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Apostila Planejamento Financeiro Contábil Para o curso de Técnico em Administração e Logística - Planejamento Financeiro Contábil -

Apostila Planejamento Financeiro Contábil · Apostila Planejamento Financeiro Contábil Para o curso de Técnico em Administração e Logística - Planejamento Financeiro Contábil

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Apostila Planejamento Financeiro Contábil

Para o curso de Técnico em Administração e

Logística

- Planejamento Financeiro Contábil -

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TORNE-SE UM OCEANO

"Penso que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo. Olha para trás, para toda a

jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados,

e vê à sua frente um oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é que desaparecer para sempre. Mas

não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Você pode apenas ir em frente. O rio

precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.

Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.

Assim somos nós. Voltar é impossível na existência. Você pode ir em frente e se arriscar: Torne-se

OCEANO !!!"

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original "

(Albert Einstein)

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Perfil Profissional

Administração

O Técnico em Administração é o profissional que controla a rotina administrativa dasempresas. Colabora nos planejamentos estratégico, tático e operacional. Realiza atividades emrecursos humanos e intermedeia mão-de-obra para colocação e para recolocação profissional.Atua na área de compras; auxilia no setor contábil e assessora a área de vendas. Intercambiamercadorias e serviços e executa atividades nas áreas fiscal e financeira.

Mercado de trabalho: áreas da indústria, comércio, prestação de serviços, empresas emgeral de pequeno e médio porte, entre outros.

http://www.centropaulasouza.com.br/Cursos/ETE/Administracao.html

Logística

Técnico em Logística

Área profissional: Gestão

PERFIL PROFISSIONAL DE CONCLUSÃO

É o profissional que executa procedimentos de planejamento, de operação e de controle relativos àprogramação da produção de bens e serviços, à programação de manutenção de máquinas e de equipamentos e à gestão de compras, de recebimento, de armazenamento, de movimentação, de expedição e de distribuição de materiais e de produtos, utilizando a tecnologia da informação.

Mercado de trabalho

Áreas da Indústria, Comércio e empresas de consultoria.

http://www.centropaulasouza.com.br/Cursos/ETE/Logistica.html

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SUMÁRIO

1) O PLANEJAMENTO FINANCEIRO CONTÁBIL NO PLANO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 7

2) MÓDULO I – COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E BASES TECNOLÓGICAS 9

3) QUAL O OBJETIVO DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO CONTÁBIL 10

PLANEJAMENTO FINANCEIRO 10EVENTOS QUE PODEM ORIGINAR A NECESSIDADE DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO: 10ALGUNS EQUÍVOCOS A RESPEITO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 10PLANEJAMENTO CONTÁBIL 10

4) FIRMAS INDIVIDUAIS E SOCIEDADE 11

A EMPRESA INDIVIDUAL 11DIFERENÇA ENTRE EMPRESA INDIVIDUAL E AUTÔNOMO ESTABELECIDO 11NOME EMPRESARIAL 11LEGALIZAÇÃO CADASTRAL DA EMPRESA INDIVIDUAL (JUNTA COMERCIAL) 12SOCIEDADE 12SOCIEDADES ANÔNIMAS 12SOCIEDADE LIMITADA 13CAPITAL SOCIAL 13ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA 14NOME EMPRESARIAL DA SOCIEDADE LIMITADA 14LEGALIZAÇÃO CADASTRAL DA SOCIEDADE LIMITADA 15

5) DOCUMENTOS E EXPRESSÕES COMERCIAIS E TRABALHISTAS 16

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 16AVAL 16LETRA DE CÂMBIO 16CHEQUE 17CONSIGNAÇÃO MERCANTIL 17CONTRATO DE COMPRA E VENDA MERCANTIL 17DEBÊNTURES 18DESCONTO DE DUPLICATAS 18DUPLICATA 18FATURA 18FIANÇA 19FOLHA DE PAGAMENTO 19GUIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 19GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMAÇÕES A PREVIDÊNCIA SOCIAL 19NOTA FISCAL 20NOTA PROMISSÓRIA 20PEDIDO DE COMPRAS 20PENHOR MERCANTIL 20PRÓ-LABORE 21RECIBO 21RESERVA DE DOMÍNIO 21TRIPLICATA 21

6) ESCRITURAÇÃO COMERCIAL E FISCAL 21

EXIGÊNCIA DE ESCRITURAÇÃO 21REGRAS BÁSICAS DA ESCRITURAÇÃO 22LIVROS COMERCIAIS 22LIVRO DIÁRIO 22LIVRO RAZÃO 23LIVRO REGISTRO DE DUPLICATAS 23OUTROS LIVROS AUXILIARES 23LIVROS FISCAIS EXIGIDOS PELA LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 23ESCRITURAÇÃO POR PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS 24AUTENTICAÇÃO DOS LIVROS 24LIVROS DISPENSADOS DA AUTENTICAÇÃO 24EMPRESAS DISPENSADAS DE ESCRITURAÇÃO 24RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL 24LIVROS EXIGIDOS PELA LEGISLAÇÃO DO ICMS/IPI E DO ISS 24LIVROS SOCIAIS EXIGIDOS PARA AS SOCIEDADES ANÔNIMAS 25

7) PRAZO DE GUARDA DE DOCUMENTOS 25

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8) CONTAS A RECEBER E A PAGAR 27

GESTÃO DO “CONTAS A RECEBER” 27GESTÃO DO “CONTAS A PAGAR" 28

9) LIVRO-CAIXA 28

TERMOS DE ABERTURAS E ENCERRAMENTO 28ESCRITURAÇÃO 29INDIVIDUALIZAÇÃO DOS LANÇAMENTOS 29ESCRITURAÇÃO ATRAVÉS DO SISTEMA INFORMATIZADO 29

10) INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE 29

OBJETIVOS DA CONTABILIDADE: 30PRIMEIRAS NOÇÕES DE CONTABILIDADE 32DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO, BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES. 33CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 34

11) PRIMEIRAS NOÇÕES DE BALANÇO PATRIMONIAL 34

BALANÇO PATRIMONIAL - OBJETIVO 34EXERCÍCIO SOCIAL E CICLO OPERACIONAL 35CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 35ATIVO 35ATIVO CIRCULANTE 35REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 35ATIVO PERMANENTE 35PASSIVO 36PASSIVO CIRCULANTE E EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 36PATRIMÔNIO LÍQUIDO 36CAPITAL SOCIAL 36RESERVAS DE CAPITAL 36LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 37

12) O PATRIMÔNIO E SUA COMPOSIÇÃO 42

PATRIMÔNIO 42BENS 42BENS TANGÍVEIS: 42BENS INTANGÍVEIS: 42DIREITOS 42OBRIGAÇÕES 42

13) DIFERENÇA ENTRE OS CONCEITOS DE CAPITAL 42

14) ATOS E FATOS CONTÁBEIS 43

15) CONTAS E PLANO DE CONTAS 43

16) MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 44

17) LIVRO DIÁRIO 44

18) LIVRO RAZÃO 45

19) RAZONETES 45

20) BALANCETE DE VERIFICAÇÃO E BALANÇO PATRIMONIAL 46

21) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE 46

22) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES 47

INTRODUÇÃO 47PREÇO ESPECÍFICO 47PEPS – PRIMEIRO QUE ENTRA – PRIMEIRO QUE SAI 48UEPS – ÚLTIMO QUE ENTRA – PRIMEIRO QUE SAI 49CUSTO MÉDIO PONDERADO PERMANENTE 50PREÇO MÉDIO PONDERADO MENSAL 50

23) UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS INFORMATIZADOS 51

24) MODELO DE RAZONETES E PLANILHAS 53

A) RAZONETES 53

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B) PLANILHA – CONTROLE DE ESTOQUE 54C) PLANILHA - BALANCETE 54D) PLANILHA – BALANÇO PATRIMONIAL 55E) PLANILHA - DRE - DEMOSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 56

25) BIBLIOGRAFIA 64

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Planejamento Financeiro Contábil

1) O Planejamento Financeiro Contábil no Plano do Curso de Administração

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO, FINANCEIRO E CONTÁBIL.

PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS

Competências

Identificar a importância do planejamento e organização de sistemas específicos decontroles internos compreendendo: delegações de funções, segregações de trabalho,sistemas de classificação de documentos, calendários, eventos legais ou internos.

Identificar e caracterizar sistemas de controles sobre registros contábeis e gerenciais, de

publicações contábeis ou gerenciais, de métodos de estornos, ajustes ou reclassificações, de

acordo com as normas e princípios de contabilidade a serem aplicados, bem como sistemas

de guarda e segurança dos arquivos.

Identificar e caracterizar pontos essenciais de uma política financeira e sua utilidadepara executores e usuários.

Identificar a relação entre as políticas financeiras e a execução financeira no processode definição dos parâmetros da política de financiamento comercial, industrial, etc.

Identificar e caracterizar o sistema, objetivos e amplitude do planejamento financeiro.

Habilidades

• Organizar informações para estabelecer comparações entre políticas financeiras dasorganizações tais como: resultado financeiro, custo real de juros, receita real de juros,descontos obtidos e concedidos, penalidade de atrasos, prêmios de pontualidade,variáveis de aplicação.

• Utilizar aplicativos de informática para planejamento tributário, financeiro e contábil.

• Obter informações sobre elementos financeiros a serem incluídos no Planejamento Financeiro.

• Elaborar relatório de não observância de controles citando fatos, causas, conseqüências e correções.

Bases Tecnológicas

• Métodos de planejamento financeiro e contábil

• Organização de informações contábeis

• Escrituração de livros fiscais e contábeis de acordo com as atividades econômicas específicas

• Orçamentos de vendas e de produção

• Organização de informações contábeis

• Sistema de demonstração de despesa financeira e escritural

• Controles internos, financeiro, contábil e tributário

• Planejamento e execução financeira

• Sistemas informatizados de processamento contábil, financeiro e tributário

• Correlacionar o planejamento e a execução financeira:

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entrada e saída de caixa;

contas a pagar e a receber;

saldos bancários ; dívidas bancárias;

vendas a prazo e à vista;

descontos concedidos e obtidos;

despesas de capital;

distribuição de lucros ou dividendos;

transferências financeiras;

impostos a pagar e a compensar;

folha de pagamento e encargos;

receitas e despesas incidentais;

outras receitas e despesas

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2) Módulo I – Competências, Habilidades e Bases Tecnológicas

Planejamento Financeiro Contábil

Competências Habilidades Bases Tecnológicas

FUNÇÃO 1: PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS FUNÇÃO 2: PLANEJAMENTO DOS PROCESSOS FUNÇÃO 3: PLANEJAMENTO DOS PROCESSOSSubfunção 1.1: Planejamento Tributário, Financeiro e Contábil. Subfunção 2.1: Planejamento Tributário, Financeiro e Subfunção 3.1: Planejamento Tributário, Financeiro e Contábil.

• Identificar a importância do planejamento e organização deContábil.

• Métodos de planejamento financeiro e contábilsistemas específicos de controles internos compreendendo: • Elaborar demonstrativos contábeis simplificados.delegações de funções, segregações de trabalho, sistemas de • Organização de informações contábeis: livros fiscais e contábeisclassificação de documentos, calendários, eventos legais ou • Organizar informações contábeis.

internos.• Utilizar aplicativos de informática para planejamento

• Orçamentos de vendas e de produção

• Identificar e caracterizar sistemas de controles sobre registros tributário, financeiro e contábil. • Organização de informações contábeiscontábeis e gerenciais, de publicações contábeis ougerenciais, de métodos de estornos, ajustes ou • Obter informações sobre elementos financeiros a • Sistema de demonstração de despesa financeira e escrituralreclassificações, de acordo com as normas e princípios de serem incluídos no Planejamento Financeiro.contabilidade a serem aplicados, bem como sistemas de • Controles internos, financeiro, contábil e tributárioguarda e segurança dos arquivos. • Elaborar relatório de não observância de controles

• Identificar e caracterizar pontos essenciais de uma políticacitando fatos, causas, conseqüências e correções. • Planejamento e execução financeira

financeira e sua utilidade para executores e usuários. • Sistemas informatizados de processamento contábil, financeiro e• Identificar a relação entre as políticas financeiras e a execução tributário

financeira no processo de definição dos parâmetros da política

de financiamento comercial, industrial, etc. • Correlacionar o planejamento e a execução financeira:

• Identificar e caracterizar o sistema, objetivos e amplitude doo entrada e saída de caixao contas a pagar e a receber

planejamento financeiro. o saldos bancários ; dívidas bancáriaso vendas a prazo e à vistao descontos concedidos e obtidoso despesas de capitalo distribuição de lucros ou dividendoso transferências financeiraso impostos a pagar e a compensaro folha de pagamento e encargoso receitas e despesas incidentais

o outras receitas e despesas por caixa

• Sistemas informatizados de processamento de textos, planilhaseletrônicas e banco de dados

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3) Qual o objetivo do Planejamento Financeiro Contábil

Planejamento FinanceiroPlanejamento financeiro aborda a programação do seu orçamento, a racionalização dos

gastos e a otimização de seus investimentos.É um processo racional de administrar sua renda, seus investimentos, suas despesas,

seu patrimônio, suas dívidas, objetivando tornar realidade seus sonhos, desejos e objetivos,tais como: casa própria, poupar para a educação dos filhos, fazer a viagem dos sonhos,investir de acordo com o perfil pessoal, ser bem sucedido na carreira profissional, reduzirimpostos, tornar-se empresário, aposentar-se confortavelmente, planejar e administrartestamento, partilha, ...

A maioria das pessoas trata de suas finanças procurando gastar menos do que ganha.Este é apenas um dos aspectos do planejamento. Mas é necessário, entre outros aspectos,estabelecer objetivos, sem os quais a pessoa age como um barco sem rumo.

A vida produtiva tem várias fases, cada uma das quais apresenta seus desafios. Atravésdo planejamento é possível identificar as oportunidades e dificuldades de cada

uma, e definir antecipadamente, estratégias para enfrentar cada situação.O planejamento financeiro será o seu mapa de navegação. Mostrará onde está, onde

quer chegar e indicará os caminhos a percorrer.Um planejamento financeiro eficiente pode fazer mais por seu futuro do que 30 ou 40

anos de trabalho.

Eventos que podem originar a necessidade do planejamento financeiro:

• Compra ou venda de negócios de família• Crise Financeiro• herança ou repartição de bens• mudanças na carreira profissional• planejamento para filhos ( nascimento, adoção, educação )• planejamento para aposentadoria• preparação para casamento, separação• recebimento de grande soma de dinheiro ou inesperada queda financeira

O planejamento das finanças não visa apenas o sucesso financeiro, ele é relevante para o sucesso pessoal e profissional.

O gerenciamento adequado das finanças é o diferencial entre sonhadores e realizadores.

Alguns Equívocos a Respeito de Planejamento Financeiro• Confundir Planejamento Financeiro com Investimentos;• Esperar momentos de crise para tomar a iniciativa de fazer o Planejamento Financeiro;• Esperar retornos irreais para seus investimentos;• Não estabelecer objetivos financeiros mensuráveis;• Pensar que Planejamento Financeiro é a mesma coisa que planejamento para

aposentadoria;• Pensar que Planejamento Financeiro é para quando ficarem velhos;• Pensar que Planejamento Financeiro é Planejamento Tributário• Pensar que Planejamento Financeiro é somente para quem possui muito dinheiro;• Pensar que utilizar os serviços de um Consultor Financeiro, significa perder o controle

de suas finanças pessoais;• Tomar uma decisão financeira sem entender seus efeitos em sua situação financeira

global;

Planejamento ContábilO planejamento contábil é representado pelo conjunto de normas e procedimentos que

orientam as atividades de execução orçamentária, financeira e patrimonial dos usuários diretose indiretos, fornecendo elementos para a correta gestão do negócio, permitindo tomadas dedecisões eficazes.

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4) Firmas Individuais e SociedadeAs empresas pessoas jurídicas são organizadas basicamente sob duas formas:

• empresa individual (quando a empresa “tem um único proprietário”); ou• sociedade (quando a empresa “tem dois ou mais proprietários).

Vamos estudar os conceitos básicos de empresa individual, de sociedade por cotas deresponsabilidade limitada e sociedade anônima.

A Empresa IndividualA empresa individual (ou comerciante individual) é a pessoa natural que exerce o

comércio em seu próprio nome, individualmente e por conta e risco.A pessoa natural é considerada comerciante quando pratica atos de comércio com

habitualidade e finalidade de lucro, fazendo disso sua profissão.Atos de comércio isolados e esparsos não são suficientes para caracterizar a pessoa

natural como comerciante. Perante a legislação comercial, a habitualidade é requisitoindispensável.

Um exemplo típico de empresa individual é o caso de uma pessoa que se estabeleçacom uma pequena loja de roupas. Como ela abriu sua loja sem sócios, atuará no comérciocomo empresa individual – equiparada, portanto, a pessoa jurídica.

Diferença entre empresa individual e autônomo estabelecido Empresa individual e autônomo estabelecido não são a mesma coisa.Como dissemos, é a natureza da empresa individual a exploração de atividades

caracterizada como comercial.A empresa individual pode ter atividades mercantis e de prestação de serviços. Mas a

existência de atividade mercantil é responsável para a sua configuração, ou seja, não seadmite a existência de empresa individual sem a atividade mercantil.

Portanto, o autônomo estabelecido não é empresa individual, embora em muitos casosseu estabelecimento (escritório, consultório, oficina, etc.) tenha verdadeira estrutura deempresa.

Equiparação da empresa individual a pessoa jurídica pela legislação do imposto de Renda.De acordo com o art. 150 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99)

• as empresas individuais são equiparadas às pessoas jurídicas• são empresas individuais: as firmas individuais e as pessoas físicas que, em

nome individual, explorem, habitualmente e profissionalmente, qualqueratividade econômica de natureza civil ou comercial,com o fim especulativo delucro mediante venda a terceiros de bens ou serviços.

• não se equipara a empresa individual (portanto, não ocorre equiparação apessoa jurídica) a pessoas que, individualmente, exerça as profissões ou exploreas atividades de: médico, engenheiro, advogado,dentista, veterinário, professor,economista, contador, jornalista, pinto, escultor, e outras que lhes possam serassemelhados, bem como profissões ,ocupações e prestação de serviços não comerciais.

Nome empresarialO nome empresarial é aquele sob o qual a empresa exerce sua atividade e se obriga

nos atos a ela pertinentesA firma individual é o nome utilizado pelo empresário mercantil individualO empresário individual só poderá adotar como firma o seu próprio nome, aditado, se

quiser ou quando já existir nome empresarial idêntico, de designação mais precisa de suapessoa ou de sua atividade.

Assim, por exemplo, se o Sr. Márcio da Silva, estabelecer-se como comerciante individual doramo de calçados, seu nome empresarial poderá ser, simplesmente, “Márcio da Silva” ou,então, “Márcio da Silva-Calçados”.

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Legalização cadastral da empresa individual (Junta Comercial)A empresa individual deve ser registrada no registro do Comércio (Juntas Comerciais),

por meio do formulário/Programa de firma Individual, no qual será devidamente indicado,entre outros dados, o objeto da empresa (gênero e espécie das atividades a seremdesenvolvidas), ou seja, exatamente o que o titular irá fazer, expressando o tipo de comérciopretendido.

Mas a empresa individual deverá ser registrada também em outros órgãos para quepossa comprar e vender mercadorias, emitir notas fiscais, contratar e registrar empregados,legalizar seus livros de escrituração mercantil e fiscal etc. – enfim, atuar legalmente:• na Secretaria da Receita Federal ( Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, antigo

CGC);• no instituto Nacional do Seguro Social (INSS), observando-se que a matricula no INSS é

feita simultaneamente com a inscrição no CNPJ:• na Secretaria do Estado da Fazenda ( inscrição estadual)• na Prefeitura do Município (inscrição municipal)

SociedadeComo dissemos anteriormente, quando a empresa “tem dois ou mais proprietários”,

surge a figura da sociedade, ou seja, duas ou mais pessoas que decidiram explorar emconjunto determinado ramo de negócio.

Os tipos de sociedades mais comuns são a sociedade anônima e a sociedade por quotasde responsabilidade limitada (ou, simplesmente, “sociedades limitadas”)

Além desses, sobre os quais comentaremos adiante, existem ainda outros tipos desociedades, bom menos usuais na prática (sociedade em nome coletivo; sociedade emcomandita simples; sociedade em comandita por ações; sociedade de capital e indústria;sociedade em conta de participação).

Os conceitos gerais sobre sociedades que aqui focalizaremos aplicam-se não apenas àquelasconstituídas para a exploração de atividade comercial (por exemplo: uma loja de roupas), mastambém às “sociedades civis”,ou seja, às sociedades constituídas unicamente com o objetivosde prestar serviços (por exemplo: uma empresa que presta serviços de propaganda epublicidade)

Sociedades AnônimasAs sociedades anônimas (também chamadas de “companhias”), que são regidas pela

Lei nº. 6.404/76 (a chamada “Lei das S/A”), têm como principal característica o fato de queseu capital social é dividido em ações, o que, ao menos em tese, significa que um maiornúmero de pessoas pode dele participar.

A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das açõessubscritas ou adquiridas (art. 1º)

Companhia aberta ou fechada• A companhia é aberta se as suas ações estiverem admitidas à negociação em

Bolsa de Valores ou no mercado de Balcão. Caso contrário será companhiafechada.

• Somente as ações de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser distribuídas no mercado de Balcão (art. 4º da lei 6.404/76)

• AçõesDe acordo com a lei nº. 6.404/76 (arts. 11 e 20)

• o estatuto (documento pelo qual se constitui a sociedade anônima) fixa o número deações em que se divide o capital social e estabelece se as ações terão, ou não, valornominal;

• o valor nominal das ações de companhia aberta não pode ser inferior ao mínimo fixado pela CVM;

• as ações devem ser obrigatoriamente nominativas, ou seja, não é admitida emissão de ações ao portador.

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Administração da sociedade anônimaA Administração da companhia compete, conforme disposto no estatuto, ao conselho de

administração e à diretoria, ou somente à diretoria (Lei 6.404/76, art. 138)Isso significa que a administração não é necessariamente exercida por acionistas.

Nome empresarial da sociedade anônima.O nome empresarial (aquele sob o qual a empresa exerce sua atividade e se obriga nos

atos a ela pertinentes) utilizado pelas sociedades anônimas é a denominação social.A denominação social é formada com palavras de uso comum ou vulgar na língua

nacional ou estrangeira e/ou com expressões de fantasia. É facultada a indicação do objeto dasociedade.

Na sociedade anônima, a denominação social deve ser acompanhada das expressões“Companhia” ou “Sociedade Anônima”, por extensas ou abreviadas (Cia. ou S/A), vedada autilização da primeira ao final.

Portanto, a sociedade anônima denomina-se, por exemplo:• “X" Indústria e Comércio S/A”;• “S/A `X` Indústria e Comércio; ou ainda• “Cia. `X`Indústria e Comércio”.

Legalização Cadastral da sociedade anônimaA sociedade anônima pode ser constituída por um mínimo de duas pessoas (lei

6.404/76. art. 80)Seu estatuto social deve (art. 83):

• satisfazer a todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedades mercantis em geral e àqueles que são peculiares às companhias (estabelecidos na lei nº. 6.404/76; e

• conter as normas pelas quais a companhia será regida.

Os atos constitutivos da sociedade anônima devem ser publicados e arquivados na Junta Comercial.

A sociedade anônima é considerada mercantil (sujeita a registro na Junta Comercial)qualquer que seja seu objeto social (comércio ou prestação de serviços), de acordo coma Lei nº. 6.404/76, art. 2)

Cabe observar que, para que possam comprar e vender mercadorias, emitir notasfiscais, contratar e registrar empregados, legalizar seus livros de escrituração mercantil e fiscaletc. – enfim, atuar legalmente, as sociedades anônimas deverão ser registradas também:

• na Secretaria da Receita Federal (CNPJ)• No instituto nacional do Seguro Social (INSS) – matricula simultânea com o CNPJ• na Secretaria de Estado da Fazenda (inscrição estadual)• na Prefeitura do Município ( inscrição municipal) etc..

Sociedade LimitadaAs sociedades por quotas de responsabilidade limitada são do tipo societário mais

comum. Grande parte das empresas que existem no País é constituída sob a forma de“limitada”. Por isso, vamos focalizar a seguir os aspectos principais relativos esse tiposocietário.

• A Sociedade por quotas de responsabilidade limitada pode ser constituída por duas ou mais pessoas.

• Nelas, a responsabilidade dos sócios pelo pagamento das obrigações da empresa é limitada à importância total do capital social.

Capital SocialO capital social das sociedades limitadas é representado por quotas (parcelas do

capital).Ao decidirem constituir a sociedade, os sócios, levando em conta sua possibilidade

econômica, decidem o valor do capital social da empresa tendo em vista fatores como:

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• necessidade financeira para o início do negócio;• o retorno que o investimento poderá proporcionar;• o percentual que cada sócio terá na empresa sobre o lucro, etc..

Pode-se dizer que existem dois momentos que caracterizam o ato de formação do capital das sociedades limitadas:

• a subscrição, ou seja, a “promessa do sócio” de conferir determinado montante de fundos para a formação do capital social, em dinheiro ou em bens;

• a integralização, que é o cumprimento, pelo sócio, da promessa de entrega do montante com o qual se comprometeu para a formação do capital social.Em boa parte dos casos, a subscrição e a integralização do capital social ocorrem

simultaneamente, ou seja, por ocasião da constituição da empresa os sócios declaram, nocontrato social, o valor com o qual vão contribuir para a formação do capital social e já“entregam” essa importância (em dinheiro ou em bens) ao caixa da sociedade (se em dinheiro)ou ao patrimônio desta. Se em bens – por exemplo, uma máquina ou um terreno para aconstrução da sede).

Quando um ou mais sócios subscrevem o capital social, mas não o integralizatotalmente, é ajustado um prazo para a integralização da parcela restante. Surge assim, afigura do “capital a integralizar”.

Não a prazo legalmente fixado para que o sócio integralize o capital subscrito. O queprevalece é o acordo entre os sócios. Devidamente informado no contrato social.

• Ao se constituir uma sociedade, este tem, de imediato, uma necessidade de caixapara sua implantação, como por exemplo, os gastos com “abertura” da empresa,instalações, etc.

• Portanto, nenhuma sociedade, do ponto de vista prático, poderá ser constituída comcapital social totalmente a integralizar, simplesmente porque não seria possívelimplantá-la, em função dos custos que incidem já na sua constituição.

Administração da Sociedade LimitadaA administração da sociedade por quotas de responsabilidade limitada é feita pelos

sócios-gerentes ou administradores nomeados em contrato social.A gerência decorre da condição de sócio. Se o contrato não contiver cláusula específica

sobre o assunto, todos os sócios poderão exercê-la.Se o contrato designar quais sócios serão os gerente, apenas a estes caberá o exercício

da administração.

Delegação da GerênciaO contrato social pode autorizar (ou não proibir) que o sócio-gerente delegue seuspoderes a terceiros, estranhos ao quadro social (não-sócios). Neste caso, se o sócio-gerente desejar que seus poderes sejam exercidos por terceiros, ele os delegarámediante “Carta de Gerência” (instrumento por meio do qual o sócio-gerente delega,isto é, atribui a uma terceira pessoa, os poderes da gerência da sociedade. Através danovo código civil, basta mencionar no contrato social quem será o administrador daempresa.

Nome empresarial da sociedade limitadaO nome empresarial (aquele sob o qual a empresa exerce sua atividade e se obriga nos

atos a ela pertinentes) utilizado pelas sociedades por quotas de responsabilidade limitada é:• a firma ou razão social; ou• a denominação social.A firma ou razão social, se não individualizar todos os sócios, deverá conter o nome de

pelo menos um deles, acrescido do aditivo “e companhia”, por extenso ou abreviado, e dapalavra “limitada”, por extenso ou abreviada.

Na firma ou razão social:• O nome do titular e dos sócios poderá figurar de forma completa ou abreviada,

e é admitida a supressão de prenomes;• Havendo mais de um patronímico, um deles poderá ser abreviado ou suprimido;

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• O aditivo “& e Cia.” poderá ser substituído por expressão equivalente, tal como“e filhos” ou “e irmãos”, entre outras.

Opcionalmente, em vez da razão social a sociedade por quotas de responsabilidadelimitada pode adotar a denominação social.

A denominação social é formada com palavras de uso comum ou vulgar na línguanacional ou estrangeira e/ou com expressões de fantasia, facultando-se a indicação do objetoda empresa (sua atividade).

Na sociedade por quotas, a denominação deverá ser seguida da expressão “Limitada”,por extenso ou abreviada (Ltda.). O mais comum é a utilização da expressão abreviada (Ltda.)

No caso da sociedade simples por quotas de responsabilidade limitada (ou seja,sociedade constituída exclusivamente para a exploração de atividades de prestação deserviços), inclui-se no nome empresarial a expressão “sociedade simples” (normalmente, deforma abreviada –S/S).

Portanto, as sociedades por quotas de responsabilidade limitada são nominadas porfirma ou razão social ou, opcionalmente, por denominação social.A razão social da sociedade limitada formada pelos sócios Srs. João Santos e Paulo Silvapode ser exemplificada pelas seguintes formações: J.Santos &P.Silva Ltda;

Santos & Silva Ltda.;J.Santos & Cia. Ltda.De outro modo, se considerarmos que a sociedade tenha por objeto social a exploraçãodo comércio de calçados e que os sócios optaram pela adoção de uma denominaçãosocial, esta poderá ser, por exemplo, “Calçados União Ltda.” em que a expressão“União” representa fantasia criada pelos sócios para a nominação da sociedade.

Legalização cadastral da sociedade limitadaO contrato social da sociedade por quotas de responsabilidade limitada deve ser

arquivado:• na Junta Comercial, tratando-se de sociedade comercial (ou que tenha atividades tanto

comerciais quanto de prestação de serviços)• no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ( Cartório de Títulos e Documentos), no caso de

sociedade simples( ou seja, sociedade constituída exclusivamente para a exploração deatividades de prestação de serviços).

Além disso, para que possa comprar e vender mercadorias, emitir notas fiscais,contratar e registrar empregados, legalizar seus livros de escrituração mercantil e fiscal etc. _enfim, atuar legalmente – as sociedades por quotas de responsabilidade limitada deverão serregistradas também:

• na Secretaria da Receita Federal (CNPJ)• No instituto nacional do Seguro Social (INSS) – matricula simultânea com o CNPJ• na Secretaria de Estado da Fazenda (inscrição estadual)• na Prefeitura do Município ( inscrição municipal) etc..

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5) Documentos e Expressões Comerciais e Trabalhistas

Alienação FiduciáriaNa operação de alienação fiduciária interferem três partes: o vendedor, o empreendedor

do numerário (ou financiador) e o adquirente. O adquirente propõe ao vendedor a aquisição dobem de seu interesse e este diligencia com o agente de crédito de modo a obter, para oadquirente, uma linha de financiamento. Concretizada a operação, o vendedor desaparecetotalmente da relação jurídica, que subsistirá entre o financiado ou adquirente e o credorfidejussório.

De acordo com a definição legal (Art. 66. da Lei n° 4.728/65, na redação que lhe foidada pelo Decreto lei n° 911/69), “a alienação fiduciária em garantia transfere ao credor odomínio resolúvel e a posse indireta em coisa móvel alienada, independentemente da tradiçãoefetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário comtodas as responsabilidades e encargos que lhe incubem de acordo com a lei civil e penal”.

Se, por exemplo, denominada pessoa adquire um veículo em uma revendedora e, pornão dispor do capital necessário para o pagamento do preço pretendido pelo vendedor,obtém, em estabelecimento de crédito, financiamento capaz de satisfazer a obrigação, oadquirente original estará alienando fiduciariamente o bem adquirido sem que ocorra atradição ao credor, isto é, sem que haja a entrega da coisa fatidicamente.

Uma das garantias que o credor fiduciário tem é a possibilidade de requererjudicialmente a busca e a apreensão da coisa alienada, comprovada a mora ou a inadimplênciado devedor.

AvalO aval é a garantia autônoma, prestada pelo avalista no próprio titulo, mas

desvinculada do que consta do titulo. Não se confunde com fiança, que é a garantia acessória.Ele é autônomo e de natureza cambial, prestando-se garantir compromisso assumido via titulocambial.

O Aval tem sua vinculação, em termos de aplicabilidade, diretamente ligada à letra decambio. Sua disciplina legal encontra-se nos arts. 14 e 15 do Decreto n° 2.044, de 1908, que“define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais.”. Todavia, coma crescente demanda das operações bancárias de desconto de duplicatas, também neste títulotornou-se comum o uso do aval.

O aval dá-se pela assinatura de próprio punho do avalista ou de seu mandatário,constituído com poderes especiais, no próprio titulo (no verso ou no anverso), nãoobstante sua natureza autônoma. A simples assinatura do avalista aposta no título ésuficiente para configurar o aval. Não se exige nenhuma outra formalidade. Tampouco énecessária a aposição de expressão do tipo “por aval” e similares.

Letra de Câmbio

A letra de câmbio é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo e é criada através deum ato chamado de saque. Diferente dos demais títulos de crédito, para a existência e operacionalização da letra de câmbio são necessárias três situações jurídicas distintas, a saber:

- o sacador como sendo aquela parte que faz o saque, oportunidade em que fica criada a letra de câmbio como documento. Esta pessoa é quem dá a ordem de pagamento;

- o sacado que representa a parte a quem a ordem é data, ou seja, é quem deveefetuar o pagamento;

- o beneficiário, também chamado de tomador, sendo a pessoa que receberá opagamento, sendo assim o beneficiário da ordem.

Diante da descrição das situações jurídicas das partes envolvidas na letra de câmbio, esendo o sacador a pessoa que dá a ordem ao sacado para efetuar o pagamento ao beneficiário, tem-se assim o seguinte exemplo para a redação de uma letra de câmbio:

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“aos trinta dias do mês de outubro de ........, V.Sa.(sacado) pagará por esta única via de letra de câmbio, a importância de R$.......(.................) ao Sr. Fulano de Tal (beneficiário).Local........, data..........., assinatura (sacador)............”

É importante observar que não necessariamente as situações jurídicas são representadas por três pessoas ou partes distintas. Podem ocorrer circunstâncias em que amesma pessoa possa está representando duas situações ao mesmo tempo.

ChequeO cheque é uma ordem de pagamento à vista, emitida por pessoa que possui fundos

disponíveis no respectivo estabelecimento bancário (ou, eventualmente, direito de sacar contragarantia de títulos).

É muito comum ouvirmos expressões tais como "cheque ao portador" (quando não seconsigna o nome do favorecido), "cheque administrativo" (emitido pelo próprioestabelecimento bancário, por ordem do titular de conta, em favor de terceiro por esteindicado), "cheque cruzado" (que deve ser depositado em conta do favorecido) etc.

Mas, sem dúvida, a mais comum é "cheque pré-datado" (ou "pós-datado", que é a expressão mais correta), largamente adotado pelo comércio em geral.

A consignação da data de emissão do cheque é requisito obrigatório, por previsão legal.Todavia, se o cheque tem sua data determinada para oportunidade futura, isto é, se a datanele consignada diverge daquela em que efetivamente foi emitido, desnatura-se o caráter deordem de pagamento a vista. Esta é a figura do cheque pré-datado (por exemplo: emissão deum cheque no dia 12.07.2001 para que seja apresentado em 12.08.2001).

Nesse caso, o emitente do cheque não está passando ao banco sacado uma ordem depagamento a vista (embora o banco não reconheça tal condição). O que se verifica, nessahipótese, é que a desconfiguração da ordem de pagamento a vista torna o cheque umapromessa de pagamento. Todavia, o banco não se obriga a reconhecer tal "acordo decavalheiros".

Aqui reside o risco da prática de emissão de cheque pré-datado. A qualquertempo o cheque pode ser apresentado e, como legalmente se trata de ordem depagamento a vista, se houver provisão o banco o pagará; se não houver, ocheque será devolvido por falta de fundos. Todavia, cabe acrescentar que hádecisões judiciais no sentido de que é obrigatória a observância, pelo beneficiário(aquele que recebe o cheque), da data futura pactuada entre as partes para aapresentação do cheque, sob pena inclusive de indenização ao emitente, a títulode reparação por dano moral.

Consignação MercantilA consignação mercantil é o contrato por meio do qual uma pessoa envia mercadorias

de sua propriedade para serem vendidas por um comerciante, com o preestabelecimento dedeterminadas condições de preço e de forma de pagamento.

A consignação pode ocorrer de duas formas. A primeira é aquela em que umcomerciante envia a outro mercadorias de sua propriedade para que este as venda, em nomedo remetente e nas condições que este previamente estipular. Normalmente, tais ajustesreferem-se ao preço e às condições de pagamento.

A segunda forma, e mais usual, é aquela em que o comerciante envia as mercadoriaspara que sejam vendidas pelo destinatário, que as adquirirá do remetente se e quando elasforem negociadas. Nessa espécie de consignação não cabe ao remetente fixar as condiçõesque nortearão as vendas a serem realizadas pelo recebedor, o qual procederá conformeentender melhor. 0 que importa, na realidade, é que o recebedor fica com o compromisso de,efetuando as vendas, adquirir as mercadorias do remetente.

Na consignação mercantil são partes o consignante e o consignatário. Consignante éaquele que remete as mercadorias para serem vendidas; consignatário, aquele que as recebe.

Contrato de Compra e Venda MercantilO contrato de compra e venda mercantil é aquele por meio do qual o vendedor

transfere ao comprador os direitos efetivos de posse e propriedade de bem material móvel(mercadoria) pela tradição, ou seja, por mera entrega física do bem ao adquirente.

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Para fugir do informalismo absoluto da simples palavra falada e, ao mesmo tempo, nãose prender ao rigor lento dos instrumentos de ajuste contratual, o contrato de compra e vendamercantil, na maioria dos casos, consubstancia-se pelo pedido de compra que o comprador fazao vendedor ou mesmo pela nota fiscal, reconhecida e aceita pelo comprador por meio deassinatura e devolução do canhoto de recebimento da mercadoria.

DebênturesAs debêntures são, fundamentalmente, uma forma de captação de recursos para as

sociedades anônimas (SA).As empresas, ao se constituírem, são munidas de um capital para com ele iniciarem

suas atividades. Todavia, após entrar em operação, pode sobrevir à necessidade de aumentodos recursos financeiros para ampliação dos negócios, o que levará a empresa a lançar mão deuma das seguintes alternativas, contratar empréstimo, aumentar o capital de giro ou emitirdebêntures.

As debêntures são títulos mobiliários emitidos pela companhia como forma de captaçãode recursos da poupança privada. Elas devem ser nominativas e podem ser objeto de depósitocom emissão de certificado.

Sua condição de titulo de crédito decorre da atribuição ao seu titular, de direito decrédito não eventual contra a companhia. No vencimento marcado no titulo, as debênturesserão resgatadas pela companhia, pagando-se o valor nominal acrescido das correções e dosjuros pactuados, ressalvadas condições especiais (como conversão em ações do capital dacompanhia).

O valor nominal lançado no próprio titulo é mero referencial ou “valor de emissão” , quenem sempre coincidirá com o valor de resgate, porque as debêntures poderão sercorrigidas e pagar juros aos seus titulares.

Desconto de DuplicatasO desconto de duplicatas é uma das formas mais comuns de obtenção de capital de giro

pela empresa e consiste basicamente na “compra” a vista de tais títulos pelo banco, comcobrança de despesas bancárias e de juros correspondentes (geralmente, os de mercado paraesse tipo de operação).

Caso o devedor (sacado) não quite seu débito, a empresa (cedente) é responsável pelopagamento do titulo. Nesse caso, o valor será debitado na conta corrente da cedente. Portanto,enquanto a duplicata não for quitada, a empresa tem uma obrigação para com o banco.

DuplicataA duplicata é um titulo de crédito emitido pelas vendas efetuadas a prazo e que

corresponde à fatura. Ao aceitar a duplicata, o comprador assume o compromisso de resgatá-la, na data estipulada, pelo valor determinado. Pode-se dizer que a duplicata é o documentoque comprova o pagamento da compra a prazo.

Se o aceitante (ou comprador) não resgatar a duplicata em seu vencimento, ficarásujeito a cobrança por meio de protesto.

A emissão de duplicata é facultativa, nos termos do art. 2º da Lei n° 5.474/68, segundoo qual, no ato da emissão da fatura, “dela poderá ser extraída duplicata”. Portanto, a duplicataemitida facultativamente, a fatura, obrigatoriamente. Entretanto, se o credor quiser circular ocrédito decorrente da venda a prazo, na condição de efeito comercial, deverá emitir aduplicata.

Após emitida, a duplicata deve ser apresentada ao devedor para que ele possa conferiro valor e demais dados que constam no título, o que configurará a duplicata como papelindiscutível e exeqüível. O ato pelo qual o comprador, na condição de sacado, apõe suaassinatura no titulo, isto é, no corpo, no contexto da duplicata, o que manifesta de formainequívoca sua concordância com o que dela consta, é o que se denomina “ aceite deduplicata”.

FaturaDe acordo com o caput do art. 12 da Lei n2 5.474/68, "em todo o contrato de compra e

venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30

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(trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá arespectiva fatura para apresentação ao comprador."

O mesmo dispositivo legal, em seu § 12, estabelece que a fatura discriminará asmercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará apenas os números e valoresdas notas parciais expedidas por ocasião de vendas, despachos ou entregas das mercadorias,o que significa que podem ser realizados faturamentos ou entregas parciais, num determinadoperíodo, originando uma única fatura de venda mercantil que englobe todos os fornecimentos.

Muitas empresas adotam o sistema de nota fiscal-fatura que, simultaneamente, atendeà legislação fiscal e à comercial. Inúmeras operações mercantis realizadas com pagamento postergado são documentadas mediante a emissão de nota fiscal-fatura.

FiançaSegundo o Código Civil (art. 1.481), a fiança é um contrato que se efetiva quando uma

pessoa se obriga por outra, para com seu credor, a satisfazer uma obrigação caso o devedornão a cumpra. É um ato de confiança do fiador no afiançado, manifestado de forma expressa.Sua principal característica, sob esse ângulo, é a de prestar garantia ao cumprimento de umaobrigação, salvaguardando os interesses do credor.

A fiança pode ser convencional, legal ou judicial. Denomina-se convencional a fiançaresultante de contrato; legal, aquela que decorra da própria lei, sem a necessidade demanifestação de vontade; e judicial, a fiança decorrente de processo.

A fiança convencional é a que ocorre com maior freqüência, principalmente em face doscontratos de locação, nos quais essa garantia é habitualmente solicitada.

Folha de PagamentoA folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para efeito de

fiscalização trabalhista e previdenciária. A empresa é obrigada a preparar a folha depagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço.

Para sua elaboração não existe modelo oficial, ou seja, podem ser adotados critériosque melhor atendam aos interesses de cada empresa. Mas há informações que,obrigatoriamente, nela devem constar, tais como:

• discriminação do nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado;• agrupamento dos segurados por categoria (segurado empregado, trabalhador avulso,

contribuinte individual);• destaque do nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;• destaque das parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e dos descontos

legais (por exemplo: o desconto do Imposto de Renda na Fonte);a indicação do número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado

empregado ou trabalhador avulso.Da folha de pagamento origina-se o recibo de pagamento (ou envelope de pagamento,

como ainda é chamado por muitos), que indica os dados que constaram da folha relativamentea cada um dos empregados e a estes é entregue.

Guia da Previdência SocialAs contribuições previdenciárias descontadas dos empregados e trabalhadores avulsos e

as contribuições a cargo da empresa são recolhidas por meio da Guia da Previdência Social(GPS).

Desde a competência fevereiro/2001, os recolhimentos de contribuições sociaisarrecadados pelo INSS da empresa são efetuados mediante débito em conta comandado pormeio da internet ou por aplicativos eletrônicos disponibilizados pelos Bancos.

Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência SocialTodos os empregadores são obrigados a depositar mensalmente e conta bancária

vinculada, a importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida, no mêsanterior, a cada trabalhador.

O recolhimento do FGTS é efetuado por meio de Guia de Recolhimento do FGTS einformações á Previdência Social (GFIP), que é entregue por meio eletrônico (sistemadenominado Sefip).

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Nota FiscalNas operações de venda mercantil deve ser emitida a nota fiscal, que é o documento

que relaciona os produtos fornecidos pelo vendedor (emitente) ao comprador, com indicaçãode quantidade, preço, nome do adquirente etc. Configura a circulação da mercadoria e, porisso, é o documento de trânsito por excelência, vale dizer, nenhuma mercadoria pode sair doestabelecimento vendedor desacompanhada da correspondente nota fiscal .

Sua emissão é obrigatória nas operações mercantis e os valores nela consignadosservirão de base para a determinação das importâncias a serem recolhidas a titulo de ICMS eIPI.

Por ser um documento fundamentalmente fiscal é sujeito a inúmeras regrasdeterminadas pela legislação federal e estadual, tais como:

Adequação a modelos e séries definidos na legislação fiscal (por exemplo:modelo1 ou 1-A para nota de entrada e saída de mercadorias/produtos);Autorização para impressão (ou seja: para confeccionar a nota fiscal, a empresadeve obter prévia autorização da Secretaria Estadual da Fazenda);

A nota fiscal é o documento que atesta, simultaneamente, a saída da mercadoria doestabelecimento vendedor e a entrada desta no estabelecimento comprador. Noestabelecimento vendedor, a nota é escriturada num livro denominado Livro Registro deSaídas. No estabelecimento comprador, no Livro Registro de Entradas.

Em substituição à nota fiscal, empresas de comércio varejista normalmente emitem oCupom Fiscal, observados os requisitos previstos na legislação Tributária.

Há também a nota fiscal de Serviços, que documenta a prestação de serviços efetuadospela empresa emitente e que, em geral, serve de base de cálculo do Imposto sobre serviços (ISS) municipal, devido pela prestadora.

Nota PromissóriaA nota promissória é uma promessa direta de pagamento do devedor ao credor que

pode ter origem, por exemplo, num contrato de compra e venda. É comum a emissão de notaspromissórias, por exemplo, na venda de estabelecimento comercial para pagamento emprestações.

Ao emiti-Ia em favor do credor, o devedor compromete-se a realizar o pagamento nascondições determinadas em seu contexto, na data nela fixada e à vista do título.

Paga-se a nota promissória à vista do título, mediante sua apresentação. Quita-se anota promissória com a entrega, pelo credor, do título ao devedor. O pagamento deve ser feitoaté a data convencionada no próprio título, uma vez que um de seus requisitos essenciais é aconsignação expressa dessa data.

É desnecessário qualquer aceite na nota promissória, uma vez que a própria emissão e assinatura do sacado-emitente a tornam completa.

Pedido de ComprasO pedido de compras é o documento por meio do qual se formaliza a venda acordada

entre as partes, ou seja, entre a empresa vendedora e a compradora, Tanto pode ser emitidopelo setor de vendas da primeira quanto pelo setor de compras da segunda, e indica aquantidade, o tipo, as características e o valor do produto cuja transação acaba de serconcluída entre fornecedor e cliente.

Sua emissão, que é facultativa, dá origem à nota fiscal de venda (esta, de emissãoobrigatória). O pedido de compra, em grande parte dos casos, faz as vezes de efetivo contratode compra e venda mercantil,

Penhor MercantilA finalidade do penhor é prestar garantia ao cumprimento de uma obrigação. Penhor

mercantil é aquele que tem por finalidade garantir uma obrigação comercial e sua principalcaracterística é a de contrato acessório, cuja existência se vincula a outro, chamado principal,no qual a obrigação mercantil foi assumida e pactuada.

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De acordo com o art. 271 do Código Comercial "o contrato de penhor, pelo qual odevedor ou um terceiro por ele entrega ao credor uma coisa móvel em segurança e garantiade obrigação comercial, só pode provar-se por escrito assinado por quem recebe o penhor".

Podem ser objeto de penhor todas as coisas móveis suscetíveis de alienação. O art. 273do Código Comercial faculta dar em penhor bens móveis, mercadorias e quaisquer outrosefeitos, títulos da dívida pública, ações de companhias e quaisquer outros papéis de créditonegociáveis. Entre estes últimos podem ser incluídas a duplicata e a nota promissória.

O contrato de penhor mercantil é vinculado a um contrato principal que estipula umaobrigação garantida pela coisa empenhada. Vencida a obrigação principal, o penhor tambémserá considerado vencido na mesma data convencionada no contrato da obrigação principal.

Pró-laboreO Pro labore (que significa remuneração percebida por uma pessoa em retribuição ao

trabalho realizado ou como compensação pela incumbência que lhe foi atribuída) é aremuneração paga aos diretores ou sócios-gerentes (de sociedades comerciais ou civis), bemcomo ao titular de empresa individual de uma empresa pelo exercício efetivo do cargo.

As pessoas supracitadas empreendem um trabalho, intelectual ou físico, para aconsecução do objeto social da empresa e, conseqüentemente, para a obtenção de resultadospositivos.

Reside no trabalho, no concurso pessoal deles para a realização do objeto, o direito quelhes é reconhecido pela legislação de ter seu trabalho remunerado.

ReciboO Recibo é o documento que comprova o pagamento ou o recebimento de bens ou

valores, ou seja, contém a confissão expressa de que aquele que o subscreve recebeu aquantia devida ou determinado bem. Portanto é a prova básica de que a obrigação ou dívida foipaga. Pode ser um documento isolado ou mero escrito em outro documento - em qualquercaso, atestará a quitação.

Reserva de DomínioA reserva de domínio, bastante difundida na alienação de bens móveis duráveis, tem

por finalidade assegurar ao vendedor a propriedade dos bens alienados a prazo até que ocrédito seja extinto pelo pagamento das prestações.

É comum o credor valer-se desse instituto em negociações que envolvam o trespassede estabelecimento comercial, venda de bens integrantes da montagem de escritórios, oficinase outros.

A reserva de domínio é cláusula integrante do contrato de compra e venda, comomanifestação da vontade das partes. Não há nenhum procedimento ou forma específica. Asimples inserção no contrato de cláusula que reserve o domínio dos bens ao vendedor ésuficiente para sua validade e configuração.

TriplicataA perda ou extravio da duplicata obriga o vendedor a extrair triplicata, que terá os

mesmos efeitos e requisitos e obedece às mesmas formalidades daquela, Portanto, a emissãoda triplicata não é facultativa, a exemplo do que sucede com a emissão da duplicata. Trata-sede imposição legal, nos casos de perda ou do título original.

6) Escrituração Comercial e Fiscal

Exigência de EscrituraçãoA escrituração contábil e fiscal de uma empresa (firma individual ou societário) é

exigida:pela legislação comercial, tendo em vista os interesses dos proprietários daempresa(titulo, sócios ou acionistas), e de terceiros que com ela serelacionam(por exemplo: fornecedores e bancos); epela legislação fiscal, particularmente a do imposto de renda, segundo a qual apessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real (ou seja, que paga oimposto com base nos seus resultado efetivos) deve manter escrituração comobservância das leis comerciais e fiscais. Essa escrituração deve abranger todas

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as operações realizadas pela empresa, os resultados apurados em atividades noterritório nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capitalauferidos no exterior.

Regras básicas da escrituraçãoA escrituração deve ser completa, em idioma e moeda corrente nacional, em forma

mercantil, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, semintervalos em branco nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transporte para asmargens, observando-se que:

1. os registros contábeis devem estar lastreados em documentos hábeis segundo a sua natureza ou assim definidos em preceitos legais:

2. a forma de escriturar suas operações é de livre escolha de cada empresa, desdeque obedecidos os princípios e as técnicas ditados pela contabilidade. Não cabe o fisco opinarsobre processos de escrituração, os quais só ficarão sujeitos à impugnação quando estiveremem desacordo com as normas e padrões de contabilidade geralmente aceitos ou se puderemlevar a um resultado diferente do legítimo.

Os erros eventualmente cometidos na escrituração devem ser corrigidos por meio deprocedimentos específicos denominados lançamento de estorno, de transferência ou decomplementação.

Livros Comerciais

A escrituração comercial deve seguir ordem uniforme, com a utilização de livros epapéis adequados, cujos números e espécie ficam a critério da empresa.

Livro DiárioO livro diário é o registro básico de toda a escrituração contábil. Nele devem ser

lançados, dia a dia, todos os atos ou operações da atividade que modifiquem ou possam via amodificar a situação patrimonial da pessoa jurídica.

Este livro deve ter termos de abertura e encerramento.Deve ser autenticado em cartório no caso de prestador de serviços e em Junta

Comercial caso de empresa comercial.Os lançamentos podem ser feitos diretamente ou por reprodução (feitos com tintas

copiativas, método em desuso com a chegada dos computadores).Pode também ser feito escrituração mecanizada, onde se utiliza lotes de fichas ou folhas

soltas.O modelo mais utilizado e praticamente dominante é o feito através do sistema

informatizado.Qualquer que seja o método, terá que satisfazer os requisitos e as normas de

escrituração exigidas para os livros mercantis, tais como:forma mercantil, com individualização e clareza;ordem cronológica de dia, mês e ano;inexistência de intervalos em branco, entrelinhas, borraduras, etc.garantia de nitidez e indelebilidade.

A escrituração no livro diário pode ser feito também de maneira resumida, desde quenão exceda o período de um mês, exclusivamente para contas numerosas ou realizadas fora dasede da empresa (filiais, sucursais), desde que:

sejam utilizados livros auxiliaresnos lançamentos resumidos sejam feitas as referências das páginas dos livros auxiliares.

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Modelo de Livro Diário

Livro Diário n° Folha n°Data Conta Histórico Débito Crédito

16.08.05 Fornecedores Valor referente ao cheque n° 123, do $ 150,00banco Omega AS, utilizado parapagamento da duplicata n° 001, daComercial Alfa

16.08.05 Bancos Valor referente ao cheque n° 123, do $ 150,00banco Omega AS, utilizado parapagamento da duplicata n° 001, daComercial Alfa

Livro RazãoO Livro Razão é utilizado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os

lançamentos efetuados no livro Diário. Ele reflete exatamente o que consta no livro Diário, masde maneira individualizada.

O Livro Razão está dispensado do registro no Cartório ou Junta Comercial.O Livro Razão é obrigatório para as empresas que apuram seus impostos por meio do

lucro real.

Veja um modelo de Livro Razão

Ficha RazãoConta: 111.02 – Banco Conta MovimentoSubConta 111.01.001 – Banco Ômega AS

Data Histórico Débito Crédito Saldo01.08.2005 Saldo anterior -970,0003.08.2005 Cheque n° 125.321 800,00 -170,0010.08.2005 Aviso de Débito 5,00 -165,0013.08.2005 Depósito 500,00 -665,0016.08.2005 Depósito 400,00 -1.065,0016.08.2005 Cheque n° 125.322 265,00 -800,0020.08.2005 Aviso de Crédito 200,00 -1.000,0023.08.2005 Aviso de Débito 2,50 -997,5030.08.2005 Cheque n° 125.325 100,00 -897,50

Livro Registro de DuplicatasA escrituração do livro Registro de Duplicatas é obrigatório para empresas que utilizam

vendas a prazo. O livro registro de duplicatas pode ser utilizado como livro auxiliar. Desde quedevidamente registrado na Jucesp.

Outros livros auxiliaresHá outros livros auxiliares da escrituração mercantil utilizados de acordo com as

necessidades de controle da empresa, tais como os livros:Caixa, que registra a movimentação de numerárioContas corrente, que registra a movimentação bancária da empresa.

Na pratica as empresa não utilizam os livro caixa e Contas-Corrente, porque acontabilidade já registra suficientemente a movimentação que neles seria lançada.

Livros Fiscais exigidos pela legislação do imposto de RendaAlém dos livros comerciais, as empresas devem obrigatoriamente, escriturar os

seguintes livros fiscais.1) Livro Registro de Inventário

mercadorias, produtos em fabricação, bens do almoxarifado -2) Livro Registro de Entradas

Identificação dos fornecedores, através de Notas Fiscais emitidas pelos mesmos3) Livro Registro de Saídas

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identificação das notas fiscais de vendas4) Livro de apuração do Lucro Real (LALUR)

lançamento dos ajustes do lucro líquido5) LMC – Livro movimentação de combustíveis (para postos revendedores)6) Livro registro permanente de estoque. (Para empresas que exercem compra e venda,

incorporação, construção, loteamento ou desmembramento de imóveis.)

Note que os livros mencionados acima são exigidos para empresas optantes do Lucro Real e Presumido, para empresa optante do SIMPLES, alguns são dispensados.

Escrituração por processamento eletrônico de DadosOs livros acima podem ser escriturados por processamento de dados, em formulários

contínuos desde que algumas regras sejam obedecidas.• as folhas impressas deverão ser numeradas, em ordem seqüencial, mecânica ou

tipograficamente.• Após escriturados os mesmos deverão ser encadernados com termo de abertura e

encerramento, padronizado, apresentados aos órgãos competentes para autenticação.• Empresas no Lucro Real devem arquivar os arquivos magnéticos por 5 anos.

Autenticação dos Livrosa) Juntas Comerciais – empresas comerciaisb) Cartórios de registro – no caso de sociedade simples. (Não confunda com empresa

optante do Simples)Livros Dispensados da Autenticação

Estão dispensados de autenticação.a. Livro Razãob. Livros Auxiliaresc. Livro apuração do Lucro Reald. Livro Movimentação de Combustível

Empresas dispensadas de EscrituraçãoPara efeito da legislação tributária, ficam dispensadas da manutenção de escrituração

comercial as pessoas jurídicas:que, legalmente habilitadas para tanto, optarem pela tributação com base no lucro presumido.as micro-empresas e empresas de pequeno porte (ME e EPP)

Para tanto, devem manter em boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes:

a. Livro Caixab. Livro Registro de Inventárioc. Todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a

escrituração dos livros referidos nas letras “a” e “b”

Responsabilidade do ProfissionalA escrituração contábil das pessoas jurídicas deve ficar sob a responsabilidade de

contabilista legalmente habilitado nos termos da legislação específica. A habilitação profissionalpressupõe, além da formação escolar, o registro no CRC.

As demonstrações contábeis obrigatórias devem ser assinadas pelos sócios ouadministradores e pelo contabilista responsável pela escrituração.

Livros exigidos pela Legislação do ICMS/IPI e do ISSAlém dos livros anteriormente citados, as pessoas jurídicas contribuintes do ICMS e do

IPI, devem possuir os seguintes livros.Registro de Entradas Modelo 1 (ICMS e IPI)Registro de Entradas Modelo 1-A (ICMS)Registro de Saídas Modelo 2 (ICMS e IPI)Registro de Saídas Modelo 2-A (ICMS)Registro de Controle da Produção e do Estoque

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Registro de Selo Especial de Controle Modelo 4 (IPI - Bebidas alcoólicas, Cigarros) Registro de Impressão de documentos fiscais e Termos de ocorrências Modelo 6 (obrigado por todas as empresas que utilizam notas fiscais) Registro de Inventário Modelo 7 (Mercadorias em estoque)Registro de Apuração do IPI – Modelo 8 (Estabelecimentos industriais ou a eles equiparados, que pagam IPI)Registro de Apuração do ICMS – Modelo 9 (Estabelecimentos inscritos como contribuintes do ICMS)

As pessoas jurídicas cuja atividade é a de prestação de serviços, devem possuir o Livro de Registro de Notas fiscais e serviços prestados.

Livros sociais exigidos para as Sociedades AnônimasRegistro de ações nominativas;Transf. De ações nominativasAtas de Assembléias GeraisPresença de AcionistasAtas de Reunião da DiretoriaAtas de pareceres do conselho fiscalAtas de Reuniões do conselho de Administração

7) Prazo de Guarda de DocumentosPara não pagar duas vezes, é melhor guardar.

O empresário deve ficar atento ao prazo mínimo para a guarda de documentos.Os comprovantes de qualquer pagamento efetuado à Previdência Social, por exemplo,

devem permanecer arquivados por pelo menos 30 anos e, em plena era digital, em papel.Descarte de documentos antes da hora implica em prejuízos.

Por Laura IgnácioA quantidade de declarações e obrigações fiscais muitas vezes leva as empresas a não

guardar esses documentos. Com isso, o empresário corre um sério risco: ter que pagarnovamente o que já pagou. "No Brasil, ao contrário da maioria dos países, a boa-fé docontribuinte não é presumida e a responsabilidade de provar o pagamento é dele", alerta oadvogado Luis Carlos Galvão, diretor do departamento jurídico do Centro das Indústrias doEstado de São Paulo (Ciesp)."

Se o contribuinte não tem como comprovar um pagamento para o Fisco, é obrigado arecolher novamente o tributo, acrescido de multa de até 20% do valor devido e juros pela taxaSelic, explica o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Estado deSão Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar.

Cada documento tem que ser guardado por um prazo mínimo, de acordo com a tabelado Ciesp (ver ao lado) que também traz as alíneas de devolução e prazos de validade doscheques. "Muitos acreditam que cinco anos é o prazo para guardar qualquer documento, masaqueles que podem ser pedidos pela Previdência Social, por exemplo, precisam ser arquivadospor 30 anos", diz Galvão. E devem ser preservados os originais. "Hoje é comum a digitalizaçãode documentos, mas as autoridades não acreditam neles", afirma.

Muitos se esquecem das implicações fiscais de documentos comerciais e jogam fora oque não deveriam. "Se uma empresa pagou um fornecedor com duplicata, esse títuloprescreve em dois anos para fins comerciais, mas para fins fiscais é preciso guardar por cincoanos", esclarece Alcazar.

O início da contagem do prazo varia. O prazo de dez anos para guardar o Imposto deRenda da Pessoa Jurídica (IRPJ), por exemplo, deve ser contado a partir da entrega dadeclaração ao Fisco, segundo Galvão.

Alcazar explica que se o empresário não comprovar o pagamento e se recusar a pagarnovamente para o Fisco ou para um fornecedor, ele pode ter que responder à ação na Justiça.

Para o empresário, como consumidor, o prazo de guarda de um documento pode serdiferente. O Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), por exemplo, precisa ser guardado porcinco anos ao invés de dez como o IRPJ.

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Prazos obrigatórios de guarda de documentos

Tipos de Documentos

BalanceteCofinsConciliação BancáriaConhecimento de FreteConta de ÁguaConta de LuzConta de Telefone

DAE (Documento de Arrecadação Estadual)

DAMEF (Declaração Anual de Movimento Econômico eFiscal)

DAPI (Demonstrativo de Apuração e Informação do ICMS)

Duplicatas Recebidas/Emitidas

Extrato Bancário

GAM (Guia de Arrecadação Municipal)

ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias)

Imposto de Renda Autônomo

Imposto de Renda Pessoa Física

IPI (Imposto de Produtos Industrializados)

IPTU (Imposto Predial Urbano)

IPVA (Imposto sobre Propriedade de VeículosAutomotores)

IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)

Prazo obrigatório de guardaAmparo legal

pela empresaLei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional5 anos

10 anos Lei 8.212 Art 33Lei Orgânica da Seguridade Social5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

10 anos após a entrega daLei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade SocialDeclaração na Receita Federal

5 anos após a entrega da Instrução Normativa n°8/93 Art. 4° Secretaria daDeclaração na Receita Federal Receita Federal

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

5 anos Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

10 anos após a entrega daLei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social

Declaração na Receita FederalISSQN (Imposto sobre Serviços de qualquer natureza)

ITBI (Imposto de Transmissão Bens Imóveis)

ITR (Imposto Territorial Rural)

Livro Balanço Patrimonial/Geral

Livro de Apuração de Lucro Real (Lalur)

Livro de Razão

Livro de Registro de ICMS

Livro de Registro de Inventário

Livro de Registro de Saídas

Livro Diário

Livro Registro de Entradas

Movimento Contábil ou Movimento de CaixaNota Fiscal de Fornecedor

Nota Fiscal de Imobilizado

Nota Fiscal de SaídaNota Fiscal de Venda de ImobilizandoOrdem de ServiçoPIS (Programa de Integração Social) Recolhimento

Recibo de Depósito Bancário

Reembolso de Despesas/ Despesas Viagens

RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo)

Taxa de Fiscalização para FuncionamentoVAF (Verificação de Apuração Fiscal)

5 anos

5 anos

5 anos

Permanente10 anos considerando

a data do último lançamento

5 anos

5 anos considerandoa data do último lançamento

31 anos considerandoa data do último lançamento

10 anos considerandoa data do último lançamento

Permanente5 anos considerando

a data do último lançamento5 anos5 anos

5 anos apósdepreciação do bem

10 anos5 anos5 anos

10 anos

5 anos

5 anos

30 anos

5 anos5 anos

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

A lei não prevê descarte

Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Parecer 410Coordenação do sistema de Tributação(CST/SIPR)

Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade Social

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 5.172 Art 173Código Tributário NacionalLei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 8.212 Art 46Lei Orgânica da Seguridade SocialLei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional Lei

5.172 Art 173Código Tributário Nacional Lei2.052/83 Art. 3° e 10°PIS-PASEP

Lei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

Lei 5.172 Art 173Código Tributário NacionalLei 8.212 Art 45 § 1°Lei Orgânica da Seguridade

SocialLei 5.172 Art 173Código Tributário NacionalLei 5.172 Art 173Código Tributário Nacional

prazo de guarda de documentos - 2 anos:Pedido de Demissão;Aviso Prévio; e,Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho.b) prazo de guarda de documentos - 3 anos:Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED.

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c) prazo de guarda de documentos - 5 anos: Atestado Médico;Autorização para descontos não previstos em Lei; Acordo de Compensação;Acordo de Prorrogação de Horas; Cartões, Fichas ou Livros de Ponto; Comunicação de Dispensa - CD;Termo de Responsabilidade - Imposto de Renda;Eleições da CIPA;Guias de Recolhimento de Contribuição Sindical - GRCS;Guias de Recolhimento de Contribuição Assistencial e Confederativa;Relação da Contribuição Sindical, Assistencial e Confederativa; MapaAnual - Acidentes do Trabalho;Recibo de Adiantamento de Salários; Recibo de Pagamento de Salários; Solicitação da 1º Parcela do 13º Salário;Recibo de Adiantamento do 13º Salário;Recibo de 13º Salário;Solicitação do Abono de Férias;Recibo de Abono de Férias; Recibo de Gozo de Férias; Vale-Transporte;Relação Anual de Informações Sociais - RAIS: Cópias dos arquivos gerados em meio magnético (disquete ou fita) e Recibo definitivo da entregada RAIS.d) prazo de guarda de documentos - 10 anos:

- Folha de Pagamento;- Recibo e Ficha de Salário-família;- Atestados Médicos relativos a afastamento por incapacidade ou salário-maternidade;- Guias de Recolhimento - INSS, etc.Salário Educação;Pis/Pasep.e) prazo de guarda de documentos - 20 anos:Exames Médicos - Admissional, periódico, de retorno ao trabalho, mudança de função e demissional;Avaliação clínica, Exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas - contatos após o desligamento do trabalhador;f)prazo de guarda de documentos - 30 anos:Documentos relativos ao FGTS.g) prazo de guarda de documentos - indeterminado:Recomenda-se que os documentos a seguir sejam conservados por prazo indeterminado, pois poderão ser solicitados a qualquer tempo,principalmente pela previdência social:Contrato de Trabalho;Livros ou Fichas de Registro de Empregados;Livros de Inspeção do Trabalho;Livros de Atas da CIPA;Relação Anual de Informações Sociais - RAIS.

8) Contas a Receber e a Pagar

Gestão do “Contas a Receber”"O contas a receber" representa fundamentalmente créditos da empresa junto a seus

clientes.No caso das empresas, esses créditos se configuram, principalmente, no recebimento

das vendas, revendas ou serviços. Assim, entendendo que essas são suas principais fontes derecursos de caixa, vê-se que o descuido com essas contas implica na falta de receita para opagamento das obrigações da própria empresa com seus fornecedores e empregados.

Isso quer dizer que você deve ter sempre em mente que a redução do período derecebimento é um objetivo permanente da gestão de caixa. Veja que, se é difícil para umaempresa antecipar o recebimento das vendas faturadas, não se pode descuidar com atrasos.Para Adriano Blatt, consultor financeiro, especialista em crédito, cobrança, operações bancáriase autor de vários livros, “a habilidade de uma empresa pagar suas contas e expandir suaposição no mercado está nas mãos dos empregados que administram seus ativos. Odepartamento de cobrança administra o arquivo de contas a receber e, portanto, diretamente,o fluxo de caixa da empresa”.

De qualquer forma, Blatt também acredita que os cobradores devem ser metódicos,mas amigáveis, e nunca arrogantes ou duros em demasia, nem mesmo com aqueles quedesafiam abertamente suas habilidades e sua posição, pois a imagem do estabelecimentotambém está em jogo. “Os vários trabalhos no departamento de cobrança constituem-se emgerenciar problemas. Devemos aceitar o fato”, completa.

Para que você tenha níveis saudáveis de recuperação de crédito, aqui vão algumas dicasa serem incorporadas à sua política de cobrança:

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• Se o pagamento é efetuado através de depósito em conta corrente, deve-se pedir o envio de uma cópia do comprovante de depósito.

• Deve-se procurar enviar a fatura com razoável antecedência.• Sob o ponto de vista legal, o fato do devedor não receber a cobrança, não o exime da

responsabilidade de pagar pontualmente.• Uma alternativa ao recebimento de cheques “pré-datados” é o recebimento de notas

promissórias.• Quando os responsáveis pela cobrança perceberem qualquer alteração de hábito de

pagamento, devem agir imediatamente.• Todo recibo deve especificar o valor pago, a dívida paga, quem pagou, data e local de

pagamento, e deve conter a assinatura do credor ou de seu representante legal.• Recibos de pagamentos em cheque devem ter a ressalva de descrição do cheque, bem

como o vínculo da quitação com a compensação.• Quanto mais o tempo passa, menor a probabilidade de recebimento, e menos

alternativas estão disponíveis ao cobrador.• Deve-se oferecer descontos, o que incentivará pagamentos antecipados.• É preciso haver um rigoroso controle dos cheques “pré-datados” para não depositá-los

antes da data.• Pagamentos feitos a terceiros, sem a autorização do credor, não quitam a dívida.

Gestão do “Contas a Pagar"Do outro lado da balança, temos "o contas a pagar”, que também pode ser visto como

um empréstimo rotativo permanente”. Ou seja, os fornecedores, através dos créditos, setornam aliados importantes da empresa. Como aliados, devem ser tratados com respeito.Aliás, a imagem da empresa junto a seus fornecedores, muitas vezes construída ao longo devários anos, é um ativo importante e não contabilizado. E mais: está sujeito à extinçãoimediata se não for bem administrado.

Aqui também cabem algumas dicas importantes:

• O princípio fundamental na gestão do contas a pagar é que “Não se deve pagar nenhuma conta antes do vencimento”.

• Mantenha um sistema de pesquisa constante focado na possibilidade de obter melhores condições de prazo com outros fornecedores.

• Assegure-se de tomar as melhores decisões a partir de uma análise de compensação entre prazos e descontos.

• Estude continuamente a possibilidade de renegociação de contratos de longo prazo.

Lembre-se: sua empresa não precisa ter uma crise para estar com problemas de fluxode caixa. O estrago normalmente é ocasionado por uma ação (ou omissão) ao longo do tempo,do tipo “água mole em pedra dura, tanto bate...”. E você pode controlar essa infiltração. Bastaadotar uma política de controle de gastos e perda de receitas. Certamente não vai ser tãodifícil aprender mais essa lição.

9) Livro-caixaÉ o livro no qual são relacionadas, mensalmente, as receitas e despesas relativas às

Despesas e Receitas. A sua escrituração torna-se obrigatória para o contribuinte que pleiteardeduzir as despesas pertinentes às receitas da respectiva atividade. Também é muito útil empequenas empresas, sendo portando o mais básico dos livros a serem escriturados. O livroCaixa independente de registro.

Termos de aberturas e encerramentoO livro Caixa deverá ter suas folhas numeradas seqüencial e tipograficamente, e

conterá termo de abertura na primeira página e termo de encerramento na última página dorespectivo livro.

No termo da abertura, deverá constar a finalidade de que se destina o livro, o númerosde folhas, o nome do contribuinte, local onde desempenha as atividades e o número deinscrição do cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Pessoa Jurídica (CNPJ). O termo deencerramento deve indicar o fim a que se destinou o livro, o número de folhas e o respectivo

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nome do contribuinte. Os termos de abertura e encerramento devem ser datados e assinadospelo contribuinte ou por seu procurador, ou ainda, por contabilistas legalmente habilitado.

EscrituraçãoA escrituração deve ser efetuada por receitas e despesa, individualmente, em ordem

cronológica de dia, mês e ano, não podendo conter rasuras, emendas ou borrões. Naspáginas do livro Caixa, onde constam as expressões DEVE e HAVER ou CRÉDITO, sãolançados, respectivamente, os recebimentos e os pagamentos.

Individualização dos lançamentosOs lançamentos das receitas e despesas, qualquer que seja a natureza da fonte

pagadora ou recebedora, devem ser obrigatoriamente individualizados uma vez que alegislação do Imposto de Renda exige a demonstração da veracidade do total dosrendimentos auferidos e das despesas efetuadas no ano-calendário.

Todavia, não basta a carreta escrituração, sendo necessário, também, que osdocumentos que deram origem aos lançamentos efetuados estejam à disposição do Fisco,para conferência e comprovação, pelo período decadência e prescricional.

Escrituração através do sistema informatizadoÉ permitido escrituração do livro Caixa pelo sistema informatizado, em formulários

contínuos, com suas subdivisões numeradas em ordem seqüencial ou tipograficamente.Após o processamento, os impressos serão destacados e encadernados em forma de

livro, lavrados os termos de abertura e encerramento, devendo contar, no termo de abertura,o número de folhas já escrituradas, não contendo intervalo em branco, nem entrelinhas,borraduras, raspaduras ou emendas.

10) Exercício Proposto

Livro Caixa - InícioDia Movimento Débito Crédito Saldo

12000450800

180028012010030028

30012002500

15004500

Dia1

DadosDepósito inicial da empresa (capital dos sócios) R$ 12.000,00

1 Pagto. Contador - constituição - NF Serviço n° 314 R$ 450,002 Pagto Aluguel Inicial R$ 800.005 Compra à vista de Material Fornecedor União Ltda N° 456 - R$ 1.800,006 Compra a vista de Material de Papelaria – Papelaria TendTudo Ltda. NF n° 900 R$ 280,007 Pagto. Pessoal da Limpeza R$ 120,008 Pagto. Conta de Água R$ 100,009 Pagto. Conta de Luz R$ 300,0012 Gastos Correios R$ 28,00

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13 Gastos com combustível - Posto Shell Ltda. NF n° 3456 R$ 300,0015 Pagto. Adv. Associados S/S Ltda. NF n° 1283 R$ 1.200,0021 Compra de Mercadorias a Prazo Fornecedor União NF n° 510 R$ 3.900,0023 Venda a Prazo - NF n° 0001 R$ 2900,0026 Pagto ao Fornecedor União ref. NF n° 510 R$ 2.500,0028 Recebimento de parte de Vendas a Prazo NF n° 0001 R$ 1.500,0030 Venda a Vista NF n° 0002 R$ 4.500,00

Pergunta1 Qual o total das Vendas? ____________________2 Quanto tenho a pagar ao fornecedor? _________________3 Quanto tenho a receber de meus clientes? ________________4 Qual o meu saldo de Caixa? ________________5 Qual o meu lucro? _____________

11) Introdução a Contabilidade

A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, medianteregistro, demonstração e interpretação dos fatos nele ocorridos.

O Patrimônio, objeto da contabilidade é o conjunto de bens, direitos e obrigações dasempresas, desta forma a contabilidade surgiu através da necessidade de controlar o patrimôniopor meio de registros padronizados sobre todas as mutações ali ocorridas.

Através de informações fidedignas, visando prover seus usuários com demonstrações eanálises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, que proporcionam ocontrole e o planejamento da organização.

Objetivos da Contabilidade:Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado aprover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira,física e de produtividade com relação à entidade objeto de contabilização.

Compreende-se por um sistema de informação um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e editagens que permite:

• tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de relevância e o mínimo de custo;

• dar condições para, através da utilização de informações primárias constantes doarquivo básico, juntamente com técnicas derivantes da própria Contabilidadee/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de exceção para finalidades específicas, em oportunidades definidas ou não.

Conceitua-se como usuário toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse naavaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, entede finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar.

Para as finalidades deste trabalho, escolhemos como usuário preferencial o externo àentidade, constituído, basicamente, por:

·acionistas;·emprestadores de recursos e credores em geral: e·integrantes do mercado de capitais como um todo, no sentido de que a quantidade, a

natureza e a relevância da informação prestada abertamente pela entidade influenciem,mesmo que indiretamente, esse mercado.

Ainda dentro do objetivo deste trabalho, consideramos como usuários secundários osadministradores (de todos os níveis) da entidade, bem como o Fisco. Aqueles obterão muitautilidade dos conceitos que trataremos a seguir, mas precisarão ir além e utilizar-se dosconceitos de Contabilidade Gerencial, fora do escopo deste trabalho; este o Fisco, teránecessidade sempre dos ajustes vários a serem realizados em livros auxiliares.

Informação de natureza econômica deve ser sempre entendida dentro da visão que aContabilidade tem do que seja econômico e não, necessariamente, do tratamento que eEconomia daria ao mesmo fenômeno; em largos traços, podemos afirmar que os fluxos dereceitas e despesas (demonstração de resultado, por exemplo), bem como o capital e opatrimônio, em geral, são dimensões econômicas da Contabilidade, ao passo que os fluxos de

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caixa, de capital de giro, por exemplo, caracterizam a dimensão financeira. Não estamosportanto, utilizando, neste trabalho, o termo financeiro no sentido de avaliado em moeda,como a própria Lei das Sociedades por Ações e a tradição anglo-americana consagram.

Informação de natureza física constitui um importante desdobramento dentro daevolução da teoria dos sistemas contábeis, pois as mais recentes pesquisas sobre evolução deempreendimentos têm revelado que um bom sistema de informação e avaliação não poderepousar apenas em valores monetários, mas deverá incluir, na medida do possível,mensurações de natureza física, tais como: quantidades geradas de produto ou de serviços,número de depositantes em estabelecimentos bancários, e outras que possam permitir melhorinferência da evolução do empreendimento por parte do usuário.

Informação de natureza de produtividade compreende a utilização mista de conceitosvalorativos (financeiros no sentido restrito) e quantitativos (físicos no sentido restrito) comopor exemplo: receita bruta "per capita", depósitos por cliente, etc.

As informações de natureza econômica e financeira, ainda assim, constituem o núcleocentral da contabilidade. O sistema de informação, todavia deveria ser capaz de, com mínimocusto, suprir as dimensões físicas e de produtividade. Na evidenciação principal(demonstrações contábeis publicadas), todavia, as dimensões físicas e de produtividadeconsideram-se acessórias.

O objetivo principal da contabilidade, portanto é o de permitir, a cada grupo principal deusuários, a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático,bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. Em ambas as avaliações, todavia,as demonstrações contábeis constituirão elemento necessário, mas não suficiente. Sob o pontode vista do usuário externo, quanto mais à utilização das demonstrações contábeis se referir àexploração de tendências futuras, mais tenderá a diminuir o grau de segurança das estimativasenvolvidas. Quanto mais a análise se detiver na constatação do passado e do presente, maisacrescerá e avolumará a importância da demonstração contábil.

Isto não quer dizer que as demonstrações contábeis não se adaptam às finalidadesprevisionais, mas apenas que avaliar tendências pode implicar divisar ou admitir configuraçõeseconômicas, sociais e institucionais novas, para o futuro, em que não se permite estimar comrazoável acurácia os resultados das operações, pois a previsão das próprias operações éinsegura. A Contabilidade pode, sim, ajudar a avaliação de tendências se:

a) as conjunturas do passado se repetirem, mesmo que numa perspectiva monetária diferente (inflação ou deflação, sem a alteração profunda do mercado); ou

b) o agente (usuário) conseguir transformar o modelo informativo contábil num modelopreditivo, o que somente será possível dentro do esquema mental de conhecimento e dasensibilidade do previsor. O modelo informativo-contábil e o modelo preditivo são duas peçascomponentes, não mutuamente exclusivas, do processo decisório.

Os objetivos da Contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ouimplícita, aquilo que o usuário considera como elementos importantes para o seu processodecisório. Não tem sentido ou razão de ser a Contabilidade como disciplina "neutra", que secontenha em perseguir esterilmente uma "sua" verdade ou beleza. A verdade da Contabilidadereside em ser instrumento útil para a tomada de decisões pelo usuário, tendo em vista aentidade.

Para a consecução desse objetivo da Contabilidade, e dentro principalmente do contextocompanhia aberta/usuário externo, dois pontos importantíssimos se destacam:

1º - As empresas precisam dar ênfase a evidenciação de todas as informações quepermitam a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações desse seu patrimônio e,além disso, que possibilitem a realização de inferências perante o futuro.

As informações não passíveis de apresentação explícita nas demonstraçõespropriamente ditas devem, ao lado das que representam detalhamentos de valoressintetizados nessas mesmas demonstrações, estar contidas em notas explicativas ou emquadros complementares.

Essa evidenciação é vital para se alcançar os objetivos da Contabilidade, havendo hojeexigências no sentido de se detalharem mais ainda as informações (por segmento econômico,região geográfica, etc.). Também informações de natureza social passam cada vez mais a serrequisitadas e supridas.

2º - A Contabilidade possui um grande relacionamento com os aspectos jurídicos quecercam o patrimônio, mas, não raro, a forma jurídica pode deixar de retratar a essência

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econômica. Nessas situações, deve a Contabilidade guiar-se pelos seus objetivos de beminformar, seguindo, se for necessário, para tanto, a essência ao invés da forma.

Por exemplo, a empresa efetua a cessão de créditos a terceiros, mas fica contratadoque a cedente poderá vir a ressarcir as cessionárias pelas perdas decorrentes de eventuaisnão-pagamentos por parte dos devedores. Ora, juridicamente, não há ainda dívida alguma nacedente, mas ela deverá atentar para a essência do fato e registrar a provisão para atender atais possíveis desembolsos.

Ou, ainda, uma empresa vende um ativo, mas assume o compromisso de recomprá-lopor um valor já determinado em certa data. Essa formalidade deve ensejar a contabilização deuma operação de financiamento (essência) e não de compra e venda (forma).

Noutro exemplo, um contrato pode, juridicamente, estar dando a forma dearrendamento a uma transação, mas a análise da realidade evidencia tratar-se, na prática, deuma operação de compra e venda financiada. Assim, consciente do conflito essência/forma, aContabilidade fica com a primeira.

Essas características de evidenciação ou de divulgação ("disclosure") e de prevalênciada essência sobre a forma cada vez mais se firmam como próprias da Contabilidade, dadosseus objetivos específicos.

Uma forma prática de verificar se a Contabilidade está alcançando seus objetivos,conforme enunciado é pesquisar, periodicamente, qual o grau de utilização das demonstraçõescontábeis por parte dos grupos de usuários para os quais, de antemão se acredita que asdemonstrações contábeis devessem ser de grande utilidade. Por exemplo: analistas deinvestimentos, para aconselhamentos sobre compras ou não de ações de determinadascompanhias. O fato de determinado grupo, todavia, estar utilizando-se, num menor grau deintensidade do que imaginaríamos, de informação contábil pode ter vários significados, asaber:

a) deficiências estruturais do modelo informativo contábil para tal tipo de decisão;b) restrições ou limitações do próprio usuário;c) ambiente decisório em que a profissão contábil está laureada por baixo "status" de

credibilidade, influenciando a não-utilização por parte de grupos sofisticados de usuários,mesmo que a informação objetiva tenha alguma ou bastante significância;

d) falhas de comunicação e evidenciação decorrentes de problemas de linguagem inadequada por parte das demonstrações contábeis.

Antes de discutir o modelo contábil em tais situações, portanto, é necessário avaliarmuito bem a participação de cada fator nas limitações de utilização. Somente se grande parteda não-utilização for atribuída ao significado a é que poderemos inferir pela não-adequação domodelo. Por exemplo: fornecer demonstrações baseadas em regime de competência, quando ousuário está tentando prever fluxos futuros de caixa.

Desta forma, para que se possa avaliar o melhor modelo contábil e necessário à presença da informação contábil precisa, ágil e baseada em princípios sadios.

Considerando a relevância da informação contábil, é de suma importância para osprofissionais da Contabilidade o conhecimento dos Princípios Fundamentais de Contabilidade,pois sua observância é obrigatória no exercício da profissão e como tal constitui condição delegitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade.

Primeiras Noções de ContabilidadeA função ControleO a função controle tem extrema importância, vejamos:Se eu lhe perguntar hoje, qual seria o seu patrimônio você com certeza me diria que é

tudo aquilo que você possui. Por exemplo: uma casa, um carro, uma ilha, um iate, etc ..., eum saldo de R$ 100.000,00 em sua conta bancária, suponhamos que a soma disso tudototalize R$ 300.000,00.

Supondo que você não efetuou nenhum deposito e nem fez nenhum saque em suaconta bancaria, não comprou mais nenhum bem. Se eu lhe perguntasse qual seria o seupatrimônio daqui a um mês, qual seria a sua resposta? Os mesmos R$ 300.000,00 certo? Seráque é mesmo?

E se o banco lhe debitar uma tarifa de R$ 1.000,00?O que antes era R$ 100.000,00 (saldo do banco), agora passou a ser R$ 99.000,00,

houve uma diminuição no seu patrimônio não? Seu patrimônio passou a ser de R$ 299.000,00agora.

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A função controle é assim parecida, só que na contabilidade o termo patrimôniocompreende mais do que somente os bens, ele é assim conceituado:

Definição de Patrimônio, Bens, Direitos e Obrigações.PATRIMÔNIO = conjunto de bens, direitos e obrigações.BENS = qualquer coisa palpável, tipo um computador, prédio, casa, carro, dinheiro em

sua mão, maquinas e etc ...

Exemplo: Loja de Calçados

Bens de Uso Bens de Troca Bens de Consumo• Balcão • Calçados para venda • Papel para embalagens• Prateleira • Dinheiro • Material para limpeza• Vitrina • Pó de café•Equip. emissor de Fiscal• Espelho• Computador

DIREITOS = valores que é seu por natureza, mais que está de posse de outra pessoa,tipo: uma venda feita a prazo (é direito seu receber esse dinheiro, como esse dinheiro aindanão esta contigo, ele não é um bem, e sim um direito, direito de recebê-lo), o dinheiro nobanco (ele não esta com você) entre outros.

Os direitos são mencionados e algumas expressões são acrescentadas para melhoridentificação.

Elementos ExpressõesDuplicatas a ReceberImpostos a RecuperarAluguéis a ReceberAdiantamento Salarial Adiant. SalarialBanco Modelo SA Banco Modelo SA

Podemos entender que o que diferencia BENS de DIREITO é a posse não? Pois naverdade tudo que esta nos dois exemplos acima podem ser avaliados em dinheiro, o quediferencia é se está ou não com você.

E o que seria obrigações?

OBRIGAÇÕES = é o inverso de DIREITOS, ou seja, é algo avaliável em dinheiro que nãolhe pertence mais esta contigo, tipo:

COMPRA A PRAZO – seu fornecedor lhe vendeu mercadorias a prazo, é um direito delereceber e uma OBRIGAÇÃO sua pagar, em troca dessa OBRIGAÇÃO foi adquiriu mercadorias.

UM EMPRESTIMO – é um direito do banco ou financeira por exemplo e uma OBRIGAÇÃOsua pagar.

UM CARRO EMPRESTADO – é um bem de outra pessoa mais por algum motivo está emsua posse.

Elementos ExpressõesDuplicatas a PagarNotas Promissórias a PagarSalários a PagarAluguéis a PagarImpostos a Recolher

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Patrimônio

BensDinheiroVeiculo

MáquinasDireitos

Duplicatas a Receber Promissórias a Receber

ObrigaçõesDuplicatas a Pagar

Impostos a RecolherSalários a Pagar

Portanto o patrimônio na contabilidade é o conjunto desses3 itens (BENS, DIREITOS E OBRIGAÇÕES)

Com base nessa teoria acima, vamos mais uma vez aoexemplo acima, no caso do saldo bancário vamos supor que dosR$ 100.000,00, R$ 95.000,00 são de sua mãe que depositou essevalor na sua conta, ele (o dinheiro) passa então a não ser maispatrimônio seu, e sim de sua mãe, correto? Mais você tem aposse dele, afinal ele esta em sua conta, mais em contra-partidavocê também tem a obrigação de devolvê-lo a sua mãe, logo vocêtem uma obrigação com ela.

Ora se você tem R$ 95.000,00 em sua conta e deve R$95.000,00 esses valores se anulam não?

Por isso a contabilidade considera as obrigações como parte do conjunto que perfazemo PATRIMONIO, para que você consiga apurar o seu PATRIMONIO LIQUIDO (veremos oconceito de PATRIMONIO LIQUIDO MAIS ADIANTE)

Parece até simples dizer que é isso que a Contabilidade faz não? Só que nacontabilidade qualquer fato que altere ou não o seu patrimônio ele é registrado, e por escritopara não haver possibilidade de esquecimento, imagine a quantidade de transações que umaentidade faz por dia? Compras, vendas, trocas, pagamentos e outros.

Um pouco mais sobre patrimônio, veremos no capitulo 12.

Classificação das ContasEssa classificação e o agrupamento das contas devem obedecer aos princípios contábeis geralmente aceitos e à legislação pertinente.

De uma maneira simplificada, as contas podem ser classificadas basicamente em 4 tipos:

1- Ativas, que correspondem aos bens e direitos;2 - Passivas, que corresponde às obrigações,3 - Despesas são os gastos administrativos;4 - Receitas, é o faturamento da empresa.Exemplos:Caixa – é um bem - AtivoBanco – é um direito – AtivoEstoque – é um bem – AtivoFornecedores – é uma obrigação – PassivoSabesp a pagar – é uma obrigação - PassivoVeículo – é um bem – AtivoÁgua – Despesa –Receita de Vendas - Receita

12) Primeiras Noções de Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial - ObjetivoO objetivo do balanço patrimonial é apresentar, de uma forma ordenada e padronizada, a

situação econômica e financeira de uma empresa num determinado momento.Quando analisamos a demonstração do resultado, verificamos que ela consiste na

apresentação dos saldos das contas de receitas e de despesas de um modo ordenado.As contas que registram os elementos patrimoniais também devem ser classificadas e

agrupadas de modo a permitir e facilitar o entendimento e análise da situação econômico-financeira da empresa.

O balanço patrimonial deve ser elaborado na data de encerramento do exercício social.

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Exercício social e ciclo operacionalO exercício social é o período fixado em lei ao término do qual a empresa deve elaborar

demonstrações contábeis. De acordo com a lei das sociedades por ações, devem ser observadasas seguintes regras:

• O exercício social terá duração de doze meses. Os únicos exercícios sociais quepoderão fugir a essa regra são aqueles em que ocorrer a constituição da empresa ou em que formodificada a data de encerramento do exercício.

• Nas empresas que tiverem o ciclo operacional superior a um exercício, a classificação dos ativos o passivos no circulante ou longo prazo poderá ter por base esse ciclo.

Ciclo operacional é o intervalo de tempo compreendido entre a aplicação de recursos na produção dos bens ou serviços e o recebimento do numerário pela entrega destes.

Classificação das contasEssa classificação e o agrupamento das contas devem obedecer aos princípios contábeis

geralmente aceitos e à legislação pertinente.

AtivoAs contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez e classificadas

nos seguintes grupos:• Circulante• Realizável a longo prazo• Permanente

Ativo circulanteO ativo circulante é composto das disponibilidades, dos direitos realizáveis no curso de

exercício social seguinte e das despesas pagas antecipadamente.As disponibilidades representam o numerário em caixa e em bancos que pode ser

utilizado de imediato, isto é, à livre disposição da empresa.Os recursos depositados em bancos, que por qualquer razão não são de livre

movimentação pela empresa, devem ser demonstrados de modo a indicar essa condição.Como direitos realizáveis no exercício social subseqüente devemos entender não só as

duplicatas e demais valores a receber, como também os direitos de propriedade, tais comoestoque e aplicações de curto prazo, ou seja, aquelas que serão transformadas em numeráriono curso do exercício social subseqüente.

Também são classificáveis no grupo do circulante as aplicações de recursos em despesasque ainda não foram incorridas, mas que já foram pagas.

Caso típico dessas despesas do exercício seguinte é o prêmio de seguros que é pagoantecipadamente, mas refere-se a uma obrigação contratual da seguradora de prestar umserviço no futuro.

Realizável a longo prazoNeste grupo serão classificados os bens e direitos que serão realizados após o final do

próximo exercício social, observando o que segue:• Os direitos só serão transformados em numerário após o término do exercício

seguinte, ou após o ciclo operacional da empresa, quando este ultrapassar o exercício social.• São classificados nesta conta os direitos que decorram de operações não

relacionadas com as atividades operacionais da empresa ou que tenham sido praticadas comempresas coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes do lucro da empresa.

Em resumo, a classificação no realizável a longo prazo depende de dois fatores: tempo e condição do devedor.

Ativo permanenteO grupo do ativo permanente está dividido nos seguintes subgrupos:• Investimentos• Imobilizado• DiferidoDevem ser classificadas como investimentos as participações permanentes em outras

empresas e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no circulante, nem no realizávela longo prazo.

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Os investimentos permanentes têm como principal característica o fato de não haverintenção, por parte da empresa, de vendê-los.

O subgrupo do imobilizado é composto dos direitos que tenham por objeto a manutençãodas atividades da empresa, ou que sejam exercidos com essa finalidade, bem como os direitosde propriedade industrial ou comercial.

São classificados no imobilizado, por exemplo, os bens tangíveis como terrenos, edifícios,móveis e utensílios, veículos e os intangíveis como marcas, patentes e custo de exploração defundo de comércio.

No subgrupo do diferido serão classificadas as aplicações de recursos em despesas quecontribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social. São despesasrelativas a serviços já recebidos mas que não foram lançados no resultado, pois contribuirãopara a obtenção de resultados futuros, como é o caso dos gastos pré-operacionais.

PassivoAs contas do passivo são classificáveis nos seguintes grupos:• Circulante• Exigível a longo prazo• Resultados de exercícios futuros• Patrimônio líquido

Passivo circulante e exigível a longo prazoA classificação das contas no grupo do circulante ou do exigível a longo prazo tem por

único critério a época de vencimento da obrigação. Assim, se a obrigação vencer antes dotérmino do exercício social subseqüente deve ser classificada como circulante; caso contrário,deve ser classificada no longo prazo.

Também aqui, se o ciclo operacional for superior ao exercício social, poderá ser tomadocomo base para determinar o que é circulante e o que é longo prazo.

Resultado de exercícios futurosNos resultados de exercícios futuros serão classificadas as receitas já recebidas

referentes a bens ou serviços ainda não concluídos, deduzidos dos custos incorridos para suaprodução até o presente.

Patrimônio líquidoO patrimônio líquido divide-se em: a Capital social, a Reservas de capital, a Reserva de

reavaliação, a Reservas de lucros, a Lucros ou prejuízos acumulados.

Capital socialRepresenta a contribuição dos proprietários para a formação e manutenção das

atividades da empresa. Em relação ao capital social, dois aspectos merecem destaque:• As parcelas do capital pertencentes a pessoas domiciliadas ou com sede no

exterior, registrada no Banco Central do Brasil, devem ser apresentadas destacadamente.• O capital não integralizado deve ser apresentado subtrativamente do capital

subscrito.

Reservas de capitalRepresentam recursos provenientes dos proprietários ou de terceiros, que aumentaram o

ativo da empresa, mas não transitaram pelo resultado, ou seja, não se constituíram emreceitas.

As reservas de capital são claramente definidas em lei, devendo registrar,principalmente, o seguinte:

• O ágio na colocação de ações, ou seja, a parcela recebida pela venda de ações que ultrapassar seu valor nominal.

• Se a ação não tiver valor nominal será considerada ágio, a parcela recebida que não for destinada à formação do capital social.

• As doações recebidas pela empresa e as subvenções para investimento.• O resultado da correção monetária do capital.

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Reservas de reavaliação

Reserva de reavaliação é a contrapartida do registro de reavaliações espontâneas doativo permanente, as quais devem ser efetuadas por três peritos ou empresa especializada eaprovada em Assembléia de Acionistas.

Reservas de lucrosAs reservas de lucro são constituídas através de apropriação do lucro da empresa com

objetivos e regras definidos. A legislação vigente entra em detalhes sobre os critérios paraconstituição dessas reservas, uma vez que as mesmas influenciam diretamente o resultado àdisposição dos acionistas.

As reservas de lucros são as seguintes:• Reserva legal• Reservas estatutárias• Reservas para contingências• Reservas de lucros a realizar• Reservas para reinvestimentos ou expansão

Lucros ou prejuízos acumuladosRepresentam lucros que a empresa realizou e que não foram destinados para reservas

nem para dividendos.Quanto aos lucros ou prejuízos acumulados, dois destaques devem ser feitos:• O saldo apresentado no balanço deve coincidir com o da demonstração de lucros

acumulados ou com o constante da demonstração da movimentação das contas do patrimôniolíquido.

• Como já deve ter ficado claro, mesmo que haja prejuízos acumulados, estes deverão ser apresentados no patrimônio líquido, como diminuição deste.

Se você ficar controlando o seu patrimônio somente de cabeça, com certeza você nuncao terá controlado certinho. Para você pode até não fazer sentido ter tudo isso controlado TimTim por Tim Tim.

Só que para uma empresa isso faz muito diferença, afinal tem muitas pessoasinteressadas no seu PATRIMONIO, se lembra da historia do amigo que lhe pediu dinheiro? Ébem parecido. Só que nesse caso o interesse era seu.

Mais como a contabilidade faz esse controle patrimonial?Primeiro ela registra esses dados, depois processa os relatórios e demonstrações. Uma

das principais demonstrações é chamada de Balanço Patrimonial.O Balanço Patrimonial é uma demonstração que evidencia todo o patrimônio de uma

entidade em um determinado momento, ou seja ela vai mostrar todos os BENS, DIREITOS EOBRIGAÇÕES numa certa data.

Mais para ficar mais apresentável, ao invés de misturar tudo, ela preocupou-se emdeixar isso de uma maneira mais fácil de se entender.

O primeiro passo foi chamar de ATIVO o conjunto de BENS e DIREITOS e de PASSIVOsuas obrigações ou deveres.

Mais para ficar mais bonito ainda ela resolveu que o ativo ficaria do lado ESQUERDO eo PASSIVO ficaria do lado DIREITO da demonstração (em alguns casos, por falta de espaço aolado, ele pode aparecer abaixo).

Vamos exemplificar, para ficar mais fácil, imagine que você relacionou tudo o que vocêtem de direito e bens e tudo o que você tem de obrigação e relacionou assim papel:

DIVIDA COM CARTAO DE CREDITO – R$ 800,00CARRO – R$ 15.000,00COMPRAS COM CHEQUE PRE DATADO – R$ 550,00DIVIDA DE EMPRESTIMO COM O TIO – R$ 372,00DINHEIRO NO BANCO – R$ 15,00DINHEIRO NA CARTEIRA – R$ 7,00MEU COMPUTADOR – R$ 1.300,00FINANCIAMENTO DO MEU CARRO (SALDO A PAGAR) – R$ 13.500,00TELEVISAO DO QUARTO – R$ 350,00

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COLECAO DE REVISTAS – R$ 100,00DINHEIRO EMPRESTADO AO MELHOR AMIGO – R$ 80,00

E assim por diante.Você até entende porque a lista acima não é exaustiva, agora vamos fazer como a

contabilidade e organizar isso? Ficaria mais ou menos assim:

Ativo (Bens e Direitos) Passivo (Obrigações ou Deveres)Coleção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00Computador 1.300,00 Cheques pré Datado 550,00Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00Dinheiro no Banco 15,00Carro 15.000,00

Não fica mais fácil de se entender? Claro que sim. Mais isso porque você agora sabe queAtivo são bens e direitos e Passivo são obrigações e deveres.

Mas porque o ativo fica do lado esquerdo e o passivo fica do lado direito?Porque ficou convencionado que seria assim, ou seja, um monte de gente se reuniu e

disse a partir de hoje isso é assim e pronto.Para que?Para ficar mais fácil assim você sabe que tudo o que estiver do lado esquerdo desse

relatório pertence ao Ativo e tudo que tiver do lado direito ao Passivo, assim passou a adotaresse método em vários paises, e não só no Brasil, até balanços internacionais são desta forma.Poucas são as exceções tais como a França (se eu não me engano).

Bom então o Balanço Patrimonial possui somente os grupos Ativo e o Passivo?Não !!!Ainda existe mais um grupo Chamado de Patrimônio Líquido, que fica no lado do

passivo, então a demonstração acima ficaria assim:

Ativo Passivo + Patrimônio LiquidoColeção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00Computador 1.300,00 Cheques Pré-datados 550,00Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00Dinheiro no Banco 15,00Carro 15.000,00

Falamos que o Ativo são bens e direito, e o Passivo são as obrigações ou deveres, e oque seria o Patrimônio Liquido?

Bom o Patrimônio Liquido de uma empresa entre outras possibilidades que veremosmais adiante, se faz pelo seguinte: Quando se abre uma entidade/empresa ela precisa dedinheiro para as primeiras operações, esse dinheiro vem através dos sócios mediante a entregade uma parcela de dinheiro para que a empresa possa começar a andar com as própriaspernas. Logo esse dinheiro não é da empresa e sim dos donos delas, logo ela tem umobrigação de devolver esse dinheiro aos sócios.

Mas se o que esta acima é verdade qual o sentido de se diferenciar Passivo doPatrimônio Liquido? Não é tudo obrigação?

Sim é tudo obrigação, mais tem um porém, o que esta no Passivo vai ser exigido emalguma data como por exemplo: o FINANCIAMENTO todo mês tem o seu prazo de vencimento,que é quando se exige uma parte desse valor, A DIVIDA COM O TIO da mesma forma, ou sejano dia combinado que você pagaria o seu tio ele pode te cobrar, O CHEQUE PRE DATADOtambém no dia combinado ele vai “bater” na sua conta, assim como A DIVIDA COM O CARTAODE CREDITO no dia do vencimento da sua fatura o cartão estará lhe cobrando.

Já com as Obrigações do Patrimônio Liquido não, ou seja, o sócio deu dinheiro para aempresa mais não pode cobrar dela quando bem quiser, se não a empresa acabará. Pode atéhaver uma diminuição em seu valor, mais nunca será o dinheiro dado pelos sócios cobrandointegralmente.

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Então se fez necessário criar o Patrimônio Líquido para destacar que aquele valor nãoserá cobrado ou exigido.

Assim sendo temos então 3 grandes grupos num balanço patrimonial ATIVO, PASSIVOe PATRIMONIO LIQUIDO.

Arrumando melhor o Balanço Patrimonial acima ficaria assim:

Ativo PassivoColeção de Revistas 100,00 Financiamento 13.500,00Televisão do Quarto 350,00 Divida com o Tio 372,00Computador 1.300,00 Cheques Pré-datados 550,00Dinheiro na carteira 7,00 Divida com Cartão 800,00Dinheiro no Banco 15,00 Patrimônio LiquidoCarro 15.000,00 XXXXXXX XXX,XX

Eu disse que o relatório acima se chama BALANÇO PATRIMONIAL, patrimônio nós jásabemos o que é, e o que significaria o termo Balanço?

Balanço na Contabilidade tem o sentido de masculino de balança.Bom, balança traz logo uma idéia de medida de peso, ou se não tiver medindo a idéia

de igualdade não?O termo balanço na Contabilidade se equipara a igualdade, assim pressupõem se que o

Ativo é igual a soma do Passivo mais o Patrimônio Liquido (A = P + PL).Complicado não? Mais como assim o A = P + PL?Na contabilidade nos trabalhamos com as chamadas partidas dobradas, o que seria

isso? Quer dizer registramos o mesmo valor duas vezes mais em contas diferentes, ora seefetuamos o mesmo valor sempre duas vezes e em contas diferentes, por exemplo teremos1.000,00 numa conta e 1.000,00 na outra conta certo? E assim por diante, você sempreregistrara 2 valores iguais mais em contas diferentes. SEMPRE SEMPRE SEMPRE !!!!

Vamos exemplificar para ficar melhor.Você montou uma empresa e para ela começar você entrou com a quantia de R$

10.000,00 que foi depositada na conta da empresa.Seu primeiro balanço após essa operação ficaria assim:

Ativo PassivoDeposito no Banco 10.000,00

Patrimônio LíquidoCapital Social 10.000,00

Vamos analisar o que aconteceu:1.º Você deu a empresa R$ 10.000,00 para que ela tenha dinheiro para começar a

trabalhar, esse primeiro dinheiro que o sócio coloca na empresa é chamado de CAPITALSOCIAL.

2.º Em contra partida a esse registro houve um aumento de saldo no banco para R$10.000,00 (o mesmo valor em duas contas diferentes).

Lembre-se porque que o CAPITAL SOCIAL ficou no grupo do Patrimônio Liquido, porqueele não pode ser exigido por você se não a empresa acaba, a não ser que seja seu interesseem fazer isso. Mas vamos supor que não é.

Essa operação acima em termos técnicos é chamada de integralização de capital.Vamos a segunda operação.A empresa precisa de um carro para fazer as entregas, e compra um por R$ 2.000,00 e

pagou com cheque para o mesmo dia.O Balanço ficaria assim:

Ativo PassivoDeposito no Banco 8.000,00Veiculo 2.000,00 Patrimônio Líquido

Capital Social 10.000,00

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Você comprou um carro (um bem), então ele ficará em seu ativo, o valor dele foi de R$2.000,00, então você registra os R$ 2.000,00 sob o nome de veículos, para que? Para quequando as pessoas olhem para o seu balanço saibam que você possui um veiculo que custouR$ 2.000,00.

Mas você pagou esse veiculo com um cheque a vista, então o saldo que era de R$10.000,00 depois de pago o cheque ficou sendo R$ 8.000,00.

Se você somar todos os itens do seu ativo, ou seja, depósitos no banco + veículo vocêtem R$ 10.000,00 no seu ativo e se você somar o conjunto do Passivo mais o PatrimônioLiquido você também tem R$ 10.000,00? É uma balança, uma igualdade que não se altera nãoé?

Vamos a terceira operação:Para começar a vender você comprou mercadorias à vista pelo valor de R$ 2.000,00

também com cheque.Então você adquiriu um bem (mercadorias), pagou com o dinheiro que estava no

banco, vê se você não concorda comigo que ficaria assim:

Ativo PassivoDeposito no Banco 6.000,00Veiculo 2.000,00 Patrimônio LíquidoMercadorias 2.000,00 Capital Social 10.000,00

Lembre-se que você tinha R$ 8.000,00 no banco, que era os R$ 10.000,00 menos os R$2.000,00 que você pagou pelo carro.

Vamos a quarta operação:Você viu que toda a hora que você quer comprar algo você precisa passar um cheque e

resolve então deixar um dinheiro na empresa (chamado de Caixa), para que não haja maisesse inconveniente. Então você tira do banco R$ 500,00 e deixa ele dentro da empresa.

Seu balanço fica assim:

Ativo PassivoDeposito no Banco 5.500,00Veiculo 2.000,00 Patrimônio LíquidoMercadorias 2.000,00 Capital Social 10.000,00Caixa 500,00

Some o Ativo e depois compare com o total do Passivo e veja que os valores aindacontinuam a totalizar R$ 10.000,00 cada um.

Bom, com exceção da primeira operação, até aqui só fizemos operações quealterassem o ativo não foi? Isso foi para chamar a sua atenção de que o Deposito no Banco éum direito da empresa (o dinheiro esta lá mais na hora que você quiser pode sacá-lo) e que oVeículo, as Mercadorias o dinheiro dentro da empresa (Caixa) são bens que a empresa possui.

Vamos agora com mais cuidado a quinta e a sexta operação.Quinta operação:Você comprou mais R$ 2.000,00 de mercadorias só que dessa vez o seu fornecedor já

olhou o seu balanço e viu que você tem condições de pagar esses R$ 2.000,00, então essefornecedor lhe vendeu essa mercadoria a prazo com 30 dias para pagar.

Seu balanço fica assim:

Ativo PassivoDeposito no Banco 5.500,00 Fornecedores 2.000,00Veiculo 2.000,00 Patrimônio LíquidoMercadorias 4.000,00 Capital Social 10.000,00Caixa 500,00

Percebeu que houve um aumento de R$ 2.000,00 em mercadorias e que também houveum aumento de R$ 2.000,00 em Fornecedores, este por ser uma obrigação ficou no passivo.

E porque ficou no Passivo e não no Patrimônio Liquido?Porque com o passar dos 30 dias esse fornecedor vai te cobrar. E se ele vai cobrar não

pode ficar no Patrimônio Liquido.

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Quanto fica a soma do seu Ativo?Resposta: 5.500,00 + 2.000,00 + 4.000,00 + 500,00 = 12.000,00E quanto fica a soma do seu Passivo e mais o Patrimônio Liquido? 2.000,00 (Passivo) + R$ 10.000,00 (Patrimônio Líquido)Resposta: 2.000,00 + 10.000,00 = 12.000,00Agora tanto o ativo como o passivo passaram a totalizar R$ 12.000,00Sexta operação:Você se deu conta que sem informática não dá para trabalhar, então resolve comprar

um computador financiado, esse computador custou R$ 3.000,00.Como fica o seu Balanço Patrimonial?

Ativo PassivoDeposito no Banco 5.500,00 Fornecedores 2.000,00Veiculo 2.000,00 Financiamentos 3.000,00Mercadorias 4.000,00 Patrimônio LíquidoCaixa 500,00 Capital Social 10.000,00Computador 3.000,00Soma do Ativo 15.000,00 Soma do Passivo 15.000,00

Analisemos juntosVocê comprou um computador, portanto, lhe pertence, então ficará no Ativo, mas como

comprou financiado, ele também gerou uma obrigação para com terceiros, a de pagar asprestações desse computador.

OBS.: Já coloquei o total do ativo e do passivo, para uma melhor analise.Vamos a ultima operação:Você pagou R$ 200,00 com o dinheiro que estava no banco a 1.ª prestação da compra

do computador.Veja o Balanço:

Ativo PassivoDeposito no Banco 5.300,00 Fornecedores 2.000,00Veiculo 2.000,00 Financiamentos 2.800,00Mercadorias 4.000,00 Patrimônio LíquidoCaixa 500,00 Capital Social 10.000,00Computador 3.000,00

Soma do Ativo 14.800,00 Soma do Passivo 14.800,00

VejamosVocê pagou R$ 200,00 pela 1.ª prestação então você ficou com R$ 200,00 a menos no

banco, em contra partida a sua divida do financiamento também diminuiu os mesmos R$200,00.

Note que nessa operação houve uma diminuição no valor do ativo e do passivoVamos parar por aqui, mais tente resolver as operações colocadas abaixo, faça como

fizemos até agora a cada operação faça um balanço, no próximo tutorial colocarei asrespostas. E continuaremos com mais conceitos, teorias e exercícios.

OperaçõesA. Pagamento de mais R$ 200,00 da parcela do computador, com o dinheiro do

caixa.B. Pagamento com cheque de R$ 500,00 para o fornecedor.C. Compra de moveis para o escritório, com cheque no valor de R$ 1.000,00.D. Aumento do Capital Social da empresa em R$ 3.000,00 o dinheiro ficou no caixa.E. Deposito de R$ 2.500,00 no banco.F. Pagamento de mais uma parcela do financiamento, mediante débito em conta.G. Pagamento de mais R$ 300,00 para o fornecedor.

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13) O Patrimônio e sua composição

PatrimônioJá sabemos que o patrimônio de uma maneira simplificada é o conjunto formado por

bens, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica (com ou sem fins lucrativos). Patrimônio Bruto: é a soma dos bens e direitosPatrimônio Líquido: bens e direitos menos as obrigações

Bens

É qualquer coisa que satisfaça as necessidades humanas e que pode ser avaliado economicamente, ou seja, podemos atribuir a ele um preço.Bens tangíveis: possuem uma forma, é algo corpóreo, têm existência física.Bens intangíveis: abstratos, incorpóreos, imateriais.

Bens Tangíveis:DinheiroMercadorias em estoqueVeículosImóveis

Bens Intangíveis:Marcas e patentesGastos pré-operacionaisPonto comercialAções ou cotas de participação em outras empresas

DireitosRepresentam valores a receber e a recuperar, são também bens de nossa propriedade que seencontra em poder de terceiros.Exemplo:

Duplicatas a receber (clientes), contas a receber, títulos a receber, dinheiro depositadono banco, aplicações financeiras, etc.

ObrigaçõesRepresentam valores a pagar e a recolher, são bens de propriedade de terceiros que seencontra em nosso poder.Exemplo:

Duplicatas a pagar (fornecedores), salários a pagar, impostos a recolher, aluguéis apagar, financiamentos, títulos a pagar, etc.

14) Diferença entre os Conceitos de CapitalCapital Nominal, Capital Social ou Capital:

- é o investimento inicial feito pelos sócios na sociedade, acrescido dos aumentos decapital feitos através das reservas de lucros da sociedade e de novos aportes de capital pelossócios e diminuído dos decréscimos de capital decorrentes de eventuais saídas de sócios daempresa ou de prejuízos sofridos pela sociedade.

Capital Próprio:- corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido: é a diferença entre o total de ativos

da sociedade e o total das obrigações para com terceiros. Só coincide com o Capital nominalpor ocasião da sociedade e quando todos os lucros e/ou prejuízos são incorporados oucompensados com o Capital (fato muito raro).

Capital de Terceiros:- corresponde ao conceito de Passivo Exigível: é o total das obrigações da sociedade

para com terceiros.

Capital Total à Disposição da Sociedade:- corresponde ao Total do Passivo (PE + PL): representa o total de recursos colocados à

disposição da sociedade por terceiros (PE) e pelos sócios (PL).

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Capital Subscrito:- é o montante que os sócios prometeram entregar à sociedade em troca da

propriedade das ações ou quotas da mesma.

Capital Integralizado ou Capital Realizado:- é o valor que os sócios efetivamente entregaram à sociedade. Pode ser um valor

menor que o Capital Subscrito.

Capital a Integralizar ou Capital a Realizar:- corresponde à diferença entre o Capital Subscrito (promessa de entrega) e o Capital

Integralizado (entrega efetiva).

Observem o exemplo para melhor entendimentoTrês pessoas resolvem abrir uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada e

concordam em entregar cada um R$ 1 milhão a título de subscrição das quotas destasociedade. Então, o Capital Subscrito corresponde a R$ 3 milhões.

Efetivamente, entretanto, cada sócio entrega à sociedade em dinheiro o valor de R$ 700mil. O Capital Integralizado corresponde a R$ 2,1 milhão.

O Capital a Integralizar corresponde a R$ 900 mil.No final do ano, a sociedade apura um lucro de R$ 300 mil. O Patrimônio Líquido vai

corresponder ao Capital Integralizado mais o Lucro do ano e será igual R$ 2,4 milhões. Elecorresponde, também, ao Capital Próprio da empresa. No Balanço da sociedade no final doano aparecerá:

(em milhares R$)ATIVO PASSIVO

Bens e Direitos xxx Passivo Exigível xxx

Patrimônio LíquidoCapital Subscrito.............3.000(-) Cap. A Integraliz............900(=) Cap Integralizado .. 2.100Lucro..................................300 2.400

15) Atos e Fatos ContábeisAtos contábeis: são acontecimentos que não alteram o patrimônio, por isso, não sãoregistrados nos livros contábeis.

Ex: contratos, avais, fianças, orçamentos, etc.Fatos contábeis: são acontecimentos que alteram o patrimônio ou ainda o PL, por isso, sãoobrigatoriamente registrados nos livros contábeis.

Ex: compras, vendas, direitos adquiridos, obrigações assumidas, receitas e despesasreconhecidas.

16) Contas e Plano de ContasConta : nome dado para representar elementos de mesma natureza.

Ex: caixa, veículos, móveis e utensílios, imóveis, impostos a recuperar, impostos arecolher, etc.

Plano de contas : relação de todas as contas utilizadas na empresa pela contabilidade.Obrigatoriamente devemos utilizar contas numeradas, iniciando com 1...para Contas do Ativoe 2... para Contas do Passivo. Para despesas podemos utilizar o 4.. e para Receitas o 3...ouvice-versa.Exemplo:

Ativo (Bens e Direitos)100.005-5 Caixa (Bem)101.002-4 Duplicatas a Receber (Direito)

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105.01203 Estoques (Bem)Passivo (Obrigações)210.003-4 Fornecedores (Obrigação)223.008-5 Impostos a Recolher (Obrigação)254.012-6 Salários a pagar (Obrigação)Receitas312.001-6 Receitas de Vendas312.003-4 Receitas de Serviços312.008-2 Outras Receitas

Despesas456.890-4 Desp. com Água456.900-3 Desp. Energia Elétrica456.912-1 Fretes e Carretos

Alguns ramos de atividades, Bancos, Seguradoras e empresas de saúde por exemplo,tem regras mais rígidas de criação de planos de contas, mas sempre obedecendo as regras deinício da numeração acima.

17) Método das Partidas DobradasToda aplicação tem uma origem de recursos de igual valor, ou seja, todo devedor tem

um credor correspondente. Em contabilidade, todos os fatos contábeis devem ser registrados através das partidas dobradas.

Natureza das ContasBens e Direitos = “Devedora”

Obrigações = “Credora”

Os Bens e Direitos:

com débitos com créditos

As Obrigações:

com créditos com débitos

18) Livro Diário

É obrigatório para fins de escrituração contábil e obedece a formalidades extrínsecas eintrínsecas.

Extrínsecas: termos de abertura e encerramento, registro em órgão competente,páginas numeradas tipograficamente e ser encadernado.

Intrínsecas: utilizado no idioma e na moeda do país, individualização e clareza de lançamentos, ordem cronológica, linguagem mercantil e inexistência de intervalos em branco,borrões, rasuras, emendas, entrelinhas ou transportes para a margem.

Elementos essências:

- Local e data: São Paulo, 10 de julho de 2.002- Conta debitada: Móveis e utensílios- Conta creditada: a Caixa- Histórico: Nossa aquisição cf. nf. 1.007 da empresa Delta S/A

Valor: R$ 3.000,00

Regra básica para lançamento do livro diário, de maneira didática. (Somente para treinamentoem sala de aula, como reforço de aprendizado)

A primeira conta a ser lançada, deverá obrigatoriamente ser a devedora;A segunda conta a ser lançada, deverá ser sempre a credora;A conta credora deverá ter um “a” na frente.Na frente da conta credora, deverá constar o valor.

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Exemplo 01Depósito em c/c do caixa para o banco de $ 3.000,00Bancoa Caixa $ 3.000,00hist. Transf. do caixa para o banco conf. Dep.

Exemplo 02Pagamento de uma duplicata da empresa XYZ no valor de $ 2.800,00, no bancoFornecedora Banco $ 2.800,00hist. Pelo pagto. da duplic. da empresa XYZ nf n° 1234

Certamente, somente encontrarão lançamentos de maneira informatizada. A contadevedora será sempre a primeira a ser lançada, em seguida a conta credora.

Didaticamente o “a” na frente do nome da conta, significa que aquela conta é a credora,ou seja deverá ser feito um lançamento no crédito e a que não contiver o “a” um lançamentono lado esquerdo do razonete, conforme explicado em sala de aula.

No entanto, trata-se de um recurso puramente didático.Poderá haver vários débitos para um crédito ou um débito para vários créditos. Neste

caso, todas as contas deverão apresentar os valores correspondentes. Exemplo.

1 - Compra de mercadorias no valor de R$ 20.000,00 com R$ 8.000,00 a prazo e o restantepago a vista com cheque do banco Actual SA.Estoque R$ 20.000,00a Banco Actual R$ 12.000,00a Fornecedor R$ 8.000,00

2 - Venda de Mercadorias, no valor de R$ 30.000,00, com recebimento no banco de R$18.000,00 e o restante a faturado para 60 dias.Banco Actual R$ 18.000,00Duplic. a Receber R$ 12.000,00a Receita de Vendas R$ 30.000,00

19) Livro RazãoTem ordem sistemática, ou seja, trata cada conta de maneira individualizada,

informando seus respectivos saldos (diferença entre débitos e créditos de uma conta). O Razãotornou-se obrigatório para fins fiscais através da lei 8218 de 29.08.91, artigo 62, da lei8383/91 (Lucro Real).

20) RazonetesO razonete ou Conta T, é uma representação gráfica simplificada dos lançamentos

contábeis efetuados nas contas contábeis. Ele somente existe como recurso didático, para aprática dos lançamentos.

O Razonete é representado em forma de “T” onde na parte superior é colocado adenominação da conta contábil em que são efetuados os lançamentos.

Na parte inferior do Razonete, do lado esquerdo, serão lançadas as contas contábeis “adébito” e do lado direito, contas contábeis “a crédito”.

Os lançamentos nos razonetes devem ser feitos conforme regras específicasdemonstradas em sala de aula, sobre o mecanismo de débito e crédito.

Elementos necessários:Título da Conta

Lançamento a Débito Lançamento a Crédito

$ saldo D $ saldo C

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21) Balancete de Verificação e Balanço Patrimonial

Balancete: Tem a finalidade de verificar se os métodos das partidas dobradas foram respeitados, ou seja, se o valor dos débitos é igual ao valor dos créditos.Balanço: Tem a finalidade de demonstrar a estática do patrimônio em um determinado momento. Representado por Ativo, Passivo e PL. Patrimônio

Patrimônio

BensDireitos

Obrigações

22) Princípios fundamentais da Contabilidade

Os Princípios Fundamentais da Contabilidade representam o núcleo da própriaContabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerentes. Os princípiosconstituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos deuniversalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. No caso daContabilidade, representa seu objeto, seus Princípios Fundamentais de Contabilidade valempara todos os patrimônios, independentemente das Entidades a que pertencem, as finalidadespara as quais são usadas, as formas jurídicas da qual estão revestidos, sua localização,expressividade e quaisquer outros qualificativos, desde que gozem da condição de autonomiaem relação aos demais patrimônios existentes.

Os princípios simplesmente são e, portanto, preexistem às normas, fundamento ejustificando a ação, enquanto aquelas a dirigem na prática. No caso brasileiro, os princípiosestão obrigatoriamente presentes na formulação das Normas Brasileiras de Contabilidade,verdadeiros pilares, do sistema de normas, que estabelecerá regras sobre a apreensão, oregistro, relato, demonstração e análise das variações sofridas pelo patrimônio, buscandodescobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de prospecções sobre a Entidade e nãopodem sofrer qualquer restrição na sua observância.

Em termos de conteúdo, os princípios dizem respeito à caracterização da Entidade e doPatrimônio, à avaliação dos componentes deste e ao reconhecimento das mutações e dos seusefeitos diante do Patrimônio Líquido. Como os princípios alcançam o patrimônio na suaglobalidade, sua observância nos procedimentos aplicados resultará automaticamente eminformações de utilidade para decisões sobre situações concretas.

Esta é a razão pela qual os objetivos pragmáticos da Contabilidade são caracterizadospela palavra "informação".

Os princípios fundamentais da Contabilidade são os seguintes:

a) Princípio da Entidade, segundo o qual o patrimônio da empresa (entidade) não se confunde com o dos seus sócios ou proprietários;

b) Princípio da Prudência (também conhecido como "Conservadorismo"), que determinaa adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempreque se apresentem alternativas igualmente válidas para o registro contábil;

c) Princípio da Continuidade, segundo o qual a empresa deve ser considerada como umorganismo em movimento constante e contínuo de produção, venda, compra, consumo,investimentos etc. É a "entidade em marcha", a qual deve concretizar seus objetivoscontinuamente. Como a empresa terá atividades por um período indefinido, os bens serãosempre avaliados pelo custo de aquisição (custo histórico), e não pelo valor que poderia serobtido quando forem vendidos;

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d) Princípio do Registro pelo Valor Original, que, na sua essência, determina que oscomponentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações, ouseja, pelo valor de aquisição (valor de entrada dos bens, direitos e obrigações);

e) Princípio da Oportunidade, que determina que as mudanças nos Ativos e no Passivo, ouseja, todas as variações sofridas pelo patrimônio da empresa sejam contabilizadas logo queocorrerem, ainda que seus valores sejam apenas razoavelmente estimados e que a respectivadocumentação seja posteriormente complementada. Portanto, desde que devidamenteestimável, deve ser feito o registro das variações patrimoniais, ainda que somente existarazoável certeza da ocorrência. É por isso que são feitas as chamadas "provisões".

f) Princípio da Atualização Monetária, segundo o qual os efeitos da alteração do poderaquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis por meio doajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Não obstantepermaneça inalterado este princípio, desde 01.01.96 foi revogada a correção monetária dasdemonstrações financeiras e vedada a utilização de qualquer sistema de correção, inclusivepara fins societários (art. 4º da Lei nº 9.249/95).

g) Princípio da Competência, segundo o qual as receitas e as despesas devem ser incluídasna apuração do resultado da empresa do período em que ocorrerem, sempre simultaneamentequando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

23) Critérios de Avaliação dos Estoques

Introdução

Estudaremos agora os principais critérios utilizados para avaliação dos materiais(mercadorias) estocados na empresa.

De acordo com os artigos 261 e 292 do RIR/99 as pessoas jurídicas submetidas àtributação com base no lucro real, devem, ao final de cada período de apuração, proceder olevantamento e à avaliação dos estoques existentes de mercadorias para revenda, nasempresas comerciais e matérias-primas, materiais auxiliares (e outros materiais empregadosna produção) e produtos acabados e em elaboração, bem como outros bens existentes emalmoxarifado.

O custo das mercadorias estocadas é determinado com base no valor de aquisiçãoconstante das Notas Fiscais de compra, acrescido das despesas acessórias e dos impostos,taxas e contribuições que não forem recuperados pela empresa no momento da venda dasmercadorias.

A empresa poderá adquirir os mesmos tipos de mercadorias em datas diferentes,pagando por eles preços variados. Assim, para determinar o custo dessas mercadoriasestocadas e das mercadorias que foram vendidas, precisamos adotar algum critério.

Os critérios mais conhecidos para a avaliação dos estoques, segundo o artigo 295 doRIR/99, são: Preço Específico, PEPS, UEPS, Preço Médio Ponderado Permanente ePreço Médio Ponderado Mensal.

Preço Específico

O critério de avaliação do preço específico consiste em atribuir a cada unidade do estoque opreço efetivamente pago por ela.

É um critério que só pode ser utilizado para mercadorias de fácil identificação física, como imóveis para revenda, veículos novos e usados, etc.

Vamos, agora, estudar outros três critérios. Para facilitar o entendimento,apresentaremos sete operações ocorridas na empresa Moura Ribeiro S/A, atacadista de portasde cedro tamanho 2,00 x 0,80 m, e as fichas de estoques dos critérios com as mesmasoperações.

1. Em 05/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 100 portas por R$ 100 cada, conforme NF n° 7.002.

2. Em 08/02, vendeu ao cliente Depósito Humaitá Ltda. 20 portas, conforme NF n° 101.

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3. Em 10/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 113 cada, conforme NF n°8.592.

4. Em 19/02, adquiriu do fornecedor Pereira Ltda. 50 portas por R$ 159 cada, conforme NF n°9.721.

5. Em 20/02, devolveu ao fornecedor Pereira Ltda. 10 portas, conforme NF n° 115 referente acompra de 19/02.

6. Em 27/02, vendeu ao cliente Taboão S/A 140 portas, conforme NF n° 102.7. Em 28/02, recebeu em devolução, do cliente Taboão S/A, 5 portas, conforme NFE n° 142.Nota:Veja o custo da venda na ficha de controle de estoque, pois não importa, para o controle do estoque, o preço de venda da mercadoria, só o compra.

PEPS – Primeiro que Entra – Primeiro que SaiA sigla PEPS significa Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, e é também conhecida por

FIFO, iniciais da frase inglesa First In, First Out.Adotando esse critério para valoração dos estoques, a empresa atribuirá às mercadorias

estocadas os custos mais recentes.Para entender melhor, veja as sete operações apresentadas no início deste tópico,

devidamente registradas na respectiva ficha:

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 x 0,80 mMÉTODO DE CONTROLE: PEPS

Entradas Saídas Saldos

Históric Quan Custo Custo Quan Cust Custo Quan CustoData o t. Unit. Total t. o Total t. Unit. Custo

Unit. Total05/02 NF 7002 100 100 10.00 - - - 100 100 10.00

0 008/02 N/NF - - - 20 100 2.000 80 100 8.000

10110/02 NF 5.592 50 113 5.650 - - - 80 100 8.000

50 113 5.650130 13.65

019/02 NF 9.721 50 159 7.950 - - - 80 100 8.000

50 113 5.65050 159 7.950

180 21.600

20/02 N/NF (10) 159 (1.590 - - - 80 100 8.000115 )

50 113 5.65040 159 6.360

170 20.010

27/02 N/NF - - - 80 100 8.000102

50 113 5.65010 159 1.590 30 159 4.770

140 15.240

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28/02 N/NFE - - - (5) 159 (795) 35 159 5.565142

Totais 190 22.01 155 16.440 5

Observações:• Na coluna de saldo ficam evidenciadas as quantidades estocadas devidamente separadas

ou identificadas pelos respectivos custos de aquisição. A cada venda, a baixa é feitainiciando-se pelos custos mais antigos; no caso, pelos menores custos. Assim, atravésdesta ficha, ficam controladas as quantidades estocadas sempre pelos preços maisrecentes. Por isso, este critério é chamado de Primeiro que Entra, Primeiro que Sai.

• As devoluções de compras efetuadas aos fornecedores são escrituradas negativamenteentre parênteses na coluna das entradas. Por outro lado, as devoluções de vendasrecebidas de clientes são escrituradas negativamente entre parênteses na coluna dassaídas. Assim, a soma da coluna das saídas corresponderá efetivamente ao custo dasmercadorias vendidas, ou seja, ao valor das saídas líquidas.

NOTAS:As devoluções de compras deverão ser registradas na ficha de controle de estoques pelo valor pago ao

fornecedor por ocasião da respectiva compra.As devoluções de vendas deverão ser lançadas pelos mesmos valores das respectivas saídas.Os gastos eventuais, tanto na devolução de compras como na devolução de vendas (fretes, seguros, etc.),

devem ser considerados como Despesas Operacionais e não como Custos.Portanto, os valores desses gastos não são lançados nas Fichas de Controle de Estoques.

UEPS – Último que Entra – Primeiro que SaiA sigla UEPS significa Último que Entra, Primeiro que Sai, e é também conhecida por

LIFO, iniciais da frase inglesa Last In, First Out.Adotando este critério para valoração dos seus estoques, a empresa sempre atribuirá às

suas mercadorias em estoque os custos mais antigos, guardadas as devidas proporções comas mercadorias que entraram e saíram do estabelecimento.

Para entender melhor, veja as sete operações apresentadas no início deste tópico,devidamente registradas na respectiva ficha:

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 x 0,80 m

MÉTODO DE CONTROLE: UEPS

Entradas Saídas Saldos

Data Históric Quan Custo Custo Quan Custo Custo Qua Custo Custoo t. Unit. Total t. Unit. Total nt. Unit. Total

05/02 NF 7002 100 100 10.00 - - - 100 100 10.000 0

08/02 N/NF - - - 20 100 2.000 80 100 8.000101

10/02 NF 8.592 50 113 5.650 - - - 80 100 8.00050 113 5.650

130 13.650

19/02 NF 9.721 50 159 7.950 - - - 80 100 8.00050 113 5.65050 159 7.950

180 21.600

20/02 N/NF (10) 159 (1.590 - - - 80 100 8.000115 )

50 113 5.650

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40 159 6.360170 20.01

027/02 N/NF - - - 40 159 6.360

10250 113 5,65050 100 5.000 30 100 3.000

140 17.010

28/02 N/NFE - - - (5) 100 (500) 35 100 3.500142

Totais 190 22.01 155 18.510 0

Observação:• Observe que, neste caso, a coluna do saldo controla as quantidades tendo em vista os

respectivos custos de aquisição. A baixa é sempre feita pelos custos das últimas aquisições,guardadas as respectivas proporcionalidades dos custos de aquisição.

Custo Médio Ponderado PermanenteAdotando este critério, as mercadorias estocadas serão sempre valoradas pela média dos

custos de aquisição, atualizados a cada compra efetuada.

Para entender melhor, veja os sete casos apresentados no início deste tópico,devidamente registrados na respectiva ficha:

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 x 0,80 m

MÉTODO DE CONTROLE: CUSTO MÉDIO PERMANENTE

Entradas Saídas Saldos

Data

Histórico Quan Cust Custo Quan Custo Custo Qua CustoCustot. o Total t. Unit. Total nt. Unit.

Unit Total.

05/02 NF 7.002 100 100 10.00 - - - 100 100 10.000 0

08/02 N/NF 101 - - - 20 100 2.000 80 100 8.00010/02 NF 8.592 50 113 5.650 - - - 130 105 13.65

019/02 NF 9.721 50 159 7.950 - - - 180 120 21.60

020/02 N/NF 115 (10) 159 (1.590 - - - 170 117 20.01

) 027/02 N/NF 102 - - - 140 117 16.38 30 121 3.630

028/02 N/NFE - - - (5) 117 (585) 35 121 4.215

142Totais 190 22.01 155 17.79 35 4.215

0 5

Preço Médio Ponderado MensalEsse método é aceito pelo fisco (PN CST nº 6/79) que as saídas sejam registradas somente

ao final de cada mês, desde que avaliadas ao custo médio que, sem considerar o lançamentode baixa, se verificar no mês.

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Para exemplificar esse critério alternativo de Custo Médio, vamos utilizar as mesmas informações que serviram de base para os exemplos anteriores:

MERCADORIA: PORTAS DE CEDRO TAMANHO 2,00 x 0,80 m

MÉTODO DE CONTROLE: CUSTO MÉDIO MENSAL

Entradas Saídas Saldos

Histórico Quan Cust Custo Quan CustoData

t. o Total t. Unit.Unit

.

CustoTotal

Qua Custont. Unit. Custo

Total

05/02 NF 7.002 100 100 10.00 100 100 10.000 0

10/02 NF 8.592 50 113 5.650 150 104 15.650

19/02 NF 9.721 50 159 7.950 200 118 23.600

20/02 N/NF 115 (10) 159 (1.590 190 115 22.01) 0

28/02 Vendas 160 115 18.40 30 120 3.610mês 0

28/02 N/NFE (5) 115 (575) 35 120 4.185142

Totais 190 22.01 155 17.82 35 4.1850 5

Qual dos critérios deve ser utilizado?O mais aconselhável dos três critérios é o custo médio permanente ou mensal, pois

eles espelham maior realidade nos Custos, no Lucro e no Estoque Final. O único não aceitopela legislação do Imposto sobre a Renda brasileira é o UEPS, pois distorce completamente osresultados, apresentando Custo maior, Lucro menor e Estoque Final diverso da realidade.

A empresa poderá adotar o critério que achar mais conveniente, mas se ao usar o UEPSdeverá apresentar a diferença para tributação no LALUR.

Convém ressaltar que no momento da elaboração do Balanço a avaliação dos estoquesobedecerá aos critérios estabelecidos no artigo 183 da Lei n° 6.404/76, ou seja, custo deaquisição deduzido da provisão para ajustá-lo ao valor do mercado, quando este for inferior.

24) Utilização de Sistemas InformatizadosA informática, em termos de desenvolvimento, tem trazido grandes avanços para a

sociedade em geral. No campo Financeiro/contábil, sua utilização vem contribuindo para avalorização da profissão pela disponibilidade do contador em gerenciar informações paraauxiliar a alta administração a trabalhar em bases melhores.

O contador pode se beneficiar do grandioso volume de informações centralizadas nacontabilidade e elaborar relatórios nos vários aspectos gerenciais, colocando à disposição daadministração, em tempo hábil, dados que proporcionam a tomada de decisões.

Neste momento a contabilidade entra numa nova era, mais atualizada, dinâmica eprincipalmente inovadora é a era da informática, onde o profissional terá mais recursos paraoferecer informações e orientação de grande interesse para a administração e as tomadas dedecisões, assim passando a valorizar seus serviços. A valorização da contabilidade estaatrelada à qualidade dos trabalhos científicos desenvolvidos na área.

Vivemos em tempo real, em que a única certeza é a mudança constante, cujos efeitossomente, conhecemos após ocorrerem. Daí a importância da tecnologia da informação, o quesignifica que nos, pessoalmente e como contadores, precisamos estar preocupados para asnovas mudanças tecnológicas. A revolução da informação já é uma realidade. E nas empresas

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ela está provocando uma mudança de conceito de valor tão grande que não se mede mais otamanho de uma empresa pela sua dimensão física ou mesmo pela área que ela ocupa.

Ao contrario do que muitos pensam a massificação dos computadores não colocaramum fim na profissão contábil, a tecnologia da informação provocou uma nova redefinição nopapel do contador, passando a assumir responsabilidades, principalmente aquelas quedependem diretamente dos conhecimentos de um gestor de informações, e ele terá como metaa obtenção, o tratamento e difusão de informações relevantes para a organização dentro deum espaço de tempo hábil, para que seu trabalho seja bem sucedido.

O importante não é a quantidade de informações, mais a qualidade.

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25) [gr1]Modelo de Razonetes e Planilhasa) Razonetes

Nome _____________________________________

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b) Planilha – Controle de Estoque

Modelo - MERCADORIA: __________________________________MÉTODO DE CONTROLE: _________________________

Entradas Saídas Saldos

Data Histórico Quant.Custo Custo

Quant.Custo Custo

Quant.Custo Custo

Unit. Total Unit. Total Unit. Total

Totais C.M.V

CMV = EI + Compras – E.F

c) Planilha - Balancete

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N° da Nome da Conta Débito Créditoconta

Totais

d) Planilha – Balanço Patrimonial

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Balanço PatrimonialEmpresa ______________________________________de

____/____/____Ativo Passivo

N° da Nome da Conta Valor N° da Conta Nome da ValorConta Conta

Total do Ativo Total doPassivo

e) Planilha - DRE - Demostrativo do Resultado do Exercício

N° da Conta ValorConta

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Lucro Líquido

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Empresa Modelo SA

26) Bibliografia

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PeriódicosIOB Thomson Company – 1999Curso Iob de Contabilidade -2001

LivrosMartins, Eliseu, 1987 Contabilidade de Custos. São Paulo Atlas, 3ª ed.SEBRAE, Manual de Procedimentos Contábeis para micro e pequenas empresas, 2002

Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade básica fácil, 24a ed. São Paulo. Saraiva, 2003

Siteshttp://www.gestaoeducacional.com.brhttp://www.sebraees.com.br/tributos/pag_det_ori_fis.asp?cod_assunto=202http://www.professorleo.com.br/cursos/contabilidade/Cap_7.htmhttp://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm 10/10/2006http://www.centropaulasouza.com.br/Cursos/ETE/Cursos.htmlhttp://www.contabeis.com.br/artigos.asp?op=ler&id=86

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