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Apostila do curso NR-10 Resumo da Unidade 1: Introdução à Segurança com Eletricidade Introdução à eletricidade NR-10 - norma que estabelece requisitos e condições mínimas de segurança e saúde para os trabalhadores que interagem com as instalações elétricas e serviços com eletricidade. É aplicada à geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica. Definições da ABNT pelas NBR: Baixa tensão = tensão superior a 50 volts em corrente alternada, ou 120 volts em corrente contínua, igual ou inferior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Alta tensão = tensão superior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Profissionais que trabalham diretamente com energia elétrica de baixa tensão devem ser certificados por um curso como este da ABM. Para serviços com energia elétrica de alta tensão, é necessário certificar-se com o curso avançado NR-10 SEP - Sistemas Elétricos de Potência. Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica No Brasil, a geração de energia elétrica é 80% produzida a partir de hidrelétricas, 12% por termelétricas e geração eólica, e o restante por outros processos. A transmissão de energia elétrica, basicamente, é constituída por linhas de condutores destinados a transportar a energia elétrica desde a etapa de geração até a etapa de distribuição. No Brasil, essa energia é transmitida em corrente alternada (60 Hz). Introdução à segurança com eletricidade A manutenção de linhas de transmissão é realizada nos equipamentos, obras ou instalações, podendo ocorrer por meio de processos diretos ou indiretos. Sua principal finalidade é assegurar condições de segurança para os trabalhadores. A distribuição de energia elétrica é o segmento do setor, que vai da área de transmissão até as subestações de distribuição, entregando a energia elétrica aos consumidores. As atividades de transmissão e distribuição de energia elétrica podem ser realizadas em sistemas desenergizados, também chamados de “linha morta”, ou energizados, conhecidos como “linha viva”. A técnica de manutenção em “linha viva” consiste em três métodos: método a distância, método ao potencial e método ao contato. Embora pareça o contrário, o método de trabalho em instalações energizadas apresenta mais segurança do que os trabalhos em linha desenergizada.

Apostila NR 10

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Apostila do curso NR-10

Resumo da Unidade 1: Introdução à Segurança com Eletricidade

Introdução à eletricidade

NR-10 - norma que estabelece requisitos e condições mínimas de segurança e saúde para os trabalhadores que interagem com as instalações elétricas e serviços com eletricidade. É aplicada à geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.

Definições da ABNT pelas NBR: Baixa tensão = tensão superior a 50 volts em corrente alternada, ou 120 volts em corrente contínua, igual ou inferior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Alta tensão = tensão superior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Profissionais que trabalham diretamente com energia elétrica de baixa tensão devem ser certificados por um curso como este da ABM. Para serviços com energia elétrica de alta tensão, é necessário certificar-se com o curso avançado NR-10 SEP - Sistemas Elétricos de Potência.

Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

No Brasil, a geração de energia elétrica é 80% produzida a partir de hidrelétricas, 12% por termelétricas e geração eólica, e o restante por outros processos.

A transmissão de energia elétrica, basicamente, é constituída por linhas de condutores destinados a transportar a energia elétrica desde a etapa de geração até a etapa de distribuição. No Brasil, essa energia é transmitida em corrente alternada (60 Hz).

Introdução à segurança com eletricidade

A manutenção de linhas de transmissão é realizada nos equipamentos, obras ou instalações, podendo ocorrer por meio de processos diretos ou indiretos. Sua principal finalidade é assegurar condições de segurança para os trabalhadores.

A distribuição de energia elétrica é o segmento do setor, que vai da área de transmissão até as subestações de distribuição, entregando a energia elétrica aos consumidores.

As atividades de transmissão e distribuição de energia elétrica podem ser realizadas em sistemas desenergizados, também chamados de “linha morta”, ou energizados, conhecidos como “linha viva”. A técnica de manutenção em “linha viva” consiste em três métodos: método a distância, método ao potencial e método ao contato. Embora pareça o contrário, o método de trabalho em instalações energizadas apresenta mais segurança do que os trabalhos em linha desenergizada.

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A eletricidade é silenciosa, invisível e inodora. Apresenta um grande potencial de acidente. O acidente elétrico quase sempre deixa sequelas, podendo causar a morte.

Resumo da Unidade 2: Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade Choque elétrico - conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando é percorrido por corrente elétrica. As manifestações apresentam-se desde a sensação de “formigamento” pela superfície da pele, até uma violenta contração muscular que pode provocar a morte. A condição básica para se levar um choque de natureza elétrica é estar submetido a uma diferença de potencial que provoque a circulação de uma corrente elétrica capaz de produzir efeitos no organismo humano.

Mecanismo

O corpo humano se comporta como um condutor elétrico, apresentando valores de resistência elétrica – R (resistência ôhmica). O valor da resistência ôhmica do corpo humano varia de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como: área de contato, pressão de contato, resistência da pele, umidade da pele e também da trajetória que a corrente elétrica faz pelo corpo. Os efeitos do choque elétrico serão mais danosos, se o trajeto da corrente incluir o coração. É importante saber que o corpo humano é mais sensível à corrente alternada de frequência industrial (50/60 Hz) do que à corrente contínua. São duas as condições de tensão que favorecem os acidentes por choque elétrico: a tensão de toque e a tensão de passo. Correntes acima de 20 mA ,dificilmente, permitirão aos indivíduos se desvencilhar das partes elétricas. A vítima desmaia e se não for socorrida a tempo, pode sucumbir por asfixia.

Efeitos

Classificam-se em dois grupos: os efeitos diretos e os indiretos. Efeitos diretos: contrações musculares, paralisação muscular, fibrilação ventricular, parada cardíaca, parada respiratória, queimaduras, asfixia e/ou anoxemia, prolapso em órgãos ou músculos. Efeitos indiretos: queda de níveis elevados, batidas, fraturas, traumatismos, perda de membros, morte.

Riscos

Os riscos mais comuns de se tomar choque elétrico acontecem nas seguintes situações: Contato com superfícies energizadas; Contato com fios e cabos com isolamento deficiente; Contato com fios e cabos energizados caídos no chão; Contato com redes aéreas energizadas; Alimentação por meio da BT via transformador.

Arco elétrico

Arco elétrico é a passagem de corrente elétrica entre pontos condutores, através de um meio gasoso. A intensidade do arco depende da diferença de potencial,

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da capacidade da fonte e da resistividade do meio. Ocorre entre dois eletrodos condutivos, o que resulta em temperatura muito alta, capaz de fundir ou vaporizar virtualmente qualquer matéria. A exposição ao calor produzido pelo arco elétrico, contato direto em curtos-circuitos, superfícies, cabos aquecidos ou outros, pode ocasionar queimaduras de segundo e terceiro graus.

Campos eletromagnéticos

Campo eletromagnético é a grandeza que caracteriza a força exercida sobre cargas elétricas, na região em torno de qualquer condutor energizado de uma instalação elétrica. O valor desse tipo de campo é expresso em quilovolt por metro (kV/m). Os efeitos do campo eletromagnético são caracterizados pelo valor de densidade de fluxo magnético, expresso em microtesla (μT). CEM – Campos Elétricos e Magnéticos existem nas proximidades de condutores e equipamentos energizados.

Resumo da Unidade 3: Medidas de Controle do Risco Elétrico

Desenergização – conjunto de ações coordenadas seqüenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção. Esses serviços exigem profissionais qualificados, capacitados, habilitados ou autorizados. As instalações elétricas somente serão consideradas desenergizadas e liberadas para trabalho, mediante os procedimentos apropriados, nesta sequência: 1.Secionamento (Desligar) - ato de promover a descontinuidade elétrica total, mediante o acionamento de dispositivo apropriado (chave secionadora, interruptor, disjuntor), acionado por meios manuais ou automáticos, ou ainda por ferramental apropriado, segundo procedimentos específicos; 2.Impedimento de reenergização (Bloquear) - estabelecimento de condições que impeçam a reenergização do circuito ou equipamento desenergizado, assegurando ao trabalhador o controle do secionamento. Trata-se da aplicação de travamentos mecânicos por meio de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento; 3.Constatação da ausência de tensão (Testar) - verificação da efetiva ausência de tensão nos condutores do circuito elétrico; 4.Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos (Aterrar) - Constatada a inexistência de tensão, um condutor do conjunto de aterramento temporário deverá ser ligado à terra e ao neutro do sistema, quando houver, e às demais partes condutoras estruturais acessíveis; 5.Instalação da sinalização de impedimento de reenergização (Sinalizar) - Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação da razão de desenergização, bem como informações do responsável; 6. Bloqueio - ação de manter, por meios mecânicos, um dispositivo de manobra, fixo numa determinada posição, de forma que impeça uma ação não autorizada. Os dispositivos de bloqueio são aqueles que

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impedem o acionamento ou religacão dos dispositivos de manobra (chaves, interruptores). Para isso, em geral, utilizam-se cadeados.

Proteção contra contatos diretos

A proteção contra contatos diretos protege o trabalhador no contato com partes metálicas sob tensão – partes vivas. Agrupa as seguintes medidas de controle do risco elétrico: 1ª - Isolamento das partes vivas - destinado a impedir todo o contato do trabalhador com as partes vivas da instalação elétrica. As partes vivas devem ser completamente recobertas por uma isolação que só possa ser desfeita quando destruída. As tintas, vernizes, lacas e produtos análogos, geralmente não constituem uma isolação suficiente, no quadro da proteção contra os contatos diretos. 2ª- Distância ou afastamento - Deve-se deixar uma distância mínima de 5 m entre a rede elétrica e a atividade executada pelo trabalhador. De acordo com a NBR- 5410/2004, os condutores nus devem ser instalados de forma que seu ponto mais baixo observe as seguintes alturas mínimas em relação ao solo: 5,50 m, onde houver tráfego de veículos pesados; 4,50 m, onde houver tráfego de veículos leves; 3,50 m, onde houver passagem exclusiva de pedestres. 3ª - Barreiras ou invólucros - são dispositivos para impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes energizadas. As barreiras deverão ser robustas e fixadas de forma segura. Só poderão ser retiradas com chaves ou ferramentas apropriadas (telas de proteção com parafusos de fixação, tampas de painéis, chaves blindadas, etc.). 4ª – Obstáculos - destinados a impedir o contato involuntário com partes vivas. Utilizados em locais de serviço elétrico frequentados por profissionais qualificados ou legalmente habilitados. Os obstáculos devem impedir aproximação física e contatos não intencionais das partes energizadas, durante atuações sobre o equipamento. Podem ser removíveis sem auxílio de ferramenta ou chave, mas devem ser fixados de forma que impeçam qualquer remoção involuntária. 5ª - Extra baixa tensão – SELV e PELV - O uso da extra baixa tensão constitui-se num meio de proteção. São as tensões de valor nominal inferiores a 50 V CA e de 120 V CC. Observação: As partes vivas de um sistema SELV ou PELV não precisam necessariamente ser inacessíveis, podendo dispensar isolação básica, barreira ou invólucro, se a tensão nominal do sistema não for superior a 25 V CA ou 60 V CC (vide NBR 5410). 6ª - Separação elétrica - é uma das medidas contra choques elétricos, previstas na NBR 5410/2004. Ao contrário da proteção por secionamento automático da alimentação, não se presta a uso generalizado; é uma medida de aplicação mais pontual, sendo empregada, por exemplo, em salas cirúrgicas. A proteção por separação elétrica exige que um circuito seja alimentado por um transformador de separação e que haja limitação da carga alimentada (pelo circuito separado) a um único equipamento.

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Proteção contra contatos indiretos

O contato indireto com a energia elétrica acontece quando uma pessoa encosta-se a peças metálicas normalmente não energizadas (massas), mas que podem estar energizadas devido a um erro na execução da instalação, ou por falhas na isolação, ou no aterramento. Canalizações metálicas e carcaças de equipamentos elétricos podem ser armadilhas para o trabalhador, se a rede elétrica ou os equipamentos não estiverem devidamente aterrados. Todos os equipamentos elétricos deverão ser aterrados, exceto os que tenham dupla isolação ou que funcionem com menos de 50 V.

Medidas de proteção contra contatos indiretos que podem garantir a segurança do trabalhador: 1ª - Aterramento: funcional (TN /TT /IT), de proteção e temporário - Aterramento Funcional: ligação à terra de um dos condutores do sistema, geralmente o condutor “neutro”, com o objetivo de garantir o funcionamento correto, seguro e confiável da instalação. O Esquema TN possui três variantes de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de proteção: TN-S; TN-C e TN-C-S. Aterramento de proteção: ligação à terra das massas e dos elementos condutores estranhos à instalação. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que eventualmente possa ficar sob tensão, deve ser devidamente aterrada. Aterramento temporário: ligação elétrica à terra, destinada a garantir a equipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica. Tem por função evitar acidentes gerados pela energização acidental da rede; rápida atuação do sistema automático de secionamento ou proteção. 2ª - Equipotencialização - ligações equipotenciais objetivam igualar os potenciais de massas ou de partes metálicas da instalação, não destinadas à condução de energia elétrica. Todas as massas de uma instalação devem ligar-se a condutores de proteção. 3ª - Secionamento automático da alimentação - O secionamento automático contém um dispositivo de proteção para secionar automaticamente a alimentação do circuito ou equipamento por ele protegido, sempre que uma falta de energia origina uma corrente superior a um valor determinado e ajustado. 4ª - Isolação dupla ou reforçada - aplicada a equipamentos portáteis, como furadeiras elétricas manuais, que requerem outro sistema de proteção apresentando confiabilidade maior que a oferecida exclusivamente pelo aterramento elétrico. Pela NR 18 - 18.22.20, é proibida a utilização de ferramentas elétricas manuais sem duplo isolamento. 5ª - Dispositivo de corrente de fuga - Desde dezembro de 1997, é obrigatório no Brasil o uso do dispositivo DR (diferencial residual) nos circuitos elétricos que atendem aos banheiros, cozinhas, copas cozinhas, lavanderias, áreas de serviço e áreas externas. O dispositivo DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas de pequena intensidade (da ordem de centésimos de ampere) e protege contra os efeitos da

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corrente de fuga a terra, detectando essas fugas. Fugas essas que um disjuntor comum não consegue detectar, mas que podem ser fatais se percorrerem o corpo humano.

Resumo da Unidade 4: Normas Técnicas Brasileiras

Pela legislação brasileira temos uma grande diferença entre as normas técnicas NBRs e as NRs. As Normas Técnicas – NBRs - são recomendações e referências, ou seja, sugestões: se observadas, permitem que os projetos, instalações, processos de fabricação de produtos, etc. tenham nível adequado, aceito pela comunidade técnica e usuários. As Normas Regulamentadoras - NRs - têm força de lei e o não cumprimento delas pode gerar processos cíveis e criminais, uma vez que esse descumprimento provoque acidente grave ou morte.

Algumas normas técnicas, existentes no Brasil, sobre o assunto eletricidade: NBR – 5410; NBR – 5414; NBR – 10295; NBR – 14039; NBR – 5419; NBR – 5111; NBR – 5349. NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão - Essa Norma estabelece as condições que as instalações elétricas de baixa tensão devem satisfazer, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. Aplicada, principalmente, às instalações elétricas de edificação, residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc. Alguns exemplos de instalações elétricas em que a NBR 5410 é aplicada: a) Em áreas descobertas das propriedades, externas às edificações; b) Reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas; c) Canteiros de obra, feiras, exposições e outras Instalações temporárias.

NBR – 14039 Instalação Elétrica de Média e Alta Tensão - Essa Norma estabelece um sistema para o projeto e execução de instalações elétricas de média e alta tensão (1kV a 36,2 kV), para garantir segurança e continuidade de serviço. A aplicação dessa Norma se dá a partir de instalações alimentadas pelo concessionário. A NBR-14039 também se aplica às instalações alimentadas por fonte própria de energia em média tensão. Situações em que a NBR 14039 não é aplicada: Às instalações elétricas de concessionários dos serviços de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, no exercício de suas funções, em serviço de utilidade pública; Às instalações de cercas eletrificadas; Trabalhos com circuitos energizados.

Resumo da Unidade 5: Regulamentação do TEM

Para a normalização do trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego elaborou várias Normas Regulamentadoras, visando à segurança dos trabalhadores: NR1 - Disposições Gerais; NR 2 - Inspeção Prévia; NR 3 - Embargo ou Interdição; NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; NR 5 - CIPA - NR6 - EPI; NR 7 - PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde

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Ocupacional – PCMSO; NR8 - Edificações; NR9 - PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade - Estabelece os requisitos e condições mínimas, objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. A NR - 10 se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo. Inclui as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes, e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis.

NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais; NR 12 - Máquinas e Equipamentos; NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão; NR 14 – Fornos; NR 15 - Atividades e Operações Insalubres; NR 16 - Atividades e Operações Perigosas; NR 17 – Ergonomia; NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR 19 – Explosivos; NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis; NR 21 - Trabalho a Céu Aberto; NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração; NR 23 - Proteção Contra Incêndios; NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NR 25 - Resíduos Industriais; NR 26 - Sinalização de Segurança -. NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho - Norma revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008; NR 28 - Fiscalização e Penalidades; NR 29 - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário; NR 30 - Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário; NR 31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura; NR 32 -Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde; NR 33 -Espaços Confinados.

Qualificação, habilitação, capacitação e autorização

Para os trabalhos em eletricidade, é necessário que o profissional seja classificado da seguinte forma:

Profissional qualificado: Todo o trabalhador que comprovar conclusão de curso específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino (MEC).

Profissional habilitado: Todo trabalhador previamente qualificado, e com registro no competente conselho de classe (CREA ou CONFEA).

Profissional capacitado: Aquele que atende às seguintes condições, simultaneamente: 1. seja treinado por profissional habilitado e autorizado; 2. trabalhe sob a responsabilidade de um profissional habilitado e autorizado.

Profissional autorizado: Aquele que é qualificado ou capacitado, e o habilitado - com anuência formal da empresa - submetido à análise de saúde (NR-7).

Inadvertidos: Interagem com o sistema elétrico na zona livre.

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A capacitação só terá validade para a empresa que capacitou o funcionário, e nas condições estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado, responsável pela capacitação. A empresa concederá autorização aos trabalhadores capacitados, profissionais qualificados e profissionais habilitados que tenham participado, com avaliação e aproveitamento satisfatório, dos cursos constantes do ANEXO III da NR-10.

Responsabilidades

As responsabilidades quanto ao cumprimento da NR são solidárias a todos os contratantes e contratados envolvidos;

É de responsabilidade dos contratantes manterem os trabalhadores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle dos riscos elétricos a serem adotados;

Em casos de acidentes, a empresa contratante deverá adotar medidas preventivas e corretivas para evitar novas ocorrências;

Os trabalhadores são responsáveis pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, pela segurança e saúde própria (e dos demais trabalhadores) e pela avaliação dos riscos provenientes para a execução dos serviços no sistema elétrico.

Resumo da Unidade 6: Equipamentos de Proteção Coletiva

Equipamento de proteção coletiva é todo dispositivo, sistema ou meio físico ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores, usuários e terceiros. Como o próprio nome sugere, os equipamentos de proteção coletiva dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Alguns equipamentos de proteção coletiva: cone de sinalização, fita de sinalização, grade metálica dobrável, sinalizador strobo.

Dentro da norma NR-10, há um item específico que trata desse assunto: é o 10.2.8 - Medidas de Proteção Coletiva. Esse item foi dividido em três subitens: 10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma que garantam a segurança e a saúde dos trabalhadores. 10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança. 10.2.8.2.1 Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem 10.2.8.2., devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como: isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de secionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.

Dispositivos de Isolação Elétrica - elementos construídos com materiais dielétricos (não condutores de eletricidade), cujo objetivo é isolar condutores ou outras partes da estrutura que estão energizadas, para que os serviços possam ser

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executados sem exposição do trabalhador ao risco elétrico. Tais dispositivos têm de ser compatíveis com os níveis de tensão do serviço e, normalmente, são de cor laranja. Exemplos:calha isolante, manta isolante,cobertura isolante, banqueta isolante.

Os EPCs devem ser bem acondicionados, para evitar sujeira e umidade, que possam torná-los condutivos. Além de serem conservados limpos e secos, devem ser testados e inspecionados visualmente, antes da utilização. Se, na inspeção, algum dano for identificado, o equipamento deve ser substituído imediatamente. Outro cuidado, que se deve tomar, é obedecer aos prazos para os ensaios de rigidez dielétrica dos EPCs em uso.

Dispositivos de Secionamento - Há dois tipos: as chaves fusíveis e as chaves facas. As chaves fusíveis são dispositivos automáticos de manobra (conexão/desconexão) e de proteção, que na ocorrência de sobrecorrente (corrente elétrica acima do limite projetado) promovem a fusão do elo metálico fundível (fusível) e, consequentemente, a abertura elétrica do circuito. Normalmente, as chaves fusíveis estão instaladas em cruzetas. Por elas permitirem também a abertura mecânica do circuito, devem ser operadas por dispositivo de manobra, como a vara de manobra. As chaves facas são dispositivos que permitem a conexão e desconexão mecânica do circuito. Geralmente, estão instaladas em cruzetas e são usadas na distribuição e transmissão. Existem dois tipos de chaves facas: as mecânicas e as telecomandadas.

Resumo da Unidade 7: Equipamentos de Proteção Individual

Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Os EPIs devem ser utilizados: quando esgotadas as possibilidades de adoção de solução técnica e de proteção coletiva; enquanto essas medidas estiverem em fase de implantação; quando da existência de risco inerente à atividade ou ambiente.

Obrigações do empregador - Segundo a NR-6, item 6.3, toda empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado ao risco. Como o empregador tem responsabilidades com a segurança dos seus funcionários, cabe a ele: Exigir o uso dos EPIs; Substituir, imediatamente, quando estiver danificado ou extraviado; Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica do equipamento; Orientar e treinar o trabalhador quanto ao uso adequado, guarda e conservação; Comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) qualquer irregularidade observada.

Obrigações do empregado - O trabalhador também tem responsabilidades; deve cuidar-se para não sofrer acidentes. Cabe a ele: Utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento; Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso; Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

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Obrigações dos fabricantes - Assim como todos os envolvidos (empregador e empregado), os fabricantes dos EPIs também têm responsabilidades. Entre elas: Solicitar a emissão do CA (Certificado de Aprovação); Responsabilizar-se pela manutenção e qualidade do EPI; Comercializar somente EPI portador de CA; Comercializar EPI com instruções técnicas no idioma nacional.

Obrigações do MTE - Ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) cabe: Cadastrar o fabricante ou importador de equipamentos; Estabelecer regulamentos técnicos para ensaios; Emitir ou renovar CA; Fiscalizar a qualidade do EPI; Suspender o cadastramento da empresa ou importadora; Cancelar CA.

Tipos de EPI

Proteção para a cabeça: Os EPIs de proteção para a cabeça devem ser usados em atividades com risco de queda de objetos, queimaduras, choque elétrico e irradiação solar. Alguns tipos de capacetes: Aba frontal ( jóquei); Aba total; Aba frontal com viseira.

Proteção dos Olhos e Face: Os EPIs de proteção dos olhos e da face devem ser usados em atividades em que há risco de impactos e/ou incidência de arcos elétricos. Há protetores com lentes incolores e com lentes de tonalidade escura.

Proteção Auditiva: Os equipamentos de proteção auditiva devem ser usados em tarefas que exijam a proteção dos ouvidos contra ruídos excessivos. Alguns EPIs desse tipo são: Concha e Protetor auricular de inserção (plug).

Proteção dos Membros Superiores: Esse tipo de equipamento de proteção deve ser usado para a proteção das mãos contra agentes cortantes, perfurantes, abrasivos, escoriantes, térmicos, químicos e choques elétricos. Alguns tipos de luvas: Vaqueta; Hexanol (proteção no manuseio de óleo); Cobertura (para proteção da luva isolante de borracha). Há ainda a luva isolamento de borracha, que deve ser usada para a proteção das mãos em atividade com circuitos elétricos energizados.

Proteção dos Membros Inferiores: As botinas de segurança devem ser usadas em tarefas com circuitos elétricos energizados ou não.

Proteção Contra Quedas: Os cinturões de segurança devem ser usados em tarefas em que há risco de queda. Em trabalhos realizados acima de 2 metros de altura do piso, é exigido o uso do cinto tipo paraquedista.

Sinalização - colete refletivo de sinalização: deve ser usado em atividades cujos riscos exijam a sinalização do trabalhador.

Resumo da Unidade 8: Rotinas de trabalho - Procedimentos

As rotinas de trabalho definem os procedimentos para a execução dos serviços, devendo ser cumpridas, para garantir a integridade física das pessoas que trabalham com eletricidade. Constam de:

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Instalações desenergizadas – Procedimentos básicos: Impedimento de equipamento; Responsável pelo serviço; PES – Pedido para Execução de Serviço; AES – Autorização para Execução de Serviço; Desligamento Programado; Desligamento de Emergência; Interrupção Momentânea. Procedimentos Gerais de Segurança: Todo serviço deve ser planejado e executado por equipes treinadas e autorizadas (NR – 10), com a utilização de equipamentos aprovados pelos órgãos competentes. Emissão de PES: O PES deverá ser emitido para cada serviço, quando de impedimentos distintos.

Liberação para serviços - Procedimentos gerais: Liberar os equipamentos relacionados ao trabalho a ser realizado, conforme Manual de Procedimento de Trabalho -(Segmento Operação); Conferir a manobra referente ao equipamento entregue; Testar os condutores ou equipamento no qual se irá trabalhar, com dispositivo adequado, para certificar a ausência de tensão; Identificar, sob os pontos de vista de segurança operacional e técnico, os melhores locais para a conexão dos grampos dos cabos de aterramento. Todos os dispositivos para o aterramento temporário de um condutor ou equipamento deverão ser inspecionados antes de utilizados (conexões, fixação dos grampos, integridade da isolação e do condutor, etc.); Ligar o grampo de terra do conjunto de aterramento temporário, com firmeza, à malha terra e, em seguida, a outra extremidade ao condutor do circuito, utilizando o bastão apropriado. Repetir esta operação para os demais condutores do circuito.

Sinalização - consiste num procedimento padronizado que objetiva orientar e advertir as pessoas quanto aos riscos ou condições de perigo existentes, proibições de ingresso ou acesso, cuidados e identificação dos circuitos ou parte dele. É de fundamental importância a existência de padronização. Os materiais de sinalização consistem em cones, grades, placas, bandeirolas, fitas, etc.

NR 26 - Sinalização de segurança - Esta Norma Regulamentadora tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos. O vermelho deverá ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. O amarelo, em canalizações, para identificar gases não liquefeitos. O azul será utilizado para indicar "Cuidado!", ficando o seu emprego limitado a avisos contra uso e movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço. O verde é a cor que caracteriza “Segurança”. Deverá ser empregado para identificar: Canalizações de água; caixas de equipamento de socorro de urgência; caixas contendo máscaras contra gases; chuveiros de segurança; macas; fontes lavadoras de olhos; porta de entrada de salas de curativos de urgência; localização de EPI; caixas contendo EPI; emblemas de segurança; dispositivos de segurança; mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica).

Inspeção de áreas, serviços, ferramental e equipamentos - As inspeções de segurança têm como objetivos: Exercer vigilância e controle das condições de segurança; Identificar situações de risco e perigo; Tomar ações de correção para evitar

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acidentes. As inspeções deverão focalizar: postos de trabalho; condições ambientais; proteções contra incêndio; métodos de trabalho; ações dos trabalhadores; ferramentas e equipamentos. As inspeções podem ser classificadas em: Inspeções gerais - realizadas anualmente com apoio do SESMT e supervisores; atingem a empresa como um todo; podem ser consideradas como auditoria. Inspeções parciais - realizadas nos setores, seguindo um cronograma anual; levam em conta o grau de risco e características do trabalho. Inspeções periódicas - acompanhamento das medidas de controle e estudo de acidentes; feitas nos setores de produção e manutenção. Inspeções por denúncia - feitas por denúncia anônima ou não; Inspeções cíclicas - executadas com intervalos pré-definidos, por exemplo: inspeções realizadas no verão. Inspeções de rotina - realizadas nos locais com potencial de acidentes; visam conscientizar os empregados quanto às condições de trabalho; devem tornar-se periódicas. Cuidados antes da inspeção - Preparar um checklist com as principais condições de risco; O setor a ser inspecionado deve ser comunicado previamente.

Resumo da Unidade 9: Documentações de instalações elétricas

A norma NR-10 apresenta o assunto “documentações de instalações elétricas” em dois itens: o 10.2.3 e o 10.2.4. O item 10.2.3 da NR-10 informa: “As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos, com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção”. No item 10.2.4, o texto informa que “os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas contendo, além do disposto no subitem 10.2.3, no mínimo:” Conjunto de procedimentos, instruções técnicas, administrativas, de segurança e saúde, implantadas e relacionadas a esta NR e descrição das medidas de controle existentes para as mais diversas situações (manobras, manutenções, etc.); Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos; Especificação dos equipamentos de proteção coletiva, proteção individual e do ferramental aplicáveis conforme determina esta NR; Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, autorização dos trabalhadores, os treinamentos realizados e descrição de cargos/funções dos empregados que são autorizados a trabalhar nas instalações; Certificação dos equipamentos e materiais em áreas classificadas; Resultado dos testes de isolação elétrica realizado em equipamentos de proteção individual e coletiva; Relatório técnico das inspeções.

As empresas que operam em instalações ou equipamentos integrantes do sistema elétrico de potência devem constituir prontuário contendo, além dos itens já citados, estes outros dois: Descrição dos procedimentos para emergências; Certificações dos equipamentos de proteção individual e coletiva.

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Resumo da Unidade 10: Riscos Adicionais

Riscos adicionais a evitar, no dia a dia do trabalho, em diferentes tipos de ambientes:

a) De altura - Para a realização de atividades em altura, os trabalhadores devem: Possuir os exames específicos da função ASO - Atestado de Saúde Ocupacional; Estar em perfeitas condições físicas e psicológicas; Estar treinados e orientados sobre todos os riscos envolvidos. Conforme a NR-18, em seus itens 18.23.2 e 18.23.3, nas atividades realizadas a mais de dois metros de altura do piso, onde haja risco de queda do trabalhador, deve ser usado o cinto paraquedista dotado de dispositivo trava queda. Outros meios para trabalho em altura: Escadas – Deve-se inspecionar as escadas, antes de seu uso e instalação; Toda escada deve ter uma base sólida, com extremos inferiores (pés) nivelados; Verificar se o comprimento da escada é compatível com o desnível a ser alcançado; As escadas devem ser posicionadas sempre em pisos horizontais, garantindo sua perfeita estabilidade; Para maior segurança na utilização de escadas de mão, é preciso que sejam fixadas ao solo, na sua base inferior, e amarradas na sua parte superior. Medidas de proteção contra quedas de altura - O sistema de guarda-corpo e rodapé é uma proteção sólida, convenientemente fixada e instalada nos lados expostos das áreas de trabalho, andaimes, passarelas, plataformas, escadarias e ao redor de aberturas em pisos ou paredes, para impedir a queda de pessoas.

b) De ambientes confinados - Segundo a Norma Regulamentadora nº 33, espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes, ou onde possa existir a deficiência e/ou enriquecimento de oxigênio. Exemplos de ambientes confinados: dutos de ventilação, tanques em geral, tonéis, contêineres, cisternas, minas, valas, vasos, colunas, silos, poços de inspeção, caixas subterrâneas. Em ambientes confinados, há os seguintes riscos nos trabalhos a serem executados: Falta ou excesso de oxigênio; Incêndio ou explosão, pela presença de vapores e gases inflamáveis; Intoxicações por substâncias químicas; Infecções por agentes biológicos; Afogamentos; Soterramentos; Quedas; Choques elétricos.

Medidas de Segurança: Folha de Permissão de Entrada - A permissão de Entrada e Trabalho - PET é exigida por lei, sendo executada pelo supervisor de entrada; O serviço a ser executado deve sempre ser acompanhado por um vigia; A PET contém procedimentos escritos de segurança e emergência; Verificar se as medidas de segurança foram implantadas e se a PET está assinada pelo supervisor de entrada. : Sinalização e Isolamento da área: Manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme NR-33; O isolamento é necessário para evitar que pessoas não autorizadas se aproximem do espaço confinado. O Vigia deve: Manter

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continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores autorizados no espaço confinado, e assegurar que todos saiam ao término da atividade. Teste do ar: Os testes do ar interno são medições para verificação dos níveis de oxigênio, gases e vapores tóxicos e inflamáveis. Antes que o trabalhador entre em um espaço confinado, o supervisor de entrada deve realizar testes iniciais do ar interno. Atmosferas Inadequadas e Testes - As medições são necessárias para que não ocorram acidentes por asfixia, intoxicação, incêndio ou explosão. EPI - devem ser fornecidos gratuitamente; O trabalhador deve ser treinado quanto ao uso adequado do EPI. Objetos Proibidos - não devem ser utilizados: Velas, fósforos e isqueiros; Cigarros; Telefone celular.

c) De áreas classificadas - Área Classificada é o local em que a presença de uma atmosfera explosiva é tal que exige precauções para a construção, instalação e utilização de equipamentos elétricos.

d) De umidade - A umidade está relacionada a diversos fatores que devem ser considerados, no conjunto, na concepção e na execução das instalações elétricas.

e) Condições atmosféricas - Como uma síntese do que se conhece sobre os raios, pode-se informar que eles consistem em descargas elétricas atmosféricas, de caráter transiente, portando uma alta corrente elétrica (em geral, superior a várias dezenas de kA). Proteções contra descargas atmosféricas - Não existe uma proteção 100% segura, o que fazemos é diminuir os riscos de danos aos equipamentos e instalações, através de dispositivos de proteção: Para-raios Franklin e Gaiola de Faraday. Algumas regras de segurança devem ser observadas durante as tempestades com raios (descargas elétricas): Permanecer dentro de casa, mantendo-se afastado de portas e janelas abertas, aquecedores centrais, ferramentas e objetos metálicos de grande massa, tais como cercas, telefone e estruturas de aço; Não permanecer na água, principalmente em barcos pequenos; Não se abrigar embaixo de árvores ou estruturas metálicas; Em campo aberto, não corra. Caminhe em passos curtos para evitar possível descarga elétrica (tensão de passo).

Radiações não ionizantes: Radiação Ultravioleta - quando há um aumento da atividade solar, registra-se significativo aumento da incidência de câncer de pele. Radiação Infravermelha - pode causar queimaduras e aumento da pigmentação da pele; provoca também danos à córnea, à íris e ao cristalino. Radiações não ionizantes: Radiação Visível - a luz direta de solda a arco ou a luz do sol são nocivas ao olho humano. ELF: Radiação de Extra Baixa Freqüência – algumas correntes de pesquisa, afirmam que estas frequências podem afetar o sistema nervoso central.

Doenças causadas pelo frio: Hipotermia; Lesão não Congelante – Pé de Imersão ou Pé de Trincheira; Lesão do Frio – Frostbite. Doenças causadas pelo calor: Insolação ou Hipertermia; Exaustão do Calor; Cãibras do Calor.

Resumo da Unidade 11: Proteção e Combate a Incêndios

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FOGO = calor + combustível + comburente + reação em cadeia Combustível - É todo material que queima. Sua forma pode ser sólida, líquida e

gasosa; os sólidos e os líquidos se transformam primeiramente em gás, pelo calor, depois inflamam. Comburente (oxigênio) - É o elemento ativador do fogo. O comburente, combinado com os vapores inflamáveis dos combustíveis, é o que dá vida às chamas e possibilita a expansão do fogo. Calor - É uma forma de energia produzida pela combustão ou originada pelo atrito de, pelo menos, dois corpos. É o elemento que dá início ao fogo, e provoca a propagação dele. Reação em cadeia - Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor. Esse calor provoca o desprendimento de mais gases ou vapores combustíveis, desenvolvendo uma reação em cadeia.

Formas de propagação do fogo: Pelo contato da chama com outros combustíveis; Pelo deslocamento de partículas incandescentes; Pela ação do calor. Há três processos de transmissão pelos quais pode acontecer a propagação do fogo: condução, convecção e irradiação.

Classes de incêndio - Os incêndios são classificados de acordo com as características dos combustíveis usados. Somente com o conhecimento da natureza do material que está queimando, pode-se descobrir o melhor método para a extinção rápida e segura do fogo. Classes de incêndio: Classe A - Madeira, papel e algodão - Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento e, às vezes, por abafamento realizado por jato pulverizado. Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos; Após a queima, deixam resíduos como: brasas e cinzas. Classe B - Líquidos inflamáveis - Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento, ou quebra da reação em cadeia, ou ainda por resfriamento (líquidos superaquecidos). Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis; Após a queima, não deixam resíduos (queima total). Classe C - Equipamentos elétricos energizados - O primeiro passo num incêndio de classe C é a desenergização do equipamento que está pegando fogo. Dessa forma, o incêndio se tornará de classe A ou B. Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente equipamentos elétricos); A extinção se dá por abafamento ou quebra da reação em cadeia. Classe D – Metais pirofóricos: alumínio, antimônio, magnésio, etc. - Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos, os quais queimam em altas temperaturas; Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento com agentes extintores especiais, ou retirada do material; Nunca utilizar extintores de água ou espuma, pois na presença do oxigênio se volatizam e podem causar explosões.

Métodos de extinção do fogo - Partindo do princípio de que para haver fogo são necessários combustível, comburente e o calor, para que o fogo seja extinto basta retirar um desses elementos. Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes métodos de extinção: Extinção por retirada do material (isolamento); Extinção por abafamento; Extinção por resfriamento (retirada do calor). Além desses

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métodos, há ainda a extinção química, que ocorre quando a reação em cadeia é interrompida.

Extintor de incêndio: destina-se ao combate imediato e rápido de pequenos focos de incêndio, não devendo ser considerado como substituto dos sistemas de extinção mais complexos. Recomendações: Instalar o extintor em local visível e sinalizado; O extintor não deverá ser instalado em escadas, portas e rotas de fuga; O extintor deverá ser instalado na parede ou colocado em suportes de piso. Outros agentes extintores - Água pressurizada: indicado para incêndios de classe A. Age por resfriamento e/ou abafamento; Nunca use água em fogo das classes C e D. Nunca use jato direto em fogo da classe B. Gás carbônico (CO2): indicado para incêndios da classe C, por não ser condutor de eletricidade Age por abafamento, podendo ser também utilizado na classe A, apenas no início, e na classe B, em ambientes fechados. Pó químico seco (pressurizado): indicado para incêndios da classe B e C (com pó especial para a classe D). Sistemas de extinção mais complexos: conjuntos hidráulicos (hidrantes) e dispositivos especiais (sprinklers e sistemas fixos de CO2).

Abandono de área - Abandonar a área o mais rápido possível; Não retornar para buscar objetos; Não correr; Não empurrar; Não gritar; Não causar ou se envolver em pânico. O Brigadista é o líder a ser observado durante o abandono da área. Ligue o mais rápido possível para o 193.

Resumo da Unidade 12: Acidentes de origem elétrica

Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. É todo acontecimento imprevisto, indesejado e fora de controle, que interrompe o desenvolvimento normal de uma atividade. A incidência de acidente do trabalho configura-se em três situações: Quando houver lesão corporal; Quando ocorrer perturbação funcional; Quando ocorrer doença relacionada ao exercício do trabalho. Causas diretas e indiretas - Os acidentes do trabalho podem ter causas diretas e indiretas, relacionados aos seguintes fatores causadores: Fatores Ambientais - Agentes químicos, físicos, biológicos; Equipamentos, ferramentas, instalações; Layout – espaço. Fatores Organizacionais – Organização do Trabalho; Métodos e Processos, Procedimentos. Fatores Humanos - Personalidade, atitudes; Conhecimento; Treinamento. É possível identificar seis fatores associados a erros humanos como causa de acidentes: Falta de informação; Motivação incorreta; Condições ergonômicas inadequadas; Deslizes; Falta de aptidão física ou mental; Falta de capacidade.

Causas frequentes de acidentes em instalações e serviços com eletricidade: Contatos acidentais em instalações elétricas por falta de isolamento, de invólucro, barreiras; Despreparo ou incapacidade na execução de manutenção em instalações energizadas; Inexistência ou irregularidade no aterramento elétrico; Ausência ou

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inadequação no travamento e/ou na constatação de inexistência de energia, ou na sinalização dela; Instalações mal projetadas; Falta do uso de EPI ou uso inadequado dele; Ligações erradas ou conexões elétricas irregulares; Falta ou deficiência de isolamento de circuitos próximos; Incêndios ou explosões provocadas por faiscamento, curto-circuito ou má conservação.

Tipos de incidentes e acidentes do trabalho: Acidente pessoal; Acidente de trajeto; Acidente material; Acidente pessoal sem lesão. Todos os acidentes do trabalho e os incidentes graves, com ou sem afastamento, deverão ser investigados pela equipe do SESMT em conjunto com a CIPA. Na ocorrência de acidente do trabalho, o trabalhador deve levar o fato ao conhecimento da empresa. Esta, por sua vez, deve comunicar o fato à Previdência Social através da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho).

Motivos para investigar os acidentes e incidentes do trabalho: Ter informação dos acidentes; Reunir as evidências; Analisar as causas; Adotar ações corretivas; Aprender com o que aconteceu; Determinar os riscos; Prevenir futuros acidentes e incidentes; Solucionar problemas, antes que resultem em perdas; Determinar a causa raiz das perdas; Demonstrar interesse e comprometimento. Além desses motivos a investigação do acidente ocorrido pode determinar ações corretivas como: Correções Temporárias - Causas imediatas; Correções Permanentes - Causas raízes.

Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe – é uma das ferramentas que ajuda na determinação das correções das causas dos acidentes. Esta ferramenta também é conhecida por diagrama de causa e efeito, e permite a organização das informações possibilitando a identificação das possíveis causas do problema. O Diagrama de Ishikawa pode ser utilizado para: identificar o problema e achar as causas; priorizar a ação; verificar a situação antes e depois; detalhar as causas maiores em partes; estratificar a ação; identificar os itens responsáveis; definir as melhorias.

Resumo da Unidade 13: Responsabilidades

O descumprimento da NR 10 pode gerar processos cíveis e criminais, quando provocar acidente grave ou morte. Responsabilidade Civil (dever de indenização) e Responsabilidade Criminal (condenações segundo o Código Penal) nos acidentes de trabalho. Conceitos de: imprudência, negligência, imperícia.

Imprudência - é a atuação intempestiva e irrefletida. Consiste em praticar uma ação sem as necessárias precauções, isto é, agir com precipitação, expondo a si próprio e as demais pessoas a riscos desnecessários, sem medir as consequências. Falta de observância de medidas de precaução e segurança, com consequências previsíveis, em relação a danos pessoais e materiais. Exemplos: Ultrapassar veículo pelo acostamento; Não utilizar EPIs; Tocar ou aproximar-se em demasia de condutores energizados.

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Negligência - é a omissão voluntária de diligência ou cuidado. É a inobservância e descuido na execução de determinado ato. Exemplos: Permitir que seus empregados trabalhem sem EPIs; Deixar de alertar sobre a situação de risco.

Imperícia - É a falta de habilidade ou experiência, ou falta de previsão no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. Geralmente é decorrente de má formação ou de treinamento inadequado. Exemplos: Empregado não treinado ou sem preparo para a tarefa que lhe foi designada; Empregado que desconhece detalhes técnicos de máquinas ou equipamentos.

Modalidades de culpas - “Culpa in eligendo”: Quando provém da falta de cautela ou providência, na escolha do preposto1 ou pessoa a quem é confiada a execução de um ato ou serviço. “Culpa in vigilando”: É a que origina da inexistência de fiscalização por parte do patrão sobre a atividade de seus empregados ou prepostos. “Culpa in omitendo”: Acontece quando há abstenção decorrente de uma negligência. “Culpa in custodiendo”: É a que emana da falta de cautela ou atenção do agente a respeito de algo que se encontra sob a sua responsabilidade e cuidados. “Culpa in comitendo”: É a que o sujeito pratica ato positivo (doloso ou culposo), na forma de imprudência. Terceirização – O fenômeno da terceirização gera obrigações e responsabilidades, quando se caracterizarem as culpas “in contraendo”, “in eligendo” e “in vigilando”. Artigo 132 do Código Penal - “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”. Condenação Penal – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, se o fato não constituir crime mais grave.

Resumo da Unidade 14: Primeiros Socorros

Primeiros Socorros ou Socorro Básico de Urgência: medidas iniciais e imediatas

dedicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar. Essas medidas podem ser executadas por qualquer pessoa treinada para garantir a vida, impedindo agravamento das lesões existentes.

Noções sobre lesões causadas por choque elétrico

Choque elétrico – um dos acidentes mais comuns - pode ocorrer no corpo humano por três fatores: tensão (medida em volts), resistência (medida em Ohms) e área de contato (quanto maior ela for, e quanto mais umidade houver no corpo ou no ambiente, maior também será o choque elétrico. Ao tomar um choque, o corpo oferece resistência à passagem da corrente elétrica. Essa resistência varia muito em função das características de cada pessoa, mas, em média, a variação é de 300 a 500 Ohms. O choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave, podendo causar distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à parada cardiorrespiratória. Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de

1Preposto: indivíduo que dirige um serviço ou um negócio por delegação de pessoa competente.

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queimaduras (geralmente de terceiro grau) - a de entrada e de saída da corrente elétrica. Priorização no atendimento - Ocorrido o acidente, é necessário priorizar o atendimento à vítima para minimizar os possíveis problemas. Alguns fatores determinantes: A prestação dos Primeiros Socorros depende de conhecimentos básicos, teóricos e práticos, por parte de quem os está aplicando; O socorrista sempre deve agir com bom senso, tolerância e calma. O restabelecimento da vítima de um acidente, seja qual for a natureza, dependerá muito do preparo psicológico e técnico da pessoa que prestar o atendimento. O primeiro atendimento mal sucedido pode levar vítimas de acidentes a sequelas irreversíveis. Primeiras providências a serem tomadas - atendimento a vítimas de acidentes com eletricidade: Desligue o aparelho da tomada ou a chave geral; Se tiver que usar as mãos, para remover uma pessoa, envolva-as em jornal ou num saco de papel; Empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto seco, não-condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca, cadeira de madeira ou bastão de borracha. Fator tempo - Atendimento em até 4 minutos = a recuperação pode ser completa; após 6 minutos = provável dano cerebral. Tomadas as primeiras providências, prestar o socorro, seguindo algumas etapas de análise: Análise Primária - Verifique o estado de consciência; Abra as vias aéreas respiratórias: abrir a boca da vítima e retirar qualquer objeto que possa obstruir a passagem do ar como, dentaduras, chicletes, balas, alimentos; Verifique a respiração: ver, ouvir, sentir; Verifique a existência de batimentos cardíacos. Análise Secundária: Proceda ao exame da cabeça aos pés; Questione a vítima (se possível); Questione as testemunhas (se houver). Após as análises: Se houver parada cardiorrespiratória, aplique a RCP (reanimação cardiopulmonar); Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas relaxadas e estendidas; Se estiver inconsciente, incline ligeiramente a cabeça para impedir que a vítima se engasgue; Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor; Procure ajuda médica imediata.

Parada cardiorrespiratória - A parada cardiorrespiratória é a ausência das funções vitais - movimentos respiratórios e batimentos cardíacos - levando à morte no período de 3 a 5 minutos. Alguns dos sinais e sintomas: inconsciência, ausência de movimentos respiratórios e batimentos cardíacos. Duas formas de verificar se a pessoa sofreu uma parada cardíaca: 1ª) Pressione levemente a carótida com as pontas dos dedos indicador e médio. A carótida fica localizada quase no pescoço, junto ao pomo de Adão (também conhecido como gogó). Levante a pálpebra de um dos olhos da vítima. Se a pupila se contrair, é sinal de que o coração está funcionando, caso contrário, se a pupila permanecer dilatada, isto é, sem reação, é sinal de que houve uma parada cardíaca. Identificada a parada cardiorrespiratória, pela nova diretriz do ano de 2010, houve inversão na ordem da RCP, devendo-se agora iniciar pelas compressões torácicas.

Massagem cardíaca para ressuscitação - Além da respiração artificial boca a boca, outra técnica que deve ser aplicada é a massagem cardíaca. Ambas as técnicas

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devem ser aplicadas sem perda de tempo, mas não simultaneamente. Para que a massagem seja efetiva, haja da seguinte forma: posicione-se, de preferência, à esquerda da vítima; procure o final do osso esterno, e apoie uma mão sobre a outra neste ponto; mantenha os braços esticados; comprima e solte o tórax, ritmicamente, no mínimo 100 vezes por minuto, com 5 cm de profundidade; conte em voz alta para facilitar a sequência. Não faça qualquer interrupção, por menor que seja, na aplicação das técnicas. Se necessário o transporte da vítima, a aplicação deve continuar. O tempo de aplicação é indeterminado. Enquanto houver sinal de vida, há possibilidade de recuperação e salvamento. O revezamento de pessoas durante a aplicação deve ser feito de modo a não alterar o ritmo da respiração artificial. Depois de recuperada a vítima, mantenha-a em repouso e agasalhada, não permitindo que se levante ou se sente, mesmo que para isso precise usar força. Não lhe dê nada a beber, a fim de evitar que se engasgue.

Método da respiração artificial boca a boca: Abra a boca da vítima e retire qualquer objeto que possa obstruir a passagem do ar; Estenda o pescoço da vítima colocando uma mão na nuca e a outra na testa. Incline a cabeça da vítima para trás, para estender o pescoço; Tampe o nariz da vítima, para que o ar que você assoprar na boca não saia pelo nariz dela. Abra-lhe a boca; Inspire profundamente e expire na boca da vítima, forçando o ar para dentro dos pulmões dela (perceba o peito erguer-se); Repita o último procedimento uma vez a cada quatro segundos; Observe se a vítima volta a respirar sozinha; Caso não volte, continue o procedimento e monitore o pulso – é comum vítimas de parada respiratória evoluírem para parada cardíaca; Com crianças pequenas e pessoas com lesão na boca, deve-se utilizar a respiração boca-nariz.

Técnicas para remoção e transporte de acidentados - Caso haja necessidade de transportar o acidentado, observe alguns cuidados: O transporte de acidentados deve ser feito, preferencialmente, por equipe especializada em resgate; A vítima somente deverá ser transportada com técnicas e meios próprios, nos casos em que não é possível contar com equipes especializadas; Caso não haja equipe especializada, evitar que o transporte inadequado provoque lesões mais graves, provocando sequelas irreversíveis ao acidentado. Transporte o paciente em maca ou padiola; Evitar abalos no transporte, para não agravar as lesões; As lesões no pescoço devem ser imobilizadas com coleiras; Deite a vítima decúbito dorsal (barriga para cima) e coloque um travesseiro ou uma toalha dobrada, em baixo do pescoço e da cintura, de forma que essas partes fiquem elevadas. Algumas técnicas para transportar vítimas de acidentes: Uma pessoa - De Apoio - Passe o seu braço em torno da cintura da vítima e o braço da vítima ao redor de seu pescoço; Uma pessoa - Nas costas Dê as costas para a vítima, passe os braços dela ao redor de seu pescoço, incline-a para frente e levante-a; Duas pessoas – Cadeirinha; Duas pessoas - Segurando pelas extremidades Uma segura a vítima pelas axilas, enquanto a outra, segura pelas pernas abertas. Ambas devem erguer a vítima simultaneamente; Três pessoas - Uma segura a cabeça e costas, a outra, a cintura e a parte superior das coxas. A terceira segura a parte inferior das

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coxas e pernas. Os movimentos das três pessoas devem ser simultâneos, para impedir deslocamentos da cabeça, coluna, coxas e pernas; Quatro pessoas - Semelhante ao de três pessoas, a quarta pessoa imobiliza a cabeça da vítima impedindo qualquer tipo de deslocamento.