74
PROCESSO DE SOLDAGEM TIG Plano de Capacitação Técnica Energia Pecém

Apostila Soldagem TIG

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apostila de curso de soldagem TIG

Citation preview

Page 1: Apostila Soldagem TIG

PR

OC

ES

SO

DE

SO

LDA

GE

M T

IGPlano de Capacitação TécnicaEnergia Pecém

Page 2: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 3: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Energia Pecém Diretor Presidente Moacyr Eduardo May Carmo  Diretor de Construção e Operação  Carlos Alberto de São José Cavaleiro  Diretor Administrativo Financeiro  Fábio Yassuaki Tanaka  

INSTITUTO CENTEC Diretor Presidente 

Samuel Brasileiro Filho  

Diretora de Extensão Tecnológica Geórgia Andréa Aguiar Almeida 

 

Coordenador de Projetos e Assistências Tecnológicas 

Francisco Onias Oliveira Moreira Junior 

Page 4: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 5: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

 

Apresentação O Instituto CENTEC possibilita oportunidades de qualificação para o trabalho aos jovens  e  profissionais  que  buscam  o  aperfeiçoamento  através  da  capacitação. Contribui  também,  para  a  formação  de  um  profissional  gestor  que  detém conhecimentos  capazes  de  levá‐lo  a  desenvolver  atividades  produtivas  com eficácia.  Propõe‐se  a  colaborar  com  o  planejamento  e  a  execução  das  ações voltadas para o desenvolvimento da população e dos  jovens nas  comunidades, avaliando  e  reciclando  as  ações  de  capacitação  que,  em  sua  maioria,  estão alocadas de acordo com as vocações regionais. 

A  capacitação e a  geração de emprego estão presentes em  todos os  setores e sub‐setores da economia,  sendo a  sua maior  incidência motivada pelos  fatores econômicos, ambientais e tecnológicos. Pensando nisto, a empresa formada pela MPX  Energia  e  EDP  criou  o  Plano  de  Capacitação  Técnica  ‐  Energia  Pecém  em parceria  com  Instituto CENTEC  trazendo desenvolvimento para  a população do município de São Gonçalo do Amarante. 

A  Proposta  do  Plano  de  Capacitação  Técnica  ‐  Energia  Pecém  é  capacitar  a população  local  para  garantir mão‐de‐obra  qualificada  na  própria  comunidade, favorecendo possibilidade a inserção no mercado de trabalho. 

O plano está direcionado aos  jovens no ensino  fundamental e médio  completo que irão ser capacitados nos cursos de Mecânica Industrial, Soldagem Industrial e Construção Civil.       

Acredita‐se que a educação transforma a vida das pessoas, em todos os sentidos. Deste  modo,  mantêm  vínculos  com  o  trabalho,  a  ciência  e  a  cultura,  na perspectiva da formação integral do ser humano.  

“O importante da educação não é apenas formar um mercado de trabalho, mas formar uma nação, com gente capaz de pensar.”  

(José Arthur Giannotti) 

Page 6: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 7: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

 

Sumário  

Capítulo 01  

Fundamentos do Processo                 10 Capítulo 02  

O Processo TIG                     14 Capítulo 03  

Gases de Proteção                   24 Capítulo 04  

Fontes de Soldagem no Processo TIG               30 Capítulo 05 

Corrente Elétrica no Processo TIG              34 Capítulo 06 

Eletrodos para o Processo TIG                  42 Capítulo 07 

Metais de Adição                    50 Capítulo 08 

Defeitos de Soldagem e Suas Possíveis Causas          54 

Page 8: Apostila Soldagem TIG

  

 

 Capítulo 09 

Defeitos de Soldagem e Suas Possíveis Causas           58 Capítulo 10 

Técnicas de Soldagem                          62 Capítulo 11 

Características do Processo                  68 Capítulo 12 

Segurança                        72 

 

 

 

 

Page 9: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG

  

 

 

 

 

 

Capítulo 01  

 Fundamentos do Processo 

Page 10: Apostila Soldagem TIG

 Fundamentos do Processo  

 10 

 

É um processo no qual um arco elétrico controlado é estabelecido entre a peça a

ser soldada (obra) e um eletrodo não-consumível. A região da solda é protegida

contra contaminações do ar ambiente por atmosfera gasosa que flui através da

tocha. O calor gerado do arco é concentrado e funde as partes a serem soldadas.

Este processo é conhecido por TIG (Tungsten Inert Gas) ou GTAW (Gas Tungsten

Arc Welding).

Surgiu uma necessidade de disponibilidade de processos eficientes de soldagem

para materiais difíceis, como o alumínio e magnésio, principalmente na indústria

aeroespacial e de aviação. Assim, com o seu aperfeiçoamento, surgiu um processo

de alta qualidade e relativo baixo custo, de uso em aplicações diversas.

O processo é largamente utilizado em produção e manutenção industrial, para

soldar chapas de baixas espessuras (0,2 mm a 8 mm) de aços carbono, aços

inoxidáveis, alumínio e suas ligas, cobre e suas ligas, titânio, zircônio, níquel e suas

ligas. Utiliza fonte de energia de corrente constante (retificador ou transformador),

cabos, tochas, gás de proteção e refrigeradores de água.

Quando for necessário acrescentar material de adição, emprega-se varetas com

composição química compatível com o material de base, a exemplo do que ocorre

com solda oxiacetilênica.

Aplicações

Largamente utilizado na indústria aeroespacial e de aviação devido à alta qualidade

da solda e em indústrias que utilizam materiais não ferrosos. Indicado

principalmente para peças pequenas e chapas finas que necessitam uma soldagem

mais precisa.

O processo de soldagem a arco sob proteção gasosa consiste em um aquecimento

localizado da região a se unir, até que esta atinja o ponto de fusão, formando-se

então a poça de metal líquido, que receberá o metal de adição também na forma

fundida. A energia necessária para fundir tanto o metal base quanto o metal de

Page 11: Apostila Soldagem TIG

 Fundamentos do Processo  

 11 

 

1

adição, é fornecida pelo arco elétrico. No arco elétrico temos cargas elétricas

fluindo entre dois eletrodos através de uma coluna de gás ionizado como mostra a

figura nº 1.

Figura nº 1: Arco elétrico utilizando o argônio como gás de ionização.

Para isolar a região de soldagem dos contaminantes atmosféricos (nitrogênio,

oxigênio e umidade), que prejudicam as propriedades mecânicas da junta, são

utilizados gases de proteção com características químico-físicas específicas que

também ajudam a formar e manter o arco elétrico estável. A altura do arco elétrico é

controlada pela diferença de potencial (voltagem) aplicada entre os eletrodos, no

caso do processo MIG/MAG, ou pela distância eletrodo peça no caso do processo

TIG, e sua intensidade pela corrente elétrica (amperagem) que se faz fluir através

da coluna de gás ionizado (plasma).

Page 12: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 13: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 02  

 O Processo TIG 

Page 14: Apostila Soldagem TIG

  O Processo TIG  

 14 

 

O processo TIG na maior parte de sua aplicação é um processo essencialmente

manual de soldagem. Aplicado principalmente na soldagem de chapas finas (0,2 a

3,0 mm) de aços ao carbono, aços inoxidáveis, alumínio e suas ligas, cobre suas

ligas, titânio etc..., e onde os requisitos de propriedades mecânicas ou acabamento

exigem este tipo de processo de soldagem. O calor necessário para a realização da

operação de soldagem é fornecido pelo arco elétrico que é estabelecido a partir de

um eletrodo não consumível de tungstênio puro ou ligado. Para evitar a oxidação

deste eletrodo por gases ativos como o CO e o oxigênio, são utilizados neste

processo gases inertes puros, combinados ou não. A escolha da proteção ideal

depende da espessura e tipo de metal base a ser soldado. Durante a operação de

soldagem manual, após a determinação da corrente de soldagem e vazão de gás, o

soldador deve controlar a altura do arco elétrico, a velocidade de soldagem e a

alimentação do metal de adição através de varetas.

A figura nº 2 ilustra o processo e a nº 3 os equipamentos utilizados.

Equipamento

Equipamentos para soldagem manual são basicamente estes:

• Tocha de soldagem com o eletrodo de tungstênio;

• Fonte de energia.

• Gás de proteção

Page 15: Apostila Soldagem TIG

 O Processo TIG  

 15 

 

2

A fonte de soldagem fornece corrente (amperagem) constante podendo ser contínua

ou alternada. Com corrente contínua deve-se utilizar a polaridade direta, isto é, o

eletrodo conectado no pólo negativo e a peça no pólo positivo. O valor e tipo da

corrente dependem da espessura e tipo de metal base a ser soldado. Na fonte, além

do controle do valor da corrente de soldagem, temos o pré – fluxo de gás que

determina o intervalo de tempo entre o início da vazão e a ignição do arco elétrico

(protegendo o eletrodo na abertura do arco elétrico), o pós fluxo que determina o

intervalo de tempo entre a extinção do arco e o fim da vazão de gás (protegendo a

poça de fusão e o eletrodo, ainda quentes, da oxidação no final da operação de

soldagem) e a intensidade da corrente de alta freqüência (utilizada para ignitar o arco

elétrico e estabilizar o arco com corrente alternada).

IMPORTANTE

Cada equipamento envolvido no processo tem seu Manual Técnico, onde estão,

detalhadamente, todas as instruções de SEGURANÇA, INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO

E MANUTENÇÃO com vistas explodidas e listagem de PEÇAS DE REPOSIÇÃO.

Page 16: Apostila Soldagem TIG

  O Processo TIG  

 16 

 

VARIÁVEIS DO PROCESSO:

As variáveis que determinam basicamente o processo são a tensão do arco, a

corrente de soldagem, velocidade de avanço e o gás de proteção. Deve-se

considerar que as variáveis não agem especificamente de forma independente,

havendo forte interação entre elas.

No caso do gás de proteção, ao utilizar-se o Hélio é possível obter uma solda com

maior penetração, devido ao maior potencial de ionização deste gás. Mais adiante,

descreveremos mais detalhadamente os gases de proteção e suas características.

A tensão do arco, designação dada para a tensão entre o eletrodo e a peça, é

fortemente influenciada por diversos fatores, a saber:

1. Corrente do arco;

2. Perfil da ponta do eletrodo;

3. Distância entre o eletrodo e a peça ( comprimento do arco );

4. Tipo da gás de proteção;

Como existe uma relação direta entre a tensão e o comprimento do arco, a tensão é

usada para controlar o processo, pois uma vez fixados diversos outros parâmetros, a

tensão do arco possibilita o controle do comprimento do arco, que é difícil de

monitorar. Por sua vez, o comprimento do arco afeta diretamente a largura da poça.

Apesar disso, na maioria dos processos com chapas, o comprimento do arco

desejado é o menor possível. Este controle do comprimento do arco pela tensão,

entretanto, deve ser feito de maneira cuidadosa, observando-se outros parâmetros

que também afetam a tensão como contaminação do eletrodo e do gás de proteção,

alimentação imprópria do material de adição, mudanças de temperatura no eletrodo

e erosão do eletrodo.

A velocidade de avanço afeta a penetração e a largura no processo, sendo esta

última, porém, muito mais afetada. Sua grande importância reside no fato dela

determinar o custo do processo por estar intimamente ligada à velocidade do

Page 17: Apostila Soldagem TIG

 O Processo TIG  

 17 

 

2

processo. Entretanto, muitas vezes, a velocidade torna-se apenas uma conseqüência

a partir da definição de padrões de qualidade e uniformidade.

A forma de alimentação do material de adição é outro parâmetro importante. Em

processos manuais, a maneira como o material é adicionado influencia no número de

passes e na aparência da solda acabada. Já no caso de soldas mecanizadas e

automatizadas, a variação na velocidade irá significar variação na quantidade de

adição por unidade de comprimento.

Aumentando-se a velocidade de alimentação do arame produz-se soldas com menor

penetração e perfis convexos Diminuindo-se a velocidade aumenta-se a penetração

e tem se perfis mais achatados. A redução da velocidade tem um limite, entretanto,

pois pode levar a fissuras e falta de material.

EQUIPAMENTO:

Tochas

As tochas, que suportam o eletrodo e

conduzem o gás de proteção até o arco, são

classificadas basicamente pelo seu

mecanismo de refrigeração. As tochas

refrigeradas a gás são mantidas na

temperatura adequada pelo efeito de

resfriamento causado pelo próprio gás de

proteção. Estas tochas estão limitadas a uma

corrente máxima de cerca de 200 A. Já as

tochas refrigeradas a água, promovem a

circulação de água, normalmente em circuito fechado, para refrigeração. Desta

forma, pode-se dispor de tochas que suportam correntes de até 1000 A. A tocha

refrigerada a água é a mais empregada em equipamentos automatizados de GTAW.

Page 18: Apostila Soldagem TIG

  O Processo TIG  

 18 

 

Tocha refrigeração a gás

Page 19: Apostila Soldagem TIG

 O Processo TIG  

 19 

 

2

Page 20: Apostila Soldagem TIG

  O Processo TIG  

 20 

 

Pinças ou mandril (COLLETS)

Eletrodos de vários tamanhos são fixados apropriadamente no mandril do bocal. Um

bom contato entre o eletrodo e a parte interna do mandril é essencial para uma

transmissão correta da corrente e refrigeração do eletrodo.

Bocais

Gás de proteção é dirigido para a zona de soldagem por bocais fixados na

extremidade das tochas. O objetivo da utilização dos bocais é produzir um fluxo

laminar do gás de proteção. Os bocais podem ser fabricados de materiais cerâmicos,

metais, metais revestidos com cerâmicos, quartzo fundido ou outros materiais.

Dentre estes, os bocais cerâmicos são os mais baratos e mais populares, apesar de

serem quebradiços e necessitarem de troca constante.

Bocais metálicos tem vida útil mais longa e são usados principalmente em processos

automatizados, que operam com correntes acima de 250 A. Os aspectos mais

importantes nos bocais são suas dimensões e perfis. Os bocais devem ser largos o

suficiente para prover cobertura da área de soldagem pelo gás e devem estar de

acordo com o volume e a densidade necessária do gás no processo. Se a vazão do

gás for excessiva para um determinado diâmetro, a eficiência da proteção é afetada

devido a turbulência. Vazões mais altas, sem este efeito de turbulência, requerem

maiores diâmetros de bocais, condições estas, essenciais para altas correntes. Na

tabela seguinte, pode-se observar diversos diâmetros de eletrodos, correntes de

trabalho e diâmetros dos bocais.

Os bocais são produzidos em diversos comprimentos, sendo que os mais longos

provêm um fluxo mais firme e menos turbulento. A maioria dos bocais são cilíndricos,

com as extremidades retas ou afuniladas. Os bocais são também disponibilizados

com seções alongadas para prolongamento da proteção ou extremidades alargadas

para fornecer melhor proteção para materiais como titânio, que é altamente

susceptível à contaminação em altas temperaturas.

Page 21: Apostila Soldagem TIG

 O Processo TIG  

 21 

 

2

Outro recurso utilizado na melhoria do fluxo são as lentes de gases, que asseguram

um fluxo laminar do gás de proteção, através de sua estrutura porosa que é fixada ao

redor do eletrodo. Desta forma, elas permitem ao operador trabalhar com a

extremidade da tocha a uma maior distância da peça, auxiliando na visualização e

facilitando o trabalho em locais de difícil acesso para a tocha, como cantos.

Figura - Lentes de gases

Page 22: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 23: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 03   Gases de Proteção 

Page 24: Apostila Soldagem TIG

  Gases de Proteção  

 24 

 

Gases de proteção são gases inertes que são utilizados em diversos processo de

arco de solda, mais notavelmente nos processos MIG/MAG e TIG. Sua função é

proteger a área de soldagem de gases atmosféricos, como por exemplo o oxigênio,

dióxido de carbono e o Vapor de água. Dependendo do material que está sendo

soldado, estes gases atmosféricos podem reduzir a qualidade da solda ou tornar o

processo de soldagem mais difícil de ser usado. Outros processos de arco de solda

usam outros métodos de proteção da solda como por exemplo, o Arco de solda

metálico protegido, que utiliza um eletrodo para cobrir o fundente que produz dióxido

de carbono quando é consumido, um gás semi-interte que é aceitável como gás de

proteção para a soldagem do aço

Os gases de proteção utilizados no processo TIG tem a função de formar e

estabilizar o arco elétrico, proteger a poça de fusão dos contaminantes atmosféricos

e o eletrodo de tungstênio da oxidação (o eletrodo se oxidado perde a sua

propriedade de alta emissividade eletrônica desestabilizando o arco elétrico).

Os gases utilizados neste processo devem ser inertes, daí a denominação TIG

(Tungstênio Inerte Gás). Os mais utilizados são o argônio, hélio, misturas de argônio

e hélio, e misturas de argônio e hidrogênio.

O argônio utilizado em processos de soldagem normalmente possui uma pureza de

99,95 %,sendo aceitável para a maioria dos metais, excetuando-se aqueles reativos

ou refratários.

O argônio é o gás comumente utilizado neste processo devido às seguintes

características:

• baixo custo e alta disponibilidade.

• alta densidade relativa (1,38) conferindo boa proteção do eletrodo, do arco

elétrico e da poça de fusão.

• ótima estabilidade de arco.

• penetração de solda satisfatória na maior parte das aplicações. 

• penetração reduzida.

Page 25: Apostila Soldagem TIG

 Gases de Proteção  

 25 

 

3

• Possibilita arco mais suave.

• ação de limpeza quando da soldagem de alumínio ou magnésio.

• boa proteção com baixos fluxos.

• maior resistência a ventos cruzados.

• melhor partida do arco.

A menor penetração é particularmente útil na soldagem de materiais finos ou

soldagens verticais ou sobre cabeça.

Quando é necessário maior aporte térmico, como no caso da soldagem do alumínio

e suas ligas, cobre e suas ligas de grandes espessuras, além do pré - aquecimento é

recomendado o uso do gás hélio ou misturas de hélio com argônio.

O gás hélio possui alta condutividade térmica, bem superior ao argônio, fornecendo

mais calor à poça de fusão proporcionando soldas com boa penetração e

molhabilidade. A figura nº 4 mostra o perfil de penetração da solda com hélio e

argônio.

Figura nº 4: Perfil da penetração de solda com os gases hélio e argônio.

A utilização do hélio puro possui os seguintes pontos desfavoráveis:

• alto custo.

• baixa densidade relativa ( 0,14 ) sendo necessário altas vazões para a mesma

eficiência de proteção do argônio.

• alta tensão do arco para o mesmo nível de corrente com o argônio.

• difícil ignição do arco.

Portanto, as misturas de argônio e hélio que apresentam características

intermediárias entre os dois gases, são muitas vezes a melhor alternativa na escolha

do gás de proteção ideal para determinada aplicação.

Page 26: Apostila Soldagem TIG

  Gases de Proteção  

 26 

 

O Hélio transmite maior calor para uma mesma corrente e tensão que o argônio e,

portanto, é particularmente importante na soldagem de peças espessas ou materiais

com alta condutividade térmica como o cobre. Características intermediárias podem

ser obtidas através da mistura dos dois gases. A principal característica envolvida no

processo de proteção é a densidade dos gases. Neste aspecto, o argônio, por ter

uma densidade aproximadamente dez vezes maior que a do hélio, forma uma

camada sobre a área de solda após deixar o bocal, ao contrário do hélio que, por ser

extremamente leve, tende a subir em torno do bocal ao deixá-lo. Assim, para prover

a mesma eficiência de proteção, a vazão de hélio deverá ser de 2 a 3 vezes maior

que a vazão de argônio.

Em relação ao arco, as características dos gases são definidas pela sua curva

tensãocorrente, como a da figura abaixo.

Como pode-se avaliar pelas curvas, a tensão do arco obtido com hélio é

significativamente maior que com o argônio. Assim sendo, o hélio fornece mais calor

ao processo, permitindo as vantagens discutidas acima.

Figura 9 – Comportamento do Argônio e Hélio sobre a tensão e corrente.

Page 27: Apostila Soldagem TIG

 Gases de Proteção  

 27 

 

3

Misturas de ARGÔNIO-HIDROGÊNIO também podem ser utilizadas, especialmente

em casos de soldas mecanizadas de tubos finos de aço inoxidável. Aumento na

velocidade pode ser obtido de forma diretamente proporcional à quantidade de

hidrogênio adicionada à mistura, limitado, entretanto, para não permitir a porosidade.

As misturas mais comuns deste tipo contém cerca de 15 % de Hidrogênio.

A vazão de gás é baseada no movimento do ar, no tamanho do bocal e na dimensão

da poça. O ponto mínimo é determinado pela necessidade de manutenção de uma

corrente firme do gás, enquanto vazões excessivas causam turbulência que pode

aspirar contaminantes da atmosfera. Quando o ambiente for sujeito a ventos

cruzados, deve-se introduzir telas de proteção, ao invés de aumentar a vazão do

gás, o que além de mais oneroso pode levar ao problema da turbulência.

O hidrogênio, apesar de ser um gás ativo, tem característica redutora podendo ser

adicionado ao argônio em pequenas quantidades (menor que 5%) a fim de aumentar

a penetração de solda e a velocidade na soldagem automatizada de aços

inoxidáveis.

Page 28: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 29: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 04  

   Fontes de Soldagem no Processo TIG 

Page 30: Apostila Soldagem TIG

 Fontes de Soldagem no Processo TIG   

 30 

 

As fontes para o processo TIG são do tipo corrente constante podendo fornecer

corrente contínua, alternada com onda senoidal ou quadrada, e correntes pulsadas

(as fontes utilizadas no processo eletrodo revestido podem ser facilmente adaptadas

ao processo TIG ).

Os valores de corrente fornecidos pelas fontes TIG geralmente variam de 5 a 500

amperes abrangendo uma grande gama de espessuras a partir de 0,2 mm. A tensão

em circuito aberto não ultrapassa 80 Volts para a segurança do operador.

Essas fontes sendo um processo tipicamente manual, ao haver variação no

comprimento do arco e consequentemente na tensão, a variação na corrente (que

controla a aposição de calor no processo) será mínima. Esta energia necessária

pode ser fornecida, AC ou CC, tanto por fontes de transformadores/retificadores,

quanto por geradores.

Na soldagem manual, em locais onde não é possível a colocação de um pedal para

controle da corrente, as fontes magnéticas oferecem uma alternativa para fazê-lo

através do deslocamento do comprimento do arco. Entretanto, devido ao seu alto

tempo de resposta, estas fontes não são utilizadas em processos com corrente

pulsada. A maior parte deste tipo de fonte é considerada como um circuito aberto de

controle, isto é, não há “feed-back” dos parâmetros do processo para a própria

fonte. Assim sendo, elas tem menor repetibilidade, precisão e resposta, além de

serem menos eficientes e maiores. Suas vantagens estão na simplicidade de

operação, baixa manutenção em ambientes industriais e relativo baixo custo.

Page 31: Apostila Soldagem TIG

 Fontes de Soldagem no Processo TIG  

 31 

 

4

Já as fontes eletrônicas são muito vantajosas para processos automatizados, pois

como o seu controle acontece em circuito fechado, isto é, há “feed-back” dos

parâmetros do processo (corrente), estas fontes provêm a necessária precisão e

repetibilidade necessárias. Na sua maioria, oferecem tempos dinâmicos de resposta

muito baixos, o que as habilita a soldagem por pulso. As maiores desvantagens

destas máquinas é a maior complexidade na operação e manutenção e custos

relativamente mais altos.

A escolha da fonte para TIG dependerá fortemente do tipo de corrente que será

utilizada no processo, incluindo-se aí correntes senoidais, correntes de onda

quadrada, corrente contínua e corrente contínua pulsada.

Page 32: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 33: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 05    Corrente Elétrica  

no Processo TIG 

Page 34: Apostila Soldagem TIG

  Corrente Elétrica no Processo TIG  

 34 

 

O tipo de corrente elétrica utilizada neste processo influencia a penetração de solda,

a limpeza superficial dos óxidos da superfície do metal base e o desgaste do

eletrodo de tungstênio.

A figura abaixo mostra o efeito do tipo de corrente na penetração de solda e na

concentração de calor no eletrodo e na peça.

Figura nº 5: Influência da do tipo de corrente elétrica na penetração

e na concentração de calor.

Corrente Contínua

Com corrente contínua a polaridade direta (eletrodo negativo) é a recomendada

apesar de não proporcionar ação de limpeza. Com este tipo de corrente a

penetração é profunda e o desgaste do eletrodo é minimizado.

Na corrente contínua, os eletrodos vão fluindo do eletrodo para a peça e os íons no

sentido contrário. Assim sendo, 70 % do calor estarão na peça e somente 30 % no

eletrodo. Desta forma, além de preservar o eletrodo ela também provê maior

penetração. Quando, entretanto, for importante o efeito de limpeza catódica,

propiciada pela saída de elétrons da peça, a corrente contínua com eletrodo no pólo

positivo) pode ser utilizada. Esta limpeza catódica é particularmente importante na

soldagem de materiais que tem óxidos refratários, como alumínio e magnésio, que

são retirados desta maneira. Esta forma de operação, entretanto, por manter o

eletrodo extremamente aquecido, necessita de eletrodos de diâmetro sensivelmente

maiores, ficando a capacidade do eletrodo neste processo em cerca de um décimo

do que quando operando em corrente contínua com eletrodo no pólo negativo.

Page 35: Apostila Soldagem TIG

 Corrente Elétrica no Processo TIG  

 35 

 

5

Aplica-se a soldagem da maioria dos metais, todos os tipos de aços, cobre e suas

ligas, titânio ou seja, metais onde não é necessária a limpeza dos óxidos

superficiais.

Corrente contínua Pulsada

A corrente contínua pulsada envolve a variação repetitiva da corrente do arco entre

um valor mínimo e um valor máximo, controlando-se o tempo do pulso, o tempo no

valor mínimo, nível de corrente máximo e nível de corrente mínimo.

Figura 6 – Gráfico de tensão / corrente para fonte pulsada.

A principal vantagem da corrente pulsada é permitir uma combinação da força, boa

penetração e fusão do pulso, enquanto mantém a aérea de soldagem relativamente

fria. Assim, é possível obter maiores penetrações do que em corrente contínua

constante e trabalhar com materiais mais sensíveis à aposição de calor com

minimização das distorções. Por esses motivos, o processo também é

particularmente útil na soldagem de materiais muito finos. Apesar de muito utilizada

nos processos automatizados, a corrente pulsada oferece vantagens também para a

soldagem manual. Os soldadores mais inexperientes podem aumentar a sua

habilidade através da contagem dos pulsos para controlar a velocidade da tocha e

do arame frio de alimentação. Para os soldadores mais experientes, permite a

soldagem de materiais mais finos e ligas não similares com maior facilidade. A

figura abaixo apresenta uma representação de um cordão de solda realizado o por

corrente pulsante.

Page 36: Apostila Soldagem TIG

  Corrente Elétrica no Processo TIG  

 36 

 

Figura 7 – Aspecto do cordão gerado por fonte pulsada.

A corrente pulsada pode ser aplicada ainda com uma alta freqüência, de

aproximadamente 20 Hz, que permite uma maior pressão de arco. Este aumento

significa um arco mais firme, com particularmente úteis em máquinas de precisão,

onde características excepcionais de direção e estabilidade são requeridas.

Entretanto, além de caros, estes equipamentos podem ser bastante incômodos se

estiverem em uma freqüência dentro da faixa de freqüência audível.

Corrente alternada

A CA é de grande utilidade em TIG, pois combina a limpeza catódica do processo

com o eletrodo no pólo positivo, com a penetração mais profunda do eletrodo

negativo. Entretanto, quando em operação, diversos fenômenos podem ocorrer e

devem ser analisados. Ao tornar-se negativo, o eletrodo termoiônico de tungstênio

provê elétrons para a reignição do arco, imediatamente após ter passado pelo ponto

de corrente zero. Entretanto, ao tornar-se positivo o mesmo não ocorrerá, pois a

poça não poderá suprir elétrons até que um determinado nível de tensão seja

atingido. Isto deriva de diferentes aspectos como área mais extensa da poça,

material menos termoiônico e inércia na mudança de direção dos elétrons. Este

efeito pode ser acompanhado pela figura abaixo.

Page 37: Apostila Soldagem TIG

 Corrente Elétrica no Processo TIG  

 37 

 

5

Assim, algumas formas de estabilização do arco na corrente reversa são

necessárias. Pode-se utilizar fontes de alta tensão em circuito aberto, capacitores

para descarga no momento apropriado, a utilização de velas (ignitores) utilizando

alta freqüência e alta tensão em paralelo ao arco ou a utilização de ondas

quadradas. Desde que é mais fácil manter o arco quando o eletrodo está no pólo

negativo , a tensão requerida neste momento também é menor. Assim, a tendência

é de se obter correntes desequilibradas entre as fases de eletrodo positivo e

eletrodo negativo.

Esta retificação parcial que ocorre com tal desequilíbrio pode causar

superaquecimento em algumas fontes, e em algumas máquinas uma queda na sua

saída. Este desbalanceamento pode ser eliminado através do balanceamento de

onda, mostrado na figura abaixo.

As vantagens da corrente balanceada são uma melhor remoção de óxidos,

soldagem mais suave e a não necessidade de redução da saída de uma máquina

convencional. Suas desvantagens são a necessidade de eletrodos de maior porte,

Page 38: Apostila Soldagem TIG

  Corrente Elétrica no Processo TIG  

 38 

 

altas tensões de circuito aberto associadas (questão de segurança) e aumento de

custos do equipamento.

Na corrente reversa (eletrodo positivo) a ação de limpeza é eficiente mas o

desgaste excessivo do eletrodo inviabiliza a aplicação deste tipo de corrente.

Na corrente alternada temos características intermediárias as anteriores. Este tipo

de corrente por promover média penetração e ação de limpeza satisfatória é a

indicada para a soldagem do alumínio e suas ligas e o magnésio e suas ligas,

metais onde a limpeza dos óxidos superficiais é fundamental na realização da

operação de soldagem. Sempre que é utilizado este tipo de corrente, o ignitor de

alta freqüência permanece acionado durante toda a operação de soldagem para

estabilizar o arco elétrico.

A condição CC- produz um arco bastante estável e suave, o que em muito se deve

ao fato de a mancha catódica estar em uma posição fixa na ponta do eletrodo de

tungstênio e, apesar da alta temperatura atingida, o desgaste provocado é muito

pequeno. O mesmo não ocorre na condição CC+ (corrente contínua e eletrodo

conectado ao terminal positivo da fonte de soldagem). Nesta condição, o principal

provedor de elétrons é o próprio metal de base. Nesta situação, a emissão de

elétrons não mais ocorre por intermédio do mecanismo termiônico, pois os metais

comumente usados em estruturas não atingem as temperaturas necessárias para

tal. A emissão de elétrons ocorre pelo estabelecimento de um forte campo elétrico

em uma região microscópica sobre a superfície da peça (região de queda catódica),

que geralmente excede 109 V/m. Este mecanismo de emissão a partir de um catodo

não-termiônico é conhecido como efeito de campo. A mancha catódica, antes

localizada na ponta do eletrodo, adquire um padrão aleatório de movimentação,

produzindo um arco bastante instável. O desgaste provocado no eletrodo de

tungstênio é agora muito mais pronunciado.

Entretanto, a condição CC+ possui uma característica extremamente útil na

soldagem de metais como o magnésio e o alumínio. O último, quando em contato

com o ar atmosférico, produz uma camada microscópica de óxido (Al2O3) em sua

Page 39: Apostila Soldagem TIG

 Corrente Elétrica no Processo TIG  

 39 

 

5

superfície. Esta camada possui um ponto de fusão de 2060°C. Na condição CC-, o

arco voltaico pode atingir temperaturas extremamente altas (acima de 6000 K) o que

leva a supor que a camada de Al2O3 seria facilmente fundida. Tal fato não ocorre,

pois o alumínio tem uma condutividade térmica muito alta, quando comparada com

a do aço inoxidável, por exemplo, de modo que todo o calor projetado sobre a

superfície da peça difunde-se rapidamente através desta e não permite a fusão da

camada de Al2O3. Ou seja, não é possível focar calor suficiente em um ponto para

produzir fusão da camada de óxidos e, conseqüentemente, a fusão do substrato

ocorre de maneira deficiente. A Figura 1 mostra a comparação entre a condição CC-

e CC+, onde é caracterizado que a área de contato entre o arco e a superfície da

peça de trabalho é muito maior em A1 (mancha anódica) do que em A2 (mancha

catódica). Com isso, supõe-se que, para uma dada corrente de soldagem, tenha-se

uma densidade de energia muito maior em A2 (CC+). Esta energia é,

provavelmente, insuficiente para que ocorra a emissão de elétrons por intermédio

do mecanismo termiônico, mas é suficientemente concentrada para que ocorra a

fusão ou rompimento da camada de Al2O3.

Figura 1. A1) Área de atuação do arco voltaico sobre a superfície da peça a ser

soldada na condição CC-; A2) Área de atuação móvel do arco voltaico sobre a

superfície da peça na condição CC+.

Page 40: Apostila Soldagem TIG

  Corrente Elétrica no Processo TIG  

 40 

 

Este fenômeno é comumente conhecido como limpeza catódica, e tem grande

importância técnica na soldagem do alumínio. Contudo, a manutenção de uma

operação de soldagem utilizando o eletrodo de tungstênio conectado

exclusivamente ao pólo positivo, é na prática, bastante difícil, devido à instabilidade

de arco e ao intenso desgaste do eletrodo.

Desta forma, é empregada uma situação mista, onde ocorre a alternância entre as

condições CC+ e CC-. Esta situação mista é algumas vezes denominada de

corrente com polaridade variável, devido às formas retangulares com que as

modernas fontes de soldagem produzem a corrente alternada (Figura 2). Com isso,

os mecanismos de emissão se alternam entre o efeito termiônico e o efeito de

campo, tornando possível um balanceamento de todos os efeitos envolvidos.

Figura 2. Formato de onda retangular balanceada

(regulada em 50% eletrodo positivo e 50% eletrodo negativo).

Page 41: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 06  

  Eletrodos para o Processo TIG 

Page 42: Apostila Soldagem TIG

 Eletrodos para o Processo TIG  

 42 

 

No processo TIG os eletrodos não são consumíveis e tem o papel de servir como

um dos terminais do arco que irá gerar o calor para o processo. Ao aproximar-se da

sua temperatura de fusão (3410 °C), o tungstênio torna-se termoiônico, como uma

fonte disponível de elétrons.

Ele alcança esta temperatura através de aquecimento por resistência e, caso não

houvesse um forte efeito de resfriamento pela saída dos elétrons de sua

extremidade, esta ponta poderia fundir-se. Os eletrodos são classificados com base

em sua composição química. Os eletrodos são classificados com base em sua

composição química, como na tabela abaixo.

Os eletrodos são produzidos através de acabamento químico ou mecânico para

remoção de imperfeições e impurezas na sua superfície. As capacidades de

corrente dos eletrodos devem ser respeitadas (tabela anterior) e a sua utilização

acima de seu limite causará erosão ou fundição do eletrodo. Com correntes muito

baixas haverá instabilidade no arco. Devido ao superaquecimento que provoca, a

utilização de eletrodo como pólo positivo em CC (corrente contínua) necessita de

diâmetros de eletrodos bastante superiores para uma mesma corrente,

comparativamente com DCEN (corrente contínua com eletrodo no pólo negativo).

DCEP (corrente contínua com eletrodo no pólo positivo), desta forma, permite uma

corrente de apenas aproximadamente 10% da utilizada para um mesmo eletrodo em

DCEN. A corrente para CA (corrente alternada) é da ordem de 50% da corrente em

DCEN, para um mesmo eletrodo.

Eletrodos de Tungstênio Puro

Os eletrodos de tungstênio puro (EWP) possuem, no mínimo, 99,5 % de W e tem

uma capacidade de corrente inferior que os eletrodos de liga de tungstênio.

Page 43: Apostila Soldagem TIG

  Eletrodos para o Processo TIG  

 43 

 

6

Entretanto, são muito utilizados em soldagem com CA, pois mantém uma

extremidade limpa e arredondada, que provê boa estabilidade ao arco neste

processo.

Eletrodos Ligados

Os eletrodos com óxido de tório, a tória, possuem 1% ou 2% deste material, sendo

classificados respectivamente, como EWTh-1 e EWTh-2. A tória incrementa a

emissividade termoiônica do tungstênio, permitindo a operação em correntes mais

elevadas (aproximadamente 20 % de acréscimo). Os eletrodos torinados mantém

um fino perfil da ponta durante a soldagem, o que é desejável na soldagem de aços.

Por outro lado, na soldagem CA tornam-se deficientes, pois tem dificuldade de

manter a extremidade arredondada.

Os eletrodos com óxido de cério ( EWCe-2 ), a céria, possuem características muito

semelhantes aos torinados com a vantagem de não trabalhar com um elemento

radioativo. Estas mesmas características são mantidas nos eletrodos com óxido de

lantânio. Já os eletrodos com óxido de zircônio (EWZr) tem características

intermediárias para soldagem entre os eletrodos puros e os torinados. Eles são

muito utilizados em soldagem CA pois combinam a estabilidade e ponta

arredondada do eletrodo puro e a capacidade de corrente e partida dos eletrodos

torinados. Ainda assim, eles possuem resistência à contaminação mais alta que os

eletrodos puros. Os eletrodos que não se classifiquem nas designações acima são

classificados como EWG, contendo quantidade não especificadas de uma adição

não especificada ou uma combinação de óxidos.

Configurações da Extremidade do Eletrodo

A extremidade do eletrodo normalmente é preparada pelo arredondamento,

esmerilamento ou afiação química. Via de regra, uma ponta cônica é preparada,

mesmo que a extremidade vá ser arredondada para um processo em CA.

Page 44: Apostila Soldagem TIG

 Eletrodos para o Processo TIG  

 44 

 

Arredondamento - Utilizado em processo CA, o arredondamento é realizado pela

abertura de uma arco em um bloco de cobre refrigerado a água, utilizando CA ou

DCEP. A corrente é aumentada até que a extremidade torne-se branca com o calor

e o tungstênio começa a fundir-se, formando uma pequena bola em sua

extremidade. A dimensão da extremidade não poderá ser excessiva sob pena de

cair esta pequena quando amolecida.

Esmerilamento - Para permitir uma maior estabilidade do arco, as pontas cônicas

dos eletrodos devem ser obtidas a partir do esmerilamento, com o eletrodo

perpendicular ao eixo do rebolo. O rebolo deve ser exclusivo para esta operação

para eliminar a possibilidade de contaminação do eletrodo.

Afiação química - A afiação química consiste em mergulhar a ponta do tungstênio

em rubro em um recipiente contendo nitrato de sódio. A reação causa uma erosão

uniforme em torno da circunferência e da extremidade do eletrodo. Repetindo

seguidamente tal operação, forma-se a ponta cônica desejada.

Contaminação do Eletrodo

Normalmente, a contaminação do eletrodo ocorre quando o soldador

acidentalmente mergulha o eletrodo na poça ou toca o eletrodo com o metal de

adição. Uma proteção imprópria também pode causar oxidação do eletrodo e

conseqüente contaminação da solda. Outras fontes de contaminação podem ser:

vaporização de metais no arco, erupções ou respingos da poça causados por

aprisionamento de gás e evaporação de impurezas superficiais. A contaminação

pode afetar as características do arco e causar inclusões no metal de solda. Caso

isso ocorra, a operação deve ser interrompida e a porção contaminada do eletrodo

deve ser removida, com nova afiação de acordo com as características necessárias

na ponta.

Os eletrodos para o processo TIG são varetas sinterizadas de tungstênio puro ou

ligado ao tório ou zircônio, ambos na forma de óxidos.

Page 45: Apostila Soldagem TIG

  Eletrodos para o Processo TIG  

 45 

 

6

O tungstênio possui alto ponto de fusão (3,392 ºC) e evaporação (5,906 ºC) e

ótimas características de emissividade eletrônica. Estes eletrodos seguem a

classificação AWS conforme tabela abaixo:

Tabela A: Classificação dos eletrodos segundo a AWS.

A adição destes elementos tem a finalidade de aumentar a emissividade eletrônica,

estabilidade de arco e durabilidade do eletrodo.

A tabela B mostra os valores de corrente elétrica em função do tipo e diâmetro do

eletrodo e tipo de corrente elétrica utilizada, onde pode - se notar o baixo nível de

corrente suportado pelo eletrodo pelo desgaste do mesmo com corrente contínua

polaridade reversa (eletrodo positivo).

Page 46: Apostila Soldagem TIG

 Eletrodos para o Processo TIG  

 46 

 

Tabela B: Valores de corrente em função do diâmetro do eletrodo

e tipo de corrente elétrica.

O eletrodo de tungstênio puro é utilizado na soldagem com corrente alternada,

sendo que o ligado ao zircônio suporta maior nível de corrente como mostrado na

tabela. Com corrente contínua é recomendado a utilização do eletrodo ligado ao

tório.

Perfil da Ponta do Eletrodo

Na utilização de corrente contínua a ponta do eletrodo deve ser afiada conforme

figura abaixo.

Figura nº 6: Perfil da ponta do eletrodo.

Page 47: Apostila Soldagem TIG

  Eletrodos para o Processo TIG  

 47 

 

6

É importante que a afiação seja no sentido longitudinal ao eixo do eletrodo e bem

uniforme para proporcionar um arco estável.

Alterando - se o ângulo da ponta do eletrodo obtém-se variação no perfil da

penetração. Ângulos agudos concentram mais o arco aumentando a penetração e

ângulos maiores diminuem a penetração aumentando a largura do cordão conforme

mostrado na figura nº 7.

Figura nº 7: Influência do ângulo da ponta do eletrodo na penetração.

Na utilização de corrente alternada, a ponta do eletrodo deve tomar a forma de uma

esfera. Quando a amperagem usada é adequada ao diâmetro do eletrodo, esta

configuração é alcançada pela fusão da ponta do eletrodo abrindo - se o arco por

alguns instantes.

Composição dos Eletrodos de tungstênio

Tungstênio Puro: Permite que a ponta fique limpa e arredondada que favorece a

boa estabilidade em Corrente Alternada. Pode ser usada em CC mas tem desgaste

superior ao com Tório. É mais suscetível a contaminação da solda do que os

demais. É empregado na solda de alumínio, magnésio e ligas (em CA).

Page 48: Apostila Soldagem TIG

 Eletrodos para o Processo TIG  

 48 

 

Tungstênio com Tório: É o mais usado e a primeira escolha após o puro. Tem

excelente resistência a contaminação da solda, fácil ignição e arco estável quando

ligado com CC-. Usado em aço carbono, inox, cobre e bronze e titânio.

Tungstênio com Zircônio: Usado primordialmente em CA, oferece alta resistência

a contaminação da poça. Ótima utilização em alumínio.

Tungstênio com Cério: Dura um pouco mais que o tório e pode ser usado tanto em

CC com CA. Usado muito em soldas orbitais em tubos e em aplicações delicadas ou

de baixas amperagens.

Tungstênio com Lantânio: Este tipo de eletrodo é muito similar ao Cério. Tem boa

resistência ao desgaste. Excelente performance tanto em CC como CA e em altas

amperagens, portanto é a melhor escolha para evitar vários tipos de eletrodos.

TABELAS DE ORIENTAÇÃO DE ESCOLHA DOS ELETRODOS:

Page 49: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 07  

   Metais de Adição 

Page 50: Apostila Soldagem TIG

 Metais de Adição   

 50 

 

Os metais de adição para o processo TIG são fornecidas, para a soldagem manual,

na forma de varetas com um metro de comprimento e em vários diâmetros sendo os

de 1,6 a 6,4 mm os mais comumente utilizados. Para a soldagem automatizada o

metal de adição são fornecidos em bobinas de arames que são alimentados por

sistemas semelhantes aos do processo MIG - MAG.

Existe uma grande variedade de metais de adição para o processo TIG tornando

este aplicável a soldagem de praticamente todos os metais industrialmente

utilizados (aços ao carbono, inoxidáveis, alumínio e suas ligas, cobre e suas ligas,

magnésio e suas ligas, níquel, titânio, ferro fundido etc...).

Estes metais seguem a classificação AWS (Sociedade Americana de Soldagem) e

são especificados pela composição química ou como no exemplo abaixo, onde é

mostrada a especificação de varetas sólidas para a soldagem de aços carbono.

Exemplo: arame ER 70 S 3 , onde, ER = indica que o arame pode ser usado como

eletrodo e vareta. 70 = indica o limite de resistência a tração em 1.000 psi que neste

caso seria de 70.000 psi ou 49,2 kgf/mm.

S = indica arame sólido.

3 = digito relativo a composição química.

Os metais de adição em TIG, quando utilizados, devem ser similares ao metal e

base, mas não necessariamente idênticos. Sua produção é realizada sob controle

mais rígido da composição química, pureza e qualidade que o metal de base.

Algumas modificações são feitas para permitir uma melhor resposta para

tratamentos térmicos posteriores à solda. A escolha do metal de adição para

qualquer aplicação é um compromisso que envolve compatibilidade metalúrgica,

características corretas para o serviço solicitado e custos.

Os arames podem estar dispostos em rolos ou arames cortados de 1 m e esforços

devem ser empreendidos para evitar a contaminação destes materiais na sua

estocagem e uso. Mais importante ainda é a manutenção da extremidade do arame

na proteção do gás durante o processo de soldagem.

Page 51: Apostila Soldagem TIG

 Metais de Adição  

 51 

 

7

A alimentação do arame que servirá de adição à solda nos processo automatizados

ou mecanizados pode ser feita tanto à temperatura ambiente quanto pré-aquecida,

sendo estes processos designados como arame frio e arame quente,

respectivamente. O arame frio é alimentado no início da poça enquanto o arame

quente é alimentado no final da poça. O sistema de alimentação do arame frio é

composto pelo mecanismo de alimentação, pelo controle de velocidade e pela guia

de alimentação. No processo de arame quente há um pré-aquecimento por

resistência elétrica. O arame é alimentado mecanicamente e recebe uma proteção

de gás auxiliar para evitar a sua oxidação. As taxas de deposição obtidas através

deste método são comparáveis às obtidas em soldagem MIG/MAG. O arame é

aquecido por uma fonte que opera em CA e tensão constante. A CA permite a

operação desta fonte com mínima sopragem do arco. O método, entretanto, não é

recomendado para alumínio e cobre pois, devido à sua baixa resistência, estes

materiais requerem correntes elevadas para o aquecimento que, por sua vez,

acarretam uma deflexão excessiva do arco.

Figura 11 – Esquema de adição de arame.

Page 52: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 53: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 08  

 Variáveis do Processo  

e Suas Influências 

Page 54: Apostila Soldagem TIG

Modelos de Tubos e Conecções de PVC Roscáveis e Soldáveis  

 54 

 

Corrente Elétrica (amperagem)

A principal influência desta variável está no controle da penetração do cordão de

solda. A figura n-º 8 mostra o aumento da penetração com o aumento da corrente

para uma mesma velocidade de soldagem.

Figura nº 8: Penetração de solda em função da corrente de soldagem.

Distância do Eletrodo à Peça

Esta variável controla a altura do arco elétrico. Quanto maior a distância do eletrodo

à peça maior o altura e largura do arco elétrico. Com isto, maior área do metal base

é aquecida resultando num cordão mais largo. A figura abaixo ilustra este fato.

Figura nº 9: Influência da distância eletrodo - peça no perfil do cordão de solda.

Velocidade de Avanço ( Velocidade de Soldagem )

Esta variável também influencia a penetração de solda. Para uma velocidade muito

alta de soldagem, o arco não permanece tempo suficiente na região de solda para

proporcionar uma boa fusão e penetração do cordão. Já para uma velocidade baixa,

a penetração aumenta, mas para uma velocidade excessivamente baixa de

soldagem, o próprio metal fundido na poça funciona como isolante térmico para a

transferência de calor do arco para o metal base, prejudicando também a

penetração de solda. A figura N°10 mostra esta influencia.

Page 55: Apostila Soldagem TIG

Modelos de Tubos e Conecções de PVC Roscáveis e Soldáveis  

 55 

 

8

Figura nº 10: Influência da velocidade de soldagem na penetração de solda.

Inclinação na Tocha

Esta é outra variável que tem influência sobre a penetração de solda. De acordo

com a figura a seguir, soldando-se com inclinação positiva ( puxando a solda ), o

arco elétrico atua diretamente sobre a poça de fusão, aumentando a penetração. Já,

no sentido negativo (empurrando a solda), o arco elétrico permanece sobre o metal

de base frio, reduzindo a penetração da solda.

Figura n-º 11: Influência da inclinação da tocha na penetração de solda.

Observação: Na soldagem do alumínio e suas ligas deve-se trabalhar com

inclinação negativa (empurrando).

Vazão de Gás

A vazão do gás é responsável pela proteção adequada do eletrodo e da poça de

fusão garantindo soldas isentas de oxidação e porosidade. Seu valor ideal depende

do tipo de metal a ser soldado, condições de ventilação do ambiente e nível de

amperagem utilizado. Logicamente, em função destes fatores, quanto menor o seu

valor maior a economia de gás no processo de soldagem.

Page 56: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 57: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 09   Defeitos de Soldagem e Suas 

Possíveis Causas 

Page 58: Apostila Soldagem TIG

  Defeitos de Soldagem e Suas Possíveis Causas   

 58 

 

Mordedura

• alta velocidade de soldagem.

• alta amperagem.

• alta distância da tocha à peça.

• manuseio inadequado da tocha.

Falta de Fusão

• baixa amperagem.

• junta inadequada.

• manuseio inadequado da tocha.

Falta de Penetração

- baixa amperagem

- alta velocidade de soldagem.

- junta inadequada.

Porosidade

• vazão inadequada ( muito alta ou baixa ).

• superfície com impurezas ( tinta, óleo, graxa, umidade, oxidação ... ).

• distância tocha - peça muito alta.

Page 59: Apostila Soldagem TIG

 Defeitos de Soldagem e Suas Possíveis Causas  

 59 

 

9

Na cratera

Inclusão de Tungstênio

• contato do eletrodo na poça de fusão.

Trincas de Solidificação

- alta restrição principalmente no passe de raiz em juntas de grande espessura.

- metal de adição inadequado.

- preenchimento incompleto da cratera.

- alta amperagem.

Page 60: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 61: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

10 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 10  

  Técnicas de Soldagem 

Page 62: Apostila Soldagem TIG

 Técnicas de Soldagem 

 62 

 

10 

Métodos de Iniciação do Arco

O método mais simples de iniciação do arco, o toque do eletrodo na peça, apesar

de extremamente simples, não é recomendado, pois ao tocar a peça o eletrodo

pode contaminá-la e danificar-se. Outro método é a utilização de uma fonte de alta

freqüência, que fornece uma alta tensão com alta freqüência em série ao circuito de

soldagem, para ionizar o gás e permitir a abertura do arco e poder trabalhar com

uma corrente igual à corrente de soldagem ou não. Este método tem o

inconveniente de gerar grande quantidade de distúrbios para a rede de alimentação

elétrica.

A partida pulsada também pode ser utilizada , sendo obtida através de pulsos de

alta tensão que ionizam o gás e permitem a abertura do arco, trabalhando via de

regra com corrente iguais às de soldagem.

A partida através de arco piloto pode ser utilizada com fontes de CC mantendo-se

um arco entre o eletrodo e o bocal da tocha. Este arco piloto ioniza o gás necessário

para estabelecer o arco. O arco piloto é alimentado por uma pequena fonte e é

iniciado por alta freqüência.

Limpeza

A preparação de junta a ser soldada é fundamental para a obtenção de soldas de

alta qualidade. O processo TIG por não ser eficiente na desoxidação e limpeza da

poça de fusão exige limpeza rigorosa da junta, retirando - se resíduos de óleo,

graxa, fuligem etc. As bordas devem estar ao metal brilhante e quando necessário é

feita a proteção com um gás inerte, geralmente o próprio argônio, na contra solda

em passes de raiz, como na soldagem de tubulações de aços inoxidáveis.

Page 63: Apostila Soldagem TIG

Técnicas de Soldagem  

 63 

 

10

Posicionamento da Tocha

Soldagem Manual

Em TIG, quando define-se a soldagem manual isso significa que uma pessoa irá

controlar todas as funções do processo de soldagem, como a adição e o suprimento

de gás, a soldagem manual utiliza a tocha, cabos e condutores elétricos, pedal de

pé (para controle de nível de corrente de soldagem ) e controles de fluxo de gás.

Na soldagem manual, uma vez iniciado o arco, o eletrodo é movido circularmente

até o estabelecimento da poça de soldagem. A tocha é então inclinada em 15 graus

conforme a figura abaixo e é movida ao longo da junta para fundir progressivamente

as superfícies. O material de adição é adicionado, se frio, no início da poça. A figura

abaixo ilustra o processo de soldagem manual. Deve-se tomar especial cuidado

para manter sempre a ponta do arame de adição dentro do fluxo do gás de

proteção.

As figuras a seguir mostram posições da tocha recomendadas para a execução de

soldas de boa qualidade.

• para juntas de topo.

Page 64: Apostila Soldagem TIG

 Técnicas de Soldagem 

 64 

 

10 

• em ângulo.

• alimentação do metal de adição.

• posição vertical.

• posição do eletrodo.

Page 65: Apostila Soldagem TIG

Técnicas de Soldagem  

 65 

 

10

Soldagem Mecanizada

A soldagem mecanizada é feita através de equipamento que produz a solda com a

constante supervisão e controle do operador de solda. Os maiores custos deste

processo tem de ser compensados pela maior produtividade e qualidade obtidas. Os

processos ocorrem como um controle aberto de forma que os níveis pré ajustados

são mantidos durante o processo sem realimentação ou ajuste.

Soldagem Semi-Automática

A soldagem semi-automática é definida como a soldagem na qual o único parâmetro

automaticamente controlado é a alimentação do arame de adição, sendo o avanço

da tocha realizado manualmente.

Soldagem Automática

A soldagem com equipamentos que auto - ajustam o processo sem a interferência

de um operador são designadas como soldagem automática. Algumas máquinas

modernas deste tipo fazem correções nas variáveis de soldagem baseadas em

informações obtidas durante o próprio processo.

Soldagem por Pontos

A soldagem a ponto por TIG é sempre executada manualmente com um suporte tipo

pistola que tem um bocal de gás refrigerado a água e o eletrodo concentricamente

posicionado no bocal, além de um gatilho para controle da operação. Podem ser

obtidos também suportes para soldagem a ponto automatizadas. Neste processo,

como mostrado na figura abaixo, o bocal é pressionado contra a peça para

assegurar um contato firme das superfícies, sendo então acionado o gatilho para

execução do ponto. A soldagem por ponto pode ser executada tanto em CA quanto

DCEN (corrente contínua com eletrodo no pólo negativo), sendo que em algumas

aplicação múltiplos pulsos são preferíveis a um único pulso longo.

Page 66: Apostila Soldagem TIG

 Técnicas de Soldagem 

 66 

 

10 

Figura – Esquema de ponteadeira TIG

Page 67: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

11 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 11  

 Características do Processo 

 

Page 68: Apostila Soldagem TIG

 Características do Processo  

 68 

 

11 

O processo TIG pode ser empregado com e sem metal de adição. A proteção da

região da poça de fusão é feita por gases inertes como Hélio, Argônio ou mistura de

ambos (dependendo do metal a ser soldado).

Eletrodos: embora chamados de permanentes, os eletrodos de tungstênio são

consumíveis. Em condições normais, os eletrodos mais comuns (150 mm e 170mm)

duram cerca de 30 horas de arco aberto.

Grau de automação: Na maioria dos casos o processo é manual. Uma das mãos

conduz a tocha e a outra conduz a vareta do material de adição, como no processo

de soldagem oxi-acetilênica. O processo também pode ser semi-automático ou

totalmente automático, embora estas opções não sejam comuns.

Page 69: Apostila Soldagem TIG

 Características do Processo  

 69 

 

11

Observação: a soldagem TIG automática existe em duas versões: sem metal de

adição e com metal de adição. Ambas as versões aplicam-se para fabricação em

série, no caso de chapas finas de ligas leves, inoxidáveis, alguns aços comuns ou

ligas. A solda tem um belo aspecto, com excelente regularidade de penetração e

alta produtividade. É indicada para grandes séries onde sejam exigidos: trabalho

limpo, esmero e precisão de montagem. Usos: O processo TIG é especialmente

indicado para alumínio, magnésio e suas respectivas ligas, aço inoxidável e para

metais especiais como titânio e molibdênio. É também utilizado para aços comuns e

ligados sobretudo para espessuras pequenas e médias. Com a utilização de metal

de adição pode-se soldar chapas espessas, principalmente em ligas leves e aços

inoxidáveis.

Custos: os materiais de consumo (gás inerte e eletrodo de tungstênio) são

relativamente caros. A mão de obra empregada deve ter boa formação.

Indicações: o processo TIG é usado para aços

comuns e especiais, principalmente para

pequenas espessuras (menores do que 2 ou 3

mm) onde é possível obter melhor aspecto da

solda e menores deformações nas peças . É o

principal processo quando se trata de ligas

leves e metais especiais (por exemplo, quadros

de bicicletas e indústria aeroespacial). O TIG é

considerado insubstituível quando se trata de

obter bom aspecto da junta combinado com baixas tensões internas e pequenas

deformações no aço inoxidável.

Page 70: Apostila Soldagem TIG

 Características do Processo  

 70 

 

11 

Características do Processo

• Processo de baixa taxa de deposição em soldagem manual: 1,3 kg / hora.

• Solda em todas as posições.

• Pouca geração de fumos.

• Solda espessuras a partir de 0,2 mm.

• Requer soldadores altamente qualificados.

• Pode ser aplicado em juntas onde não é necessário a utilização de metal de

adição-solda autógena.

• Produz soldas com ótimas propriedades mecânicas.

• Ótimo acabamento.

• O processo pode ser automatizado.

Benefícios

• Adequada para soldas de responsabilidade (passe de raiz)

• Facilita a soldagem em locais de difícil acesso

• Oferece alta qualidade e precisão

• Ótimas resistências mecânicas da junta soldada

• Soldas claras, brilhantes e com ótimo acabamento, sem usar fluxo de

limpeza, dispensando acabamento final e reduzindo custos de fabricação

• Versatilidade - solda praticamente todos os metais industrialmente utilizados

gases de proteção puros ou misturas dedicadas, linha de equipamentos

convencionais e eletrônicos (inversores), equipamentos multiprocessos,

tochas, reguladores, acessórios e consumíveis (varetas).

Page 71: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

12 

SOLDAGEM

 TIG  

 

 

 

 

 

 

Capítulo 12  

  Segurança 

Page 72: Apostila Soldagem TIG

 Segurança  

 72 

 

12 

Devido o soldador estar sujeito a itens agressivos como radiações ultra violeta e

infra vermelha, fumos em ambientes fechados, queimaduras por peças quentes e

choques elétricos, para sua proteção é indispensável a utilização de EPI completo

indicado para o processo, ou seja: máscara com lente apropriada (em função da

amperagem utilizada de acordo com a tabela abaixo ), luvas, perneiras, avental,

mangotes, sapato e óculos de segurança como mostra a figura seguinte.

Page 73: Apostila Soldagem TIG

  

 

 

 

Page 74: Apostila Soldagem TIG

www.centec.org.br

Instituto CENTEC

Centro de Referência Profissional

Rua Silva Jardim, 515 – José Bonifácio - CEP:60040-260 - Fortaleza – CE Fone: (0xx) 85-3066.7000 Fax: 85-3066.7041