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A EXPERIÊNCIA DE SER E DE FAZER DISCÍPULOS Esboço do Planejamento do Curso Meta Que você compreenda a vontade de Cristo para sua vida: formá- Io(a) em um discípulo. Outros Objetivos Compreender o que é um discípulo; Compreender como Cristo formou seus discípulos; Compreender quais as condições para se tomar um discípulo de Cristo; Compreender as funções de um discípulo; Dedicar-se ao propósito de Deus para sua vida. Sugestões Bibliográficas 1. O plano mestre de evangelismo. - Robert Coleman. 2. O discípulo - Juan Carlos Ortiz. 3. A arte perdida de fazer Discipulos - Leroy Eims Recomendações Muito Importantes 1. Reuna-se com o seu líder de célula e compartilhe com ele seu entendimento sobre o que é ser um discípulo;

Apostila - Sendo e Fazendo Discípulos (1)-1

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A EXPERINCIA DE SER E DE FAZER DiScPULOS

A EXPERINCIA DE SER E DE FAZER DiScPULOS

Esboo do Planejamento do Curso

Meta

Que voc compreenda a vontade de Cristo para sua vida: form-Io(a) em um discpulo.

Outros Objetivos

Compreender o que um discpulo;

Compreender como Cristo formou seus discpulos;

Compreender quais as condies para se tomar um discpulo de Cristo;

Compreender as funes de um discpulo;

Dedicar-se ao propsito de Deus para sua vida.

Sugestes Bibliogrficas

1. O plano mestre de evangelismo. - Robert Coleman.

2. O discpulo - Juan Carlos Ortiz.

3. A arte perdida de fazer Discipulos - Leroy Eims

Recomendaes Muito Importantes

1. Reuna-se com o seu lder de clula e compartilhe com ele seu entendimento sobre o que ser um discpulo;

2. Compartilhe com o seu lder de clula seu desejo de ser formado como um discpulo de Cristo;

3. Pea ao seu lider de clula que o ajude a ser um verdadeiro discpulo.

Avaliao

Descreva em uma folha de papel qual a comisso dada por Jesus;

Descreva qual o seu corao (desejo) em contribuir para essa Comisso;

Descreva com suas prprias palavras, o que um discpulo de Jesus;

Descreva um fato ocorrido em sua vida, que foi uma atitude de um discpulo;

Apresente-se ao Senhor, em orao, pedindo-lhe que ronDe em voc um verdadeiro discpulo de Cristo.

A EXPERINCIA DE SER E DE FAZER DiScPULOS

A Origem do Discipulado

O discipulado no doutrina moderna, nem tampouco exclusiva do Novo Testamento. Remonta aos tempos do Antigo Testamento. Moiss tinha um discpulo mais chegado, Josu, e mais setenta ancios a quem delegou autoridade.

Um dos textos do Velho Testamento que descreve a. relao de discipulado e esclarece o princpio que ora abordamos encontrase em 1Rs.19:19-21:

"Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu. filho de Safate. que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodcima. Elias passou por ele, e lanou o seu manto sobre ele. Ento deixou este os bois, coneu aps Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha me. e ento te seguirei.

Elias respondeu-lhe: Vai, e volta; pois j sabes o que fiz contigo.

Voltou Eliseu de seguir a E/ias, tomou a junta de bois, e os im%u, e com os aparelhos dos bois cozeu as cames, e as deu ao povo, e comeram. Ento se disps, e seguiu a Elias. e o servia. "

Um dos grandes exemplos do princpio do discipulado na Bblia a relao entre Elias e Eliseu. Vamos examinar atentamente o contexto em que essa passagem se acha inserida. Eliseu estava arando a terra. quando Deus enviou Elias para ungi-Io. Eliseu seguia junto ltima junta de bois, o que revela trs coisas a respeito de seu carter:

Primeira, ele tinha um esprito vigilante e responsvel para com a tarefa que Deus confiara s suas mos. Ir atrs das outras juntas possibilitava-lhe observar se tudo ia bem, e, se necessrio, retificar alguma coisa que estivesse errada.

Segunda, pode-se perceber que seu corao no estava apenas no trabalho secular daquele momento. mas que aguardava algo mais do que aquilo com que se ocupava no dia-a-dia.

Terceira, ele demonstrava estar esperando algo alm do trabalho que realizava. uma vez que estava ao lado da ltima junta, e assim poderia deixar tudo e partir, caso Deus o chamasse, sem prejudicar o trabalho das outras onze juntas que iam adiante.

E foi exatamente o que aconteceu. Quando chegou sua vez, ele deixou tudo e seguiu o profeta.

interessante notar o que Elias disse a Eliseu, depois que este decidiu segui-Io: "Vai, e volta, pois j sabes o que fiz contigo".

Eliseu havia sido sobrenaturalmente atrado a seguir aquele que se tomaria seu mestre. De acordo com o versculo 21. Eliseu servia a Elias. Alguns insistem em trocar o sentido desse contexto para: "E/iseu servia a Deus", Mas a Bblia clara: "Eliseu servia a Elias", que por conseqncia servia a Deus.

O treinamento de Eliseu durou onze anos. Durante esse tempo de treinamento e discipulado teve de aprender no apenas a exercer a funo de profeta, mas tambm a viver como profeta.

A histria fechada com chave de ouro. Esse discpulo que, aps fazer ao servo de Deus um nico pedido, humildemente o seguiu e o serviu por longos anos, ao trmino dos quais, no s recebeu uno dobrada para o ministrio, como tambm realizou duas vezes mais milagres que Elias. Eliseu aprendeu a ser um bom discpulo porque tinha sido atrado pelo prprio Deus.

O sucesso deste discipulado ocorreu porque, Eliseu tinha as condies necessrias para se tomar discpulo de Elias:

Estava envolvido em um trabalho;

Tinha um esprito vigilante e responsvel;

Aguardava algo mais do que o servio secular.

E o que dizer de Mateus? Sentado na cotetoria, desempenhando uma tarefa depreciada pelos judeus de seu tempo. Mateus no era o tpo que se destacava por suas qualidades. Mas o impressionante que Jesus precisou usar apenas uma palavra para fazer-lhe o chamado: IISegue-mell. uma das mensagens mais curtas da Bblia. mas surtiu um extraordinrio resultado. O que fez com que Mateus abandonasse um alto posto, to conveniente, de grande segurana social e poltica? A atrao que Deus exerceu sobre seu corao.

impossvel discipular algum que no tenha sido atrado pelo Senhor, mesmo se lhe expusermos a importncia dessa doutrina que aponta o caminho divino; sem a atrao divina, todos os nossos esforos sero vos. Como diz o ditado popular: "O pior cego aquele que no quer ver". O mesmo se aplica questo do discipulado.

"Leva-me aps ti, apressemo-nos. O rei me induziu nas suas recmaras. Em ti nos regozijaremos e nos alegraremos: do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho: no sem razo que te amam." (Ct.1:4)

Um exemplo que esclarece bem essa questo da atrao sobrenatural encontra-se no livro de Rute. A histria da famlia de Noemi um exemplo claro de que certas pessoas se tomam cativas por Deus. Orfa e Rute, tal qual Noemi, ficaram vivas. Quando Noemi regressava a Belm, em companhia das noras, tentou convenc-Ias a voltar para os seus, argumentando que ela no tinha mais filhos para se casarem com elas. Orfa, beijando a sogra, pegou o caminho de volta para ,a casa dos pais. Rute, por sua vez, pronunciou uma das mais lindas declaraes encontradas na Bblia:

"Disse, porm, Rute: No me instes para que te deixe. e me obrigue a no seguir-te; porque aonde quer que fores, irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo o meu povo, o teu Deus o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu. e a serei sepultada; faa-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra cousa que no seja a morte me separar de ti." (Rt.1:16, 17).

a interesse de arfa era pelos benefcios que pudesse obter da sogra. Vislumbrando um futuro sem muita perspectiva, ela preferiu buscar dias melhores para si mesma em outros caminhos.

Algo porm inexplicvel apoderou-se do corao de Rute; um certo magnetismo, capaz de sobrepor-se aos interesses prprios, ao desejo de obter vantagens pessoais.

"Teu povo o meu povo, o teu Deus o meu Deus".

Quem sabe Rute j no conhecia o Deus de Noemi? Durante os anos de convvio, conversando ou ouvindo histrias, o corao de Rute foi sendo alvo de uma santa seduo. a que havia comeado com um ato de fidelidade, em seguir uma pessoa e seu Deus, acabou se tornando uma experincia pessoal.. a Deus de Noemi tomou-se o Deus de Rute.

Inicialmente podemos ter vnculos de discipulado com base somente na fidelidade, mas depois toma-se necessrio um vnculo de identificao espiritual.

A princpio, Noemi, tinha duas discpulas. arfa resolveu desistir e percorrer todo o caminho de volta. E a Histria nunca mais faz meno do seu nome. Seu futuro apagou-se com a mesquinhez de seus motivos.

Rute, ao contrrio, faz parte da Histria por toda a eternidade.

A jovem moabita foi includa na mais importante genealogia da humanidade. Tomou-se uma das ascendentes diretas do Senhor Jesus, uma vez que foi a bisav do extraordinrio rei Davi, e, consequentemente, seu nome entrou na genealogia do Messias, o Redentor de Israel.

"Salmon gerou de Raabe a Boaz; este, de Rufe, gerou a Obede; e Obede, a Jess; Jess rou ao rei Davi..." (Mt.1:5-6)

O que Discipulado ?

"O Senhor disse a Abrao, depois que L se separou dele: Ergue os olhos e olha para o Norte, para o Sul, para o Ocidente e para o Oriente, porque, toda essa terra que vs, eu te darei a ti e tua descendncia para sempre." (Gn.13:14)

Antes de Deus nos dar a posse da promessa, Ele nos d uma viso clara dela. Antes de conquistarmos a terra, Deus nos mostra qual a terra e como Ele quer que a conquistemos. Quando Deus mandou Moiss edificar o Tabemculo, disse: "Cuide para que tudo seja feito conforme o modelo que te foi dado no monte"- conforme a viso. Antes de comearmos qualquer obra na casa de Deus. precisamos ter o modelo e as explicaes detalhadas a respeito de como edific-Ia.

Uma das causas das frustraes de diversas de nossas obras. nestes dias, que queremos fazer muito, mas sem ter entendimento claro de como fazer. Queremos unidade, avivamento, formao de lderes, mas no sabemos como, fazer isso na prtica. o que acontece tambm com o discipulado; queremos entrar nele, mas no temos viso, no temos entendimento claro do que , de como , de como comear, quais os custos, do que precisamos, e para onde levar os discpulos, alm de tantas outras questes fundamentais. Assim, antes de levar-nos iniciarmos o discipulado, Ele precisa formar em ns uma viso clara do que o discipulado. Esse o objetivo bsico deste estudo.

Ento, o que discipulado? Poderemos dizer que so: "vnculos ntimos, slidos e entranhveis entre duas pessoas discipulador e discpulo". O discpulo (que deve ser aberto, malevel, tratvel, e ter desejo de ser formado em Deus), escolher seu discipulador, algum cuja vida crist global seja totalmente aprovada (previamente discipulado por outrm), para lev-Io a uma posio mais elevada em Deus, de aprendizado da Pala ra e de vida.

Vamos primeiro enumerar o que no discipulado, para depois defini-Io com mais preciso.

Primeiro: Discipulado no uma classe de aula cheia de alunos com um professor frente. Podemos comear. assim em grandes Igrejas, onde estaremos introduzindo esta prtica, com o objetivo de ir passando esta viso, formando devagar alguns discipuladores, caminhando, perseguindo o alvo, mas uma reunio desse tipo ainda no o princpio de discipulado em operao.

Segundo: No discipulado, um relacionamento de aconselhamento espordico, no qual uma pessoa, quando precisa, quando tem alguma necessidade ou problema, procura algum mais experiente, um pastor ou um lder, para receber conselho e uma luz nova sobre determinada circunstncia. Isso pode ser chamado de relacionamento, de aconselhamento, mas nunca de discipulado.

Terceiro: No discipulado, duas pessoas reunidas onde uma mais experiente que a outra, com o propsito de lerem a Bblia ou fazer algum estudo.

Quarto: No discipulado uma programao preestabelecida de estudo, de formao terica ou teolgica.

Por que nada disso discipulado? Porque o cerne do discipulado no uma programao humana, baseada em talentos carismticos de um determinado lder, mas vnculos fortes entre algum com corao ensinvel e um discipulador aprovado.

O centro do discipulado so vinculos, ligaduras no esprito, alianas entranhveis, compromisso de submisso, de andar na luz, de se deixar tratar. Vnculo o compromisso pelo qual aceito o desafio de andar na luz com algum, e "herdar o seu manto" submeter-me a ele, abrindo mo de conceitos errados. Esse comprometimento que define se o relacionamento ou no discipulado.

Entrar no padro do discipulado entrar no estilo de vida de Jesus. Somos convidados a viver uma vida de despojamento, negando-nos a ns mesmos, diariamente tomando a cruz. Este o centro do evangelho.

O convite para servirmos, honrarmos e nos submetermos ao outro, nunca reivindicarmos. mais do que algo exterior, uma renncia completa a ocuparmos o primeiro lugar, seja qual for o contexto. A nfase no est no quanto a uno, autoridade e revelao eu tenho ou posso vir a ter, mas no quanto estou disposto a abrir mo para aprender. O convite para humilharmo-nos, esvaziarmo-nos de ns mesmos e ento, s ento, comearemos a crescer, pois o alvo do discipulado o crescimento.

"Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mo de Deus, para que Ele, em tempo oportuno, vos exalte,... " (1 Pe.5:6)

Discipulado viver uma vida de renncia. Mas por que devemos renunCiar? Porque esta a nica forma que Deus tem para produzir em ns o quebrantamento e uma real dependncia dEre, que o caminho para a maturidade.

Foi no crcere que Jos, tendo um corao correto, tornou-se poderoso no Egito; foi no deserto, despojado e humilhado, que Moiss tomou-se o homem que falava com Deus face a face; foi sendo humilhado, aceitando servir, e depois; aprendendo com ministrios j reconhecidos, que Paulo tomou-se apstolo; foi esvaziando-se. perdendo a glria, a onipotncia, tomando-se frgil e desprotegido, se humilhando at a cruz, que Jesus recebeu um nome acima de todo o nome. Discipulado aparentemente uma perda, mas uma perda que desemboca numa gloriosa vida quebrantada. Quem aceita tomar-se discpulo, perde a sua vida da alma para ganhar a vida no criada de Deus. Quem no aceita, vive uma vida natural e medocre, no cresce, permanecendo uma eterna criana na f.

Jesus desenvolveu pelo menos trs tipos de relacionamentos:

Com a multido

Com seguidores ocasionaisCom os discpulos.

Jesus e a Multido

O primeiro nvel de relacionamento que Ele travou foi com a multido. No captulo 6 do Evangelho de Joo, lemos no verso 2 que: "Seguia-O numerosa multido porque tinham visto os sinais que Ele fazia na cura dos enfermos". O ministrio de Jesus foi um ministrio de multides, mas Ele nunca as priorizou.

Por que Jesus nunca priorizou as multides? Porque o nvel de resposta e de compromisso da multido muito pequeno, inseguro, desconhecido. O nvel_.Qe impacto e transformao da Palavra sobre ela mnimo. Jesus deu prioridade aos vnculos

. profundos que tinha com os discpulos. A Bblia diz que a multido "O seguia por causa dos sinais e das curas que Ele fazia." O que quer dizer isso? Quer dizer que a multido, por no ter relacionamento com Jesus, no era conhecida em suas motivaes, e quem no conhecido no confivel.

A massa levada petos dolos. Ela vai e vem com extrema facilidade. Uma atitude deste "dolo" pode levar a multido a delirios ou explodi-la, criando uma tragdia.I

Precisamos reconhecer em nossa Igreja aqueles amados que so multido, para no eITarmos cobrando compromissos de quem no os quer ter.

No se sabe o porqu da multido estar conosco. No temos segurana do compromisso da multido. No a conhecemos e nem somos conhecidos dela, e porque no conhecemos o seu corao, suas motivaes e seu compromisso, no devemos ter expectativas sobre membros desse grupo. Jesus sabia disso. Sabia que aquele povo estava ali somente para receber, e nada poderia ser cobrado dele. O Senhor, entretanto, no se negava a atem;l-Ios.

Quando exigimos algo da multido, que s poderamos cobrar dos discpulos, ela nos deixa. Grande parte dos que estavam com Jesus, depois se voltaram contra Ele. As opinies da multido vacilam e fluem de acordo com o movimento da massa. Por iss0, Jesus no priorizava a multido.

Multido define o lugar de pessoas que no tm compromisso, que no esto dispostas a pagar os custos do discipulado, de ter um compromisso de andar na luz, de submisso, de entrar no padro dado pelo discipulador. A multido nunca teve a deciso de abraar a cruz, por isso Jesus no a priorizava. O seu relacionamento era distante, ela O via de longe e esporadicamente.

No se deve esperar muita coisa de pessoas assim.

A vida ntima de Jesus era um mistrio para aquela gente.

Dizia-se de tudo sobre sua procedncia. Isto porque no havia laos de compromisso, e o relacionamento era determinado por um contato impessoal.

Outra coisa que define o comportamento da multido a busca de suas prprias necessidades. S buscavam o Profeta de Nazar quando havia uma necessidade especfica. Assim, o compromisso estava condicionado s necessidades-;por isso, a deciso de estar com Ele era uma deciso provisria, onde a independncia conduzia o compromisso.

Ento, do que esse nvel de relacionamento de Jesus com a multido fala? Fala-nos de crentes que so seguidores de Jesus como a multido; embora convertidos, salvos, batiza dos, no tm nenhuma aliana com a Igreja local, nem compromisso com o corpo. Buscam sempre seus prprios caminhos e suas diretrizes particulares.

So pessoas que no se deixam tratar, tm uma forma de apresentao simptica, so at afetuosos, mas no se deixam tratar. O prprio fato de serem "afetuosamente superficiais" mostra o seu desejo de manterem-se distncia. No se deixam penetrar na sua intimidade, nos seus problemas, nos seus pecados, nas suas deficincias.

Estes no tm sequer compromisso de assiduidade e de participao naquilo que acontece na Igreja. Como conseqncia disso, so eternas criana, so conversadores, materialistas, problemticos, e, at difcil admitir, mas em muitos casos, formam mais da metade do rol de membros das nossas Igrejas-berrio.

So crentes, do o dzimo, tm uma conduta religiosa, mas acostumaram-se com os relacionamentos superficiais na casa de Deus. Aps sculos dentro da Igreja, crem que nada existe diferente daquilo que j experimentaram. O relacionamento que a liderana tem com essas pessoas um relacionamento de massa, impessoal e distante; um relacionamento de multido.

So irmos que no tm viso clara de nada; da vida crist, dos princpios de vitria, do andar no esprito, etc. Todas as reas de suas vidas so mais ou menos nebulosas, vivendo altos e baixos em suas vidas crist.

Em resumo, a multido nos fala de crentes, convertidos, salvos, batizados que:

No tem nenhuma aliana com a Igreja local;

Buscam sempre seus prprios interesses;

So intratveis;

No tem qualquer compromisso de assiduitade e de participao;

Todas as reas de sua vida so mais ou menos nebulosas; e vivem em altos e baixos em sua vida crist.

o que leva algum a ser Multido?

Decepo com estruturas e lderes

Relaes frustrantes, escndalos, feridas profundas e decepo com as estruturas da Igreja produzem crentes assim: descrentes de tudo e de todos, apenas seguem adiante, sem nenhum compromisso com o corpo.

Medo de serem conhecidas

O temor da rejeio, da decepo ou de serem exploradas ou manipuladas leva as pessoas a fugirem de um compromisso de discipulado. S quando algum qualificado consegue conquist-Ias, esse vnculo tem possibilidade de fluir.

Ignorncia do melhor de Deus

Alguns acham que a vida espiritual miservel em que vivem o nico modelo de vida com Deus. Seus problemas so s seus, e ningum o ajudaria ou entenderia. Crem, em sua ignorncia, que a vontade de Deus essa.

Genuna falta de compromisso

Sabem o que Deus quer, convivem com pessoas de viso, no entanto, optam por uma vida descompromissada. Nunca tm certeza de nada, porque tambm nunca se deixaram tratar pela Palavra.

So pessoas que no tm vida com Deus, no tm vida frutfera, no tm vitrias. So crentes centralizados em si mesmos. Seus compromissos so totalmente baseados no interesse pessoal. Todos os seus projetos vem antes do interesse por Deus ou pela Igreja. No se preocupam em dar satisfao a ningum, mandam I em seu prprio nariz.

Outros motivos que levam algum a ser multido: Religiosidade tradicionalFalta de ensino vivo na IgrejaFalta de um padro de compromisso na vida dos lderes Ausncia de uma experincia real com o Esprito Santo.

Talvez o motivo que traz a multido Igreja seja um mero compromisso religioso, ou a necessidade de libertao em alguma rea, a necessidade de cura, ou de manter um agradvel convvio social.

Enfim, so pessoas completamente independentes, cujos objetivos so desconhecidos. Em conseqncia disso, crescem at certo ponto e ficam estagnadas. Seu processo de crescimento comprometido e a conseqncia global que crescem no mximo at o nvel do relacionamento perifrico e ralo que construram na Igreja: superficial com o povo, superficial na Palavra e superficial com Deus. Ou seja, seu crescimento determinado pelo relacionamento superficial que mantm com o povo e com a liderana. O pouco que eles recebem do ministrio da Palavra, tambm no pode penetrar para tratar e produzir frutos.

necessrio observar que quanto mais fraco o ministrio da Palavra numa Igreja local, mais dbil, carnal, infantil, problemtico e estril a Igreja, e seu povo.

Caractersticas da Multido em relao Deus e liderana

.Relacionamento distante, impessoal;

Dilogos sempre muito superficiais (conversas fiadas); Fraca resposta Palavra;

Fuga de cobrana e confronto - no se deixam tratar; Motivao desconhecida, po$nto indigna de confiana para qualquer obra ou posio de responSabilidade e liderana;

Limite de crescimento baixo;

Totalmente independente;

Infantilidade, confuso religiosa, frustrao, atitudes materialistas;

Nada herdam espiritualmente;

Fogem da cruz, no toleram o desprazer;

Vida egocntrica;

Vivem de aparncia.

.......Jesus e os Seguidores Ocasionais

O segundo nvel de relacionamento de Jesus foi com aquelas pessoas que O procuravam para serem aconselhadas. Podemos citar alguns exemplos: Nicodemos, que no era da multido, tinha um relacionamento mais ntimo com Jesus, era mais prximo, mas no se obrigava a obedecer a Palavra que Ele lhe dava. O mais claro relacionamento, nesse nvel, no entanto, o de Jesus com o jovem rico. O jovem rico era um homem que no pertencia multido, ele simpatizava com Jesus, era um crente fiel, alis essa caracterstica a que mais se destaca: fidelidade e cumprimento da lei; mas foi confrontado e voltou atrs. Quando Jesus mostrou-lhe a cruz, logo retrocedeu.

H uma classe de pessoas na Igreja que ouvem a Palavra, ouvem a direo, ouvem conselhos, mas no tm compromisso em obedincia. S ouvem. So pessoas que procuram os pastores e lderes, so assduos ou, s vezes at ativistas e msticos.

Caractersticas dos Seguidores Relao Liderana e a Deus

Ocasionais em

Os seguidores ocasionais sempre tem algumas destas caracteristicas:

Raquticos espiritualmente

Alimentam-se da Palavra, mas de modo insuficiente. Assim so sempre anmicos na f. So incrdulos, apticos e mornos. Vivem na infncia eterna.

Intempestivos

Chegam, marcam presena, do boas sugestes, esto nos jejuns, mostram-se intensos e desaparecem at a prxima temporada de fogo. So desequilibrados e inseguros.

Msticos

Se conduzem com base num fervilhar de revelaes, sonhos,

profecias, vises e tolices. Um simples sonho toma-se uma enorme elucubrao. Saturados de conhecimento mental morto. Cheios de opinies prprias muito fortes. Deixam-se tratar apenas superficialmente quando h presses, ou alguma dificuldade.

Deus as usa, mas o relacionamento com Ele caracterizado pela superficialidade e pelo limite com que se deixam tratar. Podem at estar convencidas de que so muito espirituais, mas tm um relacionamento distante, tanto com Deus, quanto com a liderana e demais irmos.

O fato de serem superficiais com os lderes mostra que o so com Deus. A maioria desse grupo de lderes mal formados, que andam por conta prpria; da a desunio, a multiplicidade de pensamentos e de direes que so dadas nas Igrejas e denominaes do que sejam as obras de Deus, que na verdade so obras humanas. Uma multiplicidade de opinies, de diretrizes e de direes, onde cada qual caminha conforme "0 que mais lhe parece bem aos olhos".

Da as divises. interessante observar que o relacionamento dessas pessoas mais prximo do que o das pessoas que fazem parte da multido, a massa. Freqentemente at criticam a multido pela falta de compromisso. Seu enfoque aborda apenas a assiduidade e o ativismo. Acham que tm alguma vantagem sobre os demais.

Normalmente estes irmos so estabelecidos na Igreja como lderes, algo muito comum, por causa dos seus numerosos talentos. So pessoas com forte tino de liderana, cheias de dons espirituais mal usados, pessoas colricas ou que falam muito. Por falarem muito, por terem tantos talentos, so estabelecidas num lugar de liderana. E aqui que as Igrejas sem uma viso de discipulado normalmente se do mal. A partir desse princpio quebrado que surgem os escndalos.

Essa falta de critrio bblico em estabelecer lderes e obreiros precisa mudar, se quisermos uma estrutura de Igreja mais firme e frutfera. Para sermos estabelecidos como lderes na casa de Deus, precisamos ter vnculos de discipulado com aqueles que nos vo estabelecer. Qualquer outro meio inseguro, qualquer outro meio constri vnculos superficiais e toma imprevisvel qualquer resultado: acerta-se com uns, e frustra-se com outros. Com alguns nos damos bem por que so pessoas sinceras, submissas, mesmo que no conheamos bem; com outras nos damos muito mal, porque so pessoas que roubam ovelhas, que dividem a liderana, que dividem o corpo, que saem da Igreja e levam outros atrs de si, cheios de orgulho e de presuno, de ttulos, de cargos, de posies, do reino, do poder e da glria.

Muitos seguidores ocasionais chegam a ocupar cargos de liderana, mas o compromisso de apenas estar trabalhando na Igreja no define nada da totalidade do nosso ser e nem a profundidade da operao de Deus em nossas vida. A falta do discipulado produz lderes no confiveis, imprevisveis, que no se deixam conhecer luz dos vnculos de relacionamento.

interessante que a medida de crescimento dessas pessoas, apesar de ser um pouco superior ao crescimento espiritual da multido. um crescimento que tem limite. O limite que h o da obedincia aos princpios passados pelo ministrio da Palavra, e pelo relacionamento de aconselhamento com a liderana..

Existe um limite em se deixarem tratar. Enquanto h convenincia, enquanto feito o seu gosto, enquanto so vistas pela multido no lugar de liderana, enquanto recebem de Deus e tm cargos, caminham bem, e em unidade. Mas quando comeam a ser confrontadas, quando comeam a ser tratadas, quando tm de abrir mo de posies ou de razes pessoais, quando vm as presses, se escandalizam e fogem do compromisso que haviam finnado anteriormente.

So cegos quanto s circunstncias que Deus gera para tratar com elas. Esto com os olhos fixos nas situaes, de um modo natural, nas injustias, nas circunstncias, na Igreja que falhou com elas. na "poltica da Igreja", e sem perceberem, se deixam tomar por sentimento de auto-piedade ou justia prpria que paraJisam sua caminhada. Sempre esto esperando que a liderana I

volte atrs e reconsidere.

Extremamente infantis, esto com os olhos presos s i circunstncias naturais, ao invs de estarem com entendimento aberto sobre as circunstncias espirituais nas quais Deus espera que cedam, abram mo de direitos, se deixem tratar, aprofundem i seus vnculos, amaduream e dem frutos.

Sntese das caractersticas dos seguidores ocasionais:

.Relacionamento freqente, mas superficiais;.

Dilogos abrangentes, mas sem tratamento dos contedos interiores;

Resposta inconstante Palavra;

Ligaes por convenincia com a liderana;

Fuga de cobrana e confrontaO;

Estagnao e tdio espiritual;

Fidelidade s programaes, normas e preceitos da estrutura religiosa, mas no se deixam tratar pela cruz; Nada herdam espiritualmente;

Misticismo infantil;

Opinies prprias muito fortes;

Ausncia de Revelao na Palavra.

.........

Jesus e os Discpulos

O terceiro nvel de relacionamento que Jesus construiu foi com seus discpulos. Aqui, nesse nvel, a proximidade total, a intimidade, a liberdade com a qual so expressos pensamentos e sentimentos total; o compromisso e a renncia tambm so totais. As motivaes dos discpulos e o potencial de resposta de cada um so intimamente conhecidos e sobre essas bases os desafios so realizados. .

Discipulado nos fala da aceitao do preo da Cruz.

interessante vermos que Jesus escolheu homens comuns, analfabetos, sem formao religiosa nenhuma e passou a esses homens todo o Seu ministrio, toda a uno, toda a autoridade e toda a prtica de vida que Ele manifestava. Jesus passou o Seu "MANTO".

importante entendermos que Ele deixou por herana o ministrio para a multido, mas ela nunca expressou o que Jesus expressou. As pessoas que tinham um relacionamento de aconselhamento com Ele, os seguidores ocasionais, no expressaram o que Ele expressou. Somente os discpulos fizeram isso.

Voltando para o Velho Testamento, vemos que a formao do ministrio proftico era realizado atravs de um vnculo de discipulado no qual o discpulo do profeta servia e tinha uma vida em comum com o profeta com quem estava ligado.

A Palavra diz que: "Eliseu deitava gua nas mos de E/ias."

Em 2Rs.3:11, vemos que Eliseu havia se disposto a se submeter, a seguir e a servir Elias. Abdicou de viver independentemente para ter vinculas com ele. importante vermos que, quando Elias foi arrebatado, o seu "manto", que representava toda a sua uno, o seu poder, o seu ministrio proftico tremendo e reconhecido nacionalmente foi passado apenas para Eliseu que era o seu nico discpulo.

Da mesma forma, necessrio entender que antes de algum ser enviado para algum lugar, ou liberado para ocupar uma funo qualquer na Igreja, ou estar frente de qualquer obra, como lder, como obreiro, como pastor ou missionrio, necessrio que seja atravs de fortes vnculos de discipulado.

Muitos tm priorizado o "ir" sem o "ser", o realizar a obra de Deus, ao invs de enfatizar a necessidade de vida, de formao do carter de Cristo, como condio para isso. Antes de dar qualquer coisa para algum fazer, precisamos aprovar e formar esta pessoa em vnculos ntimos de discipulado, em confiana, em amor e em sujeio.

Discipulado nos fala de pegarmos algum no nvel do vale e o levarmos para o nvel do monte. Fala-nos de ensinar e praticar juntos as disciplinas espirituais, corrigindo os princpios de vida errados enraizados em sua alma, as heranas familiares, as formas interiores erradas de responder s falcias do diabo, etc.

S o discipulado equilibrado pode gerar lderes de fato aprovados. O problema que essa estrutura atual mais cmoda, uma vez que do outro modo, alguns teriam desnudada sua incompetncia, caso aceitassem discipular algum. prefervel que a Igreja sofra, do que perderem seus empregos, pensam eles. Para falar a verdade, vida de pastor sem compromisso to boa...

Discipulado faz parte do aspecto prtico da apropriao. i: necessrio que isso seja bem afinado. Esse relacionamento discpulo-discipulador nos fala que, o segundo vai plantar a Palavra, vai instruir nos princpios da Palavra, vai armar, vai equipar, vai adestrar, vai tomar o discpulo ntimo das armas, tom-to perigoso espiritualmente contra as trevas, e ento, e somente ento, vai envi-Io.

Por fim precisamos entender que no so programas que vo instruir discpulos. A Palavra diz que o Esprito Santo quem gera crescimento em ns. Na carta aos Filipenses, lemos que: "Aquele que em vs comeou a boa obra h de aperfeio-Ia".

Precisamos entender que, quando oramos pedindo a Deus que nos forme, Ele vai nos responder nos levando a entender em que devemos mudar, e faz isso, principalmente, atravs de situaes criadas para nos quebrar e moldar. Ele um Deus prtico. E nesse contexto que devemos responder positivamente.

Assim, num vinculo de discipulado no existe um programa rgido, um currculo previamente estabelecido a ser cumprido; o que deve existir so duas pessoas profundamente abertas e dispostas a relacionar-se e a aguardar circunstncias geradas pelo Esprito de Deus, situaes que revelaro, pela Luz da Palavra, atitudes erradas, motivaes erradas, e que sero tratadas. Deus certamente criar circunstncias de correo e disciplina, que pelo mover do Esprito vo gerar um crescer de f em f, de glria em glria.

Em Mt.4:23. a Palavra nos diz que

"Percorria Jesus a Galilia ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando toda sorte de doenas e enfermidades entre o povo."

O aspecto de ensino a um pblico apenas umas das formas de ensino usadas por Jesus. Esta forma de instruir traz resultados, mas uma forma impessoal e com poucos frutos. Aqui Jesus era um professor. A deficincia que ns vemos hoje na nossa formao crist e na Igreja que nos prendemos a apenas esta forma de ensino. Basicamente s existem professores em nossas Igrejas.

Finalmente, no final do Evangelho de Mateus, fechando seu ministrio, Jesus orienta a Igreja a ir e fazer discpulos ensinando-os a guardar a Palavra. Ele no disse: "ensine-os a entender". O ensino de plpito faz exatamente isso, e infelizmente s o que temos feito. Isso gera multido, mas no faz discpulos. Jesus no tinha a presuno de achar que essa forma impessoal de ensino, praticado nas sinagogas, formaria algum. E de fato nunca formou. O que levou vidas a serem semelhantes a Ele foi um vnculo slido e profundo de discipulado..

O nvel de ensino que precisamos estar praticando o "ensinar a guardar" e s se atinge este ensino com profundo grau de identificao. Quando eu vejo a realidade de vida do meu discipulador e entro nesta realidade, vejo o lugar e a altura de Deus que ele atingiu, ento vejo o monte, e o vale onde estou, e caminho at chegar onde ele est.

Quando j tenho a prtica de todo o conselho de Deus, acaba o discipulado, mas permanecem os vnculos. Algum pode ficar oito longos anos tentando aprender ingls num determinado curso, ao passo que se fosse a um pas onde se fala essa lngua, no precisaria esperar mais do que seis meses. Por que tais resultados? I Por causa do nvel de vnculos e de intimidades geradas para com a lngua.

O que vemos hoje, que muitos tm medo de chamar para estar mais prximos alguns discpulos, pois, estes ao verem a fraca realidade de vida crist praticada, se decepcionem.

Precisamos entender com clareza que: discipulado so vnculos formados em Deus, vinculos que implicam em deciso, custos a serem pagos e um objetivo a ser cumprido.

Caractersticas do Discpulo

Total intimidade;

Mxima resposta Palavra;

Submisso;

Crescimento constante e desobstrudo; Abertura e maleabilidade para se deixar tratar; Motivao conhecida;

Dependncia de Deus;

VIda de vitria;

Ministrio desenvolvido e reconhecido; Clareza nos princpios da Palavra de Deus.

........o Padro do Discipulado O Propsito de Deus

"Porquanto aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou para serem conformes imagem de seu Filho, a fim de que Ele seja o primognito entre muitos irmos." (Rm.8:29)

o propsito eterno de Deus ter uma famlia numerosa com muitos filhos iguais a Jesus. Em Jo.1:14, vemos Jesus ser colocado como unignito, ou seja, o nico Falho do Pai. Em Romano , no entanto, Ele colocado como o primognito, ou seja, o primeiro filho. Deus pela Cruz, conquistou toda a humanidade para si, e qualquer homem hoje pode se tomar um filho de Deus.

No texto de Romanos, observamos que Deus deseja muitos filhos, porm Ele coloca um padro: todos os Seus filhos devem ser idnticos a Jesus. Jesus o nosso padro, e ns somos colocados na forma (para sermos conformes) de Jesus, para sermos Sua imagem. Pelo menos em posio espiritual, todos somos vistos por Deus como sendo perfeitos em Cristo. Deus sabe, todavia, que esse conhecimento deve se tomar nossa experincia, devemos passar a ser assim, agora.

Para esse fim Deus constituiu os ministrios na Sua casa, para cooperar com o Esprito Santo andando em sintonia com Este, conduzindo seus filhos estatura de Cristo.

ME ele mesmo concedeu uns para apstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeioamento dos santos para o desempenho do seu servio, para a edificao do corpo de Cristo, at que todos cheguemos unidade da f e do pleno conhecimento do Filho de Deus, perfeita varonilidade, medida da estatura da plenitude de Cristo, para que no mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astcia com que induzem ao erro." (Ef.4:11-14)

Vemos portanto que os ministrios foram estabelecidos com um fim especifico, com uma tarefa designada por Deus, a de encaixar os filhos de Deus em vnculos de discipulado, cooperando com seu crescimento.

As etapas devem ficar claras:Deus tem um propsito: Ter muitos filhos. Para alcanar esse propsito Ele fez umproieto: Os ministrios devem edificar a Igreja.

Tambm traou um modelo: Os filhos devem ser como Jesus.

E por fim definiu o mtodo para esse projeto: O discipulado

o Projeto de Deus

Como vimos, o propsito de Deus ter filhos imagem de Jesus. E para que esse alvo seja concretizado, Deus elaborou um projeto definido e especfico. O seu projeto consiste em que ministrios sejam constitudos na Igreja com o fim de levar os santos maturidade.

A inteno de Deus formar as vidas. Formar muito mais do que simplesmente ensinar algumas verdades, sem sequncia didtica, uma ou duas vezes por semana. Formar significa dar forma a uma matria ainda informe. como se pegssemos o barro e formssemos nele a estrutura do vaso.

Talvez, um dos grandes problemas das Igrejas da atualidade seja a falta de objetivos definidos nos trabalhos realizados. Essa falta de objetivos acaba gerando uma omisso nos ministrios em sua funo de formar vidas. Essa omisso se d em funo da fraca realidade de vida de muitos lderes e tambm porque, na maioria das atividades, o alvo simplesmente agradar e distrair a congregao.

Cremos que, qualquer obra que seja feita sem a inteno especfica de formar o povo de Deus, levando-o a assemelhar-se com' Jesus, uma grande perda de tempo. Ns, lideres, devemos ser coerentes com a nossa misso, que foi definida por Jesus: Nosso propsito levar a Igreja a se parecer com Jesus, e isso sistemtica e paulatinamente.-

(SE todos ns, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glria do Senhor, somos transformados, de glria em glria, na sua prpria imagem, como pelo Senhor, o Esprito. 11 (2Co.3:18)

Todo projeto caracterizado por um executor e por uma planta. Sabemos que os lderes so os executores da planta que Deus nos tm dado. A planta o nosso modelo ou, o nosso objetivo. Na obra de Deus Ele quem levanta os construtores, e tambm Ele quem mostra a planta.

o Modelo de Deus

Para que possamos executar a vontade de Deus de maneira plena, fundamental que conheamos o seu modelo profundamente. O modelo de Deus o Senhor Jesus Cristo.

"desejai ardentemente, como crianas recmnascidas, o genuno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvao, 11 (1Pe.2:21)

Quando falamos do conhecimento de Jesus, nos referimos a alguma coisa muito maior do que o simples conhecimento dos evangelhos; significa a revelao dEle no meu interior e a Sua manifestao na experincia prtica. No podemos levar ningum a um lugar que ns mesmos ainda no fomos. Para formar vidas de acordo com o padro de Deus, eu preciso ento, conhecer profundamente o modelo que eu vou usar para isso.

nesse ponto que entra o princpio do discipulado. No existe nenhum outro meio eficaz que nos permita formar vidas seno o discipulado. Formar significa exatamente conformar imagem de Cristo. Somente no contato pessoal que pode existir uma formao crist adequada. Existem dois requisitos bsicos

para realizar a obra de Deus: o modelo e os executores do projeto. Temos modelos, resta-nos agora saber qual o mtodo, para , edificarmos o prdio.

o Mtodo de Deus

o nosso propsito, no entanto, no discorrer sobre o processo que envolve o discipulado, mas explicar com clareza como chegar maturidade, esse verdadeiramente o nosso "alvo". O nosso padro, para tal Jesus, e discipulado passar vida, a vida de Cristo. transmitir para outrem o mesmo nvel de maturidade que temos em Deus. Mas se pensarmos que ningum jamais alcanou o padro de maturidade de Jesus, o discipulado se toma uma utopia em seus alvos. Mas isso no verdade, uma vez que seria extremamente incoerente se Deus exigisse algo impossvel aos Seus lderes; portanto, de fato no impossvel chegar a maturidade do carter de Jesus.

O prprio apstolo Paulo, que menciona a atividade bsica dos ministrios no captulo 4 de sua carta aos efsios, se coloca como exemplo a ser imitado em 1Co.4:16;11:1, Fp.3:17 e 1Ts.1:6. Podemos dizer, ento, que Paulo se parecia com Jesus, j que ele disse que a funo dele era levar o povo estatura de Cristo. E Paulo continuava sendo homem e sujeito aos mesmos pecados que todos ns.

Mesmo que o padro do discipulado seja Jesus, esse padro deve ser visto na vida do discipulador. Paulo se colocou como modelo a ser imitado porque ele imitava a Jesus.

Observamos que o mtodo de Paulo era levar seus discpulos a imit-lo. claro que s podemos passar aquilo que temos. O processo de imitao e identificao comum na relao de discipulado, e at mesmo necessrio que ocorra, como condio para que o discipulado acontea. Temos visto alguns que imitam seus discipuladores na forma de pregar, orar e de viver. Isso natural e bom.

O que deve ficar claro, ento, que o padro Jesus, e o padro deve primeiro estar presente na vida do discipulador, j que o discpulo ser seu imitador.

Resta no entanto, uma outra questo: como que vamos saber se algum alcanou o padro de maturidade? Como ocorre esse padro na prtica? Para que isso possa ficar mais claro, vamos entender primeiro o que maturidade e imaturidade no nvel natural. Se entendermos o aspecto natural, ficar mais fcil percebermos o que espiritual.

Devemos memorizar esses quatro pontos: 1. O propsito de Deus

2. O projeto de Deus

3. O modelo de Deus

4. O mtodo de Deus

o que Atrapalham o Projeto de Deus?

Imaturidade Espiritual

Em vrias referncias da Palavra de Deus, observa-se que crescimento espiritual parece ser um correlato do crescimento natural lo homem.

"Ora, todo aquele que se alimenta de leite inexperiente na palavra da justia, porque criana. Mas o alimento slido para os adultos, para aqueles que, pela prtica, tm as suas faculdades exercitadas para discemir no somente o bem, mas tambm o mal. n (Hb.5:13-14)

Parece ento coerente que se entendermos o que imaturidade natural poderemos deduzir o que seria similar quanto maturidade espiritual.

Em 1Co.13:11, Paulo nos diz que:

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas prprias de menino. n

Baseados nisso podemos dizer que a imaturidade pode ser observada no falar. no sentir e no pensar de algum.

A Bblia faz uma correlao entre maturidade natural e espiritual. Assim. podemos comparar algumas caractersticas prprias da criana com os imaturos espirituais, segundo a psicologia.

No consegue expressar adequadamente seus conflitos interiores (se est com medo; se tem febre ou diarria; se est ansioso. ou com dor no estmago;

Fala sempre do que lhe vem a cabea; no pondera;

chantagista; se no consegue o que quer, fica emburrado; Fala de seus sonhos e fantasias como se fossem realidade.

No pensar

Vive despreocupadamente como se o amanh no existisse; extremamente egosta (pensa que o mundo existe por sua causa; tudo deve girar em tomo de si);

No tem senso de limite (tudo aquilo que pensa quer que seja realidade imediatamente);

Possui pensamento mgico (pensa que tudo pode acontecer num simples passe de mgica, como se no necessitasse de esforo algum).

No sentir

No consegue dominar as prprias emoes;

No consegue se colocar no lugar do outro, e julga com muita facilidade;

No consegue fazer nada sozinho, sempre tem de ser acompanhado; .

Tudo o que novo e desafiante lhe causa medo, e s vezes entra em pnico;

extremamente preocupado com a opinio dos outros;

demasiadamente preocupado com o seu corpo.

No capaz de se dar sem receber algo em troca (amar trocar). egosta.

Outras evidncias

Alm desses pontos, podemos ainda salientar o pensamento onipotente da criana, pois ela se acha capaz de todas as coisas;

No consegue ter um senso crtico adequado (a sua percepo da realidade completamente afetada em funo da sua tendncia de idealizar o que bom e depreciar completamente aquilo que no est de acordo com o seu desejo).

Concluso

Como podemos observar, a imaturidade natural est intimamente relacionada com a espiritual. Na verdade muito dificil fazer distino entre maturidade natural e espiritual, visto que as realidades espirituais devem ser expressas na experincia cotidiana ou natural do indivduo.

Observando atentamente cada caracterstica da criana, vamos constatar que em todas elas o ego colocado no centro. Podemos afirmar que a centralidade do ego a origem no s dos pecados mas tambm de toda atitude que, mesmo no sendo pecaminosa, inconveniente. Pode-se afinnar, ento, que toda imaturidade caracterizada pelo. fato do ago estar no centro de nossas vidas.

Sendo assim, o padro de maturidade adequado seria aquele que devolve ao ego a sua posio original, como Deus planejou. A grande questo de nossas vidas renunciar ao ego.

Quando se entra nesse princpio, est-se entrando dentro do princpio da maturidade. Baseado nesse entendimento, creio que correto afirmar que a maturidade no um lugar que eu devo alcanar, mas, sim, um processo no qual devo estar inserido.

I&No que eu o tenha j recebido ou tenha j obtido a perfeio; mas prossigo para conquistar aquilo para o que tambm fui conquistado por Cristo Jesus. Irmos. quanto a mim, no julgo hav-Io alcanado; mas uma coisa fao: esquecendo-me das coisas que para trs ficam e avanando para as que diante de mim esto, prossigo para o alvo, para o prmio da soberana vocao de Deus em Cristo Jesus.

Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, tambm isto Deus vos esclarecer." (Fp.3:12-15)

Ao usar o conceito "maturidade", no estamos nos referindo a um nvel to elevado que no temos mais o que aprender, mas ao contrrio, uma das caractersticas do amadurecimento estar sempre pronto e aberto a aprender com algum.

o Padro Jesus

impossvel que falar em maturidade sem nos referirmos Cruz de Cristo. Queremos nos deter, no momento, apenas ao aspecto que est relacionado renncia de si mesmo no dia-a-dia.

Jesus no apenas morreu numa Cruz; Ele viveu uma vida de Cruz. Toda a Sua vida foi caracterizada pela renncia completa do prprio Eu. Ele viveu a Sua vida pelo princpio da Cruz. E isso nos fala de uma completa dependncia de Deus. No interessa mais se algo bom ou se mau; se correto ou pecaminoso, o que interessa saber se, ou no a vontade de Deus. O princpio da Cruz o processo que nos leva maturidade.

Percebe-se, pela vida de Jesus, que o processo de Deus, para tratar com o nosso ego, segue um certo padro, uma ordem. Se falharmos em um aspecto, Deus vai repeti-Io at que sejamos aprovados. Na escola de Deus, ningum pula cartilha, ou compra nota.

O padro de Deus a Cruz. E, na Cruz, Deus resolveu, de uma vez por todos os problemas do homem:

A condenao eterna.

pecado.

poder do pecado.

poder para viver uma vida santa.

Em Jo.5:19;5:30;8:28, vemos Jesus testificando claramente sua posio de completa dependncia do Pai, o princpio da Cruz em operao. Para entend-Io melhor necessrio observar melhor o que negar a si mesmo.

O negar a si mesmo no a completa anulao da vontade. Isso evidentemente impossvel. Trata-se antes, de uma renncia, que pode ser definida deste modo: 'quando minha vontade quer seguir uma direo diferente da vontade de Deus, eu renuncio minha vontade'. Significa que a vontade de Deus deve ser priorizada, em detrimento da minha vontade.

O negar a si mesmo no tomar-se um alienado. Muitos fogem da realidade, recriminando-a como se tudo estivesse errado e proibido. Criam uma nova filosofia que os leva loucura. Isso, alm de ser perigoso, constitui-se em um sintoma de fuga neurtica; e Jesus nunca desejou tal coisa.

O negar a si mesmo no vida de ascetismo. Na antigidade muitos monges se isolavam das pessoas, pensando que assim estavam livres dos prazeres da vida e de suas paixes.

Essa posio coloca, no entanto, a vida crist como uma dor constante. A vida seria um peso, difcil de ser suportada. Jesus veio para que o homem tivesse vida abundante. No queremos retirar a dor da vida normal, do crescimento sadio, mas no podemos fazer da vida uma apologia dor. Sofrer gratuitamente, para merecer o favor de Deus, uma teologia errada e no est coerente com o tipo de vida que Jesus viveu e ensinou.

Finalmente, o negar a si mesmo no a perda do desejo. Quando o desejo se torna concupiscncia, ele passa a ser pecado. Mas ns j estamosmortos para o pecado, e portanto livres do seu domnio. Existem, no entanto, desejos legtimos e bblicos como o desejo de casar, ter filhos, pregar o evangelho, salvar vidas, e coisas assim. Vemos portanto que a autonegao, proposta por Jesus, , antes de tudo, uma renncia ao domnio da prpria vida, e isso, sem dvida, em algumas situaes, vai implicar em todos os aspectos que mencionamos acima. Haver momentos de aparente perda da vontade, de aparente alienao, de um tambm aparente ascetismo, bem como de uma renncia a um desejo legtimo. Paulo, por exemplo, optou por no se casar, mas era uma questo de conscincia particular. Isso acontece em funo de que a vida crist , em essncia, uma contracultura do sistema vigente. Nunca devemos nos esquecer de que a cruz loucura para o mundo mas, para ns, o poder de Deus manifesto.

Dentre as qualificaes de um discpulo a prioritria a negao de si mesmo, ou seja, estar sempre disposto a abrir mo, e isto voluntariamente.

Mas, afinal, sobre o que Jesus falou quando exigiu a negao de si mesmo?

"Grandes multides o acompanhavam, e Ele, voltando-se, Ihes disse: Se algum vem a mim e no aborrece a seu pai, e me, e mulher, e filhos, e irmos, e irms e ainda a sua prpria vida, no pode ser meu discpulo. E qualquer que no tomar a sua cruz e vier aps mim no pode ser meu discpulo.

Pois qual de vs, pretendendo construir uma torre, no se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para no suceder que, tendo lanado os alicerces e no a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, dizendo: Este homem comeou a construir e no pde acabar.-

Ou qual o rei que, indo para combater outro rei, no se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poder enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrrio, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condies de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vs no renuncia a tudo quanto tem no pode ser meu discpulo.n(Lc.14:25-33)

Nesta passagem o Senhor nos ensina a respeito das qualificaes de um discpulo. Donde depreendemos trs nfases bsicas que, juntas formam a base da estrutura do nosso ego. Como j sabemos a centralizao do ego est na base do pecado, podemos dizer, ento, que estas trs nfases, colocadas por Jesus, esto na base de qualquer ao. Ou seja, qualquer comportamento implicar direta ou indiretamente em uma ou mais destas nfases:

A primeira nfase diz respeito aos relacionamentos (vv.25). Diz respeito minha necessidade de ser sempre aceito pelos outros; o medo de ser rejeitado; e ainda de viver uma relao qualquer, colocando Jesus em segundo lugar.

Negar a si mesmo implica numa renncia ao amor dos outros. No que eu no mais queira ser amado, mas que no ficarei doente se isso no acontecer.

A segunda nfase diz respeito minha vontade (w.27). fundamental para qualquer cristo conhecer a vontade especfica de Deus para sua vida. Tomar a Cruz nos fala de apropriar-se da vontade de Deus em detrimento da minha. H uma tendncia natural de evitarmos a dor e buscarmos o prazer. Entretanto, muitas vezes, a vontade de Deus implica em dor, e eu devo me apossar dela em detrimento de meu desejo de prazer. A Cruz nos fala de abrir mo de direitos, de reconhecimentos, de oportunidades e assim por diante. Jesus, por exemplo, j sob a sombra da Cruz diz:

"No a minha vontade, mas a tua..."

A terceira nfase diz respeito questo dos bens (w.33).

Eu devo renunciar a viver para mim mesmo e, ainda mais, devo abrir mo dos meus bens. Para muitos, o abrir mo de seus bens bem mais dificil at, do que abrir mo de si mesmos. Sabemos que Jesus andou por este caminho, e em 1 Pe.2:21 , Ele nos diz para que andssemos por ele tambm. Renncia morte e sem a morte o cristianismo perde o sentido. No existe cristianismo sem Cruz. Existe apenas religio. O ego deve perder o seu lugar de centralidade, cedendo lugar vontade de Deus.

Vejamos ento, na vida de Jesus, o princpio da Cruz em operao. Sabemos que Ele no apenas morreu na cruz, mas que toda a Sua vida foi uma vida de Cruz, observamos que existe uma seqncia nas lies aprendidas por Jesus, pelas quais todos ns devemos passar.

Temos ento trs fatos:

3.

Jesus o padro;

O discipulador deve ser o padro para que seu discpulo o imite

O princpio bblico da maturidade a renncia do ego, e a isso chamamos: O princpio da cruz.

1. 2.

Se a nossa concluso verdadeira, devemos observar que a vida de Jesus, narrada nos evangelhos, foi uma vida de Cruz.

Sendo assim, cai por terra o entendimento de que impossvel alcanar a estatura de maturidade descrita em Ef.4:11-14.

Aprendendo a ser Discpulo

1 Lio: Aprender a se submeter

A primeira grande tenso na vida do discpulo a autoridade. Sem dvida, essa foi tambm a primeira lio de Jesus. Seria ingenuidade pensar que Jesus no precisou aprender coisa alguma. Em Hb.5.8, vemos que Jesus aprendeu a obedincia. E a primeira lio foi submisso. Em Lc.2:41-51 , ele nos diz que Jesus no apenas obedecia a seus pais, mas se submetia de corao. Ele sabia quem era e de onde tinha vindo, mas ainda assim se submetia a seu pais, que eram muito limitados no entendimento. Jesus, aos doze anos, j discutia com doutores, mas, mesmo assim, no se exaltou acima de seus pais, antes Ihes era submisso. Parece-nos que Maria, ainda que fosse uma santa mulher de Deus, no era uma pessoa de grande entendimento. Maria e Jos eram extremamente pobres e sem certos privilgios e oportunidades. Em muitas situaes, a encontramos incomodando a Jesus. muito fcil nos submetermos a quem sabe mais do que ns, mas como difcil ser submisso a quem sabe menos. Isso exige renncia do nosso orgulho, do desejo de ser reconhecido e do desejo de se achar alguma coisa. No processo do discipulado, esta a primeira lio que se deve aprender. O discipulador deve confrontar o discpulo para que este aprenda a submisso.

2 Lio: Ter um Corao Ensinvel

Estar aberto para aprender com quem quer que seja algo muito dolorido. Sabemos que Jesus saiu para ser batizado por Joo g,iante dos olhos de todos. Isso era muito arriscado, pois poderia ser que, mais tarde, algum fariseu se dirigisse a Ele dizendo: "acaso no estivemos juntos nas aulas de batismo de Joo?" E.isso certamente deve ter acontecido, pois, Jesus usa algumas

Iil straes feitas por Joo Batista (comparar Mt3:10 com 7:16-20) .

no sermo da montanha. Deve ser bastante constrangedor, se colocar ao lado de pecadores para ser batizado; algum que nunca hlvia pecado, como foi o caso de Jesus. E esta a segunda lio, para aquele que quer ser discipulo: Ter um corao ensinvel I estar aberto para aprender, mesmo que isso muitas vezes seja I extremame te constrangedor. Ningum se diminui por ouvir e aprender algo com quem sabe menos.

3 Lio: No agir no Entendimento e Esforo Prprio

No funo nossa criar mtodos prprios. Deus tem uma obra para ser edificada, e pela narrao de Joo 5:19, 5:30 e 8:28, podemos ver que Jesus somente fazia o que Deus mandava. No /:1avia lugar para o "eu acho" ou o "eu penso", mas somente, para o que Deus queria realizar. Ns somos construtores e devemos exec,utar. a. planta que Deus projetou. J est chegando o .!no!!1ento onde tudo que foge do projeto de Deus cair por terra. Deus no aceita anexos humanos sua obra. Muitos de ns queremos fazr de nossas vidas o que bem queremos e isso denota falta de entendimento sobre o princpio d cruz: "J no su eu quem vile, mas Cristo Vive em mim".

O comando no mais me pertence, mas tudo est sobre o controle divino. Aos poucos o discpulo aprende a no confiar em si prprio e passa a depender de Deus. uma experincia incrvel!

4 Lio: Abrir Mo do Amor Prprio

.', Aquilo que guardamos mais fundo em ns mesmos o nosso amorptprio. O medo de sermos prejudicados, feridos, magoados e coisas assim. nos apavoram muito. Pedro ingenuamente (Mt.16:2134 ) incitou Jesus a ter d de si mesmo, julgando com isso estar executando um ato de amor. Jesus, no entanto, foi severo, como raramente O vemos na 'Bblia. e exatamente em funo de ter sido tocado numa das reas mais sensveis do homem, o amor prprio. propsito de Deus que alcancemos este nvel "...At que no ame mais a sua prpria vida, pois quem amar a $a vida perd /a. .. O discpulo passa a viver para agradar ao seu Senhor. O direito que temos o de am-lo5 Lio: Rejeitar a Glria Humana

Jesus poderia ter sido coroado Rei de Israel (Jo.12:12-28), mas Ele preferiu a vergonha da Cruz porque esta era a vontade de Deus. No pensemos que no foi tentador, para Jesus aquela posio. Certamente o foi. Ele, no entanto, por conhecer a vontade de Deus, no se deixou levar pela aparente glria humana. A grande questo da vida diz respeito ao desejo de serreconheddo, visto e admirado. Os fariseus que faziam obras com o fim de "serem vistos pelos homens", da a reprimenda severa de Jess' contra- eles. Temos, portanto de abrir mo da glria humana, para executar a vontade de Deus.

6 Lio: A Completa Obedincia.

O plano de Deus que cheguemos, como Jesus, completa obedincia (Mt.26:36-46). Deus no obrigou Jesus a ir para a Cruz. No Getsmani. Jesus orou at saber a vontade de Deus. Quando Deus revelou que a Sua vontade era a Cruz. Jesus se levantou e caminhou para l. O princpio da Cruz no est relacionado com a questo do pecado propriamente dito, mas sim com aquilo que, mesmo no sendo pecaminoso, deve ser abandonado ou colocado em segundo plano. Devemos fazer o que Deus deseja: eis a questo.

7 Lio: Esprito de Servo

"O filho do homem no veio para ser servido, mas para servir" (Mt.20:28 e Mc.10:45).

Ns somos chamados a servir os santos, sem distino e isso implica em levarmos nosso interesse em sermos servidos Cruz. Nosso ego deseja que todos estejam nossa disposio sempre, cada momento, e, de preferncia, que nos tratem com toda ateno e educao. Mas, o Esprito nos desafia a negarmos isso e a fazer aquilo que espervamos fosse feito a ns. Devemos

A experincia de Ser e de Fazer Discpulos servir com um corao perfeito e isso s acontece se renunciarmos a toda expectativa de retribuio servitude.

Toda expectativa de lucro deve ser renunciada. S assim serviremos com alegria. O resto, o que vem depois disso, depende do Deus que nos v em secreto. Ser servo amar mais, ou seja, a deciso de querer servir sempre, nunca buscando ou visando retribuio.

Concluso:

Precisamos entender que o alvo final do discipulado se conformar a Jesus. Sua maturidade, Sua vida, Seu carter. Discipular passar vida.

O alvo do discipulado produzir muitos discpulos semelhantes a Jesus. O discipulador deve constituir-se no padro, para que o discpulo possa imit-Io. Deve ficar claro, porm, que Jesus atorma final. Eu, como discipulador, devo alcana-Io antes, para que possa levar outros at l. Prosseguir sempre, estar sempre no caminho, a tarefa do discpulo.

O discipulado deve ficar claro como um processo mas, se no tivermos uma viso clara e definida do lugar para onde queremos levar o discpulo, nos perderemos enfatizando o processo como um fim em si mesmo. o nosso alvo, no discipulado, que nos leva a caminhar, o propsito de Deus ter muitos filhos semelhantes a Jesus.

Vemos, pelo exemplo de Jesus, que o Seu ego, representado pela Sua vontade, sentimentos e opinies prprias, toi colocado sob completa direo de Deus. bom enfatizarmos que maturidade exatamente estarmos inseridos neste princpio, o princpio da Cruz. No um lugar final, mas um projeto constante.

A vida pode ser comparada ao caminho estreito, mas nunca com um alvo estreito. Vamos caminhando, avanando sempre, nos desvinculando das coisas que ficaram para trs, tendo sempre diante de ns a glria que nos ser proposta em Cristo Jesus.

O padro principal do discpulo Jesus. Ele o exemplo principal a ser seguido: o princpio e o fim.

A Relao do Discpulo com o Discipulador

o Fim do Individualismo

"Ento Ihes respondeu Jesus... Em verdade, em verdade vos digo que o filho nada pode fazer de si mesmo, seno somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o filho tambm semelhantemente o faz." (Jo.5:19)

"E aquele que me enviou est comigo, no me deixou s, porque eu fao sempre o que lhe agrada. " (Jo.8:29)

No discipulado no h como andar sozinho, caso contrrio se descaracterizar. A primeira atitude abdicar do individualismo e das decises unilaterais. Eu no vou caminhar s em nada. Isso por um lado vai ser agradvel, vai me suprir. Era solitrio, agora terei algum para caminhar comigo, algum para me amar, algum que vai me acolher, que vai receber minhas lgrimas, algum para, me entender e me ouvir. Esse o aspecto positivo.

Abdicar da minha autodeterminao implica em perda. Quando comeamos a abrir mo da autodeterminao, sentimos a dor de dividir a individualidade e a privacidade com o discipulador. Esse o primeiro custo. O diabo fatalmente tentar superdimensionar esse preo de maneira que as pessoas o vejam como pesadssimo. Algum carnal dir: "Isto manipulao". Realmente, em qualquer outro nvel de relacionamento no caberia tal vnculo, mas no discipulado sim.

isso que vemos na prtica de vida dos disCpulos mestrados pela Bblia, exceto na vida de Geasi, discpulo de Eliseu, que se meteu a caminhar sozinho debaixo de uma aliana de discipulado, e se deu terrivelmente mal. Vemos, no entanto, um relacionamento aberto na vida dos discpulos do Senhor, na Igreja primitiva, e nos discpulos de Paulo. Esse compromisso, ao fim do discipulado, pode at desaparecer, mas ser sempre praticado para com outra pessoa, quem devemos reconhecer e nos submeter como autordade. prestando-lhe contas.

Submisso ao Discipulador

"Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, d aos pobres e ters um tesouro no cu; depois, vem e segue-me." (Mt.19:21)

A segunda atitude que nos ser pedida um posicionamento, uma deciso de submisso ao discipulador. Como ser esse posicionamento? Em muitas situaes, nas quais a minha opnio ir se chocar com a do meu discipulador, a minha deciso sempre por ouvir sua voz. Existem muitos crentes que dizem esperar um tratamento de Deus diretamente a eles, mas no querem ouvir o homem. Deus tem de vir do cu tratar com eles, pois o seu pastor Jesus. "Certamente o Senhor no far nada sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas." (AmA:?) Deus honra a liderana constituda por Ele.

No existe melhor forma de Deus tratar conosco do que usando a liderana constituda. No existe canal melhor, no existe melhor alternativa. Antes de Deus falar com o povo, Deus falar primeiro com a liderana que Ele mesmo estabeleceu. Este o preo, o custo que todo home,m e toda mulher de Deus deve pagar. As pessoas que no vivem isso tm srios problemas, que comprometem o seu crescimento espiritual.

O aspecto de submisso ao discipulador fala no apenas de uma atitude de obedecer. Obedincia algo externo que at o mpio faz, algo que j feito pelo homem natural. As autoridades do mundo exigem e seus auxiliares obedecem. Obedincia no implica em concordncia interior, porm submisso; num relacionamento de discipulado, implica em que, 'posso at discordar, porm, interiormente, aceito; interiormente me submeto'. Isso algo que acontece no nvel do esprito. Eu abro o meu esprito para submeter-me, para aceitar, mesmo que entre em choque com o que penso. Opto por submeter-me e aceitar a opinio e direo do meu discipulador. O rei Saul no entendeu isso e Deus passou dele. Na ausncia do profeta Samuel, a deciso mais correta aparentemente, seria ele mesmo fazer o sacrifcio, pelo qual todo o povo esperava. Era o mas lgico. Mas Deus no estava preocupado com o fazer e sim com o obedecer.

Toda autoridade proveniente de Deus. Ele mesmo, nestes dias de restaurao, Ele tem reconstifudb a ordem 'oas coisas na Sua casa. Por qu? Porque se Deus constitui uma cadeia de autoridade, Ele vai falar, vai operar, atravs desta cadeia de autoridade.

Deus no fala primeiro com o p, para depois falar com a cabea, mas fala primeiro com a cabea, que d direo ao p, sobre qual caminho deve seguir. Deus no fala primeiro com a Dona Fulana, que est no ltimo banco da Igreja, sem antes falar com a liderana que Ele mesmo constituiu sobre a Dona Fulana. Nosso Deus um Deus de ordem, e Ele mesmo Se condiciona a agir pelo canal estabelecido por Ele.

Atualmente quando ocorre de Deus falar com outras pessoas para depois falar com os pastores, uma anomalia. Esse no o centro de Sua vontade para a Igreja. Esse uma das fontes de confuso na casa de Deus.

Durante muitos sculos, a Igreja tem caminhado fora desse princpio; com a liderana fora de lugar, povo fora de lugar, dicono determinando o que o pastor deve fazer, seu Joo, o profeta, determinando onde a Igreja deve abrir nova congregao; dona Rosa dizendo, por revelao, qual conselho o presbtero deve dar ao Pedra... ou seja, uma confuso de autoridades. Deus age por "'res .$ jipos de canais? Claro que sim. o que tem acontecido

J,u'nest 'dfa ec-; t\,;as"-'qnta confuso! Quantos lderes surdos esperando recados e bilhetinhos de Deus por canais tortos! Esse no o desejo de Deus para a sua casa.

Deus tem restaurado o lugar de autoridade na sua casa e o canal para abenoar Seu povo com equilbrio, sem escndalos, o canal da liderana. Assim, da mesma forma, precisamos entender que: se tenho vinculo de discipulado com algum, por reconhec10 como servo de Deus, que tem vida de Deus, que tem as qualificaes necessrias para ser um discipulador. Se me submeto a esse algum, Deus primeiro vai falar com ele para depois falar comigo. Eu preciso estar atento a isso e ser submisso. Esse o segundo custo.

O princpio de ouvir individualmente a Deus est condicionado ao de estar sob autoridade. Todas as heresias nasceram com pessoas insubmissas que captaram um canal que aparentemente era de Deus.

O pecado da insubmisso que ocorre quando, em meu corao rejeito a autoridade de algum levantado por Deus, comparado ao da feitiaria por sua gravidade e semelhana. O pecado da insubmisso comparado ao da feitiaria porque demnios. Por isso pessoas rebeldes e insubmissas devem ser tratadas com rigor, a fim de que sua fermentao no contagie outros crentes incautos.

Andar na Luz

"Sonda-me, Deus, e conhece o meu corao: prova-me, e conhece os meus pensamentos". (SI. 139:23)

A terceira atitude uma deciso por andar na luz. O que isso? Andar na luz diz respeito a expor todas as reas da minha vida, todos os campos da minha vida, ao conhecimento do meu discipulador. Toda minha vida financeira, meu relacionamento conjugal, meu relacionamento com a liderana da Igreja, meus relacionamentos em meu trabalho, a minha vida ntima, os meus pensamentos, as reas nas quais eu tenho sido atacado, se h pecado, em quais pecados tenho sido vencido, se o passado ainda exerce alguma influncia, que tipo de influncia . Se o meu emocional ainda clama em alguma rea, se existem frustraes, temores. alguma acusao do diabo, preciso me abrir. Eu devo me sujeitar, num vnculo de discipulado, a abrir mo de me esquivar, de me esconder do meu discipulador, e de fugir de um confronto. O terceiro custo a minha deciso voluntria de me abrir e compartilhar meu interior.

A nossa alma como um quartinho escuro e fechado; quando abrimos a porta, a luz entra e espanta as trevas, e, assim h cura.

Entrar no Padro do Discipulador

"Tambm mandei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o dia de Sbado. Tambm nisto, Deus meu, lembra-te de mim; e perdoa-me segundo a abundncia da tua misericrdia." (Ne.13:22)

"Limpei-os, pois, de toda estrangeirice, e designei o servio dos sacerdotes e dos levitas, cada um no seu mister. " (Ne.13:30)

A quarta atitude vivida num vnculo de discipulado a deciso por entrar no padro dado pelo discipulador. muito importante entender que discipulado realmente o caminho de crescimento. Discipulado no um entretenimento, uma distrao interessante, uma programao agradvel a ser cumprida periodicamente com o meu discipulador, uma ocasio para conversarmos, ouvir um bocado de coisas "interessantes". Vai alm disso. Precisamos entender que ser discipulado o caminho do crescimento espiritual, vou comear o meu vnculo de discipulado no nivel do vale e, depois de caminhar durante um certo tempo, vou perceber que cresci, subi na montanha e cheguei ao cume. Estarei num novo nvel de entendimento, de vitria, de clareza de novos princpios da Palavra que outrora eu no possua de forma prtica.

Discipulado tem o objetivo de cumprir uma trajetria de crescimento. E nesse caminhar, o primeiro aspecto de cumprir o padro do meu discipulador o de reconhecer qual a Palavra de Deus para a minha vida. Para cada pessoa que est num vnculo de discipulado h uma Palavra especfica de Deus. necessrio tambm que o discipulador saiba disso para discemir qual o padro a ser exigido de cada pessoa. Esse equilbrio necessrio para que no haja padres inatingveis e consequentemente frustrantes, ou padres relaxados que cobram pouco e no induzem em nada ao crescimento. Precisamos saber qual "Palavra" Deus tem sobre o discpulo, e qual o seu "potencial de resposta" a Deus. obedecendo ao potencial da resposta de cada vida e palavra recebida de Deus, que ser estabelecido o padro para o discpulo. Se Deus tem dado uma palavra para aquela pessoa ser um conselheiro em sua casa, eu vou cobrar dele, que desenvolva em

f, em orao, com intrepidez, conquistando, se apropriando, da uno e da sabedoria para aconselhar. Dever ser cobrada tambm uma atitude prtica dele de estar dando tempo em aconselhamento, de estar chamando vidas para prximo de si, corrigindo, confrontando e ensinando atravs de vnculos de relacionamento. Precisamos conhecer o discpulo para estabelecer o padro.

O discpulo, antes de tudo, um seguidor, como foi Eliseu.

Por que isso custo? Porque o padro exigido pelo meu discipulador um forte desafio, desconfortvel. Posso dizer olhando para mim mesmo: isso alto demais para mim, eu no vou dar conta sozinho.

O padro de um discipulador vai exigir o abandono de uma posio comodista, na qual enxergo o que Deus quer de mim, mas no me disponho a ir e perseguir a Palavra de Deus que veio sobre mim. O padro de um discipulador vai me empurrar, vai me estimular, vai me impelir a conquistar tudo o que Deus tem para I mim. Por que isso custo? Porque desconfortvel ser pressionado. Eu vou ter de conquistar, num tempo mais rpido, uma altura maior. Sozinho poderia estar rendendo 30%. Mas agora darei tudo. Assim, todo o meu potencial de resposta se manifestar num vnculo de discipulado, no qual me ser cobrado um padro mais i alto do que o meu prprio, fazendo-me enxergar, com ajuda do meu discipulador, muito mais longe do que sozinho poderia conseguir.

Caminhar Junto com o Discipulador

"Disse E/ias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Bete/. Respondeu E/iseu: To certo como vive o SENHOR e vive a tua a/ma, no te deixarei. E, assim, desceram a Bete/. " (2Rs.2:2)

O discpulo um seguidor. No possvel desejarmos ver os frutos de um vnculo de discipulado sem estarmos caminhando prximos um do outro. Nesse sentido, o discpulo precisa ter um privilgio que os demais irmos no tm. O privilgio de vir a hora que quiser, ter livre acesso, casa do discipulador, ir e vir com o discipulador, acompanh-Io em tudo o que for conveniente e espontneo, s vezes, s por proximidade e amizade. Fazer refeies juntos, praticar esportes, lavar o carro e a loua do almoo; alm evidentemente de orar, jejuar, e praticar as demais disciplinas espirituais; acompanhar na prtica de ministrao da Palavra, evangelismo, orao por enfermos, etc. Este "estar com", deve ser uma deciso nica do discpulo. Essa prtica nica uma das melhores para checarmos quem, de fato, discpulo.

Andar em Aliana e Fidelidade

"E ele, respondendo, disse: O que mete comigo a

mo no prato, esse me h de trair." (Mt.26:23)

certo que-todo discipulador deve estar disposto a perder na relao; um desconforto para todo aquele que s entra nesse compromisso por uma deciso de servir o Reino na formao de crentes maduros. impossvel entrar na prtica do discipulado sem alta dose de revelao e deciso por abraar o princpio da Cruz. H discpulos que no tm entendimento de que a fidelidade no compromisso um dos principais traos de carter que se deve ter na obra de Deus. Pessoas sem esse trao de carter so volveis, vivem de festa e do mesmo jeito tempestuoso que chegam, se vo. Entram na intimidade, usam-na e traem o compromisso com a mesma facilidade com que estabeleceram o vnculo. Desqualificam se a si mesmas diante da Igreja e de Deus, so liblulas crentes cada dia num lugar diferente. Esse o trao que caracterizou Judas.

Quando, finalmente Jesus mostrou suas fraquezas, na ocasio do lava-ps, ele O abandonou quebrando o vnculo. Os demais discpulos no quebraram a aliana, somente ele o fez.

A trajetria normal de todo vnculo de discipulado dar-se a conhecer progressivamente ao discipulador. Se antes havia idealizao, agora o padro a realidade. Discpulos carnais, como Judas, que desejam ser super-homens, quando percebem os primeiros traos de humanidade quebram os vnculos e abandonam a relao ignorando que nesse exato momento em que se d a hora crucial do vnculo. nesse contexto que mostramos em nosso carter a fidelidade ou a camalidade. fcil servir aos fortes, mas renncia e maturidade tomar a mo de uma pessoa maior que eu, que despojou da sua posio, conforto e segurana para fazer-se um igual, e honr-Ja, escolhendo ser o menor. Foi o que o Pai fez em relao a Jesus. Um discpulo deve ser fiel e honrar ao discipulador que se humilha. Este o esprito da Cruz.

Servir o Discipulador nas Coisas Naturais

"... aqui est Eliseu, que deitava gua nas mos de

E/ias." (2Rs.3:11)

"E o que instrudo na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui. n (G/.6:6)

A atitude bsica de todo discpulo a humildade, e se desejamos entrar num vnculo profundo de discipulado precisamos ter uma deciso firme em servir o discipulador em todas as coisas com alegria. Servir estar disposio nas coisas que sou, que, tenho e que posso fazer. Uma coisa, no entanto, falar que se est disposio, a outra estar na observando para, quando necessrio, servir sem ser ordenado ou requisitado. Esta atitude tambm s tem valor se for voluntria.

Servir ao discipulador uma atitude voluntria do discpulo, e uma caracterstica de humildade e reconhecimento.

Qualificaes do Discipulador

Muitos hoje, dentro da nfase do discipulado, querem estar discipulando, entretanto, no podem faz-Io pelo fato de no terem sido aprovados nas qualificaes exigidas para este fim.

Temos visto que existe uma espcie de hereditariedade atuando dentro do princpio de discipulado. Observamos que pessoas desestruturadas, inconstantes, e portanto, desqualificadas para discipular, quando se ligam a outras, novas na f, ainda frgeis e maleveis, reproduzem nos mais novos os seus defeitos e as suas debilidades, e muitas vezes, at os seus prprios escndalos.

H lderes orgulhosos formando tambm discpulos orgulhosos e independentes, que atuam no nvel natural. Seus princpios perniciosos, nocivos e perigosos, por serem contrrios obra da Cruz, so reproduzidos integralmente nesses discpulos, que vidos por receberem de Deus, acabam sendo formados por uma liderana inepta.

Vemos ento que esse princpio de "hereditariedade" tanto pode ser canal de bno quanto de maldio. Mas no devemos pensar que necessrio abandonar o discipulado em funo dos seus riscos; antes, devemos comear por formar uma liderana aprovada em seu carter e revelao da doutrina bblica. Se queremos ou no, o processo que conduz a uma vida rist genuna o formativo, e no apenas o informativo, que infelizmente o que predomina na maioria das nossas Igrejas. Se deixarmos que os novos na f cresam por si mesmos, eles certamente crescero, mas com uma srie de defeitos de carter que possivelmente nunca sero corrigidos.

O discipulador tem, antes de tudo, de ser aprovado, isto , tem de ter as qualificaes exigidas, principalmente por causa do princpio da hereditariedade que se estabelece no discipulado. $e a raiz for boa...

Percebemos que as conseqncias da falta do discipulado podem acarretar tantos problemas quanto um discipulado feito por lideres desqualificados. Mas, afinal, quem pode discipular? Quais so as qualificaes de um discipulador?

Qualificaes quanto Conduta

Quanto conduta, o discipulador deve ser irrepreensvel e

aprovado, deve ter todas as reas de sua vida debaixo de cobertura. No que deva ser perfeito, mas deve caminhar nos princpios anteriormente estudados; foi ou deve estar sendo discipulado, de maneira que no aja de forma independente e nem faa somente o que quer e como lhe apraz; deve estar totalmente submisso e vinculado a algum.

A necessidade, a priori, de nos submetermos ao processo , antes de tudo, para proteo da prpria Igreja, uma vez que existem certas reas em ns que somente se tomam visveis no discipulado, ou seja, somente ao sermos confrontados. Da a necessidade do discipulador estar passando pelo mesmo processo, adquirindo experincia e sendo aprovado.

Podemos dizer mais detalhadamente que o discipulador aprovado aquele que foi ou est sendo tratado em todas as reas de sua vida - de maneira tal que no haja reas ocultas e em trevas que ele procura esconder ou disfarar - antes, todas esto abertas para serem corrigidas, mudadas ou melhoradas por um discipulador.

E, finalmente, dentro desse princpio de ser formado, o discpulo deve ser liberado pelo seu discipulador para estar formando outras vidas. O discipulador reconhece que o seu discpulo est apto e por isso o envia. Entretanto, bom que se mencione que, mesmo depois de ser liberado, os vnculos no desaparecem e o novo discipulador deve estar colocando o seu discipulador a par de tudo aquilo que est passando na posio de autoridade sobre outrm. Este um modo de equilibrar o relacionamento novo. Podemos dizer ento que o discipulador aquele que foi aprovado pelo seu prprio discipulador para estar discipulando. Para uma melhor compreenso, vamos mencionar as reas bsicas que um discipulador deve formar em seu discpulo e tambm as reas onde ele prprio tem de ser aprovado. Ser aprovado no significa ser perfeito, mas estar aberto contentemente para ser tratado.

Qualificaes Naturais

Na famlia, deve ser algum que possui um bom relacionamento com seus pais e irmos, e, caso, seja casado, deve ter o seu prprio lar bem estruturado. Na Igreja, deve estar vinculado liderana e atuando no lugar que lhe foi designado. No trabalho, importante que tenha uma vida financeira estruturada, e seja reconhecido no seu meio profissional pelo seu carter cristo, assim como, nos relacionamentos sociais, na rea moral, no lazer, no namoro, caso seja solteiro, no uso do seu tempo, na vida devocional, nos estudos, e assim por diante.

A sua vida moral deve ser completamente tratada para que no haja brecha para escndalos. E, finalmente, ter o seu carter tratado; ser ensinvel, ter vinculos de comunho e de aprovao com a liderana, ser fiel, submisso e andar no principio da Cruz. Essas reas devem ser completamente edificadas, caso contrrio, no ter nenhuma autoridade para discipular quem quer que seja.

Devemos ter sempre em mente que discipulado so intimos vnculos onde todas as coisas so compartilhadas. So ntimos! laos de conhecimento e confiana mtuos. Mesmo que eu no abra a minha vida com o meu discpulo, a minha vida prtica vai testificar contra o meu ensino, se eu no viver o que falo.

E, como j mencionamos, o discipulado no um mtodo informativo, uma simples ao de passar um estudo terico. , antes de tudo, transferncia de vida, ou ainda, passar o eu que sou e o que eu tenho. Sendo assim, um trabalho de formao. No apenas ensino a Bblia, mas a pratico juntamente com o meu discpulo. Por isso eu no posso ser discipulador sem antes ser aprovado completamente no meu dia-a-dia.

Qualificaes Espirituais

Outro aspecto que queremos considerar so as qualificaes espirituais, Essas qualificaes so a base para que as qualificaes naturais sejam alcanadas. bom, no entanto, no separarmos a vida natural da espiritual, visto que o homem um ser total e global, e no um monte de partes que se juntam e se superpem. Toda a vida espiritual deve ser percebida tambm na natural. Todo entendimento mstico deve ser visvel nos frutos do trabalho.

Passemos agora a tratar de aspectos considerados espirituais:

O discipulador deve ser totalmente livre do poder atrativo do pecado. No apenas viver tentativas para ser livre do poder do pecado, mas ser de fato liberto do poder atrativo do pecado. Vemos que existem muitas pessoas que no produzem nenhum escndalo, mas que vivem no pavor e no desespero da possibilidade de carem em pecado. So pessoas que, quando atacadas por setas malignas, experimentam uma ressonncia interior forte, e isso acontece exatamente pelo fato de no terem revelao de sua morte com Cristo. Elas ainda no se apropriaram do poder da Cruz, e nem da sua morte pela f.

Essas pessoas no podem discipular outras, pois no so confiveis. Se existe ressonncia do poder do pecado em mim, eu no posso discipular outros. Isso indica que existem brechas espirituais em minha vida e certo que demnios vo se valer delas. Dependendo do tipo de brecha, isso se toma uma possibilidade para escndalos. Imaginemos o caso de um discipulador que ainda possui problemas na rea de homossexualismo. Se ele no se apoderou por f da libertao do poder do pecado, existe a possibilidade de demnios virem atac-Io nessa rea. E se ele for tratar com algum que tenha a mesma brecha? Da a necessidade de ser aprovado pelo seu prprio discipulador. !

Toda brecha potencialmente-um escndalo. Algum que I livre do poder do pecado certamente tambm conhecedor dos. princpios da Palavra de Deus, e no anda no escuro, pois foi ensinado pelo Esprito Santo a se apropriar dos seus princpios. Quando falamos isso, no estamos nos referindo queles irmos convertidos que tentam vencer o pecado pelo seu esforo prprio ou que aparentemente vivem uma vida crist plena. Nos referimos queles que possuem a experincia do poder da Cruz operante sobre o seu velho homem. Essa revelao precisa mais do que simplesmente ser entendida, precisa ser uma experincia revelada e vivida.

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A Vida de Deus que Atrai Outros a Si

Outro princpio espiritual fundamental que o discipulador deve ter revelao da vida com Deus. esta vida que vai fazer toda a diferena.

No basta ter o dom de liderana e ser cheio de talentos naturais, preciso ter realidade de vida, o discipulador deve ser um canal pelo qual o Esprito Santo se move, fundamental pois, quando falamos alguma coisa, necessrio que falemos com vida. Existem muitas relaes de discipulado falsas, relaes superficiais, onde o discipulador no permite que o discpulo experimente da sua vida com Deus. E isso acontece por que sabem que sua realidade de vida fraca.

Algum que no ouve o Esprito Santo, no est aberto ao Seu ensino e no depende dEle, no tem a uno de Deus sendo liberada sobre a sua vida. Nunca poder alcanar reconhecimento de discpulo nenhum, por no ter em si mesmo a prtica dos princpios bblicos que trazem a experincia de autoridade e uno. Quando muito, poder haver um relacionamento superficial e formal, o que no discipulado. Se, discipular passar vida, isso no algo natural, mas espiritual.

Ser uma Pessoa Espiritual

O discipulador aprovado anda no princpio da Cruz, e no confia em si mesmo, antes a sua suficincia vem do Senhor, andando na dependncia do Esprito Santo. No reivindica seus direitos, no briga por suas razes, no busca estar em primeiro lugar, mas profundamente quebrantado. Pessoas que no andam por esse princpio so muito perigosas, pois iro explorar discpulos, manipular a vida dos outros, e assim por diante. No sero confiveis, por causa de suas motivaes.

Por fim, o discipulador algum que depende de Deus nos vnculos que forem formados. Sem isso, o relacionamento ser algo simplesmente humano, natural, uma mera amizade, e no uma oportunidade para o Esprito Santo tratar com a vida do discpulo, trazendo luz sobre todas as reas de sua vida, confrontando, disciplinando e corrigindo. No simplesmente estando juntos que o Esprito de Deus vai agir, necessrio que haja, por parte do discipulador, em primeiro lugar, um entendimento da situao, e em segundo lugar, uma disposio para confrontar com autoridade.

Deus no tem compromisso com pessoas independentes e este talvez seja um dos principais desafios do discipulador: ser dependente de Deus. a atitude de se achegar ao discpulo, sem confiar em nada. a no ser na proviso de Deus, que dar frutos. No sero as palavras que faro diferena, mas a direo que Deus der ao discpulo. S quando o discipulador conduz a conversa na direo que o Esprito quer levar, que o discpulo ser confrontado pelo poder e pela luz profunda da Palavra. Sem isso, o discipulador pode conversar horas a fio sobre a Bblia ou livros, e ainda assim no conhecer a necessidade imediata do discpulo. Somente o Esprito Santo pode conhecer as necessidades do discpulo, por isso, o discipulador precisa reconhecer sua incapacidade para perceber essas questes e reconhecer tambm sua necessidade de depender de Deus.

Qualificaes quanto Viso

Para finalizar, queremos ver as qualificaes do discipulador quanto viso. Muita gente levada pelo modismo do momento quer fazer discipulado sem entender o que isso significa. No entendendo o que de fato querem, de onde devem sair e para onde devem ir. Acham que discipulado simplesmente ajuntar um monte de pessoas e Ihes ensinar um amontoado de doutrinas. Mas, para que um discipulador seja qualificado, ele precisa saber o que est fazendo ou seja, entender o princpio do discipulado em profundidade.

Precisa ter vivido isso, e assim, ter um entendimento claro de onde levar o seu discpulo. Mas qual a trajetria entre o vale e o monte? Para respondermos a essa pergunta satisfatoriamente necessrio que entendamos a diferena entre princpios e mtodos.

Os princpios so padres gerais que se aplicam a situaes diferentes, e os mtodos so usados dependendo das contingncias especficas do momento e do lugar. Os mtodos podem variar de acordo com o estilo de cada um. mas 2. princpios so imutveis.

O discipulador deve conhecer claramente os princpios da Palavra de Deus para aplic-Ios em cada circunstncia especfica, e esses princpios devem ser conhecidos por revelao de Deus e no por um mero exerccio mental; deve saber operar nesses princpios com influncia e desenvoltura.

Os mtodos so conseqncias da direo especfica do Esprito para uma determinada hora. No adianta copiar os mtodos de uma determinada Igreja, devemos estar abertos para aprender com outros irmos os princpios nos quais eles tm entrado, mas buscar de Deus os mtodos adequados para a nossa realidade. Os mtodos no se copiam; os princpios sim, porque so universais.

No existe meio de se fazer discipulado sem que os princpios da Palavra sejam aplicados, mas quanto ao mtodo (se sero grupos de trs ou quatro, se sero chamados individualmente, dando provas, armando uma tenda no quintal do discipulador, ou levando o discpulo para trabalhar em favelas...) Deus dar. Da a necessidade de uma dependncia constante do Esprito. Para cada situao haver um mtodo diferente. mas os princpios sero os mesmos.

Ento. finalmente, quem o discipulador? Algum cuja vida espiritual deu certo. e cuja realidade de vida aprovada e reconhecida. Evidentemente o discipulador no uma pessoa perfeita e infalvel. Ele homem e continua passvel de erro, mas totalmente quebrantado e provado por Deus.

preciso que tenhamos critrios claros de maturidade, pois muitas pessoas vivem uma eternidade nas Igrejas e nunca so aprovadas, simplesmente porque no sabem quando alcanaro o padro, e no sabem qual o padro. E na medida em que conhecemos o padro e o buscamos em orao, que poderemos alcan-Io. No podemos alcanar aquilo que no conhecemos.

Vemos que o objetivo de Deus no que sejamos simplesmente aprovados, mas aprovados e enviados. O discipulador