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LÍNGUA LÍNGUA PORTUGUESA 1 PORTUGUESA 1 OFICINA DE TEXTO - PORTUGUÊS I - Prof. Lourildo Costa - ANO: 2011 Página 1

APOSTILA PORTUGUES I IBE

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LÍNGUALÍNGUA

PORTUGUESA 1PORTUGUESA 1

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1º ANO Bacharel em Teologia

ABRIL – 2011

Objetivos da Disciplina: Trazer aos alunos conhecimentos básicos da gramática,

possibilitando um encadeamento entre os fenômenos linguísticos e a sua realidade

diária, minimizando problemas referentes à língua falada; fazer com que o corpo discente

torne-se capaz de criticar, redigir à luz dos padrões linguísticos.

UNIDADE IINTRODUÇÃO

HISTÓRICA

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Português na História: Curiosamente, o português surgiu da mesma língua que originou a maioria dos idiomas europeus e asiáticos. Com as inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial existente acabou subdividida em cinco ramos: o helênico, de onde veio o idioma grego; o românico, que originou o português, o italiano, o francês e uma série de outras línguas denominadas latinas; o germânico, de onde surgiram o inglês e o alemão; e finalmente o céltico, que deu origem aos idiomas irlandês e gaélico. O ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a outras diversas línguas atualmente faladas na Europa Oriental.

O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas: o latim clássico, que era empregado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, senadores, etc.), e o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo.

O português originou-se do latim vulgar, que foi introduzido na península Ibérica pelos conquistadores romanos. Damos o nome de neolatinas às línguas modernas que provêm do latim vulgar. No caso da Península Ibérica, podemos citar o catalão, o castelhano e o galego-português, do qual resultou a língua portuguesa.

Localização da Península Ibérica -(mapa escuro) na Europa, delineando os dois principais países da região, Espanha e Portugal.

O domínio cultural e político dos romanos na península Ibérica impôs sua língua, que, entretanto, misturou-se com os substratos lingüísticos lá existentes, dando origem a vários dialetos,

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genericamente chamados romanços (do latim romanice, que significa "falar à maneira dos romanos"). Esses dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até constituírem novas línguas. Quando os germânicos, e posteriormente os árabes, invadiram a Península, a língua sofreu algumas modificações, porém o idioma falado pelos invasores nunca conseguiu se estabelecer totalmente.

Somente no século XI, quando os cristãos expulsaram os árabes da península, o galego-português passou a ser falado e escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos originados pelo contato do árabe com o latim. O galego-português, derivado do romanço, era um falar geograficamente limitado a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo aos atuais territórios da Galiza e de Portugal.

Em meados do século XIV, evidenciaram-se os falares do sul, notadamente da região de Lisboa. Assim, as diferenças entre o galego e o português começaram a se  acentuar. A consolidação de autonomia política, seguida da dilatação do império luso consagrou o português como língua oficial da nação. Enquanto isso, o galego se estabeleceu como uma língua variante do espanhol, que ainda é falada na Galícia,  situada na região norte da Espanha.

 As grandes navegações, a partir do século XV d.C. ampliaram os domínios de Portugal e levaram a Língua Portuguesa às novas terras da África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe), ilhas próximas da costa africana (Açores, Madeira), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), Oceania (Timor) e América (Brasil).

A Evolução da Língua Portuguesa:

Destacam-se alguns períodos:

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1) Fase Proto-histórica

Compreende o período anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade usada apenas em documentos, por esta razão também denominada de latim tabeliônico).

2) Fase do Português Arcaico

Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos distintos:

a) do século XII ao XIV, com textos em galego-português;

b) do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português.

3) Fase do Português Moderno

Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características do português atual. A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de Oliveira publicou a primeira gramática de Língua Portuguesa, a "Grammatica de Lingoagem Portuguesa". Seu estilo baseava-se no conceito clássico de gramática, entendida como "arte de falar e escrever corretamente".

Linguagem: É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, por exemplo). Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.

Tipos de Linguagem:

A linguagem pode ser:Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

As figuras nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a informação).

Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a

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linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc. As figuras ao lado fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

Língua Falada e Língua Escrita: Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.

No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.

Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.

Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.

Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.

Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a íngua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.

Qual a maior palavra da língua portuguesa?: A maior palavra da língua portuguesa possui 46 letras e ganhou registro definitivo em 2001, quando apareceu no dicionário Houaiss. Estamos falando de pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico. Antes, o título pertencia ao advérbio "anticonstitucionalissimamente", que tem 29 letras e descreve algo que é feito contra a constituição. O vice era "oftalmotorrinolaringologista", com 28 letras, que se refere ao especialista nas doenças dos olhos, ouvidos, nariz e garganta.

O Houaiss é o campeão de palavras na língua portuguesa, mas não traz, por exemplo, palavras da química que têm dezenas de sílabas, usadas para definir compostos. Uma delas é "tetrabromometacresolsulfonoftaleína", que tem 35 letras e indica um corante usado em reações. "Palavras como essa são muito específicas e só aparecem em glossários de terminologia química", diz o filólogo Mauro Villar, do Instituto Antônio Houaiss.

Entenda cada parte desse vocábulo de 46 letras:

Pnmeumoultramicroscópico

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Pneumo - Pulmão

Ultra - Fora de

Microscópico - Muito pequeno

Silicovulcanoconiótico

Sílico - Vem de silício, um elemento químico presente no magma vulcânico

Vulcano - Vindo de um vulcão

Coniótico - Vem de coniose, doença causada por inalação de pós em suspensão no ar.

Tudo isso junto...

Pessoa que sofre de uma doença pulmonar, a pneumoconiose, causada pela aspiração de cinzas vulcânicas!

Dia da Língua Portuguesa: Você sabia que o dia 10 de junho foi escolhido para representar o Dia da Língua Portuguesa? Essa data marca o aniversário da morte de Luiz Vaz de Camões, um dos maiores poetas portugueses. Camões acompanhou grande parte das aventuras marítimas dos portugueses, conhecendo e escrevendo também sobre as aventuras de seus antepassados. Ele faleceu no dia 10 de junho de 1580.

Níveis de Língua:

Uma língua não é algo estático que se estende, por igual, a várias regiões. Não só evolui com o tempo (variação diacrônica - do grego: dia + khronos = "através de" + "tempo"), como também apresenta variações consoante o indivíduo que a usa e a sua intenção discursiva. De um modo geral, estas variações são de três ordens: a Variação Geográfica ou Diatópica - (do grego: dia + topos = "através de" + "lugar") variação que ocorre de local para local, característica de uma região ou até de um continente. A Variação Sociocultural ou Diastrática - (do grego: dia + stratos = "através de" + "nível") variação que ocorre entre as diversas camadas e grupos sociais e culturais. A Variação de Modalidade Expressiva ou Diafásica - (do grego: dia + phasis = "através de" + "discurso") variação que ocorre entre diferentes modos específicos de comunicar (certas linguagens específicas tais como a língua falada, a língua escrita e as linguagens especiais, como a gíria), e que ocorre de acordo com as diversas situações (variação entre a linguagem quando se fala com um juiz e com um vizinho no café). Estas variações ocorrem a todos os níveis de uma língua: fonético, fonológico, morfológico, sintático, lexical. Não sendo a regra que as variações impeçam o processo normal da comunicação, em certos casos acontece os indivíduos não se entenderem.

Variações Geográficas: As variações geográficas são conhecidas como dialetos ou falares, que podem ser regionais ou locais. Podem afastar-se pouco da linguagem corrente, ou da chamada Língua Padrão (aquela que identifica a forma correta de se falar numa língua), usando só alguns regionalismos (vocábulos ou expressões típicas de uma região), ou podem afastar-se tanto que mal são reconhecidas, sem, apesar disso, serem consideradas línguas.

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Variações Socioculturais: Estas variações são conhecidas como níveis de língua, e são usadas por cada indivíduo de acordo com o seu nível social e/ou cultural, as suas intenções assim como a situação discursiva em que se encontra.

A linguagem corrente: corresponde à norma, ou seja, é o nível de língua mais acessível e usado. Apresenta uma linguagem simples, fazendo uso de palavras, expressões e construções mais usuais de uma língua. A linguagem cuidada: faz uso de vocabulário e sintaxe elaborados, sendo aquela que mais se identifica com o ideal de correção numa língua - a Língua Padrão.

A linguagem familiar: faz uso de vocabulário e sintaxe simples e pouco variadas. A linguagem literária: faz uso de vocabulário e sintaxe muito elaborados e complexos, sendo extremamente rica e sugestiva.

A linguagem popular: faz uso de um vocabulário muito próprio, recorrendo por vezes a regionalismos, gíria e calão. Em termos gramaticais, é muitas vezes incorreta.

Variações de Modalidade Expressiva: Estas variações vem, de novo, provar a artificialidade presente em tantas definições, que pretendem categorizar certos elementos e fenômenos. Os níveis de língua, mencionados no ponto anterior, existem em duas variantes: a língua falada e a língua escrita; que são, em si, variações de modalidade expressiva. No entanto, este tipo de variações são, talvez, mais observadas ao nível das linguagens especiais: gíria, calão, regionalismos e linguagem técnico-científica.

A gíria: diz respeito a um conjunto de vocábulos e expressões, características de certos grupos socio-profissionais e classes sociais, a que se recorre quando a linguagem corrente não consegue dar resposta a certas necessidades da comunicação, ou quando se deseja manter um certo sincretismo. Assim, existem gírias de estudantes, médicos, engenheiros; mas também existem gírias (em certos casos são quase dialetos) de homens, religiosos, mulheres.

O calão: diz respeito a um tipo de linguagem comum nas classes mais baixas, sendo conhecida como uma "língua de rua" (português de rua, inglês de rua, francês de rua, etc.).

Os regionalismos: estão intimamente ligados à variação geográfica, sendo vocábulos e expressões características de uma dada região.

A linguagem técnico-científica: diz respeito a um discurso que faz uso de um vocabulário específico e rigoroso usado por uma certa ciência ou técnica para descrever situações que lhes digam respeito.

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UNIDADE II FONOLOGIA

Classificação dos Fonemas:

Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais: As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, desempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal.

   Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser:

a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca.Por Exemplo: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Por Exemplo: /ã/:   fã, canto, tampa - /ē/: dente, tempero - /ĩ/: lindo, mim - /õ/ bonde, tombo - /ũ/ nunca, algum

c) Átonas: pronunciadas com menor intensidade. Por Exemplo: até, bola.

d)Tônicas: pronunciadas com maior intensidade. Por Exemplo: até, bola.

Quanto ao timbre, as vogais podem ser:

a)- Abertas: Exemplos: pé, lata, pó

b)- Fechadas: Exemplos: mês, luta, amor

c)- Reduzidas: - Aparecem quase sempre no final das palavras. Exemplos: dedo, ave, gente

Quanto à zona de articulação:

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a)- Anteriores ou Palatais: - A língua eleva-se em direção ao palato duro (céu da boca). Exemplos: é, ê, i

b)- Posteriores ou Velares: - A língua eleva-se em direção ao palato mole (véu palatino). Exemplos: ó, ô, u

c)- Médias: - A língua fica baixa, quase em repouso. Por Exemplo: a

2) Semivogais: Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de semivogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está no fato de que estas últimas não desempenham o papel de núcleo silábico.

   Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o a. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico i não é tão forte quanto ele. É a semivogal. 

Outros exemplos: saudade, história, série.

Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na escrita por" e", "o" ou "m".

Veja: pães /pãis/ - mão /mãu/ - cem /cēi/

3) Consoantes: Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam ("soam com") as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.

Sílaba: A - MOR  - A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma vogal em  cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra.

Atenção: as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar semivogais.

Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas:

1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exemplos: mãe - flor - lá - meu.

2) Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé - i-ra - a-í - trans-por.

3) Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne-ma - pró-xi-mo - pers-pi-caz - O-da-ir.

4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exemplos: a-ve-ni-da - li-te-ra-tu-ra - a-mi-ga-vel-men-te - o-tor-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta .

Divisão Silábica:

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Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:

a) Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: foi-ce - a-ve-ri-guou.

b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exemplos: cha-ve - ba-ra-lho - ba-nha - fre-guês - quei-xa.

c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go - re-fres-co.

d) Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin-ga - fi-el - sa-ú-de.

e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. Exemplos: car-ro - pas-sa-re-la - des-cer - nas-ço - ex-ce-len-te.

f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas, excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r. Exemplos: ap-to bis-ne-to - con-vic-ção - a-brir - a-pli-car.

Ortoépia ou Ortoepia:

A palavra ortoépia se origina da união dos  termos gregos orthos, que significa "correto" e hépos, que significa "palavra". Assim, a ortoépia se ocupa da correta produção oral das palavras.

Preceitos:

1) A perfeita emissão de vogais e grupos vocálicos, enunciando-os com   nitidez, sem acrescentar nem omitir  ou alterar fonemas, respeitando o timbre (aberto ou fechado) das vogais tônicas, tudo de acordo com as normas da fala culta.

2) A articulação correta e nítida dos fonemas consonantais.

3) A correta e adequada ligação das palavras na frase.

Veja a seguir alguns casos frequentes de pronúncias corretas e errôneas, de acordo com o padrão culto da língua portuguesa no Brasil

CORRETAS ERRÔNEAS

Adivinhar advinharAdvogado AdevogadoApropriado ApropiadoAterrissar AterrisarBandeja Bandeija

Bochecha BuchechaBoteco Buteco

Braguilha BarguilhaBueiro Boeiro

Cabeleireiro Cabelereiro

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Caranguejo Carangueijo Prosódia:

A prosódia ocupa-se da correta emissão de palavras quanto à posição da sílaba tônica, segundo as normas da língua culta. Existe uma série de vocábulos que, ao serem proferidos, acabam tendo o acento prosódico deslocado. Ao erro prosódico dá-se  o nome de silabada.

Observe os exemplos.

1) São oxítonas:

Condor - novel - ureter - mister - Nobel - ruim.

2) São paroxítonas:

Austero - ciclope - Madagáscar - recorde - caracteres - filantropo pudico(dí) - rubrica

3) São proparoxítonas:

Aerólito - lêvedo - quadrúmano - alcíone - munícipe - trânsfuga.

   Existem palavras cujo acento prosódico é incerto, mesmo na língua culta. Observe os exemplos a seguir, sabendo que a primeira pronúncia dada é a mais utilizada na língua atual.

acrobata – acróbata - réptil – reptil - Bálcãs – Balcãs - xerox – xérox - projétil – projetil - zangão – zângão.

Acentuação Gráfica:

Acento Prosódico e Acento Gráfico:

Todas as palavras de duas ou mais sílabas possuem uma sílaba tônica, sobre a qual recai o acento prosódico, isto é, o acento da fala. Veja:

es - per - te - za

ca - pí - tu - lo

tra - zer

e - xis - ti - rá

Dessas quatro palavras, note que apenas duas receberam o acento gráfico. Logo, conclui-se que:

Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as palavras que possuem duas ou mais sílabas. Já o acento gráfico se caracteriza por marcar a sílaba tônica de algumas palavras. É o acento da escrita.

Na língua portuguesa, os acentos gráficos empregados são:

1-Acento Agudo (´ ): utiliza-se sobre as letras a, i, u e sobre o  e da sequência -em, indicando que essas letras representam as vogais das sílabas tônicas. Exemplos: Pará, ambíguo, saúde, vintém. OFICINA DE TEXTO - PORTUGUÊS I - Prof. Lourildo Costa - ANO: 2011 Página 12

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Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais tônicas com timbre aberto. Exemplos: pé, herói

2- Acento Grave (`): indica as diversas possibilidades de crase da preposição "a" com artigos e pronomes. Exemplos: à, às, àquele

3- Acento Circunflexo (^): indica que as letras e e o representam vogais tônicas, com timbre fechado. Pode surgir sobre a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente diante de m, n ou nh. Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo.

4- Til (~): indica que as letras a e o representam vogais nasais. Exemplos:  balão, põe

Regras de Acentuação Gráfica:

Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.

Proparoxítonas: Sílaba tônica na antepenúltima sílaba.

As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos:

Trágico - patético - árvore.

Paroxítonas: Sílaba tônica na penúltima sílaba. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

l fácil n pólen r cadáver ps bíceps x tórax us vírus i, is júri, lápis

om, ons iândom, íonsum, uns álbum, álbuns

ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãosditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas – Exemplo: hífen, mas as que terminam em "ens", não são acentuadas. Exemplo: hifens - jovens.

2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r". Exemplo: semi - super.

3)  Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s) - oa(s) - eo(s) - ua(s) - ia(s) - ue(s) - ie(s) - uo(s) -io(s).

Exemplos: várzea - mágoa - óleo - régua - férias - tênue - cárie - ingênuo - início.

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Oxítonas : Sílaba tônica na última sílaba.

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

a(s): sofá, sofás

e(s): jacaré, vocês

o(s): paletó, avós

em, ens: ninguém, armazéns

Exercícios de Fonologia

1. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são as letras que a compõem é:

a) Importância

b) Milhares

c) Sequer

d) Técnica

e) Adolescente

2. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não um, mas dois fonemas?

a) Exemplo

b) Complexo

c) Próximos

d) Executivo

e) Luxo

3. Qual palavra possui dois dígrafos?

a) fecharb) sombra c) ninharia d) correndo e) pêssego

4. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato, ditongo.

a) jamais / Deus / luar / daí b) joias / fluir / jesuíta / fogaréuc) ódio / saguão / leal / poeirad) quais / fugiu / caiu / história

5. Por que a forma verbal "há" leva acento ortográfico?

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a) É um monossílabo átono.b) É forma verbal.c) É palavra sem valor semântico. d) É monossílabo tônico terminado em "a". e) A vogal "a" possui timbre aberto.

6. Assinale a opção em que todas as palavras se acentuam pela mesma regra.

a) ananás - pajé - só b) fórceps - árvore - péssimoc) toró - piauí - café d) balaústre - caí - substituíste e) réu - pó - má

7. A alternativa em que duas palavras destacadas do texto recebem acento gráfico pelo mesmo motivo é:

a) inevitável - políticas b) é - porquê c) vários - históriad) contrário - países e) três - têm

8. Assinale a alternativa em que as três palavras são acentuadas de acordo com a mesma regra:

a) espécie - até - zoólogob) você - contrário - palácioc) alienígena - nós - biológicad) cérebro - próprio  - Césare) inglês - também - chimpanzé

9. Assinale a palavra que não se completa com "i", e sim com "e".

a) pr_vilégio b) _pecilho c) pát_o d) dent_frício e) pont_agudo

10. Assinale a alternativa cujas palavras estão todas corretamente grafadas.

a) pajé, xadrês, flecha, mixto, aconchegob) abolição, tribo, pretensão, obsecado, cansaçoc) gorjeta, sargeta, picina, florecer, consiliar d) xadrez, ficha, mexerico, enxame, enxurradae) pagé, xadrês, flexa, mecherico, enxame

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UNIDADE IIIMORFOLOGIA

VERBOS:

Verbo : é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos:

ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer); desejo (querer).

O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados.

Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

Estrutura das Formas Verbais:

Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:

a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

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b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r

São três as conjugações:

1ª - Vogal Temática - A - (falar)

2ª - Vogal Temática - E - (vender)

3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo: falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) 

d) Desinência número-pesssoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).

Por exemplo: falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)

Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificação dos Verbos:

Classificam-se em:

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical.

Por exemplo: canto     cantei      cantarei     cantava      cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas desinências. Por exemplo: faço     fiz      farei     fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se em: impessoais, unipessoais e pessoais.

Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais). Por exemplo: Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam). Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram). Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão). Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

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b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) Por exemplo: Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Era primavera quando a conheci. Estava frio naquele dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc.

Quando, porém, se constrói, "Amanheci mal-humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal. Por exemplo: Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis. 2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.: Basta de tolices. Chega de blasfêmias. 3. os verbos estar e ficar em orações tais como: Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais. 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo: Não deu para chegar mais cedo. Dá para me arrumar uns trocados?

EXERCÍCIOS

1. Neste período: "Talvez os diretores antevejam uma solução para o caso", indique o modo e o tempo do verbo.

a) subjuntivo – presente ( )

b) indicativo - pretérito perfeito ( )

c) subjuntivo – futuro ( )

d) nenhuma das anteriores ( )

2. Indique a alternativa que contenha o verbo "querer" conjugado na primeira pessoal do singular do futuro do presente (indicativo).

a) Amanhã eu queria ver os cadernos. ( )

b) Amanhã eu quero ver os cadernos. ( )

c) Amanhã eu queira ver os cadernos. ( )

d) Amanhã eu quererei ver os cadernos. ( )

3. "Nem sempre nós ................... (ir - pretérito imperfeito do indicativo) lá com vontade."Indique a conjugação correta.

a) Iríamos ( )

b) íamos ( )

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c) fôramos ( )

d) vamos ( )

4. Indique a alternativa absolutamente correta. Lembre-se de que estamos tratando agora dos verbos abundantes.

a) O funcionário não deveria ter aceitado a incumbência. ( )

b) O funcionário não deveria ter aceito a incumbência. ( )

c) As duas alternativas anteriores estão corretas. ( )

d) Nenhuma das alternativas está correta. ( )

Pronomes:

Pronome : é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma. Exemplos: A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! - [substituição do nome] - A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita! [referência ao nome] - Essa moça morava nos meus sonhos! - [qualificação do nome]

Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.

Exemplos: Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. - [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]

Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]

A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]

Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Exemplos: [Fala-se de Roberta] - Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano. [nossa: pronome que qualifica "escola" = concordância adequada] [neste: pronome que determina "ano" = concordância adequada] - [ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada].

Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.

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Pronomes Pessoais

   São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para fazer referência a pessoa ou pessoas de quem fala.

   Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.

Pronome Reto

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.

Por exemplo:

Nós lhe ofertamos flores

Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:

- 1ª pessoa do singular: eu - 2ª pessoa do singular: tu

- 3ª pessoa do singular: ele, ela - 1ª pessoa do plural: nós

- 2ª pessoa do plural: vós - 3ª pessoa do plural: eles, elas

Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como complementos verbais na língua-padrão. Frases como "Vi ele na rua" , "Encontrei ela na praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui".

Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto.

Por exemplo: Fizemos boa viagem. (Nós)

Pronomes Possessivos

São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Por exemplo: Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)

Observe o quadro:

NÚMERO PESSOA PRONOME

singular primeira meu(s), minha(s)

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singular segunda teu(s), tua(s)

singular terceira seu(s), sua(s)

plural primeira nosso(s), nossa(s)

plural segunda vosso(s), vossa(s)

plural terceira seu(s), sua(s)

Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído.

Por exemplo: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.

Observações:

1 - A forma seu não é um possessivo quando resultar da alteração fonética da palavra senhor. Por exemplo: - Muito obrigado, seu José.

2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como:

a) indicar afetividade. Por exemplo: - Não faça isso, minha filha.

b) indicar cálculo aproximado.

Por exemplo: Ele já deve ter seus 40 anos.

c) atribuir valor indefinido ao substantivo.

Por exemplo: Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.

3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Por exemplo: Vossa Excelência trouxe sua mensagem?

4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo. Por exemplo: Trouxe-me seus livros e anotações.

5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de possessivo. Por exemplo: Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)

Pronomes Demonstrativos

 Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.

No espaço:

Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro está perto da pessoa que fala.

Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala.

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Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.

 Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.Exemplos: Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade destinatária).Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia a mensagem).

No tempo:

Este ano está sendo bom para nós. O pronome este refere-se ao ano presente.

Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse refere-se a um passado próximo.

Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se referindo a um passado distante.

 - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe:

Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).

Invariáveis: isto,  isso, aquilo.

- Também aparecem como pronomes demonstrativos:

o (s), a (s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Por exemplo:

Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)

Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)

mesmo (s), mesma (s):

Por exemplo: Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.

próprio (s), própria (s):

Por exemplo: Os próprios alunos resolveram o problema.

semelhante (s):

Por exemplo: Não compre semelhante livro.

tal, tais:

Por exemplo: Tal era a solução para o problema.

Pronomes Indefinidos: São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade indeterminada. Por exemplo: Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.

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Não é difícil perceber que "alguém"  indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer revelar. 

Classificam-se em:

Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.

São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.

Por exemplo: Algo o incomoda? Quem avisa amigo é.

Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada.

São eles: cada, certo(s), certa(s).

Por exemplo: Cada povo tem seus costumes. Certas pessoas exercem várias profissões. Note que:

Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora pronomes indefinidos adjetivos:

algum, alguns, alguma(s), bastante(s) ( = muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.

Por exemplo: Menos palavras e mais ações. Alguns contentam-se pouco.

Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e invariáveis. Observe o quadro:

São locuções pronominais indefinidas:

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Variáveis Invariáveis

Singular Plural

Masculino Feminino Masculino Feminino

algumnenhum

todomuitopoucováriotantooutro

quanto

algumanenhuma

todamuitapoucaváriatantaoutra

quanta

algunsnenhuns

todosmuitospoucosváriostantosoutros

quantos

algumasnenhumas

todasmuitaspoucasváriastantasoutras

quantas

qualquer   quaisquer

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cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra etc.Por exemplo: Cada um escolheu o vinho desejado.

Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos que existem alguns grupos que criam oposição de sentido. É o caso de:

algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo;

todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade negativa;

alguém/ninguém, que se referem a pessoa, e algo/nada, que se referem a coisa;

certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.

Essas oposições de sentido são muito importantes na construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem parte:

Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prático.

Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pessoas quaisquer.

Pronomes Relativos: São pronomes relativos aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.

Por exemplo: O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros. (afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).O pronome relativo "que" refere-se à palavra "sistema" e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra "sistema" é antecedente do pronome relativo que.

O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.

Por exemplo: Não sei o que você está querendo dizer.

Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.

Por exemplo: Quem casa, quer casa.

Observe o quadro abaixo:

Quadro dos Pronomes Relativos

VariáveisInvariáveis

Masculino Feminino

o qualcujo

os quaiscujos

a qualcuja

as quaiscujas

quemque

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quanto quantos quanta quantas onde Note que:

a) O pronome que é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um substantivo.

Por exemplo: O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção.(= o qual) A cantora que acabou de se apresentar é péssima.(= a qual) Os trabalhos que eu fiz referm-se à corrupção. (=os quais) As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como "que", "quem", "onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referência a pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:

Por exemplo: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de que neste caso geraria ambiguidade.) Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar que depois de sobre.) c) O relativo "que" às vezes equivale a o que, coisa que, e se refere a uma oração.

Por exemplo: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.

Pronomes Interrogativos: São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).

Por exemplo: Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes. Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.

Pronomes Substantivos : são aqueles que substituem um substantivo ao qual se referem.

Por exemplo: Nem tudo está perdido. (Nem todos os bens estão perdidos.) Aquilo me deixou alegre.  Obs.: ao assumir para si as características do nome que substitui, o pronome seguirá todas as demais concordâncias (gênero - número -  pessoa do discurso - marca de sujeito inanimado - marca de situação no espaço).

Pronomes Adjetivos : são aqueles que acompanham o substantivo com o qual se relacionam, juntando-lhe uma característica.

Por exemplo: Este moço é meu irmão. Alguma coisa me deixou alegre.

Observação: a classificação dos pronomes em substantivos ou adjetivos não exclui sua classificação específica.

Por exemplo: Muita gente não me entende. ( muita = pronome adjetivo indefinido). Trouxe o meu ingresso e o teu. ( meu =  pronome adjetivo possessivo / teu = pronome substantivo possessivo).

Preposição : é a palavra que estabelece uma relação entre dois ou mais termos da oração. Essa relação é do tipo subordinativa, ou seja, entre os elementos ligados pela preposição não há

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sentido dissociado, separado, individualizado; ao contrário, o sentido da expressão é dependente da união de todos os elementos que a preposição vincula.

Exemplos: Os amigos de João estranharam o seu modo de vestir.

amigos de João / modo de vestir: elementos ligados por preposição de: preposição

Ela esperou com entusiasmo aquele breve passeio.

esperou com entusiasmo: elementos ligados por preposição

com: preposição

Esse tipo de relação é considerada uma conexão, em que os conectivos cumprem a função de ligar elementos. A preposição é um desses conectivos e se presta a ligar palavras entre si num processo de subordinação denominado regência.

Diz-se regência devido ao fato de que, na relação estabelecida pelas preposições, o primeiro elemento – chamado antecedente - é o termo que rege, que impõe um regime; o segundo elemento, por sua vez – chamado consequente – é o termo regido, aquele que cumpre o regime estabelecido pelo antecedente.

Exemplos:

A hora das refeições é sagrada.

hora das refeições: elementos ligados por preposição

de + as = das: preposição

hora: termo antecedente = rege a construção "das refeições"

refeições: termo consequente = é regido pela construção "hora da"

Alguém passou por aqui. passou por aqui: elementos ligados por preposição

por: preposição

passou: termo antecedente = rege a construção "por aqui"

aqui: termo consequente = é regido pela construção "passou por"

As preposições são palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero, número ou variação em grau como os nomes, nem de pessoa, número, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em diversas situações as preposições se combinam a outras palavras da língua (fenômeno da contração) e, assim, estabelecem uma relação de concordância em gênero e número com essas palavras às quais se ligam. Mesmo assim, não se trata de uma variação própria da preposição, mas sim da palavra com a qual ela se funde.

Por exemplo: de + o = do - por + a = pela - em + um = num

As preposições podem introduzir:

a) Complementos Verbais

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Por exemplo:Eu obedeço "aos meus pais".

b) Complementos Nominais

Por exemplo:Continuo obediente "aos meus pais".

c) Locuções Adjetivas

Por exemplo:É uma pessoa "de valor".

d) Locuções Adverbiais

Por exemplo: Tive de agir "com cautela".

e) Orações Reduzidas

Por exemplo:"Ao chegar", comentou sobre o fato ocorrido.

CONJUNÇÃO:

Além da preposição, há outra palavra que, na frase, é usada como elemento de ligação: a conjunção.

Por exemplo: A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.

Deste exemplo podem ser retiradas três informações:

segurou a boneca

a menina mostrou

viu as amiguinhas

Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:

1ª oração: A menina segurou a boneca

2ª oração: e mostrou

3ª oração: quando viu as amiguinhas.

A segunda oração liga-se à primeira por meio do "e", e a terceira oração liga-se à segunda por meio do quando. As palavras "e" e quando ligam, portanto, orações.

Observe: Gosto de natação e de futebol.

Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra "e" está ligando termos de uma mesma oração.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO1. Neste período: "Talvez os diretores antevejam uma solução para o caso", indique o modo e o tempo do verbo.

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a. subjuntivo – presente

b. b) indicativo - pretérito perfeito

c. c) subjuntivo – futuro

d. d) nenhuma das anteriores

2. Indique a alternativa que contenha o verbo "querer" conjugado na primeira pessoal do singular do futuro do presente (indicativo).

a. Amanhã eu queria ver os cadernos.

b. b) Amanhã eu quero ver os cadernos.

c. c) Amanhã eu queira ver os cadernos.

d. d) Amanhã eu quererei ver os cadernos.

3. “Nem sempre nós ................... (ir - pretérito imperfeito do indicativo) lá com vontade.” Indique a conjugação correta.

a. Iríamos

b. b) íamos

c. c) fôramos

d. d) vamos

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UNIDADE IVSINTAXE

FRASE:

Tipos de Frases: Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase "Que educação!", usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz.

A entoação é um elemento muito importante

da frase falada, pois nos dá uma ampla

possibilidade de expressão. Dependendo de

como é dita, uma frase simples como "É ela." pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidores do sentido das frases. Veja a figura acima:

Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com o sentido que transmitem. São elas:

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a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta.

Você aceita um copo de suco?  (Interrogação direta)Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta)

b) Frases Imperativas:  ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho ou  faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas.

Faça-o entrar no carro! (Afirmativa)Não faça isso. (Negativa)Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa)

c) Frases Exclamativas:  nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramente  prolongada.

Por Exemplo:  Que prova difícil!É uma delícia esse bolo!

d) Frases Declarativas:  ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas.

Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa)Ela não está em casa. (Negativa)

e) Frases Optativas:  são usadas para exprimir um desejo.

Por Exemplo:

Deus te acompanhe!Bons ventos o levem!

De acordo com a construção, as frases classificam-se em:

Frase Nominal: é a frase construída sem verbos.

Exemplos:

Fogo!Cuidado!Belo serviço o seu!Trabalho digno desse feirante.

Frase Verbal: é a frase construída com verbo.

Por Exemplo:

O sol ilumina a cidade e aquece os dias.Os casais saíram para jantar.A bola rolou escada abaixo.

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ORAÇÃO:

Uma frase verbal  pode ser também uma oração. Para isso é necessário: a)- que o enunciado tenha sentido completo; b) - que o enunciado tenha verbo (ou locução verbal).

Por Exemplo: Camila terminou a leitura do livro.

Obs.:  Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como partes de um conjunto harmônico: elas são os termos ou as unidades sintáticas da oração. Assim, cada termo da oração desempenha uma função sintática.

Atenção:

Nem toda frase é oração.

Por Exemplo: Que dia lindo!

Esse enunciado é frase, pois tem sentido.

Esse enunciado não é oração, pois não possui verbo.

Assim, não possuem estrutura sintática, portanto não são orações, frases como:

Socorro!  -  Com Licença!  -  Que rapaz ignorante!  

PERÍODO:

Período : é a frase constituída de uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.

Período Simples: é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

Exemplos: O amor é eterno. As plantas necessitam de cuidados especiais. Quero aquelas rosas. O tempo é o melhor remédio.

Período Composto: é aquele constituído por duas ou mais orações.

Exemplos: Quando você partiu minha vida ficou sem alegrias. Quero aquelas flores para presentear minha mãe.Vou gritar para todos ouvirem que estou sabendo o que acontece ao anoitecer. Cheguei, jantei e fui dormir.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO:

Sujeito e Predicado: Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.

Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.

Por Exemplo: As praias estão cada vez mais poluídas. Sujeito.

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.

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Por Exemplo: As praias estão cada vez mais poluídas. Predicado

SUJEITO:

Posição do Sujeito na Oração:

Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:

Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.

Por Exemplo: As crianças brincavam despreocupadas.

Sujeito Predicado

Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.

Por exemplo: Brincavam despreocupadas as crianças .

Predicado Sujeito

Sujeito no Meio do Predicado:

Por Exemplo: Despreocupadas, as crianças brincavam.

Predicado Sujeito Predicado

Regência Verbal:

Definição: Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.

REGÊNCIA VERBAL: Termo Regente: Verbo.

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).

O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Observe:

A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.

Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".

Saiba que:

O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:

Cheguei ao metrô.Cheguei no metrô.

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No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.

Regência Nominal:

Regência Nominal: é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição.

No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo:

Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição "a". Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.Obediente a algo/ a alguém.

Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.

Substantivos:

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos:

Acessível a Diferente de Necessário a

Acostumado a, com Entendido em Nocivo a

Afável com, para com

Equivalente a Paralelo a

Agradável a Escasso de Parco em, de

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

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Ansioso de, para, por

Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Capaz de, para Hábil em Relacionado com

Compatível com Habituado a

Contemporâneo a, de

Idêntico a Satisfeito com, de, em, por

Contíguo a Impróprio para Semelhante a

Regência Nominal:

Adjetivos:

Contrário a Indeciso em Sensível a

Curioso de, por Insensível a Sito em

Descontente com Liberal com Suspeito de

Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios:

Longe de

Perto de Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

CONCORDÂNCIA VERBAL:

Concordância Verbal e Nominal:

Observe:

As crianças estão animadas.

Crianças animadas.

No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas  está concordando em gênero

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(feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.

Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.

a) Sujeito Simples: Regra Geral

O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:

A orquestra           tocou        uma valsa longa.3ª p. Singular    3ª p. Singular

Os pares    que   rodeavam a nós dançavam bem.3ª p. Plural           3ª p. Plural

Casos Particulares

Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.

1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.

Por Exemplo: A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.

Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Por Exemplo: Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.

Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.

2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo.

Observe: Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.

Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:

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Por Exemplo: Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro).

3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.

Exemplos:

Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica do mundo.Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.As Minas Gerais são inesquecíveis.Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:

Quais de nós são / somos capazes?Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.

Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.

Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular. Por Exemplo: Qual de nós é capaz?Algum de vós fez isso.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo. Exemplos: 25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação. - 85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito. - 1% do eleitorado aceita a mudança. - 1% dos alunos faltaram à prova.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Veja:

25% querem a mudança. - 1% conhece o assunto.

6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o antecedente do pronome.

Exemplos: Fui eu que paguei a conta.Fomos nós que pintamos o muro.És tu que me fazes ver o sentido da vida.Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.

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7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural. Por Exemplo: Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

Atenção:A tendência, na linguagem corrente, é a concordância no singular. O que se ouve efetivamente, são construções como:

"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".

Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:

"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."

A análise da construção acima torna evidente que a   forma no singular é inadequada. Assim, as formas aceitáveis são:

" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma."" Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um".

8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou em concordância com o antecedente do pronome.

Exemplos: Fui eu quem pagou a conta / Fui eu quem paguei a conta.Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.

9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.

Por Exemplo: Vossa Excelência é diabético?Vossas Excelências vão renunciar?

10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.

Por Exemplo: Deu uma hora no relógio da sala.Deram cinco horas no relógio da sala.

Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.

Por Exemplo: O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.

11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do singular. São verbos impessoais:

Haver no sentido de existir;

Havia muitas garotas na festa. Fazer indicando tempo;

Faz dois meses que não vejo meu pai. Aqueles que indicam fenômenos da natureza.

Exemplo: Chovia ontem à tarde.

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b) Sujeito Composto

1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:

Exemplos: Pai e filho    conversavam longamente.  Sujeito

Pais e filhos   devem conversar com frequência.   Sujeito

2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre a terceira. Veja:

Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.              Primeira Pessoa do Plural (Nós)Tu e teus irmãos tomareis a decisão.       Segunda Pessoa do Plural (Vós) Pais e filhos     precisam     respeitar-se.          Terceira Pessoa do Plural (Eles)

Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira, é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural.  Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos tomarão a decisão."

3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação.

Por Exemplo: Faltaram coragem e competência.             Faltou coragem e competência.

4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural. Observe:

Abraçaram-se vencedor e vencido.Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares

1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no plural ou no singular.

Por Exemplo: Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.

2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito. Por Exemplo: Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.

No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No segundo caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.

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3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos. Por Exemplo: Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular. Por Exemplo: Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)

4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural também seja praticado.

Por Exemplo: Um e outro compareceu / compareceram à festa.Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.

5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao de "e". Veja: O pai com o filho montaram o brinquedo.O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.

Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento. O pai com o filho montou o brinquedo.O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.

  Obs.:  com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: "O pai montou o brinquedo com o filho." "O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."

6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural.

Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.

7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é feita com esse termo resumidor.

Por Exemplo:

Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

CONCORDÂNCIA NOMINAl:

A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos,  pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se  da relação entre nomes.

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Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:

1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.

Por Exemplo: As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.

2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:

a) Adjetivo anteposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.

Por Exemplo:

Encontramos caídas as roupas e os prendedores.Encontramos caída a roupa e os prendedores.Encontramos caído o prendedor  e a roupa.

- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.

Por Exemplo:

As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

b) Adjetivo posposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (forma masculino plural).

Exemplos:

A indústria oferece localização e atendimento perfeito.A indústria oferece atendimento e localização perfeita.A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.

Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:

a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.

Por Exemplo: Água é bom para saúde.

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b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo.

Por Exemplo: Esta água é boa para saúde.

4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.

Por Exemplo: Juliana as viu ontem muito felizes.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular.

Por Exemplo: Os jovens tinham algo de misterioso.

6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere.

Por Exemplo: Cristina saiu só. - Cristina e Débora saíram sós.

Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando, portanto, invariável.

Por Exemplo: Eles só desejam ganhar presentes.

7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construções:

a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo.

Por Exemplo: Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.

b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.

Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

Obs.: veja esta construção: Estudo a cultura espanhola e portuguesa.

Note que  ela  provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, hispano-portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.

Casos Particulares: É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido

a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vir precedido de artigo).

Exemplos: É proibido entrada de crianças. - Em certos momentos, é necessário atenção. - No verão, melancia é bom. - É preciso cidadania. - Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.

Exemplos: É proibida a entrada de crianças. - Esta salada é ótima. - A educação é necessária. - São precisas várias medidas na educação.

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Anexo -  Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se referem. Observe:

Seguem anexas as documentações requeridas.A menina agradeceu: - Muito obrigada.Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.Seguem inclusos os papéis solicitados.Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

Bastante - Caro - Barato - Longe

Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.

Exemplos: As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo)Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)As casas estão caras. (adjetivo)Achei barato este casaco.(advérbio)Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)

Meio - Meia

a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se refere.

Por Exemplo: Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.

b) Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece invariável. Por Exemplo: A noiva está meio nervosa.

Alerta - Menos

Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis. Por Exemplo: Os escoteiros estão sempre alerta.Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

Sintaxe de Colocação:

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos

Fernanda, quem te contou isso? - Fernanda, contaram-te isso?

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Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise.

1) Próclise

Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:

a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.

Exemplos: Ninguém o apoia. - Nunca se esqueça de mim.Não me fale sobre este assunto.

b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.

Exemplos: Aqui se vive. (advérbio)Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)

Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.

Por Exemplo: Aqui, vive-se.

c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.

Exemplos:  Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)

d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).

Exemplos:  Como te admiro! (oração exclamativa)Deus o ilumine! (oração optativa)

e) Nas conjunções subordinativas:

Exemplos:  Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.É necessário que o traga de volta.Comprarei o relógio se me for útil.

f) Com gerúndio precedido de preposição "em".

Exemplos:  Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente. - Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.

g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas alternativas.

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Exemplos: Só se lembram de estudar na véspera das provas.Ou se diverte, ou fica em casa.

h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.

Exemplos: Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.Há pessoas que nos tratam com carinho.Aqui é o lugar onde te conheci.

2) Mesóclise:

Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.

Exemplos: Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)

Observações:

a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.

Por Exemplo: Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.)

b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.

c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

3) Ênclise:

A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:

a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.

Exemplos: Diga-me apenas a verdade. - Importava-se com o sucesso do projeto.

b) Nas orações reduzidas de infinitivo.

Exemplos: Convém confiar-lhe esta responsabilidade.Espero contar-lhe isto hoje à noite.

c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em".)

Exemplos: A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

d) Nas orações imperativas afirmativas.

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Exemplos: Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.Professor, ajude-me neste exercício!

Observações:

1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas.

2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por Exemplo: Linguagem Informal: Me alcança a caneta. - Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.  

Exemplos: Eu me machuquei no jogo. - Eu machuquei-me no jogo.As crianças se esforçam para acordar cedo. - As crianças esforçam-se para acordar cedo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais

As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.

1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio

a) Sem palavra que exija a próclise:

Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.

Por Exemplo: Quero ajudar-lhe ao máximo.

b) Com palavra que exija próclise:

O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.

Exemplos: Nunca me viram cantar. (antes)Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)

Observações:

1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa.

Por Exemplo: Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional. - Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.

2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo.

Por Exemplo: Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.

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2) Verbo Principal no Particípio

Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.

Por Exemplo: As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.

a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome  ficará depois do verbo auxiliar.

Por Exemplo: Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.

b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.

Por Exemplo: Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.

Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:

Por Exemplo: Haviam me convencido com aquela história.Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Dê a função sintática dos termos assinalados pelas aspas: "O lucro", que é um dos incentivos do sistema, foi "excelente".

a) objeto direto - adjunto adverbial.b) sujeito - predicativo do sujeito.c) sujeito - predicativo do objeto.d) predicativo do sujeito - predicativo do objeto.

2. "Pagam bem lá?" Nesta oração o sujeito é:

a) ocultob) simplesc) indeterminadod) oração sem sujeito3. "Em nossa terra não se vive senão de política." Nesta oração o sujeito é:

a) indeterminadob) oração sem sujeitoc) ocultod) simples

4. "Afinal, lá se está sempre contente." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) ocultob) compostoc) determinadod) indeterminadoOFICINA DE TEXTO - PORTUGUÊS I - Prof. Lourildo Costa - ANO: 2011 Página 46

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5. "Precisa-se de operários para a obra." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) compostob) indeterminadoc) simplesd) oração sem sujeito

6. "Os livros escolares devem ser tratados com carinho." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) compostob) indeterminadoc) simplesd) oração sem sujeito

7. Meu amigo José estuda à noite. Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) indeterminadob) compostoc) simplesd) nenhuma das anteriores

8. "Entusiasmo, garbo e disciplina caracterizaram o desfile." Nesta oração o tipo de sujeito é:

a) indeterminadob) compostoc) oração sem sujeitod) simples

9. O sujeito de uma oração é determinado quando:

a) O seu núcleo é um substantivo, palavra substantivada, pronome ou oração substantiva.b) O seu núcleo é sempre um substantivoc) O seu núcleo é sempre uma oração substantiva ou um substantivod) O seu núcleo é sempre um pronome pessoal ou um substantivo.

10. Quanto à espécie, o sujeito de uma oração pode ser:

a) Determinado ou indeterminadob) Simples ou compostoc) As duas alternativas anteriores estão corretas.d) Nenhuma alternativa está correta.

11. A oração sem sujeito caracteriza-se por:

a) O sujeito está indeterminado.b) Não se atribui o fato a nenhum ser.

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c) O sujeito está simplesmente oculto.d) O fato é atribuído a um ser determinado.

12. A oração sem sujeito possui apenas:

a) Objeto direto.b) Objeto indireto.c) Predicado.d) Sujeito oculto.13. "Anoitecia silenciosamente." Nesta oração temos:

a) Sujeito simplesb) Oração sem sujeito.c) Sujeito indeterminado.d) Sujeito oculto.

14. Justifique porque o predicado desta oração é nominal: "Os olhos não estavam bem fechados."

a) O seu núcleo é um nome.b) O seu núcleo é verbo intransitivo.c) O seu núcleo é um verbo de ligação.d) O núcleo nada tem a ver com o tipo do predicado.

15. Flores me são os teus lábios. Qual é o tipo de predicado desta oração?

a) Nominal.b) Verbal.c) Verbo-nominal.d) Não há predicado.

16. O núcleo de um predicado nominal pode ser:

a) Adjetivo, substantivo, pronome substantivo, verbo, numeral.b) Adjetivo, locução adjetiva, substantivo, palavra substantivada, pronome substantivo, numeral.c) Adjetivo, locução adjetiva, pronome substantivo, palavra substantivada, verbo.d) Adjetivo, substantivo,pronome substantivo, locução adjetiva, advérbio, numeral.

17. Todas as alternativas abaixo estão corretas quanto à concordância nominal, exceto:

a) Foi acusado de crime de lesa-justiça. b) As declarações devem seguir anexas ao processo. c) Eram rapazes os mais elegantes possível. d) É necessário cautela com os pseudolíderes. e) Seguiram automóveis, cereais e geladeiras exportados.

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18. Mostre onde há erro de concordância nominal:

a) É permitida a permanência de alunos. b) A lista de ofertas vai anexa ao pacote. c) Os gêneros alimentícios estão caros no Brasil. d) A porta está meia aberta.

19. Há erro de concordância verbal na opção:

a) Comeram-se os doces. b) Faz meses que ele chegou. c) Existem poucas árvores lá. d) Vender-se-iam casas. e) Houveram muitos pedidos.

Unidade v

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semântica

SINONÍMIA:

1- Significação das Palavras

Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:

Sinônimos: As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos. Exemplos: casa - lar - moradia – residência - longe – distante - delicioso – saboroso - carro - automóvel

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Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não são exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.

Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte frase: Comprei um novo lar.

Obs.: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos.

Antônimos:

São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos:

mal / bemausência / presençafraco /  forteclaro / escurosubir / descercheio / vaziopossível / impossível

Polissemia:

Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece. Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:

cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca)banco (instituição comercial financeira, assento)manga (parte da roupa, fruta)

HOMONÍMIA:

Homônimos: São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo:

acender (colocar fogo)

ascender (subir)

bucho (estômago)

buxo (arbusto)

acento (sinal gráfico)

assento (local onde se senta)

caçar (perseguir animais)

cassar (tornar sem efeito)

acerto (ato de acertar)

asserto (afirmação)

cegar (deixar cego)

segar (cortar, ceifar)

apreçar (ajustar o preço)

apressar (tornar rápido)

cela (pequeno quarto)

sela (forma do verbo selar; arreio)

bucheiro buxeiro censo senso (entendimento, juízo)

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(tripeiro) (pequeno arbusto)

(recenseamento)

céptico (descrente)

séptico (que causa infecção)

coser (costurar) cozer (cozinhar)

cerração (nevoeiro)

serração (ato de serrar)

esotérico (secreto)

exotérico (que se expõe em público)

cerrar (fechar)

serrar (cortar)

espectador (aquele que assiste)

expectador (aquele que tem esperança, que espera)

cervo (veado)

servo (criado)

concerto (sessão musical)

conserto (reparo)

chá (bebida)

xá (antigo soberano do Irã)

esperto (perspicaz)

experto (experiente, perito)

cheque (ordem de pagamento)

xeque (lance no jogo de xadrez)

espiar (observar)

expiar (pagar pena)

círio (vela) sírio (natural da Síria)

espirar (soprar, exalar)

expirar (terminar)

cito (forma do verbo citar)

sito (situado)

estático (imóvel)

extático (admirado)

concertar (ajustar, combinar)

consertar (reparar, corrigir)

esterno (osso do peito)

externo (exterior)

estrato (camada)

extrato (o que se extrai de algo)

incerto (não certo, impreciso)

inserto (inserido, introduzido)

estremar (demarcar)

extremar (exaltar, sublimar)

incipiente (principiante)

insipiente (ignorante)

laço (nó) lasso (frouxo)

ruço (pardacento, grisalho)

russo (natural da Rússia)

tacha taxa tachar (atribuir taxar (fixar taxa)

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(prego pequeno)

(imposto, tributo)

defeito a)

Homônimos Perfeitos: Possuem a mesma grafia e o mesmo som.

Por Exemplo: Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = verbo)

Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio de tempo)

Atenção:

Existem algumas palavras  que possuem a mesma escrita (grafia), mas a pronúncia e o significado são sempre diferentes. Essas palavras são chamadas de homógrafas e são uma subclasse dos homônimos. Observe os exemplos, a seguir:

almoço (substantivo, nome da refeição)almoço (forma do verbo almoçar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo)gosto (substantivo)gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo)

Parônimos: É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo.

absolver (perdoar, inocentar)

absorver (asprirar, sorver)

apóstrofe (figura de linguagem)

apóstrofo (sinal gráfico)

aprender (tomar conhecimento)

apreender (capturar, assimilar)

arrear (pôr arreios)

arriar (descer, cair)

ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)

bebedor (aquele que bebe)

bebedouro (local onde se bebe)

cavaleiro (que cavalga)

cavalheiro (homem gentil)

eminência (elevado)

iminência (qualidade do que está iminente

comprimento (extensão)

cumprimento (saudação)

eminente (elevado)

iminente (prestes a ocorrer)

deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

esbaforido (ofegante, apressado)

espavorido (apavorado)

delatar (denunciar)

dilatar (alargar) estada (permanência em um lugar)

estadia (permanência temporária em um lugar)

descrição (ato de descrever)

discrição (reserva, prudência)

flagrante (evidente)

fragrante (perfumado)

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descriminar (tirar a culpa)

discriminar (distinguir)

emigrar (deixar um país)

imigrar (entrar num país)

despensa (local onde se guardam mantimentos)

dispensa (ato de dispensar)

fluir (transcorrer, decorrer)

fruir (desfrutar)

docente (relativo a professores)

discente (relativo a alunos)

fusível (aquilo que funde)

fuzil (arma de fogo)

imergir (afundar) emergir (vir à tona)

inflação (alta dos preços)

infração (violação)

infligir (aplicar pena)

infringir (violar, desrespeitar)

mandado (ordem judicial)

mandato (procuração)

peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos)

pião (tipo de brinquedo)

precedente (que vem antes)

procedente (proveniente; que tem fundamento)

ratificar (confirmar)

retificar (corrigir) recrear (divertir) recriar (criar novamente)

soar (produzir som)

suar (transpirar) sortir (abastecer, misturar)

surtir (produzir efeito)

sustar (suspender) suster (sustentar) tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)

vadear (atravessar a vau)

vadiar (andar ociosamente)

BIBLIOGRAFIA:

http://www.soportugues.com.br/

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