Apostila Vestcon - Concurso PRF, Direito Administrativo

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    SUMRIO

    Noes de Direito Administrativo

    Estado, governo e administrao pblica:conceitos, elementos, poderes e organizao ........................................... 3/5natureza, fins e princpios .......................................................................... 3/5

    Organizao administrativa da Unioadministrao direta e indireta ................................................................ 10/17

    Agentes pblicos:espcies e classificao ...............................................................................11poderes, deveres e prerrogativas ................................................................. 5

    cargo, emprego e funo pblicos ..............................................................11regime jurdico nico:

    provimento, vacncia, remoo, redistribuio e substituio ..............40direitos e vantagens ..............................................................................44regime disciplinar ...................................................................................51responsabilidade civil, criminal e administrativa ....................................55

    Poderes administrativos:poder hierrquico ........................................................................................35poder disciplinar ..........................................................................................35poder regulamentar......................................................................................35poder de polcia ...........................................................................................38

    uso e abuso do poder ................................................................................... 8Servios Pblicos

    conceito, classificao, regulamentao e controle .....................................70forma, meios e requisitos ............................................................................72delegao:

    concesso, permisso, autorizao........................................................73Controle e responsabilizao da administrao:

    controle administrativo ........................................................................... 14/67controle judicial ......................................................................................14/67controle legislativo ................................................................................. 14/67responsabilidade civil do Estado .................................................................70

    Lei n 8.112, de 11/12/90, publicada no DO de 12/12/90 e posterioresatualizaes (regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio) ...........39Lei n 4.878, de 3/12/65, publicada no DO de 6/12/65 (dispe sobre aspeculiaridades do regime jurdico dos funcionrios pblicos civis daUnio e do Distrito Federal, ocupantes de cargos de atividade policial) ..........80Lei n 8.429, de 2/6/92, publicada no DO de 3/6/92 (dispe sobre assanes aplicveis aos agentes pblicos nos casos de enriquecimentoilcito no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo da administraopblica direta, indireta ou fundacional e d outras providncias) ....................76Lei n 9.654, de 2/6/98, publicada no DO de 3/6/98 (Cria a carreira de PolicialRodovirio Federal e d outras providncias) ..................................................81

    Decreto n 1.655 de 3/10/95, publicado no DO de 4/10/95 (Define a competnciada Polcia Rodoviria Federal, e d outras providncias) .................................75

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    NOES DE DIREITO ADMINISTRATIVOJ. Wilson Granjeiro

    GOVERNO, ESTADO E ADMINISTRAOPBLICA

    CONCEITO DE ESTADO

    O conceito de Estado varia segundo o ngulo em que considerado:

    I - corporao territorial dotada de um poder de man-do originrio;

    II - comunidade de homens, fixada sobre um territ-rio com poder de mando, ao e coero;

    III - pessoa jurdica territorial soberana;IV - pessoa jurdica de direito pblico interno;V - entidade poltica, ou seja, pode elaborar as suas

    prprias leis.

    GOVERNO

    o conjunto de Poderes e rgos constitucionais. ocomplexo de funes estatais bsicas. a conduo polti-ca dos negcios pblicos. Na verdade, o Governo ora seidentifica com os Poderes e rgos supremos do Estado,ora se apresenta nas funes originrias desses Poderes ergos como manifestao da Soberania. A constante, po-rm, do Governo a sua expresso poltica de comando,de iniciativa, de fixao de objetivos do Estado e de manu-teno da ordem jurdica vigente. O Governo atua median-te atos de Soberania ou, pelo menos, de autonomia polticana conduo dos negcios pblicos.

    Elementos do Estado

    O Estado constitudo de trs elementos originriose indissociveis: Povo, Territrio e Governo soberano.Povo o componente humano do Estado; Territrio, asua base fsica; Governo soberano, o elemento condutordo Estado, que detm e exerce o poder absoluto de auto-determinao e auto-organizao emanado do Povo. Noh nem pode haver Estado independente sem Soberania,isto , sem esse poder absoluto, indivisvel e incontrastvelde organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livrede seu Povo e de fazer cumprir as suas decises, inclusi-

    ve, pela fora, se necessrio. A vontade estatal apresenta-se e se manifesta atravs dos denominados Poderes deEstado.

    Poderes de Estado

    Os Poderes de Estado, na clssica tripartio deMontesquieu, at hoje adotada nos Estados de Direito,so o Legislativo, o Executivo e o Judicirio, indepen-dentes e harmnicos entre si e com suas funes recipro-camente indelegveis (CF, art. 2).

    Esses Poderes so imanentes e estruturais do Estado

    (diversamente dos poderes administrativos, que soincidentais e instrumentais da Administrao), a cada umdeles correspondendo uma funo que lhe atribuda comprecipuidade. Assim, a funo precpua do PoderLegislativo a elaborao da lei (funo normativa); a fun-

    o precpua do Poder Executivo a converso da lei emato individual e concreto (funo administrativa); a funoprecpua do Poder Judicirio a aplicao coativa da leiaos litigantes (funo judicial). Referimo-nos funo

    precpua de cada Poder de Estado porque, embora o idealfosse a privatividade de cada funo para cada Poder, narealidade isso no ocorre, uma vez que todos os Poderestm necessidade de praticar atos administrativos, ainda querestritos sua organizao e ao seu funcionamento, e, emcarter excepcional, admitido pela Constituio, desempe-nham funes e praticam atos que, a rigor, seriam de outroPoder. O que h, portanto, no a separao de Poderescom diviso absoluta de funes, mas, sim, a distribuiodas trs funes estatais precpuas entre rgos indepen-dentes, mas harmnicos e coordenados no seu funciona-mento, mesmo porque o poder estatal uno e indivisvel.

    Alis, j se observou que Montesquieu nunca empre-

    gou em sua obra poltica as expresses separao dePoderes ou diviso de Poderes, referindo-se unicamen-te necessidade do equilbrio entre os Poderes, em queum Poder limita o outro, como sugerira o prprio autorno original. Seus apressados seguidores que lhe detur-param o pensamento e passaram a falar em diviso eseparao de Poderes, como se estes fossem estanquese incomunicveis em todas as suas manifestaes, quan-do, na verdade, isto no ocorre, porque o Governo aresultante da interao dos trs Poderes de Estado Legislativo, Executivo e Judicirio como a Administra-o o de todos os rgos desses Poderes.

    ORGANIZAO DO ESTADO

    Entidades componentes do Estado FederalA organizao poltico-administrativa do Brasil com-

    preende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-nicpios.

    Estas entidades so autnomas, cabendo Unio exer-cer a soberania do Estado brasileiro no contexto interno e Repblica Federativa do Brasil, pessoa jurdica de di-reito pblico externo, o exerccio de soberania no planointernacional.

    Competncia da Unio, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municpios

    A Unio, pessoa jurdica de direito pblico interno,exerce os poderes que objetivam a garantia da soberaniae defesa nacionais; a manuteno de relaes com pasesestrangeiros, a participao em organismos internacionaise a promoo do desenvolvimento econmico-social dopas, bem como a garantia da cidadania e dos direitosindividuais dos cidados.

    Destacam-se, ainda, dentre outras atribuies de ca-rter administrativo da Unio, as seguintes:

    declarar guerra e celebrar a paz;

    assegurar a defesa nacional; elaborar e executar planos nacionais e regionaisde desenvolvimento econmico e social;

    organizar e manter o Poder Judicirio, o Minist-rio Pblico e a Defensoria Pblica do Distrito Fe-

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    deral e dos Territrios, bem como as Polcias Ci-vil e Militar e o Corpo de Bombeiros do DistritoFederal;

    manter o servio postal e o Correio Areo Nacio-nal;

    organizar, manter e executar a inspeo do traba-lho;

    emitir moeda.

    Cabe Unio, privativamente, legislar sobre mat-rias especficas das quais destacam-se as seguintes: direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,

    agrrio e trabalho; populao indgena; guas, energia (inclusive nuclear), informtica, te-

    lecomunicaes e radiodifuso; comrcio exteriore interestadual;

    nacionalidade, cidadania, naturalizao e direitosreferentes aos estrangeiros;

    seguridade social; diretrizes e bases da educao nacional; normas gerais de licitao e contratao para a

    Administrao Pblica nas diversas esferas degoverno e empresas sob seu controle;

    servio postal; desapropriao.A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Munic-

    pios possuem competncias comuns, que so exercidasde modo a que cada unidade restrinja-se a um determina-do espao de atuao.

    Dentre estas competncias destacam-se as seguintes: conservao do patrimnio pblico; sade e assistncia pblicas; proteo dos bens de valor histrico, das paisa-

    gens naturais notveis e dos stios arqueolgicos; acesso educao, cultura e cincia; proteo ao meio ambiente e controle da poluio; combate s causas da pobreza e da marginalizao,

    promovendo a integrao dos setores desfavore-cidos.

    O art. 24 da Constituio Federal possibilita Unio,aos Estados e ao Distrito Federal legislarem de formaconcorrente em matrias especficas.

    Neste mbito, a Unio limita-se a estabelecer normasgerais. Os Estados e o Distrito Federal exercem compe-tncias legislativas complementares, atendendo, cada um,s suas peculiaridades.

    Nos termos das competncias concorrentes, os Esta-dos e o Distrito Federal adaptam-se legislao federalvigente.

    Cabe Unio, aos Estados e ao Distrito Federal le-gislar, de forma concorrente, sobre:

    Direito Tributrio, Financeiro, Penitencirio, Eco-nmico e Urbanstico;

    oramento; produo e consumo; florestas, caa, pesca, fauna, conservao da na-

    tureza, proteo do meio ambiente e controle dapoluio;

    proteo do patrimnio histrico, cultural, artsti-co e paisagstico;

    educao, cultura, ensino e desporto; previdncia social, proteo e defesa sade; proteo infncia e juventude.

    Aos Municpios, compete legislar sobre assuntosde interesse local e ainda suplementar a legislao federale estadual, no que couber.

    Ao Distrito Federal, so atribudas as mesmas com-petncias reservadas aos Estados e Municpios.

    DIREITO ADMINISTRATIVO

    CONCEITOSSegundo Hely Lopes Meirelles: Conjunto harmni-

    co de princpios jurdicos que regem os rgos, os agen-tes e as atividades pblicas tendentes a realizar concreta,direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

    Jos Cretella Jnior entende por Direito Administra-tivo o ramo do Direito Pblico interno que regula a ati-vidade e as relaes jurdicas das pessoas pblicas e ainstituio de meios e rgos relativos ao dessas pes-soas.

    Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o Direito Admi-nistrativo o ramo do Direito Pblico que tem por obje-

    to os rgos, agentes e pessoas jurdicas administrativasque integram a Administrao Pblica, a atividade jurdi-ca no contenciosa que exerce e os bens de que se utilizapara a consecuo de seus fins, de natureza poltica.

    Digenes Gasparini v o Direito Administrativo comouma sistematizao de normas doutrinrias de direito,conjunto harmnico de princpios jurdicos destinadas aordenar a estrutura e o pessoal (rgos e agentes) e osatos e atividades da Administrao Pblica, praticadas oudesempenhadas enquanto Poder Pblico.

    Para ns, Direito Administrativo o complexo deposies jurdicas e princpios que disciplinam as rela-

    es da Administrao Pblica (rgos e entidades) e seusagentes pblicos na busca do bem comum.

    OBJETO

    Para Hely Lopes Meirelles, a caracterizao e a deli-mitao do objeto do Direito Administrativo esto nasatividades pblicas tendentes a realizar concreta, direta eimediatamente os fins desejados pelo Estado.

    Jos Cretella Jnior diz que o Direito Administrativotem como objeto a administrao, isto , os servios pbli-cos so o objeto do Direito Administrativo.

    FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

    Segundo o saudoso Hely Lopes Meirelles, o DireitoAdministrativo possui quatro fontes: a lei, a doutrina, a

    jurisprudncia e os costumes, sendo a Lei a principal, for-mal e primordial.

    I - A lei, em sentido amplo, a fonte primria doDireito Administrativo, abrangendo esta expresso des-de a Constituio at os regulamentos executivos. E com-preende-se que assim seja, porque tais atos, impondo oseu poder normativo aos indivduos e ao prprio Estado,estabelecem relaes de administrao de interesse dire-to e imediato do Direito Administrativo.

    II - A doutrina, formando o sistema terico de princ-pios aplicveis ao Direito Positivo, elemento construtivoda Cincia Jurdica qual pertence a disciplina em causa. Adoutrina que distingue as regras que convm ao Direito

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    Pblico e ao Direito Privado, e mais particularmente a cadaum dos sub-ramos do saber jurdico. Ela influi no s naelaborao da lei, como nas decises contenciosas e nocontenciosas, ordenando, assim, o prprio Direito Adminis-trativo.

    III - A jurisprudncia, traduzindo a reiterao dosjulgamentos num mesmo sentido, influencia poderosa-mente a construo do Direito, e especialmente a do Di-

    reito Administrativo, que se ressente de sistematizaodoutrinria e de codificao legal. A jurisprudncia temum carter mais prtico, mais objetivo que a doutrina e alei, mas nem por isso se aparta de princpios tericos que,por sua persistncia nos julgados, acabam por penetrar eintegrar a prpria Cincia Jurdica. Outra caractersticada jurisprudncia o seu nacionalismo. Enquanto a dou-trina tende a universalizar-se, a jurisprudncia tende anacionalizar-se, pela contnua adaptao da lei e dos prin-cpios tericos ao caso concreto. Sendo o Direito Admi-nistrativo menos geral que os demais ramos jurdicos,preocupa-se diretamente com a Administrao de cadaEstado, e por isso mesmo encontra, muitas vezes, maisafinidade com a jurisprudncia ptria que com a doutrinaestrangeira. A jurisprudncia, entretanto, no obriga quera Administrao, quer o Judicirio, porque no vigoraentre ns o princpio norte-americano do stare decises,segundo o qual a deciso judicial superior vincula as ins-tncias inferiores para os casos idnticos.

    IV - O costume, em razo da deficincia da legisla-o, a prtica administrativa vem suprindo o texto escri-to, e sedimentada na conscincia dos administradores eadministrados, a praxe burocrtica passa a suprir a lei, ouatua como elemento reformativo da doutrina.

    Ao lado da lei, a principal fonte de qualquer direito,

    os autores enumeram outros: a analogia, a eqidade, os princpios gerais do di-

    reito, os tratados internacionais, a instruo e a cir-cular.

    ADMINISTRAO PBLICA

    CONCEITOS

    o conjunto de entes (rgos e entidades) cons-titudos pelo Poder Pblico (Estado) para a conse-cuo do bem comum.

    o conjunto de rgos, entidades e funes ins-titudos para a consecuo dos objetivos do Gover-no, quais sejam: a satisfao dos interesses pblicosem geral e a prosperidade social.

    NATUREZA

    a de um encargo de defesa, conservao e apri-moramento dos bens, servios e interesses da coletivida-de. Como tal, impe-se ao administrador pblico a obri-gao de cumprir fielmente os preceitos do Direito e damoral administrativa que regem a sua atuao. Ao ser

    investido em funo ou cargo pblico, todo agente dopoder assume para com a coletividade o compromissode bem servi-la, porque outro no o desejo do povo,como legtimo destinatrio dos bens, servios e interes-ses administrados pelo Estado.

    FINS

    O bem comum da coletividade administrada. Todaatividade do administrador pblico deve ser orientadapara esse objetivo. Se dele o administrador se afasta oudesvia, trai o mandato de que est investido, porque acomunidade no institui a Administrao seno comomeio de atingir o bem-estar social. Ilcito e imoral ser

    todo ato administrativo que no for praticado no interes-se da coletividade.O fim, e no a vontade do administrador, domina

    todas as formas de administrao.Os fins da Administrao consubstanciam-se, por-

    tanto, na defesa do interesse pblico, assim entendidasaquelas aspiraes ou vantagens licitamente almejadaspor toda a comunidade administrada, ou por uma parteexpressiva de seus membros. O ato ou contrato adminis-trativo realizado sem interesse pblico configura desviode finalidade.

    PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR P-

    BLICO

    Examinados nos tpicos anteriores os princpiosbsicos da Administrao vejamos, agora, os poderese deveres do administrador pblico, ou seja, os encargosdaqueles que gerem bens e interesses da comunidade.Esses gestores da coisa pblica, investidos de competn-cia decisria, passam a ser autoridades, com poderes edeveres especficos do cargo ou da funo e, conseqen-temente, com responsabilidades prprias de suas atribui-es.

    Os poderes e deveres do administrador pblico so

    os expressos em lei, os impostos pela moral administra-tiva e os exigidos pelo interesse da coletividade. Foradessa generalidade no se poder indicar o que poder eo que dever do gestor pblico, porque, estando sujeitoao ordenamento jurdico geral e s leis administrativasespeciais, s essas normas podero catalogar, para cadaentidade, rgo, cargo, funo, servio ou atividade p-blica os poderes e deveres de quem os exerce.

    Cada agente administrativo investido da necess-ria parcela de Poder Pblico para o desempenho de suasatribuies. Esse poder h de ser usado, normalmente,como atributo do cargo ou da funo, e no como privi-lgio da pessoa que o exerce. esse poder que empresta

    autoridade ao agente pblico quando recebe da lei com-petncia decisria e fora para impor suas decises aosadministrados. Por isso mesmo, o agente, quando despi-do da funo ou fora do exerccio do cargo, no podeusar da autoridade pblica, nem invoc-la ao talante deseu capricho para superpor-se aos demais cidados. Talconduta caracterizaria abuso de poder e, conforme o caso,tipificaria o crime de abuso de autoridade, definido epunido pela Lei n 4.898, de 9/12/65.

    O uso da autoridade s lcito quando visa a obstar aque um indivduo prejudique direitos alheios, ou obstar aque um indivduo se escuse a cooperar pela manuteno dasociedade. Isto porque os Estados de Direito e Democrti-co, como o nosso, no reconhecem privilgios pessoais; sadmitem prerrogativas funcionais. Da o nivelador princ-pio do art. 5, caput, da CF, que estabelece a igualdade detodos perante a lei. Ora, se o agente do poder no est no

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    exerccio de suas funes, deixa de ser autoridade, igualan-do-se aos demais cidados.

    O poder administrativo, portanto, atribudo auto-ridade para remover os interesses particulares que seopem ao interesse pblico. Nessas condies, o poderde agir se converte no dever de agir. Assim, se no Direi-to Privado o poder de agir uma faculdade, no DireitoPblico uma imposio, um dever para o agente que o

    detm, pois no se admite a omisso da autoridade dian-te de situaes que exigem sua atuao. Eis por que aAdministrao responde civilmente pelas omisses oucomisses lesivas de seus agentes.

    Poder-Dever de Agir

    O poder tem para o agente pblico o significado dedever para com a comunidade e para com os indivduos,no sentido de que quem o detm est sempre na obriga-o de exercit-lo.

    Se para o particular o poder de agir uma faculdade,para o administrador pblico uma obrigao de atuar,

    desde que se apresente o ensejo de exercit-lo em bene-fcio da comunidade. que o Direito Pblico ajunta aopoder do administrador o dever de administrar.

    Dever de Eficincia

    Dever de eficincia o que se impe a todo agentepblico de realizar suas atribuies com presteza, per-feio e rendimento funcional.

    A eficincia funcional , pois, considerada em senti-do amplo, abrangendo no s a produtividade doexercente do cargo ou da funo, como a perfeio do

    trabalho e sua adequao tcnica aos fins pela Adminis-trao, para que se avaliem os resultados, confrontam-seos desempenhos e se aperfeioe o pessoal atravs de se-leo e treinamento. Assim, a verificao da eficinciaatinge os aspectos quantitativos e qualitativos do servi-o, para aquilatar seu rendimento efetivo, seu custooperacional e sua real utilidade para os administrados epara a Administrao. Tal controle desenvolve-se, por-tanto, na trplice linha administrativa, econmica e tc-nica.

    Realmente, no cabe Administrao decidir porcritrio leigo quando h critrio tcnico solucionando oassunto. O que pode haver opo da Administrao

    por uma alternativa tcnica quando vrias lhe so apre-sentadas como aptas para solucionar o caso em exame.Assim, o princpio da eficincia, de alto significado parao servio pblico em geral, deve ser aplicado em todosos nveis da Administrao brasileira.

    Dever de Probidade

    O dever de probidade est constitucionalmente inte-grado na conduta do administrador pblico como ele-mento necessrio legitimidade de seus atos. Este con-ceito est presente na Constituio da Repblica, quepune a improbidade na Administrao com sanes po-lticas, administrativas e penais, nos seguintes termos:Os atos de improbidade administrativa importaro asuspenso dos direitos polticos, a perda da funo p-blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao

    Errio, na forma e gradao prevista em lei, sem preju-zo da ao penal cabvel (art. 37, 4).

    Dever de Prestar Contas

    O dever de prestar contas decorrncia natural daadministrao como encargo de gesto de bens e interes-ses alheios.

    A prestao de contas no se refere apenas aos di-nheiros pblicos, gesto financeira, mas a todos os atosde governo e de administrao.

    ABUSO DO PODER: EXCESSO DE PODER E DESVIODE FINALIDADE (LEI N 4.898, DE 9 DE DEZEMBRODE 1965)

    Uso e Abuso do Poder

    Nos estados de direito como o nosso, a Administra-o Pblica deve obedincia lei em todas as suas mani-festaes. At mesmo nas chamadas atividades discricio-

    nrias o administrador pblico fica sujeito s prescrieslegais quanto competncia, finalidade e forma, s semovendo com liberdade na estreita faixa da convenin-cia e oportunidade administrativas.

    O poder administrativo concedido autoridade pbli-ca tem limites certos e forma legal de utilizao. No car-ta branca para arbtrios, violncias, perseguies ou favori-tismos governamentais. Qualquer ato de autoridade, paraser irrepreensvel, deve conformar-se com a lei, com a mo-ral da instituio e com o interesse pblico. Sem esses re-quisitos, o ato administrativo expe-se nulidade.

    Uso do PoderO uso do poder prerrogativa da autoridade. Mas o

    poder h de ser usado normalmente, sem abuso. Usarnormalmente o poder empreg-lo segundo as normaslegais, a moral da instituio, a finalidade do ato e asexigncias do interesse pblico. Abusar do poder empreg-lo fora da lei, sem utilidade pblica.

    O poder confiado ao administrador pblico para serusado em benefcio da coletividade administrada, mas usa-do nos justos limites que o bem-estar social exigir. A utili-zao desproporcional do poder, o emprego arbitrrio dafora, a violncia contra o administrado constituem formas

    abusivas do uso do poder estatal, no toleradas pelo Direitoe nulificadoras dos atos que as encerram.

    O uso do poder lcito: o abuso, sempre ilcito. Dapor que todo ato abusivo nulo, por excesso ou desviode poder.

    Abuso do Poder

    O abuso do poder ocorre quando a autoridade,embora competente para praticar o ato, ultrapassaos limites de suas atribuies ou se desvia das finali-dades administrativas.

    O abuso do poder, como todo ilcito, reveste as for-mas mais diversas. Ora se apresenta ostensivo como atruculncia, s vezes dissimulado como o estelionato, e,no raro, encoberto na aparncia ilusria dos atos legais.

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    Em qualquer desses aspectos flagrante ou disfarado o abuso do poder sempre uma ilegalidade invalidadorado ato que o contm.

    A teoria do abuso do poder foi inteiramente inspira-da na moral e a sua penetrao no domnio jurdico obe-deceu a propsito determinado. Trata-se, com efeito, dedesarmar o pretenso titular de um direito subjetivo e, porconseguinte, de encarar de modo diverso direitos objeti-

    vamente iguais, pronunciando uma espcie de juzo decaducidade contra o direito que tiver sido imoralmenteexercido. O problema no , pois, de responsabilidadecivil, mas de moralidade no exerccio dos direitos. Trans-plantando-se esses conceitos para o campo do DireitoAdministrativo, se o poder foi conferido ao administra-dor pblico para realizar determinado fim, por determi-nados motivos e por determinados meios, toda ao quese apartar dessa conduta, contrariando ou ladeando odesejo da lei, padece do vcio de desvio de poder ou definalidade e, como todo ato abusivo ou arbitrrio, ile-gtima.

    O ato administrativo vinculado ou discricionrio

    h de ser praticado com observncia formal e ideolgicada lei. Exato na forma e inexato no contedo, nos moti-vos ou nos fins, sempre invlido. O discricionarismoda Administrao no vai ao ponto de encobrir arbitrarie-dade, capricho, m-f ou imoralidade administrativa. Daa justa advertncia de Hauriou de que a Administraodeve agir sempre de boa-f, porque isto faz parte da suamoralidade.

    O abuso do poder tanto pode revestir a formacomissiva como a omissiva, porque ambas so capazesde afrontar a lei e causar leso a direito individual doadministrado. A inrcia da autoridade administrativa

    observou Caio Tcito deixando de executar determi-nada prestao de servios a que por lei est obrigada,lesa o patrimnio jurdico individual. forma omissivade abuso do poder, quer o ato seja doloso ou culposo.

    Entre ns, o abuso do poder tem merecido sistemticorepdio da doutrina e da jurisprudncia, e, para seu comba-te, o constituinte armou-nos com o remdio herico domandado de segurana, cabvel contra ato de qualquer au-toridade (CF, art. 5, LXIX, e Lei n 1.533/51), e assegu-rou a toda pessoa o direito de representao contra abusosde autoridades (art. 5, XXXIV, a), complementando essesistema de proteo contra os excessos de poder com a Lein 4.898, de 9/12/65, que pune criminalmente esses mes-

    mos abusos de autoridade.O gnero abuso do poder ou abuso de autoridade

    reparte-se em duas espcies bem caracterizadas: o ex-cesso de poder e o desvio de finalidade.

    H, ainda, uma terceira forma de abuso de poder que a omisso.

    Excesso de poder

    O excesso de poder ocorre quando a autoridade,embora competente para praticar o ato, vai alm dopermitido e exorbita no uso de suas faculdades ad-ministrativas.

    Excede, portanto, sua competncia legal e, com isso,invalida o ato, porque ningum pode agir em nome daAdministrao fora do que a lei lhe permite. O excesso de

    poder torna o ato arbitrrio, ilcito e nulo. uma forma deabuso de poder que retira a legitimidade da conduta doadministrador pblico, colocando-o na ilegalidade e atmesmo no crime de abuso de autoridade quando incidenas previses penais da Lei n 4.898, de 9/12/65, que visaa melhor preservar as liberdades individuais j assegura-das na Constituio (art. 5).

    Essa conduta abusiva, atravs do excesso de poder,

    tanto se caracteriza pelo descumprimento frontal da lei,quando a autoridade age claramente alm de sua compe-tncia, como, tambm, quando ela contorna dissimulada-mente as limitaes da lei, para arrogar-se poderes queno lhe so atribudos legalmente. Em qualquer dos ca-sos h excesso de poder, exercido com culpa ou dolo,mas sempre com violao da regra de competncia, o que o bastante para invalidar o ato assim praticado.

    Desvio de finalidade

    O desvio de finalidade ou de poder verifica-se quan-

    do a autoridade, embora atuando nos limites de suacompetncia, pratica o ato por motivos ou com fins di-versos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo inte-resse pblico.

    O desvio de finalidade ou de poder , assim, a vio-lao ideolgica da lei, ou, por outras palavras, a viola-o moral da lei, colimando o administrador pblicofins no queridos pelo legislador, ou utilizando moti-vos e meios imorais para a prtica de um ato adminis-trativo aparentemente legal. Tais desvios ocorrem, porexemplo, quando a autoridade pblica decreta uma

    desapropriao alegando utilidade pblica, mas vi-sando, na realidade, a satisfazer interesse pessoalprprio ou a favorecer algum particular com a sub-seqente transferncia do bem expropriado; ouquando outorga uma permisso sem interesse cole-tivo; ou, ainda, quando classifica um concorrente porfavoritismo , sem atender aos fins objetivados pela li-citao.

    O ato praticado com desvio de finalidade comotodo ato ilcito ou imoral ou consumado s escondi-das ou se apresenta disfarado sob o capuz da legalidadee do interesse pblico. Diante disto, h de ser surpreen-dido e identificado por indcios e circunstncias que re-

    velem a distoro do fim legal substitudo habilidosa-mente por um fim ilegal ou imoral, no desejado pelolegislador. A propsito, j decidiu o STF que: Indciosvrios e concordantes so prova. Dentre os elementosindicirios do desvio de finalidade, est a falta de moti-vo ou a discordncia dos motivos com o ato praticado.Tudo isso dificulta a prova do desvio de poder ou definalidade, mas no a torna impossvel se recorrermosaos antecedentes do ato e sua destinao presente efutura por quem o praticou.

    A Lei Regulamentar da Ao Popular (Lei n 4.717,de 29/6/65) j consigna o desvio de finalidade como v-cio nulificador do ato administrativo lesivo do patrimniopblico e o considera caracterizado quando o agentepratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, expl-cita ou implicitamente, na regra de competncia (art. 2, e,e pargrafo nico). Com essa conceituao legal, o des-

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    vio de finalidade entrou definitivamente para nosso Di-reito Positivo como causa de nulidade dos atos da Admi-nistrao.

    RGOS PBLICOS

    So centros de competncias institudos para o de-sempenho de funes estatais, atravs de seus agentes.

    Os rgos integram a estrutura do Estado e das de-mais pessoas jurdicas como partes desses corpos vi-vos, dotados de vontade e capazes de exercer direitos econtrair obrigaes para a consecuo de seus finsinstitucionais. Por isso mesmo, os rgos no tm per-sonalidade jurdica nem vontade prpria. Como partesdas entidades que integram, os rgos so meros ins-trumentos de ao dessas pessoas jurdicas, preorde-nados ao desempenho das funes que lhes forem atribu-das pelas normas de sua constituio e funcionamento.Para a eficiente realizao de suas funes, cada rgo investido de determinada competncia, redistribuda en-tre seus cargos, com a correspondente parcela de poder

    necessria ao exerccio funcional de seus agentes.

    Classificao dos rgos Pblicos

    Realizando atividades governamentais e administra-tivas, os rgos pblicos classificam-se:

    Quanto Posio Estatal

    a) IndependentesSo os originrios da Constituio e representati-

    vos dos Poderes de Estado Legislativo, Executivo e

    Judicirio colocados no pice da pirmide governa-mental, sem qualquer subordinao hierrquica ou fun-cional, e s sujeitos aos controles constitucionais de umPoder pelo outro. Por isso, so tambm chamados r-gos primrios do Estado. Esses rgos detm e exer-cem precipuamente as funes polticas, judiciais equase-judiciais outorgadas diretamente pela Constitui-o, para serem desempenhadas pessoalmente por seusmembros (agentes polticos, distintos de seus servi-dores, que so agentes administrativos), segundo nor-mas especiais e regimentais.

    Nessa categoria, encontram-se as CorporaesLegislativas (Congresso Nacional, Cmara dos Depu-

    tados, Senado Federal, Assemblias Legislativas, Cma-ras de Vereadores), as Chefias do Executivo (Presidn-cia da Repblica, Governadorias dos Estados e do Dis-trito Federal, Prefeituras Municipais), os Tribunais Judi-cirios e os Juzes singulares (Supremo Tribunal Federal,Tribunais Superiores Federais, Tribunais Regionais Fe-derais, Tribunais de Justia e de Alada dos Estados-membros, Tribunais do Jri e Varas das Justias Comume Especial). De-se incluir, ainda, nesta classe o Minist-rio Pblico Federal e estadual e os Tribunais de Contasda Unio, dos Estados-membros e Municpios, os quaisso rgos funcionalmente independentes e seus mem-bros integram a categoria dos agentes polticos, incon-fundveis com os servidores das respectivas instituies.

    b) AutnomosSo os localizados na cpula da Administrao, ime-

    diatamente abaixo dos rgos independentes e diretamen-te subordinados a seus chefes. Tm ampla autonomiaadministrativa, financeira e tcnica, caracterizando-secomo rgos diretivos, com funes precpuas de plane-

    jamento, superviso, coordenao e controle das ativi-dades que constituem sua rea de competncia. Partici-pam das decises governamentais e executam com auto-nomia as suas funes especficas, mas segundo diretri-

    zes dos rgos independentes, que expressam as opespolticas do governo.So rgos autnomos os Ministrios, as Secretarias

    de Estado e de Municpio, a Consultoria-Geral da Repbli-ca e todos os demais rgos subordinados diretamente aosChefes de Poderes, aos quais prestam assistncia e auxlioimediatos. Seus dirigentes, em regra, no so funcionrios,mas, sim, agentes polticos nomeados em comisso.

    c) SuperioresSo os que detm poder de direo, controle, deci-

    so e comando dos assuntos de sua competncia espe-cfica, mas sempre sujeitos subordinao e ao contro-

    le hierrquico de uma chefia mais alta. No gozam deautonomia administrativa nem financeira, que so atri-butos dos rgos independentes e dos autnomos a quepertencem. Sua liberdade funcional restringe-se ao pla-nejamento e solues tcnicas, dentro da sua rea decompetncia, com responsabilidade pela execuo, ge-ralmente a cargo de seus rgos subalternos.

    Nessa categoria, esto as primeiras reparties dosrgos independentes e dos autnomos, com variadasdenominaes, tais como Gabinetes, Secretarias-Gerais,Inspetorias-Gerais, Procuradorias Administrativas e Ju-diciais, Coordenadorias, Departamentos e Divises. O

    nome dado ao rgo irrelevante; o que importa paracaracteriz-lo como superior a preeminncia hierrquicana rea de suas atribuies. Assim, num Ministrio ounuma Secretaria de Estado, podero existir tantos rgossuperiores quantas forem as reas em que o rgo autno-mo se repartir para o melhor desempenho de suas atribui-es.

    d) SubalternosSo todos aqueles que se acham hierarquizados a r-

    gos mais elevados, com reduzido poder decisrio e pre-dominncia de atribuies de execuo. Destinam-se realizao de servios de rotina, tarefas de formalizao

    de atos administrativos, cumprimento de decises superio-res e primeiras solues em casos individuais, tais comoos que, nas reparties pblicas, executam as atividades-meio e atendem ao pblico, prestando-lhe informaes eencaminhando seus requerimentos, como so as portariase sees de expediente.

    Quanto Estrutura

    a) rgos simples ou unitriosSo os constitudos por um s centro de competn-

    cia. Essa unitariedade tem levado alguns autores a iden-tificar o rgo simples com o cargo de seu agente e como prprio agente, o que um erro; o rgo a unidade deao; o cargo o lugar reservado ao agente; e o agente a pessoa fsica que exercita as funes do rgo.

    O que tipifica o rgo como simples ou unitrio a

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    inexistncia de outro rgo incrustado na sua estrutura,para realizar desconcentradamente sua funo principalou para auxiliar seu desempenho. O nmero de seus car-gos e agentes no influi na unidade orgnica se esta mantida num nico centro de competncia, como ocorrenuma portaria, que o rgo simples ou unitrio, comdiversos cargos e agentes.

    b) rgos compostosSo os que renem na sua estrutura outros rgosmenores, com funo principal idntica (atividade-fimrealizada de maneira desconcentrada) ou com funesauxiliares diversificadas (atividades-meio atribudas a v-rios rgos menores). Assim, uma Secretaria de Educa-o rgo composto tem na sua estrutura muitas uni-dades escolares rgos menores com atividades-fim idn-ticas e rgos de pessoal, de material, de transporte, etc. rgos menores com atividades-meio diversificadas que auxiliam a realizao do ensino, mas todos eles inte-grados e hierarquizados ao rgo maior.

    No rgo composto, o maior e de mais alta hierar-

    quia envolve os menores e inferiores, formando com elesum sistema orgnico, onde as funes so desconcen-tradas (e no descentralizadas), isto , distribudas a v-rios centros de competncia, que passam a realiz-las commais presteza e especializao, mas sempre sob a supervi-so do rgo mais alto e fiscalizao das chefias imedia-tas, que tm o poder de avocao e de reviso dos atos dasunidades menores, salvo nos rgos independentes.

    Quanto Atuao Funcional

    a) rgos singulares ou unipessoais

    So os que atuam e decidem atravs de um nicoagente, que seu chefe e representante. Esses rgospodem ter muitos outros agentes auxiliares, como nor-malmente os tm, mas o que caracteriza sua singularida-de ou unipessoalidade o desempenho de sua funoprecpua por um s agente investido como seu titular.So exemplos desses rgos a Presidncia da Repblica,as Governadorias dos Estados, as Prefeituras Municipais,que concentram as funes executivas das respectivasentidades estatais, enfeixam-nas num s cargo de chefiasuprema e atribuem seu exerccio a um nico titular.

    A formao e manifestao de vontade desses r-gos, ou seja, sua atuao funcional, no exigem forma-

    lidades nem procedimentos especiais, bastando a auten-ticao do chefe para que se torne eficaz nos limites desua competncia legal.

    b) rgos colegiados ou pluripessoaisSo todos aqueles que atuam e decidem pela mani-

    festao conjunta e majoritria da vontade de seus mem-bros. Nos rgos colegiados, no prevalece a vontadeindividual de seu Chefe ou Presidente, nem a de seusintegrantes isoladamente: o que se impe e vale juridica-mente a deciso da maioria, expressa na forma legal,regimental ou estatutria.

    AGENTES PBLICOS

    So todas as pessoas fsicas incumbidas, definitivaou transitoriamente, do exerccio de alguma funo es-

    tatal. Os agentes normalmente desempenham funesdo rgo, distribudas entre os cargos de que so titula-res, mas, excepcionalmente, podem exercer funes semcargo.

    a) Os cargos so os lugares criados no rgo paraserem providos por agentes que exercero as suas fun-es na forma legal. O cargo lotado no rgo e o agen-te investido no cargo. Por a se v que o cargo integra o

    rgo, ao passo que o agente, como ser humano, unica-mente titulariza o cargo para servir ao rgo.b) As funes so os encargos atribudos aos rgos,

    cargos e agentes. Toda funo atribuda e delimitada pornorma legal. Essa atribuio e delimitao funcionais con-figuram a competncia do rgo, do cargo e do agente, ouseja, a natureza da funo e o limite de poder para o seudesempenho. Da por que, quando o agente ultrapassa esselimite, atua com abuso ou excesso de poder.

    Categorias ou Espcies

    Agentes Polticos

    So os componentes do governo nos seus primeirosescales, investidos em cargos, funes, mandatos ou co-misses; por nomeao; eleio, designao ou delega-o, para o exerccio de atribuies constitucionais e per-cebem como retribuio pecuniria subsdio. Esses agen-tes atuam com plena liberdade funcional, desempenhan-do suas atribuies com prerrogativas e responsabilida-des prprias, estabelecidas na Constituio e em leis espe-ciais. No so servidores pblicos, nem se sujeitam ao re-gime jurdico estatutrio. Tm normas especficas para suaescolha, investidura, conduta e processo por crimes funcio-

    nais e de responsabilidades, que lhes so privativos.Nessa categoria, encontram-se os Chefes de Exe-cutivo (Presidente da Repblica, Governadores e Prefei-tos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretriosde Estado e de Municpio); os membros das CorporaesLegislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); osmembros do Poder Judicirio (Magistrados em geral);os membros do Ministrio Pblico (Procuradores daRepblica e da Justia, Promotores e Curadores Pbli-cos); os membros dos Tribunais de Contas (Ministros eConselheiros); os representantes diplomticos e demaisautoridades que atuem com independncia funcional nodesempenho de atribuies governamentais, judiciais ou

    quase-judiciais, estranhas ao quadro do servidor pbli-co.

    Servidores Pblicos

    So todos aqueles que se vinculam ao Estado ou s suasentidades por relaes profissionais, sujeitos hierarquia fun-cional e ao regime jurdico da entidade e que servem ao p-blico. So investidos em cargo ou emprego e com retribui-o pecuniria, em regra por nomeao e, excepcionalmen-te, por contrato de trabalho.

    Esses agentes ficam em tudo e por tudo sujeitos aoregime da entidade a que servem e s normas especficasdo rgo em que trabalham, e, para efeitos criminais,so considerados funcionrios pblicos, nos expressostermos do art. 327 do Cdigo Penal.

    Compreendem as seguintes espcies:

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    a) servidores titulares de cargos pblicos, (art. 37, II,CF e art. 2 da Lei n 8.112/90). Servidor a pessoa legal-mente investida em cargo pblico;

    b) os contratados por tempo determinado para aten-der necessidade temporria de excepcional interesse p-blico, (art. 37, IX, CF), sob o vnculo empregatcio, nasautarquias e fundaes de direito pblico da Unio, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municpios, assim como

    no Poder Legislativo e no Poder Judicirio na esfera ad-ministrativa (Lei n 8.745/99 e Lei n 9.949/99).c) os contratados sob o regime de emprego (Lei

    n 9.962/99);d) os empregados pblicos, aqueles legalmente inves-

    tidos em emprego pblico (celetistas DL n 5.452/43);e) os comissionados: os ocupantes de cargo de livre nomeao e livre

    exonerao. Aqueles nomeados em portugus e exone-rados em latim ad nutum (art. 37, V, CF).

    Agentes Honorficos

    So cidados convocados, designados ou nomeadospara prestar, transitoriamente, determinados servios aoEstado, em razo de sua condio cvica, de suahonorabilidade ou de sua notria capacidade profissio-nal, mas sem qualquer vnculo empregatcio ou estatutrioe, normalmente, sem remunerao. Tais servios consti-tuem o chamado mnus pblico, ou servios pblicosrelevantes, de que so exemplos a funo de jurado, demesrio eleitoral, de comissrio de menores, de presi-dente ou membro de comisso de estudo ou de julga-mento e outros dessa natureza.

    Os agentes honorficos no so servidores pblicos,

    mas, momentaneamente, exercem uma funo pblicae, enquanto a desempenham, sujeitam-se hierarquia edisciplina do rgo a que esto servindo, podendo per-ceber umpro labore e contar o perodo de trabalho comode servio pblico. Sobre esses agentes eventuais doPoder Pblico no incidem as proibies constitucionaisde acumulao de cargos, funes ou empregos (art. 37,XVI e XVII), porque sua vinculao com o Estado sem-pre transitria e a ttulo de colaborao cvica, sem car-ter empregatcio. Somente para fins penais que essesagentes so equiparados a funcionrios pblicos quantoaos crimes relacionados com o exerccio da funo, nosexpressos termos do art. 327 do Cdigo Penal.

    Agentes Delegados

    So particulares que recebem a incumbncia da exe-cuo de determinada atividade, obra ou servio pblicoe o realizam em nome prprio, por sua conta e risco, massegundo as normas do Estado e sob a permanente fisca-lizao do delegante. Esses agentes no so servidorespblicos, nem honorficos, nem representantes do Esta-do; todavia, constituem uma categoria parte de colabo-radores do Poder Pblico. Nessa categoria, encontram-se os concessionrios e permissionrios de obras e servi-os pblicos, os serventurios de ofcios ou cartrios no-estatizados, os leiloeiros, os tradutores e intrpretes p-blicos, as demais pessoas que recebem delegao para aprtica de alguma atividade estatal ou servio de interes-se coletivo.

    Agentes Credenciados

    So os que recebem a incumbncia da Administra-o para represent-la em determinado ato ou praticarcerta atividade especfica, mediante remunerao do Po-der Pblico credenciante.

    A Administrao Pblica Federal compreende a Ad-ministrao direta e a Administrao indireta.

    Funcionrio pblico, como dissemos, so aquelesagentes pblicos que respondem por ilcitos penais (cri-mes funcionais e contravenes).

    ORGANIZAO ADMINISTRATIVADO ESTADO BRASILEIRO

    ADMINISTRAO PBLICA DIRETA (CENTRALIZAO)

    A Administrao direta composta pelos rgos in-tegrantes da Presidncia da Repblica e pelos Ministrios(Lei n 9.649, de 27/5/98).

    A Presidncia da Repblica constituda, essencial-mente, pela Casa Civil, pela Secretaria Geral, pela Se-cretaria de Comunicao de Governo e Gesto Estratgi-ca, pelo Gabinete Pessoal e pelo Gabinete de SeguranaInstitucional.

    Integram a Presidncia da Repblica como rgos deassessoramento imediato ao Presidente da Repblica:

    I - o Conselho de Governo;II - o Conselho de Desenvolvimento Econmico e So-

    cial;III - o Conselho Nacional de Segurana Alimentar e

    Nutricional;IV - o Conselho Nacional de Poltica Energtica;V - o Conselho Nacional de Integrao de Polticas de

    Transporte;VI - o Advogado-Geral da Unio;VII - a Assessoria Especial do Presidente da Repbli-

    ca;VIII - a Secretaria de Imprensa e Divulgao da Presidn-

    cia da Repblica;IX - o Porta-Voz da Presidncia da Repblica.Junto Presidncia da Repblica funcionaro, como

    rgos de consulta do Presidente da Repblica:I - o Conselho da Repblica;

    II - o Conselho de Defesa Nacional.Integram ainda a Presidncia da Repblica:I - a Controladoria-Geral da Unio;II - a Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvi-

    mento Econmico e Social;III - a Secretaria Especial de Polticas para as Mulhe-

    res;IV - a Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca;V - a Secretaria Especial dos Direitos Humanos.Os Ministrios so os seguintes:I - da Agricultura, Pecuria e Abastecimento;II - da Assistncia e Promoo Social;

    III - das Cidades;IV - da Cincia e Tecnologia;V - das Comunicaes;VI - da Cultura;

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    VII - da Defesa;VIII - do Desenvolvimento Agrrio;IX - do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exte-

    rior;X - da Educao;XI - do Esporte;XII - da Fazenda;XIII - da Integrao Nacional;XIV - da Justia;XV - do Meio Ambiente;XVI - de Minas e Energia;XVII - do Planejamento, Oramento e Gesto;XVIII - da Previdncia Social;XIX - das Relaes Exteriores;XX - da Sade;XXI - do Trabalho e Emprego;XXII - dos Transportes.XXIII - do Turismo.So Ministros de Estado os titulares dos Ministrios,

    o Chefe da Casa Civil, o Chefe do Gabinete de SeguranaInstitucional, o Chefe da Secretaria de Comunicao deGoverno e Gesto Estratgica e o Chefe da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica, o Advogado-Geralda Unio e o Controlador-Geral da Unio.

    Os assuntos que constituem rea de competncia decada Ministrio so os seguintes:

    I - Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abaste-cimento:

    a) poltica agrcola, abrangendo produo e comer-cializao, abastecimento, armazenagem e garantia depreos mnimos;

    b) produo e fomento agropecurio, inclusive dasatividades de heveicultura;

    c) mercado, comercializao e abastecimento agrope-curio, inclusive estoques reguladores e estratgicos;

    d) informao agrcola;e) defesa sanitria animal e vegetal;f) fiscalizao dos insumos utilizados nas atividades

    agropecurias e da prestao de servios no setor;g) classificao e inspeo de produtos e derivados

    animais e vegetais, inclusive em aes de apoio s ativi-dades exercidas pelo Ministrio da Fazenda, relativamenteao comrcio exterior;

    h) proteo, conservao e manejo do solo, voltadosao processo produtivo agrcola e pecurio;

    i) pesquisa tecnolgica em agricultura e pecuria;j) meteorologia e climatologia;1) cooperativismo e associativismo rural;m) energizao rural, agroenergia, inclusive eletrifi-

    cao rural;n) assistncia tcnica e extenso rural;o) poltica relativa ao caf, acar e lcool;p) planejamento e exerccio da ao governamental

    nas atividades do setor agroindustrial canavieiro.

    II - Ministrio da Assistncia e Promoo Social:a) poltica nacional de assistncia social;b) normatizao, orientao, superviso e avaliao

    da execuo da poltica de assistncia social;c) orientao, acompanhamento, avaliao e super-

    viso de planos, programas e projetos relativos rea daassistncia social;

    d) articulao, coordenao e avaliao dos progra-mas sociais do governo federal;

    e) gesto do Fundo Nacional de Assistncia Social;f) aprovao dos oramentos gerais do Servio So-

    cial da Indstria (SESI), do Servio Social do Comrcio(SESC) e do Servio Social do Transporte (SEST).

    III - Ministrio das Cidades:a) poltica de desenvolvimento urbano;b) polticas setoriais de habitao, saneamento

    ambiental, transporte urbano e trnsito;c) promoo, em articulao com as diversas esferasde governo, com o setor privado e organizaes no-go-vernamentais, de aes e programas de urbanizao, dehabitao, de saneamento bsico e ambiental, transporteurbano, trnsito e desenvolvimento urbano;

    d) poltica de subsdio habitao popular, sanea-mento e transporte urbano;

    e) planejamento, regulao, normatizao e gestoda aplicao de recursos em polticas de desenvolvimen-to urbano, urbanizao, habitao, saneamento bsico eambiental, transporte urbano e trnsito;

    f) participao na formulao das diretrizes gerais

    para conservao dos sistemas urbanos de gua, bem as-sim para a adoo de bacias hidrogrficas como unidadesbsicas do planejamento e gesto do saneamento.

    IV - Ministrio daCincia e Tecnologia:a) poltica nacional de pesquisa cientfica e tecno-

    lgica;b) planejamento, coordenao, superviso e controle

    das atividades da cincia e tecnologia;c) poltica de desenvolvimento de informtica e

    automao;d) poltica nacional de biossegurana;

    e) poltica espacial;f) poltica nuclear;g) controle da exportao de bens e servios sens-

    veis.

    V - Ministrio das Comunicaes:a) poltica nacional de telecomunicaes, inclusive

    radiodifuso;b) regulamentao, outorga e fiscalizao de servios

    de telecomunicaes;c) controle e administrao do uso do espectro de

    radiofreqncias;d) servios postais.

    VI - Ministrio da Cultura:a) poltica nacional de cultura;b) proteo do patrimnio histrico e cultural;c) aprovar a delimitao das terras dos remanescen-

    tes das comunidades dos quilombos, bem como determi-nar as suas demarcaes, que sero homologadas mediantedecreto.

    VII - Ministrio da Defesa:a) poltica de defesa nacional;b) poltica e estratgia militares;c) doutrina e planejamento de emprego das Foras

    Armadas;d) projetos especiais de interesse da defesa nacional;e) inteligncia estratgica e operacional no interesse

    da defesa;

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    f) operaes militares das Foras Armadas;g) relacionamento internacional das Foras Armadas;h) oramento de defesa;i) legislao militar;

    j) poltica de mobilizao nacional;1) poltica de cincia e tecnologia nas Foras Arma-

    das;m) poltica de comunicao social nas Foras Arma-

    das;n) poltica de remunerao dos militares e pensionis-tas;

    o) poltica nacional de exportao de material deemprego militar, bem como fomento s atividades de pes-quisa e desenvolvimento, produo e exportao emreas de interesse da defesa e controle da exportao dematerial blico de natureza convencional;

    p) atuao das Foras Armadas, quando couber, nagarantia da lei e da ordem, visando a preservao da or-dem pblica e da incolumidade das pessoas e do patri-mnio, bem como sua cooperao com o desenvolvimentonacional e a defesa civil e ao apoio ao combate a delitos

    transfronteirios e ambientais;q) logstica militar;r) servio militar;s) assistncia sade, social e religiosa das Foras

    Armadas;t) constituio, organizao, efetivos, adestramento

    e aprestamento das foras navais, terrestres e areas;u) poltica martima nacional;v) segurana da navegao area e do trfego aquavi-

    rio e salvaguarda da vida humana no mar;x) poltica aeronutica nacional e atuao poltica

    nacional de desenvolvimento das atividades aeroes-

    paciais;z) infra-estrutura aeroespacial, aeronutica e aeropor-turia.

    VIII - Ministrio do Desenvolvimento Agrrio:a) reforma agrria;b) promoo do desenvolvimento sustentvel do seg-

    mento rural constitudo pelos agricultores familiares.

    IX - Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Co-mrcio Exterior:

    a) poltica de desenvolvimento da indstria, do comr-cio e dos servios;

    b) propriedade intelectual e transferncia de tecno-logia;

    c) metrologia, normalizao e qualidade industrial;d) polticas de comrcio exterior;e) regulamentao e execuo dos programas e ativi-

    dades relativas ao comrcio exterior;f) aplicao dos mecanismos de defesa comercial;g) participao em negociaes internacionais relati-

    vas ao comrcio exterior;h) formulao da poltica de apoio microempresa,

    empresa de pequeno porte e artesanato;i) execuo das atividades de registro do comrcio.

    X - Ministrio da Educao:a) poltica nacional de educao;b) educao infantil;c) educao em geral, compreendendo ensino funda-

    mental, ensino mdio, ensino superior, educao de jo-vens e adultos, educao profissional, educao especiale educao a distncia, exceto ensino militar;

    d) avaliao, informao e pesquisa educacional;e) pesquisa e extenso universitria;f) magistrio.

    XI - Ministrio do Esporte:

    a) poltica nacional de desenvolvimento da prticados esportes;b) intercmbio com organismos pblicos e privados,

    nacionais, internacionais e estrangeiros, voltados pro-moo do esporte;

    c) estmulo s iniciativas pblicas e privadas de in-centivo s atividades esportivas;

    d) planejamento, coordenao, superviso e avalia-o dos planos e programas de incentivo aos esportes ede aes de democratizao da prtica esportiva e inclu-so social por intermdio do esporte.

    XII - Ministrio da Fazenda:a) moeda, crdito, instituies financeiras, capitali-

    zao, poupana popular, seguros privados e previdnciaprivada aberta;

    b) poltica, administrao, fiscalizao e arrecadaotributria e aduaneira;

    c) administrao financeira, controle interno, audito-ria e contabilidade pblicas;

    d) administrao das dvidas pblicas interna e ex-terna;

    e) negociaes econmicas e financeiras com gover-nos, organismos multilaterais e agncias governamentais;

    f) preos em geral e tarifas pblicas e administradas;

    g) fiscalizao e controle do comrcio exterior;h) realizao de estudos e pesquisas para acompa-

    nhamento da conjuntura econmica;i) autorizar, ressalvadas as competncias do Conse-

    lho Monetrio Nacional:1. a distribuio gratuita de prmios a ttulo de pro-

    paganda quando efetuada mediante sorteio, vale-brinde,concurso ou operao assemelhada;

    2. as operaes de consrcio, fundo mtuo e outrasformas associativas assemelhadas, que objetivem a aqui-sio de bens de qualquer natureza;

    3. a venda ou promessa de venda de mercadorias a

    varejo, mediante oferta pblica e com recebimento ante-cipado, parcial ou total, do respectivo preo;4. a venda ou promessa de venda de direitos, inclusi-

    ve cotas de propriedade de entidades civis, tais como hos-pital, motel, clube, hotel, centro de recreao ou aloja-mento e organizao de servios de qualquer naturezacom ou sem rateio de despesas de manuteno, medianteoferta pblica e com pagamento antecipado do preo;

    5. a venda ou promessa de venda de terrenos loteadosa prestaes mediante sorteio;

    6. qualquer outra modalidade de captao antecipa-da de poupana popular, mediante promessa de con-traprestao em bens, direitos ou servios de qualquernatureza;

    7. explorao de loterias, inclusive os Sweepstakese outras modalidades de loterias realizadas por entidadespromotoras de corridas de cavalos.

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    EDIREITOA

    DMINISTRATIVO

    XIII - Ministrio da Integrao Nacional:a) formulao e conduo da poltica de desenvolvimen-

    to nacional integrada;b) formulao dos planos e programas regionais de

    desenvolvimento;c) estabelecimento de estratgias de integrao das

    economias regionais;d) estabelecimento das diretrizes e prioridades

    na aplicao dos recursos dos programas de financia-mento de que trata a alnea c do inciso I do art. 159 daConstituio Federal;

    e) estabelecimento das diretrizes e prioridades naaplicao dos recursos do Fundo de Desenvolvimento daAmaznia e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste;

    f) estabelecimento de normas para cumprimento dosprogramas de financiamento dos fundos constitucionaise das programaes oramentrias dos fundos de investi-mentos regionais;

    g) acompanhamento e avaliao dos programas inte-grados de desenvolvimento nacional;

    h) defesa civil;

    i) obras contra as secas e de infra-estrutura hdrica; j) formulao e conduo da poltica nacional de

    irrigao;1) ordenao territorial;m) obras pblicas em faixas de fronteiras.

    XIV - Ministrio da Justia:a) defesa da ordem jurdica, dos direitos polticos e

    das garantias constitucionais;b) poltica judiciria;c) direitos dos ndios;d) entorpecentes, segurana pblica, Polcias Federal,

    Rodoviria e Ferroviria Federal e do Distrito Federal;e) defesa da ordem econmica nacional e dos direi-tos do consumidor;

    f) planejamento, coordenao e administrao dapoltica penitenciria nacional;

    g) nacionalidade, imigrao e estrangeiros;h) ouvidoria-geral dos ndios e do consumidor;i) ouvidoria das polcias federais;

    j) assistncia jurdica, judicial e extrajudicial, inte-gral e gratuita, aos necessitados, assim considerados em lei;

    l) defesa dos bens e dos prprios da Unio e das entida-des integrantes da Administrao Pblica Federal indireta;

    m) articular, integrar e propor as aes do Governo

    nos aspectos relacionados com as atividades de repressoao uso indevido, do trfico ilcito e da produo no au-torizada de substncias entorpecentes e drogas que cau-sem dependncia fsica ou psquica.

    XV - Ministrio do Meio Ambiente:a) poltica nacional do meio ambiente e dos recursos

    hdricos;b) poltica de preservao, conservao e utilizao

    sustentvel de ecossistemas, e biodiversidade e florestas;c) proposio de estratgias, mecanismos e instru-

    mentos econmicos e sociais para a melhoria da qualida-de ambiental e do uso sustentvel dos recursos naturais;

    d) polticas para integrao do meio ambiente e pro-duo;

    e) polticas e programas ambientais para a AmazniaLegal;

    f) zoneamento ecolgico-econmico.

    XVI - Ministrio de Minas e Energia:a) geologia, recursos minerais e energticos;b) aproveitamento da energia hidrulica;c) minerao e metalurgia;d) petrleo, combustvel e energia eltrica, inclusive

    nuclear.

    XVII - Ministrio do Planejamento, Oramento eGesto:

    a) participao na formulao do planejamento es-tratgico nacional;

    b) avaliao dos impactos socioeconmicos das po-lticas e programas do Governo Federal e elaborao deestudos especiais para a reformulao de polticas;

    c) realizao de estudos e pesquisas para acompa-nhamento da conjuntura socioeconmica e gesto dos sis-temas cartogrficos e estatsticos nacionais;

    d) elaborao, acompanhamento e avaliao do pla-no plurianual de investimentos e dos oramentos anuais;

    e) viabilizao de novas fontes de recursos para osplanos de governo;

    f) formulao de diretrizes, coordenao das negocia-es, acompanhamento e avaliao dos financiamentosexternos de projetos pblicos com organismos multilate-rais e agncias governamentais;

    g) coordenao e gesto dos sistemas de planejamentoe oramento federal, de pessoal civil, de organizao emodernizao administrativa, de administrao de recur-sos da informao e informtica e de servios gerais;

    h) formulao de diretrizes e controle da gesto dasempresas estatais;

    i) acompanhamento do desempenho fiscal do setorpblico;j) administrao patrimonial;1) poltica e diretrizes para modernizao do Estado.

    XVIII - Ministrio da Previdncia Social:a) previdncia social;b) previdncia complementar.

    XIX - Ministrio das Relaes Exteriores:a) poltica internacional;b) relaes diplomticas e servios consulares;c) participao nas negociaes comerciais, econ-

    micas, tcnicas e culturais, com governos e entidades es-trangeiras;

    d) programas de cooperao internacional;e) apoio a delegaes, comitivas e representaes

    brasileiras em agncias e organismos internacionais emultilaterais.

    XX - Ministrio da Sade:a) poltica nacional de sade;b) coordenao e fiscalizao do Sistema nico de

    Sade;c) sade ambiental e aes de promoo, proteo e

    recuperao da sade individual e coletiva, inclusive ados trabalhadores e dos ndios;

    d) informaes de sade;e) insumos crticos para a sade;f) ao preventiva em geral, vigilncia e controle sa-

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    EDIREITOA

    DMINISTRATIVO

    nitrio de fronteiras e de portos martimos, fluviais e a-reos;

    g) vigilncia de sade, especialmente drogas, medica-mentos e alimentos;

    h) pesquisa cientfica e tecnologia na rea de sade.

    XXI - Ministrio do Trabalho e Emprego:a) poltica e diretrizes para a gerao de emprego e

    renda e de apoio ao trabalhador;b) poltica e diretrizes para a modernizao das rela-es de trabalho;

    c) fiscalizao do trabalho, inclusive do trabalho por-turio, bem como aplicao das sanes previstas em nor-mas legais ou coletivas;

    d) poltica salarial;e) formao e desenvolvimento profissional;f) segurana e sade no trabalho;g) poltica de imigrao.

    XXII - Ministrio dos Transportes:a) poltica nacional de transportes ferrovirio, rodo-

    virio e aquavirio;b) marinha mercante, portos e vias navegveis;c) participao na coordenao dos transportes

    aerovirios.

    XXIII - Ministrio do Turismo:a) poltica nacional de desenvolvimento do turismo;b) promoo e divulgao do turismo nacional, no

    Pas e no exterior;c) estmulo s iniciativas pblicas e privadas de in-

    centivo s atividades tursticas;d) planejamento, coordenao, superviso e avalia-

    o dos planos e programas de incentivo ao turismo.O CONTROLE DA ADMINISTRAO P-

    BLICA FEDERAL

    A fiscalizao contbil, financeira, oramentria,operacional e patrimonial dos rgos e entidades da Ad-ministrao Pblica Federal exercida pelo CongressoNacional, mediante Controle Externo e Controle Internode cada Poder.

    O controle exercido pelo Poder Legislativo realiza-semediante constituio de Comisses Parlamentares de In-qurito CPI e pelo Tribunal de Contas da Unio TCU.

    O Tribunal de Contas da Unio responsvel pela apre-ciao de contas, prestada pelo Presidente da Repblica edemais responsveis, por bens, valores e dinheiros pblicosdos rgos e entidades da Administrao Pblica Federal.

    No Poder Executivo, a atividade de Controle Interno efetuada, principalmente, pelo Sistema de Controle In-terno, com o apoio dos demais sistemas de atividadesauxiliares nele existentes.

    A Procuradoria Geral da Repblica tambm exercefunes de controle.

    SISTEMAS DE CONTROLE

    Os rgos centrais dos Sistemas de Controle do Po-der Executivo encontram-se localizados no Ministrio daFazenda e no Ministrio do Planejamento, Oramento eGesto e na Advocacia-Geral da Unio. Cada sistema

    possui rgos setoriais nos Ministrios e Secretarias daPresidncia da Repblica e rgos seccionais nasAutarquias e Fundaes Pblicas.

    Nos Ministrios Civis, a Secretaria Executiva exerceo papel de rgo setorial dos Sistemas de Pessoal Civil SIPEC, de Organizao e Modernizao Administrativa SOMAD, de Administrao dos Recursos de Informa-o e Informtica SISP, de Servios Gerais SISG e dePlanejamento e Oramento, por intermdio das Subse-cretarias de Assuntos Administrativos e de Planejamentoe Oramento a ele subordinados.

    Esto subordinados ao Ministrio da Fazenda os r-gos centrais do Sistema de Controle Interno e de Pro-gramao Financeira.

    Ao Ministrio do Planejamento, Oramento e Ges-to subordinam-se os rgos centrais do Sistema de Pes-soal Civil SIPEC, do Sistema de Servios Gerais SISGe do Sistema de Administrao dos Recursos de Informa-o e Informtica do Setor Pblico SISP.

    Conceito de Sistema

    um conjunto de partes interdependentes que inte-ragem entre si para a consecuo de uma mesma finali-dade.

    Na Administrao Pblica Federal, existem sistemasque servem de suporte ao funcionamento das atividadesfinalsticas dos rgos e entidades.

    Caractersticas

    So as seguintes as principais caractersticas dos sis-temas de suporte, j institucionalizados na Administra-o Pblica Federal:

    so especializados em um conjunto de atividadesda mesma natureza;

    so supridores de recursos para o funcionamentoda APF;

    possuem rgos normativos e rgos executores; atuam no sentido horizontal, ou seja, permeiam to-

    das as instituies pblicas; existe uma atividade de retroalimentao entre seus

    componentes.

    Forma de Atuao dos SistemasOs rgos integrantes dos sistemas atuam da seguin-

    te forma:

    a) Funes do rgo centralO rgo central responsvel pela formulao das

    diretrizes relativas sua rea de atuao, pela elaboraodas normas de funcionamento do sistema, pela supervi-so, coordenao e acompanhamento e avaliao daimplementao das diretrizes e aplicao das normas.

    b) Funes dos rgos setoriais e seccionaisOs rgos setoriais e seccionais planejam, acompa-

    nham, executam e avaliam as atividades inerentes a suarea especfica.

    SISTEMAS DO PODER EXECUTIVOOs principais sistemas de suporte s atividades

    finalsticas, do Poder Executivo Federal so: Sistema de Controle Interno SCI; Sistema de Planejamento e Oramento SPO;

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    Sistema de Organizao e Modernizao Adminis-trativa SOMAD;

    Sistema de Administrao dos Recursos de Infor-mao e Informtica do Setor Pblico SISP;

    Sistema de Servios Gerais SISG; Sistema de Pessoal Civil SIPEC; Sistema de Contabilidade Federal SICON.

    a) Sistema de Controle Interno

    FinalidadeO Sistema de Controle Interno do Poder Executivo

    Federal tem as seguintes finalidades: avaliar o cumprimento das metas previstas no pla-

    no plurianual, a execuo dos programas de governo edos oramentos da Unio;

    comprovar a legalidade e avaliar os resultados,quanto eficcia e eficincia, da gesto oramentria, fi-nanceira e patrimonial nos rgos e nas entidades da Ad-ministrao Pblica Federal, bem como da aplicao derecursos pblicos por entidades de direito privado;

    exercer o controle das operaes de crdito, avais egarantias, bem como dos direitos e haveres da Unio; apoiar o controle externo no exerccio de sua mis-

    so institucional.

    EstruturaEste sistema constitui-se de um rgo central, rgos

    setoriais, unidades seccionais e regionais.O rgo central a Secretaria Federal de Controle*,

    que atua atravs das seguintes unidades organizacionais: do Conselho Consultivo de Controle Interno; da Secretaria do Tesouro Nacional.As unidades seccionais de Controle Interno integram

    a Secretaria Federal de Controle e so as Secretarias deControle Interno dos Ministrios Civis, exceto no Minis-trio das Relaes Exteriores.

    As unidades regionais integram, tambm, a Secreta-ria Federal de Controle e so as Delegacias Federais deControle dos Estados.

    Faz parte ainda da Secretaria Federal de Controle aCorregedoria-Geral do Sistema de Controle Interno.

    As reas de programao financeira dos rgos daAdministrao direta so subordinadas tecnicamente Secretaria do Tesouro Nacional.

    Os rgos setoriais subordinam-se, tecnicamente, Secretaria Federal de Controle e Secretaria do Tesouro

    Nacional.

    b) Sistema de Planejamento e de Oramento

    FinalidadesO Sistema de Planejamento e de Oramento Federal

    tem por finalidade: formular o planejamento estratgico nacional; formular planos nacionais, setoriais e regionais de

    desenvolvimento econmico e social; formular o plano plurianual, as diretrizes oramen-

    trias e os oramentos anuais; gerenciar o processo de planejamento e oramento

    federal;

    * O Decreto n 4.177, de 28/3/2002, transfere para a estrutura da CorregedoriaGeral da Unio a Secretaria Federal de Controle Interno e a Comisso de

    Coordenao de Controle Interno.

    promover a articulao com os Estados, o DistritoFederal e os Municpios, visando a compatibilizao denormas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planosfederal, estadual, distrital e municipal.

    Organizao e CompetnciasO Sistema de Planejamento e de Oramento Federal

    compreende as atividades de elaborao, acompanhamen-

    to e avaliao de planos, programas e oramentos, e derealizao de estudos e pesquisas socioeconmicas.Integram o Sistema de Planejamento e de Oramento

    Federal: o Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto,

    como rgo central; rgos setoriais; rgos especficos.Os rgos setoriais so as unidades de planejamento

    e oramento dos Ministrios, da Advocacia-Geral daUnio, da Vice-Presidncia e da Casa Civil da Presidn-cia da Repblica.

    Os rgos especficos so aqueles vinculados ou su-

    bordinados ao rgo central do Sistema, cuja misso estvoltada para as atividades de planejamento e oramento.

    Os rgos setoriais e especficos ficam sujeitos orien-tao normativa e superviso tcnica do rgo central doSistema, sem prejuzo da subordinao ao rgo em cujaestrutura administrativa estiverem integrados.

    As unidades de planejamento e oramento das enti-dades vinculadas ou subordinadas aos Ministrios e r-gos setoriais ficam sujeitas orientao normativa e superviso tcnica do rgo central e tambm, no quecouber, do respectivo rgo setorial.

    O rgo setorial da Casa Civil da Presidncia da Re-

    pblica tem como rea de atuao todos os rgos inte-grantes da Presidncia da Repblica, ressalvados outrosdeterminados em legislao especfica.

    c) Sistema de Organizao e Modernizao Admi-nistrativa SOMAD

    FinalidadesSo finalidades deste sistema: definio das competncias dos rgos e entida-

    des; organizao e desenvolvimento institucional dos

    rgos da Administrao Pblica;

    racionalizao de mtodos e procedimentos admi-nistrativos;

    fuso, extino e transformao de rgos e enti-dades;

    reforma administrativa, modernizao e ordena-mento institucional.

    EstruturaO rgo central do sistema o Ministrio do Planeja-

    mento, Oramento e Gesto por intermdio da Secretariade Estado da Administrao e de Patrimnio.

    Os rgos setoriais so as Secretarias Executivas dosMinistrios Civis por intermdio das Subsecretarias deAssuntos Administrativos e das unidades que atuam narea de organizao e modernizao dos rgos da Presi-dncia e dos Ministrios Militares.

    Os rgos seccionais so as unidades que atuam nas

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    reas de organizao e modernizao administrativa dasFundaes e Autarquias.

    d) Sistema de Administrao dos Recursos de Infor-mao e Informtica SISP

    FinalidadePlanejamento, coordenao, organizao e supervi-

    so dos recursos de informao e informtica.EstruturaO rgo central do sistema o Ministrio do Planeja-

    mento, Oramento e Gesto, que atua por intermdio daSecretaria de Recursos Logsticos e do Departamento deInformao e Informtica.

    Os rgos setoriais so as Secretarias Executivas dosMinistrios Civis por intermdio das Subsecretarias deAssuntos Administrativos e das Unidades de Informticados Ministrios Militares e rgos da Presidncia.

    So rgos seccionais as reas de informtica dasautarquias e fundaes.

    e) Sistema de Servios Gerais SISG

    FinalidadePlanejamento, coordenao, organizao e supervi-

    so das atividades de: administrao de edifcios pblicos; material; transporte; comunicaes administrativas; licitaes e contratos.

    EstruturaO rgo central o Ministrio do Planejamento, Or-amento e Gesto por intermdio da Secretaria de Estadoda Administrao e do Patrimnio.

    Os rgos setoriais so as Secretarias Executivas dosMinistrios Civis por intermdio das Subsecretarias deAssuntos Administrativos e das Unidades de ServiosGerais dos Ministrios Militares e dos rgos da Presi-dncia.

    Os rgos seccionais so as unidades responsveispelas atividades de servios gerais nas autarquias e fun-daes.

    f) Sistema Pessoal Civil SIPEC

    FinalidadePlanejamento, coordenao, organizao e superviso

    das atividades de: remunerao; carreira; seguridade social; cadastro; auditoria pessoal; desenvolvimento e capacitao de pessoal; seleo e recrutamento.

    EstruturaO rgo central o Ministrio do Planejamento, Or-

    amento e Gesto da Secretaria da Administrao e doPatrimnio.

    Os rgos setoriais so as Secretarias Executivas dos

    Ministrios Civis, por intermdio das Subsecretarias deAssuntos Administrativos das reas de pessoal civil.

    g) Sistema de Contabilidade Federal SICON

    FinalidadeO Sistema de Contabilidade Federal visa a eviden-

    ciar a situao oramentria, financeira e patrimonial da

    Unio.O Sistema de Contabilidade Federal tem por finali-dade registrar os atos e fatos relacionados com a admi-nistrao oramentria, financeira e patrimonial da Unioe evidenciar:

    as operaes realizadas pelos rgos ou entidadesgovernamentais e os seus efeitos sobre a estruturado patrimnio da Unio;

    os recursos dos oramentos vigentes, as alteraesdecorrentes de crditos adicionais, as receitas previstae arrecadada, a despesa empenhada, liquidada e paga conta desses recursos e as respectivas disponibilida-des;

    perante a Fazenda Pblica, a situao de todosquantos, de qualquer modo, arrecadem receitas,efetuem despesas, administrem ou guardem bensa ela pertencentes ou confiados;

    a situao patrimonial do ente pblico e suas va-riaes;

    os custos dos programas e das unidades da Adminis-trao Pblica Federal;

    a aplicao dos recursos da Unio, por unidade daFederao beneficiada;

    a renncia de receitas de rgos e entidades federais.As operaes de que resultem dbitos e crditos de

    natureza financeira no compreendidas na execuo or-amentria sero, tambm, objeto de registro, individua-lizao e controle contbil.

    O Sistema de Contabilidade Federal compreende asatividades de registro, de tratamento e de controle dasoperaes relativas administrao oramentria, finan-ceira e patrimonial da Unio, com vistas elaborao dedemonstraes contbeis.

    Integram o Sistema de Contabilidade Federal: a Secretaria do Tesouro Nacional, como rgo

    central; rgos setoriais.

    EstruturaOs rgos setoriais so as unidades de gesto interna

    dos Ministrios, da Advocacia-Geral da Unio e da CasaCivil da Presidncia da Repblica.

    O rgo de gesto interna da Casa Civil exercer tam-bm as atividades de rgo setorial contbil de todos osrgos integrantes da Presidncia da Repblica, da Vice-Presidncia da Repblica, alm de outros determinadosem legislao especfica.

    Os rgos setoriais ficam sujeitos orientaonormativa e superviso tcnica do rgo central do Sis-tema, sem prejuzo da subordinao ao rgo em cujaestrutura administrativa estiverem integrados.

    Compete s unidades responsveis pelas atividadesdo Sistema de Contabilidade Federal:

    manter e aprimorar o Plano de Contas nico daUnio;

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    DMINISTRATIVO

    estabelecer normas e procedimentos para o ade-quado registro contbil dos atos e dos fatos da ges-to oramentria, financeira e patrimonial nos r-gos e nas entidades da Administrao PblicaFederal;

    com base em apuraes de atos e fatos inquinadosde ilegais ou irregulares, efetuar os registros perti-nentes e adotar as providncias necessrias

    responsabilizao do agente, comunicando o fato autoridade a quem o responsvel esteja subordi-nado e ao rgo ou unidade do Sistema de Con-trole Interno;

    instituir, manter e aprimorar sistemas de informa-o que permitam realizar a contabilizao dos atose fatos de gesto oramentria, financeira epatrimonial da Unio e gerar informaes geren-ciais necessrias tomada de deciso e supervi-so ministerial;

    realizar tomadas de contas dos ordenadores dedespesa e demais responsveis por bens e valores

    pblicos e de todo aquele que der causa a perda,extravio ou outra irregularidade que resulte danoao errio;

    elaborar os Balanos Gerais da Unio; consolidar os balanos da Unio, dos Estados, do Dis-

    trito Federal e dos Municpios, com vistas elabora-o do Balano do Setor Pblico Nacional;

    promover a integrao com os demais Poderes eesferas de governo em assuntos de contabilidade.

    ADMINISTRAO PBLICA INDIRETA (DESCENTRA-LIZAO)

    Espcies e Atributos

    As pessoas jurdicas que integram a Administraoindireta da Unio autarquias, fundaes pblicas, em-presas pblicas e sociedades de economia mista apre-sentam trs pontos em comum: autonomia, personalida-de jurdica e patrimnio prprio. A autarquia, pessoa ju-rdica de direito pblico, realiza um servio destacado daAdministrao direta, exercendo, assim, atividades tpi-cas da Administrao Pblica; a fundao pblica, tam-bm pessoa jurdica de direito pblico, realiza atividadesapenas de interesse pblico; a empresa pblica, pessoa

    jurdica de direito privado, revestindo qualquer das for-mas admitidas em Direito, com capital exclusivo da Unio,tem por finalidade a explorao de atividade econmicapor fora de contingncia ou de convenincia adminis-trativa; a sociedade de economia mista, pessoa jurdicade direito privado, constituda sob a forma de sociedadeannima e sob o controle majoritrio da Unio ou de ou-tra entidade da Administrao indireta, tem tambm porobjetivo a explorao de atividade econmica.

    A vinculao das entidades da Administrao indire-ta aos Ministrios traduz-se pela superviso ministerial,que tem por objetivos principais a verificao dos resul-tados, a harmonizao de suas atividades com a poltica ea programao do Governo, a eficincia de sua gesto e amanuteno de sua autonomia administrativa, operacionale financeira, atravs dos meios de controle.

    Administrao Indireta

    composta por entidades que possuem personalida-de jurdica prpria, e so responsveis pela execuo deatividades de Governo que necessitam ser desenvolvidasde forma descentralizada.

    As entidades da Administrao indireta vinculam-seao Ministrio em cuja rea de competncia enquadra-se

    sua principal atividade e classificam-se em Autarquias,Fundaes Pblicas, Empresas Pblicas e Sociedades deEconomia Mista.

    a) AutarquiasEntidade criada por lei especfica, com personalida-

    de jurdica de direito pblico, patrimnio e receitas pr-prios, para executar atividades tpicas da AdministraoPblica de natureza administrativa, que requeiram, paraseu melhor funcionamento, gesto administrativa e finan-ceira descentralizada.

    Exs.: INSS Instituto Nacional do Seguro Social.BACEN Banco Central do Brasil.

    b) Fundao pblicaEntidade dotada de personalidade jurdica de direito

    pblico ou de direito privado, sem fins lucrativos, criadaem virtude de lei autorizativa e registro em rgo compe-tente ou por lei especfica, para o desenvolvimento deatividades que no exijam execuo por rgos ou enti-dades de direito pblico, com autonomia administrativa,patrimnio prprio gerido pelos respectivos rgos dedireo, e funcionamento custeado por recursos da Unioe de outras fontes. Caber a Lei Complementar dizer asua rea de atuao (art. 37, XIX, CF).

    Exs.: IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Apli-

    cada.ENAP Fundao Escola Nacional de Administra-o Pblica.

    c) Empresa pblicaEntidade dotada de personalidade jurdica de direito

    privado, com patrimnio prprio e capital exclusivo doGoverno, criada para explorao de atividade econmicaque o Governo seja levado a exercer por fora de contin-gncia ou convenincia administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas societrias admitidas em direito.

    Exs.: ECT Empresa Brasileira de Correios e Te-lgrafos.

    EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesqui-sa Agropecuria.

    d) Sociedade de economia mistaEntidade dotada de personalidade jurdica de direito

    privado, instituda mediante lei autorizadora e registro emrgo prprio para explorao de atividade econmica,sob a forma de sociedade annima, cujas aes com di-reito a voto pertenam, em sua maioria absoluta, Unio(se Federal) ou a entidade da Administrao indireta.

    Exs.: PETROBRAS Petrleo Brasileiro S.A.BB Banco do Brasil S.A.

    Caractersticas Comuns s Entidades da Adminis-trao Indireta:

    I - so pessoas administrativas (no legislam);

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    DMINISTRATIVO

    II - possuem autonomia administrativa e financeira,mas no poltica;

    III - possuem patrimnio e personalidade prprios;IV - sujeitam-se licitao (Lei n 8.666/93);V - vinculadas aos rgos da Administrao direta;VI - produzem atos de administrao e atos adminis-

    trativos;VII - a elas se aplica a vedao constitucional para

    acumulao de cargos pblicos (art. 37, XVII, da Consti-tuio Federal);VIII - o ingresso em seus quadros dar-se- por con-

    curso pblico (art. 37, II da Constituio Federal);IX - seus atos gozam de presuno de veracidade,

    auto-executoriedade e imperatividade;X - o seu pessoal agente pblico.

    Caractersticas ou Atributos Comuns sAutarquias e Fundaes:

    I - possuem personalidade jurdica de direito pbli-co, sendo que as Fundaes podero ser criadas com per-

    sonalidade jurdica de direito privado;II - criadas sem fins lucrativos;III - seu pessoal servidor pblico regido pela Lei

    n 8.112/90, quando federais;IV - gozam de imunidade de impostos e outros privi-

    lgios como impenhorabilidade de seus bens;V - tm suas causas julgadas pela Justia Federal, exceto

    as de acidente de trabalho e as sujeitas Justia Eleitoral e Justia do Trabalho (Vide arts. 109 e 144 da CF).

    Exs.:EMBRATURUSP especiais

    BACENAUTARQUIAS CNENCVMINSS

    FNSIBGE

    FUNDAES IPEAFUNAIFIOCRUZ

    A principal diferena entre as autarquias e fun-

    daes est na finalidade. Enquanto as autarquias rea-lizam atividades tpicas de Estado (administrativas),as fundaes desempenham atividades atpicas deEstado: assistncia social, recreativa e educativa (ca-rter social), pesquisa e estudos tcnicos (IBGE,IPEA, etc.).

    Caractersticas ou Atributos Comuns sEmpresas Pblicas e s Sociedades de Economia Mista:(Empresas Estatais)

    I - possuem personalidade jurdica de direito privado;II - so empresas estatais ou governamentais;III - podem ter lucro (supervit);IV - podem explorar atividades de natureza ecno-

    mica e at industrial;

    V - seu pessoal empregado pblico, regido pelaCLT;

    VI - suas causas trabalhistas so julgadas pela justiado trabalho;

    VII - as exploradoras de atividades econmicas po-dem vir a falir.

    A principal diferena entre elas est na formao do

    capital social. Enquanto nas sociedades de economiamista a maioria absoluta, no mnimo, do capital votante(50% + uma ao ordinria) pertence ao Poder Pblico;nas empresas pblicas de 100% a participao do Es-tado na formao do capital.

    Obs.: As sociedades de economia mista so criadas so-mente sob a forma de S.A., regidas por Estatuto So-cial, sendo que se prestadoras de servios no sesujeitam falncia, podendo seus bens serem pe-nhorados e executados e a Controladora responde-r, subsidiariamente, pela Controlada.Exs.:

    ECTCEF

    EMPRESAS EMBRAPAPBLICAS CASA DA MOEDA DO BRASIL

    SERPRORADIOBRS

    BANCO DO BRASILSOCIEDADES DE

    BANCOS ESTADUAISECONOMIA MISTA

    PETROBRAS

    ORGANIZAES SOCIAIS (LEI N 9.637, DE 15/5/98)

    So entidades paraestatais dotadas de personalidadejurdica de direito privado, sem fins lucrativos, cujos ati-vidades estatutrias sejam dirigidas ao ensino, pesqui-sa cientfica, ao desenvolvimento tecnolgico, prote-o e preservao do meio ambiente, cultura e sade.

    Organizao Social (OS) uma qualificao, um t-tulo, que a Administrao outorga a uma entidade priva-da, sem fins lucrativos, para que ela possa receber deter-minados benefcios do Poder Pblico (dotaesoramentrias, isenes fiscais, etc.) para a realizao

    de atividades necessariamente de interesse coletivo.O objetivo da criao das Organizaes Sociais foi

    encontrar instrumento que permitisse a transferncia paraelas de certas atividades exercidas pelo Poder Pblico eque melhor seriam pelo setor privado. Trata-se, na ver-dade, de uma forma de parceria, com a valorizao doterceiro setor, ou seja, servio de interesse pblico, masque no necessite ser prestado pelos rgos e entidadesgovernamentais.

    As pessoas qualificadas como organizaes sociaisdevem portanto, observar trs fundamentos principais:

    1) devem ter personalidade jurdica de direito pri-vado;

    2) no podem ter fins lucrativos; e3) devem destinar-se ao ensino, cultura, sade,

    pesquisa cientfica, ao desenvolvimento tecnolgico e preservao do meio ambiente.

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  • 8/3/2019 Apostila Vestcon - Concurso PRF, Direito Administrativo

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    NOESD

    EDIREITOA

    DMINISTRATIVO

    O instrumento que permitir a qualificao pelo Po-der Pblico das entidades em Organizaes Sociais oContrato de Gesto para o fim de formar a parcerianecessria ao fomento das atividades j mencionadas.

    O Projeto Organizaes Sociais, no mbito do Pro-grama Nacional de Publicizao (PNP), tem como obje-tivo permitir a publicizao de atividades no setor de pres-tao de servios no-exclusivos, baseado no pressupos-

    to de que esses servios ganharo em qualidade: serootimizados mediante menor utilizao de recursos, comnfase nos resultados, de forma mais flexvel e orienta-dos para o cliente-cidado mediante controle social.

    As atividades estatais publicizveis, aquelas no-exclusivas de Estado, correspondem aos setores onde oEstado atua simultaneamente com outras organizaesprivadas, tais como educao, sade, cultura e proteoambiental.

    Organizaes Sociais (OS) so um modelo de orga-nizao pblica no-estatal destinado a absorver ativida-des publicizveis mediante qualificao especfica.Trata-se de uma forma de propriedade pblica no-esta-

    tal, constituda pelas associaes civis sem fins lucrati-vos, que no so propriedade de nenhum indivduo ougrupo e esto orientadas diretamente para o atendimentodo interesse pblico.

    As OS so um modelo de parceria entre o Estado e asociedade. O Estado continuar a fomentar as atividadespublicizadas e exercer sobre elas um controle estratgi-co: demandar resultados necessrios ao atingimento dosobjetivos das polticas pblicas. O contrato de gesto oinstrumento que regular as aes das OS.

    As OS tornam mais fcil e direto o controle social,por meio da participao nos conselhos de administrao

    dos diversos segmentos representativos da sociedade ci-vil, ao mesmo tempo que favorece seu financiamento viacompra de servios e doaes por parte da sociedade.