25
Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia Geografia 1 GEOGRAFIA DAS INDÚSTRIAS A produção de bens necessários à vida humana nem sempre teve a feição ou as características que hoje apresenta. Antes da indústria moderna, a produção era manual: 1. O trabalho humano Artesanato Manufatura 2. Invenção da máquina à vapor (1765/1775) Maquinofatura O desenvolvimento do processo da industrialização não ocorreu de modo análogo em todo o planeta. A concentração das indústrias em certas regiões do planeta ocasionou, conseqüentemente, a concentração do capital gerado por estas. Elas foram instaladas, na gênese do processo, obedecendo a alguns fatores locacionais: Matérias - primas Fontes de energia Mão de obra de baixa qualificação (baixa remuneração) Mão de obra de alta qualificação (alta remuneração) Mercado consumidor Infra-estrutura de transporte Rede de telecomunicações Incentivos fiscais Disponibilidade de água Com a Revolução Industrial, surge ainda uma nova maneira de organizar o espaço geográfico: o Estado Nacional. O Estado-Nação consiste no Estado que exerce sua soberania sobre um determinado território, delimitado por fronteiras, e diz representar uma nação. Uma nação é uma comunidade com idioma e tradições em comum. O Estado Nacional atual resultou da hegemonia da Burguesia e da própria revolução industrial, que criou a necessidade de proteger o mercado da concorrência de produtos estrangeiros. É o chamado mercado nacional. Com a Revolução Industrial, as cidades crescem vertiginosamente e o meio-rural vai sendo influenciado pelas formas de produção da indústria moderna (mecanização e relação assalariada). O meio urbano torna-se a sede das indústrias e o meio rural fornecedor de matérias-primas e alimentos para a grande cidade. Condições necessárias para a Revolução Industrial Industrialização clássica ou Original: - Aparecimento da relação assalariada; - Concentração de uma grande massa de desempregados nas cidades (excesso de fugas dos servos) - desenvolvimento do comércio colonial, com a divisão internacional do trabalho entre as metrópoles e as colônias (estas recebiam produtos manufaturados e forneciam matéria-prima) Industrialização periférica ou tardia: - normalmente países que eram colônias - em muitos casos, financiados pelos industrializados. Os tipos de Indústrias: Indústrias de Bens de Produção (ou indústrias de base): - aço; alumínio; chapas de ferro. Indústrias de Bens de Capital: - máquinas, lubrificantes, ferramentas, autopeças. Indústrias de bens de consumo (duráveis ou não-duráveis): automóveis, eletrodomésticos, vestuários, alimentos Processos da Produção Industrial e a 2ª Revolução Industrial. Após a 1ª Revolução Industrial (voltada basicamente para manufaturas e com o carvão mineral como principal fonte de energia), no inicio do século XX o mundo inicia a 2ª Revolução Industrial, caracterizada pelo crescimento das fábricas, sendo a industria automobilística o principal setor, inserção de modelo produtivo, e tendo o petróleo como principal fonte de energia. Taylorismo - Rígida separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos;

Apostila geo geral

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 1

GEOGRAFIA DAS INDÚSTRIAS

A produção de bens necessários à vida humana nem sempre teve a feição ou as características que hoje apresenta. Antes da indústria moderna, a produção era manual:

1. O trabalho humano • Artesanato • Manufatura

2. Invenção da máquina à vapor (1765/1775) • Maquinofatura

O desenvolvimento do processo da industrialização não ocorreu de modo análogo em todo o planeta.

A concentração das indústrias em certas regiões do planeta ocasionou, conseqüentemente, a concentração do capital gerado por estas. Elas foram instaladas, na gênese do processo, obedecendo a alguns fatores locacionais:

• Matérias - primas • Fontes de energia • Mão de obra de baixa qualificação

(baixa remuneração) • Mão de obra de alta qualificação (alta

remuneração) • Mercado consumidor • Infra-estrutura de transporte • Rede de telecomunicações • Incentivos fiscais • Disponibilidade de água

Com a Revolução Industrial, surge ainda uma nova maneira de organizar o espaço geográfico: o Estado Nacional.

O Estado-Nação consiste no Estado que exerce sua soberania sobre um determinado território, delimitado por fronteiras, e diz representar uma nação. Uma nação é uma comunidade com idioma e tradições em comum.

O Estado Nacional atual resultou da hegemonia da Burguesia e da própria revolução industrial, que criou a necessidade de proteger o mercado da concorrência de produtos estrangeiros. É o chamado mercado nacional.

Com a Revolução Industrial, as cidades crescem vertiginosamente e o meio-rural vai sendo influenciado pelas formas de produção da indústria moderna (mecanização e relação assalariada). O meio urbano torna-se a sede das indústrias e o meio

rural fornecedor de matérias-primas e alimentos para a grande cidade.

Condições necessárias para a Revolução Industrial

Industrialização clássica ou Original:

- Aparecimento da relação assalariada;

- Concentração de uma grande massa de desempregados nas cidades (excesso de fugas dos servos)

- desenvolvimento do comércio colonial, com a divisão internacional do trabalho entre as metrópoles e as colônias (estas recebiam produtos manufaturados e forneciam matéria-prima)

Industrialização periférica ou tardia:

- normalmente países que eram colônias

- em muitos casos, financiados pelos já industrializados.

Os tipos de Indústrias:

• Indústrias de Bens de Produção (ou indústrias de base):

- aço; alumínio; chapas de ferro.

• Indústrias de Bens de Capital: - máquinas, lubrificantes, ferramentas,

autopeças.

• Indústrias de bens de consumo (duráveis ou não-duráveis): automóveis, eletrodomésticos, vestuários, alimentos

Processos da Produção Industrial e a 2ª Revolução Industrial.

Após a 1ª Revolução Industrial (voltada basicamente para manufaturas e com o carvão mineral como principal fonte de energia), no inicio do século XX o mundo inicia a 2ª Revolução Industrial, caracterizada pelo crescimento das fábricas, sendo a industria automobilística o principal setor, inserção de modelo produtivo, e tendo o petróleo como principal fonte de energia.

Taylorismo

- Rígida separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos;

Page 2: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 2

- Controle do tempo;

- Aumento da produtividade;

- Maior exploração do trabalhador;

- Modelo criado pelo engenheiro americano Taylor;

- Nascido na época da 2ª Revolução Industrial

Fordismo

- Como complemente do Taylorismo, consiste num conjunto de métodos voltados para produzir em massa;

- Organizou a linha de montagem das fábricas;

- Produção e consumo em massa;

- Padronização dos produtos;

- O nome vem do industrial americano Ford, um pioneiro da indústria automobilística;

- Preocupou-se com o tempo livre e, principalmente, com o consumo do trabalhador;

- Ajudou na melhoria dos padrões de vida dos trabalhadores dos países subdesenvolvidos do século XX;

Pós-Fordismo (Toyotismo)

- Inicia-se na 3ª Revolução Industrial, tendo o Japão como pioneiro;

- Introdução do método Just-in-time (produzir no tempo certo e na quantidade certa);

- Substituição da linha de montagem por produção mais flexível;

- Exigência de maior qualificação do trabalhador;

- Horário de trabalho flexível;

- Mudança nas relações de trabalho (ao invés de salários padronizados, começa-se a introduzir pagamentos diferenciados de acordo com a produção; co-gestão);

- menor participação dos sindicatos;

- Estimula investimento na educação;

- A mão de obra qualificada acaba, por vezes, influenciando na localização das indústrias de alta tecnologia.

A Revolução Técnico-científica (3ª Revolução Industrial)

O modelo industrial predominante no século XX (petroquímica e automobilística) vem perdendo espaço para a informática, robótica e biotecnologia, telecomunicações. É a passagem da segunda para a terceira revolução industrial.

Ramos da 3ª Revolução Industrial

- Informática: miniaturização; estabelecimentos 24 horas; redução do numero de funcionários; telecomunicação

- Robótica: introdução de robôs ou máquinas inteligentes no lugar dos trabalhadores (executam tarefas que não exigem qualificação melhor que os seres humanos, pois não cansam, não fazem greves, não entram em sindicatos, não tiram férias, não vão ao banheiro, etc.)

- Biotecnologia: manipulação dos genes.

Com a Globalização e a Revolução Técnico-Científica, alguns fatores locacionais perderam importância no processo de industrialização.

A atual fase da industrialização encontra-se em processos de reorganização. Procura-se agora a desconcentração das indústrias tanto a nível local como a nível regional e global:

• As Metrópoles • As megalópoles • Descentralização do capital e do

trabalho • Os tecnopólos

Page 3: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 3

Figura do Trabalho Taylorista:

Figura do Trabalho Fordista

Figura do Trabalho Toyotista:

O ESPAÇO URBANO

Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, originou profundas alterações na forma e na função da cidade. A indústria se multiplicava nos países europeus e nos Estados Unidos, onde vivia grande parte dos trabalhadores urbanos. As lojas se instalavam nas ruas mais movimentadas, a fim de atrair um número cada vez maior de consumidores. As residências passaram a ser construídas de modo caótico, nos poucos espaços que sobravam entre as fábricas e rodovias, não havia espaços para o lazer e o ar era muito poluído devido ao carvão utilizado nas indústrias. O nascimento da indústria originou cidades insalubres, isto é, pouco saudáveis, marcadas pela aglomeração dos pobres em pequenos quartos de cortiços, a população não tinha acesso à água tratada e nem rede de esgotos.

A cidade no século XX e o planejamento urbano:

As pesquisas e projetos nessa área se avolumaram e constituíram uma área de estudo, o urbanismo. As primeiras iniciativas resultaram em bairros residenciais dotados de excelente infra-estrutura arborizados e ajardinados. As cidades planejadas deveriam Ter largas avenidas e um sistema viário eficiente, permitindo o trânsito rápido. A cidade de Brasília é o exemplo mais completo e bem acabado desse tipo de planejamento, que também foi adotado na implantação de cidades dos Estados Unidos. França, Inglaterra, Israel e Japão.

Page 4: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 4

As interações urbanas contemporâneas

Formadas por um conjunto hierarquizado de cidades com tamanhos diferentes, onde se observa a influência exercida pelos centros maiores sobre os menores. A hierarquia urbana se estabelece a partir dos produtos e dos serviços que as cidades têm para oferecer. Nos países desenvolvidos, as redes urbanas são mais bem estruturadas.

As ricas metrópoles contemporâneas

As metrópoles correspondem a centros urbanos de grande porte: populosos, modernos e dotados de graves problemas de desigualdades sociais. A concentração populacional amplia a oferta de mão-de-obra e, desse modo, atrai investimentos produtivos que contribuem para o desenvolvimento da indústria. A metrópole lidera a rede urbana à qual está interligada e exerce uma forte influência sobre as cidades de menor porte, podendo transformar-se num pólo regional, nacional ou mundial.

Conurbações: as cidades se aproximam

Quando os limites físicos das cidades estão muitos próximos, formam-se conurbações. Vista do alto, a conurbação tem o aspecto de uma grande mancha urbana, ou seja, um conjunto de espaços urbanizados que engloba mais de uma cidade.

Nas megalópoles, o retrato da modernidade

A megalópole não é uma mega-metrópole, mas uma conurbação de metrópoles, nelas as regiões rurais estão quase ausentes.

Os principais problemas urbanos atuais

Um dos mais graves problemas é a habitação. Como os imóveis mais baratos em geral são os mais distantes do centro da cidade, a população passa a morar cada vez mais longe do local de trabalho. Em conseqüência disso a população por não ter um transporte coletivo digno vai trabalhar com seus próprios automóveis causando muito trânsito, poluição do ar, poluição sonora e até mesmo dos rios.

A urbanização mundial

Os países mais desenvolvidos:

No século XIX, a urbanização foi mais intensa nos países que realizaram a Revolução Industrial e

que constituem hoje países desenvolvidos. A partir do século XX, o ritmo de urbanização diminuiu nesses países. No pós-guerra, a concentração humana e a elevação do poder aquisitivo das populações dos países mais desenvolvidos produziram um grande aumento do consumo de bens e serviços, que favoreceu a expansão do setor terciário da economia. Com o desenvolvimento da tecnologia industrial, a produtividade aumentou e as necessidades de mão-de-obra se reduziram. Parte da população ativa no setor secundário foi para o setor. Depois de 1980 o setor terciário e a prestação de serviços aderiram aos avanços tecnológicos da informática.

Os países subdesenvolvidos:

O século XX se caracterizou pela urbanização dos países subdesenvolvidos. O ritmo se acelerou a partir de 1950, devido ao aumento das taxas de crescimento populacional. A industrialização formou grandes cidades, com maior disponibilidade de emprego, conforto e ascensão social. A industrialização adotou um padrão tecnológico muito mais moderno do que o utilizado pelas indústrias do século XIX, o que resultou na criação de menos empregos. Nessas cidades existe o setor terciário informal – aquelas atividades não regulamentadas, como a dos camelôs e biscateiros – cresce mais que o formal. A maior parte da população ainda vive na zona rural.

A urbanização na África:

Na África a maior parte da população vive na zona rural, pois as atividades agrárias predominam na estrutura econômica de quase todos os países do continente. Os países da África são os que apresentam as taxas de urbanização mais elevadas entre os países menos desenvolvidos. Seus habitantes possuem uma renda anual inferior a 370 dólares. A urbanização africana ocorreu quando houve um grande aumento do consumo mundial de matérias-primas, combustíveis fósseis e produtos agrícolas.

A urbanização na Ásia:

A Ásia, é o continente mais populoso do mundo, não tem uma tradição urbana. A população ainda é predominantemente rural. Vivem com uma renda como a dos africanos, inferior a 370 dólares por ano. A urbanização ocorreu com a oferta de trabalho das indústrias dos tigres asiáticos.

Page 5: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 5

A globalização da cidade:

Com a globalização, surgem as metrópoles mundiais e tecnopólos. É nessas metrópoles que se concentram grandes capitais, profissionais qualificados e tecnologia. O papel de metrópole mundial adquiriu tamanha importância na atualidade que passou a ser a meta perseguida por muitas cidades desenvolvidas.

Os tecnopolos, por sua vez correspondem a centros urbanos que abrigam importantes universidades, instituições de pesquisa e os principais complexos industriais, onde se desenvolvem tecnologias avançadas e pesquisas científicas.

Charge que retrata a Revolta da Vacina, período de urbanização (mesmo que forçada) no Brasil

GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO

O crescimento demográfico intensificou-se com o passar dos anos e, em geral, é maior nas áreas de fraca industrialização.

A população de um país cresce ou diminui por meio de dois processos:

- A diferença entre o numero de pessoas que saíram do local (emigrantes) e de pessoas que entraram no local (imigrantes).

- A diferença entre nascimentos e mortes.

Taxas de mortalidade:

Até a Revolução Industrial, para cada grupo de mil habitantes, nasciam cerca de 40 a 45 e morriam cerca de 30 a 35 (o que pode ser considerado equilíbrio)

Entretanto, a Revolução Industrial veio acompanhada de uma queda na taxa de mortalidade:

- Com a concentração populacional, torna-se mais fácil obras de saneamento básico (rede de esgoto, de água, coleta de lixo);

- A proximidade entre pessoas facilita campanhas de vacinação em massa e de limpeza publica.

No geral, os países desenvolvidos possuem uma baixa taxa de mortalidade enquanto que os subdesenvolvidos possuem uma alta taxa de mortalidade.

Taxas de Natalidade

No geral, o numero de pessoas que nasce tem diminuído devido:

- Diminuição das mortalidades: as crianças atualmente sobrevivem e chegam à idade adulta. Conseqüentemente, os casais acabam tendo menos filhos (com índices baixos de mortalidade infantil).

- Urbanização: alto custo de formação do individuo, adiamento da data de casamento, a religião exerce menos influencia hoje em dia, maior conhecimento e acesso á anticoncepcionais.

Obs.: Surto Demográfico ou Explosão Demográfica = elevado crescimento populacional num curto período de tempo. Estas explosões demográficas ocorreram na história principalmente quando a taxa de mortalidade de um país começou a declinar.

Atualmente (com exceção da África Subsaariana) ocorre diminuição das taxas de crescimento. A modernização da economia e a urbanização operam justamente no sentido de diminuir as taxas de mortalidade e natalidade.

Segue abaixo exemplo de pirâmide etária de um país Subdesenvolvido e o de um país desenvolvido:

Page 6: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 6

MIGRAÇÕES

As principais causas das migrações no mundo são estas: buscas de melhores empregos e salários; melhores condições de vida; fuga de guerras locais; crimes políticos, etc.

Com a modernização tecnológica, o índice de desemprego aumenta e os imigrantes passam a concorrer com os nativos (europeus, norte-americanos, japoneses) pelos empregos locais, principalmente os que não exigem qualificação.

Esta condição acarreta em:

- Medo de perda da identidade nacional (estrangeirização).

- Aumento da criminalidade (prostituição, tráfico de drogas, roubo), devido ao desemprego.

- Xenofobia: terror ao estrangeiro (incompreensão, receio ou aversão a determinados grupos nacionais diferentes da comunidade a qual se pertence.)

Migração Pendular

Fluxo diário de pessoas que se deslocam para diferentes cidades para complementar estudo, trabalho ou outros serviços.

Migração Sazonal ou Transumância

Migração temporária, normalmente vinculada a emprego ou estudo.

Migração Intra-regional

Quando a migração ocorre dentro de uma mesma região (exemplo, do interior do Rio de Janeiro para a Capital, ou de São Paulo para o Rio de Janeiro)

Migração Intra-regional

Quando a migração ocorre entre regiões (exemplo: do Pará para São Paulo)

Migrações pelo mundo (diferentes etnias em uma mesma região é sempre motivo de conflitos?):

- Suíça vive pacificamente com quatro grupos étnicos, cada um com seu idioma (italiano, Frances, alemão, romanche). Porém possui alta qualidade de vida.

- Iugoslávia também possuía várias etnias (eslovenos, macedônios, sérvios, croatas) e enfrentou inúmeras guerras internas, provocando sua desfragmentação.

- No Tibete, a reação contra o domínio chinês é intenso, pois os chineses desprezam as demais etnias, não integrando os outros grupos étnicos, e sim os afogando numa avalanche de chineses.

- Isso ocorre também com os Curdos que nunca foram bem assimilados no Iraque, Irã e Turquia.

- Na Catalunha, os catalães sofreram repressão durante a ditadura de Franco, em 40. Quem falasse Catalão era preso (só era permitido Castelhano). Com a redemocratização, em 70, a economia espanhola (e catalã) melhorou muito e o próprio sentimento separatista tem diminuído.

GLOBALIZAÇÃO: A MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITALISMO

Fatos históricos marcantes ocorridos entre o final da década de 1980 e o início da de 1990 determinaram um processo de rápidas mudanças políticas e econômicas no mundo. Até mesmo os analistas e cientistas políticos internacionais foram surpreendidos pelos acontecimentos:

· A queda do Muro de Berlim em 1989;

Page 7: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 7

· O fim da Guerra Fria;

· O fim do socialismo real;

· A desintegração da União Soviética, em dezembro de 1991, e seu desdobramento em novos Estados Soberanos (Ucrânia, Rússia, Lituânia etc.);

· A explosão étnica ou das nacionalidades em vários lugares, acompanhada da guerra civil: antiga Iugoslávia, Geórgia, Chechênia etc.;

· O fim da política do apartheid e a eleição de Nelson Mandela para presidente, na África do Sul;

· O acordo de paz entre Israel, OLP (organização para libertação da Palestina) e Jordânia;

· A formação de blocos econômicos regionais (União Européia, Nafta, Mercosul, etc.);

· O grande crescimento econômico de alguns países asiáticos (Japão, Taiwan, China, Hong-kong, Cingapura), levando a crer que constituirão a região mais rica do Século XXI;

· O fortalecimento do capitalismo em sua atual forma, ou seja, o neoliberalismo;

· O grande desenvolvimento científico e tecnológico ou Terceira Revolução Industrial ou Tecnológica.

Até praticamente 1989, ano da queda do Muro de Berlim, o mundo vivia no clima da Guerra Fria. De um lado, havia o bloco de países capitalista, comandados pelos Estados Unidos, de outro, o de países socialistas, liderado pela ex-União Soviética, configurando uma ordem mundial bipolar ou um sistema de polaridades definidas.

As reformas iniciadas por Gorbatchev,, na ex-União Soviética, em 1985, através da Perestróika e da glasnost, foram pouco a pouco minando o socialismo real e, conseqüentemente, essa ordem mundial bipolar.

De um sistema de polaridades definidas passou-se, então, para um sistema de polaridades indefinidas ou para a multipolarização econômica do mundo. O confronto ideológico (capitalismo versus socialismo real) passou-se para a disputa econômica entre países e blocos de países.

O beneficiário dessa mudança, historicamente rápida, que deixou muitas pessoas perplexas por

imprevisibilidade a curto prazo, foi o sistema capitalista, que pôde expandir-se praticamente hegemônico na organização da vida social em todas as suas esferas (política, econômica e cultural). Assis, o capitalismo mundializou-se, globalizou-se e universalizou-se, invadiu os espaços geográficos que até então se encontravam sob o regime de economia centralmente planificada ou nos quais ainda se pensava poder viver a experiência socialista. De repente, o mundo tornou-se capitalista e globalizado.

As características da globalização podem ser assim resumidas:

· Internacionalização da produção e das finanças;

· Alteração na divisão internacional do trabalho, ou, antes, criação de uma nova divisão de trabalho dentro das próprias empresas transnacionais, e que a distribuição das funções produtivas não se encontra mais concentrada num único país, mas espalhadas por vários países e continentes (por exemplo, um país fabrica um componente do produto, um segundo fabrica outro, um terceiro faz a montagem, enquanto o centro financeiro e contábil da empresa está sediado num quarto país);

· O grande movimento migratório do hemisfério sul para o norte;

· A questão ambiental e a sua importância nas discussões internacionais;

· O estado passa de protetor das economias nacionais e provedor do bem-estar social, a adaptar-se à economia mundial ou às transformações do mundo que ela própria e a exaltação do livre mercado provocam;

Nesse quadro de globalização, hoje, as empresas transnacionais:

· Atuam em vários países ao mesmo tempo;

· Compram a melhor matéria-prima a menor preço em qualquer lugar do mundo;

· Instalam-se onde os governos oferecem mais vantagens (terrenos, infra-estrutura, isenção ou redução de impostos etc.) e a mão-de-obra é mais barata;

· Com um eficiente sistema de distribuição, enviam seus produtos para todos os cantos do mundo;

Page 8: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 8

· Fazem uma intensa publicidade, convencendo-nos da necessidade de adquiri-los, criando necessidades humanas inimagináveis, num mundo que não foram resolvidas questões básicas de sobrevivência de centenas de milhões ou bilhões de seres humanos (fome, emprego, moradia, educação, saúde etc.);

· Têm um faturamento gigantesco, que chega a ser superior à soma do PIB de vários países.

A Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres?

Desde 1960, quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda mundial mais do que dobrou.

Em 1994, os 20% mais ricos abocanharam 86% de tudo o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes superior a dos 20% mais pobres. Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia global passou de 2,3% para 1,1%.

A Globalização gera desemprego?

A globalização não beneficia a todos de maneira uniforme. Na prática, exige maior tecnologia e menores custos de produção. A mão-de-obra menos qualificada é descartada.

A Globalização reduz o tamanho do mundo?

“Ao mesmo tempo em que o capital tende, por um lado, a destruir todas as barreiras espaciais opostas ao tráfego, isto é, ao intercâmbio, e a conquistar a terra inteira como um mercado, ele tende, por outro lado, a anular o espaço por meio do tempo, isto é, a reduzir a um mínimo o tempo tomado pelo movimento de um lugar ao outro.”Karl Marx, “Manuscrito de 1867/1868”

O avanço tecnológico, no setor de transporte e das comunicações, permite uma extraordinária mobilidade de mercadorias, pessoas e informações, fazendo com que o mundo fique cada vez menor.

A transmissão de imagens e sons, através da informática (INFOVIA), trouxe maior rapidez e segurança para as empresas.

A Globalização irá criar uma aldeia global?

As novas realidades financeiras, monetárias comerciais e tecnológicas tendem a integrar os mercados e a restringir o poder de comando dos governos.

“... os fluxos de mercadorias e capitais, os mercados financeiros globais, as estratégias mundiais das grandes corporações – tudo isso potencializado pela revolução da informática, estaria dissolvendo as fronteiras econômicas do Estado.”

BLOCOS ECONÔMICOS

A atual tendência da economia mundial é a formação de grandes Blocos Econômicos, com o objetivo de diminuir ao máximo as dificuldades de fluxo de mercadorias, capital, serviços ou mão-de-obra impostas pelas barreiras colocadas pelas fronteiras nacionais.

Seguem abaixo os principais blocos mundiais:

União Européia

Conhecido inicialmente como Comunidade Econômica Européia (CEE), o bloco econômico formado por 15 países da Europa Ocidental passa formalmente a ser chamada de UNIÃO EUROPÉIA (EU) em 1993, quando o Tratado de Maastricht entra em vigor. É o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB, com uma população de 374 milhões de pessoas.

Histórico:

1951 - Criada a Comunidade Européia do Carvão e do Aço

1957 - Tratado de Roma (Comunidade Econômica Européia - Europa dos 6)

1992 - Consolidação do Mercado Comum Europeu (eliminação das barreiras alfandegárias)

Page 9: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 9

1993 - Entra em vigor o Tratado de Maastricht (Holanda), assinado em 1991 .

Membros: França, Itália, Luxemburgo, Holanda, Bélgica, Alemanha (1957), Dinamarca, Irlanda, Reino Unido (1973), Grécia, Espanha, Portugal (1981/1986), Áustria, Suécia e Finlândia.

Em 2004 ocorreu o ingresso de mais 10 países: Letônia, Estônia, Lituânia, Eslovênia, República Tcheca, Eslováquia, Polônia, Hungria, Malta e Chipre.

Possui integração financeira (moeda única, que é o caso do Euro), integração política (parlamento que muda a cada 6 meses) e visa integração populacional (com exceção dos últimos 10 países que entraram, os demais tem livre circulação de pessoas).

NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte)

O NAFTA é um instrumento de integração entre a economia dos EUA, do Canadá e do México. O primeiro passo para sua criação é o tratado de livre comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderem em 1992.

A ratificação do NAFTA, em 1993, vem para consolidar o intenso comércio regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência representada pela União Européia. Entra em vigor em 1994, estabelecendo o prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994, que teve grande repercussão na economia global.

MERCOSUL (Mercado Comum do Sul)

Criado em 1991, o MERCOSUL é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países sul-americanos que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do MERCOSUL está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80.

A partir do início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995 instala-se uma zona de livre comércio.

Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países-membros podem ser comercializadas internamente sem tarifa de importação. Alguns setores, porém, mantém barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o MERCOSUL estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens.

Ou seja: os países-membros comprometem-se a manter a mesma alíquota de importação para determinados produtos.

Os países-membros totalizam uma população de 206 milhões de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. A sede do MERCOSUL se alterna entre as capitais desses países. Segundo cláusula de 1996 só integram o MERCOSUL nações com instituições políticas democráticas. Chile e Bolívia são membros associados, assinando tratado para a formação de zona de livre comércio, mas não entram na união aduaneira.

ALCA (Acordo de Livre Comércio das Américas)

A ALCA surge em 1994 com o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos (exceto Cuba). O prazo mínimo para a sua formação é de 7 anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores blocos comerciais do mundo. Com o PIB total de 12,5 trilhões de dólares (maior que o da União Européia - U.E.), os países da ALCA somam uma população de 790 milhões de habitantes, o dobro da registrada na U.E. Na prática, sua formação significa abortar os projetos de expansão do MERCOSUL e estender a NAFTA para o restante das Américas.

Os EUA são os maiores interessados em fechar o acordo. O país participa de vários blocos comerciais e registrou em 2000 um déficit comercial de quase 480 bilhões de dólares. Precisa, portanto, exportar mais para gerar saldo em sua balança comercial. Com uma área livre de impostos de importação, os norte-americanos poderiam suprir as demais nações da América com suas mercadorias.

Em maio de 2002, é aprovado nos EUA o fast-track, que permite que o presidente do país possa negociar acordos comerciais, permitindo ao Congresso apenas aprovar ou não os acordos, sem fazer qualquer tipo de emenda ou modificação no texto original. A criação do fast-track está ajudando os EUA a agilizar a implementação da ALCA.

Page 10: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 10

A grande preocupação da comunidade latino-americana, que gera a maioria das reclamações por parte dos críticos à formação do bloco, assim como a preocupação por parte dos governos dos países que irão fazer parte da ALCA, diz respeito às barreiras não-tarifárias (leis antidumping, cotas de importação e normas sanitárias) que são aplicadas pelos EUA. Apesar da livre circulação de mercadorias, essas barreiras continuariam a dificultar a entrada de produtos provenientes da América Latina naquele mercado.

APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico)

A APEC, Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico, foi criada no ano de 1989 na Austrália, como um fórum de conversação entre os países membros da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, como EUA e Japão. Porém, apenas no ano de 1994 adquiriu características de um bloco econômico na Conferência de Seattle, quando os membros se comprometeram a transformar o Pacífico em uma área de livre comércio.

A criação da APEC surgiu em decorrência de um intenso desenvolvimento econômico ocorrido na região da Ásia e do Pacífico, propiciando uma abertura de mercado entre 20 países mais Hong Kong (China), além da transformação da área do sudeste asiático em uma área de livre comércio nos anos que antecederam a criação da APEC, causando um grande impacto na economia mundial. Um aspecto estratégico da aliança é aproximar a economia norte-americana dos países do Pacífico, a para contrabalançar com as economias do Japão e de Hong Kong. Entre os aspectos positivos da criação da APEC estão o desenvolvimento das economias dos países membros que expandiram seus mercados, sendo que hoje em dia, além de produzirem sua mercadoria, correspondem a 46% das exportações mundiais, além da aproximação entre a economia norte americana e os países do Pacífico e o crescimento da Austrália como exportadora de matérias primas para outros países membros do bloco.

Como aspectos negativos, pode-se salientar que um dos maiores problemas da APEC, senão o maior é a grande dificuldade em coincidir os diferentes interesses dos países membros e daqueles que estão ligados ao bloco, como Peru, Nova Zelândia, Filipinas e Canadá. Além disso, o bloco tem pouco valor em relação a Organização Mundial do

Comércio, mesmo sendo responsável por grande movimentação no comércio mundial.

Países Membros: os países membros da APEC são: Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos, China, Hong Kong, Taiwan, México, Papua, Nova Guiné e Chile.

Relação com o Brasil: a relação da APEC com o Brasil não é muito direta ou explícita, porém alguns países membros da APEC, também fariam parte da ALCA, caso seja realmente formada, além de uma reunião que foi criada pelos membros do Foro de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico que discutiu a globalização e durou sete dias, na qual o Brasil foi um dos temas junto com outros países da América Latina, discutindo-se a relação entre os países. O bloco está dividido quanto a questão do petróleo, pois vários de seus membros são produtores e estão satisfeitos com a alta nos preços, em quanto aqueles que precisam comprar o petróleo brigam para que o preço diminua.

CEI (Comunidade dos Estados Independentes)

A CEI é uma organização criada em 1991 que integra 12 das 15 repúblicas que formavam a URSS. Ficam de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia.

Sediada em Minsk, capital da Belarus, organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um. Sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estados, e outro pelos chefes de Governo, que se encontram de três em três meses.

No ato de criação, a comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o Rublo. Na prática, porém, as ex-repúblicas não chegam a um consenso sobre integração político-econômica. Somente em 1997 todos os membros, exceto a Geórgia, assinam um acordo para estabelecer uma união alfandegária e dobrar o comércio interno até o ano de 2000.

GRUPOS QUE REGULAM OS BLOCOS ECONÔMICOS:

OMC (Organização Mundial do Comércio):

Com sede em Genebra, na Suíça , a OMC visa promover e regular o comércio entre as nações. É criada em 1995, em substituição ao Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que já realizara várias

Page 11: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 11

rodadas de negociação multilaterais para a redução de barreiras comerciais. Em 1998, a OMC conta com 132 membros.

Em 2002, a China, que possui a maior população do planeta e o 6º maior PIB mundial, ingressa na OMC, o que implicaria na aplicação das regras mundiais do comércio internacional com a China.

ONU (Organização das Nações Unidas):

A ONU é o organismo internacional que surge no final da II Guerra Mundial em substituição à Liga das Nações. Tem como objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países em escala mundial. Sua primeira carta é assinada em junho de 1945, por 50 países, em San Francisco, nos EUA.

Atualmente, a ONU é integrada por 185 dos 192 Estados do mundo. Nos últimos anos enfrenta uma crise financeira e política. Vários países-membros têm atrasado o pagamento das contribuições acumulando uma dívida total de US$2,5 bilhões, dos quais US$1,5 bilhão só dos EUA, o maior devedor. A crise política está relacionada à necessidade de redefinição de seu papel no mundo pós-guerra Fria. Em 1997, um plano de reforma apresentado pela Secretaria Geral da entidade propõe a redução radical do número de departamentos, funcionários e funções da organização. O objetivo é concentrar suas atividades nos processos de paz e no desenvolvimento geral das nações. Cinco órgãos principais compõe a ONU: a Assembléia Geral, o Conselho de Segurança, a Secretaria Geral, o Conselho Econômico e Social e a Corte Internacional de Justiça. Há ainda o Conselho de Tutela, instituído para supervisionar os territórios que se encontravam sob administração e proteção da organização.

O Conselho de Segurança da ONU é composto por 15 países-membros, sendo que 5 são membros permanentes com direito a veto (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e Inglaterra) e 10 são membros temporários com mandato de 2 anos.

Grupo dos 8:

O G-8 é formado pelos 8 países mais industrializados do mundo e tem como objetivo

coordenar a política econômica e monetária mundial. Em reunião realizada em 1997, em Denver (EUA), a Federação Russa é admitida como país-membro, mas não participa das discussões econômicas.

O grupo nasce em 1975 da iniciativa do então primeiro-ministro alemão Helmut Schmidt e do presidente francês Valéry Giscard d'Estaign. Eles reúnem-se com líderes dos EUA, do Japão e da Grã-Bretanha para discutir a situação da política econômica internacional. A partir dos anos 80, esses países passam a discutir também temas gerais, como drogas, democracia e corrupção. Com a admissão da Itália e Canadá, passa a ser chamado de Grupo dos Sete. O presidente russo Boris Iéltsin participa como convidado especial da reunião do G-7 desde 1992. A oficialização da entrada da Federação Russa pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, é uma resposta ao fato de Iélsin ter aceitado o ingresso dos países da ex-URSS na OTAN.

PLACAS TECTÔNICAS

As placas tectônicas são subdivisões da crosta terrestre que se movimentam de forma lenta e contínua sobre o manto, podem aproximar-se ou afastarem-se umas das outras provocando abalos na superfície como terremotos e atividades vulcânicas. Tais movimentos ocorrem pelo fato do interior terrestre ser bastante aquecido fazendo com que as correntes de convecção (correntes circuladas em grandes correntes) determinem a forma de seus movimentos.

Quando as correntes são convergentes elas se aproximam e se chocam sendo motivadas pela menor densidade das placas oceânicas em relação às placas continentais, sendo que a placa oceânica é engolida pela continental, porém quando são divergentes elas se afastam fazendo com que as placas se movimentem em direção contrária, perdendo calor.

As placas convergentes se colidam de forma que uma se coloca embaixo da outra e então retorna para a astenosfera. As placas divergentes se afastam pela criação de uma nova crosta oceânica, pelo magma vindo do manto.

Page 12: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 12

A princípio, há aproximadamente 240 milhões de anos, havia somente duas placas: Laurásia e Gondwana e essas com o decorrer do tempo sofreram transformações que as dividiram em várias e diferentes partes. Hoje existem várias placas menores e quatorzes principais, são elas: Placa Africana, Placa da Antártida, Placa Arábica, Placa Australiana, Placa das Caraíbas, Placa de Cocos, Placa Euroasiática, Placa das Filipinas, Placa Indiana, Placa Juan de Fuça, Placa de Nazca, Placa Norte-americana, Placa do Pacífico, Placa de Scotia e Placa Sul-americana. (Veja anexo no fim da apostila).

Há milhares de anos, a crosta terrestre se rompeu entre as atuais América do Sul e África e esses pedaços de terra começaram a se afastar. O espaço entre os continentes foi invadido pelas águas do mar e formou-se o Oceano Atlântico, que continua a se ampliar.

Segue abaixo a sequência da formação dos continentes:

Vulcanismo e Terremoto

Tanto o vulcanismo quanto o terremoto, que são os fenômenos tectônicos mais interessantes, não estão distribuídos aleatoriamente pela superfície terrestre. Estes se encontram mais freqüentes nas áreas mais próximas aos limites das placas tectônicas, pois é lá que ocorre tanto a colisão quanto o afastamento das placas.

Não é à toa que no Brasil não se tem um índice significativo de incidência de terremotos ou mesmo vulcanismo. O Brasil encontra-se no meio da Placa Sul-americana, ou seja, distante das margens e, conseqüentemente, dos abalos sísmicos que estas venham a causar com as devidas colisões ou afastamento. Porém, na costa Oeste Sul-americana, a incidência de terremotos é maior, pois esta se encontra numa zona de conflito entre duas placas: A Placa Sul-americana e a Placa de Nazca.

O continente Africano é um segundo exemplo de passividade em relação a sismo ou vulcanismo. Por se encontrar ao meio da Placa Africana, a África praticamente inteira não possui um alto índice de terremotos. Já países como o Japão sofrem intensa atividade sísmica, pois encontra-se na margem de sua placa tectônica.

Não é que não seja possível a ocorrência de um sismo ou ascensão do magma em meio à placa litosférica. Isto pode acontecer devido à intensa movimentação das placas, provocando uma ruptura

Page 13: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 13

no interior de alguma delas. Contudo, a incidência de tremores ou vulcanismo será maior nas margens das placas, pois estarão sempre sujeitas a colisões mais intensas.

Os limites das placas tectônicas

Esses limites das placas tectônicas, que podem tanto separar-se quanto colidir-se, recebem nomenclatura para os três tipos existentes:

• Limites Convergentes – é o limite de colisão entre as placas, onde a mais densa mergulha sobre a menos densa. Nesses limites ocorrem as fossas vulcânicas, como na Placa Pacifica.

• Limites Divergentes – é o limite de afastamento entre as placas. Quando estas afastam-se uma da outra pode ocorrer o surgimento de uma nova crosta oceânica.

• Limites Conservativos – é o limite em que as placas deslizam de modo lateral, uma em relação a outra. Nesse movimento de deslize ocorrem fraturas chamadas Falhas Transformantes, como a Falha de San Andréas, onde a Placa do Pacifico (que abriga a cidade de Los Angeles e parte da Califórnia) desloca-se para o Norte em relação à Placa Norte-americana (onde fica São Francisco).

CLIMA E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Introdução:

Clima, por definição, é a sucessão habitual dos tipos de tempo (MAX SORRE) e tempo é o estado momentâneo da atmosfera, uma conjunção momentânea dos elementos climáticos: temperatura,

umidade e pressão. Esses elementos, por sua vez, são determinados pelos fatores climáticos: Latitude, Altitude, Massas de Ar, Continentalidade ou Maritimidade, Vegetação, Correntes Marítimas, Relevo e Ação humana.

Latitude:

Quanto maior a latitude, menor a temperatura.

Devido à curvatura do globo terrestre, à medida que nos afastamos do equador, os raios solares incidem cada vez mais inclinados na superfície terrestre, tendo portanto que aquecer uma área maior, o que diminui a Temperatura. Ainda, quanto maior a latitude, maior a camada atmosférica a ser atravessada pelos raios solares, o que aumenta a dificuldade desses raios atingirem a superfície (nuvens).

Altitude:

Quanto maior a altitude, menor a temperatura.

A atmosfera é aquecida por radiação.

Ao incidirem na superfície, os raios solares a aquecem e ela passa a irradiar calor à atmosfera. Portanto, um raio solar que seja refletido ou que atravesse a atmosfera, sem incidir na superfície ou em alguma partícula em suspensão, não altera em nada a temperatura.

Influência da Altitude nas Médias de Temperatura.

Quanto maior a altitude, menos intensa é a radiação.

Massas de Ar

Page 14: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 14

Para entender algumas das características dos tipos de clima no Brasil, interessam as seguintes massas de ar:

Massa equatorial atlântica (mEa) - quente e úmida, domina a parte litorânea da Amazônia e do Nordeste. O centro de origem está próximo ao arquipélago dos Açores.

Massa de ar equatorial continental (mEc) - também quente e úmida. Com centro de origem na parte ocidental da Amazônia, domina sua porção noroeste durante o ano inteiro.

Massa tropical continental (mTc) - quente e seca, origina-se na depressão do Chaco Paraguaio.

Massa polar atlântica (mPa) - fria e úmida, forma-se nas porções do Oceano Atlântico próximo à Patagônia. Atua de forma mais intensa no inverno, provocando chuvas e declínio da temperatura. A massa polar atlântica pode chegar até a Amazônia fazendo surgir o fenômeno da friagem.

Massa tropical atlântica (mTa) - quente e úmida atinge grande parte do litoral brasileiro.

Efeito Estufa:

Muito alarido se tem feito ultimamente em torno do efeito estufa, ligando-o a calamidades atuais ou iminentes, como, por exemplo, grandes secas no hemisfério norte. A verdade, porém, é que esse efeito é um processo natural em nosso planeta e sem ele não estaríamos aqui.

O efeito estufa nada mais é que o resultado da irradiação de parte da radiação infravermelha pela troposfera (a parte da atmosfera em contato com a

superfície terrestre) no sentido dessa superfície, que assim se mantém aquecida. Dessa irradiação participam vários gases, o mais importante dos quais é o dióxido de carbono. Outros gases são o vapor d’água, o metano, o clorofluocarbono, o óxido nitroso etc.

Não fosse tal efeito, nossa situação seria parecida com a da Lua, na qual a temperatura sobe a 100°C na superfície iluminada pelo Sol e vai a 150° C negativos à noite, com uma temperatura média de 18°C negativos.

Entretanto, devido ao aumento da poluição nos últimos anos, as conseqüências do contínuo aumento de temperatura se manifestariam no aquecimento e expansão dos oceanos, que avançariam pelas costas adentro, podendo elevar o nível marítimo de 30 cm nos meados do próximo século, atingindo até um metro e meio. Sofreria a agricultura, especialmente a das regiões semi-áridas, e sofreriam ainda mais os sistemas ecológicos não administrados.

Inversão Térmica:

"Embora as condições normais por várias milhas (ou quilômetros) da atmosfera inferior mostrem um decréscimo da temperatura com o aumento da altitude, freqüentemente acontece que estas condições se vejam invertidas através de algumas camadas da atmosfera, de modo que as temperaturas temporária ou localmente aumentem com a altitude. Esta condição, na qual o ar mais frio está mais perto da Terra e o ar mais quente está acima, é chamada de "inversão "térmica".

Uma das formas mais comuns de inversão de temperatura é aquela que ocorre nas proximidades da superfície da Terra e se forma como um resultado do resfriamento por irradiação do ar inferior junto à superfície subjacente. Desde que a superfície terrestre é um corpo radiante mais efetivo do que a própria atmosfera, o resfriamento noturno é mais rápido no terreno do que na atmosfera. Como conseqüência, o ar mais frio pode ser encontrado próximo à superfície da Terra.

As condições ideais para tais inversões térmicas superficiais são:

a) noites longas como no inverno, de modo que haveria um período relativamente longo em que a

Page 15: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 15

saída de radiação terrestre superaria a entrada de radiação solar;

b) um céu claro ou com nuvens muito altas, de modo que a perda de calor pela radiação terrestre seja rápida e não retardada;

c) ar relativamente seco, que absorve pouca radiação terrestre;

d) ligeiro movimento de ar, de modo que haja pouca mistura do ar, e a camada superficial, como conseqüência teria tempo, por condução ou radiação, de tornar-se excessivamente fria;

e) uma superfície coberta de neve, que, devido à reflexão da energia solar, aquece pouco durante o dia, e, sendo um pobre condutor de calor, retarda o fluxo ascendente de calor, do terreno para cima.

POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

Como a água é indispensável à vida humana e sem ela nenhuma comunidade poderia subsistir, surge a necessidade de cuidar do respectivo abastecimento, tendo em vista as usa diversa finalidades: consumo, usos domésticos e industriais, e serviços públicos - limpeza, combate a incêndio, irrigação etc.

Com o aperfeiçoamento dos conhecimentos científicos, aumentam as exigências quanto às propriedades da água potável. A importância da água fez com que o homem, desde os tempos primitivos, lhe dedicasse os maiores cuidados, que se traduzem nas fases de captação, depósito, preservação, distribuição e tratamento.

Crise da água: modismo, futurologia ou uma questão atual:

A água doce é essencial para a humanidade, mas a maioria não se dá conta de que o aumento da população mundial, e, portanto das atividades agrícolas e industriais, está reduzindo a qualidade desse recurso e tornando-o mais escasso em algumas regiões.

Alguns aspectos desta crise já vêm sendo discutidos na área acadêmica e por autoridades políticas e organizações não-governamentais. No entanto, o grande público ainda não percebeu a importância desta questão e não conhece a fundo suas causas e conseqüências. Essa questão está

diretamente associada aos impactos das ações humanas sobre os ambientes da água doce.

A água doce, correspondente a menos de 3% de toda água existente no mundo e a água salgada (97,25% do total) precisa passar por um processo de dessalinização; apenas 22% do estoque mundial de água doce é imediatamente utilizável; a maior parte está nas geleiras. O homem tem extrema dependência da água doce, e como o volume desse recurso no ambiente é pequeno, ele é considerado um fator limitante para a espécie humana.

Economizar, reciclar e reutilizar.

A simples economia da água é uma das formas de minimizar o problema. No âmbito domestico, a economia depende essencialmente de uma mudança de costumes como diminuir a duração do banho, fechar a torneira durante a escovação dos dentes ou evitar lavar pátios e calçadas.

Além da economia, a reciclagem e a reutilização surgem como alternativas para o uso mais racional da água.

Fonte de conflitos internacionais:

Conflitos internacionais envolvendo a questão da água têm surgido em varias regiões. Os países situados na parte superior das bacias hídricas constroem reservatórios, poluem os corpos d’água ou causam sua eutrofização (aumento do teor de nutrientes como fósforo e nitrogênio), comprometendo a quantidade e/ou qualidade da água de países situados mais abaixo da bacia.

Problemas desse tipo tendem a ser maiores quando envolvem nações onde a água é naturalmente escassa. No golfo Pérsico, por exemplo, as ameaças à paz surgem não só em disputas que envolvem petróleo, mas também das relacionadas à água.

Higiene da água:

A poluição das águas seja por ação bacteriológica, decorrente de lançamento de dejetos humanos, seja por ação química, decorrente do lançamento de substâncias nocivas nos cursos de água pelas fábricas, é um dos grandes problemas atuais. A água poluída pode conter bactérias, parasitas e tóxicos (como chumbo, perigoso, sobretudo em águas pouco calcárias). A água potável

Page 16: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 16

deve ser fresca, clara, inodora e de sabor agradável. O pH não deve ser inferior a 7. Para a purificação caseira da água, pode-se utilizar a fervura. A água pode ser filtrada ou purificada por raios ultravioletas.

DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das condições ambientais, do habitat de uma coletividade humana. É uma perda, mesmo que relativa, da qualidade de vida em decorrência de mudanças ambientais. São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição, como um ruído excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os rios ou praias ou ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria possível relacionar centenas de poluentes e os tipos de poluição que ocasionam, mas vamos citar apenas mais dois exemplos.

Um deles são os agrotóxicos (DDT, inseticidas, pesticidas), muito utilizados para combater certos microorganismos e pragas, em especial na agricultura. Ocorre que o acúmulo desses produtos acaba por contaminar os alimentos com substâncias nocivas à saúde humana, às vezes até cancerígenas. Outro exemplo é o das chuvas ácidas, isto é, precipitações de água atmosférica carregada de ácido sulfúrico e de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem rapidamente a lataria dos automóveis, os metais de pontes e outras construções, além de afetarem as plantas e ocasionarem doenças respiratórias e da pele nas pessoas, são formados pela emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas indústrias. Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam reações químicas que originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão ocorrer em locais distantes da região poluidora, inclusive em países vizinhos, devido aos ventos que carregam esses gases de uma área para outra.

O problema da poluição, portanto, diz respeito à qualidade de vida das aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente do homem provoca uma deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais são imprescindíveis para a vida, tanto no sentido biológico como no social.

A revolução industrial e a poluição:

A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem - como meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por asfalto, vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original da área, etc. -, que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem intervenção humana.

Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz conseqüências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O homem, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade de vida.

Os problemas ambientais dos grandes centros urbanos:

De modo geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidades que nas pequenas ou no meio rural. Além da poluição atmosférica, as metrópoles apresentam outros problemas graves:

Acúmulo de lixo e de esgotos: Boa parte dos detritos pode ser recuperada para a produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Normalmente, esgotos e resíduos de indústrias são despejados nos rios.

Com freqüência esses rios “morrem” (isto é, ficam sem peixe) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a multiplicação de ratos e insetos.

Congestionamentos freqüentes: especialmente nas áreas em que os automóveis particulares são muito mais importantes que os transportes coletivos muitos moradores da periferia das grandes cidades dos países do Sul, em sua maioria de baixa renda, gastam três ou quatro horas por dia só no caminho para o trabalho.

Page 17: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 17

Poluição sonora: provocada pelo excesso de barulho (dos veículos automotivos, fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma progressiva diminuição da capacidade auditiva.

Carência de áreas verdes: (parques, reservas florestais, áreas de lazer e recreação, etc.). Em decorrência de falta de áreas verdes agrava-se a poluição atmosférica, já que as plantas através da fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio no ar. Além disso tal carência limita as oportunidades de lazer da população, o que faz com que muitas pessoas acabem passando seu tempo livre na frente da televisão, ou assistindo a jogos praticados por esportistas profissionais (ao invés de eles mesmos praticarem esportes).

Poluição visual: ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, pelos edifícios que escondem a paisagem natural, etc.

Crise ambiental e consciência ecológica:

Um fato que ficou claro desde os anos 70 é que o problema ambiental, embora possa apresentar diferenças nacionais e regionais é, antes de tudo, planetário, global. Em longo prazo, de nada adianta, por exemplo, transferir indústrias poluidoras de uma área (ou país) para outra, pois do ponto de vista da biosfera nada se altera. Não podemos esquecer que a atmosfera é uma só, que as águas se interligam (o ciclo hidrológico), que os ventos e os climas são planetários.

Os países ricos voltam suas atenções para queimadas e os desmatamentos nas florestas tropicais, particularmente na floresta Amazônica, a maior de todas. Já os países pobres, e em particular os que têm grandes reservas florestais, acham natural gastar seus recursos com o objetivo de se desenvolverem. “Se os países desenvolvidos depredaram suas matas no século passado, por que nós não podemos fazer o mesmo agora?”, argumentam. Alguns chegam até afirmar que essa preocupação com a destruição das florestas tropicais ou com outras formas de poluição nos países subdesenvolvidos ( dos rios, dos grandes centros urbanos, perda de solos agrícolas por uso inadequado, avanço da desertificação, etc.) nada mais seria que uma tentativa do Norte de impedir o desenvolvimento do Sul; a poluição e a destruição

das florestas, nessa interpretação, seriam fatos absolutamente naturais e até necessários para se combater a pobreza. Outros ainda - inclusive países ricos, como o Japão, a Suécia ou a Noruega - argumentam que é uma incoerência os Estados Unidos pretenderem liderar a cruzada mundial contra a poluição quando são justamente eles, os norte-americanos, que mais utilizam os recursos naturais do planeta.

Todos esses pontos de vista têm uma certeza razão, e todos eles são igualmente limitados ou parciais. Os atuais países desenvolvidos, de fato, em sua maioria depredaram suas paisagens naturais no século passado ou na primeira metade deste, e isso foi essencial para o tipo de desenvolvimento que adotaram: o da Primeira ou da Segunda Revolução Industrial, das indústrias automobilísticas e petroquímicas. Parece lógico então acusar de farsante um país rico preocupado com a poluição atual nos países subdesenvolvidos. Mas existe um complicador aí: é que até há pouco tempo, até por volta dos anos 70, a humanidade não sabia que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas e existiam muito mais florestas ou paisagens nativas no século passado do que hoje.

Recursos Naturais e Conservacionismo:

Constituem recursos naturais todos os bens da natureza que o homem utiliza como o ar, a água e o solo.

Costuma-se classificar os recursos naturais em dois tipos principais: renováveis e não renováveis.

Os recursos naturais renováveis são aqueles que, uma vez utilizados pelo homem, podem ser repostos. Por exemplo: a vegetação (com o reflorestamento), as águas em geral (com excesso dos lençóis fósseis ou artesianos), o ar e o solo (que pode ser recuperado através do pousio, da proteção contra erosão, da adubação correta, da irrigação, etc.)

Os recursos naturais não renováveis são aqueles que se esgotam, ou seja, que não podem ser repostos. Exemplos: o petróleo, o carvão, o ferro, o manganês, o urânio, a bauxita (minério de alumínio), o estanho, etc.

Uma vez utilizado o petróleo, por exemplo, através da produção - e da queima - da gasolina, do

Page 18: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 18

óleo diesel, do querosene, etc., é evidente que não será possível repor ou reciclar os restos. Essa separação entre recursos renováveis e não renováveis é apenas relativa. O fato de um recurso ser renovável, ou reciclável, não significa que ele não possa ser depredado ou inutilizado: se houver mau uso ou descuido com a conservação, o recurso poderá se perder. Por exemplo, degradação ou destruição irreversível de solos, desaparecimento de uma vegetação rica e complexa, que e substituída por outra pobre e simples, etc. E mesmo o ar e a água, que são extremamente abundantes, existem em quantidades limitadas no planeta: a capacidade deles de suportar ou absorver poluição, sem afetar a existência da vida, evidentemente não é infinita.

Dessa forma, mesmo os recursos ditos renováveis só podem ser utilizados a longo prazo por meio de métodos racionais, com uma preocupação conservacionista, isto é, que evite os desperdícios e os abusos.

Conservacionismo ou conservação dos recursos naturais, ou DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, nome dado na prática, é o nome que se dá à moderna preocupação em utilizar adequadamente os aspectos da natureza que o homem transforma ou consome. Conservar, nessa caso, não significa guardar e sim utilizar racionalmente. A natureza deve ser consumida ou utilizada para atender às necessidades do presente dos seres humanos, mas levando em conta o futuro, as novas gerações que ainda não nasceram, mas para as quais temos a obrigação de deixar um maio ambiente sadio.

Foi somente a partir da degradação do meio ambiente pelo homem - e da extinção de inúmeras espécies animais e vegetais - que surgiu essa preocupação conservacionista. O intenso uso da natureza pela sociedade moderna colocou, especialmente no nosso século, uma série de interrogações quanto ao futuro do meio ambiente:

Quando se esgotarão alguns recursos básicos, como o petróleo ou o carvão? Como evitar a destruição das reservas florestais que ainda restam em nosso planeta e ao mesmo tempo garantir alimentos e recursos para crescente população mundial? O que fazer para que não ocorra a extinção total de certas espécies ameaçadas, como as baleias? Como os países subdesenvolvidos poderão

resolver seus problemas de pobreza, fome e subnutrição sem depredar a natureza? O conservacionismo procura responder a essas e outras questões semelhantes conciliando o desenvolvimento econômico com a defesa do meio ambiente, por meio da utilização adequado dos bens fornecidos pela natureza.

PENGE 1:

1a Questão:

Observe o quadro abaixo:

(A) Cite a causa básica da redução prevista no ritmo de crescimento da população mundial e apresente um fator associado a essa mesma redução.

(B) Indique uma conseqüência das diferenças de ritmo de crescimento populacional para os fluxos migratórios internacionais.

2a Questão:

No final do século XX, a expansão territorial e as transformações sociotécnicas do capitalismo instituíram uma nova geografia de dominação, implementação e controle da economia política no mundo. Tal fato tem contribuído para a construção de um novo tipo de rede urbana, onde ganham destaque especial as “cidades globais” que desempenham papel estratégico em escala mundial, a exemplo de Nova York, Tóquio e Londres.

Page 19: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 19

Apresente, justificando, duas características que fazem determinadas cidades assumirem o papel de “cidades globais”.

3a Questão:

Desde as últimas décadas, as economias capitalistas desenvolvidas passam por uma profunda reestruturação. A acumulação capitalista de base fordista vem sendo substituída por um modelo de acumulação pós-fordista, fazendo emergirem significativas mudanças sócio-espaciais.

Apresente duas diferenças entre a forma de organização da produção do tipo fordista e aquela denominada pós-fordista.

PENGE 2:

1ª Questão

“Mais cedo ou mais tarde, todos os países submetidos ao jugo da globalização perversa serão forçados a rever os termos atuais de sua dependência.”

(SANTOS, Milton. Folha de S. Paulo, 14/01/2001.)

De acordo com o texto, que revela a situação de dependência e de interdependência entre países e regiões, identifique:

(A) dois aspectos que facilitam a integração do mundo atual;

(B) duas características de uma possível modernização econômica ou política que conduzam à redução da dependência.

2ª Questão

Do ponto de vista da mobilidade humana, assistimos a dois movimentos da força de trabalho no mundo globalizado: os que querem migrar, mas estão impedidos de circular livremente, e os que desejam permanecer, mas são forçados ou induzidos ao deslocamento.

Sobre os fluxos migratórios na escala planetária, indique:

(A) uma dificuldade para as populações que desejam migrar;

(B) dois fatores que levam ao deslocamento compulsório de populações.

3ª Questão:

“O meio geográfico em via de constituição (ou de reconstituição) tem uma substância cientifico-tecnologica-informacional. Não é um meio natural, nem meio técnico. A ciência, a tecnologia e a informação estão na base mesma de todas as formas de utilização e funcionamento do espaço, da mesma forma que participam da criação de novos processos vitais e da produção de novas espécies (animais e vegetais). (...) atualmente, apesar de uma difusão mais rápida e mais extensa do que nas épocas procedentes, as novas variáveis não se distribuem de maneira uniforme na escala do planeta. A geografia assim recriada é, ainda, desigualitaria.”

(Santos, Milton. Técnica, espaço e tempo)

A) Considerando que a ciência, a tecnologia e a informação estão na base do funcionamento do espaço, cite dos paises que podem ser considerados hegemônicos da economia mundial. Justifique sua escolha.

B) Como a África Sub-saariana se situa em relação ao espaço geográfico mundializado? Qual a razão dessa situação?

PENGE 3:

1ª Questão

Considere a pirâmide etária abaixo como representativa de um determinado país, em 1960.

A) A partir do exame do formato da pirâmide, caracterize um indicador do grau de qualidade de vida nesse país e justifique.

B) Imagine que esse país tenha vivenciado, nos últimos 30 anos, um acelerado processo de urbanização e industrialização.

Page 20: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 20

Aponte duas mudanças básicas, decorrentes desse processo, que provavelmente afetaram sua estrutura etária.

3ª Questão

“Com suas altas montanhas, encostas verdejantes, mar cristalino e clima ameno, Montserrat, uma minúscula possessão inglesa nas Antilhas, tinha tudo para ser uma ilha paradisíaca, um xodó turístico. E era mesmo, até dois anos atrás, quando a montanha ganhou vida e Montserrat praticamente morreu... De lá para cá, (o vulcão) não parou mais de lançar fumo, gases e lama incandescente...”

Sobre os fenômenos da crosta terrestre, é correto afirmar:

• A maior parte dos vulcões em atividade na superfície terrestre forma um cinturão que contorna o Oceano Atlântico.

• A ocorrência de terremotos e erupções vulcânicas está ligada a dinâmica da crosta terrestre.

• As regiões localizadas longe da área de contato das placas tectônicas, como grande parte do território brasileiro, são consideradas instáveis.

• A litosfera, na qual ocorrem os fenômenos das placas tectônicas, é uma camada interna situada abaixo do manto.

• Os dobramentos modernos, origem de áreas montanhosas como a Cordilheira Andina e as Montanhas Rochosas, são resultantes da colisão de placas tectônicas.

3ª Questão:

No início da década de 1990, o governo dos Estados Unidos lançou a proposta de criação da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA, cuja meta final é a eliminação das barreiras tarifárias à circulação de mercadorias, entre os países membros. Em 2002, o Congresso norte-americano aprovou uma autorização especial que dá maior autonomia ao poder executivo na negociação de acordos comerciais, reforçando a posição da administração Bush para o próximo encontro em 2003, no qual será discutida a criação do bloco regional de comércio.

Apresente uma estratégia adotada pelo Brasil e outra pelos Estados Unidos, quanto à negociação para a implantação da ALCA, justificando cada uma delas.

PENGE 4

1ª Questão:

O mapa indica um conjunto de países que sofreram perdas humanas e materiais em função de fortes abalos sísmicos registrados durante a recente década de 90.

Explique a causa da ocorrência de terremotos nos países localizados no mapa.

2ª Questão:

“.... Ela chega ninguém sabe é quando. Chega no meio da noite, o corpo se encolhe na rede com a friagem dela, o sono se embala na cantiga que ela inventa com as palmas das inajazeiras....”

(Thiago de Mello)

Apesar de situada próxima à zona equatorial, a região que compreende os estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre e oeste do Amazonas está sujeita à ocorrência do fenômeno da friagem. Trata-se da queda súbita e acentuada da temperatura que pode ocorrer durante alguns dias do inverno.

Explique a ocorrência da friagem.

3ª Questão:

Os principais desertos do mundo estão localizados nas áreas próximas aos trópicos.

Page 21: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 21

Com o auxílio do mapa e da figura, explique a ocorrência dos desertos do Saara e da Australiano.

PENGE 5

1ª Questão:

“Água que nasce na fonte serena do mundo

e que abre o profundo grotão

Água que faz inocente riacho e deságua

Na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios

Que levam a fertilidade ao sertão

Águas que banham aldeias

E matam a sede da população.”

Na atualidade, o debate em torno da questão da utilização da água está em evidência.

A) Aponte duas formas de utilização dos recursos hídricos: uma identificada e outra não-identificada nos versos acima.

B) Cite duas ações humanas que podem comprometer a qualidade das águas.

2ª Questão

Apesar dos avanços tecnológicos, os recursos naturais continuam sendo motivo de disputas entre os Estados Nacionais. É o caso da água doce, que vem ganhando destaque internacional e é, hoje, considerada um recurso estratégico. Nessa disputa, a América do Sul tem uma situação privilegiada: é a região do mundo que dispõe das maiores reservas de água doce, tanto de águas superficiais quanto de águas subterrâneas.

A) Apresente dois fatos que fazem da água doce um recurso natural estratégico.

B) Avalie a importância do Brasil no quadro dos recursos hídricos mundiais.

3ª Questão:

“Os participantes da RIO+10 concordaram com um programa ousado de combate à deterioração da terra, do ar e da água. Também decidiram buscar o crescimento econômico sem degradar o meio ambiente” (Revista VEJA, 21 de agosto, 2002).

Apesar de ser classificado como um país desenvolvido, os Estados Unidos apresentam elevados índices de degradação ambiental, especialmente em cidades com mais de 1 milhão de habitantes.

Page 22: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 22

Explique por que o modelo urbano norte-americano apresenta, dentre outras conseqüências, elevados índices de degradação ambiental.

PENGE 6

1ª Questão:

Os países que integram o MERCOSUL – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – seguiram uma tendência mundial de formação de megablocos. Criado em 1991, ele incentivou as relações comerciais entre seus integrantes pela desregulamentação ou liberalização de seus mercados.

Tendo em vista tal processo de integração que visa ao aumento da competitividade,

A) cite dois de seus efeitos na política industrial desses países;

B) apresente uma razão para a existência de fluxos comerciais mais intensos dos países-membros com o Brasil

2ª: Questão

EUROPA: DISTRIBUIÇÃO DAS AGLOMERAÇÕES URBANAS COM 10.000 HAB. E MAIS, EM 1990

(MORICONI-EBRARD, François. Geopolis. Paris, Economica, 1993.)

Observações :

– os limites físicos e políticos, propositalmente, não foram representados.

– a parte européia da extinta URSS não foi considerada.

Percebe-se nitidamente, na leitura do mapa, a existência de diferentes padrões espaciais quanto à distribuição das aglomerações urbanas na Europa. A Europa Ocidental expõe um padrão de distribuição bastante heterogêneo, ao contrário do chamado Leste Europeu.

A) Com base no mapa, estabeleça a relação existente entre o padrão espacial de urbanização verificado no Leste Europeu e o modelo sócio-econômico que ali vigorou majoritariamente até o final dos anos 80.

B) Comparando duas áreas, a Península Ibérica e a Grã-Bretanha, aponte aquela que apresenta maior densidade de urbanização e indique uma causa de ordem econômica para a diferença apontada.

3ª Questão:

RICOS PÕEM PLANETA À BEIRA DA RECESSÃO

As três maiores economias do mundo – Estados Unidos, Europa e Japão – pararam de crescer. No início do 2o semestre de 2001, a economia dos EUA, que estava em expansão há dez anos, cresceu, apenas, 0,7%.

O Japão, que enfrenta uma estagnação quase tão longa quanto a década de prosperidade norte-americana, não consegue crescer. A Europa, cujos dirigentes acreditavam protegida do “pouso” da economia dos EUA, parece agora, mais do que nunca, conectada à economia norte-americana.

Adaptado da Folha de São Paulo, 26/8/2001

Considerando o texto acima:

a) analise duas causas da mencionada desaceleração da economia nos países capitalistas centrais;

b) exponha dois aspectos observados nos países capitalistas periféricos em conseqüência dessa desaceleração da economia mundial.

Page 23: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 23

PENGE 7

1ª Questão

A legenda que ilustra a charge faz referência ao problema político da região de conflito entre o Estado de Israel e o Estado Palestino.

a) Interprete o significado que as expressões “excesso de história” e “escassez de geografia” sintetizam no conflito em questão à época da publicação da charge.

b) Comente um exemplo atual do conflito entre estes dois Estados.

2ª Questão:

A China vem colocando-se como uma das grandes potências comerciais do mundo. Apesar dessa nova condição da economia chinesa, sua entrada para a Organização Mundial do Comércio (OMC) foi dificultada, durante os últimos 15 anos, pelos países que lideram essa Organização.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Associação de Comércio Exterior do Brasil - 2000

Explique duas razões que os países líderes da OMC alegavam como impedimento para a entrada da China nessa Organização.

Page 24: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 24

Page 25: Apostila geo geral

Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Geografia 25