Apostila Manuel - Ergonomia Eng Prod 2010

Embed Size (px)

Citation preview

  • CCuurrssoo ddee EEnnggeennhhaarriiaa ddee PPrroodduuoo CCEEUUNNEESS // UUFFEESS

    EERRGGOONNOOMMIIAA

    nnoo pprroojjeettoo ee nnaa pprroodduuoo

    Prof. Manuel Salomon Salazar Jarufe, Eng Dr.

  • ERGONOMIA

    CONTEDOS DA APSTILA

    1. Fundamentos da ergonomia: Conceitos e aplicaes 2. Abordagem sistmica em ergonomia 3. Metodologia de anlise ergonmica 4. Antropometria. 5. Atividade real. 6. Fatores ambientais 7. Manejos 8. Listas de avaliao Check lists 9. Aspectos gerais e Diagnstico 10. Ergonomia de produto 11. Tcnica do percentil 12. Anexos.

  • EERRGGOONNOOMMIIAA

    Unidade 1- FUNDAMENTOS DA ERGONOMIA

    1.1- Origem e evoluo da ergonomia

    O que ergonomia ? Homem, Caractersticas, Sade, Meios, Objetos, Segurana Adaptao Fsica e Mental, Objetos, Segurana, Sistemas,Conforto e Ambiente

    A ergonomia: um breve histrico

    O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo polons W. Jastrzebowski, que publicou um artigo intitulado Ensaio de ergonomia ou cincia do trabalho baseada nas leis objetivas da cincia da natureza.

    Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro ingls chamado Murrel criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomic Research Society. Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em numerosos pases industrializados, como a Frana, Estados Unidos, Alemanha, Japo e pases escandinavos.

    Em 1959 foi fundada a International Ergonomics Association.Em 31 de agosto de 1983 foi criada a Associao Brasileira de Ergonomia. Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do pas no PPGEP/UFSC.

    1.2 - Conceitos de ergonomia

    Conceito da Ergonomics Research Society (U.K.): A ergonomia o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicao dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na soluo surgida neste relacionamento. Conceito da International Ergonomics Association (IEA): A ergonomia o estudo cientfico da relao entre o homem e seus meios, mtodos e espaos de trabalho. Seu objetivo elaborar, mediante a contribuio de diversas disciplinas cientficas que a compem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicao, deve resultar em uma melhor adaptao ao homem dos meios tecnolgicos e dos ambientes de trabalho e de vida. Conceito da Associao Brasileira de Ergonomia (ABERGO): A ergonomia o estudo da adaptao do trabalho s caractersticas fisiolgicas e psicolgicas do ser humano. Conceito com enfoque em Design (IIDA): Adequao de objetos, ambientes e meios s caractersticas fsicas e mentais do homem, visando conforto, segurana, usabilidade, sade e o bem-estar em geral, e conseqentemente desenvolver suas atividades com eficincia.

    Nem sempre o confortvel o ergonmico. s vezes o corpo se acostuma com posturas e movimentos errados e, portanto pode sentir desconforto quando da utilizao de produtos ou realizao de movimentos ergonomicamente corretos.

  • 1.3 - Abordagens da ergonomia

    Quanto abrangncia: Ergonomia do objeto: abordagem microergonmica Ergonomia de sistemas: abordagem macroergonmica Quanto aplicao: Ergonomia de concepo: normas e especificaes de projeto Ergonomia de correo: modificaes de situaes existentes Ergonomia de arranjo fsico: melhoria de leiautes e fluxos de produo Ergonomia de conscientizao: capacitao em ergonomia Quanto interdisciplinaridade: Engenharia: projeto e produo ergonomicamente seguros Design: metodologia de projeto e design do produto Psicologia: treinamento e motivao do pessoal Medicina e enfermagem: preveno de acidentes e doenas do trabalho Administrao: projetos organizacionais e gesto de R.H.

    1.4 - A ergonomia aplicada em todas as reas da atuao humana

    Ela est (ou deveria estar) presente em nossa residncia, definindo a altura da bancada da cozinha, definindo a altura da fechadura do armrio de roupas, no desenho dos sofs e poltronas, no desenho das camas, beros e outros utenslios prprios para se lidar com bebs, na altura do tanque e de outras posies de trabalho, na definio de distncias e espaos mnimos em quartos, etc...

    A Ergonomia tambm deve ser parte fundamental do automvel que dirigimos, do conforto para os demais passageiros, do nibus e do transporte coletivo que tomamos, etc...

    Enfim, onde houver gente, ali deveria haver uma base slida de ergonomia, a fim de que a interao do ser humano com os objetos e ambientes fosse a mais confortvel e adequada possvel.

    Mas sem dvida no trabalho que a ergonomia apresenta a sua maior contribuio, contribuio esta implcita na origem da palavra ergonomia (ergo = trabalho; nomos = regras), ou seja, ergonomia significa no fundo "as regras para se organizar o trabalho",

    Neste caso, a ergonomia tem cinco grandes reas aplicadas ao trabalho ou produo, que tambm so aplicadas na vida diria:

    rea -Adequao ergonmica geral dos postos de trabalho e sistemas de produo.

    A adequao ergonmica de postos de trabalho est baseada principalmente na antropometria e biomecnica. Atravs principalmente da "antropometria", pode-se medir as dimenses humanas e seus ngulos de conforto/desconforto, e com base nisso, planejar postos de trabalho corretos, tanto para se trabalhar sentado quanto para se trabalhar de p e semi-sentado, tanto para o trabalho leve como para o trabalho pesado, etc... Como regra bsica, a ergonomia se contenta quando se consegue planejar um posto de trabalho/ condio de trabalho que atenda a 90% da populao, e para isso, o conhecimento do padro antropomtrico da populao trabalhadora se constitui em item fundamental.

    A biomecnica tem um papel importante na concepo ergonmica de postos de trabalho, alm da preveno da fadiga e doenas. "Biomecnica" significa o estudo dos movimentos e esforos humanos sob a luz da mecnica; esta , sem dvida, a rea de maior aplicao prtica da ergonomia em relao ao trabalho; nesta rea, estudamos a coluna vertebral humana e a preveno das

  • lombalgias; estudamos as diversas posturas e esforos no trabalho e a preveno da fadiga e outras complicaes; estudamos a mecnica dos membros superiores e as causas de tenossinovites e outras leses por traumas cumulativos nas "ferramentas de trabalho" do ser humano; e ainda, estudamos o que acontece com o ser humano quando trabalha na posio sentada; naturalmente, deduz-se as principais regras para se organizar o posto de trabalho sentado.

    rea -Preveno da fadiga fsica e mental no trabalho. Em geral, a ergonomia trata da preveno da fadiga fsica, e as demais atividades de recursos humanos nas organizaes tratam de prevenir a fadiga psquica; neste caso, procura-se entender a fundo por qu o trabalhador entra em fadiga, e a ergonomia prope regras capazes de diminuir ou compensar os fatores de tal sobrecarga.

    rea -Preveno do erro humano. Esta uma rea relativamente nova da ergonomia, que procura fundamentalmente adotar as medidas necessrias para que o indivduo acerte no seu trabalho; naturalmente, nem toda forma de erro humano devida a condies, ergonmicas adversas, porm elas se constituem em causa relativamente freqente de erro humano; e conhecer as regras norteadoras para aumentar a confiabilidade humana no desenho de painis e de demais elementos do posto de trabalho se constitui mandatrio, principalmente quando a ocorrncia de erro humano pode originar tragdias, por exemplo, na conduo de aeronaves ou mesmo na superviso do funcionamento de uma planta qumica perigosa.

    rea- Ergonomia nos mtodos e Organizao do Trabalho Trata-se de planejar o sistema de trabalho em atividades fisicamente pesadas, ou seja, atividades de alto dispndio energtico, no sentido de que no sejam fatigantes; a fadiga decorrente da atividade fisicamente pesada aquela que vem com acmulo de cido ltico no sangue, com a possibilidade de acidose metablica; nesta rea da ergonomia, tambm estudamos o trabalho em ambientes de altas temperaturas, devido enorme freqncia com que o trabalho pesado complicado pelas condies adversas de temperatura do ambiente.

    rea Adequao de produtos

    1.5 - Os diferentes tipos de ergonomia Ergonomia de projeto: a ergonomia preventiva no estgio de projeto Ergonomia industrial: a ergonomia corretiva de situaes existentes Ergonomia do produto: a ergonomia de concepo de um dado objeto Ergonomia da produo: a ergonomia de cho de fbrica Ergonomia de laboratrio: a pesquisa em ergonomia realizada em situao controlada de laboratrio; Ergonomia de campo: a pesquisa em ergonomia realizada em situao real de trabalho.

    1.6 - Disciplinas de base da ergonomia As disciplinas que trabalham com a Ergonomia so: Cincias Humanas, Biolgicas, Fsicas e Matemticas.

  • 1.7 Ergonomia e Produtividade

    Dentre as principais solicitaes das empresas quando contratam um Economista esto: aumentar a produtividade e diminuir os custos. Verifica-se, no entanto que este problema na maioria das vezes no Econmico e sim Ergonmico. Segundo os conceitos da Economia temos que produo o processo que combina e transforma os fatores de produo no intuito de criar bens ou servios para serem oferecidos ao mercado. Enquanto que Produtividade: o grau de aproveitamento integral dos fatores de produo disponveis. Portanto o aumento de produtividade significa elevar quantidades produzidas sem se alterarem os fatores de produo, ou seja, a quantidade produzida dever aumentar utilizando-se o mesmo tipo de matria-prima, os mesmos equipamentos, a mesma jornada de trabalho, o mesmo operador, etc. As caractersticas do produto no podem ser alteradas, devem ser mantidas a uniformidade, qualidade, etc. O que ento pode ser modificado para que haja este aumento de produtividade a maneira como se executa o trabalho. neste ponto que a Ergonomia se faz presente. Excetuando-se a produo totalmente automatizada, onde o homem no tem participao marcante, verifica-se constantemente que para se alterar a maneira de execuo do trabalho de modo a que esta surta resultados satisfatrios, deparamo-nos com barreiras que necessitam tambm de modificao tais como: ferramentas inadequadas, ambientes imprprios, postos de trabalho sacrificantes, chefes intolerantes e intolerveis, entre outros. Quanto ao Custo de Produo este considerado o dispndio dos fatores de produo. Lembrando-se que neste dispndio tambm esto includos refugos, desperdcios, absentesmo, rotatividade de mo-de-obra. Nos dias de hoje o funcionrio da empresa exige um alto valor de investimento passando de descartvel para patrimnio da empresa. Sendo considerada a produo um resultado da ao humana tem-se que este esforo humano influencia de maneira peculiar o custo de produo. Mais uma vez se constata a imensa importncia da ao humana no processo produtivo e sua marcante influncia.

  • Sada Entrada

    Unidade 2 - A ABORDAGEM SISTMICA EM ERGONOMIA

    2.1 Teoria de Sistemas: A Teoria de Sistemas surgiu com os trabalhos do bilogo alemo Ludwig Von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968. Em 1951, publicou A Teoria Geral de Sistemas, que posteriormente foi reformulada por Kenneth Boulding.

    2.2 Definio e partes de um sistema: Sistema um conjunto de componentes (do determinado sistema) que se inter-relacionam onde tm um objetivo em comum, buscando as condies ergonmicas desejadas.

    Ex: Trabalhadores/Couro ----> Processo --------------> Sapato

    - No sentido geral, sistema uma coleo ou arranjo de entidades, ou coisas, relacionadas de tal modo que formam uma unidade ou um todo. - Em sistemas controlados por pessoas, um sistema um conjunto de entidades ou elementos interdependentes e interatuantes que tm uma finalidade comum.

    Partes

    - Componentes Disposio dos componentes - Estrutura do sistema Relaes de interao - Entradas - Processos / procedimentos - Sadas

    2.3 Modelo geral de um sistema

    Pode-se definir, ento, Sistema como um conjunto de componentes (partes ou rgos do sistema), dinamicamente inter-relacionados entre si em uma rede de comunicaes (em decorrncia da interao dos diversos componentes), desenvolvendo uma atividade (comportamento ou processamento do sistema), para atingir um determinado objetivo comum (finalidade do sistema), agindo sobre sinais, energias e materiais (insumos ou entradas a serem processadas pelo sistema), para fornecer informaes, energias ou produtos (sadas do sistema).

    Dados Energias Materiais

    Processamento Informaes Energias Produtos

    ENTRADA Dados Energias Materiais

    PROCESSA-MENTO

    SADA Informaes Energias Produtos

  • - Com relao organizao, a abordagem sistmica tem nfase no ambiente e considera a organizao como um sistema aberto; - As organizaes so parte de um sistema maior e so constitudas, pela sua vez, de subsistemas. Portanto a interao entre os elementos produz um todo que no pode ser compreendido pela investigao de partes isoladas. A interdependncia das partes, isto , uma mudana em uma das partes provoca um impacto sobre as outras; - As funes de um sistema dependem de sua estrutura; - Morfognese significa que o sistema organizacional modifica a si prprio; - O efeito sinrgico das organizaes. Existe sinergia quando duas ou mais causas produzem, atuando conjuntamente, um efeito maior do que a soma dos efeitos que produziram atuando individualmente.

    2.4 Conceitos da Teoria de Sistemas

    Conceito de Entrada (input): entrada o que o sistema importa do meio ambiente para ser processado. Podem ser: Dados: permitem planejar e programar o comportamento do sistema; Energias de entrada: permitem movimentar e dinamizar o sistema; Materiais: so os recursos a serem utilizados pelo sistema para produzir a sada. Conceito de Sada (output): sada o resultado final do processamento de um sistema. Podem ser: Informaes: so os dados tratados pelo sistema; Energias de sada: a energia processada pelo sistema; Produtos: so os objetivos do sistema (bens, servios, lucros, resduos,...). Conceito de caixa-preta (black box):Um sistema complexo cujo interior no pode ser desvendado (impenetrvel) denominado caixa preta.

    Conceito de Retroao (feedback): a retroao um mecanismo de comunicao entre a sada e a entrada do sistema.

    As principais funes da retroao so controlar a sada do sistema, manter o equilbrio do sistema e melhorar/otimizar o sistema.

    ENTRADA SADA

    Ao Estmulo Causa

    Reao Resposta Efeito

  • Sistemas fechados: so sistemas cujo comportamento totalmente determinstico e programvel e que operam com pouco intercmbio com o meio ambiente;

    Sistemas abertos: so sistemas cujo comportamento probabilstico e no programvel e que mantm uma forte interao com o meio ambiente.

    ENTRADA SADA

    RETROAO

  • Unidade 3 - METODOLOGIA DE ANLISE ERGONMICA

    Cabe partindo-se desta premissa a Anlise da Tarefa do ponto de vista Ergonmico, onde constata-se que h:

    O Trabalho Prescrito (conceito terico) que segundo a empresa, a maneira como o trabalho deve ser executado, como se utilizam as mquinas, ferramentas, equipamentos, etc. Pode ser representado pelo tempo para cada operao, modos operatrios, regras a respeitar, etc. E, o Trabalho Real que o realmente executado pelo trabalhador e que jamais corresponde exatamente ao prescrito.A metodologia ergonmica aparece como instrumento de medida de distncia entre o Trabalho Prescrito e o Trabalho Real.

    Cada ser humano nico e torna-se difcil estipular padres. Ele capaz de criar mtodos, modificar atitudes, adaptar instrumentos de trabalho, postos de trabalho, enfim, pode alterar conforme sua criatividade, vontade ou necessidade seu mtodo de trabalho. No existindo apenas um modelo de pessoa da mesma forma no existir uma nica forma de se realizar uma tarefa.

    Sendo o homem o principal agente de modificaes do processo produtivo primordial a anlise da execuo de sua tarefa segundo sua prpria viso, partindo-se posteriormente para alteraes do processo verificando-se os pontos positivos e negativos em busca de maior produtividade.

    A Ergonomia visa a enriquecer o conceito de produtividade em conjunto com os conceitos de eficcia, bem estar e qualidade, reduzindo o sofrimento do ser humano, atravs da do trabalho e racionalizao do sistema produtivo.Surgindo ento naturalmente como conseqncia de todo este processo a to almejada: produtividade.

    3.1 Roteiro da metodologia de anlise ergonmica Compreende as seguintes fases: Anlise da demanda, Anlise ergonmica da tarefa, Anlise ergonmica da atividade real, O diagnstico em ergonomia, O caderno de encargos de recomendaes ergonmicas

    1 Anlise da demanda Anlise geral da Situao Problema; - Breve descrio; - Levantar possveis problemas (abordagem ergonmica); - Formulao de hipteses (opcional). Delimitar o sistema (elaborar diagrama sistmico).

    2 Anlise da Tarefa (Condies e Recursos do Sistema) Coletar dados referentes a Servio ou produto do sistema delimitado; Homem (sexo, idade, formao, principais medidas antropomtricas, etc); Organizao do Trabalho: principais funes e elaborao do organograma; Descrio da Tarefa (elaborar diagrama(s) de anlise de operaes DAO); Espao de trabalho (Leiaute Atual); Condies tcnicas (descrever e explicar a funo principal dos componentes do sistema mquinas, mobilirio, ferramentas, etc);

  • Identificar problemas e elaborar hipteses.

    3. Anlise da Atividade Real Atravs do uso de observao, entrevistas, questionrios, registro de imagens verbalizaes, etc. levantar problemas e hipteses de soluo relacionados a:

    Usabilidade; Fisiologia do trabalho e condies ambientais (iluminao, cores, rudo, umidade, temperatura, etc); Antropometria esttica e dinmica (avaliar dimenses do mobilirio, mquinas, ferramentas); Biomecnica: Posturas, esforos e movimentos; Comunicaes / Informaes/ sinais Traos; Deslocamentos / Circulao (anlise do LEIAUTE); Riscos; Organizao e mtodos de trabalho. Aspectos cognitivos e psico-sociais: comportamentos, desempenho, tomada de deciso. Diagrama de Anlise do Processo DAP.

    4 Diagnstico Avaliao geral dos problemas, das causas e das hipteses visando estabelecer os respectivos requisitos da situao proposta de trabalho.

    5 Caderno de Encargos (projeto da NOVA SITUAO) Apresentao das recomendaes e propostas de soluo de forma detalhada (explicaes, desenhos, leiaute proposto, DAO proposto, concepo de produtos, posturas adequadas, diagramas propostos, etc).

    NOTA.- FAZER USO DE IMAGENS, PRINCIPALMENTE NA ANLISE DAS ATIVIDADES E CADERNO DE ENCARGOS. BIBLIOGRAFIA; ANEXOS (OPCIONAL)

    Tcnicas utilizadas na anlise ergonmica

    Pode-se agrupar as tcnicas utilizadas em Ergonomia em tcnicas diretas ou objetivas e subjetivas ou indiretas.

    Tcnicas subjetivas ou indiretas: - Tcnicas que tratam do discurso do operador, so os questionrios, os check-lists e as entrevistas. Deve-se evitar a subjetividade. Entretanto, esses podem fornecer uma gama de dados que favoream uma anlise preliminar.

    Deve-se considerar que essas tcnicas so aplicadas segundo um plano preestabelecido de interveno em campo, com um dimensionamento da amostra a ser considerado em funo dos problemas abordados.

  • As tcnicas diretas- Registro das atividades ao longo de um perodo, por exemplo, atravs de observao, de um registro em video. Essas tcnicas impem uma etapa importante de tratamento de dados.

    Observao o mtodo mais utilizado em Ergonomia, pois permite abordar de maneira global a atividade no trabalho. A partir da estruturao das grandes classes de problemas a serem observados, o Ergonomista dirige suas observaes e faz uma filtragem seletiva das informaes disponveis. Observao assistida Inicialmente considera-se uma ficha de observao, construda a partir de uma primeira fase de observao "aberta". A utilizao de uma ficha de registro permite tratar estatisticamente os dados recolhidos; as freqncias de utilizao, as transies entre atividades, a evoluo temporal das atividades.

    Registros automticos Em um segundo nvel utiliza-se os meios automticos de registro, fotografia, udio e video. O registro em video interessante medida que libera o pesquisador da tomada incessante de dados, que so, inevitavelmente, incompletos, e permite a fuso entre os comportamentos verbais, posturais e outros. O video pode ser um elemento importante na anlise do trabalho, mas os registros devem poder ser sempre explicados pelos resultados da observao paralela dos pesquisadores. Os registros em vdeo permitem recuperar inmeras informaes interessantes nos processos de validao dos dados pelos operadores. Essa tcnica, entretanto, est relacionada a uma etapa importante de tratamento de dados, assim como de toda preparao inicial para a coleta de dados (ambientao dos operadores), e uma filtragem dos perodos observveis e dos operadores que participaro dos registros. Alguns indicadores podem ser observados para melhor estudo da situao de trabalho (postura, explorao visual, deslocamentos etc).

    Tabelas de avaliao Esse tipo de questionrio permite aos operadores avaliarem, eles mesmos, o sistema que utilizam. O objetivo apontar os pontos fracos e fortes dos produtos. No caso de avaliao de programas, uma tabela de avaliao deve cobrir os aspectos funcionais e conversacionais.

  • MMeettooddoollooggiiaa ddaa AAnnaalliissee EErrggoonnmmiiccaa::

    PPrriimmeeiirraa EEttaappaa:: AAnnlliissee ddaa ddeemmaannddaa

    A demanda, entendida como uma solicitao, necessidade, problema, objetivo, etc., o ponto de partida de qualquer pesquisa em ergonomia. De fato, sem uma demanda formulada, no h possibilidade de se realizar nenhum estudo de natureza ergonmica. Por outro lado, a formulao da demanda no precisa estar explicitamente caracterizada para configurar a necessidade de uma interveno ergonmica. Em geral, cabe ao analista a responsabilidade de identificar situaes de trabalho, potencialmente crticas do ponto de vista ergonmico. A anlise da demanda envolve as seguintes aes:

    Uma descrio / caracterizao geral da situao de estudo, sem entrar em maiores detalhes. Posteriormente deve-se identificar possveis problemas, inicialmente (nesta etapa) s os mais explcitos ou bvios. A partir destes contatos iniciais com a situao em estudo deve-se delimitar o sistema, considerando os componentes e relacionamentos do sistema que mais influenciam nas condies ergonmicas. A delimitao da situao de estudo pode ser representada pelo denominadoDiagrama Sistmico que facilita a anlise e visualizao desta delimitao

    Exemplo de uma Anlise Ergonmica do Posto de Trabalho (Serra Circular) Anlise da demanda.

    Anlise geral da situao geral Breve descrio: quantas pessoas trabalham no posto; funo principal, entradas e sadas. Levantar possveis problemas ergonmicos: risco elevado de acidentes (cortes, leses);

    postura inadequada, esforo excessivo; estrutura da mquina dificulta o seu caso; barulho demasiado; falta de equipamento de proteo individual (E.P.I); leiaute (layout)( disposio das mquinas) inadequado; iluminao deficiente; serragem (respirao, viso).

    Hipteses: iluminao direcionada; conscientizao sobre o uso de E.P.I; sistema para apoio ao corte; capa para evitar a disperso da serragem; sistema para regulagem de altura e inclinao; sinalizao adequada para manuseio; capa protetora de ao; melhorar a distribuio de espao (novo layout); organizao do trabalho; aspirador embaixo da serra para evitar disperso de fuligem.

  • Sada

    Condies ergonmicas de Trabalho

    Delimitar o sistema sistmico

    madeira

    Relacionamento Forte

    Relacionamento Fraco Sistema Homem-Serra

    SSeegguunnddaa EEttaappaa:: AAnnlliissee eerrggoonnmmiiccaa ddaa ttaarreeffaa

    Coletar dados referentes a: Servio ou produto do sistema delimitado; Homem (sexo, idade, formao, principais medidas antropomtricas, etc); Organizao do Trabalho: principais funes e elaborao do organograma; Descrio da Tarefa (elaborar diagrama(s) de anlise de operaes DAO); Espao de trabalho (Leiaute Atual); Condies tcnicas (descrever e explicar a funo principal dos componentes do sistema mquinas, mobilirio, ferramentas, etc); Elaborar hipteses.

    Entrada

    ILUMINAO ENERGIA

    E.P.I. ESPAO HOMEM MADEIRA

    SERRA CIRCULAR

  • NNMMEERROO DIAGRAMA DE ANLISE DE OPERAES (DAO) 1 DE 1

    RREEAA//LLOOCCAALL DDAATTAA RREEFFEERRNNCCIIAA ATUAL PROPOSTO

    ____/____/____ FL. N _________

    OPE

    RA

    O

    TRA

    NSP

    OR

    TE

    INSP

    EO

    DEM

    OR

    A

    AR

    QUIV

    O

    TEM

    PO

    DIS

    TN

    CIA

    EXECUTOR

    DESCRIO DAS ATIVIDADES

    ELIM

    INA

    R

    COM

    BIN

    AR

    PER

    MU

    TAR

    MEL

    HO

    RA

    R

    D D D D D D D D D D D D D D D D D D D D

    RREESSUUMMOO OOBBSSEERRVVAAEESS D NMERO

    1. O TEMPO REFERE-SE EM HORAS 2. A DISTNCIA REFERE-SE EM METROS

    TEMPO

    DISTNCIA

    REALIZADO POR:_________________________________________ CONFERIDO POR:__________________________________________

  • CCOONNCCEEIITTOOSS BBSSIICCOOSS DDEE AANNTTRROOPPOOMMEETTRRIIAA

    2.1 A MEDIDA DO HOMEM

    Cada um de ns nico. Temos semelhantes na forma e tamanho de nossos corpos, jamais iguais.

    Na era artesanal, cada instrumento de trabalho e objeto de uso cotidiano era conformado para as medidas do usurio. A industrializao rompeu esta prtica. A produo industrial exige a uniformidade das formas e medidas na seriao, e busca a sntese de poucos padres dimensionais para conter toda a gama de variaes individuais.

    Cada pessoa se torna um usurio annimo na multido; assim, como conciliar as necessidades da produo em larga escala com as exigncias da individualidade?

    A antropometria a tecnologia que trouxe a soluo para esse impasse. Ela trata da medio do corpo humano, ponto de partida para o correto dimensionamento de um produto bem de capital ou consumo.

    A falta de adequao entre produto e usurio favorece a ocorrncia de acidentes de trabalho, bem como danos sade, decorrentes de posturas imprprias.

    Por meio de pesquisas antropomtricas, pode-se obter o perfil dimensional de uma determinada populao. Cada indivduo estar representado na amostra da pesquisa, permitindo assim que, nos valores dimensionais obtidos, sua participao seja garantida. Atravs do uso dos valores dimensionais tabelas antropomtricas que o produto se tornar adequado s variaes individuais dentro da populao usuria.

    No entanto, ao se consultar tabelas antropomtricas, deve-se saber como utiliza-las, pois o uso incorreto da antropometria induz a erros de projeto to graves quanto a inexistncia de dados da populao usuria.

    A proposta deste manual orientar a correta utilizao de dados antropomtricos, atravs de uma metodologia de aplicao destes dados em projetos de produto e postos de trabalho.

    2.2 DIFERENAS ENTRE POPULAES E DIFERENAS INTRAPOPULAES

    De um ponto de vista abrangente, todos os homens so semelhantes, constitudos de acordo com um mesmo modelo e dotados das mesmas faculdades, pois pertencem mesma espcie.

    As diferenas que existem entre indivduos e grupos humanos so de pouca importncia em relao s suas semelhanas. Todavia so essas diferenas que permitem contar as particularidades de cada indivduo e cada grupo humano.

    O interesse no estudo dessas diferenas est na mensurao de uma srie de dados fsicos que permitem distinguir dimensionalmente as populaes, a fim de que, com o registro destes dados, seja possvel adequar qualquer produto populao usuria.

    As distines entre caractersticas fsicas se fazem entre populaes e intrapopulaes, no entre indivduos. (FERREIRA [10])

  • Estudos relacionando a disperso das mdias da estatura observadas em amostras da frica e da Europa verificaram que a variao no tamanho total do corpo entre populaes menor que aquela encontrada intrapopulaes.(ROBERTS [25]) Entre indivduos de uma mesma nacionalidade, pode existir uma grande variao na estatura e nas propores do corpo, devido a fatores como diferenas climticas, imigrao, miscigenao, nutrio, etc.

    Um aumento significativo na mdia da altura foi constatado entre geraes de pais e filhos que cursaram a mesma universidade (Bowles, 1932), bem com entre geraes de soldados americanos que lutaram na I e II Guerras Mundiais (Davenport e Love, 1921); (Newman e White, 1951). (VAN COTT [29]).

    2.3 BASE GENTICA PARA ALGUMAS CARACTERSTICAS FSICAS

    Em uma pesquisa realizada com militares do sexo masculino de vrios pases, WHITE [30] observou que a altura-sentado ilustra uma interessante variao na proporo do corpo humano. Uma grande parte da variao na estatura humana est no comprimento das pernas; o torso relativamente constante em comprimento.

    Se a altura-sentado for expressa como percentagem da altura, a razo resultante ou ndice de cerca de 52% para os americanos e a maioria dos europeus. Assim, o comprimento das pernas; o torso relativamente constante em comprimento.

    Entretanto, no caso dos pilotos coreanos e japoneses, a altura-sentado cerca de 54% da estatura, resultando que o comprimento da perna somente 46% da estatura. Percebe-se, ento, que a proporo entre estatura e altura-sentado est ligada herana gentica. Segundo ROBERTS[25], a contribuio gentica, no caso da estatura, est em 85% das populaes da Europa Ocidental e frica. (FERREIRA [10]).

    Estudos realizados nos Estados Unidos demonstraram que existem diferenas entre as propores do corpo de brancos e negros que vivem sob condies climticas similares, sendo eu os mestios apresentaram valores intermedirios (FERREIRA[10]).

    Japoneses e outros povos orientais tm em geral a mesma altura-sentado que os brancos, mas suas pernas tendem a ser menores; no caso dos negros, as pernas so mais longas em proporo a seus troncos do que nos brancos. (DIFFRIENT [6])

    2.4 BASE AMBIENTAL PARA AS CARACTERSTICAS FSICAS

    Segundo ROBERTS [25], as variaes na forma do corpo facilitam a manuteno do balano trmico corporal em climas diversos; observou-se que os povos que habitam regies de clima quente tendem a ter o tronco mais fino, e os membros superiores e inferiores relativamente mais longos.

    Enquanto isso, os povos que habitam regies de clima frio tm o tronco mais cheio, so mais volumosos e arredondados, e os membros inferiores e superiores so relativamente mais curtos.

    A explicao mais razovel para estas diferenas a seleo natural, ou seja, as bases genticas desses traos mantiveram-se, em detrimento de outras, ao longo das geraes, pois os corpos mais

  • finos facilitam a troca de calor com o ambiente, enquanto aqueles mais cheios tm mais facilidade de conservar o calor do corpo.

    2.5 INFLUNCIA DE OUTROS FATORES NAS CARACTERSTICAS FSICAS

    Nutrio Relacionada com o Nvel Scio-Econmico e Educacional

    A nutrio outro fator determinante na constituio corporal. A Primeira Pesquisa Nacional de Nutrio e Sade, realizada nos EUA (1971-74), apresentou valores de estatura e peso de indivduos entre 18 e 74 anos relacionados ao nvel scio-econmico e educacional.

    Esta pesquisa demonstrou que as diferenas de estatura existentes entre brancos e negros de renda alta eram menores do que as verificadas entre nutricionais desiguais geram diferenas na estatura e peso dos indivduos da mesma origem tnica. (FERREIRA [10]).

    A mdia de peso para os homens de 18 a 74 anos, com 13 anos ou mais de escolaridade, 4,08 kg, maior do que para aqueles com menos de 9 anos de educao. (FULWOOD [11]).

    Na Pesquisa Antropomtrica e Biomecnica dos Operrios da Indstria de Transformao do Rio de Janeiro realizada pelo INT em 1986 [17], constatou-se que medida que aumenta o nvel de escolaridade, cresce a estatura, sendo que a diferena entre os extremos (sem escolaridade 2ograu/nvel superior) mais acentuada entre os brancos (6 cm) que entre negros (3,5 cm) e mestios (4,8 cm).

    Quanto ao peso, observou-se que este aumenta com o nvel de escolaridade independentemente da raa. Verificou-se que a variao de peso dentro de um mesmo grupo racial mais acentuada entre os negros (10,4 kg) que entre os mestios (9,8 kg) e brancos (9,4 kg).

    Tabela 1 Medidas antropomtricas de diferentes etnias.

    Condicionamento Fsico

    Outro fator que pode influir no crescimento do corpo o treinamento fsico, pois no s os indivduos que praticam exerccios fsicos regularmente e com intensidade desde a infncia tendem a crescer mais em relao aos que no os praticam, como o desenvolvimento do corpo orientado de acordo com a categoria de msculos requisitados para o esporte.

  • Entretanto, qualquer mudana a nvel corporal no modifica a proporo existente entre os membros superiores/inferiores e o tronco, devido herana gentica recebida.

    Na figura 3, verifica-se a extraordinria semelhana na modelagem muscular entre dois atletas da mesma modalidade esportiva (salto trplice), mas de origem tnica diversa (australiano e japons) que concorrem aos Jogos Olmpicos de Roma em 1960.

    Pode-se verificar que a estrutura do corpo dos dois atletas bastante diferente. A relao entre a altura do tronco e comprimento das pernas/braos nos dois indivduos bem diversa. O comprimento do tronco nos dois atletas relativamente do mesmo tamanho; contudo seus braos e pernas, em relao ao tronco, tm propores bem distintas. (FERREIRA [10])

    Sexo

    Em relao s diferenas formais existentes entre homens e mulheres, podemos observar que essas se caracterizam tanto pela aparncia externa com, tambm, ao nvel do prprio esqueleto.

    No que se refere estrutura ssea, as seguintes diferenas so as mais marcantes: O homem, em geral, apresenta ombros e trax mais largos e a plvis relativamente estreita;

    os braos e pernas so mais compridos com mos e ps maiores; Quanto ao crnio masculino, todas as salincias so mais angulosas e prximas aos 90 do

    que o feminino, a no ser pelas proeminncias temporais, mais aparentes na mulher que no homem;

    A mulher apresenta ombros estreitos com um trax mais leve e arredondado; a plvis mais larga e inclinada para frente; braos e pernas so mais curtos, sendo as mos e os ps menores;

    Acrescenta-se que a diferena mdia entre as alturas de homens e mulheres em torno de 6 ou 7%;

    Quanto s diferenas na constituio fsica, observa-se que na forma masculina predomina o tecido muscular sobre o adiposo, enquanto na feminina acontece o inverso. Isto se verifica em todas as idades, desde o nascimento;

    Geralmente, o homem apresenta uma proporo de 6:3 de msculo em relao gordura; a mulher, uma proporo de 5:4.

    Homens constumam ser mais altos ( 25% em mdia ) e mais magros, com braos mais compridos (devido ao tamanho do antebrao). Possuem tambm mais msculos esquelticos do que as mulheres.

    Idade

    O crescimento total em altura culmina, para os homens, com o fim da adolescncia e incio dos vinte anos; para as mulheres, este crescimento atingido alguns anos mais cedo.

    Entretanto, com o passar dos anos, ocorre uma perda gradativa de estatura em ambos os sexos. No estudo, tambm se observou a diminuio do alcance superior das pessoas idosas.

    O envelhecimento um processo gradual de mudanas degenerativas nos sistemas morfolgicos, sendo impossvel determinar com preciso a progresso cronolgica mdia dessas mudanas.

  • Assim como o processo de desenvolvimento do corpo, os processos degenerativos no ocorrem necessariamente com a mesma velocidade.

    Algumas mudanas na estrutura precedem outras, como, por exemplo, a calcificao das cartilagens, que com a idade avanada se torna mais pronunciada, prejudicando sua elasticidade.

    Devido calcificao dos discos invertebrais ocorre, tambm, perda de estatura e de capacidade para movimentao do tronco.

    Estudos realizados na Inglaterra demonstraram que a altura de mulheres idosas era inferior altura de mulheres jovens.

    A pesquisa demonstrou que a diferena era devida ao prprio processo de envelhecimento e no apenas ao fato de que a amostra de mulheres idosas fora obtida de uma gerao anterior. (PANERO [22])

    Com a idade, a atrofia muscular e a crescente fragilidade do esqueleto tambm se processam. Os ossos tornam-se gradualmente mais finos e porosos.

    Todas essas mudanas, somadas diminuio da eficincia do processo respiratrio e da atividade de bombeamento do corao, reduzem ainda mais o movimento corporal.

    Esses fatores ligados ao envelhecimento devero ser considerados, sempre que o projeto venha abranger uma populao de idosos.

    Somatotipia

    Em todas as populaes humanas possvel observar-se a variedade de tipos fsicos (bitipos) encontrada entre os indivduos.

    Cada forma corporal adulta desenvolvida a partir de determinados aspectos morfolgicos, os quais variam de indivduo para indivduo do mesmo sexo.

    Pequenas diferenas nas propores corporais, quase imperceptveis na poca do nascimento, tendem a se acentuar durante o crescimento at que o bitipo de cada um esteja formado.

    Em 1940, William Sheldon, um psiclogo americano, desenvolveu um mtodo para determinao da constituio fsica dos indivduos.

    A pesquisa de Sheldon baseou-se no registro fotogrfico do perfil, frente e costas de 4000 estudantes da Universidade de Harvard.

    Cada fotografia foi cuidadosamente analisada em conjunto com medidas e ndices antropomtricos, o que levou Sheldon a determinar trs tipos extremos da forma corporal, denominados de endomorfo, mesomorfo e ectomorfo.

  • Endomorfo: forma fsica arredondada e macia, com grande depsito de gordura. O abdmen cheio e extenso e o trax parece pequeno. Os membros so curtos e delicados. Os ombros so cheios e, como a cabea, de formato arredondado. Os ossos so pequenos.

    Mesomorfo: forma fsica vigorosa, com ngulos bem marcados e msculos aparentes. Os ombros predominam, o trax largo e o abdmen pequeno. Os membros so largos e fortes e a cabea cbica. Os ossos so pesados.

    Ectomorfo: forma fsica frgil e esguia com um mnimo de gordura e definio muscular. O tronco geralmente parece curto, sendo o trax estreito e recuado em relao ao abdmen. Os ombros so largos mas cados, e os membros, compridos e finos. O crnio geralmente grande, o rosto magro e o pescoo longo.

    Figura 6 Os trs tipos bsicos do corpo humano (Sheldon, 1940)

    Para a realizao da medio antropomtrica

    OBJETIVO: definir ONDE e PARA QUE sero utilizadas as medidas. TIPOS: ESTTICA (corpo parado, proj. de mveis, etc)

    DINMICA (alcance dos movimentos, proj. de mquinas) DEFINIO: estabelecer os dois pontos onde sero tomadas as medidas MTODO: DIRETOS (com instrumentos - lineares, angulares, etc)

    INDIRETOS (fotos, filmes) AMOSTRA: sexo, idade, biotipo, deficincias fsicas.Geralmente, de 30 a 50

    indivduos so suficientes. ANLISE ESTATSTICA: distribuio de gauss, desvio padro.

  • Figura 7 - Modelos Matemticos

    Na maioria dos indivduos estes componentes no se apresentam caracterizados de forma extrema, mas sim, moderadamente combinados.

    2.6 MEDIDAS ANTROPOMTRICAS - ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS

    Basicamente, distinguem-se dois tipos de medidas antropomtricas que interferem diretamente no projeto: medidas estruturais (tambm denominadas estticas) e funcionais (tambm denominadas dinmicas). De acordo com VAN COTT e KINKADE [29] os termos, estrutural e funcional descrevem da melhor maneira o corpo e sua ao. Estes termos seguem as recomendaes da Conferncia de Normalizao.

    As medidas estruturais so aquelas obtidas com o corpo do sujeito em posies estandartizadas. A maior parte dos levantamentos antropomtricos realizados apresenta valores de medidas estruturais, pois estas so mais acuradamente obtidas.

    O uso destas medidas, entretanto, deve restrigir-se ao projeto de equipamentos que demandem poucos movimentos corporais para oper-los.

    Medidas funcionais se referem s medidas obtidas com o corpo do sujeito nas diversas posturas do trabalho. Estas posturas resultam dos movimentos necessrios para a execuo de tarefas especficas.

    O uso destas medidas, entretanto, deve restrigir-se ao projeto de equipamentos que demandem poucos movimentos corporais para oper-los.

    Medidas funcionais se referem s medidas obtidas com o corpo do sujeito nas diversas posturas de trabalho.Estas posturas resultam dos movimentos necessrios para a execuo de tarefas especficas.

    Medidas funcionais, por serem caracteristicamente tridimensionais, consomem maior tempo e so de mais difcil obteno, no existindo, portanto, muitos dados disponveis.

    Em geral, as medidas funcionais para projetos de equipamentos se referem mais prpria adequao das medidas corporais para tal procedimento.

  • TTeerrcceeiirraa EEttaappaa:: AAnnlliissee eerrggoonnmmiiccaa ddaa aattiivviiddaaddee rreeaall

    Aes e usabilidade Problemas no ato de trabalho, principalmente em relao facilidade de uso.

    Comunicaes/informaes sinais. A troca de informao entre indivduos no trabalho podem ter diversas formas: verbais, por intermdio de telefones, documentos e atravs de gestos. O contedo das informaes trocadas tem se revelado como grande fonte entre operadores, esclarecedora da aprendizagem no trabalho, da competncia das pessoas, da importncia e contribuio do conhecimento diferenciado de cada um na resoluo de incidentes. O registro do contedo das comunicaes em um estudo de caso no Setor Petroqumico da Refinaria Alberto Pasqualini, Canoas - RS, mostrou a importncia da checagem das informaes fornecidas pelos automatismos e pelas pessoas envolvidas no trabalho, atravs de inmeras confirmaes solicitadas pelos operadores do painel de controle. O contedo das comunicaes pode, alm de permitir uma quantificao de fontes de informaes e interlocutores privilegiados, revelar os aspectos coletivos do trabalho.

    Antropometria Consiste na avaliao da adequao do ambiente e produtos s medidas do homem.

    Posturas As posturas constituem um reflexo de uma srie de imposies da atividade a ser realizada. A postura um suporte atividade gestual do trabalho e um suporte s informaes obtidas visualmente. A postura influenciada pelas caractersticas antropomtricas do operador e caractersticas formais e dimensionais dos postos de trabalho. Em perodos montonos a alternncia postural servir como escape monotonia e reduzir a fadiga do operador. Em perodos perturbados a postura ser condicionada pela explorao visual que passa a ser o piv da atividade. Os segmentos corporais acompanharo a explorao visual e executaro os gestos.

    Estudo de traos So as pistas, efeitos e outros resultados aps o desenvolvimento da atividade. Os dados levantados em diferentes fases do trabalho podem dar indicao sobre os custos humanos no trabalho mas, entretanto, no conseguem explicar o processo cognitivo necessrio execuo da atividade. O estudo de traos pode ser considerado como complemento e usado, com freqncia, nas primeiras fases da anlise do trabalho. O estudo de traos pode ser fundamental no quadro metodolgico para anlise dos erros.

    Deslocamentos / Circulao (anlise do LEIAUTE). Os deslocamentos podem ser registrados a partir do acompanhamento dos percursos realizados pelo operador em sua jornada de trabalho. O registro do deslocamento pode explicar a importncia de outras reas de trabalho e zonas adjacentes. Exemplo; em uma sala de controle o deslocamento dos operadores at os painis de controle est relacionado explorao de certas informaes visuais que so fundamentais para o controle de processo; o deslocamento at outros colegas pode esclarecer as trocas de comunicaes necessrias ao trabalho.

    ANLISE DO LEIAUTE( LAY-OUT): ORGANIZAO ERGONMICA

  • Dentro do quadro geral de uma empresa, qualquer que seja o seu tamanho ou o seu tipo de negcio, um papel importante est reservado ao layout. Qualquer dirigente sabe que toda vez que uma empresa se prope a modificar sua oferta de produtos, quando lana um produto novo ou at mesmo quando simplesmente muda a sua estrutura organizacional, quase certo que o layout da mesma passar por uma reestruturao.

    Em portugus, layout quer dizer planta - baixa. Fazer o layout de uma rea qualquer planejar e integrar os caminhos dos componentes de um produto ou servio, a fim de obter o relacionamento mais eficiente e econmico entre o pessoal, equipamentos e materiais que se movimentam. Logo, layout o resultado final de um estudo sistemtico que procura uma combinao tima de todas as instalaes, materiais e pessoas que concorrem para a fabricao de um produto ou para a execuo de um servio, dentro de um espao disponvel. Nesse sentido, o layout se constitui num dos elementos a serem trabalhados obrigatoriamente dentro das tcnicas modernas de administrao.

    A falta desta combinao tima costuma resultar numa srie de prejuzos.

    O primeiro deles est relacionado aos acidentes; qualquer estudo estatstico encontra as ms condies do layout como um fator importante para um nmero significativo de sinistros. O segundo est relacionado perda de produtividade, com um nmero excessivo de movimentos e deslocamentos (que no agregam valor ao produto final) e com a conseqente perda de competitividade. O terceiro tipo de prejuzo est relacionado ao desconforto e eventuais leses musculoligamentares. Sabe-se que as pessoas necessitam de um certo conforto no trabalho, e que este conforto componente fundamental para a produtividade e para se trabalhar com prazer. No nosso objetivo ensinar a fazer layout. Nosso grande objetivo neste captulo apresentar alguns conceitos importantes de Ergonomia que tero grande utilidade para o profissional que se dedicar elaborao do layout de uma fbrica, empresa de servios, almoxarifado ou mesmo do escritrio, conceitos estes fundamentais para evitar os 3 tipos de prejuzos acima citados.

    CONCEITOS BSICOS RELACIONADOS AO SER HUMANO E AO LAYOUT DE SEU LOCAL DE TRABALHO

    1. O ser humano necessita de espao mnimo para trabalhar.

    Por mais bvia que possa parecer esta afirmativa, necessrio que ela seja colocada, devido alta freqncia com que desconsiderada.

    O espao mnimo necessrio determinado por diversos fatores:

    Pela rea necessria para a movimentao do prprio corpo; Pela rea necessria para movimentao em volta da mquina / equipamento; Pela necessidade de segurana, para se evitar o choque do corpo contra partes do

    equipamento ou do mobilirio. Para no se sentir constrito bem conhecido que todo ser humano tem o seu espao

    pessoal, uma rea em torno da qual no se deve ter ningum (no se esbarra, no se sente o cheiro ou perfume do outro, no se sente proximidade exagerada).

  • 2. No entanto, o ser humano necessita de uma certa proximidade de outras pessoas.

    Estudos psicofsicos indicam que, se por um lado a excessiva proximidade de outras pessoas traz desconforto, a distncia excessiva tambm desconfortvel. claro, existem pessoas que preferem trabalhar sozinhas, que se concentram melhor nestas circunstancias, mas para trabalhos de pouca exigncia intelectual beneficia-se com a presena de outras pessoas num raio alm da rea de espao pessoal, mas prxima o suficiente para que se converse em altura normal.

    3. Trabalho mental no combina com rudo alto, nem com calor, nem com odores. As pessoas tm grandes prejuzos em atividades intelectuais quando o ambiente est acima do nvel de conforto j definido no captulo 7 deste livro (volume I).

    4. Trabalho com empenho visual no combina com ambiente escuro e nem com reflexos nos olhos.

    Nestas circunstancias sero acionados os mecanismos de adaptao visual, que resultaro em fadiga.

    5. desejvel que exista uma certa flexibilidade postural, porm movimentao excessiva gera fadiga.

    Grandes distncias cansam. Mesmo pequenas distancias, mas percorridas muitas vezes durante o dia, podem cansar e levar fadiga.

    6. As pessoas se beneficiaro da racionalidade na organizao da tarefa, de modo a economizar movimentos e energia para as atividades produtivas.

    As pessoas no se adaptam bem a trabalharem sendo observadas pelas costas.

    A superviso pelas costas costuma ser acompanhada de ansiedade e tenso; o mesmo se aplica superviso oculta (por exemplo, telefonistas tendo sua orientao ao usurio sendo ouvida pelo supervisor sem que isso possa ser percebido). Os estudos psicofsicos costumam evidenciar que nesses casos, alm da ansiedade, o pessoal costuma criar cdigos prprios de sinalizao uns para os outros quanto aos movimentos da superviso.

    7. Trabalhos com empenho intelectual so prejudicados por movimentao excessiva em frente pessoa, ou por conversa excessiva.

    Muitas pessoas tm dificuldade de concentrao quando h movimentado de pessoas prximas de si. O mesmo se aplica a rudo, especialmente o da conversao. Este um problema importante nos tempos atuais de escritrios de concepo baseada em espaos abertos, onde deve-se garantir um mnimo de privacidade para que estas pessoas possam se concentrar adequadamente. Igualmente, deve-se orientar as pessoas para evitar conversas excessivas e em voz alta nesses ambientes.

  • AAnnlliissee ddoo LLeeiiaauuttee:: FFlluuxxoo,, ddeessllooccaammeennttooss ee cciirrccuullaaoo

    Atendimento A Criao C Desenvolvimento D Representao Grfica R Modelos M Gerencia G

  • Esforos; Minimizar fadiga, elevao e transporte de cargas, foras estticas, etc.

    Trabalho e condies ambientais Avaliar as condies do ambiente em relao ao ser humano: iluminao, cores, rudo, umidade, temperatura, etc;

    Riscos; Probabilidade de acontecer acidentes.

    Aspectos cognitivos e psico-sociais: So comportamentos, desempenho, tomada de deciso (elaborar DAP); As atividades cognitivas so: sensao; Percepo; Memorizao; Tomada de deciso.

    Organizao e mtodos de trabalho.

  • TCNICAS UTILIZADAS NA ANLISE DO TRABALHO (ANLISE DA ATIVIDADE REAL)

    A anlise do trabalho baseia-se principalmente em: - Anlise do trabalho real - Hipteses - Diferenas inter e intra individuais. - Participao dos envolvidos.

    Observao direta (posturas / esforos / deslocamentos / comportamentos, etc) Mtodos diretos Direo do olhar Registro do trabalho Listas/tabelas de verificao (check list)

    Questionrios Entrevistas Mtodos subjetivos Verbalizaes provocadas Verbalizaes espontneas

    Anlise da atividade real : Fundamentos tericos

    Consideraes gerais sobre atividade

    Segundo FAVERGE (1992), trabalhar consiste em: Realizar aes, gestos, etc.; Detectar informaes sobre o objeto de trabalho (ou atravs de uma interface), tratar estas

    informaes e responder sobre o objeto de trabalho (ou atravs de uma interface), isto , assegurar uma comunicao entre as partes do objeto (ou sobre a interface);

    Manter uma varivel em um valor normal ou vigiar para que ela no se desvie; Colocar em ao formas de pensamento, utilizar algoritmos ou heursticas, empregar tticas

    e estratgias, resolver problemas, tomar decises. De fato, a atividade de trabalho a mobilizao total do indivduo, em termos de

    comportamentos, para realizar uma tarefa que prescrita;

  • Trata-se, ento, da mobilizao das funes fisiolgicas e psicolgicas de um determinado indivduo, em um determinado momento;

    A parte observvel da atividade (sensrio-motora) pode ser evidenciada pelo conjunto de aes de trabalho que caracteriza os modos operativos;

    A parte no observvel (mental) pode ser caracterizada pelos processos cognitivos: sensao, percepo, memorizao, tratamento de informao e tomada de deciso.

    Os objetivos da anlise ergonmica das atividades:

    Elaborar um melhor conhecimento do trabalho formal e do trabalho real; Compreender como se d o envolvimento dos trabalhadores nos sistemas de produo; Fornecer um meio de apoio deciso organizacional.

    Figura 1 Controle das tomadas de informaes e das aes

    3.3 - Planificao da anlise das atividades

    O modo operativo sempre um compromisso que leva em considerao os seguintes aspectos: Os objetivos do trabalho; Sistemas de produo; Os resultados obtidos; O estado do indivduo.

    3.4 - Modelos de representao das atividades

  • Sistema de transformao de energia: atividades motoras de trabalho, que permitem transformar energia fsico-muscular em energia mecnica de realizao de gestos, posturas, levantamento e transportes de cargas,..

    Sistema de recepo e tratamento de informao: atividades cognitivas de trabalho, que permitem a sensao, a percepo e o tratamento das informaes recebidas.

    3.5 - Mtodos de anlise das atividades

    Conjunto dos meios e procedimentos prticos que permitem dar um contedo um modelo; Um mtodo um procedimento de busca de soluo problemas tericos; Cada mtodo de anlise corresponde a um modelo pr-concebido de representao das

    atividades de trabalho.

    Mtodos de anlise utilizados em ergonomia: Mtodo de anlise das atividades motoras; Mtodo de anlise das atividades mentais; A escolha do mtodo.

    3.5.1 - Mtodo de anlise das atividades motoras:

    Gestos de trabalho; Posturas de trabalho; Movimentao e elevao de cargas.

    Os gestos de trabalho: Tarefas manuais e movimentos das mos; Classificao dos gestos de trabalho; Fatores que influenciam os gestos.

    TAREFAS MANUAIS E MOVIMENTOS DAS MOS 1) Atividade da mo e tarefa manual:

    Importncia da mo nos gestos de trabalho: grande plasticidade mecnica, importante mobilidade dos dedos em relao a multiplicidade de ossos, msculos e articulaes e, em relao a fineza da inervao motora e sensitiva (tato);

    A mo um instrumento de pega e de manipulao delicada, pois nela que se observa uma convergncia dos efeitos resultantes da mobilizao, mais ou menos generalizada, dos membros, do tronco,...

    2) Os movimentos manuais: Os movimentos especificamente manuais: Envolvem atividades de manipulao com

    imobilizao do tronco, dos braos, dos antebraos. Esses movimentos so encontrados em tarefas finas e delicadas como micro-soldagem, desenho decorativo em cermica, relojoaria, micro-eletrnica.

    Os movimentos no especificamente manuais: Envolvem um certo nmero de segmentos corporais: mobilizao do antebrao, do brao e, s vezes, de movimentos de acompanhamento do tronco. Esta mobilizao necessria aplicao de fora e a

  • realizao eficaz do gesto de trabalho, como por exemplo, em tarefas de aperto de parafusos de maiores dimenses.

    3) A anlise das atividades manuais: Uma atividade manual pode ser definida como sendo constituda de uma ou mais

    seqncias de movimentos, especficos e no especficos comportando exigncias cumulativas de preciso, velocidade e/ou fora;

    Diversos estudos foram realizados com o objetivo de racionalizar e quantificar as atividades gestuais, dando origem vrios mtodos de anlise e de medida dos tempos e movimentos.

    4) Os movimentos gestuais dirigidos:Hierarquia muscular e gestos: segundo as caractersticas da atividade manual, a musculatura utilizada ser totalmente diversa: Os movimentos delicados (atividades especficas de pequenas manipulaes, por exemplo)

    mobilizam a musculatura fina; Em contrapartida, as atividades no especificamente manuais, mobilizam uma musculatura

    mais robusta (necessidade de mobilizao de segmento de membro mais pesado); A boa coordenao desses dois tipos de musculatura faz do gesto de trabalho um

    movimento dirigido.

    CLASSIFICAO DOS GESTOS DE TRABALHO: 1) Tipos de gestos em funo dos circuitos empregados:

    Os gestos voluntrios: o Os gestos subentendidos o Os gestos balsticos

    Os gestos automticos ou automtico-voluntrios Os gestos reflexos

    2) A classificao dos gestos em funo da tarefa: A tarefa de ajustamento contnuo A tarefa de ajustamento descontnuo

    3) Classificao em funo da cinemtica do gesto: Cadeia articulada aberta Cadeia articulada fechada

    OS FATORES QUE INFLUENCIAM OS GESTOS: 1) A aprendizagem:

    o Processo central o Processo perifrico

    2) Os esteretipos mentais: o Definio o Os esteretipos universais

    Noo qualitativa Noo quantitativa

    o Os esteretipos culturais 3) Tremor

  • Figura 2 - Esteritipos universais: noo qualitativa relacionada ao motora

    Figura 3 - Esteritipos universais: noo quantitativa

    Posturas de trabalho:

    A postura a organizao no espao dos diferentes segmentos corporais; Ela o suporte da busca e das tomadas de informaes para a ao do sujeito; Nenhuma postura de trabalho neutra; Nenhuma m postura adotada livremente pelo sujeito, mas resultado de um

    compromisso entre diversos aspectos. A postura , ento, determinada:

    Pelas caractersticas e exigncias da tarefa; Pelas solicitaes: formas fisiolgicas e biomecnicas de manuteno do equilbrio; Pelas caractersticas do ambiente de W.

    Figura 4 Esforo postural

    A coluna vertebral constituda de 33 vrtebras: Vrtebras cervicais (7); Vrtebras torcicas ou dorsais (12); Vrtebras lombares (5); Vrtebras sacrococcigenas (9): (5) esto fundidas e formam o sacro e as (4) da

    extremidade inferior so pouco desenvolvidas e formam o cccix. Formas fisiolgicas e biomecnicas da manuteno postural:

    Condio da manuteno do equilbrio: - A manuteno do equilbrio implica que uma certa parte da massa muscular estabiliza o corpo numa postura lhe permitindo evitar a queda;

  • - Um sujeito em p, e sem outro ponto de apoio, est em equilbrio se a projeo vertical do seu centro de gravidade estiver dentro de seu polgono de sustentao; - No caso do sujeito utilizar um apoio (por exemplo, uma cadeira), os pontos de apoio entram na determinao deste polgono de sustentao.

    Manuteno do equilbrio: -- Todo desvio do CG dos segmentos corporais, em relao linha de gravidade e ao polgono de sustentao, necessita o emprego de foras musculares de manuteno da posio. A posio da projeo do CG no , ento, em postura em p fixa, mas varia em funo do estado do sujeito (idade, sexo, fadiga, lcool,...); - A manuteno do equilbrio assegurada principalmente pela contrao dos msculos posturais sob o controle de estruturas nervosas que recebem informaes diversas (labirnticas, visuais e tteis...).

    Modificao do equilbrio: Manuteno postural esttica: - Na criana, a manuteno do equilbrio instvel. Com a aprendizagem ela se estabiliza at prximo dos 60 anos. A partir da ocorre uma degradao; - A amplitude dos reajustamentos posturais pode ser evidenciada por esttico-fisiometria; - A manuteno do equilbrio utiliza, de forma preponderante, as informaes de origem visual. No caso de variao da vertical subjetiva ou do deslocamento de uma parte do campo visual, a manuteno postural sofre modificaes e o risco de queda aumenta. Perturbao postural: - Em caso de desequilbrio do corpo, as mesmas modalidades sensoriais so utilizadas, com prioridade para as informaes visuais em relao s vestibulares e s cinestsicas. Com os cegos a situao diferente porque a hierarquia sensorial modificada; - O envelhecimento diminui a adaptao da resposta muscular que permite evitar a queda; - O tipo de tarefa e o treinamento modificam a performance do sujeito; - Em situao real, as estratgias usadas pelos sujeitos, graas experincia, tambm melhoram a performance.

    Caractersticas das principais posturas de trabalho:

    - Existe uma variedade considervel de posturas de trabalho (72 segundo mtodo OWAS); - Tentativas de classificao em vista de uma avaliao; Limites posturais: - Um deslocamento, mesmo fraco, de um segmento corporal, pode modificar a estabilidade da postura e as contraes musculares estticas do equilbrio; - A durao da manuteno de uma postura imvel um fator essencial de avaliao do constrangimento postural. Os principais mtodos de avaliao postural: Medida do custo energtico: - A contrao esttica dos msculos no leva um considervel aumento do consumo de oxignio; - Os efeitos hemodinmicos e biomecnicos no aparecem em termos de custo energtico.

    Medida da frequncia cardaca: - A FC globaliza os efeitos circulatrios da contrao muscular esttica e os efeitos hemodinmicos correspondentes;

  • - A FC no tem relao direta com os efeitos biomecnicos (estiramento dos tendes, articulaes,...).

    Eletromiografia: -- A eletromigrafia permite conhecer apenas a atividade muscular de alguns msculos; - A eletromiografia limitada aos efeitos musculares da manuteno da postura.

    Impresso subjetiva: - A IS relativa e exige uma escala comparativa; - necessrio utilizar esses diferentes meios de avaliao levando-se em conta seus limites. Variaes importantes em funo da idade e do estado de sade.

    Anlise visual da postura: A observao das posturas assumidas por um sujeito nos informa sobre as exigncias do trabalho: - ngulo de inclinao do corpo em relao a vertical; - Variao da postura em relao uma postura ideal terica; - Nmero de pontos de apoio; - Modificao da postura em funo do tempo.

    As relaes entre trabalho e postura:O espao de trabalho deve ser adaptado s caractersticas das informaes e das aes: - Localizao e caractersticas fsicas dos detalhes a serem percebidos (dimenses, iluminao,...); - Concepo dos comandos relacionados com a direo da fora e de seu ponto de aplicao; - Uma fora elevada s poder ser exercida se o corpo estiver em equilbrio (com apoio); - As condicionantes temporais tm influncia sobre a postura. Existe uma relao entre a preciso da tarefa, cadncia de trabalho, distncia olho-tarefa, rigidez postural e durao do trabalho.

    Movimentao e elevao de cargas: - Na movimentao de cargas pesadas , sobretudo o tronco que envolvido; - Persistncia da movimentao de cargas pesadas, apesar da considervel automao da produo; - Importncia para os trabalhadores com capacidade fsica limitada: jovens, pessoas idosas, mulheres, pessoas portadoras de deficincia fsica; - Este problema agravado em um pas tropical como o Brasil, devido a m nutrio, mo de obra desqualificada, tcnicas inadaptadas e formao inadequada.

    Elevao manual de cargas pesadas: O tipo de elevao: -- A elevao suportada pelos joelhos mais potente do que a elevao suportada pela coluna vertebral para cargas pesadas; - Para cargas leves e mdias eles se equivalem; - A fora mxima de elevao dobra quando os ps esto 30 cm do objeto ao invs de 50 cm; - A elevao de cargas suportadas pelos joelhos ou pela coluna no tem as mesmas conseqncias para o sujeito. Biomecnica da elevao de cargas: -- Na elevao de cargas pesadas, necessrio que o esforo se produza quando a coluna vertebral estiver reta, isto , quando as vrtebras exercerem uma presso uniforme sobre os discos intervertebrais;

  • - Com a idade e segundo o peso das cargas, assim como do seu modo de movimentao e elevao, o disco intervertebral se deforma e sua estrutura se altera; - Se realizarmos um esforo em posio curvada, a presso que se exerce sobre o disco no mais distribuda de forma homognea, o que pode provocar uma hrnia do disco intervertebral com conseqente compresso dolorosa da medula espinhal na sada da coluna vertebral; - Um homem de 80 Kgf, cujo tronco flexionado 60o sobre a vertical, exerce uma fora de compresso de 200 Kgf sobre a L5 (5a vrtebra lombar); - O mesmo homem, na mesma posio, mas tendo um peso de 25 Kgf na extremidade do brao, exerce uma fora de compresso de 400 Kgf sobre a L5; -- A fora de trao dos msculos extensores deve ser cada vez maior, na medida em que a massa mais elevada e que a inclinao mais acentuada, podendo provocar: - Risco para os discos intervertebrais; - Ultrapassagem da fora mxima dos msculos extensores.

    Biomecnica do rendimento energtico: -- Baixo rendimento da elevao manual quando a carga leve, porque a energia serve para movimentar as massas corporais. Para a elevao de carga a partir do solo, o melhor rendimento se obtm com peso de 30 Kgf (8%); - Ocorre uma melhoria considervel do rendimento se o plano de apoio estiver numa altura de 0,50 m e, sobretudo 1 m. A altura de 1,50 m baixa o rendimento. Para a elevao a partir de uma altura de 1 m, o peso timo deve ser reduzido 15 Kgf e a cadncia se eleva sensivelmente; - Quando a altura de trabalho mal definida e que preciso adotar um peso padro para as cargas, deve-se utilizar as recomendaes normativas existentes; - Recomenda-se uma boa concepo dos planos de movimentao, dos locais de armazenagem e dos beros de carregamento, assim como das cargas que devem ser manipuladas numa postura correta; - Influncia do nmero de pessoas envolvidas na movimentao de cargas volumosas sobre a postura adotada quando da elevao.

    Movimentao de cargas: Fatores limitantes: -- Aumento do gasto energtico com a movimentao de cargas, evidenciado pelo estudo das variaes da FC; - Fadiga muscular local: m pega, desequilbrio corporal com contraes musculares inteis; - Excesso de carga, apesar de uma boa pega: - Ocorre crescimento excessivo da energia consumida e da necessidade de pausas; - Evidencia-se a uma confirmao das recomendaes relativas aos valores mximos de carga a serem manipuladas. -- Crescimento da gravidade desses problemas energticos quando de uma movimentao de carga em subida de escadaria: - Para uma ascenso de 100 degraus em 1 minuto (17 m), o consumo de energia de: 57,3 KJ sem carga 78 KJ com carga de 29 Kgf 110 KJ com carga de 50 Kgf - Um consumo de 105 KJ corresponde ao trabalho mximo de um homem jovem, adulto, em boas condies fsicas.

  • Disposio dos locais: -- A topografia e as delimitaes das reas de circulao podem provocar a dificuldade da movimentao de cargas se isto levar ao abandono das posturas retas e equilibradas, ou a perda de uma referncia visual particular (solo delimitado ou no plano, incmodo visual pela delimitao da carga).

    3.4.2 - Mtodo de anlise das atividades mentais: Sensao; Percepo; Memorizao; Tomada de deciso.

    Atividades cognitivas de trabalho Pode-se distinguir, nas atividades cognitivas de um sujeito operando um dispositivo tcnico, trs funes distintas:

    Uma funo de deteco (sensao): constatar se existe ou no um sinal. O sujeito, detectando o sinal, far uma confrontao com as informaes memorizadas para dar uma resposta;

    Uma funo de discriminao (percepo): classificar as informaes em categorias. Esta funo s possvel se anteriormente houve a deteco e se as categorias foram tambm memorizadas;

    Uma funo de interpretao (tratamento das informaes): dar um significado s informaes. Esta funo s possvel se anteriormente houve a deteco, a discriminao e a aquisio de conhecimentos (memorizao).

    Distinguem-se: - As atividades ligadas percepo: da deteco discriminao da informao; - As atividades ligadas ao tratamento das informaes: da percepo ao.

    LINDSAY & NORMAN (1980), distinguem, no pensamento humano, trs tipos de tratamento das informaes: - Tratamento dirigido por conceitos; - Tratamento dirigido por regras; - Tratamento dirigido por programas.

    As comunicaes de trabalho: Informao: qualquer dado que, por sua pertinncia, atraia nossa ateno; Interao: ocorre quando o homem ou a mquina, devido a informao recebida, altera o

    seu comportamento; Comunicao: ocorre quando a interao se d por meio de cdigos previamente

    elaborados.

    Comunicaes homem-mquina ou homem-homem: Em princpio, o interesse da ergonomia foi pela comunicao homem-mquina; Estudos sobre o carter fsico dos cdigos: legibilidade, acessibilidade e limiar de

    percepo. Poucos estudos sobre os problemas de inteligibilidade e de interpretao dos cdigos;

  • Com o desenvolvimento da informtica, os cdigos tcnicos esto obsoletos e esto sendo substitudos por linguagens naturais;

    O interesse hoje saber em que condies a linguagem natural pode substituir as linguagens tcnicas, ou melhor, como uma linguagem natural torna-se uma linguagem tcnica?

    A funo das comunicaes: As comunicaes preenchem dois grandes tipos de funo no trabalho: - Motivacional: permite a melhoria das relaes sociais na organizao e o surgimento de solues tcnicas; - Operacional: assegurar o fluxo das informaes necessrias para que se estabeleam a interao das operaes necessrias produo.

    Sistemas de sinais: - sinais formais ou informais; - sinais proprioceptivos ou exteroceptivos; - sinais oficiais ou oficiosos; - sinais explcitos ou implcitos; - sinais concretos ou abstratos; - sistemas de sinalizao simples, redundantes ou complexos;3sinais mais ou menos provveis; - sinais seqenciais.

    As diferentes fases do tratamento da informao Fase de anlise da situao:

    Ativao: um sinal chama a ateno provocando o estado de alerta; Observao: permite a coleta de um conjunto de dados sobre o ambiente; Categorizao: decodificao dos dados para representar o estado do sistema; Interpretao: permite o estabelecimento de um diagnstico da situao.

    Fase de planificao da ao: Avaliao da tarefa: permite a avaliao das solues e a escolha de uma estratgia; Definio da tarefa: permite a fixao de objetivos e dos meios (tarefa); Definio dos procedimentos: seqncia ordenada de operaes (procedimentos); Execuo: a planificao termina com a execuo dos procedimentos, isto , a ao.

    Os diferentes tipos de comportamento Os comportamentos baseados em habilidades (skills); Os comportamentos baseados em regras (rules); Os comportamentos baseados em conhecimentos (knowledge).

    Os diferentes tipos de informaes: As habilidades so ativadas por sinais;

    o As regras so ativadas por signos; o Os conhecimentos so ativados por smbolos

    Trs tipos de abordagens so possveis: ABORDAGEM SEMIOLGICA

  • O signo uma conveno que liga o significante ao significado. Os signos so categorizados em funo do grau de arbitrariedade: - Os signos: no lembram nenhuma das caractersticas do significado; - Os cones: apresentam uma semelhana fsica com o significado; - Os ndices: so sinais coletados diretamente do significado.

    ABORDAGEM FUNCIONAL Pode-se categorizar os sinais utilizados em funo da atividade de trabalho realizada:3Os sinais: habilidades; - Os signos: regras; - Os smbolos: conhecimentos.

    ABORDAGEM EM FUNO DA EXPERINCIA - Substituio gradativa dos sinais oficialmente concebidos pela organizao, por sinais informais e oficiosos; - No incio da aprendizagem, o sujeito utiliza informaes verbais que so repetidas mentalmente que so prejudicadas quando ele for interrompido; - Num segundo momento, o sujeito capaz de verbalizar, mas no pode trabalhar de olhos vendados, porque ele se utiliza de informaes visuais; - Na ltima fase, o sujeito pode agir de olhos vendados porque ele se utiliza de informaes proprioceptivas.

    Segundo PIAGET (1967), regulao o controle de reao que mantm o equilbrio relativo de uma estrutura organizada ou de uma organizao em via de construo. Desta definio, pode-se evidenciar: - A natureza das regulaes; - A dimenso temporal das regulaes; - Os processos e mecanismos cognitivos das regulaes.

    A natureza das regulaes: - O desvio e a norma: a funo comparador a que permite ao homem avaliar o desvio entre o estado esperado (prescrito) e o estado obtido (realizado); - O intensivo e o cognitivo: a funo regulador pode se dar em dois nveis: do sistema scio-tcnico e de sua prpria atividade: - Circuito cognitivo:

    regulao funcional: pequenos desvios regulao estrutural: grandes desvios

    - Circuito intensivo: relativo carga de trabalho

    - A preveno ou produo: em um sistema de produo, o homem preenche uma dupla tarefa: a primeira assegurar a regularidade da produo (regulao da produo) e a segunda manter a segurana das instalaes.

    A dimenso temporal das regulaes: - intimao ou parada: nas regulaes por intimao o sujeito mantm a produo (ou a preveno) prximo da norma, por micro-ajustamentos. Nas regulaes por parada, os desvios em relao norma atingem um valor tal que s so corrigidos por macro-ajustamentos;

  • A coluna vertebral possui algumas curvaturas que so fisiolgicas, o aumento, acentuao ou diminuio destas curvaturas representam patologia e precisam ser tratadas. As curvaturas fisiolgicas so quatro: lordose cervical, cifose torcica, lordose lombar e cifose coccgea (sacro e cccix) estas curvaturas podem ser encontradas em vista lateral, j numa vista posterior no existem curvaturas fisiolgicas, caso as encontrarmos temos uma patologia chamada de escoliose.

    - assncrona ou sncrona: a regulao assncrona consiste numa distribuio desigual da produo numa jornada de trabalho. A regulao sncrona baseada na pluralidade de estratgias, que pode dispor um sujeito, num determinado instante, para atingir a norma de produo, mantendo um nvel aceitvel de carga de trabalho;

    CCUUIIDDAADDOOSS CCOOMM AA CCOOLLUUNNAA VVEERRTTEEBBRRAALL

    Estamos aqui neste momento para falar um pouco sobre a nossa coluna vertebral, sua anatomia, a biomecnica, as lombalgias e relao com as condies ergonmicas de trabalho ou do dia-a-dia que acabam por agravar os problemas com a coluna.

    Dentre vrios motivos para digitarmos este texto selecionamos alguns: as dores nas costas acontecem com alta incidncia, alguns autores relatam que entre 70 a 80% da populao mundial (tm, teve ou ter) algum tipo de dor nas costas; as condies de trabalho so um dos maiores agravantes; o manuseio, levantamento e carregamento de cargas excessivamente pesadas so grandes coadjuvantes; a manuteno de posturas incorretas por muito tempo; alguns fatores que ainda necessitam de maiores estudos tambm contribuem para as dores nas costas uma deles a converso psicossomtica e por fim destacamos a fadiga da musculatura.

    Antes de continuarmos as descries e as recomendaes de cuidados com a coluna vertebral vamos mostrar um pouco da sua anatomia para que possamos ter alguns parmetros:

    Vale dizer tambm que a coluna vertebral formada por um nmero varivel de vrtebras entre 33 e 34 ossos (vrtebras), que so separadas uma das outras por um disco intervertebral, este

    disco responsvel pela mobilidade da coluna. Esta parte da anatomia bastante interessante e poderemos ver no desenho seguir.

  • Acima podemos ver a vrtebra que a parte ssea da coluna, o orifcio de conjugao, que o espao por onde passam os nervos (existem dois tipos de nervos um responsvel pelas sensaes e outro responsvel pelos movimentos). Entre as vrtebras vemos o disco intervertebral e mais ao centro do disco encontramos o ncleo pulposo. Quando nos movimentamos para frente, para traz ou para os lados o ncleo pulposo se movimenta tambm porm em sentido contrrio ou seja quando fletimos o tronco para frente o ncleo vai para traz em direo ao nervo. O ncleo pulposo muito mais rgido do que o disco e tm a tendncia de tentar fugir, quem impede esta fuga so os anis fibrosos, quando estes anis so danificados o ncleo fica instvel e pode conseguir a fuga, a sada do ncleo chamada de hrnia de disco. A hrnia de disco pode acontecer entre qualquer uma das vrtebras, porm a maior incidncia se d na regio lombar. Os nervos so divididos em troncos, o tronco cervical inerva principalmente os membros superiores (braos) e o tronco lombar inerva principalmente os membros inferiores (pernas). Quando dizemos inervar queremos dizer que estes nervos so responsveis pelas sensaes e movimentos destas regies. Portanto quando acontece uma hrnia na regio lombar pode ser sentido reflexo (dor ou formigamento) nas pernas ou perna, como na ilustrao abaixo.

    Figura Regio de dor e ou formigamento. Algumas situaes do dia-a-dia no trabalho ou em casa que contribuem para as leses

    na coluna ou nos discos: o trabalhador escorrega enquanto caminha; um objeto vai cair ao cho e abruptamente tenta-se peg-lo; a trabalhador vai pegar uma carga e o local est inacessvel; o trabalhador vai pegar uma carga de conformao assimtrica; o trabalhador portador de desvios posturais; o trabalhador que suporta peso com o corpo; pegar ou manusear, cargas mais pesadas com o tronco em flexo, flexo lateral ou toro; pegar ou manusear cargas longe do corpo, pegar ou manusear cargas muito altas ou muito baixas.

    Dependendo da regio, localizao ou gravidade da compresso no nervo que ser definido o tipo de irradiao, ela pode atingir uma rea contnua ou parcialmente. Alm da dor irradiada podemos encontrar tambm casos onde a dor ocorre apenas localizada, ou seja, a dor se d no mesmo local da leso.

  • Todos os dias cometemos alguns ou vrios erros com a nossa postura, estes erros um dia podem ser fatais, pois com j comentamos em outros textos as doenas de um modo geral no acontecem da noite para o dia, elas so cumulativas e progressivas isto se aplica em gnero, nmero e grau no caso da coluna. Veremos a seguir algumas situaes que contribuem e muito para as leses, dos anis fibrosos e conseqentemente dos discos: Figura - Posies perigosos para uma postura saudvel

    Acabamos de assistir ao vdeo cassetadas da postura, infelizmente no poderemos rir, pois teremos que socorrer o indivduo que passou por todas estas cenas... Em resumo todas as vezes que aumentamos ou eliminamos as curvaturas fisiolgicas da nossa coluna estamos nos pr dispondo aos riscos de dor nas costas, a dor pode ou no ser associada a uma leso no disco, pois quando no ocorre uma leso no disco pode estar havendo

  • apenas uma contratura muscular que explicaremos em outro texto. Vamos descrever algumas situaes boas para a movimentao de cargas e outras ruins e voc pode escolher qual deve seguir ou proporcionar ao seu corpo durante o seu dia: Ruins! Carga longe do corpo; carga muito baixa, carga elevada; movimentao freqente de carga; carga assimtrica; carga com pega ruim (mala sem ala); Boas! Perto do corpo; elevadas a 75 cm do piso; pequenas distncias a percorrer; leves pesos leves; ocasionalmente; simetricamente e sem rotao do tronco; com uma pega adequada.

    Consideraes finais: - No h problema em manipularmos cargas (desde que sejam observados os cuidados com a

    coluna) - No caso de cargas volumosas (utilizar a posio semi fletida joelho/coluna) - Peas que possam ser pegas com apenas uma das mos no interior de caixas ou caambas (deve-

    se apoiar um dos braos na borda da caamba e levantar com o outro).

    MMaanntteerr aa bbooaa ffoorrmmaa ffssiiccaa ee ssaabbeerr aapprroovveeiittaarr ooss eevveennttuuaaiiss iinntteerrvvaallooss ppaarraa uumm eexxeerrcccciioo ddee rreessppiirraaoo ee ddee rreellaaxxaammeennttoo iinneeggaavveellmmeennttee uummaa bbooaa mmaanneeiirraa ddee ssee mmiinniimmiizzaarr rriissccooss ee eevviittaarr pprroobblleemmaass

  • Figura - Atividades para manter a sade da coluna.

    Agora voc tem um material eficiente na manuteno da sade de sua coluna no esquea, utilize estas informaes todos os dias.

    Dormir: dicas ergonmicas

    - O ser humano passa um tero da vida em repouso mdio de 220.000 horas, mais tempo que no sof, na mesa, em frente da televiso ou no carro, porm a maioria pensa que ao dormir nosso corpo comporta-se como um carro estacionado noite na garagem, imvel com o motor e faris desligados. No h nada mais incorreto, pois, durante o sono os msculos do corpo tencionam-se e relaxam, a pulsao, a temperatura e a presso sangunea aumentam e diminuem constantemente.

    Atravs do sistema nervoso so produzidas infinitas trocas qumicas, cruciais para nosso bem estar. Como um produtor de cinema, o crebro cria histrias fantsticas, com os mais variados temas.

    O sono sem repouso responsvel por inmeras situaes negativas na vida do ser humano, a primeira a sensao de que j se acorda cansado; em seguida, vem um dia de baixo astral, sonolento, improdutivo, mau humorado, pssimo relacionamento social e sujeito a ser o causador de algum tipo de acidente principalmente o de trnsito.

    Pesquisas feitas nos Estados Unidos apontam que um tero dos acidentes de trnsito so causados por motoristas que adormeceram ao volante, maior nmero que os causados por motoristas alcoolizados.

    Para se desfrutar de uma boa noite de sono com repouso, siga algumas dicas importantes para manter hbitos saudveis

    Informaes contidas no Livro "Como vai o seu sono" do Dr.Denis Martinez, Editora AGE.

    -Crie um ritual agradvel antes de dormir (meditao, relaxamento, orao, leitura sem relacionamento com trabalho); -No olhe o relgio cada vez que acordar;

  • -Durma em ambiente silencioso, se o rudo for inevitvel use tampes auriculares; -Durma em ambiente escuro, se a luz for inevitvel, use mscaras especiais para dormir; -Evite frio ou calor excessivo, temperaturas abaixo de 17 graus ou acima de 29 graus; -No durma com fome, o valor de um copo de leite morno, antes de dormir tem valor cientfico; -Faa refeies leves noite; -Quando acorda, sentir-se recuperado, saia da cama, o hbito de ficar um pouco mais na cama pode criar dificuldade para adormecer na noite seguinte; -Cochile, se necessrio, pequenos cochilos de 10 a 15 minutos, nos momentos de maior sonolncia podem ser benficos; -Tenha horrio regular para levantar sete dias por semana; -No se exponha a luz forte se acordar no meio da noite, isso pode fazer o crebro pensar que dia e prejudicar a retomada do sono; -No tome bebida com cafena noite; -Pare de fumar ou no fume noite, a nicotina tem diversos efeitos sobre o sistema nervoso; -No tome bebidas alcolicas noite, o lcool um inimigo, no aliado do sono; -Se usar hipnticos, faa-o raramente, os comprimidos para dormir, no produzem um sono normal, viciam e perdem o efeito rapidamente; -Atividades fsicas, programadas contribuem para um bom sono; -Repouse em uma cama que lhe proporcione o mximo de conforto; -Com um simples toque de boto, voc ajusta a posio mais confortvel para suas costas e pernas, que alivia as tenses na coluna vertebral, dispensando o uso de travesseiros nas costas, que alm do desconforto pode causar leses irreparveis a coluna vertebral. Ativa a circulao sangunea proporcionando um timo descanso s pernas.

  • LER/DORT

    O que LER/DORT?

    Leses por esforos repetitivos so inflamaes dos msculos, tendes e nervos causados por atividades que exigem fora, repetitividade e posturas erradas. Quando estas leses tm relao com o trabalho. Adota-se o termo D.O.R.T (Distrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho)

    Alm da repetitividade:

    A sobrecarga esttica (que o uso da musculatura, ficando parado, segurando muito peso por perodos de tempo prolongados);

    O excesso de fora para execuo de tarefas; Os trabalhos sob temperaturas extremas (muito frio e muito calor); O uso prolongado de instrumentos com vibrao excessiva. Todos estes fatores podem contribuir para o aparecimento de problemas

    musculoesquelticos.

    Quais so as fases das LER/DORT ?

    SINTOMAS COMUNS do aparecimento das LER (DORTs):

    1 Fase: A dor aparece durante os movimentos e difusa, ou seja, no possvel definir exatamente que parte do corpo est doendo. 2 Fase: Nesse estgio a dor mais persistente, mas o quadro ainda leve. Se as condies de trabalho forem alteradas ainda possvel reverter o caso. 3 Fase: A partir desse estgio a doena crnica, sendo, portanto, irreversvel. H perturbao durante o sono, em razo das dores, e as inflamaes se tornam um processo degenerativo, que pode afetar os nervos e os vasos sangneos de maneira prejudicial. Nessa fase a dor sentida em pontos definidos e no cede mesmo durante perodos de relaxamento e repouso. A dor aparece sobre a forma de pontadas e choques. 4 Fase: Entre o penltimo estgio e esse, os processos infecciosos podem causar deformidades, como cistos, inchaos e perda de potncia (fora). A dor pode ser tornar insuportvel, e at atividades comuns da vida diria, como escovar dentes e cabelos, tornam-se impraticveis. Nessa ltima fase, muitos pacientes recebem injeo de morfina para aliviar a dor e alguns chegam at a passar por cirurgias.

    FATORES RELACIONADOS ao ambiente de trabalho que podem levar a uma leso de origem ocupacional:

    Equipamentos, ferramentas, acessrios e mobilirios inadequados; Desrespeito aos posicionamentos, angulaes e distncias dos mesmos; Tcnicas incorretas para execuo de tarefas;

  • Posturas de trabalho erradas; Falta de intervalos; Excesso de fora na realizao de tarefas; Excesso de peso suportado pelo corpo parado, em movimento ou em repetio; Uso demorado de instrumentos que transmitem vibrao excessiva; Temperatura, ventilao e umidade inapropriadas no ambiente de trabalho.

    Portanto, um ambiente de trabalho organizado, com pessoas bem treinadas, que respeitam os fatores ergonmicos (ideais para a postura no trabalho) e os limites do corpo humano, certamente diminuem o risco de aparecimento das chamadas LER ou DORT.

    O que um Programa de Ginstica Laboral?

    O Programa de Ginstica Laboral consiste em sries de exerccios variados, elaborados para trabalha-dores de atividades profissionais diversas.

    E qual o seu objetivo? Tem como objetivo, desenvolver atividades fsicas dentro da prpria empresa, proporcionando melhoria da qualidade de vida dos funcionrios, preveno de doenas ocupacionais, com ganhos de produtividade e diminuio de gastos com despesas mdicas. Alm disso, torna o trabalhador fisicamente apto para suas tarefas, compensa os seus esforos despendidos no processo produtivo.

    Msculos mais exigidos na atividade:

    Trabalho em p: regio lombar e membros inferiores; Transporte de cargas: todo o corpo; Trabalho na posio sentada: regio do pescoo, membros superiores e regio lombar, com

    problemas circulatrios nos membros inferiores.

    COMO PREVENIR?

    Adaptar o ambiente de trabalho para o conforto do seu corpo; Adaptar posturas corretas; Levantar-se em tempos e tempos, espreguiar-se, andar um pouco, fazer movimentos

    contrrios queles da tarefa; Fazer regularmente exerccios de alongamento e relaxamento; Melhorar sua qualidade de vida criando hbitos saudveis (realizar atividades fsicas); Se voc j apresenta um ou mais sintomas, procure orientao mdica.

    CUIDADOS NO TRABALHO PARA EVITAR A LER Os mveis e equipamento s devem ser adaptados s caractersticas fsicas do trabalhador;

    Ferramentas e equipamentos de trabalho devem ser adequados ao seu operador; A melhor postura aquela que permite mudana; Aumentar o grau de liberdade para a realizao da tarefa, reduzindo a fragmentao e a

    repetio;

  • Estabelecer pausas, durante a jornada de trabalho para relaxar, distencionar e permitir a livre movimentao.

    ALGUMAS ATIVIDADES ATINGIDAS PELA LER

    Caixas de banco e de supermercados; Telefonistas; Digitadores; Trabalhos de linha de montagem e produo; Trabalho em escritrio.

    O gerenciamento das LER/DORT hoje um dos maiores desafios para os profissionais de sade que atuam direta ou indiretamente em empresas. Isto ocorre devido a diversos fatores que acabam levando a existncia de um ciclo vicioso que apresentamos a seguir :

    Figura 7 - Ciclo Vicioso das LER/DORT na Empresa

    Como vimos no diagrama apresentado o indivduo procura o servio mdico com queixa de dor, aps avaliado encaminhado para tratamento ( medicao, imobilizao, fisioterapia, etc...), quando retorna ao mdico com regresso dos sintomas encaminhado de volta ao seu posto de trabalho.

    O que temos ento abordagem apenas da conseqncia e no das causas uma vez que no tomada qualquer ao sobre o posto de trabalho, com isso levamos o indivduo a entrar em um ciclo vicio