ao rio do Quebar. Eles também continuaram sendo rebeldes e idólatras (Eze. 2: 3; 20: 39), e revelaram estar pouco dispostos a praticar uma reforma completa. 4. Tema.- As mensagens do livro do Ezequiel esclarecem o propósito de Deus para com seu 3. povo no transe amargo do cativeiro babilônico. Durante séculos os profetas tinham aconselhado e admoestado ao Israel, e entretanto a nação se tinha submerso cada vez mais na apostasia. Ao fim resultou evidente que o povo escolhido jamais alcançaria as metas que Deus lhe tinha proposto como nação (ver PP. 31 34), a menos que se empregassem medidas drásticas para lhe ensinar as lições da obediência e a cooperação com Deus. Pelo tanto, lhe permitiu que aprendesse em meio da adversidade as lições que tinha recusado aprender durante os tempos de prosperidade (ver P. 33). Embora pareça estranho, foram os governantes do Israel os que, por preceito e exemplo, levaram a povo à apostasia (ISA. 3: 12; 9: 16; Eze. 34: 2-19). Evidentemente, ao princípio Deus tinha o propósito de que só os governantes fossem levados a cativeiro (Dão. 1: 3-4). A grande maioria do povo tinha que ficar na Judea, esperando ali a volta de um grupo de castigados governantes para que os guiassem nos caminhos de Deus. Se os judeus tivessem estado dispostos a submeter-se ao Nabucodonosor, como o queria Deus (Jer. 27: 1-22), a cidade de Jerusalém e seu magnífico templo haveriam ficado intactos (Jer. 17: 25, 27; 38: 17), e o século de demora, dificuldades, e desânimos que confrontaram os exilados a sua volta de Babilônia se houvesse evitado. Mas a teimosa resistência do Israel (Jer. 28: 1-14) fez que seu 599 taça de sofrimento fora cada vez mais amarga, e originou uma segunda e uma terceira deportação nos anos 597 e 586 A. C., respectivamente. "Os jugos de madeira" foram substituídos por "jugos de ferro" (Jer. 28: 13-14). Mas até no cativeiro a injustiça divina foi moderada com misericórdia. Deus veio a seu povo como professor, para impressioná-lo com a necedad da desobediência e o desejável de cooperar com ele, e não como um juiz severo para castigá-lo. Os transes amargos do cativeiro não foram tanto retribuídos em sua natureza, como corretivos. Os profetas Jeremías, Ezequiel e Daniel foram comissionados para que revelassem o propósito do céu aos homens e para que obtivessem sua cooperação com esse propósito. Jeremías foi enviado aos judeus que ficaram na Judea, enquanto Ezequiel levava a cabo uma missão semelhante entre os que já tinham ido ao cativeiro. Daniel foi embaixador do céu na corte do Nabucodonosor, para que o monarca conhecesse a vontade divina e cooperasse com ela. Os fogos do sofrimento não tinham que arder com mais intensidade da necessária, para eliminar a escória. Para uma consideração detalhada do papel do Daniel em relação com o cativeiro, veja-a Introdução do comentário ao livro do Daniel. Quanto ao lhe abranjam propósito divino para o Israel durante o cativeiro, ver as PP. 31-34; cf. com. Dão. 4: 17. O livro do Ezequiel se compõe de duas partes distintas. Na primeira, caps. 1: 1 a 33: 20, registram-se as mensagens jogo de dados pelo Ezequiel aos cativos perto do rio Quebar, nas proximidades de Babilônia, em sua major parte antes da queda de Jerusalém em 586 A. C. A segunda, caps. 33: 21 a 48: 35, antecipa a terminação do cativeiro, e tinha o propósito de infundir esperança devido a essa restauração. Deus tinha a intenção de exortar vivamente por meio do Ezequiel ao Israel do cativeiro, para que aceitasse finalmente o plano divino para ele. Uma exortação tal resultava muito apropriada ante os novos acontecimentos históricos. O plano do livro corresponde com um estilo evangélico característico. Várias mensagens se dedicam a assinalar os pecados do povo. O propósito era duplo: em primeiro lugar, obter que o povo se arrependesse verdadeiramente; e em segundo lugar, revelar a necessidade da ajuda divina para a obediência futura prometida no novo pacto. Os israelitas tinham uma imagem deformada do caráter de Deus e de seu plano com seu povo, devido, por uma parte, a sua ignorância; e pela outra, por causa da instrução pervertida dos sacerdotes corruptos, dos falsos profetas e 4. os governantes apóstatas. Essa impressão errônea era a que procurava corrigir Ezequiel. Esperava que um novo conceito de Deus fora a força lhe impilam para levar a cabo a reforma necessária e para conseguir que o povo aceitasse seu excelso destino. Rogava-lhes que aceitassem o exílio e abandonassem sua falsa esperança de que Jerusalém poderia resistir sem ser tomada. Rogava-lhes que permitissem que o cativeiro exercesse sobre eles seu efeito saudável. Culminou sua súplica com descrições repetidas e detalhadas da glória futura que viria como resultado de sua aceitação das condições divinas. Quão diferente teria sido a história do Israel se tivesse aceito o veemente rogo do profeta! 5. Bosquejo.- As profecias do Ezequiel se apresentam de acordo com um plano bem meditado. Em forma natural caem dentro de duas divisões principais: os 33 primeiros capítulos representam profecias dadas, pelo menos em sua maioria, antes da destruição de Jerusalém; e os últimos 15, as que foram dadas depois da destruição. A primeira divisão a sua vez pode dividir-se em duas partes: os caps. 1-24 dedicados ao Israel em relação com o cativeiro, e os caps. 25: 1 a 32: 32, aos castigos sobre as nações circunvizinhas. Outra característica interessante das profecias do Ezequiel é sua cronologia exata. 600 A tabela cronológica da P. 602 mostra as datas para as distintas seções do livro com tanta correção, que é possível as computar com dados cronológicos proporcionados pelo profeta (comparar com a cronologia do Jeremías na P. 384). Cada divisão principal se subdivide naturalmente em várias seções com a presença da expressão "e veio para mim palavra do Jehová, dizendo", a qual aparece 29 vezes no livro. O bosquejo segue o plano das sugestões já dadas: I. Profecias de castigo para o Israel, 1: 1 a 24:27. PRIMEIRA A. seção, 1: 1 a 7:27 (5." ano, 4.1 mês, 5.1 dia). 1. Ezequiel é chamado, 1: 1 a 3: 11. A. A visão da glória de Deus, 1: 1-28. B. A missão divina para o profeta, 2: 1 a 3: 11. 2. O começo da atividade profético, 3:12 às 7:27. A. A vacilação no Quebar, 3: 12-16. B. A vacilação repreendida, 3: 17-27. C. O sítio de Jerusalém descrito simbolicamente, 4: 1-17. d. Os quatro sinais e sua interpretação, 5: 1-17. E. Os Montes do Israel repreendidos, 6: 1-14. 5. F. O asolamiento do Israel predito, 7: 1-27. SEGUNDA B. seção, 8: 1 a 19:14 (6.º ano, 6.º mês, 5.º dia). 1. Uma série de visões enquanto estava no Espírito, em Jerusalém, 8:1 a 11:25. A. As abominações no templo, 8: 1-18. B. O castigo, 9: 1-11. C. O reaparecimento da visão dos seres viventes, 10: 1-22. d. Os dirigentes do povo repreendidos, 11: 1-25. 2. Dois sinais simbólicos, 12: 1-20. A. Um símbolo do intento de fuga e a captura de Sedequías 12: 1-26. B. Símbolos dos terrores do sítio, 12: 17-20. 3. Discursos que revelavam a causa e iminência dos castigos anunciados, 12: 21 a 14: 23. A. A certeza do rápido cumprimento, 12: 21-28. B. O discurso contra os falsos profetas e profetisas, 13: 1-23. C. O testemunho contra os buscadores idólatras de oráculos, 14: 1-23. 4. Várias parábolas e vários símbolos, 15: 1 a 19: 14. A. A madeira da videira, 15: 1-8. B. A garotinha miserável e a videira adúltera, 16:1-63. C. As duas águias e a vinha, 17: 1-24. d. As uvas azedas, 18: 1-32. E. Os leoncillos da leoa, 19: 1-9. 6. F. A videira secada, 19: 10-14. TERCEIRA C. seção, 20: 1 a 23: 49 (7.º ano, 5.º mês, 10.º dia). 1. Narração das rebeliões do Israel, 20: 1-49. 2. Várias descrições de castigos ameaçadores, 21: 1-32. A. A espada contra Jerusalém, 21: 1-7. B. A espada afiada e polida para a matança, 21: 8-17. C. A adivinhação do rei de Babilônia, 21: 18-27. d. A espada contra Amón, 21: 28-32. 3. Contagem dos pecados de Jerusalém e a destruição resultante, 22: 1-31. 601 A. As abominações dos príncipes e do povo, 22: 1-16. B. A sorte terrível de Jerusalém, 22: 17-22. C. A falta de um só intercessor, 22: 23-31. 4. A história da apostasia em uma parábola, 22: 1-49. D. Quarta seção, 24: 1-27 (9.º ano, 10.º mês, 10.º dia). 1. Visão da panela hirviente, 24: 1-14. 2. Morte da esposa do Ezequiel, 24: 15-27. II. Profecia do castigo de nações estrangeiras, 25: 1 a 32: 32. PRIMEIRA A. seção, 25: 1 a 28: 26, data não especificada, mas possivelmente siga ao mensagem apresentada baixo "D". 1. Uma série de profecias concernentes aos vizinhos próximos ao Israel, 7. 25: 1-17. A. Contra os amonitas, 25: 1-7. B. Contra os moabitas, 25: 8-11. C. Contra os edomitas, 25: 12-14. d. Contra os filisteus, 25: 15-17. 2. Uma série de profecias concernentes a Tiro, 26: 1 a 28: 19. A. Sua queda predita, 26: 1-21. B. Lamentação sobre Tiro, 27: 1-36. C. Lamento por seu príncipe, 28: 1-10. d. Origem, história e destino de Satanás, apresentados sob o símbolo do rei de Tiro, 28: 11 - 19. 3. Uma profecia contra Sidón, 28: 20-26. SEGUNDA B. seção, 29: 1 a 32: 32 (várias datas), profecias concernentes a Egito. 1. Primeira divisão (10.º ano, 10.º mês, 12.º dia). A. Castigo de Faraó, 29:1-7. B. Asolamiento da terra do Egito, 29:8-12. C. Promessa de uma volta do cativeiro, 29:13-16. 2. Segunda divisão (27.º ano, Jer mês, Jer dia do mês [interpolada aqui para completar a predição sobre o Egito]). A. o Egito seria entregue ao Nabucodonosor como seu 8. salário, 29: 17-20. B. Restauração do Israel, 29: 21. 3. Terceira divisão (nenhuma data, possivelmente a mesma do grupo a): Egito e seus auxiliares deveriam cair, 30:1-19. 4. Quarta divisão (11.º ano, Jer mês, 7.º dia: Babilônia fortalecida contra Egito, 30:20-26. 5. Quinta divisão (11.º ano, 3er mês, Jer dia): A glória e a queda do Egito correm paralelamente com as de Assíria, 31:1-18. 6. Sexta divisão (12.º ano, 12.º mês, Jer dia): Lamentações pelo Egito, 32: 1-16. 7. Sétima divisão (12.º ano, 15.º dia): Egito tem que tomar seu lugar entre outras nações quedas, 32: 17-32. III. Profecias de misericórdia concernentes ao Israel, 33: 1 a 48: 35. PRIMEIRA A. seção, 33: 1 a 39: 29 (12.º ano, 10.º mês, 5.º dia). 1. A missão do Ezequiel renovada, 33: 1-20. 2. A chegada de notícias da queda de Jerusalém, 33: 21-33. 3. Os pastores do Israel repreendidos, 34: 1-31. 9. 4. Uma profecia contra Edom, 35: 1-15. 5. Os Montes do Israel consolados, 36: 1-38. 602 A. o Israel desolado deveria ser reedificado, 36: 1-15. B. Um reavivamiento espiritual, base do novo reino, 36: 16-38. 6. A visão dos ossos secos, 37: 1-28. 7. Profecias contra Gog e Magog, 38: 1 a 39:29. SEGUNDA B. seção, 40: 1 a 48: 35 (25.0 ano, no princípio do ano, 10.0 dia), visões de restauração futura. 1. Do templo, 40: 1 a 43: 27. 2. O cerimonial do templo, 44: 1 a 47: 12. 3. A distribuição da terra, 47: 13 a 48: 35. ______________________________________________________________________ RT,NO,0.2,RT,NO,0.516667,RT,NO,0.888889,RT,NO,1.79931,NM,NO,2.79931,NM,NO,3.37 639,RT,NO,3.9,NM,NO,4.4,NM,NO>Tabela Cronológica das Profecias do Ezequiel ______________________________________________________________________ Ano do Mês do Cativeiro Calendário Ano A. C.* Dia Mês do Joaquín Juliano P-P Ou-Ou Capítulos* 1 (597196) (597196) 5 4 5 julho 593 592 1-7 10. 5 6 6 Setembro 592 591 8-19 10 5 7 Agosto 591 590 20-23 10 10 9 Janeiro 588 588 24-25? 12 10 10 Janeiro 587 587 29: 1-16;30: 1-19? 1 --- 11 587/86 587/86 26-28 7 1 11 Abril 587 586 30: 20-26 1 3 11 Junho 587 586 31 5 10 12 Janeiro 585 585 33 (34-39?) 1 12 12 Março 585 585 32:1-16 15 [12]* 12 Março [585] [585] 32:17-32 10 [1?]* 25 Abril 573 Out. 573? 40-48 Abr. 572? 1 1 27 Abril 571 570 29: 17-21 603 CAPÍTULO 1 1 O tempo da visão do Ezequiel junto ao Quebar. 4 Visão dos quatro querubins, 15 das quatro rodas, 26 e da glória de Deus. 1 ACONTECEU no ano trinta, no quarto mês, aos cinco dias do mês, que estando eu em meio dos cativos junto ao rio Quebar, os céus se abriram, e vi visões de Deus. 2 No quinto ano da deportação do rei Joaquín, aos cinco dias do mês, 3 veio palavra do Jehová ao sacerdote Ezequiel filho do Buz, na terra dos caldeos, junto ao rio Quebar; veio ali sobre ele a mão do Jehová. 11. 4 E olhei, e hei aqui vinha do norte um vento tempestuoso, e uma grande nuvem, com um fogo envolvente, e ao redor dele um resplendor, e no meio do fogo algo que parecia como bronze resplandecente, 5 e em meio dela a figura de quatro seres viventes. E esta era seu aparência: havia neles semelhança de homem. 6 Cada um tinha quatro caras e quatro asas. 7 E os pés deles eram direitos, e a planta de seus pés como planta de pé de bezerro; e cintilavam a maneira de bronze muito brunido. 8 debaixo de suas asas, a seus quatro lados, tinham mãos de homem; e suas caras e suas asas pelos quatro lados. 9 Com as asas se juntavam o um ao outro. Não se voltavam quando andavam, a não ser que cada um caminhava direito para frente. 10 E o aspecto de suas caras era cara de homem, e cara de leão ao lado direito dos quatro, e cara de boi à esquerda nos quatro; deste modo havia em os quatro cara de águia. 11 Assim eram suas caras. E tinham suas asas estendidas por cima, cada um dois, as quais se juntavam; e as outras dois cobriam seus corpos. 12 E cada um caminhava direito para frente; para onde o espírito os movia que andassem, andavam; e quando andavam, não se voltavam. 13 Quanto à semelhança dos seres viventes, seu aspecto era como de carvões de fogo acesos, como visão de tochas acesos que andava entre os seres viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos. 14 E os seres viventes corriam e voltavam para semelhança de relâmpagos. 15 Enquanto eu olhava os seres viventes, hei aqui uma roda sobre a terra junto aos seres viventes, aos quatro lados. 16 O aspecto das rodas e sua obra era semelhante à cor do crisólito. E as quatro tinham uma mesma semelhança; sua aparência e sua obra eram como roda em meio de roda. 17 Quando andavam, moviam-se para seus quatro custados; não se voltavam quando andavam. 18 E seus aros eram altos e espantosos, e cheios de olhos ao redor nas quatro. 19 E quando os seres viventes andavam, as rodas andavam junto a eles; e quando os seres viventes se levantavam da terra, as rodas se levantavam. 12. 20 Para onde o espírito lhes movia que andassem, andavam; para onde os movia o espírito que andassem, as rodas também se levantavam atrás deles; porque o espírito dos seres viventes estava nas rodas. 21 Quando eles andavam, andavam elas, e quando eles se paravam, paravam-se elas; deste modo quando se levantavam da terra, as rodas se levantavam depois deles; porque o espírito dos seres viventes estava nas rodas. 22 E sobre as cabeças dos seres viventes aparecia uma expansão a maneira de cristal maravilhoso, estendido em cima sobre suas cabeças. 23 E debaixo da expansão as asas deles estavam direitas, estendendo-se a uma para a outra; e cada um tinha duas asas que cobriam seu corpo. 24 E ouvi o som de suas asas quando andavam, como som de muitas águas, como a voz do Onipotente, como ruído de multidão, como o ruído de um exército. Quando se paravam, baixavam suas asas. 25 E quando se paravam e baixavam suas 604 asas, ouvia-se uma voz de acima da expansão que havia sobre suas cabeças. 26 E sobre a expansão que havia sobre suas cabeças se via a figura de um trono que parecia de pedra de safira; e sobre a figura do trono havia uma semelhança que parecia de homem sentado sobre ele. 27 E vi aparência como de bronze resplandecente, como aparência de fogo dentro dela em redor, do aspecto de seus lombos para acima; e desde seus lombos para abaixo, vi que parecia como fogo, e que tinha resplendor ao redor. 28 Como parece o arco íris que está nas nuvens o dia que chove, assim era o parecer do resplendor ao redor. Esta foi a visão da semelhança da glória do Jehová. E quando eu a vi, prostrei-me sobre meu rosto, e ouvi a voz de um que falava. 1. Ano trinta. Com a precisão característica de um fiel historiador, Ezequiel inicia seu dissertação profético dando a data exata dos acontecimentos de que se vai a ocupar. Fala do ano trinta, mas não especifica qual é o acontecimento preciso que dá começo a este período. Muitos acreditam que se refere aos 30.º ano de sua vida. O ter 30 anos era importante, porque a essa idade se considerava que um jovem hebreu tinha alcançado plena maturidade. No começo da dispensa levítica, esta tinha sido a idade quando os levita começavam a desempenhar-se em suas funções religiosas (Núm. 4: 3). Tanto nosso Senhor como Juan o Batista iniciaram seu ministério público quando tinham ao redor de 30 anos (ver com. Mat. 3: 1). Dado que este 30.º ano é equiparado com o 5.º ano do cativeiro do Joaquín (ver com. Eze. 1: 2), de acordo com duas das formas possíveis de computá-lo, o 1.º dos 30 anos teria sido um ano importante: no 18.º ano do Josías foi descoberto o livro da lei no templo (2 Rei. 22: 3-8). Este acontecimento assinalou o começo de uma reforma que, se tivesse contínuo com êxito, teria modificado grandemente a futura história do Judá. É possível 13. que Ezequiel tivesse estado refiriéndose a este fato importante quando mencionou o ano 30. quarto mês. contavam-se os meses a partir do Nisán, em março-abril, sem importar se se computava o ano a partir da primavera ou a partir do outono (ver T. II, PP. III- 113, 117). O quarto mês teria começado no que para nós seria junho ou julho de 593 ou 592 a.C. (ver com. vers. 2). Em meio dos cativos. Quer dizer, Ezequiel se achava em uma região onde os cativos se haviam estabelecido. Recebeu a visão em forma privada, e mais tarde a apresentou publicamente (cap. 3: 1,4). Quebar. A maioria dos antigos comentadores identificavam este rio com o Habor, rio que hoje se denomina Jabur no norte da Mesopotamia. O problema desta localização é que este rio não estava em "terra dos caldeos" (vers. 3). Sem embargo, escavações mais recentes, feitas no Nipur, muito perto da cidade de Babilônia, revelaram que ali havia uma colônia judia entre os séculos VII a V A. C. Por esta comarca corria um dos grandes canais de Babilônia, cujo nome era Kabar, que possivelmente corresponde com o rio Quebar, ao que se refere Ezequiel. Visões de Deus. Estas não foram tão somente visões dadas Por Deus, a não ser manifestações da glória divina apresentadas ante a vista do profeta. Tais revelações recebem o nome de teofanías. Com freqüência acontecem quando começa o ministério de um profeta. Assim, Isaías tremeu ante a grandiosa manifestação do trono alto e sublime (ISA. 6: 1). Moisés contemplou a glória na sarça ardente (Exo. 3: 2). Juan o revelador viu um semelhante ao Filho do Homem que andava em meio dos castiçais de ouro (Apoc. 1: 13). Qual era o propósito destas visões de Deus? Pode considerar-se como a imponente manifestação mediante a qual Deus inicia ao profeta em um novo mundo de conhecimento e percepção, uma nova etapa de sua vida, uma nova fase de responsabilidade. esperava-se desses mensageiros que, como profetas, se expressassem com convicção a respeito dos assuntos divinos. Não bastariam hipóteses. Deveriam falar de coisas que na verdade tivessem visto. Era-lhes vantajoso poder dizer com o Isaías: "Viram meus olhos ao Rei, Jehová dos exércitos"(ISA. 6: 5). Ezequiel ficou tão impressionado com sua visão da glória divina, que tomou nota do momento preciso: foi "aos cinco dias" do "quarto mês", "no quinto ano da deportação do Joaquín" (vers. 2). Os cristãos fariam bem em tomar nota das intervenções 605 especiais da divina providência e as revelações insólitas da presença divina em sua vida para as recordar com freqüência. 14. 2. Quinto ano. Esta data é fácil de sincronizar com a história secular, pois a captura do Joaquín é o acontecimento que está datado com maior precisão em toda a Bíblia. Localizado-se já no ano 597 A. C. por seu sincronismo com um ano do reinado do Nabucodonosor (ver com. 2 Rei. 24: 12), cujos anos de reinado hão sido fixados por referências astronômicas (T. II, P. 156), sabe-se agora que ocorreu-nos dia 2 do mês do Adar (ver PP. 536, 783), o que equivale aproximadamente aos 16 de março. Depois Joaquín foi levado a Babilônia, e começou o período denominado cativeiro do Joaquín (2 Rei. 24: 6-15). Sem duvida Ezequiel era um dos tristes prisioneiros levados a Babilônia nessa ocasião, porque seu sistema de datas, apoiado no ano do cativeiro de Joaquín -como o indica este versículo-, equipasse-o duas vezes com os anos "de nosso cativeiro" (caps. 33: 21; 40: 1). O 5.º ano do exílio do Joaquín leva-nos a ano 593/592 A. C., quando teriam começado as visões de Ezequiel. Esta data poderia corresponder com o verão junio-resseco no hemisfério norte do ano 593, ou o verão (hemisfério norte) do 592, dependendo da forma de computar o ano do cativeiro do Joaquín: a partir da primavera (segundo o calendário babilônico) ou a partir do outono (segundo o calendário civil judeu). Ver na P. 602 as datas possíveis das visões. 3. Veio. O hebreu diz literalmente, "sendo foi". O verbo se duplica aqui para dar mais ênfase: ou seja, a palavra "certamente veio" ao profeta. Ezequiel reconheceu que esta nova vivencia era singular. Sabia que o que lhe havia "vindo" não procedia de arrebatamentos de sua imaginação nem de algum brilho de iluminação espiritual. O Senhor lhe estava falando diretamente de um modo que era possível porque tinha sido investido do dom profético. Sacerdote. Ver a P. 597. Mão do Jehová. Símbolo do poder divino que descansou sobre ele. A mesma expressão se emprega no caso de outros profetas, tais como Elías (1 Rei. 18: 46), Eliseo (2 Rei. 3: 15). Comparar isto com as vivencias do Daniel (Dão. 8: 18; 10: 10), Isaías (ISA. 8: 11), e Juan (Apoc. 1: 17). Ezequiel sabia que este novo e estranho poder que agora o movia não era outro a não ser o poder de Deus. 4. E olhei. Assim começa a descrição do que aconteceu a vista do atônito profeta. A visão dos quatro seres viventes, as quatro rodas, o firmamento e o trono foi considerada como a mais difícil de compreender de todo o AT. É verdade que certos aspectos dela ressaltam por ser inusitados, mas isto não devesse impedir que procuremos compreender o que a Deus o plugo apresentar e 15. depois fazer registrar e conservar em sua sagrada Palavra. pode-se entender boa parte, possivelmente quase tudo, pelo que Deus desejava ensinar por meio desta visão. Do norte. O norte era a direção da qual os conquistadores assírios e caldeos acostumavam atacar a Jerusalém (ver com. Jer. 1: 14). Sugeriu-se que possivelmente por esta razão se apresentasse como procedente dessa direção o vento tempestuoso, que trazia em si a nuvem que ocultava a divina presença e o arco da promessa. por cima dos cruéis monarcas de Assíria e Babilônia estava entronizado o Deus de misericórdia e verdade (2JT 350). Ezequiel estava loja de comestíveis de lúgubres pressentimentos a respeito da desolação de sua terra e precisava ser reanimado. Uma grande nuvem. Indubitavelmente se trata de um símbolo da presença divina (Exo. 19: 9-16; Sal. 50: 3). Fogo envolvente. Embora se poderia traduzir mais ou menos literalmente como "fogo que se recolhia dentro de si mesmo" (VM), o hebreu deve entender-se como "fogo que brilha", "fogo fulgurante" (BJ). Bronze. Heb. jashmal, palavra que só aparece aqui, no vers. 27 e no cap. 8: 2. Não se conhece seu sentido exato. Alguns pensam que não é uma palavra hebréia, e que corresponde com a palavra acadia eshmaru, "bronze gentil". A LXX diz elektron, "electro" (BJ), uma liga de prata e ouro. Este material gentil, ao brilhar à luz das chamas fulgurantes, incrementava o deslumbrante brilho e esplendor da cena. 5. Semelhança. Ao profeta lhe mostram seres que nunca antes contemplou e aos quais tampouco conheciam seus ouvintes e leitores. Deve descrevê-los com palavras que os homens possam entender. Seus sentimentos de incapacidade se refletem em que usa freqüentemente a palavra "semelhança". Esta palavra aparece 8 vezes em o cap. 1, uma vez a expressão equivalente "a maneira de", e uma vez a palavra "aspecto". 606 De homem. Apesar de toda a estranha variedade de detalhes que subtraíam ainda por descrever, a principal impressão era que os seres viventes tinham forma humana. Se paravam e se moviam erguidos como homens. 6. Quatro caras. 16. Os quatro seres viventes tinham a mesma aparência. Cada um deles tinha quatro caras: de homem, de leão, de boi, e de águia (vers. 10). Em troca os quatro seres viventes que Juan viu não eram idênticos. Cada um deles tinha só uma cara, e os quatro tinham caras diferentes (Apoc. 4: 7). Sem embargo, as formas dessas caras correspondem com as caras que Ezequiel viu nos seres viventes. Quatro asas. Os seres viventes do Apoc. 4 tinham seis asas, os serafines da ISA. 6: 2 tinham seis asas. 7. Os pés. Melhor, seus "pernas" (BJ). A palavra hebréia que se traduz como "pés" muitas vezes designa as "pernas" (1 Sam. 17: 6). Sua textura era tal, que os seres viventes podiam mover-se em todas direções, sem que precisassem dar-se volta, o que se explica no Eze. 1: 17. 8. Mãos de homem. Ver com. cap. 10: 8. Se nestas duas passagens se descreve aos mesmos seres, o que pareceria evidente, as mãos não são parte do corpo dos seres viventes. Representam a mão de Deus colocada debaixo das asas a fim de guiá-los. 9. juntavam-se. Compare-se com o vers. 11. Não se voltavam. Não tinham necessidade de voltar-se, posto que as caras olhavam em todas direções, e em qualquer direção que estivessem avançavam para frente. Os pés eram "direitos" (vers. 7), o que também permitia que fora igualmente fácil deslocar-se em qualquer sentido. Possivelmente possa imaginar uma forma como a de um quadrado que nunca girava sobre, seu eixo, mas sim simplesmente se movia na direção em que era impulsionado. 10. Suas caras. Cada um destes seres tinha só um corpo, mas cada corpo tinha quatro caras. As caras estavam aos quatro lados, para que cada um dos quatro seres pudesse olhar por volta das quatro direções ao mesmo tempo. 17. Posto que o profeta não interpreta os símbolos de sua missão, e posto que em nenhum outra passagem da Bíblia se afirma especificamente qual era o significado destas caras, só se pode conjeturar quanto à aplicação específica dos símbolos. Os comentadores sugeriram várias alternativas: (1) O rosto humano é o símbolo mais excelso do Eterno; o leão é o símbolo da soberania; o boi é também símbolo de certo tipo de soberania, junto com um símbolo natural da força posta ao serviço do ser humano; a águia é emblema de poder régio. (2) Os rostos simbolizam aos quatro evangelistas. Esta posição foi sustentada pelos pais da igreja, sendo Ireneo um dos primeiros que apresentou esta teoria. Algumas vezes se identificava ao leão com o Mateo e ao homem com o Marcos, mas outras vezes, se investe a identificação. Todos concordam em identificar ao Lucas com o boi e ao Juan com a águia. Mas esta interpretação só se apóia na imaginação. (3) Segundo a tradição posterior feijão, os quatro seres, no ordem em que os apresenta Ezequiel, são os estandartes que estavam acostumados a usar as tribos do Rubén, Judá, Efraín e Dão quando acampavam no deserto (Núm. 2: 2). Não é possível verificar que esses tivessem sido os antigos estandartes. Até se isso fosse possível, é difícil ver relação alguma entre os estandartes e os propósitos didáticos da visão. Quando se tenta interpretar o significado destes quatro seres viventes, é bom recordar que na profecia simbólica o profeta vê a representação da realidade e não a realidade mesma. Estas representações podem parecer-se à realidade, embora muitas vezes não é assim. Com freqüência, os atores de um drama profético têm uma aparência extremamente diferente dos seres ou movimentos que representam. Assim, anjos podem desempenhar papéis que mais tarde deverão realizar os homens. Um anjo fez o papel do povo adventista em uma visão da decepção (Apoc. 10: 1-11; cf. Apoc. 14 :6-12). Representações de bestas e dragões aparecem para dramatizar a atividade de nações e potestades sobrenaturais (Dão. 7: 8; Apoc. 12; 13; 17). Em um caso, Jesus aparece simbolizado por um cordeiro "como imolado", com sete chifres e sete olhos (Apoc. 5: 6). Ninguém ousaria pensar, nem por um momento, que tentasse-se representar a aparência do Jesus. Em uma visão do segundo advento se mostra ao Jesus cavalgando sobre um cavalo branco, vestido de vestimentas manchadas em sangue, e com uma espada em sua boca. Outra vez: o propósito desta visão não é representar a aparência real do Jesus no momento desse grande acontecimento 607 que será o pináculo da história (Apoc. 19: 11-15). Deve-se tomar cuidado de não entender literalmente o que diz um profeta bíblico quando não está falando em forma literal. Em certa ocasião, quando seus críticos se burlaram dela, Elena do White escreveu o seguinte: "Meus opositores se burlam de 'essa débil e pueril expressão de gloriosas uvas que crescem em arames de prata que estão unidos a varas de ouro'... Eu não afirmei que as uvas crescessem em arames de prata. O que eu contemplei está descrito assim como me pareceu vê-lo. Não deve supor-se que as uvas estiveram unidas a arames de prata ou a varas de ouro, mas essa foi a aparência que me apresentou" (EGW MS 4, 1883). No que a interpretação de profecia simbólica se refere, é importante permitir que o mesmo Espírito que deu a visão identifique seus símbolos. Quando não aparece tal identificação, o expositor fica em liberdade para conjeturar quanto à aplicação. Por isso deve evitar o dogmatismo. Além disso, como ocorre nas parábolas, os diversos elementos da apresentação simbólica têm diversos graus de significado e de importância. Uma parábola não precisa explicar-se em todos seus detalhes. O mesmo ocorre com a profecia simbólica. Não deve dar-se o a mesma importância a cada detalhe de um quadro profético. É possível que alguns esboços se introduzam só para arredondar a apresentação ou para estabelecer um marco de fundo adequado. Assim 18. como deve fazer-se com as parábolas, é necessário determinar qual é o motivo central da visão e que traços da apresentação pictórica têm o propósito de ensinar uma verdade divina (T. III, P. 1129, PVGM 190-191). Graças à inspiração podemos saber quais são as lições que devemos aprender da visão do Ezequiel sobre os seres viventes (PR 392-393; 2 TT 349-353; Ed 172-174). As afirmações às quais se faz referência aqui estabelecem em primeiro término o marco da visão. Esta apresentação profético tinha o propósito de animar aos judeus em momentos quando uma boa parte de seu país estava em ruínas por causa das invasões sucessivas, e muitos dos habitantes estavam cativos em um país estrangeiro. A esses oprimidos lhes parecia que Deus já não regia o mundo. Muitos interpretavam que o saque desenfreado cometido pelas nações pagãs significava que a Deus já não lhe importava o que ocorria. O povo não via a mão de Deus no decurso da história. Não viam que um propósito divino e supremo estava em ação no que acabava de ocorrer, assim como tinha obrado através de todos os séculos. Esta visão foi dada para mostrar que um poder supremo intervinha nos assuntos dos governantes terrestres e que Deus ainda exercia domínio. Este era o propósito principal da visão. portanto, qualquer interpretação que se tente fazer, deve ser conseqüente com este objetivo. Os seres viventes representam a seres celestiales (2 TT 349). Como já se assinalasse, não é necessário imaginar que entre os servidores de Deus há seres com quatro cabeças e quatro asas. Em nenhum lugar a inspiração exige que se chegue a essa conclusão. Sem dúvida, a forma que Deus escolheu para estes seres nesta apresentação profético tinha o propósito de simbolizar aos mensageiros celestiales na plenitude de sua função, poder e adaptabilidade. 12. Onde o espírito. Estes seres não realizam nenhuma ação independente. Seus movimentos estão em harmonia com as indicações do Espírito. destaca-se também isto no vers. 20. 13. Tochas acesos. Outra referência ao fogo que se menciona no vers. 4. Agora Ezequiel pode observar a pouca distância. Procura descrever em términos humanos o interessante espetáculo de luzes vibrantes e brilhos fulgurantes que de contínuo se moviam entre os seres. 14. Relâmpagos. Com esta figura se representa a velocidade destes seres que vão e vêm em suas diversas missões. "A luz resplandecente que cruza entre os seres viventes com a rapidez do relâmpago representa a rapidez com que esta obra avançará finalmente para sua terminação" (2JT 353). 19. Aos homens muitas vezes parece que os propósitos divinos demoram muito em cumprir-se. É verdade que houve certa demora, mas "o Senhor não retarda sua promessa, segundo alguns a têm por tardança, mas sim é paciente para conosco, não querendo que nenhum pereça, mas sim todos procedam ao arrependimento" (2 Ped. 3: 9). Um dia, muito em breve, com terrível velocidade, irrompendo como uma surpresa entristecedora, o fim virá, mais rapidamente do que esperam os homens. 608 15. Uma roda sobre a terra. Enquanto ainda contemplava a estes quatro seres viventes, o profeta viu ante si outro portento. Havia um total de quatro rodas (vers. 16, 19). Estas rodas tocavam a terra, em troca, os querubins tinham aparecido em uma nuvem (vers. 4-5). 16. Cor do crisólito. Literalmente, "olho do Tarsis". Sem dúvida se trata de alguma pedra preciosa, mas não é possível identificá-la com precisão. Alguns sugerem que se trata do topázio. Sem dúvida, o nome Tarsis indica a procedência desta pedra. Com referência à localização do Tarsis, ver com. Gén, 10: 4. No meio. Sem dúvida, a construção peculiar e a disposição especial das rodas apresentavam um quadro que resultava confuso; entretanto, os movimentos se realizavam em perfeita harmonia. 17. Seus quatro custados. Assim como ocorria com os seres viventes, não havia nenhum movimento sobre um eixo, mas o movimento era possível e as rodas se deslocavam em todas direções. Não havia nenhuma mudança na posição relativa entre os seres viventes e as rodas em movimento. 18. Aros. "Circunferência"(BJ) Cheios de olhos. Isto indica que a visão não tinha que ver com meras forças físicas a não ser com forças inteligentes. 19. 20. Andavam junto a eles. Nos vers. 19-21 há certas repetição, mas também se nota certa variedade na expressão. A descrição faz ressaltar a perfeita coordenação dos movimentos dos seres viventes e das rodas. Não há uma ação independente, nem de parte das rodas, nem dos seres viventes. Segundo PR 392-393 e 2JT 349-353, as rodas, arrumadas em forma tão complicada, representam os assuntos dos homens e os acontecimentos da história em todas suas ações e reações. O que para o observador inexperiente parece ser uma confusão irremediável, resultado da casualidade, obra da ambição e do capricho dos homens, apresenta-se aqui como um modelo harmonioso, formado e guiado por uma mão infinita que parte para um fim predeterminado. Para um estudo a respeito da intervenção de Deus na história, ver com. Dão. 4:17. 22. Expansão. Heb. raqia' (ver com. Gén. 1: 6; Sal. 19: 1). A "abóbada resplandecente" (BJ) da qual se fala é a expansão que está sobre os seres viventes. Cristal. Heb. qéraj, "gelo". Em todos os outros casos, esta palavra se traduz como "geada" (Gén. 31: 40; Job 6: 16) ou "gelo" Job 37: 10; 38: 29; Sal. 147: 17; Jer. 36: 30). Apresenta-se o quadro de uma manifestação muito formoso, possivelmente um pouco parecida com a magnificência da luz do sol matinal que descansa sobre as neves eternas de alguma elevada topo. 23. As asas deles estavam direitas. O profeta procura representar cada parte de la,visión em sua devida relação com as outras partes. Duas das asas de cada ser eram direitas, quer dizer, se estendiam para a expansão que estava por cima, não necessariamente para sustentá-la, como alguns pensaram. As outras duas asas estavam reverentemente pregadas sobre o corpo dos seres viventes. 24. Som. Heb. qol, palavra comum para designar uma "voz", um "ruído", um "som". Em cada caso, o contexto deve indicar qual significado é melhor. Ezequiel ouça o som do movimento de asas, mas o encontra diferente de quanto tenha ouvido alguma vez. Busca algum símile para descrever a melodia que cheia de arroubo sua alma. Encontra certo paralelo no som de muitas águas, possivelmente um arroio saltitante ou uma magnífica catarata. Mas o símile resulta inadequado. O som é complexo. além da voz de Deus, Ezequiel 21. percebe a voz de uma grande multidão, como se muitos seres participam dos movimentos dos seres viventes e dos movimentos das rodas. 25. Desde acima da expansão. Esta voz vem do trono que está por cima da expansão (vers. 26). Esta voz deve distinguir do som que anteriormente se ouviu e descrito. Baixavam suas asas. Comparar com o vers. 24. A repetição disto pareceria insinuar um novo ato de reverência para a Majestade entronizada por cima da expansão. Quando se ouviu esta voz, os querubins se detiveram, cessaram os potentes sons de seu ir e vir e suas asas caíram imóveis, em atitude de reverente atenção. 26. A figura de um trono. Este é o clímax supremo da visão. A maior glorifica se reservou para o final. por cima da expansão cristalina aparece o que a primeira vista pareceu-lhe ao profeta que era um espaço 609 de cor azul intensa e profunda. Na RVR aparece investido a ordem desta parte do versículo. No hebreu diz: "como aparência de pedra de safira, figura de trono". Sem dúvida a aparência a maneira de pedra o impressionou primeiro; depois, ao ver-se com maior claridade o detalhe, o profeta percebeu a forma de um trono. Semelhança que parecia de homem. O profeta viu em visão só uma representação do original (ver com. vers. 10). Ezequiel não viu o Ser Divino, a não ser uma representação da Deidade. Ao descrever ao Ser como a um homem, o profeta foi extremamente cauteloso, como o indica a frase "semelhança que parecia de homem". "A Deus ninguém viu jamais" (Juan 1: 18). portanto, os seres humanos não podem dar uma descrição precisa da verdadeira essência divina. Deus se revela aos em visão ou realmente de várias formas: Ao Abraão, Cristo lhe apareceu como um caminhante (Gén. 18: 1); Jacob, como um assaltante (Gén. 32: 24); ao Josué, como um guerreiro (Jos. 5: 13). Ao Juan o revelador lhe revelou em visão de diversas maneiras, inclusive com o símbolo de um cordeiro (Apoc. 6: 1; cf. Apoc. 1: 1-16; 14: 1). As "visões de Deus" (ver com. Eze. 1: 1) deram ao Ezequiel a garantia que necessitava para estar seguro de que sua chamada era genuína, e o acrescentaram a autoridade necessária para apresentar sua mensagem. O Deus que governa nos céus não é um Senhor ausente. Ezequiel viu a expansão e o trono diretamente sobre as cabeças dos seres viventes. Estes, a sua vez, estavam ao lado de cada uma das rodas, as quais deixavam de rodar quando tocavam em terra. Que consolador é saber que Aquele que se sinta por cima dos querubins, tudo o rege, que guarda ainda a seu povo e que toda potestad terrena que procura exaltar-se contra o Deus do céu será subjugada e que Deus será tudo em tudo. 22. 27. Bronze resplandecente. Heb. jashmal (ver com. vers. 4). Mediante várias repetições, o profeta procura descrever a excelsa glória e o grandioso brilho da cena. Sem embargo, esta manifestação não é mais que um pálido reflexo do original, porque o Pai eterno "habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver" (1 Tim. 6: 16). 28. O arco íris. É provável que Ezequiel recordasse a misericordioso promessa do Gén. 9: 13. Por mais desanimadoras que fossem as circunstâncias, por mais que pressagiassem um desastre nacional, o profeta sabia que os pensamentos de Deus para com seu povo eram pensamentos de paz e não de mau. Assim se cumpriu a majestosa apresentação da glória de Deus. Afligido pelo brilho celestial da cena, Ezequiel se prosternou com o rosto em terra, mas uma voz lhe ordenou que se levantasse e escutasse a palavra do Senhor. O arco íris que rodeia o trono de Deus é nossa garantia de seu amor eterno. "O trono circundado com o arco da promessa, [é] a justiça de Cristo. . . O arco íris que rodeia o trono representa o poder mistura da misericórdia e a justiça" (EGW RH, 13-12, 1892). É um objeto "da misericórdia de Deus para o pecador arrependido" (PP 97). COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE 1-28 Ed 173-174; 2JT 349-353; 3JT 407-408; PR 393-394; TM 213 1 Ed 173; 2JT 349; PR 330, 393 3-10 FÉ 395 4-5 Ed 173; 2JT 349; PR 393 11 PP 360 13 2JT 350 14 CS 566 15-21 Ev 73; 3JT 407; MeM 40 16, 26 Ed 173; 2JT 349; PR 393 28 2JT 350; PP 97 610 CAPÍTULO 2 1 A comissão do Ezequiel. 6 Instruções ao profeta. 9 O cilindro e sua dura profecia. 23. 1 ME DISSE: Filho de homem, ponha sobre seus pés, e falarei contigo. 2 E logo que me falou, entrou o Espírito em mim e me afirmou sobre meus pés, e ouvi o que me falava. 3 E me disse: Filho de homem, eu lhe envio aos filhos do Israel, a gente rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais se rebelaram contra mim até este mesmo dia. 4 Eu, pois, você envio a filhos de duro rosto e de contumaz coração; e os dirá: Assim há dito Jehová o Senhor. 5 Acaso eles escutem; mas se não escutarem, porque são uma casa rebelde, sempre conhecerão que houve profeta entre eles. 6 E você, filho de homem, não os temas, nem tenha medo de suas palavras, embora acha-te entre sarças e espinheiros, e amoras com escorpiões; não tenha medo de suas palavras, nem temas diante deles, porque são casa rebelde. 7 Lhes falará, pois, minhas palavras, escutem ou deixem de escutar; porque são muito rebeldes. 8 Mas você, filho de homem, ouça o que eu te falo; não seja rebelde como a casa rebelde; abre sua boca, e come o que eu te dou. 9 E olhei, e hei aqui uma mão estendida para mim, e nela havia um cilindro de livro. 10 E o estendeu diante de mim, e estava escrito por diante e por detrás; e tinha escritas nele lamentos e lamentações e ayes. 1. Filho de homem. Heb. Ben'adam. Esta é a frase com a que habitualmente Deus se dirige a Ezequiel. Aparece 93 vezes neste livro. Daniel é o único profeta a quem também lhe aplica este nome, mas essa expressão aparece só uma vez em seu livro. Em hebreu há várias palavras que se traduzem como "homem": (1) 'ish, que se refere ao homem como varão ou marido; (2)'enosh, que é um término poético que estranha vez se emprega em singular, é mas bem um término coletivo que abrange a todo o gênero humano. Parece referir-se à debilidade, a fragilidade e a mortalidade do homem Jesus, quem tomou sobre si mesmo não a natureza dos anjos, a não ser a da raça humana depois de que quatro mil anos de pecado deixassem seus rastros de degeneração, recebe o nome profético de "Filho de enash" (Dão. 7: 13; 'enash é a forma aramaica de 'enosh); (3) 'adam, que descreve ao homem em um sentido genérico. Deus disse: "Façamos ao 'adam a nossa imagem" (Gén. 1: 26). Em muitos casos a frase "ser humano" corresponde adequadamente à palavra 'adam; (4) géber, que descreve ao homem em seu vigor juvenil. que o chame 'filho de homem" (Ben'adam) recorda ao Ezequiel que é membro da raça humana. Deus se propunha empregar instrumentos humanos para transmitir sua mensagem de salvação às almas que estavam por perecer. Poderia 24. ter empregado outros meios. Poderia ter constituído a seus anjos em embaixadores. Uma voz audível do céu poderia ter proclamado o Evangelho. Mas Deus desejava que o homem fora participante nos gozos de um ministério abnegado em favor de outros, por isso lhe encomendou "a palavra da reconciliação" (2 Cor. 5: 19). Nenhum "filho de homem" pode evitar esta responsabilidade. ganham ou se perdem almas de acordo com a forma em que o homem reaja ante ela. Por isso a denominação "filho de homem" equivale a uma chamada ao ministério pessoal ou público com ardente zelo em favor de seus próximos. Ponha sobre seus pés. A visão da glória de Deus tinha deixado prostrado ao Ezequiel. depois de uma manifestação similar do poder de Deus, Daniel declarou: "Não ficou força em mim, antes minha força se trocou em desfalecimento, e não tive vigor algum" (Dão. 10: 8). Ao ser chamados o serviço divino, estes profetas em primeiro lugar foram induzidos a que sentissem sua própria debilidade. Depois chegou o poder divino que os ativou, 611 lhes devolvendo a força física e capacitando-os para receber a comunicação celestial. 2. Entrou o Espírito em mim. A profecia é um dos dons do Espírito (1 Cor. 12: 28). A chamada a exercer o cargo de profeta não depende de uma eleição pessoal, mas sim de uma designação divina (Núm. 12: 6; 1 Cor. 12: 28). A recepção do Espírito Santo, que reparte o dom profético, é a evidência da chamada genuína. Qualquer pretensão de ter recebido este dom sem esse prerrequisito necessário, será falsa. Quando Ezequiel foi chamado, o Espírito entrou nele lhe provocando um estado que em linguagem profética se chama estar "no Espírito" (Apoc. 1: 10; 4: 2). Enquanto o profeta está "no Espírito", pode lhe parecer que realiza viagens por lugares distantes apesar de que não dê sequer um passo. Ao descrever sua visão do terceiro céu, Pablo admitiu que não podia distinguir sua visão da realidade. "Se no corpo, não sei; se fosse do corpo, não sei; Deus sabe" (2 Cor. 12: 2). 3. Filhos do Israel. Aqui começa a comissão do Ezequiel. Essencialmente sua mensagem era para os exilados do Judá, mas seu alcance mais amplo também compreendia as dez tribos que mais de um século antes tinham sido levadas a cativeiro pelos assírios. As cambiantes vicissitudes das nações lhe tinham adjudicado a Babilônia e a Meia os territórios de Assíria, de modo que quando o cativeiro babilônico absorveu à remanescente do Judá, em certo sentido as 12 tribos foram reunidas, todas sob um jugo estrangeiro (Jer. 50: 17-18, 33). Gente rebeldes. A palavra que se traduz como "gente" é a que se emprega habitualmente para designar aos pagãos. Por haver-se afastado obstinadamente de Deus, os israelitas, que deviam ter sido um reino de sacerdotes (ver Exo. 19: 6), se tinham degradado tanto que agora são chamados despectivamente "pagãos"; e se acrescenta-lhe o adjetivo "rebelde". Ao profeta lhe recorda que a apostasia de 25. Israel data de muito tempo. 4. De duro rosto. Quer dizer, "obstinados", "teimosos". A frase "de contumaz coração" sublinha esta idéia. O Senhor estava pintando um horrendo quadro da depravação de Israel. Não era um quadro que exagerava a realidade, como logo teria que descobrir o profeta. Assim há dito Jehová o Senhor. A tarefa que encarrega ao Ezequiel é a comissão divina que se o encomenda a cada professor da Palavra, a cada expositor da sagrada verdade. A Palavra de Deus não deve ser mesclada com opiniões humanas. As teorias privadas são falíveis. No que corresponde aos assuntos divinos, só podem saber-se com exatidão as coisas que Deus revelou. Todo o resto é mera opinião humana. Quando sopra todo vento de doutrina e se dissemina todo tipo de interpretação, os homens precisam ter a segurança de uma mensagem respaldado por um "Assim há dito Jehová". Tal declaração é a voz da autoridade. Ezequiel necessitava esta garantia, pois a ruína do Judá era iminente. Sua mensagem ostentava os créditos da mais excelsa autoridade. 5. Se não escutarem. Não escutar equivale a não fazer conta, a desobedecer. Comparar com a mesma expressão no vers. 7; cap. 3: 11; cf. cap. 3: 27. Não deve atribuir-se a um ato de predestinação o que alguém não faça conta. O plano divino para a salvação compreende a todos: "A graça de Deus se manifestou para salvação a todos os homens" (Tito 2: 11); Deus não quer "que nenhum pereça" (2 Ped. 3: 9). A todos lhes concede uma oportunidade adequada para a salvação. Jesus é a luz que "ilumina a todo homem" (Juan 1: 9). Para induzir às pessoas a aceitar a redenção oferecida, devem usar-se todas as influências possíveis, em consonância com o livre-arbítrio e as decisões referentes ao grande conflito. Mas ao homem lhe toca decidir se tiver que escutar ou não. Os desobedientes não têm desculpa. De cada alma que finalmente se perca Deus poderá dizer: "Que mais se podia fazer. . . que eu não tenha feito?" (ISA. 5: 4). Os homens se destroem a si mesmos quando rechaçam aceitar a salvação de Cristo (1 JT 160). Como acontecimento culminante do grande conflito, será revelada a história do mundo em visão panorâmica para mostrar a cada alma sua relação com as decisões vitais do grande conflito. como resultado disto, todos admitirão a justiça de Deus e quão adequada foi a graça oferecida (ROM. 14: 10-11; Apoc. 15: 3; cf. CS 724-729). Conhecerão. A evidência máxima de que o profeta é portador dos créditos divinos é o cumprimento de sua palavra. Além disso, enquanto o profeta pronuncia seu mensagem, o Espírito Santo dá testemunho aos corações endurecidos de que o enviado de Deus apresenta uma mensagem celestial. O Espírito 612 Santo desejava convencer aos cativos rebeldes de que sua conduta de obstinada impiedade era injustificada. Apesar de que pudessem burlar-se abertamente do mensageiro divino, por debaixo dessa brincadeira estaria o enraizado temor de que a voz que 26. estavam desprezando era na verdade a voz de Deus. As mensagens do Ezequiel teriam que ser "aroma de morte para morte" ou "de vida para vida" (2 Cor. 2: 16). 6. Não os temas. Ezequiel sofreria a oposição de governantes, de sacerdotes e de falsos profetas. burlariam-se dele, caluniariam-no, acusariam-no e o ameaçariam, mas em todo isso não devia ceder ante os intentos de intimidá-lo ou ante os temores que o descorazonaban e acossavam por todos lados. Sarças. Esta metáfora representa a oposição que o profeta acharia entre aqueles a quem o enviava. 7. Escutem ou deixem de escutar. Ver com. vers. 5. 8. Não seja rebelde. Existia o perigo de que frente a uma perspectiva tão terrível, Ezequiel fugira sua responsabilidade. Se se atemorizava se identificaria com a mesma rebelião que devia repreender. Existia o perigo de que sofresse a influência de um ambiente saturado de apostasia e que perdesse a noção da gravidade do pecado. Há um veneno sutil na atmosfera de uma sociedade ímpia. É difícil que uma pessoa tenha fé quando está entre quem não tem fé, sobre tudo quando fingem ter as mesmas esperanças e aspirações que ele alberga. Por esta razão o maior perigo da igreja emana de dentro e não de fora. Se os que são chamados a ser dirigentes são eles mesmos "rebeldes", assim como a "casa rebelde", o que pode esperar-se a não ser um difundido afastamento de Deus? A história da apostasia do Israel revela o terrível resultado do que ocorre quando os homens olham aos homens e confiam em ímpios dirigentes humanos. Come o que eu te dou. Esta é uma profecia simbólica. O profeta comeu o cilindro em visão; mas não em a realidade (ver com. vers. 2). Esta figura está cheia de significado espiritual. A fim de repartir a seus próximos, o professor deve receber primeiro a mensagem de Deus. Em segundo lugar, assim como o alimento físico recebido em o corpo se converte em carne, sangue e ossos, assim também a mensagem deve ser assimilado para chegar a ser parte do mensageiro. O professor não pode fazer-se idôneo para o serviço mediante um conhecimento superficial e incerto de sua mensagem. A mensagem deve entrar no mais íntimo natureza seu naturais deve penetrar seu ser, deve participar de todas as funções de sua vida espiritual. Deve chegar a ser uma parte integral de seu pensamento e de seu vida. 27. 9. Uma mão estendida. Possivelmente a mão fora a de um dos quatro seres viventes. Representava os instrumentos intermediários pelos quais Deus reparte revelações a seus servos os profetas (Apoc. 1: 1). As mensagens mesmos têm sua origem em Deus. portanto, o profeta pode afirmar com convicção: "Esta é a palavra do Jehová". 10. Escrito por diante e por detrás. Na antigüidade, os livros se escreviam em couro ou em folhas de papiro que se uniam com uma costura, a fim de formar largas bandagens que logo eram enroladas. Pelo general se escreviam só de um lado. O cilindro que entregou a Ezequiel estava escrito pelos dois lados, sem dúvida para indicar que havia muito tema para escrever. A mensagem não era nenhum evangelho de paz tal como o que os anjos anunciaram aos pastores de Presépio quando nosso Cristo Salvador nasceu (Luc. 2: 13-14). Sua mensagem era "novas de grande gozo" (Luc. 2: 10); mas esta era uma profecia de "lamentos e lamentações e ayes". Sem embargo, a revelação da ameaçadora calamidade foi o meio empregado por Deus para despertar aos corações endurecidos pelo pecado a fim de que ele pudesse saná-los com o bálsamo do Evangelho. No transcurso de sua obra, Ezequiel muitas vezes teve o privilégio de atenuar seus discursos de recriminação com exortações de misericórdia. COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE 1-10 TM 215 7 CS 512; Ev 61; 2JT 301; 3JT 89, 391;5T 20, 74, 263; 8T 61, 69; TM 233 613 CAPÍTULO 3 1 Ezequiel se come o cilindro. 4 Deus o anima; 15 lhe assinala sua obrigação com a profecia. 22 Deus emudece ao profeta, e abre sua boca. 1 ME DISSE: Filho de homem, come o que acha; come este cilindro, e vê e fala a a casa do Israel. 2 E abri minha boca, e me fez comer aquele cilindro. 3 E me disse: Filho de homem, alimenta seu ventre, e enche suas vísceras deste cilindro que eu te dou. E o comi, e foi em minha boca doce como mel. 4 Logo me disse: Filho de homem, vê e entra na casa do Israel, e fala a eles com minhas palavras. 5 Porque não é enviado a povo de fala profunda nem de língua difícil, a não ser à casa do Israel. 28. 6 Não a muitos povos de fala profunda nem de língua difícil, cujas palavras não entenda; e se a eles enviasse, eles lhe ouvissem. 7 Mas a casa do Israel não te quererá ouvir, porque não me quer ouvir ; porque toda a casa do Israel é dura de frente e obstinada de coração. 8 Hei aqui eu tenho feito seu rosto forte contra os rostos deles, e sua frente forte contra suas frentes. 9 Como diamante, mais forte que pederneira tenho feito sua frente; não os temas, nem tenha medo diante deles, porque são casa rebelde. 10 E me disse: Filho de homem, toma em seu coração todas minhas palavras que eu lhe falarei, e ouça com seus ouvidos. 11 E vê e entra nos cativos, aos filhos de seu povo, e lhes fale e lhes diga: Assim há dito Jehová o Senhor; escutem, ou deixem de escutar. 12 E me levantou o Espírito, e ouvi detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do Jehová desde seu lugar. 13 Ouvi também o som das asas dos seres viventes que se juntavam a uma com a outra, e o som das rodas diante deles, e som de grande estrondo. 14 Me levantou, pois, o Espírito, e tomou; e fui em amargura, na indignação de meu espírito, mas a mão do Jehová era forte sobre mim. 15 E vim aos cativos no Tel-abib, que moravam junto ao rio Quebar, e me sentei onde eles estavam sentados, e ali permaneci sete dias atônito entre eles. 16 E aconteceu que ao cabo dos sete dias veio para mim palavra do Jehová, dizendo: 17 Filho de homem, eu te pus por vigia à casa do Israel; ouvirá, pois, você a palavra de minha boca, e os admoestará de minha parte. 18 Quando eu dijere ao ímpio: De certo morrerá; e você não lhe admoestasse nem o falar, para que o ímpio seja disposto de seu mau caminho a fim de que viva, o ímpio morrerá por sua maldade, mas seu sangue demandarei de sua mão. 19 Mas se você admoestasse ao ímpio, e ele não se convertesse de sua impiedade e de seu mau caminho, ele morrerá por sua maldade, mas você terá liberado sua alma. 20 Se o justo se separar de sua justiça e hiciere maldade, e pusiere eu tropeço diante dele, ele morrerá, porque você não lhe admoestou; em seu pecado morrerá, e suas justiças que tinha feito não virão em memória; mas seu sangue demandarei de sua mão. 21 Mas se ao justo admoestasse para que não peque, e não pecar, de certo viverá, porque foi admoestado; e você terá liberado sua alma. 22 Veio ali a mão do Jehová sobre mim, e me disse: te levante, e sal ao campo, e ali falarei contigo. 29. 23 E me levantei e saí ao campo; e hei aqui que ali estava a glória do Jehová, como a glória que havia visto junto ao rio Quebar; e me prostrei sobre meu rosto. 24 Então entrou o Espírito em mim e me afirmou sobre meus pés, e me falou, e disse-me: Entra, e te encerre dentro de sua casa. 25 E você, OH filho de homem, hei aqui que porão sobre ti cordas, e com elas ligarão-lhe, e não sairá entre eles. 26 E farei que se peque sua língua a seu paladar, e estará mudo, e não será a eles varão que repreende; porque são casa rebelde. 614 27 Mas quando eu te tiver falado, abrirei sua boca, e lhes dirá: Assim há dito Jehová o Senhor: que ouça, ouça; e o que não queira ouvir, não ouça; porque casa rebelde som. 1. Come este cilindro. É possível que uma leve vacilação do Ezequiel demandasse a repetição da ordem (cap. 2: 8). A lição que se desejava ensinar exigia ser ilustrada em forma dramática. O profeta não devia escolher sua própria mensagem. Sua comida devia ser fazer a vontade daquele que o tinha enviado e proclamar seu mensagem (Juan 4: 34). A inspiração é mais que a purificação e o estímulo dos poderes mentais em forma subjetiva. repartem-se feitos objetivos, externos. Os que estudam a Palavra também devem aprender esta lição. Devem receber a Bíblia como se lhes tivesse sido enviada , porque os homens não criam a verdade divina, mas sim a descobrem na Bíblia. A mensagem deve assimilar-se em forma pessoal, deve ser algo íntimo. As verdades devem converter-se em parte integrante da vida e do caráter. Este é o meio por o qual os homens chegam a ser em todo sentido novas criaturas. 3. Doce como mel. Quão emocionante resultou ao Ezequiel compreender que tinha sido chamado para ser colaborador de Deus, porta-voz do Jehová para repreender os pecados de seu povo. Ser chamado a desempenhar-se como profeta é na verdade um excelso privilégio. Mas o perigo da exaltação do eu sempre se acha presente. Pablo temia isso (2 Cor. 12: 7). Compare-se isto com o caso da Elena do White (LS 71-72). A vivencia inicial do Ezequiel, a sensação de doçura, mais tarde converteu-se em amargura quando deveu fazer frente às realidades da tarefa. Isto ocorre freqüentemente com os que são chamados um serviço especial. Quão logo a primeira emoção perde sua força quando a gente tem que enfrentar-se com as severas realidades do dever inflexível. 5. De língua difícil. 30. indica-se que, no externo, sua tarefa seria mais fácil que se tivesse sido enviado aos pagãos cujo idioma não compreendia e a quem sua língua seria estranha. Em primeiro lugar, sua missão era ir a "as ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mat. 15: 24). Não se tratava de que as outras nações estivessem fora do alcance da salvação, mas sim o propósito de Deus era fazer do Israel o núcleo espiritual e a força evangelizadora. Por meio de seu povo escolhido Deus desejava preservar entre os homens o conhecimento de sua lei e estender seu reino espiritual. Os profetas reconheceram este propósito. Boa parte das profecias do Ezequiel foi dedicada à contagem dos castigos que cairiam sobre as nações vizinhas. Em essência, estas profecias eram exortações a esses países, que lhes revelavam sua história futura se recusavam aceitar o plano de Deus (Jer. 18: 7-8). Ver as PP. 28-32. 6. Eles lhe ouvissem. Assim como o fizeram Naamán o sírio (Luc. 4: 27), a mulher cananea (Mat. 15: 21-28) ou o centurião romano (Mat. 8: 5-12). As maravilhas que se realizaram no Corazín e Betsaida teriam sido mais que suficientes para a conversão de Tiro, Sidón e Nínive (Mat. 11: 21; 12: 41). Mas o Israel se empederniu mais que as nações que o rodeavam. Em todos os tempos Deus teve o propósito de salvar a tantos membros de a família humana como é possível. "Vivo eu, diz Jehová o Senhor, que não quero a morte do ímpio, mas sim se volte o ímpio de seu caminho e que viva" (Eze. 33: 11). Deus não quer "que nenhum pereça" (2 Ped. 3: 9). As enérgicas condenações dos escritores proféticos devem entender-se -tal como era seu propósito- como prognóstico de calamidades nacionais, nunca como pronunciamentos de eterna ruína para todos os indivíduos da nação. Não importa quão severo fora a predição de uma ruína nacional, os indivíduos que compunham a nação tinham ainda a oportunidade de alcançar a salvação pessoal. Assim foi como em tempos do Elías ficaram 7.000 que não tinham dobrado seus joelhos ante o Baal (1 Rei. 19: 18). 7. A mim. Para que Ezequiel não se desanimasse pelo fato de que o povo se negava a ouvir suas palavras, o Senhor lhe recordou que já se negou antes a escutá-lo a ele. "O servo não é maior que seu senhor" (Juan 13: 16). O servo não deve esperar um melhor trato que o que recebe seu Professor. que trabalha em favor de as almas sente agudamente o rechaço dos homens. Recorde a decepção mais azedo que experimentou seu Professor, quem é em realidade o que é rechaçado em a pessoa de seu servo. É verdade que o servo pode examinar os esforços que tem feito para ver se a misericórdia foi rechaçada por 615 causa de alguma deficiência em sua apresentação. Mas muitos rechaçaram ao mesmo Senhor de glória, e seus servos deverão sentir que são superiores a seu Professor? Toda a casa do Israel. Quer dizer, os israelitas em geral. Havia nesse tempo Santos como Jeremías e Daniel, e sem dúvida muitos outros, que em forma individual mantinham seu integridade ante Deus. 31. 8. Forte. A raiz deste adjetivo é a mesma da primeira parte do nome do Ezequiel (ver P. 597), e é provável que se empregue esta palavra em referência com seu nome. É possível que o profeta tivesse protestado que era muito fraco para fazer frente à teima de pecadores empedernidos. Aqui lhe promete que, não importava quão duros fossem os israelitas, o profeta seria feito mais duro que eles e ele prevaleceria contra eles. Esta promessa não implica coação alguma para obter a aceitação dessa mensagem. No governo de Deus, a aceitação sempre é um ato voluntário. 9. Diamante. Heb. shamir, "pedra de grande dureza". Alguns pensam que se trata do "esmeril". A RVR traduz "diamante" (cf. Jer. 17: 1) e assim também a BJ; mas nessa época não se conhecia o diamante. 10. Em seu coração. Esta frase explica a simbólica ação de comer (vers. 1). Neste versículo o processo da recepção aparece investido: primeiro o coração, depois os ouvidos. Isto ilustra um tipo de transposição bastante comum no hebreu. Todas minhas palavras. O profeta não pode negar-se a receber e a declarar todo o conselho de Deus (vers. 11). 11. Aos cativos. Antes (vers. 4; cf. cap. 2: 3) havia dito ao Ezequiel que sua missão seria a de ir à casa do Israel. Agora lhe dá a missão mais específica de ir a "os cativos". Quando Ezequiel foi chamado no ano 593/592 A. C. (ver com. cap. 1: 2), e por vários anos mais, os cativos não formavam a não ser uma pequena parte da nação judia. depois da queda de Jerusalém em 586 A. C. os cativos representavam a maioria do povo. A mensagem do Ezequiel estava dirigido aos cativos; o do Jeremías à remanescente do Judá, e o do Daniel a a corte de Babilônia, salvo aquela parte de seu livro que esteve selada até o tempo do fim (Dão. 12: 4; CS 405). De modo que, embora os três foram contemporâneos, suas esferas de responsabilidade eram diferentes. Ver P. 599. 12. Levantou-me. 32. Aqui termina a fase inicial da consagração do profeta à função profético. Ainda em espírito, Ezequiel é afastado da cena do trono, dos seres viventes e as rodas. Ao afastar-se, ouça detrás de si o som de um grande "estrondo" ("terremoto", LXX). É um som inteligível, uma voz de louvor. Nada se diz especificamente da origem deste som, mas possivelmente como na ISA. 6 e Apoc. 4, o louvor se origina nos seres que rodeiam o trono. 14. Indignação. "Ardor" (BJ), "rancor" (VM). O chamado de Deus, que tão doce tinha sido para Ezequiel (Eze. 3: 3), ao levar-se a prática se converteu em amargura. A indignação do Ezequiel pôde dever-se em parte para os pecados de seu povo; mas por cima disso, a revelação da dificuldade insuperável da tarefa, o temor ao fracasso e possivelmente também a consciência de não ser apto, sem dúvida se somaram para desanimar abrumadoramente ao profeta. Compare-se isto com um caso similar na vida do Jeremías (Jer. 20: 8, 9; cf. Jer. 9: 2). 15. Tel-abib. Heb. tel 'abib, "montículo de espigas ainda verdes". Mas se estima que mais bem provém do acadio til abubi, "montículo da inundação da tormenta". Tais dunas de areia, produzidas por ação do vento e da água, parecem ser comuns nas cercanias do Nipur (ver com. cap. 1: 1). Sem embargo, não é possível se localizar com precisão ao Tel-abib. Sete dias. Alguns compararam este período de sete dias de silêncio com um tempo de retiro que tiveram outros grandes caudilhos religiosos, como por exemplo os 40 dias do Elías no monte Horeb (1 Rei. 19: 48), a permanência do Pablo em Arábia (Gál. 1: 17) e o retiro de nosso Senhor ao deserto depois de seu batismo. Outros sugerem que a reação do Ezequiel se deveu a sua surpresa ante as condições com que se encontrou ou às atitudes que enfrentou. Outros comparam o silêncio do Ezequiel com a conduta dos amigos do Job, que se sentaram no chão com o patriarca "por sete dias e sete noites, e nenhum falava-lhe palavra" (Job 2: 13). Entretanto, o contexto pareceria sugerir que Deus não tinha disposto essa demora. Em troca, a mudez pode ter sido causada pela amargura e a indignação de espírito que 616 sentia Ezequiel. É provável que o profeta adiasse deliberadamente sua missão, ou possivelmente até se estivesse negando a realizá-la. A misericórdia de Deus esperou sete dias. Quando ao fim desse período não houve resposta do Ezequiel, veio-lhe palavra do Senhor a modo de uma solene advertência. Cabe recordar uma reticência similar de parte da Elena do White a fazer saber a outros o que o Senhor lhe havia revelado (1T 62-64). 17. Atalaia. A figura é a do sentinela militar apostado na torre de vigia, cujo trabalho é advertir às pessoas de perigos que se moram (2 Sam. 18: 24-27; 2 33. Rei. 9: 17-20). A palavra descreve a característica especial da obra de Ezequiel. O profeta devia vigiar pessoalmente pelas almas. 18. Você não lhe admoestasse. Quando o vigia via que o perigo se aproximava, devia tocar a trompetista. Quando Ezequiel visse que os ímpios foram descuidadamente à perdição, devia lhes falar lhes advertindo dos inevitáveis resultados de seu proceder. Pode entender-se que em sua aplicação mais ampla estas palavras não se referem meramente ao perigo físico e à morte, a não ser ao perigo espiritual que poderia conduzir o veredicto de morte eterna no tribunal de Deus. As decisões desse tribunal significam vida eterna ou morte eterna para cada alma que alguma vez tenha vivido. A aniquilação será a sorte final de todos quantos persistam na transgressão. À atalaia lhe impõe a responsabilidade de advertir aos homens a respeito deste castigo inevitável. Seu descuido pode resultar na perda de almas. Muitas vezes surge o interrogante: "É justo que Deus permita que a salvação de uma alma dependa de que outra pessoa cumpra ou não com seu dever de dar a advertência?" Deve responder-se que Deus é justo, mas que o pecado é extremamente injusto. Deus obra em favor da salvação dos homens em uma maneira que concorda com seu caráter e com os aspectos decisivos do conflito dos séculos. Não emprega coação. Isto põe um limite ao que Deus pode fazer diretamente para a salvação de uma alma. Mas quando outros cooperam com Deus em seus esforços por salvar essa alma, imediatamente se incrementam as influências que operam sobre a pessoa, e aumenta a responsabilidade de que aceite o plano divino para ele. Nesta consideração se fundamenta a atividade missionária. Consideremos o caso de uma ilha que não foi tocada pela influência cristã. Deus, quem por meio do Jesus "ilumina a todo homem" (Juan 1: 9), faz tudo o que pode para salvar a todos os habitantes do lugar. Entretanto, com a chegada do missionário, as oportunidades aumentam muito. Como resultado, muitos mais são salvos. Assim Deus não pode ser acusado de injustiça, a não ser nós. Somos nós os que fomos atalaias infiéis, e nossas próprias almas se perderão a menos de que com genuíno arrependimento peçamos a Deus que nos perdoe. 19. Você terá liberado sua alma. A responsabilidade do vigia acaba quando a advertência foi dada em forma adequada. Entretanto, o vigia faria bem em perguntar-se se tiver dado a advertência na forma mais efetiva possível e durante um tempo suficientemente largo. Quem recebe a advertência ficam livres de escolher se tiverem que escutar ou não. Toda alma que se perca o fará por sua própria eleição. Ninguém poderá culpar a Deus, quem proporcionou uma oportunidade adequada a todos. Os homens vivem ou morrem conforme seja sua eleição pessoal. Ezequiel faz ressaltar a responsabilidade pessoal antes que a nacional. Individualmente os israelitas não deviam considerar que estavam perdidos porque sua nação sofria um castigo. Por outra parte, não deviam supor que o arrependimento seria desnecessário para eles como pessoas porque tinham ao Abraão como pai (Mat. 34. 3: 9). 20. Tropeço. O propósito da pedra de tropeço é deter o pecador em seu caminho descendente e despertá-lo para que sinta seu perigo. Quando se detém assim ao pecador, necessita-se a voz de um vigia. Uma advertência no momento devido pode fazer que se além de seu mau caminho. que não se dê a advertência pode dar como resultado que se lance desenfrenadamente para a destruição. Por isso se exigirá do vigia que dê conta de seu sangue. De novo pode ver-se até que ponto Deus depende da cooperação dos seres humanos na obra da salvação (ver com. vers. 18). Suas justiças. Quer dizer, suas ações piedosas ou justas. Esta passagem contradiz a difundida idéia de que o homem que é seriamente piedoso não pode apostatar nem perder-se finalmente. Só os que perseverem até o fim serão salvos (Mat. 24: 13). 617 Não virão em memória. No plano de Deus não se calculam as recompensas tendo em conta o número de ações piedosas menos o número de pecados cometidos, nem viceversa, como ensinavam-no os judeus. No caso do homem justo que persevera até o fim, todo o registro de sua culpa é apagado e sua recompensa é determinada em apóie a sua aceitação do sacrifício de Cristo. Por outra parte, o pecador que não se arrepende encontra que nenhuma de suas obras piedosas é tomada em conta ao atribuir-lhe o castigo (cap. 18). Isto explica a razão de que, ao perdoá-los pecados, não são apagados imediatamente. conserva-se um registro até o momento do julgamento, porque se o justo logo rechaça o perdão devotado e se perde, todas suas iniqüidades, tenham sido perdoadas em algum momento ou não, são tomadas em conta para determinar sua recompensa final (PVGM 196). 22. Mão do Jehová. É evidente que o que Ezequiel tinha ouvido o encheu de uma entristecedora sensação da gravidade de sua responsabilidade. 23. A glória do Jehová. Ezequiel voltou a ver a impressionante visão que tinha contemplado (cap. 1). A grande manifestação da glória de Deus que o tinha inspirado a aceitar seu missão, sem dúvida o imbuiu com uma renovada certeza. Aceitou a repreensão devida a seu silêncio. Em adiante, Ezequiel aparece como servo humilde e obediente. 24. 35. te encerre. Provavelmente Deus mandou isto a fim de que tivesse o tempo necessário para meditar antes de começar a realizar sua obra. 25. Cordas. Sem dúvida, isto não se refere a um encarceramento literal, pois não há no livro nenhuma referência a tal coisa. Se se fizer alusão a cordas figuradas, poderiam referir-se à obstinada negativa do povo a escutar, o que faria quase impossível que Ezequiel declarasse suas profecias. Deste modo, seria como se estivesse pacote. 26. pegue-se sua língua. Como no caso do Zacarías (Luc. 1: 22) que não acreditou as palavras do anjo, pareceria haver uma reprovação da negativa do Ezequiel a falar quando se ordenou-lhe que devia fazê-lo. Entretanto, o Senhor empregou este caso para bem. A mudez do profeta e o que só pudesse falar quando o Senhor abria seu boca, era outro sinal à casa rebelde de que as palavras que pronunciava eram na verdade as palavras do Senhor. 27. Ouça. Compare-se isto com as palavras do Jesus registradas no Mat. 11: 15 e 13: 9. Em a LXX a segunda frase diz: "que desobedeça, que desobedeça", que acha um eco no Apoc. 22: 11. Casa rebelde. Em tempos anteriores, Deus havia dito que o Israel era um povo "de dura nuca" (Exo. 32: 9). O mesmo espírito que provocou os 40 anos de peregrinação no deserto tinha feito que o cativeiro fora inevitável. COMENTÁRIOS DO ELENA G. DO WHITE 1-27 TM 216 7 CS 512 17 CM 126; 2JT 76; 3JT 279; OE 219; RC 55; IT 469; 2T 708 17-19 1T 313 18 2JT 523 19 2T 53 36. 21 IT 313 CAPÍTULO 4 1 Sob o símbolo de um sítio, Deus mostra o tempo da queda do Israel e seu cativeiro. 9 Por meio do sítio se prediz a fome devastadora. 1 VOCÊ, FILHO de homem, tome um tijolo cru, ponha diante de ti, e desenha sobre ele a cidade de Jerusalém. 2 E porá contra ela sitio, e edificará contra ela fortaleça, e tirará contra ela baluarte, e porá diante dela acampamento, e colocará contra ela aríetes ao redor. 3 Tome também uma prancha de ferro, 618 e ponha em lugar de muro de ferro entre ti e a cidade; afirmará logo seu rosto contra ela, e será em lugar de cerco, e a sitiará. É sinal à casa do Israel. 4 E você te deitará sobre seu lado esquerdo, e porá sobre ele a maldade da casa do Israel. O número dos dias que durma sobre ele, levará sobre ti a maldade deles. 5 Eu te dei os anos de sua maldade pelo número dos dias, trezentos noventa dias; e assim levará você a maldade da casa do Israel. 6 Cumpridos estes, deitará-te sobre seu lado direito segunda vez, e levará a maldade da casa do Judá quarenta dias; dia por ano, dia por ano lhe hei isso dado. 7 Ao assédio de Jerusalém afirmará seu rosto, e descoberto seu braço, profetizará contra ela. 8 E hei aqui pus sobre ti ataduras, e não te voltará de um lado a outro, até que tenha completo os dias de seu assédio. 9 E você toma para ti trigo, cevada, favas, lentilhas, millo e aveia, e ponha em uma vasilha, e te faça pão deles o número dos dias que te deite sobre você lado; trezentos e noventa dias comerá dele. 10 A comida que comerá será de peso de vinte ciclos ao dia; de tempo em tempo a comerá. 11 E beberá a água por medida, a sexta parte de um hin; de tempo em tempo beberá-a. 12 E comerá pão de cevada cozido debaixo da cinza; e o cozerá a vista de eles ao fogo de excremento humano. 13 E disse Jehová: Assim comerão os filhos do Israel seu pão imundo, entre as nações aonde os arrojarei eu. 14 pinjente: Ah, Senhor Jehová! hei aqui que minha alma não é imunda, nem nunca desde minha juventude até este tempo comi coisa mortiça nem despedaçada, nem nunca em 37. minha boca entrou carne imunda. 15 E me respondeu: Hei aqui te permito usar esterco de bois em lugar de excremento humano para cozer seu pão. 16 Me disse logo: Filho de homem, hei aqui quebrantarei o sustento do pão em Jerusalém; e comerão o pão por peso e com angústia, e beberão a água por medida e com espanto, 17 para que ao lhes faltar o pão e a água, olhem-se uns aos outros com espanto, e consumam-se em sua maldade. 1. Tome. Os estudiosos das profecias debateram se os estranhos acontecimentos de este capítulo foram ações reais, visíveis, ou só vívidos símbolos vistos pelo profeta em visão, que depois devia contar às pessoas. Podem citar-se as seguintes raciocine para supor que estes acontecimentos foram apresentados em forma visível ante os Olhos do povo: (1) Deviam ser um sinal para a casa do Israel (vers. 3); (2) fez similares no caso de outros profetas quando as ações foram evidentemente visíveis: os chifres de ferro do Sedequías (1 Rei. 22: 11), o andar "nu e descalço" do Isaías por espaço de três anos (ver com. ISA. 20: 3), os jugos de madeira de Jeremías Jer. 27: 2), e o matrimônio do Oseas com a rameira (Ouse. 1: 3). O feito de que Ezequiel tirasse seus pertences à vista do povo e logo se abrisse passo através da parede (Eze. 12: 2-7), era evidentemente uma representação objetiva do assédio que se morava. Estas lições objetivas sem dúvida tinham o propósito de chamar a atenção, porque o que o olho vê tende a causar impressões mais profundas na mente que as palavras que se escutam. Ainda hoje nos sacramentos se apresenta algo que se pode ver para aprofundar mais o ensino das verdades divinas. Adobe. Heb. lebenah, "tijolo" (BJ). Era comum na antigüidade escrever em tijolos. Os arqueólogos têm descoberto milhares de tijolos com inscrições. 2. Porá contra ela sitio. Os cativos esperavam que Jerusalém houvesse já sofrido seu último assédio. Animados por falsos profetas, esperavam voltar logo para sua terra natal. Seus mais acariciadas esperanças se veriam anuladas sim aceitavam a predicación de Ezequiel de que haveria outro assédio. Entretanto, era inevitável a ruína de seu amada cidade. Ante a vista do povo foram apresentados os castigos iminentes com símbolos significativos que falavam com major força e eficácia que as palavras. Fortaleza. Heb. dayeq, substantivo coletivo que designa o total das obras de assédio, 38. 619 possivelmente com referência especial aos dispositivos que permitiam que os sitiadores alcançassem uma altura maior que os muros, para observar assim o que ocorria na cidade e também para disparar suas flechas contra os defensores. Baluarte. Neste caso, algum aterro que permitisse que os atacantes subissem aos muros. Aríetes. Eram pesadas vigas de madeira, com ponta de ferro, que se suspendiam horizontalmente desde torres ou armações mutáveis. Se fazia golpear estas vigas em forma violenta contra os muros. Nos baixos-relevos assírios estas máquinas de guerra aparecem com freqüência, pelo qual se supõe que nessa época eram comuns. 3. Prancha de ferro. Heb. majabath. Esta prancha ("frigideira", BJ) é ainda um utensílio comum de cozinha no Próximo Oriente (Lev. 2: 5). É possível que a prancha fora parte do equipamento domésticos do profeta. A empregou para representar um escudo ou muro de defesa levantado pelo inimigo, desde cujo amparo descarregava seus projéteis. Possivelmente o ferro simbolizava a invulnerabilidade de as linhas inimizades. Sinal. O fato de que estes vívidos símbolos tinham que ser uma "sinal", apóia vigorosamente a idéia de que este capítulo fala de acontecimentos literais (ver com. vers. 1). Com referência à palavra "sinal", ver com. ISA. 7: 14. 4. Lado esquerdo. É provável que a posição tivesse que ver com o fato de que Samaria se encontrava ao norte de Jerusalém, quer dizer, para a esquerda, quando um olhe para ao este. Não é necessário supor que Ezequiel ficou deitado em forma continuada 24 horas ao dia, durante o comprido período aqui especificado. Possivelmente dedicasse só certa parte do dia a esta forma de predicación simbólica. Casa do Israel. Nesta passagem se emprega esta frase em seu sentido mais limitado para referir-se a as dez tribos. Levará sobre ti a maldade. Há diferença de opiniões quanto a se Ezequiel devia simbolizar o pecado do Israel ou seu castigo. Possivelmente as duas idéias estivessem implicadas no simbolismo. Como outros profetas da antigüidade, Ezequiel devia mitigar seus mensagens de condenação com o oferecimento do bálsamo do Evangelho. Sem 39. embargo, o pecado não podia passar-se por alto. Era necessário que fora expiado. É possível que a ação do Ezequiel de levar sobre si a maldade do Israel tivesse servido para indicar que Deus estava disposto a perdoar o pecado do povo, e ainda nessa hora tardia queria cumprir seu propósito mediante o Israel. 5. trezentos e noventa dias. formularam-se muitas interpretações deste período. Há quem prefere aceitar os números que aparecem na LXX, segundo a qual eram 150 os dias que Ezequiel devia levar as iniqüidades do Israel, e 40 os dias que devia levar as do Judá; em total, 190 dias. Entretanto, estes números não solucionam nada, pois os 150 dias não representam os anos de cativeiro das dez tribos, que foram levadas cativas no ano 723/1722 A. C. Se se usarem as cifras que aparecem no hebreu, deverá considerar-se que os 390 anos representam o período da apostasia do Israel. Este período começa com a separação do Jeroboam e as dez tribos quando se separaram de Judá. Esta separação assinalou o começo do pecado do Israel. depois de haver-se separado da monarquia designada Por Deus, o reino setentrional sofreu sob uma larga sucessão de reis ímpios. Nenhum de seus reis foi piedoso. Mas também aqui aparecem dificuldades. Segundo a "cronologia curta", sistema de cômputo empregado neste comentário (ver T. IL, PP. 143-146), o cisma de as dez tribos ocorreu pelo ano 931 A. C. (ver T. II, P. 78). Desde esse momento até a visão do Ezequiel em 593/592, só tinham transcorrido uns 339 anos. Até a queda de Jerusalém só houve 345 anos, e até o retorno do cativeiro podem computar-se 395. Empregando a agora desacreditada "cronologia larga" (ver T. IL, P. 145), os 390 anos do cisma até Ezequiel arrancam de aproximadamente o ano 980 A. C. De tudo isto pode deduzir-se que os sincronismos não se emprestam para confirmar nem um sistema cronológico nem o outro. 6. Quarenta dias. Seguindo a analogia já tratada ao comentar o vers. 5, os 40 anos representariam os anos do pecado do Judá. A diferença do Israel, Judá permaneceu fiel a seus governantes designados, membros da casa do David. Mas os habitantes do Judá também se derrubaram em forma crescente à idolatria, e embora houve vários reis piedosos no reino do Judá que procuraram 620 refrear a crescente marca de impiedade, a nação foi degradando-se progressivamente. Uma das últimas oportunidades importantes para obter a reforma ocorreu durante o reinado do Josías, quem, no 8.º ano de seu reinado (2 Crón. 34: 3), "começou a procurar o Deus do David, seu pai". Foi um nobre intento, mas no que respeita ao povo foi uma reforma superficial. Mais tarde lhes disse que tinham ido muito longe como para que se evitassem os castigos que os ameaçavam (2 Crón. 34: 23-25). Se considera-se que o 8.º ano do Josías, 633/632 A. C., assinala o começo do período especial de culpabilidade do Judá, desde essa data até o primeiro mensagem do Ezequiel no ano 593/592 (ver com. Eze. 4: 5), computam-se exatamente 40 anos. 40. Entre outros intentos de entender estes períodos de tempo está o que suma 390 mais 40, o que dá 430 dias, cifra que se compara com o Exo. 12: 40 onde se dão 430 anos de peregrinação para os filhos do Israel. Mas esta analogia não parece ter nenhum sentido. Uma variação totalmente caprichosa relaciona os 390 dias com os 40 açoites do Deut. 25: 3, os quais foram reduzidos pelos professores judeus a "quarenta açoites menos um" (2 Cor. 11: 24). Deste modo, pretende-se que lhes correspondiam 39 a cada uma das tribos e 40 ao Judá. Dia por ano. Literalmente, "dia para o ano". Esta expressão pode comparar-se com uma afirmação similar no Núm. 14: 34: "Conforme ao número dos dias, dos quarenta dias em que reconheceram a terra, levarão suas iniqüidades quarenta anos, um ano por cada dia". Nestas declarações se encontram as primeiras insinuações