Apostila Pratica de Ensino Diversidade Revista Corrigida 2012

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É através da audição que conseguimos identificar e reconhecer os diferentes sons do ambiente, além de podermos nos comunicar com nossos semelhantes...

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    DISCIPLINA: PRTICA DE ENSINO DIVERSIDADE E

    LNGUA DE SINAIS BRASILEIRA (1 BIMESTRE)

    APOSTILA TERICA

    PROFESSORA: CIBELE CECCONI SOUSA-SOUSA

    SO PAULO 2012

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    1 DEFICINCIA AUDITIVA E AS MEDIAES PEDAGGICAS

    1.1 - DEFICINCIA AUDITIVA

    A Audio

    atravs da audio que conseguimos identificar e reconhecer os diferentes sons do ambiente, alm de podermos nos comunicar com nossos semelhantes.

    A orelha constituda por trs partes:

    1- orelha externa que compreende o pavilho auditivo (1) e o meato acstico externo (2); 2- orelha mdia que compreende a cavidade timpnica, que abriga a membrana timpnica (3),

    e os ossculos: martelo (4), bigorna (5) e estribo (6), e 3- orelha interna que compreende a cclea (8) e o aparelho vestibular com seus canais

    semicirculares (9).

    O processo da audio funciona da seguinte maneira:

    O som captado no ambiente pelo pavilho auditivo (orelha, ouvido ou pavilho auricular) direcionado para dentro do meato acstico externo (conduto auditivo externo ou canal auditivo) que tem a forma de um canal sinuoso, e atinge a membrana timpnica (tmpano), que vibra. Em seguida, essa energia acstica transmitida para os trs ossculos, o martelo (4), a bigorna (5) e o estribo (6), que vibram como numa alavanca, e tm a funo de concentrar a energia acstica (ainda na orelha mdia, est localizada a tuba auditiva (7), que liga a orelha ao nariz e garganta, e tem como funo manter a orelha mdia arejada).

    Fonte: Bernafon

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    As ondas sonoras, ento, so transmitidas pelos ossculos at atingirem a cclea (8), uma estrutura preenchida por lquido, que se parece com a concha de um caracol, que contm as clulas ciliadas. Estas ondas sonoras se propagam neste meio lquido, at que o lquido exera presso nas clulas ciliadas, nossos receptores auditivos (ainda na orelha interna, localizado prximo cclea, encontra-se o aparelho vestibular, composto pelos canais semicirculares (9), e tem como funo auxiliar no equilbrio).

    As clulas ciliadas se movimentam, gerando sinais eltricos que percorrem o nervo auditivo (10) at chegar ao crebro, onde sero interpretados.

    Estas clulas ciliadas so dispostas de acordo com os tons, por isso, esta disposio conhecida como tonotpica. Na audio normal, os sons de baixa frequncia ativam as fibras nervosas no pice (ou a rea superior da cclea), e os sons de alta frequncia ativam as fibras nervosas da base da cclea.

    Audiograma contendo as faixas de intensidade e frequncia mdia dos sons da fala, da voz falada e da voz cantada:

    Faixa de intensidade e frequncia mdia dos

    sons da fala

    Faixa de intensidade e frequncia da voz

    falada

    Faixa de intensidade e frequncia da voz

    cantada

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    Audiograma dos sons familiares:

    Tabelas contendo diversos nveis de rudo e o tempo de exposio mxima diria permitida:

    Nvel de Rudo dB (A)

    Mxima Exposio Diria Permissvel

    Nvel de Rudo dB (A)

    Mxima Exposio Diria Permissvel

    85 8 horas 98 1 hora e 15 minutos

    86 7 horas 100 1 hora

    87 6 horas 102 45 minutos

    88 5 horas 104 35 minutos

    89 4 horas e 30 minutos 105 30 minutos

    90 4 horas 106 25 minutos

    91 3 horas e 30 minutos 108 20 minutos

    92 3 horas 110 15 minutos

    93 2 horas e 40 minutos 112 10 minutos

    94 2 horas e 15 minutos 114 8 minutos

    95 2 horas 115 7 minutos

    96 1 hora e 45 minutos

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    Deficincia Auditiva

    descrita no Decreto no 5.296/04 como a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibis (dB) ou mais, comprovada por audiograma nas frequncias de 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz e 3000 Hz. Segundo dados da Organizao Mundial de Sade (OMS), estima-se que 10% da populao mundial possua algum problema auditivo. No Brasil, os resultados do Censo 2000 mostram que, aproximadamente, 24,6 milhes de pessoas (14,5% da populao total) apresentam algum tipo de incapacidade ou deficincia e, destes, 5,7 milhes apresentam deficincia auditiva.

    necessrio, em primeiro lugar, fazer a distino entre os termos Deficiente auditivo, Surdo e surdo:

    Deficiente auditivo: sujeito que sofre de uma patologia crnica, traduzida por leso no canal auditivo e/ou em rea cortical que, obstaculizando a aquisio normal da linguagem, demanda intervenes clnicas de especialistas, tidos como responsveis quase nicos por restituir a fala a esse tipo de enfermo (Perell e Tortosa, 1992, in Souza, 1998).

    Surdo: sujeito que, independente do grau de sua perda auditiva, vivencia e apreende o mundo por meio de experincias visuais, e no auditivas, que assume a constituio de uma identidade prpria de Surdo, e integra uma comunidade prpria, com uma cultura prpria, e o uso de uma lngua prpria, a Lngua de Sinais, atualmente reconhecida como lngua oficial do Brasil. Nas palavras de James Woodward, 1972, o indivduo que, tendo uma perda auditiva, no est sendo caracterizado pela sua deficincia, mas pela sua condio de pertencer a um grupo minoritrio com direito a uma cultura prpria e a ser respeitado na sua diferena.

    surdo: condio audiolgica de no ouvir (James Woodward, 1972).

    Perodo de Aquisio da Deficincia Auditiva

    Congnita: Quando o indivduo j nasceu com a perda auditiva. Neste caso, a surdez considerada pr-lingual, ou seja, antes da aquisio da linguagem.

    Adquirida: Quando o indivduo nasce ouvinte e perde sua audio no decorrer da vida. Neste caso, a surdez pode ser pr-lingual ou ps-lingual, dependendo da sua ocorrncia ter acontecido antes ou depois da aquisio da linguagem, respectivamente.

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    Causas da Deficincia Auditiva

    Causas Pr-natais (antes do nascimento): por herana gentica, sndromes genticas, por infeces adquiridas pela me na gestao (rubola, toxoplasmose, citomegalovirose, sfilis, herpes simples), uso gestacional de substncias teratognicas (talidomida, lcool, cocana e medicamentos ototxicos), malformaes congnitas da orelha interna, radioterapia no primeiro semestre da gestao, traumatismos;

    Causas Peri-natais (durante o trabalho de parto, imediatamente antes, no decorrer do nascimento at o oitavo dia aps o parto): anxia ou hipxia neonatal, prematuridade com peso abaixo de 1000 gramas, hipermaturidade, hiperbilirrubinemia (ictercia), traumas de parto; eritroblastose fetal, uso de medicamentos ototxicos, exposio ao rudo em incubadoras nas UTIs neonatais, uso de ventilao mecnica, recm-nascidos portadores do vrus HIV, frceps;

    Causas Ps-natais (do oitavo dias aps o parto em diante): infeces virais (rubola, varicela-zoster, influenza, vrus da caxumba, citomegalovrus, sarampo), labirintite, meningite bacteriana, encefalite, infeces de ouvido (otites mdias) e suas complicaes, drogas ototxicas, traumas cranioenceflicos, traumas acsticos, causas metablicas (hipotireoidismo, diabetes mellitus), doenas auto-imunes, otosclerose, tumores do nervo auditivo, processo natural de envelhecimento (presbiacusia).

    Diagnstico da Deficincia Auditiva - Exames Audiolgicos

    Dentre os vrios tipos de exames empregados no diagnstico da deficincia auditiva, podemos citar:

    Audiometria Tonal: Exame subjetivo que permite avaliar a audio das diferentes frequncias de tons puros do grave ao agudo com especial ateno para as frequncias da rea da fala. Indicado para crianas maiores;

    Audiometria Vocal: Exame subjetivo feito com crianas que j vocalizam alguns sons. Solicita-se que a criana repita uma lista de palavras ou monosslabos, a fim de que se possa saber qual a real capacidade de percepo da fala;

    Audiometria de Tronco Cerebral (Bera): Exame objetivo, em que so colocados eletrodos na cabea do paciente, os

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    quais so ligados a um computador que informa o tipo de perda auditiva. Para tanto, a pessoa deve permanecer imvel por, em mdia, 20 minutos. um exame cauteloso devido necessidade de sedao na criana;

    Emisses Otoacsticas Evocadas: Exame objetivo indicado para bebs ainda na maternidade (Teste da Orelhinha) e deve ser feito em ambiente silencioso. A resposta desse exame limitada, dizendo se a criana tem ou no um problema auditivo. Caso tenha, outros exames devem ser indicados.

    Aparelho de Amplificao Sonora Individual (AASI)

    um equipamento pequeno colocado junto orelha do indivduo com deficincia auditiva, que tem a funo de amplificar a intensidade dos sons. H aparelhos de alta sofisticao, que ampliam o som de maneira cada vez mais seletiva. O som captado pelo AASI nunca igual ao de uma orelha sem deficincia.

    Implante Coclear

    um dispositivo eletrnico, implantado cirurgicamente, que desempenha a funo das clulas auditivas lesionadas ou ausentes.

    O implante estimula diretamente o nervo auditivo atravs de pequenos eletrodos que so colocados na orelha interna, dentro da cclea. O nervo leva esses sinais para o crebro;

    A indicao feita para os casos de perda auditiva severa/profunda bilateral e quando o uso do AASI

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    no proporcionou bons resultados para a discriminao da fala;

    O implante no restabelece a audio normal, porm permite detectar padres de som.

    Se aliado a leitura labial, pode fazer com que a fala seja compreendida. O implante tem causado polmica na comunidade surda.

    Graus da Perda Auditiva e Suas Implicaes Educacionais

    a) Deficincia Auditiva Leve

    Aluno que apresenta perda auditiva de at quarenta decibels. Essa perda impede que o aluno perceba igualmente todos os fonemas da palavra. Alm disso, a voz fraca ou distante no ouvida. Em geral, esse aluno considerado como desatento, solicitando, frequentemente, a repetio daquilo que lhe falam. Essa perda auditiva no impede a aquisio normal da linguagem, mas poder ser a causa de algum problema articulatrio ou dificuldade na leitura e/ou escrita.

    b) Deficincia Auditiva Moderada

    Aluno que apresenta perda auditiva entre quarenta e setenta decibels. Esses limites se encontram no nvel da percepo da palavra, sendo necessria uma voz de certa intensidade para que seja convenientemente percebida. frequente o atraso de linguagem e as alteraes articulatrias, havendo, em alguns casos, maiores problemas lingusticos. Esse aluno tem maior dificuldade de discriminao auditiva em ambientes ruidosos. Em geral, ele identifica as palavras mais significativas, tendo dificuldade em compreender certos termos de relao e/ou frases gramaticais complexas. Sua compreenso verbal est intimamente ligada sua aptido para a percepo visual.

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    c) Deficincia Auditiva Severa

    Aluno que apresenta perda auditiva entre setenta e noventa decibels. Este tipo de perda vai permitir que ele identifique alguns rudos familiares e poder perceber apenas a voz forte, podendo chegar at quatro ou cinco anos sem aprender a falar. Se a famlia estiver bem orientada pela rea educacional, a criana poder chegar a adquirir linguagem. A compreenso verbal vai depender, em grande parte, de aptido para utilizar a percepo visual e para observar o contexto das situaes.

    d) Deficincia Auditiva Profunda

    Aluno que apresenta perda auditiva superior a noventa decibels. A gravidade dessa perda tal, que o priva das informaes auditivas necessrias para perceber e identificar a voz humana, impedindo-o de adquirir naturalmente a linguagem oral. As perturbaes da funo auditiva esto ligadas tanto estrutura acstica, quanto identificao simblica da linguagem. Um beb que nasce surdo balbucia como um de audio normal, mas suas emisses comeam a desaparecer medida que no tem acesso estimulao auditiva externa, fator de mxima importncia para a aquisio da linguagem oral. Assim tambm, no adquire a fala como instrumento de comunicao, uma vez que, no a percebendo, no se interessa por ela, e no tendo "feedback" auditivo, no possui modelo para dirigir suas emisses.

    Na rea da deficincia da audio, as alternativas de atendimento esto intimamente relacionadas s condies individuais do educando. O grau da perda auditiva e do comprometimento lingustico, a poca em que ocorreu a surdez e a idade em que comeou sua Educao Especial so fatores que iro determinar importantes diferenas em relao ao tipo de atendimento que dever ser prescrito para o educando.

    Incluso do Aluno com Deficincia Auditiva

    A incluso na escola requer uma preparao tanto do aluno quanto da escola;

    O professor deve procurar entender melhor as reais necessidades da criana com Deficincia Auditiva;

    interessante que o professor procure uma capacitao em Libras; preciso que o professor utilize materiais diversificados e apropriados, como o uso de

    muitas imagens visuais, com o emprego de mural de avisos e notcias, biblioteca da sala, painis de gravuras e fotos sobre temas de aula, e maquetes, por exemplo, assim como a utilizao de recursos como o teatro;

    importante posicionar o aluno de forma adequada na sala de aula.

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    Ao falar com algum que usa aparelho auditivo, o professor deve pensar nos problemas que essa pessoa pode ter. importante, por exemplo, diminuir os rudos externos sala de aula, fechando portas e janelas. Faz-se necessrio que o professor fique de frente para essa pessoa, mantendo suas mos longe do rosto, e que fale com clareza e direto com seu interlocutor, pois ele pode estar fazendo leitura labial.

    Gritos no fazem com que o aluno entenda melhor o que lhe dito, pelo contrrio. Os gritos sobrecarregam o amplificador do aparelho auditivo e distorcem os sons. preciso, tambm, evitar rudos desnecessrios, como o tilintar de moedas e chaves.

    O professor no deve chamar, nem permitir que algum chame seu aluno com deficincia auditiva de surdo-mudo, mudinho, ou surdinho. Utilizar os termos surdo ou deficiente auditivo mais apropriado.

    Princpios Metodolgicos

    Favorecer a atividade prpria dos alunos, estimulando suas experincias diretas, como ponto de partida da aprendizagem;

    Organizar a atividade de aprendizagem em pequenos grupos para estimular a cooperao e comunicao entre os alunos;

    Utilizar recursos visuais de comunicao que sirvam de apoio informao transmitida oralmente.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    HONORA, M e FRIZANCO, M.L.E. Esclarecendo as deficincias. So Paulo: Principis, 2008.

    HUNGRIA, H. Otorrinolaringologia. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan S.A., 1995.

    SANTANA, A.P. Surdez e Linguagem. So Paulo: Plexus, 2007.

    SOUZA, R.M. Que palavra que te falta? So Paulo: Martins Fontes, 1998.

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    1.2 - MEDIAES PEDAGGICAS

    Caso exista um aluno surdo ou com deficincia auditiva matriculado numa escola de ensino regular, ainda que particular, esta deve promover as adequaes necessrias e contar com os servios de:

    um intrprete de lngua de sinais,

    um professor de Portugus como segunda lngua desse aluno e,

    outros profissionais da rea da sade (fonoaudilogos, por exemplo), assim como pessoal voluntrio ou pertencente a entidades especializadas conveniadas com as redes de Ensino Regular.

    Se for uma escola pblica, preciso solicitar material e pessoal s Secretarias de Educao municipais e estaduais, as quais tero de providenci-los com urgncia, ainda que atravs de convnios, parcerias, etc.

    Ainda para a surdez e a deficincia auditiva, a escola deve providenciar um instrutor de Libras (de preferncia surdo) para os alunos que ainda no aprenderam esta lngua, mas cujos pais tenham optado pelo seu uso. Obedecendo aos princpios inclusivos, a aprendizagem da Libras deve acontecer preferencialmente na sala de aula desse aluno e ser oferecida a todos os demais colegas e ao professor, para que possa haver comunicao entre todos.

    Os convnios com a rea da sade so extremamente importantes para que o diagnstico da deficincia auditiva seja feito o mais cedo possvel. Assim, desde o seu atendimento em berrio, o beb surdo ou com deficincia auditiva deve receber estmulos visuais, que so a prpria introduo ao aprendizado da Libras, bem como o encaminhamento a servios de fonoaudiologia, que lhe possibilitem aprender a se comunicar.

    Sugere-se viabilizar classes ou escolas de educao bilngue (abertas a alunos surdos e ouvintes) onde as lnguas de instruo sejam a Lngua Portuguesa e Libras. necessrio que um professor de Portugus trabalhe em parceria com o professor da sala de aula, para que o aprendizado do Portugus escrito por esses alunos seja contextualizado. Esse aprendizado deve acontecer em um ambiente especfico, constituindo uma atividade educacional especializada.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    O Acesso de Alunos com Deficincia s Escolas e Classes Comuns da Rede Regular / Ministrio Pblico Federal: Fundao Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva (organizadores) / 2 ed. rev. e atualiz. Braslia: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidado, 2004.

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    2 DEFICINCIA FSICA E AS MEDIAES PEDAGGICAS

    2.1 - DEFICINCIA FSICA

    Definio de Deficincia Fsica

    descrita no Decreto no 5.296/04 como a alterao completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da funo fsica. So elas: paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,

    hemiplegia, ostomia, amputao ou ausncia de membro, paralisia cerebral, nanismo, e membros com deformidade congnita ou adquirida, exceto as deformidades estticas e as que no produzam dificuldades para o desempenho de funes.

    Paresia e Paraplegia

    As primeiras noes que temos que ter a diferena entre plegia e paresia.

    Plegia a ausncia total de movimentos.

    Paresia a ausncia parcial de movimentos.

    Ou seja, um aluno que apresenta uma plegia muito mais comprometido (em nvel de movimentao) do que um aluno que apresenta uma paresia.

    Agora j entendido este conceito, importante saber onde isso pode acontecer. Se tivermos uma leso hemi, significa que temos uma leso em meio lado do corpo. Se tivermos uma leso para, significa que temos uma leso abaixo da cintura

    Agora vamos juntar estas duas informaes:

    - Um aluno que apresenta uma hemiplegia tem um comprometimento motor total em meio lado do corpo;

    - Um aluno que apresenta uma hemiparesia tem um comprometimento motor parcial em meio

    lado do corpo;

    - Um aluno que apresenta uma paraplegia tem um comprometimento motor total abaixo da cintura ( o paraplgico, decorrente de uma leso medular);

    - Um aluno que apresenta uma paraparesia tem um comprometimento motor parcial abaixo da cintura.

  • Outros termos so usados para descrever a deficincia f

    - Monoplegia: ausncia de movimentos em apenas um membro do corpo, sendo um dos braos ou uma das pernas;

    - Diplegia: ausncia de movimentos em dois membros do corpo, sendo braos ou pernas;

    - Tetraplegia: ausncia de movimentos em quatro membros do que acontece decorrente de uma leso medular;

    - Amputaes: quando h a retirada total ou parcial de um ou mais membros do corpo.

    Patologias

    Leso medular, microcefalia, mielomeningocele, hidrocefalia e convulses.

    rteses

    Bengalas: a funo

    sustentao, alm de melhorar o equilbrio. Seu uso sempre contrrio a leso, ou seja, se seu p esquerdo esta machucado, o uso da bengala se dar do lado direito.

    Muletas: sua funo tambm melhorar a base de apoio, melhorar o equilbrio e diminuir parcial ou totalmente a leso. Permitem variaes de altura. Sua desvantagem reas ou multides e se no usada corretamente poder primeira chamada de muleta axial (madeira ou de alumnio e a segunda chamada de muleta de antebrao ou

    Outros termos so usados para descrever a deficincia fsica:

    Monoplegia: ausncia de movimentos em apenas um membro do corpo, sendo um dos braos

    Diplegia: ausncia de movimentos em dois membros do corpo, sendo braos ou pernas;

    plegia: ausncia de movimentos em quatro membros do corpo, sendo braos e pernas, que acontece decorrente de uma leso medular;

    Amputaes: quando h a retirada total ou parcial de um ou mais membros do corpo.

    Leso medular, microcefalia, mielomeningocele, hidrocefalia e convulses.

    funo do uso de uma bengala ter maior apoio e aumentarsustentao, alm de melhorar o equilbrio. Seu uso sempre contrrio a leso, ou seja, se seu p esquerdo esta machucado, o uso da bengala se dar do lado direito.

    Muletas: sua funo tambm melhorar a base de apoio, melhorar o equilbrio e diminuir parcial ou totalmente a sustentao do peso sobre o membro que sofreu a leso. Permitem variaes de altura. Sua desvantagem o difcil manejo em pequenas reas ou multides e se no usada corretamente poder ocasionarprimeira chamada de muleta axial (usada abaixo do brao) que pode ser feita madeira ou de alumnio e a segunda chamada de muleta de antebrao ou

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    Monoplegia: ausncia de movimentos em apenas um membro do corpo, sendo um dos braos

    Diplegia: ausncia de movimentos em dois membros do corpo, sendo braos ou pernas;

    corpo, sendo braos e pernas,

    Amputaes: quando h a retirada total ou parcial de um ou mais membros do corpo.

    Leso medular, microcefalia, mielomeningocele, hidrocefalia e convulses.

    aumentar a base de sustentao, alm de melhorar o equilbrio. Seu uso sempre contrrio a leso, ou seja, se seu p esquerdo esta machucado, o uso da bengala se dar do lado direito.

    Muletas: sua funo tambm melhorar a base de apoio, melhorar o equilbrio e sustentao do peso sobre o membro que sofreu a

    difcil manejo em pequenas ocasionar leses; sendo a

    usada abaixo do brao) que pode ser feita de madeira ou de alumnio e a segunda chamada de muleta de antebrao ou Canadense.

  • Andadores: sua funo melhorar o equilbrio, melhorar a estabilidade. Geralmente soborracha. Vantagem: fornecer quatro pontos de contato com o solo e elevadoestabilidade (segurana).dificuldade em escadas.

    Cadeiras de rodas: so chamadas de rteses mveis, podem ser manuais ou motorizadas.

    Andadores: sua funo melhorar o equilbrio, aliviar a sustentao do peso, estabilidade. Geralmente so feitos de alumnio e suas ponteiras

    borracha. Vantagem: fornecer quatro pontos de contato com o solo e elevadoestabilidade (segurana). Desvantagem: incmodos, inadequados em reas pequenas e

    em escadas.

    Cadeiras de rodas: so chamadas de rteses mveis, podem ser manuais ou

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    a sustentao do peso, feitos de alumnio e suas ponteiras, de

    borracha. Vantagem: fornecer quatro pontos de contato com o solo e elevado nvel de incmodos, inadequados em reas pequenas e

    Cadeiras de rodas: so chamadas de rteses mveis, podem ser manuais ou

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    Paralisia Cerebral

    Paralisia Cerebral o termo utilizado para definir um conjunto de distrbios motores decorrentes de uma leso no crebro durante os primeiros estgios de desenvolvimento. A leso esttica, no muda e no se agrava, ou seja, o quadro no progressivo, entretanto, no que se refere aos movimentos, a postura corporal e os problemas a eles relacionados podem melhorar ou piorar, dependendo da forma como cuidamos da criana e tambm da extenso da leso no crebro. Isto significa que, quanto mais precoce iniciarem os tratamentos, melhores condies de vida o aluno poder ter.

    A paralisia cerebral ocorre devido a uma leso no Sistema Nervoso Central e que tem como principal caracterstica a alterao de tnus muscular, ou seja, alterao no estado de contrao de um msculo em repouso. Apresenta diferentes nveis de comprometimento de acordo com a rea da leso;

    A causa mais comum da paralisia cerebral a leso no parto, especialmente decorrente de anxia, a falta de oxignio. A anxia pode ser o resultado de um defeito na placenta (rgo que possibilita a passagem de oxignio e nutrientes da me para o filho), o que pode reduzir o suprimento de oxignio para o beb. Dentre as outras causas esto infeces (encefalite, meningite), intoxicaes (medicamentosa, anestsica, de radiaes) que podem causar dano cerebral;

    A maioria das crianas com paralisia cerebral parece normal nos primeiros meses de vida, mas, medida que o sistema nervoso se desenvolve, os distrbios motores vo se tornando cada vez mais perceptveis. O sintoma mais comum, que aflige cerca de metade das vtimas, a espasticidade, ou contrao dos msculos num limiar acima da contrao fisiolgica. No surpresa que a espasticidade muitas vezes interfere em outras funes motoras. Por exemplo, as pessoas com paralisia cerebral podem ter um andar diferente, s vezes arrastando um p;

    Alm destas pessoas com paralisia cerebral apresentarem dificuldades motoras, podemos ver em grande parte delas, um nvel intelectual e cognitivo dentro da normalidade, mesmo quando no h a possibilidade de uma comunicao considerada normal.

    Adaptaes na escola

    Adaptaes nos recursos fsicos dos prdios escolares:

    - Colocao de rampas;

    - Colocao de corrimes prximos a bebedouros, assentos dos banheiros e lousa;

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    - Colocao de portas mais alargadas que possibilitem a passagem de cadeiras de rodas;

    - Banheiros adaptados;

    - Maanetas redondas substitudas por maanetas com sistemas de alavancas;

    - Remoo de carteiras, de forma a possibilitar a passagem de cadeira de rodas, ou facilitar a locomoo de alunos com muletas;

    - Modificao no mobilirio de forma a promover maior conforto a crianas que usam tipoia, rteses e prteses;

    - Tapetes antiderrapantes, nas reas escorregadias;

    - Cantos arredondados no mobilirio;

    Seria muito importante que a escola seguisse as indicaes do conceito de Desenho Universal que o que garante a criao de ambientes e produtos que podem ser usados por todas as pessoas na sua mxima extenso possvel (Mace, 1991).

    A ideia que o mximo de pessoas, independente de suas condies fsicas, idade, sexo, capacidades, crenas, deficincia ou no, possam ter acesso a todos os lugares, com o mesmo direito e conforto. Isso no tarefa das mais fceis.

    O conceito de Desenho Universal apoiado pela Organizao das Naes Unidas, apoiando a indicao de igualdade de oportunidades.

    Adaptaes na sala de aula

    Para ter a garantia de qualidade na educao dos alunos com deficincia fsica precisamos ter alguns cuidados:

    - Quanto melhor adaptado na cadeira o aluno estiver, melhores sero suas condies de aprendizagem e de responder s atividades apresentadas;

    - Alguns alunos com deficincia fsica podem se sentar nas mesmas cadeiras dos outros alunos, outros alunos com deficincia fsica devem ter suas prprias cadeiras feitas seguindo suas reais necessidades anatmicas. Seria importante que a professora entrasse em contato com o mdico ou fisioterapeuta do aluno para saber se o aluno pode ser transferido para uma cadeira normal ou se deve permanecer na sua prpria cadeira de rodas;

    - O aluno com deficincia fsica deve ser carregado no colo o menos possvel, pois futuros problemas podem acontecer na sua coluna e na do professor tambm;

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    - No caso do aluno ter que ser carregado, o adequado sentar o aluno simetricamente, trazendo seu tronco para prximo dos quadris e levant-la segurando embaixo dos seus joelhos e nas suas costas.

    - A melhor coisa a fazer quando receber um aluno com deficincia fsica conversar com a famlia ou com os terapeutas do aluno (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiloga, etc.) e buscar informaes sobre qual a melhor forma de adaptar o aluno na sala de aula;

    - Algumas crianas com deficincia fsica no podem se alimentar com comidas slidas por problemas como refluxo ou problemas srios na deglutio de alimentos. A professora dever perguntar aos pais sobre sua alimentao e sobre os remdios que o aluno toma assim que ele entrar na escola;

    - O aluno deve manter sua posio da cabea correta, pois isso permite que a criana consiga ter uma melhor percepo espacial, noo de profundidade e conscincia corporal;

    - Providenciar descanso para os ps caso a criana no fique na sua cadeira de rodas. Os ps do aluno devem sempre estar apoiados em uma base;

    - muito importante que o aluno com deficincia fsica esteja o maior tempo possvel com boa postura;

    - Forrar a carteira com papel, prendendo-o com fita adesiva, de forma a facilitar a escrita para as crianas que apresentem dificuldades de coordenao motora, espasticidade;

    - Se necessrio, pode-se colocar canaletas de madeira ou de PVC cortado ao meio, em toda a volta da carteira para evitar que os lpis caiam no cho;

    - Providenciar suportes para livros;

    - Aumentar o calibre do lpis, garfo, colher, enrolando-o com fita crepe, cadaro ou ainda espuma, para facilitar a preenso caso no haja condies de comprar os materiais adaptados que existem venda em lojas especializadas.

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA:

    HONORA, M. e FRIZANCO, M.L.E. Esclarecendo as deficincias. So Paulo: Principis, 2008.

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    2.2 - MEDIAES PEDAGGICAS

    Para possibilitar o acesso de pessoas com deficincia fsica ou mobilidade reduzida, toda escola deve eliminar suas barreiras arquitetnicas e de comunicao, tendo ou no alunos com deficincia nela matriculados no momento (Leis 7.853/89, 10.048 e 10.098/00, CF).

    Faz-se necessria ainda a adoo de recursos de comunicao alternativa/aumentativa, principalmente para alunos com paralisia cerebral e que apresentam dificuldades funcionais de fala e escrita. A comunicao alternativa/aumentativa contempla os recursos e estratgias que complementam ou trazem alternativas para a fala de difcil compreenso ou inexistente (pranchas de comunicao e vocalizadores portteis). Prev ainda estratgias e recursos de baixa ou alta tecnologia que promovam acesso ao contedo pedaggico (livros digitais, softwares para leitura, livros com caracteres ampliados) e facilitadores de escrita, no caso de deficincia fsica, com engrossadores de lpis, rteses para digitao, computadores com programas especficos e perifricos (mouse, teclado, acionadores especiais).

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA:

    O Acesso de Alunos com Deficincia s Escolas e Classes Comuns da Rede Regular / Ministrio Pblico

    Federal: Fundao Procurador Pedro Jorge de Melo e Silva (organizadores) / 2 ed. rev. e atualiz. Braslia: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidado, 2004.

  • 19

    2.3 - TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

    Rita Bersch

    Tecnologia assistiva uma expresso utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e servios que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficincia e, consequentemente, promover vida independente e incluso.

    Ainda, de acordo com Dias de S, a tecnologia assistiva deve ser compreendida como a resoluo de problemas funcionais, em uma perspectiva de desenvolvimento das potencialidades humanas, valorizao de desejos, habilidades, expectativas positivas e da qualidade de vida, as quais incluem recursos de comunicao alternativa, de acessibilidade ao computador, de atividades de vida diria, de orientao e mobilidade, de adequao postural, de adaptao de veculos, rteses e prteses, entre outros (Brasil, 2006, p. 18).

    Nesta definio, destacamos que a TA composta de recursos e servios. O recurso o equipamento utilizado pelo aluno, que lhe permite ou favorece o desempenho de uma tarefa. O servio de tecnologia assistiva na escola aquele que buscar resolver os problemas funcionais do aluno, no espao da escola, encontrando alternativas para que ele participe e atue positivamente nas vrias atividades neste contexto.

    Fazer TA na escola buscar, com criatividade, uma alternativa para que o aluno realize o que deseja ou precisa. encontrar uma estratgia para que ele possa fazer de outro jeito. valorizar o seu jeito de fazer e aumentar suas capacidades de ao e interao a partir de suas habilidades. conhecer e criar novas alternativas para a comunicao, escrita, mobilidade, leitura, brincadeiras, artes, utilizao de materiais escolares e pedaggicos, explorao e produo de temas atravs do computador, etc. envolver o aluno ativamente, desafiando-se e desafiando-o a experimentar e conhecer, permitindo que construa individual e coletivamente novos conhecimentos. retirar do aluno o papel de espectador e atribuir-lhe a funo de ator.

    Muitas so as perguntas do professor no seu encontro com o aluno com deficincia fsica e, dia aps dia, novos desafios surgiro:

    Como poderei avaliar se ele no consegue escrever como os outros?

    Meu aluno mais lento para escrever, ler e falar. Ser que acompanhar o ritmo da turma no aprendizado?

  • 20

    Parece que ele entende tudo, mas no fala e no consegue escrever. Como poderei saber o que ele quer, gosta, aprendeu ou quais so as suas dvidas? Existe alguma forma alternativa de ele comunicar o que deseja?

    Todos esto utilizando a tesoura e se sentem orgulhosos por isso. Como posso fazer para que o meu aluno com deficincia no se sinta excludo e incapaz?

    O que faremos na aula de educao fsica?

    Ele conseguir se alimentar sozinho?

    Quem ficar responsvel por acompanh-lo no deslocamento dentro da escola?

    Ele precisar de ajuda para ir ao banheiro? Quem o auxiliar? Existe algum jeito de ele ser mais independente?

    Agora, podemos retomar o conceito da Tecnologia Assistiva e reafirmar que ela significa resoluo de problemas funcionais. Para a implementao desta prtica (TA) no contexto educacional, necessitamos de criatividade e disposio de encontrarmos, junto com o aluno, alternativas possveis que visam vencer as barreiras que o impedem de estar includo em todos os espaos e momentos da rotina escolar.

    No desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos as ajudas tcnicas e a tecnologia assistiva esto inseridas no contexto da educao brasileira, dirigida promoo da incluso de todos os alunos na escola. Portanto, o espao escolar deve ser estruturado como aquele que oferece tambm as ajudas tcnicas e os servios de tecnologia assistiva (Brasil, 2006, p. 19).

    Ajudas tcnicas o termo utilizado na legislao brasileira, quando trata de garantir: Produtos, instrumentos e equipamentos ou tecnologias adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficincia ou com mobilidade reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida. (art. 61 do decreto n 5.296/04). Ajudas tcnicas so, portanto, sinnimo de tecnologia assistiva no que diz respeito aos recursos que promovem funcionalidade de pessoas com deficincia ou com incapacidades advindas do envelhecimento.

    importante ressaltar que a legislao brasileira garante ao cidado brasileiro com deficincia ajudas tcnicas, portanto o professor especializado, sabendo desse direito do aluno, deve ajud-lo a identificar quais so os recursos necessrios para a sua educao, a fim de que ele possa recorrer ao poder pblico e obter esse benefcio.

  • 21

    Modalidades da TA

    A TA se organiza em modalidades ou especialidades e essa forma de classificao varia conforme diferentes autores ou instituies que trabalham com a TA. A organizao por modalidades contribui para o desenvolvimento de pesquisas, recursos, especializaes profissionais e organizao de servios. Podemos citar como modalidades:

    Auxlios para a vida diria e vida prtica.

    Comunicao Aumentativa e Alternativa.

    Recursos de acessibilidade ao computador. Adequao Postural (posicionamento para funo).

    Auxlios de mobilidade.

    Sistemas de controle de ambiente.

    Projetos arquitetnicos para acessibilidade.

    Recursos para cegos ou para pessoas com viso subnormal.

    Recursos para surdos ou pessoas com dficits auditivos.

    Adaptaes em veculos.

    importante que, a partir do entendimento conceitual, o professor que trabalha com alunos cegos saiba que o livro em braille, o material pedaggico confeccionado em relevo, os programas de computador que fazem o retorno auditivo, tambm so TA. Para o aluno surdo, o material especificamente produzido com referencial grfico visual e que procura traduzir o que comumente escutado, ou a campainha que substituda por sinalizao visual, etc., tambm TA. Para o aluno com dificuldades de aprender a ler e a escrever, podemos construir ou disponibilizar recursos e materiais especiais com apoio de smbolos grficos junto escrita. Para esse aluno, o computador, com software de retorno auditivo, auxiliar a explorar mais facilmente os contedos de textos e tudo isso TA.

  • Resolvendo com criatividade problemas funcionais

    A partir de agora descrevemos vrias situaes reais que fazem parte da rotina escolar e apresentamos alternativas e recursos que foram aplicadoseste material sirva como fonte inspiradora para tantos outros recursos e alternativas que ainda surgiro. Vejamos alguns exemplos:

    Recorte

    Na educao infantil todas as crianas esto se desafiando no uso da tesoura. Alguns alunos possuem maior facilidade, outros ainda mostram dificuldades, mas todos esto orgulhosos de seus feitos. Nesse caso, o menino com deficincia fsparticipar da atividade de recorte e colagem, a menos que consigamos uma tesoura diferente para que ele possa manejmo). Encontramos ou construmos uma tesoura adaptada consegue manejar simultaneamente a tesoura e o papel. Nesse caso, mudamos a atividade, que de individual passa a ser coletiva: o grupo de alunos trabalha junto e um colega segura o papel, o outro usa a tesoura, o outro passa a cola e juntos fazem a colagem.

    Figura 1 .Tesoura adaptada com arame revestido

    Figura 3.Tesoura adaptada em suporte fixo Figura 4. Cortando com a tesoura em suporte fixo

    A tesoura mola exige somente o movimento de fechar a mo (figuras 1 e 2) (www.expansao.com); a tesoura mola sobre suporbater a mo (figuras 3 e 4).

    Resolvendo com criatividade problemas funcionais

    A partir de agora descrevemos vrias situaes reais que fazem parte da rotina escolar e apresentamos alternativas e recursos que foram aplicados nestes casos. Esperamos que este material sirva como fonte inspiradora para tantos outros recursos e alternativas que ainda surgiro. Vejamos alguns exemplos:

    Na educao infantil todas as crianas esto se desafiando no uso da tesoura. Alguns alunos possuem maior facilidade, outros ainda mostram dificuldades, mas todos esto orgulhosos de seus feitos. Nesse caso, o menino com deficincia fsparticipar da atividade de recorte e colagem, a menos que consigamos uma tesoura diferente para que ele possa manej-la com a habilidade que possui (fechar a mo ou bater a mo). Encontramos ou construmos uma tesoura adaptada para nosso aluno, mas ele ainda no consegue manejar simultaneamente a tesoura e o papel. Nesse caso, mudamos a atividade, que de individual passa a ser coletiva: o grupo de alunos trabalha junto e um

    ro usa a tesoura, o outro passa a cola e juntos fazem a colagem.

    Figura 1 .Tesoura adaptada com arame revestido (tesoura mola) Figura 2.Cortando com a tesoura adaptada

    Figura 3.Tesoura adaptada em suporte fixo Figura 4. Cortando com a tesoura em suporte fixo

    A tesoura mola exige somente o movimento de fechar a mo (figuras 1 e 2) (www.expansao.com); a tesoura mola sobre suporte fixo, exige somente o movimento de

    22

    A partir de agora descrevemos vrias situaes reais que fazem parte da rotina escolar e nestes casos. Esperamos que

    este material sirva como fonte inspiradora para tantos outros recursos e alternativas que

    Na educao infantil todas as crianas esto se desafiando no uso da tesoura. Alguns alunos possuem maior facilidade, outros ainda mostram dificuldades, mas todos esto orgulhosos de seus feitos. Nesse caso, o menino com deficincia fsica no poder participar da atividade de recorte e colagem, a menos que consigamos uma tesoura

    la com a habilidade que possui (fechar a mo ou bater a para nosso aluno, mas ele ainda no

    consegue manejar simultaneamente a tesoura e o papel. Nesse caso, mudamos a atividade, que de individual passa a ser coletiva: o grupo de alunos trabalha junto e um

    ro usa a tesoura, o outro passa a cola e juntos fazem a colagem.

    Figura 2.Cortando com a tesoura adaptada

    Figura 3.Tesoura adaptada em suporte fixo Figura 4. Cortando com a tesoura em suporte fixo

    A tesoura mola exige somente o movimento de fechar a mo (figuras 1 e 2) te fixo, exige somente o movimento de

  • Desenho e Pintura

    Outras atividades muito frequentes na escola so o desenho e a pintura. Atravs dele o aluno representa seu entendimento, seus sentimentos etc. Nesse caso podemoproblema de manejo do lpis, giz de cera ou pincel, que exigem uma habilidade motora fina. Alm de manusear estes instrumentos o aluno fixa, com a outra mo, o papel no qual vai desenhar. Esta tarefa pode ser muito difcil para alternativas para lhes auxiliar.

    A primeira ideia seria a de fixar a folha com fita prancheta. Precisamos verificar qual a habilidade de preenso da mo deste alunescolher uma alternativa como um engrossador para o lpis ou pincel. As fotos que seguem ilustram algumas alternativas possveis: A aranha

    os dedos e a caneta so encaixados. (www.expansao.com)

    Os movimentos involuntrios podem ser inibidos por uma pulseira imantada. Na caneta, um engrossador de borracha tambm facilita a preenso e escrita. (Figura 7) (www.expansao.com).

    Figura 7. Pulseira imantada

    Outras atividades muito frequentes na escola so o desenho e a pintura. Atravs dele o aluno representa seu entendimento, seus sentimentos etc. Nesse caso podemoproblema de manejo do lpis, giz de cera ou pincel, que exigem uma habilidade motora fina. Alm de manusear estes instrumentos o aluno fixa, com a outra mo, o papel no qual vai desenhar. Esta tarefa pode ser muito difcil para algumas crianas e podemos pensar em alternativas para lhes auxiliar.

    seria a de fixar a folha com fita adesiva na carteiraprancheta. Precisamos verificar qual a habilidade de preenso da mo deste alunescolher uma alternativa como um engrossador para o lpis ou pincel. As fotos que seguem ilustram algumas alternativas possveis: A aranha-mola um arame revestido, onde os dedos e a caneta so encaixados. (www.expansao.com)

    Figura 6. Aranha-mola.

    Os movimentos involuntrios podem ser inibidos por uma pulseira imantada. Na caneta, um engrossador de borracha tambm facilita a preenso e escrita. (Figura 7)

    Figura 7. Pulseira imantada Figura 9. rtese

    23

    Outras atividades muito frequentes na escola so o desenho e a pintura. Atravs dele o aluno representa seu entendimento, seus sentimentos etc. Nesse caso podemos enfrentar o problema de manejo do lpis, giz de cera ou pincel, que exigem uma habilidade motora fina. Alm de manusear estes instrumentos o aluno fixa, com a outra mo, o papel no qual vai

    algumas crianas e podemos pensar em

    na carteira ou em uma

    prancheta. Precisamos verificar qual a habilidade de preenso da mo deste aluno e escolher uma alternativa como um engrossador para o lpis ou pincel. As fotos que

    mola um arame revestido, onde

    Os movimentos involuntrios podem ser inibidos por uma pulseira imantada. Na caneta, um engrossador de borracha tambm facilita a preenso e escrita. (Figura 7)

  • 24

    Um engrossador de lpis pode ser feito com espuma macia (Figura 8) e rteses podem melhorar a posio da mo do aluno e ainda conter um dispositivo para fixar o lpis. (Figura 9) (www.expansao.com).

    Vrias adaptaes podem ser confeccionadas, utilizando-se materiais que originalmente tinham outra funo. Uma bola de borracha encontrada em farmcias e que faz parte do sugador de leite pode tornar-se um recurso timo de adaptao do lpis. (Figura 10).

    Figura 8 Engrossador de espuma. Figura 10 Adaptador de borracha

    Podemos confeccionar engrossadores de lpis, pincis, giz de cera, rolo para pintura e tubo de cola colorida, utilizando uma espuma encontrada em ferragens e que, originalmente, serve para o revestimento de encanamento de gua quente. Esta espuma vendida em metro e a encontramos em vrios dimetros (Figura 11).

    Figura 11 Engrossadores de espuma.

  • 25

    Apontar o Lpis

    Durante a escrita ou desenho comum quebrar a ponta do lpis. Ser que possvel meu aluno fazer a ponta de seu lpis se consegue manejar bem somente uma das mos? Foi essa pergunta que inspirou a criao de um apontador adaptado: um apontador comum foi colado sobre um taco de madeira e, dessa forma, a mo que apresenta maior dificuldade consegue fixar o taco enquanto a outra maneja o lpis dentro do apontador (Figura 13).

    Figura 13 Apontador adaptado.

    Manusear o Livro

    Na escola muitos livros so utilizados e isso exige habilidades. Buscando resolver as dificuldades que surgem nessa tarefa, descrevemos algumas adaptaes que foram sugeridas para alunos com deficincia fsica. Para melhor visualizar o texto e as gravuras, em alguns casos, recomendvel colocar o livro na altura dos olhos do aluno, com o auxlio do plano inclinado (Figura 14).

    Figura 14 Plano inclinado

  • 26

    Para fixar o livro sobre a mesa poderemos colocar velcro na contra capa do livro e na mesa. Desta forma, mesmo se o aluno utilizar muita fora ou tiver movimentos involuntrios, o livro no se deslocar durante a troca da pgina. Tambm podemos usar separadores de pginas colando feltro adesivo (normalmente colado sob os ps de cadeiras) entre uma pgina e outra. (Figura 15)

    Figura 15 Separador de pginas de feltro ou espuma.

    Outra ideia que favorece alguns alunos a de colar um pequeno velcro em cada p de pgina do livro e confeccionar uma luva de dedo, com velcro oposto na ponta. O contato do dedo da luva, com o velcro da folha, facilitar a ao de virar a pgina (Figura 16).

    Figura 16 Auxlio para virar a pgina do livro com velcro.

  • 27

    Jogos Variados

    Jogos utilizados em sala de aula tambm podem sofrer adaptaes para que o aluno consiga participar com autonomia. Jogo de quebra-cabea: confeccionado com papelo, rtulos ou figuras, papel contact e velcro fixado na base e no verso das peas (Figura 17).

    Figura 17 Quebra-cabeas com velcro.

    Jogo das cores: jogos confeccionados com tampinhas coloridas, caixa de papelo, papel contact, velcro, folhas coloridas e latas revestidas de cores. O aluno brinca fazendo a correspondncia das cores e depois pode explorar outros conceitos como quantidades (Figura 18).

    Figura 18 Brincando com as cores.

    Jogos de matemtica: tampinhas, cartes plastificados, velcro e desafios matemticos (Figura 19).

    Figura 19 Jogos matemticos.

  • 28

    Jogos que estimulam a leitura e escrita: confeccionados com cubos de madeira, letras em EVA (lmina emborrachada), tampinha de leite, figuras impressas, papelo, contact e velcro (Figuras 21 e 22).

    Figura 21 Jogos que estimulam a leitura.

    Figura 22 Jogos que estimulam a escrita.

    Escrita

    No caso de o aluno se cansar muito ou no conseguir escrever utilizando o lpis ou a caneta, mesmo adaptados, poderemos pensar em outras solues para a escrita: Escrever usando letras em EVA (lminas emborrachadas), em cubos de madeira, em cartes de papelo, coladas sobre tampinhas etc. Ao confeccionar esse material devemos estar atentos habilidade de preenso do aluno e tambm ao seu controle motor. Ser muito til que a base que recebe as letras tenha uma superfcie de aderncia (velcro ou suporte de encaixe). Dessa forma, mesmo que o aluno tenha tremores ou movimentos involuntrios, as letras se fixam e ele consegue, com mais facilidade, compor a palavra ou texto que deseja (Figura 23).

    Figura 23 Escrita Alternativa.

  • 29

    Prancha com letras: uma folha de papel contendo todo o alfabeto. O aluno aponta ou olha para a letra que deseja escrever e o colega, ou seu acompanhante, vai compondo o texto (Figura 24).

    Figura 24 Prancha de letras.

    O processo de seleo da letra pode ser feito pelo aluno de forma direta ou indireta. Na forma direta o prprio aluno consegue levar o dedo, o olhar, ou outra parte do corpo sobre a letra que deseja selecionar. Na forma indireta o professor ou o auxiliar, que passa a mo sobre a prancha de letras e quando ele toca na letra que o aluno deseja escrever, este emite um sinal afirmativo, que pode ser um som ou um gesto. Esse segundo sistema de seleo tambm denominado de varredura.

    O computador, com recursos de acessibilidade, pode ser tambm uma alternativa para o aluno que necessita de escrita rpida (www.clik.com.br), Figura 26.

    Figura 26 Teclado com recursos de acessibilidade

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA:

    SCHIRMER, C. R. BROWNING, N. BERSCH, et al. Atendimento Educacional Especializado.

    Deficincia Fsica. SEESP / SEED / MEC. Braslia/DF 2007.

  • 30

    3 - DEFICINCIA VISUAL E AS MEDIAES PEDAGGICAS

    3.1 DEFICINCIA VISUAL

    A Viso

    A viso a nossa principal experincia sensorial. O crebro humano muito mais usado para a viso do que para qualquer outro sentido. atravs da viso que adquirimos mais da metade dos conhecimentos a respeito do mundo que nos cerca.

    Estima-se que 1,5% das pessoas apresentem Deficincia Visual. Isso representado numa realidade da escola demonstra que a chance de termos um aluno com Deficincia Visual muito grande.

    Deficincia Visual: Cegueira e Baixa Viso

    Dividiremos esta deficincia em dois grandes grupos devido s diferenas entre elas, sendo:

    Baixa Viso (tambm conhecida como Viso Subnormal)

    Cegueira.

    A estimativa, no Brasil, que entre os 1,7 milhes de pessoas que apresenta uma deficincia visual, 20% apresentam cegueira e 80% apresentam baixa viso. Isso significa que, de acordo com os clculos, a cada trs mil crianas, uma cega, e que, a cada quinhentas crianas, uma tem baixa viso.

    Causas da Deficincia Visual

    Nos pases menos desenvolvidos (como, por exemplo, o Brasil), a Deficincia Visual causada por toxoplasmose, rubola congnita, catarata, tracoma, retinites, infeces, tumores, diabetes, retinopatia da prematuridade, traumatismos provocados por acidentes domsticos, acidentes de trnsito, entre outros.

    O que o professor precisa saber

    Quando a deficincia visual aconteceu. Isso pode nos dar pistas do conhecimento de mundo que o aluno com baixa viso ou cegueira se apropriou.

  • 31

    Saber se a perda de viso foi gradual ou sbita e a forma como ocorreu o problema tambm de suma importncia.

    Associao (ou no) com outras deficincias, aspectos hereditrios, aspectos ambientais e tratamentos recebidos.

    Como a famlia tambm consegue lidar com esta criana, ou com esta deficincia do filho, um aspecto de suma importncia.

    Quando aconteceu a perda visual

    O indivduo que nasce com o sentido da viso, perdendo-o mais tarde, guarda memrias visuais, consegue lembrar-se das imagens, luzes e cores que conheceu, e isso muito til para sua readaptao. Quem nasce sem a capacidade da viso, por outro lado, apresenta uma forma diferente de representao dos objetos e das pessoas.

    Sintomas de Problemas Visuais

    Irritaes crnicas nos olhos, indicadas por olhos lacrimejantes, plpebras avermelhadas, inchadas ou com crostas;

    Nuseas, viso dupla, embaamento visual durante ou aps a leitura;

    Esfregar os olhos, franzir a testa, contrair o rosto ao olhar para objetos distantes; Cautela excessiva no andar, correr com pouca frequncia e aos tropeos, sem razo

    aparente;

    Desateno anormal a grficos, mapas e lousa;

    Inquietao, irritabilidade, nervosismo excessivo aps trabalho visual prolongado;

    Piscar, excessivamente, em especial durante a leitura;

    Segurar o material didtico de leitura muito perto, muito longe ou em posies incomuns ao ler;

    Ser capaz de ler apenas por curtos perodos de tempo;

    Fechar ou cobrir um dos olhos, assim como pender a cabea para um dos lados, durante a leitura.

    Baixa Viso

    Segundo o Decreto no 5.296/04, significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica; os casos nos quais a somatria da medida do campo visual

  • 32

    em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrncia simultnea de quaisquer das condies anteriores. A Baixa Viso a alterao significativa da capacidade funcional da viso decorrente de fatores como rebaixamento significativo da acuidade visual, reduo importante do campo visual, alteraes para viso de cores e sensibilidade aos contrastes que interferem ou limitam o desempenho visual.

    Baixa Viso na Escola

    Em nvel educacional, o aluno com Baixa Viso aquele que tem viso til para propsitos da sala de aula, mas que precisar de auxlios pticos (culos, lupa, lentes, entre outros) e ampliaes para ler e escrever. Uma definio bem simplificada da Baixa Viso a incapacidade de enxergar com clareza suficiente para contar os dedos da mo a uma distncia de 3 metros luz do dia.

    Ajudas para a Baixa Viso

    importante que se faa um aproveitamento ao mximo da capacidade de enxergar da criana com Baixa Viso conjuntamente com todos seus outros sentidos, pois a perda de parte da viso pode acarretar grande prejuzo devido ser a viso a fonte de muita de nossas aprendizagens.

    Cegueira

    caracterizada no Decreto no 5.296/04 como sendo a acuidade visual igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correo ptica. Um aluno com cegueira aquele que necessita do Sistema Braille para aprender a ler e escrever, alm de outros recursos especiais.

    Orientaes para o professor que recebe um aluno com Deficincia Visual:

    - Diga o nome do aluno com Deficincia Visual sempre que desejar a sua participao;

    - Informe-o, se precisar se ausentar ou se algum visita na sala de aula;

    - Informe sobre as coisas que acontecem, antecipando a ao;

  • 33

    - Quando escrever na lousa, leia em voz alta, e d tempo suficiente para que ele tome nota com sua reglete e pulso ou mquina de escrever, e cumpra as tarefas propostas;

    - Sempre que for utilizar modelos, objetos e mapas, oferea opes em relevo e faa-o observar pelo tato. Caso no disponha deste material adaptado, descreva oralmente com a maior fidedignidade possvel;

    - No se esquea que a escrita em Braille mais lenta do que a escrita convencional;

    - O melhor lugar para o aluno com Deficincia Visual sentar no meio e no centro da sala, com iluminao adequada.

    Na sala de aula

    Fornea o maior nmero de informaes verbais possveis, explicando com palavras as tarefas a realizar;

    Faa com que o aluno com deficincia visual seja participativo, ativo e integrado com a turma;

    A turma dever apresentar-se ao aluno, normalmente, em voz alta, e aos poucos, para que o aluno possa conhecer todos os colegas. Em alguns casos, pode ser interessante que o aluno com deficincia visual toque no rosto ou cabelos dos amigos para melhor conhec-los;

    No o superproteja, ajude-o, mas no lhe d as solues. Passar esta informao para as crianas da sala de aula tambm;

    Permita que outro aluno leia as lies da lousa;

    No caso de no saber o que fazer para ajud-lo em alguma tarefa, pergunte a ele como prefere ser ajudado;

    D uma volta completa na classe, mostrando-lhe os mveis, a lousa, a porta, as janelas e todas as referncias que puder. Faa isso tambm na escola como um todo, com poucas informaes por dia;

    Mostre ao aluno os diferentes pisos e seus locais, pois isso servir de referncia para sua orientao e locomoo (grama, terra, cimento, piso frio...), dando especial ateno a escadas, inclinaes, rampas, degrau e mezaninos;

    Sempre que houver qualquer alterao na disposio dos mveis e objetos, seja definitiva ou temporria, avise e mostre ao aluno;

    Antes de subir ou descer uma escada, avise ao aluno e ponha sua mo no corrimo.

    Na escola

  • 34

    Ao conduzi-lo a uma cadeira, coloque sua mo no encosto e informe se a cadeira tem braos ou no;

    Indique posies com preciso, dando referncias como: sua frente, atrs de voc, sua direita, sua esquerda, evitando referncias como l, ali, aqui, entre outras, que para o aluno com deficincia visual no so precisas;

    No banheiro, mostre-lhe onde est o vaso sanitrio, o cesto de lixo, o papel higinico, a pia, a torneira, o sabonete, a toalha;

    Na hora do lanche, indique a pessoa responsvel que no encha demasiadamente seu prato ou copo e lhe informe sobre o tipo de alimento que est sendo servido. Outra estratgia indicar o posicionamento dos alimentos como se estivesse descrevendo um relgio (para alunos que saibam ver as horas), como por exemplo: das 2h s 4h, est o feijo; das 4h s 6h, est o arroz; das 6h s 9h, est a carne.

    Lupas e Telelupas

    Alguns alunos fazem uso de lupas manuais, lentes de aumento e necessitam de ampliaes que podem ser feitas mo ou no computador.

    Sistema Braille

    O sistema Braille consiste na utilizao de seis pontos em relevo, explorados pelo tato, dispostos em duas colunas e possibilita a formao de 64 smbolos diferentes, que so empregados em textos literrios, simbologia matemtica e cientfica, na msica e na informtica.

    Os seis pontos formam a cela Braille e a numerao desses pontos d-se da seguinte forma: do alto para baixo, coluna da esquerda: pontos 1, 2 e 3; do alto para baixo, coluna da direita: pontos 4, 5, e 6.

  • 35

    Reglete e puno

    Impressora em Braille

    Ler em Braille

    Alguns cuidados so importantes no que se refere ao uso do Braille, pois estudos recentes comprovam que a leitura ttil trs vezes mais fatigante que a leitura visual, alm do que, depois de certo tempo de leitura, o dedo indicador (principal usado para a leitura) perde a sensibilidade.

    Bengala Dobrvel

  • 36

    Como conduzir

    Para guiar o aluno, oferea-lhe o cotovelo e caminhe sempre meio passo a sua frente. A

    pessoa que ajuda o deficiente visual chamada de Guia Vidente. A pessoa com Deficincia Visual dever chegar um pouco acima do cotovelo do Guia Vidente. Algumas pessoas, erradamente, querem segurar no brao da pessoa Cega, o que deve ser o contrrio:

    Ao guiar o aluno por uma passagem estreita onde s cabe uma pessoa, coloque o brao (cotovelo) para trs e ele se posicionar atrs de voc:

  • 37

    Co Guia

    Atividades de Vida Diria

    Atividade de Vida Diria uma preparao para a vida, capacitando para sua auto-suficincia, e motivando para seu crescimento pessoal, por meio de atitudes e valores positivos.

    A independncia alcanada por um bom programa de Atividades de Vida Diria vai muito alm das necessidades pessoais bsica, como higiene, alimentao, hbitos mesa e etiqueta, cuidados coma a casa e atividades sociais. Proporciona tambm o desenvolvimento da autoconfiana, a valorizao das prprias capacidades, a autonomia e o desenvolvimento global.

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA:

    HONORA, M. e FRIZANCO, M.L.E. Esclarecendo as Deficincias. So Paulo: Prncipis, 2008.

  • 38

    3.2 - MEDIAES PEDAGGICAS

    Recursos pticos

    Recursos pticos para longe: telescpio: usado para leitura no quadro negro, restringem muito o campo visual; telessistemas, telelupas e lunetas.

    Recursos pticos para perto: culos especiais com lentes de aumento que servem para melhorar a viso de perto. (culos bifocais, lentes esferoprismticas, lentes monofocais esfricas, sistemas telemicroscpicos).

    Lupas manuais ou lupas de mesa e de apoio: teis para ampliar o tamanho de fontes para a leitura, as dimenses de mapas, grficos, diagramas, figuras etc. Quanto maior a ampliao do tamanho, menor o campo de viso com diminuio da velocidade de leitura e maior fadiga visual.

    Recursos No-pticos

    Tipos ampliados: ampliao de fontes, de sinais e smbolos grficos em livros, apostilas, textos avulsos, jogos, agendas, entre outros.

    Plano inclinado: carteira adaptada, com a mesa inclinada para que o aluno possa realizar as atividades com conforto visual e estabilidade da coluna vertebral.

    Acessrios: lpis 4B ou 6B, canetas de ponta porosa, suporte para livros, cadernos com pautas pretas espaadas e gravadores.

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    Recomendaes teis

    Sentar o aluno a uma distncia de aproximadamente um metro do quadro negro na parte central da sala.

    Evitar a incidncia de claridade diretamente nos olhos da criana.

    Estimular o uso constante dos culos, caso seja esta a indicao mdica.

    Colocar a carteira em local onde no haja reflexo de iluminao no quadro negro.

    Posicionar a carteira de maneira que o aluno no escreva na prpria sombra.

    Adaptar o trabalho de acordo com a condio visual do aluno.

    Em certos casos, conceder maior tempo para o trmino das atividades propostas, principalmente quando houver indicao de telescpio.

    Ter clareza de que o aluno enxerga as palavras e ilustraes mostradas.

    Sentar o aluno em lugar sombrio se ele tiver fotofobia (dificuldade de ver bem em ambiente com muita luz).

    Evitar iluminao excessiva em sala de aula.

    Observar a qualidade e nitidez do material utilizado pelo aluno: letras, nmeros, traos, figuras, margens, desenhos com bom contraste figura/fundo.

    Observar o espaamento adequado entre letras, palavras e linhas.

    Utilizar papel fosco, para no refletir a claridade.

    Explicar, com palavras, as tarefas a serem realizadas.

    Espao Fsico e Mobilirio

    Lembramos que a configurao do espao fsico no percebida de forma imediata por alunos cegos, tal como ocorre com os que enxergam. Por isso, necessrio possibilitar o conhecimento e o reconhecimento do espao fsico e da disposio do mobilirio. A coleta de informaes se dar de forma processual e analtica atravs da explorao do espao concreto da sala de aula e do trajeto rotineiro dos alunos: entrada da escola, ptio, cantina, banheiros, biblioteca, secretaria, sala dos professores e da diretoria, escadas, obstculos.

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    As portas devem ficar completamente abertas ou fechadas para evitar imprevistos desagradveis ou acidentes. O mobilirio deve ser estvel e qualquer alterao deve ser avisada. Convm reservar um espao na sala de aula com mobilirio adequado para a disposio dos instrumentos utilizados por esses alunos que devem incumbir-se da ordem e organizao do material para assimilar pontos de referncia teis para eles.

    O Sistema Braille

    Criado por Louis Braille, em 1825, na Frana, o sistema Braille conhecido universalmente como cdigo ou meio de leitura e escrita das pessoas cegas. Baseia-se na combinao de 64 pontos que representam as letras do alfabeto, os nmeros e outros smbolos grficos. A combinao dos pontos obtida pela disposio de seis pontos bsicos, organizados espacialmente em duas colunas verticais com trs pontos direita e trs esquerda de uma cela bsica denominada cela braille.

    A escrita braille realizada por meio de uma reglete e puno ou de uma mquina de escrever braille.

    A reglete uma rgua de madeira, metal ou plstico com um conjunto de celas braille dispostas em linhas horizontais sobre uma base plana. O puno um instrumento em madeira ou plstico no formato de pra ou anatmico, com ponta metlica, utilizado para a perfurao dos pontos na cela braille. O movimento de perfurao deve ser realizado da direita para a esquerda para produzir a escrita em relevo de forma no espelhada. J a leitura realizada da esquerda para a direita. Esse processo de escrita tem a desvantagem de ser lento devido perfurao de cada ponto, exige boa coordenao motora e dificulta a correo de erros.

    A mquina de escrever tem seis teclas bsicas correspondentes aos pontos da cela braille. O toque simultneo de uma combinao de teclas produz os pontos que correspondem aos sinais e smbolo desejados. um mecanismo de escrita mais rpido,

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    prtico e eficiente. A escrita em relevo e a leitura ttil baseiam-se em componentes especficos no que diz respeito ao movimento das mos, mudana de linha, adequao da postura e manuseio do papel. Esse processo requer o desenvolvimento de habilidades do tato que envolvem conceitos espaciais e numricos, sensibilidade, destreza motora, coordenao bimanual, discriminao, dentre outros aspectos. Por isso, o aprendizado do sistema braille deve ser realizado em condies adequadas, de forma simultnea e complementar ao processo de alfabetizao dos alunos cegos.

    O domnio do alfabeto braille e de noes bsicas do sistema por parte dos educadores bastante recomendvel e pode ser alcanado de forma simples e rpida, uma vez que a leitura ser visual. Os profissionais da escola podem aprender individualmente ou em grupo, por meio de cursos, oficinas ou alternativas disponveis. Uma dessas alternativas o Braille Virtual, um curso on-line, criado e desenvolvido por uma equipe de profissionais da Universidade de So Paulo USP com o objetivo de possibilitar o aprendizado do sistema braille de forma simples, gratuita e ldica. O programa para download est disponvel em: http://www.braillevirtual.fe.usp.br

    Atividades

    Algumas atividades predominantemente visuais devem ser adaptadas com antecedncia e outras durante a sua realizao por meio de descrio, informao ttil, auditiva, olfativa e qualquer outra referncia que favorea a configurao do cenrio ou do ambiente. o caso, por exemplo, de exibio de filmes ou documentrios, excurses e exposies.

    A apresentao de vdeo requer a descrio oral de imagens, cenas mudas e leitura de legenda simultnea se no houver dublagem para que as lacunas sejam preenchidas com dados da realidade e no apenas com a imaginao. recomendvel apresentar um resumo ou contextualizar a atividade programada para esses alunos.

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    Os esquemas, smbolos e diagramas presentes nas diversas disciplinas devem ser descritos oralmente. Os desenhos, os grficos e as ilustraes devem ser adaptados e representados em relevo.

    O ensino de lngua estrangeira deve priorizar a conversao em detrimento de recursos didticos visuais que devem ser explicados verbalmente. Experimentos de cincias e biologia devem remeter ao conhecimento por meio de outros canais de coleta de informao. As atividades de educao fsica podem ser adaptadas com o uso de barras, cordas, bolas com guizo etc. O aluno deve ficar prximo do professor que recorrer a ele para demonstrar os exerccios ao mesmo tempo em que ele aprende.

    Outras atividades que envolvam expresso corporal, dramatizao, arte, msica, podem ser desenvolvidas com pouca ou nenhuma adaptao. Em resumo, os alunos cegos podem e devem participar de praticamente todas as atividades com diferentes nveis e modalidades de adaptao que envolvam criatividade, confeco de material e cooperao entre os participantes.

    Recursos Didticos

    A variedade, a adequao e a qualidade dos recursos disponveis possibilitam o acesso ao conhecimento, comunicao e aprendizagem significativa. Recursos tecnolgicos, equipamentos e jogos pedaggicos contribuem para que as situaes de aprendizagem sejam mais agradveis e motivadoras em um ambiente de cooperao e reconhecimento das diferenas. Com bom senso e criatividade, possvel selecionar, confeccionar ou adaptar recursos abrangentes ou de uso especfico.

    Os slidos geomtricos, os jogos de encaixe, os ligue-ligues e similares podem ser compartilhados com todos os alunos sem necessidade de adaptao. Outros se tornam significativos para alunos cegos ou com baixa viso mediante adaptaes que so atraentes e eficientes tambm para os demais alunos. o caso de jogos, instrumentos de medir, mapas de encaixe e diversos objetos que podem ser adaptados. Pode-se produzir uma infinidade de recursos e jogos didticos com material de baixo custo e sucata: embalagens descartveis, frascos, tampas de vrios tamanhos, retalhos de papis e tecidos com texturas diferentes, botes, palitos, crachs, barbantes, sementes etc.

    Para promover a comunicao e o entrosamento entre todos os alunos, indispensvel que os recursos didticos possuam estmulos visuais e tteis que atendam s diferentes condies visuais. Portanto, o material deve apresentar cores contrastantes, texturas e tamanhos adequados para que se torne til e significativo.

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    A confeco de recursos didticos para alunos cegos deve se basear em alguns critrios muito importantes para a eficincia de sua utilizao. Entre eles, destacamos a fidelidade da representao que deve ser to exata quanto possvel em relao ao modelo original. Alm disso, deve ser atraente para a viso e agradvel ao tato. A adequao outro critrio a ser respeitado, considerando-se a pertinncia em relao ao contedo e faixa etria. As dimenses e o tamanho devem ser observados. Objetos ou desenhos em relevo pequenos demais no ressaltam detalhes de suas partes componentes ou se perdem com facilidade. O exagero no tamanho pode prejudicar a apresentao da totalidade dificultando a percepo global.

    A estimulao visual baseia-se na escolha adequada do material, que deve ter cores fortes ou contrastes que melhor se adaptem limitao visual de cada aluno e significado ttil. O relevo deve ser facilmente percebido pelo tato e, sempre que possvel, constituir-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes componentes do todo. Contrastes do tipo liso/spero, fino/espesso, permitem distines adequadas. O material no deve provocar rejeio ao manuseio e ser resistente para que no se estrague com facilidade e resista explorao ttil e ao manuseio constante. Deve ser simples e de manuseio fcil, proporcionando uma prtica utilizao e no deve oferecer perigo para os alunos.

    A disponibilidade de recursos que atendam ao mesmo tempo s diversas condies visuais dos alunos pressupe a utilizao do sistema braille, de fontes ampliadas e de alternativas no processo de aprendizagem.

    Sugestes:

    Cela braille: confeccionada com caixas de papelo, frascos de desodorantes e embalagem

    de ovos.

    Cela braille Vazada: confeccionada em

    vrios tamanhos com acetato usado em

    radiografias ou papelo

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    Celinha braille: feitas com caixas de chicletes, botes, cartelas de comprimidos, caixa de

    fsforos emborrachado

    Caixa de vocabulrio: caixa de plstico ou de

    papelo contendo miniaturas coladas em cartes

    com o nome do objeto em braille e em tinta.

    Alfabeto: letras cursivas confeccionadas com emborrachado, papelo ou em arame flexvel.

    Gaveteiro alfabtico: cada gaveta contm miniaturas de objetos iniciados com a letra fixada em relevo e em braille na parte externa.

    Grade para escrita cursiva: pautas confeccionadas com caixa de papelo, radiografias, emborrachado e outros.

    Medidor: garrafas plsticas de gua mineral cortadas, com capacidade para um litro e meio.

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    Caixa de nmeros: caixas de plstico ou de papelo contendo miniaturas. Colar na parte externa o numeral, em tinta, relevo e em braille, correspondente quantidade de objetos guardados no interior da caixa.

    Pranchas para desenhos em relevo: retngulo de eucatex recoberto com tela de nilon de proteo para produo de desenhos com lpis-cera ou recoberto com couro para desenhos com carretilhas.

    Brincando com as fraes: representao de fraes utilizando embalagens de pizza e bandejas de isopor.

    Figuras geomtricas em relevo: confeccionadas com emborrachado, papelo e outros.

    Caneta maluca: caneta Bic com um fio comprido de l enrolado em um carretel na parte superior e com a ponta enfiada no lugar da carga para desenhar sobre prancha de velcro.

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    Livro de texturas

    Baralho: adaptado com inscrio em Braille do nmero e naipe.

    Bandeira do Brasil: confeccionada com diferentes materiais em relevo com encaixe ou superposio das partes.

    Domin: adaptado com diferentes texturas de tecido.

    Jogo de dama: adaptado com velcro.

    Jogo da velha: adaptado com peas de encaixe ou imantadas.

    Resta-um: adaptado com embalagem de ovos e bolinhas de isopor ou papel mach e bolinhas de gude.

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    Outros Recursos

    Sorob

    Instrumento utilizado para trabalhar clculos e operaes matemticas; espcie de baco que contm cinco contas em cada eixo e borracha compressora para deixar as contas fixas.

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA:

    S, E. D. CAMPOS, I. M. SILVA, M. B. Atendimento Educacional Especializado. Deficincia Visual. SEESP / SEED / MEC. Braslia/DF 2007

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    4- DEFICINCIA INTELECTUAL E AS MEDIAES PEDAGGICAS

    4.1 DEFICINCIA INTELECTUAL

    A Deficincia Intelectual a nomenclatura usada atualmente para definir o que antigamente chamvamos de Deficincia Mental. O termo foi aprovado em agosto de 2006, em uma Conveno Internacional de Direitos Humanos das Pessoas com Deficincia da Organizao das Naes Unidas (ONU).

    A Deficincia Intelectual no considerada uma doena ou um transtorno psiquitrico e sim um ou mais fatores que causam um prejuzo das funes cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do crebro. As Deficincias Intelectuais podem variar de leve grave, diferenciando muito a interveno de quem trabalha com este aluno.

    De acordo com o Decreto no 5.296/04, so consideradas deficientes intelectuais as pessoas com funcionamento intelectual significativamente inferior mdia, com manifestao antes dos dezoito anos e limitaes associadas a duas ou mais reas de habilidades adaptativas, tais como:

    1. Comunicao; 2. Cuidado pessoal; 3. Habilidades sociais; 4. Utilizao da comunidade; 5. Sade e segurana; 6. Habilidades acadmicas; 7. Lazer; e

    8. Trabalho.

    Estatsticas

    Os dados do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica indicam que 5% da populao apresenta deficincia intelectual no Brasil.

    Nas escolas especializadas o ndice de alunos com deficincia intelectual chega a 60% dos alunos matriculados, j nas escolas regulares, o ndice chega a 27%, de acordo com o Censo Escolar de 2005.

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    Causas intra-individuais:

    Origem Gentica: resulta de transmisso hereditria, ocorrendo quando um dos pais portador do gene causador da doena, ou ainda, devido a anomalias nos cromossomos. Ex: trissomia do 21 (Sndrome de Down), trissomia do 18 (Sndrome de Edwards).

    Origem Metablica: resulta de alteraes metablicas associadas a alteraes endcrinas ou incapacidade de produzir determinadas protenas ou enzimas quando determinados genes associados a essas substncias no funcionam. Ex: fenilcetonria e galactosemia.

    Doenas Cerebrais Graves: resultam do aparecimento de tumores na regio cerebral, ou ainda, desordens degenerativas. Ex. neurofibromatose e esclerose tuberosa.

    Desordens Psquicas: resultam de certos casos de autismo e esquizofrenias.

    Causas externas ao indivduo:

    Fatores Pr-Natais (antes do nascimento): infeces e intoxicaes (ex: rubola, sfilis, toxoplasmose, drogas, intoxicao por chumbo ou mercrio, radiaes), desnutrio materna, precariedade na assistncia gestante, alcoolismo, ingesto de lcool, uso de drogas e cigarros pela gestante, efeitos de medicamentos proibidos para mulheres grvidas, poluio ambiental;

    Fatores Peri-natais (do nascimento at 1 ms de vida do beb): falta de assistncia ou traumas no parto, prematuridade ou baixo peso do beb, incompatibilidade de fator Rh, falta de cuidados bsicos com o beb, hipxia (oxigenao no crebro insuficiente), anxia (falta de oxigenao no crebro), ictercia grave do beb;

    Fatores Ps-natais (aps o 1 ms de vida do beb): traumatismo craniano (quedas), desnutrio, desidratao grave, intoxicaes (venenos, remdios, inseticidas, produtos qumicos como chumbo o mercrio), infestaes com a larva do Taenia solium;

    Fatores Ambientais: ausncia de estimulaes no ambiente, como por exemplo: crianas de orfanatos, empobrecimento nas relaes afetivas, entre outras.

    Sndromes

    Sndrome um termo usado para um conjunto de caractersticas. As mais comuns so:

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    1. Sndrome de Down

    A Sndrome de Down a mais comum entre as deficincias intelectuais, presentes nas escolas regulares cada vez mais.

    A Sndrome de Down normalmente o resultado de uma cpia extra do cromossomo 21, resultando em trs cromossomos (onde deveria haver dois), tambm chamado de trissomia do 21, que provoca no organismo um excesso de 329 genes por clula. A Sndrome de Down considerada um acidente gentico.

    Embora o cromossomo 21 seja o menor cromossomo humano, sua trissomia altera gravemente o fentipo de uma pessoa. As pessoas com Sndrome de Down apresentam baixo peso e tamanho no nascimento, hipotonia (musculatura mais flcida que o normal), pescoo curto, prega na plpebra superior no canto interno dos olhos (o que os deixa parecidos com pessoas orientais), macroglossia (lngua grande e flcida), feies caractersticas e estatura baixa, alm de problemas cardacos, deficincia intelectual e suscetibilidade a infeces respiratrias, leucemia e doenas de Alzheimer em alguns casos, na mesma porcentagem para pessoas consideradas normais, s que 30 anos mais cedo.

    2. Sndrome do X Frgil

    uma alterao no cromossomo X que causa Deficincia Intelectual e alteraes no comportamento como hiperatividade e pouca ateno. Ocorre mais frequentemente entre os homens sendo a estatstica de um caso para 600 nascimentos. A Sndrome do X Frgil tem como caractersticas: dificuldade na aquisio da linguagem, dificuldades de aprendizagem, formato do rosto alongado com leve projeo da mandbula para frente,

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    orelhas proeminentes e de tamanho maior que o normal e aumento do tamanho dos testculos (macroorquidismo).

    3. Sndrome de Williams

    uma sndrome considerada mais rara que as duas primeiras, pela sua incidncia ser de um caso para cada 25 mil nascimentos. Na grande maioria dos casos so encontrados alunos muito sociveis, com boa percepo musical, timos contadores de histrias, apresentam dificuldades no raciocnio espacial, na soluo de problemas e na coordenao motora fina, alm de dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita.

    4. Sndrome de Rett

    Ocorre mais frequentemente em meninas e sua incidncia de um caso para 15 mil meninas nascidas. Na grande maioria dos casos, as meninas se desenvolvem normalmente at o primeiro ano e aps esta data comeam a apresentar estagnao no desenvolvimento, desacelerao do crescimento da calota craniana, dificuldade na aquisio de linguagem, diminuio das interaes sociais, isolamentos, movimentos estereotipados que muito lembram os movimentos das pessoas com autismo, dificuldade na coordenao motora, presena de problemas na coluna. A Sndrome de Rett tambm pode ser encontrada em alunos com deficincia mltipla.

    5. Sndrome Alcolica Fetal

    A expresso Sndrome Alcolica Fetal (SAF) foi criada em 1973 para descrever um padro de malformao fsica e deficincia intelectual observado em filhos de mes alcolatras. As crianas com a Sndrome Alcolica Fetal podem ter feio facial anormal, como espao entre os olhos de largura excepcional. Elas tambm apresentam vrias anomalias cerebrais, desde crebros pequenos com giros anormais a aglomerados celulares anormais e clulas corticais mal-alinhadas.

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    A identificao da Sndrome Alcolica Fetal estimulou um grande interesse nos efeitos do consumo de lcool por gestantes. Os bebs de aproximadamente 6% das mes alcolatras sofrem de Sndrome Alcolica Fetal acentuada. A incidncia da sndrome em diferentes regies geogrficas bastante varivel, dependendo em grande parte do padro e do grau de consumo abusivo de lcool nesses locais. Em cidades grandes, a incidncia de Sndrome Alcolica Fetal de um a cada 700 nascimentos.

    Uma questo importante levantada pela Sndrome Alcolica Fetal a quantidade de lcool considerada excessiva durante a gestao. A resposta para essa pergunta complexa, pois os efeitos do lcool sobre um feto dependem de muitos fatores. Para a total segurana, o melhor no beber absolutamente nada nos meses antes e durante a gestao. Essa concluso se apia nos achados de que uma dose de lcool ao dia durante a gestao pode levar diminuio da pontuao dos testes.

    Testes de Q.I.

    Muitos profissionais da Psicologia ainda fazem uso de testes para avaliar seus pacientes e, quanto a isso, importante sabermos que, na histria dos testes psicolgicos, tivemos a primeira Escala de Inteligncia criada por Binet e Simon, no incio do sc. XX, em 1904, na Frana. O Ministrio Pblico estava preocupado com o grande ndice de reprovao de crianas no ensino pblico, e ento contratou dois psiclogos, Binet e Simon, para estudar o problema e identificar o que estava acontecendo.

    Eles, ento, criaram o primeiro teste psicolgico, a escala de inteligncia, e foram modificando essa escala, transformando-a em teste. A primeira escala de inteligncia foi desenvolvida especificamente para crianas. Esses psiclogos trabalharam com crianas na faixa de 3 a 11 anos, e fizeram um levantamento de tudo o que as crianas de determinada faixa etria conheciam. Elaboraram, ento, um questionrio com 30 questes para identificar o que

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    elas conheciam, em cada faixa etria, com perguntas do cotidiano da criana. Com isso, eles identificavam a idade mental (IM) da criana, e comparavam-na idade cronolgica (IC).

    Atualmente, estamos num momento melhor:

    Graas regulamentao, os testes de Q.I. so considerados instrumentos especficos do Psiclogo. Dessa forma, s ele pode aplic-los. Alm disso, o Conselho Federal de Psicologia lanou norma para a reviso dos testes;

    O Brasil j dispe do Wisc na verso brasileira (fruto de uma tese de Doutorado no /Rio Grande do Norte);

    O termo Q.I., (Coeficiente de Inteligncia) muito conhecido entre ns, est, cada dia mais, em desuso;

    O Coeficiente de Inteligncia (Q.I) uma medida que pretendia quantificar o conhecimento das pessoas, e foi classificado como:

    o Limtrofe: Q.I. de 71 a 85; o Deficincia Intelectual Leve: Q.I. de 51 a 70; o Deficincia Intelectual Moderada: Q.I. de 36 a 50; o Deficincia Intelectual Severa: Q.I. de 20 a 35; o Deficincia Intelectual Profunda: Q.I. menor que 20.

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA:

    HONORA, M. e FRIZANCO, M.L.E. Esclarecendo as deficincias. So Paulo: Principis, 2008.

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    4.2 MEDIAES PEDAGGICAS

    Este parece ser o maior problema da incluso de pessoas com deficincia nas escolas regulares. Acreditamos, contudo, que tambm mais uma provocao para a transformao e melhoria do ensino escolar como um todo.

    A Constituio Federal determina que deva ser garantido a todos os educandos o direito de acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica, de acordo com a capacidade de cada um (art. 208, V) e que o Ensino Fundamental completo obrigatrio. Por isso, inegvel que as prticas de ensino devem acolher as peculiaridades de cada aluno, independentemente de terem ou no deficincia.

    As tradicionais rotulaes e divises de alunos em turmas aparentemente homogneas no so garantias de aprendizado. Ainda que nessas turmas os contedos escolares paream ser aprendidos mais facilmente, o entendimento efetivo desses contedos no o mesmo para todos os alunos.

    Grande parte dos professores continua na iluso de seus alunos apresentaro um desempenho escolar semelhante, em um mesmo tempo estipulado pela escola para se aprender um dado contedo escolar. Esquecem-se de suas diferenas e especificidades. Apesar de saberem que os alunos so pessoas distintas umas das outras, lutam para que o processo escolar os tornem iguais.

    Esperam e almejam em cada srie, ciclo, nvel de ensino, que os alunos alcancem um padro predefinido de desempenho escolar. Essa nsia de nivelar o alunado, segundo um modelo, leva, invariavelmente, excluso escolar, no apenas dos alunos com deficincia intelectual acentuada, mas tambm dos que possam apresentar dificuldades ou mesmo uma deficincia que os impea de aprender, como se espera de todos.

    Os alunos com deficincia intelectual, especialmente os casos mais severos, so os que foram a escola a reconhecer a inadequao de suas prticas para atender s diferenas dos educandos.

    De fato, as prticas escolares convencionais no do conta de atender deficincia intelectual, em todas as suas manifestaes, assim como no so adequadas s diferentes maneiras de os alunos, sem qualquer deficincia, abordarem e entenderem um conhecimento de acordo com suas capacidades. Essas prticas precisam ser urgentemente revistas, porque, no geral, elas so marcadas pelo conservadorismo, so excludentes e, conforme visto, inviveis para o alunado que temos hoje nas escolas, em todos os seus nveis.

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    Entre essas prticas, est a atual forma de avaliao da aprendizagem, que das mais antigas e ineficientes e que precisa ser mudada. Todos os alunos deveriam ser avaliados pelos progressos que alcanaram nas diferentes reas do conhecimento e a partir de seus talentos e potencialidades, habilidades naturais e construo de todo tipo de conhecimento escolar. Lembre-se que a LDBEN d ampla liberdade s escolas quanto forma de avaliao, no havendo a menor necessidade de serem mantidos os mtodos usuais.

    Existem milhares de crianas e adolescentes cujas necessidades so quase nicas no mundo todo. Assim, espera-se que a escola, ao abrir as portas para tais alunos, informe-se e orientes-e com profissionais da Educao e da Sade sobre as especificidades e instrumentos adequados para que aquele aluno encontre ali um ambiente adequado, sem discriminaes e que lhe proporcione o maior e melhor aprendizado possvel.

    Alunos com Deficincia Intelectual na Escola

    Nvel afetivo:

    Que o aluno torne-se independente e capaz de tomar iniciativas prprias, na medida de suas possibilidades;

    Que o aluno respeite os sentimentos dos outros e expresse os seus; Que o aluno esteja atento e interessado em conhecer o meio que o cer