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1 Modulação por Código de Pulsos (PCM) Resumo Geral Prof. Fred Sizenando Rossiter Pinheiro (Sistemas De Telecomunicações I) A digitalização nas telecomunicações foi iniciada nos final dos anos 70 pela Rede de Transporte, mais precisamente pela digitalização dos sistemas de transmissão (entroncamento entre diferentes centrais telefônicas analógicas), o objetivo inicial era (com a multiplexação) diminuir a quantidade de pares necessários à conexão, além de tentar garantir o padrão de baixos índices de diafonia. A tecnologia que melhor se adaptou no Brasil à situação encontrada foi a Pulse Code Modulation (PCM) técnica de codificação por forma de onda baseada no padrão europeu e utilizando a multiplexação por divisão no tempo (TDM.). Os primeiros sistemas PCM foram implantados em grandes e médias cidades. Os circuitos utilizados na técnica PCM têm evoluído desde então, com ganhos consideráveis de capacidade de transmissão. A técnica PCM é definida pela especificação G.711 formulada pela ITU-T (seção de Padronização da área de Telecomunicações do ITU - União Internacional de Telecomunicações) e trata-se do mais simples embora mais rico em informação feitio de codificação. Consistindo apenas na discretização do sinal no tempo e da quantificação de suas amplitudes uniformemente, sem qualquer forma de compressão, trata-se do modelo base para a maioria dos padrões de codificação. Basicamente o PCM original padrão europeu denominado E1, tem 30 entradas analógicas paralelas e uma saída digital serial na velocidade de 2,048 Mbits/s contendo 30 (+2) canais. Os dois canais adicionais são utilizados para sincronismo, sinalização de linha e alarmes. Cada canal individual digitalizado é transmitido na velocidade de 64 kbits/s. A chamada Transmissão por Banda Base (sem modulação) a 2,048 Mbits/s corresponde, de acordo com a Série de Fourier a uma frequência fundamental de 1.024 KHz. Com o uso dessa tecnologia buscava-se inicialmente a economia nos pares necessários para o entroncamento, ou seja com 4 pares (2 transmissão e 2 Recepção) passou a ser possível a conexão bidirecional de 30 canais,uma economia de pelo menos 56 pares. Os primeiros sistemas digitais PCM testados para transmissão em cabos de pares tiveram péssimo desempenho em termos de alcance, verificou-se que com distâncias de 100 metros a taxa de erro de bit (BER) já assumia valores assustadores. Pesquisadores logo verificaram que a uma das causas dessa limitação era a dificuldade de reconstruir os pulsos originais em seus tempos corretos devido o espalhamento espectral que o cobre provocava de forma mais intensa em sinais de mais alta frequência e consequente distorção. Esse problema era agravado quando existia uma longa sequência de 0 (zero) ou de 1 (um),ou seja a maior participação de componente DC no sinal dificultava a captação correta do mesmo. Logo se desenvolveu a técnica de codificação do sinal já digitalizado denominada codificação de linha que possibilitou a ampliação do alcance possível para pouco mais de 1 km. As Codificações de linha AMI e HDB-3 foram as mais adequadas e mais utilizadas até hoje nesse objetivo. Como os entroncamentos entre centrais normalmente ultrapassam 1 km, então passaram a ser utilizados Regeneradores bidirecionais nos trechos intermediários, especialmente em cabos subterrâneos ou enterrados. Convém destacar que uma simples

Apostila Pcm Nova 2015

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    Modulao por Cdigo de Pulsos (PCM) Resumo Geral

    Prof. Fred Sizenando Rossiter Pinheiro

    (Sistemas De Telecomunicaes I)

    A digitalizao nas telecomunicaes foi iniciada nos final dos anos 70 pela Rede de

    Transporte, mais precisamente pela digitalizao dos sistemas de transmisso (entroncamento

    entre diferentes centrais telefnicas analgicas), o objetivo inicial era (com a multiplexao)

    diminuir a quantidade de pares necessrios conexo, alm de tentar garantir o padro de

    baixos ndices de diafonia.

    A tecnologia que melhor se adaptou no Brasil situao encontrada foi a Pulse Code

    Modulation (PCM) tcnica de codificao por forma de onda baseada no padro europeu e

    utilizando a multiplexao por diviso no tempo (TDM.). Os primeiros sistemas PCM foram

    implantados em grandes e mdias cidades. Os circuitos utilizados na tcnica PCM tm

    evoludo desde ento, com ganhos considerveis de capacidade de transmisso.

    A tcnica PCM definida pela especificao G.711 formulada pela ITU-T (seo de

    Padronizao da rea de Telecomunicaes do ITU - Unio Internacional de

    Telecomunicaes) e trata-se do mais simples embora mais rico em informao feitio de

    codificao. Consistindo apenas na discretizao do sinal no tempo e da quantificao de suas

    amplitudes uniformemente, sem qualquer forma de compresso, trata-se do modelo base para a

    maioria dos padres de codificao.

    Basicamente o PCM original padro europeu denominado E1, tem 30 entradas

    analgicas paralelas e uma sada digital serial na velocidade de 2,048 Mbits/s contendo 30 (+2)

    canais. Os dois canais adicionais so utilizados para sincronismo, sinalizao de linha e

    alarmes. Cada canal individual digitalizado transmitido na velocidade de 64 kbits/s.

    A chamada Transmisso por Banda Base (sem modulao) a 2,048 Mbits/s

    corresponde, de acordo com a Srie de Fourier a uma frequncia fundamental de 1.024 KHz.

    Com o uso dessa tecnologia buscava-se inicialmente a economia nos pares necessrios para o

    entroncamento, ou seja com 4 pares (2 transmisso e 2 Recepo) passou a ser possvel a

    conexo bidirecional de 30 canais,uma economia de pelo menos 56 pares.

    Os primeiros sistemas digitais PCM testados para transmisso em cabos de pares

    tiveram pssimo desempenho em termos de alcance, verificou-se que com distncias de 100

    metros a taxa de erro de bit (BER) j assumia valores assustadores. Pesquisadores logo

    verificaram que a uma das causas dessa limitao era a dificuldade de reconstruir os pulsos

    originais em seus tempos corretos devido o espalhamento espectral que o cobre provocava de

    forma mais intensa em sinais de mais alta frequncia e consequente distoro. Esse problema

    era agravado quando existia uma longa sequncia de 0 (zero) ou de 1 (um),ou seja a maior

    participao de componente DC no sinal dificultava a captao correta do mesmo. Logo se

    desenvolveu a tcnica de codificao do sinal j digitalizado denominada codificao de linha

    que possibilitou a ampliao do alcance possvel para pouco mais de 1 km.

    As Codificaes de linha AMI e HDB-3 foram as mais adequadas e mais utilizadas at

    hoje nesse objetivo. Como os entroncamentos entre centrais normalmente ultrapassam 1 km,

    ento passaram a ser utilizados Regeneradores bidirecionais nos trechos intermedirios,

    especialmente em cabos subterrneos ou enterrados. Convm destacar que uma simples

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    amplificao (como pode ser feita em sistemas analgicos) no adequado para sinais digitais,

    os quais precisam detectados e reconstrudos.

    O PCM uma das 3 tcnicas mais utilizadas ( na opo codificadores de forma de

    onda) para digitalizao de voz, as outras so: DPCM (PCM Diferencial) uma variante da

    tcnica inicial e a Modulao Delta (DM). Abordaremos essas duas outras tcnicas

    posteriormente.

    O PCM a tcnica que obtm melhor fidelidade na recuperao do sinal analgico,

    para tal adota um sistema TDM obedecendo ao Teorema da Amostragem (Critrio de

    Nyquist) no qual a banda do canal telefnico de 0,3 a 3,4 KHz fotografada por pulsos de 8

    KHz, resultando no perodo de amostragens de 125 micro segundos. Cada amostra

    quantizada com base de 256 nveis de amplitude, resultando em um byte de 8 bits por

    amostra. Isso tudo corresponde a que cada sinal telefnico passe a ser transmitido na

    velocidade de 8 bits x 8 KHz= 64 Kbits/s.

    O no atendimento do Teorema da Amostragem implica no fenmeno denominado

    Aliasing ou foldover, no qual ocorre distoro relevante no sinal recuperado na recepo.

    No padro europeu denominado E1, so multiplexados no tempo 32 canais, resultando

    o trem de pulsos de 32 x 64 Kbits/s = 2,048 Mbits/s.

    O processo de quantizao adotado o No Linear com base na Lei A, no qual se

    busca a equalizao da Relao Sinal / Rudo de Quantizao a partir de uma melhor

    aproximao dos nveis de amplitudes mais baixos em detrimento dos nveis mais altos.

    Nos Estados Unidos e no Japo, o sistema TDM-PCM adotado o T1,

    correspondendo ao agrupamento de 24 canais com velocidade final reduzida para 1,544

    Mbits/s. A quantizao adotada no padro T1 se fundamenta na Lei .

    Figura 1 - Entroncamento com cabo entre 2 centrais analgicas utilizando 3 sistemas E1.

  • 3

    O padro de digitalizao de sinais de voz adotado no PCM E1 - e aplicado na

    Telefonia Fixa em geral e em muitas outras situaes - apesar de ter o melhor resultado em

    fidelidade na recuperao dos sinais, requer uma banda passante para transmisso total de pelo

    menos 1.024 KHz, ou 32 KHz por canal. Em algumas outras aplicaes onde a voz tambm

    digitalizada como a Telefonia Celular no h disponibilidade dessa banda toda, e so adotadas

    tcnicas de compresso visando retirar possveis redundncias e consequentemente permitir a

    transmisso digitalizada atravs de uma banda mais estreita.

    Os chamados Vocoders (Codificadores de Voz) so circuitos que digitalizam o sinal

    da voz visando reduzir ao mximo a taxa de transmisso, consequentemente a banda requerida

    de transmisso, eles so peas fundamentais nos sistemas celulares. Existem Vocoders que

    conseguem reduzir a taxa de transmisso da voz para 16 Kbits/s ou at 8 Kbits/s. Essa rea de

    tcnicas de compresso um dos segmentos tecnolgicos onde as pesquisas tm ultimamente

    produzido inmeros novos modelos de algoritmos visando obter reduo de banda com o

    mnimo de perda de qualidade.

    A lgica do processo de digitalizao para sons de udio segue o mesmo raciocnio dos

    princpios adotados no PCM, em especial o Critrio de Nyquist: um CD gravado, a partir de

    uma LP analgico, adota frequncia de amostragem pouco superior a 44 KHz para ter

    fidelidade stereofnica dos sinais de udio na banda de 20 KHz original.

    AMOSTRAGEM DE SINAIS CONTNUOS

    Os sinais discretos no tempo normalmente ocorrem como representao de

    sinais contnuos no tempo. Isto ocorre em parte porque o processamento de sinais

    contnuos em sistemas digitais executado a partir da execuo de uma srie de

    amostragens baseadas em trem de pulsos peridicos.

    Neste captulo, discutiremos o processo de amostragem peridica com

    maior detalhamento, incluindo a questo do aliasing quando o sinal no

    limitado em frequncia ou quando a taxa de amostragem no suficientemente

    alta.

    1.2.1 - AMOSTRAGEM PERIDICA

    Embora existam outras possibilidades, o mtodo tpico de obter uma

    representao discreta no tempo de um sinal contnuo atravs da amostragem

    peridica, na qual uma sequncia de amostras x[n] obtida a partir de um sinal

    contnuo no tempo Xc(t) de acordo com a relao:

    x[n] = Xc (n,T) - n + (1)

  • 4

    FIG. 2 - DIAGRAMA EM BLOCOS DE UM CONVERSOR

    CONTNUO/DISCRETO IDEAL

    Na eq. 1, T o perodo de amostragem, reciprocamente, fs = 1/T, a

    frequncia de amostragem, em amostras por segundo.

    Na fig. 1, ns ilustramos um esboo de um conversor contnuo/discreto

    ideal, na prtica a operao de amostragem comumente implementada por um

    conversor analgico/digital. Tais sistemas podem ser vistos como aproximaes

    de um conversor C/D ideal. Os aspectos mais relevantes no projeto de um

    conversor A/D incluem a quantizao das amostragens de sada, linearidade, a

    necessidade de circuitos de amostragem e reteno e as limitaes da velocidade

    de amostragem.

    Na figura seguinte est representado o processo de amostragem em 2

    estgios, consistindo de um modulador de trem de pulsos seguido da converso

    do trem de pulsos em uma sequncia. A figura (b) ilustra 2 sinais contnuos no

    tempo e o processo da amostragem pelo trem de pulsos. A figura (c) mostra o

    resultado da amostragem.

    A diferena essencial entre xs (t) e x[n] que xs (t) um sinal contnuo no

    tempo (especificamente um trem de pulsos) que zero, exceto em instantes de

    tempo mltiplos de T. A sequncia x[n], por outro lado, indexado na varivel

    inteira n, a qual introduz uma normalizao no tempo, isto , x[n] no contm

    informao explcita sobre a taxa de amostragem. Alm disto, as amostragens de

    xc (t) so representadas por nmeros finitos em x[n] em vez de reas sobre os

    pulsos como em xs (t).

    importante enfatizar que a figura 6 uma representao matemtica do

    processo de amostragem e no a representao de um circuito eltrico. Esta

    representao foi colocada objetivando avaliar melhor o processo, evitando-se

    representaes formais derivadas das frmulas da Transformada de Fourier.

    C/D ------------------ -------------------> xc (t) x[n] = xc (nT)

    |

    |

    T

  • 5

    FIG. 3

    FIG. 4- SISTEMA BSICO DE MODULAO P.A.M.

  • 6

    3.2 - REPRESENTAO DA AMOSTRAGEM NO DOMNIO DA

    FREQUNCIA

    Considerando inicialmente a converso de xc (t) para xs (t) atravs da

    modulao do trem de pulsos. O sinal modulante s(t) um trem de pulsos

    peridico:

    S(t) = (t - nT) (3.2)

    Onde (t) a funo impulso ou funo delta Dirac. Consequentemente,

    xs (t) = xc (t) s (t)

    = xc (t) (t - nT) (3.3)

    Utilizando propriedade da funo impulso:

    xs (t) = xc (nT) (t - nT) (3.4)

    Vamos agora considerar a Transformada de Fourier de xs (t). Como na eq.

    (3.3), xs (t) o produto de xc (t) e s(t), a Transformada de Fourier de xs (t) a

    convoluo das Transformadas de Fourier xc (jW) e s (jW). A Transformada de

    Fourier de um trem de pulsos peridico um trem de pulsos peridico.

    Especificamente, s (jW) :

    s (jW) = 2/T (w - kws) (3.5)

    onde Ws = 2/T a frequncia de amostragem em radianos/seg. Desta forma:

    xs (jW) = 1/2 xc (jw) * S (jw)

    onde * representa a operao de convoluo, da:

    xs (jW) = 1/T xc (jw - kjws) (3.6)

  • 7

    A equao (3.6) mostra a relao entre as Transformadas de Fourier da

    entrada e sada do modulador de trem de pulsos da figura 3.2 (a). Ns vemos, a

    partir da eq. (3.6) que a Transformada de Fourier de xs (t) consiste de cpias

    peridicas da Transformada de Fourier de xc (t). As cpias de xc (jW) so

    deslocadas de mltiplos inteiros de frequncia de amostragem formando um

    trem de pulsos com amostragens. A figura 7 ilustra a representao no domnio

    da frequncia do trem de pulsos de amostragem. A figura 7 (a) representa a

    Transformada de Fourier com banda limitada, onde o valor mais alto de

    frequncia com intensidade no nula de xc (jW) ocorre em Wn. A figura 7 (b)

    mostra o trem de pulsos peridicos s (jW) e a figura 7 (c) mostra xs (jW), o

    resultado da convoluo de xc (jW) com s (jW). Pela figura 7 (c) fica evidente

    que quando:

    Ws-Wn > Wn, ou Ws > 2 Wn

    ento a rplica de xc (jW) no se sobrepem e, desta forma, quando elas so

    adicionadas juntas na eq. (3.6) ainda permanecem como rplicas de xc (jW) a

    cada inteiro mltiplo de Ws (com fator de escala de 1/T). Consequentemente, xc

    (t) pode ser recuperado a partir de xs (t) com um filtro passa-baixas ideal. Isto

    visto na figura 8 que apresenta o modulador de trem de pulsos seguido do sistema

    invariante linear no tempo com resposta em frequncia Hr (jW). Para xc (jW)

    como na figura 8 (b), xs (jW) seria como mostrado na figura 8 (c), onde foi

    considerado que Ws > 2 Wn, assim:

    Xr (jW) = Hr (jW) Xs (jW), (3.8)

    Se Hr (jW) um filtro passa-baixas ideal com ganho T e frequncia de corte Wc,

    tal que:

    Ws < Wc < (Ws - Wn) (3.9)

  • 8

    FIG. 5

    ento:

    Xr (jW) = Xc (jW) (3.10)

    conforme ilustra a fig. 8 (e).

    Se a desigualdade (3.7) no acontecer, ou seja, se Ws < 2Wn, ocorrero

    superposies das bandas de tal forma que no mais ser possvel a recuperao

  • 9

    do sinal original atravs do filtro passa-baixas. Isto ilustrado na figura 3.3 (d),

    neste caso, o sinal recuperado xr (t) da fig. 8 (a) apresenta-se distorcido em

    relao ao sinal original contnuo de entrada. A fig. 9 ilustra o aliasing no

    domnio da frequncia para o caso simples de um sinal cosenoidal. A fig. 9 (a)

    mostra a Transformada de Fourier do sinal

    xc (t) = cos (Wot) (3.11)

    Circuito Bsico para Amostragem e Reteno (sinal PAM)

  • 10

    FIG. 6

    Na figura seguinte temos um exemplo de Aliasing onde um sinal de 5,5 KHz

    Introduzido no equipamento PCM com freqncia de Amostragem de 8 KHZ ( 8KHz < (2x5,5

    KHz=1 KHz), a amostragem no obedece ao Princpio de Nyquist e da o sinal que seria

  • 11

    recebido aps o filtro seria totalmente deformado em relao ao original, no caso seria um sinal

    de (8-5,5 KHz =) 2,5 KHz. Esse sinal soaria como um apito no ouvido da pessoa do outro

    lado da linha.

    O filtro passa baixas na entrada do PCM deve tem tipicamente uma curva de corte

    conforme a figura a seguir.

    Na telefonia a amostragem feita a 8 kHz, devendo portanto serem eliminadas as frequncias

    superiores a 4 kHz. A Figura 24 mostra as caractersticas que devem ser obedecidas pelo filtro

    de entrada segundo o ITU-T. Note que a rejeio a freqncia de 60/50 Hz da rede deve ser

    de 30 dB, e observe que a rejeio acima de 4600 Hz deve ser de pelo menos 32 dB. Na faixa

    de 300Hz a 3300 Hz o filtro deve ter resposta quase plana (0.15 a -0.15dB)

    Figura 8-Mscara de filtro (padro ITUT-T) para Telefonia digital

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    Nas aplicaes comerciais os circuitos denominados CODECs, que realizam a

    codificao e decodificao, possuindo opes para as duas leis de companso (A e ). Muitos

    circuitos tambm incluem os filtros de entrada circuito de amostragem, filtro de recepo e a

    correo da distoro (sin x)/x.

    QUANTIZAO A Amostragem est vinculada diretamente ao processo de multiplexao TDM, para a

    execuo da transformao A/D, usa-se o byte de 8 bits por amostra, isso implica na limitao

    de 256 valores possveis de amplitude a serem representados digitalmente. Para concretizar

    esse procedimento adota-se o sistema de Quantizao que transforma os sinais contnuos na

    variao de amplitude em sinais com valores discretos de amplitude. O sinal na sada do

    Amostrador um sinal PAM e normalmente ele sofre retardo na transmisso atravs do

    processo de reteno de cada amostra executada ( Sample and Hold)

    Na Quantizao Linear, quanto maior for o nmero de bits, melhor ser a aproximao

    feita, ou seja menor o Rudo de Quantizao decorrente do erro introduzido. Mas a utilizao

    de uma maior quantidade de nveis de quantizao implica na necessidade de maior quantidade

    de bits para representar cada amostra digitalmente, isso significa maior necessidade de banda.

  • 13

    A Relao Sinal Rudo de Quantizao para o mdulo da variao de amplitude do

    sinal original prevista de 0 a Amax pode ser expressa pela equao a seguir.

    maxlog2002,676,1

    A

    AnSQR

    Onde n o nmero de bits adotado na amostra e A a amplitude da amostra.

    A expresso acima pode ser deduzida a partir da evoluo da razo entre o valor

    esperado do quadrado da tenso do sinal e o valor esperado do quadrado do erro de

    quantizao (diferena entre o sinal recebido e o sinal original).Essa deduo pode ser vista no

    Livro Digital Telephony de John C. Bellamy pgina 100 e Apndice A.

  • 14

    Na Quantizao Uniforme (Linear) (QL) a probabilidade de rudo de quantizao (erro)

    a mesma independentemente da amplitude de cada amostra, em consequncia a Relao

    Sinal/Rudo de Quantizao pior para os sinais de mais baixas amplitudes. Nas

    comunicaes telefnicas estatisticamente comprova-se a maior predominncia de nveis de

    mais baixa amplitude. Essas inconvenincias levaram concepo da Quantizao No

    Linear que inicialmente era obtida atravs de uma compresso prvia do sinal antes da

    execuo da prpria QL, essa compresso seguia basicamente um de dois padres

    internacionais estabelecidos.

    A Quantizao Linear no PCM atribui bits de maneira igualitria para todas as amplitudes do

    sinal que se digitaliza. Porm, a audio humana no igualmente sensvel s baixas e s altas

    amplitudes. Na verdade, quanto maior for a amplitude do sinal, menos detalhada a sua

    percepo. Portanto, seria coerente quantizar com mais bits as baixas amplitudes em

    detrimento das maiores afinal, o rudo de quantizao seria mais inconveniente quando

    objetiva-se escutar com clareza alguma informao de pequena amplitude do que quando

    temos uma amplitude to grande que qualquer rudo passaria despercebido.

    Atentivamente a esta caracterstica da audio humana, foram propostas duas maneiras de se

    alocar bits de maneira no uniforme para representar sinais digitais: a Lei (iniciativa

    estadunidense) e a Lei A (iniciativa europia). A formulao destas leis se d conforme abaixo:

    Onde e A so constantes, s o intervalo de amplitude do sinal de entrada (no

    quantizado) e v o comprimento do intervalo de quantizao correspondente.

    comum as implementaes em que = 255 e A=87,6, o que permite manter o rudo

    de quantizao constante em toda a faixa dinmica utilizando-se apenas 256

    intervalos (8 bits). A Quantizao No Linear nos primeiros circuitos PCM corresponde execuo de

    uma compresso prvia no Sinal Analgico antes da quantizao Linear consequente.

    Posteriormente um s circuito j passou a executar essa dupla operao diretamente.

    As semelhanas entre lei e lei A so evidentes. Entretanto, cabe ressaltar as

    seguintes diferenas: a Lei A possui alcance dinmico maior do que a Lei , enquanto esta possui desempenho sinal/distoro melhor para baixos nveis de

  • 15

    sinais do que Lei A. Alm destes fatos, a Lei A exige 13-bits para um equivalente

    PCM uniforme, enquanto a Lei exige 14 bits. Por fim, importante esclarecer que caso seja preciso estabelecer comunicao

    internacional entre dois pases, um que usa lei A e outro que usa lei , cabe ao

    pas usurio desta ltima realizar as converses entre as leis para que a

    comunicao possa ocorrer.

    O erro de quantizao tambm denominado distoro de quantizao ou

    rudo de quantizao, poder ser diminudo com o aumento do nmero de nveis

    de quantizao. Mas isto por sua vez acarretaria um aumento do nmero de

    pulsos codificados necessrios para transmisso de informaes de amplitude.

    Um aumento do nmero de pulsos codificados s se torna possvel com a

    diminuio da largura do pulso, o que significa uma largura de faixa (espectro)

    maior, ou com uma reduo do nmero de canais multiplexados. Como sabemos,

    no cdigo binrio, a quantidade de nveis codificveis com n bits (pulsos) 2n , a

    tabela seguinte nos d o nmero de nveis de quantizao em funo do nmero

    de bits n.

    n = nmero de bits do cdigo n de nveis de quantizao

    5 32

    6 64

    7 128

    8 256

    9 512

    10 1.024

  • 16

    A relao sinal/rudo (de quantizao) para um sistema PCM um

    parmetro inerente ao projeto que pode ser colocado da seguinte forma: supondo-

    se que o nvel do sinal grande em relao diferena entre 2 nveis de

    quantizao consecutivos, os erros introduzidos nas amostras que vo se

    sucedendo alcanaro, no mximo a metade da diferena entre dois nveis

    consecutivos de quantizao; isto +/- V/2, onde V o degrau de quantizao.

    Considerando uma distribuio linear homognea dos nveis de

    quantizao e como todos os valores de erro at este mximo so igualmente

    provveis e ocorram aleatoriamente, o valor eficaz do erro introduzido (1/2V) x

    (1/raiz de 3) que aparecer uniformemente distribudo em toda a largura de banda

    na recepo. A relao sinal/rudo de quantizao (S/N) ser a razo entre o valor

    eficaz da amplitude do sinal e o valor eficaz do erro introduzido.

    Amplitude pico a pico do sinal = nmero de nveis x diferena entre 2

    nveis consecutivos.

    Amplitude pico a pico do sinal = bn . v

    Onde b a base do cdigo usado (b=2 na maioria dos sistemas) e n o

    nmero de pulsos do cdigo.

    da: S/N = (pg. 14)

    Considerando a relao de potncias em dB, temos:

    20 log(S/N) = n20log(b) + 1/2 . 20log(3/2)

    = 20n log(2) + 10 (log3 - log2)

    = 6n + 1,76 dB (para b=2)

    O resultado acima demonstra outra vantagem do PCM, ou seja, a relao

    S/N em dB varia linearmente com o nmero de pulsos de uma palavra codificada

    (n), como o aumento da quantidade de pulsos (bits) de uma palavra fora a

    diminuio da largura do tempo de bit, ento a relao S/N ser proporcional a

    largura de faixa do espectro do sinal digital. Em sistemas FDM, ao contrrio, o

    incremento da S/N em dB proporcional ao logaritmo da largura de faixa.

    A tabela a seguir ilustra melhor os reflexos da alterao da relao sinal/rudo

    com a variao do nmero de bits de cada palavra.

  • 17

    N de

    bits

    Quantidade

    de nveis

    qunticos

    Relao

    Sinal/Rudo

    (dB)

    1 2 7,76

    2 4 13,76

    3 8 19,76

    4 16 25,76

    5 32 31,76

    6 64 37,76

    7 128 43,76

    8 256 49,76

    No sistema de quantizao linear homogneo, observa-se que o valor

    provvel instantneo do rudo (erro) de quantizao o mesmo

    independentemente do valor instantneo da amplitude do sinal, isto equivale dizer

    que a relao SINAL/RUDO ser maior (melhor) para maiores valores de

    amplitude e menor (pior) para menores valores de amplitude. Esta apreciao se

    torna ainda mais preocupante com o fato de que numa conversao telefnica

    predominam estatisticamente os sinais de baixa amplitude (-15 dbm). Isto

    significa, em outras palavras, que a qualidade da comunicao ser melhor

    quando a amplitude instantnea do sinal for maior.

    O grfico da figura abaixo ilustra comparativamente a relao sinal/rudo

    (S/N) para sistemas PCM com quantizadores lineares homogneos e diferentes

    quantidades de bits.

  • 18

    As figuras 10a, 10b, e 10c ilustram o processo de quantizao linear.

    2.1.3 - QUANTIZAO NO LINEAR

    A quantizao no linear foi concebida com o objetivo de promover maior

    equalizao da relao sinal/rudo. Para atingir esta meta, o nmero de nveis de

    quantizao mais compactado nas baixas amplitudes e mais espaado nas altas

    amplitudes (vide figuras 11a e b). A este processo de quantizao no linear d-

    se o nome de compresso e a curva entrada x sada usada nos sistemas PCM tem

    caracterstica logartmica aproximada atravs segmentos de reta.

    Pode-se obter melhora de 26 dB na S/N usando-se a carcterstica

    logartmica de compresso.

    O erro de quantizao provoca na recepo um rudo (de quantizao) que

    semelhante ao rudo branco, ou seja igualmente espalhado no espectro do

    sinal.

    FIG.11 - QUANTIZAO NO LINEAR

  • 19

    FIG.16

    A figura acima ilustra como o erro de quantizao minimizado nas

    pequenas amplitudes do sinal e ampliado nos pontos de maior intensidade.

    LEIS DE COMPRESSO

    A lei de compresso define uma curva que relaciona o nvel do sinal

    comprimido na sada como o nvel do mesmo sinal na entrada da compresso.

    Foram estudadas diversas curvas de compresso, verificando-se que a lei

    de compresso com escala logartmica era a mais conveniente.

    A compresso de nveis pode ser realizada de duas formas: analgica e

    digital.

    Na compresso analgica o sinal PAM passa por um circuito de

    compresso cuja curva de transferencia anloga fig. 13 e em seguida estas

    amostras so aplicadas a um quantizador linear, conforme ilustra a fig. 14.

    A curva de compresso completa (lei A) constituda por 13 segmentos

    que abrangem o 1 quadrante (sinais positivos) e 3 quadrante (sinais negativos),

    sendo que os segmentos que passam na origem so co-lineares (mesma

    inclinao), resultando que BB forma um nico segmento (segmento 7). Na

    prtica o processo de compresso precedido de uma retificao em onda

    completa que reduz o sistema a utilizar somente 7 segmentos e a sinalizao (+

    ou -).

    A figura 17, a seguir ilustra a caracterstica de compresso da lei A de 13

    segmentos.

  • 20

    FIG. 18 - CARACTERSTICA DA LEI A DE 13 SEGMENTOS (8

    segmentos se considerado o mdulo) (COMPRESSO LOGARTMICA)

    A compresso de nveis pode ser realizada de duas formas: anloga e

    digital. Na compresso anloga o sinal P.A.M. passa por um circuito de

    compresso cuja curva de transferencia analgica figura 17 e, em seguida,

    estas amostras so aplicadas a um quantizador linear conforme ilustra a fig. 18.

    Este tipo de compresso apresenta desvantagens, pois sofrem influencias

    das variaes de temperatura. Na compresso digital, o sinal P.A.M. passa por

    um quantizador no linear que, devido suas caractersticas, realiza

    simultaneamente as operaes de compresso e quantizao (fig. 19),

  • 21

    A relao SINAL/RUDO obtida companso (compresso + expanso) em

    sistema com 8 bits eqivale a de um cdigo com 12 bits com quantizao linear

    homognea.

    Na compresso digital, o sinal P.A.M. passa por um quantizador no linear

    que, devido suas caractersticas, realiza simultaneamente as operaes de

    compresso e quantizao.

    Atravs da quantizao no linear consegue-se manter a relao S/R quase

    constante ao longo da faixa de variao de amplitude do sinal de at 30 dB.

    Raramente ocorre uma variao de uma voltagem mnima para uma

    voltagem mxima, entre 2 amostragens seguidas de um sinal de voz.

    Aproveitando-se deste fato e objetivando obter uma reduo na taxa de

    transmisso sem perda de qualidade que foi desenvolvida a tcnica ADPCM

    (Adaptive Differential Pulse Code Modulation) que utiliza 32 Kbit/s em vez do

    usual 64 Kbit/s utilizado no PCM convencional.

    Sistemas de codificao mais complexos como o LPC (Linear Predictive

    Coding) conseguem reduzir a taxa de transmisso para at 4,8 Kbit/s. O

  • 22

    processamento envolvido neste tipo de codificao envolve retardos da ordem da

    ordem de 20 mili-segundos, os quais so indesejveis, desta forma o PCM

    baseado em 64 Kbit/s se impe como a tcnica de codificao mais utilizada em

    redes de telecomunicaes.

    Nos sistemas PCM atuais existem a seguintes leis de compresso:

    a) Lei A, utilizada para sistemas de 30 + 2 canais, dada pela seguinte frmula:

    Y= A_____ x para 0 < x < 1/A

    1 + log. A

    Y = 1 + log. (A.X) para 1/A < x < 1

    1 + log. A

    A um valor determinado empiricamente, para termos um bom

    desempenho de relao sinal/rudo, e vale 87,6.

    A Lei A adotada nos sistemas PCM da maioria dos pases da Europa e da

    Amrica Latina.

    b) Lei M, utilizada para sistemas de 24 canais (americano) dada pela seguinte

    frmula:

    Y = log (1 + MX) , onde M = 255

    log (1 + M)

    nas relaes anteriores:

    - X = U onde

    U mx

    U - valor instantneo da amplitude do sinal de entrada.

    U mx - Mximo valor da amplitude quantizvel.

    -Y = i , onde

    B

    i = nmero de ordem do nvel de quantizao a partir do meio da curva.

    B = nmero de nveis de quantizao em cada metade da curva.

  • 23

    A figura 16 ilustra a curva da lei A, que apresenta as seguintes

    caractersticas bsicas:

    1 - Cada segmento tem o mesmo nmero de nveis.

    2 - Os intervalos entre nveis dentro de um mesmo segmento devem ser iguais.

    3 - Os intervalos em todos os segmentos devem ser mltiplos integrais dos

    intervalos contidos no primeiro segmento, correspondente s menores amplitudes.

    FIG. 16 - A CURVA CARACTERSTICA DA LEI DE COMPRESSO DE

    13 SEGMENTOS

    CODIFICAO

  • 24

    2.3.1 - INTRODUO

    A codificao a operao que associa um determinado cdigo a cada

    valor de pulso PAM aps serem quantizados e comprimidos. Nos primeiros

    sistemas PCM implantados no Brasil, como PCM fabricao TELETTRA que

    interligava Lagoa Nova a Ponta Negra em Natal, os processos de amostragem,

    quantizao e codificao eram executados em circuitos distintos, atualmente

    todo o processo de converso analgico-digital j est integrado em 1 s circuito.

    A necessidade de codificao dos pulsos PAM vem do fato de que caso

    estes pulsos fossem transmitidos diretamente, as amplitudes dos sinais seriam

    facilmente distorcidas pelo meio de transmisso, e os circuitos de identificao

    dos diversos nveis sem codificao seriam extremamente complexas, j que

    teramos pelo menos 100 nveis para transmitir sinais de voz.

    Utilizando o cdigo binrio os pulsos so codificados em 1 ou 0 o que

    simplifica em muito os circuitos de reconhecimento destes sinais.

    Basicamente, o processo de codificao consiste em associar um cdigo

    binrio a cada segmento e a cada nvel do segmento.

    Conforme a figura 19 as amostras podero pertencer a 7 segmentos e

    dentro de 16 nveis de segmento. Para codificarmos os 7 segmentos

    necessitaremos de 3 bits e os nveis de segmento so necessrios 4 bits, ou seja:

    SEGMENTO CDIGO BINRIO

    I 000

    I 001

    II 010

    III 011

    IV 100

    V 101

    VI 110

    VII 111

    A figura abaixo mostra uma tabela onde esto colocados todos os nveis possveis, desde 0 at 4096, sendo estes valores normalizados, onde 4096 corresponde a uma amplitude

    mxima de 3,14 dBm.

    A figura corresponde sntese de aplicao da Quantizao No Linear (Lei A) e uso

    de 8 bits de codificao por amostra adotado no PCM E1, so utilizados 8 segmentos, sendo

    os dois primeiros colineares, cada segmento dividido em 16 nveis em escala linear. Os

    segmentos superiores correspondem a um espaamento internvel maior (maior erro de

    quantizao) e os inferiores tm espaamento menor e da tambm menor erro absoluto de

    quantizao, em consequncia obtem-se uma aproximada equalizao da Relao Sinal/ Rudo

    de Quantizao para diferentes nveis de voz na comunicao telefnica.

  • 25

    Uma amostra de sinal de voz com valor de tenso + 612 (normalizado),por exemplo,

    teria a representao digital decorrente de: polarizao positiva, segmento 5, nvel de

    segmento 4, o resultado seria: 11010011.

    VALORES DAS AMPLITUDES DAS AMOSTRAS

    Figura

  • 26

    Fig - Quadro Resumo da Quantizao No Linear baseado na Lei A -Sistema E1- e consequente

    codificao por 8 bits.

    EXEMPLOS

    1 - AMOSTRA COM VALOR UNITRIO IGUAL A 362

    a) O nmero do segmento a que pertence a amostra - 4

    b) Valor binrio correspondente ao segmento - 100

    c) Nmero do nvel dentro do segmento que pertence a amostra - 7

    d) Valor vinrio correspondente ao nvel - (0110)

    2 - AMOSTRA COM VALOR UNITRIO IGUAL A 3586

    a) Nmero do segmento - 7

    b) Valor binrio correspondente ao segmento - 111

    c) Nmero do nvel do segmento - 13

    d) Valor binrio correspondente ao nvel - (1100)

    3 - AMOSTRA COM VALOR UNITRIO IGUAL A 3710

    a) Nmero do segmento - 7

    b) Valor binrio correspondente ao segmento - 111

    c) Nmero do nvel do segmento - 13

    d) Valor binrio correspondente ao nvel - (1100)

    Observaes: Pelos exemplos 2 e 3 verifica-se que amostras com diferentes valores

    (3586 e 3710) pertencem ao mesmo segmento e nvel do segmento. Temos portanto a

    compresso e a quantizao das amostras simultaneamente.

    Exerccio

    - Achar atravs da tabela da figura 17 os correspondentes:

    a) Nmero do segmento que pertence amostra;

    b) Valor binrio correspondente;

    c) Nmero do nvel dentro do segmento;

    d) Valor binrio correspondente ao nvel.

    a) -15 b) 2632 c) -378 d) 1827

  • 27

    Estrutura Temporal do PCM-TDM E1

    A figura seguinte ilustra a estrutura temporal do PCM E1, onde o Quadro (frame) formado

    por 32 canais de 8 bits. 30 canais dentre os 32 correspondem s amostras quantizadas e

    codificadas em 8 bits da informao transmitida - voz ao telefone, Sinalizao MFC, ou

    transmisso de dados, os 2 canais restantes so utilizados para Sincronismo, Sinalizao de

    Linha e Alarmes. O tempo de 1 Quadro corresponde ao perodo de Amostragem de cada canal:

    125 microssegundos, equivalente a 1 / 8KHz ,onde 8 KHz a frequncia de Amostragem

    baseada no Critrio de Nyquist.

    O conjunto de 16 quadros forma uma estrutura denominada multiquadro com o tempo de 2

    mili segundos.

    No canal 0 de cada Quadro par transmitida a Palavra de Sincronismo de Quadro a qual visa

    manter sincronizados os canais.

    Figura 3 - Diagrama em blocos bsico da transmisso PCM E1 para Telefonia.

  • 28

    Observe com ateno como transmitida a sinalizao de Linha (no caso E/M Pulsada) no PCM

    E1, a taxa de transmisso adotada para Esses sinais pode ser de 1kbit/s ou at 500 bits/s.

    Um s bit utilizado por amostra, pois a condio existente no fio M ser presena ou

    ausncia de terra (o Volt).

    Na figura anterior, por exemplo, a sinalizao de linha do canal 1 (cor amarela) tem amostras

    sequenciais transmitidas no bit 1 do canal 16 do Quadro 1 e no bit 3 do canal 16 do Quadro

    9.Esses 2 bits so transmitidos ao longo do tempo de um Multiquadro ( 2 ms), portanto a taxa de

    transmisso correspondente ser : 2bits/2 ms= 1 Kbit/s.

    O Sincronismo um requisito importante na transmisso digital, os receptores PCM

    quando deixam de receber 3 vezes seguidas a palavra de sincronismo de Quadro decretam a

    perda de referncia de fase para identificao do tempos exatos de incio e final de cada

    amostra de canal (octeto). Essa perda de sincronismo pode ser provocada por distrbios

    diversos ou mesmo problemas operacionais como o desligamento rpido da fonte de

    alimentao. Sem sincronismo o PCM no tem condies de operar.

    O Fluxograma acima ilustra o processo de recuperao do sincronismo de quadro, o

    qual ocorre quando so recebidas duas palavras 1001011 separadas de 250 micro segundos,

    sendo que aps 125 micro segundos do recebimento da primeira deve ser conferido a presena

    do bit B2=1 na palavra de Alarme.

    Taxa de Erro de Bit (BER)

    A qualidade de uma transmisso digital pode ser aferida pelo B.E.R. (Bit Error Rate),

    existem limites padronizados e especificados internacionalmente para garantia da condio

  • 29

    confivel de recepo. Em geral quanto maior a velocidade de transmisso de dados, maior

    ser a exigncia de qualidade nessa transmisso, ou seja menor ser a taxa BER exigida.

    No PCM E1 o BER pode ser aferido com base nos erros que ocorram em relao ao

    recebimento da palavra de sincronismo de quadro. Essa taxa de erros pode ser deduzida como

    o provvel ndice de erros que est afetando o prprio sinal de informao transmitido (como a

    voz na telefonia).

    Codificao de Linha

    O sinal PCM antes de ser transmitido deve passar ainda por uma nova codificao chamada

    Codificao de Linha (CL), o objetivo da CL possibilitar um aumento do alcance do sinal

    digital especialmente quando transmitido em cabo de pares.

    Um sinal digital bsico pode ser do tipo retorna-a-zero, em ingls return-to-zero, (RZ) ou no

    retorna-a-zero, em ingls non-return-to-zero, (NRZ).

    Para um sistema alcanar maiores distancias usando informao na banda, no deve haver

    longas sequncias de smbolos idnticos tais como uns e zeros. Para sistemas PCM binrios, a

    densidade dos smbolos 1 chamado densidade de uns, em ingls ones-density.

    A densidade de uns, em ingls ones-density, muitas vezes controlada usando tcnicas

    de pr-codificao tais como codificao de execuo por tempo limitado, em ingls Run

    Length Limited, onde o cdigo PCM expandido para um cdigo ligeiramente mais longo

    com uma garantia de que est ligado na densidade de uns antes da modulao para o canal.

    Noutros casos, bits de enquadramento so adicionados ao fluxo que garantem, pelo menos,

    transies de smbolos ocasionais.

    Existem diversas tcnicas de codificao do sinal digital, mas todas elas procuram gerar

    o sinal codificado com muitas transies com o objetivo de facilitar a recuperao do

    sincronismo no modem receptor (ou no regenerador) . Estas tcnicas procuram, ainda,

    concentrar o espectro de transmisso do sinal codificado dentro de uma faixa de frequncia e

    tentam reduzir ao mximo a componente DC (corrente contnua) .

    A componente DC inconveniente aos circuitos acopladores, pode ser evitada de

    forma simples pela adoo de sinais AMI (inverso alternada da marca) que consiste em

    inverter a polaridade dos bits de contedo lgico 1. Desde modo ao longo de uma sequencia

    de transmisso a resultante DC deste sinal ser nula. Outro fator determinante na transmisso

    de sinais digitais a necessidade de manuteno de sincronismo entre as cadencias de

    transmisso dos pulsos e instantes de interpretao na recepo. Estas cadencias so definidas

    por circuitos de relgio (clock). A ausncia deste sincronismo provocar perda de informao

    pelo salto de bit ou leitura

    necessria a manuteno de sincronismo entre as cadencias de transmisso dos pulsos

    e instantes de interpretao na recepo. Estas cadencias so definidas por circuitos de relgio

    (clock). A ausncia deste sincronismo provocar perda de informao pelo salto de bit ou

    leitura duplicada no momento da interpretao do seu contedo conforme podemos observar

    na figura FIG seguinte.

  • 30

    Para garantir o sincronismo de frequncia e fase entre os relgios de transmisso e

    recepo necessrio que estes relgios tenham pelo menos a mesma referencia. O arranjo da

    figura FIG inferior poder atender esta necessidade porm existem inconvenientes de ordem

    prtica que dificultam sua adoo. Uma soluo simples e eficiente consiste na recuperao da

    cadencia de relgio extrado do prprio sinal de informao recebido garantindo, portanto,

    perfeito sincronismo entre os relgios de transmisso e recepo. Apesar de irregular, o sinal

    digital de informao contm componentes espectrais de frequncias iguais e harmnicas

    cadencia do relgio de transmisso. A extrao da frequncia do relgio de transmisso pode

    ser feita pela filtragem desta componente utlilizando-a como referencia para determinao do

    relgio de recepo como mostra a segunda figura FIG seguinte.

    Existe porm uma condio para viabilidade do arranjo de recuperao do relgio do

    sinal recebido. Uma seqncia demasiadamente longa de bits zeros reduziria significativamente

    o nvel das componentes espectrais do relgio de transmisso fazendo perder a referncia para

    o relgio de recepo. Para superar este problema foram propostos cdigos alternativos ao

    AMI e dentre estes o cdigo de alta densidade bipolar - HDB (high density bipolar) se tornou

    preferencialmente utilizado. Este cdigo prev a introduo de falsos bits 1 de forma a limitar

    o nmero de zeros dentro de uma seqncia. Vrios ensaios demonstraram uma seqncia

    mxima de trs zeros consecutivos como limite timo para facilitar o processo de recuperao

    de relgio do sinal de informao. Desde modo o cdigo de alta densidade bipolar ficou

    conhecido como cdigo HDB-3.

    Outra tcnica usada para controlar a densidade de uns o uso de um misturador

    polinomial sobre os dados brutos que tendero a tornar o fluxo de dados em bruto num fluxo

    que parece pseudo-aleatrio, mas onde fluxo em bruto pode ser recuperado exatamente pela

    inverso do efeito do polinmio. Neste caso, longas execues de zeros ou uns so ainda

    possveis na sada, mas so considerados improvveis o suficiente para estar dentro da

    tolerncia engenharia normal.

  • 31

    Em outros casos, o valor DC de longo prazo do sinal modulado importante, como

    construo de um desfasamento de [corrente continua|DC] tender a circuitos de polarizao

    do detetor para fora da sua gama de funcionamento. Neste caso so tomadas para manter uma

    contagem cumulativa de compensador DC, e para modificar os cdigos se necessrio, para

    fazer o compensador DC sempre tender a voltar para zero.

    Muitos destes cdigos so cdigos bipolares, onde os pulsos podem ser positivos,

    negativos ou nulos. Na tpica inverso alternada de marcas de cdigo, pulsos no zero, em ingls

    non-zero, alternam entre ser positivos e negativos. Estas regras podem ser violadas para gerar

    smbolos especiais usados para enquadramento ou outros propsitos especiais.

    CODIFICAO HDB-3

    O fluxo abaixo ilustra a codificao HDB-3, a qual aplicada quando ocorre uma

    seqncia seguida de 4 zeros. A Codificao High Density Bipolar 3 um aprimoramento da

    Regra AMI.e visa minimizar longa seqncia de zeros e existncia de componente DC.

    Outro aspecto para evitar-se a componente DC a necessidade de enviar alimentao

    DC aos regeneradores atravs da prpria linha PCM (no caso de transmisso por cabo) no

    chamado circuito fantasma.

    REGRAS DE CODIFICAO DE HDB-3:

    1- necessrio existir 4 zeros consecutivos na linha;

    2-O 2 e 3 espaos da seqncia sero sempre representados por zeros;

    3- O 4 espao da seqncia ser sempre substitudo por uma violao (um pulso de mesma

    polaridade que o ltimo pulso do sinal);

    4 -O 1 espao da seqncia ser sempre substitudo por uma marca (pulso de polaridade

    oposta ao ltimo pulso presente no sinal) somente quando o pulso que o precede

    imediatamente for uma marca de polaridade igual a da ltima violao ocorrida, ou se

    constituir uma violao em si, caso contrrio ser representada por um zero.

  • 32

    Decodificao HDB-3

    1-Os espaos sempre so decodificados como espaos. 2-As marcas bipolares sempre so decodificadas como marcas, exceto quando seguidas

    de uma combinao 00V+ ou 00V-

    3- V+ e V- so decodificadas como espaos se forem precedidas da combinao MB00 ou M000, onde M marca (B+, B-, V+, V-)

    Exemplo Codificao HDB-3

    Os sistemas PCM E1 tambm so utilizados em conexes via Rdio Digital, Modens

    pticos (fibra ptica) e Modens Digitais. A seguir apresenta-se diagrama que ilustram aplicao

    via Rdio Digital em 34 Mbits/s.

  • 33

    Aplicao do PCM em armazenamento de udio

    FORMATO WAV

    O PCM o formato padro de arquivos de udio para CDs com 44.100 amostras por segundo

    e 16 bits (estreo) por amostra. J que o PCM usa um mtodo de armazenamento de udio

    no-comprimido (sem perda), o qual mantm todas as amostras de uma trilha de udio,

    usurios profissionais podem usar o formato WAV (WAVEform audio format ) para qualidade

    mxima de udio. udio WAV pode ser editado e manipulado com relativa facilidade usando

    softwares, o principal formato usado nos sistemas Windows para udio simples.

    O WAV compatvel com todos os aparelhos de som existentes no mercado, porm

    por ser um formato descomprimido(sem compresso), utiliza um espao muito grande de

    armazenamento, o que pode ser resolvido convertendo o arquivo para formatos comprimidos

    como MP3 ou Ogg-Vorbis.

    Limitaes

    O formato WAV limitado a arquivos menores de 4 GiB, devido ao uso de inteiros de 32 bits

    para gravar o campo de tamanho no cabealho de arquivo(alguns programas limitam o

    tamanho do arquivo para 2 GiB). Apesar disto ser equivalente a aproxidamente 6.6 horas de

    udio em qualidade de CD(44.1 kHz, 16-bit estreo), em algumas situaes

    CDs de udio

    CDs de udio no usam WAV como formato de som, em vez disso usam o Red Book Audio.

    O ponto em comum que ambos tem o udio codificado em PCM. WAV um formato de

    arquivo de dados para uso no computador. Se um CD de audio fosse codificado em um

    arquivo WAV e en seguida gravado num CD-R usando um CD de dados(no formato ISO), o

    CD no tocaria em um aparelho de som que foi projetado para tocar CDs de udio

    Codec MT8967 (exemplo de Circuito Comercial)

    Em sistemas comerciais todas as etapas envolvidas no processo de converso A/D e D/A so

    realizadas em um nico circuito integrado; o CODEC+FILTRO ou COMBO. Para melhor

    compreenso do processo faremos o estudo do MT8967 fabricado pela ZARLINK (antiga

    MITEL). a) Funes As funes bsicas de um CODEC so filtragem, amostragem, converso

    A/D e D/A. Alternativamente, outras funes so incorporadas pelo circuito integrado,

    objetivando uma aplicao especfica, como por exemplo, a utilizao do codec para controle de

    circuitos acessrios. Para tanto, o CODEC disponibiliza portas paralelas de sada que podem ser

    utilizadas no controle de sinais especficos do hardware. Outras funes que so incorporadas

    por alguns modelos de CODECs a de hbrida (anti-local) e amplificao de sinais analgicos

    para as cpsulas receptoras (RX) e provenientes das capsulas transmissoras (TX).

    No caminho da transmisso, o sinal passa inicialmente por um filtro passa baixa que tem por

    objetivo limitar a sua mxima freqncia (fm) e evitar as distores devidas a sobreposio de

    espectros (Teorema da Amostragem). Aps a filtragem o sinal amostrado em 8kHz, quantizado

    e codificado segundo a lei de compresso especifica (lei A ou ), sendo armazenado em

  • 34

    registradores de sada. Na recepo, o cdigo digital armazenado num registrador de entrada.

    Uma rede de capacitores recebe uma carga de tenso proporcional a palavra PCM armazenada, e

    um circuito sample and hold mantm o sinal at o prximo perodo de amostragem. Um filtro

    de recepo obtem o sinal analgico. importante salientar que o CODEC realiza as duas

    converses simultaneamente, ou seja, ele converte o sinal analgico em palavras digital (TX) e ao

    mesmo tempo recebe as palavras digitais e transforma em sinal analgico.

    No diagrama em blocos da figura seguinte do MT8967 temos que:

    Transmit Filter Filtro de entrada na converso A/D.

    Analog to Digital PCM Encoder Realiza a converso A/D.

    Output Register Registradores de sada, armazena a palavra PCM que ir para a linha digital e

    as informaes para as portas paralelas (2 blocos distintos)

    A/B Registers 8 Bits So dois registradores com a funo de armazenar as palavras de

    controle do CODEC e o valor das sadas paralelas. O registrador A define o ganho dos circuitos

    de filtro e o modo de operao. O registrador B controla as sadas paralelas e as operaes de

    teste no CODEC.

    Control Logic Responsvel por toda a lgica de controle do CODEC. Input Register

    Registrador de entrada armazena a palavra PCM que ser transformada em nvel de tenso

    analgico.

    PCM Digital to Analog Decoder Realiza a converso D/A

    Receive Filter Filtro de sada com funo de eliminar todas as frequncia do sinal superiores a

    fm, recuperando a informao analgica.

  • 35

    Vx Entrada analgica;

    Vr Sada analgica;

    DSTi Barramento de entrada de dados de udio digitais;

    DSTo Barramento de sada de dados de udio digitais;

    CSTi Barramento de entrada de dados de controle;

    C2i clock de entrada (2.048 MHz);

    SD0, SD1, SD2, SD3, SD4, SD5 Sadas paralelas para circuitos auxiliares;

    Vdd, Vee, Gndd, Gnda Alimentao positiva, negativa e terra digital e analgivo;

    F1i, CA Entradas digitais que determinam a janela de tempo em que a palavra digital escrita

    e lida do barramento de udio, e lida do de controle, e em qual registrador, A ou B a palavra de

    controle ser escrita;

    Vref Estabelece a tenso de referencia para a converso D/A.

    Codificao Miller

    Esta codificao, tambm conhecida como modulao por retardo de fase ou, ainda, FM

    modificada, ocorre da seguinte forma: para o bit '1', realiza-se uma transio no meio do intervalo

    significativo do bit, para o bit '0' realiza-se a uma transio no fim do intervalo significativo do

    bit, se o prximo bit for '0'; caso o prximo bit seja '1', nenhuma transio realizada no final do

    seu intervalo significativo . Observa-se que ocorre uma transio no centro do bit, quando ele for

    '1', e uma transio entre dois bits '0' consecutivos. O cdigo Miller apresenta boa imunidade a

    rudo. O Cdigo Miller tambm utiliza as transies do sinal para representar os bits de

    informao. O bit 1 corresponde a uma transio no meio do intervalo significativo do bit,

    enquanto o bit 0 corresponde a uma transio no fim do intervalo significativo do bit se o

    prximo bit for um 0. Caso contrrio, isto , quando o bit 0 imediatamente seguido por um bit

    1, nenhuma transio usada no final do seu intervalo significativo.