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APOSTILA PARA QUALIFICAÇÃO DO ENCANADOR INDUSTRIAL

Apostila - Qualificação do Encanador - Parte I

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APOSTILA PARA QUALIFICAÇÃO DO

ENCANADOR INDUSTRIAL

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO

2. MEDIDAS

2.1 Ferramentas de Medição

2.2 Tipos de Medição

3. DESENHO

3.1 Considerações

3.2 Escala de Desenhos

3.3 Simbologia Aplicada em Desenhos

3.4 Planta Baixa

3.5 Isométrico

3.6 Spool

4. FERRAMENTAS

4.1 Caixa de Ferramentas Básicas

4.2 Ferramentas Manuais

4.3 Ferramentas Elétricas e Pneumáticas

4.4 Dispositivos de Ajustagem

4.5 Ferramenta de Oxi-corte (noções)

5. MATERIAIS

5.1 Tipos de Materiais de Tubulação

5.2 Acessórios de Tubulação

5.3 Acessórios Soldados e Roscados

6. SUPORTE

6.1 Suportes Provisórios

6.2 Suportação da Tubulação

6.3 Isolamento Térmico (Noções)

7. SEQÜÊNCIA DE MONTAGEM

7.1 Traçagem de Acessórios

7.2 Pré Fabricação de Spool

7.3 Montagem da Tubulação

8. JATO E PINTURA

8.1 Proteções Anticorrosivas

9. SEGURANÇA DO TRABALHO

9.1 Uso dos EPI’s

9.2 Trabalho em Altura

9.3 Forma de Utilização de Ferramentas e sua Segurança

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1. INTRODUÇÃO

Esta apostila tem por objetivo qualificar o profissional na função de

ENCANADOR INDUSTRIAL.

A busca pela qualificação técnica do profissional, a redução de perdas de

materiais, redução de retrabalhos e a melhoria da produtividade, fez a

formação desta apostila.

Para tanto, seguiremos uma seqüência de informações que achamos relevante

para a qualificação do ENCANADOR, bem como para orientá-lo no seu dia a

dia, consultando sempre que se fizer necessário.

Anexaremos a esta apostila diversas tabelas que irão facilitar o profissional na

busca de soluções praticas.

As informações aqui contidas serão descritas da forma mais simples possível,

ficando acessível a quem realmente a utiliza.

Para o perfeito entendimento das informações aqui contidas serão feitos

exercícios práticos e teóricos.

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2. MEDIDAS

2.1 Ferramentas de Medição Escala Para o nosso caso existem dois tipos de escala. A escala utilizada para medição de desenhos onde tem um formato de triângulo. Nela contem as diversas medidas para reduzir ou aumentar um desenho proporcionalmente. Com o auxílio desta régua e a indicação no desenho em qual escala ele foi feito fica fácil determinar as medidas do desenho que não estão claramente indicadas. Também utilizamos a escala metálica ou régua com um formato retangular normal e com medidas em milímetros e em polegadas, onde é utilizada para medições mais precisas com o auxílio de instrumentos topográficos ou não. Trena A trena é a ferramenta de medição em polegadas e milímetros mais usada na montagem industrial, e que compõe a caixa de ferramenta do encanador industrial. Nela são conferidas as medidas dos materiais, local de instalação da tubulação, folgas aplicadas na fabricação dos isométricos etc. Ela deve ser aferida nos padrões de cada obra para possibilitar a conferência dos dimensionais fabricados. Para isso o profissional deverá sempre exigir que lhe seja entregue trena aferida pois só assim irá poder justificar as medidas aplicadas nas peças fabricadas. Não devemos esquecer que a trena serve para medir interna e externa mente uma peça e por isso que na sua ponta ela tem uma folga igual à espessura da ponta, para absorver esta diferença.

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Paquímetro O paquímetro é uma ferramenta de precisão e existe na forma de leitura digital ou não. Ela é pouco usada pelo encanador sendo somente utilizada para desfazer dúvidas de espessuras de materiais, folgas ou qualquer medida mais específica, sendo a precisão de décimo de milímetro. Hi-lo É um instrumento utilizado exclusivamente para conferência de medidas de espaçamento e chanfros entre tubos ou entre acessórios para soldagem. A sua tolerância também é decimal. Na prática o profissional aplica a folga conforme tabela com a utilização de arames ou varetas para possibilitar o ponteamento e depois o encarregado passa para conferir e liberar a conclusão da atividade.

Nível Os tipos de nível mais usados nesta profissão são o tipo bolha para os sentidos horizontal e vertical e constituídos de ferro. A precisão exigida para esta ferramenta é grande e portanto alcançada por nível de ferro. Alguns mais sofisticados contem imã e possibilita melhor posicionamento do aparelho sobre a peça.

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Ele é normalmente usado para o posicionamento e conferência de peças para liberação do ponteamento. Como todos os outros deve ser também aferido para possibilitar um perfeito ajuste das peças a serem fabricadas. O cuidado no manuseio desta ferramenta deve ser observado, e a qualquer percepção de irregularidade deve ser informado ao encarregado. Esquadro Como o nível esta ferramenta auxilia para o esquadrejamento e nivelamento das peças. No esquadro encontra-se medida que irão auxiliá-lo para o perfeito posicionamento da peça. Prumo de Centro Na montagem de tubulações o prumo é muito utilizado para possibilitar o perfeito alinhamento perpendicular das peças. Também é utilizado para retirada ou conferencia de medidas no campo, sendo para tal auxílio na busca da medida para a confecção das peças.

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Comentários Gerais Todas as ferramentas de medição que aqui falamos têm sua graduação menor em milímetros, devido à tolerância que é exigida para a função. Todos os desenhos estarão listados as folgas e tolerância permitida em milímetros. Para tal todas as ferramentas de medição deverão ser aferidas na obra através de um padrão, onde sempre que houver divergências deverá ser utilizada para desfazer dúvidas. Isso vem atestar a qualidade aplicada pelo profissional para a fabricação da peça. As ferramentas de medição devem ser sempre utilizadas com cuidado para preservar suas tolerâncias. A qualquer sinal de divergência percebida, esta deverá ser imediatamente informada ao encarregado que providenciará a reposição da mesma. Por se tratar de uma profissão que trabalha diretamente ligado ao profissional de soldagem faz-se necessário tomar algumas precauções de segurança semelhantes às tomadas pelos soldadores para evitar queimadura no corpo ou danos aos olhos. 2.2 Tipos de Medição Tabela de Conversão de Frações de Polegada para Mil ímetros

Fração pol. mm Fração

pol. Mm Fração pol. mm Fração

pol. mm

1/64 0,397 17/64 6,747 33/64 13,097 49/64 19,447 1/32 0,794 9/32 7,144 17/32 13,494 25/32 19,844 3/64 1,191 19/64 7,541 35/64 13,891 51/64 20,241 1/16 1,588 5/16 7,938 9/16 14,288 13/16 20,638 5/64 1,984 21/64 8,334 37/64 14,684 53/64 21,034 3/32 2,381 11/32 8,731 19/32 15,081 27/32 21,431 7/64 2,778 23/64 9,128 39/64 15,478 55/64 21,828 1/8 3,175 3/8 9,525 5/8 15,875 7/8 22,225

9/64 3,572 25/64 9,922 41/64 16,272 57/64 22,622 5/32 3,969 13/32 10,319 21/32 16,669 29/32 23,019

11/64 4,366 27/64 10,716 43/64 17,066 59/64 23,416 3/16 4,763 7/16 11,113 11/16 17,463 15/16 23,813

13/64 5,159 29/64 11,509 45/64 77,859 61/64 24,209 7/32 5,556 15/32 11,906 23/32 18,256 31/32 24,606

15/64 5,953 31/64 12,303 47/64 18,653 63/64 25,003 ¼ 6,350 1/2 12,700 3/4 19,050 1 25,400

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Raio O raio de uma circunferência é obtido através da fórmula: diâmetro dividido por dois D 2 A simbologia utilizada do raio é “R” maiúscula ou “r” minúscula. Ex: Calcule o raio de uma circunferência de Ø 20” (508 mm). 508 = 254 mm 2 Diâmetro A simbologia utilizada para o diâmetro é D ou Ø. O diâmetro é o dobro do raio, sendo portanto raio vezes dois (R x 2) ou ainda o perímetro dividido por π (pi = 3,14). O perímetro é o cumprimento total de uma corda, seja ela de qualquer formato. Ex: Calcule o diâmetro de um tubo em polegadas que tem um perímetro de 957,072 mm. 957,072 = 304,8 : 25,4 = 12” 3,14 Comprimento O perímetro de uma circunferência é a medida exata de 0º a 360º . Ex: calcule o perímetro em mm de um tubo que tem 24” de diâmetro. 24” x 25,4mm = 609,6mm 609,6mm x 3,14 (π) = 1.914,14mm

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Medidas Internas e Externas Devemos sempre observar detalhes nos desenhos quanto às medidas internas e externas. As tubulações por exemplo existem varias medidas de espessura para um mesmo diâmetro de tubo, sendo portanto necessário sempre conferir as medidas internas e as externa e verificar se está conforme o desenho. Para isso, deve ser utilizada a tabela específica. Diâmetro Nominal Diâmetro nominal de um tubo é a medida entre a metade de um lado da parede a outra metade da parede, ou seja, para melhor obtermos esta medida normalmente utilizada para tubulação é colocando a ponta da trena na parte interna do tubo e obtendo a medida do lado externo no outro lado. Exercícios

01) Defina quantos milímetros tem 1”.

02) Calcule quantos mm tem as frações de polegada abaixo: 1/16” – 1/8” – 9/16” – 63/64” – 3/16” – 9/16” – 3/8” – 19/32” –

¾” –

03) Qual é o valor de π ?

04) Calcule o perímetro em mm de uma circunferência com Ø 12”.

05) Calcule qual o diâmetro interno em mm de um tubo de 24” de diâmetro com espessura de parede de 9,5mm.

06) Quanto mm tem 10 cm?

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TABELA DE TUBOS DE AÇO – DIMENSÕES NORMALIZADAS NORMA ANSI B.36.10 (TUBOS DE AÇO CARBONO E AÇOS BAI XA LIGA) NORMA ANSI B.36.19 (TUBOS DE AÇO INOXIDÁVEL)

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Notas:

1. As normas ANSI b.36.19 só abrange tubos até o diâmetro nominal de 12”; 2. As designações “Std”, “XS”, “XXS” correspondem as espessuras denominadas “normal”, “extra-forte”, e “duplo

extra-forte” da norma ANSI B.36.10. As designações 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 160 são os números os “números de série” (schedule number) desta mesma norma. As designações 5s, 10s, 20s, 40s, 80s, são da norma ANSI b.36.19.

3. As espessuras em mm indicadas nas tabelas são os valores nominais; as espessuras mínimas correspondentes dependerão das tolerâncias de fabricação, que variam com o processo de fabricação do tubo. Para tubos sem costura a tolerância usual é +- 12,5% do valor nominal.

4. Nesta tabela estão omitidos alguns diâmetros e espessuras não usuais na prática. 5. Os pesos indicados nesta tabela correspondem as tubos de aço carbono ou de tubos de aço de baixa liga. Os tubos

de aços inoxidáveis ferríticos pesam cerca de 5% menos, e os de inoxidável austeníticos cerca de 2% mais. 6. Estes mesmos números representam também a vazão em l/seg. para a velocidade de 1m/seg.

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3. DESENHO 3.1 Considerações O desenho foi instituído para unificar no mundo todo o entendimento sobre uma determinada figura. Na área técnica também foram desenvolvidas simbologias, termos técnicos e abreviaturas para cada área de atuação e sendo então padronizadas e divulgadas. Portanto o desenho que é visto nesta apostila, também pode ser visto em qualquer parte do mundo, mudando somente as indicações escritas. Para facilitar o entendimento, anexaremos a esta apostila as traduções para o inglês, dos termos técnicos e abreviaturas mais utilizadas e escritas em português e inglês. 3.2 Escala de Desenho A escala em um desenho é para demonstrar o quanto o desenho foi reduzido ou ampliado e de uma forma proporcional. A escala em um desenho aparece sempre na legenda e indicado assim: (1:2); Utilizando o exemplo acima o numero que estiver antes do símbolo da divisão deve ser sempre dividido pelo numero obtido no desenho e o numero que estiver após o símbolo de divisão deve ser então multiplicado pelo numero obtido no desenho. Ex: Escala 1:5 Medida do desenho 55 mm Portanto a medida correta da peça no campo é: 275 mm. 3.3 Simbologia Aplicada em Desenho As diversas simbologias aplicadas nos desenho são praticamente padronizadas e portanto utilizadas em todos desenhos. Na tabela anexa veremos algumas das mais utilizadas para tubos, flanges, válvulas, reduções, tee, etc. 3.4 Planta Baixa As plantas baixas são desenhos feitos em escala contendo todas as tubulações de uma determina área, representadas em projeção horizontal, ou seja, olhando de cima para baixo e sempre indicado o sentido através dos pontos cartesianos. A tubulação é representada por um traço único e sempre deverá conter sua completa identificação, o sentido de fluxo do produto, bem como sua elevação. A identificação da tubulação é normalmente composta por números e letras e contem informações importantes como segue:

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Ex: AP – 2AC – 345 - DEM AP: Indica o produto que passará na linha; 2AC: Indica o diâmetro da tubulação e o material do tubo; 345: Indica o numero da linha; DEM: Indica o sistema de teste ao qual esta linha pertence.

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CONVENÇÕES DE DESENHOS DE PLANTAS DE TUBULAÇÃO

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CONTINUAÇÃO

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3.5 Isométrico Os isométricos são desenhos feitos em perspectiva e sem escala. Normalmente é feito um isométrico para cada linha. No caso de uma tubulação muito longa pode ser necessário subdividir a tubulação em vários desenhos e isométricos sucessivos. A perspectiva a qual falamos é que os tubos verticais são representados por traços verticais e os tubos horizontais, nas direções ortogonais, são representados por traços inclinados com ângulos de 30º. Os tubos que forem de qualquer uma das quatro direções ortogonais, são representados por traços inclinados com ângulos diferentes de 30º e portanto indicando o ângulo a seguir. Nos desenhos isométricos devem aparecer todas as informações pertinentes para a execução da peça, como: diâmetro do tubo, comprimento, quantidade e tipo de conexões e acessórios. Na lista de material anexa ou impressa no próprio desenho deverá conter as mesmas informações acrescidas do tipo de material, numeração de TAG etc.

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3.6 Spool Como podemos observar a fabricação de uma tubulação depende de diversas fases de informações para possibilitar um melhor entendimento para o encanador e evitando erros de fabricação. Spool é o nome dado para o detalhamento do isométrico em farias peças e o desenho que normalmente chega até as mãos dos encanadores. Este detalhamento face necessário devido ao grande numero de informações contidas nos desenhos de planta ou mesmo do isométrico. Para a confecção do spool o desenhista normalmente coloca medidas no desenho a serem conferidas no campo e onde devemos ter a maior atenção. Quando o encanador for fabricar o spool deverá observar antes de cortar a tubulação a folga de espaçamento a ser deixada para soldagem e descontar se for necessária a medida de um acessório. Para tal indicaremos nesta apostila tabelas das dimensões dos acessórios para possibilitar o cálculo pelo encanador.

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CONVENÇÕES DE DESENHOS DE ISOMÉTRICOS

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DIS

NC

IAS

EN

TR

E T

UB

OS

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RA

LELO

S (

mm

)

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DISTÂNCIAS ENTRE TUBOS PARALELOS SUPERIOR DISTÂNCIA “B”: B = A + 100 + E1 √2 DISTÂNCIA “C”: C = A + (E1 + E2) √2 DISTÂNCIA “D”: D = A – 100 + E2 √2 E1, E2: ESPESSURAS DOS ISOLAMENTOS TÉRMICOS (mm)