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Bur SUMÁRIO Módulo 01 - O SEP e seus riscos. Lição 01 - Organização do Sistema Elétrico de Potência (SEP). Lição 02 - Riscos típicos no SEP e a sua prevenção. Lição 03 - Técnicas de análise de risco no SEP. Lição 04 - Condições impeditivas para execução de serviços. Lição 05 - Procedimentos de trabalho; análise e discussão. Módulo 02 - Sistemas de controle. Lição 01 - Equipamentos e ferramentas de trabalho. Lição 02 - Sinalização e isolamento de áreas de trabalho. Lição 03 - Equipamentos de proteção coletiva – EPC. Lição 04 - Equipamentos de proteção individual – EPI. Módulo 03 - Trabalho sob tensão. Lição 01 - Técnicas de trabalho sob tensão. Lição 02 - Procedimento de segurança para trabalho em painéis e cubículos. Lição 03 - Equipamentos e ferramentas de trabalho. Módulo 04 - Organização como fator de segurança. Lição 01 - Métodos de trabalho. (Ao contato – Ao Potencial – À distância). Lição 02 - Prontuário e cadastro das instalações. Lição 03 - Programação e planejamento dos serviços. Lição 04- Liberação de instalações e equipamentos. 1 CURSO NR 10 COMPLEMENTAR Segurança no Sistema Elétrico de Potência -

Apostila NR 10 SEP

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SUMÁRIO

Módulo 01 - O SEP e seus riscos.Lição 01 - Organização do Sistema Elétrico de Potência (SEP).Lição 02 - Riscos típicos no SEP e a sua prevenção.Lição 03 - Técnicas de análise de risco no SEP.Lição 04 - Condições impeditivas para execução de serviços.Lição 05 - Procedimentos de trabalho; análise e discussão.

Módulo 02 - Sistemas de controle.Lição 01 - Equipamentos e ferramentas de trabalho.Lição 02 - Sinalização e isolamento de áreas de trabalho.Lição 03 - Equipamentos de proteção coletiva – EPC.Lição 04 - Equipamentos de proteção individual – EPI.

Módulo 03 - Trabalho sob tensão.Lição 01 - Técnicas de trabalho sob tensão.Lição 02 - Procedimento de segurança para trabalho em painéis e cubículos.Lição 03 - Equipamentos e ferramentas de trabalho.

Módulo 04 - Organização como fator de segurança.Lição 01 - Métodos de trabalho. (Ao contato – Ao Potencial – À distância).Lição 02 - Prontuário e cadastro das instalações.Lição 03 - Programação e planejamento dos serviços.Lição 04- Liberação de instalações e equipamentos.

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CURSO NR 10 COMPLEMENTARSegurança no Sistema Elétrico de Potência - (SEP)

Engenheiro: Jorge Bury dos Reis - CREA-RJ - 1987-107. 619E-mail: [email protected]

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Lição 01

Organização do Sistema de Potência (SEP)

Aspectos Organizacionais

Concedente para regulação e fiscalização: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Geração; Transmissão e Distribuição de energia elétrica

As concessões são de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia (MME)

Além da agência reguladora federal (ANEEL) e das estaduais, existem outros organismos também importantes e vitais para a adequada coordenação da expansão e operação do sistema.

• ONS – Operador Nacional do Sistema, encarregado de planejar e coordenar a operação elétrica e energética de todo o sistema brasileiro.

• EPE – Empresa de Planejamento Energético, encarregada de planejar a expansão dos sistemas elétricos e energéticos.

• CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, responsável pelos contratos de compra e venda de energia e pela contabilidade da energia fornecida ou recebida pelos geradores, distribuidores, consumidores livres e comercializadores.

Sistema Elétrico de Potência (SEP) - em sentido amplo:É o conjunto de todas as instalações e os equipamentos destinados à geração, transmissão e distribuição de

energia elétrica.

O sistema elétrico brasileiro apresenta como particularidade, grandes extensões de linhas de trans-missão e um parque produtor de geração predominantemente hidráulica. O mercado consumidor (47,2 milhões de unidades) concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, mais industrializados. A região Norte é atendida de forma intensiva por pequenas centrais geradoras, a maioria das termelétricas é à base de óleo diesel.

Os sistemas de energia elétrica organizam-se numa estrutura baseada em processos verticais e horizontais, como você pode verificar no diagrama abaixo.

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MODULO 01 – O SEP E SEUS RISCOS

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Geração ou Produção de Energia Elétrica.

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Barragem

Saída do Gerador Subestação Elevadora

Linha de Transmissão

Subestação Abaixadora

Linha de Distribuição

Ramal de Ligação

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Normalmente, as fontes de energia elétrica, ditas convencionais são as usinas hidrelétricas de grande

porte (com potência acima de 30 MW) e as usinas termelétricas. A geração de energia por usinas hidrelétricas representa mais de 70% de nossa produção,

concentrando–se nas regiões Sul e Sudeste do País. Verifique a seguir a definição dos termos, de acordo com a NBR 5460 – Sistemas Elétricos de

Potência.

Usina Hidrelétrica

É a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia potencial gravitacional da água.

Podemos encontrar usinas hidrelétricas do tipo:

Usina (hidrelétrica) a fio d’água – usina hidrelétrica que utiliza diretamente a vazão do rio, tal como se apresenta no local;

Usina (hidrelétrica) com acumulação – usina hidrelétrica que dispõe do seu próprio reservatório de regularização.

NOTA: Grandes usinas o nível de tensão na saída dos geradores está normalmente na faixa de 6 kV a 25 kV.

Usina Termelétrica

Com relação às usinas termelétricas, apresentam em geral, como característica básica: Menor custo de construção; Maior custo de operação e de manutenção e Possibilidade de serem alocadas mais próximas do mercado consumidor.

Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia térmica. Os tipos mais utilizados no Brasil são:

Unidade (termelétrica) a combustão interna – unidade termelétrica cujo motor primário é um motor de combustão interna;

Unidade (termelétrica) a gás – unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a gás;

Unidade (termelétrica) a turbina – unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a vapor;

Usina nuclear – usina termelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica.

Geração Nuclear

Situadas normalmente o mais próximo possível dos locais de consumo com o objetivo de minimizar os custos de transmissão, dependendo também dos aspectos de segurança e conservação ambiental.

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Como fontes alternativas de energia elétrica: Energia solar fotovoltaica; Usinas eólicas; Usinas utilizando-se da queima de biomassa (madeira e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo) e

outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés.

NOTA: Devido aos longos prazos de maturação de projetos de geração de grandes envergaduras, no Brasil, vêm sendo desenvolvidos estudos para a verificação da viabilidade técnica e dos custos associados à transmissão de energia da Amazônia para as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do País, na qual estão envolvidas distâncias acima de 2.000 km.

Transmissão

Baseados na função que exerce, pode-se definir transmissão como o transporte de energia elétrica caracterizada pelo valor nominal de tensão:

Entre a subestação elevadora de uma usina elétrica e a subestação abaixadora em que se inicia a subtransmissão, alimentando um sistema de distribuição e fornecendo energia elétrica a um grande consumidor.

Entre as subestações que fazem a interligação dos sistemas elétricos de dois concessionários, ou de áreas diferentes do sistema de um mesmo concessionário.

As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil em corrente alternada podem variar de 138 kV até 765 kV, incluindo, neste intervalo, as tensões: 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e 750 kV.

Os sistemas de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 34,5 kV, 69 kV ou 88 kV.

NOTA: Sistema que opera em corrente contínua, Sistema de Itaipu (± 600 kV)

No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído basicamente de:

Geradores Estações de elevação de tensão; Linhas de transmissão Subestações seccionadoras Estações transformadoras abaixadoras.

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Na transmissão em corrente contínua, a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela

presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para retificação da corrente) e junto a subestação abaixadora (para inversão da corrente) e, ainda, pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de seccionamento.

As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente alternada, enquanto que as estações conversoras apresentam custo elevado. Portanto, a transmissão em corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação de sistemas com freqüências diferentes ou para a transmissão de energia a grandes distâncias.

Subtransmissão (34,5 kV – 69 kV – 88 kV)É a transmissão de energia elétrica entre uma subestação abaixadora de um sistema de transmissão e

uma ou mais subestações de distribuição.

SubestaçãoÉ parte de um sistema de potência concentrada em um dado local, compreendendo, primordialmente,

nas extremidades das linhas de transmissão e/ou de distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção, incluindo obras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também transformadores, equipamentos conversores e outros equipamentos. Podemos citar dentre os tipos de subestação:

Subestação elevadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é maior que a tensão de entrada;

Subestação abaixadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é menor que a tensão de entrada;

Distribuição

NOTA: Por definição, distribuição é a transferência de energia para os consumidores, a partir dos pontos onde se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão), até a medição de energia, inclusive.

Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição são:

• Redes primárias;• Redes secundárias;• Ramais de serviço;• Medidores;• Transformadores de distribuição;• Capacitores e reguladores de rede.

Consumidores que possuem uma carga instalada superior a 75 kW serão atendidos em tensão primária (média ou alta, dependendo de sua demanda).

Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição: 2,3 kV; 3,8 kV; 6,6 kV; 11,9 kV; 13,8 kV; 25 kV; 34,5 kV.

Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários 220/127 volts 380/220 volts 230/150 volts

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Aspectos sobre a Operação de Sistemas Elétricos.

A freqüência é controlada automaticamente nos próprios geradores por meio dos reguladores de velocidade, equipamentos que injetam mais ou menos água, vapor ou gás nas turbinas que acionam os geradores, dependendo do aumento ou da diminuição da demanda.

Lição 02

Riscos Típicos no SEP e a sua prevenção.

Os riscos típicos do SEP – Sistema Elétrico de Potência é caracterizado por:

1 - Proximidade e contatos com partes energizadas;2 – Indução Eletromagnética;3 - Descarga atmosférica;4 - Eletricidade estática;5 - Campo elétrico e magnético;6 - Comunicação, identificação e sinalização;7 - Trabalho em altura, máquina e equipamentos especiais;

1 - Proximidade e contato com partes energizadas.

Definição: Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensão condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que esteja manipulando.

• Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.

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• Saiba que as partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem ser dispostas de modo à permitir um espaço suficiente para que você tenha um trabalho seguro.

• As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos casuais, devem ser isoladas por barreiras que ofereçam, de forma segura, resistência a esforços mecânicos usuais.

• Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que eventualmente possa ficar sob a tensão dever ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos.

Proteção contra o risco de contato

• As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente possível, devem ser providas de proteção complementar por meio de controle a distância, manual e/ou automático.

• As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que possam permitir fuga de corrente, devem ser projetadas e executadas, em especial, quanto à blindagem, ao isolamento e ao aterramento.

• Respeitar as distâncias de segurança entre as tensões (fase-fase e fase-terra), utilização correta dos EPI’s e dos EPC’s (ao contato, ao potencial e a distância).

• As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas.

• É vedados o uso de adornos (brincos, correntinhas, entre outros) pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades.

• Os trabalhos que exigem o acesso à zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas na tabela B.

Zona de risco: Entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados ao trabalho.

Zona controlada: Entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados.

Verifique na tabela a seguir a faixa de tensão nominal da instalação elétrica e a faixa de tensão para as zonas de risco e controlada.

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Faixa de tensão

Nominal da instalação elétrica em

KV

Rr – Raio de delimitação entre zonas de riscos e controlada em metros

Rc – Raio de delimitação entre zonas controlada e

livre em metros

<1 0,20 0,70≥10 e <3 0,22 1,22≥3 e <6 0,25 1,25

≥6 e <10 0,35 1,35≥10 e <15 0,38 1,38≥15 e <20 0,40 1,40≥20 e <30 0,56 1,56≥30 e 36 0,58 1,58

≥36 e <45 0,63 1,63≥45 e <60 0,83 1,83≥60 e <70 0,90 1,90≥70 e <110 1,00 2,00≥110 e<132 1,10 3,10≥132 e <150 1,20 3,20≥150 e <220 1,60 3,60≥220 e <275 1,80 3,80≥275 e <380 2,50 4,50≥380 e <480 3,20 5,20≥480 e <700 5,20 7,20

Tabela B – Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre.

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NOTA: Caso você esteja em perigo, os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades, devem ser suspensos de imediato.

Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos, devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados e seus respectivos procedimentos de trabalho.

Além disso, o responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar a situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.

2 - Indução Eletromagnética

A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condu-tores próximos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em um circuito desenergizado se ele estiver próximo a outro circuito 9

ZL = Zona livre.ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.

ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho.

PE = Ponto da instalação energizado.

SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança

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energizado.

Por isso é fundamental que você, além de desligar o circuito no qual vai trabalhar e de bom senso confirmar com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está efetivamente sem tensão.

Saiba que nos trabalhos com linhas transversais e/ou paralelas deve-se utilizar o sistema de aterramento temporário, tantos quantos necessários.

O aterramento temporário é um equipamento de proteção coletiva, destinado a promover a equipotencialização para proteção pessoal, contra a energização indevida do circuito em intervenção.

3 - Descargas Atmosféricas

Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos raios. Atualmente, tem-se que a fricção entre as partículas de água e gelo, que formam as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes, de forte intensidade, dá origem a uma grande quantidade de cargas elétricas.

As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de acidentes em sistemas elétricos causando prejuízos, tanto materiais quanto para a segurança pessoal. Com o crescente aumento dessas descargas, tornou-se necessário a avaliação do risco de exposição a que estão submetidos os edifícios, sendo este um meio eficaz de verificar a necessidade de instalação de pára-raios. Os pára-raios captam os raios e direcionam os mesmo para o sistema de aterramento.

Os sistemas de aterramento têm como primeiro objetivo à segurança pessoal. Devem ser projetados para atendem os critérios de segurança tanto em alta freqüência, descargas atmosféricas e telefonia quanto em baixas freqüências, como curtos-circuitos em motores trifásicos. Para que o aterramento seja eficaz, é necessário que seja um sistema estável, ou seja, que apresente uma invariabilidade nos valores da resistência de terra. Deve-se levar em consideração, também, a viabilização do projeto, objetivando o ponto ótimo no que se diz respeito a configuração do sistema e ao resultado desejado.

Costuma-se adotar o valor da resistência de terra em torno de 10 Ω, mas na prática este valor pode ser bem variável. Adotando-se o aterramento com equipotencialização, por exemplo, o objetivo final é manter todo o sistema a um mesmo potencial. Deste trabalho, conclui-se a importância do conhecimento de projetos para os sistemas de aterramento e pára-raios de maneira minuciosa ressaltando suas características peculiares.

Como sendo um fenômeno da natureza, podemos apenas amenizar os efeitos utilizando métodos seguros de pára-raios e aterramento evitando trabalho com o tempo carregado (chuvoso).

4 - Eletricidade Estática

ESD: Descarga Eletrostática

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e de dispositivos de descarga elétrica.

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A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso, ela é gerada principalmente por um desbalanceamento de elétrons localizados sob uma superfície ou no ar do ambiente.

O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou pelo excesso de elétrons) gera um campo elétrico capaz de influenciar outros objetos que se encontram a uma determinada distância. O nível de carga é afetado pelo tipo de material, pela velocidade de contato e pela separação dos corpos, da umidade e de diversos fatores.

5 - Campo Elétrico e Magnético

Campo magnético

A maioria dos equipamentos tem certo grau de sensibilidade à perturbação de origem eletromagnética. Um simples raio que caia perto de uma instalação que tenha muitos sensores, transdutores associados a sinal e comandos pode causar um mau funcionamento, ou seja, não significa que esse equipamento será danificado, mas será levada a ele uma informação que será codificada, não como um raio que caiu, mas como uma informação que o equipamento tomará e que vai ser errada.

Isso é uma perturbação de origem eletromagnética, porque o raio cria um campo eletromagnético que vai provocar o mau funcionamento dos comandos do controle de operação.

Os sistemas de controle destinados à segurança devem estar protegidos contra esse fenômeno classi-ficado como compatibilidade eletromagnética e os equipamentos devem estar imunes a esse tipo de in-terferência.

Deve haver uma preocupação em imunizar o equipamento para evitar o mau funcionamento contra o fenômeno de perturbação e, ao mesmo tempo, evitar que o equipamento produza ruídos de natureza de campo eletromagnético que perturbe tanto o seu funcionamento quanto o de outros.

Para isso que existe o estudo de um bom aterramento, da escolha adequada do tipo de aterramento para evitar correntes comuns, ou seja, assegurar, ao usuário da instalação, certa segurança para o

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Luva em tecido dissipativo de poliéster e nylon carbono. Ideal

para salas limpas e manipulação de componentes sensíveis a ESD

Pulseira Antiestática elástica com cabo espiral, resistor de 1 Mega Ohm, pino banana e garra jacaré.Utilizada

de forma a remover com segurança a estática do operador protegendo os componentes sensíveis a ESD

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equipamento instalado e evitar certos tipos de sobretensão que são provocados por falhas na rede elétrica, como um curto–circuito, por exemplo.

Mais uma finalidade do aterramento é a de promover uma referência de potenciais para a boa operação dos sistemas elétricos, em especial quando há partes isoladas eletricamente, como um transformador.

Importante - Corrente elétrica gera campo magnético

Existe grande controvérsia a respeito dos efeitos dos campos eletromagnéticos no ser humano. Não existe fundamentação científica em muitos trabalhos divulgados, porém algumas observações são feitas a seguir:

• muitos trabalhos sobre o tema apresentam problemas metodológicos e muitos se baseiam em exposição anterior, que é de difícil mensuração ou comprovação;

• a legislação brasileira não determina os limites de tolerância para exposição ocupacional aos campos eletromagnéticos.

NOTA: Do ponto de vista médico, não existe nenhum exame que possa ser formalmente realizado como indicador de efeito ou de exposição a campos eletromagnéticos.

Na Europa prevalece, em relação aos campos eletromagnéticos, o Princípio da Precaução, proposto na Conferência RIO-92: “O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Este Princípio afirma que na ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano”.

6 - Comunicação, Identificação e Sinalização.

É importante ressaltar que a comunicação e identificação são partes importantes do controle do risco, como padronização dos procedimentos de transmissão e operação, criando uma linguagem simples, fazendo uma nomenclatura e utilizando métodos seguros (cartões de segurança, painéis de controle e padronizações das cores) e utilização de cones, cercas e fi tas.

7 - Trabalho em alturas, em máquinas e em equipamentos especiais.

Todo funcionário exposto a risco de queda deverá trabalhar protegido por corrimões, guarda-corpos, cintos de segurança, trava-quedas ou quaisquer outros equipamentos de proteção contra quedas. Também é importante que você conheça todas as máquinas e os equipamentos nos locais onde são realizados serviços com eletricidade, pois muitas vezes é necessário o controle de outras energias e dispositivos além da energia elétrica.

Para o trabalho em altura são requeridas padronizações do cinturão tipo pára-quedista, com talabarte de segurança de acordo com a altura e estrutura a serem utilizadas (cintos abdominais, talabarte e trava-

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quedas) e padronizações de suas máquinas e equipamentos com o seu manual de procedimentos para a utilização adequada (como limite de abertura, carga instalada e condições de uso).

As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida/parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de aciona-mento acidental, para isso estes devem ser localizados de modo que:

A - Seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho;

B - Não se localize na zona perigosa de máquina ou do equipamento;

C - Possa ser acionado ou desligado em caso de emergência, por outra pessoa que não seja o operador;

D - Não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador ou de qualquer outra forma acidental;

E - Não acarrete riscos adicionais.

Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam as máquinas e os equipamentos devem ser vistoriados e limpos sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias que os tornem escorregadios.

As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam se movimentar com segurança.

As máquinas e os equipamentos de grandes dimensões devem ter escadas e passadiços que permitam acesso fácil e seguro aos locais em que seja necessária a execução de tarefas.

Regras Gerais

Verifique a seguir algumas regras essenciais para evitar acidentes de trabalho em sua empresa.

1. O local deverá ser sinalizado por meio de placas indicativas e ser feito um isolamento para prevenir acidentes com transeuntes ou com pessoas que estejam trabalhando embaixo. Ex: Cuidado - Homens trabalhando acima desta área!

2. É obrigatório o uso do cinto de segurança para trabalhos em altura superior a 2 metros.

3. O transporte do material, para cima ou para baixo, deverá ser feito preferencialmente com a utilização de cordas em cestos especiais ou de forma mais adequada.

4. Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos locais de trabalho sobre andaimes, plataformas ou qualquer estrutura elevada, dessa forma, evita-se acidentes com pessoas que estejam trabalhando ou transitando sob as mesmas.

5. As ferramentas não podem ser transportadas em bolsos, mas pode-se utilizar sacolas especiais ou cintos apropriados.

6. Recomenda-se que todo trabalho em altura seja previamente autorizado pelo SESMT da empresa contratante.

Recomendações para trabalho em Altura

Caso você esteja trabalhando em alturas, verifique a

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seguir os cuidados que você deverá ter para evitar acidentes.

• Analisar atentamente o local de trabalho, antes de iniciar o serviço.

• Sob forte ameaça de chuva ou ventos fortes, suspender imediatamente o serviço.

• Nunca andar diretamente sobre materiais frágeis (telhas, ripas estuques), instalar uma prancha móvel.

• Usar cinto de segurança ancorado em local adequado.

• Não amontoar ou guardar coisa alguma sobre o telhado.

• É proibido arremessar material para o solo, deve ser utilizado equipamento adequado (cordas ou cestas especiais). Caso não seja possível, a área destinada para jogar o material deve ser cercada, sinalizada e com a devida autorização do SESMT da empresa contratante.

• Usar equipamento adequado (cordas ou cestas especiais) para erguer materiais e ferramentas. • Instalações elétricas provisórias devem ser realizadas exclusivamente por eletricistas autorizados. • Imobilizar a escada ou providenciar para que alguém se posicione na base para calçá-la. • Ao descer ou subir escadas, fazer com calma e devagar. • Não improvisar.

Medidas de Controle de riscos Elétricos

Verifique a seguir as medidas de controle que você deverá adotar para evitar acidentes elétricos em sua empresa.

• Desenergização. • Aterramento funcional (TN/TT/IT) de proteção temporária. • Equipotencialização. • Seccionamento automático da alimentação. • Dispositivo de corrente de fuga. • Extra baixa tensão. • Bloqueios e impedimentos. • Isolamento das partes vivas. • Separação elétrica. – Ex: Utiliza-se em salas cirúrgicas.

Lição 03

Técnicas de Análise de Risco no SEP

Os acidentes são provocados por uma seqüência concatenada de eventos, porém o potencial de acidentes industriais causados pelo homem tem crescido com o desenvolvimento tecnológico.

O manuseio de materiais perigosos em quantidades acima de valor limite, específico para cada tipo de substância, exige o estabelecimento de um programa de gerenciamento de riscos a fim de garantir padrões mínimos de segurança, tanto para os empregados de uma empresa como para o público externo e o meio ambiente. Antes de prosseguirmos, é importante lembrar que enquanto o perigo está associado com a fonte com potencial de causar acidentes, o risco está associado à probabilidade e conseqüências.

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NOTA: É importante saber que todos os envolvidos nos serviços em eletricidade são responsáveis pela prevenção de acidentes. Portanto é fundamental que os profissionais que compõem as equipes de trabalho, apliquem as técnicas de análise de riscos, com o objetivo de reduzir as probabilidades de acidentes, em todas as etapas das intervenções realizadas no sistema elétrico de potência.

ObjetivoÉ informar e capacitar os participantes para a identificação de perigos e implementação de medidas de

prevenção, e controle em cumprimento à NR 10 da portaria 3214/78, item 10.2.1.

Gerenciamento de riscos.É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm o

objetivo de analisar os riscos existentes no SEP, e propor medidas de controle objetivando mantê-lo operando dentro dos requerimentos de segurança considerados toleráveis.

“Para gerenciar riscos é necessário, em primeiro lugar; uma mudança no conceito de segurança industrial, tanto no aspecto da prevenção como no aspecto da ação.”

A segurança, no seu conceito inicial, visa à prevenção como “minimização de acidentes com lesão pessoal e perda de tempo”. A ênfase nas taxas de acidentes, que causam afastamento de trabalhadores, era vista como metas em diversas empresas. Com isto alguns acidentes, com alto potencial de perdas, deixaram de ser estudados, pois não chegaram a causar acidentes pessoais com afastamento.

No caso da ação, a mudança está na forma de atuação gerencial. No conceito inicial, o responsável pela segurança de uma indústria era centralizado em um órgão que tinha a função de prevenir e de minimizar os acidentes na empresa. É óbvio que por mais competentes que fossem esses profissionais, não poderiam estar em todos os lugares o tempo todo fazendo prevenção. Quem faz a prevenção dos acidentes é o gerente e sua equipe de profissionais que conhecem os procedimentos operacionais, de manutenção, de inspeção, etc., ou seja, a responsabilidade pela segurança será de todos os envolvidos nas atividades desde o gerenciamento a operação, recebendo dos profissionais de segurança o apoio em termos de assessoria e de consultoria para assuntos específicos de segurança industrial.

Análise de riscos.

“A análise de riscos procura identificarem antecipadamente os perigos nas instalações, nos processos, nos produtos e nos serviços, e analisar os riscos associados ao homem, ao meio ambiente e à propriedade,

propondo medidas para o seu controle”.

As principais metodologias técnicas utilizadas no desenvolvimento de “análise de risco” são: Análise Preliminar de Risco - APR; Análise de Modos de Falhas e Efeitos - FMEA; Hazard and Operability Studies - HAZOP; Análise de Risco de Tarefa - ART; Análise Preliminar de Perigo - APP; dentre outras.

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Nota:HAZOP - É uma técnica de identificação de riscos qualitativa baseada na premissa de que os riscos, os acidentes e os problemas de funcionamento em uma instalação acontecem por causa de algum desvio nas variáveis do processo, comparado com os parâmetros normais de operação. 

Os principais passos para a avaliação dos riscos:

• identificar e avaliar o perigo;• estimar a probabilidade e gravidade do dano;• analisar o risco;• decidir se o risco é tolerável;• controlar o risco (com medidas de controle).

NOTA: Em outras palavras, avaliar riscos é responder a três perguntas. Confira.1. As quais perigos o trabalhador está exposto?2. Qual a probabilidade de ocorrer um acidente?3. Quais medidas devem ser adotadas para que os acidentes não ocorram?

Exemplos: Identificação em usinas, subestações, linhas de transmissão e distribuição, seus efeitos e as medidas de controle necessárias para garantir a segurança nas intervenções.

SUBESTAÇÃOPerigos Efeitos Medidas preventivas

Pontos/partes energizadas.

Choque elétrico com queimaduras, contração

muscular/fibrilação ventri-cular.

- Não se aproximar de pontos/partes energizadas.

- Não tocar em equipamentos, cubículos e estruturas.-Usar botas.

-Aguardar 10 minutos para descarga dos capacitores.

Disjuntores e chaves seccionadoras.

Desconforto, mal–estar, sobressalto, correria e

queda devido ao grande estampido quando os

- Manter a calma.

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disjuntores são manobra-dos, assim como na ocor-

rência de arco elétrico, quando da manobra de chaves seccionadoras.

Parte baixa dos equipamentos e construções com baixa

altura.

Pancada na cabeça com lesões leves ou graves.

- Observar as caixas de ar–condicionado das edificações.

- Evitar se abaixar para observar a parte inferior dos equipamentos de grande porte.-Olhar para cima com o fim de observar se

existem componentes suspensos ou em fase de montagem.

- Não permanecer e, mesmo, evitar passar debaixo de carga suspensa.

Manobras indevidas de equipamentos, dispositivos

elétricos e válvulas.

Desligamentos e proble-mas operacionais.

- Não acionar qualquer comando.

Barramentos e conexões de equipamentos apresentando

baixa altura.

Induções elevadas e arco elétrico.

- Manter distância de segurança; não levantar os braços, escadas e nem qualquer outro

objeto.Falha de equipamentos em

manobra.Lesões leves ou graves.

-Manter distância dos equipamentos em manobra.

Bases sem equipamentos. Lesões leves ou graves.- Não andar sobre as tampas das canaletas

devido à possibilidade de quebra.Tampas de caneletas

quebradas ou enfraquecidas.Queda com possibilidade

de lesões leves ou graves.- Evitar toque entre pessoas

Induções e cargas eletrostáticas.

Lesões leves ou graves

- Não devem ter acesso às instalações, os portadores de aparelhos eletrônicos, a

exemplo de marca–passos.- Observar a base, mantendo distância dos

chumbadores existentes e eventual sobra de material.

Raio ultravioleta (UV). Catarata, câncer de pele. - Utilizar óculos com proteção UV.

- Utilizar protetor solar.

DISTRIBUIÇÃOPerigos Efeitos Medidas Preventivas

Pontos / partes energizadas

Choque elétrico com queimaduras, contração

muscular/fibrilação ventricular.

- Não tocar nas estruturas e nem fazer o seu escalamento

- Não levantar peças metálicas de grande dimensão debaixo de linhas.

- Usar bota.

Acidente de trânsito Lesões leves ou graves

- Direção defensiva;- Sinalização da área de localização de muncks e

outros veículos;- Sinalização adequada da área de trabalho.

Animais peçonhentos Envenenamento.- Usar botas de cano médio

- Permanecer alerta para o perigo na existência de vegetação.

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Desnível acentuado da

estrada de acesso.Queda com possibilidade de lesões leves ou graves

- Observar a existência de grandes buracos no acesso

Descarga atmosférica Lesões graves- Não ficar debaixo de árvores e nem nas suas

proximidades- Permanecer debaixo da linha ou deitado no solo.

Poda de árvores com tombamento no sentido

das linhas de distribuição

Lesões leves ou graves quando da ocorrência de

arcos elétricos.- Solicitar instrução à profissional especializado.

Parte inferior das estruturas.

Pancada na cabeça com lesões leves ou graves

- Utilizar capacete nos trabalhos na região das estruturas.

Aproximação de cabos energizados.

Choque elétrico podendo provocar lesões leves ou

graves

- Manter a distância de segurança na utilização de máquinas, caminhões (caçambas / munks).

LIÇÃO 04

Condições Impeditivas para Execução de Serviços.

A nova NR-10, visando a garantir uma maior proteção aos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, estabeleceu diversos procedimentos a serem seguidos durante a realização dessas atividades.

As principais condições impeditivas

A ausência ou a deficiência de qualquer uma das condições a seguir impede o início ou o prosseguimento de serviços realizados em instalações elétricas do SEP. Vale ressaltar que essas condições são as principais, pois na análise de riscos do serviço podemos constatar outras situações que possam impedir a execução da atividade. São elas:

• As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 volts em corrente alternada ou superior a 120 volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam o que estabelece o item 10.8 da NR-10 (habilitação, qualificação, capacitação e autorização);

• Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente;

• Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizada mediante ordem de serviço específica para data e local, assinada por superior responsável pela área;

• Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP, devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço;

• Falta ou deficiência de EPCs e ou de EPIs.

É importante que você saiba que outros aspectos também devem ser considerados. Veja a seguir.

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Condições ambientais

• Condições climáticas - depende das características da atividade;

• Serviço em linha viva - só poderá ser realizado durante o dia e em condição climática favorável. Nenhum serviço deve ser iniciado se houver condições que comprometam a integridade física da equipe.

Condições pessoaisAntes do início das atividades todos os trabalhadores deverão fazer uma avaliação das

condições físicas e mentais da equipe.

Instalações elétricas desenergizadas / energizadas

Quando da realização de serviços em instalações elétricas desenergizadas, a NR-10 irá lhe informar que somente será considerada desenergizada a instalação elétrica se os procedimentos apropriados forem obedecidos, conforme a seqüência abaixo:

A - Seccionamento;B - Impedimento de reenergização;C - Constatação da ausência de tensão;D - Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos;E - Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada;F - Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

NOTA: Só depois de constatar que a instalação está realmente desenergizada é que se deve efetuar a liberação dos trabalhos.

Quando houver a necessidade de reenergização, esta deve ser autorizada a partir dos seguintes passos:

A - Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos;B - Retirado da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização;C - Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais;D - Remoção da sinalização de impedimento de reenergização; eE - Destravamento se houver e religamento dos dispositivos de seccionamento.

As medidas constantes, nesses passos, podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

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Trabalhos envolvendo alta tensão (AT)

Realização de serviços em que os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão (acima de 1000 v) deverão exercer as suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco.

Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o supervisor imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia. Também deverão fazer o estudo e o planejamento das atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos de execução de trabalhos seguros envolvendo risco elétrico.

Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por profissional autorizado.

A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT, dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específico padronizado.

Os equipamentos, as ferramentas e os dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta-tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se às especificações do fabricante, aos procedimentos da empresa e na ausência destes, anualmente.

Proteção contra incêndio e explosão

As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão.

Os materiais, as peças, os dispositivos, os equipamentos e os sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação.

Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e de dispositivos de descarga elétrica.

Lição 05

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Procedimentos de Trabalho; Análise e Discussão.

Proteção contra incêndio e explosão

“Procedimento de trabalho é o nome que se dá aos documentos que relatam todas as fases de execução de uma atividade ou de um processo com todos os detalhes, tendo como premissa fundamental os requisitos de

segurança”.

As atividades de construção, operação e manutenção em instalações elétricas devem ser exercidas de acordo com as normas, instruções e os procedimentos emitidos pelos respectivos órgãos competentes de modo a ser executado corretamente e com segurança.

Na execução de todo e qualquer serviço em instalações elétricas, deve-se levar sempre em consideração as instruções e recomendações pertinentes a cada caso específico. Verifique a seguir algumas realidades em que os procedimentos de trabalho são evidenciados.

• Toda atividade operacional realizada por um trabalhador, que interaja no SEP, é passível de ser detalhada em uma seqüência lógica.

• A garantia da segurança em serviços no SEP é fundamental e obrigatória.

• Os trabalhos no SEP estão classificados nas áreas de construção/montagem, manutenção e operação de instalações.

• A técnica de linha viva é uma realidade de manutenção e construção nas quais os trabalhadores atuam diretamente ou “em proximidade” dos equipamentos e condutores energizados.

• Os trabalhos podem ser executados em instalações industriais ou de concessionárias, de instalações localizadas em subestações e usinas ou linhas de transmissão e distribuição de energia, urbanas ou rurais.

Planejamento de serviços.

NOTA: O planejamento de serviço é a etapa que antecipa e não deve ser confundido com a aplicação de um procedimento de trabalho.

O planejamento recorre a situações não-repetitivas, enquanto que o procedimento se aplica ao processo de trabalho rotineiro e repetitivo.

O planejamento está ligado à experiência, à iniciativa, ao conhecimento técnico e à análise de situação, assim como o procedimento está ligado à aplicação da disciplina, da ordem e da constante preocupação de melhora.

Um grande problema encontrado no dia-a-dia de muitos profissionais é a falta de tempo para preparar o serviço a ser executado. Você já deve ter vivenciado esse momento. Muitas vezes é dito que não há tempo para planejar os serviços de forma adequada, em particular, no tempo gasto para a análise e a prevenção de acidentes por conta dos riscos envolvidos nas atividades, porém sempre é necessário encontrar tempo para

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socorrer vítimas e reparar equipamentos em função dessa negligência. A fase de planejamento é fundamental para o sucesso da proposta dos serviços a serem realizados. A Análise de Riscos deve ser elaborada para a garantia da avaliação do trabalho a ser realizado, incluindo o modo de execução a ser adotado, os recursos humanos e materiais necessários, assim como os critérios e limites de riscos admitidos para essa realização.

Sistema de Gestão de Segurança

o No gerenciamento dos projetos

Pode-se considerar qualquer intervenção em sistemas elétricos, energizados ou não, como fase posterior de um projeto em execução. Considerando que um projeto é uma ação temporária para produzir um serviço de propósito único e sob condições únicas de recursos, meio ambiente (sistema elétrico) e condições de segurança (níveis de perigo), deve ser tratado pelas normas e práticas adequadas de geren-ciamento de projetos, para aperfeiçoar tempo e procedimentos, dessa forma, definindo os procedimentos para um bom planejamento de trabalho. As avaliações das condições de segurança passam, então, ne-cessariamente por essa etapa.

o No gerenciamento de processos

O trabalho a ser desenvolvido em sistemas elétricos, energizados ou não, independente de sua forma ou classificação, ou seja:

• É composto por processos distintos;

• A solicitação de um serviço é um procedimento que antecede a realização de qualquer trabalho;

• Os processos têm em comum uma definição clara de procedimentos. Ex.: serviços de montagem em instalações de alta-tensão; serviços de manutenção em instalações de alta-tensão;

• Serviços de operação em instalações de alta tensão, etc.

Objetivo do Planejamento

Um planejamento de trabalho tem como objetivo instruir os serviços realizados nas instalações do SEP, incluindo entre outros um programa de execução e uma técnica de análise de risco.

Desenvolvimento do programa executivo

Verifique a seguir os itens que devem constar em um programa executivo.

o Descrição do trabalhoDescrever detalhadamente a intervenção que será realizada para facilitar o entendimento

em sua execução.

o Recursos humanosDeterminar os recursos humanos que serão necessários para realizar a manutenção,

discriminando nomes, funções e órgãos de origem. É imperativo que esses sejam habilitados para desenvolver os trabalhos programados.

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o Recursos materiaisRelacionar todos os materiais, equipamentos, ferramentas e instrumentos que serão

utilizados na manutenção, deixando claro suas quantidades e referências, inclusive, para facilitar suas aquisições, de acordo com as seguintes ações:

A - Prever reserva estratégica dos itens vitais à intervenção;

B - Prever um checklist dos itens em tempo hábil de se adquirir/substituir algum componente;

C - Responsabilizar os órgãos/pessoas que adquirirão os itens e prazos.

o Transporte/comunicação.

A - Definir os veículos que serão utilizados para transportar as pessoas e os materiais para o local da intervenção.

B - Definir o sistema de comunicação que será usado para receber/ entregar a instalação e para permitir comunicação confiável internamente à equipe de execução e, com a operação de instalação e/ou de sistema.

C - Responsabilizar os órgãos/pessoas que providenciarão transpor-te/comunicação.

D - Exigir teste da comunicação antes e durante a intervenção.

D - Exigir que, pelo menos, um veículo esteja sempre pronto a prestar socorro a um eventual acidentado.

F - Exigir que o motorista do veículo disponha do Plano de Atendimento ao Acidentado, contendo o roteiro das clínicas/hospitais mais próximos da instalação, e que o mesmo esteja familiarizado com o trânsito daquelas imediações.

Providências preliminares

São as ações que antecedem a intervenção propriamente dita para se obter sucesso na sua execução.

Deve–se prever, caracterizando algumas responsabilidades.

A - Estudo minucioso do local onde será executado o trabalho, complementado com diagramas, para identificar:• as dificuldades de acesso, ao lado da intervenção;• os pontos energizados nas proximidades;• as distâncias envolvidas;• os pontos de acesso de trabalho.

B - No caso de trabalhos com instalações desenergizadas, a elaboração de um projeto de aterramento que identifique os pontos que serão aterrados, a técnica a ser empregada e os materiais/ ferramentas que serão usados, conforme os procedimentos de aterramento temporário para linhas e barramentos desligados.

C - Estudo das normas e instruções técnicas de manutenção passíveis de serem aplicadas ao trabalho.

D - Análise dos fatores mecânicos e elétricos envolvidos, de modo a se garantir a segurança do pessoal e a condição de operacionalidade da instalação.

E - Análise da adequação do ferramental em relação aos fatores eletromecânicos envolvidos, à suportabilidade

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e à técnica a ser empregada.

F - Inspeção e/ou testes de todos os materiais, equipamentos e ferramental inclusive os EPI’s e os EPC’s.

G - Solicitação de acompanhamento, quando necessário, de representante da Operação e da Segurança do Trabalho. Pode–se prever, quando se julgar adequado, o apoio, no local, de uma ambulância com profissionais da área médica (médicos e/ou enfermeiros).

H - Providenciar a aquisição de kits de primeiros socorros. Exigir que todos os membros da equipe conheçam a utilização do kit e que estejam atualizados nas técnicas de primeiros socorros.

I- Discussão do trabalho com a equipe, de modo que não fi quem dúvidas sobre o papel de cada um e dos participantes em cada etapa e também sobre os riscos envolvidos na intervenção.

J - O responsável pela intervenção deverá inteirar–se com o operador encarregado da instalação ou operador supervisor de turno com relação às partes da instalação que ficarão energizadas durante a intervenção.

K - Elaboração de diagramas coloridos que apresentem claramente as partes do sistema que ficarão energizadas durante a intervenção.

I - Realizar, em conjunto com a Operação, a delimitação/sinalização da área liberada para intervenção.

M - Realizar a delimitação da área de trabalho.

N - Programa de manobras: confirmar se as manobras constantes no Programa de Manobras atendem as configurações/condições necessárias para realização da intervenção, especialmente.

O - Bloqueio dos equipamentos/religamento de linha de transmissão: confirmar a realização do bloqueio dos equipamentos que, acidentalmente operados, possam energizar as áreas liberadas para intervenção, especialmente os equipamentos acionados remotamente. Confirmar a colocação de Cartões de Segurança nos acionamentos desses equipamentos. Para linhas de transmissões energizadas, confirmar o bloqueio do religamento automático.

P - Controle e numeração: a cada emissão de um programa executivo, o serviço de manutenção deverá numerá-lo a fim de possibilitar o seu arquivamento, controle e melhoria do processo.

Descrição da técnicaEsgotada a parte de análise e definição da técnica a ser empregada, deve–se partir para o seu

detalhamento, conforme a seguir.

A - Descrever cada etapa da intervenção, fazendo referência, quando for o caso, dos anexos e das instruções de manutenção inerentes e indicando os responsáveis por cada evento.

B - Deixar claro, em cada situação, os processos de acesso do eletricista ao potencial.

C - Para as intervenções em área desenergizada, deixar clara a realização de aterramento temporário da instalação.

D - Definir, nominalmente, a supervisão técnica e a condição técnica dos trabalhos, de modo que se tenha, para a equipe, uma só voz de comando.

E - Alertar, quando necessário, aspectos de segurança durante a descrição das etapas.

F - Deixar claras as ações vitais à segurança da intervenção, tais como:

• confirmar as condições de recebimento dos equipamentos;• confirmar a configuração da instalação (principalmente SE);• confirmar a realização de delimitação e a sinalização da área liberada; • confirmar a utilização dos EPI’s e dos EPC’s;

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• confirmar a execução do aterramento temporário e a sua retirada após a conclusão dos serviços. G - Nos trabalhos em conexões elétricas exigir a utilização do pulo de continuidade temporário.

Análise Preliminar de Riscos - APR

A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste no estudo e na reflexão, durante a fase de preparação do Programa Executivo, dos riscos que estarão ou que poderão estar presentes na execução dos trabalhos. Esses riscos são das seguintes naturezas:

• Riscos pessoais – poderão acidentar pessoas;• Riscos operacionais – poderão desligar as instalações;• Riscos estruturais – poderão danificar o sistema físico;• Riscos do objeto de ação - poderão diminuir a qualidade intrínseca do trabalho.

A APR é um procedimento imprescindível para processos não padronizados do tipo: “Cada caso é um caso”.

Quando o processo não está padronizado, deve–se identificar a seqüência dos trabalhos (o passo-a-passo).

Após, terminado o passo-a-passo, deve–se preencher o(s) formulário(s) de APR observando a matriz de riscos e, em seguida, qualificá-lo(s) no formulário da APR, explicitando se o risco é:• desprezível;• moderado; ou• crítico.

Para o caso de riscos críticos, deve-se trabalhar no Programa Executivo, visando reduzir a criticidade do risco por meio de novas técnicas ou equipamentos.

A graduação dos riscos deve ser feita considerando que as medidas preventivas bloquearão os eventos. A coluna “conseqüências do evento” deve supor que as medidas preventivas falharão.

Quantificação e critérios para riscos

A graduação dos riscos é feita para cada atividade, enquadrando-a no seu grau de severidade:• mínima;• marginal; ou.• crítica.

Na probabilidade de ocorrências, tem-se:• rara;• remota;• média.

Avaliação da execução da manutenção.Após a execução da manutenção, deverá fazer uma reunião com os componentes da equipe

de modo a avaliar o trabalho realizado com vistas a aperfeiçoar o esquema adotado. Em programações longas, essa avaliação deve ser diária, objetivando possíveis alterações/correções de percurso.

Durante a leitura do Módulo 01, você aprendeu como é formada a estrutura do SEP e os riscos que podemos controlar os que impedem os serviços e a importância dos procedimentos para garantir a segurança das operações realizadas.

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Lição 01

Equipamentos e Ferramentas de Trabalho

Cuidados Especiais

• Todo e qualquer serviço deve ser executado com equipamentos e ferramentas adequados aos serviços a executar e aprovadas pela empresa.

• Os equipamentos e as ferramentas a serem utilizados devem ser previamente inspecionados, estar em bom estado de conservação e, após seu uso, serem limpos, inspecionados, acondiciona dos e guardados em locais apropriados.

• Ferramentas, equipamentos ou métodos de trabalho não-padronizados pela empresa não devem ser usados sem a aprovação prévia dos setores competentes.

• O empregado não deve trabalhar com ferramentas nos bolsos ou junto ao corpo, não deve, também, arremessá-las e nem colocá-las em local que ofereça risco de queda.

• Não são recomendados o uso, em serviços com eletricidade, de fitas e metros metálicos ou fitas de pano com reforço metálico.

Equipamentos e materiais (alguns)

• alicate saca fusível cartucho e/ou tipo NH.

• alicate universal 210 mm com cabo isolado para 1000 volts;

• lâmpada de prova (néon) para circuito elétrico;

• canivete para eletricista;

• jogo de chave de fenda;

• maleta de lona;

• detector de presença de tensão;

• equipamento de resgate de acidentado;

• caixa de primeiros socorros.

Além desses equipamentos citados, outros deverão ser empregados de acordo com a necessidade do serviço especificado pela supervisão técnica

Escada

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MODULO 02 - SISTEMA DE CONTROLE

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.

o Inspeção da escada

Antes do início do trabalho, o responsável deve fazer uma inspeção visual na escada:

o Manutenção e guarda da escada

O responsável pela manutenção e guarda deverá observar:

As escadas devem ser guardadas em local abrigado e seco, com boa ventilação e que permita o fácil manuseio.

É expressamente proibido qualquer tipo de adaptação ou de reparo não especificado pelos desenhos ou pelas normas de construção, tais como furar os montantes para fixação da bandeira, pregar ou amarrar montante rachado ou substituir de graus.

o Colocação e fixação da escada.

O responsável deverá observar:

Especificação dos equipamentos e das ferramentas.

Os equipamentos e as ferramentas serão especificados com base na análise de riscos de todas as atividades de trabalho, no ato do planejamento.

Controle de riscos

Todos os equipamentos e as ferramentas de trabalho utilizadas deverão garantir e atender os seguintes requisitos para aplicabilidade em atividades de operação, manutenção e construção de sistemas elétricos de potência:

• Ser dielétricamente isolado, quando pertinente;

• Possuir características de resistências mecânicas adequadas à sua aplicação;

Os principais equipamentos de proteção: Utilizados no sistema elétrico de potência são:

• Conjunto de cinto pára-quedista / acessórios. (conforme especificações técnicas da empresa e dos acessórios); • Botina de segurança sem componente metálico tipo C4 e solado bidensidade (conforme especificação técnica da empresa);• Botina de segurança com biqueira de aço para atividades sem contato com energia elétrica (conforme

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especificação técnica da empresa);• Óculos de segurança com característica UVA e UVB, tonalidade cinza ou transparente (conforme especificação técnica da empresa);• Capacete Classe B;• Equipamentos isolados para linha viva;• Capa de chuva ou similar;• Roupa e bota;• Luva de vaqueta/raspa;• Luva de proteção/cobertura para luvas de borracha;• Luva isolante de borracha utilização de acordo com as classes de tensão;• conjunto de aterramento AT/BT;• Detector de tensão;

Ensaio de ferramentas e equipamentos

Ao fazer ensaios de ferramentas e equipamentos, você deverá levar em consideração as seguintes atividades:

• Todos os equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como as ferramentas de trabalho, deverão ser ensaiados periodicamente conforme as normas de fabricação e internas das empresas, no mínimo observando rigidez dielétrica, resistência mecânica e avaliação das condições de ergonomia;

• Todos os ensaios deverão ser registrados de forma documental garantindo assim rastreabilidade, além de registrarem a data de validade dos testes de forma indelével nos equipamentos e nas ferramentas aprovados;

• Os equipamentos e as ferramentas, que por meio de tecnologia apropriada e certificada não possam ser recuperados, devem ser inutilizados de forma a impedir seu uso.

Lição 02

Sinalização e Isolamento de Área de Trabalho

Conceitos principais

Os equipamentos de sinalização devem ser utilizados para de limitar a área de trabalho, diferenciar os equipamentos energizados e desenergizados, os canteiros de obras e o trânsito de veículos e de pedestres.

o Bandeira de sinalização

A bandeira de sinalização deve ser usada para auxiliar a demarcação de locais de trabalho onde possa haver risco de acidente.

o Cone de sinalização

No isolamento de áreas, orientação e sinalização do trânsito no local de trabalho, deve ser usado o cone refletivo. Antes e após a sua utilização, o cone deve ser inspecionado, verificando-se a perda de cor e dos dizeres, bem como a existência de fissuras ou de desgaste em geral.

o Fita de sinalização

A fita de sinalização deve ser usada no isolamento de áreas, orientação e sinalização

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diurna e noturna do local de trabalho.

A fita deve ser encaixada na extremidade dos cones, podendo ser fixada também em grades portáteis, em cavaletes, em torno de postes, nas escadas e em outros equipamentos, delimitando a área de trabalho.

o Placa de sinalização

A placa de sinalização deve ser fixada em local visível a fi m de alertar os riscos existentes a seguir.

1. PERIGO DE ALTA-TENSÃO – Para ser fixada em local visível onde seja necessário alertar a presença de alta-tensão, para funcionários e terceiros.

2. É PROIBIDO FUMAR – Para ser fixada em local visível e em locais onde haja risco de incêndio.

3. IMPEDIDO, NÃO LIGUE – Para ser fixada como aviso de impedimento em equipamentos elétricos.

Protetor isolante de sinalização

Nos trabalhos próximos a condutores ou a equipamentos energizados ou que ofereçam risco de energização, devem ser usados os protetores isolantes, devendo-se adotar o tipo adequado ao nível de tensão elétrica de trabalho.

Sinalização de segurança

A sinalização de segurança consiste num procedimento padronizado e normatizado pela empresa destinado a orientar, alertar e advertir as pessoas sobre os riscos ou as condições de perigo existentes, proibições de ingresso ou acesso e cuidados ou, ainda, aplicados para a identificação dos circuitos ou partes.

É fundamental a existência de procedimentos de sinalização padronizados, documentados e que sejam conhecidos por todos os trabalhadores próprios e os prestadores de serviços.

Saiba que os materiais de sinalização constituem-se de cone, fita, grade, sinalizador luminoso, corda, bandeirola, bandeira, placa, etc. A seguir você estudará os principais materiais de sinalização.

Finalidade (figura 1): Utilizada em conjunto com o balizador cônico quando

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da delimitação e do isolamento de áreas de trabalho, podendo ainda ser fixadas em colunas/pórticos. Não deverá ser utilizada em suportes de equipamentos energizados e não pertencentes ao processo de liberação.

Fita de Sinalização

Finalidade (figura 2): Delimitação de áreas de trabalho de obras civis, serviços e obras executadas em áreas internas e externas e em vias públicas, podendo, se necessário, ser acoplada ao cone de sinalização.

Fita de sinalização Zebrada

Finalidade (figura 3): Utilizada em conjunto com o balizador cônico quando da delimitação e do isolamento de áreas de trabalho em regime de linha energizada.

Esta fita é também utilizada em com a placa Equipamento Energizado quando ocorrer à existência de equipamentos energizados dentro de áreas liberadas para serviços em regime desenergizado, nas quais o equipamento energizado deverá permanecer delimitado e sinalizado de forma a não existir acesso ao mesmo (sem entrada).

Fita de Sinalização –Amarelo-Limão

Finalidade (figura 4): Sinalização de áreas de serviços e de obras em vias públicas ou rodovias e orientação de trânsito de veículos e pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada, o sinalizador strobo, a bandeira, etc. Também tem a finalidade de identificação/visualização local de instalação de aterramentos temporários, durante os serviços executados nos períodos diurno e noturno.

Cone de Sinalização

Finalidade (figura 5): Isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes.

Grade dobrável

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Finalidade (figura 6): destinada a advertir as pessoas quanto ao perigo de ultrapassar áreas delimitadas onde haja a possibilidade de choque elétrico, devendo ser instalada em caráter permanente.

Finalidade (figura 7): Destinada a advertir e a sinalizar equipamento energizado, estando ou não no interior da área delimitada para traba-lhos. Utilizada em conjunto com a fita de sinalização amarelo-limão. Destina-se, também, a sinalizar cubículos ou painéis adjacentes àquele liberado para manutenção a fim de evitar engano de identificação.

Placa Equipamento Energizado

Finalidade (figura 8): Destinada a alertar quanto à possibilidade do equi-pamento entrar em operação a qualquer momento, sem aviso prévio.

Finalidade (figura 9): Destinada a alertar quanto à obrigatoriedade do uso de determinado equipamento de proteção individual.

Finalidade (figura 10): Destinada a alertar quanto à necessidade do acionamento do sistema de exaustão do ambiente, antes de se adentrar para retirada da concentração de gases no local.

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Finalidade (figura 11): Advertir quanto ao perigo de choque elétrico ao adentrarem na área delimitada. Instalada nos muros e nas cercas externas das instalações com equipamentos energizados.

Finalidade (figura 12): Advertir quanto ao perigo de choque elétrico. Instalada nas torres de transmissão.

Lição 03

Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)

EPC é todo dispositivo ou produto, de uso Coletivo utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.Em todos os serviços executados em instalações elétricas, devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.As medidas de proteção coletiva compreendem prioritariamente a desenergização elétrica e na sua impossibilidade o emprego de tensão de segurança, conforme estabelecido na NR-10.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO

o Aterramento Temporário

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O aterramento temporário é feito quando vai se trabalhar em redes desenergizadas. Trata-se de uma

medida de segurança para a vida do trabalhador, pois evita que ocorra acidentes caso a linha seja energizada indevidamente por um fator aleatório.

Tem-se, portanto que o simples desligamento de uma linha de distribuição não garante a segurança do eletricista, e o aterramento provisório das fases da rede de AT é fundamental para que as condições adequadas de trabalho sejam obtidas.

o Aterramento temporário em redes de Baixa tensão

Antes da instalação do conjunto de aterramento provisório o eletricista deve certificar-se que a linha encontra-se desenergizada, com auxílio de um detector de tensão acoplado a uma vara de manobra.

Uma vez feito este teste procede-se a sequência de ligações de conectores de cabos de aterramento provisórios:

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Aterramento temporário em redes de Alta tensão

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o Detector de Tensão

Equipamento usado para identificação de ausência de tensão antes da instalação de aterramento temporário.

o Travas e Bloqueadores

Garra de travamento de alta visibilidade Garra de travamento com cadeados

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Trava para disjuntores

o Mantas de Borracha

o Cone de Borracha para Sinalização

Material de segurança usado para sinalização e proteção do local de trabalho é fornecido nas cores Laranja e Branco / Preto e Amarelo.

o Fita Zebrada para Segurança

Material de segurança usado para isolamento do local de trabalho é fornecida em rolos 7 cm x 185 metros no cor amarela e preta.

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Lição 04

Equipamento de Proteção Individual - EPI

Conforme a Norma Regulamentadora nº 6, equipamento de proteção individual – EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional compe-tente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

A - Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

B - Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e

C - Para atender situações de emergência.

Cabe ao empregador:

A - Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;

B - Exigir seu uso;

C - Fornecer ao empregado somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

D - Orientar e treinar o empregado sobre o uso adequado, a guarda e a conservação;

E - Substituir, imediatamente, quando danificado ou extraviado;

F - Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e

G - Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada.

Cabe ao empregado:

A - Utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;

B - Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;

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C - Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e

D - Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Cabe ao empregador: (Conforme o art. 157 da CLT)

I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;II. Instruir o empregado, através de ordens de serviço, quanto às precauções a serem tomadas no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças profissionais.

Cabe aos empregados: (Conforme o art. 158 da CLT)

I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador;

• À observância das instruções expedidas pelo empregador e

• Ao uso dos equipamentos de proteção individual – EPI’s fornecidos pela empresa.

Caracterizando os equipamentos de proteção individual para trabalho em altura.

Cintoo Cinto de Segurança

O cinto tem a finalidade de unir o trabalhador com o talabarte de segurança. Em caso de queda, o mesmo tem o objetivo de sustentar o usuário e distribuir a força de impacto por todo o corpo do trabalhador através das fitas ajustáveis ao tronco do trabalhador. Para isso, é necessário que o mesmo seja perfeitamente ajustado à morfologia do usuário.

o Cinto de Segurança tipo Abdominal

O cinto de segurança tipo abdominal somente deve ser utilizado em serviços de eletricidade e em situações em que funcione como limita-dor de movimentação, conforme NR-18. Aprovada pela portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.

o Cinto de Segurança tipo Pára-quedista

O cinto de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado em atividades a mais de 2 m de altura do piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador, conforme NR- 18, aprovada pela portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego.

Talabarte de Posicionamento

Equipamento destinado ao posicionamento confortável em um posto de trabalho ou para a limitação de movimentação. Esse equipamento não deverá ser utilizado como equipamento anti-queda.

Cordas para Trabalho em Altura

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As cordas para segurança em trabalhos em altura deverão ser compatíveis com as atividades e os equipamentos utilizados. Essas cordas deverão ser do tipo “capa e alma”, confeccionadas em 100% poliamida ou mista com poliamida e poliéster.

As cordas deverão possuir laudo de resistência de ruptura por tração estática emitido por laboratório idôneo.

Luvas

o Luvas de Borracha para Eletricista

• Nos trabalhos em condutores ou equipamentos energizados, ou que ofereçam risco de energização, mesmo quando operados com vara de manobra, devem ser usadas luvas de borracha, devendo-se adotar a classe adequada ao nível da tensão elétrica de trabalho.

• As luvas de borracha para eletricistas somente devem ser utilizadas recobertas.

• Devem ser cobertas externamente por luvas de napa, quando de baixa-tensão, e de vaqueta, quando de alta–tensão.

• As luvas de borracha para eletricistas não devem ser amassadas e nem abandonadas em local que comprometa a sua segurança.

• O empregado que utiliza luva de borracha deve ter as unhas cortadas rentes e as mãos desprovidas de anéis ou de outros objetos capazes de danificar as mesmas.

Verifique na tabela abaixo a relação dos tipos/contatos/tarja para luva de borracha.

TIPO CONTATO TARJA

Classe 00 500V Bege

Classe 0 1000V Vermelha

Classe I 7,5 kV BrancaClasse II 17 kV Amarela

Classe III 26,5 kV Verde

Classe IV 36 kV Laranja

Tabela 3 – Tipos/contatos/tarja para luva de borracha

o Luvas de Cobertura

• Para proteção das luvas de borracha para eletricistas. • Antes e após a sua utilização, as luvas devem ser inspecionadas, aquelas que apresentarem defeito devem ser substituídas.

• A luva não deve ser usada ao avesso com a intenção de seu aproveitamento na formação de um novo par.

• As luvas de cobertura não devem ficar dobradas nem abandonadas

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em local que comprometa a sua segurança.

• As luvas de napa ou de vaqueta devem ser guardadas em separado das luvas de borracha, completamente limpas e secas e em recipiente individual apropriado.

Finalidade: Exclusivamente como proteção da luva isolante de borracha.

o Luvas de Proteção Tipo Condutiva

Finalidade: Proteção das mãos e dos punhos quando o empregado realiza trabalhos ao potencial.

o Luvas de Segurança em Borracha Nitrílica

Finalidade: Proteção das mãos e punhos do empregado contra agentes químicos e biológicos.

o Luva de Segurança em PVC

Finalidade: Proteção das mãos e dos punhos do empregado contra recipientes contendo óleo, graxa, solvente.

Proteção da Cabeça

o Capacete

Capacete de Segurança tipo:Aba Frontal (jóquei) e Aba Total

Finalidade: Proteção da cabeça do empregado contra quedas do mesmo nível, níveis diferentes, impactos físicos (trabalho a céu aberto), provenientes de queda ou de projeção de objetos, choque elétrico e irradiação solar.

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Capacete de Segurança tipo: Aba Frontal com Protetor Facial

Finalidade: Proteção da cabeça e face em trabalho no qual haja risco de explosões com projeção de partículas e queimaduras provocadas por abertura de arco voltaico.

o Capuz de Segurança tipo Balaclava

Finalidade: Proteção facial do usuário contra riscos provenientes de abertura de arco elétrico (tecido antichama).

o Óculos de Proteção

• De acordo com o tipo de serviço, no qual haja desprendimento de partículas, intensos raios luminosos ou poeiras, devem ser usados óculos de segurança.

• As lentes devem ser mantidas sempre limpas e isentas de poeira, óleo ou graxa.

Finalidade: Proteção dos olhos contra impactos mecânicos, partículas volantes e raios ultravioleta.

Proteção Auditiva

o Protetor Auditivo tipo Concha

Finalidade: Proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos.

o Protetor Auditivo tipo Inserção (Plug)

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Finalidade: Proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos.

o Equipamento de Proteção Respiratória - EPR

Respirador de Proteção Semifacial Filtrante (com Filtro)

Respirador de Adução de Ar (Máscara Autônoma)

Respirador de Proteção Semifacial Filtrante (descartável)

Finalidade: Proteção respiratória em atividades e em locais que apresentem tal necessidade, em atendimento à instrução Normativa nº 1 de 11/04/1994 – (Programa de Proteção Respiratória: Recomendação/Seleção e Uso de Respiradores).

Proteção dos membros inferiores

o Calçado de Segurança tipo Botina de Couro

Finalidade: Proteção dos pés.

o Calçado de Segurança tipo Bota de Couro (Cano Médio – Coturno)

Finalidade: Proteção dos pés e das pernas contra torção, escoriações, derrapagens e umidade.

o Calçado de Segurança tipo Bota de Borracha (Cano Longo)

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Finalidade: Proteção dos pés e das pernas contra umidade, derrapagens e agentes

químicos agressivos.

o Calçado de Segurança tipo Condutivo (Coturno)

Finalidade: Proteção dos pés quando o empregado realiza trabalhos ao potencial.

o Perneira de Segurança

Finalidade: Proteção das pernas contra objetos

perfurantes, cortantes e ataque de animais peçonhentos.

Lição 01

Técnica de Trabalho com Linha Viva Método à Distância

Foi o primeiro método desenvolvido, o eletricista executa as operações com o auxílio de ferramentas montadas nas extremidades dos bastões isolantes. Com esse método, é possível trabalhar em todas as classes de tensão. Em tensões de até 69 kV, onde as distâncias entre fases são menores, os condutores são afastados de sua posição normal por meio de bastões suportes, moitões, etc. Todo conjunto de equipamento é projetado para facilitar os movimentos dos eletricistas, no alto dos

MODULO 03 – TRABALHO SOB TENSÃO

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postes ou das estruturas, com total segurança, tanto na manobra das articulações para afastamento dos condutores como nas manipulações das cadeias de isoladores.

Nesse método, o eletricista deve observar rigorosamente à distância de trabalho, ou seja, a sua distância com o condutor energizado.

As distâncias mínimas para trabalho em linha viva são fornecidas a seguir.

3,8 kV – 0,64 m

34,5 kV – 0,75 m

69 kV – 0,95 m

138 kV – 1,10 m

230 kV – 1,55 m

345 kV – 2,15 m

500 kV – 3,40 m

o Descrição dos Serviços

• substituição de isoladores de pino e/ou acessórios como pinos ou amarração, cadeia com isolador de suspensão em estruturas simples ou duplas;

• substituição de cruzetas, simples ou duplas, em ângulos suaves com isolador de pino ou suspensão;

• instalação e/ou substituição de postes com estrutura simples;

• substituição de pára-raios e/ou de equipamentos. Nos locais de difícil acesso, como alto de morro ou local aonde não se chega com a cesta aérea, aplica-se esse método de trabalho com muita eficiência para atendimento desse tipo de serviço. Também se mostra muito útil nas estruturas das subestações para se executar manutenção, limpeza de isoladores, pára-raios, etc.

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Técnica de Trabalho com Linha Viva Método ao contato

No método ao contato, o trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção coletiva adequados à tensão da rede.

Esse método consiste em proteger o eletricista com luvas e mangas isolantes, com o auxílio de uma plataforma, andaime ou veículo equipado com cesta aérea, ele executa os serviços diretamente com as mãos. Toda a zona de trabalho é protegida, também, com coberturas isolantes apropriadas e, à medida que decorrem as tarefas, vai-se descobrindo o espaço estritamente necessário à operação em causa, tais como executar uma derivação, substituir um isolador, efetuar uma emenda, etc. Dessa forma, anula-se a possibilidade do eletricista poder fechar dois pontos de potenciais diferentes ou que os elementos de trabalho (fios, chaves, ferramentas) o possam fazer ocasionando um curto-circuito. Esse método é utilizado somente para linhas de distribuição e de subestações com tensões de até 34,5 kV.

o Descrição dos Serviços

Praticamente todos os serviços que se fazem necessários nas redes de distribuição aérea podem ser executados com as redes energizadas, especialmente agora com o desenvolvimento de ferramentas e de equipamentos que garantem a segurança dos trabalhadores.

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Lição 02

Procedimento de Segurança para Trabalho em Painéis e Cubículos.

Intervenções em painéis e cubículos são atividades onde os trabalhadores estão freqüentemente expostos aos riscos de choque elétrico e arco elétricos. Ao realizar serviços nestes locais, você deve pensar na segurança em primeiro lugar.

Se planejar seu trabalho cuidadosamente, seguir procedimentos seguros e usar o equipamento apropriado poderá evitar os acidentes.

Antes de entrar em um cubículo de uma subestação, abrir um painel ou o gabinete de um equipamento, examine o ambiente de trabalho, onde você vai posicionar o seu medidor e seus outros equipamentos. Além disso, tome os seguintes cuidados:

• Identifique uma rota de fuga que possa usar em caso de emergência;

• Certifique-se de que sabe exatamente como acessar o equipamento em questão;• Procure trabalhar em uma posição confortável e segura;

• Verifique se há riscos ambientais presentes, como galhos de árvores, animais ou água;

• Tenha certeza de que a ventilação e a iluminação são suficientes;

• Mantenha um ajudante qualificado por perto, que também entenda de segurança elétrica;

• Sempre informe onde estará trabalhando. Utilize os procedimentos de sua empresa referentes a ordens de serviços e permissões para o trabalho;

• Selecione adequadamente suas ferramentas e equipamentos de segurança;

• Proteção para os olhos e ouvidos, luvas, vestimentas e tapetes isolantes;

• Verifique se suas ferramentas estão isoladas adequadamente;

• Sempre que possível trabalhe em circuitos não energizados;

Importante:

De acordo com a norma IEC 61010, são definidas 04 categorias de risco:CAT IV – Origem da instalação. Cabines de entrada e outros cabeamentos externos.CAT III– Distribuição da instalação, incluindo barramentos principais, alimentadores e demais circuitos; cargas permanentemente instaladas.CAT II – Tomadas ou plugues; cargas removíveis.CAT I – Circuitos eletrônicos protegidos.

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Lição 03

Equipamentos e Ferramentas de Trabalho

As análises técnicas das concorrências e a aceitação dos materiais em laboratórios passam por rígidos processos de engenharia. Além dos testes de recebimento, os materiais são necessariamente submetidos a outros testes e a ensaios elétricos. Em função disso, devemos implantar uma sistemática de controle dessas ferramentas e equipamentos que possam aumentar a sua vida útil, reduzir custos com reposição, aumentando sua disponibilidade para os serviços e garantindo maior segurança aos eletricistas que trabalham em redes energizadas.

o Dispositivos de Isolação Elétrica

As coberturas protetoras para linha viva são usadas nos trabalhos pelo método ao contato, sendo instaladas com luvas isolantes de borracha ou pelo método a distância, uma vez que dispõem de olhais para serem operadas com o bastão de manobra.

Isoladores tipo calha.

São elementos construídos com materiais dielétricos (não-condutores de eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que estão energizadas para que os serviços possam ser executados sem a exposição do trabalhador ao risco elétrico. Têm de ser compatíveis com os níveis de tensão do serviço. Normalmente são de cor laranja. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar sujeiras e umidade que possam torná-los condutivo. Também devem ser inspecionados a cada uso.

Veja alguns exemplos!

• Calha isolante (em geral são de polietileno rígido).

• Mantas ou lençol de isolamento.

Page 47: Apostila NR 10 SEP

o Escada

A escada deve possuir isolação compatível com a classe de tensão dos locais onde os trabalhos serão executados. Além disso, é necessária a adoção de procedimentos de testes e de limpeza para garantia de isolação do equipamento.

A escada a ser utilizada ao potencial deve ser submetida a um

ensaio (antes de ser transportada ao local de trabalho) utilizando-se um

microamperímetro para verificação das condições de isolamento, antes

de sua utilização.

Se a escada apresentar valores superiores aos descritos, deve ser submetida à limpeza e novamente testada, se os valores permanecerem superiores aos recomendados, não realize o trabalho nesse método e sim pelo método a distância.

o Varas de Manobra

São fabricadas com materiais isolantes, normalmente em fibra de vidro e de epóxi, e, em geral, na cor laranja. São segmentos (de aproximadamente 1 m cada) que se somam de acordo com a necessidade de alcance.

As varas de manobra são providas de suporte universal e cabeçote, nas quais, na ponta, pode-se colocar o detector de tensão, o gancho para desligar a chave fusível ou para conectar o cabo de aterramento nos fi os, etc. Nessa ponta há uma “borboleta” na qual se aperta com a mão o que se deseja acoplar. As varas mais usuais suportam uma tensão de até 100 kV para cada metro. Sujeiras (poeiras, graxas) reduzem drasticamente o isolamento. Por isso, antes de serem usadas, devem ser limpas de acordo com o procedimento.

Page 48: Apostila NR 10 SEP

Outro aspecto importante é o acondicionamento para o transporte, que deve ser adequado. Para tensões acima de 60 kV, devem ser testadas quanto à sua condutividade antes de cada uso, com aparelho próprio.

o Bastões

Os bastões são similares e do mesmo material das varas de manobra. São utilizados para outras operações de apoio. Nos bastões de salvamento há ganchos para remover o acidentado. O bastão de manobra, também conhecido como “bastão pega-tudo”, foi originalmente projetado para operação de grampos de linha viva e de grampos de aterramento, porém, face à sua versatilidade, possui hoje múltiplas aplicações, principalmente na manutenção de instalações elé-tricas energizadas.

Lição 01

Métodos de Trabalho (Ao Contato – Ao Potencial – À Distância)

Na execução de qualquer serviço que envolva energia elétrica, a escolha do método de trabalho a ser adotado pela sua equipe de trabalho é de fundamental importância para que se evite a ocorrência de acidentes.

Os cuidados citados anteriormente são fundamentais para uma correta e segura execução dos serviços, sem a ocorrência de prejuízos materiais ou humanos, por meio de rigorosa observação dos controles de riscos, indispensáveis para a execução de trabalhos.

Manutenção com Linha Energizada – Linha Viva

Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de

procedimentos e de metodologia específica que garantam a

segurança dos trabalhadores conforme estudado no Módulo 03.

o Método ao Contato

MODULO 4 – ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE SEGURANÇA

Page 49: Apostila NR 10 SEP

Como o trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, todos os equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva devem ser adequados à tensão da rede para garantir que o mesmo esteja devidamente isolado.

Portanto, todos os procedimentos de utilização de EPI’s e EPC’s devem ser seguidos

obedecendo-se as técnicas de segurança para não haver falha durante as operações no SEP.

o Método ao Potencial

O trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial. Por isso, é

necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo

inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado um conjunto de vestimentas condutivas (roupas,

capuzes, luvas e botas) ligadas por meio de cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

São imprescindíveis que sejam feitos os testes necessários com todas as roupas condutivas

necessárias para manter uma perfeita equalização do campo elétrico distribuído no operador.

o Método a Distância

Lembre-se que neste método o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura pelo emprego de procedimentos, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados. Todos os equipamentos utilizados, como varas de manobra, bastões e escadas, devem ser submetidos a testes de isolação para garantir que não haverá potencial de choque elétrico para o operador.

Page 50: Apostila NR 10 SEP

Lição 02

Prontuário e Cadastro das Instalações.

A revisão da Norma Regulamentadora nº 10 – NR 10 (Portaria 598 de 07/12/2004 do MET) estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistema preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, e no item 10.2.4 determina que:

1. (NR 10 – Item 10.2.4) - As empresas com cargas instaladas superiores a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:

o Relatório anual de auditoria de conformidade com a Norma NR-10, com recomendações e cronograma de regularização visando o controle dos riscos elétricos;

o Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança e saúde, implantadas e relacionadas nesta Norma e descrição das medidas de controle existentes;

o Documentação das inspeções e medidas do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;

o Especificação do ferramental e dos equipamentos de proteção coletiva e individual;

o Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização, dos profissionais e treinamentos realizados;

o Certificação de equipamentos e matérias elétricos instalados em áreas classificadas;

o Relatório técnico das inspeções atualizadas com recomendações, cronogramas de adequações, contemplando os itens anteriores.

“As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção” - NR 10 – item - 10.2.3.

1. O que é o prontuário das instalações elétricas – (PIE)?

É um documento na forma de um manual que estabelece o sistema de segurança elétrica da empresa. O PIE sintetiza o conjunto de procedimentos, ações, documentações e programas que a empresa mantém ou planeja executar para proteger os trabalhadores dos riscos elétricos. Todas as empresas com potência superior a 75 kW devem manter o PIE atualizado.

2. Como organizar o prontuário?

Como definido na NR 10, em seu item 10.2.6.

O Prontuário de Instalações Elétricas deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalhadores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.

Page 51: Apostila NR 10 SEP

3. Como Estruturar o Prontuário?

O primeiro passo para organizar o prontuário das Instalações Elétricas é a realização de um Diagnóstico NR 10 de situação da empresa que analise e indique os requisitos da NR 10 ainda não atendidos pela empresa (não conformidade). E caso a empresa não possua, será também necessário elaborar os Laudos Técnicos das Instalações Elétricas e Laudo do SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas).

Nota: O diagnóstico, juntamente com o laudo das Instalações Elétricas vai fazer parte do Relatório Técnico das Inspeções. Este, por sua vez, juntamente com o Laudo do SPDA, vai fazer a base para a estrutura do Prontuário.

Resumindo:Laudo das Instalações Elétricas + Diagnóstico NR 10 = Relatório Técnico das Inspeções.Relatório Técnico das Inspeções + Laudo SPDA = Base para o Prontuário Elétrico.

Lição 03

Programação e Planejamento dos Serviços

Programação dos Serviços

Programar: É definir etapas ou procedimentos ordenados para a execução de serviços em

determinado período de tempo, utilizando o método adequado, os recursos mínimos necessários, tanto

pessoais quanto materiais, as ferramentas e os equipamentos, além de equipamentos de segurança,

considerando as interferências possíveis do meio ambiente com o trabalho.

Trabalhar com segurança em instalações elétricas requer organização e atenção do que se está fazendo. Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância. Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa, mas pensar em quê?

Em primeiro lugar, na maneira mais segura de fazer a tarefa;

Na maneira mais simples de fazer a tarefa, evitando complicações ou controles exagerados.

No modo mais barato de fazer a tarefa;

No meio menos cansativo para quem vai realizar a tarefa;

Num procedimento que seja mais rápido;

Em obter a melhor qualidade e o resultado mais confiável e

Numa forma de trabalho que não prejudique o meio ambiente, ou seja, que não cause a

Laudo Técnico das Instalações Elétricas – Tem a finalidade de verificar a conformidade com as NBR 5410 (BT), NBR 14039 (MT), NBR 5418

(Instalações em áreas classificadas) e outros.

Laudo Técnico de Inspeção do SPDA – É um documento técnico das inspeções e medições realizadas no SPDA e Aterramento Elétrico da

empresa com a finalidade de verificar a conformidade com a NBR 5419 e NR 10. (Item 10.2.4)

Page 52: Apostila NR 10 SEP

Observe que esses itens mencionados acima não podem ser pensados separadamente, todos devem ser pensados juntos para que no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um não prejudique o outro. Além disso, é preciso pensar, também, na quantidade e na qualidade das pessoas e dos materiais necessários, na hora e no local em que eles devem estar disponíveis.

Quando você faz, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir no trabalho e reúne o que é necessário para a sua execução, você está na verdade organizando o trabalho para alcançar bons resultados.

Planejamento dos Serviços

Planejar: É pensar antes, durante e depois de agir.

Quando planejamos, buscamos alcançar objetivos e quando queremos fazê-lo de uma forma participativa, compartilhamos diferentes saberes e diferentes ações, necessariamente precisamos trabalhar com um método de planejamento.

Funções do Responsável

Apresentar os itens das normas e dos procedimentos relativos às solicitações de intervenção que tenham rebatimento nessa etapa. Falar sobre os prazos de desligamento;

Fazer a apresentação completa das normas e dos procedimentos internos relativos ao Planejamento Executivo e à análise de riscos envolvidos na realização das atividades a serem desenvolvidas, em decorrência da liberação de instalações e de equipamentos. Nessa etapa, deverão ser discutidas e analisadas as respon-sabilidades entre os membros das equipes. Cabe ainda ao instrutor estabelecer casos práticos e enfatizar a necessidade de validação do planejamento “in loco”.

Page 53: Apostila NR 10 SEP

Os normativos internos relativos aos procedimentos para a solicitação de liberação de instalações ou de equipamentos, incluindo a realização de manobras, a delimitação e a sinalização da área de trabalho e o bloqueio de impedimento de reenergização (apresentar os itens das normas e dos procedimentos de operação, de manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes);

Execução dos serviços (inclusive o passo-a-passo de procedimentos de manutenção);

Devolução para a operação e a normalização das instalações e do equipamento (apresentar os itens das normas e/ou dos procedimentos de operação, de manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes).

Lição 03

Liberação de Instalações e Equipamentos (Desenergização e Reenergização de circuitos)

Nota: As informações aqui apresentadas são apenas ilustrativas, não substituindo de forma alguma as normas internas das empresas ou as determinações dos fabricantes.

A necessidade de liberação de instalações e equipamentos decorre da necessidade de manutenção

preventiva, corretiva, emergencial e de urgência. Já que você está fazendo um curso que visa à sua

segurança, saiba que para atender os requisitos de segurança preconizados pela NR-10 é imperioso o

cumprimento das condições que se seguem.

Definição de Desenergização

A desenergização é o conjunto de ações coordenadas entre si, seqüenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho durante o tempo de intervenção. Do exposto, conclui-se que somente será considerada desenergizada a instalação elétrica liberada para trabalho mediante os procedimentos apropriados e obedecida toda a seqüência que você estudará a seguir, porém o desligamento de circuito é diferente de desenergização de circuito. Na desenergização estão previstas todas as medidas contra reenergização acidental, já no desligamento não estão necessariamente contempladas todas as medidas contra essa reenergização.

o Desenergização de Circuitos - Veja abaixo a sequência:

I - SeccionamentoII - Impedimento da reenergizaçãoIII - Constatação da ausência de tensãoIV - Instalação de aterramento temporárioV - Proteção dos elementos energizados existentes na zona controladaVI - Instalação da sinalização de impedimento de reenergização

Page 54: Apostila NR 10 SEP

I- Seccionamento - Nesta etapa a equipe de manutenção, em conjunto com a de operação, através da análise de diagrama funcional e de inspeção visual in loco, deverá verificar se efetivamente foi promovido o seccionamento do trecho onde haverá a atividade de manutenção em atendimento ao Planejamento Executivo e à Análise Preliminar de Perigo. O referido seccionamento deverá garantir que não existem fontes de tensão alimentando circuitos existentes na área de trabalho que possam colocar em risco a segurança dos trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente, na atividade de manutenção;

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II- Impedimento da reenergização - Nesta etapa, a equipe de manutenção, em conjunto com a de operação, através da análise de diagrama funcional e também da inspeção visual in loco, deverá assegurar-se de que a operação efetuou a aplicação de travamentos mecânicos, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento suficientes para garantir que não haverá possibilidade de reversão indesejada do seccionamento elétrico das fontes de tensão que alimentam os circuitos objetos da intervenção e que possam oferecer risco a pessoas envolvidas na intervenção;

Page 55: Apostila NR 10 SEP

III - Constatação da ausência de tensão - Deverá verificar a ausência de tensão com medidores testados, podendo ser realizada por contato ou por aproximação e de acordo com os procedimentos específicos;

IV - Instalação de aterramento temporário (com equipotencialização dos condutores dos circuitos) – Constatada a inexistência de tensão, a equipe de manutenção deverá efetuar o aterramento temporário das partes elétricas que possam colocar em perigo os trabalhadores caso haja alguma entrada de potencial. Usando-se luvas isolantes e bastões compatíveis com o nível de tensão que se está trabalhando, os membros da equipe designados para a tarefa de aterramento deverão conectar as garras de aterramento aos condutores-fases, previamente desligados, obtendo-se assim uma equalização de potencial entre as partes condutoras no ponto de trabalho. Nessa etapa, deverá ser observado que esse procedimento está sendo realizado em uma instalação apenas desligada, o que pressupõe os cuidados relativos à possibilidade de ocorrência

Detector de Tensão

Chave operada e bloqueada com trava e cadeado

Page 56: Apostila NR 10 SEP

de arcos. É importante controlar a quantidade de aterramentos temporários implantados de forma a garantir a retirada de todas as unidades antes da reenergização;

V - Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada – Na impossibilidade da desenergização de algum circuito situado na zona controlada, para que não possam ser acidentalmente tocados, a equipe de manutenção deverá providenciar isolação conveniente através de: mantas, calhas, capuz de material isolante, etc., de forma a proteger as pessoas envolvidas na intervenção;

VI – Instalação da sinalização de impedimento de reenergização – A equipe de manutenção deverá verificar, em conjunto com a de operação, se foram adotadas todas as medidas de sinalização adequadas de segurança destinadas à advertência e a identificação da razão de desenergização e dá informação ao responsável através de cartões adequadamente fixados;

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Conclusão: Somente depois de atendidas as etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços de manutenção.

o Reenergização de Circuitos

O estado de instalação desenergizada deverá ser mantido até a autorização para a reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos a seguir.

I – Retirada de todas as ferramentas, utensílios e equipamentos – Nesta etapa, a equipe de manutenção deverá efetuar a remoção de todo o ferramental e os utensílios para fora da zona controlada, a fim de permitir a liberação da instalação.

II – Retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização – o coordenador responsável efetuará a contagem, a identificação e retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização.

III - Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais – deverá ser providenciada retirada dos materiais usados para a proteção de partes energizadas próximas ao local de trabalho e de utensílios empregados na manutenção da equipotencialização. É importante observar que o procedimento se inicia numa instalação desenergizada, mas termina em instalações apenas desligadas, o que sugere a adoção de técnicas, equipamentos e procedimentos próprios para circuitos energizados. Preferencialmente, os membros da equipe designados para a desinstalação dos aterramentos deverão ser os mesmos que efetuaram a instalação.

IV - Remoção da sinalização de impedimento de reenergização – a equipe de manutenção deverá acompanhar e apoiar, se for o caso, a retirada das placas e dos avisos de impedimento de reenegização pela equipe de operação. Essa atividade também será realizada com medidas e técnicas adotadas para os trabalhos com circuitos energizados.

V - Destravamento e religamento dos dispositivos de seccionamento – efetuar a remoção dos elementos de bloqueio, do travamento ou mesmo da reinserção de elementos condutores que foram retirados para garantir o não-religamento e, finalmente, a reenergização do circuito ou trecho, restabelecendo a condição de funcionamento das instalações. Nessa etapa, os membros da equipe de manutenção, que detêm algum componente do bloqueio em seu poder, deverão participar do destravamento em conjunto com a equipe de operação.

Conclusão: somente depois de atendidas as etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços de operação.

Situações Específicas

As medidas apresentadas anteriormente poderão sofrer alteração, substituição, ampliação ou até mesma eliminação em função das peculiaridades de cada situação por profissionais legalmente habilitados,

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autorizados e mediante justificativa técnica previamente formalizadas, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado.

Circuitos com Possibilidade de Reenergização

Na execução de serviços em que as medidas de desenergização não sejam possíveis, caracterizando que o circuito está apenas desligado, deverão ser adotadas as técnicas de trabalho em circuitos energizados vigentes na empresa.

De acordo com a NR-10, subitem 10.5.4 – “Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6”.

Item 10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas..Além disso, é muito importante que antes de qualquer serviço, em alta tensão, seja realizada uma

avaliação prévia para gerenciamento dos riscos, conforme a NR-10, subitem 10.7.5 – “Antes de iniciar tra-balhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, deve realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a tender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço”.

Isto quer dizer que antes do início de qualquer atividade no Sistema Elétrico de Potência, o responsável deverá reunir toda a equipe e abordar os seguintes tópicos:

• Revisar os procedimentos programados estudando e planejando as ações a executar;

• Equalizar o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de execução, conduzindo ao uso de práticas seguras de trabalho e as melhores técnicas, sabidamente corretas, testadas e aprovadas;

• Alertar a cerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções de segurança dos procedimentos;

• Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;

• Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no serviço e até mesmo no procedimento de trabalho;

• Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a relação de equipamentos de segurança e trabalho;

• Difusão de conhecimentos, criando novas motivações.