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Nº 1 – Ano 1 – Fevereiro/2011 A importância do contador de histórias: conceitos e métodos de trabalho DIVISÃO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA A INFÂNCIA

Apostila_O lúdico de contar histórias

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Nº 1 – Ano 1 – Fevereiro/2011

A importância do contador de histórias: conceitos e métodos de trabalho

DIVISÃO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS PARA A INFÂNCIA

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Apresentação

Prezados professores,

É com grande satisfação que iniciamos o ano de 2011, com mais um projeto elaborado com o objetivo de auxiliar na convivência pedagógica. O presente material, foi elaborado pensando em auxiliar todos aqueles que possuem a maravilhosa responsabilidade de contar histórias e para aqueles que ainda estão começando.

A partir deste ano, o BLOG conta com a ajuda de professores que estão responsáveis por divisões do BLOG, esta apostila foi desenvolvida com o apoio da Divisão de Práticas Educativas para a Infância. Este mês, estaremos falando sobre a importância da contação de histórias na vida das crianças. As histórias sempre fizeram parte da nossa vida, todos nós construímos a nossa história, dependendo de nossas escolhas.O contador de histórias é um personagem mágico que traz a todos maravilhosas histórias que contemplam e contribuem para as diversas áreas do conhecimento. Esta apostila está dividida em seis conceitos básicos que trazem uma síntese do lúdico de contar histórias e técnicas importantes, mas, não se prenda somente ao material, crie e invente seus próprios métodos, afinal, se os métodos atuais não tivessem sido criados pedagogicamente, não existiriam ainda.

Espero que através desta apostila você tenha ideias, sugestões e reflexões que ajudem você a construir o conhecimento; e mais ainda estaremos fazendo neste novo ano.

Carlos AlexandreCOORDENADOR – BLOG CRIE PROJETOS

Agradecimentos:

Agradeço a Profª Magali Paiva, minha grande amiga, pela consulta e uso de conceitos importantes de sua autoria, para complementar o conteúdo desta apostila.

SUMÁRIO

1º Conceito - Contando histórias..........................................02

2º Conceito – Preparação para a história.................................03

3º Conceito – Recursos visuais.............................................05

4º Conceito – Recursos para contar histórias.............................07

5º Conceito – Conhecendo a criança.......................................09

6º Conceito – Tipos de histórias...........................................12

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1º Conceito

O contador e a história

O contador de histórias torna-se um ator muito importante na infância das crianças e na construção de sua aprendizagem. O contador de histórias cria um ambiente mágico, onde as crianças criam sua própria imaginação.

Todos que realizam essa importante tarefa, possuem seus segredos, todo contador possui seus segredos que utiliza ao contar uma história.

A história deve ser contada tendo em vista a faixa-etária das crianças, de preferência deve ser narrada e não lida.

Todas as pessoas têm capacidade para contar histórias. Para isto, devem se preparar, pois contar histórias é muito mais técnica do que dom.

Credo dos contadores de história

>Creio que a imaginação pode mais que o conhecimento; >Que os sonhos podem mais que os fatos; >Que a esperança sempre vence a experiência; >Que só o riso cura a tristeza; >E creio que o amor pode mais que a morte.

Como contar uma história

>A história deve escolhida tendo em vista a faixa-etária das crianças que serão atendidas; >Ao contar uma história de preferência deve ser narrada e não lida;

>Deve ser escolhida uma história de que você goste muito e deseja contar;>Leia essa história muitas vezes;>Feche os olhos e imagine o cenário, os personagens, o tempo...;>Escolha a voz para o narrador e para os personagens da história;>Exercite seu poder de concentração;>Tenha cuidado com sua postura e os vícios de linguagem;>Conte para alguém antes de contar para todo o mundo;>Na hora de contar, olhe para todos: o olhar diz muita coisa;>Seja natural, deixe falar o seu coração e seduza o ouvinte para que ele deseje

ouvir novamente.

Contando histórias

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2º Conceito

É muito importante que você esteja preparado antes e quando começar a história que você irá contar para as crianças. Segue abaixo algumas dicas que irão ajudar:

1. O bom contador de deve observar:

• O local;• A luminosidade;• O conforto, o silêncio;• A atenção;• Os elementos mágicos;• A surpresa;• A escolha e o preparo da história.

2. Uso da voz:

• Deve-se ter cuidado de falar com um volume que seja audível, porém que não irrite ou comprometida à atenção do publico;

• O narrador deverá prestar atenção à dicção, pronunciar bem cada sílaba, não “engolir” as finais. A velocidade com a qual se fala poderá ser pouco, mais pausada do que o normal; em momentos especiais, ela poderá ser mais rápida, o que passará a sensação de medo, de atenção: falar mais devagar passará a sensação de calma;

• A Tonalidade da voz mais fina ou mais grossa para criar as vozes dos personagens;• Conte com suas próprias palavras, deixe a imaginação funcionar, isto é o que cria a

mágica e não malabarismo da memória;• Se der “branco” em sua memória continue. Não fale mal, nem se desculpe.

Continue descrevendo detalhes de cores, locais etc. Isso estimula a imaginação e ajuda a memória. Ou então, faça uma pausa, olhando todos nos olhos, como para levantar suspense (não olhe para o chão) Improvise!

Preparação para a história

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3. Duração da Narração

• A narração não deve se entender mais que dez ou quinze minutos;• Ao final é importante dar oportunidade das crianças perguntarem (participação

ativa);• É interessante fazer alguma atividade após a narração: desenhos, colagens,

continuação da história pelas crianças etc;• Após as crianças você pode pedir que elas escrevam aquilo que se lembram da

história ou descrever a história com suas próprias palavras.

4. Expressão facial ou corporal

• A história deve ser contada calmamente, porém com ritmo e entusiasmo;• A narração pode ser acompanhada de expressão, uma careta, um olhar apaixonado,

uma cara de indagação. Claro que isso não é fácil e nem espontâneo para todas as pessoas. Os gestos ajudam, dão ênfase, prendem a atenção dos ouvintes, mas não podem ser exagerados;

• Os recursos de expressão corporal e facial devem ser deixados para quando a história chegar ao seu momento culminante (clímax).

5. Imaginação: use expressões que motivem que você está usando a sua imaginação, como: talvez, é possível, eu acho, pode ser etc. Fique dentro do limite da lógica. Pergunte a si mesmo: “O que logicamente poderia acontecer neste caso?”

6. Diálogo: Deixe as pessoas da história falarem por si mesmas quando for possível. Você deve se tornar um personagem. Mude a voz para cada personagem.

7. Efeito sonoro e expressão facial: Se o acontecimento da história é triste, então faça uma voz e expressão de tristeza. Se for alegre, faça uma voz e expressão de alegria e, assim, sucessivamente. Você poderá usar também fundos musicais e outros efeitos sonoros.

8. Ação e gestos com as mãos: É importante que você utilize gestos e movimentos para representar a história, personagens, clima da história etc. Seus gestos com as mãos ou seus movimentos com o corpo vão despertar ainda mais a imaginação dos pequenos e a curiosidade pela história.

9. Ritmo e tom de voz: se a ação da história é muito emocionante então deve-se falar mais rápido e alto; mas se a ação é mais triste ou séria, fala-se mais baixo e mais devagar. Isto ajuda a criar a emoção que você quiser. Nunca conte uma história muito comprida. Lembre-se que as crianças prestam atenção somente por poucos minutos. Se for comprida demais, eles vão começar a se mexer, a falar e a perder o entusiasmo.

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3º Conceito

Os recursos visuais fazem toda a diferença no momento da história. As crianças prestam mais atenção na história, prendem sua atenção e dependo do recurso, conseguem fixar

ainda mais a história contada. Abaixo estão alguns exemplos de recursos visuais e audiovisuais:

Fantoches Álbum seriado TV de papelão

Mural de pregas Cartaz surpresa Boneca de pano

Quadro negro ou lousa branca Mural com figuras, avisos ou letras do alfabeto animadas

Recursos visuais

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Utilizando os recursos visuais:

Fantoches – O fantoche é um excelente recurso para contar histórias. São bonecos articulados ou feitos de materiais reciclados (caixa de leite, garrafa, caixinha de suco etc.) que possibilitam ao contador de histórias mexer com a imaginação das crianças. O fantoche é um ser mágico, ele se transforma num personagem da histórias ou conta ela para as crianças.

Álbum seriado – o álbum seriado pode ser montado com a utilização de diversos cartazes (cartolina ou Papel 40k). Ao contar uma história, você pode desenhar nos cartazes os personagens e escrever os acontecimentos da história (7 a 10 anos) ou somente desenhar os personagens da história (4 a 6 anos). Conforme for contado à história, vá virando os cartazes e consiga despertar a curiosidade das crianças.

TV de papelão – é um recurso muito simples, trata-se de uma caixa de papelão encapada com papel colorido (crepom, cartolina, EVA etc.), dentro estão dois rolos de papel toalha e um rolo de folha branca com a história e os desenhos dos personagens. Este recurso chama muita atenção das crianças pequenas, por conta do uso de diversas cores na sua confecção.

Murais – os murais são um ótimo recurso, principalmente quando estão fixos num só lugar e em ponto estratégico. Podem ser coladas nos murais várias figuras (animais, cidades etc), gravuras, trabalhos manuais feitos pelas crianças, avisos, indicação de livros, nomes das crianças da turma, proposta de organização da aula etc. Você pode construir com as crianças o seu próprio mural.

Cartaz Surpresa – Trata-se de um cartaz (cartolina, papel 40k) aonde o contador de histórias irá mostrar para as crianças o título da história e/ou os personagens que fazem parte da história conforme for sendo contada. É importante que você desenhe os personagens no cartaz, as crianças precisam saber que a mesma história, pode ser contada de diferentes maneiras e desenhos de personagens diferentes.

Boneco de pano – É interesse confeccioná-lo com as crianças. O boneco pode possuir a altura de uma criança de 4 ou 5 anos, assim você pode contar a história para as crianças abraçando o boneco. Não se esqueça de apresentá-lo sempre para elas, invente um nome para ele (boneco). Logo após a contação de histórias, deixe as crianças manipularem o boneco e até mesmo recontar a história para seus colegas.

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4º Conceito

1. Fantoche: os bonecos devem possuir traços exagerados, tipo caricatura. A sua caracterização deve ser diferenciada da figura humana para que possa se comunicar com o público e possibilitar o clima de imaginação. Você pode usar um boneco que tenha nome para receber as crianças, conversar com elas o com outros fantoches, ensinar músicas, contar a história e fazer anúncios. Quando, porém, os bonecos estiverem representando personagens, não deverão conversar com a plateia.

Há vários movê-los de fantoches; e você pode aproveitar todos para que as crianças possam confeccioná-los e manipulá-los. Segue abaixo alguns tipos de fantoches:

OBS.: Ao terminar de contar a história, deixe as crianças manipularem os fantoches ou bonecos. Deixe que elas também dramatizem a história, isso vai contribuir para a imaginação e a fixação da história contada.

.Saco de papel;

.Vara;

.Meia;

.Dedoche;

.Prato de papel;

.Cabo de vassoura;

.Rolo de papel higiênico;

.Colher de pau;

.Frutas ou legumes;

.Copos descartáveis;

.Caixa de leite;

.Copos de iogurte;

.Mão;

.Luva;

.Frutas;

.Retalhos de tecido.

Recursos para contar histórias

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2. Participação ativa por parte das crianças: durante a contação de histórias, são comuns em algum momento da história, as crianças se sentirem atraídas. Nesse sentido, deixe-os se expressar, não os interrompa durante a sua fala, ao contrário, concorde com as palavras ditas por eles que você julgue que faz parte do andamento da história. Fazendo isso, você irá conquistar ainda mais a confiança deles.

3. Gestos: é importante que você faça gestos para motivar a imaginação das crianças. Quando os personagens da história fizerem alguma ação (ir à escola, ir ao parque etc) ou tiverem alguma reação (tristeza, alegria) tente reproduzir no momento da história para que eles assim possam participar ativamente.

4. Flanelógrafo e figuras: o flanelógrafo também pode ser usado para contar a história. O flanelógrafo confeccionado manualmente chama muita atenção das crianças. Deixe que as crianças mexam no flanelógrafo ao final das histórias, pois são utilizados tecidos que no momento são desconhecidas por elas, as cores utilizadas também chamam a atenção, a flexibilidade dos personagens ao grudar no flanelógrafo etc.

5. Visualização: Durante a história, o uso de recursos visuais auxilia o contador de histórias e cria um ambiente mais aconchegante e desperta à imaginação. É importante que você faça uma variação nos seus métodos para contar as histórias, explorando sua criatividade, pois as crianças apreciam a variedade e se cansam das repetições monótonas. Existem vários métodos de visualização: flanelógrafo, cartazes, retroprojetor, vídeo, objetos, mapas, fantoches etc. As histórias visualizadas são importantes, por que:

• Prendem a atenção das crianças;• Esclarecem a mensagem passada na história;• Fixa o ensino na mente da criança;• Fazem construir a imaginação.

Ao separar seus recursos visuais, leve em consideração alguns princípios:

• Se não provocam um ambiente de conflito entre elas durante a história;• Se prendem a atenção das crianças;• Podem ser manuseados com facilidade;• Se estão visíveis para todas as crianças;• Se chamam a atenção das crianças durante a história;• Contribuem para a fixação da história (personagens e tema);• Observar a participação das crianças durante a história.

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5º Conceito

A seguir, iremos apresentar as características das crianças de 4 à 10 anos. É muito importante que o contador de histórias conheça seu público-alvo, para se preparar

com antecedência para este momento.

A criança de 4 e 5 anos

É a idade em que a criança está bem ativa. Gosta de fazer perguntas e tudo que saber, ajudado por uma imaginação muito fértil. Começa a relacionar informações e seu vocabulário está bem mais rico. Aprende fácil e já tem noção de quando erra. Aprecia música com ritmos; é uma grande imitadora; gosta de cooperar e fazer demonstração do que sabe fazer. A criança nessa fase cansa-se com muita facilidade. Por essa razão, deve-se proporcionar a ela atividades variadas e rápidas, pois a sua capacidade de concentração não passa de 10 a 12 minutos. Considerando todas essas características, vejamos os métodos mais apropriados para aplicar o ensino:

a) demonstrativo – é ensinar fazendo, dando exemplos, mostrando objetos. Se lhe mostramos alguma coisa e perguntarmos para que serve, ela saberá responder. Nessa fase, a criança é uma grande imitadora e o método de dramatização é muito bem aceito, respeitando, é claro, os limites próprios da idade: poucos personagens e duração de 10 a 12 minutos.

b) Perguntas e respostas – este método desperta interesses e pode ser usado no começo e no fim da contação de histórias.

c) Recursos audiovisuais – nesta idade podemos usar variedades de recursos como:

• Fantoches: existem variedades de modelos. Prefira os bonecos com mais detalhes e movimento.

• Cartazes: as figuras já podem ter mais detalhes e muita cor para atrair a atenção no momento da história

• Flanelógrafo: basicamente consta de uma flanela bem esticada e figuras em cujo verso também coloca-se flanela, para que uma grude na outra. É um recurso bem conhecido

• Álbum seriado: é uma variedade dos cartazes. Só podem ser usadas figuras, porque ainda não são alfabetizadas.

Conhecendo a criança

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• TV de Papelão: desperta bastante interesse, mas não podemos esquecer que o tempo de atenção é limitador, assim a sua capacidade de retenção, por isso continua sendo poucos personagens e uma só mensagem.

• Caixa de areia: é um recurso com muita versatilidade. Ora pode ser um mar turbulento ou de águas calmas cheias de peixinhos, ou uma bela floresta cheia de árvores e animais.

• Trabalhos manuais: recorte, pintura a dedo, pintura a guache, trabalho com massinha de modelas, pintura com lápis de cor, pintura com giz de cera etc.

A criança de 6 e 7 anos

Como todas as outras, esta é uma idade muito gostosa de trabalhar. Tem muita vitalidade e muita coisa o diferencia das etapas anteriores. Já tem controle de seus músculos e de todo o seu corpo. Tem muito boa memória e sua capacidade de concentração já passou para 20 minutos. Tem noção de fracasso, por isso se irrita se algo sai errado. Já compreende bem as coisas, portanto, tem condições de fazer julgamentos com relação à verdade e à mentira, à realidade e à aparência. É muito cooperadora. Sabendo pedir ou motivar, podemos contar com seu total apoio; só que ela gosta de sugestões e não de ordens. Ela precisa se comunicar a toda hora, é difícil de guardar só para si tudo o que está descobrindo.

Métodos de Ensino:

• Flanelógrafo – este recurso agora pode ser usado com muitas figuras e ser rico em detalhes, pois nesta fase a criança já tem capacidade de concentração bem maior que, como já vimos, chega há 20 minutos ou mais;

• Fantoches – nessa faixa-etária podem ser usados modelos bem simples como os que as próprias crianças preparam;

• Quadro negro – é um recurso que eles gostam muito de usar;• Pintura em cartolina – utilize lápis de cor ou giz de cera. Como gostam de

trabalhar em grupo, use uma cartolina para cada grupo de quatro crianças;• Mosaico – fazer o contorno do desenho e encher com papel colorido, pedaços de

revista, retalhos de tecido e também fios de lã. O mais importante é que ela se sinta livre para criar;

• Recursos audiovisuais e trabalhos manuais – os mesmos das crianças de 4 e 5 anos.

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A criança de 8, 9 e 10 anos

É uma faixa etária muito saudável, praticamente não cresce. Imaginemos quanta energia concentrada existe. Tem um perfeito controle muscular. É investigadora, quer aprender tudo, gosta de ler, sendo a melhor fase para desenvolver o hábito da leitura. Tem boa memória. Já consegue equilíbrio entre realidade e imaginação. Tem bastante senso de humor e gosta muito de colecionar, fazendo isso de uma forma bem organizada

Aprecia ouvir grandes verdades ditas com humor através de uma piada. É uma fase em que a competição é muito marcante, é briguento e barulhento. Não gosta do sexo oposto e acaba sempre rindo dos outros. Nessa fase a criança acha que sabe muito sobre o mundo. Muitos já meçam a indagar com seriedade: “Por que vivemos?” “De onde vim?” “Para onde vou”? Ela passa a assumir os valores e crenças de seus pais e, em menor extensão, os de sua escola. Tem interesse de saber e deseja aprender. É importante destacar, valendo para todas as idades, que cada criança tem um temperamento distinto e o seu próprio ritmo de desenvolvimento.

Métodos de trabalho

• Perguntas e respostas;• Narrativo;• Métodos de tarefas (aprender fazendo: trabalho

de pesquisa, de redação e manual);• Recursos audiovisuais – flanelógrafo, quadro

negro, fantoches, cartaz de prega, cartaz surpresa e álbum seriado.

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6º Conceito

1. Contos: São histórias inventadas por alguém. Existem também os contos tradicionais que são aquelas histórias que ninguém sabe ao certo quem inventou e que são transmitidas de geração em geração e muitas vezes ficam conhecidas por algum autor que criou a sua versão da história e a reinventou.

2. Fábulas: São pequenas histórias escritas para transmitir algum ensinamento de vida. Fábula é uma narrativa alegórica, em forma de prosa ou verso, cujos personagens são geralmente animais que sustentam um diálogo, cujo desenrolar reflete uma lição de moral, característica essencial dessa. A temática é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade sobre a astúcia e a derrota de presunçosos.

3. Narrativas: A narração está vinculada à nossa vida, pois sempre temos algo a contar. Narrar é relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictícios, vividos por indivíduos, envolvendo ação e movimento. A narrativa impõe certas normas:

a) o fato: que deve ter sequência ordenada; a sucessão de tais sequências recebe o nome de enredo, trama ou ação;b) a personagem;c) o ambiente: o lugar onde ocorreu o fato;d) o momento: o tempo da ação

Em qualquer narrativa estarão sempre presentes o fato e o personagem, sem os quais não há narração. Na composição narrativa, o enredo gira em torno de um fato acontecido. Toda história tem um cenário onde se desenvolve. Desta forma, ao enfocarmos a trama, o enredo, teremos obrigatoriamente, de fazer descrições para caracterizar tal cenário. Assim, acrescentamos: narração também envolve descrição.

4. Crônica: É uma narração, segundo a ordem temporal. O termo é atribuído, por exemplo, aos noticiários dos jornais, comentários literários ou científicos, que preenchem periodicamente as páginas de um jornal. Crônica é um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.

Tipos de histórias

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5. Folclore (Lendas): Folclore é o conjunto de manifestações de caráter popular de um povo, ou seja, é o conjunto de elementos artísticos feitos do povo para o povo, sempre ressaltando o caráter tradicional destas representações transmitidas de uma geração para outra por meio da prática.

O folclore varia bastante de um país para o outro e, até mesmo, dentro de um Estado. As diferenças entre as regiões são muito grandes. No caso do Brasil, o folclore foi resultado da união da Cultura a partir da miscigenação de três povos (Europeu, Africano, Ameríndio). O que resultou é que em muitas regiões brasileiras o folclore é muito diferente, pois devido às influências de cada um destes povos formadores do Brasil, algumas regiões apresentam maior tendência a uma determinada origem. As crianças gostam muito das lendas folclóricas, você pode também dramatizar a história, ao invés, de contá-la somente.

6. História em Quadrinhos (HQ): as histórias em quadrinhos começaram no Brasil no século XIX, adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias em quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editoral dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo comics dos super-herois americanos é o predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. Seria interessante, você construir com as crianças um HQ, de algum tema que elas gostam.

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