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Língua Portuguesa Otavio Henrique Meloni ENSINO MÉDIO

Apostila_Portugu_s_1-6

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  • Lngua PortuguesaOtavio Henrique Meloni

    ENSINO MDIO

  • FICHA TCNICA

    COORDENAO EDITORIALLuis do Amaral

    COORDENAO PEDAGGICA E REVISOSimone Zattar

    CAPA, PROJETO GRFICO E DIAGRAMAOexpression|SGI

    Meloni, Otavio HenriqueEJA Educao de Jovens e Adultos /Otavio Henrique Meloni - Curitiba, PR: Maximus, 2009.294 p.

    ISBN 978-85-60177-03-5

    1. Lngua Portuguesa. 2. Literatura. I. EJA Educao de Jovens e Adultos

    COPYRIGHT - 2009 - MAXIMUS EDITORA

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  • 3Apresentao

    A apostila que voc comea a estudar agora tem com principal intuito demonstrar como utilizamos a lngua portuguesa em nosso cotidiano. Com isso, pretendemos que voc perceba em cada aula que todas as regras ou conceitos de que a lngua dispe so constantemente aplicados por ns todos os dias nas situaes mais simples de nossas vidas como comprar o jornal, debater o futebol com os amigos, trocar receitas, utilizar a internet ou o telefone, alm das cartas e bilhetes que escrevemos diariamente. Todas essas atividades, aliadas ao nosso pensamento e a capacidade que possumos de raciocinar e refletir sobre os acontecimentos do mundo fundamental para percebermos as aplicaes prticas dos contedos da lngua portuguesa. Portanto, leia com ateno os textos que antecedem as aulas iniciais e retorne neles sempre que julgar necessrio para encontrar, identificar e classificar os conceitos que est aprendendo. Lembrese sempre de que um bom leitor um bom escritor. Veja o poema de Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas de nossa lngua:

    O poeta nos mostra que existem duas formas distintas da lngua portuguesa: uma a que falamos e nos comunicamos, outra a que encontramos nas regras e conceitos gramaticais. Mas as duas podem e devem andar juntas e isso que vamos fazer juntos, a partir de agora: unificar a lngua falada que voc j domina a lngua portuguesa escrita, demonstrando que voc j conhece a maioria desses conceitos e os aplica todos os dias em sua vida.

    Bons estudos!

    AULA DE PORTUGUS

    a linguagemna ponta da lngua to fcil de falare de entender

    a linguagemna superfcie estrelada de letrassabe l o que ela quer dizer?

    professor Carlos Gis: ele quem sabee vai desmatando

    o amazonas de minha ignorncia figuras de gramtica, esquisitas e simpticasatropelam-me, aturde-me, sequestra-me

    j esqueci a lngua em que comiaem que pedia para ir l foraem que levava e dava pontapa lngua, breve lngua entrecortada do namoro com a prima

    o portugus so dois: o outro, mistrio

    Carlos Drummond de Andrade

  • 4Sumrio

    Sum

    rio

    Mdulo 1 Ortografia ....................................................................................................5Mdulo 2 Acentuao grfica ................................................................................13Mdulo 3 Classes de palavras ...............................................................................21Mdulo 4 Classes de palavras ...............................................................................30Mdulo 5 O Verbo .....................................................................................................34Mdulo 6 Conjugao Verbal .................................................................................42Mdulo 7 Interpretao de textos .........................................................................47Mdulo 8 Construindo um bom texto ..................................................................54Mdulo 9 Concordncia Nominal ..........................................................................61Mdulo 10 Concordncia Verbal .............................................................................66Mdulo 11 Regncia Verbal ......................................................................................72Mdulo 12 Regncia Nominal ..................................................................................78Mdulo 13 Figuras de linguagem ............................................................................84Mdulo 14 Gneros Literrios .................................................................................91Mdulo 15 Clssicos da Literatura Universal .......................................................98Mdulo 16 A Literatura no Brasil .......................................................................... 103Mdulo 17 Literatura no Brasil .............................................................................. 110Mdulo 18 Literatura no Brasil .............................................................................. 118Mdulo 19 Romantismo I ....................................................................................... 124Mdulo 20 Romantismo II ...................................................................................... 133Mdulo 21 Sintaxe .................................................................................................... 140Mdulo 22 Termos da orao: Sujeito ............................................................... 145Mdulo 23 Termos da orao: Predicado ......................................................... 151Mdulo 24 Termos da orao: Integrantes e acessrios ............................. 157Mdulo 25 Texto Descritivo .................................................................................... 165Mdulo 26 Texto Narrativo .................................................................................... 171Mdulo 27 Realismo - Naturalismo .................................................................... 176Mdulo 28 Parnasianismo .................................................................................... 184Mdulo 29 Simbolismo .......................................................................................... 191Mdulo 30 Pr-modernismo: ............................................................................... 197Mdulo 31 Sintaxe II ............................................................................................... 205Mdulo 32 Sintaxe II ............................................................................................. 211Mdulo 33 Sintaxe II ............................................................................................... 217Mdulo 34 Sintaxe II .............................................................................................. 224Mdulo 35 Sintaxe II .............................................................................................. 232Mdulo 36 Dissertao .......................................................................................... 240Mdulo 37 Modernismo I ....................................................................................... 245Mdulo 38 Modernismo II ...................................................................................... 258Mdulo 39 Breve reviso do contedo de portugus ..................................... 268Mdulo 40 Breve reviso do contedo de Literatura e Redao ................. 276 Bibliografia bsica ............................................................................. 284 Gabarito ................................................................................................. 285

  • 5Mdulo 1OrtografiaGrafia de palavras

    Separados pela mesma lngua Mauro Villar

    Voc se sente confortvel por no ter de escrever christallino, phantasma, thesmo? Pois foi uma simplificao da ortografia, na dcada de 1910, que fez que passssemos a escrever tais palavras como agora o fazemos. A ortografia uma conveno, mas somos a nica lngua no mundo com dois cnones oficiais ortogrficos, um europeu e um brasileiro. O rabe a lngua de 250 milhes de pessoas em 21 pases do mundo. Claro que elas no se expressam no mesmo rabe. Mas a lngua oficial dos meios de comunicao de massa em todo o mundo rabe escrita do mesmo jeito (o rabe moderno unificado ou comum), compreensvel em todos os pases islamitas ou onde o rabe seja falado. O espanhol usado por cerca de 450 milhes de pessoas em 19 pases. Quarta lngua mais falada do mundo so inmeras as suas variantes, mas aqueles que a utilizam seguem um padro escrito comum, uniforme: s h uma forma oficial de graf-la. O francs lngua de 125 milhes de pessoas na Europa, frica, Amrica Central e Oceania. lngua de 26 pases. Sua ortografia complicada e arcaizante baseada na grafia legal do francs medieval, codificado no sculo 17 pela Academia Francesa. extensa a lista das suas variedades dialetais, mas s h uma forma de escrever o francs padro em todo o mundo. o caso tambm do ingls, primeira lngua de 1 bilho de pessoas: seu padro ortogrfico basicamente o mesmo para todos, com pequenas divergncias. Por que Portugal e Brasil seriam dois pases separados pela mesma lngua, quando outras lnguas do mundo com muito maiores bices resolveram seu problema ortogrfico?

    Folha de So Paulo, 20/08/07

    Esta aula destinase a tornar mais simples o conhecimento das regras que regem a grafia da lngua portuguesa.

    Esperamos que, aps o estudo do contedo desta aula, voc seja capaz de:

    reconhecer as regras gramaticais bsicas de grafia;

    escrever corretamente em lngua portuguesa.

    TexTo 1

    Mdulo 1

    Como voc pode ler no texto de opinio de Mauro Villar, o Acordo ortogrfico busca unificar o cdigo do portugus escrito em todos os pases da comunidade falante da lngua portuguesa. O autor apresenta seus argumentos para defender o Acordo, que foi muito criticado por parte dos gramticos da lngua portuguesa. Voc j conhece o acordo ortogrfico de 2008? J sabe o que ele ir alterar na grafia do portugus do Brasil? isso que veremos nas duas aulas seguintes, quando tratarmos de ortografia e acentuao.

  • 6 Lngua Portuguesa | EJA

    Introduo

    No ano de 2008, a lngua portuguesa passou por uma nova reformulao proveniente do Acordo Ortogrfico. Voc deve ter ouvido falar do acordo em algum telejornal ou mesmo ter lido sobre na imprensa escrita. O fato que o Acordo pouco altera a grafia do portugus do Brasil. Porm, qualquer alterao causa um espanto inicial e demora um pouco para ser absorvida pelos falantes da lngua. Uma das principais marcas do novo Acordo a alterao no alfabeto. Voc sabe quantas letras tem o novo alfabeto do portugus? Vejamos ento:

    A B C D E F G H I J K L M

    N O P Q R S T U V W X Y ZCom a reforma, as letras K, W e Y retornaram ao alfabeto do portugus que

    agora passa a ter 26 letras ao invs das 23 anteriores.

    Ns, como falantes, exercemos, todos os dias, a principal atribuio da fala: a comunicao. Falar a lngua portuguesa e ser compreendido o primeiro passo para que possamos conhecer mais sobre o mundo que nos cerca. Porm, quando pensamos na grafia das palavras, as coisas no so to simples quanto parecem. Escrever o portugus corretamente presume o conhecimento de algumas regras bsicas de nossa lngua. isso que vamos ver agora.

    Resumo parcial da aula:

    A ortografia preocupa-se com a maneira de escrever as palavras, respeitando as regras estabelecidas e suas excees.

    Uma das dificuldades do aprendizado da grafia do portugus est no fato de que muitas de suas normas se justificam apenas por razes etimolgicas. Como esse conhecimento no est ao alcance de todos os falantes da lngua, comum que aprendamos a escrever as palavras na prtica diria ou atravs da memorizao visual de sua grafia. Porm, existem algumas orientaes bsicas e prticas que podem nos ajudar muito a escrever melhor. Vejamos as principais:

    1. O sufixo izar X ar

    O sufixo izar, quando forma um verbo a partir de um substantivo ou de adjetivo, escrevese sempre com Z. Exemplos:

    Hospital Hospitaliza Ameno Amenizar

    Alguns verbos, porm, so formados pelo sufixo ar e no por izar. Nesse caso, o uso do S ou do Z depender da palavra primitiva. Exemplos:

    Analise + ar = Analisar Deslize + ar = Deslizar

    2. O sufixo isa

    Sempre no feminino e sempre escrito com S. Exemplos:

    Poeta Poetisa Sacerdote Sacerdotisa

    O Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa de 2008 o resultado de anos de debate entre os pases da comunidade falante do Portugus. Alm do Brasil, Portugal, Angola, Moambique, Guin-Bissau, So Tom e Prncipe, Cabo Verde e Timor-Leste, tm o portugus como lngua oficial. Com isso, o Acordo visa unificar a grafia oficial, antes decidida por cada pas. Agora, o portugus escrito no mundo um s.

    GrafiaForma de escrever.

    Etimologia a cincia que estuda a origem das palavras.

  • 7Mdulo 1

    3. Uso do J ou G

    Quem nunca ficou em dvida ao escrever uma palavra com J ou G? Todos ficam e isso extremamente comum dada a semelhana sonora das duas consoantes. Uma boa opo sobre a grafia destas palavras fazer uma comparao da palavra que lhe causa dvidas com outra da mesma famlia, por exemplo:

    Ultraje Ultrajar Canjica Canja Estagirio Estgio

    Porm, o G de algumas palavras pode se transformar em J para manter a sonoridade da palavra inicial:

    Agir Ajo Monge Monja Coragem Corajoso

    4. Uso do CH e do X

    Esta outra grafia que sempre causa dvidas. Todos ns j perdemos tempo pensando se a palavra se escreve com X ou CH, no verdade? No entanto, h uma regra bsica para esta grafia: Sempre que houver um ditongo antes, se utiliza o X. Vale lembrar aqui, que o ditongo um encontro voclico na mesma slaba.

    Eixo (eixo) escrevese com X

    Feixe (feixe) escrevese com X

    Caixote (caixote) escrevese com X

    5. O uso , SS, S, SC, XC

    Esta uma dvida muito comum que, praticamente s se resolve com a memorizao visual da palavra. Porm, h algumas dicas que tornam nossa aprendizagem mais simples. Vamos conferilas:

    Nos vocbulos de origem rabe, tupi e africano usamse .

    Exemplos: aa, caula, paoca, Juara.

    Nos substantivos e adjetivos derivados de verbos terminados em nder e ndir usase S. Exemplos:

    Pretender pretenso Suspender suspenso Fundir fuso

    Nos substantivos derivados dos verbos terminados em eder, dir, tir e mir, usase SS, ou S, depois do n ou do r. Exemplos:

    Ceder cesso Interceder intercesso

    Agredir agresso Compreender compreenso

    Por razes etimolgicas usamse sc e xc entre vogais.

    Exemplos: ascender, crescer, efervescente, discernir, exceto, excesso, exceder, excitar.

    6. O uso do H

    Mesmo no representando um som, a letra H pode ser empregada nas seguintes situaes:

    ATENO: Ser a origem da palavra que determinar o uso de X ou CH para a grafia de outros vocbulos que no se enquadrem nesta norma.

    Se voc no lembra o que , volte um pouco no texto ...

  • 8 Lngua Portuguesa | EJA

    No incio de palavras: humano; hidrognio; hoje; homem.

    No interior de palavras como parte de dgrafos: chave; malha; pinheiro.

    No final de algumas interjeies: Ah!; Argh!

    7. Uso do POR QUE, POR QU, PORQUE e PORQU

    O uso dos porqus um assunto muito discutido e traz muitas dvidas. Quando falamos, no percebemos bem qual deles utilizamos, j que a sonoridade de todos a mesma. Contudo, na grafia, as coisas so diferentes. Cada tipo de porque apresentado de acordo com sua colocao na frase ou com o sentido em que utilizado. Vejamos essas variaes:

    Por que separado e sem acento circunflexo

    O por que tem dois empregos diferenciados:

    Quando a juno da preposio por + pronome interrogativo ou indefinido que tem o significado de por qual razo ou por qual motivo:

    Exemplo: Por que voc no vai ao cinema?

    No sei, por que no quero ir.

    Quando a juno da preposio por + pronome relativo que tem o significado de pelo qual e poder ter as flexes: pela qual, pelos quais, pelas quais.

    Exemplo: Sei bem o motivo por que permaneci neste lugar.

    Por qu separado e com acento circunflexo

    Quando vier antes de um ponto, seja final, interrogativo, exclamao, o por qu dever vir acentuado e continuar com o significado de por qual motivo, por qual razo.

    Exemplos: Vocs no comeram tudo? Por qu?

    Andar cinco quilmetros, por qu? Vamos de carro.

    Porque junto e sem acento circunflexo

    conjuno causal ou explicativa, com valor aproximado de pois, uma vez que, para que.

    Exemplos: No fui ao cinema porque tenho que estudar para a prova.

    No v fazer intrigas porque prejudicar voc mesmo.

    Porqu junto e com acento circunflexo

    substantivo e tem significado de o motivo, a razo. Vem acompanhado de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

    Exemplo: O porqu de no estar conversando porque quero estar concentrada.

    Mais a frente de nossa apos-tila, explicaremos melhor o que preposio e pronome interrogativo.

  • 9Mdulo 1

    8. Palavras PARNIMAS

    Parnimas so palavras semelhantes na forma de escrever, mas diferentes em seu significado. Exemplos:

    Infringir = cometer infrao Fruir = desfrutar

    Fluir = correr Infligir = aplicar castigo

    9. Palavras HOMNIMAS

    Homnimas so palavras que tm a mesma pronncia e significados diferentes. Exemplo:

    Reviso final da aula

    Voc viu, nesta unidade, que a ortografia tem como definio bsica a escrita correta das palavras. Nesse ponto, pudemos ver, juntos, normas bsicas para eliminar as dvidas mais corriqueiras, alm de algumas dicas para minimizar os sustos que, muitas vezes, temos ao tentar escrever uma redao ou um texto formal.

    Exerccios resolvidos

    1. A palavra desleixo est grafada corretamente? Resposta: Sim. Comentrios: Sempre utilizamos o X aps ditongos. Portanto, sempre que houver na slaba

    anterior um encontro voclico, utilizamos o X e no o CH.

    2. Uma das alternativas abaixo apresenta um erro de grafia. Identifique-a:a. memorisar b. achadoc. viagem d. alvenaria

    Resposta: A Comentrios: Sempre utilizamos o sufixo IZAR quando o verbo formado por um substan-

    tivo ou adjetivo. Logo memria (substantivo) resultaria em memorizar, com Z e no com S.

    3. De acordo com os usos gramaticais do porque, assinale a alternativa que est correta.a. No soubemos o por que do fato.b. Por que no vamos festa?c. Ela veio de longe porqu estava viajando.d. Ele nos revelou o porque da questo.

    Resposta: B Comentrios: Quando inicia frase interrogativa ou expressa por qual razo ou motivo, o

    por que deve ser grafado separado e sem acento, por se tratar da juno de um pronome interrogativo ou indefinido com a preposio por.

    verbo ceder: Se para a caridade, eu cedo meus direitos autorais.

    advrbio: Com o fim das frias, voltei a acordar cedo.Cedo

  • 10 Lngua Portuguesa | EJA

    Aplicando seus conhecimentos

    Agora, que tal praticar o que acabou de aprender? Caso tenha dvida, volte ao texto da aula e tente novamente. Se a dvida persistir, procure seu

    tutor. Vamos l!!!!

    1. Considerando que as palavras anlise, paralisia, atrs, vazio, azedo esto aqui corretamente grafadas, assinale a alternativa em que a grafia de um dos vocbulos est incorreta:a. Analisar, analisvel, analisei. b. Paralisar, paralisante, paralize.c. Atrasar, atrasado, retrasado. d. Esvaziar, esvaziado, esvaziamento.e. Azedar, azedume, azedado.

    2. Complete as frases abaixo com por que, porque, por qu ou porqu. Faa como no exemplo abaixo:

    .................................. Mauro foi padaria? Ele foi at l .................................. o leite acabou. Por que porque

    a. Sem saber o .................................. da questo, Maria decidiu se separar.

    b. Tive que ir a outra banca, .................................. ali no tinha meu jornal.

    c. .................................. ? Nunca sei o que dizer quando me olha assim.

    d. .......................... no compramos aquela casa? ........................ no tnhamos o dinheiro suficiente.

    e. ........................ ela se foi? Jamais saberemos o ........................ .

    3. Complete as frases abaixo com mas e mais. Faa como no exemplo abaixo:

    Compramos ingressos para o show, .........................................a banda no chegou para cantar.

    a. Quanto ........................ eu rezo, ........................ assombrao me aparece.

    b. Ela queria ......................, ..................... acabou tendo que se contentar com o bsico.

    c. Ele tentou vencer de novo, ........................ nem sempre assim.

    d. Por que voc quer ........................ tempo?

    e. .................. perto de Deus, ................. distante de mim. .............. continuo te amando como antes.

    4. Utilize as linhas abaixo e escreva um pequeno texto de no mximo 20 linhas utilizando os seguin-tes vocbulos: Mas, mais, porque, por que, porqu, analisa, analisar, caixote, pretenso, cedo (do verbo ceder). Utilize sua criatividade e tenta expor sua viso de mundo. Lembre-se: escrever bem tambm depende de seu conhecimento de mundo.

    mas

  • 11

    Mdulo 1

    5. Empregue C, , SS, S nas palavras incompletas nas frases abaixo. Siga o modelo. A ..........ecretria de um escritrio deve ter cuidado com sua expre..........o. A secretria de um escritrio deve ter cuidado com sua expresso.

    a. A ..........e..........o de importados tem produtos espe..........iais.

    b. O ..........o..........ego e..........en..........ial para o su..........e..........o no trabalho.

    c. No demonstrava can..........a..........o.

    d. A ..........in..........eridade a chave para a ascen..........o na vida.

    e. Hoje dia de Festa na Igreja, a pro..........i..........o sair s nove.

    7. Forme novas palavras utilizando os sufixos ISAR ou IZAR.Siga o exemplo abaixo: Anlise - analisar Pesquisa - pesquisar Canal canalizar

    civilizao: ............................................................................................................................................................................

    colnia: ..................................................................................................................................................................................

    humano: .................................................................................................................................................................................

    suave: ......................................................................................................................................................................................

    reviso: ...................................................................................................................................................................................

    real: ..........................................................................................................................................................................................

    nacional: ................................................................................................................................................................................

    final: .........................................................................................................................................................................................

    oficial: .....................................................................................................................................................................................

    monoplio: ...........................................................................................................................................................................

  • 12 Lngua Portuguesa | EJA

    sintonia: .................................................................................................................................................................................

    central: ...................................................................................................................................................................................

    paralisia: ................................................................................................................................................................................

    aviso: .......................................................................................................................................................................................

    8. De acordo com as regras ortogrficas que voc aprendeu, use o H, quando necessrio, nas sen-tenas abaixo. Faa como o exemplo:

    bil Hbil rbita rbita

    abilidade ................................................................................................................................................................................

    oje .............................................................................................................................................................................................

    ostracismo ............................................................................................................................................................................

    aver ...........................................................................................................................................................................................

    orrio .......................................................................................................................................................................................

    abitar .......................................................................................................................................................................................

    iate ............................................................................................................................................................................................

    lito ..........................................................................................................................................................................................

    arpa ..........................................................................................................................................................................................

    iato ............................................................................................................................................................................................

    umano .....................................................................................................................................................................................

    umilde .....................................................................................................................................................................................

    mido ......................................................................................................................................................................................

    ombro ......................................................................................................................................................................................

    iena ..........................................................................................................................................................................................

    9. Assinale a opo em que a palavra est incorretamente grafada:a. princesa. b. magestade. c. gorjeta. d. escasso. e. estupidez.

    10. Marque a nica palavra que se escreve sem o h:a. omeopatia. b. umidade. c. umor. d. erdeiro.e. iena.

    11. (CFS/95) Assinalar o par de palavras parnimas:a. cu - seu b. pao - passo c. eminente - evidente d. descrio - discrio

    12. (CESD/97) Assinalar a alternativa que completa as lacunas da frase abaixo, na ordem em que aparecem. O Brasil de hoje diferente, _____ os ideais de uma sociedade _____ justa ainda permanecem.a. mas - mas b. mais - mas c. mas - mais d. mais - mais

  • 13

    Acentuao grficaSinais grficos, mudanas oriundas do acordo ortogrfico e crase

    Nesta aula voc ir aprimorar os conhecimentos sobre acentuao grfica em lngua portuguesa.

    Esperamos que, aps o estudo do contedo desta aula, voc seja capaz de:

    acentuar corretamente as palavras;

    utilizar corretamente o acento grave (crase);

    conhecer as modificaes feitas pelo Acordo Ortogrfico no que diz respeito acentuao.

    Introduo

    Voc considera a acentuao um ponto simples do estudo do portugus? Voc capaz de reconhecer os sinais grficos que utilizamos em nossa lngua? O que acentuao?

    A acentuao grfica tem como principal fundamento demarcar diferenas de intensidade, fora e situao dentro do contexto das palavras. Alm disso, a acentuao pode ser utilizada como marca de diferena entre dois vocbulos iguais ou ainda como realce de slaba tnica. Algumas regras de acentuao foram modificadas pelo Acordo Ortogrfico de 2008 e as veremos aqui para atualizar nosso aprendizado.

    Para compreender melhor as regras de acentuao grfica necessrio conhecer contedos anteriores do estudo da lngua portuguesa, como a diviso silbica, a classificao das palavras pela sua tonicidade (oxtona, paroxtona, proparoxtona), etc.

    Resumo parcial da aula:

    A acentuao grfica serve para sinalizar alteraes tnicas de for-a e intensidade, alm de salientar diferenas semn ticas entre duas palavras iguais.

    Antes de mais nada, vamos conferir como ficaram as novas regras de acentuao conforme previsto no Acordo Ortogrfico de 2008:

    Mdulo 2

    O termo semntico diz respeito ao sentido das palavras, por isso, quando dizemos h uma diferena semntica entre dois termos, estamos afirmando que as duas palavras podem ser grafadas de manei-ra igual, mas representam sentidos diferentes. Exemplo: Pr (verbo) e por (preposio).

    Caso no se lembre por completo destes contedos, consulte-os em seus livros anteriores, ou faa uma pes-quisa sobre eles. Com isso voc aprender com muito mais facilidade as regras de acentuao.

    Mdulo 2

  • 14 Lngua Portuguesa | EJA

    Mudanas nas regras de acentuao

    1. No se usa mais o acento dos ditongos abertos i e i das palavras paroxtonas.

    Como era Como ficaalcalide alcaloidealcatia alcateia andride androide asteride asteroide colmia colmeia Coria Coreia

    debilide debiloide epopia epopeia estria estreia gelia geleia

    herico heroico idia ideia jia joia

    parania paranoiaplatia plateia

    2. Nas palavras paroxtonas, no se usa mais o acento no i e no u tnicos quando vierem depois de um ditongo.

    Como era Como ficaBaica Baiuca

    Bocaiva BocaiuvaCaula CauilaFeira Feiura

    3. No se usa mais o acento das palavras terminadas em em e o(s).

    Como era Como ficaabeno abenoo

    Crem (crer) creemdem (dar) deemdo (doar) doo

    enjo enjoolem (ler) leem

    mago(magoar) magooperdo(verbo perdoar) perdoo

    povo (povoar) povoovem (ver) veem

    vos vooszo zoo

    4. No se usa mais o acento que diferenciava os pares pra/para, pla(s)/pela(s), plo(s)/pelo(s), plo(s)/polo(s) e pra/pera.

    Ateno: essa regra vlida somente para palavras paro-xtonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxtonas terminadas em is, u, us, i, is. Exemplos: papis, heri, heris, trofu, trofus.

    Ateno: se a palavra for oxtona e o i ou o u estiverem em posio final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiui, tuiuis, Piau.

    Palavras que tm acento tnico na penltima slaba.

  • 15

    Mdulo 2

    Como era Como ficaEle pra o carro. Ele para o carro.Ele foi ao Plo Norte. Ele foi ao Polo Norte.Ele gosta de jogar plo. Ele gosta de jogar polo.Esse gato tem plos brancos. Esse gato tem pelos brancos.A pra est bonita e madura. A pera est bonita e madura.

    Ateno veja as excees a esta regra:

    Permanece o acento diferencial em pde/pode. Pde a forma do passado do verbo poder (pretrito perfeito do indicativo), na 3.a pessoa do singular. Pode a forma do presente do indicativo, na 3.a pessoa do singular.

    Exemplo: Ontem, ele no pde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

    Permanece o acento diferencial em pr/por. Pr verbo. Por preposio.

    Exemplo: Vou pr o livro na estante que foi feita por mim.

    Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

    Exemplos:

    Ele tem dois carros. / Eles tm dois carros.

    Ele vem de Sorocaba. / Eles vm de Sorocaba.

    Ele mantm a palavra. / Eles mantm a palavra.

    Ele convm aos estudantes. / Eles convm aos estudantes.

    Ele detm o poder. / Eles detm o poder.

    Ele intervm em todas as aulas. / Eles intervm em todas as aulas.

    facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/ frma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo:

    Qual a forma da frma do bolo?

    5. No se usa mais o acento agudo no u tnico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

    6. H uma variao na pronncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e tambm do imperativo. Veja:

    a) se forem pronunciadas com a ou i tnicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos:

    verbo enxaguar: enxguo, enxguas, enxgua, enxguam; enxgue, enxgues, enxguem.

    verbo delinquir: delnquo, delnques, delnque, delnquem; delnqua, delnquas, delnquam.

    Ateno: no Brasil, a pronn-cia mais corrente a primeira, aquela com a e i tnicos.

  • 16 Lngua Portuguesa | EJA

    b) se forem pronunciadas com u tnico, essas formas deixam de ser acentuadas.

    Exemplos (a vogal sublinhada tnica, isto , deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):

    verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.

    verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.

    Atividade preliminar

    Agora que voc j conhece as novas normas para a acentuao grfica, leia o texto abaixo e faa as correes necessrias para adequlo s novas regras. Em caso de dvidas volte ao texto ou procure seu tutor.

    H um tempo atrs, quando ainda se amarrava cachorro com lingia, as pessoas tinham mais f do que hoje. Acreditavam em um mundo melhor e mais amigo, no qual se poderia comprar o jornal ou ir padaria sem correr o risco de um assalto ou de uma bala perdida. Alguns crem ainda. Ou j no acreditam. Se perdo ou no esse tipo de comportamento, ainda no sei dizer para vocs, mas a nossa epopia diria continua sem termos idia de quando isso tudo vai terminar. Por hora, vou continuar a comer meu po com gelia, imaginando como ser o dia. A vida deve ser mesmo essa jia escondida, a espera de sua estria nesse mundo.

    Utilizando o acento grave a crase

    A crase uma das maiores vils do aprendizado da lngua portuguesa. Todos ns acabamos tendo dvidas em seu emprego quando temos que utilizala em nossos escritos. Talvez seja por ela possuir uma regra com algumas excees, ou ainda por, aparentemente, ter uma utilizao fcil e facultativa. De maneira objetiva, a crase aparece quando encontramos duas vogais iguais, seguidas e desempenhando papis gramaticais distintos. Isto pode ocorrer da seguinte maneira:

    A preposio a + o artigo definido a =

    Exemplo: O direito a a vida inquestionvel.

    O direito vida inquestionvel

    A preposio a + o pronome demonstrativo a =

    Exemplo: Referime a a (= quela) que chegou mais cedo.

    Referime que chegou mais cedo.

    Observao Importante:

    Com exceo das mudanas aqui apresentadas, as regras bsicas de acentuao continuam valendo.

  • 17

    Mdulo 2

    A preposio a + os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.

    Exemplo: Visavas a aquele cargo?

    Visavas quele cargo?

    A preposio a + o a dos pronomes relativos a qual e as quais.

    Exemplo: Era ruim a pea a a qual fizeste referncia.

    Era ruim a pea qual fizeste referncia.

    Ateno: Nesses casos, a ocorrncia do fenmeno da fuso dessas vogais indicada sempre pelo acento grave. Seu emprego depende, pois, da verificao da ocorrncia dessas vogais (preposio + artigo, preposio + pronome) no contexto sinttico. Como obrigatoriamente o primeiro a preposio, exigida quase sempre por um verbo ou um nome, a crase um fato gramatical estreitamente relacionado regncia verbal e nominal.

    Regras prticas

    1. Primeira regra prtica:

    Ocorre a crase sempre que, ao se substituir a palavra feminina por uma masculina aparece a combinao ao:

    Exemplo = Amanh iremos ao colgio Amanh iremos escola.

    2. Segunda regra prtica:

    Decorrente da regra geral a frmula mnemnica abaixo:

    Se vou A e volto DA crase h". Exemplo = Se vou biblioteca e volto da biblioteca.

    Se vou A e volto DE crase pra qu?" Exemplo = Se vou a Goinia e volto de Goinia.

    3. Terceira regra prtica:

    Usase o acento grave sobre o a quando ele equivale a para a, na, pela, com a:

    Exemplo = Ofereci ajuda coordenadora = Ofereci ajuda para a coordenadora. (com crase)

    Mas: Ofereci ajuda a ela = Oferecei ajuda para ela. (sem crase)

    A crase obrigatria nos seguintes casos (Regra Geral e Casos Particulares):

    a) preposio a e artigo a (as):

    Exemplo = Resistiremos tentao.

    b) preposio a e pronome demonstrativo a(s) = aquela(s):

    Exemplo = Minha sugesto semelhante (= quela) que voc deu.

    A regncia verbal e nominal ser fruto de estudos mais adiante...

    Dica: Se a crase resultado da unio entre a preposio a com artigo e pronomes femininos, no se utiliza crase antes de nome masculino.

  • 18 Lngua Portuguesa | EJA

    c) preposio a e pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:

    Exemplo = Renderemos homenagem quele que nos guiou at aqui.

    d) preposio a e pronomes relativos a qual, as quais:

    Exemplo = Chegaram as mulheres s quais voc deve agradar. (agradar a).

    e) quando implcitas as expresses moda de, maneira de, mesmo antes de palavras masculinas:

    Exemplo = Usava cabelos Djavan. (Usava cabelos moda de Djavan).

    f) nas expresses com indicao de hora especificada.

    Exemplo = Chegaremos uma hora, no s duas.

    Mas = Sairemos daqui a uma hora (= falta uma hora para a sada).

    g) nas locues adverbiais, conjuntivas e prepositivas cujo ncleo seja palavra feminina:

    Exemplo = tarde e noite aquela casa ficava s moscas.

    Tudo ocorreu s avessas.

    Mas = Estou a fim de ficar com ela.

    Tudo convergia a favor dele.

    ATENO - O uso da crase condenado e proibido nas seguintes situaes:

    a) antes de palavras masculinas:

    Exemplo = Irei a p e voc ir a cavalo.

    b) antes de palavras femininas que, empregadas num sentido genrico, no admitam artigo:

    Exemplo = No vou a festa, nem a recepo.

    c) entre palavras repetidas femininas ou masculinas:

    Exemplo = Encontrouse face a face com o inimigo.

    Ela sangrava gota a gota.

    d) antes de verbos, j que no admitem artigo:

    Exemplo = Comearemos a estudar hoje tarde.

    e) antes de pronomes, visto que em geral no admitem artigo:

    Exemplo = Referiramse a voc, a ela e a mim.

    f) antes da palavra CASA na acepo de domiclio prprio, a prpria casa de quem mencionado na frase:

    Exemplo: Depois do trabalho foi a casa antes de ir escola.

    Mas: Depois do trabalho, foi casa da namorada antes de ir escola.

    g) antes da palavra TERRA no sentido de cho firme (em oposio expresso a bordo de):

    Exemplo = Encantados, os turistas desceram a terra.

    Mas = Os astronautas regressaram Terra .

  • 19

    Mdulo 2

    h) antes da palavra DISTNCIA desde que noespecificada na locuo a distncia:

    Exemplo = Sempre permaneci a distncia.

    Mas: Mantenhase distncia de cinco metros.

    i) se o a estiver no singular e a palavra seguinte for feminina ou masculina no plural, ele preposio e no , pois, acentuado:

    Exemplo = Chegamos a terrveis concluses.

    Mas: Chegamos s terrveis concluses.

    Reviso final da aula

    Nesta aula vimos como a acentuao grfica importante para auxiliar tanto a boa grafia da lngua portuguesa quanto para intensificar sentidos e organizar ideias dentro de uma frase ou de um perodo. Aprendemos, ainda, as modificaes nas regras de acentuao feitas pelo Acordo Ortogrfico, a utilizao correta da crase e suas variaes. Lembre-se sempre de que acentuar bem muito importante para darmos o sentido certo ao que queremos expressar.

    Exerccios resolvidos

    1. Quanto s regras de acentuao, assinale a alternativa que est condizente com o novo acor-do ortogrfico da lngua portuguesa.a. A flexo plural do verbo ter perde o acento diferencial.b. A palavra folha passa a ser acentuada.c. O verbo andar perde a acentuao de seu radical.d. A palavra idia perde o acento grfico.

    Resposta: D Comentrios: O acordo ortogrfico tem como base a unificao do portugus falado em to-

    dos os territrios. Logo, a queda do acento de palavras como idia, estria, platia, se justifica por que os ditongos abertos (i, i e u) em palavras paroxtonas no existe em Portugal.

    2. Quanto ao acento grave correto dizer que:a. serve para destacar a importncia do artigo.b. s existe no portugus do Brasil e por isso caiu em desuso aps o acordo.c. marca a unio de dois vocbulos para denotar novo sentido na frase.d. acentua as preposies que aparecem diante de palavras masculinas.

    Resposta: C Comentrios: O acento grave ou a crase representa a contrao da preposio a como

    o artigo feminino a. Logo, ela no pode ser utilizada antes de palavras masculinas, nem mesmo poderiam ter acabado j que possuem uma importncia estrutural na lngua portu-guesa.

  • 20 Lngua Portuguesa | EJA

    3. Em qual das alternativas abaixo a crase est utilizada de maneira correta:a. Fomos ao shopping, mas no encontramos.b. menina que veio no sabia esperar.c. Um brinde a vida e o emprego!d. Este sol causa problemas sade.

    Resposta: D Comentrios: Os erros das alternativas, que no a D, se encontram, basicamente, na fuga

    da regra principal da crase: acentuar a contrao perante palavras femininas. No primeiro caso aps a preposio a existe um verbo que nunca regido por crase. Na letra B trata-se somente de um artigo, no h preposio. Na letra C, a palavra seguinte masculina e h uma separao da unio preposio+artigo (ao) para forar uma errada utilizao da crase.

    Aplicando seus conhecimentos

    De acordo com o conhecimento adquirido por voc sobre a utilizao da crase, leia com aten-o as frases abaixo e coloque a crase quando julgar necessrio:

    1. Ele fez referncia a tarefa feita por ns. Ele fez referncia tarefa feita por ns.

    2. Traou uma reta oblqua a do centro.

    3. No conheo as que saram.

    4. Ela se referia as que saram.

    5. Apresentou-lhe a esposa.

    6. Apresentou-o a esposa.

    7. Era uma camisa semelhante a que o diretor usava.

    8. Ele desconhecia aquele regulamento.

    9. Ele no obedecia aquele regulamento.

    10. No me refiro aquilo.

    11. No vi aquilo.

    12. Esta a lei a qual fiz aluso.

    13. Esta a lei a qual desconhecia.

    14. Esta a mulher a quem fiz referncia.

    15. Esta a mulher a qual fiz referncia.

    16. Ela se dedica a empresa e obedece as leis.

    17. No compareceu as reunies que eram teis as pesquisas.

  • 21

    Mdulo 3

    Nesta aula voc ir aprender a aplicar e explicar os conceitos bsicos das classes de palavras, para que saiba situar a funo de cada elemento da frase ou perodo.

    Esperamos que, aps o estudo do contedo desta aula, voc seja capaz de:

    classificar as palavras de acordo com suas funes;

    conhecer as funes e os tipos de substantivos e adjetivos;

    conhecer e saber aplicar os pronomes.

    Classes depalavrasSubstantivos, adjetivos e pronomes

    Nascer no Cairo, ser fmea de cupimRubem Braga

    Conhece o vocbulo escardinchar? Qual o feminino de cupim? Qual o antnimo de pstumo? Como se chama o natural do Cairo?

    O leitor que responder no sei a todas estas perguntas no passar provavelmente em nenhuma prova de Portugus de nenhum concurso oficial. Alias, se isso pode servir de algum consolo sua ignorncia, receber um abrao de felicitaes deste modesto cronista, seu semelhante e seu irmo.

    Porque a verdade que eu tambm no sei. Voc dir, meu caro professor de Portugus, que eu no deveria confessar isso; que uma vergonha para mim, que vivo de escrever, no conhecer o meu instrumento de trabalho, que a lngua.

    Concordo. Confesso que escrevo de palpite, como outras pessoas tocam piano de ouvido. De vez em quando um leitor culto se irrita comigo e me manda um recorte de crnica anotado, apontando erros de Portugus. Um deles chegou a me passar um telegrama, felicitando-me porque no encontrara, na minha crnica daquele dia, um s erro de Portugus; acrescentava que eu produzira uma pgina de bom vernculo, exemplar. Tive vontade de responder: Mera coincidncia mas no o fiz para no entristecer o homem.

    Espero que uma velhice tranqila no hospital ou na cadeia, com seus longos cios me permita um dia estudar com toda calma a nossa lngua, e me penitenciar dos abusos que tenho praticado contra a sua pulcritude. (Sabem qual o superlativo de pulcro? Isto eu sei por acaso: pulqurrimo! Mas no desanimador saber uma coisa dessas? Que me aconteceria se eu dissesse a uma bela dama: a senhora pulqurrima? Eu poderia me queixar se o seu marido me descesse a mo?).

    Algum j me escreveu tambm que eu sou um escoteiro ao contrrio. Cada dia voc parece que tem de praticar a sua m ao contra a lngua. Mas acho que isso exagero.

    Como tambm exagero saber o que quer dizer escardinchar. J estou mais perto dos cinqenta que dos quarenta; vivo de meu trabalho quase sempre honrado, gozo de boa sade e estou at gordo demais, pensando em meter um regime no organismo e nunca soube o que fosse escardinchar.

    TexTo 2

    Mdulo 3

  • 22 Lngua Portuguesa | EJA

    Espero que nunca, na minha vida, tenha escardinchado ningum; se o fiz, mereo desculpas, pois nunca tive essa inteno.

    Vrios problemas e algumas mulheres j me tiraram o sono, mas no o feminino de cupim. Morrerei sem saber isso. E o pior que no quero saber; nego-me terminantemente a saber, e, se o senhor um desses cavalheiros que sabem qual o feminino de cupim, tenha a bondade de no me cumprimentar.

    Por que exigir essas coisas dos candidatos aos nossos cargos pblicos? Por que fazer do estudo da lngua portuguesa unia srie de alapes e adivinhas, como essas histrias que uma pessoa conta para pegar as outras? O habitante do Cairo pode ser cairense, cairei, caireta, cairota ou cairiri e a nica utilidade de saber qual a palavra certa ser para decifrar um problema de palavras cruzadas. Vocs no acham que nossos funcionrios pblicos j gastam uma parte excessiva do expediente matando palavras cruzadas da ltima Hora ou lendo o horscopo e as histrias em quadrinhos de O Globo?.

    No fundo o que esse tipo de gramtico deseja tornar a lngua portuguesa odiosa; no alguma coisa atravs da qual as pessoas se entendam, ruas um instrumento de suplcio e de opresso que ele, gramtico, aplica sobre ns, os ignaros.

    Mas a mim que no me escardincham assim, sem mais nem menos: no sou fmea de cupim nem antnimo do pstumo nenhum; e sou cachoeirense, de Cachoeiro, honradamente de Cachoeiro de Itapemirim!

    O texto do cronista Rubem Braga fala da dificuldade em conhecer e aplicar todas as regras, termos e significados que a lngua portuguesa nos permite. O autor critica, ainda, concursos e provas que cobram conhecimentos da lngua que dificilmente sero utilizados no seu cotidiano ou na prtica do cargo pretendido. Ele se assume um conhecedor mediano da lngua portuguesa, mas demonstra que conhece bem as regras principais que a regem. E de fato isso: todos os dias utilizamos da lngua portuguesa para efetuar a comunicao de maneira mais plena. Seja no trabalho, em casa, em uma paquera ou com os amigos, estamos flexionando substantivos, adjetivos, advrbios, verbos e etc. No precisamos classificlos sempre que falamos, mas o fato de falarmos j demonstra que conhecemos bem a nossa lngua. J pensou nisso? J se deu conta que ao dizer a simples frase: Voc uma mulher bonita, voc est articulando um pronome, um substantivo, um numeral, um verbo e um adjetivo? isso que voc vai perceber nas prximas aulas. Lembrese, voc j sabe como funciona, agora ir aprender a analisar cada item.

    Introduo

    As palavras so classificadas de acordo com a funo que exercem dentro da frase, orao ou perodo. Cada uma dessas funes tem suas especificidades e, por isso, so vistas de maneiras isoladas quando analisamos um texto. Na nossa lngua podemos classificar as palavras em:

    Substantivo Adjetivo

    Pronome Verbo

    Artigo Numeral

    Advrbio

  • 23

    Mdulo 3

    No texto II foram utilizadas vrias dessas classes de palavras. Mas isso no ocorreu de propsito; todos os dias utilizamos tais classes sem nos darmos conta disso. Quando elogiamos a beleza de algum, ou chamamos a ateno para uma caracterstica muito peculiar de uma pessoa. Quando enumeramos itens ou enfatizamos o modo em que aconteceu um fato. Sempre utilizamos as classes de palavras. Vamos ver.

    Resumo Parcial da Aula:

    Nesta aula aprenderemos as funes das palavras e como elas se classificam de acordo com o papel que exercem dentro de um con-texto especfico.

    Definies bsicas

    Substantivo

    a classe de palavra que pode assumir diversas funes dependendo do ponto de vista lanado sobre ele. Aqui entendemos que esta anlise pode ser:

    mrfica (formao das palavras) assumindo as categorias de gnero (masculino e feminino) e nmero (plural e singular);

    semntica (sentido) designando todo tipo de ser: pessoas, animais, objetos, coisas, divindades, etc.

    Classificao:

    Os substantivos podem ser classificados como:

    Prprio: que designa um indivduo ou um conjunto.

    Exemplos: Paulo, Minas Gerais, Itlia, Maria, etc.

    Comum: que designa qualquer elemento de um conjunto da mesma espcie.

    Exemplos: aluno, casa, pais, irmo, etc.

    Coletivo: um substantivo comum que, de maneira singular, designa um conjunto de elementos.

    Exemplos: povo, boiada, enxame, cdigo, etc.

    Concreto: que designa elementos e seres com existncia prpria.

    Exemplos: homem, mesa, carro, casa, sof, menina, etc.

    Abstrato: que designa qualidades, aes ou atributos de seres, concebidos como se existissem em si mesmos afastados dos seres que os suportam.

    Exemplo: beleza, crueldade, demolio, sofrimento.

    Formao:

    Quanto formao, os substantivos podem ser:

    Simples: quando formado por um nico elemento.

    Exemplos: casa, p, rvore.

  • 24 Lngua Portuguesa | EJA

    Composto: quando formado por mais de um elemento.

    Exemplos: pontap, couveflor, aguardente.

    Adjetivo

    a palavra que d qualidades aos substantivos.

    Exemplos: Casa branca. Cidade moderna. Menina Bonita. Pai feliz.

    Classificao:Os adjetivos podem ser classificados quanto ao gnero:

    uniformes: mantm a mesma grafia para os dois gneros: menino feliz / menina feliz.

    biformes: tm uma forma tpica para cada gnero: menino bom / menina boa.

    Quanto ao grau, para indicar intensidade maior ou menor com que uma qualidade atribuda:

    Grau comparativo: indica intensidade maior ou menor com que uma qualidade ocorre em um dos elementos postos em confronto. Subdividese em:

    Comparativo de igualdade: A casa to grande quanto o quintal.

    Comparativo de superioridade: A casa mais antiga que a famlia.

    Comparativo de inferioridade: A casa menos antiga que toda a cidade.

    Grau superlativo: indica que uma qualidade est sendo atribuda em grau intenso a um substantivo. Subdividese em:

    1. Superlativo absoluto: quando a qualidade intensificada sem comparao explcita com outros seres.

    Exemplos: A vida curtssima. / A vida muito curta.

    2. Superlativo relativo: que indica quando uma qualidade atribuda, no seu maior grau, a um ou vrios elementos de um conjunto. Ele pode ser de inferioridade ou superioridade.

    Exemplos: Ele foi o menos convincente de todos. (inferioridade)

    Ela recebeu as mais severas crticas. (superioridade)

    Pronome

    Indicam sempre a pessoa do discurso, com isso queremos dizer que os pronomes se referem a quem fala (primeira pessoa), a quem ouve (segunda pessoa) ou de quem se fala (terceira pessoa). Partindo desta definio simples voc poder perceber que os pronomes podem exercer ou representar muitas funes dentro de um texto ou no discurso.

    Ateno: O superlativo relativo pode ser confundido com o superlativo comparativo. A dife rena est na utilizao do artigo (os, as, o, a) antes do advrbio (mais, menos).

    Observao: Quando a preposio que pre-cede o pronome o com h uma combinao criando novas formas pronominais:Exemplos: Voc vai festa com eu? forma incorreta Voc vai festa comigo? forma corretaVou festa com tu. forma incorretaVou festa contigo. forma corretaOutras formas podem surgir de combinaes com a preposio com: consigo, conosco, convosco.

  • 25

    Mdulo 3

    Vejamos como se classificam os pronomes:

    1. Pronomes pessoais:

    Podem ser do caso reto ou do caso oblquo.

    No caso reto encontramos: eu, tu, ele, ns, vs, eles. Os pronomes do caso reto funcionam como sujeito na frase por desempenharem o papel de quem realiza a ao. Exemplo: Eu fui ao colgio hoje.

    No caso oblquo h outra subdiviso entre tonos e tnicos. Estes pronomes funcionam como complementos na orao.

    Os tonos no so precedidos de preposio: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes.

    Exemplo: Restame, ainda, uma esperana.

    Os tnicos so precedidos de preposio: mim, ti, si, ele, ela, ns, vs, si, eles, elas.

    Exemplo: D a mim sua palavra de confiana.

    2. Pronomes possessivos

    Indicam a quem pertence o elemento ao qual se refere.

    Exemplo: O problema meu. Indica que o problema pertence primeira pessoa do singular (eu).

    Os possessivos so: meu/minha, teu/tua, seu/sua, nosso/nossa, vosso/vossa (singular) e meus/minhas, teus/tuas, seus/suas, nossos/nossas, vossos/vossas.

    3. Pronomes demonstrativos:

    A principal funo dos pronomes demonstrativos demarcar a posio espacial e/ou temporal de um elemento qualquer em relao a uma das trs pessoas do discurso.

    Os pronomes demonstrativos so e se aplicam da seguinte maneira:

    Este (esta, estes, estas, isto) marca a posio da pessoa que fala.

    Exemplo: Esta caneta que tenho na mo azul.

    Esse (essa, esses, essas, isso) marca a posio da pessoa com quem se fala.

    Exemplo: Essa caneta que voc tem nas mos azul.

    Aquele (aquela, aqueles, aquelas, aquilo) marca posio prxima da pessoa com quem se fala.

    Exemplo: Aquela caneta que ele tem na mo azul.

    4. Pronome indefinido:

    Os pronomes indefinidos referemse, de maneira vaga e genrica, a um ou vrios elementos pertencentes terceira pessoa gramatical.

    DICA: A regra de colocao pro-nominal manda que utilizemos os oblquos tonos sempre que comeamos uma frase, pargrafo e/ou sentena. Por isso correto escrever: Resta-me uma espe-rana. E no: Me resta uma esperana.

    Observao: Os pronomes Vosso(s)/ Vossa(s) so mais utilizados em situaes for-mais, como no tratamento com pessoas mais velhas, lderes religiosos e polticos.

  • 26 Lngua Portuguesa | EJA

    So pronomes indefinidos: Muitos, poucos, algo, alguns, algumas, nenhum, etc.

    Exemplos:

    Alguns jogadores no treinaram hoje.

    Nenhum dos criminosos foi preso.

    Algo me diz que isso vai dar errado.

    5. Pronomes relativos:

    Os pronomes relativos servem de eixo de ligao entre oraes ou como forma de recuperar termos anteriormente citados. Os mais comuns so: que, cujo, cuja, cujos, cujas, o qual, a qual, os quais, as quais, onde (no sentido em que e em qual).

    Vejamos alguns exemplos:

    O homem que jogava tnis ficou cansado. nesta frase o pronome que recupera o termo homem.

    Cortaram as rvores. Os troncos delas estavam podres.

    Cortaram as rvores cujos troncos estavam podres. aqui o pronome relativo cujos substitui sinteticamente um termo anteriormente citado, dando mais objetividade ao discurso.

    Reviso final da aula

    At aqui, vimos nessa aula como se classificam os substantivos, adjetivos e pronomes. Voc pode perceber que as funes destas trs classes de palavras so muito importantes para estabelecer um sentido dentro do discurso. Os conceitos que voc aprendeu aqui iro ser muito teis para as aulas seguintes de nosso curso, j que o bom conhecimento deles complementar as abordagens posteriores, como o caso dos pronomes relativos na anlise sinttica, por exemplo.

    Ateno: Mais adiante vere-mos as funes sintticas que os pronomes relativos podem assumir dentro de uma orao e/ou perodo composto.

    1. (Cesgranrio RJ) Assinale a opo em que todos os vocbulos formam o plural em es (cf: boto/botes): a. balo, irmo, tubaro b. eleio, cano, opinio c. confisso, nao, cristo d. limo, cidado, pago e. questo, alemo, operao

    Resposta: B Comentrios: Os substantivos termina-

    dos em o podem fazer o plural de trs maneiras diferentes. Na alternativa cor-reta do exerccio acima encontramos trs vocbulos que atendem a mesma regra

    de -o es. Os motivos que levam es-sas palavras a se flexionarem desta ma-neira podem ser etimolgicos ou estru-turais e so percebidos facilmente pela pronncia ou pela grafia.

    2. (FESP SP) Assinale a alternativa que contenha substantivos, respectivamente, abstrato, concreto e concreto: a. fada, f, menino. b. f, fada, beijo. c. beijo, fada, menino. d. amor, pulo, menino. e. menino, amor, pulo.

    Exerccios resolvidos

  • 27

    Mdulo 3

    Aplicando seus conhecimentos

    Agora, que tal praticar? Voc j sabe se tiver dvidas, volte a estudar a aula. Se a dvida continuar, procure seu tutor.

    1. Classifique os substantivos sublinhados nas seguintes frases. a. Joo comprou sete cafifas. Substantivo prpriob. Maria sempre compra po na mesma banca de jornal.c. Enquanto chorava, a parede permanecia intacta.d. Na estreia da pea, o elenco estava afinado. e. O presidente falou, o povo acreditou e todos seguem sua vida.

    2. Identifique e classifique os adjetivos existentes nas seguintes frases:a. As mulheres cariocas amam ir praia. adjetivo uniformeb. O desfile de moda foi maravilhoso.

    c. Comprei maas deliciosas na feira.

    d. Fiz excelentes amigos em meu emprego novo.

    e. Maria fez a prova to bem quanto Renata.

    f. So Paulo tem prdios to altos quanto Nova Iorque.

    g. Belssimo dia: compramos a casa dos nossos sonhos.

    Resposta: C. Comentrios: Para resolver esta ques-

    to devemos lembrar das definies bsicas dos substantivos. Os chamados substantivos concretos so os que de-nominam os seres propriamente ditos, como os nomes de pessoas, animais (reais ou imaginrios), lugares e coisas. J os chamados substantivos abstratos indicam sentimentos, qualidades/defei-tos, sensaes, aes estados.

    3. (Unimep SP) Se voc no arrumar o fogo, alm de no poder cozinhar as batatas, h o perigo prximo de uma ex-ploso.

    As palavras destacadas podem ser subs-titudas por: a. concertar coser - iminente b. consertar cozer eminente c. consertar cozer iminente d. concertar coser iminente e. consertar coser eminente

    Resposta: C Comentrios: A resoluo deste exerccio

    se baseia no conhecimento das palavras homnimas e parnimas e dos significados de alguns substantivos. A resposta correta representa os sentidos das palavras consertar (reparo); cozer (cozinhar) e iminente (que deve acontecer).

  • 28 Lngua Portuguesa | EJA

    h. As famlias brasileiras esto em situao pauprrima.

    i. Mais simples que esse s um televisor velho.

    j. Passava noite na rua e chegava excessivamente bbado.

    3. Siga o modelo apresentado abaixo para fazer o mesmo com o resto das frases. Eu comprei o caderno, ento o caderno meu. Ele ganhou o campeonato, ento o campeonato .................................................................. . Ns vencemos a aposta, ento o prmio ...................................................................................... Eles receberam uma promoo, ento a promoo ..............................................................

    4. As sentenas que seguem apresentam duas frases sem nenhuma relao sinttica entre si. Utilize os pronomes relativos adequados para cada caso e estabelea as relaes de acordo com o modelo (item a) que est feito abaixo.a. Apresentaram-me solues. Estas solues pouco me convenciam. Apresentaram-me solues que pouco me convenciam.b. Apresentaram-me solues. Nessas solues eu no acreditava.

    c. Apresentaram-me solues. Essas solues eu recusei.

    d. Telefonou-me um senhor. As informaes deste senhor no me convenceram.

    e. Telefonou-me um senhor. Nas informaes deste senhor no acreditei.

    f. Telefonou-me um senhor. Das informaes deste senhor duvidei.

    5. Qual das alternativas abaixo no apresenta um pronome pessoal do caso reto?a. Eu comprei a casa. b. Ele vendeu o carro.c. S depois, me contaram o caso.d. Pintei as paredes para ela.

    6. Assinale a alternativa em que s temos substantivos femininos:a. cal, alface, casa.b. jogada, prmio, aviso.c. alface, aneurisma, alvar.d. d, telefonema, asa.

    7. Construa frases simples com os substantivos e adjetivos indicados. Faa como o exemplo: Mulher substantivo Bonita adjetivo No Brasil, comum encontrar mulher bonita em toda parte.

  • 29

    Mdulo 3

    a. Menino - substantivo travesso adjetivo

    b. Me substantivo cuidadosa adjetivo

    c. Pas substantivo acolhedor adjetivo

    d. Navio substantivo grandioso adjetivo

    e. jogador substantivo alto adjetivo

    8. Reescreva as frases modificando o substantivo masculino sublinhado para sua forma feminina. Modifique a estrutura se necessrio. Siga os exemplos:

    O menino caminhava tranqilo quando encontrou seu amigo. A menina caminhava tranquila quando encontrou sua amiga. - Note que outras palavras tambm foram alteradas para a frase ficar correta. Vejamos outro

    exemplo: O jogador de basquete fez duas cestas seguidas e foi aplaudido por seu tcnico. A jogadora de basquete fez duas cestas seguidas e foi aplaudida por sua tcnica. Agora a sua vez:

    a. O doutor estava cansado e no conseguia mais atender seus pacientes.

    b. Os camponeses trabalhavam muito para enriquecer seus patres.

    c. O marido havia chegado a sua casa e s encontrara seu filho e seu co.

    d. O prncipe viajou todo o mundo: conheceu monges, reis, duques e embaixadores.

  • 30

    Classes depalavras

    Artigo, numerais e advrbios

    Nesta aula voc ir aplicar e explicar os conceitos bsicos das classes de palavras, para que saiba situar a funo de cada elemento da frase ou perodo.

    Esperamos que, aps o estudo do contedo desta aula, voc seja capaz de:

    saber aplicar os artigos definidos e indefinidos;

    compreender o uso dos numerais dentro de um texto;

    reconhecer e classificar os diversos tipos de advrbio.

    Introduo

    Prosseguindo com nossa aula sobre classes de palavras falaremos, agora, de termos que funcionam como acessrios dentro de uma frase ou perodo.

    Chamamos de acessrios, pois eles complementam, definem, determinam modo, tempo e espao e enumeram as aes principais. Para acompanhar os termos bsicos substantivos, adjetivos, verbos e pronomes, os termos acessrios se flexionam para tornar o discurso mais claro, mais objetivo. Veja o exemplo:

    Casa era bonita.

    Nesta frase, encontramos apenas os termos bsicos (substantivo / verbo / adjetivo). Isso no faz com que a frase se torne incompreensvel. Voc entende o que est escrito, eu entendo o que est escrito, mas o discurso est incompleto. Vejamos a mesma frase, ampliada com o uso dos termos acessrios:

    H trinta anos havia uma casa muito bonita aqui.

    A frase cresceu muito, mas note como ganhou um sentido mais definido, mais claro do que a anterior. O que fizemos? Utilizamos o artigo, o numeral e o advrbio para acrescentar tais significados que a tornaram mais expressiva e mais bem escrita. Primeiro inserimos o numeral trinta para demarcar a quantidade de tempo, depois foi a vez do artigo indefinido uma que assinalou que se tratava de uma casa em especfico, por fim, o advrbio de lugar aqui, especificando onde existia a casa.

    Resumo parcial da aula:

    Nesta aula compreenderemos a importncia e discutiremos a classificao dos termos acessrios artigo, numeral e advrbio.

    Mdulo 4

    Os termos acessrios comple-mentam o discurso, transfor-mando a comunicao mais completa, mais direta e mais interessante.

    Md

    ulo

    4

  • 31

    Mdulo 4

    Definies

    Artigo

    O artigo pode ser definido ou indefinido. Sua funo determinar a especificidade de um ou mais seres, de objetos e de elementos que pertenam a uma mesma famlia. Para exercer tal funo, eles podem se flexionar em gnero (masculino/feminino) e nmero (plural/singular), acompanhando assim as caractersticas do discurso em que sero inseridos.

    Artigo definido

    Determina exatamente quem exerce a ao. Sua utilizao elimina qualquer dvida dentro do discurso.

    Veja o exemplo:

    O menino de camisa verde ganhou a corrida. O artigo definido masculino o nos mostra que aquele menino em especfico foi o vencedor, no restando dvidas sobre o resultado.

    Os artigos definidos podem ser: O, OS, A, AS; e se flexionam de acordo com os termos que acompanham (se plural ou singular / se masculino ou feminino).

    Artigo indefinido

    Indeterminam parcialmente quem executa a ao. A sua utilizao revela uma incerteza ou o no conhecimento total dos fatos por quem fala ou escreve. Veja os exemplos:

    Um menino conseguir vencer a corrida.

    Uma soluo deve ser tomada urgentemente.

    Nos dois exemplos, os artigos indeterminam ou demonstram desconhecimento da ao. No primeiro, no podemos dizer, exatamente, qual menino vencer a corrida. No segundo exemplo, sabemos que alguma soluo precisa ser tomada, mas no sabemos, especificamente, qual.

    Os artigos indefinidos podem ser: UM, UNS, UMA, UMAS; e se flexionam de acordo com os termos que acompanham (se plural ou singular / se masculino ou feminino).

    Numerais

    Quem no se lembra daqueles exerccios que fazamos nas sries iniciais da escola em que tnhamos que escrever por extenso os numerais? Nossas professoras caprichavam no tamanho dos nmeros e na complexidade de sua escrita. Mas voc acha que essa a nica funo dos numerais? Se voc pensa que no, voc est correto. Os numerais, na verdade, servem, dentro do discurso, para enumerar seres ou indicar sua ordem em uma determinada situao. Veja os exemplos:

  • 32 Lngua Portuguesa | EJA

    Eram apenas trs vagas para vinte pessoas.

    A fila estava enorme, mas ele j era o terceiro.

    Apenas um tero da populao est vacinada contra a rubola.

    Jonas ganha o dobro do meu salrio.

    Nos exemplos, os numerais sublinhados desempenham funes distintas. No primeiro caso, h a preocupao em enumerar ou quantificar o nmero de vagas e pessoas. Neste caso utilizamos o numeral cardinal. No segundo exemplo, j notamos que a utilizao do numeral pretende determinar a posio (ordem) que o sujeito ocupa na fila. Neste caso utilizamos o numeral ordinal. Na terceira frase, encontramos uma porcentagem escrita por extenso, que representa uma proporo sobre um total. Neste caso utilizamos um numeral fracionrio. No ltimo exemplo, encontramos uma multiplicao expressa no termo dobro. Aqui o caso do numeral multiplicativo.

    Numerais cardinais

    Servem para enumerar ou quantificar seres. Com a exceo do um, os cardinais so todos no plural: dois, trs, etc.

    Numerais ordinais

    Servem para dar ordem ou apresentar a ordenao em uma determinada situao. Os ordinais flexionamse em gnero e nmero. Veja:

    primeiro primeira / segundo segunda / quinto quinta / dcimo dcima

    Numerais fracionrios

    Representa as partes em que se dividiu a unidade ou uma estatstica de proporo. Os fracionrios so sempre acompanhados de um cardinal e se flexionam de acordo com ele: Um tero / dois teros cinco oitavos / um oitavo

    Numerais multiplicativosExpressam multiplicaes nas aes ou nos elementos de uma frase. Eles

    podem se flexionar em gnero e nmero quando utilizados em funo de adjetivo: Preferiu fazer apostas duplas. / O tenista cometeu uma dupla falta.

    Advrbio

    Os advrbios so termos muito importantes do discurso. Sem eles no poderamos expressar de maneira completa nossas sensaes cotidianas. Por exemplo, quando voc chega a sua casa e diz: Hoje eu trabalhei muito. Com a utilizao do muito voc est marcando no discurso o quanto voc trabalhou. Sem saber diretamente voc acaba de usar um advrbio. Dessa forma, os advrbios servem para indicar e enfatizar as circunstncias ocorridas no discurso.

    Curiosidade: Voc perce-beu que no pequeno texto de explicao dos exemplos, podemos encontrar alguns artigos e numerais? Ento, deixamos uma sugesto para voc: que tal retornar ao texto, fazer uma releitura marcando todos os artigos e numerais que encontrar para compreender o porqu de sua utilizao?

    Ateno: Os cardinais ter-minados em o podem se apresentar tanto no singular como no plural: Um milho / Dois milhes.

  • 33

    Mdulo 4

    Os advrbios podem ser:

    De dvida: Amanh, provavelmente, poderemos comprar os ingressos.

    De lugar: Se ela morasse mais perto, poderamos ir juntos para a escola.

    De modo: Saiu de casa rapidamente.

    De tempo: Chegarei tarde.

    De intensidade: Voc nunca foi to inteligente como agora.

    De afirmao: Realmente voc me convenceu.

    De negao: No falar nada sobre aquele assunto.

    Os advrbios combinados com as preposies formam o que conhecemos por locues adverbiais. As locues adverbiais podem ser entendidas como o desdobramento de um advrbio nico. Veja os exemplos:

    Ele correu rapidamente. Ele correu com rapidez.

    Ela comeu exageradamente. Ela comeu com exagero.

    O chefe nos olhou desconfiadamente. O chefe nos olhou com desconfiana.

    Podemos perceber, atravs dos exemplos, a transformao dos advrbios terminados em mente para as locues adverbiais iniciadas pela preposio com.

    Reviso final da aula

    Nessa aula voc aprendeu a utilizar alguns dos termos acessrios do discurso. Voc viu a importncia dos artigos na configurao dos sentidos do discurso, alm da praticidade que podemos encontrar com a boa utilizao dos numerais e a relevncia dos advrbios para tornar o discurso mais rico em detalhes.

    Exerccios resolvidos

    1. (Univ. Fed. de Juiz de Fora MG) Mar-que o emprego incorreto do numeral:

    a. sculo III (trs)

    b. pgina 102 (cento e dois)

    c. 80 (octogsimo)

    d. captulo XI (onze)

    e. X tomo (dcimo)

    Resposta: A

    Comentrio: A soluo desta questo est na utilizao dupla dos numerais para designar alguns elementos (Papas, reis, sculos, captulos). Para isso vale a seguinte regra: Quando for para esse grupo de elementos, os numerais devem ser utilizados da seguinte forma:

    - ordinais em contagens de 1 a 10

    - cardinais em contagens superiores a 11.

    2. (Fund. Valeparaibana SP) Indique o item em que os numerais esto correta-mente empregados: a. Ao Papa Paulo seis sucedeu Joo

    Paulo primeiro. b. aps o pargrafo nono, vir o par-

    grafo dcimo. c. depois do captulo sexto, li o captu-

    lo dcimo primeiro. d. antes do artigo dez vem o artigo

    nono. e. o artigo vigsimo segundo foi revo-

    gado. Resposta: B

    Ateno: O advrbio de lugar onde pode combinar-se com a preposio a (aonde) e com a preposio de (donde) e o uso de cada uma das formas pode ser descrito assim:Onde indica o lugar em que se situa a ao.Exemplo: Onde voc mora?Aonde indica o lugar para o qual se dirige a ao.Exemplo: Aonde voc quer chegar?Donde indica o lugar do qual parte a ao.

    Observao: A forma Donde pouco utilizada nos dias atuais. Nesse caso, mais comum en-contrarmos a preposio em separado do advrbio: De onde voc veio?

  • 34 Lngua Portuguesa | EJA

    Aplicando seus conhecimentos

    Agora, que tal praticar um pouco?

    1. Leia com ateno o texto e classifique os artigos sublinhados, dizendo se so definidos ou in-definidos e explicando se houve flexo de gnero e nmero.

    Os meninos se arrumavam para a festa junina da escola quando ouviram uma exploso. A exploso acordou at o gatinho que estava dormindo debaixo da cama. Dona Joana, me de um dos meninos, foi at o quarto para ver se estavam todos bem. Logo aps a confirmao, saram no porto para saber o que tinha acontecido de verdade. No demorou muito e os cinco perceberam que no se passava de uma brincadeira das crianas da rua, que estouraram uma bombinha dentro de um galo de tinta.

    2. Explique, com suas palavras, os diferentes usos do artigo para designar o mesmo elemento no trecho a seguir: (...) quando ouviram uma exploso. A exploso acordou at (...).

    3. Transforme os advrbios sublinhados nas frases abaixo em locues adverbiais sem modificar o sentido do discurso. Veja o modelo:

    Ela trabalhava incansavelmente. - Ela trabalhava sem cansao.a. Eles foram correndo apressadamente.b. Falava interruptamente sobre o acontecido. c. Conseguiu facilmente a resposta da questo.d. Poderiam fazer exatamente o que eu mandei!e. Ganharam, surpreendentemente, o primeiro lugar.

    4. Complete com Onde ou Aonde:a. No conheo a cidade ___________ela foi.b. Ningum sabe ______as crianas esto.c. At ________ voc ir?d. _________ buscarei voc?e. _________lhe bateram? Na cara?f. Por ________ eles vieram?g. Os seguranas acompanharam sua ida ________?h. _________vocs desceram?

    Comentrios: Para este exerccio vale a mesma regra da justificativa anterior, porm, o que vale o comentrio neste caso a formulao da questo que, ao invs da disposio das respostas, aqui, todas as alternativas versam sobre a mesma regra e fazem com que o aluno tente buscar a origem da regra principal e suas aplicaes prticas.

    3. Assinale a alternativa abaixo em que o emprego do pronome pessoal est equi-vocado:

    a. Eu farei a prova no domingo.b. Vamos encontr-la amanh a noite.c. Fomos ver ele no teatro.d. Iremos ao cinema com ele e Maria.

    Resposta: C Comentrio: Para solucionar esta ques-

    to era necessrio perceber o problema existente na colocao pronominal. O pronome pessoal do caso reto no pode funcionar como complemento do verbo, s pode exercer o papel de que executa a ao.

  • 35

    Mdulo 4

    i. De ________saiu tanta gente?j. A polcia descobriu o local ________eram levadas as vtimas. k. A rua _________residem tranqila.

    PROPOSTA DE ATIVIDADE PRTICA Agora que voc j conhece os vrios usos possveis dos numerais, procure em um jornal ou na

    internet, notcias que apresentem dados de pesquisa, nmeros econmicos ou estatsticos e tente reescrev-las colocando os nmeros por extenso.

    5. Aplique os artigos convenientes para os substantivos listados abaixo. Siga o exemplo: ........... caminho - o caminho ........... luta a luta ........... derme a derme ........... libido ........... profeta ........... testemunha ........... cal ........... ssia ........... dinamite ........... estigma ........... paria ........... cl

    6. Identifique e classifique os numerais nas frases abaixo. Siga o exemplo: Ele chegou em terceiro, mas no adiantou. Terceiro: numeral ordinal

    a. Segundo a agncia de notcias, o dobro dos brasileiros vai votar nessas eleies.b. Um quinto dos jogadores de futebol recebe altos salrios.c. H trinta e sete candidatos por vaga, isto demonstra que um quinto dos jovens buscam o

    curso de medicina.d. O camisa nove marcou mais dois gols e chegou ao segundo lugar na artilharia.e. Este jogo s se pratica com duplas e trios.

    7. Transforme as locues adverbiais em advrbios simples. Veja o exemplo: Passou por ns bastante nervoso. Passou por ns nervosamente.

    a. Caminhava com muita pressa.b. Nos ltimos meses comeu em demasia.c. Procurava com rapidez os documentos.d. Desejava com ardncia aquele amor.e. Projetava com fria sua vingana.

    8. Complete com os artigos indefinidos as lacunas das frases abaixo. Faa como o modelo: ........... menino e seus amigos ganharam ........... minutos a mais de recreio. Um menino e seus amigos ganharam uns minutos a mais de recreio.

    a. Compramos ........... lembranas de viagem para a famlia.b. ........... nibus lotado parara na rua. ........... se irritaram outros acharam tudo normal.c. Hoje ocorreu ........... novo bombardeio. d. ........... histria sempre maior do que se conta.e. Era a alegria para ........... e o final de tudo para os outros.

    9. (ICCh) Assinale a alternativa em que o termo destacado tem valor de advrbio.a. Achei-o meio triste, com ar abatido.b. No h meio mais fcil de estudar.c. S preciso de meio metro dessa renda.d. Ela caiu no meio do jardim.

  • 36

    O VerboVerbo e suas classificaes

    A meta desta aula demonstrar como o verbo fundamental para estabelecermos as relaes sintticas e semnticas dentro do discurso.

    Esperamos que, aps o estudo do contedo desta aula, voc seja capaz de:

    identificar o verbo dentro da frase, orao ou perodo;

    distinguir os tempos e modos verbais;

    detectar as vozes verbais: passiva e ativa;

    conhecer e identificar os tipos de verbo.

    Introduo

    Os verbos so os grandes responsveis pela sequncia de um discurso, pois atravs deles que identificamos e classificamos a ao que est sendo realizada. O verbo a classe de palavra que possui a maior quantidade de flexes: tempo, modo, pessoa e nmero. Isso nos ajuda a identificlo, pois enquanto outras palavras no podem ser conjugadas, o verbo pode. Seus tempos de conjugao mais bsicos so: passado, presente e futuro. Os verbos, basicamente, expressam ao e estado e se referem a algo ou a algum, a quem nomeamos de sujeito. O verbo tambm essencial para a ao. No existe orao sem verbo e, s vezes, basta o verbo para que a orao esteja completa:

    Ganhei! Cheguei. Chove.

    Resumo Parcial da aula: Nessa aula aprenderemos a reconhecer, compreender e classificar os verbos a partir da anlise de sua es-trutura, de suas formas e de seus nomes.

    A estrutura do verboUma forma verbal constituda por:

    Radical ou lexema: onde se concentra o significado do verbo.

    O radical a parte que repetida em todas as formas, salvo em caso de verbos irregulares:

    Cantei, cantaste, cantou

    Desinncias: indica o modo, o tempo, o nmero e a pessoa.

    Falassemos

    sse: desinncia modotemporal (subjuntivopretrito imperfeito)

    mos: desinncia nmeropessoal (1 pessoa do plural)

    Mdulo 5

    Md

    ulo

    5

  • 37

    Mdulo 5

    Vogal temtica: alm de permitir a ligao do radical com as desinncias, indica a que conjugao o verbo pertence:

    Falaste a 1 conjugao (verbo falar);

    Vendeste e 2 conjugao (verbo vender);

    Partiste i 3 conjugao (verbo partir).

    Tempos vebaisO tempo verbal indica o momento em que a ao acontece: se anterior,

    simultneo ou posterior. Essas possibilidades so expressas pelo:

    Pretrito que pode ser perfeito (ao iniciada e concretizada no passado), imperfeito (ao iniciada e no concretizada num dado momento) e maisqueperfeito (ao iniciada e concretizada no passado anterior a outra tambm realizada e concretizada no passado);

    Presente que indivisvel;

    Futuro que pode ser do presente (ao certa) e do pretrito (ao provvel dependente de outra).

    Modos verbaisTemos, na Lngua Portuguesa, trs modos verbais:

    Indicativo

    Exprime, em geral, ideias objetivas e no dependentes de outras.

    Exemplos: Eu escreverei um livro. Ns ganharemos o jogo.

    Subjuntivo

    Exprime em geral ideias subjetivas, hipotticas, fazendo sempre parte de uma orao subordinada.

    Exemplos: Se eu fosse capaz, escreveria um livro.

    Se conseguirmos um gol, ganharemos o jogo.

    Imperativo

    Exprime ordem, pedido ou splica.

    Exemplos: Escreva um livro!

    Ganhe este jogo!

    Formas nominais do verboSo aquelas que podem comportar-se como nome (substantivo, adjetivo ou

    advrbio). H trs formas nominais em portugus:

    Infinitivo

    o nome do verbo; a forma que mais se aproxima do substantivo e frequentemente ocupa o lugar de um sujeito.

    Exemplos: Falar prata, calar ouro.

    H dois tipos de infinito: o impessoal, que no se refere a nenhum ser em especial e no flexionado; e o pessoal que se refere a uma das pessoas do discurso, sendo, portanto, flexionado.

    Como voc viu, o verbo com-posto de trs partes: Radical desinncia vogal temtica. Lembrando sempre que as de-sinncias podem ser de modo, tempo, nmero ou pessoa.

    Este conceito ser discutido mais adiante em nossa apostila.

  • 38 Lngua Portuguesa | EJA

    Emprego do infinitivo pessoal:

    Empregase o infinitivo pessoal basicamente quando o sujeito do infinitivo diferente do sujeito do verbo da orao principal.

    Exemplos:

    Passei aqui para jantarmos juntos.

    Jamais se usa o infinitivo pessoal em locues verbais:

    Ns vamos trabalharmos.

    Particpio:

    a forma verbal que se aproxima do adjetivo e a nica que apresenta flexo de gnero.

    Exemplos:

    Ela conhecida por todos.

    Ele conhecido por todos.

    Gerndio:

    a forma verbal que se aproxima do advrbio, normalmente presente em oraes adverbiais reduzidas.

    Exemplos:

    S amando voc pode ser feliz.

    Formas simples e compostasAs formas simples so as constitudas por uma s palavra. As formas com

    postas so constitudas pelos verbos auxiliares ter ou haver + o particpio do verbo principal.

    Veja o exemplo: Eu tinha almoado.

    Mas, ateno!! Alguns tempos possuem apenas formas simples, outros, apenas a forma composta.

    No se pode esquecer que, alm desses tempos compostos, existem as locues verbais, formadas por verbos auxiliares (em geral, ser, estar, ter e haver) + verbo principal em uma das formas nominais.

    Veja os exemplos:

    Eu estava caminhando.

    Ele tinha sido convidado.

    Lcia vai ser convidada para o ch.

    As vozes verbais

    Em lngua portuguesa existem trs vozes verbais. Atravs delas podemos localizar de onde parte a ao. So elas: ativa, passiva e reflexiva. Vamos entender como elas funcionam:

    Ativa: quando o sujeito agente do processo verbal.

    Jonatas plantou uma rvore.

    ObservaoH alguns verbos que apre-sentam mais de um par-ticpio, so os chamados verbos abundantes, como o exemplo do verbo tin-gir, cujo particpio pode ser tingido (particpio regular) e tinto (particpio irregular). Normalmente, os regulares so utilizados com os ver-bos ter e haver (nos tempos compostos) e os irregulares com os verbos ser e estar (na voz passiva).

  • 39

    Mdulo 5

    Passiva: quando o sujeito o paciente do processo verbal, isto , ele no age, mas atingido pela ideia expressa pelo verbo.

    Uma rvore foi plantada por Jnatas.

    H dois tipos de voz passiva:

    Passiva analtica: formada pelo verbo auxiliar ser (ou, mais raramente, estar) + particpio do verbo. Exemplo: Os livros foram impressos h uma semana.

    Passiva sinttica ou pronominal: verbo + pronome apassivador se. Exemplo: Imprimiramse os livros h uma semana.

    Reflexiva: quando o sujeito agente faz e recebe sua prpria ao.

    Jonatas feriuse com a faca.

    Classificao dos verbosPodemos classificar os verbos em regulares, irregulares e defectivos. Ago

    ra voc vai conhecer um pouco mais de cada uma dessas classificaes.

    Regulares so aqueles cujos radicais no se alteram e cujas terminaes obedecem ao paradigma da conjugao a que pertencem. Exemplo: Verbos cantar e falar presente do indicativo

    Eu canto FaloTu cantas FalasEle canta FalaNs cantamos FalamosVs cantais FalaisEles cantam Falam

    Irregulares so aqueles que apresentam irregularidades no radical ou nas terminaes. Exemplo: verbo ser e frear.

    Eu sou freioTu s freiasEle freiaNs somos freamosVs sois freaisEles so freiam

    Defectivos so aqueles aos quais faltam algumas formas de conjugao. o que acontece, por exemplo, com os:

    Verbos impessoais: anoitecer, chover, gear, ventar, que s se conjugam na 3 pessoa do singular.

    Verbos que indicam vozes de animais: latir, cacarejar, relinchar, pois s se conjugam na 3 pessoa do singular (ele) e do plural (eles).

    Verbos que no apresentam algumas formas, normalmente por motivos eufnicos; a maioria deles de 3 conjugao (ir). Exemplos: abolir, banir, colorir, extorquir (no tm a 1 pessoa do singular do presente do indicativo); falir, precaver (s tm 1 e 2 pessoas do plural ns, vs no presente do indicativo).

  • 40 Lngua Portuguesa | EJA

    Reviso final da aula

    Nessa aula voc pode conhecer como so formados os verbos, suas vozes, formas e tipos. Este foi apenas o primeiro passo para nossa prxima aula, que ser sobre a conjugao verbal. Portanto, lembre-se de que o que voc aprendeu aqui ser muito til para a compre-enso da prxima aula e para sua prtica cotidiana.

    Exerccios resolvidos

    1. De acordo com a definio bsica de ver-bo, quais aspectos devem ser observados para sua compreenso na frase?a. a derivao e a composio do verbo.b. a interposio pronominal na forma-

    o dos tempos.c. os modos e os tempos verbais.d. a conjugao e o deslocamento do

    sujeito. Resposta: C Comentrios: Os verbos representam

    a ao desempenhada em uma frase. Logo, para sua total compreenso se faz necessrio que saibamos seus modos e tempos de maneira coerente. O modo verbal importante para as definies de estado da ao e o tempo verbal a base da flexo e til ao nmero de autores ou agentes.

    2. Em qual das alternativas abaixo temos uma frase flexionada em voz passiva?a. Ns fizemos o trabalho no dia solici-

    tado.b. Outros tentaram o que conseguimos.c. Antes de arriscar, fiz o que devia.d. No dia de ontem, foi dada a notcia.

    Resposta: D Comentrios: A voz passiva represen-

    ta uma inverso dos papis da relao agente-ao. Logo a nica alternativa que promove tal inverso a letra D. Note que nas outras alternativas h a fi-gura do agente que executa ou participa da ao.

    3. Assinale a alternativa em que encontra-mos, respectivamente, um verbo irregular e um defectivo.a. ser - estarb. chover serc. ir ventard. cantar latir

    Resposta: C Comentrios: Os verbos irregulares so

    aqueles que no apresentam regularida-de no radical ou em suas terminaes. Isso provoca uma conjugao diferencia-da, caso do verbo ir (fui, amos, vamos). J os defectivos demonstram ausncia de ao menos um das formas de conju-gao, caso dos verbos impessoais, de verbos que expressam eventos naturais (ventar) e verbos que representam facul-dades animais (latir, relinchar, etc).

    Aplicando seus conhecimentos