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ORÇAMENTO E CONTABILIDADE PÚBLICA TEORIA Material para diversos concursos públicos, tais como: TRE (Analista Judiciário); TCU (Analista de Controle Externo); CGU (Analista de Finanças e Controle); STN (Analista de Finanças e Controle); TCM/RJ (Técnico de Controle Externo e Auxiliar de Controle Externo); CGM/RJ (Técnico de Controle Interno); Contador (diversos órgãos públicos). PROF. FABIO FURTADO

Apostila Orçamento Público

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ORÇAMENTO

E

CONTABILIDADE PÚBLICA TEORIA

Material para diversos concursos públicos, tais como:

TRE (Analista Judiciário);

TCU (Analista de Controle Externo);

CGU (Analista de Finanças e Controle);

STN (Analista de Finanças e Controle);

TCM/RJ (Técnico de Controle Externo e Auxiliar de Controle Externo);

CGM/RJ (Técnico de Controle Interno);

Contador (diversos órgãos públicos).

PROF. FABIO FURTADO

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 1 Prof. Fabio Furtado

APRESENTAÇÃO Esta apostila foi elaborada com o intuito de auxiliar os concursandos no estudo das disciplinas de Orçamento e Contabilidade Pública. Estão contidos, na apostila, os principais assuntos cobrados nos editais de concursos públicos. O conteúdo está dividido por tópicos para facilitar o entendimento da matéria. Na parte final, temos um Resumão que deve ser lido sempre ao final de cada tópico para facilitar a fixação dos conceitos e classificações dos elementos que compõem a Contabilidade aplicada à Administração Pública; Esta apostila não tem a função de substituir os livros indicados pelo professor. Ela deverá ser usada como uma ferramenta de auxílio no estudo das disciplinas de Orçamento e Contabilidade Pública. NOTA SOBRE O PROFESSOR: Nome: Fabio Furtado de Azevedo.

Graduado em Ciências Contábeis.

Emprego Atual: Técnico de Controle Externo do TCMRJ, lotado na Divisão de Contabilidade, do Departamento Geral de Finanças. Aprovado e classificado nos seguintes concursos: - 10º colocado no concurso para Contador da Eletrobrás Termonuclear -

ELETRONUCLEAR, em 2003; - 1º colocado no concurso para Contador da Companhia Municipal de Limpeza

Urbana - COMLURB, em 2003; - 13º colocado no concurso para Técnico de Controle Externo do Tribunal de

Contas do Município do Rio de Janeiro, em 2003. Autor, juntamente com o colega Rafael Cabral, também Técnico de Controle Externo do TCMRJ, do livro Contabilidade Pública – Questões Comentadas de Provas Elaboradas pelo CESPE/UnB, publicado pela Editora Ferreira, em novembro de 2004. Autor do livro Administração Financeira e Orçamentária para concursos – Direito Financeiro simplificado, publicado pela Editora Ferreira, em abril de 2008.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 2 Prof. Fabio Furtado

ÍNDICE Principais diferenças entre a Contabilidade Pública e a Contabilidade Geral Contabilidade Pública - Conceito

- Campo de Atuação

- Objeto

- Finalidade

- Exercício Financeiro

- Regime Contábil

Orçamento Público - Conceito

- Leis Orçamentárias

- Prazos de Envio e Devolução dos Projetos

- Princípios Orçamentários

- Ciclo Orçamentário

- Processo Legislativo Orçamentário

- Tipos de Orçamento

Créditos Adicionais - Conceito

- Classificação

- Quadro Resumo dos Créditos Adicionais

- Recursos para Abertura

Receita Pública

- Conceito

- Classificaçõe

- Estágios

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 3 Prof. Fabio Furtado

Dívida Ativa - Conceito

- Classificações

- Apuração

Despesa Pública - Conceito

- Classificações

- Estágios

Suprimento de Fundos - Conceito

- Concessão

- Proibição

Restos a Pagar - Conceito

- Classificação

- Inscrição

- Pagamento

- Cancelamento

- Prescrição

Despesas de Exercícios Anteriores - Conceito

- Prescrição

Anulação de Operações Orçamentárias - Anulação da Receita

- Anulação da Despesa

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 4 Prof. Fabio Furtado

Dívida Pública - Conceito

- Classificação

Patrimônio Público - Conceito

Bens Públicos - Conceito

- Classificação

Demonstrações Contábeis - Balanço Orçamentário

- Balanço Financeiro

- Demonstração das Variações Patrimoniais

- Balanço Patrimonial

Exemplos de Registros de Operações Típicas Resumão Bibliografia

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 5 Prof. Fabio Furtado

PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A CONTABILIDADE PÚBLICA E A CONTABILIDADE GERAL

Aspectos Contabilidade Pública Contabilidade Geral

Legislação Lei 4.320/64 e LRF Lei 6.404/76 Princípios PFC e Princípios

Orçamentários PFC

Registro Atos e Fatos Administrativos Fatos Administrativos Regime de Escrituração Contábil

Regime Misto, sendo: Regime de Caixa para as receitas e Regime de Competência para as despesas.

Regime de Competência tanto para as receitas quanto para as despesas.

Resultado Superávit ou déficit de gestão Lucro ou prejuízo do Exercício

Demonstrações Financeiras Balanço Orçamentário; Balanço Financeiro; Demonstração das Variações Patrimoniais e Balanço Patrimonial.

Balanço Patrimonial; DRE; DLPA e DMPL; DFC e DVA

Sistemas de Escrituração 4 sistemas independentes. São eles: Sistema Orçamentário; Sistema Financeiro; Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação.

Um só sistema onde são registradas as contas patrimoniais e de resultado.

Lei 4.320/64 – estatui normas de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Lei 6.404/76 – Dispõe sobre as Sociedades por Ações. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ PFC = Princípios Fundamentais de Contabilidade. São eles:

- Entidade - Continuidade - Oportunidade - Competência - Prudência - Registro pelo Valor Original - Atualização Monetária

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 6 Prof. Fabio Furtado

Princípios Orçamentários: Legalidade Publicidade Universalidade Equilíbrio Periodicidade Não Afetação da Receita Exclusividade Especificidade Orçamento Bruto Unidade __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Fato Administrativo: Fato administrativo ou fato de gestão é qualquer negócio realizado pela administração que modifique o patrimônio da empresa, em termos de qualidade ou quantidade. Exemplos: as compras à vista ou a prazo de bens; as vendas à vista ou a prazo de mercadorias e serviços; os pagamentos e recebimentos etc. Fato Contábil: Fato administrativo é a mesma coisa que fato contábil? Em sentido estrito, não. Fato contábil é qualquer ocorrência que modifique o patrimônio, seja decorrente ou não de negócio realizado pela administração. A expressão fatos contábeis é mais abrangente, pois inclui os fatos administrativos. Todo fato administrativo é necessariamente um fato contábil. Entretanto, existem fatos contábeis que não são fatos administrativos. Por exemplo: se um incêndio provoca a perda de mercadorias, o patrimônio sofre redução. Este fato não é decorrente da gestão, mas produz variação patrimonial. È um fato contábil. Ato Administrativo: É qualquer negócio realizado pela administração que não modifique o patrimônio. Alguns atos administrativos têm como conseqüência fatos administrativos. Quando a empresa, por intermédio de seus diretores, é fiadora num contrato de aluguel, ocorre um ato administrativo. Todavia, se o valor da locação não for honrado pelo locatário, a empresa poderá ter de pagar o aluguel. Tratar-se-á de um fato administrativo. A consulta de preços a um

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 7 Prof. Fabio Furtado

fornecedor é um ato administrativo. No entanto, a compra das mercadorias, se houver, será um fato administrativo. Algumas empresas mantêm o controle dos atos administrativos relevantes por meio de contas de compensação. As contas de compensação não se confundem com as contas patrimoniais ou de resultado, que são destinadas ao registro dos fatos contábeis. Os atos administrativos que possam provocar efeitos relevantes sobre o patrimônio devem se indicados em notas explicativas. As notas explicativas são esclarecimentos que acompanham as demonstrações contábeis e têm como objetivo facilitar o entendimento e a análise da situação patrimonial da empresa. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Regime Misto: De acordo com o art. 35 da Lei 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas; e II – as despesas nele legalmente empenhadas. Assim sendo, é adotado o regime de caixa para as receitas e o regime de competência para as despesas. O regime de caixa para as receitas significa que são reconhecidas somente as receitas cujo numerário já foi arrecadado. O regime de competência para as despesas significa que não importa se a despesa já foi ou não paga, mas sim se o fato gerador já ocorreu, isto é, se a despesa já foi devidamente empenhada (autorizada pelo ordenador da despesa). Regime Contábil Processo de registro em Contabilidade; normas que orientam o controle e o registro dos fatos patrimoniais. Regime de Caixa: Norma contábil pela qual os ingressos são atribuídos ao exercício em que são recebidos e os custos ao exercício em que são pagos.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 8 Prof. Fabio Furtado

Regime de Competência: Norma contábil pela qual os ingressos e os custos são atribuídos ao exercício a que pertencem, embora recebidos e pagos em outros exercícios. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Resultados: Nas entidades públicas, os resultados são apurados nos Balanços Orçamentário, Financeiro e na Demonstração das Variações Patrimoniais. O resultado econômico do exercício é somado ou diminuído (depende do caso) do saldo da conta Saldo Patrimonial, no Balanço Patrimonial. O resultado quando é positivo, é denominado superávit. O resultado quando é negativo, é denominado déficit. Superávit: excesso de receita sobre a despesa; saldo credor que representa a supremacia dos ganhos sobre os custos; “lucro”; redito positivo. Déficit: deficiência de receita sobre a despesa, ou ainda, insuficiência das operações da entidade, demonstrada por comparação entre as receitas e as despesas, onde estas são maiores que aquelas. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Não devemos chamar de lucro ou prejuízo. Lucro ou prejuízo é a denominação que utilizamos na Contabilidade Privada (também conhecida como Contabilidade Geral; Contabilidade Básica; Contabilidade Financeira etc.). Lucro: resultado da atividade aziendal que representa o “acréscimo” patrimonial através daquela. Prejuízo: resultado da atividade aziendal que representa o “decréscimo” patrimonial através daquela.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 9 Prof. Fabio Furtado

Azienda: são sistemas organizados que visam atingir um fim qualquer. São aziendas: a casa de comércio, a indústria, o nosso lar, a Prefeitura, os hospitais etc. É o patrimônio considerado juntamente com a pessoa que tem sobre ele poderes de administração e disponibilidade. O conceito azienda reúne o patrimônio e a pessoa que o administra: Azienda = Patrimônio + Gestão Empresa e azienda são conceitos diferentes. Empresa é uma espécie de azienda. Empresa é uma azienda com finalidade lucrativa. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Demonstrações Contábeis ou Demonstrações Financeiras: Na área pública: Balanço Orçamentário: Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. Balanço Financeiro: Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. Demonstração das Variações Patrimoniais: Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 10 Prof. Fabio Furtado

Balanço Patrimonial: Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: I - o Ativo Financeiro; II - o Ativo Permanente; III - o Passivo Financeiro; IV - o Passivo Permanente; V - o Saldo Patrimonial; VI - as Contas de Compensação. ========================================================================================================================== Sistemas de Escrituração na área pública: Os serviços de Contabilidade serão organizados de forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros (art. 85 da Lei nº 4.320/64). Com o intuito de atender ao disposto na legislação, os lançamentos na Contabilidade Pública são efetuados em quatro Sistema de Contas, que são: Sistema Orçamentário, Sistema Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação. Sistema Orçamentário: O sistema de contas orçamentário registra a receita prevista e as autorizações legais da despesa constantes da Lei Orçamentária Anual e dos créditos adicionais, demonstrando a despesa fixada e a realizada no exercício, comparando, ainda, a receita prevista com a arrecadada. Sistema Financeiro: Nesse sistema são registrados a arrecadação da receita e o pagamento da despesa orçamentária e extra-orçamentária. Tudo o que movimenta o disponível (entrada e saída de numerário) deve ser registrado no sistema financeiro. Sistema Patrimonial: No Sistema Patrimonial são registrados os bens patrimoniais do Estado, os créditos e os débitos suscetíveis de serem classificados como permanentes ou que sejam resultado do movimento financeiro, as variações patrimoniais provocadas pela execução do orçamento ou que tenham outras origens e o resultado econômico do exercício.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 11 Prof. Fabio Furtado

Sistema de Compensação: No Sistema de Compensação são efetuados os registros dos valores que direta ou indiretamente possam vir a afetar o patrimônio. No Sistema de Compensação serão registrados, entre outros, as responsabilidades contratuais do Estado e os bens e valores em poder de terceiros.

O Sistema de Compensação é representado pelos atos praticados pelo administrador que não afetam ao Patrimônio de imediato, mas que poderão vir afetá-lo. No quadro abaixo temos exemplos de alguns desses atos: CONVÊNIOS; CONTRATOS; ACORDOS; CAUÇÕES EM TÍTULOS; GARANTIAS; BENS E VALORES SOB RESPONSABILIDADE.

Como se pode observar, o Sistema de Compensação compreende, apenas, as contas com função específica de controle, relacionadas com as situações não compreendidas no patrimônio, mas que possam vir a afetá-lo. _________________________________________________________________________ Atenção: Na área privada, não temos essa separação em 4 sistemas, visto que os registros nas contas patrimoniais e de resultado são efetuados em um só sistema.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 12 Prof. Fabio Furtado

Contabilidade Pública 1 - Conceito A Contabilidade Pública é um ramo da ciência contábil e tem o objetivo de captar, registrar e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades que compõem a Administração Direta e Indireta dos entes públicos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). 2 - Campo de Atuação O campo de atuação da contabilidade pública abrange:

• A Administração Direta (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), Autárquica e Fundacional da União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

• Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, quando utilizam recursos à conta do Orçamento Público.

Essas entidades (empresas públicas e sociedade de economia mista) passam a fazer parte do campo de aplicação da contabilidade pública quando utilizam recursos à conta do orçamento público para despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária (art. 2º, III, da LRF). Quando utilizam recursos do orçamento público para os fins supracitados, essas entidades passam a ser conhecidas como EMPRESAS ESTATAIS DEPENDENTES.

3 - Objeto O objeto da Contabilidade Pública é o patrimônio público, que vem a ser os bens, direitos e obrigações de propriedade do Estado. 4 - Finalidade A finalidade da Contabilidade Pública é fornecer informações sobre a execução orçamentária, financeira e sobre o patrimônio público e suas variações aos diversos usuários. Esses usuários podem ser os gestores, cidadãos, fornecedores etc.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 13 Prof. Fabio Furtado

5 – Exercício Financeiro O período durante o qual o orçamento é executado denomina-se exercício financeiro. No Brasil sempre coincide com o ano civil. 6 – Regime Contábil O regime contábil adotado pela Contabilidade Pública no Brasil é o chamado regime misto, isto é, regime de competência para as despesas e regime de caixa para as receitas. ______________________________________________________________________ Regime de Competência para as Despesas Total de Despesas Empenhadas = Total de Despesas Realizadas ______________________________________________________________________ Regime de Caixa para as Receitas Total de Receitas Arrecadadas = Total de Receitas Executadas

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 14 Prof. Fabio Furtado

Orçamento Público 1. Conceito -> Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, -> aprovada pelo Poder Legislativo, -> que estime Receitas e fixa Despesas -> para um determinado exercício financeiro. 2. Leis Orçamentárias A Constituição Federal de 1988, em seu art. 165, prevê 03 (três) leis orçamentárias: PPA – Plano Plurianual. LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias. LOA – Lei Orçamentária Anual. A LOA, por sua vez, nos termos do art. 165, § 5º, compreenderá: OF – Orçamento Fiscal. OI – Orçamento de Investimentos. OSS – Orçamento da Seguridade Social. PPA Leis Orçamentárias LDO OF LOA OI OSS

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 15 Prof. Fabio Furtado

PPA – PLANO PLURIANUAL Art. 165, § 1º da CF/88 – “A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”. Diretrizes- são as orientações e os macro objetivos que indicam o caminho definido pelo Plano de Governo responsável pela elaboração do PPA. Como exemplos podemos citar “ A melhoria das condições de Saúde no Município do Rio de Janeiro”. Objetivos- sempre mensuráveis por um indicador, expressa um resultado sobre o público alvo, descrevendo a finalidade de um programa, com concisão e precisão. O enunciado de um objetivo é sempre caracterizado pela presença de um verbo de ação, no infinitivo, que complete a assertiva “Este programa deverá ser capaz de ...” Exemplo: “Diminuir a mortalidade infantil na localidade X”. Ações (Metas)– são um conjunto de operações cujos produtos contribuem para os objetivos do programa. Por exemplo: Para se reduzir a mortalidade infantil no bairro X, serão necessárias as realizações de diversas ações, tais como “Execução da rede de esgoto do bairro”; “executar campanha de vacinação em massa em crianças de 0 a 5 anos”; “Promover a construção de moradias dignas e extinção de palafitas”, etc. LDO – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS Art. 165, § 2º da CF/88 – “A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agencias financeiras oficiais de fomento”. LOA – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL Art. 165, § 5º da CF/88 – “a lei orçamentária anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 16 Prof. Fabio Furtado

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Segue abaixo algumas considerações extraídas do livro Direito Financeiro e Controle Externo, do Prof. Valdecir Pascoal, editora Impetus, relativas à LOA: - A LOA deverá estar compatível com o PPA e com a LDO.

- A respectiva lei corresponde, na verdade, a 03 (três) suborçamentos

(CF, artigo 165, 5º): a) orçamento fiscal de toda a Administração Pública, Direta e Indireta (todos os Poderes, Ministério Público, Tribunal de Contas, órgãos, Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de economia Mista), englobando a despesa e a receita de toda a Administração Pública para um exercício financeiro, menos os investimentos de empresas estatais e as receitas e despesas relativas à seguridade social; b) orçamento de investimentos das empresas em que o Poder Público, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (empresas públicas e sociedades de economia mista); c) orçamento da seguridade social (saúde, previdência e assistência social), que abrangerá todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. A razão da desvinculação dessas ações do orçamento fiscal para um suborçamento especifico da seguridade social é a garantia de que esses recursos não serão desviados para qualquer fim, como aconteceu durante muitos anos no Brasil, gerando o déficit na previdência pública. Visa, pois, a conferir transparência à gestão da seguridade social.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 17 Prof. Fabio Furtado

3- Prazos: Os prazos para a União, conforme art. 35, § 2º, do ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - são: Projeto Prazo de envio

(até) Prazo de devolução

(até) PPA

4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro. Na prática, deve ser encaminhado até 31/08.

encerramento da sessão legislativa. Na prática, deve ser devolvido até 22/12.

LDO 8,5 meses (Oito meses e meio) antes do encerramento do exercício financeiro. Na prática, deve ser encaminhado até 15/04.

encerramento do primeiro período da sessão legislativa. Na prática, deve ser devolvido até 17/07.

LOA

4 meses antes do encerramento do exercício financeiro. Na prática, deve ser encaminhado até 31/08.

encerramento da sessão legislativa. Na prática, deve ser devolvido até 22/12.

Onde:

PPA: Projeto de Plano Plurianual

LDO: Lei de Diretrizes Orçamentárias

LOA: Lei Orçamentária Anual

Prazo de envio: prazo limite para o Poder Executivo encaminhar ao Poder Legislativo os projetos acima citados.

Prazo de devolução: prazo limite para o Poder Legislativo devolver ao Poder Executivo os projetos, acima citados, para sanção. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ MACETE: Geralmente, nas provas de concursos públicos, são cobrados os prazos de envio ou de devolução dos projetos ao Poder Legislativo. Os prazos de envio e de devolução do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias são:

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 18 Prof. Fabio Furtado

Envio: L D Oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro. Devolução: Até o encerramento da primeira sessão legislativa. Assim sendo, o projeto deve ser devolvido até 17/07. Obs.: O PPA e a LOA têm o mesmo prazo tanto para envio quanto para devolução. Envio: 4 meses antes do encerramento do exercício financeiro (lembrando que para o PPA existe a expressão ... antes do encerramento do primeiro exercício financeiro, em virtude deste ser elaborado somente uma vez a cada mandato, ou seja, é elaborado no primeiro exercício financeiro do mandato e tem duração até o primeiro exercício financeiro do mandato subseqüente). Devolução: até o encerramento da sessão legislativa. Sendo assim, os projetos devem ser devolvidos até 22/12. Com base no exposto, fica claro que o único projeto que tem prazos de encaminhamento e de devolução diferentes é o da LDO. Vale ressaltar que os prazos para encaminhamento e para devolução utilizados nos estados e municípios devem estar assinalados nas respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas. 4. Princípios Orçamentários Legalidade Publicidade Universalidade Equilíbrio Periodicidade Não Afetação da Receita Exclusividade Especificidade Orçamento Bruto Unidade � LEGALIDADE – a lei orçamentária e a lei que instituir créditos suplementares e especiais, aprovados pelo legislativo, são os instrumentos legais que autorizam a aplicação dos recursos públicos. Não pode haver despesa pública sem a autorização legislativa prévia. � UNIVERSALIDADE – o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas da Administração. Este princípio está positivado na CF/88, artigo 165, § 5º, quando o legislador estatuiu a abrangência da lei orçamentária: orçamento fiscal de todos os Poderes, órgãos ou fundos; orçamento de investimentos das empresas estatais; orçamento da seguridade social de todos os Poderes, órgãos ou fundos, bem como nos artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/64.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 19 Prof. Fabio Furtado

� PERIODICIDADE (ANUALIDADE) – o orçamento deve ter vigência limitada a um período anual. � EXCLUSIVIDADE – a lei de meios (LOA) não poderá conter dispositivo estranho à fixação das despesas e previsão das receitas, ressalvada a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita. � ORÇAMENTO BRUTO – todas as receitas e despesas constarão da Lei Orçamentária pelos seus TOTAIS, vedadas quaisquer deduções. Isso quer dizer que a União, por exemplo, que arrecada o Imposto de Renda e o IPI, deve colocar a sua estimativa integral no seu orçamento (lado das receitas) e a parte que constitucionalmente se destina a Estados e Municípios (FPE e FPM) deve constar integralmente no orçamento (lado das despesas). Não poderá, pois, a União colocar no seu orçamento apenas o valor líquido do IR e IPI. � PUBLICIDADE – uma das bases essenciais dos governos democráticos e uma de suas características como forma de organização da autoridade dentro do Estado é a publicidade dos atos relativos à condução da coisa pública. Esse princípio está contido no art. 37 da Constituição, como um princípio geral da Administração Pública. � EQUILÍBRIO – estabelece que o total da despesa orçamentária não pode ultrapassar o da receita orçamentária prevista para cada exercício financeiro. � NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA – o principio da não-afetação ou da não-vinculação da receita significa que o legislador não poderá vincular receitas públicas a determinadas despesas, órgãos ou fundos. No Brasil, este principio está previsto apenas em relação às receitas de impostos. É o principio que postula o recolhimento de todos os recursos a uma caixa única do Tesouro, sem discriminação quanto a sua destinação. Entretanto, a norma constitucional (art. 167, IV e § 4º) só consagrou esse principio para as receitas provenientes de impostos, vedando sua vinculação a determinado órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as seguintes: a) repartição do produto da arrecadação dos seguintes impostos

� Imposto de Renda incidente na fonte sobre rendimentos; � Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural; � Imposto sobre a Propriedade de veículos Automotores; � Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e serviços; � Imposto de Renda; � Imposto sobre Produtos Industrializados.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 20 Prof. Fabio Furtado

b) destinação de recursos para a manutenção e desenvolvimento do ensino;

c) prestação de garantias às operações de credito por antecipação de receita;

d) destinação de recursos para aplicação na área de saúde;

e) para realização de atividades da administração tributária (EC nº 42/2003)

� ESPECIFICIDADE OU ESPECIFICAÇÃO – também chamado de princípio da especialização ou discriminação. Previsto no art. 5º da Lei nº 4.320/64, estatui que o orçamento não consignará dotações globais para atender às despesas. No artigo 15 a lei estabelece que a discriminação das despesas far-se-á, no mínimo por elementos, entendendo-se elementos, como desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras etc. Pode-se dizer também que a exigência de especificar, na LOA, as receitas e as despesas, segundo a categoria econômica, as fontes, as funções e os programas, é uma conseqüência do princípio da especificação.

Exceção: Reserva de Contingência – dotação global, genérica , colocada na LOA, destinada a atender passivos contingentes e outras despesas imprevistas; outra exceção são os programas especiais de trabalho, nos termos do artigo 20, parágrafo único da Lei nº 4.320/64.

� UNIDADE – o princípio da unidade estabelece que todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só lei orçamentária. Os orçamentos devem, por conseguinte, estar integrados num só ato político do Poder Legislativo, sempre com o objetivo maior de satisfazer às necessidades coletivas. A CF estabeleceu o princípio da unidade quando definiu que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal referente aos poderes públicos, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações, e ainda o orçamento de investimentos das empresas e o orçamento de seguridade social.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 21 Prof. Fabio Furtado

5. Ciclo Orçamentário O orçamento percorre diversas etapas desde o surgimento de uma proposta que se transformará em projeto de lei a ser apreciado, emendado, aprovado, sancionado e publicado, passando pela sua execução, quando se observa a arrecadação da receita e a realização da despesa, dentro do ano civil, até o acompanhamento e avaliação da execução caracterizada pelo exercício dos controles interno e externo. Portanto, é possível agrupar as atividades relacionadas ao ciclo orçamentário da seguinte forma:

- elaboração do projeto de lei orçamentária; - apreciação, votação, sanção e publicação da lei orçamentária; - execução da lei orçamentária; e - acompanhamento e avaliação da execução orçamentária.

CICLO ORÇAMENTÁRIO

Podemos concluir, portanto, que o ciclo orçamentário não se confunde com o exercício financeiro, pois este corresponde a uma das fases do ciclo, ou seja, à execução do orçamento, isto porque a fase de preparação da proposta orçamentária e sua elaboração legislativa precedem o exercício financeiro, e a fase de avaliação e prestação de contas (controle interno e externo) ultrapassa-o. EXERCÍCIO FINANCEIRO = 1 ANO [COINCIDE COM O ANO CIVIL (01/01 A 31/12)] – é o período no qual o orçamento é executado. CICLO ORÇAMENTÁRIO – MAIS DE 1 ANO (COMEÇA DESDE A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA E TERMINA SOMENTE QUANDO DA AVALIAÇÃO DA GESTÃO DO ORDENADOR DE DESPESA). O exercício financeiro ou execução orçamentária está dentro do ciclo orçamentário.

(1) Elaboração do Projeto

(4) Acompanhamento e Avaliação

(2) Apreciação, Aprovação, Sanção e Publicação

(3) Execução

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6. Processo Legislativo Orçamentário _________________________________________________________________________ Art. 166 – Os projetos de lei relativos ao PPA, LDO, LOA e aos CRÉDITOS ADICIONAIS serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

• Iniciativa – Chefe do Poder Executivo. (Art. 84, XXIII da CF/88) * Caso ocorra omissão do Chefe do Poder Executivo, constituirá CRIME DE RESPONSABILIDADE (Art. 85, VI da CF/88) Obs.: O Chefe do executivo envia o projeto de lei para o legislativo. No legislativo, esse projeto de lei é encaminhado para a Comissão Mista Permanente (Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização) (Art. 166, §1º, I da CF/88). _________________________________________________________________________ • Emendas – Os Parlamentares podem propor emendas aos projetos de leis orçamentárias. As emendas devem ser apresentadas à Comissão Mista Permanente de Deputados e Senadores (são 63 Deputados e 21 Senadores) Obs.: A Comissão Mista emite um parecer sobre as emendas. A apreciação das emendas é feita de forma conjunta no Plenário. A Comissão Mista fica incumbida da REDAÇÃO FINAL do projeto de lei. As emendas apresentadas pelos Parlamentares deverão obedecer a 2 requisitos: 1º - deverão ser compatíveis com o PPA e com a LDO; e 2º - terão de indicar os recursos necessários, admitidos APENAS: - Anulação de outras despesas (dotações), EXCLUÍDAS: 1- as DESPESAS DE PESSOAL e seus encargos; 2- SERVIÇOS DA DÍVIDA (amortização + juros da dívida pública); 3- TRANSFERENCIAS TRIBUTÁRIAS CONSTITUCIONAIS. Pode haver emendas também para: a) correção de erros e omissões na estimativa da receita; b) dar maior clareza e precisão ao texto da lei (EMENDAS DE REDAÇÃO).

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_________________________________________________________________________ • Apreciação – de forma CONJUNTA pelas duas Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado). * a apuração dos votos é feita de forma separada (maioria simples em cada uma das Casas). _________________________________________________________________________

- MENSAGEM RETIFICADORA DO EXECUTIVO O Poder Executivo poderá encaminhar MENSAGEM RETIFICADORA DA PROPOSTA ao Congresso Nacional, propondo modificações nos projetos referentes ao PPA, LDO, LOA e aos CRÉDITOS ADICIONIAIS, enquanto não iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

NÃO-ENVIO DA LOA

(O Poder Executivo não enviar ao Poder Legislativo o projeto de lei orçamentária anual)

Caracteriza CRIME DE RESPONSABILIDADE do Chefe do Poder Executivo. - A CF/88 não menciona o que deve ser feito, caso não seja enviado ao Poder Legislativo, o Projeto de LOA. - O Art. 32 da Lei 4.320/64 estabelece que caso não receba a proposta no prazo fixado, o Poder Legislativo considerará como proposta a LOA vigente. _________________________________________________________________________

NÃO-DEVOLUÇÃO DA LOA (O Poder Legislativo não devolver ao Poder Executivo o projeto de lei orçamentária anual para SANÇÃO)

- Nem a CF/88, nem a Lei 4.320/64 mencionam nada a respeito. Na falta de uma regra permanente que regule essa situação, tanto na União com em alguns Estados, a LDO vem tratando dessa questão, na medida em que estabelece que o Poder Executivo fica autorizado a gastar determinada proporção (X/12) da proposta que ainda está tramitando. _________________________________________________________________________

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_________________________________________________________________________

REJEIÇÃO DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS PPA e LDO – De acordo com a doutrina, o Poder Legislativo não pode rejeitar. Art. 35 dos ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias) prevê que ambas as leis devem ser devolvidas ao Poder Executivo para SANÇÃO. Sendo assim, não cabe sancionar o que foi rejeitado. ______________________________________________________________________ LOA – De acordo com o art. 166, § 8º pode haver rejeição da LOA. OBS.: Obedecidas essas regras especiais as leis orçamentárias serão apreciadas à luz das demais normas do processo legislativo (Art. 66 da CF/88)

A elaboração da lei orçamentária configura um processo legislativo especial, compreendendo as seguintes fases: iniciativa, discussão, sanção, veto, promulgação e publicação. Iniciativa – traduz a responsabilidade, pela apresentação do projeto de lei orçamentária ao Legislativo. No Brasil, diz-se que a lei orçamentária é de iniciativa vinculada, ou seja, embora a iniciativa seja do titular do Poder Executivo o mesmo está obrigado ao prazo focado. Se o titular da iniciativa não a exercer ou não cumprir o tempo determinado pela Constituição, ocorre o crime de responsabilidade. Discussão: É a fase dos trabalhos consagrada a debate em plenário. A fase da discussão é subdividida nas seguintes etapas: - emendas; - voto do relator; - redação final; - votação em plenário.

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Sanção – é definida como a aquiescência do titular do Poder Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo, assim o titular do Poder Executivo somente sancionará o projeto se estiver de acordo com o mesmo. Veto – se o titular do Poder Executivo não estiver de acordo, poderá vetar total ou parcialmente o projeto de lei, dentro de 15 dias úteis contados do recebimento do projeto, comunicando ao Legislativo (Câmara de Vereadores, Assembléia Legislativa ou Senado Federal) os motivos do veto. Promulgação: O projeto de lei é transformado em lei: - quando aprovado pelo Legislativo, é sancionado expressa ou tacitamente pelo Executivo. - quando aprovado pelo Legislativo, é vetado pelo Executivo e o veto é rejeitado na forma constitucional. Entretanto, embora acabada a lei não é ainda executável e obrigatória. Para tanto precisa ser promulgada e publicada no órgão de imprensa oficial da esfera governamental interessada (Diário Oficial).

Promulgação é o atestado da existência de uma lei. É um ato declaratório. Mostra que uma lei é executável, mas ainda não é obrigatória, pois precisa para tanto ser publicada.

Quando o Executivo aquiesce (concorda) com o projeto de lei, também o está promulgando. Os atos são simultâneos, pois o ato de sancionar já imprime caráter de executoriedade à lei. Há casos em que a promulgação assume caráter legislativo, ou seja, quando decorrido o prazo de 15 dias úteis, há o silencio do Executivo, e alei não pe promulgada, dentro de 48 horas, ocorre a sua promulgação pelo presidente da casa legislativa. Publicação – é o ato pelo qual é dado a conhecer que uma lei nova está em vigor. Ao contrário da promulgação, que revela a executoriedade de uma lei, a publicação impõe a sua obrigatoriedade. Antes a lei existia, mas não obrigava o seu cumprimento; agora, existe e o obriga.

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FLUXOGRAMA DA TRAMITAÇÃO LEGISLATIVA DE MATÉRIAS ORÇAMENTÁRIAS

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7. Tipos de Orçamento É a característica que determina a maneira pela qual o orçamento é elaborado, dependendo do regime político vigente; daí dizer-se que os orçamentos variam segundo a forma de Governo e podem ser classificados em três tipos:

� Legislativo – é o orçamento cuja elaboração, votação e aprovação é da competência do Poder Legislativo, cabendo ao Executivo sua execução. Esse tipo é utilizado em países parlamentaristas;

� Executivo – é o orçamento cuja elaboração, aprovação, execução e controle é da competência do Poder Executivo. É utilizado em países onde impera o poder absoluto;

� Misto – é o orçamento elaborado e executado pelo Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua votação e controle. Esse tipo é utilizado pelos países em que as funções legislativas são exercidas pelo Congresso ou Parlamento, sendo sancionado pelo Chefe do Poder Executivo. Esse é o tipo utilizado no Brasil.

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Tipos de Créditos Orçamentários Créditos Orçamentários Os recursos para execução dos programas de trabalho do governo são especificados por meio dos Créditos Orçamentários aprovados pelo Poder Legislativo no orçamento anual. Créditos Adicionais 1 – Conceito São CRÉDITOS ADICIONAIS as autorizações de despesas não previstas ou insuficientemente previstas no Orçamento Público. São abertos durante a execução do orçamento para a efetivação de ajustes ou adição de novas dotações orçamentárias não-consignadas na LOA. A iniciativa das leis referentes a créditos adicionais é privativa do Chefe do Executivo, que deverá, obrigatoriamente, justificar as razões das novas adições ao orçamento. Só passam a constituir efetivas dotações de despesas após o ato executivo (Decreto) que lhes defina a natureza, estabeleça a destinação e fixe o valor. 2 – Classificação Os créditos adicionais podem ser classificados como:

� Créditos Suplementares � Créditos Especiais � Créditos Extraordinários

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RESUMO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS

TIPOS FINALIDADE AUTORIZAÇÃO

LEGISLATIVA

ABERTURA E INCORPORAÇÃ

O

VIGÊNCIA PRORROGAÇÃO

INDICAR FONTE

(recursos) SUPLEMENTARES Reforçar

despesas já previstas no orçamento.

Necessidade de autorização legislativa na própria LOA ou em lei específica.

Decreto (Executivo): incorporam-se ao orçamento adicionando-se à dotação orçamentária a que se destinou reforçar.

No exercício em que foi aberto (até 31/12).

Improrrogável. SIM

ESPECIAIS Atender a despesas não previstas no orçamento.

Necessidade de autorização em lei específica.

Decreto (Executivo): incorporam-se ao orçamento, mas conservam sua especificidade demonstrando-se a conta dos mesmos, separadamente.

No exercício em que foi aberto (até 31/12).

Só para o exercício seguinte quando o ato de autorização tiver sido PROMULGADO nos últimos 04 (quatro) meses do exercício. Nesse caso, os saldos são incorporados, por decreto, ao orçamento seguinte (créditos com vigência plurianual).

SIM

EXTRAORDINÁRIOS Atender a despesas imprevisíveis e urgentes (ex:. guerra, comoção interna ou calamidade).

Independe

Na União, abertura se dá por meio de Medida Provisória; Nos Estados, DF e Municípios, a abertura se dá por Decreto do Executivo ou por Medida Provisória, se houver previsão na Constituição do Estado ou na Lei Orgânica do Município. Se abertura ocorrer por meio de Decreto, este deverá ser enviado imediatamente ao Legislativo. Incorporam-se ao orçamento, mas conservam sua especificidade, demonstrando-se a conta dos mesmos separadamente.

No exercício em que foi aberto (até 31/12).

Só para o exercício seguinte quando o ato de abertura (MP ou Decreto) tiver sido editado nos últimos 04 (quatro) meses do exercício. Nesse caso, os saldos são incorporados, por decreto, ao orçamento seguinte (créditos com vigência plurianual).

NÃO

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IMPORTANTE A CF, em seu artigo 167, V, veda a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa ou sem indicações dos recursos correspondentes. A Lei nº 4.320/64 estabelece os recursos que servirão para abertura dos créditos suplementares e especiais, desde que não estejam comprometidos (art. 43, § 1º). São eles: 1 - SUPERÁVIT FINANCEIRO apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda:

- os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas; e, se já houver, o valor dos créditos adicionais abertos no próprio exercício, tendo como fonte o superávit financeiro, ou seja:

2 – EXCESSO DE ARRECADAÇÃO: excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. 3 – ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei. Nessa fonte, inclui-se a Reserva de Contingência, que também é uma dotação orçamentária. 4 – OPERAÇÕES DE CRÉDITO autorizadas, em forma que, juridicamente, possibilite ao Poder Executivo realizá-las. Neste caso, não basta a indicação de que as novas despesas serão financiadas por operações de créditos. É necessário que o Executivo demonstre a viabilidade jurídica e financeira para a realização do empréstimo (ex: demonstrar que a operação de crédito está cumprindo os requisitos estabelecidos pelas Resoluções do Senado Federal).

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Receita Pública

1 - Conceito De acordo com o livro Contabilidade Pública, do mestre João Angélico, ingresso, embolso, entrada ou receita pública são expressões sinônimas. Receita Pública, em seu sentido mais amplo, é o recolhimento de bens aos cofres públicos. 2 - Classificação A receita pública pode ser classificada sob diversos aspectos. Dentre os quais podemos destacar: Quanto à natureza; Quanto ao poder de tributar; Quanto à coercitividade; Quanto às categorias econômicas; Quanto à afetação patrimonial; Quanto à natureza - Orçamentária: corresponde à arrecadação de recursos financeiros autorizados pela Lei Orçamentária e que serão aplicados na realização dos gastos públicos. Ex.: Receitas Correntes e Receitas de Capital

- Extra-orçamentária: é um ingresso financeiro de caráter temporário, pois refere-se a uma entrada de dinheiro pertencente a terceiros onde o Estado é um simples depositário. É também denominada Ingressos Extra-orçamentários. Ex.: cauções em dinheiro;

retenções na fonte; consignações em folha de pagamento a favor de terceiros etc.

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Quanto ao poder de tributar • Federal – quando de competência da União. • Estadual – quando de competência dos estados. • Municipal – quando de competência dos municípios. ______________________________________________________________________ Quanto à coercitividade - Derivada: receita proveniente do poder de império do Estado, isto é, do exercício da competência ou do poder de tributar os rendimentos ou o patrimônio da coletividade. Ex.: as receitas de tributos, de empréstimos e contribuições

compulsórias etc. - Originária: proveniente de bens pertencentes ao patrimônio do Estado. Ex.: venda de bens;

prestação de serviços públicos: água, luz etc.

Quanto às categorias econômicas • Receitas Correntes

- Tributárias; - Contribuições; - Patrimoniais; - Agropecuárias; - Industriais; - Serviços; - Transferências Correntes; - Outras Receitas Correntes.

� Tributárias – é a resultante da cobrança de tributos pagos pelos cidadãos em razão de suas atividades, suas rendas, suas propriedades e dos benefícios diretos e imediatos recebidos do Estado.

� Contribuições – são as provenientes de contribuições sociais e econômicas.

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� Patrimoniais – são as rendas obtidas na exploração do patrimônio do Estado, tais como: aluguéis, juros de aplicações financeiras, dividendos etc.

� Agropecuárias – são receitas que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de operações comerciais decorrentes de atividades agropecuárias.

� Industriais - são receitas que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de operações comerciais decorrentes de atividades industriais.

� Serviços – são receitas provenientes de serviços executados pelo Estado.

� Transferências Correntes – são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento de despesas correntes.

� Outras Receitas Correntes – são provenientes de multas e juros de mora, cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações etc. e outras que não tenham classificação específica.

• Receitas de Capital

- Alienações de Bens; - Operações de Crédito; - Amortização de Empréstimos (concedidos); - Transferências de Capital; - Outras Receitas de Capital.

� Alienações de Bens – representa a conversão em espécie de bens e direitos.

� Operações de Crédito – são receitas de capital provenientes de empréstimos e financiamentos, tais como: emissão de títulos da dívida interna ou externa, bem como de contratos com organismos financeiros nacionais e internacionais. Objetivam a cobertura do déficit orçamentário.

� Amortização de Empréstimos – constitui receitas decorrentes do retorno de valores anteriormente emprestados a outras entidades de direito público.

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� Transferências de Capital – indicam os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a atender a despesas de capital.

� Outras Receitas de Capital – trata-se de classificação que englobará as demais receitas de capital não previstas nos itens anteriores.

______________________________________________________________________ Quanto à afetação patrimonial • Receitas efetivas – são aquelas que se integram ao patrimônio sem qualquer contrapartida de aumento do passivo ou diminuição do ativo, contribuindo, assim, para o aumento do patrimônio líquido. Ex.: recebimento de impostos, aluguéis, dividendos etc.

• Receitas por mutação patrimonial – são as oriundas de mutações que nada acrescem ao patrimônio líquido, constituindo simples entradas ou alterações nos elementos que o compõem. Ex.: venda de bens (veículos, ações etc.), obtenção de um empréstimo

etc. Obs.: Geralmente, as receitas correntes são consideradas receitas efetivas e as receitas de capital são consideradas receitas por mutação patrimonial. Logo, RECEITAS CORRENTES = RECEITAS EFETIVAS RECEITAS DE CAPITAL = RECEITAS POR MUTAÇÃO PATRIMONIAL * Exceção: Cobrança (recebimento) de Dívida Ativa – é uma receita corrente, classificada como “Outras Receitas Correntes”, porém não é uma receita efetiva, visto que neste caso ocorre um fato permutativo, isto é, recebe-se o valor da dívida, mas baixa-se o direito de recebê-la creditando a rubrica de “Dívida Ativa” no Sistema Patrimonial. Obs.: Nesse caso de recebimento de Dívida Ativa, efetuam-se lançamentos nos Sistemas Orçamentário, Financeiro e Patrimonial. * Exceção: Transferências de Capital – é uma receita de capital, porém não é considerada uma receita por mutação patrimonial, visto que ocorre a

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entrada de um numerário transferido de outro ente, com o propósito de aplicação em despesas de capital, debitando-se a conta Bancos, por exemplo, e creditando-se a conta de Receitas de Capital Arrecadada (Conta de Resultado). Assim, não ocasiona um fato permutativo, pois o patrimônio é aumentado por um valor (debitado na conta Bancos) sem a contrapartida de um crédito em conta patrimonial, que diminua um outro ativo ou aumente um passivo. É válido ressaltar que as exceções aqui apresentadas são bastante cobradas em provas de concursos públicos. ______________________________________________________________________ 3 – Estágios

De acordo com o capítulo II, artigos 51 a 57, da Lei 4.320/64, as receitas percorrem três estágios até chegarem efetivamente aos cofres públicos. São eles:

• Lançamento; • Arrecadação; • Recolhimento.

Lançamento – é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Cabe ressaltar que não devemos confundir a expressão “lançamento” aqui apresentada com lançamento contábil. O lançamento em questão vem a ser um controle extra-contábil para identificar quanto o Estado terá a cobrar de terceiros, como por exemplo, referente a impostos, taxas etc.

Arrecadação – Neste estágio, o Estado recebe os tributos, multas e demais créditos a ele devidos. Tais recebimentos são promovidos pelos agentes da arrecadação, que recebem os recursos dos contribuintes e os entregam ao Tesouro Público.

Esses agentes podem ser divididos em dois grupos:

• agentes públicos (tesourarias, coletorias, postos fiscais etc.) • agentes privados (bancos autorizados, loterias etc.) Recolhimento – O recolhimento é constituído da entrega do numerário arrecadado pelos agentes públicos ou privados às repartições ou ao Banco Oficial. É o momento a partir do qual o valor está disponível para o Tesouro do Estado. É nesse estágio que se verifica o princípio da unidade de tesouraria, segundo o qual todas as receitas orçamentárias e extra-orçamentárias devem ser englobadas em um caixa único, sendo vedada, portanto, qualquer fragmentação para criação de caixas especiais, conforme o artigo 56 da Lei 4.320/64.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 36 Prof. Fabio Furtado

É importante ressaltar que muitos autores, dentre os quais o mestre Lino Martins da Silva, consideram que a receita, na verdade, percorre quatro estágios, que são:

• Previsão; • Lançamento; • Arrecadação; • Recolhimento.

O estágio da previsão vem a ser o estudo que a Fazenda Pública faz visando indicar o quanto se pretende arrecadar no exercício financeiro com o objetivo de custear os serviços públicos programados para o mesmo período.

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Dívida Ativa

1 – Conceito

É a inscrição que se faz em conta de devedores, relacionadas a tributos, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados, mas não arrecadados no exercício de origem. 2 - Classificação

O artigo 39 da Lei 4.320/64 classifica a Dívida Ativa em dois grupos: Dívida Ativa Tributária e Dívida Ativa não Tributária. Dívida Ativa Tributária – reúne somente aos créditos relativos a tributos (impostos, taxas e contribuições) lançados e não arrecadados.

Ex.: IPTU de 2004 lançado contra o contribuinte José Silva, mas não pago por este. No dia 31 de dezembro de 2004, teoricamente, foi inscrito como dívida ativa, isto é, crédito a receber.

Dívida Ativa não Tributária – engloba todos os demais créditos, líquidos e certos, da Fazenda Pública. Como exemplos podemos destacar: dividendos, aluguéis etc. 3 - Apuração

Conforme já mencionado, a dívida ativa é apurada através da seguinte fórmula:

Total lançado (-) total arrecadado = valor inscrito como dívida ativa. Ex. 1: - Foram emitidos, no ano de 2004, carnês de IPTU num total de R$ 10.000,00.

- Foram arrecadados até 31/12/2004 apenas R$ 7.000,00.

O total de Dívida Ativa Tributária inscrita foi de R$ 3.000,00 (10.000,00 – 7.000,00). Ex. 2: - O controle financeiro da Administração discrimina que há um total de multas a receber no exercício de 2004, no valor de R$ 8.000,00.

- Até o final do exercício financeiro foi arrecadado um total de 7.000,00.

O total de Dívida Ativa Não-Tributária inscrita no exercício foi de R$ 1.000,00 (8.000,00 – 7.000,00).

Logo, o total de Dívida Ativa inscrita no exercício foi de R$ 4.000,00 (corresponde a soma da Dívida Ativa Tributária com a Não-Tributária).

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Despesa Pública 1 - Conceito De acordo com o livro Contabilidade Pública do mestre João Angélico, desembolsos, dispêndios ou despesa pública são expressões sinônimas consagradas pela prática. Constitui despesa pública todo pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores. 2 - Classificação A despesa pode ser classificada nos seguintes aspectos:

� quanto à natureza; � quanto à competência político-institucional; � quanto à afetação patrimonial; � quanto à regularidade.

______________________________________________________________________ a) Quanto à natureza

Segundo a natureza, a despesa pode ser dividida em:

- Orçamentária – é a aplicação de recursos públicos na realização dos gastos necessários à manutenção e expansão dos serviços públicos. Trata-se de despesas que integram o orçamento, ou seja, derivam da lei orçamentária ou dos créditos adicionais e, por isso, sofrem rigorosa disciplina nos arts. 12 e 13 da Lei Federal nº 4.320/64 e alterações posteriores editadas pelo órgão central do orçamento. Exemplo: Despesas Correntes

- Pessoal e Encargos Sociais; - Juros e Encargos da Dívida; - Outras Despesas Correntes.

Despesas de Capital

- Investimentos; - Inversões Financeiras; - Amortização da Dívida;

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- Extra-orçamentária – constitui uma saída financeira decorrente da devolução dos recursos recebidos anteriormente a título de ingresso extra-orçamentário. Na realidade, é mais bem denominada de dispêndio extra-orçamentário. É uma despesa que não consta da lei do orçamento e compreende as diversas saídas de numerário decorrentes de devolução de cauções, pagamentos de Restos a Pagar, resgate de operações de crédito por antecipação de receita, bem como de quaisquer valores que se revistam de características de simples transitoriedade, recebidos anteriormente e que, na oportunidade, constituíram receitas extra-orçamentárias.

b) Quanto à competência político-institucional

Quanto a esse aspecto, a despesa é assim classificada:

� federal – quando de responsabilidade da União, que a realiza para atendimento de seus serviços e encargos por força da Constituição, das leis e dos contratos;

� estadual – quando de responsabilidade dos Estados;

� municipal – quando de responsabilidade dos Municípios.

c) Quanto à regularidade

Quanto à regularidade, a despesa pode ser desdobrada em:

- Ordinárias – são despesas constantes, ou seja, que são gastas na manutenção dos serviços públicos. São despesas que se repetem em todos os exercícios.

Exemplo: pessoal, material de consumo, serviços de terceiros e encargos etc. - Extraordinárias – são despesas esporádicas provocadas por circunstâncias de caráter excepcional e que, por isso, nem todos os anos aparecem nos orçamentos.

Exemplo: despesas extraordinárias decorrentes de guerras, enchentes etc.

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AS DESPESAS PÚBLICAS QUANTO ÀS CATEGORIAS ECONÔMICAS: De acordo com a Lei 4.320/64: A Lei nº 4.320/64, em seu art. 12, dispõe que a despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: • Despesas Correntes

- Despesas de Custeio - Transferências Correntes

• Despesas de Capital

- Investimentos - Inversões Financeiras - Transferências de Capital

Despesa Corrente – classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Representam encargos que não produzem acréscimos no patrimônio, respondendo assim, pela manutenção das atividades de cada órgão/atividade. Excluindo-se as aquisições de materiais para formação de estoques, todos os demais dispêndios correntes provocam a diminuição patrimonial (Despesa Efetiva).

- Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.

- Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.

- Consideram-se subvenções, para os efeitos desta Lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

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I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

Despesa de Capital – classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, resultando no acréscimo do patrimônio do órgão ou entidade que a realiza, aumentando, dessa forma, sua riqueza patrimonial. À exceção das transferências de recursos financeiros repassados a outras instituições, para realizarem Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos nos elementos patrimoniais (Despesa por Mutações).

- Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

- Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

- São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

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_________________________________________________________________________ Obs.: A despesa pública também pode ser classificada sob diversos aspectos, dentre os quais temos: a) Quanto ao enfoque econômico (também conhecida como classificação econômica): • c - Categoria econômica; • g - Grupo de natureza da despesa; • mm - Modalidade de aplicação; • ee - Elemento de despesa; • dd - Desdobramento, facultativo, do elemento de despesa. Categoria Econômica – a classificação econômica possibilita analisar o impacto das ações governamentais em toda a economia. As despesas são classificadas nas seguintes categorias econômicas: despesas correntes e despesas de capital. Grupos de Natureza de Despesa – entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos de despesa que apresentem as mesmas características quanto ao objeto do gasto. Modalidade de Aplicação – indica por meio de quem se realiza o gasto. Destina-se a indicar se os recursos serão aplicados diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou transferidos a outros entes públicos, órgãos, entidades etc. Elemento de Despesa – tem por finalidade discriminar os grupos em nível mais detalhado de agregação, identificando o objeto do gasto. Essa classificação foi instituída pela PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº. 163, de 04 de MAIO de 2001.

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Categorias Econômicas 3 - Despesas Correntes 4 - Despesas de Capital Despesa Corrente – classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Representam encargos que não produzem acréscimos no patrimônio, respondendo assim, pela manutenção das atividades de cada órgão/atividade. Excluindo-se as aquisições de materiais para formação de estoques, todos os demais dispêndios correntes provocam a diminuição patrimonial (Despesa Efetiva). Despesa de Capital – classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, resultando no acréscimo do patrimônio do órgão ou entidade que a realiza, aumentando, dessa forma, sua riqueza patrimonial. À exceção das transferências de recursos financeiros repassados a outras instituições, para realizarem Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos nos elementos patrimoniais (Despesa por Mutações). Grupos de Natureza da Despesa 1 – Pessoal e Encargos Sociais 2 – Juros e Encargos da Dívida 3 – Outras Despesas Correntes 4 – Investimentos 5 – Inversões Financeiras 6 – Amortização da Dívida Despesa Corrente

Pessoal e Encargos Sociais – despesas com o pagamento pelo efetivo exercício do cargo ou do emprego ou de função de confiança no setor público, quer civil ou militar; ativo ou inativo, bem como as obrigações de responsabilidade do empregador.

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Juros e Encargos da Dívida – despesas com pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas. Outras Despesas Correntes – despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de serviços prestados por pessoa física sem vínculo empregatício ou pessoa jurídica independente de forma contratual, e outras da categoria econômica “Despesas Correntes”, não classificáveis nos três grupos acima. Despesa de Capital

Investimentos – são as aplicações diretas em programas que visem ao desenvolvimento ou aprimoramento dos serviços prestados pelo Estado, através de construções, inclusive a aquisição de terrenos para este fim e aquisição de materiais permanentes novos, bem como para aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades que impliquem aumento do PIB (Produto Interno Bruto). Inversões Financeiras – são as aplicações para aquisição de bens imóveis, quando não destinados a edificações, ou outros bens patrimoniais já em utilização, constituição e/ou aumento de capital de empresas comerciais e/ou financeiras. Amortização da Dívida – despesas com o pagamento do principal e da atualização monetária ou cambial referente a operações de crédito contratadas. Modalidades de Aplicação 20 – Transferências à União 30 – Transferências a Estados e ao Distrito Federal 40 – Transferências a Municípios 50 – Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos 60 – Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos 70 – Transferências a Instituições Multigovernamentais Nacionais 80 – Transferências ao Exterior 90 – Aplicações Diretas 99 – A Definir Elementos da Despesa (apenas alguns dos elementos de despesa constantes na Portaria 163/2001) 01 – Aposentadorias e Reformas

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03 – Pensões 14 – Diárias-Civil 15 – Diárias-Militar 30 – Material de Consumo 36 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física 39 – Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 92 – Despesas de Exercícios Anteriores ______________________________________________________________________

b) Quanto à afetação patrimonial Quanto à afetação patrimonial, as despesas são divididas em: Despesas efetivas – conjunto de despesas que contribuem para o decréscimo do patrimônio líquido do Estado. As despesas efetivas são, pois, aquelas cuja responsabilidade de pagamento o Estado obrigatoriamente assume, fixando dotações orçamentárias anuais, tais como:

� despesas com pessoal e encargos sociais; � juros e encargos da dívida; � outras despesas correntes.

Despesas por mutações patrimoniais – são as despesas oriundas de mutações que em nada diminuem o patrimônio líquido, constituindo simples saídas ou alterações compensatórias nos elementos que o compõem. Assim, temos:

� investimentos; � inversões financeiras; � amortização da dívida;

Obs.: Geralmente, as despesas correntes são consideradas despesas efetivas e as despesas de capital são consideradas despesas por mutação patrimonial. Logo, DESPESAS CORRENTES = DESPESAS EFETIVAS DESPESAS DE CAPITAL = DESPESAS POR MUTAÇÃO PATRIMONIAL • Exceção: Aquisição de Material de Consumo para Estoque – é uma despesa corrente, classificada como “Outras Despesas Correntes”,

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porém não é uma despesa efetiva, visto que neste caso ocorre um fato permutativo, isto é, recebe-se o material, CONTABILIZANDO A DÉBITO NO SISTEMA PATRIMONIAL, mas em contrapartida contabiliza-se a saída de numerário (CAIXA ou BANCOS) para quitação da compra ou o reconhecimento da OBRIGAÇÃO (FORNECEDORES), NO SISTEMA FINANCEIRO.

Obs.: Nesse caso, efetuam-se lançamentos nos Sistemas Orçamentário, Financeiro e Patrimonial. Obs. 2 : A compra de material para consumo imediato é classificada como despesa corrente (custeio) e despesa efetiva * Exceção: Transferências de Capital – é uma despesa de capital, porém não é considerada uma despesa por mutação patrimonial, visto que ocorre a saída de um numerário transferido para outro ente, com o propósito de aplicação, por parte deste outro ente, em despesas de capital. Credita-se a conta Bancos, por exemplo, pela saída de numerário e debita-se a conta de Despesa de Capital Realizada (Conta de Resultado). Assim, não ocasiona um fato permutativo, pois o patrimônio é diminuído por um valor (creditado na conta Bancos) sem a contrapartida de um débito em conta patrimonial, que aumente um outro ativo ou diminua um passivo. È válido ressaltar que as exceções aqui apresentadas são bastante cobradas em provas de concursos públicos. c) Classificação Funcional-Programática A classificação funcional é constituída das seguintes funções e subfunções:

FUNÇÕES E SUBFUNÇÕES DE GOVERNO

FUNÇÕES SUBFUNÇÕES 01 - Legislativa 031 – Ação Legislativa

032 – Controle Externo 02 - Judiciária 061 – Ação Judiciária

062 – Defesa do Interesse Público no Processo Judiciário 03 – Essencial à Justiça 091 – Defesa da Ordem Jurídica

092 – Representação Judicial e Extrajudicial 04 - Administração 121 – Planejamento e Orçamento

122 – Administração Geral 123 – Administração Financeira

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124 – Controle Interno 125 – Normalização e Fiscalização 126 – Tecnologia da Informação 127 – Ordenamento Territorial 128 – Formação de Recursos Humanos 129 – Administração de Receitas 130 – Administração de Concessões 131 – Comunicação Social

05 – Defesa Nacional 151 – Defesa Aérea 152 – Defesa Naval 153 – Defesa Terrestre

06 – Segurança Pública

181 – Policiamento 182 – Defesa Civil 183 – Informação e Inteligência

07 – Relações Exteriores 211 – Relações Diplomáticas 212 – Cooperação Internacional

08 – Assistência Social 241 – Assistência ao Idoso 242 – Assistência ao Portador de Deficiência 243 – Assistência à Criança e ao Adolescente 244 – Assistência Comunitária

09 – Previdência Social 271 – Previdência Básica 272 – Previdência do Regime Estatutário 273 – Previdência Complementar 274 – Previdência Especial

10 – Saúde 301 – Atenção Básica 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 - Suporte Profilático e Terapêutico 304 – Vigilância Sanitária 305 – Vigilância Epidemiológica 306 – Alimentação e Nutrição

11 – Trabalho 331 – Proteção e Benefício ao Trabalhador 332 – Relações de Trabalho 333 – Empregabilidade 334 – Fomento ao Trabalho

12 - Educação 361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio 363 – Ensino Profissional 364 – Ensino Superior 365 – Educação Infantil 366 – Educação de Jovens e Adultos 367 – Educação Especial

13 - Cultura 391 – Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico 392 – Difusão Cultural

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14 – Direitos da Cidadania

421 – Custódia e Reintegração Social 422 – Direitos Individuais, Coletivos e Difusos 423 – Assistência aos Povos Indígenas

15 - Urbanismo 451 – Infra – Estrutura Urbana 452 – Serviços Urbanos 453 - Transportes Coletivos e Urbanos

16 – Habitação 481 – Habitação Rural 482 – Habitação Urbana

17 - Saneamento 511- Saneamento Básico Rural 512 – Saneamento Básico Urbano

18 – Gestão Ambiental 541 – Preservação e Conservação Ambiental 542 – Controle Ambiental 543 – Recuperação de Áreas Degradadas 544 – Recursos Hídricos 545 – Meteorologia

19 - Ciência e Tecnologia 571 – Desenvolvimento Científico 572 – Desenvolvimento Tecnológico 573 – Difusão do Conhecimento Científico e Tecnológico

20 – Agricultura 601 – Promoção da Produção Vegetal 602 – Promoção da Produção Animal 603 – Defesa Sanitária Vegetal 604 - Defesa Sanitária Animal 605 – Abastecimento 606 – Extensão Rural 607 - Irrigação

21 – Organização Agrária 631 – Reforma Agrária 632 - Colonização

22 - Indústria 661 – Promoção Industrial 662 - Produção Industrial 663 – Mineração 664 – Propriedade Industrial 665 – Normalização e Qualidade

23 – Comércio e Serviços 691 –Promoção Comercial 692 – Comercialização 693 – Comércio Exterior 694 - Serviços Financeiros 695 - Turismo

24 – Comunicações 721 – Comunicações Postais 722 -Telecomunicações

25 – Energia 751 – Conservação de Energia 752 – Energia Elétrica 753 – Petróleo 754 – Álcool

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26 – Transporte 781 – Transporte Aéreo 782 – Transporte Rodoviário 783 – Transporte Ferroviário 784 – Transporte Hidroviário 785 – Transportes Especiais

27 – Desporto e Lazer 811 – Desporto de Rendimento 812 – Desporto Comunitário 813 - Lazer

28 – Encargos Especiais 841 – Refinanciamento da Dívida Interna 842 - Refinanciamento da Dívida Externa 843 – Serviço da Dívida Interna 844 – Serviço da Dívida Externa 845 – Transferências 846 – Outros Encargos Especiais

Art. 1º (...) §1º Como função, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. §2º A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto uma agregação neutra. §3º A subfunção representa uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público. §4º As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas, na forma do Anexo a esta Portaria.

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Classificação ou Estrutura Programática Programas, Projetos/Atividades/Operações Especiais

� Programas – são instrumentos de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no Plano Plurianual.

� Projetos – são instrumentos de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam num período limitado de tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo. Exemplo: a) construção de escola; b) construção de hospital etc.

� Atividades – são instrumentos de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação do governo. Exemplo: a) contratação de professores para a escola construída; b) contratação de profissionais de saúde para o hospital construído etc.

� Operações Especiais – são despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não gera contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Representam, basicamente, o detalhamento da função Encargos Especiais. São exemplos típicos: amortizações e encargos, pagamento de sentenças judiciais, indenizações etc.

Resumindo, segundo a Portaria nº 42/99, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, temos: Classificação Funcional: Funções e Subfunções Classificação Programática:Programas, Projetos/Atividades/Operações Especiais.

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3 - Estágios De acordo com o capítulo III, da Lei 4.320/64, os estágios da despesa pública são três: • Empenho; • Liquidação; • Pagamento Cabe ressaltar que segundo o professor Lino Martins da Silva, a despesa pública percorre quatro estágios, que são: • Fixação; • Empenho; • Liquidação; • Pagamento Fixação – esse estágio refere-se à estimativa, pelo Poder Público, de quanto irá ser alocado em cada dotação, sendo o montante o limite a ser gasto, visando o atendimento das necessidades coletivas. Empenho – é o ato emanado de poder competente que cria para o Estado uma obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição que será cumprido com a entrega do material, a medição da obra ou a prestação dos serviços. O empenho é prévio, ou seja, precede à realização da despesa e tem de respeitar o limite do crédito orçamentário. ______________________________________________________________________ O empenho compreende três fases, que são: Licitação ou sua dispensa; Autorização Formalização A licitação ou dispensa precede ao empenho da despesa e tem por objetivo verificar, entre vários fornecedores, quem oferece condições mais vantajosas à administração. Existem seis modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e o pregão. A autorização constitui a decisão, manifestação ou despacho do Ordenador, isto é, a permissão dada pela autoridade competente para

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realização da despesa. Geralmente, nessa fase é emitida a NAD - Nota de Autorização da Despesa. A formalização corresponde à dedução do valor da despesa feita no saldo disponível da dotação, e é comprovada pela emissão da Nota de Empenho que em determinadas situações previstas na legislação específica poderá ser dispensada, como nos casos das despesas relativas a: Pessoal e Encargos Sociais, Juros e Encargos da Dívida etc. ______________________________________________________________________ Os empenhos são classificados nas seguintes modalidades: • Ordinário – quando destinado a atender a despesa cujo pagamento se processe de uma só vez;

Ex.: Compra de um veículo à vista. • Estimativa – quando destinado a atender despesas para as quais não se possa previamente determinar o montante exato;

Ex.: Despesas com água, luz, telefone etc. • Global – quando destinado a atender a despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento, cujo montante exato possa ser determinado.

Ex.: Despesas com serviços de limpeza executado por uma empresa contratada;

Aquisição de um bem cujo pagamento será de forma

parcelada etc. ______________________________________________________________________ Liquidação – Consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Cabe observar que essa verificação tem por finalidade apurar: I – a origem e o objeto do que se tem que pagar; II – a importância exata a pagar; III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

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I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo; II – a nota de empenho; III – os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço. Esses documentos comprobatórios podem ser a Nota fiscal ou o Cupom Fiscal emitidos pelo fornecedor. Deve-se verificar se na Nota ou no Cupom constam as assinaturas e matrículas de dois servidores atestando que a mercadoria foi devidamente entregue ou o serviço foi executado a contento. É nesse estágio que é emitida a Ordem de Pagamento. A Ordem de Pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. A Ordem de Pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade. É nesse documento que o ordenador da despesa autoriza o pagamento. È nele que vem apresentado o famoso termo “PAGUE-SE”. Pagamento – É o último estágio da despesa. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento ou suprimento de fundos. O pagamento pode ser realizado da seguinte forma:

- cheque nominativo – mediante recibo do beneficiário; - ordem bancária – o órgão transfere ao banco a responsabilidade de finalizar o pagamento, mediante débito em sua conta. O meio de pagamento mais utilizado atualmente é a transmissão de arquivo ao banco contendo a relação dos credores, nºs das respectivas contas correntes para crédito e valores a serem creditados nas contas de cada credor.

- adiantamento ou suprimento de fundos – consiste na liberação de numerário a um servidor para realizar determinada despesa e posterior prestação de contas.

Aproveitando que estamos comentando sobre o regime de adiantamento, segue o disposto nos artigos 68 e 69 da Lei 4.320/64:

Art. 68 - O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de

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Também conhecido por Suprimento Individual.
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realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

Art. 69 - Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois adiantamentos.

O regime de adiantamento também é conhecido como SUPRIMENTO DE FUNDOS. Suprimento de Fundos É a modalidade de realização de despesa por meio de adiantamento concedido a servidor, para prestação de contas posterior, quando não for realizável o pagamento utilizando-se os serviços da rede bancária. O ordenador pode conceder suprimentos:

• para atender a despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;

• quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento;

• para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

A legislação proíbe expressamente a concessão de suprimentos:

• a responsável por dois suprimentos; • a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;

• a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e

• a servidor declarado em alcance (que teve suas contas impugnadas).

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Restos a Pagar 1 - Conceito De acordo com o art. 36 da Lei nº 4.320/64, consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não-pagas, até 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não-processadas. A despesa está processada quando já transcorreu o estágio da liquidação, ou seja, quando o credor/fornecedor já cumpriu sua obrigação. 2 – Classificação Os Restos a Pagar são classificados em: PROCESSADOS e NÃO-PROCESSADOS, como segue: RESTOS A PAGAR PROCESSADOS Entendem-se como Restos a Pagar Processados, as despesas, legalmente empenhadas, cujo objeto do empenho já foi recebido, ou seja, já ocorreu o estágio da liquidação, mas não houve o pagamento. RESTOS A PAGAR NÃO-PROCESSADOS Entendem-se como Restos a Pagar Não-Processados, as despesas, legalmente empenhadas, que não foram liquidadas e não-pagas até 31 de dezembro do mesmo exercício. 3 – Inscrição A inscrição em Restos a Pagar é feita na data do encerramento do exercício financeiro de emissão da nota de empenho, e terá validade até 31 de dezembro do ano subseqüente, vedada a reinscrição. É considerada receita extra-orçamentária. 4 – Pagamento O pagamento de Restos a Pagar, seja Processado ou Não-Processado, é feito no ano seguinte ao da sua inscrição. É considerado despesa extra-orçamentária. RESTOS A PAGAR PROCESSADOS Basta pagar o valor inscrito como Restos a Pagar Processados ao fornecedor, visto que a despesa já foi devidamente liquidada.

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RESTOS A PAGAR NÃO-PROCESSADOS Primeiro, deve-se efetuar a liquidação da despesa e depois deve-se realizar o pagamento ao fornecedor. 5 – Cancelamento Os Restos a Pagar não-pagos até 31 de dezembro do ano subseqüente ao de sua inscrição serão cancelados. Obs.: Sendo o pagamento reclamado após o cancelamento da inscrição, uma vez reconhecido o direto do credor, deverá (o pagamento) ser efetuado à conta do orçamento vigente, isto é, sendo enquadrada como Despesas de Exercícios Anteriores. 6 – Prescrição Os Restos a Pagar só prescrevem após 05 (cinco) anos a partir da data de inscrição. A prescrição relativa ao direito do credor ocorre em cinco anos, contados a partir da data de inscrição, excetuando-se os casos em que haja interrupções decorrentes de atos judiciais. Despesas de Exercícios Anteriores Essas despesas resultam de compromissos gerados em exercícios anteriores, sendo pagas à conta do próprio orçamento vigente. Enquadram-se nessa condição:

• as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, assim entendidas aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas cuja obrigação tenha sido cumprida pelo credor no prazo estabelecido;

• os Restos a Pagar com prescrição interrompida, assim considerada a despesa cuja inscrição em Restos a Pagar tenha sido cancelada, ainda vigendo o direito do credor;

• os compromissos decorrentes de obrigação de pagamento criada em virtude de lei e reconhecidos após o encerramento do exercício.

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Prescrição - As dívidas de exercícios anteriores, que dependem de requerimento do favorecido, prescrevem em 05 (cinco) anos, contados da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo direito. O início do período da dívida corresponde à data constante do fato gerador do direito, não sendo considerado, para a prescrição qüinqüenal, o tempo de tramitação burocrática e o de providências administrativas a que estiver sujeito o processo. Segue abaixo o art. 37 da Lei 4.320/64 que trata deste item (Despesas de Exercícios Anteriores)

“Art. 37 - As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.”

Anulação de Operações Orçamentárias Durante o exercício, pode ocorrer devolução de receita motivada por pagamento efetuado a maior, ou indevidamente, por parte do contribuinte, ou restituição de despesa decorrente de recebimento a maior, ou indevidamente, por parte do beneficiário. Essas operações podem ser realizadas durante o exercício em que ocorram ou em exercícios futuros. 1 – Anulação da Receita a) Acontecendo no exercício de sua arrecadação, faz-se o estorno da receita realizada;

b) Ocorrendo a restituição após o encerramento do exercício de sua realização, constitui Despesa Orçamentária.

2 – Anulação da Despesa a) Acontecendo no exercício da emissão do empenho correspondente, faz-se o estorno revertendo o valor ao saldo da dotação correspondente;

b) Ocorrendo a restituição após o encerramento do exercício de seu empenho e pagamento, constitui Receita Orçamentária.

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Dívida Pública 1 - Conceito Significa o conjunto de compromissos, de curto ou longo prazos, assumidos pelo Estado com terceiros. 2 – Classificação Dívida Flutuante O artigo 92 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida flutuante.

- A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da dívida fundada);

III - os depósitos (consignações ou cauções e garantias recebidas em função de execução de obra pública, por exemplo);

IV - os débitos de tesouraria (ARO – operações de crédito por antecipação de receita destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria).

OBS.: ARO – OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DA RECEITA (artigo 38-LRF) = DÉBITOS DE TESOURARIA A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e só será válida se cumprir as seguintes exigências:

• existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica (ver artigo 165, § 8º da CF);

• observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;

• atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição (regra de ouro);

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• observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei complementar;

• realização somente a partir do décimo dia do inicio do exercício;

• liquidação, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de

dezembro de cada ano;

• autorização negada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir;

• proibição da realização de ARO:

a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não

integralmente resgatada; b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou

Prefeito Municipal. Dívida Fundada O artigo 98 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida fundada.

- A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 (doze) meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.

A lei 4.320/64 estabelece, ainda, que a dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.

_________________________________________________________________________

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OBS.: A DÍVIDA PÚBLICA NA LRF:

A LRF, além de alterar o conceito legal de dívida pública assinalado na Lei nº 4.320/64, estabeleceu uma série de regras restritivas e controladoras para o endividamento público. Essas regras estão assinaladas ao longo dos artigos 29 a 40.

Novas definições da Dívida Pública, segundo a LRF: I – dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses, bem como as operações de crédito de prazo inferior a doze meses , cujas receitas tenham constado do orçamento e os precatórios judiciais não-pagos durante a execução do orçamento em que houverem sido incluídos; II – dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, dos Estados e dos Municípios; III – operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros; IV – concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculadas; V – refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.

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Patrimônio Público O patrimônio é conceituado como sendo um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa física ou jurídica. O Patrimônio Público pode ser conceituado como segue:

• Patrimônio Público é o conjunto de bens, direitos e obrigações de propriedade do Estado.

OU

• O Patrimônio do Estado constitui o conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na consecução dos seus objetivos.

Bens Públicos 1 - Conceito Conjunto de meios pelos quais o Estado desenvolve suas atividades de prestação de serviços à comunidade.

2 – Classificação Os bens públicos podem ser classificados da seguinte forma:

• Bens de Uso Comum; • Bens de Uso Especial; • Bens Dominiais ou Dominicais.

Bens de Uso Comum São imóveis de domínio público e não são apropriados contabilmente ao Patrimônio Estatal, constituindo, assim o Patrimônio Comunitário ou Social. Podem ser: a) naturais – praias, rios, lagos etc. b) artificiais (construídos pela ação do homem) – ruas, estradas, pontes, praças etc.

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São, portanto, de uso comum todos os bens destinados ao uso da comunidade, quer individual ou coletivamente, e por isso apresentam as seguintes características:

• não são contabilizados como Ativo, embora as obrigações decorrentes sejam incluídas no Passivo;

• não são inventariados ou avaliados;

• não podem ser alienados;

• são impenhoráveis e imprescritíveis;

• o uso pode ser oneroso ou gratuito;

• estão excluídos do patrimônio da instituição. Bens de Uso Especial Também podem ser denominados Bens do Patrimônio Administrativo – são os destinados à execução dos serviços públicos, como os edifícios ou terrenos utilizados pelas repartições ou estabelecimentos públicos, bem como os móveis e materiais indispensáveis a seu funcionamento. Tais bens têm uma finalidade pública permanente, razão pela qual são denominados bens patrimoniais indispensáveis. Esses bens têm as seguintes características:

• são contabilizados;

• são inventariados e avaliados;

• são inalienáveis quando empregados no serviço público; nos demais casos, são alienáveis, mas sempre nos casos e na forma que a lei estabelecer;

• estão incluídos no patrimônio da instituição. Bens Dominiais ou Dominicais Também podem ser denominados Bens do Patrimônio Disponível – são os que integram o patrimônio público com características diferentes, pois podem ser utilizados em qualquer fim, ou mesmo alienados se a administração julgar conveniente. Os bens dominiais possuem as seguintes características:

• estão sujeitos à contabilização;

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 63 Prof. Fabio Furtado

• são inventariados e avaliados;

• podem ser alienados nos casos e na forma que a lei estabelecer;

• estão incluídos no patrimônio da instituição;

• dão e podem produzir renda. Demonstrações Contábeis utilizadas na Contabilidade Pública Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial e na Demonstração das Variações Patrimoniais. Balanço Orçamentário (BO) O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. Dessa forma demonstra:

• a economia orçamentária: que ocorre quando a despesa realizada é menor que a despesa fixada;

• o superávit orçamentário: que ocorre quando a despesa realizada é menor que a receita arrecadada;

• o déficit orçamentário: que ocorre quando a despesa realizada é maior que a receita arrecadada;

• o excesso de arrecadação: que ocorre quando a receita arrecadada é maior que a receita estimada;

• a insuficiência de arrecadação: que ocorre quando a receita arrecadada é menor que a receita estimada.

Balanço Orçamentário

Receita Despesa

Títulos Previsão $

Execução $

Diferença $

Títulos Fixação $

Execução $

Diferença $

Rec. Correntes Rec. Tributária Rec. Patrimonial Rec. Industrial Transf. Correntes Rec. de Capital Op. de Crédito Alienação bens

(A)

(B)

(B-A)

Créd.Orçament. e Suplementar Desp.Correntes Desp. de Capital Créd. Especiais Créd. Extraord.

(C)

(D)

(D-C)

Soma Soma Déficit (B < D) Superávit (D < B) Total Total

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 64 Prof. Fabio Furtado

Balanço Financeiro (BF) O Balanço Financeiro demonstrará a receita e despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte. O Balanço Financeiro representa ao final do exercício o produto da contabilidade financeira, cuja função é a de registrar as operações relativas à movimentação de valores, especialmente numerário.

Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-orçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

Balanço Financeiro

Receita Despesa

Títulos $ Títulos $ Orçamentária Rec. Correntes Rec. Tributária Rec. Patrimonial Rec. Industrial Transf. Correntes Rec. de Capital Op. de Crédito Alienação bens Extra-Orçamentária Restos a Pagar (inscritos no exercício) Depósitos de Terceiros (cauções recebidas) S E A

Orçamentária Legislativa Judiciária Administração Segurança Pública Trabalho Educação Cultura Extra-Orçamentária Restos a Pagar (pagos no exercício) Depósitos de Terceiros (cauções devolvidas) S E S

Total Total Onde: S E A = Saldo do Exercício Anterior S E S = Saldo para o Exercício Seguinte

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 65 Prof. Fabio Furtado

Obs.: No Balanço Financeiro, a receita orçamentária é demonstrada por categoria econômica, enquanto a despesa é apresentada por função de governo. Então, Receita categoria econômica Despesa função O Balanço Financeiro funciona da seguinte forma:

SI + E – S = SF Onde: SI = Saldo inicial dos recursos, que é o mesmo que SEA (Saldo do Exercício Anterior); E = Entradas de recursos, que vem a ser o mesmo que as receitas; S = Saídas de recursos, que vem a ser o mesmo que as despesas. SF = Saldo final dos recursos, que é o mesmo que SES (Saldo para o Exercício Seguinte); Logo, podemos demonstrar da seguinte forma:

SEA + R – D = SES

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 66 Prof. Fabio Furtado

Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) A DVP evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Demonstração das Variações Patrimoniais Variações Ativas

Resultantes do Orçamento 1.070.000

Receitas Orçamentárias 670.000 Receitas Correntes 500.000 Receitas de Capital 170.000 Mutação Patrimonial da Despesa 400.000 Independentes da Execução Orçamentária 10.000 Superveniência Ativa 10.000 Insubsistência Passiva - Soma das Variações Ativas 1.080.000 Resultado Patrimonial – Déficit - Total 1.080.000

Variações Passivas

Resultantes do Orçamento 850.000

Despesas Orçamentárias 680.000 Despesas Correntes 280.000 Despesas de Capital 400.000 Mutação Patrimonial da Receita 170.000 Independentes da Execução Orçamentária - Superveniência Passiva - Insubsistência Ativa - Soma das Variações Passivas 850.000 Resultado Patrimonial – Superávit 230.000 Total 1.080.000

A DVP, como se pode verificar, apresenta-se basicamente dividida em três grupos de contas: Resultantes da Execução Orçamentária (REO), Independente da Execução Orçamentária (IEO) e Resultado Patrimonial (RP).

O grupo Resultante da Execução Orçamentária (REO) subdivide-se em receita orçamentária ou despesa orçamentária e em mutações patrimoniais. Como o próprio nome explicita, nesse grupo está registrado o saldo final da execução do orçamento por categoria econômica. As mutações patrimoniais decorrem de variações positivas e negativas no ativo e passivo permanente, resultantes da execução das receitas (exceto Transferências de Capital recebidas) e das despesas de capital (exceto Transferências de Capital concedidas) ou de algumas receitas (recebimento ou cobrança da Dívida Ativa) e despesas correntes (aquisição de material a ser estocado).

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 67 Prof. Fabio Furtado

As Variações Independentes da Execução Orçamentária (IEO) apresentam os acréscimos ou as reduções no patrimônio do Estado não originados da execução do orçamento, bem como os fatos supervenientes e insubsistentes ativos e passivos. As Superveniências representam aumentos patrimoniais de origem extra-orçamentários não originados do orçamento, já as Insubsistências são diminuições patrimoniais de origem extra-orçamentárias, também não originadas do orçamento. Sendo assim, as superveniências e as insubsistências classificam-se em ativas e passivas, a saber:

a) superveniências ativas (incorporação de bens e direitos): aumentos de valores representativos de ativos de origens extra-orçamentárias;

b) superveniências passivas (incorporação de dívidas e

obrigações): aumentos de valores representativos do passivo de origem extra-orçamentária;

c) insubsistências ativas (desincorporação de bens e direitos):

diminuições de valores representativos de ativos de origens extra-orçamentárias;

d) insubsistências passivas (desincorporação de dívidas e

obrigações): diminuições de valores representativos do passivo de origens extra-orçamentárias.

São vários os exemplos de superveniência e insubsistências ativas e passivas, entre os quais se têm:

• superveniência ativa: registro (inscrição) da dívida ativa, doação recebida, nascimento de animais nas criações pecuárias do Estado, reavaliação de ativos, entre outros;

• insubsistências passivas: cancelamento de restos a pagar e dívidas, entre outros;

• superveniência passiva: encampação de uma dívida, entre outros;

• insubsistências ativas: a morte de animais nas criações pecuárias do Estado, extravio (roubo devidamente comprovado), cancelamento de dívida ativa, doação efetuada, entre outros.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 68 Prof. Fabio Furtado

Toda receita de capital é uma receita por mutação patrimonial, exceto a decorrente de transferências de capital, e todo recebimento (também pode vir denominado na prova como COBRANÇA) de dívida ativa, apesar de ser classificado como outras receitas correntes, também é considerado receita por mutação patrimonial. Toda receita por mutação patrimonial é uma mutação passiva, conforme segue: Toda despesa de capital é uma despesa por mutação patrimonial, exceto a decorrente de transferências de capital, e toda aquisição de material para estoque (almoxarifado), apesar de ser classificado como despesas correntes, também é considerada despesa por mutação patrimonial. Toda despesa por mutação patrimonial é uma mutação ativa, conforme segue: Corrente Receitas Capital Result. Exec. Orç. Variação Ativa Mutação Patrim. Despesa Superveniência Ativa Indep. Exec. Orç. (incorporação de ativo) Insubsistência Passiva * (desincorporação de passivo) Corrente Despesas Capital Result. Exec. Orç. Variação Passiva Mutação Patrim. Receita Superveniência Passiva Indep. Exec. Orç. (incorporação de passivo) Insubsistência Ativa ** (desincorporação de ativo)

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 69 Prof. Fabio Furtado

* Denominação utilizada pela maioria dos autores, todavia, é válido destacar que o professor Lino Martins da Silva, em sua obra Contabilidade Governamental – Um Enfoque Administrativo, da editora Atlas, adota a seguinte nomenclatura: “Insubsistência Ativa”, concordando o termo “Ativa” com a natureza da variação que é ativa. A STN e o CFC concorda com Lino Martins. ** Denominação utilizada pela maioria dos autores, todavia, também é válido destacar que o professor Lino Martins da Silva, em sua obra Contabilidade Governamental – Um Enfoque Administrativo, da editora Atlas, adota a seguinte nomenclatura: “Insubsistência Passiva”, concordando o termo “Passiva” com a natureza da variação que é passiva. A STN e o CFC concorda com Lino Martins. Diante do exposto, concluímos que: Em relação à variação ativa: A maioria dos autores utiliza a expressão “Insubsistência Passiva” indicando que está ocorrendo uma variação ativa em virtude de uma perda de passivo. O professor Lino Martins, adota a expressão “Insubsistência Ativa” indicando que a perda ocorrida (de passivo) é uma coisa positiva. Em relação à variação passiva: A maioria dos autores utiliza a expressão “Insubsistência Ativa” indicando que está ocorrendo uma variação passiva em virtude de uma perda de ativo. O professor Lino Martins, adota a expressão “Insubsistência Passiva” indicando que a perda ocorrida (de ativo) é uma coisa negativa. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ A DVP, atualmente, inclui novos elementos não previstos na Lei nº 4.320/64. Esses novos elementos são as interferências ativas e interferências passivas. De acordo com o livro Contabilidade Aplicada à Administração Pública, do Prof: Fernando Glauber Lima Mota, da editora Vestcon, “... em decorrência da evolução ocorrida na área pública, com a implementação de novos procedimentos e conceitos, proporcionada com a utilização de sistemas de

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 70 Prof. Fabio Furtado

informática (Siafi e Siafem), encontramos novos conteúdos na demonstração das variações patrimoniais, destacados em negrito a seguir, que não foram previstos na Lei nº 4.320/64, senão vejamos: VARIAÇÕES ATIVAS:

- Variações ativas orçamentárias: receitas orçamentárias, interferências ativas (transferências financeiras recebidas) e as mutações ativas de bens, direitos e obrigações, decorrentes da despesa.

- Variações ativas extra-orçamentárias: receitas extra-orçamentárias, interferências ativas (transferências financeiras e patrimoniais recebidas) e os acréscimos patrimoniais decorrentes de incorporação de bens e direitos e desincorporação de obrigações.

VARIAÇÕES PASSIVAS:

- Variações passivas orçamentárias: despesas orçamentárias, interferências passivas (transferências financeiras concedidas) e as mutações passivas de bens, direitos e obrigações, decorrentes da receita.

- Variações passivas extra-orçamentárias: despesas extra-orçamentárias, interferências passivas (transferências financeiras e patrimoniais concedidas) e os decréscimos patrimoniais decorrentes de desincorporação de bens e direitos e incorporação de obrigações.

... As variações ativas orçamentárias representadas pelas interferências ativas apresentam valores oriundos da movimentação financeira decorrente da execução orçamentária (cotas, repasses e sub-repasses recebidos etc.). As variações passivas orçamentárias representadas pelas interferências passivas apresentam valores que têm origem na movimentação financeira pela execução do orçamento (cotas, repasses e sub-repasses concedidos etc.)... ... As variações ativas extra-orçamentárias podem ser representadas pelas interferências ativas, que apresentam valores oriundos da movimentação financeira extra-orçamentária e de bens entre unidades gestoras do mesmo órgão/gestão. As variações passivas extra-orçamentárias podem ser representadas pelas interferências passivas, que apresentam valores oriundos também da movimentação financeira extra-orçamentária e de bens entre unidades gestoras do mesmo órgão/gestão”.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 71 Prof. Fabio Furtado

De acordo com o livro Contabilidade Pública de Diana Vaz de Lima e Róbison Gonçalves de Castro, da editora Atlas, temos: interferências passivas, correspondentes ao resultado orçamentário, representam as transferências financeiras concedidas, na forma de cota, repasse e sub-repasse concedidos. interferências passivas, correspondentes ao resultado extra-orçamentário, representam as transferências financeiras concedidas para atender a restos a pagar (que pertencem ao orçamento do exercício anterior) e as transferências de bens e valores concedidos. interferências ativas, correspondentes ao resultado orçamentário, representam as transferências financeiras recebidas, na forma de cota, repasse e sub-repasse recebidos. interferências ativas, correspondentes ao resultado extra-orçamentário, representam as transferências financeiras recebidas para atender a restos a pagar (que pertencem ao orçamento do exercício anterior) e as transferências de bens e valores recebidos. De acordo com o livro acima, temos ainda: “MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS Com base na Programação Financeira Aprovada (PFA), o Órgão Central de Programação Financeira (STN/Cofin) procede à liberação de cota para a Setorial de Orçamentos e Finanças (COF). A partir desse momento, a Setorial dá início à movimentação dos recursos financeiros até o limite de sua cota, transferindo-os às unidades gestoras para a realização de despesas com projetos/atividades/operações especiais durante determinado período (geralmente um mês). A movimentação de recursos entre as unidades do sistema de programação financeira é executada através de liberações de cotas, repasses e sub-repasses:

a) cota: é a primeira fase da movimentação dos recursos, realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado pela STN. Esses recursos são colocados à disposição dos órgãos setoriais de programação financeira mediante movimentação intra-Siafi dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional;

b) repasse: é a liberação dos recursos realizada pelos órgãos setoriais de programação financeira para entidades da

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 72 Prof. Fabio Furtado

Administração Indireta e entre elas; e, ainda, da entidade da Administração Indireta para órgãos da Administração Direta, ou entre eles, se de órgãos diferentes;

c) sub-repasse: é a liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades gestoras de um mesmo Ministério, órgão ou entidade.”

Obs.: Diante do exposto, a DVP conterá o termo “Interferências Ativas” nos grupos Resultantes da Execução Orçamentária e Independentes da Execução Orçamentária na coluna das variações ativas e conterá também o termo “Interferências Passivas” nos grupos Resultantes da Execução Orçamentária e Independentes da Execução Orçamentária na coluna das variações passivas. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Balanço Patrimonial (BP) O Balanço Patrimonial demonstrará: o Ativo Financeiro; o Ativo Permanente; o Passivo Financeiro; o Passivo Permanente; o Saldo Patrimonial; as Contas de Compensação. O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente da autorização orçamentária e os valores numerários. O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores cuja mobilização ou alienação dependa da autorização legislativa. A soma desse dois grupos (Ativo Financeiro e Ativo Permanente ou Ativo Não-Financeiro) corresponde ao Ativo Real. O Passivo Financeiro compreenderá os compromissos exigíveis cujo pagamento independa de autorização orçamentária. O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. A soma desse dois grupos (Passivo Financeiro e Passivo Permanente ou Passivo Não-Financeiro) corresponde ao Passivo Real.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 73 Prof. Fabio Furtado

O Saldo Patrimonial resulta do confronto entre Ativo Real e Passivo Real e será assim demonstrado:

� saldo patrimonial positivo ou Ativo Real Líquido: ocorre quando o Ativo Real for maior que o Passivo Real;

� saldo patrimonial negativo ou Passivo a Descoberto: ocorre quando o Passivo Real for maior que o Ativo Real;

� saldo patrimonial nulo: decorre da igualdade entre os elementos do ativo e do Passivo.

Nas Contas de Compensação (Ativo Compensado e Passivo Compensado) serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, mediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. Cabe observar que a avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá às normas seguintes (Art. 106 da Lei 4.320/64): - os débitos, créditos bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço; - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção; - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras;

- os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional;

As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores serão apropriadas às variações patrimoniais ativas ou passivas, conforme o caso, podendo ainda ser efetuadas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 74 Prof. Fabio Furtado

Balanço Patrimonial Ativo Ativo Financeiro Caixa Bancos Ativo Permanente Bens Imóveis Bens Móveis Ativo Real Ativo Compensado Total

28.000,00 2.000,00 26.000,00 80.000,00 60.000,00 20.000,00 108.000,00

-

108.000,00

Passivo Passivo Financeiro Restos a Pagar INSS a recolher Passivo Permanente Operações de Crédito Passivo Real Saldo Patrimonial (Ativo Real Líquido) Passivo Compensado Total

20.000,00 12.000,00 8.000,00 30.000,00 30.000,00 50.000,00 58.000,00

- 108.000,00

____________________________________________________________________________________________________________________________________________ IMPORTANTE: Segundo § 2º do art. 15 da Lei 4.320/64, para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de duração superior a 2(dois) anos. Isto quer dizer o seguinte: - se o material adquirido tiver a duração superior a 2 anos, deve ser classificado como material permanente; - se o material adquirido tiver a duração igual ou inferior a 2 anos, deve ser classificado como material de consumo. __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 75 Prof. Fabio Furtado

ALGUNS EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÕES DE OPERAÇÕES TÍPICAS:

S Conforme a maioria dos Doutrinadores Conforme livros ref. SIAFI

SO

SO SF

SO SF SP SO SF SP

Previsão da Receita Orçamentária: D – Receita Prevista C – Orçamento da Receita Arrecadação de Receita Corrente: - Receita Efetiva - Tributos D – Execução da Receita C – Receita Prevista D – Bancos C – Receita Corrente Arrecadada Arrecadação de Receita de Capital: - Alienação de Bens Móveis D – Execução da Receita C – Receita Prevista D – Bancos C – Receita de Capital Arrecadada D – Variações Passivas/MPR/Alienação de Bens Móveis C – Bens Móveis Arrecadação de Receita Corrente - Receita por Mutações – Cobrança da Dívida Ativa D – Execução da Receita C – Receita Prevista D – Bancos C – Receita Corrente Arrecadada D – Variações Passivas/MPR/Cobrança da Dívida Ativa C – Dívida Ativa

Previsão da Receita Orçamentária: D – Receita a Realizar C – Previsão Inicial da Receita Arrecadação de Receita Corrente: - Receita Efetiva - Tributos D – Receita Realizada C – Receita a Realizar D – Bancos Conta Movimento C – Receitas Correntes Arrecadação de Receita de Capital: - Alienação de Bens Móveis D – Receita Realizada C – Receita a Realizar D – Bancos Conta Movimento C – Receita de Capital D – Desincorporação de Ativos C – Ativo Arrecadação de Receita Corrente - Receita por Mutações – Cobrança da Dívida Ativa D – Receita Realizada C – Receita a Realizar D – Bancos Conta Movimento C – Receita Corrente D – Desincorporação de Ativos C – Ativo

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 76 Prof. Fabio Furtado

SO SO

SO

SF

SO

SF SP

Fixação da Despesa Orçamentária D – Orçamento da Despesa C – Créditos Disponíveis Pelo comprometimento da despesa (Empenho) D – Créditos Disponíveis C – Despesa Empenhada Pelas despesas liquidadas a Pagar - Correntes – Despesa Efetiva – Serviços de Terceiros D – Despesa Empenhada C – Execução da Despesa D – Despesa Realizada C – Despesa Liquidada a Pagar

Pelas despesas liquidadas a Pagar - Capital – Despesas por Mutações – Compras de Bens Móveis

D – Despesa Empenhada C – Execução da Despesa D – Despesa Realizada C – Despesa Liquidada a Pagar/Fornecedores D – Bens Móveis C – Variações Ativas/MPD/Aquisição de Bens Móveis

Fixação da Despesa Orçamentária D – Crédito Inicial C – Crédito Disponível Pelo comprometimento da despesa (Empenho) D – Créditos Disponível C – Crédito Empenhado a Liquidar D – Emissão de Empenhos C – Empenhos a Liquidar D – Valores Comprometidos C – Valores em Liquidação Pelas despesas liquidadas a Pagar - Correntes – Despesa Efetiva – Serviços de Terceiros D – Crédito Empenhado a Liquidar C – Crédito Empenhado Liquidado D – Empenhos a Liquidar C – Empenhos Liquidados D – Valores em Liquidação C – Valores Liquidados a Pagar D – Despesas Correntes C – Fornecedores

Pelas despesas liquidadas a Pagar - Capital – Despesas por Mutações – Compras de Bens Móveis

D – Crédito Empenhado a Liquidar C – Crédito Empenhado Liquidado D – Empenhos a Liquidar C – Empenhos Liquidados D – Valores em Liquidação C – Valores Liquidados a Pagar D – Despesas de Capital C – Fornecedores D – Ativo/ Bens Móveis C – Mutações Ativas

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 77 Prof. Fabio Furtado

SF SP SP SO SF SP SF

Pelo pagamento de despesas já liquidadas D – Despesa Liquidada a Pagar/Fornecedores C – Bancos Inscrição de Dívida Ativa D – Dívida Ativa C – VAISA – Variação Ativa/Independente da Execução Orçamentária/ Superveniência Ativa Cancelamento da Dívida Ativa D – Variação Passiva/Independente da Execução Orçamentária/Insubsistência Passiva ** C – Dívida Ativa Cobrança ou Recebimento da Dívida Ativa D – Execução da Receita C – Receita Prevista/Outras Receitas Correntes D – Bancos C – Receita Arrecadada D – Variação Passiva/Resultante da Execução Orçamentária/MPR C – Dívida Ativa Inscrição de Restos a Pagar Processados D – Despesa Liquidada a Pagar C – Restos a Pagar Processados Nome do Fornecedor

Pelo pagamento de despesas já liquidadas D – Fornecedores C – Banco Conta Movimento Inscrição de Dívida Ativa D – Dívida Ativa C – Acréscimo Patrimonial ou Incorporação de Ativos Cancelamento da Dívida Ativa D – Decréscimo Patrimonial ou Desincorporação de Ativos C – Dívida Ativa Cobrança ou Recebimento da Dívida Ativa D – Receita Realizada C – Receita a Realizar D – Bancos Conta Movimento C – Receita corrente D – Mutação Passiva C – Dívida Ativa Inscrição de Restos a Pagar Processados D – Fornecedores C – Restos a Pagar Processados Nome do Fornecedor

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 78 Prof. Fabio Furtado

SO SF

SC

SF

SP

SP

Inscrição de Restos a Pagar Não-Processados D – Despesa Empenhada C – Execução da Despesa D – Despesa Realizada C – Restos a Pagar Não-Processados Nome do Fornecedor - Pagamento dos Restos a Pagar Processados D – Restos a Pagar Processados C – Bancos Registro das Variações Ativas e Passivas Extra-Orçamentárias - Incorporação de Bem Imóvel recebido em doação D – Bens Imóveis C – VAISA – Variação Ativa/Independente Execução Orçamentária/Superveniência Ativa - Desincorporação de Bens Móveis por destruição D – Variação Passiva/Independente da Execução Orçamentária/Insubsistência Ativa ** C – Bens Móveis

Inscrição de Restos a Pagar Não-Processados D – Crédito Empenhado a Liquidar C – Crédito Empenhado Liquidado D – Empenhos a Liquidar C – Empenhos Liquidados D – Valores em Liquidação C – Empenhos Inscritos em Restos a Pagar D – Despesa Orçamentária C – Restos a Pagar Não-Processados D – Inscrição de Restos a Pagar C – Restos a Pagar a Liquidar - Pagamento dos Restos a Pagar Processados D – Restos a Pagar Processados C – Banco Conta Movimento Registro das Variações Ativas e Passivas Extra-Orçamentárias - Incorporação de Bem Imóvel recebido em doação D – Bens Imóveis C – Acréscimos Patrimoniais - Desincorporação de Bens Móveis por destruição D – Decréscimos Patrimoniais C – Bens Móveis

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 79 Prof. Fabio Furtado

Onde: SO – Sistema Orçamentário; SF – Sistema Financeiro SP – Sistema Patrimonial Obs.: Podemos verificar que na maioria das vezes, os lançamentos referentes ao sistema orçamentário, na coluna destinada a demonstrar os lançamentos conforme o sistema SIAFI, possuem três registros. Isto ocorre pelo seguinte motivo: A execução orçamentária da despesa é controlada pelo Siafi desde o empenho até seu pagamento, em quatro modalidades: controle por Célula da Despesa (esfera orçamentária, unidade orçamentária, programa de trabalho, fonte de recursos e natureza de despesa); controle por Nota de Empenho; controle por Favorecido (fornecedor) e controle por Modalidade de Licitação. O controle por Célula da Despesa objetiva verificar a execução dos programas de trabalho atribuídos pelo orçamento às unidades gestoras. O controle por Nota de Empenho permite o monitoramento dos valores dos empenhos emitidos, o montante dos empenhos de reforço e eventuais anulações. O controle por Favorecido, permite conhecer as relações do setor público, bem como suas subdivisões com seus fornecedores. O controle por Modalidade de Licitação permite constatar o montante realizado mediante dispensa ou inexigibilidade de licitação, bem como quanto é adquirido por modalidade de licitação prevista na legislação. O primeiro lançamento do sistema orçamentário de cada fato contabilizado efetua o controle por programa de trabalho (célula da despesa), o segundo por nota de empenho e o último por favorecido do empenho.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 80 Prof. Fabio Furtado

RESUMÃO Contabilidade Pública Conceito

A Contabilidade Pública é um ramo da ciência contábil e tem o objetivo de captar, registrar e interpretar os fenômenos que afetam as situações orçamentárias, financeiras e patrimoniais das entidades que compõem a Administração Direta e Indireta dos entes públicos (união, Estados, Municípios e Distrito Federal)

Campo de Atuação

• Administração Direta dos entes públicos; • Administração Indireta (Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) dos entes públicos.

Obs.: As empresas públicas e sociedades de economia mista utilizam a contabilidade pública quando recebem recursos à conta do Orçamento Público para despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária (art. 2º, III, da LRF). Quando utilizam recursos do orçamento público para os fins supracitados, essas entidades passam a ser conhecidas como EMPRESAS ESTATAIS DEPENDENTES.

Objeto

Patrimônio Público (conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes ao Estado)

Finalidade

Fornecer informações sobre a execução orçamentária, financeira e sobre o patrimônio público e suas variações aos diversos usuários.

Usuários

Gestores Públicos; Cidadãos; Fornecedores etc.

Exercício Financeiro

Coincide com o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro).

Regime Contábil Regime Misto, sendo regime de competência para as despesas e de caixa para as receitas.

Sistemas de Contas

(4)

Sistema Orçamentário, Sistema Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação.

Quantum
Realce
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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 81 Prof. Fabio Furtado

Receita Pública Conceito

É todo recolhimento de bens aos cofres públicos.

Classificação

• Quanto à natureza (orçamentária e extra-orçamentária);

• Quanto ao poder de tributar (Federal, Estadual e Municipal);

• Quanto à coercitividade (Derivada e Originária); • Quanto às categorias econômicas (Receitas Correntes e Receitas de Capital);

• Quanto à afetação patrimonial (Receitas Efetivas e Receitas por Mutação Patrimonial)

Receitas Orçamentárias

CATEGORIA ECONÔMICA

Receitas Correntes e Receitas de Capital

Receitas Correntes

(8)

Receitas Tributárias; Receitas de Contribuições; Receitas Patrimoniais; Receitas Agropecuárias; Receitas Industriais; Receitas de Serviços; Transferências Correntes; Outras Receitas Correntes.

Receitas de Capital

(5)

Alienação de Bens; Operações de Crédito; Amortização de Empréstimos (concedidos); Transferências de Capital; Outras Receitas de Capital.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 82 Prof. Fabio Furtado

Estágios

De acordo com a Lei 4.320/64: Lançamento; Arrecadação; Recolhimento. De acordo com o Professor Lino Martins da Silva, entre outros: Previsão; Lançamento; Arrecadação; Recolhimento.

Previsão

Estudo feito pela Fazenda Pública visando indicar o quanto se pretende arrecadar no exercício financeiro.

Lançamento

É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Lançamento – Modalidades

Lançamento Direto ou de Ofício; Lançamento por Declaração; Lançamento por Homologação

Arrecadação

Recebimentos de tributos, multas e demais créditos promovidos pelos agentes de arrecadação para posterior recolhimento aos cofres do Estado.

Recolhimento

É constituído da entrega do numerário arrecadado pelos agentes de arrecadação às repartições ou ao Banco Oficial. Momento no qual o valor está disponível para o Tesouro do Estado.

Page 84: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 83 Prof. Fabio Furtado

Despesa Pública Conceito

É todo pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores.

Classificação

• Quanto ao enfoque econômico (c, g, mm, ee, dd) • Quanto às categorias econômicas (Despesas Correntes e Despesas de Capital);

• Quanto à afetação patrimonial (Despesas Efetivas e Despesas por Mutação Patrimonial)

Despesas Orçamentárias

CATEGORIA ECONÔMICA Despesas Correntes e Despesas de Capital

Despesas Correntes

classificam-se nessa categoria todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital. Representam encargos que não produzem acréscimos no patrimônio, respondendo assim, pela manutenção das atividades de cada órgão/atividade. Excluindo-se as aquisições de materiais para formação de estoques, todos os demais dispêndios correntes provocam a diminuição patrimonial (Despesa Efetiva).

Despesas Correntes Classificação, segundo a Lei 4.320/64

- Despesas de Custeio - Transferências Correntes

Despesas Correntes Classificação, segundo a Portaria 163/2001

GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA - Pessoal e Encargos Sociais - Juros e Encargos da Dívida - Outras Despesas Correntes

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 84 Prof. Fabio Furtado

Despesas de Capital

classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, resultando no acréscimo do patrimônio do órgão ou entidade que a realiza, aumentando, dessa forma, sua riqueza patrimonial. À exceção das transferências de recursos financeiros repassados a outras instituições, para realizarem Despesas de Capital, os gastos desta natureza constituem fatos permutativos nos elementos patrimoniais (Despesa por Mutações).

Despesas de Capital Classificação, segundo a Lei 4.320/64

- Investimentos - Inversões Financeiras - Transferências de Capital

Despesas de Capital Classificação, segundo a Portaria 163/2001

GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA - Investimentos - Inversões Financeiras - Amortização da Dívida

Estágios

De acordo com a Lei 4.320/64: Empenho; Liquidação; Pagamento.

De acordo com o Professor Lino Martins da Silva, entre ouros: Fixação; Empenho; Liquidação; Pagamento.

Fixação

esse estágio refere-se à estimativa, pelo Poder Público, de quanto irá ser alocado em cada dotação, sendo o montante o limite a ser gasto, visando o atendimento das necessidades coletivas.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 85 Prof. Fabio Furtado

Empenho

é o ato emanado de poder competente que cria para o Estado uma obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição que será cumprido com a entrega do material, a medição da obra ou a prestação dos serviços.

Fases do Empenho

Licitação ou sua dispensa; Autorização Formalização Obs.: Formalização - corresponde à dedução do valor da despesa feita no saldo disponível da dotação, e é comprovada pela emissão da Nota de Empenho que em determinadas situações previstas na legislação específica poderá ser dispensada, como nos casos das despesas relativas a: Pessoal e Encargos Sociais, Juros e Encargos da Dívida etc.

Modalidades ou Tipos de Empenho

Os empenhos são classificados nas seguintes modalidades: • Ordinário – quando destinado a atender a despesa cujo pagamento se processe de uma só vez;

Ex.: Compra de um veículo à vista. • Estimativa – quando destinado a atender despesas para as quais não se possa previamente determinar o montante exato;

Ex.: Despesas com água, luz, telefone etc. • Global – quando destinado a atender a despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento, cujo montante exato possa ser determinado.

Ex.: Despesas com serviços de limpeza executado por uma empresa contratada;

Aquisição de um bem cujo pagamento

será de forma parcelada etc.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 86 Prof. Fabio Furtado

Liquidação

consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Cabe observar que essa verificação tem por finalidade apurar: I – a origem e o objeto do que se tem que pagar; II – a importância exata a pagar; III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

Pagamento

É o último estágio da despesa. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento ou suprimento de fundos.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 87 Prof. Fabio Furtado

Suprimento de Fundos Conceito

É a modalidade de realização de despesa por meio de adiantamento concedido a servidor, para prestação de contas posterior, quando não for realizável o pagamento utilizando-se os serviços da rede bancária.

Concessão

• para atender a despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;

• quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento;

• para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

Proibição para concessão

• a responsável por dois suprimentos; • a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;

• a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e

• a servidor declarado em alcance (que teve suas contas impugnadas).

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Page 89: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 88 Prof. Fabio Furtado

Dívida Pública Conceito

Significa o conjunto de compromissos, de curto ou longo prazos, assumidos pelo Estado com terceiros.

Classificação, segundo a Lei 4.320/64

• Dívida Flutuante • Dívida Fundada

Dívida Flutuante

O artigo 92 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida flutuante.

- A dívida flutuante compreende:

I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da dívida fundada);

III - os depósitos (consignações ou cauções e garantias recebidas em função de execução de obra pública, por exemplo);

IV - os débitos de tesouraria (ARO – operações de crédito por antecipação de receita destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria).

Dívida Fundada

O artigo 98 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida fundada.

- A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 (doze) meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.

A lei 4.320/64 estabelece, ainda, que a dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.

Classificação, segundo a LRF

I – dívida pública consolidada ou fundada II – dívida pública mobiliária III – operação de crédito IV – concessão de garantia V – refinanciamento da dívida mobiliária

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 89 Prof. Fabio Furtado

Dívida Ativa Conceito

É a inscrição que se faz em conta de devedores, relacionadas a tributos, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados, mas não arrecadados no exercício de origem.

Classificação

• Dívida Ativa Tributária • Dívida Ativa Não-Tributária

Dívida Ativa Tributária

reúne somente os créditos relativos a tributos (impostos, taxas e contribuições) lançados e não arrecadados.

Dívida Ativa Não-Tributária

engloba todos os demais créditos, líquidos e certos, da Fazenda Pública.

Apuração

a dívida ativa é apurada através da seguinte fórmula: Total lançado (-) total arrecadado = valor inscrito como dívida ativa.

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Page 91: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 90 Prof. Fabio Furtado

Créditos Adicionais Conceito

São as autorizações de despesas não previstas ou insuficientemente previstas no Orçamento Público.

Classificação

Os créditos adicionais podem ser classificados como:

� Créditos Suplementares � Créditos Especiais � Créditos Extraordinários

Créditos Suplementares

se destinam ao reforço de dotação orçamentária já existentes.

Créditos Especiais

se destinam a atender a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica.

Créditos Extraordinários

são destinados ao atendimento de despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

Recursos para abertura de créditos suplementares e especiais

- Superávit Financeiro, apurado no balanço

patrimonial do exercício anterior; - Excesso de Arrecadação;

- Anulação parcial ou total de dotações

orçamentárias ou créditos adicionais (incluindo Reserva de Contingência);

- Operações de Crédito;

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Page 92: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 91 Prof. Fabio Furtado

Restos a Pagar Conceito

De acordo com o art. 36 da Lei nº 4.320/64, consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas, mas não-pagas, até 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não-processadas. A despesa está processada quando já transcorreu o estágio da liquidação, ou seja, quando o credor/fornecedor já cumpriu sua obrigação.

Classificação

� Restos a Pagar Processados � Restos a Pagar Não-Processados

Inscrição

A inscrição em Restos a Pagar é feita na data do encerramento do exercício financeiro de emissão da nota de empenho, e terá validade até 31 de dezembro do ano subseqüente, vedada a reinscrição. RECEITA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA

Pagamento

O pagamento de Restos a Pagar, seja Processado ou Não-Processado, é feito no ano seguinte ao da sua inscrição. DESPESA EXTRA-ORÇAMENTÁRIA

Cancelamento

Os Restos a Pagar não-pagos até 31 de dezembro do ano subseqüente ao de sua inscrição serão cancelados.

Prescrição

Os Restos a Pagar só prescrevem após 05 (cinco) anos a partir da data de inscrição. A prescrição relativa ao direito do credor ocorre em cinco anos, contados a partir da data de inscrição, excetuando-se os casos em que haja interrupções decorrentes de atos judiciais.

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Page 93: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 92 Prof. Fabio Furtado

Despesas de Exercícios Anteriores Conceito

“Art. 37 da Lei 4.320/64 - As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.”

Patrimônio Público Conceito

O Patrimônio Público pode ser conceituado como segue:

• Patrimônio Público é o conjunto de bens, direitos e obrigações de propriedade do Estado.

OU

• O Patrimônio do Estado constitui o conjunto de bens, valores, créditos e obrigações de conteúdo econômico e avaliáveis em moeda que a Fazenda Pública possui e utiliza na consecução dos seus objetivos.

Bens Públicos Conceito

Conjunto de meios pelos quais o Estado desenvolve suas atividades de prestação de serviços à comunidade.

Classificação

Os bens públicos podem ser classificados da seguinte forma:

• Bens de Uso Comum; • Bens de Uso Especial; • Bens Dominiais ou Dominicais.

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Page 94: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 93 Prof. Fabio Furtado

Demonstrações Contábeis

Tipos (4)

- Balanço Orçamentário - Balanço Financeiro - Balanço Patrimonial - Demonstração das Variações Patrimoniais

Balanço Orçamentário

(BO)

O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas.

Balanço Financeiro

(BF)

O Balanço Financeiro demonstrará a receita e despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Balanço Patrimonial

(BP)

O Balanço Patrimonial demonstrará: o Ativo Financeiro; o Ativo Permanente; o Passivo Financeiro; o Passivo Permanente; o Saldo Patrimonial; as Contas de Compensação.

Demonstração das

Variações Patrimoniais

(DVP)

A DVP evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Page 95: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 94 Prof. Fabio Furtado

Orçamento Público Conceito

� Lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, � aprovada pelo Poder Legislativo, � que estime Receitas e fixa Despesas � para um determinado exercício financeiro.

Leis Orçamentárias

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 165, prevê 03 (três) leis orçamentárias: PPA – Plano Plurianual. LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias. LOA – Lei Orçamentária Anual.

PPA

Art. 165, § 1º da CF/88 – “A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada”.

LDO

Art. 165, § 2º da CF/88 – “A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agencias financeiras oficiais de fomento”.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 95 Prof. Fabio Furtado

LOA

Art. 165, § 5º da CF/88 – “a lei orçamentária anual compreenderá: I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.” A LOA, nos termos do art. 165, § 5º, compreenderá: OF – Orçamento Fiscal. OI – Orçamento de Investimentos. OSS – Orçamento da Seguridade Social.

Esquema ref. Leis Orçamentárias

PPA Leis Orçamentárias LDO OF LOA OI OSS

Os prazos de envio e devolução do projeto de lei para a União são:

Projeto Prazo de envio (até)

Prazo de devolução (até)

PPA

4 meses antes do encerramento do 1º exercício financeiro. Na prática, deve ser encaminhado até 31/08.

encerramento da sessão legislativa. Na prática, deve ser devolvido até 22/12.

LDO 8,5 meses (Oito meses e

meio) antes do encerramento do exercício financeiro. Na prática, deve ser encaminhado até 15/04.

encerramento do primeiro período da sessão legislativa. Na prática, deve ser devolvido até 17/07.

LOA

4 meses antes do encerramento do exercício financeiro. Na prática, deve ser encaminhado até 31/08.

encerramento da sessão legislativa. Na prática, deve ser devolvido até 22/12.

Page 97: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 96 Prof. Fabio Furtado

Princípios Orçamentários

Legalidade Publicidade Universalidade Equilíbrio Periodicidade Não Afetação da Receita Exclusividade Especificidade Orçamento Bruto Unidade

Tipos de Orçamento

É a característica que determina a maneira pela qual o orçamento é elaborado, dependendo do regime político vigente; daí dizer-se que os orçamentos variam segundo a forma de Governo e podem ser classificados em três tipos:

- Legislativo; - Executivo; - Misto.

Exercício Financeiro

X

Ciclo Orçamentário

EXERCÍCIO FINANCEIRO = 1 ANO [COINCIDE COM O ANO CIVIL (01/01 A 31/12)] – é o período no qual o orçamento é executado. CICLO ORÇAMENTÁRIO – MAIS DE 1 ANO (COMEÇA DESDE A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA E TERMINA SOMENTE QUANDO DA AVALIAÇÃO DA GESTÃO DO ORDENADOR DE DESPESA). O exercício financeiro ou execução orçamentária está dentro do ciclo orçamentário.

Page 98: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 97 Prof. Fabio Furtado

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL - SIAFI: CONCEITO, OBJETIVOS, PRINCIPAIS DOCUMENTOS Foi definido e desenvolvido em 1986 e implantado em janeiro de 1987 o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI, visando a suprir o Governo Federal de instrumento moderno e eficaz do controle dos gastos públicos. O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é o principal instrumento de administração orçamentária e financeira da União, que oferece suporte aos órgãos centrais, setoriais e executores da gestão pública, tornando absolutamente segura a contabilidade da União. O SIAFI é o principal instrumento de gestão da STN, que, por seu intermédio realiza o acompanhamento e controle de toda a execução orçamentária e financeira do Governo Federal. É utilizado pelas Unidades Gestoras (UG) de todos os Ministérios e dos demais órgãos e entidades como instrumento de administração financeira, com o objetivo de processar, de forma integrada e on line, a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil. As UG registram seus documentos (empenho, ordem bancária etc.) e o SIAFI efetua automaticamente todos os lançamentos contábeis necessários para se ter o conhecimento atualizado das receitas, despesas e disponibilidades financeiras do Tesouro Nacional. Por meio do SIAFI obtêm-se as informações que subsidiam o Balanço Geral da União e os relatórios de execução do orçamento e de administração financeira, que compõem a demonstração das contas apresentadas ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, de acordo com a Constituição Federal. Encontra-se disponível, ainda, um serviço de troca de mensagens, agilizando a comunicação entre as Unidades Gestoras. Aos órgãos e entidades integrantes da Conta Única é oferecida a opção de "Darf Eletrônico", que elimina o trâmite da arrecadação e recolhimento dos tributos federais. A Instrução Normativa n° 08, de 14.12.1999, complementada pela Norma de Execução n° 03, de 30.12.1999, traz a regulamentação do acesso e uso do SIAFI, com os formulários necessários para cadastro e habilitação no SIAFI. O SIAFI tem um módulo gerencial cujo conteúdo são informações gerenciais das áreas que possuem atribuições de gerência orçamentária, financeira e controle nos órgãos e entidades da Administração Federal. O Módulo Gerencial do SIAFI é composto das seguintes aplicações: Controle de Acesso; Consulta de Tabelas; Consulta a Saldos Orçamentários; Migração de Dados.

Page 99: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 98 Prof. Fabio Furtado

O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI tem como objetivos: 1; prover de mecanismos adequados ao registro e controle diário da gestão orçamentária, financeira e patrimonial, os órgãos central, setorial e seccional do Sistema de Controle Interno e órgãos executores; 2. fornecer meios para agilizar a programação financeira, com vistas a otimizar a utilização dos recursos do Tesouro Nacional; 3. permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da administração pública federal; 4. integrar e compatibilizar as informações disponíveis nos diversos órgãos e entidades participantes do sistema; 5. permitir aos segmentos da sociedade obterem a necessária transparência dos gastos públicos; 6. permitir a programação e acompanhamento físico-financeiro do orçamento, a nível analítico; 7. permitir o registro contábil dos balancetes dos Estados, Municípios e de suas supervisionadas; e 8. permitir o controle da dívida interna e externa, bem assim o das transferências negociadas.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 99 Prof. Fabio Furtado

Os principais documentos do SIAFI são: • Nota de Dotação - ND: Destina-se ao registro dos créditos previstos no Orçamento Geral da União, bem como ao Detalhamento destes créditos. • Nota de Movimentação de Crédito - NC: Destina-se ao Registro das transferências de créditos orçamentários, entre Unidades Gestoras de um mesmo órgão e entre Unidades Gestoras de Órgãos distintos. • Nota de Empenho - NE: Destina-se a registrar os eventos vinculados ao comprometimento do orçamento, bem como aos casos em que se faça necessário o reforço ou a anulação de empenho. • Nota de Lançamento - NL: Destina-se ao registro da apropriação/liquidação de receitas e despesas, bem como ao de outros eventos, inclusive os relativos a Entidades Supervisionadas. É utilizada também para o registro das previsões de Receita, para a arrecadação de receitas próprias, para o recolhimento de devoluções de despesas, para o acolhimento de depósitos de diversas origens, para acertos contábeis, etc.; • Ordem Bancária - OB: Destina-se ao pagamento de compromissos, bem como à liberação e à transferência de recursos, tais como Cota, Repasse e Sub-repasse entre as unidades gestoras. • Guia de Recebimento - GR: Destina-se a registrar os eventos vinculados ao recolhimento de numerário à conta bancária da Unidade Gestora. • Documento de Arrecadação de Receitas Federais- DARF: Destina-se à arrecadação por processo eletrônico, sem a utilização da rede bancária, de tributos federais que tenham como contribuintes os órgãos e entidades integrantes da Conta Única do Tesouro Nacional. • Nota de Programação Financeira - PF: Destina-se ao registro da programação financeira no SIAFI, pelas unidades gestoras executoras, pelas unidades gestoras setoriais de programação financeira e pelo órgão central de programação financeira (COFIN/STN). (Fonte: Manual SIAFI da Secretaria do Tesouro Nacional)

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 100 Prof. Fabio Furtado

EXERCÍCIOS 1. Numere as colunas abaixo, observando sua adequada correlação e aponte a

alternativa que contém a seqüência correta.

1 – Previsão de receita. ( ) Nota de Lançamento. 2 – Recolhimento de Tributos ( ) Ordem bancária. 3 – Lançamento de créditos adicionais. ( ) Nota de Empenho. 4 – Concessão de Provisão. ( ) Nota de Movimentação de 5 – Anulação de empenhos. Crédito. 6 – Pagamento de despesa. ( ) DARF – Eletrônico. ( ) Nota de Dotação. a) 1, 3, 2, 4, 5, 6 b) 1, 6, 5, 3, 2, 4 c) 2, 1, 3, 5, 4, 6 d) 1, 2, 3, 4, 5, 6 e) 1, 6, 5, 4, 2, 3 f) 2, 1, 3, 5, 4, 6 g) 1, 3, 2, 5, 4, 6 h) 2, 3, 1, 4, 5, 6

2. A NC – Nota de Movimentação de Crédito é um documento de entrada de dados

do Siafi utilizado para registrar a descentralização oriunda da lei orçamentária e das leis de créditos adicionais por meio do repasse e do sub-repasse.

( ) Falso ( ) Verdadeiro

3. Em relação aos objetivos do Siafi, julgue as opções abaixo:

a) Prover de mecanismos adequados ao registro e controle diário da gestão orçamentária, financeira e patrimonial os órgãos e entidades da Administração Federal.

b) Fornecer meios para agilizar a programação financeira, com vistas a otimizar a utilização dos recursos do Tesouro Nacional.

c) Integrar e compatibilizar as informações disponíveis nos diversos órgãos e entidades participantes do sistema.

d) Permitir que a Contabilidade Pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal.

4. As repartições públicas nominalmente contempladas com dotação específica no

orçamento chamam-se

a) unidade de caixa. b) órgãos autônomos. c) unidade administrativa. d) unidade orçamentária.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 101 Prof. Fabio Furtado

5. Dentre as opções abaixo, marque a que não representa uma característica do Siafi – Sistema Integrado de Administração Financeira Federal.

a) Elaboração orçamentária descentralizada. b) Processamento centralizado. c) Unificação dos recursos financeiros. d) Automatização da escrituração.

6. De acordo com os conceitos utilizados no Siafi, aponte a opção que caracteriza

uma unidade administrativa.

a) São os Ministérios, o Ministério Público, as Entidades Supervisionadas, os Tribunais do Poder Judiciário, as Casas do Poder Legislativo e as Secretarias da Presidência da República.

b) É a unidade investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização.

c) É a repartição da Administração Federal a quem o orçamento da União consigna dotações específicas, para a realização de seus programas de trabalho.

d) É aquela que para a execução de suas tarefas depende de descentralização de créditos de outra unidade.

7. Evento é o código que identifica os atos ou fatos administrativos que são

escriturados através do Siafi.

( ) Falso ( )Verdadeiro 8. Qual o documento utilizado para registro dos créditos orçamentários?

a) ND – Nota de Dotação. b) NC – Nota de Movimentação de Crédito. c) NE – Nota de Empenho. d) NL – Nota de Lançamento.

9. Para se fazer o registro da assinatura de um contrato, que documento seria

utilizado no Siafi?

a) Nota de Lançamento – NL. b) Nota de Movimentação de Crédito – NC. c) Nota de Empenho – NE. d) Ordem Bancária – OB.

10. O documento utilizado para emissão de empenho chama-se

a) Nota de Lançamento. b) Nota de Empenho. c) Nota de Movimentação de Crédito. d) Nota de Dotação.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 102 Prof. Fabio Furtado

11) Correlacione as transações aos documentos utilizados para registro: (a) Darf Eletrônico ( ) Comprometimento da despesa. (b) Nota de Sistema ( ) Pagamento dos compromissos. (c) Ordem Bancária ( ) Registro dos eventos contábeis automaticamente. (d) Nota de Empenho ( ) Apropriação e liquidação de despesas. (e) Nota de Lançamento ( ) Arrecadação de tributos e outras receitas. 12) Palavras Cruzadas: Horizontais: a) A criação desse órgão viabilizou a implantação do SIAFI no Governo Federal (sigla). b) Órgão responsável em avaliar as condições para implantação do SIAFI Gerencial. c) Permite o uso autorizado dos recursos do SIAFI. Verticais: d) Sistema integrado de administração financeira para estados e municípios. e) Fundamento lógico do SIAFI.

e)

d)

a)

b)

c)

GABARITO

1 E 7 Verdadeiro 2 Falso 8 A 3 V, V, V, V. 9 A 4 D 10 B 5 A 11 D, C, B, E, A 6 D 12 a) STN

b) SERPRO c) SENHA d) SIAFEM e) EVENTO

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 103 Prof. Fabio Furtado

QUESTÕES COMENTADAS (Controlador de Recursos Públicos – TCE/ES 2004 CESPE UnB) Com referência ao SIAFI, julgue os itens subseqüentes. 01 - Um dos objetivos do SIAFI é possibilitar aos segmentos da sociedade a necessária transparência dos gastos públicos. 02 - A ND destina-se a descentralizar os créditos para dotar as unidades com os recursos necessários à realização das despesas. Comentários: 01. C – Assertiva correta, pois o SIAFI tem como objetivos:

� prover de mecanismos adequados ao registro e controle diário da gestão orçamentária, financeira e patrimonial, os órgãos e entidades da Administração Federal;

� fornecer meios para agilizar a programação financeira, com vistas a otimizar a utilização dos recursos do Tesouro Nacional;

� permitir que a Contabilidade Pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da administração pública federal;

� integrar e compatibilizar as informações disponíveis nos diversos Órgãos e Entidades participantes do Sistema;

� permitir os segmentos da sociedade obter a necessária

transparência dos gastos públicos;

� permitir a programação e o acompanhamento físico-financeiro do orçamento, em nível analítico;

� permitir o registro contábil dos balancetes dos Estados, Municípios e de suas supervisionadas; e

� permitir o controle da dívida interna e externa, do Governo Federal, bem como das transferências negociadas da gestão pública de

Page 105: Apostila Orçamento Público

Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 104 Prof. Fabio Furtado

mecanismos adequados para o controle diário da execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil.

02. E – Assertiva incorreta. O documento utilizado para descentralizar os créditos é a Nota de Movimentação de Créditos (NC) e não a Nota de Dotação (ND) descrita na questão. (Consultor de Orçamentos Senado Federal 2002 CESPE UnB) 03- O SIAFI foi implantado pelo governo federal com o objetivo de promover a modernização e a integração dos sistemas de programação financeira, de execução orçamentária e de contabilidade nos seus órgãos e entidades públicas. No SIAFI, diferentemente da contabilidade comercial, que procede os registros desses documentos em livros próprios, a contabilidade pública registra a entrada de dados necessários à execução orçamentária, financeira e contábil por meio de documentos constantes no próprio sistema, cuja instrução de preenchimento está contida na transação correspondente. Com base nesse contexto, julgue os itens abaixo.

1. A guia de recebimento (GR) destina-se a registrar a arrecadação dos tributos e outras receitas efetivadas pelos órgãos e entidades, por meio de transferências de recursos intra-SIAFI entre a unidade gestora recolhedora e a conta única do Tesouro Nacional.

2. A nota de lançamento (NL) destina-se a registrar os eventos vinculados ao recolhimento de numerário à conta bancária da unidade gestora.

3. A nota de sistema destina-se ao registro de detalhamento dos créditos previstos no orçamento geral da União, bem como a inclusão desses créditos.

4. A nota de empenho destina-se a registrar os eventos vinculados ao comprometimento de despesa, bem como os casos em que se faça necessário o reforço ou a anulação da despesa compromissada.

5. A nota de movimentação de crédito destina-se ao registro dos eventos vinculados à transferência de disponibilidade orçamentária entre as unidades gestoras e entre órgãos.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 105 Prof. Fabio Furtado

Comentários: Os principais documentos de entrada de dados do SIAFI são: DARF eletrônico, GRPS eletrônica, guia de recebimento, nota de apropriação físico-financeiro, nota de programação financeira, nota de dotação, nota de pré-empenho, nota de empenho, nota de lançamento, nota de movimentação de crédito, nota de sistema, ordem bancária. Apresentaremos aqui a utilidade dos documentos mencionados nesta questão.

� Guia de recebimento – destina-se a registrar os eventos vinculados ao recolhimento de numerário à conta bancária da unidade gestora. A conta única do tesouro somente pode ser movimentada por ordem bancária e documentos especiais;

� Nota de lançamento – usada para os mais diversos fins, como por exemplo: registros das previsões de receitas, recolhimento de devoluções de despesas, apropriações de despesas e receitas, acertos contábeis, assinatura de contratos etc. Basicamente é utilizada em todos os fatos que não envolvam movimentação financeira;

� Nota de sistema – destina-se a registrar os eventos contábeis automaticamente. Também é denominada nota de lançamento de sistema. São lançamentos feitos de forma automática pelo SIAFI;

� Nota de empenho – destina-se a registrar os eventos vinculados ao comprometimento de despesa (empenho), bem como os casos que se faça necessário o reforço ou a anulação da despesa;

� Nota de movimentação de crédito – destina-se ao registro dos eventos vinculados à transferência de créditos entre as UG (Unidades Gestoras) e entre órgãos.

Com base no exposto acima, julgaremos as opções:

1. E – Assertiva incorreta, tendo em vista que, como podemos verificar, a guia de recolhimento é utilizada para registrar os eventos vinculados ao recolhimento de numerário à conta bancária da unidade gestora e não à conta única do Tesouro Nacional, que somente pode ser movimentada por ordem bancária e documentos especiais.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 106 Prof. Fabio Furtado

2. E – Afirmativa incorreta, pois o documento utilizado para registrar os eventos vinculados ao recolhimento de numerário à conta bancária da unidade gestora á guia de recebimento. A nota de lançamento basicamente é utilizada em fatos que não envolvam movimentação financeira, sendo considerado um documento extracaixa. Alguns exemplos de sua utilização estão descritos no início dos comentários desta questão.

3. E – A nota de sistemas consiste em lançamentos efetuados automaticamente pelo sistema SIAFI. O documento que é utilizado para registro de detalhamento dos créditos previstos no orçamento geral da União, bem como a inclusão desses créditos é a nota de dotação.

4. C – Assertiva correta, pois de acordo com o descrito no início dos comentários desta questão, a nota de empenho deve realmente registrar os eventos de emissão, reforço ou anulação de empenhos.

5. C – Assertiva correta, pois também já foi comentado que a nota de movimentação de crédito é utilizada para os registros dos eventos vinculados à transferência de disponibilidades orçamentárias entre as unidades gestoras e entre órgãos.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 107 Prof. Fabio Furtado

PLANO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL Conceito O Plano de Contas é o conjunto de títulos, previamente definidos, representativos de um estado patrimonial e de suas variações, organizados e codificados com o objetivo de sistematizar e uniformizar o registro contábil dos atos e fatos de uma gestão devendo permitir, de forma precisa e clara, a obtenção dos dados relativos ao patrimônio. A Contabilidade da Administração Federal obedecerá a um plano de contas, elaborado inicialmente conforme Instrução Normativa nº. 23, de 23-12-86, da Secretaria do Tesouro Nacional – STN, atualizado periodicamente, tendo como parte integrante a Relação das Contas, a Tabela de Eventos e os Indicadores Contábeis. A reformulação do Plano de Contas foi efetuada visando a proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento e consolidação de dados e atender, em todos os níveis da Administração Federal, as necessidades de informações. Portanto, de acordo com seu propósito, deve permitir o Plano de Contas: • a identificação, a classificação e a escrituração contábil, pelo método das partidas dobradas, dos atos e fatos de uma gestão, de maneira padronizada, uniforme e sistematizada; • a evidenciação da situação de todos quantos arrecadarem receitas, efetuem despesas e administrem ou guardem bens pertencentes ou confiados a uma gestão; • o conhecimento da composição e situação do patrimônio; • a determinação dos custos dos serviços industriais; • o acompanhamento e o controle da execução orçamentária, evidenciando a receita prevista, lançada, realizada e a realizar, bem como a despesa autorizada, empenhada, realizada e as dotações disponíveis;

• o levantamento de Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial e da Demonstração das Variações Patrimoniais;

• a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros;

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 108 Prof. Fabio Furtado

• a individualização dos devedores e credores, com a especificação necessária ao controle contábil do direito ou obrigação; e

• o controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou contratos de interesse da gestão.

A utilização do Plano de Contas será no âmbito da Administração Direta, inclusive pelos órgãos autônomos e fundos especiais, e as entidades da Administração Indireta (inclusive as fundações públicas) que participam do SIAFI na modalidade de uso total. A Coordenação Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional é o órgão autorizado a baixar normas e instruções complementares sobre o Plano de Contas, tendo em vista a evolução tecnológica e dos serviços, e criar, extinguir, especificar, desdobrar, detalhar, codificar contas, eventos e indicadores contábeis. É o que estabelece a IN/STN nº. 8, de 14-11-96, que revogou a IN/STN nº. 8, de 5-11-93. Estrutura do Plano de Contas O Plano de Contas compreende sete níveis de desdobramento, classificados e codificados de acordo com a seguinte estrutura: 1º. Nível – CLASSE -------------------------X 2º. Nível – GRUPO ------------------------- X 3º. Nível – SUBGRUPO -------------------- X 4º. Nível – ELEMENTO -------------------- X 5º. Nível – SUBELEMENTO -------------- X 6º. Nível – ITEM ---------------------------- XX 7º. Nível – SUBITEM ----------------------- XX CONTA CORRENTE ------------------código variável Exemplo: 1.1.1.12.01.02 Código Classificação 1 1 1 1 2 01 02

Classe Grupo Subgrupo Elemento Subelemento Item Subitem

Ativo Ativo Circulante Disponível Disponível em moeda nacional Bancos Conta Movimento Conta Única do Tesouro Nacional Banco do Brasil

A consolidação de balanços é efetuada no 3º. Nível (SUBGRUPO), de acordo com a estrutura a seguir:

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 109 Prof. Fabio Furtado

1 ATIVO 1.1 Ativo Circulante

1.1.1 Disponível 1.1.2 Créditos em Circulação 1.1.3 Bens e Valores em Circulação 1.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo 1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo

1.2.1 Depósitos Realizáveis a Longo Prazo 1.2.2 Créditos Realizáveis a Longo Prazo

1.4 Ativo Permanente 1.4.1 Investimentos

1.4.2 Imobilizado 1.4.3 Diferido 1.9 Ativo Compensado 1.9.1 Execução Orçamentária da Receita 1.9.2 Fixação Orçamentária da Despesa 1.9.3 Execução da Programação Financeira 1.9.4 Despesas e Dívidas dos Estados e Municípios 1.9.5 Execução de Restos a Pagar 1.9.9 Compensações Ativas Diversas 3 DESPESA 3.3 Despesas Correntes 3.4 Despesas de Capital 5 RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1 Resultado Orçamentário

5.1.1 Despesa Orçamentária 5.1.2 Interferências Passivas

5.1.3 Mutações Passivas 5.2 Resultado Extra-Orçamentário

5.2.1 Despesa Extra-Orçamentária 5.2.2 Interferências Passivas 5.2.3 Mutações Passivas

2 PASSIVO 2.1 Passivo circulante 2.1.1 Depósitos 2.1.2 Obrigações em Circulação 2.1.3 Empréstimos e Financ. Em Circulação 2.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo 2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.2.1 Depósitos Exigíveis a Longo Prazo 2.2.2 Obrigações Exigíveis a Longo Prazo 2.2.9 Outras Exigibilidades 2.3 Resultado de Exercícios Futuros 2.3.1 Receitas de Exercícios Futuros 2.3.9 Custos ou Despesas Correspondentes às Receitas 2.4 Patrimônio Líquido

2.4.1 Patrimônio/Capital 2.4.2 Reservas 2.4.3 Resultado Acumulado 2.4.9 Ajuste do Patrimônio/Capital 2.9 Passivo Compensado

2.9.1 Previsão Orçamentária da Receita 2.9.2 Execução Orçamentária da Despesa 2.9.3 Execução da Programação Financeira 2.9.4 Despesas e Dívidas dos Estados e Municípios 2.9.5 Execução de Restos a Pagar 2.9.9 Compensações Passivas Diversas 4 RECEITA 4.1 Receitas Correntes 4.2 Receitas de Capital 4.9 (*) Deduções da Receita 6 RESULTADO DO EXERCÍCIO 6.1 Resultado Orçamentário

6.1.1 Receita Orçamentária 6.1.2 Interferências Ativas

6.1.3 Mutações Ativas 6.2 Resultado Extra-Orçamentário

6.2.1 Receita Extra-Orçamentária 6.2.2 Interferências Ativas 6.2.3 Mutações Ativas

6.3 Resultado Apurado

*O asterisco indica que as contas são redutoras ou retificadoras. Como podemos observar, o Plano de Contas utilizado pela Administração Federal é bem semelhante ao utilizado pelas empresas privadas. Podemos até afirmar que esse Plano de Contas compreende rubricas apresentadas tanto na Lei 6.404/76 quanto na Lei 4.320/64.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 110 Prof. Fabio Furtado

Evento As entidades públicas que fazem uso do Sistema Siafi, ou de sistema informatizado com a mesma plataforma, efetuam lançamentos contábeis através de eventos codificados. Esses eventos representam os registros de débitos e créditos dos atos e fatos administrativos da Contabilidade Pública por meio de um código específico.

Estrutura do Evento O evento tem seu código composto por seis números (XX.X.XXX), dispostos da seguinte maneira: XX X XXX Classe Tipo Código Seqüencial Classe (XX) A Classe representa o conjunto de eventos de uma mesma natureza. Assim sendo, a Tabela de eventos é constituída pelas seguintes Classes: (10) Evento de Previsão da Receita (20) Dotação da Despesa (30) Movimento de Crédito (40) Empenho da Despesa (50) Apropriações de Retenções, Liquidações e Outros (51) Apropriações de Despesas (52) Retenções de Obrigações (53) Liquidações de Obrigações – extinção das obrigações (54) Registros Diversos (55) Apropriações de Direitos (56) Liquidações de Direitos (60) Restos a Pagar (61) Liquidação de Restos a Pagar (70) Transferências Financeiras (80) Receita Como podemos observar, a ordem dessa classificação dos eventos segue uma certa lógica da execução orçamentária e financeira.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 111 Prof. Fabio Furtado

Tipo de utilização (X) O TIPO de utilização do evento representa a situação do registro, podendo ser codificado, conforme segue: (0) Evento de utilização direta pelo gestor (1) Evento de utilização interna pelo sistema (2) Evento complementar ao de utilização direta do gestor (3) Evento complementar ao de utilização interna pelo sistema (5) Estorno de evento de utilização direta do gestor (6) Estorno de evento de utilização interna pelo sistema (7) Estorno de evento complementar ao de utilização direta pelo gestor (8) Estorno de evento complementar ao de utilização interna pelo sistema Código Seqüencial (XXX) O Código seqüencial representa a variação seqüencial de 001 a 999, dentro de cada classe. A combinação desses números representa o registro de um fato ou ato administrativo. Classe Especificação Documento

utilizado Sinal

10.X.XXX 20.X.XXX 30.X.XXX 40.X.XXX 51.X.XXX 52.X.XXX 53.X.XXX 54.X.XXX 55.X.XXX 56.X.XXX

Previsão da Receita (inicial, adicional e anulações de previsão) Dotação da Despesa (inicial, adicional e anulações de dotação) Movimentação de Crédito (destaque, provisão e anulações) Empenho da Despesa (emissão, reforço e anulação e pré-empenho) Apropriação de Despesas (corresponde à etapa da liquidação da despesa) Retenções de Obrigações (consignações, fornecedores etc.) Liquidação de Obrigações (corresponde à extinção de obrigações) Registros Diversos (doações, consumo, baixa, incorporações etc.) Apropriação de Direitos (saldo em bancos etc.) Liquidação de Direitos (corresponde à extinção de direitos)

NL ND NC

NE e PE

NL e OB NL OB NL

NL e OB

NL e GR

D e C

D e C

D e C

D e C D C D

D e C D C

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 112 Prof. Fabio Furtado

61.X.XXX 70.X.XXX 80.X.XXX

Liquidação de Restos a Pagar (não-processados) referentes a empenhos do ano anterior Desembolsos e Transferências Financeiras (devolução de cauções, cota, repasse etc. Embolsos e Receitas (recebimento de depósitos de terceiros, arrecadação/recolhimento de receita)

NL e OB

NL e OB

NL e GR

D D C

Onde: NL – Nota de Lançamento ND – Nota de Dotação NC – Nota de movimento de Crédito NE – Nota de Empenho PE – Nota de Pré-Empenho OB – Ordem Bancária GR – Guia de Recebimento D - Sinal devedor C - Sinal Credor Tabelas de Eventos A tabela de eventos é o instrumento utilizado pelas unidades gestoras para preenchimento das telas e documentos de entrada no Siafi, transformando os atos e fatos administrativos em registros contábeis automáticos. Como codifica os lançamentos contábeis, a tabela de eventos é parte integrante do Plano de Contas da Administração Federal, e, periodicamente, sofre atualizações, cuja responsabilidade é da Secretaria do Tesouro Nacional. A tabela de eventos completa e atualizada pode ser obtida via internet no site www.Tesouro.Fazenda.gov.br.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 113 Prof. Fabio Furtado

EXERCÍCIOS

13) Correlacione:

(1) Registro do gestor ( ) Anula total ou parcialmente o lançamento registrado (2) Registro de sistema indevidamente. (3) Registro de estorno ( ) Registro rotineiro, sem características incomuns. ( ) Registro apresentado pelo próprio sistema. 14) Complete:

a) O ______________________________ representa o registro contábil de determinado

ato ou fato administrativo.

b) A _______________________________ representa o conjunto de eventos de uma

mesma natureza.

c) O tipo de utilização do evento representa a situação do

___________________________ .

d) O _______________________________ representa a variação seqüencial de 001 a

999, dentro de cada classe.

e) A _______________________________ é o instrumento utilizado pelas unidades

gestoras para preenchimento das telas e documentos de entrada do SIAFI.

15) Marque V se a alternativa foi Verdadeira e F se for Falsa:

( ) Os registros efetuados por meio de eventos podem ser classificados como registro de gestor, registro de sistema e registro de estorno. ( ) Não há necessidade de os usuários fornecerem o código do evento a ser utilizado na transação. ( ) O código do evento é composto por cinco números, dispostos em classe, tipo e código seqüencial. ( ) As atualizações da Tabela de Eventos são de responsabilidade da Secretaria de Orçamento Federal. ( ) A tabela de indicadores contábeis é o mecanismo pelo qual o SIAFI e o SIAFEM fazem a ligação entre a tabela de eventos e o roteiro contábil de cada evento. 16) (AFC/STN 1998) A assinatura de contrato de serviço não afeta o patrimônio mas, no futuro, poderá afetá-lo. Dessa forma, seu registro no SIAFI será procedido com um evento da seguinte classe:

a) 51.x.xxx – apropriação de despesas. b) 52.x.xxx – retenções e obrigações. c) 53.x.xxx – liquidação de obrigações. d) 54.x.xxx – registros diversos. e) 40.x.xxx – empenho da despesa. 17) (AFC/STN 1999) A classe constante da Tabela de Eventos que serve para registrar concessão de créditos orçamentários por meio de provisão é:

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 114 Prof. Fabio Furtado

a) 10.x.xxx – previsão de receita. b) 20.x.xxx – dotação da despesa. c) 30.x.xxx – movimentação de crédito. d) 40.x.xxx – empenho da despesa. e) 54.x.xxx – registros diversos. 18) (APO/MPO 1990) Indique o instrumento utilizado pelos entidades para identificar códigos a serem inseridos nos documentos de entrada no SIAFI para transformar os atos e fatos administrativos rotineiros em registros contábeis automáticos:

a) Plano de contas do governo federal. b) Tabela de unidades gestoras. c) Tabela de órgãos e gestões. d) Tabela de eventos. e) Tabela de código de tributo. 19) (APO/MPO 1990) O grupo constante da tabela de eventos que enquadraria a baixa de estoque para consumo através de requisição seria o de eventos:

a) 54.0.xxx registros diversos. b) 52.0.xxx de retenções de obrigações. c) 70.0.xxx de desembolsos. d) 51.0.xxx de apropriações de despesas. e) 60.0.xxx de restos a pagar. 20) (CONSULTOR DE ORÇAMENTO DO SENADO FEDERAL – CESPE/1996) O SIAFI baseia-se na utilização de eventos contábeis, ordenados em uma tabela, na qual são organizados por classes. Como o evento representa o registro contábil de um determinado ato ou fato administrativo, na sua composição é determinado um roteiro contemplando todos os lançamentos que se fizerem necessários para que esse registro seja efetuado por completo. Os eventos contemplam tanto os lançamentos da unidade onde está sendo efetuado o registro, como os lançamentos da unidade receptora da ação efetuada. Com base nessa conceituação, marque a alternativa CORRETA.

a) A apropriação da liquidação de direitos da administração pública utiliza-se de eventos da classe 60. b) A apropriação da previsão da receita aprovada na lei orçamentária utiliza-se de eventos da classe 80. c) A apropriação da liquidação de obrigações da administração pública utiliza-se de eventos da classe 53. d) A apropriação de empenhos da despesa autorizada utiliza-se de eventos da classe 20. e) A apropriação da liquidação de restos a pagar utiliza-se de eventos da classe 63. GABARITO 13 3, 1, 2 17 C

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 115 Prof. Fabio Furtado

14 a) Evento b) Classe c) Registro d) Código seqüencial e) Tabela de eventos

18 D

15 V, F, F, F, V. 19 A 16 D 20 C

QUESTÕES COMENTADAS (Analista de Controle Externo – TCU 1996 CESPE UnB) 01- O Plano de Contas Único da Administração Federal (1) não mais possibilitou a elaboração dos Balanços Orçamentário,

Financeiro e Patrimonial e da Demonstração das Variações Patrimoniais, na forma da Lei n.º 4.320/64.

(2) tem como uma de suas partes integrantes a Tabela de Eventos, que

consiste em uma relação de ocorrências, às quais ficam vinculadas as contas que deverão ser sensibilizadas, quando do registro da operação.

(3) possibilitou a individualização dos devedores e credores, com a

especificação necessária ao controle contábil do direito ou da obrigação.

(4) não foi implantado de modo a tornar exeqüível o pronto

conhecimento dos custos dos serviços industriais. Comentários: (1) E – O Plano de Contas Único da Administração Federal deve permitir o levantamento de Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial e da Demonstração das Variações Patrimoniais.

(2) C – Assertiva correta, pois é parte integrante do Plano de Contas a tabela de eventos, que é o instrumento utilizado no preenchimento das telas e/ou documentos de entrada do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI.

(3) C – OPlano de contas Único da Administração Federal possibilitou a individualização dos devedores e credores, com a especificação necessária ao controle contábil do direito ou obrigação.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 116 Prof. Fabio Furtado

(4) E – Assertiva incorreta, pois o Plano de Contas Único da Administração Federal deve permitir a determinação dos custos dos serviços industriais.

(Contador – TJDF 1997 CESPE UnB) 02- Na contabilidade pública, a conta créditos em circulação, do plano de contas da administração pública federal, pertence, na estrutura da consolidação de balanço, ao A - realizável a longo prazo. B - permanente. C - compensado. D - passivo circulante. E - ativo circulante. Resposta correta: E Comentários: O Plano de Contas compreende sete níveis de desdobramento, classificados e codificados de acordo com a seguinte estrutura: 1º. Nível – CLASSE -------------------------X 2º. Nível – GRUPO ------------------------- X 3º. Nível – SUBGRUPO -------------------- X 4º. Nível – ELEMENTO -------------------- X 5º. Nível – SUBELEMENTO -------------- X 6º. Nível – ITEM ---------------------------- XX 7º. Nível – SUBITEM ----------------------- XX CONTA CORRENTE ------------------código variável A consolidação de balanços é efetuada no 3º. Nível (SUBGRUPO), de acordo com a estrutura a seguir:

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 117 Prof. Fabio Furtado

1 ATIVO 1.1 Ativo Circulante

1.1.1 Disponível 1.1.2 Créditos em Circulação 1.1.3 Bens e Valores em Circulação 1.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo 1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo

1.2.1 Depósitos Realizáveis a Longo Prazo 1.2.2 Créditos Realizáveis a Longo Prazo

1.4 Ativo Permanente 1.4.1 Investimentos

1.4.2 Imobilizado 1.4.3 Diferido 1.9 Ativo Compensado 1.9.1 Execução Orçamentária da Receita 1.9.2 Fixação Orçamentária da Despesa 1.9.3 Execução da Programação Financeira 1.9.4 Despesas e Dívidas dos Estados e Municípios 1.9.5 Execução de Restos a Pagar 1.9.9 Compensações Ativas Diversas 3 DESPESA 3.3 Despesas Correntes 3.4 Despesas de Capital 5 RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1 Resultado Orçamentário

5.1.1 Despesa Orçamentária 5.1.2 Interferências Passivas

5.1.3 Mutações Passivas 5.2 Resultado Extra-Orçamentário

5.2.1 Despesa Extra-Orçamentária 5.2.2 Interferências Passivas 5.2.3 Mutações Passivas

2 PASSIVO 2.1 Passivo circulante 2.1.1 Depósitos 2.1.2 Obrigações em Circulação 2.1.3 Empréstimos e Financ. Em Circulação 2.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo 2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.2.1 Depósitos Exigíveis a Longo Prazo 2.2.2 Obrigações Exigíveis a Longo Prazo 2.2.9 Outras Exigibilidades 2.3 Resultado de Exercícios Futuros 2.3.1 Receitas de Exercícios Futuros 2.3.9 Custos ou Despesas Correspondentes às Receitas 2.4 Patrimônio Líquido

2.4.1 Patrimônio/Capital 2.4.2 Reservas 2.4.3 Resultado Acumulado 2.4.9 Ajuste do Patrimônio/Capital 2.9 Passivo Compensado

2.9.1 Previsão Orçamentária da Receita 2.9.2 Execução Orçamentária da Despesa 2.9.3 Execução da Programação Financeira 2.9.4 Despesas e Dívidas dos Estados e Municípios 2.9.5 Execução de Restos a Pagar 2.9.9 Compensações Passivas Diversas 4 RECEITA 4.1 Receitas Correntes 4.2 Receitas de Capital 4.9 (*) Deduções da Receita 6 RESULTADO DO EXERCÍCIO 6.1 Resultado Orçamentário

6.1.1 Receita Orçamentária 6.1.2 Interferências Ativas

6.1.3 Mutações Ativas 6.2 Resultado Extra-Orçamentário

6.2.1 Receita Extra-Orçamentária 6.2.2 Interferências Ativas 6.2.3 Mutações Ativas

6.3 Resultado Apurado

*O asterisco indica que as contas são redutoras ou retificadoras.

Logo, como podemos verificar na estrutura acima, a conta créditos em circulação pertence ao ativo circulante.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 118 Prof. Fabio Furtado

(Contador – TJDF 1997 CESPE UnB) 03- Na contabilidade pública, a conta execução orçamentária da receita, do plano de contas da administração pública federal, pertence, na estrutura da consolidação de balanço, ao A - resultado de exercício. B - patrimônio líquido. C - compensado. D - ativo circulante. E - resultado de exercícios futuros. Resposta correta: C Comentários: Com base na estrutura de consolidação apresentada no comentário da questão anterior, a conta execução orçamentária da receita pertence ao compensado. A referida conta pode figurar nos grupos do Ativo Compensado ou do Passivo Compensado. (Controlador de Recursos Públicos – TCE/ES 2004 CESPE UnB) Quanto ao plano de contas do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI), julgue os itens seguintes. 04 - As contas contábeis estão estruturadas nos níveis de classe, grupo, subgrupo, alínea, subalínea, item e subitem. 05 - As contas do ativo compreendem os grupos de código 1 = circulante; 2 = realizável a longo prazo e 9 = compensado. 06 - As contas de mutações passivas e interferências passivas pertencem ao grupo resultado orçamentário — aumentativo. 07 - As contas receita realizada e receita a realizar pertencem ao sistema financeiro.

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 119 Prof. Fabio Furtado

Comentários: 04. E – Assertiva incorreta, pois, de acordo com o plano de contas do SIAFI, as contas contábeis estão estruturadas nos níveis de classe, grupo, subgrupo, elemento, subelemento, item e subitem. O erro na questão está em ter substituído os termos elemento e subelemento por alínea e subalínea. 05. C – afirmativa correta, conforme podemos observar na estrutura de balanços, apresentada até o 3º nível (SUBGRUPO), que é utilizada para consolidação de balanços, a seguir:

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 120 Prof. Fabio Furtado

1 ATIVO 1.1 Ativo Circulante

1.1.1 Disponível 1.1.2 Créditos em Circulação 1.1.3 Bens e Valores em Circulação 1.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo 1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo

1.2.1 Depósitos Realizáveis a Longo Prazo 1.2.2 Créditos Realizáveis a Longo Prazo

1.4 Ativo Permanente 1.4.1 Investimentos

1.4.2 Imobilizado 1.4.3 Diferido 1.9 Ativo Compensado 1.9.1 Execução Orçamentária da Receita 1.9.2 Fixação Orçamentária da Despesa 1.9.3 Execução da Programação Financeira 1.9.4 Despesas e Dívidas dos Estados e Municípios 1.9.5 Execução de Restos a Pagar 1.9.9 Compensações Ativas Diversas 3 DESPESA 3.3 Despesas Correntes 3.4 Despesas de Capital 5 RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1 Resultado Orçamentário

5.1.1 Despesa Orçamentária 5.1.2 Interferências Passivas

5.1.3 Mutações Passivas 5.2 Resultado Extra-Orçamentário

5.2.1 Despesa Extra-Orçamentária 5.2.2 Interferências Passivas 5.2.3 Mutações Passivas

2 PASSIVO 2.1 Passivo circulante 2.1.1 Depósitos 2.1.2 Obrigações em Circulação 2.1.3 Empréstimos e Financ. Em Circulação 2.1.4 Valores Pendentes a Curto Prazo 2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.2.1 Depósitos Exigíveis a Longo Prazo 2.2.2 Obrigações Exigíveis a Longo Prazo 2.2.9 Outras Exigibilidades 2.3 Resultado de Exercícios Futuros 2.3.1 Receitas de Exercícios Futuros 2.3.9 Custos ou Despesas Correspondentes às Receitas 2.4 Patrimônio Líquido

2.4.1 Patrimônio/Capital 2.4.2 Reservas 2.4.3 Resultado Acumulado 2.4.9 Ajuste do Patrimônio/Capital 2.9 Passivo Compensado

2.9.1 Previsão Orçamentária da Receita 2.9.2 Execução Orçamentária da Despesa 2.9.3 Execução da Programação Financeira 2.9.4 Despesas e Dívidas dos Estados e Municípios 2.9.5 Execução de Restos a Pagar 2.9.9 Compensações Passivas Diversas 4 RECEITA 4.1 Receitas Correntes 4.2 Receitas de Capita 4.9 (*) Deduções da Receita 6 RESULTADO DO EXERCÍCIO 6.1 Resultado Orçamentário

6.1.1 Receita Orçamentária 6.1.2 Interferências Ativas

6.1.3 Mutações Ativas 6.2 Resultado Extra-Orçamentário

6.2.1 Receita Extra-Orçamentária 6.2.2 Interferências Ativas 6.2.3 Mutações Ativas

6.3 Resultado Apurado

*O asterisco indica que as contas são redutoras ou retificadoras. Os códigos solicitados na questão significam: 1 - Classe do Ativo, 1 – Grupo do Circulante; 1 - Classe do Ativo, 2 – Grupo do Realizável a Longo Prazo;

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Apostila de Orçamento e Contabilidade Pública 121 Prof. Fabio Furtado

1 - Classe do Ativo, 9 – Grupo do Compensado. Lembrando que no plano de contas do SIAFI, as contas contábeis estão estruturadas em sete níveis de desdobramento, que são: classe, grupo, subgrupo, elemento, subelemento, item e subitem. A questão ora comentada está solicitando que se observe o código utilizado no segundo nível que vem a ser o de GRUPO. 06. E – Assertiva incorreta, tendo em vista que de acordo com o plano de contas do SIAFI, as contas de mutações passivas e interferências passivas pertencem ao grupo resultado orçamentário diminutivo. 07. E – afirmativa falsa, visto que estas duas contas pertencem ao sistema orçamentário. (Controlador de Recursos Públicos – TCE/ES 2004 CESPE UnB) Acerca da tabela de eventos constante do plano de contas do SIAFI, julgue os itens que se seguem. 08 - O tipo de utilização 3, na estrutura do código de evento XX.3.XXX, especifica um evento complementar ao de utilização interna pelo sistema. 09 - Os eventos da classe 53 (53. 0. XXX) são responsáveis pelos lançamentos a crédito nas contas de obrigações. 10 - Os eventos da classe 70.X.XXX são utilizados para liquidar despesas inscritas em restos a pagar não-processados ao final do exercício anterior. 11 - Os eventos da classe 30.X.XXX são utilizados no documento denominado nota de dotação (ND). Comentários: Estrutura do Evento: O evento tem seu código composto por seis números (XX.X.XXX), dispostos da seguinte maneira:

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XX X XXX Classe Tipo Código Seqüencial Classe (XX) A Classe representa o conjunto de eventos de uma mesma natureza. Assim sendo, a Tabela de eventos é constituída pelas seguintes Classes: (10) Evento de Previsão da Receita (20) Dotação da Despesa (30) Movimento de Crédito (40) Empenho da Despesa (50) Apropriações de Retenções, Liquidações e Outros (51) Apropriações de Despesas (52) Retenções de Obrigações (53) Liquidações de Obrigações – extinção das obrigações (54) Registros Diversos (55) Apropriações de Direitos (56) Liquidações de Direitos (60) Restos a Pagar (61) Liquidação de Restos a Pagar (70) Transferências Financeiras (80) Receita Como podemos observar, a ordem dessa classificação dos eventos segue uma certa lógica da execução orçamentária e financeira. Tipo de utilização (X) O TIPO de utilização do evento representa a situação do registro, podendo ser codificado, conforme segue: (4) Evento de utilização direta pelo gestor (5) Evento de utilização interna pelo sistema (6) Evento complementar ao de utilização direta do gestor (7) Evento complementar ao de utilização interna pelo sistema (9) Estorno de evento de utilização direta do gestor (10) Estorno de evento de utilização interna pelo sistema (11) Estorno de evento complementar ao de utilização direta pelo gestor (12) Estorno de evento complementar ao de utilização interna pelo sistema

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Código Seqüencial (XXX) O Código seqüencial representa a variação seqüencial de 001 a 999, dentro de cada classe. A combinação desses números representa o registro de um fato ou ato administrativo. Com base no que expomos acima, julgaremos a questão de número 73. 08. C – Assertiva correta, conforme podemos verificar nas codificações correspondentes ao tipo de utilização do evento, onde, fica claro que o tipo de utilização 3 especifica um evento complementar ao de utilização interna pelo sistema. 09. E – Assertiva incorreta, pois os eventos da classe 53 (53.0.XXX) são responsáveis pela liquidação (extinção) das obrigações retidas pelos eventos da classe 52. Os eventos da classe 52 são utilizados toda vez que houver retenção da obrigação para pagamento posterior, isto é, são os responsáveis pelos lançamentos a crédito nas contas de obrigações. 10. E - Afirmativa falsa, tendo em vista que os eventos da classe 70. X. XXX são utilizados para a realização de transferências financeiras, como: devolução de cauções; repasse etc. Os eventos responsáveis pela liquidação de restos a pagar não-processados inscritos no exercício anterior, são os da classe 61.X.XXX. 11. E – afirmativa incorreta, visto que os eventos da classe 30.X.XXX, que são responsáveis pela movimentação dos créditos orçamentários, tais como destaques, provisões etc., são utilizados no documento denominado nota de crédito (NC). Para melhor compreensão, apresentamos o quadro abaixo:

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Classe Especificação Documento utilizado

Sinal

10.X.XXX 20.X.XXX 30.X.XXX 40.X.XXX 51.X.XXX 52.X.XXX 53.X.XXX 54.X.XXX 55.X.XXX 56.X.XXX 61.X.XXX 70.X.XXX 80.X.XXX

Previsão da Receita (inicial, adicional e anulações de previsão) Dotação da Despesa (inicial, adicional e anulações de dotação) Movimentação de Crédito (destaque, provisão e anulações) Empenho da Despesa (emissão, reforço e anulação e pré-empenho) Apropriação de Despesas (corresponde à etapa da liquidação da despesa) Retenções de Obrigações (consignações, fornecedores etc.) Liquidação de Obrigações (corresponde à extinção de obrigações) Registros Diversos (doações, consumo, baixa, incorporações etc.) Apropriação de Direitos (saldo em bancos etc.) Liquidação de Direitos (corresponde à extinção de direitos) Liquidação de Restos a Pagar (não-processados) referentes a empenhos do ano anterior Desembolsos e Transferências Financeiras (devolução de cauções, cota, repasse etc. Embolsos e Receitas (recebimento de depósitos de terceiros, arrecadação/recolhimento de receita)

NL ND NC

NE e PE

NL e OB NL OB NL

NL e OB

NL e GR

NL e OB

NL e OB

NL e GR

D e C

D e C

D e C

D e C D C D

D e C D C D D C

Onde:

NL – Nota de Lançamento ND – Nota de Dotação NC – Nota de movimento de Crédito NE – Nota de Empenho PE – Nota de Pré-Empenho OB – Ordem Bancária GR – Guia de Recebimento

D - Sinal devedor C - Sinal credor

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1994. GIACOMONI, James. Orçamento público. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1997. KOHAMA, Heilio. Balanços públicos: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1996. LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbison Gonçalves de. Contabilidade pública: integrando União, Estados e Municípios (Siafi e Siafem). 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MACHADO JR., J. Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4.320 comentada. 31. ed. Rio de Janeiro: IBAM, 2002/2003. MOTA, Francisco Glauber Lima. Contabilidade aplicada á administração pública. 6. ed. Brasília: Vestcon, 2003. PASCOAL, Valdecir Fernandes. Direito financeiro e controle externo. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2003. PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ, Maria Zulene Farias; ROSA, Maria Berenice. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. BEZERRA FILHO, João Eudes. Contabilidade pública: teoria, técnica de elaboração de balanços e 300 questões. Niterói: Impetus, 2004. FIGUEIRÊDO, Carlos Maurício; NÓBREGA, Marcos. Lei de responsabilidade fiscal para concursos. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002. EQUIPE DE PROFESSORES DO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB.; Exame de suficiência em contabilidade: livro – texto e exercícios adaptados às exigências do CFC; organizadores Jorge Katsumi Niyama, César Augusto Tibúrcio Silva; Roberto Bocaccio Piscitelli. – São Paulo: Atlas, 2001.