Apostilha de Flauta Transversal - Ccb

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Pesquisa: Eleandro de Lima [email protected]

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SUMRIO INTRODUO.......................................................................................................................................Pag.3 A HISTRIA DA FLAUTA ..................................................................................................................Pag.4 TIPOS DE FLAUTAS ...........................................................................................................................Pag.5 O INCIO NA MSICA .........................................................................................................................Pag.6 RESPIRAO........................................................................................................................................Pag.6 O INCIO NA FLAUTA ......................................................................................................................Pag.10 DICAS PARA TIRAR MAIOR PROVEITO NAS AULAS PRTICAS DE FLAUTA.................Pag.10 TIRANDO OS PRIMEIROS SONS COM O BOCAL.......................................................................Pag.12 MONTAGEM DA FLAUTA ..............................................................................................................Pag.16 POSIO CORRETA PARA SE TOCAR.........................................................................................Pag.17 A ARTICULAO E OS DIFERENTES GOLPES DE LINGUA....................................................Pag.22 O DUPLO GOLPE DE LINGUA .......................................................................................................Pag.22 ESTUDOS PARA SONORIDADE ....................................................................................................Pag.23 ESTUDO DAS ESCALAS ..................................................................................................................Pag.26 TABELA DE DIGITAO PARA FLAUTA ...................................................................................Pag.29 MANUTENO E CUIDADOS COM A FLAUTA TRANSVERSAL........................................... Pag.33 CRONOGRAMA DE ESTUDOS PARA OFICIALIZAO CCB...................................................Pag.37 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................Pag.38

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INTRODUO Este caderno tem como objetivo complementar informaes de extrema relevncia aos estudos da flauta transversal. A flauta transversal um instrumento que o aluno iniciante encontra muita dificuldade em relao embocadura, por se tratar de um instrumento de embocadura livre, por isso, muito importante que o aluno tenha uma iniciao correta de sua embocadura. Outro assunto tambm muito importante a respirao, que precisa ser trabalhada de forma correta para que assim, o aluno possa fazer as frases musicais corretamente, sem ficar cortando as frases a toda hora para respirar. Este caderno aborda tambm assuntos como escalas maiores e exerccios de sonoridade para o aluno ter uma boa embocadura com volume e afinao. As escalas maiores e tambm a escala cromtica so aqui abordadas, no qual o aluno dever estud-las com varias articulaes diferentes. A postura para tocar flauta tambm comentada neste caderno, pois preciso que o aluno tenha conscincia de sua importncia desde o princpio para adquirir o hbito da boa postura. Todas essas informaes foram retiradas dos principais mtodos musicais para flauta, que so hoje usados em conservatrios e escolas de msica. Lembrando ao caro aluno que para ter uma boa formao musical dever tambm se dedicar ao estudo do BONA musical e teoria musical, pois sem uma base forte da parte terica certamente o aluno encontrar maiores dificuldades de leitura musical. Juntando todas as informaes deste caderno, o estudo dos mtodos musicais e a ajuda de seu instrutor tenho certeza que voc caro aluno, ser um grande flautista.

ELEANDRO DE LIMA INSTRUTOR CCB BAIRRO NOVO A CURITIBA 5 DE JANEIRO DE 2009

PARA SE TORNAR UM BOM MSICO NECESSRIO UM POUCO DE TALENTO E INSPIRAO, MUITO ESTUDO E PERSEVERANA, HUMILDADE PARA RECONHECER AS SUAS DEFICINCIAS E MUITO ESFORO PARA VENC-LAS".

4 A HISTRIA DA FLAUTA

A flauta um dos instrumentos de sopro mais antigos e um dos primeiros instrumentos musicais inventado pelo homem. Os historiadores da antiguidade atribuam suas origens obra do acaso ou a personagens da mitologia. A cincia, porm, calcula que tenha surgido h mais de 20.000 anos, a julgar pela anlise de alguns exemplares encontrados, feitos de osso. Provavelmente a flauta foi inventada, paralelamente, por povos distantes, sem nenhum contato entre si, podendo ser comprovado atravs das flautas de bambu ou de argila achadas mo Peru de formas e de sonoridades semelhantes s utilizadas pelos gregos e egpcios. Uma das verses mais aceitas sobre a sua origem a de que o homem primitivo, quando vagava pelos bosques na nsia de imitar os sons dos pssaros, teria aprendido a assobiar. Posteriormente, ouvindo o som produzido pelo vento nos canaviais, tomou um pedao de cana e levando-o aos lbios conseguiu imitar sons semelhantes ao assobio, porm mais fortes. A partir desta descoberta, o homem aperfeioou a flauta de bambu, modificando no s as suas formas, mas tambm a qualidade dos materiais empregados na sua construo. At a primeira metade do sculo XVII, as flautas no possuam nenhum mecanismo. Eram providas apenas de orifcios, e supe-se que a primeira chave(R#) tenha surgido por volta de 1660. At os princpios do sculo XIX verificaram-se poucos progressos. As flautas continuavam com pouca sonoridade e com muitos problemas de afinao, apesar de novas chaves terem sido acrescentadas ao seu mecanismo. Somente por volta de 1840, ela tornou-se realmente, um instrumento quase perfeito, semelhante ao utilizado hoje em dia graas a um mecanismo revolucionrio inventado por Theobald Boehm, flautista, compositor e fabricante de flautas. Esse novo mecanismo, conhecido como sistema Boehm aumentou a extenso da flauta, facilitou o dedilhado, permitindo a execuo de obras de virtuosidade at ento impraticveis com as flautas antigas.

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TIPOS DE FLAUTAS Flautin ou Piccolo

Flauta em D

Flauta contralto em SOL

Flauta Baixo em D

Existe tambm flautas em MIb e flautas Sub-Contrabaixo porm pouco usadas.

6 O INICIO NA MSICA Quando aparece em ns o desejo de estudar Flauta a primeira imagem que vem em nossa cabea a de ns tocando uma flauta com aquele som maravilhoso que agrada a todos que ouvem, porm, muitos no lembram que para isto acontecer preciso muito estudo e dedicao. Pois no apenas pegar o instrumento e sair tocando, preciso que o aluno estude tambm outros assuntos relacionados parte musical. So eles: ABC Musical Introduo teoria Musical BONA Mtodo de Diviso Musical Clave de Sol e de F Teoria Musical Estudar msica exige responsabilidades, no devemos estudar msica porque nossos pais ou nossos avs querem que estudemos. Devemos adquirir gosto pela msica, pelos estudos musicais, sempre dispondo de algum tempo do nosso dia para a prtica musical, pois praticando que conseguimos nos desenvolver musicalmente.

RESPIRAO O simples fato de soprar no significa produzir som. Para que a emisso seja correta, com fluidez e perfeio necessrias boa execuo de uma obra, indispensvel, alm do domnio da tcnica da embocadura um perfeito conhecimento da respirao. A respirao mais recomendada para os instrumentistas de sopro a diafragmtica. Ela permite a execuo de longas frases, o aumento da amplitude do som e a emisso afinada das notas em pianssimo na regio aguda, porque graas a ela os pulmes podem desenvolver toda a sua capacidade e o diafragma pode impulsionar de maneira mais controlada a coluna de ar. Se observarmos algum deitado em decbito dorsal, notaremos que a sua respirao naturalmente diafragmtica. Inspirao: A) Inspirao em trs fases. De p ou sentado, com o busto e a cabea erguidos, exalar todo o ar que puder, contraindo o diafragma, como se este fosse um fole. Imaginar que os pulmes esto divididos em trs partes: base, parte mdia e parte superior. Inspirar lentamente pelo nariz sem levantar os ombros, enchendo

primeiramente a base. Deter a inspirao por alguns segundos e continuar enchendo a parte mdia. Deter novamente a inspirao e encher finalmente a parte superior at esgotar a capacidade pulmonar. Repetir este exerccio vrias vezes, at conscientizar o seu mecanismo.

7 B) Inspirao numa s fase. Inspirar lentamente pelo nariz, enchendo primeiramente a base, em seguida a parte mdia e finalmente a parte superior, at esgotar a capacidade pulmonar. Expirao: Exalar lentamente pela boca contraindo o diafragma e os msculos intercostais. medida que o ar vai sendo expulso, estes voltam posio de repouso, empurrando a coluna de ar. Para melhor compreenso desse mecanismo comparar o trax a um cilindro aberto o diafragma seria representado por um pisto que se desloca de baixo para cima dentro desse cilindro, (fig.01). FIG.01

. . . . . . . FIM DA EXPIRAO ______ POSIO DE REPOUSO _ _ _ _ FIM DA EXPIRAO

8 Outro exemplo seria comparar o trabalho do diafragma com os movimentos de um fole, (fig.02 e 03).

. . . . . . . FIM DA EXPIRAO ______ POSIO DE REPOUSO _ _ _ _ FIM DA EZPIRAO

aconselhado ao aluno, antes de pegar o instrumento, praticar estes exerccios durante alguns minutos num local bem arejado.

Exerccios respiratrios sem o instrumento. Estes exerccios tm como objetivo aumentar a capacidade pulmonar. Por esta razo, indispensvel pratic-los regularmente. Exerccio 1: Este exerccio deve ser feito inicialmente deitado em decbito dorsal, a fim de melhor sentir e controlar os movimentos do diafragma conveniente colocar um livro pesado sobre o ventre.

9 Uma vez compreendido o mecanismo do exerccio, prossegui-lo de p da seguinte maneira: A) Colocar a palma da mo sobre o abdome, bem abaixo das costelas. B) Inspirar lentamente pelo nariz. Dever-se- sentir que o diafragma empurra a mo. C) Continuar inalando lentamente, expandindo o trax, de maneira a inspirar uma boa quantidade de ar. D) Sustentar a respirao por alguns segundos. E) Exalar lentamente pela boca. Exerccio 2: A) Proceder como nos trs primeiros itens do exerccio 1. B) Exalar lentamente, interrompendo a expirao com freqentes pausas, a fim de fortalecer os msculos empregados no controle da coluna de ar. Exerccio 3: A) Sentado ou em p inalar lentamente ora pelo nariz ora pela boca. B) Esgotada a capacidade pulmonar, reter o ar durante alguns segundos. Exerccio 4: A) Inalar rapidamente pela boca. B) Exalar lenta e constantemente pela boca, produzindo o som correspondente a um S prolongado (SSSSSSSSS.......), desta forma ser mais fcil verificar a regularidade da expirao.

Exerccio 5: Acender uma vela posicion-la a um palmo da boca; inspirar e soltar o ar, como em sopro, controlando a sada retraindo o abdmen devagar, sobre a chama da vela, sem apag-la. Procurar manter a chama sempre danando da mesma maneira, se ela diminuir muito ou apagar, voc soprou muito forte, se ela ficou ereta, seu ar falhou.

10 O INCIO NA FLAUTA Depois de termos estudados o BONA, recomenda-se para isso no mnimo a clave de SOL at a lio 90, e a introduo teoria musical, eis que chega o momento de iniciarmos na flauta. No momento que pegamos nossa flauta nas mos passamos para outro nvel da parte musical que o aprendizado no instrumento. Deste momento em diante o aluno colocar em prtica toda a teoria que aprendeu. Em primeiro lugar vamos conhecer as partes que compem a flauta.

O bocal da flauta

O bocal da flauta uma pea que possui um orifcio, com as bordas em formato adequado para que o instrumentista apie comodamente o lbio inferior. Numa extremidade, h uma pea mvel com um ressonador de metal que, movendo-a, ajusta-se a afinao da flauta.

O bocal da flauta a parte de aspecto mais simples do instrumento, pois se v somente a embocadura, com sua abertura oval, soldada ao bocal, de perfil arredondado, para permitir ao flautista apoi-lo com firmeza sobre o queixo. O bocal da flauta est fechado esquerda por uma rolha. Feita por uma cortia furada ao meio por onde

11 passa uma um pino rosqueado. Na extremidade direita do pino soldado uma placa metlica e na extremidade esquerda temos um arremate em forma de um chapeuzinho.

Apesar da simplicidade exterior, o bocal da flauta um elemento muito frgil e muito importante do instrumento. Todos os detalhes de sua construo, local da rolha, vedao, ngulo de solda do porta-lbio, formato do orifcio, conexidade, determinam a qualidade e a preciso do som do instrumento. Claro que com toda a importncia do bocal, alguns sero os cuidados com essa pea. - Nunca mexa no porta-lbio, pois qualquer alterao afeta no resultado da sonoridade da flauta. O que se pode fazer , periodicamente, limpar sua borda interna com um cotonete. - O bocal da flauta tem uma rolha de regulagem que para dar o equilbrio na afinao. Esta rolha nunca deve estar ressecada, pois a flauta perde na sonoridade, e precisa manter sua regulagem com a medida que est na ponta de sua vareta para limpar a flauta. Portanto coloque a vareta dentro do bocal e verifique se no meio do orifcio do bocal da flauta encontra-se a marca da vareta. Caso esteja, tudo bem; caso no esteja, solte um pouco o chapeuzinho do bocal da flauta e faa a regulagem. O bocal da flauta deve ser muito bem cuidado. A limpeza e manuteno devem ser feitas sempre que necessrio para que o aproveitamento do instrumento seja total.

As flautas so geralmente construdas com o diapaso L=440, para abaixar a sua altura deve-se afastar o bocal do corpo. O movimento inverso far o diapaso voltar altura original.

DICAS PARA TIRAR MAIOR PROVEITO NAS AULAS PRTICAS DE FLAUTA Quando o professor estiver falando o aluno deve ficar segurando sua flauta ao lado de seu corpo, Pois se o aluno estiver com a flauta em posio de tocar enquanto o professor fala, ficar ansioso para tocar que acabar no prestando ateno nas dicas do professor. Depois de uma idia ser comunicada ao aluno, ele deve demorar alguns

segundos para assimilar a nova idia, e s depois a tocar, alm disso, pode haver algo que o aluno no entendeu, e ele pode precisar de fazer alguma pergunta, o que, naturalmente, o professor dever esclarecer o Mximo possvel. Tambm muito

importante que o aluno traga para as aulas um pedao de papel e um lpis para anotar

12 pontos importantes realizados na aula, ou o aluno pode escrever diretamente sobre a msica quando o professor fizer uma observao sobre respirao, corrigir notas, uma articulao diferente, ou uma dinmica. No h nada mais desanimador do que ver os alunos fazendo os mesmos erros semana aps semana. Imediatamente aps aulas, os alunos devem ir para casa e reescrever estas notas e completamente legvel, utilizando a msica, assim como a lio de notas como uma referncia. Quando o aluno estiver estudando sozinho e tiver dvidas dever anot-las para quando chegar aula, poder tirar as duvidas com o professor.

TIRANDO OS PRIMEIROS SONS COM O BOCAL Quando iniciamos os primeiros estudos com a flauta transversal devemos primeiramente usar apenas o bocal para estudar. Trs princpios devem ser respeitados:

1) O bocal deve estar paralelo aos lbios (figs. 1 e 2) Figura 1:

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Figura 2:

2) O orifcio da embocadura deve ficar no meio dos lbios ( fig.2). 3) A borda do orifcio deve coincidir com a borda do lbio inferior, para que este cubra mais ou menos um tero do orifcio (fig.3).

Figura 3:

Apie ento o porta-lbio sobre o queixo, que deve ajustar-se perfeitamente a sua forma. Pressione um pouco os lbios um sobre o outro, deixando apenas um pequeno orifcio de 2 a 3 milmetros de dimetro. Sopre sobre o orifcio da embocadura notas longas procurando um som puro e homogneo, sem variao de intensidade. (figs. 2 e 3).

Ex:

14 Faa este exerccio trabalhando primeiramente o grave do bocal, para isto, tampe a sada do bocal com a palma da mo e sopre verticalmente.

Quando j estiver tirando um bom som no grave comece a trabalhar a regio mdia do bocal, isto , sopre horizontalmente sem tampar a sada do bocal.

15 O som produzido pelo atrito do filete do ar contra borda externa do orifcio do bocal, uma parte do ar penetra no tubo e a outra se perde, a pureza do som depender, pois, da quantidade de ar de sua direo.

Trabalhe diante de um espelho colocado a altura do rosto para controlar a posio do bocal e dos lbios. Evitar ataques curtos e seguidos, pois o aluno poder ficar com uma ligeira tontura, principalmente se no houver dominado a respirao diafragmtica. No aperte muito o bocal contra o lbio, pois pode estrangular o som. A posio do bocal que aconselhamos aqui apenas um ponto de partida, o aluno poder modific-la ligeiramente em funo de sua morfologia.,pois no existe uma posio nica para todos, h um modo de tocar para cada flautista, por isso a importncia de tocarmos em frente ao espelho, assim vamos achando a melhor posio para tocar. A embocadura uma conseqncia da forma como sopramos. Ela d o acabamento final ao ar que produzir o som. Se soprarmos de forma correta, com apoio, sem fechar a garganta, quase certo que a embocadura ser relaxada. No devemos sorrir espremendo os cantos dos lbios e nem tampouco exagerar no relaxamento, enchendo as bochechas demasiadamente de ar. Deve ser relaxada e natural, quase sem modificar a forma dos lbios quando estamos com a boca fechada. Os lbios superiores ficam levemente na frente dos inferiores, para projetar o ar na quina do buraco do porta-lbio, onde o som produzido.

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17 POSIO CORRETA PARA SE TOCAR Devemos pensar em segurar a flauta pelos lados, formando uma alavanca contra o queixo. O polegar direito empurra a flauta para frente, a parte baixa do indicador esquerdo empurra a flauta para trs, e a flauta vai direto contra o queixo. importante notar que tanto o polegar direito como a parte baixa do indicador esquerdo devem empurrar a flauta com um certo ngulo (aproximadamente 45 em relao ao cho) para cima, para que a flauta no tenha tendncia a girar para dentro (o que causaria perda de flexibilidade no som). Para uma posio mais natural aconselhvel que os dois cotovelos estejam aproximadamente na mesma altura, voltados para fora. Essa posio permite maior expanso do trax e, conseqentemente, maior capacidade respiratria.

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No principio o aluno ter certa dificuldade em manter os braos na posio indicada, por ser um pouco incmoda, mas as poucos a ela se habituar. Por outro lado, o equilbrio conseguido permitir aos dedos uma ao descontrada, indispensvel para uma boa execuo. O punho direito dever ficar reto em relao mo, e os dedos devem ficar flutuando sobre as chaves e nunca levantados. Cuidando para no ultrapassar as chaves. A prtica em frente ao espelho facilitar as correes que se fizerem necessrias. Mo direita:

19 Mo esquerda:

Os dedos devem ficar flutuando sobre as chaves e nunca levantados, isto vale tambm para a chave de sol#.

Para tocar em p ou sentado fundamental uma postura correta. Muitos dos defeitos na emisso do som so causados por posies incorretas, da a necessidade de se observar as seguintes regras.

De p, os ps ligeiramente afastados, apoiar o corpo tanto numa como noutra perna. Os braos afastados do trax e a cabea erguida, olhando para a linha do horizonte. Sentado, o busto ereto, evitando apoiar o dorso no encosto da cadeira, Temos visto muitos flautistas no nosso meio tocando de maneira deselegante, por isso muito importante que o aluno preste muita ateno com a posio na hora de tocar.

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De P- Posio correta

De P - Posio incorreta

Sentado - Posio correta

Sentado - Posio incorreta

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Quando a vrios flautistas tocando no mesmo banco devemos tocar olhando para a partitura do nosso lado esquerdo.

Posio correta sentado

Posio incorreta sentado

22 A ARTICULAO E OS DIFERENTES GOLPES DE LINGUA Os diferentes meios de se produzir o som atravs dos golpes de lngua fazem com que as notas emitidas sejam mais ou menos acentuadas. O ataque mais comum o simples golpe de lngua, que consiste em pronunciar as slabas TU ou TE no inicio de cada nota. Este golpe de lngua possibilita emitir as notas com ataques curtos e com certa rapidez. Cada ataque sempre precedido de um pequeno silncio. Quanto maior for este silncio mais curtas sero as notas. No caso contrrio, estas sero menos acentuadas, como se estivessem sob uma ligadura. A produo das notas com essas caractersticas determinada pelos tipos de emisso conhecidos como staccato, staccatissimo e portato. So representados da seguinte maneira:

O DUPLO GOLPE DE LINGUA

O duplo golpe de lngua obtm-se pronunciando as duas slabas: TU KU ou at mesmo TE KE , as quais do um movimento fcil lngua, que repetido com rapidez proporciona um belo efeito. Porm preciso de muito estudo para chegar ao grau de conduz-los com rapidez. Exemplo:

23 ESTUDOS PARA SONORIDADE A flauta um instrumento que exige bastante estudo para adquirir um bom som. necessrio que o aluno tenha conhecimento da importncia da sonoridade, pois temos visto que os alunos no praticam os estudos de sonoridade. A prtica de notas longas ajuda o aluno a adquirir firmeza no som, a ter um controle maior nas dinmicas das notas, afinao,... etc. Ao praticar estes exerccios devemos pronunciar a vogal O abrindo bem a

garganta, pois assim o ar passar com facilidade at chegar embocadura da flauta. Note que no h formula de compasso, isto porque cada nota deve ser tocada sem se preocupar com valores, procurando tirar o som o mais limpo possvel e com bastante volume sonoro.

24

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Cada frase do exerccio a seguir dever ser tocada com uma nica respirao. Neste exerccio devemos obedecer ao valor das figuras.

26 ESTUDO DAS ESCALAS A prtica diria de escalas permitir ao aluno obter igualdade e agilidade no

dedilhado. O andamento dever ser aumentado de acordo com os progressos realizados. Praticar todas as escalas procurando diversificar as articulaes, como no exemplo a seguir:

ESCALAS D MAIOR (ESCALA NATURAL)

ESCALAS EM SUSTENIDOS NO MODO MAIOR SOL MAIOR

R MAIOR

LA MAIOR

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MI MAIOR

SI MAIOR

F# MAIOR

D# MAIOR

ESCALAS EM BEMOL NO MODO MAIOR F MAIOR

SIb maior

MIb MAIOR

LAb MAIOR

Rb MAIOR

SOLb MAIOR

28 Db MAIOR

ESCALA CROMTICA

EXERCCIOS DE FLEXIBILIDADE DOS LBIOS Trabalhar a flexibilidade dos lbios muito importante para tocar flauta, pois s vezes precisamos passar de uma nota da regio grave para uma da regio aguda, para isso estude os exerccios propostos usando todas as notas ligadas e depois usando as articulaes do exemplo 01 e 02.

01

02

29 TABELA DE DIGITAO PARA FLAUTA Obs: Esta tabela com a flauta que possui p com S2, isto possui uma chave a mais no p, porm no altera em nada da digitao comparada com a que tem p com D3.

1 oitavaEscrita Digitao T 123|123B Bsica. Descrio

T 123|123C

Bsica.

T 123|123C#

Bsica.

T 123|123

Bsica.

T 123|123Eb

Bsica.

T 123|12Eb

Bsica.

30

T 123|1Eb

Bsica. Bsica.

T 123|3Eb T 123|2Eb T 123|Eb

Digitao trinada com E4. Bsica.

T 123G#|Eb

Bsica.

T 12|Eb

Bsica. Bsica.

T 1|1Eb Bb 1|Eb T 1|BbEb B 1|Eb

Bsica, use em passagens sem B4 ou B5. Digitao trinada com B4. Bsica.

1|Eb

Bsica.

|Eb

Bsica.

2 oitavaEscrita Digitao T 23|123 Bsica. Descrio

T 23|123Eb

Bsica.

T 123|12Eb

Bsica.

31

T 123|1Eb

Bsica. Bsica.

T 123|3Eb

T 123|2Eb T 123|Eb

Digitao trinada com E5. Bsica.

T 123G#|Eb

Bsica.

T 12|Eb

Bsica. Bsica.

T 1|1Eb Bsica, use em passagens sem B4 ou B5. Bsica.

Bb 1|Eb

B 1|Eb

1|Eb

Bsica.

|Eb

Bsica.

3 oitavaEscrita T 23|Eb Digitao Bsica. Descrio

T 123G#|123Eb

Bsica.

32

T 12|12Eb

Bsica.

T 13|1Eb

Bsica.

B 13|3Eb

Bsica.

123|Eb

Bsica.

23G#|Eb

Bsica.

T 2|1Eb

Bsica.

T |1D

Bsica.

B 13|D#

Bsica.

Bsica com B-foot. 123G#|1

123G#|1

Bsica com C-foot.

33 MANUTENO E CUIDADOS COM A FLAUTA TRANSVERSAL* Raul Costa dAvila Professor no Departamento de Instrumento e Canto do Conservatrio de Msica da Universidade Federal de Pelotas

INTRODUO Saber cuidar da flauta um dever de todo flautista. Como ns, o instrumento tambm necessita de cuidados e carinho, pois s assim nos dar aquele retorno que como msicos necessitamos. Imagine-se numa situao em que voc precisando do instrumento no poder us-lo porque perdeu um parafuso, soltou uma mola ou as sapatilhas esto grudentas. Realmente no precisamos ser um tcnico especializado, mas precisamos sim de um mnimo de conhecimentos para que situaes como as do exemplo acima possam ser solucionadas rapidamente, caso venham ocorrer. Com este texto pretendo ajudar aqueles que no tiveram a oportunidade de saber um pouco sobre estes cuidados como tambm complementar o conhecimento daqueles que j conhece. Muitos destes ensinamentos me foram ensinados por meu pai, outros pela experincia do dia-a-dia e outros ainda em mtodos e livros especializados. bom lembrar que com um simples cuidado na manuteno de sua flauta evitam-se problemas em ocasies inesperadas e que sabendo cuidar de sua flauta ela vai estar sempre valorizada, caso venha vend-la para adquirir uma outra.

CUIDADOS GERAIS E BSICOS - Sempre guarde o estojo com a flauta num lugar fora do alcance de crianas que no saibam como manuse-la ou de pessoas curiosas. - NUNCA deixe a flauta montada em cima de uma cadeira ou cama. So locais perigosos, pois sem querer podemos assentar. Utilize uma mesa ou uma superfcie plana, de preferncia mais no centro, onde no tem perigo de cair. - Mantenha sua flauta longe de fontes de calor (estufas, aquecedores) e tambm de fontes frias (mrmore, pedras). Tanto o calor quanto o frio podero alterar as sapatilhas, prejudicando seu perfeito funcionamento. - NUNCA deixe a flauta dentro de porta-malas ou fechada dentro do carro. Alm do calor que toma indiretamente do sol, corre o risco de ser roubada! - Ao terminar seus estudos dirios enxugue a flauta por dentro com um pano bem absorvente (fralda) e que no solte fiapos, enrolado numa vareta de madeira ou metal, eliminando qualquer umidade que possa estragar as sapatilhas. - Aps enxugar a flauta por dentro aconselhvel utilizar uma flanela para limp-la por fora, tirando assim as marcas da transpirao que oxidam o metal. No mecanismo, limpe

34 as chaves uma a uma para que o seu funcionamento no seja prejudicado. Nunca use o mesmo pano para enxugar por dentro e por fora. - Quando der um intervalo em seu estudo, deixe a flauta sobre uma superfcie com as chaves paralelas superfcie (chaves para cima). Isto evita que a saliva escorra encharcando as sapatilhas. Periodicamente utilize um pincel de seda bem macio para limpar todo o mecanismo da flauta. Isto pode ser feito com ela montada e evita que a poeira v acumulando nos eixos e mecanismos, alm de mant-la com uma excelente aparncia. - Sempre que possvel observe se no h algum problema de vazamento nas soldas das chamins, fato que normalmente acontece com flautas mais antigas. Tais vazamentos muitas vezes no podem ser visto a olho nu, mas prejudicam muito a sonoridade do instrumento, necessitando de cuidados especiais para recuper-la.

CUIDADOS AO MONTAR E DESMONTAR A FLAUTA - Ao montar ou desmontar sua flauta, escolha sempre uma superfcie plana e bem larga para colocar estojo sem perigo de cair. Se for numa mesa, coloque-o mais para o centro. - Evite mont-la ou desmont-la apoiando o estojo nas pernas. - Afaste-se de qualquer objeto que possa bater na flauta durante a montagem. - Procure segurar sempre nas partes em que no tem mecanismos. Eles so muito frgeis e quando segurados ou apertados indevidamente podem trazer problemas. - Seqncia para montagem da flauta: primeiro segure com firmeza, com mo direita, o corpo da flauta pela parte aonde vem escrito a marca. Depois, com a mo esquerda, pegue o bocal e o encaixe girando-o, bem devagar, de modo que entre com facilidade. Aps isto pegue o p, com a mo esquerda, e o encaixe com um leve giro na base do corpo da flauta. Ajuste-o com muito cuidado, pois o encaixe final do corpo muito curto e fino. - Quanto ao alinhamento da flauta tomamos como referncia as chaves do corpo. O bocal alinha-se o seu orifcio com a chave do d sustenido. O p alinha-se de modo que seu eixo coincida com o meio das chaves do corpo. - Certifique-se de que a flauta est bem acondicionada dentro do estojo. Muitas vezes ela pode ficar sacudindo dentro do estojo o que acaba afetando seu mecanismo e tambm arranhado-a. Solucione isto usando uma pequena flanela para ajustar a folga.

35 CUIDADOS COM AS SAPATILHAS - As sapatilhas so responsveis pela integridade do som da flauta. Qualquer problema nelas como folgas, sujeira, pequenos cortes, ressecamento, umidade excessiva, entre outros, causa conseqncias imediatas na resposta sonora da flauta. Muito embora sejam frgeis, quando bem cuidadas tem bastante durabilidade. - Sempre que comear seu estudo escove os dentes. A saliva pode conter resqucios de alimentos (doces, caf, biscoitos, entre outros) que em contato com as sapatilhas ficam aderidos a elas. Com o passar do tempo isto causa um pequeno rudo quando em contato com a chamin. (orifcios do tubo da flauta) - Para solucionar o problema apresentado acima, utilize o papel de seda (para fazer cigarros). Coloque-o entre a chave e a chamin e pressione a chave algumas vezes at que a sujeira seja eliminada. EM CASOS MUITO CRTICOS aconselha-se passar um mnimo de talco na seda, com a ponta do dedo, espalhando-o muito bem e depois coloque novamente entre a chave e a chamin, pressionando algumas vezes, como j foi explicado. Cuidado para no deixar a parte que tem cola na seda encostar-se s sapatilhas. - NUNCA aperte as chaves de sua flauta com fora. Isto ante-natural e desgasta as sapatilhas. Uma flauta bem sapatilhada nunca necessita de fora para perfeito fechamento das chaves! - Evite utilizar objetos com ponta para mexer ou limpar as sapatilhas. Isto, com certeza, podem cort-la. - Tanto o excesso de calor como de frio podem afetar as sapatilhas. Portanto mantenha sua flauta longe destas fontes! LUBRIFICANDO O MECANISMO DA FLAUTA - aconselhvel que periodicamente voc lubrifique o mecanismo de sua flauta. O uso no dia-a-dia, aps horas de estudo, naturalmente desgasta os eixos e para repor isto nada melhor do que um leo bem fino. - Primeiro voc deve ter um leo bem fino e especfico para o instrumento (no use Singer ou outros do gnero! Procure lubrificantes especficos para instrumentos ) O local precisa ser bem iluminado e utilize uma superfcie bem plana e larga. Pingue algumas gotas num pires e com uma agulha coloque-a no leo do pires e depois leve esta em cada eixo. um trabalho que precisa de tempo e pacincia. O resultado timo! Todo o mecanismo vai ficar mais gil. - Tome cuidado para no deixar leo cair nas sapatilhas, pois isto pode danific-la. Seja cuidadoso que tudo vai dar certo!

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O BOCAL DA FLAUTA - a parte de aspecto mais simples, pois se v somente a embocadura (porta-lbio) com sua abertura oval, soldada ao bocal, de perfil arredondado, para permitir ao flautista apoi-lo com firmeza sobre o queixo. - O bocal est fechado esquerda por uma rolha. Feita por uma cortia furada ao meio por onde passa uma um pino rosqueado. Na extremidade direita do pino soldado uma placa metlica e na extremidade esquerda temos um arremate em forma de um chapeuzinho. - Apesar da simplicidade exterior, o bocal um elemento muito frgil e muito importante da flauta. Todos os detalhes de sua construo (local da rolha, vedao, ngulo de solda do porta-lbio, formato do orifcio, conexidade) determinam a qualidade e a preciso do som do instrumento.

CUIDADOS COM O BOCAL - Nunca mexa no porta-lbio, pois qualquer alterao afeta no resultado da sonoridade da flauta. O que se pode fazer , periodicamente, limpar sua borda interna com um cotonete. - O bocal tem uma rolha de regulagem que para dar o equilbrio na afinao. Esta rolha nunca deve estar ressecada, pois a flauta perde na sonoridade, e precisa manter sua regulagem com a medida que est na ponta de sua vareta para limpar a flauta. Portanto coloque a vareta dentro do bocal e verifique se no meio do orifcio do bocal encontra-se a marca da vareta. Caso esteja, tudo bem; caso no esteja, solte um pouco o chapeuzinho do bocal e faa a regulagem.

37 CRONOGRAMA DE ESTUDOS PARA OFICIALIZAO CCB

CRONOGRAMA DE ESTUDOS FLAUTA TRANSVERSALENSAIOS PARS at lio 30 OU GALLI at pg. 30 REUNIO DE JOVENS E MENORES CULTOS OFICIAIS OFICIALIZAO

PARS at lio 41 OU

PARS at lio 62 OU

PARS completo OU

GALLI at pg. 41

GALLI completo

GALLI completo

TEORIA: Propriedades do Som / Notao Musical / Acentuao Mtrica / Compassos Simples e Compostos / Contratempo e Sincopa / Escalas diatnicos maiores HINRIO: 401 a 450 BONA: at lio 90 em clave de sol e clave de f**

TEORIA: Escalas diatnicas TEORIA: Tonalidades e do modo menor. Ornamentos. HINRIO: completo (4 vozes) BONA: at lio 98 em clave de sol e clave de f**

HINRIO: Completo BONA: at lio 95 em clave de sol e clave de f**

Obs: Os mtodos acima podero ser substitudos por outros de grau mais elevado. Sugestes de livros de Teoria: Maria Luza M. Priolli Princpios Bsicos da Msica para Juventude VoL.1 OU Osvaldo Lacerda Teoria Elementar da Msica

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BIBLIOGRAFIA

RANEVSKY, Eugnio Kundert. A embocadura na flauta transversa como entender e dominar. . Rio de Janeiro. TAFFANEL E GAUBERT. Mthode pour la flute.Paris: Alphonse leduc, 1958. WOLTZENLOGEL, Celso P. Mtodo ilustrado de Flauta. Rio de Janeiro: Irmos Vitale , 1982. ALTS. Clebre Mthode Complte de Flute. Paris: Alphonse leduc, 1956. TULOU, Jean Louis. Mthode pour la Flute. London: Mayence,1875. MOYSE, Marcel. La Sonorit. Paris: Alphonse leduc. HARRISOM, Howard. Hom to play The Flute. London: 1982. http://www.iar.unicamp.br/~savio/ http://www.geocities.com/marcoskiehl.geo/