Apostila Nova Cf

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conecimentos pedagogicos

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  • COMPETNCIAS E ATRIBUIES DO ORIENTADOR EDUCACIONALLidia Maria Kroth

    At que ponto estar o Orientador realmente consciente do seu papel, dos seus direitos e dever?A conscincia de si, e da realidade concreta que o cerca, o conhecimento de seu papel frente a esta realidade,vo dar validade e significao histria do homem. No entanto, o homem nasce dentro de um mundo j interpretado e criado. Este fato propicia certa alienao e despreocupao com a anlise e reflexo deste mundo. Segundo Heloisa Lck (1982), o homem se torna acrtico, mais receptor que transmissor, mais paciente queagente. necessrio interferir neste contexto. Sendo assim, cabe educao, estimular e promover a formao da conscincia, ou seja, estabelecimento de identidade pessoal do homem e compreenso de seu relacionamento com o mundo. Este processo no pode ser considerado acabado e sim entendido como dinmico e um constante dever ser. Deve despojar-se de preconceitos e subjetividade.

    A autora cita alguns elementos que interferem na formao da conscincia:

    intencionalidade predisposio do indivduo de compreender, interpretar e explicar os fatos; capacidade perceptiva quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepo, maior ser a

    correspondncia da conscincia com o fato real; operaes mentais determinam a superioridade, flexibilidade e nvel de conscientizao; historicidade e temporalidade estabelecem o esprito da conscincia e do ato consciente; julgamento moral os valores formam parte primordial da conscincia que a pessoa elabora de si e

    do seu mundo.

    Mosquera (1978) afirma que a vida autntica inicia quando nos negamos a permanecer na alienao e na desumanizao e caminhamos rumo a uma vida consciente, autntica e mais humana. O processo educativo deve ter como funo primordial formao da conscincia do indivduo, entendida como conscientizao do homem enquanto homem e no orientado por uma ideologia poltica. No se trata de doutrinao, mas sim ensinar a pensar e no, o que pensar. Deve possibilitar ao homem aumento de sua capacidade e liberdadede escolha.

    Conforme as citaes acima, o homem tendo uma maior conscincia de si torna-se um ser crtico, atuante e transformador do mundo que o cerca sendo importante a observao de tudo o que est ao ser redor.Algumas vezes a atuao do Orientador Educacional comprometida pela imagem formada ao longo dos anos. Isto se torna mais srio quando se sabe que a conscincia de si no feita isoladamente, mas atravs derelaes. Por outro lado, o Orientador deve ter o cuidado de no ser o doutrinador, no sentido de determinar a conscincia crtica dos alunos.

    O sentimento de identidade do homem inicia quando ele concebe o mundo exterior como coisa separada e independente dele, quando comea a tomar conscincia de si mesmo, como sujeito de suas aes, quando capaz de dizer, EU SOU.Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva (1981), relaciona, a partir da posio de diversos autores, alguns dos papis a ele atribudos, tais como:

    Especialista prioridade ao aconselhamento psicopedaggico. Generalista orientao de grupo, registro de alunos, sesses de aula, aplicao de testes,

    organizao de classes, fichas cumulativas, etc. Monitor orientao centrada no aluno. Assessor orientao centrada no contexto. Consultor e assessor assessoramento de pessoas e pequenos grupos, consultando professores,

    diretores, pais e outros. Agente de mudana reviso crtica. Profissional de ajuda ajuda, assessoramento. Catalizador o indivduo realizando seu prprio papel. Conselheiro e guia pessoal do aluno.

    Object 1

  • Agente de informaes sobre oportunidades educacionais e ocupacionais. Orientador da vocao do aluno. Mediador entre comunidade escolar e familiar. Membro do grupo profissional.

    A identidade do Orientador Educacional como um profissional e o seu posicionamento frente vida so fatores que caracterizam o desencadeamento do processo de Orientao.Se toda identificao profissional pressupe reforo de valorao, supe-se que o Orientador Educacional vivencie valores pessoais na sua atuao. Crenas, valores, atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais comuns a uma determinada profisso, delineiam um perfil profissional.

    Na medida em que houver maior coerncia entre os valores pessoais e expectativas sociais, a identidade profissional mais consciente. Neste sentido, quanto mais clara e precisa a definio das metas da profisso,mais objetivo e definido ser o desempenho deste profissional.

    O Orientador Educacional, por sua vez, est confuso. Talvez essa confuso se deva s razes histricas de seu surgimento ou razes funcionais pelo fato de sua classe ser considerada uma subclasse dentro da classe maior do magistrio, gerando assim conflitos de papis.D-se o conflito de papis quando o Orientador Educacional no consegue realizar o que de sua competncia e realiza atividades incompatveis com sua formao.

    O posicionamento do Orientador Educacional deve incluir uma tica profissional, debatendo questes prticas, capazes de suscitar-lhe operaes de pensamento que o desafiam e levam reflexo e pesquisa em busca de uma autntica identidade apoiada em valores significativos.Diversas experincias auxiliam no levantamento desta hiptese e acredita-se que o espao existe, basta que os profissionais se disponham realmente. Cabe enfatizar que o desempenho do papel do educador faz com que sua proposta seja, efetivamente, na educao.

    Em toda a ao do Orientador Educacional necessria uma reflexo contnua sobre a realidade que o cerca,possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais adequado. Ter sempre presente em suas atividades os princpios que servem de suporte ao processo de orientao, levando-o a uma ao mais consistente e coerente.

    O Orientador Educacional, muitas vezes, no tem condies de realizar todas as tarefas que lhes so pertinentes, correndo o risco de tornar-se generalista, ou de esvaziar sua ao, a ponto de torn-la irrelevantena escola. De acordo com Saviani (1980), ... a especialidade no campo educacional, como toda especialidade, s faz sentido na medida em que a rea bsica no seja perdida de vista... a especificidade da Orientao Educacional apenas... a diviso no plano de educao....

    Orientadores Educacionais so antes de tudo, educadores, e a finalidade de toda e qualquer ao orientadora educativa.Se a escola uma instituio que tem por finalidade ensinar bem totalidade dos alunos que a procuram, Orientador Educacional tm por funo fundamental mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, para que a escola cumpra a sua funo: que os alunos aprendam.

    Partindo da condio comum de educadores, cada um desempenha tarefas especficas, capacitado pela habilitao especfica, cujo sentido dado pelos fins comuns.A investigao sobre a realidade vivencial do aluno e sua percepo desta realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedaggico.

    O Orientador Educacional que, atravs da investigao sobre a realidade, percebe que no processo de ensino-aprendizagem esto em jogo inmeras relaes, compreende que as relaes na escola no so um fim em si mesmo, mas meio para que o aluno aprenda e amplie o seu conhecimento sobre relaes de ajuda, passando a trabalhar as diferentes relaes, que podem influenciar para que o aluno aprenda.

  • O desenvolvimento de uma concepo crtica de educao comprometida com a realidade social e com sua transformao no prescinde do planejamento. Planejar envolve, em sua base, compreender a realidade em todos os seus desdobramentos, tanto de tempo, quanto de espao.

    Segundo Helosa Lck (1991), Planejar a Orientao Educacional implica delinear o seu sentido, os seus rumos, a sua abrangncia e as perspectivas de sua atuao. Vale dizer que esse planejamento envolve antes de tudo, uma viso global sobre a natureza da Educao, da Orientao Educacional e de suas possibilidadesde ao.

    Durante a dcada de 80, o sentido da Educao e da Orientao Educacional foi questionado, a tal ponto quegrande parte das obras publicadas na rea evidenciaram um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola como agente de Educao e de estabelecimento da anti-orientao educacional do que de explicitarsua natureza e configurar as possibilidades de sua atuao.

    Na definio da anti-orientao, o que se observou foi a construo de uma viso negativa e de uma generalizada atitude de desconsiderao a tudo quanto o orientador educacional realizava nas escolas e a tudo quanto era definido na literatura a respeito. Assim, as funes da Orientao Educacional passaram a ser condenadas por serem vistas como tecnicistas, simplistas e limitadas em sua viso e alcance.

    De fato, as aes da rea tinham horizontes limitados e necessitavam de reviso que viesse a dar Orientao Educacional um sentido diferente, mais comprometido com a escola com um todo e com a realidade social do aluno. Como resultado, a Orientao Educacional ganhou um discurso poltico para direcionar seu trabalho, mas perdeu a fora da ao. importante, ter em mente, que de nada valem as boas idias, se no vierem a revestir aes que as ponham em prtica.

    A Orientao Educacional tem certas funes (aes) clssicas a serem desempenhadas no contexto pedaggico em que estejam inseridas, funes essas cujo sentido no esttico, mas sim, transforma-se continuamente, em razo da interao mltipla de variados fatores, que ocorre no processo dinmico da prtica social pedaggica.

    Funes e Atribuies do Orientador EducacionalEducao InfantilA Orientao Educacional na Pr-Escola muito importante no contexto escolar pelo papel que exerce junto comunidade escolar.Oportuniza a viso criativa do profissional, na conscientizao dos pais no dever de participar ativamente nas atividades escolares.Desperta nos educadores, pais e professores, a necessidade da observao em todos os momentos da vida da criana.Sugere programa de ao integrada entre pais, professores, orientadores educacionais que fortalea a responsabilidade de todos na ao conjunta da educao.

    Ensino FundamentalA Orientao Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a executar. So elas: uma correspondente as quatro primeiras sries e a outra, s quatro ltimas sries.As atribuies do Orientador Educacional no Ensino Fundamental so:Desenvolver junto ao educando, crianas que, so um trabalho de adaptao dos mesmos no ambiente escolar;Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admirao com o mundo que os cerca;Propiciar atividades que favorea a socializao, a confiana em si e nos outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos;Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que descubram, com encanto, o prximo, em movimento de distanciamento dos dois centros que so o lar e a escola;Habitu-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem atendidos e orientados;

  • Observar os educandos quanto s suas peculiaridades de comportamento e temperamento, com a cooperao dos professores;Nas ltimas quartas sries de Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-se com mais afinco explorao e desenvolvimento das aptides e preferncias do educando. V-se, ento, a necessidade de se intensificar o funcionamento das atividades extras-classes, bem como as oportunidades de visitas, excurses e estgios, para que aptides e preferncias tenham mais oportunidades de se manifestarem e se desenvolverem;Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, deva fazer a opo de curso profissionalizante;Cuidados que fazem necessrios como a educao sexual e a formao moral, pois existe o advento da crisepubertria e o despertar do esprito crtico.

    Ensino MdioO Ensino Mdio tem por objetivo proporcionar ao educando a formao necessria ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de auto-realizao, preparao para o trabalho e o exerccio consciente da cidadania.Preocupa-se em esclarecer quanto formao profissional, alm, da incumbncia de melhor orientar o jovem numa formao profissional.Tem a preocupao de orientar quanto s aptides, tipos de profisses para os nveis tcnicos ou universitrios.

    As atribuies do Orientador Educacional no Ensino Mdio so:Realizar servio integrado com o Servio de Superviso Escolar, visando o acompanhamento do rendimento escolar do aluno;Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento psicopedaggico oferecendo e coletando informaes;Propor atividades que favoream as relaes interpessoais, aluno x professor e aluno x aluno e demais elementos da escola;Participar da elaborao do Plano do SOE e do Plano da Escola;Participar do critrio para a constituio de turmas;Selecionar atividades e desenvolv-las atendendo as necessidades dos alunos para melhor conhecimento de si e do grupo;Participar da compatibilizao do Regimento Interno com a Legislao e Diretrizes propostas pelo currculo;Participar das atividades de sondagem para a elaborao do diagnstico da populao escolar e da comunidade;Participar da avaliao interna da Escola e do Servio;Manter atualizado o dossi do aluno;Assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sesses programadas e sistemticas;Programar e coordenar atividades de informao profissional, envolvendo professores, famlia e comunidade;Promover e/ou participar de reunies e/ou sesses de estudo com professores;Manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho;Participar e acompanhar a execuo de projetos e atividades especiais desenvolvidas na escola, oriundos de rgos superiores;Manter-se atualizado em assuntos educacionais.

    Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional A Orientao Educacional no Brasil nem sempre aconteceu de forma sistemtica na escola. Encontra-se suasrazes na Lei Orgnica do Ensino Industrial de 30 de janeiro de 1942 e no Decreto Lei n 4244 de 04 de abrilde 1942 que estabelece as diretrizes para a Orientao Educacional como funo de encaminhar os alunos nos estudos e na escolha da profisso, sempre em entendimento com sua famlia. Porm, em seu artigo 50, a Orientao Educacional concebida como um processo de adaptao do sujeito ao meio visando os problemas dos alunos, seus desvios que perturbam a vida da escola.

  • Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua ateno ao aluno irregular, tendoque, corrigir, encaminhar, isto , adaptar o aluno a rotina da escola, ao invs de dirigir a sua ao ao processo integral de desenvolvimento da atividade educativa. Desta forma, se efetivava as intenes do Decreto Lei n 4073/42 que reduz as funes da Orientao Educacional s atividades isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veculo escolar repudiado por alunos e professores.Em dezembro de 1968, em Braslia, foi aprovada a Lei n 5564 que prov sobre o exerccio da profisso do Orientador Educacional. A promulgao da Lei em 21 de dezembro de 1968 significou um avano na definio e profissionalizao do Orientador Educacional.

    At a dcada de 70, em todo nosso pas, a Orientao Educacional se apoiou num referencial basicamente psicolgico reforando a ideologia de aptides.Com a Lei 5692/71, a Orientao Educacional passa a ser obrigatria no Ensino de 1 e 2 graus, para atender o objetivo de qualificao para o trabalho e de sondagem de aptides. O artigo 10 refere-se: Ser instituda obrigatoriedade a Orientao Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperao com os professores, a famlia e a comunidade.

    A partir das determinaes desta lei, a Orientao Educacional desenvolve a sua prtica nas escolas, baseadano autoconhecimento, nas relaes pessoais, sondagem de aptides e interesses, informaes sobre as profisses e mercado de trabalho. As tcnicas de aconselhamento, entrevistas, aplicao de testes, inventrio de interesses, sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a ao cotidiana do Orientador Educacional.Portanto, em 26 de setembro de 1973, assinado o Decreto n 72.846 regulamentando a Lei n 5.564, de 21 de dezembro de 1968 que prov sobre o exerccio da profisso de Orientador Educacional.

    DECRETO N 72.826 DE 26 DE SETEMBRO DE 1973O Presidente da Repblica, usando da atribuio que lhe confere o artigo 81, item III da Constituio, decreta: Art. 1 - Constitui o objeto da Orientao Educacional a assistncia ao educando, individualmente ou em grupo, no mbito do ensino de 1 e 2 graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influncia em sua formao e preparando-o para o exerccio das opes bsicas.Art. 2 - O exerccio da profisso de Orientador Educacional privativo:I Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientao Educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos.II Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional obtidos em cursos de ps-graduao, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educao.III Dos diplomados em Orientao Educacional por escolas estrangeiras, cujos ttulos sejam revalidados naforma da lei em vigor.Art. 3 - assegurado ainda o direito de exercer a profisso de Orientador Educacional:I Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigncia da Lei n 5692/71, na forma do art. 63,da Lei n 4024, de 20 de setembro de 1961, at a 4 srie do ensino de 1 e 2 graus.II Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigncia da Lei n 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de 20 de setembro de 1961, at a 4 srie do ensino de 1 grau.Art. 4 - Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente podero exercer a profisso aps satisfazer os seguintes requisitos:I Registro dos diplomas ou certificados no Ministrio da Educao e Cultura.II Registro profissional no rgo competente do Ministrio da Educao e Cultura.Art. 5 - A profisso de Orientador Educacional, observadas as condies previstas neste regulamento, se exerce, na rbita pblica ou privada, por meio de planejamento, coordenao, superviso, execuo, aconselhamento e acompanhamento relativo s atividades de Orientao Educacional, bem como por meio de estudos, pesquisas, anlises, pareceres compreendidos no seu campo profissional.Art. 6 - Os documentos referentes ao campo de ao profissional de que trata o artigo anterior s tero validade quando assinados por Orientador Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.

  • Art. 7 - obrigatrio citao do nmero de registro de Orientao Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.Art. 8 - So atribuies privativas do Orientador Educacional:a) Planejar e coordenar a implantao e funcionamento do Servio de Orientao Educacional em nvel de:- Escola- Comunidadeb) Planejar e coordenar a implantao do Servio de Orientao Educacional dos rgos do Servio Pblico Federal, Estadual, Municipal e Autrquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.c) Coordenar a orientao vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptides e habilidades do educando.e) Coordenar o processo de informao profissional e educacional com vistas orientao vocacional.f) Sistematizar o processo de intercmbio das informaes necessrias ao conhecimento global do educando.g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles queexigirem assistncia especial.h) Coordenar o acompanhamento ps-escolar.i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prtica da Orientao Educacional, satisfeitas as exigncias da legislao especfica de ensino.j) Supervisionar estgios na rea da Orientao Educacional.k) Emitir pareceres sobre matria concernente Orientao Educacional.Art. 9 - Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuies:a) Participar no processo de identificao das caractersticas bsicas da comunidade.b) Participar no processo de caracterizao da clientela escolar;c) Participar no processo de elaborao do currculo pleno da escola;d) Participar na composio, caracterizao e acompanhamento de turmas e grupos;e) Participar do processo de avaliao e recuperao dos alunos;f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos estagirios;g) Participar no processo de integrao escola-famlia-comunidade;h) Realizar estudos e pesquisas na rea da Orientao Educacional.Art. 10 - No preenchimento de cargos pblicos, para os quais se faz mister qualificao de Orientador Educacional, requer-se, como condio essencial, que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigncias da Lei n 5564, de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.Art. 11 - Este decreto entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.(D.O. U. de 27-9-1973)A Lei 9394/96 mantm as propostas anteriores.

    Princpios e Objetivos da Orientao EducacionalVer o educando em sua realidade bio-psico-social, com todo o respeito e considerao, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir uma personalidade ajustada, segura de si e compreensiva.Em reforo ao primeiro princpio, respeitar o educando em sua realidade, qualquer que ela seja.Realizar trabalho de orientao, sem criar dependncias, mas orientar para a autoconfiana, independncia, autonomia e cooperao.Em se querendo que o educando seja independente e respeitador, sensibiliz-lo para a necessidade de tambm respeitar os seus semelhantes.O trabalho de Orientao exige o maior nmero possvel de informes a respeito do educando, o que deve ser diligenciado por todos os meios.Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como os que no revelarem carncias.Dar nfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, uma vez que muito mais fcil evitar um acidente do que se recuperar do mesmo. Este princpio guarda analogia com outro de natureza mdica e que diz: um grama de preveno vale mais que uma tonelada de curas. Assim, o ideal ser a Orientao Educacional agir, preferencialmente, de maneira profiltica do que curativa.Estabelecer um clima de confiana e respeito mtuo, incentivando a procura espontnea do Servio de Orientao Educacional, logo que a dificuldade ou uma dvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente.Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educao, como diretor, professores, pais, serventes,

  • etc., para que todos cooperem com a Orientao Educacional, no sentido de ajud-la a melhor ajudar o educando.A Orientao Educacional deve ter muito cuidado em formular juzos a respeito do educando, no esquecendo que este um ser em evoluo, em marcha para a maturidade e que uma srie de fatores pode estar influenciando-o para que ocorra o comportamento anormal que tem apresentado.A Orientao Educacional deve ser levada a efeito como um processo contnuo e no como ao espordica dos momentos em que faltarem professores ou que surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para todo o ano letivo, sem aquelas caractersticas de tapa-buraco.A Orientao Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a direo. Jamais em sentido de subservincia ou petulncia, mas em sentido de cooperao, compreenso e respeito mtuo.A Orientao Educacional no deve se envolver em pequenas questes entre educandos e professores. Ocorrncias conflitivas de pouca intensidade so, at certo ponto, naturais. Assim, problemas que no ultrapassem certos limites devem ser deixados para que os prprios professores os resolvam.A Orientao Educacional deve agir, tambm, como rgo de estudo e de pesquisa de medidas que levem superao de dificuldades de natureza disciplinar, no devendo, porm nunca, funcionar como rgo disciplinador. Deve, sim, agir como rgo que leve todos a tomarem conscincia do grave problema da disciplina, que est inutilizando o trabalho de muitas escolas.Ressaltar que a Orientao Educacional precisa dar muita ateno ao servio de anotaes, que deve ser o mais perfeito possvel, a fim de que dados a respeito de um educando estejam sempre a mo e atualizados.

    A Orientao Educacional deve estar aberta para a realidade comunitria, a fim de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando a integrar-se no mesmo.

    A Orientao Educacional deve esforar-se para criar na escola um clima de comunidade e sensibilizar a todos, quanto necessidade de que cooperem em suas atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade.

    A Orientao Educacional no deve esquecer-se de estimular ao mximo a iniciativa do educando, principalmente, atravs de atividades extraclasse, empenhando-a na realizao com verdadeiro engajamento,que ajudar na explicitao de suas virtualidades, na conquista da autoconfiana e na revelao de suas capacidades de liderana.

    Objetivos da Orientao EducacionalOrientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais proveitosos.Como complementao do primeiro objetivo, ensinar a estudar. impressionante a quantidade de educandosde todos os nveis que se perdem nas obrigaes escolares por no saberem estudar, com desperdcio de tempo e energia.

    Este objetivo dos mais importantes e cuja efetivao deveria ter incio no Ensino Fundamental e continuar por todos os nveis de ensino. Ensinando o educando a estudar em funo do nvel de ensino que estivesse cursando, pois muitos fracassos escolares so devido ao fato do educando no saber estudar, com desperdcio de tempo e esforo, conduzindo, o educando a abandonar os estudos. Assim, importante, que desde o incio da escolaridade intelectual, a Orientao Educacional ensine o educando a estudar, atravs de sesses destinadas a todos os educandos de uma classe.

    Discriminar aptides e aspiraes do educando, a fim de melhor orient-lo para a sua plena realizao.

    Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, sua vida intelectual e sua vida emocional.

    Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em geral. fundamental a interao entre educando e professor, educando e seus colegas, bem como educando e sua famlia. importante, tambm, que o educando saiba manter um comportamento adequado nas atividades fora da escola e do lar.

    Formar o cidado que alimente dentro de si um sentimento de fraternidade universal, capaz de faz-lo sentir-se irmo, companheiro e amigo de seu semelhante em todas as circunstncias da vida.

  • Trabalhar para a obteno de um melhor cidado, por parte do educando, para que este seja um membro integrado, dinmico e renovador no seio da sociedade. Enfim, desenvolver ao para que se obtenha o cidado consciente, eficiente e responsvel.

    Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefcios compensadores quanto disciplina, formao do cidado e rendimento escolar.Prestar assistncia ao educando nas dificuldades em seus estudos ou relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas.

    Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades.

    Prevenir o educando com relao a possveis desajustes sociais, que sempre esto eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinmica negativa de desagregao social.

    Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos, oferecendo, assim, maiores probabilidadesde entrosamento positivo entre ambos e mais adequada ao didtica por parte dos professores, a fim de ser obtido maior rendimento escolar.Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais pessoas que trabalham na escola, para que queiram melhorar suas perspectivas atuaes, visando melhor formao do educando.

    Realizar trabalho de aproximao da escola com a comunidade, a fim de proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e desenvolvimento comportamental de cidado participante.

    Favorecer a educao religiosa, com suas perspectivas transcendentais, mas desvinculada do compromisso scio-ideolgico... O bem que a religio infunde pode levar a efeito, na busca da melhoria do funcionamentode qualquer regime, sem apelos ao dio e destruio.

    Trazer a famlia para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e positivista na vida do educando.

    Proporcionar vivncias que sensibilize o educando para os valores que se deseja incorporar no seu comportamento.

    Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfao e confiana para que se estabelea um clima descontrado, evitando os temores, frustraes e humilhaes.Incentivar prticas de higiene fsica e mental, procurando conscientizar o educando em relao importncia e valor da sade, que pode ser cuidada e preservada individualmente, educando por educando.

    Desenvolver admirao e respeito pela natureza, evitando depred-la em quaisquer de seus aspectos: paisagem, fauna e flora.

    Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, orientar o emprego adequado e higinico de horas de folga.

    Trabalhar para uma adequada formao moral do educando, imbuindo-o de valores ticos necessrios para uma vida digna, humana e coerente, em que o respeito ao prximo deve ser o motivo principal.

    Favorecer a educao social e cvica do educando, sensibilizando-o para a cooperao social e deveres comunitrios. Neste particular, incentiv-lo para a melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sema marca de destruio, alertando-o, pois em relao a certos movimentos de fundo comunitrio que pregam, em nome do bem, o dio, a morte, a violncia e a destruio.

    Comparao das Teorias de Desenvolvimento

  • Segundo a teoria de Piaget os quatro principais estgios de desenvolvimento humano so: sensrio-motor at aos dezoito meses, pr-operacional dos dezoito meses aos sete anos, operaes concretas sete anos adolescncia e as operaes abstratas adolescncia.

    Na fase das operaes concretas a aplicao de princpios lgicos bsicos ao domnio das experincias e eventos concretos no permitindo a interferncia de suas percepes. Seus processos lgicos de pensamento organizam-se gradualmente numa rede cada vez mais complexa e integrada atravs da qual confronta e responde sistematicamente ao mundo que o cerca.

    Em relao s operaes formais o grande progresso que caracteriza o pensamento do adolescente e tem seu incio aproximadamente aos 11-12 anos, mas provavelmente no alcance seu ponto de equilbrio antes dos 14-15 anos consiste na possibilidade de manipular idias em si mesmas, no mais em manipular simplesmente objetos.A partir deste momento o jovem adolescente pode utilizar hipteses, experimentar, fazer dedues e raciocinar do particular para o geral.

    A diferena entre a fase de operaes formais e a fase de operaes concretas que, na ltima as afirmaes sobre o ambiente so baseadas nas relaes entre objetos ou classes de objetos, enquanto na primeira o adolescente pode chegar a novas possibilidades atravs da combinao do previamente conhecido com o que concludo.Lewis atribui alguns aspectos importantes para o desenvolvimento da criana em idade escolar que so: maturao, lateralidade, desenvolvimento da personalidade, latncia, relacionamento com os companheiros, preparao social, desenvolvimento cognitivo, etc.

    Segundo Lewis Algo acontece nitidamente no desenvolvimento da criana entre os seis e os onze anos de idade que sugere que tanto alguns aspectos quantitativos como qualitativos se consolidaram. Partes do desenvolvimento anterior parecem organizar-se quase subitamente passando a funcionar de modo fluente e integrado. A criana no s aprendem novas habilidades motoras por exemplo, andar de bicicleta como, em algum momento, talvez em torno dos nove anos, exerce-as muito vontade: habilidade estalou, tornou-se automtica e estabelecida, uma ao no deliberada sem exigir qualquer espao ou concentrao. A funo da linguagem, da mesma forma, desenvolve-se melhor, e a criana torna-se mais capaz de pensar abstratamente. E, alm disso, maturaes fisiolgicas so alcanadas nesta poca.

  • No que se refere ao desenvolvimento da personalidade tem-se como caracterstica da criana em idade escolar, a capacidade para o pensamento, memria, fala e conceptualizao muito maior, nesse estgio que certos conceitos de inevitabilidade se tornam estabelecidosAs manifestaes comportamentais ocorridas durante o perodo de latncia so alteraes psicossexuais e psicossociais so modificadas por fatores culturais.

    No perodo das relaes com os companheiros, nos anos escolares, as amizades so estabelecidas, caracteristicamente com pessoas do mesmo sexo. Com relao ao desenvolvimento social, a criana tambm se conscientiza, nesse momento, de que existe hora para o brinquedo e hora para o que vai sendo, progressivamente, chamado de trabalho.

    Consideraes FinaisEducar , antes de tudo, um ato de interioridade. inclinar o homem para que leia dentro de si. um apelo ao desabrochar do ser.Educar significa realizar o homem em sua natureza autntica, na integridade de suas verdadeiras possibilidade, em seu destino e plano de vida. O homem pessoa e deve ser conduzido com toda a dignidade de pessoa, sem enxertos de outras que querem impor e fazer valer a sua pessoa no outro, distorcendo-o e despersonalizando-o. Educar um processo individual e social de transformao perene das capacidades em habilidades, da ignorncia ao conhecimento, dos impulsos aos ideais, do no ser ao ser atual.

    Embora se possa saber como, quando e onde intervir e que essa interveno produz mudanas, sabe-se tambm que tais mudanas no dependem apenas das aes pedaggicas. As atitudes dos jovens no dependem unicamente da ao da escola, mas tem intrincadas implicaes de natureza tanto psicolgica quanto social, nas relaes de vida familiar e comunitria.

    A grande tarefa da educao recriar novos valores sublimes que mobilizem o homem a redefinir-se mais profundamente, a levar o homem a reencontrar-se em sua identidade autntica como ser mais dimensionado. Todas as dimenses humanas so essencialmente convergentes e unificadoras.

    Nos valores nobres do homem se encontra primeiramente a si mesmo, em sua profunda interioridade e dignidade. Depois, irradia-se circularmente na comunho com o outro, seu prximo, por um humanismo plenificador e, por fim, transcende verticalmente para o sumo bem, nico fundamento perene de todos os valores, direitos e deveres, plenitude e felicidade.Ainda que vivendo num universo de transformao, em que apenas a lei da mudana parece no mudar, acreditei convictamente na capacidade de cada um em construir-se e reestruturar-se neste seu processo normal de criatividade.Somos uma mina inexaurvel de plenitudes, uma fonte de necessidades em busca do desabrochamento total de nossa humanidade.Encontrar-se com a prpria identidade e aceitar-se no que se , a fim de tornar-se no que se pode e deve ser, na autenticidade da prpria natureza, sempre ser o princpio fundamental de partida de nossa formao e realizao global.

    Como deve atuar o orientador educacionalUm dos principais papis do orientador educacional fazer uma escuta atenta das relaes interpessoais construdas no cotidiano, ajudando a revelar o currculo oculto que se produz e reproduz nos diversos ambientes de aprendizagem. A atuao dele, porm, se potencializa quando est integrada ao trabalho da equipe pedaggica. Vamos analisar essa funo usando a experincia concreta que aconteceu em uma escola na capital paulista.

    Um professor de Cincias procurou a orientadora educacional preocupado com o comportamento de trs alunos que, apesar de apresentarem desempenho satisfatrio, se mostravam dispersos, desatentos e conversavam muito, segundo o docente. A orientadora se props a acompanhar as aulas durante alguns dias.

  • importante frisar que, nessa instituio, os orientadores so frequentemente convidados por docentes, alunos e coordenadores a observar as relaes que se desenvolvem nos espaos coletivos, como a sala de aula, a biblioteca, a cantina, o parque, a quadra, os banheiros etc., pois o que neles acontece tido como umaimportante ferramenta de anlise.

    A primeira ida da orientadora classe antecedeu a avaliao mensal da disciplina. A maioria do grupo se mostrou envolvida com as atividades, expondo as dvidas ao professor, que as respondia claramente e introduzia comentrios problematizadores nas explicaes. Aparentemente, a aula transcorrera bem. Uma das estudantes que preocupavam o docente havia faltado e os outros dois foram colaborativos e no conversavam paralelamente mais do que os colegas.

    A orientadora voltou a observar a turma aps a avaliao. Nessa ocasio, o professor iniciou a aula devolvendo as provas corrigidas e explicando que, em vez da reviso coletiva, preferia fazer comentrios gerais, indicando os erros. Os alunos tinham de identific-los e aqueles que haviam tirado 6 ou menos poderiam refazer as questes, acrescentando assim um ponto nota inicial.

    A orientadora educacional notou que, alm de no prestar ateno, oito estudantes (do total de 26) estavam preocupados em copiar a prova de uma colega que havia tirado dez - entre eles, um dos que preocupavam o professor. Ela tambm percebeu o incmodo de um jovem e perguntou a ele o que se passava: "Tirei 6,5. Portanto, no posso refazer os exerccios. Eu preferia ter tirado seis, assim minha nota subiria para 7".

    Ilustrao: Guilherme Lepca

    O episdio propiciou diversas aes e reflexes. Ao tomar conhecimento das observaes da aula, o professor - ao mesmo tempo surpreso e decepcionado - compartilhou o episdio em uma reunio com os colegas e com o coordenador pedaggico. Nela foram discutidos os princpios que nortearam as escolhas didticas, os termos da proposta de refazer a prova e a mdia 6 como critrio para fazer a atividade. Nesse dia, comeou uma discusso sobre o sistema de avaliao e suas repercusses no contrato didtico - que corria o risco de se romper e assim abalar a relao de confiana entre o docente e a turma. Lembrando: o conceito de contrato didtico foi formulado pelo francs Guy Brousseau, especialista em didtica da Matemtica: a relao entre o saber, o professor e o aluno, sempre tendo em vista a aprendizagem, se estabelece por meio de regras implcitas e explcitas. Ambos descobrem, aos poucos, as estratgias, intenes e expectativas que um tem em relao ao outro, sendo que, para entrar no jogo, o estudante precisaacreditar que as escolhas didticas que o professor faz so adequadas.

    Voltando histria, a orientadora educacional combinou uma entrada conjunta com o docente em sala para discutir o episdio. Boa parte dos alunos no havia refeito os exerccios, certamente por no ter atribudo sentido tarefa. Quais foram as motivaes dos que desprezaram a proposta? E dos que a realizaram? E daqueles que copiaram as respostas da colega? Como a jovem que emprestou a prova entendeu o episdio? Todos foram convidados a se pronunciar, pois no se tratava de julgamento, mas de um dilogo de esclarecimento.

    No cabe aqui explicitar o contedo dessa conversa, mas apontar que ela propiciou vrias aprendizagens. Evidenciou-se que o sistema avaliativo estava transmitindo a mensagem de que a nota era mais importante que o processo de aprendizagem. A inquietao com a postura dos jovens foi substituda por outras mais pertinentes, entre elas o sentido dado s avaliaes - e o tema passou a ocupar lugar de destaque nas reuniespedaggicas e na sala de aula. A parceria entre o professor e a orientadora educacional possibilitou que uma reclamao sobre comportamento se configurasse em um problema coletivo para os corpos docente e discente - como geralmente acontece. A interlocuo ganha fora e toda a comunidade se beneficia quando uma queixa tratada em profundidade.

    A prxis do orientador educacional como agente importante da equipe gestorademocrtica e o seu papel frente o desenvolvimento de aprendizagem

    significativa do cidado crtico reflexivo

  • A complexidade do processo do ensino depende, para seu desenvolvimento e aperfeioamento, deao coletiva, de esprito de equipe, sendo este o grande desafio da gesto educacional. A direoda escola, alm de uma das funes do processo organizacional, um imperativo social epedaggico. Os objetivos da orientao esto intrinsecamente ligados aos objetivos gerais daeducao e, no contexto da escola, associa-se a esta nos seus objetivos mais especficos. Acomplexidade do processo do ensino depende, para seu desenvolvimento e aperfeioamento, deao coletiva, de esprito de equipe, sendo este o grande desafio da gesto educacional. Adimenso pedaggica da orientao educacional hoje est muito mais abrangente, existe amediao entre educadores e demais protagonistas da escola numa ao mais efetiva da qualidadenas escolas. Portanto, a importncia de se compreender a prxis do Orientador Educacional comoagente importante da equipe gestora democrtica e o seu papel frente o desenvolvimento deaprendizagem significativa do cidado crtico reflexivo.

    Palavras-Chave: Gesto Educacional; Orientador Educacional; Prxis; Ao Coletiva.

    1. INTRODUO

    O referido artigo trata-se de proporcionar uma reflexo sobre as dimenses da gesto

    democrtica no contexto educacional e o papel do orientador educacional como membro

    importante da equipe gestora, pois estamos em um pas que se diz democrtico e a verdade

    bem diferente, claro que no vou negar que j alcanamos grandes objetivos, mas devemos

    trabalhar muito para isso.

    Analiso que a educao um processo, e no um produto a ser entregue de forma

    padronizada. A democratizao deve ser buscada enquanto instrumento para promover a

    qualidade, portanto um novo conceito se expressa menos em termos de produo de documentos

    anuais ou planos e mais em termos de processo de trabalho conjunto e de longo prazo,

    envolvendo toda a equipe da escola e comunidade.

    Pois a gesto democrtica , portanto, atitude e mtodo.

    A atitude democrtica necessria, mas no suficiente. Precisamos demtodos democrticos de efetivo exerccio da democracia. Ela tambm umaprendizado, demanda tempo, ateno e trabalho. (GADOTTI, 1980, p.4)

    Gesto uma expresso que ganhou corpo no contexto educacional acompanhando uma

    mudana de paradigma no encaminhamento das questes desta rea. Em linhas gerais,

    caracterizada pelo reconhecimento da importncia da participao consciente e esclarecida das

    pessoas nas decises sobre a orientao e planejamento de seu trabalho. O conceito de gesto

    est associado ao fortalecimento da democratizao do processo pedaggico, participao

    responsvel de todos nas decises necessrias e na sua efetivao mediante um compromisso

  • coletivo com resultados educacionais cada vez mais efetivos e significativos.

    A promoo de uma gesto educacional democrtica e participativa est associada ao

    compartilhamento de responsabilidades no processo de tomada de deciso entre os diversos

    nveis e segmentos de autoridade do sistema educacional. Desse modo, as unidades de ensino

    poderiam, em seu interior, praticar a busca de solues prprias para seus problemas e, portanto,

    mais adequadas s suas necessidades e expectativas, segundo os princpios de autonomia e

    participao.

    importante notar que a idia de gesto educacional desenvolve-se associada a outras

    idias globalizantes e dinmicas em educao, como, por exemplo, o destaque sua dimenso

    poltica e social, ao para a transformao, globalizao, participao, prxis, cidadania, etc.

    A expresso gesto educacional, comumente utilizada para designar a ao dos

    dirigentes, surge, por conseguinte, em substituio a "administrao educacional", para

    representar no apenas novas idias, mas sim um novo paradigma, que busca estabelecer na

    instituio uma orientao transformadora, a partir da dinamizao de rede de relaes que

    ocorrem, dialeticamente, no seu contexto interno e externo.

    Essa conscincia sobre gesto, superando de administrao - resultado do movimento

    social, associado democratizao das organizaes - demanda a participao ativa de todos que

    atuam na sociedade para a tomada de deciso, pelo planejamento participativo, e a capacidade

    de resposta urgente aos problemas da existncia e da funcionalidade das organizaes.

    A complexidade do processo do ensino depende, para seu desenvolvimento e

    aperfeioamento, de ao coletiva, de esprito de equipe, sendo este o grande desafio da gesto

    educacional.

    A descentralizao dos processos de direo e tomada de decises em educao, a

    democratizao dos processos de gesto da escola, estabelecidos na Constituio Nacional, e a

    conseqente construo da autonomia da escola demandam o desenvolvimento de esprito de

    equipe e noo de gesto compartilhada nas instituies de ensino, em todos os nveis.

    primordial que o administrador escolar assuma, antes de tudo, a condio de educador,que seja um educador por excelncia, dado que no mbito da unidade escolar, lhe compete aresponsabilidade mxima em relao preservao do carter educativo da instituio escolar.(SAVIANI, 2002).

    A instituio escolar lugar de aprendizado de conhecimentos, de desenvolvimento de

    capacidades intelectuais, sociais, afetivas, ticas e estticas e tambm de formao de

    competncias para a participao na vida social, econmica e cultural. Esse entendimento mais

    restrito de participao identifica-se com a idia de escola como espao de aprendizagem, como

    comunidade democrtica de aprendizagem.

    Onde a escola deixa de ser uma redoma, em lugar fechado e separado da realidade, para

    conquistar o status de comunidade educativa que interage com a sociedade civil, pois os rgos

  • deliberativos da escola, os pais, os professores e os alunos vo aprendendo a sentirem-se

    responsveis pelas decises que os afetam em um mbito mais amplo da sociedade, pois a

    participao da comunidade possibilita populao o conhecimento e a avaliao dos servios

    oferecidos e a interveno organizada da vida escolar.

    A direo da escola, alm de uma das funes do processo organizacional, um

    imperativo social e pedaggico.

    Ela vai alm da mobilizao das pessoas para a realizao eficaz das atividades, pois

    implica intencionalidade, definio de um rumo educativo, tomada de posio ante objetivos

    escolares sociais e polticos.

    Entende-se por reas de atuao as atividades bsicas que identificam uma instituio

    escolar e asseguram seu funcionamento,assim como o papel do Orientador Educacional tendo em

    vista a melhor aprendizagem dos alunos, Conforme se tem assinalado, as atividades e as forma de

    organizao e de gesto da escola podem favorecer ou prejudicar o alcance dos objetivos

    pedaggicos. Por essa razo, as reas de ao ou de atividades so organizadas e geridas para dar

    apoio pedaggico ao trabalho escolar, especialmente naquilo que auxiliam os professores em seu

    exerccio profissional na escola e na sala de aula.

    2. O ORIENTADOR EDUCACIONAL FRENTE PRXIS DEMOCRTICA

    Portanto, a importncia de se compreender a prxis do Orientador Educacional como

    agente importante da equipe gestora democrtica e o seu papel frente o desenvolvimento de

    aprendizagem significativa do cidado crtico reflexivo.

    A orientao educacional desenvolveu-se principalmente dentro das escolas e mesmo que

    suas atividades, hoje, se tenham alargado at o mbito das empresas, a idia de orientao

    acha-se muito associada quelas instituies.

    Os objetivos da orientao esto intrinsecamente ligados aos objetivos gerais da educao

    e, no contexto da escola, associa-se a esta nos seus objetivos mais especficos. Isto, porm, no

    quer dizer que a orientao no tenha seus objetivos prprios.

    medida que ele ajuda o indivduo a compreenderem-se a si mesmo, a compreender os

    outros e o seu meio, exerce funes de carter educativo que, entretanto, vo depender de

    tarefas especficas para que sejam atingidos os objetivos.

    A orientao educacional, ao estabelecer uma relao de ajuda, auxilia os indivduos no

    exerccio de suas opes bsicas e conscientes, levando-se em conta sempre os valores, normas,

    idias, costumes do grupo a que o indivduo pertence.

    Observamos, pois, que muitas foras atuam sobre o indivduo, dificultando a sua auto

    percepo e a percepo com clareza, do meio em que vive.

  • A importncia da orientao educacional foi sendo ampliada; pois, medida que ela ajuda

    a educao, ajuda, tambm, a responder aos reclamos da sociedade atual: procura constante de

    valores pelos jovens; conflito de geraes; transferncia da responsabilidade da famlia para a

    escola; sede do novo e do imediato; especializaes que surgem a todo o momento, solicitaes

    cada vez maiores dos meios de comunicao, exigncias que o aluno reclama no atendimento de

    suas potencialidades e no seu ajuste scio emocional.

    O processo de orientao manteve, sempre, estreitas relaes com as tentativas

    pedaggicas, sendo o seu trabalho desenvolvido e a partir do que dela se esperava nas diversas

    concepes. Os objetivos da orientao educacional eram muito claros e precisos quando a

    mesma tinha a sua abordagem na rea psicolgica, na medida em que houve mudana, no

    enfoque da orientao, com nfase nos aspectos sociolgicos.

    Os objetivos deixaram de ser claros e precisos. Isto confirmado pela documentao legal

    que proclama determinados objetivos e a prtica efetivada de ser claros e precisos.

    A obrigatoriedade da orientao educacional, nas escolas de 1a e 2o graus,conforme determina o art. 10 da lei 5692/71, sem legitimidade de seusobjetivos e propsitos por parte dos educadores, no garantiu a eficincia deseus resultados. Arrastamos, por longas dcadas, uma histria de orientaoeducacional tecida de vrios abordados pedaggicos, assimilado desde orisco de bordado teraputico, at o molde de um bordado apresentadolegalmente. (GRINSPUN, 2002)

    No entendimento do que orientao educacional, encontram-se alguns pontos diferenciados,como sejam as diversidades de atribuies, funes de acordo com as concepes e reas do

    conhecimento e a identidade do profissional, que chegou a ser visto como fora da esfera

    pedaggica.

    Tomando a orientao educacional como uma colaboradora do processo pedaggico,

    observamos uma atuao, hoje, de forma clara e transparente nos novos paradigmas das cincias

    humanas voltadas para as exigncias e novas necessidades do mundo.

    O objetivo no mais o ajustamento do aluno escola, famlia ou sociedade, e sim a

    formao do cidado para uma participao mais consciente no mundo que vive. Hoje est

    mobilizada com outros fatores que no apenas unicamente cuida e ajuda os alunos com

    problemas. H necessidade de nos inserirmos em uma nova abordagem de orientao, voltada

    para construo de um cidado que esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente.

    Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania,

    trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtido atravs do dilogo nas relaes

    estabelecidas.

    pelo dilogo que os homens, nas condies de indivduos cidados, constroem a

    integibilidade das relaes sociais. Trata-se, pois, de eliminar tudo aquilo que possa prejudicar a

    comunicao entre as pessoas, pois s atravs dela se pode chegar a um mnimo de consenso. A

    cidadania aparece como objetiva, atravs da qual indivduos livrem concordam em construir e

  • viver numa sociedade melhor. (GRINSPUN, 2002, p.13).

    Partimos de uma orientao voltada para a individualizao e chegamos a uma orientao

    coletiva e participativa. Sob a influencia de novas abordagens educacionais podemos traar um

    novo paradigma para a orientao educacional, no mais alicerada no perfil da ajuda ao aluno

    em uma dimenso psicolgica, mas sim no perfil de colaborar com esse mesmo aluno na sua

    formao de cidadania. O trabalho do orientador envolve, alm dos aspectos polticos e sociais do

    cidado. A orientao educacional procurar compreender e ajudar o aluno inserido no seu

    prprio contexto, com sua cultura e seus prprios valores.

    Quando se fala em orientao educacional, inmeros conceitos vm tona, dependendo

    da fundamentao ou do posicionamento que se tem a respeito da rea. Paralelamente a este

    quadro h postura dos prprios orientadores. A orientao era caracterizada, sempre, como um

    processo, uma ao, um mtodo, um trabalho cujos objetivos eram apresentados como: o aluno

    e sua personalidade, e cujos objetivos indiretos diziam respeito ao desenvolvimento das

    potencialidades, a auto realizao na esfera famlia pessoal escola e social, soluo dos

    problemas e ajustamento dos alunos.

    A dimenso pedaggica da orientao educacional hoje estar muito mais abrangente,

    existe a mediao entre educadores e demais protagonistas da escola numa ao mais efetiva da

    qualidade nas escolas. O orientador est mais voltado para o compromisso com a cidadania e o

    carter da subjetividade dos alunos. Ao contrrio da orientao individual, refora-se a orientao

    coletiva (a escola e a sociedade), onde as questes contextuais envolvem contradies e conflitos

    como realizaes bem sucedidas buscam-se uma realidade da dcada de 90 os novos

    acontecimentos tomam outros rumos na orientao educacional, tem um papel mais significativo

    junto educao, nos anos seguintes. A Educao passa a ser coadjuvante na prtica docente.

    Hoje a Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 no traz a obrigatoriedade da orientao

    educacional, mesmo assim o profissional tem mais espao junto aos protagonistas da escola, um

    trabalho pedaggico integrado.

    A orientao, hoje, tem que desenvolver atravs de um trabalhoparticipativo, onde o currculo deve ser construdo por todos. E ainterdisciplinaridade deve ser buscada, para uma melhor compreenso doprocesso pedaggico da escola. (GRINSPUN, 2002, p.27).

    A interdisciplinaridade vista como um projeto a ser viabilizado nas escolas, constitudo

    de mltiplas disciplinas, atividades, o trabalho conjunto, integrado, todos comprometidos com o

    processo e os resultados. Sendo assim a orientao educacional deve hoje estar comprometida.

    Construo do conhecimento, relao sujeito, com objetividade e subjetividade domundo, considerada um momento individual de internalizao.

    Realidade de vida dos alunos.

  • Valorizao dos saberes, saber pensar, saber criar, saber agir saber.

    Prtica scia, como empreendimento coletivo.

    Indivduos de decises pessoais e sociais.

    A rede de subjetividade construda na escola e por ela.

    Planejamento e efetivao do projeto poltico-pedaggico.

    A orientao educacional sempre est buscando fundamentao terica de sua rea, ao

    caracterizarmos a orientao como rea de educao estamos inserindo a educao nas

    dimenses sociais, culturais, polticas e econmicas onde ela ocorre. H uma nica concepo,

    um re-significado, mas as aes os projetos devem estar de acordo com o projeto poltico-

    pedaggico de cada escola. De acordo com (GRINSPUN, 2002, p.30):

    Trabalho do orientador deve: Explicar as contradies a partir de umarealidade concreta, promovendo as articulaes necessrias, as mediaespossveis, para que possamos ter uma educao mais justa, mais solidria edemocrtica.

    Mesmo que ainda existam conflitos de paradigmas nas escolas, s uma orientao

    contextualizada poder mostrar as alternativas de que a escola dispe para que o seu papel seja

    de aliada e parceria. Sendo assim cumprir com os seus objetivos de formao de um verdadeiro

    cidado.

    Como a prtica do orientador est vinculada a pedagogia precisa-seconhecer o que acontece dentro e fora da escola, avaliao currculo, osmtodos de ensino e tambm o como se aprende, o trabalho com os grupose a comunidade, a alfabetizao as questes relativas aquisio dalinguagem e produo do conhecimento e a pesquisa. (PENTEADO, 2000p.16).

    3. CONCLUSO

    H algo de fundamental no trabalho do orientador educacional hoje, alm do

    comprometimento com os problemas de ensino aprendizagem, preciso lutar para que a escola

    no perca a dimenso humana. Devemos cada vez criar oportunidades para alunos, pais e

    professores discutirem questes presentes no dia-a-dia, com isso conseguirem solues sobre as

    conseqncias para caminharem nessa ou naquela direo.

    Assumir a responsabilidade na direo, com isso desnudar o real e os mitos da sociedade,

    como deve agir o professor libertador como diz Paulo Freire (1996) o orientador pode e deve

    criar oportunidade de debates e troca de experincias na escola. Com esta postura a educao

    produzir homens crticos e conscientes das suas possibilidades e limites dentro da sociedade.

    PppO PPP (projeto Poltico-Pedaggico) preocupa-se em propor uma forma de organizar o trabalho pedaggico visando uma superao dos conflitos, buscando rechaar as relaes competitivas, corporativas e autoritriasna tentativa de acabar com a rotina do mundo interno da instituio.

  • sabido que o PPP est relacionado com a organizao do trabalho pedaggico em pelo menos dois momentos decisivos: como organizao da escola como um todo e como organizao da sala de aula, incluindo sua relao com o contexto social, procurando obter uma viso da totalidade.

    O currculo escolar tambm um instrumento muito importante, pois norteia todo o trabalho desenvolvido na escola, tendo em vista as caractersticas do mundo e da sociedade atual. Dessa forma, sua prtica reflete na viso de mundo expressado nos documentos orientadores por meio das formas efetivas de ao dos agentes educacionais e, dessa forma, dos valores, normas, hbitos, atitudes que governam as relaes escolares, sempre numa relao de consonncia com o PPP.

    Dessa forma, o objetivo principal dessa Produo de Aprendizagem foi aprofundar os conhecimentos sobre PPP, currculo e suas relaes com o trabalho pedaggico, observando sua construo e reconstruo diante de uma escola democrtica, que precisa deles como norteadores para o trabalho a desenvolver, tendo em vista seu papel social em funo da comunidade que atende.

    A presente Produo de Aprendizagem traz reflexes sobre o processo de construo do PPP escolar, assentada em bases democrtico-participativas, como parte constitutiva da afirmao da autonomia das escolas, trazendo tambm o currculo escolar como elemento relevante da organizao da escola, em que enfatiza a sua organizao e aprimoramento para a busca da melhoria da qualidade do ensino.

    O PROJETO POLTICO-PEDAGGICO E O CURRCULO ESCOLAR

    CONCEITO DE PROJETO POLTICO PEDAGGICO COMO CONSTRUO COLETIVA NA GESTO DEMOCRTICA E SEU PAPEL COMO NORTEADOR DAS AES DA ESCOLA

    O Projeto Poltico Pedaggico (PPP) compreende as propostas e programas de aes planejadas, para serem executadas e avaliadas em funo dos princpios e diretrizes educativas. Relaciona-se ainda s finalidades que cada instituio pretende alcanar, sendo um documento norteador das polticas escolares e tambm articulador das intenes, das prioridades e das estratgias para a realizao de sua funo social. Diogo (1998, p. 17) sintetiza bem o que se pode compreender por Projeto Poltico-Pedaggico, embora utilize outraterminologia:

    O Projeto Educativo , claramente, um documento de planificao escolar que poderamos caracterizar do seguinte modo: de longo prazo quanto sua durao; integral quanto sua amplitude, na medida em que abarca todos os aspectos da realidade escolar; flexvel e aberto; democrtico porque elaborado de forma participada e resultado de consensos.

    Os PPPs apresentam uma caracterstica prospectiva, a busca de um rumo, de uma direo, uma construo intencional, em busca de um compromisso coletivo, no sentido de aperfeioar a realidade presente. Por ser processo, no se apresenta de modo linear e conclusivo, abre possibilidades de rever, de refazer, de repensar.Desse modo, apresenta-se como espao para constantes mudanas, discusso das preocupaes, das prticas,das possibilidades, das limitaes para o alcance dos objetivos da escola, dos princpios e fins da Educao Nacional.

    O Projeto Poltico- Pedaggico da escola apresenta duas dimenses interdependentes: a poltica que supe o conjunto de decises quanto organizao, aos propsitos e aos modos operativos da escola e a pedaggica que supe o elenco de decises/aes de ordem educativa e pedaggica, viabilizadora de suas intencionalidades quanto formao do cidado. http://www.portalensinando.com.br.

    A administrao escolar, nela includa o ato de planejar as aes educacionais atravs do PPP, pode ser feita de forma centralizada e autoritria, ou de forma participativa e democrtica. Quando a mesma assume a forma participativa, permite uma maior eficincia social e educacional, havendo a necessidade de ser elaboraem conjunto com todos os interessados ao sistema educativo, sendo estes: educandos e seus familiares,

  • educadores, funcionrios e membros da comunidade.

    Neste sentido, o PPP tem a necessidade de expressar as reflexes e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, bem como s necessidades locais e especficas de sua clientela, caracterizando o cidado que se pretende formar. Neste sentido, segundo Ferreira (2003, apud FERREIRA, 2006, p 17), o PPP:

    [...] deve ser pensado, estudado, refletido, debatido e construdo coletivamente com o que existe, no mundo,de mais atual, mais avanado e de melhor qualidade para formar seres humanos fortes intelectualmente, ajustados emocionalmente, capazes tecnicamente e ricos de carter.

    A construo do (PPP), antes de tudo, no pode ser nem mera reproduo do senso comum pedaggico vigente, nem implantao de propostas novidadeiras. Tal instrumento (PPP) exige uma verdadeira e corajosa prtica do senso crtico-filosfico. esta dimenso que far com que a proposta seja segura, sustentvel e vivel. No fundo, revelar que tipo de sociedade e de educao os envolvidos assumem. Segundo Vasconcelos (2002, p. 183): Aqui so expressas as grandes opes do grupo (utopia fim). Contm os critrios gerais de orientao da instituio.Na concepo de Vasconcelos (2002, p. 183), os seguintes pontos so imprescindveis para a elaborao e construo do PPP de toda e qualquer instituio:

    - Que tipo de sociedade queremos construir?- Que tipo de homem/pessoa humana queremos colaborar na formao?- Que finalidade queremos para a escola? Que papel desejamos para a escola em nossa realidade?

    Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princpios e de normas que iluminem a ao pedaggica cotidiana. O Projeto poltico pedaggico v a escola como um todo em sua perspectiva estratgica, no apenas em sua dimenso pedaggica. uma ferramenta gerencial que auxilia a escola a definir suas prioridades estratgicas, a converter as prioridades em metas educacionais e outras concretas, a decidir o que fazer para alcanar as metas de aprendizagem, a medir se os resultados foram atingidos e a avaliar o prprio desempenho.

    A escola deve ser um espao onde todos participem do planejamento e execuo de todas as sua aes, onde o conjunto de valores, normas e relaes obedecem a uma dinmica singular e viva (VEIGA e RESENDE, 1998).

    Para alcanar tal objetivo, necessrio que o planejamento de todas as suas aes (PPP) sejam de forma coletiva e democrtica, dando a todos que esto direta ou indiretamente ligados a escola, oportunidade de participarem da elaborao de um projeto de vida, de um projeto que ir afetar de forma positiva ou no osdestinos de todos que por ele sero influenciados. Citamos ainda Vasconcellos (1995, p. 92), que d grande nfase ao planejamento das aes educacionais, afirmando que cabe ao planejamento a oportunidade de repensar todo o fazer escolar, como um caminho de formao dos educadores e dos educandos, bem como de humanizao, de desalienao e de libertao. Nesse sentido, o projeto poltico pedaggico, passa a ser um instrumento democrtico para que a comunidade escolar possa se organizar e construir dentro de seu espao, a sua autonomia, que ser o impulsionador da descentralizao de suas aes e o fortalecimento de atitudes democrticas e comunicativas.

    A autonomia e a gesto democrtica da escola pblica a qual nos referimos, se faz necessria para a democratizao do espao escolar e das aes por ela planejada. A montagem do seu plano de educao combase em um projeto de vida, que deve envolver toda a comunidade, tornando essa escola um local de educao para todos e no apenas para os seus alunos, permitindo com isso, mobilizar essa comunidade na construo de um projeto que permita o surgimento de uma nova sociedade, onde a sua cultura e os seus valores possam ser preservados e ensinados, e que todos possam participar dos rumos dessa nova escola. Para ns, esse projeto o Projeto Poltico-Pedaggico.

    CURRCULO COMO ELEMENTO FUNDAMENTAL NA ORGANIZAO DA ESCOLA E SUA

  • RELAO COM O PROJETO POLTICO PEDAGGICO

    O currculo pode ser definido pelo conjunto de saberes produzidos na escola. Ele reflete todas as experincias em termos de conhecimento que sero proporcionados aos alunos de um determinado curso.

    O mais antigo e persistente significado que se associa a currculo o de matrias, geralmente organizadas como disciplinas escolares que foram escolhidas para serem ensinadas a algum. Freqentemente tanto para educadores como leigos, o currculo , ainda, equivalente ao contedo dos livros de texto usados pelos professores nas suas aulas. Muitas vezes, tambm, o currculo visto como um programa publicado (ou impresso) ou um guia para os professores de uma disciplina ou conjunto de disciplinas.

    No Brasil, no existe um currculo nico nacional, porm, os Parmetros Curriculares Nacionais trazem como sugesto, uma forma de definio das disciplinas e distribuio dos contedos entre os componentes curriculares propostos. Devido dimenso territorial e diversidade cultural, poltica e social do pas, nem sempre os Parmetros Curriculares chegam s salas de aula.

    Falar em currculo escolar falar tambm na vida do aluno e da escola em constante e em dinmica ao, ouseja, educandos e educadores, no espao escolar, constroem e formam, atravs de processos de valorizao edo cotidiano que vivenciam, o currculo ideal para o desenvolvimento de habilidades necessrias ao desempenho escolar dos alunos. Mesquita (in http://www.webartigos.com) apresenta ainda outras caractersticas do currculo nos dias atuais:

    [...] o currculo escolar passa a ser definido como sendo todas as situaes vividas pelo aluno dentro e forada escola, seu cotidiano, suas relaes sociais, as experincias de vida acumuladas por esse aluno ao longode sua existncia, as quais contribuem para a formao de uma perspectiva construcionista educacional. [...] Logo, o que se quer dizer que a escola deve buscar na experincia cotidiana do aluno elementos que subsidiem a sua ao pedaggica e, ao mesmo tempo, recursos que contribuam para a formao do currculo escolar.

    Todas as atividades de cunho educativo que venham a ser exploradas pela escola constituem elementos essenciais e de mesma importncia na formao do currculo escolar, o qual interfere de maneira significativa na formao do carter e da personalidade dos alunos. Considerando que a personalidade humana se caracteriza pelo modo prprio de ser apresentado por cada indivduo, acredita-se na fora de sua expresso como fator operante nas teorias do currculo.

    O currculo escolar importantssimo por ser um instrumento que norteia o trabalho desenvolvido na escola,e ser marcado pela viso de mundo da sociedade do momento; e sua prtica reflete na viso de mundo expressado nos documentos orientadores por meio das formas efetivas de ao dos agentes educacionais, e, dos valores, normas, hbitos, atitudes que governam as relaes nas salas de aula.

    Nesse sentido, o currculo o mediador entre escola e comunidade, e ao realizar essa mediao, o currculo possibilita a construo da ao pedaggica atravs da articulao entre os conhecimentos construdos na prtica social e transmitidos, organizados e transformados na pratica escolar, por isso, o currculo tambm precisa estar em consonncia com o Projeto Poltico-Pedaggico da instituio.

    Em contrapartida tem-se que a perfeita observao de todos esses elementos direciona verdadeira prxis docurrculo, ou seja, a articulao entre a teoria e a prtica curriculares em sala de aula. Construir o currculo na sala de aula requer profissionalismo e competncia por parte dos professores quanto utilizao de uma importante ferramenta pedaggica: a vivncia sociocultural das crianas.

    Alm do Currculo explcito na prtica escolar, existe tambm o Currculo oculto o qual no to aparente aos nossos olhos, porm pode ser muito significativo na vida escolar e na percepo do aluno.

    Um exemplo da presena do currculo oculto nas salas de aula a prpria forma de organizao da classe. Geralmente as carteiras so dispostas em filas indianas em que cada aluno tem sua ateno voltada sempre

  • para frente com o fim nico de interromper toda e qualquer forma de comunicao com os outros alunos. Esse exemplo reflexo de uma grande relao de poder em que o professor ocupa a posio central da sala e detentor do conhecimento produzido e acabado. Os alunos so considerados como sujeitos pacientes desse tipo de organizao educacional e, no geral, so simples reprodutores do conhecimento recebido.

    Para a perspectiva crtica, o que se aprende no currculo oculto so fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientaes que permitem que crianas e jovens se ajustem da forma mais conveniente s estruturas e s pautas de funcionamento, consideradas injustas e antidemocrticas e, portanto, indesejveis, da sociedade capitalista. Entre outras coisas o currculo oculto ensina, em geral, o conformismo [...] Numa perspectiva mais ampla, aprendem-se atravs do currculo oculto, atitudes e valores prprios de outras esferas sociais, como, por exemplo, queles ligados nacionalidade. (SILVA, 2005, p. 29)

    Assim, o currculo oculto transforma a escola em um espao de transmisso da doutrina capitalista, a qual, segundo SILVA (2005) produz e legitima os interesses econmicos e polticos das elites empresariais. O que ocorre que a escola, de modo particular a sala de aula, passa a ser um local exclusivo do reprodutivismo dos valores, das atitudes e dos comportamentos da classe privilegiada. Estes elementos acabam sendo impostos nos currculos escolares, mas no so parte integrante da vida e do cotidiano de muitas crianas, as quais so preparadas para a absoro de uma cultura que no as satisfaz e que, portanto, nada tem a contribuir em sua formao.

    Contudo, o currculo oculto reproduz, atravs da cultura escolar, as estruturas sociais e a ideologia dominante do capitalismo. Com isso, o currculo oculto interfere na subjetividade dos alunos, os quais passam a ser inibidos e impedidos de manifestarem-se quanto prpria atuao no mundo.

    Vale ressaltar que o currculo escolar precisa ser analisado e elaborado com muita ateno e reflexo, pois oscurrculos em nossas escolas atendem a massificao do ensino, ou seja, no se planeja para cada aluno, massim para muitos alunos, numa hierarquia de sries.

    Numa proposta de Projeto de aprendizagem preciso rever essa organizao curricular, pois a proposta trabalhar projetos com grupos de alunos que tenham interesses comuns, partindo deles a escolha dos temas de estudo. Da a idia de disciplina aos poucos vai se tornando interdisciplinar, e o professor poder organizar para que alguns temas sejam trabalhados em todos os grupos, explorando a criatividade e os diferentes pontos de vista. Nessa perspectiva, a idia da aprendizagem de determinados contedos por sries,deixa de ter sentido, pois nessa dimenso nos apoiamos nas idias de Piaget, onde a aprendizagem parte daquilo que o aluno j sabe, ou seja, das suas certezas provisrias em busca das respostas s suas dvidas, e essas respostas podero abranger diferentes sries e disciplinas, enriquecendo a grade de contedos.

    Dessa forma, a construo e reconstruo do currculo devem ser a todo instante refletidos e como tais eles no seguem uma direo nica, mas de acordo com cada contexto as reflexes sero diferentes. Nesta perspectiva, o Projeto Poltico-Pedaggico e a prtica pedaggica devem estar diretamente relacionadas ao currculo e ao local em que estes se concretizaro.

    CONSIDERAES FINAIS

    Aps o desenvolvimento do trabalho, percebemos a importncia do PPP e do currculo como norteadores das atividades escolares, onde a importncia de sua construo coletiva embasada na gesto democrtica, planejando as atividades escolares na busca do atendimento adequado da escola frente a comunidade na qualest inserida, buscando cumprir seu papel social que formar para a autonomia e cidadania.

    A elaborao do PPP e do currculo de forma democrtica insere nas atividades da escola todos os profissionais nela envolvidos, buscando autonomia para atender os alunos de acordo com suas necessidades, diante de uma sociedade globalizada, onde o desenvolvimento escolar deve formar cidados aptos a serem agentes de transformao social.

  • Percebemos que o PPP e o currculo, em consonncia, so os planos que direcionam a escola na busca do cumprimento dos seus objetivos, sendo eles flexvel diante das necessidades de adaptao surgidas no cotidiano escolar e precisam ser construdos e/ou reconstrudos constantemente, tendo em vista que a sociedade est em profundas mudanas.

    Mediante o citado acima, podemos afirmar que nossos objetivos foram alcanados, pois como acadmicos do curso de Gesto do Trabalho Pedaggico, essas questes esto implcita e explicitamente relacionadas ao nosso trabalho cotidiano como gestores do trabalho pedaggico na escola em que trabalhamos

    A Democratizao do Ensino: as teorias crtico-reprodutivistasA partir da dcada de 60, mais precisamente aps a revoluo de 64, foi implantada pelo governo uma nova poltica educacional, que visava democratizar o ensino e torn-lo acessvel ao maior nmero de crianas possvel.

    A partir da dcada de 60, mais precisamente aps a revoluo de 64, foi implantada pelo governo uma nova poltica educacional, que visava democratizar o ensino e torn-lo acessvel ao maior nmero de crianas possvel.

    Ao mesmo tempo que o pas entrava em um regime ditatorial, nas escolas, o ensino tornava-se mais acessvel, principalmente s pessoas de classe menos favorecidas.

    Ao mesmo tempo que o pas entrava em um regime ditatorial, nas escolas, o ensino tornava-se mais acessvel, principalmente s pessoas de classe menos favorecidas.

    Esta iniciativa do governo pretendia fazer passar a idia de uma educao que se democratizava, que fazia aumentar as chances de igualdade e de condies.

    Esta iniciativa do governo pretendia fazer passar a idia de uma educao que se democratizava, que fazia aumentar as chances de igualdade e de condies.

    A partir do momento em que a sociedade (teoricamente) como um todo passa a fazer parte do mbito escolar, surgem novas concepes de ensino, novas teorias a respeito da educao.

    A partir do momento em que a sociedade (teoricamente) como um todo passa a fazer parte do mbito escolar, surgem novas concepes de ensino, novas teorias a respeito da educao.

    As teorias anteriores eram consideradas no-crticas, pois apenas concebem a marginalidade como um desvio de conduta e consideram que a educao o meio mais adequado para correo deste desvio. A marginalidade vista como um problema social, enquanto a educao, que dispes de autonomia em relao sociedade, estaria capacitada para intervir eficazmente na sociedade, tornando-a melhor e corrigindo as injustias.

    As teorias anteriores eram consideradas no-crticas, pois apenas concebem a marginalidade como um desvio de conduta e consideram que a educao o meio mais adequado para correo deste desvio. A marginalidade vista como um problema social, enquanto a educao, que dispes de autonomia em relao sociedade, estaria capacitada para intervir eficazmente na sociedade, tornando-a melhor e corrigindo as injustias.

    J as teorias crtico-reprodutivisas consideram que o espao escolar e a prpria educao consiste na reproduo da sociedade em que ela se insere.

    J as teorias crtico-reprodutivisas consideram que o espao escolar e a prpria educao consiste na reproduo da sociedade em que ela se insere.

    Entre as teorias crtico-reprodutivistas, as trs principais correntes so:

    Teoria do Sistema de Ensino Enquanto Violncia Simblica

    Teoria do Sistema de Ensino Enquanto Violncia Simblica

  • Esta teoria refora, por dissimulao, as relaes de fora material, destaca a dominao cultural das classes menos favorecidas e explicita um imposio arbitrria da cultura dos grupos dominantes aos dominados.

    Esta teoria refora, por dissimulao, as relaes de fora material, destaca a dominao cultural das classes menos favorecidas e explicita um imposio arbitrria da cultura dos grupos dominantes aos dominados.

    Os grupos dominados so as classes marginalizadas. Estes so dominados de duas formas: socialmente, porque no possuem fora material, e culturalmente, porque no possuem fora simblica.

    Os grupos dominados so as classes marginalizadas. Estes so dominados de duas formas: socialmente, porque no possuem fora material, e culturalmente, porque no possuem fora simblica.

    Teoria da Escola Enquanto Aparelho Ideolgico do Estado

    Esta teoria considera a escola como o instrumento mais acabado de reproduo das relaes de produo capitalistas.

    Seu principal terico foi Althusser, que aponta que o governo possui duas formas de dominao: a repressiva, que se d pelo uso da violncia propriamente dita, e o ideolgico, que se d no meio familiar, nasigrejas, nas escolas, nos partidos polticos etc.

    Seu principal terico foi Althusser, que aponta que o governo possui duas formas de dominao: a repressiva, que se d pelo uso da violncia propriamente dita, e o ideolgico, que se d no meio familiar, nas igrejas, nas escolas, nos partidos polticos etc.

    Nas escolas, a ideologia capitalista do estado pode ser identificada na educao de classes menos favorecidas para o trabalho (proletariado), enquanto que as classes mais favorecidas so educadas para o status social, para os postos de poder (capitalistas).

    Nas escolas, a ideologia capitalista do estado pode ser identificada na educao de classes menos favorecidas para o trabalho (proletariado), enquanto que as classes mais favorecidas so educadas para o status social, para os postos de poder (capitalistas).

    Teoria da Escola Dualista

    Com certas semelhanas com a teoria anterior, esta teoria destaca a diviso da escola em duas grandes redes:uma escola para a burguesia e outra escola para o proletariado.

    Com certas semelhanas com a teoria anterior, esta teoria destaca a diviso da escola em duas grandes redes: uma escola para a burguesia e outra escola para o proletariado.

    Esta diviso refora a formao da fora de trabalho e a assimilao da ideologia burguesa, alm de qualificar o trabalho intelectual e desqualificar o trabalho manual.

    Esta diviso refora a formao da fora de trabalho e a assimilao da ideologia burguesa, alm de qualificar o trabalho intelectual e desqualificar o trabalho manual.

    Alm de reforar as desigualdades sociais, ao contrrio do que o governo pretendia fazer parecer, a democratizao do ensino trouxe outros agravantes para a educao.

    Alm de reforar as desigualdades sociais, ao contrrio do que o governo pretendia fazer parecer, a democratizao do ensino trouxe outros agravantes para a educao.

    Com a exploso demogrfica nos bancos escolares que se deu principalmente a partir da dcada de 70, fez-se necessrio o imediato aumento do nmero de professores. Para suprir esta necessidade, a soluo encontrada pelo governo foi a formao de professores com extrema rapidez, sem muita base terica, desqualificando o ensino.

    Com a exploso demogrfica nos bancos escolares que se deu principalmente a partir da dcada de 70, fez-se necessrio o imediato aumento do nmero de professores. Para suprir esta necessidade, a soluo encontrada pelo governo foi a formao de professores com extrema rapidez, sem muita baseterica, desqualificando o ensino.

  • At os dias de hoje podemos ver os sintomas desta falta de qualidade na formao dos professores, principalmente em professores que tiveram sua formao concluda nas dcadas de 80 e 90, quando as reformas na estrutura de ensino, em todas as suas modalidades e principalmente no ensino superior, na rea das licenciaturas, ainda no previa uma formao plena para a docncia.

    At os dias de hoje podemos ver os sintomas desta falta de qualidade na formao dos professores, principalmente em professores que tiveram sua formao concluda nas dcadas de 80 e 90, quando as reformas na estrutura de ensino, em todas as suas modalidades e principalmente no ensino superior, na rea das licenciaturas, ainda no previa uma formao plena para a docncia

    TEORIAS CRTICO-REPRODUTIVISTAS A escola se encarrega das crianas de todas as classes sociais desde a mais tenra idade, inculcando nelas os saberes contidos da ideologia dominante (a lngua materna, a literatura, a matemtica, a cincia, a histria) ou simplesmente a ideologia dominante em estgio puro (moral, educao cvica, filosofia).

    Na escola, ou em qualquer ambiente que se pretenda educativo, as idias dominantes sero aquelas que favoream ou atendam os interesses capitalistas. Estando a escola inserida em um contexto scio-econmicodefinido, ou seja, fazendo ela parte de uma sociedade capitalista, de classes, onde dominantes exploram dominados, h que se supor que a educao ali promovida acaba por refletir o ideal poltico dominante naquela sociedade.

    Os crticos-reprodutivistas, acreditam portanto, que a escola formal exerce o papel de reprodutora da sociedade de classes, reforadora do modo de produo capitalista e, por isso mesmo, repressora, autoritria e inculcadora da ideologia dominante.

    A teoria da violncia simblica

    Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, socilogos franceses desenvolveram rigorosa crtica Instituio escolar. Para eles, a escola no uma ilha separada de um contexto social; ao contrrio, o sistema social marca os indivduos submetidos educao de maneira inevitvel e irreversvel. Para eles a Escola dissimula uma verdadeira violncia simblica.

    O que a violncia simblica?

    Esse tipo de violncia exercido pelo poder de imposio das idias transmitidas por meio da comunicao cultural, da doutrinao poltica e religiosa, das prticas esportivas, da educao escolar, etc. Por meio da violncia simblica as pessoas so levadas a agir e a pensar de uma determinada maneira imposta, sem se darem conta de que agem e pensam sob coao.

    A violncia simblica na Escola

    Para os autores, a Escola constitui um instrumento de violncia simblica porque reproduz os privilgios existentes na sociedade, beneficiando os j socialmente favorecidos. Exemplos: O acesso Educao; O sucesso escolar; A possibilidade de escolarizao prolongada at a Universidade esto reservados queles cujas famlias pertencem classe dominante. A escola limita-se a confirmar um habitus de classe.Um conjunto de esquemas comuns de pensamento, de percepo, de apreciao e de aoAs crianas das classes desfavorecidas pertencem a outro universo de experincias e expressam-se de maneira diferente. O falar vulgar discriminado em relao ao falar burgus a partir de ndices como correo, sotaque, tom, etc. natural que este estudante fique desabientado, perplexo mesmo, diante da descontinuidade entre o ambiente familiar e o escolar. A consequncia dessas discrepncias o insucesso frequente dos estudantes vindos das classes pobres.

    A Escola como aparelho ideolgico do Estado

  • Louis Althusser (1918-1990), filsofo francs influenciado pelo pensamento marxista, desenvolveu a noo de Aparelho ideolgico do Estado.Trata-se de uma pluralidade de Instituies distintas e especializadas pertencentes ao domnio privado, que funcionam pela ideologia da classe dominante.Os Aparelhos Ideolgicos de Estado designam realidades que se apresentam na forma de instituies distintas e especializadas.

    So eles:AIE religiosos (o sistema das diferentes Igrejas); AIE escolar (o sistema das diferentes escolas pblicas e privadas); AIE familiar; AIE jurdico; AIE poltico (os diferentes Partidos); AIE sindical; AIE cultural (Letras, Belas Artes, esportes, etc.); AIE de informao (a imprensa, o rdio, a televiso, etc.).

    A teoria da escola dualista

    Os franceses Christian Baudelot e Roger Establet , so os principais representantes dessa teoria.Se vivemos em uma sociedade dividida em classes, no possvel haver uma escola nica. Existem na verdade duas escolas radicalmente diferentes quanto ao nmero de anos de escolaridade, aos itinerrios, s prprias finalidades da Educao.

    A Escola Dualista

    Trata-se no apenas de duas escolas diferentes, mas opostas, heterogneas, antagonistas. As duas redes de escolaridade so as SS (Secundria Superior) e a PP (Primria Profissional), que corresponde a diviso da prpria sociedade em burguesia e proletariado.Desse modo, observa-se que a escola reafirma a diviso entre trabalho intelectual (rede SS) e trabalho manual (rede PP)Como aparelho ideolgico, a Escola tem a funo de contribuir para a formao da fora de trabalho, mas, sendo o proletariado uma fora ativa e perigosa, no sentido de ter interesses antagnicos aos da burguesia, preciso cont-lo e domin-lo. Da a segunda funo da escola: inculcar a ideologia burguesa

    Sociologia da Educao ***Resumo Apostila*** UNICID 2010

    RESUMOS SOCIOLOGIA DA EDUCAO

    A sociologia uma cincia que tem como proposta pensar sobre o homem e a sua interao,produzir conhecimento para pensar o processo social e como funciona esse processo social, Essaconstruo da sociedade.

    Sociedade que se faz o tempo todo, que se modifica sem parar. Tambm surgiu danecessidade de se explicar os problemas sociais, as culturas existentes e as diferenas.

    Existem vrias teorias que so utilizadas para tornar a sociedade melhor. De que forma comoeducadores podemos contribuir para educao, a educao est dentro da sociedade como um todo. Paraque as teorias vo servir? Como essas teorias nos ajudariam, os tericos serviro para dar embasamento,para pensar na realidade atual, como responder certos problemas que esto acontecendo.

    A proposta do curso da disciplina a interao, a troca. A teoria no serve de nada sendoapenas teoria, ela vai deixar de ser teoria quando ns implementar ela na nossa prtica que construda otempo todo, no dia a dia, a partir da ao de cada um de ns, na prtica pedaggica, No convvio social,tudo isso e construdo e reconstrudo o tempo todo.

    A proposta trabalhar alguns problemas educacionais brasileiros e como ser feita essadiscusso em outra tica como um novo olhar. Ex: A democratizao das escolas brasileira, todos temacesso da mesma maneira? Com a mesma qualidade? No! Por qu? A gente para e pensa porque no da mesma forma, se questiona do porque diferente?

  • Devemos ver esse problema luz, embasado em determinadas teorias, mas alm das teoriasdeve haver discusses sobre os textos, as matrias que todos esto vendo.

    O papel da sociologia na realidade educacional brasileira.A discusso da realidade dos problemas que afetam a educao. Outro ponto importante entender como a sociologia passa a fazer parte da realidade da

    educao brasileira, do currculo, dos cursos, tendo em vista sempre a democratizao do ensino e dasociedade. Durante as aulas ser visto como se deu o processo de construo da sociologia como cinciafundamental para se pensar em educao hoje, esse processo foi se construindo a partir de algunsautores como:

    Augusto Comtemile DurkheimKall MaxMa WeberEsses autores trazem alguns conceitos como: poder, status, mobilidade, interao e outros

    mais.A sociologia nasce enquanto cincia como uma tentativa de explicar as mudanas sociais, num

    momento de grandes mudanas sociais, marcado pela Revoluo Industrial, Revoluo Francesa e aFormao dos Estados Nacionais, a chamada Modernidade.

    **********

    AULA 02 - SOCIOLOGIA DA EDUCAO Elizabeth

    A Sociologia da educao uma cincia produtora de conhecimentos especficos quelevam a discusso da democratizao e do papel do ensino, promovendo uma reflexo sobre asociedade e seus problemas relacionados educao. Seu papel investigar a escola enquantoins