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 ORÇAMENTO E CONTABILIDADE PÚBLICA TEORIA Material para diversos concursos públicos, tais como:  TRE (Analista Judiciário);  TCU (Analista de Controle Ex terno); CGU (Analista de Finanças e Controle); STN (Analista de Finanças e Controle);  TCM/RJ (Técnico de Cont role Externo e Auxiliar de Contro le Externo); CGM/RJ (Técnico de Controle Interno); Contador (diversos órgãos públicos). PROF. FABIO FURTADO

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  • ORAMENTO

    E

    CONTABILIDADE PBLICA

    TEORIA

    Material para diversos concursos pblicos, tais como:

    TRE (Analista Judicirio);

    TCU (Analista de Controle Externo);

    CGU (Analista de Finanas e Controle);

    STN (Analista de Finanas e Controle);

    TCM/RJ (Tcnico de Controle Externo e Auxiliar de Controle Externo);

    CGM/RJ (Tcnico de Controle Interno);

    Contador (diversos rgos pblicos).

    PROF. FABIO FURTADO

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 1 Prof. Fabio Furtado

    APRESENTAO Esta apostila foi elaborada com o intuito de auxiliar os concursandos no estudo das disciplinas de Oramento e Contabilidade Pblica. Esto contidos, na apostila, os principais assuntos cobrados nos editais de concursos pblicos. O contedo est dividido por tpicos para facilitar o entendimento da matria. Na parte final, temos um Resumo que deve ser lido sempre ao final de cada tpico para facilitar a fixao dos conceitos e classificaes dos elementos que compem a Contabilidade aplicada Administrao Pblica; Esta apostila no tem a funo de substituir os livros indicados pelo professor. Ela dever ser usada como uma ferramenta de auxlio no estudo das disciplinas de Oramento e Contabilidade Pblica. NOTA SOBRE O PROFESSOR: Nome: Fabio Furtado de Azevedo.

    Graduado em Cincias Contbeis.

    Emprego Atual: Tcnico de Controle Externo do TCMRJ, lotado na Diviso de Contabilidade, do Departamento Geral de Finanas. Aprovado e classificado nos seguintes concursos: - 10 colocado no concurso para Contador da Eletrobrs Termonuclear -

    ELETRONUCLEAR, em 2003; - 1 colocado no concurso para Contador da Companhia Municipal de Limpeza

    Urbana - COMLURB, em 2003; - 13 colocado no concurso para Tcnico de Controle Externo do Tribunal de

    Contas do Municpio do Rio de Janeiro, em 2003. Autor, juntamente com o colega Rafael Cabral, tambm Tcnico de Controle Externo do TCMRJ, do livro Contabilidade Pblica Questes Comentadas de Provas Elaboradas pelo CESPE/UnB, publicado pela Editora Ferreira, em novembro de 2004. Autor do livro Administrao Financeira e Oramentria para concursos Direito Financeiro simplificado, publicado pela Editora Ferreira, em abril de 2008.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 2 Prof. Fabio Furtado

    NDICE Principais diferenas entre a Contabilidade Pblica e a Contabilidade Geral Contabilidade Pblica - Conceito

    - Campo de Atuao

    - Objeto

    - Finalidade

    - Exerccio Financeiro

    - Regime Contbil

    Oramento Pblico - Conceito

    - Leis Oramentrias

    - Prazos de Envio e Devoluo dos Projetos

    - Princpios Oramentrios

    - Ciclo Oramentrio

    - Processo Legislativo Oramentrio

    - Tipos de Oramento

    Crditos Adicionais - Conceito

    - Classificao

    - Quadro Resumo dos Crditos Adicionais

    - Recursos para Abertura

    Receita Pblica

    - Conceito

    - Classificae

    - Estgios

    5

    12

    14

    28

    31

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 3 Prof. Fabio Furtado

    Dvida Ativa - Conceito

    - Classificaes

    - Apurao

    Despesa Pblica - Conceito

    - Classificaes

    - Estgios

    Suprimento de Fundos - Conceito

    - Concesso

    - Proibio

    Restos a Pagar - Conceito

    - Classificao

    - Inscrio

    - Pagamento

    - Cancelamento

    - Prescrio

    Despesas de Exerccios Anteriores - Conceito

    - Prescrio

    Anulao de Operaes Oramentrias - Anulao da Receita

    - Anulao da Despesa

    37

    38

    54

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  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 4 Prof. Fabio Furtado

    Dvida Pblica - Conceito

    - Classificao

    Patrimnio Pblico - Conceito

    Bens Pblicos - Conceito

    - Classificao

    Demonstraes Contbeis - Balano Oramentrio

    - Balano Financeiro

    - Demonstrao das Variaes Patrimoniais

    - Balano Patrimonial

    Exemplos de Registros de Operaes Tpicas Resumo Bibliografia

    58

    61

    61

    63

    75

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    97

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 5 Prof. Fabio Furtado

    PRINCIPAIS DIFERENAS ENTRE A CONTABILIDADE PBLICA E A CONTABILIDADE GERAL

    Aspectos Contabilidade Pblica Contabilidade Geral Legislao Lei 4.320/64 e LRF Lei 6.404/76 Princpios PFC e Princpios

    Oramentrios PFC

    Registro Atos e Fatos Administrativos Fatos Administrativos Regime de Escriturao Contbil

    Regime Misto, sendo: Regime de Caixa para as receitas e Regime de Competncia para as despesas.

    Regime de Competncia tanto para as receitas quanto para as despesas.

    Resultado Supervit ou dficit de gesto Lucro ou prejuzo do Exerccio

    Demonstraes Financeiras Balano Oramentrio; Balano Financeiro; Demonstrao das Variaes Patrimoniais e Balano Patrimonial.

    Balano Patrimonial; DRE; DLPA e DMPL; DFC e DVA

    Sistemas de Escriturao 4 sistemas independentes. So eles: Sistema Oramentrio; Sistema Financeiro; Sistema Patrimonial e Sistema de Compensao.

    Um s sistema onde so registradas as contas patrimoniais e de resultado.

    Lei 4.320/64 estatui normas de direito financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. Lei 6.404/76 Dispe sobre as Sociedades por Aes. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ PFC = Princpios Fundamentais de Contabilidade. So eles:

    - Entidade - Continuidade - Oportunidade - Competncia - Prudncia - Registro pelo Valor Original - Atualizao Monetria

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 6 Prof. Fabio Furtado

    Princpios Oramentrios: Legalidade Publicidade Universalidade Equilbrio Periodicidade No Afetao da Receita Exclusividade Especificidade Oramento Bruto Unidade __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Fato Administrativo: Fato administrativo ou fato de gesto qualquer negcio realizado pela administrao que modifique o patrimnio da empresa, em termos de qualidade ou quantidade. Exemplos: as compras vista ou a prazo de bens; as vendas vista ou a prazo de mercadorias e servios; os pagamentos e recebimentos etc. Fato Contbil: Fato administrativo a mesma coisa que fato contbil? Em sentido estrito, no. Fato contbil qualquer ocorrncia que modifique o patrimnio, seja decorrente ou no de negcio realizado pela administrao. A expresso fatos contbeis mais abrangente, pois inclui os fatos administrativos. Todo fato administrativo necessariamente um fato contbil. Entretanto, existem fatos contbeis que no so fatos administrativos. Por exemplo: se um incndio provoca a perda de mercadorias, o patrimnio sofre reduo. Este fato no decorrente da gesto, mas produz variao patrimonial. um fato contbil. Ato Administrativo: qualquer negcio realizado pela administrao que no modifique o patrimnio. Alguns atos administrativos tm como conseqncia fatos administrativos. Quando a empresa, por intermdio de seus diretores, fiadora num contrato de aluguel, ocorre um ato administrativo. Todavia, se o valor da locao no for honrado pelo locatrio, a empresa poder ter de pagar o aluguel. Tratar-se- de um fato administrativo. A consulta de preos a um

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 7 Prof. Fabio Furtado

    fornecedor um ato administrativo. No entanto, a compra das mercadorias, se houver, ser um fato administrativo. Algumas empresas mantm o controle dos atos administrativos relevantes por meio de contas de compensao. As contas de compensao no se confundem com as contas patrimoniais ou de resultado, que so destinadas ao registro dos fatos contbeis. Os atos administrativos que possam provocar efeitos relevantes sobre o patrimnio devem se indicados em notas explicativas. As notas explicativas so esclarecimentos que acompanham as demonstraes contbeis e tm como objetivo facilitar o entendimento e a anlise da situao patrimonial da empresa. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Regime Misto: De acordo com o art. 35 da Lei 4.320/64, pertencem ao exerccio financeiro: I as receitas nele arrecadadas; e II as despesas nele legalmente empenhadas. Assim sendo, adotado o regime de caixa para as receitas e o regime de competncia para as despesas. O regime de caixa para as receitas significa que so reconhecidas somente as receitas cujo numerrio j foi arrecadado. O regime de competncia para as despesas significa que no importa se a despesa j foi ou no paga, mas sim se o fato gerador j ocorreu, isto , se a despesa j foi devidamente empenhada (autorizada pelo ordenador da despesa). Regime Contbil Processo de registro em Contabilidade; normas que orientam o controle e o registro dos fatos patrimoniais. Regime de Caixa: Norma contbil pela qual os ingressos so atribudos ao exerccio em que so recebidos e os custos ao exerccio em que so pagos.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 8 Prof. Fabio Furtado

    Regime de Competncia: Norma contbil pela qual os ingressos e os custos so atribudos ao exerccio a que pertencem, embora recebidos e pagos em outros exerccios. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Resultados: Nas entidades pblicas, os resultados so apurados nos Balanos Oramentrio, Financeiro e na Demonstrao das Variaes Patrimoniais. O resultado econmico do exerccio somado ou diminudo (depende do caso) do saldo da conta Saldo Patrimonial, no Balano Patrimonial. O resultado quando positivo, denominado supervit. O resultado quando negativo, denominado dficit. Supervit: excesso de receita sobre a despesa; saldo credor que representa a supremacia dos ganhos sobre os custos; lucro; redito positivo. Dficit: deficincia de receita sobre a despesa, ou ainda, insuficincia das operaes da entidade, demonstrada por comparao entre as receitas e as despesas, onde estas so maiores que aquelas. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- No devemos chamar de lucro ou prejuzo. Lucro ou prejuzo a denominao que utilizamos na Contabilidade Privada (tambm conhecida como Contabilidade Geral; Contabilidade Bsica; Contabilidade Financeira etc.). Lucro: resultado da atividade aziendal que representa o acrscimo patrimonial atravs daquela. Prejuzo: resultado da atividade aziendal que representa o decrscimo patrimonial atravs daquela.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 9 Prof. Fabio Furtado

    Azienda: so sistemas organizados que visam atingir um fim qualquer. So aziendas: a casa de comrcio, a indstria, o nosso lar, a Prefeitura, os hospitais etc. o patrimnio considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administrao e disponibilidade. O conceito azienda rene o patrimnio e a pessoa que o administra: Azienda = Patrimnio + Gesto Empresa e azienda so conceitos diferentes. Empresa uma espcie de azienda. Empresa uma azienda com finalidade lucrativa. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Demonstraes Contbeis ou Demonstraes Financeiras: Na rea pblica: Balano Oramentrio: Art. 102. O Balano Oramentrio demonstrar as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. Balano Financeiro: Art. 103. O Balano Financeiro demonstrar a receita e despesa oramentrias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-oramentria, conjugados com os saldos em espcie provenientes do exerccio anterior, e os que se transferem para o exerccio seguinte. Demonstrao das Variaes Patrimoniais: Art. 104. A Demonstrao das Variaes Patrimoniais evidenciar as alteraes verificadas no patrimnio, resultantes ou independentes da execuo oramentria, e indicar o resultado patrimonial do exerccio.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 10 Prof. Fabio Furtado

    Balano Patrimonial: Art. 105. O Balano Patrimonial demonstrar: I - o Ativo Financeiro; II - o Ativo Permanente; III - o Passivo Financeiro; IV - o Passivo Permanente; V - o Saldo Patrimonial; VI - as Contas de Compensao. ========================================================================================================================== Sistemas de Escriturao na rea pblica: Os servios de Contabilidade sero organizados de forma a permitir o acompanhamento da execuo oramentria, o conhecimento da composio patrimonial, a determinao dos custos dos servios industriais, o levantamento dos balanos gerais, a anlise e a interpretao dos resultados econmicos e financeiros (art. 85 da Lei n 4.320/64). Com o intuito de atender ao disposto na legislao, os lanamentos na Contabilidade Pblica so efetuados em quatro Sistema de Contas, que so: Sistema Oramentrio, Sistema Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensao. Sistema Oramentrio: O sistema de contas oramentrio registra a receita prevista e as autorizaes legais da despesa constantes da Lei Oramentria Anual e dos crditos adicionais, demonstrando a despesa fixada e a realizada no exerccio, comparando, ainda, a receita prevista com a arrecadada. Sistema Financeiro: Nesse sistema so registrados a arrecadao da receita e o pagamento da despesa oramentria e extra-oramentria. Tudo o que movimenta o disponvel (entrada e sada de numerrio) deve ser registrado no sistema financeiro. Sistema Patrimonial: No Sistema Patrimonial so registrados os bens patrimoniais do Estado, os crditos e os dbitos suscetveis de serem classificados como permanentes ou que sejam resultado do movimento financeiro, as variaes patrimoniais provocadas pela execuo do oramento ou que tenham outras origens e o resultado econmico do exerccio.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 11 Prof. Fabio Furtado

    Sistema de Compensao: No Sistema de Compensao so efetuados os registros dos valores que direta ou indiretamente possam vir a afetar o patrimnio. No Sistema de Compensao sero registrados, entre outros, as responsabilidades contratuais do Estado e os bens e valores em poder de terceiros.

    O Sistema de Compensao representado pelos atos praticados pelo administrador que no afetam ao Patrimnio de imediato, mas que podero vir afet-lo. No quadro abaixo temos exemplos de alguns desses atos: CONVNIOS; CONTRATOS; ACORDOS; CAUES EM TTULOS; GARANTIAS; BENS E VALORES SOB RESPONSABILIDADE.

    Como se pode observar, o Sistema de Compensao compreende, apenas, as contas com funo especfica de controle, relacionadas com as situaes no compreendidas no patrimnio, mas que possam vir a afet-lo.

    _________________________________________________________________________

    Ateno: Na rea privada, no temos essa separao em 4 sistemas, visto que os registros nas contas patrimoniais e de resultado so efetuados em um s sistema.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 12 Prof. Fabio Furtado

    Contabilidade Pblica 1 - Conceito A Contabilidade Pblica um ramo da cincia contbil e tem o objetivo de captar, registrar e interpretar os fenmenos que afetam as situaes oramentrias, financeiras e patrimoniais das entidades que compem a Administrao Direta e Indireta dos entes pblicos (Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal). 2 - Campo de Atuao O campo de atuao da contabilidade pblica abrange:

    A Administrao Direta (Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio), Autrquica e Fundacional da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios;

    Empresas Pblicas e Sociedade de Economia Mista da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, quando utilizam recursos conta do Oramento Pblico.

    Essas entidades (empresas pblicas e sociedade de economia mista) passam a fazer parte do campo de aplicao da contabilidade pblica quando utilizam recursos conta do oramento pblico para despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excludos no ltimo caso, aqueles provenientes de aumento de participao acionria (art. 2, III, da LRF). Quando utilizam recursos do oramento pblico para os fins supracitados, essas entidades passam a ser conhecidas como EMPRESAS ESTATAIS DEPENDENTES.

    3 - Objeto O objeto da Contabilidade Pblica o patrimnio pblico, que vem a ser os bens, direitos e obrigaes de propriedade do Estado. 4 - Finalidade A finalidade da Contabilidade Pblica fornecer informaes sobre a execuo oramentria, financeira e sobre o patrimnio pblico e suas variaes aos diversos usurios. Esses usurios podem ser os gestores, cidados, fornecedores etc.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 13 Prof. Fabio Furtado

    5 Exerccio Financeiro O perodo durante o qual o oramento executado denomina-se exerccio financeiro. No Brasil sempre coincide com o ano civil. 6 Regime Contbil O regime contbil adotado pela Contabilidade Pblica no Brasil o chamado regime misto, isto , regime de competncia para as despesas e regime de caixa para as receitas. ______________________________________________________________________ Regime de Competncia para as Despesas Total de Despesas Empenhadas = Total de Despesas Realizadas ______________________________________________________________________ Regime de Caixa para as Receitas Total de Receitas Arrecadadas = Total de Receitas Executadas

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 14 Prof. Fabio Furtado

    Oramento Pblico 1. Conceito -> Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, -> aprovada pelo Poder Legislativo, -> que estime Receitas e fixa Despesas -> para um determinado exerccio financeiro. 2. Leis Oramentrias A Constituio Federal de 1988, em seu art. 165, prev 03 (trs) leis oramentrias: PPA Plano Plurianual. LDO Lei de Diretrizes Oramentrias. LOA Lei Oramentria Anual. A LOA, por sua vez, nos termos do art. 165, 5, compreender: OF Oramento Fiscal. OI Oramento de Investimentos. OSS Oramento da Seguridade Social. PPA Leis Oramentrias LDO OF LOA OI OSS

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 15 Prof. Fabio Furtado

    PPA PLANO PLURIANUAL Art. 165, 1 da CF/88 A lei que instituir o plano plurianual estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. Diretrizes- so as orientaes e os macro objetivos que indicam o caminho definido pelo Plano de Governo responsvel pela elaborao do PPA. Como exemplos podemos citar A melhoria das condies de Sade no Municpio do Rio de Janeiro. Objetivos- sempre mensurveis por um indicador, expressa um resultado sobre o pblico alvo, descrevendo a finalidade de um programa, com conciso e preciso. O enunciado de um objetivo sempre caracterizado pela presena de um verbo de ao, no infinitivo, que complete a assertiva Este programa dever ser capaz de ... Exemplo: Diminuir a mortalidade infantil na localidade X. Aes (Metas) so um conjunto de operaes cujos produtos contribuem para os objetivos do programa. Por exemplo: Para se reduzir a mortalidade infantil no bairro X, sero necessrias as realizaes de diversas aes, tais como Execuo da rede de esgoto do bairro; executar campanha de vacinao em massa em crianas de 0 a 5 anos; Promover a construo de moradias dignas e extino de palafitas, etc. LDO LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS Art. 165, 2 da CF/88 A lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da administrao pblica federal, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente, orientar a elaborao da lei oramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicao das agencias financeiras oficiais de fomento. LOA LEI ORAMENTRIA ANUAL Art. 165, 5 da CF/88 a lei oramentria anual compreender: I o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico; II o oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 16 Prof. Fabio Furtado

    III o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Segue abaixo algumas consideraes extradas do livro Direito Financeiro e Controle Externo, do Prof. Valdecir Pascoal, editora Impetus, relativas LOA: - A LOA dever estar compatvel com o PPA e com a LDO.

    - A respectiva lei corresponde, na verdade, a 03 (trs) suboramentos

    (CF, artigo 165, 5): a) oramento fiscal de toda a Administrao Pblica, Direta e Indireta (todos os Poderes, Ministrio Pblico, Tribunal de Contas, rgos, Autarquias, Fundaes Pblicas, Empresas Pblicas e Sociedades de economia Mista), englobando a despesa e a receita de toda a Administrao Pblica para um exerccio financeiro, menos os investimentos de empresas estatais e as receitas e despesas relativas seguridade social; b) oramento de investimentos das empresas em que o Poder Pblico, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (empresas pblicas e sociedades de economia mista); c) oramento da seguridade social (sade, previdncia e assistncia social), que abranger todas as entidades e rgos a ela vinculados, da Administrao Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico. A razo da desvinculao dessas aes do oramento fiscal para um suboramento especifico da seguridade social a garantia de que esses recursos no sero desviados para qualquer fim, como aconteceu durante muitos anos no Brasil, gerando o dficit na previdncia pblica. Visa, pois, a conferir transparncia gesto da seguridade social.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 17 Prof. Fabio Furtado

    3- Prazos: Os prazos para a Unio, conforme art. 35, 2, do ADCT Ato das Disposies Constitucionais Transitrias - so:

    Projeto Prazo de envio (at)

    Prazo de devoluo (at)

    PPA

    4 meses antes do encerramento do 1 exerccio financeiro. Na prtica, deve ser encaminhado at 31/08.

    encerramento da sesso legislativa. Na prtica, deve ser devolvido at 22/12.

    LDO 8,5 meses (Oito meses e meio) antes do encerramento do exerccio financeiro. Na prtica, deve ser encaminhado at 15/04.

    encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa. Na prtica, deve ser devolvido at 17/07.

    LOA

    4 meses antes do encerramento do exerccio financeiro. Na prtica, deve ser encaminhado at 31/08.

    encerramento da sesso legislativa. Na prtica, deve ser devolvido at 22/12.

    Onde:

    PPA: Projeto de Plano Plurianual

    LDO: Lei de Diretrizes Oramentrias

    LOA: Lei Oramentria Anual

    Prazo de envio: prazo limite para o Poder Executivo encaminhar ao Poder Legislativo os projetos acima citados.

    Prazo de devoluo: prazo limite para o Poder Legislativo devolver ao Poder Executivo os projetos, acima citados, para sano. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    ----------------------------------------------------------------------------------------------

    MACETE: Geralmente, nas provas de concursos pblicos, so cobrados os prazos de envio ou de devoluo dos projetos ao Poder Legislativo. Os prazos de envio e de devoluo do projeto de Lei de Diretrizes Oramentrias so:

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 18 Prof. Fabio Furtado

    Envio: L D Oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro. Devoluo: At o encerramento da primeira sesso legislativa. Assim sendo, o projeto deve ser devolvido at 17/07. Obs.: O PPA e a LOA tm o mesmo prazo tanto para envio quanto para devoluo. Envio: 4 meses antes do encerramento do exerccio financeiro (lembrando que para o PPA existe a expresso ... antes do encerramento do primeiro exerccio financeiro, em virtude deste ser elaborado somente uma vez a cada mandato, ou seja, elaborado no primeiro exerccio financeiro do mandato e tem durao at o primeiro exerccio financeiro do mandato subseqente). Devoluo: at o encerramento da sesso legislativa. Sendo assim, os projetos devem ser devolvidos at 22/12. Com base no exposto, fica claro que o nico projeto que tem prazos de encaminhamento e de devoluo diferentes o da LDO. Vale ressaltar que os prazos para encaminhamento e para devoluo utilizados nos estados e municpios devem estar assinalados nas respectivas Constituies Estaduais e Leis Orgnicas. 4. Princpios Oramentrios Legalidade Publicidade Universalidade Equilbrio Periodicidade No Afetao da Receita Exclusividade Especificidade Oramento Bruto Unidade LEGALIDADE a lei oramentria e a lei que instituir crditos suplementares e especiais, aprovados pelo legislativo, so os instrumentos legais que autorizam a aplicao dos recursos pblicos. No pode haver despesa pblica sem a autorizao legislativa prvia. UNIVERSALIDADE o oramento deve conter todas as receitas e todas as despesas da Administrao. Este princpio est positivado na CF/88, artigo 165, 5, quando o legislador estatuiu a abrangncia da lei oramentria: oramento fiscal de todos os Poderes, rgos ou fundos; oramento de investimentos das empresas estatais; oramento da seguridade social de todos os Poderes, rgos ou fundos, bem como nos artigos 3 e 4 da Lei n 4.320/64.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 19 Prof. Fabio Furtado

    PERIODICIDADE (ANUALIDADE) o oramento deve ter vigncia limitada a um perodo anual. EXCLUSIVIDADE a lei de meios (LOA) no poder conter dispositivo estranho fixao das despesas e previso das receitas, ressalvada a autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita. ORAMENTO BRUTO todas as receitas e despesas constaro da Lei Oramentria pelos seus TOTAIS, vedadas quaisquer dedues. Isso quer dizer que a Unio, por exemplo, que arrecada o Imposto de Renda e o IPI, deve colocar a sua estimativa integral no seu oramento (lado das receitas) e a parte que constitucionalmente se destina a Estados e Municpios (FPE e FPM) deve constar integralmente no oramento (lado das despesas). No poder, pois, a Unio colocar no seu oramento apenas o valor lquido do IR e IPI. PUBLICIDADE uma das bases essenciais dos governos democrticos e uma de suas caractersticas como forma de organizao da autoridade dentro do Estado a publicidade dos atos relativos conduo da coisa pblica. Esse princpio est contido no art. 37 da Constituio, como um princpio geral da Administrao Pblica. EQUILBRIO estabelece que o total da despesa oramentria no pode ultrapassar o da receita oramentria prevista para cada exerccio financeiro. NO-AFETAO DA RECEITA o principio da no-afetao ou da no-vinculao da receita significa que o legislador no poder vincular receitas pblicas a determinadas despesas, rgos ou fundos. No Brasil, este principio est previsto apenas em relao s receitas de impostos. o principio que postula o recolhimento de todos os recursos a uma caixa nica do Tesouro, sem discriminao quanto a sua destinao. Entretanto, a norma constitucional (art. 167, IV e 4) s consagrou esse principio para as receitas provenientes de impostos, vedando sua vinculao a determinado rgo, fundo ou despesa, ressalvadas as seguintes: a) repartio do produto da arrecadao dos seguintes impostos

    Imposto de Renda incidente na fonte sobre rendimentos; Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural; Imposto sobre a Propriedade de veculos Automotores; Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e servios; Imposto de Renda; Imposto sobre Produtos Industrializados.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 20 Prof. Fabio Furtado

    b) destinao de recursos para a manuteno e desenvolvimento do ensino;

    c) prestao de garantias s operaes de credito por antecipao de receita;

    d) destinao de recursos para aplicao na rea de sade;

    e) para realizao de atividades da administrao tributria (EC n 42/2003)

    ESPECIFICIDADE OU ESPECIFICAO tambm chamado de princpio da especializao ou discriminao. Previsto no art. 5 da Lei n 4.320/64, estatui que o oramento no consignar dotaes globais para atender s despesas. No artigo 15 a lei estabelece que a discriminao das despesas far-se-, no mnimo por elementos, entendendo-se elementos, como desdobramento da despesa com pessoal, material, servios, obras etc. Pode-se dizer tambm que a exigncia de especificar, na LOA, as receitas e as despesas, segundo a categoria econmica, as fontes, as funes e os programas, uma conseqncia do princpio da especificao.

    Exceo: Reserva de Contingncia dotao global, genrica , colocada na LOA, destinada a atender passivos contingentes e outras despesas imprevistas; outra exceo so os programas especiais de trabalho, nos termos do artigo 20, pargrafo nico da Lei n 4.320/64.

    UNIDADE o princpio da unidade estabelece que todas as receitas e despesas devem estar contidas numa s lei oramentria. Os oramentos devem, por conseguinte, estar integrados num s ato poltico do Poder Legislativo, sempre com o objetivo maior de satisfazer s necessidades coletivas. A CF estabeleceu o princpio da unidade quando definiu que a lei oramentria anual compreender o oramento fiscal referente aos poderes pblicos, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes, e ainda o oramento de investimentos das empresas e o oramento de seguridade social.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 21 Prof. Fabio Furtado

    5. Ciclo Oramentrio O oramento percorre diversas etapas desde o surgimento de uma proposta que se transformar em projeto de lei a ser apreciado, emendado, aprovado, sancionado e publicado, passando pela sua execuo, quando se observa a arrecadao da receita e a realizao da despesa, dentro do ano civil, at o acompanhamento e avaliao da execuo caracterizada pelo exerccio dos controles interno e externo. Portanto, possvel agrupar as atividades relacionadas ao ciclo oramentrio da seguinte forma:

    - elaborao do projeto de lei oramentria; - apreciao, votao, sano e publicao da lei oramentria; - execuo da lei oramentria; e - acompanhamento e avaliao da execuo oramentria.

    CICLO ORAMENTRIO

    Podemos concluir, portanto, que o ciclo oramentrio no se confunde com o exerccio financeiro, pois este corresponde a uma das fases do ciclo, ou seja, execuo do oramento, isto porque a fase de preparao da proposta oramentria e sua elaborao legislativa precedem o exerccio financeiro, e a fase de avaliao e prestao de contas (controle interno e externo) ultrapassa-o. EXERCCIO FINANCEIRO = 1 ANO [COINCIDE COM O ANO CIVIL (01/01 A 31/12)] o perodo no qual o oramento executado. CICLO ORAMENTRIO MAIS DE 1 ANO (COMEA DESDE A ELABORAO DO PROJETO DE LEI ORAMENTRIA E TERMINA SOMENTE QUANDO DA AVALIAO DA GESTO DO ORDENADOR DE DESPESA). O exerccio financeiro ou execuo oramentria est dentro do ciclo oramentrio.

    (1) Elaborao do Projeto

    (4) Acompanhamento e Avaliao

    (2) Apreciao, Aprovao, Sano e Publicao

    (3) Execuo

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    6. Processo Legislativo Oramentrio _________________________________________________________________________ Art. 166 Os projetos de lei relativos ao PPA, LDO, LOA e aos CRDITOS ADICIONAIS sero apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

    Iniciativa Chefe do Poder Executivo. (Art. 84, XXIII da CF/88) * Caso ocorra omisso do Chefe do Poder Executivo, constituir CRIME DE RESPONSABILIDADE (Art. 85, VI da CF/88) Obs.: O Chefe do executivo envia o projeto de lei para o legislativo. No legislativo, esse projeto de lei encaminhado para a Comisso Mista Permanente (Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e Fiscalizao) (Art. 166, 1, I da CF/88). _________________________________________________________________________ Emendas Os Parlamentares podem propor emendas aos projetos de leis oramentrias. As emendas devem ser apresentadas Comisso Mista Permanente de Deputados e Senadores (so 63 Deputados e 21 Senadores) Obs.: A Comisso Mista emite um parecer sobre as emendas. A apreciao das emendas feita de forma conjunta no Plenrio. A Comisso Mista fica incumbida da REDAO FINAL do projeto de lei. As emendas apresentadas pelos Parlamentares devero obedecer a 2 requisitos: 1 - devero ser compatveis com o PPA e com a LDO; e 2 - tero de indicar os recursos necessrios, admitidos APENAS: - Anulao de outras despesas (dotaes), EXCLUDAS: 1- as DESPESAS DE PESSOAL e seus encargos; 2- SERVIOS DA DVIDA (amortizao + juros da dvida pblica); 3- TRANSFERENCIAS TRIBUTRIAS CONSTITUCIONAIS. Pode haver emendas tambm para: a) correo de erros e omisses na estimativa da receita; b) dar maior clareza e preciso ao texto da lei (EMENDAS DE REDAO).

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    _________________________________________________________________________ Apreciao de forma CONJUNTA pelas duas Casas do Congresso Nacional (Cmara e Senado). * a apurao dos votos feita de forma separada (maioria simples em cada uma das Casas). _________________________________________________________________________

    - MENSAGEM RETIFICADORA DO EXECUTIVO O Poder Executivo poder encaminhar MENSAGEM RETIFICADORA DA PROPOSTA ao Congresso Nacional, propondo modificaes nos projetos referentes ao PPA, LDO, LOA e aos CRDITOS ADICIONIAIS, enquanto no iniciada a votao, na comisso mista, da parte cuja alterao proposta.

    NO-ENVIO DA LOA

    (O Poder Executivo no enviar ao Poder Legislativo o projeto de lei oramentria anual)

    Caracteriza CRIME DE RESPONSABILIDADE do Chefe do Poder Executivo. - A CF/88 no menciona o que deve ser feito, caso no seja enviado ao Poder Legislativo, o Projeto de LOA. - O Art. 32 da Lei 4.320/64 estabelece que caso no receba a proposta no prazo fixado, o Poder Legislativo considerar como proposta a LOA vigente. _________________________________________________________________________

    NO-DEVOLUO DA LOA (O Poder Legislativo no devolver ao Poder Executivo o projeto de lei oramentria anual para SANO)

    - Nem a CF/88, nem a Lei 4.320/64 mencionam nada a respeito. Na falta de uma regra permanente que regule essa situao, tanto na Unio com em alguns Estados, a LDO vem tratando dessa questo, na medida em que estabelece que o Poder Executivo fica autorizado a gastar determinada proporo (X/12) da proposta que ainda est tramitando. _________________________________________________________________________

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    _________________________________________________________________________

    REJEIO DAS LEIS ORAMENTRIAS PPA e LDO De acordo com a doutrina, o Poder Legislativo no pode rejeitar. Art. 35 dos ADCT (Atos das Disposies Constitucionais Transitrias) prev que ambas as leis devem ser devolvidas ao Poder Executivo para SANO. Sendo assim, no cabe sancionar o que foi rejeitado. ______________________________________________________________________ LOA De acordo com o art. 166, 8 pode haver rejeio da LOA. OBS.: Obedecidas essas regras especiais as leis oramentrias sero apreciadas luz das demais normas do processo legislativo (Art. 66 da CF/88)

    A elaborao da lei oramentria configura um processo legislativo especial, compreendendo as seguintes fases: iniciativa, discusso, sano, veto, promulgao e publicao. Iniciativa traduz a responsabilidade, pela apresentao do projeto de lei oramentria ao Legislativo. No Brasil, diz-se que a lei oramentria de iniciativa vinculada, ou seja, embora a iniciativa seja do titular do Poder Executivo o mesmo est obrigado ao prazo focado. Se o titular da iniciativa no a exercer ou no cumprir o tempo determinado pela Constituio, ocorre o crime de responsabilidade. Discusso: a fase dos trabalhos consagrada a debate em plenrio. A fase da discusso subdividida nas seguintes etapas: - emendas; - voto do relator; - redao final; - votao em plenrio.

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    Sano definida como a aquiescncia do titular do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo, assim o titular do Poder Executivo somente sancionar o projeto se estiver de acordo com o mesmo. Veto se o titular do Poder Executivo no estiver de acordo, poder vetar total ou parcialmente o projeto de lei, dentro de 15 dias teis contados do recebimento do projeto, comunicando ao Legislativo (Cmara de Vereadores, Assemblia Legislativa ou Senado Federal) os motivos do veto. Promulgao: O projeto de lei transformado em lei: - quando aprovado pelo Legislativo, sancionado expressa ou tacitamente pelo Executivo. - quando aprovado pelo Legislativo, vetado pelo Executivo e o veto rejeitado na forma constitucional. Entretanto, embora acabada a lei no ainda executvel e obrigatria. Para tanto precisa ser promulgada e publicada no rgo de imprensa oficial da esfera governamental interessada (Dirio Oficial).

    Promulgao o atestado da existncia de uma lei. um ato declaratrio. Mostra que uma lei executvel, mas ainda no obrigatria, pois precisa para tanto ser publicada.

    Quando o Executivo aquiesce (concorda) com o projeto de lei, tambm o est promulgando. Os atos so simultneos, pois o ato de sancionar j imprime carter de executoriedade lei. H casos em que a promulgao assume carter legislativo, ou seja, quando decorrido o prazo de 15 dias teis, h o silencio do Executivo, e alei no pe promulgada, dentro de 48 horas, ocorre a sua promulgao pelo presidente da casa legislativa. Publicao o ato pelo qual dado a conhecer que uma lei nova est em vigor. Ao contrrio da promulgao, que revela a executoriedade de uma lei, a publicao impe a sua obrigatoriedade. Antes a lei existia, mas no obrigava o seu cumprimento; agora, existe e o obriga.

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    FLUXOGRAMA DA TRAMITAO LEGISLATIVA DE MATRIAS ORAMENTRIAS

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    7. Tipos de Oramento a caracterstica que determina a maneira pela qual o oramento elaborado, dependendo do regime poltico vigente; da dizer-se que os oramentos variam segundo a forma de Governo e podem ser classificados em trs tipos:

    Legislativo o oramento cuja elaborao, votao e aprovao da competncia do Poder Legislativo, cabendo ao Executivo sua execuo. Esse tipo utilizado em pases parlamentaristas;

    Executivo o oramento cuja elaborao, aprovao, execuo e controle da competncia do Poder Executivo. utilizado em pases onde impera o poder absoluto;

    Misto o oramento elaborado e executado pelo Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua votao e controle. Esse tipo utilizado pelos pases em que as funes legislativas so exercidas pelo Congresso ou Parlamento, sendo sancionado pelo Chefe do Poder Executivo. Esse o tipo utilizado no Brasil.

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    Tipos de Crditos Oramentrios Crditos Oramentrios Os recursos para execuo dos programas de trabalho do governo so especificados por meio dos Crditos Oramentrios aprovados pelo Poder Legislativo no oramento anual. Crditos Adicionais 1 Conceito So CRDITOS ADICIONAIS as autorizaes de despesas no previstas ou insuficientemente previstas no Oramento Pblico. So abertos durante a execuo do oramento para a efetivao de ajustes ou adio de novas dotaes oramentrias no-consignadas na LOA. A iniciativa das leis referentes a crditos adicionais privativa do Chefe do Executivo, que dever, obrigatoriamente, justificar as razes das novas adies ao oramento. S passam a constituir efetivas dotaes de despesas aps o ato executivo (Decreto) que lhes defina a natureza, estabelea a destinao e fixe o valor. 2 Classificao Os crditos adicionais podem ser classificados como:

    Crditos Suplementares Crditos Especiais Crditos Extraordinrios

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    RESUMO DOS CRDITOS ADICIONAIS

    TIPOS FINALIDADE AUTORIZAO

    LEGISLATIVA

    ABERTURA E INCORPORA

    O

    VIGNCIA PRORROGAO

    INDICAR FONTE

    (recursos) SUPLEMENTARES Reforar

    despesas j previstas no oramento.

    Necessidade de autorizao legislativa na prpria LOA ou em lei especfica.

    Decreto (Executivo): incorporam-se ao oramento adicionando-se dotao oramentria a que se destinou reforar.

    No exerccio em que foi aberto (at 31/12).

    Improrrogvel. SIM

    ESPECIAIS Atender a despesas no previstas no oramento.

    Necessidade de autorizao em lei especfica.

    Decreto (Executivo): incorporam-se ao oramento, mas conservam sua especificidade demonstrando-se a conta dos mesmos, separadamente.

    No exerccio em que foi aberto (at 31/12).

    S para o exerccio seguinte quando o ato de autorizao tiver sido PROMULGADO nos ltimos 04 (quatro) meses do exerccio. Nesse caso, os saldos so incorporados, por decreto, ao oramento seguinte (crditos com vigncia plurianual).

    SIM

    EXTRAORDINRIOS Atender a despesas imprevisveis e urgentes (ex:. guerra, comoo interna ou calamidade).

    Independe

    Na Unio, abertura se d por meio de Medida Provisria; Nos Estados, DF e Municpios, a abertura se d por Decreto do Executivo ou por Medida Provisria, se houver previso na Constituio do Estado ou na Lei Orgnica do Municpio. Se abertura ocorrer por meio de Decreto, este dever ser enviado imediatamente ao Legislativo. Incorporam-se ao oramento, mas conservam sua especificidade, demonstrando-se a conta dos mesmos separadamente.

    No exerccio em que foi aberto (at 31/12).

    S para o exerccio seguinte quando o ato de abertura (MP ou Decreto) tiver sido editado nos ltimos 04 (quatro) meses do exerccio. Nesse caso, os saldos so incorporados, por decreto, ao oramento seguinte (crditos com vigncia plurianual).

    NO

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 30 Prof. Fabio Furtado

    IMPORTANTE A CF, em seu artigo 167, V, veda a abertura de crdito suplementar ou especial sem prvia autorizao legislativa ou sem indicaes dos recursos correspondentes. A Lei n 4.320/64 estabelece os recursos que serviro para abertura dos crditos suplementares e especiais, desde que no estejam comprometidos (art. 43, 1). So eles: 1 - SUPERVIT FINANCEIRO apurado em balano patrimonial do exerccio anterior; supervit financeiro a diferena positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda:

    - os saldos dos crditos adicionais transferidos e as operaes de crdito a eles vinculadas; e, se j houver, o valor dos crditos adicionais abertos no prprio exerccio, tendo como fonte o supervit financeiro, ou seja:

    2 EXCESSO DE ARRECADAO: excesso de arrecadao o saldo positivo das diferenas acumuladas ms a ms entre a arrecadao prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendncia do exerccio. Para o fim de apurar os recursos utilizveis, provenientes de excesso de arrecadao, deduzir-se- a importncia dos crditos extraordinrios abertos no exerccio. 3 ANULAO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAES oramentrias ou de crditos adicionais, autorizados em Lei. Nessa fonte, inclui-se a Reserva de Contingncia, que tambm uma dotao oramentria. 4 OPERAES DE CRDITO autorizadas, em forma que, juridicamente, possibilite ao Poder Executivo realiz-las. Neste caso, no basta a indicao de que as novas despesas sero financiadas por operaes de crditos. necessrio que o Executivo demonstre a viabilidade jurdica e financeira para a realizao do emprstimo (ex: demonstrar que a operao de crdito est cumprindo os requisitos estabelecidos pelas Resolues do Senado Federal).

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    Receita Pblica

    1 - Conceito De acordo com o livro Contabilidade Pblica, do mestre Joo Anglico, ingresso, embolso, entrada ou receita pblica so expresses sinnimas. Receita Pblica, em seu sentido mais amplo, o recolhimento de bens aos cofres pblicos. 2 - Classificao A receita pblica pode ser classificada sob diversos aspectos. Dentre os quais podemos destacar: Quanto natureza; Quanto ao poder de tributar; Quanto coercitividade; Quanto s categorias econmicas; Quanto afetao patrimonial; Quanto natureza - Oramentria: corresponde arrecadao de recursos financeiros autorizados pela Lei Oramentria e que sero aplicados na realizao dos gastos pblicos. Ex.: Receitas Correntes e Receitas de Capital

    - Extra-oramentria: um ingresso financeiro de carter temporrio, pois refere-se a uma entrada de dinheiro pertencente a terceiros onde o Estado um simples depositrio. tambm denominada Ingressos Extra-oramentrios. Ex.: caues em dinheiro;

    retenes na fonte; consignaes em folha de pagamento a favor de terceiros etc.

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    Quanto ao poder de tributar Federal quando de competncia da Unio. Estadual quando de competncia dos estados. Municipal quando de competncia dos municpios. ______________________________________________________________________ Quanto coercitividade - Derivada: receita proveniente do poder de imprio do Estado, isto , do exerccio da competncia ou do poder de tributar os rendimentos ou o patrimnio da coletividade. Ex.: as receitas de tributos, de emprstimos e contribuies

    compulsrias etc. - Originria: proveniente de bens pertencentes ao patrimnio do Estado. Ex.: venda de bens;

    prestao de servios pblicos: gua, luz etc.

    Quanto s categorias econmicas Receitas Correntes

    - Tributrias; - Contribuies; - Patrimoniais; - Agropecurias; - Industriais; - Servios; - Transferncias Correntes; - Outras Receitas Correntes.

    Tributrias a resultante da cobrana de tributos pagos pelos cidados em razo de suas atividades, suas rendas, suas propriedades e dos benefcios diretos e imediatos recebidos do Estado.

    Contribuies so as provenientes de contribuies sociais e econmicas.

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    Patrimoniais so as rendas obtidas na explorao do patrimnio do Estado, tais como: aluguis, juros de aplicaes financeiras, dividendos etc.

    Agropecurias so receitas que resultam da explorao direta, por parte do Estado, de operaes comerciais decorrentes de atividades agropecurias.

    Industriais - so receitas que resultam da explorao direta, por parte do Estado, de operaes comerciais decorrentes de atividades industriais.

    Servios so receitas provenientes de servios executados pelo Estado.

    Transferncias Correntes so recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito pblico ou privado, destinados ao atendimento de despesas correntes.

    Outras Receitas Correntes so provenientes de multas e juros de mora, cobranas da dvida ativa, restituies e indenizaes etc. e outras que no tenham classificao especfica.

    Receitas de Capital

    - Alienaes de Bens; - Operaes de Crdito; - Amortizao de Emprstimos (concedidos); - Transferncias de Capital; - Outras Receitas de Capital.

    Alienaes de Bens representa a converso em espcie de bens e direitos.

    Operaes de Crdito so receitas de capital provenientes de emprstimos e financiamentos, tais como: emisso de ttulos da dvida interna ou externa, bem como de contratos com organismos financeiros nacionais e internacionais. Objetivam a cobertura do dficit oramentrio.

    Amortizao de Emprstimos constitui receitas decorrentes do retorno de valores anteriormente emprestados a outras entidades de direito pblico.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 34 Prof. Fabio Furtado

    Transferncias de Capital indicam os recursos recebidos de outras pessoas de direito pblico ou privado, quando destinados a atender a despesas de capital.

    Outras Receitas de Capital trata-se de classificao que englobar as demais receitas de capital no previstas nos itens anteriores.

    ______________________________________________________________________ Quanto afetao patrimonial Receitas efetivas so aquelas que se integram ao patrimnio sem qualquer contrapartida de aumento do passivo ou diminuio do ativo, contribuindo, assim, para o aumento do patrimnio lquido. Ex.: recebimento de impostos, aluguis, dividendos etc.

    Receitas por mutao patrimonial so as oriundas de mutaes que nada acrescem ao patrimnio lquido, constituindo simples entradas ou alteraes nos elementos que o compem. Ex.: venda de bens (veculos, aes etc.), obteno de um emprstimo

    etc. Obs.: Geralmente, as receitas correntes so consideradas receitas efetivas e as receitas de capital so consideradas receitas por mutao patrimonial. Logo, RECEITAS CORRENTES = RECEITAS EFETIVAS RECEITAS DE CAPITAL = RECEITAS POR MUTAO PATRIMONIAL * Exceo: Cobrana (recebimento) de Dvida Ativa uma receita corrente, classificada como Outras Receitas Correntes, porm no uma receita efetiva, visto que neste caso ocorre um fato permutativo, isto , recebe-se o valor da dvida, mas baixa-se o direito de receb-la creditando a rubrica de Dvida Ativa no Sistema Patrimonial. Obs.: Nesse caso de recebimento de Dvida Ativa, efetuam-se lanamentos nos Sistemas Oramentrio, Financeiro e Patrimonial. * Exceo: Transferncias de Capital uma receita de capital, porm no considerada uma receita por mutao patrimonial, visto que ocorre a

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 35 Prof. Fabio Furtado

    entrada de um numerrio transferido de outro ente, com o propsito de aplicao em despesas de capital, debitando-se a conta Bancos, por exemplo, e creditando-se a conta de Receitas de Capital Arrecadada (Conta de Resultado). Assim, no ocasiona um fato permutativo, pois o patrimnio aumentado por um valor (debitado na conta Bancos) sem a contrapartida de um crdito em conta patrimonial, que diminua um outro ativo ou aumente um passivo. vlido ressaltar que as excees aqui apresentadas so bastante cobradas em provas de concursos pblicos. ______________________________________________________________________ 3 Estgios

    De acordo com o captulo II, artigos 51 a 57, da Lei 4.320/64, as receitas percorrem trs estgios at chegarem efetivamente aos cofres pblicos. So eles:

    Lanamento; Arrecadao; Recolhimento.

    Lanamento o ato da repartio competente que verifica a procedncia do crdito fiscal, a pessoa que lhe devedora e inscreve o dbito desta.

    Cabe ressaltar que no devemos confundir a expresso lanamento aqui apresentada com lanamento contbil. O lanamento em questo vem a ser um controle extra-contbil para identificar quanto o Estado ter a cobrar de terceiros, como por exemplo, referente a impostos, taxas etc.

    Arrecadao Neste estgio, o Estado recebe os tributos, multas e demais crditos a ele devidos. Tais recebimentos so promovidos pelos agentes da arrecadao, que recebem os recursos dos contribuintes e os entregam ao Tesouro Pblico.

    Esses agentes podem ser divididos em dois grupos:

    agentes pblicos (tesourarias, coletorias, postos fiscais etc.) agentes privados (bancos autorizados, loterias etc.) Recolhimento O recolhimento constitudo da entrega do numerrio arrecadado pelos agentes pblicos ou privados s reparties ou ao Banco Oficial. o momento a partir do qual o valor est disponvel para o Tesouro do Estado. nesse estgio que se verifica o princpio da unidade de tesouraria, segundo o qual todas as receitas oramentrias e extra-oramentrias devem ser englobadas em um caixa nico, sendo vedada, portanto, qualquer fragmentao para criao de caixas especiais, conforme o artigo 56 da Lei 4.320/64.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 36 Prof. Fabio Furtado

    importante ressaltar que muitos autores, dentre os quais o mestre Lino Martins da Silva, consideram que a receita, na verdade, percorre quatro estgios, que so:

    Previso; Lanamento; Arrecadao; Recolhimento.

    O estgio da previso vem a ser o estudo que a Fazenda Pblica faz visando indicar o quanto se pretende arrecadar no exerccio financeiro com o objetivo de custear os servios pblicos programados para o mesmo perodo.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 37 Prof. Fabio Furtado

    Dvida Ativa

    1 Conceito

    a inscrio que se faz em conta de devedores, relacionadas a tributos, multas e crditos da Fazenda Pblica, lanados, mas no arrecadados no exerccio de origem. 2 - Classificao

    O artigo 39 da Lei 4.320/64 classifica a Dvida Ativa em dois grupos: Dvida Ativa Tributria e Dvida Ativa no Tributria. Dvida Ativa Tributria rene somente aos crditos relativos a tributos (impostos, taxas e contribuies) lanados e no arrecadados.

    Ex.: IPTU de 2004 lanado contra o contribuinte Jos Silva, mas no pago por este. No dia 31 de dezembro de 2004, teoricamente, foi inscrito como dvida ativa, isto , crdito a receber.

    Dvida Ativa no Tributria engloba todos os demais crditos, lquidos e certos, da Fazenda Pblica. Como exemplos podemos destacar: dividendos, aluguis etc. 3 - Apurao

    Conforme j mencionado, a dvida ativa apurada atravs da seguinte frmula:

    Total lanado (-) total arrecadado = valor inscrito como dvida ativa. Ex. 1: - Foram emitidos, no ano de 2004, carns de IPTU num total de R$ 10.000,00.

    - Foram arrecadados at 31/12/2004 apenas R$ 7.000,00.

    O total de Dvida Ativa Tributria inscrita foi de R$ 3.000,00 (10.000,00 7.000,00). Ex. 2: - O controle financeiro da Administrao discrimina que h um total de multas a receber no exerccio de 2004, no valor de R$ 8.000,00.

    - At o final do exerccio financeiro foi arrecadado um total de 7.000,00.

    O total de Dvida Ativa No-Tributria inscrita no exerccio foi de R$ 1.000,00 (8.000,00 7.000,00).

    Logo, o total de Dvida Ativa inscrita no exerccio foi de R$ 4.000,00 (corresponde a soma da Dvida Ativa Tributria com a No-Tributria).

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 38 Prof. Fabio Furtado

    Despesa Pblica 1 - Conceito De acordo com o livro Contabilidade Pblica do mestre Joo Anglico, desembolsos, dispndios ou despesa pblica so expresses sinnimas consagradas pela prtica. Constitui despesa pblica todo pagamento efetuado a qualquer ttulo pelos agentes pagadores. 2 - Classificao A despesa pode ser classificada nos seguintes aspectos:

    quanto natureza; quanto competncia poltico-institucional; quanto afetao patrimonial; quanto regularidade.

    ______________________________________________________________________ a) Quanto natureza

    Segundo a natureza, a despesa pode ser dividida em:

    - Oramentria a aplicao de recursos pblicos na realizao dos gastos necessrios manuteno e expanso dos servios pblicos. Trata-se de despesas que integram o oramento, ou seja, derivam da lei oramentria ou dos crditos adicionais e, por isso, sofrem rigorosa disciplina nos arts. 12 e 13 da Lei Federal n 4.320/64 e alteraes posteriores editadas pelo rgo central do oramento. Exemplo: Despesas Correntes

    - Pessoal e Encargos Sociais; - Juros e Encargos da Dvida; - Outras Despesas Correntes.

    Despesas de Capital

    - Investimentos; - Inverses Financeiras; - Amortizao da Dvida;

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 39 Prof. Fabio Furtado

    - Extra-oramentria constitui uma sada financeira decorrente da devoluo dos recursos recebidos anteriormente a ttulo de ingresso extra-oramentrio. Na realidade, mais bem denominada de dispndio extra-oramentrio. uma despesa que no consta da lei do oramento e compreende as diversas sadas de numerrio decorrentes de devoluo de caues, pagamentos de Restos a Pagar, resgate de operaes de crdito por antecipao de receita, bem como de quaisquer valores que se revistam de caractersticas de simples transitoriedade, recebidos anteriormente e que, na oportunidade, constituram receitas extra-oramentrias.

    b) Quanto competncia poltico-institucional

    Quanto a esse aspecto, a despesa assim classificada:

    federal quando de responsabilidade da Unio, que a realiza para atendimento de seus servios e encargos por fora da Constituio, das leis e dos contratos;

    estadual quando de responsabilidade dos Estados;

    municipal quando de responsabilidade dos Municpios.

    c) Quanto regularidade

    Quanto regularidade, a despesa pode ser desdobrada em:

    - Ordinrias so despesas constantes, ou seja, que so gastas na manuteno dos servios pblicos. So despesas que se repetem em todos os exerccios.

    Exemplo: pessoal, material de consumo, servios de terceiros e encargos etc. - Extraordinrias so despesas espordicas provocadas por circunstncias de carter excepcional e que, por isso, nem todos os anos aparecem nos oramentos.

    Exemplo: despesas extraordinrias decorrentes de guerras, enchentes etc.

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 40 Prof. Fabio Furtado

    AS DESPESAS PBLICAS QUANTO S CATEGORIAS ECONMICAS: De acordo com a Lei 4.320/64: A Lei n 4.320/64, em seu art. 12, dispe que a despesa ser classificada nas seguintes categorias econmicas: Despesas Correntes

    - Despesas de Custeio - Transferncias Correntes

    Despesas de Capital

    - Investimentos - Inverses Financeiras - Transferncias de Capital

    Despesa Corrente classificam-se nessa categoria todas as despesas que no contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital. Representam encargos que no produzem acrscimos no patrimnio, respondendo assim, pela manuteno das atividades de cada rgo/atividade. Excluindo-se as aquisies de materiais para formao de estoques, todos os demais dispndios correntes provocam a diminuio patrimonial (Despesa Efetiva).

    - Classificam-se como Despesas de Custeio as dotaes para manuteno de servios anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservao e adaptao de bens imveis.

    - Classificam-se como Transferncias Correntes as dotaes para despesas s quais no corresponda contraprestao direta em bens ou servios, inclusive para contribuies e subvenes destinadas a atender manifestao de outras entidades de direito pblico ou privado.

    - Consideram-se subvenes, para os efeitos desta Lei, as transferncias destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

  • Apostila de Oramento e Contabilidade Pblica 41 Prof. Fabio Furtado

    I - subvenes sociais, as que se destinem a instituies pblicas ou privadas de carter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

    II - subvenes econmicas, as que se destinem a empresas pblicas ou privadas de carter industrial, comercial, agrcola ou pastoril.

    Despesa de Capital classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital, resultando no acrscimo do patrimnio do rgo ou entidade que a realiza, aumentando, dessa forma, sua riqueza patrimonial. exceo das transferncias de recursos financeiros repassados a outras instituies, para realizarem Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos nos elementos patrimoniais (Despesa por Mutaes).

    - Classificam-se como investimentos as dotaes para o planejamento e a execuo de obras, inclusive as destinadas aquisio de imveis considerados necessrios realizao destas ltimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisio de instalaes, equipamentos e material permanente e constituio ou aumento do capital de empresas que no sejam de carter comercial ou financeiro.

    - Classificam-se como Inverses Financeiras as dotaes destinadas a:

    I - aquisio de imveis, ou de bens de capital j em utilizao;

    II - aquisio de ttulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espcie, j constitudas, quando a operao no importe aumento do capital;

    III - constituio ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operaes bancrias ou de seguros.

    - So Transferncias de Capital as dotaes para investimentos ou inverses financeiras que outras pessoas de direito pblico ou privado devam realizar, independentemente de contraprestao direta em bens ou servios, constituindo essas transferncias auxlios ou contribuies, segundo derivem diretamente da Lei de Oramento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotaes para amortizao da dvida pblica.

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    _________________________________________________________________________ Obs.: A despesa pblica tambm pode ser classificada sob diversos aspectos, dentre os quais temos: a) Quanto ao enfoque econmico (tambm conhecida como classificao econmica): c - Categoria econmica; g - Grupo de natureza da despesa; mm - Modalidade de aplicao; ee - Elemento de despesa; dd - Desdobramento, facultativo, do elemento de despesa. Categoria Econmica a classificao econmica possibilita analisar o impacto das aes governamentais em toda a economia. As despesas so classificadas nas seguintes categorias econmicas: despesas correntes e despesas de capital. Grupos de Natureza de Despesa entende-se por grupos de natureza de despesa a agregao de elementos de despesa que apresentem as mesmas caractersticas quanto ao objeto do gasto. Modalidade de Aplicao indica por meio de quem se realiza o gasto. Destina-se a indicar se os recursos sero aplicados diretamente pela unidade detentora do crdito oramentrio, ou transferidos a outros entes pblicos, rgos, entidades etc. Elemento de Despesa tem por finalidade discriminar os grupos em nvel mais detalhado de agregao, identificando o objeto do gasto. Essa classificao foi instituda pela PORTARIA INTERMINISTERIAL N. 163, de 04 de MAIO de 2001.

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    Categorias Econmicas 3 - Despesas Correntes 4 - Despesas de Capital Despesa Corrente classificam-se nessa categoria todas as despesas que no contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital. Representam encargos que no produzem acrscimos no patrimnio, respondendo assim, pela manuteno das atividades de cada rgo/atividade. Excluindo-se as aquisies de materiais para formao de estoques, todos os demais dispndios correntes provocam a diminuio patrimonial (Despesa Efetiva). Despesa de Capital classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formao ou aquisio de um bem de capital, resultando no acrscimo do patrimnio do rgo ou entidade que a realiza, aumentando, dessa forma, sua riqueza patrimonial. exceo das transferncias de recursos financeiros repassados a outras instituies, para realizarem Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos nos elementos patrimoniais (Despesa por Mutaes). Grupos de Natureza da Despesa 1 Pessoal e Encargos Sociais 2 Juros e Encargos da Dvida 3 Outras Despesas Correntes 4 Investimentos 5 Inverses Financeiras 6 Amortizao da Dvida Despesa Corrente

    Pessoal e Encargos Sociais despesas com o pagamento pelo efetivo exerccio do cargo ou do emprego ou de funo de confiana no setor pblico, quer civil ou militar; ativo ou inativo, bem como as obrigaes de responsabilidade do empregador.

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    Juros e Encargos da Dvida despesas com pagamento de juros, comisses e outros encargos de operaes de crdito internas e externas contratadas. Outras Despesas Correntes despesas com aquisio de material de consumo, pagamento de servios prestados por pessoa fsica sem vnculo empregatcio ou pessoa jurdica independente de forma contratual, e outras da categoria econmica Despesas Correntes, no classificveis nos trs grupos acima. Despesa de Capital

    Investimentos so as aplicaes diretas em programas que visem ao desenvolvimento ou aprimoramento dos servios prestados pelo Estado, atravs de construes, inclusive a aquisio de terrenos para este fim e aquisio de materiais permanentes novos, bem como para aquisio de ttulos representativos do capital de empresas ou entidades que impliquem aumento do PIB (Produto Interno Bruto). Inverses Financeiras so as aplicaes para aquisio de bens imveis, quando no destinados a edificaes, ou outros bens patrimoniais j em utilizao, constituio e/ou aumento de capital de empresas comerciais e/ou financeiras. Amortizao da Dvida despesas com o pagamento do principal e da atualizao monetria ou cambial referente a operaes de crdito contratadas. Modalidades de Aplicao 20 Transferncias Unio 30 Transferncias a Estados e ao Distrito Federal 40 Transferncias a Municpios 50 Transferncias a Instituies Privadas sem Fins Lucrativos 60 Transferncias a Instituies Privadas com Fins Lucrativos 70 Transferncias a Instituies Multigovernamentais Nacionais 80 Transferncias ao Exterior 90 Aplicaes Diretas 99 A Definir Elementos da Despesa (apenas alguns dos elementos de despesa constantes na Portaria 163/2001) 01 Aposentadorias e Reformas

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    03 Penses 14 Dirias-Civil 15 Dirias-Militar 30 Material de Consumo 36 Outros Servios de Terceiros Pessoa Fsica 39 Outros Servios de Terceiros Pessoa Jurdica 92 Despesas de Exerccios Anteriores ______________________________________________________________________

    b) Quanto afetao patrimonial Quanto afetao patrimonial, as despesas so divididas em: Despesas efetivas conjunto de despesas que contribuem para o decrscimo do patrimnio lquido do Estado. As despesas efetivas so, pois, aquelas cuja responsabilidade de pagamento o Estado obrigatoriamente assume, fixando dotaes oramentrias anuais, tais como:

    despesas com pessoal e encargos sociais; juros e encargos da dvida; outras despesas correntes.

    Despesas por mutaes patrimoniais so as despesas oriundas de mutaes que em nada diminuem o patrimnio lquido, constituindo simples sadas ou alteraes compensatrias nos elementos que o compem. Assim, temos:

    investimentos; inverses financeiras; amortizao da dvida;

    Obs.: Geralmente, as despesas correntes so consideradas despesas efetivas e as despesas de capital so consideradas despesas por mutao patrimonial. Logo, DESPESAS CORRENTES = DESPESAS EFETIVAS DESPESAS DE CAPITAL = DESPESAS POR MUTAO PATRIMONIAL Exceo: Aquisio de Material de Consumo para Estoque uma despesa corrente, classificada como Outras Despesas Correntes,

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    porm no uma despesa efetiva, visto que neste caso ocorre um fato permutativo, isto , recebe-se o material, CONTABILIZANDO A DBITO NO SISTEMA PATRIMONIAL, mas em contrapartida contabiliza-se a sada de numerrio (CAIXA ou BANCOS) para quitao da compra ou o reconhecimento da OBRIGAO (FORNECEDORES), NO SISTEMA FINANCEIRO.

    Obs.: Nesse caso, efetuam-se lanamentos nos Sistemas Oramentrio, Financeiro e Patrimonial. Obs. 2 : A compra de material para consumo imediato classificada como despesa corrente (custeio) e despesa efetiva * Exceo: Transferncias de Capital uma despesa de capital, porm no considerada uma despesa por mutao patrimonial, visto que ocorre a sada de um numerrio transferido para outro ente, com o propsito de aplicao, por parte deste outro ente, em despesas de capital. Credita-se a conta Bancos, por exemplo, pela sada de numerrio e debita-se a conta de Despesa de Capital Realizada (Conta de Resultado). Assim, no ocasiona um fato permutativo, pois o patrimnio diminudo por um valor (creditado na conta Bancos) sem a contrapartida de um dbito em conta patrimonial, que aumente um outro ativo ou diminua um passivo. vlido ressaltar que as excees aqui apresentadas so bastante cobradas em provas de concursos pblicos. c) Classificao Funcional-Programtica A classificao funcional constituda das seguintes funes e subfunes:

    FUNES E SUBFUNES DE GOVERNO

    FUNES SUBFUNES 01 - Legislativa 031 Ao Legislativa

    032 Controle Externo 02 - Judiciria 061 Ao Judiciria

    062 Defesa do Interesse Pblico no Processo Judicirio 03 Essencial Justia 091 Defesa da Ordem Jurdica

    092 Representao Judicial e Extrajudicial 04 - Administrao 121 Planejamento e Oramento

    122 Administrao Geral 123 Administrao Financeira

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    124 Controle Interno 125 Normalizao e Fiscalizao 126 Tecnologia da Informao 127 Ordenamento Territorial 128 Formao de Recursos Humanos 129 Administrao de Receitas 130 Administrao de Concesses 131 Comunicao Social

    05 Defesa Nacional 151 Defesa Area 152 Defesa Naval 153 Defesa Terrestre

    06 Segurana Pblica

    181 Policiamento 182 Defesa Civil 183 Informao e Inteligncia

    07 Relaes Exteriores 211 Relaes Diplomticas 212 Cooperao Internacional

    08 Assistncia Social 241 Assistncia ao Idoso 242 Assistncia ao Portador de Deficincia 243 Assistncia Criana e ao Adolescente 244 Assistncia Comunitria

    09 Previdncia Social 271 Previdncia Bsica 272 Previdncia do Regime Estatutrio 273 Previdncia Complementar 274 Previdncia Especial

    10 Sade 301 Ateno Bsica 302 Assistncia Hospitalar e Ambulatorial 303 - Suporte Profiltico e Teraputico 304 Vigilncia Sanitria 305 Vigilncia Epidemiolgica 306 Alimentao e Nutrio

    11 Trabalho 331 Proteo e Benefcio ao Trabalhador 332 Relaes de Trabalho 333 Empregabilidade 334 Fomento ao Trabalho

    12 - Educao 361 Ensino Fundamental 362 Ensino Mdio 363 Ensino Profissional 364 Ensino Superior 365 Educao Infantil 366 Educao de Jovens e Adultos 367 Educao Especial

    13 - Cultura 391 Patrimnio Histrico, Artstico e Arqueolgico 392 Difuso Cultural

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    14 Direitos da Cidadania

    421 Custdia e Reintegrao Social 422 Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 423 Assistncia aos Povos Indgenas

    15 - Urbanismo 451 Infra Estrutura Urbana 452 Servios Urbanos 453 - Transportes Coletivos e Urbanos

    16 Habitao 481 Habitao Rural 482 Habitao Urbana

    17 - Saneamento 511- Saneamento Bsico Rural 512 Saneamento Bsico Urbano

    18 Gesto Ambiental 541 Preservao e Conservao Ambiental 542 Controle Ambiental 543 Recuperao de reas Degradadas 544 Recursos Hdricos 545 Meteorologia

    19 - Cincia e Tecnologia 571 Desenvolvimento Cientfico 572 Desenvolvimento Tecnolgico 573 Difuso do Conhecimento Cientfico e Tecnolgico

    20 Agricultura 601 Promoo da Produo Vegetal 602 Promoo da Produo Animal 603 Defesa Sanitria Vegetal 604 - Defesa Sanitria Animal 605 Abastecimento 606 Extenso Rural 607 - Irrigao

    21 Organizao Agrria 631 Reforma Agrria 632 - Colonizao

    22 - Indstria 661 Promoo Industrial 662 - Produo Industrial 663 Minerao 664 Propriedade Industrial 665 Normalizao e Qualidade

    23 Comrcio e Servios 691 Promoo Comercial 692 Comercializao 693 Comrcio Exterior 694 - Servios Financeiros 695 - Turismo

    24 Comunicaes 721 Comunicaes Postais 722 -Telecomunicaes

    25 Energia 751 Conservao de Energia 752 Energia Eltrica 753 Petrleo 754 lcool

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    26 Transporte 781 Transporte Areo 782 Transporte Rodovirio 783 Transporte Ferrovirio 784 Transporte Hidrovirio 785 Transportes Especiais

    27 Desporto e Lazer 811 Desporto de Rendimento 812 Desporto Comunitrio 813 - Lazer

    28 Encargos Especiais 841 Refinanciamento da Dvida Interna 842 - Refinanciamento da Dvida Externa 843 Servio da Dvida Interna 844 Servio da Dvida Externa 845 Transferncias 846 Outros Encargos Especiais

    Art. 1 (...)

    1 Como funo, deve entender-se o maior nvel de agregao das diversas reas de despesa que competem ao setor pblico.

    2 A funo Encargos Especiais engloba as despesas em relao s quais no se possa associar um bem ou servio a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dvidas, ressarcimentos, indenizaes e outras afins, representando, portanto uma agregao neutra.

    3 A subfuno representa uma partio da funo, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor pblico.

    4 As subfunes podero ser combinadas com funes diferentes daquelas a que estejam vinculadas, na forma do Anexo a esta Portaria.

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    Classificao ou Estrutura Programtica Programas, Projetos/Atividades/Operaes Especiais

    Programas so instrumentos de organizao da ao governamental visando concretizao dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no Plano Plurianual.

    Projetos so instrumentos de programao para alcanar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operaes que se realizam num perodo limitado de tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expanso ou o aperfeioamento da ao de governo. Exemplo: a) construo de escola; b) construo de hospital etc.

    Atividades so instrumentos de programao para alcanar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operaes que se realizam de modo contnuo e permanente, das quais resulta um produto necessrio manuteno da ao do governo. Exemplo: a) contratao de professores para a escola construda; b) contratao de profissionais de sade para o hospital construdo etc.

    Operaes Especiais so despesas que no contribuem para a manuteno das aes de governo, das quais no resulta um produto e no gera contraprestao direta sob a forma de bens ou servios. Representam, basicamente, o detalhamento da funo Encargos Especiais. So exemplos tpicos: amortizaes e encargos, pagamento de sentenas judiciais, indenizaes etc.

    Resumindo, segundo a Portaria n 42/99, do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, temos: Classificao Funcional: Funes e Subfunes Classificao Programtica:Programas, Projetos/Atividades/Operaes Especiais.

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    3 - Estgios De acordo com o captulo III, da Lei 4.320/64, os estgios da despesa pblica so trs: Empenho; Liquidao; Pagamento Cabe ressaltar que segundo o professor Lino Martins da Silva, a despesa pblica percorre quatro estgios, que so: Fixao; Empenho; Liquidao; Pagamento Fixao esse estgio refere-se estimativa, pelo Poder Pblico, de quanto ir ser alocado em cada dotao, sendo o montante o limite a ser gasto, visando o atendimento das necessidades coletivas. Empenho o ato emanado de poder competente que cria para o Estado uma obrigao de pagamento pendente ou no de implemento de condio que ser cumprido com a entrega do material, a medio da obra ou a prestao dos servios. O empenho prvio, ou seja, precede realizao da despesa e tem de respeitar o limite do crdito oramentrio. ______________________________________________________________________ O empenho compreende trs fases, que so: Licitao ou sua dispensa; Autorizao Formalizao A licitao ou dispensa precede ao empenho da despesa e tem por objetivo verificar, entre vrios fornecedores, quem oferece condies mais vantajosas administrao. Existem seis modalidades de licitao: concorrncia, tomada de preos, convite, concurso, leilo e o prego. A autorizao constitui a deciso, manifestao ou despacho do Ordenador, isto , a permisso dada pela autoridade competente para

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    realizao da despesa. Geralmente, nessa fase emitida a NAD - Nota de Autorizao da Despesa. A formalizao corresponde deduo do valor da despesa feita no saldo disponvel da dotao, e comprovada pela emisso da Nota de Empenho que em determinadas situaes previstas na legislao especfica poder ser dispensada, como nos casos das despesas relativas a: Pessoal e Encargos Sociais, Juros e Encargos da Dvida etc. ______________________________________________________________________ Os empenhos so classificados nas seguintes modalidades: Ordinrio quando destinado a atender a despesa cujo pagamento se processe de uma s vez;

    Ex.: Compra de um veculo vista. Estimativa quando destinado a atender despesas para as quais no se possa previamente determinar o montante exato;

    Ex.: Despesas com gua, luz, telefone etc. Global quando destinado a atender a despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento, cujo montante exato possa ser determinado.

    Ex.: Despesas com servios de limpeza executado por uma empresa contratada;

    Aquisio de um bem cujo pagamento ser de forma

    parcelada etc. ______________________________________________________________________ Liquidao Consiste na verificao do direito adquirido pelo credor, tendo por base os ttulos e documentos comprobatrios do respectivo crdito. Cabe observar que essa verificao tem por finalidade apurar: I a origem e o objeto do que se tem que pagar; II a importncia exata a pagar; III a quem se deve pagar a importncia, para extinguir a obrigao. A liquidao da despesa por fornecimentos feitos ou servios prestados ter por base:

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    I o contrato, ajuste ou acordo respectivo; II a nota de empenho; III os comprovantes da entrega do material ou da prestao do servio. Esses documentos comprobatrios podem ser a Nota fiscal ou o Cupom Fiscal emitidos pelo fornecedor. Deve-se verificar se na Nota ou no Cupom constam as assinaturas e matrculas de dois servidores atestando que a mercadoria foi devidamente entregue ou o servio foi executado a contento. nesse estgio que emitida a Ordem de Pagamento. A Ordem de Pagamento o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. A Ordem de Pagamento s poder ser exarada em documentos processados pelos servios de contabilidade. nesse documento que o ordenador da despesa autoriza o pagamento. nele que vem apresentado o famoso termo PAGUE-SE. Pagamento o ltimo estgio da despesa. O pagamento da despesa ser efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente institudas, por estabelecimentos bancrios credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento ou suprimento de fundos. O pagamento pode ser realizado da seguinte forma:

    - cheque nominativo mediante recibo do beneficirio; - ordem bancria o rgo transfere ao banco a responsabilidade de finalizar o pagamento, mediante dbito em sua conta. O meio de pagamento mais utilizado atualmente a transmisso de arquivo ao banco contendo a relao dos credores, ns das respectivas contas correntes para crdito e valores a serem creditados nas contas de cada credor.

    - adiantamento ou suprimento de fundos consiste na liberao de numerrio a um servidor para realizar determinada despesa e posterior prestao de contas.

    Aproveitando que estamos comentando sobre o regime de adiantamento, segue o disposto nos artigos 68 e 69 da Lei 4.320/64:

    Art. 68 - O regime de adiantamento aplicvel aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerrio a servidor, sempre precedida de empenho na dotao prpria para o fim de

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    realizar despesas que no possam subordinar-se ao processo normal de aplicao.

    Art. 69 - No se far adiantamento a servidor em alcance nem a responsvel por dois adiantamentos.

    O regime de adiantamento tambm conhecido como SUPRIMENTO DE FUNDOS. Suprimento de Fundos a modalidade de realizao de despesa por meio de adiantamento concedido a servidor, para prestao de contas posterior, quando no for realizvel o pagamento utilizando-se os servios da rede bancria. O ordenador pode conceder suprimentos:

    para atender a despesas eventuais, inclusive em viagens e com servios especiais, que exijam pronto pagamento em espcie;

    quando a despesa deve ser feita em carter sigiloso, conforme se classificar em regulamento;

    para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, no ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

    A legislao probe expressamente a concesso de suprimentos:

    a responsvel por dois suprimentos; a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilizao do material a adquirir, salvo quando no houver na repartio outro servidor;

    a responsvel por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, no tenha prestado contas de sua aplicao; e

    a servidor declarado em alcance (que teve suas contas impugnadas).

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    Restos a Pagar 1 - Conceito De acordo com o art. 36 da Lei n 4.320/64, consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas no-pagas, at 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das no-processadas. A despesa est processada quando j transcorreu o estgio da liquidao, ou seja, quando o credor/fornecedor j cumpriu sua obrigao. 2 Classificao Os Restos a Pagar so classificados em: PROCESSADOS e NO-PROCESSADOS, como segue: RESTOS A PAGAR PROCESSADOS Entendem-se como Restos a Pagar Processados, as despesas, legalmente empenhadas, cujo objeto do empenho j foi recebido, ou seja, j ocorreu o estgio da liquidao, mas no houve o pagamento. RESTOS A PAGAR NO-PROCESSADOS Entendem-se como Restos a Pagar No-Processados, as despesas, legalmente empenhadas, que no foram liquidadas e no-pagas at 31 de dezembro do mesmo exerccio. 3 Inscrio A inscrio em Restos a Pagar feita na data do encerramento do exerccio financeiro de emisso da nota de empenho, e ter validade at 31 de dezembro do ano subseqente, vedada a reinscrio. considerada receita extra-oramentria. 4 Pagamento O pagamento de Restos a Pagar, seja Processado ou No-Processado, feito no ano seguinte ao da sua inscrio. considerado despesa extra-oramentria. RESTOS A PAGAR PROCESSADOS Basta pagar o valor inscrito como Restos a Pagar Processados ao fornecedor, visto que a despesa j foi devidamente liquidada.

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    RESTOS A PAGAR NO-PROCESSADOS Primeiro, deve-se efetuar a liquidao da despesa e depois deve-se realizar o pagamento ao fornecedor. 5 Cancelamento Os Restos a Pagar no-pagos at 31 de dezembro do ano subseqente ao de sua inscrio sero cancelados. Obs.: Sendo o pagamento reclamado aps o cancelamento da inscrio, uma vez reconhecido o direto do credor, dever (o pagamento) ser efetuado conta do oramento vigente, isto , sendo enquadrada como Despesas de Exerccios Anteriores. 6 Prescrio Os Restos a Pagar s prescrevem aps 05 (cinco) anos a partir da data de inscrio. A prescrio relativa ao direito do credor ocorre em cinco anos, contados a partir da data de inscrio, excetuando-se os casos em que haja interrupes decorrentes de atos judiciais. Despesas de Exerccios Anteriores Essas despesas resultam de compromissos gerados em exerccios anteriores, sendo pagas conta do prprio oramento vigente. Enquadram-se nessa condio:

    as despesas de exerccios encerrados, para as quais o oramento respectivo consignava crdito prprio, com saldo suficiente para atend-las, que no se tenham processado na poca prpria, assim entendidas aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exerccio correspondente, mas cuja obrigao tenha sido cumprida pelo credor no prazo estabelecido;

    os Restos a Pagar com prescrio interrompida, assim considerada a despesa cuja inscrio em Restos a Pagar tenha sido cancelada, ainda vigendo o direito do credor;

    os compromissos decorrentes de obrigao de pagamento criada em virtude de lei e reconhecidos aps o encerramento do exerccio.

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    Prescrio - As dvidas de exerccios anteriores, que dependem de requerimento do favorecido, prescrevem em 05 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo direito. O incio do perodo da dvida corresponde data constante do fato gerador do direito, no sendo considerado, para a prescrio qinqenal, o tempo de tramitao burocrtica e o de providncias administrativas a que estiver sujeito o processo. Segue abaixo o art. 37 da Lei 4.320/64 que trata deste item (Despesas de Exerccios Anteriores)

    Art. 37 - As despesas de exerccios encerrados, para as quais o oramento respectivo consignava crdito prprio, com saldo suficiente para atend-las, que no se tenham pro