apostila materiais de construção fag1b

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FACULDADE ASSIS GURGACZ FAG CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

APOSTILA DE MATERIAIS DE CONSTRUO

Docente: Ana Paula Rodrigues Horita Bergamo

Cascavel, 2011.

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Materiais de construo.Petrucci , relata que .. Qualquer que seja a obra um barraco, uma ponte , as alvenarias... deve ser usado um conjunto de materiais de construo O Estudo: Estuda os materiais de construo, seu emprego, manuseio e importncia.O uso racional, adequado e tecnicamente aconselhvel e economicamente vivel, s alcanando com o conhecimento destes materiais. Bauer (2001) revela que, o conhecimento dos materiais de construo pode apresentar, muitas vezes, a resposta a problemas aparentemente insolveis, ou uma grande economia na construo. As propriedades bsicas variaro de material para material. Assim para materiais de acabamento predominaro a cor , as dimenses e a manuteno da forma e aspecto com o tempo, ao passo que , para materiais estruturais, sero mais importantes as caractersticas mecnicas e a durabilidade.

Os Materiais: Materiais Naturais: So os que so encontrados na natureza e esto prontos para ser empregados na construo civil. Ex: Pedra, areia, madeira e etc.. Materiais Artificiais: So aqueles que sofrem uma transformao, na sua estrutura forma, aspecto, so industrializados. Ex: Alumnio, Ao, tinta, impermeabilizantes e etc... Atravs do conhecimento de cada material, sua empregabilidade ser de forma correta, evitando as deformaes, estrago de material, fazendo com que haja maior durabilidade e economia em uma obra.

Os trs fatores que influenciam nos materiais de construo: Econmicas, Tcnicas, Estticas.

Fator Econmico: O fator econmico influenciado pela facilidade de fornecimento, pelo valor do material, por sua manipulao, conservao e aplicabilidade.

2 Fator Tcnico: O fator tcnico esta relacionado com a durabilidade, trabalhabilidade e solidez. Fator Esttico: O fator esttico do material est relacionado ao seu uso e funcionalidade, alm do gosto pessoal, assim combinados, valoriza a obra e conseqentemente traz partido a obra.

Classificao dos materiais de construo

materiais

artificiais

naturais

condies de emprego

tcnicas

econmicas

estticas

resistncia trabalhabilidade durabilidade

fabricao transporte aplicao conservao

cor aspecto plstica

higiene

Condies tcnicas: as condies tcnicas revelam o desempenho do material na construo e sua utilizao. O material revelado de boa ou m qualidade de acordo com sua condio tcnica.

3 Resistncia: a capacidade do material, resistir solicitao de cargas, o desgastamento. Deve ser o requisito principal na escolha.

Trabalhabilidade: a condio que o material possui de ser adaptvel (fcil manuseio e aplicao) a obra.

Durabilidade: a resistncia do material as intempries.

Higiene: Caracteriza pelo bem estar do usurio, sem agentes nocivos a sade humana.

Condies Econmicas: quando o material, recebido e aplicado com o mnimo de custo, porm possui a mesma resistncia que os demais. Esses materiais devem ainda responder os quesitos de esttica e higiene.

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Propriedades dos MateriaisELASTICIDADE: os materiais elsticos possuem a propriedade de voltar sua forma inicial, uma vez cessada a deformao a eles imposta. A deformao sofrida pelo material provocada por uma fora aplicada na sua estrutura, e desaparece quando cessa a fora. PLASTICIDADE: os materiais plsticos, uma vez deformados, no voltam sua forma inicial; isto quer dizer, que as deformaes nesses materiais so permanentes. DUCTIBILIDADE: uma propriedade caracterstica dos metais, que podem ser reduzidos a fios, sem, no entanto se quebrarem. MALEABILIDADE: outra propriedade caracterstica dos metais, de serem reduzidos a laminas delgadas, sem se quebrarem. DURABILIDADE: um material considerado durvel, quando resistir ao meio ambiente no qual foi aplicado. DUREZA: a propriedade que oferecem determinados materiais resistirem aos desgastes superficiais.

MATERIAIS MECNICO-RESISTENTES: O material mecnico resistente aquele que no sofre rompimento quando atinge um esforo excessivo. FORAS ATUANTES NOS MATERIAIS: Dorta (2004), revela que: ...As foras atuantes na estrutura dos materiais so provenientes de carregamentos externos. Essas foras provocam tenses que agem sobre os materiais. As tenses so foras por unidade de superfcie, elas so definidas em funo do tipo de carregamento no material

a. COMPRESSO:

b. TRAO

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c. FLEXO

d. TORO

e. CISALHAMENTO

DEFORMAES: A todo esforo aplicado num corpo, corresponder uma deformao e viceversa. As deformaes podem ser classificadas em: Perfeitamente Elstica: ao ser aplicado uma fora sobre o material, ele deforma-se, e logo que cessado o esforo, ele volta sua forma inicial. Perfeitamente Plstica: aps a aplicao da fora, o material continua a apresentar deformao.

6 Elsto-plstica: cessado o esforo, o material volta parcialmente sua forma primitiva.

NORMA: o conjunto de condies e exigncias para execuo de uma dada obra. Uma norma pressupe a existncia de mtodos e especificaes. A norma caracteriza o servio. MTODOS: servem para verificar formas de procedimento. Os mtodos fixam: a. As provas necessrias e suficientes a que os materiais devem ser submetidos, para avaliao numrica de suas caractersticas; b. A maneira detalhada de executar cada uma dessas provas, de modo a que os dados numricos resultem compatveis. ESPECIFICAO: a fixao das condies a que o material deve satisfazer, isto , a fixao tanto quanto possvel numrica, de limites para as caractersticas fsicas, qumicas e mecnicas, que definem um material. Ela caracteriza o material. ENSAIOS: a qualidade dos materiais estimada diretamente, observando-seseu comportamento em obras j realizadas, ou ento indiretamente submetendo-os a experincias- ensaios. A experimentao indireta realizada, geralmente em laboratrios de ensaios. CLASSIFICAO DOS ENSAIOS: a. Ensaios de Fabricao: servem para controlar os critrios de fabricao, para que os materiais produzidos, saiam nas mesmas condies. b. Ensaios de Recepo: constatam se o produto possui as qualidades necessrias para o fim a que se destinam. c. Ensaios de Identificao: servem para reconhecer se o produto o que se tem em vista, pela medida do maior nmero de constantes possveis. ESTRUTURA: o aspecto que o material apresenta em sua constituio fsica. A Estrutura pode ser: Compacta: quando a massa uniforme, e no se distinguem a olho nu, os seus elementos componentes.

7 Granular: quando formada de gros reunidos por uma substancia aglomerante como o Calcrio, por exemplo.

Lamelar: quando formada de laminas dispostas paralelamente, o Xisto, por exemplo.

Raiada: quando apresenta veias convergentes, como por exemplo, o Mrmore.

8 AGREGADOS: Bauer (2001) define que agregado o material particulado, incoesivo, de atividade qumica praticamente nula, constitudo de misturas de partculas cobrindo extensa gama de tamanhos. O termos agregado de uso generalizado na tecnologia do concreto: nos outros ramos da construo conhecido, conforme cada caso especfico: fler, pedra britada, bica- corrida, racho, etc. Ou seja, materiais granulosos, naturais ou artificiais, divididos em partculas de formatos e tamanhos mais ou menos uniformes, cuja funo atuar como material inerte nas argamassas e concretos. CLASSIFICAO: AGREGADOS FINOS A) QUANT A O GR ANUL OME R T IA SEIXOS ROLADOS PEDRA BRIT ADA ARGILA EXP ANDIDA AREIAS P DE PEDRA SILT ES

AGREGADOS GROS SOS

B) QUANT AO PES O O UNIT RIO

AGREGADOS LEVES AGREGADOS NORMAIS AGREGADO

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Classificao dos agregados segundo a dimenso das partculas: Agregado mido: p de pedra, areia (esses fragmentos passam na peneira com 4,8 mm de abertura). Agregado grado: seixo rolado, brita (esses fragmentos so retidos na peneira com abertura de 4,8 mm). AGREGADO MIDO: AREIAS: Obtidas da desagregao de rochas apresentando-se com gros de tamanhos variados. Podem ser classificadas, pela granulometria, em: areia grossa, mdia e fina. Deve ser sempre isenta de sais, leos, graxas, materiais orgnicos, barro, detritos e outros. Podem ser usadas as de rio e ou do solo (barranco). No devem ser usadas a areia de praia (por conter sal) e a areia com matria orgnica, que provocam trincas nas argamassas e prejudicam a ao qumica do cimento. As areias so usadas em concretos e argamassas e para isso merecem alguns cuidados como veremos a seguir: Areias para concreto: Utiliza-se nesse caso a areia de rio (lavada), principalmente para o concreto armado, com as seguintes caractersticas: gros grandes e angulosos (areia grossa); limpa esfregada na mo deve ser sonora e no fazer poeira e nem sujar a mo. Observar tambm: umidade, pois quanto maior a umidade destas, menor ser o seu peso especfico. Areia para alvenaria: Na primeira camada do revestimento de paredes (emboo) usa-se a areia mdia. Para o revestimento final chamado reboco ou massa fina, areia fina. Aceita

porcentagem de argila (terra) para o assentamento de tijolos em alvenarias e no emboo.

O emboo um revestimento de superfcies utilizado na construo civil, considerado o corpo do revestimento e suas principais funes so a vedao e regularizao da superfcie e a proteo da edificao, evitando a penetrao de agentes agressivos. Normalmente constituido de uma mistura de areia, cimento e cal, o emboo, aplicado sobre chapisco, atua como base para a aplicao do reboco, devendo promover a boa ancoragem com ele e possuir uniformidade de absoro para que haja boa aderncia entre as duas camadas. Dependendo do tipo de acabamento especificado em projeto, o emboo pode se constituir na nica camada de revestimento, denominado emboo paulista

Obs: difcil encontrar uniformidade nas dimenses de gros de areia de mesma categoria. Essa desigualdade conveniente contribuindo, para obteno de melhores resultados em seu emprego, pois diminui a existncia de vazios na massa, e para a diminuio do volume do: aglomerantes (cimento, cal) na mistura, que so materiais de maior custo.

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SUBSTNCIAS NOCIVAS: As substancias nocivas nas areias, no devem exceder aos seguintes limites: Torres de argila: 1,5 %; Matrias carbonosas: 1,0 %; Material pulverulento passando na peneira n 200 (abertura da malha igual a

0,074mm); Impurezas orgnicas: realizado de acordo com a MB-10. Caso a soluo que

esteve em contato com o agregado apresentar colorao mais escura que a soluo padro, ser o agregado considerado suspeito;

Outras impurezas: esses limites devero ser fixados pelo engenheiro fiscal, ou

tcnico da obra; essas impurezas so, micas, detritos vegetais e etc.

PROCEDNCIA DAS AREIAS: Dos Rios e Arroios: mais puras, portanto as preferidas; Do Mar: s podem ser usadas, depois de bem lavadas em gua doce, ou

expostas s intempries em camadas finas, de modo a perder os sais componentes. De Minas: encontram-se superfcie da terra em camadas, em files ou em

covas,quando expurgadas de certas impurezas, torna-se melhor que a de rio. CLASSIFICAO: (Srie de Taylor) a. Grossa: areia que passa em malha de 4,8 mm e ficam retidas na de 1,2 mm (alvenaria de pedra); b. Mdia: passa na peneira de 1,2 mm e fica retida na de 0,3 mm. (alvenaria de tijolo e nos emboos). c. Finas: passa na peneira de 0,3 mm (reboco de paredes e teto). REQUISITOS DA AREIA: a. No conter terra, o que se conhece por no crepitar ou ranger quando apertada na mo, e no turvar a gua em que for lanada. b. Possuir gros de dimenses variadas, e angulosos. FUNO: Entra na composio das argamassas, e contribuem para o aumento de sua coeso, tornando-a mais econmica e atenua sua contrao.

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ADITIVOS: So utilizados para melhorar a adesividade do agregado. A adesividade melhorada pela:

Textura: quanto mais irregular for a superfcie do gro, maior a rea de contato; Porosidade: maior porosidade, maior absoro devido s foras capilares; pequena

porcentagem de argila (terra) para o assentamento de tijolos em alvenarias e no emboo. Ausncia de impurezas: sua presena dificulta a perfeita molhagem da superfcie

dos agregados pelo aglomerante.

SAIBRO:

Tem aparncia de terra barrosa, basicamente de argila, proveniente da desagregao de rochas. Pode-se dizer que um material proveniente de solos que no sejam muito arenosos,nem muito argiloso. utilizado como componente de argamassas para alvenaria e revestimentos. No deve ser utilizado em paredes externas, pois as aes da chuva e da radiao solar provocam trincas e fissuras na massa.

P DE PEDRA: a mistura de pedrisco e filler, no sendo, no entanto recomendado para argamassas.

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FILLER: Entende-se por Filler, um p mineral de grande finura, podendo ser: Calcrio, P de pedra, Carvo, Cinzas, Cimento, etc. AGREGADO GROSSO ou GRADO: Agregados Grossos so todos os materiais granulosos de dimetro superior a 4,8 mm. Os principais agregados grossos so: seixos rolados, pedras britadas, argilas expandidas, escrias, etc. TERMINOLOGIA: DENOMINAO BLOCO DE PEDRA MATACO PEDRA BRITA 1) BRITAS Provm da desagregao das rochas em britadores e que aps passar em peneiras selecionadoras so classificadas de acordo com sua dimenso mdia, varivel de 4,8 a 76 mm. Classifica-se em brita nmero zero, um, dois, trs e quatro. So normalmente utilizadas para a confeco de concretos, podendo ser obtidas de pedras granticas e ou calcrias. Britas calcrias apresentam menor dureza e normalmente menor preo. Para concreto armado a escolha da granulomtrica baseia-se no fato de que o tamanho da brita no deve exceder 1/3 da menor dimenso da pea a concretar. As mais utilizadas so as britas nmero 1 e 2. As britas podem ser utilizadas tambm soltas sobre ptios de estacionamento e tambm como isolante trmico em pequenos terraos. CLASSIFICAO DA BRITA: BRITA 1 2 3 4 DIMETRO MNIMO (mm) 4,8 12,5 25,0 50,0 DIMETRO MXIMO (mm) 12,5 25,0 50,0 76,0 DIMETRO > 1,0 m > 25 cm entre 7,6 cm e 25,0 cm 4,8 mm e 76,0 mm

BRITA CORRIDA: a mistura de britas, sem classificao prvia, com p de pedra, onde todos os tamanhos esto misturados. Cascalho ou pedra-de-mo o agregado com gros de maiores dimenses sendo retidos na peneira 76mm (pode chegar at a 250 mm). Utilizados normalmente na confeco de concreto ciclpico e calamentos.

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Qualidades exigidas das britas: Limpeza: (ausncia de matria orgnica, argila, sais, etc.);

Resistncia: (no mnimo possurem a mesma resistncia compresso requerida do concreto); Durabilidade: resistir s intempries e s condies adversas; Serem angulosas ou pontiagudas (para melhor aderncia).

CLASSIFICAO DOS SEIXOS ROLADOS: Encontrado em leitos de rios deve ser lavado para serem utilizados em concretos. O concreto feito com esse material apresenta boa resistncia, inferior, porm, ao feito com brita.

DENOMINAO FINO MDIO GROSSO

DIMENSES de 5 a 15 mm de 15 a 30 mm acima de 30 mm

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AGLOMERANTES:

CONCEITO: Material ligante, geralmente pulverulento, que promove a unio entre os gros dos agregados. Os aglomerantes so utilizados na obteno de pastas, argamassas, e concretos. Apresentam-se sob forma de p e, quando misturados com gua formam pastas que endurecem pela secagem e como conseqncia de reaes qumicas. Com o processo de secagem o aglomerante adere-se nas superfcies com as quais foram postas em contato. Os aglomerantes so os produtos ativos empregados para a confeco de argamassas e concretos. Os principais so: cimento, cal, gesso e betume. AGLOMERANTES HIDRAULICOS SIMPLES: So constitudos de um nico aglomerante, podendo ser misturados a outras substncias, em pequenas quantidades, com a finalidade de regular sua pega. AGLOMERANTES HIDRAULICOS COMPOSTOS: So aglomerantes misturados com produtos tais como a Pozolana, Escrias, etc. simples, mas

Pozolana, ou pozzolana (do italiano pozzolana ou pozzuolana), nome derivado da localidade italiana de Pozzuoli, nas imediaes do Vesvio, onde encontrada em cinzas vulcnicas conhecidas por cinzas pozolnicas ou pumicite. Embora a designao se tenha alargado a materiais produzidos industrialmente, ou derivados de cinzas volantes de processos de queima industrial, na sua origem as pozolanas so rochas de origem vulcnica, constitudos por uma mistura mais ou menos homognea de materiais argilosos, siltes e areias, com maior ou menor agregao, resultantes da alterao pelos agentes atmosfricos de materiais vulcnicos ricos em slica no cristalina, com destaque para a pedra-pomes. Devido sua riqueza em silicatos vtreos, as pozolanas so consideradas rochas sedimentares de natureza cida, contendo um elevado teor de slica reactiva (SiO2), capaz de reagir com o xido de clcio (CaO), dando origem a silicatos amorfos de carcter cimentante. As pozolanas mais comuns so de cor clara, mas em funo dos xidos metlicos que contenham podem ter coloraes que variam desde o esbranquiado at ao cinzento-escuro, incluindo variedades avermelhadas e rosa. A pozolana um dos componentes do cimento utilizada na preparao de argamassas pozolnicas, misturada com gua e cal hidratada, melhorando as caractersticas dos betes e permitindo a sua utilizao dentro de gua

AGLOMERANTE MISTO: a mistura de dois ou mais aglomerantes simples.

CLASSIFICAO:AGL OME ANT S R E

A E R OS

HIDR LICOS AU

INE T S RE

E NDU E M PE AO R CE LA QU MICA AO CO2 DO AR E . X.: Cal Area, Gesso, etc .

E NDU E M P LA AO R CE E EX U IV DA GU ES E CL S A A. T FE NME NO DENOMINADO HIDRAT AO. E Ca l Hidraulic a, Cimento x.: Natural, Cim ento P ortla nd, etc.

E NDU E M POR S CAGEM. Ex.: R CE E Argila s ,

Betum es, etc

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PROPRIEDADES DOS AGLOMERANTES: PEGA: perodo inicial de solidificao da pasta de aglutinante definido como sendo o tempo de incio do endurecimento. A pega se d, quando a pasta comea a perder sua plasticidade. FIM DE PEGA: o fim da pega se d quando a pasta se solidifica totalmente, no significando, no entanto, que ela tenha adquirido toda a sua resistncia, o que s ser conseguido aps anos. COEFICIENTE DE RENDIMENTO: Rendimento o volume de pasta, obtido com uma unidade de volume de aglomerante. V Vt ou, d D V = Volume da Pasta e Vt = Volume do Aglomerante

Cr =

Cr =

+ a d = densidade aparente, D = densidade absoluta, a = volume de gua

16 1) Cimento: Material pulverulento (p) de cor acinzentada, resultante pedras calcrias carbonatadas contendo entre 20 a 40% de areia. da calcinao de

Distingue-se da cal hidratada por ter maior porcentagem de argila e pela pega dos seus produtos ocorrer mais rapidamente e proporcionar maior resistncia a esforos mecnicos. Obs: pega um fenmeno fsico-qumico atravs da qual a pasta de cimento se solidifica. Terminada a pega o processo de endurecimento continua ainda durante longo perodo de tempo, aumentando gradativamente a sua dureza e resistncia. Exemplo: resistncia compresso de um bloco de argamassa de cimento e areia, trao 1:3 a 3 dias - 80 kg/cm, a 7 dias - 180 kg/cm e a 28 dias - 250 kg/cm.

A pega sofre influncia de diversos fatores, sendo retardada pelas baixas temperaturas, pelos sulfatos e cloretos de clcio. acelerada pelas altas temperaturas e pelos silicatos e carbonatos. O cimento comum chamado PORTLAND, havendo diferentes tipos no mercado: cimento de pega normal: encontrado comumente venda; cimento de pega rpida: s a pedido; cimento branco: usado para efeito esttico (azulejos, etc.).

Obs: - O cimento de pega normal inicia a pega entre 0,5 e 1 hora aps o contato com a gua, onde se recomenda misturar pequenas quantidades de cada vez, de modo a essas serem consumidas dentro daquele espao de tempo; - O cimento no deve ser estocado por muito tempo, pois pode iniciar a pega na embalagem pela umidade do ar, perdendo gradativamente o seu poder cimentante. O prazo mximo de estocagem normalmente de um ms. A indstria nacional j produz cimentos especiais cuja literatura especializada poder esclarecer devidamente aos interessados.

2) Cal: o produto que se obtm com a calcinao, temperatura elevada de pedras calcrias. Essa calcinao se faz entre outras formas, em fornos intermitentes, construdos com alvenaria de tijolos refratrios. H dois tipos de cal utilizadas em construes: hidratada e hidrulica. a) Cal hidratada A cal hidratada ou comum faz a pega ao ar ao contrrio da hidrulica, que exige o contato com a gua. A partir da "queima" da pedra calcria em fomos, obtemos a "cal viva" ou "cal virgem". Esta no tem aplicao direta em construes, sendo necessrio antes de us-la, fazer a "extino" ou "hidratao" pelo menos com 48 horas de antecedncia.

17 A hidratao consiste em adicionar dois ou trs volumes de gua para cada volume de cal. H forte desprendimento de calor e aps certo tempo as pedras se esfarelam transformando-se em pasta branca, a que se d o nome de "CAL HIDRATADA" ou "CAL APAGADA". nesta forma que tem sua aplicao em construes, sendo utilizada em argamassas na presena ou no de cimento para rejuntar tijolos ou para revestimentos. A cal em pasta, pode ser tambm ser utilizada dissolvida em gua, na proporo de mais ou menos 1,3 gramas, para cada litro d'gua, formando a pasta utilizada em pinturas. No mercado encontra-se a cal viva e a cal hidratada. 2) gua da Cal: Deve ser limpa e isenta de impurezas, sais e matrias orgnicas. A quantidade influi na consistncia, tornando-a "branda ou mole" quando em excesso e "rida ou seca" quando escassa. O excesso de gua no ato de misturar materiais provoca escorrimento (perda) do aglomerante, diminuindo a resistncia. Pode-se observar tambm as seguintes recomendaes: Em tempos chuvosos ou locais midos usar argamassa menos branda; Em tempo seco a argamassa ser branda, porm sem provocar escorrimentos; Temperatura da gua - entre 10 e 20 C, visto que temperaturas mais baixas retardam a "pega," mais altas aceleram-na. Obs: O tempo de pega pode ser alterado com aditivos, porm constitui servio especializado. Exemplo: carbonatos e o sdio aceleram a pega enquanto que o c1oreto de clcio retarda-a. Em ambos os casos a resistncia fica alterada.

ARGAMASSAS: So misturas ntimas de um ou mais aglomerantes, agregados midos e gua. Alm dos componentes essenciais da argamassa, podem vir adicionados outros, com o fim de conferir ou melhorar determinadas propriedades.

PASTAS: So misturas de aglomerantes mais gua. As pastas so pouco usadas, devido ao seu preo elevado, e aos efeitos secundrios causados pela retrao. As pastas so pouco usadas devido ao seu alto custo e aos efeitos secundrios causados pela retrao. NATAS: So pastas preparadas com excesso de gua. Os aglomerantes podem ser utilizados isolados ou adicionados a materiais inertes. Quando misturamos a uma pasta um agregado mido, obtemos o que se chama de argamassa. As argamassas so assim constitudas por um material ativo - o aglomerante e um material inerte - o agregado. A adio do agregado mido pasta, no caso das argamassas de cimento, barateia o produto e elimina em parte as modificaes de volume; no caso das argamassas de cal, a presena da areia, alem de oferecer as vantagens acima apontadas, ainda facilita a passagem de anidrido carbnico do ar, que produz a recarbonatao do hidrxido de clcio.

18 As argamassas so empregadas para assentamento de tijolos, blocos, azulejos, etc. Servem ainda para revestimento das paredes e tetos, e nos reparos de peas de concreto. A escolha de um determinado tipo de argamassa est condicionada s exigncias da obra. De um modo geral, as argamassas devem satisfazer as seguintes condies, dependendo de sua finalidade; Resistncia mecnica; Compacidade; Impermeabilidade; Constncia de volume; Aderncia; Durabilidade.

Para a obteno de um produto de boa qualidade, necessrio que todos os gros do material inerte sejam completamente envolvidos pela pasta como tambm a ela estejam perfeitamente aderidos; alm disso, os vazios entre os gros do agregado devem ser inteiramente cheios pela pasta.

2.2 - Classificao das argamassas: Dependendo do ponto de vista considerado, podemos apontar vrias classificaes para as argamassas. Algumas esto citadas a seguir. 2.2.1 - Classificao segundo o emprego: Comuns quando se destinam a obras correntes, podendo ser: Argamassas para rejuntamento nas alvenarias. Argamassas para revestimentos; Argamassas para pisos; Argamassas para injees.

2.2.2 - Classificao segundo o tipo de aglomerante: . Argamassas areas: Cal area, gesso, etc. Argamassas hidrulicas: Cal Hidrulica e cimento; Argamassas mistas: Argamassa com um aglomerante areo e um hidrulico.

2.2.3 - Classificao segundo a dosagem. Pobres ou magras: Quando o volume de aglomerante insuficiente para encher os vazios do agregado. Cheias: Quando os vazios do agregado so preenchidos exatamente pela Ricas ou gordas: Quando houver excesso de pasta. Argamassas refratrias, quando devem resistir a elevadas temperaturas. pasta.

19 PREPARO DAS ARGAMASSAS: 1. Coeficiente de Rendimento: volume de pasta obtido com uma unidade de volume deste aglomerante. Densidades Aparentes (d ): Cimento solto: 1,22 Cimento compacto: 2,70 Cimento na obra: 1,42 Cal Area em pedras: 1,00 Gesso: 0,85 Densidades Absolutas (D): Cimento: 3,05 Cal Area: 2,20 Gesso: 2,50 Quantidades Unitrias de gua (a): Para o Cimento: 0,43 Para a Cal: 1,20 Para o Gesso: 0,52 Coeficientes de Rendimento (Cr):

Para o Cimento: Cr = 1,42 d 0,43 + a = D +3,05

Cr = 0,89 Para a Cal : Cr = 1,00 d 1,20 + a = D 2,20 + Cr = 1,65

Para o Gesso: Cr = 0,85 d + 0,52 + a = 2,50 D Cr = 0,86

Isto quer dizer, que: a. 1 m de Cimento em p, fornece 0,89 m de pasta de Cimento, quando se junta 430 ml de gua; b. 1 m de Cal em pedras, fornece 1,65 m de pasta de Cal, (Nata), quando se junta 1200 ml de gua;

20 c. 1 m de p de Gesso fornece 0,86 m de pasta de Gesso, quando se junta 520 ml de gua. Ou seja, que quantidade de aglomerante necessria pa se gerar 1 m de pasta:

a. Cimento: 1 = 1,123 m de Cim ento 0,89

b. Cal: 1 = 0,606 m de Cal 1,65

c. Gesso:

1 0,8

= 1,163 m de Gesso

Multiplicando-se esses volumes pela Densidade Aparente, obtm-se os pesos necessrios para formao de 1 m de Pasta:

21 TRAOS USUAIS PARA ARGAMASSAS: TRAO 1:3 Cimento alisado, com Cal Cal e Areia, com 15% de cimento, para paredes de 15 cm quando se usar tijolo de 6 ou 8 furos Cal e Areia, com 10% de Cimento para paredes de 15 cm, com tijolos comuns, paredes de 25 cm com tijolos de 6 ou 8 furos, para colocao de azulejos; Cal e Areia com 7% de Cimento para paredes de 25 cm, com tijolos comuns, emboo interno e assentamento de ladrilhos de cimento. Cal e Areia, com 5% de Cimento, para reboco grosso externo. APLICAES

1:5

1:5

1:5

1:5

3) Aglomerantes: a) Argamassas de cal: Podem ser usadas no trao 1:3 ou 1:4 de cal e areia para assentar tijolos e no primeiro revestimento de paredes (emboo), devendo nestes casos a areia ser mdia. Para o revestimento fino (reboco) usa-se o trao 1:1, sobre o emboo. Neste caso a areia deve ser fina e peneirada, assim como a cal. Para melhorar a impermeabilidade e a resistncia destas, pode-se acrescentar 50 a 100 kg de cimento por m de argamassa. Argamassas de cal podem ser preparadas em grandes quantidades, utilizando-se durante toda obra (pega lenta).

22 b) Argamassas de gesso: Obtem-se adicionando gua ao gesso, aceitando-se tambm pequena porcentagem de areia. A principal utilizao em interiores, na confeco de ornamentos ou estuque.

c) Argamassas de cimento: Podem ser usadas em estado de pasta (cimento e gua) para vedaes ou acabamentos ("nata") de revestimentos, ou com adio de areia. A adio de areia torna-as mais econmicas e trabalhveis, retardando a pega e reduzindo retrao. Devido pega rpida do cimento (em torno de 30 minutos) as argamassas com esse glomerante devem ser feitas em pequenas quantidades, devendo ser consumidas neste perodo. 4) Utilizao: Para assentar tijolos e mesmo para o emboo pode-se usar argamassa 1:8 de cimento e areia ou cimento e saibro. A argamassa de cimento e areia 1:8 costuma ficar muito rida, com pouca plasticidade. Isso pode ser melhorado com a adio de cal (argamassa composta) ou mesmo adicionando 10 % de terra vermelha peneirada. Tacos de cermica podem ser assentados com argamassa 1:4 de cimento e areia. Tijolos laminado ou concreto armado (superfcie lisa) devem ser chapiscados com argamassa "branda" de cimento e areia 1:6, melhorando a aderncia da superfcie. Argamassas 1:3 de cimento e areia so utilizadas para revestimentos de pisos. 5) Mistura ou preparo: Sobre um estrado de madeira coloca-se o material inerte (areia ou saibro) em formato de cone e sobre este coloca-se o aglomerante. Misturar com auxlio de uma enxada at haver uniformidade de cor. Refazer o cone, abrindo-se a seguir um buraco no topo, onde se adiciona a gua em pores. Mistura-se com a enxada, sem deixar escorrer a gua at a homogeneidade da mistura. Em argamassas compostas de cimento, cal e areia, o cimento colocado na hora da utilizao, argamassa previamente misturada de cal e areia. Mquinas podem ser utilizadas no preparo de argamassa, porm s compensam economicamente, em grandes obras.

23 Tabela 1: Uso e indicaes das argamassas com o referido trao recomendado. Utilizao Alvenaria de pedra em fundaes de baldrame: Cimento e areia grossa Cimento, Cal, e Areia grossa Muro de arrimo, Alvenaria de pedra: Cimento e areia grossa Alvenaria de tijolos: Cimento, areia ou saibro Cimento, areia + 10% de areia vermelha Cimento, saibro e areia Cal e areia Cimento, cal e areia Trao 1 : 16 1 : 2 : 12

1: 5

1: 8 1: 8 1: 3:9 1: 4 1 : 2 : 8 e 1 : 2 : 10

Emboos: Cimento, areia ou saibro Cimento, areia + 10% de areia vermelha Cimento, saibro e areia Cal e areia Cimento, cal e areia Rebocos: Cimento, cal e areia fina Cal e areia fina Utilizao Cal e areia com 50kg. de cimento Chapisco em superfcies lisas: Cimento e areia Assentamento e Tacos, Ladrilhos, Mrmores e Pedras em Placas Assentamento em Azulejos Cimento, Cal e Areia Cimento, Areia e Saibro Revestimento de Piso de Cimento

1: 8 1: 8 1: 3:9 1: 4 1 : 2 : 8 e 1 : 2 : 10

1:8 1:1 Trao 1:2

1:6

1:4e1:5 1:2:8 1:3:5 1:3e1:4

Obs.: Argamassas podem ser encontradas prontas e ensacadas, bastando adicionar-lhes gua. Exemplos comerciais: Super Reboquit, Super Rebotex, com SH, Quartzolit, Rebodur, etc.

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2.3 - Propriedades das argamassas. Trabalhabilidade: - A determinao do trao e conseqentemente da quantidade de cal que deve entrar na composio de uma argamassa deve estar orientada tento em vista o aspecto da mistura. As argamassas para revestimentos devero apresentar-se como uma massa coesa que possui uma trabalhabilidade apropriada. As argamassas de cal so muito mais coesas do que as de cimento de mesmo trao, pois elas necessitam de menos aglomerantes que as de cimento tornam-se mais trabalhveis pela adio de cal. As argamassas de cal retm por mais tempo a gua de amassamento. Resistncia mecnica - as argamassas de cal so pouco resistentes, sua resistncia compresso aos vinte e oito dias varia de 0,2 a 0,6 Mpa podendo-se tomar um valor mdio de 0,4 Mpa. Retrao - As argamassa de cal apresentam reduo de volume que ser maior se as porcentagens de gua e cal forem elevadas. A ocorrncia de fissura nas argamassas de cal recm-colocadas devido secagem muito rpida pela ao do sol e do vento. As fissuras surgiro tambm quando a retrao da argamassa endurecida for impedida. Estabilidade de volume - Os defeitos que podem ocorrer no reboco so devido ao do intemperismo ou devidos falta de estabilidade de volume. Resistncia ao intemperismo - as argamassas de cal area no resistem gua, por isso nos revestimentos externos deve-se empregar argamassas de cal hidrulica ou de cimento. Resistncia ao do fogo: As argamassas de cal resistem a elevadas temperaturas, servindo como proteo dos elementos construtivos de madeira, ao, concreto,etc. Revestimento de gesso puro: A pasta de gesso na proporo de dez quilos de gesso para 6 a 7 litros de gua serve para revestimento interno a execuo de placas e blocos para divises internas. As argamassas de gesso tambm servem para revestimento internos. Argamassas hidrulicas - as argamassas hidrulicas resistem ao da gua e resistem satisfatoriamente quando imersas na gua. As argamassas hidrulicas mais comuns entre ns so preparadas com cimento portland.

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Bibliografia: BAUER, L.A.F. Materiais de Construo. 5 Edio.Rio de Janeiro,2001. DORTA,G. Apostila de Materiais de construo: Centro Federal de Educao Tecnolgica de Alagoas. Alagoas,2004. YAZIGI, W. A tcnica de edificar. 10 Edio. PINI, So Paulo,2010.