Apostila HST - 1o módulo

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SMS / HST Mdulo I HIGIENE DO TRABALHODEPARTAMENTO V PROFESSOR: Eduardo Marinho Barbosa CURSO: ____________________________________________ TURMA: ________ ALUNO (A): _____________________________________________________

ASPECTOS LEGAISCONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL promulgada em 5 de outubro de 1988. A Medicina e Segurana do Trabalho so matrias consideradas pela Constituio Federal como Direitos e Garantias Fundamentais, estando includa nos Direitos Sociais Vide ttulo II, captulo II, artigo 6 e artigo 7 da Constituio que dispe, sobre segurana e sade dos trabalhadores: Art. 6 - So direitos sociais a educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio. Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana; XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao a que este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos; O Ministrio do Trabalho, atravs da Portaria 3.214 de 08 de Junho de 1978, aprovou as Normas Regulamentadoras (NRs), de acordo com o Cap. V do Ttulo II da CLT, relativas Segurana e Medicina do Trabalho.

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NORMAS REGULAMENTADORASNR-1 NR-2 NR-3 NR-4 NR-5 NR-6 NR-7 NR-8 NR-9 NR-10 NR-11 NR-12 NR-13 NR-14 NR-15 NR-16 NR-17 NR-18 Disposies Gerais Inspeo Prvia Embargo ou Interdio SESMT (Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho) CIPA (Comisso Interna de Preveno de Acidentes) EPI (Equipamento de Proteo Individual) PCMSO (Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional) Edificaes PPRA (Programa de Preveno de Riscos Ambientais) Instalaes e Servios de Eletricidade Transporte, Movimentao, Armazenagem e Manuseio de Materiais Mquinas e Equipamentos Caldeiras e Vasos de Presso Fornos Atividades e Operaes Insalubres Atividades e Operaes Perigosas Ergonomia CMAT (Condies e Meio Ambiente de Tralho na Indstria da Construo) Explosivos Lquidos Combustveis e Inflamveis Trabalhos a Cu Aberto Segurana e Sade Ocupacional na Minerao NR-23 Proteo Contra Incndios NR-24 Condies Sanitrias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR-25 Resduos Industriais NR-26 Sinalizao de Segurana NR-27 Registro Profissional do Tcnico de Segurana do Trabalho no Ministrio do Trabalho NR-28 Fiscalizao e Penalidades NR-29 Segurana e Sade no Trabalho Porturio NR-30 Segurana e Sade no Trabalho Aquavirio NR-31 Segurana e Sade nos Trabalhos em Espaos Confinados NR-32 Segurana e Sade no Trabalho em Estabelecimentos de Assistncia Sade. NR-33 Segurana e Sade no Trabalho em Espaos Confinados. NR-19 NR-20 NR-21 NR-22

CONCEITOS BSICOSHIGIENE DO TRABALHO: um ramo de estudo voltado para o reconhecimento, avaliao e controle dos riscos ambientais, originados no local de trabalho, que podem causar doenas ou afetar o bemestar dos trabalhadores, ou membros de uma comunidade. O termo HIGIENE vem do grego Hygeia. Na mitologia grega era considerada a Deusa da Sade SEGURANA DO TRABALHO: um ramo da engenharia, cuja aplicao numa empresa compreende um conjunto de recursos e tcnicas aplicadas, preventiva ou corretivamente, para a proteo do homem dos riscos de acidentes oferecidos num processo de trabalho ou realizao de uma tarefa. MEDICINA DO TRABALHO: um ramo da medicina que tem por objetivo caracterizar o nexo causal entre a doena e sua relao com a atividade exercida pelo trabalhador, procurando reduzir, ou mesmo zerar, sua ocorrncia no ambiente de trabalho. OBJETIVOS DA HIGIENE OCUPACIONAL (Conforme Organizao Mundial da Sade OMS): Determinar e combater no ambiente de Descobrir e corrigir as condies de trabalho todos os riscos de conhecida e pretrabalho que possam deteriorar a sade sumida nocividade; dos trabalhadores; Garantir que o esforo fsico e mental, do Orientar a administrao das empretrabalhador esteja adaptado s suas nesas e os trabalhadores no cumprimento de cessidades e limitaes, tcnicas, anatmicas, suas responsabilidades com a proteo e a fisiolgicas e psicolgicas; promoo da sade; Adotar medidas eficazes para proteger as Aplicar nas empresas programas de pessoas em relao s condies prejudiciais aes sanitrias que englobem todos os do ambiente de trabalho e reforar sua capaciaspectos de sade, ajudando o servio pdade de resistncia; blico a elevar os padres mnimos de sade e coletividade.2

RISCOS AMBIENTAISO risco, onde quer que se encontre, deve e pode ser facilmente analisado, visando sua eliminao ou controle. Desde que um conjunto de aes possa ser viabilizado, a compreenso de sua natureza pode ser levada a efeito. Esse conjunto de aes recebe o nome de Investigao e Anlise Ambiental. A tomada de deciso deve ser fundamentada tecnicamente em trs conceitos bsicos que so: a) Reconhecer: identificar, caracterizar, saber apontar qual dos agentes de risco de dano sade esto presentes no ambiente de trabalho; b) Avaliar: saber quantificar e verificar, de acordo com determinadas tcnicas, a magnitude do risco. Se ele maior ou menor, se grande ou pequeno, comparado com determinados padres; c) Controlar: adotar medidas tcnicas ou administrativas, preventivas ou corretivas de diversas naturezas, que tendem a eliminar ou atenuar os riscos existentes no ambiente de trabalho. O controle dos agentes alcanado a partir do momento em que o ambiente no apresenta substncias que ultrapassem os Limites de Tolerncia (LTs) determinados pela Norma Regulamentadora (NR-15) da Portaria 3.214/78 do Ministrio do Trabalho e Emprego MTE que trata das atividades e operaes insalubres. Na ausncia de alguma substncia nesta norma, pode-se adotar os LTs da ACGIH (American Conference of Governamental Industrial Hygienists USA). Limite de tolerncia a concentrao ou intensidade (mxima ou mnima) de um determinado agente agressivo e o tempo de exposio ao mesmo, que no causar dano sade do trabalhador, durante sua vida profissional. Os valores do LT no so permanentes e podem ser alterados a partir de novas descobertas toxicolgicas. Tambm podem ser adotados valores diferentes em diferentes pases, de acordo com o nvel de exigncia de suas normas. importante salientar que no h proibio de trabalhos onde excedam esses limites e esses valores so adotados para caracterizar os ambientes insalubres para efeito de recebimento dos adicionais de insalubridade que representam 10, 20 ou 40% do salrio mnimo, de acordo com os graus mnimos, mdios e mximos de insalubridade, respectivamente. A suspenso do trabalho ocorre quando houver risco grave e iminente sade do trabalhador. O trabalhador que exerce suas funes em ambiente insalubre tem direito a aposentadoria especial, conforme legislao especfica, bem como ao uso de equipamentos de proteo individual que o proteja aos respectivos riscos ambientais. Consideram-se Riscos Ambientais os agentes fsicos, qumicos e biolgicos, existente nos ambientes de trabalho que, em funo de sua natureza, concentrao ou intensidade e tempo de exposio, so capazes de causar danos sade do trabalhador (NR-09 PPRA). Alm dos trs agentes citados, tambm so enfatizados os riscos ergonmicos e de acidentes do trabalho, ilustrado na tabela I da NR05 CIPA, que classifica os Riscos Ocupacionais.

CLASSIFICAO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAISGrupo 1 Verde RISCOS FSICOS Rudos Vibraes Radiaes Ionizantes Radiaes no-ionizantes Temperaturas Extremas Presses anormais Umidade Ultra-som Infra-som Grupo 2 Vermelho RISCOS QUMICOS Poeiras Fumos Nvoas Neblinas Gases Vapores Substncias compostas ou produtos qumicos em geral Bacilos Grupo 3 Marron RISCOS BIOLGICOS Vrus Bactrias Protozorios Fungos Parasitas Grupo 4 Amarelo RISCOS ERGONMICOS Esforo fsico intenso Levantamento e transporte manual de peso Exigncia de postura inadequada Controle rgido de produtividade Imposio de ritmo excessivo Trabalho em turno e noturno Jornadas de trabalho prolongadas Monotonia e repetitividade Outras situaes de stress fsico e/ou psquico Grupo 5 Azul RISCOS DE ACIDENTES Arranjo fsico inadequado Mquinas e equipamentos sem proteo Ferramentas inadequadas ou defeituosas Iluminao inadequada Eletricidade Probabilidade de incndio ou exploso Armazenamento inadequado Animais peonhentos Outras situaes de risco

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RISCOS FSICOS

RudoQualquer tipo de som que impea ou interfira na atividade humana, de forma a provocar leso fisiolgica ou perturbao psicolgica. Em determinadas intensidades e grau de exposio, o rudo pode ocasionar nervosismo, dor de cabea, surdez temporria, at atingir a surdez permanente. Quanto ao tipo, est dividido em rudo contnuo ou intermitente (motores, buzinas, sirenes, etc.) e rudo de impacto (marteladas, bate-estaca, estamparias, etc.) em que a durao inferior a 1s com intervalos superiores a 1s. Os instrumentos que realizam medies de rudos (decibelmetros e dosmetros), o fazem em unidades de Presso (Pa, bar, atm) e automaticamente transformam para uma escala logartmica universalmente conhecida por decibel (dB). De acordo com a NR-15, os LTs para rudo contnuo e intermitente, em funo da intensidade e tempo de exposio, dado conforme tabela abaixo: No entanto, como estamos continuamente submetidos a Nvel de Rudo Mx. exposio diversos tipos e intensidades de rudos no ambiente de trabadB(A) diria permitida 85 8 horas lho, imprescindvel que se conhea, alm dos LTs, tambm o 86 7 horas conceito de DOSE.87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 98 100 102 104 105 106 108 110 112 114 115 6 horas 5 horas 4 hs e 30 min. 4 horas 3 hs e 30 min. 3 horas 2 hs e 40 min. 2 hs e 15 min. 2 horas 1 h e 45 min. 1 h e 15 min. 1 hora 45 minutos 35 minutos 30 minutos 25 minutos 20 minutos 15 minutos 10 minutos 8 minutos 7 minutos

a) Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais perodos de exposio a rudos de diferentes nveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das seguintes fraes (TE1/TP1)+(TE2/TP2)+ ...+(TEn/TPn), a qual denominamos DOSE de exposio (D), exceder a unidade (D>1), implica que o LT do perodo foi extrapolado. tempo em que o indivduo esteve exposto a um TEn determinado nvel de rudo. tempo mximo de permanncia que permitido a TPn este nvel de rudo. b) No permitida exposio a nveis de rudo acima de 115 dB(A) para indivduos que no estejam adequadamente protegidos; ATENO: Para rudo de impacto, o LT = 130 dB (line-

ar).

Exerccio 1: Chico das Trancinhas trabalha na Boate Mais Gente e recebe comumente a seguinte exposio diria de rudo: dB(A) 85 87 90 92 Tempo(H) 2 4 1 1 Qual a DOSE de rudo recebida por Chico Trancinhas durante sua jornada de trabalho? Ultrapassou o LT? Sol: D= (2/8) + (4/6) + (1/4) + (1/3) = 1,5 Sim, pois D>1. Exerccio 2: Z do Batuque recebe comumente a seguinte exposio diria de rudo: dB(A) 85 80 92 87 Tempo(H) 2 3 1 2 Qual a DOSE de rudo recebida por Z Cochicho durante sua jornada de trabalho? Ultrapassou o LT?4

CalorOs trs mecanismos principais de transmisso de calor so: Conduo: Por meio do contato fsico entre as partes - quando se toca uma superfcie aquecida; Conveco: Por meio de correntes de ar - quando se est prximo de uma superfcie aquecida; Irradiao: Por meio de ondas eletromagnticas. Reaes do Organismo ao Calor Intermao ou insolao Prostrao trmica Cimbras de calor Catarata Desidratao Erupes na pele A avaliao ambiental de exposio ao calor feita por meio do ndice de Bulbo mido Termmetro de Globo (IBUTG). O valor calculado a partir dos dados obtidos de um conjunto de termmetros (rvore de termmetros) cujos valores so postos nas seguintes frmulas: Onde: Tbn Temperatura em termmetro de bulbo mido natural Tg Temperatura em termmetro de globo Tbs Temperatura em termmetro de bulbo seco No entanto, atualmente existem diversos equipamentos eletrnicos que realizam integralmente essas coletas de temperaturas e j apresenta em um mostrador digital o resultado do IBUTG (figura abaixo). Aps obter o valor do IBUTG, compara-se com os valores do quadro 1 ou 2 do anexo 3 da NR-15. Se a temperatura indicada no IBUTG for superior ao indicado nos quadros em cada regime de trabalho especfico, o limite de tolerncia ter sido ultrapassado, cabendo ao trabalhador o direito a um adicional de insalubridade de grau mdio (20% do sal. Mnimo)

Para ambientes internos ou externos semcarga solar: IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg Para ambientes externos com carga solar: IBUTG = 0,7 Tbn + 0,1 Tbs + 0,2 Tg

Medidor porttil de stress trmico (IBUTG)

VibraesA vibrao um agente nocivo presente em vrias atividades laborativas do nosso cotidiano. As atividades de minerao e florestal, a indstria qumica, de mveis, da carne, automotiva e tantas outras submetem os trabalhadores s vibraes localizadas (tambm denominadas de vibrao de mos e braos ou de extremidades) e vibraes de corpo inteiro, como as que ocorrem em plataformas industriais, veculos pesados, tratores, retroescavadeiras e at mesmo no trabalho em embarcaes martimas, fluviais e trens. Em 1918, uma mdica do trabalho americana, Alice Hamilton, elaborou um dos primeiros estudos mdicos numa pedreira em Indiana, onde trabalhadores utilizavam ferramentas manuais pneumticas vibratrias. Desde ento, ela5

tem sido a precursora mundial de estudos mdicos e epidemiolgicos em vibrao de mos e braos. Ficou demonstrado, nestes estudos, a relao de causalidade entre o uso regular de ferramentas eltricas manuais com a irreversvel e debilitante condio mdica inicial e impropriamente denominada Sndrome de Raynaud ou doena dos dedos brancos, atualmente conhecida como sndrome da vibrao de mos e braos. O estgio final da sndrome da vibrao de mos e braos sempre fora os trabalhadores a deixarem sua ocupao e alguns, face ameaa de gangrena nos dedos, resultado da perda do suprimento de sangue, com possibilidade de amputao do membro.

Limites de tolernciaAs vibraes so tratadas no anexo n 8 da NR-15, o qual no estabelece limites de tolerncia, direcionando (no caso de vibraes de extremidades) para a norma ISO 5349 ou sua substituta.Sndrome do dedo branco estgio 1

Neste caso, deve-se tomar por referncia o limite da agncia americana ACGIH, que apresenta os valores a seguir:Limite de Toletrncia para vibraes localizadas Acelerao do eixo Exposio diria total (h) dominante (m/s2) 4