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1 APOSTILA DE PLANTAS MEDICINAIS

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APOSTILA

DE

PLANTAS MEDICINAIS

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Sumário

1) ALECRIM .............................................................................................................................. 4

2) ALFAZEMA .......................................................................................................................... 6

3) ARRUDA ............................................................................................................................... 7

4) ARTEMÍSIA .......................................................................................................................... 8

5) BABOSA ............................................................................................................................... 9

6) BARDANA .......................................................................................................................... 11

7) CALÊNDULA ..................................................................................................................... 12

8) CAMOMILA ....................................................................................................................... 13

9) CARQUEJA ......................................................................................................................... 14

10) CAPIM – LIMÃO .............................................................................................................. 15

11) CATINGA – DE – MULATA ........................................................................................... 16

12) CAVALINHA .................................................................................................................... 16

13) CELIDÔNEA ..................................................................................................................... 17

14) CIDRÃO ............................................................................................................................ 18

15) CIPÓ CABELUDO ............................................................................................................ 19

16) CONFREI .......................................................................................................................... 19

17) DENTE – DE - LEÃO ....................................................................................................... 20

18) ERVA – DE - BICHO ........................................................................................................ 21

19) ESPINHEIRA - SANTA.................................................................................................... 22

20) EUCALIPTO ..................................................................................................................... 22

21) FALSA - CÂNFORA ........................................................................................................ 23

22) FALSO - BOLDO .............................................................................................................. 23

23) FUNCHO ........................................................................................................................... 24

24) GUACO ............................................................................................................................. 25

25) HORTELÃS ....................................................................................................................... 26

26) MALVA ............................................................................................................................. 27

27) MANJERONA ................................................................................................................... 27

28) MARACUJÁ ...................................................................................................................... 28

29) MELISSA .......................................................................................................................... 29

30) MELHORAL ..................................................................................................................... 29

31) PRONTO – ALÍVIO .......................................................................................................... 30

32) QUEBRA – PEDRA .......................................................................................................... 30

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33) SALSA ............................................................................................................................... 31

34) SÁLVIA ............................................................................................................................. 32

35) SERRALHA ...................................................................................................................... 32

36) TANCHAGEM .................................................................................................................. 33

37)TOMILHO .......................................................................................................................... 34

38) URUCUM .......................................................................................................................... 35

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 36

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APOSTILA DE PLANTAS MEDICINAIS

FARMACOGNOSIA – UEPG / 2008

1) ALECRIM

Nome científico: Rosmarinus officinalis Linné

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Mediterrâneo, Oriente Médio

Parte usada: Folhas e sumidades floridas

Sinonímia: Rosmarinho, Rosmarin, Rosa–marinha, Erva–coroada, Flor–do–olimpo.

Características botânicas: Sub – arbusto lenhoso e perene, medindo até 2m de altura. Folhas

opostas, coriáceas, sésseis ( não tem pecíolo), de forma acicular (forma de agulha), coriáceas,

inteiras e recurvadas para baixo. A face superior do limbo apresenta cor verde escura, rugosa

e sem pêlos enquanto que a face inferior do limbo apresenta coloração esbranquiçada em

virtude da presença de pêlos glandulares. A planta floresce o ano inteiro e são muito

procuradas pelas abelhas. A inflorescência é em pequenos cachos axilares. As flores são

hermafroditas e de coloração lilás – esbranquiçada.

Composição Química: 1% a 2% de essência (rica nos monoterpenos: em cineol, cânfora,

borneol, acetato de bornila, canfeno, pineno), diterpenos, triterpenos (ácido ursólico e

oleanólico), ácidos orgânicos (ácido cítrico, ácido glicólico, ácido rosmarínico, cafeico e

clorogênico), saponina, alcalóide (rosmaricina), taninos e flavonóides.

Propriedades terapêuticas:

- Antisséptico - antisséptico das vias respiratórias e assepsia de ferimentos auxiliando na

cicatrização de ferimentos. Leucorréias – corrimento vaginal lavagem vaginal, por

apresentar ação antimicrobiana.

- Antifúngico - micoses , ação anti – caspa aplicar o infuso no couro cabeludo, deixar por

30 minutos - 1 hora e posteriormente enxaguar.

- Antiinflamatório - laringite, faringite, amigdalite fazer um gargarejo com o infuso

morno; sinusite e rinite não alérgica fazer inalação.

- Colerético estímula a produção de bílis pela vesícula biliar e Colagogo – contraem a

vesícula e relaxam o esfincter, facilitando a liberação de bílis para o duodeno. Assim atua

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como digestivo, agindo na dissolução das gorduras. O ácido rosmarínico é que apresenta ação

colagoga enquanto que os flavonóides exercem ação colerética.

- Carminativo – expulsa gases intestinais.

- Analgésico – nas dores musculares, reumáticas e nevrálgicas. Exerce ação revulsivante, isto

é, ação irritante local, fazendo vasodilatação dos capilares sanguíneos e assim diminuindo a

dor.

- Emenagogo – facilita o fluxo menstrual. Combate as cólicas menstruais.

- Tônico capilar – contra a queda de cabelo, por estimular a circulação sangüínea do couro

cabeludo fazer uma infusão e aplicar sobre o couro cabeludo, deixar 30minutos - 1 hora e

depois enxaguar.

- Tratamento da pele oleosa com tendência a acne – ação anti-séptica, adstringente ( fecha os

poros dilatados), regulariza as secreções produzidas pelas glândulas sebáceas na pele oleosa.

O ácido glicólico tem ação esfoliante da pele, por agir na camada córnea da pele, quebra a

ligação dos cornócitos e assim provocando uma esfoliação da pele aplicar na forma de

máscara para o rosto – bater no liquidificador as folhas do alecrim com um pouco de água

fria. Passar no rosto, deixar durante 15 minutos. Posteriormente enxaguar.

- Combater a pediculose ( piolho) Shampoo, vide em artemísia e a escabiose ( sarna)

banho de imersão com o infuso.

- Estimulante, bom para memória, desde que usado nas doses para planta tóxica.

Outras utilizações: repelente de inseto (mosquito, pulga, etc...)

Toxicidade: Seu uso oral é contra – indicado durante a gravidez, pela ação abortiva. Uso

oral prolongado e em altas doses pode provocar irritação renal, podendo causar nefrite. É

contra – indicado o uso por pessoas que apresentem problemas de próstata. Causa irritação da

mucosa do estômago e intestino – gastroenterites, acelera os batimentos cardíacos, eleva a

pressão sanguinea. O seu óleo essencial contém alcanfor em concentrações importantes, o

que pode causar quadros epileptiformes se usado em doses inadequadas, portanto, contra-

indicado para epilépticos.

Modo de usar e dose: Infusão, nas doses para planta com princípios ativos tóxicos.

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2) ALFAZEMA

Nome científico: Lavandula sp

Família: Lamiaceae (Labiatae)

Parte usada: Folhas e sumidades floridas.

Sinonímia: Lavanda, Lavandula.

Origem: Europa, França, Espanha, Itália. A França é maior produtor e a essência é a de

melhor qualidade. Cultiva-se na Argentina e no Brasil. Muito usada em aromaterapia.

Características botânicas: Planta herbácea perene. Folhas lanceoladas, opostas ao caule,

peluginosas, margem do limbo inteira. Inflorescência terminal, com flores distribuídas em

espiga, de coloração azulada. A Alfazema não floresce no Brasil por fotoperiodismo

insuficiente( planta de dias longos – necessita de 15 a 16 horas de luz para florescer).

Composição Química: 0,5 a 7 % de óleo essencial constituído por: 5% dos monoterpenos

acetato de linalila, cineol, limoneno; 3% dos sesquiterpenos: β- cariofileno e β-farneseno; 40

a45% dos Alcoois monoterpênicos e não-terpênicos: linalol (principal), terpineol, geraniol,

borneo. Taninos: 5 a 12%. Cumarina 0,25% (herniarina e santonina). Fitoesteróis e

flavonóides5 a 10%.

Propriedades Terapêuticas: antiséptica em geral, antiséptica das vias respiratória

(expectorante e broncodilatador) e das vias urinárias, analgésica nas dores musculares,

reumáticas e nevrálgicas, antiespasmódica, carminativa e digestiva.

- Linalol, borneol e acetato de linalila depressor do SNC, exercendo ação sedativa.

Outras utilizações: perfumaria (sabonetes, colônias, desodorantes, talcos e sachet), repelente

de insetos.

Modo de usar e dose: Infusão nas doses prescritas para plantas que não apresentam princípio

ativo tóxico.

Contra-indicações: Gravidez, lactação, úlceras gastroduodenais (o linalol é irritante da

mucosa gástrica e duodenal), Nefropatias: pode causar hematúria.

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3) ARRUDA

Nome científico: Ruta graveolens Linné

Família: Rutaceae Origem: Mediterrâneo, Norte da África, sul da Europa e Ásia Menor

Parte usada: Folha

Sinonímia: Ruta sativa, Ruta- hortensis, Ruta –de- cheiro forte, Ruta montana, Ruta.

Características botânicas: Planta herbácea perene, chegando a atingir até 1,5m de altura.

Folha composta por folíolos, imparipenada, com formato oval, oposta ao caule e glabra (sem

pêlos). Inflorescência de coloração amarela. A planta toda exala odor característico intenso.

Composição química: 0,1 a 0,6 % de essência (metilcetonas, limoneno e pineno), 1 a 2% de

rutina (flavonóide – heterósido do quercetol), cumarinas, furanocumarina (Bergapteno e

xantotoxina), alcalóides quinólicos(graveolina e rutamina), resinas, gomas, ác.ascórbico

Propriedades terapêuticas: O flavonoide rutina tem ação vasoprotetora: aumenta a

resistência da parede dos capilares e vasos sangüíneos, agindo semelhante à vitamina P.

Portanto, exerce ação anti – hemorrágica, sendo usado no tratamento de varizes, flebites,

hemorróidas e dos hipertensos para evitar acidentes vasculares (derrames).

Essência ação antiparasitária (tratamento da pediculose – piolho e escabiose - sarna),

Emenagoga facilita o fluxo menstrual e exerce atividade excitatória do músculo uterino.

Os alcalóides rutamina, graveolina e graveolinina exercem ação antiespesmódica nos

músculos lisos.

Outras utilizações: repelente de insetos.

Modo de usar e dose: Infusão, nas doses para princípio ativo tóxico. Não deve ser usada por

períodos breves, pois apresenta efeitos tóxicos acumulativos e sua essência é neurotóxica.

Toxicologia: Contra – indicado o uso oral durante a gravidez, por ser abortivo. Tem ação

irritante sobre a pele, podendo causar dermatite. A furanocumarina bergapteno tem

fotosensibilizante, causa queimaduras graves por exposição da pele ao sol. Efeitos da

intoxicação: leve - vômitos, gastroenterites, cólicas, diarréias; grave – confusão mental,

metrorragia, choque, convulsão, morte .

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4) ARTEMÍSIA

Nome científico: Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip.; Chrysanthemun parthenium (L)

Bernh., Artemisia vulgaris L.; Artemisia verlotorum Lamotte; Artemisia annua L.

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Região dos Balcans (Grécia, Albânia)

Parte usada: Folhas e flores.

Sinonímia: Artemigem, Artemísia verdadeira, Erva de são – João, Artemísia comum.

Parte usada: Folhas e flores.

Descrição botânica: Planta herbácea anual, com aproximadamente 60cm de altura. Folhas

penatisséptas penatipartida, margem do limbo recortada. Inflorescência terminal em capítulos

florais, com disco central chato, formado por pequenas flores amarelas, hermafroditas, de

corola tubulosa e flores marginais – lígulas, flores brancas e femininas.

Composição química: 0,25 a 1,3% de Óleo essencial rico em monoterpenos: tuiona,

isotuiona e tuiol e os demais: mirceno, limoneno, cineol e sesquiterpenos: - bisabolol,

cardineno e cariofileno. Lactona sesquiterpênica: artemisinina. artemisina e ácido

artemisinínico. Taninos, Flavonóides, ácidos graxos e ácidos orgânicos.

Propriedades terapêuticas: Antisséptico em geral, emenagogo (facilita o fluxo menstrual).

Antiulcerogênica e antiinflamatório interferência com a síntese das prostaglandinas,

inibindo a ciclooxigenase, enzima responsável pela síntese destas substâncias, aumentando a

produção de muco, cuja produção é mediada pelas prostaglandinas .

Anti – diarreica, anti – helmíntico. Tratamento da pediculose – shampoo para piolho e

escabiose – tratamento da sarna com banhos de imersão com o infuso.

O alcalóide artemisinina é antimalárico com potente atividade esquizonticida, contra o

Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax. Ativo nos casos de paludismo resistente aos

medicamentos habituais. Tem ação mais rápida que a quinina ou a cloroquina.

- Excelente antiespasmódico – relaxa a musculatura lisa e suprime cólicas.

- Digestivo (colerético e colagogo) e carminativo.

Modo de usar e dose: Infusão, uso oral nas doses para princípios ativo tóxicos.

Shampoo para piolho – Dissolver completamente em um litro de água morna ou quente, a

metade de um sabão de coco. Deixar esfriar. Bater no liqüidificador com um copo de água

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fria: quinze folhas de arruda, dez folhas de artemísia e as folhas retiradas de três ramos de

alecrim Filtrar e misturar com a solução do sabão.

Lavar a cabeça com um shampoo comum, para tirar a oleosidade. Aplicar o shampoo

para piolho no couro cabeludo, fazendo uma leve fricção. Amarrar a cabeça com um pano e

deixar em contato com o couro cabeludo por 2 horas. Decorrido esse prazo, enxaguar bem a

cabeça. Repete-se a aplicação por uma semana. Após quinze dias, repetir a aplicação

novamente. CUIDADOS: NÃO expor a cabeça ao sol durante a aplicação (daí a necessidade

de amarrar a cabeça com o pano), pois a luz solar causará queimaduras graves, devido ao

bergapteno da arruda. Não deixar escorrer no rosto, Cuidado com os olhos.

Outras utilizações: repelentes de inseto.

Toxicidade: contra – indicado o seu uso durante a gravidez, por ser abortivo. O uso

prolongado e em doses excessivas, por via oral, apresenta ação estimulante do SNC,

ocasionando degeneração do SNC (cetona tuiona), transtornos psíquicos e sensoriais,

convulsões, podendo levar o indivíduo a morte.

5) BABOSA

Nome científico: Aloe vera ( L) Burm.f.

Família: Liliaceae Origem: África

Parte usada: Folhas, parênquima da folha fresca (vulgarmente chamado de gel de babosa)

Sinonímia: Áloe, Babosa de jardim

Características botânicas: herbácea perene, com folhas grandes, carnudas (por ser xerófita),

lanceoladas margem do limbo espinhosa, dispostas em grandes rosetas no solo. Do centro do

tufo das folhas emerge um pedúnculo com inflorescência em cacho terminal, constituído por

um racemo de corolas tubulosas, hermafroditas e de coloração vermelho – alaranjado ou

amarelo.

Composição química: Antraderivados 20 à 30% de Aloína = C – Heterósido ( Áloe –

emodina combinada com uma molécula de glicose por meio de um átomo de carbono).

Antraderivados livres = Áloe – emodina e ácido crisofânico - 0,5 a 1%. Mucilagens - 2,37%.

Resinas = 16 a 20%. Sais minerais: Ca, K, Na, Cl, Mn, Al. Taninos.

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Propriedades terapêuticas: antisséptico – bactericida. Usado na assepsia de ferimentos.

- Lesões Dermatológicas - Cicatrizante reepitelização e estimulação da circulação

sangüínea, facilita a eliminação de células mortas e estimula o crescimento de células

novas, promovendo uma rápida reconstituição dos tecidos, favorecendo o processo de

cicatrização. Foi muito utilizada no acidente de Shernobil.

- Queimaduras térmicas ou químicas de 1o e 2

o graus.

- Antiinflamatório, emoliente e adstringente (fecha os poros). Tratamento da acne,

furunculoses, dermatites na pele (irritações na pele), queimaduras na pele pela ação do calor e

do sol – uso externo. Hemorróidas, gastrite – uso oral.

- Hidratante e umectante da pele – em função da sua alta capacidade de penetração na pele.

Muito usado em cosmetologia, em cremes hidratantes da pele, limpeza da pele, etc...

- Tônico capilar – combate a queda de cabelo, torna o cabelo mais brilhante e sedoso.

- Anti - caspa .

- Digestivo ação colagoga (estimula a produção de bílis - vesícula biliar) e ação colerética

(estímula a liberação de bílis para o duodeno), portanto, atua na dissolução das gorduras .

- Laxante os heterósidos antraquinônicos são classificados como laxantes de ação

estimulante, por estímular a musculatura lisa do intestino grosso (movimentos peristálticos)

no Cólon intestinal e diminuir a reabsorção de água, sódio e cloro. Assim sendo, facilitam o

trânsito do bolo fecal e a evacuação. É considerado um reeducador intestinal, mas em doses

elevadas é um purgante drástico

Modo de usar: Uso externo – Cortar a folha, retirar a epiderme e os espinhos, bate-la no

liquidificador com um pouco de água. Aplicar esse gel sobre a área lesada da pele, nos casos

de queimaduras, assepsia de ferimentos, furunculoses, tratamento da acne, hidratação da pele,

etc...

Queda de cabelo tônico capilar – aplicar a mucilagem diretamente no couro cabeludo,

friccionando – o ou 80ml do gel de babosa dissolvida na água, 20 ml de álcool de cereais,

0,1g de Nipagin (conservante). Deixar agir durante 30 minutos. Enxaguar.

Há um livro escrito por frei Romano indicando a babosa para combater neoplasias, porém, os

estudos feitos com metodologia científica não corroboraram essa indicação. Por outro lado,

esses resultados negativos não são suficientes para certificar que essa ação seja inexistente.

Modo de preparar:

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1) Duas, três ou mais folhas de babosa, de maneira que postas em fita, somem um metro;

meio quilo de mel puro e umas quatro colheres de uma bebida destilada (cachaça,

conhaque, uísque, etc...). Cortar os espinhos das folhas, limpa- las do pó com um pano,

picá–las e colocar tudo junto no liquidificador.

2) A mistura obtida deve ser guardada longe da luz de preferência na geladeira.

3) Tomar 3 colheres de sopa ao dia: manhã, meio – dia e noite, uns 15 minutos antes da

refeição.

4) O tratamento dura uns 10 dias e, para se repetir novamente deve – se aguardar algum

tempo.

5) Quanto à coleta das folhas, preferir as mais velhas, colher antes do nascer do sol ou depois

do sol posto. Nunca em pleno sol, pois a constituição química desta planta muda

consideravelmente pela exposição aos raios UV.

Toxicidade: Possui ação congestiva sobre os órgãos abdominais e por isso o uso interno

contínuo deve ser evitado; pelo mesmo motivo é contra - indicado para mulheres em período

de menstruação e contra – indicado para mulheres grávidas, devido a estimulação da

musculatura uterina.

Os compostos antraquinônicos são excretados pelo leite materno e podem causar

diarréias no lactente. A ingestão de medicamento preparado com babosa por períodos

contínuos, ou em doses excessivas, pode causar diarréias com cólicas intestinais intensas.

Ação emética – vômitos.

Observação: A espécie vegetal, Aloe arborescens, mais comum nos jardins, apresenta

composição química e propriedades terapêuticas similares ao Aloe vera.

6) BARDANA

Nome científico: Arctium lappa Linné

Família: Asteraceae (compositae)

Parte usada: Folhas e raízes Origem: Europa

Sinonímia: Orelha de gigante, Gobô, Erva dos tinhosos, Bardana maior.

Características botânicas: Planta herbácea de até 2m de altura, bianual, folhas grandes,

com formato ovalado, peluginosa. As raízes são comestíveis, conhecidas pelo nome de raiz de

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Gobô, usadas pelos japoneses. Inflorescência em capítulos florais de coloração azulada ou

arroxeada e os frutos são cápsulas espinhosas. Vegeta subespontaneamente no Brasil.

Composição Química: Inulina (40 a 60%), compostos insaturados ou poliacetilênicos(

polienos), ácidos, álcoois, quantidades variáveis de enxofre(dependo do terreno onde cresce),

Taninos, mucilagem, princípios amargos, lactonas sesquiterpênicas, fitoesteróis ( - sitosterol,

estigmasterol)

Propriedades Terapêuticas: Antisséptica (bactericida GRAM +, GRAM - e fungicida),

cicatrizante, antiinflamatório, depurativo, afecções da pele, acne, emoliente (puxa

inflamação), antireumática, seborréia (caspa e queda de cabelo).

Modo de usar: Infusão – lavar a região afetada. Planta não tóxica.

7) CALÊNDULA

Nome científico: Calendula officinalis Linné

Família: Asteraceae Origem: Egito

Parte usada: Capítulos florais

Sinonímia: Bem – me - quer, Mal – me - quer, Maravilha - dos - jardins, Verrucária

Características botânicas: cultivada em todo o mundo e também utilizada como planta

ornamental. Planta herbácea anual, com cerca de 50 a 70cm de altura. Folhas alternas,

lanceoladas e com margem do limbo inteira. Flores reunidas em inflorescências do tipo

capítulos florais, axilares e terminais, de coloração variando do amarelo ao alaranjado, com

diâmetro de 4 a 5 cm. As flores se abrem durante o dia e se fecham ao anoitecer.

- Flores do disco amarelas, de corola tubulosa, hermafrodita.

- Flores marginais constituída de 15 a 20 lígulas de coloração amarela ao laranjado,

feminina.

Os frutos são aquênios, recurvados, providos de protuberância no dorso e crenados no

dorso e crenados na face ventral.

Composição química: 0,2 - 0,3 % de Essência (cariofileno, calendulina, mentona

isomentona); Flavonóides (isorhamnetina, quercetina), flavonóides glicosídicos (rutina,

isoquercetina, isorhamnetina, narcisina), Ácidos graxos (ácido palmítico), terpenóides (- e

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-amirina, lupeol, ácido oleanóico, arnidiol, calenduladiol, eritrodiol, faradiol), saponinas,

esteróides triterpênicos (estigmasterol, - sitosterol, campsterol).

Propriedades terapêuticas: Cicatrizante e antisséptico tópico ação antimicrobiana

(bactérias), usada para assepsia de ferimentos em geral.

- anti – fúngica tratamento de micoses da unha, assaduras de bebê e caspa.

A caspa é constituída por células mortas que descamam do couro cabeludo. Origina-se,

geralmente, em afecções superficiais provocadas por fungos e bactérias. Um tratamento de

sucesso que pode ser usado para estes casos é:

1. Lave e enxagüe os cabelos com sabonete de calêndula (Calendula officinalis)

esfregando o couro cabeludo com a ponta dos dedos; não enxugue.

2. Aplique 5 colheres-de-sopa de vinagre diluídas em 1 copo de água, também

esfregando da mesma forma e deixe por cerca de 10 minutos;

Enxagüe com infusão de tomilho (1 colher-de-sopa de tomilho (Thymus sp.) em 1 litro de

água por 10 minutos) e enxugue normalmente.

- antiinflamatória potente ação antiInflamatória em virtude da grande quantidade de

triterpenos esteroidais, sendo usado para as afecções da pele e das mucosas, tratamento da

acne, queimaduras, quelóides, tínea (queda de cabelo por fungo), frieira – uso externo.

- Hiperplasia benigna de próstata (BHP) reduz o volume da próstata em casos de prostatite

crônica, em função do elevado teor de triterpenos esteroidais.

- Reduz a taxa de colesterol

- Analgésico potente

8) CAMOMILA

Nome científico: Chamomilla recutita L Sinonímia: Matricaria chamomilaL

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Europa (Balcans), Norte da África.

Parte usada: capítulos florais.

Sinonímia: maçanilha, camomila dos alemães, marcela

Caracteristicas botânicas: herbácea anual, com 30cm de altura, ramosa, folhas alternas,

pinatifidas. Flores em capítulos florais terminais em cada ramo, com disco central convexo

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com flores hermafroditas amarelo-ouro circundado por flores femininas brancas, as lígulas,

popularmente conhecidas por pétalas.

Composição química: óleo essencial (0,4 a 1,0%). Mais de 50% desse óleo tem a seguinte

composição: sesquiterpenos α-bisabolol e seus derivados; azulenos como o camazuleno (de

cor azul intenso). Este composto não existe pré-formado na planta, mas se forma a partir do

pro-azuleno incolor chamado matricina, durante a extração, por hidrolise com calor e água.

Hidrocarbonetos terpenicos: farneseno, cadineno; flavonoides: apigenina, quercetina,

luteolina e outros. Cumarinas: herniarina, umbeliferona. Resinas, ácidos, mucilagens,

esteroides, princípios amargos, etc.

Ações farmacológicas: Efeito ansiolitico: creditado a apigenina, que se liga aos receptores

GABA-A, como fazem os benzodiazepinicos. A apigenina não causa relaxamento muscular.

Ação anti-espasmodica: resulta de um sinergismo entre o óleo essencial, os flavonoides e as

cumarinas, não sendo decisiva a participação da apigenina. Ação antiinflamatória: útil em

picadas de insetos, queimaduras por sol, assaduras de nenen, hemorróidas, varizes, varicoses.

Digestiva: eupeptica e antiflatulencia. Descongestionante da mucosa ocular. Emenagoga. Seu

óleo essencial tem ação antibacteriana, antifungica e antiviral. Bochechos ou cataplasma para

aftas, gengivites.

Toxicidade: embora difícil, pode causar alergias.

9) CARQUEJA

Nome científico: Baccharis sp

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Sul do Brasil, Chile, Argentina.

Parte usada: parte aérea – cladódio e flores.

Sinonímia: Carquejinha, Vassoura - bacária, Carqueja – amarga, Tiririca – de – balaio.

Características botânicas: O gênero Baccharis é muito extenso, incluindo cerca de 400

espécies. Em nossa flora é encontrado um elevado número de espécies muito semelhantes.

Sub-arbusto, ramos tri-alado, alas planas e interrompidas – cladódio (caule achatado com

função de folha - fotossíntese). Inflorescência em capítulos de coloração branca. O fruto é um

aquênio.

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Composição Química: Essência (monoterpenos - pineno, canfora, carquejol, acetato de

carquejila e sesquiterpenos), saponina (baccharonina), flavonóides glicosídicos, flavona

(crisimaritina, eupatrina), lactonas diterpênicas.

Propriedades terapêuticas: Estomáquica (estimula a produção de suco gástrico azia, má

digestão), colerética e colagoga, depurativa (elimina as toxinas do sangue), diurética,

hipotensora, laxante e emagrecedora.

Modo de usar e dose: Infusão nas doses para planta não tóxica. Não ingerir doses excessivas,

1 a 2 xícaras por dia.

Efeitos colaterais: As saponinas hemolisam os glóbulos vermelhos, causando anemia.

10) CAPIM – LIMÃO

Nome científico: Cymbopogon citratus (DC) Stapf

Família: Gramineae Origem: India

Sinonímia: Capim-cidreira, Capim-cheiroso, Capim-santo, Capim-cidró, Chá- de- estrada,

Capim-catinga.

Parte utilizada: Folhas

Características botânicas: Planta perene herbácea, constituindo touceiras compactas e grandes.

Folhas laminares de 30 a 40 cm de comprimento, ásperas, margem do limbo inteira, nervuras

paralelinérveas. Exala odor característico de citral.

Composição química: Óleo essencial contendo principalmente 75 a 85% de citral (mistura de

isômeros geranial e neral), citronelal, mirceno, nerol e geraniol; flavonóides.

Propriedades terapêuticas: Calmante do sistema nervoso central, determina diminuição da

atividade motora, aumentando o tempo de sono. O citral antiespasmódico, tanto do tecido

uterino como intestinal. Ação antibacteriana e fungicida potente. O mirceno apresenta

atividade analgésica.

Carminativo (expulsa gases intestinais), digestivo, antiinflamatório, dissolve cálculos renais,

reumatismo.

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Modo de usar e dose Infusão – na dosagem para plantas medicinais com princípios ativos

não tóxicos.

11) CATINGA – DE – MULATA

Nome científico: Tanacetum vulgare L

Sinonímia: Chrysanthemum vulgare (L)Bernh., Chrysantemum tanacetum Vis., Pyrethrum

vulgare (L) Boiss.

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Europa e Ásia Menor

Parte usada: Folhas e Flores

Sinonímia: Erva–dos–vermes, Erva-lombrigueira, Tasneira.

Características botânicas: Planta herbácea perene, atingindo 0,6 a 1m de altura. Folhas

alternas, pecioladas, penatissectas, penatifendida, com bordas do limbo recortadas.

Inflorescência em capítulos florais de coloração amarela dispostos em corimbos terminais.

Composição Química: óleo essencial com 70 a 95% de tuiona, alcanfor, α-pineno, 1,8 cineol,

borneol, etc. Resina, gomas, ácidos, taninos.

Propriedades terapêuticas: anti-helmíntica, emenagoga.Devido a sua forte atividade

inseticida, já foi usada antigamente nas ruas e lugares publicos. Antiinflamatória uso

tópico em cataplasma ou maceração em álcool contusões.

Modo de usar e dose: Infusão para uso oral: dose para planta TÓXICA.

Maceração uso tópico – 10g das folhas secas ou 20g das folhas frescas. Deixar macerando por

10 dias em 1 litro de álcool de cereais. Aplicar na região afetada.

Toxicidade: A cetona tuiona causa abortos e provoca degeneração do S.N.C.

12) CAVALINHA

Nome científico: Equisetum sp

Família: Equisetaceae Origem: Europa

Parte usada: parte aérea

Sinonímia: Rabo – de – cavalo, Sola – de – cavalo, Lixa – vegetal, Erva – canudo.

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Características botânicas: Planta de caule aéreo verde e estriado, com nós e entrenós bem

nítidos, atingindo até 1m de altura, rizomas longos. Os estróbilos terminais são encontrados

nos ápices dos ramos férteis. Os ramos aéreos, abundantemente ramificados, são vegetativos.

Composição Química: Saponinas (5%), alcaloides, flavonóides glicosilados da apigenina,

quercetina e do campferol, taninos, rico em ácido silícico (ácido orgânico é melhor absorvido

na forma coloidal).

Propriedades terapêuticas: antisséptico em geral e cicatrizante, potente diurético,

hipotensor, tônico capilar, infecções das vias urinárias, bexiga e próstata. Usada como

hemostática nas hemorragias internas, sangramento pelo nariz. Como tintura estimula a

consolidação de fraturas ósseas.

Ácido silícico Remineralização - no tratamento da osteoporose, por atuar no processo da

desmineralização.

Precaução: contem a enzima tiaminase uma enzima que acelera a destruição da tiamina

(vitamina B1).

Modo de usar e dose: Infusão – nas doses para plantas não tóxicas.

13) CELIDÔNEA

Nome científico: Chelidonium majus L

Família: Papaveraceae Origem: Europa e Ásia

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Quelidônea, Figatil, Erva - das – verrugas, Erva – dos – calos.

Características botânicas: herbácea perene, medindo 30 a 50cm de altura. Folhas lobuladas

com cinco folíolos irregulares, de margem largamente denteada, dispostas em roseta.

Composição Química: Cerca de dez alcalóides (quelidonina, quelidonia, coptisina,

protopina, sanguinarina), ácido quelidônico, saponinas, esteróides, resinas, flavonoides, óleo

essencial, enzimas proteolíticas.

Propriedades terapêuticas: Causticar calos e verrugas, disfunções hepáticas.

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Modo de usar e dose: Causticar calos e verrugas aplicar o cataplasma das folhas sobre a

calosidade ou verruga e envolver com gaze e esparadrapo até o seu desaparecimento ou

aplicar diretamente a seiva (látex amarelo-iodo) sobre o calo ou verruga.

Disfunções hepáticas infusão ou decocção nas doses para planta TÓXICA.

Toxicidade: Deve-se evitar o seu uso interno, pois pode provocar gastrite e gastroenterocolite

(geralmente com manifestação diarréica), narcose com tosse violenta, bradicardia, crises

tetaniformes.

14) CIDRÃO

Nome científico: Lippia alba (Mill) N.E. Brown

Família: Verbenaceae Origem: América do Sul, Brasil.

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Erva – cidreira, Falsa – melissa, melissa, melissão, cidrão.

Características botânicas: Planta arbustiva perene, medindo 2m de altura, com caule

recurvado. Folhas oval-oblongas, opostas ao caule, peluginosas, pecíolo curto, margem do

limbo serrilhada e coriácea. Inflorescência em glomérulo, axilares, hermafroditas e de

coloração arroxeada.

Composição Química: Essência monoterpenos: citral, - mirceno, limoneno, linalol, timol

neral, geranial e carvona; taninos, flavonóides.

Foram identificados três quimiotipos no Nordeste brasileiro: 1) Teores elevados de citral e

mirceno, folhas largas e inflorescências maiores com até oito flores liguladas em torno de um

amplo conjunto de flores fechadas; 2) teores elevados de citral e limoneno, folhas e ramos

mais delicados, inflorescências menores com apenas três a cinco flores liguladas em torno de

um pequeno disco central de flores fechadas; 3) teores elevados de carvona e limoneno,

morfologia semelhante ao segundo quimiotipo, distinguindo-se pelo cheiro.

Propriedades terapêuticas: adstringente, cicatrizante, antisséptico bucal, calmante do

sistema nervoso central, sedativo, digestiva, distúrbios gastrointestinais, antiespasmódico.

Dois primeiros quimiotipos: ação calmante(citral) e espasmolítica suave(mirceno); o segundo

quimiotipo tem ação ansiolítica mais pronunciada e o terceiro, mais mucolítico.

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Modo de usar e dose: Infusão na dose para plantas não tóxicas.

Contra-indicações: gastrite, pressão baixa.

15) CIPÓ CABELUDO

Nome científico: Mikania lanuginosa DC., Mikania hirsutissima DC.

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Brasil

Parte usada: caule

Sinonímia: cipó-almecega, erva-dutra, guaco-cabeludo.

Características botânicas: herbácea escandente, perene. Caule arroxeado e muito

peluginoso. Folhas ovaladas na base com o ápice afilado e recurvado, muito peluginosa e

margem do limbo denteada, pecíolo longo e opostas ao caule. Inflorescência em suaves

panículas terminais e axiais, reunidas em capítulos cônicos, de coloração branca.

Composição Química: Diterpeno ácido caurenóico; mistura de 20 ácidos graxos maior

concentração de ácido palmítico; fitoesteróis (estigmasterol, sitosterol e - sitosterol

glicosilado), flavonóide e açúcares não identificados.

Propriedades terapêuticas: Analgésico e antiinflamatório reumatismo - fitoesteróis e

ácido palmítico. Calmante do sistema nervoso central.

Antimicrobiana ácido caurenóico - infecções das vias urinárias e das vias respiratórias

potente atividade contra as bactérias gram-positivas, como; estafilococos e bacilos e inativas

contra as bactérias gram-negativas.

Modo de usar e dose: Infusão nas doses para plantas não tóxicas.

Precauções: mulheres grávidas não devem fazer uso desta espécie medicinal, pois o ácido

caurenóico tem ação uterotônica, estimula a contração uterina.

16) CONFREI

Nome científico: Symphytum officinale Linné

Família: Borraginaceae Origem: Europa e Ásia

Parte usada: Folhas e raízes

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Sinonímia: Consolada, Consólida, Erva – do – cardeal, Orelha – de – burro.

Características botânicas: O confrei é uma planta conhecida desde a antiga Grécia.

Symphytum deriva do grego Symphuô = eu reúno, devido a propriedade de consolidar e soldar

os ossos fraturados e cicatrizar as feridas. Planta herbácea perene. Folhas grandes oval-

oblongas, margem do limbo inteira e peluginosa em ambas as faces. Flores violáceas.

Composição química: Alcalóide pirrolidizínico (sinfitina, equimidina), mucilagem,

triterpenos e base púrica alantoína, ácido clorogênico e cafeico.

Propriedades terapêuticas: Alantoína altamente cicatrizante – proliferativo celular.

Alcalóide carcinogênico - ação hepatotóxica (câncer de fígado)..

Modo de usar: Apenas uso externo. Decocção – aplicar sobre a região afetada, desde que não

haja infecção, pois pela alta capacidade regenerativa, a pele pode crescer conservando

infecção no seu interior.

Toxicidade: câncer de fígado.

Marcador químico (Controle de Qualidade): alantoína – os teores devem estar entre 0,45

e 1,3%, pelo teste da dinitrofenilhidrazina, segundo a Farmacopeia Brasileira IV edição, ou

0,45 a 1,3mg/g por espectrofotometria.

17) DENTE – DE - LEÃO

Nome científico: Taraxacum officinale Weber

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Europa e Ásia

Parte usada: Folhas, raízes e flores.

Sinonímia: Taraxaco, amargosa, radite bravo

Características botânicas: herbácea anual. Folhas dispostas em roseta, sem pecíolo e

roncinada (cortes profundos até quase a nervura central), com segmentos triangulares,

margem do limbo lisa, medindo 15 a 25cm de comprimento . Inflorescência de cor amarela,

reunida em capítulos terminais solitários. As sementes são características, dispostas em

caprichosos arranjos esféricos, esvoaçam ao mais leve sopro.

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Composição Química:látex, sesquiterpeno lactona (princípios amargos) taraxicina,

alcalóides (taraxina), taninos, flavonóides, fitoesteróis (estigmasterol e - sitosterol), colina,

vitamina B e C, pro-vitamina A, cumarinas. Flores: lecitina, carotenóides, ácidos graxos, etc

Propriedades Terapêuticas: estimulante das funções hepáticas (cirrose, hepatite,

insuficiência hepática), colerético e colagogo, estimulante do apetite, diurética, depurativa,

laxante suave, hipoglicemiante (provavelmente por ação das lactonas sesquiterpenicas dos

principios amargos). A bibliografia aponta melhoras de afecções dermatológicas: eczemas,

psoriase. Levemente hipotensor, pode baixar os batimentos cardíacos.

Modo de usar: As folhas são consumidas na forma de salada. Depurativo: Deixar macerando

durante toda noite uma colher de chá de raízes em 1 xícara de água fria. Tomar na manhã

seguinte antes do café. Estimulante do apetite: colocar uma colher de chá de raízes em meio

copo de vinho licoroso. Deixar macerando durante 10 dias. Tomar um cálice antes de cada

refeição.

Contra-indicações: íleo paralítico e obstruções das vias biliares.

18) ERVA – DE - BICHO

Nome científico: Polygonum sp

Família: Poligonaceae Origem: Europa e Ásia

Parte usada: toda a planta

Sinonímia: Pimenta d’água, cataia, capiçoba, curage, capitiçoba

Características botânicas: Planta herbácea anual, medindo cerca de 50cm a 1m de altura.

Caule formado por nós e entrenós bem nítidos. Flores brancas reunidas em inflorescência do

tipo espiga.

Composição Química: taninos, flavonóides (quercetina, luteolina)

Propriedades Terapêuticas: antiinflamatório, tratamento das hemorróidas.

Modo de usar: Infusão – lavar a região afetada nas doses para planta não tóxica.

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19) ESPINHEIRA - SANTA

Nome científico: Maytenus ilicifolia Mart e Maytenus aquifolium Mart

Família: Celastraceae Origem: Sul do Brasil

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Salvavidas, Espinho – de – Deus, Cancerosa, Cancrosa, Espinheira-divina

Características botânicas: Planta arbustiva de 2 a 3m de altura, perene. Folhas elípticas,

alternas, pecíolo curto, margem do limbo com espinho, coriácea e glabra. É comumente

adulterada por outra espécie vegetal Sorocea bomplandii da família Moraceae, em virtude de

suas semelhanças botânicas, a qual apresenta em sua composição química os triterpenos ácido

oleanólico e ursólico, facilmente detectados por CG em análises de controle de qualidade.

Composição química: Taninos gálicos e derivados da epigalocatequina: inibe a liberação de

ácido clorídrico e exercem potente ação antisséptica; dulcitol (4%): ação protetora – estimula

a produção de muco, diminuindo a azia e náuseas. Esse conjunto promove a cicatrização das

lesões ulcerosas;

Triterpenos (friedelan–3-ol e a friedelina); flavanóides (quercetina e kampferol), -

proantocianidinas e leucoantocianidinas.

Rutina (10 %) protetor dos capilares sangüíneos. Composto D

Propriedades terapêuticas: Azia, náuseas, sialorréia (excesso de saliva) Antisséptica e

cicatrizante. Empregada na cicatrização de ulcerações no estômago e no intestino delgado.

Modo de usar e dose: Infusão ou decocção para uso oral, nas doses estabelecidas para

plantas medicinais com princípios ativos não tóxico.

20) EUCALIPTO

Nome científico: Eucalyptus globulus Labill

Família: Myrtaceae Origem: Austrália, Tasmânia

Parte usada: Folhas

Sinonímia: arvore -da-febre, comeiro-azul

Características botânicas: Existem cerca de 500 especies, bem poucas são consagradas

como medicinal. São arvores com ate cem metros de altura, folhas coriaceas, opostas,

lanceoladas, compridas e estreitas, em forma de foice quando adultas.

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Composição química: óleo essencial (0,5 a 3,5%) no qual predomina o epoxido mono

terpenico cineol ou eucaliptol (70-80%), e os monoterpenos: α e β-pineno, limoneno, cimeno,

felandreno, canfeno, terpineol, sesquiterpenos (aromadendreno, epiglobulol e outros),

aldeidos e cetonas. Flavonoides, taninos, ácidos e resina.

Controle de qualidade fitoquímico: Teor mínimo de óleo volátil: 0,8% (Farmacopéia

Brasileira IV) e 2% (Farm Alemã) com teor de cineol acima de 70%. Felandreno: abaixo de

5%, por ser cardiotóxico..

Propriedades terapêuticas: Principal uso – inalação para descongestinamento das vias

aéreas superiores (sinusite, rinite, laringite) por estado gripal. Não usar em rinites e sinusites

alérgicas. Uso oral: expectorante, fluidificante e antisseptico das secreções bronquiais.

Atividade antibacteriana contra G + e Candida albicans. Compressas com sua infusão sobre

as vesículas de sarampo e catapora controla o prurido característico dessas afecções.

Modo de usar e dose: Infusão doses para plantas tóxicas. Inalação. Uso externo: Em

maceração no álcool para dores remauticas, nevrálgicas e musculares.

Toxicidade: o felandreno aumenta o ritmo cardíaco; estimulante, pode causar convulsão.

21) FALSA - CÂNFORA

Nome científico: Artemisia camphorata Vill.

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Europa, Ásia e norte da África.

Parte usada: Folhas

Características botânicas: Planta herbácea perene, as folhas são penatifídas e pelaginosas

Composição Química: Essência (cânfora)

Propriedades Terapêuticas: antisséptico das vias respiratórias, analgésico nas dores

musculares, reumáticas e nevrálgicas ação revulsivante.

Modo de usar e dose: Infusão – nas doses para planta tóxica. Uso externo: Maceração com

álcool de cereais por 10 dias – uso tópico em dores musculares, reumáticas e nevrálgicas.

22) FALSO - BOLDO

Nome científico: Pectranthus barbatus Andrews

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: India

Parte usada: Folhas

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Sinonímia: Tapete – de - oxalá, Boldo - brasileiro, boldo – do – reino, Sete – dores.

Características botânicas: herbácea perene, ramo de secção quadrangular, folha ovalada,

oposta, margem do limbo crenada, peluginosa em ambas as faces e pecíolo longo.

Inflorescência em cacho de cor lilás. Sensível ao frio.

Composição Química: essência (guaiano e fenchona), diversos diterpenos (brabatol,

barbatesina, cariocal e barbatisol) e taninos.

Propriedades Terapêuticas: digestiva: colerética e colagoga, ameniza azias, hepatoprotetor.

Modo de usar e dose: Infusão na doses para planta não tóxica.

23) FUNCHO

Nome científico: Foeniculum vulgare Miller

Famíla: Apiaceae (Umbelliferae) Origem: Europa e Ásia Menor

Parte usada: frutos (erroneamente chamados de sementes)

Sinonímia: funcho, falsa-erva doce, erva-doce, erva-doce-brasileira, falso-anis. Obs: muito

confundida com a Pimpinella anisum, a erva-doce estrangeira.

Características botânicas: erva perene ou bianual, entouceirada, aromática, 40-90cm de

altura, folhas compostas, pinadas, com folíolos reduzidos a filamentos. Frutos: oblongos, de

cerca de 4 mm de comprimento.

Composição química: óleo essencial (1-4%), composto principalmente pelo anetol (90-

95%), que lhe confere sabor adocicado e odor de anis. A d-fenchona lhe confere sabor amargo

e canforado. Por isso, esses dois compostos são os marcadores de qualidade. Em menores

quantidades: miristicina, metilchavicol, anisaldeido, linalol, e outros derivados terpênicos

oxigenados. Cumarinas, flavonóides, esteróides, ácidos málico, cafêico e clorogênico, óleo

fixo, proteínas. A luz solar provoca a transformação do trans-anetol, não tóxico, em cis-anetol

que é tóxico, com formação de dianetol e fotoanetol, que têm atividade estrogênica, o que, de

certo modo, explica a utilização desta planta nos casos de distúrbios menstruais

(dismenorréias) e como galactogogo.

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Controle de qualidade fitoquímico: óleo essencial (1-4%). Para as variedades ditas amargas,

o teor mínimo de anetol é 60% e de fenchona 15%. Para as variedades doces, 80% e 7,5%,

respectivamente (Simões, 2000).

Propriedades terapêuticas: estimulante das funções digestivas, carminativo, espasmolítico,

emenagogo, galactogogo, expectorante. Segundo Lorenzi (2000), em uso concomitante com

substâncias anticancerígenas evitou o aparecimento das reações secundárias próprias da

quimioterapia. Uso externo: cicatrizante e antiinflamatório. Os flavonóides do fruto

apresentam atividade antiinflamatória sinergizada pelos fitosteróis (β-sitosterol e

estigmasterol).

Outros usos: o óleo essencial é usado como edulcorante (corretor de sabor e cheiro) em

medicamentos, doces e licores.

Modo de usar e dose: Infusão na dose de frutos para planta não tóxica.

Precauções: o anetol e a miristicina em doses altas provocam convulsão. As cumarinas, por

serem fototóxicas, pela exposição solar, causam manchas, vesículas e edemas (Alonso, 2000)

24) GUACO

Nome científico: Mikania laevigata Schultz e Mikania glomerata Spreng

Famíla: Asteraceae (Compositae) Origem: Sul do Brasil

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Cacalia, Cipó – cicurijú, Coração – de – Jesus, Guaco – de – cheiro, Guaco- liso,

Guaco – trepador, Ermo – das – serpentes.

Características botânicas: Sub – arbusto perene e trepador. Caule circular e glabro. Folha

deltóide (triangular), ápice agudo e recurvado, margem do limbo inteira, oposta ao caule,

glabra, brilhante nas duas faces.

Composição Química: Cumarina, diterpenos (ácido caurenóico e ácido

cinamoilgrandiflórico), fitoesteróis (estigmasterol, campsterol e - sitosterol), ácidos graxos,

flavonóides.

Propriedades Terapêuticas: Antiinflamatório, broncodilatador (tratamento da bronquite e

asma leve), sinusite, tosse e expectorante.

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Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica.

Contra – indicação: mulheres grávidas (abortivo) - o ácido caurenóico estimula a contração

da musculatura lisa uterina. Efeitos indesejáveis: vômitos e diarréia em doses altas.

Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica.

25) HORTELÃS

Existem cerca de 40 espécies de hortelãs. As mais conhecidas e importantes são:

Nome científico: Mentha x piperita, Mentha arvensis, Mentha pullegium

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Europa, Norte da África e Ásia.

Parte usada: Folhas

Características botânicas gerais: herbácea perene aromática, com 30-50cm de altura, semi-

ereta, ramificado, talos quadrangulares de cor verde a roxa. Folhas membranáceas, elíptico-

acuminadas ou ovaladas, pubescentes ou não, opostas cruzadas, verdes ou arroxeadas.

Composição química: óleo essencial (1-4%) composto por mentol (33-55%), acetato de

mentilo(10-20%), mentona(9-31%), felandreno, limoneno, pineno, piperitona, pulegona,

cineol, viridoflorol, e outros. Taninos (6-12%); flavonoides (6%): apigenol, rutina, mentósido;

Triterpenos (ácido ursólico), ácidos fenólicos, ácido rosmarínico, princípios amargos.

Controle de qualidade fitoquímico: A Farmacopéia Européia preconiza os valores mínimos

para mentol (33-55%) e para mentona (14-32%). Os valores máximos para mentofurano e

pulegona não mais que 3%, devido aos efeitos hepatóxicos e de sabor amargo.

Propriedades terapêuticas: antiemético, espasmolítico, colerético, colagogo, antiflatulento,

antipruriginoso, analgésico de mucosas, hepatoregulador.

Efeitos adversos: em pessoas sensíveis ao mentol, pode ocorrer insônia e irritação nervosa.

Em crianças, inalação de mentol pode causar bronco e/ou laringoespasmo e depressão

cardíaca. A pulegona é hepatóxica, convulsivante, abortiva e as folhas jovens das mentas

são ricas nesse composto. Evitar na gravidez: seu chá pode provocar teratogenia.

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Modo de usar e dose: Infusão – na dose para planta não tóxica. Uso externo: maceração em

álcool para dores reumáticas, nevrálgicas e musculares.

26) MALVA

Nome científico: Malva neglecta Linné

Família: Malvaceae Origem: Europa, Ásia e África.

Parte usada: Folhas

Características botânicas: Planta herbácea anual ou perene. Folha longopeciolada,

cordiforme orbicular, com 5 a 7 lóbulos pouco profundos, levemente crenados, dependendo

da espécie(Malva neglecta 7 lóbulos arredondados, mais comum; Malva sylvestris 5

lóbulos), peluginosa (com pêlos característicos - estelares), com nervação palmada. Flores: a

corola é formada por 5 pétalas livres, róseo – violáceo. A planta é parasitada por fungo

(Puccinia malvacearum) quando velhas. Não devem ser utilizadas as plantas nestas

circunstâncias: reconhecem-se pelas manchas ferruginosas.

Composição Química: Mucilagem (ácido galacturônico), tanino, flavonóides, ácidos

fenólicos (clorogênico, cafeico e - cumarico), carotenos e vitaminas A, B e C.

Propriedades Terapêuticas: antiinflamatória (conjuntivite, gastrite), emoliente, cicatrizante,

antisséptica das vias respiratorias e região orofaríngea (bochechos) estomatite, gengivite,

aftas, extrações dentárias. Faringite, faringite, bronquite (suco). Antisséptica das vias urinárias

e laxante (infusão e banhos).

Modo de usar e dose: Infusão – na dose para planta não tóxica. Bochechos e gargarejos,

cataplasma (furunculoses, queimaduras leves e picadas de insetos), suco.

27) MANJERONA

Nome científico: Origanum majorana Linné

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Oriente Médio, Norte da África, Mediterrâneo.

.Parte usada: Folhas

Sinonímia: Flor de Himeneu, Amaracus, Majorana Hortensis.

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Características botânicas: herbácea perene, aromática, de pequeno porte. Folha oval,

oposta ao caule, curtopeciolada, peluginosa, margem do limbo inteira. Inflorescência branca e

pequena.

Composição Química: Óleo essencial (1-2%): cineol, terpineol, timol, borneol. Taninos.

Propriedades Terapêuticas: Antisséptico das vias respiratória, estimulante do apetite,

digestivo, carminativo, antiespasmódico (principalmente para cólicas menstruais),

antisséptico.

Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica.

28) MARACUJÁ

Nome científico: Passiflora sp

Família: Passifloraceae Origem: América do Sul

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Granadille

Características botânicas: Planta trepadeira perene, de caule quadrangular, com gavinhas.

Folha ovalada, aguda no ápice, glabra, margem do limbo inteira, alterna ao caule e peciolada.

As flores são grandes, vistosas, pentâmeras e de coloração arroxeada. Os frutos têm formato

ovóide, de coloração amarela e com muitas sementes.

Composição Química: Alcalóide (harmalina, passiflorina com sistema beta – carbonila,

como harmina e harmano, harmol), flavonóides (maracujina, vitexina, isvitexina, orientina e

luteolina).

Propriedades Terapêuticas: Calmante do SNC age semelhante aos benzodiazepínicos,

Modo de usar e dose: DECOCÇÃO para hidrolisar os princípios cianogênicos – uso oral, nas

doses para as plantas medicinais que não apresentam princípios ativos tóxicos.

Precauções: deve ser consumido com cautela por pessoas com pressão arterial baixa.

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29) MELISSA

Nome cientíifico: Melissa officinalis Linné

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Europa, norte da África.

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Erva-cidreira verdadeira, Cidrilha, Melissa romana,

Características botânicas: Planta herbácea perene, caule quadrangular, folhas opostas,

pecioladas, cordiformes, margem do limbo crenada, peluginosa pêlos tectores

pluricelulares. Inflorescência em glomérulo de coloração lilás.

Composição Química: Essência (citral, citronelal, citronelol, linalol, geraniol, limoneno,

pineno), taninos, ácidos fenólicos (clorogênico, cafeico e rosmarínico), sesquiterpenos,

lactonas.

Propriedades Terapêuticas: Calmante do SNC: age semelhante aos

benzodiazepínicos(devido ao linalol e terpineol); pode auxiliar em hipertireoidismo por inibir

receptores de TSH; pode produzir vasodilatação periférica e conseqüente hipotensão;

digestiva, carminativa, útil em discinesias biliares, antiespasmódica (devido ao citronelol);

herpes labial ( o extrato seco incorporado a creme é comercializado nos EUA com o nome

Herpilyn® e na Alemanha como Lomherpan®).

Contra-indicações: hipotireioidismo, gastrite, ulcera gástrica ou duodenal, fotosensibilização

(citral, geraniol e nerol), gravidez e lactação..

Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica.

30) MELHORAL

Nome científico: Salvia microphylla H.B.K.

Família: Lamiaceae Origem: México

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Erva cidreira, novalgina.

Características botânicas: Arbusto cultivado no Brasil, folhas pequenas, oval - obongas

opostas ao caule, margem do limbo crenada. Caule de secção quadrangular e inflorescência

em espiga de coloração púrpura.

Composição química: Essência. Espécie vegetal pouco estudada no aspecto químico.

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Propriedades terapêuticas: antimicrobiana, analgésica, calmante do sistema nervoso central,

digestiva.

Modo de usar: Infusão

31) PRONTO – ALÍVIO

Nome científico: Achillea sp e Achillea millefolium Linné

Família: Asteraceae (Compositae) Origem: Europa, Mediterrâneo.

Parte usada: partes aéreas.

Sinonímia: Mil – folhas, Mil – em – rama, Novalgina, Aquiléia.

Características botânicas: Planta herbácea perene, com estolhos delgados e fibrosos. Caules

aéreos com aproximadamente 60cm de altura. Folhas penatifidas (limbo reduzido a nervuras).

Inflorescências em capítulo florais dispostas em panículas terminais, de coloração branca.

Composição química: Óleo essencial (cineol, cânfora, azuleno, pineno, borneol), taninos,

flavonóides (apigenina, luteolina, artemitina, rutina), Cumarinas.

Propriedades terapêuticas: Antiespasmódico – relaxa a musculatura lisa combatendo

cólicas intestinais e menstruais (infusão). Analgésico nas dores musculares, reumáticas e

nevrálgicas (cataplasma ou maceração em alcool). Antiinflamatório - amigdalite, laringite,

faringite, (gargarejos e infusão) bronquite, gastrite (infusão), sinusites e rinites não alérgicas

(inalação), hemorróidas, reumatismo (cataplasma, maceração, infusão).

Antisséptico das vias urinárias (infusão e banhos).

Anti-hemorrágico Ação coagulante do sangue - Utilizada na odontologia, após extração

dentária e demais processos hemorrágicos (bochechos e infusão).

Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica. Maceração com álcool de

cereais por 10 dias.

32) QUEBRA – PEDRA

Nome científico: Phyllanthus niruri Linné

Família: Euphorbiaceae Origem: América do Sul e Central.

Parte utilizada: toda a planta

Sinonímia: Erva-pombinha, arrebenta-pedra, saxifraga, arranca- pedras

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Características botânicas: Planta herbácea anual, ereta, medindo 50cm de altura. Folha

composta por folíolos elípticos, alternas ao caule, membranáceas, glabra, margem do limbo

inteira. Frutos baciformes.

Composição química: Sesquiterpenos, triterpenos (golchidona), alcalóide (Phillantimide),

flavonóides (quercetrina, quercetina, rutina, nirurina), flavonas (orientina, vitelexina - 2” – O

– raminosíde e isovitexina), taninos, ácido cafeico, esteróides ( - sitosterol e estigmasterol).

Propriedades Terapêuticas: Sesquiterpenos dilata o ureter, facilitando a expulsão do

cálculo renal, antisséptico das vias urinárias. Age no metabolismo de formação dos cálculos

renais, ácido úrico e creatinina.

Phillantimide antiespasmódico

Diurético, aumenta a excreção de ácido úrico, dissolve cálculos renais (litolítico) e afecções

renais. Analgésico

Antiviral tratamento da hepatite B, quebra o RNA do virus em 5 partes.

33) SALSA

Nome científico: Petroselium crispum (Mill.) Nyman (Petroselinum sativum Hoffin)

Família: Apiaceae (Umbelliferae) Origem: Grécia, Norte da África, Sudoeste asiático

Parte usada: 0,1% do óleo na raíz, 0,3% na folha, e 2 a 7% nos frutos

Características botânicas: Planta herbácea anual, as folhas são profundamente recortadas,

composta em lacíneas. As raízes são fusiformes, de dimensões variáveis, 20 a 30cm de

diâmetro, enrugada e circularmente em anéis.

Composição Química: Óleo essencial (miristicina e apiol), taninos e furanocumarinas (

psoralens)

Propriedades Terapêuticas: cálculos renais, antisséptico das vias urinárias, aquaréticas

miristicina e apiol – ação revulsivante do epitélio renal, conseqüentemente aumentando o

fluxo sangüíneo e a taxa de filtração glomerular.

Modo de usar e dose: Infusão e saladas.

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Contra – indicações: mulheres grávidas – abortiva, por estimular a contração uterina.

Pessoas com pele clara e fotossensíveis - furanocumarinas causam fotossensibilidade na

exposição à luz solar e câncer de pele.

34) SÁLVIA

Nome científico: Salvia officinalis Linné

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Oriente médio, Sul dos Balcans

Sinonímia: Salva, Salva-das-boticas, Salva-de-remédio, Chá-da-Grécia, Erva-sagrada.

Parte utilizada: Folhas

Características botânicas: Planta herbácea, perene, de pequeno porte. Folhas opostas,

oblongas, limbo rugoso, margem do limbo crenada, peluginosa, pecíolo longo. Flores

violáceas.

Composição química: Óleo essencial – 1,5 a 2,5% contendo β e α-tuiona (35 a 60%),

αterpineol, linalol, mirceno, canfeno, limoneno, timol, cineol, cânfora, borneol, triterpeno

(ácido ursólico), ácido rosmarínico, taninos, princípios amargos (diterpenos fenólicos),

flavonóides, principio estrogênico (1 kg de planta seca=cerca de 6000UI de estrona.).

Propriedades terapêuticas: Antiinflamatória (amigdalites, laringites, faringites,

expectorante), antisséptico das vias respiratórias. Externamente, usada em gengivites, pois

tem propriedades bacteriostática e adstringente.

Modo de usar e dose: Infusão – na dose estabelecida para planta medicinal que não tem

princípio ativo tóxico.

35) SERRALHA

Nome científico: Sonchus oleracens

Família: Asteraceae (Compositae)

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Chicória brava, serralheira

Características botânicas: herbácea anual, medindo cerca de 50cm de altura, com

reprodução por sementes. Folhas alternas, roncinadas, com segmentos triangulares, margem

do limbo serrilhada. Inflorescência terminal, de coloração amarela.

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Composição Química: Sesquiterpenos lactonas (princípios amargos), sais minerais.

Propriedades Terapêuticas: Estimulante das funções hepáticas, diurético, depurativo e

laxante.

Modo de usar e dose: Ingerir como salada ou infusão na dose para planta não tóxica.

36) TANCHAGEM

Existem cerca de 260 espécies. As espécies mais importantes registradas em farmacopeias

são:

Nome científico: Plantago major Hook

Plantago lanceolata Linné

Plantago australis Linné

Família: Plantaginaceae Origem: Europa, Ásia e Norte da África

Parte usada: folhas e sementes

Sinonímia: Penicilina, Tanchais, Cinco nervos, Transagem, Tranchagem, Plantago.

Características botânicas: Planta herbácea anual, com as folhas distribuídas em roseta sobre

o solo. Do centro da roseta emerge um caule com uma inflorescência em forma de espiga, que

chega a atingir até 40cm de altura.

Plantago major folhas ovaladas com pêlos, com margem ondulada, pecíolo longo.

Plantago lanceolata folha lanceolada, apeciolada, margem do limbo denteada, com pêlos,

paralelinérveas (nervuras paralelas)

Plantago australis folha elíptica, apeciolada, margem do limbo denteada, com pêlos,

paralelinérveas (nervuras paralelas).

Composição Química: Taninos, flavonóides, mucilagem.

Propriedades Terapêuticas: Folhas antisséptica em geral (antibacteriano –

Staphylococcus aureus presentes nas feridas abertas da pele, secreções vaginais e na região

orofarínge), antiinflamatória (laringite, faringite, bronquite), cicatrizante. Tratamento da

leucorréia e infecções intestinais.

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Sementes anti-helmíntica e laxante.

Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica.

37)TOMILHO

Nome científico: Thymus vulgaris Linné ou Thymus zygis Linné

Família: Lamiaceae (Labiatae) Origem: Região Mediterrânea

Parte usada: Folhas

Sinonímia: Timo

Características botânicas: Planta herbácea perene, de até 20cm de altura. Folhas pequenas,

lanceoladas, opostas ao caule e margem do limbo inteira.

Composição Química: Essência: principalmente timol (2-isopropil-5-metil-fenol) e seu

isômero de posição, o carvacrol (5-isopropil-2-metil-fenol) que perfazem 40-50% do óleo.

Outros: - cimeno, carvacrol, cineol, borneol, linalol, geraniol, cariofileno; taninos,

flavonóides (luteolina).

Marcadores para controle de qualidade fitoquimico: A Farmacopéia Européia preconiza

um teor mínimo de 1,5% de óleo, com teor mínimo de 0,5% de fenóis, calculado como timol

(SIMÕES, 2000).

Propriedades Terapêuticas: antisséptico das vias respiratórias (estomatites, gengivites,

laringite, faringite, sinusite, bronquite, expectorante), antimicótico, antiespasmódico, anti-

helmíntico (combate Ascaris lumbricoides) e anti - parasitário (pediculose). O timol e o

carvacrol apresentam maior atividade antifúngica que o fenol e, ao mesmo tempo, menor

toxicidade (SIMÕES, 2000)

Modo de usar e dose: Infusão na dose para planta não tóxica. Estomatite, gengivite –

bochechar com o infuso. Laringite e faringite – gargarejar com o infuso. Sinusite e rinite –

inalação. Bronquite – ingerir o chá. Potente antimicótico – aplicar cataplasma sobre o local

acometido por micose ou área lesionada da pele.

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38) URUCUM

Nome científico: Bixa orellana L

Família: Bixaceae Origem: Norte do Brasil e da América do Sul

Parte usada: Sementes, raiz e folhas

Sinonímia: colorau, ipiacu.

Características botânicas: árvore de 3-8 m de altura, folhas lisas, alternas, ovais de base

reta, medindo 15 a 20 cm de largura, ápice acuminado, pecíolo longo e reto, glabras.

Composição química: Sementes - Provitamina A (carotenóides: bixina, betabixina e

metilbixina) numa proporção de 1000 a 2000 UI por grama de semente seca. Flavonóides,

diterpenos.

Propriedades terapêuticas: adstringentes, febrífugas, antidisentérica, diuréticas,

afrodisíacas. Sobre queimaduras evita formação de bolhas. Na Columbia usa-se para

amigdalites e Herpes zoster.

Modo de usar e dose: planta não tóxica, fazer infusão ou maceração em água fria.

Advertência: apesar dos índios o usarem para proteger a pele, há relatos de graves

queimaduras por exposição ao sol em óleos bronzeadores caseiros, o que pode ser facilmente

relacionado com a quantidade de provitamina A que contém.

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BIBLIOGRAFIA

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