APPs e RLs no Novo Código Florestal - amostra

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    REAS D E PRESERVAO PERM AN EN TE ERESERVAS LEGA IS N O N O V O CDIGO

    FLORESTAL

    (LEI 12.651/2012, M ODIFICADA PELA LEI 12.727/2012)ENTENDENDO A OBRIGAO DE CON SERVAR E RECOM POR

    Ron ald o W eigand Jr.

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    Nav e Te r ra 2 012

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    WEIGAND JR., Ronaldo. reas de Preservao Permanente e Reservas Legais no NovoCdigo Florestal (Lei 12.651/2012, modif icada pela Lei 12.727/2012): Entendendo a

    obr igao de conservar e recom por/ por Ronaldo W eigand Jr .; reviso de V era M ar iaWeigand . Brasl ia (DF): Nave Terr a, 2012, 19 p.

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    CO N T E D O 1. Int ro du o ........................................................................................................................ 3

    2. At ivid ade s Agro ssilvip astor is .......................................................................................... 4

    2.1. Pequen a prop ried ade ou po sse ................................................................................. 5

    2.1.1. Plano de M anejo Florestal Susten tvel ............................................................... 6

    2.1.2. Pr ior idade para pro gram as de pagamen to ou incent ivo a servios amb ientais . . . 6

    2.1.3 . Em isso de Cotas de Reserva Am bien tal (CRA) ................................................... 6

    2.1.4 . Agr icult ur a fam iliar ............................................................................................ 7

    2.2. re a ru ral con solid ada ............................................................................................... 9

    2.2.1 . Def ini o de int ere sse social .............................................................................. 9

    2.2.2. Reduo da rea de Reserva Legal na Am aznia Legal ...................................... 10

    2.2.3. Info rm aes a serem pr ovid as ao CAR ............................................................. 10

    2.2.4. Regular izao do uso de reas consol idadas por assinatur a de term o decompromisso .................................................................................................................. 10

    2.2.5. Cont inuidade de at iv idades e necessidade de recom posio de reas dePreservao Permanente ................................................................................................ 11

    3. Reser va Legal .................................................................................................................. 17

    4. Conclu ses ...................................................................................................................... 18

    Sob re a Nave Terr a .................................................................................................................... i

    Sob re o au t or ............................................................................................................................. i

    Sob re a re visor a ........................................................................................................................ i i

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    1 . IN T R OD U O A nova Lei 12.651/2012, modi f icada pela Lei 12.727/2012, vem sendo duramente cr i t icadapelos ambiental is tas. Entretanto, neste momento em que a Lei fo i sancionada, para aquelesque qu erem proteger as f lo restas, no m ais hora de procurarmo s no tex to lega l as brechasque permit i ro mais desmatamento e evi taro a recuperao das f lorestas, mas sim o

    cont rr io : hora de procurarmos o entend imento mais pro te tor da natureza e d izer que anova Le i bem m elhor do que t nhamos pensado.

    Neste tex to , propom os um e nten dime nto d a Lei que nos faz concluir que a Lei no dispensade recuperao ou de proteo as reas de Preservao Permanente (APPs) ou ReservasLegais (RLs) desmatadas de forma irregular antes de 22 de julho de 2008 , a no ser em algunscasos de edi f icaes, benfei tor ias ou uma combinao de agricul tura, s i lv icul tura e pecurianum a m esm a rea, ao m esm o t emp o ou em sequnc ia , admi t ida, neste l t im o caso, a adoodo reg ime de pous io . M esm o no caso de im veis rurais pequenos (com m enos de quatr omdulos fiscais) a Lei no reduz a necessidade de APPs e RLs, que mantm seus limites nam aior part e do s casos.

    Ent re out ros aspectos , mui to depende do entend imento da expresso a t i v idadesagrossi lv ipastor is, ut i l izada (mas no def inida) na nova Lei , e de uma lei tura s istmica dotexto . Neste art igo, argum ent a-se que:

    Uma simples interpretao tcnica da expresso atividades agrossilvipastoris podeaumentar muito a proteo das f lorestas, especialmente as local izadas nas reas dePreservao Perm anen te (APPs).

    Uma interpretao sistmica dos artigos relacionados com a Reserva Legal mostrano te r havido anistia quant o necessidade de sua m anuten o ou recuperao, no

    impor ta o tam anho da propr iedade .Este texto no um parecer jur dico e no vale com o or ientao legal, mas a inteno a deinspirar a lguns pareceres e, com otimismo, uma regulamentao que permita a corretaaplicao da Lei. A inte rpret ao de leis assunto com plexo, que d eixo para os especial istas,mas reconhec ido, como um postu lado, que no ex is te norma sem in terpre tao. Nodevemos, porm, nos assustar com a complex idade aparente , podendo cont r ibu i r com ocontedo t cn ico que vem d e fora da rea do D ire i to .

    Entr etant o, no Direi t o, h di ferent es escolas de inter pret ao:

    Subjet iv ista: basicame nte invest iga o pen sam ento do legis lador; Objet i v i s ta : entende que independe, a t cer to ponto , do sent ido que lhe tenha

    querido dar o legis lador 1 , tendo em v ista a compreenso da si tuao e o mo m entoatual de sua v igncia.

    Pode-se argumentar que quanto mais prximo da data de sano da Lei , mais subjet iv istadeveria ser a interp retao, procurand o-se pelo espr i to d a Lei . O espr i to d a Lei 12.561/ 2012

    1 Tercio Samp aio Ferraz Junior, Int rodu o ao Estu do d o Direito , Ed. Atlas, 1994.

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    (a inteno do legislador) est cont id o em seus pr incpios e em sua anlise s istem t ica, e nono que conhecemos sobre os pol t icos que part ic iparam do processo. No seu art . 1,introduzido pela Lei 12.727/2101, vemos que so pr incpios o compromisso soberano doBrasi l com a preservao das suas f lorestas e demais formas de vegetao nativa, bem como

    da biodiversidade, do solo, dos recursos hdricos e da integridade do sistema cl imtico, para o

    bem estar das geraes presentes e fut urase a f uno estrat gica da at iv idade agropecuriae do papel das f lorestas e demais formas de vegetao nat iva na sustentabi l idade, no

    crescimento econm ico, na melhor ia da qual idade de v ida da p opulao brasi le i ra .

    A part i r destas consideraes, que pe rten cem ao m undo jurdico, vam os especi f icar o q ue seentende como at iv idades agrossi lv ipastor is, expresso ut i l izada em vrios dos art igos danova Lei , e fazer, para entendermos o requerimento de Reserva Legal para as pequenaspro priedades, um a anl ise s istm ica para evidenciar qual seu verdade iro alcance.

    2 . A TIVIDADES A GROSSILVIPASTORISComo a Lei no def ine at iv idades agrossi lv ipastor is, ento, deveria valer, para seu exato

    entend im ento, a sua acepo tcn ica, como bem defende Luc iano Fur tado Loubet , pro mo torde just ia do M ato Grosso d o Sul 2:

    Sobre o termo agrossi lv ipastor i l h que se entender que o mesmo tem contedo cient f ico

    delimitado, no se confundindo com a simples existncia de agricultura, pecuria, silvicultura ou

    mesmo agropecuria.

    di f c i l de encontrar o uso dessa expresso fora da nova Lei . A expresso encontradanormalmente s istemas agrossi lv ipastor is, onde o termo agrossi lv ipastor is corresponde combinao de agr icultura, s i lv icultura e pecur ia numa mesma rea, ao mesmo tempo ouem sequncia . Alm disso, na atividade agrossi lvipastori l a existncia de si lvicultura

    perm anente, j que rvores so plant as perene s, enqu anto a agr icul tura e a cr iao de anim aispodem ser temporr ias. As rvores so o que di ferencia esta at iv idade da agricul tura e dapecuria.

    Alguns exemplos de atividades agrossilvipastoris:

    Uma rea ocupada por uma plantao de ser ingueiras, consorciadas com pimenta epastag em com leguminosas no sub-bosque para al iment ao do gado nas entrel inhas.

    O consrcio de dend com pastagem e espcies m adeireiras. O cultivo em aleias de forrageiras arbustivas (leucena, guandu) com culturas anuais

    seguidas pelo uso da rea com o pasto par a o gad o.

    O consrcio de caf, bananeiras, espcies madeireiras, com plantio intercalado decul turas anuais (m i lho, fe i jo), seguidos pelo uso da rea como pasto p ara o gado.

    Um a cabruca de cacau, em que a s rvores da f loresta nat iva f azem som bra ao cacau, quepode tam bm ser com binado com o pastejo de anim ais no subbosque.

    2 Leia mais: http:/ / jus.com.br/revista/texto/22898/breves-anotacoes-pontuais-sobre-a- le i -no-12-651-2012-novo-codigo-florestal/7#ixzz2BUZmE1Zr

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    No l inguajar tcnico, no se entende a expresso at iv idade agrossi lv ipastor i l como o uagr icul tura ou si lv icul tura ou pecur ia como p arece ter sido entend ido por a lguns durante atram itao da Lei : na verdade, a com binao dessas at iv idades que conf igura (ou t ip i f ica, naexpresso jurdica) as at iv idades agrossi lv ipastor is. Por que esse termo to importante?Porq ue se apl ica a duas def inies fund ame nt ais na no va Lei :

    a) Pequen a propried ade ou posse;b ) rea rur al consol idada;

    Esses dois conceitos, influenciados pela definio de atividades agrossi lvipastoris, tm grandeim pacto na prot eo e necessidade de recom posio das reas de preservao perm anent e.

    2 .1 . PEQUEN A PROPRIEDA DE OU PO SSEComecemos com o t ra tamento dado aos pequenos produtores no ar t . 3 , V , da Le i12.561/2012:

    V - pequena propr iedade ou posse rural f am i l iar : aquela explorada mediant e o t rabalho pessoal

    do agr icul tor fam il iar e empreendedor fam il iar rural , incluindo os assentam entos e projetos dereforma agrria, e que atenda ao disposto no art. 3 da Lei n 11.326, de 24 de julho de 2006;

    (...)

    A def inio do in ciso V, que d eve ser ent endido em consonncia com a Lei n 11.326, de 24 d eju lh o de 200 6 3 , levada a vr ios disposi t ivos adiante, como veremos. No pargrafo nicodesse ar t igo, porm, o t ra tam ento dado pequ ena propr iedade rur a l ou posse fami l ia r , quepor razes sociais mais f lexvel , estendido a outras formas de propriedade ou posse dater ra , inclu indo, em par te , im ve is com at quat ro m dulos f i scais:

    Pargraf o nico. Para os fins desta Lei, estende-se o tr atam ento dispensado aos imveis a que

    se refere o inciso V deste artigo s propriedades e posses rurais com at 4 (quatro) mdulos

    fiscais que desenvolvam atividades agrossilvipastoris4 , bem como s terras indgenas

    demarcadas e s demais reas tituladas de povos e comunidades tradicionais que faam uso

    colet ivo do seu t err i tr io.

    De acordo, pois, com o art . 3, alm das terras indgenas demarcadas e das demais reast i tu ladas de povos e comunidades tradic ionais que faam uso colet ivo do seu terr i tr io,som ente se estende o t ra tam ento d e pequena prop r iedade ou posse rura l fam i l ia r aos im veiscom rea de a t quat ro mdulos que apresentem atividades agrossilvipastoris. Ou seja,recebem t ra tam ento de pequena propr iedade ou posse rura l fam i l iar as propr iedades rura iscom at quatro mdulos f iscais que desenvolvam uma combinao de agr icul tura, si lv icul turae pecuria numa mesma rea, ao mesmo tempo ou em sequncia. Os demais imveis nesta

    3 Cria o Program a Nacional de Habitao Rural PNHR, com f inal idade subsidiar a produo / aquisio de mor adiaaos agricultor es famil iares. Est a Lei foi alterada pela Lei n 12.512, de 14 de out ubro de 2011, que insti t ui oPrograma de Apoio Conservao Ambiental e o Programa de Fomento s Atividades Produtivas Rurais e alteratam bm as Leis ns 10.696, de 2 de julho de 200 3 e 10.836, de 9 de janeiro de 2004.4 Gri fo nosso. Ao longo do t exto, vamos gr i far nas referncias textuais os termos que estamos procurando destacarou def in i r .