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APOSTILA - MODULO 01.pdf

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  • 2CARGA HORRIA60 horas

    COnteudIstAProfa. Me. Sandra Mara Bessa e Profa. Dra. Andra

    Mrcia M. Coutinho

    RevIsO tCnICAMe. Lydiane Maria Azevedo (SENASP/PCMG)

  • 3Apresentao do Curso

    Muitas vezes, as reflexes sobre a ln-gua, seu uso, o que consideramos correto ou no, advm das inquietaes vividas no momento em que precisamos utiliz-la em nosso ambiente profissional, acadmico ou mesmo em situaes pessoais. Afinal, vive-mos em uma sociedade letrada. Nem sempre to simples fazer escolhas para comunicar aquilo que pensamos, sentimos ou precisa-mos informar.

    No curso de Portugus Instrumental, propomos uma srie de temas para ajud--lo a superar esses obstculos e dvidas, de maneira a organizar melhor o seu texto, bem como para compreender as nuanas de ou-tros tantos textos com os quais temos con-tato cotidianamente. Salientamos que repen-sar continuamente nossa postura em relao lngua fundamental, pois essa postura curiosa e inquieta diante de um conhecimen-to que, em certa medida j trazemos conos-

    co, que dar as condies necessrias para, a partir de novos conhecimentos, melhorar a qualidade de nossa comunicao e assumir plenamente a condio de quem est sempre em evoluo.

    Para alcanar esse intuito, apresentamos o contedo em quatro mdulos, a fim de que voc possa aprofundar seus conhecimentos e associar o que discutirmos sua prtica profissional. Ao incio de cada mdulo, so indicados os temas a serem abordados e os objetivos a serem alcanados. Portanto, va-mos ultrapassar o que trazemos primeira vista, como nos fala a cano de Chico Csar, (http://letras.mus.br/chico-cesar/43885/)em busca do aprofundamento terico de questes que envolvem a leitura e a produ-o de textos em Lngua Portuguesa em favor da construo autnoma de uma prtica que se quer, acima de tudo reflexiva e, portanto, consciente e intencional.

    Bom trabalho!

  • 4Objetivos do Curso

    Ao final do curso, voc ser capaz de:

    compreender e desenvolver a comunicao oral e escrita em situaes diversas, considerando o seu estilo pessoal e o contexto comunicativo;

    ampliar os conhecimentos a respeito da Lngua Portuguesa de forma a aprimorar as habilidades comunicativas orais e escritas para: informar, ar-gumentar, persuadir, emocionar e se relacionar com os outros;

    revisar aspectos fundamentais construo de textos em Lngua Portuguesa; e

    fortalecer uma atitude crtica frente produo de texto.

    estrutura do CursoEste curso compreende os seguintes mdulos:

    MduLO 1 Comunicao: uma experincia pesso-al e coletiva

    MduLO 2 Produzindo textosMduLO 3 Cuidados a serem observadosMduLO 4 Texto ideal

  • 5Mdulo 1

    Comunicao: uma experincia pessoal e coletiva

    Apresentao do mduloA linguagem a mais eficaz forma de

    ao interindividual e sempre orientada por uma finalidade especfica. Ao nos comu-nicarmos, temos como objetivo estabelecer contato e trocar conhecimentos com outros indivduos. A linguagem , portanto, um pro-cesso de interlocuo que se realiza nas pr-ticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua histria. E como ato de interlocuo, passa a ser uma experincia pessoal, pois se

    estabelece a partir de nossas experincias pessoais e escolhas que fazemos, enquanto decisores lingusticos.

    , tambm, uma experincia coletiva que se s se concretiza no contato com o ou-tro a partir das escolhas comunicativas que fizemos. Neste mdulo, trabalharemos tais questes na perspectiva dos cuidados que devemos ter aos nos comunicarmos, espe-cialmente, ao produzirmos textos.

    Objetivos do mduloAo final do mdulo, voc ser capaz de:

    identificar aspectos conceituais que ajudem a comunicar melhor as ideias, no momento da produo de textos;

    identificar as funes da linguagem presentes no processo de comunicao;

    utilizar, no conjunto do texto, recursos comunicacionais para que se possa con-vencer o interlocutor sobre as ideias defendidas; e

    analisar um texto tendo como subsdios os elementos argumentativos utilizados.

    estrutura do mduloEste mdulo compreende as seguintes aulas:

    AuLA 1 Cuidando da comunicao AuLA 2 Argumentao e a produo de texto

  • 6Aula 1

    Cuidando da comunicaoAntes de escrever, portanto, aprendei a pensar.

    Nicolas Boileau

    1.1 Pressupostos tericosComo ponto de partida de um curso que

    trata do uso adequado da Lngua Portugue-sa em diferentes contextos, necessrio es-tabelecer alguns pressupostos tericos que ajudaro, ao longo deste estudo, na compre-enso dos conceitos implicados em uma pro-duo textual eficiente.

    Ento, vamos l! Observe a definio de lngua.

    Lngua um sistema arbitrado que se concretiza a partir da interao verbal feita por meio de prticas discursivas.

    Essa definio traz como implicao fun-damental a interlocuo, que a ao lin-gustica entre sujeitos:

    inter + locuo

    Assim, a linguagem tomada como pro-cesso propcio comunicao de pensamen-tos, ideias, conhecimentos, sentimentos, va-lores... A lngua considerada, dessa forma, como sistema arbitrado por configurar-se como cdigo formado por palavras e por leis combinatrias que caracteriza o grupo social que a utiliza. Ao se afirmar que cada grupo se utiliza de recursos especficos da lngua, possvel reconhecer a existncia de diferen-tes combinaes possveis. Assim, cada um de ns sujeito ativo que decide, intencio-nalmente ou no, entre as mltiplas possibi-lidades de construo lingustica.

    importante neste momento reportar--se ao ttulo deste mdulo, pois trata da ln-gua como sistema e o sujeito como interlo-cutor ativo, ou seja, apesar de se configurar como uma experincia essencialmente social, a lngua se concretiza a partir de uma ao individual de um sujeito que mobiliza sabe-res sociais, lingusticos e cognitivos. A esse uso individual da lngua, denomina-se fala, da qual surgem as variedades lingusticas. Parece complicado, mas no ! No cotidiano, enquanto profissional de segurana pblica, voc recorre a discursos com as mais dife-rentes caractersticas, determinados sempre pelo contexto comunicativo em que est in-serido. Veja:

    Ao enviar um e-mail a um amigo ntimo ou um e-mail a um delegado a que voc est subordinado:

  • 7>>oiii, Fulano.

    >>

    >>blz?

    >>Mi manda akele doc q eu t pedi ainda hj. x]

    >>

    >>abraao ai ^^

    >>

    >>Sandra

    >>Excelentssimo Senhor Delegado,

    >>

    >>Solicito-lhe o envio do documento ane-xo, devidamente preenchido, para que possamos tomar as providncias requeri-das.

    >>

    >>Respeitosamente,

    >>

    >>Sandra Mara

    So diversos os fatores que determinam essa variao lingustica e se relacionam s vivncias particulares de cada falante. Den-tre eles, possvel citar os fatores socioe-conmicos (trazem implicaes para as di-ferenas advindas do nvel de escolaridade e do acesso a bens culturais), profissionais, subjetivos, regionais e situacionais.

    A pluralidade cultural e a diversidade socioeconmica evidenciadas na populao brasileira superdimensionam os aspectos mencionados e, por isso, preciso refletir so-bre os conceitos adotados em relao ao que linguagem certa ou errada. Pessoas que supervalorizam a lngua culta, considerando--a como nica forma a ser aceita socialmen-te, muitas vezes, agiro de maneira discrimi-nadora e intolerante, restringindo o conceito de lngua e de seu uso.

    Por isso, os linguistas afirmam que no existe certo ou errado, mas uso dos regis-tros padro ou no padro. Dessa forma, quando voc diz: Me empreste o seu docu-mento de identificao..., est usando o re-gistro no padro, pois, conforme as regras gramaticais, no se inicia frase com pronome pessoal oblquo, certo? J na frase: D-me o seu documento de identificao..., voc est usando o registro padro, atendendo regra gramatical que acabou de ser citada. No en-tanto, qual das duas opes voc mais uti-liza? A maior parte dos brasileiros, em seu dia-a-dia, usa mais o registro no padro. Pode-se dizer que esto errados? Que no podem falar assim em suas casas, com seus familiares?

    Essas questes devero ser analisadas a partir do conceito de adequao. A lingua-gem utilizada deve ser adequada aos dife-rentes contextos de comunicao. Veja: se voc est no meio familiar, poder fazer uso de um registro coloquial (no padro); se for apresentar um relatrio ou uma palestra no trabalho, dever utilizar o registro culto, considerado como padro para situaes for-mais.

    Reconhecer a importncia de adequao aos inmeros contextos possveis o primei-ro passo que damos em direo a uma comu-nicao eficiente, seja no mbito profissional ou pessoal.

    Seja qual for o ambiente em que se encontre e as pesso-as com as quais se comuni-ca, primordial reconhecer a necessidade de adaptao da linguagem utilizada en-tre os interlocutores, o que envolve a reelaborao dis-cursiva.

    Na tirinha a seguir, com muito humor e muita perspiccia, o cartunista trata exata-mente disto. Da forma que voc deve falar para que seja entendido?

  • 8Aproveitando o exemplo da tirinha ante-rior, voc estudar agora o processo de co-municao .

    Dentre os diferentes aspectos envolvi-dos no processo comunicativo, destaca-se a inteno do emissor no momento da comu-nicao, o que implica definir o que se quer comunicar; para quem; como se vai comuni-car; qual canal de comunicao ser utilizado e em que contexto ela ocorrer.

    Tais aspectos nos reportam s funes da linguagem, propostas por Roman Jako-bson, quais sejam: emotiva ou expressiva; referencial ou denotativa; apelativa ou cona-

    tiva; ftica; potica e metalingustica. Todo processo comunicativo, nessa perspectiva, implica intencionalidade, o que significa di-zer que as intenes do emissor determinam os recursos lingusticos que utilizar. Ao se comunicar, voc utiliza, concomitantemente, vrios desses recursos e, consequentemen-te, seu discurso serve a diversas funes. fundamental definir qual seu objetivo de comunicao para estabelecer o foco a ser dado, a partir das funes possveis. Obser-ve, a seguir, um esquema que apresenta as funes de linguagem e os elementos da co-municao a que se reportam:

    Fonte: http://tirasdoeuricefalo.blogspot.com.br/2008/06/tira-do-euricfalo-n-110-pedro.html

    1.2 O processo de comunicao e a sua efetividade

    Fonte: http://www.graudez.com.br/literatura/funling.htm

  • 9Funo emotiva (ou expressiva) Centralizada no emissor, revelando sua

    opinio, sua emoo. Nela prevalece a 1 pessoa do singular, interjeies e exclama-es. a linguagem das biografias, mem-rias, poesias lricas e cartas de amor.

    Funo referencial (ou denotativa) Centralizada no referente, quando o emis-

    sor procura oferecer informaes da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3 pessoa do singular. Linguagem usada nas not-cias de jornal e livros cientficos.

    Funo apelativa (ou conativa) Centraliza-se no receptor; o emissor

    procura influenciar o comportamento do re-ceptor. Como o emissor se dirige ao recep-tor, comum o uso de tu e voc, ou o nome da pessoa, alm dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermes e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

    Funo ftica Centralizada no canal, tendo como ob-

    jetivo prolongar ou no o contato com o re-ceptor, ou testar a eficincia do canal. Lin-guagem das falas telefnicas, saudaes e similares.

    Funo potica Centralizada na mensagem, revelando

    recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa,metafrica. Valorizam-se as palavras, suas combinaes. a linguagem figurada apresentada em obras literrias, letras de msica, em algu-mas propagandas etc.

    Funo metalingustica Centralizada no cdigo, usando a lin-

    guagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua funo e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principal-mente os dicionrios so repositrios de me-talinguagem, pois explicam a prpria palavra a que se referem.

    Conhecer a lngua , portanto, uma ne-cessidade, pois a conscincia de suas ml-tiplas possibilidades que nos d condies de

    fazer escolhas, de optar por esta ou aque-la forma, por esta ou aquela palavra, por esta ou aquela postura comunicativa. Enfim, quando voc conhece a lngua, pode se posi-cionar criticamente, por exemplo, diante da dinmica de sua evoluo.

    O que influencia as pesso-as a usarem vcios de lingua-gem novos como o gerundismo e incorpor-los maneira de fa-lar com tanta rapidez? Talvez a resposta esteja no fato de que, muitas vezes, as pessoas no analisam como falam ou como escrevem e apenas agem por intuio.

    Cabe, portanto, pensar em como utili-zar os conhecimentos que temos a respeito da lngua em favor de uma comunicao efi-ciente.

    Compreenda melhor essa questo, lendo o artigo Escrever, argumen-tar, seduzir da professora Beth Brait, publicado na Revista Lngua.

    Veja que a conscincia de que escrever exigir muito trabalho, mas, no quer dizer que tal ao se configure impossvel. Ao con-trrio, voc chamado a uma atividade que impe reflexo e conhecimento. necessria a definio do que escrever e como faz-lo e, tambm, que se pense sobre a natureza dessa escritura como algo dirigido a mais al-gum e, portanto, coletivo.

    Ao se remeter intencionalidade do autor, remete-se tambm conscincia do potencial comunicativo do texto. Assim, inerente ao ato da escrita, est a necessi-dade de socializar nossas idias, sentimen-tos, certezas e incertezas sobre os mais diferentes assuntos. Por isso preciso con-siderar, no momento da produo escrita, os elementos da comunicao e suas impli-caes na construo textual. Quando voc escreve um texto, seu papel o de emis-sor e, como tal, torna-se responsvel pela elaborao da mensagem e a escolha mais adequada dos elementos que permearo todo o texto e que determinaro o interes-se do receptor. Em sntese, a eficincia co-municativa do seu texto est irremediavel-mente ligada a todo um trabalho consciente e bem executado.

  • 10

    Esta aula traz informaes importantes sobre como estabelecer uma boa argumen-tao, utilizando, no conjunto do texto, uma srie de recursos para convencer o interlocu-tor sobre as ideias que defende.

    Em seu cotidiano, das mais diversas maneiras e com os mais diversos propsitos, voc pensa e argumenta, seja no trabalho para apresentar uma nova ideia aos colegas ou ao chefe; seja em poca de eleio para

    convencer que o seu voto em determinado poltico tem razo de ser; seja no comrcio, ao tentar convencer algum de que preciso lhe dar um desconto; seja em casa, ao tentar convencer os filhos de que ler melhor do que conversar com os amigos no Facebook...

    Veja o quadrinho abaixo que possibilitar a reflexo sobre consistncia argumentativa.

    possvel argumentar sobre o que no conhece?

    Aula 2

    Argumentao e a produo de texto Quanto mais conscincia voc tem do valor das palavras, mais fica exigen-

    te no emprego delas.Carlos Drummond de Andrade

    2.1 A argumentao e seus componentes

    Fonte: http://www.depositodocalvin.blogspot.com/

    Assim, possvel afirmar que a argu-mentao um recurso cujo propsito se centra na tentativa de persuadir algum. Ao argumentarmos, objetivamos convencer al-gum a pensar como ns ou, simplesmen-te, desejamos apresentar nossas ideias. Para tanto, utilizamos muitas vezes as funes apelativa ou referencial da linguagem, sendo

    que a primeira busca os recursos lingusti-cos para chamar a ateno do receptor e a ltima subsidia a argumentao com infor-maes relevantes, concretas. Ao se produ-zir textos, o uso adequado de argumentos crucial, pois eles representaro os funda-mentos de ideias, as quais sero validadas e defendidas pela sua argumentao, a fim

  • 11

    de convencer o leitor de que essa ideia a correta ou de que essa apresentada de ma-neira mais aceitvel.

    Em um discurso argumentativo, distin-gue-se variados componentes, dentre eles:

    A tese;

    Os argumentos;

    As premissas;

    A concluso.

    Observe:A tese ou proposio a idia funda-

    mental defendida pelo autor de um texto e,

    portanto, passvel de discusso, j que ex-pressa um ponto de vista. Da a necessida-de de acrescentar-lhe uma argumentao eficiente, pois so os argumentos que ga-rantiro a aceitao da idia apresentada. Considera-se um argumento vlido quando este formado por premissas, razes que o sustentam. As premissas, quando aceitveis, do suporte para a concluso, alegao final que encerra o texto.

    2.1.1 desenvolvendo a tese A tese sempre produto de opes que

    seguem a seguinte hierarquia:

    Fonte: REDE EAD. Portugus instrumental.

    Tal definio antecipada evita que o texto se torne um amontoado de ideias que pouco se correlacionam ou que no contri-buam efetivamente para a construo de um tecido argumentativo, que produza o sentido desejado.

    O desenvolvimento da tese exige que em primeiro lugar se delimite o tema, o que possibilita a reflexo sobre o pressuposto do qual se partir. O pressuposto est ir-remediavelmente ligado ao capital cultural, s ideologias, s vivncias, s leituras... O pressuposto traduz a viso sobre o assunto e norteia toda a argumentao na medida em que define a coerncia interna do texto. A ordenao adequada dos argumentos deter-mina seu encadeamento e conduz unidade de sentido.

    Leia o poema (atribudo a Clarice Lispector):No te amo maisEstarei mentindo dizendo que Ainda te quero como sempre quisTenho certeza que Nada foi em voSinto dentro de mim queVoc no significa nadaNo poderia dizer mais queJ te esqueci!E jamais usarei a fraseEu te amo!Sinto, mas tenho que dizer a verdade tarde demais.

    Agora, leia-o de cima para baixo.

    Percebeu a diferena? Viu como a orde-nao das afirmaes feitas muda completa-mente o sentido final do texto.

  • 12

    possvel utilizar vrios recursos para alcanar uma argumentao eficiente, den-tre eles, destacam-se:

    2.2.1 Citao:apresentao, no corpo do texto, de

    uma informao extrada de outra fonte de-vidamente indicada e que d autoridade ao texto. Pode acontecer de duas formas:

    Direta refere-se transcrio lite-ral do texto pesquisado. Nesse caso, indica-se obrigatoriamente sua fonte.

    Exemplo: O fenmeno bullying, termo de gnese inglesa, definido como: (...) um comportamento cruel intrnseco nas relaes interpessoais, em que os mais fortes conver-tem os mais frgeis em objetos de diverso e prazer, atravs de brincadeiras que dis-faram o propsito de maltratar e intimidar (FANTE, 2005, p.29).

    Indireta refere-se transcrio das idias do autor consultado, po-rm usando as suas palavras, ou seja, parafraseando.

    Exemplo: Fante (2005, p. 73) afirma que o agressor compraz-se em oprimir, hu-milhar, subjugar os mais fracos. Geralmen-te, pertence a uma famlia desestruturada, apresenta carncia afetiva e tem dificuldades de se adaptar s normas.

    Lembre-se de que as citaes devem ter relao direta com o assunto tratado no texto, reforando as idias apresentadas. O uso adequado das citaes evita que ocorra o plgio. Fazer um link para o texto pi_mod_ plgio.

    2.2.2 evidncias:apresentao de informaes (dados,

    estatsticas, percentuais) que comprovem as

    ideias apresentadas. As informaes devem ser fidedignas e do conhecimento de todos. Voc s persuadir seu interlocutor apresen-tando informaes verdadeiras, que tenham respaldo na realidade.

    2.2.3 exemplos e ilustraesapresentao de exemplos conhecidos e

    de fatos que ilustrem ou facilitem a compre-enso das ideias expostas.

    2.2.4 Argumentos de valor universal:apresentao de ideias universalmente

    aceitas sobre as quais no haja contestao.

    2.2.5 Relao de causalidade:estabelecimento das relaes de causa e

    consequncia.

    Alm desses recursos, lembre-se de que a construo de textos uma atividade rela-cionada diretamente capacidade argumen-tativa, o que implica no estabelecimento de relaes, confronto de ideias, anlise, pro-blematizao e criticidade. Assim como ocor-re no ato de leitura, a aquisio dessas ha-bilidades um processo paulatino que exige, portanto, a prtica insistente de exerccios que instiguem o raciocnio e oportunizem a maturao intelectual.

    No h receitas definitivas ou concludentes sobre o as-sunto abordado, apenas o consenso de que o trabalho rduo s pode trazer resul-tados profcuos.

    Antes de terminar o estudo desta aula, leia o texto 10 Dicas para aumentar seu poder de persua-so. (fazer um link para o texto.pi_mod1_10_dicas)

    2.2 Recursos para uma argumentao eficiente

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    Finalizando...Neste mdulo, voc estudou que...

    Apesar de se configurar como uma experincia essencialmente social, a lngua se concretiza a partir de uma ao individual de um sujeito que mobiliza saberes sociais, lingusticos e cognitivos.

    Reconhecer a importncia de se adequar aos inmeros contextos o primeiro passo que damos em direo a uma comunicao eficiente, seja no mbito pro-fissional ou pessoal.

    Dentre os diferentes aspectos envolvidos no processo comunicativo, destaca-se a inteno do emissor no momento da comunicao, o que implica na definio do que se quer comunicar; para quem; como se vai comunicar; qual canal de comunicao ser utilizado e em que contexto ela ocorrer.

    Conhecer a lngua uma necessidade, pois a conscincia de suas mltiplas possibilidades que nos d condies de fazer escolhas, de optar por esta ou aquela forma, por esta ou aquela palavra, por esta ou aquela postura comuni-cativa.

    Quando voc escreve um texto, seu papel de emissor e como tal, se torna responsvel pela elaborao da mensagem e a escolha mais adequada dos ele-mentos que permearo todo o texto e que determinaro o interesse do receptor.

    A argumentao um recurso cujo propsito se centra na tentativa de persuadir algum.

    Em um discurso argumentativo, distinguem-se variados componentes, dentre eles, a tese, os argumentos, as premissas e a concluso.

    possvel utilizar vrios recursos para alcanar uma argumentao eficiente, dentre eles, destacam-se: a citao, as evidncias, os exemplos, as ilustraes, os argumentos de valor universal e a relao de causalidade.