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Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

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RIO DE JANEIRO

ALCÂNTARA: Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480

CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257

CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015

COPACABANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142

DUQUE DE CAXIAS: Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523

MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887

MÉIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857

NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234

TAQUARA: Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611

SÃO PAULO

ALPHAVILLE: Calçada das Rosas, 74 * (11) 4197-5000GUARULHOS: Av. Dr. Timóteo Pentado, 714 - Vila Progresso * (11) 2447-8800

SÃO PAULO: Rua Barão de Itapetininga, 163 / 6º andar * (11) 3017-8800

SANTO ANDRÉ: Av. José Cabalero, 257 * (11) 4437-8800

SANTO AMARO: Av. Santo Amaro, 5860 * (11) 5189-8800OSASCO: Av. Deputado Emílio Carlos, 1132 * (11) 3685-2123

INSSTÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

LÍNGUA PORTUGUESA

RACIOCÍNIO LÓGICO

INFORMÁTICA

MATEMÁTICA

ATUALIDADES

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

REGIME JURÍDICO ÚNICO

PREVIDÊNCIA - CONJUNTURA E ESTRUTURA

CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES

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INSSTÉCNICO DO

SEGURO SOCIAL

Proibida a reprodução no todo ou em partes, por qualquer meio ou processo, semautorização expressa. A violação dos direitos autorais é punida como crime: Có-digo Penal, Art nº 184 e seus parágrafos e Art nº 186 e seus incisos. (Ambos atualizadospela Lei nº 10.695/2003) e Lei nº 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais.

EDITORA EXECUTIVAAndréa Martins

GERENTE DE EDITORAÇÃORodrigo Nascimento

SUPERVISÃO DIDÁTICA E PEDAGÓGICAClaudio Roberto Bastos

Marceli LopesRosangela Cardoso

DIAGRAMAÇÃOMarcella Prata

Mariana Gomes

CAPAMarcelo FragaIgor Marraschi

[email protected]

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Prezado(a) candidato(a),A equipe pedagógica da Degrau Cultural elaborou esta apostila preparatória

com o objetivo de auxiliar a todos aqueles que pretendem prestar concurso

para o cargo de Técnico do Seguro Social do INSS.

Neste material, você encontrará noções de Língua Portuguesa, Raciocínio Ló-

gico, Informática, Matemática, Atualidades, Ética no Serviço Público, Regime

Jurídico Único, Previdência - Conjuntura e Estrutura e Conhecimentos Com-

plementares, de acordo com o edital do último concurso.

Esperamos que nosso material possa ser útil na conquista da tão sonhada

vaga e, desde já, lhe desejamos sucesso nesta empreitada.

Aproveitamos o ensejo para solicitar-lhe a gentileza de, ao término de seus

estudos, preencher a carta-resposta que se encontra na última folha da apos-

tila e entregar em qualquer agência dos Correios, pois sua opinião é funda-

mental para que possamos trabalhar de modo a atender, cada vez mais, às

suas expectativas.

Atenciosamente,

Os Editores

Sumário005 Língua Portuguesa

073 Raciocínio Lógico

087 Informática

193 Matemática

233 Atualidades

263 Ética no Serviço Público

271 Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90)

295 Previdência - Conjuntura e Estrutura

317 Conhecimentos Complementares

337 Exercícios

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07 Interpretação de textos e Tipologia textual

18 Fonética, ortografia e acentuação gráfica

24 Emprego das classes de palavras

34 Crase

35 Sintaxe da oração e do período

39 Pontuação

42 Concordância verbal e nominal

46 Regência verbal e nominal

48 Significação das palavras

51 Redação de correspondência oficial

65 Novo Acordo Ortográfico

LínguaPortuguesa

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOSTIPOLOGIA TEXTUAL

I. Tipologia Textual

Obs.: Às vezes, um fragmento pode apresentar características que o assemelham a uma descrição e também a umanarração. Nesse caso, é interessante observar que em um fragmento narrativo a relação entre os fatosrelacionados é de anterioridade e posterioridade, ou seja, existe o fato que ocorre antes e aquele que ocorredepois. Em uma narração ocorre a progressão temporal. Já na descrição a relação entre os fatos é desimultaneidade, ou seja, os fatos relacionados são concomitantes, não ocorrendo progressão temporal.

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Classifique os trechos abaixo. Marque:(A) Narração(B) Descrição(C) Dissertação

01. Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem,em um apartamento de propriedade do Sr. Marcosda Fonseca. No local habitavam o proprietário, suaesposa e seus dois filhos. O fogo despontou emum dos quartos que, por sorte, ficava na frente doprédio.

02. O mundo moderno caminha atualmente para suaprópria destruição, pois tem havido inúmeros con-flitos internacionais, o meio ambiente encontra-seameaçado por sério desequilíbrio ecológico e,além do mais, permanece o perigo de uma catás-trofe nuclear.

03. Qualquer pessoa que o visse, quer pessoalmenteou através dos meios de comunicação, era logolevada a sentir que dele emanava uma serenida-de e autoconfiança próprias daqueles que vivemcom sabedoria e dignidade.

04. De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade deum pai que cada pessoa gostaria de ter e de quema nação tanto precisava naquele momento de de-samparo.

05. Em virtude dos fatos mencionados, somos leva-dos a acreditar na possibilidade de estarmos acaminho do nosso próprio extermínio. É desejo detodos nós que algo possa ser feito no sentido deconter essas diversas forças destrutivas, para po-dermos sobreviver às adversidades e construir ummundo que, por ser pacífico, será mais facilmentehabitado pelas gerações vindouras.

06. O homem, dono da barraca de tomates, tentava,em vão, acalmar a nervosa senhora. Não sei porque brigavam, mas sei o que vi: a mulher imensa-mente gorda, mais do que gorda, monstruosa, er-guia os enormes braços e, com os punhos cerra-dos, gritava contra o feirante. Comecei a me as-sustar, com medo de que ela destruísse a barraca— e talvez o próprio homem — devido à sua fúriaincontrolável. Ela ia gritando e se empolgando comsua raiva crescente e ficando cada vez mais ver-melha, assim como os tomates, ou até mais.

Texto para a questão 07.

(...) em volta das bicas era um zunzum cres-cente; uma aglomeração tumultuosa de machos efêmeas. Uns após outros, lavavam a cara, incomo-damente, debaixo do fio de água que escorria daaltura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. Asmulheres precisavam já prender as saias entre ascoxas para não as molhar, via-se-lhes a tostadanudez dos braços e do pescoço que elas despiamsuspendendo o cabelo todo para o alto do casco;os homens, esses não se preocupavam em nãomolhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bemdebaixo da água e esfregavam com força as ventase as barbas, fossando e fungando contra as pal-mas das mãos. As portas das latrinas não descan-savam, era um abrir e fechar de cada instante, umentrar e sair sem tréguas. Não se demoravam ládentro e vinham ainda amarrando as calças ou sai-as; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir,despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fun-dos, por detrás da estalagem ou no recanto dashortas. (Aluísio Azevedo, O Cortiço)

07. O fragmento acima pode ser considerado:a) narrativo, pois ocorre entre seus enunciados uma

progressão temporal de modo que um pode serconsiderado anterior ao outro.

b) um típico fragmento dissertativo em que se obser-vam muitos argumentos.

c) descritivo, pois não ocorre entre os enunciadosuma progressão temporal: um enunciado não podeser considerado anterior ao outro.

d) descritivo, pois os argumentos apresentados sãoobjetivos e subjetivos.

08. Filosofia dos Epitáfios

Saí, afastando-me dos grupos e fingindo leros epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são,entre a gente civilizada, uma expressão daquelepio e secreto egoísmo que induz o homem a ar-rancar à morte um farrapo ao menos da sombraque passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolá-vel dos que sabem os seus mortos na vala co-mum; parece-lhes que a podridão anônima os al-cança a eles mesmos.

(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)

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Do ponto de vista da composição, é correto afir-mar que o capítulo “Filosofia dos Epitáfios”

a) é predominantemente dissertativo, servindo osdados do enredo do ambiente como fundo para adigressão.

b) é predominantemente descritivo, com a suspen-são do curso da história dando lugar à construçãodo cenário.

c) equilibra em harmonia narração e descrição, àmedida que faz avançar a história e cria o cenáriode sua ambientação.

d) é predominantemente narrativo, visto que o narradorevoca os acontecimentos que marcaram sua saída.

II. ROTEIRO PARA LEITURA DE TEXTOS

• ler atentamente o texto, tendo noção do conjunto• compreender as relações entre as partes do texto• sublinhar momentos mais significativos• fazer anotações à margem

III. ENTENDIMENTO DO TEXTO

O que deve ser observado para chegar à melhorcompreensão do texto?

1. PALAVRAS-CHAVE

Palavras mais importantes de cada parágrafo,em torno das quais outras se organizam, criandouma ligação para produzirem sentido. As palavras-chave aparecem, muitas vezes, ao longo do textode diversas formas: repetidas, modificadas ou re-tomadas por sinônimos. As palavras-chave formamo alicerce do texto, são a base de sua sustentação,levam o leitor ao entendimento da totalidade do tex-to, dando condições para reconstruí-lo.

• atenção especial para verbos e substantivos;

• o título é uma boa dica de palavra-chave.

Observe o texto de Bertrand Russel, “Minha Vida”,a fim de compreender a forma como ele está cons-truído:

Três paixões, simples mas irresistivelmentefortes, governaram minha vida: o desejo imensodo amor, a procura do conhecimento e a insupor-tável compaixão pelo sofrimento da humanidade.Essas paixões, como os fortes ventos, levaram-me de um lado para outro, em caminhos capricho-sos, para além de um profundo oceano de angús-tias, chegando à beira do verdadeiro desespero.

Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase –êxtase tão grande que sacrificaria o resto de mi-nha vida por umas poucas horas dessa alegria.Procurei-o, também, porque abranda a solidão –aquela terrível solidão em que uma consciênciahorrorizada observa, da margem do mundo, o in-sondável e frio abismo sem vida. Procurei-o, final-mente, porque na união do amor vi, em mística

miniatura, a visão prefigurada do paraíso que san-tos e poetas imaginaram. Isso foi o que procurei e,embora pudesse parecer bom demais para a vidahumana, foi o que encontrei.

Com igual paixão busquei o conhecimento.Desejei compreender os corações dos homens.Desejei saber por que as estrelas brilham. E ten-tei apreender a força pitagórica pela qual o núme-ro se mantém acima do fluxo. Um pouco disso,não muito, encontrei.

Amor e conhecimento, até onde foram possí-veis, conduziram-me aos caminhos do paraíso.Mas a compaixão sempre me trouxe de volta à Ter-ra. Ecos de gritos de dor reverberam em meu co-ração. Crianças famintas, vítimas torturadas poropressores, velhos desprotegidos – odiosa cargapara seus filhos – e o mundo inteiro de solidão,pobreza e dor transformaram em arremedo o quea vida humana poderia ser. Anseio ardentementealiviar o mal, mas não posso, e também sofro.

Isso foi a minha vida. Achei-a digna de ser vivi-da e vivê-la-ia de novo com a maior alegria se aoportunidade me fosse oferecida.

(RUSSEL, Bertrand, Revista Mensal de Cultura,Enciclopédia Bloch, n. 53, set.1971, p.83)

O texto é constituído de cinco parágrafos que seencadeiam de forma coerente, a partir das pala-vras-chave vida e paixões do primeiro parágrafo:

palavras-chave• 1º parágrafo – vida / paixões• 2º parágrafo - amor• 3º parágrafo - conhecimento• 4º parágrafo - compaixão• 5º parágrafo – vida

As palavras-chave vida e paixões prolongam-se em:amor, conhecimento e compaixão. Cada parágrafo iráater-se a cada uma dessas paixões.

Leia o texto abaixo para responder às questões 9 e 10.

É universalmente aceito o fato de que sai maiscara a reparação das perdas por acidentes de tra-balho que o investimento em sua prevenção. Mas,então, por que eles ocorrem com tanta freqüência?

Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar talfato exige apenas o trabalho de observar obras deengenharia civil, ao longo de qualquer trajeto porônibus ou por carro na cidade. E quem poderiasuprir as deficiências da fiscalização oficial – ossindicatos patronais ou de empregados – não ofaz; se não for por um conformismo cruel, a tomarpor fatalidade o que é perfeitamente possível deprevenir, terá sido por nosso baixo nível de organi-zação e escasso interesse pela filiação a entida-des de classe, ou por desvio dessas de seus inte-resses primordiais.

Falta também a educação básica, prévia aqualquer treinamento: com a baixíssima escola-ridade do trabalhador brasileiro, não há compre-

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ensão suficiente da necessidade e benefício dosequipamentos de segurança, assim como damais simples mensagem ou de um manual deinstruções.

E há, enfim, o fenômeno recente da terceiriza-ção, que pode estar funcionando às avessas, aopropiciar o surgimento e a multiplicação de em-presas fantasmas de serviços, que contratam aprimeira mão-de-obra disponível, em vez de sele-cionar e de oferecer mão-de-obra especializada.

(O Estado de S.Paulo – 22 de fevereiro de 1998 –adaptado)

09. Assinale a opção que apresenta as palavras-cha-ve do texto.

a) aceitação universal – constatação – benefício –escolaridade.

b) investimento em prevenção – deficiências – enti-dades – equipamentos.

c) falta de fiscalização – organização – benefício –mão-de-obra.

d) prevenção de acidentes – fiscalização – educa-ção – terceirização.

e) crescimento – conformismo – treinamento – em-presas.

10. Assinale a opção INCORRETA em relação aos ele-mentos do texto.

a) O pronome “eles” (l.4) refere-se a “acidentes detrabalho” (l.2 e 3).

b) A expressão “tal fato” (l.5-6) retoma a idéia antece-dente de “falta de fiscalização” (l.5).

c) Para compreender corretamente a expressão “nãoo faz” (l.10 e 11), é necessário retomar a idéia de“suprir as deficiências da fiscalização oficial” (l.9).

d) A palavra “primordiais” vincula-se à idéia de “bási-cos, principais”. (l.17)

e) “dessas” refere-se a “deficiências da fiscalizaçãooficial” (l.9).

2. IDÉIAS-CHAVE

Se houver dificuldade para chegar à síntese dotexto só pelas palavras-chave, deve-se buscar aidéia-chave, que deve refletir o assunto principalde cada parágrafo, de forma sintetizada.

• A partir da síntese de cada parágrafo, chega-se àidéia central do texto.

Observe o texto:

Existem duas formas de operação marginal: aque toma a classificação genérica de economiainformal, correspondente a mais de 50% do Pro-duto Interno Bruto (PIB), e a representada pelostrabalhadores admitidos sem carteira assinada.Ambas são portadoras de efeitos econômicos esociais catastróficos.

A atividade econômica exercida ao largo dosregistros oficiais frustra a arrecadação de re-ceitas tributárias nunca inferiores a R$ 50 bi-lhões ao ano. A perda de receita fiscal de tal

porte torna precários os programas governa-mentais para atendimento à demanda por saú-de, educação, habitação, assistência previden-ciária e segurança pública.

Quanto aos trabalhadores sem anotação emcarteira, formam um colossal conjunto de excluí-dos. Estão à margem dos benefícios sociais ga-rantidos pelos direitos de cidadania, entre osquais vale citar o acesso à aposentadoria, aoseguro-desemprego e às indenizações repara-doras pela despedida sem justa causa. De outrolado, não recolhem a contribuição previdenciária,mas exercem fortes pressões sobre os serviçospúblicos de assistência médico-hospitalar.

A reforma tributária poderá converter a expres-sões toleráveis a economia informal. A reduçãofiscal incidente sobre as micro e pequenas em-presas provocará, com certeza, a regularizaçãode grande parte das unidades produtivas em açãoclandestina. E a adoção de uma política consis-tente para permitir o aumento do emprego e darenda trará de volta ao mercado formal os milhõesde empregados sem carteira assinada. É preci-so entender que o esforço em favor da inserçãoda economia no sistema mundial não pode pa-gar tributo ao desemprego e à marginalizaçãosocial de milhões de pessoas.

(Correio Braziliense – 13.7.97)

1º parágrafo:

palavras-chave: economia informal e trabalha-dores admitidos sem carteira assinadao último período do primeiro parágrafo apresentauma informação que vai nortear todo o texto: “Am-bas são portadoras de efeitos econômicos e soci-ais catastróficos.”

Idéia-chave: Economia informal e trabalhadoresadmitidos sem carteira assinada trazem prejuí-zos econômicos e sociais.

2° parágrafo:

palavra-chave: economia informalefeitos econômicos - perda de receitas tributáriasefeitos sociais - precariedade dos programassociais do governo

Idéia-chave: A perda de receitas tributárias cau-sada pela economia informal prejudica os pro-gramas sociais do governo.

3° parágrafo:

palavra-chave: trabalhadores admitidos sem car-teira assinadaefeitos econômicos - não recolhem contribuiçãoprevidenciáriaefeitos sociais – não têm garantia de direitossociais

Idéia-chave: Trabalhadores admitidos sem car-teira assinada causam prejuízos econômicos pornão recolherem contribuição previdenciária e so-frem os efeitos sociais, por não terem seus direi-tos assegurados.

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4º parágrafo:há uma proposta de solução para cada um dosproblemas apresentados no texto:para a economia informal: reforma tributária –redução fiscal para micro e pequenas empresaspara os trabalhadores sem carteira assinada:política consistente para aumento do emprego eda renda

Idéia-chave: A reforma tributária poderá minimi-zar os efeitos da economia informal e uma políticaconsistente para aumento do emprego e da rendapode provocar a formalização de contratos legaispara milhões de empregados.

Idéia-central do texto:A economia informal tem efeitos econômicos e so-ciais prejudiciais ao indivíduo e ao sistema, masações políticas, como a reforma tributária, pode-rão estimular a regularização de empresas, bene-ficiado, também, os trabalhadores.

3. COERÊNCIACoerência é perfeita relação de sentido entre asdiversas palavras e/ou partes do texto. Haverá co-erência se for mantido um elo conceitual entre osdiversos segmentos do texto.

4. COESÃOQuando lemos com atenção um texto bem cons-truído, percebemos que existe uma ligação entreos diversos segmentos que o constituem. Cadafrase enunciada deve manter um vínculo com aanterior ou anteriores para não perder o fio do pen-samento. Cada enunciado do texto deve estabele-cer relações estreitas com os outros a fim de tor-nar sólida sua estrutura. A essa conexão internaentre os vários enunciados presentes no texto dá-se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um textotem coesão quando seus vários enunciados es-tão organicamente articulados entre si, quando háconcatenação entre eles.

11. Numere o conjunto de sentenças de acordo com oprimeiro, de modo que cada par forme uma se-qüência coesa e lógica. Identifique, em seguida, aletra da seqüência numérica correta (Baseado emDélio Maranhão).

(1) Cumpre, inicialmente, distinguir a higiene do tra-balho da segurança do trabalho.

(2) Na evolução por que passou a teoria do risco pro-fissional, abandonou-se o trabalho profissionalcomo ponto de referência para colocar-se, em seulugar, a atividade empresarial.

(3) Há que se fazer a distinção entre acidentes do tra-balho e doença do trabalho.

(4) O Direito do Trabalho reconhece a importância dafunção da mulher no lar.

(5) Motivos de ordem biológica, moral, social e eco-nômica encontram-se na base da regulamenta-ção legal do trabalho do menor.

( ) A culminação desse processo evolutivo encontra-se no conceito de risco social e na idéia correlatade responsabilidade social.

( ) Daí as restrições da jornada normal e ao trabalhonoturno.

( ) A necessidade de trabalhar não deve prejudicar onormal desenvolvimento de seu organismo.

( ) Enquanto esta é inerente a determinados ramosde atividade, os primeiros são aqueles que ocor-rem pelo exercício do trabalho, provocando lesãocorporal.

( ) Constitui aquela o conjunto de princípios e regrasdestinados a preservar a saúde do trabalhador.

A seqüência numérica correta é:a) 1, 3, 4, 5, 2.b) 3, 2, 1, 5, 4.c) 2, 5, 3, 1, 4.d) 5, 1, 4, 3, 2.e) 2, 4, 5, 3, 1.

12. As propostas abaixo dão seguimento coerente e ló-gico ao trecho citado, EXCETO uma delas. Aponte-a:

“Provavelmente devido à proximidade com osperigos e a morte, os marinheiros dos séculos XVe XVI eram muito religiosos. Praticavam um tipode religião popular em que os conhecimentos teo-lógicos eram mínimos e as superstições muitas.”

(Janaína Amado, com cortes e adaptações)

a) Entre essas, figuravam o medo de zarpar numasexta-feira e o de olhar fixamente para o mar àmeia-noite.

b) Cristóvão Colombo, talvez o mais religioso entretodos os navegantes, costumava antepor a cadacoisa que faria os dizeres: “Em nome da Santíssi-ma Trindade farei isto”.

c) Apesar disso, os instrumentos náuticos represen-taram progressos para a navegação oceânica, fa-cilitando a tarefa de pilotos e aumentando a segu-rança e confiabilidade das rotas e viagens.

d) Nos navios, que não raro transportavam padres,promoviam-se rezas coletivas várias vezes aodia e, nos fins de semana, serviços religiososespeciais.

e) Constituíam expressão de religiosidade dos ma-rinheiros constantes promessas aos santos, indi-viduais ou coletivas.

Leia o texto para solucionar as questões 13 e 14.

Cientistas de diversos países decidiram abra-çar, em 1990, um projeto ambicioso: identificar todoo código genético contido nas células humanas(cerca de três bilhões de caracteres). O objetivoprincipal de tal iniciativa é compreender melhor ofuncionamento da vida, e, conseqüentemente, aforma mais eficaz de curar as doenças que nosameaçam. Como é esse código que define comosomos, desde a cor dos cabelos até o tamanhodos pés, o trabalho com amostras genéticas co-lhidas em várias partes do mundo está ajudando

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também a entender as diferenças entre as etniashumanas. Chamado de Projeto Genoma Huma-no, desde o seu início ele não parou de produzirnovidades científicas. A mais importante delas é aconfirmação de que o homem surgiu realmentena África e se espalhou pelo resto do planeta. Apesquisa contribuiu também para derrubar velhasteorias sobre a superioridade racial e está provan-do que o racismo não tem nenhuma base científi-ca. É mais uma construção social e cultural. O quepercebemos como diferenças raciais são apenasadaptações biológicas às condições geográficas.Originalmente o ser humano é um só.

(ISTO É – 15.1.97)

13. Assinale o item em que não há correspondênciaentre os dois elementos.

a) “tal iniciativa” (l.5) refere-se a “projeto ambicioso”.b) “ele” (l.14) refere-se a “Projeto Genoma Humano”.c) “delas” (l.15) refere-se a “novidades científicas”.d) “A pesquisa” (l.18) refere-se a “Projeto Genoma

Humano”.e) “É mais” (l.21) refere-se a “Pesquisa”.

14. Marque o item que NÃO está de acordo com asidéias do texto.

a) O Projeto Genoma Humano tem como objetivo pri-mordial reconhecer as diferenças entre as váriasraças do mundo.

b) O ser humano tem uma estrutura única independen-te de etnia e as diferenças raciais provêm da neces-sidade de adaptação às condições geográficas.

c) O código genético determina as características decada ser humano, e conhecer esse código levaráos cientistas a controlarem doenças.

5.1. PRINCIPAIS CONECTIVOS

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

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d) As amostras para a pesquisa do Projeto GenomaHumano estão sendo colhidas em diversas par-tes do mundo.

e) O racismo não tem fundamento científico; é umfenômeno que se forma apoiado em estruturassociais e culturais.

15. Indique a ordem em que as questões devem seorganizar no texto, de modo a preservar-lhe a coe-são e coerência (Baseado no texto de José Onofre).

( ) O País não é um velho senhor desencantado coma vida que trata de acomodar-se.

( ) O Brasil tem memória curta.( ) É mais como um desses milhões de jovens mal

nascidos cujo único dote é um ego dominante epredador, que o impele para a frente e para cima,impedindo que a miséria onde nasceu e cresceulhe sirva de freio.

( ) “Não lembro”, responde, “faz muito tempo”.( ) Lembra o personagem de Humphrey Bogart em

Casablanca, quando lhe perguntaram o que fizerana noite anterior.

( ) Mas esta memória curta, de que políticos e jornalis-tas reclamam tanto, não é, como no caso de Bo-gart, uma tentativa de esquecer os lances maispenosos de seu passado, um conjunto de desilu-sões e perdas que leva ao cinismo e à indiferença.

a) 1, 2, 6, 5, 4, 3.b) 2, 5, 4, 6, 3, 1.c) 2, 6, 1, 3, 5, 4.d) 1, 5, 4, 6, 3, 2.e) 2, 5, 4, 1, 6, 3.

5. CONEXÕES

Os conectivos também são elementos de coesão. Uma leitura eficiente do texto pressupõe, entre outros cuida-dos, o de depreender as conexões estabelecidas pelos conectivos.

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

PRONOMES RELATIVOS

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16. A alternativa que substitui, correta e respectiva-ente, as conjunções ou locuções grifadas nosperíodos abaixo é:

I. Visto que pretende deixar-nos, preparamos umafesta de despedida.

II. Terá sucesso, contanto que tenha amigos influ-entes.

III. Casaram-se e viveram felizes, tudo como estavaescrito nas estrelas.

IV. Foi transferido, portanto não nos veremos commuita freqüência.

a) porque, mesmo que, segundo, ainda que.b) como, desde que, conforme, logo.c) quando, caso, segundo, tão logo.d) salvo se, a menos que, conforme, pois.e) pois, mesmo que, segundo, entretanto.

17. Assinale a alternativa em que o pronome relativo“onde” obedece aos princípios da língua cultaescrita.

a) Os fonemas de uma língua costumam ser repre-sentados por uma série de sinais gráficos deno-minados letras, onde o conjunto delas forma apalavra.

b) Todos ficam aflitos no momento da apuração, ondeserá conhecida a escola campeã.

c) Foi discutida a pequena carga horária de aulas deCálculo e Física, onde todos concordaram e dese-jam mais aulas.

d) Não se pode ferir um direito constitucional onde visaa garantir a educação pública e gratuita para todos.

e) Não se descobriu o esconderijo onde os seqües-tradores o deixaram durante esses meses todos.

18. Nos períodos abaixo, as orações sublinhadas es-tabelecem relações sintáticas e de sentido comoutras orações.

I. Eles compunham uma grande coleção, que foi sedispersando à medida que seus filhos se casa-vam, levando cada qual um lote de herança. (PRO-PORCIONALIDADE)

II. Mal se sentou na cadeira presidencial, Itamar Fran-co passou a ver conspirações. (MODO)

III. Nunca foi professor da UnB, mas por ela se apo-sentou. (CONTRARIEDADE)

IV. Mesmo que tenham sido só esses dois, (...) já nãose configuraria a roubalheira (...) ? (CONCESSÃO)

A classificação dessas relações está correta so-mente nos períodos

a) I, II e III.b) II e IV.c) I e III.d) II, III e IV.e) I, III e IV.

19. Os princípios da coerência e da coesão não foramviolados em:

a) O Santos foi o time que fez a melhor campanha docampeonato. Teria, no entanto, que ser o campeãoeste ano.

b) Apesar da Sabesp estar tratando a água da Re-presa de Guarapiranga, portanto o gosto da águanas regiões sul e oeste da cidade melhorou.

c) Mesmo que os deputados que deponham na CPIe ajudem a elucidar os episódios obscuros do casodos precatórios, a confiança na instituição não foiabalada.

d) O ministro reafirmou que é preciso manter a todocusto o plano de estabilização econômica, sobpena de termos a volta da inflação.

e) Antes de fazer ilações irresponsáveis acerca dasmedidas econômicas, deve-se procurar conheceras razões que, por isso as motivaram.

As questões 20 e 21 referem-se ao texto que segue.

Imposto

A insistência das secretarias estaduais deFazenda em cobrar 25% de ICMS dos provedoresde acesso à Internet deve acabar na Justiça. A pazatual entre os dois lados é apenas para celebrar ofim do ano. Os provedores argumentam que nãotêm de pagar o imposto porque não são, por lei,considerados empresas de telecomunicação, masapenas prestadores de serviços. Com o caixa que-brado, os Estados permanecem irredutíveis. O Mi-nistério da Ciência e Tecnologia alertou formal-mente ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, quea imposição da cobrança será repassada para oconsumidor e pode prejudicar o avanço da Inter-net no Brasil. Hoje, pagam-se em média 40 reaispara se ligar à rede.

(Veja – 8/1/97, p. 17)

20. Infere-se do texto quea) as empresas caracterizadas como prestadoras de

serviço estão isentas do ICMS.b) todas as pessoas que desejam ligar-se à Internet

devem pagar 40 reais de ICMS.c) os provedores de acesso à Internet estão proces-

sando os consumidores que não pagam o ICMS.d) os Estados precisam cobrar mais impostos dos

provedores para não serem punidos pelo Ministé-rio da Ciência e Tecnologia.

a) o desenvolvimento da Internet no Brasil está sen-do prejudicado pela cobrança do ICMS.

21. A conjunção mas no texto estabelece uma relação dea) tempo.b) adição.c) conseqüência.d) causa.e) oposição.

22. Assinale a única conjunção incorreta para com-pletar a lacuna do texto.

A partir do ofício enviado pelo fisco, começou-se alevantar informações sobre a sonegação de im-posto de renda no mundo do esporte no Brasil. “Ofutebol já é o quarto maior mercado de capitais domundo”, diz Ives Gandra Martins, advogado tribu-tarista e conselheiro do São Paulo Futebol Clube,______________ só agora a Receita começa aprestar atenção nos jogadores.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 15

Em outros países não é assim. Nos EstadosUnidos, ano passado, a contribuição fiscal doastro do basquete Michael Jordan chegou a 20,8milhões de dólares.

(Exame – 27 de agosto de 1997)a) todavia.b) conquanto.c) entretanto.d) não obstante.e) no entanto.

IV. PARÁFRASEParáfrase é a reprodução explicativa de um texto ou deunidade de um texto, por meio de uma linguagem maislonga. Na paráfrase sempre se conservam basicamen-te as idéias do texto original. O que se inclui são comen-tários, idéias e impressões de quem faz a paráfrase. Naescola, quando o professor, ao comentar um texto, incluioutras idéias, alongando-se em função do propósito deser mais didático, faz uma paráfrase.Parafrasear consiste em transcrever, com novas pala-vras, as idéias centrais de um texto. O leitor deveráfazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, rea-firmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresen-tado, acrescentando aspectos relevantes de uma opi-nião pessoal ou acercando-se de críticas bem funda-mentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o tex-to-base, condensando-o de maneira direta e imperati-va. Consiste em um excelente exercício de redação,uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza eprecisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitarum diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efei-to estético na literatura moderna.Como ler um textoRecomendam-se duas leituras. A primeira chamaremosde leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal.Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalida-de o contato inicial com o assunto do texto. De posse destavisão geral, podemos passar para o próximo passo.Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; éo levantamento dos referenciais do texto-base para aperfeita compreensão. É importante grifar, em cadaparágrafo lido, as idéias principais. Após escrever àparte as idéias recolhidas nos grifos, procurando daruma redação própria, independente das palavras utili-zadas pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremosde levantamento textual dos referenciais. A redação fi-nal é a união destes referenciais, tendo o redator ocuidado especial de unir idéias afins, de acordo com aidentidade e evolução do texto-base.

Exemplo de paráfrase

Profecias de uma Revolução na MedicinaHá séculos, os professores de segundo grau da Sar-denha vêm testemunhando um fenômenos curioso.Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns deseus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses sub-seqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento es-colar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecemna sala de aula. Depois, repentinamente, suas energi-as retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximomês de fevereiro.

Os professores sardenhos sabem que os adultos tam-bém apresentam sintomas semelhantes e que, na re-alidade, alguns chegam a morrer após urinarem umagrande quantidade de sangue. Por vezes, aproximada-mente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser aco-metidos por este mal.O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de CancerologiaSloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motul-sky, da Universidade de Washington, depararam pelaprimeira vez com a doença em 1959, enquanto desen-volviam um estudo sobre padrões de hereditariedade edeterminaram que os sardenhos eram vítimas de ane-mia hemolítica, uma doença hereditária que faz comque os glóbulos vermelhos do sangue se desintegremno interior dos veios sangüíneos. Os pacientes urina-vam sangue porque os rins filtram e expelem a hemo-globina não aproveitada. Se o volume de destruição formínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, adoença poderá acarretar a morte do paciente.A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas naSardenha, as experiências indicam que praticamentetodas as pessoas acometidas por este mal têm defici-ência de uma única enzima, chamada deidrogenasefosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo desuma importância na corrente de produção de energiapara as células vermelhas do sangue.Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante aprimavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítimanão aciona por si só a doença - que há algo no meioambiente que tira proveito da deficiência. A deficiênciagenética pode ser a arma, mas um fator ambiental équem a dispara.Entre as plantas que desabrocham durante a primave-ra na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano -observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem umaboa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o filóso-fo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seusseguidores a comessem, ou mesmo andassem porentre os campos onde floresciam. Agora, o motivo detal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoasque carregam o gene defeituoso e comiam favas cruasou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de umaplanta em flor) apresentavam problemas. todos os de-mais eram imunes.Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste desangue simples para medir a presença ou ausência deG-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de de-terminar com exatidão quem está predisposto à doençae quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistascomeçaram a fazer a triagem da população da ilha. Lo-calizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evi-tar favas de feijão durante a estação de floração. Comoresultado, a incidência de anemia hemolítica e de estu-dantes apáticos começou a declinar. O uso de marcado-res genéticos como instrumento de previsão da reaçãodos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma dasprimeiras vezes em que os marcadores genéticos eramempregados deste modo; foi um avanço que poderámudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadoresgenéticos podem prever agora a possível eclosão deoutras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podemauxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataquesem diversos casos. (Zsolt Harsanyi e Richard Hutton,publicado no jornal O Globo).

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16 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

23. Assinale a opção que mantém o mesmo sentidodo trecho sublinhado a seguir:

Uma das grandes dificuldades operacionais en-contradas em planos de estabilização é o conflitoentre perdedores e ganhadores. Às vezes reais,outras fictícios, estes conflitos geram confrontos epolêmicas que, com freqüência, podem pressio-nar os formuladores da política de estabilização atomar decisões erradas e, com isto, comprometero sucesso das estratégias antiinflacionárias.

(Folha de S.Paulo, 7/5/94)

a) Estes conflitos, reais ou fictícios, geram confron-tos e polêmicas que, freqüentemente, podem pres-sionar os formuladores da política de estabiliza-ção a tomar decisões erradas, sem, com isso,comprometer o sucesso das estratégias antiinfla-cionárias.

b) O sucesso das estratégias antiinflacionárias podeficar comprometido se, pressionados por confli-tos, reais ou fictícios, os formuladores da políticade estabilização tomarem decisões erradas.

c) Os conflitos, às vezes reais, outras fictícios, quepodem pressionar os formuladores da política deestabilização a confrontos e polêmicas, compro-metem o sucesso das antiinflacionárias.

d) O sucesso das estratégias antiinflacionárias podeficar comprometido se os formuladores da políticade estabilização, pressionados por confrontos epolêmicas decorrentes de conflitos, tomarem de-cisões erradas.

e) Os formuladores da política de estabilização po-dem tomar decisões erradas se os conflitos, ge-rados por confrontos e polêmicas os pressiona-rem; o sucesso das estratégias antiinflacionáriasfica, com isto comprometido.

24. Marque a opção que não constitui paráfrase dosegmento abaixo:

“O abolicionismo, que logrou pôr fim à escravidãonas Antilhas Britânicas, teve peso ponderável napolítica antinegreira dos governos britânicos du-rante a primeira metade do século passado. Mastiveram peso também os interesses capitalistas,comerciais e industriais, que desejavam expandiro mercado ultramarino, de produtos industriais eviam na inevitável miséria do trabalhador escravoum obstáculo para este desiderato.”

(P. Singer, A formação da classe operária, São Paulo,Atual, 1988, p.44)

a) Na primeira metade do século passado, a despeitoda forte pressão do mercado ultramarino em criarconsumidores potenciais para seus produtos in-dustriais, foi o movimento abolicionista o motor quepôs cobro à miséria do trabalhador escravo.

b) A política antinegreira da Grã-Bretanha na primei-ra metade do século passado foi fortemente influ-enciada não só pelo ideário abolicionista comotambém pela pressão das necessidades comer-ciais e industriais emergentes.

c) Os interesses capitalistas que buscavam ampliaro mercado para seus produtos industriais tiverampeso considerável na formulação da política anti-negreira inglesa, mas teve-o também a consciên-cia liberal antiescravista.

d) Teve peso considerável na política antinegreirabritânica, o abolicionismo. Mas as forças de mer-cado tiveram também peso, pois precisavam dis-por de consumidores para seus produtos.

e) Ocorreu uma combinação de idealismo e interes-ses materiais, na primeira metade do século XIX,na formulação da política britânica de oposição àescravidão negreira.

V. Perífrase

Observe:O povo lusitano foi bastante satirizado por Gil Vicente.

Utilizou-se a expressão “povo lusitano” para substituir“os portugueses”. Esse rodeio de palavras que substi-tuiu um nome comum ou próprio chama-se perífrase.Perífrase é a substituição de um nome comum ou pró-prio por um expressão que a caracterize. Nada mais édo que um circunlóquio, isto é, um rodeio de palavras.

Outros exemplos:astro rei (Sol) | última flor do Lácio (língua portuguesa)Cidade-Luz (Paris)Rainha da Borborema (Campina Grande) | Cidade Ma-ravilhosa (Rio de Janeiro)

Observação: existe também um tipo especial de perí-frase que se refere somente a pessoas. Tal figura deestilo é chamada de antonomásia e baseia-se nasqualidades ou ações notórias do indivíduo ou da enti-dade a que a expressão se refere.Exemplos:A rainha do mar (Iemanjá)O poeta dos escravos (Castro Alves)O criador do teatro português (Gil Vicente)

VI. SÍNTESEA síntese de texto é um tipo especial de composiçãoque consiste em reproduzir, em poucas palavras, o queo autor expressou amplamente. Desse modo, só de-vem ser aproveitadas as idéias essenciais, dispensan-do-se tudo o que for secundário.

Procedimentos:1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assun-to e assimilar as idéias principais;2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes maisimportantes, ou anotando à parte os pontos que devemser conservados;3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendoa seqüência de idéias do texto original;4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos,ou fazendo quaisquer adaptações conforme desejar;5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitarseu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de lingua-gem do autor;

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 17

MODELOArranchados sob um juazeiro, em meio àquela desola-ção, um bando de retirantes tentava aproveitar uma vacajá em estado de putrefação, para combater-lhe a fomede dois dias. Quando Chico Bento, com o seu bando,aproxima-se também em busca de abrigo e, compade-cendo-se daquela situação, divide com os miseráveiso resto de alimento que trazia, deixando o animal paraos urubus. VII. COMO RESUMIR UM TEXTOLer não é apenas passar os olhos no texto. É precisosaber tirar dele o que é mais importante, facilitando otrabalho da memória. Saber resumir as idéias expres-sas em um texto não é difícil. Resumir um texto é repro-duzir com poucas palavras aquilo que o autor disse.

Para se realizar um bom resumo, são necessárias al-gumas recomendações:1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata.2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases oupalavras importantes. Isto ajuda a identificar.3. Distinguir os exemplos ou detalhes das idéias prin-cipais.4. Observar as palavras que fazem a ligação entre asdiferentes idéias do texto, também chamadas de co-nectivos: “por causa de”, “assim sendo”, “além do mais”,“pois”, “em decorrência de”, “por outro lado”, “da mes-ma forma”.5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada umencerra uma idéia diferente.6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há umaestrutura coerente, isto é, se todas as partes estão bemencadeadas e se formam um todo.7. Num resumo, não se devem comentar as idéias doautor. Deve-se registrar apenas o que ele escreveu, semusar expressões como “segundo o autor”, “o autor afir-mou que”.8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo deassunto abordado. É recomendável que nunca ultra-passe vinte por cento da extensão do texto original.9. Nos resumos de livros, não devem aparecer diálo-gos, descrições detalhadas, cenas ou personagenssecundárias. Somente as personagens, os ambientese as ações mais importantes devem ser registrados.

6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se asintetizá-lo.

Sem copiar frases, RESUMIR, o texto abaixo:

O QUINZEDebaixo de um juazeiro grande, todo um bando de reti-rantes se arranchara: uma velha, dois homens, umamulher nova, algumas crianças.O sol, no céu, marcava onze horas. Quando Chico Ben-to, com seu grupo, apontou na estrada, os homensesfolavam uma rês e as mulheres faziam ferver umalata de querosene cheia de água, abanando o fogo comum chapéu de palha muito sujo e remendado.Em toda a extensão da vista, nenhuma outra árvoresurgia. Só aquele juazeiro, devastado e espinhento,verdejava a copa hospitaleira na desolação cor de cin-za da paisagem.Cordulina ofegava de cansaço. A Limpa-Trilho gania eparava, lambendo os pés queimados.Os meninos choramingavam, pedindo de comer.E Chico Bento pensava: – Por que, em menino, a inquietação, o calor, o cansa-ço, sempre aparecem com o nome de fome?– Mãe, eu queria comer... me dá um taquinho de rapa-dura!– Ai, pedra do diabo! Topada desgraçada! Papai, vamoscomer mais aquele povo, debaixo desse pé de pau?O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou nodireito de tomar seu quinhão de abrigo e de frescura.E depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparounos vizinhos. A rês estava quase esfolada. A cabeçainchada não tinha chifres. Só dois ocos podres, malcheirosos, donde escorria uma água purulenta.Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu aosesfoladores: – De que morreu essa novilha, se não é da minhaconta?Um dos homens levantou-se, com a faca escorrendosangue, as mãos tintas de vermelho, um fartum san-grento envolvendo-o todo: – De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente. Evamos aproveitar, mode não dar para os urubus.Chico Bento cuspiu longe, enojado:– E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripunasó de olhar...O outro explicou calmamente:– Faz dois dias que a gente não bota um de-comer depanela na boca...Chico Bento alargou os braços, num grande gesto defraternidade:– Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto decriação salgada que dá para nós. Rebolem essa por-queira pros urubus, que já é deles! Eu vou lá deixar umcristão comer bicho podre de mal, tenho um bocado nomeu surrão!Realmente a vaca já fedia, por causa da doença.Toda descarnada, formando um grande bloco sangren-to, era uma festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá dafrieza mesquinha das nuvens. E para comemorar oachado executavam no ar grandes rondas festivas, ne-grejando as asas pretas em espirais descendentes.

Rachel de Queiroz

GABARITO

01. A 02. C 03. B 04. B 05. C06. A 07. C 08. A 09. D 10. E11. E 12. C 13. E 14. A 15. B16. B 17. E 18. E 19. D 20. A21. E 22. B 23. D 24. A

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18 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

FONÉTICA, ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO GRÁFICA

É a parte da lingüística que estuda os sons da fala(fones).

FonemasSão as entidades capazes de estabelecer distinção

entre as palavras.Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia

A troca de um único fonema determina o surgimen-to de outra palavra ou um som sem sentido. O fonemase manifesta no som produzido e é registrado pela le-tra, é representado graficamente por ela. O fonema /z/,por exemplo, pode ser representado por várias letras: z(fazenda), x (exagerado), s (mesa).

Atenção: Os fonemas são representados entrebarras. Exemplos: /m/, /o/.

Classificação dos fonemasOs fonemas da língua portuguesa classificam-se

em vogais, semivogais e consoantes.

Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo àpassagem de ar, chegando livremente ao exterior. Exem-plos: pato, bota

Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vo-gal, formando com esta uma só sílaba. Exemplos: cou-ro, baile. Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonosfuncionam como semivogais. Para que não sejam con-fundidos com as vogais i e u serão representados por[y] e [w] e chamados respectivamente de iode e vau.

Consoantes: são fonemas produzidos mediante a re-sistência que os órgãos bucais (língua, dentes, lábi-os) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno,lâmpada.

Dica: Em nossa língua, a vogal é o elementobásico, suficiente e indispensável para a forma-ção da sílaba. Você encontrará sílabas constitu-ídas só de vogais, mas nunca formadas somen-te com consoantes. Exemplos: viúva, abelha.

Classificação das vogais1- Quanto à intensidade

A intensidade está relacionada com a tonicidade davogal.a- tônicas: café, camab- átonas: massa, bote

2- Quanto ao timbreO timbre está relacionado com a abertura da boca

a- abertas: (sapo), (neve), (bola)b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) etodas as nasais

Encontros vocálicosHá três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato

e tritongo.

Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal(ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo cres-cente), na mesma sílaba.Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo cres-cente).

Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal,formando uma só sílaba.Ex.: Paraguai, argüiu.

Hiato: é junção de duas vogais pronunciadas separa-damente formando sílabas distintas.Ex.: saída, coelho

Atenção: Não se esqueça que só as vogais /i/ e/u/ podem funcionar como semivogais. Quandosemivogais, serão representadas por /y/ e /w/respectivamente.

DígrafosÉ a união de duas letras representando um só fone-

ma. Observe que no caso dos dígrafos não há corres-pondência direta entre o número de letras e o númerode fonemas.

Dígrafos que desempenham a função de consoan-tes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro) e outros.

Dígrafos que desempenham a função de vogais na-sais: am (campo), en (bento), om (tombo) e outros.

Encontros consonantaisQuando existe uma seqüência de duas ou mais con-

soantes em uma mesma palavra, denominamos essaseqüência de encontro consonantal.

O encontro pode acorrer:– na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo.– em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio

Atenção: Nos encontros consonantais somoscapazes de perceber o som de todas as conso-antes.

SílabaÉ a unidade ou grupo de fonemas emitidos num só

impulso da voz.

Classificação das palavras quanto ao número desílabasMonossílabas - aquelas que possuem uma só sílaba:dó, mão, cruz, etc.Dissílabas - aquelas que possuem duas sílabas: sa/pé, fo/lha, te/la, etc.Trissílabas - aquelas que possuem três sílabas: fun/da/ção, mé/di/co, etc.Polissílabas - aquelas que possuem mais de três síla-bas: ve/te/ra/no, na/tu/re/za, pa/la/ci/a/no, etc.

Divisão silábicaA fala é o primeiro e mais importante recurso usado

para a divisão silábica na escrita.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 19

Regra geral:Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.

Regras práticas:Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos:

mau, averigüeiSeparam-se as letras que representam os hiatos.

Exemplos: sa-í-da, vô-o...Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc.

Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to...Separam-se os encontros consonantais pronunci-

ados separadamente. Exemplo: car-taOs elementos mórficos das palavras (prefixos, radi-

cais, sufixos), quando incorporados à palavra, obede-cem às regras gerais. Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-vô, tran-sa-tlân-ti-co...

Consoante não seguida de vogal permanece na sí-laba anterior. Quando isso ocorrer em início de palavra,a consoante se anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad-je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo...

Acento tônico / gráfico1 - Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensi-

dade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui oacento tônico, também chamado acento de intensi-dade ou prosódico:Exemplos: cajá, caderno, lâmpada

2 - Sílaba subtônica - Algumas palavras geralmentederivadas e polissílabas, além do acento tônico,possuem um acento secundário. A sílaba com acentosecundário é chamada de subtônica.Exemplos: terrinha, sozinho

3 - Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nemsubtônicas chamam-se átonas.Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postôni-cas (depois da tônica),Exemplos: barata (átona pretônica, tônica, átonapostônica); máquina (tônica, átona postônica, áto-na postônica).

Atenção: Não confunda acento tônico com acentográfico. O acento tônico está relacionado comintensidade de som e existe em todas as pala-vras com duas ou mais sílabas. O acento gráficoexistirá em apenas algumas palavras e seráusado de acordo com regras de acentuação.

Classificação das palavras quanto ao acento tônicoAs palavras com mais de uma sílaba, conforme a

tonicidade, classificam-se em:

Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração,São Tomé, etc.

Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima -cadeira, linha, régua, etc.

Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúl-tima - ibérica, América, etc.

Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos:Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, comose fossem sílabas tônicas. Exemplos: ré, teu, lá, etc.Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não sãoautônomos, são emitidos fracamente, como se fos-sem sílabas átonas.São palavras sem sentido quandoestão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposi-ções, junções de preposições e artigos, conjunções,pronome relativo que. Exemplos: o, lhe, nem, etc.

Acentuação gráficaAs palavras em Língua Portuguesa são acentuadas

de acordo com regras. Para que você saiba aplicá-las épreciso que tenha claros alguns conceitos como tonici-dade, encontros consonantais e vocálicos...

Para você acentuar uma palavra:

1º Divida-a em sílabas;2º Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítona...);3º De acordo com sua terminação, encaixe-a nos quadros abaixo.

Você deve acentuar as vogais tônicas das:

Atenção: não se acentuam as paroxítonas terminadas em -ens. Exemplo: itens, nuvens...

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20 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

Grupos gu, qu antes de e/iQuando o u é proferido e tônico, receberá acento

agudo: averigúe, apazigúe, argúis, etc.Quando o referido u é proferido e átono, receberá

trema: freqüente, tranqüilo, etc.Quando o u não for pronunciado, formará com q e g

dígrafos, ou seja, duas letras representando um únicofonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de acento.

Acento diferencialO acento diferencial (que pode ser circunflexo ou

agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos ho-mógrafos (palavras que apresentam a mesma escri-ta). Alguns exemplos:• ás (carta de baralho, piloto exímio) - as (artigo femini-no plural)• côa, côas (verbo coar) - coa, coas (contrações com +a, com + as)• pára (verbo) - para (preposição)• péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas (contra-ções de per + a, per + as)• pêlo (substantivo) - pelo (per + o)• pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos (falcão)• pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra antiga,fincada no chão)• pôr (verbo) - por (preposição)• porquê (substantivo) - porque (conjunção)• quê (substantivo, pronome em fim de frase) - que (con-junção)

Atenção: O verbo TER, VIR e seus derivados nãopossuem dois EE na 3ª pessoa do plural no pre-sente do indicativo: ele tem, eles têm; ele vem,eles vêm; ele contém, eles contêm...

Sinais GráficosSinais gráficos ou diacríticos são certos sinais que

se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valorfonético especial e permitir a correta pronúncia daspalavras.

1. TilIndica nasalidade.Exemplos: maçã, Irã, órgão...

2. TremaIndica que o u dos grupos gue, gui, que, qui é profe-rido e átono.Exemplos: lingüiça, tranqüilo...

3. ApóstrofoIndica a supressão de uma vogal. Pode existir empalavras compostas, expressões e poesias.Exemplos: caixa-d’água, pau-d’água etc.

4. HífenEmprega-se o hífen nos seguintes casos:– em palavras compostas. Exemplos: beija-flor,amor-perfeito...– para ligar pronomes átonos às formas verbais.Exemplos: dar-lhe, amar-te-ia...– para separar palavras em fim de linha.– para ligar algumas palavras precedidas de prefi-xos. Exemplos: auto-educação, pré-escolar...

Acentuam-se:

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 21

Observação: o uso do hífen é regulamentado pelo Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portugue-sa. Por se tratar de um item extremamente complexo, com regras confusas e extensas, os autores sãocontraditórios quando tratam do assunto. Procuramos sintetizar em um quadro o uso do hífen com osprefixos mais comuns.

5. Acento agudoIndica vogal tônica aberta: pó, ré;

6. Acento circunflexoIndica vogal tônica fechada: astrônomo, três;

7. Acento graveSinal indicador de crase: à, àquele;

8. CedilhaIndica que o c tem som de ss: pança, muçulmano,moço...

Atenção: O cedilha só é acompanhado pelasvogais a, o, u.

OrtografiaPalavra constituída das partes:orto (correta) +grafia (escrita).A ortografia é a parte da gramática que trata da corretaescrita das palavras.

Nosso alfabeto é composto de 23 letras:a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z

Observação: Você deve estar se perguntandopelas letras W, Y e K.Elas não pertencem maisao nosso alfabeto.São usadas apenas em ca-sos especiais:Nomes próprios estrangeiros(Wellington,Willian...),Abreviaturas e símbolos de uso internacional(K- potássio,Y-ítrio...),Palavras estrangeiras (show, play...)

Emprego de letras

Letra HPor que usar a letra H se ela não representa nenhumsom? Realmente ela não possui valor fonético, mascontinua sendo usada em nossa língua por força daetimologia e da tradição escrita.

Etimologia: estudo da origem e da evolução das pala-vras; disciplina que trata da descrição de uma palavraem diferentes estados de língua anteriores por quepassou, até remontar ao étimo; origem de um termo,quer na forma mais antiga conhecida, quer em algumaetapa de sua evolução; étimo.Ex: fidalgo é a locução filho de algo (Dicionário Houaiss)

Emprega-se o H:– Inicial, quando etimológico: horizonte, hulha, etc.– Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: cha-mada, molha, sonho, etc.– Em algumas interjeições: oh!, hum!, etc.– Em palavras compostas unidos por hífen, se algumelemento começa com H: hispano-americano, super-homem, etc.– Palavras compostas ligadas sem hífen não são es-critas com H. Exemplo: reaver– No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), portradição. As palavras derivadas dessa são escritas semH. Exemplo: baiano...

Atenção: Algumas palavras anteriormente es-critas com H “perderam” essa letra ao longodo tempo. Exemplos: herba-erva, hibernum-in-verno, etc.

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Língua Portuguesa

Letras E / I

Letras G / J

Letras S / Z

Atenção: O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com “s”, mas, como é deriva-do do grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país).MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada.

Letras X / CH

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Língua Portuguesa

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Uso dos porquês

Porque• Em frases afirmativas ou negativas, quando podeser substituído por pois. Ex: Venha porque precisamosde você.• Para introduzir justificativas ou causas em frasesdeclarativas, no início ou no meio de respostas. Ex: Elanão veio porque não quis.

Porquê• Em qualquer tipo de frase, desde que antecedidode artigo ou pronome. Ex: Não me interessa o porquêde sua ausência.

Por que• Quando equivale a pelo qual (e suas flexões). Ex:Essa é a rua por que passamos.• Quando equivale a “por que razão”. Ex: Eis por quenão te amo mais.• No início de perguntas. Ex: Por que ela não veio?

Por quê• No final de frases interrogativas. Ex: Ela não veio porquê?• Quando a expressão estiver isolada. Ex: Nunca maisvolto aqui. Por quê?

Uso do Onde e do Aonde

Onde é o lugar em que se está. Usados com verbosque não indicam movimento.Observe: Onde você estava no sábado? Onde eu pode-ria estar, estava na casa de vovó.

Aonde é o lugar a que se vai. Usado com verbos queindicam movimento.Observe: Aonde você vai esta noite? Eu vou ao restau-rante mexicano, jantar com meu marido.

Letras SS / Ç

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Língua Portuguesa

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS

Estudo da constituição das palavras e dos proces-sos pelos quais elas são construídas a partir de suaspartes componentes, os morfemas; parte da gramáticaque estuda as classes de palavras, seus paradigmasde flexões com suas exceções.

Estrutura das palavras

As palavras são constituídas de morfemas. São eles:

RadicalÉ o elemento comum de palavras cognatas tambémchamadas de palavras da mesma família. É responsá-vel pelo significado básico da palavra.Exemplo: terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, ter-restre...

Atenção:Às vezes, ele sofre pequenas alterações.Ex.: dormir, durmo; querer, quisAs palavras que possuem mais de um radicalsão chamadas de compostas.Ex.: passatempo

Vogal TemáticaVogal Temática (VT) se junta ao radical para receberoutros elementos. Fica entre dois morfemas. Existevogal temática em verbos e nomes.Exemplo: beber, rosa, sala

Nos verbos, a VT indica a conjugação a que pertencem(1ª, 2ª ou 3ª ). Exemplo: partir- verbo de 3ª conjugação

Há formas verbais e nomes sem VT.Exemplo: rapaz, mato(verbo)

TemaTema = radical + vogal temáticaExemplo: cantar = cant + a, mala = mal + a, rosa = ros + a

AfixosSão partículas que se anexam ao radical para for-

mar outras palavras. Existem dois tipos de afixos:– Prefixos: colocados antes do radical.Exemplo: desleal, ilegal.– Sufixos: colocados depois do radical.Exemplo: folhagem, legalmente.

DesinênciasSão morfemas colocados no final das palavras paraindicar flexões verbais ou nominais.

Podem ser:Nominais: indicam gênero e número de nomes (subs-tantivos, adjetivos, pronomes, numerais).Exemplo: casa - casas, gato - gata

Verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dosverbos. Existem dois tipos de desinências verbais: de-sinências modo-temporal (DMT) e desinências núme-ro-pessoal (DNP).Exemplo: Nós corremos, se eles corressem (DNP); senós corrêssemos, tu correras (DMT)

Atenção: A divisão verbal em morfemas será melhorexplicada em: classes de palavras/ verbos. Algumasformas verbais não têm desinências como: trouxe,bebe...

Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos ver-bos (infinitivo, gerúndio e particípio).Exemplo: beber, correndo, partido

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Língua Portuguesa

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Exemplo: fidalgo (filho + de + algo), aguardente (água +ardente)

NEOLOGISMOBeijo pouco, falo menos ainda.Mas invento palavrasQue traduzem a ternura mais fundaE mais cotidiana.Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.Intransitivo:Teadoro, Teodora.

(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira.Rio de Janeiro: José Olympio, 1970)

HIBRIDISMOConsiste na formação de palavras pela junção de radi-cais de línguas diferentes.Exemplo: auto/móvel (grego + latim); bio/dança (grego+ português)

ONOMATOPÉIAConsiste na formação de palavras pela imitação desons e ruídos.Exemplo: triiim, chuá, bué, pingue-pongue, miau, tique-taque, zunzum

SIGLAConsiste na redução de nomes ou expressões empre-gando a primeira letra ou sílaba de cada palavra.Exemplo: UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais,IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ABREVIAÇÃOConsiste na redução de parte de palavras com objetivode simplificação.Exemplo: moto (motocicleta), gel (gelatina), cine (cinema).

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRASAs palavras costumam ser agrupadas em classes, deacordo com suas funções e formas.

Processos de formação de palavras

Maneira como os morfemas se organizam para formaras palavras.

DERIVAÇÃO• Prefixal: A derivação prefixal é um processo de for-

mar palavras no qual um prefixo ou mais são acres-centados à palavra primitiva.Exemplo: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impa-ciente.

• Sufixal: A derivação sufixal é um processo de formarpalavras no qual um sufixo ou mais são acrescen-tados à palavra primitiva.Exemplo: realmente, folhagem.

• Prefixal e Sufixal: A derivação prefixal e sufixal exis-te quando um prefixo e um sufixo são acrescenta-dos à palavra primitiva de forma independente, ouseja, sem a presença de um dos afixos a palavracontinua tendo significado.Exemplo: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo).Você pode observar que os dois afixos são indepen-dentes: existem as palavras desleal e lealmente.

• Parassintética: A derivação parassintética ocorrequando um prefixo e um sufixo são acrescentadosà palavra primitiva de forma dependente, ou seja,os dois afixos não podem se separar, devem serusados ao mesmo tempo, pois sem um deles apalavra não se reveste de nenhum significado.Exemplo: anoitecer ( a- prefixo e -ecer sufixo), nestecaso, não existem as palavras anoite e noitecer, poisos afixos não podem se separar.

• Regressiva: A derivação regressiva existe quandomorfemas da palavra primitiva desaparecem.Exemplo: mengo (flamengo), dança (dançar), portu-ga (português).

• Imprópria: A derivação imprópria, mudança de clas-se ou conversão ocorre quando palavra comumen-te usada como pertencente a uma classe é usadacomo fazendo parte de outra.Exemplo: coelho (substantivo comum) usado comosubstantivo próprio em Daniel Coelho da Silva; ver-de geralmente como adjetivo (Comprei uma cami-sa verde.) usado como substantivo (O verde do par-que comoveu a todos.)

COMPOSIÇÃOProcesso de formação de palavras através do qual

novas palavras são formadas pela junção de duas oumais palavras já existentes.

Existem duas formas de composição:• Justaposição• Aglutinação

A justaposição ocorre quando duas ou mais pala-vras se unem sem que ocorra alteração de suas for-mas ou acentuação primitivas.Exemplo: guarda-chuva, segunda-feira, passatempo.

A aglutinação ocorre quando duas ou mais pala-vras se unem para formar uma nova palavra ocorrendoalteração na forma ou na acentuação.

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SubstantivoÉ a palavra que dá nome aos seres, coisas e senti-mentos. Classificam-se em:

Os substantivos flexionam-se para indicar gênero,número e grau.

I – Gênero:É a categoria gramatical que, no português, distribui osnomes masculinos e femininos, não existindo corres-pondência nenhuma entre gênero masculino e sexomasculino, ou gênero feminino e sexo feminino.a) BIFORMES – MASCULINOS, FEMININOS – regula-res (menino e menina, gato e gata) e irregulares (bodee cabra, pai e mãe).b) UNIFORMES – EPICENOS (não aceitam a flexão dodeterminante, referem-se somente a animais, vegetais,aves e insetos – macho e fêmea), SOBRECOMUNS (nãoaceitam nem a flexão do elemento determinante – atestemunha, o cônjuge), COMUM DE DOIS GÊNEROS(caracterizam-se pela flexão do elemento determinante– o/a jovem, o/a poeta).

II – Númeroa) SINGULAR – indica um só ser. Ex.: meninob) PLURAL – indica mais de um ser ou mais de umconjunto de seres. Ex.: meninos

III – Graua) AUMENTATIVO:

SINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: poetastroANALÍTICO: poeta grande

b) DIMINUTIVO:ANALÍTICO: corpo minúsculoSINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: corpúsculo

AdjetivoVILA VELHA

“Do lado oposto às verdes colinas que se perdemno horizonte, gigantescas rochas formam paredões edesenham uma paisagem árida e silenciosa, num ce-nário de terra vermelha e vegetação rasteira. Os índi-os chegaram, olharam, batizaram de Itacueretaba – “ci-dade extinta de pedras” – e trataram de se mandarpara paragens mais animadas. Até hoje, os únicos ha-bitantes destes vastos campos são lobos-guarás, ja-guatiricas, perdizes e tamanduás-bandeiras.

A principal atração do Parque Estadual de Vila Velhasão 22 enormes blocos areníticos esculpidos pelachuva, pelo vento e movimentos de terra, ao longo de350 milhões de anos.

Neles, o tempo imitou a arte nas figuras de um ca-melo, um leão, uma bota, um rinoceronte, a proa de umnavio, a cabeça de um índio, uma taça, cogumelos.”

(Guia Turístico da Folha de S. Paulo)

O texto acima é descritivo. O autor tem como objetivofundamental caracterizar Vila Velha, um dos pontos tu-rísticos do Brasil. Para isso, citou alguns seres que com-põem a paisagem, identificou características de algunsdeles e atribuiu características a outros. As característi-cas foram expressas pelos então chamados adjetivos.

Adjetivo é uma palavra variável que modifica substanti-vos, atribuindo uma característica aos seres nomea-dos por eles: Paisagem silenciosa.

LOCUÇÃO ADJETIVAÉ o grupo formado de preposição mais substantivo,com valor e emprego de adjetivo: A água da chuva.

Os adjetivos se classificam quanto:

I – À FORMA• PRIMITIVO → não provém de outra palavra da lín-

gua: bonito, feio, alto, loiro etc.• DERIVADO → provém de outra palavra da língua:

bondoso, amoroso, maldoso etc.• SIMPLES → possui apenas um radical: povo japo-

nês, preocupações políticas, árvore nova etc.• COMPOSTO → possui mais de um radical: estudos

luso-ítalo-brasileiros, temas políticos-sociais, in-divíduo rubro-negro.

II – AO GÊNERO• Uniformes →→→→→ apresentam forma única para ambos

os gêneros: homem interessante, vinho quente.• Biformes →→→→→ apresentam duas formas, uma para o

masculino, outra para o feminino: ator famoso/atrizfamosa.

III – AO NÚMEROOs adjetivos simples fazem o plural seguindo as mes-mas regras dos substantivos simples: livros utéis, car-tões iguais.

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Os adjetivos compostos fazem o plural com flexãodo último elemento: castanho-escuros.

Se o último elemento for um substantivo, não have-rá flexão, ou seja, ficará invariável: tapetes verde-es-meralda.

IV – AO GRAUComparativo →→→→→ pelo qual se indica se o ser é superior,inferior ou igual na qualificação.• Superior: Pedro é mais inteligente que Paulo.• Inferior: Paulo é menos inteligente que Pedro.• Igualdade: Pedro é tão inteligente quanto Paulo.

Superlativo →→→→→ pelo qual uma qualidade é levada aomais alto grau de intensidade.• Analítico: Pedro é muito inteligente.• Sintético: Pedro é inteligentíssimo.

Exercício

01. Retire, do texto abaixo, os substantivos e os adjetivos:

“A infância é generosa e tem sentimentos de digni-dade que os interesses da vida adulta muitas vezesobscurecem. A infância aprende por símbolos. Colom-bo não era só um grande navegador, mas um símbolo.Não aprendemos com ele a arte de navegar: mas a decumprir um desatino grandioso e amargo. E isso aindaé maior que descobrir a América.” (Cecília Meireles)

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Gabarito:Substantivos: infância, sentimentos, dignidade, interes-ses, vida, vezes, símbolos, Colombo, navegador, arte,desatino e América.Adjetivos ou locuções adjetivas: generosa, de dignida-de, adulta, grande, de navegar, grandioso, amargo emaior.

ArtigoÉ a palavra variável que antecede o substantivo, indi-cando seu gênero e número, além de defini-lo ou não.• DEFINIDO: que se trata de um ser já conhecido do

leitor ou do ouvinte, seja por ter sido mencionadoantes, seja por ser objeto de um conhecimento deexperiência. São eles: O, A, OS, AS.O rapaz saiu de casa cedo.A mulher queria muito ter filhos.

• INDEFINIDO: que se trata de um simples represen-tante de uma dada espécie ao qual não se fez men-ção anteriormente. São eles: UM, UMA, UNS, UMAS.Um cachorro atravessou na frente do carro.Uma mulher libertou-se do algoz.

Importante:• Embora o artigo sempre anteceda a um subs-

tantivo, não é necessário que ele esteja ime-diatamente antes deste. Às vezes, apareceoutra palavra, pertencente a outra classe gra-matical, entre ambos: O novo carro.

• Os artigos podem combinar-se com prepo-sições: de + o = do, em + o = no, etc.

NumeralÉ a palavra que exprime quantidade, ordem, fração emultiplicação.

CLASSIFICAÇÃO• CARDINAIS: quantidade – um, dois, três...• ORDINAIS: ordem – primeiro, segundo...• FRACIONÁRIOS: fração – meio, terço...• MULTIPLICATIVOS: multiplicação – duplo, triplo...

Lembre-se: a grafia correta do numeral 50 é cin-qüenta.

Pronome “Nicolau Fagundes Varela entregou-se a todos os te-mas e aos versos de todas as medidas. Não é fácil,portanto, classificá-lo- nesta ou naquela modalidadepoética. Qualquer rótulo para marcá-lo seria sempreincompleto. Sertanista, bucólico, lírico, paisagista, mís-tico, épico, descritivo, patriótico, de tudo ele foi, um pou-co de cada vez.(CAVALHEIRA, E. Fagundes Varela. Ed. Rio de Janeiro, Agir,

1975. P. 6 [Nossos Clássicos]).

Observe as palavras em destaque no texto: todos,todas, lo, esta, aquela, qualquer, ele, cada. As palavraslo e ele substituem o substantivo Fagundes Varela; asdemais acompanham o nome. Todas essas palavrassão pronomes.

Os nomes são palavras com conteúdo significativo,que simbolizam seres que temos em mente. Os prono-mes têm pouco conteúdo significativo, exercendo notexto as seguintes funções:• Representar as pessoas do discurso:No texto acima, o jornalista se refere a Fagundes Vare-la, emprega o pronome ele, que alude à 3a pessoa dodiscurso, aquela de quem se fala.• Remeter a termos já enunciados no texto:“Qualquer rótulo para marcá-lo”, este pronome lo estásubstituindo o nome de Fagundes Varela para não tor-nar o texto repetitivo.

Pronome é a palavra que substitui o substantivo (pro-nome substantivo) ou acompanha o substantivo (pro-nome adjetivo). Quando acompanha o substantivo, de-termina-o no espaço ou no contexto.

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Língua Portuguesa

OBSERVAÇÕES• o pronome você, embora seja pronome de trata-

mento, tem substituído o pronome tu no portuguêsdo Brasil.

• na norma culta, os pronomes pessoais retos funci-onam como sujeito.

• os pronomes oblíquos podem ser:a) átonos – empregados sem preposição – objeto di-

reto ou objeto indireto, sendo que, o, a, os, as serãosempre objetos diretos e, lhe, lhes sempre serãoobjetos indiretos;

b) tônicos – sempre precedidos de preposição;• os pronomes oblíquos o, a, os, as podem assumir

as seguintes formas:a) lo, la, los, las → depois de verbos terminados em r, s,

z; quando vierem posposto ao designativo eis ou aospronomes nos e vos: Vou recebê-lo como amigo.

b) no, na, nos, nas → depois de verbos terminadosem ditongo nasal (am, em, ão, õe): O lápis caiu.Peguem-no.

Pronomes Pessoais de TratamentoSão palavras ou expressões utilizadas para as pesso-as com quem se fala. São, portanto, pronomes de 2a

pessoa, embora sejam empregados com verbo na 3a

pessoa.Esses pronomes, que aparecem apenas na linguagemformal, expressam uma atitude cerimoniosa do emissorem relação ao interlocutor ou à pessoa de quem se fala.Ex.: Sua Santidade volta ao Brasil 17 anos mais velhodesde que esteve aqui pela primeira vez...(O Estado deS Paulo)

Lembre-se que referindo-se à 2ª pessoa sãoacompanhados pela forma VOSSA, referindo-seà 3ª pessoa são acompanhados pela forma SUA

São eles: você, Vossa Alteza, Vossa Eminên-cia, Vossa Excelência, Vossa Magnificência,Vossa Majestade, Vossa Meritíssima, VossaReverendíssima, Vossa Senhoria e Vossa San-tidade.

2. PRONOMES POSSESSIVOSEstreitamente relacionados com os pronomes pesso-ais estão os pronomes possessivos e os demonstrati-vos. Os pronomes pessoais, como já vimos, denotamas pessoas gramaticais; os outros indicam algo deter-minados por elas.

Os pronomes classificam-se em:

1. PESSOAIS

Os pronomes possessivos indicam aquilo que perten-ce ou cabe a cada uma das pessoas gramaticais.

Emprego ambíguo do possessivo de 3a pessoaAs formas seu, sua, seus, suas aplicam-se indiferen-temente ao possuidor da 3a pessoa do singular ou da3a pessoa do plural, seja este possuidor masculino oufeminino. O fato de concordar o possessivo unicamen-te provoca dúvida a respeito do possuidor.

Para evitar qualquer ambigüidade, o português nos ofe-rece o recurso de precisar a pessoa do possuidor coma substituição de seu (s), sua (s), pelas formas dele(s), dela (s), de você, do senhor, da senhora e outrasexpressões de tratamento.

Substantivação dos possessivosNo singular, o que pertence a uma pessoa: A moça nãotinha um minuto de seu.

No plural, os parentes de alguém, seus companhei-ros, compatriotas ou correligionários: Saudades a to-dos os teus.

Emprego do possessivo pelo pronome oblíquo tônicoEm certas locuções prepositivas, o pronome oblíquotônico, que deve seguir a preposição e com ela formarum complemento nominal do substantivo anterior, énormalmente substituído pelo pronome possessivocorrespondente. Assim:

Em frente de ti = em tua frenteAo lado de mim = ao meu ladoEm favor de nós = em nosso favorPor causa de você = por sua causa

3. PRONOMES DEMONSTRATIVOSSão palavras que situam a pessoa ou a coisa designa-da relativamente às pessoas gramaticais. Podem si-tuá-los no espaço ou no tempo.Ex.: Lia coisas incríveis para aquele lugar e aquele tempo.

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Mas os demonstrativos empregam-se também paralembrar ao ouvinte ou ao leitor o que já foi mencionadoou o que vai mencionar.Ex.: A ternura não embarga a discrição nem esta dimi-nui aquela.

As formas variáveis podem funcionar como pronomesadjetivos e como pronomes substantivos: Este (PA) li-vro é meu. Meu livro é este (PS).

Valores Gerais:• este, esta, isto indicam o que está perto da pessoa

que fala e o tempo presente em relação à pessoaque fala;

• esse, essa, isso designam o que está perto da pes-soa a quem se fala e o tempo passado ou futurocom relação à época em que se coloca a pessoaque fala;

• aquele, aquela, aquilo denotam o que está afasta-do tanto da pessoa que fala como da pessoa a quemse fala, e ainda um afastamento no tempo de modovago, ou uma época remota. Veja:

4. PRONOMES RELATIVOSÉ aquele que se refere a termos já expressos e, aomesmo tempo, introduz uma oração dependente.Ex.: Esta carta que recebi.

5. PRONOMES INTERROGATIVOSAs palavras que, quem, qual e quanto empregadas

na formulação de perguntas são chamadas de prono-mes interrogativos.Ex.: Quem seria ele?

O que distingue os interrogativos dos demais prono-mes é sua função básica: a de inquirir algum interlocu-tor. O interrogativo aponta para a pessoa ou coisa a quese refere mediante uma pergunta, direta ou indireta.

Sua significação, assim como nos indefinidos é in-determinada. Por isso, após seu uso o interlocutor es-pera uma resposta que esclareça o que se perguntou.

6. PRONOMES INDEFINIDOSÉ aquele que se refere à 3a pessoa gramatical, tornan-do-a vaga, indefinida, imprecisa.

LOCUÇÕES PRONOMINAISSão grupo de palavras cujo sentido equivale ao dospronomes indefinidos: cada um, cada qual, quem querque, todo aquele, seja quem for, seja qual for, um ououtro, tal qual, tal e qual, etc.

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Língua Portuguesa

falado (forma composta)• Futuro do pretérito → expressa um fato posterior

com relação a outro fato já passado; freqüentemen-te, o outro fato já passado é dependente do primeiroe inclui uma condição: eu falaria (forma simples) euteria/haveria falado (forma composta)

Do Subjuntivo:• Presente → traduz um fato subordinado a outro e

que se desenvolve no momento atual; expressa dú-vida, possibilidade, suposição; pode ainda formarorações optativas: que eu fale

• Pretérito perfeito → refere-se ao fato passado su-postamente concluído: que eu tenha/ haja falado (for-ma composta)

• Pretérito mais-que-perfeito → indica uma açãoanterior a outra, dentro do sentido eventual típico dosubjuntivo: se eu tivesse/houvesse falado (formacomposta)

• Pretérito imperfeito → refere-se a um fato passa-do, mas posterior e dependente de outro fato pas-sado: se eu falasse (forma simples)

• Futuro → expressa fato vindouro – condicional, tem-poral ou conformativo – dependente de outro fatotambém futuro: quando eu falar (forma simples)quando eu tiver/houver falado (forma composta)

Do Imperativo:Só aparece no discurso direto.

Tempos primitivos e derivadosTempos priitivos são os que dão origem a outros tem-pos, chamados derivados. Existem dois tempos e umaforma nominal que dão origem a todos os tempos eformas nominais, inclusive a um modo, o imperativo.Tomemos por exemplo o verbo caber.

Verbo

“A Antigüidade greco-romana conheceu o amor quasesempre como uma paixão dolorosa e, apesar disso,digna de ser vivida e em si mesma desejável. Estaverdade, legada pelos poetas de Alexandria e Roma,não perdeu nem um pouco de sua vigência: o amor édesejo de completude e assim responde a uma ne-cessidade profunda dos homens.”

(PAZ, O. A dupla chama: amor e erotismo.São Paulo, Siciliano, 1994. p. 69.)

As palavras em destaque em destaque no texto expri-mem fatos, situando-os no tempo.• Verbo é a palavra que exprime ação, estado, mu-

dança de estado, fenômeno natural e outros pro-cessos, flexionando-se em pessoa, número, modo,tempo e voz.

• Flexão é o acidente gramatical que muda a formado verbo para que este expresse mudança de voz,modo, tempo, número e pessoa.

TEMPOS VERBAISO tempo verbal indica o momento em que se dá o fatoexpresso pelo verbo.Os três tempos básicos são o presente, o passado e ofuturo.

Do Indicativo:• Presente → enuncia um fato como atual: eu falo• Pretérito imperfeito → apresenta o fato como ante-

rior ao momento atual, mas ainda não concluído nomomento passado a que nos referimos: eu falava

• Pretérito perfeito → refere-se a um fato já concluí-do em época passada: eu falei (forma simples) eutenho/hei falado (forma composta)

• Pretérito mais-que-perfeito → expressa um fatoanterior a outro fato que também é passado: eu fa-lara (forma simples) eu tinha/havia falado (formacomposta)

• Futuro do presente → enuncia um fato que deverealizar-se num tem vindouro em relação ao pre-sente: eu falarei (forma simples) eu terei/haverei

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 31

Vozes verbaisAs vozes verbais indicam o relacionamento do su-

jeito com o processo verbal. São elas:• ATIVA →→→→→ quando o sujeito é agente da ação: Ber-

nardo feriu o colega.• PASSIVA →→→→→ quando o sujeito é o paciente da ação

verbal: O colega foi ferido por Bernardo.• REFLEXIVA →→→→→ quando o sujeito é agente e paciente

da ação verbal: Bernardo feriu-se.

Formação da voz passivaVimos que na voz passiva o verbo indica a ação recebidapelo sujeito, sendo este denominado, então, paciente.

A voz passiva pode ser analítica (formada com os ver-bos SER, ESTAR e FICAR, seguidos de particípio) ousintética, também chamada pronominal (formada comum verbo transitivo direto acompanhado do pronomeSE, que se diz pronome apassivador).Ex.: Um livro foi comprado por Pedro. (analítica)Comprou-se um livro. (sintética)

Tanto na transformação da ativa para a passiva, comovice-versa, os termos indicado abaixo se correspondem.

Suj. passiva = OD ativaSuj. ativa = Ag. pass.

Quando o verbo ativo vem precedido de um verbo auxi-liar, este não sofre transformação na passagem para avoz passiva (exceto a exigida pela concordância):a) coloca-se o último verbo (o principal) no particípio;b) conjuga-se o verbo ser na forma em que estava overbo principal;c) repete-se o auxiliar, procedendo a concordância.

V. A.: Os técnicos estão procurando uma solução.

V. P.: Uma solução está sendo procurada pelos técnicos.

Formas nominais do verbo• Infinitivo Impessoal →→→→→ terminado em r para qual-

quer pessoa, é o nome do verbo: falar, vender, partir• Infinitivo Pessoal →→→→→ além da desinência r, vem

marcado com desinência de pessoa e número:Falar - ∅Falar - esFalar - ∅Falar - mosFalar – desFalar – emAs desinências de pessoa e número são um recur-

so para indicar, sem ambigüidade, ou para enfatizar, osujeito do processo expresso pelo infinitivo.• Gerúndio →→→→→ funciona como adjetivo ou como advér-

bio: Vi a menina chorando.• Particípio →→→→→ é empregado na formação dos tem-

pos compostos. Fora disso, é um verdadeiro adjeti-vo (chamado adjetivo adverbial), devendo ser flexio-nado, como adjetivo, em gênero, número e grau:Tínhamos estudado a lição.

Lembre-se:a) Verbo auxiliar + particípio do verbo principal = forma

compostaVerbo auxiliar + gerúndio ou infinitivo = locução ver-bal os particípios regulares são empregados comos verbos auxiliares TER e HAVER: O rapaz tinhaentregado a pizza.

b) os particípios irregulares são empregados com osverbos auxiliares SER e ESTAR: A pizza foi entreguepelo rapaz.

c) GANHAR, GASTAR e PAGAR são abundantes: ga-nhado e ganho.

d) Obs: as formas irregulares podem ser usadas comos verbos SER, ESTAR, TER e HAVER.CHEGAR apresenta apenas a forma regular: CHE-GADO (chego NÃO existe).

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32 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

Preposição

“Invejo o ourives quando escrevo:Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto-relevoFaz de uma flor.”

(Olavo Bilac)

Preposição é a palavra invariável que relaciona doistermos. Nessa relação, um termo completa ou explicao sentido do outro.

São essenciais as preposições propriamente ditas:A, ANTE, ATÉ, APÓS COM, CONTRA, DE, DESDE,

EM ENTRE, PARA, PER, PERANTE, POR, SEM, SOB,SOBRE E TRÁS.

São acidentais as preposições que provierem deoutras classes:

CONFORME, SALVO, TIRANTE, CONSOANTE, MEDI-ANTE, EXCETO.

Obs.: QUE é preposição quando der para substituir porDE. Ex.: tenho que passar./ tenho de passar.

LOCUÇÕES PREPOSITIVASSão expressões que equivalem a verdadeiras preposi-ções: abaixo de, acerca de, através de, em cima de, forade, juntamente com, etc.

Conjunção

“Sagitário – A lua volta você para as coisas práticas,mas evite desatenções para que tudo se resolva.Dica: restrinja seus gastos e perceba que despesasdesnecessárias só servem para aquecer o consumo.”

Classificação do advérbio

Classificação dos verbos

• REGULAR: é aquele cujo o radical não se altera ecujas terminações seguem o modelo da conjuga-ção a que pertence. Cantar, vender, partir.

• IRREGULAR: é aquele cujo radical se altera ou cujasterminações não seguem o modelo da conjugaçãoa que pertence. Estar, ouvir.

• ANÔMALO: é aquele que cuja conjugação inclui maisde um radical. Apresenta transformações profundasno radical: ser e ir.

• DEFECTIVO: é aquele que não é conjugado em to-das as formas; tem, pois, conjugação incompleta:abolir, falir.

• AUXILIAR: é aquele que, desprovido total ou parcial-mente de sentido próprio, junta-se a outro verbo,formando uma unidade de significado e constituin-do a chamada locução verbal: ser, estar, ter, haver.

Advérbio

“Os homens do cortiço quase sempre trabalhamfora (serventes, carregadores, funcionários públicos hu-mildes), salvo os adolescentes malandros e os doen-tes. E, durante o dia, o cortiço é das crianças, inúmeras,que povoam o pátrio comum, e das mulheres, sempreàs voltas com as tinas de roupas.”

(A capital federal no início do século. Nosso século... São Paulo, Abril Cultural, 1980. V. 1.)

Observe as palavras em destaque no texto, todaselas são advérbios.

Estes são palavras que modificam um verbo, umadjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira.

Advérbio modifica um verbo, quando ao verbo éacrescentado uma circunstância: Pedro constrói ummuro ali.

Advérbio modifica um adjetivo, quando o advérbioestá intensificando o significado do adjetivo: Estradasmuito ruins.

Advérbio modifica outro advérbio, quando o advér-bio está intensificando outro advérbio: As meninas vãomuito bem.

Advérbio modifica uma oração inteira, quando esteindica uma circunstância para todos os elementos daoração: Lamentavelmente eu não te amo mais.

Locução adverbialÉ um conjunto de palavras podendo exercer a fun-

ção de advérbio.Ex.: Nesse final de tarde todos saímos para passear.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 33

Conjunção é a palavra invariável que estabelece relação entre duas orações ou entre dois termos que exercem amesma função sintática.

Classificação

• Coordenativas – são classificadas de acordo com as relações que estabelecem entre termos ou orações.• Subordinativas – ligam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra.

Interjeição

É a palavra que expressa estados emotivos. Como temsentido completo, trata-se de uma palavra-frase. Cum-prem, basicamente, duas funções:• sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,

tristeza, dor, animação, etc.Ex.: Oh! Onde estou?

• sintetizar uma frase apelativa.Ex.: Cuidado, Senhor Augusto!

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34 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

CRASE

É fusão da preposição a com o artigo a ou com o ainicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela,aquilo...etc.Na escrita é indicada por meio do acento grave (`). Paraque ela ocorra, é necessário que haja:a) um termo regente que exija a preposição a;b) um termo regido que seja modificado pelo artigo aou por um dos pronomes demonstrativos de 3ª pessoamencionados acima.

REGRA GERALA crase ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a

preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as.

Vou a a praia.= Vou à praia.

Dicas: Para se certificar, substitua o termo femi-nino por um masculino, se a contração ao fornecessária, a crase será necessária.Exemplo: Vou à praia./ Vou ao clube.

EMPREGO OBRIGATÓRIO DA CRASESempre ocorrerá crase:1) Nos casos em que a regra geral puder ser aplicada.

Exemplo: Dirigiu-se à professora.

2) Nas locuções conjuntivas, adverbiais e prepositi-vas (formadas por a + palavra feminina).Exemplo: À medida que passa tempo a violênciaaumenta.O povo brasileiro vive à mercê de políticos muitasdas vezes corruptos.Gosto muito de sair à noite.

3) Na indicação do número de horas, quando ao tro-car o número de horas pela palavra meio-dia, obti-vermos a expressão ao meio-dia.Exemplo: Retornou às oito horas em ponto./ (Retor-nou ao meio-dia em ponto.)

4) Nas expressões à moda de, à maneira de mesmoquando essas estiverem implícitas.Exemplo: Farei para o jantar uma bacalhoada (àmoda de Portugal) à portuguesa.

Emprego facultativo da crase1) Diante de pronomes possessivos femininos.Vou a sua casa./ Vou à sua casa.2) Diante de nomes próprios femininos.Não me referia a Eliana./ Não me referia à Eliana.3) Depois da preposição até.Foi até a porta./ Foi até à porta.

Casos em que nunca ocorre a crase1) Diante de palavras masculinas.Exemplo: Saiu a cavalo e sofreu uma queda.2) Diante de verbos.Exemplo: Ele está apto a concorrer ao cargo.3) Diante de nome de cidade (topônimo) que re-pudie o artigo.Exemplo: Turistas vão freqüentemente a Tiradentes.

Dicas:a) Descubra se o nome da cidade aceita artigo:use o verbo VOLTAR . Se houver contração de

preposição e artigo, existirá crase.Exemplo: Voltei da Espanha./ Fui à Espanha.Voltei de Tiradentes./ Fui a Tiradentes.

b) Se o nome da cidade estiver determinado, acrase será obrigatória.Exemplo: Fui à histórica Tiradentes.

c) Em expressões formadas por palavras re-petidas (uma a uma, frente a frente, etc.)Exemplo: Olhamo-nos cara a cara.

5) Quando o a estiver no singular diante de uma pala-vra no plural.Exemplo: Como posso resistir a pessoas tão en-cantadoras?

6) Diante do artigo indefinido uma.Exemplo: Isto me levou a uma decisão drástica.

7) Diante de Nossa Senhora e de nomes de santos.Exemplo: Entregarei a Nossa Senhora da Concei-ção minha oferenda.

8) Diante da palavra terra, quando esta significar ter-ra firme, tomada em oposição a mar ou ar.Exemplo: Os pilotos já voltaram a terra.

9) Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia)quando esta não estiver determinada por adjuntoadnominal.Exemplo: Não voltarei a casa esta semana.

Dica: Caso a palavra casa venha determinadapor adjunto adnominal, ocorrerá a crase.Exemplo: Não voltarei à casa de meus pais estasemana.

10)Diante de pronomes que não admitem artigo: rela-tivos, indefinidos, pessoais, tratamento e demons-trativos.Exemplo: Dei a ela oportunidade de se redimir./ So-licito a V.Sª. a confirmação do pedido./ Convidei avárias pessoas para a reunião.

11) Diante de numerais cardinais quando estes se refe-rem a substantivos não determinados pelo artigo.Exemplo: Daqui a duas semanas retornarei ao tra-balho.

CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM OS PRONOMES DE-MONSTRATIVOS

Preposição a + pronomes = à, àquilo, àquele(s),àquela (s)Exemplo: Assistimos àquela peça teatral.

Dicas: A crase da preposição a com o pronomedemonstrativo a ocorrerá sempre antes do prono-me relativo que (à que) ou da preposição de (à de).Exemplo: Esta não é a pessoa à que me referia.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 35

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Parte da gramática que estuda as palavras enquan-to elementos de uma frase, as suas relações de con-cordância, de subordinação e de ordem; componentedo sistema lingüístico que determina as relações for-mais que interligam os constituintes da sentença, atri-buindo-lhe uma estrutura.

Em uma análise sintática podemos ter:

1- FraseÉ a reunião de palavras que expressam uma idéia

completa, constitui o elemento fundamental da lingua-gem, não precisa necessariamente conter verbos.Exemplo:”Hum! Que delícia esse bolo”.

2- OraçãoÉ idéia que se organiza em torno de um verbo.

Exemplo: “Todos estavam a sua espera para o jantar.”

Dica: O verbo pode estar elíptico (não aparece,mas existe)Exemplo: “Ana Carolina faz tanto sucesso quanto(faz) Ivete Sangalo.”

3- PeríodoÉ o conjunto de orações. Ele pode ser constituído

por uma ou mais orações.O período pode ser:• simples - constituído por apenas uma oração.

Exemplo: “Machado de Assis é um dos maiores es-critores da literatura brasileira”.

• composto - constituído por mais de uma oração.Exemplo: “Não podemos esquecer que todos esta-vam aguardando a vaga”.

SUJEITOElemento da oração a respeito do qual damos algu-

ma informação. Seu núcleo (palavra mais importante)pode ser um substantivo, pronome ou palavra substan-tivada.Exemplo: “Ana Carolina faz tanto sucesso quanto (faz)Ivete Sangalo”.Sujeito da 1ª oração: Ana CarolinaNúcleo do sujeito: Ana Carolina (substantivo)

Tipos de sujeito:• Simples• Composto• Oculto, elíptico ou desinencial• Indeterminado• Inexistente ou oração sem sujeito

Sujeito SimplesAquele que possui apenas um núcleo.

Exemplo: “Autores consagrados ganham as pratelei-ras dos supermercados.”núcleo: autores

Sujeito CompostoAquele que possui mais de um núcleo.

Exemplo: Jogadores e torcedores reclamaram da arbi-tragem.núcleos: jogadores, torcedores

Sujeito oculto, elíptico ou desinencialAquele que não vem expresso na oração, mas pode

ser facilmente identificado pela desinência do verbo.Exemplo: “Onde estou, o que quero da vida?”Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identifi-cado nas duas orações: eu.

Sujeito indeterminadoAquele que não se quer ou não se pode identificar.

Exemplo: Vive-se melhor em Paris do que em Londres.Roubaram o carro.

Atenção: O sujeito pode ser indeterminado emduas situações:• verbo na terceira pessoa do plural sem su-

jeito expresso: Telefonaram por engano paracasa de vovó.

• verbo na terceira pessoa do singular acompa-nhado do pronome SE (índice de indetermina-ção do sujeito): Precisa-se de secretária.

Sujeito inexistente ou oração sem sujeitoA informação contida no predicado não se refere a

sujeito algum. Ocorre oração sem sujeito quando temosum verbo impessoal. O verbo é impessoal quando:• Indica fenômenos da natureza (chover, nevar, ama-

nhecer, etc.). Exemplo: Chovia muito naquela noitedo acidente. Choveu muito em São Paulo este mês.

• Fazer, ser, estar indicarem tempo cronológico. Exem-plo: Faz anos que ela não aparece. Já é uma horada tarde. Está quente em Minas Gerais.

• Haver tiver sentido de existir.Exemplo: Havia soldados por toda parte.

Atenção: Os verbos impessoais sempre ficarãona 3ª pessoa do singular (havia, faz...)

Termos ligados ao nomeExistem alguns termos que se ligam aos nomes.

São eles:• Adjunto adnominal• Complemento nominal• Predicativo• Aposto

ADJUNTO ADNOMINALÉ o termo que se liga a um nome ou palavra subs-

tantivada para qualificá-lo ou determiná-lo. É expressogeralmente por um adjetivo, locução adjetiva, artigo,pronome ou numeral.Exemplo: “Neste ano, estimule a inteligência de seusalunos”.

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36 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

ADJUNTO ADVERBIALToda palavra (ou expressão) pertencente à classe gra-matical dos advérbios tem, na oração, a função sintáti-ca de adjunto adverbial.

Exemplo:

As impressões foram feitas rapidamente.classe gramatical: adv de modo

rapidamentefunção sintática: adj. adv. de modo

Os adjuntos adverbiais podem ser classificados em:

• Afirmação: Estamos realmente felizes.• Assunto: Discutiram sobre religião.• Causa: As crianças morrem de fome.• Companhia: Fui ao teatro com meu irmão.• Concessão: Voltamos apesar do escuro.• Condição: Não dirija sem minha permissão.• Direção: Apontou para todos.• Dúvida: Talvez ele me deixe ir.• Efeito: Sua atitude redundou em prejuízos.• Exclusão: Todos saíram, menos Maria.• Finalidade: Saí à caça.• Instrumento: Cortou-se com o alicate.• Intensidade: Dançou muito.• Lugar: Estive na casa de Paulo.• Matéria: Bolo se faz com trigo.• Meio: Passei a tentar levar o barco pelo leme.• Modo: Correu incansavelmente.• Negação: Não vá à escola.• Oposição: Voltou contra o próprio partido.• Ordem: Classificou-se em primeiro lugar.• Preço: Comprei tudo por cem reais.• Tempo: Você chegou ontem?

COMPLEMENTO NOMINALÉ o termo da oração exigido como complementação

de alguns nomes (substantivos, adjetivos ou advérbi-os). Geralmente é regido de preposição.Exemplo: “A criança tinha necessidade de mais leitura”.Os turistas tinham disposição para os passeios.

PREDICATIVOÉ o termo da oração que qualifica, classifica ou ex-

pressa um estado do núcleo do sujeito ou do núcleo doobjeto.Exemplo: Os torcedores saíram alegres. (predicativodo sujeito)Os torcedores consideraram o jogo fraco. (predicativodo objeto)

APOSTOÉ o termo da oração que resume, explica ou especi-

fica um nome.Exemplo: “Maria Alice, filha de João e Maria, era umamoça muito recatada e bonita.”

Dicas: O aposto geralmente vem marcado poralgum tipo de pontuação: vírgula, travessão, pa-rênteses ou dois-pontos.Exemplo: Algumas frutas - maçã, pêra e melan-cia - foram escolhidas para a exposição.

Predicação verbal

A - Que é verbo transitivo?É o verbo de sentido incompleto que pede algum obje-to, ao qual passa a ação.Há dois tipos:1) Transitivo direto - pede objeto direto.Os meninos da classe compraram pipocas.2) Transitivo indireto - pede objeto indiretoAs meninas gostam de paçoca.

Observações:1. Há verbos transitivos que pedem dois objetos: umdireto e outro, indireto.Exemplos: Dar, mostrar, pedir, devolver, entregar, oferecer.O namorado deu a Célia (indireto) um buquê (direto).2. Pode haver objetos diretos preposicionados. Reflita-se para distinguir.Exemplos: Deus ama aos homens. Aos homens é ob-jeto direto porque indica os seres a quem se dirige osentimento do amor de Deus.

B - Que é verbo intransitivo?É intransitivo o verbo que não pede objeto.A ação que ele exprime, não passa necessariamente aoutro elemento.Exemplo: A criança dorme.O verbo intransitivo poderá vir acompanhado de adjun-tos adverbiais, mas continua sendo intransitivo.Exemplos: A criança dorme bem. (bem: adjunto adver-bial de modo)A criança dorme em sua caminha. (em sua caminha:adjunto adverbial de lugar)

C - Que é verbo de ligação?São os verbos que servem somente para ligar o sujeitoao seu predicativo. Não apresentam significação.São eles: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, tor-nar-se e ficar.Exemplos: Ficamos emocionados. Permanecerá sol-teira. Todos estavam tristes com a notícia.

PREDICADOÉ tudo aquilo que se informa sobre o sujeito e é

estruturado em torno de um verbo. Ele sempre concor-da em número e pessoa com o sujeito.

Quando é um caso de oração sem sujeito, o verbodo predicado fica na forma impessoal, 3ª pessoa dosingular. O núcleo do predicado pode ser um verbo sig-nificativo, um nome ou ambos.Exemplo: “Seu trabalho tem uma ligação muito forte coma psicanálise”.

(Revista Nova Escola, 11/00)

Tipos de predicado:• Verbal• Nominal• Verbo-nominal

PREDICADO VERBALAquele que tem como núcleo (palavra mais impor-

tante) um verbo significativo.

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Exemplo: Ministro anuncia reajuste de impostos.Núcleo: anuncia (verbo significativo)

Dica: O verbo significativo pode ser: transitivo di-reto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo dire-to e indireto (VTDI) ou intransitivo (VI).Exemplo: O técnico comprou várias bolas. VTDO técnico gosta de bolas novas. VTIO técnico prefere melhores condições de traba-lho a aumento de salário. VTDIO técnico viajou. VI

Que é objeto direto?Consiste em fazer ao verbo uma das perguntas: - QUEM?ou O QUÊ? A resposta será objeto direto.Exemplo: João pegou a chave. (Pergunta-se: João pe-gou o quê? Resposta - a chave. Objeto direto: a chave.)O cão pegou o menino. (Pergunta-se: - O cão pegouquem? Resposta: - o menino. Objeto direto: o menino.)

Que é objeto indireto?Acha-se o objeto indireto, fazendo ao verbo, uma dasseguintes perguntas:A QUÊ? DE QUÊ? PARA QUÊ?A QUEM? DE QUEM? PARA QUEM?Exemplo: André obedece aos pais. Obedece a quem? -aos pais. Este é o objeto indireto, está indiretamenteligado ao verbo, isto é, por meio de uma preposição.

PREDICADO NOMINALAquele cujo núcleo é um nome (predicativo). Nesse tipode predicado, o verbo não é significativo e sim deligação.Serve de elo entre o sujeito e o predicativo.Exemplo: Todos estavam apressados.Núcleo: apressados (predicativo)

PREDICADO VERBO-NOMINALAquele que possui dois núcleos: um verbo significativoe um predicativo do sujeito ou do objeto.Exemplo: O juiz julgou o réu culpado.Núcleos:julgou - verbo significativoculpado - predicativo do objeto (o réu)

VOCATIVOÉ o único termo isolado dentro da oração, pois não seliga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeitonem do predicado. A função do vocativo é chamar ouinterpelar o elemento a que se está dirigindo. É marca-do por sinal de pontuação e admite anteposição deinterjeição de chamamento.Exemplo: Pai, perdoai nossos pecados.Querida, obrigado pela surpresa.

PERÍODO COMPOSTOConjunto de orações constituído por mais de uma

oração.

Período composto por coordenaçãoNo período composto por coordenação, as orações

se ligam pelo sentido, mas não existe dependênciasintática entre elas.

As orações coordenadas de subdividem em:• Assindéticas- Não são introduzidas por conjunção.

Exemplo: Trabalhou, sempre irá trabalhar.• Sindéticas - São introduzidas por conjunção. Esse

tipo de oração se subdivide em:

1 - Aditiva: idéia de adição, acréscimo. Principais con-junções usadas: e, nem, (não somente) ... comotambém.Exemplo: O professor não somente elaborou exer-cícios como também uma extensa prova.

2 - Adversativa: idéia de contraste, oposição. Princi-pais conjunções usadas: mas, contudo, entretanto,porém...Exemplo: O professor elaborou um exercício sim-ples, mas a prova foi bastante complexa.

3 - Alternativa: idéia de alternativa, exclusão. Principaisconjunções usadas: quer...quer, ora...ora, ou...ou.Exemplo: Ou o professor elabora o exercício ou de-siste de aplicar a prova.

4 - Conclusiva: idéia de dedução, conclusão. Principaisconjunções usadas: portanto, pois, logo...Exemplo: O professor não elaborou a prova, logonão poderá aplicá-la na data planejada.

5 - Explicativa: idéia de explicação, motivo. Principaisconjunções usadas: pois, porque.Exemplo: O professor não elaborou a prova, porqueficou doente.

Dica: A conjunção pois pode introduzir oraçõesconclusivas ou explicativas.Quando tiver dúvidas,procure substituí-la por outras conjunções.

Período composto por subordinaçãoNo período subordinado, existem pelo menos uma ora-ção principal e uma subordinada. A oração principal ésempre incompleta, ou seja, alguma função sintáticaestá faltando. As orações subordinadas desempenhama função sintática que falta na principal: objeto direto,indireto, sujeito, predicativo, complemento nominal...Exemplo: O rapaz gostava / de que todos olhassempara ele.

Oração principal: O rapaz gostavaOração subordinada: de que todos olhassem para ele.A oração principal está incompleta, falta objeto indiretopara o verbo gostar, o oração subordinada desempe-nha a função de objeto indireto da principal.As orações subordinadas se subdividem em:

SubstantivasAs orações subordinadas substantivas exercem fun-

ções específicas do substantivo: sujeito, objeto, predi-cativo...

Dicas: As orações subordinadas substantivasdesenvolvidas são introduzidas pelas conjun-ções integrantes se ou que e possuem verbosconjugados. As orações subordinadas substan-tivas reduzidas não são introduzidas por conjun-ções e possuem verbos na formas nominais(particípio, gerúndio ou infinitivo).

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Exemplo: É possível que eu fracasse. (oraçãodesenvolvida)É possível fracassar. (oração reduzida de infinitivo)

As orações subordinadas substantivas podem ser:1 - Orações subordinadas substantivas objetivas di-

retasExercem a função de objeto direto do verbo da ora-ção principal.Exemplo: “O professor observava que os alunoseram muito dedicados.

2 - Orações subordinadas substantivas objetivas in-diretasExercem a função de objeto indireto do verbo da ora-ção principal.Exemplo: A nova máquina necessitava de que osfuncionários supervisionassem mais o trabalho.

3 - Orações subordinadas substantivas predicativasExercem a função de predicativo do sujeito da ora-ção principal.Exemplo: Meu consolo era que o trabalho estavano fim.

4 - Orações subordinadas substantivas subjetivasExercem a função de sujeito da oração principal.Exemplo: É difícil que ele venha.

Dicas: O verbo da oração principal sempre esta-rá na 3ª pessoa do singular quando a oraçãosubordinada for subjetiva.

5 - Orações subordinadas substantivas completivasnominaisExercem a função de complemento nominal da ora-ção principal.Exemplo: Sua falha trágica é a dificuldade de sermaleável em relação à realidade.

6 - Orações subordinadas substantivas apositivasExercem a função de aposto de algum nome da ora-ção principal.Exemplo: Há nas escolas uma norma: que os alu-nos são respeitados.

Dicas: A oração apositiva sempre estará pontua-da, ou entre vírgulas ou depois de dois pontos.

AdjetivasPodem ser:1 - Restritivas

Exercem a função de adjunto adnominal da oraçãoprincipal, restringem o nome ao qual se referem,não são separadas por vírgulas.Exemplo: O trabalho que realizei ontem foi produtivo.

2 - ExplicativasExercem a função de aposto da oração principal,explicam o nome ao qual se referem, são sempreseparadas por vírgulas.Exemplo: O computador, que é um meio rápido decomunicação, está conquistando todas as famílias.

Dicas: As orações subordinadas adjetivas sem-pre serão introduzidas por pronomes relativos.

Adverbiais

Orações subordinadas adverbiais:1 - Causais

Expressam a causa da conseqüência expressa naoração principal.Principais conjunções: porque, pois, como (= por-que), porquanto, já que, uma vez que, visto que etc.Exemplo: Chegou atrasado ao encontro, porque es-tava em uma reunião.

2 - ConsecutivasExpressam a conseqüência, o resultado da causaexpressa na oração principal.Principais conjunções: que (precedido de tal, tanto,tão ou tamanho), de modo que, de forma que, desorte que etc.Exemplo: A reunião atrasou tanto que ele se atrasoupara o encontro.

3 - ProporcionaisExpressam proporção.Principais conjunções: à medida que, à proporçãoque, ao passo que, quanto mais... mais, quantomais... menos etc.Exemplo: À medida que a reunião avançava, ele seatrasava para o encontro.

4 - TemporaisExpressam tempo.Principais conjunções: quando, mal, apenas, logoque, assim que, antes que, depois que, até que,desde que, cada vez que, sempre que etc.Exemplo: Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos.

5 - FinaisExpressam finalidade, objetivo.Principais conjunções: porque (= para que), que (=para que), para que, a fim de que etc.Exemplo: Professores, tenham mais argumentospara pedir aumento salarial.

6 - CondicionaisExpressam condição, obstáculo.Principais conjunções: se, caso, contanto que, desdeque, salvo se, a menos que, dado que, a não serque, sem que etc.Exemplo: Se ele partir, o projeto será cancelado.

7 - ComparativasExpressam comparação.Principais conjunções: como, qual, que, do que, que(depois de mais, menos, maior, melhor, pior), bemcomo, assim como, que nem etc.Exemplo: Sua família é tão importante quanto seutrabalho.

8 - ConcessivasExpressam uma concessão.Principais conjunções: embora, conquanto, aindaque, mesmo que, posto que, se bem que, por maisque, apesar de que etc.Exemplo: Mesmo que trabalhe muito, não será re-compensada.

9 - ConformativasExpressa um acordo, uma conformidade.Principais conjunções: conforme, como (= confor-me), segundo, consoante etc.Exemplo: Segundo havíamos combinado, a viagemserá cancelada.

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PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são sinais gráficos empre-gados na língua escrita para tentar recuperar recursosespecíficos da língua falada, tais como: entonação, jogode silêncio, pausas, etc...Divisão e emprego dos sinais de pontuação:

1 - PONTO ( . )a) indicar o final de uma frase declarativa.

Exemplo: Lembro-me muito bem dele.b) separar períodos entre si.

Exemplo: Fica comigo. Não vá embora.c) nas abreviaturas

Exemplo: Av.; V. Ex.ª

2 - DOIS-PONTOS ( : )a) iniciar a fala dos personagens:

Exemplo: Então o padre respondeu:- Parta agora.

b) antes de apostos ou orações apositivas, enumera-ções ou seqüência de palavras que explicam, resu-mem idéias anteriores.Exemplo: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodri-go e Gilberto.

c) antes de citaçãoExemplo: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que oamor não seja eterno posto que é chama, mas queseja infinito enquanto dure.”

3 - RETICÊNCIAS ( ... )a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.

Exemplo: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente

incompletaExemplo: - Alô! João está? - Agora não se encontra. Quem sabe se ligar maistarde...

c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa coma intenção de sugerir prolongamento de idéia.Exemplo: “Sua tez, alva e pura como um foco dealgodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)

d) indicar supressão de palavra (s) numa frase trans-crita.Exemplo: “Quando penso em você (...) menos a feli-cidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner)

4 - PARÊNTESES (())a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter expli-cativo e datas.Exemplo: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreuinúmeras perdas humanas.“Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como sefora na véspera), acordara depois duma grande tormentano fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste -Graça Aranha)

Dica: Os parênteses também podem substituira vírgula ou o travessão.

5 - PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )a) Após vocativo

Exemplo: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos)

b) Após imperativoExemplo: Cale-se!

c) Após interjeiçãoExemplo: Ufa! Ai!

d) Após palavras ou frases que denotem caráter emo-cionalExemplo: Que pena!

6 - PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )a) Em perguntas diretas

Exemplo: Como você se chama?b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação

Exemplo: - Quem ganhou na loteria?- Você.- Eu?!

7 - VÍRGULA ( , )É usada para marcar uma pausa do enunciado com afinalidade de nos indicar que os termos por ela separa-dos, apesar de participarem da mesma frase ou ora-ção, não formam uma unidade sintática.Exemplo: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora únicada Sena.

Dica: Podemos concluir que, quando há uma re-lação sintática entre termos da oração, não sepode separá-los por meio de vírgula.

Não se separam por vírgula:a) predicado de sujeito;b) objeto de verbo;c) adjunto adnominal de nome;d) complemento nominal de nome;e) predicativo do objeto do objeto;f) oração principal da subordinada substantiva(desde que esta não seja apositiva nem apare-ça na ordem inversa)

A vírgula no interior da oraçãoÉ utilizada nas seguintes situações:a) separar o vocativo.

Exemplo: Maria, traga-me uma xícara de café.A educação, meus amigos, é fundamental para oprogresso do país.

b) separar alguns apostos.Exemplo: Valdete, minha antiga empregada, esteveaqui ontem.

c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.Exemplo: Chegando de viagem, procurarei por você.As pessoas, muitas vezes, são falsas.

d) separar elementos de uma enumeração.Exemplo: Precisa-se de pedreiros, serventes, mes-tre-de-obras.

e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.Exemplo: Amanhã, ou melhor, depois de amanhãpodemos nos encontrar para acertar a viagem.

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f) separar conjunções intercaladas.Exemplo: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.

g) separar o complemento pleonástico antecipado.Exemplo: A mim, nada me importa.

h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.Exemplo: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.

i) separar termos coordenados assindéticos.Exemplo: “Lua, lua, lua, lua, por um momento meucanto contigo compactua...” (Caetano Veloso)

j) marcar a omissão de um termo (normalmente overbo).Exemplo: Ela prefere ler jornais e eu, revistas.(omissão do verbo preferir)

Dica: Termos coordenados ligados pelas conjun-ções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula.Exemplo: Conversaram sobre futebol, religião epolítica.Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não medecidi se viajarei para Bahia ou Ceará.Entretanto, se essas conjunções aparecerem re-petidas, com a finalidade de dar ênfase, o usoda vírgula passa a ser obrigatório.Exemplo: Não fui nem ao velório, nem ao enter-ro, nem à missa de sétimo dia.

A vírgula entre oraçõesÉ utilizada nas seguintes situações:a) separar as orações subordinadas adjetivas expli-

cativas.Exemplo: Meu pai, de quem guardo amargas lem-branças, mora no Rio de Janeiro.

b) separar as orações coordenadas sindéticas e as-sindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ).Exemplo: Acordei, tomei meu banho, comi algo esaí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi apro-vado no exame.

Atenção: Há três casos em que se usa a vírgulaantes da conjunção e:1) quando as orações coordenadas tiverem su-jeitos diferentes.Exemplo: Os ricos estão cada vez mais ricos, eos pobres, cada vez mais pobres.2) quando a conjunção e vier repetida com a fi-nalidade de dar ênfase (polissíndeto).Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.3) quando a conjunção e assumir valores distin-tos que não seja da adição (adversidade, con-seqüência, por exemplo)Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assimnão foi aprovada.

c) separar orações subordinadas adverbiais (desen-volvidas ou reduzidas), principalmente se estiveremantepostas à oração principal.Exemplo: “No momento em que o tigre se lançava,curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apre-sentou o gancho.”(O selvagem - José de Alencar)

d) separar as orações intercaladas.Exemplo: “-Senhor, disse o velho, tenho grandes con-tentamentos em a estar plantando...”

Dica: Essas orações poderão ter suas vírgulassubstituídas por duplo travessão.Exemplo: “Senhor - disse o velho - tenho gran-des contentamentos em a estar plantando...”

e) separar as orações substantivas antepostas àprincipal.Exemplo:Quanto custa viver, realmente não sei

O poder da vírgulaNa Inglaterra, certa vez, um oficial foi condenado à

morte. Seu pedido de perdão recebeu a seguinte sen-tença do rei:

Perdoar impossível, mandar para a forca!Antes de a mensagem ser enviada ao verdugo, pas-

sou pelas mãos da generosa rainha, que, compadeci-da da sorte do oficial, tomou de uma caneta e alterandoa posição da vírgula, simplesmente mudou o significa-do da mensagem:

Perdoar, impossível mandar para forca!Na antigüidade, um imperador estava indignado com

a população de uma cidade, sem dúvida, por motivospolíticos. O governador, então, passa-lhe um telegrama:

Devo fazer fogo ou poupar a cidade?A resposta do monarca foi:Fogo, não poupe a cidade!O telegrafista, por questões humanitárias ou por-

que qualquer outro motivo, trocou a posição da vírgula.E a resposta ficou assim:

Fogo não, poupe a cidade!(Autor desconhecido)

8 - PONTO-E-VÍRGULA ( ; )a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma

petição, de uma seqüência, etc.Exemplo: Art. 127 – São penalidades disciplinares:

I - advertência;II - suspensão;III - demissão;IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituição de cargo em comissão;VI - destituição de função comissionada. (cap. V das

penalidades Direito Administrativo)b) separar orações coordenadas muito extensas ou

orações coordenadas nas quais já tenham tido uti-lizado a vírgula.Exemplo: “O rosto de tez amarelenta e feições inex-pressivas, numa quietude apática, era pronunciada-mente vultuoso, o que mais se acentuava no fim davida, quando a bronquite crônica de que sofria desdemoço se foi transformando em opressora asma car-díaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...)“ (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

9- TRAVESSÃO ( - )a) dar início à fala de um personagem

Exemplo: O filho perguntou:– Pai, quando começarão as aulas?

b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos– Doutor, o que tenho é grave?– Não se preocupe, é uma simples infecção. É sótomar um antibiótico e estará bom.

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c) unir grupos de palavras que indicam itinerárioExemplo: A rodovia Belém-Brasília está em péssimoestado.

Dica: Também pode ser usado em substituiçãoà virgula em expressões ou frases explicativasExemplo: Xuxa – a rainha dos baixinhos – serámãe.

10- ASPAS ( “” )a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma

culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, ne-ologismos, arcaísmos e expressões populares.Exemplo: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” doseu admirador.A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.Conversando com meu superior, dei a ele um “fee-dback” do serviço a mim requerido.

b) indicar uma citação textualExemplo: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, àspressas, bufando, com todo o sangue na face, desfize refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Dica: Se, dentro de um trecho já destacado poraspas, se fizer necessário a utilização de novasaspas, estas serão simples. ( ‘ )

Perceba através do texto abaixo, como se faz impor-tante o uso da pontuação adequada.

Um homem rico estava muito mal.Pediu papel e pena.Escreveu assim:Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinhojamais será paga a conta do padeiro nada dou aospobres.Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava elea fortuna? Eram quatro concorrentes:

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: “Deixo meusbens à minha irmã?Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta dopadeiro. Nada dou aos pobres.”

2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:“Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobri-nho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nadadou aos pobres.”

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasapra sardinha dele:“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada douaos pobres.”

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um de-les, sabido, fez esta interpretação:“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobri-nho? Jamais! Será paga a conta do padeiro?Nada! Dou aos pobres.”

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CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

É o mecanismo pelo qual as palavras alteram suaterminação para se adequarem harmonicamente nafrase.A concordância pode ser feita de três formas:

1 - Lógica ou gramatical – é a mais comum no portu-guês e consiste em adequar o determinante (acom-panhante) à forma gramatical do determinado (acom-panhado) a que se refere.Exemplo: A maioria dos professores faltou.O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito(maioria)Exemplo: Escolheram a hora adequada.O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram com osubstantivo (hora).

2 - Atrativa – é a adequação do determinante:a) a apenas um dos vários elementos determinados,

escolhendo-se aquele que está mais próximo:Escolheram a hora e o local adequado.O adjetivo (adequado) está concordando com o subs-tantivo mais próximo (local)

b) a uma parte do termo determinado que não consti-tui gramaticalmente seu núcleo:A maioria dos professores faltaram.O verbo (faltaram) concordou com o substantivo (pro-fessores) que não é o núcleo do sujeito.

c) a outro termo da oração que não é o determinado:Tudo são flores.O verbo (são) concorda com o predicativo do sujeito(flores).

3 - Ideológica ou silepse – consiste em adequar o vo-cábulo determinante ao sentido do vocábulo determi-nado e não à forma como se apresenta:O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram.O verbo (aplaudiram) concorda com a idéia da palavrapovo (plural) e não com sua forma (singular).Existem dois tipos de concordância:Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar como seu sujeito.Exemplo: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso deser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.

Casos de concordância verbal:

1) SUJEITO SIMPLESRegra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeitoem número e pessoa.Exemplo: Nós vamos ao cinema.O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural paraconcordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo-o verbo fica no singular.Exemplo: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção: Se o coletivo vier especificado, o verbopode ficar no singular ou ir para o plural.Exemplo: A multidão de fãs gritou. / A multidão defãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria,etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.Exemplo: A maioria dos alunos foi à excursão./ A mai-oria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento – o verbofica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).Exemplo: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Alte-zas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo con-corda com o antecedente do pronome.Exemplo: Fui eu que derramei o café./ Fomos nósque derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo quem – o verbo podeficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com oantecedente do pronome.Exemplo: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quemderramei o café.

f) O sujeito é formado pelas expressões – algunsde nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ...,etc.- o verbo poderá concordar com o pronome in-terrogativo ou indefinido ou com o pronome pesso-al (nós ou vós).Exemplo: Quais de vós me punirão?/ Quais de vósme punireis?

Dicas: Com os pronomes interrogativos ou in-definidos no singular o verbo concorda com elesem pessoa e número.Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecemno plural – se o sujeito não vier precedido de artigo,o verbo ficará no singular. Caso venha antecipadode artigo, o verbo concordará com o artigo.Exemplo: Estados Unidos é uma nação poderosa./Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um,menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concordacom o numeral.Exemplo: Mais de um aluno não compareceu à aula./Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões a maio-ria, a maior parte, grande parte, etc. – o verbo po-derá ser usado no singular ( concordância lógica)ou no plural (concordância atrativa).Exemplo: A maioria dos candidatos desistiu./ A mai-oria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentidocoletivo) – o verbo poderá ser usado no singular ouplural se este vier afastado do substantivo.Exemplo: A gente da cidade, temendo a violência darua, permanece em casa./ A gente da cidade, temen-do a violência da rua, permanecem em casa.

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2) SUJEITO COMPOSTORegra geral: o verbo vai para o plural.Exemplo: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoasgramaticais diferentes – o verbo ficará no plural se-guindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.Exemplo: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tor-naremos (1ª pessoa plural) amigos.O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem priori-dade sob a 3ª.Exemplo: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tor-nareis ( 2ª pessoa do plural) amigos.O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem priori-dade sob a 3ª.

Atenção: No caso acima, também é comum aconcordância do verbo com a terceira pessoa.Exemplo: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pes-soa do plural)Se o sujeito estiver posposto, permite-se tam-bém a concordância por atração com o núcleomais próximo do verbo.Exemplo: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assin-deticamente ou ligados por e – o verbo concordarácom os dois núcleos.Exemplo: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo maispróximo do verbo.Exemplo: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) eestão no singular – o verbo poderá ficar no plural(concordância lógica) ou no singular (concordânciaatrativa).Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam ase concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajuda-va a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos – o verbopode concordar com todos os núcleos (lógica) ouapenas com o núcleo mais próximo.Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar basta-vam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada,tudo, ninguém... – o verbo concorda com o apostoresumidor.Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero,nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressõesum e outro, nem um nem outro... – o verbo poderáficar no singular ou no plural.Exemplo: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligadospor ou – o verbo irá para o singular quando a idéiafor de exclusão e plural quando for de inclusão.Exemplo: Pedro ou Antônio ganhará o amor deMaria. (exclusão)

A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivasao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séri-es correlativas (tanto...como/ assim...como/ nãosó...mas também, etc.) – o mais comum é o verbo irpara o plural, embora o singular seja aceitável seos núcleos estiverem no singular.Exemplo: Tanto Erundina quanto Collor perderamas eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erun-dina quanto Collor perdeu as eleições municipaisem São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula SE:a) Partícula apassivadora: o verbo (transitivo direto)

concordará com o sujeito passivo.Exemplo: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b) Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transi-tivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.Exemplo: Precisa-se de secretárias.Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoaisSão aqueles que não possuem sujeito, ficarão sem-pre na 3ª pessoa do singular.Exemplo: Havia sérios problemas na cidade.Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.Deve haver sérios problemas na cidade.Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

Dicas: Os verbos auxiliares (deve, vai) acompa-nham os verbos principais.O verbo existir não é impessoal. Veja:Existem sérios problemas na cidade.Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soarQuando usados na indicação de horas, têm sujeito(relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele de-vem concordar.Exemplo: O relógio deu duas horas.Deram duas horas no relógio da estação.Deu uma hora no relógio da estação.O sino da igreja bateu cinco badaladas.Bateram cinco badaladas no sino da igreja.Soaram dez badaladas no relógio da escola.

4) Sujeito oracionalQuando o sujeito é uma oração subordinada, o ver-bo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.Exemplo: Ainda falta/ dar os últimos retoques napintura.

5) Concordância com o infinitivoa) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:• Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for represen-

tado por pronome pessoal oblíquo átono.Exemplo: Esperei-as chegar.

• É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não forrepresentado por pronome átono e se o verbo daoração determinada pelo infinitivo for causativo

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(mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentire sinônimos).Exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei saírem osalunos.

• Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujei-to for diferente de pronome átono e determinante deverbo não causativo nem sensitivo.Exemplo: Esperei saírem todos.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto• Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição

com valor de gerúndio.Exemplo: Passamos horas a comentar o filme. (co-mentando)

• É facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeitofor idêntico ao da oração principal.Exemplo: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu)responderes, (tu) lerás o texto.

• É facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeitodiferente do sujeito da oração principal e está indi-cado por algum termo do contexto.Exemplo: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nosdeu o direito de contestarmos.

• É obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujei-to diferente do sujeito da oração principal e não estáindicado por nenhum termo no contexto.Exemplo: Não sei como saiu sem notarem o fato.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locuçãoverbal

• Não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo princi-pal da locução verbal quando devida à ordem dostermos da oração sua ligação com o verbo auxiliarfor nítida.Exemplo: Acabamos de fazer os exercícios.

• É facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verboprincipal da locução verbal, quando o verbo auxiliarestiver afastado ou oculto.Exemplo: Não devemos, depois de tantas provasde honestidade, duvidar e reclamar dela./

• Não devemos, depois de tantas provas de honesti-dade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for re-

presentado por um dos pronomes TUDO, NADA,ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concor-darão com o predicativo.Exemplo: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.

Dicas: Poderá ser feita a concordância com osujeito quando se quer enfatizá-lo.Exemplo: Aquilo é sonhos vãos.

b) O verbo ser concordará com o predicativo quando osujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM.Exemplo: Que são gametas?/ Quem foram os esco-lhidos?

c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância: aconcordância será com a expressão numéricaExemplo: São nove horas./ É uma hora.

Dicas: Em indicações de datas, são aceitasas duas concordâncias pois se subentende apalavra dia.Exemplo: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia)24 de outubro.

d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pro-nome pessoal, a concordância se dará com o pro-nome.Exemplo: Aqui o presidente sou eu.

Dicas: Se os dois termos (sujeito e predicativo)forem pronomes, a concordância será com oque aparece primeiro, considerando o sujeitoda oração.Exemplo: Eu não sou tu

e) Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca sefará com o predicativo.Exemplo: O menino era as esperanças da família.

f) Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menosde junto a especificações de preço, peso, quantida-de, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.Exemplo: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metrosé muito.

g) Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessá-rio, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invari-áveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivono masculino singular) ou concordar com o sujeitoposposto.Exemplo: É necessário aqueles materiais./ São ne-cessários aqueles materiais.

h) Na expressão é que, usada como expletivo, se osujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e oque, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concorda-rá com o sujeito.Exemplo: Eles é que sempre chegam atrasados./São eles que sempre chegam atrasados.

Concordância nominal

Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronomeadjetivo concordam com o substantivo a que se refe-rem em gênero e número.Exemplo: Dois pequenos goles de vinho e um calçadocerto deixam qualquer mulher irresistivelmente alta.

Concordâncias especiais:Ocorrem quando algumas palavras variam sua classegramatical, ora se comportando como um adjetivo (va-riável) ora como um advérbio (invariável).

Mais de um vocábulo determinado1. Pode ser feita a concordância gramatical ou a

atrativa.Exemplo: Comprei um sapato e um vestido pretos.(gramatical, o adjetivo concorda com os dois subs-tantivos)Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, ape-sar do adjetivo se referir aos dois substantivos eleconcordará apenas com o núcleo mais próximo)

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Um só vocábulo determinado1 - Um substantivo acompanhado (determinado) por

mais de um adjetivo: os adjetivos concordam com osubstantivoExemplo: Seus lábios eram doces e macios.

2 - Bastante, bastantesQuando adjetivo, será variável e quando advérbio,será invariávelExemplo: Há bastantes motivos para sua ausência.(bastantes será adjetivo de motivos)Os alunos falam bastante. (bastante será advérbiode intensidade referindo-se ao verbo)

3 - Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprioSão adjetivos que devem concordar com o substan-tivo a que se referem.Exemplo: A fotografia vai anexa ao curriculum.Os documentos irão anexos ao relatório.

Dica: Quando precedido da preposição em, ficainvariável.

Exemplo: A fotografia vai em anexo.Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue odocumento.A professora disse: muito obrigada./ O professor dis-se: muito obrigado.Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará otrabalho.

Dica: Mesmo pode ser advérbio quando signifi-ca realmente, de fato. Será portanto invariável.Exemplo: Maria viajará mesmo para os EUA.Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própriafará o pedido ao diretor.

4 - Muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério, altoSão palavras que variam seu comportamento funci-onando ora como advérbios (sendo assim invariá-veis) ora como adjetivos (variáveis).Exemplo: Os homens eram altos./ Os homens fala-vam alto.Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pou-co pelo meu trabalho.Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros.A água é barata./ A água custa barato.Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe.Eles são homens sérios./ Eles falavam sério.Muitos homens morreram na guerra./ João fala muito.Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda.

5 - É bom, é necessário, é proibidoSó variam se o sujeito vier precedido de artigo ououtro determinante.Exemplo: É proibido entrada de estranhos./ É proi-bida a entrada de estranhos.É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.

6 - Menos, alerta, pseudoSão sempre invariáveis.Exemplo: Havia menos professores na reunião./Havia menos professoras na reunião.

O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram alerta.Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.

7 - Só, sósQuando adjetivos, serão variáveis, quando advérbi-os serão invariáveis.Exemplo: A criança ficou só./ As crianças ficaram sós.(adjetivo)Depois da briga, só restaram copos e garrafas que-brados. (advérbio)

Dicas: Alocução adverbial a sós é invariável.Exemplo: Preciso falar a sós com ele.

8 - Concordância dos particípiosOs particípios concordarão com o substantivo a quese referem.Exemplo: Os livros foram comprados a prazo./ Asmercadorias foram compradas a prazo.

Dicas: Se o particípio pertencer a um tempo com-posto será invariável.

Exemplo: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A juízatinha iniciado o jogo de vôlei.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Regência verbalÉ a parte da Gramática Normativa que estuda a re-

lação entre dois termos, verificando se um termo servede complemento a outro. A palavra ou oração que go-verna ou rege as outras se chama regente ou subordi-nante; os termos ou oração que dela dependem são osregidos ou subordinados.Exemplo: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro auma vida melhor. (desejar)

1 - Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição ae não pela preposição em.Exemplo: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.

2 - Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pelapreposição em.Exemplo: Ele mora em São Paulo./ Maria reside emSanta Catarina.

3 - Namorar – não se usa com preposição.Exemplo: Joana namora Antônio.

4 - Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a.Exemplo: As crianças obedecem aos pais./ O alunodesobedeceu ao professor.

5 - Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.Exemplo: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meuprofessor de História.

Dicas: Estes verbos não são pronominais, por-tanto, são considerados construções erradasquando aparecem acompanhados de pronomeoblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-mecom meu professor de História.

6 - Preferir – este verbo exige dois complementos sen-do que um usa-se sem preposição e o outro com apreposição a.Exemplo: Prefiro dançar a fazer ginástica.

Dicas: Segundo a linguagem formal, é erradousar este verbo reforçado pelas expressões oupalavras: antes, mais, muito mais, mil vezesmais, etc.Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.

Verbos que apresentam mais de uma regência

1 - Aspirara) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição.

Exemplo: Aspirou o ar puro da manhã.b) no sentido de almejar, pretender: exige a prepo-

sição a.Exemplo: Esta era a vida a que aspirava.

2 - Assistira) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer:

usa-se sem preposição.Exemplo: O técnico assistia os jogadores novatos.

b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.Exemplo: Não assistimos ao show.

c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.Exemplo: Assiste ao homem tal direito.

d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige apreposição em.Exemplo: Assistiu em Maceió por muito tempo.

3 - Esquecer/lembrara) Quando não forem pronominais: são usados sem

preposição.Exemplo: Esqueci o nome dela.

b) Quando forem pronominais: são regidos pela pre-posição de.Exemplo: Lembrei-me do nome de todos.

4 - Visara) no sentido de mirar: usa-se sem preposição.

Exemplo: Disparou o tiro visando o alvo.b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.

Exemplo: Visaram os documentos.c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela

preposição a.Exemplo: Viso a uma situação melhor.

5 - Querera) no sentido de desejar: usa-se sem preposição.

Exemplo: Quero viajar hoje.b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a pre-

posição a.Exemplo: Quero muito aos meus amigos.

6 - Procedera) no sentido de ter fundamento: usa-se sem prepo-

sição.Exemplo: Suas queixas não procedem.

b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige apreposição de.Exemplo: Muitos males da humanidade procedemda falta de respeito ao próximo.

c) no sentido de dar início, executar: usa-se a prepo-sição a.Exemplo: Os detetives procederam a uma investi-gação criteriosa.

7 - Pagar/ perdoara) se tem por complemento palavra que denote coisa:

não exigem preposição.Exemplo: Ela pagou a conta do restaurante.

b) se tem por complemento palavra que denote pes-soa: são regidos pela preposição a.Exemplo: Perdoou a todos.

8 - InformarNo sentido de comunicar, avisar, dar informação:admite duas construções:

1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regidopelas preposições de ou sobre).Exemplo: Informou todos do ocorrido.

2) objeto indireto de pessoa (regido pela preposiçãoa) e direto de coisa.Exemplo: Informou a todos o ocorrido.

9 - Implicara) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem prepo-

sição.Exemplo: Esta decisão implicará sérias conse-qüências.

b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se comdois complementos, um direto e um indireto com apreposição em.

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Língua Portuguesa

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Exemplo: Implicou o negociante no crime.c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição

com.Exemplo: Implica com ela todo o tempo.

10 - Custara) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela

preposição a.Exemplo: Custou ao aluno entender o problema.

b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de:usa-se sem preposição.Exemplo: O carro custou-me todas as economias.

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sempreposição.Exemplo: Imóveis custam caro.

Regência nominal

Alguns nomes também exigem complementos preposicionados. Conheça alguns:

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Língua Portuguesa

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Ramo da lingüística que se ocupa do estudo da sig-nificação como parte dos sistemas das línguas natu-rais; num sistema lingüístico, o componente do senti-do das palavras e da interpretação das sentenças edos enunciados. (Dicionário Houaiss)

VocabulárioUma das estratégias importantes para compreen-

der bem um texto está ligada ao conhecimento e reco-nhecimento do vocabulário. Sem conhecer o significa-do das palavras, fica difícil entender o que está sendodito. Todo leitor deve preocupar-se em melhorar cons-tantemente sua capacidade de identificar palavras-cha-ves e palavras-incidentais. As palavras-chaves podemimpedir a compreensão do sentido geral do texto, com-prometendo a interpretação. Já as palavras-incidentaissão as de complementação periférica do texto, tornama percepção mais aguda e profunda, mas não chegama comprometer o resultado geral da leitura. Nos doiscasos, é necessário atentar para as pistas contextuais.

ParáfraseÉ a reescritura de um texto sem alteração de senti-

do. É uma reafirmação em palavras diferentes da idéiacentral de uma passagem. Na paráfrase, recontamoso texto com as próprias palavras. Em geral, a paráfrasese aproxima do original em extensão.O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeuclaramente a idéia do texto. Além disso, são exigênciasde uma boa paráfrase:• Utilizar a mesma ordem de idéias que aparece no

texto original.• Não omitir nenhuma informação essencial.• Não fazer qualquer comentário acerca do que se diz

no texto original.· Utilizar construções que não sejam uma simples

repetição daquelas que estão no original e, sempreque possível, um vocabulário também diferente.

Exemplo:

TEXTO I

ÍndiaÍndia, seus cabelos nos ombros caídos,Negros como a noite que não tem luar;Seus lábios de rosa para mim sorrindoE a doce meiguice desse seu olharÍndia da pele morena,Sua boca pequenaEu quero beijar.Índia, sangue tupi,Tem o cheiro da florVem, que eu quero lhe darTodo meu grande amor.Quando eu for embora para bem distante,E chegar a hora de dizer-lhe adeus,Fica nos meus braços só mais um instante,Deixa os meus lábios se unirem aos seus.Índia, levarei saudade

Da felicidadeQue você me deu.Índia, a sua imagem,Sempre comigo vai;Dentro do meu coração,flor do meu Paraguai!

(J. A. Flores, M. O. Guerrero e J. Fortuna. Sucessosinesquecíveis de Cascatinha e Inhana. Phonodisc, 1987.)

TEXTO II

Além, muito além daquela serra, que ainda azula nohorizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha oscabelos mais negros que a asa da graúna, e maislongos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nema baunilha recendia no bosque como seu hálito perfu-mado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgemcorria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava suaguerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil enu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia quevestia a terra com as primeiras águas.

Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claroda floresta. [...]

Rumor suspeito quebra a harmonia da sesta. Er-gue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; suavista perturba-se.

Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiroestranho, se é guerreiro e não algum mau espírito dafloresta. Tem nas faces o branco das areias que bordamo mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Igno-tas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.

(Alencar. J. Iracema. São Paulo: Moderna, 1984. p. 11-2.)

O texto 1 (Índia) é uma paráfrase do texto 2, de Joséde Alencar, produzido anteriormente àquele (no séculoXIX), uma vez que repete a história de amor de umaíndia meiga, bela e pura, comparando suas caracterís-ticas físicas aos elementos da natureza. A diferença estána linguagem empregada — menos elaborada, na can-ção — e no foco narrativo (1ª e 3ª pessoas, respectiva-mente). Mantém-se, além da veneração pela mulherindígena, o amor poético daquele que vem de fora e lherouba o coração, partindo em seguida.

http://www.portrasdasletras.com.br

Alguns recursos utilizados na paráfrase

⇒ Substituição de locuções por palavras e vice-versaExemplo: Os animais não entendem o comportamentodo homem.Os animais não entendem o comportamento humano.

⇒ Substituição de discursoExemplo: Os alunos disseram ao professor: - Seja bemvindo! (discurso direto)Os alunos disseram ao professor que fosse bem vin-do. (discurso indireto)

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Língua Portuguesa

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⇒ Substituição de termo verbal por termo nominal, evice-versaExemplo: É preciso que você volte.É preciso a sua volta.

⇒ Emprego de sinônimosExemplo: Todos confiavam no professor.Todos confiavam no educador.

⇒ Utilização de termos anafóricosExemplo: O Brasil e os EUA sofrem muito com a imi-gração.Este mais do que aquele.

⇒ Mudança de voz verbalExemplo: O presidente resolveu o problema econômi-co do Brasil.O problema econômico do Brasil foi resolvido pelo pre-sidente.

⇒ Mudança de ordem dos termos do períodoExemplo: Ela estudava muito ontem.Ontem ela estudava muito.

⇒ Troca de palavras por expressões perifrásicas e vice-versaExemplo: Estive no zoológico e vi o rei dos animais.Rei dos animais = leão

A seguir, veremos situações importantes sobre asignificação de palavras e expressões, que podem in-fluenciar, direta ou indiretamente, na interpretação deum texto. As palavras podem associar-se de váriasmaneiras.

I) Associação de significadosPalavras que se relacionam pelo mesmo sentido,aproximam seu sentido numa dada situação.Exemplos:

⇒ perna, braço, cabeça, nariz – membros do corpo;⇒ Azul, verde, amarelo, preto, branco – cores;⇒ Martelo, prego, alicate, enxada – ferramentas;⇒ Batata, cebola, abóbora, aipim – vegetais.

II) Mesmo significado (Polissemia)É a capacidade que as palavras têm de assumirsignificados variados de acordo com o contexto.Exemplos: Ela anda muito. Maria anda doente. Aquelesenhor só anda de avião. Meu relógio não anda mais.

III) SinônimosSão aqueles em que duas ou mais palavras têm omesmo significado em determinado contexto.Exemplos:

⇒ casa, moradia, lar, abrigo⇒ residência, sobrado, apartamento, cabana

Todas essas palavras representam a mesma idéia:lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família deidéias.

Observe outros exemplos:⇒ revista, jornal, biblioteca, livro⇒ casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta⇒ serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto⇒ telefonista, motorista, costureira, escriturário, pro-

fessor

O seu lar é muito bonito.A sua moradia está muito bem localizada.

IV) AntônimosÉ o emprego de palavras de sentidos contrários,opostos.Exemplos:

⇒ É um rapaz corajoso.⇒ É um rapaz medroso.

VI) HomônimosSão quando duas ou mais palavras possuem a

mesma escrita, ou a mesma pronúncia, ou a mesmaescrita e mesma pronúncia ao mesmo tempo.

As homônimas podem ser:• Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) - são

as palavras iguais na escrita e diferentes na pro-núncia.Exemplos:

⇒ gosto (substantivo) - gosto (1ª pess.sing. pres. ind.- verbo gostar)

⇒ conserto (substantivo) - conserto (1ª pess.sing. pres.ind. - verbo consertar)

• Homófonas heterográficas (ou homófonas) - são aspalavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.Exemplos:

⇒ cela (substantivo) - sela (verbo)⇒ cessão (substantivo) - sessão (substantivo)⇒ cerrar (verbo) - serrar (verbo)

• Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos)- são as palavras iguais na pronúncia e na escrita.

Exemplos:⇒ cura (verbo) - cura (substantivo)⇒ verão (verbo) - verão (substantivo)⇒ cedo (verbo) - cedo (advérbio)

Palavras homógrafas: mesma grafia, mas com signifi-cações diferentes.

A relação abaixo mostra palavras escritas de formaidêntica, mas possuem a sílaba tônica em posição di-ferente (proparoxítonas e paroxítonas):

crédito (substantivo)- credito (verbo)crítica (substantivo) - critica (verbo)cópia (substantivo) - copia (verbo)filósofo (substantivo) - filosofo (verbo)

VII)ParônimosÉ a relação que se estabelece entre duas ou maispalavras que possuem significados diferentes, massão muito parecidas na pronúncia e na escrita.

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Língua Portuguesa

Exemplos:⇒ descrição (ato de descrever), discrição (ser discreto);⇒ docente (professor), discente (aluno).

Algumas palavras homônimas eparônimas mais usadas:

PolissemiaÉ a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.Exemplos:⇒ Ele ocupa um alto posto na empresa.⇒ Abasteci meu carro no posto da esquina.⇒ Os convites eram de graça.⇒ Os fiéis agradecem a graça recebida.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 51

REDAÇÃO OFICIALCorrespondência

Correspondência é qualquer forma de comunica-ção escrita entre duas pessoas ou entidades. Isso incluium simples bilhete informal, despreocupado e íntimo,até o ofício com suas formalidades e seu tom grave.

São inúmeros os tipos de correspondência, maspodemos citar três como os mais importantes: oficial,comercial e particular.

Nos concursos públicos, temos questões referen-tes à correspondência oficial. Por isso trataremos delanesta apostila.

Correspondência Oficial

Muito freqüente entre órgãos públicos e entre pes-soas ou empresas e órgãos públicos, a correspondên-cia oficial tem um aspecto para o qual poucos atentam:ela inclui textos que têm caráter documental e jurídicomesmo que tramitem apenas entre pessoas. É o casoda declaração, da ata, do atestado, do parecer etc.

Existem as mais variadas divisões sobre os tiposde correspondência oficial, que podem ser vistas emvários livros que tratam do assunto. A divisão mais didá-tica e completa foi dada pelo Prof. Cauby de Souza emNormas sobre Correspondência, Comunicação eAtos Oficiais (MEC-1972):

• abaixo-assinado• acórdão• alvará• ato• auto• boletim• certificado• citação• comunicação: apostila, ata, aviso, certidão, circu-lar, contrato, convênio, curriculum-vitae, declaração,decreto, edital, ementa, exposição de motivos, informa-ção, instrução, lei, memorando, mensagem, ofício, or-dem de serviço ou instrução, parecer, petição, portaria,regulamento, relatório, requerimento, resolução, tele-grama, telex, voto.• consulta• convenção• decisão• diploma• ementa• estatuto• fórmula• guia• indicação• manifesto• memorial• moção• norma• notificação• procuração• proposição• protocolo• provisão• recomendação• registro

• requisição• termo

O que é oManual de Redação da Presidência da República

Em 1991, criou-se uma comissão para simplifi-car, uniformizar e atualizar as normas da redação dosatos e comunicações oficiais, pois eram utilizados osmesmos critérios desde de 1937. A obra, denominadaManual de Redação da Presidência da República, divi-diu-se em duas partes: a primeira trata das comunica-ções oficiais, a segunda cuida dos atos normativos noâmbito Executivo. Os responsáveis pelas duas partesforam, respectivamente, o diplomata Nestor Forster Jr.e o, então, Ministro Gilmar Mendes.

Em 2002, uma revisão adequou o manual aos avan-ços da informática.

Esta apostila é uma síntese dos fatos mais im-portantes desse manual. É nessa obra revista que sebaseiam os comentários aqui feitos.

Caso o leitor se interesse pelo texto na íntegra,deve acessar o site www.presidenciadarepublica.gov.br.

Redação Oficial

Impessoalidade, uso de padrão culto da linguagem,clareza, concisão, formalidade e uniformidade, essas sãoas características de toda redação oficial. Elas estão noArtigo 37 da Constituição “A administração pública direta,indireta, ou fundacional, de qualquer dos Poderes daUnião, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípiosobedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-de, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.

É inconcebível que uma comunicação oficial nãopossa ser entendida por qualquer cidadão, assim sen-do a publicidade citada na Constituição implica neces-sariamente clareza e concisão.

Outro aspecto importante é a interpretação do tex-to oficial. Ela deve ser sempre impessoal e uniforme,para que possa ser única; isso pressupõe o uso decerto nível de linguagem: o padrão culto.

A uniformidade da redação oficial é imprescindí-vel, pois há sempre um único emissor (o Serviço Públi-co) e dois possíveis receptores (o próprio Serviço Pú-blico ou os cidadãos).

Isso não quer dizer que a redação oficial deva serárida e infensa à evolução da língua. A sua finalidadebásica – comunicar com impessoalidade e máximaclareza – impõe certos parâmetros ao uso que se fazda língua, de maneira diversa daquele da literatura, dotexto jornalístico, da correspondência particular etc.

Características da Redação Oficial

Impessoalidade

A comunicação se efetiva pela presença de trêspessoas:

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52 Degrau Cultural

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a) alguém que comunique – emissor;b) algo a ser comunicado – mensagem;c) alguém que receba essa comunicação – receptor.

Na redação oficial, o emissor é sempre o ServiçoPúblico (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departa-mento, Divisão, Serviço, Seção).

A mensagem é sempre algum assunto relativo àsatribuições do órgão que comunica.

O receptor dessa comunicação ou é o público, oconjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Exe-cutivo, do Legislativo ou do Judiciário.

A impessoalidade que deve ser característica daredação oficial decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quemcomunica: obtém-se, assim, uma desejável padroniza-ção, que permite que comunicações elaboradas emdiferentes setores da Administração guardem entre sicerta uniformidade;

b) da impessoalidade de quem recebe a comuni-cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre con-cebido como público, ou a outro órgão público – em ume outro casos temos um destinatário concebido de for-ma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio assunto trata-do: o tema das comunicações oficiais se restringe aquestões que dizem respeito ao interesse público.

Na redação oficial não há lugar para impressõespessoais, ela deve ser isenta da interferência da indivi-dualidade de quem a elabora.

Linguagem das Comunicações Oficiais

Deve empregar linguagem padrão nos expedientesoficiais, cuja finalidade primeira é a de informar com cla-reza e objetividade. Os atos oficiais ou estabelecem re-gras para a conduta dos cidadãos ou regulam o funciona-mento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se emsua elaboração for empregada a linguagem adequada.

As gírias, os regionalismos vocabulares, os jar-gões técnicos, ou qualquer outro tipo de linguagem deum grupo específico são proibidos, pois as comunica-ções que partem dos órgãos públicos devem ser com-preendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Nãohá dúvida de que qualquer texto que apresente tais lin-guagens terá sua compreensão dificultada.

A língua escrita compreende diferentes níveis, deacordo com o uso que dela se faça. Não podemos nosesquecer de que o texto oficial deve ser claro e objetivoe por seu caráter impessoal, por sua finalidade de in-formar com o máximo de clareza e concisão, ele requero uso do padrão culto da língua.

O padrão culto é aquele em que:

a) se observam as regras da gramática formal;b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto

dos usuários do idioma.

Ressalte-se ainda que o jargão burocrático, comotodo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua com-preensão limitada.

Formalidade e Padronização

As comunicações oficiais devem ser sempre for-mais: são necessárias certas formalidades de trata-mento. Isso diz respeito:

a) ao correto emprego do pronome de tratamentopara uma autoridade de certo nível;

b) à polidez;c) à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto

do qual cuida a comunicação.

A formalidade de tratamento vincula-se à idéia dea administração federal ser una, portanto as comunica-ções devem seguir um determinado padrão.

A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformespara o texto definitivo e a correta diagramação do textosão indispensáveis para a padronização.

Concisão e Clareza

Uma das qualidades de um texto é a concisão.Conciso é o texto que consegue transmitir um máximode informações com um mínimo de palavras.

Existe um princípio de economia lingüística, e aconcisão atende a esse princípio. Não se deve de for-ma alguma entendê-la como economia de pensamen-to. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,redundâncias, passagens que nada acrescentem aoque já foi dito.

A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex-to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto quepossibilita imediata compreensão pelo leitor. Ela de-pende estritamente das demais características da re-dação oficial.

Para que haja clareza é necessário:

a) a impessoalidade;b) o uso do padrão culto de linguagem;c) a formalidade e a padronização;d) a concisão.

As Comunicações Oficiais

Além de seguir os preceitos de impessoalidade,formalidade, padronização, clareza, concisão e uso dopadrão culto de linguagem, a Redação Oficial tem ca-racterísticas específicas para cada tipo de expediente.Outros aspectos comuns a quase todas as modalida-des de comunicação oficial são o emprego dos prono-mes de tratamento, a forma dos fechos e a identifica-ção do signatário.

Pronomes de Tratamento

O uso de pronomes de tratamento é a forma res-peitosa de nos dirigirmos às autoridades civis, milita-res e eclesiásticas.

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Degrau Cultural 53

Concordância com os Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento apresentam certaspeculiaridades quanto à concordância verbal, nominale pronominal:

a) referem-se à segunda pessoa gramatical (àpessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a co-municação);

b) concordam com a terceira pessoa (aquele dequem se fala).

Assim sendo, os pronomes possessivos referi-dos a pronomes de tratamento são sempre os da ter-ceira pessoa: “Vossa Senhoria levará seu secretário”(e não “vosso”).

Os adjetivos que se referem a esses pronomesconcordam com o sexo da pessoa a quem se dirigem,e não com o substantivo que compõe a locução. Assim,se nosso interlocutor for homem, o correto é “VossaExcelência está preocupado”, “Vossa Senhoria será elei-to”; se for mulher, “Vossa Excelência está preocupada”,“Vossa Senhoria será eleita”.

Emprego dos Pronomes de Tratamento

Vossa Excelência, em comunicações dirigidasàs seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo:Presidente da República;Vice-Presidente da República;Ministros de Estado;Governadores (e Vice) de Estado e do Distrito Federal;Oficiais-Generais das Forças Armadas;Embaixadores;Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupan-tes de cargos de natureza especial;Secretários de Estado dos Governos Estaduais;Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:Deputados Federais e Senadores;Ministro do Tribunal de Contas da União;Deputados Estaduais e Distritais;Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário:Ministros dos Tribunais Superiores;Membros de Tribunais;Juízes;Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações di-rigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República;Excelentíssimo Senhor Presidente do CongressoNacional;Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribu-nal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com ovocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador;Senhor Juiz;Senhor Ministro;Senhor Governador.

No envelope, o endereçamento das comunicaçõesdirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelên-cia, obedecerá à seguinte forma:

A Sua Excelência o SenhorFulano de TalMinistro de Estado da Justiça70.064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o SenhorSenador Fulano de TalSenado Federal70.165-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o SenhorFulano de TalJuiz de Direito da 10a Vara CívelRua ABC, no 12301.010-000 – São Paulo. SP

Fica abolido o uso do tratamento digníssimo (DD)às autoridades arroladas acima. A dignidade é pressu-posto para que se ocupe qualquer cargo público, sen-do desnecessária sua repetida evocação.

Vossa Senhoria é empregado para as demaisautoridades e para particulares. O vocativo adequado éSenhor seguido do cargo do destinatário:

Senhor Chefe da Divisão de Serviços Gerais.

No envelope, deve constar do endereçamento:

Ao SenhorChilderico NamorRua Embaixador Cavalcante Lacerda, no 38605591-010 – São Paulo – SP

Como se depreende do exemplo acima, fica dis-pensado o emprego do superlativo ilustríssimo para asautoridades que recebem o tratamento de Vossa Se-nhoria e para particulares. É suficiente o uso do prono-me de tratamento Senhor.

Acrescente-se que doutor não é forma de trata-mento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscrimi-nadamente. Seu emprego deve ser restrito apenas acomunicações dirigidas a pessoas que tenham tal graupor terem concluído curso universitário de doutorado.Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a de-sejada formalidade às comunicações.

Mencionemos ainda a forma Vossa Magnificên-cia, empregada, por força da tradição, em comunica-ções dirigidas a reitores de universidade. Correspon-de-lhe o vocativo:

Magnífico Reitor,

Para a hierarquia eclesiástica, os pronomes detratamento são:

Vossa Santidade, em comunicações dirigidas aoPapa. O vocativo correspondente é:

Santíssimo Padre,

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54 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reveren-díssima, em comunicações aos Cardeais. Correspon-de-lhe o vocativo:

Eminentíssimo Senhor Cardeal, ouEminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,

Vossa Excelência Reverendíssima é usado emcomunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; VossaReverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssimapara Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé-rigos e demais religiosos.

Fechos para Comunicações

O fecho das comunicações oficiais possui, alémda finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar odestinatário. Os modelos para fecho que vinham sendoutilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministé-rio da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões.Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, a InstruçãoNormativa nº 4, de 6 de março de 1992, estabelece oemprego de somente dois fechos diferentes para todasas modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presi-dente da República:

Respeitosamente,

b) para autoridades de mesma hierarquia ou dehierarquia inferior:

Atenciosamente,

Identificação do Signatário

Excluídas as comunicações assinadas pelo Pre-sidente da República, todas as demais comunicaçõesoficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridadeque as expede, abaixo do local de sua assinatura. Aforma da identificação deve ser a seguinte:

(espaço para assinatura)AUSTRAGÉSILO DE OLIVEIRA

Ministro da Fazenda

Instrução Normativa 4/92

O Diário Oficial da União publicou, em 9 de marçode 1992, Decreto nº 486, de 6 de março de 1992, emque o Presidente estabeleceu regras para a redaçãode atos normativos do Poder Executivo. No mesmo dia,a Secretaria de Administração Federal baixou a Instru-ção Normativa nº 4, tornando obrigatória, nos órgãosda administração federal, a observação das modalida-des de comunicação oficial, constantes no Manual deRedação da Presidência da República. Eis a instruçãoNormativa.

Instrução Normativa nº 4, de 6 de março de 1992.

O SECRETÁRIO DA ADMINSITRAÇÃO FEDERAL nouso da atribuição (que lhe confere o art. 10 da Lei nº8.057, de 29 de junho de 1990), e considerando quecom a edição do Manual de Redação da Presidência da

República busca-se racionalizar e padronizar a reda-ção das comunicações oficiais, pela atualização da lin-guagem nela empregada e uniformização das diver-sas modalidades de expedientes; e tendo em vista queé meta do Governo Federal modernizar a Administra-ção, permitindo acelerar o andamento de comunica-ções e processos e reduzir despesas.

RESOLVE:

baixar esta Instrução Normativa com a finalidadede consolidar as regras constantes no Manual de Re-dação da Presidência da República, tornando obrigató-ria sua observação para todas aquelas modalidadesde comunicação oficial comuns que compõem a Admi-nistração Federal.

Padrão Ofício

Há três tipos de expedientes que se diferenciamantes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o avi-so e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que cha-mamos de padrão ofício. As peculiaridades de cadaum serão tratadas adiante; por ora busquemos as suassemelhanças.

Partes do documento no Padrão Ofício

O aviso, o ofício e o memorando devem conter asseguintes partes:

a) tipo e número do expediente, seguido da siglado órgão que o expede:

Exemplos:

Mem. 123/MFAviso 123/SGOf. 123/DP

b) local e data em que foi assinado, por extenso,com alinhamento à direita:

Exemplo:Brasília, 15 de março de 1991.

c) assunto: resumo do teor do documentoExemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2002.Assunto: Necessidade de aquisição de novos

computadores.

d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa aquem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deveser incluído também o endereço.

e) texto: nos casos em que não for de mero enca-minhamento de documentos, o expediente deve contera seguinte estrutura:

– introdução, que se confunde com o parágrafo deabertura, na qual é apresentado o assunto que motivaa comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honrade”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”,empregue a forma direta;

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 55

– desenvolvimento, no qual o assunto é detalha-do; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o as-sunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distin-tos, o que confere maior clareza à exposição;

– conclusão, em que é reafirmada ou simples-mente reapresentada a posição recomendada sobreo assunto.

Os parágrafos do texto devem ser numerados,exceto nos casos em que estes estejam organizadosem itens ou títulos e subtítulos.

Já quando se tratar de mero encaminhamento dedocumentos a estrutura é a seguinte:

– introdução: deve iniciar com referência ao expe-diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessado documento não tiver sido solicitada, deve iniciar coma informação do motivo da comunicação, que é enca-minhar, indicando a seguir os dados completos do do-cumento encaminhado (tipo, data, origem ou signatá-rio, e assunto de que trata), e a razão pela qual estásendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:

“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991,encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril

de 1990, do Departamento Geral de Administração, quetrata da requisição do servidor Fulano de Tal.”

ou

“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexacópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991,do Presidente da Confederação Nacional de Agricul-

tura, a respeito de projeto de modernização detécnicas agrícolas na região Nordeste.”

– desenvolvimento: se o autor da comunicaçãodesejar fazer algum comentário a respeito do documentoque encaminha, poderá acrescentar parágrafos de de-senvolvimento; em caso contrário, não há parágrafosde desenvolvimento em aviso ou ofício de mero enca-minhamento.

f) fecho (ver pág. 54);

g) assinatura do autor da comunicação; e

h) identificação do signatário (ver pág. 54).

Aviso e Ofício

Aviso e ofício são modalidades de comunicaçãooficial praticamente idênticas. A única diferença entreeles é que o aviso é expedido exclusivamente por Mi-nistros de Estado, Secretário-Geral da Presidência daRepública, Consultor-Geral da República, Chefe doEstado-Maior das Forças Armadas, Chefe do GabineteMilitar da Presidência da República e pelos Secretáriosda Presidência da República, para autoridades demesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedidopara e pelas demais autoridades. Ambos têm comofinalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-gãos da Administração Pública entre si e, no caso doofício, também com particulares.

Quanto à sua forma, aviso e ofício seguem o mo-delo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, queinvoca o destinatário, seguido de vírgula.

Exemplos:

Excelentíssimo Senhor Presidente da RepúblicaSenhora MinistraSenhor Chefe de Gabinete

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofí-cio as seguintes informações do remetente:

– nome do órgão ou setor;– endereço postal;– telefone e endereço de correio eletrônico.

Memorando

O memorando é a modalidade de comunicaçãoentre unidades administrativas de um mesmo órgão,que podem estar hierarquicamente em mesmo nívelou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma formade comunicação eminentemente interna.

Pode ter caráter meramente administrativo, ou serempregado para a exposição de projetos, idéias, dire-trizes, etc. a serem adotados por determinado setor doserviço público.

Sua característica principal é a agilidade. A trami-tação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentosburocráticos. Para evitar desnecessário aumento donúmero de comunicações, os despachos ao memo-rando devem ser dados no próprio documento e, nocaso de falta de espaço, em folha de continuação. Esseprocedimento permite formar uma espécie de proces-so simplificado, assegurando maior transparência àtomada de decisões, e permitindo que se historie oandamento da matéria tratada no memorando.

Quanto a sua forma, o memorando segue o mode-lo do padrão ofício, com a diferença de que o seu desti-natário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Exemplos:

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

Exposição de Motivos

Exposição de motivos é o expediente dirigido aoPresidente da República ou ao Vice-Presidente para:

a) informá-lo de determinado assunto;

b) propor alguma medida; ou

c) submeter a sua consideração projeto de atonormativo.

Em regra, a exposição de motivos é dirigida aoPresidente da República por um Ministro de Estado ouSecretário da Presidência da República. Nos casos emque o assunto tratado envolva mais de um Ministério, aexposição de motivos deverá ser assinada por todosos Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, cha-mada de interministerial ou conjunta.

Formalmente, a exposição de motivos tem a apre-sentação do padrão ofício. O anexo que acompanha a

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56 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

exposição de motivos que proponha alguma medidaou apresente projeto de ato normativo, segue o modelodescrito adiante.

A exposição de motivos, de acordo com sua finali-dade, apresenta duas formas básicas de estrutura: umapara aquela que tenha caráter exclusivamente informa-tivo e outra para a que proponha alguma medida ousubmeta projeto de ato normativo.

No primeiro caso, o da exposição de motivos quesimplesmente leva algum assunto ao conhecimentodo Presidente da República, sua estrutura segue omodelo antes referido para o padrão ofício.

Já a exposição de motivos que submeta à consi-deração do Presidente da República a sugestão de al-guma medida a ser adotada ou a que lhe apresenteprojeto de ato normativo – embora sigam também aestrutura do padrão ofício –, além de outros comentári-os julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigato-riamente, apontar:

a) na introdução: o problema que está a reclamara adoção da medida ou do ato normativo proposto;

b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquelamedida ou aquele ato normativo o ideal para se soluci-onar o problema, e eventuais alternativas existentes paraequacioná-lo;

c) na conclusão, novamente, qual medida deve sertomada, ou qual ato normativo deve ser editado parasolucionar o problema.

Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo àexposição de motivos, devidamente preenchido, deacordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II doDecreto no 4.176, de 28 de março de 2002.

Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome doMinistério ou órgão equivalente) no , de de de 200.

1. Síntese do problema ou da situação que reclamaprovidências

2. Soluções e providências contidas no ato normativoou na medida proposta

3. Alternativas existentes às medidas propostas

Mencionar:

• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;• se há projetos sobre a matéria no Legislativo;• outras possibilidades de resolução do problema.

4. Custos

Mencionar:·

• se a despesa decorrente da medida está prevista nalei orçamentária anual; se não, quais as alternativaspara custeá-la; • se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extra-ordinário, especial ou suplementar; • valor a ser despendido em moeda corrente;

5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchidosomente se o ato proposto for medida provisória ouprojeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)

Mencionar:

• se o problema configura calamidade pública;• por que é indispensável a vigência imediata;• se se trata de problema cuja causa ou agrava-mento não tenham sido previstos;• se se trata de desenvolvimento extraordinário desituação já prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o atoou medida proposta possa vir a tê-lo)

7. Alterações propostas

Texto atual Texto proposto

8. Síntese do parecer do órgão jurídico

A falta ou insuficiência das informações prestadaspode acarretar, a critério da Subchefia para AssuntosJurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de atonormativo para que se complete o exame ou se refor-mule a proposta.

O preenchimento obrigatório do anexo para as ex-posições de motivos que proponham a adoção de al-guma medida ou a edição de ato normativo tem comofinalidade:

a) permitir a adequada reflexão sobre o problemaque se busca resolver;

b) ensejar mais profunda avaliação das diversascausas do problema e dos efeitos que pode ter a ado-ção da medida ou a edição do ato, em consonânciacom as questões que devem ser analisadas na elabo-ração de proposições normativas no âmbito do PoderExecutivo.

c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.

Dessa forma, ao atender às questões que devemser analisadas na elaboração de atos normativos noâmbito do Poder Executivo, o texto da exposição demotivos e seu anexo complementam-se e formam umtodo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-funda e direta de toda a situação que está a reclamar aadoção de certa providência ou a edição de um ato nor-mativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; asolução que se propõe, seus efeitos e seus custos; eas alternativas existentes. O texto da exposição de mo-tivos fica, assim, reservado à demonstração da neces-sidade da providência proposta: por que deve ser ado-tada e como resolverá o problema.

Nos casos em que o ato proposto for questão depessoal (nomeação, promoção, ascensão, transferên-cia, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegra-ção, recondução, remoção, exoneração, demissão, dis-pensa, disponibilidade, aposentadoria), não é neces-sário o encaminhamento do formulário de anexo à ex-posição de motivos.

Ressalte-se que:

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 57

– o anexo à exposição de motivos deve ter todasas páginas rubricadas pelo(s) Ministro(s) da(s) Pasta(s)proponente(s);

– a síntese do parecer do órgão de assessora-mento jurídico não dispensa o encaminhamento doparecer completo;

– o tamanho dos campos do anexo à exposiçãode motivos pode ser alterado de acordo com a mai-or ou menor extensão dos comentários a serem aliincluídos.

Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha pre-sente que a atenção aos requisitos básicos da reda-ção oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formali-dade, padronização e uso do padrão culto de lingua-gem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é aprincipal modalidade de comunicação dirigida ao Pre-sidente da República pelos Ministros. Além disso, pode,em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congres-so Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publi-cada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.

Mensagem

É o instrumento de comunicação oficial entre osChefes dos Poderes Públicos, notadamente as men-sagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo aoPoder Legislativo para informar sobre fato da Adminis-tração Pública; expor o plano de governo por ocasiãoda abertura de sessão legislativa; submeter ao Con-gresso Nacional matérias que dependem de delibera-ção de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agra-decer comunicações de tudo quanto seja de interessedos poderes públicos e da Nação.

Minuta de mensagem pode ser encaminhada pe-los Ministérios à Presidência da República, a cujasassessorias caberá a redação final.

As mensagens mais usuais do Poder Executivoao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

a) encaminhamento de projeto de lei ordinária,complementar ou financeira.

Os projetos de lei ordinária ou complementar sãoenviados em regime normal (Constituição, art. 61) oude urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lem-brar que o projeto pode ser encaminhado sob o regimenormal e mais tarde ser objeto de nova mensagem,com solicitação de urgência.

Em ambos os casos, a mensagem se dirige aosMembros do Congresso Nacional, mas é encaminha-da com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência daRepública ao Primeiro Secretário da Câmara dos De-putados, para que tenha início sua tramitação (Consti-tuição, art. 64, caput).

Quanto aos projetos de lei financeira (que com-preendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensa-gens de encaminhamento dirigem-se aos Membros doCongresso Nacional, e os respectivos avisos são en-dereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. Arazão é que o art. 166 da Constituição impõe a delibera-ção congressual sobre as leis financeiras em sessão

conjunta, mais precisamente, “na forma do regimentocomum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacionalestá o Presidente do Senado Federal (Constituição, art.57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.

As mensagens aqui tratadas coroam o processodesenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abran-ge minucioso exame técnico, jurídico e econômico-fi-nanceiro das matérias objeto das proposições por elasencaminhadas.

Tais exames materializam-se em pareceres dosdiversos órgãos interessados no assunto das proposi-ções, entre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas,na origem das propostas, as análises necessáriasconstam da exposição de motivos do órgão onde segeraram – exposição que acompanhará, por cópia, amensagem de encaminhamento ao Congresso.

b) encaminhamento de medida provisória.

Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 daConstituição, o Presidente da República encaminhamensagem ao Congresso, dirigida a seus membros,com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Fede-ral, juntando cópia da medida provisória, autenticadapela Coordenação de Documentação da Presidênciada República.

c) indicação de autoridades.

As mensagens que submetem ao Senado Fede-ral a indicação de pessoas para ocuparem determina-dos cargos (magistrados dos Tribunais Superiores,Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do BancoCentral, Procurador-Geral da República, Chefes de Mis-são Diplomática etc.) têm em vista que a Constituição,no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa doCongresso Nacional competência privativa para apro-var a indicação.

O curriculum vitae do indicado, devidamente assi-nado, acompanha a mensagem.

d) pedido de autorização para o Presidente ou oVice-Presidente da República se ausentarem do Paíspor mais de 15 dias.

Trata-se de exigência constitucional (Constituição,art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência priva-tiva do Congresso Nacional.

O Presidente da República, tradicionalmente, porcortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congres-so, enviando-lhes mensagens idênticas.

e) encaminhamento de atos de concessão e reno-vação de concessão de emissoras de rádio e TV.

A obrigação de submeter tais atos à apreciação doCongresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49da Constituição. Somente produzirão efeitos legais aoutorga ou renovação da concessão após deliberaçãodo Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o).Descabe pedir na mensagem a urgência prevista noart. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do art. 223 jádefine o prazo da tramitação.

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Além do ato de outorga ou renovação, acompanha amensagem o correspondente processo administrativo.

f) encaminhamento das contas referentes ao exer-cício anterior.

O Presidente da República tem o prazo de ses-senta dias após a abertura da sessão legislativa paraenviar ao Congresso Nacional as contas referentes aoexercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exa-me e parecer da Comissão Mista permanente (Consti-tuição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Depu-tados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51,II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seuRegimento Interno.

g) mensagem de abertura da sessão legislativa.

Ela deve conter o plano de governo, exposiçãosobre a situação do País e solicitação de providênciasque julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).

O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civilda Presidência da República. Esta mensagem diferedas demais porque vai encadernada e é distribuída atodos os Congressistas em forma de livro.

h) comunicação de sanção (com restituição deautógrafos).

Esta mensagem é dirigida aos Membros do Con-gresso Nacional, encaminhada por Aviso ao PrimeiroSecretário da Casa onde se originaram os autógrafos.Nela se informa o número que tomou a lei e se restitu-em dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nosquais o Presidente da República terá aposto o despa-cho de sanção.

i) comunicação de veto.

Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Cons-tituição, art. 66, § 1o), a mensagem informa sobre adecisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposi-ções vetadas e as razões do veto. Seu texto vai publica-do na íntegra no Diário Oficial da União, ao contráriodas demais mensagens, cuja publicação se restringeà notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

j) outras mensagens.

Também são remetidas ao Legislativo com regu-lar freqüência mensagens com:

– encaminhamento de atos internacionais queacarretam encargos ou compromissos gravosos(Constituição, art. 49, I);

– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicá-veis às operações e prestações interestaduais e deexportação (Constituição, art. 155, § 2o, IV);

– proposta de fixação de limites globais para o mon-tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);

– pedido de autorização para operações financei-ras externas (Constituição, art. 52, V); e outros.

Entre as mensagens menos comuns estão as de:

– convocação extraordinária do Congresso Nacio-nal (Constituição, art. 57, § 6o);

– pedido de autorização para exonerar o Procura-dor-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);

– pedido de autorização para declarar guerra edecretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);

– pedido de autorização ou referendo para cele-brar a paz (Constituição, art. 84, XX);

– justificativa para decretação do estado de defesaou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);

– pedido de autorização para decretar o estado desítio (Constituição, art. 137);

– relato das medidas praticadas na vigência doestado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141,parágrafo único);

– proposta de modificação de projetos de leis fi-nanceiras (Constituição, art. 166, § 5o);

– pedido de autorização para utilizar recursos queficarem sem despesas correspondentes, em decorrên-cia de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça-mentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);

– pedido de autorização para alienar ou concederterras públicas com área superior a 2.500 ha (Consti-tuição, art. 188, § 1o); etc.

As mensagens contêm:

a) a indicação do tipo de expediente e de seu núme-ro, horizontalmente, no início da margem esquerda:

Mensagem no

b) vocativo, de acordo com o pronome de trata-mento e o cargo do destinatário, horizontalmente, noinício da margem esquerda;

Excelentíssimo Senhor Presidente do SenadoFederal,

c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;

d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final dotexto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final coma margem direita.

A mensagem, como os demais atos assinadospelo Presidente da República, não traz identificação deseu signatário.

Fax

O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simi-le) é uma forma de comunicação que está sendo me-nos usada devido ao desenvolvimento da Internet. Éutilizado para a transmissão de mensagens urgentese para o envio antecipado de documentos, de cujo co-nhecimento há premência, quando não há condiçõesde envio do documento por meio eletrônico. Quandonecessário o original, ele segue posteriormente pelavia e na forma de praxe.

Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-locom cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujopapel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.

Os documentos enviados por fax mantêm a formae a estrutura que lhes são inerentes.

É conveniente o envio, juntamente com o docu-mento principal, de folha de rosto, isto é, de pequenoformulário com os dados de identificação da mensa-gem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:

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Língua Portuguesa

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Telegrama

Com o fito de uniformizar a terminologia e sim-plificar os procedimentos burocráticos, passa a rece-ber o título de telegrama toda comunicação oficial ex-pedida por meio de telegrafia, telex, etc.

Por tratar-se de forma de comunicação dispen-diosa aos cofres públicos e tecnologicamente supera-da, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àque-las situações que não seja possível o uso de correioeletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utiliza-ção e, também em razão de seu custo elevado, estaforma de comunicação deve pautar-se pela concisão.

Não há padrão rígido, devendo-se seguir aforma e a estrutura dos formulários disponíveis nasagências dos Correios e em seu sítio na Internet.

Correio Eletrônico

O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo custoe celeridade, transformou-se na principal forma de co-municação para transmissão de documentos.

Um dos atrativos de comunicação por correioeletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa de-finir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com umacomunicação oficial.

O campo assunto do formulário de correio ele-trônico mensagem deve ser preenchido de modo a fa-cilitar a organização documental tanto do destinatárioquanto do remetente.

Para os arquivos anexados à mensagem deveser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. Amensagem que encaminha algum arquivo deve trazerinformações mínimas sobre seu conteúdo.

Sempre que disponível, deve-se utilizar recursode confirmação de leitura. Caso não seja disponível,deve constar da mensagem pedido de confirmação derecebimento.

Ata

Documento de valor jurídico, em que se re-gistram ocorrências, resoluções e decisões de umassembléia, sessão ou reunião.

Sua estrutura se compõe de:

a) título;b) data (por extenso) e local da reunião;c) finalidade da reunião;d) dirigentes: presidente e secretário;e) texto: narração cronológica dos assuntos trata-

dos e suas decisões. A escrita é seguida, semrasuras, emendas ou entrelinhas. As abreviatu-ras devem ser evitadas e os números são escri-tos por extenso;

f) encerramento e assinaturas.

Atestado

Documento assinado por uma ou mais pesso-as a favor de outra, declarando a veracidade de um fatodo qual tenha conhecimento ou quando requerido. Estefato pode afirmar a existência ou inexistência de umasituação de direito.

Sua estrutura se compõe de:

a) título: Atestado (ou Atestado de ...);b) texto: identificação do emissor – essa identifica-

ção pode ser dispensada no texto se for feita naassinatura –, finalidade, o fato que se atesta e arespeito de quem, e algumas vezes o período devalidade;

c) local e data;d) assinatura (e identificação do signatário).

Circular

Circular é um meio de correspondência oficial,através do qual uma autoridade dirige-se a várias pes-soas ou a departamentos ou a um órgão, simultanea-mente. Normalmente, as circulares são de caráter ge-ral, contendo instruções emitidas por superiores hie-rárquicos na instituição, e destinadas a pessoal su-bordinado. Por caráter geral, subentende-se que as

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60 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

circulares têm objetivos básicos de emissão de al-gum esclarecimento sobre um assunto ou tópico (porexemplo, uma lei), divulgação de matéria de interessegeral, recomendações, informações e esclarecimen-tos sobre atos e fatos administrativos.

A circular pode, pelo assunto e pela forma, apre-sentar o caráter de aviso, de ofício, ou de comunicaçãointerna, não se fazendo, assim, muita distinção quantoà estrutura entre estas correspondências, em geral uni-direcionais, e as circulares (multidirecionais).

Portanto, as circulares visam à emissão de or-dens de serviço e são uma correspondência multidireci-onal – são redigidas a vários destinatários. Podem serimpressas, datilografadas, mimeografadas ou digitadase transmitidas através de telegramas ou e-mail.

A circular é composta pelas seguintes partes:

a) numeração: número do Ato e data de expedição.b) ementa: assunto da circular. Não é obrigatória.c) vocativo: destinatários da circular, geralmente con-

tendo o tratamento e o cargo dos mesmos. Não éparte obrigatória.

d) texto: é o conteúdo da circular, propriamente dito.O texto, se composto por mais de um parágrafo,deve ser numerado com algarismos arábicos noinício de cada parágrafo, exceto no primeiro. Osegundo parágrafo tem sua numeração valendodois, o terceiro valendo três, e assim por diante.

e) fecho: fechamento do texto na forma de uma corte-sia. Por exemplo, “Atenciosamente,”.

f) assinatura: é o nome de quem emite a circular(normalmente uma autoridade), seguido pelo car-go ocupado e pela função exercida.

Declaração

Muito semelhante ao atestado, a declaração di-fere dele apenas quanto ao objeto: enquanto aquele éexpedido em relação a alguém, esta é sempre feita emrelação a alguém quanto a um fato ou direito; pode serum depoimento, explicação em que se manifeste opi-nião, conceito, resolução ou observação.

Sua estrutura se compõe de:

a) título: DECLARAÇÃO;b) texto: nome do declarante – identificação pesso-

al ou profissional (ou ambas), residência, domi-cílio, finalidade e exposição do assunto;

c) local e data;d) assinatura (e identificação do signatário).

Requerimento

Petição escrita, feita por pessoa física ou jurídi-ca, na qual se solicita a uma autoridade um direito deconcessão de algo sob o amparo da lei.

Sua estrutura se compõe de:

a) vocativo: cargo da autoridade a que se dirige (omi-te-se o seu nome);

b) texto: preâmbulo (identificação do requerente),teor (solicitação em si e disposição legal em quese baseia o pedido);

c) fecho: “Nestes termos, pede deferimento.” ou“Termos em que pede deferimento.”;

d) local e data;e) assinatura.

O texto do requerimento é sempre escrito em 3a

pessoa.

Relatório

É a modalidade de comunicação pela qual sefaz a narração ou descrição, ordenada e mais ou me-nos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou.

Sua estrutura se compõe de:

a) local e data;b) vocativo;c) introdução – apresentação do observador e do

fato observado;d) texto – exposição cronológica do fato observado;e) fecho;f) assinatura (e identificação do signatário).

Parecer

É a forma de comunicação pela qual um especi-alista emite uma opinião fundamentada sobre determi-nado assunto.

Sua estrutura se compõe de:

a) vocativo;b) identificação do especialista;c) introdução – apresentação do assunto;d) texto – exposição de opinião e seu fundamento;e) local e data;f) assinatura (e identificação do signatário).

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 61

MODELOS

Modelo de Ofício

[remetente: nome do órgão ou setor, endereço postal,telefone e endereço de

correio eletrônico]

Ofício no 435/2000 - SG-PRBrasília, 30 de abril de 2000.

A Sua Excelência o SenhorDeputado [Nome]Câmara dos Deputados70.160-900 – Brasília – DF

Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelotelegrama no 154, de 24 de abril último, informo VossaExcelência de que as medidas mencionadas em sua cartano 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estãoamparadas pelo procedimento administrativo de demarca-ção de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva anecessidade de que – na definição e demarcação dasterras indígenas – fossem levadas em consideração ascaracterísticas sócio-econômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de ter-ras indígenas deverá ser precedida de estudos e levanta-mentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, §1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir osaspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos efundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feitoconjuntamente com o órgão federal ou estadual compe-tente.

4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipaisdeverão encaminhar as informações que julgarem perti-nentes sobre a área em estudo. É igualmente asseguradaa manifestação de entidades representativas da socieda-de civil.

5. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedi-mento estabelecido assegura que a decisão a ser baixa-da pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e ademarcação de terras indígenas seja informada de todosos elementos necessários, inclusive daqueles assinala-dos em sua carta, com a necessária transparência e agi-lidade.

Atenciosamente,

[Nome][cargo]

Modelo de Aviso

Aviso no 35/SSP-PRBrasília, 17 de fevereiro de 2000.

A Sua Excelência o Senhor[Nome e cargo]

Assunto: Seminário sobre uso de energia no setorpúblico.

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão deabertura do Primeiro Seminário Regional sobre o UsoEficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da EscolaNacional de Administração Pública – ENAP, localizada noSetor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.

O Seminário mencionado inclui-se nas atividades doPrograma Nacional das Comissões Internas de Conser-vação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo De-creto no 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

[nome do signatário][cargo do signatário]

Modelo de Memorando

Mem. 119/DJ Em 21 de maio de 2000.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Administração. Instalação de microcom-putadores

1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solici-to a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejaminstalados três microcomputadores neste Departamento.

2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescen-to, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse do-tado de disco rígido e de monitor padrão VGA. Quanto aprogramas, haveria necessidade de dois tipos: um proces-sador de textos, e outro gerenciador de banco de dados.

3. O treinamento de pessoal para operação dos microspoderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Depar-tamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seuacordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dostrabalhos deste Departamento ensejará racional distribui-ção de tarefas entre os servidores e, sobretudo, umamelhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

[nome do signatário][cargo do signatário]

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62 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

Modelo de Exposição de Motivos decaráter informativo

EM no 23495/2000-MIP Brasília, 30 de maio de 2000.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

O Presidente George Bush anunciou, no último dia13, significativa mudança da posição norte-americana nasnegociações que se realizam – na Conferência do Desar-mamento, em Genebra – de uma convenção multilateral deproscrição total das armas químicas. Ao renunciar à ma-nutenção de cerca de dois por cento de seu arsenal quí-mico até a adesão à convenção de todos os países emcondições de produzir armas químicas, os Estados Uni-dos reaproximaram sua postura da maioria dos quarentapaíses participantes do processo negociador, inclusive oBrasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratadovenha a ser concluído e assinado em prazo de cerca deum ano. (...)

Respeitosamente,

[Nome][cargo]

Modelo de Mensagem

Mensagem no 298

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

Comunico a Vossa Excelência o recebimento das Men-sagens SM no 106 a 110, de 1991, nas quais informo apromulgação dos Decretos Legislativos nos 93 a 97, de1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

Brasília, 1o de abril de 2000.

Modelo de Ata

Paredex – Indústria Têxtil S.A.CGC-MF nº 51.000.009/0001-51 – Companhia Aberta

Ata da Reunião Extraordinária do Conselhode Administração.

Aos cinco de junho de dois mil e três, às nove horas, nasede social da empresa na Rua das Flores nº 328, Jardimdas Rosas, em São Paulo – Capital, com a presença datotalidade dos membros do Conselho Administrativo daSociedade, regularmente convocados na forma do pará-grafo 1o do Art. 19 do Estatuto Social, presidida por Sr.Fernando Jorge Bento Pires, secretário: Carlos AlbertoLibertti, de acordo com a ordem do dia, apreciou-se opedido de renúncia de membro do conselho, solicitadopelo Sr. António Neves e designou-se seu substituto, nostermos do parágrafo 4o do Estatuto Social, o Sr. PauloPeres. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a ses-são com a lavratura da presente ATA que, após lida eachada de acordo, segue assinada pelos presentes.

Fernando Jorge Bento Pires Carlos Alberto LiberttiAntónio Neves Paulo PeresFernando Lima Sobrinho Derci Sousa

Modelo de Atestado

ATESTADO

Atesto, para fins de prova junto ao Fórum da cidadede Cabreúva-PR, que o Sr. Armando Montes, ocupante docargo de diretor de comunicação do Sindicato dos Profes-sores de Cabreúva-PR, para o qual foi nomeado por De-creto nº 10 de 1o de abril de 2004, não reponde a proces-so administrativo.

Crabreúva, 30 de maio de 2004.

______________________________António GuedesPresidente do Sindicato dos ProfessoresCabreúva-PR

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 63

Modelo de Circular - 1

CIRCULAR NÚMERO 55, DE 29 DE JUNHO DE 1973

Prorroga o prazo para recolhimento, sem multa, da Taxade Cooperação incidente sobre bovinos.

O DIRETOR-GERAL DO TESOURO DO ESTADO, no usode suas atribuições, comunica aos Senhores Cobradoresde Impostos e Contribuições que, de conformidade com oDecreto número 22.500, de 29 de junho de 1973, publica-do no Diário Oficial da mesma data, fica prorrogado, até 30de setembro do corrente exercício, o prazo fixado na Leinúmero 4.948, de 28 de maio de 1965, para o recolhimen-to, sem a multa moratória prevista no artigo 71 da Leinúmero 6.537, de 27 de fevereiro de 1973, da Taxa deCooperação incidente sobre bovinos.

Lotário L. Skolaude,Diretor-Geral.

Modelo de Circular - 2

CIRCULAR NÚMERO 4, DE 21 DE MAIO DE 1968

De ordem do Excelentíssimo Senhor Presidente da Re-pública, recomendo aos Senhores Ministros de Estadoque determinem providências no sentido de serem presta-das, rigorosamente dentro do prazo estabelecido, as in-formações solicitadas para defesa da União em manda-dos de segurança impetrados contra ato presidencial.

2. Recomenda-se, outrossim, que a coleta das infor-mações seja coordenada pelo Gabinete do Ministro emBrasília, que se responsabilizará pela observância doprazo legal.

3. O texto original das informações, nas quais cons-tará, sempre que possível, pronunciamento do órgão se-torial de assessoria jurídica, deverá ser imediatamentetransmitido à Presidência da República para o devido en-caminhamento ao Excelentíssimo Senhor Presidente doSupremo Tribunal Federal.

Rondon Pacheco,Ministro Extraordinário para os Assuntos do Gabinete

Civil.

Modelo de Declaração

DECLARAÇÃO

Eu, Agamenom Soares, CPF nº 098.765.432-10, brasi-leiro, solteiro, professor, residente e domiciliado na Ruadas Flores nº 386, Jardim das Rosas – São Paulo, declaro,sob as penas da lei, ter entregado à Secretaria da ReceitaFederal em 20 de maio de 2004 os documentos compraba-tórios de rendimentos tributáveis na fonte, conforme soli-citação 328-2004 expedida pelo Ministério da Fazenda em1o de abril de 2004.

São Paulo, 30 de maio de 2004.

_______________________ Agamenom Soares

Modelo de Requerimento

Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo

Dolores Matos, brasileira, solteira, estudante de enge-nharia, matrícula nº 098.765-4, residente na Rua das Flo-res nº 386, Jardim das Rosas, São Paulo, solicita a VossaMagnificência atestado de que freqüenta o 3o ano do Cur-so de Engenharia Civil, para fim de pedido de Bolsa-Uni-versidade, como previsto pela Portaria 1002, de 13 dejulho de 1966, do Ministério da Educação.

Nestes termos,Pede deferimento

São Paulo, 30 de maio de 2004.

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Modelo de Relatório

São Paulo, 13 de abril de 2004.

Senhor Professor,

Na qualidade de aluno do curso preparatório para oconcurso de Auditor-Fiscal do INSS, fui designado para aescritura do relatório da 1a aula de Redação Oficial, minis-trada em 1o de abril de 2004, período noturno, na Centralde Concursos – unidade Barão de Itapetininga SP, sala D.

Regida pelo Professor Diógenes de Ataíde, a aula co-meçou às 19h00. O professor apresentou-se ao grupo eem seguida fez uma explanação a respeito do que será aprova de Redação Oficial. Distribuiu material impresso aosalunos. Falou do estilo de questão e esclareceu que nãose escreverá um texto, os candidatos apenas haverão dereconhecer modalidades de comunicação oficial em lín-gua portuguesa.

Na seqüência, o mestre apresentou aos alunos as qua-lidades das comunicações oficiais (impessoalidade, cor-reção gramatical, clareza e concisão), mostrou váriosexemplos, solicitando a participação de todos em afirma-rem se as frases na lousa estavam certas ou erradas,corrigiu-as e chamou-nos à atenção para o fato de queisso aparece sempre nas provas.

Houve um intervalo para café.

Após o intervalo de 15 minutos, a aula prosseguiu coma apresentação dos pronomes de tratamento e seus usosna correspondência oficial. Os alunos participaram comperguntas.

Como último assunto do dia, o professor apresentoucinco comunicações oficiais: ofício, aviso, memorando,mensagem e exposição de motivos. Falou-se das particu-laridades de cada uma e qual a sua finalidade.

Encerrou-se a aula às 21h57, com recomendações paraestudos em casa.

Respeitosamente,

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64 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

Modelo de Parecer

Senhor diretor do CESPE – UnB

Austregésilo de Hollanda,professor de Língua Portuguesa,registrado no MEC sob nº 13.209

O Sr. Aldo Baccarat, candidato à vaga de Auditor-Fis-cal da Previdência Social, inscrito no concurso realizadoem 1o de abril de 2004, sob nº 098.765, afirma que a ques-tão doze da prova azul apresenta problema no gabarito(opção A, oficialmente).

Na opção D, há a seguinte frase: “Os atletas america-nos tem se saído melhor que brasileiros, nos Jogos Olím-picos.” (sic), que está errada. Vejam-se a seguir os pro-blemas do período em questão.

• têm – esse verbo se refere ao sujeito “os atletas ame-ricanos”, assim sendo deveria estar no plural – com acen-to circunflexo, como recomendam as regras de acentua-ção gráfica para os diferenciais dos verbo TER e VIR (eletem – eles têm, ele vem – eles vêm).• melhor – essa palavra, na frase acima, representa umadvérbio, pois liga-se ao termo saído (particípio do verbosair); e, como recomenda a norma culta, advérbio é inva-riável.• que os brasileiros – na frase percebe-se a ausênciado pronome demonstrativo OS, que representa na segun-da oração do período o termo ATLETAS, sem o qual afrase torna-se ambígua.

Visto que a frase está realmente com problemas, solicita-se a revisão da nota do candidato.

São Paulo, 26 de abril e 2004.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 65

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silvaassinou em sessão solene na Academia Bra-sileira de Letras, o decreto que estabelece ocronograma para a vigência do Acordo Or-tográfico entre os países de Língua Portu-guesa e orienta a sua adoção.

O acordo entrará em vigor a partir dejaneiro de 2009, mas a norma atual e a pre-vista poderão ser usadas e aceitas oficial-mente até dezembro de 2012.

A reforma ortográfica foi aprovada emdezembro de 1990 por representantes desete países que falam Português – Brasil,Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde,Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Em2004, o Timor-Leste aderiu ao projeto doisanos após obter sua independência da Indo-nésia.

Para entrar em vigor, o acordo precisavada ratificação de no mínimo três países, o quefoi conseguido em 2006 com Brasil, Cabo Ver-de e São Tomé e Príncipe, enquanto o Parla-mento de Portugal aprovou em maio deste ano.

Segundo o Ministério da Educação, oacordo ampliará a cooperação internacio-nal entre os oito países ao estabelecer umagrafia oficial única do idioma. A medida tam-bém deve facilitar o processo de intercâm-bio cultural e científico entre as nações e adivulgação mais abrangente da língua e daliteratura.

Texto integral do Acordo

CONGRESSO NACIONAL

Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, eeu, José Sarney, Presidente do Senado Federal, nostermos do art.48, item 28, do Regime Interno, promulgoo seguinte

DECRETO LEGISLATIVO Nº 54, DE 1995

Aprova o texto do Acordo Ortográfico da língua Por-tuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de1990.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º. É aprovado o texto do Acordo Ortográfico da Lín-gua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de de-zembro de 1990.Parágrafo único. São sujeitos à apreciação do Con-gresso Nacional quaisquer atos que impliquem revi-são do referido Acordo, bem como quaisquer atos que,nos termos do art. 49, I, da Constituição Federal, acar-retem encargos ou compromissos gravosos ao patri-mônio nacional.Art. 2º. Este Decreto Legislativo entra em vigor na datade sua publicação.

Senado Federal, 18 de abril de 1995 Senador José Sarney, Presidente.

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Lisboa, 14, 15 e 16 de Dezembro de 1990

Considerando que o projecto de texto de ortografiaunificada de língua portuguesa aprovado em Lisboa,em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciênci-as de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delega-ções de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-que e São Tomé e Príncipe, com a adesão da delega-ção de observadores da Galiza, constitui um passoimportante para a defesa da unidade essencial da lín-gua portuguesa e para o seu prestígio internacional,

Considerando que o texto do acordo que ora seaprova resulta de um aprofundado debate nos Paísessignatários,

a República Popular de Angola,a República Federativa do Brasil,a República de Cabo Verde,a República da Guiné-Bissau,a República de Moçambique,a República Portuguesa,a República Democrática de São Tomé e Príncipe,acordam no seguinte:

Artigo 1º - É aprovado o Acordo Ortográfico da línguaportuguesa, que consta como anexo I ao presente ins-trumento de aprovação, sob a designação de AcordoOrtográfico da língua portuguesa (1990) e vai acompa-nhado da respectiva, nota explicativa, que consta comoanexo II ao mesmo instrumento de aprovação, sob adesignação de Nota Explicativa do Acordo Ortográficoda língua portuguesa (1990).

Artigo 2º - Os Estados signatários tomarão, atravésdas instituições e órgãos competentes, as providênci-as necessárias com vista à elaboração, até 1º de ja-neiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comumda língua portuguesa, tão completo quanto desejávele tão normalizador quanto possível, no que se refereàs terminologias científicas e técnicas.

Artigo 3º - O Acordo Ortográfico da língua portuguesaentrará em vigor em 1º de janeiro de 1994, após depo-sitados os instrumentos de ratificação de todos os Es-tados junto do Governo da República Portuguesa.

Artigo 4º - Os Estados signatários adoptarão as medi-das que entenderem adequadas ao efectivo respeitoda data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3º.

Em fé do que, os abaixo-assinados, devidamentecredenciados para o efeito, aprovam o presente acor-do, redigido em língua portuguesa, em sete exempla-res, todos igualmente autênticos.

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66 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.

PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA,José Mateus de Adelino Peixoto,Secretário de Estado da Cultura

PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL,Carlos Alberto Gomes Chiarelli,

Ministro da Educação

PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE,David Hopffer Almada,

Ministro da Informação Cultura e Desportos

PELA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU,Alexandre Brito Ribeiro Furtado,Secretário de Estado da Cultura

PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE,Luis Bernardo Honwana,

Ministro da Cultura

PELA REPÚBLICA PORTUGUESA,Pedro Miguel de Santana Lopes,Secretário de Estado da Cultura

PELA REPÜBLICA DEMOCRATICA DE SÃO TOMÉ EPRÍNCIPE,

Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa,Ministra da Educação e Cultura

MINUTA DE DECRETO

Estabelece cronograma para a vigência do Acor-do Ortográfico da Língua Portuguesa e orienta a suaimplementação.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri-buições que lhe confere o art. 84, incisos II, VII e VIII, daConstituição, e em observância ao Decreto Legislativonº 54, de 18 de abril de 1995 e ao Decreto de Promulga-ção nº....,

DECRETA:Art. 1º - O Acordo Ortográfico da Língua Portugue-

sa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990,ratificado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abrilde 1995, e promulgado pelo Decreto nº........ , entraráem vigor no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2009.

Parágrafo único - No período de transição entre1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2012 haveráa convivência da norma ortográfica atualmente em vi-gor com a nova norma estabelecida pelo Acordo, eambas serão aceitas como corretas nos exames esco-lares, provas de vestibulares e concursos públicos, bemcomo nos meios escritos em geral.

Art. 2º - O Ministério da Educação, o Ministério daCultura e o Ministério das Relações Exteriores, em aten-dimento ao artigo 2º do Acordo Ortográfico da LínguaPortuguesa, com a colaboração da Academia Brasilei-ra de Letras e entidades afins dos países signatáriosdo Acordo, tomarão as providências necessárias comvistas à elaboração de um vocabulário ortográfico co-mum da língua portuguesa.

Art. 3º - Os livros escolares distribuídos pelo Mi-nistério da Educação à rede pública de ensino de todoo país serão autorizados a circular, em 2009, tanto naatual quanto na nova ortografia, e deverão ser editados,a partir de 2010, somente na nova ortografia, excetua-das as reposições e complementações de programasem curso, conforme especificação definida e regula-mentada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento daEducação – FNDE.

Art. 4º - Este Decreto entra em vigor na data desua publicação.

Brasília,____de_________de 2008; 187ºda Independência e 120º da República.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 67

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68 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 69

Observações Importantes

→ As letras K, W e Y serão usadas nos seguintes casosespeciais:

a) EM antropônimos, antropônimos originários deoutras línguas e seus derivados.

Ex.: Franklin, frankliniano, Taylor, taylorista;b) Em topônimos, topônimos originários de ou-

tras línguas e seus derivados.Ex.: Kuanza, Kuwait.c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras

adotadas como unidade de medida de curso internaci-onal.

Ex.: K – potássio (de kalium); W – oeste (West); kg– quilograma; km (quilômetro); kW – kilowatt; yd – jarda(yard)

MANTIDO

→ Fica mantido o acento agudo nas vogais tônicas I e Udas palavras oxítonas e paroxítonas que constituem o2º elemento de um hiato e não seguidas de l,m,n,nh,r,z.

Ex.: país, saúde, balaústre. Nessa mesma regraestão incluídas as formas verbais atraí-las, possuí-lo-ás.

→ São mantidos os acentos em todas as proparoxíto-nas. Toda paroxítona terminada em ditongo é tambémuma proparoxítona eventual.

→ São mantidos os acentos das palavras oxítonas ter-minadas em a, e, o seguidas ou não de S.

→ São mantidos os acentos das paroxítonas termina-das em ditongo crescente.

→ São mantidos os acentos das paroxítonas termina-das em LNRX, UM,UNS, PS, ÂO, Ã, US, I(+S)

→ mantido o hífen em palavras cujos prefixos são devalor tipi-guarani.

Ex.: Ceará-Mirim.

→ Mantêm-se os acentos nas formas da 3ª pessoa doplural dos verbos ter, manter, reter etc., que conservamo acento: EX.: (eles) têm, mantêm, retêm etc.

→ Estão mantidos os acentos graves indicativos decrase.

MUDANÇAS

→ Os verbos como aguar (ou derivados), delinquirpossuem dupla grafia: com o u tônico em formas ri-zotônicas sem acento gráfico: averiguo, águe; e coma a ou o i dos radicais tônicos acentuados grafica-mente: averiguo, ágüe.

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70 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

→ As palavras proparoxítonas cuja vogal tônica admitevariantes (ê, é, ô, ó) admitem dupla grafia. Ex.: cômodo ou cómodo

→ Oscilação do acento gráfico em fêmur, femur, onixou ônix.

→ Não são acentuadas as palavras paroxítonas cujasvogais tônicas i e u são precedidas de ditongo crescente.

Ex.: baiuca, feiura

→ Emprega-se o hífen nos seguintes topônimos:a) iniciados por grã e grão. Ex.: Grão-Pará;b) iniciados por verbos: Ex.: Passa-Quatro;c) cujos elementos estejam ligados por artigo: Ex.: Bahia de Todos-os-Santos;

Observação: Os demais topônimos compos-tos são escritos separados e sem hífen: Ex.:Cabo Verde - Exceção Guiné-Bissau

→ prefixos terminados em vogal e segundo elementoiniciado por r ou s, a consoante será duplicada. Ex.: cosseno, contrarregra.

→ prefixo terminado em vogal e segundo elemento ini-ciado por vogal diferente daquela em que termina oprimeiro elemento. Ex.: antiaéreo, hidroelétrico.

→ Facultativamente em dêmos (1ª pessoa do pluraldo presente do subjuntivo), para se distinguir de de-mos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indi-cativo) e em fôrma (substantivo) para se distinguir deforma (substantivo ou verbo no presente do indicativoou no imperativo).

→ Não se emprega o acento circunflexo nas 3ª pesso-as do plural do presente do indicativo ou do subjuntivodos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: creem,deem, leem, veem, releem.

→ Não se emprega o acento circunflexo nas paroxí-tonas terminadas em oo (hiato): enjoo, voo (subs-tantivo e verbo).

→ Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento dapalavra composta for bem ou mal e o segundo elemen-to começar por vogal ou h: bem-apanhado, bem-humo-rado, mal-habituado, mal-estar.

→ Na translineação, ato de passar de uma linha paraoutra, na escrita ou na impressão, ficando parte da pa-lavra na linha superior e o resto na de baixo, se a parti-ção coincide com o fim de um dos elementos, deve-serepetir o hífen na linha seguinte. Ex.: vice- -almirante.

→ Os nomes próprios hebraicos de tradição bíblicapodem conservar os finais ch, ph e th ou simplificá-los: Loth ou Lot.

→ Se o dígrafo for mudo, deverá ser eliminado: Joseph,José; se, pelo uso, permitir adaptação, adiciona-se umavogal: Judith, Judite.

→ Em antropônimos e topônimos de tradição bíblica,podem conservar-se ou não ser mantidas as consoan-tes finais b, c, d, g e t, consagradas pelo uso, quer se-jam pronunciadas, quer não: David, Davi.

No mesmo caso, incluem-se: Madrid, Calecut ou Cali-cut. Com grafia única, destaca-se a palavra Cid, emque o d sempre é pronunciado.

→ Sempre que possível, devem-se substituir os topôni-mos de línguas estrangeiras por formas próprias da lín-gua nacional (formas vernáculas), quando estas sejamantigas e ainda vivas em português: Zurique por Zürich.

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Língua Portuguesa

Degrau Cultural 71

Para fixar melhor observe o quadro demonstrativona prática do uso do hífen.

BibliografiaInstituto Antonio Houaiss – Escrevendo pela nova ortografia – Como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua Portuguesa

Ed. PubliFolha – Houaiss – 1ª edição/ 2008

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72 Degrau Cultural

Língua Portuguesa

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Page 74: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 73

RaciocínioLógico

75 Conjuntos

76 Proposição simples ou proposição atômica

77 Conectivos

78 Número de linhas de uma tabela-verdade

79 Tautologias

86 Sentenças Abertas

86 Cálculos com porcentagem

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74 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

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Page 76: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 75

1. CONJUNTOS

1.1 - IntroduçãoA noção de conjuntos é intuitiva. Primitivamente, enten-de-se por conjunto todo agrupamento bem determina-do de coisas, objetos, pessoas etc.Ex: Conjunto das vogais.

1.2 - ElementosSão os objetos que formam o conjunto.Ex: Nos conjuntos das vogais, os elementos são: a, e,i, o, u.

1.3 - RepresentaçãoPodemos representar um conjunto de dois modos: en-tre chaves ou através de uma linha poligonal fechada.Ex: Conjunto das vogais:

V = {a, e, i, o, u }

1.4 - CaracterizaçãoPodemos caracterizar um conjunto por:

a) Extensão: através da designação de todos os ele-mentos que compõe o conjunto.Ex: A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

b) Compreensão: através da indicação de uma propri-edade de comum a todos os elementos.Ex: {x / x é algarismo indo-arábico}

Obs: / (lê-se assim: tal que).

1.5 - Relação de PertinênciaPara indicar que um elemento x pertence ou não a umconjunto A qualquer, escrevemos simbolicamente:x ∈ A (x pertence ao conjunto A)x ∉ A (x não pertence ao conjunto A)Ex: Dado o conjunto A = { 0, 1, 2, 3, 4, 5,}, podemos dizerque:

3 ∈ A1 ∈ A7 ∉ A

1.6 - Tipos de conjuntosa) Finito: quando possui um número limitado de ele-mentos:Ex: {a, e, i, o, u }

{0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

b) Infinito: quando possui um número ilimitado de ele-mentos.Ex: {1, 3, 5,... } → {x ∈ IN / x é ímpar}

{0, 1, 2, 3,... } → {x / x é natural }

1.7 - Conjunto unitárioÉ o conjunto formado por um só elemento.Ex: Conjunto dos números primos pares e positivos:

A = { 2 }

1.8 - Conjunto VazioÉ o conjunto que não possui elementos.Ex: Conjunto dos números inteiros entre 5 e 6.

B = { } ou B = ∅

1.9 - Conjunto UniversoÉ o conjunto que admitimos existir para o desenvolvi-mento de certo assunto em matemática. É representa-do por U.Ex: {Segunda-feira, Sexta-feira, sábado} é o conjuntodos dias da semana que começam com a letra “s” .Nes-te caso o conjunto universo é: U ={x / x é dia da semana}.

1.10 - SubconjuntoO conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e so-mente se, todo elemento de A pertence a B.Ex: A = {1, 2, 3 } e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A é subconjunto de B.

No diagrama:

Para relacionar subconjuntos, conjuntos, usaremosos símbolos:

⊂ (está contido)⊄ (não está contido)⊃ (contém)

(não contém)

Se A é subconjunto de B, então: A ⊂ B; B ⊃ A

Obs:1) A ordem dos elementos não altera o conjunto.Ex: A = {3, 7, 8} é o mesmo que A = {7, 8, 3}

2) Os elementos dos conjuntos não devem ser repetidos.Ex: B = {1, 4, 4, 5, 4, 9} é o mesmo que B = {1, 4, 5, 9}

3) Representamos os conjuntos por letras maiúsculas:A, B, C, ...

4) Os elementos são indicados por letras minúsculas:a, b, c, ...

1.11 - Igualdade de conjuntosDois conjuntos A e B são iguais, se e somente se, simul-taneamente A é subconjunto de B é subconjunto de A.

RACIOCÍNIO LÓGICO

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76 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

Ou seja, dois conjuntos são iguais quando possuemos mesmos elementos.Ex: A = {3, 2, 1} e B = {1, 2, 3}

A = B

1.12 - Conjuntos Numéricosa) IN = {0, 1, 2, 3, 4,...} é o conjunto dos númerosnaturais.b) Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} é conjunto dos númerosinteiros.

c) Q = {x / x = , a ∈ z, b ∈ z, b ≠ 0} é o conjunto dos

números racionais.d) I = {x / x não é quociente de dois números inteiros}e) IR é o conjunto formado pelos conjuntos dos núme-ros racionais mais irracionais, chamados de reais.

Em diagramas temos:

Então: IN ⊂ Z ⊂ Q ⊂ IR

1.13 - União (U)Dados dois conjuntos A e B, chama-se união de A comB, o conjunto formado pelos elementos que pertencema A ou a B.

A U B = {x / x ∈ A ou x ∈ B}Ex: A = {1, 2, 3} , B = {3, 4, 5}

A U B = {1, 2, 3, 4, 5}

No diagrama temos:

B) Intersecção ( )

Dados dois conjuntos A e B, chama-se intersecção deA com B o conjunto formado pelos elementos quepertencem a A e a B.

A B = {x / x ∈ A e x ∈ B}Ex: A = {1, 2, 3} e B = {3, 4,}

A B = {3}

No diagrama temos:

C) Diferença

Dados dois conjuntos A e B, chama-se diferença entre Ae B e indica-se por A - B, ao conjunto formado pelos quepertencem a A e não pertencem a B.

Ex: A – B = {x / x ∈ A e x ∉ B}Se: A = {1, 2, 3} e B = { 3, 4} então:A – B = {1,2} B – A = {4}

Obs: A – B ≠ B - A

No diagrama temos:

No diagrama temos:

D) Complementar

Dados dois conjuntos A e B tais que A é subconjunto deB, chama-se complementar de A em relação a B e indi-

ca-se por , ao conjunto dos elementos que perten-cem a B e não pertencem a A.

= B – A

Ex: A = { 1, 2, 3 } e B = { 1, 2, 3, 4, 5 }

= B – A = { 4, 5 }

Estruturas Lógicas e DiagramasProposição é todo o conjunto de palavras, símbolosque representam um pensamento completo.

PrincípiosA lógica matemática se fundamenta em dois princípi-os básicos:

I) Princípio da não contradição:Uma proposição não poderá ser ao mesmo tempo fal-sa e verdadeira.II) Princípio do terceiro excluído:Toda proposição ou é verdadeira ou é falsa, não existeum terceiro caso.

Valor lógico de uma proposiçãoUma proposição poderá ter valor lógico verdade oufalsidade.Toda proposição tem um e, um só dos valores V ou F.

Proposição simples ou proposição atômicaÉ aquela que não tem nenhuma outra proposição comoparte integrante.Representaremos pelas letras latinas minúsculas p, q,r, s...p: Antonio é alto.q: 2 é um número ímpar.

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Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 77

Proposição composta ou proposição molecular.É aquela formada pela combinação de duas ou maisproposições.Representaremos pelas letras latinas maiúsculas P,Q, R, S...P: Antonio é alto ou 2 é um número ímpar.

ConectivosSão palavras usadas para ligar proposições, assimcriando novas proposições.Os Conetivos são:

TABELA-VERDADEDispositivo prático na qual figuram todos os possíveisvalores lógicos da proposição composta corresponden-tes das proposições simples.

Operações Lógicas sobre proposiçõesQuando analisamos proposições realizamos uma sé-rie de operações, vamos conhecê-las e também as suastabelas-verdade.

a) Negação (~)Representa a negação de uma proposição. Seus valo-res lógicos são:

~p , lê-se: não p; não é verdade que p; não sucede pp: Antonio é professor~p: Antonio não é professor.

b) Conjunção (∧∧∧∧∧)Representa a conjunção de duas proposições ligadasatravés do conectivo e (p ∧q) . Seus valores lógicos são:

p ∧ q: lê-se: p e q; p mais q.Carlos é engenheiro e 5 é primo.

c) Disjunção (∨)Representa a disjunção de duas proposições ligadasatravés do conectivo ou (p ∨ q). Seus valores lógicos são:

p ∨ q: lê-se: p ou q.Carlos é engenheiro ou 5 é primo.

d) Disjunção Exclusiva ( )Representa a disjunção de duas proposições ligadasatravés do conectivo ou...ou.. (p q). Seus valores lógi-cos são:

p q: lê-se ou p ou q, mas não ambosou Carlos é engenheiro ou 5 é primo.

e) Condicional ( )Representa a conjunção de duas proposições ligadasatravés do conectivo se... então (p q). Seus valoreslógicos são:

p q: lê-se: se p então q; q se p; p somente se q.Poderemos também, interpretar da seguinte forma:(a) p é condição suficiente para q(b) q é condição necessária para pSe Carlos é engenheiro, então 5 é primo.

f) Bicondicional (↔)Representa a conjunção de duas proposições ligadasatravés do conectivo se...então (p↔q). Seus valores ló-gicos são:

p ↔ q: lê-se: p se, e somente se, q; p é equivalente a q.Poderemos também, interpretar da seguinte forma:p é condição necessária e suficiente para qCarlos é engenheiro se e somente se 5 é primo.

ER1. (FT_98) De três irmãos – José, Adriano e Caio –,sabe-se que ou José é o mais velho, ou Adriano é omais moço. Sabe-se, também, que ou Adriano é o maisvelho, ou Caio é o mais velho. Então, o mais velho e omais moço dos três irmãos são, respectivamente:a) Caio e Joséb) Caio e Adrianoc) Adriano e Caiod) Adriano e Josée) José e Adriano

Resolução:Temos as seguintes proposições:Ou José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. (I)Ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais velho. (II)Considerando a proposição:Ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais velho.Essa proposição será verdadeira se somente uma dasproposições for verdadeira.Considerando que Caio é o mais velho, então Adrianonão é o mais velho.Considerando a proposição:Ou José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço.

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78 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

Essa proposição será verdadeira se pelo menos umadas proposições for verdadeira.José é o mais velho é falso pela (II), então Adriano é omais moço.

Alternativa: B

ER2. (FT_98) A negação da afirmação condicional “seestiver chovendo, eu levo o guarda-chuva” é:a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuvab) não está chovendo e eu levo o guarda-chuvac) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuvad) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuvae) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva

Resolução:A negação da de uma proposição do tipo“Se A então B” (A → B),é a afirmação da primeira e negação da segunda.~ (A → B) ⇔ A ∧ → BLogo, a negação de:“Se estiver chovendo, (então) eu levo o guarda-chuva”.“Está chovendo, eu não levo o guarda-chuva”.

Alternativa: E

ER3. (FT_98_ESAF) Dizer que “Pedro não é pedreiro ouPaulo é paulista” é, do ponto de vista lógico, o mesmoque dizer que:a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulistab) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiroc) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulistad) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulistae) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista

Resolução:Do ponto de vista da lógica, a negação da primeira ouafirmação da segunda (~A ∨ B), é equivalente a dizerque a afirmação da primeira implica na afirmação dasegunda (A →B).~A ∨ B ⇔ A → B

Logo:“Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista” ⇔“se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista”

Alternativa: A

Número de linhas de uma tabela-verdade

O número de linhas da tabela-verdade de umaproposição composta depende do número de proposi-ções simples que a integram, sendo dado pelo seguin-te teorema:

“A tabela-verdade de uma proposição compos-ta com n proposições simples componentes contém2n linhas”. Vamos primeiro ver um exemplo construindo a tabe-la-verdade por uma proposição, depois, um exemplo cons-truindo a tabela-verdade através de argumento.

1º) Exemplo:Dada a proposição P(p,q) = ~ (p ^ ~ q)

Primeiramente, calculamos o nº de linhas por2n: 22 = 4 (o 2 da potência é porque só temos duasvariáveis, ou seja, p e q).

Após sabermos o número de linhas que terá atabela-verdade, vamos, agora, construí-la, através dosvalores lógicos V e F.

Para a primeira proposição simples (p):Para valores Vs (verdadeiros), temos: p = 2n – 1,

como n = 2, fica: 22 – 1 = 21 = 2 (significa que na primeiracoluna, teremos dois valores Vs).

Usando o mesmo raciocínio, para valores Fs (fal-sos), concluímos que, teremos, também, dois valoresFs (falsos), na primeira coluna.

Nota: os valores Vs (verdadeiros) e Fs (falsos)vão se alternando de dois em dois, pois o resultadode 2n – 1 foi 2.

Façamos, agora, para a segunda proposição (q):Para valores Vs (verdadeiros), temos: q = 2n – 2,

como n = 2, fica: 22 – 2 = 20 = 1 (significa que na segundacoluna, teremos um valor V).

Pela mesma linha de raciocínio, para valores Fs(falsos), concluímos que teremos, também, um valor F.

Nota: os valores V (verdadeiro) e F (falso) vão sealternando de um em um, pois o resultado de 2n – 2 foi 1.

O candidato pode perguntar por que em relaçãoà primeira premissa a potência foi n – 1 e em relação àsegunda premissa a potência foi n – 2.

A resposta é: fundamenta-se na fórmula 2n / 2k =2n - k onde n são os valores lógicos e k são as premissas.

Então, no nosso caso, ficamos assim:Para a primeira premissa: 22 / 21 = 22 - 1, o 2 (po-

tência) é porque os valores lógicos são V e F e o 1(potência), porque é em relação à 1ª premissa.

Para a segunda premissa: 22 / 22 = 22 – 2, o primei-ro 2 (potência) é porque os valores lógicos são V e F e osegundo 2 (potência) é porque a premissa é a segunda.

Agora, vamos montar a tabela-verdade:

Pela tabela-verdade, vemos que na primeira colunaexistem dois Vs e dois Fs, enquanto na segundaexiste um V e um F, alternando-se, como foi compro-vado no cálculo acima.

2º) Exemplo:Vamos aproveitar este exemplo para mostrar a

validade de um argumento.

Testar a validade do seguinte argumento:

Se trabalho, não posso estudarTrabalho ou serei aprovado em MatemáticaTabalhei______________________________Logo, fui reprovado em Matemática

Inicialmente, vamos separar as proposições:P = “Trabalho”

Q = “Posso estudar”R = “Serei aprovado em Matemática”

Padronizando, sendo:

P →→→→→ ~ QP v RP______\~ R

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Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 79

Fazendo o mesmo tipo de cálculo para o pri-meiro exemplo, temos: 2n = 23 = 8 linhas. (lembre-se,agora, k vale 1, depois, 2, depois, 3, porque são 3premissas). Então, nas colunas, teremos:1ª coluna = da premissa P = 4 Vs e 4 Fs;2ª coluna = da premissa Q = 2 Vs e 2 Fs, alternada-mente;3ª coluna = da premissa R = 1 V e 1 F, alternada-mente.

A montagem da tabela, fica:

p = premissasc = conclusão

A explicação para a validade de um argumento é:após a construção da tabela-verdade, verifica-se nacoluna das premissas as linhas em que os valoreslógicos são todos V. Se em todas essas linhas o valorlógico relativo à coluna da conclusão for, também, V, oargumento é válido. Se ao menos em uma das linhasem que os valores lógicos das premissas são Vs, senessa mesma linha o valor lógico relativo à coluna daconclusão for F, então, o argumento é não-válido.

No nosso 2º exemplo, temos nas 3ª e 4ª linhasas premissas verdadeiras, mas na terceira linha a con-clusão é falsa, logo o argumento é não-válido.

TAUTOLOGIAS

Sentenças moleculares que são sempre verdadeiras,independentemente do valor lógico das proposiçõesque a constituem, são chamadas tautologias.

ER4. (FT_98) Chama-se tautologia a toda proposiçãoque é sempre verdadeira, independentemente da ver-dade dos termos que a compõem. Um exemplo de tau-tologia é:a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é

gordob) se João é alto, então João é alto e Guilherme é

gordoc) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Gui-

lherme é gordod) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é

alto e Guilherme é gordoe) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é

gordo

Resolução:Analisando a proposição se João é alto, então João éalto ou Guilherme é gordoLogo, essa proposição representa uma tautologia.Alternativa: A

Lógica de ArgumentaçãoChama-se de argumento toda afirmação de que umadada seqüência finita de proposições tem como con-seqüência uma proposição final.As proposições iniciais são as premissas do argumen-to, e a proposição final é a conclusão do argumento.Poderemos usar os termos hipótese no lugar de pre-missa e tese no lugar de conclusão.P1: Todos os diplomatas são gordos.P2: Nenhum gordo sabe nadar.

C: Logo, os diplomatas não sabem nadar.

Um argumento que consiste em duas premissas e umaconclusão chama-se silogismo.

Validade de um argumentoUm argumento P1, P2,...,Pn |----- C diz-se válido, se esomente se a conclusão C é verdadeira todas as vezesque premissas P1, P2,...,Pn são verdadeiras.Um argumento não-válido recebe o nome de sofisma.

Critério de validade de um argumentoUm argumento P1, P2,...,Pn |------ C é válido, se e somen-te se a condicional:(P1 ∧ P2, ∧....∧Pn) ⇒ C é tautológica.

ER5. (ICMS_SP_02)Todos os diplomatas são gordos.Nenhum gordo sabe nadar.Segue-se que:a) Algum diplomata não é gordob) Algum diplomata sabe nadarc) Nenhum diplomata sabe nadard) Nenhum diplomata é gordoe) Algum gordo sabe nadar

Resolução:Poderemos usar a teoria dos conjuntos para a resolu-ção do exercício.Vamos representar cada frase por diagramas de con-juntos

Como não há intersecção entre o conjunto dos Gordose o dos Nadadores, então não existe a possibilidadede algum diplomata saber nadar, logo nenhum diplo-mata sabe nadar.

Alternativa: C

REGRAS DE INFERÊNCIA

As tabelas que se seguem contém alguns dos argu-mentos válidos mais importantes da lógica. O conheci-mento da validade destes dez argumentos permite-nos

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80 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

inferir a validade de muitos outros argumentos. Por essemotivo eles são chamados de

Regras de Inferência.

Exemplo:1) Vamos usar a regra modus ponens para verificar avalidade do argumento:Se Maria é francesa, então Guilherme é italiano.Se Guilherme é italiano, então Orlando é chinês.Mas Maria é francesa.-------------------------------------------------------------------------Logo Orlando é chinês.

Representando simbolicamente as proposições por A:Maria é francesa, B: Guilherme é italiano e C: Orlando échinês, o argumento dado é da forma:

(1) Se A, então B(2) Se B, então C(3) A------------------------(4) C

onde (1), (2) e (3) são as premissas e (4) é a conclusão;das premissas (1) e (3) podemos concluir, via “modusponens”, que a proposição B é verdadeira e assim, nonosso argumento, podemos usar a proposiçãoproposição B como uma nova premissa. Temos entãoverdadeira as seguintes proposições (1), (2), (3) e (4),mostrando que o argumento é válido.

EXERCÍCIOS

01. (TTN) Se é verdade que “Alguns A são R” e que“Nenhum G é R”, então é necessariamente verda-

deiro que:a) algum A não é G d) algum G é Ab) algum A é G e) nenhum G é Ac) nenhum A é G

02. (TTN) Considere dois conjuntos, A e B, tais que A ={4, 8, x, 9, 6} e B = {1 , 3, x, 1 0, y, 6}. Sabendo que ainterseção dos conjuntos A e B é dada pelo con-junto {2, 9, 6}, o valor da expressão y - (3x + 3) éigual a

a) -28 d) 6b) -19 e) 0c) 32

03. (Fiscal do Trabalho/98) De um grupo de 200 estu-dantes, 80 estão matriculados em francês, 110 eminglês e 40 não estão matriculados nem em in-glês, nem em francês. Seleciona-se, ao acaso, umdos 200 estudantes. A probabilidade de que o es-tudante selecionado esteja matriculado, em pelomenos uma dessas disciplinas (isto e, em inglêsou em francês) é igual a:

a) d)

b) e)

c)

04. (AFC/96) Se Beto briga com Glória, então Glória vaiao cinema. Se Glória vai ao cinema, então Carlafica em casa. Se Carla fica em casa, então Raulbriga com Carla. Ora, Raul não briga com Carla.Logo,

a) Carla não fica em casa e Beto não briga com Gló-ria.

b) Carla fica em casa e Glória vai ao cinema.c) Carla não fica em casa e Glória vai ao cinema.d) Glória vai ao cinema e Beto briga com Glória.e) Glória não vai ao cinema e Beto briga com Glória.

05. (AFC/96) Três irmãs – Ana, Maria e Cláudia – fo-ram a uma festa com vestidos de cores diferentes.Uma vestiu azul, a outra branco, e a terceira preto.Chegando à festa, o anfitrião perguntou quem eracada uma delas. A de azul respondeu: “Ana é a queestá de branco”. A de branco falou: “Eu sou Maria”.E a de preto disse: “Cláudia é quem está de bran-co”. Como o anfitrião sabia que Ana sempre diz averdade, que Maria às vezes diz a verdade, e queCláudia nunca diz a verdade, ele foi capaz de iden-tificar corretamente quem era cada pessoa. Ascores dos vestidos de Ana, Maria e Cláudia eram,respectivamente,

a) Preto, branco, azul.b) Preto, azul, branco.c) Azul, preto, branco.d) Azul, branco, pretoe) Branco, azul, preto.

06. (AFC/96) Se Carlos é mais velho do que Pedro,então Maria e Júlia têm a mesma idade. Se Mariae Júlia têm a mesma idade, então João é maismoço do que Pedro. Se João é mais moço do quePedro, então Carlos é mais velho do que Maria.Ora, Carlos não é mais velho do que Maria. Então,

a) Carlos não é mais velho do que Júlia, e João émais moço do que Pedro.

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Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 81

b) Carlos é mais velho do que Pedro, e Maria e Júliatêm a mesma idade.

c) Carlos e João são mais moços do que Pedro.d) Carlos é mais velho do que Pedro, e João é mais

moço do que Pedro.e) Carlos não é mais velho do que Pedro, e Maria e

Júlia não têm a mesma idade.

07. (AFC/96) Os dois círculos abaixo representam, res-pectivamente, o conjunto S dos amigos de Sara eo conjunto P dos amigos de Paula.

Sabendo que a parte sombreada do diagrama nãopossui elemento algum, então:

a) Todo amigo de Paula é também amigo de Sara.b) Todo amigo de Sara é também amigo de Paula.c) Algum amigo de Paula não é amigo de Sara.d) Nenhum amigo de Sara é amigo de Paula.e) Nenhum amigo de Paula é amigo de Sara.

08. (AFC/96) Com relação a dois conjuntos quaisquer,Z e P, é correto afirmar que:

a) Se (Z ∩ P) = P, então P ⊂ Zb) Se (Z ∪ P) = Z, então Z⊂ Pc) Se (Z ∩ P) = φ , então (Z ∪ P) = φd) Se (Z ∩ P) = φ, então Z = ou P = φe) Se (Z ∪ P) = P, então Z = φ

09. (ICMS_2002) Indique a alternativa em que as pro-posições formam um conjunto inconsistente.

a) Se o avião tem problema de motor, então pousaem Campinas. Se o avião tem problema de motor,então pousa em Bauru. O avião não pousa emCampinas.

b) Se o avião tem problema de motor, então pousaem Campinas. Se o avião não tem problema demotor, então pousa em Bauru. O avião não pousaem Bauru.

c) Se o avião tem problema de motor, então não pou-sa em Campinas. Se o avião não tem problema demotor, então pousa em Bauru. O avião não pousaem Campinas.

d) Se o avião tem problema de motor, então pousaem Campinas. Se o avião não tem problema demotor, então pousa em Bauru. O avião não pousaem Campinas nem em Bauru.

e) Se o avião tem problema de motor, então não pou-sa em Campinas. Se o avião não tem problema demotor, então não pousa em Bauru. O avião pousaem Campinas.

10. De quantas maneiras cinco pessoas: A, B, C, D eE, podem ser dispostas em fila indiana começan-do por A ou B?

a) 120. d) 60.b) 24. e) 42.c) 48.

Texto para os itens de 11 e 12 (TCU/2004)Considere que as letras P, Q e R representam pro-posições e os símbolos , e são operado-res lógicos que constroem novas proposições esignificam não, e e então, respectivamente. Na ló-gica proposicional que trata da expressão do raci-

ocínio por meio de proposições que são avalia-das (valoradas) como verdadeiras (V) ou falsas(F), mas nunca ambos, esses operadores estãodefinidos, para cada valoração atribuída às letrasproposicionais, na tabela abaixo.

11. Suponha que P represente a proposição Hoje cho-veu, Q represente a proposição José foi à praia eR represente a proposição Maria foi ao comércio.Com base nessas informações e no texto, julgueos itens seguintes.

a) A sentença Hoje não choveu então Maria não foiao comércio e José não foi à praia pode ser corre-tamente representada por ¬ P→ (¬ R ^¬ Q).

b) A sentença Hoje choveu e José não foi à praia podeser corretamente representada por P ^ ¬ Q.

c) Se a proposição Hoje não choveu for valorada comoF e a proposição José foi à praia for valorada como V,então a sentença representada por ¬ P → Q é falsa.

d) O número de valorações possíveis para (Q ^ ¬ R) → Pé inferior a 9.

12.

As letras P, Q e R representam proposições, e osesquemas acima representam quatro formas de de-dução, nas quais, a partir das duas premissas (pro-posições acima da linha tracejada), deduz-se a con-clusão (proposição abaixo da linha tracejada). Os sím-bolos ¬ e → são operadores lógicos que significam,respectivamente, não e então, e a definição de V édada na seguinte tabela verdade.

Considerando as informações acima e as do texto,julgue os itens que se seguem, quanto à forma dededução.

a) Considere a seguinte argumentação. Se juízes fos-sem deuses, então juízes não cometeriam erros.Juízes cometem erros. Portanto, juízes não sãodeuses. Essa é uma dedução da forma IV.

b) Considere a seguinte dedução. De acordo com aacusação, o réu roubou um carro ou roubou umamotocicleta. O réu roubou um carro. Portanto, oréu não roubou uma motocicleta. Essa é uma de-dução da forma II.

c) Dadas as premissas P → Q;¬ Q; R → P, é possívelfazer uma dedução de ¬ R usando-se a forma dededução IV.

d) Na forma de dedução I, tem-se que a conclusãoserá verdadeira sempre que as duas premissasforem verdadeiras.

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82 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

13. (TCU/2004) A seguinte forma de argumentação éconsiderada válida. Para cada x, se P(x) é verdade,então Q(x) é verdade e, para x = c, se P(c) é verda-de, então conclui-se que Q(c) é verdade. Com basenessas informações, julgue os itens a seguir.

a) Considere o argumento seguinte.Toda prestação de contas submetida ao TCU queexpresse, de forma clara e objetiva, a exatidão dosdemonstrativos contábeis, a legalidade, a legiti-midade e a economicidade dos atos de gestão doresponsável é julgada regular. A prestação de con-tas da Presidência da República expressou, deforma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrati-vos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a eco-nomicidade dos atos de gestão do responsável.Conclui-se que a prestação de contas da Presi-dência da República foi julgada regular.Nesse caso, o argumento não é válido.

b) Considere o seguinte argumento.Cada prestação de contas submetida ao TCU queapresentar ato antieconômico é considerada irre-gular. A prestação de contas da prefeitura de umacidade foi considerada irregular. Conclui-se que aprestação de contas da prefeitura dessa cidadeapresentou ato antieconômico.Nessa situação, esse argumento é válido.

14. (TCU/2004) Em geral, empresas públicas ou pri-vadas utilizam códigos para protocolar a entrada ea saída de documentos e processos. Considereque se deseja gerar códigos cujos caracteres per-tencem ao conjunto das 26 letras de um alfabeto,que possui apenas 5 vogais. Com base nessasinformações, julgue os itens que se seguem.

a) Se os protocolos de uma empresa devem conter 4letras, sendo permitida a repetição de caracteres,então podem ser gerados menos de 400.000 pro-tocolos distintos.

b) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais emseus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras,sendo permitida a repetição de caracteres, entãoé possível obter mais de 11.000 códigos distintos.

c) O número total de códigos diferentes formados por3 letras distintas é superior a 15.000.

15. (TCU/2004) 20. Um baralho comum contém 52cartas de 4 tipos (naipes) diferentes: paus (♣),espadas (♠), copas (♥) e ouros (♦). Em cada nai-pe, que consiste de 13 cartas, 3 dessas cartascontêm as figuras do rei, da dama e do valete, res-pectivamente. Com base nessas informações, jul-gue os itens subseqüentes.

a) A probabilidade de se extrair aleatoriamente umacarta de um baralho e ela conter uma das figuras

citadas no texto é igual a .

b) Sabendo que há 4 ases em um baralho comum,sendo um de cada naipe, conclui-se que a proba-bilidade de se extrair uma carta e ela não ser um

ás de ouros é igual a .

c) A probabilidade de se extrair uma carta e ela conter

uma figura ou ser uma carta de paus é igual a .

16. (AFTN/98) Considere as afirmações:A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;

C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é umaboa amiga.

A análise do encadeamento lógico dessas três afir-mações permite concluir que elas:

a) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boaamiga.

b) implicam necessariamente que Patrícia é uma boaamiga.

s) implicam necessariamente que Vítor diz a verda-de e que Helena não é uma boa amiga.

d) são consistentes entre si, quer Patrícia seja umaboa amiga, quer Patrícia não seja uma boaamiga.

e) são inconsistentes entre si.

17. (MPOG/2002) M = 2x + 3y, então M = 4p + 3r. Se M= 4p + 3r, então M = 2w - 3r. Por outro lado, M = 2x+ 3y, ou M = 0. Se M = 0, então M + H = 1. Ora, M +H 1. Logo,

a) 2w -3r = 0 d) 2x + 3y 2w - 3rb) 4p + 3r 2w - 3r e) M = 2w - 3rc) M2x + 3y

18. (MPOG/2002) Em um grupo de amigas, todas asmeninas loiras são, também, altas e magras, masnenhuma menina alta e magra tem olhos azuis. To-das as meninas alegres possuem cabelos crespos,e algumas meninas de cabelos crespos têm tam-bém olhos azuis. Como nenhuma menina de cabe-los crespos é alta e magra, e como neste grupo deamigas não existe nenhuma menina que tenha ca-belos crespos, olhos azuis e seja alegre, então:

a) pelo menos uma menina alegre tem olhos azuis.b) pelo menos uma menina loira tem olhos azuis.c) todas as meninas que possuem cabelos crespos

são loiras.d) todas as meninas de cabelos crespos são alegres.e) nenhuma menina alegre é loira.

19. (MPOG/2002) Na formatura de Hélcio, todos os queforam à solenidade de colação de grau estiveram,antes, no casamento de Hélio.- Como nem todosos amigos de Hélcio estiveram no casamento deHélio, conclui-se que, dos amigos de Hélcio:

a) todos foram à solenidade de colação de grau deHélcio e alguns não foram ao casamento de Hélio.

b) pelo menos um não foi à solenidade de colaçãode grau de Hélcio.

c) alguns foram à solenidade de colação de grau deHélcio, mas não foram ao casamento de Hélio.

d) alguns foram à solenidade de colação de grau deHélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.

e) todos foram à solenidade de colação de grau deHélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.

20. (MPOG/2002) Um juiz de futebol possui três car-tões no bolso. Um é todo amarelo, o outro é todovermelho e o terceiro é vermelho de um lado eamarelo do outro. Num determinado jogo, o juizretira, ao acaso, um cartão do bolso e mostra, tam-bém ao acaso, uma face do cartão a um jogador.Assim, a probabilidade de a face que o juiz vê servermelha e de a outra face, mostrada ao jogador,ser amarela é igual a:

a) 1/6. d) 4/5.b) 1/3. e) 5/6.c) 2/3.

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Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 83

21. (MPOG/2002) Cinco amigas, Ana, Bia, Cati, Dida eElisa, são tias ou irmãs de Zilda. As tias de Zildasempre contam a verdade e as irmãs de Zilda sem-pre mentem. Ana diz que Bia é tia de Zilda. Bia dizque Cati é irmã de Zilda. Cati diz que Dida é irmãde Zilda. Dida diz que Bia e Elisa têm diferentesgraus de parentesco com Zilda, isto é: se uma étia a outra é irmã. Elisa diz que Ana é tia de Zilda.Assim, o número de irmãs de Zilda neste conjuntode cinco amigas é dado por:

a) 1. d) 4.b) 2. e) 5.c) 3.

22. Seis pessoas - A, B, C, D, E, F - devem sentar-seem tomo de uma mesa redonda para discutir umcontrato. Há exatamente seis cadeiras em tomoda mesa, e cada pessoa senta-se de frente para ocentro da mesa e numa posição diametralmenteoposta à pessoa que está do outro lado da mesa.A disposição das pessoas à mesa deve satisfazeràs seguintes restrições:F não pode sentar-se ao lado de CE não pode sentar-se ao lado de AD deve sentar-se ao lado de AEntão uma distribuição aceitável das pessoas emtomo da mesa é:

a) F, B, C, E, A, D. d) F, D, A, C, E, B.b) A, E, D, F, C, B. e) F, E, D, A, B, C.c) A, E, F, C, D, E.

23. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à Africa, ouRui vai a Roma. Se Ana vai à África, então, Luíscompra um Livro. Se Luís compra um livro, entãoRui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo:

a) Celso compra um carro e Ana não vai à África.b) Celso não compra um carro e Luís não compra o

livro.c) Ana não vai à África e Luís compra um livro.d) Ana vai à África ou Luís compra um livro.e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma.

24. Dizer que é verdade que para todo x, se x é uma rãe se x é verde, então x está saltando é logicamenteequivalente a dizer que não é verdade que:

a) “algumas rãs que não são verdes estão saltando”.b) “algumas rãs verdes estão saltando”.c) “nennuma rã verde não esta saltando”.d) “existe uma rã verde que não está saltando”.e) “algo que não seja uma rã verde está saltando”.

25. Dizer que “André é artista ou Bemardo não é enge-nheiro” é logicamente eqüivalente a dizer que:

a) André é artista se e somente se Bernardo não éengenheiro.

b) Se André é artista, então Bemardo não é enge-nheiro.

c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheirod) Se Bemardo é engenheiro, então André é artista.e) André não é artista e Bemardo é engenheiro.

26. Em uma comunidade, todo trabalhador é respon-sável. Todo artista, se não for filósofo, ou é traba-lhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não hápoeta que não seja responsável. Portanto, tem-seque, necessariamente,

a) todo responsável é artista.b) tudo responsável é filósofo ou poeta.c) todo artista é responsável.d) algum filósofo é poeta.e) algum trabalhador é filósofo.

27. Se é verdade que “Alguns escritores são poetas” eque “Nenhum Músico é poeta’’, então, também enecessariamente ver que:

a) nenhum músico é escritar.b) algum escritor é músico.c) algum músico é escritor.d) algum escritor não é músico.e) nenhum escritor é músico.

28. Se Beraldo briga com Beatriz, então Beatriz brigacom Bia. Se Beatriz briga com Bia, então Bia vai aobar. Se Bia vai ao bar, então Beto briga com Bia.Ora. Beto não briga com Bia. Logo,

a) Bia não vai ao bar e Beatriz briga com Bia.b) Boa vai ao bar e Beatriz ouga com Bia.c) Beatriz não briga com Bia e Beraldo não briga com

Beatriz.d) Beatriz briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.e) Beatriz não briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.

29. Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é filhade Alice. Ou Ana é filha de Alice, ou Ênia é filha deElisa. Se Paula não é filha de Paulete, então Fláviaé filha de Fernanda. Ora, nem Ênia é filha de Elisanem Inês é filha de Isa.

a) Paula é filha de Paulete e Flávia é filha de Fernanda.b) Paula é filha de Paulete e Ana é filha de Alice.c) Paula não é fllna de Paulete e Ana é filha de Alice.d) Ênia é filha de Elisa ou Flávia é filha de Fernanda.e) Se Ana é filha de Alice, Flávia é filha de Fernanda.

30. A partir das seguintes premissas:Premissa 1: “X é A e B, ou X é C”Premissa 2: “Se Y não é C, então X não é C”Premissa 3: “Y não é C”Conclui-se corretamente que X é:

a) A e B.b) não A ou não C.c) A ou B.d) A e não B.e) não A e não B.

31. Maria é magra ou Bemardo é barrigudo. Se Lúciaé linda, então César não é careca. Se Bernardo ébarrigudo, então César é careca. Ora, Lúcia é lin-da. Logo:

a) Maria é magra e Bernardo não é barrigudo.b) Bernardo é barrigudo ou César é careca.c) César é careca e Maria é magra.d) Maria não é magra e Bernardo é barrigudo.e) Lúcia é linda e César é careca.

32. As seguintes afirmações, todas elas verdadeiras,foram feitas sobre a ordem de chegada dos convi-dados a uma festa:

A) Gustavo chegou antes de Alberto e depois de Danilo.B) Gustavo chegou antes de Beto e Beto chegou an-

tes de Alberto se e somente se Alberto chegoudepois de Danilo.

C) Carlos não chegou junto com Beto se e so-mentese Alberto chegou junto com Gustavo. Logo.

a) Carlos chegou antes de Alberto e depois de Danilo.b) Gustavo chegou junto com Carlos.c) Alberto chegou junto com Carlos e depois de Beto.d) Alberto chegou depois de Beto e junto com Gustavo.e) Beto chegou antes de Alberto e junto com Danilo.

33. Se Vera viajou, nem Camite nem Carla foram aocasamento. Se Carla não foi ao casamento, Van-derléia viajou. Se Vandertéia viajou, o navio afun-dou. Ora, o navio não afundou. Logo.

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84 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

a) Vera não viajou e Carla não foi ao casamento.b) Camile e Carla não foram ao casamento.c) Carla não foi ao casamento e Vanderléia não viajou.d) Carla não foi ao casamento ou Vanderléia viajou.e) Vera e Vanderléia não viajaram.

34. Em uma pequena comunidade, sabe-se que “ne-nhum filósofo é rico” e que “alguns professoressão ricos”. Assim, pode-se afirmar, corretamente,que nesta comunidade:

a) alguns filósofos são professores.b) alguns professores são filósofos.c) nenhum filósofo é professor.d) alguns professores não são filósofos.e) nenhum professor é filósofo.

35. Uma escola de arte oferece aulas de canto, dan-ça, teatro, violão e piano. Todos os professores decanto são, também, professores de dança, masnenhum professor de dança é professor de teatro.Todos os professores de violão são, também, pro-fessores de piano e alguns professores de pianosão, também, professores de teatro. Sabe-se quenenhum professor de piano é professor de dançae como as aulas de piano, violão e teatro não têmnenhum professor em comum então:

a) nennum professor de violão é professor de canto.b) pelo menos um professor de violão é professor de

teatro.c) pelo menos um professor de canto é professor de

teatro.d) todos os professores de piano são professores

de canto.e) todos os professores de piano são professores

de violão.

36. Ou Anais será professora, ou Anelise será canto-ra,ou Anamélia será pianista. Se Ana for atleta, entãoAnamélia será pianista. Se Anelise for cantora,então Ana será atleta. Ora, Anamélia não será pia-nista. Então:

a) Anais será professora e Anelise não será cantora.b) Anais não será professora e Ana não será atleta.c) Anelise não será cantora e Ana será atleta.d) Anelise será cantora ou Ana será atleta.e) Anelise será cantora e Anamélia não será pianista.

37. Se é verdade que “Nenhum artista é atleta”, entãotambém será verdade que:

a) todos não-artistas são não-atletas.b) nenhum atleta é não-artista.c) nenhum artista é não-atleta.d) pelo menos um não-atleta é artistae) nenhum não-atleta é artista.

38. Em uma cidade há dois irmãos gêmeos, Pedro ePaulo. Pedro sempre mente e Paulo sempre diz averdade. Uma pessoa fez duas perguntas a eles;um dos irmãos respondeu à primeira, e o outro, àsegunda. As perguntas foram:

I) seu nome é Pedro?II) como seu irmão responderia à primeira pergun-

ta? Pode-se afirmar que:a) As respostas obtidas foram sim e sim.b) As respostas obtidas foram sim e não.c) Se a segunda resposta for sim, o interpelado é

Pedro.d) As respostas obtidas foram não e não.e) As respostas obtidas foram não e sim.

39. Num país há apenas dois tipos de habitantes: osverds; que sempre dizem a verdade e os falcs, quesempre mentem. Um professor de Lógica, recémchegado a este país, é informado por um nativoque glup e plug, na língua local, significam sim enão mas o professor não sabe se o nativo que oinformou é verd ou falc. Então ele se aproxima detrês outros nativos que estavam conversando jun-tos e faz cada um deles duas perguntas:1º Os outros dois são verds?2º Os outros dois são falcs?A primeira pergunta é respondida com glup pelostrês mas à segunda pergunta os dois primeirosresponderam glup e o terceiro respondeu plug.Assim, o professor pode concluir que:

a) todos são verds.b) todos são falcs.c) somente um dos três últimos é falc e glup, signifi-

ca não.d) somente um dos três últimos é verd e glup signifi-

ca sim.e) há dois verds e glup significa sim.

40. (Adaptação do texto da revista seleções) Cada umdos membros dessa família tem um carro de cordiferente. As pessoas são Adão, Ângela, George,Júlia, Mila, Ronaldo e Stela. As cores dos carrossão (não necessariamente nessa ordem): preto,azul, marrom, verde, cinza, rosa e vermelho. Quemé quem na árvore genealógica e qual a cor do car-ro de cada um?

a) A irmã de Ronaldo tem um carro azul.b) Ângela tem um carro cinza, e seu pai, um carro

preto.c) A filha de Mila tem um carro rosa. O marido de Mila

(cujo carro não é marrom) não é George.d) Júlia às vezes pede emprestado o carro de sua

prima, quando o dela está no conserto.e) Stela não é da mesma geração (de pais ou de

filhos) que Adão (cujo carro não é nem marromnem vermelho).Com base nas afirmações acima (todas verdadei-ras), julgue os itens que se seguem:

I – A pessoa A é Ronaldo e tem o carro azul.II – A pessoa B é Mila e tem o carro marrom se, e so-

mente se, a pessoa C for George e tiver o carrocinza.

III – A pessoa D é Júlia e tem o carro rosa.IV – Se a pessoa F é Adão e tem o carro verde, então a

pessoa G é Ângela e tem o carro cinza.V – A pessoa E é Mila e a pessoa D é Stela.

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Page 86: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 85

(Papiloscopista/2004) Texto para os itens 41 e 44.

Sejam P e Q variáveis proposicionais que podemter valorações, ou serem julgadas verdadeiras(V) ou falsas (F). A partir dessas variáveis, podemser obtidas novas proposições, tais como: a pro-posição condicional, denotada por P � Q, que seráF quando P for V e Q for F, ou V, nos outros casos;a disjunção de P e Q, denotada por P ∨∨∨∨∨ Q, que seráF somente quando P e Q forem F, ou V nas outrassituações; a conjunção de P e Q, denotada por P∧∧∧∧∧Q, que será V somente quando P e Q forem V, e,em outros casos, será F; e a negação de P, deno-tada por ¬P, que será F se P for V e será V se P forF. Uma tabela de valorações para uma dada pro-posição é um conjunto de possibilidades V ou Fassociadas a essa proposição.

41. A partir das informações do texto acima, julgue ositens subseqüentes.

a) As tabelas de valorações das proposições P ∨∨∨∨∨ Q eQ � ¬ P são iguais.

b) As proposições (P v Q) �S e (P�S) (Q�S) pos-suem tabelas de valorações iguais.

c) O número de tabelas de valorações distintas quepodem ser obtidas para proposições com exata-mente duas variáveis proposicionais é igual a 24.

42. Denomina-se contradição uma proposição que ésempre falsa. Uma forma de argumentação lógicaconsiderada válida é embasada na regra da con-tradição, ou seja, no caso de uma proposição ¬Rverdadeira (ou R verdadeira), caso se obtenha umacontradição, então conclui-se que R é verdadeira(ou ¬R é verdadeira). Considerando essas infor-mações e o texto de referência, e sabendo queduas proposições são equivalentes quando pos-suem as mesmas valorações, julgue os itens quese seguem.

a) De acordo com a regra da contradição, P�Q éverdadeira quando ao supor P ∧∧∧∧∧ ¬ Q verdadeira,obtém-se uma contradição.

b) Considere que, em um pequeno grupo de pesso-as — G — envolvidas em um acidente, haja ape-nas dois tipos de indivíduos: aqueles que semprefalam a verdade e os que sempre mentem. Se, doconjunto G, o indivíduo P afirmar que o indivíduo Qfala a verdade, e Q afirmar que P e ele são tiposopostos de indivíduos, então, nesse caso, é corre-to concluir que P e Q mentem.

43. Considere as quatro sentenças enumeradas aseguir.

I - Para cada y, existe algum x, tal que x < y.II - Para cada x e para cada y, se x < y então existe

algum z, tal que x < z e z < y.III - Para cada x, se 0 < x, então existe algum y tal que x

= y × y.IV - Existe algum x tal que, para cada y, x < y.

Suponha que, nessas sentenças, x, y e z sejamvariáveis que podem assumir valores no conjuntodos números naturais (IN), no dos números intei-ros (Z), no dos números racionais (Q) ou no con-junto dos números reais (IR).Em cada linha da tabela a seguir, são atribuídasvalorações V e F, para cada uma das quatro senten-ças enumeradas acima, de acordo com o conjuntono qual as variáveis x, y e z assumem valores.

Julgue os itens subseqüentes, a respeito dessassentenças.

a) As avaliações dadas para as sentenças I e III es-tão corretas.

b) As avaliações dadas para as sentenças II e IV es-tão corretas.

44. Dadas as proposições: p: Pedro é pedreiro; q: Paulo é paulista. E as tabelas verdades:

Julgue os itens a seguir:I – “Se Pedro é pedreiro então Paulo é paulista” é equivalente a dizer “Se Paulo não é paulista então Pedro não é

pedreiro”.II – p ⇔ ~p é uma contradição.III – (p q) → (p q) é tautologia.IV – p q é equivalente a p ^ q.V – Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista tem como negação Pedro é pedreiro e Paulo não é paulista.

GABARITO

01. A 02. E 03. B 04. A 05. B 06. E 07. A 08. A 09. D 10. C11. C, C, E, C 12. C, E, C, C 13. E, E 14. E, E, C 15. C, E, C16. D 17. E 18. E 19. B 20. A 21. D 22. D 23. A 24. D 25. D26. C 27. D 28. C 29. B 30. A 31. A 32. A 33. E 34. D 35. A36. A 37. D 38. C 39. C 40. E, E, E, C, E 41. E, E, C 42. C, C43. E, E 44. C, C, C, E, C

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86 Degrau Cultural

Raciocínio Lógico

SENTENÇAS ABERTAS

Em lógica e em Matemática, são chamadas pro-posições somente as sentenças declarativas, àsquais se pode associar um e, somente um, dos valo-res lógicos, V ou F.

Então, vamos tomar como exemplo x + 4 = 9. Onúmero procurado x pode assumir valores em um con-junto numérico, como, por exemplo, o conjunto dos nú-meros naturais que representamos por N. Dizemos quex é uma variável em N.

A sentença x + 4 = 9, onde x é uma variável em N,é uma sentença aberta.

Dependendo do valor associado a x, a sentençaaberta pode se tornar uma proposição verdadeira ouuma proposição falsa.

De um modo geral, uma sentença envolvendouma variável x é uma sentença aberta. Portanto, p(x): x+ 4 = 9 é uma sentença aberta.

Definição: p(x) é uma sentença aberta em umdado conjunto se, e somente se, p(x) torna-se uma pro-posição (verdadeira ou falsa) sempre que se substitui avariável x por um elemento do dado conjunto.

Uma sentença aberta pode conter uma ou maisvariáveis. A saber:

1º) Com uma variável: é o conjunto de todos oselementos tais que tornem a proposição verdadeira.

Exemplo: Seja a sentença aberta “x + 1 > 8” emN (conjunto dos números naturais). Então, o conjuntoverdade para esta sentença é:V = {x | x ∈ N ^ x + 1 > 8} = {8, 9, 10, ...} ⊂ N.

2º) Com duas variáveis: dados dois conjuntos Ae B, chama-se sentença aberta com duas variáveisem A x B ou apenas sentença aberta em A x B, umaexpressão p(x, y) tal que p(a, b) é falsa (F) ou verdadeira(V) para todo o par ordenado (a, b) Î A x B.Exemplo: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5}.O conjunto-verdade da sentença aberta “x <y” em A x B é:V = {(x, y) ⎢x ∈ A ̂ y ∈ B ̂ x < y} ={(1, 3), (1, 5), (2, 3), (2, 5),(3, 5), (4, 5)}⊂ A x B.

Temos, ainda, sentenças abertas com N variá-veis, mas que dificilmente são cobradas em concur-sos, devido ao grau de dificuldade.

CÁLCULOS COM PORCENTAGEM

Exercícios Incluindo Porcentagem(padrão CESPE / UnB)

01. Num exame de seleção, ao qual se apresentam2.500 candidatos, se 20% são reprovados, é corretoafirmar que esse número é superior a 400 candidatos.

02. Numa cidade “A”, de 45.000 habitantes, sabe-seque 8% são analfabetos. Sendo assim, podemosafirmar que o número de analfabetos desta cidade éinferior a 3.600 pessoas.

03. Admitindo que a quota de previdência social noPaís, que incide sobre os juros ganhos, é de 4% etendo o depositante João ganho R$ 1.245,00 de juros,podemos afirmar que a sua quota devida é um valorabaixo de R$ 50,00.

04. Se um comerciante deu, por conta de uma duplicata,3/7 de seu valor e, posteriormente, liquidou-a com odesconto de 3% sobre o saldo, ou seja, com o descontode R$ 316,80, então, o valor nominal dessa duplicata éexatamente R$ 18.480,00.

05. Se para 210 candidatos inscritos em um concurso,registraram-se 120 ausências às provas e 27reprovações, então a porcentagem das aprovaçõessobre o número de candidatos e sobre o número departicipantes foram valores acima de 25% e 60%,respectivamente.

06. Se num concurso feito por certo número decandidatos, houve 18% de aproveitamento, ou seja, 117aproveitados e noutro, feito por 350 candidatos, houve22% de aproveitamento, então, o número de candidatosque se submeteram ao primeiro concurso e o númerode aprovados no segundo foram superiores a 600 e a70, respectivamente.

07. Se a um estabelecimento bancário foram dadosrecursos para efetuar empréstimos iguais a 15solicitantes e se a lista sofreu um acréscimo de 5elementos, então é correto afirmar que em razão desteacréscimo o auxílio sofreu uma redução de umaporcentagem acima de 20%.

08. Admitindo-se que João pagou na caixa do Banco “X”R$ 8.018,80 por uma ordem de pagamento a serexpedida por telegrama para a cidade “A” e que acomissão do Banco, é de 1/8%, os selos são de R$1,80 e o custo do telegrama é de R$ 7,00, então,podemos concluir que o valor da ordem de pagamentoé superior a R$ 7.500,00.

09. Se um cobrador de um clube arrecada R$ 4.800,00e entrega à diretoria do mesmo apenas R$ 4.560,00,então a sua taxa de comissão é superior a 5%.

10. Se certo comerciante recebeu R$ 3.515,00 pormercadorias vendidas com desconto de R$ 185,00,então a taxa do referido desconto foi acima de 4,5%.

GABARITO01. certo. 02. errado. 03. certo.04. certo. 05. certo. 06. errado.07. certo. 08. certo. 09. errado.10. certo.

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Page 88: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Degrau Cultural 87

089 Internet e Intranet

108 Hardware e Software

119 Processador de Texto

119 Writer

124 Word 0

132 Planilha Eletrônica

132 Calc

137 Excel

145 Power Point

159 Windows XP

187 Linux

Informática

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Page 89: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

88 Degrau Cultural

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Page 90: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Informática

Degrau Cultural 89

A INTERNET E O CORREIO ELETRÔNICO

A Internet é a expressão daquilo que retrata a in-serção da informática na vida das pessoas, constituin-do hoje um fenômeno de informação e de quantidadede computadores interligados. A expressão “aldeia glo-bal” resume todo o cabedal de conhecimentos dispo-níveis através da grande rede.

Um computador que trabalhe desconectado daInternet está fadado a se comportar como mera máqui-na de escrever aprimorada, pois estará distante dasinformações mais ricas e atualizadas do mundo emque vivemos.

Através da Internet podemos pesquisar toda sortede assuntos, bem como acessarmos as últimas notíci-as, realizarmos compras “on-line”, dentre um universode outras possibilidades. As salas de “chat” (bate-papo)estão sempre repletas de pessoas das mais variadasfaixas etárias e níveis de conhecimento. Muitos profis-sionais se utilizam da Internet para divulgar e venderseus produtos, as probabilidades de uso são infindas.

Como tudo começoutudo começouEm 1969, com o nome de ARPANET, o governo

norte-americano experimentou a possibilidade de seconstruir uma rede de computadores que teriam comometa principal a demonstração da potencialidade dese estabelecer comunicação entre computadores queestariam espaçados fisicamente entre si numa largaárea geográfica. A experiência foi bem sucedida e em1973, cerca de 50 universidades e instituições mili-tares possuíam conexões através daquela novidadetecnológica.

Nos dias atuais a Internet ganhou terreno atravésda mola de estímulo comercial e espargiu-se pelomundo em tamanha grandeza que não se pode preci-sar a quantidade de computadores que lhe estão liga-dos. É uma organização sem proprietários mantida poralguns grupos autônomos. E, como resultante da tec-nologia da Internet, passamos a contar com o desen-volvimento e amplo uso das Intranets. Estas, são re-des que em tudo se assemelham à Internet. De varia-dos tamanhos, diferem da Internet basicamente porserem organizações privadas e não públicas. Bancos,órgãos governamentais, etc., dispõe de suas Intranets.

s dá a conexãoComo se dá a conexão

Linha Discada

Através de uma linha telefônica e um dispositivoconhecido como modem, qualquer pessoa que pos-sua um computador pode se interligar à Internet usan-do para isso um provedor de acesso. Este provedor,geralmente de caráter comercial, estabelece uma liga-ção semelhante à companhia telefônica e nos faculta oacesso. Este tipo de conexão também é conhecido comoconexão por meio de linha discada, numa alusão aosaparelhos telefônicos antigos que se utilizavam de umdisco para efetuar a chamada.

Tal tipo de conexão alcança baixas velocidadesdevido às restrições impostas pela linha telefônica con-vencional. Assim, esta conexão caracteriza um acessovia banda estreita. Cabe ressaltar que a medida develocidade de transmissão de dados em redes é dadaem bits por segundo (bps). Uma conexão via linha dis-cada normalmente atinge taxas da ordem de até 56kbps. Importa ressaltar que a conexão via linha discadase utiliza da Rede Dial-up, acessório do Windows des-tinado a permitir o estabelecimento de conexão à Inter-net pela linha telefônica convencional.

Banda larga

O acesso à Internet por meio de conexão de bandalarga tem como grande vantagem as elevadas taxas detransmissão de dados, bem acima das taxas obtidascom a linha discada. Velocidades da ordem de 256 Kbps(kilobits por segundo) a até mais de 2Mbps (Megabitespor segundo) vêm sendo disponibilizadas para o mer-cado domiciliar. Apresenta, ainda, como diferencial o fatode o usuário permanecer conectado por longos perío-dos sem a preocupação com as tarifas telefônicas.

As conexões por banda larga, usualmente empre-gadas em ambientes domésticos e de pequenos es-critórios, envolvem a utilização de “cable modem” paraas conexões por meio de cabos das TV por assinatura,“modems ADSL” para as conexões de alta velocidadeutilizando-se a linha telefônica e, ainda, conexões pormeio de ondas de rádio.

Acesso sem fio – conexões “wireless”

O acesso à Internet sem fio não é mais um projetodo futuro. Ao contrário, a cada dia a chamada computa-ção móvel chega mais perto do ambiente doméstico.Existem diversas tecnologias que utilizam as ondas derádio para acesso à Internet. Umas com pequeno al-cance; outras com alcances bem maiores.

� Bluetooth - é uma tecnologia de transmissão dedados via sinais de rádio de alta freqüência, entredispositivos eletrônicos próximos (PC e seus pe-riféricos por exemplo). A distância ideal é de nomáximo 10 metros e a distância máxima é de 100metros.

� Wi-Fi - é a abreviatura de “Wireless Fidelity” (fideli-dade sem fios) e é utilizado para descrever produ-tos que respeitam o conjunto de normas 802.11 cri-ado pelo Institute of Electrical and Electronic Engi-neers (IEEE). As mais conhecidas são as 802.11bpor utilizarem banda de 2,4 Ghz (próxima da freqüên-cia usada por um microondas ou por um telefonesem fios) e porque podem transferir dados a umavelocidade de 11 megabits por segundo (mbps). Onovo standard 802.11a trabalha na banda de 5 Ghze consegue transferir dados a até 54 Mbps. A tecno-logia Wi-FI também tem restrições de alcance e di-ficuldades de transmissão devido a obstáculos in-terpostos entre as antenas.

INTERNET

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Informática

Um conjunto de equipamentos adequadamenteinstalado passa a constituir o hotspot, que é um pontode acesso sem fios onde os utilizadores podem seligar à rede ou à Internet. Os hotspots podem existir emvários locais públicos. Gratuitos ou não, eles permitemo acesso à Internet de banda larga a utilizadores deaparelhos (laptops ou PDAs) que possuem o chipsetWi-Fi. Muitos hotéis e aeroportos já têm hotspots. E atémesmo cidades inteiras já permitem o acesso à Inter-net por meio desta tecnologia.

A evolução desta tecnologia, que permitirá alcan-ces bem superiores, já está em desenvolvimento e atéestá sendo testada no Brasil. É denominada “pré-Wi-Max” , ou apenas Wi-Max. Além do alcance, terá comouma das vantagens a inexistência das restrições devisibilidade entre as antenas.

O que é preciso para se conectar

Teoricamente qualquer computador que possuauma placa de fax-modem ou uma placa de rede Ether-net pode se conectar à Internet, mas é evidente quequanto mais recursos de hardware dispusermos, me-lhor será a performance.

Além dos dispositivos de hardware, precisaremosde pelo menos dois softwares: um navegador (brow-ser) e um gerenciador de mensagens eletrônicas (Ou-tlook Express, por exemplo). O primeiro permite “nave-gar” pelos sites e o segundo, enviar e receber e-mails(correio eletrônico) de forma rápida e eficiente. Porém,se usuário não dispuser de um gerenciador de correioeletrônico, ainda poderá se valer do recurso do Web-mail, que se constitui numa facilidade disponibilizadapelos provedores para que o usuário visualize, respon-da e gerencie seus e-mails. Ex.: YahooMail, Gmail, etc.

Protocolos

Um protocolo é um código criado para que os com-putadores “conversem” entre si. Assim como pessoasprecisam de um idioma único para se comunicarem,um protocolo permite que as informações trafeguempela Internet ou Intranet até à máquina de destino. Oprotocolo da Internet é o TCP/IP (Transfer Control Proto-col/Internet Protocol).

Na realidade são dois tipos de protocolo que tra-balham em conjunto. O TCP divide a informação empacotes e os reúne quando chegam ao destino. O IP éresponsável pelo endereçamento dessas informações.

Outros protocolos importantes

� FTP (File Transfer Protocol): protocolo utilizado paratransferência de arquivos. (Download e Upload)

� HTTP (Hyper Text Transfer Protocol): protocolo paratransferência de hipertextos.

� WAP (Wireless Application Protocol): protocolo paraaplicações sem fio.

� POP (Post Office Protocol): controla o recebimentode mensagens de e-mail.

� SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): controla oenvio de mensagens de e-mail.

INTRANETS

Uma Intranet é uma rede de computadores quese utiliza das mesmas tecnologias da Internet, porém écaracterizada por ser uma rede privada, ao passo que aInternet é uma rede pública e mundial.

Uma Intranet atende aos interesses de uma insti-tuição ou empresa tendo seu tamanho definido pelassuas necessidades. Assim, ela utiliza os protocolos daInternet, permite troca de e-mails entre seus integran-tes, videoconferência, mensagens instantâneas e tudomais que encontramos na WEB.

Recursos de uma Intranet

� Programas de e-mail: os atuais browsers (navega-dores) incluem programas de e-mail em suas ver-sões básicas. Entre esses destacam-se o InternetExplorer, Mozzila Firefox, Netscape e Opera.

� Transferência de Arquivos: os programas de FTPcomo WS-FTP e Get right são muito utilizados epermitem transferência de arquivos com maior ve-locidade do que com o protocolo http.

� Reuniões Virtuais: o Netmeeting, IRCs, ICQ, Lotuse outros permitem desde simples bate-papo, atévídeo conferência e trabalho conjunto on line. Pro-gramas que permitem conversação via telefônicautilizando-se os protocolos da Internet. Interessan-te para empresas que possuem atuação Nacionalou Internacional.

� Contato Remoto com a Rede: estes transformam arelação de trabalho, possibilitando que qualquerfuncionário devidamente autorizado, possa entrarna rede interna a partir de qualquer lugar onde hajaum computador.

� Listas de Discussão: permite a troca de opiniõese conhecimentos através de um fórum público dediscussão. Esta modalidade de comunicação in-tensifica o padrão cognitivo de seus participan-tes, sendo cada vez mais adotado pelas empre-sas preocupadas com o desenvolvimento de seusrecursos humanos.

Principais vantagens na utilizaçãode redes internas Intranet

� Compartilhar, de maneira mais eficiente, os dadosentre diversos computadores de uma mesma em-presa ou até na casa do usuário.

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Informática

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� Otimizar recursos, diminuindo a quantidade de har-dware necessário (menos impressoras, fax, CD-rom, HDs, modems) uma vez que há a possibilida-de de serem compartilhados recursos.

� Otimizar recursos humanos - Os setores de supor-te, assistência técnica, especificação, compras,transporte, inspeção, armazenamento, acompanha-mento de fabricação, acompanhamento de projetosou obras, gerência de contratos, jurídico, pessoal,normas, comunicação social, auditoria, financeiro,contas a pagar, contas a receber, tesouraria, ven-das, gerência e diretoria são os principais benefici-ados pela rapidez e facilidade de consulta e res-posta ao cliente. Todos os setores da empresa sebeneficiam com estas novas ferramentas e devemsaber utilizá-las.

� Redução do tempo de busca de uma informação - Autilização de sites internos de cada setor da empre-sa, na Intranet, possibilita a resposta instantâneaas perguntas efetuadas pelo gerentes, diretores eclientes. A atualização das mesmas “par e passo”passa a ser fundamental para a correta utilizaçãodesta ferramenta.

� As FAQ (Perguntas mais freqüentes) fazem com queo conhecimento da empresa cresça e com ele onível de atendimento. Uma dúvida esclarecida pas-sa a ser de conhecimento de todos e com isto ga-nha-se tempo.

� As ferramentas que possibilitam ao administradorsaber onde o documento está e qual ação está sen-do executada neste instante transforma a cobrançade soluções. Passa-se a saber com muito maiorprecisão o tempo que cada setor ou funcionário exe-cuta a tarefa que lhe foi designada.

� A possibilidade de comunicação remota à rede in-terna, além de descentralizar o trabalho faz com quealgumas tarefas sejam extremamente agilizadas.Neste caso estão os seguros e vistorias de veícu-los, as reportagens, a transmissão de pedidos, osrelatórios de visita e viagem, as inspeções.

Por que usar a Intranet?

Sua integração com a Internet permite o acessode dados internos ou externos com a mesma prestezade resultados. Uma empresa não precisa mais enviarcorrespondências específicas, tais como catálogos deprodutos, listas de preços, etc; pois todas as informa-ções estarão em apenas um único lugar, disponívelpara acesso por qualquer utilizador.

A interface com o usuário é agradável, fácil de usar.Se você já usou a internet, não achará difícil navegarpor uma intranet.

A tecnologia empregada é estável.

Intranet com conexão à Internet

Redes Intranet viabilizam uma grande variedadede aplicações de Acesso Remoto, entre elas o caso devendedores externos que utilizam notebooks para visi-tar seus clientes. Em muitos casos estes vendedoresnão retornam à suas empresas. Conectam-se remota-mente às suas empresas a partir de suas residênciase acessam o banco de dados de suas corporações.Normalmente atualizam informações de estoque, po-sição de vendas e troca de mensagens (e-mails). Estetipo de tecnologia é também conhecida como SOHO(Small Office Home Office).

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92 Degrau Cultural

Informática

FERRAMENTAS DE NAVEGAÇÃO

Microsoft Internet Explorer (6)

Este browser (ou navegador) é fornecido pela Microsoft e integra-se naturalmente ao Windows, mais utilizadosistema operacional da atualidade. Além das identificações usuais das janelas, como barra de títulos, de ferramen-tas e menus, ele apresenta uma caixa de diálogo de endereços, a partir da qual deveremos digitar diretamente alocalização dos sites desejados. A navegação é intuitiva e realizada totalmente com o uso do mouse.

A Barra de Endereços do Microsoft Internet Explorer

Um endereço completo digitado na caixa de diálogo, conduzirá o navegador para aquela página. Convém obser-var que a parte iniciada por http:// pode ser omitida na digitação, pois o Explorer já a subentende; neste caso, porexemplo, bastaria digitarmos www.degraucultural.com.br. Um endereço é também designado pela sigla URL, quesignifica Uniform Resource Locator - Localizador Uniforme de Recursos. Quando a URL apresenta a letra “s” e a barrade status do IE apresenta um cadeado estamos navegando em um site seguro. Observe nas figuras a seguir:

A barra de endereços e a barra de status do IE navegando em um site seguro.

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Informática

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Depois de aberta a página o usuário poderá navegar através da barra de ferramentas do IE usando algumasfunções que podem ser úteis, no momento em que se estiver visitando determinado endereço, como pode serobservado abaixo:

A BARRA DE FERRAMENTAS DO MICROSOFT INTERNET EXPLORER 6

- Voltar – Volta à página anterior que você visitou.

2 - Avançar – Somente após voltar, você poderá avançar

3 - Parar – Pára o carregamento da página.

4 - Atualizar – Atualiza (dá um Refresh) na tela. Recar-rega a página.

5 - Página Inicial – Carrega a página que foi configura-da como inicial no Internet Explorer

6 - Pesquisar – permite pesquisar assuntos na Internet.

7 - Favoritos - Abre do lado esquerdo da tela uma listados sites que foram escolhidos pelo usuário comofavoritos.

8 - Histórico – Lista os locais que o usuário visitou.

9 - Correio – abre a caixa de mensagem do OutlookExpress diretamente no navegador Internet Explo-rer. Permite enviar uma página da Internet.

Ler email - abre a caixa de entrada do Outlook Expresspara que você possa ler suas mensagens.Nova mensagem - permite abrir a caixa de envio demensagens do Outlook Express.Enviar link - abre a caixa de envio de mensagens doOutlook Express, já com o link da página que está natela do Internet Explorer, para que você possa enviareste link por e-mail.

Enviar página - abre a caixa de envio de mensagens doOutlook Express, com a página que está na tela doInternet Explorer, para que você possa enviar esta pági-na por e-mail.

10 - Imprimir – O botão Imprimir permite imprimir pági-nas da Web. Ele imprimirá todo o conteúdo da pági-na. Para imprimir somente uma parte da página,uma imagem ou uma parte do texto, selecione oque você quer imprimir e clique no Menu Arquivo /Imprimir, clique na opção Seleção. Clique ok.

11 - Editar – permite editar a página que está sendovisualizada com um programa qualquer. A seta aolado do botão indica que desce um menu com ou-tras opções de programas. Este ícone está indican-do o programa Word, mas poderia estar indicandopor exemplo o bloco de notas. Permitirá fazer altera-ções no arquivo da página Web e criar uma novapágina com base na que você editou.

12 - Discussão – permite configurar um grupo dediscussão.

Ferramentas – Opções da Internet

No Menu Ferramentas encontra-se a opção Op-ções da Internet. Na tela de opções é possível contro-lar as configurações de Segurança, controle de conteú-do das páginas visitadas dentre outras.

Aqui se destacam três itens:

� Página inicial - é a página que o usuário desejaque seja a primeira que se apresenta quando onavegador – Internet Explorer – é aberto.

� Arquivos de Internet temporários – sempre quevisitamos uma página esta é armazenada de formatemporária no HD, o que permite que, em um próxi-mo acesso, tenhamos maior velocidade. A quanti-dade destes arquivos temporários é definida pelousuário no botão Configurações. Desejando-se ex-cluir todos os arquivos temporários, clica-se em Ex-cluir arquivos.

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94 Degrau Cultural

Informática

� Histórico - Esta pasta armazena apenas os linkspara as páginas visitadas recentemente. O númerode dias de armazenamento também é configuradopelo usuário no item Número de dias das páginasno Histórico. E, para Limpar o Histórico, é suficienteclicar no botão Limpar Histórico.

Além da guia Geral do quadro Opções da Internet,também temos as seguintes guias:

A guia Segurança - permite configurar opções desegurança para o Internet Explorer em várias de suaszonas (Internet, Intranet local, Sites confiáveis e Sitesrestritos). Há vários níveis (Baixo, Médio, Alto, Persona-lizado, etc.).

A guia Privacidade - permite bloquear cookies epop-up´s.

Cookies são tipos de temporários da Internet quesão gravados na máquina do usuário em uma pastaespecífica. Esses cookies armazenam informaçõespessoais do usuário, geralmente formulários preen-chidos para compra de algum produto na Internet. Poressa razão são considerados invasão de privacidade.

Pop-up´s são janelas indesejadas que aparecemna tela do Internet Explorer quando você está navegan-do. Geralmente seu conteúdo é propaganda. Ao ativar obloqueador de pop-up´s, o ícone aparecerá na barra destatus do Internet Explorer. É possível, clicando com obotão direito do mouse sobre o ícone que aparece nabarra de status, desbloquear as pop-up´s temporaria-mente para qualquer site ou marcar a opção semprepermitir pop-up´s nesta página.

A guia Conteúdo - Supervisor de conteúdo - permi-te configurar opções de conteúdo seguro principalmentepara crianças não acessarem sites proibidos. Ao ativarum conteúdo de segurança será pedida uma senha.Certificados - Você pode controlar o uso de sua própriaidentidade tendo uma chave particular que só você co-nhece no computador. Quando usados com programasde email, os certificados de segurança com chavesparticulares também são conhecidos como “identifica-ções digitais”. Um “certificado de site da Web” informaque um determinado site da Web é seguro e legítimo.Ele garante que nenhum outro site pode assumir a iden-tidade do site seguro original. Um certificado de segu-rança, associa uma identidade a uma “chave pública”.

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Informática

Degrau Cultural 95

Apenas o proprietário do certificado conhece a “chaveparticular” correspondente. A “chave particular” permiteque o proprietário faça uma “assinatura digital” ou des-criptografe informações criptografadas com a “chavepública” correspondente. Ao enviar o seu certificado paraoutra pessoa, você está dando a essa pessoa a suachave pública para que ela possa lhe enviar informa-ções criptografadas que só você pode descriptografare ler com a sua chave particular. O componente assi-natura digital de um certificado de segurança é sua iden-tidade eletrônica que diz que as informações vieramrealmente de você. Antes de começar a enviar informa-ções criptografadas ou assinadas digitalmente, vocêprecisa obter um certificado e configurar o Internet Ex-plorer para usá-lo. Quando você visita um site da Webseguro (cujo endereço comece com “https”), ele lheenvia automaticamente o certificado dele. Os certifica-dos de segurança são emitidos por autoridades decertificação independentes. Informações pessoais -use o recurso Autocompletar, caso queira armazenarentradas de dados pessoais. O computador, assimque você começar a digitar seu nome, por exemplo,completa as informações para você, sem a necessi-dade de digitar o nome todo.

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Informática

MICROSOFT OUTLOOK EXPRESS

Correio Eletrônico via Internet

O serviço de correio eletrônico talvez seja a mais poderosa ferramenta utilizada pelos usuários da Internet, noque diz respeito à comunicação à distância. O Outlook Express é o mais utilizado gerenciador de e-mails por estarincorporado ao Windows. Entretanto existem outros mecanismos de igual eficiência, como o Netscape, o Eudora, oMozzila e outros; mas tudo acaba sendo uma questão de gosto pessoal pois, em essência, todos permitem o tráfegode mensagens eletrônicas com igual teor de velocidade e precisão.

OBSERVE UMA TELA DO OUTLOOK EXPRESS

O ambiente de navegação é intuitivo e fácil de ser compreendido. À esquerda encontramos uma lista de pastas,algumas já existentes por padrão e outras criadas pelo próprio usuário. Estas pastas funcionam de maneira seme-lhante ao Windows Explorer, onde na tela da direita teremos os seus conteúdos mostrados de forma organizada.Para escrevermos uma nova mensagem basta clicar no item correspondente na barra de ferramentas ou diretamenteno link apresentado na página de boas-vindas (acima). É conveniente ressaltar que os procedimentos com o Outlookindependem do usuário estar conectado à Internet. Diferentemente da utilização dos Webmails, disponibilizadospela maioria dos provedores, o Out-look permite que os e-mails sejam lidos e terem suas respostas preparadas nomodo “off-line”.

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Informática

Degrau Cultural 97

Explorando a caixa de entrada

Na barra de ferramentas encontramos os botões:

� Criar email - escreve uma nova mensagem.

� Responder - responde com um email para o remetente.

� Responder a todos - responde ao remetente e a todos os destinatários da mensagem original.

� Encaminhar - encaminha a mensagem para outro(s) destinatário(s).

� Excluir - exclui a mensagem selecionada. Ela irá para a pasta Itens Excluídos.

� Enviar e receber - envia e recebe automaticamente emails. Se houver mais de uma conta cadastrada para a atualidentidade, pode-se selecionar a conta que se deseja baixar os emails.

� Endereços - abre o Catálogo de endereços, onde o usuário atual armazena os dados de seus contatos.

� Localizar - permite localizar, por diversos critérios, uma mensagem nas pastas do Outlook ou localiza um contatoarmazenado no catálogo de endereços.

Na pasta Pastas Locais encontramos as pastas:

� Caixa de entrada - local onde são armazenadas as mensagens recebidas. O número à direita indica as mensa-gens ainda não lidas. A mesma informação pode ser obtida na Barra de status (abaixo da janela)

� Caixa de saída - armazena as mensagens até seu efetivo envio pelo Outlook.

� Itens enviados - armazenam cópias destes itens.

� Itens e excluídos - é a lixeira do Outlook Express.

� Rascunhos - armazena cópias de mensagens a serem enviadas posteriormente.

Convém ressaltar que o usuário poderá criar novas pastas de modo a facilitar o gerenciamento de mensagensarmazenadas.

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Informática

Redigindo uma nova mensagem

Os endereços eletrônicos

O endereço eletrônico é uma espécie de CEP utilizadona Internet para guiar com precisão o internauta atra-vés da grande teia mundial, além de propiciar a corretaentrega de correspondência ao destinatário. O endere-ço de um site tem a seguinte forma:

No nosso exemplo, o endereço da Degrau Cultu-

ral, denota o seu caráter comercial pela extensão .com.

Note que as partes do endereço identificam vários de

seus caracteres, tais como protocolo, país de origem,

etc. Estas informações garantem a individualidade da-

quele site na grande rede.

É importante ressaltar que a partir de 2005, um

endereço no Brasil já pode contar com acentos e “ç” da

língua portuguesa. Assim, a partir de agora, não se as-

suste quando encontrar um endereço do tipo:

www.sambacanção.com.br

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Informática

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http:// (HyperText Transfer Protocol) Protocolo de trans-ferência de Hipertexto. O protocolo é uma espécie delinguagem utilizada pelo computador para estabelecercomunicação com outras máquinas através da rede.Na maioria das vezes que navegamos, estamos nosutilizando deste protocolo. Basta observar que todosos endereços da Internet o mostram no início.

� www: A parte gráfica da Internet, ou seja, onde navega-mos através de imagens e cliques do mouse. A wwwhoje propicia inúmeros recursos multimídia a seususuários, tais como sons imagens e animações queinteragem com o visitante daquele site.

� org: indica que o Website é de uma organizaçãonão governamental.

� edu: indica que o Website é de uma organizaçãoeducacional

� gov: indica que o Website é de uma organizaçãogovernamental.

� com: indica que o Website é de uma organizaçãocomercial.

� mil: indica que o Website é de uma organização mi-litar.

� br: indica que o Website está hospedado em umprovedor no Brasil, assim como na França é “.fr” eEUA “.us”, ou simplesmente “.com”, sem termina-ção de país.

Endereços de E-mail

Os endereços de e-mail também seguem um padrão que assegura a sua unidade dentro da internet. Devido aesta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais em todo o mundo.

Microsoft Outllok 2000

O Outlook é um recurso do MS Office que se destina ainúmeras tarefas, individuais e em grupos de trabalho.

Dentre outras tarefas permite:

� Enviar e ler mensagens do usuário de diversas con-tas ou provedores.

� Gerenciar os contatos do usuário.

� Organizar e agendar tarefas com o Calendário dis-ponível.

� Agendar reuniões on-line no ambiente da redeinterna.

Difere do Outlook Express pelo acréscimo de inúme-ras funções apresentadas em sua Barra de Atalhos (àesquerda da janela).

Sua janela Outlook hoje disponibiliza uma visãoconsolidada do dia de hoje, com os compromissos doCalendário, Tarefas e Mensagens.

O atalho para Calendário permite gerenciar as ativida-des assinaladas como compromissos do usuário.

O atalho para Tarefas permite agendar e gerenciartarefas individuais ou em grupo no ambiente de umaIntranet de uma empresa.

O atalho para Mensagens permite o acesso àsmensagens na Caixa de Entrada.

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Informática

Endereços de E-mail

Os endereços de e-mail também seguem um padrão que assegura a sua unidade dentro da internet. Devidoa esta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais em todo o mundo.

O atalho para Contatos na barra de atalhos do Outlook gerencia os contatos do usuário.

Contatos do usuário: lista os contatos do usuário, com seus dados cadastrados.

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Informática

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Anotações: assemelha-se a um bloco de lembre-tes para o usuário.

AS AMEAÇAS NA INTERNET

As ameaças ao mundo dos computadores nãosão uma novidade dos dias atuais. Ao contrário, pode-mos considerar como algo de longa data. Quem nãose lembra de vírus famosos como “Michelangelo”,“Chernobyl” , “Ping-Pong” e tantos outros?

A expansão da Internet, no entanto, propiciou umamaior velocidade (e quantidade) na disseminação das“pragas” da Grande Rede.

VIRUS e WORMS

Embora para o usuário não faça diferença, já quequalquer “praga” é maléfica, há uma diferença entreVírus e Worms. Um vírus, por definição, não funcionapor si só. Deve infectar um arquivo executável ou arqui-vos que utilizam macros, ou seja , em geral fica escon-dido dentro da série de comandos de um programamaior. Já os worms são entidades autônomas, nãonecessitando se anexar a um programa ou arquivo “hos-pedeiro”, ao contrário dos vírus. Um Trojan ou Cavalode Tróia é um verme que normalmente se disfarça deum programa inofensivo permanecendo dentro da má-quina indefinidamente ou até cumprir sua tarefa. A pre-venção contra tais pragas compreende a utilização desoftwares anti-vírus e “Firewall”.

O Firewall pode ser definido como uma barreirade proteção, que controla o tráfego de dados entre seucomputador e a Internet (ou entre a rede onde seu com-putador está instalado e a Internet). Seu objetivo é per-mitir somente a transmissão e a recepção de dadosautorizados. Existem firewalls baseados na combina-ção de hardware e software e firewalls baseados so-mente em software. Este último é o tipo recomendadoao uso doméstico e também é o mais comum. Em ou-tras palavras, o firewall é um mecanismo que atua como“defesa” de um computador ou de uma rede, controlan-do o acesso ao sistema por meio de regras e a filtra-gem de dados. A vantagem do uso de firewalls em re-des, é que somente um computador pode atuar comofirewall, não sendo necessário instalá-lo em cada má-quina conectada.

Este último é também um software que previne ainvasão de um cracker e, ainda, impede que um “es-pião” plantado na máquina possa acessar a Internetsem conhecimento e permissão do usuário. Em am-bos os casos, é essencial a periódica atualização dossoftwares e, no caso do anti-vírus, varreduras periódi-cas dos drives de armazenamento.

� Spam - é o grande problema da atualidade na Inter-net. São mensagens indesejadas, normalmente depropaganda de organizações comerciais. O imen-so tráfego gerado na WEB por essa prática podecomprometer seriamente a atividade da Internet.

� Cookies - são pequenos arquivos (1KB) coloca-dos pelos sites que são visitados no computadorvisitante. Servem para identificar o visitante em umapróxima visita àquele site. Não são vírus. São con-siderados Invasão de Privacidade, por isso é pos-sível controlar suas entradas, através de configu-rações no browser.

GLOSSÁRIO

A seguir, uma série de termos usados na informáticada atualidade.

� Acesso dedicadoO acesso dedicado é normalmente usado por em-presas que vendem o acesso aos usuários finais.Oacesso dedicado faz com que o computador fiqueconectado permanentemente com a rede.

� ADSLSigla para Assimetrical Digital Subscriber Line.ADSL é uma forma de conexão à Internet que re-serva um espaço da linha telefônica para o tráfegode informações e outro para a voz. Com essa mo-dalidade de conexão banda larga o usuário podepermanecer 24 horas online.

� BackboneA tradução literal é “espinha dorsal”. O backbone é afração da rede que suporta o maior tráfego de da-dos. A função do backbone é conectar várias redeslocais.

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Informática

� Baud rateO baud rate é normalmente usado como um sinônimode bps (bits por segundo).

� BitBinary digit (dígito binário), é a menor entre as uni-dades de informação. Um agrupamento de 8 bitsforma um byte.

� BluetoothA tecnologia Bluetooh é, basicamente, um padrãopara comunicação sem-fio de baixo custo e de curtoalcance. Através dele permite-se a comunicaçãosem fio entre aparelhos eletrônicos que podem sertelefones celulares, Palmtops, computadores, scan-ners, impressoras, equipamentos de escritório,enfim, qualquer aparelho que possua um chip Blu-etooth. Esta comunicação realiza-se através de on-das de rádio na freqüência de 2.4 GHz, que não ne-cessita licença e está disponível em quase todo omundo.

� bpsbps (bits por segundo) é uma medida da velocida-de de transmissão de dados.

� BrowserÉ o software utilizado para a navegação na Internet.

� CookieSão informações que as páginas da Internet guar-dam no seu computador. Os cookies servem paraativar páginas customizadas na web, ou para infor-mar aos servidores quantas vezes você passou pordeterminado site.

� Dial-UpÉ uma outra denominação para acesso discado. OAcessório de comunicações do Windows que pos-sibilita a conexão entre computadores através deuma linha telefônica comum.

� EthernetUm padrão de redes de computadores desenvolvi-do pela Xerox, DEC e Intel em meados de 1972,com uma largura de banda de 2,94 Mbps, sendoposteriormente padronizado a 10 Mbps pelo IEEE(Institute of Electrical and Electronic Engineers). Asevoluções do padrão Ethernet são o Fast Ethernetcom taxas de 100 Mbps, já utilizando a fibra ótica e oGigabit Ethernet com taxas de 1Gbps.

� HostÉ um computador que está sempre ligado à rede.Ele armazena arquivos e permite o acesso deusuários.

� HotspotUm hotspot é um ponto de acesso sem fios ondeos utilizadores se podem ligar à rede ou à Internet.Os hotspots podem existir em vários locais públi-cos. Gratuitos ou não, eles permitem o acesso àInternet de banda larga a utilizadores de aparelhos(laptops ou PDAs) que possuem o chipset de Wi-Fi.Muitos hotéis e aeroportos já têm hotspots.

� HTTPSignifica “HyperText Transfer Protocol”. Protocoloutilizado pelo serviço WWW que significa World WideWeb. É um sistema baseado em hipertextos quepermite a procura e a utilização dos recursos dispo-níveis na INTERNET.

Este protocolo de comunicação conecta usuários asites. A sigla HTTP antecede os endereços de pági-nas Web. Ela informa ao servidor de que forma deveser atendido o pedido do cliente.

� IntranetÉ uma rede privada e interna, normalmente usadapor empresas.

� IPEndereço numérico que identifica de forma únicaum computador na rede INTERNET. Quando seuPC entra na WEB recebe um endereço IP. O formatodo IP é 255.255.255.255. (4 grupos de números queatingem o máximo de 255)Um endereço IP pode ser fixo ou dinâmico. Quandoé fixo ele nunca muda; quando é dinâmico ele podese alterar (e normalmente se altera) a cada cone-xão sua à Internet.

� ISDN (RDSI)A sigla significa Integrated Services Digital Network.(Rede Digital de Serviços Integrados) ISDN é umarede digital que fornece serviços de voz, imagens,dados, etc.

� JavaJava é uma linguagem de programação. Ela foi ori-ginalmente desenvolvida pela Sun Microsystemspara ser utilizada na web.

� Kbps – kilobits por segundoMedida de velocidade de transmissão de dados.Sua equivalência é de mil bits por segundo.

� LAN (Rede Local)A sigla significa Local Area Network. Lan é uma redegeralmente limitada a um prédio ou instituição.

� Largura de Banda - Banda largaÉ a capacidade de enviar informação por um de-terminado canal ( um fio de cobre, um radioes-pectro, ou uma fibra ótica), ou seja, o número debits por segundo que se pode transmitir atravésde um canal qualquer.

A banda larga é sempre mais rápida que uma trans-missão via linha discada, independente do proces-sador ou da memória da máquina

� Linha dedicadaLigação permanente entre dois computadores.(sempre conectados)

� Megahertz (MHz)O hertz (Hz) e o Megahertz (MHz) são unidades quemedem freqüência. Na informática são usadas paraindicar a velocidade dos processadores.

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Informática

Degrau Cultural 103

� ModemÉ o equipamento que conecta o computador à Inter-net. Ele transforma sinais digitas em sinais sonorose vice-versa.

� NetA tradução literal do inglês é “rede”. Na informática otermo é usado como sinônimo de Internet.

� PPPA sigla significa Point-to-Point Protocol. É Um dosprotocolos usados para fazer a conexão IP por viade uma linha telefônica. O PPP é muito útil paranavegadores gráficos.

� Programa-clienteO funcionamento da Internet se baseia em relaçõescliente/servidor. Os programas clientes são os na-vegadores e os servidores verificam autorizações earmazenam dados.

� ProtocoloUm padrão de comunicação a ser usado na Inter-net, o mais básico é o TCP/IP.

� RoteadorUm roteador distribui pacotes de informação dentrode uma rede ou entre várias redes.

� RFID (Identificação por radiofreqüência)Tecnologia de Identificação que utiliza a radiofre-qüência para capturar os dados e não a luz como éutilizado na leitura de códigos de barra. São utiliza-dos, basicamente, dois componentes: o transpon-der ou RF Tag (ou simplesmente Tag) e um leitorcom antena. Quando aproximamos um Tag do lei-tor, o campo do leitor alimenta o Tag e este transmi-te dados da sua memória para o leitor. Pense nopedágio quando você passa pela via expressa. Seucarro tem um TAG. É aquela caixinha de PVC fixadano vidro.

� Shareware / FreewareShareware é um software disponível em muitos lo-cais da INTERNET. Inicialmente, o software é grátis,mas os autores esperam que o pagamento sejaenviado depois de um período inicial de testes. Nor-malmente, os preços são baixos. É uma espécie de“teste antes e pague depois”. Já o Freeware é grátismesmo.

� ServidorÉ o programa que atende ao cliente e provê a ele osserviços solicitados. O servidor oferece vários recur-sos, entre eles: armazenamento de dados, acesso àInternet, etc.

� TCP/IPTransmission Control Protocol/Internet Protocol. Con-junto de protocolos utilizado pela INTERNET a fim depermitir que os computadores se comuniquem.

� URLUniform Resource Locator. É o sistema de endereça-mento utilizado pelo WWW e um padrão de endere-çamento proposto para toda a INTERNET. Trocandoem miúdos: aquele endereço que você digita na bar-ra de endereços do tipo www.qualquercoisa.com.br

� Plug-inUm “Plug-in” é um pequeno programa que você car-rega e instala para adicionar uma característica es-pecífica ao seu navegador. Essas característicaspodem incluir capacidade multimídia como vídeo esom. Ou seja, certos sites para se apresentaremadequadamente solicitam que você autorize a ins-talação de um plug-in.

� UploadFazer um upload é transmitir um arquivo do seu micropara a rede. A operação inversa é o download.

� USBUSB é a sigla para Universal Serial Bus, barramen-to com um tipo único de combinação porta/conector,usado para ligar ao computador sem nenhum gran-de esforço várias categorias de dispositivos comoteclados, mouses, acessórios para games, moni-tores, scanner, câmeras e outros. O USB obedeceao padrão Plug and Play e visa diminuir drastica-mente o transtorno na instalação e configuração dosmais diversos periféricos ao computador. Além dafacilidade de uso proporcionada pelo padrão Plugand Play, o USB é “hot swappable”, ou seja, é possí-vel conectar ou desconectar um novo dispositivo nocomputador com ele ligado e usá-lo imediatamen-te. O USB também permite a conexão de periféricosem cascata. Por exemplo: o Internet Keyboard Pro,teclado da Microsoft, vem com duas entradas USBextras e se o teclado estiver ligado ao computadorpelo USB, essas duas portas podem ser usadaspara conectar um mouse e um game pad.

� WAPWireless Application Protocol ou, em português, pro-tocolo para aplicações sem fio. É um protocolo (lin-guagem comum) mundial que torna possível o aces-so à Internet por meio de dispositivos móveis semfio - como micros de mão e celulares. Com WAP, épossível acessar páginas no padrão WML (WirelessMarkup Language, uma espécie de linguagemHTML) criadas para a tela do celular ou de um com-putador de mão. Essas páginas trazem links quelevam a outras, igualzinho aos sites da Internet, sóque com menos recursos, devido às limitações dastelas dos aparelhos.

� Wi-Fi e Wi-MaxÉ a abreviatura de “Wireless Fidelity” (fidelidade semfios) e é utilizado para descrever produtos que res-peitam o conjunto de normas 802.11 criado pelo Ins-titute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE).As mais conhecidas são as 802.11b por utilizarembanda de 2,4 Ghz (próxima da freqüência usada porum microondas ou por um telefone sem fios) e por-que podem transferir dados a uma velocidade de 11megabits por segundo (mbps). O novo standard802.11a trabalha na banda de 5 Ghz e conseguetransferir dados a até 54 Mbps. A tecnologia Wi-Fiapresenta um curto alcance. No entanto já temos atecnologia WiMax em desenvolvimento. Esta alcan-çará distâncias bem maiores que a Wi-Fi.

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104 Degrau Cultural

Informática

O INTERNET EXPLORER 7

NOVIDADES DO INTERNET EXPLORER 7

O IE-7 vem com nova interface, buscando a simpli-cidade. A interface foi redesenhada para conter itensúteis e eliminar o que só ocupava espaço.

O recurso de Guias ou Abas (Tabs) permite abrirvários websites em apenas uma janela usando a nave-gação por abas.

Além disso, a Impressão no Internet Explorer 7 per-mite que o conteúdo caiba sem problemas na páginafinal impressa. As opções de impressão ainda incluemo ajuste de margens, remoção de cabeçalhos e roda-pés, além da alteração do espaço de impressão.

Há a opção de se manter atualizado sobre as últi-mas novidades, diretamente dos seus sites favoritosatravés dos Feeds RSS: O termo Feed vem do verbo eminglês “alimentar”. Na internet, os “RSS feeds” são lis-tas de atualização de conteúdo dos sites. A tecnologiaRSS (Rich Site Summary) permite aos usuários da in-ternet se inscreverem em sites que fornecem “feeds”(fontes) RSS. Estes sites mudam ou atualizam o seuconteúdo regularmente. Os Feeds RSS recebem estasatualizações, e, desta maneira o usuário pode perma-necer informado de diversas atualizações em diversossites sem precisar visitá-los um a um. Os feeds RSSoferecem conteúdo Web ou resumos de conteúdo jun-tamente com os links para as versões completas desteconteúdo. Esta informação é entregue como um arqui-vo XML chamado “RSS feed”.

O item Pesquisar também foi atualizado, permitin-do que você faça buscas dentro do navegador usandoseus mecanismos de procura favoritos.

O item Segurança possui novos recursos de segu-rança que auxiliam na proteção contra softwares mali-ciosos, e protegem contra websites fraudulentos, atra-vés de um filtro de phishing.

BOTÕES DA BARRA DE FERRAMENTAS

Permite voltar / avançar nas páginas visitadas.

Permite carregar novamente o conteúdo das páginas.

Pára o carregamento da página.

OPÇÕES DE PESQUISA

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Informática

Degrau Cultural 105

Permite fazer buscas, localizar na página, alterar pa-drões de pesquisa, etc.

CENTRAL DE FAVORITOS E ADICIONAR A FAVORITOS

O botão da estrela é o Favoritos e permite exibir osFavoritos, Feeds e Histórico.O botão Adicionar a favoritos possui um menu com vá-rias opções.

GUIAS - mostra a lista de guias

NOVA GUIA - permite adicionar guias

HOME (PÁGINA INICIAL) - permite adicionar páginas paraque sejam as iniciais do Browser.

FEEDS - permite visualizar atualizações do conteúdodos sites.

IMPRIMIR - permite imprimir a página ou escolher op-çoes de impressão.

PÁGINA - abre um menu com várias opções.

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Informática

FERRAMENTAS - o botão ferramentas contém opções do menu Ferramentas do IE-7.

FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET / GERAL

Configurações de Página Inicial, Histórico, permite alterar padrões de pesquisa, configurações de guias e Aparência.

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Informática

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FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET PRIVACIDADE

Configurações de Cookies e Bloqueador de Pop-up´s.

FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET CONTEÚDO

Supervisor de Conteúdo, Certificados, PreenchimentoAutomático e Feeds.

FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNETPROGRAMAS

Permite gerenciar os complementos do navegador(plug-in) e fazer configurações de programas usadosnos serviços de Internet.

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108 Degrau Cultural

Informática

HARDWARE E SOFTWARE1. Origem do Computador¹

Tudo se inicia com a criação das máquinas de cartõesperfurados que foram desenvolvidas originalmente por Her-man Hollerith e que foram inicialmente usadas no recense-amento dos Estados Unidos em 1980 e mais tarde utiliza-das em diferentes outros setores no mundo dos negócios.Estes cartões eram o meio de armaze-namento de dados.O surgimento das impressoras rotativas é decorrente dacrescente necessidade do fornecimento destes cartões.

Em resposta às necessidades da indústria radiofôni-ca surgem as válvulas e nasce o computador.

O invento do transistor nos laboratórios Bell em 1947iniciaria uma nova geração de tecnologia de computado-res. Substituindo a válvula, o pequeno transistor reduziu otempo que era necessário para que um impulso elétricofechasse um circuito. Gerava menos calor, era de maiorconfiabilidade e diminuía os custos de produção. A fun-ção básica do transistor num computador é a de um inter-ruptor eletrônico para executar operações lógicas.

O armazenamento magnético surge como uma evo-lução para arquivar grandes volumes de dados. Com odisco magnético o acesso poderia ser obtido em me-nos de um segundo.

Em 1957 surge o primeiro computador com sistemade armazenamento em disco, o IBM 305 RAMAC. Comum braço de acesso aleatório ele era capaz de acessarem menos de um segundo dados armazenados emqualquer um de seus 50 discos. A mesma IBM lança em1962 a primeira unidade de armazenamento equipadacom disco removível. Agora, facilmente, os usuários po-diam trocar informações para diferentes finalidades.

Os programadores IBM foram os primeiros a criar, parafornecer aos usuários, programas previamente elabora-dos. Estes Softwares incluíam instruções para separar eintercalar dados, o controle das operações de entrada esaída de dados e a facilidade de criação de listagens.

Durante os anos 60, o poder de armazenamento doscomputadores aumentou em capacidade e velocidade. Asatenções incidiram principalmente sobre os sistemas desoftware. Ainda em busca de melhores soluções, foi intro-duzido o uso intensivo da tecnologia de circuitos integra-dos monolíticos nos anos 70. Esta tecnologia condensamuitos circuitos em pequeníssimos chips de silício.

A utilização de uma tecnologia com grande integraçãoe densidade de memória e de lógica melhorou conside-ravelmente a sua velocidade, capacidade e eficiência. Oprimeiro disco magnético flexível, ou disquete, da in-dústria, foi apresentado pela IBM em 1971. Estes discosflexíveis (floppy disk) melhoravam consideravelmente omanuseamento dos dados.

Memórias de silício e circuitos lógicos foram cada vezmais miniaturizados em todos os tipos de computadores.

Os melhoramentos significativos alcançados na progra-mação facilitaram a utilização do computador e o tornoumais acessível às necessidades específicas.

Em 1973, a unidade de disco IBM 3340, apresentou aindústria uma avançada tecnologia de discos conheci-da como Winchester, nome do projeto interno da IBM.

2. Conceituando Hardware e Software

Hardware: É um termo coletivo e não inclui apenas ocomputador propriamente dito, mas também cabos, co-nectores, unidades de força e periféricos como o tecla-do, mouse, auto-falantes e impressoras. Este termo podereferir-se aos aspectos físicos da infra-estrutura de redede telefonia e telecomunicações.

Software: É a parte lógica do computador que é cons-tituída por programas, linguagens, sistemas, ou seja,são as instruções entendidas pelo hardware.

3. Tipos de Arquiteturas de Construção

Arquitetura CISC (Complex Instruction Set Computer) -Computador com Conjunto de Instrução Complexa.

Refere-se a computadores projetados com um con-junto completo de instruções computacionais com a fi-nalidade de prover capacidades necessárias da formamais eficiente. Posteriormente descobriu-se que redu-zindo o conjunto completo a apenas as instruções maisfreqüentemente usadas, o computador realizaria maistrabalho em um tempo menor para a maioria das aplica-ções. Com isso foi chamado de conjunto reduzido deinstruções (RISC); havia agora a necessidade de algopelo qual chamar computadores com conjunto comple-to de instruções – daí o termo CISC. Usada nos mode-los de chip da empresa Intel e garantem um ótimo de-sempenho na resolução de problemas complicados,apesar de reduzirem a velocidade de execução.

Arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computer) -Computador com Conjunto Reduzido de Instruções.

É um microprocessador planejado para realizar um me-nor número de tipos de instruções para o computador, demodo que ele possa operar em uma velocidade maior(realizar mais instruções por segundo ou milhões de ins-truções por segundo). Uma vez que cada tipo de instru-ção que um computador precisa realizar requer transisto-res adicionais e circuitos, uma grande lista ou grupo deinstruções para o computador, tende a deixar o micropro-cessador mais complicado e lento na operação. Inventa-da na década de 70 pelo pesquisador da IBM John Coke,esta arquitetura provê o chip com uma “inteligência” bemmais limitada, porém com uma rapidez sem preceden-tes. Enquanto o chip CISC leva vários ciclos de máquina2

para executar uma única instrução, o chip RISC faz váriasdelas em apenas um ciclo (conceito de chip superesca-lar - que executa mais do que uma instrução por ciclo).

¹ Origem do Computador: Os concursos, em geral, não têmmais se ocupado com questões relativas à história da informática,entretanto, convém ir às provas lembrando-se pelo menos doENIAC, pois ele já se figurou em algumas delas como represen-tante legítimo daquele que seria o primeiro computador da histó-

2 Ciclo de máquina: tempo gasto pelo computador para pro-cessar cada instrução; é medido por um circuito chamado clock(relógio), que emite pulsos a uma freqüência constante. Se oclock “pulsa” 58 milhões de vezes por segundo, por exemplo, afreqüência de processamento dessa máquina é de 58 Mhz(MegaHertz). É o espaço de tempo entre um pulso e outro, ouseja, o ciclo de máquina.

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Informática

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4. Componentes de um Computador Pessoal

A anatomia do computador se compõe de dispositi-vos externos para captar e emitir informações (teclado,monitor etc.); e internos para calcular, comparar e con-trolar (processador, memórias etc.) A seguir, veremos,especificamente, os componentes que constituem umcomputador pessoal.

Gabinete

É a caixa que abriga toda a es-trutura física interna de um com-putador. É normalmente divididoem baias onde serão instaladosos dispositivos. Exige boas con-dições de ventilação interna con-siderando que muitos dos com-ponentes que serão ali instaladostrabalham em elevadas freqüên-cias e por isso geram grande quantidade de calor.

Existem os modelos desktop ou torre, como são res-pectivamente conhecidos os gabinetes horizontais e ver-ticais. É possível que o examinador refira-se ao compu-tador apenas como máquina ou PC.Nota: É comum chamarmos o gabinete de CPU, porémo gabinete, como já vimos, é apenas um “armário” ondesão guardados o HD, as placas, a memória, os drives eoutros componentes.

Fonte de Alimentação

A fonte de alimentação se encon-tra, normalmente, na traseira dogabinete e serve para fornecer astensões para alimentar os diver-sos circuitos e componentes doPC. Todas as fontes de alimenta-ção partem do princípio básico de

transformar a tensão alternada elétrica (110V ou 220V)em tensões contínuas (5V ou 12V).O ventilador interno (cooler) da fonte serve para esfriar aprópria fonte e também retirar o ar de dentro do gabinete.

Placa-mãe

A Motherboard (placa-mãe)é um arranjo físico que con-tém os circuitos e compo-nentes básicos de um com-putador. Em uma placa-mãecomum, os circuitos são im-pressos ou afixados a umasuperfície plana firme e nor-malmente produzida em um

único passo. O planejamento mais comum de placas-mãe em computadores desktop de hoje em dia é o AT,baseado nas placas mãe AT da IBM. Uma especificaçãomais recente de placa-mãe ATX melhora o estilo AT. Tan-to nos modos AT, como no ATX, os componentes no com-putador incluídos na placa-mãe são os seguintes:

• Microprocessador (CPU);• Memória;• Sistema básico de Input/output (BIOS);• Slot3 de Expansão;• Circuitos de interconexão.

Alguns componentes adicionais podem ser acresci-dos à placa-mãe por meio de seus slots de expansão. Ainterface eletrônica entre a placa-mãe e as placas nosslots de expansão são chamadas de barramento4 (Bus).Muitas placas-mãe possuem a capacidade de atualiza-ção (Upgrade), muitas vezes trocando-se apenas o pro-cessador e a memória nela acoplados.Na placa-mãe são “encaixados”, além de cabos de dis-positivos externos, outros componentes como placa devídeo, som, modem etc.

Existem as placas-mãe Onboard, também chamadas desuperintegradas, que agregam em seus circuitos, além dasinterfaces já tradicionalmente incorporadas, outros recur-sos como áudio, vídeo, modem e rede – quando não asmemórias e até o processador. E, as placas-mãe Offboardque vêm “peladas” ou seja, fica a cargo de quem se propõea montar o computador decidir quais funções irá implemen-tar, a marca e o modelo dos dispositivos que as proverão.

Processador

Nas provas, os examinadores, po-dem referir-se ao processador comoo microprocessador ou como unida-de central de processamento (CPU –Central Processing Unit) e até comoprocessor.

Como o próprio nome sugere, é a parte do computa-dor que controla o processamento de dados, desde asua entrada até a saída. Quando um processamentocomeça, é a CPU que busca a instrução no disco; faz adecodificação desta instrução; associa a instrução de-codificada ao dado que será processado e, por fim, exe-cuta cada instrução do programa. Ele também controlaos periféricos de entrada e saída, faz os cálculos e mo-vimentações exigidas pelo programa e gerencia todasas unidades para que trabalhem em harmonia. Eles sãomontados em um único chip ou circuito integrado.

A CPU é a única responsável pela interpretação dosprogramas, tomando decisões lógicas, fazendo contase encaminhando ordens, tudo isso muito rapidamente.Para se ter uma idéia, um processador como um Pen-tium 4 ou Athlon é capaz de fazer mais de um bilhão demultiplicações por segundo.

A velocidade de processamento é fruto da criatividadee experiência dos engenheiros que projetam as Unida-des de Execução. Devemos mencionar 4 importantesunidades: A lógica e aritmética (ULA), a de ponto flutuan-te (FPU), a de instruções (SIMD – Single Instruction Mul-tiple Data – Instrução única, múltiplos dados) e uma uti-lizada somente para fazer cálculos de endereços dememória. Cada unidade é especializada em determina-dos tipos de operações lógicas e matemáticas.

O performance das aplicações está diretamente ligadocom o das unidades de execução. Por exemplo, editoresde texto usam mais a ULA do que qualquer das outras,

3 Slot: Nome que se dá às “tomadas” ou soquetes que, no com-putador, permitem a conexão dos periféricos. Os slots de ex-pansão estão preparados para receber as placas de expansãode memória ou de disco rígido.4 Barramento: O barramento é a via de informação entre a CPU edemais dispositivos de I/O; é como se fossem estradas com váriaspistas, quanto mais pistas, maior o fluxo de automóveis.

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110 Degrau Cultural

Informática

enquanto que jogos e decodificadores de DVD-video mos-tram dependência muito maior da FPU e das unidades SIMD.

Qual seria o critério para classificar uma CPU comosendo de 32 ou 64 bits? O tamanho dos registradores5 econsequentemente o tamanho dos dutos de entrada dasunidades de execução são cruciais para determinar seuma CPU é de 32, 64 ou 128 bits. Quanto maior o tama-nho dos registradores, mais viável é o aumento da preci-são de operações matemáticas (principalmente finan-ceiras e científicas), maior o módulo dos números quepodem ser armazenados e maior a quantidade de com-binações lógicas que podem ser avaliadas.

As instruções em linguagem de máquina são muito pri-mitivas. Por exemplo: Ler (copiar) conteúdo de um endereçode memória no registrador do processador central; compa-rar duas informações; adicionar, subtrair dois números; es-crever palavra na memória ou dispositivo de saída. Estasetapas compõem o que se denominaciclo de instrução. Este ciclo se repeteindefinidamente até que o sistemaseja desligado, ou ocorra algum tipode erro, ou seja, encontrada uma ins-trução de parada.

Antes de finalizar este tópico, con-vém chamar a atenção para um per-sonagem muitas vezes negligenciado pelo aluno, porémde grande relevância, a refrigeração do processador. Essarefrigeração é um papel desempenhado pelo Cooler6

Chipset

Costuma-se dizer que, se oprocessador é o cérebro, a pla-ca-mãe é o corpo de um com-putador, o chipset, por sua vez,é o coração da placa-mãe.

Para explicar de uma formasimples, o chipset é o conjuntode componentes que estabele-

cem a interface entre o processador (mais propriamenteo seu barramento local) e os barramentos/componentes,desde as memórias aos controladores de periféricos.Como se pode concluir, a função do chipset é bastanteimportante no desempenho do sistema, portanto é acon-selhável conhecer alguns dos detalhes associados àdefinição da respectiva arquitetura. Para comparar: se osgrandes componentes como o processador, a memória,e os controladores de I/O fossem representados por edi-fícios, o chipset representaria toda a infra-estrutura rodo-viária necessária para interligar aqueles edifícios. Ele

agrega diversos circuitos destinados a dar funcionabili-dade ao PC e determina, entre outras coisas:• Quais processadores poderão ser utilizados;• O tipo e a quantidade máxima de memória que poderáser instalada;• As freqüências de barramento suportadas;• A quantidade de slots de expansão disponíveis, de HD’s;de periféricos, como leitora e gravadores de CD e a taxamáxima de transferência de dados entre eles e as contro-ladoras IDE.7

O chipset é ultraintegrado quando constituído por únicapeça, mas normalmente é dividido em duas, fisicamentedistintas, conquanto interdependentes: Ponte Norte (Nor-thbridge) e Ponte Sul (Southbridge).

Cabe a Ponte Norte gerenciar a comunicação entre osmais diversos elementos, especialmente conectar o pro-cessador ao barramento de memória e de vídeo.Cabe a Ponte Sul responsabilidades pelas atividadesmenos nobres como comandar a controladora de dis-cos, interfaces de entrada e saída (portas seriais, parale-las e USB), além da comunicação com outras interfacescomo som, rede etc.

Compete ao chipset definir o Clock8 – freqüência debarramento – sinal responsável pela transmissão dosdados entre os periféricos. Dependendo de sua freqüên-cia, um certo processador poderá ou não ser suportadopor uma determinada placa.

Memórias

Memória é o lugar eletrônico no qual ficam armazena-das instruções e os dados para que o processador pos-sa acessá-los. As memórias podem ser divididas emdois grupos diferentes:

• Voláteis• Não Voláteis

As memórias são classificadas como voláteis, quandoos dados que estão armazenando internamente são per-didos devido à interrupção do fornecimento de energiapara a memória. Toda vez que o computador é desligado,os dados armazenados na memória principal são perdi-dos. Já as memórias do tipo não volátil não perdem osseus dados, mesmo quando a alimentação de energia éinterrompida.

5 Registradores: Nome dado a alguns conjuntos de bits de altavelocidade que existem dentro da CPU. A função primordial dosregistradores é o endereçamento de memória, ou seja, é nos regis-tradores que fica armazenado o endereço fornecido que estásendo tratado na memória naquele momento. O resultado de umaoperação aritmética ou lógica realizada na ULA deve ser armaze-nado temporariamente, de modo que possa ser utilizado mais adi-ante ou apenas para ser, em seguida, transferido para a memória.6 Cooler: Popularmente conhecida por ventoinha. Responsávelpelo zumbido característico do computador. É um pequeno venti-lador que, embutido no gabinete ou diretamente no processadortem a função de resfriá-lo.

7 Integrated Drive Eletronics: É uma interface eletrônica padrãoutilizada entre os caminhos de dados ou barramentos de uma placa-mãe e os dispositivos de armazenagem em disco de um computador.8 O clock tem como finalidade gerar “pulsos de clock”. É umdispositivo gerador de pulsos cuja duração é chamada de ciclo. Aquantidade de vezes em que este pulso básico se repete em umsegundo define a unidade de medida do relógio, denominada fre-qüência, a qual também usamos para definir velocidade na CPU. Aunidade de medida usual para a freqüência dos relógios de CPU éo Hertz (Hz), que significa 1 ciclo por segundo. Como se tratam defreqüências elevadas abreviam-se os valores usando-se milhõesde Hertz, ou de ciclos por segundo (MegaHertz ou simplesmente,MHz). Assim, por exemplo, se um determinado processador fun-ciona como seu relógio oscilando 25 milhões de vezes por segun-do, sua freqüência de operação é de 25 MHz. E como a duraçãode um ciclo, seu período, é o inverso da freqüência, então cadaciclo, neste exemplo, será igual ao inverso de 25.000.000 ou 1/25.000.000 = 0,00000004 ou 40 nanossegundos.

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Informática

Degrau Cultural 111

RAM (Random Access Memory – Memória de AcessoAleatório) – Memória Principal/ Primária

É o local onde o sistema operacional, os programasaplicativos e os dados em uso são colocados, de modoque possam ser rapidamente acessados pelo proces-sador. Porém, os dados da RAM ficam lá somente en-quanto o computador está funcionando. Quando se des-liga o computador perde-se todo conteúdo. Deste modo,quando se liga novamente o computador, o sistema ope-racional e outros arquivos mais uma vez terão que sercarregados pela RAM, o que é feito normalmente a partirdo Disco Rígido.

A RAM pode ser comparada à memória de curto prazode uma pessoa, e o disco rígido à memória de longoprazo. A memória de curto prazo dá destaque ao trabalhodas mãos, mas pode recorrer a fatos da memória delongo prazo. Um computador, também funciona destemodo. Se a RAM ficar cheia, o computador precisará ircontinuamente ao disco rígido para cobrir velhos dadosda RAM com novos. Isso diminui a velocidade do compu-tador. A não ser que o disco rígido fique completamentecheio de dados de modo que ele não possa aceitar ne-nhum mais, a RAM transbordará da memória. Ela conti-nua funcionando, mas muito mais lentamente. O queocorre é que o processador transfere o conteúdo atual damemória RAM para um arquivo do disco rígido, chamadoarquivo de troca, liberando espaço na memória RAM. Oconteúdo do arquivo de troca é colocado de volta na me-mória RAM quando for solicitado algum dado que lá este-ja armazenado. Este processo é conhecido como Memó-ria Virtual. Quanto mais memória RAM o micro tiver, me-

nor a probabilidade de a me-mória RAM acabar e, comisso, menos trocas com oarquivo de troca do disco rí-gido serão necessárias.Toda vez que uma troca éfeita o usuário percebe alentidão no micro, pois o

acesso ao disco rígido é bem mais lento do que o acessodireto à memória RAM, por ser um sistema mecânico enão eletrônico.

A RAM é pequena, tanto no espaço físico (ela é arma-zenada em microchips) quanto na quantidade de dadosque ela pode armazenar. Ela é muito menor do que odisco rígido. Um computador típico costuma vir com 128milhões de bytes em RAM e com disco rígido que podearmazenar 40 bilhões de bytes. RAM vem na forma demicrochips discretos (no sentido de separados) e tam-bém na forma de módulos e ligam-se em buracos naplaca-mãe do computador. Estes buracos se conectamao processador por meio de um barramento ou grupode condutores elétricos. O disco rígido, por outro lado,

armazena dados em uma superfície magnética comouma espécie de registro “fotográfico”.

A capacidade desta memória aumenta em múltiplosde 8 megabytes. A maioria dos computadores são pla-nejados de modo que você possa adicionar módulos deRAM até certos limites (por exemplo 128 ou 256 mega-bytes). Ter mais RAM no computador reduz o número devezes que o processador tem que ler dados por meio dodisco rígido, uma operação que leva muito mais tempodo que ler dados por meio da RAM.

O acesso é randômico porque qualquer local de ar-mazenamento pode ser acessado diretamente. Talvezela devesse ser chamada de memória não seqüencial,pois o acesso à RAM é altamente randômico. RAM éorganizada e controlada de um modo que permite queos dados sejam armazenados e atualizados diretamen-te em locais específicos. Outras formas de armazena-mento como o disco rígido e o CD-ROM também sãoacessados diretamente (ou randomicamente), mas otermo acesso randômico não pode ser aplicado a es-sas formas de armazenamento.

Tipos de Memória RAM

DRAM (Dinamic RAM): Memória dinâmica de acessoaleatório. É o tipo mais comum de memória de acessoaleatório (RAM). É dinâmica no sentido que precisa tersuas células de armazenamento renovadas ou recebe-rem uma nova carga eletrônica a cada poucos milisse-gundos. Formada por circuitos que armazenam os bitsde informações através de pequenos capacitores. Quan-do tem algum dado representa “1” e, quando não, repre-senta “0”. Não se trata de uma memória rápida. O gran-de problema desta memória é que ela perde sua carga,por isso precisa continuamente da renovação de carga(refresh). Características:• barata;• fácil integração;• baixo consumo;• lenta (em função do refresh).

SRAM (Static RAM): Memória estática de acesso alea-tório. Bem mais rápida e em vez de capacitores, utilizamcircuitos digitais chamados de flip-flop para armazena-mento de cada “0” ou “1”, ou seja, este tipo de circuitonão necessita do círculo de refresh. Tem como caracte-rística principal o sincronismo com o processador nosacessos de leitura e gravação. Sua velocidade trabalhana ordem de 20 nanossegundos (20 x 10-9 segundos).Normalmente, este tipo de chip de memória é aplicadonas memórias do tipo cache. Características:• cara;• difícil integração (pouca capacidade em muito espaço);• alto consumo;• rápida.

ROM (Read Only Memory – Memória Somente paraLeitura)

Trata-se de um termo genérico utilizado para desig-nar os circuitos de memória ROM. Só permitem a leitu-ra, mas em compensação, não perdem o conteúdoquando são desligados. São mais lentas que a memó-ria RAM.

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Informática

Para o processador, não hádiferença entre acessar umamemória RAM ou ROM – a nãoser a velocidade. Quando o mi-cro é ligado, um programa gra-vado na memória ROM da pla-ca-mãe, chamado POST en-

tra em ação inicializando os circuitos da placa-mãe, o ví-deo e executando testes, como o teste de memória. Oúltimo passo do POST é carregar o sistema operacionalde algum disco para a memória RAM.

Estes tipos de circuito podem ser construídos utilizan-do uma das seguintes tecnologias básicas:

Mask-ROM: Gravado na fábrica do circuito integrado enão há como apagar ou regravar o seu conteúdo, ouseja, fabricado com o conteúdo predefinido.

PROM (Programable ROM): É uma memória que podeser modificada uma vez pelo usuário. Essa memória évendida virgem e o fabricante do dispositivo que utilizaráeste circuito se encarrega de fazer a gravação de seu con-teúdo. No entanto, uma vez gravada, não há como apagarou reprogramar o seu conteúdo. A diferença entre este cir-cuito e o Mask-ROM é o local da gravação. Enquanto aMask-ROM é fabricada já com um conteúdo predefinido, aPROM é gravada pelo fabricante do periférico que utilizaráo circuito.

EPROM (Erasable Programable ROM): Trata-se de umamemória exclusiva de leitura que pode ser apagada ereaproveitada. Da mesma forma que a PROM, a EPROMé vendida virgem e deve ser gravada pelo fabricante dodispositivo que a utilizará. Ao contrário dos outros doistipos, o seu conteúdo pode ser apagado, o que é feitocolocando-se o circuito integrado exposto à luz ultraviole-ta (ele tem uma janela transparente para que o apaga-mento possa ser feito). Deste modo o circuito pode serregravado.

EEPROM (Electric Erasable Programable ROM): O apa-gamento não é feito através de luz, mas sim através deimpulsos elétricos. Os chips de EEPROM, ao contráriodo que ocorre com os chips EPROM, não precisam serremovidos do computador para serem modificados.

Flash-ROM: É uma EEPROM que utiliza baixas ten-sões de apagamento e este é feito em um tempo bemmenor. Hoje em dia, a memória ROM da maioria dasplacas-mãe é formada por um circuito de Flash-ROM,permitindo a reprogramação do seu conteúdo via sof-tware. Diferença entre uma EEPROM e uma Flash-ROM?O apagamento da Flash-ROM é extremamente rápido enão é possível reprogramar um único endereço, isto é,quando a memória é apagada, todos os seus endere-ços são zerados. Às vezes chamado de RAM-Flash.

Programas Contidos na ROM:

A placa-mãe de um computador tem um único circuitode memória ROM, contendo os seguintes programas:

1. BIOS (Basic Input/Output System – Sistema Básicode Entrada/Saída): Gerencia o fluxo de dados entre osistema operacional e dispositivos anexados como odisco rígido, adaptador de vídeo, teclado, mouse e im-pressora. Quando o computador é ligado o processador

passa o controle para o BIOS. Ele determina se todos osanexos estão instalados e operantes; em seguida, carre-ga o sistema operacional na memória de acesso aleató-rio (RAM) a partir do disco rígido ou unidade de disquete.Com o BIOS o sistema operacional e aplicações são li-berados de terem que compreender detalhes exatos(como endereços de hardware) sobre os dispositivosanexos de entrada/saída. Quando detalhes do dispositi-vo mudam, apenas o programa BIOS precisa ser altera-do. Às vezes, essa mudança pode ser feita durante a con-figuração do sistema. Embora o BIOS seja, teoricamente,sempre o intermediário entre o processador e as infor-mações de controle do dispositivo de entrada/saída e ofluxo de dados, em alguns casos, o BIOS pode dar umjeito para que os dados fluam diretamente para a memó-ria a partir de dispositivos que exigem um fluxo de dadosmais rápido para serem eficazes.

2. POST (Power On-Self Test – Auto Teste ao Ligar):Teste de diagnóstico que o Sistema Básico de Entrada eSaída (BIOS) roda para determinar se o teclado, Memó-ria RAM, discos e outros itens de hardware estão funcio-nando corretamente. Se tudo é encontrado e está funci-onando corretamente, o computador começa o boot.9

Se o hardware não for encontrado ou estiver com proble-mas, o BIOS mostra uma mensagem de erro que podeser um texto na tela ou uma série de bipes, dependen-do da natureza do problema. Como o POST roda antesda ativação da placa de vídeo, não é possível ver o pro-gresso na tela. Um erro encontrado no POST é geral-mente fatal (isto é, causa o travamento do programaque está rodando) e vai parar o processo de boot, poiso hardware checado é essencial para as funções docomputador. Executa as seguintes rotinas sempre queo micro é ligado:

• Identifica a configuração instalada• Inicializa todos os circuitos periféricos de apoio (chip-set) da placa-mãe• Inicializa o vídeo• Testa a memória• Testa o teclado• Carrega o sistema operacional para a memória (RAM)• Entrega o controle do processador ao sistema ope-racional

3. SETUP (Configuração): Programa de configuraçãode hardware do computador; normalmente chamamosesse programa apertando um conjunto de teclas duran-te o POST (geralmente basta pressionar a tecla DELdurante a contagem da memória; esse procedimento,contudo, pode variar de acordo com o fabricante da pla-ca-mãe – Esc, Ctrl-Esc, Ctrl-Alt-Esc ou F1)

Estes três programas são completamente diferentes,embora fisicamente armazenados dentro do mesmo cir-cuito integrado. Muita gente confunde estes conceitos, cha-mando o SETUP de BIOS. Alguns técnicos, sem o devidoconhecimento, dizem que alteram o conteúdo do BIOS ou

9 Boot é um programa que, após a conclusão do POST, procuranuma determinada posição de um disquete ou de um disco umbloco de “informação” com um determinado formato, que se pres-supõe conter o programa de inicialização de um sistemaoperacional.10 CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor) Tem osdados de tipo de disco rígido, número e tipos de drives, data ehora, configurações gerais, velocidade de memória etc. Estes

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Informática

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configuram o BIOS quando, na verdade, entram no SETUPda Placa-mãe. Como o BIOS está em uma memória dotipo ROM, seu conteúdo não pode ser alterado ( a não serque fosse um circuito do tipo FLASH-ROM.

Quando se entra no SETUP, as alterações são arma-zenadas na memória de configuração da placa-mãe, tam-bém chamada de CMOS10. A memória de configuração éuma memória do tipo RAM e, por isso, seu conteúdo éapagado quando sua alimentação é cortada. Para queisso não ocorra as placas-mãe têm uma bateria quealimenta essa memória, para que as informações nãosejam perdidas quando o computador é desligado.

Assim, quando é pressionada a tecla DEL durante acontagem de memória (ou seja, durante a execução doPOST), acessamos o SETUP (e não a BIOS). As altera-ções efetuadas no SETUP são armazenadas na memó-ria de configuração (CMOS). O conteúdo da memória deconfiguração é usado pelo BIOS para saber qual é a con-figuração da máquina e, durante o POST, para programaros circuitos da placa-mãe. Atualmente a memória de con-figuração está embutida no chipset da placa-mãe, maisespecificamente em um circuito chamado Ponte Sul.

Cache

Podemos entender memória cache como um lugarpara armazenar alguma coisa mais ou menos tempora-riamente. Páginas web solicitadas, por exemplo, sãoarmazenadas no diretório cache do navegador no discorígido. Assim quando retornamos a uma página exami-nada recentemente, o browser pode obtê-la a partir docache em vez de a partir do servidor original, poupandotempo e a rede do trabalho de tráfego adicional.

A memória cache é memória de acesso aleatório quepode ser mais rapidamente acessada pelo processa-dor do que a RAM normal. À medida que o processadorprocessa dados, ele primeira-mente verifica a memória cachee, se encontrar os dados ali (deuma leitura de dados anterior),não precisará mais fazer uma ou-tra leitura de dados consumidorade tempo na memória.

Memória cache é às vezes es-crita em níveis de proximidade e de acessibilidade aoprocessador. Um cache L1 está no mesmo chip do pro-cessador. ( Por exemplo, o processador PowerPC 601possui um cache de nível 1 de 32KB embutido em seuchip) L2 é geralmente um chip de RAM estático (SRAM)separado. O RAM principal é geralmente um chip de RAMdinâmico (DRAM).

Além da memória cache, pode-se pensar na própriaRAM como um cache de memória para armazenamentoem disco rígido, pois todo o conteúdo da RAM vem inici-almente do disco rígido ao ligarmos o computador ecarregarmos o sistema operacional e, mais tarde, aoiniciarmos novas aplicações e acessarmos novos da-dos. A RAM também pode conter uma área especial de-nominada disk cache que possui todos os dados maisrecentemente lidos a partir do disco rígido.

O Disk Cache (cache de disco), ou uma área reserva-da do RAM ou um cache especial de disco rígido, tem

uma cópia dos dados mais recentemente acessados eprováveis de serem acessados que ficam ali armazena-dos para acesso rápido.

O cache de disco é um mecanismo para melhorar otempo de leitura ou gravação no disco rígido. Hoje emdia o cache de disco é normalmente incluído como partedo disco rígido ou pode também ser uma porção espe-cífica da memória de acesso aleatório (RAM). O cachede disco guarda dados lidos recentemente e, em al-guns casos, áreas adjacentes de dados prováveis deserem acessadas em seguida.

Memória de Massa - (Memória Secundária)

Na memória RAM temos um conteúdo que se perdequando desligamos o computador. A ROM mantém oconteúdo mesmo na falta de energia porém, é umamemória somente para leitura e não permite guardarnossos dados e/ou programas. Esses dados e progra-mas devem ser armazenados em outro meio que não oelétrico. Neste caso o que normalmente se usa é ummeio magnético: disquetes e discos rígidos. Uma outraalternativa seria a mídia óptica disponível em CD-R, CD-RW ou DVD-R... Nestas condições o meio utilizado énão volátil o que permite acessar a informação quandofor necessário.

Disquete (disco flexível ou floppy disk)

O disquete é um meio removível de arma-zenamento de dados de acesso aleatório quepode ser utilizado em computadores pesso-ais. O termo disquete normalmente refere-sea um meio magnético acondicionado em umcartucho de plástico rígido medindo 3,5 polegadas dediâmetro e 2 milímetros de espessura que pode armaze-nar até 1,44 MB de dados. Embora, hoje em dia, a maioriados computadores pessoais venha com uma unidade dedisquete11 (drive) de 3,5 polegadas pré-instalada, algunscomputadores não as fornecem mais. Eles são conveni-entes para armazenamento individual de arquivos e pro-gramas pequenos. Quem lê e grava as informações nodisquete é a cabeça da unidade de disquete. Essa cabe-ça12 é formada por duas bobinas e as informações sãolidas, escritas e apagadas como em uma fita cassetedentro de um toca-fitas, através de magnetização e des-magnetização da camada magnética do disco. São gra-vadas magneticamente, ou seja, se o bit 0 é representa-do pela magnetização positiva, o bit 1 será a negativa, evice-versa.

Na formatação, o disco magnético é dividido em tri-lhas e setores. As trilhas são regiões circulares concên-tricas e os setores são regiões do disco delimitadas porraios. Em um disquete de 31/2”, por exemplo, existem80 trilhas de cada lado, divididas em nove setores cada.

Uma pequena janela em um dos cantos superiorespode ser aberta ou fechada. Quando aberta não é per-mitida a gravação.

11 A unidade de disquete: é o elemento responsável pelaleitura/gravação em um disquete. Como existem diversos tiposde disquete com capacidades de formatação diferentes, haveráunidades de disquetes diferentes para cada tipo.12 Algo como um braço do “pré-histórico” toca-discos de vinil,porém em posição relativamente fixa.

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114 Degrau Cultural

Informática

Zip Disk

São disquetes especiais que necessitam, portanto,de drives compatíveis. Estes disquetes possu-em a capacidade de armazena-mento para 100MB, cerca de 70vezes mais dados que os seus ir-mãos de 1.44MB. Existem outrosmodelos de ZIP-DRIVE que traba-lham com disquetes de 250MB e750MB.

Disco Rígido

O disco rígido faz parte de uma unidade, normalmentechamada de disk drive, hard drive ou hard disk drive, quearmazena e oferece acesso relativamente rápido a gran-de quantidade de dados em uma superfície carregadaeletromagneticamente ou em um conjunto de superfícies

e tudo isso vem acondicionadodentro de uma caixa blindada.Nas provas podem referir-se aele como Hard Disk, Winches-ter ou simplesmente HD. Oscomputadores atuais vêmacompanhados, normalmentede disco rígido com capacida-de de armazenamento na or-dem dos GB.

Ele pode ser composto de conjunto de discos empi-lhados, apresentando cada um em círculos concêntri-cos ou faixas de disco. Uma cabeça grava ou lê as infor-mações nas faixas. Para cada leitura ou gravação é ne-cessário que os dados sejam localizados, que é umaoperação chamada de busca.

Convém mencionarmos os thin clients, que oferecemaos usuários uma solução de estação de trabalho, quereduz os custos operacionais, de manutenção e de atu-alização tecnológica, em comparação com os ambien-tes tradicionais com PC’s “fat” client. Os thin clients sãopequenos dispositivos de computação que não contamcom disco rígido, nem necessitam de gerenciamentocomplexo. Essa característica permite que os equipa-mentos sejam implantados rapidamente - responden-do por baixíssimos gastos com Tecnologia da Informa-ção - com mais confiabilidade e segurança do que osPCs convencionais.

CD e DVD

CD-ROM (Compact-Disk -Read - Only Memory): apenasleitura.CD-R: permite a gravação ape-nas uma vez.CD-RW: é regravável, ou seja,permite a gravação mais deuma vez. Isto é feito por causa

da tintura especial índio antimônio e telúrio. Quando ofeixe laser eleva temperatura de 500º C a 700º C suasuperfície perde sua reflexão que em seguida será en-tendido como informação pelos leitores. Quando o mes-mo ponto for utilizado por outro feixe de laser com umatemperatura mais baixa a tintura recupera sua caracte-rística reflexiva que poderá ser gravada novamente.

Tipos de DVDs

DVD-R: É equivalente ao CD-R. Suacapacidade depende da mídia emuso. As primeiras mídias de uma facearmazenavam até 3,68 GB, as mídi-as atuais já possuem 4,7 GB. As dedupla antiga armazenavam 7,38 GB,e as atuais, 9,4 GB.DVD-RW ou DVD-ER (DVD enable):criado pela Pionner, tem capacidade de 4,7 GB. Podeser lido em praticamente qualquer unidade de DVD.DVD+W: é concorrente do anterior, desenvolvido pela Phi-lips, Sony, HP e outros. Por causa de sua taxa de refle-xão, este disco não pode ser lido por todas unidades deDVDs. Armazena de 2,8 GB a 4,7 GB.DVD-RAM: Este tipo de mídia é encontrado em quatrocapacidades: 2,6 GB, 4,7 GB, 5,2 GB e 9,4 GB. Esta mí-dia é regravável, isto é, funciona de maneira similar aum CD-RW. Estima-se que o DVD-RAM pode ser regra-vado 100.000 vezes, enquanto estima-se que o DVD-RW só pode ser regravado 1.000 vezes.O disco DVD-RAM necessita de um gravador de DVD-RAM tanto paraser gravado quanto para ser lido. O disco DVD-RAM nor-malmente está acondicionado dentro de uma caixa cha-mada caddy. Esta mídia não é compatível com unidadesde DVD-ROM nem com DVD players comerciais.

Barramentos

Um barramento (bus) é uma rota de transmissão naqual os sinais são emitidos ou captados em cada dis-positivo anexado à linha. Apenas os dispositivos queforem dirigidos pelos sinais prestam atenção a eles; osoutros desconsideram os sinais. O termo deriva-se desua semelhança com um ônibus que pára em toda qua-dra para deixar e pegar passageiros. Trata-se da rotados dados no computador que interconecta o processa-dor com os anexos à placa-mãe em slots de expansão,como unidades de disco rígido, unidades de CD-ROM eadaptadores gráficos.

Genericamente falando é um caminho para a troca dedados entre dois ou mais circuitos. Em geral podem serdivididos em três grupos:

• Dados (Data Bus) – Todos os dados, tais como instru-ções e dados, que serão manipulados internamente peloprocessador, utilizam o barramento de dados para se-rem transferidos dos periféricos do sistema para o pro-cessador. Quando as informações já foram processa-das e os resultados estão disponíveis, eles retornampara os periféricos do sistema, utilizando-se do mesmobarramento de dados que foi utilizado para a entradadas informações. Em um determinado instante estasvias são usadas como barramento de entrada e em ou-tro instante opera como saída de dados e assim suces-sivamente.

Fisicamente é formado por vias, ou seja, um conjuntode vias forma o barramento de dados. Cada via transmi-te um bit, portanto um barramento de 16 vias possui 16bits de largura. Essa largura varia de acordo com o pro-cessador utilizado no sistema.

• Endereços (Address Bus) – É utilizado pelo processa-dor para fazer o endereçamento de todos os periféricosdo sistema, tais como: Memória RAM, controladores devídeo, disco, rede, entre outros.

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Informática

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Esse barramento é do tipo unidirecional, pois o processa-dor utiliza-o para apontar um determinado endereço emum determinado instante. No próximo instante, esse bar-ramento será utilizado, novamente, para apontar um ende-reço e assim sucessivamente. Portanto, o tráfego de bitsno barramento de endereços será sempre do processa-dor para os periféricos do sistema, ou seja, unidirecional.

Todos os dados e instruções que entram ou saemdo processador utilizam o barramento de dados. Po-rém, é por meio do barramento de endereços que oprocessador fornece endereços em que os dados e asinstruções, que serão utilizados para o processamen-to, estão armazenados. Este procedimento é conheci-do como leitura, ou seja, o processador determina pormeio do barramento de endereços quais endereçosdevem ser lidos para que os dados e as instruçõespossam ser transferidos para o processador, por meiodo barramento de dados.

Após o processamento das informações, o resultadodeverá ser armazenado em alguma posição de memó-ria ou transferido para algum dispositivo de I/O (entradaou saída), portanto o processador fornece, por meio dobarramento de endereços, o endereço da memória oudispositivo de I/O, em que o resultado será armazenado.Este procedimento é conhecido como escrita.

Assim como o barramento de dados, o barramento deendereços também é composto por vias. Um barramen-to com 16 vias é o mesmo que dizer que a largura dobarramento de endereços é de 16 bits. Essa larguradepende exclusivamente do processador.

• Controle (Control Bus) – Por meio do barramento decontrole o processador recebe ou envia sinais de con-trole para todos os dispositivos do sistema. Como nes-te barramento trafegam sinais de controle nos dois sen-tidos, ele é do tipo bidirecional. Entretanto, existem viasdesse barramento que só enviam sinais, como, porexemplo, a via de R/W (Leitura/Escrita), e outras vias quesó recebem, por exemplo, a via CLK (clock – relógio).Mas como o conceito se refere ao conjunto de vias, ouseja, ao barramento, este é considerado bidirecional.

Ao contrário dos barramentos de dados e endereçosque executam apenas um tipo de evento, a transferênciade dados ou de endereços, o barramento de controlepossui vários eventos distintos de controle.

Mouse

O mouse consiste de uma capa de metalou plástico, uma esfera de borracha na par-te de baixo da capa e que rola deslizandoem uma superfície (mouse pad), um ou mais

bastões na parte de cima da capa e um cabo que conectao mouse ao computador. Como a bola desliza em qual-quer direção, um sensor envia impulsos ao computadorque faz com que o programa de resposta do mouse repo-sicione um indicador visível (cursor) na tela. O posiciona-mento é relativo ao local inicial. Visualizando a posiçãopresente do cursor, o usuário pode reajustar a posiçãomovendo o ponteiro do mouse.

O Mouse Óptico não requer o uso da esfera de borra-cha, pois ele utiliza um sensor óptico (que é muito maispreciso) em seu lugar. Esse tipo de mouse tem vanta-gens de maior precisão e agilidade no seu manuseio.

Detalhadamente podemos citar alguns movimentos bá-sicos deste periférico de entrada:

• Apontar – Mover o ponteiro do mouse para que sejaposicionado sobre alguma parte específica da tela. Exem-plo: Caso o examinador afirme: “aponte para o botão inici-ar”, isso significa que o ponteiro do mouse deve ser mo-vido sobre o botão iniciar da barra de tarefas no Windows.• Clicar – Pressionar e imediatamente liberar o botãoesquerdo do mouse para iniciar algum tipo de ação.Nas provas, normalmente, estará especificado que omouse usado estará com a configuração padrão, ouseja, o botão esquerdo é o responsável por iniciar umaação. Este botão também pode ser chamado de botãoprincipal.• Clique Duplo – Pressionar e liberar o botão principaldo mouse duas vezes, um pressionamento após o ou-tro (deve haver pouco espaço de tempo entre cada pres-sionamento). Vamos perceber que algumas coisas exi-gem um simples clique para iniciar algum tipo de ação eoutras exigem um duplo clique.• Clique Triplo – Pressionar e liberar o botão principaldo mouse três vezes (deve haver pouco espaço de tem-po entre cada pressionamento). Com este tipo de açãopode-se selecionar todo um parágrafo no Word, quandoclicamos sobre ele, ou todo o arquivo, quando clicamosà margem do texto.• Clicar com o Botão Direito – Pressionar e imediata-mente soltar o botão direito do mouse é usado paraexibir o menu de atalhos ou , em algumas provas, menude contexto. Este menu vai variar de acordo com a posi-ção na qual estiver posicionado o ponteiro do mouse.• Arrastar – Apontar para algum objeto, pressionar emanter pressionado o botão principal do mouse, movero que se pretende e então soltar o botão.• Paginar – Girar a pequena roda (Roda de Scroll)13 quefica entre o botão principal e o direito do mouse, nosprogramas que suportam a rolagem permite mover paracima e para baixo um documento. A roda é uma inovaçãorelativamente recente.

O ponteiro do mouse fica, na maior parte do tempo,com a aparência de uma seta. Porém, ele pode mudarde forma dependendo de sua posição na tela ou aplica-tivo no qual estiver sendo utilizado. Ele também podemudar a partir de certos comandos a sua escolha. Cadaum dos formatos indica o que o Windows está proces-sando naquele momento; neste caso o chamamos deapontador de mouse. O padrão básico para os aponta-dores de mouse é o seguinte:

Seleção Normal – Indica um objeto na tela.

Ajuda – Seleção de ajuda.

Ampulheta – Ocupado (processando).

Processamento – Trabalhando em segundo plano.

Seleção Gráfica – Precisão.

Viga – Seleção de texto.

Proibido – Indica impossibilidade de realizar operação.

13 Alguns mouses possuem uma pequena roda entre os doisbotões principais que é usada para deslizar para cima ou parabaixo em documentos ou páginas na web muito longos.

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116 Degrau Cultural

Informática

Seta Dupla Vertical – Usado para redimensionamen-

to na vertical.

Seta Dupla Horizontal – Usado para redimensiona-

mento na horizontal.

Seta Dupla Diagonal Esquerda – Usado para redi-

mensionamento diagonal.

Seta Dupla Diagonal Direita – Usado para redimen-

sionamento diagonal.

Seta em Cruz – Move objeto selecionado.

Seta para Cima – Seleção alternativa.

Seleção de Link - Informa que uma ligação pode

ser clicada.

Modems

O modem é um periférico, um acessório do computa-dor que serve para a conexãodo computador à linha telefô-nica para transmissão de da-dos. Como periféricos, os mo-dems são instalados nas por-tas de expansão dos compu-tadores. O acesso a essas

portas de expansão pode ser interno (uma placa é en-caixada no interior do computador) ou externo (o modemé ligado ao computador através de um cabo). Portanto,os modems podem ser internos ou externos. Essa ca-racterística não influi no desempenho do computadorou do acesso à Internet.

O que determina a velocidade deacesso é a taxa de transmissão. Osmodems podem ter taxas de 14.440bps, 28.800 bps, 33.600 bps ou 54kbps. Quanto maior esse número mais rápido a trans-missão de dados.

Impressoras

Principais tipos de impressoras

Matriciais

São aquelas em que o componente responsável pelaimpressão propriamente dita é uma cabeça de agulhas.Quanto mais agulhas possuir a cabeça, maior a quali-dade final. Atualmente encontramos impressoras de 9,18 ou 24 agulhas. Prestam-se para impressões de rela-tórios extensos onde a preocupação com estética perdeterreno para o conteúdo dos dados, listagens nominais,relatórios de material em estoque, cupons fiscais etc.

Esta impressora monta os caracteres a partir de umasérie de pequenos pontos que são impressos muitopróximos uns dos outros.

É abastecida por uma fita semelhante à fita de umamáquina de escrever.

Jato de tinta

São impressoras comunscuja impressão é realizadaatravés de diversos jatos mi-croscópicos da tinta. Apresen-tam uma boa qualidade de im-pressão e são usadas emeditoração gráfica.

A tecnologia de jato de tintatem evoluído continuamente. Cada novo modelo que che-ga ao mercado produz imagens um pouco mais próximoda qualidade fotográfica e com rapidez cada vez maior. Eo melhor é que não se paga mais por isso – o preçodessas máquinas até se reduziu ao longo desses anos.Ao mesmo tempo, a cor, que era um item opcional ouinexistente em muitos modelos, tornou-se uma caracte-rística básica dessas impressoras.

Velocidade de impressora se mede em PPM (páginaspor minuto) e CPS (caracteres por segundos).Resolução (qualidade) se mede em DPI (pontos porpolegadas).

Laser

Trabalham com um “toner” especial, a exemplo dasmáquinas copiadoras. Sua qualidade de impressão éinsuperável.

Cera

Impressora térmica, com alta resolução, podendo atin-gir 16.000 DPI (pontos por polegada), trabalha com car-tuchos individuais sua impressão tem qualidade de umacapa de revista.

Este tipo de impressora geralmente é utilizado emimpressões que dependam de uma excelente definição(gráficas, revistas e outros).

Impressoras de Rede

As impressoras de rede podem ser conectadas dire-tamente a uma rede de computadores e atendem aospedidos de impressão enviados pelo usuário ligado (co-nectado) à rede, dispensando o computador que atuacomo servidor de impressão, o que normalmente é ne-cessário. Os trabalhos de impressão são enviados viarede para o servidor de impressão, que repassa para aimpressora a ele ligada.

As impressoras de rede dispõem de hardware e sof-twares capazes de receber e atender diretamente aospedidos de impressão enviados via rede, reduzindo ocusto e aumentando a velocidade e a eficiência dos tra-balhos de impressão.

Scanners

Funcionamento do Scanner

1. Uma fonte de luz ilumina o pedaço de papel colocadocom a face voltada para a janela de vidro situada acimado mecanismo de varredura. Os espaços vazios ou bran-cos refletem mais luz que as partes que possuem letrasou imagens, coloridas ou não.

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Informática

Degrau Cultural 117

2. Um motor move a cabe-ça de varredura situadaabaixo da página. O movi-mento permite que a ca-beça de varredura capturea luz que rebate de áreasda página com cerca demilhares de polegadasquadradas de cada uma.3. A luz proveniente da página é refletida através de umsistema de espelhos constantemente ajustados paraque os feixes de luz fiquem alinhados com lentes.4. As lentes focalizam os feixes de luz diodos fotossen-síveis que convertem as intensidades da luz em cor-rente. Quanto maior for a luz refletida, maior a tensãoda corrente.5. Um conversor analógico digital (A-D) armazena cadaleitura analógica da tensão com um pixel digital, repre-sentado por uma área preta ou branca numa linha quecontém cerca de 300 pixeis por polegadas. Se os Scan-ners trabalharem com imagens coloridas, a cabeça devarredura passa três vezes pela imagem, em cada pas-sagem a luz é direcionada para um filtro vermelho, verdee azul, antes de atingir a imagem original.6. A informação digital é enviada ao programa instaladono computador, no qual os dados são armazenados numformato compatível com o programa gráfico ou progra-ma de reconhecimento óptico de caractere (ORC ou ICR).

Monitores

Os monitores convencionais utili-zam a tecnologia CRT – Tubos de rai-os de catódicos (Cathode Ray Tube)que é basicamente a mesma dosaparelhos de televisão. A medida empolegada é a medida diagonal des-tas telas. Este tipo de monitor geracampos magnéticos, radiações peri-gosas e são vorazes consumidoresde energia. Eles não geram imagensapenas as exibem. A qualidade daimagem é determinada pelo conjunto da qualidade domonitor e da placa de vídeo. Estes dispositivos trabalhamde modo interdependente. Uma excelente placa acelera-dora de vídeo somente alcança bons resultados se emcontrapartida você tiver um bom monitor.

Efeito Flicker: Também conhecido como cintilação éum efeito visual de percepção subjetiva que costumamanifestar-se quando a tela (redesenhada por canhõesde elétrons, linha por linha, várias vezes por segundo) érecomposta menos de 70/75 a cada segundo. Em ou-tras palavras quando o refresh rate é inferior a 70/75 Hz.Os bons monitores trabalham com taxas de 85Hz (Issodepende da resolução escolhida pelo usuário).Dot-Pitch: Representa a distância em milímetros entredois pontos da mesma cor em tríades RGB14 adjacen-tes. Influencia diretamente na resolução máxima supor-tada pelo monitor. Quanto menor o dot-pitch, maior aresolução e melhor a qualidade da imagem.

Telas de Cristal Líquido (Liquid Crystal Display - LCD):Mais finos e leves, os LCDs gastam cerca de quatrovezes menos energia do que o monitor de tubo, nãocintilam, não geram radiações perigosas. Mas, tudo issotem um preço, e ainda muito alto. Aplicados em situa-ções onde a disponibilidade de espaço seja limitada,proporciona maior contraste e têm visível a área efetiva-mente declarada em polegadas.Pixel: É uma unidade básica de programação de corem uma imagem. É uma unidade lógica e não física,depende da resolução da tela. Para a resolução máxi-ma, o tamanho físico do pixel é igual ao tamanho dodot-pitch do monitor. A cor específica de um pixel des-creve a mistura dos três componentes do espectro decores (RGB). A definição da imagem na tela é às vezesexpressada por pontos por polegada (Dots per inch –dpi). Uma imagem vai ter menos definição em um mo-nitor maior, pois a mesma quantidade de dados é mos-trada em uma área física maior. Em uma tela do mes-mo tamanho, uma imagem vai ter menor resolução sea definição é configurada para baixo, por exemplo de800X600 para 640X480 pixels.

Monitores de vídeo Touch Screen são tipos de monito-res que têm um gerador de campo eletromagnético quesão sensíveis ao toque sobre tela. Normalmente, sãoutilizados nos caixas eletrônicos de alguns bancos outerminais dos shoppings.

Teclado

Existem os teclados comuns e os ergonômicos queforam concebidos com o propósito de proporcionar con-forto para o usuário. As placas de CPU padrão AT utili-

zam conectores DIN para oteclado, e as placas de CPUpadrão ATX, o padrão PS/2.Portanto, encontramos tecla-dos à venda com conectores

DIN e com conectores PS/2.

• O teclado pode, funcionalmente, ser dividido em:• teclado Alfanumérico, que contém as letras, os nú-meros e a maioria dos símbolos, além de algumas te-clas especiais;• teclado Numérico, que traz os operadores matemáti-cos; a resposta que será obtida ao pressioná-las de-penderá da teclaNum Lock estarativada ou não.

Teclas:

Enter: Utilizadapara dar entrada nos comandos desejados. Aparece tan-to no teclado numérico quanto alfanumérico.Backspace: Retorna à posição anterior (depende doaplicativo em que é utilizada: no Word remove o caracte-re que antecede o cursor e no Internet Explorer retorna àpágina anterior.)Del ou Delete: Também aparece no teclado numérico eno alfanumérico. É utilizada para apagar. Em editores detextos serve para apagar o que foi selecionado.14

O padrão RGB: é formado de 3 cores: vermelho, azul e verde.

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118 Degrau Cultural

Informática

Setas do Cursor: Usadas para deslocar o cursor paracima, para baixo, para a direita e para a esquerda.CapsLock ou fixa: Fixa em caixa alta. Permite escrevercom letras maiúsculas.Shift: É uma das teclas modificadoras e serve, por exem-plo, para habilitar a segunda função da tecla. É umatecla que quando utilizada isoladamente não tem fun-ção específica, como é o caso das teclas Ctrl e Alt.Teclas de Função (F1, F2....F12): Estas funções de-pendem do aplicativo que estiver sendo utilizado. Nor-malmente a tecla F1 é utilizada para acessar o pro-grama de ajuda.Ins ou Insert: Sobrescreve.Esc ou Escape: Utilizada para cancelar a necessidadede optar por algo em caixas de diálogo.Tab ou tabulador: Normalmente, utilizada em editoresde texto, onde poderemos avançar o cursor em umamarca na tabulação. Se acionada, concomitantementecom a tecla Shift, retrocede uma tabulação.Print Screen: No ambiente Windows, captura a imagemno monitor e a envia para a área de transferência.Num Lock: Permite que o teclado numérico seja utiliza-do para se digitar números e sinais matemáticos (quan-do estiver LIGADA) ou apenas funcione como setas edirecionadores (se DESLIGADA).Scroll Lock: Causa o travamento do teclado permitindoao usuário mover todo o conteúdo da tela, em bloco,com as setas direcionadoras. Sua utilização no ambien-te Windows é praticamente nula, ficando mais restrita aalgumas ações dentro do Excel. Era usada apenas poralguns antigos softwares gráficos do ambiente DOS (Ven-tura for DOS e versões simplificadas de software de de-senho técnico). Só funciona se algum software específi-co, caso contrário, fica inoperante, não importando o seuestado de ligada ou desligada.Pause/Break: Pode gerar uma interrupção na listagemrolada pela tela (DOS) como por exemplo, quando sedigita o comando DIR em um diretório que contém mui-tos arquivos; neste caso, basta pressionar a tecla pau-se/break para que a listagem pare sua rolagem, sendoreassumida através do pressionamento de qualqueroutra tecla. A mesma tecla funciona para substituir o co-mando de teclado Ctrl C, utilizado para interromper aexecução de alguns programas. Note, que nem todosos programas executáveis podem ser interrompidos,mas aqueles que puderem, bastará digitar a combina-ção acima ou apenas a tecla pause/break.Sobre o teclado, ainda podemos falar sobre opções deacessibilidade, item que é encontrado na opção painelde controle no Windows:Teclas de aderência: Utilizadas quando desejamos usaras teclas Shift, Ctrl, Alt ou a tecla de logotipo do Windo-ws pressionando uma tecla de cada vez.Teclas de Filtragem: Utilizada para que o Windows igno-re teclas pressionadas rápida ou repetidamente ou paraque ele diminua a taxa de repetição.Teclas de Alternância: Utilizada para se ouvir sons quan-do se pressiona as teclas Caps Lock, Num Lock e ScrollLock.

NoBreak

A principal função do NoBreak éfornecer energia ininterrupta aosequipamentos, mesmo na ausên-cia total de energia proveniente darede elétrica. Isto é possível gra-ças à utilização de baterias, quepodem gerar até várias horas deautonomia, dependendo da confi-guração do nobreak. Existem No-Break de baixa, média e alta po-tência. Os NoBreaks de baixa potência, por exemplo,fornecem autonomia de aproximadamente 15 minutos,suficiente para permitir ao usuário fechar todos os ar-quivos com segurança.

Qual a diferença entre estabilizador e nobreak?

Ambos os equipamentos têm a função de estabilizar atensão da rede, ou seja, manter a amplitude dentro dosvalores aceitáveis pelos equipamentos, porém, a diferen-ça primordial é que o nobreak possui uma ou mais bate-rias que fornecem energia, mesmo durante o período emque a rede elétrica não está presente, o estabilizador não.Assim, o nobreak não deixa parar o equipamento queestá ligado a ele quando houver a falha da rede.

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Informática

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PROCESSADOR DE TEXTO

Os primeiros programas que surgiram para ela-boração de textos e que permitiam a inserção e altera-ção dos mesmos, eram chamados de Editores de Tex-tos. Com a evolução da linguagem de programação e,conseqüentemente, o surgimento de recursos capa-zes de modificar a forma e o design dos textos, surgi-ram os Processadores de Textos.

Neste capítulo serão abordadas as característicase funções dos principais editores de texto. A começarpelo BrOffice Writer.

BrOffice Writer

O Open Office 1.0 foi o primeiro produto a trazeros benefícios do software de código aberto, distribuídode forma completamente gratuita. Disponibilizando atodos, um suíte de aplicativos para escritório, essencialpara o dia-a-dia. Traduzido em mais de 30 idiomas, ecompatível com os principais sistemas operacionais.(Microsoft Windows, Mac OS X X11, GNU/Linux, Solaris).

Após o grande sucesso do Open Office 1.0, osoftware evoluiu muito, e foi criado o BrOffice 2.0, queatualmente está na versão 2.3.1. Seu suíte deaplicativos inclui:

- Writer - Procesador de texto- Calc - Planilha eletrônica- Impress - Apresentações multimídia- Draw - Editor vetorial- Math - Editor de fórmulas matemáticas- Base - Gerenciador de Bancos de dados

- Conceitos básicosO Writer é um processador de textos moderno e

completo, incluindo até mesmo recursos típicos deprogramas de editoração eletrônica. Simples o bas-tante para se digitar um pequeno texto e, ao mesmotempo, poderoso o suficiente para se criar livros intei-ros, incluindo diagramas, tabelas, índices, referênci-as cruzadas, esquemas complexos de numeração deparágrafos e páginas, etc.

Uma das grandes vantagens de utilizar o BrOffice,é a compatibilidade com o pacote Microsoft Office.Assim você poderá abrir e editar documentos criadosno MSOffice.

Quando iniciamos o WRITER, é apresentada a ja-nela abaixo contendo um novo documento em branco,e os elementos a seguir:

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120 Degrau Cultural

Informática

– Barra de Títulos: contem o nome do arquivo queestá sendo editado, o nome do aplicativo e suaversão

– Botões de Controle de Janela: botões para mini-mizar, maximizar/restaurar e encerrar o aplicativo;

– Barra de Menus: contem os nomes dos menuspara acesso às listas de comandos e funções doBrOffice.Org

– Barra de Ferramentas Padrão: Apresenta os bo-tões para acessar os comandos básicos doBrOffice.Org, [abrir, salvar, cortar, copiar, colar, etc];

– Barra de Ferramenta Formatação: contem os bo-tões para acesso rápido aos comandos de ediçãode texto, [tipo e tamanho de letras, estilos de pará-grafos, etc];

– Barra de Status: Apresenta informações para ori-entação do usuário tais como o número da pági-na, zoom, tipo de texto etc;

– Régua: facilidade utilizada para efetuar mediçõese configurar tabulações e recuos;

– Barras de Rolagem: utilizadas para mover e visu-alizar trechos do seu texto.

- Novo documentoPara criar um novo documento utiliza-se o menu Arqui-vo, na opção Novo. Esta opção permite a criação de umnovo documento, cujo tipo (texto, planilha, apresentação,desenho, base de dados) deverá ser selecionado a partirde um sub-menu. Como é ilustrado na imagem abaixo:

Como desejamos trabalhar com textos abriremos a op-ção “Documento de Texto”.Outra forma de se criar uma arquivo novo é através da a

tecla de atalho Ctrl + N ou pelo ícone na Barra

de Ferramentas Padrão.

- Salvar/Salvar Como

Um processo semelhante é aplicado quando sesalva um documento. Também nos dirigimos ao menuArquivo, só que na opção Salvar (Ctrl + S), onde é salvoas alterações do arquivo previamente salvo e a SalvaComo (Ctrl + Shift + S) se o arquivo é totalmente novo,nessa opção abrirá uma janela onde deverá se definirnome e extensão do arquivo:

O Writer nos permite salvar documentos com as princi-pais extensões, possibilitando compatibilidade comoutros editores de textos:

Salvar Tudo onde é permitido salvar todos os docu-mentos em edição no momento.

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Informática

Degrau Cultural 121

Exportando seu documento como PDF : Esta

opção permite que o arquivo em edição seja salvo noformato .PDF, padronizado pela ADOBE e largamenteutilizado por Empresas, Universidades e profissionaisde uma maneira em geral para distribuição de cartas,memorandos, documentos internos, relatórios e ou-tros documentos já que ele possui uma melhor segu-rança contra alteração desses documentos que aquelaapresentada por outros Editores de Texto comercial-mente disponíveis.

- Abrir documentos (Ctrl + O)Para abrir documentos é necessário abrir o Menu arqui-

vo selecionando a opção novo ou pelo ícone na

Barra de Ferramentas Padrão. Quando ser selecionadaabrirá a Caixa de Diálogo abaixo pra a seleção do arqui-vo a ser aberto:

- Imprimir Documento (Ctrl + P)Esta opção permite a impressão do documento queestá sendo editado, em qualquer impressora associa-da ao micro. Como na maioria dos Editores de Texto,pode-se selecionar a quantidade de páginas que seráimpressa, a impressora onde será feita a impressão, aquantidade de cópias, etc. Quando ser selecionada abri-rá a Caixa de Diálogo para sua configuração:

Pode-se ser impresso também pelo ícone na Bar-

ra de Ferramentas Padrão, por este caminho ele impri-me com a ultima formatação escolhida pelo usuário.

- Digitação – Editando o textoA personalização do texto é facilmente feita pelos íco-nes dispostos na Barra de Ferramentas Formataçãodiscriminada abaixo:

Permite recortar (Ctrl + X), copiar (Ctrl + C), colar (Ctrl +V) e copiar formatação do trecho selecionado.

Desfazer (Ctrl + Z) e restaurar (Ctrl + Y) ultimas ações.

Estilo de Formatação: habilita a janela de estilos e aolado o exibe o estilo que esta aplicado ao documentoselecionado.

Altera Fonte, tamanho e/ou coloca em negrito (Ctrl +B), itálico (Ctrl +I) ou sublinhado (Ctrl + U) os itensselecionados.

Alinha o texto a esquerda, centralizado, direita ou justifi-cado.

Ativa ou desativa numeração ou marcadores e diminuiou aumenta recuo do texto selecionado.

Altera cor da fonte, realce (estilo caneta marca texto) ecor do plano de fundo.

A formatação do arquivo também pode ser feita atravésdo Menu Formatar e suas opções:

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122 Degrau Cultural

Informática

No menu Menu Caractere - Altera o tipo de Fonte (negri-to e itálico), tamanho da letra, Efeitos de fonte (subli-nhado - estilo e cor, tachado, tachado duplo, cor dafonte, piscante, sombra, contorno, relevo - alto e baixorelevo, maiúsculas, minúsculas, título, Caixa alta (VER-SALETE), texto oculto (o texto desaparece), permite alte-rar a Posição do texto (sobrescrito sobrescrito), rotação (per-mite rotacionar o texto), espaçamento, criar Hiperlinkno texto, Plano de fundo;

No Menu Parágrafo, alinha e recua os parágrafos, con-trola o espaçamento entre linhas e parágrafos, evitaquebra de página dentro e entre os parágrafos, impe-de que uma linha de texto seja exibida isoladamentena parte superior ou inferior da página (controle delinha órfãs e viúvas);

- Configurar páginaEm Página pode-se alterar o nome e estilo do arquivo;Formato do papel e margens; Cor do plano de fundo;Criar e editar cabeçalhos e Rodapés; Bordas e Colunas.

1 - Tipo de Papel: Carta, A4, Ofício, etc;2 - Largura: aplicado quando o tamanho do papel épersonalizado;3 - Altura: aplicado quando o tamanho do papel é perso-nalizado;

4 - Orientação: a folha pode estar em formato retrato[vertical] ou paisagem [horizontal];5 - Margens: altera margens esquerda, direita, superiore inferior;

- Corretor ortográfico (F7)No Menu Ferramentas está a opção permite que o usu-ário verifique se há erros de grafia no documento ou emparte do documento que está selecionado. Ao ser feitaa verificação, a começar do ponto onde se encontra ocursor no momento, serão incluídos os cabeçalhos,rodapés, entradas de índice e notas de rodapé. Pode

ser acessado também pelos ícones na

Barra de Ferramentas Padrão.

- Tabelas e tabulaçãoNeste Menu foram reunidas todas as opções que per-mitirão ao usuário trabalhar com Tabelas inseridas nodocumento.Para criar uma tabela nova utiliza-se o Menu Tabela /Inse-rir / tabela. Desta forma é habilitada a caixa de diálogo“inserir tabela” como exemplificado na imagem a seguir:

Ao selecionar a tabela é habilitada a janela de formata-ção de tabela:

- Cabeçalho e rodapéEsta opção permite que seja definido o cabeçalho que seráadicionado a todas as páginas do documento que está sen-do editado. A partir da versão 2.0 o BrOffice.Org permite quesejam definidos diferentes tipos de cabeçalhos:

– Padrão: Tipo de Cabeçalho que será incluído em TO-DAS AS PÁGINAS do documento.– Primeira Página: Tipo de Cabeçalho que será incluí-do apenas na PRIMEIRA página do documento possi-bilitando que seja definida uma melhor formatação eapresentação para esse documentos

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Informática

Degrau Cultural 123

– Página Inicial: Utilizado em conjunto com a opção deCabeçalho Padrão permite que o Cabeçalho definidoseja ou não incluído na página inicial do documento.

Para excluir um Cabeçalho que foi inserido no do-cumento basta retirar a seleção efetuada (desmarcar aseleção de Cabeçalho Padrão, por exemplo). OBrOffice.Org ainda perguntará se o usuário deseja real-mente excluir o Cabeçalho.

- Assistente de Mala diretaEsta opção permite que seja iniciado um Assistentepara a confecção de cartas ou e-mails padronizados aserem enviados para uma grande quantidade de pes-soas ou Empresas. Ao ser selecionada esta opção seráapresentada uma Caixa de Diálogo com as escolhasiniciais que deverão ser feitas. Pressionando o botãoContinuar o Assistente apresentará as sucessivas op-ções e aguardará as escolhas efetuadas pelo usuário,até a geração final das cartas ou e-mails.Normalmente cria-se um documento contendo o textobásico para a Mala Direta que contenha os campos aserem preenchidos de forma automática peloBrOffice.Org para geração da Mala Direta, retirados deum Banco de Dados contendo as informações neces-sárias, ou inseridos manualmente pelo usuário.

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Informática

Word 2002/XP e 2003

- Conceitos básicos

O Microsoft Word 2002, também conhecido comoWord XP e o Microsoft Word 2003 são processadoresde textos integrantes do pacote de aplicativos para es-critório Microsoft Office, que permite a criação, edição emanipulação de diversos tipos de textos.

Estas versões são, em geral, muito semelhantes, porisso, serão abordadas juntas. Dentro dos aperfeiçoa-mentos que o Word 2003 recebeu podemos destacaros recursos de acesso à Internet e os novos assisten-tes de tarefas, além de manter os recursos existentesdas versões anteriores.

As principais diferenças são:

Permissão: permite configurar restrições atribuídas aodocumento [menu arquivo]Salvar com o formato XML: Linguagem desenvolvi-da para superar as limitações do HTML, que é o pa-drão das páginas webComparar Documento lado a lado: Permite que seveja dois documentos lado a lado [menu janela / com-parar lado a lado com]Modo de exibição de Layout de Leitura: Ocultar as bar-ras de ferramentas desnecessárias, dimensionar au-tomaticamente o conteúdo do documento a páginas quese ajustam na tela. [menu exibir / layout de leitura]Tradução: Dicionário para tradução desejada [menu fer-ramentas / idioma]

Quando iniciamos o Word, é apresentada a janelaabaixo contendo um novo documento em branco, e oselementos a seguir:

Barra deferramentasdesenho

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Informática

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– Barra de Títulos - Exibe Microsoft Word e o nomedo documento ativo

– Botões de Controle da Janela: Minimizar, Maximi-zar, Restaurar e Fechar;

– Barra de Menus de Comando - Também conhecidocomo Barra de Menu. É onde iremos solicitar açõestais como: imprimir, gravar, copiar, visualizar etc.

– Barra de Ferramentas Padrão: Apresenta os bo-tões para acessar os comandos básicos do Word,[abrir, salvar, cortar, copiar, colar, etc];

– Barra de Ferramenta Formatação: contem os bo-tões para acesso rápido aos comandos de ediçãode texto, [tipo e tamanho de letras, estilos de pará-grafos, etc];

– Barra de Status: Apresenta informações para ori-entação do usuário tais como o número da pági-na, zoom, tipo de texto etc;

– Botões de Visualização de Documento: Apresen-ta as formas que o documento pode ser exibido[layout da web, layout de impressão,rascunho eestrutura de tópicos]

– Régua: facilidade utilizada para efetuar mediçõese configurar tabulações e recuos;

– Barras de Rolagem: utilizadas para mover e visu-alizar trechos do seu texto.

– Novo documento (Ctrl + N)Para obter um novo documento vá até o Menu Ar-

quivo ao clicar sobre a opção Novo abrirá um painel detarefas que permite abrir um novo modelos ou um novodocumentos.

O ícone barra de ferramentas, abre um novo

documento em branco.

Tanto o Word XP como o 2003 abrem e salvam nasprincipais extensões como .doc, .html, txt, rtf entre outros.

- Salvar (Ctrl + B)Há diversas maneiras de salvar documentos no

Word. Você pode salvar o documento ativo no qual estátrabalhando, seja ele novo ou não.

Para o documento novo utiliza-se a opção salvar

como ou o ícone na barra de ferramentas. Neste

caso ele abrirá a caixa de diálogo para que seja espe-cificado nome local que será salvo e tipo e extensão:

Também é possível salvar todos os documentosabertos ao mesmo tempo. E, ainda, salvar uma cópiado documento ativo com um nome diferente ou em umlocal diferente.

Se desejar reutilizar um texto ou formatação emoutros documentos criados, você poderá salvar um do-cumento como um modelo do Word.

Para acelerar o salvamento de um arquivo:1. No menu Ferramentas, clique em Opções e, em se-guida, clique na guia Salvar.2. Para salvar apenas as alterações em um arquivo,marque a caixa de seleção Permitir salvamentos rápi-dos e continue a salvar enquanto trabalha no arquivo.3. Para salvar um arquivo completo, desmarque a caixade seleção Permitir salvamentos rápidos quando ter-minar de trabalhar em um arquivo e depois salve-o umaúltima vez. Ocorre um salvamento total quando esta caixade seleção não está marcada.

- Abrir (Ctrl + A)Tanto clicando no comando Abrir... , como no bo-

tão na barra de ferramentas , permite localizar e

abrir um arquivo. Determina onde se quer examinar umpossível arquivo para ser aberto, clique sobre ele e pres-sione o botão abrir. Com um duplo clique sobre o arqui-vo iremos obter o mesmo resultado.

Mostra o que estava sendo visualizado anterior-

mente.

Mostra um nível acima do que está sendo visua-

lizado.

Possibilita a pesquisa na Web.

Exclui o que for selecionado.

Cria uma nova pasta.

Modos de visualização do que está sendo acessado.

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Page 127: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

126 Degrau Cultural

Informática

- Impressão (Ctrl + P)A opção de impressão de arquivo localiza-se no menuarquivo, onde abre a caixa de diálogo para altera-ções como número de cópias, papel, como na figuraa seguir:

Caso não precise mudar nenhuma configuração na cai-xa de diálogo imprimir, é possível ganhar tempo clican-

do no botão na barra de ferramentas.

- Digitação – Editando o textoA diagramação do documento pode ser feita facilmenteoperada pelo Barra de Ferramentas Padão com os íco-nes relacionados abaixo:

E também pelos ícones da Barra de Ferrameta Formatar:

- Corretor ortográfico (F7)No Menu Ferramentas está a opção permite que o usu-ário verifique se há erros de ortografia e de gram’aticado documento ou em parte do documento que estáselecionado. Pode ser acessado também pelo ícone

na Barra de Ferramentas Padrão.

Verificação Ortográfica Automática - Identifica a exis-tência de erros de ortografia à medida que o texto é digi-tado, destacando a palavra do restante do texto;Auto-Correção - Um complemento à Verificação Ortográ-fica Automática, este recurso permite a correção automá-tica de palavras à medida que são digitadas;Auto-Formatação - Formata o texto automaticamente àmedida que você digita;

- Menu Tabelas

Oferece recursos para operações com tabelas:

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Informática

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Seus principais comandos são:Desenhar Tabela – Abre a Barra de Ferramentas Ta-belas e Bordas permitindo a criação e configuraçãode tabelas;Inserir – Permite inserir uma tabela com quantidade decolunas e linhas definidas no documento e, na tabela,permite inserir colunas, linhas ou células;

Excluir – Permite excluir células, linhas ou colunas se-lecionadas ou a própria tabela;Mesclar Células - Juntar células adjacentes em umaúnica célula;Auto Formatação da Tabela – Permite formatar a tabe-la, através de uma caixa de diálogo com formatos pré-definidos;Auto Ajuste – Permite ajustar a tabela conforme o con-teúdo, a largura da janela, determina uma largura fixada coluna e distribui linhas e colunas uniformemente;Converter - Transforma um texto em uma tabela ouuma tabela em texto;

Classificar - Organiza as informações nas linhas, lis-tas ou seqüências de parágrafos selecionados em or-dem alfabética, numérica ou pela data;Fórmula - permite criar fórmulas nas tabelas do Word,sem a necessidade de utilizar o Excel, pa realização dealguns cálculos com os dados da tabela. As funções doWord são todas em inglês. Então, a fórmula=SUM(ABOVE) significa somar acima, isto é, serão so-madas as células numéricas acima. Também pode serabaixo (BELOW), à esquerda (LEFT), à direita (RIGHT).

Linhas de Grade - Visualiza ou oculta as linhas de grade;

- Cabeçalho e rodapé

Para inserir ou altera texto de cabeçalho e rodapé deuma seção ou página, selecione a opção tabela noMenu Inserir; habilitando assim as marcas para seremdigitados o cabeçalho e rodapé.

- Configurar páginaAltera as margens, a origem e o tamanho do papel, alémda orientação da página para o documento inteiro ou paraas seções selecionadas;

- Mala diretaProduz cartas modelos, etiquetas de endereçamento,envelopes, catálogos e outros tipos de documentosmesclados. Um documento de mala direta é compos-to pela mesclagem de dois arquivos (um modelo a se-guir e um banco de dados).

A Mala Direta é o recurso do Word que permite acomposição de cartas modelo, etiquetas, envelopes oue-mails para diversos destinatários. O Documento Prin-cipal é o documento propriamente dito.

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128 Degrau Cultural

Informática

Uma carta, por exemplo, endereçada a inúmeros clien-tes de uma empresa. A Origem de dados é o arquivoque contém os diversos destinatários. Pode ser umarelação digitada no próprio Word, uma planilha do MSExcel , uma tabela em um Banco de dados e, até mes-mo um arquivo texto.

Mala direta – 1ª etapa

Abra um documento novo no Word, vá ao Menu Ferra-mentas e selecione Mala Direta.

Selecione Criar - Cartas Modelo. Surgirá a janela abaixo.

Selecione Novo doc. principal(Se você estiver com um documento já aberto - umacarta já pronta, por exemplo - selecione Janela Ativa)

Selecione EditarClique em Carta Modelo

O Word se apresentará com a tela em branco. Nes-ta fase você vai criar o Documento Principal. Faça umdocumento semelhante ao da próxima figura.

No Documento principal vamos reservar um lugaronde desejamos que o nome do destinatário apareça.Esse lugar chama-se Campo. Observe, na figura a se-guir, a área ressaltada em cinza.

É ali que vamos inserir um campo para receber osnomes dos destinatários. (atenção: a cor cinza é ape-nas uma ilustração. Ela não aparece durante estaoperação)

Clique na opção Campo do Menu Inserir. Na tela aseguir Selecione Mala Direta em Categorias e MergeField em Nomes de Campos.

Digite um nome para o campo à frente da palavra Mer-gefield. No exemplo, utilizamos Cliente.Veja o resultado à frente da palavra Para:Para: <<cliente>> é o campo que vai se transformarnos vários nomes das pessoas.

O Documento Principal está pronto.Salve-o como Carta para Clientes.doc

Mala direta – 2ª etapaCriação ou utilização da Origem dos Dados

A origem dos dados normalmente já está prontaquando pensamos em uma mala direta. E, como jávimos, há mais de uma possibilidade de trabalharmoscom Origem de dados. As principais são:

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Informática

Degrau Cultural 129

Uma tabela no WordUma planilha no Excel

Criação usando uma tabela no Word como Origemdos dadosCria uma tabela no Word semelhante a esta.

Normalmente ela já está pronta quando iniciamoso trabalho.

No nosso estudo vamos criá-la agora. Quandopronta, salve-a como Origem.doc. Observe que nossatabela tem cabeçalho, ou seja, Cliente e Endereço. Vocêse lembra que, quando inserimos o campo, demos aele o nome de Cliente? Foi por causa disso. O nome docampo corresponde ao nome do cabeçalho na origemdos dados.

Mala direta – 3ª etapaMesclar os dados da Origem dos dadoscom o Documento Principal.- Diferenças do Word XP em Relação ao Word 2003

Visualizando e Identificando a Janela do Word XP

Barra de Ferramentas Padrão

Obs.: A barra de ferramentas padrão do Word XP, não consta a opção como no Word 2003.

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130 Degrau Cultural

Informática

Menu Arquivo - O menu Arquivo do Word XP, não consta a opção “Permissão”.

Menu Exibir - O menu Exibir do Word XP não consta as opções “Layout de Leitura” e “Miniaturas” do Word 2003

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Informática

Degrau Cultural 131

Menu Formatar - O menu Formatar do Word XP, se dife-rencia pelas opções “Direção do texto...”, “Molduras” e“Figura...”.

Menu Ferramentas - O Word XP, no menu Ferramen-tas, as opções “Pesquisar”, “Espaço de Trabalho Com-partilhado...” e “ Ferramentas personalizar adicionar ata-lho menu Alt + Ctrl + =” estão ausentes em relação aoWord 2003.

Menu Ajuda - O Menu Ajuda do Word XP é mais simpli-ficado em relação ao Word 2003.

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132 Degrau Cultural

Informática

PLANILHA ELETRÔNICA

Planilha eletrônica, ou folha de cálculo, é um tipo de programa que utiliza tabelas para realização de cálculosou apresentação de dados de forma organizada. Cada tabela é formada por uma grade composta de linhas ecolunas.

As planilhas são utilizadas principalmente para aplicações financeiras e pequenos bancos de dados.Neste capítulo iremos evidenciar os principais aplicativos de planilha eletrônica, iniciando com o BrOffice Calç.

BrOffice Calc

O Calc é um editor de planilhas eletrônicas, com um visual claro que possibilita ao usuário criar cálculossimples e complexos, e apresentar seus dados de maneira simplificada em tabelas e gráficos.

Quando iniciamos o Calc, é apresentada a janela abaixo contendo uma nova Pasta de Trabalho com uma desuas planilhas aberta para edição, como podemos observar abaixo:

A planilha eletrônica é um conjunto de células organizadas em linhas e colunas. Atualmente o Calc 2.3.1disponibiliza ao usuário um total de 256 colunas identificadas por letras, e 65.536 linhas identificadas por números.

Sua unidade básica, a Célula, é identificada pela junção de sua coluna e linha.

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Informática

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- Nova PlanilhaPara criar uma nova planilha utiliza-se o menu Ar-

quivo, na opção Novo. Está opção permite a criação deum novo documento, cujo tipo (texto, planilha, apresen-tação, desenho, base de dados) deverá ser seleciona-do a partir de um sub-menu. Como é ilustrado na ima-gem abaixo:

Como desejamos criar uma planilha eletrônica,devemos escolher a opção Planilha.

Outra forma de se criar uma nova planilha, é atra-

vés da a tecla de atalho Ctrl + N, ou pelo ícone

na Barra de Ferramentas Padrão.

- Salvar / Salvar ComoPara salvar uma planilha, utilizaremos o menu ar-

quivo, e escolheremos a opção Salvar. Se for a primei-ra vez que escolhemos está opção, ele abrirá a caixa dediálogo Salvar como onde deveremos escolher a pas-ta onde gostaríamos de salvar a planilha, seu nome eescolher a extensão desejada.A opção Salvar Como, encontra-se no menu arquivo, enos possibilita também salvar a planilha, alterando seunome, pasta ou extensão sem alterar a planilha origi-nal. Outra forma é pela tecla de atalho Ctrl+Shift+S.

No nosso caso iremos salvar como planilha ele-trônica do BrOffice, escolhendo a opção Planilha doOpenDocument (*.odt). Depois de salvarmos a plani-lha pela primeira vez, poderemos continuar a ediçãoda planilha. Quando escolher a opção Salvar o Calcirá guardar as novas informações adicionadas. Outraforma de salvar a planilha, é através da tecla de atalho

Ctrl + S, ou pelo ícone na Barra de Ferramentas

Padrão.

O Calc nos permite salvar planilhas com as princi-pais extensões, possibilitando compatibilidade comoutros editores de planilhas eletronicas:

Salvar Tudo - Onde é permitido salvar todos os docu-mentos em edição no momento.

Exportando seu documento como PDF - No menu ar-quivo, na opção exportar, nos permite que a planilha emedição seja salva no formato .PDF, padronizado pelaADOBE e largamente utilizado por Empresas, Universi-dades e profissionais de uma maneira em geral paradistribuição de cartas, memorandos, documentos in-ternos, relatórios e outros documentos já que ele pos-sui uma melhor segurança contra alteração dessesdocumentos que aquela apresentada por outros edito-res de planilhas comercialmente disponíveis.

- AbrirPara abrir planilhas eletrônicas, utilizaremos o

menu arquivo, e escolheremos a opção Abrir. Quandoselecionada ira abrir uma caixa de diálogo onde deve-remos localizar o caminho onde o arquivo se encontra.Tambem podemos utilizar a tecla de atalho Ctrl+O ou

pelo ícone na Barra de Ferramentas Padrão.

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134 Degrau Cultural

Informática

O diferencial do Calc é a possibilidade de abrirplanilhas de outros editores, como Microsoft Excel eOpenOffice.

Imprimir Planilha (Ctrl + P)Esta opção permite a impressão da planilha que

está sendo editada, em qualquer impressora associa-da ao micro. Como na maioria dos Editores de plani-lha, pode-se selecionar a quantidade de páginas queserá impressa, a impressora onde será feita a impres-são, a quantidade de cópias, etc. Quando ser selecio-nada abrirá a caixa de diálogo para sua configuração:

Pode-se ser impresso também pelo ícone na Bar-

ra de Ferramentas Padrão, por este caminho ele impri-me com a ultima formatação escolhida pelo usuário.

- Digitação – Editando o conteúdo da célulaNa planilha eletrônica digitamos textos ou núme-

ros nas células. A personalização da célula é facilmen-te feita pelos ícones dispostos na Barra de Ferramen-tas Formatação discriminada abaixo:

Estilos e Formatação - permite selecionar estilos

e formatação para as células ou para toda a planilha.

Altera o estilo da Fonte, tamanho e/ou coloca emnegrito (Ctrl+B), itálico (ctrl+I) ou sublinhado (Ctlr+U)das células selecionadas.

Alinha o texto ou número na célula da seguintemaneira:

1 - à esquerda (Ctrl+L): Alinha o texto ou o número àesquerda da(s) célula(s) selecionada(s).2 - centralizado (Ctrl+E): Alinha o texto ou o número deforma centralizada na célula(s) selecionada(s).3 - à direita (Ctrl+R): Alinha o texto ou o número à direitada(s) célula(s) selecionada(s).4 - justificado (Ctrl+J): Alinha o texto ou número da(s)célula(s) às bordas esquerda e direita.5 - mescla as células - Mesclar células permite unir emuma única célula, varias células selecionadas pelousuário, conforme imagem abaixo:

- Formatando NúmerosFormata o número na célula da seguinte forma:

1 - Moeda: Converte o(s) número(s) da(s) célula(s)selecionada(s) no padrão monetário brasileiro. Ex: (R$1.525,30)2 - Porcentagem: Aplica o formato de porcentagem a(s)célula(s) selecionada(s). Ex: (65%)3 - Padrão: Aplica o formato numérico padrão à(s)célula(s) selecionada(s). Ex: Se o número estiver for-matado das maneiras citadas anteriormente, ele volta-rá a sua forma original.4 - Adicionar Casa decimal: Adiciona uma casa decimalao número selecionado após a virgula. Ex: 12,00005 - Excluir Casa Adicional:Exclui uma casa decimal aonúmero selecionado. Ex: 12,0006 - Diminuir recuo: Diminui o recuo para à esquerda doconteúdo da célula.

7 - Aumentar recuo: Aumenta o recuo para à direita doconteúdo das células selecionadas.

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Informática

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Bordas: Inclui ou exclui bordas as células da seguinteforma

Cor do plano de fundo: Altera a cor do plano de fundoda(s) célula(s) selecionada(s). Podendo escolher en-tre várias opções de cores oferecidas pelo Calc.Cor da Fonte: Altera a cor da fonte da(s) células(s)selecionada(s). Podendo escolher entre várias opçõesde cores oferecidas pelo Calc.

Outra maneira de alterar a formatação da célula comtodas as funcionalidades citadas anteriormente, é clicarcom o botão direito do mouse sobre a célula e escolhera opção formatar células. Ou com a tecla de atalho Ctrl+1,ou acessando o menu Formatar, e escolher a opçãoCélulas... que abrirá a seguinte tela de diálogo.

1 - Recortar (Ctrl+X): Recorta a o conteúdo da célula,retirando por completo seus valores e colocá-lo na áreade transferência.2 - Copiar (Ctrl+C): Copia o conteúdo da célula e colo-cá-lo na área de transferência.3 - Colar (Ctrl+V): Cola o conteúdo da área de transfe-rência na célula selecionada.4 - Pincel de estilo: Copia a formatação de uma célula eaplicá-la a outra célula.Recurso encontrado no menu editar.

- Barra de Fórmulas

A barra de fórmulas, é utilizada para visualizar, edi-tar ou inserir fórmulas ou funções. Para exibir ou ocultara barra de fórmulas, ir no menu Exibir opção barra defórmulas.

Mostra a localização da célula selecionada, ondea letra corresponde a coluna e o número a linha. Para iraté uma célula específica, basta digitar sua localizaçãoseguido de enter. Ex: Z562

Ou até mesmo selecionar um conjunto de célulasdigitando seu intervalo. Ex: C3:G5

Assistente de funções: Ao clicar neste botão, o

Calc abrirá uma caixa de diálogo contento todas as fun-ções existe no pacote, que nos auxiliarão na constru-ção de uma fórmula.

Categoria: Lista todas as diferentes categorias de fun-ções existentes. Ex: Banco de dados, Data e hora, mate-mático, lógico, financeiro, matriz, estatístico, planilha e texto.

No campo Funções é listada todas as funções re-lacionadas à categoria escolhida. Clique duas vezessobre a função desejada, e ao lado aparecerá a funcio-nalidade da função e o campo para digitar o valor a seraplicado na fórmula.

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136 Degrau Cultural

Informática

Soma: Insere a soma de um intervalo de células na célula atual, ou insere valores somados nas células

selecionadas. Clique numa célula, clique neste ícone e opcionalmente ajuste o intervalo de células. Ou selecionealgumas células nas quais os valores somados serão inseridos, e clique no ícone. Ex: =SOMA(B2:B5), a célula comestá fórmula irá mostrar a soma das células B2+B3+B4+B5.

Função: Permite ao usuário, a criar sua própria fórmula sem a ajuda de um assistente, conforme visto anterior-

mente na opção Assistente de funções.

- GráficoPara inserir um gáfico basta selecionar as células com dados, acessar o menu Inserir e escolher a opção Gráficos,

ou utilizar o ícone na barra de ferramentas. Ira abrir a caixa de diálogo do assistente de gráfico

Tipo de Gráfico: Lista vários modelos de gráficos. Pos-sibilitando ainda a opção de aparência 3D.Intervalo de dados: Valores selecionados para elabo-ração do gráfico.Série de Dados: Lista de todas as séries de dadosno gráfico atual. Podendo adicionar ou excluir célu-las da serie.Elementos do Gráfico: Permite inserir titulo ao gráfico,nomear o eixo X e Y, e a opção de exibir ou não a legen-da do gráfico.

- Corretor ortográficoNo Menu Ferramentas está opção permite que o

usuário verifique se há erros de grafia na planilha ouem parte das células selecionadas. A verificação é feitaa partir da célula selecionada. Pode ser acessado tam-

bém pelos ícones na Barra de Ferramentas

Padrão, ou pelo atalho F7.

Ao encontrar uma palavra escrita errada ou nãoidentificada, o corretor ortográfico irá sugerir a correçãoadequada, cabendo ao usuário alterar ou ignorar.

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Informática

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Excel 2002/XP e 2003

O Excel integra as funções de Planilha Eletrônica, Gráficos e Banco de Dados, por isso é o aplicativo maisutilizado na área de negócios. Suas planilhas são indispensáveis nas atividades de Administração de Empresas quese referem a Planejamento Financeiro, Fluxo de Caixa, Orçamento, Estatística, Compras, Custos, Planejamento eAnálise de Vendas, Folha de Pagamento etc.

No momento que o Excel é carregado, é exibida a sua janela contendo uma Pasta de Trabalho com uma de suasplanilhas aberta para edição.

COMPONENTES DA JANELA DO EXCELAs versões 2002 / XP e 2003 possuem os seguintes componentes em sua janela:

Barra de Títulos - Contém o nome do Aplicativo e do documento ativo, ícone de Controle e botões de Controle daJanela do Excel.Barra de Menus de Comando - Localizada abaixo da Barra de Título, contém as opções de menu de controle dodocumento ativo. Cada menu contém uma série de comandos que também podem ser acionados através dos botõesnas Barras de Ferramentas, teclas de atalho e com o botão direito do mouse.Barra de Status - Exibe informações sobre comandos selecionados ou procedimentos.A barra de status, que é uma área horizontal na parte inferior da janela da pasta no Microsoft Excel, fornece infor-mações sobre o estado atual do que está sendo exibido na janela e quaisquer outras informações contextuais.Guia de Planilhas - Cada pasta contém uma guia de planilhas que deve ser clicada quando se pretende mover-se deuma planilha para outra. Atalho: Ctrl + Page + Up ou Ctrl + Page + Down. Pode-se renomear as planilhas para lembrarmais facilmente o que cada uma delas contém, clicando com o botão direito do mouse e escolhendo a opçãorenomear.Caixa de Nome/Barra de Fórmula - O endereço da célula selecionada no momento (ou ativa) aparece na caixa denome da célula. Cada célula tem um endereço único determinado pela letra da coluna e pelo número da linha. Porexemplo, a célula B2 é a interseção da coluna B com a linha 2. Poderíamos selecionar a caixa de nome, clicandosobre ela e adotarmos outro nome para a célula ou uma região (área retangular na planilha). Esse nome não poderiaser maior que 256 caracteres ou iniciar com um número e ainda, sem espaço entre palavras.

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138 Degrau Cultural

Informática

Métodos para Inserir e Editar dados

Inserir números e textoClique na célula onde você deseja inserir os da-

dos. Digite os dados e pressione Enter ou Tab.

- Insira dados em uma célula na primeira coluna epressione Tab para mover-se para a próxima célula.- No final da linha, pressione Enter para mover parao início da próxima linha.- Se a célula no início da linha seguinte não ficarativa, clique em Opções no menu Ferramentas e, emseguida, clique na guia Editar. Em Configurações, mar-que a caixa de seleção Mover seleção após Enter eclique em Para baixo na caixa Direção.

Dica: Para inserir data use o atalho: (Ctrl;) e para inserirhoras (Ctrl Shift:)

Editando o conteúdo de uma célula1. Clique duas vezes na célula contendo os dados quevocê deseja editar.2. Edite o conteúdo da célula3. Para inserir ou cancelar suas alterações, pressioneEnter ou Esc.

Para ativar ou desativar a edição diretamente nascélulas, clique em Opções no menu Ferramentas, cli-que na guia Editar e marque ou desmarque a caixa deseleção Editar diretamente na célula. Você pode editarna barra de fórmulas quando a caixa de seleção Editardiretamente na célula está desmarcada. Para mover ocursor para o final do conteúdo da célula, selecione acélula e pressione F2.

- Novo documento (Ctrl + O)Pelo Menu Arquivo podesse acessar habilitar uma novaPasta de Trabalho.

Abre um painel de tarefas que permite algumas opçõesde novas pastas a serem utilizadas. Na barra de ferra-

mentas o ícone abre um nova pasta em branco.Observe que trata-se de uma pasta e não de uma novaplanilha.

- Abrir (Ctrl + A)Tanto clicando no comando Abrir... , como no

botão na barra de ferramentas , permite localizar eabrir um arquivo. Determina onde se quer examinar umpossível arquivo para ser aberto, clique sobre ele e pres-sione o botão abrir. Com um duplo clique sobre o arqui-vo iremos obter o mesmo resultado.

Mostra o que estava sendo visualizado anterior-

mente.

Mostra um nível acima do que está sendo visuali-zado.

Possibilita a pesquisa na Web.

Exclui o que for selecionado.

Cria uma nova pasta.

Modos de visualização do que está sendo acessado.

Fechar – Fecha a planilha (Ctrl + F4)

- Salvar Documento (Ctrl + B)Salva (grava) as alterações feitas em uma pasta de tra-balho. Esse comando executado pela primeira vez emuma pasta, abre a caixa de diálogo Salvar Como

Salvar como – Salva uma pasta pela primeira vez, ou sal-va uma pasta já existente com outro nome, em outro lugar.Salvar como página da Web – Cria uma página daWeb a partir de dados da planilha ou de um gráfico.

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Informática

Degrau Cultural 139

Salvar área de trabalho – Um arquivo do espaço detrabalho salva a exibição de informações sobre pastasde trabalho abertas, para que posteriormente você pos-sa retomar o trabalho com os mesmos tamanhos dejanela, áreas de impressão, ampliação de tela e confi-gurações de exibição. O arquivo de espaço de trabalhonão contém as pastas de trabalho propriamente ditas.

Na barra de ferramentas o ícone salva o arquivo.

- Digitação – EditandoAlgumas das principais ferramentas de edição es-

tão na Barra de Ferramentas Formatação:

Altera Fonte do texto e o tamanho

Coloca em negrito (Ctrl + B), itálico (Ctrl +I) ou subli-nhado (Ctrl + U) os itens selecionados.

Alinha o texto a esquerda, centralizado, direita e/ou Agru-pa células selecionadas.

Converte o número da celula selecionada no padãomonetário brasileiro, aplica o formato de porcenta-gem, separador de milhar e aumenta casas deci-mais ou diminui.

Diminuir ou aumentar recuo

Insere ou retira linhas de borda das células, altera cordo plano de fundo e da fonte.

Permite recortar (Ctrl + X), copiar (Ctrl + C), colar (Ctrl +V) e copiar formatação do trecho selecionado.

Desfazer(Ctrl + Z) e restaurar(Ctrl + Y) ultimas ações.

Comandos podem ser acessados também pelo Menu

Formatar, na opção formatar célula como exposto nacaixa de diálogo abaixo:

AutoFormatação - Aplica uma combinação pré-defini-das de formatos a um intervalo de células seleciona-do ou a uma tabela dinâmica.

Formatação Condicional - Aplica formatos a célulasselecionadas que atendem a critérios específicos ba-seados em valores ou fórmulas que você especificar.

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140 Degrau Cultural

Informática

Estilo - Define ou aplica na seleção uma combinaçãode formatos.

Colar Especial - Você pode usar a caixa de diálogo ColarEspecial para copiar itens complexos de uma planilhado Excel e colá-los na mesma planilha do Excel ou emoutra.

Colar - Clique no atributo dos dados copiados que vocêdeseja colar.Tudo - Cola todo o conteúdo e a formatação das células.Fórmulas - Cola somente as fórmulas conforme inseri-das na barra de fórmulas.Valores - Cola somente os valores conforme exibidosnas células.Formatos - Cola somente a formatação das células.Comentários - Cola somente os comentários anexa-dos à célula.Validação - Cola regras de validação de dados das cé-lulas copiadas para a área de colagem.Tudo, exceto bordas - Cola todo o conteúdo e a forma-tação das células aplicados à célula copiada, excetobordas.Larguras da coluna - Cola a largura de uma coluna ouintervalo de colunas em outra coluna ou intervalo decolunas.Fórmulas e formatos de número - Cola somente fór-mulas e todas as opções de formatação de númerodas células selecionadas.Valores e formatos de número - Cola somente valorese todas as opções de formatação de número das célu-las selecionadas.Operação - Especifica qual operação matemática, sehouver, você deseja aplicar aos dados copiados.

Ignorar em branco - Evita substituir valores na sua áreade colagem quando houver células em branco na áreade cópia.Transpor - Altera colunas de dados copiados para li-nhas e vice-versa.Colar Vínculo - Vincula os dados colados à planilha ativa.

Alterando Dados Digitados - A alteração dos dados di-gitados pode ser feita de duas maneiras:Por sobreposição - Onde selecionamos a célula queserá alterada e digitamos os novos dados e depoisconfirmamos a alteração através do botão confirmar naBarra de Fórmulas ou através da tecla Enter.Por Correção parcial - Onde selecionamos a célula aser corrigida posicionando o cursor dentro da célulacom um duplo clique ou usando a tecla F2.

Excluindo Dados Digitados - A exclusão de dados digi-tados é feita através da seleção da célula ou do interva-lo de células que terá seu conteúdo excluído e:

Através do Menu Editar, comando Limpar;Através do botão direito do mouse;Através da tecla Del ou Delete no Teclado.

Verificar Ortografia – Verifica a ortografia do texto emplanilhas e gráficos selecionados, bem como, o textoem caixas de texto, botões, cabeçalhos e rodapés, no-tas de células e na barra de fórmulas. (F7)

Auto-Correção – Define as opções usadas para corrigir otexto automaticamente à medida que for sendo digitado.

EDITANDO UMA PLANILHA NO EXCEL XP E EXCEL 2003A edição de uma planilha consiste em inserir copi-

ar, excluir e alterar dados nas células que servirão paraa apresentação de resultados.

Tipos de DadosUma célula pode conter:Texto - Toda e qualquer letra, palavra inserida na

célula, como nomes de pessoas, títulos de colunas,descrição de itens etc.

Número - Todo e qualquer tipo de número, poden-do ter o valor negativo ou positivo.

Fórmula - É uma expressão aritmética envolvendonúmeros, operadores, funções e endereços de células.

Para iniciar uma fórmula no Excel, deve-se colocarprimeiramente o sinal de =. Uma fórmula também podeiniciar com os sinais de + ou -

Ex.: =A4+C5 +A4+C5 -F12+B1

Inserindo DadosToda informação digitada deve ser depositada

dentro de uma célula. Quando o conteúdo de uma cé-lula for numérico e não for possível mostrá-lo total-mente, serão mostrados os símbolos #### na célulaou o número será apresentado em notação científica;porém o conteúdo da célula ainda será aquele que foidigitado. Basta aumentar a largura da célula para vi-sualizar o número todo.

Quando o conteúdo de uma célula for texto e nãocouber em sua largura aparente, o texto invadirá o espa-ço da célula ou células adjacentes, porém, continuará

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Informática

Degrau Cultural 141

pertencendo à célula em que foi digitado. Caso a célulaou células adjacentes possuam algum conteúdo, o textoserá mostrado somente na sua célula de origem.

Quando selecionamos uma célula, esta fica dis-ponível para receber os dados que serão digitados. Àmedida que os dados vão sendo inseridos, eles sãomostrados na Barra de Fórmulas.

Para apagar o conteúdo da célula, selecione a cé-lula e pressione a tecla Backspace.

Para confirmação dos dados digitados usa-se atecla Enter, as setas de direção ç, è, é, ê ou o botão

Confirmar da Barra de Fórmulas.Para cancelar a digitação dos dados, Tecle Esc ou

o botão Cancelar da Barra de Fórmulas.

- Formulas e funçõesNo Excel XP/2002 e no Excel 2003, a barra de fór-

mulas contém o indicador da célula ativa, o botão deconfirmação e o botão de cancelamento de inserçãode dados, além de exibir o conteúdo da célula.

Inserindo FórmulasAs fórmulas são o meio mais prático de obtenção

e manutenção de dados nas planilhas, pois são atuali-zadas a cada nova alteração de dados.

Para que as fórmulas funcionem no Excel, deve-mos seguir as seguintes regras básicas:

Iniciar a digitação de uma fórmula com: + - =Devemos usar o endereço das células para que o

resultado da fórmula seja atualizado a cada alteraçãonas células envolvidas na fórmula. Os endereços dascélulas podem ser digitados ou apontados com a teclaShift mais setas de direção ou com o mouse, clicandoe arrastando a seleção.

Se iniciarmos a fórmula com parênteses deve-sefechar os parênteses no final. O uso dos parênteses éimportante para as fórmulas que envolvam vários cál-culos ou procedimentos.

Operadores usados para a definição das fórmulas

Operadores Matemáticos:+ Adição- Subtração* Multiplicação/ Divisão^ Exponenciação% Porcentagem

Operadores de Relacionamentos> Maior< Menor

= Igual<> Diferente>= Maior Igual<= Menor Igual

Operadores de Referência: Intervalo; União(espaço) Interseção

Inserindo FunçõesSão procedimentos de cálculos previamente defini-

dos, determinando um resultado com significado único.Normalmente são seguidas de um ou mais parâmetrosdependo da função.

Categorias das FunçõesFinanceiraData e HoraMatemática e TrigonométricaEstatísticaProcura e ReferênciaBanco de DadosTextoLógicaInformação

Tipos de funções mais utilizadasARRED - ArredondamentoCONT.NUM - Calcula quantos números estão na listade argumentosESCOLHER - Escolhe um valor a partir de uma lista devaloresMÁXIMO - Retorna o valor máximo de uma lista de ar-gumentosMÉDIA - Calcula a média dos argumentosMÍNIMO - Retorna o valor mínimo de uma lista de argu-mentosPROCV - Procura a partir da primeira coluna e linha deuma matriz para retornar o valor de uma célulaSOMA - Retorna a soma de todos os números na listade argumentos.MOD - Retorna o resto da divisão.

Funções LógicasExecutam um teste lógico para retornar um resultadoFalso ou verdadeiro.E - Retorna VERDADEIRO se todos os argumentos fo-rem verdadeiros; retorna FALSO se um ou mais argu-mentos forem falsosFALSO - Retorna valor lógico FALSONÃO - Inverte a lógica do argumentoOU - Retorna VERDADEIRO se qualquer argumento forVERDADEIROSE - Especifica um teste lógico a ser executadoVERDADEIRO - Retorna o valor lógico VERDADEIRO

- GráficosPara inserir um gráfico devemos, selecionar as fai-

xas de dados que serão representadas graficamente.Através do menu Inserir, comando Gráfico, ou do

botão Assistente de gráfico da Barra de ferramentas,abrimos a caixa de diálogo Assistente de Gráfico con-tendo 4 etapas:

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142 Degrau Cultural

Informática

1ª Etapa - Tipo de Gráfico

Esta etapa contém 2 Guias:

- Tipos Padrão - Contém vários tipos de gráficos pa-drão para seleção.- Tipos Personalizados - Permite personalizar um tipode gráfico.

2ª etapa - Dados de origem do Gráfico.

Observe que no campo intervalo de dados apareceos intervalos de dados selecionados. As opções deseqüência em Linha / Colunas, modificam a visuali-zação do gráfico de acordo com a distribuição dosdados escolhida. O Excel já faz uma escolha ade-quada mas podemos alterar manualmente clicandona opção desejada.

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Informática

Degrau Cultural 143

3ª etapa - Opções de Gráfico

4ª etapa - Local do gráfico

A configuração de página é importante para umaboa impressão. Para configurar uma página, acesseo Menu Arquivo - Configurar Página e será aberta acaixa de diálogo Configurar Página contendo 4 guiasde opção:

- Configuração de páginaPágina - Permite alterar a orientação do papel Retratoou Paisagem; Dimensionar o ajuste da planilha paracaber dentro de uma única folha e/ou alterar o tamanhodo papel utilizado pela impressora.

Margens - Permite configurar as margens da planilhapara melhor ajuste ou mesmo centralizar a planilha napágina.

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144 Degrau Cultural

Informática

Cabeçalho e rodapé - Permite configurar e editar o ca-beçalho e o rodapé da planilha.

Planilha - Configurar a área de impressão, imprimir títulosda planilha em todas as páginas, alterar a ordem da pági-nas etc.

- ImpressãoA impressão é o modo de dar saída ao nosso traba-

lho com o computador. O processo de impressão é sim-ples e eficiente.

O Excel permite tratar a impressão com toda a suaversatilidade característica, colocando-nos opções fá-ceis e simples de serem executadas.

Ao acessar o menu arquivo, comando imprimir, abrea caixa de diálogo Imprimir.

Pode-se ser impresso também pelo ícone na Bar-

ra de Ferramentas Padrão, por este caminho ele impri-

me com a ultima formatação escolhida pelo usuário.

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Informática

Degrau Cultural 145

A TELA DO POWER POINT 2003

Quando iniciamos o PowerPoint, é apresentada a janela abaixo contendo um novo documento em branco, e os

elementos a seguir:

O Microsoft PowerPoint possui três modos deexibição: normal, classificação de slides e apresenta-ção de slides, representados por ícones de atalho natela acima. São eles:

Na seqüência: normal, classificação de slidese apresentação de slides.

Modo de exibição normal

O modo de exibição normal é o que está sendoapresentado na tela acima. É o modo principal de edi-ção, que você usa para criar apresentações. O modode exibição normal apresenta os seguintes elementos:à esquerda, guias que alternam entre a guia Estrutura

de Tópicos (você vê o texto dos slides) e a guia Slides(os slides são exibidos como miniaturas); ao centro, opainel de slides exibe a apresentação e é onde vocêtrabalha a apresentação (permite adicionar texto, inse-rir imagens, tabelas, gráficos, objetos de desenho, au-toformas, caixas de texto, filmes, sons, criar e inserirhiperlinks no texto e animações, etc.); e na parte inferi-or, o painel de anotações (onde você pode fazer anota-ções relativas ao conteúdo de cada slide e imprimirpara usar como referência durante a apresentação, oupara distribuir ao público na forma impressa, como re-ferência à sua apresentação).À direita temos o Painelde Tarefas.

POWER POINT

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146 Degrau Cultural

Informática

Modo de exibição classificação de slides

Apresenta os slides em forma de miniaturas. Permite uma visão geral da apresentação, facilitando a visualizaçãodos efeitos de transição e animação.

Analisando os detalhes deste modo de exibição na figura abaixo, você observa que foram criados intervalospara a transição dos slides, assim como a numeração dos slides (como se fosse numeração de página no Word), eque há um slide marcado como oculto (slide 2 - com um risco sobre o número).

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Informática

Degrau Cultural 147

Slides Ocultos

Pode ser que quando você for fazer a exibição desua apresentação, você perceba que o tempo disponí-vel não é suficiente para apresentar todos os slides.Assim, você tem a opção de ocultar alguns slides, jáque passá-los na tela rapidamente em uma palestra,por exemplo, sem explicá-los pode não ser muito agra-dável, nem para quem está assistindo, nem pra você.

• Como ocultar slides

No modo de apresentação Normal, estando como slide que você deseja ocultar sendo apresentado natela, ou no modo de exibição classificação de slides,estando com o slide selecionado, clique no Menu Apre-sentações e clique em Ocultar Slide. Automaticamen-te ele apresentará a marcação de oculto.

Modo de exibição apresentação de slides

A apresentação de slides ocupa a tela inteira docomputador, onde é possível ver a sua apresentaçãotoda. Nesse modo, você poderá verificar os intervalosde tempo que os textos dos slides levam para seremapresentados, e também o intervalo de tempo de umslide para outro; verifica os sons inseridos, disposi-ção das imagens, enfim, é um teste para ver se estátudo OK.

Atalho: tecla F5.

Criando uma apresentação

Você pode começar a criar a partir de uma apre-sentação pré-definida, ou pode criar a partir de umaapresentação em branco. A figura mostra também quevocê pode criar uma apresentação com base emModelos.

As maneiras de se iniciar a criação de uma Novaapresentação no Power Point são:

Apresentação em branco - Você criará sua apresenta-ção livremente.

Ao clicar nesta opção, o Painel de Tarefas mostraa guia Layout do Slide, para que você possa escolher oformato para os slides.

São diversos formatos (Layouts de texto, com tí-tulo, título e caixa de texto com marcadores, título e duascaixas de textos com marcadores, etc.), (Layouts deconteúdo, com título e conteúdo, que pode ser ima-gem, gráfico, vídeo, etc.) e Layout de texto e conteúdo,além de outros formatos.

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148 Degrau Cultural

Informática

Com base no modelo de design

Apresenta uma lista de modelos, onde você esco-lhe um. A partir dele, seus slides seguirão a mesmaestrutura.

Ao escolher esta forma de iniciar a criação de suaapresentação, o Painel de tarefas apresentará a guiaDesign do slide, para que você possa escolher Mode-los de design (onde você pode escolher um modelopré-existente para iniciar a sua apresentação), Esque-mas de cores (permite escolher esquemas de corespara seus slides), Esquemas de animação (esquemaspré-definidos, que você pode escolher e aplicar).

Modelos de design Esquemas de cores

Esquemas de animação

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Informática

Degrau Cultural 149

Apresentamos um exemplo de efeito aplicado (EfeitoRotação):

Com base no assistente de AutoConteúdo

Ajuda você a familiarizar-se com o programa, ofe-recendo sugesstões para criar sua apresentação pas-so a passo.

Aparecerá a seguinte tela do assistente.

Clique em Avançar. Na tela seguinte, selecione otipo de apresentação desejado (Genérico, Treinamen-to, etc). Clique em Avançar.

Agora, você vai escolher o tipo de material quedeseja usar (Apresentação em tela, Apresentaçãona Web, Transparências em preto-e-branco, Trans-parências coloridas ou slides de 35mm). Clique emAvançar.

Agora, coloque um título e um rodapé, data e nú-mero do slide se desejar e clique em Avançar.

Na próxima tela, clique em Concluir.

Aparecerá então na tela a apresentação comconteúdo pré-definido, escolhido no Assistente deAutoconteúdo.

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150 Degrau Cultural

Informática

Com base em apresentação existente

Permite criar outra apresentação a partir de uma apresentação existente.

AS BARRAS DE FERRAMENTAS DO POWER POINT 2003

BARRA DE FERRAMENTAS PADRÃO

Na barra de ferramentas padrão, encontramos os se-guintes botões exclusivos do Power Point:

1 - Expandir Tudo - Expande todo o conteúdo dos sli-des, na estrutura de tópicos no modo normal. Clicandonovamente no botão, passará a exibir somente os títu-los dos slides.

2 - Mostrar a Formatação - Mostra o conteúdo dos sli-des, na estrutura de tópicos no modo normal, com asua formatação original. O ideal é visualizar com a fontepadrão, pois fica mais fácil a leitura.

3 - Mostrar / Ocultar Grades - Exibe e oculta as gradesque servem para fazer marcações no slide. Essas gra-des não são impressas, mesmo quando estão sendoviaualizadas.

4 - Cor / Escala de cinza - Abre um menu com as op-ções Cor, Escala de Cinza e Preto e Branco Puro.

O modo expandido do botão Expandir Tudo

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Page 152: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Informática

Degrau Cultural 151

Comandos do Menu Arquivo

� Novo - Cria uma nova apresentação ou um novomodelo;

� Abrir - Abre uma apresentação já existente;

� Fechar - Fecha a apresentação;

� Salvar - Salva as alterações em uma apresentaçãojá existente. Este comando, quando executado emum novo arquivo, abre “Salvar Como”;

� Salvar Como - Salva uma apresentação pela pri-meira vez, ou uma apresentação já existente em outrolocal com outro nome;

� Salvar Como Página da Web - Salva o arquivo con-vertendo as formatações para HTML;

� Pesquisar Arquivo - Permite pesquisar por pala-vras dentro dos arquivos.

� Permissão - permite configurar permissões deacesso aos arquivo.

� Pacote para CD - Permite salvar a apresentaçãocom um visualizador de apresentações do PowerPoint (o PowerPoint Viewer) no mesmo CD, paraexecução de sua apresentação em outro computa-dor que possua ou não o PowerPoint instalado. Tam-bém chamado de Assistente para viagens;

� Visualização de Página da Web – Exibe a apresen-tação como se fosse uma página da Web;

BARRA DE FERRAMENTAS FORMATAÇÃO

BOTÕES EXCLUSIVOS DA BARRA DE FERRAMENTAS FORMATAÇÃO DO POWER POINT:

Aumentar / Diminuir Fonte

Design do Slide - Mostra esta guia no

Painel de Tarefas.

Novo Slide - Insere novo slide na

apresentação.

MENUS DE COMANDO

Menu Arquivo

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Page 153: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

152 Degrau Cultural

Informática

� Configurar Página - Permite configurar a largura, al-tura, orientação da página, além de numerar slides;

� Visualizar Impressão - Mostra como o arquivo seráimpresso;

� Imprimir - Ao contrário do botão imprimir da barrade ferramentas padrão, esta opção do menu abreum quadro para você escolher opções de impres-são antes de imprimir;

� Enviar Para – Permite enviar o arquivo diretamentepara destinatário da mensagem, do fax, participan-te da reunião, para Word, etc;

� Propriedades - Exibe informações sobre a apresen-tação ativa para que você possa rever ou editar asinformações;

� Lista dos Últimos Arquivos Utilizados - Permite abrirum arquivo existente na lista, através de um únicoclique do mouse.

� Sair - Fecha o Power Point;

MENU EDITAR

Neste menu encontramos recursos para edição.

Comandos do Menu Editar

� Desfazer - Desfaz uma ação efetuada;

� Refazer - Refaz uma operação desfeita;

� Repetir - Repete a última ação;

� Recortar - Remove uma palavra ou um texto seleci-onado, colocando-o na área de transferência, paraser colado em outro local;

� Copiar - Copia uma palavra ou um texto seleciona-do para a área de transferência para ser colado emoutro local;

� Área de Transferência do Office - Abre o conteúdoda área de transferência no Painel de Tarefas doPower Point, permitindo colar seu conteúdo. A Áreade Transferência do Office 2003 permite armazenaraté 24 itens.

� Colar - Cola o conteúdo da área de transferência naposição onde se encontra o cursor;

� Colar Especial - Cola ou incorpora o conteúdo daárea de transferência em um documento do PowerPoint com um formato específico, ou cria um vínculoàs informações que podem ser atualizadas em ou-tro aplicativo. Cola o texto com ou sem a formata-ção, assumindo então a formatação do seu arquivo(muito útil para aqueles textos copiados da Internete que vêm com formatação html. Permite tambémcolar o texto como uma imatgem, formando um blo-co fechado.

� Colar como Hyperlink – Cola o conteúdo da área detransferência como hyperlink para a área copiada. Énecessário que os documentos de origem e desti-no estejam salvos;

� Limpar - Apaga o texto selecionado;

� Selecionar Tudo - Seleciona todo o texto do slide;

� Duplicar - Permite duplicar o slide fazendo uma có-pia;

� Excluir slide - Apaga o slide selecionado;

� Localizar - Procura por texto, formatação, notas derodapé, notas de fim ou marcas de anotações es-pecificadas no documento ativo;

� Substituir - Localiza e substitui texto, formatação,notas de rodapé, notas de fim ou marcas de anota-ções especificadas no documento ativo;

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Informática

Degrau Cultural 153

� Ir Para propriedade - Permite ir para as proprieda-des do arquivo;

� Vínculos - Exibe e modifica os vínculos em um do-cumento do Power Point;

� Objeto - Abre o aplicativo no qual o objeto incorpora-do ou vinculado selecionado foi criado e exibe o ob-jeto para que seja possível editá-lo no Power Point.

Menu ExibirMENU EXIBIR

Além de habilitar ou desabilitar a exibição dasbarras de ferramentas, este menu oferece os seguin-tes recursos:

Comandos do Menu Exibir

� Normal - Modo de Exibição normal, onde é possí-vel ver as Guias (Estrutura do Tópico ou Slide), oPainel de Slides, o Painel de Anotações e o Painelde Tarefas.

� Classificação de Slides – Exibe os slides em minia-turas na tela, permitindo uma visão geral da apre-sentação;

� Apresentação de Slides - Permite executar a apre-sentação na tela, slide por slide; Atalho: F5;

� Anotações - Permite fazer anotações dos slides.

� Mestre - Permite exibir o Slide Mestre, Folheto Mes-tre ou Anotações Mestras. Os slides aplicados aoslide mestre serão seguidos por todos os slides daapresentação;

� Cor / escala de cinza - Abre um menu com asopções de exibição dos slides em Cor, Escala deCinza e Preto e Branco Puro;

� Painel de Tarefas - O painel de tarefas é uma área quefica disponibilizada do lado direito da tela do PowerPoint, permitindo acesso rápido a várias opções.

� Barra de Ferramentas - Visualiza, oculta, persona-liza ou cria barras de ferramentas;

� Régua - Exibe ou oculta as réguas horizontal evertical;

� Grades e guias – Mostra / Oculta as grades e guiasde páginas que são linhas para fazer marcações nosslides. Essas linhas não são impressas;

� Cabeçalho e Rodapé - Para inserir cabeçalho e ro-dapé na apresentação;

� Marcação - Exibe / Oculta as marcações de comen-tários e alterações controladas do texto;

� Zoom - Controla as dimensões de visualização dosSlides.

Menu Inserir

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Page 155: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

154 Degrau Cultural

Informática

MENU INSERIR

Permite inserções.

Comandos do Menu Inserir

� Novo Slide - Permite inserir um novo slide à apre-sentação. O painel de tarefas se apresenta com aguia Layout do Slide;

� Duplicar Slide - Permite fazer uma cópia do slideselecionado;

� Número do Slide - Permite inserir números de sli-des, como se fossem números de páginas no Word.

� Data e Hora - Insere data e hora do sistema.

� Símbolo - Insere símbolos especiais que podem serimpressos, mesmo que não se encontrem no tecla-do. É como o mapa de caracteres.

� Comentário - Insere as marcas de um comentário(que contém as iniciais do revisor e o número dereferência) no documento e abre o painel de co-mentários, no qual se pode digitar a anotação. Amarca de anotação é exibida no documento emformato de texto oculto; Pode ser mostrada atravésda opção Exibir / Marcação.

� Slides de Arquivos - permite criar slides, a partir dearquivos salvos, como por exemplo, se você temum arquivo de texto do Word, pode importá-lo para oPower Point e serão criados slides com este arqui-vo do Word;

� Slides da Estrutura de tópicos - permite criar slidesa partir de estruturas de tópicos criadas em edito-res de textos;

� Imagem - Insere desenhos (Clip-art) já prontos queacompanham o Office 2003, como também, os de-senhos de um arquivo externo (Do arquivo), do scan-ner ou câmera, WordArt, gráficos, AutoFormas, Or-ganogramas, etc;

� Diagrama - Para criar diagramas no slide (Organogra-ma, Diagrama de ciclo, Diagrama de Venn, etc);

� Caixa de Texto - Insere um retângulo para começara digitar um texto;

� Filmes e sons - Permite inserir arquivos de vídeo esons nos slides;

� Gráfico - Permite inserir gráficos nos slides;

� Tabela - Permite inserir tabelas nos slides;

� Objeto - Insere um objeto (arquivo, alheio ao docu-mento, em qualquer formato) no slide como: clipede mídia, imagens, planilhas do Excel etc;

� Hyperlink - Como em um documento HTML na web,um hyperlink no Power Point localiza e transporta atela para um indicador no próprio documento, paraoutro documento do Word, do Excel, ou um arquivo,para um endereço de e-mail, ou para uma páginade Web na Internet, desde que haja uma conexão àInternet disponível.

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Informática

Degrau Cultural 155

MENU FORMATARMenu Formatar

Este recurso define o formato do documento.

Comandos do Menu Formatar

� Fonte - Altera o tipo de fonte (letra), estilo (negrito eitálico), tamanho da letra, cor. Permite criar efeitosno texto, como: sublinhado, sobrescrito sobrescrito,subscrito subscrito, sombra e em relevo.

� Marcadores e Numeração - Cria uma lista commarcadores ou numeração a partir de uma seqüên-cia de itens no texto ou de uma seqüência de célu-las em uma tabela;

� Alinhamento - Abre um menu que permite escolheralinhamentos dos textos dos slides (à esquerda,centralizar, à direita e justificar);

� Espaçamento entre linhas - permite configurar oespaço entre as linhas do texto selecionado;

� Maiúsculas e Minúsculas - Altera os caracteres se-lecionados para a combinação de letras maiúscu-las/minúsculas; Atalho: SHIFT + F3;

� Substituir fonte - Permite substituir a fonte do textodo espaço reservado;

� Design do slide - abre esta guia no Painel detarefas;

� Layout do slide - abre esta guia no Painel detarefas;

� Plano de fundo - Conjunto de elementos de designusados como imagens de plano de fundo. Permiteescolher e aplicar um plano de fundo ao slide ativo;

� Espaço reservado - permite configurar os espaçosonde os textos dos slides são digitados. Esses es-paços são caixas de textos, e é possível, por exem-plo, atribuir cor de fundo.

MENU FERRAMENTASU FERRAMENTAS

Apresenta as seguintes ferramentas:

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156 Degrau Cultural

Informática

Comandos do Menu Ferramentas

� Verificar Ortografia - Verifica a ortografia e gramáti-ca do texto;

� Pesquisar - permite pesquisar palavras no dicioná-rio de sinônimos, em português, inglês e espanhol.Permite também traduzir nessas línguas.

� Dicionário de Sinônimos - permite pesquisar porsinônimos das palavras em português, inclusive emespanhol e inglês.

� Idioma - permite escolher o idioma para verificaçãoortográfica do texto.

� Espaço de Trabalho Compartilhado - permite com-partilhar o documento em um ambiente de rede.

� Comparar e Mesclar apresentações - Compara emescla uma apresentação com a apresentação atual;

� Colaboração on-line - Permite reuniões on-line atra-vés do NetMeeting (opção Reunir Agora), agendar umadiscussão ou acessar um grupo de discussão;

� Macro - Grava ou cria uma macro, executa qualquermacro ou comando padrão do Power Point ou abreuma macro para edição. Macro é uma seqüência deações nomeadas e armazenadas. Quando vocêexecuta uma macro, executa todas as ações atribu-ídas em seqüência;As macros podem ser criadas através do Menu Fer-rametas / Macro / Macros (onde aparece a lista dasmacros já criadas). Menu Ferrametas / Macro / Gra-var nova macro permite iniciar a gravação de tudoque você executa no documento, criando uma se-qüência de ações.Se você sabe programar em Visual Basic (lingua-gem de programação usada para criar macros nosprogramas), também pode-se criar macros atravésdo Editor de Visual Basic, que pode ser aberto pelomenu Ferramentas / Macro / Editor de Visual Basic(Atalho: Alt + F11);

� Suplementos - abre uma caixa de diálogo com alista de suplementos disponíveis para acrescentarà apresentação;

� Opções de Autocorreção - Abre um quadro comopções de Autocorreção, Autoformatação ao Digitare Marcas Inteligentes, etc.

� Personalizar - Personaliza os botões da Barra deFerramentas, Comando de menu e as atribuiçõesde teclas de atalho;

� Opções - Modifica as configurações do PowerPointque controlam a aparência da tela, impressão, edi-ção, ortografia, segurança, e outras opções. Segu-rança - (através desta guia pode-se criar senha deproteção e/ou de gravação para o documento. A se-nha de proteção não deixa abrir o documento. A se-nha de gravação deixa abrir, digitar, mas não permi-te gravar. Pode-se ainda marcar Somente Leitura);

MENU APRESENTAÇÕES

Permite configurar as apresentações.

� Exibir apresentação - Exibe a apresentação em telainteira. É o modo de Apresentação de Slides;

� Configurar apresentação - Abre uma janela comopções de configuração da apresentação;

� Testar intervalos - permite testar intervalos do tem-po de transição entre os slides;

� Gravar narração - permite gravar uma narração paraser apresentada junto à apresentação;

� Botões de ação - permite inserir botões nos slides econfigurar uma ação para eles, criando links;

� Configuraração - permite configurar ação para osbotões;

� Esquemas de animação - permite criar animaçõespara os slides. Abre a guia Design do slide no Pai-nel de Tarefas;

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Informática

Degrau Cultural 157

MENU EXIBIR

� Personalizar animação – permite personalizar a ani-mação adiciionando efeitos.

� Transição de slides – abre uma guia no Painel deTarefas que permite criar efeitos de transição entreos slides, permite alterar a velocidade da transição,escolher um som para a transição. Permite tam-bém que a transição seja manual ou automática,definindo-se um tempo para transição automáticade um slide para outro;

� Ocultar slide – permite ocultar slides para que nãosejam mostrados na apresentação;

� Personalizar apresentações – para criar apresenta-ções personalizadas.

MENU JANELA

Permite controlar a exibição das apresentações nomonitor:

Comandos do Menu Janela

� Nova Janela – Abre uma nova janela com o mesmoconteúdo da janela ativa;

� Organizar Todas – Exibe todas as janelas das apre-sentações abertas lado a lado;

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Page 159: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

158 Degrau Cultural

Informática

MENU INSERIR� Em Cascata – Exibe as janelas das apresentaçõesem formato de cascata;

� Lista das Apresentações Abertas – Exibe uma listade todos os arquivos que estão abertos;

Este menu exibe itens de ajuda do Microsoft Po-wer Point.

Comandos do Menu Ajuda

� Ajuda do Microsoft Power Point – Abre a Ajuda doPower Point, exibindo Conteúdo e Índice;

� Mostrar Assistente do Office – Abre o Assistentede Ajuda, que auxilia o usuário a encontrar o itemdesejado, através de perguntas completas;

� Microsoft Office Online – Conecta-se à página doOffice no site da Microsoft permitindo fazer atualiza-ções, baixar modelos e recursos adicionais;

� Fale Conosco – permite enviar email para a Micro-soft;

� Verificar se há atualizações – para fazer update(atualizar) o programa;

� Detectar e Reparar – Detecta e corrige erros na ins-talação do Power Point;

� Ativar Produto – para ativar o software para uso;

� Sobre o Microsoft Power Point – Exibe informa-ções legais e identifica o programa.

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Page 160: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Informática

Degrau Cultural 159

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Sistema Operacional (SO) é um software que ge-rencia os recursos da máquina, seu hardware e todosos programas instalados, através de comandos espe-cíficos. A função principal de um Sistema Operacional éservir de interface entre o usuário e a máquina.

Dentre as várias versões do Sistema OperacionalWindows, temos: Windows 98, Me (Millenium), 2000, NT,XP e Vista. Falaremos aqui sobre o Windows 2000 e XP.

O Windows (que significa janelas, em inglês) emsuas várias versões, possui características como aMultitarefa, que permite abrir várias janelas de aplica-tivos e intercalar entre o uso deles, através do comandode teclado Alt + Tab, por exemplo; e a função Plug-and-Play, que permite ao Sistema Operacional reconhecerautomaticamente e instalar um novo hardware conec-tado à máquina. Isso é possível porque o S.O. possuiuma lista de drivers (programa específico que faz comque o hardware possa funcionar). Caso o S.O. tenha odriver para o hardware conectado, ele será instaladoautomaticamente.

ATENÇÃO: Não confundaDRIVER com DRIVE.

DRIVER é Software. Programa que reconhece e faz fun-cionar um hardware. Sem a instalação do driver de umdeterminado modelo de impressora, por exemplo, elanão funcionará. Este software possui todas as instru-ções de funcionamento do hardware).

DRIVE como já vimos anteriormente, é hardware, comopor exemplo, drive de disquete, drive de CD-RW, etc.

Os vários elementos utilizados nas janelas doWindows, costumam ser padrões, como por exemplo,ícones, barra de título, barra de rolagem, barra de me-nus, barra de status, caixas de diálogos (janelas comperguntas que o Sistema faz a você para executar de-terminada tarefa), etc.

A ÁREA DE TRABALHO OU DESKTOP

Quando ligamos o computador o Windows é trans-ferido do disco rígido para a memória RAM. Surge, en-tão, a tela inicial do Windows chamada de Área de Tra-balho ou Desktop.

A princípio a Área de Trabalho apresenta algunsobjetos gráficos como: Meu computador, Meus Docu-mentos, Lixeira, Internet Explorer; mas podemos per-sonalizá-la, inserindo itens (ícones de Atalhos) para pro-gramas, pastas e arquivos. Podemos também alteraras propriedades da Área de Trabalho personalizandosua configuração.

Componentes da Área de Trabalho

Meu Computador

Acessado com um duplo clique em seu ícone, per-mite que se navegue pelos drives (A:, C:, etc.). Por ele umdrive, uma pasta um programa ou arquivo (documento)podem ser abertos, clicando-se duas vezes sobre eles.

Lixeira

Armazena arquivos excluídos, dando a chance derecuperar um arquivo que foi excluído por engano. Estaoperação é denominada Restaurar.

A capacidade padrão da Lixeira é de 10% do HD,mas você pode alterá-la, clicando-se na área da janelada Lixeira com o botão direito do mouse e clicando-seem Propriedades.

Ícones

São atalhos para abrir programas, pastas e arqui-vos. Se o ícone já se apresenta automaticamente naDesktop após a instalação do Windows, dizemos queele é um ícone nativo (Ex.: ícone da Lixeira, Meus Docu-mentos, Meus Locais de Rede, Internet Explorer, etc.).Se o ícone é colocado na Desktop pelo usuário parafacilitar o seu acesso ao programa, dizemos que este éum ícone de atalho. Estes ícones geralmente apresen-tam uma setinha.

Barra de Tarefas

Localizada na parte inferior da Área de Trabalho,contém o botão Iniciar, e os ícones dos aplicativos aber-tos, que estão sendo executados, bem como o relógio,com a hora do sistema. Para alternar entre os aplicati-vos abertos clicamos sobre o botão do aplicativo dese-jado ou usamos a combinação de teclas Alt+Tab, ouAlt + Esc.

Botão Iniciar

Localizado na Barra de Tarefas, abre o menu inici-ar. O botão Iniciar é a porta de entrada para a utilizaçãodos programas e aplicativos no Windows.

WINDOWS

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160 Degrau Cultural

Informática

ÁREA DE TRABALHO OU DESKTOP

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Page 162: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Informática

Degrau Cultural 161

Menu iniciar

É através do Menu iniciar que abrimos os progra-mas que iremos trabalhar, bem como abrimos o Painelde controle, o gerenciador de impressão e obtemosajuda do Windows. Apresentaremos o Menu Iniciar doWindows 2000. Esta é a chamada visualização clássi-ca, também exibida pelo XP.

Ao Clicar no botão Iniciar, abre-seuma lista de opções do Menu ini-ciar. Também podemos ter aces-so ao Menu Iniciar pressionandoa combinação de teclas Ctrl+Esc.

Observe que algumas opções contém setas. Isso signi-fica que esta opção abre outra lista de opções.Outras contém (...), e abrem uma caixa de diálogo.

� Programas − Mostra os grupos de programas exis-tentes no computador (gravados no HD). Quando ins-talamos um novo programa, este é adicionado à listade programas. É através da lista de programas queacessamos os programas que iremos trabalhar.

� Documentos − Lista os 15 últimos documentosacessados. Desta forma podemos abrir diretamen-te um documento listado sem a necessidade deabrir previamente o aplicativo ao qual ele está as-sociado.

� Configurações − Permite alterar configurações dosrecursos de hardware e software no Painel de Con-trole, Impressoras, Barra de Tarefas e ConexõesDial-up e de rede.

� Pesquisar − Permite a pesquisa de arquivos ou pas-tas armazenados, pesquisa de páginas na Internet,e até mesmo a localização de pessoas no Catálogode endereços. Tecla de Atalho: F3.

� Ajuda − Acessa ajuda do Windows. Tecla de Atalho:F1.

� Executar − Abre uma janela que possui uma linhade comando, onde o usuário digita o nome de umprograma, arquivo ou comando para executá-lo.

� Desligar − Apresenta as opções através de umacaixa de diálogo (no XP apresenta-se diferente,como veremos mais adiante).

1ª. Efetuar logoff de Administrador – Para sair do am-biente do usuário atual.2ª. Desligar – Desliga o computador3ª. Reiniciar - Finaliza o Windows e reinicia o computa-dor. Desliga e liga automaticamente, efetuando o quechamamos em Informática de “boot quente”. Funcionacomo o botão Reset do computador. O “boot frio” é quan-do liga a máquina.4ª. Colocar o computador em modo de espera –O computador permanece disponível para uso imedia-to, com menor consumo de energia.

Podemos também sair do Win-dows através do teclado, usan-do a combinação das teclasALT+F4.

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162 Degrau Cultural

Informática

Selecionando itens na Área de Trabalho

Para selecionar um item na Área de Trabalho exe-cutamos um clique sobre seu ícone.

Organizando a Área de Trabalho

A Área de Trabalho ocupa toda a tela, e é nela quetrabalhamos todo o tempo. Quando abrimos um apli-cativo, sua janela pode ocupar toda a área de trabalho(Maximizar), ou ficar sobre a área de trabalho, deixan-do-a visível (Restaurar).

Mudando a Posição dos Itense da Barra de Tarefas

Podemos levar um ícone de Atalho ou a Barra deTarefas de um local para outro qualquer dentro da Áreade Trabalho.

Para isso devemos clicar no ícone ou na Barra deTarefas e arrastá-lo para outro local.

Não esquecer que o mouse devepermanecer pressionado duran-te o arrasto.

Configurando a Barra de Tarefas

Há duas maneiras de configurar a Barra de Tarefas:

1ª. Através do Menu Iniciar Configurações / Barrade Tarefas...,

2ª. Usando o botão direito do mouse sobre a Barrade Tarefas, abrirá um menu, clique em Propriedades,isso abrirá a Janela Propriedades da Barra de Tarefas.

A caixa Propriedades da Barra de Tarefas contémduas Guias – Geral e Avançado (Windows 2000)

� Sempre Visível - Faz com que a Barra de Tarefasseja mostrada na frente das outras janelas

� Ocultar automaticamente - Faz com que a Barra deTarefas se transforme numa linha fina na base datela. Quando você passar o cursor sobre ela, a Bar-ra de Tarefas ficará visível.

� Usar menus personalizados – Faz com que os me-nus dos aplicativos apresentem apenas os itensmais período de tempo ou clicando-se na seta du-pla na parte inferior do menu, este se apresentaráde forma completa

Como Fechar um Programa

Há várias maneiras de fechar um programa.

1ª. Através do botão fechar da janela.

2ª. Através do comando do teclado Alt + F4.

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Informática

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Alterando a Aparência das Janelas e Áreas de Trabalho (Windows 2000)

Configurações do monitor de vídeo (no 2000)

A Guia Configurações altera a configuração do mo-nitor de vídeo e o tipo de monitor.

Esta opção altera a configuração do seu monitor.Caso você coloque uma configuração que não corres-ponde ao tipo de monitor que você possui, poderá ha-ver conflito e a imagem não aparecer no Windows. Paraalterar as configurações do monitor você deve conhe-cer o tipo de monitor utilizado.

PRINCIPAIS OPÇÕES DOITEM FERRAMENTAS DE SISTEMA

O Windows nos oferece diversos acessórios parasua utilização e manutenção dos dados armazenados.

1ª opção - Por meio do Menu Iniciar - Programas –Acessórios – Ferramentas de Sistema.

2ª opção - Em Meu Computador ou Windows Ex-plorer, clicar com o botão da direita sobre o drive dese-jado, selecionar Propriedades e, na caixa de diálogo,selecionar Ferramentas.

Configuraçãodas cores

Configuraçãoda área de tela

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164 Degrau Cultural

Informática

Desfragmentador de Disco

Quando se utiliza um disco rígido ou um disquetepela primeira vez, os arquivos gravados vão ocupandosetores contínuos, um após o outro. O uso continuadodesses discos, ou o ato de apagar e regravar do dia-a-dia faz com que os novos arquivos gravados fiquemfragmentados, ou seja, venham ocupar setores não ad-jacentes do disco. Esta fragmentação faz com que arecuperação desses arquivos se torne mais lenta, poisesses têm que ser recuperados de diferentes endere-ços do disco. O desfragmentador de disco verifica osarquivos quebrados e grava-os em setores contínuostornando o acesso a disco mais rápido e eficiente. Noantigo Windows 98 tínhamos a opção de desfragmen-tar todos os discos rígidos. No Windows 2000 e XP,realizamos a operação disco por disco.

Se não houver necessidade dedesfragmentar o disco, o Windo-ws avisará na caixa de diálogo queserá mostrada.

A Verificação de erros (nas versões 98 e ME doWindows, chamava-se Scandisk)

A Verificação de erros (Windows 2000 e XP), deno-minada Scandisk no Windows 98 é um aplicativo volta-do para verificação e correção de erros em discos rígi-dos e flexíveis. Quando executado, “varre” a unidade dedisco à procura de falhas. Quando corrige um erro, aVerificação de erros tenta recuperar os dados armaze-nados na área danificada movendo-os para uma árealivre e não danificada.

Backup

A realização do backup nos permite realizar cópiasde segurança dos arquivos armazenados. No entanto,não se trata de uma cópia comum, onde os arquivosoriginais são apenas duplicados na cópia. Um backupreúne diversos arquivos em um único arquivo que podeser compactado.

A criação pode ser também protegida por senha.Esse arquivo é, então, armazenado em uma outra mí-dia que pode ser uma unidade de fita ou discos(CD,DVD, HD). No Windows 98 o aplicativo de Backupproduz arquivos com a extensão .qic ; no Windows 2000e XP a extensão do arquivo é .bkf. Outra importante ca-racterística é que o backup é o resultado da seleção detodo o computador, de pastas completas ou arquivosou de dados do estado do sistema.

Os trabalhos de backup se iniciam clicando-secom o botão da direita do mouse sobre o drive deseja-do. A seguir, seleciona-se a opção Propriedades nomenu resultante dessa operação. Na tela que se abre,seleciona-se a aba Ferramentas e, finalmente a opçãoBackup agora. O Assistente de backup será acionadomas pode-se optar por fazer o backup sem a sua aju-da, clicando-se na aba Backup. Teremos, assim a telaa seguir.

� Criando um backup

O primeiro passo é selecionar os arquivos ou pas-tas que se deseja criar como backup, clicando-senas caixas de seleção correspondentes (ao lado dodrive ou pasta). Selecionando-se Meu computadortodos os dados serão armazenados.

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Informática

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O campo Destino do backup só fica disponível se amáquina dispuser de uma unidade de armazena-mento tipo fita. Nesse caso os dados podem sersalvos na unidade de fita.

A seguir, no campo Mídia de backup ou nome doarquivo, digitamos o nome que atribuiremos ao ar-quivo de backup.

Pode-se, ainda, selecionar o tipo de backup dese-jado. Para isto selecionamos, no Menu Ferramen-tas, Opções, na aba Tipo de Backup uma das op-ções a seguir:

� Tipos de BackupO utilitário de backup oferece suporte a cinco méto-dos para backup de dados no computador ou narede.

� Backup de cópiaUm backup de cópia copia todos os arquivos sele-cionados, mas não os marca como arquivos quepassaram por backup (o atributo de arquivo não édesmarcado). A cópia é útil caso você queira fazerbackup de arquivos entre os backups normal e in-cremental, pois ela não afeta essas outras opera-ções de backup.

� Backup diárioUm backup diário copia todos os arquivos selecio-nados que foram alterados no dia de execução dobackup diário. Os arquivos não são marcados comoarquivos que passaram por backup (o atributo dearquivo não é desmarcado).

� Backup diferencialUm backup diferencial copia arquivos criados ou al-terados desde o último backup normal ou incremen-tal. Não marca os arquivos como arquivos que pas-saram por backup (o atributo de arquivo não é des-marcado). Se você estiver executando uma combi-nação dos backups normal e diferencial, a restau-ração de arquivos e pastas exigirá o último backupnormal e o último backup diferencial.

� Backup incrementalUm backup incremental copia somente os arquivoscriados ou alterados desde o último backup normalou incremental e os marca como arquivos que pas-saram por backup (o atributo de arquivo é desmar-cado). Se você utilizar uma combinação dos ba-ckups normal e incremental, precisará do últimoconjunto de backup normal e de todos os conjuntosde backups incrementais para restaurar os dados.

� Backup normalUm backup normal copia todos os arquivos seleci-onados e os marca como arquivos que passarampor backup (o atributo de arquivo é desmarcado).Com backups normais, você só precisa da cópiamais recente do arquivo ou da fita de backup pararestaurar todos os arquivos. Geralmente, o backupnormal é executado quando você cria um conjuntode backup pela primeira vez.

O backup dos dados que utiliza uma combinaçãode backups normal e incremental exige menos es-paço de armazenamento e é o método mais rápido.No entanto, a recuperação de arquivos pode ser di-fícil e lenta, porque o conjunto de backup pode serarmazenado em vários discos ou fitas.

O backup dos dados que utiliza uma combinaçãodos backups normal e diferencial é mais longo, prin-cipalmente se os dados forem alterados com fre-qüência, mas facilita a restauração de dados, por-que o conjunto de backup geralmente é armazena-do apenas em alguns discos ou fitas.

Finalmente, clicamos no botão Iniciar Backup. O apli-cativo solicitará um nome para esta operação e ofe-recerá as opções de Acrescentar ou Substituir osdados de backup existentes. É possível, ainda, Agen-dar a tarefa para outro horário ou torná-la periódica(diariamente, semanalmente, mensalmente, na ini-cialização ou quando a máquina estiver ociosa).

� Restaurando um backupA opção de Restauração equivale a abrir o arquivoúnico criado como backup nos diversos arquivosque lhe deram origem.

Na janela do utilitário de backup, seleciona-se a abaRestaurar.A seguir localiza-se a pasta ou a mídia onde o arqui-vo de Backup foi armazenado.

Finalmente, marca-se os itens que se deseja res-taurar, caso não se queira restaurar tudo, e clica-sesobre o botão Iniciar restauração.

Informações sobre o sistema

Essa opção apresenta as configurações do com-putador, dentre elas, o Sistema Operacional usado, otipo do processador e o tamanho da memória RAM dis-ponível.

Mapa de caracteres

A finalidade do mapa de caracteres é permitir autilização de símbolos gráficos não disponíveis no te-clado.

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166 Degrau Cultural

Informática

Para usar um ou mais caractere especial, deve-mos selecionar o mesmo no botão selecionar e depoiscopiar usando o botão copiar, que irá levar o caracterepara a Área de Transferência.

Para colocar o caractere no arquivo desejado, de-vemos posicionar o cursor no local onde queremos queele seja inserido e no Menu Editar clicar em Colar.

Limpeza de disco

A Limpeza de disco ajuda a liberar espaço na suaunidade de disco rígido (HD). Esta ferramenta pesqui-sa a sua unidade e mostra arquivos temporários, ar-quivos em cache de Internet e arquivos de programadesnecessários que você pode excluir com segurança.É possível fazer com que a Limpeza de disco excluaalguns ou todos esses arquivos.

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Informática

Degrau Cultural 167

O GERENCIADOR DE ARQUIVOS WINDOWS EXPLORER

O Windows Explorer é uma ferramenta para gerenciar e organizar arquivos e pastas, basicamente. Através doExplorer podemos navegar e acessar, as unidades de disco, pastas e arquivos, assim como navegar na Internet,através de sua barra de Endereços, desde que conectado. Copiar, colar, criar um atalho, mover, excluir, alterarpropriedades, renomear e abrir pastas e arquivos, são tarefas fáceis de serem executadas dentro do WindowsExplorer.

Para compreender melhor o Windows Explorer, de-vemos entender seus componentes, assim como osconceitos de arquivo, pasta, e unidade de disco.

Drive (C: ) - Acesso ao HD (Disco Rígido) etodos os programas e documentos gravados em seudisco. É no Drive (C: ) que está gravado o Windows.Podemos ter mais de um HD fisicamente instalado namesma máquina. E ainda podemos dividir um HD empartes, chamadas Partições. O particionamento cria di-visões “virtuais”, representadas por letras, na seqüên-cia, E:, F:, etc., embora o HD seja, fisicamente, um só.

Disquete de 3 ½ (A:) – Acesso à unidade de

disquete.

Unidade de CD e DVD (I: e J: ) – Acessa o driveCD e DVD, onde são colocados os CD’s e DVD’s paraleitura e/ou gravação.

Unidade de rede – Quando o computador estáconectado a uma rede, os drives de outras máquinasque a ele estejam conectados aparecerão no WindowsExplorer com o símbolo de um cabo de rede.

Unidade de rede compartilhada – Uma unida-

de compartilhada apresenta o símbolo da “mãozinha”.O compartilhamento permite que uma unidade sejaacessada por diversos usuários.

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168 Degrau Cultural

Informática

Pastas ou Diretórios - Existem para armazenare organizar os arquivos. São como compartimentos quecontém arquivos, ou mesmo outras pastas (Subpas-tas ou Subdiretórios).

As regras dos arquivos também se aplicam paraas pastas. A organização das pastas se parece comuma árvore, representando níveis em suas ramifica-ções. Assim, temos diversos níveis que se inicia notopo da árvore, ou seja, na Área de Trabalho (Observe afigura abaixo). Quando desejamos percorrer os váriosníveis, partindo dos mais inferiores, sem a utilização do

mouse, podemos clicar sucessivamente no botão ,denominado Acima, que se encontra na Barra de ferra-mentas do Explorer. Este botão, ao ser clicado, sobeníveis de pastas.

O símbolo significa que no drive ou pasta exis-tem mais pastas. Clicando-se uma vez com o botãoesquerdo do mouse sobre ele, as pastas existentesserão desdobradas no painel da esquerda.

O símbolo se transformará, então, em . É im-portante observar que o ato de clicar nos símbolos e , não altera a exploração, ou seja, o conteúdo dopainel da direita da janela do Explorer não será altera-do, somente serão exibidas as pastas.

Para selecionar uma pasta e ver seu conteúdo cli-camos sobre ela.

Arquivos – São elementos que compõem os pro-gramas, e que também são gerados por eles. Ex.: OWord (processador de textos da Microsoft) é um progra-ma e, para que ele exista, são necessários vários ar-quivos em sua composição (arquivos de imagens, deajuda, bibliotecas de informações, etc.). Assim também,quando você salva um arquivo digitado no Word, dandoum nome a ele, você está criando um arquivo. O Worddará ao seu arquivo o seu sobrenome, ou seja, a suaextensão, que é um código no arquivo, usado pela CPUpara reconhecer a em que programa ele foi gerado, afim de abrir o programa e o arquivo do usuário.

Os arquivos, portanto, possuem um nome e umaextensão, separados por um ponto. No exemplo te-mos um ícone de um arquivo do Word, Prova.doc, sen-do Prova, o nome e .doc, a extensão. Cada arquivo éassociado ao aplicativo que o gerou. Assim, pelo íconeou pela extensão, a CPU e nós podemos saber qual oaplicativo que deu origem àquele arquivo.

Existem inúmeras extensões de arquivos. Algu-mas delas são mais propensas ao risco de serem con-taminadas por um vírus ou por um verme “worm”. Asextensões com maior facilidade de infecção são as dearquivos executáveis e de arquivos de sistema, comopor exemplo: .exe, .com (extensão do arquivo de siste-ma command.com, responsável pela execução de co-mandos), .bat (extensão do arquivo de sistemaautoexec.bat, responsável pela execução de scripts dosistema operacional). Os arquivos do Word, Excel ePowerPoint também estão propensos à infecções, de-vido às macros.

As extensões com menor probabilidade de infec-ção são os arquivos de imagens, como por exemplo:.jpg, .gif, .tif, etc., de música: .mp3, .mid, etc e de vídeo:.mpeg, .avi, etc.

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Informática

Degrau Cultural 169

PRINCIPAIS TIPOS DE ARQUIVOS

A BARRA DE MENUS DO WINDOWS EXPLORES

Menu Arquivo

� Novo - Cria uma nova pasta ou atalho.

� Criar Atalho - Cria atalho para itens selecionados

� Excluir - Exclui pastas arquivos ou atalhos selecio-nados

� Renomear - Muda os nomes das pastas arquivosou atalhos selecionados. Pode-se utilizar a tecla F2para isso.

� Propriedades - Mostra as características dos arqui-vos ou pastas (tamanho, data e hora da criação emodificação, e última vez que foi acessado). Permitemudar os atributos dos arquivos ou pastas (Somen-te leitura, arquivo, oculto e sistema).

� Fechar - Sai do Windows Explorer.

Menu Editar

� Desfazer - Desfaz a última ação realizada pelo usu-ário. Teclas de atalho: Ctrl+Z.

� Recortar - Permite mover pastas, arquivos ou ata-lhos de um local ou de uma unidade de disco paraoutra. Teclas de atalho: Ctrl+X.

� Copiar - Permite criar cópias de arquivos, pastas ouatalhos. Teclas de atalho: Ctrl+C.

� Colar - Coloca os arquivos, pastas recortados oucopiados no novo local. Teclas de atalho: Ctrl+V.

� Colar Atalho - Cola um atalho de um item seleciona-do em novo local.

� Selecionar tudo - Seleciona todos os documentoscontidos em uma pasta selecionada. Teclas de ata-lho: Ctrl+A.

� Inverter seleção – Inverte a seleção feita com a op-ção Selecionar tudo.

Menu Exibir

� Barra de Ferramentas - Exibe ou não a Barra deFerramentas, localizada abaixo da Barra de Menus.

� Barra de Status - Exibe ou não a Barra de Status.

� Barra do Explorer - Exibe ou não as Barras do Inter-net Explorer.

� Ícones Grandes - Aumenta o tamanho dos ícones najanela do Explorer.

� Ícones Pequenos - Diminui o tamanho dos íconesna janela do Explorer.

� Lista - Mostra apenas os ícones e o nome dos ar-quivos.

� Detalhes - Mostra os ícones, o nome e todos osdetalhes dos arquivos.

� Organizar Ícones - Organiza os ícones classifican-do-os por nome, data ou tipo, dependendo da visu-alização escolhida.

� Miniaturas – Apresenta os arquivos sob a forma deminiaturas.

� Escolher colunas – Seleciona quais os tipos de co-lunas serão apresentados no painel esquerdo.

� Personalizar esta pasta – Configura as formas deapresentação das pastas.

� Ir Para... – Abre a pasta desejada.

� Atualizar – Atualiza o conteúdo da pasta atual.

Menu Ferramentas

� Mapear unidade de rede – Conecta seu computa-dor a uma pasta ou drive da rede atribuindo-lhe umanova letra.

� Desconectar unidade de rede – Desconecta a uni-dade que tenha sido mapeada.

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170 Degrau Cultural

Informática

� Sincronizar – Em um ambiente de rede, arquivosde máquinas diferentes podem ser sincronizadosde forma a mantê-los sempre atualizados.

� Opções de pasta – Altera as configurações de comoo Desktop e as pastas serão apresentadas, tiposde cliques de mouse a serem utilizados, formas deexibição dos arquivos e pastas e outras opções avan-çadas.

A janela do Explorer exibe uma Barra de Ferramen-tas com atalhos para determinadas opções dosMenus.

BARRA DE FERRAMENTAS

Endereços

Voltar e Avançar

Volta ou Avança a um local anteriormente explorado.

Um nível acima

Sobe um nível de pasta a cada clique.

Pesquisar

Pesquisa arquivos ou pastas no computador,pessoas, computadores, palavras e endereços na In-ternet.

Pastas

Apresenta o painel da esquerda com os drives epastas.

Histórico

Lista os locais visitados recentemente

Mover para / Copiar para

Move ou cpia pastas ou arquivos para endereçosescolhidos. Respectivamente, têm como teclas de ata-lho: Ctrl+X, seguido de Ctrl+V e Ctrl+C seguido de Ctrl+V

Excluir

O mesmo que “deletar” . O arquivo vai para a Lixeira

Desfazer

Desfaz uma a uma as últimas ações realizadas

Modos de exibição

Define a forma de apresentação dos ícones

Podemos também usar o mouse para acessarmenus referentes aos arquivos e pastas selecionadas.

Para isso é só clicar com o botão direito do mousesobre o arquivo ou pasta desejada que abrirá uma listade Atalho de menus da Barra de Menus.

Criando Uma Nova Pasta

� Selecionar o local onde será criada a nova pasta.

� No menu Arquivo escolher Novo - Pasta.

� Uma pasta nova será inserida no final da lista dosegundo painel, onde você deverá digitar um nomepara ela.

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Page 172: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Informática

Degrau Cultural 171

� Com um clique no mouse você confirma o novonome. A pasta está criada.

Renomear Uma Pasta ou Documento

� Selecionar a pasta ou documento a ser renomeado

� No menu arquivo escolher Renomear, ou use o MenuRápido com o botão da direita do mouse ou, ainda,tecle F2.

� Digitar o novo nome da pasta ou documento.

Criando Atalho no Explorer

� Selecione o arquivo que terá o atalho.� No Menu Arquivo escolha a opção Novo / Atalho ou

utilize o botão da direita do mouse para abertura domenu rápido.

Copiar e Colar Documentos e Pastas

� Selecionar o documento ou pasta a ser copiado

� No menu Editar escolher Copiar.

� Selecionar o novo local onde será colada a cópia

� No menu Editar escolher Colar.

Você pode copiar um documentoou pasta simplesmente arrastan-do o item selecionado para o novolocal, mas deverá manter a teclaCtrl apertada durante o arrasto.

Movendo Arquivos ou Pastas

� Selecionar o documento ou pasta a ser movido� No menu editar escolher Mover.� Selecionar o novo local onde será colado� No menu editar escolher Colar.

O mesmo processo pode ser fei-to simplesmente arrastando o do-cumento selecionado para o novolocal, só que desta vez pressio-nando a tecla SHIFT.

Excluindo Pastas e Documentos

• Selecionar a pasta ou documento a ser excluído.

• No menu Arquivo escolher Excluir ou pressionar atecla Delete.

Alterar Atributos de um Arquivo ou Pasta

� Selecionar o arquivo ou pasta.� No menu Arquivo selecionar Propriedades.� Na janela Propriedades do Arquivo - Atributos, mar-

car o atributo desejado.

Tipos de Atributos

� Somente Leitura - Não permite alterar o arquivo.Este fica disponível somente para leitura e impres-são.

� Oculto - Torna o arquivo oculto, ou seja não fica visí-vel no Explorer.

A Guia Compartilhamento se apresenta pois esta-mos alterando as propriedades de uma pasta.

A LIXEIRA DO WINDOWS

A Lixeira do Windows na realidade é mais umapasta do Sistema que é instalada juntamente com oprograma. Sua principal finalidade é armazenar os ar-quivos excluídos, que por qualquer razão ainda pos-sam vir a ser necessários.

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172 Degrau Cultural

Informática

Quando excluímos um arquivo ou pasta pressio-nando a tecla Delete, o arquivo, nas configurações pa-drão do Windows, será armazenado na Lixeira.

Desejando-se Restaurar o arquivo ou pasta, cli-camos com o botão da direita sobre o ícone da Lixeira,selecionamos Abrir, e na tela que se apresenta, seleci-onamos o arquivo desejado. A seguir, no menu Arquivo,selecionamos Restaurar. Isso fará com que o arquivovolte ao seu local de origem.

É importante saber que ao selecionarmos um ar-quivo e pressionarmos a combinação de teclasShift+Delete o arquivo não irá para a Lixeira e, portanto,não poderá ser restaurado. E qualquer arquivo excluídode um disquete não vai para a Lixeira.

O PAINEL DE CONTROLE

O Painel de controle do Windows reúne várias fun-ções de configuração do Sistema Operacional.

PRINCIPAIS FUNÇÕESDO PAINEL DE CONTROLE

IS LEAdicionar ou remover hardware

Permite a instalação de novo hardware quando omesmo não tem sua instalação automaticamente exe-cutada pelo Windows (função plug-and-play).

Adicionar ou remover programas

Permite adicionar recursos do Windows que nãosejam instalados durante a instalação padrão. Per-mite, ainda, remover programas instalados do com-putador.

Atualizações automáticas

Permite que as atualizações mais recentes doWindows sejam enviadas diretamente para o seu com-putador.

Conexões dial-up e de rede

Apresenta o status das conexões da rede em queo computador esteja integrado e das conexões por meiode linha discada (banda estreita). Aqui também se cri-am novas conexões.

Fontes

Lista as fontes instaladas e permite a instalação eremoção de fontes no seu computador.

Impressoras

Lista as impressoras instaladas e permite insta-lar, remover, definir impressora padrão e compartilharcom a rede.

Mouse

Configura as propriedades do mouse.

Opões da Internet

Permite controlar as configurações de Seguran-ça, controle de conteúdo das páginas visitadas dentreoutras.

Aqui se destacam três itens:

� Opções regionais - Configura propriedades comoHora, Data, Números, Unidade monetária e Idioma.

� Sistema – Apresenta as configurações de sua má-quina, tais como a Versão do Windows, tipo de pro-cessador e quantidade de memória RAM. Na suaguia interna, denominada Hardware, encontramosa opção Gerenciador de dispositivos. Esta opçãopermite visualizar os dispositivos instalados e seufuncionamento. Situações de conflito de hardwareou mau funcionamento são identificadas aqui. E tam-bém podemos ativar ou desativar um determinadotipo de hardware.

� Teclado - Configura as propriedades do teclado.No Brasil, utilizamos os teclados ABNT ou ABNT2(Associação Brasileira de Normas Técnicas). Os te-clados ABNT apresentam a cedilha (“ç”).

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Informática

Degrau Cultural 173

Usuários

Define os níveis de acesso dos usuários do com-putador.

Basicamente temos três tipos de usuários:

� Administradores: possuem controle total sobre amáquina.

� Usuários: com controle limitado.

� Convidados: possuem controle ainda mais restritoque os usuários.

TECLAS DE ATALHO DO WINDOWS

PRINCIPAIS

� Copiar – CTRL+C

� Recortar – CTRL+X

� Colar – CTRL+V

� Excluir – DELETE

� Exibir o menu Iniciar – CTRL+ESC

� Alternar para outra janela – ALT+TAB ou ALT + ESC

� Desfazer – CTRL+Z

� Executar o comando de menu – ALT+ letra sublinha-da no menu

� Fechar a janela atual ou encerrar um programa –ALT+F4

� Ativar a barra de menu nos programas – F10

� Exibir ‘Ajuda’ no item da caixa de diálogo selecio-nado – F1

� Copiar toda a tela para a área de transferência –TECLA PRINT SCREEN

� Copiar somente janela ativa para a área de trans-ferência – ALT + PRINT SCREEN

� Selecionar todos os arquivos de uma pasta no Win-dows Explorer – Ctrl+A

� Renomear um arquivo selecionado – F2

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174 Degrau Cultural

Informática

BOTÃO INICIAR

O Windows XP veio com um layout novo, mas aestrutura do sistema é basicamente a mesma, se com-parada à versão anterior, o Windows 2000. A Microsoftapresenta três versões do sistema operacional do Win-dows XP:

Windows XP Home Edition

Ideal para a maioria dos usuários caseiros.

Windows XP Professional

Apresenta mais recursos, níveis mais altos deperformance, produtividade e segurança. É a melhorescolha para usuários empresariais e para usuárioscaseiros que exigem o máximo de seu sistema.

Windows XP 64-Bits Edition

Desenvolvido para usuários de estações de tra-balho e técnicos.

PRINCIPAIS RECURSOS DO WINDOWS XP

Contas de usuário

São três tipos de contas de usuário no XP. Essasdevem ser configuradas no Painel de Controle, no íco-ne Contas de Usuário.

Administrador

Instala programas e hardware, faz alterações nosistema, cria, altera e exclui contas e senhas.

Limitada

Instala determinados programas em sua área, al-tera sua senha e imagem.

Convidado

A conta Convidado é usada por pessoas que nãopossuem uma. Um usuário cuja conta está desabilita-da (mas não excluída) também pode usar a conta Convi-dado. Não é necessário ter senha para essa conta. OAdministrador pode definir direitos e permissões para aconta Convidado, exatamente como para qualquer contade usuário. A conta Convidado é desabilitada por padrãoe é recomendável que permaneça desabilitada.

Recurso da troca rápida de usuário

Quando um mesmo computador é dividido por maisde um usuário, é possível cada um acessar sua contasem fechar os aplicativos dos outros usuários e nemmesmo reinicializar o computador. Esta opção deve serativada pelo Administrador no Painel de Controle – Con-tas de Usuário – Alterar a maneira como os usuáriosfazem logon ou logoff.

WINDOWS XP

BARRA DE TAREFAS

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Informática

Degrau Cultural 175

Restauração do Sistema

Se ocorrer algo de errado com seu computador, épossível reverter o estado anterior de funcionamentodo sistema.

O Windows periodicamente cria Pontos de res-tauração. Mas você mesmo pode criá-los, quando de-sejável. Uma restauração não implica em perder tra-balhos recentes ou salvos, e-mails, listas de históricoe favoritos.

Para acessar a Restauração do sistema acione aopção Desempenho e manutenção no Painel de Con-trole e, a seguir, clique na opção Restauração de Siste-ma (no alto da janela, à esquerda). Serão apresenta-das janelas que orientam o usuário na criação ou res-

tauração.

Conexões de rede e de Internet

O Windows XP oferece Assistentes para configu-ração de Redes Locais no ambiente de uma empresa,de redes domésticas e, é claro, com a Internet. Paraacessar esse recurso, selecione Conexões de rede ede Internet no Painel de Controle.

CONFIGURAÇÕES DO AMBIENTE DE TRABALHO

O Windows XP permite que o Menu Iniciar e o Painel deControle assumam uma aparência semelhante à doWindows 98 ou 2000.

Alterando o Menu Iniciar para o padrão 98/2000

Clique com o botão da direita do mouse na barrade título do Menu Iniciar e, então, clique no item Propri-edades que surgirá. Na tela que se seguirá selecione aopção Menu Iniciar Clássico.

Para retornar ao modo de exibição do WindowsXP, clique em Configurações, Barra de tarefas e MenuIniciar e, na aba Menu Iniciar, selecione Menu Iniciar,clicando, a seguir, no botão OK.

Alterando o Painel de Controlepara o padrão 98/2000

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176 Degrau Cultural

Informática

No alto da janela, à esquerda, no menu Painel deControle, selecione Alternar para o modo de exibiçãoclássico.

Para retornar ao modo de exibição por categoriasdo Windows XP, clique, na mesma posição em Alternarpara o modo de exibição por categoria.

Opções do Menu Iniciar

Meus Documentos - pasta nativa do Windows que su-gere ao usuário que ele deve gravar seus documentosnela.

Documentos recentes - Lista os 15 arquivos recente-mente acessados.

Minhas imagens - pasta nativa do Windows que sugereao usuário que ele deve gravar seus arquivos de ima-gens nela.

Minhas músicas - pasta nativa do Windows que sugereao usuário que ele deve gravar seus arquivos de somnela.

Meu Computador - Exibe as unidades de disco do com-putador e permite navegar nas pastas e arquivos.

Painel de Controle - Permite controlar as configuraçõesde todo o hardware e todo o software instalado na má-quina.

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Adicionar hardware - permite instalar placas ou perifé-ricos novos conectados ao computador.

Adicionar ou remover programas - através do ícone“Adicionar ou Remover Programas” Vê-se quais aplica-tivos foram instalados, podendo-se instalar outros ouremovê-los.

Atualizações automáticas - permite atualizar o Windo-ws através do site da Microsoft.

Conexões de rede - configurações, identificação e con-trole de acesso.

Contas de usuário – permite criar logon e personalizaro sistema para vários usuários.

Controladores de Jogo – para configurar Joystick que éum periférico usado para jogar no computador.

Correio – configura perfis para o correio eletrônico noprograma Outlook Express.Data e Hora – configura data e hora do sistema.

Fala – permite digitar um texto e o computador o repro-duz em voz. Utilizado para fazer um teste de áudio.

Ferramentas Administrativas – define configurações deadministração do computador (segurança, serviços, etc).

Fontes – arquivos de fontes do Windows, permite re-mover ou incluir fontes, através do menu Arquivo / Insta-lar nova fonte.

Impressoras e aparelhos de Fax – propriedades dofax, folha de rosto, informações do usuário. Mostra im-pressoras instaladas, permite instalação, desinstala-ção, configuração de impressoras.

Mouse – permite configurar o mouse, botões (destro/canhoto, velocidade do duplo clique), ponteiros, movi-mentação, etc.

Opções da Internet – Permite configurar a Página Inici-al, Arquivos Temporários, Histórico, Segurança (de da-dos); Conteúdo (Supervisor de Conteúdo e Certificação),Conexão e Programas (Correio, News e Meeting), etc.

Opções de Acessibilidade – configuração do tecladopara pessoas com alguma deficiência, como por exem-plo, controle motor. As teclas de filtragem fazem com queo Windows ignore teclas pressionadas repetidamente.Avisos visuais quando o sistema emite um som. Con-traste maior para facilitar a leitura na tela, etc. Teclas dealternância (emitem som quando as teclas Caps Lock eNum Lock são pressionadas).

Opções de Energia – recursos para economizar ener-gia. Existem esquemas de energia que podem ser es-colhidos. A opção Em espera desliga o monitor e o HDpara economia de energia. Essas configurações de-pendem do padrão de hardware dos periféricos, comoplaca mãe, HD, Monitor etc.

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Informática

Opções de Pasta – personaliza as opções de exibiçãodas pastas no Windows Explorer.

Opções de Telefone e de Modem – configura as propri-edades de discagem e do modem.

Opções Regionais e de Idioma – Configurações para oPaís, Número, Moeda, Hora e Data e Idioma (este influ-enciará na configuração do teclado, que se possuir o çdeverá ser configurado como Português ABNT-2.).

Scanners e Câmeras – para instalação de scanners ecâmeras.

Sistema – informações gerais, gerenciador de dispo-sitivos, perfil de hardware, tais como quantidade dememória e desempenho.

Sons e Dispositivos de Audio – áudio e vídeo. Esque-mas de sons associados à eventos do Windows (abrire fechar janela, executar programas, parada crítica, etc.).Controle dos dispositivos de multimídia instalados.

Tarefas Agendadas – agenda tarefas no computadorpara execução automática. Você configura um progra-ma para que ele abra em determinada data e hora agen-dadas.

Teclado – permite alterar configurações como veloci-dade da taxa de repetição do cursor e dos caracteresdigitados. Mostra o perfil do hardware.

Vídeo – Temas (plano de fundo, grupos de sons, íco-nes e outros elementos), Área de Trabalho para definiro plano de fundo ou papel de parede da Desktop

Proteção de tela (animação que roda quando seu com-putador está ocioso), Aparência (esquema de coresdas janelas do Windows – cor da barra de título, dofundo, etc.), Configurações (exibe o padrão de vídeoinstalado, número de cores, resolução de tela, placa devídeo e monitor).

O Grupo Acessórios

Ao clicar no Menu Iniciar, clicar em Programas e em Acessórios, aparecerá uma lista com vários programas quevêm com o Windows em sua instalação. São os listados a seguir:

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Informática

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Bloco de Notas - Editor de textos simples. Permite aedição de texto puro. Não possui recursos deformatação. Sua extensão padrão é .txt. Usado tambémpara criar páginas da internet, pois permite salvar em.html.

WordPad - Processador de textos com recursos deformatação, porém, não tem a opção de justificar o texto,como o Word. Isso torna este programa restrito, tendo ousuário muitas vezes que optar pelo Word que é umprograma muito mais completo.

Windows Explorer - Gerenciador de Arquivos e Pastas do Windows. Com ele é possível selecionar arquivos epastas, apagar, mover, copiar, renomear, etc. A janela abaixo mostra a tela do Windows Explorer XP. Do lado esquerdoda tela é possível visualizar pastas, subpastas, drives (A:, C:, D:, E:, etc.) e ícones da Desktop. Do lado direito sãovisualizadas pastas, subpastas e arquivos. Assim como no Windows 2000, as funções do Windows Explorer noWindows XP são as mesmas. O que muda é o desenho dos botões, alguma disposição nos menus e os modos deexibição.

Paint - Programa para desenhar e trabalhar comimagens. Extensão padrão é .bmp.

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Assim como já visto nesta apostila, na versãoWindows 2000, o sinal de + ao lado da pasta indica queesta possui subpastas. A definição de arquivos e pas-tas também é a mesma para o Windows XP.

Para complementar a lista de extensões de no-mes de arquivos vejamos também:

.com , .bat- Essas extensões vêm sendo exploradasem provas de concursos. Vale saber que elas se refe-rem ao sistema operacional, assim como também a .sys.Aquelas, referem-se respectivamente aos arquivoscommand.com, que executa comandos do Sistema Ope-racional e autoexec.bat, que executa scripts do SistemaOperacional, sendo portanto executáveis e têm maiorprobabilidade de infecção por vírus.

.hlp - Arquivos de ajuda (HELP).

.eml - Arquivos de e-mail. Mensagens de e-mail do Ou-tlook Express.

.swf - (Shock Wave File) Extensão gerada pelo programaFLASH. É um plug-in do FLASH, que é um programa paracriar animações nas páginas da Internet. Geralmente ossites de cantores, como Gal Costa, Ivete Sangalo, porexemplo, são construídos em FLASH.

Um plug-in é um complementopara outros programas maiores.Você não precisa ter o programa,basta ter o seu plug-in. Existemvários plug-in´s que complemen-tam funções de outros progra-mas no browser Internet Explo-rer. Ex.: A barra de procura doGoogle, que fica sempre ativa nobrowser.

Os Botões da Barra de Ferramentas do Windows Explo-rer XP (A função de cada um deles já foi descrita anterior-mente, com o Windows 2000, o que mudou foi o estilo dodesenho).

Voltar

Avançar

Acima

Pesquisar

Pastas Mostra uma estrutura de pastasdo lado esquerdo da tela do WindowsExplorer.

Modos de Exibição (Mudou, em relação à versão 2000).No XP, temos a opção Miniaturas, que permite visuali-

zar o arquivo, antes dele ser aber-to, muito útil para imagens de câ-meras digitais, por exemplo, quegravam o nome dos arquivos emnúmeros e fica difícil encontrar afoto desejada. Lado a lado mos-tra o ícone em tamanho grandecom a descrição do lado. Íconesmostra o ícone em tamanho me-nor, com o nome do arquivo em-baixo. Lista mostra somente acoluna do nome, e o ícone. Deta-

lhes é a exibição mostrada na tela do Windows Explo-rer da página anterior, onde você vê o ícone, o Nomedo arquivo, o tamanho, o tipo, e a data e hora da últimamodificação do arquivo.

Recortar (permite mover arquivos de umlugar, drive ou pasta, para outro). Depoisde recortar, pode-se Colar.

Copiar (permite copiar arquivos de umlugar, drive ou pasta, para outro). Depoisde copiar, pode-se Colar.

Colar (permite colar o que foi recortadoou copiado).

Excluir (o mesmo que deletar) Apaga en-viando para a Lixeira (configuração padrãodo Windows).

Histórico - Lista os locais visitados, quepodem ser pastas ou sites da Internet.

Desfazer - desfaz as ações executadas.

Opções de Pastas - permite configurarmodos de exibição das pastas e tiposde arquivos.

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Informática

Degrau Cultural 181

Propriedades - dá as propriedades doelemento selecionado.

Mover Para

e

Copiar Para (idem ao que está descritopara o Windows 2000).

ATENÇÃO! O Windows Explorerpossui interação total com o brow-ser Internet Explorer. Portanto, épossível navegar na Internet estan-do na tela do Windows Explorer,desde que conectado. Por essarazão, os mesmos botões da bar-ra de ferramentas do Internet Ex-plorer são vistos ou podem ser in-cluídos na barra de ferramentas doWindows Explorer, como o PáginaInicial, Histórico, Atualizar, Parar,etc. Para incluir ou remover botõesda barra de Ferramentas, clique nomenu Exibir / Barra de Ferramen-tas / Personalizar.

MENUS DO WINDOWS EXPLORER XP

Menu Arquivo

Abrir - aparece quando tem uma pasta ou um arquivoselecionado, permitindo abrí-lo.

� Editar - aparece quando tem um arquivo seleciona-do, permitindo editá-lo.

� Novo - abre o arquivo como uma cópia do original(um novo).

� Imprimir - permite imprimir o arquivo.

� Abrir com - permite escolher o programa para abrir oarquivo, devendo ser logicamente compatível.

� Enviar para - permite enviar o arquivo para a área detrabalho, para outro drive, etc..

� Novo - permite criar umanova pasta ou atalho.

� Criar Atalho - Cria ata-lho para itens seleciona-dos

� Excluir - Exclui pastasarquivos ou atalhos sele-cionados

� Renomear - Muda os no-mes das pastas arquivosou atalhos selecionados.Pode-se utilizar a tecla F2para isso.

� Propriedades - Mostra ascaracterísticas dos arqui-vos ou pastas (tamanho,data e hora da criação e mo-dificação, e última vez quefoi acessado). Permite mu-dar os atributos dos arqui-vos ou pastas (Somenteleitura, arquivo, oculto e sis-tema).

� Fechar - Sai do Windo-ws Explorer.

Menu Editar

� Desfazer - Desfaz ações realizadas pelo usuário.Teclas de atalho: Ctrl+Z.

� Recortar - Permite mover pastas, arquivos ou ata-

lhos de um local ou de uma unidade de disco paraoutra. Teclas de atalho: Ctrl+X.

� Copiar - Permite criar cópias de arquivos, pastas ou

atalhos. Teclas de atalho: Ctrl+C.� Colar - Coloca os arquivos, pastas recortados ou

copiados no novo local. Teclas de atalho: Ctrl+V.

� Colar Atalho - Cola um atalho de um item seleciona-do em novo local.

� Selecionar tudo- Seleciona to-dos os docu-mentos contidosem uma pastaselecionada. Te-clas de atalho:Ctrl+A.

� Inverter sele-ção – Inverte aseleção feitacom a opção Se-lecionar tudo.

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Informática

Menu Exibir

� Barra de Ferra-mentas - Exibe ounão a Barra de Fer-ramentas, localiza-da abaixo da Barrade Menus.

� Barra de Status -Exibe ou não a Bar-ra de Status.

� Barra do Explorer- Exibe ou não asBarras do InternetExplorer.

� Miniaturas, Lado alado, Ícones, Lista,Detalhes - modosde exibição (veja asfunções no botãomodo de exibiçãoapresentado anteriormente.

� Organizar Ícones por - Nome, tamanho, tipo, modi-ficado em.

� Escolher Detalhes - Se você quiser que além doNome, tamanho, tipo, modificado em, o WindowsExplorer exiba mais detalhes.

� Ir para - Apresenta as opções Voltar, Avançar, Umnível acima e página inicial, além de pastas aces-sadas.

� Atualizar - para atualizar a exibição da janela. Atalhotecla F5.

Menu Favoritos

� Adicionar a Favoritos - permite adicionar um site àlista de sites favoritos do usuário.

� Organizar Favoritos - para organizá-los em pas-tas.

Menu Ferramentas

� Mapear unida-de de rede - per-mite criar unida-des de rede.

� Sincronizar -para atualizar oconteúdo daspáginas adicio-nadas à favori-tos e tornadas disponíveis off line. A Sincronizaçãopode ser feita manualmente, escolhendo esta op-ção quando conectado, ou pode ser agendada paraser feita automaticamente.

� Opções de pasta - permite configurar modos deexibição das pastas e tipos de arquivos.

Renomeando Pastas e Arquivos no Windows Explo-rer

Para Renomear, basta clicar 1 vez e clicar novamen-te, desde que com uma pausa. O nome será editado evocê poderá modificá-lo.

Os nomes de arquivos, por padrão no Windows,aparecem sem as extensões, para evitar que o usuárioas exclua ou modifique. Caso você exclua a extensãode um nome de arquivo, o sistema operacional nãopoderá abrí-lo, porque ele perderá a associação com oaplicativo com o qual foi gerado. É pela extensão que oSistema Operacional reconhece qual é o programa queele terá que abrir para poder abrir o arquivo escolhido.Da mesma forma, se o usuário modificar a extensão,por exemplo, de .doc para .jpg, o arquivo perderá assuas codificações originais, e não poderá ser aberto.

Um nome de arquivo no Windows pode conter até255 caracteres e as extensões possuem geralmentede 2 a 4 caracteres.

Quase todos os caracteres podem ser usados emnomes de arquivos, inclusive espaços, com exceçãodesses nove:

\ / : * ? “ < > |

Caracteres Curingas

O * (asterisco) e o ? (ponto de interrogação) podemser utilizados substituindo outros caracteres em umapesquisa.

Se você não sabe o nome todo do arquivo, podesubstituir a parte que desconhece por esses caracte-res.

Ex.: Um arquivo com o nome carta123.doc, onde o123 pode ser substituído por um asterisco, ficandocarta*.doc. O sistema irá procurar por qualquer arquivoque possua a palavra carta e mais alguma coisa em

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Informática

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seu nome. Note que isto o Windows já faz automatica-mente, sem a necessidade de se usar o asterisco. Sevocê escrever apenas carta, ele procurará por qualquerarquivo que possua esta palavra.

Já o ponto de interrogação substitui apenas 1 ca-ractere por vez. Isto significa que para eu procurar porcarta123.doc, teria que escrever carta???.doc.

Questões com o ponto de interrogação já aparece-ram em provas de concursos.

COMPARTILHAMENTO

O compartilhamento pode ser feito em rede ou en-tre usuários de um mesmo computador. O atributo decompartilhamento é um ícone em forma de “mãozinhasegurando a pasta ou a unidade de disco”. Pode-secompartilhar o disco todo ou somente algumas pastas.Observe nas figuras.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE SELECIONAR,COPIAR E MOVER ARQUIVOS E PASTAS

Para selecionar vários arquivos e/ou pastas:

1 - Em seqüência:1.1 - Clique no primeiro arquivo ou pasta que

deseja selecionar.1.2 - Pressione a tecla SHIFT e, mantendo-a pres-

sionada, clique no último arquivo que deseja selecio-nar. Solte o Shift. Os arquivos serão selecionados emseqüência.

2 - Alternadamente:1.1 - Clique no primeiro arquivo ou pasta que

deseja selecionar.1.2 - Pressione a tecla Ctrl e, mantendo-a pres-

sionada, vá clicando nos outros arquivos que desejaselecionar, alternadamente. Solte o Ctrl.

Para copiar arquivos e/ou pastas:

Você pode arrastar com o mouse a seleção paraum outro drive, que uma cópia dos arquivos será feitaautomaticamente. Por tratar-se de outra unidade de dis-co, o sistema “entende” tratar-se de um backup (cópiade segurança). Ex.: do C: para o A:, do A: para o D:, etc.MACETE: Se você arrastar com a tecla Shift pressiona-da, irá mover.

Para copiar, também, utilize os atalhos de tecladoou os botões da barra de ferramentas. Clicando com obotão direito do mouse na seleção, também haveráopção para copiar.

Para mover arquivos e/ou pastas:

Se você arrastar a seleção para uma outra pasta den-tro do mesmo disco. Ex.: da pasta C:\Minhas imagenspara a pasta C:\Meus Documentos irá mover, para nãoocupar espaço desnecessário em disco.

MACETE: Para forçar uma cópia em outra pasta nomesmo disco, arraste com o mouse pressionando atecla Ctrl.

Para mover, também, utilize os atalhos de tecladoou os botões da barra de ferramentas. Clicando com obotão direito do mouse na seleção, também haverá op-ção para recortar.

ATENÇÃO!Ao copiar ou mover arquivos para disquetes, esteja

atento para a capacidade de armazenamento do disco.Ocorre que a capacidade total do disquete é de 1.44MB, mas, como já foi dito no capítulo de Hardware, ousuário só pode gravar aproximadamente 1.38 MB.

Caso o arquivo que você esteja tentando copiar te-nha, por exemplo, 3.6 MB, o sistema lhe dará a seguin-te mensagem:

“O arquivo que você está tentando copiar é maior doque a capacidade do disco. Insira um disco de maiorcapacidade”.

Caso você esteja tentando copiar vários arquivos,sendo que cada um deles tem, por exemplo, 800 KB,950 KB e 720 KB o sistema iniciará a cópia, mas nãocabem todos em um disquete, então ele copiará o pri-meiro arquivo e lhe dará a seguinte mensagem:

“O disco está cheio. Insira outro disco para continuar”.

A Lixeira do Windows XP

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Informática

Idem ao item Lixeira do Windows, já visto nesta aposti-la, na versão do Windows 2000. Vale acrescentar que acapacidade padrão da Lixeira é ocupar 10% do HD.Esta configuração pode ser alterada clicando-se com obotão direito do mouse sobre o ícone da Lixeira naDesktop e, clicando-se em Propriedades. Na guia Glo-bal, mova o controle deslizante.

PRINCIPAIS ITENS DO GRUPOFERRAMENTAS DE SISTEMA

Menu Iniciar / Programas / Acessórios / Ferramentasde Sistema

Central de Segurança - É possível configurar e monito-rar as opções de segurança, como Firewall, Atualiza-ções Automáticas e Proteção contra vírus.

Os itens Desfragmentador de Discos, Backup, Limpe-za de Disco, Informações do sistema, Tarefas Agen-dadas e Mapa de Caracteres já foram explorados an-teriormente. Veremos aqui a apresentação de algumas

dessas telas no Windows XP:

Desfragmentador de Discos

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Informática

Degrau Cultural 185

Limpeza de Disco

Mapa de Caracteres

Tarefas Agendadas

Ao clicar em Tarefas Agendadas, aparece o seguinteassistente:

Clique em Avançar.

Escolha o programa que deseja agendar e clique emAvançar.

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186 Degrau Cultural

Informática

Digite um nome para a tarefa, marque se quiser, porexemplo, executá-la diariamente. Na tela seguinteagende a tarefa no horário desejado.

Ao final, clique em Concluir.

Menu Iniciar / Desligar

Fazer Logoff - Fecha os programas e desliga do ambi-ente do usuário atual e permite fazer logon em outrousuário. Há também a opção Trocar usuário, que per-mite que outro usuário faça logon, estando outro usuá-rio com o ambiente aberto, sem fechar os programas earquivos de quem estava usa ndo o computador.

Desligar - Desliga o computador.

Reiniciar - Desliga e liga o computador automaticamen-te. Dá um boot (inicialização).

Em espera - permite economia de energia desligandoo monitor e o HD. Pressionando qualquer tecla, retornaà sessão do Windows.

Hibernar - desliga, porém armazena em HD o conteú-do da memória RAM.

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Informática

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LINUXConceitos de UtilizaçãoO Linux é um sistema operacional derivado do Unix feitopara rodar em computadores pessoais. Faz tudo o quese pode esperar de um Unix moderno e completo. Su-porta multitarefa real, memória virtual, bibliotecas dinâ-micas, redes TCP/IP, nomes de arquivos com até 255caracteres e proteção entre processos (crash protecti-on), além de muitas outras funcionalidades.Um grande atrativo que o Linux oferece é o fato de podertrabalhar tanto como servidor de aplicações quanto comoestação de trabalho sem que haja necessidade de gran-des modificações no seu sistema.

Como surgiu o Linux?O Linux foi originalmente desenvolvido por Linus Torvalds.Ele queria um sistema operacional que fosse semelhantea um Unix, com todas as suas funcionalidades e que pu-desse ser utilizado num PC. A partir dessa idéia, Linuscomeçou o desenvolvimento do que seria o futuro kernel(núcleo) do sistema operacional que hoje é chamado deLinux. Isso tudo aconteceu em meados de 1991, quandoLinus cursava a faculdade de Computação na Finlândia.Em 5 de outubro de 1991 a seguinte mensagem circulouna usenet:“...Como eu mencionei há um mês, estou trabalhandoem uma versão free de um sistema semelhante ao Minixpara computadores AT-386. Ele já alcançou o estágio deser usável (embora possa não ser, dependendo do quevocê quer fazer), e pretendo distribuir o código fonte. Éapenas a versão 0.02... mas já consegui rodar nele obash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compress, etc.”

Esta mensagem era assinada por Linus Torvalds, e nin-guém adivinharia que ela estaria marcando o início deum movimento que, menos de dez anos depois, já temmais de trinta milhões de seguidores.Assim surgiu o que seria o primeiro kernel utilizável doLinux. O kernel é o núcleo do sistema operacional, é aparte que controla diretamente o hardware da máquina.Assemelha-se ao antigo DOS, com prompt de comandoe interface para comandos de texto. Quando se fala deLinux, refere-se somente ao kernel do sistema. Tudo queexiste ao redor do kernel são aplicativos que compõemuma distribuição do Linux.Como o Linux é um software de livre distribuição, muitaspessoas, e até mesmo empresas, se empenham em or-ganizar o kernel e mais uma série de aplicativos e ma-nuais para que o sistema fique cada vez mais amigável.A esse conjunto de aplicativos, mais o kernel, dá-se onome de distribuição Linux. Algumas distribuições Linuxsão maiores que outras, dependendo da quantidade deaplicativos e a finalidade a que se propõem. Existemdesde distribuições que cabem num disquete de 1.44MB até distribuições que ocupam vários CDs.Cada uma delas tem seu público alvo e finalidades es-pecíficas. As mini-distribuições têm como objetivo des-de a recuperação de um sistema danificado até o moni-toramento de uma rede de computadores.Entre as “grandes” distribuições podemos citar: Conecti-va, SuSE, Debian e Red Hat. O que diferencia uma dis-tribuição de outra é a maneira como são organizados epré-configurados os aplicativos que cada uma contém.Um exemplo: o Conectiva Linux tem quase a totalidadede seus aplicativos traduzidos para o português, espa-nhol e inglês, tendo o português como sua base, facili-tando a integração com o usuário brasileiro. O que nãoquer dizer que esses aplicativos não estejam disponí-veis em inglês também.

Algumas distribuições incluem ferramentas de configu-ração que facilitam a vida do administrador do sistema.

Visão geral do sistema operacional LinuxO sistema operacional Linux é composto por três partes:· Kernel.· Aplicações de Sistema.· Aplicações de Usuário.

O kernel do LinuxEmbora o kernel seja uma parte importante do Linux, elesozinho não constitui o sistema GNU/Linux. O kernel é o“núcleo” do sistema e é responsável pelas funções de maisbaixo nível, como o gerenciamento de memória, gerencia-mento de processos e da CPU. O kernel também é o res-ponsável pelo suporte aos sistemas de arquivos, dispositi-vos e periféricos conectados ao computador, como placasSCSI, placas de rede, de som, portas seriais, etc. Chama-se Linux o conjunto do kernel e demais programas, comoshells, compiladores, bibliotecas de funções, etc. Sua in-terface básica é de texto, seu prompt de comando (#) ésemelhante ao prompt de comando (c:\>) do MS-DOS.Alguns cuidados devem ser tomados ao se verificar qualversão de Linux está sendo utilizada, porque o kernel pos-sui um número de versão e a sua distribuição pode pos-suir outro. O número que identifica a versão da distribui-ção é decidido pela empresa responsável pela versão, deacordo com padrões próprios. Já o kernel possui um nú-mero de versão composto por 3 partes: um número maior,um número menor e um número de release, e este núme-ro é dado pelo grupo de programadores que cuidam dodesenvolvimento do kernel. O número de série do seukernel pode ser facilmente identificado digitando-se noprompt o comando uname -r, como no exemplo abaixo:

O exemplo diz que este kernel pertence a quarta releaseda série 2.6. Em alguns casos é adicionado também umnúmero que identifica uma compilação feita por uma de-terminada distribuição (52200cl no exemplo, ou seja48932ª compilação da distribuição Conectiva Linux). Onúmero menor é particularmente importante, pois núme-ros pares identificam versões de kernel testadas e con-sideradas estáveis, enquanto que números ímpares iden-tificam versões de desenvolvimento, onde novos recur-sos estão sendo testados.O kernel do Linux pode ser compilado para se adequarmelhor ao tipo de máquina e ao tipo de tarefa que essamáquina vai executar. Por exemplo, se o servidor preci-sa se comunicar com outras máquinas usando o proto-colo IPX, o administrador poderá compilar o kernel comsuporte a esse protocolo, ou, se não houver necessida-de de usar um determinado tipo de placa de rede, é pos-sível compilar o kernel sem suporte a essa placa, resul-tando assim em um kernel de menor tamanho.O kernel do Conectiva Linux foi compilado para atenderos mais diversos tipos de necessidades e de máquinas,além do mais, é possível incluir novos recursos sem anecessidade de compilar novamente o kernel, atravésdo uso de módulos. O processo de compilação de umkernel não é muito simples e é recomendado apenas aadministradores de sistemas mais experientes.Aplicações do SistemaO kernel faz muito pouco sozinho, uma vez que ele sóprovê os recursos que são necessários para que outrosprogramas sejam executados. Assim, é preciso utilizaroutros programas para implementar os vários serviçosnecessários ao sistema operacional.

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188 Degrau Cultural

Informática

Do “ponto de vista” do kernel, as aplicações do sistema,bem como qualquer outro programa, rodam no que échamado “modo usuário”, logo, a diferença entre aplica-ções de sistema e aplicações do usuário se dá pelo pro-pósito de cada aplicação. Aplicações do sistema sãonecessárias para fazer o sistema funcionar, enquanto asaplicações do usuário são todos os programas utiliza-dos pelo usuário para realizar uma determinada tarefa(como um processador de texto, por exemplo).Entre as aplicações de sistema pode-se citar o init, ogetty e o syslog.O init é o primeiro processo lançado após o carregamentodo kernel na memória, e é ele o responsável por continu-ar o processo de boot lançando os outros programas. É oinit o responsável, também, por garantir que o getty estejasendo executado (para que os usuários possam entrar nosistema) e por adotar processos órfãos (processos filhosno qual o pai morreu), pois no Linux todos os processosdevem estar em uma mesma árvore, e possuírem um pai(excluindo o processo init, que não tem pai).O getty provê o serviço responsável pelo login dos usu-ários em terminais textos (virtuais ou não). É ele que lê onome do usuário e a senha e chama o programa loginpara validá-los. Caso estejam corretos é lançado umshell, caso contrário o processo todo é reiniciado.O syslog é responsável por capturar as mensagens deerro geradas pelo kernel ou por outras aplicações de sis-tema, e por mostrá-las posteriormente quando o admi-nistrador do sistema solicitá-las.

Aplicações do usuárioAs aplicações do usuário são todas aquelas utilizadaspelo usuário para executar uma determinada tarefa. Edi-tores de texto, editores de imagens, navegadores e lei-tores de e-mail se encaixam nessa categoria.

O ambiente gráficoNo Linux, a responsabilidade pelo ambiente gráfico nãoé do kernel e sim de um programa especial, o XFree86.No entanto, este programa provê apenas as funções dedesenho de elementos gráficos e interação com a placade vídeo. A interação final do usuário com a interfacegráfica se dá através de programas gerenciadores dejanelas, como o KDE, o WindowMaker e o GNOME, esão eles os responsáveis pela “aparência” do seu Linux.A separação do ambiente gráfico do resto do sistema apre-senta muitas vantagens. Como o ambiente gráfico conso-me recursos do sistema, é possível desativá-lo, principal-mente em servidores, resultando assim em um melhor de-sempenho de outras aplicações, uma vez que a quantida-de de processamento da CPU que seria utilizado para oXFree86, poderá ser utilizado para essas aplicações. Alémdo mais, o desenvolvimento do ambiente gráfico podeocorrer de maneira independente ao do kernel.O Linux também pode funcionar em modo texto. Nessecaso a interação com o usuário se dá por meio de umshell, como o Bash, que é capaz de interpretar e execu-tar comandos digitados pelo usuário.

As Licenças no Mundo LinuxAntes de se definir em quais licenças e condições o Co-nectiva Linux se encaixa, serão vistas as principais licen-ças utilizadas atualmente para os softwares em geral.As licenças no mundo da Informática podem ser dividi-das, de um modo geral, em licenças de software propri-etário e licenças de software livre. As licenças em sof-twares proprietários são geralmente comerciais e nãopermitem a cópia, modificação ou distribuição do sof-tware em questão.O software livre é utilizado de um modo completamente

diferente. Para que um software seja livre, ele deve pos-suir os seguintes itens:1. Liberdade para executar o software, seja qual for asua finalidade.2. Liberdade para acessar o código-fonte do programa emodificá-lo conforme sua necessidade.3. Liberdade para fazer cópias e distribuí-las para quemdesejar.4. Liberdade para melhorar o programa e distribuir suasmelhorias ao público, de modo que elas fiquem disponí-veis para a comunidade.Com isso é definido qual o principal objetivo da Funda-ção do Software Livre (Free Software Foundation): pro-mover a disseminação do software livre no mundo daInformática, eliminar restrições de cópias e distribuiçãode programas, entre outros pontos.As licenças de software livre podem ser divididas, demodo geral, em dois grupos: licenças de documentaçãoe licenças de software. A licença GNU GPL é uma dasmais conhecidas, e talvez uma das mais utilizadas comolicença de software. A licença GPL foi criada para garan-tir que cópias de softwares livres possam ser distribuí-das, alteradas ou utilizadas (na sua totalidade ou emparte) por novos programas. Um outro exemplo de licen-ça é a GNU FDL, que segue a mesma linha da GPL, masutilizada para a documentação. Existem muitas outraslicenças, e o escopo destas pode variar muito.

Comandos Básicosls = Lista os arquivos, igual ao comando dir do MS-DOSAtributos comuns: -a = mostra arquivos ocultos-l = mostra bytes, permissões, diretório, etc.Obs: no ls os nomes de arquivos nos sistemas *X (Unix,Linux, etc) não precisam ter só 8 letras. Portanto, se vocêquiser listar os arquivos começados com u, por exem-plo, peca ls u* e veja o resultado.* substitui qualquer conjunto de caracteres? substitui caracteres isolados—————rm = remove arquivos, no formato: rm (arquivo1) (arqui-vo2) (arquivo3)Exemplo: rm eu.doc / rm leiame.txt manual.htmlwin95.w95—————cp = copia arquivos, no formato: cp (arquivo1) (diretorio)Exemplo: cp manual.txt /home/manual—————cat = mostra o conteúdo do arquivo, mesmo que o ‘type’no DOS—————more = exibe o conteúdo de um arquivo pagina a pagina,mesmo q no DOSExemplo: ls|more—————pwd = exibe o diretório atual (o que vc esta)—————rmdir = apaga diretórioExemplo: rmdir /diretório se o diretório estiver cheio, use o rm com o atributo -r—————mkdir = cria diretórioExemplo: mkdir /diretório—————clear = limpa a tela, mesmo que ‘cls’ no DOS—————who = mostra quem está na máquina no momento—————whoami = mostra quem você é - útil quando você esque-ce com qual login entrou... ;)—————

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Informática

Degrau Cultural 189

finger = mostra o usuário associado a certa chave—————df = mostra o espaço usado, livre e a capacidade daspartições do HD—————free = exibe a memória livre, a usada, e o buffers damemória RAM—————exit e logout = sai da sessão atual.—————tar (tape archive) programa de geração de backup.tar -c gera backup.tar -x restaura backup.tar -v lista cada arquivo processado.tar -t lista o conteúdo de um backup.—————Nota: Para descompactar arquivos “tagged”(.tar.gz, .tgz,etc)tar zxpvf (nome_do_arquivo)

Se o arquivo for “gziped”(.gz):gunzip -d (nome_do_arquivo)—————chmod - muda as permissões do arquivo/diretóriochown - muda as permissões do arquivo/diretório—————awk - Procura por um modelo a partir de um arquivo.Inclui uma linguagem de programação embutida.—————bdiff - Compara dois arquivos grandes.—————bfs - Procura um arquivo grande.—————cal - Exibe um calendário.—————cat - Encadeia e imprimi arquivos.—————cc - Compilador C.—————cd - Muda diretório.—————chgrp - Muda o titulo de um grupo de arquivos.—————cmp - Compara dois arquivos; mostra a localização (li-nha e byte) da primeira diferença entre eles.—————comm - Compara dois arquivos para determinar quaislinhas são comuns entre eles.—————cu - Chamar outro sistema UNIX.—————date - Retorna a data e a hora.—————diff - Exibe as diferenças entre dois arquivos ou diretórios.—————diff3 - Exibe as diferenças entre três arquivos ou dire-tórios.—————du - Relatório no uso do sistema de arquivos.—————echo - Exibe seus argumentos.—————ed - Editor de texto.—————ex - Editor de texto.—————expr - Avalia seus argumentos quando geralmente e umafórmula matemática.—————f77 - Compilador FORTRAN.

—————find - Localiza os arquivos c/ características especificas.—————format - Inicializa um floppy disk.—————grep - Procura um modelo a partir de um arquivo. (vejaawk)—————help - :/ (ajuda)—————kill - Termina um processo.—————ln - Usado para unir arquivos.—————lpr - Copia um arquivo para a linha de impressora.—————ls - Exibe informações sobre um ou mais arquivos.—————

mail - Usado para receber ou enviar e-mail.—————nroff - Usado para formatar textos.—————ps - Exibe um status dos processos.—————sleep - Causa um processo para tornar-se inativo poruma duração de tempo especifica.—————sort - Escolher e unir um ou mais arquivos.—————spell - Procurar erros de ortografia num arquivo.—————split - Dividir um arquivo.—————stty - Exibir ou escolher parâmetros do terminal.—————tail - Exibir o fim de um arquivo.—————tset - Escolher o tipo de terminal.—————umask - Permite que o usuário especifique uma novacriação de camuflagem.—————uniq - Compara dois arquivos. Procura e exibe em linhaso que e incomparável em um arquivo.—————uucp - Execução UNIX-para-UNIX—————vi - Editor de tela cheia.—————wc - Exibe detalhes no tamanho do arquivo.—————who - Informações de quem esta on-line.—————write - Usado para mandar mensagens para outro usuário.

Manual LinuxSe houver alguma dúvida sobre algum comando, digitesimplesmente “man” (comando).Se o manual existir, ele será mostrado. Para sair dosmanuais, aperte a tecla Q.Geralmente, os manuais esclarecem a maioria das dúvidas.

LILOO LILO (Linux Loader) é um utilitário do Linux que geren-cia as partições.Ele é usado pela maioria como um “boot manager” quedivide cada boot para cada tipo de sistema. Nos compu-tadores caseiros, geralmente há outros sistemas opera-cionais. O LILO permite escolher qual o sistema a serutilizado.

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190 Degrau Cultural

Informática

O LILO tem seu arquivo de configuração em /etc/lilo.conf.Aí ficam armazenadas as informações necessárias paraque ele faça a “divisão” das partições.

Aplicativos LinuxPacotes OfficeKOffice - pacote office completo (gratuito), desenvolvi-do para o KDE2, extremamente rápido e eficiente.OpenOffice - pacote office completo (gratuito), desen-volvido pela Sun, excelente compatibilidade com forma-tos (.doc, .ppt, .xls).Applixware - pacote office completo, mas é necessáriolicença de usoStarOffice® 5.2 - pacote office desenvolvido pela Sun (gra-tuito), é um aplicativo que consome bastante memória, mastem boa compatibilidade com outros editores de texto.Acrobat® Reader - famoso leitor de arquivos PDF.Maxwell - editor de documentos parecido com MS-Word.Klyx - editor de documentos TeX.BrowsersKonqueror, Netscape 4.76 e 6, Opera, Arena, lynx.

Ferramentas de DesenvolvimentoKdevelop - ambiente de desenvolvimento em linguagemC/C++ em ambiente gráficoKylix - linguagem Pascal (Delphi) para desenvolvimentode aplicações gráficas (disponível no kit SuSE 8.0).IBMJava - ambiente de desenvolvimento na linguagemJava da IBM.Java2 SDK - ambiente de desenvolvimento na lingua-gem Java padrão.Phoenix - compilador para linguagem MS Visual Basic.Perl, Python, PHP.

Ferramentas de SegurançaAMaVIS - é um scanner de virus para servidores de e-mail, compatível com sendmail, qmail e outros.SuSE Firewall - é um poderoso script de filtros de paco-tes que contempla vários cenários.Nmap - é um dos mais famosos portscan.Snort - é um poderoso sniffer e possui também funçãode IDS (Intrusion Detection System).

Personal Firewalltcpdump, nessus, ethereal, ippl, ipchains, iptables.

Banco de DadosMySQL, MSQL PostgreSQL, Sybase, Interbase, Oracle(os dois últimos não estão no kit SuSE).

DesktopsKDE3, GNOME.Gerenciadores de Janelafvwm/fvwm95, WindowMaker, enlightenment, icewm, bla-ckbox, CDEsim, twm, ...

EmuladoresWine - “emulador” do ambiente MS-Windows®, permitevocê rodar no Linux aplicações desenvolvidas para oambiente Windows, ainda não possui a implementaçãode todas as API’s do Windows.iBCS - módulo de compatibilidade com aplicativos paraSCO Unixdosemu - “emulador” de uma máquina para executar oMS-DOSpose - emulador do Palm OSe outros emuladores como: SuperNintendo, Atari800,Commodore Amiga, ...

Computação GráficaGimp, ImageMagick, Moonlight 3D, kpaint, kview, ...

SomALSA, CD-Player, MOD-Player, MP3-Player, MDI-Se-quencer, ...

Editores de textoEmacs, XEmacs, vi, kwrite, kedit, joe, ...

GamesRacer, Tuxracer, FlightGear 3D. Veja as imagens no siteda SuSE

Algumas imagens das telas da interface gráfica KDE. Reparem a semelhança com a interface do Windows.

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Informática

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192 Degrau Cultural

Informática

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Matemática

Degrau Cultural 193

195 Números Inteiros, racionais e reais

202 Sistema legal de medidas

204 Razões e proporções

206 Regra de três

207 Porcentagem

210 Equações do 1º grau

212 Equações do 2º grau

215 Funções e gráficos

222 Seqüências numéricas

222 Progressões Aritméticas e geométricas

224 Juros simples

226 Juros compostos

Matemática

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194 Degrau Cultural

Matemática

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Matemática

Degrau Cultural 195

Ao conjunto formado pelos números positivos, o zeroe os números negativos, chamamos conjunto dos nú-meros inteiros relativos.Ex.: -3, -1, 0, +2, +4, etc.

Módulo (Valor Absoluto)A todo número relativo, faz-se corresponder um nú-mero positivo ou nulo, denominado valor absoluto oumódulo. Usam-se duas barras para indicá-lo.Ex.: |+3| = 3; |+7| = 7; |0| = 0; |-5| = 5; |-9| = 9

SimétricoDois números relativos são simétricos quando têm omesmo valor absoluto e sinais contrários.Ex.: +7 e -7; -1 e +1�Obs.: O oposto de zero é ele mesmo.

RepresentaçãoA cada número, associamos um ponto de uma reta,chamada reta numerada. Sobre esta reta, marque-mos um ponto 0 (zero) origem, a partir do qual medi-mos, à sua direita, os inteiros positivos, e, à sua es-querda, os inteiros negativos, assim:

Comparação⇒⇒⇒⇒⇒ ( > ) Maior que; ( < ) Menor quea) O zero é o menor de qualquer número positivo e omaior que qualquer número negativo.Ex.: 0 < +4; 0 < +1; 0 > -2; 0 > -5.b) Todo número negativo é menor que qualquer nú-mero positivo.Ex.: -7 < +1; -5 < +5; -3 < +2.c) Todo número positivo é maior que qualquer núme-ro negativo.Ex.: +1 > -1; +4 > -5; +10 > -20.d) Entre números positivos, o menor é aquele quepossui menor valor absoluto.Ex.: +2 < +4; +5 < +6; +9 < +11.e) Entre números negativos, o menor é aquele quepossui maior valor absoluto.Ex.: -5 < -3; -10 < -2; -3 < -1.

OPERAÇÕESa) Adição1º caso: adição de números positivos:É um número positivo, cujo valor absoluto é igual àsoma dos valores absolutos das parcelas.Ex.: (+4) + (+6) = +10; (+3) + (+5) = +8

2º caso: adição de números negativos:É um número negativo, cujo valor absoluto é igual àsoma dos valores absolutos das parcelas.Ex.: (-3) + (-2) = -5; (-5) + (-2) = -73º caso adição de números relativos de sinaiscontrários:

É um número que tem para valor absoluto a diferençaentre os valores absolutos das parcelas. O sinal doresultado é igual ao sinal da parcela de maior valorabsoluto.Ex.: (+5) + (-2) = +3; (-5) + (+2) = -3; (+7) + (-3) = +4

b) MultiplicaçãoQuando os sinais são iguais, o resultado é positivo, e,quando os sinais são diferentes, o resultado é negativo.Ex.: (+3) . (+2) = +6; (-7) . (-5) = +35; (-8) . (+3) = -24;(+3) . (-7) = -21

c) DivisãoPara se dividir dois números relativos, divide-se o va-lor absoluto do dividendo pelo valor absoluto do divi-sor, e dá-se, ao resultado, o sinal positivo, quandoesses números tiverem o mesmo sinal, e o sinal ne-gativo, quando os sinais forem diferentes.Ex.: (+18) : (+6) = +3; (-21) : (-7) = +3; (-12) : (+4) = -3

d) SubtraçãoPara subtrair dois números relativos, somamos aoprimeiro o simétrico do segundo.Ex.: (-4) - (-6) = -4 + (+6) = +2; (+3) - (+8) = (+3) + (-8) = -5; (-1) - (+7) = (-1) + (-7) = -8

e) PotenciaçãoPotenciação é um produto de fatores iguais à base,sendo tomados tantos fatores quanto for o expoente.

�Obs.:a) quando a base é positiva, a potência é positiva.b) quando a base é negativa, o sinal da potência de-pende do expoente:- base negativa e expoente par - potência positivaEx.: (-5)2 = (-5) x (-5) = +25- base negativa e expoente ímpar - potência negativaEx.: (-5)3 = (-5) x (-5) x (-5) = (+25) x (-5) = -125

PROPRIEDADES DA POTENCIAÇÃOI - Para multiplicar-se potências de mesma base, con-serva-se a base, e somam-se os expoentes.am . an = am+n

Ex.: (-2)2 . (-2)3 = (-2)5 = -32II - Para dividir potências de mesma base, conserva-se a base, e subtraem-se os expoentes.am : an = am-n

Ex.: (5)5 : (5)3 = (5)2 = 25III - Para elevar-se uma potência a um novo expoente,conserva-se a base, e multiplicam-se os expoentes.(am)n = am.n

Ex.: [(+3)4]2 = (+3)4.2 = (+3)8

expoente 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 25 = 32 potência base 5 fatoresEx.: 3 . 3 . 3 = 33 = 27; 5 . 5 = 52 = 25

NÚMEROS INTEIROS RELATIVOS (Z)

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Page 197: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

196 Degrau Cultural

Matemática

IV - Potência de um produto: eleva-se cada fator aoexpoente do produto.(a . b . c)m = am . bm . cm

Ex.: [(-2) . (+1) . (-3)]2 = (-2)2 . (+1)2 . (-3)2 = 4 . 1 . 9 = 36

V - Para se elevar uma fração a um dado expoente,eleva-se cada termo da fração a esse expoente.

�Obs.:1) Todo número diferente de zero elevado aoexpoente zero é igual a 1.a0 = 1Ex.: 1.0000 = 1; 50 = 1

2) Todo número elevado ao expoente 1 é igual aopróprio número.a1 = aEx.: 1.0001 = 1.000; 51 = 5

VI - Toda a potência cujo expoente inteiro é negativoé igual a uma fração de numerador igual a 1 e dedenominador igual à mesma potência, mas com ex-poente positivo.

POTÊNCIAS DE BASE 10

Toda potência de base 10 é igual a 1, seguido de tan-tos zeros quantos forem as unidades do expoente.Ex.: 102 = 100; 105 = 100.000

Quando o expoente é negativo, colocam-se os zerosà esquerda do 1.Ex.: 10-2 = 0,01; 10-5 = 0,00001

�Obs.: 10-2 = = 0,01

Então, qualquer número decimal pode ser escritocomo produto de um número natural por uma potên-cia de 10 com expoente negativo.Ex.: 0,008 = 8 . 0,001 = 8 x 10-3

EXPRESSÕESEfetua-se, primeiramente, as operações entre parên-teses ( ) , a seguir as que estão entre colchetes [ ]e finalmente as que estão dentro das chaves { }

As operações seguem a seguinte prioridade1) radiciação e potenciação2) multiplicação e divisão3) adição e subtraçãoAs operações são realizadas da esquerda para a di-reita na ordem que aparecerem, seguindo-se semprea prioridade.

EXERCÍCIOS

01. O produto de (-5) . (-8) é:a) - 13 c) + 40b) + 3 d) + 13

02. O número que somado a 4 dá como resultado- 8 é:

a) - 12 c) - 16b) - 4 d) + 12

03. O quociente de (- 45) : (+ 9) é:a) -36 c) 54b) -5 d) impossível

04. O módulo de (- 12) é:a) 0 c) 12b) -12 d) 10

05. O módulo da soma de (- 12) + (- 4) + (-8) é:a) -24 c) -16b) 0 d) +24

06. O simétrico da soma de (- 9) + (- 2) é:a) +11 c) -11b) -7 d) +7

07. O valor de (+ 20) - (+ 10) é:a) 30 c) - 30b) 10 d) - 10

08. O número que eu devo subtrair de 7 para se ob-ter -11 é:

a) 18 c) - 4b) 4 d) - 18

09. O valor de [(-2)3]2 é:a) - 8 c) - 12b) - 64 d) 64

10. Resolvendo , tem-se:

a) c) 1

b) 0 d) _

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Page 198: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Matemática

Degrau Cultural 197

11. 2-1 corresponde a:

a) 2 x 1

b)

c)

d) - 2

12. O quociente de (-2)8 : (-2)4 é:a) 16b) -12c) 64d) -16

13. Transformando 600 em potência de 10, temos:a) 6 x 10- 1

b) 6c) 6 x 101

d) 6 x 102

14. O valor de 22 . 3 é:a) 62

b) 12c) 18d) 9

15. corresponde a:

a) 0,1b) 0,01c) 1 x 101

d) 10 x 10

16. Resolvendo (+1)3 . (+1)3, temos:a) 3b) 9c) 13d) 1

17. (4.021)1 x (1.000)0 é igual a:a) 4.021.000b) 0c) 4.021d) 1.000

18. Se 14x = 1, então o valor de x é:a) 1b) 0c) 14d) não existe

GABARITO

01. C 02. A 03. B 04. C 05. D

06. A 07. B 08. A 09. D 10. C

11. B 12. A 13. D 14. B 15. A

16. D 17. C 18. B 19. C 20. D

21. B 22. C 23. B 24. A 25. A

19. Dados os números a = (-1)3 + 2 + (-2)2 , b = (-2)3 + 22 + 2 e c = (-1)3 + (-3)2 + (-2)2 , pode-se afirmar que :a) a < b < c b) a < c < bc) b < a < c d) b < c < a

20. Se a = (-1)2 + (-1)3 e b = (-1)2 - (-1)3 então qualé o valor de a – b?

a) 0 c) 4b) 2 d) - 2

21. O valor da expressão abaixo é:13 [ - 5 + 11 ( - 6 + 4) – 3 ( 2 – 4) ]

a) - 429 c) 143b) - 273 d) 299

22. (-256) : (-16) + (+11) x (-10) =a) 126 c) - 94b) 94 d) - 126

23. 28 : (-4) + 9 x (-1) – 3 x ( 5 – 16)a) - 49b) 17c) 35d) 49

24. -3 . [ 4 – 15 : 3 : 5 ] =a) -9b) -3c) 3d) 9

25. (5 – 7) . 3 + (11 – 9) . 3 =a) 0b) 8c) 12d) 16

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Page 199: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

198 Degrau Cultural

Matemática

Números racionais são os números que podem serescritos sob a forma , com a e b inteiros e b ≠ 0.

O quociente da divisão de um número natural a poroutro natural b, com b ≠ 0, é um número racional quepode ser representado por uma fração.· Quando a é múltiplo de b, o quociente é um núme-ro racional inteiro.

As regras de sinais para este tipo de quociente sãoas válidas para os números inteiros relativos.Ex.: (+6) : (+2) = +3 = 3 ; (-6) : (+2) = - 3 (+6) : (-2) = -3 ; (-6) : (-2) = +3 = 3

· Quando a não é múltiplo de b, o quociente é um

número racional fracionário. Ex. 14 : 6 =

Neste caso, se a e b têm o mesmo sinal, o quocien-te é um número racional positivo que obtemos divi-dindo o valor absoluto de a pelo de b.

Se a e b têm sinais contrários, o quociente é umnúmero racional negativo, representado por uma fra-ção, cujo numerador é |a| e o denominador é |b| pre-cedida pelo sinal -.

Ex.: (-14) : (+6) =

(+14) : (-6) =

Observações importantes:a) O mesmo número racional pode ser representadopor diferentes frações, todas equivalentes entre si.

b) Um número racional pode ser representado porum número decimal (exato ou periódico).

Módulo ou valor absoluto:

Oposto ou simétrico:Para qualquer número racional a existe o oposto ousimétrico representado por -a.

Comparação de números racionaisQuando os dois números racionais são representa-dos por frações:a) reduzimos as duas frações a um mesmo denomi-nador positivo;b) comparamos os denominadores obtidos entre si.

Ex. 1) e

Reduzindo ao mesmo denominador temos: e .

Ex. 2)

Reduzindo ao mesmo denominador temos: e .

Como -55 < -48, temos e então:

.

Observações:• Todos os racionais negativos são menores que zero;• Zero é menor que todos os racionais positivos;• Todo racional negativo é menor que qualquer racio-nal positivo.

OPERAÇÕESa) AdiçãoPode ser realizada da seguinte forma:1) reduzimos as duas frações ao mesmo denomina-dor positivo;2) somamos os numeradores (que são números in-teiros)Exemplos:

NÚMEROS RACIONAIS (Q)

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Page 200: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Matemática

Degrau Cultural 199

b) SubtraçãoA diferença entre dois números a e b pode ser calcu-lada somando-se a com o oposto ou simétrico de b.Exemplos:

Soma algébricaÉ a indicação de uma soma sem o sinal de opera-ção.

c) MultiplicaçãoA operação de multiplicação entre dois números ra-cionais pode ser realizada da seguinte forma:a) damos ao produto o sinal + se os fatores tiveremsinais iguais ou damos ao produto o sinal – se osfatores tiverem sinais contrários.b) multiplicamos os numeradores das frações da-das, obtendo o numerador do produto.c) multiplicamos os denominadores das frações da-das, obtendo o denominador do produto.Ex.:

d) DivisãoCalcula-se a divisão de a por b, multiplicando-se apelo inverso de b.Ex.:

e) Potenciação1) Potências com expoente zero: seu valor é 1, qual-quer que seja a base.2) Potências com expoente um: seu valor é igual abase.3) Potências com expoente maior que um: seu valoré obtido calculando-se o produto de tantos fatoresiguais à base quanto seja o expoente.

Ex.:

4) Potências com expoente negativo: seu valor éigual ao da potência cuja base é o inverso da basedada e cujo expoente é o oposto do expoente dado.

PROPRIEDADES1) Para multiplicarmos potências de mesma base,conservamos a base e somamos os expoentes.

2) Para dividirmos potências de mesma base, nósconservamos a base e subtraímos os expoentes.

3) Para elevarmos uma potência a certo expoente,conservamos a base e multiplicamos os expoentes.

Ex.:

4) Um produto elevado a um dado expoente é igualao produto das potências que são obtidas elevando-se cada fator ao expoente dado.

5) Um quociente elevado a um dado expoente é igualao quociente das potências que são obtidas elevan-do-se dividendo e divisor ao expoente dado.

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Page 201: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

200 Degrau Cultural

Matemática

EXERCÍCIOS

01. O numeral decimal 0,0725 pode ser escrito naforma de fração como:

a)

b)

c)

d)

02. Dados os números racionais

podemos afirmar que:

a)

b)

c)

d)

03. Efetuando-se , obtém-se

um número racional cujo valor absoluto é:

a) c)

b) d)

04. O valor da expressão é

um número racional, cujo oposto é:

a) c)

b) d)

05. O valor da expressão é um

número racional:a) menor que -8b) maior que -8 e menor que -5c) maior que -5 e menor que -2d) maior que -2

06. Assinale a afirmação verdadeira:

a)

b)

c)

d)

07. O maior entre os números ,

e é:

a)

b)

c)

d)

GABARITO

01. B 02. A 03. B 04. C05. C 06. D 07. C

02_NUMEROS_RACIONAIS.pmd 30/9/2010, 09:47200

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Matemática

Degrau Cultural 201

O conjunto formado pelos números racionais e pelosnúmeros irracionais é chamado conjunto dos núme-ros reais e é representado por R.Números irracionais têm representação decimal infi-nita não periódica. (dízimas não periódicas)Qualquer número que tenha representação decimal(finita, infinita periódica ou infinita não periódica) éum número real.

OPERAÇÕES EM R:As propriedades das operações de adição, subtra-ção, multiplicação, divisão, potenciação e radiciaçãocom os números reais são semelhantes às opera-ções com os números racionais.

EXERCÍCIOS

01. O valor da expressão é:

a) d) 2

b) 6 e) 3c) 1

02. O valor da expressão é:

03. O valor da expressão é:

a) 1 d) 16b) 9 e) 8c) 7

04. A escrita decimal do número é:

a) 0,010101... d) 0,01b) 0,111... e) 0,001c) 0,1

05. Considere as afirmações:

I - é um número real ( )

II - é um número real ( )III - é um número real( )

Associando V ou F às afirmações, temos:a) V, V, V d) V, F, Vb) F, F, F e) F, F, Vc) V, F, F

GABARITO01. B 02. A 03. E 04. A 05. D

NÚMEROS REAIS (R)

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202 Degrau Cultural

Matemática

Medir uma grandeza é compará-la com outra de mes-ma espécie chamada de UNIDADE-PADRÃO.

UNIDADES DE COMPRIMENTONo século passado, foi criada uma unidade-padrão in-ternacional para medir comprimentos: o METRO, cujosímbolo é m.Nota: Para efetuarmos as operações com unidades demedidas diferentes, devemos, antes, convertê-las parauma mesma unidade de medida.

Múltiplos e submúltiplos do metro:Quilômetro = 1 km = 1000 mHectômetro = 1 hm = 100 mDecâmetro = 1 dam = 10 mMetro = m = 1 mDecímetro = 1 dm = 0,1 mCentímetro = 1 cm = 0,01 mMilímetro = 1 mm = 0,001 mObs.: Cada unidade é dez vezes maior que a unidadeimediatamente inferior.Ex.: 1 km = 10 hm; 1 hm = 10 dam, etc.

Conversão das unidades de comprimento:É feita deslocando-se a vírgula o mesmo número decasas, e no mesmo sentido que corresponde à mu-dança.Ex.: Transformar:

UNIDADES DE SUPERFÍCIE (área)Área é a medida de uma superfície, em uma certa uni-dade.Unidade-padrão: metro quadrado - m2

Metro quadrado é a área de um quadrado de 1 m delado.

Múltiplos e submúltiplos do metro quadrado:Quilômetro quadrado = km2 = 1.000.000 m2

Hectômetro quadrado = hm2 = 10.000 m2

Decâmetro quadrado = dam2 = 100 m2

METRO quadrado = m2 = 1 m2

Decímetro quadrado = dm2 = 0,01 m2

Centímetro quadrado = cm2 = 0,0001 m2

Milímetro quadrado = mm2 = 0,000001 m2

Obs.: Cada unidade de superfície é 100 vezes maiorque a unidade imediatamente inferior, e 100 vezes me-nor que a unidade imediatamente superior.

Conversão das unidades de área :É feita deslocando-se a vírgula o dobro do número decasas, e no mesmo sentido que corresponder à mu-dança.Ex.:a) 132 dam2 = _____ m2

132 dam2 = 13.200 m2

A vírgula desloca-se duas casas para a direita.b) 32 m2 = _____ dm2

32 m2 = 3.200 dm2

A vírgula desloca-se duas casas para a direita.c) 3.204 cm2 = _____ m2

3.204 cm2 = 0,3204 m2

A vírgula desloca-se quatro casas para a esquerda.

UNIDADES AGRÁRIASNa agricultura, usam-se outras unidades de área. Nes-sas unidades, a unidade-padrão é o are. Um are equi-vale a 1 dam2. Seu símbolo é a.1 a = 1 dam2 = 100 m2

O múltiplo do are é o hectare, que vale 100 ares. Seusímbolo é ha.1 ha = 100 a1 ha = 1 hm2 = 10.000 m2

O submúltiplo do are é o centiare, que vale 0,01 are.Seu símbolo é ca.1 ca = 0,01 a1 ca = 1 m2

Ex.: Transformar:a) 3a em ca

3a = 300 caA vírgula desloca-se duas casas à direita.

b) 32,8 a em ha32,8 a = 0,328 haA vírgula desloca-se duas casas à esquerda.

UNIDADES DE VOLUMEChamamos de volume a medida do espaço ocupadopor um sólido, em certa unidade.Unidade-padrão: metro cúbico - m3

Obs.: O metro cúbico é o espaço ocupado por um cubode 1 m de aresta.

Múltiplos e submúltiplos:Quilômetro cúbico = km3

Hectômetro cúbico = hm3

Decâmetro cúbico = dam3

Metro cúbico = m3

Decímetro cúbico = dm3

Centímetro cúbico = cm3

Milímetro cúbico = mm3

Obs.: Uma unidade de volume é 1.000 vezes maior quea unidade imediatamente inferior, e 1.000 vezes menor

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS

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Matemática

Degrau Cultural 203

que a unidade imediatamente superior.1 km3 = 1.000 hm3; 1 hm3 = 1.000 dam3; etc.

Conversão das unidades de volume:É feita deslocando-se a vírgula o triplo do número decasas, e no mesmo sentido que corresponder à mu-dança.Ex.:a) 3,01 m3 = ______ dm3

3,01 m3 = 3.010 dm3

A vírgula desloca-se três casas decimais para adireita.

b) 7.683 dm3 = _____ m3

7.683 dm3 = 7,683 m3

A vírgula desloca-se três casas decimais para a es-querda.

VOLUME DE UM SÓLIDOPara medir um sólido, basta compará-lo com outrosólido, tomado como unidade.

Volume de um Bloco RetangularUm bloco retangular é um sólido de três dimensões(comprimento, largura e espessura).São blocos retangulares: caixas, livros, tijolos, salasetc...Para determinar o volume, multiplicam-se as três di-mensões.Ex.: Determinar o volume de um bloco medindo 4 cm,5 cm e 10 cm.V = a x b x cV = 4 x 5 x 10 = 200 cm3

Volume do Cubo

VCUBO = a x a x a = a3

Ex.: Calcule o volume do cubo cujas arestas medem:a) 1 cm V = 1 cm x 1 cm x 1 cm = 1 cm3

b) 3 cm V = 3 x 3 x 3 = 27 cm3

UNIDADE DE CAPACIDADEUnidade-padrão: litro - l

Múltiplos e submúltiplosQuilolitro = kl

Hectolitro = hl

Decalitro = dal

Litro = lDecilitro = dl

Centilitro = cl

Mililitro = ml

Cada unidade de capacidade é 10 vezes maior que aunidade imediatamente inferior e 10 vezes menor quea unidade imediatamente superior.

Conversão das unidades de capacidade:É feita deslocando-se a vírgula o mesmo número decasas, e no sentido que corresponder à mudança.Ex.:a) 15 = _______ dal

15 = 1, 5 dalA vírgula desloca-se uma casa para a esquerda.

b) 4,105 = _______ cl

4,105 = 410,5 cl

A vírgula desloca-se duas casas para a direita.

RELAÇÃO ENTRE AS UNIDADESRelação entre as unidades de volume e unidades decapacidade:1 m3 = 1.000 dm3 = 1.000l

1 m3 = 1kl

1 dm3 = 1l

1 cm3 =1ml

UNIDADES DE MASSAQuilograma = kgHectograma = hgDecagrama = dagGrama = gDecigrama = dgCentigrama = cgMiligrama = mgObs.: Cada unidade de massa é 10 vezes maior que aunidade imediatamente inferior e 10 vezes menor quea unidade imediatamente superior.- 1 tonelada (t) = 1.000 kg

Conversão das unidades de massa:É feita deslocando-se a vírgula o mesmo número decasas, e no mesmo sentido que corresponder à mu-dança.Ex.:a) 6 kg ______ g

6 kg = 6.000 gA vírgula desloca-se três casas para a direita.

b) 512 mg ______ g512 mg = 0,512 gA vírgula desloca-se três casas para a esquerda.

Nota: Antes de efetuarmos as operações, devemosconverter para uma mesma unidade de medida.

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204 Degrau Cultural

Matemática

RAZÃODados dois números a e b, sendo b ≠ 0, chama-se

razão de a para b o quociente ou a : b.

Na razão a : b, a é o primeiro termo, ou antecedente, eb é o segundo termo, ou conseqüente.

Na razão ou a : b, lemos a está para b.

Obs.: Uma razão é representada por uma fração.Portanto, todas as propriedades das frações valempara as razões.

A razão inversa de , com a ≠ 0 e b ≠0.

Ex.: Se a razão entre os números a e b, nesta ordem, é0,75, então a razão entre os números a + b e b é:Resolução:

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

01. Na minha classe há 40 alunos, dos quais 25 sãomeninas. Qual é a razão do número de meninas parao de alunos da classe?nº de meninas = 25nº de alunos = 40

razão 25 : 40 ou

02. Qual é a razão igual a , cujo antecedente igual a 6?

Como 6 : 3 = 2, temos

Logo, é a razão igual a com antecedente igual a 6.

03. A razão entre 10 minutos e 1 hora é:

04. Em uma classe mista o nº de rapazes é 20 e o demoças é 16. Calcule a razão do nº de rapazes para nºde moças:

Quociente: , isto é, 5 para 4 ou 5 está para 4.

Podemos também expressar a razão do seguinte modo→ 20:16 ou 5:4.De um modo geral a razão entre dois nºs a e b se

indica por a : b ou de a para b” ou “razão entre a e b”

ou indica, por “a está para b”.

Na razão → é o antecedente, b é o conseqüente

05. Qual é a razão entre 2 dias e uma semana?

1 semana = 7 dias → Razão =

06. Qual a razão entre 1,5 hl e 9 hl?

1,5 hl = 15 hl → Razão:

07. Qual é a razão entre 1,2 e 2 ?

Razão: seis para onze.

PROPORÇÃOChama-se proporção a igualdade entre duas razões.

Indicamos por: ou a : b = c : d

E lemos: a está para b, assim como c está para d.a - 1º termo c - 3º termob - 2º termo d - 4º termoa e d - são os extremos da proporçãob e c - são os meios da proporção

Propriedade Fundamental:O produto dos meios é igual ao produto dos extremos.

= (b ≠ 0 e d ≠ 0) ⇒ a . d = b . c

Numa proporção, podemos:- Alternar - é permutar meios ou extremos:

- Inverter - é inverter as razões:

- Transpor - é trocar a posição das razões:

EXERCÍCIO RESOLVIDO:

Dada a proporção: . Calcular o valor de x,

aplicando a propriedade fundamental:

2 (2x + 1) = 3 × 64x + 2 = 184x = 16 ∴ x = 4

Resp.: x é igual a 4.

RAZÕES E PROPORÇÕES

05_razao e proporcao.pmd 30/9/2010, 09:47204

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Page 206: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Matemática

Degrau Cultural 205

Propriedades das proporções:Em toda proporção, a soma (ou diferença) dosantecedentes está para a soma (ou diferença) dosconseqüentes, assim como cada antecedente estápara seu o conseqüente.

Propriedade da soma e da diferença dos termos emuma proporção

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. Exemplo :

Os nºs 6, 8, 9 e 12 são chamados termos da proporção;o 6 e o 12 são chamados extremos; o 8 e o 9 sãochamados meios.

Assim na proporção: ⇒ 3 e 4 são os extremos

e 2 e 6 são os meios

02. Calcular o valor do termo desconhecido nasproporções.

a) ⇒ Usaremos, aqui, a Propriedade Funda-

mental das Proporções:“Em toda proporção, o produto dos extremos é igualao produto dos meios”.

Resposta: x = 8

b) 5 : 10 = 7 : xextremos: 5 e xmeios: 10 e 7

Resposta: x = 14

03. A soma de dois números é 50, e a razão entre eles

é . Determine esses números.

Chamemos os dois nOS de a e b

temos:

Vamos usar, aqui, a propriedade da soma dos termos

de uma proporção, isto é: (poderíamos,

também, ter: (usemos a propr.

fundamental)

Resposta: a = 15

Substituindo a = 15 na proporção, temos:

Resposta: os nºs são 15 e 35

ESCALANa vida prática, utiliza-se a ESCALA, porque nemsempre é possível desenhar os objetos em tamanhonatural.Escala é a relação que existe entre as dimensões dosobjetos reais e as de sua representação.A escala natural: o desenho tem as mesmasdimensões do objeto real. 1 : 1 (1 para 1)1 cm normal do desenho é igual a 1 cm do objeto.Escala de redução: a representação gráfica é menorque a dimensão do objeto. 1 : 2 (1 para 2)1 cm normal do desenho equivale a 2 cm do objeto.Escala de aumento: a representação gráfica de umadimensão é maior que a do objeto. 2 : 1 (2 para 1)2 cm do desenho equivalem a 1 cm do objeto.ESCALA ⇒ 1 : n

Ex.: A planta de uma casa está na escala 1 : 50. Umcomprimento de 8 cm na planta corresponde a quan-tos metros na realidade?

05_razao e proporcao.pmd 30/9/2010, 09:47205

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Page 207: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

206 Degrau Cultural

Matemática

SIMPLES - quando envolve, apenas, duas grande-zas

a) Direta - quando as grandezas variam no mesmosentido (diretamente proporcionais)- Grandezas diretamente proporcionais: duas grande-zas são diretamente proporcionais se, ao aumentarmosos valores de uma delas, os valores correspondentesda outra aumentarem na mesma razão.Ex.:1) Número de pessoas e quantidade de alimentos ne-cessária para alimentá-las;2) Quantidade de tecido e quantidade de tinta usadapara tingi-lo.

b) Inversa - quando as grandezas variam em sentidosopostos (inversamente proporcionais)- Grandezas inversamente proporcionais: duas gran-dezas são inversamente proporcionais se, ao aumen-tarmos os valores de uma delas, os valores correspon-dentes da outra diminuem na mesma razão.Ex.:1) Número de operários e número de dias em que sefaz um certo trabalho;2) Número de torneiras que enchem um reservatório etempo gasto para enchê-lo.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

01. Comprei 6 bolas de borracha por R$ 840,00. Quan-to pagaria por 10 bolas?

AUMENTOU � 06 bolas 840 AUMENTA 10 bolas x � TAMBÉM

Como são grandezas diretamente proporcionais,

Resp.: Por 10 bolas de borracha, pagaria R$ 1.400,00.

02. Se 8 máquinas gastam 6 dias de trabalho para fa-zer um aterro, quanto tempo gastariam 12 máquinasiguais àquelas, para realizarem o mesmo aterro?

AUMENTOU � 08 máq 6 dias TEMPO 12 máq x � DIMINUI

Como são grandezas inversamente proporcionais,

.

Resp.: 12 máquinas realizarão o aterro em 4 dias.COMPOSTAObs.: Se uma grandeza é diretamente proporcional avárias outras, então os valores que exprimem sua me-dida são diretamente proporcionais aos produtos dosvalores correspondentes das outras.No caso do problema envolver três ou mais grandezas,então é a da regra de três composta.Veja os exemplos:

01. Em 6 dias, aprontar-se-iam 720 uniformes esco-lares, em 16 máquinas de costura. Em quantos diaspoderiam ficar prontos 2.160 uniformes iguais, se fo-ram utilizadas só 12 máquinas?

6 dias 720 unif. 16 máquinasx 2.160 unif. 12 máquinas

Para estabelecer o sentido das setas, consideram-seas grandezas número de uniformes e número de má-quinas, cada uma em separado, com o número de dias.

� dias uniformes � � dias máquinas �

Colocam-se, a seguir, todas as setas no mesmo senti-do; para isso, invertem-se os valores correspondentesda terceira grandeza:

6 720 12 x 2.160 16

Resposta: Serão necessários 24 dias.

02. Para alimentar 15 cavalos, durante 11 dias, sãonecessários 2.200 kg de alfafa. Perdendo-se 7 cava-los, em quanto tempo serão consumidos 1.280 kg dealfafa?

15 cavalos 11 dias 2.200 kg8 cavalos x dias 1.280 kg

Resposta: 12 dias

REGRA DE TRÊS

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Page 208: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Matemática

Degrau Cultural 207

05. Certa mercadoria foi vendida por um comerciantepor R$ 3.000,00 obtendo assim um lucro de 25%sobre o preço de custo. Calcular o custo da mer-cadoria para o comerciante.O custo (C) é igual ao preço de venda (3.000) me-nos o lucro (L):

C = 3000 - L (equação 1)O lucro (L) é igual 25% sobre o preço de custo:

L = 0,25 . C (equação 2)Substituindo o L da equação 1 pelo membro direi-to da equação 2, obtemos o seguinte:

C = 3 000 - 0,25 . CPassando - 0,25C para o primeiro membro, C + 0,25C = 3000

1,25C = 3000 →

Resposta: o preço de custo será igual a R$ 2400,00

06. Um exame de seleção, ao qual se apresentam2.500 candidatos, 20% são reprovados. Qual é onúmero destes?

Candidatos Reprovados 100 20

2.500 x

x = = 500

07. Em certo minério, há 16% de metal puro. Em 45,8kg desse minério quanto há de impureza?Em cada 100 kg de minério há 100 -16 = 84 kg deimpurezas (84%)

Minério Impureza 100 84

45,8 x

08. Na falência de certo comerciante, a massa foi de40% do passivo, que atingia a R$ 2.500.000. Asdespesas judiciais e outras somaram a R$ 50.000.Quanto locará a um credor de R$ 500.000?Sendo a massa 40% do passivo a R$ 2.500.000,que diminuídas das despesas de R$ 50.000, pro-duziu o líquido de R$ 950.000,00.

que diminuídas das despesas de R$ 50,000,pro-duziu o líquido de R$ 950.000,000:

Credores Líquido 2.5000.000 950.000

500.000 x

Porcentagem ou percentagem é qualquer razão cujoconseqüente é 100, ou uma fração decimal cujo deno-minador é 100. Símbolo - %

Fração centesimal – chamamos de fração centesimala fração cujo denominador é igual a 100.

Exemplos:

Toda fração centesimal pode ser representada por umnúmero decimal.Por exemplo, as frações anteriores podem ser assimrepresentadas: 0,09; 0,23; 0,40; 1,21.Entretanto, existe uma outra forma de representar asfrações centesimais que é a seguinte:

Os valores 9%, 23% etc. são chamados de TAXAS POR-CENTUAIS.Para calcularmos a taxa percentual de um valor, bastamultiplicarmos a taxa pelo valor.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

01. Em minha classe, dos alunos são meninos.

Qual a percentagem de meninos?

Logo, a percentagem de meninos é 60%.

02. Se 25% de uma certa quantia são R$ 150,00, qualé o valor dessa quantia?

Resp.: A quantia é de R$ 600,00.

03. Obtive uma economia de R$ 4.800,00, quando mederam 12% de desconto sobre algumas compras.Qual o valor da mercadoria? 12% 4.800

100% x

Resp.: O valor da mercadoria é de R$ 40.000,00.

04. Na compra de um sapato no valor de R$ 40,00,obtive um desconto de 5%. Quanto economizei?Vamos chamar de D o desconto obtido na comprado sapato. Sendo assim D será determinado daseguinte maneira:D = 5% . 40 = 0,05 . 40 = 2Portanto, economizei R$ 2,00.

PORCENTAGEM

07_porcentagem.pmd 30/9/2010, 09:47207

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Page 209: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

208 Degrau Cultural

Matemática

09. Na liquidação de uma falência os credores rece-

beram % de seus créditos. Havendo um dos

credores recebido R$ 36.250, deseja-se saber qualera o valor de seu crédito e de quantos por centofoi o prejuízo dos credores nessa falência. (Conc.B. Brasil - Salvador)

OPERAÇÕES SOBRE MERCADORIASEXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. Adquirindo um terreno por R$ 800.000,00 e ven-dendo-o com 12% de lucro, quanto ganho?

Custo Lucro 100 12 800.000 x

02. Determinar por quanto se deve vender certa mer-cadoria, comprada por R$ 35.000,00 para se obtero lucro 6,7% sobre o preço de custo. (Conc. B. Bra-sil - Franca)

Custo Venda 100 100 + 6,7 = 106,7 35.000 x

03. Certa mercadoria foi vendida por R$ 206.028,00com o prejuízo de 12,7% sobre o preço de compra.Por quanto deveria ser vendida para dar o lucro de15% sobre o custo?SOLUÇÃOA mercadoria custou:

E deveria ser vendida por:

Custo Venda 100 100 + 15 = 115 236.000 x

04. Vendi uma chácara por R$ 262.500,00 recebendo5% de lucro sobre o custo. Quanto ame custará achácara?

Venda Custo 105 100 262.500 x

05. Maria vendeu por R$ 152.500,00 um terreno uecomprara por R$ 125.000,00. De quantos por cen-to sobre o custo representa o lucro obtido?SOLUÇÃO:O custo foi = 152.500 - 125.000 = 27.500

Custo Lucro 125.000 27.5000 100 x

06. Vendi uma lambreta usada, que me havia custadoR$ 50.00 com 20% de prejuízo sobre o custo. Qualfoi o prejuízo?SOLUÇÃO

Custo Prejuízo 100 20 50.00 x

07. Um carro é vendido por 85.000 dá o lucro de 20%sobre o preço da venda. Qual é o lucro?

Venda Lucro 100 20 85.000 x

07_porcentagem.pmd 30/9/2010, 09:47208

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Page 210: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Matemática

Degrau Cultural 209

08. Um relógio, vendido por R$ 14.000,00 deu prejuí-zo de 20% sobre a venda. Qual foi o prejuízo?SOLUÇÃO

Venda Prejuízo 100 20 14.000 x

07_porcentagem.pmd 30/9/2010, 09:47209

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Page 211: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

210 Degrau Cultural

Matemática

Equações ⇒ sentenças matemáticas abertas, expres-sas por uma igualdade.

Quando a sentença matemática é fechada, podemosafirmar quando é falsa ou verdadeira.Ex.: 5 - 8 = 4 (F) 16 + 5 = 21 (V)

EQUAÇÃO DO 1º GRAUÉ a igualdade entre duas expressões numéricas, como expoente da variável igual a um.Ex.: x + 4 = 3x + 8; y - 1 = 5

As variáveis são chamadas, também, de incógnitas.As expressões numéricas separadas pelo sinal deigualdade (=) chamam-se membros, e cada membro écomposto de termos. Num termo, o fator numérico queacompanha a variável é chamado de coeficiente.

RESOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES DO 1º GRAU

a) Eliminamos os sinais auxiliares, se houver.b) Eliminamos os denominadores, se houver.c) Conservamos, no 1º membro, os termos com in-

cógnitas, e, no 2º membro, os termos sem incóg-nita.

d) Quando um termo trocar de membro, ele muda osinal da operação.

e) Quando o coeficiente da incógnita for negativo,multiplicamos toda a equação por (-1).

f) O coeficiente da incógnita passa para o outro mem-bro dividindo.

g) Denominamos de conjunto verdade ao conjuntoque tem como elemento(s) a(s) raiz (raízes) daequação

Ex.:1) 5x - 4 = 3x + 6

5x - 3x = 6 + 4

2x = 10 x = x = 5

2) 4x + 5 = 6x + 154x - 6x = 15 - 5-2x = 10 x (-1)

2x = -10 x = x = -5

3) 7x - 3 (4x - 1) = 9 - 2 (3 - 3x)7x - 12x + 3 = 9 - 6 + 6x7x - 12x - 6x = 9 - 6 - 3-11x = 0 x (-1)

11x = 0 x = x = 0

4)

Nota: A equação do 1º grau admite uma única solução.

EQUAÇÕES EQUIVALENTES

São aquelas que, sobre o mesmo conjunto universo,têm a mesma solução (mesmo conjunto verdade).Ex.:

PROBLEMAS DO 1º GRAU

Existem problemas que, traduzidos para a linguagemmatemática, resultam numa equação do 1º grau. As-sim sendo, veja alguns exemplos:

Para se resolver um problema do 1º grau, são neces-sárias 3 fases:

1ª) traduzir o problema em linguagem matemática.2ª) resolver a equação.3ª) verificar a solução.

Ex.: O dobro de um número mais 5 unidades é 27. Qualé o número?

INEQUAÇÃO DO 1º GRAU

Inequação é uma sentença aberta que exprime a de-sigualdade entre duas expressões numéricas.O sinal de desigualdade, que pode ser: < (menor que);≤ (menor ou igual); > (maior que); ≥ (maior ou igual),divide a desigualdade em duas partes chamadasmembros.

Ex.: x < 3 (x é menor que três);

EQUAÇÕES DO 1º GRAU

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Matemática

Degrau Cultural 211

Resolve-se, separadamente, cada uma das inequa-ções.

V = { x R / 3 < x < 5 }

Interpretação gráfica

x ≤ 10 (x é menor ou igual a dez);x > 7 (x é maior que sete);x > 4 (x é maior ou igual a quatro).

Obs.: Para resolver uma inequação do 1º grau, deve-se proceder do mesmo modo que na equação do 1ºgrau, tendo-se o cuidado de inverter o sinal de desi-gualdade, se for preciso multiplicá-la por (-1).

Ex.: 1) 4x - 3 > 2x +74x - 2x > 7 + 3

2x > 10 x > ⇒ x > 5

aberto em 5 (não é igual a 5)

2) 3x - 8 ≤ 5x - 43x - 5x ≤ -4 + 8-2x ≤ 4 x (-1)

2x ≥ -4 ⇒ x = ⇒ x ≥ -2

fechado em -2 (é igual a -2)

SISTEMA DE INEQUAÇÕES DO 1º GRAU

O conjunto-solução (conjunto verdade) de um sistemade inequação é a intersecção dos conjuntos verdadesdas inequações que formam o sistema.Ex.: x ≥ 3 e x ≤ 10

V = { x ∈ R ⏐ 3 ≤ x ≤ 10 } = tal que

V = conjunto dos valores de x que pertencem ao conjun-to do reais, tal que x seja maior ou igual a 3 e menor ouigual a 10. (x pertence aos reais, tal que x é maior ouigual a 3 e x é menor ou igual a 10)Nota: Nas inequações, temos várias soluções; admi-tem vários valores para a incógnita.Sistema de inequações do 1º grau é qualquer conjuntode inequações. A solução do sistema é a solução co-mum a todas as inequações do sistema.

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212 Degrau Cultural

Matemática

As equações do 2º grau dividem-se em: INCOMPLETASE COMPLETAS.Equações do 2º grau são todas as equações da formaax2 + bx + c = 0, onde a ≠ 0, b e c são números quais-quer, e x é a incógnita ou variável.Os valores de x que satisfazem a equação ax2 + bx + c = 0, são chamados de raízes.a ⇒⇒⇒⇒⇒ coeficiente de x2, ou do termo do 2º grau.b ⇒⇒⇒⇒⇒ coeficiente de x, ou do termo do 1º grau.c ⇒⇒⇒⇒⇒ coeficiente do termo do grau zero, ou do termoindependente de x.Ex.: 3x2 + 4x + 6 = 0, onde a = 3; b = 4; c = 6

RESOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES INCOMPLETAS1º caso ⇒ b = 0

ax2 + c = 0 ⇒ ax2 = -c ∴ x2 = ou x =

Observe que a equação só terá solução no conjuntodos números reais, quando a e c tiverem sinais con-trários.

x = = 1

2º caso ⇒ c = 0ax2 + bx = 0Coloca-se x em evidência: x (ax + b) = 0Para que o produto seja nulo, um dos fatores deve serzero.

Observe que, quando (c = 0), a equação admite uma, esomente uma, raiz nula.

3º caso ⇒⇒⇒⇒⇒ b = 0 e c = 0

Observe que, quando (b = c = 0), a equação admiteduas raízes nulas.

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO COMPLETAPor ser uma equação do 2º grau, terá como solução 2raízes.ax2 + bx + c = 0 ⇒ a, b, c são os coeficientes

Na fórmula geral, o radicando b2 - 4ac é chamado dediscriminante, e representado pela letra grega ∆ (delta).

Ex.: x2 - 8x + 12 = 0, onde a = 1, b = -8, c = 12∆ = b2 - 4ac∆ = (-8)2 - 4 (1) (12)∆ = 64 - 48 = 16

RAÍZES DA EQUAÇÃO x’ = 6 e x’’ = 2

Obs.: Raiz de uma equação é o valor da incógnita quetorna a equação igual a zero.

PROPRIEDADES DAS RAÍZESChamaremos as raízes da equação por x1 e x2 ou x’ e x’’.a) Soma das raízes: Pela fórmula geral, temos:

Logo, expressamos a soma das raízes por:

b) Produto das raízes:

Temos o produto da soma pela diferença (produtos no-táveis)

EQUAÇÕES DO 2º GRAU

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Matemática

Degrau Cultural 213

Então o produto das raízes será:

P = x1 . x2 = ou P =

Ex.: Calcule a soma e o produto das raízes das equa-ções, sem resolvê-las:

COMPOSIÇÃO DA EQUAÇÃO DO 2º GRAUA partir das raízes, podemos compor a equação do 2ºgrau.Fórmula: x2 - Sx + P = 0, onde S é a soma das raízes eP é o produto das raízes.Ex.: Sejam 4 e 6 raízes de uma equação do 2º grau. Dêa equação.Resolução:S = 4 + 6 = 10P = 4 x 6 = 24Pela fórmula, temos x2 -Sx + P = 0x2 - 10x + 24 = 0

DISCUSSÃO DAS RAÍZES DA EQUAÇÃO DO 2º GRAUSeja a equação ax2 + bx + c = 0. Para acharmos as suasraízes, usamos a fórmula:

O radicando dessa fórmula, ou seja, b2 - 4ac, é chama-do de discriminante da equação do 2º grau. Represen-taremos o discriminante pela letra grega ∆.Logo: ∆ = b2 - 4acConforme o valor de ∆, três casos podem ocorrer:1º caso: ∆ > 0, duas raízes reais e desiguais,S = { x1, x2 }

2º caso: ∆ = 0, duas raízes reais e iguais,S = { x1 ou x2 }

3º caso: ∆ < 0, não admite raiz real, S = ∅

Ex.: Analisar as raízes das equações, através do dis-criminante.

a) 4x2 - 8x + 3 = 0, onde a = 4, b = -8, c = 3∆ = (-8) 2 - 4 (4) (3)∆ = 64 - 48 = 16∆ > 0 ⇒ a equação admite 2 raízes reais e desiguais

b) x2 + 12x + 36 = 0, onde a = 1, b = 12, c = 36∆ = (12) 2 - 4 (1) (36)∆ = 144 - 144 = 0

∆ = 0 ⇒ a equação admite 2 raízes reais e iguaisc) 4x2 - 2x + 1 = 0, onde a = 4, b = -2, c = 1∆ = (-2) 2 - 4 (4) (1)∆ = 4 - 16 = -12∆ < 0 ⇒ a equação não tem raízes reais

TRINÔMIO DO 2º GRAUÉ toda expressão da forma ax2 + bx + c, onde a ≠ 0, b e csão números quaisquer, e x é a incógnita ou variável.Chamando o trinômio de y, teremos: y = ax2 + bx + cAs raízes ou zeros do trinômio ax2 + bx + c são as mes-mas raízes que as da equação:ax2 + bx + c = 0.

Obs.: No trinômio, não podemos simplificar os coeficien-tes, e não podemos multiplicar por (-1).

DECOMPOSIÇÃO OU FATORAÇÃO DO TRINÔMIO DO 2ºGRAUSeja o trinômio y = ax2 + bx + c.Fórmula: y = a (x - x’) (x - x’’)onde a é o coeficiente de x2 ;x’ e x’’ as raízes do trinômioConsiderando o trinômio do 2º grau ax2 + bx + c, com a≠ 0, e colocando a em evidência:

Se a equação ax2 + bx + c = 0 tem ∆ ≥ 0, então x1 e x2 sãoreais e diferentes entre si.

“se a equação ax2 + bx + c = 0 tem as raízes x1 e x2 (iguaisou diferentes entre si), então ela pode ser escrita naforma: a (x - x1) (x - x2) = 0, que é a forma fatorada daequação do 2º grau.”Ex.: Fatorar o trinômio x2 - 9x + 20resolução: a = 1, b = -9, c = 20

∆ = 92 - 4.1.20 = 1 então

x2 - 9x + 20 = a (x - x1) (x - x2) = 1 (x - 4) (x - 5) = (x - 4)(x - 5) forma fatorada

EQUAÇÕES NÃO PREPARADAS DO 2º GRAUSão aquelas que, embora sendo do 2º grau, não seapresentam sob a forma ax2 + bx + c =0.

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214 Degrau Cultural

Matemática

Antes de resolvermos, devemos reduzi-las à formaax2 + bx + c = 0.Ex.:1) (x - 3) (2x - 1) + (x + 2) (2x + 1) = 17Efetuando os produtos:2x2 - x - 6x + 3 + 2x2 + x + 4x + 2 = 17Reduzindo os termos semelhantes:4x2 - 2X - 12 = 0 (:2)2x2 - 6 = 0, onde, a = 2, b = -1, c = -6

m.m.c. (x + 1, x - 1) = x2 - 1(x - 2) (x - 1) + (x - 3) (x + 1) = x2 - 1x2 - x - 2x + 2 + x2 + x - 3x - 3 - x2 + 1 = 0x2 - 5x = 0x (x - 5) = 0x = 0x - 5 = 0 ⇒ x = 5V = { 0, 5 }

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Matemática

Degrau Cultural 215

FUNÇÕES E GRÁFICOS

1. Noções de Função

Considere os diagramas abaixo:

Analisando os diagramas acima:O diagrama 1 não satisfaz a condição (1); o diagra-ma 5 não satisfaz a condição (2).Logo, somente os diagramas 2, 3 e 4 representamuma função.

2. Função do 1º Grau

Definição

Chama-se função do 1º grau, ou função afim,qualquer função dada por uma lei da forma:

� f (x) = ax + b

onde a e b são números reais dados e a ≠ 0.Na função f (x) = ax + b, o número a é chamado decoeficiente de x e o número b é chamado termoconstante.

Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau: f (x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3 f (x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7 f (x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Gráfico

� O gráfico de uma função polinomial do 1ºgrau, y = ax + b, com a ≠ 0, é uma reta oblíquaaos eixos Ox e Oy.

Exemplo:Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:

Solução: Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seuspontos e ligá-los com o auxílio de uma régua:a) Para x = 0, temos y = 3 . 0 - 1 = -1; portanto, umponto é (0, -1).

b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, x = , e o

outro ponto é ( , 0).

Marcamos os pontos (0, -1) e ( , 0) no plano carte-

siano e ligamos os dois com uma reta.

Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b éuma reta.�O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente an-gular da reta e está ligado à inclinação da reta emrelação ao eixo Ox.�O termo constante, b, é chamado coeficiente li-near da reta. Para x = 0, temos y = a . 0 + b = b. �Assim, o coeficiente linear é a ordenada do pontoem que a reta corta o eixo Oy.

Raiz de uma Função do 1º grau Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau f (x) = ax+ b, a ≠ 0, o número real x tal que f (x) = 0.

Condições de existência:(1) Todos os elementosde x têm um correpondenteem y.(2) Cada elemento de xtem um e somente umcorrespondente em y.

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216 Degrau Cultural

Matemática

Temos:

f (x) = 0 ⇒ ax + b = 0 ⇒ x =

Vejamos alguns exemplos:1) Obtenção do zero da função f (x) = 2x - 5:

f (x) = 0 ⇒ 2x - 5 = 0 ⇒ x =

2) Cálculo da raiz da função g (x) = 3x + 6:g (x) = 0 ⇒ 3x + 6 = 0 ⇒ x = -2 3) Cálculo da abscissa do ponto em que o gráfico deh (x) = - 2x + 10 corta o eixo das abscissas:

� O ponto em que o gráfico corta o eixo dos x éaquele em que h (x) = 0; então:h (x) = 0 ⇒ -2x + 10 = 0 ⇒ x = 5

Função Crescente e Decrescente

Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamosatribuir valores cada vez maiores a x e observar o queocorre com y:

x aumenta

y aumentaNotemos que, quando aumentamos os valores de x, oscorrespondentes valores de y também aumentam. Di-zemos, então, que a função y = 3x - 1 é crescente.

Vamos considerar agora a função do 1º grau definidapor: f (x) = -x + 1

Atribuindo valores reais para x, obtemos seus valo-res correspondentes para y.

Observe, que quando os valores de x aumentam, osvalores correspondentes de y diminuem. Dizemos,então, que a função y = f (x) = - x + 1 é decrescente.

Regra geral:� a função do 1º grau f (x) = ax + b é crescentequando o coeficiente de x é positivo (a > 0);

� a função do 1º grau f (x) = ax + b é decrescentequando o coeficiente de x é negativo (a < 0).

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) Construa o gráfico da função determinada porf (x) = x + 1:

Solução: Atribuindo valores reais para x, obtemosseus valores correspondentes para y.

O conjunto dos pares ordenados determinados éf = {(-2,-1),(-1,0),(0,1),(1,2),(2,3)}

O gráfico fica:

� Repare que a = 1 > 0, portanto função crescente.

2) Construa o gráfico da função determinada porf (x) = - x + 1.

Solução: Atribuindo valores reais para x, obtemosseus valores correspondentes para y.

O conjunto dos pares ordenados determinados éf = {(-2,3),(-1,2),(0,1),(1,0),(2,-1)}

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Matemática

Degrau Cultural 217

O gráfico fica:

� Repare que a = - 1 < 0, portanto função decres-cente.

3) Determine a função f (x) = ax + b, sabendo-se que:f (2) = 5 e f (3) = -10.

Solução:Podemos escrever:f (2) = 5 ⇒ 5 = 2 . a + b (I)f (3) = - 10 ⇒ - 10 = 3.a + b (II)

Subtraindo membro a membro as duas equações,tem-se:5 - (- 10) = 2 . a + b - (3 . a + b)5 + 15 = 2a + b - 3a - b ⇒ 15 = - a ⇒ a = -15.

Substituindo o valor de a na equação (I) (poderia serna (II), fica:5 = 2 . (- 15) + b ⇒ b = 35.

Logo, a função procurada é: y = - 15x + 35.

4) Considere a função dada pela equação y = x +1,determine a raiz desta função.

Solução: Basta determinar o valor de x para termosy = 0

Então, x +1= 0 ⇒ x = -1

Dizemos que -1 é a raiz ou zero da função.

� Note que o gráfico da função y = x +1, interceptará(cortará) o eixo x em -1, que é a raiz da função.

5) Determine a raiz da função y = -x +1 e esboce ográfico.

Solução: Fazendo y = 0, temos:

0 = -x+1 ⇒ x = 1

Gráfico:

� Note que o gráfico da função y = -x + 1, interceptará(cortará) o eixo x em 1, que é a raiz da função.

3. Inequações do Primeiro Grau

Chama-se de inequação do primeiro grau, na incóg-nita x, qualquer sentença que pode ser expressanuma das seguintes formas:ax + b > 0ax + b ≥ 0ax + b < 0ax + b ≤ 0onde a e b são constantes reais, com a ≠ 0.

Para resolver uma inequação do primeiro grau, deve-mos lembrar de duas propriedades:

a) Quando multiplicamos todos os termos de umainequação por um número positivo, devemos man-ter o sentido da desigualdade.

Exemplo:- 3x > 15

Multiplicando todos os termos, por exemplo, por 5:- 15x > 75. Mantemos o sentido da desigualdade.

b) Quando multiplicamos todos os termos de umainequação por um número negativo, devemosinverter o sentido da desigualdade.Exemplo:-2x < 16

Multiplicando todos os termos, por exemplo, por - 3:6x > - 48. Invertemos o sentido da desigualdade.

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218 Degrau Cultural

Matemática

Exemplos Resolvidosa) 3x - 5 > 13Temos: 3x > 13 + 53x > 18

x > , logo x > 6

S = {x ∈ R | x > 6}

b) - 3x - 5 > 13Temos: -3x > 13 + 5- 3x > 18multiplicando os termos por -1, temos:3x < -18 (invertemos o sentido!)

x < , logo x < -6

S = {x ∈ R | x - 6}

4. Função do Segundo Grau

A função do 2º grau, também denominada funçãoquadrática, é definida pela expressão do tipo: y = f (x) = ax² + bx + c, onde a, b e c são constantesreais e a ≠ 0.

Exemplos:a) y = x² + 3x + 2 (a = 1; b = 3; c = 2)b) y = x² (a = 1; b = 0; c = 0)c) y = x² - 4 (a = 1; b = 0; c = -4)

Gráfico de uma Função do 2º grau: O gráfico de uma função quadrática é uma parábola.

Exemplo:Construa o gráfico da função y = x²:

Solução: Como na função do 1º grau, basta atribuirvalores reais para x, obtendo seus valores corres-pondentes para y.

O ponto V representa o vértice da parábola e é a partirdele que determinamos todos os outros pontos.

Coordenadas do VérticeA coordenada x do vértice da parábola pode ser de-terminada por:

� A coordenada y do vértice é obtida por:

� Exemplo: Determine as coordenadas do vértice daparábola y = x² - 4x + 3:

Solução:Temos: a = 1, b = - 4 e c = 3

Resposta: As coordenadas do vértice são (2, -1).

Raízes (ou zeros) da Função do 2º grauDenominam-se raízes da função do 2º grau os valo-res de x para os quais ela se anula, isto é:

� y = f (x) = 0

� Então, para acharmos as raízes da função do 2ºgrau, basta resolvermos a equação: ax2 + bx + c = 0utilizando a fórmula de Bháskara.

� As raízes da função do 2º grau são os valores de xonde a parábola “corta” o eixo x.

Exemplo: na função y = x² - 4x + 3, que acima aca-bamos de determinar as coordenadas de seus vérti-ces, as raízes da função serão x

1 = 1 e x

2 = 3.

Vejamos o gráfico:

� Note que quando x = 1 e x = 3, a parábola inter-cepta (“corta”) o eixo x.

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Matemática

Degrau Cultural 219

Concavidade da Parábola

a) quando a > 0, a concavidade da parábola estávoltada para cima (boca para cima) eb) quando a < 0, a parábola está voltada para baixo(boca para baixo).

Exemplos:

Notas:� Quando a concavidade está voltada para cima (a > 0),o vértice representa o valor mínimo da função.� Quando a concavidade está voltada para baixo(a < 0), o vértice representa o valor máximo dafunção.

Esboço Gráfico Conforme o Valor do Discriminante

Vamos analisar os três casos:1º) Quando o discriminante é igual a zeroQuando o valor de ∆ = b2 – 4.a.c = 0, o vértice daparábola encontra-se no eixo x. A coordenada y seráigual a zero.Exemplo: y = f (x) = x² + 2x + 1x² + 2x + 1 = 0∆ = b2 – 4.a.c ⇒ ∆ = (2)2 – 4.1.1 ⇒ ∆ = 0Logo, x

1 = x

2 = -1

As coordenadas do vértice serão V = (-1,0).

Gráfico:

2º) Quando o discriminante é maior que zeroQuando o valor de ∆ = b2 – 4.a.c > 0, a parábolaintercepta o eixo x em dois pontos. (São as raízesou zeros da função vistos anteriormente).

Exemplo: y = f (x) = x² - 4x + 3x² - 4x + 3 = 0∆ = b2 - 4.a.c ⇒ ∆ = (-4)2 - 4 .1 . 3∆ = 16 - 16 = 4 > 0As raízes são: x1 = 1 e x2 = 3

Gráfico:

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220 Degrau Cultural

Matemática

3°) Quando o discriminante é menor que zeroQuando o valor de ∆ = b2 - 4.a.c < 0 , a parábola nãointercepta o eixo x. Não há raízes ou zeros da função.Exemplo: y = f (x) = x² -x + 2x² - x + 2 = 0∆ = b2 - 4 . a . c ⇒ ∆ = (-1) 2 - 4 . 1 . 2⇒ ∆ = 1 - 8 = - 7 < 0Gráfico:

Resumindo:

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Degrau Cultural 221

5. Inequações do Segundo GrauInequações do segundo grau são aquelas que po-dem ser expressas na forma f (x) > 0, f (x) < 0,f (x) ≥ 0 e f(x) ≤ 0, onde f(x) é uma expressão dosegundo grau na variável x.

� Resolver uma inequação é obter todos os valoresde x que satisfazem a inequação.� Para resolver uma inequação do segundo grau, bastafazer o esboço gráfico da função correspondente.

Vejamos os seguintes exemplos:

1) Resolver a inequação: x² -x + 2 > 0

Solução: Esboçando o gráfico de f (x) = x² - x + 2,temos:

É fácil observar pelo gráfico que f (x) > 0 para qual-quer valor de xS - { x ∈ R}

2) Resolver a inequação: x² - x + 2 < 0

Solução: pelo mesmo gráfico do exemplo anterior,concluímos que f(x) = x² - x + 2 nunca assume valo-res negativo, portanto, S = Ø

3) Resolver a inequação x² - 4x + 3 > 0

Solução: Esboçando o gráfico de f(x) = x² - 4x + 3temos:

Observando esse gráfico, concluímos que f (x) > 0para x > 3 ou para x < 1S = { x ∈ R / x > 3 ou x < 1 }

4) Resolver a inequação x² - 4x + 3 < 0Solução: Pelo mesmo gráfico do exemplo anterior,concluímos que f(x) < 0 para 1 < x < 3S = { x ∈ R / 1 < x < 3 }

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222 Degrau Cultural

Matemática

SUCESSÕES OU SEQÜÊNCIAS

01. Definição

É um conjunto ordenado de elementos.

Exemplos:

1. (janeiro, fevereiro, ..., dezembro)

2. (3, 7, 11, ...)

Obs.: A seqüência do exemplo 2 é uma seqüência nu-mérica.

02. Termos de uma Sucessão

Abreviadamente, numa sucessão, representamos:

a1 → o 1º termo (a índice 1)

a2 → o 2º termo (a índice 2)

an → o enésimo termo (a índice n), para indicar a posi-ção do termo na sucessão.

03. Lei de Formação de uma Seqüência

As seqüências matemáticas que obedecem a uma leide formação são muito importantes. Podemos, por meiodela, encontrar qualquer um de seus termos.

Exemplos: Escrever a seqüência sabendo-se que an =2n+1

Solução:n = 1→ a1 = 2 . 1 + 1 = 3n = 2→ a2 = 2 . 2 + 1 = 5

n = 3→ a3 = 2 . 3 + 1 = 7(3 , 5 , 7 , ... , 2n + 1)

04. PROGRESSÃO ARITMÉTICADefinição: Uma seqüência é uma P.A. se, e somentese, cada termo (a partir do segundo) for igual ao anteri-or somando com uma constante chamada razão (r).Exemplos:01. ( 3 , 5 , 7 , ... ) a1 = 3

r = 5 – 3 = 2 P.A. crescente

02. ( 7 , 4 , 1 , ... ) a1 = 7

r = 4 - 7 = -3 P.A. decrescenteObs.:I. r > 0 → a P.A. é crescente

r < 0 → a P.A. é decrescenteII. r = a2 - a1 = a3 - a2 = an - an-1

03. Tomando-se três termos consecutivos, o do meio éa média aritmética dos outros dois.( 3 , 5 , 7 , 9 , ... )

04. A soma dos extremos de P.A. finita, é igual à somade dois termos eqüidistantes dos extremos.

3 + 15 = 5 + 13 = 7 + 11

Termo Geral da P.A.

Seja a P.A. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )

Sabemos que:

a2 = a1 + r

a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r

a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r

............................................................

an = a1 + ( n - 1) r

Exemplo:

Calcular o 14º termo da P.A. ( 5 , 2 , -1 , ... )

Solução:

a1 = 5 ; n = 14 ; r = 2 - 5 = -3

an = a1 + (n - 1) r

a14 = 5 + (14 - 1) . (-3) = 5 + 13 (-3) = 5 - 39 = -34

Soma dos termos da P.A.

Seja a P.A. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )

Já vimos que a2 + an-1 = a1 + an

a3 + an-2 = a1 + an

Então:1 - sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an

OU2 - sn = an + an-1 + an-2 + ..., + an-3 + a2 + a1

Somando 1 e 2, obtemos:2sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + ... + (an-2 + a3) +(an-1 + a2) + (an + a1)2sn = ( a1 + an ) + ( a1 + an )+ ... +( a1 + an ) = ( a1 + an ) n

Sn =

05. PROGRESSÃO GEOMÉTRICADefinição: Uma seqüência de números não nulos éuma P.G. se, e somente se, cada termo (a partir do se-gundo) for igual ao anterior multiplicado pela razão (q).Exemplos:

01. (8, 16, 32, 64, ...) → a1 = 8 → q = = 2

02. (64, 32, 16, 8, ...) → q = 64 → q =

Obs.:I. a1 > 0 e q > 1 ou a1 < 0 e 0 < q < 1 a P.G. é crescente a1 < 0 e 0 < q < 1 ou a1 > 0 e q > 1 a P.G. é decrescente

SEQÜÊNCIAS NUMÉRICAS E PROGRESSÕESARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS

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Matemática

Degrau Cultural 223

q < 0 → a P.G. é alternante

II. q =

III. Tomando-se três termos consecutivos, o do meio éa média geométrica dos outros dois.( 8 , 16 , 32 , 64 , ... )16 =

IV. O produto dos extremos de uma P.G. finita, é igual aoproduto de dois termos equidistantes dos extremos.

16 x 64 = 32 x 32 = 8 x 128

Termo Geral da P.G.

Seja a P.G. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )

Sabemos que:

a2 = a1q

a3 = a2q = a1 q.q = a1q2

a4 = a3q = a1 q2.q = a1q

3

................................................................

an = a1 qn-1

Exemplo:Calcular o sexto termo da P.G. ( 3, -6 , 12 , -24 , ... )

Solução:

a1 = 3 ; n = 6 ; q = = -2 ; an = a1qn-1

a6 = 3 (-2)6-1 = 3 (-2)5 = 3 (-32) = -96

SOMA DOS TERMOS DA P.G. FINITA

Seja a P.G. (a1, a2, a3, ... , an-1, an)

Já vimos que

a2 = a1q

a3 = a1q2

an = a1qn-1

Então:

Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an

ou

Sn = a1 + a1q + a1q2 + ... + a1q

n-3 + a1qn-2

+ a1qn-1

qSn = a1q + a1q2

+a1q3 + ... +a1q

n-2 + a1qn-1 + a1a

n

qSn - Sn = a1qn – a1

Sn ( q-1) = a1 ( qn –1) → Sn =

Obs.: A soma dos termos de uma P.G. infinita é dada

por: S =

Exemplo: Determinar a soma dos termos da P.G.

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224 Degrau Cultural

Matemática

Cálculo de Juros SimplesPara chegarmos à fórmula de juros simples, vamospartir de um exemplo concreto. Suponha que você te-nha aplicado o capital inicial 600 (vamos ignorar a uni-dade monetária para simplificar), à taxa de juros 5%a.m., durante o prazo de 1 ano. Quanto receberá de jurono resgate da aplicação?É fácil: se a taxa de juros é de 5% a.m. e o regime decapitalização é de juros simples, significa que por mêsvocê receberá 5% do capital inicial a título de juros (lem-bre-se: o que caracteriza o regime de juros simples éfato de o juro ser sempre calculado sobre o capital ini-cial). Logo, em cada mês você receberá 5% de 600,

que é igual a vezes 600, que é igual a , que,

por sua vez, é igual a 30.

Se em um mês você ganha 30 de juro, quanto ganharáem um ano?Como um ano tem doze meses, você ganhará dozesvezes mais, ou seja: 12 x 30 = 360. No resgate da apli-cação, você ficará com um montante de 960 (600 decapital inicial mais 360 de juro).Vamos fazer uma retrospectiva dos cálculos realizados.Como é que você fez para calcular os juros?Inicialmente você pegou a taxa de juros (i) e multiplicoupelo capital (C); em seguida, multiplicou esse resulta-do pelo número de períodos mensais contidos no pra-zo anual (n). Ora: essa é a fórmula de juros simples –para calcular juros simples basta multiplicar a taxa dejuros i pelo capital C e pelo número de períodos n con-tidos no prazo de aplicação. Em linguagem algébrica,escrevemos que:

J = C . i . n

Esta fórmula é importantíssima. Trate de memorizá-la.Vejamos agora como é que calculamos o montante: pe-gamos o capital inicial e somamos com o juro, isto é:

M = C + J

Uma vez que J = C.i.n, podemos escrever que

M = C + C.i.n

Observe que no lado direito do sinal de igual há umfator comum, a variável C, que pode ser colocada emevidência, ficando a fórmula com o seguinte aspecto:

M = C (1 + in)

Eis outra fórmula importante que você terá que memo-rizar: ela ensina a calcular diretamente o montante noregime de juros simples.O fator (1 + in) é chamado de FATOR DE ACUMULAÇÃODE CAPITAL para juros simples (também guarde isto).Para calcular o montante a juros simples, basta mul-tiplicar o capital C pelo fator de acumulação de capi-tal (1 + in).

A título de curiosidade, podemos adiantar que tambémexiste o fator de acumulação de capital para juros com-postos, com uma estrutura parecida com a do fator dosjuros simples: (1 + i)n. A diferença, no caso, é que o n éum expoente. Mas para calcular o montante a juros com-postos procedemos da mesma maneira: multiplicamoso capital pelo respectivo fator de acumulação. Assim,no caso de juros compostos, a fórmula do montante éM = C (1+i)n.É comum colocarmos um índice “n” nos juros e no mon-tante para indicarmos que aqueles juros e aquele mon-tante estão sendo calculados até o enésimo período.Assim, podemos indicar as fórmulas anteriormenteapresentadas com a seguinte notação:

Jn = C.i.nMn = C (1 + in)

Gostaríamos de chamar sua atenção para outro pontoimportante: você percebeu que na hora em que calcu-larmos o juro total que a aplicação rendeu precisamosconverter o prazo de 1 ano em doze meses?Fizemos isto porque a periodicidade da taxa era mensal eo prazo era anual. Sempre que o prazo de aplicação forfornecido numa unidade de medida de tempo diferenteda periodicidade da taxa de juros, você terá que convertê-lo para a mesma unidade, pois a letra n, nas fórmulasacima, representa o prazo de aplicação quando medidocom a mesma unidade de medida de tempo da taxa dejuros. Em outras palavras, n é o número de períodos dataxa de juros contidos no prazo de aplicação.Mais uma observação importante: no regime de capita-lização a juros simples, os juros são incorporados aocapital somente no final do prazo de aplicação e não nofinal de cada período.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. Calcular o montante produzido por um capital de6.000, aplicado a uma taxa de juros de 8% a.a.,pelo prazo de 2 anos.

SOLUÇÃO:Temos que:M = ?C = 6.000i = 8% a.a. = 0,08 a.a.t (prazo) = 2 anosNo exemplo apresentado, a unidade de tempo ado-tada para medir a periodicidade da taxa de juros jáé igual à do prazo t. Então podemos escrever dire-tamente que n = 2.J = C i nJ = 6.000 . 0,08 . 2J = 960M = C + J = 6.000 + 960 = 6.960Poderíamos calcular o montante diretamente utili-zando a fórmula: M = C (1 + in). O resultado é omesmo:M = 6.000 ( 1 + 0,08 . 2)M = 6.000 . 1,16M = 6.960

JUROS SIMPLES

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Matemática

Degrau Cultural 225

02. Calcular o montante produzido por um capitaligual a 10.000 durante 3 anos, considerando oregime de juros simples a um taxa de 5% a.t.

SOLUÇÃO:Verifique que o prazo é anual e a taxa é trimestral.Para que possamos calcular os juros é necessá-rio que adotemos a mesma unidade de tempopara a taxa de juros e para o prazo. Iremos con-verter o prazo, portanto, em trimestres.M = ?C = 10.000t = 3 anos = 12 trimestres (pois cada ano tem 4trimestres) ⇒ n = 12i = 5% a.t. = 0,05 a.t.M = C (1 + in)M = 10.000 (1 + 0,05 . 12) = 10.000 (1 + 0,6)M = 16.000Existe uma outra possibilidade: poderíamos, tam-bém, converter a taxa trimestral em anual, e man-teríamos o prazo em anos. Neste caso, n ficariasendo igual a 3 e a taxa i seria dada por: i = 5% a.t.= 20% a.a. (se em um trimestre a aplicação rende5%, em um ano, que são quatro trimestres, ren-derá 4 vezes mais, ou seja: 20%). Poderíamos,então, escrever:M = C (1 + in) = 10 000 (1 + 0,20 . 3) = 10 000 (1,6)= 16 000

03. A taxa de juros simples anual que faz com que umcapital aumente em 50% no fim de 5 anos é igual a:

a) 30% d) 5%b) 25% e) 10%c) 15%

SOLUÇÃO:O prazo é de 5 anos. Como o problema perguntasobre a taxa anual, não precisamos fazer nenhu-ma transformação e n = 5. Se o capital aumentoude 50% (metade), então o montante é uma vez emeia o capital inicial: M = 1,5 CO montante, entretanto, é dado pela fórmula:M = C (1 + in) ou C (1 + in) = MConsiderando-se que M = 1,5 C, decorre queC (1 + in) = 1,5 CSimplificando C dos dois lados, vem1 + in = 1,5 → in = 1,5 - 1in = 0,5Como n = 5, i.5 = 0,5i = 0,1 = 0,10 = 10% ao ano (claro! se o capitalaumentou 50% em 5 anos, então em cada anoele aumentou 10%, ou seja, a taxa anual é 10%)

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226 Degrau Cultural

Matemática

ConceitoAntes de começarmos a estudar juros compostos, atítulo de comparação faremos uma pequena revisão doregime de capitalização simples. Nos capítulos anteri-ores, vimos que os juros simples apresentam as se-guintes características:

1. são calculados sobre o capital inicial;

2. são diretamente proporcionais ao prazo (ou númerode períodos), ao capital aplicado e à taxa de juros daaplicação;

3. são adicionados ao capital inicial no final do prazo,formando o montante.

Em suma,Js = C.i.n

Ms = C (1+in)

No regime de juros compostos os juros são capitaliza-dos não no final do prazo e sim no final de cada período,ou seja, o juro do primeiro período é adicionado ao capi-tal inicial e sobre esse montante é calculado o juro dosegundo período que por sua vez será adicionado aomontante anterior para que se calcule o juro do períodoseguinte, e assim sucessivamente.

Vamos a um exemplo:Você aplicou 1.000,00 em uma instituição financeira auma taxa de juros de 2% a.m., capitalizados mensal-mente, durante 3 meses. Vamos calcular o montanteM3 no final desse prazo.

Temos que:C = 1 000i = 2% a.m. = 0,02 a.m.n = 3 (capitalização mensal)

Então, o montante M1 no final do primeiro período serádado por:M1 = 1 000 (1 + 0,02)M1 = 1 000 . 1,02M1 = 1 020O montante M2 no final do segundo período será dado por:

M2 = 1 020 (1 + 0,02)M2 = 1 040,40

O montante M3 no final do terceiro período será dado por:

M3 = 1 040,40 (1 + 0,02)

M3 = 1 061,21Verifique que o montante do primeiro período foi utilizadopara o cálculo do juro do segundo período e assimsucessivamente.

Fórmula do Montante a Juros CompostosVamos supor a aplicação de um capital C, durante nperíodos, a uma taxa de juros compostos i ao período.

Calculemos o montante Mn no final dos n períodosutilizando o mesmo processo do exemplo anterior, ouseja, período a período.

M1 = C (1 + i)M2 = M1 (1 + i) = C (1 + i) . (1 + i) = C (1 + i)2

M3 = M2 (1 + i) = C (1 + i)2. (1 + i) = C (1 + i)3

Veja que, para o montante do primeiro período, aexpressão fica:M1 = C (1 + i)

Para o montante do segundo período, encontramos:M2 = C (1 + i)2

Para o montante do terceiro período, M3 = C (1 + i)3

É fácil concluir que a fórmula do montante do enésimoperíodo será:

Mn = C (1 + i)n

O fator (1 + i)n é chamado de FATOR DE ACUMULAÇÃO DOCAPITAL para juros compostos, ou ainda, FATOR DE CAPI-TALIZAÇÃO COMPOSTA, sendo freqüentemente indicadopela letra an. Como vimos anteriormente, ele guarda algu-ma semelhança com o fator de acumulação de capital parajuros simples, dado pela expressão (1 + in). Tanto no regi-me de juros simples como no regime de juros compostos,o montante é dado pelo produto do capital pelo respectivofator de acumulação.

A fórmula dos juros compostos acumulados ao final doprazo é obtida a partir da fórmula geral de juros, confor-me segue:

J = M - CJ = C (1 + i )n - C

Colocando C em evidência, obtemos:

Jn = C [( 1 + i )n - 1]

Como saber se um problema é de juros simples ou dejuros compostos?

JUROS COMPOSTOS

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Matemática

Degrau Cultural 227

Essa dúvida é freqüente quando iniciamos o estudo damatemática financeira.Existem determinadas expressões que indicam o regi-me de capitalização composta, tais como:• juros compostos• capitalização composta• montante composto• taxa composta de X% a.a. (indica juros compostoscom capitalização anual)• taxa de X% a.m. capitalizados bimestralmente (indicajuros compostos com capitalização a cada bimestre)

A principal diferença entre o regime simples e o com-posto, entretanto, é que, em juros compostos, é neces-sário que saibamos, através do enunciado do proble-ma, o período das capitalizações. Em juros simplespodíamos escolher o período de capitalização que nosconviesse, por exemplo: se a taxa fosse de 24% a.a. e oprazo de 18 meses, poderíamos transformar a taxa paramensal (2% a.m.) e usar o prazo em meses, ou trans-formar o prazo em anos (1,5 anos) e utilizar a taxa anu-al. Em juros compostos não podemos fazer isso, poiso problema dirá como devemos CAPITALIZAR A TAXA,ou seja, se os períodos serão mensais, anuais etc.Normalmente, do lado da taxa deve vir a indicação decomo ela deve ser CAPITALIZADA ou COMPOSTA.

Se o período das capitalizações não coincidir como da taxa, devemos calcular a taxa para o períododado pela capitalização, utilizando o conceito deTAXAS PROPORCIONAIS.

Exemplos:• Dada uma taxa de 48% ao ano CAPITALIZADA MEN-SALMENTE, devemos transformá-la em uma taxa iguala 4% ao mês.

• Dada a taxa de 48% ao ano CAPITALIZADASEMESTRALMENTE, devemos transformá-la em umataxa de 24% ao semestre.

Se não houver nenhuma indicação de como a taxa devaser capitalizada ou nenhuma referência a regimecomposto, presumimos que o regime de capitalizaçãoseja simples.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. Uma pessoa faz uma aplicação no valor de 10 000durante 11 meses, a uma taxa de juros de 5% a.m.capitalizados mensalmente. Calcular o montanteno final do prazo.RESOLUÇÃO:C = 10.000prazo (t) = 11 meses; como a capitalização émensal, n = 11i = 5% a.m. = 0,05 a.m.

M = C (1 + i)n

M = 10 000 (1 + 0,05)11

O problema está em calcular o fator de acumulaçãodo capital. Não se desespere, esse valor é dadopelo examinador:

a) no início da prova; exemplo: (1,05)11 = 1,7103; oub) por meio de uma tabela financeira, semelhante ao

modelo a seguir; nessa tabela, o valor do fator deacumulação de capital que procuramos pode ser

facilmente encontrado no cruzamento da coluna i =5% com a linha n = 11:

TABELA DE JUROS COMPOSTOSvalores de an = (1 + i)n

No final deste capítulo fornecemos uma tabelafinanceira mais completa.

Voltando ao cálculo do montante:M = 10 000 . 1,710339 (você deve utilizar todas as casasdecimais fornecidas para o fator)� M = 17 103,39

02. Calcular o montante de um capital de R$ 100,00 apli-cado a juros compostos de 60% a.a., capitaliza-dos mensalmente, durante um ano.Resolução:Temos que:C = 100i = 60% a.a. capitalizados mensalmenteprazo de aplicação (t) = 1 ano = 12 meses

Este exemplo traz uma novidade importantíssima. Comojá dissemos anteriormente, em juros compostos é fun-damental que se diga qual o período de capitalizaçãodos juros. Vimos, também, que nem sempre ele coinci-de com a periodicidade da taxa. Neste exercício, porexemplo, a taxa é anual mas a capitalização é mensal.Precisamos determinar, a partir da taxa dada, uma ou-tra taxa que tenha periodicidade idêntica ao período dacapitalização, e fazemos isto, como já foi dito, utilizandoo conceito de TAXAS PROPORCIONAIS.

Exemplo: se o examinador der uma taxa nominal de36% a.a. e disser que deve ser capitalizada mensal-mente, devemos determinar a taxa mensal proporcionalà taxa de 36% a.a., ou seja, 3% a.m. – é este valor queutilizaremos na fórmula do montante composto. Se eleder a mesma taxa nominal de 36% a.a., mas disserque deve ser capitalizada semestralmente, deveremosagora calcular a taxa semestral proporcional à taxa de36% a.a., isto é, 18% a.s.

No nosso exemplo, a taxa é de 60% a.a. , com capitaliza-ção mensal; logo, considerando que um ano tem dozemeses, a taxa proporcional mensal será um doze avos dataxa nominal, ou seja: i = 60% a.a. = 5% a.m. = 0,05 a.m.

Neste caso, dizemos que a taxa de juros de 60% a.a.fornecida é uma TAXA NOMINAL.

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228 Degrau Cultural

Matemática

TAXA NOMINAL

A taxa nominal tem a desvantagem de não poder ser in-troduzida diretamente na fórmula do montante compostopois possui período diferente do da capitalização.

Outro cuidado que você deve tomar é com o prazo. Damesma forma que a periodicidade da taxa, o prazo deaplicação também deve estar expresso na mesma uni-dade de medida de tempo do período de capitalização.Assim, se a capitalização é mensal, o prazo tem que serexpresso em meses, se a capitalização é trimestral, oprazo tem que ser expresso em trimestres etc.

No prazo de um ano fornecido no enunciado do exercí-cio, temos 12 períodos mensais, logo n = 12.

Aparadas todas estas arestas, podemos agora calcu-lar o montante:M = C (1 + i)n

M = 100 (1 + 0,05)12

Devemos ir à tabela fornecida anteriormente, onde ire-mos verificar que, para i = 5% e n = 12,(1 + 0,05)12 = 1,795856Logo,M = 100 . 1,795856M = R$ 179,59

Após ter certeza de que compreendeu os exemplos ante-riores, leia as observações abaixo e reflita sobre elas.a) Se em vez de juros compostos, o problema anteriorfosse de juros simples, de quanto seria o montante?Resposta: seria de R$ 160,00.

Por quê?Porque o montante de um capital igual a R$ 100,00,aplicado a juros simples de 60% a.a. durante um ano édado por:M = C (1 + in)M = 100 (1 + 0,60.1) = 160,00

Por que o montante a juros compostos é maior?Porque a cada mês o juro é adicionado ao capital, pro-duzindo um montante que será utilizado para calcular ojuro do período seguinte. Portanto, calculamos jurossobre juros.Para deixarmos ainda mais clara a diferença entre oregime simples e o composto, montamos a tabela abai-xo, mostrando como ficam os montantes intermediári-os, em cada mês, de R$ 100,00 aplicados a 5% a.m.,nos dois regimes:

b) Veja que, apesar de a taxa nominal ser igual a 60%a.a., o capital, em um ano, aumentou de 79,59%, poispassou de 100,00 para 179,59. Daí se conclui que ataxa nominal (60% a.a.) é apenas uma taxa de referên-cia. Deve ser capitalizada de acordo com o período de-terminado pelo problema.

A taxa produzida na capitalização da taxa nominal é cha-mada de TAXA EFETIVA DE JUROS. Portanto uma taxanominal de 60% a.a., capitalizada mensalmente, pro-duz uma taxa efetiva anual de 79,59%.

c) Outra coisa importante é que, para uma mesma taxanominal, se mudarmos o período de capitalização, ataxa efetiva também mudará.

Imagine que, no nosso exemplo, a taxa continue a serde 60% a.a., mas com capitalização trimestral. Nestecaso, considerando-se que em um ano temos quatrotrimestres, escreveremos que:i = 15% a.t. = 0,15 a.t.n = 4

O montante composto será dado por:M = C (1 + i)n

M = 100 (1 + 0,15)4

M = 100 x 1,749006M = R$ 174,90

O montante foi menor porque diminuímos o número decapitalizações (antes elas estavam sendo feitas a cadamês; agora, de três em três meses). A taxa efetiva nes-se caso será igual a 74,90% a.a.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

03. Calcular o montante de um capital de R$ 8 000,00aplicado a uma taxa de 16% a.a., com capitaliza-ção semestral, durante 20 anos e 6 meses.Resolução:Como a capitalização é semestral, é necessáriotransformar a taxa anual em semestral e expres-sar o prazo em semestresC = 8 000i = 16% a.a. (taxa nominal) ⇒ i = 8% a.s.t = 20 anos e seis meses = 41 semestres ⇒ n = 41M = C (1 + i)n

M = 8 000 (1 + 0,08)41

Vamos na tabela no final deste capítulo e ... nãotem n = 41. Na tabela dada, n só vai até 30. O quefazer?

Simples, utilize o seu conhecimento sobre potên-cias de mesma base:(1 + 0,008)41 = (1 + 0,008)30 . (1 + 0,008)11

(1 + 0,008)41 = 10,06266 . 2,331639 = 23,462490M = 8 000 . 23,462490M = 187 699,92

TAXA REAL

A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspectointeressante sobre as taxas reais de juros é que, elaspodem ser inclusive, negativas!

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Matemática

Degrau Cultural 229

1Carlos Patrício Samanez – Matemática Financeira – MakronBooks - página 189-190

Vamos encontrar uma relação entre as taxas de jurosnominal e real. Para isto, suponha que um determina-do capital P é aplicado por um período de tempo unitá-rio, a uma certa taxa nominal in. O montante S1 ao finaldo período será dado por S1 = P(1 + in).

Consideremos agora que durante o mesmo período, ataxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j.O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montanteS2 = P (1 + j).

A taxa real de juros, indicada por r, será aquela queaplicada ao montante S2 , produzirá o montante S1. Po-deremos então escrever: S1 = S2 (1 + r)

Substituindo S1 e S2 , vem:P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)Então: (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:in = taxa de juros nominalj = taxa de inflação no períodor = taxa real de juros

Observe que se a taxa de inflação for nula no período,isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real sãocoincidentes.

Veja o exemplo a seguir:

Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, umbanco empresta $120.000,00 para ser pago em um anocom $150.000,00. Sendo a inflação durante o períododo empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxasnominal e real deste empréstimo.

Teremos que a taxa nominal será igual a:

in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 =0,25 = 25%Portanto in = 25%Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% =0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:(1 + in) = (1+r). (1 + j)(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)1,25 = (1 + r).1,101 + r = 1,25/1,10 = 1,1364

Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

EXERCÍCIO:

$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por$150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no perío-do foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?RESPOSTA : 25%

TAXA APARENTE

Segundo Carlos Patrício Samanez1, “a taxa aparente(chamada nominal nas transações financeiras e co-merciais) é aquela que vigora nas operações corren-tes. Usaremos a expressão taxa aparente para diferen-ciá-la da taxa nominal (taxa com mais de uma capitali-zação por período referencial).”

“As taxas reais diferenciam-se das taxas aparentes peladepuração destas dos efeitos da alta geral de preços.”

“A taxa real é o rendimento ou custo de uma operação,seja de aplicação ou captação, calculado após seremexpurgados os efeitos inflacionais.”

“As taxas aparente e real relacionam-se da seguinteforma: (1 + i) = (1 + ir) x (1+ I)

Onde: i = taxa aparente ; ir = taxa real, I = taxa de inflação.”

O fator (1 + i)n é chamado fator de valor futuro ou fator decapitalização, sendo encontrado em tabelas financeiras.TÁBUA IFATOR un ou (1 + i)n

A taxa de juros deve ser sempre referida à mesma uni-dade de tempo do período financeiro.O ato de se juntar o juro produzido ao capital que oproduziu chama-se CAPITALIZAÇÃO.

CÁLCULO DO MONTANTECÁLCULO DO MONTANTE PARA n INTEIRO

A tabela financeira, de dupla entrada, fornece os valo-res do fator de capitalização, de acordo com os valoresde i e n, prevendo 4 casos possíveis:

01. i e n encontramos na tabela:Seja calcular o montante de R$ 10.000, aplicado a ju-ros compostos a 5% a.m., durante 1 ano e 5 meses,com capitalização mensal.C = 10.000r = 5% a.m.i = 0,05n = 17 mesesCn = C (1 + i) n

Cn = 10.000 ( 1 + 0,05)17

Cn = 10.000 x 2,292018Cn = 22.920,18

02. i encontrado na tabela e n acima do limite detábua:Nesse caso é sempre possível desdobrar n numa somade parcelas, todas inferiores ao limite da tabela.Seja, por exemplo, calcular o montante de R$ 8.000 ajuros compostos de 4% ao trimestre, durante 20 anos e6 meses, sendo a capitalização semestral.C = 8.000r = 4% a t = 8% a. s.i = 0,08n = 20a e 6mn = 41 semestresÉ fundamental, sempre a adaptação do tempo e taxaao período de capitalização.Cn = 8.000 (1 + 0,08) 41

Como o limite da tabela é 24 períodos:Cn = 8.000 (1 + 0,08) 24 + 17

Cn = 8.000 (1 + 0,08) 24 x (1 + 0,08) 17

Cn = 8.000 x 6,341180 x 3,700018Cn = 187.669,84

03. n encontrado na tabela e i, fracionário, não encon-trado:Nesse caso o fator de capitalização é calculado por

interpolação linear, na própria tabela financeira.

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230 Degrau Cultural

Matemática

Seja, por exemplo, calcular o montante de R$ 200.000,00

à taxa de ao trimestre, no fim de 1 ano, com capita-

lização trimestral.C = 200.000

r = 6,4 % a. t.i = 0,0064n = 1 ano4 trimestresCn = 200.000 (1 + 0,064)4

Tabela Financeira para 4 períodos

x = 0,0191920,0191921,262476 +1,281668 → (1 + 0,064)4

Cc = 200.000 x 1,281668Cn = 256.333,60

04. i e n encontramos na tabela:Esse caso é resolvido pela fusão do 2º e 3º casos.Seja calcular o montante de R$ 2.000,000 à taxa de

a. s., no fim de 16 anos, capitalizando semestral-

mente.C = 2.000

O cálculo do capital, taxa e tempo não oferece dificulda-de, como será visto nas aplicações abaixo:

01. Cálculo de C:Dados:Cn = 12.000;r = 8% a. m;n = 5m;C = ? (cap. mensal)Cn = C (1 + i)n

12.000 = C (1 + 0,08)5

C =

C = 8,166,99

02. Cálculo de i :Dados:Cn = 12.000;C = 8.166,99;n = 5m;r = ? (cap. mensal)Cn = C (1 + i)n

12.000 = 8.166,99 (1 + i)5

(1 + i)5 =

(1 + i)5 = 1,469330Consultando a T.F.I. na linha correspondente a 5 perío-dos, encontra-se o fator 1,469.329, cuja taxa é 8%. En-tão: r = 8% a. m.

03. Cálculo de n:Dados:Cn = 12.000;C = 8.166,99;r = 8% a. m.;n = ? (cap. mensal)

Cn = C (1 + i)n ( 1 + 0,08)n =

(1 + 0,08)n = 1,469330Consultando a T.F.I. na coluna correspondente a 8%,encontra-se o fator 1,469329, cujo número de períodosé 5. Então n = 5 meses.

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Matemática

Degrau Cultural 231

CÁLCULO DO MONTANTE n FRACIONÁRIOSão duas as convenções adotadas para o cálculo domontante nesses casos: CONVENÇÃO LINEAR e CON-VENÇÃO EXPONENCIAL.Pela CONVENÇÃO LINEAR, em capital C, aplicado àtaxa i rende juros compostos durante a parte inteira deperíodos, produzindo esse montante, juros simplesdurante fração de períodos.

Ex.: Seja calcular o montante composto do capital R$15.000,00, a taxa de 2% a.m., durante 4 anos e 2 me-ses, com capitalização trimestral.

Cn = 39.629,48

Pela CONVENÇÃO EXPONENCIAL, um capital C aplica-do a taxa i rende juros compostos durante a parte inteirade períodos, rendendo o montante obtido, também juroscompostos, a taxa equivalente a taxa i, relativa a cadafração do período durante os períodos menores.

Ex: calcular o montante composto do capital R$ 15.000,00à taxa 2% a. m. durante 4 meses e 2 meses, com capitali-zação trimestral.

C = 15.000, r = 2% a.m. ∴ r = 6% a. t., n = 16 +

Cn = 15.000 x 2,540352 x (1 + 0,06) 2/3

Cn = 15.000 x 2,540352 x (1 + 0,06) 2/3

Cn = 15.000 x 2,540352 x 1,039610

Cn = 39.614,63

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Matemática

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Atualidades

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Atualidades

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Atualidades

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Atualidades

Degrau Cultural 235

ATUALIDADESInternacional

Globalização

A partir do final da Segunda Guerra Mundial (1945), o desen-volvimento capitalista acelerou-se progressivamente. O ge-ógrafo Milton Santos chamou este processo de aceleraçãocontemporânea. Outros identificam neste momento umaTerceira Revolução Industrial com a espantosa expansãodos setores de alta tecnologia, onde a ciência e a informa-ção são fundamentais para a reprodução do capital.

Especialmente a partir da década de 1990, o processode globalização ficou cada vez mais em evidência. A glo-balização constitui uma nova fase de expansão do capita-lismo financeiro e monopolista no espaço geográficomundial.

Os principais agentes da globalização são as empresastransnacionais, os grandes bancos internacionais, osgovernos dos principais países desenvolvidos e emer-gentes, as instituições internacionais (FMI, Banco Mundi-al, OMC, OCDE, entre outras) e os blocos econômicos(União Europeia, NAFTA, APEC, Mercosul, entre outros).

Crise Financeira Internacional (2007-2010)

A crise econômica nos Estados Unidos, que atingiu o mun-do como um todo, teve início em 2007. A origem foi a inadim-plência no setor imobiliário. Em 2001, o Federal Reserve(FED: banco central dos EUA) reduziu a taxa de juros, vi-sando baratear os empréstimos. Em 2003, o setor imobi-liário norte-americano passou a se aproveitar dessa situa-ção de juros baixos: a procura por imóveis e por emprésti-mos para financiá-los cresceu aceleradamente. Principal-mente a partir de 2007, essa realidade começou a mudar:a alta na taxa de juros encareceu os empréstimos, afastouinvestidores, elevou o número de inadimplentes, fez a ofertasuperar a procura, desvalorizou os imóveis acarretandouma forte crise no setor imobiliário.

Muitos bancos e financeiras do país, envolvidos com finan-ciamentos da casa própria e com venda e compra de títu-los do setor amargaram prejuízos, obrigando o governo,primeiro Bush, e agora Obama a tentar a aprovação depacotes econômicos, com ênfase na liberação de dinhei-ro, para ser injetado no mercado. Essa ajuda financeiravisa salvar bancos, financeiras, empresas e também ageração de empregos. Grandes grupos financeiros pedi-ram concordata, o banco Lehman Brothers, até então umdos mais respeitados do país, foi a falência. A Fannie Maee Freddie Mac foram salvas pelo governo. A Merrill Lynch foicomprada pelo Bank of América e o Wachovia pelo Citi-group. Em 2009, os EUA entraram em recessão econômi-ca e a taxa de desemprego superou os 10% da PEA. Al-guns setores tiveram modesta recuperação em 2010.

Estados Unidos: o governo de Barack Obama (2008/2009/2010)

No dia 4 de novembro de 2008 foi eleito presidente dosEstados Unidos, Barack Hussein Obama. Obama tem 47anos, sendo o primeiro presidente negro e o 44º presi-dente dos EUA.Filho de um queniano, também chamado de Barack Oba-ma e de uma norte-americana (branca), Ann Dunham, oatual presidente dos EUA nasceu em 1961. Represen-

tante do Partido Democrata, Obama teve como concor-rente John Maccain, do Partido Republicano. Seu vice foiJohn ou Joe Biden, seu opositor teve como vice SarahPalin, a polêmica e hoje muito popular ex-governadora doestado do Alasca. Assim que tomou posse, Obama con-seguiu a aprovação de um plano de intervenção econô-mica para amenizar a grave crise financeira que atinge osEUA. Em relação à política externa e interna, eis os princi-pais feitos:

- retirada dos soldados americanos no Iraque com pra-zo até 2011;

- envio de mais 30 mil soldados para ao Afeganistão paracombater a guerrilha fundamentalista sunita Taleban;

- desativar futuramente a prisão da base militar deGuantánamo, onde prisioneiros acusados de terroris-mo são mantidos sem julgamento adequado, consti-tuindo desrespeito aos direitos humanos;

- desistência de um Escudo Antimísseis que seria insta-lado no Leste Europeu (Polônia e República Checa), oargumento de Bush era que o escudo era necessáriopara proteger a Europa da ameaça nuclear iraniana;

- melhora das relações com a Rússia devido ao can-celamento do escudo antimísseis e proposta de umnovo plano de desarmamento nuclear a partir dotérmino do Start.

- recebimento do prêmio Nobel da Paz em Oslo (Noruega);- envio para o Congresso de plano para aumentar a

regulação no sistema financeiro para prevenir novascrises, proposta para limitar ganhos de executivos dosbancos e proposta de imposto sobre responsabilida-de da crise financeira;

- envio para o Congresso de reforma na saúde complano público mais barato para atender quase 50 mi-lhões de americanos que não tem plano privado.

Estados Unidos: tentativa de atentado terrorista (2009)

No dia 25 de dezembro de 2009, Umar Farouk Abdulmu-tallab, de nacionalidade nigeriana, tentou detonar explo-sivos durante um voo da Northwest Airlines entre Amster-dã (Holanda) e Detroit (EUA). A tragédia só não ocorreuporque houve falha no momento da detonação da bombae o terrorista acabou sendo contido pelos passageiros.Diante dessa nova tentativa de atentado, a segurança emvários aeroportos, principalmente nos EUA, foi reforçada.O episódio revelou a ineficiência dos EUA quanto aosorganismos de segurança e espionagem. Osama BinLaden, em “suposta” mensagem para a mídia, assumiua tentativa de atentado. O jovem nigeriano recebeu treina-mento pelo grupo terrorista da Al Qaeda na PenínsulaArábica, no Iêmen.

Conselho de Segurança da ONU: Brasil é membro rota-tivo (2009/2010)

O Brasil foi eleito pela décima vez, membro rotativo doConselho de Segurança da ONU. Esse conselho écomposto de 15 países, sendo 5 permanentes (Rús-sia, China, França, Reino Unido e EUA), com poder deveto e voto.Além desses, estão os 10 rotativos, com poder apenasde voto, sendo que cada membro permanece por apenas2 anos, sendo substituído por um novo membro. O Brasilrecebeu 182 votos, de um total de 190 membros queparticiparam da votação. O cargo passou a ser ocupado

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Atualidades

pelo Brasil em janeiro de 2010, substituindo a Costa Rica.Vale ressaltar que o Conselho de Segurança tem por fi-nalidades a segurança mundial e autorizar intervençõesmilitares como o envio de tropas de paz para países emconflito. Já há algum tempo, o G4 (Brasil, Alemanha, Índiae Japão) almejam uma cadeira permanente no Conse-lho de Segurança da ONU.

G8

O G8 (Grupo dos Oito) constitui um fórum que reúne ossete países capitalistas desenvolvidos com maior PIB doplaneta, somados a um país emergente, a Rússia. O gru-po foi criado em 1975. O grupo realiza uma reunião anualdos presidentes e primeiros ministros para debater osrumos da economia mundial e questões geopolíticas.

O grupo é integrado por Estados Unidos, Japão, Alema-nha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia. A Rús-sia foi convidada a participar na década de 1990 em vistade seu poderio geopolítico e militar. Nos últimos anos,países emergentes são convidados a participar da reu-nião. Estes países integram o G5, integrado por China,Índia, Brasil, México e África do Sul. Em 2009, a reuniãode cúpula aconteceu em L’Áquila, Itália.

G20 (Grandes Economias)

Em decorrência das crises financeiras ocorridas em 1994(México), 1997 (países asiáticos como Coreia do Sul, Tai-lândia e Indonésia) e em 1998 (Rússia e Brasil), foi cria-do o Grupo dos Vinte (G20 Grandes Economias ou Finan-ças) em 1999. A finalidade do grupo é discutir o sistemafinanceiro e tomar medidas para garantir a estabilidadedo sistema financeiro e previnir crises. Geralmente, sereunem os presidentes dos bancos centrais e ministrosdas fazenda.

O grupo é formado pelos dezenove países com grandesPIBs, somados a União Europeia enquanto bloco econô-mico. Os participantes são: EUA, Japão, Alemanha, Fran-ça, Reino Unido, Itália, Canadá, China, Brasil, Índia, Rús-sia, Austrália, África do Sul, Turquia, Arábia Saudita, Ar-gentina, México, Coreia do Sul, Indonésia e União Euro-peia. Em 2009, foram realizadas duas cúpulas: Londres(Reino Unido) e Pittsburgh (EUA) que discutiram medi-das contra a crise financeira internacional.

BRIC

Entre os países emergentes, o grupo que se sobressai éidentificado pela sigla “BRIC” que representa Brasil, Rús-sia, Índia e China. A sigla BRIC foi criada em 2001 peloeconomista Jim O’Neill no banco Goldman Sachs, umadas principais instituições financeiras dos EUA. A siglatinha a função de orientar os investidores em relação aospaíses emergentes com maior potencial de crescimentoe cujos investimentos produtivos e especulativos trariammaior rentabilidade. Os BRICs são potências regionais eno caso da China, uma potência global. Eis as suas ca-racterísticas:

- grande extensão territorial com expressiva quantidadee diversidade de recursos naturais;

- nações populosas e com mercados consumidoresemergentes (forte crescimento das classes médias eredução da pobreza);

- grandes PIBs e economias diversificadas;- graves problemas sociais e regionais internos;- problemas políticos como altos níveis de corrupção e,

no caso chinês, autoritarismo político.

A previsão é que em 2040, a soma do PIBs dos BRICsvão superar a soma dos PIBs das 6 maiores economiasdesenvolvidas (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, Fran-ça e Itália). O sucesso da sigla na comunidade internaci-onal fez com que os quadro países se aproximassemdando origem a um fórum de cooperação diplomática eeconômica BRIC, cuja primeira reunião de cúpula acon-teceu em Ecatenimburgo (Rússia) em 2009. Em 2010, asede é Brasília.

China: a nova potência global

Centro financeiro Pudong em Xangai, maior regiãometropolitana da China.

A China é a potência emergente com maior sucessoeconômico e financeiro nas últimas décadas. O “dragão”simboliza bem o desempenho chinês, poder,superioridade e agressividade. Após a crise financeira, opaís consolida-se de vez como potência global. A Chinacomeçou a exercer importante influência econômica egeopolítica no leste e sudeste asiáticos, gerandodesconfiança nos grandes vizinhos, a Índia e o Japão.

Necessitando consumir commodities minerais, energéticose agrícolas em grande volume para suprir a demanda desua acelerada economia, a China avançou em negociações

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Atualidades

Degrau Cultural 237

comerciais e diplomáticas em diversas frentes: Ásia Central,América Latina e África. No continente africano, fechouacordos comerciais com a maioria dos países.

Apesar de ter sido afetada pela crise mundial, em 2009, aeconomia cresceu 8,7%, mesmo com a queda nasexportações, um resultado surpreendente. Assim, aChina, que já é a 2ª maior economia do mundo (PIB-PPC-paridade de poder de compra), em 2010 torna-se tambéma 2ª economia do mundo com PIB em dólares. Um fatorque muito contribuiu para que a China superasse osefeitos da crise mundial foi o pacote elaborado pelogoverno, estimulando investimentos de infraestrutura ede crescimento do mercado interno. Apesar daprosperidade econômica que o país vem apresentando,há mais de uma década, o governo reconhece que o paísainda enfrenta dificuldades a serem superadas, comopor exemplo, o aumento da desigualdade social e a fortedegradação do meio ambiente.

O país é potência econômica, financeira e com fortesinvestimentos no campo aeroespacial, militar e nuclear.No campo aeroespacial, os chineses já detém tecnologiade satélites de sensoriamento remoto (CBERS emparceria com o Brasil), já enviaram uma missão tripuladaao espaço e tem planos para aportar na Lua.

Uma das principais críticas à China é o regime autoritárioe de partido único. O país reprime opositores e censuraos meios de comunicação. A Internet é o alvo nos últimosanos, uma vez que a China tornou-se o país com maiornúmero de usuários de internet do mundo. Em 2010, oGoogle sofreu um ataque de hackers chineses,desagradando os EUA. A empresa ameaçou cancelarsuas atividades no país. A China também tem reprimidosuas minorias étnicas. Em 2008, houve repressão contramanifestações de monges do Tibete e a China considerao Dalai Lama, um “líder separatista”. Em 2009,aconteceram graves conflitos étnicos entre chineses hane os uigures (muçulmanos) em Urumqi, capital daprovíncia de Xinjiang. A China também classifica oslíderes da minoria uigur, a exemplo de Rediya Kadeer (noexílio), como “terroristas e separatistas”.

OMC, Rodada de Doha e G20 (subdesenvolvidos eemergentes)

Na década de 2000, a OMC (sede em Genebra, Suíça)organizou diversas cúpulas de países no intuito dedestravar o comércio mundial. Porém, prevaleceram asdivergências. Alguns países não aceitam abrir mais osseus mercados internos para mercadorias importadas,ou seja, praticam o protecionismo com a finalidade deproteger os produtores nacionais.A maior negociação comercial em curso na OMC é aRodada Doha, iniciada em 2001 em Doha, capital do Catar,país do Golfo Pérsico. Ao longo das negociaçõesformaram-se dois grupos de países. De um lado, osEstados Unidos e a União Europeia. Do outro, o G20, umgrupo de países subdesenvolvidos, incluindo osprincipais emergentes.O G20 é um grupo de países subdesenvolvidos, incluindoos principais emergentes, fundado no ano de 2003 numareunião da Rodada de Doha, em Cancún, no México. OG20 é formado por 24 países e cuja liderança cabe àÍndia e ao Brasil. Os demais países membros são:Filipinas, China, Indonésia, Paquistão, Tailândia, Áfricado Sul, Egito, Tanzânia, Zimbábue, Nigéria, Turquia,República Checa, Hungria, Argentina, Bolívia, Chile,Paraguai, Uruguai, Venezuela, México, Guatemala e Cuba.

O G20 reivindica a maior abertura dos mercados dos pa-íses desenvolvidos para a entrada de produtos do agro-negócio provenientes dos países subdesenvolvidos eemergentes. Os países desenvolvidos relutam em abrirseus mercados, fazendo ofertas pouco expressivas. OG20 é contrário ao protecionismo e subsídios que bene-ficiam os agricultores dos países ricos.Por sua vez, os Estados Unidos e países da União Euro-peia reivindicam que os países emergentes e periféricosabram mais seus mercados para produtos industrializa-dos e serviços vindos os países desenvolvidos. O resul-tado tem sido o impasse nas negociações, visto queambos os lados cedem pouco.

OMC autoriza Brasil a retaliar os EUA devido a produçãode algodão (2010)

A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou oBrasil a impor retaliações sobre o governo americano emresposta aos subsídios ilegais que a Casa Branca distribuiaos produtos de algodão. Mas o órgão frustra o Brasil novalor da retaliação contra os Estados Unidos. Dadospreliminares da decisão da entidade apontam que o Brasilteria o direito de retaliar os EUA em cerca de US$ 300milhões, valor muito inferior aos US$ 2,5 bilhões pleiteadospelo Brasil. O valor variaria, dependendo do ano, e estarialigado ao volume de subsídios que os Estados Unidosdariam ao algodão em cada ano. Pelos cálculospreliminares o valor da retaliação não chegaria nem US$ 1bilhão em nenhum dos anos. Os americanos indicaramque somente aceitariam ser retaliados em 1,5% do valorpedido para o Brasil. Mesmo assim, a retaliação autorizadapela OMC é a segunda maior já dada pela entidade a umpaís. A maior retaliação também havia sido contra os EUA.

A OMC atende parcialmente o pedido brasileiro e autorizouque, em certas circunstâncias, retaliações fossemaplicadas sobre patentes de produtos americanos. Essaé a primeira vez que a OMC autoriza tais medidas para oBrasil. Mas para que a retaliação em patentes entre emvigor, um determinado nível de retaliação precisa seratingido. Se o valor da sanção em um ano for acima de umcerto montante, o Brasil então teria o direito de suspenderpatentes. A disputa entre Brasil e Estados Unidos já durasete anos e apesar de várias condenações, o governoamericano jamais cumpriu a determinação da OMC deretirar os subsídios ilegais ao algodão. O governo brasileiroameaçou aumentar a tarifa de importação de váriosprodutos provenientes dos EUA e espera uma negociaçãocom os norte-americanos para resolver o impasse.

Mercosul

Com a democratização da maioria dos países da Améri-ca Latina, as possibilidades de integração renasceramna década de 1990. Na América do Sul, foi criado o Mer-cosul (Mercado Comum do Sul) através da assinaturado Tratado de Assunção em 1991.

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238 Degrau Cultural

Atualidades

O bloco é integrado por quatro membros plenos: Brasil,Argentina, Uruguai e Paraguai. O Chile, Bolívia, Peru,Venezuela, Equador e Colômbia são membros associa-dos, isto é, fizeram acordos comerciais com o Mercosul,no entanto, não apresentam o mesmo grau de integra-ção atingido pelos membros plenos. A Venezuela é can-didata a membro pleno, mas precisa da aprovação dosparlamentos dos 4 atuais membros plenos. A câmara eo senado brasileiros aprovaram a entrada da Venezuelaem 2009, assim como o Uruguai e a Argentina. Portanto,resta apenas o Paraguai.

A criação do Mercosul intensificou as relações comerci-ais entre os países sócios a partir da década de 1990. Naatualidade, a maior parte das mercadorias circula semtarifas de importação. O Mercosul pode ser consideradouma união aduaneira parcial, seu mecanismo é a TEC(Tarifa Externa Comum) adotada pelos membros plenos.

Os principais problemas do Mercosul são:- as divergências comerciais entre os membros, a exem-

plo dos frequentes conflitos comerciais entre o Brasile a Argentina;

- a assimetria econômica entre os membros, uma vezque o Brasil apresenta um PIB muito maior em rela-ção aos outros sócios;

- as eventuais crises financeiras e políticas nos paísessócios.

A integração econômica também requer investimentosem infraestrutura que integrem os países. Ao longo dedécadas, pouco foi feito para integrar o Brasil com ospaíses andinos e platinos. Desse modo, a construção derodovias, pontes e ferrovias é fundamental. Um dos prin-cipais exemplos é a construção da rodovia Transoceâni-ca entre o Brasil (a partir do AC) e o Peru passando portrechos da Amazônia, Andes e atingindo o litoral do Pací-fico. A obra vai permitir que produtos brasileiros cheguematé portos peruanos no Pacífico de modo a facilitar o co-mércio com os países andinos e com os países da Oce-ania e Ásia. Por sua vez, aumentará o fluxo de mercadori-as peruanas para o mercado brasileiro.

União Europeia

Dado o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945),os países da Europa Ocidental, muitos arruinados peloconflito, começaram a se organizar para minimizar a de-pendência econômica perante os EUA. Na Europa, aprimeira experiência de cooperação econômica foi o BE-NELUX em 1948, integrando Bélgica, Holanda e Luxem-burgo. Com a assinatura do Tratado de Paris em 1951,foi criada a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e doAço), instituição que estimulou a livre circulação de maté-rias-primas e mercadorias vinculadas à indústria side-rúrgica, tais como carvão mineral, minério de ferro e aço.A CECA era integrada por Bélgica, Países Baixos, Luxem-burgo, Alemanha Ocidental, França e Itália.

Com o sucesso da CECA, a iniciativa seguinte foi de es-tender a cooperação para outros setores. Nesse intuito,foi assinado o Tratado de Roma (1957) que fundou a CEE(Comunidade Econômica Europeia). No início, eram seispaíses: Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Ho-landa e Luxemburgo.

Em 1973, a CEE foi ampliada, com a adesão de trêsnovos sócios: Reino Unido, Irlanda e Dinamarca.

Na década de 1980, entraram a Grécia (1981), Espanhae Portugal (1986). Na década de 1990, o bloco dá início a

medidas para aprofundar sua interdependência no cam-po econômico e financeiro. Com a assinatura do Tratadode Maastricht (1992), os países sócios comprometeram-se a padronizar seus indicadores econômicos internoscom a finalidade de viabilizar uma futura unificação mo-netária. O ajuste econômico foi rigoroso e visava reduziras taxas de inflação, as taxas de juros, controlar as flutu-ações cambiais e os déficits públicos. O bloco tambémpassou a denominar-se UE (União Europeia). Em 1995, obloco contou com a adesão da Áustria, Suécia e Finlân-dia. A unificação monetária avançou com a criação de umBanco Central para a União Europeia em Frankfurt, Ale-manha, em 1998.

Em 2004, aconteceu a primeira grande expansão daUnião Europeia em direção ao Leste Europeu e ao Medi-terrâneo. Entraram dez novos integrantes: Estônia, Letô-nia, Lituânia, Polônia, República Checa, Eslováquia, Hun-gria, Eslovênia, Malta e Chipre. Em 2007, ingressaram aBulgária e a Romênia. Alguns analistas afirmam que oingresso dos países do Leste Europeu poderia facilitarainda mais a entrada de trabalhadores do leste nos paí-ses da Europa Ocidental. Haveria um aumento da con-corrência com a mão-de-obra local e um eventual rebai-xamento dos salários nos países mais avançados. Odeslocamento de empresas rumo ao leste em busca demão-de-obra barata e incentivos fiscais, poderia elevar odesemprego em países como a França e Alemanha.

Entre os atuais candidatos a ingressar na União Euro-peia estão a Macedônia, Croácia, Montenegro e Turquia.No entanto, existe grande resistência à entrada da Tur-quia no bloco. Os principais motivos são:

- problemas econômicos e financeiros do país, a exem-plo da alta taxa de juros;

- preconceito contra um país cuja maioria da populaçãoé muçulmana, apesar do país ter um governo laico;

- temor da facilitação da entrada de grupos fundamen-talistas e terroristas islâmicos no bloco através do ter-ritório turco;

- as relações tensas da Turquia com o Chipre, país queaderiu à União Europeia, e que internamente é dividi-do entre duas etnias rivais, grega e turca;

- o desrespeito aos direitos humanos (repressão políti-ca, problemas no sistema prisional e repressão à mi-noria curda).

A moeda única, o euro, foi implantada de modo gradual apartir de 1999, convivendo com as moedas de cerca deonze países inicialmente. A partir de 2002, as moedaslocais de cada país foram eliminadas e o euro tornou-sea moeda única.Os países da União Europeia onde o euro substituiu asmoedas locais integram a zona do euro: Alemanha, Fran-ça, Itália, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Espanha,Portugal, Grécia, Áustria, Finlândia, Irlanda, Eslovênia,Chipre e Malta.

Países desenvolvidos como Reino Unido, Dinamarca eSuécia não aderiram ao euro. A resistência à moeda úni-ca em alguns países dá-se por motivação econômica eaté por nacionalismo, uma vez que a moeda é um impor-tante símbolo da únidade nacional.

Cabe salientar que o processo de adesão de um país àUnião Europeia ou a adoção do euro é democrático. Istoé, passa por plebiscito popular e aprovação dos parla-mentos de cada país. Alguns países ricos da Europa Oci-dental rejeitaram até a adesão à União Europeia, é ocaso da Islândia, Suíça e Noruega.

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Atualidades

Degrau Cultural 239

A sede executiva da União Europeia está localizada emBruxelas, capital da Bélgica. O funcionamento da UniãoEuropeia depende de várias instituições e tratados:

- Parlamento Europeu. Assembleia parlamentar eleitapelo voto direto pelos cidadãos da União Europeia comsede em Estrasburgo, França.

- Conselho da União Europeia. Principal órgão legislati-vo e de tomada de decisão na União Europeia. Repre-senta os governos dos estados-membros.

- Comissão Europeia. Instituição que representa e de-fende os interesses da União como um todo atravésde propostas de legislação, ações e é responsávelpela execução das decisões do parlamento europeu.É o órgão com poder executivo.

- Acordo de Schengen. Firmado em 1985. O objetivofoi criar o “espaço Schengen” que permite a livre cir-culação de pessoas dentro dos países signatários,sem a necessidade de apresentação de passaportenas fronteiras.

Entretanto, é necessário ser portador de um documentolegal como, por exemplo, o bilhete de identidade. Al-guns países do bloco e outros europeus aguardamimplementação: Bulgária, Romênia, Chipre, Islândia,Noruega, Suíça e Liechenstein.

- Tratado de Nice. Foi acertado em 2000 e entrou emvigor em 2003. Seu objetivo foi definir as regras deadaptação das instituições europeias para a inclusãodos novos membros a partir de 2004.

- Tratado de Lisboa. Foi firmado em 2007 e também édenominado de “tratado reformador da constituiçãoeuropeia”. O bloco passa a ter um alto representantepara a política exterior, um presidente e haverá um for-talecimento dos parlamentos. Em 2009, a Irlanda che-gou a rejeitar o tratado por plebiscito, mas o problemafoi superado. O Tratado de Lisboa entrou em vigor em2010 com a aprovação dos parlamentos dos países-membros.

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Atualidades

PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) nãoestão no mesmo atoleiro, mas Grécia dita rumo do gru-po (2010)

Os Piigs não estão todos no mesmo atoleiro, mas o des-fecho do caso da Grécia deve ditar a extensão do contágiono grupo. Analistas na Europa diferenciam a situação eco-nômica de cada integrante, já que Grécia e Portugal en-frentam problemas mais delicados do que Irlanda, Itália eEspanha. Fica, no entanto, o alerta de que uma possívelcontaminação da turbulência traria novo freio para a ain-da frágil recuperação europeia.

No olho do furacão, a Grécia passa atualmente pela mai-or dificuldade do bloco. Há ceticismo sobre a implanta-ção do plano de contenção aprovado nesta semana pelaUnião Europeia.

Os especialistas reclamam da falta de detalhes da pro-posta do governo grego, que se comprometeu a reduzir odéficit dos atuais 12,7% para 3% em 2012. Conforme cál-culos do Goldman Sachs, a necessidade de financiamen-to da Grécia neste ano é de 55 bilhões de euros, sendo ametade até maio, incluindo 17 bilhões de euros de amor-tização de dívidas de longo prazo.

Prevalece a avaliação de que o país acabará precisandode ajuda externa para resolver seus problemas. Para oeconomista-chefe para a Europa do Goldman Sachs, ErikNielsen, a maior probabilidade é de que o suporte venhade empréstimos bilaterais de outros membros da zonado euro. “O envolvimento do Fundo Monetário Internacio-nal (FMI) não pode ser descartado, mas as chances dis-so acontecer continuam baixas.”

O fato é que do destino da Grécia depende o sentimentopara o restante do grupo, formado por países que obtive-ram crescimento econômico forte nos últimos anos, esti-mulados pelo crédito farto e barato na União Europeia.Aliás, o acrônimo Piigs pegou e já não há mais constran-gimento em usá-lo. O economista-chefe do UniCredit,Marco Annunziata, acredita que, quanto mais a soluçãose parecer com um resgate, menos provável fica o contá-gio na região. “Quanto mais a Grécia tiver de sair da crisecom as suas próprias pernas, mas os investidores seperguntarão quem conseguirá superar a crise sozinho.

Todos os Piigs acumulam déficits fiscais e de conta cor-rente. No entanto, Grécia e Portugal registram as piorescombinações. O buraco fiscal grego é o mais elevado dogrupo, de 12,7% do PIB, com déficit em conta corrente de11,9%. Em Portugal, os números são de 9,3% e 10,1%,respectivamente, conforme levantamento do Goldman Sa-chs. “A dívida interna é mais fácil de financiar, mas essespaíses têm problemas também no lado externo”, disse achefe de pesquisas do Itaú Europa, Ana Esteves. Portugaljá apresentou um orçamento, que prevê inclusive a taxa-ção dos bônus de executivos em 50%, como fez o ReinoUnido. Mas analistas acreditam que novas iniciativas paraconter gastos e elevar receitas serão necessárias.

A Irlanda possui um rombo orçamentário de 11,6%, maso déficit em transações correntes é bem menor, de 3%.Além disso, o país anunciou um ajuste bastante dolorido,inclusive com corte na folha de pagamento do funciona-lismo público, que convenceu os investidores. O própriopresidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Tri-chet, vem elogiando publicamente a Irlanda pelas medi-das tomadas. Apesar das dificuldades, também existemaior confiança nos planos da Espanha, que apresentourecentemente proposta para melhorar as finanças públi-

cas. Com déficit fiscal elevado, de 11,4%, o país tem sal-do negativo em conta corrente menos intenso, de 6,1%, ea dívida pública está hoje em 55% do PIB, bem abaixo doque na Grécia (113%).

Quem surpreendeu positivamente os analistas foi a Itá-lia. “O país está se comportando relativamente bem nacrise, com maior eficiência do setor público e é um dospoucos da zona do euro com superávit primário”, afirmouAna, do Itaú Europa. Para Annunziata, do UniCredit, o acrô-nimo deveria se resumir a Pigs e excluir a Itália, hoje emposição mais forte pela combinação de poupança inter-na e administração fiscal mais prudente.

A recente turbulência em membros da zona do euro já trazquestionamentos sobre o desempenho econômico daregião, que ainda engatinha após a forte crise financeira.

“Agora que os mercados estão ditando a velocidade doaperto fiscal, há um grande risco de que os ajustes em-purrem os países de volta à recessão”, avalia Annunzia-ta. Para o Goldman Sachs, se o contágio da Grécia seinfiltrar em outros países, entre 20% e 30% do PIB daregião estará sob forte estresse.

IDH

O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) foi criadoem 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq.Desde 1993, o PNUD (Programa das Nações Unidaspara o Desenvolvimento) utiliza o IDH como principal in-dicador comparativo de qualidade de vida entre os paí-ses. O índice também pode ser utilizado em outras esca-las geográficas, a exemplo de estados e municípios. Eisos indicadores componentes do IDH:

- Renda per capita (PIB-PPC pela população absoluta);- Expectativa de vida ou longevidade (em anos);- Alfabetização (população alfabetizada acima de 15

anos de idade) e Taxa de matrícula (taxa de matrículabruta nos três níveis de ensino — relação entre a popu-lação em idade escolar e o número de pessoas matri-culadas no ensino fundamental, médio e superior).

O índice varia entre 0 e 1, quanto mais próximo de 1,melhor o nível de desenvolvimento humano. Observe aseguir, a classificação do IDH:

IDH muito elevado (índice de 0,900 até 1). Neste grupo seencontram todos os países desenvolvidos, a exemplo daIslândia, França, Canadá, Austrália, Japão e EUA. Tam-bém entram alguns países emergentes como Coreia doSul, Cingapura, República Checa e alguns exportadoresde petróleo como os Emirados Árabes Unidos. No IDH2009, a Noruega ficou na 1ª posição com nota 0,971.

IDH elevado (entre 0,8 e 0,899). Neste grupo, encontra-se a maioria dos países subdesenvolvidos emergentese alguns exportadores de commodities. São exemplos:Colômbia, Rússia, Malásia e Turquia. Nos anos 2000, oBrasil melhorou sua classificação de IDH médio paraIDH elevado, entretanto, no ranquing está atrás de na-ções mais pobres do ponto de vista econômico, a exem-plo de países latino-americanos e caribenhos como: Ar-gentina, Chile, Uruguai, Venezuela, Cuba, Costa Rica eMéxico. O Brasil ficou na 75ª posição com nota 0,813.

IDH médio (entre 0,500 e 0,799). Entre os países com IDHmédio estão países subdesenvolvidos, alguns deles emer-gentes: China, Índia, África do Sul, Angola, Bolívia, Indoné-sia, Irã e Territórios Palestinos (Gaza e Cisjordânia).

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Atualidades

Degrau Cultural 241

IDH baixo (entre 0,100 e 0,499) é formado por subde-senvolvidos exportadores de commodities e os periféri-cos: Afeganistão, Timor Leste, Níger, Serra Leoa, Guinée Moçambique.

Israel X Palestinos (2009-2010)

Os palestinos continuam a lutar por um Estado inde-pendente, mais a sua concretização é complexa. Aspressões do governo Obama para acontecerem nego-ciações de paz não surtiram efeito. O início de 2009 foimarcado por combates entre israelenses e palestinosintegrantes do Hamas (Partido político, grupo funda-mentalista islâmico sunita e com atividade terrorista).Israel atacou a Faixa de Gaza, resultando na morte decerca de 1.400 palestinos. No lado israelense houve14 perdas.

O Fatah, partido político palestino moderado, do presi-dente palestino Mamoud Abbas, controla a Cisjordânia.Em 2009, o partido de direita Likud venceu as eleiçõesem Israel com a ascensão ao poder do primeiro ministroBenjamim Netanyahu.

As principais divergências que dificultam um tratado depaz definitivo entre Israel e palestinos e precisam serresolvidas são:

- o controle das atividades dos grupos extremistaspalestinos e judeus;

- as divergências políticas internas entre as liderançase militantes palestinos do Fatah e do Hamas;

- a partilha dos recursos hídricos existentes na Cisjor-dânia. Em 2009, a Anistia Internacional divulgou queos israelenses controlam a maior parte da água noterritório, deixando os palestinos com pouca água;

- a situação política de Jerusalém, ocupada e conside-rada por Israel como sua capital. Os palestinos tam-bém reivindicam Jerusalém oriental como futura capi-tal para um Estado palestino independente;

- a permanência de assentamentos judaicos na Cisjor-dânia, uma vez que os palestinos reivindicam a remoçãodestas colônias da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental,inclusive para viabilizar seu Estado independente;

- o muro construído por Israel para isolar a Cisjordânia.

Os israelenses alegam que o muro foi construído parainterromper a entrada de terroristas em Israel. A co-munidade internacional condenou o muro, visto queseu traçado acabou por anexar mais terras palestinaspara o lado israelense. Em 2010, Israel também anun-ciou a construção futura de um muro de segurançana fronteira com o Egito, o objetivo seria evitar a en-trada de armas do território egípcio para os palesti-nos, além de conter a entrada de imigrantes ilegais eextremistas islâmicos.

Iraque: atentados terroristas no Iraque (2009-2010)

Em 2009, atentados no Iraque deixaram 155 mortos e500 feridos. Os atentados foram contra o Ministério daJustiça e o Conselho Provincial de Bagdá, capital do país.Segundo autoridades, os atentados foram praticados pelogrupo Estado Islâmico do Iraque, ligado à Al Qaeda. Osxiitas são o principal grupo étnico no Iraque. Assim, sãocomuns os conflitos entre sunitas e xiitas. Em 2010, acon-teceram atentados de sunitas contra xiitas em Najaf, porocasião de celebrações religiosas. O norte do país é ocu-pado pelos curdos, grupo com tradição separatista, quetambém se distribui pela Turquia e Irã. Desde a invasãodo Iraque por tropas dos EUA e Reino Unido, aproxima-damente 102 mil pessoas morreram. O atual primeiroministro do Iraque é Nuri Al Maliqui.

Afeganistão (2009-2010)

O Afeganistão é um país montanhoso (cadeia HindoKush), sem saída para o mar, com baixo IDH e onde pre-valecem muçulmanos sunitas. Desde a década de 1990,cultiva a papoula e é o maior produtor de heroína e ópiodo mundo. O país apresenta grande diversidade étnica.O principal grupo étnico é o patane (ou pasthu) que ocupao centro sul do país, da qual originou o Taleban. Os gru-pos minoritários são: uzbeques, tadjiques, hazarás, tur-comenos, quirguizes, baluchis e ismaelitas.

Em 2001, os EUA fizeram uma intervenção militar no Afe-ganistão, cujo governo, dominado pelo grupo fundamen-talista islâmico sunita Taleban, foi acusado de colaborarcom a Al Qaeda e de dar proteção a Osama Bin Laden.

Nesta ação, os EUA contaram com o apoio da OTAN. Osnorte-americanos se associaram aos grupos de oposi-ção ao Taleban, em especial a Aliança do Norte. No finaldas contas, o governo Taleban foi derrubado. Após a rea-lização de eleições, o novo governo afegão, liderado pelopresidente Hamid Karzai, passou a ser alinhado com osinteresses dos EUA.

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Atualidades

Ainda assim, a situação continua tensa no Afeganistão. Amilícia Talebam, ligada à Al Qaeda, promove atentadoscontra a OTAN e o atual governo afegão. Em 2010, chega-ram a atacar a capital, Cabul. O presidente afegão é HamidKarzai, reeleito após a desistência do candidato de oposi-ção, Abdulah Abdulah no segundo turno das eleições pre-sidenciais. Abdulah tinha denunciado fraudes eleitorais.

Paquistão (2009-2010)

No Paquistão, país cuja maioria da população é muçul-mana sunita, houve um crescimento do fundamentalis-mo islâmico com a atuação do Taleban paquistanês, li-gado à Al Qaeda, combatido pelas forças armadas dopaís com auxílio eventual dos EUA. Os confrontos aconte-cem no Vale do Swat e no Waziristão, áreas montanho-sas, tribais e próximas ao território do Afeganistão. O paísatravessa uma onda de atentados terroristas feitos porextremistas desde 2009. O temor dos EUA é que o Pa-quistão mergulhe numa guerra civil e que os terroristastenham acesso às armas nucleares do país. O Paquis-tão também tem uma relação de tensão com a Índia devi-do à disputa pela região da Caxemira, de maioria muçul-mana e compartilhada pelos dois países.

Irã: vitória de Ahmadinejad provoca protestos de oposi-tores (2009/2010)

Simpatizantes do candidato da oposição Mir HusseinMoussavi iniciaram uma onda de protestos no Irã, ale-gando que a vitória do ultraconservador, Mahmoud Ahma-dinejad, reeleito presidente do país com 62,6%, ocorreude forma fraudulenta, pois pesquisas realizadas antesda eleição davam margem de votos para Moussavi. Ah-madinejad contou com o apoio do aiatolá Ali Khamenei,líder religioso xiita supremo do país que exerce muitopoder, pois apresenta influência no judiciário, na polícia,nas redes de TV e nas forças armadas.

A confirmação da reeleição de Ahmadinejad deu início àuma onda de protestos pelo país, resultando em prisões,agressões e até na morte de uma jovem, Neda, que tor-nou-se um mártir pela liberdade de expressão no país,pois sua morte foi filmada por uma câmara de celular e aimagem foi parar na Internet e em sites de relacionamen-to como o Twitter.

Um atentado terrorista, ocorrido em 2009, na região deSistão e Baluchistão, na fronteira do Irã com o Afeganis-tão e Paquistão, deixou 42 mortos, sendo 15 deles, inte-grantes da Guarda Revolucionária iraniana, e, dois delesaltos comandantes. O governo iraniano chegou a res-ponsabilizar os EUA e o Reino Unido pelos atentados,além de acusar o Paquistão de dar refúgio a terroristas.O grupo extremista sunita Jundulah (exército de Alá), as-sumiu a autoria do atentado.

O Irã, signatário do TNP, desenvolve um polêmico progra-ma nuclear. Anunciou sua segunda usina de enriqueci-mento de urânio, sendo capaz de enriquecer até em 20%.Ahmadinejad chegou a afirmar que poderia elevar o enri-quecimento até 80%. O Irã afirma que seu programa nu-clear é para fins pacíficos, especialmente a geração deenergia, mas os EUA e países europeus afirmam que opaís teria ambições de desenvolver armas nucleares. NaONU, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) éresponsável por fiscalizar os programas nucleares dospaíses. Em 2009, em visita ao Brasil, o presidente Lulaafirmou que o Irã teria direito a um programa nuclear parafins pacíficos.

O Irã também investe no setor aeroespacial com o lança-mento de foguetes e satélites. Em 2010, houve o lança-mento de um modelo avançado de seu foguete Kavosh-gar (Explorador), equipado com uma cápsula especial naqual viajam seres vivos.

Coreia do Norte: o novo teste nuclear (2009)

A Coreia do Norte anunciou ter realizado “com sucesso”um novo teste nuclear subterrâneo e ameaçou executarnovas ações, em um desafio aberto à comunidade inter-nacional. O regime ditatorial de Pyongyang, liderado pelopresidente Kim Jong Il, desconsiderou, assim, as pres-sões internacionais que tentam obrigar o país a renunci-ar às ambições atômicas. A Coreia do Norte tambémlançou três outros mísseis de curto alcance.

Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e União Eu-ropeia manifestaram “grande preocupação”, assim comoCoreia do Sul e Japão. A China, principal aliada da Coreia doNorte e com poder de veto no Conselho da ONU, ainda nãose pronunciou. Segundo comunicado da Coreia do Norte, anova bomba é mais potente que a utilizada no teste anterior,em outubro de 2006, que levou o país a sofrer sanções doConselho de Segurança da ONU (Organização das NaçõesUnidas). A Coreia do Norte ameaçou ainda realizar maistestes, caso os Estados Unidos prossigam com o que cha-mou de “política de intimidação”, afirmou um funcionário daembaixada norte-coreana em Moscou.

Charge chama a atenção para a preocupação de váriospaises com os testes nucleares da Coréia do Norte

Índia: atentados terroristas (2008)

Vários atentados terroristas foram realizados em novem-bro de 2008, em localidades nobres de Mumbai, capital daÍndia. As ações terroristas foram praticadas nos hotéis TajMahal Palace e Oberoi Trident, na estação de trem Chha-trapati Shivaji e no café Leopold, locais fortemente frequen-tados por turistas ocidentais. As ações terroristas foramassumidas pelo Mujahedim de Deccan que tinha a partici-pação de terroristas islâmicos paquistaneses. Os atenta-dos de Mumbai deixaram 179 mortos e 300 feridos.

Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribe-nhos (2010)

Os países de América Latina e Caribe aprovaram nestaterça-feira, em cúpula regional no México, a criação de umnovo bloco regional, sem os Estados Unidos e o Canadá.Os estatutos da Comunidade de Estados Latino-ameri-canos e Caribenhos serão definidos apenas em 2011,

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Atualidades

Degrau Cultural 243

em reunião em Caracas (Venezuela), anunciou o presi-dente do México, Felipe Calderón.

O grupo, considerado uma versão B da OEA (Organizaçãodos Estados Americanos), “deverá, prioritariamente, im-pulsionar a integração regional com o objetivo de promo-ver nosso desenvolvimento sustentável, de impulsionar aagenda regional em fóruns globais, e de ter um posiciona-mento melhor frente aos acontecimentos relevantes mun-diais”, disse Calderón ao ler parte da declaração final.Calderón inclui ainda na lista de tarefas do novo grupodefender os direitos humanos e a democracia e ampliar acooperação entre a América Latina e os países do Caribe.

A criação do novo bloco “é de transcendência histórica”,completou o presidente cubano, Raúl Castro, durante asua participação na Calc (Cúpula da Unidade da AméricaLatina e Caribe). “Cuba considera que estão dadas ascondições para se avançar com rapidez na constituiçãode uma organização regional puramente latino-america-na e caribenha”. O grupo foi criado para que a regiãotenha uma voz uníssona nos fóruns multilaterais. O mai-or apoio à iniciativa vem dos presidentes de esquerda daregião, como o venezuelano Hugo Chávez e o bolivianoEvo Morales, que defendem o novo organismo como umaopção ao “imperialismo” dos Estados Unidos.

A ideia é que o novo organismo reúna o Grupo do Rio e aComunidade do Caribe (Caricom), funcionando paralela-mente à OEA, criticada no seu papel de guardiã da demo-cracia regional depois dos seus infrutíferos esforços parareverter o golpe de Estado de junho de 2009 em Honduras.Aos olhos dos especialistas, a OEA não conseguiu por com-pleto integrar uma região dividida entre esquerda e direita.Cuba se nega a reintegrar o organismo, depois de umasuspensão de quase meio século por pressões dos EUA.

Um total de 25 chefes de Estado e de governo participamda cúpula, com sete chanceleres. Honduras, que estavana lista de 33 países que deveriam participar do encon-tro, foi excluído por estar suspenso da OEA (Organizaçãodos Estados Americanos) desde o golpe de Estado dejunho de 2009 que tirou Manuel Zelaya do poder.

Segundo o presidente mexicano, o nome Comunidade deEstados Latino-americanos e Caribenhos ainda não édefinitivo e deve ser definido ao longo do processo de cons-tituição que começou nesta terça-feira e deve culminar comas reuniões na Venezuela, em 2011, e no Chile, em 2012.“Me parece que, como disse Raúl Castro, que o nome nãotem que ser o primordial”, disse Calderón, ao afirmar quenos próximos encontros da Calc e do Grupo do Rio talvezsurja uma opção definitiva. Calderón explicou ainda que,enquanto os trâmites para a criação não sejam concluí-dos, a Calc e o Grupo do Rio manterão suas agendas,métodos de trabalho, práticas e procedimentos “a fim deassegurar o cumprimento de seus mandatos”.

Venezuela: governo Chavez, crise econômica e política(2009-2010)

O referendo realizado na Venezuela, em fevereiro de2009 deu a vitória ao “sim”, que recebeu 54,36% dosvotos, contra os 45,63% dados ao “não”. Com isso, foiaprovada a emenda constitucional que elimina a limi-tação de uma só reeleição para cargos eletivos, entreeles o de presidente.Assim, Hugo Chavez poderá participar das eleições pre-sidenciais de 2012. Nas eleições regionais realizadasem 2008, os candidatos pró-Chavez venceram 17 das 22disputas de governos estaduais. Naquele período, houve

um fortalecimento do Partido Socialista Unido da Vene-zuela (PSUV), fundado por Chavez. Em 2010, vão aconte-cer eleições parlamentares em meio a uma queda depopularidade do presidente devido a crise econômica epolítica em curso.

Entre 2009 e 2010, a Venezuela tem atravessado váriascrises, cujas causas são:

- crise no abastecimento de água e energia. A seca no paísreduziu a capacidade das hidrelétricas, principalmente ade Guri, que responde por 70% da energia, a oposiçãoacusa Chavez de não ter investido em termelétricas quepoderiam utilizar petróleo e gás natural;

- aumento da inflação;- Congresso também aprovou uma polêmica lei de dou-

trinação socialista nas escolas, gerando resistênciasentre lideranças estudantis e muitos professores;

- tensão com os meios de comunicação. O governo nãorenovou a concessão de várias emissoras de rádio ede televisão. Um dos alvos é a RCTV (Rádio CaracasTelevisão), banida a TV aberta em 2007 e ameaçadana TV a cabo);

- crescente tensão com a Colômbia, país governadopelo presidente de direita Álvaro Uribe, que fez um acor-do na qual os EUA poderão utilizar 6 bases militarescolombianas. Nas reuniões da UNASUL (União dasNações Sul Americanas), várias países sul america-nos criticaram o acordo. Em 2009, garimpeiros colom-bianos e brasileiros foram presos pelo governo vene-zuelano na região de fronteira com a Colômbia.

Bolívia: nova Constituição e reeleição de Morales (2009)

Em 2009, a nova Carta Constitucional boliviana é compos-ta por 411 artigos, dos quais mais de 80 tratam das ques-tões indígenas. O país conta com 36 povos originários,isto é, aqueles que já se encontravam no território, antesda chegada dos espanhóis. As comunidades indígenaspassam a ter, cada uma, seu próprio tribunal, com juízeseleitos pelos moradores; esse artigo estabelece a equiva-lência entre a justiça tradicional indígena. Também ficoudeterminado, em outro artigo, que os povos indígenas pas-sarão a ter direito de propriedade exclusiva sobre os recur-sos florestais, hídricos e da terra em suas comunidades.

No que diz respeito à política, a nova Constituição estabe-lece o direito de reeleição presidencial. Em 2009, EvoMorales foi reeleito presidente. Quanto aos recursos na-turais passaram a ser propriedade dos bolivianos, e suaexploração administrada pelo Estado, levando-se emconta o interesse público. O gás natural e os recursoshídricos não podem ser privatizados, estes só podem serexplorados pelo Estado.

Argentina: Cristina Kirchner e a crise política (2009-2010)

A presidente Cristina Kirchner foi derrotada nas eleiçõeslegislativas, ocorridas em junho de 2009. O partido gover-nista liderado por Nestor Kirchner sofreu dura derrota, oque poderá deixá-lo fora da corrida presidencial de 2011.A crise econômica que assola o país e o desgaste deCristina, no confronto recente com agricultores na tentati-va de aumentar impostos (2008) foram decisivos para aderrota do partido peronista.

Em 2009, a Receita Federal invadiu o grupo de mídia OClarín, de tinha divulgado informações sobre oenriquecimento do casal Kirchner. O episódio foi consideradouma medida de intimidação dos meios de comunicação.

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244 Degrau Cultural

Atualidades

Em 2010, houve outra crise devido a tentativa de demis-são do presidente do Banco Central, Martín Redrado, quenão desejava usar recursos das reservas do país para opagamento de dívidas. O presidente do BC argentino foireintegrado ao cargo pela justiça. Pressionado, Redradorenunciou, sendo substituído por Mercedes Marcó delPont. A nova presidente do Banco Central argentino, afir-mou que levará adiante políticas monetárias razoáveis eestabilizadoras, e também colaborará com um aprofun-damento do modelo econômico do governo.

Argentina X Reino Unido: Malvinas (2010)

As ilhas Malvinas foram colonizadas pelos britânicos em1833, que as chamam de Falklands. Desde então, a Argen-tina reivindica as ilhas. Em 1982, a ditadura militar argentinatentou reaver as ilhas, mas foi derrotada militarmente peloReino Unido, no episódio da “Guerra das Malvinas”.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou apetrolífera inglesa Desire Petroleum de violar resoluçõesda Organização das Nações Unidas (ONU) durante dis-curso na cúpula dos presidentes dos países da AméricaLatina e Caribe, em Cancún (México). A presidente reite-rou que a Argentina vai insistir em sua reivindicação pelasoberania sobre as Ilhas Malvinas.

Segundo o jornal Clarín, diferentemente de declaraçõesanteriores, o texto vai especificar que a disputa sobre asoberania, envolvendo, além das Malvinas, duas outrasilhas governadas pelo Reino Unido, Geórgia do Sul e San-dwich, inclui “os espaços marítimos circundantes”. Para adiplomacia argentina, esse detalhe é fundamental porquese refere à área que começou a ser explorada pela DesirePetroleum. Outro gesto importante, segundo a chancelariaargentina, é que os países do Caribe, que já foram colôni-as britânicas, também estariam dispostos a assinar odocumento de protesto contra o avanço do Reino Unido naexploração de petróleo nas águas das Malvinas.

Chile: o novo presidente (2010)

Depois de manter a hegemonia política de 20 anos, acoalizão de centro-esquerda Concertación foi derrota-da nas eleições presidenciais de 17/01/2010, apesarda popularidade da presidente Michelle Bachellet. Oempresário e candidato de direita, Miguel Juan Se-bastián Piñera, venceu as eleições presidenciais chi-lenas com 51,61% dos votos. A vitória de Piñera re-presentou o retorno da direita ao poder, via democrá-tica, após 52 anos. Piñera venceu o candidato gover-nista Eduardo Frei, que conquistou 48,38% dos votos.

Chile: terremoto (2010)

Destruição causada pelo terremoto

Localizado na zona de convergência entre as placas tec-tônicas de Nazca e da América do Sul, o Chile, foi abaladopor um violento de terremoto de 8,8º na escala Richter emárea recoberta pelo mar. O tremor causou graves danos àinfraestrutura e fez centenas de mortos. Um tsunami atin-giu o litoral do país, fez muitas vítimas, e depois propa-gou-se pelo Oceano Pacífico.

A porção central do país foi a mais atingida. Um prédio de15 andares desmoronou e deixou mais de 100 pessoassob os escombros em Concepción, a maior cidade maispróxima do epicentro do tremor e que possui cerca de670 mil habitantes. Carros foram virados e soterradospor uma ponte que caiu na capital Santiago. Linhas detelefonia e de energia caíram, tornando difícil identificar otamanho do estrago e das perdas de vidas causadospelo terremoto.

A capital Santiago, a cerca de 320 quilômetros do epicen-tro, foi atingida duramente pelo sismo. O aeroporto inter-nacional ficou fechado por pelo menos 24 horas uma vezque o terremoto destruiu calçadas e quebrou vidros deportas e janelas. O metrô da capital foi fechado e os trans-portes ficaram limitados por causa das centenas de ôni-bus que ficaram presos devido a uma ponte que foi dani-ficada pelo tremor. Em várias cidades aconteceram sa-ques. O país recebeu ajuda principalmente dos paíseslatino-americanos. O presidente Lula e a secretária deEstado dos EUA, Hilary Clinton, visitaram o país.

Uruguai: ex-guerrilheiro José Mujica é eleito presidente(2010)

O ex-guerrilheiro e ex-ministro de Agropecuária José“Pepe” Mujica, de 74 anos, foi eleito presidente do Uru-guai. No discurso da vitória, em Montevidéu, Mujica de-fendeu a “unidade” do país. Ele agradeceu ao atual presi-dente Tabaré Vázquez, do qual foi ministro, e que registraaltos índices de apoio popular. “Obrigado, Tabaré, porqueganhamos pela honra deste governo”.

Pouco antes do discurso de Mujica, o candidato da oposi-ção, Lacalle, reconheceu a derrota e pediu a seus apoia-dores “respeito” aos resultados. “Queremos parabenizar osenhor Mujica.” “Temos que festejar esta demonstraçãode respeito e tolerância que vivemos aqui no Uruguai”.Mujica é o primeiro ex-guerrilheiro de esquerda a chegar àpresidência do Uruguai. Ele foi do grupo guerrilheiro MNL-Tupamaros e ficou preso durante 14 anos, antes e duranteo regime militar no país (1973-1985). Ele vai liderar o se-gundo governo da Frente Ampla, que chegou ao poder em2004, na eleição de Tabaré Vázquez, após 167 anos dealternância entre os Partidos Blanco e Colorado. Mujica eAstori. A posse é em março de 2010.

Suriname: garimpeiros brasileiros são atacados (2009)

O Suriname é uma ex-colônia holandesa, país com diver-sidade étnica (negros, marrons, indianos, javaneses, chi-neses, brancos e indígenas) e exportador de bauxita (alu-mínio), ouro e petróleo. No final de 2009, brasileiros foramseveramente espancados, mulheres foram estupradas eexistem suspeitas de mortes. O ataque aos brasileiroscomeçou depois que um brasileiro matou um marron (ne-gro remanescente de comunidade quilombola). Os brasi-leiros atacados pelos marrons vivem periodicamente emAlbina e trabalham no garimpo de ouro, região de divisacom a Guiana Francesa. Muitos brasileiros retornaram parao país com auxílio do governo brasileiro.

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Atualidades

Degrau Cultural 245

Honduras: presidente Manuel Zelaya é deposto (2009)

Manuel Zelaya foi deposto da presidência de Honduraspor um golpe envolvendo o Judiciário, o Congresso Naci-onal e executado por um grupo de militares. Os golpistasexpulsaram Zelaya para a Costa Rica e, em seu lugarassumiu o presidente interino Roberto Micheletti, presi-dente do Parlamento e pertencente ao mesmo partidoque Zelaya, o Partido Liberal (PL).

O motivo alegado para o golpe foi a proposta de Zelaya deuma consulta popular sobre uma reforma constitucional,permitindo a reeleição presidencial, declarada ilegal einconstitucional pelo Parlamento e pela Suprema Corte. Aelite hondurenha enveredou pelo golpe para conter o pro-cesso de “esquerdização” do país, que tinha se aproxi-mado da Venezuela e entrado na ALBA (Alternativa Boliva-riana para as Américas).

O golpe contra Zelaya foi fortemente criticado pelosgo-ver-nan-tes de países americanos, pela OEA (Organi-zação dos Estados Americanos) e pela ONU. Mesmo as-sim, não se conseguiu reverter a situação. Zelaya retor-nou para Honduras e recebeu abrigo na embaixada doBrasil. Porém, o Congresso hondurenho impediu seuretorno ao poder. Em novembro de 2009, ocorreram elei-ções e Porfírio Lobo (de direita) foi eleito o novo presiden-te de Honduras.

Haiti: terremoto causa tragédia (2010)

Um terremoto de grande intensidade (7º na escala Ri-chter) destruiu cerca de 80% das habitações em PortoPríncipe, capital do Haiti, além de várias localidades nointerior do país. O Haiti fica numa região geológica instá-vel, na microplaca tectônica Gonave, pressionada pelasplacas da América do Norte e do Caribe. O impacto doterremoto foi equivalente à explosão de 30 bombas atô-micas, atingindo 30% da população, que é de 10 milhõesde pessoas, sendo que 2 milhões vivem na capital. Entreos mortos no Haiti, muitos brasileiros, militares e civis,entre eles, a médica e fundadora da Pastoral da Criança,Zilda Arns. O total de mortes no Haiti chega a 230 mil e opaís vai precisar de auxílio financeiro e humanitário inter-nacional (países, organizações internacionais e ONGs)para a reconstrução.

O Haiti é o país com menor IDH da América, onde a ex-pectativa de vida é de 60 anos, 47% da população é anal-fabeta, 8 em cada 10 habitantes vivem abaixo da linha dapobreza e a economia é baseada na agricultura. Desde2004, soldados brasileiros atuam no Haiti liderando tro-pas de paz da ONU (Minustah), cujo objetivo consiste empacificar o país após a derrubada do presidente JeanBertrand Aristide, acusado de atos de corrupção. O atualpresidente haitiano é René Preval.

Cuba: direitos humanos e a morte de Orlando Zapata(2010)

O preso político cubano Orlando Zapata Tamayo mor-reu no hospital Hermanos Ameijeiras, da capital, ondeestava internado, informou uma funcionária do centromédico. Zapata, de 42 anos, havia sido trasladado nanoite de segunda-feira do hospital do presídio Combi-nado del Este, de Havana, ao Hermanos Ameijeiras,devido a seu estado de saúde “muito grave”, segundoa Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconci-liação Nacional (CCDHRN).

Preso desde março de 2003, realizou uma prolongadagreve de fome, em protesto pelas condições carcerári-as, que deterioraram sua saúde, afirmava.

Segundo a CCDHRN ele é o primeiro preso político cuba-no a morrer na prisão desde a década de 70. Zapata, umdos 65 cubanos considerados presos de consciênciapela Anistia Internacional, havia sido inicialmente seten-ciado a três anos de prisão, mas sucessivas condena-ções, por outros motivos, elevaram a pena a mais de 25anos, disseram fontes da dissidência. O Governo cuba-no não reconhece a existência de presos políticos nopaís - uns 200, segundo a dissidência - pois os conside-ra “mercenários” a serviço dos Estados Unidos. O presi-dente Lula, que visitou Cuba no período da morte de Za-pata, foi criticado por se manifestar de maneira “tímida”em relação a violação de direitos humanos em Cuba.

Angola: atentado da FLEC atinge seleção de futebol doTogo (2010)

O ônibus que transportava a seleção do Togo, que partici-paria da Copa Africana de Nações foi atacado na fronteirado Congo com Angola. O primeiro a assumir a autoria doatentado foi Rodrigues Mingas, líder das Forças de Liber-tação do Estado de Cabina - Posição Militar (Flec-PM). Nodia 12/01/10, outro grupo separatista, a Frente de Liber-tação do Enclave de Cabina – Forças Armadas de Cabi-na (Flec-Fac), assumiu a autoria do atentado, dizendoque o objetivo era atingir policiais angolanos que escolta-vam o comboio da seleção de futebol do Togo. No atenta-do foram mortos o motorista, um assessor de imprensae um membro da Comissão Técnica de Togo. A seleçãode Togo retornou ao seu país, abandonando a copa Afri-cana de Nações.

Somália

Na Somália (ex-colônia italiana) existe apenas um grupoétnico, os somalis. Porém, devido à delimitação arbitráriadas fronteiras no período colonial, parte da etnia somalificou distribuída pelos países vizinhos como o Dijibuti,Quênia e Etiópia.

Após a queda do ditador Mohamed Said Barre (apoiadopelos EUA durante a Guerra Fria), prevaleceu a guerracivil entre vários clãs ligados a grupos guerrilheiros. Aintervenção militar norte-americana no início da décadade 1990 surtiu poucos resultados positivos e a situaçãodo país continua conturbada.

Nos anos 2000, a Somália mantém-se em situaçãopolítica caótica, pois o atual governo não detém o con-trole sobre o território do país. Ao norte, opositores che-garam a declarar a “independência da Somalilândia”.Também cresceu a atividade de grupos fundamenta-listas islâmicos.Na costa somali, atuam piratas que atacam navios es-trangeiros no Oceano Índico (importante rota de navega-ção, inclusive com o trânsito de petroleiros), costumamsequestrar as cargas e suas tribulações em troca de di-nheiro e armamentos.

África do Sul

A África do Sul é a principal potência econômica e militardo continente africano. É o país mais industrializado daÁfrica e riquíssimo em commodities minerais. O país égrande exportador de ferro, manganês, ouro, diamantes,carvão mineral e urânio.

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246 Degrau Cultural

Atualidades

O país foi ocupado por holandeses (boeres) a partir doséculo XVII e pelos britânicos no século XIX. Os colonoseuropeus organizaram um sistema de dominação políti-ca e econômica sobre a maioria da população do país,composta por negros, mestiços e asiáticos. O poder daminoria branca na África do Sul era mantido por meio docontrole dos meios de repressão, isto é, a polícia e asforças armadas. Em 1948, o Partido Nacional, comanda-do pelos mais conservadores da minoria branca, assu-miu o poder e começou a institucionalizar nas leis dopaís a desigualdade social e racial através do apartheid.

Os principais líderes negros que lutavam contra o regimeforam brutalmente perseguidos. Nelson Mandela, princi-pal líder negro do CNA (Congresso Nacional Africano), foipreso, ficando na cadeia entre 1962 e 1990. Na décadade 1980, as pressões internacionais e a luta das organi-zações de oposição internas, lideradas pelo CNA (Con-gresso Nacional Africano), começaram a abalar o regimedo apartheid.

A África do Sul sofreu severas sanções econômicas e foibanida até de competições esportivas. Os conflitos entreas forças de repressão e a maioria negra se intensifica-ram. No final da década de 1980, ascendeu ao poder, olíder Frederik de Klerk, do Partido Nacional. A minoria bran-ca, pressionada, foi obrigada a dar início ao desmantela-mento do apartheid. Nelson Mandela foi libertado em 1990,após quase três décadas de cativeiro, e negociou com aminoria branca a pacificação do país e a implantação dademocracia pluripartidária.

Em 1994, aconteceram as primeiras eleições livres naÁfrica do Sul. Nelson Mandela, do CNA, foi eleito presi-dente. Entre 1994 e 1999, Mandela promoveu um gover-no de conciliação nacional e obteve grande êxito. A novaadministração investiu no combate à pobreza entre amaioria negra e mestiça, intensificando as ações na áreade saúde, educação e reforma agrária.

No entanto, Mandela herdou um país com profunda desi-gualdade étnica e social. A minoria branca apresenta umpadrão de vida mais elevado e controla boa parte dasatividades econômicas. Mandela deixou o poder em 1999.Novas eleições levaram Thabo Mkebi, o vice de Mandelaao poder. Em 2009, o CNA vence novamente as eleiçõese Jacob Zuma, da etnia zulu, é eleito presidente. O CNApraticamente domina a política do país e os partidos deoposição, embora tenham avançado, ainda apresentamum desempenho eleitoral modesto. Em 2009, trabalha-dores da construção civil e transportes fizeram greves pormelhores salários. Em 2010, o país comemora os 20anos de libertação de Nelson Mandela e também será asede da Copa do Mundo de Futebol.

Na atualidade, a África do Sul enfrenta grandes desafios.Uma das principais transformações foi a formação deuma classe média negra. Porém, ainda grande partesdos negros encontra-se em situação de pobreza. Outrosproblemas são:

- a disseminação da epidemia de HIV-Aids. Cerca de 4milhões de sul africanos estão infectados pelo vírus,uma vez que o governo foi muito ineficiente nas políti-cas de prevenção e distribuição de medicamentos.

- alto índice de desemprego atinge principalmente apopulação negra;

- altos índices de criminalidade, principalmente nas áre-as urbanas.

Nigéria

Em meio a uma grave crise política que já afeta a explora-ção de suas ricas reservas de petróleo, a Nigéria foi palcoem março de 2010, de um massacre de cristãos de aldei-as próximas à cidade de Jos, no centro do país. A violência,atribuída pelo governo a muçulmanos, tem origem numaprofunda divisão étnica e religiosa: a população nigerianaé formada 50% por muçulmanos (localizados mais aonorte) e 40% por cristãos (predominantes no sul do país).Jos está localizada numa região conhecida como “cintu-rão do meio”, repleta de minas e outros recursos naturais,quedas d’água, assim como vida selvagem, sendo o prin-cipal polo turístico da Nigéria. No entanto, ali também de-zenas de grupos étnicos seguidores das duas religiõesdisputam essa riqueza.

Os muçulmanos da corrente fulani, predominantes naárea, reclamam do governo dominado pelos cristãos noestado de Plateau, cuja capital é Jos, que, segundo eles,não lhes dá as mesmas oportunidades de trabalho. Se-gundo balanço informado pelo porta-voz do governo doEstado de Plateau, Gregory Yenlong, a situação em Jos earredores é de caos: com medo da violência, milhares decristãos abandonaram suas casas. Armados com revól-veres, metralhadoras e machados, pastores fulani inva-diram casas e mataram todos que encontraram pela fren-te. Em apenas três horas, muitas pessoas, entre elasmuitas mulheres, crianças e até bebês, foram mortas equeimadas, segundo testemunhas, que descrevem ce-nas de horror.

Segundo as autoridades e agências de ajuda humanitá-ria, os novos ataques representam uma retaliação à vio-lência imprimida por cristãos contra muçulmanos em ja-neiro de 2009, que deixou mais de 300 pessoas mortasna mesma região nigeriana.

O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo paraas vítimas, enterradas em valas comuns. O presidenteinterino da Nigéria, Goodluck Jonathan, afirmou que ossoldados estão em alerta vermelho e tropas extras foramenviadas à região. Umar Yar’Adua, eleito presidente em2007, está afastado do poder desde 23 novembro passa-do, quando foi levado a um hospital na Arábia Sauditapara se tratar de uma doença no coração. Ele teria retor-nado à sua casa, em Lagos, no fim de fevereiro masdesde então, alegando saúde frágil, não aparece em pú-blico. O vácuo de poder só piora uma outra crise que vivea Nigéria pelo controle de suas ricas reservas de petró-leo, a maioria localizada no delta do rio Níger. Nesta re-gião atua um movimento separatista radical, o Movimen-to de Emancipação do Delta do Níger (MEND) que che-gou a atacar as instalações petrolíferas.

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Atualidades

Degrau Cultural 247

Brasil

Indicadores sociais do Brasil

Nos anos 2000, houve uma melhoria dos indicadores so-ciais do Brasil. As principais foram a queda do porcentualde pobres e uma pequena melhoria na distribuição derenda. As causas foram: crescimento moderado do PIB,queda do desemprego, aumento do valor real do saláriomínimo, controle da inflação e programas de transferênciacondicionada de renda como o Bolsa Família. A seguir, osprincipais indicadores do país.

Brasil - Composição étnica(porcentual em relação a população total)

Brasil - distribuição da PEA por setores

Emigrantes Brasileiros

Brasil - distribuição de renda (famílias)

Brasil - conforto e posse de bens de consumo pordomicílios

(PNAD - Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios)

Desenvolvimento urbano brasileiro

No Brasil, as causas principais foram: a industrializaçãoe o êxodo rural (em decorrência da modernização do cam-po e da insuficiência de reforma agrária). Em 1920, 16%da população era urbana. O porcentual aumentou para83% em 2010.

As metrópoles são cidades populosas, que exerceminfluência (polarização) em relação às cidades vizinhase territórios mais amplos. As metrópoles comandam avida econômica, social e cultural em seus respectivospaíses. As metrópoles com mais de 10 milhões dehabitantes são denominadas de megacidades. Princi-palmente a partir do final do século XIX, dá-se um pro-cesso de metropolização, isto é, a concentração urba-na em grandes cidades. Até meados do século XX, amaioria das metrópoles localizava-se nos países maisdesenvolvidos, a exemplo de Londres, no Reino Unido.Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um cresci-mento acelerado das metrópoles dos países subde-senvolvidos.

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248 Degrau Cultural

Atualidades

Na atualidade, existe uma rede de metrópoles globaisou cidades mundiais, que exercem influência internaci-onal ou que são pontos privilegiados de conexão com omundo, a exemplo de São Paulo. A intensa urbanizaçãofaz com que as cidades tenham um crescimento hori-zontal, espalhando-se por imensas áreas. Esse cresci-mento leva à conurbação, isto é, à formação de gran-des manchas urbanas integradas por cidades de muni-cípios diferentes. Dessa maneira, formam-se aglome-rados urbanos integrados e interdependentes, que com-partilham infraestrutura e serviços públicos e privados.

A conurbação leva à formação de regiões metropolitanas.Uma região metropolitana é polarizada por uma metró-pole, mais importante do ponto de vista demográfico eeconômico-cultural, e que polariza as cidades vizinhas.Por exemplo, São Paulo polariza as cidades vizinhas:

Brasil – maiores regiões metropolitanas

Guarulhos, Barueri, Santo André, Osasco, Cotia, entreoutras, formando a Grande São Paulo. No Brasil, as regi-ões metropolitanas foram oficializadas por leis em 1974e 1975. A administração e o planejamento governamentaldevem, a partir daí, considerar a área metropolitana comoum todo. Ou seja, problemas comuns deveriam apresen-tar soluções integradas, visto que medidas tomadas emum município podem atingir os municípios vizinhos. Natabela a seguir, as 10 mais populosas regiões metropo-litanas do país.

As demais regiões metropolitanas são: Santos/BaixadaSantista (SP), Vitória (ES), Ipatinga/Vale do Aço (MG), Lon-drina (PR), Maringá (PR), Belém (PA), Manaus (AM), Ma-capá (AP), São Luís (MA), Maceió (AL), Aracaju (SE), Na-tal (RN), Terezina (PI/MA), Petrolina/Juazeiro (PE/BA) eGoiânia (GO).

As megalópoles são formadas por duas ou mais regiõesmetropolitanas, constituindo um imenso espaço com pro-funda interação socioeconômica. Essas regiões concen-tram grande parte da população, além das atividades in-dustriais e financeiras, em uma pequena parcela de terri-tório de um país. A megalópole pode apresentar amplosespaços conurbados, mas também ocorrem áreas su-burbanas com características rurais, algumas delas sãounidades de conservação ambiental, outras são utiliza-das para a produção de gêneros agrícolas como os hor-tifrutigranjeiros. A megalópole brasileira é formada pelasregiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo,Campinas e Baixada Santista, incluindo o Vale do Paraí-ba do Sul e Sorocaba.

O Brasil apresenta uma rede e hierarquia urbana. Aspequenas cidades são subordinadas às de porte médio,que por sua vez são polarizadas pelas metrópoles. A hie-rarquização é definida pelos equipamentos e serviçosoferecidos pela cidade: saúde, sistema financeiro, co-mércio e atividades culturais. No Brasil, temos a seguintehierarquia urbana:- Metrópoles globais. O Brasil apresenta duas, São

Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo é a principal, umavez que é mais populosa e cosmopolita (diversas etni-as, religiões e imigrantes). Constitui o centro financei-ro do Brasil, uma vez que apresenta os principais ban-cos e a bolsa de valores. Também oferece serviços ecomércio diversificados e infraestrutura moderna detelecomunicações, transportes (aeroporto internacio-nal) e informática, sendo a principal conexão do Brasilcom o mundo.

- Metrópoles nacionais. São metrópoles que apresen-tam importante influência sobre o território brasileiro:Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Fortale-za, Recife e Salvador.

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Atualidades

Degrau Cultural 249

- Metrópoles regionais. São metrópoles que apresen-tam influência sobretudo nas suas regiões: Campi-nas, Vitória, Manaus, Belém e Goiânia.

- Centros regionais. São cidades relevantes do pontode vista econômico, porém com influência em seusestados: Ribeirão Preto, Santos, São José dos Cam-pos, Porto Velho, Rio Branco, Florianópolis, CampoGrande, Cuiabá, Natal, São Luís, João Pessoa, Terezi-na, Aracaju e Maceió.

No Brasil, a urbanização foi acelerada, desordenada, care-ceu de planejamento adequado e gerou numerosos pro-blemas socioambientais. A especulação imobiliária aten-deu aos interesses de grandes proprietários, empreitei-ras e incorporadoras imobiliárias. Induzem a ocupaçãodas regiões periféricas das cidades. Por vezes, o tamanhoda cidade é bem maior do que deveria, uma vez que mui-tas empresas forçaram a expansão de loteamentos naperiferia. Entre os loteamentos foram deixados imensosespaços vazios que foram apropriados pelas empresas.Os lotes periféricos costumam ser ocupados por popula-ções de baixa renda. O Estado é responsável por levar ainfraestrutura básica (pavimentação, água, rede de esgo-to, energia elétrica, iluminação pública, escolas e creches)até essas áreas. Portanto, com a chegada da infraestrutu-ra, os espaços vazios são valorizados, aumentando oslucros dos proprietários.

A expansão periférica desordenada, sem planejamento edominada pelos interesses econômicos, dificultou a vidados moradores da periferia e causa diversos problemas.Por outro lado, enormes espaços ficaram subutilizadosno centro das cidades. O processo de difusão da infraes-trutura e dos serviços é lento e o enorme tamanho dascidades faz com que as distâncias entre a periferia e ocentro sejam imensas, aumentando o desperdício detempo do fluxo dos trabalhadores por meio dos movi-mentos pendulares.

O Brasil vive um grave déficit habitacional, isto é, faltammoradias para a população de baixa renda, principalmen-te nos centros urbanos. Em 2009, o governo federal lan-çou o programa Minha Casa Minha Vida no intuito deestimular a construção de moradias populares para apopulação mais pobre, com renda familiar até R$ 4.650.O programa conta com financiamento de bancos como aCaixa Econômica Federal. O objetivo inicial do programaé construir 1 milhão de moradias, com um investimentode R$ 34 bilhões. A família poderá utilizar recursos doFGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para ofinanciamento de casas e apartamentos. No Brasil, aquestão urbana na escala federal é responsabilidade doMinistério das Cidades comandado pelo ministro MárcioFortes de Almeida (PP-RJ).

A seguir, tipos de moradia que marcam os contrastessociais no Brasil:

- Condomínios fechados. Aconteceu a proliferação decondomínios fechados de alto padrão na periferia dasregiões metropolitanas, a exemplo de Alphaville, loca-lizado entre os municípios de Barueri e Santana doParnaíba em São Paulo. À medida que os problemasurbanos foram se agravando (violência, pobreza, tra-balho informal etc), parte das populações de alta ren-da se deslocou para condomínios que passaram aoferecer segurança privada e um ambiente social maishomogêneo.

- Cortiços. Os cortiços ocorrem em parcelas dos bair-ros antigos históricos das cidades que sofreram umadesvalorização ao longo do tempo. Os imóveis sãoprédios e casarões deteriorados ocupados por mui-tas famílias, havendo condições sanitárias e de infra-estrutura precárias. Esses bairros também são áreasde concentração de prostituição e narcotráfico.

- Favelas. Constituem a moradia das camadas sociaismais pobres que, em sua maioria, não têm condiçõesde acesso às moradias populares. Porém, devido aosparcos investimentos em moradia, parte da classemédia baixa no Brasil é moradora de favelas. As fave-las são formadas por habitações precárias construí-das com materiais alternativos, como madeira, ferro-velho e plásticos. Na atualidade, muitas delas são dealvenaria como é o caso da Rocinha no Rio de Janeiroe Paraisópolis em São Paulo. As favelas brasileirassão encontradas nos mais diferentes sítios urbanos(tipos de relevo), muitas vezes em áreas de risco comovárzeas e encostas.

Nas metrópoles brasileiras, grande parte da populaçãovive em favelas. Em São Paulo, calcula-se que 10% dapopulação é favelada. Para uma população de 11 mi-lhões de habitantes, cerca de 1,1 milhão de habitantes. Oporcentual aumenta nas metrópoles das regiões maispobres como o Nordeste. As cidades com maior númerode favelas são: São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Gua-rulhos e Curitiba. O processo de ocupação dos terrenosé marcado pela ilegalidade, ocorrendo principalmente emterrenos públicos e em sítios desprezados pelas lotea-doras. De modo geral, as condições sanitárias, de aces-so à infraestrutura e serviços públicos é precária. Embo-ra as favelas se concentrem nos bairros mais pobres,algumas delas situam-se também nas proximidades doslocais de trabalho dos moradores, sendo limítrofes a bair-ros ricos.

Limite entre favela e bairro de luxo em São Paulo,a maior metrópole de um dos países socialmente mais

desiguais do mundo.

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250 Degrau Cultural

Atualidades

Em muitas das grandes metrópoles dos países subde-senvolvidos, o trânsito é caótico. No Brasil, o investimentodo Estado em transporte coletivo (ônibus, trens e metrô) foiinsuficiente. A mobilidade espacial na metrópole é dificul-tada para o conjunto da população e, em especial, para osmais pobres. Por vezes, o poder público, ao invés de inves-tir em transportes coletivos, atém-se a grandes obras viá-rias, como avenidas, viadutos, pontes e túneis, que bene-ficiam o transporte particular, utilizado pelas camadas maisricas da população. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, ascidades mais populosas do país, o metrô apresenta pou-cas linhas e não atende a cidade como um todo. Em SãoPaulo, o governo do estado acelerou as obras nas linhasverde, amarela e lilás do metro como parte do programaExpansão SP.

Expansão SP. Programa de expansão do metro e daCPTM em São Paulo. Na foto, a estação Sacomã (linha

verde), a primeira a ter portas de plataforma e bloque-ios com porta de vidro, no lugar das catracas.

Nas cidades dos países subdesenvolvidos, inclusive asbrasileiras, grande parte da população ainda não temacesso ao saneamento básico adequado, isto é, acessoa água potável, rede coletora de esgotos e coleta de lixo.Os índices são alarmantes e variam de acordo com aregião. De modo geral, são mais graves no Norte e Nor-deste, sendo melhores no Sul e Sudeste.

Chuvas excessivas, enchentes e deslizamentos

Entre 2009 e 2010, aumentaram os índices pluviométri-cos (chuvas) no Brasil. As causas são variadas: El Niño(aquecimento anormal do oceano Pacífico Intertropicalnas proximidades da América do Sul que causa mudan-ça nas massas de ar), Convergência do Atlântico Sul(umidade vinda da Amazônia em direção ao Sul e Sudes-te do país) e aquecimento anormal no Oceano Atlânticocom formação de baixa pressão que proporciona umaelevação da umidade.

Aconteceram grandes enchentes na região metropolita-na de São Paulo, São Luiz do Paraitinga (município doVale do Paraíba, com destruição do patrimônio histórico earquitetônico), Baixada Fluminense e interior do Rio Gran-de do Sul (inclusive com a destruição de uma ponte so-bre o rio Jacuí na região de Agudo).

Também aconteceram deslizamentos de terra catastró-ficos em Angra dos Reis (RJ), tanto na área urbana quan-to na ilha Grande (deslizamento natural que atingiu pou-sadas no sopé da encosta) e na região metropolitana deSão Paulo, a exemplo dos ocorridos no bairro do Grajaú,na capital, e em Carapicuíba. As escarpas de falha daSerra do Mar e o domínio dos mares de morros apresen-tam propensão natural para os deslizamentos devido aalta declividade e elevados índices de chuva, inclusiveorográfica na zona serrana. A ocupação urbana irregulartorna as áreas ainda mais frágeis.

Deslizamento natural na Ilha Grande (RJ) em 2009

Violência

A violência no Brasil não é um fenômeno recente, poisexiste desde o início do processo de colonização. As cau-sas estruturais são a profunda desigualdade social exis-tente no país, a ineficiência da segurança pública, do po-der judiciário e da justiça, além do crescimento do crimeorganizado e do narcotráfico, cabendo salientar que o paístornou-se também um grande consumidor de drogas.

O Brasil apresenta uma taxa de homicídios de 27 em cada100 mil habitantes. Esta taxa apresentou um crescimentodesde a década de 1980 até 2004. Posteriormente, houveum pequeno declínio que, segundo os especialistas, estávinculado a campanha de desarmamento. Em 1996, esta-va por volta de 24,76. Entre os jovens, a situação é aindamais grave e coloca o Brasil na 3ª posição mundial, comtaxa de 51,7 homicídios por 100 mil jovens (2004). Os índi-ces brasileiros são 100 vezes superiores aos de paísescomo Austrália, Japão e Egito.

Numa pesquisa recente da Unesco, entre 57 países pes-quisados, considerando apenas os homicídios causa-dos por armas de fogo, o Brasil ficou na 2ª posição com19,54 por 100 mil habitantes. Para se ter uma ideia decomo é alta a utilização de armas de fogo em assassina-tos no Brasil, a taxa na Argentina é de 4,34 por 100 milhabitantes, mais de quatro vezes menor do que a brasi-leira. Entre os 57 países o que registra menor taxa demortalidade por armas de fogo é o Japão com 0,06 óbitopor 100 mil habitantes.

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Atualidades

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Mundo – mortes violentas

Legenda: A anamorfose (mapa proporcional) apresentaos países com maior número de mortes violentas, prin-cipalmente homicídios. Na América do Sul, a liderança épara o Brasil, seguido da Colômbia. O continente africanotambém se sobressai com países como Nigéria e Áfricado Sul. Rússia, China e Índia também destacam-se. Paí-ses da Europa Ocidental, Canadá, Japão e Oceania apre-sentam índices menores de violência.

No Brasil, parcelas da população mais pobre ficam bas-tante vulneráveis à influência do crime organizado, umavez que faltam oportunidades de emprego, educação emobilidade social. Pesquisas recentes comprovam queem países muito mais pobres que o Brasil como os daÁfrica Ocidental, os índices de violência e criminalidadesão menores em relação ao total da população. Tal cons-tatação explica-se pelos diferentes níveis de desigualda-de interna existentes nessas sociedades: são áreas ondea pobreza é generalizada, mas sem desníveis sociaisradicais, logo a violência é menor.Nas áreas onde o desnível entre os mais ricos e os maispobres é abismal, como é o caso do Brasil, da Colômbia eda África do Sul, as taxas de violência são mais elevadas.Um dos problemas é que as parcelas mais aquinhoadasda população tendem a ostentar riqueza, exibi-la aos olhosdo restante da sociedade, que nunca terá acesso a essesbens, situação que aumenta a tensão social.

Homicídios em alguns estados brasileiros(homicídios a cada 100 mil habitantes)

(Ministério da Justiça/Fórum Nacional de Segurança Pública)

Na escala municipal, nos anos 2000, os municípios maisviolentos do Brasil localizam-se na Amazônia Legal e noCentro-Oeste, a exemplo de Coronel Sapucaia (MS). Nes-tas localidades, os homicídios estão relacionados aosconflitos pela posse da terra.

Homicídios em alguns municípios brasileiros(homicídios a cada 100 mil habitantes)

(Fonte: Ministério da Justiça)

A segurança pública tende a proteger mais os espaçoshabitados pela classe média e alta do que os bairrosmais pobres. Em São Paulo, em Perdizes (bairro rico)existe 1 policial militar para cada 11.667 habitantes. Osbairros pobres e violentos das periferias são os menosassistidos pela segurança pública, no Jardim Ângela (bair-ro pobre da periferia) existe 1 policial militar para cada64.800 habitantes. Na verdade, existe uma péssima dis-tribuição geográfica dos policiais pela cidade.

Metrópole de São Paulo -Homicídios a cada 100 milhabitantes em alguns bairros

(Fonte: Seade)

A urbanização desordenada em algumas cidades brasi-leiras favorece a atividade criminosa. No Rio de Janeiro,a geografia dos morros recobertos de favelas. O relevoíngreme, o mosaico de barracos, os inúmeros cami-nhos, becos e esconderijos constituem um espaço quefavorece a instalação de grupos criminosos e dificulta aação da polícia.

No Rio de Janeiro, por vezes, o crime organizado impõeas regras em algumas comunidades carentes. As fac-ções criminosas estabelecem a repartição de territóri-os. A disputa entre facções criminosas pelo controle deterritórios em favelas gera grande violência e vitima apopulação civil.

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Atualidades

No caso carioca, outro elemento preocupante é o surgi-mento de milícias armadas integradas por ex-policiais eex-militares que prometem combater o crime e passam acobrar pelos serviços prestados, não raro se envolvendoem atividades ilegais.

Em 2009, houve um conflito entre policiais e traficantesque tinham tentado tomar o Morro dos Macacos, ocupadopela quadrilha rival. O episódio da queda de helicópterode polícia alvejado por traficantes causou surpresa. Ou-tro caso grave foi o assassinato de Evandro da Silva, co-ordenador da ONG Afroreggae, o caso evidenciou a negli-gência e o despreparo da polícia.

Para melhorar a segurança pública, o governo federalpretende complementar o salário dos policiais do país.Inicialmente, foi lançado o bolsa Copa e o bolsa Olimpía-da para policiais que vão trabalhar nas cidades onde acon-tecerem os eventos.

UPP (Unidade de Policiamento Pacificadora)

No Rio de Janeiro, foram implantadas as Unidades dePoliciamento Pacificadora. Trata-se de uma ocupaçãoefetiva da polícia em comunidades carentes do Rio deJaneiro. A política, com ação tanto repressiva quanto co-munitária, reduziu os índices de violência e quase baniuo tráfico de drogas. Constitui uma intervenção policial esocial nas comunidades. As UPPs funcionam nas comu-nidades de Cidade de Deus(Jacarepaguá – Zona Oeste),Santa Marta(Botafogo – Zona Sul), Cantagalo, Pavão Pa-vãozinho, Babilônia-Chapéu Mangeira (Leme – Zona Sul)e Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste).

Hoje, as UPPs representam uma importante ‘arma’ doGoverno do Estado do Rio e da Secretaria de Segurançapara recuperar territórios perdidos para o tráfico e levar ainclusão social à parcela mais carente da população.

Criadas pela atual gestão da secretaria de Estado deSegurança, as UPPs trabalham com os princípios daPolícia Comunitária. A Polícia Comunitária é um conceitoe uma estratégia fundamentada na parceria entre a po-pulação e as instituições da área de segurança pública.O governo do Rio está investindo R$ 15 milhões na qua-lificação da Academia de Polícia para que, até 2016, se-jam formados cerca de 60 mil policiais no Estado.

Polícia e crianças na Cidade de Deus, brincadeira com pipas

IHA e IVJ

No dia 21 de julho de 2009, o Observatório de Favelaspromoveu, em uma coletiva de imprensa em Brasília, olançamento do Índice de Homicídios na Adolescência(IHA), pesquisa inédita, que compõe um dos eixos deatuação do Programa de Redução da Violência Letal Con-tra Adolescentes e Jovens (PRVL).

O IHA é uma ferramenta que estima o risco de adolescen-tes, com idade entre 12 e 18 anos, perderem suas vidaspor causa da violência letal. O IHA avalia alguns fatoresque podem aumentar o risco de morte, de acordo comraça, gênero e idade desses adolescentes.

Estavam presentes a subsecretária de Promoção dosDireitos da Criança e do Adolescente da SecretariaEspecial dos Direitos Humanos da Presidência daRepública (SEDH), Carmen Oliveira, o representante-adjunto no Brasil do UNICEF, Manuel Buvinich, eo professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análiseda Violência da Universidade do Estado do Rio deJaneiro (LAV-Uerj).

Em seguida à fala de Carmen Oliveira, o representante-adjunto no Brasil do UNICEF, Manuel Buvinich, mostrouindignação ao comentar o cenário preocupante para oqual o IHA aponta. Sobre os quase 13 homicídios diáriosde adolescentes no país, Buvinich mencionou que, ape-sar de todos os investimentos feitos entre 1990 e 2007em políticas de saúde, resultando na redução das mor-tes de crianças por doenças, antes dos cinco anos deidade, esses mesmos cidadãos que deixaram de morrerna infância, agora perdem suas vidas para a violência.“São quase 3 mil mortes por ano, como isso não causaimpacto na opinião pública?”, indaga.

A expectativa é de que o IHA seja um instrumento quecontribua para monitorar o fenômeno da letalidade porhomicídios de adolescentes no tempo e no espaço,proporcionando subsídios para a construção de políti-cas públicas de redução e prevenção desse problema,tanto locais quanto estaduais e federais. Os resulta-dos do estudo só reforçam a necessidade de imple-mentação e expansão de programas e ações paraa promoção dos direitos de crianças e adolescentesem todo o país, avaliam os órgãos parceiros na elabo-ração e criação do IHA.

O IHA expressa, para um universo de mil pessoas, o nú-mero de adolescentes que, tendo chegado à idade de 12anos, não alcançará os 19 anos, porque será vítima dehomicídio. Ou seja, estima o número de homicídios quese pode esperar ao longo dos próximos sete anos (entreos 12 e os 18 anos) se as condições não mudarem.Hoje, os homicídios representam 46% das causas demorte dos cidadãos brasileiros dessa faixa etária. A mai-oria dos homicídios é cometida com arma de fogo.

O trabalho demonstra que a probabilidade de ser assas-sinado é quase 12 vezes maior quando o adolescente édo sexo masculino do que do feminino. O risco também équase três vezes maior para os negros em comparaçãoaos brancos.

O estudo avaliou os 267 municípios do Brasil commais de 100 mil habitantes e chegou a um prognósti-co alarmante: estima-se que o número de adolescen-tes assassinados entre 2006 e 2012 ultrapasse a 33mil se não mudarem as condições que prevaleciamnessas cidades.

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O valor médio do IHA para os 267 municípios estudadosé de 2,03 jovens mortos por homicídio antes de comple-tar os 19 anos, para cada grupo de 1.000 adolescentesde 12 anos. Mas há localidades onde o índice é extrema-mente elevado se comparado com essa média. A cidadede Foz do Iguaçu, no Paraná, lidera o ranking de homicídi-os entre as cidades brasileiras com mais de 100 milhabitantes, com 9,7 mortes para cada grupo de 1.000adolescentes entre 12 e 18 anos. Em seguida, aparecemos municípios de Governador Valadares (MG), com 8,5, eCariacica (ES), com 7,3.

Outra pesquisa divulgada foi o IVJ (Índice de Vulnerabili-dade Juvenil) -violência pelo Ministério da Justiça e FórumNacional de Segurança Pública. A pesquisa foi realizadanos municípios a partir de 100 mil habitantes na faixa etá-ria entre 12 e 29 anos. Os mais violentos foram, na sequ-ência: Itabuna, Marabá, Foz do Iguaçu, Camaçari e Gover-nador Valadares. Os menos violentos foram as cidadespaulistas de São Carlos, Franca e São Caetano do Sul.

Plano Nacional de Saúde do Homem, Lei Seca e Lei An-tifumo (2008-2009)

Em 2009, o Ministério da Saúde, liderado pelo ministroJosé Gomes Temporão (PMDB-RJ) lançou o primeiro Pla-no Nacional de Saúde do Homem. No país, de cada 3óbitos, 2 são de homens. Devido a maior mortalidade dehomens e menor expectativa de vida em relação às mu-lheres, o governo decidiu investir na saúde masculina. Ascausas da maior mortalidade são: negligência com a pró-pria saúde, violência e acidentes de trânsito (que atin-gem principalmente homens jovens e adultos até 29anos, pobres, moradores de bairros periféricos, bemcomo pardos e negros) e maior incidência de alcoolis-mo, tabagismo e consumo de drogas. Nos últimos anos,legislações mais rigorosas surgiram para reduzir a mor-talidade, a Lei Seca (2008) e a Lei Antifumo (2009, noestado de São Paulo).

Compra de armamentos e a polêmica dos caças (2009/2010)

Um dos problemas do país é fragilidade no campo militarante ao seu imenso território, grande PIB e preocupaçõesredobradas com a Amazônia e a zona econômica marinhaonde se localizam as reservas de petróleo pré-sal. Trata-se do único BRIC que não dispõe de armas nucleares,pois é signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação deArmas Nucleares). A partir do final dos anos 2000, o paísrealiza um ambicioso acordo militar e geopolítico com aFrança, com a compra de submarinos (um deles, nuclear)e helicópteros com transferência de tecnologia.O Brasil também pretende renovar sua frota de caças.

Em 2009, o presidente e o ministro da Defesa, NelsonJobim (PMDB-RS) manifestaram-se a favor da comprado caça francês Rafale. Depois, disse o presidente, quetudo ainda estaria em fase de análises técnicas entre oBrasil e as empresas concorrentes. Os militares chega-ram a divulgar um relatório com preferência técnica pelocaça sueco. O relatório final, por parte do Brasil, deveráser apresentado pela Força Aérea Brasileira (FAB). Ospaíses que disputam a venda de aviões caças para oBrasil são: EUA (F18), Suécia (Gripen) e França (Rafaleda empresa Dassault, o candidato favorito).

TSE cassa mandatos de governadores (2008-2009)

Entre novembro de 2008 e junho de 2009, o Tribunal Su-perior Eleitoral determinou a cassação de três governa-dores estaduais. Segundo a legislação até então, o se-gundo colocado nas eleições assume o mandato. O pri-meiro governador cassado foi Cássio Cunha Lima, daParaíba (PSDB) e seu vice José Lacerda Neto (DEM).Ambos foram acusados da utilização de programas soci-ais para distribuir dinheiro irregularmente. De acordo cominvestigações, os dois teriam distribuído 35 mil chequespara eleitores de baixa renda. O processo que cassou ogovernador e seu vice ficou conhecido como o Caso Fac(Fundação de Ação Comunitária), um dos programas “as-sistidos” pelos dois. O novo governador da PB é JoséMaranhão (PMDB).

O segundo cassado foi o governador do Maranhão, Jac-son Lago (PDT) e seu vice, Luis Carlos Porto (PPS). Entreas acusações contra os dois, constam doações irregula-res de cestas básicas, kit salva-vidas para moradores dabaía de São Marcos, a transferência de recursos públi-cos, estimados em mais de R$ 700 mil, para uma asso-ciação de moradores de Grajaú, e a distribuição de mate-rial de construção e combustível. Todas essas irregulari-dades confirmam o uso da máquina pública no processoeleitoral de 2006. A nova governadora do Maranhão é Ro-seana Sarney (PMDB).

O último cassado foi o governador de Tocantins, Mar-celo Miranda (PMDB) e seu vice. Os dois foram acusa-dos de utilizar indevidamente os meios de comunica-ção, distribuição gratuita de casas, óculos, cestas bá-sicas, prometer vantagens a eleitores e distribuir bense serviços com dinheiro público. A Assembleia Legisla-tiva do Tocantins elegeu por 22 votos a zero, CarlosHenrique Gaguim (PMDB), presidente da Casa, como onovo governador do estado.

Eleições e escândalos no Congresso Nacional (2009)

No dia 2 de fevereiro de 2009 foram eleitos o presidente doSenado Federal e o presidente da Câmara dos Deputa-dos. Para a Presidência do Senado foi eleito José Sarney(PMDB-AP), que venceu seu opositor, o senador Tião Via-na (PT-AC) por 49 votos a 32. Os dois mandatos exercidosanteriormente por José Sarney, ocorreram entre 1995/1997e entre 2003/2005. Para a Presidência da Câmara dosDeputados foi eleito o deputado federal Michel Temer(PMDB-SP). Este é o seu sexto mandato consecutivo comodeputado federal. Sua eleição para presidência da Câma-ra dos Deputados foi apoiada por 14 partidos.

O último escândalo que envolve o Senado Federal e que,com certeza, não será o último, diz respeito aos chama-dos atos secretos, e tem como pivô o presidente do Se-nado, José Sarney (PMDB-AP).

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Atualidades

Nos últimos quatorze anos, foram publicados mais de500 atos secretos, utilizados para nomear e aumentarsalários de pessoas ligadas ao comando do Senado.José Sarney teve duas sobrinhas nomeadas por ato se-creto, uma nomeada para o gabinete de sua filha, Rose-ana Sarney (Maria do Carmo de Castro Macieira) e outra,nomeada para o gabinete do senador Delcídio Amaral(PT-MS), em Campo Grande (Vera Portela Macieira Bor-ges). As denúncias contra Sarney foram arquivadas peloConselho de Ética do senado.

O presidente do Senado José Sarney sofre dura pressãoda opinião pública, da imprensa e da oposição (PSDB,DEM e PSOL) para que renuncie ao cargo. A crise do Sena-do já provocou o afastamento de dois de seus diretores:Agaciel Maia (diretor-geral da Casa), após revelação dojornal Folha de São Paulo, que ele não teria registradouma casa avaliada em R$ 5 milhões; João Carlos Zoghbi(diretor de Recursos Humanos do Senado), acusado deter cedido um apartamento funcional para parente que nãofazia parte do Congresso Nacional. Entre os demais es-cândalos de 2009: os “181 diretores” do senado, farra daspassagens aéreas e a absolvição do deputado do “caste-lo” Edmar Moreira (ex-DEM, atual PR-MG).

Mensalão do Democratas do Distrito Federal (2009/2010)

Depois dos mensalões do PT e do PSDB, chegou a vez doMensalão do Democratas (o antigo PFL) para os adversá-rios, os “demos”. Em novembro de 2009, a Polícia Federaldeflagra a Operação Caixa de Pandora. São cumpridos29 mandados de busca e apreensão em 16 endereços,incluindo a Câmara Legislativa e a Residência Oficial dogovernador José Roberto Arruda, em Águas Claras. A PFinvestiga o suposto esquema de propina do GDF para abase de deputados aliados, com dinheiro repassado porempresas privadas — muitas delas mantinham contratoscom o executivo local. Durval Barbosa, até então secretáriode relações institucionais do governo Arruda, foi quem de-nunciou o esquema à PF. Presidente da Companhia dePlanejamento do Distrito Federal (Codeplan) na adminis-tração de Joaquim Roriz, ele gravou diversos políticos doDF. Fez acordo de delação premiada com a Justiça e a PFpara reduzir a própria pena em 37 processos a que res-ponde. O inquérito sobre o caso está no Superior Tribunalde Justiça (STJ). Quando as denúncias vieram à tona, Durvalfoi exonerado.

Foi divulgado vídeo de um encontro entre Arruda e DurvalBarbosa durante a campanha eleitoral de 2006. Nas ima-gens, o então candidato recebe dinheiro de Durval. Os advo-gados de Arruda afirmam se tratar de doação para a comprade panetones que seriam doados a famílias carentes.

Oito dos 24 deputados e dois suplentes da Câmara Le-gislativa (CLDF) são citados no inquérito como beneficiá-rios do suposto esquema de corrupção. Eurides Brito(PMDB), Júnior Brunelli (PP) e Leonardo Prudente (depu-tado filmado com dinheiro nas meias, posteriormentepediu desfiliação do DEM) aparecem em vídeo receben-do dinheiro das mãos de Durval Barbosa.

O vice-governador Paulo Octávio, o secretário de Planeja-mento, Ricardo Penna, e o corregedor e secretário deOrdem Pública, Roberto Giffoni, são mencionados naconversa como tendo recebido dinheiro. Os três negamqualquer participação no caso. A Câmara Legislativa abreprocesso para apurar a quebra de decoro parlamentardos deputados citados no suposto esquema de propinaapontado pela PF. Os distritais Júnior Brunelli e LeonardoPrudente aparecem em vídeo rezando em agradecimen-to pela vida de Durval Barbosa. A cena fica conhecidacomo a “oração da propina”.

Em dezembro, em entrevista ao Correio Brasiliense, Arru-da afirma sua inocência e diz que tudo o que quer é “en-frentar Roriz nas urnas”. Leonardo Prudente se afasta dapresidência da Câmara. Estudantes, integrantes de enti-dades sindicais e partidos políticos de oposição ocupamo plenário da Câmara Legislativa exigindo o afastamentode Arruda. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção DF,protocola na Câmara dois pedidos de impeachment: umde Arruda e outro de Paulo Octávio. Cerca de 2,5 mil pes-soas fazem protesto no Eixo Monumental contra Arruda.Com ordem para desocupar as vias, PMs a cavalo par-tem para cima dos jovens (foto) e transformam a área doBuriti em praça de guerra.

O pedido de liminar apresentado por Arruda é negado eele anuncia sua desfiliação do DEM. Com isso, não podeconcorrer nas próximas eleições. Distritais entram emférias e anunciaram a autoconvocação para 11 de janeirode 2010, adiando a votação dos pedidos de impeach-ment de Arruda e a análise dos processos de quebra dedecoro parlamentar contra os deputados citados nas de-núncias. O STJ autoriza a quebra dos sigilos fiscais ebancários de Arruda e de sete envolvidos nas denúnciasde suposto esquema de corrupção.

Arruda pede perdão à sociedade: “Eu quero dizer a vocês,de coração mesmo, que eu já perdoei todos os que meagrediram. Eu perdoo a cada dia os que me insultaram.Entendo as suas indignações pela força das imagens”. ACPI da Corrupção é instalada na Câmara Legislativa. AlírioNeto (PPS) é escolhido presidente e Raimundo Ribeiro,um dos mais leais aliados de Arruda, é eleito relator dacomissão. A Justiça determina o afastamento de Leonar-do Prudente da presidência da Câmara Legislativa. Tribu-nal de Justiça nega recurso de Prudente contra liminar quedeterminou seu afastamento do comando do Legislativo.O TJ decide que os oito distritais e os dois suplementescitados no inquérito da Operação Caixa de Pandora nãopodem participar de nenhuma etapa da tramitação dospedidos de impeachment do governador. A base governis-ta põe fim à CPI. Para os aliados de Arruda, o fato de aJustiça ter afastado os distritais investigados invalidaria oato de criação da comissão parlamentar de inquérito.

Agentes da PF prendem Antônio Bento da Silva logo apósele entregar sacola com R$ 200 mil ao jornalista Edmil-son Edson dos Santos, o Sombra. Na versão de Sombra,o dinheiro seria um suborno para o jornalista afirmar emdepoimento que os vídeos nos quais políticos recebemdinheiro de Durval Barbosa.

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A OAB-DF entra com ação para bloquear os bens do go-vernador Arruda, de 10 distritais e de secretários citadosno relatório da PF. Chefe da Agência de Comunicação doGDF, Weligton Moraes sai do governo. Ele foi gravado porSombra supostamente negociando a tentativa de subor-no. Geraldo Naves, o distrital que entregou suposto bilhe-te de Arruda a Sombra, deixa a Câmara Legislativa. Rodri-go Arantes, secretário particular de Arruda, é apontadopelo denunciante como o homem que repassou os R$200 mil a Antônio Bento.

A Polícia Civil do DF confirma a prisão de dois agentes dapolícia civil goiana por suposta arapongagem na CâmaraLegislativa. A detenção ocorreu no dia 4. Presidente daOAB nacional, Ophir Cavalcante, pede à Procuradoria-Ge-ral da República o desligamento de Arruda da chefia doExecutivo ou sua prisão preventiva. O procurador-regionaleleitoral, Renato Brill, quer que Arruda e Leonardo Pruden-te percam os mandatos por infidelidade partidária.

O STJ decreta a prisão preventiva de Arruda, WeligtonMoraes, Geraldo Naves, Rodrigo Arantes, Antônio Bento(que já estava na Papuda) e Haroaldo de Carvalho, ex-diretor da CEB. Segundo depoimento de Bento à PF, Ha-roaldo teria entrado em contato com Sombra para lheentregar o suposto suborno. O procurador-geral da Re-pública, Roberto Gurgel, protocola no Supremo TribunalFederal (STF) pedido de intervenção federal no DF. Arrudafoi o primeiro governador eleito em exercício a ser presono Brasil por interferir nas investigações da justiça e dapolícia para se beneficiar.

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, nega pedido dehabeas corpus para o governador Arruda. Com isso, elecontinua preso em uma sala especial no Complexo daPF. A Polícia Federal cumpre vários mandados de buscae apreensão nas casas de investigados nas denúnciasde corrupção.

Com o governador preso, o governo do DF ficou momen-taneamente com o vice, Paulo Octávio (ex-DEM). Semapoio, Octávio renunciou. Assim, o governo passou a serexercido pelo presidente da câmara distrital, Wilson Lima(PR –Partido da República). Em março, aumentou a pres-são para o impeachment do governador Arruda.

Gripe Suína: Influenza A H1N1 (2009/2010)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que anova gripe A (H1N1) já é considerada pandemia, devido aonúmero de países e continentes afetados. O vírus da novagripe A (H1N1), também conhecida como gripe suína, foidetectado primeiramente no México em 2009. Os paísesmais atingidos são Estados Unidos, México, Canadá, Aus-trália, Espanha, Japão, Reino Unido, Chile e Argentina. NoBrasil, a nova gripe foi detectada em vários estados e nu-merosas mortes. Um dos problemas para diagnosticar anova gripe é que ela apresenta sintomas de uma gripecomum. Eis algumas características da nova gripe:- A mutação do vírus fez com que ela afetasse humanos;- O contágio inicial ocorre quando as pessoas têm con-

tato com porcos;- A atual versão do vírus já transmite de pessoa para

pessoa;- O consumo de carne de porco não transmite a doen-

ça, pois ao ser cozida a carne, o vírus é eliminado;- A nova gripe apresenta vários sintomas como febre,

letargia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas tam-bém apresentaram coriza, garganta seca, náusea, vô-mito e diarreia.

- Os medicamentos zanamivir e oseltamivir apresen-tam alguma eficácia no combate à doença.

No Brasil, a vacina contra a nova gripe está sendo produ-zida pelo Instituto Butantã (SP). Segundo o Ministério daSaúde, a vacinação em 2010 vai priorizar: profissionaisda saúde, gestantes, crianças pequenas, terceira idade,pessoas com doenças crônicas e pessoas entre 20 e 29anos. Posteriormente, a faixa etária de 30 até 39 anos foiincluída na vacinação.

Raposa/Serra do Sol

Em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) finalmentedecidiu o destino da Reserva Indígena Raposa Serra doSol. O tribunal confirmou a demarcação contínua da áreae a saída de todos os não índios da reserva. O único votoa favor da manutenção dos arrozeiros na área, ou seja,demarcação descontínua, foi do ministro Marco AurélioMello apresenta seu voto, que deve ser contrário à de-marcação contínua. Mello deve questionar o nível de “acul-turamento” dos índios, alegando que eles já vivem sobforte influência da cultura dos não indígenas.

Homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula daSilva, a Raposa/Serra do Sol, no extremo norte de Rorai-ma, nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana, é habitadapor cerca de 18 mil índios de cinco diferentes etnias. Areserva, de 1,7 milhão de hectares, tem superfície sufici-ente para agrupar 11 cidades de São Paulo. A decisãosobre a demarcação tornou a reserva um foco de conflito etensão envolvendo governo federal, governo estadual, igre-ja, indígenas e ONGs (organizações não governamentais).

Encerrada essa questão no Supremo, começará a ba-talha pelas indenizações: para os rizicultores, a ocupa-ção da área foi legal e as benfeitorias nas fazendasforam muitas.

Algumas das propriedades têm até hangar para abaste-cer monomotores. Para a Funai, no entanto, os fazendei-ros não poderiam estar na área e, por isso, o órgão nãopretende levar em consideração as benfeitorias no cálcu-lo das indenizações.

A Funai iniciou as reparações em 2002. Até agora, foramindenizadas 285 propriedades de não índios dentro daRaposa – há em andamento 24 processos (com docu-mentos pendentes) que resultam em indenizações deR$ 327 mil.

O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB),afirmou que vai ajudar a realocar os fazendeiros. O cultivode arroz responde por 6% da economia de Roraima.

O caso Sean Goldman

A Justiça brasileira autorizou que o menino Sean Gold-man, de oito anos, volte para os Estados Unidos com seupai biológico, o americano David Goldman. A decisão fi-nal foi tomada pelo STF através de seu presidente GilmarMendes. A guarda de Sean Goldman foi disputada pelo

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Atualidades

pai biológico e pelo padrasto, o advogado João PauloLins e Silva, que tinha a guarda provisória do garoto des-de a morte da mãe dele. Em sua sentença, Pereira Pintodetermina o “retorno imediato” de Sean para os EUA.

Sean Goldman nasceu nos Estados Unidos, mas vivedesde os quatro anos no Rio de Janeiro. Sua mãe, BrunaBianchi, separou-se de David, trouxe o menino para oBrasil e aqui conseguiu a guarda dele. Casou-se comJoão Paulo Lins e Silva. No final do ano passado, morreue João Paulo conseguiu na Justiça a guarda do menino.Sean, agora, voltará para a casa do pai biológico, o ame-ricano David Goldman. Os EUA pressionaram o Brasil,pois o país estaria violando as convenções internacio-nais, inclusive a de Haia.

O caso Cesare Battisti (2009/2010)

Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir seextradita ou não o extremista de esquerda italiano Cesa-re Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália peloassassinato de quatro pessoas entre os anos de 1977 e1979. Em sessão nesta quarta-feira, os ministrosdo Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela extradi-ção do italiano, mas acabaram decidindo que opresidente tem autonomia para deliberar em última ins-tância sobre o caso.

O julgamento da extradição terminou com um placarde cinco votos favoráveis e quatro contrários. O voto dedesempate coube ao presidente do STF, ministro GilmarMendes. Ele acatou o pedido do governo italiano, argu-mentando que Battisti deve ser extraditado porque foi con-denado por crimes comuns, e não políticos.

Também por cinco votos a quatro, os ministros decidiramque cabe a Lula a ação final. A maioria da Corte entendeuque o presidente tem respaldo constitucional para deci-dir a questão porque ela envolve as relações diplomáti-cas do país. Votaram assim os ministros Cármen Lúcia,Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa e MarcoAurélio Mello. Já Cezar Peluso, Gilmar Mendes, RicardoLewandowski e Ellen Gracie discordaram da decisão.“Imagine o absurdo dizer agora que o presidente estálivre para, deferida a extradição, não executá-la. Temosuma situação de crise, de não solução. Vejam, senhores,que tipo de construção arriscada do ponto de vista dacoerência e da consistência política”, disse Mendes.

O presidente do STF pretendia dar o caso por encerradologo depois de ler seu voto sobre a extradição. Conclui-ria que os quatro colegas que concordaram com a ma-nifestação do relator do caso, Cezar Peluso, automati-camente acolheram a tese de que o presidente Lulaseria obrigado a extraditar Battisti. Mas, alguns minis-tros consideram que esse tema deveria ser debatidoem separado.

A interpretação, exposta pelo ministro Marco Aurélio Melloem sessão, é de que o que está em jogo é uma questãode política externa, o que, pela Constituição, é atributopresidencial. Na abertura do julgamento, Marco Aurélio,votou contra a extradição.

Até agora, Battisti, preso em Brasília, foi apenas conde-nado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por entrar nopaís com passaporte falso. A pena é de 2 anos em regi-me aberto e com multa.

Plano Nacional de Direitos Humanos racha o governo(2010)

Numa tentativa de contornar a divisão no próprio governo,a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) daPresidência da República se defendeu das críticas aoPlano Nacional de Direitos Humanos feitas pelo ministroda Defesa, Nelson Jobim, de setores da Igreja Católica,de parlamentares ruralistas e do ministro da Agricultura,Reinhold Stephanes. O órgão afirma ter apoio maciço àproposta na Esplanada dos Ministérios, com assinaturade 31 das 37 pastas.

De acordo com o documento divulgado nesta sexta, aparticipação social na elaboração do programa ocorreupor meio de conferências realizadas em todos os Esta-dos durante o ano de 2008 e envolveu a participação de14 mil pessoas. A nota cita ainda que “a política de Direi-tos Humanos deve ser uma política de Estado, que res-peite o pacto federativo e as competências dos diferentesPoderes da República”.

No final do dia, o ministro do Desenvolvimento Agrário,Guilherme Cassel, rebateu críticas feitas por Stephanes,que reclamou não ter participado da elaboração do pro-grama. O ministro da Agricultura argumentou que as me-didas propostas aumentam a insegurança jurídica nocampo e fortificam determinadas organizações, como oMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).Cassel discorda.

“Até onde eu estou informado, todos os ministérios parti-ciparam”. E completa: “o plano busca criar um ambientede paz no meio rural. Ele busca, por meio do diálogo, criaro que eu chamei de um ambiente de paz de produção. Defato, o plano busca criar no meio rural um ambiente dife-renciado, que supere essas questões. Tem pessoas quese incomodam com isso”, argumentou o ministro do De-senvolvimento Agrário à Agência Brasil. Para ele, o pontofundamental de divergência sobre o programa não é oconflito no campo e sim a resistência de grupos à cha-mada Comissão da Verdade, criada para apurar crimesque teriam ocorrido durante o período da ditadura militar(1964-1985).

Foi justamente este o tema de um conflito anterior, entreNelson Jobim e o ministro Paulo Vannuchi da SEDH.Para Jobim, a proposta vai de encontro à Lei de Anistia,que vigora desde 1979, o que pode levar à condenaçãode oficiais da época. Outra reação mais dura partiu dospresidentes dos clubes que representam as reservasdas Forças Armadas. Por meio de nota nesta sexta, ospresidentes dos clubes da Aeronáutica, Militar e Navalcondenaram a decisão do governo de criar a Comissãoda Verdade, que poderá reabrir as investigações contraagentes do Estado que torturaram e cometeram crimeshediondos na ditadura. O vice-almirante Ricardo VeigaCabral (Marinha), o general Gilberto Barbosa de Figuei-redo (Exército) e o tenente-brigadeiro do ar Carlos deAlmeida Baptista (Aeronáutica) advertem na nota que ademocracia correrá riscos, e sequelas do passado “po-dem vir à tona”, se prevalecer “o revanchismo e a mes-quinharia” em setores do governo.

Já um grupo de bispos, padres e católicos ligados aomovimento pró-vida da Igreja Católica são contrários aoapoio do governo ao projeto de lei que descriminaliza oaborto, a mecanismos para impedir a ostentação de sím-bolos religiosos em estabelecimentos públicos, à uniãocivil entre pessoas do mesmo sexo, e ao direito de ado-ção por casais homossexuais.

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Atualidades

Degrau Cultural 257

“Daqui a pouco vamos ter que demolir a estátua do CristoRedentor”, protestou o secretário-geral da ConferênciaNacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas LaraResende, para quem há intolerância num programa quedeveria promover a livre manifestação religiosa.

Fusões e aquisições de empresas (2009)

As fusões e aquisições recentes são preocupantes para osconsumidores e podem levar a concorrência desleal. Em2009, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econô-mica) multou a Ambev por tentar monopolizar o mercado decervejas. Também houve a fusão Perdigão-Sadia dandoorigem a BR Foods e a compra da vinícola Almadén pelaMiolo. No setor bancário, a fusão Itaú-Unibanco e a aquisi-ção da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.

A fusão entre a Casas Bahia e o Grupo Pão de Açúcar devecriar uma empresa com faturamento de quase R$ 40 bi-lhões, segundo dados dos balanços de ambas referentesa 2008. No ano passado, o faturamento bruto do Pão deAçúcar foi de R$ 25,7 bilhões, enquanto o da Casas Bahiafoi de R$ 13,9 bilhões, totalizando R$ 39,6 bilhões. O negó-cio é um dos maiores do ano no país e aponta mudançasno setor varejista. A Folha Online apurou que o processo defusão será de “longo prazo”. Segundo fato relevante do Gru-po Pão de Açúcar, a integração valerá para Casas Bahia,Ponto Frio (adquirido pelo Pão de Açúcar em junho) e ExtraEletro, e prioriza o segmento de eletrônicos e bens durá-veis, nas lojas e no comércio eletrônico.

Ainda não há informações sobre cenários do desdobra-mento do processo, uma “fusão operacional”. Os gruposconvocaram coletiva de imprensa para as 11h, a fim dedetalhar o negócio. Em junho, o Grupo Pão de Açúcaranunciou a compra da Globex Utilidades, dona da redePonto Frio, que era, até então, a segunda maior no seg-mento de eletroeletrônicos do país, atrás apenas da Ca-sas Bahia. Com a aquisição, o grupo Pão de Açúcar, queinclui a bandeira de mesmo nome, além de Extra, Com-preBem, Sendas e Assai, recuperou a liderança no varejobrasileiro, que era ocupada pelo Carrefour.

O pré-sal (2007-2010)

Em 2007, o Brasil anunciou a descoberta de imensasreservas de petróleo em grandes profundidades em ba-cias sedimentares recobertas pelo mar. A profundidadevaria entre 4 e 7 mil metros e o petróleo encontra-se abai-xo de uma espessa camada de sal, daí o nome “pré-sal”.Este petróleo formou-se a partir da Era Mesozoica (“dosdinossauros”), a partir da decomposição de matéria or-gânica vegetal e animal no período em que a América doSul estava se separando da África.

A descoberta fez elevar o valor de mercado da Petrobras,aumentou substancialmente as reservas brasileiras epoderá tornar o país um grande exportador de petróleo eprodutos petroquímicos no futuro. A exploração do pré-sal em larga escala depende de vários fatores, entre osquais, a instabilidade dos preços do petróleo e a dispo-nibilidade de capital nacional e estrangeiro para realizaros investimentos.

O pré-sal distribui-se pelas bacias sedimentares do Es-pírito Santo, Campos e Santos numa faixa que se esten-de da altura dos litorais do ES, RJ, SP, PR e SC. Na baciade Santos, os principais campos anunciados foram: Tupi,Iara, Carioca e Bem te vi. A exploração experimental foiiniciada nos campos Jubarte (ES) e Tupi (SP).

Em 2008, iniciou-se um debate no Brasil sobre o que opaís “faria com o lucro” advindo da exploração do petróleopré-sal no futuro. Em 2009, foram enviados 4 projetos dopré-sal para o Congresso, prevendo a criação de umanova estatal para a gestão, prioridade para a Petrobrasna exploração (no mínimo 30% em cada bloco, assim, aparticipação de empresas particulares é complementar),a criação de um Fundo Social (recursos destinados aeducação, ciência, tecnologia, meio ambiente, combateà pobreza e saúde). A repartição dos royalties entre osestados é um assunto polêmico. Os estados produtores,ES, RJ e SP, desejam uma participação maior em contra-posição aos estados não produtores.

Aneel aprova mudança no cálculo de reajuste da contade luz após cobrança indevida (2010)

O conselho diretor da Aneel (Agência Nacional de Ener-gia Elétrica) votou a favor da mudança nos procedimen-tos de cálculo dos reajustes das tarifas de energia elétri-ca, nesta terça-feira. A adequação passará a valer desdejá, por meio de aditivo nos contratos de concessão comas distribuidoras de energia. Segundo Nelson Hubner,diretor-geral da Aneel, a proposta do aditivo já está acor-dada com as distribuidoras. “Havia a colocação de quedesde o primeiro reajuste do ano teríamos corrigido essaquestão tão discutida”, afirmou. De acordo com a agên-cia, os sete reajustes que acontecerão em fevereiro jáseguirão o novo método de cálculo. Se alguma distribui-dora não concordar com o aditivo no contrato, terá dezdias para recorrer. Cerca de 600 mil casas são atendidaspelas distribuidoras que passarão pela mudança nestemês. A distorção do cálculo acontecia porque a metodolo-gia adotada não levava em conta o comportamento domercado. Os encargos que as distribuidoras pagavamao governo não variavam, mesmo com aumento da recei-ta das empresas. Por causa da distorção, houve umacobrança indevida nas contas de luz de R$1 bilhão porano, desde 2002.

A alta do etanol (2010)

Fatores climáticos (excesso de chuva), entressafra, au-mento do consumo interno e crescimento das exporta-ções de etanol e de açúcar, elevaram os preços do etanolno Brasil entre 2009 e 2010, sendo um componente pre-ocupante de pressão inflacionária. A alta do preço do eta-nol, a redução do percentual de álcool anidro na gasolina(de 25% para 20%) e a prioridade dada pela Petrobras à

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Atualidades

produção de óleo diesel em suas refinarias vão fazer comque o Brasil importe este ano uma quantidade de gasolinasem precedentes pelo menos nos últimos dez anos. Aprimeira partida, de 2 milhões de barris, foi comprada estemês na Venezuela. O diretor de Abastecimento da Petro-bras, Paulo Roberto Costa, disse que as importações de-vem se estender pelo menos até maio. Segundo ele, “émais negócio importar gasolina do que óleo diesel”.

“Compramos um volume inicial e vamos acompanhar omercado”, disse Costa. Ele não quis especificar quandoe qual a quantidade que será comprada nos próximosmeses. A definição de maio como limite para o prosse-guimento das importações tem duas razões, ambas re-lacionadas com a entrada da safra de etanol de 2010 dasregiões Sudeste e Centro-Oeste: a volta do percentual deanidro a 25% está prevista para 1º de maio e a queda nopreço do etanol na bomba que, se espera, ocorra com achegada da safra, tornando novamente vantajoso o seuuso pelo consumidor.

Hoje, cerca de 35% do produto do refino de petróleo noBrasil é de óleo diesel, diante de cerca de 19% de gaso-lina, de acordo com o executivo. Segundo dados contidosno site da BR Distribuidora, na maioria dos países domundo a participação do diesel no mix de refino fica entre15% e 25% do total. Costa disse que nas novas refinariasque a Petrobras está construindo ou planejando cons-truir, a participação do diesel vai chegar a até 60%. Noano passado, o consumo de combustíveis no país regis-trou queda de 1,2%, segundo os dados da Petrobras.

A primeira partida importada este ano custou US$ 140milhões. Costa, da Petrobras, disse que no ano passa-do, tão logo começou a subir o preço do etanol, a Petro-bras decidiu suspender as exportações de gasolina. Aredução começou em novembro e chegou a zero em ja-neiro deste ano, de acordo com o executivo. No fim datarde de ontem a Petrobras divulgou nota afirmando quevem aproveitando “oportunidades de preço, prazo e qua-lidade de vários mercados supridores para garantir o for-necimento de gasolina em todo o território nacional emfunção do aumento da demanda pelo combustível”.

Amazônia: o ritmo de desmatamento (2009)

No caso do Brasil, houve uma queda no desmatamentona Amazônia entre Agosto de 2008 e Agosto de 2009,período de monitoramento realizado pelo INPE atravésde imagens de satélite. A queda deve-se a melhora dafiscalização na região que conta, inclusive, com o apoio aPolícia Federal (Operação Arco de Fogo). O principal fatorresponsável pelo desmatamento foi a pecuária bovina,seguido do plantio da soja, exploração de madeira e mi-neração. Os estados líderes em desmatamento foram:PA (líder), MT e RO.

O relatório emitido pelo Pnuma (Programa das NaçõesUnidas para o Meio Ambiente) alerta que além do desma-tamento, a Floresta Amazônica também sofre as conse-quências do aquecimento global, que entre outros fato-res, reduz a ocorrência de chuvas na região. Segundo orelatório, a Floresta Amazônica poderá se transformarparcialmente em savana ainda neste século.

Aquecimento Global e COP 15 (2009)

Em dezembro de 2009, ocorreu em Copenhague, Dinamar-ca, o décimo quinto encontro (COP-15), que reuniu 192 paí-ses signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas.

O encontro teve por finalidade a diminuição das emissõesde gases causadores do aquecimento global. Apesar daimportância, em relação ao tema central do encontro e daparticipação da maioria absoluta dos países, o encontronão apresentou quase nada de concreto: Estados Unidose China, os maiores emissores de GEE (gases de efeitoestufa), em quase nada cederam.

O Brasil, por sua vez, apresentou de concreto, como con-tribuição para reduzir a emissão de poluentes, os investi-mentos em energia limpa, natural, renovável e menospoluente, como o etanol da cana-de-açúcar, o biodiesel,a bioma, o biogás, as hidroelétricas, as energias eólica esolar. O Brasil prometeu reduzir suas emissões entre 36e 39% até 2020 com base em 2005. Também prometeureduzir o desmatamento na Amazônia em 80% até 2020com base em 2005.

Durante a COP-15, o G-77, grupo reunindo países pobrese emergentes, da Ásia e da África, ameaçados de inunda-ções e secas prolongadas, em decorrência do aqueci-mento global. Representantes desses países fizeram for-te apelo aos principais líderes mundiais, para que tomeminiciativas imediatas para a redução da emissão de gasespoluentes, do contrário estes países estarão condenadosa uma tragédia de dimensões imensuráveis.

A União Europeia desejava um acordo mais ousado, masencontrou resistência nos EUA e alguns países emer-gentes. Foi firmado um acordo sem poder de lei entreEUA, China, Índia, Brasil e África do Sul com os seguintesprincípios:

- a temperatura global não pode aumentar além de 2º C.- precisam ser criados incentivos financeiros para pro-

jetos de REED (Redução de Emissões por Desmata-mento e Degradação).

- cortes ambiciosos nas emissões de gases de efeitoestufa são necessários, e os países devem fornecerinformações sobre a implementação de suas ações.

A seguir, os termos relacionados ao aquecimento globale COP15:

- GEEs - Gases de Efeito Estufa, os responsáveis peloefeito estufa. Dentro das negociações internacionaisde clima e de projetos de carbono, seis grupos de ga-ses são considerados: dióxido de carbono (CO2), Me-tano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos(HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreta deEnxofre (SF6). Para facilitar os cálculos dos impactosclimáticos de cada setor, empresa, país ou indivíduo,todos os gases são expressos em termos de CO2-equivalente. É por causa da emissão em excesso des-ses gases que acontecem as mudanças climáticas.

- CO2-equivalente - Unidade de medida do impacto dasemissões sobre o clima do planeta. Todos os gasessão transformados em CO2-equivalente, de acordocom um fator de conversão. Assim, por exemplo, umatonelada de metano (CH4), por possuir um efeito 21vezes superior ao dióxido de carbono, equivale a 21toneladas de CO2-equivalente.

- IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças do Cli-ma. Criado em 1988, constitui uma instituição científi-ca ligada às Nações Unidas que reúne todo o conhe-cimento científico em relação às mudanças climáti-cas. O IPCC não faz pesquisa e sim condensa todasas informações coletados pela humanidade sobre asalterações climáticas em três relatórios sobre ciênciaclimática, impactos e soluções.

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Atualidades

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- UNFCCC / Convenção de Clima - Convenção-Quadrodas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Oprimeiro passo em direção a um esforço global emprol do clima se deu com a assinatura da Convençãode Clima (UNFCCC no original em inglês – UnitedNations Framework Convention on Climate Change),na Eco-92 do Rio de Janeiro, entrou em vigor em 1994.Assim foram estabelecidos os alicerces para acordosclimáticos posteriores. O documento estabeleceu oprincípio das “responsabilidades comuns, porém di-ferenciadas”, que diz que todos países devem reduzirsuas emissões de gases de efeito estufa, porém oesforço daqueles que mais emitiram ao longo da his-tória deverá ser maior.

- COP – Conferência das Partes da Convenção-Quadrodas Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Reu-nião de negociação entre todos os signatários da Con-venção de Clima. Em 2008, ocorre a 14ª COP, que acon-tece dentro da UNFCCC, simultaneamente à MOP, nacidade de Poznan, na Polônia.

- Protocolo de Kioto. É o “braço quantificável” da Con-venção. Dentre outras considerações, ele estipula asmetas de redução dos países desenvolvidos - 5,2%até 2012, em relação aos níveis de 1990 – e institui osinstrumentos de apoio aos esforços de redução dasemissões, como o Comércio de Carbono. Finalizadoem 1997, ele somente entrou em vigor em 2005 com aentrada da Rússia. Mesmo assim, ainda continuamfora do acordo importantes emissores como os Esta-dos Unidos.

- Pós 2012 – É o próximo acordo global sobre Clima,que substitui o Protocolo de Quioto. O primeiro perío-do de compromisso vai de 2008 a 2012 e estabelecemetas para os países do Anexo I – os desenvolvidos -de 5,2% de redução dos gases de efeito estufa combase nos níveis medidos em 1990.

- Anexo I - São os países desenvolvidos que possu-em metas de redução de emissão de gases deefeito estufa.

- Não-Anexo I – São os países que não integram o Ane-xo I. Os países deste grupo e signatários do Protocolode Kioto não possuem metas de redução, embora pre-cisem montar um plano de ação para a redução inter-na de suas emissões de gases de efeito estufa emedidas para adaptação perante as futuras alteraçõesclimáticas.

- Anexo B – São os países desenvolvidos signatáriosda Convenção, mas que não fazem parte do Protocolode Quioto, como os EUA, por exemplo.

- LULUCF - Do inglês, Land Use, Land Use Change andForestry (Uso do Solo, Mudanças no Uso do Solo eAtividades Florestais). As emissões do setor de LU-LUCF são provenientes das atividades agrícolas, dodesmatamento e da degradação do solo. Em 2000, foiresponsável por pouco mais de 30% do total das emis-sões humanas (mais de 12 bilhões de toneladas deCO2-equivalente).

- REDD - Redução das Emissões oriundas do Desma-tamento e Degradação. Reduzir o desmatamento cons-titui uma das prioridades para a redução das emis-sões de gases de efeito estufa, não somente por seusbenefícios climáticos, como também para outros be-nefícios sociais e ambientais. Existem diversas pro-postas de apoio para a redução do desmatamento,dentre elas a proposta brasileira.

Notas Culturais

A perda de José Mindlin (2010)

José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo, 8 de setem-bro de 1914 e faleceu também em São Paulo em 28 defevereiro de 2010. Foi um advogado, empresário e biblió-filo brasileiro. Filho do dentista Ephim Mindlin e de FannyMindlin, judeus nascidos em Odessa, formou-se na Fa-culdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advo-gou por alguns anos, atividade que deixou para fundar aempresa Metal Leve, que mais tarde se tornou uma po-tência nacional no setor de peças para automóveis. JoséMindlin deixou a empresa em 1996. Posteriormente, en-tre outras atividades, presidiu a Sociedade de CulturaArtística. Após sua aposentadoria do mundo empresari-al, Mindlin pôde dedicar-se integralmente a uma paixãoque tinha desde os treze anos de idade: colecionar livrosraros. Seu primeiro livro foi Discours sur l’Histoire univer-selle de Jacques-Bénigne Bossuet, de 1740. Ao comple-tar 95 anos de idade, acumulava um acervo de aproxima-damente 40 mil volumes, incluindo obras de literaturabrasileira e portuguesa, relatos de viajantes, manuscri-tos históricos e literários (originais e provas tipográficas),periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e li-vros de artistas (gravuras). É considerada como a maisimportante biblioteca privada do gênero, no Brasil.

Em 20 de junho de 2006 Mindlin foi eleito membro daAcademia Brasileira de Letras, onde passou a ocupar acadeira número 29, sucedendo a Josué Montello. Apóssaber da vitória na eleição, Mindlin declarou: “De certaforma, corôa uma vida dedicada aos livros”. No mesmoano, Mindlin decidiu doar todas as obras brasileiras davasta coleção à Universidade de São Paulo. A partir deentão, ela passou a ser chamada de “Biblioteca Brasilia-na Guita e José Mindlin”. O prédio da biblioteca, dentro docampus da USP, está em construção.

Oscar 2010, Guerra ao Terror suplanta Avatar (2010)

E deu zebra na 82ª edição do Oscars da Academia de Artese Ciências Cinematográficas, realizado no domingo (7),em Los Angeles, Califórnia. Com vitória de lavada de “Guer-ra ao Terror”, da cineasta Kathryn Bigelow, a edição 2010ficou dividida entre surpresas e prêmios já esperados.Além de melhor filme, “Guerra ao Terror” trouxe o Oscarpara sua realizadora, que entrou para a história da premi-ação como a primeira mulher vencedora desta categoria,ótimo pretexto de comemoração para o Dia das Mulheres.O filme foca o cotidiano dos militares americanos no Ira-que, inclusive dos especialistas em “desarmar bombas”.Uma das críticas, é que o filme não apresenta conotaçãopolítica, ou seja, não denuncia a Guerra do Iraque.

“Avatar”, do cineasta James Cameron, o mesmo de “Tita-nic”, teve que se contentar com apenas três estatuetas(direção de arte, fotografia e melhores efeitos visuais)das nove que estava concorrendo.

Os prêmios de atuação não surpreenderam tanto. JeffBridges, como esperado, levou melhor ator por “CoraçãoLouco”, assim como o vilão Christofer Waltz de “Bastar-dos Inglórios”. Em uma das principais disputas da noite,Sandra Bullock e Meryl Streep se “enfrentaram” e dividi-ram opiniões até o último segundo, quando Bullock foipremiada por seu trabalho em “Um Sonho Possível”. Nacategoria atriz coadjuvante Mo’Nique, favorita, venceu comseu primeiro papel para o cinema por sua atuação noexcelente filme “Preciosa” que foca o cotidiano sofrido de

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Atualidades

uma jovem negra. Contrariando as expectativas, o ale-mão “A Fita Branca”, já tido como vencedor e, para muitos,o melhor filme do ano, desapontou, e deixou a estatuetapara o argentino “O Segredo do Seus Olhos”. O prêmiode animação, porém, não surpreendeu. O inteligente “Up!– Altas Aventuras” levou, como todos nós já sabíamos.

Festa Literária Internacional de Paraty

Foi aberta em 1º de julho de 2009 a Festa Literária Interna-cional de Paraty, desta vez homenageando o poeta ManuelBandeira, um dos ícones do Modernismo brasileiro. A aber-tura do encontro foi feita pelo autor Davi Arrigucci, respon-sável pela elaboração de importantes ensaios sobre apoética de Manuel Bandeira. Outro acontecimento muitoesperado pelo público foi a presença do cantor, composi-tor e escritor Chico Buarque de Holanda.

Incêndio destrói obras de Hélio Oiticica

Grande parte das obras do artista, Hélio Oiticica (1937/1980) foi destruída por um incêndio ocorrido entre a noitede sexta-feira (16) e sábado (18) de outubro de 2009. Asobras estavam guardadas na casa de seu irmão, CésarOiticica, localizada no jardim Botânico, zona sul do Rio deJaneiro. Segundo informações, o incêndio destruiu cercade 90% das obras, entre pinturas e esculturas. Estima-seque a perda seja de aproximadamente US$ 200 milhões.

Vencedores da APCA (Associação Paulista dos Críticosde Arte) em 2009

Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira-feira, 07 de dezembro, no Sindicato dos Jornalistas doEstado de S. Paulo, a APCA (Associação Paulista dosCríticos de Arte) escolheu os melhores de 2009 em vári-as Categorias. A cerimônia de entrega dos prêmios acon-tecerá em 6 de abril de 2010, no Teatro Sesc Pinheiros,em São Paulo. Segue a relação dos premiados:

Artes VisuaisExposição Internacional – Virada Russa – CCBBExposição: Os Gêmeos (MAB-FAAP)Obra Gráfica: Rico Lins (Instituto Tomie Ohtake)Fotografia: Walker Evans (Masp)Retrospectiva: Burle Marx 100 anos – A Permanência doEstável (MAM)Revelação: Stephan Doitchsnoff (Masp)Iniciativa Cultural: Museu AfrobrasilCinemaFilme de Ficção: A Festa da Menina MortaDiretora: Anna Muylaert (É Proibido Fumar)Fotografia: Lula Carvalho (A Festa da Menina Morta)Roteiro: Juventude (Domingos de Oliveira)Documentário: Cidadão Boilesen.Ator: Gero Camilo (Hotel Atlântico)Atriz: Glória Pires (É Proibido Fumar)

DançaPesquisa: Antônio Nóbrega (Naturalmente. Teoria e Jogode uma Dança Brasileira)Elenco: Balé da Cidade de São PauloPercurso: Ballet Stagium (por haver modificado a históriada dança no Brasil)Iniciativa: site Conectedance – jornalista Ana FranciscaPonzioCriadora/Intérprete: Diane Ichimaru – Confraria da Dança(por “Adverso”)

Formação e Criação: Key Zetta & Cia (pelo conjunto dostrabalhos em 2009)Concepção: Luis Ferron (por Sapatos Brancos)

LiteraturaRomance: Rei do Cheiro de João Silvério Trevisan- Ed.RecordEnsaio/Crítica: Lições de Kafka - Modesto Carone, Cia.das LetrasInfanto Juvenil: Pivetin -Décio Teobaldo-Edições S.M.Poesia: Entre Milênios - Haroldo de Campos,Ed.PerspectivaContos/Crônicas/Reportagens: Cine Privê - Antonio Car-los Viana, Ed. Cia das LetrasBiografia/Auto-biografia: Cabeza de Vaca de Paulo Ma-rkun , Cia das LetrasTradução: Poemas estalactites de Augusto Stramm, Tra-dução Augusto de Campos,Perspectiva. Cia das Letras

Música popularDisco: Aline Calixto (sem título)Cantora: Céu (pelo disco “Vacarosa”)Compositor: LenineShow: Ney Matogrosso (pelos trabalhos “Os Inclassificá-veis” e “Beijo Bandido”)Grupo: Paralamas do SucessoRevelação: Maria GadúHomenagem póstuma: Zé Rodrix

Música eruditaGrande Prêmio da Crítica:Heitor Villa-Lobos – Homena-gem no cinquentenário da morte - in MemorianComposição Vocal: Alelluia – Villani-CôrtesObra Experimental: Música sobre o filme: “Estudos sobreParis” – Almeida PradoPrêmio Especial pelo Conjunto da Carreira: Ernst Mahle(Mahle)CD: Música Romântica Brasileira - pianista Claudio de BritoRegente: Benito JuarezPrêmio Especial de Composição: Ópera “O Pagador dePromessas” ,de Eduardo Escalante

RádioGrande Prêmio da Crítica: Antonio Augusto Amaral deCarvalho, o Tuta, pelo livro: Ninguém faz Sucesso SozinhoPrêmio Especial do Júri: Radar Cultura – Rádio Cultura BrasilHumor: Galera Gol – Transamérica PopPrograma Infantil: Rádio Pipoca, Rádio USPPrograma de Variedades – Rádio Sucupira – CBNInternet – Garagem – ShowLivre.comRevelação: Devaneio – Band News FM

TeatroAutor: Fábio Mendes – The Cachorro Manco ShowEspetáculo – Memória da CanaAtriz: Rosaly Papadopol – Hilda Hilst – O Espírito da CoisaAtor: Elias Andreato - DoidoDiretor: Márcio Aurélio – Anatomia FrozenPrêmio Especial: Oswaldo Mendes, pela pesquisa e au-toria do livro “Bendito Maldito – Uma biografia dePlínio MarcosGrande Prêmio da Crítica: Charles Moeller e Cláudio Bo-telho pela contribuição ao teatro musical brasileiro

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Atualidades

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Teatro infantilEspetáculo: BUUU!!! A Casa do BichãoDireção: Ilo Krugli, Por O Mistério Do Fundo Do Pote OuComo Nasceu A FomeTexto: Com o Rei na Barriga, de Amauri FalsetiFigurino: J.C. Serroni e Telumi Helen, por Colecionadorde CrepúsculosCenografia: Beto Andretta, por Filhotes da AmazôniaMúsica: André Abujamra, por A Bruxinha AtrapalhadaElenco: A Odisseia de Arlequino

TelevisãoGrande Prêmio da Crítica: Capitu (final de 2008)Minissérie: Som & Fúria (TV Globo/02)Ator: Felipe Camargo (Som & Fúria)Atriz: Larissa Maciel (Maysa)Apresentador: Tiago Leifert - (Globo Esporte/TV Globo)Infantil: Peixonauta - Discovery Kids/TV PinguimHumor: Larica Total - (Canal Brasil)

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Atualidades

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Ética

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Ética noServiço Público

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Ética

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Ética

Degrau Cultural 265

Decreto N0 1.171, de 22 de Junho de 1994.

Aprova o Código de Ética Profissional do ServidorPúblico

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui-ções que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e aindatendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição,bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 dedezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n°8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional doServidor Público Civil do Poder Executivo Federal, quecom este baixa.Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Públi-ca Federal direta e indireta implementarão, em ses-senta dias, as providências necessárias à plena vigên-cia do Código de Ética, inclusive mediante a constitui-ção da respectiva Comissão de Ética, integrada por trêsservidores ou empregados titulares de cargo efetivo ouemprego permanente.Parágrafo único. A constituição da Comissão de Éticaserá comunicada à Secretaria da Administração Fede-ral da Presidência da República, com a indicação dosrespectivos membros titulares e suplentes.Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publi-cação.

Brasília, 22 de junho de 1994,173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCORomildo Canhim

AnexoCódigo de Ética Profissional do

Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

Capítulo ISeção I

Das Regras DeontológicasI - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciên-cia dos princípios morais são primados maiores quedevem nortear o servidor público, seja no exercício docargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercícioda vocação do próprio poder estatal. Seus atos, com-portamentos e atitudes serão direcionados para a pre-servação da honra e da tradição dos serviços públicos.II - O servidor público não poderá jamais desprezar oelemento ético de sua conduta. Assim, não terá quedecidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e oinjusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e oinoportuno, mas principalmente entre o honesto e odesonesto, consoante as regras contidas no art. 37,caput, e § 4°, da Constituição Federal.III - A moralidade da Administração Pública não se limitaà distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescidada idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equi-líbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta doservidor público, é que poderá consolidar a moralidadedo ato administrativo.IV- A remuneração do servidor público é custeada pelostributos pagos direta ou indiretamente por todos, até

por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida,que a moralidade administrativa se integre no Direito,como elemento indissociável de sua aplicação e desua finalidade, erigindo-se, como conseqüência emfator de legalidade.V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público peran-te a comunidade deve ser entendido como acréscimoao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, inte-grante da sociedade, o êxito desse trabalho pode serconsiderado como seu maior patrimônioVI - A função pública deve ser tida como exercício profis-sional e, portanto, se integra na vida particular de cadaservidor público. Assim, os fatos e atos verificados naconduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acres-cer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.VII - Salvo os casos de segurança nacional, investiga-ções policiais ou interesse superior do Estado e daAdministração Pública, a serem preservados em pro-cesso previamente declarado sigiloso, nos termos dalei, a publicidade de qualquer ato administrativo consti-tui requisito de eficácia e moralidade, ensejando suaomissão comprometimento ético contra o bem comum,imputável a quem a negar.VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor nãopode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos inte-resses da própria pessoa interessada ou da Adminis-tração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou esta-bilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, daopressão, ou da mentira, que sempre aniquilam atémesmo a dignidade humana quanto mais a de umaNação.IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-cados ao serviço público caracterizam o esforço peladisciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tribu-tos direta ou indiretamente significa causar-lhe danomoral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bempertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, pordescuido ou má vontade, não constitui apenas umaofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado,mas a todos os homens de boa vontade que dedica-ram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças eseus esforços para construí-los.X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à esperade solução que compete ao setor em que exerça suasfunções, permitindo a formação de longas filas, ou qual-quer outra espécie de atraso na prestação do serviço,não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato dedesumanidade, mas principalmente grave dano moralaos usuários dos serviços públicos.XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-dens legais de seus superiores, velando atentamentepor seu cumprimento, e, assim, evitando a condutanegligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulode desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir ecaracterizam até mesmo imprudência no desempenhoda função pública.XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu lo-cal de trabalho é fator de desmoralização do serviçopúblico, o que quase sempre conduz à desordem nasrelações humanas.XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutu-ra organizacional, respeitando seus colegas e cada con-cidadão, colabora e de todos pode receber colaboração,pois sua atividade pública é a grande oportunidade parao crescimento e o engrandecimento da Nação.

ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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Seção IIDos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, fun-ção ou emprego público de que seja titular;b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição erendimento, pondo fim ou procurando prioritariamenteresolver situações procrastinatórias, principalmente di-ante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso naprestação dos serviços pelo setor em que exerça suasatribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda aintegridade do seu caráter, escolhendo sempre, quan-do estiver diante de duas opções, a melhor e a maisvantajosa para o bem comum;d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-dição essencial da gestão dos bens, direitos e servi-ços da coletividade a seu cargo;e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços,aperfeiçoando o processo de comunicação e contatocom o público;f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-cípios éticos que se materializam na adequada presta-ção dos serviços públicos;g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-ção, respeitando a capacidade e as limitações indivi-duais de todos os usuários do serviço público, semqualquer espécie de preconceito ou distinção de raça,sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho políticoe posição social, abstendo-se, dessa forma, de cau-sar-lhes dano moral;h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temorde representar contra qualquer comprometimento in-devido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-cos, de contratantes, interessados e outros que visemobter quaisquer favores, benesses ou vantagens inde-vidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéti-cas e denunciá-las;j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigênciasespecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de quesua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, re-fletindo negativamente em todo o sistema;m) comunicar imediatamente a seus superiores todo equalquer ato ou fato contrário ao interesse público, exi-gindo as providências cabíveis;n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba-lho, seguindo os métodos mais adequados à sua or-ganização e distribuição;o) participar dos movimentos e estudos que se relacio-nem com a melhoria do exercício de suas funções, ten-do por escopo a realização do bem comum;p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequa-das ao exercício da função;q) manter-se atualizado com as instruções, as normasde serviço e a legislação pertinentes ao órgão ondeexerce suas funções;r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e asinstruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun-ção, tanto quanto possível, com critério, segurança erapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços porquem de direito;t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcio-nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-locontrariamente aos legítimos interesses dos usuários doserviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-ção, poder ou autoridade com finalidade estranha aointeresse público, mesmo que observando as forma-lidades legais e não cometendo qualquer violaçãoexpressa à lei;v) divulgar e informar a todos os integrantes da suaclasse sobre a existência deste Código de Ética, esti-mulando o seu integral cumprimento.

Seção IIIDas Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,tempo, posição e influências, para obter qualquer favo-recimento, para si ou para outrem;b) prejudicar deliberadamente a reputação de outrosservidores ou de cidadãos que deles dependam;c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-nivente com erro ou infração a este Código de Ética ouao Código de Ética de sua profissão;d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos aoseu alcance ou do seu conhecimento para atendimen-to do seu mister;f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, ca-prichos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter-firam no trato com o público, com os jurisdicionadosadministrativos ou com colegas hierarquicamente su-periores ou inferiores;g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, co-missão, doação ou vantagem de qualquer espécie, parasi, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimentoda sua missão ou para influenciar outro servidor para omesmo fim;h) alterar ou deturpar o teor de documentos que devaencaminhar para providências;i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessitedo atendimento em serviços públicos;j) desviar servidor público para atendimento a interes-se particular;l) retirar da repartição pública, sem estar legalmenteautorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-cente ao patrimônio público;m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas noâmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, deparentes, de amigos ou de terceiros;n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora delehabitualmente;o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atentecontra a moral, a honestidade ou a dignidade da pes-soa humana;p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seunome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO IIDas Comissões de Ética

XVI - Em todos os órgãos e entidades da AdministraçãoPública Federal direta, indireta autárquica e fundacio-nal, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atri-buições delegadas pelo poder público, deverá ser cria-da uma Comissão de Ética, encarregada de orientar eaconselhar sobre a ética profissional do servidor, notratamento com as pessoas e com o patrimônio públi-co, competindo-lhe conhecer concretamente de impu-tação ou de procedimento susceptível de censura.

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XVII - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007)XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-nismos encarregados da execução do quadro de car-reira dos servidores, os registros sobre sua condutaÉtica, para o efeito de instruir e fundamentar promo-ções e para todos os demais procedimentos própriosda carreira do servidor público.XIX - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007)XX - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007)XXI - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007)XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comis-são de Ética é a de censura e sua fundamentação cons-tará do respectivo parecer, assinado por todos os seusintegrantes, com ciência do faltoso.XXIII - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007)XXIV - Para fins de apuração do comprometimento éti-co, entende-se por servidor público todo aquele que,por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,preste serviços de natureza permanente, temporária ouexcepcional, ainda que sem retribuição financeira, des-de que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgãodo poder estatal, como as autarquias, as fundaçõespúblicas, as entidades paraestatais, as empresas pú-blicas e as sociedades de economia mista, ou em qual-quer setor onde prevaleça o interesse do Estado.XXV - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007)

DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder ExecutivoFederal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuiçãoque lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, daConstituição,

DECRETA: Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética doPoder Executivo Federal com a finalidade de promoveratividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbi-to do Executivo Federal, competindo-lhe: I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadascom a ética pública;II - contribuir para a implementação de políticas públi-cas tendo a transparência e o acesso à informaçãocomo instrumentos fundamentais para o exercício degestão da ética pública;III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, acompatibilização e interação de normas, procedimen-tos técnicos e de gestão relativos à ética pública;IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivarprocedimentos de incentivo e incremento ao desempe-nho institucional na gestão da ética pública do Estadobrasileiro. Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética do Po-der Executivo Federal:I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída peloDecreto de 26 de maio de 1999;II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no

1.171, de 22 de junho de 1994; eIII - as demais Comissões de Ética e equivalentes nasentidades e órgãos do Poder Executivo Federal. Art. 3o A CEP será integrada por sete brasileiros quepreencham os requisitos de idoneidade moral, reputa-ção ilibada e notória experiência em administração pú-blica, designados pelo Presidente da República, paramandatos de três anos, não coincidentes, permitidauma única recondução.

§ 1o A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquerremuneração para seus membros e os trabalhos neladesenvolvidos são considerados prestação de relevanteserviço público. § 2o O Presidente terá o voto de qualidade nas delibe-rações da Comissão. § 3o Os mandatos dos primeiros membros serão deum, dois e três anos, estabelecidos no decreto de de-signação.Art. 4o À CEP compete:I - atuar como instância consultiva do Presidente daRepública e Ministros de Estado em matéria de éticapública;II - administrar a aplicação do Código de Conduta daAlta Administração Federal, devendo:a) submeter ao Presidente da República medidas paraseu aprimoramento;b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suasnormas, deliberando sobre casos omissos;c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutasem desacordo com as normas nele previstas, quandopraticadas pelas autoridades a ele submetidas;III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normasdo Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci-vil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto no1.171, de 1994;IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema deGestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;V - aprovar o seu regimento interno; eVI - escolher o seu Presidente. Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da Re-pública, à qual competirá prestar o apoio técnico e ad-ministrativo aos trabalhos da Comissão. Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decretono 1171, de 1994, será integrada por três membrostitulares e três suplentes, escolhidos entre servidorese empregados do seu quadro permanente, e designa-dos pelo dirigente máximo da respectiva entidade ouórgão, para mandatos não coincidentes de três anos. Art. 6o É dever do titular de entidade ou órgão da Admi-nistração Pública Federal, direta e indireta:I - assegurar as condições de trabalho para que as Co-missões de Ética cumpram suas funções, inclusive paraque do exercício das atribuições de seus integrantesnão lhes resulte qualquer prejuízo ou dano; II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão daética conforme processo coordenado pela Comissãode Ética Pública. Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que tratamos incisos II e III do art. 2o:I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servi-dores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;II - aplicar o Código de Ética Profissional do ServidorPúblico Civil do Poder Executivo Federal, aprovado peloDecreto 1.171, de 1994, devendo:a) submeter à Comissão de Ética Pública propostaspara seu aperfeiçoamento;b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suasnormas e deliberar sobre casos omissos;c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta emdesacordo com as normas éticas pertinentes; ed) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do ór-gão ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvi-mento de ações objetivando a disseminação, capacita-ção e treinamento sobre as normas de ética e disciplina;III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede deÉtica do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e

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IV - supervisionar a observância do Código de Condutada Alta Administração Federal e comunicar à CEP situa-ções que possam configurar descumprimento de suasnormas. § 1o Cada Comissão de Ética contará com uma Se-cretaria-Executiva, vinculada administrativamente àinstância máxima da entidade ou órgão, para cum-prir plano de trabalho por ela aprovado e prover oapoio técnico e material necessário ao cumprimentodas suas atribuições. § 2o As Secretarias-Executivas das Comissões de Éti-ca serão chefiadas por servidor ou empregado do qua-dro permanente da entidade ou órgão, ocupante decargo de direção compatível com sua estrutura, aloca-do sem aumento de despesas. Art. 8o Compete às instâncias superiores dos órgãose entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo aadministração direta e indireta:I - observar e fazer observar as normas de ética edisciplina;II - constituir Comissão de Ética;III - garantir os recursos humanos, materiais e finan-ceiros para que a Comissão cumpra com suas atri-buições; eIV - atender com prioridade às solicitações da CEP. Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do Poder Exe-cutivo Federal, integrada pelos representantes das Co-missões de Ética de que tratam os incisos I, II e III doart. 2o, com o objetivo de promover a cooperação técni-ca e a avaliação em gestão da ética. Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética sereunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pú-blica, pelo menos uma vez por ano, em fórum específi-co, para avaliar o programa e as ações para a promo-ção da ética na administração pública. Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comis-sões de Ética devem ser desenvolvidos com celerida-de e observância dos seguintes princípios:I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;II - proteção à identidade do denunciante, que deveráser mantida sob reserva, se este assim o desejar; eIII - independência e imparcialidade dos seus membrosna apuração dos fatos, com as garantias asseguradasneste Decreto. Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídi-ca de direito privado, associação ou entidade de classepoderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão deÉtica, visando à apuração de infração ética imputada aagente público, órgão ou setor específico de ente estatal. Parágrafo único. Entende-se por agente público, paraos fins deste Decreto, todo aquele que, por força delei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviçosde natureza permanente, temporária, excepcional oueventual, ainda que sem retribuição financeira, a ór-gão ou entidade da administração pública federal, di-reta e indireta. Art. 12. O processo de apuração de prática de ato emdesrespeito ao preceituado no Código de Conduta da AltaAdministração Federal e no Código de Ética Profissionaldo Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal seráinstaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamen-tada, respeitando-se, sempre, as garantias do contraditó-rio e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ouComissões de Ética de que tratam o incisos II e III do art.2º, conforme o caso, que notificará o investigado paramanifestar-se, por escrito, no prazo de dez dias. § 1o O investigado poderá produzir prova documentalnecessária à sua defesa.

§ 2o As Comissões de Ética poderão requisitar os do-cumentos que entenderem necessários à instrução pro-batória e, também, promover diligências e solicitar pa-recer de especialista. § 3o Na hipótese de serem juntados aos autos da in-vestigação, após a manifestação referida no caput des-te artigo, novos elementos de prova, o investigado seránotificado para nova manifestação, no prazo de dez dias. § 4o Concluída a instrução processual, as Comissõesde Ética proferirão decisão conclusiva e fundamentada. § 5o Se a conclusão for pela existência de falta ética,além das providências previstas no Código de Condu-ta da Alta Administração Federal e no Código de ÉticaProfissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-vo Federal, as Comissões de Ética tomarão as se-guintes providências, no que couber:I - encaminhamento de sugestão de exoneração de car-go ou função de confiança à autoridade hierarquica-mente superior ou devolução ao órgão de origem, con-forme o caso;II — encaminhamento, conforme o caso, para a Con-troladoria-Geral da União ou unidade específica do Sis-tema de Correição do Poder Executivo Federal de quetrata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, paraexame de eventuais transgressões disciplinares; eIII - recomendação de abertura de procedimento admi-nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir. Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”,até que esteja concluído, qualquer procedimento ins-taurado para apuração de prática em desrespeito àsnormas éticas. § 1o Concluída a investigação e após a deliberação daCEP ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, osautos do procedimento deixarão de ser reservados. § 2o Na hipótese de os autos estarem instruídos comdocumento acobertado por sigilo legal, o acesso a essetipo de documento somente será permitido a quem de-tiver igual direito perante o órgão ou entidade originari-amente encarregado da sua guarda. § 3o Para resguardar o sigilo de documentos que as-sim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, de-pois de concluído o processo de investigação, provi-denciarão para que tais documentos sejam desentra-nhados dos autos, lacrados e acautelados. Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investi-gada é assegurado o direito de saber o que lhe estásendo imputado, de conhecer o teor da acusação e deter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética,mesmo que ainda não tenha sido notificada da existên-cia do procedimento investigatório. Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo in-clui o de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor. Art. 15. Todo ato de posse, investidura em funçãopública ou celebração de contrato de trabalho, dosagentes públicos referidos no parágrafo único do art.11, deverá ser acompanhado da prestação de com-promisso solene de acatamento e observância dasregras estabelecidas pelo Código de Conduta da AltaAdministração Federal, pelo Código de Ética Profis-sional do Servidor Público Civil do Poder ExecutivoFederal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade,conforme o caso. Parágrafo único. A posse em cargo ou função públicaque submeta a autoridade às normas do Código deConduta da Alta Administração Federal deve ser prece-dida de consulta da autoridade à Comissão de ÉticaPública acerca de situação que possa suscitar conflitode interesses.

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Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir decisão sobre matéria de sua competên-cia alegando omissão do Código de Conduta da AltaAdministração Federal, do Código de Ética Profissionaldo Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal oudo Código de Ética do órgão ou entidade, que, se exis-tente, será suprida pela analogia e invocação aos prin-cípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, pu-blicidade e eficiência. § 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissãode Ética competente deverá ouvir previamente a áreajurídica do órgão ou entidade.§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre as-pectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Co-missões de Ética e pelos órgãos e entidades que inte-gram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos eservidores que venham a ser indicados para ocuparcargo ou função abrangida pelo Código de Conduta daAlta Administração Federal. Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constata-rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, deimprobidade administrativa ou de infração disciplinar,encaminharão cópia dos autos às autoridades compe-tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo dasmedidas de sua competência. Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na aná-lise de qualquer fato ou ato submetido à sua aprecia-ção ou por ela levantado, serão resumidas em ementae, com a omissão dos nomes dos investigados, divul-gadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas àComissão de Ética Pública. Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de quetratam os incisos II e III do art. 2o são consideradosrelevantes e têm prioridade sobre as atribuições pró-prias dos cargos dos seus membros, quando estesnão atuarem com exclusividade na Comissão. Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal darão tratamento prioritário às solicita-ções de documentos necessários à instrução dos pro-cedimentos de investigação instaurados pelas Comis-sões de Ética. § 1o Na hipótese de haver inobservância do dever fun-cional previsto no caput, a Comissão de Ética adotaráas providências previstas no inciso III do § 5o do art. 12.§ 2o As autoridades competentes não poderão alegarsigilo para deixar de prestar informação solicitada pe-las Comissões de Ética. Art. 21. A infração de natureza ética cometida por mem-bro de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e IIIdo art. 2o será apurada pela Comissão de Ética Pública.Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá bancode dados de sanções aplicadas pelas Comissões deÉtica de que tratam os incisos II e III do art. 2o e de suaspróprias sanções, para fins de consulta pelos órgãosou entidades da administração pública federal, em ca-sos de nomeação para cargo em comissão ou de altarelevância pública. Parágrafo único. O banco de dados referido neste ar-tigo engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agen-tes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11deste Decreto. Art. 23. Os representantes das Comissões de Éticade que tratam os incisos II e III do art. 2o atuarão comoelementos de ligação com a CEP, que disporá em Re-solução própria sobre as atividades que deverão de-senvolver para o cumprimento desse mister. Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Ad-ministração Federal, do Código de Ética Profissional

do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal edo Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se,no que couber, às autoridades e agentes públicos ne-les referidos, mesmo quando em gozo de licença. Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI,XXIII e XXV do Código de Ética Profissional do ServidorPúblico Civil do Poder Executivo Federal, aprovado peloDecreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2o e3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comis-são de Ética Pública, e os Decretos de 30 de agosto de2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre aComissão de Ética Pública. Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da suapublicação.

Brasília, 1º de fevereiro de 2007;186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVADilma Rousseff

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

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Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicoscivis da União, das autarquias e das fundações públicasfederais.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Título ICapítulo Único

Das Disposições PreliminaresArt. 1o. Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servi-dores Públicos Civis da União, das autarquias, inclu-sive as em regime especial, e das fundações públi-cas federais.Art. 2o. Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoalegalmente investida em cargo público.Art. 3o. Cargo público é o conjunto de atribuições e res-ponsabilidades previstas na estrutura organizacional quedevem ser cometidas a um servidor.Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a to-dos os brasileiros, são criados por lei, com denomina-ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos,para provimento em caráter efetivo ou em comissão.Art. 4o. É proibida a prestação de serviços gratuitos, sal-vo os casos previstos em lei.

Título IIDo Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e

SubstituiçãoCapítulo I

Do ProvimentoSeção I

Disposições GeraisArt. 5o. São requisitos básicos para investidura em car-go público:I - a nacionalidade brasileira;II - o gozo dos direitos políticos;III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício docargo;V - a idade mínima de dezoito anos;VI - aptidão física e mental.§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigênciade outros requisitos estabelecidos em lei.§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegura-do o direito de se inscrever em concurso público paraprovimento de cargo cujas atribuições sejam compatí-veis com a deficiência de que são portadoras; para taispessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) dasvagas oferecidas no concurso.§ 3o As universidades e instituições de pesquisa cientí-fica e tecnológica federais poderão prover seus cargoscom professores, técnicos e cientistas estrangeiros, deacordo com as normas e os procedimentos desta Lei.(Parágrafo incluído pela Lei n. 9.515, de 20.11.97)Art. 6o. O provimento dos cargos públicos far-se-á me-diante ato da autoridade competente de cada Poder.Art. 7o. A investidura em cargo público ocorrerá com aposse.Art. 8o. São formas de provimento de cargo público:I - nomeação;II - promoção;III - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)V - readaptação;VI - reversão;

VII - aproveitamento;VIII - reintegração;IX - recondução.

Seção IIDa Nomeação

Art. 9o. A nomeação far-se-á:I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isoladode provimento efetivo ou de carreira;II - em comissão, inclusive na condição de interino, paracargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei n.9.527, de 10.12.97)Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co-missão ou de natureza especial poderá ser nomeadopara ter exercício, interinamente, em outro cargo de con-fiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmenteocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneraçãode um deles durante o período da interinidade. (Reda-ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo iso-lado de provimento efetivo depende de prévia habilita-ção em concurso público de provas ou de provas e títu-los, obedecidos a ordem de classificação e o prazo desua validade.Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingres-so e o desenvolvimento do servidor na carreira, median-te promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar asdiretrizes do sistema de carreira na Administração Pú-blica Federal e seus regulamentos. (Redação dada pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção IIIDo Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu-los, podendo ser realizado em duas etapas, conformedispuserem a lei e o regulamento do respectivo planode carreira, condicionada a inscrição do candidato aopagamento do valor fixado no edital, quando indispen-sável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses deisenção nele expressamente previstas.(Redação dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois)anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igualperíodo.§ 1o O prazo de validade do concurso e as condições desua realização serão fixados em edital, que será publi-cado no Diário Oficial da União e em jornal diário degrande circulação.§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver can-didato aprovado em concurso anterior com prazo de va-lidade não expirado.

Seção IVDa Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivotermo, no qual deverão constar as atribuições, os deve-res, as responsabilidades e os direitos inerentes ao car-go ocupado, que não poderão ser alterados unilateral-mente, por qualquer das partes, ressalvados os atos deofício previstos em lei.§ 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contadosda publicação do ato de provimento. (Redação dada pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data depublicação do ato de provimento, em licença prevista

LEI 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990

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nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipótesesdos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e Xdo art. 102, o prazo será contado do término do impedi-mento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração espe-cífica.§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargopor nomeação. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de10.12.97)§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaraçãode bens e valores que constituem seu patrimônio e de-claração quanto ao exercício ou não de outro cargo,emprego ou função pública.§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se aposse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.Art. 14. A posse em cargo público dependerá de préviainspeção médica oficial.Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele quefor julgado apto física e mentalmente para o exercício docargo.Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui-ções do cargo público ou da função de confiança. (Re-dação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossadoem cargo público entrar em exercício, contados da datada posse. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornadosem efeito o ato de sua designação para função de con-fiança, se não entrar em exercício nos prazos previstosneste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redaçãodada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade paraonde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de10.12.97)§ 4o O início do exercício de função de confiança coinci-dirá com a data de publicação do ato de designação,salvo quando o servidor estiver em licença ou afastadopor qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairáno primeiro dia útil após o término do impedimento, quenão poderá exceder a trinta dias da publicação. (Pará-grafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reiníciodo exercício serão registrados no assentamento indivi-dual do servidor.Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre-sentará ao órgão competente os elementos necessári-os ao seu assentamento individual.Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercí-cio, que é contado no novo posicionamento na carreira apartir da data de publicação do ato que promover o ser-vidor. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro muni-cípio em razão de ter sido removido, redistribuído, requi-sitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, nomínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contadosda publicação do ato, para a retomada do efetivo de-sempenho das atribuições do cargo, incluído nesse pra-zo o tempo necessário para o deslocamento para a novasede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licençaou afastado legalmente, o prazo a que se refere esteartigo será contado a partir do término do impedimento.(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de10.12.97)§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe-lecidos no caput. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fi-xada em razão das atribuições pertinentes aos respecti-vos cargos, respeitada a duração máxima do trabalhosemanal de quarenta horas e observados os limites mí-nimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, res-pectivamente. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de17.12.91)§ 1o O ocupante de cargo em comissão ou função deconfiança submete-se a regime de integral dedicaçãoao serviço, observado o disposto no art. 120, podendoser convocado sempre que houver interesse da Admi-nistração. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração detrabalho estabelecida em leis especiais. (Parágrafo in-cluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado paracargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágioprobatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, du-rante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto deavaliação para o desempenho do cargo, observados osseguinte fatores: (vide EMC nº 19)I - assiduidade;II - disciplina;III - capacidade de iniciativa;IV - produtividade;V- responsabilidade.§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do está-gio probatório, será submetida à homologação da auto-ridade competente a avaliação do desempenho do ser-vidor, realizada por comissão constituída para essa fina-lidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regula-mento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo dacontinuidade de apuração dos fatores enumerados nosincisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pelaLei nº 11.784, de 2008)§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório seráexonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteri-ormente ocupado, observado o disposto noparágrafo único do art. 29.§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercerquaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-ções de direção, chefia ou assessoramento no órgãoou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido aoutro órgão ou entidade para ocupar cargos de NaturezaEspecial, cargos de provimento em comissão do Gru-po-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de ní-veis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Parágrafo incluído pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente pode-rão ser concedidas as licenças e os afastamentos pre-vistos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assimafastamento para participar de curso de formação de-corrente de aprovação em concurso para outro cargo naAdministração Pública Federal. (Parágrafo incluído pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as li-cenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, §1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação emcurso de formação, e será retomado a partir do términodo impedimento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)

Seção VDa Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público eempossado em cargo de provimento efetivo adquiriráestabilidade no serviço público ao completar 2 (dois)

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anos de efetivo exercício. (Prazo: 3 anos - vide EMC n. 19)Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtudede sentença judicial transitada em julgado ou de pro-cesso administrativo disciplinar no qual lhe seja asse-gurada ampla defesa.

Seção VIDa Transferência

Art. 23. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção VIIDa Readaptação

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em car-go de atribuições e responsabilidades compatíveis coma limitação que tenha sofrido em sua capacidade físicaou mental verificada em inspeção médica.§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, oreadaptando será aposentado.§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui-ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de es-colaridade e equivalência de vencimentos e, na hipóte-se de inexistência de cargo vago, o servidor exercerásuas atribuições como excedente, até a ocorrência devaga.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção VIIIDa Reversão

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidoraposentado: (Redação dada pela Medida Provisória n.2.225-45, de 4.9.2001)I - por invalidez, quando junta médica oficial declararinsubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incisoincluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)II - no interesse da administração, desde que: (Incisoincluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)a) tenha solicitado a reversão; (Alínea incluída pela Me-dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Alínea incluí-da pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)c) estável quando na atividade; (Alínea incluída pela Me-dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos ante-riores à solicitação; (Alínea incluída pela Medida Provi-sória n. 2.225-45, de 4.9.2001)e) haja cargo vago. (Alínea incluída pela Medida Provi-sória n. 2.225-45, de 4.9.2001)§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargoresultante de sua transformação. (Parágrafo incluído pelaMedida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício seráconsiderado para concessão da aposentadoria. (Pará-grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de4.9.2001)§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o car-go, o servidor exercerá suas atribuições como exceden-te, até a ocorrência de vaga. (Parágrafo incluído pelaMedida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse daadministração perceberá, em substituição aos proventosda aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar aexercer, inclusive com as vantagens de natureza pesso-al que percebia anteriormente à aposentadoria. (Pará-grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de4.9.2001)§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá osproventos calculados com base nas regras atuais sepermanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Parágra-

fo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de4.9.2001)§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto nesteartigo. (Parágrafo incluído pela Medida Provisória n.2.225-45, de 4.9.2001)Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45,de 4.9.2001)Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tivercompletado 70 (setenta) anos de idade.

Seção IXDa Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor es-tável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo re-sultante de sua transformação, quando invalidada a suademissão por decisão administrativa ou judicial, comressarcimento de todas as vantagens.§ 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidorficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts.30 e 31.§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direitoà indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,posto em disponibilidade.

Seção XDa Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável aocargo anteriormente ocupado e decorrerá de:I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;II - reintegração do anterior ocupante.Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de ori-gem, o servidor será aproveitado em outro, observado odisposto no art. 30.

Seção XIDa Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili-dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório emcargo de atribuições e vencimentos compatíveis com oanteriormente ocupado.Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil de-terminará o imediato aproveitamento de servidor em dis-ponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ouentidades da Administração Pública Federal.Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art.37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser man-tido sob responsabilidade do órgão central do Sistemade Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até oseu adequado aproveitamento em outro órgão ou enti-dade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas-sada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer-cício no prazo legal, salvo doença comprovada por juntamédica oficial.

Capítulo IIDa Vacância

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:I - exoneração;II - demissão;III - promoção;IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)V - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)VI - readaptação;VII - aposentadoria;VIII - posse em outro cargo inacumulável;IX - falecimento.

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Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedidodo servidor, ou de ofício.Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:I - quando não satisfeitas as condições do estágioprobatório;II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrarem exercício no prazo estabelecido.Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis-pensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)I - a juízo da autoridade competente;II - a pedido do próprio servidor.Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de10.12.97)Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedi-do ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ousem mudança de sede.Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, en-tende-se por modalidades de remoção: (Redação dadapela Lei nº 9.527, de 10.12.97)I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pelaLei nº 9.527, de 10.12.97)II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pelaLei nº 9.527, de 10.12.97)III - a pedido, para outra localidade, independentementedo interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527,de 10.12.97)a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, tambémservidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-pios, que foi deslocado no interesse da Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companhei-ro ou dependente que viva às suas expensas e constedo seu assentamento funcional, condicionada à com-provação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº9.527, de 10.12.97)c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipóte-se em que o número de interessados for superior aonúmero de vagas, de acordo com normas preestabeleci-das pelo órgão ou entidade em que aqueles estejamlotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Seção IIDa Redistribuição

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo deprovimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do qua-dro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade domesmo Poder, com prévia apreciação do órgão centraldo SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Reda-ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527,de 10.12.97)II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº9.527, de 10.12.97)III - manutenção da essência das atribuições do cargo;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)IV - vinculação entre os graus de responsabilidade ecomplexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527,de 10.12.97)V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habili-tação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e asfinalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluí-do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamentode lotação e da força de trabalho às necessidades dosserviços, inclusive nos casos de reorganização, extin-

ção ou criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Leinº 9.527, de 10.12.97)§ 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se darámediante ato conjunto entre o órgão central do SI-PEC e os órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527,de 10.12.97)§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgãoou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desne-cessidade no órgão ou entidade, o servidor estávelque não for redistribuído será colocado em disponibi-lidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº9.527, de 10.12.97)§ 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado emdisponibilidade poderá ser mantido sob responsabili-dade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisó-rio, em outro órgão ou entidade, até seu adequado apro-veitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IVDa Substituição

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função dedireção ou chefia e os ocupantes de cargo de NaturezaEspecial terão substitutos indicados no regimento inter-no ou, no caso de omissão, previamente designadospelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redaçãodada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)§ 1o O substituto assumirá automática e cumulativamen-te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do car-go ou função de direção ou chefia e os de Natureza Es-pecial, nos afastamentos, impedimentos legais ou re-gulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóte-ses em que deverá optar pela remuneração de um de-les durante o respectivo período. (Redação dada pelaLei nº 9.527, de 10.12.97)§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício docargo ou função de direção ou chefia ou de cargo deNatureza Especial, nos casos dos afastamentos ou im-pedimentos legais do titular, superiores a trinta dias con-secutivos, paga na proporção dos dias de efetiva subs-tituição, que excederem o referido período. (Redaçãodada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titula-res de unidades administrativas organizadas em nívelde assessoria.

Título IIIDos Direitos e Vantagens

Capítulo IDo Vencimento e da Remuneração

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-cício de cargo público, com valor fixado em lei.Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de2008).Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,acrescido das vantagens pecuniárias permanentesestabelecidas em lei.§ 1o A remuneração do servidor investido em função oucargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de ór-gão ou entidade diversa da de sua lotação receberáa remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o

do art. 93.§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-tagens de caráter permanente, é irredutível.§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para car-gos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo

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Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalva-das as vantagens de caráter individual e as relativas ànatureza ou ao local de trabalho.§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior aosalário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008).Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen-te, a título de remuneração, importância superior à somados valores percebidos como remuneração, em espécie,a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pe-los Ministros de Estado, por membros do Congresso Na-cional e Ministros do Supremo Tribunal Federal.Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneraçãoas vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.Art. 43. (Revogado pela Lei n. 9.624, de 2.4.98) (*) Nota:O menor e o maior valor da remuneração do servidorestá, agora, estabelecido no art. 18 da Lei n. 9.624, de02.04.98: o fator é de 25,641 , o menor é R$ 312,00 e omaior é de R$ 8.000,00.Art. 44. O servidor perderá:I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, semmotivo justificado; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de10.12.97)II - a parcela de remuneração diária, proporcional aosatrasos, ausências justificadas, ressalvadas as conces-sões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvona hipótese de compensação de horário, até o mês sub-seqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela che-fia imediata. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de10.12.97)Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes decaso fortuito ou de força maior poderão ser compensa-das a critério da chefia imediata, sendo assim conside-radas como efetivo exercício. (Parágrafo incluído pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ouprovento. (Regulamento)Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, po-derá haver consignação em folha de pagamento a favorde terceiros, a critério da administração e com reposi-ção de custos, na forma definida em regulamento.Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamentecomunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pen-sionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias,podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (Re-dação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de4.9.2001)§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior aocorrespondente a dez por cento da remuneração,provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provi-sória n. 2.225-45, de 4.9.2001)§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido nomês anterior ao do processamento da folha, a reposi-ção será feita imediatamente, em uma única parcela.(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de4.9.2001)§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrênciade cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipadaou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida,serão eles atualizados até a data da reposição. (Reda-ção dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demi-tido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou dis-ponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias paraquitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória n.2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo pre-visto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redaçãodada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento nãoserão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, excetonos casos de prestação de alimentos resultante de de-cisão judicial.

Capítulo IIDas Vantagens

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao ser-vidor as seguintes vantagens:I - indenizações;II - gratificações;III - adicionais.§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimentoou provento para qualquer efeito.§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se aovencimento ou provento, nos casos e condições indica-dos em lei.Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa-das, nem acumuladas, para efeito de concessão dequaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sobo mesmo título ou idêntico fundamento.

Seção IDas Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:I - ajuda de custo;II - diárias;III - transporte.IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nosincisos I a III do art. 51, assim como as condições para asua concessão, serão estabelecidos em regulamento.(Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)

Subseção IDa Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as des-pesas de instalação do servidor que, no interesse doserviço, passar a ter exercício em nova sede, com mu-dança de domicílio em caráter permanente, vedado oduplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, nocaso de o cônjuge ou companheiro que detenha tam-bém a condição de servidor, vier a ter exercício na mes-ma sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o Correm por conta da administração as despesasde transporte do servidor e de sua família, compreen-dendo passagem, bagagem e bens pessoais.§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são as-segurados ajuda de custo e transporte para a localidade deorigem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento,não podendo exceder a importância correspondente a 3(três) meses.Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidorque se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude demandato eletivo.Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, nãosendo servidor da União, for nomeado para cargo emcomissão, com mudança de domicílio.Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I doart. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,quando cabível.Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda decusto quando, injustificadamente, não se apresentar nanova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

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Subseção IIDas Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede emcaráter eventual ou transitório para outro ponto do territó-rio nacional ou para o exterior, fará jus a passagens ediárias destinadas a indenizar as parcelas de despe-sas extraordinária com pousada, alimentação e loco-moção urbana, conforme dispuser em regulamento.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sen-do devida pela metade quando o deslocamento não exi-gir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, pormeio diverso, as despesas extraordinárias cobertas pordiárias.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede cons-tituir exigência permanente do cargo, o servidor não farájus a diárias.§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que sedeslocar dentro da mesma região metropolitana, aglo-meração urbana ou microrregião, constituídas por mu-nicípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áre-as de controle integrado mantidas com países limítrofes,cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades eservidores brasileiros considera-se estendida, salvo sehouver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diá-rias pagas serão sempre as fixadas para os afastamen-tos dentro do território nacional. (Parágrafo incluído dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastarda sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-lasintegralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar àsede em prazo menor do que o previsto para o seu afas-tamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, noprazo previsto no caput.

Subseção IIIDa Indenização de Transporte

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao ser-vidor que realizar despesas com a utilização de meiopróprio de locomoção para a execução de serviços ex-ternos, por força das atribuições próprias do cargo, con-forme se dispuser em regulamento.

Subseção IVDo Auxílio-Moradia

(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimentodas despesas comprovadamente realizadas peloservidor com aluguel de moradia ou com meio dehospedagem administrado por empresa hoteleira, noprazo de um mês após a comprovação da despesapelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidorse atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Leinº 11.355, de 2006)I - não exista imóvel funcional disponível para uso peloservidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupeimóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não sejaou tenha sido proprietário, promitente comprador,cessionário ou promitente cessionário de imóvel noMunicípio aonde for exercer o cargo, incluída a hipótesede lote edificado sem averbação de construção, nos dozemeses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pelaLei nº 11.355, de 2006)

IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidorreceba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355,de 2006)V - o servidor tenha se mudado do local de residênciapara ocupar cargo em comissão ou função de confiançado Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estadoou equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão oufunção de confiança não se enquadre nas hipóteses doart. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicíliodo servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenharesidido no Município, nos últimos doze meses, aonde forexercer o cargo em comissão ou função de confiança,desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentrodesse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)VIII - o deslocamento não tenha sido por força dealteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será con-siderado o prazo no qual o servidor estava ocupandooutro cargo em comissão relacionado no inciso V. (In-cluído pela Lei nº 11.355, de 2006)Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por pra-zo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anosdentro de cada período de 12 (doze) anos, o pagamentosomente será retomado se observados, além do dis-posto no caput deste artigo, os requisitos do caput doart. 60-B desta Lei, não se aplicando, no caso, o pará-grafo único do citado art. 60-B. (Incluído pela Lei nº 11.784,de 2008)Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em co-missão, função comissionada ou cargo de Ministro deEstado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro deEstado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)§ 2o Independentemente do valor do cargo em comis-são ou função comissionada, fica garantido a todos osque preencherem os requisitos o ressarcimento até ovalor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluídopela Lei nº 11.784, de 2008)Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,colocação de imóvel funcional à disposição do servidorou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuarásendo pago por um mês. (Incluído pela Lei nº 11.355,de 2006)

Seção IIDas Gratificações e Adicionais

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstasnesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintesretribuições, gratificações e adicionais: (Redação dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefiae assessoramento; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de10.12.97)II - gratificação natalina;III - (Inciso Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, pe-rigosas ou penosas;

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V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;VI - adicional noturno;VII - adicional de férias;VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Re-dação dada pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006)

Subseção IDa Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,

Chefia e Assessoramento(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investidoem função de direção, chefia ou assessoramento, car-go de provimento em comissão ou de Natureza Especi-al é devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune-ração dos cargos em comissão de que trata o inciso IIdo art. 9o.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal No-minalmente Identificada - VPNI a incorporação da retri-buição pelo exercício de função de direção, chefia ouassessoramento, cargo de provimento em comissão oude Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Leino 9.624, de 2 de abril de 1998. (Artigo incluído pela Me-dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste arti-go somente estará sujeita às revisões gerais de remu-neração dos servidores públicos federais. (Parágrafo úni-co incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de4.9.2001)

Seção IIDa Gratificação Natalina

Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um dozeavos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês dedezembro, por mês de exercício no respectivo ano.Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15(quinze) dias será considerada como mês integral.Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) domês de dezembro de cada ano.Parágrafo único. (VETADO).Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificaçãonatalina, proporcionalmente aos meses de exercício, cal-culada sobre a remuneração do mês da exoneração.Art. 66. A gratificação natalina não será considerada paracálculo de qualquer vantagem pecuniária.

Subseção IIIDo Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45,de 4.9.2001)Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória n.2.225-45, de 4.9.2001)

Subseção IVDos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou

Atividades PenosasArt. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidadeem locais insalubres ou em contato permanente comsubstâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida,fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargoefetivo.§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri-dade e de periculosidade deverá optar por um deles.§ 2o O direito ao adicional de insalubridade oupericulosidade cessa com a eliminação das condições

ou dos riscos que deram causa a sua concessão.Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de ser-vidores em operações ou locais considerados penosos,insalubres ou perigosos.Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante seráafastada, enquanto durar a gestação e a lactação, dasoperações e locais previstos neste artigo, exercendosuas atividades em local salubre e em serviço não pe-noso e não perigoso.Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades pe-nosas, de insalubridade e de periculosidade, serão ob-servadas as situações estabelecidas em legislaçãoespecífica.Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aosservidores em exercício em zonas de fronteira ou emlocalidades cujas condições de vida o justifiquem, nostermos, condições e limites fixados em regulamento.Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope-ram com Raios X ou substâncias radioativas serão man-tidos sob controle permanente, de modo que as dosesde radiação ionizante não ultrapassem o nível máximoprevisto na legislação própria.Parágrafo único. Os servidores a que se refere este ar-tigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis)meses.

Subseção VDo Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado comacréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação àhora normal de trabalho.Art. 74. Somente será permitido serviço extraordináriopara atender a situações excepcionais e temporárias, res-peitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

Subseção VIDo Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre-endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cin-co) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada horacomo cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordi-nário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobrea remuneração prevista no art. 73.

Subseção VIIDo Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pagoao servidor, por ocasião das férias, um adicional corres-pondente a 1/3 (um terço) da remuneração do períododas férias.Parágrafo único. No caso de o servidor exercer funçãode direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargoem comissão, a respectiva vantagem será consideradano cálculo do adicional de que trata este artigo.

Subseção VIIIDa Gratificação por Encargo de

Curso ou Concurso(Incluído pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006)

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-curso é devida ao servidor que, em caráter eventual:I - atuar como instrutor em curso de formação, de desen-volvimento ou de treinamento regularmente instituído noâmbito da administração pública federal;II - participar de banca examinadora ou de comissãopara exames orais, para análise curricular, para corre-

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

ção de provas discursivas, para elaboração de ques-tões de provas ou para julgamento de recursos intenta-dos por candidatos;III - participar da logística de preparação e de realizaçãode concurso público envolvendo atividades de planeja-mento, coordenação, supervisão, execução e avaliaçãode resultado, quando tais atividades não estiverem in-cluídas entre as suas atribuições permanentes;IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas deexame vestibular ou de concurso público ou supervisio-nar essas atividades.§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica-ção de que trata este artigo serão fixados em regula-mento, observados os seguintes parâmetros:I - o valor da gratificação será calculado em horas, ob-servadas a natureza e a complexidade da atividadeexercida;II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalentea 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalva-da situação de excepcionalidade, devidamente justificadae previamente aprovada pela autoridade máxima do ór-gão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo deaté 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderáaos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior ven-cimento básico da administração pública federal:a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em setratando de atividades previstas nos incisos I e II docaput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501,de 2007)b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em setratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caputdeste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concursosomente será paga se as atividades referidas nosincisos do caput deste artigo forem exercidas sem pre-juízo das atribuições do cargo de que o servidor for titu-lar, devendo ser objeto de compensação de carga horá-ria quando desempenhadas durante a jornada de traba-lho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei.§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concursonão se incorpora ao vencimento ou salário do servidorpara qualquer efeito e não poderá ser utilizada comobase de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclu-sive para fins de cálculo dos proventos da aposentado-ria e das pensões.

Capítulo IIIDas Férias

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, quepodem ser acumuladas, até o máximo de dois perío-dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadasas hipóteses em que haja legislação específica. (Reda-ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serãoexigidos 12 (doze) meses de exercício.§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta aoserviço.§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três eta-pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e nointeresse da administração pública. (Parágrafo incluídopela Lei n. 9.525, de 3.12.97)Art. 78. O pagamento da remuneração das férias seráefetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivoperíodo, observando-se o disposto no § 1o deste artigo.§ 1o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co-missão, perceberá indenização relativa ao período dasférias a que tiver direito e ao incompleto, na proporçãode um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fraçãosuperior a quatorze dias. (Parágrafo incluído pela Lei n.8.216, de 13.8.91)§ 4o A indenização será calculada com base na remune-ração do mês em que for publicado o atoexoneratório. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.216, de13.8.91) § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá ovalor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Cons-tituição Federal quando da utilização do primeiro perío-do. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.525, de 3.12.97)Art. 79. O servidor que opera direta e permanentementecom Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte)dias consecutivos de férias, por semestre de atividade pro-fissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de10.12.97)Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidaspor motivo de calamidade pública, comoção interna, con-vocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por ne-cessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-ma do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n.9.527, de 10.12.97)Parágrafo único. O restante do período interrompidoserá gozado de uma só vez, observado o disposto no art.77. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IVDas Licenças

Seção IDisposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:I - por motivo de doença em pessoa da família;II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;III - para o serviço militar;IV - para atividade política;V - para capacitação; (Redação dada pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)VI - para tratar de interesses particulares;VII - para desempenho de mandato classista.§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigobem como cada uma de suas prorrogações serãoprecedidas de exame por perícia médica oficial,observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redaçãodada pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o É vedado o exercício de atividade remunerada duran-te o período da licença prevista no inciso I deste artigo.Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) diasdo término de outra da mesma espécie será considera-da como prorrogação.

Seção IIDa Licença por Motivo de Doença em Pessoa da

FamíliaArt. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor pormotivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou depen-dente que viva a suas expensas e conste do seu assen-tamento funcional, mediante comprovação por perícia mé-dica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 1o A licença somente será deferida se a assistência dire-ta do servidor for indispensável e não puder ser prestadasimultaneamente com o exercício do cargo ou mediantecompensação de horário, na forma do disposto no inciso IIdo art. 44. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorroga-ções, poderá ser concedida a cada período de dozemeses nas seguintes condições: (Redação dada pelaLei nº 12.269, de 2010)I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Leinº 12.269, de 2010)II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, semremuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será con-tado a partir da data do deferimento da primeira licençaconcedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licençasnão remuneradas, incluídas as respectivas prorroga-ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze)meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultra-passar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o.(Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

Seção IIIDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor paraacompanhar cônjuge ou companheiro que foi desloca-do para outro ponto do território nacional, para o exteriorou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Exe-cutivo e Legislativo.§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re-muneração.§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com-panheiro também seja servidor público, civil ou militar,de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercícioprovisório em órgão ou entidade da Administração Fe-deral direta, autárquica ou fundacional, desde que parao exercício de atividade compatível com o seu cargo.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção IVDa Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar seráconcedida licença, na forma e condições previstas nalegislação específica.Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidorterá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumiro exercício do cargo.

Seção VDa Licença para Atividade Política

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remunera-ção, durante o período que mediar entre a sua escolhaem convenção partidária, como candidato a cargo eletivo,e a véspera do registro de sua candidatura perante aJustiça Eleitoral.§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidadeonde desempenha suas funções e que exerça cargo dedireção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fisca-lização, dele será afastado, a partir do dia imediato aodo registro de sua candidatura perante a Justiça Eleito-ral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redaçãodada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo diaseguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as-segurados os vencimentos do cargo efetivo, somentepelo período de três meses. (Redação dada pela Lei n.9.527, de 10.12.97)

Seção VIDa Licença para Capacitação

(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o ser-

vidor poderá, no interesse da Administração, afastar-sedo exercício do cargo efetivo, com a respectiva remune-ração, por até três meses, para participar de curso decapacitação profissional. (Redação dada pela Lei n.9.527, de 10.12.97)Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata ocaput não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei n.9.527, de 10.12.97)Art. 88. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 89. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 90. (VETADO).

Seção VIIDa Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser conce-didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde quenão esteja em estágio probatório, licenças para o tratode assuntos particulares pelo prazo de até três anosconsecutivos, sem remuneração. (Redação dada pelaMedida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, aqualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse doserviço. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Seção VIIIDa Licença para o Desempenho de Mandato

ClassistaArt. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença semremuneração para o desempenho de mandato em con-federação, federação, associação de classe de âmbitonacional, sindicato representativo da categoria ou enti-dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para partici-par de gerência ou administração em sociedade coope-rativa constituída por servidores públicos para prestarserviços a seus membros, observado o disposto na alí-nea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme dis-posto em regulamento e observados os seguintes limi-tes: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)I - para entidades com até 5.000 associados, um servi-dor; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, doisservidores; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)III - para entidades com mais de 30.000 associados, trêsservidores. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o Somente poderão ser licenciados servidores elei-tos para cargos de direção ou representação nas referi-das entidades, desde que cadastradas no Ministério daAdministração Federal e Reforma do Estado. (Redaçãodada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendoser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.

Capítulo VDos Afastamentos

Seção IDo Afastamento para Servir a Outro Órgão ou

EntidadeArt. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício emoutro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguinteshipóteses: (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)(Regulamento) (Vide Decreto n. 4.493, de 3.12.2002)I - para exercício de cargo em comissão ou função deconfiança; (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)II - em casos previstos em leis específicas.(Redaçãodada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãosou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Mu-

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nicípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entida-de cessionária, mantido o ônus para o cedente nos de-mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa públicaou sociedade de economia mista, nos termos dasrespectivas normas, optar pela remuneração do cargoefetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescidade percentual da retribuição do cargo em comissão, aentidade cessionária efetuará o reembolso dasdespesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.(Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada noDiário Oficial da União. (Redação dada pela Lei n. 8.270,de 17.12.91)§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente daRepública, o servidor do Poder Executivo poderá ter exer-cício em outro órgão da Administração Federal diretaque não tenha quadro próprio de pessoal, para fim de-terminado e a prazo certo. (Parágrafo incluído pela Lei n.8.270, de 17.12.91) § 5o Aplica-se à União, em se tratando de empregado ouservidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1o e2o deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 10.470, de25.6.2002)§ 6o As cessões de empregados de empresa pública oude sociedade de economia mista, que receba recursosde Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial dasua folha de pagamento de pessoal, independem dasdisposições contidas nos incisos I e II e §§ 1o e 2o desteartigo, ficando o exercício do empregado cedido condici-onado a autorização específica do Ministério do Planeja-mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocu-pação de cargo em comissão ou função gratificada. (Pa-rágrafo incluído pela Lei n. 10.470, de 25.6.2002)§ 7o O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,com a finalidade de promover a composição da força detrabalho dos órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal, poderá determinar a lotação ou o exercíciode empregado ou servidor, independentemente da ob-servância do constante no inciso I e nos §§ 1o e 2o desteartigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)

Seção IIDo Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli-cam-se as seguintes disposições:I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital,ficará afastado do cargo;II - investido no mandato de Prefeito, será afastado docargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;III - investido no mandato de vereador:a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as van-tagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração docargo eletivo;b) não havendo compatibilidade de horário, será afas-tado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela suaremuneração.§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contri-buirá para a seguridade social como se em exercícioestivesse.§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classistanão poderá ser removido ou redistribuído de ofício paralocalidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Seção IIIDo Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País paraestudo ou missão oficial, sem autorização do Presiden-

te da República, Presidente dos Órgãos do PoderLegislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.§ 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda amissão ou estudo, somente decorrido igual período, serápermitida nova ausência.§ 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigonão será concedida exoneração ou licença para tratarde interesse particular antes de decorrido período igualao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarci-mento da despesa havida com seu afastamento.§ 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido-res da carreira diplomática.§ 4o As hipóteses, condições e formas para a autoriza-ção de que trata este artigo, inclusive no que se refere àremuneração do servidor, serão disciplinadas em regu-lamento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97).Art. 96. O afastamento de servidor para servir em orga-nismo internacional de que o Brasil participe ou com oqual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

Seção IV(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Do Afastamento para Participação em Programa dePós-Graduação Stricto Sensu no País

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse daAdministração, e desde que a participação não possaocorrer simultaneamente com o exercício do cargo oumediante compensação de horário, afastar-se doexercício do cargo efetivo, com a respectivaremuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensinosuperior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidadedefinirá, em conformidade com a legislação vigente, osprogramas de capacitação e os critérios paraparticipação em programas de pós-graduação no País,com ou sem afastamento do servidor, que serãoavaliados por um comitê constituído para este fim.(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 2o Os afastamentos para realização de programas demestrado e doutorado somente serão concedidos aosservidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgãoou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestradoe 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período deestágio probatório, que não tenham se afastado porlicença para tratar de assuntos particulares para gozode licença capacitação ou com fundamento neste artigonos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação deafastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 3o Os afastamentos para realização de programas depós-doutorado somente serão concedidos aos servido-res titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ouentidade há pelo menos quatro anos, incluído o períodode estágio probatório, e que não tenham se afastadopor licença para tratar de assuntos particulares ou comfundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores àdata da solicitação de afastamento. (Redação dada pelaLei nº 12.269, de 2010)§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentosprevistos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão quepermanecer no exercício de suas funções após o seuretorno por um período igual ao do afastamentoconcedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargoou aposentadoria, antes de cumprido o período depermanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarciro órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de

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11 de dezembro de 1990, dos gastos com seuaperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau quejustificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótesecomprovada de força maior ou de caso fortuito, a critériodo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluídopela Lei nº 11.907, de 2009)§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluídopela Lei nº 11.907, de 2009)

Capítulo VIDas Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausen-tar-se do serviço:I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :a) casamento;b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madras-ta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda oututela e irmãos.Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor es-tudante, quando comprovada a incompatibilidade entreo horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exer-cício do cargo.§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida acompensação de horário no órgão ou entidade que tiverexercício, respeitada a duração semanal do trabalho.(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de10.12.97)§ 2o Também será concedido horário especial ao servi-dor portador de deficiência, quando comprovada a ne-cessidade por junta médica oficial, independentementede compensação de horário. (Parágrafo incluído pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensi-vas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependenteportador de deficiência física, exigindo-se, porém, nestecaso, compensação de horário na forma do inciso II doart. 44. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 4o Será igualmente concedido horário especial,vinculado à compensação de horário a ser efetivada noprazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenheatividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-Adesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede nointeresse da administração é assegurada, na localida-de da nova residência ou na mais próxima, matrícula eminstituição de ensino congênere, em qualquer época,independentemente de vaga.Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se aocônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados doservidor que vivam na sua companhia, bem como aosmenores sob sua guarda, com autorização judicial.

Capítulo VIIDo Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo deserviço público federal, inclusive o prestado às ForçasArmadas.Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita emdias, que serão convertidos em anos, considerado oano como de trezentos e sessenta e cinco dias.Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de10.12.97)

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas noart. 97, são considerados como de efetivo exercício osafastamentos em virtude de:I - férias;II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, emórgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,Municípios e Distrito Federal;III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-tração, em qualquer parte do território nacional, por no-meação do Presidente da República;IV - participação em programa de treinamento regular-mente instituído, ou em programa de pós-graduaçãostricto sensu no país, conforme dispuser o regulamen-to; (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoçãopor merecimento;VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado oafastamento, conforme dispuser o regulamento; (Reda-ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)VIII - licença:a) à gestante, à adotante e à paternidade;b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vintee quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servi-ço público prestado à União, em cargo de provimentoefetivo; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)c) para o desempenho de mandato classista ou partici-pação de gerência ou administração em sociedade coo-perativa constituída por servidores para prestar serviçosa seus membros, exceto para efeito de promoção pormerecimento; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro-fissional;e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)f) por convocação para o serviço militar;IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;X - participação em competição desportiva nacional ouconvocação para integrar representação desportiva na-cional, no País ou no exterior, conforme disposto em leiespecífica;XI - afastamento para servir em organismo internacionalde que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incisoincluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposenta-doria e disponibilidade:I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,Municípios e Distrito Federal;II - a licença para tratamento de saúde de pessoal dafamília do servidor, com remuneração, que exceder a 30(trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redaçãodada pela Lei nº 12.269, de 2010)III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, an-terior ao ingresso no serviço público federal;V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada àPrevidência Social;VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú-de que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” doinciso VIII do art. 102. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado serácontado apenas para nova aposentadoria.§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço presta-do às Forças Armadas em operações de guerra.

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§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de servi-ço prestado concomitantemente em mais de um cargoou função de órgão ou entidades dos Poderes da União,Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundaçãopública, sociedade de economia mista e empresa pública.

Capítulo VIIIDo Direito de Petição

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requereraos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interes-se legítimo.Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquelaa que estiver imediatamente subordinado o requerente.Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridadeque houver expedido o ato ou proferido a primeira deci-são, não podendo ser renovado.Parágrafo único. O requerimento e o pedido dereconsideração de que tratam os artigos anteriores de-verão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e de-cididos dentro de 30 (trinta) dias.Art. 107. Caberá recurso:I - do indeferimento do pedido de reconsideração;II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in-terpostos.§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamentesuperior à que tiver expedido o ato ou proferido a deci-são, e, sucessivamente, em escala ascendente, às de-mais autoridades.§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da au-toridade a que estiver imediatamente subordinado o re-querente.Art. 108. O prazo para interposição de pedido dereconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, acontar da publicação ou da ciência, pelo interessado, dadecisão recorrida.Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeitosuspensivo, a juízo da autoridade competente.Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido dereconsideração ou do recurso, os efeitos da decisãoretroagirão à data do ato impugnado.Art. 110. O direito de requerer prescreve:I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e decassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou queafetem interesse patrimonial e créditos resultantes dasrelações de trabalho;II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvoquando outro prazo for fixado em lei.Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado dadata da publicação do ato impugnado ou da data da ciên-cia pelo interessado, quando o ato não for publicado.Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quan-do cabíveis, interrompem a prescrição.Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendoser relevada pela administração.Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse-gurada vista do processo ou documento, na repartição,ao servidor ou a procurador por ele constituído.Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qual-quer tempo, quando eivados de ilegalidade.Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabe-lecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

Título IVDo Regime Disciplinar

Capítulo IDos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;II - ser leal às instituições a que servir;III - observar as normas legais e regulamentares;IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-festamente ilegais;V - atender com presteza:a) ao público em geral, prestando as informaçõesrequeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direi-to ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as ir-regularidades de que tiver ciência em razão do cargo;VII - zelar pela economia do material e a conservação dopatrimônio público;VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;IX - manter conduta compatível com a moralidade admi-nistrativa;X - ser assíduo e pontual ao serviço;XI - tratar com urbanidade as pessoas;XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abusode poder.Parágrafo único. A representação de que trata o incisoXII será encaminhada pela via hierárquica e apreciadapela autoridade superior àquela contra a qual é formula-da, assegurando-se ao representando ampla defesa.

Capítulo IIDas Proibições

Art. 117. Ao servidor é proibido:I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré-via autorização do chefe imediato;II - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-tente, qualquer documento ou objeto da repartição;III - recusar fé a documentos públicos;IV - opor resistência injustificada ao andamento de do-cumento e processo ou execução de serviço;V - promover manifestação de apreço ou desapreço norecinto da repartição;VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora doscasos previstos em lei, o desempenho de atribuição queseja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-sea associação profissional ou sindical, ou a partido político;VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente atéo segundo grau civil;IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou deoutrem, em detrimento da dignidade da função pública;X - participar de gerência ou administração de socieda-de privada, personificada ou não personificada, exercero comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista oucomanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a re-partições públicas, salvo quando se tratar de benefíciosprevidenciários ou assistenciais de parentes até o se-gundo grau, e de cônjuge ou companheiro;XII - receber propina, comissão, presente ou vantagemde qualquer espécie, em razão de suas atribuições;XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estadoestrangeiro;XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;XV - proceder de forma desidiosa;XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-ção em serviços ou atividades particulares;XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas aocargo que ocupa, exceto em situações de emergência etransitórias;

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XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom-patíveis com o exercício do cargo ou função e com ohorário de trabalho;XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan-do solicitado. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97)Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X docaput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008).I - participação nos conselhos de administração e fiscalde empresas ou entidades em que a União detenha,direta ou indiretamente, participação no capital social ouem sociedade cooperativa constituída para prestar serviçosa seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008).II - gozo de licença para o trato de interesses particula-res, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legisla-ção sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº11.784, de 2008).

Capítulo IIIDa Acumulação

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição,é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-pregos e funções em autarquias, fundações públicas,empresas públicas, sociedades de economia mista daUnião, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territóriose dos Municípios.§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condi-cionada à comprovação da compatibilidade de horários.§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepçãode vencimento de cargo ou emprego público efetivo comproventos da inatividade, salvo quando os cargos deque decorram essas remunerações forem acumuláveisna atividade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97)Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um car-go em comissão, exceto no caso previsto no parágrafoúnico do art. 9o, nem ser remunerado pela participaçãoem órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplicaà remuneração devida pela participação em conselhosde administração e fiscal das empresas públicas e so-ciedades de economia mista, suas subsidiárias e con-troladas, bem como quaisquer empresas ou entidadesem que a União, direta ou indiretamente, detenha parti-cipação no capital social, observado o que, a respeito,dispuser legislação específica (Redação dada pela Me-dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, queacumular licitamente dois cargos efetivos, quando in-vestido em cargo de provimento em comissão, ficaráafastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte-se em que houver compatibilidade de horário e localcom o exercício de um deles, declarada pelas autorida-des máximas dos órgãos ou entidadesenvolvidos.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IVDas Responsabilidades

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrati-vamente pelo exercício irregular de suas atribuições.Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivoou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em preju-ízo ao erário ou a terceiros.§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado aoerário somente será liquidada na forma prevista no art.

46, na falta de outros bens que assegurem a execuçãodo débito pela via judicial.§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-derá o servidor perante a Fazenda Pública, em açãoregressiva.§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-cessores e contra eles será executada, até o limite dovalor da herança recebida.Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes econtravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resultade ato omissivo ou comissivo praticado no desempe-nho do cargo ou função.Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po-derão cumular-se, sendo independentes entre si.Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidorserá afastada no caso de absolvição criminal que ne-gue a existência do fato ou sua autoria.

Capítulo VDas Penalidades

Art. 127. São penalidades disciplinares:I - advertência;II - suspensão;III - demissão;IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituição de cargo em comissão;VI - destituição de função comissionada.Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside-radas a natureza e a gravidade da infração cometida, osdanos que dela provierem para o serviço público, ascircunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece-dentes funcionais.Parágrafo único. O ato de imposição da penalidademencionará sempre o fundamento legal e a causa dasanção disciplinar. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos ca-sos de violação de proibição constante do art. 117,incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcio-nal previsto em lei, regulamentação ou norma interna,que não justifique imposição de penalidade mais grave.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci-dência das faltas punidas com advertência e de violaçãodas demais proibições que não tipifiquem infração su-jeita a penalidade de demissão, não podendo excederde 90 (noventa) dias.§ 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) diaso servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser sub-metido a inspeção médica determinada pela autoridadecompetente, cessando os efeitos da penalidade umavez cumprida a determinação.§ 2o Quando houver conveniência para o serviço, a pe-nalidade de suspensão poderá ser convertida em mul-ta, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de ven-cimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado apermanecer em serviço.Art. 131. As penalidades de advertência e de suspen-são terão seus registros cancelados, após o decursode 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respecti-vamente, se o servidor não houver, nesse período, prati-cado nova infração disciplinar.Parágrafo único. O cancelamento da penalidade nãosurtirá efeitos retroativos.Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a administração pública;II - abandono de cargo;

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III - inassiduidade habitual;IV - improbidade administrativa;V - incontinência pública e conduta escandalosa, na re-partição;VI - insubordinação grave em serviço;VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,salvo em legítima defesa própria ou de outrem;VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razãodo cargo;X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônionacional;XI - corrupção;XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funçõespúblicas;XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ile-gal de cargos, empregos ou funções públicas, a autori-dade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, porintermédio de sua chefia imediata, para apresentar op-ção no prazo improrrogável de dez dias, contados dadata da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-cedimento sumário para a sua apuração e regulariza-ção imediata, cujo processo administrativo disciplinarse desenvolverá nas seguintes fases:(Redação dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)I - instauração, com a publicação do ato que constituir acomissão, a ser composta por dois servidores estáveis,e simultaneamente indicar a autoria e a materialidadeda transgressão objeto da apuração; (Inciso incluído pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)II - instrução sumária, que compreende indiciação, de-fesa e relatório; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97)III - julgamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97)§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidadepela descrição dos cargos, empregos ou funções públi-cas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ouentidades de vinculação, das datas de ingresso, do ho-rário de trabalho e do correspondente regime jurídico.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicaçãodo ato que a constituiu, termo de indiciação em que se-rão transcritas as informações de que trata o parágrafoanterior, bem como promoverá a citação pessoal do ser-vidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imedia-ta, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escri-ta, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição,observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redaçãodada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela-tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilida-de do servidor, em que resumirá as peças principaisdos autos, opinará sobre a licitude da acumulação emexame, indicará o respectivo dispositivo legal e remete-rá o processo à autoridade instauradora, para julgamen-to. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento doprocesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão,aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art.167. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo paradefesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se con-verterá automaticamente em pedido de exoneração dooutro cargo. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97)

§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cas-sação de aposentadoria ou disponibilidade em relaçãoaos cargos, empregos ou funções públicas em regimede acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ouentidades de vinculação serão comunicados. (Parágra-fo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrati-vo disciplinar submetido ao rito sumário não excederátrinta dias, contados da data de publicação do ato queconstituir a comissão, admitida a sua prorrogação poraté quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.(Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposiçõesdeste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável,subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V destaLei. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-lidade do inativo que houver praticado, na atividade, faltapunível com a demissão.Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercidopor não ocupante de cargo efetivo será aplicada noscasos de infração sujeita às penalidades de suspen-são e de demissão.Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trataeste artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35será convertida em destituição de cargo em comissão.Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co-missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimentoao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co-missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura emcargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço públi-co federal o servidor que for demitido ou destituído docargo em comissão por infringência do art. 132, incisosI, IV, VIII, X e XI.Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in-tencional do servidor ao serviço por mais de trinta diasconsecutivos.Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a faltaao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,interpoladamente, durante o período de doze meses.Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ouinassiduidade habitual, também será adotado o proce-dimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Inciso incluí-do pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicaçãoprecisa do período de ausência intencional do servidorao serviço superior a trinta dias; (Alínea incluída pela Leinº. 9.527, de 10.12.97)b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicaçãodos dias de falta ao serviço sem causa justificada, porperíodo igual ou superior a sessenta diasinterpoladamente, durante o período de doze meses;(Alínea incluída pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)II - após a apresentação da defesa a comissão elabora-rá relatório conclusivo quanto à inocência ou à respon-sabilidade do servidor, em que resumirá as peças prin-cipais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal,opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre aintencionalidade da ausência ao serviço superior a trin-ta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora

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para julgamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de10.12.97)Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes dasCasas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais epelo Procurador-Geral da República, quando se tratarde demissão e cassação de aposentadoria ou disponi-bilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, ór-gão, ou entidade;II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime-diatamente inferior àquelas mencionadas no incisoanterior quando se tratar de suspensão superior a 30(trinta) dias;III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na for-ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, noscasos de advertência ou de suspensão de até 30(trinta) dias;IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quan-do se tratar de destituição de cargo em comissão.Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis comdemissão, cassação de aposentadoria ou disponibili-dade e destituição de cargo em comissão;II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data emque o fato se tornou conhecido.§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-cam-se às infrações disciplinares capituladas tambémcomo crime.§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro-cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisãofinal proferida por autoridade competente.§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo come-çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

Título VDo Processo Administrativo Disciplinar

Capítulo IDisposições Gerais

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidadeno serviço público é obrigada a promover a sua apuraçãoimediata, mediante sindicância ou processo administra-tivo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.§ 1o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)§ 2o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação daautoridade a que se refere, poderá ser promovida por auto-ridade de órgão ou entidade diverso daquele em que te-nha ocorrido a irregularidade, mediante competência es-pecífica para tal finalidade, delegada em caráter perma-nente ou temporário pelo Presidente da República, pelospresidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribu-nais Federais e pelo Procurador-Geral da República, noâmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preserva-das as competências para o julgamento que se seguir àapuração. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão ob-jeto de apuração, desde que contenham a identificaçãoe o endereço do denunciante e sejam formuladas porescrito, confirmada a autenticidade.Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurarevidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúnciaserá arquivada, por falta de objeto.Art. 145. Da sindicância poderá resultar:I - arquivamento do processo;II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen-são de até 30 (trinta) dias;

III - instauração de processo disciplinar.Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicâncianão excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogadopor igual período, a critério da autoridade superior.Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidorensejar a imposição de penalidade de suspensão pormais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de apo-sentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargoem comissão, será obrigatória a instauração de proces-so disciplinar.

Capítulo IIDo Afastamento Preventivo

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi-dor não venha a influir na apuração da irregularidade, aautoridade instauradora do processo disciplinar pode-rá determinar o seu afastamento do exercício do cargo,pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo daremuneração.Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogadopor igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,ainda que não concluído o processo.

Capítulo IIIDo Processo Disciplinar

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento desti-nado a apurar responsabilidade de servidor por infraçãopraticada no exercício de suas atribuições, ou que tenharelação com as atribuições do cargo em que se encon-tre investido.Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co-missão composta de três servidores estáveis designa-dos pela autoridade competente, observado o dispostono § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu pre-sidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo supe-rior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igualou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei n.9.527, de 10.12.97)§ 1o A Comissão terá como secretário servidor designa-do pelo seu presidente, podendo a indicação recair emum de seus membros.§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicânciaou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente doacusado, consangüíneo ou afim, em linha reta oucolateral, até o terceiro grau.Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com in-dependência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne-cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesseda administração.Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co-missões terão caráter reservado.Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-guintes fases:I - instauração, com a publicação do ato que constituir acomissão;II - inquérito administrativo, que compreende instrução,defesa e relatório;III - julgamento.Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli-nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da datade publicação do ato que constituir a comissão, admiti-da a sua prorrogação por igual prazo, quando as cir-cunstâncias o exigirem.§ 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tem-po integral aos seus trabalhos, ficando seus membrosdispensados do ponto, até a entrega do relatório final.§ 2o As reuniões da comissão serão registradas em atasque deverão detalhar as deliberações adotadas.

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Seção IDo Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princí-pio do contraditório, assegurada ao acusado ampla de-fesa, com a utilização dos meios e recursos admitidosem direito.Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processodisciplinar, como peça informativa da instrução.Parágrafo único. Na hipótese de o relatório dasindicância concluir que a infração está capitulada comoilícito penal, a autoridade competente encaminhará có-pia dos autos ao Ministério Público, independentemen-te da imediata instauração do processo disciplinar.Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá atomada de depoimentos, acareações, investigações ediligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, re-correndo, quando necessário, a técnicos e peritos, demodo a permitir a completa elucidação dos fatos.Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompa-nhar o processo pessoalmente ou por intermédio deprocurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir pro-vas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratarde prova pericial.§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedi-dos considerados impertinentes, meramenteprotelatórios, ou de nenhum interesse para o esclareci-mento dos fatos.§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando acomprovação do fato independer de conhecimento es-pecial de perito.Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me-diante mandado expedido pelo presidente da comissão,devendo a segunda via, com o ciente do interessado,ser anexado aos autos.Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público,a expedição do mandado será imediatamentecomunicada ao chefe da repartição onde serve, com aindicação do dia e hora marcados para inquirição.Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e re-duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lopor escrito.§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que seinfirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co-missão promoverá o interrogatório do acusado, obser-vados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um delesserá ouvido separadamente, e sempre que divergiremem suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, serápromovida a acareação entre eles.§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interro-gatório, bem como à inquirição das testemunhas, sen-do-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, fa-cultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio dopresidente da comissão.Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mentaldo acusado, a comissão proporá à autoridade competenteque ele seja submetido a exame por junta médica oficial,da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.Parágrafo único. O incidente de sanidade mental seráprocessado em auto apartado e apenso ao processoprincipal, após a expedição do laudo pericial.Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formula-da a indiciação do servidor, com a especificação dosfatos a ele imputados e das respectivas provas.§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelopresidente da comissão para apresentar defesa escri-

ta, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vistado processo na repartição.§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co-mum e de 20 (vinte) dias.§ 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo do-bro, para diligências reputadas indispensáveis.§ 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente nacópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á dadata declarada, em termo próprio, pelo membro da co-missão que fez a citação, com a assinatura de (2) duastestemunhas.Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri-gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá serencontrado.Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e nãosabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficialda União e em jornal de grande circulação na localidadedo último domicílio conhecido, para apresentar defesa.Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo paradefesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publi-cação do edital.Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.§ 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos doprocesso e devolverá o prazo para a defesa.§ 2o Para defender o indiciado revel, a autoridadeinstauradora do processo designará um servidor comodefensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efeti-vo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolari-dade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dadapela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará re-latório minucioso, onde resumirá as peças principaisdos autos e mencionará as provas em que se baseoupara formar a sua convicção.§ 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à ino-cência ou à responsabilidade do servidor.§ 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-missão indicará o dispositivo legal ou regulamentartransgredido, bem como as circunstâncias agravantesou atenuantes.Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co-missão, será remetido à autoridade que determinou asua instauração, para julgamento.

Seção IIDo Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebi-mento do processo, a autoridade julgadora proferirá asua decisão.§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçadada autoridade instauradora do processo, este será en-caminhado à autoridade competente, que decidirá emigual prazo.§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade desanções, o julgamento caberá à autoridade competentepara a imposição da pena mais grave.§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa-ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamentocaberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servi-dor, a autoridade instauradora do processo determinaráo seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária àprova dos autos. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,de 10.12.97)Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,salvo quando contrário às provas dos autos.

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Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con-trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora po-derá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, aautoridade que determinou a instauração do processoou outra de hierarquia superior declarará a sua nulida-de, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a cons-tituição de outra comissão para instauração de novoprocesso.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulida-de do processo.§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescriçãode que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada naforma do Capítulo IV do Título IV.Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori-dade julgadora determinará o registro do fato nos as-sentamentos individuais do servidor.Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como cri-me, o processo disciplinar será remetido ao MinistérioPúblico para instauração da ação penal, ficando trasla-dado na repartição.Art. 172. O servidor que responder a processo discipli-nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentadovoluntariamente, após a conclusão do processo e ocumprimento da penalidade, acaso aplicada.Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata oparágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertidoem demissão, se for o caso.Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:I - ao servidor convocado para prestar depoimento forada sede de sua repartição, na condição de testemunha,denunciado ou indiciado;II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a reali-zação de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Seção IIIDa Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, aqualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando seaduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis dejustificar a inocência do punido ou a inadequação dapenalidade aplicada.§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desapareci-mento do servidor, qualquer pessoa da família poderárequerer a revisão do processo.§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revi-são será requerida pelo respectivo curador.Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabeao requerente.Art. 176. A simples alegação de injustiça da penali-dade não constitui fundamento para a revisão, querequer elementos novos, ainda não apreciados noprocesso originário.Art. 177. O requerimento de revisão do processo serádirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalen-te, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido aodirigente do órgão ou entidade onde se originou o pro-cesso disciplinar.Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com-petente providenciará a constituição de comissão, naforma do art. 149.Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processooriginário.Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirádia e hora para a produção de provas e inquirição dastestemunhas que arrolar.

Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) diaspara a conclusão dos trabalhos.Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora,no que couber, as normas e procedimentos próprios dacomissão do processo disciplinar.Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicoua penalidade, nos termos do art. 141.Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20(vinte) dias, contados do recebimento do processo, nocurso do qual a autoridade julgadora poderá determinardiligências.Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declaradasem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-setodos os direitos do servidor, exceto em relação à desti-tuição do cargo em comissão, que será convertida emexoneração.Parágrafo único. Da revisão do processo não poderáresultar agravamento de penalidade.

Título VIDa Seguridade Social do Servidor

Capítulo IDisposições Gerais

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Socialpara o servidor e sua família. (Parágrafo incluído pelaLei n. 8.647, de 13 de abril de 1993)§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que nãoseja, simultaneamente, ocupante de cargo ou empregoefetivo na administração pública direta, autárquica efundacional não terá direito aos benefícios do Plano deSeguridade Social, com exceção da assistência à saú-de. (Redação dada pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo,sem direito à remuneração, inclusive para servir em or-ganismo oficial internacional do qual o Brasil seja mem-bro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribuapara regime de previdência social no exterior, terásuspenso o seu vínculo com o regime do Plano deSeguridade Social do Servidor Público enquanto durar oafastamento ou a licença, não lhes assistindo, nesteperíodo, os benefícios do mencionado regime de previ-dência. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afasta-do sem remuneração a manutenção da vinculação aoregime do Plano de Seguridade Social do Servidor Pú-blico, mediante o recolhimento mensal da respectiva con-tribuição, no mesmo percentual devido pelos servidoresem atividade, incidente sobre a remuneração total docargo a que faz jus no exercício de suas atribuições,computando-se, para esse efeito, inclusive, as vanta-gens pessoais. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuadoaté o segundo dia útil após a data do pagamento dasremunerações dos servidores públicos, aplicando-se osprocedimentos de cobrança e execução dos tributos fe-derais quando não recolhidas na data de vencimento.(Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober-tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e suafamília, e compreende um conjunto de benefícios e açõesque atendam às seguintes finalidades:I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen-ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade,falecimento e reclusão;II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;III - assistência à saúde.Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nostermos e condições definidos em regulamento, obser-vadas as disposições desta Lei.

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Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Socialdo servidor compreendem:I - quanto ao servidor:a) aposentadoria;b) auxílio-natalidade;c) salário-família;d) licença para tratamento de saúde;e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;f) licença por acidente em serviço;g) assistência à saúde;h) garantia de condições individuais e ambientais de tra-balho satisfatórias;II - quanto ao dependente:a) pensão vitalícia e temporária;b) auxílio-funeral;c) auxílio-reclusão;d) assistência à saúde.§ 1o As aposentadorias e pensões serão concedidase mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais seencontram vinculados os servidores, observado o dis-posto nos arts. 189 e 224.§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos porfraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário dototal auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Capítulo IIDos Benefícios

Seção IDa Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 daConstituição)I - por invalidez permanente, sendo os proventos integraisquando decorrente de acidente em serviço, moléstia pro-fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, comproventos proporcionais ao tempo de serviço;III - voluntariamente:a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, eaos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais;b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funçõesde magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se pro-fessora, com proventos integrais;c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25(vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais aesse tempo;d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporci-onais ao tempo de serviço.§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou in-curáveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tubercu-lose ativa, alienação mental, esclerose múltipla,neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso noserviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doençade Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante,espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esta-dos avançados do mal de Paget (osteíte deformante),Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outrasque a lei indicar, com base na medicina especializada.§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradasinsalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses pre-vistas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III,“a” e “c”, observará o disposto em lei específica.§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido àjunta médica oficial, que atestará a invalidez quando carac-terizada a incapacidade para o desempenho das atribui-ções do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o dispostono art. 24. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática,e declarada por ato, com vigência a partir do dia imedia-to àquele em que o servidor atingir a idade-limite depermanência no serviço ativo.Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vi-gorará a partir da data da publicação do respectivo ato.§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de li-cença para tratamento de saúde, por período não exce-dente a 24 (vinte e quatro) meses.§ 2o Expirado o período de licença e não estando emcondições de reassumir o cargo ou de ser readaptado,o servidor será aposentado.§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término dalicença e a publicação do ato da aposentadoria seráconsiderado como de prorrogação da licença.§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serãoconsideradas apenas as licenças motivadas pela en-fermidade ensejadora da invalidez ou doençascorrelacionadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 5o A critério da Administração, o servidor em licençapara tratamento de saúde ou aposentado por invalidezpoderá ser convocado a qualquer momento, para avali-ação das condições que ensejaram o afastamento oua aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)Art. 189. O provento da aposentadoria será calculadocom observância do disposto no § 3o do art. 41, e revistona mesma data e proporção, sempre que se modificar aremuneração dos servidores em atividade.Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquerbenefícios ou vantagens posteriormente concedidas aosservidores em atividade, inclusive quando decorrentesde transformação ou reclassificação do cargo ou funçãoem que se deu a aposentadoria.Art. 190. O servidor aposentado com provento proporci-onal ao tempo de serviço se acometido de qualquerdas moléstias especificadas no § 1o do art. 186 destaLei e, por esse motivo, for considerado inválido por jun-ta médica oficial passará a perceber provento integral,calculado com base no fundamento legal de conces-são da aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº11.907, de 2009)Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, oprovento não será inferior a 1/3 (um terço) da remunera-ção da atividade.Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica-ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, emvalor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adi-antamento recebido.Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente par-ticipado de operações bélicas, durante a Segunda GuerraMundial, nos termos da Lei n. 5.315, de 12 de setembrode 1967, será concedida aposentadoria com proventointegral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

Seção IIDo Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora pormotivo de nascimento de filho, em quantia equivalenteao menor vencimento do serviço público, inclusive nocaso de natimorto.§ 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acresci-do de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.§ 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro ser-vidor público, quando a parturiente não for servidora.

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Seção IIIDo Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ouao inativo, por dependente econômico.Parágrafo único. Consideram-se dependentes econô-micos para efeito de percepção do salário-família:I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive osenteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estu-dante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, dequalquer idade;II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante auto-rização judicial, viver na companhia e às expensas doservidor, ou do inativo;III - a mãe e o pai sem economia própria.Art. 198. Não se configura a dependência econômicaquando o beneficiário do salário-família perceber rendi-mento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusivepensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ousuperior ao salário-mínimo.Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicose viverem em comum, o salário-família será pago a umdeles; quando separados, será pago a um e outro, deacordo com a distribuição dos dependentes.Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pa-drasto, a madrasta e, na falta destes, os representanteslegais dos incapazes.Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquertributo, nem servirá de base para qualquer contribuição,inclusive para a Previdência Social.Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remu-neração, não acarreta a suspensão do pagamento dosalário-família.

Seção IVDa Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamen-to de saúde, a pedido ou de ofício, com base em períciamédica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei seráconcedida com base em perícia oficial. (Redação dadapela Lei nº 11.907, de 2009)§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica serárealizada na residência do servidor ou no estabeleci-mento hospitalar onde se encontrar internado.§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no localonde se encontra ou tenha exercício em caráter perma-nente o servidor, e não se configurando as hipótesesprevistas nos parágrafos do art. 230, será aceito atesta-do passado por médico particular. (Redação dada pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somenteproduzirá efeitos depois de recepcionado pela unidadede recursos humanos do órgão ou entidade. (Redaçãodada pela Lei nº 11.907, de 2009)§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte)dias no período de 12 (doze) meses a contar do primei-ro dia de afastamento será concedida mediante avalia-ção por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº11.907, de 2009)§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de quetrata o caput deste artigo, bem como nos demais casosde perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada porcirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger ocampo de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº11.907, de 2009)Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dis-pensada de perícia oficial, na forma definida em regu-

lamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não sereferirão ao nome ou natureza da doença, salvo quandose tratar de lesões produzidas por acidente em serviço,doença profissional ou qualquer das doençasespecificadas no art. 186, § 1o.Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões or-gânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médi-cos periódicos, nos termos e condições definidos emregulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)

Seção VDa Licença à Gestante, à Adotante

e da Licença-PaternidadeArt. 207. Será concedida licença à servidora gestantepor 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízoda remuneração.§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mêsde gestação, salvo antecipação por prescrição médica.§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença teráinício a partir do parto.§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias doevento, a servidora será submetida a exame médico, ese julgada apta, reassumirá o exercício.§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, aservidora terá direito a 30 (trinta) dias de repousoremunerado.Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servi-dor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) diasconsecutivos.Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade deseis meses, a servidora lactante terá direito, durante ajornada de trabalho, a uma hora de descanso, que po-derá ser parcelada em dois períodos de meia hora.Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicialde criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decretonº 6.691, de 2008)Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicialde criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo deque trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

Seção VIDa Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, oservidor acidentado em serviço.Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico oumental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediataou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviçoo dano:I - decorrente de agressão sofrida e não provocada peloservidor no exercício do cargo;II - sofrido no percurso da residência para o trabalho evice-versa.Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessi-te de tratamento especializado poderá ser tratado eminstituição privada, à conta de recursos públicos.Parágrafo único. O tratamento recomendado por juntamédica oficial constitui medida de exceção e somenteserá admissível quando inexistirem meios e recursosadequados em instituição pública.Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.

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Seção VIIDa Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazemjus a uma pensão mensal de valor correspondente aoda respectiva remuneração ou provento, a partir da datado óbito, observado o limite estabelecido no art. 42.Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza,em vitalícias e temporárias.§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas per-manentes, que somente se extinguem ou revertem coma morte de seus beneficiários.§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotasque podem se extinguir ou reverter por motivo de morte,cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário.Art. 217. São beneficiários das pensões:I - vitalícia:a) o cônjuge;b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou di-vorciada, com percepção de pensão alimentícia;c) o companheiro ou companheira designado que com-prove união estável como entidade familiar;d) a mãe e o pai que comprovem dependência econô-mica do servidor;e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos ea pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a de-pendência econômica do servidor;II - temporária:a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos deidade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anosde idade;c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido,enquanto durar a invalidez, que comprovem dependên-cia econômica do servidor;d) a pessoa designada que viva na dependência econô-mica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inváli-da, enquanto durar a invalidez.§ 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiáriosde que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigoexclui desse direito os demais beneficiários referidosnas alíneas “d” e “e”.§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiáriosde que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigoexclui desse direito os demais beneficiários referidosnas alíneas “c” e “d”.Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titu-lar da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiáriosda pensão temporária.§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensãovitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguaisentre os beneficiários habilitados.§ 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e tem-porária, metade do valor caberá ao titular ou titulares dapensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em par-tes iguais, entre os titulares da pensão temporária.§ 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporá-ria, o valor integral da pensão será rateado, em partesiguais, entre os que se habilitarem.Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tem-po, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveishá mais de 5 (cinco) anos.Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer provaposterior ou habilitação tardia que implique exclusão debeneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitosa partir da data em que for oferecida.Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenadopela prática de crime doloso de que tenha resultado amorte do servidor.

Art. 221. Será concedida pensão provisória por mortepresumida do servidor, nos seguintes casos:I - declaração de ausência, pela autoridade judiciáriacompetente;II - desaparecimento em desabamento, inundação, in-cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;III - desaparecimento no desempenho das atribuiçõesdo cargo ou em missão de segurança.Parágrafo único. A pensão provisória será transforma-da em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorri-dos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventu-al reaparecimento do servidor, hipótese em que o bene-fício será automaticamente cancelado.Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:I - o seu falecimento;II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrerapós a concessão da pensão ao cônjuge;III - a cessação de invalidez, em se tratando debeneficiário inválido;IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa desig-nada, aos 21 (vinte e um) anos de idade;V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;VI - a renúncia expressa.Parágrafo único. A critério da Administração, o benefi-ciário de pensão temporária motivada por invalidez po-derá ser convocado a qualquer momento para avalia-ção das condições que ensejaram a concessão do be-nefício. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário,a respectiva cota reverterá:I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pen-são ou para os titulares da pensão temporária, se nãohouver pensionista remanescente da pensão vitalícia;II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou,na falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.Art. 224. As pensões serão automaticamenteatualizadas na mesma data e na mesma proporção dosreajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a per-cepção cumulativa de mais de duas pensões.

Seção VIIIDo Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidorfalecido na atividade ou aposentado, em valor equiva-lente a um mês da remuneração ou provento.§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxí-lio será pago somente em razão do cargo de maiorremuneração.§ 2o (VETADO).§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito)horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pes-soa da família que houver custeado o funeral.Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este seráindenizado, observado o disposto no artigo anterior.Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em servi-ço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as des-pesas de transporte do corpo correrão à conta de recur-sos da União, autarquia ou fundação pública.

Seção IXDo Auxílio-Reclusão

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores:I - dois terços da remuneração, quando afastado por mo-tivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinadapela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

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II - metade da remuneração, durante o afastamento, emvirtude de condenação, por sentença definitiva, a penaque não determine a perda de cargo.§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servi-dor terá direito à integralização da remuneração, desdeque absolvido.§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partirdo dia imediato àquele em que o servidor for posto emliberdade, ainda que condicional.

Capítulo IIIDa Assistência à Saúde

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou ina-tivo, e de sua família compreende assistência médica,hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terácomo diretriz básica o implemento de ações preventivasvoltadas para a promoção da saúde e será prestadapelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente peloórgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma deauxílio, mediante ressarcimento parcial do valordespendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus depen-dentes ou pensionistas com planos ou seguros priva-dos de assistência à saúde, na forma estabelecida emregulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006).§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que sejaexigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na au-sência de médico ou junta médica oficial, para a suarealização o órgão ou entidade celebrará, preferencial-mente, convênio com unidades de atendimento do sis-tema público de saúde, entidades sem fins lucrativosdeclaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Naci-onal do Seguro Social - INSS. (Parágrafo incluído pelaLei n. 9.527, de 10.12.97)§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da apli-cação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou enti-dade promoverá a contratação da prestação de serviçospor pessoa jurídica, que constituirá junta médica especi-ficamente para esses fins, indicando os nomes e especi-alidades dos seus integrantes, com a comprovação desuas habilitações e de que não estejam respondendo aprocesso disciplinar junto à entidade fiscalizadora da pro-fissão. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, fi-cam a União e suas entidades autárquicas efundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302de 2006)I - celebrar convênios exclusivamente para a prestaçãode serviços de assistência à saúde para os seus servi-dores ou empregados ativos, aposentados, pensionis-tas, bem como para seus respectivos grupos familiaresdefinidos, com entidades de autogestão por elas patro-cinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamen-te celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 eque possuam autorização de funcionamento do órgãoregulador, sendo certo que os convênios celebradosdepois dessa data somente poderão sê-lo na forma daregulamentação específica sobre patrocínio deautogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regu-lador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigênciadesta Lei, normas essas também aplicáveis aos convê-nios existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluídopela Lei nº 11.302 de 2006)II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666,de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e segu-ros privados de assistência à saúde que possuam au-torização de funcionamento do órgão regulador; (Incluí-do pela Lei nº 11.302 de 2006)

III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao totaldespendido pelo servidor ou pensionista civil com planoou seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pelaLei nº 11.302 de 2006)

Capítulo IVDo Custeio

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 9.783, de 28.01.99)

Título VIICapítulo Único

Da Contratação Temporáriade Excepcional Interesse Público

Art. 232. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93) Art. 233. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93) Art. 234. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93) Art. 235. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

Título VIIICapítulo Único

Das Disposições GeraisArt. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado avinte e oito de outubro.Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Pode-res Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes in-centivos funcionais, além daqueles já previstos nos res-pectivos planos de carreira:I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou tra-balhos que favoreçam o aumento de produtividade e aredução dos custos operacionais;II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mé-rito, condecoração e elogio.Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contadosem dias corridos, excluindo-se o dia do começo e inclu-indo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o pri-meiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em quenão haja expediente.Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicçãofilosófica ou política, o servidor não poderá ser privadode quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminaçãoem sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimentode seus deveres.Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ter-mos da Constituição Federal, o direito à livre associa-ção sindical e os seguintes direitos, entre outros, deladecorrentes:a) de ser representado pelo sindicato, inclusive comosubstituto processual;b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um anoapós o final do mandato, exceto se a pedido;c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sin-dical a que for filiado, o valor das mensalidades e contri-buições definidas em assembléia geral da categoria.d) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) e) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além docônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suasexpensas e constem do seu assentamento individual.Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companhei-ra ou companheiro, que comprove união estável comoentidade familiar.Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede omunicípio onde a repartição estiver instalada e onde oservidor tiver exercício, em caráter permanente.

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Título IXCapítulo Único

Das Disposições Transitórias e FinaisArt. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituí-do por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, osservidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, dasautarquias, inclusive as em regime especial, e das fun-dações públicas, regidos pela Lei n. 1.711, de 28 deoutubro de 1952 -Estatuto dos Funcionários PúblicosCivis da União, ou pela Consolidação das Leis do Tra-balho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1o de maiode 1943, exceto os contratados por prazo determinado,cujos contratos não poderão ser prorrogados após ovencimento do prazo de prorrogação.§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídosno regime instituído por esta Lei ficam transformadosem cargos, na data de sua publicação.§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas nãointegrantes de tabela permanente do órgão ou entidadeonde têm exercício ficam transformadas em cargos emcomissão, e mantidas enquanto não for implantado o pla-no de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS,exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela depessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.§ 4o (VETADO).§ 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aosserventuários da Justiça, remunerados com recursosda União, no que couber.§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com es-tabilidade no serviço público, enquanto não adquirirema nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabelaem extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem pre-juízo dos direitos inerentes aos planos de carreira aosquais se encontrem vinculados os empregos.§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste arti-go, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias, poderão, no interesse da Adminis-tração e conforme critérios estabelecidos em regulamento,ser exonerados mediante indenização de um mês de remu-neração por ano de efetivo exercício no serviço público fede-ral. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fon-te e na declaração de rendimentos, serão consideradoscomo indenizações isentas os pagamentos efetuadosa título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Pa-rágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação dodisposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Execu-tivo quando considerados desnecessários. (Parágrafoincluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já conce-didos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficamtransformados em anuênio.Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 daLei n. 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, ficatransformada em licença-prêmio por assiduidade, naforma prevista nos arts. 87 a 90.Art. 246. (VETADO).Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,haverá ajuste de contas com a Previdência Social, cor-respondente ao período de contribuição por parte dosservidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Reda-ção dada pela Lei n. 8.162, de 8.1.91) Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vi-gência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ouentidade de origem do servidor.

Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231,os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão naforma e nos percentuais atualmente estabelecidos parao servidor civil da União conforme regulamento próprio.Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satis-fazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessáriaspara a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis daUnião, Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposen-tar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo.(Artigo vetado e mantido pelo Congresso Nacional pro-mulgado no D.O.U. de 19.4.91)Art. 251. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-ção, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia domês subseqüente.Art. 253. Ficam revogadas a Lei n. 1.711, de 28 de outu-bro de 1952, e respectiva legislação complementar, bemcomo as demais disposições em contrário.

Brasília, 11 de dezembro de 1990;169o da Independência e 102o da República.

FERNANDO COLLOR

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PREVIDÊNCIA – CONJUNTURA E ESTRUTURA

AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ECONOMIAMUNDIAL – INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES.

NEOLIBERALISMO

Neoliberalismo é um termo que foi usado em duas épo-cas diferentes com dois significados semelhantes,porém distintos:• na primeira metade do século XX significou a dou-

trina proposta por economistas franceses, alemãese norte-americanos voltada para a adaptação dosprincípios do liberalismo clássico às exigências deum Estado regulador e assistencialista;

• a partir da década de 1970, passou a significar adoutrina econômica que defende a absoluta liber-dade de mercado e uma restrição à intervençãoestatal sobre a economia, só devendo esta ocor-rer em setores imprescindíveis e ainda assim numgrau mínimo (minarquia). É nesse segundo senti-do que o termo é mais usado hoje em dia.[1]

• a partir da década de 1950 o ordoliberalismo tor-nou-se a variante alemã do neoliberalismo.

OrigemQuando se afirma a existência de governos ‘neolibe-rais’, a utilização do prefixo ‘neo’ não se refere a umanova corrente do Liberalismo, mas à aplicação de al-guns dos preceitos liberais consagrados e em um cer-to contexto histórico (qual seja, o contemporâneo) di-verso daquele no qual foram formulados (no do séculoXVII, na Inglaterra, através de John Locke) . A denomina-ção ‘neoliberal’ assemelha-se ao termo ‘neoclássico’na História da Arte.As origens do que hoje se chama neoliberalismo nosremetem à Escola Austríaca [2] , nos finais do séculoXIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrichvon Hayek [3], considerado o propositor da sua basefilosófica e econômica, e Ludwig von Mises[4].A Escola Austríaca [2] adotava a Lei de Say e a teoriamarginalista, que veio a ser contestada, mais tarde, porKeynes, quando este formulou, na década de 1930, suapolítica Keynesiana e defendeu as políticas econômi-cas com vistas à construção de um estado de bem-estar social - hoje em dia também chamado, por al-guns, de Estado Escandinavo - por ter sido esse cami-nho o adotado pelos países escandinavos (ou paísesnórdicos) tais como a Suécia, a Dinamarca e a Norue-ga e a Finlandia.[5]

Mais recentemente, o liberalismo ressurgiu, em 1947,do célebre encontro entre um grupo de intelectuais li-berais e conservadores realizado em Monte Pèlerin, naSuíça, onde foi fundada uma sociedade de ativistas emoposição às políticas do estado de bem-estar social,por eles consideradas “coletivistas” e, em última análi-se, “cerceadoras das liberdades individuais” [4] A MontPèlerin Society dedica-se a difundir e propagar as idéi-as conservadoras e liberais da Escola Austríaca e acombater ideologicamente todos os que delas diver-gem. Com esse objetivo promove conferências, publi-ca livros, mantém sites na internet e conta para isso,em seus quadros, com vários economistas com treina-mento acadêmico, como Jesús Huerta de Soto [2], seuvice-presidente e professor da Universidade de MadridEssas idéias atraíram mais adeptos depois da publi-

cação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório Benveridge[6]

um plano de governo britânico segundo o qual - depoisde obtida a vitória na segunda grande guerra - a políticaeconômica britânica deveria se orientar no sentido depromover uma ampla distribuição de renda, que seriabaseada no tripé da Lei da Educação, a Lei do SeguroNacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associ-adas aos nomes de Butler, Beveridge e Bevan).[6] A defe-sa desse programa tornou-se a bandeira com a qual oPartido Trabalhista inglês venceu as eleições de 1945,colocando em prática os princípios do estado de bem-estar social.[6]

Para Friedrich August von Hayek, esse programa leva“a civilização ao colapso”. Num de seus livros mais fa-mosos O Caminho da Servidão (1944), Hayek expôsos princípios básicos de sua teoria, segundo a qual ocrescente controle do estado é o caminho que leva àcompleta perda da liberdade, e indicava que os traba-lhistas, em continuando no poder, levariam a Grã-Bre-tanha ao mesmo caminho dirigista que os nazistashaviam imposto à Alemanha.[6] Essas posições de vonHayek não são baseadas exclusivamente em leis eco-nômicas ou na ciência pura da economia, mas incorpo-ram, em sua argumentação, um grande componentepolítico-ideológico. Isso explica por que o economistasocialista Gunnar Myrdal, o teórico inspirador do Esta-do do bem-estar social sueco, ironicamente, dividiu oPrêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel), em1974, com seu maior rival ideológico, von Hayek, o gran-de evangelista do fundamentalismo de livre mercado.Essa discussão, que se iniciou no campo da teoriaeconômica, transbordou - na Inglaterra - para o campoda discussão politico-partidária e serviu de mote à cam-panha que elegeu Winston Churchill, pelo Partido Con-servador, o qual chegou a dizer que “os trabalhistaseram iguais aos nazistas”.[6]

Uma outra vertente do liberalismo surgiu nos EstadosUnidos da América e concentrou-se na chamadaEscola de Chicago, defendida por outro laureado como Prêmio de Ciências Econômicas, o professor MiltonFriedman.Milton Friedman criticou as políticas econômicas inau-guradas por Roosevelt com o New Deal, que respalda-ram, na década de 1930, a intervenção do Estado naEconomia com o objetivo de tentar reverter uma de-pressão e uma crise social que ficou conhecida comoa crise de 1929. Essas políticas, adotadas quase si-multaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos epor Hjalmar Horace Greeley Schacht [7] [8] na Alemanhanazista foram, 3 anos mais tarde, defendidas por Key-nes que lhe deu seu aracabouço teórico em sua obraclássica General theory of employment, interest andmoney (1936)[9], cuja publicação marcou o início do key-nesianismo. Ao fenômeno de ressurgência dos princí-pios liberais do início do século XX, muitos chamam deneoliberalismo .Friedman, assim como vários outros economistas de-fensores do fundamentalismo de livre mercado, comoHayek e Mises, argumentaram que a política do NewDeal, do Presidente Franklin Delano Roosevelt, ao in-vés de recuperar a economia e o bem estar da socieda-de, teria prolongado a depressão econômica e social.Principalmente, segundo Friedman, por ter redirecio-nado os recursos escassos da época para investimen-tos não viáveis economicamente, ou seja, que, segun

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

do Friedman, os desperdiçavam, o que teria diminuído,em conseqüencia, a eficiência, a produtividade e a ri-queza da sociedade. Em resumo, segundo Friedman,os investimentos não estariam sendo mais realizadostomando como parâmetro principal a eficiência econô-mica, mas, ao contrário, a eficiência política; os recur-sos destinavam-se aos setores mais influentes politi-camente, que traziam maior popularidade ao governan-te, independentemente de seu valor produtivo para asociedade, alegava ele.Friedman era contra qualquer regulamentação que ini-bisse a ação das empresas, como, por exemplo, o sa-lário mínimo que, segundo as teorias que defendia,além de não conseguir aumentar o valor real da renda,excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do mercadode trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salá-rio mínimo e a qualquer tipo de piso salarial fixado pe-las categorias sindicais ou outro órgão de interessesocial, pois estes pisos, conforme ele argumentava,distorceriam os custos de produção, e causariam oaumento do desemprego, baixando a produção e a ri-queza e, consequentemente, aumentando a pobrezada sociedade. Friedman defendeu a teoria econômicaque ficou conhecida como “monetarista” ou da “escolade Chicago” [6]

Queda do liberalismo clássicoO declínio do liberalismo clássico remonta ao final doséculo XIX quando começou a declinar lentamente. Coma quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, ea subsequente Grande Depressão, a queda foi vertigi-nosa. A partir daí, caiu em descrédito, ao passo queganharam força teorias de intervenção do Estado naeconomia, notadamente as idéias de Keynes, aplica-das, quase simultaneamente, pelo plano do New Dealdo presidente norte-americano Franklin Roosevelt epelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hi-tler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjal-mar Schacht [7] (1934–37), nesses três anos, enquantoo resto do mundo se afundava ainda mais na reces-são, conseguiu acabar com o desemprego na Alema-nha Nazista, sem provocar inflação, adotando um défi-cit orçamentário que chegou a atingir 5% do PIB ale-mão. Estas políticas já tinham sido incorporadas à le-gislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurtvon Schleicher [10] e tiveram influência nas políticas doNew Deal de Roosevelt. Em 1936 Keynes publicou suaobra magna The General Theory of Employment, Inte-rest and Money [11] que veio a dar o suporte teórico aesse tipo de intervenção governamental na economia,a qual já vinha sendo adotada, intuitivamente, uns pou-cos anos antes da publicação do livro de Keynes.Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bret-ton Woods e estabeleceram regras intervencionistaspara a economia mundial. Entre outras medidas, sur-giu o FMI. Com a adoção das metas dos acordos deBretton Woods e a adoção de políticas keynesianas,os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nospaíses europeus e no Japão, que viveram sua Era deOuro. A Europa renascia, devido ao financiamento con-seguido por meio do Plano Marshall, e o Japão teve operíodo de maior progresso de sua história. O períodode pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os“anos dourados” da economias capitalistas.

Neoliberalismo em práticaA instabilidade econômica começa a se manifestar nofim da década de 1960 e irrompe com força na década

de 1970, causada por dois choques sucessivos nospreços mundiais do petróleo - o que acabou por tornarevidente que seria impossível sustentar a conversibili-dade do dólar em ouro (e provocou o colapso do acordode Bretton Woods) - e pelo endividamento excessivo aque se submeteram os países subdesenvolvidos emseu afã de tentar superar a crise petrolífera. Taxas delucratividade continuamente decrescentes e um mer-cado de ações moribundo nos Estados Unidos, asso-ciados a uma alta contínua da inflação nos países de-senvolvidos ( “estagflação” ) levou ao surgimento deum forte movimento, no sentido de reduzir o poder re-gulatório dos Estados nacionais na economia. A “mãoinvisível” [12] mencionada por Adam Smith substituiria(com vantagem, segundo os neoliberais) os controlesgovernamentais até então existentes e as restrições aolivre fluxo de mercadorias, criando assim uma econo-mia globalmente liberalizada. A esse projeto econômi-co-político, que foi liderado pelos países desenvolvi-dos, especialmente pelos Estados Unidos e Grã-Bre-tanha, chamou-se de neoliberalismo globalizante.A mudança do sistema intervencionista “keynesiano”-”desenvolvimentista”, que vigia anteriormente na maiorparte do mundo capitalista, para esse “novo sistema”neoliberal não era inevitável; ao contrário, a globaliza-ção neoliberal foi um processo escolhido pelas elitespolítico-econômicas mundiais, especialmente as dosEstados Unidos e Grã-Bretanha, por estas acreditaremque esse processo melhor atenderia a seus interes-ses econômicos do momento turbulento que atraves-sam (Crotty 2002). [13] Os defensores da globalizaçãoneoliberal usaram em seu discurso “globalista-libera-lizante” a teoria econômica “neoclássica”, que reza que,em não havendo intervenção econômica governamen-tal excessiva, tanto as economias nacionais quanto aeconomia mundial operará de forma eficiente, confor-me os modelos dos mercados “perfeitamente compe-titivos” constantes dos livros-texto escolares de econo-mia. [14]

Assim o liberalismo econômico gradativamente voltou àpauta, com a alcunha de neoliberalismo. Após algunsanos de experiências e diagnósticos, iniciadas pelosChicago Boys no Chile de Pinochet, o neoliberalismo sur-ge com força e toma sua presente forma no final da déca-da de 1970 com o “Thatcherismo” e o “Reaganismo”.Os neoliberais, liderados por economistas adeptos dolaissez-faire e do fundamentalismo de livre mercado,como Milton Friedman, denunciaram a inflação comosendo o resultado do aumento da oferta de moeda pe-los bancos centrais. Responsabilizaram os impostos“elevados” e os tributos “excessivos”, juntamente coma regulamentação das atividades econômicas, comosendo os culpados pela queda da produção e do au-mento da inflação.[6]

A solução que propunham para a crise seria a reduçãogradativa do poder do Estado, com a diminuição gene-ralizada de tributos, a privatização [15] das empresasestatais e redução do poder do Estado de fixar ou “auto-rizar” preços.Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos,haveria novas perspectivas de emprego e investimen-to, o que (segundo ensinara Say), deveria atrair oscapitalistas de volta ao mercado e reduzir o desem-prego. Seguindo a Lei de Say (em termos muito sim-plificados: a oferta cria sua própria demanda), parti-am da idéia de que a economia mundial voltaria a seequilibrar tão logo os governos deixassem de nelainterferir.

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O primeiro governo democrático a se inspirar em taisprincípios foi o de Margaret Thatcher na Inglaterra, apartir de 1980 (no que foi precedida apenas por Pino-chet e seus Chicago Boys, no Chile, no início da déca-da de 1970).Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ide-ais neoliberais, fez aprovar leis que revogavam muitosprivilégios até então concedidos aos sindicatos, privati-zou empresas estatais, além de estabilizar a moeda.Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neo-liberalismo então em voga que seu governo acaboupor criar uma tributação regressiva, também chamadade Poll tax ou imposto comunitário.A população britânica se opôs vigorosamente à implan-tação desse imposto, que acabou se tornando a princi-pal razão da queda de Margaret Thatcher como Primei-ra-Ministra e sua substituição por John Major.O governo conservador de Thatcher serviu de modelopara muitos dos governos neoliberais do período pós-anos 1980. inclusive para o “Reaganismo”.O professor James Tobin foi um forte crítico do “reaga-nismo” e do monetarismo, adotados no governo Rea-gan, prevendo que essas políticas: “redistribuiriam ariqueza, o poder e a oportunidade para os que já eramricos e poderosos, e para seus herdeiros” [16].Exitem, dentre muitas, duas correntes principais na li-teratura econômica: uma, a walrasiana, parte da hipó-tese de que os mercados são sempre “eficientes” (ex-ceto em alguns casos muito específicos) e a outra afir-ma o contrário, ou seja, que apenas em circunstâncias“excepcionais” os mercados seriam “eficientes”. O teo-rema de Greenwald-Stiglitz (1986) [17] recentementedemonstrou que “sempre que os mercados são incom-pletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre emvirtualmente todas as economias do mundo) a aloca-ção, mesmo em mercado competitivos, não é necessa-riamente “Pareto-otimizada” [17]. Uma possível interpre-tação desse estudo é que o campo de atuação para asintervenções governamentais é muito mais amplo doque era aceito pelos que acreditavam que a interven-ção governamental na economia só deveria ser utiliza-da em casos evidentes de “falhas dos mercados”. [18]

Dessa forma, existiriam esquemas possíveis de inter-venção governamental para induzir a um resultado queprovoque uma “eficiência de Pareto” superior à obtidapelo livre-mercado, o que beneficiaria a todos os mem-bros de uma sociedade. [17] Em 1986 o teorema de Sa-ppington-Stiglitz “demonstrou que um governo ‘ideal’poderia atingir um maior nível de eficiência adminis-trando diretamente uma empresa estatal do que priva-tizando-a.” [19] (Stiglitz 1994, 179) [20].

Críticas e controvérsias

Opositores à doutrina de FriedmanPor outro lado vários outros economistas, tais comoGunnar Myrdal, Prêmio de Ciência Econômicas (1974),e o professor James Tobin da Universidade de Yale,Prêmio de Ciência Econômicas (1981), faziam severascríticas à ideologia e às teorias econômicas defendi-das por Friedman, como o monetarismo, e o “funda-mentalismo de livre mercado” defendiam a intervençãogovernamental nas economias nacionais.[16]

Alegam os críticos do monetarismo e das teorias eco-nômicas defendidas pela escola de Chicago que Frie-dman considerava que as teorias do ciclo econômicoda escola austríaca não teriam passado pelo teste es-tatístico, e seriam portanto, falsas. Mas na realidade

era Friedman que estava errado, diziam eles. Seu erroresidia em utilizar dados do PNB que omitiam os gas-tos intermediários entre os vários estágios da produ-ção (nos modelos matemáticos de Friedman a produ-ção e o consumo eram instantâneos, por definição).Em outras palavras, a postura de Friedman desconsi-derava, em sua análise, um dos mais importantes ele-mentos do ciclo de produção, conforme demonstrou aescola austríaca [21].Estudos mais recentes no campo da teoria econômicatendem a desautorizar as posições até então defendi-das por Friedman:

Uma vez que foi introduzido o conceito de informa-ção imperfeita e incompleta, os defensores de livremercado da Escola de Chicago não podem maissustentar suas teorias da Eficiência de Pareto nomundo real. Desta maneira, a utilização, por Sti-glitz, das hipóteses de equilíbrio de expectativasracionais para obter uma compreensão mais rea-lista do capitalismo do que a comunmente obtidapelos os teóricos tradicionais das expectativas raci-onais conduz, paradoxalmente, à conclusão que ocapitalismo se desvia do modelo de tal maneira quejustificaria a intervenção estatal — socialismo —como remédio.[20]

A teoria econômica têm, em vários casos específicos,demonstrado que a mão invisível não funciona: “Socie-dades não devem contar com as forças do mercadopara proteger o ambiente ou fornecer um sistema desaúde de qualidade para todos os cidadãos, afirmounesta segunda-feira um dos três vencedores do PrêmioNobel de Economia de 2007, Eric Maskin. (...)Os mer-cados trabalham aceitavelmente com bens chamadospor economistas de bens privados, como carros e ou-tros objetos duráveis (...)há muitos outros tipos de bens,frequentemente importantes, que não são bem forneci-dos pelo mercado. Frequentemente, são encabeçadospor bens públicos (...)[22] [23] [24]

Críticas à doutrina neoliberalO neoliberalismo pode ser visto como uma retomada,a partir dos anos 1970, do liberalismo clássico quehavia sido deixado de lado no mundo e outras formasde intervencionismo econômico. Muitos dos defenso-res de tal doutrina rejeitam o termo neoliberal, e prefe-rem simplesmente o termo liberal, pois pretendem se-guir o liberalismo clássico. [6]

Na visão neoliberal bastaria estancar o déficit público,e colocar a inflação sob controle, para que o capitalis-mo, esse animal adormecido, despertasse por sua pró-pria conta, e a mão invisível iniciasse um espetáculo decrescimento. Entretanto, na história da economia mun-dial, apenas dois países experimentaram este tipo deespetáculo: a Inglaterra da Revolução Industrial e, noséculo XX, os Estados Unidos. Todos os outros paísesdo mundo que se desenvolveram adotaram mecanis-mos derivados de composições e articulações entreclasses capitalistas locais e internacionais, com a pre-sença e intervenção do Estado, como ocorreu casosjaponês, alemão e coreano. Na política econômica bra-sileira atualmente adotada (2007), o superávit fiscaltoma entre 8% e 10% do PIB das mãos das empresasprodutivas, e das pessoas consumidoras, e os transfe-re para os possuidores de títulos da dívida pública; ofato é que a riqueza das pessoas físicas e jurídicasestá aplicada em títulos públicos. Nós subtraímos da

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economia a demanda que impulsionaria o crescimen-to e os que recebem o pagamento de juros, que sãopagos com os impostos que todos clamam ser altosdemais, continuam fazendo aplicações financeiras -muitas delas isentas de imposto de renda - porque nãotêm interesse em fazer investimentos de risco.Os opositores dos neoliberais questionam suas pre-missas, que consideram simplistas. Uma crítica postaé que os princípios liberais seriam válidos quando umatransação envolve duas (e só duas) partes - cada umdecidindo o que é melhor para si - mas que não sesustentaria quando, em virtude de uma transação rea-lizada entre duas partes, um terceiro, que dela não par-ticipou, é prejudicado (ou beneficiado). Esse fenomenoé chamado, em Economia, de externalidade [22]. Os li-berais apontam que o professor Ronald Coase ganhouo Prêmio Nobel de Economia de 1991 com seu traba-lho que descreve como o livre mercado pode ser utiliza-do para tratar alguns casos de externalidades. Combase nas idéias de Coase foi instituído o Tratado deKyoto e seu sistema de comercialização de Créditos deCarbono, sob os auspícios da ONU, com isso reduzin-do globalmente a poluição e a emissão de gases cau-sadores do efeito estufa. Entretanto, segundo EricMaskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel deEconomia de 2007, “Sociedades não devem contar comas forças do mercado para proteger o ambiente ou for-necer um sistema de saúde de qualidade para todos oscidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quan-do se trata de bens públicos”, disse Maskin [22]. Pesqui-sas mais atualizadas no campo da teoria econômica,como as de Stiglitz, já deixaram claro que a mão invisí-vel, que asseguraria que os recursos fossem alocadoscom a Eficiência de Pareto no sistema produtivo só fun-ciona em determinadas condições ideais. Como a com-petição nunca é totalmente livre, a relação de oferta edemanda gera efeitos sociais que não são resolvidosnaturalmente pela dinâmica da economia de mercado.Os economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, EricMaskin e Roger Myerson ganharam em 2007 o PrêmioNobel de Economia por criarem as bases de uma teo-ria que determina quando os mercados estão funcio-nando de forma eficaz. “A clássica metáfora de AdamSmith sobre a mão invisível refere-se a como o merca-do, sob condições ideais, garante uma alocação efici-ente de recursos escassos. Mas, na prática, as condi-ções normalmente não são ideais. Por exemplo, a com-petição não é completamente livre, os consumidoresnão são perfeitamente informados e a produção e oconsumo desejáveis privadamente podem gerar cus-tos e benefícios sociais”, explicou a nota da Real Acade-mia Sueca de Ciências [25] Importante ressaltar aqui queesse trabalho de Leonid Hurwicz, Eric Maskin e RogerMyerson não se choca com as ideias anteriores deRonald Coase, completa-as. Dá as bases teóricas paraque se projete um mecanismo de regulamentação go-vernamental que permita ao mercado funcionar comeficiência em relação a bens públicos.Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson fin-caram “as bases da teoria do desenho de mecanis-mos” nos mercados [23] [24]. Esta moderna teoria econô-mica estuda a elaboração do procedimento de decisãosocial em situações em que os agentes econômicostêm informação privada e a utilizam de forma estratégi-ca. O primeiro a formalizar esta teoria foi Hurwicz, nas-cido em 1917 em Moscou e que se mudou para osEstados Unidos na década de 1940. Os trabalhos dostrês americanos ajudaram a identificar mecanismos

eficientes na área comercial, esquemas regulatórios eprocedimentos de votação. O Brasil já se beneficiou naprática com esses estudos. Na recente licitação para aconcessão de rodovias federais, em que foi adotado oprocedimento de decisão social na elaboração do edi-tal de concessão, as empresas que se saíram vitorio-sas na licitação ofereceram-se para administrar asestradas por um pedágio médio de R$ 0,02 por quilo-metro, o que representa um custo médio seis vezesinferior ao custo médio cobrado no pedágio das rodovi-as Anhanguera/Imigrantes, que foram privatizadas nadécada anterior, quando ainda prevaleciam os critériosneoliberais de fundamentalismo de livre mercado. Oemprego desses novos critérios licitatórios, que usa-ram a teoria do desenho de mecanismos, resultaramnuma Eficiência de Pareto muito superior à obtida ape-nas pelo critério simplista, adotado anteriormente, delivre mercado absoluto. A economia obtida pela adoçãodessa moderna tecnologia se refletirá em ganhos decompetitividade para toda a economia brasileira. [26]

Em outro exemplo de simplificação da realidade queconsideram excessiva, opositores discutem a decisãode um jovem sobre contribuir ou não, desde o início desua carreira, para sua seguridade social. Na doutrinaliberal, a opção de decidir se poupa ou não para a apo-sentadoria futura caberia ao próprio indivíduo. Os críti-cos dessa visão argumentam que antes do jovem po-der decidir ele precisa ter um emprego com salário quepossa em alguma medida poupar, e que em muitoscasos esse emprego não existe, ou o salário não ésuficiente para poupar.A aplicação de preceitos liberais foi contestada no sé-culo XIX por Friedrich List [27], que defendia para seupaís (Prússia) exatamente o oposto do que pregavamos liberais de então, alegando que tais políticas só se-riam benéficas para nações já adiantadas, o que nãoera o caso da Prússia de meados do século XIX.Friedrich List achava que não caberia ao Estado assis-tir passivamente ao desenrolar do livre-comércio, sen-do necessário que o poder público, em nome da pro-moção do desenvolvimento e do bem-estar de toda anação, interferisse ativamente nos assuntos relaciona-dos ao comércio exterior, à construção de uma infra-estrutura local de produção e ao fomento à industriali-zação. [27]

O professor de Yale James Tobin, Prêmio de CiênciasEconômicas em 1981 foi um severo crítico do moneta-rismo do economista liberal Milton Friedman, Prêmiode Ciências Econômicas em 1965. Tobin defendia, aocontrário de Friedman, a intervenção governamental naseconomias nacionais [16]. Apesar disso Tobin se decla-rava a favor da globalização e do livre mercado como amelhor maneira de aumentar a prosperidade nos paí-ses em desenvolvimento[16].

Movimentos antineoliberalismoComo contraponto ao ressurgimento do liberalismo,tanto em países ricos quanto em desenvolvimento, sur-giram movimentos antiliberalismo, que por vezes seconfundem com movimentos antiglobalização.Na América Latina, a ascensão ao poder de políticospopulares, rotulados por seus opositores de “populis-tas”, tais como Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Mora-les (Bolívia), e mais recentemente, Michelle Bachelet,(Chile), a volta de Daniel Ortega (Nicarágua), a vitória deRafael Correa (Equador), a ampla vitória de Hugo Chá-vez (Venezuela), a reeleição de Lula (Brasil) [28], com60,83%% dos votos [29], e até mesmo a vitória do Partido

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Democrata na Congresso dos EUA, que renovam o dis-curso nacional-desenvolvimentista de meados do sé-culo XX, agora readaptado para os dias atuais com adenominação de “novo desenvolvimentismo” [30], é vistapor alguns analistas como sendo indicativa de um es-gotamento do “modelo neoliberal” [31]. O presidente Lula,em discurso proferido dia 6 de dezembro de 2007 emBelém, abordou esse tema dizendo: “ (...) o que aconte-ceu na América Latina é um fenômeno político quepossivelmente os sociólogos levarão um tempo paracompreender, porque foi tão rápida a mudança”. (...)”Háum mapa exatamante antagônico ao mapa que existiude 1980 a 1990 ou ao ano 2000.”. Segundo Lula, o povo“fez uma guinada completa, trocou o neoliberalismo peloque tinha de mais avançado em políticas sociais” [32]

A Newsweek promoveu uma pesquisa, realizada peloInstituto Zogby International, com ajuda da Universida-de de Miami que entrevistou 603 importantes políticos,empresários, funcionários de governo, intelectuais ejornalistas latino-americanos. Os entrevistados consi-deraram Michelle Bachelet o melhor modelo de lide-rança, com 28% dos votos, posição que foi imediata-mente seguida por Lula, com 23%. Uma supreendentemaioria de 53% dos entrevistados considerou que aAmérica Latina está no bom caminho.[33].

Governos neoliberaisO Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neolibe-ralismo. As privatizações no Chile de Pinochet foramanteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973,quando o golpe militar derrubou Allende, o governo jáassumiu com um plano econômico debaixo do braço[34]. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” efora elaborado, secretamente, pelos economistas opo-sitores do governo da Unidade Popular poucos mesesantes do golpe de estado de 11 de setembro e estavanos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já nodia 12 de setembro de 1973 [35].O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo”e na estreita colaboração de economistas chilenos,principalmente os graduados na Universidade de Chi-cago, os chamados Chicago Boys, para levar adiantesua reforma da economia. [34] [36] [37] [38]

Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno

Os outros principais governos que adotaram as políti-cas neoliberais no mundo foram o de Margaret Thatcher(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), políticas essas queficaram conhecidas como “thatcherismo” e “reaganismo”.A política de Reagan, nos Estados Unidos, também fi-cou conhecida como Supply-side economics. [39]

O governo ThatcherThatcher obteve grande sucesso na estabilização dalibra esterlina, na dinamização da economia britânica ena redução drástica da carga tributária, levando, porconseguinte, o Partido Conservador a obter larga mar-gem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983e 1987 - tornando-se assim ícone mundial dos defen-sores das políticas econômicas neoliberais. Não obs-tante a pobreza infantil no Reino Unido triplicou entre1979 e 1995 - um dos maiores aumentos jamais vistono mundo industrializado e , o custo social das políti-cas adotadas por seu governo foi considerado demasi-adamente grande pelos críticos ao neoliberalismo [40].Durante o governo Thatcher a renda dos que estavamno decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais

do que a renda dos que estavam no decil inferior; adesigualdade cresceu em um terço [41] Refletindo isso,o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-sesubstancial e continuamente durante todo o governoThatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em1990. Esta siginificativa piora no Coeficiente de Gininão pôde ainda ser corrigida pelos governos que a su-cederam. [42]

Quando Thatcher foi derrotada, em 1990, 28% das cri-anças inglesas eram consideradas pobres - o pior de-sempenho dentre os países desenvolvidos - índice quecontinuou subindo (até atingir um pico de 34%, em 1995-96, quando iniciou sua trajetória descendente). [43] [44]

“Ao mesmo tempo em que é considerada a res-ponsável por reavivar a economia britânica, Mar-garet Thatcher é acusada de ter dobrado seus ín-dices de pobreza. O índice de pobreza das crian-ças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” [44]

O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigiressa distorção, a partir de 1997, medidas de inspira-ção keynesiana, tais como o restabelecimento de umsalário mínimo, a criação de um programa pré-escolarpara as crianças pequenas e aumento dos créditosfiscais (isenções) para a classe trabalhadora (umamedida de “transferência indireta de renda”). A propor-ção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiudo pico de cerca de 34% em 1996-97, atingindo 11% noano fiscal de 2005.[43] [44]

“Nosso objetivo histórico será tornar nossa gera-ção a primeira a erradicar a pobreza infantil parasempre, e isso vai levar uma geração. É uma mis-são para 20 anos, mas acredito que possa ser cum-prida. Tony Blair.[45]

Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acu-sam de estar sendo “assistencialista”, de estar dese-quilibrando o orçamento, e de estar aumentando a de-pendência da população no Estado. Os adversáriospolíticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aosestudos que demonstram, por exemplo, que o custo -em prejuízos indiretos causados ao agregado da eco-nomia britânica - provocado pela existência de criançasabaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânicaem cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40bilhões de libras por ano no total (2005) [46]. Todavia, opróprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, emtermos macroeconômicos, certos princípios enfatiza-dos por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhistapróximo a Blair declarou, em 2002:“A globalização pune com força qualquer país que ten-te administrar sua economia ignorando as realidadesdo mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nes-se estrito sentido específico, e devido à necessidadeurgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidadeao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hojetodos tatcheristas.” [47]

ConsideraçõesÉ importante ressaltar que a tentativa de “rotular políti-cos” é uma atitude mal colocada na análise do temaneoliberalismo econômico. Nem mesmo Augusto Pi-nochet, com toda a amplitude de ação que lhe permitiaa sua ditadura, praticou exclusivamente ações de tiponeoliberal - adotou, com Hernán Büchi, algumas políti-cas de inspiração nitidamente keynesiana.

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Embora seja possível afirmar com segurança que umdeterminado economista, como, por exemplo, MiltonFriedman, é um neoliberal, não se pode fazer o mesmocom a maioria dos políticos, uma vez que eles adotam,em seus governos, uma mistura de práticas indicadaspor várias escolas de pensamento econômico, simul-taneamente.

Debate sobre resultados obtidos no mundoA mais recente onda liberalizante, que ficou conhecidacomo “neoliberalismo”, teve seu início com a queda domuro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente omundo Foi promovida pelo FMI, por economistas libe-rais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago epor fundamentalistas de livre mercado, entre outros,sendo por eles apregoada como a solução que resol-veria os problemas econômicos mundias, reduzindo apobreza e acelerando o desenvolvimento global.[48]

Agora, já passados 28 anos que as “receitas neolibe-rais” vêm sendo aplicadas, em maior ou menor grau,por um grande número de países - entre os quais seinclui o Brasil - a ONU resolveu analisar os resultadosobtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medirseus efeitos nas populações dos países onde as prá-ticas neoliberais estão sendo adotadas.Um livro denominado “Flat World, Big Gaps” [49] (“UmMundo Plano, Grandes Disparidades” - tradução livre),foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral ad-junto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, eJacques Baudot, economista especializado em temasde globalização, analisou essas questões e está des-pertando grande interesse. Nesse livro seus autoresconcluem que: “A ‘globalização’ e ‘liberalização’, comomotores do crescimento econômico e o desenvolvimen-to dos países, não reduziram as desigualdades e a po-breza nas últimas décadas”.[50]

A segunda parte do livro analisa as tendências das de-sigualdes econômicas que vêm ocorrendo em váriaspartes do mundo, inclusive na OECD, nos EstadosUnidos, na América Latina, no Oriente Médio e norte daÁfrica, na África sub-saariana, Índia e China.As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhossignificativos para a melhoria da distribuição de renda,pelo contrário: “A desigualdade na renda per capitaaumentou em vários países da OCDE (Organizaçãopara a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico)durante essas duas décadas, o que sugere que a des-regulação dos mercados teve como resultado umamaior concentração do poder econômico.” [50]

Supreendentemente, a liberalização do fluxo de capi-tais financeiros internacionais, que era apontada comouma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dospaíses ricos para irem irrigar as economias dos paí-ses pobres, deles sedentos, funcionou exatamente aocontrário.O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiramdos países mais pobres, indo para os mais ricos: “Hou-ve uma tremenda liberalização financeira e se pensa-va que o fluxo de capital iria dos países ricos aos po-bres, mas ocorreu o contrário”, anotou Sundaram.“Como exemplo, citou que os EUA recebem investimen-tos dos países em desenvolvimento, concretamente nosbônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores”. [50]

Cumpre ressaltar que essa “liberalização” de fluxos fi-nanceiros é muito assimétrica. Os países que maisdefendem a liberalização total dos fluxos de capitaisnão a praticam dentro de suas fronteiras. Os EstadosUnidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por

exemplo, a “Community Reinvestment Act” (Lei do Rein-vestimento Comunitário) que obriga seus bancos a re-aplicar localmente parte do dinheiro que captam nacomunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressõespara “internacionalizar” seus capitais; hoje 60% da pou-pança da população alemã está em caixas municipais,que financiam pequenas empresas, escolas e hospi-tais. A França criou um movimento chamado de “Opera-ções Financeiras Éticas”. A apregoada liberdade irres-trita para os fluxos de capitais parece ter sido adotadasó pelos países sub-desenvolvidos, que se vêem fre-qüentemente submetidos a graves crises causadas porsua vulnerabilidade às violentas movimentações es-peculativas mundiais.[51]

Essa diferença entre o discurso liberalizante dos paí-ses desenvolvidos e suas ações práticas foi reconhe-cida até por Johan Norberg [52], o jornalista suéco autordo “best-seller” In Defense of Global Capitalism que“atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ociden-tais cujo discurso em prol dos livre-mercados é grande-mente prejudicado por suas tarifas draconianas sobrea importação de produtos têxteis e agrícolas, as duasáreas onde os países sub-desenvolvidos teriam condi-ções de competir”. Le Monde, 12/2/2004.De maneira geral “a repartição da riqueza mundial pioroue os índices de pobreza se mantiveram sem mudançasentre 1980 e 2000” [50], como já previra Tobin em 1981.

Opinião pública no Brasil, 2007Pesquisas de opinião pública, realizadas em 2007, indica-ram que “(...) a percepção dos brasileiros é que as privati-zações pioraram os serviços prestados à população nossetores de telefonia, estradas, energia elétrica e água eesgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão nosegmento de nível superior e nas classes A e B” [53].

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INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOSDE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES

MercosulO Mercosul (em português: Mercado Comum do Sul,castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur) é aUnião Aduaneira (livre comércio intrazona e política co-mercial comum) de cinco países da América do Sul.Em sua formação original o bloco era composto porquatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.Desde 2006, a Venezuela também pertence ao Merco-sul.[1].As discussões para a constituição de um mercado eco-nômico regional para a América Latina remontam aotratado que estabeleceu a Associação Latino-America-na de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960.Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino-Americana de Integração na década de 1980. À época,a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria,assinando a Declaração de Iguaçu (1985)[2], que esta-belecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram umasérie de acordos comerciais no ano seguinte. O Tratadode Integração, Cooperação e Desenvolvimento[3], assi-nado entre ambos os países em 1988, fixou como metao estabelecimento de um mercado comum, ao qual ou-tros países latino-americanos poderiam se unir.Com a adesão do Paraguai e do Uruguai, os quatropaíses se tornaram signatários do Tratado de Assun-ção (1991)[4] que estabelecia o Mercado Comum do Sul,uma aliança comercial visando a dinamizar a econo-mia regional, movimentando entre si mercadorias, pes-soas, força de trabalho e capitais. Inicialmente foi esta-belecida uma zona de livre-comércio, em que os paí-ses signatários não tributariam ou restringiriam as im-portações um do outro. A partir de 1 de janeiro de 1995,esta zona converteu-se em união aduaneira, na qualtodos os signatários poderiam cobrar as mesmas quo-tas nas importações dos demais países (Tarifa ExternaComum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiri-ram o status de membros associados[5]. O Chile en-contra-se em processo de aquisição do status de mem-bro pleno depois de resolver alguns problemas territo-riais com a Argentina. Outras nações latino-america-nas manifestaram interesse em entrar para o grupo,mas, até o momento, somente a Venezuela levou adi-ante sua candidatura. Embora sua incorporação aoMercosul ainda dependa da aprovação no congressoparaguaio.Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos[6] (2002),que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão doMercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai).Uma das fontes de insegurança jurídica nesse blocode integração era a falta de um tribunal permanente.Muitos sul-americanos vêem o Mercosul como umaarma contra a influência dos Estados Unidos na re-gião, tanto na forma da Área de Livre Comércio dasAméricas quando na de tratados bilaterais. Uma provadisso é a criação da Universidade do Mercosul, que vaipriorizar a integração regional no modelo de educação[7].

Símbolos do MercosulDe acordo com o artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC ossímbolos do Mercosul[8] são: o nome “Mercado Comumdo Sul” e sua sigla “MERCOSUL”, o emblema do Merco-sul e a bandeira nos idiomas português e espanhol.A bandeira do Mercosul é formada pelo Cruzeiro do Sule o horizonte do qual emerge, a Cruzeiro do Sul foi es-colhida porque representa o principal elemento de ori-

entação do Hemisfério Sul, e para o Mercosul simboli-za o rumo otimista de integração regional que se pre-tende dar aos países membros.

História

AntecedentesA América do Sul foi, ao longo de cinco séculos, palcodas mais violentas batalhas do continente americano.Desde a chegada dos espanhóis e portugueses aocontinente, a Bacia do Prata foi cenário das disputasluso-espanholas por território (o território que hoje é oUruguai já foi espanhol, português e de novo espanhol).Entretanto, ao mesmo tempo, esta região situa-se ca-pítulos fundamentais da emancipação política e eco-nômica dos futuros sócios do .Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou osistema comercial de suas colônias em torno do es-quema de “frotas e galeões”, autorizando somente aalguns portos o direito de enviar ou receber mercadori-as originárias dessas colônias. Para cidades comoBuenos Aires, fundada em 1580, esse sistema amea-çava o desenvolvimento econômico da região. Median-te a esse confinamento econômico, a população deBuenos Aires percebeu a única saída possível: o inter-câmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Bra-sil. Esse foi o início de uma relação que estava destina-da a crescer cada vez mais.No século XIX, o processo de emancipação política daAmérica do Sul, acentuou os contrastes existentes en-tre os países da região. Neste período ocorreram im-portantes capítulos da história do Brasil, Argentina, Pa-raguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, aindependência da República Oriental do Uruguai, Guer-ra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputaentre unitários e federalistas na Argentina e a Guerra doParaguai: alianças, intervenções e conflitos que forja-ram o contexto histórico de formação dos estados naci-onais platinos.Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela pri-meira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de umaUnião Aduaneira entre as suas economias. Porém, issonão se concretiza devido às diferenças diplomáticasdos países em relação às políticas do Eixo, após oataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra a necessi-dade de interação entre as nações se tornou eminente,e consecutivamente a formação dos blocos econômi-cos, entretanto na América Latina não houve uma uniãoque tenha obtido resultados satisfatórios.

Declaração de Foz do IguaçuEm dezembro de 1985, o presidente brasileiro JoséSarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín assina-ram a Declaração de Iguaçu[9], que foi a base para aintegração econômica do chamado Cone sul. Ambosacabavam de sair de um período ditatorial, e enfrenta-vam a necessidade de reorientar suas economias parao mundo exterior e globalizado.Os dois países haviam contraído uma grande dívidaexterna no período do governos militares, e não goza-vam de crédito no exterior. Havia uma grande necessi-dade de investimentos nos países, mas não havia ver-bas. Esta situação comum fez que ambos percebes-sem a necessidade mútua. Logo após a assinatura dadeclaração de Iguaçu, em fevereiro de 1986, a Argenti-na declara a intenção de uma “associação preferenci-al” com o Brasil. Em uma casa particular em Don Torcu-ato, houve uma reunião para discutir o assunto.

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A discussãodura dois dias e é em clima de troca de idéi-as e posições quanto ao estatuto da economia da zona.Depois de poucas semanas, é o Brasil que convidaArgentina para uma reunião semelhante, em Itaipavatambém em uma residência particular. Esse foi o sinalde aceitação da iniciativa Argentina e então começava aformação do acordo, com objetivo de promover o de-senvolvimento econômico de ambos os países e inte-grá-los ao mundo. Para muitos a idéia de integração naAmérica do Sul parecia mais uma abstração, devido asvárias experiências não bem sucedidas no passado,entretanto essa foi diferente.

Tratado de Assunção

Ver artigo principal: Tratado de Assunção

Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernan-do Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram aAta de Buenos Aires[10] de integração econômica entreos dois países e em complemento a este, em 1991 foiassinado o Tratado de Assunção, com a entrada doUruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul.O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai eUruguai, com o objetivo de estabelecer um mercadocomum entre os países acordados, formando então opopularmente conhecido Mercosul, Mercado comum dosul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Maistarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinadocomo um complemento do Tratado, estabelecendo queo Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica einternacionalmente como uma organização.

Cronologia do Mercosul

1985-1990• Em 30 de novembro de 1985, os presidentes da

Argentina e Brasil assinaram a Declaração de Fozde Iguaçu, pedra base do Mercosul. No ano de2004, Argentina e Brasil resolveram conjuntamen-te que no dia 30 de novembro se comemorará oDia da Amizade argentino-brasileira [11];

• Em 29 de julho de 1986 se firma a Ata para a Inte-gração Argentino-Brasileira. Mediante este instru-mento estabeleceu-se o Programa de Integraçãoe Cooperação entre Argentina e Brasil (PICAB) fun-dado nos princípios de gradualidade, flexibilida-de, simetria, equilíbrio, tratamento preferencialfrente a outros mercados, harmonização progres-siva de políticas e participação do setor empresa-rial. O núcleo do PICAB foram os protocolos setori-ais em setores chaves;

• Em 6 de abril de 1988 se firma a Ata do Alvorada,mediante a qual Uruguai se junta ao processo deintegração regional;

• Em 29 de novembro de 1988 se celebra o Tratado deIntegração, Cooperação e Desenvolvimento entreArgentina e Brasil, pelo qual se fixou um prazo de 10anos para a eliminação gradual das assimetrias;

• Em 6 de julho de 1990 se firmou a Declaração deBuenos Aires, acelerando o cronograma de inte-gração e fixando a data de 31 de dezembro de 1994para alcançar o mercado comum.

1991-1995• Em 26 de março de 1991, Argentina, Brasil, Para-

guai e Uruguai firmam o Tratado de Assunção, que

adota o nome Mercosul, e uma estrutura institucio-nal básica e estabelece um área de livre comércio.

• Em junho de 1992, se estabeleceu o cronogramadefinitivo da constituição do mercado comum.

• No dia 17 de Dezembro de 1994 se firmou o Proto-colo de Ouro Preto[12], que conferiu personalidadejurídica ao bloco.

1996-2005• Na data de 25 de junho de 1996, se firmou entre

os países membros a Declaração presidencialsobre a Consulta e Concentração Política dos Es-tados Partes do Mercosul, e junto ao Chile e Bolí-via, a Declaração Presidencial sobre Compromis-so Democrático no Mercosul. Estes instrumentosse relacionam com as tentativas de golpe de esta-do em abril no Paraguai e o decisivo rol julgadopelo Mercosul para evitá-lo.

• Em 24 de julho de 1998 os quatro países mem-bros junto a Bolívia e Chile firmam o Protocolo deUshuaia[13] sobre o Compromisso Democrático.

• Em 10 de dezembro de 1998 os quatro presiden-tes firmam a Declaração Sociolaboral do Merco-sul[14].

• Em 29 de junho de 2000 se aprovam as Decisõesreferidas ao relançamento do Mercosul.

• Em 18 de fevereiro de 2002, mediante o Protocolode Olivos se cria o Tribunal Permanente de Revi-são do Mercosul[15]. Este tem sede em Assunçãodesde 2004.

• O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelocolapso da economia argentina em 2002, comisso, os Estados Unidos deixaram de ajudar a Ar-gentina uma vez que esse país latino-americanonão transmitia suficiente confiança aos mercadosinternacionais, deixando de honrar seus compro-missos financeiros em diversas ocasiões[16].

• Em 2003, pela Decisão CMC Nº 11/03, cria-se aComissão de Representantes Permanentes doMercosul (CRPM) com seu Presidente. O Presi-dente da CRPM permanece dois anos no cargo[17]

e o CMC podem estender o mandato por mais umano[18].

• A partir de Julho de 2004 teve uma nova rodada denegociações. Entre outros tópicos, discutiu-se aentrada do México no grupo[19]. Como resultado,em 8 de dezembro de 2004 os países membrosassinaram a Declaração de Cuzco, que lançou asbases da Comunidade Sul-Americana de Nações,entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andinoem uma zona de livre comércio continental[20].

• Em dezembro de 2004, na Cúpula de Presidentesde Ouro Preto:

o estabeleceu-se o Fundo para a Conver-gência Estrutural do Mercosul (FOCEM)(Decisão CMC Nº 45/04), a fim de financi-ar programas de convergência estrutural,competividade, coesão social e infra-es-trutura institucional;

o criou-se o Grupo de Alto Nível (GAN) paraa formulação de uma Estratégia MERCO-SUL de Crescimento de Emprego;

o Encomendou-se a Comissão ParlamentarConjunta a redação de uma proposta deProtocolo Constitutivo do Parlamento doMercosul.

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• Em 6 de julho de 2005 se firmou o Protocolo deAssunção sobre Direitos Humanos do Mercosul.

• Na Cúpula de Presidentes em Monteiro, dezembrode 2005, por Decisão CMC 23/05, se aprovou oProtocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul.A constituição do Parlamento teve lugar em 31 dedezembro de 2006.

• Em dezembro de 2005, a Venezuela protocolou seupedido de adesão ao Mercosul, e em 4 de julho de2006 seu ingresso ao bloco econômico foiformalizado em Caracas[21].

• Instalação do Parlamento em Montevidéu, em 7 demaio de 2007.

2006• Na Cúpula de Presidentes em Córdoba, julho de

2006, os itens abaixo ainda encontram-se em pro-cesso de análise pelo Senado brasileiro:

o integrou-se a Venezuela como membrodo Mercosul, contudo ainda depende deaprovação interna;

o aprovou-se a Estratégia Mercosul de Cres-cimento do Emprego (Decisão CMC Nº04/06);

o criou-se o Observatório da Democraciado Mercosul (Decisão CMC Nº 24/06);

o estabeleceu-se que a Argentina será sedepermanente do Mercosul Cultural[22];

Estados associados ao MercosulO Mercosul tem como estados associados a Bolívia(1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004) eEquador (2004).Bolívia, Equador, Colômbia e Peru integram a Comuni-dade Andina (CAN), bloco com que o Mercosul tambémfirmará um acordo comercial.O status de membro associado se estabelece por acor-do bilaterais, denominados Acordos de Complementa-ção Econômica, firmados entre o Mercosul e cada paísassociado. Nesses acordos se estabelece um crono-grama para a criação de uma zona de livre comérciocom os países do Mercosul e uma gradual redução detarifas entre o Mercosul e os países firmantes. Além depoder participar na qualidade de convidado nas reuni-ões dos organismos do Mercosul e efetuar convêniossobre matérias comuns.

O Chile formaliza sua associação ao Mercosul em 25de junho de 1996, durante a X Reunião da Cúpula doMercosul, na San Luis, Argentina, através da assinaturado Acordo de Complementação Econômica Mercosul-Chile. A Bolívia formalizou sua adesão na XI Reunião daCúpula em Fortaleza (Brasil), em 17 de dezembro de1996, mediante a assinatura do Acordo de Comple-mentação Econômica Mercosul-Bolívia. O Peru formali-za sua associação ao Mercosul em 2003 pela assina-tura do Acordo de Complementação Econômica Mer-cosul-Peru (CMC Nº 39/03). A Colômbia, Equador e Ve-nezuela formalizam sua associação ao Mercosul em

2004 mediante a assinatura do Acordo de Complemen-tação Económica Mercosul-Colombia, Equador e Ve-nezuela (CMC Nº 59/04).A Venezuela ratificou o protocolo de entrada em 4 dejulho de 2006. Durante a XXIX Conferência do Mercosulem Montevidéu no dia 9 de dezembro de 2005, se otor-gou em status de Estado membro em processo de ade-são, que em na prática significa que tinha voz mas nãovoto. Uma vez que a Venezuela adotou o marco legal,político e comercial do Mercosul na metade de 2006,firmou-se o protocolo para converter-se em Estadomembro. (CMC nº 29/2005)

Livre residência e circulação de pessoas

O Mercosul, Bolívia e Chile estabeleceram que todo esseterritório constitui uma Área de Livre Residência comdireito ao trabalho para todos seus cidadãos, sem exi-gência de outro requisito além da própria nacionalida-de. A Área de Livre Residência foi establecida na reu-nião de cúpula de Presidentes em Brasília, mediante o“Acordo sobre Residência para Nacionais dos EstadosMembros do Mercosul, Bolívia e Chile” assinado em 6de dezembro de 2002[23].Cidadãos de quaisquer países do Mercosul, natos ounaturalizados há pelo menos cinco anos, terão um pro-cesso simplificado na obtenção de residência tempo-rária por até dois anos em outro país do bloco, tendocomo exigências o passaporte válido, certidão de nas-cimento, certidão negativa de antecedentes penais e,dependendo do país, certificado médico de autoridademigratória. De forma igualmente simples, sem neces-sidade de vistos ou emaranhadas burocracias, a resi-dência temporária, no decurso do prazo, pode se trans-formar em residência permanente com a mera com-provação de meios de vida lícitos para o sustento pró-prio e familiar.A simplicidade visa salientar um intercâmbio entre ospaíses, para uma real formação comunitária, tendoassim expresso, além da facilidade de entrada, a ga-rantia de direitos fundamentais de todos os que migra-rem de um país a outro. Além das liberdades civis -direito de ir e vir, ao trabalho, à associação, ao culto eoutros, do direito de reunião familiar de transferênciade recursos, o Acordo faz avanços em duas áreas im-portantes: a trabalhista e a educacional.No caso dos direitos trabalhistas, existe uma clara de-finição de igualdade na aplicação da legislação traba-lhista, além do compromisso de acordos de reciproci-dade em legislação previdenciária. Existe ainda umaimportante separação entre empregadores desones-tos e direitos dos empregados: a migração forçada tra-rá conseqüências aos empregadores, mas não afeta-rá os direitos dos trabalhadores migrantes.Ainda como ganho humano do Acordo está a relaçãoeducacional dos filhos dos imigrantes ao amparo doAcordo, inserindo-os em igualdade de condições comos nacionais do país de recepção. Isso indica que amesma garantia que um Estado é obrigado a dar aseus cidadãos, também será obrigado em relação aqualquer cidadão dos países do Mercosul que habiteseu país.Embora a Área de Livre Residência e Trabalho não sesuporte completamente à livre circulacão de pessoas(onde não se requer tramitação migratória alguma), ossete países deram um grande passo e demostraram aintenção de alcançar a plena liberdade de circulacãode pessoas em todo o território.

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Estrutura do MercosulEstrutura organizacional do Mercosul. Fonte: Ministériodas Relações Exteriores do Brasil[24] (Clique sobre aimagem para ampliar).

Com base no Protocolo de Ouro Preto[25], firmado em 17de dezembro de 1994 e vigente desde 15 de dezembrode 1995, o Mercosul tem uma estrutura institucionalbásica composta por:• O Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão

supremo cuja função é a condução política do pro-cesso de integração. O CMC é formado pelo Mi-nistros de Relações Exteriores e de Economia dosestados-membros, que se pronunciam através dedecisões.

• O Grupo Mercado Comum (GMC), órgão decisórioexecutivo, responsável de fixar os programas detrabalho, e de negociar acordos com terceiros emnome do MERCOSUL, por delegação expressa doCMC. O GMC se pronuncia por Resoluções, e estáintegrado por representantes dos Ministérios deRelações Exteriores e de Economia, e dos Ban-cos Centrais dos Estados Parte.

• A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM), umórgão decisório técnico, é o responsável por apoi-ar o GMC no que diz respeito à política comercialdo bloco. Pronuncia-se por Diretivas.

Além disso, o Mercosul conta com outros órgãos con-sultivos a saber:• A Comissão Parlamentar Conjunta (CPC), órgão

de representação parlamentar, integrada por até64 parlamentares, 16 de cada Estado Parte. A CPCtem um caráter consultivo, deliberativo, e de for-mulação de Declarações, Disposições e Reco-mendações. Atualmente, está estudando a possi-bilidade da futura instalação de um Parlamento doMercosul.

• O Foro Consultivo Econômico Social (FCES), é umórgão consultivo que representa os setores da eco-nomia e da sociedade, que se manifesta por Re-comendações ao GMC.

Além disso, através da Dec. Nº 11/03, constituiu-se re-centemente a:• Comissão de Representantes Permanentes do

Mercosul (CRPM), que é um órgão permanente doCMC, integrado por representantes de cada Esta-do Parte e presidida por uma personalidade políti-ca destacada de um dos países membros. Suafunção principal é apresentar iniciativas ao CMCsobre temas relativos ao processo de integração,as negociações externas e a conformação do Mer-cado Comum.

Para dar apoio técnico a essa Estrutura Institucional, oMercosul conta com a:• Secretaria do Mercosul (SM), que tem caráter per-

manente e está sediada em Montevidéu, Uruguai.Atualmente, a Secretaria está dividida em três se-tores, de acordo com a Resolução GMC Nº 01/03do Grupo Mercado Comum.

O Mercosul conta também com instâncias orgânicasnão decisórias como A Comissão Sociolaboral (CSL), oFórum de Consulta e Concertação Política (FCCP), osGrupos de Alto Nível, os Subgrupos de Trabalho (SGT)dependentes do GMC, os Comitês Técnicos (CT) de-pendentes do CCM, o Observatório do Mercado de Tra-balho (OMT) dependente do SGT10, e o Fórum da Mu-lher em âmbito do FCES.Finalmente o Mercosul funciona habitualmente medi-ante Reuniões de Ministros (RM), Reuniões Especiali-zadas (RE), conferências, e Reuniões ad-hoc.

EconomiaO valor estimado do PIB dos países membros do Mer-cosul ultilizando o critério de Paridade do Poder de Com-pra (PPC). É utilizada como unidade monetária o dólarinternacional. Dados do Banco Mundial sobre PIB epopulação[26].

O valor estimado do PIB dos países membros doMercosul ultilizando o critério de Paridade do Poder deCompra (PPC). É utilizada como unidade monetária odólar internacional. Dados do Banco Mundial sobre PIBe população[26].

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Comparação com outros blocos/países

Assimetrias de MercadoAtualmente o Mercosul possui um PIB de mais de 2,2trilhões de dólares (base PPC), sendo que cerca 70%deste valor corresponde ao Brasil. Logo as assimetri-as de mercados existentes no bloco são grandes. Issovem causando uma série de atritos dentro do bloco.Paraguai e Uruguai reenvidicam concessões econô-micas afim de compensar as assimetrias de mercadoque sofrem. Em 2006, o intercâmbio comercial comesses países foi quase 20 vezes menor que as trocascom a Argentina, outro integrante do bloco.O intercâmbio comercial dentro do Mercosul tem au-mentado muito, batendo recorde histórico em 2006.Este intercâmbio tem sido favorável ao Brasil. O paístem superávit comercial com todos os países mem-bros.Em 2006, a corrente de comércio do Brasil com o Uru-guai totalizou US$ 1,62 bilhão, contra US$ 1,34 bilhãoem 2005. Já o fluxo comercial com a Argentina foi deUS$ 19,77 bilhões, contra US$ 16,15 bilhões no anoanterior. Em 2006, o Brasil exportou US$ 1 bilhão para oUruguai - 86% foram produtos manufaturados comoóleo diesel, automóveis, autopeças e celulares. As im-portações, porém, ficaram em apenas US$ 618,22 mi-lhões – um superávit brasileiro de US$ 387,87 milhões.Os principais produtos comprados do Uruguai forammalte não torrado, garrafas plásticas, arroz, trigo, car-nes desossadas e leite em pó.O desequilíbrio na corrente de comércio do Brasil como Paraguai é ainda maior. Desde 1985, o país vizinhosó obteve superávit uma vez, em 1989 – naquele ano,as exportações brasileiras para o Paraguai ficaram em

US$ 322,9 milhões contra um volume de importaçõesda ordem de US$ 358,64 milhões.O desequilíbrio chegou ao ápice em 2006, quando acorrente bilateral de comércio, de apenas US$ 1,52 bi-lhão, teve saldo positivo de US$ 934,6 milhões para oBrasil. Em 2005, o comércio bilateral foi de US$ 1,28bilhão. Os produtos manufaturados representaram US$1,17 bilhão do US$ 1,23 bilhão exportados pelo Brasilpara o Paraguai em 2006.Lideram a pauta de exportações óleo diesel, fertilizan-tes, pneus e automóveis de carga. Milho em grão lideraa lista dos produtos comprados do Paraguai (23,93%do total das importações). Em segundo lugar vem otrigo, com 15,07% das importações, seguido de fari-nhas, do óleo de soja, algodão apenas debulhado,grãos de soja, carne bovina desossada e couros.Quando o parceiro é a Argentina, o cenário é outro. Em2006, as exportações brasileiras para o país vizinhoatingiram a cifra de US$ 11,7 bilhões – também priorita-riamente produtos manufaturados, como automóveis,celulares e autopeças. As importações totalizaram US$8,05 bilhões, tendo como principais produtos trigo, naf-ta para petroquímica e automóveis.No caso da Venezuela a corrente de comércio com oBrasil chegou a US$ 4,16 bilhões em 2006 contra US$2,47 bilhões no ano anterior, com superávit brasileirode US$ 2,96 bilhões. Mais uma vez, produtos manufa-turados lideram a lista de produtos exportados peloBrasil.Automóveis, carne de frango e açúcar também lideram apauta. Com relação à importações brasileiras, 27,73%foram querosenes de aviação, 23,13% foram naftas para

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

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petroquímica. Óleo diesel vem em terceiro no ranking,com 10,95% das compras brasileiras.Durante a XXXII cúpula do Mercosul foi proposto peloBrasil a redução da TEC (tarifa externa comum) paraestes países. Tal proposta está em análise.

Acordos com outros blocosExiste um acordo com a Comunidade Andina, estabele-cido no Acordo de Complementação Econômica firma-do entre a Comunidade Andina e o Mercosul[29]. Além dacooperação econômica também existe um diálogo polí-tico que abre possibilidades de negociação com todo osmembros do bloco Andino.Em novembro de 2005 o Congresso Colombiano ratifi-cou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Merco-sul. O tratado é favorável a Colômbia, já que permite aeste páis implantar instrumentos de proteção a agricul-tura local. Além do acesso ao Mercosul para os produtosColombianos, que aumenta o peso político da Colôm-bia nas negociações de livre comércio que estão sendotratadas atualmente com os Estados Unidos.Em 30 de dezembro de 2005, o presidente colombianoÁlvaro Uribe firma a Lei 1.000, para a criação de umazona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o

Mercosul. Com este novo acordo, os produtos colombi-anos conseguiram um acesso preferencial ao Merco-sul, uma vez que a Colômbia obteve a oportunidade deimportar matérias primas e bens de capital do Merco-sul a custos mais baixos, segundo o custo estabeleci-do no Tratado de Livre Comércio.

Tratado de Livre Comércio com IsraelNo dia 17 de dezembro de 2007, durante a XXXIV reu-nião de cúpula do Mercado Comum do Sul e estadosassociados realizada em Montevidéu, os presidentesdos países membros do Mercosul assinaram um Tra-tado de Livre Comércio (TLC) com Israel[30]. Este foi oprimeiro TCL do Bloco desde sua fundação, e foi nego-ciado durante dois anos. O tratado cobre 90% do fluxocomercial, com um cronograma de quatro fases pararemoção de restrições (imediata, 4, 8 e 10 anos). Pre-vê-se que o intercâmbio comercial entre o Mercosul eIsrael fique em torno de 47 milhões de dolares. Os prin-cipais produtos de exportação do Mercosul são com-modities, grãos, calçados e aviões, já Israel exportasoftware, agroquímicos e produtos de alta tecnologia.O acordo não inclui a Venezuela, que se encontra emprocesso de conversão em membro pleno.

IdiomasOs idiomas oficiais do Mercosul são o português, o castelhano e o guarani. A versão oficial dos documentos detrabalho tem a do idioma do país sede de cada reunião.Hoje o Português é o idioma mais falado no Mercosul, entretanto o castelhano é falado em todos os estadosmembros, exceto o Brasil.

Atualmente está prevista não só a implantação de pro-gramas de trabalho para o fomento do ensino de espa-nhol e português como segunda língua, mas tambéma realização de um programa de ensino dos idiomasoficiais do Mercosul, incorporados às propostas edu-cacionais dos países com o objetivo de inclusão noscurrículos. O plano prevê, ainda, o funcionamento deplanos e programas de formação de professores deespanhol e português em cada país-membro.Os ministérios de Cultura do Mercosul aprovaram, apedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idio-ma oficial do bloco. A decisão foi um dos resultados da23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Riode Janeiro, sancionada na XXXII cúpula do Mercosul, eigualou o guarani em condições com o português ecastelhano. Contudo o guarani, ainda que goze do sta-tus de língua oficial do bloco[31], carece de propagaçãono mesmo.

Mercosul Sócio-laboralIguaçu, 30 de novembro de 2005, 20 anos de Mercosul:Lula, Sarney, Kirchner, Alfonsín.

A concepção original do Mercosul (Tratado de Assun-ção) não contemplava nenhum âmbito em tratar ques-tões socio-laborais, entretanto, desde o inicío, os sindi-catos do Mercosul representados pela Coordenadoriade Sindicatos Centrais do Cone Sul, com o apoio ativodos ministérios do Trabalho, e um considerável setordas organizações de empregadores, promulgaram emcriar espaços tripartes (ministérios de trabalho, empre-gadores e sindicatos) para analisar, debater e decidirmediante o diálogo social-regional, o impacto que aintegração teria sobre os mercados de trabalho e ascondições socio-laborais.Deste modo um ano depois de fundado o Mercosul cria-se o Subgrupo de Trabalho para Assuntos Sociolabo-rais, dependente do GMC, que no início recebia o nú-mero “11”, mas a partir de 1995 foi nomeado defenitiva-mente como SGT10. O SGT10 se organizou com umâmbito triparte (ministérios de trabalho, empregadorese sindicatos) e há quem diga que tomou a forma de“uma OIT em miniatura”. Gerou uma frutífera culturasubregional de diálogo social que originou o que hojese conhece como Mercosul Sócio-laboral.

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A partir dos acordos derivados do diálogo social noSGT10, o Mercosul foi adotando organismos e instru-mentos socio-laborais.En 1994 cria-se o Foro Consultivo Econômico Social(FCES), mediante o Protocolo de Ouro Preto, integradopelas organizações de empregadores, trabalhadorese a sociedade civil, em “representação dos setores eco-nômicos e sociais”; porém começa a funcionar efetiva-mente em 1996.Em 1997 firma-se a primera norma de conteúdo socio-laboral do Mercosul, o Acordo Multilateral de Segurida-de Social do Mercado Comum do Sul (que demorouanos para ser ratificado) e cria-se o Observatório doMercado de Trabalho, dependente do SGT10.Em 1998 os quatro presidentes firmam a DeclaraçãoSociolaboral do Mercosul (DSL) [32], que em sua vez criaa Comissão Sociolaboral (CSL), de composição tripar-te, com o fim de seguir a aplicação da DSL.Em 2000 o Mercosul, junto à Bolívia e Chile, proclamama Carta de Buenos Aires sobre Compromisso Social.Em 2001, como consequência direta dos acordos tri-partes alcançados em matéria de formação profissio-nal na primera reunião da CSL, dita-se a primeira reso-lução socio-laboral de aplicação direta aos paísesmembros (sem necessidade de ratificação), a Resolu-ção sobre Formacão Profissional que sanciona o GMC(Resolução 59/91).Em 2003, pela primeira vez a CMC (organismo supre-mo do Mercosul), sanciona uma norma sócio-laboral(de aplicação direta), a Recomendação 01/03 estable-cendo o Repertório de Recomendações Práticas sobreFormação Profissional. No mesmo ano a CMC convocaa Primeira Conferência Regional de Emprego que rea-liza-se em abril de 2004 com composição triparte (mi-nistros do trabalho, empregadores e sindicatos) e fina-liza com uma importante recomendação dos Ministrosdo Trabalho sobre uma Estratégia do Mercosul para acriação de empregos. Em dezembro de 2004 decide-se criar o Grupo de Alto Nível para a elaboração deuma estratégia MERCOSUL dirigida ao crescimento doemprego.

EducaçãoO Setor Educacional do Mercosul (SEM) foi criado a par-tir da assinatura do protocolo de intenções por partedos ministros da Educação. Desde sua criação reco-nheceu-se a importância da educação como estratégiapara o desenvolvimento da integração econômica ecultural do Mercosul e o peso da informação para sealcançarem esses objetivos, o que culminou com a cri-ação do Comitê Coordenador Técnico do Sistema deInformação e Comunicação.

De acordo com o Plano Estratégico 2006-2010 do SEMas principais linhas de ação do SIC são:• Criação e atualização dos espaços virtuais para

publicar os materiais e produtos surgidos nos di-ferentes encontros e seminários;

• Elaboração de indicadores de Educação Tecnoló-gica pertinentes e, incorporação à publicação dosistema de Indicadores do Mercosul Educacional;

• Publicação dos Indicadores de Educação Básica,Média e Educação Superior;

• Elaboração de um Glossário relativo à EducaçãoTécnica e a Educação Tecnológica;

• Difusão dos programas de intercâmbio existentese as equivalências e protocolos acordados;

• Difundir as ações do SEM nos sistemas educacio-nais nacionais, nas jurisdições responsáveis pelagestão escolar, nas comunidades educacionais eno conjunto da sociedade;

• Favorecer a circulação do conhecimento: manteratualizada a informação promovida pelo órgão eusar os espaços de comunicação e difusão para osetor educacional;

• Fortalecer os laços nacionais do SIC;• Contar com políticas de informação, comunicação

e gestão do conhecimento, no âmbito educacionalregional.

REFERÊNCIAS

1. ↑ Venezuela é Estado-Membro do Mercosul a partirde 04 de Julho de 2006, acordo assinado em reu-nião extraordinária em Caracas, Venezuela.

2. ↑ Declaração de Iguaçú entre Brasil e Argentina3. ↑ Tratado de Integração, Cooperação e Desenvol-

vimento entre o Governo do Brasil e Argentina4. ↑ Artigo 1º do Tratado de Assunção: “Os Estados

Partes decidem constituir um Mercado Comum,que deverá estar estabelecido a 31 de dezembrode 1994, e que se denominará “Mercado Comumdo Sul”.”

5. ↑ O Conselho do Mercosul decidiu que a Bolívia eo Chile são Estados-associados, conforme Art.4

6. ↑ Assinatura do Protocolo de Olivos com o objetivode solucionar controvérsias e de minimizar as suasdiferenças.

7. ↑ Itaipu pode ser sede da Universidade do Merco-sul pelo site Mercosul Educacional

8. ↑ Artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC Os símbo-los do Mercosul.

9. ↑ Declaração de Iguaçu entre Brasil e Argentina10. ↑ Ata de Buenos Aires na íntegra11. ↑ Acordado pela Ata de Copacabana de 16 de mar-

ço de 200412. ↑ Protocolo de Ouro Preto na íntegra13. ↑ Os Estados-Membros, Chile e Bolívia assinam o

Protocolo de Ushuaia14. ↑ Declaração Sociolaboral na íntegra15. ↑ Protocolo de Olivos16. ↑ Argentina busca apoio financeiro nos Estados

Unidos pelo site da BBC Brasil.17. ↑ Sobre as responsabilidades do CRPM pelo site

oficial do Mercosul18. ↑ Atas das reuniões do Conselho do Mercado Co-

mum (CMC)19. ↑ México, em processo de conversão para estado

associado pelo jornal Bilaterals.org20. ↑ Declaração de Cuzco.21. ↑ Venezuela se torna Estado-Membro do Mercosul

a partir de 04 de Julho de 200622. ↑ Sede permanente do Mercosul Cultural: Artigo 1º

do CMC 11/0623. ↑ Projeto de Acordo Nº 14/02: Sobre residência para

nacionais ods Estados Parte do Mercosul, Bolíviae Chile.

24. ↑ Organograma da Estrutura do Mercosul pelo sitedo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

25. ↑Protocolo de Ouro Preto na íntegra26. ↑ Banco Mundial, World Economic Outlook Data-

base, Outubro de 2007, para o ano de 2006.27. ↑ Human Development Report 2007. Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007).28. ↑ CIA World Factbook 2004, IMF WEO Database.

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29. ↑ Decreto Nº 4.604 de 21 de Fevereiro de 2003.Acordo de Complementação Econômica nº 56,entre a comunidade Andina e o Mercosul.

30. ↑ Mercosul assina tratado de livre-comércio comIsrael pelo Uol.com.br

31. ↑ * Artigo sobre a incorporação e oficialização doidioma Guarani no Mercosul

32. ↑ Declaração Sociolaboral do Mercosul

BIBLIOGRAFIA

• BÊRNI, D. A.. A marcha do Mercosul e a marcha daglobalização. In. Reis, C. N. (0rg.): América Latina:crescimento no comércio mundial e exclusão social..Porto Alegre: Dacasa Editora/Palmarica, 2001. 275 p.

• BULMER-THOMAS, V.. A União Européia e o Merco-sul: perspectivas de um tratado de livre comércio esuas implicações sobre os Estados Unidos. In. Reis,C. N. (0rg.):

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento Sustentável, segundo a ComissãoMundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CM-MAD) da Organização das Nações Unidas, é aqueleque atende às necessidades presentes sem compro-meter a possibilidade de que as gerações futuras sa-tisfaçam as suas próprias necessidades.A idéia deriva do conceito de ecodesenvolvimento, pro-posto nos anos 1970 por Maurice Strong e Ignacy Sa-chs, durante a Primeira Conferência das Nações Uni-das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Estocol-mo, 1972), a qual deu origem ao Programa das Na-ções Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA.Em 1987, a CMMAD, presidida pela Primeira-Ministrada Noruega, Gro Harlem Brundtland, adotou o conceitode Desenvolvimento Sustentável em seu relatório OurCommon Future (Nosso futuro comum), também co-nhecido como Relatório Brundtland.O conceito foi definitivamente incorporado como umprincípio, durante a Conferência das Nações Unidassobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula daTerra de 1992 - Eco-92, no Rio de Janeiro. O Desenvol-vimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteçãoambiental e desenvolvimento econômico e serviu comobase para a formulação da Agenda 21, com a qual maisde 170 países se comprometeram, por ocasião daConferência. Trata-se de um abrangente conjunto demetas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado.A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundialsobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joa-nesburgo, afirma que o Desenvolvimento Sustentável éconstruído sobre “três pilares interdependentes e mu-tuamente sustentadores” — desenvolvimento econô-mico, desenvolvimento social e proteção ambiental.Esse paradigma reconhece a complexidade e o inter-relacionamento de questões críticas como pobreza,desperdício, degradação ambiental, decadência urba-na, crescimento populacional, igualdade de gêneros,saúde, conflito e violência aos direitos humanos.O PII (Projeto de Implementação Internacional) apre-senta quatro elementos principais do Desenvolvimen-to Sustentável — sociedade, ambiente, economia ecultura.• Sociedade: uma compreensão das instituições

sociais e seu papel na transformação e no desen-volvimento.

• Ambiente: a conscientização da fragilidade doambiente físico e os efeitos sobre a atividade hu-mana e as decisões.

• Economia: sensibilidade aos limites e ao potencial docrescimento econômico e seu impacto na sociedadee no ambiente, com o comprometimento de reavaliaros níveis de consumo pessoais e da sociedade.

• Cultura: é geralmente omitido como parte do DS(Desenvolvimento Sustentável). Entretanto, valo-res, diversidade, conhecimento, línguas e visõesde mundo associados à cultura formam um dospilares do DS e uma das bases da EDS (Educa-ção para o Desenvolvimento Sustentável).

RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTALNA GESTÃO PÚBLICA

1. Introdução

Na última década, o ambiente de negócios se mostroubastante instável e turbulento, com a existência de mu-danças drásticas no processo econômico e produtivomundial. Fatos como transformações na economia in-ternacional e globalização da produção e do consumotêm sido acompanhados de outras mudanças como,por exemplo, um crescente grau de exigência dos con-sumidores, que, por meio de seu poder de compra,estão buscando variedade de produtos e demonstran-do a sua preocupação pela qualidade.A emergência desse consumidor mais agressivo e exi-gente reflete em grande parte as mudanças que a pró-pria sociedade vem sofrendo quanto a valores e ideolo-gias e que envolvem suas expectativas em relação àsempresas e aos negócios. As empresas têm refletidoesta mudança no comportamento do consumidor, pas-sando a incorporar em suas transações valores éticosque alteram a forma tradicional de obter lucros. Deixamde ser apenas produtores de bens e serviços e incorpo-ram gradualmente, como parte de sua responsabilida-de, a qualidade das relações com seus stakeholders.Surge, então, a questão da responsabilidade socialcomo parte importante no desenvolvimento de estraté-gias competitivas, onde as empresas desempenhamum papel proativo, implementando mudanças concei-tuais em seus procedimentos e agindo de forma cons-ciente, sozinhas ou em parceria com ONGs ou gover-no. Por meio de ações socialmente responsáveis bus-cam o crescimento e a satisfação do cliente.Para sustentar sua vantagem competitiva, cada vez maisas empresas estão estabelecendo múltiplas aliançasde diferentes tipos, criando redes. Macedo-Soares(2002) observa que as alianças e as redes têm sidoconsideradas uma das opções mais adequadas paralidar com as atuais exigências do mercado, demasia-das para uma empresa isolada.A atuação em redes de relacionamento estratégicas,tais como joint ventures e outros tipos de alianças, trazum novo desafio às empresas que buscam uma pos-tura de responsabilidade socioambiental perante osstakeholders. Gulati, Nohria e Zaheer (2000) reforçamque as redes de relacionamento nas quais as empre-sas estão inseridas influenciam fortemente sua con-duta e performance. Assim, o alinhamento da respon-sabilidade socioambiental às estratégias das diferen-tes parcerias torna-se crítica e complexa.No entanto, apesar da importância crescente dessasconfigurações em redes para a performance e a con-duta das empresas, a dimensão relacional voltada para

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a responsabilidade socioambiental tem sido pouco in-vestigada pelos estudiosos em gestão estratégica.Este artigo evidencia a importância de conduzir análi-ses estratégicas sob a ótica relacional, ou seja, quelevam em conta as implicações estratégicas dos rela-cionamentos e redes formadas por estes nos quais aorganização atua, e mostrar que essa ótica, no caso deempresas orientadas para a responsabilidade socio-ambiental que operam em alianças/redes estratégicas,agrega valor com novos insights valiosos para sua to-mada de decisão estratégica.Na indústria de energia, modificações estruturais e gran-des transformações têm ocorrido no sentido de estrei-tar as relações entre os vários atores, com uma preo-cupação grande com a responsabilidade socioambi-ental, devido às características específicas desse se-tor. Por isso, escolheu-se o caso da Petrobras paraavaliar a adequação estratégica de empresas em re-des voltadas para a responsabilidade socioambiental.Em função da crescente importância da questão socio-ambiental para a sustentação da vantagem competitivada Petrobras, é imperativo que essa dimensão sejaaplicada de forma adequada nas alianças estratégicasda empresa.Este artigo está estruturado em quatro partes. A primei-ra apresenta o referencial teórico da pesquisa e explicaa sua metodologia. Na segunda parte, descrevem-seos resultados obtidos da avaliação da adequação daestratégia atual da empresa sob estudo, limitando-seà ótica relacional. Na terceira parte, esses resultadossão discutidos para fazer recomendações para melho-rar a adequação da estratégia em questão. Na últimaparte levantam-se questões para futuras pesquisas.

2. Referencial teórico

Responsabilidade socioambientalA partir da década de 1970, a convergência de váriasforças econômicas levou alguns acadêmicos a reexa-minarem a noção de “responsabilidade social corpora-tiva”, definida nos seus primórdios pelo princípio dacaridade, que exigia um auxílio dos indivíduos mais ri-cos aos menos afortunados da sociedade, diretamen-te ou com igrejas e fundos comunitários (Carnegie, apudStoner e Freeman, 1985).Atualmente, os argumentos a favor da responsabilida-de social corporativa podem ser classificados na linhaética e instrumental. Os argumentos éticos conside-ram dever das empresas praticar ações sociais por seruma atitude moralmente correta. Já a linha instrumen-tal defende a responsabilidade social corporativa comoforma de trazer vantagem competitiva às empresas (Jo-nes, 1996).Evoluindo na linha instrumental, Carroll (1999) propõeuma visão mais abrangente, que inclui a cidadaniaempresarial. Ele define quatro dimensões da respon-sabilidade social corporativa: econômica, legal, éticae filantrópica. Assim, para ser socialmente responsá-vel, a organização deveria ser lucrativa, obedecer àsleis, ter uma atitude ética e, ainda, praticar atividadede filantropia.Apesar da divergência quanto ao mérito da responsa-bilidade social, autores contemporâneos consideramque transformações no papel da empresa, governo e,em especial, da sociedade, proporcionaram uma novavisão da questão. Para Ashley (2002:6):

Responsabilidade social pode ser definida comoo compromisso que uma organização deve terpara com a sociedade, expresso por meio de atose atitudes que a afetem positivamente, (...), agin-do proativamente e coerentemente no que tangea seu papel específico na sociedade e a sua pres-tação de contas para com ela. A organização (...)assume obrigações de caráter moral, além dasestabelecidas em lei, mesmo que não direta-mente vinculadas a suas atividades, mas quepossam contribuir para o desenvolvimento sus-tentável dos povos.

Para Ashley (2002) e Melo Neto e Froes (1999), a res-ponsabilidade social assumiu recentemente novascaracterísticas e engloba, além dos públicos internos eexternos, a preservação do meio ambiente, como veto-res que direcionam o investimento das empresas emresponsabilidade social.Já Reinhardt (1999) argumenta que a preservação domeio ambiente não deve ser vista como uma questãode responsabilidade social. Para o autor, o investimen-to ambiental está intrinsecamente relacionado à sus-tentabilidade do negócio; portanto, incluir essa variávelno campo da responsabilidade social levaria a empre-sa a ignorar oportunidades e riscos resultantes dosproblemas ambientais.O conceito de responsabilidade social corporativa(CSR1) vem sofrendo ainda várias transições quanto àsua capacidade de operacionalização e mensuração,subdividindo-se em vertentes do conhecimento: res-ponsividade social corporativa (CSR2), retitude socialcorporativa (CSR3) e performance social corporativa(CSP). Segundo Frederick (1994), o conceito de res-ponsividade social corporativa (CSR2) apresentava umenfoque mais gerencial, implicando o desenvolvimen-to de ferramentas que pudessem ser testadas e apli-cadas nas organizações. A retitude social corporativa(CSR3) inclui a necessidade de uma ética normativapara que a responsabilidade social corporativa possavigorar na prática. Finalmente, a performance socialcorporativa (CSP) é mais voltada para os resultados,com foco no impacto dos negócios para a sociedade.Com relação à responsabilidade socioambiental e per-formance da empresa, Hart (1997) afirma que as em-presas precisam criar uma visão de economia globalsustentável, ou seja, desenvolver estratégias e compe-tências integradas com o meio ambiente, e, ao mesmotempo, coerentes com os problemas das diferentes eco-nomias (de mercado, de sobrevivência e da natureza).Na próxima década, o desenvolvimento sustentável seráuma das maiores oportunidades da história dos negó-cios e cabe aos executivos liderar este caminho. Se-gundo Hart (1997), as empresas devem assumir o pa-pel de educadoras, direcionando a preferência dos con-sumidores por produtos e serviços consistentes com aquestão da sustentabilidade.

Alianças estratégicas e responsabilidade socioambi-entalComo já evidenciado, as práticas de responsabilidadesocial assumem cada vez mais importância nas em-presas, como forma de criar valor para todos osstakeholders. Nesse contexto, as alianças entre em-presas de diferentes setores, em especial entre gran-des organizações e empresas sem fins lucrativos, sãouma ferramenta crucial para incorporar o elemento so-cial e o ambiental na estratégia corporativa.

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Pode-se definir alianças socioambientais como formasde relacionamento entre empresas envolvendo troca,compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos,tecnologia ou serviços, com o objetivo de implementarpolíticas e atividades que incluem pelo menos um par-ceiro sem fins lucrativos e objetivos não-econômicos,isto é, objetivos voltados para a melhoria do bem-estarsocial e para a preservação do meio ambiente (Berger,Cunningham e Drumwright, 2004; Hartman e Stafford,1998; Gulati, 1998).Hartman e Stafford (1998) citam ainda outros motivosque justificam uma aliança socioambiental, em espe-cial com organizações sem fins lucrativos:

• um grupo ambiental pode ser um grande aliadono desenvolvimento de estratégias de responsa-bilidade ambiental, fortalecendo laços com a soci-edade e instituições que fornecem recursos críti-cos para a performance da empresa;

• alianças ambientais podem ajudar a empresa aestar de acordo com a legislação e questões am-bientais, antes que normas rígidas do governoameacem a sua posição no mercado;

• programas de responsabilidade ambiental podemmelhorar a eficiência operacional da empresa, pelaredução de custos;

• alianças ambientais podem gerar novas oportuni-dades para produtos e tecnologias “verdes”.

Analisando a natureza das parcerias estratégicas, Austin (2000) classifica as alianças entre empresas e organiza-ções sem fins lucrativos em três categorias: filantrópica (de caráter assistencial), transacional (relação bilateral naqual o fluxo de valor tende a ir nas duas direções) e integrativa (na qual a relação se estrutura em torno da produçãoconjunta de um bem ou serviço, numa cadeia comum de valor). À medida que a empresa e sua parceira avançam poresse contínuo, cresce a complexidade, mas também a geração de valor para ambas as partes (quadro 1).

Rondinelli e London (2003) sugerem uma atenção redobrada para alianças voltadas para a área ambiental e social.Como essas alianças são relativamente novas, ambos os parceiros têm pouca experiência no seu gerenciamento,o que gera mais dificuldades em aspectos como confiança e compatibilidade de objetivos, em comparação às deuma aliança comum.

Modelo strategic network analysis (SNA) para análise de adequação estratégica na ótica relacionalEm função da crescente importância de ter uma perspectiva, ao mesmo tempo, sistêmica, integrativa e relacional,adotou-se como modelo conceitual nesta pesquisa o modelo strategic network analysis (SNA), de Macedo-Soares(2002), para análises estratégicas na ótica relacional, no caso de empresas que atuam em alianças e redes. Essemodelo foi construído a partir de uma série de arcabouços anteriores (Macedo-Soares e Chamone, 1994; Macedo-Soares e Lucas, 1996), inspirados, inicialmente, na escola sociotécnica (Cherns, 1976) e, incorporando, posterior-mente, alguns construtos de Austin (1990), de Porter (1980) e da escola baseada em recursos — RBV (Wernerfelt,1984). Resultou, primeiro, em um modelo genérico integrativo (Modelo GI) para analisar as variáveis críticas internasà empresa, em interação com as externas mais relevantes para avaliar sua adequação estratégica na ótica tradicio-nal, ou seja, sem contemplar relacionamentos, tipo alianças e as redes formadas por elas (Macedo-Soares, 2000).O modelo SNA evoluiu do Modelo GI ao incluir construtos pertinentes à análise relacional, notadamente, indicadoresrelevantes para avaliar as implicações estratégicas das alianças e redes. Faz parte do ferramental SNA que inclui osseguintes componentes:• metodologia de análise — passos para realizar avaliações de adequação estratégica na ótica relacional;• listas de referências — conjunto de construtos e indicadores para capturar e analisar os dados necessários a

essas avaliações;• modelo SNA — arcabouço para auxiliar o mapeamento e a análise da rede estratégica da empresa.

Como a preocupação do modelo SNA é por definição com a rede, e o nível de análise é a empresa, ele foca a ego-rededessa empresa, auxiliando na concentração da análise nas características relacionais que têm as implicações

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estratégicas mais significativas para ela. O conceito de ego-rede foi adaptado da rede egocêntrica de Knoke (2001),para análise no caso de uma empresa específica — focal. Refere-se à rede constituída pela empresa focal, por suasalianças estratégicas principais e pelos laços significativos entre seus parceiros, no contexto de uma rede de valormaior. Isso explica por que os atores que fazem parte dessa rede de valor, mas não são aqueles com os quais aempresa tenha estabelecido alianças estratégicas, são chamados de outros atores estratégicos. Da mesma forma,os fatores organizacionais e ambientais, relevantes para análises tradicionais, não são nomeados nesse modelopara evitar tirar a atenção das dimensões relacionais.Vale destacar que os construtos do ferramental SNA fundamentam-se nos trabalhos de Gulati, Nohria e Zaheer(2000), Galaskiewicz e Zaheer (1999) e Knoke (2001) e contemplam as seguintes categorias de variáveis: estruturada rede, composição da rede, tipo de laço e gerenciamento da rede (quadro 2).

Conforme sugerem Gulati, Nohria e Zaheer (2000), nonível da empresa, cada uma dessas característicaspode ser considerada uma força ou uma fraqueza. For-ças são associadas a recursos únicos, valiosos, e difi-cilmente imitáveis sob a forma de capital social e infor-macional que a rede pode proporcionar. Fraquezas sãoativos indesejáveis que acompanham o relacionamen-to ou condições que dificultam sua implementação ousua gestão bem-sucedida. No nível da indústria, para aqual consideram-se as três primeiras dimensões, asimplicações da rede se apresentam como oportunida-des e ameaças (Macedo-Soares e Tauhata, 2002).A metodologia de análise estratégica SNA, restrita nes-te artigo à análise relacional, envolve os seis passos aseguir:• passo 1 — caracterização da estratégia utilizando-

se da tipologia de Mintzberg (1998), complemen-tando-a com os construtos de Fahey e Randall(1998);

• passo 2 — identificação e classificação das alian-ças que constituem a rede estratégica da empre-sa, chamada de “ego-rede”;

• passo 3 — identificação das características daego-rede e a análise das suas implicações nosníveis da indústria e da empresa, em termos deconstituírem, respectivamente, oportunidades eameaças, forças e fraquezas;

• passo 4 — avaliação da consistência dessas im-plicações com a estratégia, à luz do desempenhoda empresa, de acordo com o conceito de ade-quação estratégica dinâmica (Zajac, Kraatz e Bres-ser, 2000);

• passo 5 — definição de eventuais mudanças nosfatores relacionais ou organizacionais para me-lhorar ou criar as condições necessárias à ade-quação estratégica dinâmica;

• passo 6 — tomada de decisão estratégica.Ajustes ou adoção de nova estratégia, conside-rando todos os stakeholders e a importância desustentar um desempenho superior.

Note que na pesquisa também foi conduzida uma aná-lise “tradicional”. No artigo, apenas alguns dos seusresultados são apresentados na seção “Discussão”para fins de comparação com os relacionais.

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3. Metodologia

O “estudo de caso” individual foi considerado o métodode pesquisa mais adequado, pois consiste em umainvestigação empírica que busca analisar, com profun-didade, fenômenos contemporâneos inseridos nosseus contextos específicos da vida real (Yin, 2005).Seguindo a estratégia de triangulação dos métodos deYin (2005), foram utilizados múltiplos meios e fontespara a coleta de dados:pesquisas documental e telematizada;levantamento de percepções com o auxílio de questio-nários semi-estruturados a serem respondidos pelosgestores e profissionais do Centro de Pesquisa e De-senvolvimento da Petrobras (Cenpes);levantamento de percepções complementar por meiode entrevistas com executivos e profissionais da áreasob estudo;levantamento de percepções de parceiros por meio deentrevistas com auxílio de roteiro semi-estruturado (umaONG e duas universidades brasileiras, pelo critério daacessibilidade).Com base no conceito de alianças socioambientaismencionado anteriormente, delimitou-se o escopo dolevantamento de percepções, com auxílio de questio-nários estruturados, ao Cenpes, pois se verificou, pormeio de levantamento documental e pesquisa prelimi-nar no campo, que a maioria dos projetos socioambi-entais em parceria com universidades, instituições depesquisa e empresas de consultoria estão concentra-dos nesse centro de pesquisas da Petrobras, devido àprópria natureza da pesquisa focada na proteção aomeio ambiente dessa unidade.Quanto ao tratamento dos dados, adotaram-se méto-dos quantitativos e qualitativos. No caso do questioná-rio estruturado, as respostas foram tratadas segundométodos de estatística descritiva. Já as respostas àsperguntas abertas e os depoimentos dos entrevista-dos nos dois levantamentos de percepções comple-mentares (profissionais do Cenpes e parceiros) foramanalisados por meio de técnicas de análise de conteú-do, de maneira a complementar as informações en-contradas pelas análises descritivas e checar sua con-sistência, quando possível (Weber, 1994).

O ESTADO BRASILEIRO E AS POLÍTICAS SOCIAISDO TRABALHO – ASPECTOS CONCEITUAIS,

HISTÓRICOS E NORMATIVOS

O Estado de Bem-Estar Social no BrasilAo longo dos anos 70 e 80, o Estado brasileiro buscaorganizar um “‘arremedo’ de Estado de bem-estar so-cial”, na tentativa de satisfazer algumas demandas dapopulação desprotegida. Entretanto, desde do início,jamais o Brasil considerou os gastos com políticas so-ciais como “investimento” produtivo, no sentido preco-nizado por Gunnar Myrdal, sendo a maior parte das po-líticas adotadas no Brasil mais semelhantes às anti-gas políticas “assistencialistas” européias destinadasmais a “remediar a pobreza” do que a políticas efetiva-mente capazes de criar uma maior eficiência econômi-co-produtiva e assim gerar novas e maiores riquezas. Acriação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição(INAN), do Funrural e, posteriormente, das Ações Inte-gradas de Saúde (AIS) do SUDS, do SUS, dos meca-nismos de seguro-desemprego, são exemplos clarosdessa “tentativa de marcha” rumo à frustrada universa-lização dos direitos sociais.

Apesar desse artigo fazer uma análise histórica e com-parativa do vitorioso modelo de bem-estar social sue-co, como foi defendido por Gunnar Myrdal e foi implan-tado em seu país, (a Suécia atingiu e manteve, por maisde sete décadas, os melhores Índices de Desenvolvi-mento Humano -IDH do planeta), é preciso não alimen-tarmos ilusões: devido às imensas diferenças cultu-rais, sociais, demográficas, religiosas, geográficas eeconômicas que há entre o Brasil de hoje e a Suécia de1932, não há a menor condição de se copiar o modelosueco em nosso país.Mas o modelo de desenvolvimento econômico e a basede sustentação financeira das políticas sociais no Bra-sil têm sido organizados de forma incompatível com osideais de universalização. Como corolário, tem-se umauniversalização que na prática é excludente.Em outras palavras, a política social brasileira, além deser insuficiente para cobrir as necessidades da popu-lação de mais baixa renda de maneira a evitar a perpe-tuação dos bolsões de pobreza e gerar novas riquezas,no conceito originalmente proposto por Gunnar Myrdal,não somente em termos de quantidade, mas tambémde qualidade, exclui, na prática, os segmentos de alta emédia renda, fator distintivo do tipo de universalismoque se implantou na maioria dos países europeus nafase áurea do Estado do bem-estar social. Estes fazemo uso cada vez mais freqüente dos sistemas privadosautônomos, seja no campo da saúde, seja no campodas entidades (abertas ou fechadas) de previdênciaprivada.A Constituição de 1988 consagrou o ideário da univer-salização das políticas sociais no Brasil, numa faseonde as condições econômicas para chegar a um uni-versalismo de fato se tornavam cada vez mais precári-as; o Brasil passou toda a década de 1990 “dependu-rado” em empréstimos do FMI e sujeito às regras doConsenso de Washington, que privilegia os interessesdos capitais financeiros internacionais e são avessasa quaisquer políticas sociais. Sendo assim, crise eco-nômica, crise nas finanças públicas e direitos constitu-cionais adquiridos passam a ser, desde meados dosanos 90, um dos conflitos a serem enfrentados numaeventual reforma do Estado. A crise do Estado do bem-estar social no Brasil chegou antes que ele pudesseser, de fato, implantado em sua plenitude.O grande dilema do universalismo dos países euro-peus, a partir da crise dos anos 70, consistia em man-ter uma política social igual para iguais, num contextode aumento da heterogeneidade social. Tal condiçãosó foi possível em função do alto grau de homogenei-dade conquistado através de políticas de rendas e po-líticas sociais desenvolvidas sob a égide do conceitode cidadania nos anos 50 e 60. No entender de Esping-Andersen, que definiu “três mundos” quanto às políti-cas de bem-estar social, foi o foco sueco no “produtivis-mo”, com suas políticas sociais concebidas para au-mentar a capacidade produtiva dos indivíduos, (poroposição à visão neoliberal, que conceitualiza as polí-ticas sociais como sendo “custos” ou meras transfe-rências de renda “daqueles que produzem para aque-les que não produzem”) que permitiu à universalizaçãodas políticas sociais na Suécia (Esping-Andersen,1990). Em países que não mantiveram esse foco “pro-dutivista” em suas políticas sociais, onde a populaçãoficou, em conseqüência, mais vulnerável aos efeitos dodiscurso neoliberal, mesmo nos países mais ricos,como os Estados Unidos, esta universalização dosbenefícios sociais não foi obtida.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

No Brasil, a desigualdade social é de grandes propor-ções. Dados de 1991 mostram que cerca de 30,7%das famílias brasileiras recebiam renda total inferior adois salários mínimos. No Nordeste essa proporçãoatingia 53%. Os 10% mais ricos no Brasil abarcavam51,7% da renda, enquanto os 10% mais pobres fica-vam somente com 0,7%. Cerca de 49,4% das pessoasocupadas não contribuíam para nenhum instituto deprevidência social.Um primeiro programa de política econômica para ten-tar diminuir as distorções causadas por essa desigual-dade de renda exacerbada foi o PIS/PASEP. Na árearural foram tomadas, na década de 1960, as primeirasiniciativas para estender a cobertura previdenciária aostrabalhadores rurais. O Estatuto do Trabalhador Rural,de 2 de março de 1963, regulamentou os sindicatosrurais, instituiu a obrigatoriedade do pagamento dosalário mínimo aos trabalhadores rurais e criou o Fun-do de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural -FAPTR, posteriormente, em 1969, denominado FUN-RURAL). Entretanto a cobertura previdenciária aos tra-balhadores rurais só veio a se concretizar na práticaem 1969, já no governo militar, pois os recursos (finan-ceiros e administrativos) necessários à sua efetivaçãonão haviam sido previstos na legislação original. Em1971, no Governo do General Medici, foi lançado o Pro-grama de Assistência Rural (PRORURAL), ligado aoFUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria eo aumento dos serviços de saúde até então concedi-dos aos trabalhadores rurais. Entre outras medidas, oPRORURAL previa a aposentadoria por velhice e porinvalidez para trabalhadores rurais maiores de 70 anosde idade, no valor de ½ salário mínimo; pensão, equi-valente a 70% da aposentadoria, e auxílio funeral, paradependentes do beneficiário; serviços de saúde, inclu-indo assistência médico-cirúrgico-hospitalar e trata-mento odontológico; serviço social em geral. As mulhe-res só seriam beneficiadas diretamente caso fossemchefes de família (algo muito raro no Sul do Brasil) ouassalariadas rurais. A efetividade do programa estavagarantida, uma vez que a legislação que o criou tam-bém previu a forma de obtenção de recursos para suaimplementação.Mais recentemente, no governo Lula (2002-2010), fo-ram implantados o Bolsa Família, que em 2006 aten-deu 11 milhões de pessoas, e o projeto Renda básicade cidadania que, embora agindo numa direção acer-tada, foram apenas capazes de redistribuir menos de1% do PIB brasileiro, e os valores distribuídos individu-almente por esses programas ainda são nitidamenteinsuficientes para alterar para melhor a capacidade pro-dutiva dos seus beneficiários.

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ConhecimentosComplementares

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Noções de Teoria da Administração

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Noções de Teoria da Administração

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NOÇÕES DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO

1 – Planejamento, Organização, Direção e Controle(PODC)

Podemos considerar que o Planejamento, Organiza-ção, Direção e Controle, constituem separadamentefunções administrativas, quando analisadas de umaforma conjunta e total, passam a formar um processoadministrativo. Diante desta visão sistêmica, afirma-mos que os elementos do processo agem um sobreos outros afetando os demais.

Este ciclo administrativo pode representar uma condi-ção de correção e melhoria contínuas utilizando paratal a retroação.

Planejamento – é a função administrativa que permiteantecipar quais os objetivos e metas que devem seralcançados, e a metodologia que será utilizada paraalcançá-los. Fica caracterizado que o Planejamento émeramente um modelo teórico para as ações futuras aserem realizadas.

Dizemos que o Planejamento é forma pela qual identi-ficamos a “situação presente” e projetamos a “situa-ção futura”, temos a informação de “onde estamos ago-ra” e traçamos os objetivos pretendidos de “onde pre-tendemos chegar”.

Podemos ainda dizer que o Planejamento tem três ní-veis que são:

Planejamento Estratégico – é um planejamento quepossui uma forma genérica, tem uma forma sintética eabrangente. É traçado para Longo Prazo e tem umaamplitude que aborda a empresa como um todo.

Planejamento Tático – é um pouco menos genéricoque o estratégico, é mais detalhado, sendo ele traçadopara médio prazo e aborda cada unidade da empresade forma separada.

Planejamento Operacional – é um planejamento deta-lhado, específico e analítico, tem objetivos traçado paracurto prazo e aborda apenas cada operação ou tarefa.

Organização – também é parte integrante do processoadministrativo, e tem como premissa básica, organi-zar, estruturar e integrar os recursos à disposição desua administração.

Podemos dizer que à organização compete dividir otrabalho, agrupar as atividades a serem realizadas,determinar quem executará, disponibilizar os recursosnecessários para o desenvolvimento do que foi traça-do no planejamento e coordenar todos os esforços.

A organização pode ser analisada com base em trêsníveis que são:a) Organização em nível global, também denominadode Desenho Organizacional, que pode ser do tipo Or-ganização Linear, Organização Funcional ou Organiza-ção Linha-Staff;b) Organização no nível departamental, também deno-minado Desenho Departamental ou simplesmentedepartamentalização;

c) Organização no nível das tarefas e operações, tam-bém denominado Desenho de Cargos e Tarefas, reali-zado mediante descrição e análise dos cargos.

Direção – é a parte do processo administrativo que fun-ciona como fonte propulsora, que tem a função de acio-nar e dinamizar a empresa, podemos afirmar ainda queesta função administrativa está diretamente relaciona-da com os recursos humanos da empresa. A direção éa atividade que utiliza as relações interpessoais paraatender a todos os níveis da organização. A direção éconsiderada a mais complexa das funções administra-tivas, pois envolve, execução, comunicação, liderança emotivação.

A Direção pode dar-se em três níveis distintos:a) Direção no Nível Global – abrange a empresa na suatotalidade (diretoria);b) Direção no Nível Departamental – abrange cada de-partamento da empresa (gerência);c) Direção no Nível Operacional – abrange grupo depessoas ou tarefas (supervisão).

Controle - é a parte do processo administrativo queterá a função de verificar tudo o que foi estipulado nasfases anteriores, assim sendo, o controle pode definiros padrões de desempenho, a partir desta definição,iniciar o processo de monitoramento, comparando odesempenho apresentado com os padrões definidospreviamente, e conseqüentemente realizar as medidascorretivas que se fizerem necessárias.

O controle é um processo cíclico composto por quatrofases, que são:1) Estabelecer os padrões e/ou critérios;2) Observar os desempenhos;3) Comparação entre desempenho e os padrões esta-belecidos;4) Ação corretiva

Ética e Cidadania nas Organizações

Como podemos observar no mundo contemporâneo,exigisse cada vez mais das pessoas e das organiza-ções um comportamento ético para como todos os“stakeholders”. O comportamento ético está baseadonuma espécie de teoria sobre a prática moral.

Nesse contexto, as empresas vem assumindo cada vezmais seu papel junto a sociedade, visando a longevida-de de seus negócios, afirmamos que as empresas quenão possuem um comportamento ético para com seusparceiros (sócios, clientes, funcionários, fornecedores,governo etc) tem vida curta. Há um forte corrente quevisa cobrar mais sobre as questões de conservação,cooperação, temas ambientais (desenvolvimento sus-tentável) e outros, mas principalmente comportamentoo que chamamos de comportamento ético, com o qualpodemos classifica as empresas em:1) Amoral – busca os lucros a qualquer preço e vê seusfuncionários (colaboradores) como meras unidadeseconômicas de produção;2) Legalista – apegadas a Lei, só adotam posturas éti-cas para evitar problemas legais;3) Receptiva – mostra-se responsável porque é conve-niente e não porque é correto;

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Noções de Teoria da Administração

4) Ética que Aflora – reconhece a existência de um con-trato social entre os negócios e a sociedade, passandoesta atitude para toda a corporação;5) Ética – harmoniza tão perfeitamente lucros e éticaque recompensa seus funcionários por se afastaremde ações comprometedoras, tem práticas educacionaisvoltadas para problemas éticos e dispõe de mentorespara dar orientação moral aos novos empregados.

Para que este aspecto ético seja implementado e con-siderado em todas as relações, se faz necessário quehaja o comprometimento primeiramente da Direção,sendo passado e assumido como parte ativa da políti-ca da empresa.

Princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental

A Responsabilidade Socioambiental deve ser a essên-cia dos negócios. Este processo não se realiza por meiode ações isoladas, desvinculadas da operação empre-sarial, mas envolve atividades e decisões intimamenteassociadas à forma como a empresa interage com asociedade em que está inserida.Mais do que um compromisso negocial, as empresasassumem um compromisso com o futuro. E o futurodeve ser construído hoje, de forma consciente e positi-va (desenvolvimento sustentável). Por isso, todas asatividades devem envolver um grande cuidado com omeio ambiente, funcionários, comunidades, clientes,fornecedores e consumidores.Por meio da Responsabilidade Socioambiental, o aper-feiçoamento dos produtos e processos deve ser contí-nuo, diminuindo os possíveis impactos ambientais epromovendo o bem estar das comunidades.

De um modo mais completo a Responsabilidade Sóci-oambiental vem substituir a Responsabilidade Social,que tinha um universo mais limitado. A Responsabili-dade Sócioambiental pode ser vista como sendo umprocesso contínuo e progressivo de envolvimento edesenvolvimento de competências cidadãs da empre-sa, com a assunção de responsabilidades sobre ques-tões sociais e ambientais relacionadas a todos.

A pressão das comunidades tem sido fator decisivo namudança de comportamento das empresas, para asmesmas respondam por questões socioambientais eainda há cobrança pelos princípios fundamentais decoerência, justiça e respeito aos direitos humanos e aoambiente em que vive.

As empresas devem estar voltadas para mudar o com-portamento, voltando-se para as preocupações sócio-ambientais, no que tange aos impactos ambientais, esomente através de um projeto de educação, treina-mento e capacitação profissional será possível come-çar a busca da qualidade socioambiental.

COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

Comecemos esta seção por uma definição do que sejacomunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que acomunicação é o princípio que organiza a relação entredois sujeitos, que torna possível tal relação, mediandoo contato e as trocas operadas entre ambos.

Uma definição de caráter mais processual e dinâmicoé fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, quedefine comunicação como sendo um processo relacio-nal em que um emissor, manipulando um determina-do código, elabora uma mensagem acerca de um de-terminado contexto, que é transmitida, por meio de umcanal específico, a um ou mais receptor(es).

Constitui-se assim um processo caracterizado pelapresença de seis elementos:1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-mete a mensagem a outro;2. Código – a combinação de linguagens e signos queserão usados na elaboração da mensagem;3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual amensagem se refere;5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para atransmissão da mensagem;6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagemé enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-mente) e a interpretar.

Observe que, nos processos de comunicação estabe-lecidos entre organização e clientes, as posições deemissor e receptor são permutáveis: ora é a organiza-ção quem toma a “palavra”, propondo uma compra, trans-mitindo uma informação, fixando metas e oferecendoincentivos, por exemplo; ora é um ou outro cliente quem“fala”, manifestando expectativas, reivindicando direitos,avaliando serviços, cobrando atitudes.

Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos sealternam nas posições de emissor e receptor, não deveno entanto ser confundido com o feedback, que é oretorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, deque a mensagem foi devidamente recebida.

Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-ganização nas várias circunstâncias em que se realizaesse processo.

O primeiro passo neste sentido é a identificação dosdiferentes sujeitos com quem a organização se relaci-ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-dos organizacionais), os clientes externos e internoscom quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntosde públicos: internos e externos.

Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-tes sujeitos que integram a organização, e será a elesque se dirigirão os esforços de comunicação interna.

É importante lembrar que esses públicos não são ho-mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relaçãoaos quais é comum a organização ter políticas de rela-cionamento específicas, em razão de os interessesrecíprocos serem particulares em cada caso.É necessário, portanto, discriminar cuidadosamenteos diferentes públicos internos, definir as políticas de

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relacionamento específicas para cada um deles (ba-seando-se, claro, no interesses envolvidos em cadacaso) e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políti-cas e programas de comunicação interna.

Lembre-se porém de que a necessidade acima deveser considerada cuidadosamente, não podendo havercontradições em relação a um princípio fundamental: acomunicação interna deve ser integrada e integrativa,isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,uma massa informe e indefinida de ações, que trate deforma desarmônica, desarticulada e desproporcionalos diferentes públicos.

É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-cação, de modo a, mesmo considerando as diferen-ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-tor de integração, não de divisão interna.

Essa integração implica um conjunto de valores, princí-pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-entar todos os processos de comunicação interna.

Além disso, é fundamental que haja uma identidadetambém na maneira como a empresa se apresentaaos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. Éimportante a padronização de mídias, elementos deidentificação visual, layout, além da manutenção de umacoerência discursiva que perpasse todas os progra-mas e peças de comunicação.

Finalmente, é necessário ainda salientar a importânciade se adotar canais, fluxos e processos de comunica-ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (eentre) os diferentes públicos internos, que permitam abusca e a formação de consensos, a gestão adequadade conflitos e divergências.

É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processoscomunicacionais (seja do ponto de vista mais geral daorganização e seus públicos internos, seja da pers-pectiva de cada instância organizacional específica comseus respectivos públicos) o elemento que torna pos-sível a integração organizacional.

Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre-sentado a seguir:

“Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-ções entre os órgãos da Administração Pública e oscidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais,atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,de localização das ações nas necessidades do cida-dão, atuando nas seguintes áreas:· simplificação de obrigações de natureza burocráticainstituídas pelo aparelho do Estado, com que se de-fronta o cidadão do nascimento à sua morte;

Através das Experiências de Hawtorne e das experiên-cias sobre liderança, identificou-se a necessidade deelevar a qualidade na comunicação que se apresenta-va como fator deficiente.

A comunicação pode ser definida como sendo a trocade informações entre os indivíduos, que requer um có-digo para formular uma mensagem e enviá-la a umreceptor.

ATENDIMENTO AO CLIENTE

Conceito

Cliente é o indivíduo ou empresa que busca no merca-do produto ou serviço que irá satisfazer as suas neces-sidades ou expectativas.

Podemos resumir as relações de mercado com a se-guinte trilogia:

O cliente e o mundo globalizado

O mundo globalizado gera uma infinidade de no-vos produtos que lançados no mercado buscam alcan-çar uma diversidade de cliente, desde as mais varia-das camadas sociais, segmentos religiosos, poderaquisitivo, nível cultural etc. Para atender a essa multi-plicidade de clientela, o mercado criou novas estratégi-as para atender a esse público. Entre elas destacamosa venda porta-a-porta ( apesar de tradicional apresentabons resultados); a via telefônica ( telemarketing) e avia internet, que vem superando a chamada venda tra-dicional de mercado. Não podemos esquecer do novosegmento de lojas que ficam abertas vinte e quatrohoras para atender ao cliente que precisa de horárioespecial para realizar as suas compras.

Um outro fator importante do cliente moderno, é oseu grau de exigências na hora de consumir o produto/serviço, já que os programas de qualidade proporcio-nam ao cliente a condição de obter o melhor produto/serviço que atendam as suas necessidades e expecta-tivas, inclusive com atendimento diferenciado em to-dos os processos na hora da compra.

Tipos de cliente

Na linguagem de administração moderna identifica-mos dois tipos de clientes:

A) Cliente Interno – É o elemento ou setor que poten-cialmente é ou será atendido dentro de uma empresa.B) Cliente Externo – É o indivíduo ou empresa queserá atendido no mercado diante de suas necessida-des e expectativas.

Formas de tratar os clientes:O primeiro passo importante, no trato com o cliente, éeliminar qualquer tipo de preconceito quanto à sua pos-tura (aparência em geral), religião, grupo étnico ou ori-gem social.A melhor maneira de tratar o cliente é demonstrar queele é importante em todos os sentidos.

O Cliente sempre quer ser atendido com:

a) Eficiência• atendido naquilo que ele realmente deseja – não

tente “empurrar” algo que não lhe interessa;• atenda da maneira mais educada desde o primei-

ro contato;• sempre se coloque disponível ao cliente.

b) Rapidez• atenda o cliente de forma rápida, dinâmica, sem

perder a qualidade no atendimento;• demonstre alegria, prazer em estar fazendo aquele

atendimento.

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Noções de Teoria da Administração

c) Cortesia/gentileza• Seja gentil, prestativo e simpático (atencioso) com

o seu cliente;• Mostre sempre ao cliente satisfação em atendê-lo.

A Busca de Novos Clientes

A busca de novos clientes pode se tornar mais eficazcom o uso de uma série de conceitos e técnicas, deacordo com o tipo de cliente:

A) Cliente em potencial:Um cliente potencial é alguém que precisa de seu

produto e é capaz de comprá-lo. Isso significa que umcliente potencial deve ter condições financeiras e auto-ridade necessária para comprar seu produto.

Nem todos são clientes potenciais para todos osprodutos.

B) Clientes possíveis:Um cliente possível é alguém que talvez queira com-

prar seu produto.Para ser um cliente possível, uma pes-soa ou uma organização deve ter uma necessidade quepoderia ser satisfeita por seu produto ou serviço.

Observação: Chamamos de prospecção o processode procura de clientes potenciais para atender a seg-mento de mercado pouco explorado ou que se pensaem implantar.

Fatores que valorizam o cliente

Todo cliente tem implicitamente alguns valores queesperam do mercado, são eles:

A) Variedade - Nos pontos de venda, a oferta de pro-dutos de cada categoria deve contemplar diferentesmarcas e formas de apresentação;B) Limpeza - Em atividades do varejo, restaurantes,hotéis, supermercados e padarias, o ambiente deveestar limpo e cheiroso;C) Confiabilidade - Atendimento preciso e consistenteassegura confiabilidade. Contribuem também o prontoatendimento e a atenção individualizada, por telefone,contato direto do vendendor ou do balconista na loja;D) Localização da loja - Além de estar próxima doconsumidor, é importante que a loja ofereça acesso eestacionamento fáceis e seguros.

Clientes e a Qualidade do Produto

O Código de Defesa ao Consumidor introduziu novoconceito de respeito pelo consumidor, cliente de seusdireitos e das obrigações dos fornecedores. Como con-seqüência, ocorreram mudanças até mesmo nas em-balagens dos produtos e na qualidade das informa-ções prestadas pelas empresas.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR(LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO IDos Direitos do Consumidor

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 1° O presente código estabelece normas de prote-ção e defesa do consumidor, de ordem pública e inte-resse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Dis-posições Transitórias.Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídicaque adquire ou utiliza produto ou serviço como desti-natário final.Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletivi-dade de pessoas, ainda que indetermináveis, que hajaintervindo nas relações de consumo.Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pú-blica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como osentes despersonalizados, que desenvolvem atividadede produção, montagem, criação, construção, transfor-mação, importação, exportação, distribuição ou comer-cialização de produtos ou prestação de serviços.§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, materialou imaterial.§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado deconsumo, mediante remuneração, inclusive as de natu-reza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo asdecorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO IIDa Política Nacional de Relações de Consumo

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumotem por objetivo o atendimento das necessidades dosconsumidores, o respeito à sua dignidade, saúde esegurança, a proteção de seus interesses econômi-cos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como atransparência e harmonia das relações de consumo,atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pelaLei nº 9.008, de 21.3.1995)I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidorno mercado de consumo;II - ação governamental no sentido de proteger efetiva-mente o consumidor:a) por iniciativa direta;b) por incentivos à criação e desenvolvimento de asso-ciações representativas;c) pela presença do Estado no mercado de consumo;d) pela garantia dos produtos e serviços com padrõesadequados de qualidade, segurança, durabilidade edesempenho.III - harmonização dos interesses dos participantes dasrelações de consumo e compatibilização da proteçãodo consumidor com a necessidade de desenvolvimen-to econômico e tecnológico, de modo a viabilizar osprincípios nos quais se funda a ordem econômica (art.170, da Constituição Federal), sempre com base naboa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores efornecedores;IV - educação e informação de fornecedores e consu-midores, quanto aos seus direitos e deveres, com vis-tas à melhoria do mercado de consumo;

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Noções de Teoria da Administração

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V - incentivo à criação pelos fornecedores de meioseficientes de controle de qualidade e segurança de pro-dutos e serviços, assim como de mecanismos alterna-tivos de solução de conflitos de consumo;VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusospraticados no mercado de consumo, inclusive a con-corrência desleal e utilização indevida de inventos ecriações industriais das marcas e nomes comerciais esignos distintivos, que possam causar prejuízos aosconsumidores;VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;VIII - estudo constante das modificações do mercadode consumo.Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Rela-ções de Consumo, contará o poder público com os se-guintes instrumentos, entre outros:I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratui-ta para o consumidor carente;II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa doConsumidor, no âmbito do Ministério Público;III - criação de delegacias de polícia especializadas noatendimento de consumidores vítimas de infraçõespenais de consumo;IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau-sas e Varas Especializadas para a solução de litígiosde consumo;V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen-to das Associações de Defesa do Consumidor.§ 1° (Vetado).§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO IIIDos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:I - a proteção da vida, saúde e segurança contra osriscos provocados por práticas no fornecimento de pro-dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos;II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa-do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdadede escolha e a igualdade nas contratações;III - a informação adequada e clara sobre os diferentesprodutos e serviços, com especificação correta de quan-tidade, características, composição, qualidade e preço,bem como sobre os riscos que apresentem;IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusi-va, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bemcomo contra práticas e cláusulas abusivas ou impos-tas no fornecimento de produtos e serviços;V - a modificação das cláusulas contratuais que esta-beleçam prestações desproporcionais ou sua revisãoem razão de fatos supervenientes que as tornem ex-cessivamente onerosas;VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimo-niais e morais, individuais, coletivos e difusos;VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativoscom vistas à prevenção ou reparação de danos patri-moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnicaaos necessitados;VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusivecom a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro-cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil aalegação ou quando for ele hipossuficiente, segundoas regras ordinárias de experiências;IX - (Vetado);X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi-cos em geral.

Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluemoutros decorrentes de tratados ou convenções interna-cionais de que o Brasil seja signatário, da legislaçãointerna ordinária, de regulamentos expedidos pelasautoridades administrativas competentes, bem comodos que derivem dos princípios gerais do direito, ana-logia, costumes e eqüidade.Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, to-dos responderão solidariamente pela reparação dosdanos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IVDa Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção

e da Reparação dos Danos

SEÇÃO IDa Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercadode consumo não acarretarão riscos à saúde ou segu-rança dos consumidores, exceto os considerados nor-mais e previsíveis em decorrência de sua natureza efruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquerhipótese, a dar as informações necessárias e adequa-das a seu respeito.Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial,ao fabricante cabe prestar as informações a que serefere este artigo, através de impressos apropriadosque devam acompanhar o produto.Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencial-mente nocivos ou perigosos à saúde ou segurançadeverá informar, de maneira ostensiva e adequada, arespeito da sua nocividade ou periculosidade, sem pre-juízo da adoção de outras medidas cabíveis em cadacaso concreto.Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercadode consumo produto ou serviço que sabe ou deveriasaber apresentar alto grau de nocividade ou periculosi-dade à saúde ou segurança.§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteri-ormente à sua introdução no mercado de consumo,tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,deverá comunicar o fato imediatamente às autoridadescompetentes e aos consumidores, mediante anúnciospublicitários.§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o pará-grafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio etelevisão, às expensas do fornecedor do produto ouserviço.§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-dade de produtos ou serviços à saúde ou segurançados consumidores, a União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios deverão informá-los a respeito.Art. 11. (Vetado).

SEÇÃO IIDa Responsabilidade pelo

Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ouestrangeiro, e o importador respondem, independente-mente da existência de culpa, pela reparação dos danoscausados aos consumidores por defeitos decorrentesde projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,manipulação, apresentação ou acondicionamento deseus produtos, bem como por informações insuficientesou inadequadas sobre sua utilização e riscos.§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segu-rança que dele legitimamente se espera, levando-se em

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Noções de Teoria da Administração

consideração as circunstâncias relevantes, entre asquais:I - sua apresentação;II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;III - a época em que foi colocado em circulação.§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato deoutro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importadorsó não será responsabilizado quando provar:I - que não colocou o produto no mercado;II - que, embora haja colocado o produto no mercado, odefeito inexiste;III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nostermos do artigo anterior, quando:I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importadornão puderem ser identificados;II - o produto for fornecido sem identificação clara doseu fabricante, produtor, construtor ou importador;III - não conservar adequadamente os produtos pere-cíveis.Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento aoprejudicado poderá exercer o direito de regresso contraos demais responsáveis, segundo sua participação nacausação do evento danoso.Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independen-temente da existência de culpa, pela reparação dos da-nos causados aos consumidores por defeitos relativos àprestação dos serviços, bem como por informações insu-ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segu-rança que o consumidor dele pode esperar, levando-seem consideração as circunstâncias relevantes, entreas quais:I - o modo de seu fornecimento;II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele seesperam;III - a época em que foi fornecido.§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela ado-ção de novas técnicas.§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabi-lizado quando provar:I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais libe-rais será apurada mediante a verificação de culpa.Art. 15. (Vetado).Art. 16. (Vetado).Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aosconsumidores todas as vítimas do evento.

SEÇÃO IIIDa Responsabilidade por Vício

do Produto e do Serviço

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo du-ráveis ou não duráveis respondem solidariamente pe-los vícios de qualidade ou quantidade que os tornemimpróprios ou inadequados ao consumo a que se des-tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aque-les decorrentes da disparidade, com a indicações cons-tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem oumensagem publicitária, respeitadas as variações de-correntes de sua natureza, podendo o consumidor exi-gir a substituição das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo detrinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamentee à sua escolha:I - a substituição do produto por outro da mesma espé-cie, em perfeitas condições de uso;II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas edanos;III - o abatimento proporcional do preço.§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ouampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, nãopodendo ser inferior a sete nem superior a cento e oi-tenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de pra-zo deverá ser convencionada em separado, por meiode manifestação expressa do consumidor.§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alter-nativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão daextensão do vício, a substituição das partes viciadaspuder comprometer a qualidade ou características doproduto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto es-sencial.§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa doinciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível asubstituição do bem, poderá haver substituição por outrode espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-plementação ou restituição de eventual diferença depreço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §1° deste artigo.§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,será responsável perante o consumidor o fornecedorimediato, exceto quando identificado claramente seuprodutor.§ 6° São impróprios ao uso e consumo:I - os produtos cujos prazos de validade estejam venci-dos;II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, noci-vos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles emdesacordo com as normas regulamentares de fabrica-ção, distribuição ou apresentação;III - os produtos que, por qualquer motivo, se reveleminadequados ao fim a que se destinam.Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamentepelos vícios de quantidade do produto sempre que, res-peitadas as variações decorrentes de sua natureza, seuconteúdo líquido for inferior às indicações constantesdo recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-tivamente e à sua escolha:I - o abatimento proporcional do preço;II - complementação do peso ou medida;III - a substituição do produto por outro da mesma es-pécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;IV - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas edanos.§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigoanterior.§ 2° O fornecedor imediato será responsável quandofizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizadonão estiver aferido segundo os padrões oficiais.Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos víciosde qualidade que os tornem impróprios ao consumoou lhes diminuam o valor, assim como por aquelesdecorrentes da disparidade com as indicações cons-tantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo oconsumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional equando cabível;II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas edanos;III - o abatimento proporcional do preço.§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada aterceiros devidamente capacitados, por conta e riscodo fornecedor.§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem ina-dequados para os fins que razoavelmente deles seesperam, bem como aqueles que não atendam as nor-mas regulamentares de prestabilidade.Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham porobjetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregarcomponentes de reposição originais adequados e no-vos, ou que mantenham as especificações técnicas dofabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorizaçãoem contrário do consumidor.Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,concessionárias, permissionárias ou sob qualqueroutra forma de empreendimento, são obrigados a for-necer serviços adequados, eficientes, seguros e, quantoaos essenciais, contínuos.Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, totalou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serãoas pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa-rar os danos causados, na forma prevista neste código.Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios dequalidade por inadequação dos produtos e serviçosnão o exime de responsabilidade.Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ouserviço independe de termo expresso, vedada a exone-ração contratual do fornecedor.Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusulaque impossibilite, exonere ou atenue a obrigação deindenizar prevista nesta e nas seções anteriores.§ 1° Havendo mais de um responsável pela causaçãodo dano, todos responderão solidariamente pela repa-ração prevista nesta e nas seções anteriores.§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peçaincorporada ao produto ou serviço, são responsáveissolidários seu fabricante, construtor ou importador e oque realizou a incorporação.

SEÇÃO IVDa Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes oude fácil constatação caduca em:I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço ede produtos não duráveis;II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi-ço e de produtos duráveis.§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partirda entrega efetiva do produto ou do término da execu-ção dos serviços.§ 2° Obstam a decadência:I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con-sumidor perante o fornecedor de produtos e serviçosaté a resposta negativa correspondente, que deve sertransmitida de forma inequívoca;II - (Vetado).III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini-cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repara-ção pelos danos causados por fato do produto ou doserviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento dodano e de sua autoria.Parágrafo único. (Vetado).

SEÇÃO VDa Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidadejurídica da sociedade quando, em detrimento do con-sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatu-tos ou contrato social. A desconsideração também seráefetivada quando houver falência, estado de insolvên-cia, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro-vocados por má administração.§ 1° (Vetado).§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários eas sociedades controladas, são subsidiariamente res-ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res-ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoajurídica sempre que sua personalidade for, de algumaforma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causa-dos aos consumidores.

CAPÍTULO VDas Práticas Comerciais

SEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equi-param-se aos consumidores todas as pessoas deter-mináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

SEÇÃO IIDa Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientementeprecisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comuni-cação com relação a produtos e serviços oferecidos ouapresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular oudela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviçosdevem assegurar informações corretas, claras, preci-sas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suascaracterísticas, qualidades, quantidade, composição,preço, garantia, prazos de validade e origem, entre ou-tros dados, bem como sobre os riscos que apresentamà saúde e segurança dos consumidores.Parágrafo único. As informações de que trata este arti-go, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumi-dor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pelaLei nº 11.989, de 2009)Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurara oferta de componentes e peças de reposição enquantonão cessar a fabricação ou importação do produto.Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação,a oferta deverá ser mantida por período razoável de tem-po, na forma da lei.Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone oureembolso postal, deve constar o nome do fabricante eendereço na embalagem, publicidade e em todos osimpressos utilizados na transação comercial.

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Noções de Teoria da Administração

Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens eserviços por telefone, quando a chamada for onerosa aoconsumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800,de 2008).Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidaria-mente responsável pelos atos de seus prepostos ourepresentantes autônomos.Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusarcumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o con-sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter-mos da oferta, apresentação ou publicidade;II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quan-tia eventualmente antecipada, monetariamente atuali-zada, e a perdas e danos.

SEÇÃO IIIDa Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que oconsumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seusprodutos ou serviços, manterá, em seu poder, para infor-mação dos legítimos interessados, os dados fáticos, téc-nicos e científicos que dão sustentação à mensagem.Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informaçãoou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parci-almente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmopor omissão, capaz de induzir em erro o consumidor arespeito da natureza, características, qualidade, quan-tidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outrosdados sobre produtos e serviços.§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimina-tória de qualquer natureza, a que incite à violência, ex-plore o medo ou a superstição, se aproveite da defici-ência de julgamento e experiência da criança, desres-peita valores ambientais, ou que seja capaz de induziro consumidor a se comportar de forma prejudicial ouperigosa à sua saúde ou segurança.§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enga-nosa por omissão quando deixar de informar sobredado essencial do produto ou serviço.§ 4° (Vetado).Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção dainformação ou comunicação publicitária cabe a quemas patrocina.

SEÇÃO IVDas Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou servi-ços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dadapela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviçoao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,sem justa causa, a limites quantitativos;II - recusar atendimento às demandas dos consumido-res, na exata medida de suas disponibilidades de esto-que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitaçãoprévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condi-ção social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ex-cessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orça-mento e autorização expressa do consumidor, ressalva-das as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;VII - repassar informação depreciativa, referente a atopraticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-to ou serviço em desacordo com as normas expedidaspelos órgãos oficiais competentes ou, se normas es-pecíficas não existirem, pela Associação Brasileira deNormas Técnicas ou outra entidade credenciada peloConselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-lidade Industrial (Conmetro);IX - recusar a venda de bens ou a prestação de servi-ços, diretamente a quem se disponha a adquiri-losmediante pronto pagamento, ressalvados os casos deintermediação regulados em leis especiais; (Redaçãodada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-viços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando daconverão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de suaobrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seuexclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso dolegal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pelaLei nº 9.870, de 23.11.1999)Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtosremetidos ou entregues ao consumidor, na hipóteseprevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,inexistindo obrigação de pagamento.Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entre-gar ao consumidor orçamento prévio discriminando ovalor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos aserem empregados, as condições de pagamento, bemcomo as datas de início e término dos serviços.§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terávalidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-mento pelo consumidor.§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamentoobriga os contraentes e somente pode ser alteradomediante livre negociação das partes.§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônusou acréscimos decorrentes da contratação de serviçosde terceiros não previstos no orçamento prévio.Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou deserviços sujeitos ao regime de controle ou de tabela-mento de preços, os fornecedores deverão respeitaros limites oficiais sob pena de não o fazendo, respon-derem pela restituição da quantia recebida em exces-so, monetariamente atualizada, podendo o consumi-dor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio,sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

SEÇÃO VDa Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantiaindevida tem direito à repetição do indébito, por valorigual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido decorreção monetária e juros legais, salvo hipótese deengano justificável.Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de dé-bitos apresentados ao consumidor, deverão constar onome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro

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Noções de Teoria da Administração

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de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional dePessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou ser-viço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009)

SEÇÃO VIDos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art.86, terá acesso às informações existentes em cadas-tros, fichas, registros e dados pessoais e de consumoarquivados sobre ele, bem como sobre as suas res-pectivas fontes.§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devemser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem defácil compreensão, não podendo conter informaçõesnegativas referentes a período superior a cinco anos.§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-soais e de consumo deverá ser comunicada por escri-to ao consumidor, quando não solicitada por ele.§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidãonos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imedia-ta correção, devendo o arquivista, no prazo de cincodias úteis, comunicar a alteração aos eventuais desti-natários das informações incorretas.§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consu-midores, os serviços de proteção ao crédito e congêne-res são considerados entidades de caráter público.§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança dedébitos do consumidor, não serão fornecidas, pelosrespectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-quer informações que possam impedir ou dificultar novoacesso ao crédito junto aos fornecedores.Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidormanterão cadastros atualizados de reclamações fun-damentadas contra fornecedores de produtos e servi-ços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divul-gação indicará se a reclamação foi atendida ou nãopelo fornecedor.§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantespara orientação e consulta por qualquer interessado.§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-mas regras enunciadas no artigo anterior e as do pará-grafo único do art. 22 deste código.Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VIDa Proteção Contratual

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de con-sumo não obrigarão os consumidores, se não lhes fordada a oportunidade de tomar conhecimento prévio deseu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos fo-rem redigidos de modo a dificultar a compreensão deseu sentido e alcance.Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadasde maneira mais favorável ao consumidor.Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritosparticulares, recibos e pré-contratos relativos às relaçõesde consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusiveexecução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no pra-zo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato derecebimento do produto ou serviço, sempre que a con-tratação de fornecimento de produtos e serviços ocor-rer fora do estabelecimento comercial, especialmentepor telefone ou a domicílio.

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direitode arrependimento previsto neste artigo, os valoreseventualmente pagos, a qualquer título, durante o pra-zo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, mone-tariamente atualizados.Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal eserá conferida mediante termo escrito.Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalentedeve ser padronizado e esclarecer, de maneira ade-quada em que consiste a mesma garantia, bem comoa forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada eos ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entre-gue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no atodo fornecimento, acompanhado de manual de instru-ção, de instalação e uso do produto em linguagem di-dática, com ilustrações.

SEÇÃO IIDas Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as clá-usulas contratuais relativas ao fornecimento de produ-tos e serviços que:I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-bilidade do fornecedor por vícios de qualquer naturezados produtos e serviços ou impliquem renúncia ou dis-posição de direitos. Nas relações de consumo entre ofornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeniza-ção poderá ser limitada, em situações justificáveis;II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso daquantia já paga, nos casos previstos neste código;III - transfiram responsabilidades a terceiros;IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,abusivas, que coloquem o consumidor em desvanta-gem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-féou a eqüidade;V - (Vetado);VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuí-zo do consumidor;VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;VIII - imponham representante para concluir ou realizaroutro negócio jurídico pelo consumidor;IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não ocontrato, embora obrigando o consumidor;X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,variação do preço de maneira unilateral;XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos decobrança de sua obrigação, sem que igual direito lheseja conferido contra o fornecedor;XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmen-te o conteúdo ou a qualidade do contrato, após suacelebração;XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normasambientais;XV - estejam em desacordo com o sistema de proteçãoao consumidor;XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenizaçãopor benfeitorias necessárias.§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a von-tade que:I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídi-co a que pertence;II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçarseu objeto ou equilíbrio contratual;III - se mostra excessivamente onerosa para o consumi-dor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato,

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Noções de Teoria da Administração

o interesse das partes e outras circunstâncias peculia-res ao caso.§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva nãoinvalida o contrato, exceto quando de sua ausência,apesar dos esforços de integração, decorrer ônus ex-cessivo a qualquer das partes.§ 3° (Vetado).§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidadeque o represente requerer ao Ministério Público queajuíze a competente ação para ser declarada a nulida-de de cláusula contratual que contrarie o disposto nes-te código ou de qualquer forma não assegure o justoequilíbrio entre direitos e obrigações das partes.Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços queenvolva outorga de crédito ou concessão de financia-mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outrosrequisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anualde juros;III - acréscimos legalmente previstos;IV - número e periodicidade das prestações;V - soma total a pagar, com e sem financiamento.§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemen-to de obrigações no seu termo não poderão ser superi-ores a dois por cento do valor da prestação.(Redaçãodada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci-pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu-ção proporcional dos juros e demais acréscimos.§ 3º (Vetado).Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ouimóveis mediante pagamento em prestações, bem comonas alienações fiduciárias em garantia, consideram-senulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam aperda total das prestações pagas em benefício do credorque, em razão do inadimplemento, pleitear a resoluçãodo contrato e a retomada do produto alienado.§ 1° (Vetado).§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtosduráveis, a compensação ou a restituição das parcelasquitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além davantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí-zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo se-rão expressos em moeda corrente nacional.

SEÇÃO IIIDos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulastenham sido aprovadas pela autoridade competente ouestabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de pro-dutos ou serviços, sem que o consumidor possa dis-cutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfiguraa natureza de adesão do contrato.§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutó-ria, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumi-dor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidosem termos claros e com caracteres ostensivos e legí-veis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpodoze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consu-midor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direitodo consumidor deverão ser redigidas com destaque,permitindo sua imediata e fácil compreensão.§ 5° (Vetado)

CAPÍTULO VIIDas Sanções Administrativas

(Vide Lei nº 8.656, de 1993)

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, emcaráter concorrente e nas suas respectivas áreas deatuação administrativa, baixarão normas relativas à pro-dução, industrialização, distribuição e consumo de pro-dutos e serviços.§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios fiscalizarão e controlarão a produção, industriali-zação, distribuição, a publicidade de produtos e servi-ços e o mercado de consumo, no interesse da preser-vação da vida, da saúde, da segurança, da informaçãoe do bem-estar do consumidor, baixando as normasque se fizerem necessárias.§ 2° (Vetado).§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federale municipais com atribuições para fiscalizar e controlaro mercado de consumo manterão comissões perma-nentes para elaboração, revisão e atualização das nor-mas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participaçãodos consumidores e fornecedores.§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificaçõesaos fornecedores para que, sob pena de desobediên-cia, prestem informações sobre questões de interessedo consumidor, resguardado o segredo industrial.Art. 56. As infrações das normas de defesa do consu-midor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintessanções administrativas, sem prejuízo das de naturezacivil, penal e das definidas em normas específicas:I - multa;II - apreensão do produto;III - inutilização do produto;IV - cassação do registro do produto junto ao órgãocompetente;V - proibição de fabricação do produto;VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;VII - suspensão temporária de atividade;VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;IX - cassação de licença do estabelecimento ou de ati-vidade;X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, deobra ou de atividade;XI - intervenção administrativa;XII - imposição de contrapropaganda.Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo se-rão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbi-to de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulati-vamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ouincidente de procedimento administrativo.Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com agravidade da infração, a vantagem auferida e a condi-ção econômica do fornecedor, será aplicada medianteprocedimento administrativo, revertendo para o Fundode que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, osvalores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduaisou municipais de proteção ao consumidor nos demaiscasos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)Parágrafo único. A multa será em montante não inferiora duzentas e não superior a três milhões de vezes ovalor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índiceequivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acres-centado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de pro-dutos, de proibição de fabricação de produtos, de sus-pensão do fornecimento de produto ou serviço, de cas-sação do registro do produto e revogação da concessão

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ou permissão de uso serão aplicadas pela administra-ção, mediante procedimento administrativo, assegura-da ampla defesa, quando forem constatados vícios dequantidade ou de qualidade por inadequação ou inse-gurança do produto ou serviço.Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, deinterdição e de suspensão temporária da atividade, bemcomo a de intervenção administrativa, serão aplicadasmediante procedimento administrativo, asseguradaampla defesa, quando o fornecedor reincidir na práticadas infrações de maior gravidade previstas neste códi-go e na legislação de consumo.§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada àconcessionária de serviço público, quando violar obri-gação legal ou contratual.§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicadasempre que as circunstâncias de fato desaconselha-rem a cassação de licença, a interdição ou suspensãoda atividade.§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a impo-sição de penalidade administrativa, não haverá reinci-dência até o trânsito em julgado da sentença.Art. 60. A imposição de contrapropaganda será comi-nada quando o fornecedor incorrer na prática de publi-cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 eseus parágrafos, sempre às expensas do infrator.§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsá-vel da mesma forma, freqüência e dimensão e, prefe-rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá-rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publici-dade enganosa ou abusiva.§ 2° (Vetado)§ 3° (Vetado).

TÍTULO IIDas Infrações Penais

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de con-sumo previstas neste código, sem prejuízo do dispostono Código Penal e leis especiais, as condutas tipifica-das nos artigos seguintes.Art. 62. (Vetado).Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no-cividade ou periculosidade de produtos, nas embala-gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler-tar, mediante recomendações escritas ostensivas, so-bre a periculosidade do serviço a ser prestado.§ 2° Se o crime é culposo:Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competentee aos consumidores a nocividade ou periculosidadede produtos cujo conhecimento seja posterior à suacolocação no mercado:Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quemdeixar de retirar do mercado, imediatamente quandodeterminado pela autoridade competente, os produtosnocivos ou perigosos, na forma deste artigo.Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,contrariando determinação de autoridade competente:Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis semprejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitirinformação relevante sobre a natureza, característica,qualidade, quantidade, segurança, desempenho, du-rabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar aoferta.§ 2º Se o crime é culposo;Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe oudeveria saber ser enganosa ou abusiva:Pena Detenção de três meses a um ano e multa.Parágrafo único. (Vetado).Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe oudeveria saber ser capaz de induzir o consumidor a secomportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-de ou segurança:Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:Parágrafo único. (Vetado).Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos ecientíficos que dão base à publicidade:Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça oucomponentes de reposição usados, sem autorizaçãodo consumidor:Pena Detenção de três meses a um ano e multa.Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,coação, constrangimento físico ou moral, afirmaçõesfalsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outroprocedimento que exponha o consumidor, injustifica-damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des-canso ou lazer:Pena Detenção de três meses a um ano e multa.Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidoràs informações que sobre ele constem em cadastros,banco de dados, fichas e registros:Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informaçãosobre consumidor constante de cadastro, banco dedados, fichas ou registros que sabe ou deveria saberser inexata:Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo degarantia adequadamente preenchido e com especifi-cação clara de seu conteúdo;Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para oscrimes referidos neste código, incide as penas a es-ses cominadas na medida de sua culpabilidade, bemcomo o diretor, administrador ou gerente da pessoajurídica que promover, permitir ou por qualquer modoaprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda oumanutenção em depósito de produtos ou a oferta e pres-tação de serviços nas condições por ele proibidas.Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipi-ficados neste código:I - serem cometidos em época de grave crise econômi-ca ou por ocasião de calamidade;II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;IV - quando cometidos:a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição eco-nômico-social seja manifestamente superior à da vítima;b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor dedezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas por-tadoras de deficiência mental interditadas ou não;V - serem praticados em operações que envolvam ali-mentos, medicamentos ou quaisquer outros produtosou serviços essenciais .Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção seráfixada em dias-multa, correspondente ao mínimoe ao máximo de dias de duração da pena privativa

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da liberdade cominada ao crime. Na individualiza-ção desta multa, o juiz observará o disposto no art.60, §1° do Código Penal.Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e demulta, podem ser impostas, cumulativa ou alternada-mente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Códi-go Penal:I - a interdição temporária de direitos;II - a publicação em órgãos de comunicação de grandecirculação ou audiência, às expensas do condenado,de notícia sobre os fatos e a condenação;III - a prestação de serviços à comunidade.Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trataeste código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridadeque presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezeso valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índiceequivalente que venha a substituí-lo.Parágrafo único. Se assim recomendar a situação eco-nômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previs-tos neste código, bem como a outros crimes e contra-venções que envolvam relações de consumo, poderãointervir, como assistentes do Ministério Público, os legi-timados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quaistambém é facultado propor ação penal subsidiária, sea denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO IIIDa Defesa do Consumidor em Juízo

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consu-midores e das vítimas poderá ser exercida em juízoindividualmente, ou a título coletivo.Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan-do se tratar de:I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos,para efeitos deste código, os transindividuais, de natu-reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde-terminadas e ligadas por circunstâncias de fato;II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos,para efeitos deste código, os transindividuais, de natu-reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ouclasse de pessoas ligadas entre si ou com a parte con-trária por uma relação jurídica base;III - interesses ou direitos individuais homogêneos,assim entendidos os decorrentes de origem comum.Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, sãolegitimados concorrentemente: (Redação dada pela Leinº 9.008, de 21.3.1995)I - o Ministério Público,II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;III - as entidades e órgãos da Administração Pública,direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi-ca, especificamente destinados à defesa dos interes-ses e direitos protegidos por este código;IV - as associações legalmente constituídas há pelomenos um ano e que incluam entre seus fins instituci-onais a defesa dos interesses e direitos protegidos poreste código, dispensada a autorização assemblear.§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensa-do pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguin-tes, quando haja manifesto interesse social evidencia-do pela dimensão ou característica do dano, ou pelarelevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 2° (Vetado).§ 3° (Vetado).Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegi-dos por este código são admissíveis todas as espéci-es de ações capazes de propiciar sua adequada e efe-tiva tutela.Parágrafo único. (Vetado).Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimentoda obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá atutela específica da obrigação ou determinará providên-cias que assegurem o resultado prático equivalente aodo adimplemento.§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos so-mente será admissível se por elas optar o autor ou seimpossível a tutela específica ou a obtenção do resulta-do prático correspondente.§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem pre-juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-vendo justificado receio de ineficácia do provimento fi-nal, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ouapós justificação prévia, citado o réu.§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença,impor multa diária ao réu, independentemente de pedidodo autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção doresultado prático equivalente, poderá o juiz determinaras medidas necessárias, tais como busca e apreen-são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento deobra, impedimento de atividade nociva, além de requi-sição de força policial.Art. 85. (Vetado).Art. 86. (Vetado).Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este códigonão haverá adiantamento de custas, emolumentos,honorários periciais e quaisquer outras despesas, nemcondenação da associação autora, salvo comprovadamá-fé, em honorários de advogados, custas e despe-sas processuais.Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a as-sociação autora e os diretores responsáveis pela pro-positura da ação serão solidariamente condenados emhonorários advocatícios e ao décuplo das custas, semprejuízo da responsabilidade por perdas e danos.Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único destecódigo, a ação de regresso poderá ser ajuizada emprocesso autônomo, facultada a possibilidade de pros-seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciaçãoda lide.Art. 89. (Vetado)Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as nor-mas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquéritocivil, naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO IIDas Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses

Individuais Homogêneos

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderãopropor, em nome próprio e no interesse das vítimas ouseus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-dade pelos danos individualmente sofridos, de acordocom o disposto nos artigos seguintes. (Redação dadapela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atu-ará sempre como fiscal da lei.

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Parágrafo único. (Vetado).Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal,é competente para a causa a justiça local:I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,quando de âmbito local;II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede-ral, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli-cando-se as regras do Código de Processo Civil aoscasos de competência concorrente.Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no ór-gão oficial, a fim de que os interessados possam inter-vir no processo como litisconsortes, sem prejuízo deampla divulgação pelos meios de comunicação socialpor parte dos órgãos de defesa do consumidor.Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condena-ção será genérica, fixando a responsabilidade do réupelos danos causados.Art. 96. (Vetado).Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderãoser promovidas pela vítima e seus sucessores, assimcomo pelos legitimados de que trata o art. 82.Parágrafo único. (Vetado).Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovi-da pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendoas vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadasem sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamentode outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008,de 21.3.1995)§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidãodas sentenças de liquidação, da qual deverá constar aocorrência ou não do trânsito em julgado.§ 2° É competente para a execução o juízo:I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória,no caso de execução individual;II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentesde condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julhode 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuaisresultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre-ferência no pagamento.Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, adestinação da importância recolhida ao fundo criado pelaLei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada en-quanto pendentes de decisão de segundo grau as açõesde indenização pelos danos individuais, salvo na hipóte-se de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici-ente para responder pela integralidade das dívidas.Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitaçãode interessados em número compatível com a gravida-de do dano, poderão os legitimados do art. 82 promo-ver a liquidação e execução da indenização devida.Parágrafo único. O produto da indenização devida re-verterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 dejulho de 1985.

CAPÍTULO IIIDas Ações de Responsabilidade

do Fornecedor de Produtos e Serviços

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornece-dor de produtos e serviços, sem prejuízo do dispostonos Capítulos I e II deste título, serão observadas asseguintes normas:I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;II - o réu que houver contratado seguro de responsabili-dade poderá chamar ao processo o segurador, vedadaa integração do contraditório pelo Instituto de Ressegu-ros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar pro-

cedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido decla-rado falido, o síndico será intimado a informar a existên-cia de seguro de responsabilidade, facultando-se, emcaso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenizaçãodiretamente contra o segurador, vedada a denunciaçãoda lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-do o litisconsórcio obrigatório com este.Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste códigopoderão propor ação visando compelir o Poder Públicocompetente a proibir, em todo o território nacional, aprodução, divulgação distribuição ou venda, ou a deter-minar a alteração na composição, estrutura, fórmula ouacondicionamento de produto, cujo uso ou consumoregular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública eà incolumidade pessoal.§ 1° (Vetado).§ 2° (Vetado)

CAPÍTULO IVDa Coisa Julgada

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código,a sentença fará coisa julgada:I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improce-dente por insuficiência de provas, hipótese em que qual-quer legitimado poderá intentar outra ação, com idênti-co fundamento valendo-se de nova prova, na hipótesedo inciso I do parágrafo único do art. 81;II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ouclasse, salvo improcedência por insuficiência de provas,nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-se prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedi-do, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores,na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e IInão prejudicarão interesses e direitos individuais dos inte-grantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de impro-cedência do pedido, os interessados que não tiveremintervindo no processo como litisconsortes poderão pro-por ação de indenização a título individual.§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julhode 1985, não prejudicarão as ações de indenização pordanos pessoalmente sofridos, propostas individualmen-te ou na forma prevista neste código, mas, se proceden-te o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,que poderão proceder à liquidação e à execução, nostermos dos arts. 96 a 99.§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à senten-ça penal condenatória.Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II edo parágrafo único do art. 81, não induzem litispendên-cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisajulgada erga omnes ou ultra partes a que aludem osincisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os auto-res das ações individuais, se não for requerida sua sus-pensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nosautos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IVDo Sistema Nacional de Defesa do Consumidor

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa doConsumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais,do Distrito Federal e municipais e as entidades priva-das de defesa do consumidor.

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Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Con-sumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organis-mo de coordenação da política do Sistema Nacional deDefesa do Consumidor, cabendo-lhe:I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a po-lítica nacional de proteção ao consumidor;II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas,denúncias ou sugestões apresentadas por entidadesrepresentativas ou pessoas jurídicas de direito públicoou privado;III - prestar aos consumidores orientação permanentesobre seus direitos e garantias;IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor atra-vés dos diferentes meios de comunicação;V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquéri-to policial para a apreciação de delito contra os consu-midores, nos termos da legislação vigente;VI - representar ao Ministério Público competente parafins de adoção de medidas processuais no âmbito desuas atribuições;VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes asinfrações de ordem administrativa que violarem os in-teresses difusos, coletivos, ou individuais dos consu-midores;VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem comoauxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quan-tidade e segurança de bens e serviços;IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e ou-tros programas especiais, a formação de entidades dedefesa do consumidor pela população e pelos órgãospúblicos estaduais e municipais;X - (Vetado).XI - (Vetado).XII - (Vetado)XIII - desenvolver outras atividades compatíveis comsuas finalidades.Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos,o Departamento Nacional de Defesa do Consumidorpoderá solicitar o concurso de órgãos e entidades denotória especialização técnico-científica.

TÍTULO VDa Convenção Coletiva de Consumo

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as as-sociações de fornecedores ou sindicatos de categoriaeconômica podem regular, por convenção escrita, rela-ções de consumo que tenham por objeto estabelecercondições relativas ao preço, à qualidade, à quantida-de, à garantia e características de produtos e serviços,bem como à reclamação e composição do conflito deconsumo.§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do regis-tro do instrumento no cartório de títulos e documentos.§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às enti-dades signatárias.§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedorque se desligar da entidade em data posterior ao regis-tro do instrumento.Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VIDisposições Finais

Art. 109. (Vetado).Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° daLei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 dejulho de 1985, passa a ter a seguinte redação:“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-teção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônioartístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, oua qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julhode 1985, passa a ter a seguinte redação:“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandonoda ação por associação legitimada, o Ministério Públi-co ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° aoart. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen-sado pelo juiz, quando haja manifesto interesse socialevidenciado pela dimensão ou característica do dano,ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre osMinistérios Públicos da União, do Distrito Federal e dosEstados na defesa dos interesses e direitos de quecuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp222582 /MG - STJ)§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomardos interessados compromisso de ajustamento de suaconduta às exigências legais, mediante combinações,que terá eficácia de título executivo extrajudicial”. (VideMensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de1985, passa a ter a seguinte redação:“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga-do da sentença condenatória, sem que a associaçãoautora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Minis-tério Público, facultada igual iniciativa aos demais legi-timados”.Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único aconstituir o caput, com a seguinte redação:“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a asso-ciação autora e os diretores responsáveis pela propo-situra da ação serão solidariamente condenados emhonorários advocatícios e ao décuplo das custas, semprejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°7.347, de 24 de julho de 1985:“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haveráadiantamento de custas, emolumentos, honoráriospericiais e quaisquer outras despesas, nem condena-ção da associação autora, salvo comprovada má-fé,em honorários de advogado, custas e despesas pro-cessuais”.Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os se-guintes:“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interessesdifusos, coletivos e individuais, no que for cabível, osdispositivos do Título III da lei que instituiu o Código deDefesa do Consumidor”.Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento eoitenta dias a contar de sua publicação.Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independên-cia e 102° da República.

FERNANDO COLLORBernardo Cabral

Zélia M. Cardoso de MelloOzires Silva

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Noções de Teoria da Administração

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NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA -REFORMA E REVITALIZAÇÃO DO ESTADO

Desde o ano de 1995, a Administração Pública brasilei-ra tem passado por um abrangente processo de refor-mas. Ao assumir a Presidência da República naqueleano, Fernando Henrique Cardoso transformou a antigaSecretaria da Administração Federal, vinculada direta-mente à Presidência, no Ministério da AdministraçãoFederal e Reforma do Estado (MARE), nomeando o pro-fessor Luiz Carlos Bresser Pereira para ocupá-lo.

Sob a direção do ministro Bresser Pereira, o MAREelaborou e apresentou (ainda em 1995) o Plano Diretorda Reforma do Aparelho do Estado, em que são esta-belecidas, entre outras, as seguintes diretrizes gerais:

“A atribuição do Ministério da Administração Federale Reforma do Estado é estabelecer as condições paraque o governo possa aumentar sua governança. Paraisso, sua missão específica é a de orientar e instru-mentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos ter-mos definidos pela Presidência através deste PlanoDiretor” (grifos nossos).

Iniciou-se assim a reforma do aparelho do Estadobrasileiro, sob a liderança do MARE e as diretrizes doPlano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, efoi essa iniciativa que deu início ao processo de trans-formações ainda hoje vivido pela Administração Públi-ca no Brasil.

É no Plano Diretor que se define objetivamente oque pode ser entendido como “reforma do aparelho doEstado brasileiro”:

“Entende-se por aparelho do Estado a administra-ção pública em sentido amplo, ou seja, a estruturaorganizacional do Estado, em seus três poderes (Exe-cutivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União,Estados-membros e Municípios). O aparelho do Esta-do é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula diri-gente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários,e pela força militar. O Estado, por sua vez, é mais abran-gente que o aparelho, porque compreende adicional-mente o sistema constitucional-legal, que regula apopulação nos limites de um território. O Estado é aorganização burocrática que tem o monopólio da vio-lência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar etributar a população de um determinado território.

Estes conceitos permitem distinguir a reforma doEstado da reforma do aparelho do Estado. A reforma doEstado é um projeto amplo que diz respeito às váriasáreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedadebrasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Esta-do tem um escopo mais restrito: está orientada paratornar a administração pública mais eficiente e maisvoltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza suaatenção na administração pública federal, mas muitasdas suas diretrizes e propostas podem também seraplicadas no nível estadual e municipal” (grifos nossos).

Tais reformas – do Estado e de seu aparelho – sãojustificadas pela chamada “crise do Estado”, definidanos seguintes termos:

“1. como uma crise fiscal, caracterizada pela cres-cente perda do crédito por parte do Estado e pela pou-pança pública que se torna negativa;

2. o esgotamento da estratégia estatizante de in-tervenção do Estado, a qual se reveste de várias for-mas: o Estado do bem-estar social nos países desen-volvidos, a estratégia de substituição de importações noterceiro mundo, e o estatismo nos países comunistas;

3. a superação da forma de administrar o Estado,isto é, a superação da administração pública burocráti-ca” (grifos nossos).

O Plano Diretor estabelece também os “múltiplosaspectos” e as diretrizes gerais, como já se disse, paraa realização da reforma do Estado:

“O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade dedefinir e implementar políticas públicas. Através da libe-ralização comercial, o Estado abandona a estratégiaprotecionista da substituição de importações. O progra-ma de privatizações reflete a conscientização da gravi-dade da crise fiscal e da correlata limitação da capaci-dade do Estado de promover poupança forçada atravésdas empresas estatais. Através desse programa, trans-fere-se para o setor privado a tarefa da produção que,em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Final-mente, através de um programa de publicização, trans-fere-se para o setor público não-estatal a produção dosserviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, es-tabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado esociedade para seu financiamento e controle.

Deste modo, o Estado reduz seu papel de executorou prestador direto de serviços, mantendo-se entretan-to no papel de regulador e provedor ou promotor des-tes, principalmente dos serviços sociais como educaçãoe saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, namedida em que envolvem investimento em capital huma-no; para a democracia, na medida em que promovemcidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa,que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muitosuperior à demanda de mão-de-obra não-especializada.Como promotor desses serviços o Estado continuará asubsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controlesocial direto e a participação da sociedade.

Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimen-to das funções de regulação e de coordenação doEstado, particularmente no nível federal, e a progressi-va descentralização vertical, para os níveis estaduale municipal, das funções executivas no campo da pres-tação de serviços sociais e de infra-estrutura.

Considerando esta tendência, pretende-se refor-çar a governança - a capacidade de governo do Esta-do - através da transição programada de um tipo deadministração pública burocrática, rígida e inefici-ente, voltada para si própria e para o controle inter-no, para uma administração pública gerencial, flexí-vel e eficiente, voltada para o atendimento do cida-dão. O governo brasileiro não carece de ‘governabili-dade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legi-timidade democrática e o apoio com que conta na so-ciedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema degovernança, na medida em que sua capacidade deimplementar as políticas públicas é limitada pela rigi-dez e ineficiência da máquina administrativa” (grifosnossos).

Como já foi dito, é ao contexto de transformações ereformas que o Plano Diretor desencadeou na Adminis-tração Pública brasileira que se relaciona cada um dos

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Noções de Teoria da Administração

temas específicos deste trabalho. Será, portanto, combase neste documento (e muitas vezes por meio dele)que se desenvolverão as seções seguintes.

ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICAE GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS

Comecemos esta seção por uma definição do que sejacomunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que acomunicação é o princípio que organiza a relação entredois sujeitos, que torna possível tal relação, mediandoo contato e as trocas operadas entre ambos.

Uma definição de caráter mais processual e dinâmicoé fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, quedefine comunicação como sendo um processo relacio-nal em que um emissor, manipulando um determina-do código, elabora uma mensagem acerca de um de-terminado contexto, que é transmitida, por meio de umcanal específico, a um ou mais receptor(es).

Constitui-se assim um processo caracterizado pelapresença de seis elementos:1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-mete a mensagem a outro;2. Código – a combinação de linguagens e signos queserão usados na elaboração da mensagem;3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual amensagem se refere;5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para atransmissão da mensagem;6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagemé enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-mente) e a interpretar.Observe que, nos processos de comunicação estabele-cidos entre organização e clientes, as posições de emis-sor e receptor são permutáveis: ora é a organização quemtoma a “palavra”, propondo uma compra, transmitindouma informação, fixando metas e oferecendo incentivos,por exemplo; ora é um ou outro cliente quem “fala”, ma-nifestando expectativas, reivindicando direitos, avalian-do serviços, cobrando atitudes.

Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos sealternam nas posições de emissor e receptor, não deveno entanto ser confundido com o feedback, que é oretorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, deque a mensagem foi devidamente recebida.

Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-ganização nas várias circunstâncias em que se realizaesse processo.

O primeiro passo neste sentido é a identificação dosdiferentes sujeitos com quem a organização se relaci-ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-dos organizacionais), os clientes externos e internoscom quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntosde públicos: internos e externos.

Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-tes sujeitos que integram a organização, e será a elesque se dirigirão os esforços de comunicação interna.

É importante lembrar que esses públicos não são ho-mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relaçãoaos quais é comum a organização ter políticas de rela-cionamento específicas, em razão de os interessesrecíprocos serem particulares em cada caso.

É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente osdiferentes públicos internos, definir as políticas de re-lacionamento específicas para cada um deles (base-ando-se, claro, no interesses envolvidos em cada caso)e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políticas eprogramas de comunicação interna.

Lembre-se porém de que a necessidade acima deveser considerada cuidadosamente, não podendo havercontradições em relação a um princípio fundamental: acomunicação interna deve ser integrada e integrativa,isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,uma massa informe e indefinida de ações, que trate deforma desarmônica, desarticulada e desproporcionalos diferentes públicos.

É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-cação, de modo a, mesmo considerando as diferen-ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-tor de integração, não de divisão interna.

Essa integração implica um conjunto de valores, princí-pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-entar todos os processos de comunicação interna.Além disso, é fundamental que haja uma identidadetambém na maneira como a empresa se apresentaaos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. Éimportante a padronização de mídias, elementos deidentificação visual, layout, além da manutenção de umacoerência discursiva que perpasse todas os progra-mas e peças de comunicação.

Finalmente, é necessário ainda salientar a importânciade se adotar canais, fluxos e processos de comunica-ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (eentre) os diferentes públicos internos, que permitam abusca e a formação de consensos, a gestão adequadade conflitos e divergências.

É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processoscomunicacionais (seja do ponto de vista mais geral daorganização e seus públicos internos, seja da pers-pectiva de cada instância organizacional específica comseus respectivos públicos) o elemento que torna pos-sível a integração organizacional.

Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre-sentado a seguir:

“Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-ções entre os órgãos da Administração Pública e oscidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais,atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,de localização das ações nas necessidades do cida-dão, atuando nas seguintes áreas:

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Noções de Teoria da Administração

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· simplificação de obrigações de natureza burocráticainstituídas pelo aparelho do Estado, com que se de-fronta o cidadão do nascimento à sua morte;· implementação de sistema de recebimento de re-clamações e sugestões do cidadão sobre a qualidadee a eficácia dos serviços públicos que demandam umaresposta pró-ativa da Administração Pública a respeito;· implementação de sistema de informação ao cida-dão a respeito do funcionamento e acesso aos servi-ços públicos, e quaisquer outros esclarecimentos por-ventura solicitados;· na definição da qualidade do serviço, que deveráconstar dos indicadores de desempenho, um elemen-to fundamental será o tempo de espera do cidadãopara ser atendido; as filas são a praga do atendimen-to público ao cidadão.

A abrangência do projeto deve ser considerada sobdois aspectos:· quanto às esferas de governo, na primeira fase, suaamplitude será restrita aos órgãos federais, sendoampliada gradativamente para as esferas estaduaise municipais;· quanto à natureza da administração pública, o proje-to estará voltado inicialmente para a administraçãodireta, englobando, posteriormente, a administraçãoindireta, autárquica e fundacional” (grifos nossos).

Como já foi dito na seção imediatamente anterior a esta,existe uma relação cada vez mais estreita entre a co-municação organizacional no âmbito da gestão públi-ca e as questões referentes à tecnologia da informa-ção, organização e cidadania, decorrente da incorpo-ração progressiva e intensa da tecnologia da infor-mação aos processos comunicacionais e relacionaisque se estabelecem entre as organizações públicase seus clientes internos e externos.É tal incorporação que ocasiona o desenvolvimento daschamadas redes organizacionais, que podem ser es-tabelecidas entre:a) diferentes pessoas e/ou instâncias de uma mesmaorganização (pessoas em um mesmo órgão ou setor,ou órgãos de uma mesma organização);b) organizações e seus diferentes clientes externos,que no âmbito público caracteriza a chamada comunica-ção G2C (comunicação entre governo e clientes/cidadãos);c) diferentes organizações públicas, no sentido da co-municação colaborativa conhecida como comunicaçãoG2G (comunicação entre governos).

Tais redes organizacionais são estabelecidas por meiodas conexões em rede entre computadores, seja emnível interno (caso das chamadas intranets), seja emnível externo (internet).

Vê-se portanto que um dos temas fundamentais rela-cionados a esse “novo patamar de qualidade públi-ca”, no âmbito da comunicação organizacional e datecnologia da informação, diz respeito à utilização darede mundial de computadores, a internet, a serviçoda cidadania. Neste sentido, merece destaque o pro-grama Sociedade da Informação, assim apresentadopor SILVEIRA01:

“O programa Sociedade da Informação, lançado em1999, apresenta, como um dos objetivos setoriais, odesenvolvimento de sistemas para integrar e ampliarações de governo em benefício da cidadania no novo“paradigma da sociedade da informação”. Os conteú-dos ofertados pelos governos (federal, estadual e mu-nicipal) devem, progressivamente, facilitar o exercícioda cidadania.Segundo o documento de apresentação do programa,existem três tipos de presença de organizações pú-blicas na Internet:a) oferecimento apenas de informações institucionais;b) prestação de serviços relevantes de download (có-pia a partir de um computador remoto) de informaçõespara o usuário; ec) prestação de serviços públicos em tempo real e deforma interativa com o cidadão.

Assim, as organizações públicas utilizam a Internetcomo instrumento de aproximação com a sociedade— por meio da prestação de serviços e oferta de infor-mações, ao mesmo tempo em que ampliam sua capa-cidade operacional e sua área de cobertura. O plane-jamento de sítios na Internet, por parte das organiza-ções públicas, deve incorporar a busca pelo interessee necessidades dos cidadãos, e não apenas a redu-ção de custo por transação” (grifos nossos).

Trata-se, como se pode perceber, do relativamente co-nhecido conceito de e-government, ou governo eletrô-nico, que inclui, além das três aplicações mencionadas,mecanismos de fiscalização e prestação de contas dogestor público aos cidadãos, como é o caso da disponi-bilização de dados orçamentários em sítios eletrônicos.

Neste sentido, realizou-se em 2003, na cidade de Ge-nebra (Suíça) a primeira reunião da Cúpula Mundialsobre a Sociedade da Informação, assim relatada emtermos gerais por MEDEIROS & GUIMARÃES02:

“Em 2003, com a participação de representantes de176 países, a Cúpula discutiu não somente o papeldas tecnologias como ferramentas na Sociedade daInformação, mas também a dimensão humana quepode ser explorada com base no aproveitamento dasTIC. Os resultados das discussões – com temas con-troversos como a governança mundial da Internet – fo-ram explicitados por meio de uma Declaração de Prin-cípios e um Plano de Ação com objetivos a serem al-cançados pelos países até 2015 (Cúpula Mundial so-bre a Sociedade da Informação, 2004)”.

Os mesmos autores relatam que no Brasil foi instituí-do, por Decreto Presidencial de 03 de abril de 2000, umGrupo de Trabalho Interministerial (o Grupo de Traba-lho em Tecnologia da Informação – GTTI), com a finali-dade de examinar e propor políticas, diretrizes e nor-mas relacionadas com as novas formas eletrônicasde interação, no contexto da política do governo paralançar as bases da criação de uma sociedade digital

02 MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos & GUIMARÃES, Tomás deAquino. O estágio do governo eletrônico no Brasil em relação aocontexto mundial. IN: Revista do Serviço Público, Ano 55, n. 1e 2 (Jan-Jun/2004). Brasília: ENAP, 2004.

01 SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Governo e sistemade informação: de arquipélago a continente. IN: Revista do Ser-viço Público, Ano 53, n. 2, abr-jun/2002. Brasília: ENAP, 2002.

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Noções de Teoria da Administração

no Brasil. “Suas ações coadunaram-se com as metasdo Programa Sociedade da Informação (SocInfo), co-ordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Nes-se contexto, o GTTI assumiu o papel de facilitador nabusca dos objetivos do SocInfo”.

Tais trabalhos conduziram à elaboração do ProgramaGoverno Eletrônico, cuja implementação foi atribuída aum comitê interministerial, integrado pelos Secretári-os-Executivos (e cargos equivalentes) dos ministériose da Presidência da República, denominado ComitêExecutivo do Governo Eletrônico – Cege.

Saúde e Qualidade de Vida no TrabalhoNeste aspecto todas as pessoas querem e desejamtrabalhar em ambientes saudáveis e que permitam umaqualidade de vida durante o período laborativo, paraisso as organizações desenvolvem projetos de higieneno trabalho que engloba:1) De acordo com o tamanho da empresa, um plano orga-nizado que forneça não só os serviços médicos mas tam-bém enfermeiros e auxiliares em tempo integral ou parcial.2) Serviços Médicos adequados como: exame admissi-onal, primeiros socorros, eliminação e controles de áre-as insalubres, supervisão quanto à higiene e saúde,exames médicos periódicos de revisão e check-up etc.3) Prevenção de riscos à saúde – Riscos Químicos,Riscos Físicos e Riscos Biológicos.Objetivo da higiene do trabalho tem caráter eminente-mente preventivo, pois tem como foco o conforto e saú-de do trabalhador.

Condições Ambientais de Trabalho devem ser objetode preocupação da organização assim como as de-mais, identificamos como condições ambientais a ilu-minação, a temperatura e o ruído.Dentre os fatores a serem considerados nesta buscaincessante de um melhor ambiente de trabalho temosa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),que tem por objetivo atuar na prevenção de acidentes.A qualidade de vida no trabalho não está apenas vincu-lado aos aspectos físicos, incluem também os aspec-tos sociais e psicológicos. Para que se consiga umaqualidade de vida que se deseja no trabalho levam-seem consideração alguns fatores, que são os de credi-bilidade, Respeito, Imparcialidade, Orgulho, Camara-dagem no ambiente de trabalho.Agregado a estes aspectos devemos observar tambémos Benefícios Oferecidos, a Remuneração, a Ética e aCidadania, o Desenvolvimento Profissional e o Equilí-brio entre trabalho e vida pessoal.

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Bateria de Exercícios

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Exercícios

339 Língua Portuguesa

341 Raciocínio Lógico

342 Informática

345 Matemática

349 Atualidades

359 Ética no Serviço Público

360 Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90)

361 Previdência - Conjuntura e Estrutura

362 Conhecimentos Complementares

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338 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios

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Bateria de Exercícios - Português

Degrau Cultural 339

POLÍCIA FEDERALAGENTE ADMINISTRATIVO 2004 - CESPE/UNB

Nas questões a seguir, marque C, caso julgue o itemCerto e E, caso julgue o item Errado.

Já existe, felizmente, em nosso país, uma cons-ciência nacional — em formação, é certo —, que vaiintroduzindo o elemento da dignidade humana emnossa legislação e para a qual a escravidão, apesarde hereditária, é uma verdadeira mancha de Caimque o Brasil traz na fronte. Essa consciência, queestá temperando a nossa alma e, por fim, há dehumanizá-la, resulta da mistura de duas correntesdiversas: o arrependimento dos descendentes desenhores e a afinidade de sofrimento dos herdeirosde escravos.

Não tenho, portanto, medo de não encontrar oacolhimento por parte de um número bastante con-siderável de compatriotas meus, a saber: os quesentem a dor do escravo como se fora própria, eainda mais, como parte de uma dor maior — a doBrasil, ultrajado e humilhado; os que têm a altivezde pensar — e a coragem de aceitar as conseqü-ências desse pensamento — que a pátria, como amãe, quando não existe para os filhos mais infeli-zes, não existe para os mais dignos; aqueles paraquem a escravidão, degradação sistemática danatureza humana por interesses mercenários eegoístas, se não é infamante para o homem edu-cado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para oente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim,os que conhecem as influências sobre o nossopaís daquela instituição no passado e, no presen-te, o seu custo ruinoso, e prevêem os efeitos dasua continuação indefinida.

Possa ser bem aceita por eles esta lembran-ça de um correligionário ausente, mandada doexterior, donde se ama ainda mais a pátria do queno próprio país.

Quanto a mim, julgar-me-ei mais do que re-compensado, se as sementes de liberdade, direi-to e justiça derem uma boa colheita no solo aindavirgem da nova geração. (Londres, 8 de abril de1883)

Joaquim Nabuco. O abolicionismo.In: Intérpretes do Brasil, vol. I, Rio de Janeiro: Nova

Aguilar, 2000, p. 21 (com adaptações).

Em relação ao texto acima e ao tema nele abordado,julgue os itens a seguir.

01. O que Joaquim Nabuco escrevia em sua época vaiganhando densidade nos dias de hoje. Prova dis-so é o atual debate a respeito da política afirmati-va, a qual, envolvendo, inclusive, a adoção de co-tas, tem por objetivo reduzir as enormes desigual-dades sociais geradas pela escravidão.

02. A expansão do sistema educacional brasileiro, es-pecialmente nas redes escolares públicas, resultouna eliminação quase total das diferenças quanto aacesso e permanência nas escolas e desempenhoescolar de brancos, negros e pardos.

Essa realidade transportou-se para o mercado detrabalho, como demonstra a igualdade de saláriospagos a cidadãos de diferentes raças.

03. A idéia principal do texto pode assim ser expressa:O amor à pátria é mais forte quando se está longedela e a dor do escravo é sentida como se fosseprópria.

04. O autor do texto sugere que não teme as divergên-cias políticas das duas correntes que formam aconsciência nacional, porque conta com a recepti-vidade da maioria dos compatriotas, contrários àescravidão.

05. No texto, o termo “para a qual” (L.4) tem o sentidode para essa dignidade humana.

06. No contexto em que está empregada, a palavra“hereditária” (L.5) reforça a idéia de que a escravi-dão é uma questão genética.

07. Nos trechos “é uma verdadeira mancha de Caimque o Brasil traz na fronte” (L.5-6) e “uma boa co-lheita no solo ainda virgem da nova geração” (L.37-38), foi utilizada linguagem figurada.

08. Em “humanizá-la” (L.8), o pronome, cujo empregoé um recurso de coesão textual, refere-se ao vocá-bulo “consciência” (L.6).

09. Nas linhas 13 e 14, será mantida a correção gra-matical se a expressão “por parte de (...) meus” forassim reescrita: por parte de bastantes compatri-otas meus.

10. Sem prejuízo para os sentidos do texto, a formaverbal “inflige” (L.25) poderia ser substituída porsuporta.

11. A expressão “o seu custo ruinoso” (L.29) exerce afunção de aposto, o que justifica a sua colocaçãoentre vírgulas.

Os atentados terroristas a Nova Iorque e Wa-shington são a evidência de que o atual modelo deglobalização afeta os esforços de implantação mun-dial dos direitos humanos. Graças ao avanço datecnologia de comunicações — dos meios de trans-porte à Internet —, o Planeta tornou-se, de fato, umagrande aldeia. Somos todos vizinhos uns dos ou-tros e podemos assistir, em tempo real, ao que sepassa no hemisfério oposto ao que habitamos.

Frei Betto. Internet:<www.dhnet.org.br/denunciar>(com adaptações).

Com base no texto acima e considerando as múltiplasimplicações do tema que ele focaliza, julgue os itensseguintes.

12. Nos recentes episódios do Oriente Médio, a atua-ção de uma rede de televisão árabe — Al Jazeera— funciona como uma espécie de contraponto aoquase monopólio da informação, que, até bempouco tempo, pertencia à mídia ocidental.

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Bateria de Exercícios - Português

13. Um caso extremo de terrorismo, que espalhou opânico nos Estados Unidos da América (EUA) eassustou a opinião pública mundial, foi o atentadode 11 de setembro de 2001, que atingiu o Pentá-gono e as torres do World Trade Center.

14. A globalização não se restringe aos aspectos eco-nômicos, conquanto eles sejam fundamentais. Damesma forma que as inovações tecnológicas atin-gem diretamente o sistema produtivo, ampliando-lhe a capacidade e mundializando os mercados,elas também facilitam a circulação de pessoas,idéias e culturas, tornando o mundo menor tam-bém sob esse prisma.

15. O autor do texto aponta a utilização de sofisticadatecnologia de comunicações como a principal cau-sa da prevalência do modelo de globalização eco-nômica, que atenta contra os direitos humanos.

16. Na linha 4, a substituição de “Graças ao” por Devi-do o prejudicaria a correção gramatical do texto.

17. Nas linhas 5-6, a expressão entre travessões po-deria ser substituída por desde os meios de trans-porte até a Internet, sem que houvesse prejuízopara a correção gramatical do texto.

18. Na linha 9, o emprego de preposição em “ao quese passa” justifica-se pela regência do verbo “as-sistir” (L.8).

A proximidade não nos tem tornado mais so-lidários e amigos. À luz da crescente mercantiliza-ção das relações humanas, quase tudo é encara-do em termos de lucro e benefício. Não importaque guerras fratricidas ameacem a existência denações africanas. Os países metropolitanos con-tinuarão fabricando e exportando armas — que aÁfrica não produz — e permanecerão insensíveisao genocídio se, no palco das operações, não hou-ver diamantes, petróleo ou qualquer outra riquezaque justifique a intervenção das tropas globocolo-nizadas, como ocorreu no Iraque e na Iugoslávia.

Idem, ibidem.

Tendo o texto acima como referência e considerando ocenário mundial contemporâneo, julgue os itens quese seguem.

19. No texto, a substituição de “À luz” (L.2) por Sob aluz prejudicaria a coerência e a correção gramati-cal do período.

20. A idéia expressa pela palavra “mercantilização” (L.2-3), que é oposta à de solidariedade e à de amizade,articula-se com as noções de mercado e de rela-ções baseadas em vantagens. É essa idéia que setem mostrado muito presente nos encontros inter-nacionais de chefes de Estado e de governo, mar-cados pela celebração de acordos comerciais.

21. A palavra “genocídio” (L.9) significa extermínio de-liberado, parcial ou total, de uma comunidade, gru-po étnico, racial ou religioso.

22. Pelo contexto, compreende-se que a palavra“palco” (L.9) foi empregada em seu sentido de-notativo.

23. Depreende-se do neologismo “globocolonizadas”(L.11-12) que os exércitos que atuam nas inter-venções em países que vivem guerras genocidasrepresentam forças hegemônicas do processo deglobalização.

24. A oração “que justifique a intervenção das tropasglobocolonizadas” (L.11-12) não está antecedidapor vírgula porque expressa restrição.

25. Depreende-se das idéias do texto que somen-te haverá intervenção estrangeira para impedirou atenuar guerras nos países e regiões ondeexistam riquezas que possam interessar outrospaíses.

1

5

10

GABARITO

01. Certo 02. Errado 03. Errado 04. Errado

05. Errado 06. Errado 07. Certo 08. Errado

09. Certo 10. Errado 11. Errado 12. Certo

13. Certo 14. Certo 15. Errado 16. Certo

17. Certo 18. Certo 19. Errado 20. Certo

21. Certo 22. Errado 23. Certo 24. Certo

25. Certo

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Page 342: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Raciocínio Lógico

Degrau Cultural 341

01. Para ter acesso a um certo arquivo de um micro-computador, o usuário deve realizar duas opera-ções: digitar uma senha composta de três algaris-mos distintos e, se for aceita, digitar uma segundasenha composta de duas letras distintas escolhi-das do alfabeto de 26 letras. Quem não conhece assenhas pode fazer as tentativas. Sendo assim, onúmero máximo de tentativas necessárias para teracesso ao arquivo é inferior a 1.300.

02. Chama-se tautologia toda a proposição compostacuja última coluna da sua tabela-verdade encerrasomente a letra V (verdade).Em outros termos, tautologia é toda proposiçãocomposta P(p, q, r,...) cujo valor lógico é sempre V(verdade), quaisquer que sejam os valores lógicosdas proposições simples componentes p, q, r, ….As tautologias são também denominadas proposiçõestautológicas ou proposições logicamente verdadeiras.É imediato que as proposições p → p e p ↔ p sãotautológicas (Princípio de identidade para as pro-posições).De posse destas informações, é correto afirmar quea proposição “¬ (p ∧ ¬ p)”, que é o Princípio da não-contradição, é uma tautologia.

03. É correto afirmar que com os 10 primeiros núme-ros naturais podemos formar, exatamente, 648 nú-meros de 3 algarismos distintos.

04. Se a diretoria de uma firma é constituída de 7 dire-tores brasileiros e 4 japoneses, é correto afirmarque podemos formar, menos de 140 comissõescompostas de 3 brasileiros e 3 japoneses.

05. Um conjunto A possui n elementos, sendo n ≥ 4.Então, é correto afirmar que o número de subcon-juntos de A com 4 elementos é 4!

06. Se eu possuo 2 livros de Matemática, 3 de Portugu-ês e 4 de Física, é correto afirmar que posso arru-má-los de 72 modos diferentes, de modo que oslivros de uma mesma matéria fiquem sempre jun-tos e, além disso, os de Física, entre si, fiquemsempre na mesma ordem.

07. Se uso os números 1, 2, 3, cada um uma vez, e 6zeros, é correto afirmar que posso construir menosde 504 matrizes quadradas de ordem três com estesnúmeros.

08. Marcam-se 10 pontos sobre uma reta r e sobreuma paralela s marcam-se 8 pontos. Sendo as-sim, é correto afirmar que podemos formar exata-mente 640 triângulos unindo três quaisquer des-ses 18 pontos.

09. Com as letras a, b e c, podemos formar mais de 5pares ordenados com elementos distintos.

10. Uma turma da Escola “x”, composta de 20 alunos,deseja constituir uma comissão de 4 elementospara fazer uma reivindicação sobre um determina-do tipo de atividade esportiva dentro da mesma.Sendo assim, é correto afirmar que o número decomissões é acima de 4.500.

11. Para ir da cidade A até a cidade C, obrigatoriamentepassamos pela cidade B. Três companhias de ôni-bus cobrem o percurso entre A e B e 2 companhiasde aviação ligam B e C. Desta forma, é correto afir-mar que para viajar de A para C, possuímos, pelomenos, 5 maneiras diferentes.

12. O grêmio estudantil de uma escola realiza eleiçõespara preenchimento das vagas de sua diretoria.Para presidente apresentam-se cinco candidatos;para vice-presidente, oito candidatos; e para secre-tário, seis candidatos. Desta forma, é correto afir-mar que podemos formar exatamente 250 chapas.

13. Em um sistema de placas de veículos, cada placaé formada de 3 letras (de um total de 26) e 4 alga-rismos (de 0 a 9). Através destas informações écorreto afirmar que podem ser emplacados exata-mente 262 x 104 veículos.

14. Num acidente automobilístico, após ouvir váriastestemunhas, concluiu-se que o motorista culpadodo acidente dirigia um veículo cuja placa era cons-tituída de 2 vogais distintas e 4 algarismos diferen-tes, sendo que o algarismo das unidades era odígito 2. Sendo assim, o número de veículos sus-peitos é acima de 10.000.

15. Dentre os anagramas distintos que podemos for-mar com n letras, das quais somente 2 são iguais,120 apresentam essas duas letras iguais juntas.Nesta situação, o valor de n é superior a 6.

16. Chamamos de Equivalência Lógica quando umaproposição P (p, q, r,...) é logicamente equivalenteou apenas equivalente a uma proposição Q (p, q,r,...), se as tabelas-verdade destas duas proposi-ções são idênticas.Sendo assim, é correto afirmar que a proposição“¬ ¬ p” e “p” são equivalentes.

17. É correto afirmar que um grupo de 10 pessoas podeser dividido em 3 grupos de 5, 3 e 2 pessoas de2.520 maneiras diferentes.

18. Sabendo que um salão tem cinco portas, é corretoafirmar que temos mais de 20 maneiras de entrarnele e sair dele sem usar a mesma porta.

19. Existem 625 números de quatro algarismos forma-dos somente por algarismos ímpares.

20. Sobre uma circunferência, marcam-se 6 pontos dis-tintos. Então, é correto afirmar que podemos for-mar mais de 15 quadriláteros convexos com vérti-ces nestes pontos.

RACIOCÍNIO LÓGICO

GABARITO

01. E 02. C 03. C 04. E 05. E06. C 07. E 08. C 09. C 10. C11. C 12. E 13. E 14. C 15. E16. C 17. C 18. E 19. C 20. E

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Page 343: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

342 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Informática

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADODO AMAZONAS (MPE/AM) – 2008

Com relação aos conceitos de Internet, intranet e à WorldWide Web (WWW), julgue os itens que se seguem.

01. Na Internet, qualquer informação transmitida deum computador a outro passa, necessariamente,por um computador central, localizado na Suíça,que pertence à instituição internacional que con-trola a rede mundial.

02. Para garantir a segurança da informação que cir-cula em uma intranet, esse tipo de rede permiteapenas o envio de mensagens de correio eletrôni-co entre computadores a ela conectados, não per-mitindo a transferência de arquivos para computa-dores que não pertençam a ela, nem a navegaçãoem páginas da WWW.

A figura acima mostra uma janela do Internet Explorer 6,em que está sendo exibida uma página da Web. Comrelação a essa figura, ao Explorer 6 e a conceitos rela-cionados à Internet, julgue os itens que se seguem.

03. O botão possui funcionalidades que permi-

tem que o usuário inclua a página em exibição emuma lista de páginas favoritas.

04. A página da Web mostrada é uma página mantidapelo governo do estado do Amazonas cuja funçãoprimordial é fornecer ao usuário informações geo-gráficas a respeito do estado.

05. A observação da figura permite afirmar, com certe-za, que a página da Web não possui hyperlinks.

06. Ao se substituir a seqüência de caracteres http://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas por um outro en-dereço válido de página da Web, e se clicar o bo-

tão , usualmente é iniciado o download da pá-gina da Web do endereço digitado.

07. Enquanto o Internet Explorer é um navegador daWeb, o programa denominado Mozilla Firefox é umprograma exclusivo para o acesso a correio ele-trônico, não permitindo o acesso a páginas daWeb, como a mostrada na figura.

Com relação a correio eletrônico, julgue os itens a seguir.

08. Nos atuais serviços de correio eletrônico, há se-gurança absoluta com relação à confidencialidadedas mensagens.Atualmente, quando um usuário envia uma men-sagem de e-mail, não existe a possibilidade deque usuários tenham acesso não-autorizado aoconteúdo da mensagem, mesmo sem o uso derecurso de criptografia.

09. Ao se enviar uma mensagem de e-mail, é possívelenviar diversas cópias dessa mensagem parausuários diferentes.

A figura acima mostra uma janela do Word 2002, comum texto em processo de edição. Considerando a figu-ra, a palavra “exemplo” selecionada e o Word 2002,julgue os itens seguintes.

10. A fonte utilizada na palavra “exemplo”, que estáselecionada, é denominada Times New Roman.

11. Ao se alterar o número 120%, em , para240%, apenas a palavra selecionada — “exemplo”— será exibida com o dobro do tamanho com oqual ela está sendo exibida antes dessa alteração.

12. Ao se clicar o botão , apenas a palavra “exemplo”será apagada, e o restante do texto permaneceráinalterado.

INFORMÁTICA

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Page 344: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Informática

Degrau Cultural 343

13. O menu permite o acesso a opções queapresentam funcionalidades que possibilitem arealização de operações de copiar e colar trechosde textos. A opção Copiar, por exemplo, permitirácopiar a palavra selecionada — “exemplo” — para aárea de transferência, e essa palavra poderá ser,em seguida, colada em uma outra posição do texto.

14. A tecla permite que o usuário configure o Wordpara Caps Lock que as letras sejam todasdigitadas como maiúsculas, permitindo, ainda,retornar ao modo em que as letras digitadas apa-reçam como letras minúsculas.

15. O menu permite o acesso a uma op-ção que possibilita a contagem do número decaracteres de um trecho de texto previamente se-lecionado.

A figura acima mostra uma janela do Excel 2002, comuma planilha em processo de edição. Com relação aessa figura e ao Excel 2002, julgue os itens subse-qüentes.

16. Ao se clicar a célula C5, clicar e teclar ,aparecerá, na célula C5, o número 4700.

17. Ao se selecionar a célula C4 e se clicar duas ve-

zes o botão , o número 700 será substituído

por 700,00.

18. Ao se selecionar o grupo de células formado pe-

las células B1 e C1, e se clicar o botão , todas

as células contidas nas colunas B e C serão mes-cladas, formando uma nova coluna com larguraequivalente à soma das larguras das colunas queforam mescladas, e o conteúdo da nova colunaserá igual ao conteúdo da antiga coluna B.

A figura abaixo mostra uma janela do Excel 2000, quecontém uma planilha com dados extraídos do site doDENATRAN, relativos ao número de vítimas fatais deacidentes de trânsito, nas cinco regiões do Brasil, nosseis primeiros meses do ano de 2000. Com relação aessa figura e ao Excel 2000, julgue os itens a seguir.

19. Para a série numérica correspondente ao númerode vítimas fatais de acidentes de trânsito na re-gião Centro-Oeste, nos meses mostrados na pla-nilha, a mediana é maior que a moda.

20. Para se calcular o número total de vítimas fataisde acidentes de trânsito nos meses mostrados,nas regiões Norte e Nordeste, pondo os resulta-dos, respectivamente, nas células B10 e C10, ésuficiente realizar a seguinte seqüência de ações:

clicar na célula B10; clicar em teclar

clicar novamente na célula B10; clicar em ;

clicar na célula C10; clicar em

21. Para se calcular a média aritmética do número devítimas fatais de acidentes de trânsito na regiãoSudeste nos seis meses mostrados, pondo o re-sultado na célula D10, é suficiente clicar na célula

E10, digitar =(D4:D9/6) e, em seguida, teclar

22. Para se obter o percentual de aumento no númerode vítimas fatais de acidentes de trânsito na regiãoSul, do mês de abril para o mês de maio, pondo oresultado na célula E10, é 4 suficiente clicar nessa

célula, digitar =(E8-E7)/E8 e teclar .

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Page 345: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

344 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Informática

23. Considerando que o termo REGIÃO está formata-do como negrito, para se aplicar negrito às célulasde A4 a A9, é suficiente realizar, com o mo use, aseguinte seqüência de ações: clicar sobre RE-

GIÃO; clicar em posicionar o ponteiro no

centro da célula A4; pressionar o botão esquerdoe, mantendo-o pressionado, posicionar o ponteirono centro da célula A9; liberar, finalmente, o botãoesquerdo.

A figura abaixo mostra parte de uma janela do WindowsExplorer, executado em um computador cujo sistemaoperacional é o Windows 98. Com base nessa figura,julgue os itens seguintes, relativos ao Windows Explo-rer e ao Windows 98.

24. Ao se aplicar dois cliques simples em acima

e, em seguida, teclar , a pasta Revisão

do carro será aberta.

25. Se a Lixeira não estiver vazia, para esvaziá-la, ésuficiente clicar com o botão direito do mouse so-

bre Lixeira e, na lista que aparece em decor-

rência dessa ação, clicar em Esvaziar Lixeira, rea-lizando as confirmações necessárias.

26. Para se excluir o arquivo associado ao ícone

ROTEIRO DE VIAGEM, sem que ele seja enviadopara a Lixeira, é suficiente, mantendo a tecla

pressionada, teclar .

27. Ao se aplicar um clique duplo sobre

, será iniciado um processo de co-

nexão à Internet por meio do Internet Explorer, apartir de uma rede dial-up.

GABARITO

01. Errado 02. Errado 03. Certo 04. Errado

05. Errado 06. Certo 07. Errado 08. Errado

09. Certo 10. Certo 11. Errado 12. Errado

13. Certo 14. Certo 15. Certo 16. Certo

17. Anulada 18. Errado 19. Errado 20. Certo

21. Errado 22. Errado 23. Certo 24. Errado

25. Certo 26. Errado 27. Errado 28. Certo

28. Para se abrir o arquivo associado ao ícone

Custos, é suficiente clicar com o botão direito domouse sobre o referido ícone e, na lista que apa-rece em decorrência desse ato, clicar em Abrir.

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Page 346: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Matemática

Degrau Cultural 345

01. (SETEPS-PARÁ-2004-CESPE)

A tabela acima mostra, com algumas rasuras, a evolu-ção do emprego formal em uma região do país, entreos anos de 2001 e 2003, em alguns setores de ativida-des. Nessa tabela, para cada ano e para cada setor deatividades, o “saldo” é igual ao número de “admis-sões” menos o número de “desligamentos”.De acordo com essas informações, julgue os seguintesitens.I - O total de pessoas que foram desligadas do setor

de “comércio” durante o ano de 2001 foi de 22.047.II - No período de 2001 a 2003, no setor “administra-

ção pública” registrou-se um saldo total — númerototal de desligamentos do período subtraído donúmero total de admissões do período — igual a -235.

III - No período de 2001 a 2003, foram admitidas me-nos de 100.000 pessoas no setor de “serviços”.

02. (SETEPS-PARÁ-2004-CESPE)

A tabela acima mostra as temperaturas mínima emáxima de armazenamento de alguns produtos emum supermercado. De acordo com essas informa-ções, julgue os itens a seguir.I - Um refrigerador que mantém uma temperatura de

-7ºC pode armazenar os produtos A, B e C.II - Para armazenar os produtos C e D em um mesmo

ambiente, a temperatura desse ambiente devevariar entre 10ºC e 13ºC.

03. (CBMDF-2001-CESPE) Se Carlos gasta um terçodo seu salário com aluguel e a metade com ali-mentação e ainda lhe sobram R$ 80,00, então osalário de Carlos é maior que R$ 450,00.

04. (CBMDF-2001-CESPE) O corpo de bombeiros dedeterminada cidade, em um ano, prestou assis-tência a diversas vítimas de acidentes. Entre es-sas vítimas, 1/3 sofreu queimaduras, 5/12 sofreuintoxicação e 1/4 sofreu, simultaneamente, quei-maduras e intoxicação.

Do total de vítimas assistidas, a fração que repre-senta a quantidade de pessoas que não sofreramqueimaduras nem intoxicação é igual a:

a) 1/4.b) 1/3.c) 1/2.d) 3/5.e) 2/3.

05. (GOV.PARÁ-2004-CESPE)

A tabela acima, relativa ao estado do Pará, mostra,para alguns anos do período entre 1992 e 2002, a fra-ção de domicílios particulares com telefone em rela-ção ao total de domicílios. Com base nessas informa-ções, julgue os itens a seguir.

I - Para todos os anos mostrados na tabela, a fra-ção correspondente a determinado ano é mai-or que a correspondente a cada um dos anosanteriores.

II - A fração correspondente ao ano de 2002 é maiorque o triplo da correspondente ao ano de 1992.

06. (GOV.PARÁ-2004-CESPE) Se 9 g de proteí-nas cor-respondem a 1/50 da dose diária de proteínas queum ser humano deve consumir, então a quantida-de diária total de proteína que um ser humano deveconsumir é igual a 450 g.

07. (GOV.PARÁ-2004-CESPE) Uma empresa pos-sui um coral, um grupo de dança e uma or-questra, formados por seus funcionários. Sa-bendo que todos os funcionários participamde pelo menos uma dessas atividades, julgueos itens a seguir.

I - Se 1/4 dos funcionários participam do coral e 2/3participam do grupo de dança, então, no mínimo,1/12 dos funcionários participam da orquestra.

II - Se 2/3 dos funcionários participam do grupo dedança e 3/5 participam da orquestra, então o nú-mero de funcionários que participam do grupo dedança é menor que o de funcionários que partici-pam da orquestra.

III - Se a metade dos funcionários participam apenasdo grupo de dança e 1/3 participam apenas docoral, então o número de funcionários da empre-sa é múltiplo de 6.

08. (GOV.PARÁ-2004-CESPE) Considere que o fogãoda casa de Joana consuma dois botijões de gásde cozinha de 13 kg a cada 3 meses, que um boti-jão de gás de 13 kg custa R$ 22,50 e que o saláriomensal de Joana é de R$ 240,00.Nessas condições, é correto concluir que Joanagasta menos de 6/100 do seu salário na comprade gás de cozinha.

09. (HEMOPA-PARÁ-2004-CESPE) O pai de Flávio,Gabriel e Hailton distribuíram entre eles uma certaquantia de dinheiro da seguinte forma: Flávio rece-beu 1/4 da quantia, Gabriel recebeu 3/5 e Hailtonrecebeu R$ 210,00.

MATEMÁTICA

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Page 347: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

346 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Matemática

Acerca dessa distribuição, julgue os itens subseqüentes.I - Flávio recebeu a maior quantia.II - Gabriel recebeu o triplo do que Hailton recebeu.III - Gabriel e Hailton, juntos, receberam o triplo da quan-

tia que Flávio recebeu.IV - A diferença entre o valor recebido por Gabriel e o

valor recebido por Hailton é igual ao dobro do queFlávio recebeu.

V - A quantia distribuída é superior a R$ 1.600,00.

10. (HEMOPA-PARÁ-2004-CESPE) Quatro caminhões— A, B, C e D — devem transportar 210 toneladasde carga. O caminhão A vai transportar 8/21 da car-ga. O caminhão B, 3/10; o caminhão C, 1/7 e o ca-minhão D, o restante da carga.

É correto afirmar que o caminhão:I - A transportará menos de 90 toneladas da carga.II - B transportará mais de 60 toneladas da carga.III - C transportará 40 toneladas da carga.IV - D transportará 47 toneladas da carga.

11. (COHAB-BAURU-2004-ASSIST.ADM.-CESPE) Navenda de 100x unidades de um produto, uma em-presa lucra, em reais . Para os valores de x tais queL(x) < 0 a empresa teve prejuízo. Com base nessasinformações, julgue os itens que se seguem.

I - Se a empresa vender menos que 300 unidadesdesse produto, ela terá prejuízo.

II - O lucro da empresa será máximo para algum valorde x maior que 6.

12. (GM-ARARACAJÚ-2004-CESPE) O número de ocor-rências policiais no dia x do mês é dado pelo valorda função , e os dias em que ocorrências foramregistradas são aqueles em que f(x ) ≥ 0.Com base nessas informações, julgue os itensabaixo.

I - O número de dias em que foram registradas ocor-rências é superior a 9.

II - O maior número de ocorrências em um único diafoi inferior a 10.

III - Do dia 3 ao dia 5, a cada dia que passa, o númerode ocorrências registradas vai aumentando.

13. (IBAMA-NA.AMB.-2002-CESPE) Cerca de 70% dasuperfície do globo poderá ser afetada pelo impac-to de mineração, estradas e cidades em 2032 se ahumanidade não tomar providências urgentes. Aconclusão é de um relatório da ONU divulgado hoje,no qual trabalharam mais de mil cientistas. O estu-do, conhecido como Geo-3, foi preparado pelo Pro-grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente(PNUMA) para servir como indicador da saúde am-biental da Terra às vésperas da Rio+10, a confe-rência mundial sobre ambiente e desenvolvimentosustentável que acontecerá no fim de agosto naÁfrica do Sul. Cerca de 40% da humanidade já en-frenta escassez de água, especialmente para aagricultura, e as concentrações de dióxido de car-bono na atmosfera chegarão à casa de 450 partespor milhão (ppm) — contra 380 ppm hoje — naspróximas décadas.

Considere que a evolução anual da quantidade depresente na atmosfera, em ppm, seja descrita pela

função quadrática , em que x

representa o tempo, em anos, transcorrido desde1900, e a e b são constantes reais. Sabendo que aquantidade de na atmosfera em 1950 era de 300ppm e, em 2000, de 380 ppm, e levando em conta otexto acima, julgue os itens a seguir.

I - De acordo com o modelo estabelecido, o nível, emppm, de presente na atmosfera em 1900 era iguala ¾ do atual.

II - Sabendo que o protocolo de Kyoto considera o ní-vel de presente na atmosfera no ano de 1990como o satisfatório para o planeta, conclui-se, combase no modelo proposto, que esse nível é inferi-or a 350 ppm.

III - Com base no modelo estabelecido, o nível de naatmosfera previsto no último período do texto seráatingido na segunda década deste século.

14. (MMA-2003-CESPE) Uma empresa fabrica 1.000xunidades de determinado produto por mês, oten-do um lucro mensal, com a venda desses produ-tos, em reais, de 10.000 L(x), em que L(x) = -x2 +12x - 32. Com base nesses dados, julgue os itensabaixo.

I - Se a empresa fabricar menos de 1.000 unidadesdo produto, então ela terá prejuízo.

II - Para que a empresa tenha um lucro mensal supe-rior a R$ 30.000,00, ela deverá fabricar mais de8.000 unidades do produto.

15. (OPER.PETROBRÁS-2003-CESPE) Na Matemática,o conceito de função é freqüentemente utilizado paraa modelagem de situações-problema reais. Comrespeito a funções tradicionais e bem conhecidas,julgue o item subseqüente.

I - Para pavimentar e cercar uma área quadrada quemede x m de lado, uma empresa ofereceu os se-guintes preços:

• piso: 20 reais por m2 ;• cerca: 12 reais por m (linear);• taxa de serviços: 180 reais.O preço total da obra — P —, apresentado pela em-presa, pode ser calculado pela função quadrática:P(x) = 20x2 + 48x + 180.

16. (OPERADOR-PETROBRÁS-2001-CESPE) Um cer-to produto é fabricado ao custo de R$ 2,00 a unida-de. Ao preço de R$ 5,00 a unidade, 4.000 unida-des desse produto são vendidas mensalmente. Ofabricante do produto pretende elevar o seu preçode venda e estima que, para cada R$ 1,00 de au-mento no preço, 400 unidades a menos serão ven-didas por mês. Considerando apenas a receitaproveniente das vendas e o custo correspondenteà fabricação, o lucro máximo mensal que pode serobtido pelo fabricante será:

a) menor que R$ 12.500,00.b) maior que R$ 12.500,00 e menor que R$ 14.000,00.c) maior que R$ 14.000,00 e menor que R$ 15.500,00.d) maior que R$ 15.500,00 e menor que R$ 17.000,00.e) maior que R$ 17.000,00.

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Bateria de Exercícios - Matemática

Degrau Cultural 347

17. (BANESE-TÉC.BANC.-I-2002-CESPE) Um fabrican-te de inseticida doméstico produz x litros de seuproduto ao custo de C(x) reais. O gráfico abaixorepresenta o custo de produção em função da quan-tidade de litros produzida.

I - O custo de produção de 12 litros de inseticida émaior que R$ 8,00.

II - O custo fixo de produção é igual a R$ 4,00.III - O custo médio para a produção de 30 litros de in-

seticida é inferior a R$ 0,60 por litro.IV - Se vender a R$ 0,50 o litro de seu produto, o fabri-

cante terá lucro acima de R$ 1,00 na produção evenda de 26 litros.

V - Por ser a função custo crescente, independente-mente do preço de venda do litro do produto, é maisvantajoso para o fabricante produzir 20 litros emvez de 30 litros.

Texto V – Questão 57 (ESC.BB-2003-CESPE)

Preparando-se para custear as despesas com a edu-cação dos seus filhos, Carlos decidiu abrir uma pou-pança programada para 120 meses de duração, comrendimento mensal de 1%, em que os depósitos de-vem ser feitos no primeiro dia de cada mês. O valor d(k),em reais, do depósito a ser efetuado nessa poupançano k-ésimo mês obedece às seguintes regras:• d(k) = 100, para k = 1,2,...,12;• d(k +12) – d(k) = 100, para k ≥1.

18. (ESC.BB-2003-CESPE) Com base nas informa-ções do texto V, julgue os itens abaixo.

I - d(42) = 400,00II - D(19) – D(15) = 0III - Durante o sétimo ano, o valor total a ser deposita-

do por Carlos na poupança mencionada no texto ésuperior a R$ 8.500,00.

19. (IBAMA-NA.AMB.-2002-CESPE) Estima-se que oBrasil tinha 5 milhões de índios quando chegaramos portugueses. O declínio manteve-se até o co-meço da década de 80, quando foram contados100.000 índios. A partir de então, a população vol-tou a crescer em taxa acelerada. Hoje, já se regis-tram cerca de 350.000 índios vivendo em parquese reservas. Segundo os estudiosos, a principalexplicação é a regularização das terras indígenas.No início da década de 90, apenas um terço doterritório indígena estava regulamentado. Atualmen-te, metade de seu território está regular.

Com base nos valores apresentados no gráficoacima e acerca do tema tratado no texto, julgue ositens subseqüentes.

I - Os pontos de coordenadas (1980, 100.000), (1990,220.000) e (2000, 350.000), representados no grá-fico, estão sobre uma mesma reta.

II - Supondo que, para o período de 1500 a 1980, apopulação indígena, em milhares de habitantes,seja dada pela função P(t) = 5.000xe-ατ em que t é onúmero de anos transcorridos desde 1500 e o nú-mero e representa a base dos logaritmos neperia-nos, é correto afirmar que, nessa situação,

20. (PRF-2002-CESPE) Considere as seguintes acep-ções da palavra função, reproduzidas de três dici-onários da língua portuguesa.A: Qualquer correspondência entre dois ou maisconjuntos.Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.B: Grandeza relacionada a outra(s), de tal modoque, a cada valor atribuído a esta(s), correspondeum valor daquela.Michaelis. Moderno Dicionário da Língua Portu-guesa.C: Relação entre dois conjuntos que abrange to-dos os elementos do primeiro e associa a cadaelemento deste primeiro conjunto somente um ele-mento do segundo.Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.

Com base nas acepções acima, no conceito ma-temático de função e no CTB, julgue os itens quese seguem.

I - A regra que associa a cada pontuação possívelnesta prova os candidatos que obtiverem essapontuação não é função em nenhuma das trêsacepções apresentadas.

II - Uma relação entre dois conjuntos que satisfaça acondição da acepção C também satisfará a daacepção A.

III - Para que a acepção B coincida com o conceitomatemático de função, é necessário entender que“um” corresponde a um mesmo.

IV - A regra que associa a cada automóvel brasileirodevidamente licenciado a identificação alfanumé-rica de placa é uma função de acordo com somen-te uma das acepções acima.

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348 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Matemática

V - De acordo com o conceito matemático, a corres-pondência entre as infrações de trânsito cometi-das e os valores das multas a elas atribuídas éuma função injetora

21. (PROF.PR-2003-CESPE) Considere que a popula-ção de um determinado tipo de inseto em funçãodo tempo seja dada por , em que t é medido emdias. Com base nesse modelo hipotético, julgueos itens a seguir.

I - A população inicial desses insetos é constituidade 200 elementos.

II - A partir do instante inicial, a população de insetosdobrará em menos de 100 dias.

III - A partir do instante inicial, a população de insetoscomeçará a diminuir após 120 dias.

IV - O número de insetos será o mesmo em, pelomenos, duas épocas distintas.

V - A equação t = 100. ln(0,005 P), que define o tempoem função da população de insetos, é uma ex-pressão correta para a função inversa de P.

A quantidade de itens certos é igual a:a) 1.b) 2.c) 3.d) 4.e) 5.

GABARITO

01. E, C, E 02. E, C

03. C 04. C

05. E, C 06. C

07. C, E, C 08. E

09. E, E,C, E, E 10. C, C, E, E

11. C, C 12. E, C, C

13. E, E, E 14. C, E

15. C 16. D

17. E, C, C, E, E 18. C, C, E

19. E, C 20. E, C, E, E, E

21. C

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Bateria de Exercícios - Atualidades

Degrau Cultural 349

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

INTERNACIONAL

01. A respeito das medidas tomadas pelo governo donovo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apartir de 2009, assinale a alternativa incorreta.

a) Anúncio do futuro fechamento da prisão localizada nabase militar de Guantánamo, onde os EUA mantém pri-sioneiros acusados de terrorismo, mas que não tiveramjulgamento adequado.b) Envio de mais 30 mil soldados dos EUA para o Afega-nistão, onde existem forças da OTAN, com o objetivo decombater os rebeldes fundamentalistas do Talebam, quecooperam com a AL QAEDA.c) Anúncio da retirada gradual das tropas americanas doIraque até 2011, o país sofreu uma intervenção militardos EUA em 2003 com o apoio do Reino Unido e semautorização do Conselho de Segurança da ONU.d) Construção de um sofisticado Escudo Antimísseis para pro-teger a Europa ante a ameaça nuclear proveniente da Rússia.e) O governo enviou uma proposta para Congresso de refor-ma no sistema de saúde dos EUA, uma vez que milhões deamericanos não tem acesso aos planos privados.

02. Selecione a alternativa correta quanto a posiçãogeográfica, exemplos de membros plenos e estágiode integração do bloco econômico.

a) II–Mercosul; Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai;união aduaneira.b) I–NAFTA; EUA, Canadá e México; união monetária.c) IV– APEC: Rússia, China e Japão; união aduaneira.d) III– União Europeia: Alemanha, França e Noruega;união aduaneira.e) IV– CEI; Rússia, Ucrânia e Geórgia; união monetária.

03. Em 2010, será realizada a segunda cúpula reunin-do 4 importantes países em Brasília. Assinale a alter-nativa que identifica esse grupo de países listados nomapa a seguir e algumas de suas característicascomuns.

a) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): pequenos territó-rios, grande PIB, muito povoados e mercados consumi-

dores emergentes.b) IBAS (Índia, Brasil e África do Sul): grandes territórios, eleva-da renda per capita e mercados consumidores emergentes.c) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): extensos territórios,grande PIB, populosos, mercados consumidores emer-gentes e com grandes desigualdades sociais internas.d) IBAS (Índia, Brasil e África do Sul): territórios médios, pequenoPIB, pouco populosos e retração dos mercados consumidores.e) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): grandes territórios, altarenda per capita, populosos, mercados consumidores emer-gentes e com expressivas desigualdades sociais internas.

04. Sobre o G20 Finanças ou Grandes Economias, mar-que a alternativa incorreta.a) Formado por 19 grandes economias e a União Europeia.b) São exemplos de membros de continentes diferen-tes: Brasil, Austrália, França, China e África do Sul.c) A última reunião de cúpula aconteceu em Pittsburgh(EUA) e discutiu-se a ampliação da participação dospaíses emergentes em organismos como o FMI.d) O grupo é integrado apenas por países desenvolvi-dos e com IDH muito elevado.e) O grupo foi criado em 1999 com o objetivo de prevenirproblemas no sistema financeiro.

05. Em julho de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silvaanunciou sua posição de defesa à substituição do G8, o forodas economias mais bem-sucedidas do mundo, pelo G20, nadiscussão de temas globais. Além da Alemanha, EUA, Fran-ça, Japão e Itália, fazem parte do G8 os seguintes países:a) Canadá, Índia e China.b) China, Brasil e África do Sul.c) África do Sul, Reino Unido e Rússia.d) Canadá, Reino Unido e Rússia.e) Índia, Reino Unido e Rússia.

06. A missão brasileira no Haiti, liderando as tropas de paz daONU, custou cerca de 577 milhões de reais até 2009. O go-verno brasileiro aceitou comandar essa missão esperandoa) fazer parte do Conselho de Segurança da ONU comomembro permanente numa futura reforma, juntamenteos outros integrantes do G5: Índia, Rússia, Itália e China.b) impedir que Cuba assumisse o controle da ilha Hispaniola.c) impedir que os EUA tivessem hegemonia também naAmérica Central.d) reduzir a influência da Venezuela de Hugo Chávez no Caribe.e) fazer parte do Conselho de Segurança da ONU comomembro permanente numa futura reforma, juntamenteos outros integrantes do G4: Índia, Japão e Alemanha.

07. Marque a alternativa que completa a notícia a seguir:No ano de 2009, em Istambul (Turquia) aconteceram

graves conflitos entre a polícia e manifestantes que pro-testavam contra a uma reuniãoa) da OMC. b) do FMI. c) da ONU.d) do G20. e) do G8.

08. Os manifestantes da foto a seguir têm como foco deprotesto a atuação da Organização Mundial do Comércio(OMC), que conduz as negociações da Rodada de Doha.

EM PROTESTO em Genebra, manifestantesantiglobalização seguram velas com osdizeres “abaixo a OMC”

ATUALIDADES

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Bateria de Exercícios - Atualidades

Dentre os alvos dos protestos, destaca-se a seguintediretriz da Rodada de Dohaa) fragilização do comércio multilateral.b) a aceitação das posições do G20 (países em desenvolvimento).c) liberalização do comércio mundial.d) aprofundamento da estatização do comércio.e) expansão dos subsídios econômicos domésticos.

09. A respeito do Fórum Econômico Mundial realizado em ja-neiro de 2010. Julgue os itens como C (certos) ou E (errados).1. ( ) O fórum é realizado anualmente em Davos, Áustria.2. ( ) Conta com a participação de empresários, banquei-ros e alguns chefes de governo.3. ( ) Em contraposição, costuma acontecer desde 2001 o Fó-rum Social Mundial, antiglobalização, em Porto Alegre (Brasil).4. ( ) Em 2010, o fórum premiou Lula como “EstadistaGlobal”. Devido a problemas de saúde (crise hipertensiva),o presidente brasileiro foi representado no encontro peloministro das relações exteriores, Celso Amorim.5. ( ) O Fórum Econômico Mundial chegou ao fim com aconstatação de que a crise internacional a partir de 2008 cau-sou estragos profundos, a exemplo do agravamento do de-semprego. Uma das maneiras de enfrentar a crise é liberalizaro fluxo do capital financeiro e o aumentar dos bônus pagospara os executivos de bancos, medida defendida pelo G20 e jápensada em países como EUA, Reino Unido e Brasil.

10. A crise financeira internacional teve origem nosEstados Unidos a partir de 2008 e teve como causas:a) a instabilidade política vinculada à disputa eleitoralentre Obama (partido democrata) e Mccain (partido re-publicano) e falência da AIG.b) superávit na balança comercial, falência do BancoLehman Brothers, crise na indústria automobilística (GM)e retração no consumo.c) superávit público, déficit na balança comercial, aoscréditos concedidos aos clientes “subprime”.d) inadimplência no setor de crédito imobiliário, desre-gulação do sistema financeiro, prejuízos dos bancos equeda no valor das ações.e) elevação dos preços do petróleo, déficit na balançacomercial e imposição de um imposto sobre responsa-bilidade da crise financeira.

11. Marque o território do Oriente Médio que anunciourecentemente a moratória de sua dívida externaa) Dubai, emirado que integra a Arábia Saudita.b) Abu Dhabi, sultanato que integra os Emirados Árabes Unidos.c) Abu Dhabi, província que integra o Catar.d) Dubai, província que integra o Kuwait.e) Dubai, emirado que integra os Emirados Árabes Unidos.

12. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é umindicador social divulgado pela ONU. Assim, selecionea opção com os dados que integram o IDH.I- Renda per capita.II- Mortalidade infantil.III- Alfabetização e taxa de matrícula.IV- PIB (Produto Interno Bruto).V- Expectativa de vida.VI- Homicídios a cada 100 mil habitantes.a) I, II, III e V. b) II, IV e VI. c) II, III e VI.d) I, III e V. e) II, III e V.

13. Conforme os dados do IDH de 2009, assinale a al-ternativa com a posição certa dos países.a) 1º Islândia (elevado), 75º Brasil (elevado) e 175º SerraLeoa (baixo).b) 1º Noruega (muito elevado), 69º Brasil (médio) e 182ºAfeganistão (baixo).

c) 1º Canadá (elevado), 69º Brasil (médio) e 175º Níger (baixo).d) 1º Islândia (muito elevado), 75º Brasil (médio) e 175ºNíger (baixo).e) 1º Noruega (muito elevado), 75º Brasil (elevado) e182º Níger (baixo).

14. Assinale a alternativa que completa o texto a seguir. No final de 2009, os EUA foram surpreendidos por uma

tentativa de atentado terrorista em um voo que partiu daHolanda em direção aos EUA. O protagonista foi um jovemnigeriano de 23 anos, Umar Farouk Abdulmutallab, treinadoa) no Iêmen pelo grupo Al Qaeda na Península Arábica.b) no Irã pelo grupo xiita Hizbolah.c) na Cisjordânia pelo grupo fundamentalista Hamas.d) no Afeganistão pelo grupo fundamentalista Taleban.e) treinado no Iêmen pelo grupo extremista Taleban.

15. Selecione a alternativa que completa a notícia.Em 2009, um atentado terrorista promovido pelo gru-

po Jemaah Islamiah, ligado a AL QAEDA, atingiu hotéisna cidade de Jacarta, capitala) da Índia. b) do Paquistão.c) do Iraque. d) da Indonésia.e) do Afeganistão.

16. Sobre o Afeganistão, marque a alternativa certa.a) Sua capital é Islamabad.b) Hamid Karzai foi confirmado presidente após a desis-tência de Abdulah Abdulah em participar do segundo turnodas eleições. O candidato da oposição denunciou fraudes.c) Seu território é dominado por planícies.d) Apresenta portos no Oceano Índico.e) É grande produtor de cocaína.

17. Nos últimos anos, é um país que atravessou forteinstabilidade política. Um dos exemplos foi o atentadoque vitimou a ex-primeira ministra Benazir Butho, líderda oposição, em 2007. Em 2009, cresceram os con-frontos entre extremistas islâmicos do Taleban local eo exército no Vale do Swat e no Waziristão.O país mencionado éa) o Irã. b) a Coreia do Norte.c) o Líbano. d) a Síria.e) o Paquistão.

18. A partir de seus conhecimentos sobre o Iraque,assinale a alternativa incorreta.a) o Iraque é caracterizado pela presença dos rios Tigre e Eufrates.b) o norte do país é habitado pelos curdos, grupo étnicoque tinha tradição separatista.c) os árabes xiitas são o maior grupo étnico e religioso do país.d) em 2009, um atentado promovido pelo grupo Estado Islâmicodo Iraque, ligado à AL QAEDA, atingiu o centro de Bagdá, inclu-sive prédios do governo como o Ministério da Justiça.e) os conflitos entre sunitas e xiitas são pouco frequentes no Iraque.

19. A respeito da política interna e externa do Irã, jul-gue os itens como C (certos) ou E (errados).1. ( ) Em 2009, a oposição, liderada pelo candidato MirHussein Mousavi, acusou o governo de fraude nas elei-ções, vencidas pelo presidente conservador MahmoudAhmadinejad. Forças do governo reprimiram manifestan-tes, resultando na morte da jovem Neda Agha-Soltan, quese tornou um mártir pela democracia no país. A tecnologiada informação (Celular/Internet/Twitter) está sendo utili-zada nestes casos para denunciar o desrespeito aos di-reitos humanos com maior rapidez, burlando a censura.2. ( ) Ahmadinejad também fez declarações polêmicascontra homossexuais e negando o holocausto dos ju-deus na 2ª Guerra Mundial.

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Bateria de Exercícios - Atualidades

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3. ( ) O grupo insurgente sunita Jundallah (Soldados de Deus)reivindicou a autoria do atentado suicida que matou coman-dantes da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regi-me xiita do país. O atentado foi na província do Sistão eBaluquistão. O governo do Irã acusou rebeldes do vizinhoPaquistão e até o Reino Unido por envolvimento no caso.4. ( ) É a nação mais populosa do Oriente Médio, ocorrea prevalência do islamismo sunita e os líderes religio-sos são denominados de aiatolás. O líder religioso su-premo do Irã é o aiatolá Ali Khamenei.5. ( ) Na atualidade, o país desenvolve um polêmico programanuclear e anunciou a segunda usina de enriquecimento de urâ-nio. Na visita de Ahmadinejad ao Brasil em 2009, o presidenteLula defendeu o direito do Irã desenvolver armas nucleares.6. ( ) Na ONU, a agência responsável por vistoriar os progra-mas nucleares dos países no cumprimento do TNP é a AIEA.

20. Assinale a alternativa que completa o texto a seguir.Em 2009, Israel promoveu um violento ataque militar

contra ....................... que resultou em muitas vítimas civise na destruição de parte da infraestrutura. O argumentode Israel foi o combate ao grupo palestino HAMAS. Oatual primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu(partido Likud) promoveu a construção de novos assen-tamentos judeus em outro território palestino, desagra-dando o presidente palestino Mahmoud Abbas.

a) a Cisjordânia. b) as Colinas de Golã.c) a Faixa de Gaza. d) o Sinai.e) Jerusalém.

21. A respeito do Japão contemporâneo, é possívelafirmar quea) É importante exportador de produtos agrícolas e re-cursos minerais.b) Empreendeu a política do filho único como o objetivo dereduzir o crescimento populacional do país e reduzir a den-sidade demográfica que supera os 300 habitantes por Km2.c) O país implantou uma política de abertura para a en-trada de produtos agrícolas importados, incluindo o ar-roz, alinhando-se com o G20 na OMC.d) Em 2009, o partido que detinha o poder praticamente des-de o término da Segunda Guerra Mundial, o PLJ, perdeu aseleições parlamentares para o partido de oposição, o PDJ(Partido Democrático do Japão), liderado por Yukio Hatoyama.e) Nas décadas de 1990 e 2000, o Japão teve alto cres-cimento econômico e queda no desemprego.

22. Em 2009, aconteceram graves conflitos étnicos opon-do os chineses han e o grupo étnico uigur (muçulmanos),na região autônoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi. Ogoverno central chinês tem reprimido com violência osuigures, que reivindicam maior autonomia e apresentampretensões separatistas. Assinale a alternativa com omapa que destaca corretamente a região de Xinjiang.

23. A respeito da China, leia os itens a seguir:I- País populoso, com baixa densidade demográfica epolítica do filho único.II- Exportações de bens de consumo como eletrôni-cos, computadores, calçados e roupas.III- Importações de commodities como petróleo, ferro e soja.IV- Democracia com diversos partidos políticos e elei-ções regulares.V- Potência militar, nuclear e aeroespacial.VI- A China apresenta censura em relação aos meios decomunicação e procura controlar a Internet. Em 2010, osEUA protestaram contra um ataque hackers contra o Google.A empresa ameaçou cancelar suas operações no país.Estão certos os itens:a) IV, V e VI. b) I e IV. c) I, II, III, V e VI.d) II, III, IV e VI e) II, III, V e VI.

24. Sobre a Índia, leia as afirmações.I- Na Índia, a maioria da população é hinduísta e o sistema decastas apresenta influência na organização da sociedade.Os dalits são a parcela mais vulnerável à exclusão social.II- Despontam no mundo multinacionais indianas como o gru-po Tata que atua em áreas como a siderurgia e automóveis.III- A porção sul do país, especialmente Bangalore e Chennai,concentra a produção de softwares para computadores.IV- A porção norte, região da Caxemira, é de maioriamuçulmana, é foco de disputa com o Paquistão.V- No final de 2008 aconteceu um atentado terroristacontra hotéis em Mumbai praticado por um grupo ex-tremista islâmico com participação de paquistaneses.São corretas as afirmações:a) I, II e V. b) III e IV. c) I, II, III e IV.d) I, II, III, IV e V. e) II e IV.

25. Um país asiático que gerou apreensão na comunidadeinternacional em 2009. Identifique, respectivamente, o país,seu líder, o sistema político e o motivo da apreensão.a) China; Hu Jintao; socialismo autoritário; desenvolvi-mento de mísseis balísticos.b) Coreia do Norte; Kim Jong Il; socialismo autoritário;teste nuclear subterrâneo.c) Japão; Taro Aso; capitalismo com democracia; inves-timento em energia nuclear.d) Coreia do Norte; Kim Jong Il; socialismo democrático;testes com mísseis nucleares.e) Coreia do Sul; Kim Dae Jung; socialismo autoritário;teste com mísseis.

26. Em 2009, na Cúpula das Américas, realizada emTrinidad & Tobago, uma dos assuntos em pauta foia) o possível retorno de Cuba à OEA (Organização dos EstadosAmericanos), tendo em vista a flexibilização da política dos EUAem relação à ilha, apoiada por vários países da América Latina.b) a exclusão da Venezuela da OEA, devido ao regimeditatorial imposto por Hugo Chávez.c) o repúdio à intervenção militar do Equador no território daColômbia (2008) para combater a narcoguerrilha de direita FARC.d) A exclusão de Cuba da OEA, uma vez que o país apre-senta casos de desrespeito aos direitos humanos.e) O envio de tropas de paz da OEA para o Haiti no intuito deauxiliar as tropas brasileiras que estão no país desde 2004.

27. Em 2009, a situação política de Honduras caracteri-zou-se por forte instabilidade, desencadeada, em junho,pela deposição do presidente Manuel Zelaya e posterioreleição de outro presidente, Porfírio Lobo. Para o Brasil,trata-se de assunto internacional de especial interesse,haja vista a acolhida do presidente deposto na embaixa-da brasileira em Tegucigalpa. A instabilidade política do

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Bateria de Exercícios - Atualidades

país agravou-se, no início de dezembro de 2009, em de-corrência da decisão do Congresso hondurenho dea) rejeitar a restituição do presidente deposto ao poder.b) pressionar a saída de Zelaya da embaixada brasileira.c) considerar politicamente inviável a conciliação.d) apoiar oficialmente a colaboração do governovenezuelano e a participação do país na ALBA.e) rechaçar legalmente a legitimidade da Organizaçãodos Estados Americanos.

28. A respeito do Haiti, avalie os itens como C (certos)ou E (errados):1. ( ) A maioria da população é composta por mulatos e brancos.2. ( ) As línguas oficiais são o inglês e o criolo.3. ( ) Foi o primeiro país latino-americano a tornar-seindependente em 1804 através de uma revolução deescravos negros liderada por Jacques Dessalines.4. ( ) O país sofreu uma ditadura do “papa Doc” e “babyDoc” entre 1957 e 1986.5. ( ) Em 2004, o país recebeu tropas de paz da ONU(Minustah) lideradas pelo Brasil após a queda do presi-dente Jean Bertrand Aristidi.6. ( ) Um terremoto de 7º na escala Richter em janeiro de2010 destruiu grande parte da infraestrutura e fez milha-res de vítimas. O Haiti é geologicamente instável, poislocaliza-se na zona de contrato entre a microplaca Gonavee as placas tectônicas norte-americana e do Caribe.

29. A respeito do Suriname, avalie os itens.I- Sua capital é Paramaribo.II- É exportador de bauxita, ouro e petróleo.III- O país é integrado apenas por descendentes deindianos e javaneses.IV- No final de 2009, houve um grave conflito entre mar-rons (negros quilombolas) e garimpeiros brasileirosna localidade de Albina. Os brasileiros foram espanca-dos e muitos retornaram ao Brasil.Os itens certos são:a) II e IV. b) I, II e III. c) I e IV.d) I, II e IV. e) I, II, III e IV.

30. Em 2008, a tentativa fracassada do governo emaumentar os impostos dos exportadores agrícolas pro-vocou insatisfação popular. Em 2009, o governo foi der-rotado nas eleições parlamentares. Outra medida po-lêmica foi a invasão do grupo de mídia O Clarín pelaReceita Federal após o grupo ter divulgado notíciassobre enriquecimento de membros do governo. Em2010, houve uma crise entre o governo e a presidênciado Banco Central. O país em questão éa) a Venezuela, governada por Hugo Chávez.b) a Argentina, governada por Michelle Bachelet.c) a Argentina, governada por Cristina Kirchner.d) Honduras, governada por Porfírio Lobo.e) o Equador, governado por Rafael Corrêa.

31. A respeito da Colômbia, é falso afirmar.a) Apresenta um governo de direita e com forte tensãocom a Venezuela e Equador.b) Exportador de matérias-primas como carvão mineral,café e flores.c) as guerrilhas de esquerda como as FARC tem sidocombatidas pelo governo com êxito, resultando da mor-te de alguns de seus líderes, a exemplo de ManuelMarulanda e na libertação de reféns.d) O presidente Alan Garcia viabilizou sua terceira candi-datura consecutiva à presidência da república.e) Em 2009, o acordo com os EUA para o uso de 6 basesmilitares colombianas causou protestos de vários paí-ses da América do Sul, inclusive na cúpula da UNASUL(Bariloche, Argentina).

32. Sobre a Venezuela, julgue os itens como C (certos)ou E (errados).1. ( ) O presidente Hugo Chávez é de esquerda, populistae nacionalista.2. ( ) O país é exportador de petróleo e membro da OPEP.3. ( ) O país é membro pleno do Mercosul, uma vez queconseguiu a aprovação dos parlamentos do Uruguai,Paraguai, Brasil e Argentina.4. ( ) O atual governo investe contra os meios de comu-nicação, a exemplo da não renovação de emissoras derádio. Após o cancelamento do sinal aberto da RCTC(Rádio Caracas Television), a emissora também foi ba-nida entre as televisões a cabo.5. ( ) O Congresso aprovou uma lei de reforma na edu-cação com doutrinação socialista.6. ( ) Em 2010, a Venezuela enfrenta uma crise econô-mica devido a elevação da inflação e o racionamento deenergia elétrica devido às secas e ao fato do país de-pender de termelétricas que consomem petróleo.

33. Com relação à Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao acor-do firmado entre Brasil e Paraguai, em 2009, no qualsão revistas cláusulas do Tratado de Itaipu. Julgue ositens como C (certos) ou E (errados).1. ( ) Segundo o acordo, o Paraguai poderá venderenergia para o Brasil por um preço mais elevado.2. ( ) Localizada na fronteira brasileiro-paraguaia, Itaipuestá situada no rio Paraguai. A hidrelétrica representaquase 20% da energia consumida no Brasil.3. ( ) Em contrapartida às concessões brasileiras, oParaguai autorizou no acordo a instalação, em seu territó-rio, do gasoduto Patagônia-São Paulo, visto que a Argen-tina é grande fornecedora de gás natural para o Brasil.4. ( ) O acordo com o Brasil era uma das principais reivin-dicações do presidente paraguaio, o ex bispo de direita,Fernando Lugo, envolvido em escândalos sexuais em 2009.

34. A presidente do Chile, Michele Bachellet, apesar deapresentar 80% de popularidade, não conseguiu trans-ferir votos suficientes para o candidato de centro-es-querda nas eleições presidenciais. Assim, sagrou-sevencedor das eleições em janeiro de 2010,a) Eduardo Frei, da Concertacion (centro-esquerda).b) Miguel Juan Sebastian Piñera, da Concertacion (direita).c) Ricardo Lagos, da Concertacion (direita).d) Marco Enríquez-Ominami, da Renovacion Nacional (es-querda).e) Miguel Juan Sebastian Piñera, do Renovacion Nacio-nal (direita).

35. Selecione a alternativa que completa o trecho a seguir.Em março de 2010, tomará posse o presidente elei-

to do Uruguai,a) José Alberto Mujica Cordano, de esquerda.b) Tabaré Vasques, de esquerda.c) José Alberto Mujica Cordano, de centro.d) Luís Alberto Lacalle, de esquerda.e) Luís Alberto Lacalle, de direita.

36. No que se refere ao Tratado de Lisboa da UniãoEuropeia, é correto afirmar quea) entrou em vigor e prevê que o bloco terá presidente,ministro das relações exteriores e fortalecerá seus par-lamentos em benefícios dos cidadãos europeus.b) fracassou, pois a Irlanda rejeitou por plebiscito popu-lar, tal como havia acontecido com o Tratado de Maastricht.c) entrou em vigor com a inclusão da Turquia, país commaioria muçulmana no bloco europeu.d) instaurou a Zona do Euro aos 27 países integrantesda União Europeia.e) trata-se um auxílio financeiro à Grécia, uma vez que opaís está com dificuldades em sua dívida externa.

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Bateria de Exercícios - Atualidades

Degrau Cultural 353

37. O ano de 2010 marca os 20 anos da reunificação daAlemanha que significou a incorporação daa) Alemanha Ocidental socialista pela Alemanha Orien-tal capitalista.b) Alemanha Oriental capitalista pela Alemanha comu-nista após a queda do muro de Berlim.c) União Soviética pela CEI (Comunidade dos EstadosIndependentes).d) Alemanha Oriental socialista pela Alemanha Ociden-tal capitalista.e) República Democrática da Alemanha capitalista pelaRepública Federal da Alemanha socialista.

38. A respeito da África do Sul, marque a alternativa falsa.a) As desigualdades sociais e raciais da África do Sulsão herança do sistema de apartheid que existiu na le-gislação do país entre 1948 e 1990.b) Com o término do apartheid, o país tornou-se umademocracia e o poder político está concentrado no CNA(Congresso Nacional Africano) que elegeu em 2009, oatual presidente Jacob Zuma, da etnia zulu.c) Em 2009, o país foi sede de Copa das Confederaçõese em 2010 será sede da Copa do Mundo de futebol.d) Os brancos, por representarem aproximadamente 50%da população sul africana, concentram grande parte dariqueza nacional.e) No cinema, o ator Morgan Freeman, indicado para oOscar, fez o papel de Nelson Mandela no filme Invictus,dirigido por Clint Eastwood. O filme retrata o início dogoverno Mandela e a tentativa de diminuir as diferençasétnicas através do esporte, no caso o rugby.

39. Escolha a alternativa com a palavra que preenchecorretamente o texto a seguir.

“No maior país da África em área territorial, I , eclodiuum gravíssimo conflito que opõe uma etnia de pastores apoi-ada pelo governo a uma etnia de agricultores na região de IIna parte oeste. Milhares de refugiados fugiram para o vizi-nho III e o número de mortos já passa de 400 mil. O paíspermitiu a entrada de tropas de paz da ONU em 2009”.

40. País africano, localizado na borda leste do continente,entrando pelo Golfo de Áden, uma das rotas de navegaçãomais movimentadas do mundo, chama a atenção pela pira-taria. Mais de 20 mil navios mercantes passam pelo Golfo acada ano, tornando-se alvos atrativos para os piratas. O Es-critório Marítimo Internacional contou cerca de 40 sequestrosbem-sucedidos em 2008 e outros 31 na primeira metade de2009. Navios de guerra da União Europeia, dos Estados Uni-dos e de outras potências patrulham as águas agora.

The economist, licenciada para Carta Capital, janeiro/fevereiro de 2010.

O país africano em foco éa) Nigéria. b) Sudão. c) Eritreia.d) Angola. e) Somália.

41. Em 2009, o governo deste país da costa atlântica daÁfrica reprimiu manifestantes que exigiam maior demo-cracia. Dezenas de pessoas foram massacradas no es-tádio de futebol da capital, Conacri. O país em questão foia) Somália. b) Líbia. c) Angola.d) Guiné. e) Serra Leoa.

42. Em um território localizado ao norte de Angola, houveum recente atentado contra a comitiva da seleção de fute-bol do Togo que se deslocava para participar da Copa Afri-cana de Nações em 2010. O atentado foi cometido pelaa) MPLA (Movimento pela Libertação de Angola).b) UNITA (União Nacional pela Libertação Total de Angola).c) FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda).d) Al QAEDA.e) FIS (Frente Islâmica de Salvação).

Sociedade Brasileira

01. A respeito dos indicadores atuais da populaçãobrasileira, avalie os itens:I- A expectativa de vida é de 72,8 anos, sendo maiorpara as mulheres, 76 anos.II- Em 2010, o IBGE estima que a população absoluta doBrasil atingiu 192 milhões de habitantes. Os estados maispopulosos são: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.III- Houve queda no trabalho infantil para 10,2% (entre 5e 17 anos), porém o problema persiste.IV- Nos anos 2000, houve melhora na distribuição derenda devido ao maior crescimento econômico, redu-ção do desemprego, aumento do salário mínimo e pro-gramas como o Bolsa Família.V- O índice FIRJAN de desenvolvimento municipal apon-tou em 2009, São Caetano do Sul como o melhor muni-cípio do país nos indicadores sociais e econômicos.Estão corretos os itens:a) I, II, III, IV e V. b) I, II, III e IV. c) II, III e IV.d) I, IV e V. e) II, III e V.

02. Selecione a alternativa certa quanto a violência no Brasil.a) Nas áreas urbanas, concentra-se nos bairros dasclasses média e alta.b) O estado do Rio de Janeiro apresenta a maior taxa dehomicídios por 100 mil habitantes no país.c) Os altos índices de criminalidade estão apenas relacionadosaos problemas nos sistemas policial, penitenciário e judiciário.d) No Rio de Janeiro, o episódio da queda do helicópteroda polícia nos confrontos decorrentes da ocupação domorro dos macacos por traficantes causou surpresa.e) As unidades de polícia pacificadora no Rio de Janeirofazem apenas incursões eventuais nas comunidadescarentes como a Cidade de Deus.

03. Assinale a alternativa que preenche corretamentea lacuna

Em 2009, foi divulgado .............................., pesquisa realizadapelo governo (Secretaria de Direitos Humanos da Presidênciada República) e a Unicef, prevê que sejam assassinados cercade 33 mil adolescentes no Brasil até 2012. Foram pesquisadosos municípios a partir de 100 mil habitantes. A cada mil adoles-centes, 2,03 são mortos por homicídio até 19 anos. A cidadecom maior índice foi Foz do Iguaçu (PR) com 9,7, seguida deGovernador Valadares (MG), Cariacica (ES) e Olinda (PE).a) a taxa de homicídios.b) a taxa de mortalidade infantil.c) o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).d) o IES (Índice de Exclusão Social).e) o IHA (Índice de Homicídios na Adolescência).

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Bateria de Exercícios - Atualidades

04. A partir de 2009, houve rápida expansão da gripesuína. Sobre a nova gripe, marque a alternativa incorreta.a) Foi nomeada de Influenza A (H1N1).b) O foco inicial foi o Canadá. Na América do Sul, o maior númerode casos é observado em países como Argentina, Chile e Brasil.c) Entre os sintomas: febre acima dos 39º, muito cansaço,calafrios frequentes, intensa dor de cabeça e muscular.d) Em 2010, o Ministério da Saúde anunciou a vacinaçãodos grupos de maior risco nas seguintes etapas: profis-sionais da saúde/indígenas, gestantes, doentes crôni-cos/crianças de 6 meses até 2 anos, adultos entre 20 e29 anos e idosos com doenças crônicas.e) A nova gripe já se configura como uma pandemia,uma vez que se disseminou por vários continentes.

05. Sobre a situação da educação no Brasil, marque aalternativa incorretaa) em pesquisa divulgada pela OCDE em 2009, o Brasil éo país onde o professor perde mais tempo (17%) com adisciplina dos alunos em relação ao tempo de aula efetivo.b) a taxa de analfabetismo é de cerca de 10% e está emdeclínio lento.c) a escolaridade média do brasileiro é superior a 12 anos.d) o vazamento da prova do Enem devido a uma falha desegurança no Consórcio Connasel prejudicou mais de4 milhões de alunos, a prova foi adiada para Dezembro.e) o país obteve melhoria em indicadores quantitativos como aqueda do analfabetismo geral e aumento da taxa de matrícula.

06. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica2009, o número de matrículas, na educação básica, caiu1,2%, passando de 53,3 milhões para 52,5 milhões dealunos, entre 2008 e 2009. O ensino básico vai da crecheao último ano do ensino médio e inclui a educação profis-sional, especial e de jovens e adultos. O resultado dapesquisa reflete a atuação de qual fator específico?a) Redução de classes extracurriculares.b) Melhora do fluxo escolar.c) Restrição ao ensino profissionalizante.d) Fim da evasão escolar de jovens e adultos.e) Elevação da expectativa de vida no país.

07. No que se refere a Reserva Indígena Raposa/Serrado Sol, destacada no mapa a seguir, julgue os itenscomo C (certo) e E (errado)

1. ( ) O estado de Roraima localiza-se na região Nortedo Brasil, enquanto a reserva indígena situa-se no nor-deste de Roraima.2. ( ) A preocupação dos militares com a delimitação deuma área de grande dimensão para comunidades indí-genas não é justificável, porque não se trata de umazona limítrofe com outros países.3. ( ) Os conflitos na reserva Raposa/Serra do Sol opu-seram dois grupos, o primeiro formado por latifundiári-os rizicultores, trabalhadores e indígenas aculturados.O segundo foi integrado por indígenas menos acultu-rados e organizações não governamentais.

4. ( ) Em 2009, o STF definiu a reserva como totalmenteindígena e os não-índios e arrozeiros saíram da reserva.5. ( ) A região apresenta planícies recobertas por flores-ta amazônica e clima tropical.

08. A respeito da questão agrária, fundiária e ambientalna Amazônia Legal, assinale a opção falsa.a) Houve declínio no desmatamento no período 2008-2009e a pecuária bovina foi o principal fator de devastação.b) Os estados líderes em desmatamento são PA, MT e RO.c) A região apresenta inúmeros conflitos pela posse da terraenvolvendo latifundiários, grileiros, posseiros, garimpeiros,madeireiros e indígenas. A Terra do Meio (PA), onde foi assas-sinada a irmã Dorothy Stang é uma das áreas mais violentas.d) Em 2009, a medida provisória 458 regularizou terrasocupadas por posseiros e grileiros na Amazônia. Osambientalistas temem que a medida acelere o desma-tamento nos próximos anos.e) Segundo dados do INPE, a exploração de madeira é o prin-cipal fator de desmatamento na Amazônia nos últimos anos.

09. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra) ocupou a fazenda Capim, que abrange parte dosmunicípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, no oestepaulista. Lá destruíram parte de uma plantação de laran-ja. Trata-se de uma área de terras devolutas que estásendo disputada na justiça entre o INCRA e a empresaa) Maguari. b) BR Foods. c) Unilever.d) Citrosuco. e) Cutrale.

Política Brasileira

10. São exemplos de partidos de oposição ao atualgoverno federal brasileiro:a) PMDB, PT e PC do B. b) DEM, PSDB e PDT.c) PSDB, DEM e PSOL. d) PSOL, PSDB e PR.e) Arena, PFL e Prona.

11. Foram estados brasileiros que tiveram mudança de gover-nador em 2009 devido a irregularidades no processo eleitorala) RS, MA e PB. b) RJ, ES e AM. c) MA, PB e TO.d) SC, MT e PE. e) MA, TO e PR.

12. Em 2009, o principal conflito diplomático entre Brasil e Itáliafoi o caso Cesare Battisti. A questão foi encaminhada para oSTF. O governo brasileiro concedeu asilo político a Cesare,mas a Itália deseja sua extradição, pois foi condenado pora) pertencer ao partido comunista italiano.b) pertencer a uma organização de extrema direita.c) quatro homicídios em 1978 e 1979d) estar envolvido com o terrorismo islâmico.e) ser aliado do primeiro ministro Silvio Berlusconi.

13. Entre 2009 e 2010, houve grande polêmica em rela-ção a um plano lançado pela secretaria nacional lide-rada por Paulo Vanuchi. A principal controvérsia noPlano Nacional de Direitos Humanos foia) a defesa do casamento entre pessoas do mesmosexo, defendida pela CNBB.b) a revisão dos crimes cometidos pela ditadura militar,medida que violaria a Lei de Anistia de 1979.c) a criminalização dos movimentos sociais no campocomo o MST em benefício do agronegócio.d) a criação da comissão da verdade sobre os crimescometidos pela ditadura militar e por guerrilheiros deesquerda, violando a constituição de 1988.e) a criminalização do aborto, visto que é uma questãode saúde pública.

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Bateria de Exercícios - Atualidades

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14. Finalmente, a Justiça brasileira decidiu pela custódiade um garoto de 9 anos de idade, filho de mãe brasileira epai norte-americano. A decisão do STF foi favorável aa) Sean Goldman, o pai biológico.b) Bruna Bianchi, mãe biológica.c) Silvana Bianchi, avó materna.d) João Paulo Lins e Silva, o padrastro.e) David Goldman, o pai biológico.

15. Sobre os ministros do governo Lula, assinale a al-ternativa incorreta.a) o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), apoia as açõesda Polícia Federal.b) uma das coordenadoras do PAC (Programa de Acelera-ção do Crescimento: investimentos em infraestrutura), é aministra da Casa Civil e “presidenciável” Dilma Rousseff(PT). Em 2009, a ministra anunciou que tinha um câncerlinfático e começou a se submeter a um tratamento. Houveuma polêmica sobre um suposto encontro dela com LinaMaria Vieira (secretária exonerada da Secretaria da Recei-ta Federal), na qual a ministra teria pedido maior celeridadenuma investigação sobre Fernando Sarney.c) o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA) e o ONS (Operador Nacional do Sistema) afirmaramque o apagão em novembro de 2009 foi provocado porproblemas meteorológicos que causaram falha nas li-nhas de transmissão de energia provenientes de Itaipu.d) a atual ministra do meio ambiente Marina Silva (PV)teve êxito no combate ao desmatamento na Amazôniacom a assessoria do ex-ministro Carlos Minc.e) O Ministério da Saúde, comandado por José GomesTemporão (PMDB), lançou em 2009, o primeiro PlanoNacional de Saúde do Homem para estimular a saúdepreventiva e reduzir a mortalidade masculina.

16. Sobre a crise no Congresso Nacional em 2009, éincorreto afirmar.a) Ex-diretor do senado, Agaciel Maia, foi acusado deocultar de sua declaração de bens uma mansão milio-nária no Lago Sul de Brasília.b) João Carlos Zoghbi, diretor de recursos humanos do senadoesteve envolvido em uso irregular de apartamentos funcionais.c) Outro escândalo foi a divulgação de que o senado tinha 181diretores. Um estudo da FGV propôs uma redução para 50.Também houve uso irregular de passagens aéreas, a pre-sença de funcionários fantasmas e fraudes em licitações.d) Denúncias de irregularidades também atingiram o atualpresidente do senado, José Sarney (PMDB-AP), a exemploda nomeação do namorado da neta para funcionário do se-nado. As acusações foram rechaçadas no Conselho de Ética.e) O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cas-sou o mandato do deputado do “castelo”, Edmar Moreira(ex-DEM e atual PR) por utilizar de maneira indevida averba indenizatória, inclusive para segurança pessoal.

17. O “mensalão do Distrito Federal” é um dos mais re-centes escândalos na política nacional. Era propina co-brada de empresários do DF que prestavam serviços parao governo. Os recursos eram usados para cooptar depu-tados distritais e envolveu o governador José RobertoArruda, que anos atrás tinha se envolvida na violação dopainel eletrônico do senado. O nome da operação da PFque investigou o mensalão do Democratas foia) Satiagraha. b) Boi de Barrica.c) Caixa de Pandora. d) Arco de Fogo.e) Sanguessuga.

18. A Lei 13.541, de 7 de maio de 2009, conhecidacomo “Lei Antifumo”, tem eficáciaa) somente no Município de São Paulo.b) somente no Estado de São Paulo.c) em todo território Nacional.d) somente na Região Sudeste.e) somente na Grande São Paulo.

19. Foram as cidades que competiram com o Rio deJaneiro para sede das Olimpíadas de 2016. O anúnciofoi realizado em Copenhague, Dinamarca, em 2009.a) Chicago, Tóquio e Londres.b) Los Angeles, Joanesburgo e Moscou.c) Chicago, Tóquio e Madri.d) Paris, Tóquio e Madri.e) Miami, Pequim e Madri.

20. Foram os países que participaram de uma concorrên-cia para a venda de caças para o Brasil entre 2009 e 2010.a) EUA, França e Rússia. b) França, EUA e Suíça.c) Rússia, Israel e EUA. d) Suécia, Rússia e França.e) França, Suécia e EUA.

Economia Brasileira

21. Em 2009, duas empresas do setor de alimentos noBrasil resolveram unir forças. É possível afirmar quehouve uma fusão entre aa) Sadia e a Perdigão, na qual a Sadia concentrou amaior parte das ações.b) Perdigão e a Seara, dando origem a BR Foods, naqual a Perdigão detém a maioria das ações.c) Sadia e a Aurora, dando origem à Perdigão Foods, naqual a Sadia concentrou a maior parte das ações.d) Aurora e a Seara, dando origem a Sadia Foods, naqual a Aurora detém controle acionário.e) Perdigão e a Sadia, dando origem a BR Foods, naqual a Perdigão detém a maioria das ações.

22. Dentre as notícias envolvendo empresas, é corre-to afirmara) a união Itaú/Unibanco deu origem ao segundo maiorbanco privado do Brasil.b) aconteceu a compra do banco privado Nossa Caixapelo Banco do Brasil.c) o grupo Pão de Açúcar adquiriu o Ponto Frio e se asso-ciou ao Magazine Luiza.d) uma das críticas aos bancos brasileiros é que co-bram um baixo spread (juros) dos clientes.e) a Ambev foi multada pelo Cade devido a monopoliza-ção do mercado de cervejas e concorrência desleal.

23. Em 2009, o governo enviou quatro projetos sobreas novas reservas de petróleo. É verdadeiro afirmarque trata-se das reservas doa) pré-sal, localizadas nas Bacias de Santos, Campos eCapixaba em profundidades que podem atingir 7 km. O gover-no defende a criação de uma nova estatal para gestão e priori-dade para a Petrobrás na exploração em todos os blocos.b) pré-sal, situadas nas Bacias de Santos e Campos. Ogoverno defende a concessão igualitária para a explora-ção entre a Petrobrás e multinacionais.c) pós-sal, localizadas na Bacia de Campos e Santos. Ogoverno defende um Fundo Social com recursos desti-nados à educação, ciência, tecnologia, saúde, meioambiente e combate a pobreza.d) terrestres, situadas na Bacia Amazônica. O governodefende que os royalties fiquem com os estados produ-tores (ES, SP e RJ).

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Bateria de Exercícios - Atualidades

e) pré-sal, localizadas na Bacia de Santos, Tupi, Iara eCarioca. O governo defende a gestão e operação pelaPetrobrás, além da distribuição por igual dos royaltiesentre as unidades da federação.

24. Leia os itens sobre fontes alternativas de energiautilizadas no Brasil.1. ( ) A energia eólica é uma fonte em expansão no país,são exemplos os parques eólicos de SP, MG e AM.2. ( ) O semiárido nordestino é uma áreas com maior poten-cialidade para a energia solar devido a acentuada insolação.3. ( ) No interior de São Paulo, existem usinas termelétricasque funcionam a partir da queima do bagaço de cana.4. ( ) Cresce a utilização do biodiesel em veículos, óleoque pode ser produzido a partir de mamona, babaçu,soja, dendê ou girassol.5. ( ) O biogás constitui o aproveitamento do gás metano,proveniente da decomposição do lixo, em termelétricas.Um exemplo é a usina que funciona no aterro Bandei-rantes em São Paulo.6. ( ) A primeira usina que utiliza energia das marés foiinstalada no litoral do Ceará em 2007.

25. Ao final de 2009, o BNDES aprovou financiamento deparques geradores de energia no Ceará, nos municípiosde Aracati e São Gonçalo do Amarante. Os projetos apro-vados fazem parte do PROINFA, o programa do governo deincentivo a investimentos em fontes alternativas, que con-tribuam para a diversificação da matriz energética brasi-leira, empregando recursos renováveis. Os projetos apro-vados contemplam parques geradores de energiaa) eólica. b) hidrelétrica. c) termelétrica.d) maremotriz. e) solar.

26. Sobre o etanol, considere os itens:I- A elevação dos preços do etanol no início de 2010 estárelacionada a entresafra, fatores climáticos e exportações.II- Houve aumento do consumo no mercado interno devi-do ao aumento das vendas de automóveis bicombustíveis.III-Em 2009, o Brasil realizou o maior acordo de exporta-ção de etanol para o Japão através do grupo Mitsubishi.IV-Ocorreu aumento do cultivo de cana-de-açúcar emSP e forte expansão no PR, MG, MS, MT e GO.Estão certos os itens:a) II, III e IV. b) III e IV. c) I e III.d) I, II, III e IV. e) I e II.

27. Selecione a alternativa que reúne os fatores quemais impulsionam a descentralização industrial emdireção a estados como PR, GO, BA e CE.

28. Em 2009, o presidente Lula pressionou uma importanteempresa para aumentar os investimentos no Brasil e agre-gar valor aos produtos exportados. Assinale a alternativacerta quanto aos produtos exportados através das ferrovi-as I e II, os portos especializados, os principais mercadosconsumidores e a empresa pressionada pelo governo.

29. Em telefonia celular, o que é “portabilidade”?a) É a faculdade de o cliente poder manter o número aele designado, mesmo mudando de operadora, dentroda mesma área de registro (DDD).b) É a facilidade que o celular, por seu tamanho, apre-senta em ser transportado.c) É a obrigatoriedade de fidelidade que um cliente temcom uma operadora, durante o período de um ano.d) É a funcionalidade que alguns aparelhos apresentam detransmitir dados entre si, sem a necessidade do uso de cabos.e) É a possibilidade de utilização de um aparelho móvel,em uma região não atendida por sua operadora, utili-zando-se de antenas de outras operadoras.

30. O termo custo Brasil é utilizado para designar oconjunto de problemas que dificultam o crescimentoda economia do país. Os itens a seguir são componen-tes do custo Brasil, com exceção:a) alta taxa de juros que pode inibir os investimentos e o consumo.b) baixo investimento em transportes, portos e geração de energia.c) alta carga tributária.d) elevada dívida interna, apesar da redução da dívidaexterna (país transformou-se em credor).e) em 2009, a agência de classificação de risco Mood’selevou o Brasil para a categoria de grau de investimento.

31. Entre 2009 e 2010, foram medidas tomadas pelogoverno brasileiro, exceto:a) redução do IPI para automóveis bicombustíveis.b) isenção do IPI para móveis.c) diminuição do IOF (Imposto sobre Operações Finan-ceiras) para o capital estrangeiro.d) diminuição da taxa de juros selic.e) redução da CIDE (Contribuição de Intervenção no Do-mínio Econômico) e do teor de etanol na gasolina objetivaconter a tendência de alta nos preços dos combustíveis.

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Bateria de Exercícios - Atualidades

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Meio Ambiente e Tecnologia

32. As fotografias a seguir são da região de Upsala naArgentina em 1928 (geleira) e 2004 (lago). Sobre o pro-blema ambiental responsável pela mudança na paisa-gem e suas prováveis consequências, julgue os itenscomo C (certos) ou E (errados).

1. ( ) Para alertar o mundo sobre o aquecimento global,a WWF organizou em 2009, o “apagar das luzes” de mo-numentos importantes em várias cidades do mundo.2. ( ) O aquecimento global é um problema provocadopela intensificação do efeito estufa, um fenômenometeorológico criado pelo homem, uma vez que o aumen-to da concentração de gases como o dióxido de carbono eo metano dá-se apenas pelas atividades econômicas.3. ( ) Entre as principais consequências estão: a retraçãodas geleiras, o aumento no nível do mar e inundaçõesem regiões costeiras.4. ( ) Em 2009, na Conferência de Copenhague, o Brasilpropôs uma redução entre 36 e 39% das emissões deGEE até 2020 tendo como base 2005. A proposta foitransformada em lei no país.5. ( ) Países como China, EUA, Índia, Rússia e Brasil estãoentre os maiores emissores de gases de efeito estufa.6. ( ) O CO2-equivalente corresponde a uma unidade de medidado impacto das emissões sobre o clima do planeta. Todos osgases são transformados em CO2-equivalente, de acordo comum fator de conversão. Assim, por exemplo, uma tonelada demetano (CH4), por possuir um efeito 21 vezes superior ao dióxidode carbono, equivale a 21 toneladas de CO2-equivalente.7. ( ) O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudan-ças Climáticas) foi criado em 1988 e é integrado apenaspor especialistas em clima dos países desenvolvidos.8. ( ) O Protocolo de Kioto (1997) fixa uma redução de5,2% nas emissões de gases de efeito estufa obrigatóriapara países desenvolvidos e emergentes com base em2005 e deverá ser cumprido até 2012. Se um país nãoconseguir reduzir, terá que financiar projetos sustentá-veis em outros países conforme o MDL (crédito carbono).

33. Em dezembro de 2009, realizou-se a COP-15 (Confe-rência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Uni-das sobre Mudanças Climáticas), em Copenhague, reu-nindo representantes de 193 nações. Das negociações eimpasses, surge um acordo, sem força de lei, firmado porBrasil, Estados Unidos, China, Índia e África do Sul.Com relação ao acordo, analise as propostas a seguir.I- A temperatura global não pode aumentar além de 2ºC acima dos níveis pré-industriais.II- Devem ser criados incentivos financeiros para pro-jetos de REED (Redução de Emissões por Desmata-mento e Degradação).III- Cortes profundos nas emissões de gases de efeitoestufa são necessários, e os países devem fornecerinformações sobre a implementação de suas ações.

É (São) pertinente(s) ao acordo a(s) proposta(s)a) I, apenas. b) I e II, apenas.c) I e III, apenas. d) I, II e III.e) II e III, apenas.

34. Entre 2009 e 2010, chuvas excessivas combinadascom a ocupação irregular do território provocaram gra-ves prejuízos econômicos e perdas de vidas humanasno Brasil. Julgue os itens como C (certo) ou E (errados).1. ( ) As chuvas foram provocadas pelo fenômeno con-vergência do Atlântico Sul, em que umidade vinda daAmazônia direciona-se para o Sudeste em direção a umazona de baixa pressão.2. ( ) O fenômeno El Niño, um aquecimento anormal doPacífico equatorial, também está contribuindo para oaumento da pluviosidade no Sul e Sudeste do país.3. ( ) Deslizamentos catastróficos atingiram Angra dosReis (RJ), um relacionado a ocupação irregular de encos-tas na Ilha Grande, e outro natural no centro da cidade.4. ( ) Em janeiro de 2010, São Luíz do Paraitinga (SP), cidadelocalizada no Vale do Paraíba do Sul que teve grande parte deseu patrimônio histórico destruído por uma enchente.5. ( ) No Rio Grande do Sul, aconteceram episódios deenchentes e a destruição de uma ponte no interior do estado.6. ( ) Na região metropolitana de São Paulo, além dachuva, a impermeabilização do solo e o excesso de lixo,contribuem muito para as enchentes.

35. Em 2009, Lula e Dilma Rousseff visitaram uma im-portante obra de transposição de um rio perene doNordeste. A oposição protestou dizendo que se tratavade campanha eleitoral antecipada. Avalie os itens.I- Trata-se da transposição do rio São Francisco.II- O projeto objetiva resolver os problemas de abaste-cimento humano de água no semiárido.III- Trata-se da transposição do rio Parnaíba.IV- Também poderá estimular a agricultura irrigada.V- Entre os impactos negativos estão o desmatamentode caatinga e a alteração na dinâmica do rio.VI- A transposição conta com o apoio da maioria dosambientalistas e de igreja católica.Estão corretos os itens.a) II, III, IV e VI. b) I, II, IV e V. c) II, IV, V e IV.d) III, IV e V. e) I, II e V.

36. Em 2009, o Reino Unido exportou lixo irregular-mente para o Brasil. O acordo internacional regula otransporte de lixo em escala global éa) o Protocolo de Kioto.b) o Protocolo de Cartagena.c) o Protocolo de Montreal.d) a Convenção da Diversidade Biológica.e) a Convenção da Basileia.

37. Em 2009, um tsunami atingiu os arquipélagos deSamoa, Samoa Americana e Tonga no Oceano Pacífi-co. A onda gigante avançou sobre a planície litorâneaprovocando perda de vidas humanas e prejuízos eco-nômicos. O tsunami foi causadoa) por ventos fortes causados por um furacão, fenômenometeorológico frequente na região do Oceano Pacífico.b) por terremoto no continente numa zona de convergênciaentre as placas tectônicas do Pacífico e Indo-Australiana.c) por terremoto submarino numa zona de convergênciaentre as placas tectônicas do Pacífico e Indo-Australiana.d) por terremoto submarino numa zona de divergênciaentre as placas tectônicas do Pacífico e Asiática.

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358 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Atualidades

e) pela elevação do nível do mar decorrente dos efeitos doaquecimento global sobre o degelo das calotas polares.

Cultura Brasileira e Internacional

38. Assinale a alternativa com o filme brasileiro esco-lhido para concorrer a indicação ao Oscar de melhorfilme estrangeiro em 2010.a) Lula, filho do Brasil, do diretor Fábio Barreto.b) Besouro, do diretor Sérgio Resende.c) Linha de Passe, do diretor Walter Salles.d) Salve Geral, do diretor Sérgio Resende.e) Jean Charles, do diretor Henrique Goldman.

39. Em 2010, o Oscar, premiou como melhor filme:a) Julie e Julia, de Nora Ehpron.b) Bastardos Inglórios, Quentim Tarantino.c) Preciosa, Lee Daniels.d) Avatar, de James Cameron.e) Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow.

40. Em 2009, a APCA (Associação Paulista dos Críticosde Arte) selecionou os melhores do mundo cultural. Apremiação será em 2010. A seguir, todos foram vence-dores, com exceção:a) Cinema: Melhor filme (A Festa da Menina Morta, dodiretor Matheus Nachtergaele), melhor diretor (AnnaMuylaert, filme É proibido Fumar) e melhor atriz (GlóriaPires, filme É proibido fumar).b) Literatura (romance): Rei do Cheiro (Editora Record),do autor João Silvério Trevisan.c) TV (minissérie): Som e Fúria (Rede Globo).d) Teatro (melhor espetáculo): Memória da Cama.e) Música (show): Roberto Carlos, pelos 50 anos de carreira.f) Melhor Exposição Internacional: A Virada Russa - a Van-guarda na Coleção do Museu Estatal Russo de SãoPetesburgo, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).

GABARITO

INTERNACIONAL

01. D 02. A 03. C 04. D05. D 06. E 07. B 08. C09. (1-E, 2-C, 3-C, 4-C, 5-E)10. D 11. E 12. D 13. E 14. A15. D 16. B 17. E 18. E19. (1-C, 2-C, 3-C, 4-E ,5-E ,6-C)20. E 21. D 22. E 23. E24. D 25. B 26. A 27. A28. (1-E, 2-E, 3-C, 4-C-, 5-C, 6-C)29. D 30. C 31. D32. (1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-C, 6-E)33. (1-C, 2-C, 3-E, 4-E)34. E 35. A 36. A 37. D 38. D39. B 40. E 41. D 42. C

BRASIL

01. A 02. D 03. E04. B 05. C 06. E07. (1-C, 2-E, 3-C, 4-C, 5-E)08. E 09. E 10. C 11. C12. C 13. B 14. E 15. D16. E 17. C 18. B 19. C20. E 21. E 22. E 23. A24. (1-E, 2-C, 3-C, 4-C, 5-C, 6-C)25. A 26. D 27. E 28. D29. A 30. E 31. C32. (1-C, 2-E, 3-C, 4-C, 5-C, 6-C, 7-E, 8-E)33. D34- (1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-C e 6-C)35. B 36. E 37. B

38. D 39. E 40. E

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Bateria de Exercícios - Ética

Degrau Cultural 359

01. Os órgãos e entidades da Administração PúblicaFederal direta e indireta implementarão em ses-senta dias, as providências necessárias à plenavigência do Código de Ética

02. A Constituição da respectiva Comissão de Ética, éintegrada por três servidores ou empregados titu-lares de cargo efetivo ou emprego permanente.

03. A constituição da Comissão de Ética será comuni-cada à Secretaria da Administração Federal daPresidência da República

04. São primados maiores que devem nortear o servi-dor público, seja no exercício do cargo ou função,ou fora dele dignidade, o decoro, o zelo, a eficáciae a consciência dos princípios morais

05. Seus atos, comportamentos e atitudes serão dire-cionados para a preservação da honra e da tradi-ção dos serviços privados e públicos

06. O servidor público não poderá jamais desprezar oelemento ético de sua conduta

07. Não se limita à distinção entre o bem e o mal,devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sem-pre o bem comum: a moralidade da AdministraçãoPública

08. É custeada pelos tributos pagos direta ou indireta-mente por todos, até por ele próprio, e por isso seexige, como contrapartida, que a moralidade ad-ministrativa se integre no Direito, como elementoindissociável de sua aplicação e de sua finalida-de, erigindo-se, como conseqüência, em fator delegalidade o equilíbrio entre a legalidade e a fina-lidade, na conduta do servidor público

09. Investigações policiais ou interesse superior doEstado e da Administração Pública, a serem pre-servados em processo previamente declarado si-giloso, nos termos da lei, a publicidade de qual-quer ato administrativo constitui requisito de eficá-cia e moralidade, ensejando sua omissão compro-metimento ético contra o bem comum, imputável aquem a negar sempre que se achar necessário

10. Toda pessoa tem direito a uma vaga em um órgãopúblico

11. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, aindaque contrária aos interesses da própria pessoainteressada ou da Administração Pública: isso sig-nifica a verdade

12. A assiduidade, a boa vontade, o cuidado e o tempodedicados ao serviço público caracterizam o es-forço pela disciplina

13. Deixar o servidor público qualquer pessoa à espe-ra de solução que compete ao setor em que exer-ça suas funções, permitindo a formação de lon-gas filas, ou qualquer outra espécie de atraso naprestação do serviço, não caracteriza apenas ati-tude contra a ética ou ato de desumanidade, masprincipalmente grave dano moral aos usuáriosdos serviços públicos

14. O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-dens legais de seus superiores

15. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo dedesvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir ecaracterizam até mesmo imprudência no desem-penho da função pública

16 . É fator de desmoralização do serviço público, oque quase sempre conduz à desordem nas rela-ções humanas toda ausência justificada do servi-dor de seu local de trabalho

17. São deveres fundamentais do servidor público exer-cer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren-dimento, pondo fim ou procurando prioritariamen-te resolver situações procrastinatórias, principal-mente diante de filas ou de qualquer outra espé-cie de atraso na prestação dos serviços pelo setorem que exerça suas atribuições, com o fim de evi-tar dano moral ao usuário;

18. E vedado ao servidor público usar de artifícios paraprocrastinar ou dificultar o exercício regular de di-reito por qualquer pessoa, causando-lhe danomoral ou material;

19. Em todos os órgãos e entidades da AdministraçãoPública Federal direta, indireta autárquica e funda-cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exer-ça atribuições delegadas pelo poder público, de-verá ser criada uma Central de atendimento

20. A Comissão de Ética, é encarregada de orientar eaconselhar sobre a ética profissional do servidor,no tratamento com as pessoas e com o patrimô-nio público, competindo-lhe conhecer concreta-mente de imputação ou de procedimento suscep-tível de censura.

GABARITO

01. C 02. C 03. C 04. C 05. E06. C 07. C 08. E 09. E 10. E11. C 12. E 13. C 14. C 15. C16. E 17. C 18. C 19. E 20. C

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

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360 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Lei nº 8.112

01. (CESPE) O Superior Tribunal de Justiça entende queo candidato aprovado em concurso público dentrodo limite das vagas previstas em edital tem direito ànomeação.

02. (CESPE) O preenchimento dos requisitos para per-cepção de pensão por morte tem como data de afe-rição o dia do óbito do autor da herança.

03. (CESPE) As faltas justificadas decorrentes de casofortuito podem ser compensadas a critério da chefiaimediata e, então, são consideradas como efetivoexercício.

04. (CESPE) O servidor reprovado no estágio probatórioé demitido.

05. (CESPE) A ascensão é forma de provimento de car-go público.

06. (CESPE) É obrigatório o comparecimento do servi-dor no ato de posse, não sendo permitida a possemediante procuração específica.

07. (CESPE) Readaptação é o retorno à atividade deservidor aposentado por invalidez, quando juntamédica oficial declarar insubsistentes os motivosda aposentadoria.

08. (CESPE) Uma das formas de declarar-se a vacânciade determinado cargo público é a promoção do ser-vidor.

09. (CESPE) Não será concedida ajuda de custo ao ser-vidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, emvirtude de mandato eletivo.

10. (CESPE) No caso de o deslocamento do servidordecorrer de alteração de lotação ou da nomeaçãopara cargo efetivo, será concedido pela administra-ção auxílio-moradia.

11. (CESPE) O servidor poderá ausentar-se do serviçopor um dia, para doação de sangue, sem qualquerprejuízo.

12. (CESPE) Ao servidor público estudante que for re-movido de ofício será assegurada, na localidade danova residência, matrícula em instituição de ensinocongênere, em qualquer época, independentemen-te de vaga.

13. (CESPE) Considera-se acumulação proibida a per-cepção de vencimento de cargo ou emprego públi-co efetivo com proventos da inatividade, ainda queos cargos de que decorram essas remuneraçõessejam acumuláveis na atividade.

14. (CESPE) Detectada a qualquer tempo a acumula-ção ilegal de cargos, empregos ou funções públi-cas, a opção pelo servidor até o último dia de prazopara defesa configurará sua boa-fé, convertendo-se, automaticamente, em pedido de exoneração dooutro cargo.

15. (CESPE) A abertura de sindicância ou a instauraçãode processo disciplinar não interrompem a prescri-ção, mas tão somente a decisão final proferida pelaautoridade competente.

16. (CESPE) O servidor público será aposentado com-pulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro-ventos integrais.

17. (CESPE) Será licenciado com remuneração integralo servidor acidentado no percurso da residência parao trabalho e viceversa, posto que essa situação equi-para-se ao acidente em serviço.

LEI Nº 8.112/90

GABARITO

01. C 02. C 03. C 04. E 05. E06. E 07. E 08. C 09. C 10. E

11. C 12. C 13. E 14. C 15. E16. E 17. C

07_Regime Juridico.pmd 30/9/2010, 09:48360

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Page 362: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Previdência

Degrau Cultural 361

Em relação ao Instituto Nacional do Seguro Social, aseu histórico e estrutura, julgue os itens a seguir.

01. As gerências executivas são órgãos descentraliza-dos da estrutura administrativa do INSS; entretantoa escolha e a nomeação dos gerentes executivossão feitas diretamente pelo ministro da PrevidênciaSocial sem necessidade de observação a critériosespeciais de seleção.

02. A fusão da Secretaria da Receita Federal com a Se-cretaria da Receita Previdenciária centralizou emapenas um órgão a arrecadação da maioria dos tri-butos federais. Contudo, a fiscalização e a arrecada-ção das contribuições sociais destinadas aos cha-mados terceiros — SESC, SENAC, SESI, SENAI eoutros — permanecem a cargo do INSS.

03. O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia fe-deral atualmente vinculada ao Ministério da Previ-dência Social, surgiu, em 1990, como resultado dafusão do Instituto Nacional de Assistência Médica daPrevidência Social (INAMPS) e o Instituto de Admi-nistração Financeira da Previdência e AssistênciaSocial (IAPAS).

GABARITO

01. E 02. E 03. E

PREVIDÊNCIA – CONJUNTURA E ESTRUTURA

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Page 363: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

362 Degrau Cultural

Bateria de Exercícios - Teoria da Administração

01. As pessoas portadoras de necessidades especiaise aquelas com idade igual ou superior a sessentaanos devem receber atendimento prioritário.

02. Segundo a lei de acessibilidade, determinado en-trave ou obstáculo será considerado barreira somen-te se impedir o acesso seguro das pessoas ao es-tabelecimento.

03. Pessoa com mobilidade reduzida é aquela que nãose enquadra no conceito de pessoa portadora dedeficiência, mas, por qualquer motivo, tenha dificul-dade de movimentar-se.

04. (Banco do Brasil) - Não há, na norma, nenhumdispositivo relativo à propaganda enganosa ouabusiva.

05. (Banco do Brasil) - Equipara-se a consumidor a co-letividade de pessoas, desde que determináveis eque intervenham nas relações de consumo.

GABARITO

01. C 02. E 03. C 04. E 05. E

NOÇÕES DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO

CÓD.: 0863INSS - Técnico do Seguro SocialESP.: SÉRIE CONCURSOS09/10

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Page 364: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Carta Resposta 21x28.pmd 30/9/2010, 09:48363

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Page 365: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

Carta Resposta 21x28.pmd 30/9/2010, 09:48364

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Page 366: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

0863 - INSS - Complemento 2010

Degrau Cultural 1

COMPLEMENTO(CÓDIGO 0863 - 1ª e 2ª Edições )

INSS(TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL)

ALCÂNTARA : Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480

CINELÂNDIA : Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257

CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015

COPACABANA : Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142

DUQUE DE CAXIAS : Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523

MADUREIRA : Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887

MEIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857

NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234

TAQUARA : Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611

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Page 367: Apostila - InSS 2010 - Degrau Cultural

2 Degrau Cultural

0863 - INSS - Complemento 2010

Prezado(a) Candidato(a),

Este complemento é parte integrante da apostila de INSS (Cód. 0863 - 1ª e 2ª edições) e contémos tópicos da Retificação do edital republicado em 10/01/2008. Nele, constam as partes de“Previdência - Conjuntura e Estrutura” e “Conhecimentos Complementares”. Além da atualizaçãode alguns artigos da Lei 8.112/90.

Atenciosamente,

Os Editores.

SUMÁRIO

Atualização da Lei 8.112/90...................................................................................................02

Previdência - Conjuntura e Estrutura.......................................................................................03

Conhecimentos Complementares ..............................................................................................23

ATUALIZAÇÃOLei 8.112/90

• Página 387

Art. 83.(...)§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nasseguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)I. por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269,

de 2010)II. por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licençaconcedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar oslimites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

• Página 389

Art. 103(...)II. a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta)

dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)

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0863 - INSS - Complemento 2010

Degrau Cultural 3

PREVIDÊNCIA – CONJUNTURA E ESTRUTURA

AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ECONOMIAMUNDIAL – INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES.

NEOLIBERALISMO

Neoliberalismo é um termo que foi usado em duas épo-cas diferentes com dois significados semelhantes,porém distintos:• na primeira metade do século XX significou a dou-

trina proposta por economistas franceses, alemãese norte-americanos voltada para a adaptação dosprincípios do liberalismo clássico às exigências deum Estado regulador e assistencialista;

• a partir da década de 1970, passou a significar adoutrina econômica que defende a absoluta liber-dade de mercado e uma restrição à intervençãoestatal sobre a economia, só devendo esta ocor-rer em setores imprescindíveis e ainda assim numgrau mínimo (minarquia). É nesse segundo senti-do que o termo é mais usado hoje em dia.[1]

• a partir da década de 1950 o ordoliberalismo tor-nou-se a variante alemã do neoliberalismo.

OrigemQuando se afirma a existência de governos ‘neolibe-rais’, a utilização do prefixo ‘neo’ não se refere a umanova corrente do Liberalismo, mas à aplicação de al-guns dos preceitos liberais consagrados e em um cer-to contexto histórico (qual seja, o contemporâneo) di-verso daquele no qual foram formulados (no do séculoXVII, na Inglaterra, através de John Locke) . A denomina-ção ‘neoliberal’ assemelha-se ao termo ‘neoclássico’na História da Arte.As origens do que hoje se chama neoliberalismo nosremetem à Escola Austríaca [2] , nos finais do séculoXIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrichvon Hayek [3], considerado o propositor da sua basefilosófica e econômica, e Ludwig von Mises[4].A Escola Austríaca [2] adotava a Lei de Say e a teoriamarginalista, que veio a ser contestada, mais tarde, porKeynes, quando este formulou, na década de 1930, suapolítica Keynesiana e defendeu as políticas econômi-cas com vistas à construção de um estado de bem-estar social - hoje em dia também chamado, por al-guns, de Estado Escandinavo - por ter sido esse cami-nho o adotado pelos países escandinavos (ou paísesnórdicos) tais como a Suécia, a Dinamarca e a Norue-ga e a Finlandia.[5]

Mais recentemente, o liberalismo ressurgiu, em 1947,do célebre encontro entre um grupo de intelectuais li-berais e conservadores realizado em Monte Pèlerin, naSuíça, onde foi fundada uma sociedade de ativistas emoposição às políticas do estado de bem-estar social,por eles consideradas “coletivistas” e, em última análi-se, “cerceadoras das liberdades individuais” [4] A MontPèlerin Society dedica-se a difundir e propagar as idéi-as conservadoras e liberais da Escola Austríaca e acombater ideologicamente todos os que delas diver-gem. Com esse objetivo promove conferências, publi-ca livros, mantém sites na internet e conta para isso,em seus quadros, com vários economistas com treina-mento acadêmico, como Jesús Huerta de Soto [2], seuvice-presidente e professor da Universidade de MadridEssas idéias atraíram mais adeptos depois da publi-

cação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório Benveridge[6]

um plano de governo britânico segundo o qual - depoisde obtida a vitória na segunda grande guerra - a políticaeconômica britânica deveria se orientar no sentido depromover uma ampla distribuição de renda, que seriabaseada no tripé da Lei da Educação, a Lei do SeguroNacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associ-adas aos nomes de Butler, Beveridge e Bevan).[6] A defe-sa desse programa tornou-se a bandeira com a qual oPartido Trabalhista inglês venceu as eleições de 1945,colocando em prática os princípios do estado de bem-estar social.[6]

Para Friedrich August von Hayek, esse programa leva“a civilização ao colapso”. Num de seus livros mais fa-mosos O Caminho da Servidão (1944), Hayek expôsos princípios básicos de sua teoria, segundo a qual ocrescente controle do estado é o caminho que leva àcompleta perda da liberdade, e indicava que os traba-lhistas, em continuando no poder, levariam a Grã-Bre-tanha ao mesmo caminho dirigista que os nazistashaviam imposto à Alemanha.[6] Essas posições de vonHayek não são baseadas exclusivamente em leis eco-nômicas ou na ciência pura da economia, mas incorpo-ram, em sua argumentação, um grande componentepolítico-ideológico. Isso explica por que o economistasocialista Gunnar Myrdal, o teórico inspirador do Esta-do do bem-estar social sueco, ironicamente, dividiu oPrêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel), em1974, com seu maior rival ideológico, von Hayek, o gran-de evangelista do fundamentalismo de livre mercado.Essa discussão, que se iniciou no campo da teoriaeconômica, transbordou - na Inglaterra - para o campoda discussão politico-partidária e serviu de mote à cam-panha que elegeu Winston Churchill, pelo Partido Con-servador, o qual chegou a dizer que “os trabalhistaseram iguais aos nazistas”.[6]

Uma outra vertente do liberalismo surgiu nos EstadosUnidos da América e concentrou-se na chamadaEscola de Chicago, defendida por outro laureado como Prêmio de Ciências Econômicas, o professor MiltonFriedman.Milton Friedman criticou as políticas econômicas inau-guradas por Roosevelt com o New Deal, que respalda-ram, na década de 1930, a intervenção do Estado naEconomia com o objetivo de tentar reverter uma de-pressão e uma crise social que ficou conhecida comoa crise de 1929. Essas políticas, adotadas quase si-multaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos epor Hjalmar Horace Greeley Schacht [7] [8] na Alemanhanazista foram, 3 anos mais tarde, defendidas por Key-nes que lhe deu seu aracabouço teórico em sua obraclássica General theory of employment, interest andmoney (1936)[9], cuja publicação marcou o início do key-nesianismo. Ao fenômeno de ressurgência dos princí-pios liberais do início do século XX, muitos chamam deneoliberalismo .Friedman, assim como vários outros economistas de-fensores do fundamentalismo de livre mercado, comoHayek e Mises, argumentaram que a política do NewDeal, do Presidente Franklin Delano Roosevelt, ao in-vés de recuperar a economia e o bem estar da socieda-de, teria prolongado a depressão econômica e social.Principalmente, segundo Friedman, por ter redirecio-nado os recursos escassos da época para investimen-tos não viáveis economicamente, ou seja, que, segun

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do Friedman, os desperdiçavam, o que teria diminuído,em conseqüencia, a eficiência, a produtividade e a ri-queza da sociedade. Em resumo, segundo Friedman,os investimentos não estariam sendo mais realizadostomando como parâmetro principal a eficiência econô-mica, mas, ao contrário, a eficiência política; os recur-sos destinavam-se aos setores mais influentes politi-camente, que traziam maior popularidade ao governan-te, independentemente de seu valor produtivo para asociedade, alegava ele.Friedman era contra qualquer regulamentação que ini-bisse a ação das empresas, como, por exemplo, o sa-lário mínimo que, segundo as teorias que defendia,além de não conseguir aumentar o valor real da renda,excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do mercadode trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salá-rio mínimo e a qualquer tipo de piso salarial fixado pe-las categorias sindicais ou outro órgão de interessesocial, pois estes pisos, conforme ele argumentava,distorceriam os custos de produção, e causariam oaumento do desemprego, baixando a produção e a ri-queza e, consequentemente, aumentando a pobrezada sociedade. Friedman defendeu a teoria econômicaque ficou conhecida como “monetarista” ou da “escolade Chicago” [6]

Queda do liberalismo clássicoO declínio do liberalismo clássico remonta ao final doséculo XIX quando começou a declinar lentamente. Coma quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, ea subsequente Grande Depressão, a queda foi vertigi-nosa. A partir daí, caiu em descrédito, ao passo queganharam força teorias de intervenção do Estado naeconomia, notadamente as idéias de Keynes, aplica-das, quase simultaneamente, pelo plano do New Dealdo presidente norte-americano Franklin Roosevelt epelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hi-tler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjal-mar Schacht [7] (1934–37), nesses três anos, enquantoo resto do mundo se afundava ainda mais na reces-são, conseguiu acabar com o desemprego na Alema-nha Nazista, sem provocar inflação, adotando um défi-cit orçamentário que chegou a atingir 5% do PIB ale-mão. Estas políticas já tinham sido incorporadas à le-gislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurtvon Schleicher [10] e tiveram influência nas políticas doNew Deal de Roosevelt. Em 1936 Keynes publicou suaobra magna The General Theory of Employment, Inte-rest and Money [11] que veio a dar o suporte teórico aesse tipo de intervenção governamental na economia,a qual já vinha sendo adotada, intuitivamente, uns pou-cos anos antes da publicação do livro de Keynes.Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bret-ton Woods e estabeleceram regras intervencionistaspara a economia mundial. Entre outras medidas, sur-giu o FMI. Com a adoção das metas dos acordos deBretton Woods e a adoção de políticas keynesianas ,os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nospaíses europeus e no Japão, que viveram sua Era deOuro . A Europa renascia, devido ao financiamento con-seguido por meio do Plano Marshall, e o Japão teve operíodo de maior progresso de sua história. O períodode pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os“anos dourados” da economias capitalistas.

Neoliberalismo em práticaA instabilidade econômica começa a se manifestar nofim da década de 1960 e irrompe com força na década

de 1970, causada por dois choques sucessivos nospreços mundiais do petróleo - o que acabou por tornarevidente que seria impossível sustentar a conversibili-dade do dólar em ouro (e provocou o colapso do acordode Bretton Woods) - e pelo endividamento excessivo aque se submeteram os países subdesenvolvidos emseu afã de tentar superar a crise petrolífera. Taxas delucratividade continuamente decrescentes e um mer-cado de ações moribundo nos Estados Unidos, asso-ciados a uma alta contínua da inflação nos países de-senvolvidos ( “estagflação” ) levou ao surgimento deum forte movimento, no sentido de reduzir o poder re-gulatório dos Estados nacionais na economia. A “mãoinvisível” [12] mencionada por Adam Smith substituiria(com vantagem, segundo os neoliberais) os controlesgovernamentais até então existentes e as restrições aolivre fluxo de mercadorias, criando assim uma econo-mia globalmente liberalizada. A esse projeto econômi-co-político, que foi liderado pelos países desenvolvi-dos, especialmente pelos Estados Unidos e Grã-Bre-tanha, chamou-se de neoliberalismo globalizante.A mudança do sistema intervencionista “keynesiano”-”desenvolvimentista”, que vigia anteriormente na maiorparte do mundo capitalista, para esse “novo sistema”neoliberal não era inevitável; ao contrário, a globaliza-ção neoliberal foi um processo escolhido pelas elitespolítico-econômicas mundiais, especialmente as dosEstados Unidos e Grã-Bretanha, por estas acreditaremque esse processo melhor atenderia a seus interes-ses econômicos do momento turbulento que atraves-sam (Crotty 2002). [13] Os defensores da globalizaçãoneoliberal usaram em seu discurso “globalista-libera-lizante” a teoria econômica “neoclássica”, que reza que,em não havendo intervenção econômica governamen-tal excessiva, tanto as economias nacionais quanto aeconomia mundial operará de forma eficiente, confor-me os modelos dos mercados “perfeitamente compe-titivos” constantes dos livros-texto escolares de econo-mia. [14]

Assim o liberalismo econômico gradativamente voltou àpauta, com a alcunha de neoliberalismo . Após algunsanos de experiências e diagnósticos, iniciadas pelosChicago Boys no Chile de Pinochet, o neoliberalismo sur-ge com força e toma sua presente forma no final da déca-da de 1970 com o “Thatcherismo” e o “Reaganismo”.Os neoliberais, liderados por economistas adeptos dolaissez-faire e do fundamentalismo de livre mercado,como Milton Friedman, denunciaram a inflação comosendo o resultado do aumento da oferta de moeda pe-los bancos centrais. Responsabilizaram os impostos“elevados” e os tributos “excessivos”, juntamente coma regulamentação das atividades econômicas, comosendo os culpados pela queda da produção e do au-mento da inflação.[6]

A solução que propunham para a crise seria a reduçãogradativa do poder do Estado, com a diminuição gene-ralizada de tributos, a privatização [15] das empresasestatais e redução do poder do Estado de fixar ou “auto-rizar” preços.Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos,haveria novas perspectivas de emprego e investimen-to, o que (segundo ensinara Say), deveria atrair oscapitalistas de volta ao mercado e reduzir o desem-prego. Seguindo a Lei de Say (em termos muito sim-plificados: a oferta cria sua própria demanda), parti-am da idéia de que a economia mundial voltaria a seequilibrar tão logo os governos deixassem de nelainterferir.

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O primeiro governo democrático a se inspirar em taisprincípios foi o de Margaret Thatcher na Inglaterra, apartir de 1980 (no que foi precedida apenas por Pino-chet e seus Chicago Boys, no Chile, no início da déca-da de 1970).Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ide-ais neoliberais, fez aprovar leis que revogavam muitosprivilégios até então concedidos aos sindicatos, privati-zou empresas estatais, além de estabilizar a moeda.Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neo-liberalismo então em voga que seu governo acaboupor criar uma tributação regressiva, também chamadade Poll tax ou imposto comunitário .A população britânica se opôs vigorosamente à implan-tação desse imposto, que acabou se tornando a princi-pal razão da queda de Margaret Thatcher como Primei-ra-Ministra e sua substituição por John Major.O governo conservador de Thatcher serviu de modelopara muitos dos governos neoliberais do período pós-anos 1980. inclusive para o “Reaganismo”.O professor James Tobin foi um forte crítico do “reaga-nismo” e do monetarismo, adotados no governo Rea-gan, prevendo que essas políticas: “redistribuiriam ariqueza, o poder e a oportunidade para os que já eramricos e poderosos, e para seus herdeiros” [16].Exitem, dentre muitas, duas correntes principais na li-teratura econômica: uma, a walrasiana, parte da hipó-tese de que os mercados são sempre “eficientes” (ex-ceto em alguns casos muito específicos) e a outra afir-ma o contrário, ou seja, que apenas em circunstâncias“excepcionais” os mercados seriam “eficientes”. O teo-rema de Greenwald-Stiglitz (1986) [17] recentementedemonstrou que “sempre que os mercados são incom-pletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre emvirtualmente todas as economias do mundo) a aloca-ção, mesmo em mercado competitivos, não é necessa-riamente “Pareto-otimizada” [17]. Uma possível interpre-tação desse estudo é que o campo de atuação para asintervenções governamentais é muito mais amplo doque era aceito pelos que acreditavam que a interven-ção governamental na economia só deveria ser utiliza-da em casos evidentes de “falhas dos mercados”. [18]

Dessa forma, existiriam esquemas possíveis de inter-venção governamental para induzir a um resultado queprovoque uma “eficiência de Pareto” superior à obtidapelo livre-mercado, o que beneficiaria a todos os mem-bros de uma sociedade. [17] Em 1986 o teorema de Sa-ppington-Stiglitz “demonstrou que um governo ‘ideal’poderia atingir um maior nível de eficiência adminis-trando diretamente uma empresa estatal do que priva-tizando-a.” [19] (Stiglitz 1994, 179) [20].

Críticas e controvérsias

Opositores à doutrina de FriedmanPor outro lado vários outros economistas, tais comoGunnar Myrdal, Prêmio de Ciência Econômicas (1974),e o professor James Tobin da Universidade de Yale,Prêmio de Ciência Econômicas (1981), faziam severascríticas à ideologia e às teorias econômicas defendi-das por Friedman, como o monetarismo, e o “funda-mentalismo de livre mercado” defendiam a intervençãogovernamental nas economias nacionais.[16]

Alegam os críticos do monetarismo e das teorias eco-nômicas defendidas pela escola de Chicago que Frie-dman considerava que as teorias do ciclo econômicoda escola austríaca não teriam passado pelo teste es-tatístico, e seriam portanto, falsas. Mas na realidade

era Friedman que estava errado, diziam eles. Seu erroresidia em utilizar dados do PNB que omitiam os gas-tos intermediários entre os vários estágios da produ-ção (nos modelos matemáticos de Friedman a produ-ção e o consumo eram instantâneos, por definição).Em outras palavras, a postura de Friedman desconsi-derava, em sua análise, um dos mais importantes ele-mentos do ciclo de produção, conforme demonstrou aescola austríaca [21].Estudos mais recentes no campo da teoria econômicatendem a desautorizar as posições até então defendi-das por Friedman:

Uma vez que foi introduzido o conceito de informa-ção imperfeita e incompleta, os defensores de livremercado da Escola de Chicago não podem maissustentar suas teorias da Eficiência de Pareto nomundo real. Desta maneira, a utilização, por Sti-glitz, das hipóteses de equilíbrio de expectativasracionais para obter uma compreensão mais rea-lista do capitalismo do que a comunmente obtidapelos os teóricos tradicionais das expectativas raci-onais conduz, paradoxalmente, à conclusão que ocapitalismo se desvia do modelo de tal maneira quejustificaria a intervenção estatal — socialismo —como remédio.[20]

A teoria econômica têm, em vários casos específicos,demonstrado que a mão invisível não funciona: “Socie-dades não devem contar com as forças do mercadopara proteger o ambiente ou fornecer um sistema desaúde de qualidade para todos os cidadãos, afirmounesta segunda-feira um dos três vencedores do PrêmioNobel de Economia de 2007, Eric Maskin. (...)Os mer-cados trabalham aceitavelmente com bens chamadospor economistas de bens privados, como carros e ou-tros objetos duráveis (...)há muitos outros tipos de bens,frequentemente importantes, que não são bem forneci-dos pelo mercado. Frequentemente, são encabeçadospor bens públicos (...)[22] [23] [24]

Críticas à doutrina neoliberalO neoliberalismo pode ser visto como uma retomada,a partir dos anos 1970, do liberalismo clássico quehavia sido deixado de lado no mundo e outras formasde intervencionismo econômico. Muitos dos defenso-res de tal doutrina rejeitam o termo neoliberal, e prefe-rem simplesmente o termo liberal, pois pretendem se-guir o liberalismo clássico. [6]

Na visão neoliberal bastaria estancar o déficit público,e colocar a inflação sob controle, para que o capitalis-mo, esse animal adormecido, despertasse por sua pró-pria conta, e a mão invisível iniciasse um espetáculo decrescimento. Entretanto, na história da economia mun-dial, apenas dois países experimentaram este tipo deespetáculo: a Inglaterra da Revolução Industrial e, noséculo XX, os Estados Unidos. Todos os outros paísesdo mundo que se desenvolveram adotaram mecanis-mos derivados de composições e articulações entreclasses capitalistas locais e internacionais, com a pre-sença e intervenção do Estado, como ocorreu casosjaponês, alemão e coreano. Na política econômica bra-sileira atualmente adotada (2007), o superávit fiscaltoma entre 8% e 10% do PIB das mãos das empresasprodutivas, e das pessoas consumidoras, e os transfe-re para os possuidores de títulos da dívida pública; ofato é que a riqueza das pessoas físicas e jurídicasestá aplicada em títulos públicos. Nós subtraímos da

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economia a demanda que impulsionaria o crescimen-to e os que recebem o pagamento de juros, que sãopagos com os impostos que todos clamam ser altosdemais, continuam fazendo aplicações financeiras -muitas delas isentas de imposto de renda - porque nãotêm interesse em fazer investimentos de risco.Os opositores dos neoliberais questionam suas pre-missas, que consideram simplistas. Uma crítica postaé que os princípios liberais seriam válidos quando umatransação envolve duas (e só duas) partes - cada umdecidindo o que é melhor para si - mas que não sesustentaria quando, em virtude de uma transação rea-lizada entre duas partes, um terceiro, que dela não par-ticipou, é prejudicado (ou beneficiado). Esse fenomenoé chamado, em Economia, de externalidade [22]. Os li-berais apontam que o professor Ronald Coase ganhouo Prêmio Nobel de Economia de 1991 com seu traba-lho que descreve como o livre mercado pode ser utiliza-do para tratar alguns casos de externalidades. Combase nas idéias de Coase foi instituído o Tratado deKyoto e seu sistema de comercialização de Créditos deCarbono, sob os auspícios da ONU, com isso reduzin-do globalmente a poluição e a emissão de gases cau-sadores do efeito estufa. Entretanto, segundo EricMaskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel deEconomia de 2007, “Sociedades não devem contar comas forças do mercado para proteger o ambiente ou for-necer um sistema de saúde de qualidade para todos oscidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quan-do se trata de bens públicos”, disse Maskin [22]. Pesqui-sas mais atualizadas no campo da teoria econômica,como as de Stiglitz, já deixaram claro que a mão invisí-vel, que asseguraria que os recursos fossem alocadoscom a Eficiência de Pareto no sistema produtivo só fun-ciona em determinadas condições ideais. Como a com-petição nunca é totalmente livre, a relação de oferta edemanda gera efeitos sociais que não são resolvidosnaturalmente pela dinâmica da economia de mercado.Os economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, EricMaskin e Roger Myerson ganharam em 2007 o PrêmioNobel de Economia por criarem as bases de uma teo-ria que determina quando os mercados estão funcio-nando de forma eficaz. “A clássica metáfora de AdamSmith sobre a mão invisível refere-se a como o merca-do, sob condições ideais, garante uma alocação efici-ente de recursos escassos. Mas, na prática, as condi-ções normalmente não são ideais. Por exemplo, a com-petição não é completamente livre, os consumidoresnão são perfeitamente informados e a produção e oconsumo desejáveis privadamente podem gerar cus-tos e benefícios sociais”, explicou a nota da Real Acade-mia Sueca de Ciências [25] Importante ressaltar aqui queesse trabalho de Leonid Hurwicz, Eric Maskin e RogerMyerson não se choca com as ideias anteriores deRonald Coase, completa-as. Dá as bases teóricas paraque se projete um mecanismo de regulamentação go-vernamental que permita ao mercado funcionar comeficiência em relação a bens públicos.Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson fin-caram “as bases da teoria do desenho de mecanis-mos” nos mercados [23] [24]. Esta moderna teoria econô-mica estuda a elaboração do procedimento de decisãosocial em situações em que os agentes econômicostêm informação privada e a utilizam de forma estratégi-ca. O primeiro a formalizar esta teoria foi Hurwicz, nas-cido em 1917 em Moscou e que se mudou para osEstados Unidos na década de 1940. Os trabalhos dostrês americanos ajudaram a identificar mecanismos

eficientes na área comercial, esquemas regulatórios eprocedimentos de votação. O Brasil já se beneficiou naprática com esses estudos. Na recente licitação para aconcessão de rodovias federais, em que foi adotado oprocedimento de decisão social na elaboração do edi-tal de concessão, as empresas que se saíram vitorio-sas na licitação ofereceram-se para administrar asestradas por um pedágio médio de R$ 0,02 por quilo-metro, o que representa um custo médio seis vezesinferior ao custo médio cobrado no pedágio das rodovi-as Anhanguera/Imigrantes, que foram privatizadas nadécada anterior, quando ainda prevaleciam os critériosneoliberais de fundamentalismo de livre mercado. Oemprego desses novos critérios licitatórios, que usa-ram a teoria do desenho de mecanismos, resultaramnuma Eficiência de Pareto muito superior à obtida ape-nas pelo critério simplista, adotado anteriormente, delivre mercado absoluto. A economia obtida pela adoçãodessa moderna tecnologia se refletirá em ganhos decompetitividade para toda a economia brasileira. [26]

Em outro exemplo de simplificação da realidade queconsideram excessiva, opositores discutem a decisãode um jovem sobre contribuir ou não, desde o início desua carreira, para sua seguridade social. Na doutrinaliberal, a opção de decidir se poupa ou não para a apo-sentadoria futura caberia ao próprio indivíduo. Os críti-cos dessa visão argumentam que antes do jovem po-der decidir ele precisa ter um emprego com salário quepossa em alguma medida poupar, e que em muitoscasos esse emprego não existe, ou o salário não ésuficiente para poupar.A aplicação de preceitos liberais foi contestada no sé-culo XIX por Friedrich List [27], que defendia para seupaís (Prússia) exatamente o oposto do que pregavamos liberais de então, alegando que tais políticas só se-riam benéficas para nações já adiantadas, o que nãoera o caso da Prússia de meados do século XIX.Friedrich List achava que não caberia ao Estado assis-tir passivamente ao desenrolar do livre-comércio, sen-do necessário que o poder público, em nome da pro-moção do desenvolvimento e do bem-estar de toda anação, interferisse ativamente nos assuntos relaciona-dos ao comércio exterior, à construção de uma infra-estrutura local de produção e ao fomento à industriali-zação. [27]

O professor de Yale James Tobin, Prêmio de CiênciasEconômicas em 1981 foi um severo crítico do moneta-rismo do economista liberal Milton Friedman, Prêmiode Ciências Econômicas em 1965. Tobin defendia, aocontrário de Friedman, a intervenção governamental naseconomias nacionais [16]. Apesar disso Tobin se decla-rava a favor da globalização e do livre mercado como amelhor maneira de aumentar a prosperidade nos paí-ses em desenvolvimento[16].

Movimentos antineoliberalismoComo contraponto ao ressurgimento do liberalismo,tanto em países ricos quanto em desenvolvimento, sur-giram movimentos antiliberalismo, que por vezes seconfundem com movimentos antiglobalização.Na América Latina, a ascensão ao poder de políticospopulares, rotulados por seus opositores de “populis-tas”, tais como Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Mora-les (Bolívia), e mais recentemente, Michelle Bachelet,(Chile), a volta de Daniel Ortega (Nicarágua), a vitória deRafael Correa (Equador), a ampla vitória de Hugo Chá-vez (Venezuela), a reeleição de Lula (Brasil) [28], com60,83%% dos votos [29], e até mesmo a vitória do Partido

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Democrata na Congresso dos EUA, que renovam o dis-curso nacional-desenvolvimentista de meados do sé-culo XX, agora readaptado para os dias atuais com adenominação de “novo desenvolvimentismo” [30], é vistapor alguns analistas como sendo indicativa de um es-gotamento do “modelo neoliberal” [31]. O presidente Lula,em discurso proferido dia 6 de dezembro de 2007 emBelém, abordou esse tema dizendo: “ (...) o que aconte-ceu na América Latina é um fenômeno político quepossivelmente os sociólogos levarão um tempo paracompreender, porque foi tão rápida a mudança”. (...)”Háum mapa exatamante antagônico ao mapa que existiude 1980 a 1990 ou ao ano 2000.”. Segundo Lula, o povo“fez uma guinada completa, trocou o neoliberalismo peloque tinha de mais avançado em políticas sociais” [32]

A Newsweek promoveu uma pesquisa, realizada peloInstituto Zogby International, com ajuda da Universida-de de Miami que entrevistou 603 importantes políticos,empresários, funcionários de governo, intelectuais ejornalistas latino-americanos. Os entrevistados consi-deraram Michelle Bachelet o melhor modelo de lide-rança, com 28% dos votos, posição que foi imediata-mente seguida por Lula, com 23%. Uma supreendentemaioria de 53% dos entrevistados considerou que aAmérica Latina está no bom caminho.[33].

Governos neoliberaisO Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neolibe-ralismo. As privatizações no Chile de Pinochet foramanteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973,quando o golpe militar derrubou Allende, o governo jáassumiu com um plano econômico debaixo do braço[34]. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” efora elaborado, secretamente, pelos economistas opo-sitores do governo da Unidade Popular poucos mesesantes do golpe de estado de 11 de setembro e estavanos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já nodia 12 de setembro de 1973 [35].O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo”e na estreita colaboração de economistas chilenos,principalmente os graduados na Universidade de Chi-cago, os chamados Chicago Boys, para levar adiantesua reforma da economia. [34] [36] [37] [38]

Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno

Os outros principais governos que adotaram as políti-cas neoliberais no mundo foram o de Margaret Thatcher(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), políticas essas queficaram conhecidas como “thatcherismo” e “reaganismo”.A política de Reagan, nos Estados Unidos, também fi-cou conhecida como Supply-side economics. [39]

O governo ThatcherThatcher obteve grande sucesso na estabilização dalibra esterlina, na dinamização da economia britânica ena redução drástica da carga tributária, levando, porconseguinte, o Partido Conservador a obter larga mar-gem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983e 1987 - tornando-se assim ícone mundial dos defen-sores das políticas econômicas neoliberais. Não obs-tante a pobreza infantil no Reino Unido triplicou entre1979 e 1995 - um dos maiores aumentos jamais vistono mundo industrializado e , o custo social das políti-cas adotadas por seu governo foi considerado demasi-adamente grande pelos críticos ao neoliberalismo [40].Durante o governo Thatcher a renda dos que estavamno decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais

do que a renda dos que estavam no decil inferior; adesigualdade cresceu em um terço [41] Refletindo isso,o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-sesubstancial e continuamente durante todo o governoThatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em1990. Esta siginificativa piora no Coeficiente de Gininão pôde ainda ser corrigida pelos governos que a su-cederam. [42]

Quando Thatcher foi derrotada, em 1990, 28% das cri-anças inglesas eram consideradas pobres - o pior de-sempenho dentre os países desenvolvidos - índice quecontinuou subindo (até atingir um pico de 34%, em 1995-96, quando iniciou sua trajetória descendente). [43] [44]

“Ao mesmo tempo em que é considerada a res-ponsável por reavivar a economia britânica, Mar-garet Thatcher é acusada de ter dobrado seus ín-dices de pobreza. O índice de pobreza das crian-ças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” [44]

O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigiressa distorção, a partir de 1997, medidas de inspira-ção keynesiana, tais como o restabelecimento de umsalário mínimo, a criação de um programa pré-escolarpara as crianças pequenas e aumento dos créditosfiscais (isenções) para a classe trabalhadora (umamedida de “transferência indireta de renda”). A propor-ção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiudo pico de cerca de 34% em 1996-97, atingindo 11% noano fiscal de 2005.[43] [44]

“Nosso objetivo histórico será tornar nossa gera-ção a primeira a erradicar a pobreza infantil parasempre, e isso vai levar uma geração. É uma mis-são para 20 anos, mas acredito que possa ser cum-prida. Tony Blair.[45]

Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acu-sam de estar sendo “assistencialista”, de estar dese-quilibrando o orçamento, e de estar aumentando a de-pendência da população no Estado. Os adversáriospolíticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aosestudos que demonstram, por exemplo, que o custo -em prejuízos indiretos causados ao agregado da eco-nomia britânica - provocado pela existência de criançasabaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânicaem cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40bilhões de libras por ano no total (2005) [46]. Todavia, opróprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, emtermos macroeconômicos, certos princípios enfatiza-dos por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhistapróximo a Blair declarou, em 2002:“A globalização pune com força qualquer país que ten-te administrar sua economia ignorando as realidadesdo mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nes-se estrito sentido específico, e devido à necessidadeurgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidadeao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hojetodos tatcheristas.” [47]

ConsideraçõesÉ importante ressaltar que a tentativa de “rotular políti-cos” é uma atitude mal colocada na análise do temaneoliberalismo econômico. Nem mesmo Augusto Pi-nochet, com toda a amplitude de ação que lhe permitiaa sua ditadura, praticou exclusivamente ações de tiponeoliberal - adotou, com Hernán Büchi, algumas políti-cas de inspiração nitidamente keynesiana.

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Embora seja possível afirmar com segurança que umdeterminado economista, como, por exemplo, MiltonFriedman, é um neoliberal, não se pode fazer o mesmocom a maioria dos políticos, uma vez que eles adotam,em seus governos, uma mistura de práticas indicadaspor várias escolas de pensamento econômico, simul-taneamente.

Debate sobre resultados obtidos no mundoA mais recente onda liberalizante, que ficou conhecidacomo “neoliberalismo”, teve seu início com a queda domuro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente omundo Foi promovida pelo FMI, por economistas libe-rais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago epor fundamentalistas de livre mercado, entre outros,sendo por eles apregoada como a solução que resol-veria os problemas econômicos mundias, reduzindo apobreza e acelerando o desenvolvimento global.[48]

Agora, já passados 28 anos que as “receitas neolibe-rais” vêm sendo aplicadas, em maior ou menor grau,por um grande número de países - entre os quais seinclui o Brasil - a ONU resolveu analisar os resultadosobtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medirseus efeitos nas populações dos países onde as prá-ticas neoliberais estão sendo adotadas.Um livro denominado “Flat World, Big Gaps” [49] (“UmMundo Plano, Grandes Disparidades” - tradução livre),foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral ad-junto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, eJacques Baudot, economista especializado em temasde globalização, analisou essas questões e está des-pertando grande interesse. Nesse livro seus autoresconcluem que: “A ‘globalização’ e ‘liberalização’, comomotores do crescimento econômico e o desenvolvimen-to dos países, não reduziram as desigualdades e a po-breza nas últimas décadas”.[50]

A segunda parte do livro analisa as tendências das de-sigualdes econômicas que vêm ocorrendo em váriaspartes do mundo, inclusive na OECD, nos EstadosUnidos, na América Latina, no Oriente Médio e norte daÁfrica, na África sub-saariana, Índia e China.As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhossignificativos para a melhoria da distribuição de renda,pelo contrário: “A desigualdade na renda per capitaaumentou em vários países da OCDE (Organizaçãopara a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico)durante essas duas décadas, o que sugere que a des-regulação dos mercados teve como resultado umamaior concentração do poder econômico.” [50]

Supreendentemente, a liberalização do fluxo de capi-tais financeiros internacionais, que era apontada comouma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dospaíses ricos para irem irrigar as economias dos paí-ses pobres, deles sedentos, funcionou exatamente aocontrário.O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiramdos países mais pobres, indo para os mais ricos: “Hou-ve uma tremenda liberalização financeira e se pensa-va que o fluxo de capital iria dos países ricos aos po-bres, mas ocorreu o contrário”, anotou Sundaram.“Como exemplo, citou que os EUA recebem investimen-tos dos países em desenvolvimento, concretamente nosbônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores”. [50]

Cumpre ressaltar que essa “liberalização” de fluxos fi-nanceiros é muito assimétrica. Os países que maisdefendem a liberalização total dos fluxos de capitaisnão a praticam dentro de suas fronteiras. Os EstadosUnidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por

exemplo, a “Community Reinvestment Act” (Lei do Rein-vestimento Comunitário) que obriga seus bancos a re-aplicar localmente parte do dinheiro que captam nacomunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressõespara “internacionalizar” seus capitais; hoje 60% da pou-pança da população alemã está em caixas municipais,que financiam pequenas empresas, escolas e hospi-tais. A França criou um movimento chamado de “Opera-ções Financeiras Éticas”. A apregoada liberdade irres-trita para os fluxos de capitais parece ter sido adotadasó pelos países sub-desenvolvidos, que se vêem fre-qüentemente submetidos a graves crises causadas porsua vulnerabilidade às violentas movimentações es-peculativas mundiais.[51]

Essa diferença entre o discurso liberalizante dos paí-ses desenvolvidos e suas ações práticas foi reconhe-cida até por Johan Norberg [52], o jornalista suéco autordo “best-seller” In Defense of Global Capitalism que“atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ociden-tais cujo discurso em prol dos livre-mercados é grande-mente prejudicado por suas tarifas draconianas sobrea importação de produtos têxteis e agrícolas, as duasáreas onde os países sub-desenvolvidos teriam condi-ções de competir”. Le Monde, 12/2/2004.De maneira geral “a repartição da riqueza mundial pioroue os índices de pobreza se mantiveram sem mudançasentre 1980 e 2000” [50], como já previra Tobin em 1981.

Opinião pública no Brasil, 2007Pesquisas de opinião pública, realizadas em 2007, indica-ram que “(...) a percepção dos brasileiros é que as privati-zações pioraram os serviços prestados à população nossetores de telefonia, estradas, energia elétrica e água eesgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão nosegmento de nível superior e nas classes A e B” [53].

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Degrau Cultural 9

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INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOSDE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES

MercosulO Mercosul (em português: Mercado Comum do Sul,castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur ) é aUnião Aduaneira (livre comércio intrazona e política co-mercial comum) de cinco países da América do Sul.Em sua formação original o bloco era composto porquatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.Desde 2006, a Venezuela também pertence ao Merco-sul.[1].As discussões para a constituição de um mercado eco-nômico regional para a América Latina remontam aotratado que estabeleceu a Associação Latino-America-na de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960.Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino-Americana de Integração na década de 1980. À época,a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria,assinando a Declaração de Iguaçu (1985)[2], que esta-belecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram umasérie de acordos comerciais no ano seguinte. O Tratadode Integração, Cooperação e Desenvolvimento[3], assi-nado entre ambos os países em 1988, fixou como metao estabelecimento de um mercado comum, ao qual ou-tros países latino-americanos poderiam se unir.Com a adesão do Paraguai e do Uruguai, os quatropaíses se tornaram signatários do Tratado de Assun-ção (1991)[4] que estabelecia o Mercado Comum do Sul,uma aliança comercial visando a dinamizar a econo-mia regional, movimentando entre si mercadorias, pes-soas, força de trabalho e capitais. Inicialmente foi esta-belecida uma zona de livre-comércio, em que os paí-ses signatários não tributariam ou restringiriam as im-portações um do outro. A partir de 1 de janeiro de 1995,esta zona converteu-se em união aduaneira, na qualtodos os signatários poderiam cobrar as mesmas quo-tas nas importações dos demais países (Tarifa ExternaComum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiri-ram o status de membros associados[5]. O Chile en-contra-se em processo de aquisição do status de mem-bro pleno depois de resolver alguns problemas territo-riais com a Argentina. Outras nações latino-america-nas manifestaram interesse em entrar para o grupo,mas, até o momento, somente a Venezuela levou adi-ante sua candidatura. Embora sua incorporação aoMercosul ainda dependa da aprovação no congressoparaguaio.Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos[6] (2002),que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão doMercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai).Uma das fontes de insegurança jurídica nesse blocode integração era a falta de um tribunal permanente.Muitos sul-americanos vêem o Mercosul como umaarma contra a influência dos Estados Unidos na re-gião, tanto na forma da Área de Livre Comércio dasAméricas quando na de tratados bilaterais. Uma provadisso é a criação da Universidade do Mercosul, que vaipriorizar a integração regional no modelo de educação[7].

Símbolos do MercosulDe acordo com o artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC ossímbolos do Mercosul[8] são: o nome “Mercado Comumdo Sul” e sua sigla “MERCOSUL”, o emblema do Merco-sul e a bandeira nos idiomas português e espanhol.A bandeira do Mercosul é formada pelo Cruzeiro do Sule o horizonte do qual emerge, a Cruzeiro do Sul foi es-colhida porque representa o principal elemento de ori-

entação do Hemisfério Sul, e para o Mercosul simboli-za o rumo otimista de integração regional que se pre-tende dar aos países membros.

História

AntecedentesA América do Sul foi, ao longo de cinco séculos, palcodas mais violentas batalhas do continente americano.Desde a chegada dos espanhóis e portugueses aocontinente, a Bacia do Prata foi cenário das disputasluso-espanholas por território (o território que hoje é oUruguai já foi espanhol, português e de novo espanhol).Entretanto, ao mesmo tempo, esta região situa-se ca-pítulos fundamentais da emancipação política e eco-nômica dos futuros sócios do .Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou osistema comercial de suas colônias em torno do es-quema de “frotas e galeões”, autorizando somente aalguns portos o direito de enviar ou receber mercadori-as originárias dessas colônias. Para cidades comoBuenos Aires, fundada em 1580, esse sistema amea-çava o desenvolvimento econômico da região. Median-te a esse confinamento econômico, a população deBuenos Aires percebeu a única saída possível: o inter-câmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Bra-sil. Esse foi o início de uma relação que estava destina-da a crescer cada vez mais.No século XIX, o processo de emancipação política daAmérica do Sul, acentuou os contrastes existentes en-tre os países da região. Neste período ocorreram im-portantes capítulos da história do Brasil, Argentina, Pa-raguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, aindependência da República Oriental do Uruguai, Guer-ra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputaentre unitários e federalistas na Argentina e a Guerra doParaguai: alianças, intervenções e conflitos que forja-ram o contexto histórico de formação dos estados naci-onais platinos.Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela pri-meira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de umaUnião Aduaneira entre as suas economias. Porém, issonão se concretiza devido às diferenças diplomáticasdos países em relação às políticas do Eixo, após oataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra a necessi-dade de interação entre as nações se tornou eminente,e consecutivamente a formação dos blocos econômi-cos, entretanto na América Latina não houve uma uniãoque tenha obtido resultados satisfatórios.

Declaração de Foz do IguaçuEm dezembro de 1985, o presidente brasileiro JoséSarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín assina-ram a Declaração de Iguaçu[9], que foi a base para aintegração econômica do chamado Cone sul. Ambosacabavam de sair de um período ditatorial, e enfrenta-vam a necessidade de reorientar suas economias parao mundo exterior e globalizado.Os dois países haviam contraído uma grande dívidaexterna no período do governos militares, e não goza-vam de crédito no exterior. Havia uma grande necessi-dade de investimentos nos países, mas não havia ver-bas. Esta situação comum fez que ambos percebes-sem a necessidade mútua. Logo após a assinatura dadeclaração de Iguaçu, em fevereiro de 1986, a Argenti-na declara a intenção de uma “associação preferenci-al” com o Brasil. Em uma casa particular em Don Torcu-ato, houve uma reunião para discutir o assunto.

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A discussãodura dois dias e é em clima de troca de idéi-as e posições quanto ao estatuto da economia da zona.Depois de poucas semanas, é o Brasil que convidaArgentina para uma reunião semelhante, em Itaipavatambém em uma residência particular. Esse foi o sinalde aceitação da iniciativa Argentina e então começava aformação do acordo, com objetivo de promover o de-senvolvimento econômico de ambos os países e inte-grá-los ao mundo. Para muitos a idéia de integração naAmérica do Sul parecia mais uma abstração, devido asvárias experiências não bem sucedidas no passado,entretanto essa foi diferente.

Tratado de Assunção

Ver artigo principal: Tratado de Assunção

Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernan-do Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram aAta de Buenos Aires[10] de integração econômica entreos dois países e em complemento a este, em 1991 foiassinado o Tratado de Assunção, com a entrada doUruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul.O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai eUruguai, com o objetivo de estabelecer um mercadocomum entre os países acordados, formando então opopularmente conhecido Mercosul, Mercado comum dosul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Maistarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinadocomo um complemento do Tratado, estabelecendo queo Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica einternacionalmente como uma organização.

Cronologia do Mercosul

1985-1990• Em 30 de novembro de 1985, os presidentes da

Argentina e Brasil assinaram a Declaração de Fozde Iguaçu, pedra base do Mercosul. No ano de2004, Argentina e Brasil resolveram conjuntamen-te que no dia 30 de novembro se comemorará oDia da Amizade argentino-brasileira [11];

• Em 29 de julho de 1986 se firma a Ata para a Inte-gração Argentino-Brasileira. Mediante este instru-mento estabeleceu-se o Programa de Integraçãoe Cooperação entre Argentina e Brasil (PICAB) fun-dado nos princípios de gradualidade, flexibilida-de, simetria, equilíbrio, tratamento preferencialfrente a outros mercados, harmonização progres-siva de políticas e participação do setor empresa-rial. O núcleo do PICAB foram os protocolos setori-ais em setores chaves;

• Em 6 de abril de 1988 se firma a Ata do Alvorada,mediante a qual Uruguai se junta ao processo deintegração regional;

• Em 29 de novembro de 1988 se celebra o Tratado deIntegração, Cooperação e Desenvolvimento entreArgentina e Brasil, pelo qual se fixou um prazo de 10anos para a eliminação gradual das assimetrias;

• Em 6 de julho de 1990 se firmou a Declaração deBuenos Aires, acelerando o cronograma de inte-gração e fixando a data de 31 de dezembro de 1994para alcançar o mercado comum.

1991-1995• Em 26 de março de 1991, Argentina, Brasil, Para-

guai e Uruguai firmam o Tratado de Assunção, que

adota o nome Mercosul, e uma estrutura institucio-nal básica e estabelece um área de livre comércio.

• Em junho de 1992, se estabeleceu o cronogramadefinitivo da constituição do mercado comum.

• No dia 17 de Dezembro de 1994 se firmou o Proto-colo de Ouro Preto[12], que conferiu personalidadejurídica ao bloco.

1996-2005• Na data de 25 de junho de 1996, se firmou entre

os países membros a Declaração presidencialsobre a Consulta e Concentração Política dos Es-tados Partes do Mercosul, e junto ao Chile e Bolí-via, a Declaração Presidencial sobre Compromis-so Democrático no Mercosul. Estes instrumentosse relacionam com as tentativas de golpe de esta-do em abril no Paraguai e o decisivo rol julgadopelo Mercosul para evitá-lo.

• Em 24 de julho de 1998 os quatro países mem-bros junto a Bolívia e Chile firmam o Protocolo deUshuaia[13] sobre o Compromisso Democrático.

• Em 10 de dezembro de 1998 os quatro presiden-tes firmam a Declaração Sociolaboral do Merco-sul[14].

• Em 29 de junho de 2000 se aprovam as Decisõesreferidas ao relançamento do Mercosul.

• Em 18 de fevereiro de 2002, mediante o Protocolode Olivos se cria o Tribunal Permanente de Revi-são do Mercosul[15]. Este tem sede em Assunçãodesde 2004.

• O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelocolapso da economia argentina em 2002, comisso, os Estados Unidos deixaram de ajudar a Ar-gentina uma vez que esse país latino-americanonão transmitia suficiente confiança aos mercadosinternacionais, deixando de honrar seus compro-missos financeiros em diversas ocasiões[16].

• Em 2003, pela Decisão CMC Nº 11/03, cria-se aComissão de Representantes Permanentes doMercosul (CRPM) com seu Presidente. O Presi-dente da CRPM permanece dois anos no cargo[17]

e o CMC podem estender o mandato por mais umano[18].

• A partir de Julho de 2004 teve uma nova rodada denegociações. Entre outros tópicos, discutiu-se aentrada do México no grupo[19]. Como resultado,em 8 de dezembro de 2004 os países membrosassinaram a Declaração de Cuzco, que lançou asbases da Comunidade Sul-Americana de Nações,entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andinoem uma zona de livre comércio continental[20].

• Em dezembro de 2004, na Cúpula de Presidentesde Ouro Preto:

o estabeleceu-se o Fundo para a Conver-gência Estrutural do Mercosul (FOCEM)(Decisão CMC Nº 45/04), a fim de financi-ar programas de convergência estrutural,competividade, coesão social e infra-es-trutura institucional;

o criou-se o Grupo de Alto Nível (GAN) paraa formulação de uma Estratégia MERCO-SUL de Crescimento de Emprego;

o Encomendou-se a Comissão ParlamentarConjunta a redação de uma proposta deProtocolo Constitutivo do Parlamento doMercosul.

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• Em 6 de julho de 2005 se firmou o Protocolo deAssunção sobre Direitos Humanos do Mercosul.

• Na Cúpula de Presidentes em Monteiro, dezembrode 2005, por Decisão CMC 23/05, se aprovou oProtocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul.A constituição do Parlamento teve lugar em 31 dedezembro de 2006.

• Em dezembro de 2005, a Venezuela protocolou seupedido de adesão ao Mercosul, e em 4 de julho de2006 seu ingresso ao bloco econômico foiformalizado em Caracas[21].

• Instalação do Parlamento em Montevidéu, em 7 demaio de 2007.

2006• Na Cúpula de Presidentes em Córdoba, julho de

2006, os itens abaixo ainda encontram-se em pro-cesso de análise pelo Senado brasileiro:

o integrou-se a Venezuela como membrodo Mercosul, contudo ainda depende deaprovação interna;

o aprovou-se a Estratégia Mercosul de Cres-cimento do Emprego (Decisão CMC Nº04/06);

o criou-se o Observatório da Democraciado Mercosul (Decisão CMC Nº 24/06);

o estabeleceu-se que a Argentina será sedepermanente do Mercosul Cultural[22];

Estados associados ao MercosulO Mercosul tem como estados associados a Bolívia(1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004) eEquador (2004).Bolívia, Equador, Colômbia e Peru integram a Comuni-dade Andina (CAN), bloco com que o Mercosul tambémfirmará um acordo comercial.O status de membro associado se estabelece por acor-do bilaterais, denominados Acordos de Complementa-ção Econômica, firmados entre o Mercosul e cada paísassociado. Nesses acordos se estabelece um crono-grama para a criação de uma zona de livre comérciocom os países do Mercosul e uma gradual redução detarifas entre o Mercosul e os países firmantes. Além depoder participar na qualidade de convidado nas reuni-ões dos organismos do Mercosul e efetuar convêniossobre matérias comuns.

O Chile formaliza sua associação ao Mercosul em 25de junho de 1996, durante a X Reunião da Cúpula doMercosul, na San Luis, Argentina, através da assinaturado Acordo de Complementação Econômica Mercosul-Chile. A Bolívia formalizou sua adesão na XI Reunião daCúpula em Fortaleza (Brasil), em 17 de dezembro de1996, mediante a assinatura do Acordo de Comple-mentação Econômica Mercosul-Bolívia. O Peru formali-za sua associação ao Mercosul em 2003 pela assina-tura do Acordo de Complementação Econômica Mer-cosul-Peru (CMC Nº 39/03). A Colômbia, Equador e Ve-nezuela formalizam sua associação ao Mercosul em

2004 mediante a assinatura do Acordo de Complemen-tação Económica Mercosul-Colombia, Equador e Ve-nezuela (CMC Nº 59/04).A Venezuela ratificou o protocolo de entrada em 4 dejulho de 2006. Durante a XXIX Conferência do Mercosulem Montevidéu no dia 9 de dezembro de 2005, se otor-gou em status de Estado membro em processo de ade-são, que em na prática significa que tinha voz mas nãovoto. Uma vez que a Venezuela adotou o marco legal,político e comercial do Mercosul na metade de 2006,firmou-se o protocolo para converter-se em Estadomembro. (CMC nº 29/2005)

Livre residência e circulação de pessoas

O Mercosul, Bolívia e Chile estabeleceram que todo esseterritório constitui uma Área de Livre Residência comdireito ao trabalho para todos seus cidadãos, sem exi-gência de outro requisito além da própria nacionalida-de. A Área de Livre Residência foi establecida na reu-nião de cúpula de Presidentes em Brasília, mediante o“Acordo sobre Residência para Nacionais dos EstadosMembros do Mercosul, Bolívia e Chile” assinado em 6de dezembro de 2002[23].Cidadãos de quaisquer países do Mercosul, natos ounaturalizados há pelo menos cinco anos, terão um pro-cesso simplificado na obtenção de residência tempo-rária por até dois anos em outro país do bloco, tendocomo exigências o passaporte válido, certidão de nas-cimento, certidão negativa de antecedentes penais e,dependendo do país, certificado médico de autoridademigratória. De forma igualmente simples, sem neces-sidade de vistos ou emaranhadas burocracias, a resi-dência temporária, no decurso do prazo, pode se trans-formar em residência permanente com a mera com-provação de meios de vida lícitos para o sustento pró-prio e familiar.A simplicidade visa salientar um intercâmbio entre ospaíses, para uma real formação comunitária, tendoassim expresso, além da facilidade de entrada, a ga-rantia de direitos fundamentais de todos os que migra-rem de um país a outro. Além das liberdades civis -direito de ir e vir, ao trabalho, à associação, ao culto eoutros, do direito de reunião familiar de transferênciade recursos, o Acordo faz avanços em duas áreas im-portantes: a trabalhista e a educacional.No caso dos direitos trabalhistas, existe uma clara de-finição de igualdade na aplicação da legislação traba-lhista, além do compromisso de acordos de reciproci-dade em legislação previdenciária. Existe ainda umaimportante separação entre empregadores desones-tos e direitos dos empregados: a migração forçada tra-rá conseqüências aos empregadores, mas não afeta-rá os direitos dos trabalhadores migrantes.Ainda como ganho humano do Acordo está a relaçãoeducacional dos filhos dos imigrantes ao amparo doAcordo, inserindo-os em igualdade de condições comos nacionais do país de recepção. Isso indica que amesma garantia que um Estado é obrigado a dar aseus cidadãos, também será obrigado em relação aqualquer cidadão dos países do Mercosul que habiteseu país.Embora a Área de Livre Residência e Trabalho não sesuporte completamente à livre circulacão de pessoas(onde não se requer tramitação migratória alguma), ossete países deram um grande passo e demostraram aintenção de alcançar a plena liberdade de circulacãode pessoas em todo o território.

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Estrutura do MercosulEstrutura organizacional do Mercosul. Fonte: Ministériodas Relações Exteriores do Brasil[24] (Clique sobre aimagem para ampliar).

Com base no Protocolo de Ouro Preto[25], firmado em 17de dezembro de 1994 e vigente desde 15 de dezembrode 1995, o Mercosul tem uma estrutura institucionalbásica composta por:• O Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão

supremo cuja função é a condução política do pro-cesso de integração. O CMC é formado pelo Mi-nistros de Relações Exteriores e de Economia dosestados-membros, que se pronunciam através dedecisões.

• O Grupo Mercado Comum (GMC), órgão decisórioexecutivo, responsável de fixar os programas detrabalho, e de negociar acordos com terceiros emnome do MERCOSUL, por delegação expressa doCMC. O GMC se pronuncia por Resoluções, e estáintegrado por representantes dos Ministérios deRelações Exteriores e de Economia, e dos Ban-cos Centrais dos Estados Parte.

• A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM), umórgão decisório técnico, é o responsável por apoi-ar o GMC no que diz respeito à política comercialdo bloco. Pronuncia-se por Diretivas.

Além disso, o Mercosul conta com outros órgãos con-sultivos a saber:• A Comissão Parlamentar Conjunta (CPC), órgão

de representação parlamentar, integrada por até64 parlamentares, 16 de cada Estado Parte. A CPCtem um caráter consultivo, deliberativo, e de for-mulação de Declarações, Disposições e Reco-mendações. Atualmente, está estudando a possi-bilidade da futura instalação de um Parlamento doMercosul.

• O Foro Consultivo Econômico Social (FCES), é umórgão consultivo que representa os setores da eco-nomia e da sociedade, que se manifesta por Re-comendações ao GMC.

Além disso, através da Dec. Nº 11/03, constituiu-se re-centemente a:• Comissão de Representantes Permanentes do

Mercosul (CRPM), que é um órgão permanente doCMC, integrado por representantes de cada Esta-do Parte e presidida por uma personalidade políti-ca destacada de um dos países membros. Suafunção principal é apresentar iniciativas ao CMCsobre temas relativos ao processo de integração,as negociações externas e a conformação do Mer-cado Comum.

Para dar apoio técnico a essa Estrutura Institucional, oMercosul conta com a:• Secretaria do Mercosul (SM), que tem caráter per-

manente e está sediada em Montevidéu, Uruguai.Atualmente, a Secretaria está dividida em três se-tores, de acordo com a Resolução GMC Nº 01/03do Grupo Mercado Comum.

O Mercosul conta também com instâncias orgânicasnão decisórias como A Comissão Sociolaboral (CSL), oFórum de Consulta e Concertação Política (FCCP), osGrupos de Alto Nível, os Subgrupos de Trabalho (SGT)dependentes do GMC, os Comitês Técnicos (CT) de-pendentes do CCM, o Observatório do Mercado de Tra-balho (OMT) dependente do SGT10, e o Fórum da Mu-lher em âmbito do FCES.Finalmente o Mercosul funciona habitualmente medi-ante Reuniões de Ministros (RM), Reuniões Especiali-zadas (RE), conferências, e Reuniões ad-hoc.

EconomiaO valor estimado do PIB dos países membros do Mer-cosul ultilizando o critério de Paridade do Poder de Com-pra (PPC). É utilizada como unidade monetária o dólarinternacional. Dados do Banco Mundial sobre PIB epopulação[26].

O valor estimado do PIB dos países membros doMercosul ultilizando o critério de Paridade do Poder deCompra (PPC). É utilizada como unidade monetária odólar internacional. Dados do Banco Mundial sobre PIBe população[26].

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Comparação com outros blocos/países

Assimetrias de MercadoAtualmente o Mercosul possui um PIB de mais de 2,2trilhões de dólares (base PPC), sendo que cerca 70%deste valor corresponde ao Brasil. Logo as assimetri-as de mercados existentes no bloco são grandes. Issovem causando uma série de atritos dentro do bloco.Paraguai e Uruguai reenvidicam concessões econô-micas afim de compensar as assimetrias de mercadoque sofrem. Em 2006, o intercâmbio comercial comesses países foi quase 20 vezes menor que as trocascom a Argentina, outro integrante do bloco.O intercâmbio comercial dentro do Mercosul tem au-mentado muito, batendo recorde histórico em 2006.Este intercâmbio tem sido favorável ao Brasil. O paístem superávit comercial com todos os países mem-bros.Em 2006, a corrente de comércio do Brasil com o Uru-guai totalizou US$ 1,62 bilhão, contra US$ 1,34 bilhãoem 2005. Já o fluxo comercial com a Argentina foi deUS$ 19,77 bilhões, contra US$ 16,15 bilhões no anoanterior. Em 2006, o Brasil exportou US$ 1 bilhão para oUruguai - 86% foram produtos manufaturados comoóleo diesel, automóveis, autopeças e celulares. As im-portações, porém, ficaram em apenas US$ 618,22 mi-lhões – um superávit brasileiro de US$ 387,87 milhões.Os principais produtos comprados do Uruguai forammalte não torrado, garrafas plásticas, arroz, trigo, car-nes desossadas e leite em pó.O desequilíbrio na corrente de comércio do Brasil como Paraguai é ainda maior. Desde 1985, o país vizinhosó obteve superávit uma vez, em 1989 – naquele ano,as exportações brasileiras para o Paraguai ficaram em

US$ 322,9 milhões contra um volume de importaçõesda ordem de US$ 358,64 milhões.O desequilíbrio chegou ao ápice em 2006, quando acorrente bilateral de comércio, de apenas US$ 1,52 bi-lhão, teve saldo positivo de US$ 934,6 milhões para oBrasil. Em 2005, o comércio bilateral foi de US$ 1,28bilhão. Os produtos manufaturados representaram US$1,17 bilhão do US$ 1,23 bilhão exportados pelo Brasilpara o Paraguai em 2006.Lideram a pauta de exportações óleo diesel, fertilizan-tes, pneus e automóveis de carga. Milho em grão lideraa lista dos produtos comprados do Paraguai (23,93%do total das importações). Em segundo lugar vem otrigo, com 15,07% das importações, seguido de fari-nhas, do óleo de soja, algodão apenas debulhado,grãos de soja, carne bovina desossada e couros.Quando o parceiro é a Argentina, o cenário é outro. Em2006, as exportações brasileiras para o país vizinhoatingiram a cifra de US$ 11,7 bilhões – também priorita-riamente produtos manufaturados, como automóveis,celulares e autopeças. As importações totalizaram US$8,05 bilhões, tendo como principais produtos trigo, naf-ta para petroquímica e automóveis.No caso da Venezuela a corrente de comércio com oBrasil chegou a US$ 4,16 bilhões em 2006 contra US$2,47 bilhões no ano anterior, com superávit brasileirode US$ 2,96 bilhões. Mais uma vez, produtos manufa-turados lideram a lista de produtos exportados peloBrasil.Automóveis, carne de frango e açúcar também lideram apauta. Com relação à importações brasileiras, 27,73%foram querosenes de aviação, 23,13% foram naftas para

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petroquímica. Óleo diesel vem em terceiro no ranking,com 10,95% das compras brasileiras.Durante a XXXII cúpula do Mercosul foi proposto peloBrasil a redução da TEC (tarifa externa comum) paraestes países. Tal proposta está em análise.

Acordos com outros blocosExiste um acordo com a Comunidade Andina, estabele-cido no Acordo de Complementação Econômica firma-do entre a Comunidade Andina e o Mercosul[29]. Além dacooperação econômica também existe um diálogo polí-tico que abre possibilidades de negociação com todo osmembros do bloco Andino.Em novembro de 2005 o Congresso Colombiano ratifi-cou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Merco-sul. O tratado é favorável a Colômbia, já que permite aeste páis implantar instrumentos de proteção a agricul-tura local. Além do acesso ao Mercosul para os produtosColombianos, que aumenta o peso político da Colôm-bia nas negociações de livre comércio que estão sendotratadas atualmente com os Estados Unidos.Em 30 de dezembro de 2005, o presidente colombianoÁlvaro Uribe firma a Lei 1.000, para a criação de umazona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o

Mercosul. Com este novo acordo, os produtos colombi-anos conseguiram um acesso preferencial ao Merco-sul, uma vez que a Colômbia obteve a oportunidade deimportar matérias primas e bens de capital do Merco-sul a custos mais baixos, segundo o custo estabeleci-do no Tratado de Livre Comércio.

Tratado de Livre Comércio com IsraelNo dia 17 de dezembro de 2007, durante a XXXIV reu-nião de cúpula do Mercado Comum do Sul e estadosassociados realizada em Montevidéu, os presidentesdos países membros do Mercosul assinaram um Tra-tado de Livre Comércio (TLC) com Israel[30]. Este foi oprimeiro TCL do Bloco desde sua fundação, e foi nego-ciado durante dois anos. O tratado cobre 90% do fluxocomercial, com um cronograma de quatro fases pararemoção de restrições (imediata, 4, 8 e 10 anos). Pre-vê-se que o intercâmbio comercial entre o Mercosul eIsrael fique em torno de 47 milhões de dolares. Os prin-cipais produtos de exportação do Mercosul são com-modities, grãos, calçados e aviões, já Israel exportasoftware, agroquímicos e produtos de alta tecnologia.O acordo não inclui a Venezuela, que se encontra emprocesso de conversão em membro pleno.

IdiomasOs idiomas oficiais do Mercosul são o português, o castelhano e o guarani. A versão oficial dos documentos detrabalho tem a do idioma do país sede de cada reunião.Hoje o Português é o idioma mais falado no Mercosul, entretanto o castelhano é falado em todos os estadosmembros, exceto o Brasil.

Atualmente está prevista não só a implantação de pro-gramas de trabalho para o fomento do ensino de espa-nhol e português como segunda língua, mas tambéma realização de um programa de ensino dos idiomasoficiais do Mercosul, incorporados às propostas edu-cacionais dos países com o objetivo de inclusão noscurrículos. O plano prevê, ainda, o funcionamento deplanos e programas de formação de professores deespanhol e português em cada país-membro.Os ministérios de Cultura do Mercosul aprovaram, apedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idio-ma oficial do bloco. A decisão foi um dos resultados da23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Riode Janeiro, sancionada na XXXII cúpula do Mercosul, eigualou o guarani em condições com o português ecastelhano. Contudo o guarani, ainda que goze do sta-tus de língua oficial do bloco[31], carece de propagaçãono mesmo.

Mercosul Sócio-laboralIguaçu, 30 de novembro de 2005, 20 anos de Mercosul:Lula, Sarney, Kirchner, Alfonsín.

A concepção original do Mercosul (Tratado de Assun-ção) não contemplava nenhum âmbito em tratar ques-tões socio-laborais, entretanto, desde o inicío, os sindi-catos do Mercosul representados pela Coordenadoriade Sindicatos Centrais do Cone Sul, com o apoio ativodos ministérios do Trabalho, e um considerável setordas organizações de empregadores, promulgaram emcriar espaços tripartes (ministérios de trabalho, empre-gadores e sindicatos) para analisar, debater e decidirmediante o diálogo social-regional, o impacto que aintegração teria sobre os mercados de trabalho e ascondições socio-laborais.Deste modo um ano depois de fundado o Mercosul cria-se o Subgrupo de Trabalho para Assuntos Sociolabo-rais, dependente do GMC, que no início recebia o nú-mero “11”, mas a partir de 1995 foi nomeado defenitiva-mente como SGT10. O SGT10 se organizou com umâmbito triparte (ministérios de trabalho, empregadorese sindicatos) e há quem diga que tomou a forma de“uma OIT em miniatura”. Gerou uma frutífera culturasubregional de diálogo social que originou o que hojese conhece como Mercosul Sócio-laboral.

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A partir dos acordos derivados do diálogo social noSGT10, o Mercosul foi adotando organismos e instru-mentos socio-laborais.En 1994 cria-se o Foro Consultivo Econômico Social(FCES), mediante o Protocolo de Ouro Preto, integradopelas organizações de empregadores, trabalhadorese a sociedade civil, em “representação dos setores eco-nômicos e sociais”; porém começa a funcionar efetiva-mente em 1996.Em 1997 firma-se a primera norma de conteúdo socio-laboral do Mercosul, o Acordo Multilateral de Segurida-de Social do Mercado Comum do Sul (que demorouanos para ser ratificado) e cria-se o Observatório doMercado de Trabalho, dependente do SGT10.Em 1998 os quatro presidentes firmam a DeclaraçãoSociolaboral do Mercosul (DSL) [32], que em sua vez criaa Comissão Sociolaboral (CSL), de composição tripar-te, com o fim de seguir a aplicação da DSL.Em 2000 o Mercosul, junto à Bolívia e Chile, proclamama Carta de Buenos Aires sobre Compromisso Social.Em 2001, como consequência direta dos acordos tri-partes alcançados em matéria de formação profissio-nal na primera reunião da CSL, dita-se a primeira reso-lução socio-laboral de aplicação direta aos paísesmembros (sem necessidade de ratificação), a Resolu-ção sobre Formacão Profissional que sanciona o GMC(Resolução 59/91).Em 2003, pela primeira vez a CMC (organismo supre-mo do Mercosul), sanciona uma norma sócio-laboral(de aplicação direta), a Recomendação 01/03 estable-cendo o Repertório de Recomendações Práticas sobreFormação Profissional. No mesmo ano a CMC convocaa Primeira Conferência Regional de Emprego que rea-liza-se em abril de 2004 com composição triparte (mi-nistros do trabalho, empregadores e sindicatos) e fina-liza com uma importante recomendação dos Ministrosdo Trabalho sobre uma Estratégia do Mercosul para acriação de empregos. Em dezembro de 2004 decide-se criar o Grupo de Alto Nível para a elaboração deuma estratégia MERCOSUL dirigida ao crescimento doemprego.

EducaçãoO Setor Educacional do Mercosul (SEM) foi criado a par-tir da assinatura do protocolo de intenções por partedos ministros da Educação. Desde sua criação reco-nheceu-se a importância da educação como estratégiapara o desenvolvimento da integração econômica ecultural do Mercosul e o peso da informação para sealcançarem esses objetivos, o que culminou com a cri-ação do Comitê Coordenador Técnico do Sistema deInformação e Comunicação.

De acordo com o Plano Estratégico 2006-2010 do SEMas principais linhas de ação do SIC são:• Criação e atualização dos espaços virtuais para

publicar os materiais e produtos surgidos nos di-ferentes encontros e seminários;

• Elaboração de indicadores de Educação Tecnoló-gica pertinentes e, incorporação à publicação dosistema de Indicadores do Mercosul Educacional;

• Publicação dos Indicadores de Educação Básica,Média e Educação Superior;

• Elaboração de um Glossário relativo à EducaçãoTécnica e a Educação Tecnológica;

• Difusão dos programas de intercâmbio existentese as equivalências e protocolos acordados;

• Difundir as ações do SEM nos sistemas educacio-nais nacionais, nas jurisdições responsáveis pelagestão escolar, nas comunidades educacionais eno conjunto da sociedade;

• Favorecer a circulação do conhecimento: manteratualizada a informação promovida pelo órgão eusar os espaços de comunicação e difusão para osetor educacional;

• Fortalecer os laços nacionais do SIC;• Contar com políticas de informação, comunicação

e gestão do conhecimento, no âmbito educacionalregional.

REFERÊNCIAS

1. ↑ Venezuela é Estado-Membro do Mercosul a partirde 04 de Julho de 2006, acordo assinado em reu-nião extraordinária em Caracas, Venezuela.

2. ↑ Declaração de Iguaçú entre Brasil e Argentina3. ↑ Tratado de Integração, Cooperação e Desenvol-

vimento entre o Governo do Brasil e Argentina4. ↑ Artigo 1º do Tratado de Assunção: “Os Estados

Partes decidem constituir um Mercado Comum,que deverá estar estabelecido a 31 de dezembrode 1994, e que se denominará “Mercado Comumdo Sul”.”

5. ↑ O Conselho do Mercosul decidiu que a Bolívia eo Chile são Estados-associados, conforme Art.4

6. ↑ Assinatura do Protocolo de Olivos com o objetivode solucionar controvérsias e de minimizar as suasdiferenças.

7. ↑ Itaipu pode ser sede da Universidade do Merco-sul pelo site Mercosul Educacional

8. ↑ Artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC Os símbo-los do Mercosul.

9. ↑ Declaração de Iguaçu entre Brasil e Argentina10. ↑ Ata de Buenos Aires na íntegra11. ↑ Acordado pela Ata de Copacabana de 16 de mar-

ço de 200412. ↑ Protocolo de Ouro Preto na íntegra13. ↑ Os Estados-Membros, Chile e Bolívia assinam o

Protocolo de Ushuaia14. ↑ Declaração Sociolaboral na íntegra15. ↑ Protocolo de Olivos16. ↑ Argentina busca apoio financeiro nos Estados

Unidos pelo site da BBC Brasil.17. ↑ Sobre as responsabilidades do CRPM pelo site

oficial do Mercosul18. ↑ Atas das reuniões do Conselho do Mercado Co-

mum (CMC)19. ↑ México, em processo de conversão para estado

associado pelo jornal Bilaterals.org20. ↑ Declaração de Cuzco.21. ↑ Venezuela se torna Estado-Membro do Mercosul

a partir de 04 de Julho de 200622. ↑ Sede permanente do Mercosul Cultural: Artigo 1º

do CMC 11/0623. ↑ Projeto de Acordo Nº 14/02: Sobre residência para

nacionais ods Estados Parte do Mercosul, Bolíviae Chile.

24. ↑ Organograma da Estrutura do Mercosul pelo sitedo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

25. ↑Protocolo de Ouro Preto na íntegra26. ↑ Banco Mundial, World Economic Outlook Data-

base, Outubro de 2007, para o ano de 2006.27. ↑ Human Development Report 2007. Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007).28. ↑ CIA World Factbook 2004, IMF WEO Database.

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29. ↑ Decreto Nº 4.604 de 21 de Fevereiro de 2003.Acordo de Complementação Econômica nº 56,entre a comunidade Andina e o Mercosul.

30. ↑ Mercosul assina tratado de livre-comércio comIsrael pelo Uol.com.br

31. ↑ * Artigo sobre a incorporação e oficialização doidioma Guarani no Mercosul

32. ↑ Declaração Sociolaboral do Mercosul

BIBLIOGRAFIA

• BÊRNI, D. A.. A marcha do Mercosul e a marcha daglobalização. In. Reis, C. N. (0rg.): América Latina:crescimento no comércio mundial e exclusão social..Porto Alegre: Dacasa Editora/Palmarica, 2001. 275 p.

• BULMER-THOMAS, V.. A União Européia e o Merco-sul: perspectivas de um tratado de livre comércio esuas implicações sobre os Estados Unidos. In. Reis,C. N. (0rg.):

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento Sustentável , segundo a ComissãoMundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CM-MAD) da Organização das Nações Unidas, é aqueleque atende às necessidades presentes sem compro-meter a possibilidade de que as gerações futuras sa-tisfaçam as suas próprias necessidades.A idéia deriva do conceito de ecodesenvolvimento, pro-posto nos anos 1970 por Maurice Strong e Ignacy Sa-chs, durante a Primeira Conferência das Nações Uni-das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Estocol-mo, 1972), a qual deu origem ao Programa das Na-ções Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA.Em 1987, a CMMAD, presidida pela Primeira-Ministrada Noruega, Gro Harlem Brundtland, adotou o conceitode Desenvolvimento Sustentável em seu relatório OurCommon Future (Nosso futuro comum), também co-nhecido como Relatório Brundtland.O conceito foi definitivamente incorporado como umprincípio, durante a Conferência das Nações Unidassobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula daTerra de 1992 - Eco-92, no Rio de Janeiro. O Desenvol-vimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteçãoambiental e desenvolvimento econômico e serviu comobase para a formulação da Agenda 21, com a qual maisde 170 países se comprometeram, por ocasião daConferência. Trata-se de um abrangente conjunto demetas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado.A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundialsobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joa-nesburgo, afirma que o Desenvolvimento Sustentável éconstruído sobre “três pilares interdependentes e mu-tuamente sustentadores” — desenvolvimento econô-mico, desenvolvimento social e proteção ambiental.Esse paradigma reconhece a complexidade e o inter-relacionamento de questões críticas como pobreza,desperdício, degradação ambiental, decadência urba-na, crescimento populacional, igualdade de gêneros,saúde, conflito e violência aos direitos humanos.O PII (Projeto de Implementação Internacional) apre-senta quatro elementos principais do Desenvolvimen-to Sustentável — sociedade, ambiente, economia ecultura.• Sociedade: uma compreensão das instituições

sociais e seu papel na transformação e no desen-volvimento.

• Ambiente: a conscientização da fragilidade doambiente físico e os efeitos sobre a atividade hu-mana e as decisões.

• Economia: sensibilidade aos limites e ao potencial docrescimento econômico e seu impacto na sociedadee no ambiente, com o comprometimento de reavaliaros níveis de consumo pessoais e da sociedade.

• Cultura: é geralmente omitido como parte do DS(Desenvolvimento Sustentável). Entretanto, valo-res, diversidade, conhecimento, línguas e visõesde mundo associados à cultura formam um dospilares do DS e uma das bases da EDS (Educa-ção para o Desenvolvimento Sustentável).

RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENT ALNA GESTÃO PÚBLICA

1. Introdução

Na última década, o ambiente de negócios se mostroubastante instável e turbulento, com a existência de mu-danças drásticas no processo econômico e produtivomundial. Fatos como transformações na economia in-ternacional e globalização da produção e do consumotêm sido acompanhados de outras mudanças como,por exemplo, um crescente grau de exigência dos con-sumidores, que, por meio de seu poder de compra,estão buscando variedade de produtos e demonstran-do a sua preocupação pela qualidade.A emergência desse consumidor mais agressivo e exi-gente reflete em grande parte as mudanças que a pró-pria sociedade vem sofrendo quanto a valores e ideolo-gias e que envolvem suas expectativas em relação àsempresas e aos negócios. As empresas têm refletidoesta mudança no comportamento do consumidor, pas-sando a incorporar em suas transações valores éticosque alteram a forma tradicional de obter lucros. Deixamde ser apenas produtores de bens e serviços e incorpo-ram gradualmente, como parte de sua responsabilida-de, a qualidade das relações com seus stakeholders.Surge, então, a questão da responsabilidade socialcomo parte importante no desenvolvimento de estraté-gias competitivas, onde as empresas desempenhamum papel proativo, implementando mudanças concei-tuais em seus procedimentos e agindo de forma cons-ciente, sozinhas ou em parceria com ONGs ou gover-no. Por meio de ações socialmente responsáveis bus-cam o crescimento e a satisfação do cliente.Para sustentar sua vantagem competitiva, cada vez maisas empresas estão estabelecendo múltiplas aliançasde diferentes tipos, criando redes. Macedo-Soares(2002) observa que as alianças e as redes têm sidoconsideradas uma das opções mais adequadas paralidar com as atuais exigências do mercado, demasia-das para uma empresa isolada.A atuação em redes de relacionamento estratégicas,tais como joint ventures e outros tipos de alianças, trazum novo desafio às empresas que buscam uma pos-tura de responsabilidade socioambiental perante osstakeholders. Gulati, Nohria e Zaheer (2000) reforçamque as redes de relacionamento nas quais as empre-sas estão inseridas influenciam fortemente sua con-duta e performance. Assim, o alinhamento da respon-sabilidade socioambiental às estratégias das diferen-tes parcerias torna-se crítica e complexa.No entanto, apesar da importância crescente dessasconfigurações em redes para a performance e a con-duta das empresas, a dimensão relacional voltada para

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a responsabilidade socioambiental tem sido pouco in-vestigada pelos estudiosos em gestão estratégica.Este artigo evidencia a importância de conduzir análi-ses estratégicas sob a ótica relacional, ou seja, quelevam em conta as implicações estratégicas dos rela-cionamentos e redes formadas por estes nos quais aorganização atua, e mostrar que essa ótica, no caso deempresas orientadas para a responsabilidade socio-ambiental que operam em alianças/redes estratégicas,agrega valor com novos insights valiosos para sua to-mada de decisão estratégica.Na indústria de energia, modificações estruturais e gran-des transformações têm ocorrido no sentido de estrei-tar as relações entre os vários atores, com uma preo-cupação grande com a responsabilidade socioambi-ental, devido às características específicas desse se-tor. Por isso, escolheu-se o caso da Petrobras paraavaliar a adequação estratégica de empresas em re-des voltadas para a responsabilidade socioambiental.Em função da crescente importância da questão socio-ambiental para a sustentação da vantagem competitivada Petrobras, é imperativo que essa dimensão sejaaplicada de forma adequada nas alianças estratégicasda empresa.Este artigo está estruturado em quatro partes. A primei-ra apresenta o referencial teórico da pesquisa e explicaa sua metodologia. Na segunda parte, descrevem-seos resultados obtidos da avaliação da adequação daestratégia atual da empresa sob estudo, limitando-seà ótica relacional. Na terceira parte, esses resultadossão discutidos para fazer recomendações para melho-rar a adequação da estratégia em questão. Na últimaparte levantam-se questões para futuras pesquisas.

2. Referencial teórico

Responsabilidade socioambientalA partir da década de 1970, a convergência de váriasforças econômicas levou alguns acadêmicos a reexa-minarem a noção de “responsabilidade social corpora-tiva”, definida nos seus primórdios pelo princípio dacaridade, que exigia um auxílio dos indivíduos mais ri-cos aos menos afortunados da sociedade, diretamen-te ou com igrejas e fundos comunitários (Carnegie, apudStoner e Freeman, 1985).Atualmente, os argumentos a favor da responsabilida-de social corporativa podem ser classificados na linhaética e instrumental. Os argumentos éticos conside-ram dever das empresas praticar ações sociais por seruma atitude moralmente correta. Já a linha instrumen-tal defende a responsabilidade social corporativa comoforma de trazer vantagem competitiva às empresas (Jo-nes, 1996).Evoluindo na linha instrumental, Carroll (1999) propõeuma visão mais abrangente, que inclui a cidadaniaempresarial. Ele define quatro dimensões da respon-sabilidade social corporativa: econômica, legal, éticae filantrópica. Assim, para ser socialmente responsá-vel, a organização deveria ser lucrativa, obedecer àsleis, ter uma atitude ética e, ainda, praticar atividadede filantropia.Apesar da divergência quanto ao mérito da responsa-bilidade social, autores contemporâneos consideramque transformações no papel da empresa, governo e,em especial, da sociedade, proporcionaram uma novavisão da questão. Para Ashley (2002:6):

Responsabilidade social pode ser definida comoo compromisso que uma organização deve terpara com a sociedade, expresso por meio de atose atitudes que a afetem positivamente, (...), agin-do proativamente e coerentemente no que tangea seu papel específico na sociedade e a sua pres-tação de contas para com ela. A organização (...)assume obrigações de caráter moral, além dasestabelecidas em lei, mesmo que não direta-mente vinculadas a suas atividades, mas quepossam contribuir para o desenvolvimento sus-tentável dos povos.

Para Ashley (2002) e Melo Neto e Froes (1999), a res-ponsabilidade social assumiu recentemente novascaracterísticas e engloba, além dos públicos internos eexternos, a preservação do meio ambiente, como veto-res que direcionam o investimento das empresas emresponsabilidade social.Já Reinhardt (1999) argumenta que a preservação domeio ambiente não deve ser vista como uma questãode responsabilidade social. Para o autor, o investimen-to ambiental está intrinsecamente relacionado à sus-tentabilidade do negócio; portanto, incluir essa variávelno campo da responsabilidade social levaria a empre-sa a ignorar oportunidades e riscos resultantes dosproblemas ambientais.O conceito de responsabilidade social corporativa(CSR1) vem sofrendo ainda várias transições quanto àsua capacidade de operacionalização e mensuração,subdividindo-se em vertentes do conhecimento: res-ponsividade social corporativa (CSR2), retitude socialcorporativa (CSR3) e performance social corporativa(CSP). Segundo Frederick (1994), o conceito de res-ponsividade social corporativa (CSR2) apresentava umenfoque mais gerencial, implicando o desenvolvimen-to de ferramentas que pudessem ser testadas e apli-cadas nas organizações. A retitude social corporativa(CSR3) inclui a necessidade de uma ética normativapara que a responsabilidade social corporativa possavigorar na prática. Finalmente, a performance socialcorporativa (CSP) é mais voltada para os resultados,com foco no impacto dos negócios para a sociedade.Com relação à responsabilidade socioambiental e per-formance da empresa, Hart (1997) afirma que as em-presas precisam criar uma visão de economia globalsustentável, ou seja, desenvolver estratégias e compe-tências integradas com o meio ambiente, e, ao mesmotempo, coerentes com os problemas das diferentes eco-nomias (de mercado, de sobrevivência e da natureza).Na próxima década, o desenvolvimento sustentável seráuma das maiores oportunidades da história dos negó-cios e cabe aos executivos liderar este caminho. Se-gundo Hart (1997), as empresas devem assumir o pa-pel de educadoras, direcionando a preferência dos con-sumidores por produtos e serviços consistentes com aquestão da sustentabilidade.

Alianças estratégicas e responsabilidade socioambi-entalComo já evidenciado, as práticas de responsabilidadesocial assumem cada vez mais importância nas em-presas, como forma de criar valor para todos osstakeholders. Nesse contexto, as alianças entre em-presas de diferentes setores, em especial entre gran-des organizações e empresas sem fins lucrativos, sãouma ferramenta crucial para incorporar o elemento so-cial e o ambiental na estratégia corporativa.

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Pode-se definir alianças socioambientais como formasde relacionamento entre empresas envolvendo troca,compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos,tecnologia ou serviços, com o objetivo de implementarpolíticas e atividades que incluem pelo menos um par-ceiro sem fins lucrativos e objetivos não-econômicos,isto é, objetivos voltados para a melhoria do bem-estarsocial e para a preservação do meio ambiente (Berger,Cunningham e Drumwright, 2004; Hartman e Stafford,1998; Gulati, 1998).Hartman e Stafford (1998) citam ainda outros motivosque justificam uma aliança socioambiental, em espe-cial com organizações sem fins lucrativos:

• um grupo ambiental pode ser um grande aliadono desenvolvimento de estratégias de responsa-bilidade ambiental, fortalecendo laços com a soci-edade e instituições que fornecem recursos críti-cos para a performance da empresa;

• alianças ambientais podem ajudar a empresa aestar de acordo com a legislação e questões am-bientais, antes que normas rígidas do governoameacem a sua posição no mercado;

• programas de responsabilidade ambiental podemmelhorar a eficiência operacional da empresa, pelaredução de custos;

• alianças ambientais podem gerar novas oportuni-dades para produtos e tecnologias “verdes”.

Analisando a natureza das parcerias estratégicas, Austin (2000) classifica as alianças entre empresas e organiza-ções sem fins lucrativos em três categorias: filantrópica (de caráter assistencial), transacional (relação bilateral naqual o fluxo de valor tende a ir nas duas direções) e integrativa (na qual a relação se estrutura em torno da produçãoconjunta de um bem ou serviço, numa cadeia comum de valor). À medida que a empresa e sua parceira avançam poresse contínuo, cresce a complexidade, mas também a geração de valor para ambas as partes (quadro 1).

Rondinelli e London (2003) sugerem uma atenção redobrada para alianças voltadas para a área ambiental e social.Como essas alianças são relativamente novas, ambos os parceiros têm pouca experiência no seu gerenciamento,o que gera mais dificuldades em aspectos como confiança e compatibilidade de objetivos, em comparação às deuma aliança comum.

Modelo strategic network analysis (SNA) para análise de adequação estratégica na ótica relacionalEm função da crescente importância de ter uma perspectiva, ao mesmo tempo, sistêmica, integrativa e relacional,adotou-se como modelo conceitual nesta pesquisa o modelo strategic network analysis (SNA), de Macedo-Soares(2002), para análises estratégicas na ótica relacional, no caso de empresas que atuam em alianças e redes. Essemodelo foi construído a partir de uma série de arcabouços anteriores (Macedo-Soares e Chamone, 1994; Macedo-Soares e Lucas, 1996), inspirados, inicialmente, na escola sociotécnica (Cherns, 1976) e, incorporando, posterior-mente, alguns construtos de Austin (1990), de Porter (1980) e da escola baseada em recursos — RBV (Wernerfelt,1984). Resultou, primeiro, em um modelo genérico integrativo (Modelo GI) para analisar as variáveis críticas internasà empresa, em interação com as externas mais relevantes para avaliar sua adequação estratégica na ótica tradicio-nal, ou seja, sem contemplar relacionamentos, tipo alianças e as redes formadas por elas (Macedo-Soares, 2000).O modelo SNA evoluiu do Modelo GI ao incluir construtos pertinentes à análise relacional, notadamente, indicadoresrelevantes para avaliar as implicações estratégicas das alianças e redes. Faz parte do ferramental SNA que inclui osseguintes componentes:• metodologia de análise — passos para realizar avaliações de adequação estratégica na ótica relacional;• listas de referências — conjunto de construtos e indicadores para capturar e analisar os dados necessários a

essas avaliações;• modelo SNA — arcabouço para auxiliar o mapeamento e a análise da rede estratégica da empresa.

Como a preocupação do modelo SNA é por definição com a rede, e o nível de análise é a empresa, ele foca a ego-rededessa empresa, auxiliando na concentração da análise nas características relacionais que têm as implicações

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estratégicas mais significativas para ela. O conceito de ego-rede foi adaptado da rede egocêntrica de Knoke (2001),para análise no caso de uma empresa específica — focal. Refere-se à rede constituída pela empresa focal, por suasalianças estratégicas principais e pelos laços significativos entre seus parceiros, no contexto de uma rede de valormaior. Isso explica por que os atores que fazem parte dessa rede de valor, mas não são aqueles com os quais aempresa tenha estabelecido alianças estratégicas, são chamados de outros atores estratégicos. Da mesma forma,os fatores organizacionais e ambientais, relevantes para análises tradicionais, não são nomeados nesse modelopara evitar tirar a atenção das dimensões relacionais.Vale destacar que os construtos do ferramental SNA fundamentam-se nos trabalhos de Gulati, Nohria e Zaheer(2000), Galaskiewicz e Zaheer (1999) e Knoke (2001) e contemplam as seguintes categorias de variáveis: estruturada rede, composição da rede, tipo de laço e gerenciamento da rede (quadro 2).

Conforme sugerem Gulati, Nohria e Zaheer (2000), nonível da empresa, cada uma dessas característicaspode ser considerada uma força ou uma fraqueza. For-ças são associadas a recursos únicos, valiosos, e difi-cilmente imitáveis sob a forma de capital social e infor-macional que a rede pode proporcionar. Fraquezas sãoativos indesejáveis que acompanham o relacionamen-to ou condições que dificultam sua implementação ousua gestão bem-sucedida. No nível da indústria, para aqual consideram-se as três primeiras dimensões, asimplicações da rede se apresentam como oportunida-des e ameaças (Macedo-Soares e Tauhata, 2002).A metodologia de análise estratégica SNA, restrita nes-te artigo à análise relacional, envolve os seis passos aseguir:• passo 1 — caracterização da estratégia utilizando-

se da tipologia de Mintzberg (1998), complemen-tando-a com os construtos de Fahey e Randall(1998);

• passo 2 — identificação e classificação das alian-ças que constituem a rede estratégica da empre-sa, chamada de “ego-rede”;

• passo 3 — identificação das características daego-rede e a análise das suas implicações nosníveis da indústria e da empresa, em termos deconstituírem, respectivamente, oportunidades eameaças, forças e fraquezas;

• passo 4 — avaliação da consistência dessas im-plicações com a estratégia, à luz do desempenhoda empresa, de acordo com o conceito de ade-quação estratégica dinâmica (Zajac, Kraatz e Bres-ser, 2000);

• passo 5 — definição de eventuais mudanças nosfatores relacionais ou organizacionais para me-lhorar ou criar as condições necessárias à ade-quação estratégica dinâmica;

• passo 6 — tomada de decisão estratégica.Ajustes ou adoção de nova estratégia, conside-rando todos os stakeholders e a importância desustentar um desempenho superior.

Note que na pesquisa também foi conduzida uma aná-lise “tradicional”. No artigo, apenas alguns dos seusresultados são apresentados na seção “Discussão”para fins de comparação com os relacionais.

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3. Metodologia

O “estudo de caso” individual foi considerado o métodode pesquisa mais adequado, pois consiste em umainvestigação empírica que busca analisar, com profun-didade, fenômenos contemporâneos inseridos nosseus contextos específicos da vida real (Yin, 2005).Seguindo a estratégia de triangulação dos métodos deYin (2005), foram utilizados múltiplos meios e fontespara a coleta de dados:pesquisas documental e telematizada;levantamento de percepções com o auxílio de questio-nários semi-estruturados a serem respondidos pelosgestores e profissionais do Centro de Pesquisa e De-senvolvimento da Petrobras (Cenpes);levantamento de percepções complementar por meiode entrevistas com executivos e profissionais da áreasob estudo;levantamento de percepções de parceiros por meio deentrevistas com auxílio de roteiro semi-estruturado (umaONG e duas universidades brasileiras, pelo critério daacessibilidade).Com base no conceito de alianças socioambientaismencionado anteriormente, delimitou-se o escopo dolevantamento de percepções, com auxílio de questio-nários estruturados, ao Cenpes, pois se verificou, pormeio de levantamento documental e pesquisa prelimi-nar no campo, que a maioria dos projetos socioambi-entais em parceria com universidades, instituições depesquisa e empresas de consultoria estão concentra-dos nesse centro de pesquisas da Petrobras, devido àprópria natureza da pesquisa focada na proteção aomeio ambiente dessa unidade.Quanto ao tratamento dos dados, adotaram-se méto-dos quantitativos e qualitativos. No caso do questioná-rio estruturado, as respostas foram tratadas segundométodos de estatística descritiva. Já as respostas àsperguntas abertas e os depoimentos dos entrevista-dos nos dois levantamentos de percepções comple-mentares (profissionais do Cenpes e parceiros) foramanalisados por meio de técnicas de análise de conteú-do, de maneira a complementar as informações en-contradas pelas análises descritivas e checar sua con-sistência, quando possível (Weber, 1994).

O ESTADO BRASILEIRO E AS POLÍTICAS SOCIAISDO TRABALHO – ASPECTOS CONCEITUAIS,

HISTÓRICOS E NORMATIVOS

O Estado de Bem-Estar Social no BrasilAo longo dos anos 70 e 80, o Estado brasileiro buscaorganizar um “‘arremedo’ de Estado de bem-estar so-cial”, na tentativa de satisfazer algumas demandas dapopulação desprotegida. Entretanto, desde do início,jamais o Brasil considerou os gastos com políticas so-ciais como “investimento” produtivo, no sentido preco-nizado por Gunnar Myrdal, sendo a maior parte das po-líticas adotadas no Brasil mais semelhantes às anti-gas políticas “assistencialistas” européias destinadasmais a “remediar a pobreza” do que a políticas efetiva-mente capazes de criar uma maior eficiência econômi-co-produtiva e assim gerar novas e maiores riquezas. Acriação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição(INAN), do Funrural e, posteriormente, das Ações Inte-gradas de Saúde (AIS) do SUDS, do SUS, dos meca-nismos de seguro-desemprego, são exemplos clarosdessa “tentativa de marcha” rumo à frustrada universa-lização dos direitos sociais.

Apesar desse artigo fazer uma análise histórica e com-parativa do vitorioso modelo de bem-estar social sue-co, como foi defendido por Gunnar Myrdal e foi implan-tado em seu país, (a Suécia atingiu e manteve, por maisde sete décadas, os melhores Índices de Desenvolvi-mento Humano -IDH do planeta), é preciso não alimen-tarmos ilusões: devido às imensas diferenças cultu-rais, sociais, demográficas, religiosas, geográficas eeconômicas que há entre o Brasil de hoje e a Suécia de1932, não há a menor condição de se copiar o modelosueco em nosso país.Mas o modelo de desenvolvimento econômico e a basede sustentação financeira das políticas sociais no Bra-sil têm sido organizados de forma incompatível com osideais de universalização. Como corolário, tem-se umauniversalização que na prática é excludente.Em outras palavras, a política social brasileira, além deser insuficiente para cobrir as necessidades da popu-lação de mais baixa renda de maneira a evitar a perpe-tuação dos bolsões de pobreza e gerar novas riquezas,no conceito originalmente proposto por Gunnar Myrdal,não somente em termos de quantidade, mas tambémde qualidade, exclui, na prática, os segmentos de alta emédia renda, fator distintivo do tipo de universalismoque se implantou na maioria dos países europeus nafase áurea do Estado do bem-estar social. Estes fazemo uso cada vez mais freqüente dos sistemas privadosautônomos, seja no campo da saúde, seja no campodas entidades (abertas ou fechadas) de previdênciaprivada.A Constituição de 1988 consagrou o ideário da univer-salização das políticas sociais no Brasil, numa faseonde as condições econômicas para chegar a um uni-versalismo de fato se tornavam cada vez mais precári-as; o Brasil passou toda a década de 1990 “dependu-rado” em empréstimos do FMI e sujeito às regras doConsenso de Washington, que privilegia os interessesdos capitais financeiros internacionais e são avessasa quaisquer políticas sociais. Sendo assim, crise eco-nômica, crise nas finanças públicas e direitos constitu-cionais adquiridos passam a ser, desde meados dosanos 90, um dos conflitos a serem enfrentados numaeventual reforma do Estado. A crise do Estado do bem-estar social no Brasil chegou antes que ele pudesseser, de fato, implantado em sua plenitude.O grande dilema do universalismo dos países euro-peus, a partir da crise dos anos 70, consistia em man-ter uma política social igual para iguais, num contextode aumento da heterogeneidade social. Tal condiçãosó foi possível em função do alto grau de homogenei-dade conquistado através de políticas de rendas e po-líticas sociais desenvolvidas sob a égide do conceitode cidadania nos anos 50 e 60. No entender de Esping-Andersen, que definiu “três mundos” quanto às políti-cas de bem-estar social, foi o foco sueco no “produtivis-mo”, com suas políticas sociais concebidas para au-mentar a capacidade produtiva dos indivíduos, (poroposição à visão neoliberal, que conceitualiza as polí-ticas sociais como sendo “custos” ou meras transfe-rências de renda “daqueles que produzem para aque-les que não produzem”) que permitiu à universalizaçãodas políticas sociais na Suécia (Esping-Andersen,1990). Em países que não mantiveram esse foco “pro-dutivista” em suas políticas sociais, onde a populaçãoficou, em conseqüência, mais vulnerável aos efeitos dodiscurso neoliberal, mesmo nos países mais ricos,como os Estados Unidos, esta universalização dosbenefícios sociais não foi obtida [3].

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No Brasil, a desigualdade social é de grandes propor-ções. Dados de 1991 mostram que cerca de 30,7%das famílias brasileiras recebiam renda total inferior adois salários mínimos. No Nordeste essa proporçãoatingia 53%. Os 10% mais ricos no Brasil abarcavam51,7% da renda, enquanto os 10% mais pobres fica-vam somente com 0,7%. Cerca de 49,4% das pessoasocupadas não contribuíam para nenhum instituto deprevidência social.Um primeiro programa de política econômica para ten-tar diminuir as distorções causadas por essa desigual-dade de renda exacerbada foi o PIS/PASEP. Na árearural foram tomadas, na década de 1960, as primeirasiniciativas para estender a cobertura previdenciária aostrabalhadores rurais. O Estatuto do Trabalhador Rural,de 2 de março de 1963, regulamentou os sindicatosrurais, instituiu a obrigatoriedade do pagamento dosalário mínimo aos trabalhadores rurais e criou o Fun-do de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural -FAPTR, posteriormente, em 1969, denominado FUN-RURAL). Entretanto a cobertura previdenciária aos tra-balhadores rurais só veio a se concretizar na práticaem 1969, já no governo militar, pois os recursos (finan-ceiros e administrativos) necessários à sua efetivaçãonão haviam sido previstos na legislação original. Em1971, no Governo do General Medici, foi lançado o Pro-grama de Assistência Rural (PRORURAL), ligado aoFUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria eo aumento dos serviços de saúde até então concedi-dos aos trabalhadores rurais. Entre outras medidas, oPRORURAL previa a aposentadoria por velhice e porinvalidez para trabalhadores rurais maiores de 70 anosde idade, no valor de ½ salário mínimo; pensão, equi-valente a 70% da aposentadoria, e auxílio funeral, paradependentes do beneficiário; serviços de saúde, inclu-indo assistência médico-cirúrgico-hospitalar e trata-mento odontológico; serviço social em geral. As mulhe-res só seriam beneficiadas diretamente caso fossemchefes de família (algo muito raro no Sul do Brasil) ouassalariadas rurais. A efetividade do programa estavagarantida, uma vez que a legislação que o criou tam-bém previu a forma de obtenção de recursos para suaimplementação. [4]

Mais recentemente, no governo Lula (2002-2010), fo-ram implantados o Bolsa Família, que em 2006 aten-deu 11 milhões de pessoas, e o projeto Renda básicade cidadania que, embora agindo numa direção acer-tada, foram apenas capazes de redistribuir menos de1% do PIB brasileiro, e os valores distribuídos individu-almente por esses programas ainda são nitidamenteinsuficientes para alterar para melhor a capacidade pro-dutiva dos seus beneficiários.

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NOÇÕES DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO

1 – Planejamento, Organização, Direção e Controle(PODC)

Podemos considerar que o Planejamento, Organiza-ção, Direção e Controle, constituem separadamentefunções administrativas, quando analisadas de umaforma conjunta e total, passam a formar um processoadministrativo. Diante desta visão sistêmica, afirma-mos que os elementos do processo agem um sobreos outros afetando os demais.

Este ciclo administrativo pode representar uma condi-ção de correção e melhoria contínuas utilizando paratal a retroação.

Planejamento – é a função administrativa que permiteantecipar quais os objetivos e metas que devem seralcançados, e a metodologia que será utilizada paraalcançá-los. Fica caracterizado que o Planejamento émeramente um modelo teórico para as ações futuras aserem realizadas.

Dizemos que o Planejamento é forma pela qual identi-ficamos a “situação presente” e projetamos a “situa-ção futura”, temos a informação de “onde estamos ago-ra” e traçamos os objetivos pretendidos de “onde pre-tendemos chegar”.

Podemos ainda dizer que o Planejamento tem três ní-veis que são:

Planejamento Estratégico – é um planejamento quepossui uma forma genérica, tem uma forma sintética eabrangente. É traçado para Longo Prazo e tem umaamplitude que aborda a empresa como um todo.

Planejamento Tático – é um pouco menos genéricoque o estratégico, é mais detalhado, sendo ele traçadopara médio prazo e aborda cada unidade da empresade forma separada.

Planejamento Operacional – é um planejamento deta-lhado, específico e analítico, tem objetivos traçado paracurto prazo e aborda apenas cada operação ou tarefa.

Organização – também é parte integrante do processoadministrativo, e tem como premissa básica, organi-zar, estruturar e integrar os recursos à disposição desua administração.

Podemos dizer que à organização compete dividir otrabalho, agrupar as atividades a serem realizadas,determinar quem executará, disponibilizar os recursosnecessários para o desenvolvimento do que foi traça-do no planejamento e coordenar todos os esforços.

A organização pode ser analisada com base em trêsníveis que são:a) Organização em nível global, também denominadode Desenho Organizacional, que pode ser do tipo Or-ganização Linear, Organização Funcional ou Organiza-ção Linha-Staff;b) Organização no nível departamental, também deno-minado Desenho Departamental ou simplesmentedepartamentalização;

c) Organização no nível das tarefas e operações, tam-bém denominado Desenho de Cargos e Tarefas, reali-zado mediante descrição e análise dos cargos.

Direção – é a parte do processo administrativo que fun-ciona como fonte propulsora, que tem a função de acio-nar e dinamizar a empresa, podemos afirmar ainda queesta função administrativa está diretamente relaciona-da com os recursos humanos da empresa. A direção éa atividade que utiliza as relações interpessoais paraatender a todos os níveis da organização. A direção éconsiderada a mais complexa das funções administra-tivas, pois envolve, execução, comunicação, liderança emotivação.

A Direção pode dar-se em três níveis distintos:a) Direção no Nível Global – abrange a empresa na suatotalidade (diretoria);b) Direção no Nível Departamental – abrange cada de-partamento da empresa (gerência);c) Direção no Nível Operacional – abrange grupo depessoas ou tarefas (supervisão).

Controle - é a parte do processo administrativo queterá a função de verificar tudo o que foi estipulado nasfases anteriores, assim sendo, o controle pode definiros padrões de desempenho, a partir desta definição,iniciar o processo de monitoramento, comparando odesempenho apresentado com os padrões definidospreviamente, e conseqüentemente realizar as medidascorretivas que se fizerem necessárias.

O controle é um processo cíclico composto por quatrofases, que são:1) Estabelecer os padrões e/ou critérios;2) Observar os desempenhos;3) Comparação entre desempenho e os padrões esta-belecidos;4) Ação corretiva

Ética e Cidadania nas Organizações

Como podemos observar no mundo contemporâneo,exigisse cada vez mais das pessoas e das organiza-ções um comportamento ético para como todos os“stakeholders”. O comportamento ético está baseadonuma espécie de teoria sobre a prática moral.

Nesse contexto, as empresas vem assumindo cada vezmais seu papel junto a sociedade, visando a longevida-de de seus negócios, afirmamos que as empresas quenão possuem um comportamento ético para com seusparceiros (sócios, clientes, funcionários, fornecedores,governo etc) tem vida curta. Há um forte corrente quevisa cobrar mais sobre as questões de conservação,cooperação, temas ambientais (desenvolvimento sus-tentável) e outros, mas principalmente comportamentoo que chamamos de comportamento ético, com o qualpodemos classifica as empresas em:1) Amoral – busca os lucros a qualquer preço e vê seusfuncionários (colaboradores) como meras unidadeseconômicas de produção;2) Legalista – apegadas a Lei, só adotam posturas éti-cas para evitar problemas legais;3) Receptiva – mostra-se responsável porque é conve-niente e não porque é correto;

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4) Ética que Aflora – reconhece a existência de um con-trato social entre os negócios e a sociedade, passandoesta atitude para toda a corporação;5) Ética – harmoniza tão perfeitamente lucros e éticaque recompensa seus funcionários por se afastaremde ações comprometedoras, tem práticas educacionaisvoltadas para problemas éticos e dispõe de mentorespara dar orientação moral aos novos empregados.

Para que este aspecto ético seja implementado e con-siderado em todas as relações, se faz necessário quehaja o comprometimento primeiramente da Direção,sendo passado e assumido como parte ativa da políti-ca da empresa.

Princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental

A Responsabilidade Socioambiental deve ser a essên-cia dos negócios. Este processo não se realiza por meiode ações isoladas, desvinculadas da operação empre-sarial, mas envolve atividades e decisões intimamenteassociadas à forma como a empresa interage com asociedade em que está inserida.Mais do que um compromisso negocial, as empresasassumem um compromisso com o futuro. E o futurodeve ser construído hoje, de forma consciente e positi-va (desenvolvimento sustentável). Por isso, todas asatividades devem envolver um grande cuidado com omeio ambiente, funcionários, comunidades, clientes,fornecedores e consumidores.Por meio da Responsabilidade Socioambiental, o aper-feiçoamento dos produtos e processos deve ser contí-nuo, diminuindo os possíveis impactos ambientais epromovendo o bem estar das comunidades.

De um modo mais completo a Responsabilidade Sóci-oambiental vem substituir a Responsabilidade Social,que tinha um universo mais limitado. A Responsabili-dade Sócioambiental pode ser vista como sendo umprocesso contínuo e progressivo de envolvimento edesenvolvimento de competências cidadãs da empre-sa, com a assunção de responsabilidades sobre ques-tões sociais e ambientais relacionadas a todos.

A pressão das comunidades tem sido fator decisivo namudança de comportamento das empresas, para asmesmas respondam por questões socioambientais eainda há cobrança pelos princípios fundamentais decoerência, justiça e respeito aos direitos humanos e aoambiente em que vive.

As empresas devem estar voltadas para mudar o com-portamento, voltando-se para as preocupações sócio-ambientais, no que tange aos impactos ambientais, esomente através de um projeto de educação, treina-mento e capacitação profissional será possível come-çar a busca da qualidade socioambiental.

COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL

Comecemos esta seção por uma definição do que sejacomunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que acomunicação é o princípio que organiza a relação entredois sujeitos, que torna possível tal relação, mediandoo contato e as trocas operadas entre ambos.

Uma definição de caráter mais processual e dinâmicoé fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, quedefine comunicação como sendo um processo relacio-nal em que um emissor , manipulando um determina-do código , elabora uma mensagem acerca de um de-terminado contexto , que é transmitida, por meio de umcanal específico, a um ou mais receptor (es).

Constitui-se assim um processo caracterizado pelapresença de seis elementos :1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-mete a mensagem a outro;2. Código – a combinação de linguagens e signos queserão usados na elaboração da mensagem;3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual amensagem se refere;5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para atransmissão da mensagem;6. Receptor (es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagemé enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-mente) e a interpretar.

Observe que, nos processos de comunicação estabe-lecidos entre organização e clientes, as posições deemissor e receptor são permutáveis: ora é a organiza-ção quem toma a “palavra”, propondo uma compra, trans-mitindo uma informação, fixando metas e oferecendoincentivos, por exemplo; ora é um ou outro cliente quem“fala”, manifestando expectativas, reivindicando direitos,avaliando serviços, cobrando atitudes.

Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos sealternam nas posições de emissor e receptor, não deveno entanto ser confundido com o feedback , que é oretorno , o sinal , dado ao emissor pelo receptor , deque a mensagem foi devidamente recebida .

Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-ganização nas várias circunstâncias em que se realizaesse processo.

O primeiro passo neste sentido é a identificação dosdiferentes sujeitos com quem a organização se relaci-ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-dos organizacionais ), os clientes externos e internoscom quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntosde públicos: internos e externos .

Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-tes sujeitos que integram a organização , e será a elesque se dirigirão os esforços de comunicação interna .

É importante lembrar que esses públicos não são ho-mogêneos . Entre eles estão diretores, associados, fun-cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relaçãoaos quais é comum a organização ter políticas de rela-cionamento específicas, em razão de os interessesrecíprocos serem particulares em cada caso.É necessário, portanto, discriminar cuidadosamenteos diferentes públicos internos, definir as políticas de

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relacionamento específicas para cada um deles (ba-seando-se, claro, no interesses envolvidos em cadacaso) e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políti-cas e programas de comunicação interna.

Lembre-se porém de que a necessidade acima deveser considerada cuidadosamente, não podendo havercontradições em relação a um princípio fundamental: acomunicação interna deve ser integrada e integrativa,isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,uma massa informe e indefinida de ações, que trate deforma desarmônica, desarticulada e desproporcionalos diferentes públicos.

É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-cação , de modo a, mesmo considerando as diferen-ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-tor de integração, não de divisão interna.

Essa integração implica um conjunto de valores, princí-pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-entar todos os processos de comunicação interna.

Além disso, é fundamental que haja uma identidadetambém na maneira como a empresa se apresentaaos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. Éimportante a padronização de mídias, elementos deidentificação visual, layout, além da manutenção de umacoerência discursiva que perpasse todas os progra-mas e peças de comunicação.

Finalmente, é necessário ainda salientar a importânciade se adotar canais, fluxos e processos de comunica-ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (eentre) os diferentes públicos internos, que permitam abusca e a formação de consensos, a gestão adequadade conflitos e divergências.

É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processoscomunicacionais (seja do ponto de vista mais geral daorganização e seus públicos internos, seja da pers-pectiva de cada instância organizacional específica comseus respectivos públicos) o elemento que torna pos-sível a integração organizacional.

Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão , apre-sentado a seguir:

“Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-ções entre os órgãos da Administração Pública e oscidadãos , no âmbito de suas atribuições institucionais,atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,de localização das ações nas necessidades do cida-dão, atuando nas seguintes áreas :· simplificação de obrigações de natureza burocráticainstituídas pelo aparelho do Estado, com que se de-fronta o cidadão do nascimento à sua morte;

Através das Experiências de Hawtorne e das experiên-cias sobre liderança, identificou-se a necessidade deelevar a qualidade na comunicação que se apresenta-va como fator deficiente.

A comunicação pode ser definida como sendo a trocade informações entre os indivíduos, que requer um có-digo para formular uma mensagem e enviá-la a umreceptor.

ATENDIMENTO AO CLIENTE

Conceito

Cliente é o indivíduo ou empresa que busca no merca-do produto ou serviço que irá satisfazer as suas neces-sidades ou expectativas.

Podemos resumir as relações de mercado com a se-guinte trilogia:

O cliente e o mundo globalizado

O mundo globalizado gera uma infinidade de no-vos produtos que lançados no mercado buscam alcan-çar uma diversidade de cliente, desde as mais varia-das camadas sociais, segmentos religiosos, poderaquisitivo, nível cultural etc. Para atender a essa multi-plicidade de clientela, o mercado criou novas estratégi-as para atender a esse público. Entre elas destacamosa venda porta-a-porta ( apesar de tradicional apresentabons resultados); a via telefônica ( telemarketing) e avia internet, que vem superando a chamada venda tra-dicional de mercado. Não podemos esquecer do novosegmento de lojas que ficam abertas vinte e quatrohoras para atender ao cliente que precisa de horárioespecial para realizar as suas compras.

Um outro fator importante do cliente moderno, é oseu grau de exigências na hora de consumir o produto/serviço, já que os programas de qualidade proporcio-nam ao cliente a condição de obter o melhor produto/serviço que atendam as suas necessidades e expecta-tivas, inclusive com atendimento diferenciado em to-dos os processos na hora da compra.

Tipos de cliente

Na linguagem de administração moderna identifica-mos dois tipos de clientes:

A) Cliente Interno – É o elemento ou setor que poten-cialmente é ou será atendido dentro de uma empresa.B) Cliente Externo – É o indivíduo ou empresa queserá atendido no mercado diante de suas necessida-des e expectativas.

Formas de tratar os clientes:O primeiro passo importante, no trato com o cliente, éeliminar qualquer tipo de preconceito quanto à sua pos-tura (aparência em geral), religião, grupo étnico ou ori-gem social.A melhor maneira de tratar o cliente é demonstrar queele é importante em todos os sentidos.

O Cliente sempre quer ser atendido com:

a) Eficiência• atendido naquilo que ele realmente deseja – não

tente “empurrar” algo que não lhe interessa;• atenda da maneira mais educada desde o primei-

ro contato;• sempre se coloque disponível ao cliente.

b) Rapidez• atenda o cliente de forma rápida, dinâmica, sem

perder a qualidade no atendimento;• demonstre alegria, prazer em estar fazendo aquele

atendimento.

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c) Cortesia/gentileza• Seja gentil, prestativo e simpático (atencioso) com

o seu cliente;• Mostre sempre ao cliente satisfação em atendê-lo.

A Busca de Novos Clientes

A busca de novos clientes pode se tornar mais eficazcom o uso de uma série de conceitos e técnicas, deacordo com o tipo de cliente:

A) Cliente em potencial:Um cliente potencial é alguém que precisa de seu

produto e é capaz de comprá-lo. Isso significa que umcliente potencial deve ter condições financeiras e auto-ridade necessária para comprar seu produto.

Nem todos são clientes potenciais para todos osprodutos.

B) Clientes possíveis:Um cliente possível é alguém que talvez queira com-

prar seu produto.Para ser um cliente possível, uma pes-soa ou uma organização deve ter uma necessidade quepoderia ser satisfeita por seu produto ou serviço.

Observação: Chamamos de prospecção o processode procura de clientes potenciais para atender a seg-mento de mercado pouco explorado ou que se pensaem implantar.

Fatores que valorizam o cliente

Todo cliente tem implicitamente alguns valores queesperam do mercado, são eles:

A) Variedade - Nos pontos de venda, a oferta de pro-dutos de cada categoria deve contemplar diferentesmarcas e formas de apresentação;B) Limpeza - Em atividades do varejo, restaurantes,hotéis, supermercados e padarias, o ambiente deveestar limpo e cheiroso;C) Confiabilidade - Atendimento preciso e consistenteassegura confiabilidade. Contribuem também o prontoatendimento e a atenção individualizada, por telefone,contato direto do vendendor ou do balconista na loja;D) Localização da loja - Além de estar próxima doconsumidor, é importante que a loja ofereça acesso eestacionamento fáceis e seguros.

Clientes e a Qualidade do Produto

O Código de Defesa ao Consumidor introduziu novoconceito de respeito pelo consumidor, cliente de seusdireitos e das obrigações dos fornecedores. Como con-seqüência, ocorreram mudanças até mesmo nas em-balagens dos produtos e na qualidade das informa-ções prestadas pelas empresas.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR(LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO IDos Direitos do Consumidor

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 1° O presente código estabelece normas de prote-ção e defesa do consumidor, de ordem pública e inte-resse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Dis-posições Transitórias.Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídicaque adquire ou utiliza produto ou serviço como desti-natário final.Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletivi-dade de pessoas, ainda que indetermináveis, que hajaintervindo nas relações de consumo.Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pú-blica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como osentes despersonalizados, que desenvolvem atividadede produção, montagem, criação, construção, transfor-mação, importação, exportação, distribuição ou comer-cialização de produtos ou prestação de serviços.§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, materialou imaterial.§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado deconsumo, mediante remuneração, inclusive as de natu-reza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo asdecorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO IIDa Política Nacional de Relações de Consumo

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumotem por objetivo o atendimento das necessidades dosconsumidores, o respeito à sua dignidade, saúde esegurança, a proteção de seus interesses econômi-cos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como atransparência e harmonia das relações de consumo,atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pelaLei nº 9.008, de 21.3.1995)I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidorno mercado de consumo;II - ação governamental no sentido de proteger efetiva-mente o consumidor:a) por iniciativa direta;b) por incentivos à criação e desenvolvimento de asso-ciações representativas;c) pela presença do Estado no mercado de consumo;d) pela garantia dos produtos e serviços com padrõesadequados de qualidade, segurança, durabilidade edesempenho.III - harmonização dos interesses dos participantes dasrelações de consumo e compatibilização da proteçãodo consumidor com a necessidade de desenvolvimen-to econômico e tecnológico, de modo a viabilizar osprincípios nos quais se funda a ordem econômica (art.170, da Constituição Federal), sempre com base naboa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores efornecedores;IV - educação e informação de fornecedores e consu-midores, quanto aos seus direitos e deveres, com vis-tas à melhoria do mercado de consumo;

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V - incentivo à criação pelos fornecedores de meioseficientes de controle de qualidade e segurança de pro-dutos e serviços, assim como de mecanismos alterna-tivos de solução de conflitos de consumo;VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusospraticados no mercado de consumo, inclusive a con-corrência desleal e utilização indevida de inventos ecriações industriais das marcas e nomes comerciais esignos distintivos, que possam causar prejuízos aosconsumidores;VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;VIII - estudo constante das modificações do mercadode consumo.Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Rela-ções de Consumo, contará o poder público com os se-guintes instrumentos, entre outros:I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratui-ta para o consumidor carente;II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa doConsumidor, no âmbito do Ministério Público;III - criação de delegacias de polícia especializadas noatendimento de consumidores vítimas de infraçõespenais de consumo;IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau-sas e Varas Especializadas para a solução de litígiosde consumo;V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen-to das Associações de Defesa do Consumidor.§ 1° (V etado).§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO IIIDos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:I - a proteção da vida, saúde e segurança contra osriscos provocados por práticas no fornecimento de pro-dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos;II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa-do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdadede escolha e a igualdade nas contratações;III - a informação adequada e clara sobre os diferentesprodutos e serviços, com especificação correta de quan-tidade, características, composição, qualidade e preço,bem como sobre os riscos que apresentem;IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusi-va, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bemcomo contra práticas e cláusulas abusivas ou impos-tas no fornecimento de produtos e serviços;V - a modificação das cláusulas contratuais que esta-beleçam prestações desproporcionais ou sua revisãoem razão de fatos supervenientes que as tornem ex-cessivamente onerosas;VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimo-niais e morais, individuais, coletivos e difusos;VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativoscom vistas à prevenção ou reparação de danos patri-moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnicaaos necessitados;VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusivecom a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro-cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil aalegação ou quando for ele hipossuficiente, segundoas regras ordinárias de experiências;IX - (Vetado);X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi-cos em geral.

Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluemoutros decorrentes de tratados ou convenções interna-cionais de que o Brasil seja signatário, da legislaçãointerna ordinária, de regulamentos expedidos pelasautoridades administrativas competentes, bem comodos que derivem dos princípios gerais do direito, ana-logia, costumes e eqüidade.Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, to-dos responderão solidariamente pela reparação dosdanos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IVDa Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção

e da Reparação dos Danos

SEÇÃO IDa Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercadode consumo não acarretarão riscos à saúde ou segu-rança dos consumidores, exceto os considerados nor-mais e previsíveis em decorrência de sua natureza efruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquerhipótese, a dar as informações necessárias e adequa-das a seu respeito.Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial,ao fabricante cabe prestar as informações a que serefere este artigo, através de impressos apropriadosque devam acompanhar o produto.Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencial-mente nocivos ou perigosos à saúde ou segurançadeverá informar, de maneira ostensiva e adequada, arespeito da sua nocividade ou periculosidade, sem pre-juízo da adoção de outras medidas cabíveis em cadacaso concreto.Art. 10 . O fornecedor não poderá colocar no mercadode consumo produto ou serviço que sabe ou deveriasaber apresentar alto grau de nocividade ou periculosi-dade à saúde ou segurança.§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteri-ormente à sua introdução no mercado de consumo,tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,deverá comunicar o fato imediatamente às autoridadescompetentes e aos consumidores, mediante anúnciospublicitários.§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o pará-grafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio etelevisão, às expensas do fornecedor do produto ouserviço.§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-dade de produtos ou serviços à saúde ou segurançados consumidores, a União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios deverão informá-los a respeito.Art. 11. (Vetado).

SEÇÃO IIDa Responsabilidade pelo

Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ouestrangeiro, e o importador respondem, independente-mente da existência de culpa, pela reparação dos danoscausados aos consumidores por defeitos decorrentesde projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,manipulação, apresentação ou acondicionamento deseus produtos, bem como por informações insuficientesou inadequadas sobre sua utilização e riscos.§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segu-rança que dele legitimamente se espera, levando-se em

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consideração as circunstâncias relevantes, entre asquais:I - sua apresentação;II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;III - a época em que foi colocado em circulação.§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato deoutro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.§ 3° O fabricante, o construtor , o produtor ou importadorsó não será responsabilizado quando provar:I - que não colocou o produto no mercado;II - que, embora haja colocado o produto no mercado, odefeito inexiste;III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nostermos do artigo anterior, quando:I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importadornão puderem ser identificados;II - o produto for fornecido sem identificação clara doseu fabricante, produtor, construtor ou importador;III - não conservar adequadamente os produtos pere-cíveis.Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento aoprejudicado poderá exercer o direito de regresso contraos demais responsáveis, segundo sua participação nacausação do evento danoso.Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independen-temente da existência de culpa, pela reparação dos da-nos causados aos consumidores por defeitos relativos àprestação dos serviços, bem como por informações insu-ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segu-rança que o consumidor dele pode esperar, levando-seem consideração as circunstâncias relevantes, entreas quais:I - o modo de seu fornecimento;II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele seesperam;III - a época em que foi fornecido.§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela ado-ção de novas técnicas.§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabi-lizado quando provar:I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais libe-rais será apurada mediante a verificação de culpa.Art. 15. (Vetado).Art. 16. (Vetado).Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aosconsumidores todas as vítimas do evento.

SEÇÃO IIIDa Responsabilidade por Vício

do Produto e do Serviço

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo du-ráveis ou não duráveis respondem solidariamente pe-los vícios de qualidade ou quantidade que os tornemimpróprios ou inadequados ao consumo a que se des-tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aque-les decorrentes da disparidade, com a indicações cons-tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem oumensagem publicitária, respeitadas as variações de-correntes de sua natureza, podendo o consumidor exi-gir a substituição das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo detrinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamentee à sua escolha:I - a substituição do produto por outro da mesma espé-cie, em perfeitas condições de uso;II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas edanos;III - o abatimento proporcional do preço.§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ouampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, nãopodendo ser inferior a sete nem superior a cento e oi-tenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de pra-zo deverá ser convencionada em separado, por meiode manifestação expressa do consumidor.§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alter-nativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão daextensão do vício, a substituição das partes viciadaspuder comprometer a qualidade ou características doproduto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto es-sencial.§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa doinciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível asubstituição do bem, poderá haver substituição por outrode espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-plementação ou restituição de eventual diferença depreço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §1° deste artigo.§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,será responsável perante o consumidor o fornecedorimediato, exceto quando identificado claramente seuprodutor.§ 6° São impróprios ao uso e consumo:I - os produtos cujos prazos de validade estejam venci-dos;II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, noci-vos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles emdesacordo com as normas regulamentares de fabrica-ção, distribuição ou apresentação;III - os produtos que, por qualquer motivo, se reveleminadequados ao fim a que se destinam.Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamentepelos vícios de quantidade do produto sempre que, res-peitadas as variações decorrentes de sua natureza, seuconteúdo líquido for inferior às indicações constantesdo recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-tivamente e à sua escolha:I - o abatimento proporcional do preço;II - complementação do peso ou medida;III - a substituição do produto por outro da mesma es-pécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;IV - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas edanos.§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigoanterior.§ 2° O fornecedor imediato será responsável quandofizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizadonão estiver aferido segundo os padrões oficiais.Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos víciosde qualidade que os tornem impróprios ao consumoou lhes diminuam o valor, assim como por aquelesdecorrentes da disparidade com as indicações cons-tantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo oconsumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional equando cabível;II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas edanos;III - o abatimento proporcional do preço.§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada aterceiros devidamente capacitados, por conta e riscodo fornecedor.§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem ina-dequados para os fins que razoavelmente deles seesperam, bem como aqueles que não atendam as nor-mas regulamentares de prestabilidade.Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham porobjetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregarcomponentes de reposição originais adequados e no-vos, ou que mantenham as especificações técnicas dofabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorizaçãoem contrário do consumidor.Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,concessionárias, permissionárias ou sob qualqueroutra forma de empreendimento, são obrigados a for-necer serviços adequados, eficientes, seguros e, quantoaos essenciais, contínuos.Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, totalou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serãoas pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa-rar os danos causados, na forma prevista neste código.Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios dequalidade por inadequação dos produtos e serviçosnão o exime de responsabilidade.Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ouserviço independe de termo expresso, vedada a exone-ração contratual do fornecedor.Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusulaque impossibilite, exonere ou atenue a obrigação deindenizar prevista nesta e nas seções anteriores.§ 1° Havendo mais de um responsável pela causaçãodo dano, todos responderão solidariamente pela repa-ração prevista nesta e nas seções anteriores.§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peçaincorporada ao produto ou serviço, são responsáveissolidários seu fabricante, construtor ou importador e oque realizou a incorporação.

SEÇÃO IVDa Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes oude fácil constatação caduca em:I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço ede produtos não duráveis;II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi-ço e de produtos duráveis.§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partirda entrega efetiva do produto ou do término da execu-ção dos serviços.§ 2° Obstam a decadência:I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con-sumidor perante o fornecedor de produtos e serviçosaté a resposta negativa correspondente, que deve sertransmitida de forma inequívoca;II - (Vetado).III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini-cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repara-ção pelos danos causados por fato do produto ou doserviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento dodano e de sua autoria.Parágrafo único. (Vetado).

SEÇÃO VDa Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidadejurídica da sociedade quando, em detrimento do con-sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatu-tos ou contrato social. A desconsideração também seráefetivada quando houver falência, estado de insolvên-cia, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro-vocados por má administração.§ 1° (V etado).§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários eas sociedades controladas, são subsidiariamente res-ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res-ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoajurídica sempre que sua personalidade for, de algumaforma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causa-dos aos consumidores.

CAPÍTULO VDas Práticas Comerciais

SEÇÃO IDas Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equi-param-se aos consumidores todas as pessoas deter-mináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.

SEÇÃO IIDa Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientementeprecisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comuni-cação com relação a produtos e serviços oferecidos ouapresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular oudela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviçosdevem assegurar informações corretas, claras, preci-sas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suascaracterísticas, qualidades, quantidade, composição,preço, garantia, prazos de validade e origem, entre ou-tros dados, bem como sobre os riscos que apresentamà saúde e segurança dos consumidores.Parágrafo único. As informações de que trata este arti-go, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumi-dor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pelaLei nº 11.989, de 2009)Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurara oferta de componentes e peças de reposição enquantonão cessar a fabricação ou importação do produto.Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação,a oferta deverá ser mantida por período razoável de tem-po, na forma da lei.Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone oureembolso postal, deve constar o nome do fabricante eendereço na embalagem, publicidade e em todos osimpressos utilizados na transação comercial.

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Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens eserviços por telefone, quando a chamada for onerosa aoconsumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800,de 2008).Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidaria-mente responsável pelos atos de seus prepostos ourepresentantes autônomos.Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusarcumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o con-sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter-mos da oferta, apresentação ou publicidade;II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quan-tia eventualmente antecipada, monetariamente atuali-zada, e a perdas e danos.

SEÇÃO IIIDa Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que oconsumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seusprodutos ou serviços, manterá, em seu poder, para infor-mação dos legítimos interessados, os dados fáticos, téc-nicos e científicos que dão sustentação à mensagem.Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informaçãoou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parci-almente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmopor omissão, capaz de induzir em erro o consumidor arespeito da natureza, características, qualidade, quan-tidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outrosdados sobre produtos e serviços.§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimina-tória de qualquer natureza, a que incite à violência, ex-plore o medo ou a superstição, se aproveite da defici-ência de julgamento e experiência da criança, desres-peita valores ambientais, ou que seja capaz de induziro consumidor a se comportar de forma prejudicial ouperigosa à sua saúde ou segurança.§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enga-nosa por omissão quando deixar de informar sobredado essencial do produto ou serviço.§ 4° (V etado).Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção dainformação ou comunicação publicitária cabe a quemas patrocina.

SEÇÃO IVDas Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou servi-ços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dadapela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviçoao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,sem justa causa, a limites quantitativos;II - recusar atendimento às demandas dos consumido-res, na exata medida de suas disponibilidades de esto-que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitaçãoprévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condi-ção social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ex-cessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orça-mento e autorização expressa do consumidor, ressalva-das as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;VII - repassar informação depreciativa, referente a atopraticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-to ou serviço em desacordo com as normas expedidaspelos órgãos oficiais competentes ou, se normas es-pecíficas não existirem, pela Associação Brasileira deNormas Técnicas ou outra entidade credenciada peloConselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-lidade Industrial (Conmetro);IX - recusar a venda de bens ou a prestação de servi-ços, diretamente a quem se disponha a adquiri-losmediante pronto pagamento, ressalvados os casos deintermediação regulados em leis especiais; (Redaçãodada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-viços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando daconverão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de suaobrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seuexclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso dolegal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pelaLei nº 9.870, de 23.11.1999)Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtosremetidos ou entregues ao consumidor, na hipóteseprevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,inexistindo obrigação de pagamento.Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entre-gar ao consumidor orçamento prévio discriminando ovalor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos aserem empregados, as condições de pagamento, bemcomo as datas de início e término dos serviços.§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terávalidade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-mento pelo consumidor.§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor , o orçamentoobriga os contraentes e somente pode ser alteradomediante livre negociação das partes.§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônusou acréscimos decorrentes da contratação de serviçosde terceiros não previstos no orçamento prévio.Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou deserviços sujeitos ao regime de controle ou de tabela-mento de preços, os fornecedores deverão respeitaros limites oficiais sob pena de não o fazendo, respon-derem pela restituição da quantia recebida em exces-so, monetariamente atualizada, podendo o consumi-dor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio,sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

SEÇÃO VDa Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantiaindevida tem direito à repetição do indébito, por valorigual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido decorreção monetária e juros legais, salvo hipótese deengano justificável.Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de dé-bitos apresentados ao consumidor, deverão constar onome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro

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de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional dePessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou ser-viço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009)

SEÇÃO VIDos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art.86, terá acesso às informações existentes em cadas-tros, fichas, registros e dados pessoais e de consumoarquivados sobre ele, bem como sobre as suas res-pectivas fontes.§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devemser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem defácil compreensão, não podendo conter informaçõesnegativas referentes a período superior a cinco anos.§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-soais e de consumo deverá ser comunicada por escri-to ao consumidor, quando não solicitada por ele.§ 3° O consumidor , sempre que encontrar inexatidãonos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imedia-ta correção, devendo o arquivista, no prazo de cincodias úteis, comunicar a alteração aos eventuais desti-natários das informações incorretas.§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consu-midores, os serviços de proteção ao crédito e congêne-res são considerados entidades de caráter público.§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança dedébitos do consumidor, não serão fornecidas, pelosrespectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-quer informações que possam impedir ou dificultar novoacesso ao crédito junto aos fornecedores.Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidormanterão cadastros atualizados de reclamações fun-damentadas contra fornecedores de produtos e servi-ços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divul-gação indicará se a reclamação foi atendida ou nãopelo fornecedor.§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantespara orientação e consulta por qualquer interessado.§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-mas regras enunciadas no artigo anterior e as do pará-grafo único do art. 22 deste código.Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VIDa Proteção Contratual

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de con-sumo não obrigarão os consumidores, se não lhes fordada a oportunidade de tomar conhecimento prévio deseu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos fo-rem redigidos de modo a dificultar a compreensão deseu sentido e alcance.Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadasde maneira mais favorável ao consumidor.Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritosparticulares, recibos e pré-contratos relativos às relaçõesde consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusiveexecução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no pra-zo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato derecebimento do produto ou serviço, sempre que a con-tratação de fornecimento de produtos e serviços ocor-rer fora do estabelecimento comercial, especialmentepor telefone ou a domicílio.

Parágrafo único . Se o consumidor exercitar o direitode arrependimento previsto neste artigo, os valoreseventualmente pagos, a qualquer título, durante o pra-zo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, mone-tariamente atualizados.Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal eserá conferida mediante termo escrito.Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalentedeve ser padronizado e esclarecer, de maneira ade-quada em que consiste a mesma garantia, bem comoa forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada eos ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entre-gue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no atodo fornecimento, acompanhado de manual de instru-ção, de instalação e uso do produto em linguagem di-dática, com ilustrações.

SEÇÃO IIDas Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as clá-usulas contratuais relativas ao fornecimento de produ-tos e serviços que:I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-bilidade do fornecedor por vícios de qualquer naturezados produtos e serviços ou impliquem renúncia ou dis-posição de direitos. Nas relações de consumo entre ofornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeniza-ção poderá ser limitada, em situações justificáveis;II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso daquantia já paga, nos casos previstos neste código;III - transfiram responsabilidades a terceiros;IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,abusivas, que coloquem o consumidor em desvanta-gem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-féou a eqüidade;V - (Vetado);VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuí-zo do consumidor;VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;VIII - imponham representante para concluir ou realizaroutro negócio jurídico pelo consumidor;IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não ocontrato, embora obrigando o consumidor;X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,variação do preço de maneira unilateral;XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos decobrança de sua obrigação, sem que igual direito lheseja conferido contra o fornecedor;XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmen-te o conteúdo ou a qualidade do contrato, após suacelebração;XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normasambientais;XV - estejam em desacordo com o sistema de proteçãoao consumidor;XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenizaçãopor benfeitorias necessárias.§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a von-tade que:I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídi-co a que pertence;II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçarseu objeto ou equilíbrio contratual;III - se mostra excessivamente onerosa para o consumi-dor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato,

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o interesse das partes e outras circunstâncias peculia-res ao caso.§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva nãoinvalida o contrato, exceto quando de sua ausência,apesar dos esforços de integração, decorrer ônus ex-cessivo a qualquer das partes.§ 3° (V etado).§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidadeque o represente requerer ao Ministério Público queajuíze a competente ação para ser declarada a nulida-de de cláusula contratual que contrarie o disposto nes-te código ou de qualquer forma não assegure o justoequilíbrio entre direitos e obrigações das partes.Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços queenvolva outorga de crédito ou concessão de financia-mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outrosrequisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anualde juros;III - acréscimos legalmente previstos;IV - número e periodicidade das prestações;V - soma total a pagar, com e sem financiamento.§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemen-to de obrigações no seu termo não poderão ser superi-ores a dois por cento do valor da prestação.(Redaçãodada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci-pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu-ção proporcional dos juros e demais acréscimos.§ 3º (Vetado).Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ouimóveis mediante pagamento em prestações, bem comonas alienações fiduciárias em garantia, consideram-senulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam aperda total das prestações pagas em benefício do credorque, em razão do inadimplemento, pleitear a resoluçãodo contrato e a retomada do produto alienado.§ 1° (V etado).§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtosduráveis, a compensação ou a restituição das parcelasquitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além davantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí-zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo se-rão expressos em moeda corrente nacional.

SEÇÃO IIIDos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulastenham sido aprovadas pela autoridade competente ouestabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de pro-dutos ou serviços, sem que o consumidor possa dis-cutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfiguraa natureza de adesão do contrato.§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutó-ria, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumi-dor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior .§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidosem termos claros e com caracteres ostensivos e legí-veis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpodoze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consu-midor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008)§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direitodo consumidor deverão ser redigidas com destaque,permitindo sua imediata e fácil compreensão.§ 5° (V etado)

CAPÍTULO VIIDas Sanções Administrativas

(Vide Lei nº 8.656, de 1993)

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, emcaráter concorrente e nas suas respectivas áreas deatuação administrativa, baixarão normas relativas à pro-dução, industrialização, distribuição e consumo de pro-dutos e serviços.§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-pios fiscalizarão e controlarão a produção, industriali-zação, distribuição, a publicidade de produtos e servi-ços e o mercado de consumo, no interesse da preser-vação da vida, da saúde, da segurança, da informaçãoe do bem-estar do consumidor, baixando as normasque se fizerem necessárias.§ 2° (V etado).§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federale municipais com atribuições para fiscalizar e controlaro mercado de consumo manterão comissões perma-nentes para elaboração, revisão e atualização das nor-mas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participaçãodos consumidores e fornecedores.§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificaçõesaos fornecedores para que, sob pena de desobediên-cia, prestem informações sobre questões de interessedo consumidor, resguardado o segredo industrial.Art. 56. As infrações das normas de defesa do consu-midor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintessanções administrativas, sem prejuízo das de naturezacivil, penal e das definidas em normas específicas:I - multa;II - apreensão do produto;III - inutilização do produto;IV - cassação do registro do produto junto ao órgãocompetente;V - proibição de fabricação do produto;VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;VII - suspensão temporária de atividade;VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;IX - cassação de licença do estabelecimento ou de ati-vidade;X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, deobra ou de atividade;XI - intervenção administrativa;XII - imposição de contrapropaganda.Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo se-rão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbi-to de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulati-vamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ouincidente de procedimento administrativo.Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com agravidade da infração, a vantagem auferida e a condi-ção econômica do fornecedor, será aplicada medianteprocedimento administrativo, revertendo para o Fundode que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, osvalores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduaisou municipais de proteção ao consumidor nos demaiscasos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)Parágrafo único. A multa será em montante não inferiora duzentas e não superior a três milhões de vezes ovalor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índiceequivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acres-centado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de pro-dutos, de proibição de fabricação de produtos, de sus-pensão do fornecimento de produto ou serviço, de cas-sação do registro do produto e revogação da concessão

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ou permissão de uso serão aplicadas pela administra-ção, mediante procedimento administrativo, assegura-da ampla defesa, quando forem constatados vícios dequantidade ou de qualidade por inadequação ou inse-gurança do produto ou serviço.Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, deinterdição e de suspensão temporária da atividade, bemcomo a de intervenção administrativa, serão aplicadasmediante procedimento administrativo, asseguradaampla defesa, quando o fornecedor reincidir na práticadas infrações de maior gravidade previstas neste códi-go e na legislação de consumo.§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada àconcessionária de serviço público, quando violar obri-gação legal ou contratual.§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicadasempre que as circunstâncias de fato desaconselha-rem a cassação de licença, a interdição ou suspensãoda atividade.§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a impo-sição de penalidade administrativa, não haverá reinci-dência até o trânsito em julgado da sentença.Art. 60. A imposição de contrapropaganda será comi-nada quando o fornecedor incorrer na prática de publi-cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 eseus parágrafos, sempre às expensas do infrator.§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsá-vel da mesma forma, freqüência e dimensão e, prefe-rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá-rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publici-dade enganosa ou abusiva.§ 2° (V etado)§ 3° (V etado).

TÍTULO IIDas Infrações Penais

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de con-sumo previstas neste código, sem prejuízo do dispostono Código Penal e leis especiais, as condutas tipifica-das nos artigos seguintes.Art. 62. (Vetado).Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no-cividade ou periculosidade de produtos, nas embala-gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler-tar, mediante recomendações escritas ostensivas, so-bre a periculosidade do serviço a ser prestado.§ 2° Se o crime é culposo:Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competentee aos consumidores a nocividade ou periculosidadede produtos cujo conhecimento seja posterior à suacolocação no mercado:Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quemdeixar de retirar do mercado, imediatamente quandodeterminado pela autoridade competente, os produtosnocivos ou perigosos, na forma deste artigo.Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,contrariando determinação de autoridade competente:Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis semprejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitirinformação relevante sobre a natureza, característica,qualidade, quantidade, segurança, desempenho, du-rabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:

Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar aoferta.§ 2º Se o crime é culposo;Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe oudeveria saber ser enganosa ou abusiva:Pena Detenção de três meses a um ano e multa.Parágrafo único. (Vetado).Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe oudeveria saber ser capaz de induzir o consumidor a secomportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-de ou segurança:Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:Parágrafo único. (Vetado).Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos ecientíficos que dão base à publicidade:Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça oucomponentes de reposição usados, sem autorizaçãodo consumidor:Pena Detenção de três meses a um ano e multa.Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,coação, constrangimento físico ou moral, afirmaçõesfalsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outroprocedimento que exponha o consumidor, injustifica-damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des-canso ou lazer:Pena Detenção de três meses a um ano e multa.Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidoràs informações que sobre ele constem em cadastros,banco de dados, fichas e registros:Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informaçãosobre consumidor constante de cadastro, banco dedados, fichas ou registros que sabe ou deveria saberser inexata:Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo degarantia adequadamente preenchido e com especifi-cação clara de seu conteúdo;Pena Detenção de um a seis meses ou multa.Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para oscrimes referidos neste código, incide as penas a es-ses cominadas na medida de sua culpabilidade, bemcomo o diretor, administrador ou gerente da pessoajurídica que promover, permitir ou por qualquer modoaprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda oumanutenção em depósito de produtos ou a oferta e pres-tação de serviços nas condições por ele proibidas.Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipi-ficados neste código:I - serem cometidos em época de grave crise econômi-ca ou por ocasião de calamidade;II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;IV - quando cometidos:a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição eco-nômico-social seja manifestamente superior à da vítima;b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor dedezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas por-tadoras de deficiência mental interditadas ou não;V - serem praticados em operações que envolvam ali-mentos, medicamentos ou quaisquer outros produtosou serviços essenciais .Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção seráfixada em dias-multa, correspondente ao mínimoe ao máximo de dias de duração da pena privativa

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da liberdade cominada ao crime. Na individualiza-ção desta multa, o juiz observará o disposto no art.60, §1° do Código Penal.Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e demulta, podem ser impostas, cumulativa ou alternada-mente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Códi-go Penal:I - a interdição temporária de direitos;II - a publicação em órgãos de comunicação de grandecirculação ou audiência, às expensas do condenado,de notícia sobre os fatos e a condenação;III - a prestação de serviços à comunidade.Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trataeste código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridadeque presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezeso valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índiceequivalente que venha a substituí-lo.Parágrafo único. Se assim recomendar a situação eco-nômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previs-tos neste código, bem como a outros crimes e contra-venções que envolvam relações de consumo, poderãointervir, como assistentes do Ministério Público, os legi-timados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quaistambém é facultado propor ação penal subsidiária, sea denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO IIIDa Defesa do Consumidor em Juízo

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consu-midores e das vítimas poderá ser exercida em juízoindividualmente, ou a título coletivo.Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan-do se tratar de:I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos,para efeitos deste código, os transindividuais, de natu-reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde-terminadas e ligadas por circunstâncias de fato;II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos,para efeitos deste código, os transindividuais, de natu-reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ouclasse de pessoas ligadas entre si ou com a parte con-trária por uma relação jurídica base;III - interesses ou direitos individuais homogêneos,assim entendidos os decorrentes de origem comum.Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, sãolegitimados concorrentemente: (Redação dada pela Leinº 9.008, de 21.3.1995)I - o Ministério Público,II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;III - as entidades e órgãos da Administração Pública,direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi-ca, especificamente destinados à defesa dos interes-ses e direitos protegidos por este código;IV - as associações legalmente constituídas há pelomenos um ano e que incluam entre seus fins instituci-onais a defesa dos interesses e direitos protegidos poreste código, dispensada a autorização assemblear.§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensa-do pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguin-tes, quando haja manifesto interesse social evidencia-do pela dimensão ou característica do dano, ou pelarelevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 2° (V etado).§ 3° (V etado).Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegi-dos por este código são admissíveis todas as espéci-es de ações capazes de propiciar sua adequada e efe-tiva tutela.Parágrafo único. (Vetado).Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimentoda obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá atutela específica da obrigação ou determinará providên-cias que assegurem o resultado prático equivalente aodo adimplemento.§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos so-mente será admissível se por elas optar o autor ou seimpossível a tutela específica ou a obtenção do resulta-do prático correspondente.§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem pre-juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-vendo justificado receio de ineficácia do provimento fi-nal, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ouapós justificação prévia, citado o réu.§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença,impor multa diária ao réu, independentemente de pedidodo autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção doresultado prático equivalente, poderá o juiz determinaras medidas necessárias, tais como busca e apreen-são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento deobra, impedimento de atividade nociva, além de requi-sição de força policial.Art. 85. (Vetado).Art. 86. (Vetado).Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este códigonão haverá adiantamento de custas, emolumentos,honorários periciais e quaisquer outras despesas, nemcondenação da associação autora, salvo comprovadamá-fé, em honorários de advogados, custas e despe-sas processuais.Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a as-sociação autora e os diretores responsáveis pela pro-positura da ação serão solidariamente condenados emhonorários advocatícios e ao décuplo das custas, semprejuízo da responsabilidade por perdas e danos.Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único destecódigo, a ação de regresso poderá ser ajuizada emprocesso autônomo, facultada a possibilidade de pros-seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciaçãoda lide.Art. 89. (Vetado)Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as nor-mas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquéritocivil, naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO IIDas Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses

Individuais Homogêneos

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderãopropor, em nome próprio e no interesse das vítimas ouseus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-dade pelos danos individualmente sofridos, de acordocom o disposto nos artigos seguintes. (Redação dadapela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atu-ará sempre como fiscal da lei.

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Parágrafo único. (Vetado).Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal,é competente para a causa a justiça local:I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,quando de âmbito local;II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede-ral, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli-cando-se as regras do Código de Processo Civil aoscasos de competência concorrente.Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no ór-gão oficial, a fim de que os interessados possam inter-vir no processo como litisconsortes, sem prejuízo deampla divulgação pelos meios de comunicação socialpor parte dos órgãos de defesa do consumidor.Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condena-ção será genérica, fixando a responsabilidade do réupelos danos causados.Art. 96. (Vetado).Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderãoser promovidas pela vítima e seus sucessores, assimcomo pelos legitimados de que trata o art. 82.Parágrafo único. (Vetado).Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovi-da pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendoas vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadasem sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamentode outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008,de 21.3.1995)§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidãodas sentenças de liquidação, da qual deverá constar aocorrência ou não do trânsito em julgado.§ 2° É competente para a execução o juízo:I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória,no caso de execução individual;II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentesde condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julhode 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuaisresultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre-ferência no pagamento.Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, adestinação da importância recolhida ao fundo criado pelaLei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada en-quanto pendentes de decisão de segundo grau as açõesde indenização pelos danos individuais, salvo na hipóte-se de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici-ente para responder pela integralidade das dívidas.Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitaçãode interessados em número compatível com a gravida-de do dano, poderão os legitimados do art. 82 promo-ver a liquidação e execução da indenização devida.Parágrafo único. O produto da indenização devida re-verterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 dejulho de 1985.

CAPÍTULO IIIDas Ações de Responsabilidade

do Fornecedor de Produtos e Serviços

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornece-dor de produtos e serviços, sem prejuízo do dispostonos Capítulos I e II deste título, serão observadas asseguintes normas:I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;II - o réu que houver contratado seguro de responsabili-dade poderá chamar ao processo o segurador, vedadaa integração do contraditório pelo Instituto de Ressegu-ros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar pro-

cedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido decla-rado falido, o síndico será intimado a informar a existên-cia de seguro de responsabilidade, facultando-se, emcaso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenizaçãodiretamente contra o segurador, vedada a denunciaçãoda lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-do o litisconsórcio obrigatório com este.Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste códigopoderão propor ação visando compelir o Poder Públicocompetente a proibir, em todo o território nacional, aprodução, divulgação distribuição ou venda, ou a deter-minar a alteração na composição, estrutura, fórmula ouacondicionamento de produto, cujo uso ou consumoregular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública eà incolumidade pessoal.§ 1° (V etado).§ 2° (V etado)

CAPÍTULO IVDa Coisa Julgada

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código,a sentença fará coisa julgada:I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improce-dente por insuficiência de provas, hipótese em que qual-quer legitimado poderá intentar outra ação, com idênti-co fundamento valendo-se de nova prova, na hipótesedo inciso I do parágrafo único do art. 81;II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ouclasse, salvo improcedência por insuficiência de provas,nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-se prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedi-do, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores,na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e IInão prejudicarão interesses e direitos individuais dos inte-grantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de impro-cedência do pedido, os interessados que não tiveremintervindo no processo como litisconsortes poderão pro-por ação de indenização a título individual.§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julhode 1985, não prejudicarão as ações de indenização pordanos pessoalmente sofridos, propostas individualmen-te ou na forma prevista neste código, mas, se proceden-te o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,que poderão proceder à liquidação e à execução, nostermos dos arts. 96 a 99.§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à senten-ça penal condenatória.Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II edo parágrafo único do art. 81, não induzem litispendên-cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisajulgada erga omnes ou ultra partes a que aludem osincisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os auto-res das ações individuais, se não for requerida sua sus-pensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nosautos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IVDo Sistema Nacional de Defesa do Consumidor

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa doConsumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais,do Distrito Federal e municipais e as entidades priva-das de defesa do consumidor.

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Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Con-sumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organis-mo de coordenação da política do Sistema Nacional deDefesa do Consumidor, cabendo-lhe:I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a po-lítica nacional de proteção ao consumidor;II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas,denúncias ou sugestões apresentadas por entidadesrepresentativas ou pessoas jurídicas de direito públicoou privado;III - prestar aos consumidores orientação permanentesobre seus direitos e garantias;IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor atra-vés dos diferentes meios de comunicação;V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquéri-to policial para a apreciação de delito contra os consu-midores, nos termos da legislação vigente;VI - representar ao Ministério Público competente parafins de adoção de medidas processuais no âmbito desuas atribuições;VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes asinfrações de ordem administrativa que violarem os in-teresses difusos, coletivos, ou individuais dos consu-midores;VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem comoauxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quan-tidade e segurança de bens e serviços;IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e ou-tros programas especiais, a formação de entidades dedefesa do consumidor pela população e pelos órgãospúblicos estaduais e municipais;X - (Vetado).XI - (Vetado).XII - (Vetado)XIII - desenvolver outras atividades compatíveis comsuas finalidades.Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos,o Departamento Nacional de Defesa do Consumidorpoderá solicitar o concurso de órgãos e entidades denotória especialização técnico-científica.

TÍTULO VDa Convenção Coletiva de Consumo

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as as-sociações de fornecedores ou sindicatos de categoriaeconômica podem regular, por convenção escrita, rela-ções de consumo que tenham por objeto estabelecercondições relativas ao preço, à qualidade, à quantida-de, à garantia e características de produtos e serviços,bem como à reclamação e composição do conflito deconsumo.§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do regis-tro do instrumento no cartório de títulos e documentos.§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às enti-dades signatárias.§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedorque se desligar da entidade em data posterior ao regis-tro do instrumento.Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VIDisposições Finais

Art. 109. (Vetado).Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° daLei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 dejulho de 1985, passa a ter a seguinte redação:“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-teção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônioartístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, oua qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julhode 1985, passa a ter a seguinte redação:“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandonoda ação por associação legitimada, o Ministério Públi-co ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° aoart. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen-sado pelo juiz, quando haja manifesto interesse socialevidenciado pela dimensão ou característica do dano,ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre osMinistérios Públicos da União, do Distrito Federal e dosEstados na defesa dos interesses e direitos de quecuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp222582 /MG - STJ)§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomardos interessados compromisso de ajustamento de suaconduta às exigências legais, mediante combinações,que terá eficácia de título executivo extrajudicial”. (VideMensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de1985, passa a ter a seguinte redação:“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga-do da sentença condenatória, sem que a associaçãoautora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Minis-tério Público, facultada igual iniciativa aos demais legi-timados”.Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único aconstituir o caput, com a seguinte redação:“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a asso-ciação autora e os diretores responsáveis pela propo-situra da ação serão solidariamente condenados emhonorários advocatícios e ao décuplo das custas, semprejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°7.347, de 24 de julho de 1985:“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haveráadiantamento de custas, emolumentos, honoráriospericiais e quaisquer outras despesas, nem condena-ção da associação autora, salvo comprovada má-fé,em honorários de advogado, custas e despesas pro-cessuais”.Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os se-guintes:“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interessesdifusos, coletivos e individuais, no que for cabível, osdispositivos do Título III da lei que instituiu o Código deDefesa do Consumidor”.Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento eoitenta dias a contar de sua publicação.Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independên-cia e 102° da República.

FERNANDO COLLORBernardo Cabral

Zélia M. Cardoso de MelloOzires Silva

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NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA -REFORMA E REVITALIZAÇÃO DO ESTADO

Desde o ano de 1995, a Administração Pública brasilei-ra tem passado por um abrangente processo de refor-mas. Ao assumir a Presidência da República naqueleano, Fernando Henrique Cardoso transformou a antigaSecretaria da Administração Federal, vinculada direta-mente à Presidência, no Ministério da AdministraçãoFederal e Reforma do Estado (MARE) , nomeando o pro-fessor Luiz Carlos Bresser Pereira para ocupá-lo.

Sob a direção do ministro Bresser Pereira, o MAREelaborou e apresentou (ainda em 1995) o Plano Diretorda Reforma do Aparelho do Estado, em que são esta-belecidas, entre outras, as seguintes diretrizes gerais:

“A atribuição do Ministério da Administração Federale Reforma do Estado é estabelecer as condições paraque o governo possa aumentar sua governança . Paraisso, sua missão específica é a de orientar e instru-mentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos ter-mos definidos pela Presidência através deste PlanoDiretor ” (grifos nossos).

Iniciou-se assim a reforma do aparelho do Estadobrasileiro , sob a liderança do MARE e as diretrizes doPlano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado , efoi essa iniciativa que deu início ao processo de trans-formações ainda hoje vivido pela Administração Públi-ca no Brasil.

É no Plano Diretor que se define objetivamente oque pode ser entendido como “reforma do aparelho doEstado brasileiro” :

“Entende-se por aparelho do Estado a administra-ção pública em sentido amplo , ou seja, a estruturaorganizacional do Estado, em seus três poderes (Exe-cutivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União,Estados-membros e Municípios) . O aparelho do Esta-do é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula diri-gente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários,e pela força militar. O Estado , por sua vez, é mais abran-gente que o aparelho , porque compreende adicional-mente o sistema constitucional-legal, que regula apopulação nos limites de um território . O Estado é aorganização burocrática que tem o monopólio da vio-lência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar etributar a população de um determinado território .

Estes conceitos permitem distinguir a reforma doEstado da reforma do ap arelho do Est ado . A reforma doEstado é um projeto amplo que diz respeito às váriasáreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedadebrasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Esta-do tem um escopo mais restrito: está orientada paratornar a administração pública mais eficiente e maisvoltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza suaatenção na administração pública federal, mas muitasdas suas diretrizes e propostas podem também seraplicadas no nível estadual e municipal” (grifos nossos).

Tais reformas – do Estado e de seu aparelho – sãojustificadas pela chamada “crise do Estado ”, definidanos seguintes termos:

“1. como uma crise fiscal , caracterizada pela cres-cente perda do crédito por parte do Estado e pela pou-pança pública que se torna negativa;

2. o esgotamento da estratégia estatizante de in-tervenção do Estado , a qual se reveste de várias for-mas: o Estado do bem-estar social nos países desen-volvidos, a estratégia de substituição de importações noterceiro mundo, e o estatismo nos países comunistas;

3. a superação da forma de administrar o Estado ,isto é, a superação da administração pública burocráti-ca” (grifos nossos).

O Plano Diretor estabelece também os “múltiplosaspectos” e as diretrizes gerais, como já se disse, paraa realização da reforma do Estado:

“O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade dedefinir e implementar políticas públicas. Através da libe-ralização comercial , o Estado abandona a estratégiaprotecionista da substituição de importações. O progra-ma de privatizações reflete a conscientização da gravi-dade da crise fiscal e da correlata limitação da capaci-dade do Estado de promover poupança forçada atravésdas empresas estatais. Através desse programa, trans-fere-se para o setor privado a tarefa da produção que,em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Final-mente, através de um programa de publicização , trans-fere-se para o setor público não-estatal a produção dosserviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, es-tabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado esociedade para seu financiamento e controle.

Deste modo, o Estado reduz seu papel de executorou prestador direto de serviços, mantendo-se entretan-to no papel de regulador e provedor ou promotor des-tes , principalmente dos serviços sociais como educaçãoe saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, namedida em que envolvem investimento em capital huma-no; para a democracia, na medida em que promovemcidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa,que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muitosuperior à demanda de mão-de-obra não-especializada.Como promotor desses serviços o Estado continuará asubsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controlesocial direto e a participação da sociedade.

Nesta nova perspectiva , busca-se o fortalecimen-to das funções de regulação e de coordenação doEstado , particularmente no nível federal, e a progressi-va descentralização vertical, para os níveis estaduale municipal, das funções executivas no campo da pres-tação de serviços sociais e de infra-estrutura .

Considerando esta tendência, pretende-se refor-çar a governança - a capacidade de governo do Esta-do - através da transição programada de um tipo deadministração pública burocrática, rígida e inefici-ente, voltada para si própria e para o controle inter-no, para uma administração pública gerencial, flexí-vel e eficiente, voltada para o atendimento do cida-dão . O governo brasileiro não carece de ‘governabili-dade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legi-timidade democrática e o apoio com que conta na so-ciedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema degovernança, na medida em que sua capacidade deimplementar as políticas públicas é limitada pela rigi-dez e ineficiência da máquina administrativa” (grifosnossos).

Como já foi dito, é ao contexto de transformações ereformas que o Plano Diretor desencadeou na Adminis-tração Pública brasileira que se relaciona cada um dos

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temas específicos deste trabalho. Será, portanto, combase neste documento (e muitas vezes por meio dele)que se desenvolverão as seções seguintes.

ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICAE GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS

Comecemos esta seção por uma definição do que sejacomunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que acomunicação é o princípio que organiza a relação entredois sujeitos, que torna possível tal relação, mediandoo contato e as trocas operadas entre ambos.

Uma definição de caráter mais processual e dinâmicoé fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, quedefine comunicação como sendo um processo relacio-nal em que um emissor , manipulando um determina-do código , elabora uma mensagem acerca de um de-terminado contexto , que é transmitida, por meio de umcanal específico, a um ou mais receptor (es).

Constitui-se assim um processo caracterizado pelapresença de seis elementos :1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-mete a mensagem a outro;2. Código – a combinação de linguagens e signos queserão usados na elaboração da mensagem;3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual amensagem se refere;5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para atransmissão da mensagem;6. Receptor (es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagemé enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-mente) e a interpretar.Observe que, nos processos de comunicação estabele-cidos entre organização e clientes, as posições de emis-sor e receptor são permutáveis: ora é a organização quemtoma a “palavra”, propondo uma compra, transmitindouma informação, fixando metas e oferecendo incentivos,por exemplo; ora é um ou outro cliente quem “fala”, ma-nifestando expectativas, reivindicando direitos, avalian-do serviços, cobrando atitudes.

Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos sealternam nas posições de emissor e receptor, não deveno entanto ser confundido com o feedback , que é oretorno , o sinal , dado ao emissor pelo receptor , deque a mensagem foi devidamente recebida .

Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-ganização nas várias circunstâncias em que se realizaesse processo.

O primeiro passo neste sentido é a identificação dosdiferentes sujeitos com quem a organização se relaci-ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-dos organizacionais ), os clientes externos e internoscom quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntosde públicos: internos e externos .

Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-tes sujeitos que integram a organização , e será a elesque se dirigirão os esforços de comunicação interna .

É importante lembrar que esses públicos não são ho-mogêneos . Entre eles estão diretores, associados, fun-cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relaçãoaos quais é comum a organização ter políticas de rela-cionamento específicas, em razão de os interessesrecíprocos serem particulares em cada caso.

É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente osdiferentes públicos internos, definir as políticas de re-lacionamento específicas para cada um deles (base-ando-se, claro, no interesses envolvidos em cada caso)e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políticas eprogramas de comunicação interna.

Lembre-se porém de que a necessidade acima deveser considerada cuidadosamente, não podendo havercontradições em relação a um princípio fundamental: acomunicação interna deve ser integrada e integrativa,isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,uma massa informe e indefinida de ações, que trate deforma desarmônica, desarticulada e desproporcionalos diferentes públicos.

É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-cação , de modo a, mesmo considerando as diferen-ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-tor de integração, não de divisão interna.

Essa integração implica um conjunto de valores, princí-pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-entar todos os processos de comunicação interna.Além disso, é fundamental que haja uma identidadetambém na maneira como a empresa se apresentaaos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. Éimportante a padronização de mídias, elementos deidentificação visual, layout, além da manutenção de umacoerência discursiva que perpasse todas os progra-mas e peças de comunicação.

Finalmente, é necessário ainda salientar a importânciade se adotar canais, fluxos e processos de comunica-ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (eentre) os diferentes públicos internos, que permitam abusca e a formação de consensos, a gestão adequadade conflitos e divergências.

É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processoscomunicacionais (seja do ponto de vista mais geral daorganização e seus públicos internos, seja da pers-pectiva de cada instância organizacional específica comseus respectivos públicos) o elemento que torna pos-sível a integração organizacional.

Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão , apre-sentado a seguir:

“Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-ções entre os órgãos da Administração Pública e oscidadãos , no âmbito de suas atribuições institucionais,atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,de localização das ações nas necessidades do cida-dão, atuando nas seguintes áreas :

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· simplificação de obrigações de natureza burocráticainstituídas pelo aparelho do Estado, com que se de-fronta o cidadão do nascimento à sua morte;· implementação de sistema de recebimento de re-clamações e sugestões do cidadão sobre a qualidadee a eficácia dos serviços públicos que demandam umaresposta pró-ativa da Administração Pública a respeito;· implementação de sistema de informação ao cida-dão a respeito do funcionamento e acesso aos servi-ços públicos , e quaisquer outros esclarecimentos por-ventura solicitados;· na definição da qualidade do serviço , que deveráconstar dos indicadores de desempenho , um elemen-to fundamental será o tempo de espera do cidadãopara ser atendido; as filas são a praga do atendimen-to público ao cidadão.

A abrangência do projeto deve ser considerada sobdois aspectos :· quanto às esferas de governo , na primeira fase , suaamplitude será restrita aos órgãos federais , sendoampliada gradativamente para as esferas estaduaise municipais ;· quanto à natureza da administração pública , o proje-to estará voltado inicialmente para a administraçãodireta , englobando, posteriormente , a administraçãoindireta , autárquica e fundacional ” (grifos nossos).

Como já foi dito na seção imediatamente anterior a esta,existe uma relação cada vez mais estreita entre a co-municação organizacional no âmbito da gestão públi-ca e as questões referentes à tecnologia da informa-ção, organização e cidadania , decorrente da incorpo-ração progressiva e intensa da tecnologia da infor-mação aos processos comunicacionais e relacionaisque se estabelecem entre as organizações públicase seus clientes internos e externos .É tal incorporação que ocasiona o desenvolvimento daschamadas redes organizacionais , que podem ser es-tabelecidas entre :a) diferentes pessoas e/ou instâncias de uma mesmaorganização (pessoas em um mesmo órgão ou setor,ou órgãos de uma mesma organização);b) organizações e seus diferentes clientes externos ,que no âmbito público caracteriza a chamada comunica-ção G2C (comunicação entre governo e clientes/cidadãos);c) diferentes organizações públicas, no sentido da co-municação colaborativa conhecida como comunicaçãoG2G (comunicação entre governos).

Tais redes organizacionais são estabelecidas por meiodas conexões em rede entre computadores , seja emnível interno (caso das chamadas intranets ), seja emnível externo (internet ).

Vê-se portanto que um dos temas fundamentais rela-cionados a esse “novo patamar de qualidade públi-ca”, no âmbito da comunicação organizacional e datecnologia da informação, diz respeito à utilização darede mundial de computadores, a internet, a serviçoda cidadania. Neste sentido, merece destaque o pro-grama Sociedade da Informação, assim apresentadopor SILVEIRA01:

“O programa Sociedade da Informação , lançado em1999, apresenta, como um dos objetivos setoriais, odesenvolvimento de sistemas para integrar e ampliarações de governo em benefício da cidadania no novo“paradigma da sociedade da informação” . Os conteú-dos ofertados pelos governos (federal, estadual e mu-nicipal) devem , progressivamente, facilitar o exercícioda cidadania .Segundo o documento de apresentação do programa,existem três tipos de presença de organizações pú-blicas na Internet :a) oferecimento apenas de informações institucionais ;b) prestação de serviços relevantes de download (có-pia a partir de um computador remoto) de informaçõespara o usuário; ec) prestação de serviços públicos em tempo real e deforma interativa com o cidadão.

Assim, as organizações públicas utilizam a Internetcomo instrumento de aproximação com a sociedade— por meio da prestação de serviços e oferta de infor-mações , ao mesmo tempo em que ampliam sua capa-cidade operacional e sua área de cobertura . O plane-jamento de sítios na Internet, por parte das organiza-ções públicas, deve incorporar a busca pelo interessee necessidades dos cidadãos , e não apenas a redu-ção de custo por transação” (grifos nossos).

Trata-se, como se pode perceber, do relativamente co-nhecido conceito de e-government , ou governo eletrô-nico , que inclui, além das três aplicações mencionadas,mecanismos de fiscalização e prestação de contas dogestor público aos cidadãos, como é o caso da disponi-bilização de dados orçamentários em sítios eletrônicos.

Neste sentido, realizou-se em 2003, na cidade de Ge-nebra (Suíça) a primeira reunião da Cúpula Mundialsobre a Sociedade da Informação , assim relatada emtermos gerais por MEDEIROS & GUIMARÃES02:

“Em 2003, com a participação de representantes de176 países, a Cúpula discutiu não somente o papeldas tecnologias como ferramentas na Sociedade daInformação, mas também a dimensão humana quepode ser explorada com base no aproveitamento dasTIC. Os resultados das discussões – com temas con-troversos como a governança mundial da Internet – fo-ram explicitados por meio de uma Declaração de Prin-cípios e um Plano de Ação com objetivos a serem al-cançados pelos países até 2015 (Cúpula Mundial so-bre a Sociedade da Informação, 2004)”.

Os mesmos autores relatam que no Brasil foi instituí-do, por Decreto Presidencial de 03 de abril de 2000, umGrupo de Trabalho Interministerial (o Grupo de T raba-lho em T ecnologia da Informação – GTTI ), com a finali-dade de examinar e propor políticas, diretrizes e nor-mas relacionadas com as novas formas eletrônicasde interação, no contexto da política do governo paralançar as bases da criação de uma sociedade digital

02 MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos & GUIMARÃES, Tomás deAquino. O estágio do governo eletrônico no Brasil em relação aocontexto mundial. IN: Revist a do Serviço Público, Ano 55, n. 1e 2 (Jan-Jun/2004). Brasília: ENAP, 2004.

01 SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Governo e sistemade informação: de arquipélago a continente. IN: Revista do Ser-viço Público , Ano 53, n. 2, abr-jun/2002. Brasília: ENAP, 2002.

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no Brasil . “Suas ações coadunaram-se com as metasdo Programa Sociedade da Informação (SocInfo) , co-ordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Nes-se contexto, o GTTI assumiu o papel de facilitador nabusca dos objetivos do SocInfo ”.

Tais trabalhos conduziram à elaboração do ProgramaGoverno Eletrônico , cuja implementação foi atribuída aum comitê interministerial , integrado pelos Secretári-os-Executivos (e cargos equivalentes) dos ministériose da Presidência da República, denominado ComitêExecutivo do Governo Eletrônico – Cege .

Saúde e Qualidade de V ida no T rabalhoNeste aspecto todas as pessoas querem e desejamtrabalhar em ambientes saudáveis e que permitam umaqualidade de vida durante o período laborativo, paraisso as organizações desenvolvem projetos de higieneno trabalho que engloba:1) De acordo com o tamanho da empresa, um plano orga-nizado que forneça não só os serviços médicos mas tam-bém enfermeiros e auxiliares em tempo integral ou parcial.2) Serviços Médicos adequados como: exame admissi-onal, primeiros socorros, eliminação e controles de áre-as insalubres, supervisão quanto à higiene e saúde,exames médicos periódicos de revisão e check-up etc.3) Prevenção de riscos à saúde – Riscos Químicos,Riscos Físicos e Riscos Biológicos.Objetivo da higiene do trabalho tem caráter eminente-mente preventivo, pois tem como foco o conforto e saú-de do trabalhador.

Condições Ambientais de Trabalho devem ser objetode preocupação da organização assim como as de-mais, identificamos como condições ambientais a ilu-minação, a temperatura e o ruído.Dentre os fatores a serem considerados nesta buscaincessante de um melhor ambiente de trabalho temosa Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),que tem por objetivo atuar na prevenção de acidentes.A qualidade de vida no trabalho não está apenas vincu-lado aos aspectos físicos, incluem também os aspec-tos sociais e psicológicos. Para que se consiga umaqualidade de vida que se deseja no trabalho levam-seem consideração alguns fatores, que são os de credi-bilidade, Respeito, Imparcialidade, Orgulho, Camara-dagem no ambiente de trabalho.Agregado a estes aspectos devemos observar tambémos Benefícios Oferecidos, a Remuneração, a Ética e aCidadania, o Desenvolvimento Profissional e o Equilí-brio entre trabalho e vida pessoal.

CÓD.: 0863INSS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIALESP.: COMPLEMENTO09/10

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